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FILOSOFIA DO DIREITO
RIBEIRÃO PRETO
2023
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
Para dar andamento ao tema, podemos usar o exemplo atual no conceito de normas jurídicas
e sua interpretação, o debate sobre a legislação de proteção de dados. Para tal exemplo se dá
o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia, tendo sido discutida
a interpretação e implementação de normas para assegurar a privacidade dos cidadãos no
meio de rápidas mudanças tecnológicas. As diferenças na aplicação destas normas realçam a
necessidade de considerar não apenas os aspectos jurídicos, mas também as implicações
éticas e sociais, refletindo a influência das perspectivas pós-positivistas no tratamento destas
questões jurídicas.
Autores como Dworkin (1986) e Alexy (2002) enfatizam que no contexto do Estado
Democrático de Direito, a interpretação jurídica vai além da simples aplicação de normas
para incorporar princípios e valores constitucionais, e sim enfatiza a importância de
interpretações de situações jurídicas que levam em conta aspectos sociais, éticos e políticos.
Ou seja, as decisões judiciais passaram a refletir não apenas regras pré-estabelecidas na
norma jurídica, mas também pela busca da justiça e equidade, em concordância com os
princípios básicos da democracia e do Estado de direito.
Entretanto, ao contrário do positivismo, observamos uma mudança no foco da constituição,
com crescente aceitação de princípios e sua normatividade. Escritores contemporâneos como
Robert Alexy (n. 1945) contribuíram para esta mudança ao argumentar que os princípios têm
importância normativa e devem ser levados em conta na interpretação jurídica. Eles não
apenas orientam a interpretação das normas, mas também servem de base para decisões
judiciais, especialmente em casos de lacunas legais. A relação entre o positivismo e o direito
constitucional evoluiu assim à medida que as implicações normativas do princípio foram
reconhecidas e integradas na prática jurídica contemporânea.
Escritores como Ronald Dworkin enfatizaram que o direito não pode ser entendido
simplesmente como um conjunto de regras, mas deve conter princípios morais fundamentais,
ou seja, aproximação entre o direito e a ética ao questionar a estrita separação entre fatos e
valores que caracterizam de modo amplo o positivismo.
Nesta perspectiva, o pós-positivismo reconhece que a tomada de decisões jurídicas envolve
não apenas a aplicação mecânica de normas, mas também a consideração de valores éticos e
morais subjacentes da sociedade moderna e atual. A moralidade influencia a interpretação das
normas jurídicas e orienta os juízes na tomada de decisões que sejam consistentes com os
princípios básicos de justiça e equidade. Dworkin (1986) acreditava que a interpretação
constitucional não deveria limitar-se à aplicação mecânica de regras, mas deveria incorporar
princípios éticos e morais. Ele enfatizou a ideia de integridade jurídica, argumentando que os
tribunais devem buscar interpretações que sejam consistentes com a coerência e os valores
fundamentais da constituição.
Assim sendo, entre o direito e a ética no pós-positivismo é possível identificar que há uma
compreensão mais ampla e integrada do papel do direito na sociedade, reconhecendo a
importância das considerações éticas na formulação e aplicação das normas jurídicas.
NORBERTO BOBBIO (1995, p. 233), em estudo sobre o positivismo jurídico, contrapõe
equívocos com o argumento:
Diante do exposto nos parágrafos acima, podemos encontrar o caso da atriz Carolina
Dieckmann, brasileira que foi vítima de um caso envolvendo divulgação não autorizada de
suas imagens íntimas na internet. A Lei Carolina Dickman” refere-se à Lei nº 12.737/2012, a
Lei Carolina Dickman, em homenagem à atriz foi promulgada para criminalizar a intrusão de
equipamento informático e a aquisição, transmissão ou divulgação não autorizada de dados e
para criar sanções mais severas para tal conduta. A legislação visa proteger a privacidade e a
segurança das pessoas na era digital, tornando crime hackear dispositivos e divulgar
indevidamente informações pessoais. A Lei traz uma importante atualização ao Código
Penal Brasileiro sobre crimes cibernéticos, ajudando a enfrentar novos desafios relacionados
à tecnologia e à proteção da privacidade.
E mais, encontra-se nas mídias e veículos televisivos, o caso novamente Suzane Von
Ritchtofen, e os irmãos Cravinhos, na qual Christian declarou ter
direito ao esquecimento. Entretanto, a relatora Penna Machado não acatou o pedido e
reforçou que o caso é de interesse público. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF),
negou o pedido, alegando ser incompatível com a Constituição Federal, e junto com a cúpula
do Poder Judiciário, a liberdade de expressão e informação é primordial para a sociedade.
3. CONCLUSÃO
BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de filosofia do direito. Compilação Nello Morra.
Tradução e Notas: Márcio Pugliesi, Edson Bini, Carlos E. Rodrigues. São Paulo: Ícone, 1995.