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Portugal em transformação: o aumento da imigração e suas

implicações na sociedade contemporânea

André Pinto, Manuel Balsinhas e Marco Fonseca


Agrupamento de Escolas Poeta Joaquim Serra
A imigração é o nome que se dá ao processo de entrada de um individuo ou de um conjunto de
indivíduos num respetivo país no qual não são nativos nem residentes. Muitas vezes, este
processo ocorre por motivos económicos, sociais, políticos, culturais e naturais, o mais comum
no mundo é o motivo económico onde o imigrante sente necessidade de sair do seu país em
busca de melhores salários ou emprego. Desta forma, os países mais ricos, ou seja, os mais
desenvolvidos são os que apresentam maior número de imigrantes no seu país.
A imigração sempre fez parte da História da Humanidade, mas com o desenvolvimento dos
meios de transporte este processo de deslocamento foi impulsionado de certa forma por ser mais
facilitado. Em 2019 estimava-se que cerca de 270 milhões de pessoas eram imigrantes ao redor
do mundo.
Este movimento ocorre mais frequentemente entre dois países diferentes ao qual damos o nome
de migração externa, mas também pode ocorrer imigração dentro do próprio país, migração
interna.
A notícia que nós decidimos abordar face a este tema é a seguinte: “Imigração e emigração em
Portugal”. Portugal passou de ser um país de emigração, ou seja, as pessoas saem do território
nacional em busca de melhores condições, para ser considerado um país de imigração, onde
cada vez mais estrangeiros vêm viver em busca de melhores condições. De 2020 para 2019
houve um crescimento de 12%, registando assim 662.095 cidadãos titulares de autorização de
residência, valor mais elevado registado face ao ano em que esta notícia foi datada. Estes
números colocam Portugal em décimo oitavo lugar do país europeu com mais imigrantes
residentes em território nacional. Em 2020, a nacionalidade com mais afluência no nosso país
era por ordem, Brasil, Cabo Verde, Reino Unido, Roménia e Ucrânia.
Decidimos então abordar este tema apresentando algumas soluções para evitar alguns incidentes
como o de Odemira em maio de 2021, onde cerca de 50 imigrantes viviam ilegalmente e sem
condições no nosso país. Também, este tema é algo que nos preocupa, pois afeta diretamente a
economia do nosso país, a segurança do mesmo e mais uma falha política devido à falta de
controle quando se trata deste tema, ou até mesmo ao abuso como é o caso do SEF em 2020,
onde mataram um ucraniano de 40 anos, pai de família com 2 filhos menores no seu país de
origem, por espancamento, o mesmo teve quase dez horas com hematomas, fraturas nas costelas
e tórax que o impediam de respirar.
Afinal quais são os requisitos legais para os estrangeiros poderem entrar no nosso país?
Ter o passaporte com data de validade de, pelo menos, três meses além do prazo de
permanência previsto, ter um visto válido e adequado à finalidade de estadia, não ter nenhum
impedimento legal de entrar em Portugal e ter meios de subsistência suficiente para o período de
estadia.
Os imigrantes afetam a economia do país?
Com o aumento de imigrantes no nosso país a economia nacional é afetada diretamente, mas
como tudo tem os seus prós e contras existe duas versões diferentes. Os imigrantes aumentam a
produtividade no nosso país, estima-se que passado cinco anos, houve um aumento de 1 ponto
percentual no fluxo imigratório em relação ao total do emprego aumentando a produção em
quase 1%, números significantes para o nosso país. Outra ajuda é que os imigrantes por muitas
vezes vêm para o nosso país trabalhar em certas profissões que a população acaba por não as
querer praticar. Enquanto isso, como todos os trabalhadores os imigrantes também recebem
salário fornecido pelo estado o que acaba por ter um certo impacto na nossa economia. Contudo,
em economias em desenvolvimento como a nossa, este impacto de produtividade acaba por não
ser visível em casos de imigrantes refugiados.

Que estereótipos existem em torno deste grupo?


A volta do grande grupo de imigrantes em Portugal rodeia vários tipos de preconceitos, entre
eles, “São os imigrantes pessoas preguiçosas que vivem às custas da segurança social?”, “São
trabalhadores baratos que nos roubam os empregos?” entre outros tipos de comentários
xenofónicos. O uso deste tipo de estereótipo deriva de diferentes pessoas fazerem comparações
com diferentes cotextos, ou seja, uma dada pessoa decide fazer um comentário sobre um dado
grupo num dado contexto, mas acaba por generalizar de certa forma, persuadindo um grupo que
simplesmente “fugiu” do seu país em busca de melhores condições.
Os imigrantes sendo ou não legais, não podem ser privados dos seus direitos humanos, ou seja,
qualquer imigrante deve ter acesso aos cuidados de saúde, acesso à educação e acesso à justiça.
Como todo o cidadão “comum” os imigrantes não podem ter o seu direito à saúde negado, como
acontece, por exemplo, aos imigrantes em situação irregular (casos que não lhes é atribuído
qualquer estatuto jurídico formal, o que os pode deixar em uma situação em que não conseguem
ter acesso ao emprego ou a serviços básicos durante vários anos), que têm frequentemente que
pagar pelo seu próprio tratamento médico, que são disponibilizados gratuitamente para o
restante da população. Até mesmo em casos vulneráveis particulares como mulheres grávidas e
crianças não têm direito um tratamento sem pagar. O acesso aos cuidados de saúde necessários
deve ser permitido a imigrantes da mesma forma que aos cidadãos nacionais. Para além disso,
as mulheres grávidas devem ser assistidas financeiramente durante os períodos pré e pós-natais,
assim como durante o parto, e ainda as crianças devem poder recorrer aos cuidados de saúde,
especialmente no que respeita à vacinação.
No que diz respeito à educação, os filhos de imigrantes não devem ser impedidos de se
inscreverem gratuitamente no ensino básico por não apresentarem os documentos oficiais
necessários, nomeadamente uma autorização de residência válida, uma certidão de nascimento
ou registos médicos.
Quanto à justiça, os imigrantes que sofrem abusos físicos ou ferimentos no trabalho ou não
recebem a sua remuneração, encontram vários obstáculos ao seu exercício dos seus direitos
através dos tribunais. Este facto torna os imigrantes nestas situações mais vulneráveis
à exploração. Pessoas que têm como emprego trabalhos domésticos são particularmente
vulneráveis a abusos e a exploração, uma vez que este sector de emprego é normalmente menos
regulamentado do que outros. Frequentemente, os empregadores não respeitam os direitos
previstos na legislação nacional, como por exemplo, os períodos de descanso, férias pagas e
faltas por doença com remuneração. Para além disso, os imigrantes que se encontram nesta
situação podem recear ser denunciados às autoridades de imigração pelos tribunais, se
apresentarem queixa, como se não fosse suficiente, aqueles que se atrevem a fazê-lo ainda têm
frequentemente dificuldades em provar as suas acusações.
Um grande filósofo que fala a respeito dos direitos humanos no âmbito da filosofia é Immanuel
Kant. A ética deontológica de Kant, estabelece que é nosso dever tratar as pessoas como fins em
si mesmas e não apenas como meios para nossos objetivos. Isso significa que, do ponto de vista
ético, não podemos tratar os imigrantes como meros recursos para nossos interesses econômicos
ou políticos. Além disso, essa corrente ética também defende a ideia de que devemos tratar as
pessoas com igualdade e justiça, independentemente da sua nacionalidade ou origem. Nesse
sentido, a ética deontológica pode apoiar a defesa dos direitos dos imigrantes e a luta contra o
racismo e da discriminação. Ou seja, Kant defendia que existe um dever universal baseado em
leis morais e esse dever está submetido ao estrito cumprimento das leis morais em qualquer
situação racional. O ser humano ou qualquer ser racional deve cumprir aquilo que é estabelecido
pela lei moral.
John Rawls parte da ideia de que devemos construir uma sociedade justa a partir de um contrato
social entre indivíduos racionais e livres. O filósofo, não pretende delinear como a sociedade ou
o estado foram estabelecidos, mas, especular como os princípios de justiça são escolhidos nessa
situação inicial hipotética da sociedade. Nesse contexto, a imigração pode ser vista como uma
questão de justiça global, na medida em que as desigualdades econômicas, políticas e sociais
entre os países podem forçar algumas pessoas a deixar os seus países de origem em busca de
melhores condições de vida. Rawls usa dois princípios como alicerces nesta perspetiva sobre o
livre arbítrio do individuo, que são: o Princípio da Liberdade, que consiste em, todas as pessoas
têm o mesmo direito a um sistema completo de liberdades fundamentais iguais, coerente com o
sistema de liberdades dos outros; e o Princípio da Igualdade, que diz que as desigualdades
sociais e econômicas devem ser ordenadas de tal modo que sejam ao mesmo tempo,
consideradas como vantajosas para todos dentro dos limites do razoável e vinculadas a posições
e cargos acessíveis a todos.
Na nossa opinião não existe soluções eficientes para o aumento das taxas da imigração, mas,
existe formas de evitar a abundância de imigrantes ilegais no nosso país. No entanto, Era de
grande importância que os países trabalhassem juntos de forma a abordar as causas de
imigração como, guerras, pobreza, desigualdade e desastres naturais, assim era possível investir
nesses países para se desenvolverem economicamente e socialmente, ou seja, investir em
infraestruturas, educação, saúde e projetos que promovam o desenvolvimento humano e reduzir
a pobreza de modo a criar oportunidades econômicas e sociais para os seus cidadãos. Por outro
lado, podia-se também criar políticas de imigração justas e humanitárias, onde era permitido que
os imigrantes venham de forma legal e justa e que protejam os seus direitos e dignidade, ou seja,
era possível criar rotas de migração seguras e implementar procedimentos de asilo justo e
eficaz. Os países podem trabalhar na integração dos imigrantes fornecendo-lhes acesso a
educação, saúde, emprego de forma que estes se possam tornar membros produtivos para o bem
do país. O combate á xenofobia e à discriminação contra os imigrantes impulsionando a
tolerância, respeito e a diversidade cultural.
No que diz respeito ao nosso posicionamento crítico nós acreditamos que os imigrantes são
necessários para a economia nacional, no entanto é necessário controlar a sua entrada no país.
Permitir a entrada descontrolada de imigrantes pode ser prejudicial, principalmente, tendo em
conta os refugiados, que vêm dos seus países na grande maioria das vezes sem documentação.
Isto torna as pessoas que vêm destas condições facilmente exploráveis, uma vez que o governo
não tem conhecimento destas pessoas. Desta forma são necessários métodos de monitorização,
como: estabelecer quotas que controlem a imigração, ou seja, reforçar a fiscalização de forma a
verificar se cada cidadão tem o seu passaporte validado, ter um visto adequado e a finalidade da
estadia, recolher informações sobre a duração de permanência em território nacional, ter um
maior policiamento nas fronteiras, não permitindo a entrada de quem não tem documentos e
uma maior revisão em barcos para controlar passageiros clandestinos com a intenção de ficar a
frequentar o país de maneira ilegal. Estas medidas têm como objetivo ajudar a melhorar a vidas
dos imigrantes em Portugal, tanto como a economia nacional.

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