Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diretrizes Curriculares
Municipais de
Educação Ambiental
da Secretaria Municipal
da Educação
2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA
Rafael Greca de Macedo
SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA
Oséias Santos de Oliveira
DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA
Maria Cristina Brandalize
COORDENADORIA DE REGULARIZAÇÃO
Eliana Cristina Mansano
COORDENADORIA DE PROJETOS
Andréa Barletta Brahim
COMISSÃO CONSULTIVA ESPECIAL
Andressa Woellner Duarte Pereira
Superintendência de Gestão Educacional
Simone Zampier da Silva
Diretora do Departamento de Ensino Fundamental
Kelen Patrícia Collarino
Diretora do Departamento de Educação Infantil
Marcia Edilaine Monteiro Baptista
Assessoria da Superintendência de Gestão Educacional
Samara Aparecida Lorusso
Assessoria Técnica
Mariana de Oliveira Tozato
Departamento de Ensino Fundamental
Educação Ambiental
Marise Jeudy Moura de Abreu
Departamento de Educação Infantil
Gerência de Currículo
EQUIPE DE ESCRITA
Samara Aparecida Lorusso
Assessoria Técnica
Lígia Marcelino Krelling
Departamento de Ensino Fundamental
Gerência de Currículo
Componente Curricular de Ciências
Alessandra Chaves
Departamento de Ensino Fundamental
Gerência de Gestão Escolar
Adriana Peralta Barboza Vieira
Departamento de Ensino Fundamental
Gerência de Educação Integral
Práticas de Educação Ambiental
Marise Jeudy Moura de Abreu
Departamento de Educação Infantil
Gerência de Currículo
Mariana de Oliveira Tozato
Departamento de Ensino Fundamental
Educação Ambiental
Dircélia Maria Soares de Oliveira Cassins
Departamento de Ensino Fundamental
Gerência de Currículo
Componente Curricular de Geografia
RELATORA
Mariana de Oliveira Tozato
Departamento de Ensino Fundamental
Educação Ambiental
CONTROLE EPISTEMOLÓGICO
Valdir Nogueira
Universidade Federal do Paraná – Pós-Doutorando
ASSESSOR ESTATÍSTICO
André Felipe Zilio da Silva
Assessoria Técnica
Apresentação
Recordo neste prólogo as lições de David Orr, quando anuncia a obra de Fritjof Capra, Al-
fabetização Ecológica, ao alertar que cada uma e cada um de nós vive e sobrevive em uma
grande teia. Apesar de separados em nações, tribos, religiões, etnias, línguas, culturas, pro-
pósitos políticos, estamos todos juntos, numa contingência que se iniciou em épocas des-
providas de memória e caminha para um futuro que depende da capacidade de cada uma e
de cada um de fazê-lo acontecer, todos unidos como membros de uma comunidade biótica.
A grande síntese e a excelsa lição: somos filhos da mãe natureza. Tratemos nossa mãe com
consciência, atenção, ponderação, precaução, prudência, gentileza, delicadeza, zelo, pois é
dela que vem a força da vida.
INTRODUÇÃO 11
CAPÍTULO I 17
CAPÍTULO II 26
CAPÍTULO III 54
CAPÍTULO IV 66
APÊNDICE 79
ANEXOS 87
11
O município de Curitiba tem em seu histórico ações intersetoriais desenvolvidas em
espaços públicos, entre elas ações voltadas à Educação Ambiental. A Secretaria
Municipal da Educação (SME) de Curitiba busca desenvolver essas ações de forma
interdisciplinar6 e transversal7, integrando conhecimentos e saberes. Para o forta-
lecimento e a continuidade desse trabalho, as Diretrizes Curriculares Municipais de
Educação Ambiental (DCMEA) da SME são um marco referencial para a educação e
a vida frente à crise socioambiental emergente nos contextos social e histórico em
escalas locais e globais.
As DCMEA estão em consonância com a Lei Federal n.° 9.795/1999, que institui a Po-
lítica Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999), a Resolução n.° 2 de 2012, que
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (BRASIL,
2012b) e, em conformidade com a Lei Estadual n.° 17.505/2013, que institui a Política
Estadual de Educação Ambiental (PARANÁ, 2013).
6 A interdisciplinaridade “[...] não pretende a unificação dos saberes, mas deseja a abertura de um
espaço de mediação, entre conhecimentos e articulação de saberes, no qual as disciplinas estejam em mútua
coordenação e cooperação, construindo um marco conceitual e metodológico comum para a compreensão
de realidades complexas” (CARVALHO, 2012, p. 121). E ainda, segundo Alvarenga et al, (2011, p. 36-37), “a
interdisciplinaridade pode ser compreendida como a colaboração entre disciplinas diversas ou entre setores
heterogêneos de uma mesma ciência que conduz a interações propriamente ditas, isto é, certa reciprocidade
dentro das trocas, de maneira que aí haja um total enriquecimento mútuo”.
7 Nos PCNs (BRASIL, 2000, p. 40), a transversalidade “diz respeito à possibilidade de se estabelecer,
na prática educativa, uma relação entre aprender na realidade e da realidade de conhecimentos teoricamente
sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade)”.
8 A Cidade Educadora é entendida como um espaço educador, de aprendizagem na cidade, com a
cidade e com as pessoas. Valoriza a integração escola-comunidade e busca melhorar a qualidade de vida dos
habitantes (BRASIL, 2019). Em 09 de outubro de 2019 Curitiba tornou-se signatária do grupo de Cidades
Educadoras comprometendo-se “[...] em tratar a educação como um processo amplo e que envolve todos os
seus habitantes”. A Secretaria Municipal da Educação representará o município junto à Associação Internacional
das Cidades Educadoras (AICE), responsabilizando-se em fomentar e viabilizar políticas educativas que prezem
os espaços da cidade como “[...] espaços sociais de encontro entre o global e o local, entre a educação formal
e a informal, para a descentralização e autonomia” (CURITIBA, 2019e).
9 “A sustentabilidade está geralmente associada a uma visão enriquecida do desenvolvimento sustentável,
menos economicista, onde a preocupação com a manutenção da vida não está relegada a um segundo plano”
(SAUVÉ, 2005b, p. 38). Além disso, Boff (2015, p. 19-20) explica que “a sustentabilidade de uma sociedade se
mede por sua capacidade de incluir a todos e garantir-lhes os meios de uma vida suficiente e decente”.
10 “A educação formal tem um espaço próprio para ocorrer, ou seja, é institucionalizada e prevê conteúdos,
enquanto a educação informal pode ocorrer em vários espaços, envolve valores e a cultura própria de cada
lugar. Já a educação não formal ocorre a partir da troca de experiências entre os indivíduos, sendo promovida
em espaços coletivos” (CASCAIS; TERAN, 2014, p. 3).
11 As ações de educação não formal podem ocorrer por meio de: Programa Cultura em Movimento, que
promove a ampliação do repertório cultural, por meio do acesso a diferentes linguagens artísticas; Programa
Linhas do Conhecimento, que possibilita o fortalecimento da consciência urbana e pertencimento aos espaços
da cidade, por meio de aulas de campo; Programa Comunidade Escola, que promove atividades socioeducativas
realizadas em escolas nos finais de semana, estimulando a participação ativa e consciente em ações realizadas
por instituições da sociedade civil, voluntários e pela PMC; Faróis do Saber e Inovação, bibliotecas públicas que
agregam um espaço maker de criação (CURITIBA, 2019c).
12
Dessa forma, é possível estabelecer as seguintes finalidades do processo de constru-
ção das DCMEA:
12 O nível de ensino atendido pela Rede Municipal de Ensino (RME) de Curitiba se refere à Educação
Básica, nas seguintes etapas: Educação Infantil e Ensino Fundamental.
13 As modalidades atendidas pela RME são: Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
14 As unidades educacionais são: Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), escolas, Centros de
Educação Integral (CEIs), Unidades de Educação Integral (UEIs) e escolas na modalidade de Educação Especial
e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
13
Segue abaixo o detalhamento de cada base:
14
SME. A partir de outubro desse mesmo ano, a Comissão realizou a apreciação e de-
volutiva dos apontamentos realizados em setembro. Entre novembro e dezembro,
foi elaborada a apresentação de um Plano de Trabalho.
Nos anos de 2019 e 2020, ocorreram reuniões com a Comissão de Construção das
DCMEA, Equipe de Escrita, Comissão Consultiva Especial e a realização do Controle
Epistemológico dos capítulos das Diretrizes. A periodicidade das reuniões foi:
Com relação à estrutura das DCMEA, a escrita foi organizada em capítulos. São eles:
A metodologia de pesquisa realizada para a escrita das DCMEA tem cunho qualitati-
vo e quantitativo, sendo utilizados como instrumentos:
18 Com relação ao dia 03 de outubro de 2019, a Comissão das DCMEA participou da palestra “Fundamentos
das DCMEA de Curitiba”, ministrada por um pesquisador em processo de pós-doutoramento da Universidade
Federal do Paraná e que realizou o Controle Epistemológico deste documento.
19 As datas das reuniões foram em: 15/03/2019, 20/03/2019, 12/04/2019, 25/04/2019, 03/05/2019,
10/05/2019, 21/05/2019, 16/05/2019, 19/06/2019, 28/06/2019, 05/07/2019, 25/07/2019, 30/07/2019,
01/08/2019, 02/08/2019, 07/08/2019, 19/08/2019, 20/08/2019, 21/08/2019, 26/08/2019, 27/08/2019,
30/08/2019, 02/09/2019, 04/09/2019, 24/07/2020, 03/08/2020 e 10/08/2020.
15
• Análise documental – referente ao Relatório20 Hortas, Jardins e Pomares da Se-
cretaria Municipal da Educação e os Anais21 do I, II e III Fórum Curitibano de
Educação Ambiental da RME.
20 O relatório apresentou o contexto das unidades educacionais que possuem horta, jardim e pomar e
desenvolvem nesses espaços ações pedagógicas, dentre elas a Educação Ambiental.
21 Os Anais são publicações que apresentam os trabalhos pedagógicos em Educação Ambiental
desenvolvidos pelas unidades educacionais e apresentados neste evento.
22 Lei Federal n.° 9.795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental e a Resolução n.° 2 de 2012 que
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental.
23 Lei Estadual n.° 17.505/2013 – Política Estadual de Educação Ambiental.
16
CAPÍTULO I
Na época em que o Brasil foi colonizado pelos portugueses, a exploração das rique-
zas naturais se deu principalmente na costa brasileira. Entre os produtos mais explo-
rados e exportados para a Europa estavam o pau-brasil, açúcar, ouro e especiarias.
“[...] o Brasil era, assim, uma colônia de exploração” (MENDONÇA, 2004, p. 8). Com
os indígenas que habitavam o país antes da colonização, foram estabelecidas rela-
ções de comércio à base de troca de mercadorias. A eles eram ofertados “objetos
vistosos e de pouco valor como espelhos e enfeites, ao lado de alguma ferramenta,
em troca de produtos da terra, representados principalmente por toras de pau-bra-
sil”, além de macacos, aves e algodão (ANDRADE, 1976, p. 26). Sato (2005, p. 105)
observa que esse sistema de troca “[...] não trouxe bens, mas sim, uma influência de
hábitos consumidores”, desrespeitando a cultura das populações indígenas.
17
De acordo com Carneiro (2006), é possível citar os seguintes danos a partir desse
período: a extinção de espécies da fauna e flora, a poluição do solo, ar e água afetan-
do ecossistemas, devastações de áreas nativas para desenvolvimento da agricultura,
expansão urbana afetando rios e suas bacias hidrográficas, exploração de mão de
obra de trabalhadores e indicativos para produção-lucro-consumo.
No início do século XX, especificamente entre 1907 a 1950, ocorreram fatos rela-
cionados à interferência do Ser Humano no Planeta destacados a seguir por Dias
(2000): nos anos de 1907 e 1908, o meio ambiente passa a ser pensado na perspec-
tiva conservacionista nas escolas dos Estados Unidos; na década de 1920, o Fordis-
mo26 incentivou a produção e consumo em massa, gerando impactos socioambien-
tais, como o apelo ao consumo, a exploração de recursos naturais e da mão de obra
dos trabalhadores. Em consequência da extinção do pau-brasil, o então presidente
do Brasil Epitácio Pessoa preocupa-se em publicar um código florestal.
25 Exemplo: Parque Nacional de Yellowstone nos Estados Unidos, inaugurado em 1872 (Idem, 2008).
26 Movimento de produção em massa criado por Henry Ford, EUA, que caracterizou a produção de
automóveis em série, em que cada trabalhador era responsável por uma etapa do processo de produção e
especialização do trabalho (LIPOVETSKY, 2015). Esse modelo de gestão se internacionalizou, expandindo-se
para outros processos produtivos.
18
Ainda na década de 1960, teve início a utilização do termo Educação Ambiental na
Conferência em Educação na Universidade de Keele, localizada na Grã-Bretanha. A
Educação Ambiental, na ocasião, tinha o papel de englobar todos os cidadãos e não
apenas ser tratada por especialistas da Biologia (DIAS, 2000).
No Brasil, foi promulgada a Lei Federal n.° 4.504/1964 que dispõe sobre o Estatuto
da Terra com o objetivo de assegurar “[...] a todos a oportunidade de acesso à pro-
priedade da Terra, condicionada pela sua função social” (BRASIL, 1964).
A década de 1970 foi marcada por importantes eventos internacionais com o obje-
tivo de motivar e orientar a humanidade para a valorização e preservação do meio
ambiente. Em 1972, criou-se o Clube de Roma, no qual cientistas de países industria-
lizados marcavam reuniões com o objetivo de questionar o consumo, o uso dos re-
cursos naturais não renováveis e o crescimento mundial da população. A publicação
do livro Limites do crescimento, decorrente dessas discussões, alertou sobre a crise
ambiental planetária, porém responsabilizou os países em desenvolvimento pelos
problemas ambientais levantados (REIGOTA, 2014).
Nesse mesmo ano, ocorreu a Primeira Conferência Mundial do Meio Ambiente Hu-
mano, em Estocolmo, na Suécia, em que a Declaração elaborada durante o evento
manifestou 23 princípios comuns que buscavam a preservação e a melhoria do am-
biente humano (ONU, 1972). Esse evento reconheceu pela primeira vez a impor-
tância da Educação Ambiental como fundamentação da política ambiental e “[...]
campo da ação pedagógica [...]” (MORALES, 2012, p. 45). Isso conforme destacado
na Recomendação n.° 96, que orienta a construção de um programa internacional
de Educação Ambiental:
Nesse evento, foi elaborada a Carta de Belgrado que apresentou princípios e orien-
tações no Seminário Internacional de Educação Ambiental para o “[...] desenvolvi-
19
mento de novos conceitos e habilidades, valores e atitudes, visando à melhoria da
qualidade ambiental e, efetivamente, a elevação da qualidade de vida para as ge-
rações presentes e futuras” (UNESCO, 1975, p. 2). Em síntese, a Carta de Belgrado
(UNESCO, 1975) destaca a importância da Educação Ambiental em todos os níveis
educativos a partir da Educação Infantil27, por meio de uma ação educativa em pers-
pectiva interdisciplinar para uma visão integral de meio ambiente (ambiente natural
e construído), incluindo o debate dos problemas ambientais nos âmbitos local, re-
gional e mundial.
27 No documento original consta a expressão: “[...] alunos de pré-escola [...]” (UNESCO, 1975), porém
optou-se por atualizar o termo para Educação Infantil, tendo em vista ser essa a forma atual de entendimento
desse nível educativo da Educação Básica.
28 Conforme nomenclatura estabelecida pela LDB 5.692/1971, atualmente utiliza-se o termo Ensino
Fundamental e Ensino Médio pela LDB 9.394/1996.
20
Nas décadas de 1980 e 1990, destacam-se, com base em Dias (2000), os seguintes
acontecimentos a respeito da Educação Ambiental no mundo e no Brasil:
29 A Comissão de Brundtland foi criada pela ONU, sendo presidida pela primeira-ministra da Noruega Gro
Harlem Brundtland.
30 Desenvolvimento Sustentável é “definido como aquele que atende às necessidades das gerações atuais
sem comprometer a capacidade das gerações futuras” (Brundtland et al., 1991, p. 46).
21
• Em 1989, foi criado o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-
sos Naturais Renováveis), órgão responsável pela preservação e conservação
da fauna e flora brasileira, da proteção desses bancos genéticos, bem como a
efetivação da Política Nacional do Meio Ambiente e disseminação da Educação
Ambiental no país. Ainda, foi realizado o 1.° Encontro Nacional sobre Educação
Ambiental na educação formal.
31 A Agenda 21 contempla estratégias em prol do desenvolvimento sustentável. Ela foi escrita primeiramente
no cenário global e, tempos depois, elaborada no âmbito nacional e regional.
32 O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global foi um
documento que visa à educação na perspectiva socioambiental e transformadora para formar sociedades
sustentáveis.
33 O ProNEA foi atualizado em 2018, a partir de uma consulta pública no ano citado e atualmente está na
sua 5.ª edição, publicada em 21 de janeiro de 2019.
22
A Educação Ambiental avançou no Brasil por meio da Lei Federal n.° 9.795/1999, que
instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, e sustenta os seguintes princí-
pios:
No ano de 2006, aconteceu a 8.ª Conferência das Partes da Convenção sobre Di-
versidade Biológica (COP-8) e a 3.ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartage-
na sobre Biossegurança (MOP-3), promovida pela Organização das Nações Unidas
(ONU). Esse evento discutiu políticas mundiais para o meio ambiente e foi realizado
na cidade de Curitiba.
34 No ano de 2019, o Estado do Paraná realizou audiências públicas para apresentação do PEEA, que foi
finalizado em dezembro de 2018 e foi aberta a consulta pública por meio de questionário.
23
A legitimidade da Educação Ambiental em enfrentamento à crise socioambiental
vem se tornando cada vez mais visível em diversos contextos (global, nacional e
regional), a qual se pode confirmar historicamente por vários eventos citados ante-
riormente.
Nesse sentido, outro acontecimento significativo no Brasil foi a publicação das Di-
retrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (DCNEA), estabelecidas
na Resolução n.° 2, de 15 de junho de 2012 (BRASIL, 2012b). Esse documento trouxe
informações referentes a princípios, objetivos, marcos legais, organização curricular,
sistemas de ensino e regime de colaboração.
24
O Decreto Estadual n.° 9.958/2014 (PARANÁ, 2014), que regulamenta os artigos 7.°,
8.° e 9.° da Política Estadual de Educação Ambiental, dispõe o regulamento e as atri-
buições do órgão gestor quanto ao funcionamento, mecanismos e objetivos a serem
alcançados.
35 Os temas previstos na Agenda 2030 pela ONU para Desenvolvimento Sustentável são: erradicação
da pobreza; superação da fome; agricultura familiar e sustentável; saúde e bem-estar; qualidade da educação;
igualdade de gênero; acesso à água potável e ao saneamento; energia limpa e acessível; trabalho decente
e crescimento econômico; inovação tecnológica e a produção em prol da sustentabilidade; redução das
desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis; defesa e proteção a
vida; ação contra as mudanças climáticas globais; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes;
parcerias e meios de implementação. Para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram estabelecidas
169 metas (ONU, 2015).
25
CAPÍTULO II
26
Subsídios para a organização das Práticas Educativas em oficinas nas unida-
2016
des escolares com oferta de Educação em Tempo Integral
Relatório Hortas, Jardins e Pomares da Secretaria Municipal da Educação 2018
Currículo do Ensino Fundamental: diálogos com a BNCC 2020
Currículo da Educação Infantil: diálogos com a BNCC 2020
FONTE: Arquivo Público Municipal de Curitiba, 2019; Curitiba (2018).
Elaborado pela Equipe de Escrita (2020).
No final da década de 1940, a Lei Municipal n.° 125/1948 estabeleceu o Fundo Mu-
nicipal de Educação (CURITIBA, 1948). Essa lei buscou investir em recursos que as-
segurassem a matrícula e frequência gratuita dos estudantes nas escolas primárias.
Um ano depois, em 1969, foi produzido um Plano Curricular, o qual não desenvolvia
um trabalho pedagógico sobre Educação Ambiental, mas a horticultura e a jardina-
27
gem eram consideradas matérias ou atividades sobre meio ambiente (CURITIBA,
1974).
Entre 1977 e 1979, consta nos Planos Curriculares um campo de estudo denominado
“Técnicas Agrícolas”. Eram ensinadas aos estudantes a valorização do trabalho agrí-
cola, a germinação, a fisiologia, as culturas e a produção vegetal. Além disso, houve
Concursos de Hortas Escolares e projetos sobre hortas envolvendo escolas (CURITI-
BA, 1977; CURITIBA, 1979).
Em 1978, foi publicada a Carta de Curitiba (DIAS, 1994, p. 336-338) no 1.° Simpósio
Nacional de Ecologia realizado na cidade. Essa carta questionava os modelos de-
senvolvimentistas da atual sociedade de consumo e sinalizava: “precisamos redefinir
progresso [...] como aumento da soma da felicidade humana e manutenção da inte-
gridade, harmonia e sustentabilidade do grande caudal da vida”. Um ano depois, o
Plano Municipal de Educação constava do “Programa preservação da cidade” (CURI-
TIBA, 1993, p. 40).
No ano de 1988, foi publicado o “Currículo Básico: uma contribuição para a Escola
Pública Brasileira”, apresentando uma proposta em que os conteúdos fossem alinha-
dos à preparação para o trabalho e, por meio dela, fosse articulada à relação entre
Ser Humano-Natureza e Ser Humano-Ser Humano para a produção de conhecimen-
tos (CURITIBA, 1988). Um ano depois, a SME definiu ações prioritárias, e uma delas
foi a Educação Ambiental (CURITIBA, 1993).
A partir de 1989, foi implantado o Programa Lixo que não é Lixo, parceria das Secre-
tarias Municipais do Meio Ambiente, do Abastecimento36 e da Educação. Essa pro-
posta de Educação Ambiental estava inserida na participação de escolas, que teve
como símbolo a Família Folha, na separação, reutilização e reciclagem de resíduos
(GARCIA, 2006).
36 A partir de 2019, a Secretaria Municipal do Abastecimento passou a ser chamada de Secretaria Municipal
de Segurança Alimentar e Nutricional.
28
Até 1989, a Educação Municipal de Curitiba, em relação à Educação Ambiental, ca-
racterizava-se nas seguintes perspectivas: a) naturalista – na contemplação das hor-
taliças, flores, árvores e demais plantas de um jardim; b) recursista – horta e jardim
eram vistos como recursos que precisavam de manutenção e conservação para, de
forma operacional, desenvolver atividades em técnicas agrícolas. Com relação ao
“Programa Lixo que não é Lixo”, é um dos que representam os “[...] programas de
educação ambiental centrados nos três “R” já clássicos, os da Redução, da Reutiliza-
ção e da Reciclagem [...] se associam à corrente conservacionista/recursista” (SAU-
VÉ, 2005b, p. 20).
Entre 1989 e 1992, a criação dos Centros de Educação Integral (CEIs) contemplaram
ações pedagógicas no terceiro piso37 chamadas de “[...] Cultura das Mídias, à Cultura
Ecológica e à Biblioteca” (CURITIBA, 2006b, p. 26). Além disso, a Educação Am-
biental na RME não se tratava como disciplina, porém estava presente nas áreas do
conhecimento abordadas no Currículo Básico (CURITIBA, 1993). As ações desenvol-
vidas foram: “separação do lixo; reaproveitamento – reciclagem [...]; visitas orienta-
das; acantonamento ecológico; horta escolar – fitoterapia” (CURITIBA, p. 51).
29
Os objetivos apresentados no documento revelam a expressividade da Educação
Ambiental no currículo básico, embora na perspectiva multidisciplinar38, isto é, cada
componente curricular/disciplina deveria desenvolver por si ações com a finalidade
de “transmissão sistemática dos conteúdos de ensino” (CURITIBA, 1991b, p.21).
Em 1992, foi proposto o “Programa Educação Ambiental nas escolas”, realizado pela
SME em parceria com outras secretarias, com enfoque no Projeto Paisagismo e Hor-
tas Escolares e com os objetivos de: conservar e preservar o meio ambiente; destinar
os alimentos da horta para a merenda escolar; expandir o projeto à comunidade por
meio da Fitoterapia e Câmbio Verde (CURITIBA, 1992a).
Além disso, no mesmo ano, foi formulada a “Proposta Pedagógica dos Centros de
Educação Integral de Curitiba”, por meio de dimensões, com destaque para uma de-
las que se refere à cultura ecológica. Esta se refere à matéria de ensino que trata a
“[...] ecologia natural e social, contextualizados no currículo básico [...] de forma que
os alunos possam adquirir a consciência de conservacionismo” (CURITIBA, 1992b).
38 Multidisciplinaridade: o tema sobre meio ambiente é desenvolvido pelos professores por meio da
reunião de diversas disciplinas, mas sem o propósito de integração entre elas (SAHEB, 2008).
30
meando os conteúdos de todas as áreas do conhecimento [...] para as questões
socioambientais” (CURITIBA, 2006a, p.33).
Ainda, nas Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Curitiba são apre-
sentadas várias Práticas Educativas, sendo uma delas as Práticas de Educação Am-
biental na oferta da Educação em Tempo Integral, com o objetivo de desenvolver
ações socioambientais (CURITIBA, 2006b).
Assim, a partir de 2012, observam-se ações mais efetivas de uma Educação Ambien-
tal na perspectiva socioambiental crítica, que visa à mudança de valores e atitudes
de modos de vida coletivos e individuais, considerando os aspectos sociais, culturais,
econômicos, que não se limitam ao estudante, mas sim na relação de uns com os
outros, com a comunidade e na interação do estudante com o mundo, de modo que
a educação ocorra nessa interação.
Em 2013, teve início um movimento nas dependências da SME de Curitiba com rela-
ção à Gestão de Resíduos (redução do uso de copos descartáveis, incentivo à utili-
zação de canecas próprias, eliminação das lixeiras nas mesas de trabalho, separação
de resíduos orgânicos dos reciclados e destinação dos recicláveis para coletores).
Após a sua consolidação, as ações foram expandidas para os núcleos regionais de
educação e demais setores da SME, tendo em vista a publicação da Portaria n.° 44
(CURITIBA, 2017a), que designou os membros para compor a Comissão do Projeto
de Gestão de Resíduos Sólidos na Instituição Pública da SME.
No ano de 2015, foi aprovada a Lei Municipal n.° 14.681/2015 – Plano Municipal de
Educação da cidade de Curitiba. Na meta 26 desse plano, consta: “Promover a edu-
cação ambiental no município de Curitiba, como componente essencial e permanen-
te da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada e prática, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo”.
31
Em relação ao “Currículo do Ensino Fundamental”, volume I, Princípios e Fundamen-
tos, a Educação Ambiental aparece como tema integrador, “não sendo uma área
estanque e isolada, mas uma prática voltada ao repensar das ações cotidianas [...] na
perspectiva interdisciplinar” (CURITIBA, 2016a, p. 39).
No ano de 2017, a PMC passou a ser signatária39 do Pacto Global, que constitui-se
em uma iniciativa de alinhamento de estratégias e operações para o enfrentamento
de desafios da sociedade contemporânea, entre eles: água e saneamento, alimentos
e agricultura, energia e clima, direitos humanos e trabalho, anticorrupção, além dos
“Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS) (PACTO GLOBAL, 2019). Ao as-
sumir o compromisso com os ODS, a PMC inseriu em suas ações os 17 objetivos e as
169 metas de forma integrada, buscando equilibrar as três dimensões do desenvolvi-
mento sustentável (econômica, social e ambiental) (ONU BRASIL, 2019). A SME, por
sua vez, inseriu os objetivos e metas em seu plano de desenvolvimento profissional,
“Programa Veredas Formativas”, de modo que
39 A lista completa das cidades signatárias pode ser acessada pelo site: <www.citiesprogramme.org/
cities/>.
32
9.° ano, com oferta de tempo integral, EJA, Educação Especial, CMEIs e CEIs
Contratados.
• Fortalecer a Educação Ambiental da RME de Curitiba e de unidades escolares
municipais de outros municípios.
• Valorizar iniciativas que favorecem práticas expressivas sobre temas socioam-
bientais por meio da interação e socialização de experiências.
Ainda, no ano de 2018, o “Relatório Hortas, Jardins e Pomares da Secretaria Municipal
da Educação” (CURITIBA, 2018a) sublinhou a importância desses espaços pedagó-
gicos, na superação das técnicas agrícolas para um enfoque da Educação Ambiental
na perspectiva crítica e transformadora.
No ano de 2019, foi realizado o III Fórum Curitibano de Educação Ambiental da RME
e o II Encontro Intermunicipal de Educação Ambiental.
O questionário Google Docs, elaborado pela equipe de escrita das DCMEA da SME
de Curitiba, foi enviado às 406 unidades educacionais e preenchido pelo Conselho
da Unidade40: Equipe Gestora (direção e pedagogo); professores que desenvolvem
um trabalho pedagógico em Educação Ambiental; representante do Grêmio Estu-
dantil; membro da Associação de Pais, Professores e Funcionários. Desse total, 157
unidades educacionais (38,7%) preencheram o questionário, o que representa uma
amostragem do universo da pesquisa.
40 O Conselho do Centro Municipal de Educação Infantil é um órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva,
fiscal e mobilizadora, não tendo caráter político-partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados
seus dirigentes ou conselheiros. O Conselho do Centro Municipal de Educação Infantil tem por finalidade, na forma de
colegiado, a efetivação do trabalho educativo, promovendo-o e articulando-o entre os segmentos da comunidade educativa.
O Conselho de Escola é um órgão colegiado de natureza normativa, deliberativa, consultiva, fiscal e mobilizadora. Não
possui caráter político-partidário, religioso e racial, assim como fins lucrativos, não sendo remunerados seus dirigentes e
conselheiros. O Conselho de Escola é composto por representantes da comunidade e profissionais da escola, garantindo a
gestão democrática no ensino público como um princípio e deliberando sobre temas político-pedagógicos e administrativos
da unidade escolar.
34
Quanto ao encaminhamento dessas ações (questão 1.1), as unidades educacionais in-
dicaram um trabalho pedagógico por meio de: atividades (42,3%), projetos (34,4%),
oficinas (22,8%) e visitas dirigidas (0,4%), conforme tabela abaixo:
41 As unidades educacionais puderam escolher mais de uma opção (atividades, projetos, oficinas e outros),
gerando 241 citações.
42 Tagcrowd é uma aplicação da web, na qual as palavras com maior frequência aparecem com fonte
maior e em negrito. Ela resgata as palavras mencionadas fielmente no texto e por isso não exclui palavras que
se assemelham, como: cuidado e cuidados; alimentação e alimentos; consciente e conscientização.
35
Essa mesma análise das respostas indica que 146 unidades (93%) valorizam ações
educativas nos ambientes ao ar livre (hortas, jardins e pomares), porém expressam
um entendimento naturalista de meio ambiente e uma concepção de Educação Am-
biental ainda na perspectiva conservacionista.
36
c) valorização das tecnologias em prol de sociedades sustentáveis;
Quanto aos itens 1.3 e 1.4, foi constatado que 73% das ações em Educação Ambiental
das unidades educacionais envolvem a comunidade, por meio de: envio de mate-
rial impresso (38%); reuniões (22,2%); mutirões (20,4%); oficinas (14,9%); e palestras
(4,5%). Segue detalhamento na tabela 2:
37
TABELA 2 – COMO AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS
UNIDADES EDUCACIONAIS ENVOLVEM AS COMUNIDADES
Ações Citações43 %
Envio de material impresso (bilhete, fôlder,
84 38,0%
etc.).
Reuniões 49 22,2%
Mutirões 45 20,4%
Oficinas 33 14,9%
Palestras 10 4,5%
Total Geral 221 100%
As informações, na tabela 2, apontam diversas perspectivas de aproximações com a
comunidade, a fim de possibilitar um trabalho pedagógico com função social. A in-
tegração entre as unidades educacionais e seu entorno “se abre para a comunidade
com seus problemas socioambientais, sendo a intervenção nesta realidade a promo-
ção do ambiente educativo e o conteúdo do trabalho pedagógico” (GUIMARÃES,
2016, p. 17).
43 As unidades educacionais puderam escolher mais de uma opção (atividades, projetos, oficinas e outros),
gerando 221 citações.
44 As unidades educacionais puderam escolher mais de uma opção (atividades, projetos, oficinas e outros),
gerando 1.508 citações.
38
Poluição (ar, água, sonora e solo) 92 6,1%
Respeito à pluralidade e à diversidade cultural e individual 86 5,7%
Consumo e consumismo 81 5,4%
Solidariedade 77 5,1%
Desmatamento 76 5,0%
Aquecimento global 54 3,6%
Mudanças climáticas globais 49 3,2%
Ética 46 3,1%
Tecnologias sustentáveis 46 3,1%
Democracia 42 2,8%
Bacia hidrográfica 27 1,8%
Justiça social 26 1,7%
Educação Nutricional 4 0,3%
Enchentes 1 0,1%
Total 1.508 100%
Os temas listados na tabela 3 com maior recorrência, entre 7,7% e 8,5%, perfazendo
um total de 40,4%, são: horta, jardim e pomar como espaço pedagógico; sustentabi-
lidade; resíduos (separação seletiva, reutilização e reciclagem); desperdício; e água.
A escolha por esses temas revela uma preocupação com a mudança de comporta-
mento em relação a hábitos culturalmente estabelecidos. Segundo Novick (2003, p.
11-12), essa postura comportamentalista-individualista,
39
Quanto ao item 3, “O que vocês entendem por Educação Ambiental?”, as respostas
das unidades educacionais novamente foram inseridas no Tagcrowd. As palavras
citadas com maior frequência foram:
40
à corrente conservacionista/recursista, pois identificam como central no trabalho a
conservação dos recursos naturais.
Nas respostas, foi possível identificar que a Educação Ambiental na RME vem se
desenvolvendo, predominantemente, por meio de: separação de resíduos, sensibi-
lização quanto aos problemas ambientais e respeito à pluralidade cultural. A fim de
efetivar a Educação Ambiental, as unidades apontaram a necessidade de formar
indivíduos preocupados com os problemas ambientais, transmitir saberes e conhe-
cimentos ambientais, desenvolver ações educativas permanentes, ética nas ações,
responsabilidade socioambiental, solidariedade, respeito, trabalho coletivo, valores
socioculturais, entendimento da realidade global, busca por soluções viáveis, com o
objetivo de garantir qualidade de vida e um ambiente saudável.
41
Aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais foram contemplados no enten-
dimento da Educação Ambiental, em que as unidades demostraram preocupação
em formar cidadãos críticos e conscientes, capazes de transformar suas realidades,
e que tenham condições de considerar as inter-relações entre os seres vivos e não
vivos.
Nos anos de 2017, 2018 e 2019, a SME promoveu o I, II e III Fórum Curitibano de Edu-
cação Ambiental da RME de Curitiba, nos quais foram apresentados respectivamen-
te, 53 trabalhos (1.ª edição) entre Comunicações Orais e Exposições Visuais, 75 (2.ª
edição) e 103 (3.ª edição), que totalizaram 231 relatos concernentes às práticas pe-
dagógicas desenvolvidas nas unidades educacionais da RME de Curitiba, bem como
em unidades de municípios da região metropolitana que se inscreveram no evento.
Das temáticas e perspectivas de práticas educativas levantadas após a análise dos
resumos enviados pelos professores e pedagogos da RME de Curitiba, destacam-se
as seguintes45:
42
Observa-se que cerca de 22% dos trabalhos apresentados preocupam-se em sensi-
bilizar as crianças e estudantes quanto aos problemas socioambientais encontrados
na unidade, sem, no entanto, aprofundar-se quanto às causas relacionadas ao modo
de vida dos seres humanos, mantendo um entendimento naturalista de meio am-
biente, na perspectiva de cuidado com o planeta e os seres vivos.
Para compor este relatório, 398 unidades educacionais da RME de Curitiba, em 2018,
responderam a um questionário por meio da ferramenta Google Docs, que corres-
ponde a uma amostragem de 91,5% do total de unidades. Além disso, as equipes
técnicas da SME e os núcleos regionais da educação foram até as unidades educa-
cionais para obter informações complementares e conhecimento direto da realidade.
Das unidades respondentes, mais de 80% declararam ter, ao menos, um dos espaços
de horta, jardim ou pomar em suas dependências. Em relação à horta, 174 unidades
educacionais relataram o cultivo de hortaliças, legumes, verduras, temperos e plan-
47 Este total de 435 unidades educacionais refere-se a CMEIs, escolas, CEIs, UEIs e escolas na modalidade
de Educação Especial.
43
tas medicinais nesse espaço. Sobre o jardim, 272 unidades educacionais confirma-
ram a presença desse espaço e 68 responderam ter pomar no ambiente da institui-
ção educativa.
Com relação ao envolvimento da comunidade escolar nas ações com a horta, jardim
e pomar, as unidades ressaltaram a participação de dois ou mais professores, equi-
pes gestoras, crianças, estudantes e familiares.
Dos 219 CMEIs, 195 (89%) responderam ao questionário e afirmaram que há horta,
jardim ou pomar no local. Para o trabalho pedagógico nesses espaços, as unidades
educacionais de Educação Infantil propõem, entre outras experiências educativas
que oportunizem as interações, a exploração, os questionamentos, a formulação de
hipóteses e os conhecimentos referentes ao mundo físico e social, de modo que as
crianças desenvolvam noções de cuidado, preservação, biodiversidade e sustentabi-
lidade da vida no planeta48.
Com relação ao Ensino Fundamental, 203 unidades educacionais (CEIs, escolas, es-
colas especiais e UEIs) participaram do levantamento de dados questionário. O tra-
balho pedagógico em Educação Ambiental nesses espaços possibilita a articulação
entre as áreas do conhecimento e seus componentes curriculares. Em específico, nas
práticas educativas das escolas integrais, a horta, o pomar e o jardim favorecem “[...]
o diálogo, a exploração e a ampliação territorial” (CURITIBA, 2018a).
48 Conforme preconizado pelo artigo 9.° das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(BRASIL, 2009b).
44
subitem, pressupostos teórico-conceituais da Educação Ambiental para o município
de Curitiba.
• A prática educativa reflexiva tem o objetivo de formar sujeitos como seres so-
ciais e situados historicamente, capazes de refletir, posicionar e responsabili-
zar-se pelas suas ações (CARVALHO, 2012). Nesse sentido, abre-se “[...] aos
sujeitos um campo de novas responsabilidades de compreensão e autocom-
preensão da problemática ambiental” (Idem, p. 106). Com relação ao conceito
de projeto, na proposta das DCMEA de Curitiba, se delineia como discorrem
45
Nogueira e Carneiro (2019, p. 26), “[...] significa planificação intencional constru-
tiva de saberes socioambientais, em vista da formação cidadã dos estudantes”.
Assim, é importante que um projeto de Educação Ambiental conte com diferen-
tes conhecimentos e saberes aplicados à realidade no sentido de transformá-la
(GUIMARÃES, 2000).
46
bilidade, sustentabilidade e educação como direito de todos e todas [...]” (BRASIL,
2012a, p. 15).
47
exercício da cidadania, principalmente daqueles que se encontram em situação de
maior vulnerabilidade socioambiental” (LOUREIRO; AZAZIEL; FRANCA, 2007, p. 65).
49 Para Walsh (2001, p. 10-11), interculturalidade é “[...] um processo dinâmico e permanente de relação,
comunicação e aprendizagem entre culturas em condições de respeito, legitimidade mútua, simetria e igualdade.
Um intercâmbio que se constrói entre pessoas, conhecimentos, saberes e práticas culturalmente diferentes,
buscando desenvolver um novo sentido entre elas na sua diferença. Um espaço de negociação e de tradução
onde as desigualdades sociais, econômicas e políticas, e as relações e os conflitos de poder da sociedade
não são mantidos ocultos, e sim reconhecidos e confrontados. Uma tarefa social e política que interpela o
conjunto da sociedade, que parte de práticas e ações sociais concretas e conscientes e tenta criar modos de
responsabilidade e solidariedade”.
48
QUADRO 2 – PRÁTICAS TRADICIONAIS EM CONTRAPOSIÇÃO ÀS
PRÁTICAS TRANSFORMADORAS
O QUE SUPERAR COMO SUPERAR
1) O olhar ingênuo sobre as comunida- 1) A comunidade de vida é complexa, envolve di-
des de vida, restrita apenas à contem- versos aspectos que interagem entre si. Exem-
plação da natureza. Exemplo: trabalho plo: trabalho pedagógico que inter-relaciona as
pedagógico centrado somente na ad- formas de vida no Jardim Botânico e no entorno
miração das plantas do Jardim Botâ- dele, dando enfoque das condições sociais (cul-
nico. tura, economia, política entre outros) e naturais.
2) Por meio da “gestão de nossas próprias con-
dutas individuais e coletivas com respeito aos
recursos vitais extraídos deste meio” (SAUVÉ,
2005a, p. 317). Exemplo 1: trabalho pedagógico
2) O conservacionismo, que vê a na- sobre o consumo consciente e responsável da
tureza apenas como um recurso a ser água, de forma que os estudantes problematizem
conservado e a necessidade da gestão que o maior consumo de água vem do agronegó-
dele (REIGOTA, 2010). Exemplo 1: tra- cio e da indústria. Faz-se necessário questionar o
balho pedagógico sobre onde é utiliza- atual modelo vigente econômico-político para o
da a água nas tarefas diárias. Exemplo exercício da cidadania. Exemplo 2: problematizar
2: trabalho pedagógico exclusivamen- a priori e a posteriori a separação do lixo, o que
te na separação seletiva de resíduos. envolve intrinsicamente “os valores consumistas,
responsáveis por um volume crescente de lixo
nas sociedades modernas” (GUIMARÃES, 1995,
p.14), na linha do entendimento de um consumo
consciente e responsável.
3) Educação Ambiental compreendi-
3) A Educação Ambiental não deve ser implan-
da como ensino de ecologia, restrita à
tada como disciplina, pois é uma dimensão da
área das Ciências Biológicas (GUIMA-
educação integrada (BRASIL, 2012b). Exemplo:
RÃES, 1995). Exemplo: trabalho peda-
trabalho pedagógico articulando campos do co-
gógico contendo somente o conteúdo
nhecimento.
ecossistema.
FONTE: (BRASIL, 2012b); (GUIMARÃES, 1995); (REIGOTA, 2010); (SAUVÉ, 2005a).
Elaborado pela equipe de escrita.
Ao buscar a superação das práticas tradicionais, os professores devem envolver os
estudantes com as problemáticas cotidianas, refletindo sobre questões locais e glo-
bais, de modo a efetivar ações contextualizadas que transformem seus ambientes de
vida. O trabalho com Educação Ambiental deve possibilitar mudanças de atitudes,
em prol da formação socioambiental cidadã. Segundo Carvalho (2012, p. 179), essa
formação implica em:
49
[...] desenvolver capacidades e sensibilidades para identificar e com-
preender os problemas ambientais, para mobilizar-se, no intuito de fa-
zer-lhes frente, e, sobretudo, para comprometer-se com a tomada de
decisões, entendendo o ambiente como uma rede de relações entre
sociedade e natureza.
Compreender que os seres que habitam a Terra estão interligados, são interdepen-
dentes e que a natureza não é estática e imutável, é premente na atualidade em que
os bens naturais são equivocadamente valorados como recursos. A urgência do en-
tendimento da necessidade de mudar estilos de desenvolvimento socioeconômico e
as formas de consumo passam pela instituição escolar, a fim de legitimar o tratamen-
to dos problemas socioambientais.
50
V. Enfrentamento dos desafios socioambientais no âmbito local, regional, nacional e
global.
III – Incentivar, na esfera social, educacional e política, espaços de diálogo que forta-
leçam a consciência e atitudes críticas frente às questões socioambientais.
51
mente justa e sustentável, fundada nos valores da liberdade, igualdade, de direitos,
solidariedade, democracia participativa50, responsabilidade e equidade.
52
CAPÍTULO III
52 Comunidades de vida: “[...] relações de interação permanente entre a vida humana social e a vida da natureza”.
(BRASIL, 2012a, p. 8).
53
programas de formação devem se basear nas DCMEA da SME de Curitiba, as quais
estão em consonância com as legislações nacional e estadual de Educação Ambien-
tal.
54
c) Experiências pedagógicas que sejam socioambientalmente responsáveis, por
meio do reconhecimento da sociobiodiversidade53 e da sustentabilidade.
A partir destas orientações gerais, nos subitens sequentes serão apresentadas as es-
pecificidades para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e a Educação Especial
no que tange ao cenário atual de Educação Ambiental na RME de Curitiba.
Neste contexto, cada etapa da Educação Básica ofertada pela RME – Educação In-
fantil e Ensino Fundamental, possui documentos orientadores para o trabalho pe-
dagógico tendo em vista as especificidades dessas etapas em relação à Educação
Ambiental, tratadas nos subitens a seguir.
55
diário aos desafios corporais, dos diferentes tempos concedidos para o brincar, da
interação com adultos e crianças de distintas faixas etárias, das vivências nas quais
são disponibilizados materiais diversos: brinquedos, elementos da natureza e mate-
riais de largo alcance.
Proporcionar aos bebês (zero a um ano e seis meses), às crianças bem pequenas
(um ano e sete meses a três anos e onze meses) e às crianças pequenas (quatro anos
a cinco anos e onze meses) essa gama de possibilidades de sentir, pensar e agir, sig-
nifica alinhar-se com o que está proposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil (DCNEI) (BRASIL, 2009b, p. 01), no entendimento de criança
enquanto “sujeito histórico e de direitos”, que produz cultura no processo de cons-
trução de sua identidade pessoal e coletiva e na construção de significados coletivos
e sentidos pessoais sobre o mundo.
O Parecer n.° 20/2009 (BRASIL, 2009a), que revisou as DCNEI, apresenta orienta-
ções sobre a organização das experiências de aprendizagem na Educação Infantil e
56
de como estas precisam explicitar as relações de interdependência entre seres hu-
manos e destes com a natureza:
Confirma-se assim que, desde 2009, estes documentos oficiais do MEC – o Parecer
n.° 20/2009 e as DCNEI -, apontam para a formação socioambiental cidadã das
crianças da Educação Infantil, orientações estas complementadas pela Base Nacio-
nal Comum Curricular (BRASIL, 2017), documento mais recente, que explicita:
57
ção Infantil: diálogos com a BNCC (CURITIBA, 2020a), bem como na Lei Estadual n.°
17.505/2013 (PARANÁ, 2013), que instituiu a Política Estadual de Educação Ambien-
tal. O texto vem ao encontro das diretrizes municipais, pois reafirma as orientações
das DCNEA (BRASIL, 2012b) quanto ao modo como a Educação Ambiental deve
desenvolver-se nas unidades educacionais, incluídas as de Educação Infantil:
Art. 12. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática edu-
cativa integrada, interdisciplinar, transdisciplinar e transversal no currí-
culo escolar de forma crítica, transformadora, emancipatória, contínua
e permanente em todos os níveis e modalidades. (PARANÁ, 2013).
Assim, no campo de experiências O eu, o outro e o nós, a ênfase encontra-se nas re-
lações de convívio, nas quais a criança “[...] aprende a se perceber como um ‘eu’ [...],
a considerar seus parceiros como um ‘outro’ [...] e a tomar consciência da existência
de uns ‘nós’ [...]”. (BRASIL, 2018, p. 15). Nesse processo de construção da identidade
pessoal e coletiva, as crianças podem descobrir suas próprias características, dos
seus pares e dos adultos, e aprender a respeitar a si e aos demais, assumindo um
compromisso pelo bem viver, não discriminando outros seres humanos seja em re-
lação às diferenças individuais, sociais, étnicas ou culturais e, sensibilizando-se, por
extensão, ao cuidado com o Planeta.
58
O campo Traços, sons, cores e formas, oferece às crianças vivências que incenti-
vem a observação e a exploração dos espaços e materiais, atendo-se à sonoridade,
à textura, ao peso, às cores e formas, pois ao possibilitar que “[...] sintam a textura
da terra ou da areia, criem misturas, colecionem coisas, modelem com argila, criem
tintas, explorem formas coloridas, texturas, sabores, sons e também silêncios [...]”
(BRASIL, 2018, p. 52), as crianças estarão aprimorando sua sensibilidade, criatividade
e ampliando suas formas de expressão. Crianças sensíveis, incentivadas a pensar o
mundo para além dos parâmetros estabelecidos pela sociedade, podem desenvolver
sua capacidade de criar e imaginar outro mundo possível, regido por novos valores
e relações dos seres humanos entre si e destes com a natureza, como propõem as
DCNEA. (BRASIL, 2012b).
59
Cada Objetivo e Meta da Agenda 2030, precisa de um olhar sensível dos profissio-
nais da Educação, de modo que percebam as possibilidades de ações e de inter-
venções voltadas à Educação Ambiental, tanto das Instituições de Ensino Superior,
Instituições Particulares, Parcerias Público-Privadas, quanto da SME, por meio do
Departamento de Educação Infantil, dos Núcleos Regionais da Educação (NRE) e
das unidades educacionais que atendem a Educação Infantil.
60
formação técnica, os profissionais participam de atividades de ampliação cultural
e têm à sua disposição o acesso a ferramentas tecnológicas atuais. As tecnologias
possibilitam transpor barreiras e aproximar os professores e os estudantes das dife-
rentes culturas, conhecimentos e saberes, conforme a competência geral da BNCC
de número 5 que propõe:
61
estudantes, comprometida com os fundamentos que embasam e fortalecem a Cida-
de Educadora. Assim,
Além disso, a RME oferta a Educação Integral em tempo ampliado54 na qual desen-
volve Práticas Educativas55, com o objetivo de qualificar as estratégias que estão
relacionadas ao experimentar, testar, manipular e construir, como possibilidade de
interação entre sujeitos, espaços, tempos e recursos materiais, para ressignificar os
conhecimentos escolares. (CURITIBA, 2019c).
54 A partir de 2019, o Departamento de Ensino Fundamental, por meio da Gerência de Educação Integral,
substituiu o termo Educação em tempo integral por Educação Integral em tempo ampliado.
55 O termo Práticas Educativas é utilizado para organizar didática e pedagogicamente as estratégias
relacionadas ao experimentar, testar, construir e ressignificar os conhecimentos, por meio da interação entre
os cidadãos, os espaços, os tempos, vivências e recursos. As práticas estão organizadas em: Práticas de
Acompanhamento Pedagógico, Práticas Artísticas, Práticas de Movimento, Práticas de Educação Ambiental e
Práticas de Ciência e Tecnologia (CURITIBA, 2016a; CURITIBA, 2019c).
62
as funções tradicionais56, assume “[...] a intencionalidade e responsabilidade, de for-
mação, promoção e desenvolvimento de todos os seus habitantes [...] orientadas por
um projeto cultural e formativo eficaz [...]”. (CARTA DAS CIDADES EDUCADORAS,
1990). As Práticas de Educação Ambiental promovem a experimentação e a cons-
trução dos conhecimentos, por meio da interação entre cidadãos, espaços, tempos
e recursos materiais que possibilitem dar novos significados para as vivências esco-
lares.
56 Segundo a Carta das Cidades Educadoras (1990), as funções tradicionais da cidade são: econômica,
social, política e de prestação de serviços.
63
mação das realidades socioambientais (FREIRE, 2008; 2007; 1980), a RME busca a
consolidação da construção de uma sociedade justa, sustentável e equânime.
64
CAPÍTULO IV
65
• SME e Grupo de Operações de Socorro Tático Corpo de Bombeiros – Oficina de
Prática Corporal de Aventura – trilha de montanha;
• SME e Defesa Civil: Programa Defesa Civil na Educação - Conhecer para Preve-
nir (fenômenos naturais, respeito à natureza e como evitar os desastres e prin-
cipais fenômenos naturais no Brasil).
• SME e URBS: Projeto Cidadania Jovem - Informar para formar: transporte públi-
co sustentável na cidade de Curitiba.
66
Projeto Bosque-escola63; Aula de Campo nos Jardins de Mel da cidade de Curi-
tiba.
67
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, Augusta Thereza de; PHILIPP JR., Arlindo; SOMMERMAN, Aparecida
Magali de Souza Alvarez; FERNANDES, Valdir. Histórico, fundamentos filosóficos e
teórico-metodológicos da interdisciplinaridade. Cap. 1. In: PHILIPP JR., FERNANDES,
Valdir (Orgs.). Interdisciplinaridade em ciência, tecnologia e inovação. Barueri:
Manole. 2011.
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: o que é – o que não é. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
BRASIL. Parecer n.° 14. Revisão das diretrizes curriculares nacionais para a educação
ambiental. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno.
Brasília: MEC/CNE/CP, 2012a.
BRASIL. Parecer n.° 20. Revisão das diretrizes curriculares nacionais para a
educação infantil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação/Câmara
de Educação Básica. Brasília: MEC/CNE/CEB, 2009a.
68
BRASIL. Resolução n.° 05. Fixa as diretrizes curriculares nacionais para a educação
infantil. Ministério da Educação. Conselho Nacional da Educação. Câmara de Educação
Básica. Brasília: MEC/CNE/CEB, 17 de dez. de 2009b.
BRASIL. Lei n.° 9.795. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a política nacional
de educação ambiental e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 27 de abr 1999. Disponível em:http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 25/02/2019.
BRASIL. Lei n.° 9.394. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília:
MEC/SEF, 20 de dez. de 1996.
BRASIL. Parecer n.° 226. Considera necessária a inclusão da educação ambiental nos
currículos de 1° e 2° Graus dos Sistemas de Ensino. Conselho Federal de Educação,
Brasília, DF, 10 de mar. de 1987.
BRASIL. Lei n.° 6.938. Dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, seus fins
e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 31 ago. de 1981.
BRASIL. Lei n.° 5.692. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1° e 2° graus, e dá ou-
tras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. de 1971.
BRASIL. Lei n.° 4.504. Estatuto da terra. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 nov.
de 1964.
69
BRUNDTLAND, Gro Harlem (Org.). Nosso bem comum. Rio de Janeiro: Fundação
Getúlio Vargas. 2. ed., 1991.
CASCAIS, Maria das Graças Alves; TERÁN, Augusto Fachín. Educação formal, informal
e não-formal na educação em ciências. Ciência em tela. v. 7, n. 2. 2014. Disponível em:
www.cienciaemtela.nutes.ufrj.br/artigos/0702enf.pdf. Acesso em: 24/04/2019.
70
CURITIBA. Portal dos Conselhos. Portal dos Conselhos. 2019d. Disponível em: www.
portaldosconselhos.curitiba.pr.gov.br. Acesso em: 29/08/2019.
CURITIBA. Prefeitura Municipal de Curitiba. Lei Municipal n.° 14.681. Plano Municipal
de Educação da cidade de Curitiba. Curitiba, 2015.
71
CURITIBA. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Educação. Diretrizes
curriculares em discussão. Curitiba, 2000.
72
CURITIBA. Departamento do Bem-estar Social. Diretoria de Educação. Plano
Curricular. Curitiba, 1974.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 6. ed. São Paulo:
Gaia, 2000.
DIEGUES, Antonio Carlos. O mito da natureza intocada. 6. ed. São Paulo: Hucitec,
2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 47. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.
______. Educação como prática da liberdade. 30. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2007.
GRÜN, Mauro. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. 11. ed. Campinas:
Papirus, 2007.
GUIMARÃES, Mauro. Por uma educação ambiental crítica na sociedade atual. Revista
Margens Interdisciplinar, v. 7, n. 9, 2016.
73
GUTIÉRREZ-PÉREZ, José. Por uma formação dos profissionais ambientalistas
baseada em competências de ação. In: SATO, Michèle; CARVALHO, Isabel Cristina
Moura (Orgs.). Educação ambiental: pesquisa e desafios. Porto Alegre: Artmed,
2005. p. 177-212.
74
MENDONÇA, Sônia. A industrialização brasileira. São Paulo: Moderna, 2004.
NOGUEIRA, Valdir. Escola, cidadania e temas correlatos. São Leopoldo: Oikos, 2015.
PARANÁ. Lei Estadual n.° 17.505. Institui a Política Estadual de Educação Ambiental e
o Sistema de Educação Ambiental e adota outras providências. Curitiba: Assembleia
Legislativa do Estado do Paraná, 2013.
75
REIGOTA, Marcos. Meio Ambiente e Representação Social. 8. ed. São Paulo: Cortez,
2010.
SAUVÉ, Lucie. Uma cartografia das correntes em Educação Ambiental. In: SATO, M.;
CARVALHO, I. C. Educação Ambiental: pesquisa e desafios. Porto Alegre: Artmed,
2005b.
77
78
APÊNDICE
79
81
82
83
84
APÊNDICE 2 - LEVANTAMENTO PRELIMINAR DAS TEMÁTICAS E
PERSPECTIVAS DE PRÁTICAS EDUCATIVAS DE ANÁLISE DOS ANAIS DO I, II E
III FÓRUM CURITIBANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA REDE MUNICIPAL DE
ENSINO.
CONSUMO CONSCIENTE
2 - - 2
CONSUMISMO
HORTA EDUCATIVA
HORTA COMUNITÁRIA
4 4 13 21
POMAR
JARDIM
DIREITO À VIDA
1 - - 1
DIREITOS HUMANOS
SUSTENTABILIDADE
SUSTENTÁVEL
3 6 9 18
ESPAÇOS EDUCATIVOS SUSTENTÁVEIS
AÇÕES SUSTENTÁVEIS NA INSTITUIÇÃO
ESTUDO DA LOCALIDADE – PERCEPÇÃO
LOCAL-GLOBAL
BACIA HIDROGRÁFICA
3 2 3 8
ENTORNO ESCOLAR
PROBLEMAS LOCAIS
RIOS
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
8 5 11 24
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL
REAPROVEITAMENTO DO LIXO
ORGÂNICO
RECICLAGEM
REUTILIZAÇÃO
5 6 8 19
DESCARTE
VERMICOMPOSTAGEM, COMPOSTAGEM
LIXO
RESÍDUO
SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL
4 18 28 50
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL
CONSERVAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS
6 5 3 14
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS NOS
AMBIENTES AO AR LIVRE
PROPOSTAS INVESTIGATIVAS NOS
ESPAÇOS VERDES 8 11 11 30
EXPLORAÇÕES NOS ESPAÇOS VERDES
EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS AO AR
LIVRE
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
(CULTURAL, AMBIENTAL/NATURAL, 3
3 - -
HISTÓRICA E ARTÍSTICA)
85
EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
- 2 - 2
EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO
ANIMAIS EM EXTINÇÃO
IMPORTÂNCIA DAS ABELHAS NA
POLINIZAÇÃO 1 2 1 4
IMPORTÂNCIA DAS ABELHAS PARA O
EQUILÍBRIO DO ECOSSISTEMA
USO RESPONSÁVEL E CONSCIENTE DA
ÁGUA 1 6 - 7
CONTEÚDO DE CIÊNCIAS/GEOGRAFIA
(ENERGIA, CONCEPÇÃO DE MEIO 1 - 1 2
AMBIENTE)
DENGUE
- 1 - 1
SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO
1 - - 1
86
Anexos
87
89
SETOR REPRESENTANTES NOME
Departamento de Titular Marise Jeudy Mara de Abreu
Educação Infantil Suplente Tatiane Niederheitmann Latoski
Departamento de
Titular Jonathan Pereira de Melo Filho
Planejamento,
Suplente Renata Paula do Nascimento Martins
Estrutura e Informações
Titular Regina Camargo de Sousa Linero
Coordenadoria de Projetos
Suplente Alaiucelene Pereira França
Titular Samara Aparecida Lorusso
Assessoria Técnica
Suplente Marcia Peça
Titular Mariana de Oliveira Tozato
Departamento de Ensino Titular Dircélia Maria Soares de Oliveira Cassins
Ligia Marcelino Krelling
Fundamental Suplente
Alessandra Aparecida Chaves
Suplente Adriana Peralta Barboza Vieira
Departamento de
Titular Katelyn Patrice Baroni
Desenvolvimento
Suplente Deisi Cristina Voi
Profissional
Departamento de Inclusão e
Titular Mirta Cristina Pereira Pacheco
Atendimento Educacional
Suplente Fernanda Karina Fand
Especializado
Coordenadoria de Equidade, Titular Luizene Coimbra Cruzzulini Wizzenberg
Família e Rede de Proteção Suplente Patricia Bellé
Coordenadoria de
Titular Manuelle Pereira Costa Simeão
Tecnologias Digitais e
Suplente Sandra Mara Castro dos Santos
Inovação
Núcleo Regional de Educação Titular Elizabete Alves da Cruz
do Bairro Novo Suplente Ana Paula Vieira da Silva
Núcleo Regional de Educação Titular Ramolise do Rocio Pieruccini
do Boa Vista Suplente Daniela Paula Souza Batista Pressanto
Núcleo Regional de Educação Titular Roseli do Rocio Perazzetta Ceschin
do Boqueirão Suplente Tania Regina da Rocha Martins
Núcleo Regional de Educação Titular Alessandra Bachoski
do Cajuru Suplente Fernanda dos Santos Baptista
Núcleo Regional de Educação Titular Vivian Napoleão Barrichelo Ferreira
da CIC Suplente Ana Claudia Silveira dos Santos
Núcleo Regional de Educação Titular Suzana Andreia Galeazzi
da Matriz Suplente Selma Rosana Buzeti
Núcleo Regional de Educação Titular Sueli Caraçço Barbieri
do Pinheirinho Suplente Suelen Girolla Grings
Núcleo Regional de Educação Titular Zuleica Azenil Gusso Santos
do Portão Suplente Mariane Lúcio Correa
Núcleo Regional de Educação Titular Cristiane Fátima Lacerda Panizo
de Santa Felicidade Suplente Juliana de Souza
Núcleo Regional de Educação Titular Rita de Cássia Tiozo de Carvalho Pereira
do Tatuquara Suplente Fernanda Lima do Amaral
Secretaria Municipal do Titular Leila Maria Zen
Meio Ambiente Suplente Claudia Regina Bosa
Patrícia Woellner de Souza
Conselho Municipal de Titular
Gisele do Rocio Cordeiro
Educação Suplente
90
SETOR REPRESENTANTES NOME
Titular Ivo José Triches
SINEPE
Suplente Josiane Domingos Bertoja
Titular Noely Luiza Deschermayer Santos
ASSEPEI
Suplente Andrea Luiza Teixeira de A. Poltronieri
Universidade Federal do Titular Marília Andrade Torales Campos
Paraná Suplente Vanessa Marion Andreoli
Titular Maria Arlete Rosa
Universidade Tuiuti do Paraná
Suplente Gerson Buczeko
Titular Felipe Thiago de Jesus
SGM
Suplente Lucas Navarro de Souza
91
Curitiba
Cidade Educadora