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Será que a Guerra Fria salvou a continuação do Estado Novo?

O Estado Novo foi o regime que vigorou em Portugal em 1933 até 1944, e
que teve como principal figura Salazar. A Guerra Fria foi um conflito
geopolítico que opôs os EUA e a União Soviética, sendo que ambos
queriam aumentar a sua influência (na Europa). A guerra fria dividiu-se
entre os comunistas e os não-comunistas.
Apesar de a II Guerra Mundial ter tido vários benefícios, houve também
algumas desvantagens como a falta de bens essenciais que gerou um
descontentamento geral na população e manifestações. Esta onda de
insatisfação e a pressão dos EUA e da Inglaterra levou Salazar a
democratizar um pouco o regime. Assim sendo, diminui-se a censura,
libertou-se alguns presos políticos e deu-se a criação do «Movimento
Unidade Democrático», o MUD. Este movimento agrupava todas as
pessoas que se opunham a ditadura de Salazar: desde os democráticos
aos comunistas.
Esta democratização acabou em 1947, pois a situação em Portugal
estabilizou-se e para os EUA era melhor a continuação do regime do que
aumentar o processo de democratização que levasse a um aumento do
poder dos comunistas.
Em 1949 realizaram-se eleições para Presidente da República e opôs
Carmona, o candidato do regime e o general Norton de Matos, da
oposição. Contudo este não tinha meios de fazer propaganda (por
oposição a Carmona) e acabou por desistir. Carmona é eleito Presidente
da República. No entanto, morre em 1951 e pensou-se tanto em voltar à
monarquia como em eleger Salazar para o cargo, mas decidiu-se por
Craveiro Lopes. A oposição apresentou Quintão Meireles. Quintão
Meireles sofre o mesmo problema de Norton de Matas e desiste também.
Continua a estabilidade do regime.
Por oposição aos anos 40, os anos 50 foram excelentes para Portugal e
horríveis para a oposição (anos de chumbo). Havia um grande
desenvolvimento económico, causado pelo ouro e divisas recebidas
durante a segunda guerra mundial e havia medo ao comunismo (os
cidadãos não eram a favor de Salazar, mas preferiam-no face aos
comunistas). Para além disso Portugal recebeu apoio dos países da europa
ocidental e dos EUA, pois dava-lhes jeito a perpetuação da ditadura
portuguesa (assim como a espanhola) e tinha prestígio. Realizaram-se
várias vistas de membros importantes da política internacional. Graças a
aliança com o bloco não comunista, Portugal foi membro fundador da
nato (1949) e admitido na ONU (1955).
Conclui-se que a Guerra Fria foi essencial para a estabilidade do regime e
que se a mesma não tivesse acontecido a continuação do regime era
muito incerta. Em 1940 o descontentamento levou a democratização e a
oposição ao regime cresceu bastante e a hipótese de vitoria do
comunismo era forte, todavia com o começo da Guerra Frio Portugal já
tinha motivos e apoio para acabar com a democratização e com a
oposição e permitiu ainda a vitória de membros do regime para o cargo de
Presidente da Republica, o que manteve seguro o lugar de Salazar e a
estabilidade do regime.

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