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VERMELHO E VERDE – UM SÉCULO EM GUERRA

O texto a seguir surgiu de algumas idéias que eu tive sobre uma LTA em que
Comunismo e Fascismo se mantém como posições políticas hegemônicas e antagônicas
em uma Terra alternativa. Está um tanto incompleto – eu me foquei mais na história e
não tanto em outros elementos – mas gostaria de compartilhar com os colegas de fórum,
aproveitando o marasmo em que aqui se encontra.

Uma coisa que não coloquei no texto é que em 2008, nesta LTA, teríamos
provavelmente uma evolução tecnológica maior, devido ao longo conflito entre os
Blocos, capitaneados por Alemanha e Brasil. Um destes seria um maior domínio do
espaço, com bases espaciais e colônias. Pelo menos, é uma idéia que me parece factível.

A história da Terra Vermelha e Verde começa quando a Revolução Comunista ocorre


de forma bem sucedida no Brasil em novembro de 1935. De fato, em 17 de dezembro
deste mesmo ano o Governo Revolucionário se estabelece de forma definitiva no país,
sob a liderança de Luís Carlos Prestes.

Em 1939 explode a Segunda Guerra, mas o Brasil se recusa a participar, por estar
lidando com seus próprios processos internos de ajustamento à nova ordem e também
em atenção ao acordo feito entre Hitler e Stálin. Nesta época, por influência do país,
revoluções semelhantes já ocorrem nas nações vizinhas da América do Sul.

Em 1942 o General Massimo Miran (personagem fictício), através de elaboradas


manobras políticas, toma o poder de Prestes e promove um novo socialismo, menos
totalitário e mais liberal. Seguindo os princípios luxemburguistas, Miran rompe com o
stalinismo e promove um Comunismo de Conselhos, com grandes empresas sob a
propriedade dos próprios funcionários, regime parlamentarista com eleições diretas
(mas com partido único) e menos burocracia, com o propósito de evitar o surgimento
de uma “Nomenklatura” aos moldes soviéticos.

Enquanto isso, a Guerra prossegue na Europa. Os japoneses planejam atacar a base


estadunidense de Pearl Harbor, mas o influente Almirante Isoroku Yamamoto consegue
fazer valer sua posição de não confronto com os E.U.A. Isto evita que este país entre na
Guerra.

O Eixo prossegue com inúmeras vitórias, fortalecido com a ascensão de outros regimes
fascistas na Europa, como Franco na Espanha e Salazar em Portugal. Em 1945 a
Alemanha já controla direta ou indiretamente todos os países da Europa Ocidental,
com exceção da Inglaterra e da Irlanda. O país germânico, assim como sua aliada, a
Itália, também obtém grandes vitórias no norte da África. Nos E.U.A. o fascismo
ascende ao poder pelas vias eleitorais, com uma combinação perigosa: o
fundamentalismo cristão. Como em um efeito cascata, poucos anos depois o mesmo
ocorre no Canadá. Nesta mesma época a Inglaterra (e a Irlanda) finalmente é
conquistada. O arquipélago se tornará uma terra de exílio para inimigos do regime
nazista.

É o início do Êxodo Americano, quando milhares de negros, judeus, latinos e outras


minorias étnicas e religiosas (como muçulmanos, cristãos libertários/liberais e ateus)
do território anglo-saxão migram para o sul, fugindo da perseguição promovida pelo
governo (cada vez mais autoritário).
A fuga de grandes cientistas dos países fascistas para o Brasil permite um grande
desenvolvimento tecnológico, chegando finalmente à Bomba Atômica em 1947.
Entretanto, envolvidos em seu próprio projeto nuclear, a Alemanha também desenvolve
a Bomba, e o mundo fica temeroso. Felizmente, ambos os países parecem decidir só
usar a arma como último recurso – apesar da vontade de Hitler, seu estado-maior
consegue conter sua fúria e fazer valer a prudência.

Por outro lado, no Leste Europeu o jogo vira após a vitória soviética na Batalha de
Stalingrado. Um a um o Exército Vermelho liberta os países subjugados. A Polônia é
dividida em duas, ficando dois terços com a Alemanha e o resto com a URSS. Na
Iuguslávia, Josef Tito e seus partisans finalmente expulsam os nazistas e adquirem
independência. Repudiando Stálin, Tito declara autonomia e busca aliança com Miran,
que emerge como liderança alternativa ao ditador soviético.

Em 1951 Hitler sofre um derrame e entra em coma por tempo indeterminado. Stálin
falece em 53 e seu sucessor, Nikita Kruschev, denuncia todos os seus crimes no
Congresso da III Internacional. A URSS reata relações com a Iuguslávia e o Brasil.
Este último se une aos outros países já socialistas da América do Sul e funda a União
das Repúblicas Socialistas Americanas (URSA). Ao longo das décadas seguintes, países
da América Central, do Caribe e Antilhas seguem o mesmo caminho. O final dos anos
50 observam o surgimento de grande ícones como Fidel Castro e Che Guevara. No
final dos anos 80 o México será divido em dois: o México do Sul, socialista, e o México
do Norte, fascista. Os E.U.A. assumem o controle sobre o país setentrional, que se
torna um protetorado, e erguem uma muralha na fronteira, criando uma zona
desmilitarizada. Os comunistas batizaram a Muralha Mexicana como Muro da
Vergonha. Os mexicanos do norte são tratados como cidadãos de segunda classe.

A partir da década de 50/60, na Ásia, a maré começa a virar contra o Japão, então
potência imperialista absoluta no Extremo Oriente. Mao Tse Tung expulsa os japoneses
e funda a República Popular da China. Hoh Chih Min, com apoio da URSA (então, já
um membro plenamente ativo na Guerra) e da URSS expulsa os japoneses, sendo
seguido por exemplos no Camboja, Laos, Tailândia, Indonésia e os demais países do
Sudoeste Asiático. Em 1971 o Japão é invadido por uma força militar liderada pela
URSA, dando início a um processo de ocupação que se estende até os dias de hoje.
Mas, fiel aos seus princípios, a URSA promove uma política de integração do país, ao
invés de dominá-lo pela violência. Assim, o país se torna socialista (embora mantendo
uma monarquia simbólica – aliás, a maior “monarquia socialista” do mundo).

Na década de 90 os Blocos Fascista e Comunista, cansados da Guerra que se


prolongou por quase todo o século, decidem por um armistício. O Tratado de Varsóvia
é assinado em 1992, e é considerado pelos historiadores atuais como um novo Tratado
de Tordesilhas. Desta forma, o mundo fica dividido oficialmente entre os dois blocos:
liderados pela Alemanha, o Bloco Fascista é composto pelos países da Europa
Ocidental, América do Norte (que inclui o México do Norte), Porto Rico e as
possessões alemãs no norte da África e Oriente Médio. O Bloco Comunista, liderado
pelo Brasil e pela URSA, composto também pela URSS, Europa Oriental, países do
Leste (China, Japão, Mongólia e Coréia) e Sudeste Asiático, sul da África (a chamada
“África Negra”), além do Subcontinente Indiano. A Oceania permanece uma região
contestada e dividida.
Brasil: a Revolução Socialista de 1935 marcou a ascensão de um regime que a
princípio parecia caminhar para o stalinismo, sob a liderança de Luís Carlos Prestes,
mas a ascensão do Gal. Massimus Miran alterou este rumo. Miran instalou o
Miranismo, marcado pela independência da URSS, pela descentralização do Estado e
pela propriedade dos meios de produção nas mãos dos trabalhadores, atuando o
Estado apenas como apoio e eventual moderador. Por outro lado, adotou a prática de
planos qüinqüenais, e depois de alguns anos investindo pesado na indústria de armas,
devido à Guerra, passou a investir em outras áreas, como energia e, principalmente,
bens de consumo (pois Miran entendeu que as pessoas comuns queriam coisas que as
deixassem mais confortáveis e satisfeitas).

O Brasil apoiou as revoluções dos demais países latino-americanos, além dos africanos
e asiáticos. Enviou tropas para lutar na África do Sul e em Angola, em aberto apoio
aos comunistas locais. E promoveu a criação da União das Repúblicas Socialistas
Americanas, erigida de forma distinta da URSS, de forma mais descentralizada e
democrática.

Já nos anos 60 e até o começo dos 80 o país investiu em um plano secreto de


“purificação do socialismo”. Líderes autoritários como Pol Pot (Camboja), Kim Il-
sung (Coréia) e Mao Tse Tung (China) foram removidos do poder de forma política ou,
em alguns casos, até mesmo com assassinatos (caso de Kim). Pol Pot foi derrubado
quando o Vietnã invadiu o país, apoiado pela URSS e pela URSA. Ele acabou se
suicidando antes de ser capturado. Nos países onde atuou, o Brasil exportou seu
próprio sistema socialista. Devido a esta atitude, combinada com o grande progresso
econômico alcançado pelas medidas do governo, de Democracia Socialista.

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