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Educação Sexual

dinâmicas integrando
sexualidade, saúde e
sociedade

Nathália Hernandes Turke

e
Virgínia Iara de Andrade Maistro
Organização

Publicar
Editora
2O23
Educação Sexual
dinâmicas integrando
sexualidade, saúde e
sociedade

e
2023

Publicar
Editora
Nathália Hernandes Turke
Virgínia Iara de Andrade Maistro
Organização

Vinícius Colussi Bastos


Felipe Tsuzuki
Hemilyn da Silva Meneguete
Matheus Ribeiro Vitor
Gabriela Cruz Alves
Bruno Guelfi Rodrigues
Colaboradores

Educação Sexual:
dinâmicas integrando
sexualidade, saúde e
sociedade

Open access publication by Editora e-Publicar

e
2023

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Editora
Editora Chefe
Patrícia Gonçalves de Freitas
Editor
2023 by Editora e-Publicar Roger Goulart Mello
Copyright © Editora e-Publicar Projeto gráfico, Edição de Arte
Copyright do Texto © 2023 Os autores Nathália Hernandes Turke
Copyright da Edição © 2023 Editora e-Publicar Capa
Direitos para esta edição cedidos Vinícius Colussi Bastos
à Editora e-Publicar pelos autores Diagramação
Nathália Hernandes Turke
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


E24
Educação sexual: dinâmicas integrando sexualidade,
saúde e sociedade / Organizadoras Nathália Hernandes
Turke, Virgínia Iara de Andrade Maistro. – Rio de Janeiro:
e-Publicar, 2023.
Livro em Adobe PDF
ISBN 978-65-5364-271-3
DOI 10.47402/ed.ep.b23970713
1. Sexualidade. 2. Educação sexual. 3. Saúde. I. Turke,
Nathália Hernandes (Organizadora). II. Maistro, Virgínia

e
Iara de Andrade (Organizadora). III. Título
CDD 613.96

Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166T882c

Editora e-Publicar

2023
Rio de Janeiro, Brasil

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contato@editorapublicar.com.br
www.editorapublicar.com.br
2023
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Nos últimos anos, pesquisadores nas áreas de
ensino e saúde têm chamado a atenção para a
necessidade de a escola trabalhar
pedagogicamente questões acerca da sexualidade
humana. Esta é uma forma de contribuir para a
problematização e desmitificação de concepções e
representações sociais equivocadas sobre sexo,
sexualidade, reprodução, questões de gênero e
violências, que impactam diretamente a vivência
saudável e digna da sexualidade pelos indivíduos.

Tendo como princípio a formação integral


humana e o pleno desenvolvimento da cidadania
consciente e crítica, a educação para a sexualidade
nas escolas deve ser um meio de oportunizar aos/às
estudantes um lugar acolhedor para refletir e
formular suas próprias noções sobre sexualidade,
fundamentadas no conhecimento científico. É
importante criar momentos de discussão, que
favoreçam o diálogo sobre afeto, desejo,
autocuidado, autoconhecimento e respeito ao
próximo.

05
Assim, as/os estudantes passarão a compreender
a sexualidade como parte integrante dos diversos
âmbitos da vida, da identidade das pessoas e como
mediadora das relações sociais. À vista disso, o uso
de atividades práticas e lúdicas constituem-se
ferramentas didático-pedagógicas com grande
potencial para contribuir para o processo de ensino
e de aprendizagem desta temática. Isto porque
favorece a criação de espaços inclusivos e
interativos, nos quais os/as estudantes podem
expressar seus anseios, opiniões, dúvidas e
curiosidades, bem como trocar experiências,
colaborando para o desenvolvimento de
sentimentos como solidariedade, confiança e
empatia.

É nesta perspectiva que esta cartilha foi


elaborada. As dinâmicas aqui presentes foram
selecionadas para auxiliar os/as docentes em seu
trabalho pedagógico dentro das instituições
escolares acerca das diversas questões que
envolvem a sexualidade humana.

Matheus Ribeiro Vitor


Vinícius Colussi Bastos
Virgínia Iara de Andrade Maistro

06
INTRODUÇÃO
O debate científico e educacional sobre a sexualidade não é recente e
tem se tornado emergente. São numerosos os trabalhos que se
dedicaram a traçar uma lógica analítica para tentar compreender a
complexidade desta temática, a qual se iniciou numa tentativa de
interpretação apenas biológica, mas que atualmente já se estende para
uma compreensão cultural, social, psicológica e até mesmo filosófica.

Nesta introdução, mais do que apresentar os inúmeros trabalhos


reunidos nesta cartilha, objetivamos encontrar o eixo comum que liga e
orienta essas sugestões de práticas pedagógicas aqui reunidas. A
organização dessas práticas meticulosamente selecionadas não foi ao
acaso. Ela possui um elemento fundante em comum, uma compreensão
basal que institui um interesse compartilhado por todos os autores, direta
ou indiretamente. Mais do que um interesse em comum, acredito que
compartilhamos uma esperança (do verbo esperançar, como nos diria
Paulo Freire) de uma educação mais positiva e ambientes escolares
seguros para o acolhimento e a expressão de nossos estudantes.

A esperança do verbo esperançar é mais do que o esperar, é o agir para


transformar a realidade naquilo que se espera. Portanto, esta cartilha é
uma proposta de transformação desses autores que compreenderam que
nas escolas nós não lidamos apenas com o cognitivo, por se tratar de um
espaço que forma seres humanos em sua integralidade, considerando
seus sentimentos, seus desejos e as outras nuances que os constitui
(LOURO, 2000). A sexualidade é uma das dimensões da vida humana e
não se restringe apenas ao ato sexual, pois também está relacionado com
os afetos, com os processos de identificação, expressão e socialização
(FIGUEIRÓ, 2009).

07
Além dessas questões, há o efeito de muitas informações incorretas a
respeito da sexualidade, mitos e crenças associadas às práticas religiosas
que não condizem com o atual conhecimento científico, seja ele social,
psicológico e/ou biológico (FURLANI, 2009). Sendo assim, uma educação
mais positiva visa não reproduzir esses discursos que relacionam a
sexualidade, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), a gravidez, o
HIV e a AIDS como uma punição ou impureza, mas que tratam esses
assuntos como parte da vida humana e social, ao passo que se estimula o
conhecimento e o cuidado sobre o próprio corpo (FURLANI, 2011). A partir
dessa formação, que considera a integralidade dos estudantes, espera-se
que eles utilizem o conhecimento científico para analisar com autonomia
as práticas sexuais que podem vir a ter, os métodos de prevenção às IST
ou anticoncepcionais que possam vir a adotar. Assim, objetiva-se que essa
formação promova a vivência da sexualidade que não seja baseada na
culpa e no medo, mas tendo como fundamento o conhecimento
científico.

Outro aspecto comum entre essas práticas pedagógicas está no


acolhimento desses estudantes, ou seja, na construção de relações de
confiança em que haja abertura para que os estudantes possam se
expressar de forma segura. Nesses momentos de diálogo e de expressão,
os professores podem identificar ou prevenir situações de abuso sexual ou
de violência doméstica contra crianças e adolescentes, uma vez que
muitas dessas vítimas encontram apenas na escola o amparo para
denunciar essas violências.

Por fim, esta cartilha, que está imbuída nesses objetivos, traz consigo
práticas que podem apresentar aos docentes estratégias de como
debater a sexualidade em sala de aula, considerando essa educação mais
positiva e o acolhimento dos estudantes. Contudo, reunimos sugestões de
práticas que desenvolvemos e realizamos no contexto em que
lecionamos, mas que podem ser adaptadas e alteradas de acordo com os
contextos e as necessidades dos professores para promover uma
abordagem personalizada.
Felipe Tsuzuki
08
AULAS PRÁTICAS,
LÚDICAS E
DINÂMICAS

09
SEXUALIDADE E
RELAÇÕES AFETIVAS
A discussão e reflexão sobre as mais diversas dimensões que
envolvem a sexualidade são cotidianamente abordadas pelos muitos
meios de comunicação, atravessando e compondo nossos modos de
ser, agir, pensar e educar sobre as múltiplas vivências da sexualidade.
As instituições de ensino da Educação Básica são constituídas por
uma diversidade de pessoas, com histórias de vida distintas e
diferentes formações, tornando-se um ambiente privilegiado ao
trabalho com as diferenças em sexualidade. É neste ambiente que as
crianças e jovens passam grande parte de suas vidas, portanto deve
ser acolhedor e esclarecedor das dúvidas que eles têm a respeito da
temática, que não envolve apenas sexo. Assim, é imprescindível
discutir as inúmeras dimensões da sexualidade com os estudantes,
que envolvem, dentre outras: conhecimento do próprio corpo;
relações afetivas e práticas sexuais; respeito às diversidades; relações
de gênero e orientações sexuais; reprodução, métodos
contraceptivos e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST);
Higiene; violência sexual. E é necessário esclarecer tantas outras
dúvidas que porventura vierem a suscitar.

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Ao longo de nossas vidas nosso corpo passa por mudanças, e na
puberdade são mais intensas e podem ser difíceis para muitos jovens
transpor este período. Nesse sentido, a escola tem um papel
importante; a maneira como trabalha pedagogicamente com as
diferenças dos corpos, seus modos de ser e agir, promovendo a
igualdade de oportunidades. Então, o ideal é os estimularmos a
falarem sobre suas dúvidas e apreensões com alguém em quem
confiem, podendo ser muito útil a ajuda escolar neste processo.

É importante que a sexualidade seja, então, abordada de forma


educadora e não como algo sujo e pecaminoso. Isto porque os jovens
precisam ser orientados para que o exercício de sua sexualidade
ocorra de forma sadia. Além disto, é fundamental que a
individualidade e o ritmo de cada indivíduo sejam respeitados.

Portanto, ao levarmos para dentro dos espaços seguros a Educação


Sexual sem tabus e preconceitos, favoreceremos a capacidade de
cuidado com o próprio corpo, prevenindo e enfrentando abusos
sexuais, a vulnerabilidade às infecções sexualmente transmissíveis,
ou a ocorrência de gravidez não planejada, e abordamos outros
assuntos que permitam às crianças e adolescentes compreenderem
a importância da sua saúde física, mental e psicológica.

Quando se dá abertura para que o diálogo aconteça, incita a


educação da autonomia, a noção sobre si mesmo, a criação de
conexões e aprendizados afetivo-sexuais, acréscimos dos vínculos
interpessoais que envolvem a família, os amigos e outras pessoas do
seu círculo social, encoraja aspectos, valores e condutas alusivas ao
gênero e à sexualidade.
Virgínia Iara de Andrade Maistro
Vinícius Colussi Bastos
Nathália Hernandes Turke
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RODA DE CONVERSA
SOBRE NAMORO
OBJETIVOS
Falar sobre relações afetivas de maneira lúdica e
prazerosa, especialmente sobre namoro.

NÚMERO DE PARTICIPANTES
No máximo 40 pessoas.

MATERIAIS
Colchonetes e/ou almofadas.

METODOLOGIA
Ambientar a sala de aula de maneira a deixá-la
acolhedora e os participantes relaxados para uma
atividade de diálogo sobre namoro. Para isto,
colchonetes e/ou almofadas podem ser espalhados no
chão.
Construir perguntas orientadoras para a roda de
conversa. 12
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
Alguns exemplos de questões que podem ser utilizadas
para nortear as discussões:

1 – Quem já teve o primeiro amor?


2 – Quem já teve algum colega ou familiar insistindo
para que começasse a namorar?
3 – Quem já teve algum colega ou familiar criticando
seus relacionamentos?
4 – Já deram o primeiro beijo? Como foi?
5 – Já sofreram por amor? Como se sentiu?

Abordar sobre a importância de se amar e colocar a


sua felicidade como prioridade, mesmo quando se está
apaixonado/a. Conversar sobre sororidade, empatia e
companheirismo entre os colegas e familiares,
especialmente quando alguém está sofrendo por amor.

FONTE
OLIVEIRA (2013).

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FALA SÉRIO:
SEXUALIDADE TETRA
Conversar sobre sexualidade de
Objetivos pessoas com deficiência física.

Número de Não há limite.


participantes

Algum equipamento para


Materiais assistir vídeo (televisão,
computador, Datashow).

Metodologia

Reproduzir para a turma o


vídeo intitulado "Fala sério
sexualidade", disponível no
canal "tv sentidos", no
YouTube.
Link:
https://www.youtube.com/wat
ch?v=OYqG__4prek

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Metodologia
O vídeo possui como tema a sexualidade de
pessoas com deficiência física.

Traz o depoimento de um rapaz


tetraplégico, que narra algumas dificuldades
que um jovem com deficiência enfrenta
para viver plenamente sua vida sexual.
Após assistir ao vídeo, realizar uma
roda de conversa sobre a temática.

Questões para
discussão

Conversar sobre os tabus presentes na


sociedade sobre a sexualidade de pessoas
com deficiência física, visto que muitas
pessoas acreditam que estes não fazem
sexo (trocas afetivas de corpo inteiro).
Abordar sobre as dificuldades de ir ao motel,
por nem sempre haver acessibilidade
(adaptações estruturais para o deslocamento
destas pessoas).

Fonte
OLIVEIRA (2013).
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Leitura de imagens com pessoas
em diversas situações no
exercício de sua sexualidade

Objetivos
Questionar o que é sexualidade e suas
diferentes formas de expressão no dia a dia.

Número de participantes
No máximo 40 pessoas.

Materiais
Figuras de pessoas, recortadas
de revistas

Metodologia
No desenvolvimento da atividade/dinâmica, serão
colocadas várias figuras, aleatoriamente, à disposição do
grupo, recortadas de revistas (ou outras fontes).
Alguns exemplos: pessoas dando um abraço;
demonstrando sentimento por meio de choro ou
sorrindo; vestindo camisas com mensagens ideológicas;
mãe amamentando o filho etc.
A partir da exposição de imagens, cada participante
escolherá uma figura e comentará para o grupo de que
forma ele/a percebeu (ou não) o exercício da
sexualidade na imagem escolhida.
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Questões para Discussão
O professor pode discutir, a partir das imagens, as
percepções que cada participante tem sobre as
expressões das diferentes formas de sexualidade.

Também é importante esclarecer que a sexualidade


humana não se limita ao sexo e às relações sexuais. Vai
muito além disto. Diz respeito ao corpo e suas mudanças;
ao gênero e suas expressões; aos sentimentos,
orientações sexuais e experiências pessoais; às formas de
expressar suas emoções. Além disto, também envolve os
aspectos históricos, sociais e culturais de cada
comunidade e de cada época.

Fonte
OLIVEIRA (2013).

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ANATOMIA, HIGIENE E
SAÚDE
A Educação Sexual deve trabalhar pedagogicamente as diversas
dimensões da sexualidade, relacionando-as, como forma de
promoção do próprio indivíduo. As dinâmicas apresentadas neste
capítulo aprofundam a discussão da sexualidade em sua dimensão
biológica. É importante que os escolares compreendam temas
relacionados à corporeidade e higiene, sobretudo sobre o sistema
genital humano.

Inicialmente, cabe esclarecer que, de tempos em tempos, “as


terminologias anatômicas vão se modificando, ou seja, a parte
anatômica continua sendo a mesma, mas com outro nome”
(FORTUNATO, 2015, p. 9). Por conta disto, é imprescindível que os
professores se atualizem constantemente com relação aos termos
utilizados em sala de aula.

Ainda, é preciso que o professor ajude os alunos a naturalizarem a


utilização das nomenclaturas científicas dos órgãos genitais. Esta é
“uma forma de mostrar aos alunos que os adultos consideram
estas palavras tão naturais como as outras de nosso vocabulário”
(FIGUEIRÓ, 2006, p. 6).

Antes de apresentar as dinâmicas que podem ser utilizadas ao


trabalhar anatomia e higiene, acreditamos ser importante fazer
uma pequena introdução e descrição dos sistemas genitais
humanos, os quais são constituídos por diversos órgãos e
estruturas internas e externas.

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O sistema genital masculino é composto, externamente, pelo pênis
e a bolsa escrotal.

De maneira simplista, o pênis possui forma cilíndrica e consiste em


“raiz, por onde se une ao organismo; [...] parte central ou corpo, e
[...] parte terminal, denominada glande. Às vezes, a glande
encontra-se coberta por uma dobra chamada prepúcio” (SOUSA,
2006, p. 25). Na extremidade da glande se encontra o óstio externo
da uretra, por onde a urina e o sêmen são expelidos. Internamente,
é extremamente vascularizado e é formado por “corpos cavernosos
e o corpo esponjoso. (SOUSA, 2006, p. 25). Enquanto os primeiros
conferem a capacidade de ereção, o segundo envolve a uretra,
protegendo-a. A bolsa escrotal é “uma espécie de saco que pende
das virilhas e que envolve os testículos. Apresenta-se com uma
pele fina, escura e elástica que possui glândulas sebáceas,
sudoríparas e folículos pilosos” (SOUSA, 2006, p. 25).

Internamente, os órgãos genitais


masculinos “são constituídos pela
próstata, pela uretra, pela vesícula
seminal, pelo canal ejaculador, pelo
epidídimo, pelo canal deferente e
pelos testículos” (OLIVEIRA, 1998
apud SOUSA, 2006, p. 21). A próstata
é “uma glândula de secreção
externa [...] [e] sua função principal é
segregar um líquido (prostático) que
se envolve com o conteúdo das
vesículas seminais
(espermatozoides) no momento da
ejaculação” (SOUSA, 2006, p. 24).
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A uretra é um corpo esponjoso que passa no interior do pênis,
onde ocorre a condução da urina e do sêmen. A vesícula seminal é
um “órgão tubular cuja função é segregar um líquido gelatinoso
que ativa a locomoção dos espermatozoides” (SOUSA, 2006, p.
24).O canal ejaculador possui a “função de levar o sêmen até a
uretra, donde é vertido para o exterior” (SOUSA, 2006, p. 24). O
epidídimo “é uma estrutura tubular situada por cima dos testículos
[...] [e] tem como função o armazenamento provisório dos
espermatozoides” (SOUSA, 2006, p. 24). O canal deferente “começa
na cauda do epidídimo e termina na vesícula seminal [...]. A sua
função é a de impulsionar os espermatozoides até a uretra”
(SOUSA, 2006, p. 25). Finalmente, os testículos são “responsáveis
pela produção dos espermatozoides e da testosterona” (SOUSA,
2006, p. 25).

20
No sistema genital feminino, de modo geral, os órgãos “ditos
externos (coletivamente conhecidos como vulva) incluem o monte
do púbis, grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, vestíbulo da
vagina (contendo a abertura da uretra e o orifício vaginal) e as
glândulas anexas” (WASCHKE; BÖCKERS; PAULSEN, 2019 apud
SANTOS, 2021, p. 22).

O monte do púbis é formado por tecido adiposo e é coberto por


pelos pubianos. Dele se prologam os grandes lábios, que são suas
dobras (pregas) cutâneas, que representam a entrada da vulva.
Internamente e fundidas aos grandes lábios encontram-se outras
duas dobras (pregas) cutâneas, os pequenos lábios (SOUSA, 2006;
SANTOS, 2021). O clitóris “é um órgão ímpar, médio, e eréctil
localizado na parte mais anterior e superior da vulva. Possui uma
porção oculta entre os grandes lábios e outra livre, que termina
numa extremidade chamada glande, coberta pelo prepúcio”
(SOUSA, 2006, p. 23).

21
O vestíbulo da vagina, também conhecida por fenda vulvular, “é o
espaço situado entre a face interna dos grandes lábios e a externa
dos pequenos. Percorre toda a vulva desde a sua porção anterior
até ao períneo” (SOUSA, 2006, p. 23). Dentre as glândulas anexas
destacam-se as Glândulas de Bartholin, responsáveis por
“segregar, durante a fase de excitação sexual, um fluído de
consistência mucosa, ajudando a lubrificar a vagina e a facilitar a
penetração” (SOUSA, 2006, p. 24).

Cabe também esclarecer que "não


existe um padrão de vulva"
(GRINBERGAS, 2020, s.p.). Ou seja,
sua anatomia é diferente em cada
mulher e pode, ainda, ser alterada
com o passar dos anos.

As variações incluem: cores


diferentes; tamanhos diferentes
(dos grandes ou pequenos
lábios, do clitóris, do monte do
púbis); diferentes distâncias
entre o clitóris e a uretra, entre
outras (GRINBERGAS, 2020. A
imagem ao lado ilustra
algumas diferenças.

22
Já os órgãos internos do sistema genital feminino “compreendem
a vagina, útero, tubas uterinas e ovários” (WASCHKE; BÖCKERS;
PAULSEN, 2019 apud SANTOS, 2021, p. 22). A vagina é um canal
tubular fibromuscular e extensível, situada entre o reto e a bexiga
urinária (CEZAR et al., 2019); parte do colo do útero, e permite a
copulação, a passagem da menstruação e do feto durante o parto
(SOUSA, 2006). O útero, também conhecido como matriz, é o
“órgão responsável de receber o óvulo fecundado [...], de nutri-lo,
desenvolvê-lo e expulsá-lo durante o parto [...]. A parede deste
órgão está coberta interiormente por uma mucosa denominada
endométrio” (SOUSA, 2006, p. 23). As tubas uterinas são dois canais
que se localizam “dos dois lados do útero com a função de
conduzir o óvulo, desde o ovário até a matriz. É precisamente nesta
zona que se dá a fecundação do óvulo pelo espermatozoide”
(SOUSA, 2006, p. 23). Os ovários “são órgãos pares que ficam ao
lado do útero na parede lateral da cavidade pélvica, sua função
está relacionada à produção de ovócitos e síntese dos hormônios
estrógeno e progesterona” (CEZAR et al., 2019, p. 12).

23
É importante que crianças e adolescentes compreendam temas
relacionados à corporeidade, sobretudo sobre o sistema genital
humano. Isto porque estes conhecimentos os auxiliam a
vivenciarem sua saúde em seu estado pleno.

Além dos conceitos anatômicos, é necessário que noções de


higiene, mesmo as mais básicas, como escovar os dentes, lavar as
mãos, a higienização perianal após o uso do banheiro e a correta
higienização dos órgãos genitais durante o banho sejam discutidas
coletivamente.

Apesar de parecer que todas as pessoas chegam à idade adulta


sabendo como higienizar seu corpo, isto não é verdade. Por isso é
tão importante que este assunto seja discutido na Educação
Básica. Com o intuito de auxiliar os professores em suas aulas,
montamos alguns tópicos que devem ser abordados com os
alunos.

De forma geral, é necessário lavar as mãos antes e depois de


utilizar o banheiro. Assim, a pessoa não levará bactérias para a
região peniana, tampouco para outros lugares e partes do corpo.

24
De forma específica, sobre os órgãos genitais masculinos:

1. Ao utilizar o banheiro é importante secar o pênis, pois a umidade


facilita a proliferação de fungos e, consequentemente, o
desenvolvimento de infecções.

2. Na hora do banho é imprescindível fazer a higiene correta do


sistema genital. Para isto, utiliza-se água e sabonete. Para limpar o
pênis é preciso puxar, retrair o prepúcio (pele) para lavar em volta
da glande e eliminar todas as secreções, óleos e gorduras que
ficam acumuladas. Posteriormente, o escroto (que recobre os
testículos), a virilha e o ânus também devem ser lavados com água
corrente e sabonete. Ao final do banho, é importante secar todas
as partes.

3. Após a relação sexual (com ou sem preservativo) e após a


masturbação, é necessário que os órgãos genitais sejam
higienizados, conforme explicado no item anterior.

Importante: a falta de higiene íntima masculina pode acarretar


desde infecções até risco de câncer de pênis (SOUZA et al., 2011).

25
De forma específica, sobre os órgãos genitais femininos:

1. A limpeza íntima feminina deve ser limitada à parte externa, e


realizada com água corrente e sabonete. Não é necessário e nem
recomendado higienizar a parte interna (vagina) – ela é
autolimpante e os jatos de água e sabonete podem prejudicar sua
proteção natural.

2. A higienização (com papel higiênico ou água) deve sempre ser


feita de ‘frente para trás’ (da vulva para o ânus) e nunca o contrário,
tanto ao utilizar o banheiro quanto durante o banho. Isto porque
bactérias do ânus podem causar infecções na vulva e na uretra.

3. Durante o banho, é necessário afastar (abrir) os grandes lábios,


os pequenos lábios e o prepúcio do clitóris, lavando-os com água
corrente, de forma a eliminar todas as secreções, óleos e gorduras
que ficam acumuladas. Posteriormente, a virilha, o ânus e os seios
também devem ser lavados com água corrente e sabonete. Ao
final do banho, é importante secar todas as partes.

4. Após a relação sexual (com ou sem preservativo) e após a


masturbação, é necessário que os órgãos genitais sejam lavados,
conforme explicado no item anterior.

5. Durante o período menstrual a higienização deve ser redobrada,


de modo a não acumular sangue nas regiões íntimas. Além disto,
absorventes (internos e externos) devem ser trocados com
frequência, e coletores menstruais higienizados e esterilizados.
Não é recomendado o uso de protetores diários, utilize apenas no
período menstrual.

26
Importante: a falta de higiene íntima feminina pode causar
infecções vaginais, como candidíase e vaginose bacteriana, bem
como infecções do trato urinário (SANTOS, 2021).

Finalmente, também é importante apresentar aos alunos noções


básicas de higiene em ambientes públicos e coletivos. A partir
disto é possível promover saúde individual e coletiva e o respeito
aos demais, para uma convivência saudável e harmoniosa em
sociedade, bem como identificar abusos sexuais.

Nathália Hernandes Turke


Matheus Ribeiro Vitor

27
qual é o Órgão?

Avaliar os conhecimentos prévios dos


estudantes sobre os órgãos e as estruturas
OBJETIVOS
que compõem o aparelho urogenital
masculino e feminino.
Apresentar o aparelho urogenital
masculino e feminino, considerando os
órgãos que participam dos mesmos.

No máximo 40 pessoas. NÚMERO DE PARTICIPANTES

Modelo anatômico do aparelho urogenital


MATERIAIS feminino; Modelo anatômico do aparelho
urogenital masculino; Imagens esquemáticas
de ambos os aparelhos urogenitais,
legendadas; Folhas de papel sulfite; Lápis.

METODOLOGIA

Primeiramente, introduzir a temática a ser trabalhada


e apresentar os modelos anatômicos;

Trabalhe questionando as percepções dos estudantes


sobre os modelos disponíveis e sua representação;

28
METODOLOGIA

Conduza a separação da sala em dois grupos (ou


mais, caso haja a disponibilidade de mais unidades de
modelos anatômicos);
Peça para que os grupos indiquem o nome, a função,
o formato e tudo o que eles souberem sobre os órgãos
apontados no modelo em uma folha de papel sulfite;
Ao terminarem, faça a troca dos modelos entre os
grupos, para que todos tenham acesso tanto ao
aparelho urogenital masculino quanto ao feminino;
Corrija oralmente as respostas, comparando com as
imagens legendadas.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR


Na formação dos grupos é interessante que haja mescla
de pessoas do sexo masculino e do sexo feminino. Assim,
haverá maior proximidade e contextualização com o
material apresentado;
A indicação dos órgãos no modelo pode ser feita pela
enumeração com fita adesiva, de forma a preservar o
recurso didático;
Utilize a dinâmica para avaliar o conhecimento prévio dos
discentes em relação ao assunto, mas antes, é necessário
criar um ambiente em que o estudante se sinta
confortável para errar e ser corrigido.

29
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

À medida que os estudantes vão desvendando e


observando os modelos anatômicos disponíveis, o
professor pode questionar sobre seus conhecimentos
acerca dos órgãos, suas funções, entre outros.
Ao finalizar a dinâmica, o professor pode quantificar os
erros e acertos, de modo a identificar as dificuldades dos
estudantes.

FONTE

TSUZUKI et al. (2020)

30
HIGIENE
PARA CRIANÇAS

Promover a sensibilização a respeito da


OBJETIVOS importância da higiene na Educação Infantil
e anos iniciais do Ensino Fundamental.

NÚMERO DE
No máximo 30 pessoas. PARTICIPANTES

Bonecas; lenços de papel; lenços


MATERIAIS umedecidos; escovas de dentes; sabonete
ou detergente.

metodologia

Realizar um teatro ou contação de história para as crianças


sobre a importância de lavar as mãos e escovar os dentes.
Trazer informações sobre a forma de lavagem e escovação
corretas.
O procedimento da lavagem das mãos antes das refeições e
após ir ao banheiro, bem como da escovação dos dentes após
as refeições já faz parte da rotina das crianças. No entanto, às
vezes elas realizam essa etapa de forma equivocada e sem
darem a devida importância.
Posteriormente disponibilizar bonecas que representem o
sexo masculino e o feminino, lenços de papel, lenços
umidecidos, escovas de dentes para que as crianças brinquem
de higienizar as bonecas. Finalmente, disponibilizar sabonete
ou detergente e levar as crianças ao banheiro, ensinando-as a
lavar as mãos. 31
questões para
discussão

Reforçar o discurso dito no teatro e na contação de


histórias sobre a importância de lavar as mãos, escovar os
dentes, tomar banho, explicando como fazer de forma
correta a higiene do corpo.

Os autores. Fonte

32
HIGIENE
DAS MÃOS
Discutir sobre a maneira correta e a importância de
lavar as mãos, principalmente após a utilização de
OBJETIVOS
banheiros e antes de refeições, para que não ocorra a
ingestão de vírus e bactérias.

NÚMERO DE
No máximo 50 pessoas.
PARTICIPANTES

Caneta marca-texto neon amarela ou alaranjada;


MATERIAIS álcool em gel; água e sabão (ou detergente); luz negra.

Dissolver o tubo da caneta marca texto no álcool em


gel. Passar a solução alcançada nas mãos dos
participantes e solicitar que lavem as mãos como
fazem em seu cotidiano, com água e sabão (ou
METODOLOGIA detergente).

Posteriormente, formar uma fila para olhar as mãos


na luz negra que destacará os lugares que não foram
lavados corretamente (irão brilhar).

QUESTÕES Discutir a importância de lavar bem as mãos para


PARA evitar contágios por microrganismos.
DISCUSSÃO
Explicar as formas corretas de lavagem das mãos e
antebraços, com destaque para as unhas, palmas das
mãos e locais em que há anéis e pulseiras.

FONTE Os autores.
33
ALGUMAS FOTOS

34
SAÚDE E HIGIENE ÍNTIMA
Conhecer os diferentes tipos de
OBJETIVOS absorventes menstruais, suas formas
de uso e descarte. Compreender
assuntos acerca da higiene íntima.

NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.

Papéis com perguntas sobre higiene


MATERIAIS íntima; lousa e giz (ou caneta).

METODOLOGIA
Após introduzir a temática da aula (saúde e higiene
íntima), o docente dividirá a turma em 10 duplas ou
trios. Possuindo em mãos os papéis com as
perguntas sobre a temática, irá sortear uma para
cada dupla ou trio, que irão ter um tempo para
pensar e respondê-la para a turma.
Durante cada resposta, o docente irá confirmar se a
resposta está certa ou errada, abrindo uma pequena
discussão sobre cada temática.

35
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR
Se possível, é interessante que sejam levados para a
sala de aula os diferentes absorventes menstruais
(externo e interno descartáveis, coletor menstrual,
absorvente de tecido, calcinha absorvente). Assim,
os alunos poderão conhecê-los na prática. Se isto
não for possível, o docente pode utilizar fotos e
desenhos na lousa para ilustrar.
PERGUNTAS
1. Quais absorventes menstruais vocês conhecem?
2. Como os absorventes menstruais descartáveis e
os papéis higiênicos usados devem ser jogados
fora?
3. Quando as pessoas com vulva vão ao banheiro
(fazer xixi e/ou cocô), elas devem se limpar de qual
forma? De frente para trás ou de trás para frente?
4. Vocês acham que todo mundo lava a mão depois
de ir ao banheiro? Isso é importante? Por quê?
5. Quando as pessoas com pênis vão ao banheiro
fazer xixi, elas se limpam? Como?
6. Pode lavar e estender roupas íntimas (calcinha,
cueca, biquíni) no banheiro? Por quê?
7. Meninas virgens podem usar absorvente interno
e/ou coletor menstrual?
36
PERGUNTAS
8. Quando uma pessoa está menstruada e usando
absorvente interno ou coletor menstrual, é possível
fazer xixi? Por quê?
9. Vocês sabem quais as partes do aparelho genital
masculino? Como sua higiene íntima deve ser feita?
10. Vocês sabem quais as partes do aparelho genital
feminino? Como sua higiene íntima deve ser feita?

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO


O docente deve responder a todas as questões para
os alunos, ensinando-os sobre formas corretas de
utilização e descarte de absorventes e papel
higiênico; lavagem e secagem de roupas íntimas;
realização de higiene íntima - como lavar o pênis e a
vulva; como se limpar após ir ao banheiro.

FONTE
Os autores.
37
BULLYING, RESPEITO E
INCLUSÃO
A palavra Bullying é originária do inglês, cujo significado é ameaçar,
agredir ou intimidar uma pessoa indefesa. O ato tem conexão com
vários tipos de abusos, dependendo de como são praticados.
Enfrentar e combater o Bullying e a violência é um desafio tanto para
as instituições de ensino como para a sociedade em geral.

Ele pode acontecer de maneira física, verbal, material, sexual, familiar,


psicológica, moral, social e ciberbullying, e é efetivado de maneira
propositada e cíclica e, na maioria das vezes, resulta em danos físicos
e psicológicos nas vítimas; e no contexto educacional, causa
dificuldades de aprendizagem, de concentração e insegurança,
podendo levar à evasão escolar.

Neste sentido, sugerimos dinâmicas neste capítulo que tratam da


importância do respeito com todos/as e com tudo, afirmando que
uma das maneiras mais eficazes de combater o Bullying é por meio
da inclusão. Elas discutem a importância de praticar o acolhimento,
bem como de possibilitar que todos/as tenham seus direitos
garantidos, entre eles a educação integral, independentemente da
classe social, condição psicológica ou física.

Virgínia Iara de Andrade Maistro

38
A MINHA BEXIGA
Objetivos
Propiciar a desconstrução e a integração
entre as pessoas. Analisar a importância da
relação ganha-ganha dentro de um grupo.

Número de participantes
Não há limite.

Materiais
Uma bexiga e um pedaço de
barbante para cada participante.

39
Metodologia
Entregar para cada participante uma bexiga e um
pedaço de barbante. O/a participante deverá
encher a bexiga, amarrá-la num barbante e em
seguida amarrar o barbante no tornozelo.

Colocar uma música e solicitar que todos se


movimentem pelo ambiente, a partir do
comando: Quando a música parar, aquele que
estiver com a bexiga cheia, ganhará um prêmio.

Em geral, ao ouvir as palavras


do professor, cada um quer
estourar a bexiga do outro.

Depois de alguns minutos, o


professor deve parar a música e
separar quem conseguiu ficar
com a bexiga cheia dos que
apresentaram a bexiga estourada.

40
Questões para discussão
1. Em algum momento foi dito que
deveriam estourar a bexiga do colega?
2. Para aquele que conseguiu ficar
com a bexiga intacta, pergunta-se
como conseguiu e refletir sobre isso .
3. Dentro de um grupo, o que é mais
importante: a competição ou a
cooperação?
4. Como podemos minimizar a
competição natural?
5. Comentar que se todos tivessem
ficado com a bexiga cheia, ou seja, se
ninguém tivesse tentado estourar a
bexiga do colega, todos poderiam
ganhar o prêmio.

Fonte
TSUZUKI; TURKE; MAISTRO (2019).

41
SEGUINDO O CHEFE
Objetivos
Perceber a importância do respeito mútuo
às diferenças de cada um. Discutir sobre
Bullying e como evitá-lo.

Número de participantes
Grupos de 04 ou 05 pessoas.

Materiais
Papel sulfite, canetas coloridas, vendas,
tiras de pano (ou gaze), tapa ouvidos.

42
Metodologia
1ª parte: entregar para cada grupo uma
folha de papel sulfite e canetas coloridas.
Explicar que ao final da tarefa deverão
apresentar um desenho de um barco.
Contudo, cada participante poderá fazer
apenas um traço (um risco), devendo
passar a folha para outro colega na
sequência. E assim sucessivamente.

2ª parte: cada grupo deverá fazer


novamente o desenho do barco. Porém,
algumas características serão estabelecidas
para cada participante.

Escrever na lousa as características:


Participante 1 - É cego e só tem o braço direito.
Participante 2 - É cego e só tem o braço esquerdo.
Participante 3 - É cego.
Participante 4 - É mudo.
Participante 5 - Não tem os dois braços.
43
Metodologia
Entregar as vendas para os que serão
cegos, tiras de pano para amarrar os
braços que não deverão ser utilizados
pelos participantes, tiras de pano para
tapar a boca dos mudos, e tapa ouvidos
para os surdos.

Observação: Essas combinações são feitas de


acordo com o número de participantes de cada
grupo, podendo ser acrescentadas ou retiradas.
Outras combinações podem ser feitas: cego e
surdo, só tem o braço esquerdo etc.

44
Questões para discussão
1. Como se sentiram realizando essa
atividade?
2. Levando em consideração as
características de cada participante, de que
forma desenharam o barco? Tiveram
dificuldades?
3. O que são deficiências? O que sabem sobre
inclusão?
Em suma: conversar sobre: respeito mútuo,
cooperação, bullying, exclusão e inclusão.

Fonte
DINÂMICAS PASSO A PASSO (2012).

45
EM SEU LUGAR
Objetivos
Compreender a importância de ouvir
as pessoas de nosso convívio.

Número de participantes
Não há limite, desde que sejam
números pares.

Materiais
Não há.

Metodologia
1. Dividir a sala em duplas.
2. Pedir para que um dos participantes de
cada dupla saia da sala.
3. Instruir de forma diferente os participantes
que estarão dentro e fora da sala.
46
Metodologia
4. Instruir as pessoas que ficaram dentro da
sala que contem, detalhadamente, à pessoa
que faz parte de sua dupla, um acontecimento
que marcou sua vida, e que considerem
importante. Oriente que não devem falar
sobre morte.

5. Para o grupo que foi retirado da sala,


explicar que a pessoa que faz parte de sua
dupla vai lhe contar um fato marcante de sua
vida e que, neste momento, eles/as deverão
ignorar, se mostrando indiferentes, se
ocupando com outras coisas. Ou seja, devem
fazer de tudo para não prestar atenção no
relato da outra pessoa. Lembrar que isto deve
ser feito de forma natural, não deixando
transparecer que faz parte da dinâmica.

6. Juntar os dois grupos e deixar que as duplas


conversem.

47
Questões para discussão
1. O que sentiram quando contavam suas
histórias?

2. Como a sua dupla se comportou?

3. A atitude dele/a te desagradou?

4. Como nos sentimos quando estamos


contando um problema que estamos
passando e ninguém nos ouve?

5. Nós já passamos por essas situações de não


termos tempo para ouvir o outro?

Fonte
Criado por Agnes Magri, durante sua graduação em Ciências
Biológicas na Universidade Estadual de Londrina (2009-2012).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6954228349540528.

48
CONVERSANDO SOBRE
BULLYING E EXCLUSÃO
OBJETIVOS
Discutir e refletir sobre as maneiras como
tratamos as pessoas no nosso entorno.

NÚMERO DE PARTICIPANTES
No máximo 40 participantes.

MATERIAIS
Papel sulfite e fita crepe

METODOLOGIA
Confeccionar papéis com algumas características
utilizadas ao julgar uma pessoa sem conhecê-la, bem
como modos de tratá-la por conta disso, como: “Sou
chato, afaste-se de mim”, “Sou feio, tire sarro de mim”,
“Sou popular, faça-me um elogio”, "Sou gordo, ria de
mim", "Sou bonita, assedie-me", "Sou legal, abrace-me",
e assim sucessivamente.

49
METODOLOGIA
Fixar os papéis com fita crepe na testa de cada
participante. Estes não devem saber as
características que estão recebendo. A partir do
que se podia ler nas fichas dos colegas, os demais
participantes devem seguir o que a frase manda
fazer durante determinado tempo.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO


1. Como vocês se sentiram ao serem
tratados da maneira que foram?
2. Como vocês se sentiram ao tratarem os colegas
de vocês da maneira que a frase mandou?
3. Vocês já haviam sido tratados dessa forma?
Querem relatar algo sobre isso?
4. Vocês já trataram alguém dessa forma? Tinham
ideia de como a pessoa poderia se sentir?
5. Quais tratamentos fizeram os colegas se
sentirem bem? E quais os fizeram mal?
6. Como podemos alterar nosso
comportamento de forma a lutar contra o
bullying e a exclusão?

FONTE
TURKE; TSUZUKI; MAISTRO
(2017; 2018) 50
MEU NOME
OBJETIVOS

Promover integração entre os alunos e


o professor. Evidenciar a importância
do nome social.

NÚMERO DE PARTICIPANTES

Não há limite.

MATERIAIS
Um livro/dicionário de nomes (com significados).

METODOLOGIA
Perguntar aos participantes: Qual o seu nome? Sabe a
origem do seu nome? Sabe por que lhe deram esse
nome? Gosta do seu nome? Gostaria de ser chamado/a
de outra forma?
51
METODOLOGIA

Procurar o significado de todos os nomes falados no


livro/dicionário, lendo para os participantes.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

Conversar sobre a importância da apresentação de


cada um.

Abordar a importância da identificação e respeito


pelo nome social em que a pessoa transexual e/ou
travesti quer ser reconhecida, tanto socialmente,
pela sua identidade de gênero, quanto oficialmente,
por meio da alteração do documento de identidade.

FONTE

Os autores.
52
ÁRVORE DOS NOMES
OBJETIVOS
Identificar e discutir sobre a imensa
diversidade de pessoas e nomes que
existe em uma sala de aula e o respeito
que se deve ter para cada um.

MATERIAIS
NÚMERO DE
PARTICIPANTES Lápis de cor ou canetas
coloridas, tesouras, fita-cola,
Não há limite.
folhas A4, papel kraft.

METODOLOGIA
Após a apresentação de cada um,
solicitar que desenhem o contorno
das suas mãos na folha A4.

Os alunos irão recortar o desenho, pintar, enfeitar, e escrever o seu


nome no centro da mão. Nos dedos, irão escrever características
e/ou gostos que os definem. Por exemplo: características físicas,
gênero, orientação sexual, hobbies, o que gosta de fazer, comer etc.

À medida que vão terminando, o/a professor/a irá colar as mãos no


papel kraft, em forma de árvore, começando pela fila da base e
sobrepondo em filas sucessivas. A árvore de nomes será colada na
parede da sala de aula.
53
DICAS
Ao invés de desenhar e recortar as mãos, também há a
possibilidade de utilizar tinta guache. Neste caso, a tinta
deverá ser passada na mão dos alunos, os quais irão
carimbá-la no painel de papel kraft, formando a árvore.
Posteriormente, escreverão seus nomes. Fotos dos alunos
também podem ser acrescentadas.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO


Trazer reflexões sobre a diversidade existente em uma
sala de aula e a importância do respeito mútuo.

FONTE
Os autores.

54
DIVERSIDADE:
Diferentes Corpos
As dinâmicas apresentadas neste capítulo nos trazem a dimensão
de que ‘ninguém é uma identidade, nossa existência é múltipla’, e
nos levarão a refletir sobre a grande diversidade que existe não só
no contexto escolar, mas em qualquer lugar. Ao enfatizar isto,
reconhecemos que as identidades são importantes para a união e
fortalecimento da luta de grupos sociais diante de causas comuns
que os atravessam e que, na maioria das vezes, constituem relações
de poder que os excluem, negam direitos básicos ou marginalizam.
Queremos trazer à tona que os corpos não se resumem a uma
identidade, ninguém é apenas um recorte social, mas sim
constituído por diversas camadas, que ora somam problemáticas,
ora proporcionam camas de privilégio, por exemplo: os desafios
sociais de uma mulher branca e rica são diferentes de uma mulher
pobre e preta.

Louro (2008, p. 22) nos leva a pensar que esta diferença “não
preexiste nos corpos dos indivíduos para ser simplesmente
reconhecida; [...] ela é atribuída a um sujeito (ou a um corpo, uma
prática), quando relacionamos esse sujeito (ou esse corpo ou essa
prática) a um outro que é tomado como referência”.

Sacristán (2001, p. 124) já afirmava que “a modernidade abordou a


diversidade de duas formas básicas: assimilando tudo que é
diferente a padrões unitários ou ‘segregando-o’ em categorias fora
da ‘normalidade' dominante”. Percebe-se, portanto, que a
“diferença é produzida através de processos discursivos e culturais.
A diferença é ensinada [...] e hoje, mais do que nunca, essas formas
são múltiplas” (LOURO, 2008, p. 22-23). 55
Corpos são plurais, singulares e possuem uma história de vida
constituída por: classe, raça, etnia, identidade e/ou expressão de
gênero, orientação sexual, gerações, deficiências, trabalho, família,
religião, moda e vestuário, entre diversas outras faces biológicas,
sociais, culturais e históricas.

Sendo assim, neste tópico sugerimos dinâmicas que nos levam a


refletir a respeito da diversidade que existe dentro dos muros
escolares e em seu entorno. Que nos fazem pensar e lutar por uma
escola comprometida com as vidas que a compõem!

Indicamos que elas sejam utilizadas com muito carinho, de forma a


evitar preconceitos, classificações, exclusões e violências (físicas e
simbólicas), uma vez que, em uma sociedade justa, todos os
sujeitos são considerados iguais em seus direitos,
independentemente de suas características pessoais e
socioculturais.

Virgínia Iara de Andrade Maistro


Vinícius Colussi Bastos
Nathália Hernandes Turke

56
DIFERENTES CORPOS:
os modelos que eu vejo

Refletir sobre modelos de corpos


Objetivos
valorizados pela sociedade.

Número de Não há limite.


participantes
Revistas e/ou papéis de
Materiais propaganda que contenham
fotos de homens e mulheres

Metodologia
Formar grupos de 5 pessoas.
Informar aos grupos que eles devem recortar, nas
revistas e/ou papéis de propaganda, imagens de
homens e mulheres com a finalidade de montar
um “modelo ideal” de homem ou mulher
valorizado pela sociedade.
57
Metodologia
A seguir, solicitar que inventem, a partir do
modelo criado, um nome, uma profissão e uma
idade para a pessoa.
Ao final, cada grupo apresentará o modelo criado,
explicando o porquê das escolhas feitas.

Questões para
discussão
1) Quais as razões que levaram cada grupo a criar
este modelo de homem e de mulher?

2) Quais as influências que sofremos na vida que


refletiram na criação do modelo?

3) O modelo criado corresponde à nossa


realidade?

Fonte Os autores.

58
DIFERENTES CORPOS
Suscitar a noção, sem preconceitos, dos
diferentes tipos de corpos (alto, baixo,
magro, gordo etc.), gêneros e raças.
Objetivos Reconhecer a importância da
compreensão de que devemos ter
respeito pelas diferenças.

Número de participantes Não há limite.

Vários recortes de figuras/corpos


Materiais masculinos e femininos.

Dividir a turma em grupos de


quatro pessoas.

Distribuir os recortes das figuras masculinas e


femininas com diferentes características,
relativas à altura, à (suposta) idade e à raça.

Os grupos deverão elaborar e ler um


Metodologia texto que permita lançar pistas à
turma para adivinhar o tipo de corpo,
o gênero, a idade e a raça da figura
humana.
59
Enquanto um dos elementos do grupo
lê o texto, o professor coloca no
quadro as características que irão
ajudar a descobrir a figura em
Metodologia questão.
Assim que a turma adivinhar as
diferentes particularidades, o grupo
apresenta o desenho para confirmar a
resposta dada.

Suscitar reflexões sobre os


Questões
diferentes corpos ao nosso entorno,
para destacando a importância do
discussão respeito mútuo

Fonte
PHILLIPS; BRANDES (2007)

60
DIVERSIDADE E PRECONCEITO
Discutir sobre tabus e
OBJETIVOS
preconceitos

NÚMERO DE
Não há limite.
PARTICIPANTES

Papéis sulfite, EVA, fita crepe,


MATERIAIS tesoura, lápis de cor, canetas
coloridas.

METODOLOGIA

Inicialmente o professor deverá


confeccionar bonecos em EVA colorido
(branco, preto, amarelo) e roupas. Estes/as
deverão ser levados para a aula.

Na aula: separar os participantes em


grupos. Entregar um boneco feito de EVA
para cada grupo. Sortear características
sobre gênero, orientação sexual, cor da
pele, religião, deficiências e metas de vida
(alguns papéis podem conter pontos de
interrogação).
61
METODOLOGIA
A partir destas características, cada grupo
deverá montar seu boneco (as características
que possuíam ponto de interrogação serão
inventadas pelos participantes). Para tanto, o
docente disponibilizará diferentes tipos e
cores de cabelos e roupas, confeccionados
em papel EVA, fita crepe, tesoura, lápis de
cor e canetas coloridas. Estes deverão ser
colocados no centro da sala de aula, a fim de
deixar os jovens livres para customizarem sua
personagem da maneira que julgarem
adequada.

Ao término da montagem, o grupo criará uma


história para a personagem. Na sequência, um
representante compartilhará a história com
os demais colegas, apresentando o indivíduo
customizado.

QUESTÕES PARA 1) Quais foram os preconceitos e


tabus encontrados em cada história?
DISCUSSÃO 2) Como desmistificá-los?

Adaptado da oficina “Corpo, Gênero e Sexualidade –


Refletindo sobre nós mesmos", desenvolvida na I Jornada
Pedagogias do Corpo: as "Biologias e suas intersecções”,
que ocorreu na Universidade Estadual de Maringá, no ano FONTE
de 2015. Aplicada pelos ministrantes: Alexandre Luiz
Polizel; Mateus Oka de Farias; Naomi Neri; Tamires
Tolomeotti Pereira 62
ALGUMAS FOTOS

63
RELAÇÕES DE GÊNERO E
ORIENTAÇÃO SEXUAL
Conforme já apresentado nesta cartilha, a sexualidade
humana é composta por inúmeras dimensões, dentre as
quais se encontram as questões de gênero e orientação
sexual. Para esclarecer possíveis dúvidas, trouxemos alguns
conceitos e definições sobre quatro elementos da
sexualidade humana: sexo biológico; identidade de gênero;
expressão de gênero e orientação sexual.

O sexo biológico pode ser compreendido como a


identificação do sexo de uma pessoa a partir de seus órgãos
genitais internos e externos, e do conjunto de informações
genotípicas e cromossomiais. Existe, portanto, a
possibilidade de uma pessoa, ao nascimento, ser
identificada como macho (se possuir pênis, saco escrotal e
cromossomo XY), fêmea (se possuir vulva, útero e
cromossomo XX) ou intersexo (se possuir características
genitais, cromossomiais e/ou hormonais que não se
enquadram nas típicas definições de ‘macho’ e ‘fêmea’)
(POLAKIEWICZ, 2021).

64
“Quando falamos de sexo biológico, contudo temos que
pensá-lo também por um viés social, uma vez que nossa
sociedade foi e ainda é construída a partir desses órgãos”
(SOUZA; MEGLHIORATTI, 2017, p. 7). Pauta-se no corpo
sexuado e biológico para justificar e definir o que deve ser
os homens e as mulheres, assim como seus papéis e
lugares na sociedade (MORO, 2001).

“O sexo biológico masculino e a presença do pênis foram e


ainda são frequentemente associados ao poder, força e
inteligência” (SOUZA; MEGLHIORATTI, 2017, p. 7). Em
contrapartida, o sexo biológico feminino e a presença da
vulva “são quase, automaticamente, associados à
submissão ao homem, à fragilidade e à doçura” (SOUZA;
MEGLHIORATTI, 2017, p. 8). Isso impacta também nas
carreiras consideradas mais adequadas às mulheres e aos
homens e traz às relações sociais ‘questões de gênero’, uma
vez que essas relações, quando pautadas em diferenças
percebidas entre os sexos, fazem dessas desigualdades
“uma forma primária de dar significado às relações de
poder” (SCOTT, 1995, p 88).

‘Gênero’ permite problematizar, portanto, as construções


sociais dos papéis adequados aos homens e às mulheres
(SCOTT, 1995).

65
O conceito de gênero pretende se referir ao modo como as
características sexuais são compreendidas e representadas
ou, então, como são “trazidas para a prática social e
tornadas parte do processo histórico” (LOURO, 1997). Cabe
esclarecer que, ao dirigir o foco para o caráter
“fundamentalmente social”, não há a pretensão de negar
que o gênero se constitui com ou sobre corpos sexuados,
ou seja, não é negada a biologia, mas enfatizada,
deliberadamente, a construção social e histórica produzida
sobre as características biológicas (LOURO, 1997).

Neste sentido, a Identidade de Gênero de uma pessoa não


é determinada pelo sexo biológico que lhe foi atribuído ao
nascimento. É considerada a percepção que a pessoa
possui de si, e como deseja ser reconhecida pela sociedade,
em relação a aspectos naturalizados socialmente como
femininos, masculinos, ambos ou nenhum dos dois
(SOUZA; MEGLHIORATTI, 2017; POLAKIEWICZ, 2021).

Aqui é importante esclarecer que a identidade de uma


pessoa se constrói, reconstrói e se modifica a todo o tempo
(LOURO, 1997). Contudo, por vivermos em uma sociedade
controlada por sistemas políticos, a busca por direitos
igualitários nos leva à necessidade de identificar algumas
identidades de gênero. Conforme salientado por
Polakiewicz (2021, s.p.), “na luta por uma existência sem
violência e pela obtenção de direitos, pessoas vêm
buscando o direito de existir”.

66
Acerca da Identidade de Gênero, uma pessoa pode se
perceber enquanto:

Cisgênero (mulher cis ou homem cis), quando a


identificação de seu gênero é a mesma do sexo biológico;

Transgênero (homem trans ou mulher trans), quando a


identificação de seu gênero é diferente do sexo biológico,
ou seja, são pessoas que se identificam com o sexo oposto,
podendo (ou não) realizar modificações corporais. É
necessário esclarecer que, ao contrário do que muitos
pensam, o que determina a transexualidade é “como as
pessoas se identificam, e não um procedimento cirúrgico”
(JESUS, 2012, p. 8). De forma simples e esclarecedora:
“mulher transexual é toda pessoa que reivindica o
reconhecimento como mulher. Homem transexual é toda
pessoa que reivindica o reconhecimento como homem”
(JESUS, 2012, p. 8);

Não binário/e, quando não se identificam exclusivamente


com algum gênero ou transitam entre eles. A não
binaridade abarca um espectro de identidades, que vai
desde a total ausência de identificação de gênero até uma
identidade infinita, plural, múltipla (POLAKIEWICZ, 2021).

67
Além da identidade, há a Expressão de Gênero, que se
refere à forma com que as pessoas expressam, exteriorizam
determinada identidade de gênero, por meio de
vestimentas, acessórios, forma de agir e falar, performances
artísticas, entre outros.

Nem sempre a expressão de gênero da pessoa corresponde


ao seu sexo biológico ou à sua identidade de gênero (REIS,
2018), podendo, inclusive, ser alterada constantemente.
Aqui podemos falar em um espectro entre expressões de
masculinidades e feminilidades.

Observação: na dúvida, pergunte para a pessoa como


ela/e/o gostaria de ser chamada/o/e.

68
Além das questões de gênero, que abarcam tanto a
identidade de uma pessoa como a forma com que ela a
expressa, há de se considerar seus interesses e atrações
sexuais e sentimentais. Isto é o que define sua Orientação
Sexual.

A Orientação Sexual tem a ver com os modos com que as


pessoas vivem seus desejos e prazeres corporais (suas
práticas), com parceiros/as do mesmo sexo ou gênero
(homossexualidade), do sexo ou gênero oposto
(heterossexualidade), de ambos os sexos ou gêneros
(bissexualidade), independentemente da identidade de
gênero ou sexo biológico (pansexualidade), sem parceiros
(assexualidade), ou de diversas outras formas existentes.

"As muitas formas de experimentar prazeres e desejos, de


dar e de receber afeto, de amar e de ser amada/o, são
ensaiadas e ensinadas na cultura, são diferentes de uma
cultura para outra, de uma época ou de uma geração para
outra" (LOURO, 2008, p. 22-23).

69
É importante compreender que identidade de gênero e
orientação sexual não são a mesma coisa e não podem ser
confundidas. Isto porque:

Uma pessoa transexual pode ser bissexual, heterossexual


ou homossexual, dependendo do gênero que adota e do
gênero com relação ao qual se atrai afetivo-sexualmente,
portanto mulheres transexuais que se atraem por homens
são heterossexuais, tal como seus parceiros, homens
transexuais que se atraem por mulheres também; já
mulheres transexuais que se atraem por outras mulheres
são homossexuais, e vice-versa (JESUS, 2012, p. 8).

70
Não há linearidade entre
Sexo-Gênero-Desejo

71
Ao abordar sobre as questões de gênero e orientação
sexual, consideramos relevante citar a importância do
movimento LGBTQIAP+ na “luta por direitos,
representatividade em espaços públicos — como
parlamentos e universidades —, e por reconhecimento,
respeito e proteção” (FERNANDES, 2022, s.p.). Abre-se um
adendo para trazer o significado de cada uma das letras do
movimento LGBTQIAPN+:

L = Lésbicas
G = Gays
B = Bissexuais
T = Transgêneros, Travestis e Transexuais
Q = Queer
I = Intersexo
A = Assexuais
P = Pansexuais
N = Não Bináries
+ = Outras identidades não heteronormativas e pessoas
vivendo com HIV.

72
Não há uma unidade quando nos referimos à comunidade
LGBTQIAP+, mas sim experiências singulares lésbicas, gays,
bissexuais, transexuais, queers e pessoas vivendo com HIV,
atravessadas pelas intersecções de raça/etnia, classe,
geração, que enfrentam de modo distinto processos de
marginalização/estratificação, existências e subjetividades
subordinadas à heteronorma.

Viver fora da heteronorma nunca foi seguro, uma vez que


esta define quem importa e quem incomoda, quem é
normal e anormal, quem deve ser protegido e
marginalizado, quem tem condições de permanência nos
processos educativos e quem é expulso dos mesmos.
Contudo, apesar das barreiras e preconceitos ainda
encontrados atualmente, estas lutas trouxeram (e trazem)
avanços para que todas as pessoas possam “coexistir em
sociedade” (FERNANDES, 2022, s.p.).

E sendo a escola um local de formação de cidadãos, é de


suma importância que esta temática seja colocada em
pauta. Isto porque a informação correta é capaz de
minimizar preconceitos e violências, elevando o respeito
entre as pessoas.

Nathália Hernandes Turke


Vinícius Colussi Bastos

73
COISAS DE MENINO X
COISAS DE MENINA
OBJETIVOS NÚMERO DE PARTICIPANTES

Refletir sobre o que é ser Não há limite.


homem e o que é ser
MATERIAIS
mulher na sociedade
contemporânea. Quadro negro e giz.

METODOLOGIA

Iniciar um diálogo sobre as diferenças existentes entre


conceitos como sexo, gênero e orientação sexual.
Após esta introdução, convidar os participantes a
escreverem, com giz, no quadro negro características
físicas, biológicas, emocionais, bem como atitudes e
objetos que usam, no dia a dia, para diferenciar um
menino de uma menina.

74
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

Iniciar um diálogo com os participantes, questionando


quem concorda e quem discorda do resultado a ser
visualizado no quadro negro, ou seja, da separação feita
por seus colegas, argumentando sobre suas posições.

Discutir sobre a importância de desmitificar ideias


equivocadas sobre o que "é ser homem" e do que "é ser
mulher", bem como sobre cores, vestimentas,
brincadeiras, objetos, que são classificados pela
sociedade como "coisas de menino" e "coisas de menina".

Abordar sobre intersexualidade.

FONTE
TURKE; TSUZUKI; MAISTRO 75
(2017; 2018)
POR QUE TANTA DIFERENÇA?
Discutir qual é a percepção dos
OBJETIVOS papéis sexuais entre homens e
mulheres na sociedade.

NÚMERO DE
PARTICIPANTES
Não há limite.

Sala ampla, folhas de papel


MATERIAIS sulfite, canetas.

METODOLOGIA

Dividir os participantes em grupos do sexo masculino e grupos do


sexo feminino. Solicitar aos grupos do sexo masculino que discutam:
as vantagens e as desvantagens de ser mulher. E aos grupos do sexo
feminino que discutam: as vantagens e as desvantagens de ser
homem.
Após a discussão, deverão preparar uma lista com as referidas
vantagens e desvantagens de ser homem ou mulher. Após a
montagem da listagem, cada grupo apresentará seus resultados.
76
Nesta dinâmica de grupos, é
proposital que os garotos
pensem sobre as vantagens e
OBSERVAÇÃO desvantagens de ser mulher e
vice-versa. Assim, um sexo se
colocará no lugar do outro

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

a) Qual a origem dessas diferenças?


b) Como essas diferenças são vistas em outras sociedades?
c) Como essas diferenças afetam a vida dos homens e das mulheres?
d) Quais as vantagens de ser homem ou mulher que são reais e quais
são estereotipadas?
e) É possível ser homem e exercer alguns tópicos listados em
“mulher” e vice-versa?
f) O que significa masculino e feminino? É o mesmo que macho e
fêmea? FONTE
g) Discutir sobre as diferenças dos papéis sexuais.
BRASIL (2000)

77
CONCORDO E DISCORDO
OBJETIVOS
Identificar as percepções dos/as jovens sobre as
relações de gênero no cotidiano. Debater com o
grupo sobre alguns pontos de vista.

NÚMERO DE PARTICIPANTES

Não há limite.

MATERIAIS

Cartões de papel com as questões a serem discutidas.

METODOLOGIA
Partindo da apresentação de algumas afirmações que
traduzem percepções do “senso comum” sobre
relações de gênero, os/as jovens devem se posicionar
a favor ou contra o que foi dito pelo docente: aqueles
que são a favor irão se locomover para o lado direito
da sala de aula; os contra, para o lado esquerdo; e os
indecisos, que estão “em cima do muro”, para o
centro da sala.

Peça para os/as participantes escolherem sua posição


mentalmente antes de se movimentarem. 78
EXEMPLOS DE FRASES
A) Os pais continuam sendo mais controladores com as
filhas do que com os filhos?

B) O que o jovem de hoje mais valoriza numa garota é


o fato de ela ser “gostosa”?

C) Existem coisas só para meninos, como futebol e


vídeogame, e coisas só para meninas, como cozinhar e
dançar balé?

D) As garotas de hoje desejam encontrar um homem


para casar e têm medo de ficar sozinhas.

E) Hoje em dia as mulheres jovens se valorizam


menos, saindo ou ficando com vários meninos.

F) Tomar conta dos filhos e da casa é responsabilidade


da mulher.

G) Hoje em dia as mulheres estão muito fáceis e depois


ainda querem que a gente as respeite.

H) Não existe machismo porque as mulheres já


possuem os mesmos direitos dos homens

79
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
Verificar quais foram as duas afirmações que
causaram maior controvérsia na sala.
Organizar um rápido debate sobre essas duas
questões (um assunto por vez) entre o lado que
concorda e o que discorda, solicitando que defendam
suas posições.
Provocar o debate para despertar nos/nas jovens a
reflexão sobre algumas convicções e quais
preconceitos e percepções sexistas existentes.

OBSERVAÇÃO
Além de promover o debate, esta atividade permite
que o/a educador/a identifique quais preconceitos e
percepções sexistas precisam ser trabalhados com
os/as jovens durante as aulas.
A partir desse diagnóstico, outras atividades sobre a
temática de gênero podem (e devem) ser
desenvolvidas para promover relações mais
democráticas entre o grupo.

FONTE
BRASIL (2000).

80
OBJETIVOS
Discutir privilégios e vulnerabilidades com
relação às questões de gênero e sexualidades.

NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.

MATERIAIS
Um espaço aberto, como uma quadra ou um
gramado.

METODOLOGIA
No espaço utilizado para a realização da
dinâmica, promova uma competição de corrida.
Para tanto, solicite aos participantes que se
posicionem lado a lado na linha de partida, de tal
maneira que todos estejam em situação de
igualdade para iniciar a corrida.

81
METODOLOGIA
Informe que antes de anunciar a largada você irá
realizar algumas afirmações e comandos. Após
isso, contará até três e quem cruzar primeiro a
linha de chegada será o vencedor.
Explique que ninguém é obrigado a seguir os
comandos caso não se sinta confortável.
AFIRMAÇÕES/COMANDOS
1 - Homens, deem um passo à frente;
2 - Quem nunca teve medo de ser agredido por causa da sua
identidade de gênero e/ou orientação sexual, dê um passo à
frente;
3 - Quem já foi humilhado ou se sentiu reprimido devido à
sua expressão de gênero, dê um passo atrás;
4 - Quem já desejou ficar (se relacionar) com alguém e não
foi correspondido, fique no lugar;
5 - Quem sempre foi correspondido sexualmente dê um
passo à frente;
6 - Quem já sentiu vergonha do próprio corpo, dê um passo
atrás;
7 - Quem se sente bem com o próprio corpo, dê um passo à
frente;
8 - Mulheres, deem um passo atrás;
9 - Heterossexuais, deem um passo à frente;
10 - Pessoas cisgênero, deem um passo à frente;
11 - Quem faz exames regulares de triagem de IST, dê um
passo à frente;
82
AFIRMAÇÕES/COMANDOS
12 - Quem tem uma família que respeita sua identidade de
gênero e sexual, dê um passo à frente;
13 - Quem já deixou de usar uma roupa que gosta por causa
da opinião/julgamento de outras, dê um passo atrás;
14 - Quem já fez sexo sem vontade ou forçado, dê um passo
atrás;
15 - Quem na infância desejou brincar de algo e não pôde
por causa do seu gênero, dê um passo atrás;
16 - Quem já fez sexo sem prevenção e correu risco de
contrair alguma IST, dê um passo atrás.

METODOLOGIA
O professor pode aumentar/diminuir os comandos,
conforme achar necessário. Ao final, solicite que todos
olhem ao redor, que observem suas posições e as dos
demais participantes.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO


Quais foram os sentimentos suscitados?
Discutir os privilégios e vulnerabilidades com relação
às questões apresentadas.

FONTE
Criada pelo autor: Dr. Vinícius Colussi Bastos, durante aulas
de sexualidade e saúde, na Universidade Estadual de
Londrina, no ano de 2019, inspirado em vídeos disponíveis
na plataforma do YouTube, que trazem essa dinâmica para
trabalhar questões mais amplas sobre privilégio. Tais vídeos
podem ser encontrados com a busca por: corrida por
privilégios. 83
VISIBILIDADE OU
REPRESENTATIVID
ADE ?

Analisar as formas de representação


OBJETIVOS midiática da homossexualidade.

No máximo 30 NÚMERO DE
pessoas. PARTICIPANTES

Vídeos das músicas: “Take me to


church”, de Hozier; e “Same love” de
MATERIAIS Macklemore e Ryan Lewis.
Traduções das letras das músicas em
uma apresentação de slides.

METODOLOGIA
Comece introduzindo o tema da aula,
contextualizando a discussão sobre a
homossexualidade e a diversidade de orientações
sexuais conhecidas;
Explique que serão apresentados dois vídeos de
músicas diferentes que retratam relações
homoafetivas;
84
METODOLOGIA
Apresente os vídeos, um seguido do
outro e, ao fim, questione aos estudantes
o que foi observado de diferente nos dois
vídeos;
Anote as respostas no quadro,
separando as características
apresentadas sobre cada vídeo;

Possivelmente sobre o primeiro vídeo será evidenciado


o preconceito e a violência e sobre o segundo a
possibilidade de um casamento, de uma “aceitação”;
Apresente a letra traduzida das músicas e questione
aos alunos quais diferenças são encontradas em suas
representações;
Apresente e diferencie os conceitos de visibilidade e
representatividade.
Para tanto, destaque que a visibilidade, dissemina a
existência da homossexualidade, mas não
necessariamente essa visibilidade se compromete a
representar e a humanizar pessoas homossexuais.
Enquanto a representatividade tem um compromisso
em dar visibilidade e disseminar com mais fidelidade
um modo de existir no mundo, que tem seus desafios,
mas que vive (não apenas sobrevive marginalizado).
85
DICA PARA O PROFESSOR
Pode-se usar de exemplo a representação das pessoas
negras na mídia: existiam pessoas negras nas novelas há
anos, no entanto, por vezes, seus papéis eram relacionados
com trabalhadoras domésticas, com a periferia e com a
criminalidade, o que não representa essa etnia, embora a
tornasse visível.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO


Discuta as consequências em se representar a relação
homoafetiva marcada pelo preconceito e pela
violência.

Para isto, fomente a discussão para que não se


martirize o vídeo da música um, pois mostrar uma
relação homossexual na mídia é preciso.
Enfatize aos alunos que o preconceito não está
ausente no vídeo da música dois, mas que naquela
situação a violência e o preconceito não são
protagonistas de uma relação homoafetiva.

FONTE
TSUZUKI; TURKE;
MAISTRO (2019).

86
VIOLÊNCIA SEXUAL E ESTUPRO
Uma das situações que devemos encarar e visibilizar dentro das
escolas são as ocorrências de assédio sexual, abuso sexual e
estupro na infância e adolescência, tendo em vista sua gravidade e
importância. Isto porque “o espaço escolar [é] um local de fator de
proteção” [...] [e] grande parte dos casos acontece dentro de casa e
com pessoas próximas da criança ou adolescente” (CORREIA, 2020,
p. 42). Portanto, a escola é o ambiente em que estes indivíduos
devem se sentir acolhidos e seguros para denunciar.

No Brasil, a Lei 12.015/2009 consta no Código Penal e protege as


vítimas nos fatos nominados “crimes contra a liberdade sexual [...] e
crimes sexuais contra vulnerável” (BRASIL, 2009, s.p.), nos quais se
enquadram: estupro; violência sexual mediante fraude e assédio
sexual. Cabe ponderar que é considerada vulnerável qualquer
pessoa que tenha menos de 14 (catorze) anos de idade, sendo
crime induzi-lo/a a “satisfazer a lascívia de outrem” (BRASIL, 2009,
art. 218).

Em se tratando de conceituação, o assédio é uma das violências de


gênero, tendo em vista que a construção patriarcal dos papéis de
gênero tem forte impacto na vida das mulheres. Enquanto ao
homem é ofertada posição de poder, à mulher é a de
subordinação, “em que as mulheres têm seus direitos violados,
seus corpos desrespeitados e sua voz desvalorizada” (CORREIA,
2020, p. 43). Esta construção social contribui para que mulheres
sejam assediadas e abusadas sexualmente e, portanto, é
necessário desnaturalizar esse tipo de violência, que é tão
corriqueiro em nosso dia a dia, considerada um crime.
87
O abuso sexual envolve diversos modos de agressões sexuais,
como aliciamento e exploração sexual, assédio sexual e estupro, e é
empregado de maneira ampla, categorizando atos de violação
sexual sem a aquiescência da outra parte: qualquer prática com
teor sexual que seja forçada, como a tentativa de estupro, carícias
indesejadas e sexo oral forçado. O estupro é o tipo mais grave de
abuso sexual. Segundo o código penal brasileiro, o estupro vai
além da penetração (conjunção carnal) de maneira
constrangedora e sem consentimento: sexo oral, masturbação,
toques íntimos e introdução forçada de objetos, por exemplo,
também se enquadram nessa classe de violência sexual.
Caracterizado pelo uso de violência física e/ou psicológica, em que
o agressor intimida e subjuga a vítima para satisfazer o seu prazer.

De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública


divulgados em 28 de junho de 2022, no ano de 2021, 66.020
mulheres foram vítimas de estupro no Brasil. Desse total, 61,3%
tinham até 13 anos. Mais de 75% das mulheres violentadas eram
consideradas vulneráveis e impossibilitadas de aceitar a relação
sexual (BRASIL, 2022). Estes dados são alarmantes e, embora haja
legislação e assessorias que protejam as vítimas de abusos sexuais,
parte delas resiste em delatar os agressores. Dentre os motivos da
omissão, estão temor de ser apontada pela sociedade; de sofrer
represália quando o agressor tem poder ou considerada pessoa de
confiança; burocracia das averiguações; e sentimento de
impunidade quanto aos agressores. Diante disto, a educação
sexual nas escolas é de suma importância para que haja abertura
para denúncias, e como “método de prevenção eficaz, pois a
consciência corporal é um princípio fundamental para a
compreensão de possíveis abusos e violências sexuais contra as
crianças e adolescentes” (CORREIA, 2020, p. 44). 88
Diante de tanto sofrimento e problemas que advêm com estas
agressões, não podemos nos furtar de levar para os intramuros
escolares tais discussões. Para tanto, precisamos pensar em
abordagens distintas, de acordo com a faixa etária de cada
estudante, dentre as quais incluem as temáticas: diferenças entre
corpos masculinos e femininos e nomes corretos dos órgãos
genitais; diferenças entre toques agradáveis e toques
desconfortáveis; importância de dizer não quando algum toque
não lhe agradar ou quando algum adulto pedir para tocar suas
partes íntimas e guardar estes ‘segredos’; explicar sobre
privacidade e limites, destacando que nenhum adulto ou criança
pode tocar em seus órgãos genitais, salvo para questões de higiene
íntima; explicar o que é abuso sexual, esclarecendo que este não é
culpa da criança ou adolescente, não é culpa da vítima, e, caso
aconteça, deve ser denunciado para algum adulto de sua
confiança; apresentar informações sobre segurança ao conhecer
pessoas, especialmente online (CHILDHOOD, 2019 apud CORREIA,
2020). Assim, “ensinamos conceitos básicos sobre autoproteção,
intimidade, consciência corporal e intimidade” (CORREIA, 2020, p.
45). A seguir apresentamos algumas dinâmicas que podem ser
utilizadas em sala de aula para abordar sobre estes assuntos.

Virgínia Iara de Andrade Maistro


Nathália Hernandes Turke

89
PODE OU NÃO PODE?
OBJETIVOS
Exemplificar os tipos de toques e relacionamentos;
Diferenciar e classificar os toques consentidos e os
toques de violência/assédio; Apresentar circunstâncias de
violência sexual e métodos de se prevenir delas.

NÚMERO DE PARTICIPANTES
No máximo 30 pessoas.

MATERIAIS
Papéis com circunstâncias de toques bons
(consentidos) e toques maus (assédio/violência);
Bexigas; Música.

METODOLOGIA
Coloque os papéis com as circunstâncias de toques dobrados em
uma bexiga e a encha;
Disponha os estudantes em um círculo. Passe as bexigas de
estudante a estudante enquanto a música toca;
Quando a música for pausada, o estudante que estiver com a
bexiga deverá estourá-la e ler o papel que ela contém;
Dada a circunstância, fomente uma discussão até que os
discentes cheguem a uma conclusão: se aquele toque pode (será
consentido) ou se aquele toque não pode (violência/assédio);
Termine explicando o porquê de aquele toque ser consentido ou
ser considerado violência. Repita a dinâmica até que todas as
bexigas sejam estouradas.

90
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR
Utilize toques e circunstâncias adequadas ao contexto e à faixa
etária dos estudantes. Alguns exemplos:

1 - O pai, a mãe, ou a pessoa responsável te abraçar. Pode ou não


pode?
2 - Ao atravessar a rua dar as mãos a um adulto conhecido. Pode
ou não pode?
3 - Sentar-se no colo de outras pessoas contra a sua vontade.
Pode ou não pode?
4 - Encostar em suas partes íntimas sem sua autorização. Pode ou
não pode?
5 - Um estranho tentar te beijar à força. Pode ou não pode?
6 - Um estranho pedir para ser acariciado em suas partes íntimas.
Pode ou não pode?
7 - Aceitar bebidas de estranhos em festas. Pode ou não pode?
8 - Ter relações sexuais com outra pessoa quando tiver vontade.
Pode ou não pode?

Para trabalhar com crianças é interessante utilizar o livro


intitulado: Pipo e Fifi: prevenção de violência sexual na infância,
de autoria de Caroline Arcari (2018).

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO


Questionar aos alunos outras circunstâncias que poderiam
ser discutidas durante a dinâmica.
Dialogar sobre assédio e violência sexual, destacando como
identificar, prevenir e denunciar.

FONTE
ARCARI (2018);
TSUZUKI et al. (2020).
91
CULTURA DO ESTUPRO

OBJETIVOS
Discutir a cultura do estupro, principalmente no que se
refere ao papel da mulher na sociedade. Promover o
respeito às diferenças.

NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.

MATERIAIS
Recursos midiáticos para apresentação
de slide, papéis, lápis, caneta.

METODOLOGIA
O professor deverá elaborar uma apresentação de slides,
com 10 fotos de pessoas de diferentes faixas etárias,
gêneros, etnias e classes sociais, utilizando diferentes
vestimentas. No slide também deverá conter 10 notícias
(reais) de pessoas que sofreram violência sexual, e que
possuíam perfil semelhante ao das fotos, incluindo o local
e por quem se deu o crime ocorrido.

92
METODOLOGIA
No início da aula, o professor irá introduzir o tema,
informando aos estudantes que mostrará 10 fotos que
personificam pessoas que sofreram violência sexual, que
foram estupradas. A seguir, solicitará que os estudantes
retirem uma folha de seus cadernos e enumerem de 01 a
10, deixando um espaço de ‘três linhas’ entre as
numerações. Os estudantes serão instruídos a
observarem as fotos e escreverem na folha, utilizando
caneta, as circunstâncias em que imaginavam que estas
pessoas foram estupradas.

Posteriormente, serão apresentadas as notícias reais


selecionadas pelo docente. Neste momento, é importante
apresentar casos de estupro que aconteceram apesar de
as mulheres estarem em casa, na igreja, no trabalho, na
escola, e assim sucessivamente, bem como abordar
sobre assédio e abuso sexual e as formas de denunciar o
agressor.

Finalmente, será dado um tempo para que os estudantes


possam reler as suposições que escreveram em suas
folhas, a partir da visualização das fotos, e comparar com
os fatos. Além disto, será solicitado para que ‘risquem’ a
lápis se houver algo que haviam escrito, mas não
concordam mais.

93
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR
Utilizamos fotos de bebês e crianças do sexo masculino e
feminino; jovens e adultos cis e trans; pessoas brancas e
negras, com e sem deficiências, utilizando roupas
sensuais, roupas de serviço e roupas sociais.
Apresentamos os seguintes casos:

Caso 01: a vítima era uma mulher de 32 anos, negra e


obesa. Trabalhava como empregada doméstica e foi
estuprada por seu médico, o qual foi preso.

Caso 02: a vítima era uma criança (menina) de 10 anos.


Foi estuprada pelo seu padrasto, o qual foi preso.

Caso 03: a vítima era uma mulher de 19 anos. Foi


estuprada dentro de sua própria casa, em que morava
com sua avó, durante um assalto. O estuprador foi preso.

Caso 04: as vítimas eram duas crianças (meninas) de 08


e 10 anos, contudo a denúncia ocorreu apenas quando
elas já tinham 15 e 17 anos. Foram estupradas pelo próprio
pai, o qual foi preso.

Caso 05: a vítima era uma mulher de 20 anos, que


possuía deficiência mental. Ela estava passeando com
sua família e o estuprador a levou ‘à força’ para um
matagal. O estuprador foi preso após ser identificado pela
família.

94
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR
Caso 06: a vítima era uma mulher transsexual de 23 anos.
A jovem foi estuprada, espancada, assassinada e jogada
em um córrego. Suspeita-se que o estupro ocorreu por
mais de uma pessoa, contudo os estupradores não foram
presos.

Caso 07: a vítima era uma criança (menino) de 07 anos.


Foi estuprado pelo professor, no banheiro da escola. O
estuprador foi apenas afastado de seus serviços na
escola.

Caso 08: as vítimas eram seis crianças, sendo cinco


meninas e um menino. O estuprador é um padre, o qual
foi preso.

Caso 09: a vítima era uma bebê de 07 meses. Foi


estuprada pelo padrasto, o qual foi preso.

Caso 10: a vítima era uma mulher de 16 anos, que foi na


casa do seu namorado, local em que foi dopada. Ela
sofreu um estupro coletivo. Seis homens foram indiciados
pela justiça, mas nem todos foram presos.

95
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
Abordar os alunos sobre as seguintes questões:

1. Em suas primeiras impressões, vocês tiveram algum


prejulgamento da circunstância do estupro tendo em
vista a foto visualizada? Por quê?

2. Vocês culpabilizaram a vítima ou outra pessoa, que não


o estuprador, pelo crime ocorrido? Por quê?

3. Vocês já sofreram assédio?

4. Vocês acham que o gênero, a roupa ou o ambiente que


a pessoa frequenta justifica um estupro? Por quê?

Aproveitar este momento para levar os estudantes a


refletirem e começarem a desconstruir seus
prejulgamentos acerca da cultura do estupro, que advém
de percepções machistas, racistas, transfóbicas etc.

FONTE
TURKE et al. (2020)

96
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS,
GRAVIDEZ E IST
Dentre os diversos temas abarcados pela Educação Sexual,
encontram-se os Métodos Contraceptivos e as Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST), focos de interesse e discussão
neste capítulo. Trabalhar estes assuntos na Educação Básica é
extremamente importante, com o intuito de levar aos jovens
informações sobre o gerenciamento das vulnerabilidades
presentes nas práticas sociais. Cabe esclarecer que durante as
aulas os estudantes não serão ensinados a praticar sexo, mas
orientados sobre a importância do autocuidado, que inclui formas
de prevenir uma gravidez não planejada e IST, e identificar e
denunciar abusos.

Levando em consideração que há grande diversidade de métodos


contraceptivos, é papel da escola ensinar e orientar os estudantes
sobre suas eficácias, possíveis efeitos colaterais e interações
medicamentosas. Eles podem ser classificados em métodos
comportamentais (ou naturais), hormonais, intrauterinos, de
barreira, definitivos, e contracepção de emergência (PAUW, 2020).

97
1) Métodos Comportamentais (ou naturais): se baseiam na
abstinência sexual periódica, evitando a relação nos dias em que a
mulher estiver no período fértil; e no coito interrompido. Para sua
utilização, é necessário que o homem tenha autocontrole da
ejaculação e a mulher, além de conhecer seu corpo, tenha um ciclo
menstrual regulado, sendo possível identificar o início e o fim do
seu período fértil.

Como exemplos temos: Tabelinha (cálculo mensal do período fértil


da mulher); Muco Cervical ou Billings (quando este está presente
na vagina da mulher ela está em seu período fértil); Temperatura
Corporal Basal (identificação de aumento da temperatura corporal
basal, que indica início da ovulação); Coito Interrompido
(interrupção da ejaculação do homem dentro da vagina da mulher,
eliminando o sêmen em outro lugar) (PAUW, 2020).

Ao explicar estes métodos aos jovens é necessário esclarecer que


são extremamente falhos.

98
2. Métodos Hormonais: funcionam liberando hormônios derivados
do estrogênio e da progesterona, que impedem tanto a liberação
de óvulos pelos ovários como a passagem dos espermatozoides
pelo colo do útero.

Podem ser tomados por via oral (pílulas anticoncepcionais);


injetados no músculo (injeção mensal e trimestral); aplicados na
pele (adesivos transdérmicos); inseridos na vagina (anéis vaginais);
ou implantados sob a pele (implanon ou implante
anticoncepcional) (PAUW, 2020).

Ao explicar estes métodos é importante ilustrá-los aos alunos e


esclarecer que cada indivíduo é único e reage de formas diferentes
aos diversos métodos hormonais. Ou seja, o que pode funcionar
para determinada pessoa pode não fazer bem para outra; e por isto
é imprescindível que o/a jovem procure um/a ginecologista, que
irá solicitar os exames necessários e receitar determinados
medicamentos.

Vale ressaltar que os anticoncepcionais hormonais, além de serem


utilizados para evitar gravidez, também podem ser indicados no
“tratamento de desequilíbrios hormonais que podem gerar acnes,
desregulação no ciclo menstrual, fortes cólicas menstruais e para o
tratamento de mulheres que possuem ovário policístico” (LUZ;
BARROS; BRANCO, 2021, p. 4).

Além disto, o professor pode evidenciar que há substâncias e/ou


medicamentos que diminuem a eficácia dos métodos hormonais,
como alguns antibióticos, anticonvulsionantes, antirretrovirais,
algumas ervas fitoterápicas, entre outros. Portanto, na dúvida
acerca de interferências medicamentosas, é necessário ler a bula
ou procurar um profissional da saúde.
99
3. Métodos Intrauterinos: são Dispositivos Intrauterinos (DIU) de
ação contraceptiva, que são inseridos na cavidade uterina (no
útero), a partir de uma microcirurgia realizada por enfermeiros
e/ou médicos capacitados. Eles são feitos de polietileno, aos quais
podem ser adicionados prata, cobre ou hormônios (PAUW, 2020).

100
4. Métodos de Barreira: estes podem ser divididos em métodos que
evitam a gravidez ao impedir que os espermatozoides entrem no
útero e em métodos que previnem IST. Nos primeiros podemos
citar o diafragma, os espermicidas, as esponjas contraceptivas e o
capuz cervical. Nos segundos se encontram os preservativos
internos e externos, também conhecidos como camisinhas (PAUW,
2020).

É importante ensinar aos alunos a forma correta de utilizar ambos


os preservativos, destacando que apenas eles previnem IST, sendo
necessária sua utilização em todas as relações sexuais (orais, anais,
vaginais), mesmo que de forma combinada a outros métodos
(hormonais, intraúteros ou definitivos).

Também é interessante esclarecer que os preservativos não devem


ser reutilizados, tampouco deve-se utilizar duas camisinhas
(internas e/ou externas) ao mesmo tempo, pois ambas podem
estourar/romper.

101
5. Métodos Definitivos: exigem intervenção cirúrgica, promovendo
a esterilização da mulher (Laqueadura) ou do homem
(Vasectomia).

6. Métodos de Emergência: aqui encontra-se a Pílula do Dia


Seguinte (PDS), que é classificada como um método contraceptivo
de emergência, de alta dosagem hormonal, que não deve ser
utilizado de forma contínua ou recorrente, pois traz inúmeros
efeitos colaterais, como dores de cabeça, cólica, náuseas e vômitos,
alterações no ciclo menstrual, entre outros.

Sua utilização é indicada em casos emergenciais, com o intuito de


tentar evitar uma possível gravidez, como: falha do preservativo
(camisinha interna ou externa); esquecimento de
anticoncepcionais; violência sexual. Ela funciona bloqueando a
ovulação e, consequentemente, a fecundação. É ideal que seja
ingerida pela mulher o mais próximo possível da relação sexual,
porque sua efetividade começa a diminuir poucas horas depois
(PAUW, 2020).

102
É importante salientar que “a adolescência, idade entre 10 e 19
anos, é um período conturbado devido aos eventos biológicos
gerados por mudanças hormonais que se desdobram em
transformações físicas, cognitivas, psicológicas e sociais”
(MESQUITA, 2019, p. 22). Nesta fase, inúmeros jovens começam a
ter relações sexuais e, “devido ao despreparo, podem ficar
vulneráveis a todo tipo de consequência, incluindo as IST e a
gravidez precoce” (MESQUITA, 2019, p. 22).

A gravidez precoce ou não planejada, além de ser uma mudança


nos aspectos sociais e psicológicos da adolescente, é também uma
mudança física em que o corpo nem sempre está preparado,
podendo trazer risco de vida.

Já as IST podem trazer problemas de saúde capazes de alterar uma


vida de maneira irreversível, especialmente se não diagnosticadas
e tratadas a tempo, “o que torna essa faixa etária uma classe
preferencial para a promoção da saúde no mundo inteiro (COSTA
et al., 2018 apud MESQUITA, 2019, p. 22-23).
103
As IST podem ser causadas por “mais de 30 diferentes agentes
etiológicos, tais como vírus, bactérias, fungos e protozoários”
(NUNES, 2017 apud MESQUITA, 2019, p. 18), e transmitidas por
contato íntimo (sexo oral, vaginal, anal), via sanguínea (objetos
contaminados, como alicates e agulhas), placentária (parto) e
amamentação.

Algumas das mais conhecidas são: Sífilis; Gonorreia; Herpes;


Candidíase; Tricomoníase; Clamídia; Cancro Venéreo; Chato;
Hepatite (B, C e D); Vírus do Papiloma Humano (HPV); Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) (MESQUITA, 2019).

104
Ao discutir as IST em sala de aula, é fundamental que o professor
esclareça que algumas têm cura se tratadas precoce e
corretamente, como a sífilis, gonorreia e clamídia, e outras não,
como a herpes, o HPV e o HIV.

Apesar disso, atualmente há vacinas que previnem o HPV.


Distribuídas gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos
entre 09 e 14 anos, é imprescindível que os adolescentes
compreendam a importância da vacinação para quebrar a cadeia
de transmissão do vírus, que é fator de risco para desenvolvimento
de câncer, especialmente de colo de útero (GRANCHI, 2022).

Com relação ao HIV, este pode ser controlado a partir da terapia


antirretroviral (ART). O tratamento é disponibilizado gratuitamente
pelo SUS e é capaz de ajudar a desacelerar a progressão dos
estágios da infecção, diminuir as chances de transmissão e
prolongar a vida de pessoas que vivem com HIV. Inclusive, “quando
uma pessoa vivendo com HIV alcança a carga viral indetectável, o
vírus deixa de ser transmitido em relações sexuais” (UNAIDS, 2018,
s.p.).

105
Atualmente, somados à camisinha, há inúmeras estratégias de
prevenção da transmissão do HIV, como a Profilaxia Pós-Exposição
(PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

A PEP é a “utilização da medicação antirretroviral após qualquer


situação em que exista a exposição ao HIV [...], [e] age impedindo
que o vírus se estabeleça no organismo” (UNAIDS, 2022, s.p.). A
PrEP, por sua vez, é a “utilização do medicamento antirretroviral
por pessoas que não vivem com HIV, mas apresentam mais
possibilidades de exposição ao HIV. Com o medicamento já
circulante no sangue no momento do contato com o vírus, o HIV
não consegue se estabelecer no organismo” (UNAIDS, 2022, s.p.).
Ambas são ofertadas gratuitamente pelo SUS.

106
Ao conjunto de estratégias utilizadas dá-se o nome de prevenção
combinada, que se encontra ilustrada a seguir:

Cabe considerar que, por mais que métodos contraceptivos


estejam disponíveis gratuitamente nos hospitais públicos, a falta
de orientação sobre como utilizá-los, e sua importância, pode
resultar em uma gravidez indesejada e na transmissão de IST.

Por conta disso a Educação Sexual é importante nos quesitos de


saúde e sociedade, garantindo melhores condições de vida,
igualdade social e amparo ao indivíduo.

Nathália Hernandes Turke


Gabriela Cruz Alves

107
DANÇA DA TRANSMISSÃO
Esclarecer dúvidas sobre Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST),
OBJETIVOS bem como elucidar a importância e
as maneiras de prevenção.

NÚMERO DE
PARTICIPANTES No máximo 50 pessoas.

Copos descartáveis transparentes; água da


MATERIAIS torneira; água tônica; luz negra; músicas da
atualidade; aparelho que toca música.

METODOLOGIA
Inicialmente o/a professor/a deverá separar um copo
descartável para cada estudante, os quais serão enchidos
com água da torneira. Contudo, a um copo (ou dois,
dependendo da quantidade de participantes) será adicionada
água tônica sem gás, deixando-o similar aos outros. Além
disto, alguns copos estarão duplicados (um copo dentro do
outro). Logo em seguida, eles serão entregues aos alunos e o
professor colocará uma música para tocar.

Os discentes, após receberem os copos, começarão a andar


por todo o ambiente disponível, como se estivessem em uma
festa (uma “balada”), dançando. Ao professor caberá pausar a
música em alguns momentos, nos quais os estudantes
trocarão, aleatoriamente, o conteúdo de seu copo com o dos
colegas.

108
METODOLOGIA
Quando a música terminar, os alunos serão convidados a
formar uma fila para olhar o líquido de seu copo na luz negra.
Neste momento, alguns irão ver que seu líquido possui
coloração azul (característica da luz negra), e outros
coloração roxa, brilhando em contato com a luz negra. Assim,
os estudantes serão divididos em dois grupos.
Posteriormente, será esclarecido aos discentes que a troca
de fluidos durante a dinâmica representou relações sexuais.

Com relação à diferença de coloração, será explicado que


apenas um (ou dois) copo continha água tônica no início da
dinâmica, a qual contém “quinino”, substância que, em
contato com a luz negra reflete a coloração “roxa brilhante”.
Essa substância simulou a presença de microrganismos que
podem (ou não) causar infecções.

Tendo isto em vista, os/as participantes em que o conteúdo


dos copos apenas ficou com a cor da luz negra (azul)
representam os que não estavam “infectados” por nenhum
microrganismo, e aqueles cujo conteúdo ficou brilhante,
estavam “infectados”.

Ademais, será explicado que os copos que estavam em


duplicata representaram a utilização de formas de prevenção
de IST, como a camisinha. Portanto, os indivíduos que
possuíam dois copos e seu líquido brilhou, apesar de terem
tido o risco de se infectarem durante a relação sexual, não
entraram em contato com os microrganismos. Ou seja, foram
protegidos das infecções por conta do uso correto da
camisinha.

109
Outros recursos podem ser utilizados
durante a realização da dinâmica, de modo
a ampliar as discussões:

Fazer marcações embaixo de dois copos


ORIENTAÇÕES com cores distintas, simbolizando Profilaxia
PARA O Pré-Exposição (PreP) e a Profilaxia-Pós
PROFESSOR Exposição (PEP), que podem ser utilizadas
em infecções como a Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Também
pode-se simbolizar as vacinas que previnem
infecções como o HPV.

Apresentar aos alunos as diferentes IST,


bem como as formas de prevenção, com
ênfase para a importância de utilizar
QUESTÕES camisinha durante a relação sexual. Discutir
PARA sobre as formas de transmissão das IST,
DISCUSSÃO desmitificando-as, destacando que pessoas
que vivem com alguma IST (como HIV) não
devem sofrer preconceitos, pois são
indivíduos normais.

FONTE Os autores.

110
CAIXA SURPRESA DA
ANTICONCEPÇÃO

OBJETIVOS
Conhecer os diferentes métodos contraceptivos.
Diferenciar os métodos contraceptivos segundo seu
modo de usar e sua interferência na fecundação
(métodos de barreira ou químicos)

NÚMERO DE PARTICIPANTES
No máximo 40 pessoas.

MATERIAIS
Caixa e exemplares de métodos contraceptivos, como:
DIU e SIU; Diafragma e espermicida; Camisinha
masculina e feminina; Pílulas anticoncepcionais;
Contraceptivo injetável; Adesivo cutâneo hormonal;
Anel vaginal; Implante contraceptivo.

METODOLOGIA
Coloque todos os exemplares de métodos contraceptivos
dentro de uma caixa média;

Introduza o assunto e explique a dinâmica: cada


estudante deverá retirar um item de dentro da caixa e
aguardar (caso haja um número maior de estudantes do
que de métodos contraceptivos, separe-os em duplas ou
grupos).
111
METODOLOGIA
Observação: além dos métodos contraceptivos, também
é possível colocar na caixa a pílula do dia seguinte
(método emergencial), discorrendo sobre sua utilização,
eficácia e riscos. É importante esclarecer que ela não é
utilizada para prevenção, não devendo ser utilizada
continuamente (apenas em casos de emergência).

Seguindo uma sequência, peça para que os estudantes


sugiram as funções e o modo de uso do objeto sorteado.

Após as tentativas dos estudantes, apresente aquele


método, indicando suas funções e seu modo de usar.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO


Após levantar os conhecimentos prévios dos discentes
sobre os diferentes métodos contraceptivos, o professor
irá apresentá-los, diferenciando-os segundo seu modo
de usar e sua interferência na fecundação (métodos de
barreira ou químicos).

Discutir sobre a importância da utilização destes


métodos, de forma isolada e/ou combinada, tanto para
prevenção de gravidez (especialmente precoce) como de
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Destacar a importância de consultar um ginecologista
antes de iniciar a utilização de métodos contraceptivos
hormonais.

FONTE
TSUZUKI; BARBORA;
PEREIRA (2020). 112
MITO OU VERDADE?
Objetivos Esclarecer e diferenciar os mitos e as
verdades disseminadas popularmente
acerca da sexualidade e das Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST).
Ressignificar verdades populares adaptando-
as ao conhecimento científico.

Número de
Não há limite.
participantes

Materiais
Caixa e pequenos papéis com alguns mitos
e algumas verdades populares acerca da
sexualidade humana e das IST.

Metodologia
Primeiramente, o/a professor/a irá introduzir a temática
a ser trabalhada e sortear um papel para cada
estudante.
Peça para que um estudante por vez leia o que está
escrito em seu papel (repita até que todos tenham
participado).
Após o término da leitura, instigue os estudantes a
compartilharem suas opiniões sobre as afirmações.
113
Mitos e Verdades que podem ser
utilizados

MITO VERDADE
1 - O sangue da menstruação é sujo e 1 - Brinquedos sexuais podem ser
transar menstruada não engravida. utilizados para masturbação e/ou
durante o sexo.
2 - Masturbação causa espinhas e
faz o pênis crescer. 2 - Camisinha (feminina e/ou
masculina) é o único método
3 - Para a mulher, a primeira vez contraceptivo que previne IST.
sempre irá doer e sangrar. E depois
disto ela ficará com a vagina "larga" 3 - Mulheres que possuem vida
sexual ativa precisam fazer o exame
.4 - Se o homem ejacular fora Papanicolau anualmente.
durante o sexo não há risco de
engravidar. 4 - Tamanho não é documento.
5 - O tamanho dos pés, das mãos e 5 - Antes de iniciar o uso de métodos
do nariz do homem indica o tamanho contraceptivos hormonais é
do pênis. imprescindível a ida ao ginecologista.
6 - Quando a mulher não é mais 6 - Pílula do dia seguinte não é
virgem seu quadril fica mais largo. abortiva.
7 - No sexo oral e anal não é 7 - É possível que uma menina que
necessário usar camisinha. ainda não menstruou engravide.
8 - Sexo anal causa hemorroidas. 8 - Pode transar durante a gestação
e isso traz benefícios para a saúde.
9 - Absorventes internos e coletores
menstruais tiram a virgindade. 9 - Mulheres virgens podem usar
absorvente interno e coletor
10 - A relação sexual só é boa se os menstrual.
dois chegarem ao orgasmo.
10 - Homossexualidade não é uma
escolha. E sentir prazer no ânus não
faz do homem homossexual.

114
Dicas para o professor

As afirmações aqui trazidas são apenas algumas dicas.


Elas podem e devem ser adaptadas de acordo com a faixa
etária dos estudantes.
É importante que o professor saiba explicar as razões de
as afirmações selecionadas serem consideradas mitos ou
verdades.

Questões para discussão

Introduzir a explicação científica acerca do porquê de as


sentenças serem um mito ou uma verdade.
Questionar os alunos acerca de outros mitos e/ou
verdades que já ouviram sobre sexualidade, tirando suas
dúvidas.

Fonte
TSUZUKI; BARBOSA; PEREIRA
(2020).

115
A HISTÓRIA DE JAIRO E PEPA
Objetivos
Discutir uma situação de gravidez precoce a partir do
ponto de vista de um menino e de uma menina,
enfatizando a importância de envolver os homens na
contracepção.

Número de Materiais
Participantes Cópias em papel
sulfite da história
Não há limite. de Jairo e Pepa

Metodologia
Dividir os participantes em dois grupos, os quais receberão
uma história sobre “gravidez na adolescência". Um grupo
receberá a história a partir da visão de uma menina (Pepa),
e o outro sobre a visão de um menino (Jairo). Cada história
será dividida em três partes, que serão lidas e discutidas
separadamente.

Para tanto, os grupos devem escolher uma pessoa para ser o


representante. Este será responsável por distribuir as três
partes das histórias, garantindo que as questões propostas
sejam respondidas antes de a sequência ser lida.

O representante deve se atentar a favorecer a participação


de todos os participantes e anotar em um papel as respostas
em que os grupos chegaram. Após o término das histórias, os
representantes devem apresentar as respostas à turma.
116
A História de Pepa: Parte 1
Pepa é uma menina de 15 anos que mora em uma
cidade do interior do Estado do Ceará. Ela gosta muito
de estudar e participa de vários projetos na escola em
que estuda. No período das férias, sempre passa uns
dias com sua tia Jurema, em Fortaleza. É lá que ela se
dedica ao que mais gosta de fazer: desenhar e pintar.

Um dia, Pepa estava sentada debaixo de uma árvore


observando a praia e criando um desenho, quando dela
se aproximou Jairo, um jovem pescador de 16 anos. Ele
sentou-se ao seu lado e perguntou o que ela estava
fazendo. Seu sorriso era lindo, e imediatamente Pepa
sentiu um calor percorrendo seu corpo. Conversaram
um longo tempo e, antes de ir-se, Jairo convidou Pepa
para tomar um sorvete no dia seguinte. Enquanto o
pescador ia embora, Pepa percebeu-se sentindo
emoções que lhe eram totalmente novas. Como nas
histórias, Pepa sentiu que havia encontrado o amor.

Questões a serem respondidas pelo grupo


- O que sente uma menina quando está apaixonada?
- O que espera que aconteça nos próximos encontros?
- Jairo sentiu a mesma emoção de Pepa?
- Como continua essa história?

117
A História de Pepa: Parte 2
Pepa e Jairo se encontravam praticamente todos os
dias e, nos momentos em que estavam separados,
sentiam muitas saudades um do outro. Ao se
encontrarem, conversavam o tempo todo, trocavam
beijos e juras de amor eterno.

Um dia, Jairo convidou Pepa a visitar a sua casa. Seus


pais tinham ido visitar uma tia enferma e só voltariam à
noite. Pepa ficou em dúvida se deveria aceitar o convite.
Tinha medo de que sua tia ficasse sabendo disso e a
mandasse voltar para sua cidade antes de as férias
terminarem. No entanto, acabou concordando.
Trocaram carícias, beijos e tiveram uma relação sexual.

Questões a serem respondidas pelo grupo


- Quem tem que pensar em contracepção? Pepa ou
Jairo?
- E na prevenção das IST?
- Pepa e Jairo se protegeram? Por quê?
- Como continua essa história?

118
A História de Pepa: Parte 3
A relação sexual entre os dois foi doce e amorosa. Foi a
primeira vez dos dois. Jairo levou Pepa até a casa de
sua tia e se despediram com um beijo. Eles continuaram
a se encontrar, mas não tiveram mais nenhuma relação
sexual. Quando as férias terminaram, Pepa teve que
partir. Jairo ficou muito triste e prometeu que telefonaria
para ela todos os dias.

Passados dois meses, Pepa percebeu que estava


grávida: sua menstruação não chegava, seus seios
estavam inchados, e estava sempre com enjoo. Pepa
entrou em pânico. Não sabia o que fazer.

Questões a serem respondidas pelo grupo


- Por que eles tiveram uma relação sexual sem usar o
preservativo ou algum outro método contraceptivo?
- O que sentiu Pepa ao saber que estava grávida? Quais
opções ela tinha?
- O que ela esperava que Jairo falasse ou fizesse?
- Tendo um filho, o que mudaria na vida de Pepa? E na de
Jairo?
- Como ela comunicaria a notícia à família?

119
A História de Jairo: Parte 1
Jairo é um jovem de 16 anos que trabalha como
pescador e reside no litoral do Estado do Ceará, na
cidade de Fortaleza.

Um dia, quando se dirigia para sua casa depois do


trabalho, viu uma garota desenhando, sentada na praia.
A menina era tão graciosa que Jairo resolveu
aproximar-se. Sentou-se ao lado dela e perguntou o
que estava fazendo. Pepa tinha os olhos mais lindos do
mundo e Jairo sentiu um calor percorrendo o seu corpo.

Conversaram um longo tempo, e Pepa contou que tinha


15 anos e morava no interior do Estado. Jairo convidou
Pepa para tomar um sorvete no dia seguinte. Pepa
concordou e Jairo se sentiu o homem mais feliz do
mundo. Apaixonara-se perdidamente por Pepa.

Questões a serem respondidas pelo grupo


- O que sente um menino quando está apaixonado?
- O que ele espera que aconteça nos próximos
encontros?
- Pepa sentiu a mesma emoção de Jairo?
- Como continua essa história?

120
A História de Jairo: Parte 2
Jairo e Pepa se encontravam praticamente todos os
dias, e nos momentos em que estavam separados
sentiam muitas saudades um do outro. Ao se
encontrarem, conversavam o tempo todo, trocavam
beijos e juras de amor eterno.

Um dia, os pais de Jairo foram visitar uma tia enferma e


o menino convidou Pepa para conhecer sua casa. Jairo
percebeu que a menina tinha dúvidas se devia aceitar o
convite, mas ela acabou concordando. Trocaram muitas
carícias, muitos beijos e tiveram uma relação sexual.

Questões a serem respondidas pelo grupo


- Quem tem que pensar em contracepção? Jairo ou
Pepa?
- E na prevenção do HIV/aids?
- Jairo ou Pepa se protegeram? Por quê?
- Como continua essa história?

121
A História de Jairo: Parte 3
A relação sexual entre os dois foi doce e amorosa. Foi a
primeira vez de Jairo e de Pepa. Mais tarde, Jairo levou
Pepa até a casa de sua tia e se despediram com um
beijo. Eles continuaram a se encontrar, mas não tiveram
mais nenhuma relação sexual.

Quando as férias terminaram, Jairo ficou muito triste


com a partida de Pepa. Prometeu que telefonaria para
ela todos os dias. Passados dois meses e meio, Pepa
telefonou para Jairo dizendo que estava grávida. Jairo
entrou em pânico. Não sabia o que fazer.

Questões a serem respondidas pelo grupo


- Por que eles tiveram uma relação sexual sem usar o
preservativo ou algum outro método contraceptivo?
- O que sentiu Jairo ao saber que Pepa estava grávida?
Que opções ele tinha?
- O que ele esperava que Pepa falasse ou fizesse?
- Tendo um filho, o que mudaria na vida de Jairo? E na de
Pepa?
- Como ele comunicaria a notícia à família?

122
Questões para Discussão
Depois de a história ter terminado, o/a docente pode abrir
um debate para as seguintes questões:

1. Quais as opções um casal tem quando se descobre


“grávido”?
2. Qual é a reação da jovem quando ela descobre que
está grávida?
3. Qual é a reação do jovem quando ele descobre que a
menina está grávida?
4. E se for uma jovem com quem o menino só saiu uma
vez? É diferente? Por quê?
5. Como se sente uma jovem quando descobre que vai
ser mãe? O que isso muda em sua vida?
6. Como se sente um jovem quando descobre que vai ser
pai? O que isso muda em sua vida?
7. Qual costuma ser a reação dos pais da menina? E dos
pais do menino?
8. Como Jairo e Pepa poderiam ter prevenido esta
gravidez?
9. Ao não usarem preservativo, quais outros riscos
correram, além da gravidez?
10. Quais as consequências de uma gravidez precoce
para a menina? E para o menino?

Fonte
RIBEIRÃO PRETO
(2009)

123
SEMÁFORO
OBJETIVOS
Auxiliar os adolescentes a identificar suas dificuldades
quanto aos temas de maior interesse em sexualidade.

NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.

MATERIAIS
Sala ampla e confortável; papel sulfite; canetas ou lápis; três
círculos de papel cartão nas cores vermelha, amarela e verde
(iguais aos sinais do semáforo).

METODOLOGIA
Fornecer uma folha de papel sulfite para cada participante.
Solicitar que recortem a folha em três tiras.
124
METODOLOGIA
Solicitar que escrevam, anonimamente, em cada tira de
papel, uma palavra ou uma pergunta que corresponda a um
tema de interesse próprio sobre sexualidade.

O/a professor/a colocará os círculos coloridos, separados,


em cima de uma mesa, e explicará aos participantes que
após escreverem a palavra ou pergunta no papel, deverão
distribuí-los pelos círculos ou "sinais do semáforo",
dependendo do grau de dificuldade que sentirem ao debater
sobre os temas. No caso, o sinal vermelho representa muita
dificuldade sobre o assunto, o amarelo dificuldade média e o
verde pouca dificuldade.

Quando todos distribuírem suas dúvidas, o/a professor/a irá


ler cada uma e responder.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO


Questionar os/as estudantes se concordam sobre a
dificuldade de cada questão e discutir sobre as razões que
os levam a acreditar que determinadas temáticas são
difíceis de conversar.

FONTE
BRASIL (2000);
REJAN; MARQUES; XAVIER (2016).
125
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta cartilha construímos um manual didático capaz
de auxiliar os professores na abordagem de temáticas
relacionadas à sexualidade humana, especialmente no que
tange a relações afetivas; anatomia, higiene e saúde;
métodos contraceptivos, gravidez e Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST); relações de gênero e orientação sexual;
diversidade, bullying, respeito e inclusão; violência sexual
(assédio e estupro).

Assim, nós, autores desta cartilha didática,


compreendemos que levar reflexões e discussões sobre os
diversos temas que envolvem a sexualidade para o interior
do contexto escolar, num contorno não heteronormativo,
não é um trabalho simples, porquanto envolve a
desnaturalização de preconceitos e violências. Portanto, se
faz necessário abordar estas temáticas sem tabus e de
forma lúdica e dinâmica, e não a partir de discursos
disciplinadores e medicalizados e tentativas de
apagamento da sexualidade como dimensão do prazer e da
subjetividade. E é no interior da instituição escolar que se
observa o não respeito às múltiplas diferenças e o querer
controlar os corpos ali expostos. Daí a necessidade de se
abrir espaços como forma de resistência a estes embates e
fazer emergir trabalhos pedagógico-políticos para o
enfrentamento destas situações.

126
À vista de nossas considerações, destacamos que a
presente cartilha pode ajudar no posicionamento dos
jovens a respeito de seu corpo, higiene, sexualidade,
situações de riscos, e medidas protetivas e preventivas
relacionadas à saúde e denúncia de casos de violência.

127
AGRADECIMENTOS

128
SOBRE OS AUTORES

NATHÁLIA HERNANDES TURKE


Doutoranda e Mestre em Ensino de Ciências e Educação
Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de
Ciências e Educação Matemática (PECEM) da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Especialista em Educação a
Distância com Ênfase na Formação de Tutores e em
Educação Profissional e Tecnológica, pela Faculdade Unina.
Especialista em Diversidade Biológica, em Metodologias e
Práticas Educativas do Ensino Fundamental, e em Educação
Ambiental, pela UNIFIEO. Graduada em Ciências Biológicas
(Licenciatura e Bacharelado) pela Universidade Estadual de
Londrina. Licenciada em Pedagogia pela UNIFIEO.
Participante do grupo de Pesquisa EDUCIM
[http://www.educim.com.br/]. Atualmente é professora da
rede municipal de ensino na cidade de Londrina, Paraná.
Possui prática e experiência em Educação Ambiental,
Educação para as Sexualidades, Ação Docente, Formação de
Professores, Educação Infantil.

E-mail: nathalia.turke@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9395957699802553
129
VIRGÍNIA IARA DE ANDRADE MAISTRO
Mestre e Doutora em Ensino de Ciências e Educação
Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de
Ciências e Educação Matemática (PECEM) da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Graduada em Ciências Biológicas
pela UEL. Graduada em Pedagogia – Faculdades Integradas
Princesa Isabel. Atualmente é professora estatutária da UEL,
atuando principalmente nos seguintes temas: educação
sexual, educação, sexualidades, formação de professores e
escola. Docente da UEL, do curso de Ciências Biológicas, nas
disciplinas: Metodologia e Prática de Ensino de Ciências
Biológicas; Estágio Supervisionado Obrigatório; Práticas
Pedagógicas: Sexualidade/Saúde. Docente do curso de Pós-
graduação em Ensino de Ciências Biológicas, na disciplina
Educação Sexual/Sexualidade. Coordenadora do subprojeto -
00590 - PIBID Ciências Biológicas – Programa Institucional de
bolsa de iniciação à docência – Ampliação e Consolidação -
UEL. Coordenadora do projeto de extensão/PROEX - 02222 –
Educação para a sexualidade: diálogo entre UEL e Educação
Básica (2018/2021). Coordenadora do curso EAD/UEL/CAPES,
Especialização Ciência 10 (2020/2021).

E-mail: virginiamaistro@yahoo.com.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4821476452100965
131
VINÍCIUS COLUSSI BASTOS
Biólogo que encontrou sentido à vida nas Ciências Humanas.
Graduado em Ciências Biológicas com habilitação em
Licenciatura Plena, pela Universidade Estadual de Maringá -
UEM. Mestre e Doutor em Ensino de Ciências e Educação
Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de
Ciências e Educação Matemática (PECEM) da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Atualmente é professor
Assistente no Departamento de Biologia Geral, da UEL,
atuando com a formação docente inicial e continuada em
Ciências e Biologia, na graduação e em cursos de
especialização latu-sensu, tanto na modalidade presencial,
quanto na Educação a Distância (EaD). Participou do
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) - Ciências Biológicas como coordenador. É orientador
no Programa Residência Pedagógica - Ciências Biológicas.
Desenvolve pesquisas na área dos Estudos Culturais e
Filosofia da Diferença, dedicando-se a temáticas de interesse
da Educação Sexual e em Saúde, com abordagens
acolhedoras à diversidade e questionadoras das
LGBTQIA+fobias.

E-mail: colussi.bastos@uel.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4511188188308732
130
FELIPE TSUZUKI
Atualmente é Formador de Professores da Rede Municipal de
Educação de Morretes-PR, pela Clickideia Tecnologia
Educacional. Doutorando e Mestre em Ensino de Ciências e
Educação Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em
Ensino de Ciências e Educação Matemática (PECEM) da
Universidade Estadual de Londrina (UEL). Especialista em
Gênero e Diversidade Escolar, em Educação do Campo e em
Educação Profissional e Tecnológica pela Faculdade Unina.
Membro do Grupo de Estudos Culturais da Ciência e da
Educação (UEL). Atua na área dos Estudos Culturais da
Ciência e da Educação, envolvendo a Educação Indígena e a
Educação para a Sexualidade, cujas temáticas foram
trabalhadas no Ciclo Intercultural de Iniciação Acadêmica
para os Estudantes Indígenas da UEL (Programa de Formação
Intercultural) e no Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID), respectivamente. Fez parte do
projeto de extensão "Educação para a sexualidade: diálogo
entre UEL e Educação Básica" e participou da Comissão
Organizadora do projeto de extensão "Novos Talentos: Oficina
desvendando o corpo humano", no qual ministrou na
temática Sistema Genital e Sexualidade.

E-mail: felipe.tsuzuki@outlook.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7408160329385534 132
HEMILYN DA SILVA MENEGUETE
Doutoranda e Mestre em Ensino de Ciências e Educação
Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de
Ciências e Educação Matemática (PECEM) da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Graduada em Pedagogia pela
Faculdade Catuaí. Graduada em Artes Visuais pelo Centro
Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson. Especialista em
Educação a Distância com Ênfase na Formação de Tutores,
em Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos
Globais do Desenvolvimento (TGD) e em Gestão Escolar, pela
faculdade Unina. Participante do grupo de Pesquisa EDUCIM
[http://www.educim.com.br/]. Possui prática e experiência na
área de Educação, principalmente na Educação Infantil e
anos iniciais do Ensino Fundamental.

E-mail: hemilyn_silva@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8778901998994527

133
MATHEUS RIBEIRO VITOR
Mestrando em Ensino pelo Programa de pós-graduação em
Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Norte do
Paraná (UNOPAR). Especialista em Ensino de Ciências
Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Especialista em Educação a Distância pela Faculdade
Instituto de Educação Superior do Paraná (FAINSEP).
Atualmente atua no Ensino Superior, na área de análises e
gestão de dados censitários e com estudos nos seguintes
temas: Formação de Professores, Saúde, Sexualidade e
Políticas Públicas Educacionais.

E-mail: matheus.vittor@live.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4142372771175649

134
GABRIELA CRUZ ALVES
Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Participou do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e
atualmente participa do Programa Residência Pedagógica-
Ciências Biológicas.

E-mail: gabriela.cruz.alves@uel.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2387340085466064

135
BRUNO GUELFI RODRIGUES
Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Fez parte do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)
(2020/2021), no curso de Ciências Biológicas da UEL.
Atualmente faz Iniciação Científica no laboratório de
citogenética e diversidade vegetal e é diretor de projetos na
liga acadêmica da química farmacêutica medicinal, na UEL.

E-mail: bruno.guelfi.rodrigues@uel.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2245790133182630

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VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1º da Lei no 8.072,
de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes
hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5º da
Constituição Federal e revoga a Lei no 2.252, de 1º de julho de
1954, que trata de corrupção de menores. Brasília: Congresso
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