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dinâmicas integrando
sexualidade, saúde e
sociedade
e
Virgínia Iara de Andrade Maistro
Organização
Publicar
Editora
2O23
Educação Sexual
dinâmicas integrando
sexualidade, saúde e
sociedade
e
2023
Publicar
Editora
Nathália Hernandes Turke
Virgínia Iara de Andrade Maistro
Organização
Educação Sexual:
dinâmicas integrando
sexualidade, saúde e
sociedade
e
2023
Publicar
Editora
Editora Chefe
Patrícia Gonçalves de Freitas
Editor
2023 by Editora e-Publicar Roger Goulart Mello
Copyright © Editora e-Publicar Projeto gráfico, Edição de Arte
Copyright do Texto © 2023 Os autores Nathália Hernandes Turke
Copyright da Edição © 2023 Editora e-Publicar Capa
Direitos para esta edição cedidos Vinícius Colussi Bastos
à Editora e-Publicar pelos autores Diagramação
Nathália Hernandes Turke
Revisão
Os autores
e
Iara de Andrade (Organizadora). III. Título
CDD 613.96
Editora e-Publicar
2023
Rio de Janeiro, Brasil
Publicar
Editora
contato@editorapublicar.com.br
www.editorapublicar.com.br
2023
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Nos últimos anos, pesquisadores nas áreas de
ensino e saúde têm chamado a atenção para a
necessidade de a escola trabalhar
pedagogicamente questões acerca da sexualidade
humana. Esta é uma forma de contribuir para a
problematização e desmitificação de concepções e
representações sociais equivocadas sobre sexo,
sexualidade, reprodução, questões de gênero e
violências, que impactam diretamente a vivência
saudável e digna da sexualidade pelos indivíduos.
05
Assim, as/os estudantes passarão a compreender
a sexualidade como parte integrante dos diversos
âmbitos da vida, da identidade das pessoas e como
mediadora das relações sociais. À vista disso, o uso
de atividades práticas e lúdicas constituem-se
ferramentas didático-pedagógicas com grande
potencial para contribuir para o processo de ensino
e de aprendizagem desta temática. Isto porque
favorece a criação de espaços inclusivos e
interativos, nos quais os/as estudantes podem
expressar seus anseios, opiniões, dúvidas e
curiosidades, bem como trocar experiências,
colaborando para o desenvolvimento de
sentimentos como solidariedade, confiança e
empatia.
06
INTRODUÇÃO
O debate científico e educacional sobre a sexualidade não é recente e
tem se tornado emergente. São numerosos os trabalhos que se
dedicaram a traçar uma lógica analítica para tentar compreender a
complexidade desta temática, a qual se iniciou numa tentativa de
interpretação apenas biológica, mas que atualmente já se estende para
uma compreensão cultural, social, psicológica e até mesmo filosófica.
07
Além dessas questões, há o efeito de muitas informações incorretas a
respeito da sexualidade, mitos e crenças associadas às práticas religiosas
que não condizem com o atual conhecimento científico, seja ele social,
psicológico e/ou biológico (FURLANI, 2009). Sendo assim, uma educação
mais positiva visa não reproduzir esses discursos que relacionam a
sexualidade, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), a gravidez, o
HIV e a AIDS como uma punição ou impureza, mas que tratam esses
assuntos como parte da vida humana e social, ao passo que se estimula o
conhecimento e o cuidado sobre o próprio corpo (FURLANI, 2011). A partir
dessa formação, que considera a integralidade dos estudantes, espera-se
que eles utilizem o conhecimento científico para analisar com autonomia
as práticas sexuais que podem vir a ter, os métodos de prevenção às IST
ou anticoncepcionais que possam vir a adotar. Assim, objetiva-se que essa
formação promova a vivência da sexualidade que não seja baseada na
culpa e no medo, mas tendo como fundamento o conhecimento
científico.
Por fim, esta cartilha, que está imbuída nesses objetivos, traz consigo
práticas que podem apresentar aos docentes estratégias de como
debater a sexualidade em sala de aula, considerando essa educação mais
positiva e o acolhimento dos estudantes. Contudo, reunimos sugestões de
práticas que desenvolvemos e realizamos no contexto em que
lecionamos, mas que podem ser adaptadas e alteradas de acordo com os
contextos e as necessidades dos professores para promover uma
abordagem personalizada.
Felipe Tsuzuki
08
AULAS PRÁTICAS,
LÚDICAS E
DINÂMICAS
09
SEXUALIDADE E
RELAÇÕES AFETIVAS
A discussão e reflexão sobre as mais diversas dimensões que
envolvem a sexualidade são cotidianamente abordadas pelos muitos
meios de comunicação, atravessando e compondo nossos modos de
ser, agir, pensar e educar sobre as múltiplas vivências da sexualidade.
As instituições de ensino da Educação Básica são constituídas por
uma diversidade de pessoas, com histórias de vida distintas e
diferentes formações, tornando-se um ambiente privilegiado ao
trabalho com as diferenças em sexualidade. É neste ambiente que as
crianças e jovens passam grande parte de suas vidas, portanto deve
ser acolhedor e esclarecedor das dúvidas que eles têm a respeito da
temática, que não envolve apenas sexo. Assim, é imprescindível
discutir as inúmeras dimensões da sexualidade com os estudantes,
que envolvem, dentre outras: conhecimento do próprio corpo;
relações afetivas e práticas sexuais; respeito às diversidades; relações
de gênero e orientações sexuais; reprodução, métodos
contraceptivos e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST);
Higiene; violência sexual. E é necessário esclarecer tantas outras
dúvidas que porventura vierem a suscitar.
10
Ao longo de nossas vidas nosso corpo passa por mudanças, e na
puberdade são mais intensas e podem ser difíceis para muitos jovens
transpor este período. Nesse sentido, a escola tem um papel
importante; a maneira como trabalha pedagogicamente com as
diferenças dos corpos, seus modos de ser e agir, promovendo a
igualdade de oportunidades. Então, o ideal é os estimularmos a
falarem sobre suas dúvidas e apreensões com alguém em quem
confiem, podendo ser muito útil a ajuda escolar neste processo.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
No máximo 40 pessoas.
MATERIAIS
Colchonetes e/ou almofadas.
METODOLOGIA
Ambientar a sala de aula de maneira a deixá-la
acolhedora e os participantes relaxados para uma
atividade de diálogo sobre namoro. Para isto,
colchonetes e/ou almofadas podem ser espalhados no
chão.
Construir perguntas orientadoras para a roda de
conversa. 12
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
Alguns exemplos de questões que podem ser utilizadas
para nortear as discussões:
FONTE
OLIVEIRA (2013).
13
FALA SÉRIO:
SEXUALIDADE TETRA
Conversar sobre sexualidade de
Objetivos pessoas com deficiência física.
Metodologia
14
Metodologia
O vídeo possui como tema a sexualidade de
pessoas com deficiência física.
Questões para
discussão
Fonte
OLIVEIRA (2013).
15
Leitura de imagens com pessoas
em diversas situações no
exercício de sua sexualidade
Objetivos
Questionar o que é sexualidade e suas
diferentes formas de expressão no dia a dia.
Número de participantes
No máximo 40 pessoas.
Materiais
Figuras de pessoas, recortadas
de revistas
Metodologia
No desenvolvimento da atividade/dinâmica, serão
colocadas várias figuras, aleatoriamente, à disposição do
grupo, recortadas de revistas (ou outras fontes).
Alguns exemplos: pessoas dando um abraço;
demonstrando sentimento por meio de choro ou
sorrindo; vestindo camisas com mensagens ideológicas;
mãe amamentando o filho etc.
A partir da exposição de imagens, cada participante
escolherá uma figura e comentará para o grupo de que
forma ele/a percebeu (ou não) o exercício da
sexualidade na imagem escolhida.
16
Questões para Discussão
O professor pode discutir, a partir das imagens, as
percepções que cada participante tem sobre as
expressões das diferentes formas de sexualidade.
Fonte
OLIVEIRA (2013).
17
ANATOMIA, HIGIENE E
SAÚDE
A Educação Sexual deve trabalhar pedagogicamente as diversas
dimensões da sexualidade, relacionando-as, como forma de
promoção do próprio indivíduo. As dinâmicas apresentadas neste
capítulo aprofundam a discussão da sexualidade em sua dimensão
biológica. É importante que os escolares compreendam temas
relacionados à corporeidade e higiene, sobretudo sobre o sistema
genital humano.
18
O sistema genital masculino é composto, externamente, pelo pênis
e a bolsa escrotal.
20
No sistema genital feminino, de modo geral, os órgãos “ditos
externos (coletivamente conhecidos como vulva) incluem o monte
do púbis, grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, vestíbulo da
vagina (contendo a abertura da uretra e o orifício vaginal) e as
glândulas anexas” (WASCHKE; BÖCKERS; PAULSEN, 2019 apud
SANTOS, 2021, p. 22).
21
O vestíbulo da vagina, também conhecida por fenda vulvular, “é o
espaço situado entre a face interna dos grandes lábios e a externa
dos pequenos. Percorre toda a vulva desde a sua porção anterior
até ao períneo” (SOUSA, 2006, p. 23). Dentre as glândulas anexas
destacam-se as Glândulas de Bartholin, responsáveis por
“segregar, durante a fase de excitação sexual, um fluído de
consistência mucosa, ajudando a lubrificar a vagina e a facilitar a
penetração” (SOUSA, 2006, p. 24).
22
Já os órgãos internos do sistema genital feminino “compreendem
a vagina, útero, tubas uterinas e ovários” (WASCHKE; BÖCKERS;
PAULSEN, 2019 apud SANTOS, 2021, p. 22). A vagina é um canal
tubular fibromuscular e extensível, situada entre o reto e a bexiga
urinária (CEZAR et al., 2019); parte do colo do útero, e permite a
copulação, a passagem da menstruação e do feto durante o parto
(SOUSA, 2006). O útero, também conhecido como matriz, é o
“órgão responsável de receber o óvulo fecundado [...], de nutri-lo,
desenvolvê-lo e expulsá-lo durante o parto [...]. A parede deste
órgão está coberta interiormente por uma mucosa denominada
endométrio” (SOUSA, 2006, p. 23). As tubas uterinas são dois canais
que se localizam “dos dois lados do útero com a função de
conduzir o óvulo, desde o ovário até a matriz. É precisamente nesta
zona que se dá a fecundação do óvulo pelo espermatozoide”
(SOUSA, 2006, p. 23). Os ovários “são órgãos pares que ficam ao
lado do útero na parede lateral da cavidade pélvica, sua função
está relacionada à produção de ovócitos e síntese dos hormônios
estrógeno e progesterona” (CEZAR et al., 2019, p. 12).
23
É importante que crianças e adolescentes compreendam temas
relacionados à corporeidade, sobretudo sobre o sistema genital
humano. Isto porque estes conhecimentos os auxiliam a
vivenciarem sua saúde em seu estado pleno.
24
De forma específica, sobre os órgãos genitais masculinos:
25
De forma específica, sobre os órgãos genitais femininos:
26
Importante: a falta de higiene íntima feminina pode causar
infecções vaginais, como candidíase e vaginose bacteriana, bem
como infecções do trato urinário (SANTOS, 2021).
27
qual é o Órgão?
METODOLOGIA
28
METODOLOGIA
29
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
FONTE
30
HIGIENE
PARA CRIANÇAS
NÚMERO DE
No máximo 30 pessoas. PARTICIPANTES
metodologia
Os autores. Fonte
32
HIGIENE
DAS MÃOS
Discutir sobre a maneira correta e a importância de
lavar as mãos, principalmente após a utilização de
OBJETIVOS
banheiros e antes de refeições, para que não ocorra a
ingestão de vírus e bactérias.
NÚMERO DE
No máximo 50 pessoas.
PARTICIPANTES
FONTE Os autores.
33
ALGUMAS FOTOS
34
SAÚDE E HIGIENE ÍNTIMA
Conhecer os diferentes tipos de
OBJETIVOS absorventes menstruais, suas formas
de uso e descarte. Compreender
assuntos acerca da higiene íntima.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.
METODOLOGIA
Após introduzir a temática da aula (saúde e higiene
íntima), o docente dividirá a turma em 10 duplas ou
trios. Possuindo em mãos os papéis com as
perguntas sobre a temática, irá sortear uma para
cada dupla ou trio, que irão ter um tempo para
pensar e respondê-la para a turma.
Durante cada resposta, o docente irá confirmar se a
resposta está certa ou errada, abrindo uma pequena
discussão sobre cada temática.
35
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR
Se possível, é interessante que sejam levados para a
sala de aula os diferentes absorventes menstruais
(externo e interno descartáveis, coletor menstrual,
absorvente de tecido, calcinha absorvente). Assim,
os alunos poderão conhecê-los na prática. Se isto
não for possível, o docente pode utilizar fotos e
desenhos na lousa para ilustrar.
PERGUNTAS
1. Quais absorventes menstruais vocês conhecem?
2. Como os absorventes menstruais descartáveis e
os papéis higiênicos usados devem ser jogados
fora?
3. Quando as pessoas com vulva vão ao banheiro
(fazer xixi e/ou cocô), elas devem se limpar de qual
forma? De frente para trás ou de trás para frente?
4. Vocês acham que todo mundo lava a mão depois
de ir ao banheiro? Isso é importante? Por quê?
5. Quando as pessoas com pênis vão ao banheiro
fazer xixi, elas se limpam? Como?
6. Pode lavar e estender roupas íntimas (calcinha,
cueca, biquíni) no banheiro? Por quê?
7. Meninas virgens podem usar absorvente interno
e/ou coletor menstrual?
36
PERGUNTAS
8. Quando uma pessoa está menstruada e usando
absorvente interno ou coletor menstrual, é possível
fazer xixi? Por quê?
9. Vocês sabem quais as partes do aparelho genital
masculino? Como sua higiene íntima deve ser feita?
10. Vocês sabem quais as partes do aparelho genital
feminino? Como sua higiene íntima deve ser feita?
FONTE
Os autores.
37
BULLYING, RESPEITO E
INCLUSÃO
A palavra Bullying é originária do inglês, cujo significado é ameaçar,
agredir ou intimidar uma pessoa indefesa. O ato tem conexão com
vários tipos de abusos, dependendo de como são praticados.
Enfrentar e combater o Bullying e a violência é um desafio tanto para
as instituições de ensino como para a sociedade em geral.
38
A MINHA BEXIGA
Objetivos
Propiciar a desconstrução e a integração
entre as pessoas. Analisar a importância da
relação ganha-ganha dentro de um grupo.
Número de participantes
Não há limite.
Materiais
Uma bexiga e um pedaço de
barbante para cada participante.
39
Metodologia
Entregar para cada participante uma bexiga e um
pedaço de barbante. O/a participante deverá
encher a bexiga, amarrá-la num barbante e em
seguida amarrar o barbante no tornozelo.
40
Questões para discussão
1. Em algum momento foi dito que
deveriam estourar a bexiga do colega?
2. Para aquele que conseguiu ficar
com a bexiga intacta, pergunta-se
como conseguiu e refletir sobre isso .
3. Dentro de um grupo, o que é mais
importante: a competição ou a
cooperação?
4. Como podemos minimizar a
competição natural?
5. Comentar que se todos tivessem
ficado com a bexiga cheia, ou seja, se
ninguém tivesse tentado estourar a
bexiga do colega, todos poderiam
ganhar o prêmio.
Fonte
TSUZUKI; TURKE; MAISTRO (2019).
41
SEGUINDO O CHEFE
Objetivos
Perceber a importância do respeito mútuo
às diferenças de cada um. Discutir sobre
Bullying e como evitá-lo.
Número de participantes
Grupos de 04 ou 05 pessoas.
Materiais
Papel sulfite, canetas coloridas, vendas,
tiras de pano (ou gaze), tapa ouvidos.
42
Metodologia
1ª parte: entregar para cada grupo uma
folha de papel sulfite e canetas coloridas.
Explicar que ao final da tarefa deverão
apresentar um desenho de um barco.
Contudo, cada participante poderá fazer
apenas um traço (um risco), devendo
passar a folha para outro colega na
sequência. E assim sucessivamente.
44
Questões para discussão
1. Como se sentiram realizando essa
atividade?
2. Levando em consideração as
características de cada participante, de que
forma desenharam o barco? Tiveram
dificuldades?
3. O que são deficiências? O que sabem sobre
inclusão?
Em suma: conversar sobre: respeito mútuo,
cooperação, bullying, exclusão e inclusão.
Fonte
DINÂMICAS PASSO A PASSO (2012).
45
EM SEU LUGAR
Objetivos
Compreender a importância de ouvir
as pessoas de nosso convívio.
Número de participantes
Não há limite, desde que sejam
números pares.
Materiais
Não há.
Metodologia
1. Dividir a sala em duplas.
2. Pedir para que um dos participantes de
cada dupla saia da sala.
3. Instruir de forma diferente os participantes
que estarão dentro e fora da sala.
46
Metodologia
4. Instruir as pessoas que ficaram dentro da
sala que contem, detalhadamente, à pessoa
que faz parte de sua dupla, um acontecimento
que marcou sua vida, e que considerem
importante. Oriente que não devem falar
sobre morte.
47
Questões para discussão
1. O que sentiram quando contavam suas
histórias?
Fonte
Criado por Agnes Magri, durante sua graduação em Ciências
Biológicas na Universidade Estadual de Londrina (2009-2012).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6954228349540528.
48
CONVERSANDO SOBRE
BULLYING E EXCLUSÃO
OBJETIVOS
Discutir e refletir sobre as maneiras como
tratamos as pessoas no nosso entorno.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
No máximo 40 participantes.
MATERIAIS
Papel sulfite e fita crepe
METODOLOGIA
Confeccionar papéis com algumas características
utilizadas ao julgar uma pessoa sem conhecê-la, bem
como modos de tratá-la por conta disso, como: “Sou
chato, afaste-se de mim”, “Sou feio, tire sarro de mim”,
“Sou popular, faça-me um elogio”, "Sou gordo, ria de
mim", "Sou bonita, assedie-me", "Sou legal, abrace-me",
e assim sucessivamente.
49
METODOLOGIA
Fixar os papéis com fita crepe na testa de cada
participante. Estes não devem saber as
características que estão recebendo. A partir do
que se podia ler nas fichas dos colegas, os demais
participantes devem seguir o que a frase manda
fazer durante determinado tempo.
FONTE
TURKE; TSUZUKI; MAISTRO
(2017; 2018) 50
MEU NOME
OBJETIVOS
NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.
MATERIAIS
Um livro/dicionário de nomes (com significados).
METODOLOGIA
Perguntar aos participantes: Qual o seu nome? Sabe a
origem do seu nome? Sabe por que lhe deram esse
nome? Gosta do seu nome? Gostaria de ser chamado/a
de outra forma?
51
METODOLOGIA
FONTE
Os autores.
52
ÁRVORE DOS NOMES
OBJETIVOS
Identificar e discutir sobre a imensa
diversidade de pessoas e nomes que
existe em uma sala de aula e o respeito
que se deve ter para cada um.
MATERIAIS
NÚMERO DE
PARTICIPANTES Lápis de cor ou canetas
coloridas, tesouras, fita-cola,
Não há limite.
folhas A4, papel kraft.
METODOLOGIA
Após a apresentação de cada um,
solicitar que desenhem o contorno
das suas mãos na folha A4.
FONTE
Os autores.
54
DIVERSIDADE:
Diferentes Corpos
As dinâmicas apresentadas neste capítulo nos trazem a dimensão
de que ‘ninguém é uma identidade, nossa existência é múltipla’, e
nos levarão a refletir sobre a grande diversidade que existe não só
no contexto escolar, mas em qualquer lugar. Ao enfatizar isto,
reconhecemos que as identidades são importantes para a união e
fortalecimento da luta de grupos sociais diante de causas comuns
que os atravessam e que, na maioria das vezes, constituem relações
de poder que os excluem, negam direitos básicos ou marginalizam.
Queremos trazer à tona que os corpos não se resumem a uma
identidade, ninguém é apenas um recorte social, mas sim
constituído por diversas camadas, que ora somam problemáticas,
ora proporcionam camas de privilégio, por exemplo: os desafios
sociais de uma mulher branca e rica são diferentes de uma mulher
pobre e preta.
Louro (2008, p. 22) nos leva a pensar que esta diferença “não
preexiste nos corpos dos indivíduos para ser simplesmente
reconhecida; [...] ela é atribuída a um sujeito (ou a um corpo, uma
prática), quando relacionamos esse sujeito (ou esse corpo ou essa
prática) a um outro que é tomado como referência”.
56
DIFERENTES CORPOS:
os modelos que eu vejo
Metodologia
Formar grupos de 5 pessoas.
Informar aos grupos que eles devem recortar, nas
revistas e/ou papéis de propaganda, imagens de
homens e mulheres com a finalidade de montar
um “modelo ideal” de homem ou mulher
valorizado pela sociedade.
57
Metodologia
A seguir, solicitar que inventem, a partir do
modelo criado, um nome, uma profissão e uma
idade para a pessoa.
Ao final, cada grupo apresentará o modelo criado,
explicando o porquê das escolhas feitas.
Questões para
discussão
1) Quais as razões que levaram cada grupo a criar
este modelo de homem e de mulher?
Fonte Os autores.
58
DIFERENTES CORPOS
Suscitar a noção, sem preconceitos, dos
diferentes tipos de corpos (alto, baixo,
magro, gordo etc.), gêneros e raças.
Objetivos Reconhecer a importância da
compreensão de que devemos ter
respeito pelas diferenças.
Fonte
PHILLIPS; BRANDES (2007)
60
DIVERSIDADE E PRECONCEITO
Discutir sobre tabus e
OBJETIVOS
preconceitos
NÚMERO DE
Não há limite.
PARTICIPANTES
METODOLOGIA
63
RELAÇÕES DE GÊNERO E
ORIENTAÇÃO SEXUAL
Conforme já apresentado nesta cartilha, a sexualidade
humana é composta por inúmeras dimensões, dentre as
quais se encontram as questões de gênero e orientação
sexual. Para esclarecer possíveis dúvidas, trouxemos alguns
conceitos e definições sobre quatro elementos da
sexualidade humana: sexo biológico; identidade de gênero;
expressão de gênero e orientação sexual.
64
“Quando falamos de sexo biológico, contudo temos que
pensá-lo também por um viés social, uma vez que nossa
sociedade foi e ainda é construída a partir desses órgãos”
(SOUZA; MEGLHIORATTI, 2017, p. 7). Pauta-se no corpo
sexuado e biológico para justificar e definir o que deve ser
os homens e as mulheres, assim como seus papéis e
lugares na sociedade (MORO, 2001).
65
O conceito de gênero pretende se referir ao modo como as
características sexuais são compreendidas e representadas
ou, então, como são “trazidas para a prática social e
tornadas parte do processo histórico” (LOURO, 1997). Cabe
esclarecer que, ao dirigir o foco para o caráter
“fundamentalmente social”, não há a pretensão de negar
que o gênero se constitui com ou sobre corpos sexuados,
ou seja, não é negada a biologia, mas enfatizada,
deliberadamente, a construção social e histórica produzida
sobre as características biológicas (LOURO, 1997).
66
Acerca da Identidade de Gênero, uma pessoa pode se
perceber enquanto:
67
Além da identidade, há a Expressão de Gênero, que se
refere à forma com que as pessoas expressam, exteriorizam
determinada identidade de gênero, por meio de
vestimentas, acessórios, forma de agir e falar, performances
artísticas, entre outros.
68
Além das questões de gênero, que abarcam tanto a
identidade de uma pessoa como a forma com que ela a
expressa, há de se considerar seus interesses e atrações
sexuais e sentimentais. Isto é o que define sua Orientação
Sexual.
69
É importante compreender que identidade de gênero e
orientação sexual não são a mesma coisa e não podem ser
confundidas. Isto porque:
70
Não há linearidade entre
Sexo-Gênero-Desejo
71
Ao abordar sobre as questões de gênero e orientação
sexual, consideramos relevante citar a importância do
movimento LGBTQIAP+ na “luta por direitos,
representatividade em espaços públicos — como
parlamentos e universidades —, e por reconhecimento,
respeito e proteção” (FERNANDES, 2022, s.p.). Abre-se um
adendo para trazer o significado de cada uma das letras do
movimento LGBTQIAPN+:
L = Lésbicas
G = Gays
B = Bissexuais
T = Transgêneros, Travestis e Transexuais
Q = Queer
I = Intersexo
A = Assexuais
P = Pansexuais
N = Não Bináries
+ = Outras identidades não heteronormativas e pessoas
vivendo com HIV.
72
Não há uma unidade quando nos referimos à comunidade
LGBTQIAP+, mas sim experiências singulares lésbicas, gays,
bissexuais, transexuais, queers e pessoas vivendo com HIV,
atravessadas pelas intersecções de raça/etnia, classe,
geração, que enfrentam de modo distinto processos de
marginalização/estratificação, existências e subjetividades
subordinadas à heteronorma.
73
COISAS DE MENINO X
COISAS DE MENINA
OBJETIVOS NÚMERO DE PARTICIPANTES
METODOLOGIA
74
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
FONTE
TURKE; TSUZUKI; MAISTRO 75
(2017; 2018)
POR QUE TANTA DIFERENÇA?
Discutir qual é a percepção dos
OBJETIVOS papéis sexuais entre homens e
mulheres na sociedade.
NÚMERO DE
PARTICIPANTES
Não há limite.
METODOLOGIA
77
CONCORDO E DISCORDO
OBJETIVOS
Identificar as percepções dos/as jovens sobre as
relações de gênero no cotidiano. Debater com o
grupo sobre alguns pontos de vista.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.
MATERIAIS
METODOLOGIA
Partindo da apresentação de algumas afirmações que
traduzem percepções do “senso comum” sobre
relações de gênero, os/as jovens devem se posicionar
a favor ou contra o que foi dito pelo docente: aqueles
que são a favor irão se locomover para o lado direito
da sala de aula; os contra, para o lado esquerdo; e os
indecisos, que estão “em cima do muro”, para o
centro da sala.
79
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
Verificar quais foram as duas afirmações que
causaram maior controvérsia na sala.
Organizar um rápido debate sobre essas duas
questões (um assunto por vez) entre o lado que
concorda e o que discorda, solicitando que defendam
suas posições.
Provocar o debate para despertar nos/nas jovens a
reflexão sobre algumas convicções e quais
preconceitos e percepções sexistas existentes.
OBSERVAÇÃO
Além de promover o debate, esta atividade permite
que o/a educador/a identifique quais preconceitos e
percepções sexistas precisam ser trabalhados com
os/as jovens durante as aulas.
A partir desse diagnóstico, outras atividades sobre a
temática de gênero podem (e devem) ser
desenvolvidas para promover relações mais
democráticas entre o grupo.
FONTE
BRASIL (2000).
80
OBJETIVOS
Discutir privilégios e vulnerabilidades com
relação às questões de gênero e sexualidades.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.
MATERIAIS
Um espaço aberto, como uma quadra ou um
gramado.
METODOLOGIA
No espaço utilizado para a realização da
dinâmica, promova uma competição de corrida.
Para tanto, solicite aos participantes que se
posicionem lado a lado na linha de partida, de tal
maneira que todos estejam em situação de
igualdade para iniciar a corrida.
81
METODOLOGIA
Informe que antes de anunciar a largada você irá
realizar algumas afirmações e comandos. Após
isso, contará até três e quem cruzar primeiro a
linha de chegada será o vencedor.
Explique que ninguém é obrigado a seguir os
comandos caso não se sinta confortável.
AFIRMAÇÕES/COMANDOS
1 - Homens, deem um passo à frente;
2 - Quem nunca teve medo de ser agredido por causa da sua
identidade de gênero e/ou orientação sexual, dê um passo à
frente;
3 - Quem já foi humilhado ou se sentiu reprimido devido à
sua expressão de gênero, dê um passo atrás;
4 - Quem já desejou ficar (se relacionar) com alguém e não
foi correspondido, fique no lugar;
5 - Quem sempre foi correspondido sexualmente dê um
passo à frente;
6 - Quem já sentiu vergonha do próprio corpo, dê um passo
atrás;
7 - Quem se sente bem com o próprio corpo, dê um passo à
frente;
8 - Mulheres, deem um passo atrás;
9 - Heterossexuais, deem um passo à frente;
10 - Pessoas cisgênero, deem um passo à frente;
11 - Quem faz exames regulares de triagem de IST, dê um
passo à frente;
82
AFIRMAÇÕES/COMANDOS
12 - Quem tem uma família que respeita sua identidade de
gênero e sexual, dê um passo à frente;
13 - Quem já deixou de usar uma roupa que gosta por causa
da opinião/julgamento de outras, dê um passo atrás;
14 - Quem já fez sexo sem vontade ou forçado, dê um passo
atrás;
15 - Quem na infância desejou brincar de algo e não pôde
por causa do seu gênero, dê um passo atrás;
16 - Quem já fez sexo sem prevenção e correu risco de
contrair alguma IST, dê um passo atrás.
METODOLOGIA
O professor pode aumentar/diminuir os comandos,
conforme achar necessário. Ao final, solicite que todos
olhem ao redor, que observem suas posições e as dos
demais participantes.
FONTE
Criada pelo autor: Dr. Vinícius Colussi Bastos, durante aulas
de sexualidade e saúde, na Universidade Estadual de
Londrina, no ano de 2019, inspirado em vídeos disponíveis
na plataforma do YouTube, que trazem essa dinâmica para
trabalhar questões mais amplas sobre privilégio. Tais vídeos
podem ser encontrados com a busca por: corrida por
privilégios. 83
VISIBILIDADE OU
REPRESENTATIVID
ADE ?
No máximo 30 NÚMERO DE
pessoas. PARTICIPANTES
METODOLOGIA
Comece introduzindo o tema da aula,
contextualizando a discussão sobre a
homossexualidade e a diversidade de orientações
sexuais conhecidas;
Explique que serão apresentados dois vídeos de
músicas diferentes que retratam relações
homoafetivas;
84
METODOLOGIA
Apresente os vídeos, um seguido do
outro e, ao fim, questione aos estudantes
o que foi observado de diferente nos dois
vídeos;
Anote as respostas no quadro,
separando as características
apresentadas sobre cada vídeo;
FONTE
TSUZUKI; TURKE;
MAISTRO (2019).
86
VIOLÊNCIA SEXUAL E ESTUPRO
Uma das situações que devemos encarar e visibilizar dentro das
escolas são as ocorrências de assédio sexual, abuso sexual e
estupro na infância e adolescência, tendo em vista sua gravidade e
importância. Isto porque “o espaço escolar [é] um local de fator de
proteção” [...] [e] grande parte dos casos acontece dentro de casa e
com pessoas próximas da criança ou adolescente” (CORREIA, 2020,
p. 42). Portanto, a escola é o ambiente em que estes indivíduos
devem se sentir acolhidos e seguros para denunciar.
89
PODE OU NÃO PODE?
OBJETIVOS
Exemplificar os tipos de toques e relacionamentos;
Diferenciar e classificar os toques consentidos e os
toques de violência/assédio; Apresentar circunstâncias de
violência sexual e métodos de se prevenir delas.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
No máximo 30 pessoas.
MATERIAIS
Papéis com circunstâncias de toques bons
(consentidos) e toques maus (assédio/violência);
Bexigas; Música.
METODOLOGIA
Coloque os papéis com as circunstâncias de toques dobrados em
uma bexiga e a encha;
Disponha os estudantes em um círculo. Passe as bexigas de
estudante a estudante enquanto a música toca;
Quando a música for pausada, o estudante que estiver com a
bexiga deverá estourá-la e ler o papel que ela contém;
Dada a circunstância, fomente uma discussão até que os
discentes cheguem a uma conclusão: se aquele toque pode (será
consentido) ou se aquele toque não pode (violência/assédio);
Termine explicando o porquê de aquele toque ser consentido ou
ser considerado violência. Repita a dinâmica até que todas as
bexigas sejam estouradas.
90
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR
Utilize toques e circunstâncias adequadas ao contexto e à faixa
etária dos estudantes. Alguns exemplos:
FONTE
ARCARI (2018);
TSUZUKI et al. (2020).
91
CULTURA DO ESTUPRO
OBJETIVOS
Discutir a cultura do estupro, principalmente no que se
refere ao papel da mulher na sociedade. Promover o
respeito às diferenças.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.
MATERIAIS
Recursos midiáticos para apresentação
de slide, papéis, lápis, caneta.
METODOLOGIA
O professor deverá elaborar uma apresentação de slides,
com 10 fotos de pessoas de diferentes faixas etárias,
gêneros, etnias e classes sociais, utilizando diferentes
vestimentas. No slide também deverá conter 10 notícias
(reais) de pessoas que sofreram violência sexual, e que
possuíam perfil semelhante ao das fotos, incluindo o local
e por quem se deu o crime ocorrido.
92
METODOLOGIA
No início da aula, o professor irá introduzir o tema,
informando aos estudantes que mostrará 10 fotos que
personificam pessoas que sofreram violência sexual, que
foram estupradas. A seguir, solicitará que os estudantes
retirem uma folha de seus cadernos e enumerem de 01 a
10, deixando um espaço de ‘três linhas’ entre as
numerações. Os estudantes serão instruídos a
observarem as fotos e escreverem na folha, utilizando
caneta, as circunstâncias em que imaginavam que estas
pessoas foram estupradas.
93
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR
Utilizamos fotos de bebês e crianças do sexo masculino e
feminino; jovens e adultos cis e trans; pessoas brancas e
negras, com e sem deficiências, utilizando roupas
sensuais, roupas de serviço e roupas sociais.
Apresentamos os seguintes casos:
94
ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR
Caso 06: a vítima era uma mulher transsexual de 23 anos.
A jovem foi estuprada, espancada, assassinada e jogada
em um córrego. Suspeita-se que o estupro ocorreu por
mais de uma pessoa, contudo os estupradores não foram
presos.
95
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO
Abordar os alunos sobre as seguintes questões:
FONTE
TURKE et al. (2020)
96
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS,
GRAVIDEZ E IST
Dentre os diversos temas abarcados pela Educação Sexual,
encontram-se os Métodos Contraceptivos e as Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST), focos de interesse e discussão
neste capítulo. Trabalhar estes assuntos na Educação Básica é
extremamente importante, com o intuito de levar aos jovens
informações sobre o gerenciamento das vulnerabilidades
presentes nas práticas sociais. Cabe esclarecer que durante as
aulas os estudantes não serão ensinados a praticar sexo, mas
orientados sobre a importância do autocuidado, que inclui formas
de prevenir uma gravidez não planejada e IST, e identificar e
denunciar abusos.
97
1) Métodos Comportamentais (ou naturais): se baseiam na
abstinência sexual periódica, evitando a relação nos dias em que a
mulher estiver no período fértil; e no coito interrompido. Para sua
utilização, é necessário que o homem tenha autocontrole da
ejaculação e a mulher, além de conhecer seu corpo, tenha um ciclo
menstrual regulado, sendo possível identificar o início e o fim do
seu período fértil.
98
2. Métodos Hormonais: funcionam liberando hormônios derivados
do estrogênio e da progesterona, que impedem tanto a liberação
de óvulos pelos ovários como a passagem dos espermatozoides
pelo colo do útero.
100
4. Métodos de Barreira: estes podem ser divididos em métodos que
evitam a gravidez ao impedir que os espermatozoides entrem no
útero e em métodos que previnem IST. Nos primeiros podemos
citar o diafragma, os espermicidas, as esponjas contraceptivas e o
capuz cervical. Nos segundos se encontram os preservativos
internos e externos, também conhecidos como camisinhas (PAUW,
2020).
101
5. Métodos Definitivos: exigem intervenção cirúrgica, promovendo
a esterilização da mulher (Laqueadura) ou do homem
(Vasectomia).
102
É importante salientar que “a adolescência, idade entre 10 e 19
anos, é um período conturbado devido aos eventos biológicos
gerados por mudanças hormonais que se desdobram em
transformações físicas, cognitivas, psicológicas e sociais”
(MESQUITA, 2019, p. 22). Nesta fase, inúmeros jovens começam a
ter relações sexuais e, “devido ao despreparo, podem ficar
vulneráveis a todo tipo de consequência, incluindo as IST e a
gravidez precoce” (MESQUITA, 2019, p. 22).
104
Ao discutir as IST em sala de aula, é fundamental que o professor
esclareça que algumas têm cura se tratadas precoce e
corretamente, como a sífilis, gonorreia e clamídia, e outras não,
como a herpes, o HPV e o HIV.
105
Atualmente, somados à camisinha, há inúmeras estratégias de
prevenção da transmissão do HIV, como a Profilaxia Pós-Exposição
(PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
106
Ao conjunto de estratégias utilizadas dá-se o nome de prevenção
combinada, que se encontra ilustrada a seguir:
107
DANÇA DA TRANSMISSÃO
Esclarecer dúvidas sobre Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST),
OBJETIVOS bem como elucidar a importância e
as maneiras de prevenção.
NÚMERO DE
PARTICIPANTES No máximo 50 pessoas.
METODOLOGIA
Inicialmente o/a professor/a deverá separar um copo
descartável para cada estudante, os quais serão enchidos
com água da torneira. Contudo, a um copo (ou dois,
dependendo da quantidade de participantes) será adicionada
água tônica sem gás, deixando-o similar aos outros. Além
disto, alguns copos estarão duplicados (um copo dentro do
outro). Logo em seguida, eles serão entregues aos alunos e o
professor colocará uma música para tocar.
108
METODOLOGIA
Quando a música terminar, os alunos serão convidados a
formar uma fila para olhar o líquido de seu copo na luz negra.
Neste momento, alguns irão ver que seu líquido possui
coloração azul (característica da luz negra), e outros
coloração roxa, brilhando em contato com a luz negra. Assim,
os estudantes serão divididos em dois grupos.
Posteriormente, será esclarecido aos discentes que a troca
de fluidos durante a dinâmica representou relações sexuais.
109
Outros recursos podem ser utilizados
durante a realização da dinâmica, de modo
a ampliar as discussões:
FONTE Os autores.
110
CAIXA SURPRESA DA
ANTICONCEPÇÃO
OBJETIVOS
Conhecer os diferentes métodos contraceptivos.
Diferenciar os métodos contraceptivos segundo seu
modo de usar e sua interferência na fecundação
(métodos de barreira ou químicos)
NÚMERO DE PARTICIPANTES
No máximo 40 pessoas.
MATERIAIS
Caixa e exemplares de métodos contraceptivos, como:
DIU e SIU; Diafragma e espermicida; Camisinha
masculina e feminina; Pílulas anticoncepcionais;
Contraceptivo injetável; Adesivo cutâneo hormonal;
Anel vaginal; Implante contraceptivo.
METODOLOGIA
Coloque todos os exemplares de métodos contraceptivos
dentro de uma caixa média;
FONTE
TSUZUKI; BARBORA;
PEREIRA (2020). 112
MITO OU VERDADE?
Objetivos Esclarecer e diferenciar os mitos e as
verdades disseminadas popularmente
acerca da sexualidade e das Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST).
Ressignificar verdades populares adaptando-
as ao conhecimento científico.
Número de
Não há limite.
participantes
Materiais
Caixa e pequenos papéis com alguns mitos
e algumas verdades populares acerca da
sexualidade humana e das IST.
Metodologia
Primeiramente, o/a professor/a irá introduzir a temática
a ser trabalhada e sortear um papel para cada
estudante.
Peça para que um estudante por vez leia o que está
escrito em seu papel (repita até que todos tenham
participado).
Após o término da leitura, instigue os estudantes a
compartilharem suas opiniões sobre as afirmações.
113
Mitos e Verdades que podem ser
utilizados
MITO VERDADE
1 - O sangue da menstruação é sujo e 1 - Brinquedos sexuais podem ser
transar menstruada não engravida. utilizados para masturbação e/ou
durante o sexo.
2 - Masturbação causa espinhas e
faz o pênis crescer. 2 - Camisinha (feminina e/ou
masculina) é o único método
3 - Para a mulher, a primeira vez contraceptivo que previne IST.
sempre irá doer e sangrar. E depois
disto ela ficará com a vagina "larga" 3 - Mulheres que possuem vida
sexual ativa precisam fazer o exame
.4 - Se o homem ejacular fora Papanicolau anualmente.
durante o sexo não há risco de
engravidar. 4 - Tamanho não é documento.
5 - O tamanho dos pés, das mãos e 5 - Antes de iniciar o uso de métodos
do nariz do homem indica o tamanho contraceptivos hormonais é
do pênis. imprescindível a ida ao ginecologista.
6 - Quando a mulher não é mais 6 - Pílula do dia seguinte não é
virgem seu quadril fica mais largo. abortiva.
7 - No sexo oral e anal não é 7 - É possível que uma menina que
necessário usar camisinha. ainda não menstruou engravide.
8 - Sexo anal causa hemorroidas. 8 - Pode transar durante a gestação
e isso traz benefícios para a saúde.
9 - Absorventes internos e coletores
menstruais tiram a virgindade. 9 - Mulheres virgens podem usar
absorvente interno e coletor
10 - A relação sexual só é boa se os menstrual.
dois chegarem ao orgasmo.
10 - Homossexualidade não é uma
escolha. E sentir prazer no ânus não
faz do homem homossexual.
114
Dicas para o professor
Fonte
TSUZUKI; BARBOSA; PEREIRA
(2020).
115
A HISTÓRIA DE JAIRO E PEPA
Objetivos
Discutir uma situação de gravidez precoce a partir do
ponto de vista de um menino e de uma menina,
enfatizando a importância de envolver os homens na
contracepção.
Número de Materiais
Participantes Cópias em papel
sulfite da história
Não há limite. de Jairo e Pepa
Metodologia
Dividir os participantes em dois grupos, os quais receberão
uma história sobre “gravidez na adolescência". Um grupo
receberá a história a partir da visão de uma menina (Pepa),
e o outro sobre a visão de um menino (Jairo). Cada história
será dividida em três partes, que serão lidas e discutidas
separadamente.
117
A História de Pepa: Parte 2
Pepa e Jairo se encontravam praticamente todos os
dias e, nos momentos em que estavam separados,
sentiam muitas saudades um do outro. Ao se
encontrarem, conversavam o tempo todo, trocavam
beijos e juras de amor eterno.
118
A História de Pepa: Parte 3
A relação sexual entre os dois foi doce e amorosa. Foi a
primeira vez dos dois. Jairo levou Pepa até a casa de
sua tia e se despediram com um beijo. Eles continuaram
a se encontrar, mas não tiveram mais nenhuma relação
sexual. Quando as férias terminaram, Pepa teve que
partir. Jairo ficou muito triste e prometeu que telefonaria
para ela todos os dias.
119
A História de Jairo: Parte 1
Jairo é um jovem de 16 anos que trabalha como
pescador e reside no litoral do Estado do Ceará, na
cidade de Fortaleza.
120
A História de Jairo: Parte 2
Jairo e Pepa se encontravam praticamente todos os
dias, e nos momentos em que estavam separados
sentiam muitas saudades um do outro. Ao se
encontrarem, conversavam o tempo todo, trocavam
beijos e juras de amor eterno.
121
A História de Jairo: Parte 3
A relação sexual entre os dois foi doce e amorosa. Foi a
primeira vez de Jairo e de Pepa. Mais tarde, Jairo levou
Pepa até a casa de sua tia e se despediram com um
beijo. Eles continuaram a se encontrar, mas não tiveram
mais nenhuma relação sexual.
122
Questões para Discussão
Depois de a história ter terminado, o/a docente pode abrir
um debate para as seguintes questões:
Fonte
RIBEIRÃO PRETO
(2009)
123
SEMÁFORO
OBJETIVOS
Auxiliar os adolescentes a identificar suas dificuldades
quanto aos temas de maior interesse em sexualidade.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
Não há limite.
MATERIAIS
Sala ampla e confortável; papel sulfite; canetas ou lápis; três
círculos de papel cartão nas cores vermelha, amarela e verde
(iguais aos sinais do semáforo).
METODOLOGIA
Fornecer uma folha de papel sulfite para cada participante.
Solicitar que recortem a folha em três tiras.
124
METODOLOGIA
Solicitar que escrevam, anonimamente, em cada tira de
papel, uma palavra ou uma pergunta que corresponda a um
tema de interesse próprio sobre sexualidade.
FONTE
BRASIL (2000);
REJAN; MARQUES; XAVIER (2016).
125
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta cartilha construímos um manual didático capaz
de auxiliar os professores na abordagem de temáticas
relacionadas à sexualidade humana, especialmente no que
tange a relações afetivas; anatomia, higiene e saúde;
métodos contraceptivos, gravidez e Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST); relações de gênero e orientação sexual;
diversidade, bullying, respeito e inclusão; violência sexual
(assédio e estupro).
126
À vista de nossas considerações, destacamos que a
presente cartilha pode ajudar no posicionamento dos
jovens a respeito de seu corpo, higiene, sexualidade,
situações de riscos, e medidas protetivas e preventivas
relacionadas à saúde e denúncia de casos de violência.
127
AGRADECIMENTOS
128
SOBRE OS AUTORES
E-mail: nathalia.turke@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9395957699802553
129
VIRGÍNIA IARA DE ANDRADE MAISTRO
Mestre e Doutora em Ensino de Ciências e Educação
Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de
Ciências e Educação Matemática (PECEM) da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Graduada em Ciências Biológicas
pela UEL. Graduada em Pedagogia – Faculdades Integradas
Princesa Isabel. Atualmente é professora estatutária da UEL,
atuando principalmente nos seguintes temas: educação
sexual, educação, sexualidades, formação de professores e
escola. Docente da UEL, do curso de Ciências Biológicas, nas
disciplinas: Metodologia e Prática de Ensino de Ciências
Biológicas; Estágio Supervisionado Obrigatório; Práticas
Pedagógicas: Sexualidade/Saúde. Docente do curso de Pós-
graduação em Ensino de Ciências Biológicas, na disciplina
Educação Sexual/Sexualidade. Coordenadora do subprojeto -
00590 - PIBID Ciências Biológicas – Programa Institucional de
bolsa de iniciação à docência – Ampliação e Consolidação -
UEL. Coordenadora do projeto de extensão/PROEX - 02222 –
Educação para a sexualidade: diálogo entre UEL e Educação
Básica (2018/2021). Coordenadora do curso EAD/UEL/CAPES,
Especialização Ciência 10 (2020/2021).
E-mail: virginiamaistro@yahoo.com.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4821476452100965
131
VINÍCIUS COLUSSI BASTOS
Biólogo que encontrou sentido à vida nas Ciências Humanas.
Graduado em Ciências Biológicas com habilitação em
Licenciatura Plena, pela Universidade Estadual de Maringá -
UEM. Mestre e Doutor em Ensino de Ciências e Educação
Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de
Ciências e Educação Matemática (PECEM) da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Atualmente é professor
Assistente no Departamento de Biologia Geral, da UEL,
atuando com a formação docente inicial e continuada em
Ciências e Biologia, na graduação e em cursos de
especialização latu-sensu, tanto na modalidade presencial,
quanto na Educação a Distância (EaD). Participou do
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) - Ciências Biológicas como coordenador. É orientador
no Programa Residência Pedagógica - Ciências Biológicas.
Desenvolve pesquisas na área dos Estudos Culturais e
Filosofia da Diferença, dedicando-se a temáticas de interesse
da Educação Sexual e em Saúde, com abordagens
acolhedoras à diversidade e questionadoras das
LGBTQIA+fobias.
E-mail: colussi.bastos@uel.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4511188188308732
130
FELIPE TSUZUKI
Atualmente é Formador de Professores da Rede Municipal de
Educação de Morretes-PR, pela Clickideia Tecnologia
Educacional. Doutorando e Mestre em Ensino de Ciências e
Educação Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em
Ensino de Ciências e Educação Matemática (PECEM) da
Universidade Estadual de Londrina (UEL). Especialista em
Gênero e Diversidade Escolar, em Educação do Campo e em
Educação Profissional e Tecnológica pela Faculdade Unina.
Membro do Grupo de Estudos Culturais da Ciência e da
Educação (UEL). Atua na área dos Estudos Culturais da
Ciência e da Educação, envolvendo a Educação Indígena e a
Educação para a Sexualidade, cujas temáticas foram
trabalhadas no Ciclo Intercultural de Iniciação Acadêmica
para os Estudantes Indígenas da UEL (Programa de Formação
Intercultural) e no Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID), respectivamente. Fez parte do
projeto de extensão "Educação para a sexualidade: diálogo
entre UEL e Educação Básica" e participou da Comissão
Organizadora do projeto de extensão "Novos Talentos: Oficina
desvendando o corpo humano", no qual ministrou na
temática Sistema Genital e Sexualidade.
E-mail: felipe.tsuzuki@outlook.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7408160329385534 132
HEMILYN DA SILVA MENEGUETE
Doutoranda e Mestre em Ensino de Ciências e Educação
Matemática, pelo Programa de Pós-graduação em Ensino de
Ciências e Educação Matemática (PECEM) da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Graduada em Pedagogia pela
Faculdade Catuaí. Graduada em Artes Visuais pelo Centro
Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson. Especialista em
Educação a Distância com Ênfase na Formação de Tutores,
em Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos
Globais do Desenvolvimento (TGD) e em Gestão Escolar, pela
faculdade Unina. Participante do grupo de Pesquisa EDUCIM
[http://www.educim.com.br/]. Possui prática e experiência na
área de Educação, principalmente na Educação Infantil e
anos iniciais do Ensino Fundamental.
E-mail: hemilyn_silva@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8778901998994527
133
MATHEUS RIBEIRO VITOR
Mestrando em Ensino pelo Programa de pós-graduação em
Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Norte do
Paraná (UNOPAR). Especialista em Ensino de Ciências
Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Especialista em Educação a Distância pela Faculdade
Instituto de Educação Superior do Paraná (FAINSEP).
Atualmente atua no Ensino Superior, na área de análises e
gestão de dados censitários e com estudos nos seguintes
temas: Formação de Professores, Saúde, Sexualidade e
Políticas Públicas Educacionais.
E-mail: matheus.vittor@live.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4142372771175649
134
GABRIELA CRUZ ALVES
Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Participou do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e
atualmente participa do Programa Residência Pedagógica-
Ciências Biológicas.
E-mail: gabriela.cruz.alves@uel.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2387340085466064
135
BRUNO GUELFI RODRIGUES
Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Fez parte do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)
(2020/2021), no curso de Ciências Biológicas da UEL.
Atualmente faz Iniciação Científica no laboratório de
citogenética e diversidade vegetal e é diretor de projetos na
liga acadêmica da química farmacêutica medicinal, na UEL.
E-mail: bruno.guelfi.rodrigues@uel.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2245790133182630
136
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
142
e www.editorapublicar.com.br
Publicar
Editora
contato@editorapublicar.com.br
@epublicar
facebook.com.br/epublicar
Educação Sexual
dinâmicas integrando
sexualidade, saúde e
sociedade
e
Nathália Hernandes Turke
Virgínia Iara de Andrade Maistro
Organização
Publicar
Editora
2O23