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DIREITO AMBIENTAL

Aula 82.01 – Lei N. 11.428/2006 II


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DIREITO AMBIENTAL (ADVOCACIA PÚBLICA)


LEI N.. 11.428/2006 II

Na aula passada, foram iniciados os estudos sobre a vegetação da Mata Atlântica e a


Lei n. 11.428/2006, que trata da proteção desse bioma levando em conta o desenvolvimento
sustentável.
Haverá uma tentativa de se explorar a Mata Atlântica, porém de forma sustentável, acom-
panhado da proteção desse bioma.

DIRETO DO CONCURSO
1. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/VESPERTINA/2019) A Lei Federal n.
11.428/2006, conhecida como Lei da Mata Atlântica, veda a supressão de vegetação
primária do Bioma Mata Atlântica, para fins de loteamento ou edificação, nas regiões
metropolitanas e áreas urbanas consideradas como tal em lei específica, estabelecendo
restrições à supressão da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração.

COMENTÁRIO
Como explicado na aula passada, normalmente os concursos que cobram sobre a Mata
Atlântica são aqueles em que a instituição se localiza na região desse bioma.
Na parte de supressão, há algumas exceções, previstas no art. 31, inciso I, e também no
art. 32, §§. O artigo abaixo também trata desse tema.
Art. 30. É vedada a supressão de vegetação primária do Bioma Mata Atlântica, para fins de lote-
amento ou edificação, nas regiões metropolitanas e áreas urbanas consideradas como tal em lei
específica, aplicando-se à supressão da vegetação secundária em estágio avançado de regene-
ração as seguintes restrições

Existem regras sobre a supressão da vegetação primária e secundárias e estão previstas


no dispositivo abaixo:
Art. 14. A supressão de vegetação primária e secundária no estágio avançado de regeneração
somente poderá ser autorizada em caso de...utilidade pública,

A supressão de vegetação secundária em estágio médio de regeneração poderá ser supri-


mida nos casos de utilidade pública e interesse social.
5m
Se já está em estágio avançado de regeneração, é melhor não mexer na vegetação. No
estágio médio, há uma pequena flexibilização.
Em todos os casos devidamente caracterizados e motivados em procedimento administra-
tivo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto.

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Exceções:
Art. 30, I (perímetros urbanos aprovados até a data de início de vigência desta Lei - vegetação
secundária em estágio avançado de regeneração – 50%) e nos §§ 1º e 2º do art. 31 desta Lei.

É importante levar em conta a data da aprovação da Lei, 2006:


§ 1º Nos perímetros urbanos aprovados até a data de início de vigência desta Lei, a supressão
de vegetação secundária em estágio médio de regeneração somente será admitida, para fins de
loteamento ou edificação, no caso de empreendimentos que garantam a preservação de vegeta-
ção nativa em estágio médio de regeneração em no mínimo 30% (trinta por cento) da área total
coberta por esta vegetação.

Se for antes da Lei, pode edificar, mas é preciso proteção de 30% da área.
§ 2º Nos perímetros urbanos delimitados após a data de início de vigência desta Lei, a supres-
são de vegetação secundária em estágio médio de regeneração fica condicionada à manutenção
de vegetação em estágio médio de regeneração em no mínimo 50% (cinquenta por cento) da área
total coberta por esta vegetação.

Após a Lei, 50%.


10m
Como diferenciar a vegetação primária da secundária?
O Art. 30 dispõe que quando for vegetação primária, não poderá interferir, mas sendo
secundária, é possível.

Vegetação Primária
Com pouca intervenção humana.
Esse tipo de vegetação se caracteriza como pouco afetada pelas ações antrópicas, man-
tendo suas características originais

Vegetação Secundária
Já houve intervenção humana.
As Florestas Secundárias são as resultantes de um processo natural de regeneração da
vegetação. Nas áreas onde as florestas secundárias se instalam, geralmente houve algum
tipo de corte raso, queimada ou uso para agricultura ou pastagem.
Também podem ser consideradas secundárias as florestas muito descaracterizadas pela
exploração madeireira irracional ou por causas naturais.
É possível iniciar um empreendimento no bioma Mata Atlântica?
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Art. 12. Os novos empreendimentos que impliquem o corte ou a supressão de vegetação do Bioma
Mata Atlântica deverão ser implantados preferencialmente em áreas já substancialmente alteradas
ou degradadas.

Os novos empreendimentos (após 2016) devem ser direcionados para áreas já alteradas
de forma a preservar as áreas que não possuem intervenção ainda.

ATENÇÃO
Atenção para o detalhe da expressão no artigo: “preferencialmente”, e não “exclu-
sivamente”.

E se a supressão for feita por pequeno produtor ou populações tradicionais?


15m
Como o impacto ambiental dos pequenos produtores e das populações tradicionais é
menor, eles terão alguns benefícios.
Art. 13. Os órgãos competentes do Poder Executivo adotarão normas e procedimentos especiais
para assegurar ao pequeno produtor e às populações tradicionais, nos pedidos de autorização de
que trata esta Lei:
I – acesso fácil à autoridade administrativa, em local próximo ao seu lugar de moradia;
II – procedimentos gratuitos, céleres e simplificados, compatíveis com o seu nível de instrução;

Podem ser comunidades indígenas ou quilombolas, por exemplo.


III – análise e julgamento prioritários dos pedidos.

Como são populações que vivem da terra, é preciso que os pedidos deles sejam julgados
com prioridade.

É preciso haver um estudo prévio do impacto ambiental, segundo previsão na Constitui-


ção, que dispõe que é atribuição do Poder Público exigir o estudo prévio de impacto ambien-
tal onde o impacto possa ser significativo.
Art. 15. Na hipótese de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
do meio ambiente, o órgão competente exigirá a elaboração de Estudo Prévio de Impacto Ambien-
tal, ao qual se dará publicidade, assegurada a participação pública.
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Na Constituição:
Art. 225, §1º, IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente cau-
sadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que
se dará publicidade;

Condicionantes: Compensação Ambiental.


O empreendimento foi autorizado em uma área de Mata Atlântica e causou certo impacto
ambiental. Se for autorizado, será preciso compensar de alguma forma.
Art. 17. O corte ou a supressão de vegetação primária ou secundária nos estágios médio ou
avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica, autorizados por esta Lei, ficam condicionados
à compensação ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da área des-
matada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que
possível na mesma microbacia hidrográfica, e, nos casos previstos nos arts. 30 e 31, ambos desta
Lei, em áreas localizadas no mesmo Município ou região metropolitana.

A compensação pode ser reflorestando em uma região próxima.


20m
De preferência na mesma microbacia hidrográfica.

Posso retirar uma maçã da Mata Atlântica?


Art. 18. No Bioma Mata Atlântica, é livre a coleta de subprodutos florestais tais como frutos, folhas
ou sementes, bem como as atividades de uso indireto, desde que não coloquem em risco as es-
pécies da fauna e flora, observando-se as limitações legais específicas e em particular as relativas
ao acesso ao patrimônio genético, à proteção e ao acesso ao conhecimento tradicional associado
e de biossegurança.

Se não causar danos para o ecossistema, fauna e flora, não há problema a extração do
subproduto (frutos, sementes).

E quanto ao corte da vegetação?


Art. 19. O corte eventual de vegetação primária ou secundária nos estágios médio e avançado de
regeneração do Bioma Mata Atlântica, para fins de práticas preservacionistas e de pesquisa cien-
tífica, será devidamente regulamentado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente e autorizado
pelo órgão competente do Sisnama.

Será regulamentado pelo CONAMA e autorizado pelo Sisnama.


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TÍTULO III – DO REGIME JURÍDICO ESPECIAL DO BIOMA MATA ATLÂNTICA


CAPÍTULO I – DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO PRIMÁRIA

CAPÍTULO II – DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO AVAN-


ÇADO DE REGENERAÇÃO
CAPÍTULO IV – Da proteção da vegetação secundária em estágio inicial de regeneração

CAPÍTULO V – Da exploração seletiva de vegetação secundária em estágios avançado,


médio e inicial de regeneração
CAPÍTULO VI – Da proteção do bioma mata atlântica nas áreas urbanas e regiões
metropolitanas

CAPÍTULO VII – Das atividades minerárias em áreas de vegetação secundária em está-


gio avançado e médio de regeneração
As provas normalmente cobram sobre a atividade de mineração nesse bioma, se é ou
não permitida.

GABARITO
1. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Nilton Carlos de Almeida Coutinho.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

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