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C A P I T A L REUMATO
REUMATOLOGIA
PERIOPERATÓRIA
FIBROMYALGINESS
GRUPO ANALGESIA
PRIMÓRDIOS DO
ENSINO MÉDICO
FIBROMIALGIA NO
AMBIENTE LABORAL
#29 1
C A P I T A L REUMATO
PALAVRA DA EDITORA
ANNA BEATRIZ
ASSAD MAIA
02 Há muito se discute sobre qual definição melhor abraça o conceito de arte. Muitos se
Palavra arriscaram a traçar limites, pois definir é também criar fronteiras.
da Editora Pareyson, 1984, escreveu: “arte entendido como fazer, arte entendida como exprimir,
arte entendida como conhecer. Esta conceituação representa um passo adiante da
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definição histórica da arte, concebida e posicionada dentro dos limites temporais de
Mensagem cada época. Ainda assim, no afã de defini-la, algo escapa.
do Presidente
Atentemos para a parte da definição que nos diz que arte é expressão. A compreensão
04
desse conceito é fácil, na medida que a arte é singular e intransferível. Mas poderia ela
Aconteceu estar dissociada do conhecimento? Não podemos negar que até mesmo as pinturas
CAPA 09 rupestres pressupõem um saber, seja sobre a natureza, cores e angústias cotidianas.
SINTO FLORES A vez e a voz
TÉCNICA do especialista O Grupo Analgesia, coletivo artístico integrado por profissionais de saúde e pacientes
ARTE DIGITAL portadores de doenças crônicas do Hospital Universitário de Brasília, desafia todos
EM IMAGENS 17 os conceitos e limites da arte.Tentar defini-lo apenas como arte relacional talvez seja
MÉDICAS
Reumato na limitante. O caminho temático que o Grupo Analgesia percorre traz para a concretude
ARTISTA prática da expressão artística algumas das tópicas Freudianas. Ao percorrer e transcender os
ANNA VALERIA caminhos da dor, na sua crueza, procede à ressignificação do processo doloroso. Ao se
MAIA 24 atirar sem medo nos labirintos do inconsciente, facilita a cura e propicia o surgimento
Humanidades de uma nova linguagem, que é própria a cada membro do coletivo. Descobrir uma
Médicas nova forma de expressão, semelhante a aprender uma língua estrangeira, equivale
a aumentar o repertório psíquico para lidar, entre outras coisas, com o adoecimento
44 crônico. O Grupo Analgesia é nos mostra como é possível e necessário renascer a
Café & Leitura partir e, sobretudo, apesar da dor.
51 Boa Leitura!
Ponto de vista
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MENSAGEM DO PRESIDENTE
Chegamos ao fim do nosso primeiro ano da gestão 2023/24 com muitos frutos.
Nossa Sociedade se fortaleceu, no momento somos mais de sessenta sócios.
Mesmo com todas as dificuldades, conseguimos realizar o ATUAR 2023 de maneira DR. LUCIANO
magnífica, com participação de mais de 100 pessoas. JUNQUEIRA
Participamos ativamente do SBR 2023, colaborando na organização, ministrando várias GUIMARÃES
palestras e participando como ouvinte em grande número.
Presidente da Sociedade
Realizamos atividades de esclarecimento sobre as doenças reumáticas à população. A Feira de Reumatologia de
de Saúde do DF, promovida pela AMBr e a Campanha de Conscientização e Prevenção das Brasília 2023/2024
Doenças Reumáticas, promovida pela SBR.
Tivemos mais uma reunião (reumato)2, com cerca de 60 participantes de forma online,
onde discutimos Avanços no Tratamento do LES, tendo um palestrante internacional, Dr.
Carlos Enrique Toro, da Colômbia.
Agradecemos imensamente o apoio das indústrias AstraZeneca, GSK, AbbVie, Janssen,
Organon, UCB, Novartis, Laboratório Sabin e Instituto CV de Reumatologia pelo apoio na
Baixe todas as edições da Revista
realização do ATUAR 2023. Capital Reumato no site:
Ressaltando que o trabalho em grupo é o lema de nossa administração, para o próximo www.reumatodf.com.br
ano, iremos trabalhar, junto a Secretaria de Saúde do DF, para melhor estruturação dos
Contato SRB:
serviços públicos de Reumatologia do DF. Certamente, conto com o apoio de todos os
reumatobrasilia@gmail.com
reumatologistas do DF. (61) 3245-1671 | (61) 99668 0935
Um grande abraço, Feliz Natal e Feliz Ano Novo a todos. Editoração e Design Gráfico:
CS DESIGN
Dr. Luciano Junqueira Guimarães Contato: Cristiane (61) 98131 7287
www.csdesigngrafico.com.br
cristiane@csdesigngrafico.com.br
EXPEDIENTE:
Reumatologistas revisoras: Ana Paula Gomides, Licia Maria Mota,
Ravena Fontenele Belchior Cabral, Gabriela Profirio Jardim Santos,
Jamille Nascimento Carneiro e Luciana Feitosa Muniz
A responsabilidade de conteúdo médico científico do material recebido para publicação, bem como por eventuais conceitos
emitidos ou conflitos de interesses, é exclusiva dos autores.
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ACONTECEU
ATUAR 2023
Dias 18 e 19 de agosto no Clube da AMBr.
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ACONTECEU
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ACONTECEU
(REUMATO) 2
AVANÇOS NO TRATAMENTO DO LES
Online dia 26 de outubro, apoio AstraZeneca.
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ACONTECEU
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BERNARDO CUNHA
PhD Reumatologista, TE
Professor das Faculdades de Medicina do Unieuro
Brasília-DF
NOVAS EVIDÊNCIAS
EM REUMATOLOGIA
PERIOPERATÓRIA
Com isso, no mesmo ano fui convidado para ministrar uma palestra em
uma mesa redonda sobre o tema no CBR 2012 em Vitória-ES, mas me foi
solicitada uma abordagem um pouco mais ampla. Nessa palestra, eu reuni
dados adicionais da literatura, me restringindo ao grupo de pacientes que eu
tinha mais experiência, que eram os pacientes com AR e espondiloartrites
(EA). No fim da apresentação, eu fiz um resumo das evidências:
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• O MTX pode ser mantido no período perioperatório. Não há racional para a suspensão da leflunomida,
que é uma droga com recirculação hepática ou da sulfassalazina, que não aumenta o risco de infecção e
tem efeito antibiótico;
• Os anti-TNF podem ser suspensos no período perioperatório; a interrupção deve ser feita pelo menor
tempo possível; a suspensão de outros DMCD deve ser decidida caso a caso;
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Deve ser realizada suplementação de corticoide manutenção da dose habitual de prednisona. O desfecho
no período perioperatório, em pacientes em uso primário era hipotensão postural no pós-operatório (!).
crônico dessa medicação? Foram avaliados apenas 92 pacientes, mas mesmo assim
a intervenção atingiu o critério de não-inferioridade,
Para responder a essa pergunta, devemos considerar inclusive em desfechos secundários, como infecção
que os corticoides aumentam o risco de infecção em do sítio cirúrgico e outras complicações. Entretanto,
qualquer dose, sendo o risco proporcional à dose não sabemos se esses dados são extrapoláveis para a
cumulativa administrada. Por outro lado, não está indicada população de pacientes reumáticos. Por outro lado, o
a sua suspensão, seja pelo risco de insuficiência suprarrenal risco individual de insuficiência suprarrenal aguda não
aguda ou reativação da doença inflamatória. foi avaliado.
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Dois estudos foram publicados em 2022 e 2023 sobre o tema, sugerindo de fato
um aumento do risco de infecção de prótese, mas não da mortalidade ou do risco
de revisão em 5 anos (11,12). Entretanto, só foram analisados em torno de 1000
pacientes com espondilite anquilosante, por isso pode ter havido erro beta, uma vez
que tais complicações são relativamente raras. Mais estudos são necessários para
responder a essa pergunta em definitivo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- Cunha BM, Mota LMH, Santos-Neto LL. Risk of orthopedic surgical site infections in patients with rheumatoid arthritis treated with antitumor necrosis factor
alpha therapy. Int J Rheumatol. 2012;2012:369565. doi: 10.1155/2012/369565.
2- Cunha BM, Oliveira SB, Santos-Neto LL. Incidence of infectious complications in hip and knee arthroplasties in rheumatoid arthritis and osteoarthritis patients.
Rev Bras Reumatol. 2011 Dec;51(6):609-15.
3- Goodman SM, Bykerk VP, DiCarlo E, Cummings RW, Donlin LT, Orange DE, et al. Flares in Patients with Rheumatoid Arthritis after Total Hip and Total Knee
Arthroplasty: Rates, Characteristics, and Risk Factors. J Rheumatol. 2018 May;45(5):604-611. doi: 10.3899/jrheum.170366.
4- Goodman SM, Mirza SZ, DiCarlo EF, Pearce-Fisher D, Zhang M, Mehta B, et al. Rheumatoid Arthritis Flares After Total Hip and Total Knee Arthroplasty:
Outcomes at One Year. Arthritis Care Res (Hoboken). 2020 Jul;72(7):925-932. doi: 10.1002/acr.24091.
5- Borgas Y, Gülfe A, Kindt M, Stefánsdóttir A. Anti-rheumatic treatment and prosthetic joint infection: an observational study in 494 elective hip and knee
arthroplasties. BMC Musculoskelet Disord. 2020 Jun 29;21(1):410. doi: 10.1186/s12891-020-03459-z.
6- George MD, Baker JF, Hsu JY, Wu Q, Xie F, Chen L, et al. Perioperative Timing of Infliximab and the Risk of Serious Infection After Elective Hip and Knee
Arthroplasty. Arthritis Care Res (Hoboken). 2017 Dec;69(12):1845-1854. doi: 10.1002/acr.23209.
7- George MD, Baker JF, Winthrop K, Alemao E, Chen L, Connolly S, et al. Timing of Abatacept Before Elective Arthroplasty and Risk of Postoperative Outcomes.
Arthritis Care Res (Hoboken). 2019 Sep;71(9):1224-1233. doi: 10.1002/acr.23843.
8- Goodman SM, Springer BD, Chen AF, Davis M, Fernandez DR, Figgie M, et al. 2022 American College of Rheumatology/American Association of Hip and Knee
Surgeons Guideline for the Perioperative Management of Antirheumatic Medication in Patients With Rheumatic Diseases Undergoing Elective Total Hip or Total
Knee Arthroplasty. Arthritis Rheumatol. 2022 Sep;74(9):1464-1473. doi: 10.1002/art.42140.
9- Zaghiyan K, Melmed GY, Berel D, Ovsepyan G, Murrell Z, Fleshner P. A prospective, randomized, noninferiority trial of steroid dosing after major colorectal
surgery. Ann Surg. 2014 Jan;259(1):32-7. doi: 10.1097/SLA.0b013e318297adca.
10- Streufert BD, Onyedimma C, Yolcu YU, Ghaith AK, Elder BD, Nassr A, et al. Rheumatoid Arthritis in Spine Surgery: A Systematic Review and Meta-Analysis.
Global Spine J. 2022 Sep;12(7):1583-1595. doi: 10.1177/21925682211057543.
11- Goel A, Viswanathan VK, Serbin P, Youngman T, Mounasamy V, Sambandam S. Ankylosing spondylitis substantially increases health-care costs and length of
hospital stay following total hip arthroplasty - National in-patient database study. J Clin Orthop Trauma. 2023 Apr 7;39:102151. doi: 10.1016/j.jcot.2023.102151.
12- Miller LL, Prieto-Alhambra D, Trela-Larsen L, Wilkinson JM, Clark EM, Blom AW, et al. Revision and 90-day mortality following hip arthroplasty in patients
with inflammatory arthritis and ankylosing spondylitis enrolled in the National Joint Registry for England and Wales. Hip Int. 2022 May;32(3):371-378. doi:
10.1177/1120700021990592.
13- Burn E, Edwards CJ, Murray DW, Silman A, Cooper C, Arden NK, et al. The impact of rheumatoid arthritis on the risk of adverse events following joint
replacement: a real-world cohort study. Clin Epidemiol. 2018 Jun 14;10:697-704. doi: 10.2147/CLEP.S160347.
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Reumato na pratica
EDUARDO PAIVA
Professor Adjunto Reumatologia UFPR.
Editor-chefe, Advances in Rheumatology.
Coordenador, Comissão Multiprofissional SBR.
Membro, Comissão de Eventos da SBR.
Fibromyalgianess
e dor centralizada
semelhanças e diferenças
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Talvez o mecanismo principal da dor no plástica seja a centralização da dor, também denominada
sensibilização do SNC ou dor central. Aqui os estímulos nociceptivos (muitas vezes sem uma origem
definida) são amplificados na medula espinhal ou no encéfalo, ampliando a percepção dolorosa. Um
centro importantíssimo deste fenômeno é o corno posterior ou dorsal da medula espinhal, onde as
fibras do gânglio sensitivo fazem sinapse com neurônios sensitivos de segunda ordem. Estímulos
repetitivos vindos da periferia, especialmente das fibras nociceptiva do tipo C, levam a uma aumento
desproporcional da resposta do trato espinotalâmico. Essa alteração é denominada de wind-up, e
é causada por um aumento do número de receptores de glutamato (principal neurotransmissor
nociceptivo) e pelo aparecimento, no segundo neurônio, do receptor NMDA (n-metil-d-aspartato),
cujo bloqueio reverte o wind-up. A síntese de novos neurotransmissores, como o fator de crescimento
neuronal (NGF) também colabora com o wind-up. Mais recentemente, um papel maior tem sido dado
às células da glia como facilitadoras deste processo 2.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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498. doi: 10.1038/s41583-020-0333-z.
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7. Wolfe F. Fibromyalgianess. Arthritis Rheum. 2009 Jun 15;61(6):715-6. doi: 10.1002/art.24553.
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ACR Open Rheumatol 2022 Oct;4(10):890-896. doi: 10.1002/acr2.11488.
9. Sergeeva et al. Response to peripheral immune stimulation within the brain: magnetic resonance imaging perspective of treatment success Arthritis Res Ther
. 2015 Oct 19;17:268. doi: 10.1186/s13075-015-0783-2
10. Caumo W et al. The Central Sensitization Inventory validated and adapted for a Brazilian population: psychometric properties and its relationship with brain-
derived neurotrophic factor., J Pain Res. 2017 Sep 1;10:2109-2122. doi: 10.2147/JPR.S131479.
11. Wolfe F et al. 2016 Revisions to the 2010/2011 fibromyalgia diagnostic criteria. Semin Arthritis Rheum. 2016 Dec;46(3):319-329. doi: 10.1016/j.
semarthrit.2016.08.012.
12. Basu N et al. Neurobiologic Features of Fibromyalgia Are Also Present Among Rheumatoid Arthritis Patients. Arthritis Rheumatol. 2018 Jul;70(7):1000-1007.
doi: 10.1002/art.40451.
13. Moltó A et al. Evaluation of the impact of concomitant fibromyalgia on TNF alpha blockers' effectiveness in axial spondyloarthritis: results of a prospective,
multicentre study. Ann Rheum Dis. 2018 Apr;77(4):533-540. doi: 10.1136/annrheumdis-2017-212378.
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HUMANIDADES MEDICAS
GRUPO ANALGESIA
Autoras: Isadora Jochims, Ozália da Conceição Guedelho, Isabel Cristina Rodrigues
Alves de Oliveira, Ligia Reis, Julia Gonzales Martins, Maria Iracema Gonzales,
Anna Beatriz Assad Maia, Helenice Assis Vespasiano, Regina Bernardes
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Qualquer participante pode levar uma proposição artística ao grupo que poderá
ser acolhida, modificada ou rejeitada através de uma votação. Após o acolhimento
da proposição artística é estabelecido coletivamente um calendário com duração
média de 4 meses com Oficinas teóricas e práticas de Arte Contemporânea,
Medicina Narrativa e técnicas artísticas propostas pelos próprios integrantes e por
convidados. Durante os encontros várias referências de arte foram apresentadas e
alguns artistas brasileiros como Marcela Campos, Rodrigo Munhoz e Julia Gonzalez
estiveram presentes contribuindo com as reflexões do grupo.
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EXPOSIÇÃO PÉ VERMELHO,
ESPAÇO DE ARTE
CONTEMPORÂNEA EM
PLANALTINA
Os trabalhos foram expostos
por uma semana em dezembro
2022 no espaço Pé Vermelho
localizado na praça histórica São
Sebastião de Planaltina.
Foi realizado com o grupo visita
à exposição e interação com o
público na praça.
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OFICINA COM ARTISTA MARCELA CAMPOS
CARTA DE DIREITOS
2023
Propositoras: Paula Bastos, Isadora Jochims, Helenice Vespasiano
Materiais: tecidos hospitalares e tinta de tecido
Proposição: Foi realizada leitura crítica da Carta de direitos dos usuários do HUB e
intervenções com essa temática em roupas hospitalares que estavam destinadas
à incineração. Nas oficinas foram realizadas leituras atentas e reflexões críticas
acerca do documento e da realidade vivenciada pelas usuárias no hospital,
promovendo a autonomia e fortalecendo a participação social.
OFICINA PALAVRAS REVIRADAS
2023
Propositora: Anna Beatriz Assad Maia
Materiais: Carta de Direitos dos Usuários do HUB, papéis e canetas
Proposição: Foi feita uma releitura da Carta de Direitos dos Usuários do HUB e
retiradas dela palavras e/ou expressões que impactaram as leitoras. Com essas
palavras, após discussão, o grupo decidiu construir um relato ficcional em primeira
pessoa. Construiu-se um personagem, paciente internado que possuía dificuldade
de comunicação, motivada por questões culturais e analfabetismo funcional.
TEXTO FICCIONAL:
Eu sou Adeilton e sou segurança de boate. Meu principal problema, meu maior medo é o de
não entender alguma coisa e ter que perguntar.
Não entendo tudo o que leio.
No formulário do hospital tinha escrito etnia, eu não quis perguntar o que era, respondi azul.
Eu tenho um filho tabelião que trabalha no hospital.
Gosto de visita das crianças mas não é possível porque o ambiente não é acolhedor.
O hospital é limpo e confortável tem cuidado mas sinto falta da minha parceira como
acompanhante, ela que sempre cuida de mim e me deixa confortável. Quero alta.
Sou usuário do SUS e internei para aliviar uma de dor de cabeça.
Quero ter independência e meus desejos respeitados. Tenho pouca visão e não escuto direito
mas quero conhecer meus direitos e ser tratado com dignidade.
Me deram uma carta para ler, diz que lá tinha todos os protocolos mas estou confuso, já nem
sei quem sou.
Fico pensando de onde vem meus medicamentos e o que estou comendo. Quero ver meu
prontuário e saber dos procedimentos experimentais. Estou sendo uma cobaia?
Me falaram que o atendimento é gratuito mas tenho medo de ter que pagar alguma coisa
quando receber alta.
Para tudo o que pergunto a resposta é sempre a mesma: leia a carta, lá tem as informações.
Essa carta está me aperreando as ideias.
Não é possível, vou ter que chamar meu filho tabelião.
Mas quando ele fala eu não entendo. Um embolado de palavras: sigilo, ética,
Missão, teoria e prática, vulnerabilidade sócio econômica, diretiva. Minha cabeça vai explodir!
Me perguntam a toda hora se aceito ou não um monte de coisas. Não entendo nada. Fico
mudo. Daí me dizem que não podem decidir porque são coisas pessoais que dependem da
minha vontade. E me mandam ler a carta de novo. Eu li a carta e só entendi que não pode ter
práticas sexuais no hospital. Ora, disso eu já sabia. Quero alta.
FANTASIAS DE CARNAVAL
2023
Propositoras: Júlia Gonzales e Alzina Maria Leal Alves
Materiais: tecidos hospitalares e tinta de tecido
Proposição: Fantasias foram criadas para o carnaval
a partir dos tecidos e carta de direitos e o grupo
performou no Bloco do Rivotrio, bloco de carnaval
do Distrito Federal de luta antimanicomial.
Psicoterapia institucional
Trabalho da Nise da Silveira - revolução da prática
institucional no contexto da reforma
psiquiátrica porém aborda as imagens dos pacientes
de forma analítica e científica . Mario Pedrosa
Jodorowsky - atos poéticos
Ligia Clark e Lula Wanderley
Poéticas do cuidado
O que o grupo é?
Trabalhos recentes
Referências:
O coletivo - Jean Oury
Jodorowsky
Beyes
Nise da Silveira
Lula Wanderley / Lygia Clark
Mário Pedrosa
Tania Alice
Expografia
- Exposição Surrealista Internacional - 1938
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 4. ed. 4. reimp. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010.
2 - Arte relacional no Brasil: o que se faz - O que se come/ Organização de Fabiana Monsalú e Tania Alice. Rio de Janeiro: Multifoco,
2021. Capítulo: Arte relacional em tempos difíceis: crítica e proposições em construção. Cassiano Sydow Quilici.
3 - Claire Bishop. Antagonismo e Estética Relacional. October n. 110 (2004).
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Os primórdios do
ensino e da ciência
médica brasileira
Bolonha 1087
Monpellier 1181
Oxford 1214
Lisboa/Coimbra 1290
Universidade de São Marco, Peru 1551
Real e Pontifícia Universidade do México 1553
Harvard, EUA 1636
Universidade de Córdoba, Argentina 1687
Escola de medicina da Bahia 1808
Escola de Medicina do Rio de Janeiro 1808
Figura 1 - Tabela. Ano de fundação das primeiras escolas médicas na Europa e Américas
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Fotos 1. Selo comemorativo dos 200 anos da chegada da corte portuguesa ao Brasil.
O príncipe regente não perdeu tempo em consolidar a presença real. Mesmo enquanto ainda
estava na Bahia, ele abriu os portos da colônia e diversas outras inovações, libertando a colônia
brasileira de quase 300 anos de isolamento comercial e cultural.
O reumatologista Pedro Nava fez uma reflexão sobre esse momento único da história do Brasil:
"Diz a sabedoria popular, por um provérbio muito conhecido, que 'há males que vêm para o bem'.
E a verdade disso pode ser demonstrada pelos benefícios que o Brasil obteve dos problemas
enfrentados por Portugal, quando suas terras foram invadidas pelas tropas de Napoleão.
Desse fato resultou a imigração da Família Real para a grande colônia americana, cujas
perspectivas se ampliaram largamente com a presença da Corte"(3).
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“A mais extraordinária geração de médicos brasileiros foi a formada por Torres Homem”(3).
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PONTO DE VISTA
A fibromialgia no
ambiente laboral
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Os pacientes com FM costumam ter maiores Os trabalhadores com FM podem vir a apresentar
dificuldades para executar tarefas que demandem a uma perda de produtividade no trabalho. Embora
realização de esforço físico, movimentos repetitivos e comparecendo ao trabalho (presenteísmo), devido a
postura estática9,12-14. intensidade dos sintomas, os trabalhadores com FM
podem não conseguir manter a capacidade laborativa
Considerando que na FM a gravidade dos sintomas plena, com consequentes dificuldades no desempenho
influencia na capacidade para o trabalho , o 9
adequado das funções previamente realizadas3,4.
reconhecimento e o gerenciamento precoce dos
sintomas podem prevenir futuras perdas da capacidade A capacidade de um trabalhador realizar suas atividades
laboral . Dor, fadiga, depressão, ansiedade, distúrbios
10
laborais está relacionada a diferentes fatores como,
do sono e distúrbios cognitivos são os principais por exemplo, condições físicas e mentais de saúde,
sintomas que podem limitar o bom desempenho exigências ocupacionais, treinamento adequado e
laboral dos trabalhadores com FM .
3,4,12,15
aptidões para as funções a serem exercidas. Quando
os pacientes com FM têm sua sintomatologia piorada
A FM não causa deformidades ou insuficiência ao desempenharem funções nas quais há critérios
de qualquer órgão vital. A mensuração da gravidade rígidos de produtividade e pressão por tempo,
do quadro de FM é complexa, à medida que seus como em linhas de montagem, o trabalhador deve
sintomas são subjetivos e difíceis de quantificar. A ser realocado com o devido treinamento para outra
FM não costuma levar à incapacidade laborativa função. A permanência no trabalho deve ser sempre
prolongada. Nos casos em que a dor ou a fadiga valorizada e estimulada1,3,14.
não respondem ao tratamento adequado, atingindo
níveis significativos, o afastamento do trabalho por Sabe-se que a presença de uma doença por si só não
curto período de tempo deve ser considerado. O é sinônimo de incapacidade laborativa1. O conceito
trabalhador adoecido deve ser alertado sobre a de capacidade para o trabalho é descrito como um
necessidade de manter a adesão a um tratamento equilíbrio entre recursos pessoais e demandas de
adequado na vigência do afastamento do trabalho. trabalho20-22. Na avaliação da incapacidade laborativa
O afastamento do trabalho por tempo prolongado deve-se levar em conta diferentes critérios como a
e a busca litigiosa por compensação financeira são intensidade da atividade da doença do trabalhador no
fatores de mau prognóstico da FM 1,3,17,18
, assim como momento da avaliação, as alterações psicofisiológicas
a elevada carga horária de trabalho, elevada carga produzidas pela doença, as atividades laborais
física de trabalho, baixa autonomia no trabalho, baixo exercidas pelo trabalhador, o risco de agravamento
nível educacional, baixa qualificação profissional, da doença com a continuidade do trabalho, o risco
desmotivação no trabalho, idade mais avançada, de ocorrer um acidente de trabalho e as condições
gravidade da doença, baixa remuneração e baixa ergonômicas físicas, organizacionais e cognitivas
capacidade funcional . 19
disponibilizadas pela empresa3,9.
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Diante do que foi exposto, podemos concluir que cabe aos profissionais
médicos e demais profissionais envolvidos no universo laboral, com o
devido suporte dos gestores das empresas, estimular os pacientes com
FM a continuarem ativos e, sempre que possível, trabalhando. Para que a
permanência no trabalho cumpra o efeito esperado, devem ser implementadas
as estratégias prevencionistas comprovadamente efetivas aqui elencadas.
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C A P I T A L REUMATO
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AGORA, MAIS É POSSÍVEL
CONTROLE ABRANGENTE DA DOENÇA COM MENOS CORTICOSTEROIDES
VS. SOMENTE A TERAPIA PADRÃO † 1-8