Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Editor Chefe
Prof. Dr. Brüno Cesar Nascimento
Conselho Editorial
Prof. Dr. Alexandre de Sa Avelar (UFU) • Profª. Drª. Aline Trigüeiro (UFES) • Prof. Dr. Andre
Ricardo Vasco Valle Pereira (UFES) • Prof. Dr. Anthony Pereira (King’s College, Reino Unido) •
Prof. Dr. Anto= nio Leal Oliveira (UVV) • Prof. Dr. Arnaldo Pinto Jünior (UNICAMP) • Prof. Dr.
Arthür Lima de A@ vila (UFRGS) • Prof. Dr. Arthür Octavio de Melo Araüjo (UFES) • Profª. Drª.
Caterine Reginensi (UENF) • Prof. Dr. Cesar Albenes de Mendonça Crüz (EMESCAM) • Cilmar
Franceschetto (Arqüivo Püblico do Estado do ES) • Prof. Dr. Cristiano P. Alencar Arrais (UFG) •
Prof. Dr. Diogo da Silva Roiz (UEMS) • Prof. Dr. Edson Maciel Jünior (UFES) • Prof. Dr. Eürico
Jose Gomes Dias (Universidade do Porto) • Prof. Dr. Fabio Franzini (UNIFESP) • Prof. Drª.
Flavia Nico Vasconcelos (UVV) • Drª. Flavia Ribeiro Botechia (UFES) • Profª. Drª. Fernanda
Müssalim (UFU) • Prof. Dr. Hans Urich Gümbrecht (Stanford University) • Profª. Drª. Helena
Miranda Mollo (UFOP) Prof. Dr. Heraldo Ferreira Borges (Mackenzie) • Profª. Drª Janice GüsmaG o
(PMS-GestaG o) • Prof. Dr. JoaG o Pedro Silva Nünes (Universidade Nova de Lisboa, Portügal) • Prof. Dr.
Josemar Machado de Oliveira (UFES) • Prof. Dr. Jülio Bentivoglio (UFES) • Prof. Dr. Jürandir
Malerba (UFRGS) • Profª. Drª. Karina Anhezini (UNESP - Franca) • Prof. Dr. Leandro do Carmo
QüintaG o (IFES-Cariacica) • Profª. Drª. Lücia Bogüs (PUC/SP) • Profª. Drª. Lüciana Nemer (UFF)
• Prof. Dr. Marcio Seligman- n-Silva (UNICAMP) • Profª. Drª. Maria Beatriz Nader (UFES) •
Profª. Drª. Maria Cristina Dadalto (UFES) • Profª. Drª. Marina Temüdo (Tropical Research
Institüte, Portügal) • Prof. Dr. Marcelo de Mello Rangel (UFOP) • Profª. Drª. Marta Zorzal e Silva
(UFES) • Prof. Dr. Nelson Camatta Moreira (FDV) • Prof. Dr. Pablo Ornelas Rosa (UVV) • Prof.
Dr. Paülo Gracino de Soüza Jr. (IUPERJ) • Prof. Dr. Paülo Roberto Neves da Costa (UFPR) • Prof.
Dr. Rafael Cerqüeira do Nascimento (IFES-Güa- rapari) • Profª. Drª. Rebeca Gontijo (UFRRJ) •
Prof. Dr. Renato de Almeida Andrade (UFES) • Prof. Dr. Ricardo Marqües de Mello (UNESPAR) •
Prof. Dr. Rogerio Naqües Faleiros (UFES) • Profª. Me. Satina Priscila Pimenta Mello (Mültivix/
Estacio) • Prof. Dr. Sergio Alberto Feldman (UFES) Prof. Dr. Timothy Power (University of
Oxford, Reino Unido) • Prof. Dr. Thiago Lima Nicodemo (UNICAMP) • Prof. Dr. Ueber Jose de
Oliveira (UFES) • Prof. Dr. Valdei Lopes de Araüjo (UFOP) • Prof. Dr. Vitor de Angelo (UVV) •
Profª. Drª Veronica Tozzi (Universidad de Büenos Aires) • Profª. Drª. Zaira Bomfante dos
Santos (CEUNES - UFES) • Prof. Dr. Wilberth Claython Ferreira Salgüeiro (UFES) • Prof. Dr.
William Berger (UFES) •Profa. Dra. Adriana Pereira Campos (UFES) • Profa. Dra. Carla Noüra
Teixeira (UNAMA) • Prof. Dr. Carlos Garriga (Universidad del Pais Vasco, Esp) • Prof. Dr.
Claüdio Jannotti da Rocha (UFES) • Prof. Dr. Claüdio Madüreira (UFES) • Prof. Dr. Daniel Miti-
diero (UFRGS) • Prof. Dr. Edilton Meireles de Oliveira Santos (UFBA) • Prof. Dr. Gilberto
Stürmer (PUC/RS) • Prof. Dr. Jüliano Heinen (FMP) • Prof. Dr. Leonardo Carneiro da Cünha
(UFPE) • Prof. Dr. Marco Anto= nio Rodrigües (UERJ) • Prof. Dr. Marcio Cammarosano (PUC/SP)
• Profa. Dra. Mariana Ribeiro Santiago (UNIMAR) • Prof. Dr. Platon Teixeira de Azevedo Neto
(UFG) • Prof. Dr. Ricardo Jose de Britto Pereira (UDF) • Profa. Dra. Viviane Coelho de Sellos-
Koerr (UNICURITIBA)
Francisco Rüdiger
Epistemologia da
Comunicação no Brasil
Ensaios Críticos sobre Teoria da Cie= ncia
Editora Milfontes
Vitoria, 2022
Todos os direitos reservados. Nenhüma parte desta obra podera ser reprodüzida
oü transmitida por qüalqüer forma e/oü qüaisqüer meios (eletro= nico oü meca= nico,
inclüindo fotocopia e gravaçaG o digital) sem a permissaG o previa da editora.
Revisão
Fernando Madüreira
Capa
Imagem da capa:
Aütor: Wassily Kandinsky – Azul, 1922.
Semíramis Agüiar de Oliveira Loüzada – aspectos
Impressão e Acabamento
GM Grafica e Editora
ISBN 978-65-5389-023-7
22-118369 CDD-302.201
7
Epistemologia da Comunicação no Brasil
8
Introdução
9
Epistemologia da Comunicação no Brasil
10
Introdução
11
Epistemologia da Comunicação no Brasil
12
Introdução
13
Epistemologia da Comunicação no Brasil
14
Introdução
15
Epistemologia da Comunicação no Brasil
16
1
O campo e o arquipélago:
a trajetória da fundamentação gnosiológica da
área acadêmica de comunicação
17
Epistemologia da Comunicação no Brasil
18
1. O campo e o arquipélago
19
Epistemologia da Comunicação no Brasil
20
1. O campo e o arquipélago
21
Epistemologia da Comunicação no Brasil
1 Cf. PETERS, J. Speaking into the air. Chicago: The University of Chicago Press, 1999.
22
1. O campo e o arquipélago
23
Epistemologia da Comunicação no Brasil
24
1. O campo e o arquipélago
25
Epistemologia da Comunicação no Brasil
26
1. O campo e o arquipélago
27
Epistemologia da Comunicação no Brasil
28
1. O campo e o arquipélago
29
Epistemologia da Comunicação no Brasil
30
1. O campo e o arquipélago
31
Epistemologia da Comunicação no Brasil
32
1. O campo e o arquipélago
33
Epistemologia da Comunicação no Brasil
34
1. O campo e o arquipélago
31 Cf. ECO, U. Tratado geral de semiótica. SaG o Paülo: Perspectiva [1976] 1980;
KRISTEVA, J. Introdução à semanálise. SaG o Paülo: Perspectiva, [1968] 1974.
32 Cf. BARTHES, R. Elementos de semiologia. SaG o Paülo: Cültrix, 1971;
CARONTINI, E.; PERAYA, D. O projeto semiótico. SaG o Paülo: Cültrix, 1979.
33 Cf. MATTELART, A. L’invention de la communication. Paris: Le Decoüverte, 1994.
34 Cf. BRAMAN, S. Communication researchers and policy-making. Cambridge: MIT
Press, 2003; SIMPSON, C. Sciences of coertion. Nova York: Oxoford University Press, 1994;
GLANDER, T. Origins of mass communication research during cold war. Mahwah: Lawrence
Erlbaüm, 2000, p. 134-178.
35
Epistemologia da Comunicação no Brasil
36
1. O campo e o arquipélago
37
Epistemologia da Comunicação no Brasil
38
1. O campo e o arquipélago
39
Epistemologia da Comunicação no Brasil
40
1. O campo e o arquipélago
41
Epistemologia da Comunicação no Brasil
42
1. O campo e o arquipélago
apenas sürgira com ele mas com ele ocüpara espaços e consolidara
interesses, terminando por fazer com qüe o termo se impüsesse
como fato social qüe, a despeito de passar a fomentar confüsaG o
epistemologica depois de certa altüra, se mostroü, se naG o difícil
de renünciar sem prejüízos, pelo menos convincente do ponto de
vista acade= mico e püblicitario aos seüs süjeitos.
Dürante o período de hegemonia do paradigma
comünicacional, a pesqüisa, sem düvida, avançoü mais do qüe a
reflexaG o crítica e integradora, via investigaçoG es pontüais sobre
grande variedade de assüntos. Seria prova de ignora= ncia, no
entanto, esqüecer qüe isso se deü em refere= ncia oü no marco
de üma teoria qüe se reveloü flexível e dina= mica. Conectada aW
pratica de pesqüisa, a teoria da comünicaçaG o, mal oü bem, assistiü
a tentativas de aprofündamento, como indica a semiologia
eüropeia,63 mas se prestoü aW prova, revisaG o e aperfeiçoamento no
país de origem.64
A crítica aW s süas premissas e o abandono de seüs teoremas,
verificados onde a reflexaG o teorica e os estüdos de mídia passaram
a ser foco oü onde se resolveü estüdar teoricamente a cültüra no
marco de oütras categorias, entretanto acarretaram, primeiro, a
perda do seü potencial de renovaçaG o e, ao final, süa relegaçaG o a
plano marginal na area. O foco passoü a se concentrar no estüdo
dos feno= menos do qüe foi chamado ora de mediaçoG es, ora de
cültüras da mídia, terminando por se abandonar “a convicçaG o de
qüe o qüe era comünicaçaG o devia dizer-nos süa teoria” e de qüe
“somente com ela seria possível delimitar o campo e precisar a
especificidade de seüs objetos”.65
Fora o esqüema com qüe Stüart Hall tentoü transacionar
os dois momentos por nos identificados na historia da area de
comünicaçaG o, isto e, o comünicacional e o midiatico (püblicístico),
43
Epistemologia da Comunicação no Brasil
44
1. O campo e o arquipélago
45
Epistemologia da Comunicação no Brasil
46
1. O campo e o arquipélago
47
Epistemologia da Comunicação no Brasil
assim entendido, naG o disporia dela mas, ate por isso, passoü a se
caracterizar por üm violento ecletismo epistemologico, em qüe, por
exemplo, mistürava-se a teoria da informaçaG o com as analises da
ideologia oriündas da Escola de Frankfürt.
Caído em descredito o paradigma comünicacional, sem
nünca ter fecündado organicamente a pesqüisa feita na area em
nosso país, os protagonistas desta ültima passaram a se apoiar
sobretüdo no marxismo, em süas distintas vertentes, para tentar dar
aos estüdos püblicísticos üma fündamentaçaG o teorica qüe, noütros
centros, a pesqüisa sociologica dominante acaboü por dispensar
em nome do empirismo logico.71 Escancarada a crise do marxismo
a partir dos 1990, a area, entretanto, se viü livre para teorizar
como püdesse: següiü süa trajetoria institücional ascendente, com
a expansaG o das atividades de pos-gradüaçaG o, mas viroü verdadeira
terra de ningüem do ponto de vista epistemologico, passando,
como tambem ocorreü noütros lügares, a explorar sem eira nem
beira a teoria qüe qüisesse.
Disso nos da sinal aparentemente legitimador Erick Felinto, ao
abrir pole= mica com os colegas brasileiros qüe, em meio a tanto, veremos
mais adiante, te= m, em reaçaG o, pretendido conferir üma disciplina
propria e estabelecer üm objeto de estüdo determinado para a
area de comünicaçaG o. Segündo o aütor, existiria aí üma falha em
diagnosticar as transformaçoG es qüe estaG o ocorrendo no cenario
midiatico, o apego a üma caüsa perdida em meio ao qüe se tem
chamado de pos-modernidade. “A care= ncia de criterios objetivos
para definir se üm artigo, livro oü projeto de pesqüisa constitüem,
de fato, trabalhos de comünicaçaG o”,72 argümenta, tem levado müitos
a pedir por este objeto e tentar estabelecer üma disciplina entre
seüs süjeitos – mas isso naG o prosperara, conclüi, vista a
“impossibilidade qüe passoü a haver de recortar objetos precisos e
demarcar campos fechados [nesta area de conhecimento]”.73
71 Cf. PAVITT, C. Philosophy of science and communication theory. Haüppaüge: Nova
Science, 2001.
72 FELINTO, E. Da teoria da comünicaçaG o aW s teorias da mídia. Eco-Pós, v. 14, n.
01, p. 23, 2011.
73 Ibidem, p. 32.
48
1. O campo e o arquipélago
49
Epistemologia da Comunicação no Brasil
77 FERREIRA, J. Campo acade= mico e epistemologia da comünicaçaG o... Op. cit., p. 117.
50
2
As etapas da reflexão brasileira:
a ascensão e crise da noção de
interdisciplinaridade
51
Epistemologia da Comunicação no Brasil
52
2. As etapas da reflexão brasileira
53
Epistemologia da Comunicação no Brasil
54
2. As etapas da reflexão brasileira
55
Epistemologia da Comunicação no Brasil
56
2. As etapas da reflexão brasileira
57
Epistemologia da Comunicação no Brasil
58
2. As etapas da reflexão brasileira
59
Epistemologia da Comunicação no Brasil
60
2. As etapas da reflexão brasileira
61
Epistemologia da Comunicação no Brasil
62
2. As etapas da reflexão brasileira
63
Epistemologia da Comunicação no Brasil
64
2. As etapas da reflexão brasileira
O porão e o sótão
Verifica-se, com efeito, qüe o paradigma de entendimento
interdisciplinar dos estüdos e pesqüisas feitos na area com base
nos esqüemas oriündos da teoria da informaçaG o sempre foi alvo
de qüestionamento e qüe este, mal oü bem, jamais paroü de
avançar em meio aW area, ate aqüeles esqüemas começarem a ser
virtüalmente postos de lado, aW s vezes inclüsive em sala de aüla, a
partir de 2000. Apesar das 5 ediçoG es tiradas do classico de David
Berlo entre 1963 e 1979, ocorreü qüe a perspectiva behaviorista
jamais obteve verdadeira acolhida acade= mica por parte da area
no Brasil. Tradüzido em 1971, "A comünicaçaG o hümana" teve
virtüalmente impacto nenhüm entre os seüs porta-vozes mais
destacados, contrastando nisso com a recepçaG o favoravel das
coleta= neas, notadamente ecleticas, organizadas por Lüiz Costa
Lima e Gabriel Cohn.39
Ainda nos primordios, começoü-se a perceber qüe,
sendo interdisciplinares o estüdo e a pesqüisa, a articülaçaG o
teorica do campo era, em contraste, ortodoxa e doütrinaria,
remetendo a esqüema comünicacional qüe, paradoxalmente,
so se inseriria müito distorcido em nosso meio üniversitario.
Inclüsive partidarios desta articülaçaG o, como BeltraG o,40 notaram
qüe, ao tratar das comünicaçoG es de massa, havia qüe adaptar
süas premissas, adicionando elementos sociologicos de cünho
historico-hermene= ütico, enqüanto oütros, conservando em
mente o mesmo foco, isto e, as comünicaçoG es de massa, vieram,
por exemplo, a entende= -las “criticamente” no marco da teoria das
ideologias de origem marxista.41
"The natüre of commünication between hümans”, texto
qüe, ao faze= -las süas e sem saber, contemplava a maior parte das
críticas ao “paradigma dominante” apresentadas pelos revisionistas
65
Epistemologia da Comunicação no Brasil
66
2. As etapas da reflexão brasileira
A conseqüe= ncia mais geral de tüdo isso, para a area, foi qüe
a interdisciplinaridade se desenvolveria como mito e qüe a teoria
referencial naG o lograria se desenvolver como programa süjeito aW
revisaG o empírica e reflexiva, antes se tornaria fator de crise para
süa conscie= ncia epistemologica. A pressüposiçaG o originaria de qüe
os fündamentos epistemologicos da area apoiar-se-iam nas
cie= ncias do comportamento aparentemente naG o foi seqüer
entrevista por seüs süjeitos, ensejando o desenvolvimento de
ecletismo teorico e metodologico qüe se refletiü no
desnorteamento da atividade de investigaçaG o.
Apenas para citar dois exemplos, Chüchid da Via
procüroü saber sobre a fortüna da categoria marxista de
conscie= ncia de classe do operariado paülista, atraves de pesqüisa
sobre seüs habitos e opinioG es como aüdie= ncia de televisaG o.47
Enqüanto Samüel Pfromm-Netto embasoü-se na psicologia
behaviorista para, com ajüda da teoria do significado de Ogden
& Richards, tentar saber sobre a percepçaG o, em vez da opiniaG o de
67
Epistemologia da Comunicação no Brasil
68
2. As etapas da reflexão brasileira
69
Epistemologia da Comunicação no Brasil
70
2. As etapas da reflexão brasileira
71
Epistemologia da Comunicação no Brasil
72
2. As etapas da reflexão brasileira
Balanço do período
Edüardo Neiva tentoü esclareceü em 1991 o cünho
essencialmente logico oü abstrato do termo comünicaçaG o, o
fato dela ser categoria de pensamento interdisciplinar, passível
de exploraçaG o científica em praticamente todos os a= mbitos da
existe= ncia, inspirando-se no marco mais amplo da cibernetica.
Posteriormente, batalhoü para converte= -la em base de concepçaG o
de mündo evolücionista, articüladora da relaçaG o entre homem,
69 AMARAL, M. Crise das teorias da comünicaçaG o. In: PEREIRA, C.; FAUSTO
NETO, A. (org.). Comunicação e cultura contemporâneas. Rio de Janeiro: Notrya, 1993.
70 Cf. MARCONDES, C. Por üma nova teoria da comünicaçaG o. In: PEREIRA, C.;
FAUSTO NETO, A. (org.). Comunicação e cultura contemporâneas.... Op. cit.
71 COELHO, T C. Semiótica, informação e comunicação... Op. cit., p. 208.
72 Ibidem, p. 214.
73
Epistemologia da Comunicação no Brasil
74
2. As etapas da reflexão brasileira
75
Epistemologia da Comunicação no Brasil
76
2. As etapas da reflexão brasileira
77
Epistemologia da Comunicação no Brasil
78
2. As etapas da reflexão brasileira
79
Epistemologia da Comunicação no Brasil
80
2. As etapas da reflexão brasileira
81
Epistemologia da Comunicação no Brasil
82
3
A pontaria e a miragem:
a perspectiva transdisciplinar
83
Epistemologia da Comunicação no Brasil
84
3. A pontaria e a miragem
85
Epistemologia da Comunicação no Brasil
86
3. A pontaria e a miragem
87
Epistemologia da Comunicação no Brasil
88
3. A pontaria e a miragem
89
Epistemologia da Comunicação no Brasil
90
3. A pontaria e a miragem
91
Epistemologia da Comunicação no Brasil
92
3. A pontaria e a miragem
93
Epistemologia da Comunicação no Brasil
94
3. A pontaria e a miragem
95
4
À procura da disciplina perdida:
Luiz Cláudio Martino
97
Epistemologia da Comunicação no Brasil
98
4. À procura da disciplina perdida
99
Epistemologia da Comunicação no Brasil
100
4. À procura da disciplina perdida
101
Epistemologia da Comunicação no Brasil
102
4. À procura da disciplina perdida
103
Epistemologia da Comunicação no Brasil
104
4. À procura da disciplina perdida
105
Epistemologia da Comunicação no Brasil
106
4. À procura da disciplina perdida
107
Epistemologia da Comunicação no Brasil
108
4. À procura da disciplina perdida
109
Epistemologia da Comunicação no Brasil
110
4. À procura da disciplina perdida
111
Epistemologia da Comunicação no Brasil
a ver com a cie= ncia mesma e, no final das contas, naG o levam alem da
reiteraçaG o de doütrinas estereis.
5
A epistemologia como projeto doutrinário:
José Luiz Braga
113
Epistemologia da Comunicação no Brasil
oütro, Jose Lüiz Braga. Embora a inflexaG o naG o seja a mesma, para este
tambem a area acade= mica de comünicaçaG o ainda carece da devida
fündamentaçaG o, visto naG o ter se constitüído plenamente como
cie= ncia.2 “A constrüçaG o do campo so se fara se o encaminhamento
dos conflitos ‘de posiçaG o’ [administrativos] levarem aW [criaçaG o de
seüs proprios] processos acade= mico-reflexivos de investigaçaG o”.3
Os estüdos feitos na area se encontram,
epistemologicamente, em estado de relativa anarqüia, mas
podem, por hipotese, ser disciplinados, e e nesse sentido qüe o
aütor pretende dar contribüiçaG o.4 A comünicaçaG o seria bem
definida como üma cie= ncia em constrüçaG o, na medida em qüe,
embora o objeto possa ser trabalhado pelas cie= ncias hümanas,
haveria a possibilidade de, partindo delas, revelar üma
“problematizaçaG o específica” qüe lhe seria propria, atraves do
“desentranhamento” de üma “qüestaG o comünicacional”,
potencialmente contida “na pratica de pesqüisas dispersas”.5
Em süas primeiras intervençoG es, defendera o aütor qüe os
estüdos de comünicaçaG o se ocüpam com “os processos de interaçaG o
social”, em especial aqüeles postos em relevo pelos meios de
comünicaçaG o - a mídia.6 Os pesqüisadores podem, e certo, divergir
no tocante aW süa definiçaG o, mas parecem de acordo qüe a maior
parte dos seüs trabalhos “e constitüído pelos estüdos sobre a mídia
e seüs processos”.7
O problema todo, como foi vendo com o tempo, e qüe, com
este vies, naG o ha como estabelecer o qüe lhes seria proprio desde
2 BRAGA, J. L. Disciplina oü campo? O desafio da consolidaçaG o dos estüdos de
comünicaçaG o. I Simposio de Epistemologia e Pesqüisa em ComünicaçaG o. Anais do I
Seminário de Epistemologia e Pesquisa em Comunicação. SaG o Leopoldo: Unisinos,
2009, p. 69.
3 Idem. Os estüdos de interface como espaço de constrüçaG o do Campo da
ComünicaçaG o. Contracampo, v. 10, n. 11, p. 223, 2004.
4 Idem. ComünicaçaG o e aqüilo qüe transforma lingüagens. ALCEU, v. 10, n. 20, p. 41, 2010.
5 Idem. Os estüdos de interface como espaço de constrüçaG o do Campo da
ComünicaçaG o... Op. cit., p. 225.
6 Cf. Idem. ConstitüiçaG o do Campo da ComünicaçaG o. In: FAUSTO NETO, A. et
al. (org.). Campo da Comunicação, caracterização, problematizações e perspectivas. JoaG o Pessoa:
Editora da UFPB, 2001.
7 Idem. Os estüdos de interface como espaço de constrüçaG o do Campo da
ComünicaçaG o... Op. cit., p. 222.
114
5. A epistemologia como projeto doutrinário
115
Epistemologia da Comunicação no Brasil
116
5. A epistemologia como projeto doutrinário
117
Epistemologia da Comunicação no Brasil
118
5. A epistemologia como projeto doutrinário
119
Epistemologia da Comunicação no Brasil
120
5. A epistemologia como projeto doutrinário
121
Epistemologia da Comunicação no Brasil
122
5. A epistemologia como projeto doutrinário
123
Epistemologia da Comunicação no Brasil
124
5. A epistemologia como projeto doutrinário
125
Epistemologia da Comunicação no Brasil
126
5. A epistemologia como projeto doutrinário
127
Epistemologia da Comunicação no Brasil
128
5. A epistemologia como projeto doutrinário
129
Epistemologia da Comunicação no Brasil
130
5. A epistemologia como projeto doutrinário
131
6
A fenomenologia como aventura solipsista:
Ciro Marcondes
133
Epistemologia da Comunicação no Brasil
134
6. A aventura solipsista
135
Epistemologia da Comunicação no Brasil
136
6. A aventura solipsista
137
Epistemologia da Comunicação no Brasil
nos transforma [...] Um feno= meno qüe tem süas leis proprias, seü
modo de füncionamento, seüs efeitos”.16
A proposta para entender a comünicaçaG o hümana como
algo raro sürge nesse ponto, a partir do momento em qüe se passa
a enxerga-la como üm acontecimento, “algo qüe pode ocorrer oü
naG o ocorrer, e qüe, de qüalqüer forma, qüando ocorre, altera os
padroG es anteriores [da percepçaG o]”.17 A revisaG o crítica da literatüra
e os exercícios de analise do assünto sügerem qüe o feno= meno
comünicacional tem características movediças e imprevisíveis, em
permanente transformaçaG o, cüja observaçaG o se constroi e se esgota
em süa ocorre= ncia, exigindo-nos pois o desenvolvimento de üma
nova cie= ncia, se qüisermos entende= -la.
[A teoria, levada aW pratica, significa üma] pesqüisa qüe se faz
vivenciando o proprio fato comünicacional, fazendo üma imersaG o
nele, sentindo seüs efeitos, observando as reaçoG es dos oütros,
tomando pe de todo o clima qüe envolve o feno= meno, seja üm
concerto de rock, üma vibraçaG o coletiva e nacional nüm jogo de
copa do mündo, üma notícia tragica da política, üm seqüestro com
reverberaçoG es em toda a imprensa.18
138
6. A aventura solipsista
139
Epistemologia da Comunicação no Brasil
140
6. A aventura solipsista
141
Epistemologia da Comunicação no Brasil
142
6. A aventura solipsista
143
Epistemologia da Comunicação no Brasil
144
6. A aventura solipsista
145
Epistemologia da Comunicação no Brasil
146
6. A aventura solipsista
147
Epistemologia da Comunicação no Brasil
148
6. A aventura solipsista
Mas qüe ordenaçaG o e esta e como se sabe qüe e dela qüe se trata,
sendo decidida introspectivamente?
Destarte, naG o sürpreende qüe, aproximada nessa perspectiva,
a conclüsaG o de üma pesqüisa em comünicaçaG o, nos termos do aütor,
seja, virtüalmente sempre, üm testemünho psicologico idealmente
formatado com escrita criativa e inicialmente destinado apenas
para o proprio süjeito:
A apresentaçaG o dos resültados so pode ser üm relato vivencial
do acontecimento, dotando-o de todos os detalhes da ocorre= ncia
[vivida pelo pesqüisador], para qüe üm leitor possa constrüir, ele
mesmo, süas dedüçoG es a respeito da qüalidade da comünicaçaG o
prodüzida pela imprensa no momento do Acontecimento e, na
medida do possível, revive= -lo, ao estilo das narrativas literarias,
como se ele proprio o estivesse vivendo e sentindo.50
149
Epistemologia da Comunicação no Brasil
e qüe pode ser narrado, tem üm cünho qüe, em nosso jüízo, lhe
priva de releva= ncia para os oütros.
Coerente com süa proposta teorica de estüdo, o aütor so
reporta experie= ncias de pesqüisa em termos imaginarios.52 O cünho
anedotico e, via de regra, irrelevante das mesmas, todavia, tambem
se constata nas pesqüisas de campo, feitas por seüs orientandos.
“As pessoas saG o mais parecidas comigo do qüe eü jamais poderia
imaginar”, parece ser a principal constataçaG o da aütora de üm
relato. “Ir aos protestos de rüa foi üm otimo exercício para
treinar em naG o jülgar os oütros, süas diferentes posiçoG es políticas
e reivindicaçoG es”, aprendeü a aütora de oütro. Saber qüe algüns
visitantes de üma exposiçaG o fotografica “müitas vezes olhavam a
fotografia com neütralidade, mas qüando liam a legenda seüs rostos
aütomaticamente müdavam”, foi a descoberta qüe espantoü üm
terceiro investigador, etc.53
[Marcondes e colaboradores desejam] conhecer o qüe a vive= ncia
das manifestaçoG es prodüz em cada pessoa qüe sai aW s rüas ao
acompanhar a marcha de üm protesto. Qüe estranho processo
interno se desenvolve qüando a pessoa troca seü qüarto, süa sala,
seü escritorio, onde ficava o tempo todo diante de üma tela,
pela rüa, inicialmente para assistir aW passagem do povo gritando
palavras de ordem, depois mistürando-se a ele, caminhando jünto,
fazendo üma verdadeira imersaG o no flüxo hümano.54
150
6. A aventura solipsista
151
Epistemologia da Comunicação no Brasil
152
6.A aventura solipsista
153
Epistemologia da Comunicação no Brasil
154
7
A Teoria Crítica do Comum:
Muniz Sodré
155
Epistemologia da Comunicação no Brasil
156
7.A Teoria Crítica do Comum
157
Epistemologia da Comunicação no Brasil
158
7. A Teoria Crítica do Comum
159
Epistemologia da Comunicação no Brasil
160
7. A Teoria Crítica do Comum
161
Epistemologia da Comunicação no Brasil
162
7. A Teoria Crítica do Comum
163
Epistemologia da Comunicação no Brasil
164
7. A Teoria Crítica do Comum
165
Epistemologia da Comunicação no Brasil
166
7. A Teoria Crítica do Comum
167
Epistemologia da Comunicação no Brasil
168
7. A Teoria Crítica do Comum
169
Epistemologia da Comunicação no Brasil
170
7. A Teoria Crítica do Comum
171
Epistemologia da Comunicação no Brasil
172
7. A Teoria Crítica do Comum
173
Epistemologia da Comunicação no Brasil
174
7. A Teoria Crítica do Comum
175
8
O conexionismo abstrato:
André Lemos
177
Epistemologia da Comunicação no Brasil
178
7. O conexionismo abstrato
179
Epistemologia da Comunicação no Brasil
180
8. O conexionismo abstrato
181
Epistemologia da Comunicação no Brasil
182
8. O conexionismo abstrato
183
Epistemologia da Comunicação no Brasil
184
8. O conexionismo abstrato
185
Epistemologia da Comunicação no Brasil
186
8. O conexionismo abstrato
187
Epistemologia da Comunicação no Brasil
188
8. O conexionismo abstrato
189
Epistemologia da Comunicação no Brasil
190
9
A teoria da midiatização:
hipótese de pesquisa ou nova escolástica?
191
Epistemologia da Comunicação no Brasil
varios setores de tal modo qüe elas, as institüiçoG es, naG o te= m mais
como serem pensadas e se moverem fora das circünsta= ncias qüe a
mídia impoG e.1
Qüe os aparatos e meios tecnicos de comünicaçaG o se
constitüam em institüiçaG o e intervenham de modo siste= mico na
formaçaG o e desenvolvimento da vida social moderna foi entrevisto
e defendido originalmente por Albert Schaffle e Albion Small, no
final do secülo XIX.2 Posteriormente foi relatado, desde o ponto
de vista de seüs acentos historicos e tecnologicos, pela Escola de
Toronto.3 Enfim, viü-se teorizado em conjünto como processo
de reestrütüraçaG o formal da sociedade, cültüra, comünicaçaG o
e sübjetividade por aütores como Adriano Rodrigües e John
Thompson.4
Para este ültimo, por exemplo, as comünicaçoG es de massa, ao
constitüírem-se em sistema oü tornarem-se institüiçaG o rotineira,
passam a transformar as formas de experie= ncia e os padroG es de
interaçaG o legados pela tradiçaG o, redesenhando os limites entre o
püblico e o privado, o segredo e a püblicidade, sem
necessariamente abolir os antigos. A experie= ncia se amplia e
repercüte na propria maneira como se desenvolve o süjeito,
estimülando, pela dispersaG o, a percepçaG o do eü, ja qüe os bens
cültürais, a começar pela palavra, passam a ter üma circülaçaG o,
acessibilidade e alcance virtüalmente globais e democraticos.5
Visüalizando no termo midiatizaçaG o a senha para resümir
o processo historico-sociologico assim assentado, os teoricos e
estüdiosos qüe se apropriaram dele posteriormente visam ir alem.
1 Cf. LUNDBY, K. (org.). Mediatization of communication. Berlim: Grüyther, 2014;
KROTZ, F. Mediatisierung von Kommunication. Wiesbaden: VS, 2007; HJARVARD, S.
The Mediatization of culture and society. Londres: Roütledge, 2013; COULDRY, N. Media,
society, world. Cambridge: Polity, 2012; HEPP, A. Deep mediatization. Nova York:
Roütledge, 2020; COULDRY, N.; HEPP, A. The mediated construction of reality. Oxford:
Polity, 2016.
2 HARDT, H. Social theories of the press. Beverly Hills: Sage, 1979, p. 187-202.
3 Cf. WATSON, R.; BLONDHEIM, M. (orgs.). The Toronto School of Communication
Theory. Toronto: TUP, 2007.
4 Cf. RODRIGUES, A. Estratégias da comunicação. Lisboa: Presença, 1990, p. 137-
193; THOMPSON, J. The media and modernity. Oxford: Polity Press, 1995.
5 Ibidem.
192
9. A teoria da midiatização
193
Epistemologia da Comunicação no Brasil
194
9. A teoria da midiatização
195
Epistemologia da Comunicação no Brasil
196
9. A teoria da midiatização
197
Epistemologia da Comunicação no Brasil
198
9. A teoria da midiatização
199
Epistemologia da Comunicação no Brasil
200
9. A teoria da midiatização
Elementos de criticismo
Gomes, Qüiroga e oütros pretendem dedüzir da figüra
representada pela midiatizaçaG o o fündamento historico-
categorial de üma cie= ncia das comünicaçoG es de massa cüjos
metodos, paradoxalmente, todavia naG o apontam, os estüdos de
caso paradigmaticos sonegam, e o objeto se associa generica e
mecanicamente ao qüe foi estabelecido pelo seü proprio discürso,
em vez da pesqüisa científica especializada. Afirmar holística e
ünilateralmente qüe o homem e a cültüra agora saG o midiatizados,
se tornaram fünçaG o das conexoG es sürgidas com o emprego generalizado
dos meios por parte da sociedade, em sitüaçaG o determinada pela
tecnologia eletro= nica, e ideologia, analoga aW anteriormente
insüflada pelas teorias do espetacülo oü do simülacro, por exemplo,
qüe poüco oü nada te= m a ver com a cie= ncia.
A midiatizaçaG o, naG o resta düvida, tem atraído müitos
pesqüisadores pelo mündo afora, porqüe se afigüra como conceito
com qüe se almeja dispor de üm princípio de integralizaçaG o dos
estüdos da mídia e qüe pode ajüdar a disciplinar a area acade= mica
de comünicaçaG o. Os partidarios do mesmo, no entanto, estaG o
divididos. A jülgar pelo qüe dizem os mais radicais, o principal
seria reiterar a forma como os meios penetram e ordenam os
demais campos sociais. A expressaG o serviria para estrütürar üma
31 QUIROGA, T. Pensando a episteme comunicacional... Op. cit., p. 138.
32 Cf. SFEZ, L. Critique de la communication... Op. cit.
201
Epistemologia da Comunicação no Brasil
202
9. A teoria da midiatização
203
Epistemologia da Comunicação no Brasil
“e müito difícil ver üma ünica logica qüe explicaria todo o espectro
de efeitos qüe os teoricos [institücionalistas] da midiatizaçaG o
reclamam”.36
Sendo o caso de empregar o termo, cümpre observar qüe, em
teoria, as sociedades naG o se deixam midiatizar por üma so logica:
naG o ha üma ünica logica permeando todos os campos midiatizados. O
processo se desenvolve regionalmente, no processo de difüsaG o e
circülaçaG o sociais dos meios, müitas vezes de baixo para cima, em
vez do contrario. A midiatizaçaG o e üma abstraçaG o intelectüal, qüe
precisa ser manejada de maneira crítica e reflexiva, sob pena de
se tornar ideologia. O processo naG o impacta sempre da mesma
maneira onde aparece. As formas sociais reagem e se desenvolvem
a cada vez de üm modo proprio ao seü avanço. A teoria naG o deve
apresentar como dado o qüe deve ser, em vez disso, descoberto, se
for o caso.
Andreas Hepp tem razaG o em dizer qüe, epistemologicamente,
midiatizaçaG o seria vista melhor como üm ponto de vista, üm
constrüto historico-sociologico, com o qüal se procüra relatar,
menos üm metaprocesso, do qüe üm conjünto de microprocessos
e sitüaçoG es a ser examinado em detalhe e sem preconceitos,
empiricamente.37 A perspectiva adeqüada para se trabalhar com
ele naG o seria fenomenologica, mas essencialmente metodologica,
“por naG o pretende constitüir üma teoria acabada, mas antes üm
convite ao desenvolvimento de üma teorizaçaG o empiricamente
fündada a respeito da maneira pela qüal nossas cültüras estaG o
müdando”.38
Em teoria, a mídia naG o tem logica, primeiro porqüe e
plüral e desconexa aW lüz da experie= ncia; em segündo, porqüe so se
encaixa nas cültüras em condiçoG es qüe ela naG o esgota. A sociedade
se estrütüra cada vez mais midialmente, mas isso naG o se da de
modo linear e monolítico. O processo passa por mediaçoG es locais,
204
9. A teoria da midiatização
205
Epistemologia da Comunicação no Brasil
206
9. A teoria da midiatização
207
Epistemologia da Comunicação no Brasil
208
9. A teoria da midiatização
209
Epistemologia da Comunicação no Brasil
Conclusão
As convicçoG es qüe impedem os partidarios do conceito de
midiatizaçaG o de levar em conta os problemas elencados acima estaG o
na esse= ncia de süa projeçaG o como ideologia, de seü agenciamento
como motivo de crença, qüe cega para o fato de qüe, embora a
midiatizaçaG o possa ver vista como üma dimensaG o irredütível de
todos os processos sociais na atüalidade, isso naG o a torna mais
importante do qüe, por exemplo, a eletrificaçaG o, possüidora de
igüal condiçaG o; nem de longe tenha o alcance da principal forma
de exploraçaG o daqüela ültima, qüe e a informatizaçaG o; e, por fim,
sempre importe em algo relevante nas relaçoG es sociais e no modo
de vida de üm grüpo oü associaçaG o.
Os teoricos do agenda-setting dos meios de comünicaçaG o
afirmam o poder de paüta qüe esses teriam em relaçaG o aW
conscie= ncia püblica, sem se qüestionar qüem e o qüe agenda a
atividade das age= ncias de comünicaçaG o e se o pretendido
agendamento, no caso de ocorrer, tem algüma releva= ncia na vida
dos seüs süjeitos e no cürso dos acontecimentos em qüestaG o. Os
partidarios do conceito de midiatizaçaG o parecem convencidos de
qüe os meios te= m üm papel na transformaçaG o da cültüra e da
sociedade, cabendo aW pesqüisa demonstra-lo, mas sera sempre
assim e, no caso de haver, este papel sera sempre relevante oü
merecedor de exposiçaG o?
Conviria pensar qüe a midiatizaçaG o naG o apenas esta süjeita
a inflüe= ncias e müdanças qüe, em tese, lhe podem ser contrarias
mas, ainda qüe presente, ela possa ser üm fator caüsalmente
48 FAUSTO NETO, A. Fragmentos de üma analítica da mediatizaçaG o... Op. cit., p. 319.
210
9. A teoria da midiatização
211
Epistemologia da Comunicação no Brasil
212
Conclusão
O futuro de uma ilusão e a virada de jogo na
doutrina acadêmica da área de comunicação
213
Epistemologia da Comunicação no Brasil
214
Conclusão
215
Epistemologia da Comunicação no Brasil
216
Conclusão
217
Epistemologia da Comunicação no Brasil
218
Conclusão
219
Epistemologia da Comunicação no Brasil
220
Conclusão
221
Epistemologia da Comunicação no Brasil
222
Conclusão
223
Epistemologia da Comunicação no Brasil
224
Conclusão
225
Epistemologia da Comunicação no Brasil
226
Conclusão
227
Referências
229
Epistemologia da Comunicação no Brasil
230
Francisco Rüdiger
231
Epistemologia da Comunicação no Brasil
232
Francisco Rüdiger
233
Epistemologia da Comunicação no Brasil
234
Francisco Rüdiger
235
Epistemologia da Comunicação no Brasil
236
Francisco Rüdiger
LIMA, V. Comunicação e cultura: as ideias de Paülo Freire. SaG o Paülo: Paz & Terra,
1981.
LINS DA SILVA, C. Teoria da comünicaçaG o. In: MELO, J. M. (org.). Ideologia e
poder no ensino de comunicação. SaG o Paülo: Cortez, 1979.
LIPPMANN, W. Opinião pública. Petropolis: Vozes, 2008.
LITTLEJOHN, S. Fundamentos teóricos da comunicação humana. Rio de Janeiro:
Zahar, 1982.
LITTLEJOHN, S.; FOX, K. (orgs.). Encyclopedia of Communication Theory. v. 2.
Thoüsand Oaks: Sage, 2009.
LOPES, M. I. Reflexividad y relativismo como cüestiones epistemologicas en la
investigacion empírica en comünicacion. Revista Latino-Americana de ciencias de la
comunicación, v. 9, n. 16, p. 12-25, 2012.
LOPES, M. I. ComünicaçaG o, disciplinarizaçaG o e pensamento complexo. VI
Compos. Anais... Cüritiba: Tüiüti, 2007.
LOPES, M. I (org.). Epistemologia da comunicação. SaG o Paülo: Loyola, 2003.
LOPES, M. I. Pesquisa em comunicação. SaG o Paülo: Loyola, 1990.
LOSSE, J. Introducción histórica a la filosofia de la ciencia. Madri: Alianza, 1981.
LUHMANN, N. Sistemas sociales. Mexico: Universidad Iberoamericana, 1991.
LUNDBY, K. (org.). Mediatization of communication. Berlim: Grüyther, 2014.
LYOTARD, J-F. La condition postmoderne. Paris: Minüit, 1979.
MALDONADO, A. E. A transmetodologia no contexto latino-americano. In:
MALDONADO, Alberto Efendy; MA@ XIMO, Maria Elisa; LACERDA, Jüciano
de Soüsa; BIANCHI, Graziela. (orgs.). Epistemologia, investigaão e formação
científica em comunicação. Rio do Sül: Unidavi, 2012.
MALDONADO, A. E. A perspectiva transmetodologica na conjüntüra de
müdança civilizatoria em inícios do secülo XXI. In: MALDONADO, A. E. et al.
(orgs). Perspectivas metodológicas da comunicação. JoaG o Pessoa: UFPB, 2008.
MALDONADO, A. E. ExploraçoG es sobre a problematica epistemologica no
campo das cie= ncias da comünicaçaG o. In: LOPES, M. I. (org.). Epistemologia da
comunicação. SaG o Paülo: Loyola, 2003.
MALETZKE, G. Kommunikationswissenchaft im überblick. Opladen:
Westdeütscher, 1998.
MARCONDES, C. Comunicologia ou mediologia. SaG o Paülo: Paülüs, 2018.
237
Epistemologia da Comunicação no Brasil
238
Francisco Rüdiger
239
Epistemologia da Comunicação no Brasil
240
Francisco Rüdiger
241
Epistemologia da Comunicação no Brasil
242
Francisco Rüdiger
243
Epistemologia da Comunicação no Brasil
244
(27) 3376-0363
facebook.com/EditoraMilfontes
@editoramilfontes
Málfalas
MILFONTES
Doutor em Ciências Sociais pela
Universidade de São Paulo,
Francisco Rüdiger é professor
do Departamento de Filosofia
da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Pesquisador do
Conselho Nacional de Pesquisa
Científica, integrou por muito
tempo o corpo docente do
Programa de Pós-Graduação
em Comunicação da PUC-RS. A
Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da área
(Intercom) conferiu-lhe, por
duas vezes, o prêmio Luiz Beltrão
de Ciências da Comunicação.
Publicou mais recentemente “As
Teorias do Jornalismo no Brasil”
(2021), “Síntese de História da
Publicística: Estágios Reflexivos
da Ciência da Comunicação
Pública Alemã” (2019), e “Origens
do Pensamento Acadêmico em
Jornalismo: Alemanha, União
Soviética, Itália e Japão” (2a
edição, 2020) – todos pela
Editora Insular (Florianópolis).
EPISTEMOLOGIA DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL
ENSAIOS CRÍTICOS SOBRE TEORIA DA CIÊNCIA