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PERSONALIDADE

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1. SAÚDE MENTAL E TRANSTORNO MENTAL
Entende-se como indivíduo mentalmente saudável
aquele que:
1 – compreende que não é perfeito;
2 – entende que não pode ser tudo para todos;
3 – vivencia uma vasta gama d emoções;
4 – enfrenta desafios e mudanças da vida cotidiana;
5 – procura ajuda para lidar com traumas e
transições importantes (não se considera onipotente)
A expressão transtornos mentais adotadas
em lugar de doença mental acompanha o critério da
CID-10: o desvio ou conflito social sozinho, sem
comprometimento do funcionamento do indivíduo,
não deve ser incluído em transtorno mental. Há
comprometimento quando:
1 – as funções mentais superiores recebem
interferência, dificultando ou afetando a atuação (ex:
o indivíduo não consegue lembrar-se de
compromissos);
2 – atividades da vida diária, rotineiras, usualmente
necessárias, sofrem comprometimento em algum
grau.
O transtorno mental impossibilita atuar dentro
de padrões de normalidade, aceitos como tais no
ambiente do indivíduo, e isso se torna perceptível
para os demais. Destaque-se que normalidade e
anormalidade existem em um continuum.... à
primeira vista, pessoas com distúrbios psicológicos
são geralmente indistintas daquelas que não têm.
Tal delimitação ( saúde e doença) não é
tarefa fácil, as fronteiras são em boa medida,
relativas, circunstanciais e mutantes.
As características dos transtornos orgânicos
ou mentais transforma-se com o passar do tempo.
Novos são identificados, alguns acentua-se com o
passar do tempo, enquanto outros apresentam
redução. Por exemplo, registra-se perceptível
aumento de transtornos associados a estresse.
O mesmo acontece com relação a resultados
dos diagnósticos pelo fato de serem interpretações
sociais, eles variam de tempo em tempo e de cultura
a cultura. Exemplo homossexualidade. (Thomas
Szasz).
1.2 - COMPORTAMENTO USUAL –
PERSONALIDADE.
As pessoas modificam seus
comportamentos, involuntariamente ao se
perceberem observadas ou sabendo que isso ocorre
ou possa acontecer: delinquentes, vítimas,
testemunhas, profissionais do direito não fazem
exceção.
Cientificamente os comportamentos
acontecem em um esquema de referência de valores
e expectativas. Modificam-se com o tempo e, em
geral são contingenciais (é incerto; indeterminado).
Cuidado! Questão sempre presente no
estudo e observação do comportamento é o papel
do instinto “esquema de comportamento herdado,
próprio de uma espécie animal, que pouco varia de
um indivíduo para o outro, que se desenrola
segundo uma sequencia temporal pouco susceptível
de alterações e que parece corresponder a uma
finalidade”.
Para Ludin (1997, p 61) os reflexos 9movimento
automáticos ante estimulação, como reflexo patelar)
e o engatinhar do bebe constituem exemplos da
limitada quantidade desse tipo de comportamento. O
processo de civilização fasta o indivíduo do
comportamento por instinto e o conduz a práticas em
contradição com a predisposição orgânico-
anatomica (como as adotadas pra evacuar, dar a
luz). O comportamento por instinto praticamente não
existe e não são aceitáveis argumentos
fundamentados na resposta instintiva para justificá-
lo.
. Personalidade – totalidade relativamente estável e
previsível dos traços emocionais e comportamentais
que caracterizam a pessoa na vida cotidiana, sob
condições normais.
A estabilidade não significa imutabilidade.
A personalidade acentue-se ‘só se manifesta
quando a pessoa está se comportando em relação a
um ou mais indivíduos, presentes ou não, reais ou
ilusórios. Trata-se de uma entidade hipotética que
não pode ser isolada de situações interpessoais e o
comportamento interpessoal é tudo que podemos
observar na personalidade.
O comportamento varia.
Em um ambiente sob controle (por exemplo,
na presença de juiz, delegado...) uma pessoa pode
se mostrar dócil, porque na corte de justiça ou na
delegacia não se encontram condições
estimuladoras de agressividade; contudo, a mesma
pessoa pode mostrar-se agressiva em casa, no
trânsito, no trabalho. Muda o ambiente, modifica-se o
comportamento.
Diversas classificações não científicas de
personalidade procuraram relacionar o tipo físico
com o comportamento típico do indivíduo (gordo –
alegre, magro-sisudo...). O único resultado prático é
a indução de pré-julgamentos; desprovidos de
sentido, não consideram fatores cruciais como as
influencias do meio, a educação recebida, o
ambiente de trabalho e a cultura em que o indivíduo
encontra-se inserido.
Sintetizando, personalidade é a condição
estável e duradoura dos comportamentos da
pessoa, embora não permanente.
1.3 – CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE
As descrições apresentadas a seguir são
úteis para descrever comportamentos, porém não
para prevê-los, principalmente em situações de
grande emoção, como ocorre nos conflitos,
depoimentos, julgamentos e outras.
As características da personalidade não se
manifestam de maneira isolada; elas apresentam-se
sobrepostas, intercaladas e alternadas, dependendo
da situação vivenciada pelo indivíduo, podendo uma
ou mais de uma revelar-se com maior intensidade,
dependendo da situação.
Não há personalidade normal ou
características normais. Todos a apresentam em
maior ou menor grau, combinadas de infinitas
maneiras, o que torna cada indivíduo único em sua
da maneira de se comportar. Cada característica
possui aspectos positivos e negativos, dependendo
da situação ou intensidade com que se apresentam;
portanto, nenhuma é absolutamente “boa ou má”
As mais conhecidas e identificadas são:
a) Consciência social – quando a pessoa atua
mesmo em prejuízo próprio, pelo bem comum. Caso
2.4
b) Antissocial – aquele que se aproveita da posição
que ocupa para obter vantagens próprias
(traficantes, sequestradores...) caso 2.5 – o
antissocial age para prejudicar a sociedade.
c) Praticidade – concentra-se no momento presente
e na maneira mais direta de atuar. (caso 2.5 ou 1.4)
d) Imaginativo – caso 2.8 (Amália – trocada pela
TV) – deixa-se conduzir pela ilusão de um
casamento romântico ...
e) Esquizóide – caso 2.8 Haroldo – é pratico e não
procura outra companhia – distanciamento afetivo –
não porque não gosta das pessoas, simplesmente
não aprecia o contato mais íntimo.
f) Independentes – caso 2.8 Haroldo e Amália –
capazes de conduzir plenamente suas vidas
profissionais; entretanto, ela precisa de alguém com
quem trocar ideias, conversar, enfim dividir as horas
domésticas ...
g) Dependente – sujeita-se às decisões de outro
sem contestar (caso 4.1 – Neuza) – dedica-se a
servir, vive entre as ordens do pai do marido e do
padre, conforme exemplo.
h) Extroversão – caso 4.1 Ivan – além de
independente apresenta excelente relacionamento
com empregados, fornecedores e clientes...
i) Evitativo – teme a rejeição – caso 3.4 – Davi –
desde que foi abandonado por sua namorada que o
consumiu pela paixão, nunca mais se aproximou de
ninguém... é diferente de Haroldo ( caso 2.8 “e”) ele
se isola por opção e Davi por temer a rejeição.
j) Obsessivos – obsessão por fazer o certo –
comum em pessoas ligadas a atividades em que se
exigem cálculos exatos e entre profissionais que
trabalham com atividades críticas em que falhas
geram prejuízos irreversíveis profissionais de elite,
nas mais diversas profissões...
(pg 99/102 do PLT).
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE –
CLASSIFICAÇÃO AMERICANA PARA OS
TRANSTORNOS MENTAIS – DSM5
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE são
caracterizados por padrões de interação interpessoal
que destoam de tal forma que comprometem a
qualidade dos relacionamentos do indivíduo tanto na
vida pessoal quanto no âmbito profissional e escolar.
Alguns transtornos:
Esquizoide – são pessoas frias emocionalmente e
geralmente solitária.
Esquizotípica – acredita que tem poderes
sobrenaturais, como premonição e telepatia,
frequentemente são radicais religiosos e creem que
eventos externos, inclusive mundiais ou de grande
proporção, acontecem por causasse suas ações ou
sinais para justificar suas ações ou confirmar suas
suposições conspiratórias.
Paranoide – são pessoas extremamente
desconfiadas e estão sempre em estado de alerta
diante de ações malévolas que acreditam que as
pessoas a sua volta estariam tramando.
Histriônica – são pessoas com uma necessidade
imensa de ser o centro das atenções, ao ponto de se
incomodar caso isso não ocorra. São teatrais,
frequentes acessos de raiva, são sedutoras nos
relacionamentos e abusam de seus atributos físicos
e vestimentas para chamar a atenção das pessoas e
as seduzir.... buscam sempre a satisfação imediata
ás suas necessidades...
Borderline – são caracterizados pela instabilidade
nas relações sociais. São impulsivos, inseguros e
com baixa autoestima. Suas reações emocionais são
intensas e desproporcionais, notadament6e sua
raiva. O medo da possibilidade de ser abandonado e
de ficar sozinho é uma constante, assim como
também são constantes os pensamentos suicidas e
de automutilação.
Narcisistas – possuem uma apreensão obsessiva
com a forma como as pessoas lhe enxergam, tendo
uma preocupação excessiva com sua aparência,
status social, fama e outros aspectos diretamente
relacionados com sua imagem. São egocêntricos,
arrogantes, pouco empáticos, querem mais atenção
que o normal, são invejosos e temem ser alvo da
inveja alheia.
Obsessivo-compulsivo – (neurose obsessiva -
Freud) – padrão de alta exigência e perfeccionismo
em detrimento da flexibilidade e eficiência nas
atividades produtivas...é apegado aos detalhes.... é
conhecido como TOC é bastante comum em nossa
sociedade....
Esquiva – medo de reprovação e da rejeição do
outro nos relacionamentos. Para evitar essa situação
o esquivo tende sempre evitar contatos sociais. (é o
evitativo).
Dependente – o sujeito é incapaz de tomar decisões
sozinho, sempre dependendo da opinião e da
decisão de terceiros....

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