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Recursos Educacionais Abertos: uma revisão

integrativa das perspectivas para o II Congresso


Mundial de REA
Marineli Joaquim Meier
Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Florianópolis, SC -
Brasil. Professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Curitiba, PR - Brasil.
http://lattes.cnpq.br/6797626371757728
E-mail: mmarineli@ufpr.br

Henrique Oliveira Silva


Doutor em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Porto
Alegre, RS - Brasil. Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da Universidade Tecnológica do
Paraná (UTFPR) - Curitiba, PR - Brasil.
http://lattes.cnpq.br/2330521328160037
E-mail: hosilva@utfpr.edu.br

Aline Fornari
Especialização em Gestão Pública pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR) - Curitiba, PR - Brasil. Professora
pesquisadora do Instituto Federal do Paraná (IFPR) - Brasil.
http://lattes.cnpq.br/5116889536626770
E-mail: aline.fornari@ifpr.edu.br

Giseli Campos Gaioski Leal


Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná, (UFPR) - Brasil. Mestre em Enfermagem
pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Brasil. Professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Curitiba, PR – Brasil.
http://lattes.cnpq.br/4163314025384561
E-mail: gisagleal@gmail.com

Submetido em: 09/01/2018. Aprovado em: 31/01/2018. Publicado em: 04/04/2018.

RESUMO
O presente artigo apresenta uma síntese sobre o levantamento dos desafios e soluções para a implementação
da educação aberta. Realizada por especialistas de diversas regiões do mundo, e registradas em documentos
gerados nas seis Consultas Regionais de Recursos Educacionais Abertos. A metodologia adotada é a revisão
integrativa, com o intuito de realizar a integração entre a pesquisa científica e a prática profissional no âmbito
da atuação profissional. Os resultados, organizados sinteticamente, são analisados e confrontados com o
estudo de caso da implantação do Programa Paranaense de Práticas e Recursos Educacionais Abertos do
Paraná, REA Paraná. Dentre os principais resultados alcançados, aponta-se que, apesar das dificuldades
apresentadas, a resposta que soluciona e supera essa dificuldade está declarada nos diversos modelos
que indicam as dimensões que devem ser consideradas na implementação de programas de REAs. Entre
as soluções, aponta-se a criação de políticas nacionais que incentivem o desenvolvimento de políticas
institucionais de REAs nas instituições públicas.

Palavras-chave: Educação aberta. Práticas educacionais abertas. Consultas regionais.

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Recursos Educacionais Abertos: uma revisão integrativa das perspectivas para o II Congresso Mundial de REA

OER World Overview: A Systematic Review of the Second OER World


Congress
ABSTRACT
This article presents a synthesis about the challenges and solutions for the implementation of Open Education.
Conducted by experts from various regions of the world, and recorded in documents generated in the six
Regional Open Educational Resources Consultations. The methodology adopted is the integrative review,
with the intention of achieving the integration between scientific research and professional practice in the
field of professional performance. The results, organized synthetically, are analyzed and compared with the
case study of the implementation of the Paranaense Program of Open Educational Practices and Resources
of Paraná, REA Paraná. Among the main results, it is pointed out that, despite the presented difficulties, the
answer that solves and overcome this difficulty is stated in the different models that indicate the dimensions
that should be considered in the implementation of OER programs. Among the solutions, it is pointed out the
creation of national policies that encourage the development of OER institutional policies in public institutions.

Keywords: Open education. Open educational practices. Regional consultations.

Panorama Mundial de REA: Una revisión sistemática del II Congreso


Mundial de REA
RESUMEN
El presente artículo presenta una síntesis sobre el levantamiento de los desafíos y soluciones para la
implementación de la Educación Abierta. Realizada por expertos de diversas regiones del mundo, y registradas
en documentos generados en las seis Consultas Regionales de Recursos Educativos Abiertos. La metodología
adoptada es la revisión integrativa, con el objetivo de realizar la integración entre la investigación científica y la
práctica profesional en el ámbito de la actuación profesional. Los resultados, organizados sintéticamente, son
analizados y confrontados con el estudio de caso de la implantación del Programa Paranaense de Prácticas
y Recursos Educativos Abiertos del Paraná, REA Paraná. Entre los principales resultados alcanzados, se
señala que, a pesar de las dificultades presentadas, la respuesta que soluciona y supera esta dificultad
está declarada en los diversos modelos que indican las dimensiones que deben ser consideradas en la
implementación de programas de REA. Entre las soluciones, se apunta la creación de políticas nacionales
que incentiven el desarrollo de políticas institucionales de REA en las instituciones públicas.

Palabras clave: Educación abierta. Prácticas educativas abiertas. Consultas regionales.

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Marineli Joaquim Meier / Henrique Oliveira Silva / Aline Fornari / Giseli Campos Gaioski Leal

INTRODUÇÃO a Universidade Tecnológica Federal do Paraná


A expansão da educação aberta (EA) no mundo (UTFPR) e a Universidade Federal do Paraná
desafia as instituições de ensino a realizarem (UFPR).
mudanças na forma como conduzem o processo Isto posto, o objetivo geral deste artigo é apresentar de
de ensino. Ao englobar conceitos como os de forma sintética e organizada os desafios identificados
recursos educacionais abertos (REAs) e práticas e soluções propostas pelos especialistas ouvidos
educacionais abertas (PEAs), a EA já se caracteriza nas consultas regionais de REA que antecedem o
como desafiadora pela necessidade de apropriação II Congresso Mundial de REA, além de promover
dos novos conceitos. uma análise sobre a adequação de tais propostas ao
Para auxiliar nesse processo, a Commonwealth cenário brasileiro e, especificamente, identificar,
of Learning (COL) e a Organização das Nações entre estas, as potencialidades e fragilidades na
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura construção de uma rede colaborativa de educação
(UNESCO) organizaram, em 2012, o Congresso aberta no brasil.
Mundial de Recursos Educacionais Abertos. De Porém, antes de apresentar os dados coletados
acordo com o documento explicativo das consultas nos documentos analisados, é coerente situar os
regionais para o II Congresso Mundial de REA1, conceitos adjacentes ao domínio de conhecimento
antes do congresso foram organizados seis fóruns aqui apresentado, por esse motivo, antes de indicar
nas principais regiões do mundo para informar a metodologia adotada, vamos discorrer sobre os
governos e líderes educacionais sobre o potencial conceitos envolvidos e as diversas visões de autores
dos REA e para engajá-los na redação da Declaração que tratam sobre o assunto na comunidade de
REA de Paris. conhecimento.
Apesar dessas ações, no Brasil há certo De acordo com Elena Maria Mallmann, a utilização
desconhecimento sobre as dimensões da EA e suas e a reutilização dos recursos educacionais abertos
implicações para a prática pedagógica. Apesar dos nas práticas educativas, entre professores e alunos,
15 anos de disseminação dos recursos educacionais potencializam a integração das tecnologias e a
abertos na educação mundial, o país se aproximou convergência entre as modalidades, melhorando
dessa realidade há poucos anos com a criação dos o diálogo e a problematização curricular, além de
repositórios institucionais, porém muitos deles estão apoiar o desenvolvimento dos cursos nas instituições
voltados para a ciência aberta e não necessariamente de ensino. Os REAs permitem a elaboração e/ou
para a EA. A adoção, produção, remixe e revisão de adaptação de materiais didáticos de acordo com os
REAs não são ações sistematizadas no nosso sistema diferentes contextos educacionais, e favorecem que
educacional. As PEAs ainda são implementadas pela as práticas pedagógicas atentem para a realidade
iniciativa isolada de pequenos grupos, entusiastas concreta (MALLMANN et al, 2013).
do movimento.
Segundo a Unesco, os recursos educacionais abertos
Diante desse cenário, o presente texto apresenta o são recursos de ensino, aprendizagem e pesquisa que
tema EA, pelo viés dos REAs, a partir da análise estejam em domínio público, ou que tenham sido
dos documentos das reuniões mundiais sobre disponibilizados com uma licença de propriedade
REAs e do relato da estratégia de rede colaborativa, intelectual, que permita seu uso e adaptação por
denominada Programa Paranaense de Prática e terceiros. “Isso significa que quaisquer outros
Recursos Educacionais Abertos - REA Paraná, materiais educacionais disponíveis na Internet
criada a partir de uma ação interinstitucional entre gratuitamente, que não tenham uma licença aberta
não são considerados REAs (SANTOS, 2013,
1
Disponível em http://educacaoaberta.org/wp-content/ p.21). Ainda nesse sentido, a produção de recursos
uploads/2017/02/oer_pt_final_web.pdf

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educacionais abertos possui um ciclo de vida Segundo Neto e Garcia (2013), a criação dos
(EDUCAÇÃO ABERTA, 2011, p.5): recursos educacionais abertos pode ser feita do
“zero” ou pela criação de obras derivadas por
• encontrar: o primeiro passo é procurar recursos meio da combinação de outros recursos. Assim,
capazes de atender adequadamente à necessidade; é possível produzi-lo sozinho ou de maneira
• criar: nessa etapa, pode-se criar tanto um recurso, colaborativa com outros professores e estudantes.
como se pode combinar os recursos encontrados Independentemente da maneira que for criado o
para montar novo recurso; recurso, só será considerado um REA se for criado
com o propósito de ser compartilhado. Mas para que
• adaptar: ao compor novos recursos, quase isso seja possível, é necessário definir uma licença
sempre será necessário fazer algumas adaptações de uso aberta, utilizando softwares que produzem
no material que se encontrou para que ele seja recursos com formato aberto e que permitam o
adequado ao contexto. Esse processo pode incluir acesso por meio de softwares, não dependendo de
correções, melhoramentos, contextualização um aplicativo específico.
e algumas vezes pode ser necessário refazer
completamente o material; Nesse sentido, o uso de formatos abertos facilita o
acesso e o reúso potencial dos recursos publicados
• usar: finalmente podem-se usar os REAs na sala digitalmente. Os REAs se referem a livros didáticos,
de aula, na Internet ou em reuniões pedagógicas; artigos de pesquisa, testes, cursos completos, partes
de cursos, módulos, vídeos, software e qualquer
• compartilhar: uma vez finalizado os REAs, pode-
outra ferramenta, material ou técnica que possa
se disponibilizá-los à comunidade, de dentro
apoiar o acesso ao conhecimento (EDUCAÇÃO
e de fora da instituição de ensino, que poderá
ABERTA, 2011).
reusá-lo e assim recomeçar o ciclo, novamente.
Com base nessas informações, Neto e Garcia
Paralelamente ao processo de produção de REA,
(2013) observam que os recursos educacionais
conforme indicado por Marineli (MEIER et al,
abertos foram criados como proposta de uma
2014), o conceito de REA pressupõe a possibilidade
nova configuração de ensino e aprendizagem,
de cinco ações sobre os recursos produzidos:
promovendo a educação aberta por meio do acesso
• reusar: permite, nos diversos contextos, usar a ao ensino pelas mídias digitais e uso de recursos
versão original ou criada por pelo autor com tecnológicos que levem à aprendizagem onde a
base em outro REA; educação tradicional não consegue chegar.
• revisar: adaptar o REA para a necessidade em Segundo Amiel (2012), a educação aberta é definida
questão; nos seguintes termos: disponibilizar ou fomentar
por meio de práticas, recursos e ambientes abertos,
• remixar: permite utilizar vários REAs para variadas configurações de ensino e a aprendizagem,
produzir novos materiais; mesmo quando essas aparentam redundância,
• redistribuir: uma etapa importante para a reconhecendo a pluralidade de contextos e as
ampla utilização é a permissão de fazer cópias, possibilidades educacionais para o aprendizado ao
compartilhar o original e o REA revisado ou longo da vida.
remixado; Ainda nesse sentido, a Declaração Sobre Educação
• reter: permite o direito de fazer e guardar cópias Aberta da Cidade do Cabo (2007) afirma que o
próprias do conteúdo (por exemplo, download, movimento emergente de educação combina a
duplicar, armazenar e gerenciar). tradição de partilha de boas ideias com colegas
educadores e da cultura da Internet, marcada pela

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colaboração e interatividade. Esta metodologia Essas características estão de acordo com as 10


de educação é construída sobre a crença de que dimensões da EA citada em Opening up Education:
todos devem ter a liberdade de usar, personalizar, A Support Framework for Higher Education
melhorar e redistribuir os recursos educacionais, Institutions: o conteúdo, as práticas pedagógicas,
sem restrições. Educadores, estudantes e outras o reconhecimento, a colaboração, a pesquisa, o
pessoas que partilham esta crença estão unindo- acesso, a qualidade, a tecnologia, as estratégias e
se em um esforço mundial para tornar a educação a liderança. A figura 1 traz uma representação das
mais acessível e mais eficaz. inter-relações entre as dimensões citadas.
Segundo Santos (2012), a educação aberta pode Figura 1 ‒ As 10 dimensões da educação aberta
ser compreendida de várias formas, mas em todas
as suas definições e aplicações possui um conjunto
de práticas que tendem a caracterizá-la. Essas
práticas possuem enfoques específicos, dependendo
do contexto, do sistema de aprendizagem e do
momento histórico. Ainda segundo Santos (2012,
p. 72), a educação aberta está relacionada a um ou
a vários dos seguintes itens:
• a liberdade do estudante decidir onde estudar,
podendo ser de sua casa, do seu trabalho ou até
mesmo da própria instituição de ensino e/ou
polos de aprendizagem;
• a possibilidade de se estudar por módulos,
acúmulo de créditos ou qualquer outra forma Fonte: Santos, Punie e Muñoz (2016)
que permita ao estudante aprender de forma
compatível com o ritmo necessário para seu A organização sintética das dimensões orienta de
estilo de vida; forma clara, mas não restritiva, as características
desejadas ou esperadas de iniciativas que
• a utilização da autoinstrução, com envolvam EA, e também sinaliza o que precisa ser
reconhecimento formal ou informal da considerado quando da elaboração de políticas
aprendizagem por meio de certificação opcional; para EA.
• a isenção de taxas de matrícula, mensalidades
e outros custos que seriam considerados uma MATERIAIS E MÉTODO
barreira ao acesso à educação formal; Trata-se de uma revisão integrativa da literatura,
• a isenção de vestibulares e da necessidade de com base nas etapas propostas por Ganong (1987).
apresentar qualificações prévias, que poderiam Segundo ele, a revisão integrativa da literatura é
constituir uma barreira de acesso à educação elaborada em seis etapas, que compreendem: 1)
formal; elaboração da questão norteadora da pesquisa; 2)
seleção da amostragem – determinação dos critérios
• a acessibilidade dos cursos para alunos portadores de inclusão/exclusão; 3) coleta de dados; 4) análise
de alguma deficiência física, bem como dos que de dados; 5) interpretação e discussão dos resultados
têm alguma desvantagem social; e 6) apresentação da revisão integrativa e síntese de
• a provisão de REAs, utilizados tanto na educação conhecimento.
formal quanto na informal.

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Recursos Educacionais Abertos: uma revisão integrativa das perspectivas para o II Congresso Mundial de REA

Na primeira etapa, para elaborar a questão e iniciativas do REA nas regiões. As consultas
norteadora, utiliza-se o acrônimo PICO, no qual: antecedem o II Congresso Mundial de REA,
P – Participante/Problema, I – Intervenção, C – previsto para ser realizado em Liubliana entre os
Comparação, O – Desfecho. dias 18 a 20 de setembro de 2017, sob organização
do governo da Eslovênia.
Para a formulação da questão de pesquisa desta
revisão, utilizou-se a estratégia PICO, onde: P - Os objetivos do congresso são: identificar
Participantes das Consultas regionais de REA; I - as recomendações realizadas pelas consultas
desafios e soluções sobre REA no mundo; C - O com os atores-chave, governos, legisladores, a
- não se aplica; comunidade REA e a comunidade educacional;
iniciar debates em torno dos desafios identificados
Obtendo-se a seguinte questão norteadora: Quais relativos a integração dos REAs; conseguir a
os desafios identificados e soluções sugeridas nas participação dos governos, legisladores para que
conferências regionais de REA no mundo? possam incorporar suas práticas; e estimular
Seleção da amostragem – será restrita aos seis maior número de governos a se comprometer
documentos produzidos nas Consultas Regionais com a adoção de licenças livres para o material
de REA (2016-2017), realizados em vários educacional criado com recursos públicos.
continentes. São eles: As consultas regionais foram realizadas nas
• Consulta Regional da Ásia; principais regiões do mundo com o intuito de
informar governos e líderes educacionais sobre
• Consulta Regional da Europa; o potencial dos REAs, além de se engajar na
redação da Declaração REA de Paris, sobre os
• Consulta Regional MENA - Oriente Médio e
Recursos Educacionais Abertos, que teve como
África do Norte;
tema: “OER para Educação de Qualidade
• Consulta regional de África; Inclusiva e Equitativa: do Compromisso com
Ação”, que estão de acordo com o Objetivo de
• Consulta Regional da América Latina e do Desenvolvimento Sustentável 4 (SDG4), que
Caribe; trata de Educação de Qualidade. Os objetivos
• Consulta Regional do Pacífico. foram definidos por ocasião da Cúpula das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
• A coleta de dados foi realizada nos relatórios
produzidos nas pré-Conferências Regionais de Processo iniciado em 2013, que contempla 17
REA, que antecedem o II Congresso Mundial objetivos e 169 metas, envolvendo temáticas
de REA. A análise de dados compreenderá a diversificadas, como erradicação da pobreza,
apresentação dos dados em tabelas, quadros e de segurança alimentar e agricultura, saúde, educação,
forma descritiva. A interpretação e discussão dos igualdade de gênero, redução das desigualdades,
resultados será a etapa subsequente, finalizando energia, água e saneamento, padrões sustentáveis
com a apresentação da síntese de conhecimento. de produção e de consumo, mudança do clima,
cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável
dos oceanos e dos ecossistemas terrestres,
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS crescimento econômico inclusivo, infraestrutura
RESULTADOS e industrialização, governança, e meios de
As conferências foram organizadas por implementação (ONUBRASIL). Pretende-
continentes/regiões do mundo (quadro 1), com se atingir os objetivos sustentáveis com ações
o objetivo de discutir propostas para direcionar específicas até o ano 2030.
as práticas inovadoras e promissoras nas políticas

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Quadro 1 ‒ Síntese das Pré Conferências Regionais.
Região Data Local Países Participantes
Ásia 01 e 02/12/2016 Kuala Lumpur, Malasia 24 48
Europa 23 e 24/02/2017 Malta 26 65
Oriente Medio / Norte da África 26 e 27/02/2017 Doha, Qatar 13 43
África 02 e 03/03/2017 Maurício 23 46
Américas 03 e 04/04/2017 São Paulo, Brasil 18 32
Pacífico 29 e 30/05/2017 Auckland, Nova Zelândia NI NI

Fonte: Elaborado pelos autores, a partir dos dados disponiblizados nos sites dos eventos e do documento disponível em http://
educacaoaberta.org/wp-content/uploads/2017/02/oer_pt_final_web.pdf
Todas as consultas foram organizadas pela Commonwealth governos a se comprometerem com a adoção de
of Learning, organização intergovernamental criada pelos políticas abertas de licenciamento para materiais
chefes de governo da Commonwealth para promover o educacionais desenvolvidos com fundos públicos.
desenvolvimento e compartilhamento de conhecimento,
recursos e tecnologias de aprendizado aberto e EaD. As consultas regionais serão descritas por ordem
É hospedada pelo governo do Canadá e sediada em cronológica de acontecimento e descrevem os objetivos
Burnaby, British Columbia, Canadá. É também a única trabalhados nestes eventos.
organização intergovernamental do mundo que se A primeira consulta realizada foi a Consulta Regional
preocupa apenas com a promoção e desenvolvimento da Ásia (quadro 2), realizada em 1º de dezembro de
da educação a distância e aprendizagem aberta. A 2016 em Kuala Lumpur, Malásia, em parceria com a
COL ajuda os países em desenvolvimento a melhorar Asia e University, Kuala Lumpur. No quadro 2 destaca-
o acesso à educação e ao treinamento de qualidade. se um resumo do assunto trabalhado no evento.
A Commonwealth é uma associação voluntária, de
52 Estados soberanos independentes, que se apoiam A Universidade da Ásia trabalha desde 2007 com
uns aos outros e trabalham em conjunto para alcançar os 3 cursos, on-line, presencial e misto. As barreiras
objetivos internacionais. É descrita como uma “família” mencionadas são suporte institucional e político;
de nações, originalmente ligadas entre si no Império infraestrutura; habilidades, conhecimentos para o
Britânico, e agora se baseiam em seu patrimônio uso das tecnologias; dificuldade do acesso; falta de
comum em linguagem, cultura e educação, o preparo pedagógico para o uso; melhorar as políticas
que lhes permite colaborar em uma atmosfera de educacionais, práticas e pesquisa no desenvolvimento
maior confiança e compreensão do que geralmente do país para melhorar o entendimento do uso e
prevalece entre as nações. impacto do REA.

Cada consulta regional foi ainda organizada em A utilização dos REAs dá mais liberdade acadêmica,
parceria com um ministério ou outra agência, acelerando a prática do ensino e melhorando o
conforme apropriado, no respectivo país anfitrião. aprendizado. O doutor Kanwar enfatizou na Consulta
Os principais objetivos das consultas regionais foram: Regional da Ásia que o REA se define em 3Ps: pessoas;
identificar o status atual das recomendações feitas performance e parceria.
no I Congresso Mundial OER, realizado em 2012,
A segunda consulta foi a Consulta Regional da
entre os principais interessados, os decisores políticos
Europa (quadro 3), realizada de 23 a 24 de fevereiro
e as comunidades do REA; iniciar discussões sobre
de 2017 em Malta, em parceria com o Ministério da
os desafios identificados para a integração do REA e
Educação e Emprego (MEDE) e o Commonwealth
formular recomendações estratégicas para os desafios;
Center for Connected Learning (3CL) em Malta.
conscientizar os principais interessados sobre os
No quadro 3, apresentam-se as recomendações
objetivos do II Congresso Mundial do REA e fazer
preestabelecidas pelos participantes da Europa.
recomendações para consideração e encorajar mais

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Quadro 2 ‒ Relatório da Consulta Regional da Ásia, sobre REA / Desafios e Soluções.

Desafios Soluções

1. Poucos trabalhos desenvolvidos - Usar modelo baseado em resultados de


para modelo de negócios aprendizagem.
sustentável para REA. - Usar modelo de acesso centrado.
Modelo de negócio 2. Mesmo quando estão sendo - Usar modelo que contenha custos de livros
feitos alguns esforços, as editoras didáticos.
comerciais criam barreiras que - Usar modelo de colaboração entre pares para o
limitam o sucesso. desenvolvimento de materiais.

1. Baixa conectividade com a


- Acesso off-line.
Internet.
- Usar outros dispositivos móveis.
2. Acessibilidade.
- Os cursos de habilidades em TICs são críticos.
3. Alfabetização digital.
Garantir acesso equitativo - Os formatos (software de fala) precisam ser
4. Não há atenção suficiente para
ao REA compatíveis com o contexto (idioma) para apoiar a
problemas de inclusão em termos
produção de recursos de qualidade.
de deficiência, gênero e classe
- Deverão existir compromissos institucionais para
econômica.
garantir o acesso equitativo.
5. Assimetrias de informação.

- A utilidade deve ser significativamente


1. O desenvolvimento de comunicada às partes interessadas
capacidade está sendo interrompido (organizações, acadêmicos, bibliotecários,
pela conservatividade, bem como advogados).
Capacitação e construção
pelas diferenças conceituais. - Os aplicativos móveis podem ser usados ​​para
2. A mentalidade é uma grande capacitação de pessoas.
barreira. - Precisa-se de treinamento para criar e gerenciar
REA.
- Incentivar os alunos a usar REA pode criar uma
cultura de abertura.
- As iniciativas de nível institucional necessárias
para desenvolver capacidades nas faculdades e
no pessoal técnico.
1. Habilidades técnicas e atitudes - Ferramentas on-line devem ser criadas.
(por que devem usar REA?). - Aumentar a confiança e a capacidade, uma rede
2. Muitos REAs não estão em interinstitucional para REA pode ser desenvolvida.
Linguagem e cultura
idiomas locais. -Uma abordagem em equipe pode funcionar bem.
3. Resistência cultural ao REA. - As barreiras linguísticas podem ser reduzidas
por meio da capacitação para a contextualização
e localização do REA.
- As instituições devem ter políticas para lidar com
recursos culturalmente sensíveis.
- Os governos devem ter políticas para o REA em
relação ao uso do financiamento público.
- Comece com fundos discricionários opcionais,
incentive as faculdades para publicação em
Repositórios REA. As instituições devem se unir.
- Como convencer as pessoas a
Quem vai fazer isso? Vá para a educação.
aceitar políticas em nível nacional
Política - Sub comitês e convencer os membros do
ou institucional?
parlamento de que a criação e o uso do REA é
- Por onde começamos?
importante.
- A visão e a missão da universidade devem incluir
declarações sobre EA.

Fonte: Traduzido e elaborado pelos autores a partir dos dados disponibilizados nos sites dos eventos e do documento disponível
em http://rcoer.col.org/asia.html

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Quadro 3 - Relatório de Consulta Regional da Europa.

Recomendações
- Diferentes partes interessadas devem se unir e agir agora. A questão não é sobre por que
precisamos de EA e REA. É sobre o que pode acontecer se não o fizermos.
Políticas - O ensino aberto é o objetivo. O REA é um meio para alcançar esse objetivo.
- Incentivos e liderança em todos os níveis são necessários para a qualidade dos assuntos
do REA.
- Os governos devem incentivar o uso de REA, desenvolvido para outras culturas e línguas
no ensino e na aprendizagem.
Linguagem e cultura
- As instituições educacionais devem incentivar a colaboração entre os papéis
fundamentais.

- Devem garantir que o REA atenda à mesma qualidade e requisitos que outros materiais
educacionais.
- Devem aproveitar os quadros europeus existentes (por exemplo, ECTS, EQF), enquanto
todas as partes interessadas devem seguir uma abordagem MOOC ao REA;
- Devem incluir REA como obrigatório nos níveis básicos de formação de professores e em
profissionais em contínuo desenvolvimento;
- Os professores devem ser encorajados a apoiar outros docentes que utilizam REA em seu
Governos e instituições
próprio meio.
- O projeto dos repositórios nacionais de REA deve ser encorajado; cada repositório deve
ter um plano de ação claro com indicadores de desempenho.
- As comunidades do REA devem ser mais “abertas” em relação a desenvolvimentos como
MOOCs e EA.
- A Comissão Europeia deve atribuir um orçamento separado para REA, além do programa
Erasmus Plus.

- REA precisa de um modelo de negócios semelhante ao que o paradigma do acesso


aberto desenvolveu.
- Devem realizar julgamentos e experimentos com empresas alternativas e alocação de
Modelos de Negócios
recursos em suporte.
- Modelos abertos de negócios que apoiem os professores como criadores de conteúdo
devem ser explorados e apoiados.

Fonte: Traduzido e elaborado pelos autores a partir dos dados disponibilizados nos sites dos eventos e do documento disponível
em http://rcoer.col.org/europe.html

Nas discussões da Regional da Europa, ainda foram A Consulta Regional do Oriente Médio e Norte
abordados os seguintes problemas: O MOOCs da África (MENA) foi organizada em Doha, no
(Massive Open Online Courses - Cursos Online Catar, de 27 a 28 de fevereiro de 2017, em parceria
Abertos e Massivos) na maioria não estão abertos; com a Reot Out To Asia (ROTA), uma organização
o argumento de redução de custos é bom para os sem fins lucrativos lançada em dezembro de 2005
governos, mas os professores têm suas preocupações; em Doha, no Catar, por sua excelência Sheikha
o OpenScotland enfrenta o “problema” de que Al Mayassa bint Hamad bin Khalifa Al Thani,
a educação é gratuita na Escócia, então outros patrocinada pela Fundação do Catar, cujas decisões
benefícios do REA devem ser destacados; na África estão descritas no quadro 4 .
do Sul, os governos gastam milhões de Rands para
comprar livros de editores, então pode haver um
benefício claro, não ameaçando os professores.
Esses foram os principais itens abordados e que não
foram contemplados no quadro.

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Recursos Educacionais Abertos: uma revisão integrativa das perspectivas para o II Congresso Mundial de REA

Quadro 4 ‒ Relatório de Consulta Regional MENA em REA / Desafios e Soluções


Desafios Soluções

1. Muitas línguas na MENA estão em perigo. - Atividades de sensibilização


2. Qualidade do conteúdo também é uma de - Treinamento no currículo deve incluir REA
questão linguística e cultural. - Incentivos (incitamento) institucionais e morais
3. Alguns conteúdos podem não ser adequados - Tecnologia e infraestrutura
Capacitação em algumas sociedades conservadoras. - Enquadramento jurídico
4. A garantia de qualidade é importante. - Criação de redes
5. Há necessidade de equipes treinadas - Indexação
tecnicamente, especialistas em matérias e - como encontrar recursos específicos
linguagem.

- Treinar e incentivar professores em critérios


claros para selecionar conteúdo.
1. Estimular professores. - Sensibilização para a importância do REA,
2. Treinamentos de equipes que garantam a eliminar cultura de proteção ao conteúdo.
Editores
qualidade de conteúdo e traduções. - Ter uma equipe que se dedica a garantir a
3. Parcerias entre setores públicos e privados. qualidade do conteúdo e da tradução.
- Incentivar a colaboração entre o setor público e
privado e as parcerias entre os especialistas.

- O conteúdo é gratuito, mas a certificação teria


uma taxa.
- Patrocínio e subsídios para as pessoas mais
necessitadas.
Modelos de - Oferecer consultas e serviços.
Parcerias e patrocínios
negócios - Os governos podem vender direitos de
reutilização e remistura (para pagar pela produção,
conteúdo, e ainda seria grátis para os usuários)
- Cobrar por cópias impressas de materiais.
- Publicidade paga.

- Nível nacional: aumentar a conscientização


(workshops), implementar a política do REA,
financiamento, marketing, estudos de pesquisa,
estabelecer concorrência nas melhores práticas
Políticas (incentivos)
- Nível institucional: estratégias institucionais,
pesquisa sobre REA, estudos de caso
- Nível regional: trabalho sob um corpo (por
exemplo, ALECSO ou UNESCO)

Fonte: Traduzido e elaborado pelos autores a partir dos dados disponibilizados nos sites dos eventos e do documento disponível
em http://rcoer.col.org/middle-east-and-north-africa.html

Inc.Soc., Brasília, DF, v.10 n.1, p.84-101, jul./dez. 201693


Marineli Joaquim Meier / Henrique Oliveira Silva / Aline Fornari / Giseli Campos Gaioski Leal

A Consulta Regional da África (quadro 5) Na Consulta Regional da América Latina e do


proporcionou um compromisso renovado pelos Caribe, as principais prioridades e necessidades da
participantes africanos para desenvolver políticas região latina e caribenha incluem eletricidade, água
em torno de recursos educacionais abertos com a e cuidados de saúde. A educação básica de qualidade
ajuda do COL e da Unesco. O tema da consulta também continua a ser uma área de foco necessária
regional foi “OER para Educação Inclusiva e de para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento
Qualidade Equitativa: do Compromisso com Sustentável 4 (SDG4). O resultado esperado
a Ação”. A África tem diferentes prioridades e da consulta regional foi elaborar estratégias
necessidades, a saber, eletricidade, água e saúde. No colaborativas baseadas no consenso para alcançar o
entanto, a educação básica de qualidade continua SDG4, com base na complementaridade das nações
a ser uma área importante para atender a SDG4, da América Latina e do Caribe. Realizada durante
e o resultado esperado da reunião foi desenvolver dois dias, a oficina sugeriu exemplos e modelos
estratégias colaborativas baseadas em consenso disponíveis para incorporar o REA em suporte à
para atingir esse objetivo, com base nos objetivos SDG4 (quadro 6).
compartilhados das nações africanas. Realizado
durante dois dias, o workshop sugeriu exemplos e
modelos disponíveis para integração de REA em
suporte para alcançar o SDG4.
Quadro 5 ‒ Relatório de Consulta Regional da África. Desafios e Soluções.

Desafios Soluções

Capacidade dos usuários para - Competências necessárias para encontrar / compartilhar / criar / remisturar
acessar, reutilizar e compartilhar REA efetivamente.
REA. - Simplificação e divulgação dos sistemas de armazenamento e recuperação
REA.

- Uso de REA em diferentes idiomas.


Problemas de linguagem e cultura - Questões relacionadas à partilha de conhecimentos em diferentes
contextos culturais (quem pode produzir, o que o torna relevante, valor de
compartilhamento de conhecimento livremente).

- Acessibilidade versus criação, compartilhamento e/ou remistura de REA


(ênfase colocada sobre acessibilidade para pessoas com deficiência, uma vez
que 15% da população mundial (7 bilhões de pessoas) têm uma deficiência.
- Garantia de qualidade: estudo e divulgação das melhores práticas de
Garantir acesso inclusivo e equitativo
qualidade, mecanismos de garantia aplicáveis ​​a todos os recursos educacionais,
a REA de qualidade
incluindo REA, inclusive por meio de novos mecanismos de revisão pelos pares.
- Ambientes de TIC: o REA é amigável para compartilhar, criar e/ou remisturar.
Há um apelo para uma mudança de não só consumir REAs, mas também
produzi-los, utilizando tecnologias disponíveis.

- A digitalização da informação, combinada com a sua crescente disseminação e


divulgação.
Mudança de modelos comerciais
- Problema relacionado a uma situação de ganha-ganha para abordar o modelo
de negócios para que a indústria editorial também pode se beneficiar.

- Política governamental e institucional para apoiar o uso de REA. Os


O desenvolvimento de ambientes de
participantes trabalharam em grupos para discutir os desafios para a integração
políticas de apoio
do REA e apresentaram os seus pontos de vista numa sessão plenária.

Fonte: Traduzido e elaborado pelos autores a partir dos dados disponibilizados nos sites dos eventos e do documento disponível
em http://rcoer.col.org/africa.html

94 Inc.Soc., Brasília, DF, v.10 n.1, p.84-101, jul./dez. 2016


Recursos Educacionais Abertos: uma revisão integrativa das perspectivas para o II Congresso Mundial de REA

Quadro 6 ‒ Relatório de Consulta Regional da América Latina e Caribe

Desafios Soluções

- Acesso, obter conectividade (casas e


celulares).
- Gap entre professor e alunos em
- Entrega fora da linha (E.P. COL Aptus). Verificar se os REAs estão
acesso a dispositivos.
acessíveis por meio de diferentes dispositivos.
- Capacidade dos professores de
- Diversidade e flexibilidade do significado do REA.
entender como o REA pode aprimorar
- Acesso à tecnologia, aprendendo a usar computadores.
suas práticas e sua capacidade de
- REA para treinamento e desenvolvimento de professores.
usá-lo.
Capacidade - Incentivos para professores. Criando vias para que os professores
- Compreender os benefícios da
dos usuários de evoluam.
tecnologia; capacidade técnica e
acessar, reutilizar e - Incentivo a melhores práticas em REA (incluem metadados).
pedagógica.
compartilhar REA - Trabalho em colaboração. Criar empreendimentos em conjunto com
- Como documentar o processo de
outras instituições/organizações.
utilização/reutilização do REA.
- Incentivo aos professores a manter seus recursos atualizados.
- Falta de coerência nos currículos
- Permitir que os usuários apontem os erros que são encontrados.
para trabalhar em colaboração. O
- Incorporar REA como elemento integral do currículo, não como o
compartilhamento não é encorajado, as
plano B.
avaliações são individuais.
- Moeda de recursos REA como
conteúdo alternativo.

- Superar a barreira do idioma, com sistemas de tradução on-line,


para documentos de texto, sons e vídeos.
- O domínio do conteúdo em língua
- Capacitar os principais atores e professores para que possam
inglesa é um problema;
desenvolver seus próprios recursos para o público em sua própria
- Para a integração do REA, uma
Barreiras linguísticas língua, entendendo que poderiam atender uma audiência maior em
condição necessária é encontrar
e culturais seu próprio idioma.
mecanismos para a criação e adoção
- Desenvolver colaborativamente os REAs, pois a produção
de REA local, bem como conteúdo
colaborativa permite juntar esforços para a produção de coleções
apropriado para a cultura local.
digitais para instituições educacionais múltiplas, localizadas em
diferentes comunidades, cidades ou países do mundo.

- Colaborar com provedores de banda larga por meio de parcerias


públicas privadas (PPP) para proporcionar maior acesso. O acesso
- As deficiências e os recursos não garante a equidade;
necessários para educação devem ser - Com base na declaração de Incheon, os governos devem ter uma
Garantir acesso
levados em consideração quanto à abordagem sistemática para o aumento significativo e bem orientado
inclusivo e equitativo
integração; do financiamento, particularmente nesses países;
a conteúdos de
- Alocação de orçamentos para inclusão - Aumentar o patrimônio a partir da educação básica;
qualidade
de estudantes com deficiência no ensino - Aumento da formação de professores;
convencional; - Fornecer ferramentas para criar conteúdo próprio;
- Criar rede para compartilhar conteúdo e criar conhecimento sobre
essas redes.

- Criar conscientização, workshops, consultas com / para o ministério


e as partes interessadas relevantes.
- Demonstrar poupanças através da pesquisa. Análises comparativas
de custos. Demonstrar casos de sucesso de outros países.
- Criar um quadro de desenvolvimento para o REA.
- Sem política e mandato,
Desenvolvimento de - Identificar um patrocinador entusiasta para impulsionar o projeto.
provavelmente não há financiamento.
soluções políticas - Adotar uma licença aberta específica para usar.
- O financiamento segue a orientação
adequadas - Certificar-se de que existe ou criar experiência em REA.
da política - não há suporte se não faz
- A política deve explicar por que estamos fazendo e como vamos
parte da diretiva.
fazer isso.
- Criar um mecanismo de verificação / auditoria para garantir que as
políticas sejam aplicadas.
- Comprometer-se a um quadro de avaliação para a eficácia da
política.

Fonte: Traduzido e elaborado pelos autores a partir dos dados disponibilizados nos sites dos eventos e do documento disponível
em http://rcoer.col.org/latin-america-and-caribbean.html

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A sexta e última consulta regional foi a Consulta a revisão, a tradução, a adaptação, a recombinação, a
Regional do Pacífico, da qual participaram distribuição e o compartilhamento gratuito pelo cidadão,
resguardados os direitos autorais pertinentes.
funcionários, professores e representantes da
sociedade civil da Nova Zelândia, Austrália, Fiji, Como iniciativa institucional de abrangência
Samoa, Tonga, Papua Nova Guiné, Kiribati e nacional, é possível citar a ação da Coordenação de
Eslovênia, bem como funcionários da Unesco e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do
Secretaria do Fórum da Ilha do Pacífico. Enfatizaram Ministério da Educação (Capes-MEC), que criou
a diversidade de línguas, a cultura, o conhecimento o portal de conteúdos educacionais EduCapes2.
da comunidade indígena e as mudanças climáticas Lançado em 27 de setembro de 2016, o portal
e destacaram que o REA pode ser econômico e agrega recursos educacionais, licenciados em vários
eficiente, levar a resultados efetivos de aprendizagem formatos, dos cursos do Sistema Universidade
e ajudar a abordar o Objetivo de Desenvolvimento Aberta do Brasil (UAB), é gratuito e de acesso
Sustentável 4 (SDG4). Foram realizadas diversas aberto a qualquer indivíduo.
buscas pelo relatório sobre a Consulta do Pacífico,
porém, como não foi localizado, acredita-se que Outra iniciativa, registrada em 2013, é da
ainda não esteja disponível à consulta pública. Universidade Federal do Paraná e da Universidade
Tecnológica do Paraná que, em ação conjunta,
As consultas regionais serão utilizadas no II formalizada por meio do Processo n°.
Congresso Mundial de REA, que tem como 23075.013103/2014-75 - UFPR3 estabeleceu um
objetivo facilitar a transição do comprometimento termo de convênio interinstitucional, que teve por
às ações sugeridas nas consultas. A comunidade objetivo a estruturação do Programa Paranaense
global identificará estratégias para aproveitar o de Práticas e Recursos Educacionais Abertos,
potencial dos REAs e alcançar uma educação REA PARANÁ. Com a finalidade de “possibilitar
equitativa e de qualidade ao longo da vida, até ao educador e ao educando acessar, produzir
2030. O congresso será realizado na Eslovênia em e disponibilizar REA, bem como estabelecer a
setembro de 2017 e será organizado pela Unesco e cultura de Práticas Educacionais Abertas, com o
pelo governo da Eslovênia em parceria com a COL, intuito de contribuir para o processo de ensino e
Creative Commons e a Fundação William e Flora aprendizagem” (UFPR, 16 de junho de 2014),
Hewlett (WFHF). o Programa REA Paraná tem articulado ações
de formação e disseminação da cultura de
REDE COLABORATIVA educação aberta.
REA PARANÁ - BRASIL A partir dessa iniciativa, as duas instituições
No Brasil, são poucas as políticas, mas inúmeras criaram “comunidades”4 de REA nos repositórios
iniciativas pontuais de disseminação dos REAs. digitais institucionais existentes. Na UFPR foi
Quanto às políticas nacionais, destaca-se a Resolução criada a comunidade chamada Programa REA
n°1 CES/CNE, 2016 que Estabelece Diretrizes Paraná5 e foi adotado o sistema de autodepósito.
e Normas Nacionais para a Oferta de Programas
e Cursos de Educação Superior na Modalidade a 2 www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8100-novo-
Distância, no seu artigo 2: portal-educapes-compila-conteudos-educacionais-abertos
3
www.intranet.ufpr.br/sigea/public/acordo!view?acordo.
§ 4º As instituições de educação superior, bem como os id=2766
órgãos e as entidades da Administração Pública direta e 4
“As comunidades e subcomunidades são estruturas
indireta, que financiem ou fomentem a educação superior informacionais que representam a organização do
a distância, devem assegurar a criação, a disponibilização, repositório”. Fonte: wiki.ibict.br/index.php/Comunidades,_
o uso e a gestão de tecnologias e recursos educacionais Cole%C3%A7%C3%B5es_e_Itens. Consulta em: 13 de nov.
abertos, por meio de licenças livres, que facilitem o uso, 2016.
5
http://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/35989

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Recursos Educacionais Abertos: uma revisão integrativa das perspectivas para o II Congresso Mundial de REA

Já na UTFPR a comunidade criada foi a REA - Abertos, na qual o Termo Aditivo de inclusão de
Recursos Educacionais Abertos6 dentro do ROCA, novas instituições ao programa foi assinado pelos
que é o Repositório de Outras Coleções Abertas da representantes do Instituto Federal do Paraná
UTFPR. Diferentemente da UFPR, a submissão (IFPR), da Universidade Estadual de Londrina
dos REA é realizado por meio do sistema de (UEL), da Universidade Estadual de Maringá
bibliotecas, seguindo os regulamentos internos de (UEM), da Universidade Estadual de Ponta Grossa
acesso ao conhecimento da instituição. (UEPG), da Universidade Federal da Integração
Latino-Americana (Unila) e da Secretaria para
Na UFPR, uma política de incentivo à produção Assuntos Estratégicos do Paraná (SEAE-PR).
de REA foi criada, o Conselho de Ensino, Pesquisa
e Extensão (CEPE/UFPR), em 2014; aprovou as Para conduzir as ações do REA Paraná, foi
Resoluções 10/14 e a 14/14 CEPE7, que estabelecem estabelecido um comitê gestor, inicialmente
os critérios de avaliação para fins de promoção e formado pelos representantes das instituições
progressão funcional nas carreiras do magistério integrantes, o qual ficou incubido de definir
do ensino superior e ensino básico, técnico e diretrizes para a criação, reúso, revisão, remixagem
tecnológico na Universidade Federal do Paraná. As e redistribuição dos materiais REA e PEA; gerir as
duas resoluções incluem a observação: “Quando se políticas institucionais de PEA e REA; deliberar
tratar de atividades de Recurso Educacional Aberto sobre as solicitações de adesão ao Programa REA
(REA) publicado no Repositório Institucional PARANÁ; definir estratégias de avaliação, reúso,
da UFPR, acrescentar 25% na pontuação, revisão, remixagem, redistribuição e criação;
arredondando para a próxima unidade”. aprovar os padrões de qualidade do programa;
estimular os estudos e pesquisas de REA por meio
Quanto à criação, o Programa Paranaense de de grupos de pesquisas e avaliar os indicadores do
Recursos Educacionais Abertos - REA Paraná se Programa REA.
efetuou em três etapas: a primeira consistiu no
desenvolvimento da proposta preliminar, na qual A expansão do programa permitiu ao REA Paraná
as bases teóricas foram discutidas e organizadas aderir, como membro associado, ao Open Education
como um projeto de implantação do programa; a Consortium8, caracterizado como um consórcio de
segunda etapa consistiu na consolidação das ações instituições do Paraná que apoia a educação aberta.
de implantação, por meio de inúmeras ações de No relatório final do eMunds, publicado em 2015,
divulgação da iniciativa (facebook, REAs, Curso denominado Exploring the relation between Open
Práticas Educacionais Abertas, eventos, entre Education and International Higher Education, foi
outras); por fim, a terceira etapa é a de expansão mencionada nas recomendações a iniciativa da
do programa, que consiste na articulação junto a UFPR de recompensar os professores e servidores
outras instituições de ensino públicas, sediadas no que desenvolvam REA.
Paraná, para que integrem a rede, participando do
programa.
A principal ação da terceira etapa aconteceu em 8
junho de 2016, na III Semana de Educação Aberta
– Adesão de instituições do Paraná ao Programa
Paranaense de Práticas e Recursos Educacionais 8
Um consórcio global de educação aberta, registrado
nos Estados Unidos da América, que integra instituições
6
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2156 de ensino, indivíduos e organizações que apoiam uma
7
http://www.soc.ufpr.br/wp-content/uploads/2016/07/ abordagem à educação baseada na abertura, incluindo a
resolucao_cepe_26052014-894.pdf; http://www.soc.ufpr. colaboração, inovação e desenvolvimento coletivo e uso de
br/wp-content/uploads/2016/07/resolucao_cepe_27062014- materiais educacionais abertos.http://www.oeconsortium.
899.pdf org/about-oec/

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Marineli Joaquim Meier / Henrique Oliveira Silva / Aline Fornari / Giseli Campos Gaioski Leal

DISCUSSÃO direções: o financiamento estatal ou a colaboração


A identificação dos desafios e soluções segue uma filantrópica de algum investidor. Ao que parece, os
metodologia orientada, isto é, os especialistas colaboradores ainda não vislumbram o impacto da
são orientados a responder os desafios a partir de colaboração em rede que advém desse modelo de
dimensões previamente estabelecidas. Isso pressupõe construção e distribuição de conhecimento. Não
que as dificuldades são comuns no âmbito mundial. são sugeridos modelos de negócio como aqueles
Apesar das dimensões da EA, apresentadas na figura adotados pelos movimentos de software livre, nem
1, no início deste trabalho, as questões norteadoras mesmo os baseados na nova economia digital.
são, em síntese: elaboração de políticas, cultura e O acesso talvez seja a dimensão mais complexa
língua, modelo de negócio, acesso e formação para de ser resolvida, porém as sugestões de solução
uso e produção. apresentadas, basicamente, apontam para as
A elaboração de políticas depende de capacidade dificuldades e não para soluções efetivas. O
de articulação, visão sistêmica, conhecimento legal problema do acesso é o que mais varia de região para
por parte dos entusiastas responsáveis por essa região, pois depende de questões de infraestrutura
dimensão, que, acima de tudo, devem ser capazes tecnológica, indo desde questões fundamentais
de engajar os gestores públicos e governantes para como o fornecimento de energia para acesso
apoiar as ações. mediado por artefatos tecnológicos que dependem
de eletricidade; depende de questões de logística
A cultura e a língua referem-se aos problemas da para distribuição de REA em mídias materiais; e
internacionalização. Mais do que um ação local, a depende de questões mais complexas, como por
EA e os REAs, em função da realidade tecnológica exemplo, a adoção de ferramentas de código aberto
atual, transcende os limites políticos e culturais. que produzam recursos com formatos abertos, para
A síntese não aponta para soluções de ordem de permitir a universalização do acesso.
produção, ficando mais centrada no problema
das traduções dos materiais. Isso sugere que as Nesse aspecto, em específico, o risco de que princípios
questões pedagógicas, éticas, morais e religiosas são ideológicos interfiram nas soluções é grande. Por
subentendidas como ponto pacífico, já resolvido, exemplo, tecnicamente, não há nada que impeça o
entre aqueles que serão autores dos REAs. uso de uma ferramenta de software proprietária, desde
que ela produza o recurso educacional digital em um
No entanto, sabe-se que a realidade não se configura formato ou protocolo que seja conhecido e acessível
dessa forma. Talvez a suposição dos especialistas por ferramentas gratuitas.
que contribuíram com as identificações seja de que
essa dimensão é tratada no nível da formação e da Se não fosse assim, teríamos que ampliar o princípio
pesquisa. De fato, existe a possibilidade de que tais para todo o resto, para aquela parte que não é ligada a
fatores sejam absorvidos e tratados nesses níveis, artefatos digitais, isso é, teríamos que escolher papéis
porém, não citar esses importantes aspectos pode e tintas que fossem produzidas com fórmulas abertas,
afetar a elaboração de políticas interdependentes teríamos que utilizar veículos com engenharia aberta
entre os diversos atores em nível mundial. para distribuir os materiais, caso contrário, seríamos
obrigados a pagar por um veículo cuja tecnologia de
O fator que mais parece insolúvel é o do modelo desenvolvimento é proprietária e não gratuita. Esses
de negócios. Isso porque existe uma dicotomia exemplos são uma extrapolação da realidade, mas
conceitual entre os princípios de acesso aberto e é um exercício necessário para compreender que o
modelo econômico mundial. De um lado o acesso modelo de economia mundial pressupõe o pagamento
deve ser gratuito, porém, a produção e manutenção pelo trabalho realizado, e que, portanto, mesmo que o
de acesso possuem um custo. As soluções meio seja proprietário, o fim, o REA, é que precisa ser
apresentadas apontam basicamente para duas gratuito e licenciado de forma aberta.

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Recursos Educacionais Abertos: uma revisão integrativa das perspectivas para o II Congresso Mundial de REA

Por fim, a dimensão da formação para utilização e Apesar de utilizar sinônimos dos termos discutidos
produção de REA, bem como para a implementação neste artigo, com exceção do modelo de negócio,
de PEA, envolve duas etapas: a primeira é a as outras quatro dimensões são contempladas neste
etapa de engajamento dos colaboradores, que modelo, o que nos leva a acreditar que a natureza de
pressupõe ações de divulgação e primeiro contato implantação da educação aberta, mesmo em nível
com o conceito; e a segunda etapa é a formação mundial, envolve fatores comuns ao comportamento
propriamente dita, que se realiza pela oferta de humano, ao modelo econômico mundial vigente,
cursos e formação especializada. As duas etapas aos processos de ensino e aprendizagem e aos fatores
dependem diretamente da definição de políticas tecnológicos pertinentes.
de financiamento ou de modelos de negócio que
permitam cobrir os custos envolvidos na elaboração CONCLUSÕES
e oferta de cursos.
Por se tratar de um movimento recente, mesmo
Mesmo sendo anterior às consultas, as mesmas em nível mundial, as consultas apresentam como
dimensões foram tratadas no programa REA limitação o baixo número de adesão ao movimento.
Paraná. A abordagem e o tratamento foram um Governantes e gestores ainda não atentaram para o
pouco distintos daquele apresentado nas consultas, impacto econômico que o movimento de REA é
mas a essência é, em suma, a mesma. Isso pode ser capaz de provocar na sociedade, seja pela formação
comprovado pela figura 2, que mostra as dimensões de qualidade que se torna acessível à comunidade,
tratadas na implementação do programa REA seja pela economia possível com a adoção de PEA.
Paraná.
Infelizmente, as diversas preocupações que
Figura 2 ‒ Dimensões tratadas no projeto REA Paraná assolam os governos e a população mundial
obscurecem a visão dos cidadãos. Governantes e
gestores não conseguem perceber que fragilidades
apontadas como barreiras em seus países
(recursos financeiros, conscientização, dimensões
continentais, questões sociais e culturais) são,
na realidade, indicadores que tornam premente
a adoção da EA, pois essa é uma ação capaz de
mudar a realidade posta.
Prova disso são as potencialidades dos REAs, reafirmadas
pelos representantes dos países participantes das
consultas. Todos conseguem perceber o potencial
transformador do movimento de EA. São capazes
de compreender que o modelo interfere nas
questões dos custos de financiamento do ensino,
que as barreiras de distância em países continentais
é transposta, que o modelo permite a flexibilidade
necessária aos modelos pedagógicos, que o acesso
Fonte: Imagem elaborada pelo prof. Henrique Oliveira
ao conhecimento se torna universal e, com isso, a
da Silva, UTFPR, disponibilizada sob a Licença Creative
Commons 4.0 - CC BY. formação da população melhora significativamente.

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Marineli Joaquim Meier / Henrique Oliveira Silva / Aline Fornari / Giseli Campos Gaioski Leal

A principal dificuldade reside em colocar em REPORT ASIA REGIONAL CONSULTATION ON OPEN


EDUCATIONAL RESOURCES, 2016, Malaysia. Presentation.
prática aquilo que está claro aos participantes das Malaysia, 2016. Disponível em: <http://rcoer.col.org/
consultas. A resposta que soluciona e supera essa uploads/2/2/8/4/22841180/report_rcoer_asia_copyedited_1feb.pdf
dificuldade está declarada nos diversos modelos que >. Acesso em: 22 jun. 2017.
indicam as dimensões que devem ser consideradas REPORT EUROPE REGIONAL CONSULTATION ON
na implementação de programas de REA. Talvez OPEN EDUCATIONAL RESOURCES, 2017, Valletta.
a ação inicial, em países que ainda estão no início Presentation. Valleta, 2017. Disponível em: <http://rcoer.col.org/
do processo, seja a criação de políticas nacionais uploads/2/2/8/4/22841180/europe_rcoer_report_18april.pdf >.
Acesso em: 22. Jun. 2017.
que incentivem o desenvolvimento de políticas
institucionais de REA nas instituições públicas. REPORT MENA REGIONAL CONSULTATION ON
OPEN EDUCATIONAL RESOURCES, 2017, Doha.
O apoio institucional é a ação que pode mudar Presentation. Doha, 2017. Disponível em: <http://rcoer.col.org/
uploads/2/2/8/4/22841180/mena_rcoer_report_18april.pdf >.
a realidade de professores que são motivados a
Acesso em: 24. Jun. 2017.
usar e compartilhar seus recursos apenas por
razões altruístas. REPORT AFRICA REGIONAL CONSULTATION ON
OPEN EDUCATIONAL RESOURCES , 2017, Mauritius.
Mesmo com a, ainda, singela participação da Presentation. Mauritius, 2017. Disponível em:<http://rcoer.col.org/
uploads/2/2/8/4/22841180/africa_regional_consultation_on_oer_
comunidade, já é possível afirmar que o movimento report_final.pdf >. Acesso em: 24 jun. 2017.
de REA é o primeiro e grande passo para a
democratização do conhecimento na era atual. REPORT LATIN AMERICA AND CARIBBEAN REGIONAL
CONSULTATION ON OPEN EDUCATIONAL RESOURCES,
2017, São Paulo. Presentation. São Paulo, 2017. Disponível em:
<http://rcoer.col.org/uploads/2/2/8/4/22841180/lac_rcoer_report_
final_-_updated.pdf >. Acesso em: 01 jul. 2017.
REFERÊNCIAS DECLARAÇÃO DA CIDADE DO CABO. Declaração de Cidade
AMIEL, T. Educação aberta: configurando ambientes, práticas e do Cabo para Educação Aberta: abrindo a promessa de Recursos
recursos educacionais. In: SANTANA, B.; ROSSINI, C.; Pretto, Educativos Abertos. Cidade do Cabo, 2007. Disponível em:
N. L. Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas políticas <http://www.capetowndeclaration.org/translations/portuguese-
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2012. p.17-34.
EDUCAÇÃO ABERTA. Recursos Educacionais Abertos (REA):
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA um caderno para professores. Campinas, 2013. Disponível em:
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abrindo a promessa de Recursos Educativos Abertos. Cidade
do Cabo, 2007. Disponível em: <http://www2.abed.org.br/ GANONG, L. H. Integrative reviews of nursing research. ResNurs
documentos/ArquivoDocumento539.pdf > Acesso em: 13 jan. Health, v. 10, n.1, p.1-11, 1987.
2017.
LEARING & MEDIA. 32 plataformas y proveedores MOOC. 2016.
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Câmara de Educação Superior. Resolução n. 1, de 11 de março 047/531-tester/7339-plataformas-y-proveedores-mooc >. Acesso
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MALLMANN E. M et al. MOOC Mediado por REA: prática
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da Liberdade nos Programas de Capacitação Continuada no
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res-cne-ces-001-14032016-pdf&category_slug=marco-2016-
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Anísio Teixeira. Censo da Educação Superior 2015. 2016b.
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Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/censo-da-educacao-
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100 Inc.Soc., Brasília, DF, v.10 n.1, p.84-101, jul./dez. 2016


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NETO, F. M. S.; GARCIA, M. L. S. Recursos Educacionais UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Conselho de


Abertos para EaD. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO Ensino, Pesquisa e Extensão. Resolução n° 14/14. Estabelece os
SUPERIOR A DISTÂNCIA, 10, 2013, Belém, 2013. Anais... critérios de avaliação para fins de progressão funcional e promoção
Belém: UNIREDE, 2017. Disponível em: <http://happyslide.org/ por titulação e desempenho acadêmico dos docentes da Carreira
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