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Pesquisa-ação: princípios e

procedimentos

Concepção do método
Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que
marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo. A
escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que se fala,
em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim à
vida. (Paulo Freire, 1995).

O objetivo do Escolas2030 é favorecer uma educação integral e transformadora para


todos e todas, por meio de um programa de pesquisa-ação longitudinal de 10 anos. O
programa parte da experiência concreta de organizações educativas que já procuram
garantir esta perspectiva educacional. Pesquisadores/as de cada uma dessas
organizações e da Faculdade de Educação da USP integrarão coletivos-pesquisadores,
que buscarão e promoverão inovações a partir das práticas educacionais já em
andamento nas organizações participantes.

Quando a pesquisa é concebida como uma atividade de construção de novo


conhecimento, muitas vezes fica associada exclusivamente à universidade. No entanto,
pesquisar pode ser um processo mais amplo, realizado também por pessoas de fora da
universidade, e priorizar desafios práticos da vida comum, conhecendo-se mais sobre o
mundo, sobre os outros ou sobre nós.

No universo das metodologias de pesquisas colaborativas, o programa optou por se


apropriar da pesquisa-ação, que pode ser utilizada de diferentes maneiras, com
intenções diversas. A premissa básica é a de que a pesquisa e a ação devem caminhar
juntas. Além disso, trata-se de procedimento de pesquisa que é, ao mesmo tempo, um
processo de aprendizagem e um processo de ação política. Em outras palavras,
pesquisa-ação é “agir conhecendo e conhecer agindo”.

Partir desse pressuposto nos compromete com uma investigação conduzida


conjuntamente por sujeitos distintos, como universidades, movimentos e organizações
educacionais. Esse compromisso nos exige formas de pensar para auxiliar a formulação
de um processo investigativo solidário, plural, criativo e aberto ao diálogo entre aqueles
diferentes sujeitos, cujo principal objetivo é orientar a sua transformação.

Embora seu reconhecimento mais amplo remonte aos anos 1940, a pesquisa-ação
adquiriu contornos estáveis no Brasil a partir dos anos 1970, após disseminação e
consolidação dos trabalhos do educador Paulo Freire. O programa contribuirá com o
fortalecimento dessa perspectiva. Em suma, pretende-se disseminar a perspectiva da
educação integral e transformadora por meio de uma pesquisa-ação, que se realizará

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em amplo e contínuo debate entre pesquisadores/as da Faculdade de Educação da USP
e pesquisadores/as integrantes de organizações educativas inovadoras.

Em linhas gerais, a pesquisa-ação pode ser descrita como:

● uma proposta de inovação ou mudança em determinada situação;


● uma mudança projetada com base em compreensão coletiva de um determinado
contexto;
● um processo sustentável, num projeto que terá continuidade enquanto houver
interesse e necessidade;
● instrumentos metodológicos a serviço da prática;
● processos decisórios sempre participativos e colaborativos;
● reflexão sistemática que é a base dos processos decisórios;
● documentação reunida e sistematizada na forma de portfólios;
● uso de resultados servindo à prática e também à teoria, pois sua sistematização
possibilita a generalização;
● conhecimentos construídos sendo disseminados amplamente;
● aproveitamento de novas tecnologias da comunicação, que propiciam uma relação
não controlada com o conhecimento.

Formato desta pesquisa-ação no Brasil


Princípios
A proeminência das organizações educativas
Pesquisa-ação é uma prática de produção de conhecimentos baseada em acordos entre
pesquisadores/as profissionais e pessoas do grupo social que se dispõem a pesquisar
juntos/as. Nesse sentido, todas as definições serão estabelecidas em conjunto, desde a
determinação do fenômeno que será observado, até mesmo as consequências políticas
dessa investigação.

Considerando um universo tão grande e diverso de participantes da pesquisa, serão


apresentados às organizações educativas documentos que servirão como ponto de
partida para se posicionarem. Ademais, ao longo de 2020, colaboraremos com as três
frentes de atuação da Equipe Global do Escolas2030: Design Thinking1, ferramentas de

1
A Equipe Global e parceiros técnicos desenvolveram conjuntos de ferramentas e formação das equipes
nacionais em Design Thinking para apoiar as equipes de escolas e organizações educativas na identificação de
seus desafios e no desenvolvimento de soluções buscando aprimoramento da aprendizagem de qualidade
para todos e todas

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avaliação2 e PROMISE33. Esses elementos serão articulados aos procedimentos desta
pesquisa-ação.

Poderá ocorrer a transformação desses pontos de partida, como em todo processo de


pesquisa-ação. Ter um ponto de partida comum servirá para enfrentarmos o risco de
produzir 100 estudos de caso desarticulados entre si. Essa escolha também nos auxiliará
a manter diálogo constante com a Equipe Global.

Pesquisa-ação em um programa de larga escala: diálogo ampliado e


constante
Na maioria dos exemplos, o exercício da pesquisa-ação se limita à realização de estudos
de casos e no engajamento da prática em grupos locais. Já o Escolas2030 se dispõe, por
meio da pesquisa-ação, a transformar e acompanhar práticas em 1000 organizações
educativas de 10 países (100 serão as brasileiras). Portanto, uma escala e abrangência
raramente observadas em projetos de pesquisa-ação.

O programa no Brasil enfrentará o desafio de construir consensos em relação a todas as


etapas da pesquisa-ação. Isto é, reforçamos a opção política por decisões coletivas e
horizontais.

Equipes da pesquisa-ação no Brasil


O principal objetivo das equipes (tabela 1) é incidir nas políticas públicas com os
conhecimentos gerados a partir do programa, buscando a promoção de uma educação
integral e transformadora para todos e todas.

Em cada território de abrangência (tabela 2) haverá um grupo local incumbido de


realizar a pesquisa-ação e de promover localmente os objetivos do programa, grupo ora
denominado Pólo de pesquisa-ação. O objetivo principal dos Pólos é promover, em seu
território, a educação integral e transformadora.

Com o objetivo de garantir o diálogo ampliado e contínuo, o programa contará com


organizações-polo4 (tabela 3), que coordenarão o trabalho dos Pólos nos territórios de

2
A partir da colaboração entre Conselho Australiano de Pesquisa Educacional (ACER) e Aga Khan Foundation
(AKF), ocorrerão esforços para desenvolver e aperfeiçoar, com as organizações educativas participantes, um
conjunto de ferramentas de avaliação de aprendizado para ser apropriado no cotidiano das instituições durante
o programa. O objetivo é entender melhor o impacto prático de medir, analisar e agir sobre dados, na promoção
de uma educação integral e transformadora para todos e todas.

3
Escolas2030 alavancará parceria existente com a Salesforce.org e a Vera Solutions na implantação de um
novo aplicativo de avaliação de aprendizado, chamado PROMISE3 (Sistema de informações de gerenciamento
de programas para educação de todos, em todos os lugares) que permite que as organizações educativas
coletem as informações para analisar e atuar sobre novos dados de avaliação de aprendizado.

4
O programa conta, até o momento, com 15 organizações-polo. Durante 2020, procuraremos garantir, no
mínimo, uma organização-polo para o Pólo Regional de pesquisa-ação que será responsável pelo território

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abrangência, em estreita colaboração com a Equipe Coordenadora do programa e
demais parceiros regionais, como instituições de pesquisa, secretarias de educação,
sindicatos e conselhos de estudantes.

O programa no Brasil almeja fortalecer vínculos com centros de pesquisa e formação de


educadores, como universidades, faculdades de educação e institutos de pesquisa. Para
incentivar a prática de pesquisa-ação e de conhecimentos relacionados aos objetivos do
programa, a Equipe Coordenadora estimulará pesquisadores/as (graduação, mestrado e
doutorado) a realizarem suas pesquisas sobre temas relacionados ao Escolas2030,
instituindo uma Rede de Pesquisa (tabela 4).

Participarão diretamente da pesquisa-ação 100 organizações educativas inovadoras, de


acordo com os cinco critérios do Movimento de Inovação na Educação (referentes a
gestão, currículo, ambiente, metodologia e intersetorialidade), que sejam públicas ou
comunitárias e que atendam as populações em contextos de pobreza e/ou
vulnerabilidade.

A comunicação institucional com o programa será realizada por meio da equipe gestora
e coordenadora de cada organização educativa, que se responsabilizará em
compartilhar amplamente o programa em seu território. O Escolas2030 apoiará as
equipes nessa tarefa, oferecendo apoio técnico, canais de comunicação e, o mais
importante, mediando a relação entre a organização educativa e demais integrantes do
programa, como universidades, sindicatos e poder público.

Cada organização por meio de sua equipe gestora e coordenadora, definirá uma equipe
de pesquisadores/as responsáveis, que comporão um grupo local de pesquisa. Está
previsto no orçamento do programa para o ano de 2020 um apoio financeiro como
remuneração pelo trabalho de pesquisa-ação, que poderá ser repassado diretamente à
equipe ou para a organização educativa (a decisão sobre como repassar fica a critério de
cada organização).

Tabela 1: Equipes nacionais, composição e suas principais atribuições

EQUIPE COMPOSIÇÃO PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES

● Coordenador ● Consolidar processos de


geral sistematização e disponibilização
de resultados.
Equipe Coordenadora
de pesquisa-ação ● Pesquisador ● Realizar formação e assessoria
Articulador referentes ao processo de
pesquisa-ação.

correspondente aos estados do Pará, Tocantins e Maranhão. Possivelmente, uma organização educativa não
escolar integrará o Pólo referente aos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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● Promover e facilitar o diálogo entre
equipes e integrantes da pesquisa.

● Garantir espaços de debate entre


integrantes da Rede de Pesquisa.

● Estimular estudantes de
graduação, mestrado e doutorado
a realizarem suas pesquisas sobre
temas relacionados ao Escolas
2030.

● Compartilhar produções de
pesquisadores/as da Rede de
Pesquisa com demais integrantes
da pesquisa-ação.

● Fazer sugestões para a Equipe


Global do programa.

● Equipe ● Colaborar na elaboração do


Coordenadora material técnico e metodológico
Nacional do programa.

● Integrantes do ● Fazer sugestões para o programa


Comitê nacional de pesquisa-ação.
Consultivo
Grupo de Trabalho de
pesquisa-ação ● Representantes
das Instituições
de Pesquisa
Parceiras, com
grande
experiência em
abordagens
participativas

● Pesquisadores ● Engajar todos os segmentos da


/as de cada comunidade educativa na
organização pesquisa-ação.
educativa
participante ● Manter interlocução constante
Equipe Local de
com a Equipe Coordenadora de
pesquisa-ação
pesquisa-ação e Organização-polo.

● Coordenar as atividades do
programa na organização
educativa.

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● Facilitar diálogo com estudantes e
ser porta-voz dos mesmos na
pesquisa-ação.

● Alinhar processos da pesquisa à


proposta pedagógica da
organização educativa.

● Organizações- ● Promover os encontros com


Polo integrantes do Pólo.

● Representantes ● Facilitar o diálogo entre equipes de


dos/as pesquisa-ação de seu território.
estudantes
● Manter interlocução constante
● Representantes com Equipe Coordenadora da
das secretarias pesquisa-ação.
Pólos Regionais de de educação
pesquisa-ação ● Sistematizar recomendações para
● Representantes o programa nacional e global.
das instituições
de pesquisa do ● Liderar o programa em seu
território território de abrangência.

● Universidades ● Apoiar Equipes Locais com


Públicas subsídios teóricos e metodológicos

● Universidades ● Realizar eventos locais sobre


e Faculdades temáticas inerentes ao
Rede de Pesquisa
Privadas Escolas2030

● Outras ● Circular entre seus integrantes


instituições de informações e conhecimentos
pesquisa sobre o Escolas2030

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Tabela 2: Distribuição de Pólos Regionais de pesquisa-ação, por território e
organizações-polo

PÓLOS REGIONAIS DE TERRITÓRIOS DE


ORGANIZAÇÕES-POLO
PESQUISA-AÇÃO ABRANGÊNCIA
Estados do Acre, Amapá, EMEF Profº Waldir Garcia / CIME
1 Amazonas, Rondônia e Professor Doutor José Aldemir de
Roraima. Oliveira
EMEF Desembargador Amorim
Lima / EMEF Presidente Campos
2 Estado de São Paulo
Salles / CIEJA Campo Limpo /
EPG Manuel Bandeira
Estados do Rio de Janeiro EM Profª. Acliméa de Oliveira
3
e Espírito Santo Nascimento5

EM Anne Frank / EM Professor


4 Estado de Minas Gerais
Paulo Freire

Escola Comunitária Luiza Mahin


5 Estado da Bahia

Estados de Alagoas,
Ceará, Paraíba,
EE Alan Pinho Tabosa / Escola
6 Pernambuco, Piauí, Rio
Nossa Senhora do Carmo
Grande do Norte e
Sergipe6
Estados do Paraná, Santa
IFPR Campus Jacarezinho e
7 Catarina e Rio Grande do
Escola Zeferino Lopes de Castro
Sul
Estados de Goiás, Mato
8 Grosso, Mato Grosso do Escola Pluricultural Odé Kayodê
Sul e Distrito Federal
a busca pela organização-polo da
Estados do Maranhão,
9 região ocorrerá ao longo do ano
Pará e Tocantins
de 2020

5
Com possibilidade de inclusão de uma organização educativa não escolar.
6
Com possibilidade de desdobrar em dois pólos, a depender das organizações que comporão o programa, o
engajamento das secretarias e as identidades territoriais que ultrapassam as fronteiras estaduais.

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Tabela 3: Localização e etapas de ensino das organizações-polo

ORGANIZAÇÕES-POLO MUNICÍPIO UF ETAPA DE ENSINO

EMEF Desembargador
São Paulo SP Fund I e II
Amorim Lima

EMEF Presidente Campos


São Paulo SP Fund I e II
Salles

CIEJA Campo Limpo São Paulo SP EJA: Fund I e II

EPG Manuel Bandeira Guarulhos SP Pré e Fund I

EM Profª. Acliméa de Oliveira Fund I e II


Teresópolis RJ
Nascimento

EM Anne Frank Belo Horizonte MG Fund I

EM Professor Paulo Freire Belo Horizonte MG Fund I

EE Alan Pinho Tabosa Pentecoste CE EM

Escola Nossa Senhora do


Bananeiras PB Pré e Fund I
Carmo

Escola Comunitária Luiza


Salvador BA Pré e Fund I
Mahin

CIME Professor Doutor José


Manaus AM Pré, Fund I e II
Aldemir de Oliveira

EMEF Professor Waldir Garcia Manaus AM Pré e Fund I

Escola Pluricultural Odé


Goiás GO Pré e Fund I
Kayodé

IFPR Campus Jacarezinho Jacarezinho PR EM

Escola Zeferino Lopes de


Viamão RS Fund I e II
Castro

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Tabela 4: Potenciais Instituições de Pesquisa Parceiras7.

PÓLOS REGIONAIS
INSTITUIÇÃO
DE TERRITÓRIO RESPONSÁVEL
PARCEIRA
PESQUISA-AÇÃO
Estados do Acre, Escola Normal
Amapá, Amazonas, Superior da
1 Ceane Andrade Simões
Rondônia e Universidade do
Roraima. Estado do Amazonas
Faculdade de Elie Ghanem
Educação da
Universidade de São
Paulo
Estado de São
2
Paulo
Faculdade Sumaré

Faculdade de
Sueli de Lima Moreira e
Formação de
André Lázaro
Professores da
Estados do Rio de Universidade Estadual
3 Janeiro e Espírito do Rio de Janeiro
Santo
Eliana Sousa Silva
UFRJ

Faculdade de
Estado de Minas Educação da
4 Lucinha Araújo (Teia)
Gerais Universidade Federal
de Minas Gerais
Faculdade de
Educação da
Universidade Federal
da Bahia Cybele Amado
5 Estado da Bahia
Instituto Anísio
Teixeira

Estados de
Alagoas, Ceará,
PRECE da
Paraíba,
6 Universidade Federal Manoel Andrade Neto
Pernambuco, Piauí,
do Ceará
Rio Grande do
Norte e Sergipe
Estados do Paraná, Universidade Federal Valdo Cavalet
7 Santa Catarina e do Paraná campus
Rio Grande do Sul Litoral

7
Vale lembrar que ainda não iniciamos o diálogo com esses parceiros, trata-se somente de uma sugestão
preliminar.

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Universidade Federal
do Pampa Elena Brito

Universidade Federal Lúcia Maria Vaz Peres


de Pelotas

Faculdade de
Estados de Goiás,
Educação da
Mato Grosso, Mato
8 Universidade de Simone G. de Lima
Grosso do Sul e
Brasília - Projeto
Distrito Federal
Autonomia
Estados do
Universidade Federal Lucineide Gonçalves
9 Maranhão, Pará e
do Oeste do Pará Pinheiro
Tocantins

Procedimentos desta pesquisa-ação

Objetivos
A pesquisa-ação se ocupará de dois objetivos complementares. O primeiro consiste em
caracterizar o que cada organização educativa desenvolve nos seus contextos em
relação a0s os cinco critérios do Movimento de Inovação na Educação. Esse
procedimento reflexivo ajudará as organizações a se entenderem melhor como
participantes do movimento.

O segundo objetivo é produzir conhecimentos sobre os efeitos concretos das


organizações participantes nas trajetórias de aprendizagem dos sujeitos. Como indicação
inicial, sugerimos acompanhar tais trajetórias em ciclos anuais e situar os resultados de
aprendizagem em cinco conjuntos, amplamente valorizados por organizações
educativas que procuram garantir uma educação integral e transformadora para todos e
todas:

● Colaboração
● Empatia
● Criatividade
● Protagonismo
● Autoconhecimento

A pesquisa-ação será realizada em ciclos anuais entre


2021 e 2030, do seguinte modo:
1. Avaliando as dimensões de uma educação inovadora a partir das experiências das
organizações educativas participantes;

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2. Identificando e aprimorando práticas de aprendizagem existentes nas organizações
educativas participantes. A abordagem do Design Thinking poderá nos auxiliar nessa
tarefa.
3. Apropriando-se de ferramentas de avaliação dessas práticas de aprendizagem,
tomando a ideia de avaliação como processo de aprendizagem e, por esse motivo,
fator essencial de fortalecimento do projeto da organização educativa. A frente de
atuação da Equipe Global que elabora instrumentos de avaliação pode ser
apropriada para esse ponto.
4. Situando os resultados desses procedimentos avaliativos em cinco conjuntos;
5. Criando indicadores para os cinco conjuntos de aprendizagens.
6. Disseminando os conhecimentos produzidos em meios digitais, em encontros
nacionais e internacionais, nos processos de formação inicial e continuada de
profissionais da educação e em temas de pesquisa básica em educação.

Acompanhamento anual por faixas etárias


O programa Escolas 2030, por meio da pesquisa-ação, acompanhará a relação entre as
práticas situadas nas organizações educativas participantes e as aprendizagens dos
estudantes. Para viabilizar a comparação com os demais países do programa, as
organizações educativas apresentarão os resultados da pesquisa conforme o grupo
etário de seus/suas estudantes.

No Brasil, as avaliações de larga escala concentram seus resultados em uma forma


arbitrária de agrupamento de estudantes (em turmas e séries), o que dificulta a
comparação com outras realidades nacionais. A opção do programa no Brasil é
apresentar resultados de aprendizagem conforme as faixas etárias disponíveis em cada
organização educativa. O acompanhamento etário longitudinal dependerá da dinâmica
etária observada nas organizações.

Leituras recomendadas

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1981.

______. Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1987.

CIDADE ESCOLA APRENDIZ. Pesquisa-ação comunitária. Coleção Tecnologias do Bairro


Escola. Volume 1. São Paulo: Cidade Escola Aprendiz/Fundação Itaú Social, 2011.
Disponível em:
https://www.cidadeescolaaprendiz.org.br/wp-content/uploads/2014/05/Tecnologias-d
o-Bairro-Escola_Vol1_pesquisa-acao-comunitaria.pdf . Acesso em: 15 abr. 2020.

FALS BORDA, Orlando. La investigación-acción en convergencias disciplinarias.


Lasaforum, v. 38, n. 4, p. 17-22, 2007. Disponível em:

www.escolas2030.org.br ESCOLAS2030
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https://forum.lasaweb.org/files/vol38/LASAForum-Vol38-Issue4.pdf . Acesso em: 15 abr.
2020.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1986.

TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educ. Pesqui., São Paulo , v.
31, n. 3, p. 443-466, Dec. 2005 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022005000300009&lng
=en&nrm=iso>. access on 15 Apr. 2020.
https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000300009.

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