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CARTILHA

RAIO
O QUE É A REDE? REALIZAÇÃO

A Rede Raio-que-o-parta surge em meio a


uma inquietação diante os apagamentos
QUE O
PARTA
dos raios na cidade de Belém e nos demais
municípios do Pará, onde se encontram
esses exemplares. APOIO

No ano de 2020, as estudantes de arquitetu-


ra e urbanismo Elis Almeida, Elisa Malcher e
Gabrielle Arnour, resolveram se reunir para
da início a um processo de mapeamento - e
catalogação das casas em estilo
PATROCÍNIO
raio-que-o-parta, dando origem ao perfil no
Instagram (@rederaioqueoparta), contando
com um acervo digital desses exemplares,
em conjunto com os registros realizados
também pelos seguidores.

O termo “rede” é utilizado como proposta


de tecer conexões através de uma rede ACOMPANHE A REDE:
colaborativa com pessoas que perpetuam o
movimento, como os moradores de raios,
artistas, arquitetos, designers, entre outros,
-
que utilizam da estética dos raios para a
produção de diversas expressões, no inuito
de fomentar a discussão do tema relaciona-
do à arquitetura regional, sustentabilidade,
patrimônio e memória.
O QUE É O POR QUE GALERiA DE RAiOS
RAIO-QUE-O-PARTA? PRESERVAR?
O modernimo no Brasil teve diversas faces e Quando se adentra em uma cidade, a
foi adotado como modelo arquitetônico arquitetura daquele espaço nos conta uma
pelo Governo Federal e a elite, sendo uma história, uma forma específica de identificar
de suas características o uso de painéis em o passado e o agora.
azulejos. No estado do Pará, essa arquitetura
foi renovada pelas camadas populares que Raquel Rolnik em seu livro “O Que é
buscavam se inserir no moderno, dando Cidade?” fala sobre memória coletiva e sua
-
importância como registro de vida e cultura.
origem ao Movimento Raio-que-o-parta,
que tem como característica o uso de Existe um valor social em preservar a história,
cacos de azulejos formando painéis nas principalmente reconhecer e valorizar iden-
- tidades culturais populares.
fachadas das casas, geralmente com
formas geométricas. Basta andar pelas ruas de diversos
municípios do Pará para se deparar com as
formas e cores do movimento
raio-que-o-parta que, apesar de ter expres-
sivo valor cultural, vem sofrendo recorrentes
apagamentos de suas características,
como: pintura por cima dos azueljos, retira-
da dos mesmo e a reconstrução completa
das fachadas dessas residências.
Como a contratação de arquitetos e engen-
heiros era restrita à elite local por conta de
O raio-que-o-parta, bem como o modernis-
seu alto custo, a população encontrou nos
mo como um todo, não possui políticas
cacos de azulejos, vendidos a um preço
públicas de preservação, o que acaba
menor, uma maneira de se inserir ao estilo
fomentando essas descaracterizações e
arquitetônico moderno da época.
ocasionando uma quebra na linha do
Assim, o raio-que-o-parta se tornou um movi- tempo de registros e exemplares da história
mento expressivo no Estado, entre as déca- da arquitetura regional paraense.
das de 40 e 60 do século XX, se firmando
como, além de um estilo arquitetônico, um
movimento cultural presente no imaginário
dos paraenses.

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