Você está na página 1de 3

AVALIAÇÃO CONSTITUCIONAL

1- Segundo levantamentos da polícia dos Estados Unidos o colombiano Guillermo Amaya


Ñungo, também chamado de “El Patrón”, integrava organização criminosa e era responsável
pelo planejamento do percurso de entorpecentes da América do Sul para a América do norte,
e, em razão disso, El Patrón estava sendo procurado tanto na Colômbia como nos Estados
Unidos.
Segundo investigações, El Patrón entrou no Brasil, vindo da Venezuela, atravessando a
fronteira em Roraima. Já em território brasileiro, há algum tempo, foi localizado no Ceará e
preso até que houvesse decisão transitada em julgado.
Diante disso, mediante suposta prática dos crimes de organização criminosa e tráfico
internacional de drogas, o governo dos Estados Unidos requereu a extradição do colombiano.
Em 14 de junho de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição de
Guillermo Amaya Ñungo.
Fontes: http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=451928&tip=UN.
https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2019/12/04/ex-guerrilheiro-das-farc-sera-interrogado-n
o-ceara-sobre-extradicao-para-os-estados-unidos.ghtml.
https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2020/09/21/stf-decide-extraditar-ex-guerrilheiro-das-far
c-preso-no-ceara-para-os-estados-unidos.ghtml.
a) Diante do exposto, SUPONHA que Guillermo era, na verdade, um brasileiro
naturalizado. Nesta circunstância, o deferimento do pedido de extradição seria
constitucionalmente devido? Justifique a sua resposta, fundamentando doutrinária e
normativamente.
R: Com base em especial no Art. 5, inc, LI da Constituição Federal, nenhum brasileiro será
extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização,
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei. Desta forma, considerando que Guillermo era um brasileiro naturalizado (aqueles que
conquistam a nacionalidade brasileira através de um processo caracterizado em lei), ele
poderá ser submetido a este processo de extradição, e observa-se que o deferimento do
pedido de extradição não seria constitucionalmente devido.

2- Em um ano pré-eleitoral, muito se discute sobre possíveis candidatos, partido A ou B;


todavia, é necessário, primeiramente, entender as condições para o exercício de direitos
políticos de cada possível eleitor ou candidato. Nesse sentido, com base nas aulas de
direitos fundamentais políticos, responda às seguintes perguntas:

a) Maria, 17 anos, estudante e devidamente alistada na Justiça Eleitoral, ou seja, titular


da capacidade eleitoral ativa, estará impossibilitada de exercer participação na escolha
do representante do Estado, em decorrência de estar fora de seu domicílio eleitoral.
Diante disso, Maria poderia ser de alguma forma penalizada, por multa?
Justifique.
R: Nas condições previstas no art. 14, § 1º, CF, o direito de votar, ou seja a capacidade
eleitoral ativa surge de forma obrigatória para os maiores de 16 e menores de 18 a partir do
seu alistamento na Justiça Eleitoral, sendo este alistamento de escolha facultativa. Entretanto,
a partir do alistamento, o indivíduo goza das mesmas obrigações eleitorais que os maiores de
18 anos. Desta forma, neste caso, Maria estando fora de seu domicílio poderá ser penalizada e
aplicada uma multa, cujo valor é definido por um juiz eleitoral, decorrente da sua
impossibilidade do exercício de voto.

b) João e Lucas, desde pequenos, sonham em ser candidatos a Governador de Estado e


Deputado Federal, respectivamente. João, brasileiro nato, 31 anos e Lucas, espanhol,
22 anos, estão aptos para exercer capacidade eleitoral passiva? Justifique.
R: Se candidatar a um cargo político eletivo é um dos direitos garantidos ao cidadão
brasileiro. Diante da questão, sendo brasileiro nato e estando em pleno exercício de seus
direitos políticos, João tem 31 anos e está apto a se candidatar como Governador, cuja idade
mínima exigida para a concorrência e de 30 anos; no caso de Lucas, seria necessário ser
brasileiro naturalizado e ter domicílio eleitoral no estado para o qual iria se candidatar,
mesmo tendo 22 ano e estando acima da idade mínima, por ser espanhol e inalistável e não
poderia exercer capacidade eleitoral passiva.

c) Durante a campanha eleitoral, João e Lucas realizaram muitos atos, como carreatas e
passeatas, com o intuito de mobilizar a sociedade em torno dos nomes que estavam
apoiando. Na penúltima carreata, enfrentaram um problema super desgastante: não
conseguiram realizá-la, porque foram impedidos por um outro grupo que estava no
local. Para garantir que esse mesmo problema não ocorra a quando da última
manifestação política por meio de carreata, qual medida judicial cabível?
Fundamente, explicando conceito, previsão normativa e a adequação para solucionar
o caso proposto.
R: A liberdade é considerada um direito humano, e um Estado só pode ser considerado
democratico se for garantida liberdade política aos seus cidadãos. Dito isso, o art. 5 da
Constituição Federal prevê que é livre a manifestação do pensamento, que todos podem se
reunir pacificamente em locais abertos ao público, independente de autorização. Quando esse
direito político é ameaçado, deve ser denunciada a violação à liberdade individual.

Você também pode gostar