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II COMET - Congresso Mineiro de Engenharia e Tecnologia

04-08/Dezembro, 2017, Lavras, MG, Brasil

Universidade Federal de Lavras - UFLA

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO MILITEC-1 NO ESCOAMENTO DO ÓLEO BASE DE


UMA GRAXA MINERAL
1
Marques, Ana Cláudia (anninhamarques@hotmail.com), 1Mendes, Bruno Henrique Viana
(brunohvmendes@gmail.com), 1Brito, Jorge Nei (brito@ufsj.edu.br)

1Universidade Federal de São João del Rei- Departamento de Engenharia Mecânica (DEMEC)
Caixa Postal XXXXX, Campus Santo Antônio, São João del Rei, Minas Gerais, Cep XXXXXX

RESUMO: A manutenção preditiva busca diagnosticar uma possível falha antes mesmo que ela
aconteça. Quaisquer técnicas que auxiliem no acompanhamento ou na prevenção de um
comportamento anômalo em um sistema mecânico, pode ser considerada manutenção. Isso inclui o
uso de aditivos que complementem ou enriqueçam algumas propriedades fundamentais requeridas
nas interações entre componentes mecânicos, neste caso, a graxa. No ambiente industrial é comum
o uso de aditivos para prolongar o tempo de trabalho das máquinas e consequentemente prorrogar
sua manutenção. O Militec-1 é comumente usado para a redução do atrito entre metais, agindo como
um condicionador lubrificante. Neste trabalho, busca-se entender o impacto deste condicionador na
sangria do óleo base, que é uma propriedade essencial das graxas, e relacionar os resultados obtidos
com a capacidade do Militec-1 de otimizar as condições de funcionamento de sistemas mecânicos.
Os testes foram realizados com o Kit para análise de graxa TKGT 1 da SKF. Através dos resultados
pôde-se perceber que houve alteração nos valores de superfície sangrada, entretanto não houve
mudança nas propriedades físico-químicas da graxa.

Palavras Chave: Manutenção; Graxa; Militec-1.

EVALUATION OF THE INFLUENCE OF MILITEC-1 IN THE BASE OIL FLOW IN A


MINERAL GREASE

ABSTRACT: corresponde ao resumo em língua inglesa.


(espaçamento simples, 10pt)
Keywords: Maintenance; Grease; Militec 1.
II COMET - Congresso Mineiro de Engenharia e Tecnologia
04-08/Dezembro, 2017, Lavras, MG, Brasil

Universidade Federal de Lavras - UFLA

1. INTRODUÇÃO

No cenário atual, a quebra de um equipamento pode resultar em grandes prejuízos para


a empresa além de colocar em risco a sua credibilidade. A manutenção é uma área de suma
importância dentro da indústria, garantindo assim a confiabilidade e continuidade da
produção.
Existem três tipos principais de manutenções que são a corretiva, a preventiva e a
preditiva. A manutenção corretiva, também chamada de reativa ou pós-quebra, corresponde
à primeira geração da história da manutenção, tendo início antes da segunda guerra
mundial, quando a indústria era pouco mecanizada e com maquinário simples, até o final
dos anos 40 do século passado, tendo como princípio a operação do equipamento até sua
quebra. (HOLANDA, 2016).
Segundo Freitas (2016), a manutenção preventiva é a manutenção voltada para evitar a
ocorrência de falhas ou quebras de desempenho, através de manutenções em intervalos de
tempo pré-definidos, obedecendo um plano previamente elaborado. Diferentemente da
manutenção corretiva, a preventiva, como o próprio nome sugere, procura prevenir, evitar a
ocorrência de falhas. É imprescindível quando o fator segurança se sobrepõe aos demais.
De acordo com Freitas (2013), a manutenção preditiva é o acompanhamento do
equipamento feito durante seu funcionamento e as paradas são realizadas somente se
forem identificados indícios que conduzam a uma possível falha.
Dentro da manutenção preditiva, existe uma área muito importante que é a lubrificação.
Sabe-se que o lubrificante é um dos itens mais importantes para manter um sistema
mecânico em equilíbrio, prolongando a vida útil dos equipamentos, ALVES (2016). Métodos
pobres de lubrificação são as causas de 50% de todas as falhas prematuras nos
rolamentos, SKF (2011).
A principal função de um lubrificante é atuar na minimização do atrito entre duas peças
que se movem relativamente entre si. Dessa forma o atrito é diminuído devido à formação
de uma película pelo uso do lubrificante o qual impede o contato direto entre as peças,
exigindo menor força e desgaste das superfícies. (SANTOS, 2013).
Apesar da lubrificação ser essencial dentro da manutenção, aqui no Brasil ela ainda não
recebe a devida atenção. O foco continua sendo o equipamento e não todas as variáveis
que o compõe. A análise dos lubrificantes é uma parte essencial numa estratégia de
manutenção preditiva. No entanto, até hoje isto esteve quase totalmente relacionado aos
óleos lubrificantes, apesar de que aproximadamente cerca de 80% dos rolamentos são
lubrificados a graxa, SKF (2011). Monitorar a condição da graxa é muito importante. Sendo
proativo, ações podem ser tomadas antes que a lubrificação contribua para a deterioração
da condição da máquina, como por exemplo, um aumento na temperatura dos rolamentos
ou nos níveis de vibração, SKF (2011).
Por meio da manutenção preditiva, é possível detectar as falhas no equipamento antes
mesmo delas se tornarem críticas. Assim, pode ser feito um planejamento de quando parar
a máquina sem prejudicar a produção. É muito comum o uso de condicionadores metálicos
como o Militec-1, objeto de estudo desse trabalho, para fazer com que aumente a vida útil
dos equipamentos até a parada programada e então efetuar a manutenção.
O Militec-1 é um líquido sintético de coloração dourada, similar aos óleos SAE 10 em
viscosidade. Ele não é um aditivo de óleo, pois não contém melhoradores do índice de
viscosidade, não altera a composição físico-química, nem o intervalo de troca de óleo,
MILITEC (2017).
Neste trabalho, temos por objetivo avaliar o comportamento de uma graxa mineral nova
e como ela reage ao ser adicionado Militec-1. Para isso, foi realizado o teste de sangria
utilizando o Kit de Teste para Graxa TKGT 1 da SKF.

2. METODOLOGIA
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Os testes foram realizados no Laboratório de Sistemas Dinâmicos (LASID) da


Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ). Foi feito uma análise da separação do
óleo de uma graxa mineral nova a base de lítio e outra análise comparando essa mesma
graxa após ser adicionado Militec-1.
Primeiro foi realizado o teste com a graxa mineral que serviu como base para
comparar os resultados obtidos após ela ser contaminada com o Militec-1. Cada condição
foi submetida a três ensaios para validação dos resultados em temperatura ambiente de
25ºC (±3ºC). Para isso, foi utilizado o Kit de Teste para Graxa TKGT 1 da SKF, Figura 1.

Figura 1. Kit de Teste para Graxa TKGT 1 da SKF. Fonte: SKF (2011).

O procedimento para realização do teste de separação do óleo da graxa consiste em


colocar uma quantidade de graxa fixa de apenas 0,5 gramas, SKF (2011), em um papel
mata-borrão e deixar aquecer por duas horas, Figura 2.

Figura 2. Características de separação do óleo. Fonte: SKF (2011).

Assim, a graxa irá liberar o óleo base e será criado uma mancha de óleo no papel,
Figura 3. A partir dessa mancha, pode-se avaliar as mudanças nas propriedades do
sangramento medindo o seu diâmetro.
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Figura 3. Área sangrada após o aquecimento. Fonte: SKF (2011).

O cálculo da área sangrada pode ser obtido através da Equação 1, onde SFresca é a
área sangrada da amostra fresca e DMedFresca é o valor do diâmetro médio (em mm) das duas
dimensões calculadas como diâmetro 1 (D1) e diâmetro 2 (D2).

𝑆 … = 0,785 × (𝐷 2 𝑀𝑒𝑑… − 100) (1)

A diferença da área de sangramento entre a amostra modificada e a fresca (%Dif),


pode ser calculada por meio da Equação 2. Se o resultado for negativo, o sangramento é
então reduzido. Se o resultado for positivo, o sangramento é então aumentado.
𝑆𝑀𝑜𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 −𝑆𝐹𝑟𝑒𝑠𝑐𝑎
%𝐷𝑖𝑓𝑓 = 100 × 𝑆𝐹𝑟𝑒𝑠𝑐𝑎
(2)

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos por meio do teste de sangria encontram-se na Tabela 1. A


graxa mineral fresca foi denominada A e a modificada por Militec-1 foi nomeada B.

Tabela 1. Resultados obtidos após o óleo ser liberado da graxa.

Fonte: Autora (2017).

A partir dos diâmetros encontrados na Tabela 1, pôde-se calcular o diâmetro médio


de cada amostra, a área de superfície de sangria delas e a porcentagem de diferença entre
a área sangrada da amostra referencial e da amostra modificada. Esses resultados são
descritos na Tabela 2.
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Tabela 2. Resultados do teste de sangria.

Fonte: Autora (2017).

4. CONCLUSÔES

Ao analisar as tabelas, percebemos que adicionando o Militec-1 à amostra de graxa


nova o resultado foi positivo. Portanto, houve um aumento do escoamento do óleo em
relação a área sangrada pela amostra de graxa fresca.
Verificou-se também que não houve mudança significativa na aparência ou
propriedades do espessante após o tempo de sangria.
A descrição oficial do Militec-1 aponta que o condicionador de metais não altera as
propriedades físico-químicas, como por exemplo a viscosidade, do óleo ao qual é
adicionado, e que sua composição química não sofre nenhum tipo de dissociação, sendo
um composto extremamente estável.
Pode-se inferir que o aumento na sangria do óleo base se deve ao fato de que o
espessante da graxa não reteve o Militec-1, implicando que o mesmo modifica somente as
propriedades mecânicas da mistura com a graxa, como a resistência ao atrito do sistema
mecânico de aplicação, evidenciando sua eficiência ao potencializar a ação da graxa
lubrificante.

5. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a SKF do Brasil Ltda., em especial o Engenheiro Paulo


Henrique Manoel pelo apoio e disponibilização do minilaboratório de análise de graxa TKGT
1 da SKF.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, L. F. N. Determinação de Metais em Óleos Lubrificantes Utilizando a Técnica


de Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Induzido por Lazer. 2016. 88 f. Tese
(Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2016.

FREITAS, L. F. Elaboração de um plano de manutenção em uma pequena empresa do


setor metal mecânico de Juiz de Fora com base nos conceitos da manutenção
preventiva e preditiva. 2016. 96 f. Monografia – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz
de Fora, MG, 2016.

FREITAS, P.V.O. Manutenção preditiva por análise de vibração: estudo de caso de


uma indústria metalúrgica. 2013. 79 f. Monografia – Universidade Federal do Pará, Belém,
PA, 2013.

HOLANDA, S. M. S. Aplicação da manutenção preditiva por análise de vibrações em


equipamentos de trens urbanos com plano de manutenção proposto. 2016. 99 f. Tese
(Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, 2016.
Militec Brasil. Disponível em: <http://militecbrasil.com.br>. Acesso em 12 out.2017.
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Universidade Federal de Lavras - UFLA

SANTOS, F. S. Aplicação do modelo pressão-estado-resposta (PER) em área


susceptível à contaminação com resíduos de óleos lubrificantes. 2013. 118 f. Tese
(Mestrado) – Universidade Federal da Paraíba, Joâo Pessoa, PB, 2013.

SKF, M. P. Instruction for Use – Test Kit Analysis Grease TKGT 1. Proc. In CD-ROM, 2011.

7. NOTA DE RESPONSABILIDADE

Os autores são os únicos responsáveis pelo que está contido neste trabalho.

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