Uma ferramenta fundamental para o PCM que vai auxiliar você no planejamento, na execução e até no controle da manutenção são as Ordens de Serviço. E o objetivo desta parte é, como fazer todo o fluxo das ordens de serviço, tornar esse fluxo eficiente e tirar o melhor proveito dessas ferramentas.
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Para isso, vamos analisar os tópicos apresentados a seguir.
1. Identificação da demanda de manutenção;
2. Solicitação de Serviço; 3. Ordens de Serviço.
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Com essas etapas, será possível montar, manter e controlar o setor de manutenção, e essas serão as principais ferramentas que o PCM vai utilizar ao transformar seu planejamento em algo tangível e executável, ou seja, essa é a forma de transformar o planejamento em operação.
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1. IDENTIFICAÇÃO DA DEMANDA DE MANUTENÇÃO
As demandas de manutenção, ou seja, as necessidades de manutenção
podem ser identificadas como: previsíveis e imprevisíveis. As demandas previsíveis são aquelas que ocorrem frequentemente e de forma padronizada, assim é possível saber com antecedência que esse tipo de manutenção deverá ser executado. Por exemplo: as manutenções preventivas e preditivas, as inspeções e as lubrificações. As demandas imprevisíveis são aquelas que ocorrem aleatoriamente, como as corretivas (emergencial ou programada).
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As necessidades de manutenção podem ser identificadas pela própria área de manutenção ou pela operação. Sendo a identificação das demandas total responsabilidade do setor de manutenção, pois é o PCM que deve elaborar os planos, já que detém as informações técnicas para definir o que deve e o que não deve entrar no plano de manutenção. Contudo, a operação também pode auxiliar na identificação das manutenções previsíveis. Já as necessidades das manutenções imprevisíveis são geralmente identificadas pela operação, pois ao ocorrer uma falha ou ao começar a dar indícios de um problema, o operador acaba sendo o primeiro a perceber e identificar o problema, informando o setor de manutenção.
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Os passos para identificação da demanda de manutenção 1) identificação do problema; 2) identificação da possível causa do problema; 3) identificação dos efeitos que o problema está causando; 4) identificação do nível de prioridade; 5) identificação do tipo de manutenção que será necessário.
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Identificação do problema: tem por objetivo deixar claro qual foi o problema identificado para facilitar a compreensão do que deve ser feito. Por exemplo: queda de disjuntor, superaquecimento de motor, rolamento trancado etc. Em alguns casos, pode ser feita uma padronização dos termos utilizados, por exemplo: quebra, parada, ruído, aquecimento, vibração, desligando, não funciona etc. Para cada máquina, ou até componente, elabora-se uma lista predefinida com os tipos de defeitos, assim, ao relatar uma falha, usa-se o termo específico.
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Identificação da possível causa do problema: tem por objetivo deixar claro a possível causa do problema já relatado, de forma a haver um primeiro registro das causas das falhas. Nesse ponto, é preciso ter cuidado, pois uma pista (uma suspeita de causa) falsa é pior do que nenhuma pista, ou seja, uma pista falsa pode afastar você do caminho certo. Isso é importante para salientarmos que a causa do problema deve ser bem especificada caso haja fundamento para isso. Por exemplo: “um motor elétrico parou de funcionar, e o motivo foi causado queda de energia elétrica. Assim, a manutenção sabe que ao reestabelecer a energia, o motor voltará a funcionar. Mas se a causa fosse “a queima da bobina”, a equipe de manutenção entenderia que é necessário retirar o motor, levá-lo para a oficina, estudar as causas dos problemas etc.
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Prof. 2021 Identificação dos efeitos que o problema está causando: tem por objetivo deixar claro como certo problema está afetando a operação, ou risco de acidentes aos trabalhadores. Isso vai dar ao PCM uma noção da gravidade do problema. Por exemplo: “um motor parou e está causando perdas de produção em outras máquinas, pois não há fluidez no processo produtivo”. Neste caso, sabe-se que a cada segundo sem ação o prejuízo é enorme, pois além de não produzir, ainda está ocasionando perdas. Mas se o exemplo for: “um motor parou, mas a máquina não precisa ser usada, pois há uma máquina reserva”. Nesse caso, o PCM entende que não há grandes perdas, e assim pode planejar com mais qualidade e eficiência o que deve ser feito nessa situação.
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Identificação do nível de prioridade: tem por objetivo dar ao colaborador que detectou a necessidade de manutenção a chance de dizer o nível de prioridade, ou seja, o quanto a resolução do problema deve ser importante também para o PCM, assim como é para ele. Uma boa forma de fazer isso é novamente padronizar as nomenclaturas. Por exemplo: (a) Nível Baixo, quando não houver perdas imediatas, nem em curto prazo; (b) Nível Médio, quando não houver perdas ou poucas perdas imediatas, e perdas em curtíssimo prazo; (c) Nível Crítico, quando houver perdas imediatas e que continuam em curto prazo; (d) Nível Atenção, quando houver riscos iminentes aos colaboradores; e (e) Nível Alerta, quando houver risco com os colaboradores. Assim, ao destacar que o problema da parada do motor é crítico e de alerta, o PCM saberá que está causando perdas para a empresa e risco aos colaboradores, com isso, a ação de manutenção deve ser o mais breve possível.
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Identificação do tipo de manutenção que será necessário: tem por objetivo deixar claro qual é o tipo de manutenção necessário para o caso em questão, por exemplo: “será necessária uma rota de lubrificação para o motor”; “será necessária uma manutenção corretiva para o conserto do motor”, e assim por diante. Dessa forma, uma necessidade de manutenção será feita de forma adequada quando o problema foi descrito com todos esses pormenores. E isso faz toda a diferença no momento do planejamento da manutenção. Exemplos de boas identificações de demandas de manutenção.
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Exemplo 1: o motor RL-X23-MT0003 está apresentando forte ruído devido ao desalinhamento da base do motor. Esse problema não está afetando a produção, porém apresenta grande desconforto para a audição do colaborador, e se não for consertado pode vir a causar danos no motor. Nível Médio e Atenção. Necessita de uma corretiva. Exemplo 2: o rolamento BM-1579-AS-ROL10 precisa ser lubrificado a cada 10 semanas devido ao desgaste natural, conforme indicado pelo fabricante. A falta de lubrificação pode levar à quebra do rolamento, parando a produção da máquina. Nível Médio. Necessita de uma preventiva e rota de lubrificação.
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Exemplo 3: o disjuntor QC07-BR2-DJ.F-2 está apresentando superaquecimento por causa não identificada, e se vier a desarmar pode parar todas as máquinas do setor de fundição. Nível médio. Necessita de uma preditiva para descobrir as causas. Exemplo 4: A lâmina AAV-12VC-X27.2 quebrou devido a mau uso e parou a produção. Nível Crítico. Necessita de uma corretiva emergencial. Uma vez que o problema for identificado corretamente, deverá ser transformado em uma Solicitação de Serviço.
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A SOLICITAÇÃO DE SERVIÇO
A Solicitação de Serviço (SS) é um pedido de execução das atividades de
manutenção. Como um pedido, o status deve ser de análise, ou seja, se a SS será aceita ou não após uma avaliação. Nesse caso, a análise da solicitação é o próprio planejamento do PCM. A SS é um documento oficial da empresa e pode ser feito de forma física (papel, fichas, etiquetas) ou de forma digital (planilhas, programas, aplicativos), porém, independentemente da forma, o essencial é que tudo seja catalogado e armazenado.
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Quem faz a solicitação de serviço? PCM; Técnicos de Manutenção; Operação; Gestores. Após identificar as demandas de manutenção e definir quem serão os responsáveis por solicitar serviços de manutenção, vamos ver o que deve conter numa solicitação de serviço.
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Nome do colaborador: para identificar quem fez a solicitação. Isso é importante para o PCM procurar esse colaborador a fim de planejar a execução do serviço, e da mesma forma ocorre para o técnico executar o serviço. Além disso, o colaborador que faz a SS se torna o responsável por acompanhar, cobrar e ajudar a solucionar o problema, e ainda é o colaborador que dará o aval final com relação à execução do serviço, se foi satisfatória ou não. Função/Cargo: principalmente para saber em qual dos 4 grupos o colaborador está inserido. Setor: para deixar claro onde encontrar o colaborador. Esse campo é importante para empresas grandes com milhares de colaboradores. Podendo não ser só a definição de setor, mas ir até área, subárea, linha, e até mesmo a nível de máquina. Prof. Alberto Silva 2021 Turno/período: para que seja possível identificar em qual turno está havendo ou houve o problema, e em qual turno encontrar o solicitante. Data da SS: para ficar registrado quando foi feito a solicitação, e a partir dessa data começar a contagem de quanto tempo foi necessário até a resolução do problema. Número da SS: toda SS deve ser identificada com um número único e intransferível, de forma que com aquele número a SS seja facilmente rastreada e identificada. É o CPF da SS, identificação que a torna única. Identificação da demanda: a descrição do problema encontrado da forma como foi explicada anteriormente.
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Modelo básico de uma SS
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Essas são as informações básicas, porém alguns locais ainda preferem que a ficha ou tabela seja assinada. Após preenchida a SS, uma via deve ficar com o solicitante (e seu setor), para que ele possa fazer a gestão de suas solicitações, e outra via da SS deve ser encaminhada ao PCM (setor de manutenção), de forma que o PCM possa planejar o serviço e fazer a gestão de todas as SS enviadas. Essas vias podem ser físicas ou digitais ou até mesmo as duas formas. E devem ser devidamente registradas e armazenadas. Note que as SS são documentos oficiais internos da empresa e servem como prova documental. Perceba que na tabela acima, o solicitante pede uma corretiva emergencial. O que ocorre na prática é que a manutenção deve ser imediata, não dando tempo hábil para que seja aberta uma SS, enviada ao PCM, planejada e etc. Assim, é adotada a prática de solicitação de manutenção emergencial. Prof. Alberto Silva 2021 Solicitação de manutenção emergencial Essa solicitação é normalmente feita de forma rápida e eficiente, ou seja, é um pedido ou chamado (via rádio, internet, pessoalmente, alarme sonoro, alarme luminoso, ligação etc.) para que seja acionada a manutenção o mais rápido possível, de modo que a equipe de manutenção também possa agir o mais rápido possível. Contudo, isso não exclui a necessidade da documentação escrita (física ou digital). Por isso, uma ficha é feita exclusivamente para chamadas emergenciais, e alguns pontos devem ser adicionados à ficha.
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1. Ocorreu parada de maquinário (de produção)? 2. Se sim, de qual horário até qual horário? 3. Quando (horário) foi acionada a manutenção? 4. Em que momento (horário) a equipe de manutenção chegou para resolver o problema? 5. O problema foi resolvido? Não, Sim, Parcialmente? 6. Quando (horário) a equipe de manutenção liberou novamente a máquina para uso? 7. Descrição da atividade da manutenção (preenchimento técnico).
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Prof. Alberto Silva 2021 Ordem de serviço As Solicitações de Serviço dão origem às Ordens de Serviço (OS). Como o próprio nome já indica, a Ordem de Serviço é a autorização para que o serviço solicitado seja realmente executado. Nesse ponto, entende-se que o PCM já avaliou todas as circunstâncias do planejamento, segundo o tipo de manutenção que foi solicitado, e que após a avaliação, o PCM teve como conclusão de que o serviço deve ser executado.
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As informações que devem conter numa OS Nome do colaborador solicitante; Função/Cargo; Setor; Data da SS; Número da SS; Número da OS; Data planejada para a execução da OS; Nome do(s) técnico(s) responsável(is) pela execução;
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Identificação da demanda; Descrição do que deve ser executado; Descrição do que foi executado; Data da conclusão da atividade; Registro da parada de produção, se houve, e por quanto tempo; Abertura de SS subsequente; Materiais usados.
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Prof. Alberto Silva 2021 Após a OS finalizada, a SS e a OS devem ser dadas como concluídas. Assim, a operação deve sinalizar com um OK na SS, e o PCM também deve sinalizar com um OK na OS. O preenchimento detalhado e exato da OS é o principal feedback do PCM.