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A PSICOMOTRICIDADE COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM PARA ALUNO COM DEFICIÊNCIA


FÍSICA NO AMBIENTE ESCOLAR*

Edilene dos Santos Calda


Costa****
Iranildes Santos******
Maria José Ribamar Cruz********
Maria Cristina Frazão
Azevedo**********
Marion de Fatima Lima
Nunes************
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO - IESF

RESUMO
A importância da psicomotricidade na vida do aluno com deficiência física ao
frequentar uma escola regular, seja a escola preparada com uma estrutura e
profissionais especializados, tem como finalidade o crescimento significativo tanto
para estes alunos quanto para aqueles que não possuem deficiência , pois
aprendemos muito uns com os outros. O papel da psicomotricidade na inclusão dos
portadores de necessidade especial na educação regular e a aquisição de
habilidade motoras com atividades que explorem comunicação , afetividade,
corporeidade, coordenação motora, esquema corporal temporal organização e
estruturação espaço temporal tendo assim a consciência de si mesmo e do mundo
exterior.
A educação é uma necessidade social, portanto a psicomotricidade venho para
ampliar a participação de todos os estudantes, as relações sociais residem em
permitir que o aluno portador ou não de necessidade especial de interagirem entre si
aprendendo a lidar com as diferenças. Diante disso esse estudo teve como
metodologia descritiva vem mostrando alguns pontos essencial para educação tendo
a psicomotricidade como ferramenta de aprendizagem para alunos com deficiência
física no ambiente escolar. A psicomotricidade trabalhada de forma correta é capaz
de contribuir de forma significante na vida do aluno com deficiente física.

Palavras Chave: Psicomotricidade. Educação Especial. Deficiência Física.

1 INTRODUÇÃO

Na atualidade podemos observar a necessidade e os desafios


encontrados pelos alunos com deficiência física na escola. Com isso a
psicomotricidade deve ser pensada e considerada como uma ferramenta que ao
longo dos anos vem sendo cada vez mais usada no desenvolvimento desses alunos.
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Desta forma, parte-se do seguinte problema: Como a psicomotricidade


pode estimular os alunos com deficiência física no ambiente escolar para tal
proposito, traçou-se dessa forma o objetivo geral: Definir o processo da
psicomotricidade para aprendizagem do aluno com deficiência física. A pesquisa
vem trazer a taxionomia de Vergara (2014) quanto aos fins é descritiva, porque visa
desencadear pontos essenciais para a perspectiva da pesquisa revelando pontos
imprescindível para refletir sobre a psicomotricidade como ferramenta de
aprendizagem para alunos com deficiências física , no ambiente escolar e
bibliográfica ,pois há a necessidade de se recorrer a uma vasta literatura , livros,
periódicos, revistas e entre outros.
Para a elaboração do marco teórico do trabalho, assim dará um suporte
mais eficaz para a pesquisa.
Assim, a relevância desse estudo está por apresentar um conhecimento
pautado para desenvolver habilidades dos alunos com deficiência física,
intensificando a aprendizagem e a auto estima dos alunos no ambiente escolar.
Nesse sentido, séria primordial analisar o processo de aprendizagem a
partir da psicomotricidade do aluno com deficiência física, assim compreender o
processo de aprendizagem do aluno com deficiência física e por fim aplicar uma
proposta que desenvolva as habilidades a partir da psicomotricidade dos alunos com
deficiência física.

2 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM A PARTIR DA PSICOMOTRICIDADE DO


ALUNO COM DEFICIÊNCIA FISÍCA

Psicomotricidade é um termo empregada para uma concepção de movimento


organizado e integrado em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação
é resultante de sua individualidade.

A psicomotricidade representa a maturação do sistema nervoso cultural, é


compreensível que o problema psicomotores, mais do que os motores, sejam
evidenciados pelos alunos com dificuldades de aprendizagem.

Sabe-se hoje em muitas instituições escolares podemos presenciar muito alunos


com deficiência física a psicomotricidade vem sendo desenvolvida ao nascer até
quando o ser humano não precisa mais..

Para ter um maior aprofundamento do tema vamos fazer uma leitura reflexiva com
base em alguns autores.

2.1 Histórico da Deficiência Física

Andar, correr, saltar, escalar e entre outras habilidades motoras, foram


fundamentais para os homens primitivos, pois caçar, lutar ou fugir era de grande
necessidade para a sua sobrevivência, porém as pessoas com deficiência nesta
época não eram aceitas, pois colocavam em risco o seu grupo e também como a
grande maioria eram nômades atrasavam e atrapalhavam seu deslocamento.
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Tezani (2004,apud.BIANCONI;MUNSTER,2009,p.6012-6013).eles
relatam que:

As pessoas com deficiência sofreram os mais variados tipos de


preconceitos. Na antiguidade, foram abandonadas pelos seus grupos por
não possuírem corpos perfeitos para a guerra, na idade média trabalharam
como bobos da côrte, também já foram vistos como diabólicos pela
deformação corporal, e por fim com um avanço da biologia e da medicina a
deficiência foi vista como um problema orgânico, e no século XVIII, com os
avanços e descobertas dos cientistas anteriores, a deficiência passou a ser
relacionada a causas naturais, e não mais atribuída à vontade divina.

Iniciava-se o tratamento das pessoas com deficiência. “No século XVIII,


foram desenvolvidas terapias recreativas e esportes para pessoas portadoras de
deficiência. Na Europa” (SILVA, 2008, p. 85). “Outro marco foi o fim da II Guerra
Mundial, em que as pessoas mutiladas buscavam uma reabilitação, que acabou
sendo possível e complementada pelo esporte adaptado” (SILVA, 2008, p. 86). A
esse respeito Cardoso (2011, p. 531), comenta:

O término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um marco para a


evolução do desporto adaptado para pessoas com deficiência, muitos
soldados retornavam aos seus países, traziam em seu corpo marcas que
jamais esqueceriam. O pós guerra deixou soldados mutilados, com
distúrbios motores, visuais e auditivos, isto fez com que seus governos
tomassem uma série de providências sobre a qualidade de vida desses
indivíduos, com isso muitos começaram a ter acesso as práticas esportivas
e atividades físicas adaptadas como forma de tentar minimizar as
adversidades causadas pela guerra.

Então, a partir deste marco, questões referentes a buscar por melhorias


para essas pessoas com deficiência foram sendo mais discutidas e assim leis foram
sendo criadas para melhor atender e igualizar todas as pessoas com ou sem
deficiência. Como comenta (GREGUOL, 2013, p. 4) “A inserção de alunos com
deficiência física nas instituições escolares viria a acontecer anos mais tarde,
acompanhando a tendência de inclusão social manifestada pela sociedade, baseada
no modelo de direitos humanos e de direitos sociais’’.
Em 24 de outubro 1989 foi criado a lei 7.853 que trata do Direito das
pessoas portadoras de deficiência, dispondo sobre o apoio das pessoas com
deficiências e sua integração social.Com a legislação, nasce uma forma de se olhar
para as pessoas com todos os tipos de deficiências. Maciel (1998, p.55) aponta que
a deficiência física implica falha nas funções motoras. Na maioria das vezes, a
inteligência fica preservada, com exceção dos casos em que as células da área da
inteligência são atingidas no cérebro. Existem uma variedade de condições que
afeta a mobilidade e a geral de membro ou da fala, pode ser causada por lesões
neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, malformações congênitas ou por
condições adquiridas.
Entende-se a deficiência física como uma desvantagem, resultante de um
comprometimento ou de uma incapacidade que limita ou impede o desempenho
motor de determinada pessoa.
De acordo com (ARAUJO; LORENZINI,1995, p.63) de modo geral, incluiu-se
no grupo de deficiências físicas os portadores de todos os tipos de deficiências físicas
e de problemas orgânicos ou de saúde, decorrentes de causas congênitas ou
adquirida.
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Assim pode-se dizer que o grupo de deficientes físicos é bastante


heterogêneo, que dada essa diversidade de deficiências, podemos citar aqui
inúmeras causas para sua etiologias. Vejamos algumas causas mais comuns:
Paralisia Cerebral: Por prematuridade, anoxia perinatal, desnutrição
materna, rubéola ,toxoplasmose, trauma de parto, subnutrição ,e outros.
Hemiplegias: por acidente vascular cerebral, aneurisma cerebral, tumor
cerebral e outros.
Lesão Medular: Por ferimento por arma de fogo, ferimento por arma
branca, acidentes de trabalho, mergulho em aguas rasas, traumatismo diretos,
quedas, processo infecciosos, processo degenerativos e outros.
Amputações: causas vasculares, traumas, mal formações congênitas,
causas metabólicas e outras.
Malformações congênitas: Por exposição á radiação, uso de drogas,
causas desconhecidas.
Essas são algumas possíveis causas que conduzem a uma deficiência
física a paralisia cerebral é uma das mais comuns manifestações da deficiência
física. Dependendo da área do cérebro afetada a pessoa terá comprometimentos
motores, na linguagem e na inteligência. Sendo assim a paralisia não pode ser
confundida com deficiência mental.
De acordo com o Decreto n° 5.296 de 2 de dezembro de 2004,

deficiência física é: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos


do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física,
apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida,
exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para
o desempenho de funções.

A declaração de Salamanca (1994) ‘’As pessoas com necessidades


educacionais especiais devem ter acesso ás escolas comuns, que deverão integrá-
las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender essas
necessidades’’.
Vem nos assegurar o direito a educação das pessoas com necessidade
junto com a Lei nº 9.394/96 de Diretrizes Nacionais para Educação Especial na
Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº2/2001, no artigo 2ºdeterminam que:

Os sistema de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo ás


escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando as concessão de qualidade para
todos(BRASIL, 2001).

Por tanto esses documentos vem assegurar o acesso dos alunos na


educação A escola nos dias atuais tem problemas pertinentes ao acesso dos alunos
com deficiência física ,como deslocamento até o estabelecimento de ensino ,
estrutura física do prédio escada inadequada, condições financeira insatisfatória
para se manter na escola, corpo administrativo docente despreparados para receber
esses alunos.

2.2 Psicomotricidade
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Para inicio de conversa vamos saber um pouco da psicomotricidade? A


Psicomotricidade é um “campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e
as influências, recíprocas e sistémicas, entre o psiquismo e a motricidade”
(FONSECA, 2001). O mesmo autor considera o ser humano como uma unidade que
atua sobre a sua totalidade, centrando a sua atividade no corpo, no movimento e no
ato com o objetivo de proporcionar um correto desenvolvimento global.
Em seguida serão abordados alguns impulsionadores que levaram à
criação desta área do saber e a sua contribuição para o campo da educação.
Pode-se destacar que a origem da Psicomotricidade remonta à
antiguidade, nascendo com a própria história do corpo que veio a sofrer grandes
transformações ao longo do tempo, sendo portanto indispensável referir a evolução
da mesma (VIEIRA; BATISTA; LAPIERRE, 2005). O corpo sempre ocupou um lugar
de destaque na cultura grega.
Platão afirmava que havia uma separação entre o corpo e a alma,
considerando o corpo apenas um lugar transitório da existência humana; Aristóteles
(384-322 a.C.) via o homem como uma certa quantidade de matéria (o corpo)
moldada numa forma (alma); e Descartes falava do dualismo entre o corpo e a alma.
Em 1870, surgiu o termo “psicomotor” quando Fritsch e Hitzig precisaram
designar uma área do córtex cerebral, distinta da motora, cuja atividade seria algo
semelhante à “junção entre a imagem mental e o conhecimento” (COSTA, 2008)
O psicólogo suíço Jean Piaget( Ano, p 10.) afirmou o seguinte: “A criança
conquista as bases da sua capacidade de pensar partindo da ação vivida”. Isso
significa que a psicomotricidade deve ser pensada e considerada como um
movimento em busca de finalidades cognitivas e expressivas, e os pais devem ser
informados a respeito, de forma a dosarem a sua interferência.
No inicio do século XIX através das observações acerca do
desenvolvimento neurológico pela necessidade de nomear as zonas do córtex
cerebral mais além das regiões motoras, inicia o interesse pela psicomotricidade, os
primeiros relatos sobre a psicomotricidade surgiram com o neuropsiquiatria infantil
Dupré que chamou a atenção para a debilidade motriz, que parecia isolada mas
estava com frequência associada a déficits intelectuais.
No Brasil, a psicomotricidade foi introduzida em meados da década de 70,
trazida por profissionais oriundos da Europas. Nesta época, as práticas eram
direcionadas a educação e reeducação. Psicomotora. E em 1976, com a estada de
Françoise Desabeau, uma das pioneiras em psicanalise infantil, foi introduzida a
terapia psicomotora que propunha a substituição das técnicas instrumentais por
atividades mais livres, valorizando o jogo e o brincar. Assim em 1980 foi fundada a
sociedade brasileira de psicomotricidade.
Fonseca (1987) salienta que a evolução da psicomotricidade deve ser
perspectivada desde o desenvolvimento da motricidade fetal, que pode ocasionar
alterações no desenvolvimento integral da criança. A prática psicomotora, de fato,
orienta os alunos em atividades que a levam a tomar consciência de mecanismos
motores, de gestos e movimentos, a partir dos mais simples aos mais complexos. O
desafio é fazer da escola, uma escola que se especialize em promover a
aprendizagem de todo o aluno sem exceção, respeitando a singularidade de cada
sujeito.
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2.3 A psicomotricidade no processo de aprendizagem para alunos com


deficiência física

A psicomotricidade é uma abordagem que torna-se importante para a


aprendizagem dos alunos dentro e fora do ambienta escolar e principalmente para
alunos com deficiência física, está é a primeira abordagem à surgir em meados dos
anos 70 com Dupré que sofreu forte influência de Jean Le Bouch. Darido e Ragel
(2014) afirmam que essa engloba o desenvolvimento do aluno com deficiência física,
com o ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores,
buscando garantir formação integral do aluno.

A psicomotricidade consiste em uma ciência que tem como objeto de estudo


o homem por meio do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo
interior e exterior bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir
com o outro, com objetos e consigo mesmo (AQUINO et al.,2012, p. 246).

Xisto e Benetti (2012, p. 1835) comenta que “[...] a psicomotricidade


possui impacto positivo no pensamento, no conhecimento e nos domínios cognitivos
dos alunos”.
Pode-se dizer que a Psicomotricidade enquanto processo de socialização
tem muito a contribuir de forma significativa para a integração do aluno no meio
social a partir do momento que se trabalha brincadeiras direcionadas faz com que
aconteça a interação entre os educandos, proporcionando a interação desta com
colegas, professores e ao longo do tempo vai auxiliando no desenvolvimento da
autoestima, o incentivando seu desenvolvimento corporal. Visto a psicomotricidade
uma área muito ampla que atua na educação, na reeducação e como parte
terapêutica, auxiliando na evolução de cada indivíduo, pois trabalha o esquema e a
imagem corporal, proporcionando aos alunos significativa para a integração da
criança, do jovem, do adulto no meio social,
Os alunos que apresentam alterações musculares, ortopédicas,
articulares ou neurológicas que podem comprometer seu desenvolvimento
educacional. Quando estas alterações acarretarem dificuldades no processo de
aprendizagem, o aluno deve receber atendimento psicopedagógico, recursos
didáticos adaptados e equipamentos especiais que facilitem seu processo de
construção do conhecimento.
Rezende, Moreira e Torres (2014, p. 491) firmam que:

É possível considerar que as aulas de EFA com base na psicomotricidade


voltadas para as PCD influenciam positivamente no seu desenvolvimento
global, oportunizando melhores condições motoras de aspectos cognitivos e
sociais, o que implica em melhor qualidade de vida. Portanto, quanto mais
amplo for o trabalho psicomotor com as PCD, não só na Educação Física,
mas em todas outras atividades desenvolvidas, a literatura demonstra que a
probabilidade destes indivíduos obterem uma melhora significativa em sua
qualidade de vida é grande.

Negrine (1986) e Vitor da Fonseca (1987), também afirmam que a


“Psicomotricidade” é atualmente concebida como integração superior da
motricidade, produto de uma relação inteligível entre alunos e o meio onde vive. Pois
é uma ação educativa integrada e fundamentada na comunicação, na linguagem e
nos movimento naturais consciente espontâneos de cada pessoa, tem como
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finalidade fazer a interação do estudante no ambiente escolar por meio das


experiências sensório-motoras, emocionais, afetivas, cognitivas, espirituais e sociais.
Os alunos com deficiência têm o processo de aprendizagem ás vezes
muito lento dependendo do tipo de sua deficiência física, muito acontece nos
momentos de interação no ambiente escolar que muitas vezes começa na educação
infantil. Os alunos com deficiência física possuem potencial para ter um bom
desempenho nas atividades motoras, cognitivas, e afetivas mesma com suas
limitações. Porém é necessário que nós enquanto profissionais da educação criem e
der essa oportunidade de forma diferenciada, oferecendo um ambiente escolar
atrativa e inclusiva., respeitando a diversidade e os alunos como sujeitos que
merecem um olhar diferenciado (não preconceituoso ou discriminatório) por parte do
professor.
Por tanto a psicomotricidade é um instrumento valioso que também é
desenvolvida dentro das salas de atendimento especializado (AEE) ajudando no
processo de desenvolvimento integral dos alunos com deficiência física, torna
aprendizagem significativa, por meio de atividades psicomotoras que envolvem as
coordenações motoras, percepção temporais, percepção espacial, imagem e
esquema corporal, lateralidade e equilíbrio afim de sanar as dificuldades de
aprendizagem.
No processo de inclusão a psicomotricidade se torna de grande
relevância no sentido que, para alguns tipos de deficiência física, os movimentos são
necessários para a desenvoltura dos alunos na escola, sabemos que se encontra
em fase de crescimento e por não se movimentarem com frequência podem sofrer o
enrijecimento de alguns músculos, por isso se torna fundamental o uso da
psicomotricidade para esses alunos.
No que tange a inclusão a autora Luiza Guacira diz que:

A inclusão não consiste somente em efetuar a matricula de alunos


deficientes nas escolas, mas, sim em um processo de criar um todo, reunir
os alunos em geral e fazer com que aprendam juntos e tenham sucesso em
sua aprendizagem (SILVA, 2014, p. 40).

Para esses alunos ter acesso aprendizagem precisa também da inclusão


escolar de pessoas com deficiência física é necessário promover adequações no
ambiente escolar e no currículo, considerando as diferenças ocasionadas pelas
condições físicas, como por exemplo: uma criança pode não andar de forma alguma;
outra que anda, mas com alguma dificuldade; uma que precisa de cadeira de rodas
para se locomover e a outra que usa bengala canadense ou muletas. O importante é
que as adaptações necessárias sejam providenciadas de acordo com as
necessidades dos alunos e que sejam removidos os obstáculos que impedem a sua
inclusão escolar.
Alves entende que a psicomotricidade dá condições para o
desenvolvimento e capacidades para aumentar o potencial motor do aluno; ao
utilizar movimentos ele pode atingir aquisições mais elaboradas, assim sendo
qualquer professor bem formado tem condições para fazer um bom trabalho não
somente com o intelectual do aluno, mas também de forma integral, corpo e mente.

O papel do professor na psicomotricidade é de saber usa-la como uma


ferramenta onde ele tenha o conhecimento desta como um diálogo entre as
outras áreas de estudo, pois está voltada para a organização afetiva, mora,
social e intelectual do indivíduo, acreditando que a criança é um ser ativo
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capaz de se conhecer cada vez mais e de se adaptar ás diferentes


situações e ambientes (ALVES, 2008, p.137).

Para facilitar o trabalho dos professores com alunos com necessidades


educacionais especiais - deficiência física, faz-se necessário que os profissionais
que atuam em seu processo pedagógico conheçam a diversidade e a complexidade
dos diferentes tipos de deficiência física. Esse conhecimento é necessário ao
docente para ajudá-la a elaborar estratégias de ensino de forma a desenvolver
programas pedagógicos que focalizem o potencial dos alunos e não suas limitações
O profissional terá que buscar na psicomotricidade recursos para que este
alunado possa desenvolver e adaptar-se cada vez melhor ao meio em que foi
inserido. Para o autor Gilberto Martino (Ano, p 08.) o “educador destes indivíduos
deverá basear-se numa ação pedagógica que possa ser reprodutora e viabilizadora”
das normas da sociedade para que assim estes alunos possam conviver sem
dificuldades na sociedade.
Para a autora Silvia, o educador deve conceber o trabalho com os alunos
com deficiência física uma,

Oportunidade de estar com um aluno com deficiência, matriculado em sua


classe, se procurar agir com naturalidade, não evite a comunicação por medo
de dizer alguma coisa errada; o aceite como ele é e não o ignore. (SILVIA
2014, p.40)

Pois, este sabe que o aluno em processo de formação terá mais ansiedade para
descobrir o que a escola pode lhe proporcionar. Nesse caso cabe ao docente buscar
o conhecimento para uma boa prática em sala de aula, sendo capaz de estimular os
alunos para uma prática diferenciada, visando o interesse, a alegria em ir à escola,
porque sabem que lá tem alguém que os incentiva a buscar novos desafios e que os
ajuda a superar as dificuldades.

3 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

A partir do congresso de Salamanca sobre educação especial se pode


observar várias mudanças no que tange à educação de pessoas deficientes e
também no que diz respeito aos seus direitos enquanto pessoas humanas,
portadoras principalmente de direitos à educação e saúde. Portanto, a estes “devem
ser dada a oportunidade de atingir e manterem o nível adequado de aprendizagem”.
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p.1).
O educador dever conhecer cada um que está em sua classe para que
assim possa trabalhar melhor, sabendo que cada aluno tem suas particularidades e
que, como profissional da educação, ele deve respeitar a particularidade de cada
um, independentemente de ser ou não deficiente.

É importante que o professor, atente para os aspectos fundamentais,


em sua pratica educativa, que lhes possibilitem a maximização de
suas potencialidades, de forma a ajuda-los a conquistar o lugar a que
tem de direito na sociedade. (SILVIA, 2014, p.47)
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A autora vem nos mostrar que não é suficiente saber o tipo de deficiência
dos alunos, mas é preciso que o educador esteja preparado para exercer sua função
de indicador do caminho, para que os alunos possam caminhar.
Para esse educador uma formação contínua, onde o mesmo seja
capacitado para uma intervenção eficaz na aprendizagem deste aluno deficiente,
sabendo que a deficiência não deixa o aluno incapacitado, e que com a sua força de
vontade será capaz de aprender, se o professor for capaz de acolhê-lo como aluno e
não como deficiente, sabendo que todos nós somos capazes de aprender
independentemente de nossas condições físicas.
O professor habilitado no trabalho com alunos deficientes físicos não
pode pensar apenas em sua classe, mas terá que conhecer os trabalhos que outros
realizam a nível local e regional, capacitando-se cada vez mais não somente para
trabalhar com os alunos, mas também para orientar os pais.
Fonseca diz que a formação destes profissionais deve,

Ser norteada por blocos onde o primeiro bloco o docente aprenda com
experiências na pratica, investigações formativas e especializadas, o segundo
mais teórico com estudos de diagnósticos e as diversas deficiências, e o
último bloco a formação mais no âmbito das ciências de educação
(FONSECA, 1995, p.220-221).

De acordo com este autor a formação dos docentes que irão trabalhar
com estes alunos é de fundamental importância, pois servirá para um melhor
conhecimento das necessidades que os mesmos enfrentarão, sabendo que pela lei
da inclusão não é possível se recusar em trabalhar com esses alunos. A formação
não é algo de um mês, ou de duas vezes por semestre, mas deve ser permanente,
pensando que este docente irá trabalhar com alunos deficientes, portanto, terá mais
exigência que outros profissionais, pois o mesmo se dedicará em adequar sua
metodologia à deficiência do seu aluno.
Trabalhar com a psicomotricidade nas aulas é uma das formas de
compreender a aprendizagem desse aluno por isso deve ser desenvolvida em um
planejamento organizado e interdisciplinar com o objetivo de desenvolver a
atividades censórias motoras, equilíbrio, agilidade, lateralidade, coordenação
motoras jogos.
Essas são consideradas estratégia de suportes para desenvolvimento
psicomotor e para superação de dificuldades dos movimentos. são aspectos
trabalhados na Psicomotricidade, atuando diretamente nas áreas emocionais,
psicológicas, intelectuais e sociais de cada aluno.
O papel dos educadores torna-se essencial, adquirindo conhecimento de
todas essas áreas e da condição em que os alunos se encontra, buscando
alternativas viáveis e necessárias para o crescimento e desenvolvimento integral
deste indivíduo, trabalhando atividades específicas dentro da sua deficiência como o
movimento do corpo, com maneira expressiva, mímica e gestual ,experiência dos
objetos, tocando-os ,agarrando, manipulando e assim cada vez mais estará
desenvolvendo sua aprendizagem.
Ressaltamos que as atividades que desenvolvem a psicomotricidade
ajudam o aluno a melhor tomadas de consciência do seu corpo integrada as
emoções afim de se reencontrar o caminho da comunicação consigo mesmo e dos
outros.
A psicomotricidade é desenvolvida a todo momento na sala de recursos,
no atendimento especializado educacional, sala de aula, no pátio, nas aulas de
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educação física fazendo a interação dos alunos, sempre na sua limitação. Para
Gallahue (1943, p. 151), deficiência física é “qualquer condição física que interfira na
performance educacional dos alunos e inclui deficiência resultantes de doenças, de
fatores congênitos causas não especificadas”. Ensinar aos alunos com diferentes
capacidades e habilidades é sempre um obstáculo e mais obstáculo ainda é conciliar
o ensino aos alunos com e sem deficiência, porém não é impossível, é um desafio
engrandecedor.
A psicomotricidade agrega ás demais disciplinas curriculares na escola
sem falar que é um instrumento valioso no processo de ensino aprendizagem para
os alunos com deficiência física, contribuindo e tornando uma aprendizagem
significativa através das atividades psicomotoras que envolvem as coordenação
motoras, percepções, temporais, percepções espacial, imagem e esquema corporal,
lateralidade e equilíbrio .sendo a psicomotricidade uma ferramenta socializadora
muito importante, é uma grande aliada no processo do desenvolvimento integral
desses alunos.
Vale ressaltar que cada aluno é único e aqueles com necessidades
educacionais especiais, o professor deve levar em conta as suas particularidades,
respeitando também as limitações, adequando seu planejamento a todos (MOUSSA,
2011, p.6). O educador deve utilizar a psicomotricidade como um alicerce nas suas
atividades, pois permite atingir plenamente a diversidade dos alunos, já que
desenvolve os movimentos, a flexibilidade e a sensibilidade. Pois torna a
aprendizagem mais significativa.

4 A PSICOMOTRICIDADE COMO PROPOSTA PARA DESENVOLVER AS


HABILIDADES DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

4.1 Como a psicomotricidade é desenvolvida dentro da sala de aula

Enquanto educador que tem em sua classe alunos com deficiente física,
sabe que este educar por movimentos se torna essencial uma vez que os alunos
atípicos terá mais dificuldades que os típicos, daí a importância da psicomotricidade
como instrumento que auxilia o profissional da educação na sua metodologia, onde
este busca no seu cotidiano transformar a suas aulas em busca de uma maior
aprendizagem de seus alunos.
A psicomotricidade trabalhada na sala de aula, tem como objetivo
melhorar o desempenho, a interação e o bom êxito dos alunos, onde está deve ser
vista como auxilio na atuação docente em sala de aula, no processo de ensino e
aprendizagem e em particular dos alunos deficientes, porém o professor coloca as
atividades apenas como uma referência e não como uma fórmula.
E assim essas atividades são desenvolvidas dentro da psicomotricidade
ajudando os alunos a melhorar a tomada de consciência de seu do corpo. adquirindo
os comando ,limitações, emoções, acompanhado pelo docente capacitado.
O educador precisa estar atento para perceber as dificuldades dos alunos
com deficiência física para assim poder trabalhar o educando. A psicomotricidade
como uma tarefa não fácil de ser realizada, pois a mesma não define apenas em
realizar movimento do corpo, mas também a ação e emoção como parte integral do
desenvolvimento do indivíduo em formação. o professor tem um papel de
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fundamental importância neste processo de desenvolvimento do aluno, na medida


em que o indivíduo se encontra em formação da própria personalidade; a
psicomotricidade está presente nos menores gestos dos educandos, basta que o
docente saiba como utilizar as atividades para trabalhar os movimentos, fazendo um
planejamento no qual se pense em brincadeiras ,jogos direcionadas .
Quando se trata alunos com deficiências física, é preciso dar uma
atenção especial a esse meio, uma vez que o ritmo de aprendizagem está
intimamente ligado ao contexto social e educacional, pois o “[...] seu aprendizado
dependerá diretamente do vínculo que o próprio educando cria com o meio que vive”
(FREITAS; ISRAEL, 2008, p.1).
A atuação da psicomotricidade dentro da sala de aula, para alguns
autores entendem estar muito englobada pela área da Educação Física, quando se
trata de atuar no âmbito de atividades físicas (LUSSAC, 2009). Todo educador se
tratando ainda mais de um educador físico devera proporcionar ao portador de
necessidade especial um aproveitamento ainda maior do trabalho feito a cerca da
psicomotricidade com ele fazendo com que este aluno aproveite a riqueza da
psicomotricidade lhes pode proporcionar, sendo que um dos quesitos trabalhados
pelo educador físico através da psicomotricidade é o esquema corporal. Aqui
podemos citar algumas atividades psicomotora que pode ser trabalhada:

Equilíbrio é o conjunto estático das aptidões. Abrange o controle postural


e de locomoção.
Lateralidade presente na dominância lateral da mão, olho e pé
(capacitando aptidões adquiridas).
Noção corporal percepção da personalidade da criança. Inclusive, quando
ela toma consciência de seu próprio corpo.
Estruturação espaço – tempo formada a partir da motricidade e das
múltiplas relações com o meio, desenvolvendo a consciência espacial (lugar e
espaço).
Praxia global capacidade de realizar movimentos voluntários pré-
estabelecidos com a intenção de alcançar um objetivo.
Praxia –fina relativa compreensão de todas as tarefas motoras finas
(como os movimentos de olhos e mãos, por exemplo). Aqui, os músculos pequenos
são trabalhados.
Serão trabalhadas da forma geral para a mais especifica, incentivando o
desenvolvimento desses alunos há muitas atividades psicomotoras que podem ser
elaboradas e adaptadas para fomentar a educação dos alunos com deficiência física
e que os docentes precisam estar preparados e em constante evolução para realizar
esse trabalho; deve haver maior integração entre Estado, escola e família para
promover essa educação inclusiva de forma leve, integrante e significativa para
esses educandos.

5 CONCIDERAÇÕES FINAIS

É indispensável a psicomotricidade fica de fora da vida desses alunos


Com base nessa ideia , podemos inferir que é uma das práticas pedagógicas de
suma importância para o desenvolvimento cognitivo dos alunos com deficiência
física , por possibilitar aprendizagem e crescimento do educando de forma prática e
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lúdica. Cabe família o poder de facilitar ou impedir a participação ativa do deficiente


físico nas atividades diárias como ir a escola ,a passeio, a festa tudo vai depender
da maneira como a própria família vai enxergar a deficiência.
A escola nos dias atuais tem problemas pertinentes ao acesso dos alunos
com deficiência física, como deslocamento até o estabelecimento de ensino ,
estrutura física do prédio escolar inadequada, condições financeira insatisfatória
para se manter na escola, corpo administrativo docente despreparados para receber
esses alunos.
Quando se fala em ambiente escolar qual tem sido o seu papel na
inclusão desses alunos. Quando se fala de inclusão escolar de alunos com
deficiência física, deve estar associada no mercado de trabalho e em outros espaços
sociais.
Diante da diferença não podemos fechar os olhos para as pessoas com
deficiências, fingindo que não existem ou que não necessitam conviver na mesma
sociedade, por tanto, devemos ao negar suas deficiências, não considerá-los
incapazes. A família tem um papel fundamental nessa integração da pessoa com
deficiência física na sociedade, dando início na educação infantil.
O uso da psicomotricidade no ambiente escolar tem o papel principal no
desenvolvimento motor, psíquico e físico do aluno com deficiências físicas por meio
de atividade que tenham por finalidade a obtenção e o melhoramento de habilidades
tanto de forma individual quanto coletiva, estimulando assim a promoção de inclusão
por meio do convívio de todos.

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