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Licenciado para - Victor Macambira - Protegido por Nutror.com
Licenciado para - Victor Macambira - Protegido por Nutror.com
© Pablo M. Lima | José Bezerra da Silva Filho, Dr., 2014
Coordenação de design
Jon Barros
Catalogação na fonte
Carmem Araujo
ISBN 978-85-7915-174-3
CDU: 658
65.012.2
Impressão:
GRÁFICA E EDITORA LCR
Tel. 85 3105.7900 | Fax. 85 3272.6069
Rua Israel Bezerra, 633 | Dionísio Torres | Fortaleza | CE
atendimento01@graficalcr.com.br | www.graficalcr.com.br
Impresso no Brasil
Pablo M. Lima
José Bezerra da Silva Filho
INTRODUÇÃO
Parte 1
ORGANIZAÇÕES E GESTÃO
Parte 2
COMPREENDENDO AS ORGANIZAÇÕES VENCEDORAS POR MEIO DE
FUNDAMENTOS
2.2 Estratégia...................................................................................... 54
2.2.1 A estratégia no método LUCRO.S........................................55
2.2.2 Convertendo dados em estratégia ......................................57
2.2.3 Racionalizando a estratégia.................................................58
2.2.4 Método conquistando a estratégia .....................................59
2.2.5 Exemplo de estratégia.........................................................60
2.4 Pessoas.......................................................................................... 69
2.4.1 Fatores motivacionais e de desenvolvimento.....................71
2.4.2 Aspectos formais e informais..............................................75
2.4.3 Departamento de recursos humanos..................................76
2.4.4 Política de recursos humanos..............................................77
2.4.5 Planos de desenvolvimento.................................................80
2.4.6 Plano de cargos e salários....................................................83
2.4.7 Avaliação de desempenho...................................................84
2.4.8 Meritocracia.........................................................................85
2.4.9 Bom senso...........................................................................86
Parte 3
BASE PARA IMPLANTAÇÃO DO MÉTODO LUCRO.S
Parte 4
PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E CONTROLE
Parte 5
SÍNTESE DO MÉTODO LUCRO.S
Referências.................................................................................... 215
INTRODUÇÃO
liderança da organização. Não sendo esse o seu caso, você terá que
fazer o papel de vendedor; e, como bom vendedor, muitas vezes terá
que vender o projeto em etapas.
LUCRO.S é uma metodologia para ajudar gestores a desenvolver
suas organizações, determinado com base em variados fatores, dentre
eles tudo o que aprendemos com a gestão na Antiguidade, com a
ciência, administração, filosofia, gurus de gestão de organizações,
metodologias de empresas de consultoria, formação acadêmica em
exatas, experiências com pessoas, experiências práticas em projetos
de consultoria para organizações, erros e acertos.
O livro se divide em cinco partes. Na Parte 1, tem-se a introdução
das organizações e gestão, em que se tratam assuntos diversos para
contextualizar o tema e apresentar a base para o método LUCRO.S.
Na Parte 2, apresentam-se, em detalhes, os sete fundamentos
e fatores, mostrando os caminhos e contribuindo para que se
compreenda a base que levou à construção do método.
A Parte 3 aborda ferramentas que apoiarão a gestão da
organização. Nessa parte do livro, fala-se da base de gestão por meio
dos processos de planejamento, execução, controle e desenvolvimento.
Na Parte 4, apresenta-se a metodologia do fazer acontecer,
facilitando o processo de implantação do sistema por meio de um
passo a passo. Afinal, na prática, saber o que deve ser feito mostra-
se difícil; entretanto, geralmente o saber como fazer mostra-se uma
barreira intransponível para as organizações.
A Parte 5 traz uma síntese da metodologia LUCRO.S.
Fonte: OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Teoria geral da administração, Atlas 2009.
Fundamentos
a) pensamento sistêmico;
b) aprendizado organizacional;
c) cultura de inovação;
d) liderança e constância de propósitos;
e) orientação por processos e informações;
f) visão de futuro;
g) geração de valor;
h) valorização das pessoas;
i) conhecimento sobre o cliente e o mercado; e
j) desenvolvimento de parcerias e responsabilidade pessoal.
Critérios de avaliação
a) liderança;
b) estratégia e planos;
c) clientes;
d) sociedade;
e) informação e conhecimento;
f) pessoas;
g) processos; e
h) resultados.
2.1 CULTURA
Meio
Maximização dos lucros, para maior retorno à sociedade:
a) qualquer forma de desperdício deve ser evitada (recursos
humanos, materiais, ambientais);
b) muitas vezes, para maximizar o retorno financeiro, o bem
Fim
Maximização do retorno à sociedade com HUMANIDADE e
JUSTIÇA:
a) o produto/serviço deve ter a maior qualidade possível e a
melhor relação custo/benefício para a sociedade;
no mundo atual. É provável que algum dia chegaremos lá. Talvez seja
um estágio além da excelência em gestão. Quando uma organização
chegar ao grau máximo de excelência em gestão, poderá questionar
os modelos organizacionais atuais, e o desenvolvimento virá por meio
de novas metodologias, em que haja um único objetivo: o propósito.
2.1.3 Crenças
As organizações são repletas de crenças, muitas com base em
experiências negativas. Entretanto, os sistemas são vivos, devendo-se
frequentemente rever pontos de vista para se alinhar ao sistema atual,
ao novo cenário. Devemos ter uma visão positiva com relação às pessoas
e aos sistemas, para assim transformar crenças negativas em positivas.
Esse exercício deve ser permanente. O poder de automotivação da
liderança é uma ferramenta para a conquista; o oposto é uma barreira
instransponível.
2.2 ESTRATÉGIA
Não investir toda a energia no sucesso rápido nem ver apenas as pequenas
vantagens. Quem visa somente ao sucesso imediato não alcança a meta. E quem
enxerga apenas as pequenas vantagens deixa de aproveitar as grandes.
(Confúcio)
foco em até cinco anos. Essa descrição muitas vezes não é objetiva, ou
seja, não direciona as organizações de maneira assertiva. Vejamos três
exemplos de descrição tradicional de visão:
- ser referência do mercado;
- ser a maior empresa; e
- ser referência em qualidade.
Entendendo que as organizações devem buscar o desenvolvimento
financeiro, para maximizar o retorno à sociedade:
• visão = desenvolvimento financeiro; e
• desenvolvimento financeiro = objetivo de receita, caixa e
margem de lucro.
Ou seja, embora também olhemos para objetivos de até cinco
anos, mesmo acreditando que nos dias atuais cinco anos é muito
tempo, no método LUCRO.S, a tradicional descrição de visão deve usar
o padrão do exemplo a seguir:
- Em cinco anos, conquistar: receita anual de R$1 milhão, com
caixa de R$ 2 milhões e lucratividade de 15%.
Para organizações sem fins lucrativos, a medida de desempenho
estratégico deve se basear em eficiência e eficácia; em linhas gerais,
objetivos de fazer mais e certo, com menos.
Para o desenho da estratégia, também são analisados fatores
externos, como sociedade, fornecedores, mercado, Estado, famílias,
ou seja, sistemas que interagem com o nosso.
Com o direcionamento dado pelo desenvolvimento interno e
financeiro, definimos os objetivos e as metas que guiarão as ações da
organização para o ano, esses (objetivos e metas) que são cascateados
para toda a organização. Esse ciclo acontece anualmente. O passo a
passo desse processo é abordado na Parte 4.
2.3 LIDERANÇA
Teoria Y
• o dispêndio de esforço no trabalho é algo natural;
• o controle externo e a ameaça não são meios adequados de se
obter trabalho;
• o homem exercerá autocontrole e direção, se suas necessida-
des forem satisfeitas;
• a pessoa média busca a responsabilidade; e
• o empregado exercerá e usará sua engenhosidade, quando isso
lhe permitir autodireção e autocontrole.
2.4 PESSOAS
Fatores motivacionais
Referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e às atividades
relacionadas com o cargo em si. Incluem liberdade de decidir como
executar o trabalho, pleno uso de habilidades pessoais, responsabilidade
total pelo trabalho, definição de metas e objetivos relacionados ao
trabalho e autoavaliação de desempenho. São chamados de fatores
satisfacientes. A presença produz motivação, enquanto a ausência não
produz satisfação. Também chamados de intrínsecos.
Fatores higiênicos
Dizem respeito às condições físicas do ambiente de trabalho,
salário, benefícios sociais, políticas da organização, clima organizacional,
oportunidades de crescimento, etc. Segundo Herzberg, esses fatores
são suficientes apenas para evitar que as pessoas fiquem desmotivadas.
A ausência desmotiva, mas a presença não é elemento motivador.
São chamados de fatores insatisfacientes, também conhecidos como
extrínsecos ou ambientais.
Este estudo nos leva a pensar sobre outras formas de encarar
as motivações humanas, e coloca em xeque a motivação ligada
exclusivamente ao salário.
O nobre não dá um passo que não sirva o tempo todo de exemplo; seu
comportamento pode sempre ser tomado como regra geral, e suas palavras
ponderadas podem ser consideradas a norma aceitável.
(Confúcio)
2.4.8 Meritocracia
Minha função é proporcionar as melhores oportunidades
para as melhores pessoas.
(Jack Welch)
2.5.1 Inovação
As organizações em geral focam o produto/serviço em seu
processo de análise estratégica, seu posicionamento no mercado,
o potencial de demanda, a propaganda para atingir mais clientes
e a satisfação do cliente. No curto prazo, de fato, não há nada mais
importante do que o produto/serviço da organização, pois, afinal,
as organizações existem para atender demandas da sociedade,
necessidade ou problema, e o meio para isso é o produto/serviço. O
grande problema do foco estratégico no produto/serviço reside em não
desenvolver o sistema interno, e, assim sendo, perder a oportunidade
de se fortalecer internamente para criar os produtos/serviços que
serão necessários amanhã. Inovar não constitui um processo lúdico,
como nos desenhos animados, em que um personagem aparece com
uma lâmpada acima da cabeça e logo surge uma ideia revolucionária.
Inovação vem de um conjunto de fatores, ou seja, de um sistema que
funciona por meio de:
a) cultura vencedora;
b) estratégia que racionaliza;
c) liderança que permite errar;
d) efetivo uso do potencial das pessoas;
e) fluxo de informações que flui sem barreiras;
Outro cenário:
Você compra todas as semanas (segunda-feira), e utiliza uma
planilha com informações estatísticas como base para sua compra.
Seu estoque de segurança considera como base a variação de
demanda de cada produto. Você tem um processo em que sabe o
que seu cliente procurou e não encontrou. Há alguns produtos em
falta, mas poucos, mais ou menos 5% do total (você determinou
esse percentual para não elevar de forma demasiada seu estoque
e impactar em aumento de custo de capital de giro). No processo
de pedido, considera-se a relação de produtos que seus clientes
procuraram e não encontraram. Para você, o tempo de reposição
do produto é uma variável importante, pois está claro para você que
quanto maior o tempo para receber o pedido, maior o estoque que
terá que carregar, e mais distante estará de seu cliente. Você tem
para alguns produtos duas semanas de estoque, e sua falta gira em
torno de 5%.
2.5.10 Marca
A marca tem uma importância enorme no produto. Todos nós
sabemos que muitas vezes paga-se mais por um produto de mesma
qualidade, graças à marca. Quando vemos dois produtos na gôndola,
temos a tendência de optar por aquela marca mais conhecida. Ter
uma marca forte constitui um enorme diferencial competitivo. Mas
como construir a marca? Da mesma forma que a credibilidade das
pessoas, a marca se constrói. E isso leva tempo, embora os artifícios de
marketing possam colaborar para encurtar esse tempo. O problema é
também comparado à credibilidade, quando se tem um impacto, pois
a reconstrução é dolorosa. Há algo específico que se deve fazer para
construir uma marca forte? Sim, olhar para os “sete fundamentos” das
organizações vencedoras, pois eles mostram o caminho da conquista
da credibilidade de sua marca, sobretudo se a organização tiver como
propósito dar retorno à sociedade.
2.6.1 Processos
Segundo Oliveira (2009), os processos representam o conjunto
estruturado de atividades sequenciais que evidenciam uma relação
lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente,
suplantar as necessidades e as expectativas dos clientes externos e
internos das organizações.
2.6.2 Métodos
Método é uma palavra originária do grego, resultante da
aglutinação de meta e hodós. Meta significa resultado a ser atingido,
e hodós significa caminho. Portanto, e segundo Falconi (2009, p. 20),
o método pode ser entendido como o “caminho para o resultado”, ou,
então, como uma “sequência de ações necessárias para se atingir certo
resultado desejado”. Ainda segundo Falconi (2009, p. 20), “se gerenciar
é perseguir resultados, não existe gerenciamento sem método”. O
método é então a essência do gerenciamento. Gestão é método. Por
meio do método, determina-se como as tarefas são realizadas no
dia a dia das organizações. Para a gestão, adota-se o método PDCA,
que veremos em detalhes na Parte 3. Por meio do método, pode-
se determinar os procedimentos e, assim, padronizar atividades e
processos.
2.6.3 Rotinas
A rotina indica quando as atividades devem ser realizadas, dando
ritmo e harmonia à organização. A gestão das rotinas constitui uma
base importante para integração dos métodos e processos, resultando
no aumento da eficiência. Precisa-se racionalizar, para atingir os
objetivos; a rotina faz o papel de transformar o que foi estabelecido
em ritual. As organizações que bem gerenciam suas rotinas formam
processos e métodos orgânicos, ou seja, fluem de forma natural.
Por exemplo, pode-se considerar uma atividade que acontece
esporadicamente, ao bel-prazer de uma pessoa da organização, mas
frequentemente essa pessoa falha, e surgem problemas de qualidade.
Diante disso, determina-se, por meio da gestão da rotina, que essa
atividade deve acontecer todos os dias às 14h. Assim, passamos a ter
parâmetros racionais de controle. Na produção, em geral, há várias
lacunas de qualidade e eficiência decorrentes de má gestão das rotinas.
Imagine o incremento de controle de processos quando as rotinas são
planejadas de forma integrada.
A gestão das rotinas também colabora para aumentar a eficiência
dos recursos humanos, que passam a ser direcionados por processos
e atividades em lotes. Há uma ferramenta simples que relaciona
os processos ao longo da semana por função e, posteriormente,
integra todas as funções do departamento e de toda a organização.
Funciona como uma agenda, porém fixa, pois os processos devem ser
padronizados por data, e, de preferência, por hora. É importante existir
8h Contas a pagar
12h Almoço
Segunda a Sexta-feira
18h e-mails
Presidência
Crédito / Folha de
Faturamento Cobrança Pagamento Ambiental Acabamento
Presidência
Integrador
Custos
2.6.7 Desperdício
O desperdício evidencia a falta de eficiência e eficácia nos
processos, métodos e rotinas de trabalho. O trabalho que agrega
valor aumenta o valor do produto ou serviço do ponto de vista do
cliente, enquanto o oposto disso pode ser encarado como desperdício.
Fazemos relatórios que ninguém lê, ou ninguém usa; colocamos dados
no sistema, sem nem mesmo saber para quê; os vendedores visitam
clientes sem potencial de compra, graças a uma maior afinidade; ou seja,
há muito desperdício de recursos. Segundo a Proudfoot Consulting, em
média 34,3% do tempo de trabalho no setor privado são efetivamente
desperdiçados, sendo 75% disso resultado de falta de planejamento
e má gestão. Podemos imaginar o percentual de tempo desperdiçado
no setor público. Em outra análise, poderíamos concluir que em um
mundo onde o PIB é de US$50 trilhões, desperdiçamos US$15 trilhões
do valor produtivo (PEARCE; MACIARIELLO; YAMAWAKI, 2011).
Agora, pode-se imaginar o que o desperdício em processos,
métodos e rotinas pode acarretar. Ele (desperdício) pode engessar as
organizações, além de reduzir em muito sua competitividade, por meio
de custos desnecessários, por exemplo, em material (matéria-prima,
produto), capital (excesso de estoque, por exemplo), tempo e talento
das pessoas. Na prática, a falta de tempo tem sido a justificativa mais
comum para não se gerir a organização como de deveria, mas a falta
de tempo é acarretada pelo desperdício resultante da má gestão.
Não se pode deixar de mencionar que o desperdício de recursos
vai em direção oposta ao propósito das organizações, pois estas têm o
dever de entregar o máximo possível à sociedade.
Presidência
Fluxo de informações Fluxo de informações
Crédito / Folha de
Faturamento Cobrança Pagamento Ambiental Acabamento
Presidência
Contábil
Recrutamento
Crédito / Folha de
Faturamento Cobrança Pagamento Ambiental Acabamento
Cliente /
Mercado
Fluxo de informações
Presidência
Fornecedores
Fluxo de informações
Presidência
3.1 PDCA
O ciclo de desenvolvimento contínuo implica literalmente um
processo sem fim. Essa é a base do ciclo PDCA, ou roda de Deming
– assim chamado em homenagem ao famoso “guru” da qualidade,
William Edwards Deming. O PDCA é a sequência de processos que são
percorridos de maneira cíclica, a saber: PLAN (planejar), DO (executar),
CONTROL/CHECK (controlar) e ACT (agir – desenvolver). Sua utilização
parece simples, mas poucas organizações conseguem empregar o
conceito na sua plenitude. Em que as organizações erram? Começa
que não possuem base de informações para planejar. Mas mesmo
com dados e informações, pecam no processo de análise, e assim
não conseguem planejar de forma eficaz. Sem planejamento eficaz, a
execução é falha, ou não acontece. Outro ponto que colabora para a
ineficácia da execução é a falta de controle, ocasionada pela falta de
competência da liderança ou pela falta de planejamento.
O PDCA é uma metodologia para o desenvolvimento.
As organizações vencedoras buscam o desenvolvimento
permanentemente; logo, o PDCA é a metodologia-base das
organizações vencedoras. Entendemos ser o método para gerir
qualquer organização.
Considerado o pai do controle de qualidade, Deming afirmou
que a qualidade começa com a alta administração, e é uma atividade
estratégica. A filosofia básica de Deming é que a qualidade e a
produtividade aumentam à medida que diminui a “variabilidade do
processo” (imprevisibilidade do processo) (SLACK, 1999).
Desenvolver é resolver problemas; um problema é a distorção do
cenário ideal.
Em todos os aspectos da organização, podem ser visualizados
os benefícios da metodologia PDCA. Pode-se dividir os resultados dos
ciclos do PDCA em estratégicos e operacionais, na forma a saber:
• estratégicos:
a) relacionados ao desenvolvimento de objetivos financeiros; e
b) desenvolvimento dos fundamentos; e
• operacionais: questões do dia a dia.
ACT PLAN
Agir Planejar
CHECK DO
Checar Fazer
3.2 INFORMAÇÃO
As informações geralmente fluem dentro das organizações por
meios informais, como, por exemplo, conversas de corredor. Portanto,
para que seja eficaz a gestão da informação e, por consequência,
da organização, faz-se necessária a criação de processos formais e
racionais. Em muitas organizações o excesso de reuniões congela a
execução, mas acredita-se que os fóruns são necessários para formar
uma base sólida de gestão. O segredo está no equilíbrio, por meio de
fóruns eficazes, que, de fato, integrem o fluxo de informações.
Em nossos trabalhos de consultoria, frequentemente nos
deparamos com o simples fato de que reunir as equipes, para que
todos sejam ouvidos e juntos busquem as alternativas para solução dos
problemas, é uma ferramenta poderosa na busca do desenvolvimento.
Embora seja um meio simples para se alcançar o resultado, não vem
sendo utilizado. Em geral, avaliamos que a não-realização de fóruns
se deve ao fato de serem pouco eficazes, por não estar alinhados a
um objetivo bem definido e não estar integrados ao sistema. Quando
se cria uma rotina de fóruns, e as agendas se integram, passa-se
a ter fóruns que de fato agregam valor a todo o sistema, de modo
que a visão de processos sobrepõe-se à funcional. Forma-se, assim,
um agente motivador, pois fica clara a contribuição de todos para o
desenvolvimento da organização, e o engajamento passa a acontecer
de maneira orgânica, contribuindo, assim, para a excelência.
Proporção (%)
INDICADOR
Meta 21/Jan 22/Jan
Taxa de ocupação ADM (corrente) 85 85 86
Taxa de ocupação ADM (mês seguinte) 85 75 75
Apartamentos desocupados na semana 0 10 11
Atendimento (presencial) x locação 50 67 0
Contatos (e-mail) x locação 50 0 0
Satisfação cliente final locação 90 60 52
Apartamentos dentro do padrão (A/B) 90 69 69
Ocorrências de manutenção não planejadas 0 0 1
• Passo a passo
a) análise dos indicadores;
b) análise dos números de vendas;
c) análise de estoque;
d) análise do plano financeiro e caixa;
e) definição de metas;
f) definição do plano tático mensal, após responder às seguintes
questões:
- Aumentar a base de clientes?
- Entregar o que o cliente procura?
- Aumentar o ticket médio?
- Aumentar a satisfação do cliente?
- Aumentar o giro do estoque?
- Atacar problemas?
- Atacar oportunidades?
g) acompanhamento dos planos de ação e projetos.
3.3 ANÁLISE
Como definir o rumo a seguir, se não houver planejamento? Como
planejar sem analisar dados e informações? A intuição ainda é a forma
mais usada ao se tomar decisões em grande parte das organizações.
Outras organizações se baseiam em informações superficiais, sem uma
visão do todo.
Em linhas gerais, o planejamento, assim como o processo de
análise de dados e as informações internas e externas, é imprescindível
para se determinar o rumo a seguir. Por exemplo, os dados nos indicam
as oportunidades, por meio das tendências; as informações internas
nos revelam as lacunas que impactam na satisfação dos clientes
interno e externo; e as informações externas mostram o mercado, a
concorrência, a cadeia produtiva e, principalmente, nosso produto na
visão do cliente, conforme exemplificado a seguir:
– dados: custos, receita, vendas por produto, inventário,
indicadores de desempenho;
– informações internas: procedimentos, problemas de
comunicação entre departamentos, problemas que impactam
no cliente, fatores dos fundamentos; e
– informações externas: tudo relacionado ao mercado, cadeia
produtiva da qual a organização faz parte, governo.
As análises são utilizadas para antecipar e resolver problemas.
Os problemas podem aparecer de inúmeras maneiras, incluindo a
variação de processos que impactam na qualidade do sistema da
organização.
3.3.3 Planilhas
A planilha é, sem dúvida, uma das principais ferramentas de
gestão, e também fundamental para análise de dados. Por meio
de planilhas, os dados podem ser sintetizados, comunicáveis e
priorizados. As planilhas colaboram efetivamente para rodar o PDCA,
tanto no suporte ao planejamento como no suporte ao controle; ou
seja, colaboram diretamente para o desenvolvimento.
3.3.5 Gráficos
Um simples gráfico pode dizer muito mais do que um calhamaço
de relatórios. Toda organização deve utilizá-los para gerir a estratégia e
as operações. Pode-se fazer um teste, analisando a mesma informação
de maneiras diferentes. Para vermos a diferença, primeiramente
analisaremos os dados sem o gráfico, repetindo a análise com uso do
gráfico.
Gráfico de tendência
a) Análise sem gráfico
Absenteísmo de janeiro de 2011 a outubro de 2012
36, 36, 37, 40, 36, 38, 39, 34, 32, 85, 69, 57, 59, 81, 60, 79, 75,
61, 31, 43, 33, 27.
50
40
30
20
10
0 Meses
1 4 7 10 13 16 22
ABSENTEÍSMO Logaritmo (ABSENTEÍSMO)
Lei de Pareto
Segundo a Lei de Pareto (SLACK, 1999), 20% dos eventos
respondem por 80% dos resultados. É uma ferramenta fundamental
para definição de foco e prioridades. A título de exemplo, vamos
analisar uma situação real ocorrida em uma loja de varejo.
Em uma de nossas consultorias empresariais, aplicamos a Lei
de Pareto, obtendo bons resultados. A empresa em questão era de
pequeno porte e possuía cerca de 500 itens no portfólio. A gestão de
estoque era ineficaz, sem regras básicas. A primeira ação do consultor
consistiu em analisar o portfólio, identificando, assim, os 20% dos
produtos com representatividade de 80% da receita. De imediato a
loja passou a focar em 100 produtos. Em paralelo, foram analisadas
a cadeia de suprimento e a política de compras relacionada a esses
itens. As compras desses produtos passaram a ser semanais, e não
mais mensais, como outrora. Resultado: mais de 30% de incremento
de receita, redução de mais de 50% em investimento de estoque e
mais de 8% de incremento em margem de lucro.
No Gráfico 3.2 pode-se visualizar uma representação gráfica da
aplicação da Lei de Pareto.
Curva normal
A curva normal (Gráfico 3.3) mostra o desvio de eventos
comparado à média. Pode-se utilizá-la para avaliar a qualidade de
produtos. O termo seis sigmas, conhecido como fator de qualidade,
nada mais é do que a garantia de que o sistema absorverá quase
todos os eventos (>99%), ou seja, o sistema é praticamente isento
de falhas. Para exemplificar, analisemos um cenário real, onde temos
como objetivo a determinação do ponto de reposição de estoque. Um
determinado item possui uma demanda média de aproximadamente
5, mas o seu perfil de venda mensal é o seguinte: 2, 6, 8, 2, 6, .....
Usualmente o ponto de reposição é determinado com base na
demanda média. Quando usamos o conhecimento de curva normal,
torna-se possível dimensionar o sistema racionalmente, com base
estatística. Um sigma significa um desvio-padrão; de acordo com
a Gráfico 3.3, pode-se determinar o sistema em consonância com
nosso objetivo de disponibilidade de produtos. Por exemplo, caso
determinemos o objetivo superior a 95% de atendimento, calculamos
Gráficos de controle
Os gráficos de controle gerenciam os parâmetros do sistema. Pode-
se determinar limites mínimos e máximos, e, por meio deles, gerenciar
pontos fora do padrão, ou seja, lacunas para o desenvolvimento. Na
Figura 3.2, pode-se visualizar dois exemplos de gráfico de controle.
Fluxograma
Para se analisar processos, o fluxograma é uma ferramenta de
grande utilidade, bem como os gráficos para análise de tendências.
Com os fluxogramas, consegue-se colocar lupas em todas as atividades
que fazem parte do processo, facilitando, assim, a identificação da
causa-raiz de eventuais oportunidades de desenvolvimento. Na Figura
3.3, pode-se visualizar o exemplo de um fluxograma.
3.3.6 Brainstorming
Esse processo pode ser traduzido por tempestade de ideias.
Quando bem conduzido, ou seja, quando o conhecimento das pessoas
é de fato absorvido, o brainstorming faz com que times de trabalho,
ao lançar uma série de ideias (dados), criem conhecimento para a
Efeito
Plano de ação
Objetivos
Objetivos estratégicos
Objetivos operacionais
Metas
TEMA QUEM
1 Ajuste do sistema
1.1 Processo de compras José
1.2 Precificação João
1.3 Relatório de indicadores Pedro
1.4 Relatório de inteligência comercial Pedro
1.5 Relatório de operações (vendas, fornecedores, famílias) Pedro
2 Otimização logística
2.1 Desenho do fluxograma Marcos
2.2 Definição de indicadores Marcos
2.3 Método PDCA diário Marcos
2.4 Processo de compras Marcos
2.4.1 Análise de perfil de cadeia - definição de método Marcos
2.4.2 Calcular e determinar processo para reposição Marcos
2.4.3 Ajustar sistema Marcos
2.5 Acuracidade do estoque Marcos
2.5.1 Contagem cíclica José
2.5.2 Balanço geral do estoque José
2.6 Distribuição José
2.6.1 Controle visual de entregas José
2.6.2 Roteirização José
2.6.3 Conferência do carregamento José
2.6.4 Análise geral do fluxo de produtos e informações José
Cultura
Liderança
Estratégia
Pessoas
Processos, Métodos e Rotinas
Produtos e Serviços
Fluxo de Informações
Figura 4.1 – Representação da integração dos sete fundamentos de gestão
1) CULTURA
Questões – Média do fundamento ( )
2) ESTRATÉGIA
Questões – Média do fundamento ( )
3) LIDERANÇA
Questões – Média do fundamento ( )
4) PESSOAS
Questões – Média do fundamento ( )
5) PRODUTOS E SERVIÇOS
Questões – Média do fundamento ( )
- Padronização de processos ( )
- Padronização de métodos ( )
- Padronização de rotinas ( )
- Integração dos departamentos – visão de processos ( )
- Capacidade de eliminar o desperdício ( )
- Qualidade foca processos, e não pessoas ( )
- Processos facilitam rodar o PDCA ( )
7) FLUXO DE INFORMAÇÕES
Questões – Média do fundamento ( )
Faixa 1
x < 3 = Baixo desenvolvimento. Riscos de curto prazo.
Faixa 2
3 ≤ x < 6 = Em processo de desenvolvimento. Riscos de médio
prazo.
Faixa 3
6 ≤ x < 8 = Desenvolvida. Riscos de longo prazo.
Faixa 4
x ≥ 8 = Excelência. Baixo risco de descontinuidade do negócio.
Produtos 15%
Pessoas 20%
Liderança 15%
Processos, Métodos e Rotinas 12,5%
Informação 12,5%
Cultura 15%
Estratégia 10%
ORG. 1 ORG. 2
Incremento receita 18% 5%
Margem de retorno 25% 420%
Objetivos financeiros
a) Os produtos/serviços ofertados são suficientes para garantir
o desenvolvimento da organização no sentido de viabilizar a
conquista dos objetivos financeiros?
b) A comunicação com o mercado é eficaz?
c) O mercado em que atua a organização é suficiente para se
atingir os objetivos financeiros?
d) A organização tem como expandir sua área de atuação?
e) A organização dispõe das pessoas certas para criar um sistema
que possibilite conquistar os objetivos financeiros?
f) É preciso investir para conquistar os objetivos financeiros?
g) Os resultados são sustentáveis?
h) A liderança da organização vem seguindo o caminho para
chegar lá?
Propósito
a) Os produtos ofertados são necessários para a sociedade?
b) As conquistas vêm sendo compartilhadas com a sociedade?
c) A organização vem desenvolvendo as pessoas que atuam
diretamente na sua cadeia produtiva?
d) A organização é sólida financeiramente, ao ponto de não se
expor a riscos?
e) A organização se encontra no máximo de sua eficácia e
eficiência, ao ponto de não desperdiçar recursos da sociedade?
f) O propósito da organização se personifica na figura de sua
liderança e colaboradores?
Princípios
a) A organização está alinhada aos princípios que se predispõe a
seguir?
b) A liderança da organização é exemplo?
c) Os princípios da organização colaboram com o seu alinhamento
ao propósito e conquista dos objetivos financeiros?
Ô
Gerência RH Produção Compras
Redução de custos Redução de custos Redução de custos
com pessoal com produção com fornecedores
Ô
Supervisão RH Produção Compras
Produtividade da
mão de obra
1) Indicadores estratégicos
Indicadores estratégicos são os objetivos que direcionam
a organização (propósito, princípios, objetivos financeiros e
fortalecimento de fundamentos), ou seja, os objetivos determinados
nos passos 1 e 2.
2) Indicadores operacionais
À medida que os objetivos estratégicos são cascateados para a
operação, novos objetivos são criados. Os indicadores operacionais
controlam o desenvolvimento dos objetivos operacionais (Passo 5).
Plano financeiro
Acreditamos que os planos financeiros enfrentem dois problemas
conceituais, a saber:
a) a ampla possibilidade de não se concretizar; e
b) a busca da sua realização pode congelar as organizações.
1) Receita
a) Todas as famílias de vendas
2) Custos Variáveis
a) Custo direto da mercadoria
b) Custo de vendas
c) Impostos
3) Custos Fixos
a) Infraestrutura: água, luz, telefone, internet, marketing,
treinamento, bonificações, lanches e outros
b) Pessoal: salários e benefícios (vale-transporte, FGTS, décimo
terceiro salário, férias, rescisões)
4) Custos Financeiros
a) Capital de giro: juros, taxas de antecipação de crédito
b) Investimento: juros de empréstimos (somente os juros, ou
seja, excluindo a amortização da dívida)
c) Taxas de cartão de crédito: pagamento de taxas para utilização
do cartão
d) Inadimplência
e) Perdas e roubos
f) Depreciação (desvalorização de estrutura)
Fluxo de caixa
Parte do plano financeiro consiste na análise de fluxo de caixa,
que aqui veremos separadamente, para mais compreensão. Entretanto,
é parte integrada da mesma ferramenta. A análise de fluxo de caixa
é fundamental para a gestão de organizações, pois é a falta de caixa
que pode determinar o fechamento da empresa. A base para se criar
a ferramenta de fluxo de caixa é o próprio plano financeiro, pois, por
meio dele, tem-se a relação de entradas e saídas. É importante frisar
que essa ferramenta trará um resultado consolidado pontual (final
do mês), razão pela qual necessita-se de outra ferramenta para se
determinar a variação de caixa durante o mês, com base na integração
da ferramenta de Contas a pagar com a de Contas a receber. Como as
organizações não fecham por problemas pontuais de caixa, e sim por
problemas de caixa, vamos focar na ferramenta consolidada, mais fácil
de ser interpretada e projetada ao longo dos meses:
Fatores de decisão
No dia a dia, o gestor precisa tomar uma série de decisões. Nem
sempre há tempo para seguir o modelo ideal de análise. Para se tomar
decisões, é importante entender os indicadores básicos. Os fatores
são: receita, margem de retorno e caixa.
Todas as decisões devem ser analisadas pelo prisma dos três
fatores. A receita e a conta caixa são de simples compreensão. A
margem de retorno é um indicador de esforço, ou seja, que pode
expressar, por exemplo, quanto tenho que trabalhar (vender, receita)
para obter retorno. Por exemplo, o que é melhor? Vender R$1 milhão
com retorno de 1% ou vender R$100 mil com retorno de 20%? Não há
dúvida que a segunda opção é a melhor. Vejamos um exemplo, para
entender como os três fatores colaboram no processo decisório.
Receita
As organizações em geral evoluíram em gestão de produção,
embora a gestão das vendas em geral ainda se dê de maneira pouco
racional. Segundo Falconi (2009), isso se deve ao fato de que o Brasil
passou muitos anos “distribuindo produtos”, sem ter que se aplicar as
vendas. O fato é que temos a oportunidade de criar indicadores que
facilitem o processo de rodada do PDCA comercial, como, por exemplo:
Custos
Ao passarmos a perceber os fatores de receita com a visão de
retorno, passamos a gerenciar os custos. Ou seja, há uma integração
dos fatores quando se olha para os custos diretos de venda. Para os
demais custos, a gestão em geral peca por não conseguir racionalizar
uma ferramenta de análise. O responsável por contas a pagar executa
os pagamentos, mas não é responsável por reduzir custos, pois,
afinal, estes dependem de todos da organização. A racionalização
pode acontecer por meio de uma gestão efetiva do orçamento (plano
financeiro) e da visão de processos. Para a visão de processos, como
vimos na Parte 2, podemos atuar com comitês integradores com
o objetivo de redução de custos específicos, como, por exemplo,
de energia. Tem-se toda a estrutura de custos no orçamento; logo,
temos indicadores de custo. Como é grande a variedade de custos,
pode-se racionalizar por meio da Lei de Pareto (SLACK, 1999), ou seja,
identificando os 20% dos indicadores que impactam em 80% dos
custos da organização.
REFERÊNCIAS
ABREU FILHO, José Carlos Franco de. Finanças corporativas. São Paulo:
Editora FGV, 2006.
com/tudo-sobre-a-teoria-dos-dois-fatores-de-frederick-herzberg/,
2011>. Acesso em: 1 fev. 2013.