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WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
AURORA SILVA – 2023 Linguagem inclusiva de género ou não sexista é aquela que busca comunicar sem excluir
ou invisibilizar nenhum grupo e sem alterar o idioma como o conhecemos.
Essa linguagem propõe que as pessoas se expressem de forma que ninguém se sinta
excluído utilizando palavras que já existem na língua.
Um exemplo é algo que escutamos bastante hoje em dia de pessoas que começam seus
discursos u apresentações dizendo “Boa noite a todos e todas”. O objetivo é abranger tanto
homens como mulheres na conversa.
Linguagem neutra ou não binária, embora tenha o mesmo propósito de incluir a todas as
pessoas, apresenta propostas para alterar o idioma e aqui entram por exemplo as novas
grafias de palavras tais como amigxs, tod@s, todes.
Os maiores defensores dessas mudanças são ativistas do movimento feminista e
LGBTQIA+, que veem na nossa língua uma ferramenta a mais para perpetuar desigualdades.
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
1 Transgénero é o indivíduo que se identifica com um género diferente daquele que lhe foi
atribuído no nascimento. Por exemplo: uma pessoa que nasce com características
masculinas (do ponto de vista biológico), mas que se sente do género feminino; ou o
indivíduo que possui características físicas femininas, mas que se identifica como um
homem.
2. Cisgénero é o indivíduo que se identifica com o seu "género de nascença". Por exemplo:
um indivíduo que possui características biológicas típicas do gênero masculino e que se
identifica (socialmente e psicologicamente) como um homem. Desta forma, pode-se dizer
que se trata de um homem cisgénero.
3. Não-binário é a classificação que caracteriza a mistura entre masculino e feminino, ou a
total indiferença entre ambos. Os indivíduos não-binários ultrapassam os papéis sociais
que são atribuídos aos gêneros, criando uma terceira identidade que foge do padrão
"homem-mulher".
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
Podem distinguir-se três tipos de línguas e respetivas estratégias para assegurar a linguagem
inclusiva de género:
AURORA SILVA – 2023 - Línguas de género natural (por exemplo, o dinamarquês, o inglês e o sueco), em que os
substantivos são, na sua maioria, neutros do ponto de vista do género e em que existem
pronomes pessoais específicos para cada género. A estratégia linguística mais utilizada é a da
neutralização - utilizar termos neutros do ponto de vista do género, isto é, palavras que se
aplicam a qualquer género e designam pessoas em geral, sem qualquer referência a mulheres ou
a homens.
- Línguas com marca de género (por exemplo, o alemão, o português, o espanhol, o francês, o
italiano), nas quais os substantivos variam em género e o género dos pronomes pessoais
geralmente corresponde ao género do nome ao qual se referem. A estratégia linguística consiste
na especificação através da utilização de formas duplas, a utilização de termos genéricos masculinos
deixou de ser a norma absoluta e a feminização (isto é, a utilização de termos femininos correspondentes aos
masculinos, ou a utilização de ambos os termos) é uma abordagem cada vez mais recorrente nestas línguas,
nomeadamente em contextos profissionais, como na denominação de cargos ocupados por mulheres.
- Línguas sem marca de género (por exemplo, o estónio, o finlandês e o húngaro), nas quais não
existe género gramatical, nem género pronominal. Em regra, essas línguas não necessitam de
estratégias particulares para serem inclusivas do ponto de vista do género.
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
1. Substantivos biformes
Há diferentes maneiras de ortografar o masculino e o feminino nestes substantivos.
1.1 - Desinenciais: género é identificado usando as vogais o ou a.
1.2 - Heteronímicos: género é identificado com palavras diferentes. Por exemplo, boi é
masculino (mesmo terminado em i) e vaca é feminino.
2 Substantivos uniformes
São substantivos com apenas uma forma. Podem ser de três tipos:
2.1 Epicenos, designa animais é usado o epíteto macho ou fêmea. Ex.: a cobra, a águia, o
crocodilo, a foca». O género natural do animal a que um nome epiceno se refere pode
ser clarificado pela aposição de «macho» ou «fêmea» ao nome, sem concordância de
género entre este e o elemento aposto: «uma cobra-macho, um gavião-fêmea»
2.2 Comuns, a distinção de género é feita através dos artigos o, a, um, uma, que
antecedem o substantivo
2.3 Sobrecomuns, não admitem contrastes de género, apesar de referir entidades dum e
doutro
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
Exemplos de substantivos comuns Exemplos de substantivos sobrecomuns
o agente – a agente O anjo
o anarquista – a anarquista A alma
AURORA SILVA – 2023 o artista – a artista O cônjuge
o cientista – a cientista A criança
o cliente – a cliente O bebé
o colega – a colega A estrela (de cinema)
o colegial – a colegial O génio
o compatriota – a compatriota O membro
o dentista - a dentista O monstro
o doente – a doente A pessoa
o estudante – a estudante O ente
o intérprete – a intérprete O ser
o jornalista – a jornalista A testemunha
o jovem – a jovem A vítima
o jurista – a jurista O carrasco
o pianista – a pianista O algoz
o selvagem – a selvagem O fantasma
o taxista – a taxista
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
Em grande número de línguas, nomeadamente na língua portuguesa, é comum o uso exclusivo do género
gramatical masculino para designar o conjunto de homens e mulheres, o que torna as mulheres
AURORA SILVA – 2023
praticamente invisíveis na linguagem.
Admite-se que o género masculino “engloba” o feminino, como é o caso da utilização frequente das
expressões “o Homem” ou “os homens” como sinónimos de “a Humanidade”. Tomando a parte pelo todo,
identificam-se os homens com a universalidade dos seres humanos.
A dupla função do género masculino, genérica (pela aplicação aos seres humanos) e específica (pela
aplicação ao género masculino), constitui um importante mecanismo de reforço de um modelo em que o
homem se torna a medida do humano, a norma ou o ponto de referência (o cidadão, o requerente, os
funcionários, o diretor, os trabalhadores...), tornando as mulheres subsumidas na referência linguística,
relativamente aos homens.
Porquê utilizar
AURORA SILVA – 2023
linguagem inclusiva de
género?
A primeira razão é o
respeito pelo outro.
Ao nomear algo, esse
algo passa a existir,
trazendo esta realidade
para a esfera comum.
Ao fazermos o contrário
e não incluirmos o outro
na nossa linguagem do
dia a dia, ajudamos a
invalidar essa existência.
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
É fundamental que as
AURORA SILVA – 2023
práticas linguísticas,
nomeadamente da
Administração Pública,
acompanhem as práticas
sociais e promovam o
seu desenvolvimento,
adequando-se a uma
nova geração de políticas
públicas que visam a
igualdade de género.
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
A palavra carrega uma dimensão ética profunda, porque é através dela que se pode falar para reificar o
passado, repetindo-o, ou para o desenvolver numa dinâmica de possibilidades futuras, procurando dizer
AURORA SILVA – 2023 palavras novas (Henriques, 2016, p. 177).
É a linguagem que nos permite configurar o mundo, organizar, interpretar e desafiar o sentido da
realidade.
O poder da linguagem é indissociável de uma determinada ordem valorativa. “Falar é também valorizar”.
A palavra pode ser utilizada para o bem ou para o mal, para dignificar ou menosprezar, para libertar ou
para oprimir (ibidem, pp. 177-178).
Expressão da consciência de uma coletividade (…), a LÍNGUA é o meio pelo qual uma pessoa concebe o
mundo que o cerca e sobre o qual age. A utilização social da faculdade da linguagem, criação da
sociedade, não pode ser imutável; ao contrário, tem de viver em perpétua evolução, paralela à do
organismo social que a criou. (Cunha e Cintra, 1984).
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
Em 1990 o Conselho da Europa elaborou uma Recomendação aos Estados-membros (REC, 90, 4)
para incentivar o uso de uma linguagem que esteja de acordo com o princípio de igualdade entre
AURORA SILVA – 2023 mulheres e homens, tanto na educação, como em documentos oficiais e na comunicação social.
Em 1999, a UNESCO editou um Guia sobre Linguagem Neutra em Função do Sexo, sublinhando
que: A linguagem não reflete apenas o modo como pensamos: também forma o nosso
pensamento. Se palavras e expressões que pressupõem que as mulheres são inferiores aos homens
são reiteradamente usadas, o assumir desta inferioridade tende a tornar-se parte da nossa
mentalidade.
Em 2007, também o Conselho da Europa, numa Recomendação sobre Normas e Mecanismos para a
Igualdade de Género (REC, 2007, 17), reforçou a importância do uso da linguagem inclusiva e nos
seguintes moldes: A linguagem tem um papel fundamental na formação da identidade social de
cada indivíduo e interage com as atitudes sociais e a cultura. A utilização de uma linguagem que
reflita de igual maneira e trate com o mesmo valor e a mesma dignidade a
presença, a igualdade de estatuto e os papéis dos homens e das mulheres na sociedade constitui
um aspeto essencial da igualdade entre mulheres e homens, bem como um meio de realizar uma
igualdade de género de carácter substantivo.
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
RECURSOS
1) Especificação do sexo,
2) Neutralização ou abstração da referência sexual.
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RECURSOS
AURORA SILVA – 2023
1. A ESPECIFICAÇÃO DO SEXO
1. A ESPECIFICAÇÃO DO SEXO
AURORA SILVA – 2023 1.1 Utilização de formas duplas
1. A ESPECIFICAÇÃO DO SEXO
1.2 Emprego de barras
Substantivos com a mesma forma nos dois géneros Substantivos com a formas diferentes nos dois géneros
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO
EM SÍNTESE:
AURORA SILVA – 2023
A ideia da linguagem inclusiva de gênero é
exatamente isso:
desconstruir a ideia de masculino como
universal
desconstruir o uso sexista da língua na
expressão oral e escrita que só reforça as
relações assimétricas e nada equitativas de
gênero.
WORKSHOP DE LINGUAGEM INCLUSIVA DE GÉNERO