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HABILIDADES -
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/ edição e
reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e
as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do
texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao
texto literário.
(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério,
terror, humor, narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem
cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura narrativa
próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando
tempos verbais adequados à narração de fatos passados, empregando conhecimentos sobre
diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos direto e indireto.
Antes da leitura
1.1 Roda de conversa (intencionalidade do diagnóstico)
Converse com os alunos sobre o texto a ser lido e reescrito;
Informe aos alunos que o texto lido é uma Crônica. É interessante descrever um pouco sobre esse
gênero.
A crônica é um gênero textual curto escrito em prosa, geralmente produzido para meios de
comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc.
Além de ser um texto curto, possui uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos
corriqueiros do cotidiano.
A palavra “crônica”, do latim chronica, refere-se a um registro de eventos marcados pelo tempo
cronológico. Do grego khronos, significa “tempo”.
Portanto, as crônicas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por
isso, com o passar do tempo, elas perdem sua “validade”, ou seja, ficam fora do contexto.
Apresente o autor da crônica: MOACYR SCLIAR. Pergunte se já ouviram falar dele, se conhece
alguma outra obra dele...
MOACYR SCLIAR
Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), em 1937. Formou-se em Medicina em 1962, com
especialização em Saúde Pública. Desde 1968, pratica o exercício de escrever ficção, ensaios,
crônicas e literatura para jovens, sendo autor de aproximadamente 70 livros. Suas obras já foram
traduzidas em mais de 20 países com grande aceitação da crítica. Detentor de vários prêmios
concedidos no Brasil e no exterior, foi colunista dos jornais Zero Hora (Porto Alegre) e Folha de
São Paulo. Ocupou a cadeira nº 31 da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 27 de fevereiro
de 2011.
Leitura colaborativa é uma atividade de leitura cuja finalidade é estudar um determinado texto em
colaboração com outros leitores e com mediação do professor. O foco do trabalho é
o processo de leitura – e todos os seus conteúdos específicos –, e não o produto desse
processo, como acontece em uma atividade de leitura silenciosa com questões para serem
respondidas por escrito - que permite apenas a verificação do que o aluno compreendeu do
texto, ao invés de ensiná-lo como se faz para ler.
Kátia Lomba Bräkling
2.1 - Leitura colaborativa, retomando com os alunos o que foi lido seguindo uma linha que dê ênfase à
compreensão da sequência narrativa.
2.1.1 - Aceitar comentários enquanto lê;
2.1.2 - Fazer pausas na leitura fazendo previsões sobre o que virá a seguir:
2.1.3 - Ler uma parte do texto, selecionar pistas importantes, construir hipóteses a partir da análise:
Apresentar o título:
INTERVENÇÃO:
a) Alguém conhece alguma crônica com esse título?
b) Com base no título, o que você imagina que vai acontecer no texto?
c) O que é ser uma bruxa para você?
d) Vocês acreditam em bruxas? Elas realmente existem?
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo todo
maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma
mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa
rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de "bruxa".
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma
enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas
tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num
grande caldeirão.
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós não
sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao
contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a
janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era
grande e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para
dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina.
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exato
em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a
bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último.
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor terrível na
perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa,
caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a
turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua
fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. Fui
enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou uma tala,
imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. "Chame uma
ambulância", disse a mulher à minha mãe. Sorriu.
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em poucas semanas
eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo de uma
senhora que morava em minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.
ATIVIDADE 03 -
LEITURA SILENCIOSA DO TEXTO COMPLETO (PELO ALUNO) PARA FAZER O
RECONTO
MOMENTO COLETIVO
1º passo: Orientações:
Escolha um lugar aconchegante: pode ser na própria sala de aula, numa biblioteca que tem
um espaço adequado, ou até mesmo num ambiente externo (caso seja possível em sua escola). Faça
uma roda, peça para os alunos ficarem sentados.
Leia a proposta: Saliente a importância de se recontar uma história com foco na sequência dos
fatos narrados, na entonação (não podemos falar nem tão alto e nem tão baixo, mas sim no volume
adequado para que todos compreendam a história) e na postura. Também é muito importante que ao
recontar uma história evitem a repetição desnecessária de palavras e de ideias para que não fique
cansativo, além de evitarem uso excessivo de marcadores típicos dos textos orais não planejados
como “tipo, né, daí...”.
É importante que os alunos reconheçam que há um planejamento ao realizar o reconto - o
que não ocorre em uma conversa espontânea, por exemplo -, pois ele parte de um texto conhecido,
estudado e com uma estrutura típica que poderá auxiliá-los na organização das ideias na realização da
performance oral.
Inicie a história (sem ler, fazendo o reconto) e peça para que os grupos continuem a história. Dê
voz a cada grupo. Provoque a reflexão quando os alunos esquecerem alguma parte.
Diga que eles poderão ser bem criativos, mas sem esquecer o enredo da história. Isso deve ser fixo.
Peça para que um aluno dê início a história e os outros deem continuidade, seguindo a ordem dos
alunos na roda.
Se a turma for pequena é possível que apenas uma rodada de falas não seja suficiente para terminar a
história, não se preocupe, continue convidando as crianças, na ordem em que estão sentadas na roda,
para irem narrando até chegar ao fim. Cuide para que a atividade seja dinâmica e passe a vez assim
que cada aluno concluir a narrativa de um dos acontecimentos, evitando assim que alguém monopolize
a fala tomando o tempo de fala dos demais.
Pode ser que algum aluno ou aluna demonstre timidez ou não consiga dar continuidade à história,
nesse momento é importante pedir ajuda aos outros colegas, mas tome um cuidado especial para que
todos esperem a sua vez de participar e que ouçam os colegas para compreender o andamento da
história.
Analisando o Reconto
Orientações:
Ainda em roda, fale para os alunos que farão uma análise do reconto da turma e faça os seguintes
questionamentos:
Nossa história teve início, meio e fim? (É esperado que os alunos, principalmente aqueles que estão
seguindo essa sequência de aulas, consigam recontar a história tranquilamente, com começo, meio e
fim)
Todos conseguiram fazer o reconto sem repetir muito as palavras? (Nessa questão, tome um
cuidado especial para os alunos não exponham alguns colegas. Muito provavelmente alguns alunos
não atingiram esse objetivo, deixe bem claro que esse foi um momento para experimentarem um
reconto e nas próximas aulas terão nova oportunidade para evitar essa repetição de palavras)
Trocamos as palavras: né, daí ou outras que ficaram cansativas por expressões como: então, de
repente, em seguida, porque, pois, como… dando maior coesão ao texto? (Provavelmente alguns
alunos usaram essas palavras, com cuidado diga a eles que isso pode acontecer no primeiro reconto,
mas nos próximos deverão ficar mais atentos para evitarem o uso delas e assim o reconto oral ficar
mais atrativo e significativo para todos)
O tom da sua voz e dos colegas estava adequado? (Com certeza, alguns alunos falam mais
baixinho ou até mais alto. Reforce que fiquem atentos para que a voz sempre esteja num tom
adequado para que todos compreendam o que disseram)
O que precisamos melhorar nos próximos recontos? (Essa resposta vai depender muito do
desempenho da turma, é possível que respondam sobre o tom da voz, palavras repetitivas, coesão ou
coerência da história)
ATIVIDADE 04 -
PLANEJAMENTO DO TEXTO / ELABORAR QUADRO SÍNTESE
CONSIGNA - Com base na leitura, vamos agora discutir um pouco sobre os elementos que colaboram
para a tessitura do texto. Aproveitaremos a ocasião para montar um bloco com estes elementos
referenciais e sugestões possíveis para substituição.
Leitura silenciosa do texto: Solicite que os alunos façam a leitura destacando aspectos discursivos e
estruturais do texto;
QUADRO SÍNTESE
Título
Bruxas não existem
Autor
Moacyr Scliar
Gênero Crônica
Qual é ó gênero textual da produção?
Ambientação
Onde ocorre ou ocorreu os fatos, a
história?
Tempo
As ações aconteceram no tempo passado,
no presente? (observar as marcas de
temporalidade)
Personagens e Características
Citar os personagens, descrevendo-os
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma
enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas
tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num
grande caldeirão.
Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar
frutas e quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto,
corríamos atrás dela gritando "bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós não
sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao
contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a
janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era
grande e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para
dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina.
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exato
em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a
bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último.
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor terrível na
perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa,
caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a
turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua
fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, e
instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma habilidade
surpreendente.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. Fui
enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou uma tala,
imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. "Chame uma
ambulância", disse a mulher à minha mãe. Sorriu.
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em poucas semanas
eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo de uma
senhora que morava em minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.
Moacyr Scliar, autor desta crônica, foi escritor e publicou mais de 70 livros. Ganhou o Prêmio Jabuti quatro vezes e foi
membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/7562/bruxas-nao-existem
ATIVIDADE 05 -
CHEGADA A HORA DE PRODUZIR!
Consigna: Agora que vocês já leram por várias vezes o texto, usem da criatividade e criem as suas
versões do conto lido, mas bastante atenção quanto a estrutura do gênero “conto” sua ambientação,
enredo, ou seja, a sequência dos fatos, personagens e suas características físicas e psicológicas, etc.
Att. Professor diga aos alunos sobre as condições necessárias para se produzir um texto, considerando
os 3 passos essenciais:
1º passo:
Planejar o seu texto – o que escrever/ para que escrever/ para quem escrever/ (definindo como iniciará
o seu texto, como continuará e como será o final);
2º passo:
Reler enquanto escreve aquilo que já escreveu, assim manterá a coerência do texto e também ajudará
a ir modificando o que considerar necessário;
3º passo:
Escrever e escrever, ou seja, fazer vários rascunhos possibilitando modificações até conseguir uma
boa qualidade de texto para o autor, levando em consideração também o leitor real;
Organizar a classe para o momento de produção de reescrita do conto apresentado para a proposta de
trabalho - (Diagnóstico).
AGORA É SÓ PRODUZIR!!!!!!!!!!
ATIVIDADE 06 -
ANÁLISE DAS PRODUÇÕES DOS ALUNOS
Com base numa Ficha, o professor fará a análise das Produções dos alunos para mapear os saberes
da turma, organizando-os numa tabela.