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COLÉGIO MILITAR DO TOCANTINS SENADOR ANTONIO LUIZ MAYA

3ª SÉRIE – HISTÓRIA - Prof.Me. EDERVAL CAMARGO ROCHA

Segunda revolução industrial: o que foi, causas e consequenciais


Introdução Essas transformações encurtaram distâncias e mudaram a
maneira com que os homens viam e se relacionavam com o
Essa é uma nova fase do processo de industrialização que
mundo.
havia começado cerca de 100 anos antes na Inglaterra. Entre
as principais mudanças desse período, que vai até o início do Foi também a época de novos avanços tecnológicos, puxados
século XX, podemos citar a expansão da indústria pela Europa pela invenção do telégrafo, do telefone, da fotografia, da
e por outros continentes, o uso de novas fontes de energia, o lâmpada elétrica, entre outros.
nascimento de novos setores da indústria, a revolução dos
A partir de então, se estabeleceu uma relação mais próxima
transportes e o desenvolvimento tecnológico.
entre ciência e indústria. Esta passa a depender fortemente do
Expansão da industrialização desenvolvimento tecnológico promovido pelos avanços
científicos, que são incorporados rapidamente à esfera
Ao longo do século XIX, os primeiros países a iniciarem sua
produtiva. Esse modelo seria consagrado como um dos pilares
industrialização depois dos ingleses foram a França, após a
do desenvolvimento industrial dali em diante.
Revolução de 1789, e a Bélgica, que se tornou independente
dos Países Baixos em 1830. Logo depois foi a vez de Alemanha Mudanças no capitalismo
e Itália, países que tiveram seus processos de unificação ainda
Na esfera do capital, as novas atividades econômicas e os
no século XIX.
grandes empreendimentos industriais exigiam investimentos
Fora da Europa, a industrialização foi mais intensa nos Estados cada vez mais altos, que dificilmente poderiam ser realizados
Unidos, após a Guerra da Secessão, e no Japão, após a por acionistas individuais.
restauração Meiji.
Houve a substituição da livre concorrência pelo capital
Embora estivesse concentrada nesses países, outros Estados financeiro e monopolista, que dominou setores produtivos
passaram por processos mais tímidos de industrialização, caso inteiros, fundiu indústria e finanças, e passou a ter um
da Rússia, impulsionado principalmente pelo capital controle muito maior sobre os mercados.
estrangeiro.
Nesse momento, começam a surgir as primeiras grandes
Novas fontes de energia e novos setores da indústria companhias empresariais, em ramos como o do petróleo, que
estabeleciam acordos para controlar preços, produção e
Além da expansão da industrialização, o processo produtivo
mercado através de práticas como o truste e o cartel.
também passou por mudanças. O carvão mineral foi
gradualmente substituído por novas fontes de energia, como a Surge, também, a figura do neocolonialismo - ou
eletricidade e o petróleo. imperialismo -, política de ocupação e domínio de territórios,
principalmente na África e Ásia, para busca de matérias-
Essa mudança deu origem a novos setores da indústria. Houve
primas e mercados para a indústria europeia.
uma expansão da chamada indústria de base, como a
siderúrgica (produção de aço) e a petroquímica (produtos O crescimento do movimento operário
derivados do petróleo). Em paralelo, outros segmentos
A situação da classe trabalhadora estava longe de seguir no
também se desenvolveram, como o farmacêutico.
mesmo sentido.
Essa etapa da industrialização também foi marcada, na esfera
Era comum que operários tivessem longas jornadas diárias, de
das fábricas, pela adoção dos processos de produção em série,
mais de 12 horas, inclusive mulheres e crianças, que eram
a exemplo do fordismo - introdução de procedimentos e
considerados mais “dóceis” para o trabalho nas fábricas.
normas de divisão do trabalho nas fábricas, visando expandir
Nesse contexto, o movimento operário passa a se organizar
ao máximo a produção - que proporcionaram grandes ganhos
para reivindicar melhores condições de trabalho e, inclusive,
de produtividade à atividade industrial.
liderar movimentos políticos mais amplos.
A revolução dos transportes e os avanços tecnológicos
Nessa época, começam a se formar os primeiros sindicatos na
Foi nesse período do desenvolvimento econômico em que Europa, como expressão da organização dos trabalhadores
houve a adoção dos navios e trens a vapor, e, posteriormente, lutando por melhores condições. Movimentos como o
a invenção do automóvel e do avião. Grandes ferrovias Cartismo, na Inglaterra, e a Liga dos Comunistas, que atuou
passaram a atravessar o território das potências industriais, em diversos países sob a influência de teóricos do socialismo
em especial na Europa e nos Estados Unidos, primeiramente científico como Karl Marx e Friedrich Engels, são exemplos de
para o transporte de matérias-primas e mercadorias, mas organizações do movimento operário, que se tornaria um ator
depois para o transporte de passageiros também. fundamental nos acontecimentos políticos do século XX.
Conclusão Rússia, Japão, Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, França,
Reino Unido e Bélgica foram alguns dos principais países a se
Contudo, essas mudanças não foram capazes de solucionar
inserirem no processo imperialista como países dominadores.
problemas como a exploração da classe trabalhadora e a
existência de territórios coloniais. Embora significativas na O primeiro estudo sobre o imperialismo foi realizado pelo
esfera da produção, houve a manutenção das mesmas inglês John Hobson em 1902, que desenvolveu o argumento
estruturas sociais criadas pela Revolução Industrial, e os de que este processo foi decorrente do acúmulo de capital
conflitos entre as potências capitalistas levariam a grandes que, por sua vez, impulsionou a busca por mercados
conflitos no século XX. consumidores e matéria-prima.

O processo de dominação dos países europeus em relação a


outros países foi explicado a partir de três noções políticos e
Imperialismo
ideológicas centrais:
Podemos de chamar de Imperialismo o conjunto de ações
 o darwinismo social; que a partir de interpretações
políticas empreendidas por grandes nações com o objetivo de
duvidosas da Teoria da Evolução de Charles Darwin,
ampliar seu poder cultural, político, econômico e/ou territorial
justificava o domínio pela crença de que seria
sobre outros povos, territórios, países ou grupos sociais. Esse
“natural” a dominação dos mais fracos pelos mais
poder pode ser exercido de forma direta ou indireta, sob vias
fortes;
formais ou nem tão formais assim.
 o etnocentrismo; que em uma perspectiva
É importante pontuar que imperialismo e colonialismo são semelhante ao do darwinismo social, partia do
fenômenos distintos, apesar de próximos. O fenômeno princípio que haviam grupos étnicos superiores a
imperialista contemporâneo, por exemplo, é também outros e, por isso, a missão das sociedades superiores
chamado de neocolonialismo - por possuir características seria a de “civilizar” sociedades inferiores, o que
muito próximas do colonialismo da Época Moderna. justificava o domínio;
 e o racismo; a crença da hierarquia das raças fez com
Além disso, o Imperialismo pode ser também um fenômeno que os povos europeus subjugassem e se pensassem
ideológico e cultural e não necessariamente territorial. no direito de explorar outros grupos raciais,
Imperialismo e suas origens especialmente negros e asiáticos.

A formação de Impérios a partir da expansão e dominação Além disso, são processos também característicos do
territorial data do Egito Antigo, Grécia e Império Romano, Imperialismo:
estendendo-se até a Idade Média com os casos do Islão e dos  a fusão do capital industrial e do capital financeiro;
Turcos.  a expansão das potências europeias a partir da forte
Entretanto, foi mesmo a partir do Século XX que o termo influência cultural, políticas e econômica sobre outros
Imperialismo passou a ser conhecido para designar o processo países;
de ampliação do poder das potências europeias sobre outros  o domínio aconteceu de forma formal e informal.
territórios. Diferenças entre Colonialismo e Imperialismo
Esse processo ficou conhecido também como Referências
Neocolonialismo, devido à aproximação com o Colonialismo HOBSBAWN, Eric J. A Era dos Impérios 1875-1914. Rio de
dos séculos XV a XIX. Janeiro, Paz e Terra, 1988
SAID, Edward. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia
O Imperialismo Europeu - ou Neocolonialismo
das Letras, 1995.
O Imperialismo Europeu teve como ponto de partida o
processo de expansão do capitalismo industrial na Europa.
Entre o final do século XIX e começo do século XX, a economia
mundial passou por profundas transformações - resultantes
da Revolução Industrial -, como o significativo aumento da
produção.

A busca pelo monopólio econômico e por investimento de


capital externo passou a gerar a busca por domínio econômico
de outros países, por mão-de-obra barata, matéria-prima e
mercados consumidores. Sendo assim, o Imperialismo
Europeu concentrou-se fundamentalmente em territórios nos
continentes africano e asiático.

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