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OS DOIS IRmílos

JOÕO E "RtHUR PRÉ-mODERnIStRS


TlmOtHEO OH COStH BRRSILEIROS
"'"
OS DOIS IRmílos
JOHO E nRtHUR PRÉ-mODERniStAS
TlmOtHEO OH COStR BRASILEIROS
CURRooR E ORGRnlZRoOR EmRnOEl RRRUJO

EHPOSICRO DE 20 Df nOVEmBRO OE 2012 R 01 OE SEtEmBRO OE 2013

~
GOVERNO DO ESTADO

SÃO PAULO
_ II:!
-" afrobrasiI Secretaria da Culturit
"DOI' 1!t\I.'\O
J( Ao E

~ ARTHUR EJOÃO TIMOTHEO DA COSTA JOAO TIMÚTHEO DA COSTA EM SEU ATELlE ~


RIo de Janeiro, 1913 FIo de Janeiro, 1913
Fotogrllia Fotogralla
Acervo Fundação Blbllot~ca tJaclOnal ~cervo Fundação Biblioteca NacIOnal

~RTHUR TIMÚTHEO DA COSTA EM ,EU ATELlÉ ~


Fio de Janeiro, 1313
PANORÂMICAS DA EXPOSIÇAO Jade e Arthur TIIT' Ihe~ da Co~ a - O DOIs Irmao!> Pre-M,dtrlllsla Brd!>ilelrQ Fotoqralia
aprosentada no Museu Alro Br3'31 enlre NovpmbrQ (j 2012 e ~et mbr'l d 2013 ~.cfrvo Fundaçau Biblioteca Na anal
o fato de, m pI no 'culo 21, a ociedade brasileira ainda discutir
o pap el do negro no País, ap nas aum nra a im portâ ncia com
que dev mo r v r n iar o trabalho dos irmáo Art hu r João
Timóth o da Co ta.

Arti ta , n gro r sp irado na virada dos ' cu los 19 para o 20,


os dois rom p ram náo somente a barr ira do pr o nc iro ,
mas tamb ' m outras dihculdad s qu facilm nt pod m s imaginar:
a orig m hum ilde da fam ília e o ingr so na Escola Naci onal de
B la A rt no ano de 1894, portanto, ap nas s i ano após a
aboliçáo oh ial d a cravidáo no Bra iI.

Ao trazer ao público pauli ta sta xposiçáo com uma r trosp tiva


da obra dos artistas: o Mu eu Afro Bra ii c I bra seu oito ano
de xi t -nc ia cumprindo papel fu ndam ntal na difu áo da an ,
em e p cia l aqu la r lacionada com a profundas raíz s xi t nt s
entre a África o nosso Pa ís: trazer ao c rn da so iedad o d bat ,
a inv stiga áo, ao me mo m qu instiga ampli a a d mocratizaçáo
do ace o às art s plástica .

É com ampla sati fa áo que parab nizamos o Mu eu fro Brasil p la


in iciativa --' tamb' m p lo s u aniver ário.

Secr taria da Cultura


Gov rno do Estado de São Paulo
1..( . PAR- S - HÔ' 1 de , IR-ue du FIgule,· . J L C

DOIS IRmÃOS, Mus u de Arte Moderna de São Paulo. E t trabalho


com morou os c m anos da Abolição da Escravatura
DOIS PinTORES, no Bra iI. Logo m s guida, part i para Nova York,
atendendo a honro o convite da CU_ Y Di tingui h d
DOIS DESTinos Profi or of Art, onde apr ent i o livro numa conferAncia,

SEmElHRnTES para surpr sa e perpl xidade dos norre-am ricano ,


que não tinham conh cim lHO de qual tinha sido a
ontribuição dos afrode cendent para a ultura bra ii ira.
Por anos a fio procur i s gui r a obra d se dois artista Portanto, al' m dos dois T imótheo, descobri ainda Est vão
do com ço do século XX, João A rthur Timótheo da Roberto da Silva, Firmino M onteiro, Rafael Fr clerico,
Costa, irmãos. Procurava entend r os dra mático Antôn io Pinto Bandeira, Horácio Hora, o baiano que
destinos de doi s artistas mulatos di ant dos rev es viv u na França Emmanuel Zamor, alguns d arti tas
do preconc ito como i so dev ter mudado suas vindos da Academia Imperial de B las Artes do com ço
carr iras brilhantes. do éculo XX, como foi o caso do Timótheo.

E a busca pelos artista n gros do Brasil come , ou m É pr ci o I mbrar qu havia uma ince ante p quisa
1987 para o livro e xpo i ão "A máo afro-bra ileira: para trazer à tona sse nome nterrados na obscuridad
significado da contribu i áo arrí tica e hi tó rica", no da memória bra ileira. A sim, da li urgiram os músicos

Carlão poslal de Arlhur Timolhp.1 a Lur'rlio d Albucl 'rQue


Paris, 15 de abril de 1910
ColeÇi!o parlicular
rudito e popular s, os scritor ,os ci mista , os po tas, o mbaixador M uniz d Aragão, Armando Trompowsky,
o inv ntor s, os cantare, te. para citar algumas p rsonalidad do Rio figu radas nas
caricatura d Em ílio Cardo o Ayr s.
A exposição troux luz à grand produção dos doi
Timóth o. Foi um d safio . Po r anos, cada obra que Há também uma id ia da cidade do R io em s u b lo
apar cia tinha qu ser r gatada, para não p rd r no mom nto d Capitll da República do Bra iI, r tratada
meandro do m rcado de arte do Rio d São Pau lo. pela lentes de A ugusto Malta, ntr 1903 1936.

Muita das prim iras obra , como as produzida no D vemo s s m pr ' stimo ao olecion ado r, p qui-
trang iro, foram vi ta na exposição agora p rma- sado r d itor Ruy o uza e Silva . Outras im agen
necem nest catálogo -livro lançado p lo Mus u Afro r produzidas na xposição vieram de outro p quisado r
Brasil. Claro qu vária obras não foram trazidas po r edi tor, G org Ermakoff, que descobriu a xtraor-
cau a do d interes e de muitas instituiçóe de muito din árias fotos de um álbum do Acervo da Bibl ioteca
cal cionador s ávido. Vai r altar um primoroso Nacion al do Rio d Ja n iro, rev lando mom mo d
u F minino de 1910: e a maravilhosa obra mostra a encontros de A rthur com eu cal ga , além do magní-
grand qualidad pictórica o talemo do ainda jov m fico at li ' d Pa ri. E se á lbum r v la out ros arti ta
Arthur Timóth o da Co ta, da coi ção de Max Perling iro. do tempo do d oi irmão, como o pintor Dias Júnior,
morto m uito jov m, e Isa ltino Barbosa, profi sor d
Acreditamo que a r trosp ctiva de João e Anhur
artes deco rat ivas d l Escola acioml d Bel as Art s.
T imóth o da Co ta correspond ab olutam nt à
pe rsp criva do M useu Afro Brasil de d fi a da m mória João Timóth o d a Cos t:l nasce u m 24 d dez mbro
dos que foram maltratado pelo tempo e pelo de caso, d 1879 foi con iderado p los críticos um artista de
dos que de fato deram seus tal mo e uas vidas para con - xce , ão, com um tra o fort ólido na con trução de
truir seu sonho , a d p ito de traj tórias muito ofrida , suas paisag ns, figura t ma históricos. Vindo da
corno as d s dois arti t brasil iro xtraordinário. Ca a da Mo da, foi alu no d Dani I B ' rard, trabalhou
na d coração do pa ilhão da Expo ição Internaciona l
Esta xpos ição r aliza a inda com pr ença de um
d 1911 em T urim, nquamo que, qua e ao m mo
fabulo o caricaturi ta do com o do éculo XX, Emilio
t mpo, Arthur gan hava o pr ' mio de Viag m à Europa
C ardo o Ayr s, p rn ambucano que retratou com finís-
com a famosa obra "O Dia guinte", d 191 3.
Imo irâ nico traço a vida mundana d o Rio d
Janeiro, apr mado por um t xto do tale nto li t rário Os D ois Irmão fo ram os r spon áv is pela d coração
doutro arti ta, o pintor Em iliano D i C ava lcanti. d a s d social do Flu min n e Fur boI Club p lo
alões do Hot I Copacabana Palace. A Câmara de Vi r a-
A cari atura p rt ncem a um álbu m litográfico
d ore do Rio d Ja neiro po ui m seu ace rvo obra
colorido a mão, que mostra a vida mundana do Rio
de Arthur João.
de Jan iro, num do mais importam 5 alõ el gante ,
liderado p la sociali te do com ço do éculo Laurinda Esta ho me nag m completa nos spaço do Mu u
Santos Lobo , m cujo pa lace te no bairro d Sa nta Afro Brasil. Duram qua um a no, os vi itam d st
Tereza r c bia artistas, int I ctuai per ona lidades da museu pud ra m conviv r com o tal nto o a nho dos
épo a. Ess ál bum fo i um mpr ' stimo valia o d sua Dois Irmãos, com ua obras e s u t mpo. A trag' di a
h rdei ra Cl audia Ramiro Costa a mpaio . foi cruel no final da vida do dois pintor , m difi rent
t mpos, ma p rm an c m vivos s us ta lentos , livr s
a ua caricatura , pod - v r os a íduos fr qu n-
para d uzir a t rnidad p la pura b I za .
tado r s do sa lão de Mme. Santos Lobo. Eram les
o scriror João do Rio, o pintor H nriqu B rnardelli
e eu irmão, o cultor Rodolfo, a car icaruri ta Rian Emano I Araujo
(Nair d 't ffi') com s u p ai , o Ba ró d T ff,', Dir ror-curador do MLI LI Afro Bra ii
D. G a by, po a d o romanci ta Coelho tto ,

9
o RIO DE No alvor cer do 'n uo X T o R io de Janei ro e moder-
nizava, vi ando tornar- e a vitrine do Brasil. Era a capital

JRnEIRO f, d ral, palco d a Exposiçõe Ge rais de Belas Art s,


qu iria abrir a porta do país p ara a civiliza 3.0.
DE RUGUSTO Per ira Pa sos, engenh iro pref, iro da cidade ntre
1902 e 1906, transform ou o Rio de Janeiro m um
mRlTR no canteiro de obras. S u proj to elitista, in pi rado na

TEmpo DOS capital francesa, desapropriou o fa moso cortiços do


cenrro, mpu rra ndo a popu lação d ba ixa ren d a
IRmílos p ara as p rif, ri a , abriu largas avenidas im rligando
o centro ao bairros próximo . Augu to Malta, alagoa no
TlmÓTHEO radicado na capital flumin ns d de 1888, foi o principal
olhar dessa m udança, pois trabalhou omo fo tógrafo
oficial da prd; itura emr 1903 1936, a convite do próprio
Per ira Passo . Trabalhador d dicado, as imagen de Malta
3.0 hoje referência da memória da cidade no período.

Núcleo de p squ i a
do Mus u Afro Bmil

AUGUSTO Mft.LTA
Avenida Beira-Mar
1905
Fútog-a!1
Cu!e lO parti'_ular

12
AUGUSTOMAL TA
Relógio 00 Bairro da Gloria
Fologralid
Coleção particular
AUGUSTO MALTA AUGUSTO MALTA ~ AUGUSTO MALTA ~~
Um trecl0 do Jardim da GlÓria Os arr 's na Rua du Rlachuelo Vista lomada do Corcovado
1906 1908 190')
Fotogra'la Fotogralla Fotc,gral13
Coleção parllcula' Colp.çao parllcular Coleçao parlicular
20
<4 Emílio Cardoso Ayres em seu alelle
EMILlO CARDOSO AYRES
Uma 6 feira em casa de Madame San los Lobo
1911
Grdl"r nanQulITI e guachp. sohre papel
Cole áo parlllular
EMILO CARDOSO AYRES
FigUr3S da sociedade cariai Ao cenlro Mefisiole' CD MlrII':>lr' do C Ile 110 B as IOde La C'uz
1910-1911
GralHe. nanqulm e gual he sobre papel
Coleção parti ular
EmlLIO Caricaturi ta, pintor piani ta de
fina sen ibilidad . As im ra
A xpo ição r nd u a Ayr sua
rÍticas po itiva foram r gi trad
COll agração. Muita
m artigos de jornai .

CRRDOSO conh cido Emilio Ayr , um


I gante jov m d múltiplos
um d i , João do Rio (1881-1 921), um do caricatu-
rados por Ayr s, d ixou e1ar apó visitar a xposi ão,
RVRES tal ntos que calçava apatos com qu ta fo i "um gran d sucesso , um im nso 'x ito-
alto para di farçar sua baixa tatura. Nascido m 23 d como nunca houv no Bra il, n s e g' nero".
maio de 1890, numa importante família pernamb ucana,
As P s oa qu rviam d mod lo para a caricatura
ainda menino já d monstrava grande vaca ão para o
d Ayre p rt nciam à alta sociedad do Rio d Janeiro.
desenho. Foi aluno do pimor TeU Junior (185 1-1914),
O saló da Madam antas Lobo (1878-1946), m
mas u pirito livre não se adaptou ~ rígidas fórmul
Santa Tt r sa, conh cido po r us legantes fr qu nta-
acadêmicas à obriga ão da cópia. Em 1908, Ayr
dor s, ram os principai "laboratórios" do artista.
partiu para o Rio d Jan iro, onde fo i discípu lo d
H nrique B rnardelli (1857-1936). Notando o grande Ap sar do norm sue sso de Ayr s no Rio de Jan iro,
talento do jov m, B rnard Ui sug ri u que Ayr seguiss ua p rmanência na idade não se prolongou. D volta
para a Europa, ond t ri a a oportunidad de melhor à Europa, o artista pa sou os último anos de sua br v
explorar uas pot ncialidade . Em Pari, Ayr s tab lec vid a trabalhan do m ua ria õ s, indu ive como
grande amizade om o p into r Luc O livier M r on colaborador a síduo na páginas do imporrant jornal
(1846-1920), que e torna s u ori mador m tre. de moda da época Gazette du B 071 Ton. Inquieto, o artista
tamb ' m explorou di~ r nt lugares, como a Rú ia,
u retorno ao Brasil e dá apó a notícia da mort pr ma-
a Suécia, ntr outros paí
tura d eu irmão, qu o d ixa profundam nt abalado.
Foi no Rio de Jan iro que Ayr s, junto com Nair de I ; ffi' Fo i, aliás, ao retornar d uma viagem à Tuní ia,
(1886-1981), em ou como caricaturista nas páginas da que Ayr s r olv u colocar fim à u a p rópri a vida.
r i ta Fon-Fon!, com a portrait-chalge do po ta 0 1 gário A notícia d e sua morte, no dia 21 d abr il d 1916,
Mariano (1889-1958) que, na o ião, lançava o eu livro m M ar elha, com ap na 26 anos de idade, coou
AJzgtlus. Foi m 1911, no enramo, qu Ayr realizou ua dolorosam nt no m ia artÍ ti o r percutiu em
primeira única xpo ição, num dos aló mai el game di v rsos jo rnai do Bra iI.
do Rio de Janeiro, do fotógrafo ylvio B vilacqua (?-1 948).
N e me mo pa o, Antônio Parr iras (1860-19 7),
dentre ourro grand arti tas, já haviam exposto suas obras. úcl o de Pesquisa do Museu Afro Bra ii

25
o CRRICRTURISTR A caricatura no Brasil
só possuiu até hoje u m
tamb ' m com as boas man ira , h rdada do
tempo do Império".

EmlLIO RYRES ca ricat u rista I gante


- Em il io Ayre .
"O s nore -am ricano - continua com ua fidalguiJ.
a nobr dama - não conviv ram nunca com Bourbons
E R ELEGíinCIH O izia-m um a v z O rl ans. A nos a du a ão pautava- e nas velhas

CARIOCR Paulo Barreto que foi


no t mpo de Ayre o
eti quetas francesas, às quai juntáva mos m igui e
donaires particular ".
cronista e o romancista dos legam : "n nhum detalhe "Não fo i ó a r pública que urgiu no Bra ii inopina-
escapava à observação d Emil io Ayr quando le anotava d am nte, o progresso tamb ém veio de op tão!"
a psicologia do eu modelo". E apontando-m várias
Oe fa to a elegâ ncia carioca das recepções senhoriais
páginas do ca ricaturi ta: "Toda ta g me repres nta.
de Botafogo e Laranj ira , onde s trocava m gent ilezas
~ m máscaras d s to res . O palco para I fo i a vid a
m adrigalescas, el gância que ainda tinha um pouco de
mundana . Eles stão r tratados fid lissimam m ".
Machado de A i e já qualquer coi a de Marcel Pr vo t,
Paulo Barreto terminava o eu comentário, apontando d apar ceu com o prefeito Pa os que mar ou a tran ição.
a própria caricatura. A guerra d 1914, hélas! O u-Ihe a última pá de cal.
Uma senhora que stá no álbum de Emílio Ayr - uma O Jootba f!, o cinem a, tc. te. tc. tra nsform a ra m
grande dama que já atrave sou os alões de vária con s da tudo agora xiste no Rio: ociedade sporriva, socie-
Europa, diz-m empr que os hábitos legantes do carioca d J.de lírica, ociedad dinâmica ... Os elegantes foram
ecl ip aram- , om o bonde elétrico o asfalto. banidos definitivam nr .
"O am ricani mo h gando aqui inopin adamente, E el con olam- ,cavaquea ndo na terrasse do Hot I
náo desuuiu só o qu havia de rotina, ma ca rregou-no dos E uang iro .. .

EMILlO CARDOSO AYRES


As Damas
Grafíto e aquareta sobrE pape
Coleção particular

EMILlO CAROOSO AYRES


EmíliO Cardoso Ayres retratando
a sociedade car oca
1911
Grafite. nanquim eguacresobre
Coteçao particular
Torna-se a im, um praz r sutil abrir-s ho j o As im que publico u o LI álbum Emilio Ayr s partiu
álbu m de Emilio Ayr (dição Briguiet de 1912) para Pari . No grand entro artí tico colaborou m
- o arti ta d lit qu fo i o único caricaturi ta muita r vistas juntou-se aos artistas renovador da
I gante do Bra iI. pintura ont mporân a. D dicando- à d coração,
produziu curio a composiçõ s qu e tão e palhadas
Toda ociedade que d sfi lo u p lo alõ s carioca do
m várias coI õ de r idência paris ien
começo do ' culo XX, o iedade que falava na xpo ição
de 1900 m Paris fr quentou a nos a xposição nacio- Em ilio Ayres, que parecia um homem f, liz, di spôs-
nal d 1908, que conh ceu o Sr. Afrânio P ixoto quand de pr zar com amargor a vida, uici dou-s no ano d
le e cr via a Esfinge, que pas eava de carro ab rto pelas 19 16, m Mar lh a, ond vivia solitário no quarto
alamedas silencio a d P trópoli , qu compro u o de um hot 1.
primeiro automóv is vindo ao Br U, soci dad para
quem Figueir do Pim nt I criou o "Binóculo", toda s a Emiliano D i Cavalcanr i
gente rilffinét: tá no álbwn de Emilio Ayr , imortalizada. 08 de abril d 1928

Emilio Ayr ra de P rn ambuco, p rt ncia a um a


da velha famíl ia qu fazem a aristocracia da nobr
provínc ia do orde t brasileiro.

Vi io para o Rio tudar. No Rio, m br v , EmUio Ayr s


f, z-se famil iar d eus mod los da so i dade em todo
salão que e abria para uma recep ão el gante lá tava
el , com a sua mordacidad qui ita, obs rvando .

27
f

VIDR Em 1916, m Mar ille, p r guido


por um a n urastenia acabrunha-
D a sua elegância apurada o invejo o diziam coi a
ásp ra , duvido a le qu as ntia, orria o s u bom

RlHEIR dora, dava cabo da vida, o m ais


pi ritual, o mais ncantador dos
orriso da província m que pairava toda a bondade da
sua casa e da sua g nt .

EmíliO chargista qu o Brasil tem tido .


ingu ' m m lho r do que u pode falar nele.
A nota d ssa morte no veio no laco-
RVRES ni mo de um de pach o da Hava ,
Fui seu companheiro d primeira I tra num olégio
da província.
em comentário. E lá se foram muito anos d pois
de se tri te epi ód io. Através da m inha I mbrança apagaram-se qua e todas
as impr só s da antiga vida, mas sua ombras ficaram:
Falar da p rsonalidade d Emílio Ayr ' r cordar uma
a de um v lho professor, figura bíblica de longa barbas
fa e brilhante do Rio que passou , do Rio harmonioso,
do Rio bom, ainda náo contagiado pelo artifícios da desalinhada sobre o peito magro a ilhueta elegante

moda de hoje, ao tempo m qu o cario a ia tomar o do m eu amigo Emilio Ayr s, muito tratada, muito m-

s u chá ali a Cav ' falar de coisas hon tas. poada, muito polida.

Naquele t mpo náo h avia e a pidemia futuri ta d Pas aram- e ornes e os ano.
moçoilas fUtei as olando p los no 50 saló avenidas. A no sa amizad guiu o u curso de água mansa.
Eram outros o tipos, outro o ambiente, outra a educação. Ficamo hom m. Ele tomou um rumo , u tomei outro.
Emilio Ayr s urgia entre a g nte daqu le tempo como D e quando em quando chegavam-me às máos palavras
um tipo único.
longínquas de Emilio , ora do C airo, ora de Londr ,
Pequ nino e nervo o, um sorriso Fc liz à comi sura do lábio ora de Paris, daque! Paris do urado e v rtiginoso d qu
sup rior, uns olhito mal d p rto , um p rfil de m dal ha. le falava em fr ' mitos de ntusia mo.

/
y //
" /\
...----

I
I
EMILlO CARDOSO AYRES
Figuras da sociedade car loca
Ao cenlro. o folografe Sylvlo Bevllacqua.
1911
Graflle nanqulll gJach suLre pap I
Coleçao parllcular
Um dia dei com Em ílio em pi na Avenida Rio Branco. a enhora Gaby Co lho N to o u sorriso de puma,
Nunca mai m queci do nos o abraço. Há abra os a menina Leitão da Cunha, enhorinha Vera Barboza,
que o tempo não can egue desapertar.. . E pa amo hoje Sra. Cavalcanti, ra. Itib ré da Cunha e toda a rie
um mé int iro junto , ele a fazer-me a narrativa I ma int rminável de figura d corativas de P trópolis, lá stavam
do seu suce o m Paris, a maravilha do seu atelier, dando vida à páginas do álbum admirável.
o aplauso da crítica, a carta de B rn t in lou ando-Ih Mas o t mpo om a sua fatalidad ineviráv I apaga
o gênio, o beijo qu Polair lhe d ra m pleno bOllleva;d todo o trunfos, toda as glória ...
e tudo isso mecanicamente, frivolamente como e conta e
Do m nino g nial qu foi Em ílio Ayres ninguém mai
uma blague qualqu r s m importância. A sua art
fala. Amavam-no m vida por pavor ao escal p lo do s u
ntão , tomara proporçó grandio a . Era el, m
lápis. Hoj ninguém mai lhe pronuncia o nome, aqu I
louvo r, o maior do no os fazedor s de bon ca .
nome r dando que saltava das fo lhas d ' album como
Nenhum outro con guira do xag ro ridículo da cari- uma sátira vi a, diant do qual os hom ns tiravam com
catura tirar ~ itos tão surpr endent s. r pito o us chap' u as mulh r e ap uravam
m sorrir o mai lindo dos s us orri os.
Em Perrópoli , onviv ndo na alta roda, ntr tipos de
d taque para lh apanhar o flagrante caricato dos traços, Y-Juca-Pi rama
Artigo do Jornal A Proví ncia, s/d ara e slloca l (r cort )
tornou-se amado das mulher inv jado do hom n .

Como em, o agudo ob ervador do gra nd mundo


parisiense, a sua p cialidad ra pintar mulh r s.
Datam daí a prim iras silhu tas mundanas da ' poca: A
ra. antas Lobo, p qu nina, spalhando o encanto da
ua graça a vivacidade do u olho irr qui to ;

EMl lIOCARDOSO AYRES


Fi~urasda sociedade carioca
1911
Gralile, nalQuim e guache ,obre papel
Coleçao parlicular
H VIRHDH DO SÉCULO:
RIO DE JHnEIRO E BRHSIL

• Promulgação da • Lei Áurea, • Revolta da Armada: esquadras • Revolta da Vacina: a pedido


Lei do Vemre Livr abolição da escravatura rebeldes hostilizam as fortaleza do médico Osvaldo Cruz,
• Morre de Firmino Monteiro legalistas de Floriano Peixoto, o Congr sso aprovou a lei
em setembro, a partir de que tornava obrigatória a
ncouraçados atracados no Rio. vacinação contra a varíola e
• Desembarque dos primeiro Os rebeldes chegaram a a febre amarela. Porém, ainda
Imigrantes italianos m • Proclamação da República empossar Frederico Guilherme ntindo o efeito do
ão Paulo e queda da Monarquia de Lorena como pre idente, des mprego e do alto cu ro
• D. Pedro II parte para em outubro. Navios menore de vida e m função da política
o exílio na Europa cruzavam a baía de Guanabara, higienista e modernizadora dos
principalmente tentando atingir republicano , que empurrava a
ascimento do marinheiro
Niterói. Fomes da época porção mai pobre da população
João Cândido
calculam que 100 mil pessoa para regiões mai di rantes da
• Criação da Escola Nacional
fugiram do Rio de ]:ll1eiro cidade, as m didas terminaram
de Bela rtes (ENBA)
duranre e sa op raçõe por semear o de conr mamemo,
militares. O r beIdes cujo estopim foi obrigatoriedade
asciment do critor
foram abatido por Floriano da vacinação. A população
Lima Barreto
em 1894, mas abriu-se espaço ca rioca, em e clarecimenro,
• Morre do abolicionista • Mort do pintor E têvão ilva
para a candidatura de Prudente obre a vacina, foi às rua
Luís Gama
de Morai à presidência, houv um I vante militar
• Início do movimento
como repre entame dos que qua e re ultou na queda
abolicionista dos Caifazes,
• Floriano Peixoto nomeia um caD icultores pauli tas de Rodrigue Alve
que organizava a fuga
coletiva de cravos de São Paulo novo Conselho de Intendência,
depoi que populares liderados
por Nilo P~çanha e Barata
• O Arrai:t! de Canudos é • Morte de José do Parrocínio
Ribeiro imoddiram a antiga
smagado pelas forças estatais
• Libertação dos escravos no Intendência. A partir dessa ação, _
e:uá e promulgação da Barara Ribeiro foi nomeado o
Lei do Sexagenários, que primeiro pr feito da cidade do
'.Ii • Inauguração da av nida
dava Uberdade aos escravos Rio de Janeiro
Atlântica (Rio de Janeiro)
om mai, de 65 an05
• Início da implantação da • ln tala ão do bondinho d • Morre da mã de santo • Morte de João Timóthto
iluminação I'trica na rua Pão deAçú ar Tia Ciata da Costa
do Rio de Janeiro

• Regi tro na Biblioreca acional • Na cimemo de Tom Jobim • Promulgação da 3- onstirui ia


• Morte do pintor e desenhista da canção Pelo teI fone, do Brasil ira que defin r a
João ~laximiano Mafra compo"irores Donga e Mário ducação um direito de todos
• O antigo prédio da Escola de Almeida, primeira mú ica institui o salário mínimo
1 lacional Jc: B Ias Art , gravada sob o rótulo de 'ambJ. • Getúlio arga sob ao poder,
na avenida Pas os, é demolido Grande suc so do carnaval dissolv o Congr so e comanda
• O jornal i ta Coelho Nero, de 1917 a ditadura até o ano d 1934
em artigo que ficou famoso, • Criação do Mu~ u • Início da op ra óe. do
ap lida a cidade do Rio de Histórico Nacional Aeroporto anta Dumont
Janeiro de "Cidad Maravilhosa", • R aUza -áo do prim iro
título que vira marchinha • E 'posição de pintura mod ma concurso das Escola de amba
em 1935 de Anita Malfati, marco da arte no Rio de Jan iro
mod mista bra ileira • Inauguração da e tátua do • André filho compõe a Marcha-
Crisro R demor -Hino Cidad Mafa\i1ho a
• Morte do prof. or e e~cultor
• ilo Peçanha roma-se a primeira Rodolfo Bernardelli
pessoa com ascendência africana • Morte do pintor Arthur
a ser pre idente do Brasil Timóth o da Costa • Mort do prof. ,sor e pintor
• SemanJ de Arte Moderna Henrique B rnardelli
em São Paulo
• Início da Coluna Prestes
• Re\'olta da Chibata
...-
.~

• Exposição Internacional
de Turim

....
-...
-
.-
--
.......
-
úcleo de P 'quisa do Museu Afro
Bra,il I Bihliogr~ fia: BrI\il ';00 Anos .
5:10 Pau lo: Abri I, 2000 I lnrcrnet:
www.pcdagogi.lmfoco.pro.brlh r, xx.hnn
I \\ IV\\ wikipedi.l.orgl
JOÃO TlMOTHEO
RIO de Janeiro. 1912
Fotografia
Acervo Fundação B;blloteca ~acional
João Tlmolheo da Co la erl seu alellt
Rio de Janeiro. 1913
Fologralia
Acervo Fund,ção Bill oleGa Na ·,ona l

BIOGRRFIR Jo(1879-1932)
ão T imóth o d a Costa
na c u m uma
de scolas livr s d art, onde p ud s h av r maior
lib rdade d scolha aos arti ta , d modo qu fica

DE JOHO Jan iro. Iniciou ua atividades


famíli a humild do Rio d r ervada à E cola Nacional d B la Art s a in trução
d ntro dos moldes acadêmicos. Faleceu em 1932,
TlmÓTHEO artís tica como ap r ndi z afa tado da pintura internado no Hospício do
na Casa d a Moeda da então Ali nados do Ri o d Jan iro . Foi pr m iado m
DR COSTR capital t d ra l, stud an do div rsas Exposi ó G rais d B las Artes, conquistando
d nho e gravura. Em 1894, ingre sou, ao lado de pr Am ios de menção honr a, a p quena medalha de prata,
se u irmão m ais no vo, Arthur T imó th o d a Cos ta, m 1913, com o quadro O dia stguinte, a grande m dalha
na Escola Nacional d B las Art s, ond e tudou com d prata, m 19 19, com Aprendiz, a pequ na m d alha
Daniel B 'rard, Rodolfo Amo do Z h rino da Co ta. d ouro no alão d Outono d 1926 , com a pintura
Tamb 'm cur ou au las d gravura no Liceu de Art s No atelier. Em 1925 compôs o jú ri d pintura da
Ofícios do Rio d Janeiro. Após de taca r-se como pintor Expo ição G ra l de B las Art s daquele ano.
nas Exposi õ s G rais d B la Are s, e teve na Europa
A produção abundam d João T imótheo, ma rcada p la
ntre 1910 1911 , int grando o grupo contratado para
spontaneidad , contempla todos os g ' n ros da pintura
d corar o pavilhão brasileiro na Expo ição 1m macional
- o retrato, a paisag m, a fi gura, a m arinha a pintura
d Turim, d 1911 , junto com o irmão com Ca rlos
hi tó rica - , além da gravura m m tal. Para o crítico Jos '
e Rodolfo Ch amb Ila nd . Aprov itou a viage m para
~ ixeira Leite , o pintor d taca- sp cialm m pios
conh cer museus na Itália, Fra nça, Suíça e E panha,
nus ma culinos , mas tamb ' m m recem d taqu s
tendo sido marcado p la obra do pintor franc ' s Puvis de
"os retrato de modo g ral as fi gura e as pai ag ns,
Chavannes (1824-1898) p lo ponti lhismo.
de b lo d enho sensív I colorido". Franci co Acquarone
D volta ao Bra ii , foi contratado para xecutar a d co- A. d Queiro z Vi ira lhe at ribu íram qualidad s
ração de in tituiçõ arioca d pr tÍgi , como o aláo xpr s ioni tas, enquanto Quirino Cam pofiorito r co-
de Honra do Palácio T iradent , o alão do Copacabana nhece traços impr ionistas m algumas d ua obras.
Palace e o alão do Flum in nse Football Club , toda
empr gando a t ' cn ica pontilhi ta. Como membro da
ociedad Brasileira de B la Arte , deh nd u a ab rtura Núc! o de P squisa do Mus u Afro Brasi l

35
"D e mim, propriamente,
JORO náo tenho nada a dizer.
TlmÓTHEO o mai inter s ante já r v lei,
que fo i a i ~fluên~i a b n ' fica
POR ELE que, na mlllha vida na de
outro arti ta do nos o meio,
mESmO exer eu Enn s de ouza.
Este ' o traço luminoso da minha xi tência e cumpr -me
recordá-Iosempre. D mais, quanto ao outro d talh ,
tudo vulgar. Sou filho do R io d Janeiro, aqui m smo
ne ta cidade, ao tempo do meu na cimento, Distrito da
Corte. Entrei para a Escola de B la Artes, nas condi-
çõ s que já detalh i, aí por 1894. E tudei oito ano ,
fazendo todo o cur o ob a prote áo do Dr. Enn de
ouza, que m criou a po ib ili dad do e tudo .
Fui primeiramente aluno de d enho de Daniel Berhard,
submetendo-m mais tard a concur o, para a ela de
pintura, passa ndo a 5 r aluno do pro~ s or Rodolpho
Amoedo. Pintura, propriam nte, e tudei cinco ano ,
frequentando modelo vivo, com Z ferino d a Costa.
Compareci 5 mpr aos alõ anuai , tendo obtido todos
05 prêmios até a p quena medalha de ouro, me no de
viagem, que nunca pleite i."

R prod uzido de Co ta, Angyone. A inquietação das


abelhas. Rio de Jan iro: Pimenta de Mello & C ia., 1927

JOAo TIMOTHEO DA COSTA RODO LF OAMOmO


Pélsagem Retrato do Plrtor João Tlmótheo da Costa
Oleo sobre madeira 1908
Coleção particular Oleo sobre madeira
Acervo Museu Nacional de Belas Artes, RJ

36
EnTREVISTR
DE JORO TlmÓTHEO
PRRR R REVISTR
ILLUSTRRÇRO
BRRSILfIRR*
EnTRE "RTISTRS

- Quando João Timotheo da Costa teve a explicação - E admite você o futurismo em pintura?
de nossa presença no seu atelier, naquelle dia feriado,
que eIle aproveitara para submettel-o a uma arrumação
°
- Falar em .lrte fitturisttl é querer adivinhar futuro.
é querer antever o dia de amanhá. Todo~ nó, devemos
geral, foi logo esclarecendo o nosso equívoco: desejar a evoluç:ío da arte. Como? Quem ~.lbe lá?
- Não, meu caro amigo, eu n:ío fui pau a Europa EllJ vem por ~i, naturalmente. inevitavelmente.
como premio de \ ügem, mas sim comiçsionado pdo A t\·oluç:i.o ~ sempre um pa~,o á frente do que existe.
govt:rnu. Terminei o curso na Escola de Belbs Artes Vem como uma fatalidade quase rnecànica de rudo que
em 1907. Em 1910, fui contractado para LLer algum.ls caminh.l. O, artlStJS excepcionae, existem hoje como
decorações nos pa\'ilhões brasile iros da F,:,.po\ição em todos os tempos. Exacr:lmentt porque sáo excep-
lnrernacion:Jl de Turim. Commigo seguiram p:tra o cionaes, sáo sempre revoltados contra as algem:ls da
mesmo fim , v,írio ourros artista : os irmão, Chambdbnd, tradiç.ío. Aprendem sempre acrescentando, sempre
creando quJ.!quer coisa de 110VO. Par:l eb, n.ío há r gr:lS,
o Arrh ur Timorheo, o Eugenio Latour, o Edu:udo Si
não há leis, n m princípios que lhes possam tolher
e outros . Fui neS~a qu,did.lde, de artis ta Ltmrracrac!o,
a liberd,lde individual. Cream por si, por SUJ própria
que me pUL rumo da velhJ Europa. Um,1 vez terminada
conta, intuitivamente. São os gr,mdes Ian<,.adores das
a minh,l tare(1 em Turim, segui cam inho de Pari~, onde
ideas I1O\oJS e, pOrt:lnto. os bctore, incon,cienres da
insulei o meu Iltlflia .. \-ias você é wn homem penerso ...
evoluçio. Imagine você ,e é possível sujeitar os
Vem-me fazer despernr recordações! ...
verdadeiros talenro~ is me,mas regras que servem
Neste momento, como que me estou vendo demro do meu pJI"a guiar as inrelligencias communs! '\íaturalmenre,
ate/uI', do Boulevard Momp:unase .. . tudo evolue. na technica, na forma, lU concepção.
Qual o pintor acrual qUe seria capaz de pintar hoje
- E vo cê acha perversidade despertar saudades
como se pinr,lVa há duzento~ ano" atraz? Os quadros
de uma phase fel iz de nossa vida?
mais celebres do passado despen,lrn admiração
- Sim ... uma pha~e feliz... Dois anos que passaram e enrhml:lSmO, principalmente porque, sem ele~,
vel07es, LOll10 pa~sa tudo quanro é bem ... não teríamos chegado onde chegámos. Mas dahi a
quu-er que eles ainda no, sirvam de modelo, vae um,l
- Mas nós náo viemos aqui despertar tristezas ...
dhrancia enorme! A Giocollda de Da Vinci, p. exp.,
Quizeramos, antes, que você nos revelasse alguma
e o quadro mais celebre que 5e sabe. Entretanto, não
pagina alegre de seu passado em Paris.
é Llm quadro verdadeiro , porque repre,enu uma rcpro-
- Lembrar o pa",ldo em uma época em que só se ducç50 de modelo de f!ulza com um fundo de ar livre.
disLllte o jitturis'llo? HOJe l1Jt1guém mais LIZ isw. Nmguem mai s usa do
proc so artificial, quando pode u ar do r alo O methodo em poder de um coll ccionador qualquer - o r. Si mó
verdadeiro' o que s ap r nd no próprio campo d da Silva, por x mplo ... Quando poderia dar por findo
acção, m fals ar a verd ade: a figurJ, d ante da fi gura, um trabalho dess s?
a paysagem, deant da pay ag m . ó assim, o quadro
- E no atelier?
póde embeber-se da v rdad ira côr local, seja d um
modelo em um ateliel~ s ja de uma vista ao ar livre. - A itua ão ai nda p rman ce difíci l. A no a falta de
ó por xceção ad miro a conc p ão pe oal ou a fama ia modelos ' uma con qu ncia da no a falta de cultura.
do artista. Na co nfecção d um quadro h istórico, p. X. Há p or ahi u ma inju ta pr v nção contra a profis ão d
collocado no local ond e pa sou o facto qu pr t nde mod lo, que é um a profi ão tão digna qua nto as qu
r memorar, o pintor nada p od rá faz r s n ão t ive r a ma is o sejam . A rapar iga bras il iras ainda não s
lib rdade de crear a cena, coadjuvado pelos conhecim mos comp n traram de que o atelier de um pintor náo ' uma
histórico por rodo o d mai lem mos auxil iar d ca a de rolerancia ou um ant ro de d vass idão .
qu pud r di por. O atelier d um pinto r ' como o co nsultório de um
- D ve ser inter ssante trabalhar em um quadro m dico: m am bo xi tem o m smo r peito e a me ma
des a natureza. con ideração p la honra alh ia; m ambos se culti va
com a mesma cr n a, a r ligião do s gr do profissional.
- No nos o paiz, não é nada im r sante. Ao contrario,
e capitulo, e tamo tão longe de Pa ris, co mo da
, um caso m u ito ério . O Brasi l pód er o paiz id ai
Lua. Lá chega a h av r pontos de parada d modelos,
para qualq u r ramo da atividad human a, menos para
como aqui h á p ontos de paradas de taxis... É só v r
as B lia Ar t S. 't mos s a natur za p rodigio amente
scolh r. Aqui no Rio, como' difi rente! Houv uma
xub ran t que a todo maravil ha, mas da qual ó
' poca m que Leonardo da Vi nci ti nha qua i pro mpta
mu ito d ifi cil m nte s pód ti rar u m r ai prov ito.
a ua cel br Ceia de Christo. Foi qua ndo II poz a
ós orno victim a d n a própria b leza, porqu '
pas iar p las rua da cidad , ob rva ndo at nta m nt
uma b leza difícil por xce so de luz. Ao pa so que a luz
todos o hom n qu pa avam . D ir-se-ia qu o m tr
atenuada r alça os planos, o xce o de luz confunde-o ,
r pa u ava da fadiga, e paire ndo o dia inteiro, quando,
to rn ando a pintu ra m uiro mais di fícil. O no o so l
d uma fi ira, encont rou um d us d i cípulos am igos,
p r nem nt glorioso torna as paysag n quase irr pro-
que lhe p rgu ntou amav Ime nte:
ductiv is, porque lhes pr judica os comrast , tornando-o
d fi ci nt . E o comra t ' tudo. Na Europa p ód -se - "Então, m str , tá agora descansando?" Ao qu
pintar at ' o proprio 01. Aqui , is o não pa sa d um Da Vinci r pondeu:
mytho. Há horas m que o xc o de luz é tal, que não - "Náo, nunca t iv ta m o t ra balho como ago ra.
e póde ver; o que não e póde v r, não se pode pintar. Ando á procura de um modelo para Judas .. ." m tira r
I so no qu diz r speiro aos trabalhos ao ar livre. nem pôr, é b m s O a o do pi ntor no R io d
- Falava da confecção de um quadro histórico. Ja n iro. Cada u m d nó, fr qu nt m nt v' na
situação mbaraço a de L onardo da Vinci. O s no o
- G nero que r puto ainda mais difícil de abraçar, gra as
modelo, m num ro limitadís imo, sáo todo mu ito
á no a gra nde d fi ci ' ncia de elementos de trabalho.
m dro os, têm r c io do atelim .. . para não di zer dos
As fo nt s his tó ricas nem s m pre tão de acord o,
p intor s... Ent ra m mpr muito tímidas, numa atitud
o aucror cont radi zem - e fr quentem nt , d modo
de qu m stá prompto a fugi r no prim iro mom nto,
qu o a rtista nu nca sabe com q uem tá a razão .
muito de confiada, d riso muito amar lo... ó quando
AI'm dis o, a questão da indumentaria é de ani madora.
v', qu s meio d vida nada t m d p rigoso, , um
5upponha que u d ej e pintar um I crato de D. Pedro II,
ambient d r p ito e de trabalho que o pintor ' ap na
algun anos ant s da procla mação da Republica .
um op rário do b 110 e lia uma sua colaboradora, mão
Para vesti r o Im p rado r u t ria de andar como um
i111 , procuram ad ap ta r- ao m io, ntr gar- ,
novo Nazar no , de H rode para Pilaros... at ' cansar.
con fia ntes, á ua profis ão . Pode- d iz r qu ,
A farda, eu iria nco nt ra r no Mu u Nacional; a calça ó mão, recup ram a pos e d si m smas. Tudo i o,
no Archivo Publi co; o bon " no M useu hi tórico; a r pi ro, gra , a á n o sa fal ta d cult ura artÍ ti ca,
pada, no M u u do Ypi ra nga, m . Paulo; o saparo sempr tão d s urada . A ac tual I i do en ino,

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mu ito ac n ad a m nt , cogita da educação moral d ua cadeira. Isso equiva leria a es ta b lec r um
cívica d a mo id ade. E qu c u-se, por ' m, muito verdadeiro concur o mr o d iv r o cur o , com o
la memav lment , de tab lec r a educação arrí tica qu se evitaria o jogo do mpurra mu ito fr qu me ,
do povo, merc ' da qua l mu ito pod r mos oncorr r em qu ada um proc ura at ira r a re ponsabi lidad
para a no a educação moral. A ideia de arte, como, pa ra cim a dos o utros ... Ac tli alment o concu rso
como a ideia d moral de ivi mo, d v ria r, d de para pr mio de viag m ' julgado por uma comissão
edo, incutida no e piri to das cr ança , para qu ellas composta de prot "sor s exel u ivament da
não ch ga em á dade madura, ignorando, por completo. p cial idade. I to é um mal. A comi ão deveria
o qu ejam a Be!las A rt s. o Bra ii são fr quem compor- de artista , tra nhos ou não á E cola,
os caso de a igno râ ncia em homen q u tem hega- porque ' preciso não que r os caso possíveis
do a posiçõe d alto destaque o ia! e político - político, d e in comp ati bi lidad s nt r I nte alu no ,
principalm nt . É sabido o caso do g neral Pinheiro nos qu a fic am m t r para quem ap p !lar.
Machado, qu e chegou a cogita r de h ehar a Escola de m mpre a condena áo unanime de um alumno
B lia Arte , por con ideral-a uma inutilidade ... Em meus ign ific a qu eU não t nha va lo r nem prep aro .
tempo de cur o, houv na Escola uma Expo i ão h ita Mui tas v ze , i o póde r r sultado de uma ma l
em homenag m a Victo r Meirell s. compre nd ida solidaried ade d ela s , que nada tem
a p rd r com o sacrifíc io, m uitas veze definitivo ,
Ahi estavam xh ibidas algum as téla do me tr , emre
de um a rtista m for m ação. Ora, de d qu e da
as quaes todos os deta lhes de a lgun s d seus quadros
comis ão julgadora do prem io de vi ag m fa a m
ma is celebres: a Batalha de Guararapes e a Primeira
pa rr arti tas, d pref~ rencia e tranho á E cola ,
Missa no Brasil, ent re out ros . O em ão Presid nt da
e, portanto, alheio ao que nella passa na intimidade,
Republica, vi itando a Exp o ição, p rgunto u ao dir tor
parece que é mu ito m ais difícil, s não im po ível.
, pa ra fazer um a obra d arte era preciso ta nta coi a
erra r- s ou elaud icar- n a distr ibuição d a ju t i a.
tanto tempo ... É vid ente que a pergunta não pod ria
A justi a! Você sab que, atraz dela viv mo todo ,
d ixa r de d es nortea r o diretor da E col a, at ' ntão
os allumnos e o artistas, os que e tudam e os que
prod igo em detalh xplicaçõe sobre o que ia
trabal ham . O profi ional, m ultima analy e, póde
mo trando. Elle, naturalment tev d jo d afirm ar
sperar qu o tempo Ih fa a ju tiça m r cida; mas
ao pr sidente d a Republ ica, qu , para fazer a mulher,
o alumno póde de anim ar, muitas veze com grande
q ue é a expr são máxima d e um a obra de art ,
p r juízo para a a rte. É i so que conv ' m evitar.
a natli r za leva nove m z s... e mesmo a im , faz,
Evitar decepçõ no cur o.
frequentement , trabalho imp rfeito ...
A dec pçõ s virão d pois, durante a profi são, fi itas,
- Quer dizer que, se V. fosse Governo ...
pela inju ti , a, pela intriga , p la ma ld ad e alh ia .
- Modificaria por compl to a ori ntação actual, dando Qual de nó não t m um ca o a contar? Não lhe falar i
ao ensino da Bellas Arte um ca rac t r p ra tico. de mim . Prefi ro fazer ju tiça ao outros. Quando fui
O ideal ria stabelec r o cur o livres oili iali adas, pa ra a Euro pa, e tava em fóco o concur o p ara o
dan do a cada profe sor a r spon ab ilidade di r era rumulo de Affon o Pena. Toda g nte ac u ava de plagio

40
o projecro de Belmiro de AlnlLidJ. Entreranto, quando - E na Europa?
cheguei J Geno\"3, \·i'oitJndo o Campo Santo, tive
- Dentro do M u ~eu de Lu xemburgo co nvenCi-me
a minha atcnçao \o lt:.I<:1a para um cumulo que era,
de que processo, em pintura, n.ío se discute. emi
precisamente ... o projecto Rodolpho Bern:1rdelli;
as mai~ profu nd a\ im pressões dea nte de artistas
a mesma cadeira \Jsia, J mesma figura de mulher
os mais diverso', Lada um com a sua ma neir.1
debrucada, chor,lndo, mesma idb. emfim , PUgio?
diferente de trJb.1Iha r.
É Lí possível :lcreditar nisso? Não hj posição nenhuma
de fig ura humana, que já n:1O tenl13. sido desenhada e - Mas uma impressão especial?
ninguém possue privilegio da posição de ~eus modelos.
- É ditfili limo. r emo em S. João BaptisrJ, de Puvi\
No caso, kí apena~ uma simples coincid2ncia de idéas
de ChJvJnne~ , o decorador por exedlenua, .10 l11e~mo
entre m doi~ túmulos. E, entretanto, Belmiro de Almeida
tempo que recordo a pinturas de Bonnar, que, de t.í.o
é qu foi acus~ldo de pLtgiário ... L~as ~ão a injU',tiças
w!idJs, dio a impressão de e\cultura~ .. .Tenho .linda
inevitivós d,l prufissJo.
deantc: dos olhos a Cáa dI" Lmto, de D.1 Vinci. mal
- Quaes os seus trabalhos de maior vulto?
tr.lt.ldJ, deploravelmente JbandonJdJ por ,tqudb
- A minha obr,l est,í opalhada por esre mundo afora. a quem lOmpere ,1 sua con<,eryação preciosa. Penso,
Aqui no Rio, ten ho lima infini dade de qu.ldros.1 igu.1Imente, no assombro de arte que é a CJth..:dr,ll LI"
começ:u pelo retmo de Joaquim Murtinho, que se acha Milão. Ma se eu fosse enumerar. ..
no gabinete do Mini~tro da Fazenda. Fiz JS decorJ.ções
- E o nosso meio?
nos p:l\ ilh óe de Turim, no salão de dJn, Js do Flumi-
neme F. ('., no vntíbu lo do Museu N,lCional. no s.ll.io - Acho-o adeantJdo. Temos exce\entc:s mestre~, Jrrist.lS
de festJs do Copacahana Pabce. Além des~e" fiz dois fones. Não tenho idéa de ter visro 11.1 [urop,l J1ada
p.iÍ néis typilO~ do Distrlcro Federal, p:HJ o palJcio do melhor do que J decoração mar.wilhosJ do foYfI" do
Conselho Municipal e fil a decoraç.ío do salao de honra nos~o 'Thcatro tvlunicipal. rralulhada por Vi~c(}nri.
do novo palácio dJ ClmJO do~ Deputados. F lizmenre,
- E se insistíssemos em lhe pedir que nos revelasse
já se vae desenvolvendo u gosto pebs decorações das
alguma pagina alegre da sua vida bohemia de
re,idéncias p,miculares. Eu me~mo coloquei h:í pouco
alumno, no Rio, e de artista, em Paris?
seis painé is deLOr.ltivos no palacete do~ irmáos
Drs. Abel e Agenor Porra. - Escute - respondeu-no Timorheo, mostrando-nm uma
- Lembra-se de ter tido alguma emoção artística esculptuB que c.'ou pendurada na parede d, \LlI {1ft/IIi".
durante o seu curso? - I tu reprc:sc:llta a cabeça de UI1lJ mulher, que foi
- Nunc.1 me Dquecerei do que comigo ~e pJSWL1, qUJndo encontrada morta no Send, deFronte: de Pdri\. Como ,,2
me vi pela prime irJ vel deJnte de um modelo \'1\0. ,1 sua originJ lidade LOnsiste l1i~to: a mu lher morreu

Junto do mestre e dos co legas, com J palhet.1 na mão sorrindo ... A no ~,l vida Jlegre de moços é p.lra todos
e defronte do modelo, tive a sensação perfeita de que nós Jpems is~o: umJ vida pa~~adJ que morr-:u sllrrindo ...
seria incapaz de dJr LIll1.l pincelada. Respeitemos os que mnrraJm, meu Jmigo ...
42
JOÃO TlMÓTHEO DA COSTA
Nu Masculino
Sangulnea sobre ~apel
JOÃO TIMOTHEO DA COSTA
Brelões
Oleo sobre cartao sobre made·ra
Col;ção particular
JOÃO TIMOTHEO D.4 COSTA
Bretões
Oleo sobre cart~o sobre madma
Coleção pa rlicular
JOAO TI MÓTHEO DA COSTA
Paisagem
1892
Óleo sobre madeira
Acervo Museu Afro Brasil
JO~O TlMOTHEO DA COSTA
Paisagem
aleo sobre madelf3
Awvn Museu AfrG Brasil
JOÃO TlMOTHEO DA COSTA
Figura feminina
1918
Oleo sobre leia
Coleção parlicular

JOÃO TlMOTYEO DA COSTA


Nu fflllnlnO
1929
Oleo sobre le a
Coleção particular
JOÃO TIMÚTHEO DA COSTA
Sem litulo
1920
Úleo SODre tela
Coleçãc particular

iO
JOÃO TlM ÓTHEO DA COSTA
Sem titulo
1912
Óleo sobre leia
Coleção parlicular
JOAO TIMOTHFO DA COSTA
Retrato de "lulhp,r
1"12
01';0 ~ br !í;la
Colrr~o pJrti
JOÃO TIMOTHEO DA COSTA
Sem Iltulo
1927
Oleo sobre madeira
Coleção particular
JOAO TIMOTHEO DA COSTA
Relrato mascull 'o
1928
Oh o sobrp. leia
Co eçao particular
JOAO TIMOTHEO DA CDSTA
Casam,
1920
Gleo scbre made ra
ColeçaJ partlcul:][

56
JOAO TIMÓTHEO DA COSTA
Paisagem
1925
Oleo sobre madeira
Coleção particular
JO~O TIMÓT HEO DA COSTA
Ba cos
01 sobre 'ela
Ac rVll MUSéU Aff(l BraSi l
J:JÀÜ TlMOTHEO DA COSTA
Jmo com flores
1925
Oleo sobre madeira
Coleçao particulH
JOÃO TIMÓTHEO DA COSTA
Natureza morta
1927
Oleo sobre madeira
Coleção parllcular

JOAO TIMOTHEO DA COSTA ..


Natureza morta
1927
Oleo sobre madóira
Coleção rarti cular
JOÃO TlMÓTHEO OA COSTA JOÀO TIMOTHEO OA COSTA
Paisagem Paisagem urbana
Óleo sobre tela Óleo sobre madeira
Acervo Museu Alro Bras I Coleç~o partICular

66
JOAO T MOTHEO DA COSTA JOAO TlMOTHEO IJA COST
Paisagem Pasagerr
1'127 1925
Qleo SOJre 'lMI lia Ole ,obre madolfa
Coi a, plrlieL lr Cüleç,li pGrli~ular
JOÃO TlMÓTHEO DA COSTA
Rio de Jarelro
1928
Óleo sobre madena
Coleção parllcular
JOÃO TIMOTHEO DA COSTA
Paisagem
1924
Oleo scbre macelra
Col?çao parti~ular
J8AO TIMÓTHEO DA COSTA
Paisagem
1928
Oleo sobre madeira
Coleção particular
,OAO TIIY10THEO DA COSTA
Palsagen
Oleo subr rr,ade d
Colepo pari Lul.r
JOAO TIMOTHEO CA COSTA
Paisagem
Oleo sobre leia
Acervo Museu Alra Brasil
JOAO TIMOTHEO DA COSTA
Paisagem
1q< 'l
Oleo ~obr rr dI!' J
Acervo t..\us u Alro Bra'd
JO~O TIMOTHEO DA COSTA
Pa sagem
1925
Óleo sobre leia
Ccleçãu particular
JOÃO TIMOTHEO OA COSTA
S mlitulo
19'2
0100 sobre nadella
Acervo Museu Afro Brasil
JOAO T'MOTHEO DA COSTA JOAO TlMOl HEO DA CDS A
Pal,agl~m Pa :,anem COfl ca I
1918 1925
Oleo sobre leia O o s ore m ,d Ira
COleção parlicular COle 00 perfi ular
JOÃO TIMO-HEO DA COSTA JOAO TlMOTHEO DA COSTA
PalsagRm ~alsagecn
1916 1910
Oler, sohre mdeira 0110 sobre tela
Acervo Mus~u Afro Brasl Acervo Museu Afro Brasil
JOAO TIMOTHEO DA COSTA
P nluras decoralivas da Câmara MUnicipal do RIo de Jan'lro
Palácio Pedro Ernesto
1923
m tanto dit r nt ão dua paisag ns t ita m conr nção do valor na part mais lumino a da cala
m ado do anos 1920 por João Timó th o da Co ta a r trita variação cromática nos fazem lembrar, por eu
para ornam m ar o Palácio P dro Erne to. ovam nt , turno, de uma p ' ci d plás ti a de (ap aria. E a
é possível perceb r uma lara tendência à ab (ração e caract rí ticas par em d rivar diretam nt da fun ão
uma [atura de p qu no toque b m vidente , variando d corativa d sa obra .
m alguns ([ cho de um (ratamento mais livre, qu r m ( A LL E. Arthur Gomes. ""ti p intura da Escola Nacional de Belas Ar/e.\ lia
àquela pochades de Mon ( Renoir C..), a uma fa tura I Rcpúhlica (/890-19301: Da fonnação do Artista aos seus modos estili,ticos".
Tese de Doutorodo e m Hisl0ria c Crilica da Arte. Escola de Belas Art s-
divi ioni ta mai controlada ortodoxa. Por ' m, a rad ical nil rsidade Federal d Rio de Janeiro. RJ.
ARTHUR TIMOTHEO
Parí~
FOlogr iía
A erv Fundação Biblioteca 'Iacional

85
BIOGRAFIA Arthur Timótheo d a Costa
(Rio de Jan iro, RJ, 1882-1923)
participando de entidades artísticas indep ndent ,
como a J uventa (d poi o iedade Brasileira de B las
DE ARTHUR fo i um dos ma is d tacadas A rt ) e estab I cendo- como renomado pintor

TimO'THEO pint~r . s da c na art l,StlCa d corador. Em inícios dos anos 1920, todavia,
brasileira na dua d cadas ua p r onalidad nt rou m um rápido Proc sso
in ici ai do s ' cu lo passado.
DA COSTA ua vida e obra, todavia,
d deterioração e I [ V d r im rnado no Hospício
de Alienado do Rio d Jan iro, ond v ia a morr r em
continuam in ufici nt ment e tudada , como, aliá , 1923, com ap na 41 anos , s m t r t ido tempo
a da maioria dos arti tas d ua g ração, aqu la que de de envolv r rodo o eu pot ncial artístic
r aliza, no Rio de Jan iro, a passagem ntr a tradi ão
A maioria do críticos procura vin cular o stilo d
acad mica da Escola Nacional de B las Arte (E BA)
A

Arthur Timóth o, ousado di tant do tratam 1!. 0


a primeiras corr ntes modernistas. N gro, d orig m
usualment identificado com a arte acad ' m ica brasil ira
humild como a maioria do pintor d s u t mpo,
ma is "ortodoxa", dir tam me à hera nça impr s ionista
par ce não t r m fa ltado ob táculo adv r id ad s
fra nce a. Um olhar mais at mo à sua variada obra
a Arthur Timóth o duram a ua cuna vida. Ainda
rev la, rodavia, um pírito v rdad iram llx cl ' tico
mu iro novo começou sua atividade artí tica no cur os
e influências que m rgulham ainda mais r motament
d gravura d nho d mo das e selo da Ca a da
no pas ado. ão fl agra ntes, por xemplo, uas afi nidad
Moeda do Rio de Janeiro, ntão sob a dir ção de En n s
com os m stres i c nti tas, pr nt s no tratamento
de Sou a que, segundo declaraçó do irmão de Arthur,
e pontân o da pinc lada da facura, bem como no
o também pinto r João T imóth o da Costa, ra um
fr qu nte e acentuado comrast s de claro- curo
v rdad iro mecenas prot tor dos jov n arti tas da
qu r ordam Rembrandt, Frans Hals ou Rub ns-
'poca. Enn , mantendo Arthur na folha d pagam mo,
p rmitia-Ihe imulran am nt fr qu ntar a EN BA, me tr cuja obra Arthur chegou a copiar quando de sua

onde le e rudou co m mestr como Zeferino da Co ta, tadia na Europa. Ma , ao m mo tempo m que e tá

Rodolfo Amo do A H nrique B ma rdelli. Ainda n e firm m m ancorada no pa sado, a pintura d A rthur

princípios de carr ira, Arthur trabalhou como aj udant T imóth o pod r aproximada d corr nt s artí ticas

do cenógrafo italiano O r t Coliva . A atividade como mais r cem . Ainda qu ua influência dir ta obr
pintor de art para o tea tro teria d ixado mar a outros artistas brasil iro t nha sido pr sumiv 1m nt
profunda na t ' nica d Arthur Ti mó theo , par ce r trita, pod mo recon h c r m sua obra obj rivos
p r eptív I na fatura ágil apa r m m nt improvisada expr s ivos afin ado com aquilo que muito e tudio o
d muitas de ua obras. r conh c ram como o qu de mais "mod mo" produziu
a arte brasil ira do 'cu lo pas ado. E p cialm nt
Em 1907, com a movimentada tela Antes do aleluia,
uas paisag ns do fina l da vida, onde o tratam mo
hoje p rtenc nt ao ac rvo do Mus u d B la Art
livr sintético da mancha d cor ' sobr posto por
do Rio de Janeiro, Arthur Timótheo ganhou o Pr Amio
um grafismo vigoroso dotado de uma autonomi a
de Viagem à Europa na Exposição G ral de Belas Artes,
quase ab oluta, mantêm proximidade com a obra qu
ntão o mais importam rtame artístico bra ilei ro.
d ' cadas d pois r alizariam pimor como Pan etti
El fi xou- em Paris para tudar e ap rfi içoar- , não
Ib rê C amargo, m smo o abstracioni tas informais
dei xando de p r orr r OUtrOS paí s urop us, como a
da d' cad a d 1950. Por tai razó s, tanto quanto p la
Itália a Espanha. Em 1911, r ali zo u, junto com u
inventividade intrín ca d ua obra, Arthur Timóth o
irmão João out ro ani ta d ua geração, a decoração
m r c er empre I mbrado como um dos mai
do Pavilhão Brasil iro da F ira Internacional de Turim.
[; cundo e originai pintor bra ii iro .
D volta ao Bra ii e du ra m toda a dé ad a de 191 0,
Arthur T imóth o d s nvolv u int n a atividade artí tica,
xpo ndo fr quem ment nas Exposiçó s G ra i , Arthur Valle

Reproduzido de VA LLE, Arthur. "A rthu r Timó[heo da Cos[a", Rio ll1jO/"llll1, Rio de Ja neiro, 01 fe\'. 2 00 ~, p. 8.

87
RRTHUR Gonzaga Duque (186 -1911),
importante crítico de arte
tal mos e entindo, no romper da vida, o clarão de
um diamame le te, como numa madrugada nupcial

TlmÓTHEO, que não economizava de


ua pena quando queria
de junho, a iluminar-lhes a alma em que há o fre cor
da primei ras hora e aroma da Primavera . Ell s
o ELOGIO DE derrubar aquel es que conqui taram o pr mio do eu inteligente e persev rante
con id rava mau artistas, labor foram para as longínqua terras da Arte e
GOnZRGR não escondeu sua admiração do Luxo, em cam aradagem de ilusões speranças,

DUQUE ao se deparar com a obra


do jov m Arthur Timótheo
aprender o que fize ram os m tres , procurar-lhe o
segredo de suas tinta do seu desen ho que d ram
na ocasião de sua conquista da "m nção honrosa" na alma, através do .cu los, á obra imp recível das ua
Exposição G ral d Bela Art s d 1906: emo ões . Carlo Chambelland obtev o prem io d
viagem com a compo ição FinaL do jogo... E tamb ' m
"No m ais, tod os nós abemos qu o Sr. Pro~ s or
H . B rnardelli é um mestr na pintura. E quem está por uma compo ição grand mente inculcativa foi

talhado para s r um grande arti ta ' o seu discípulo, q u Arthu r 1himotheo obteve o prem io de viagem .
o Sr. Arthur Thimotheo da Costa, que de dia a dia AlleLuia tal ra o eu titulo. T éla vasta, de proporçõ s
no demonstra o eu ard nte talento e ua larga m a io res do que é comum á fo rças de um alumno,
h abilid ad e de compositor". pintada a tinta m arte, e m bora inacabada, a sua
importância se impunha p las dificuldad audaciosamente
"D pois da boa exposição dos aquar lista , em Maio, procurada. D e mai , Arthur 1himotheo temperam ento
o alon setembrista d a Escola N acional de Bellas
r vél e de fi itio original, constatado m outra xpo içõ ,
Artes desvendou-nos o ful gor d e um futu ro com
xpunha uma viva cabeça de n gro, pincelada á larga,
qu não com,lva mos. É uma banda tale ntosa, nova,
d 'um efeito empolgante de cenographia, m que o brilho
vibratilisada, que se levam a e por ahi v m , camin ho
do colorido tinha a energia evo ativa d'um grito da alarma."
da gloria, sobre sinuosidade de fadiga , a d s ntorpec r
os n rvos p rros exausto d nó outros, qu no
vamo , no scambro da idade, consumidos do tédio Gonzaga Duque
p la costumaria motiva de uma repetida e fa lfada
arte que e debate nas ultima energias ... É uma geração
Reproduzido de DUQL'E, Gonzaga. COllwnporan(os: pintores (
nova de ar tistas, todo r comendáveis... H a revelaçõ s
I'SculjJtom . Rio
de Janeiro: Typ. B nerucro de Souza, 1929. p. 165; 208-210.
como a desse Mario Costa ... E ali estão os dois
triu mphado r dos cur os da Escola ne e anno fértil,
que ão Carlos Chamb lland Arth ur 1himotheo,
rapazes m pi na mocidade, confiados nos eus

.. ARTHUR TIMOTHEO DA CeSTA EM SEU ATELlÉ ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
RIO ue Janero. 1913 Caixa de pintura do arli>la Autorretra!o
Fotografia Madelrl Oieo 'obre tela
Ace-vo FU'ldaç~ú Biblloteo:a Naional

88
RTHUP -IMOTHEO DA COqA . RTHUR -IMOT'IEO DA L1 TA
tJu femlllllu
I JIVdu ','Dr [1
ARTHUR TlMOTHED DA COSTA
FigJra feminina
1906
Carvão sobre papef
AFTHUR TIMOTHEO OA COSTA
NL femlnlro
Carvão Jbre papel
ARTHUR TlMOTH EO DA COSTA
Modelo
1904
Carvao sobre papel
A:ervo Museu Afro Brasil

94
'" ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA: MODELO NO ATELIÉ ARTHUR TlMÓTI-EO DA COSTA
FarlS F gura ",mlnina
Fologralia 1909
Coleçao Jarlicul,r Óleo sobre leia
Coleção parliculal

98
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Nu lemtnlno
1910
Óleo sobre tela

100
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Figura lerrinlO3
1909
01 o ~obr~ !,:Ia Gvlada em madeira

102
ARTHUR TlWOTHEO DA COSTA ARTHUR TIMOTHEO DA COS A
Indl3 Nu femlr no
1908 1909
Olpo sobre tela OIRo sobre mddl Ira
ARfHUR TIMOTHEO DA COSTA
Cena de inlenor
1909
Oleo sobre Itla
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Figura feminina
1907
Oleo sobre madeira

ARTHUR TlfAOTHEO DA COSTA


Flgua feminina
1919
Olea sobre t'la colada em madeira
ARTHUR TlMOTHEO DA COSTA
tJallJl ,] In,rla
1909
01· I "tr leia
AR~HUR TIMJTHEO JA COSTA
MIJlher ,oslurando
Q OS Jhr8 laia
ARTHUR T MDTHEO DA COSTA
Vitrine
1908
Dlpo ~obr' leia
ARTHUR TlMOTHEO DA COSTA
Paisagem
1908
Óleo sobre madeira
Acervo Museu Alro 8ras I
ARTHUR TIMOTHEO DA CDSTA
M2II1llla
1918
Oleo sobre tela
ARTHUR TIMÓTHEO DA COSTA
Paisagçm
1920
Oleo sobre macelra
ARTHUR TI MOTHEO OA COSTA
Paisagem
19<9
Oleo sobre madeira
ARTHUR TIMOTHEO OA. COSTA
Odia seguinte
1913
Oleo sobre tela
Coleção particular
ARTH UR TI MOTHEO DA COSTA ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Sel1lllulo Pôlsagem
Oeo ,>obre môdelra 1919
Oleo sobrE leia
Acerv MLseu Alrl" Brasil

120
ARTH UR TIMOTHEC DA COSTA ART ~UR TlMOTHEl DA CD TA
Sem titulo Pa"dgem
1916 01, s, br· laO Ir
Oleo sobre madelr"
Acervo Mu,,,u Afro Brasil
ARTHUR TIMOTHEO DA rOSTA ARTHUi1 TlMOTHEO DA CO~ TA
Palsag,~ITI Pai,ag m
Olco ~ohfe nladelf 1 mo> 1bf mldelf"
ART~UR TIMOTHEC DA COSTA
Relralo de LUCIO
1906
Oleo sobre leia
ARTHUR TIMOTHEO CA COSTA
Cabêç3s
Oleo sJbre leia
Acervü MuseJ Afro Brasil
ARTHUR TlfIIOTHEO DA COSTfI flRTHUR TlMOTHEO DA COSTA
Retrato Retrato dl nomem
Oleo sobre rradelra 1920
Oleo sJbrp maderra
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Cont'mplação
1922
Oleo sobre rradelra

ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA ~


Menino Natureza morta
Oleo sobre tEia 1908
Óleo sobre tela colada em madeira
ART'iUR TIMÓTHEO DA COSTA
Marinha
1909
Óleo sobre tela
ARTHUR TlMOTHE8 DA COSTA
Tunel de Copacabala
1921
Oleo sobre madeira
• ARTHUR TlMOTHEO DA COSTA ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Natureza morta Nalul .za t/arll
1919 1921
Oleo 50bre tel3 Oleo sobr le J
ARTHUR TIMOTHEJ OA COSTA
Nalureza mor;a
Oleo sobre madeira
ARTHUR TIMOTHEO DA CDST~
P'lsag 11
1921
Oleo sobre lei colada em mad"H
AR-HUR TIMOTHEO DA COSTA
P'lIiarJem
19<1
Olbu ~obro madpI[1
ARTHUR TIMOTHED DA CD~TA
Cais ~haroux
1920
Óleo sobre IRia
ARTHUR TlMOTHEO DA COSTA
Paisagem
Óleo sobre madeira
Acervo Museu Mro Brasil
ARTHUR TlMÓTHEC' DA COSTA
Palsaqerr
192
Dlee sob-e nadeH ,I
ARTHUR TlMOTHEO DA COSTA
Palsaaem
Óleo sobre madel'a
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Palsa~em
1919
Oleo sobre madeira
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
PGlsagem
1920
Óleo sobre madelfa
Acervo Museu AfrJ Brasil
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
PalsaJPnl
1909
Óleo sobre leia
Acervo Museu A;ro Brasil
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Marlllh2
922
Olea sacre leia
Caleçda particular
AR TH UR TIMO IHEO DA CDS IA
P'I agom com cac:a
191'1
O, o ~obr lelj
CI dO I arll J ar
ARTHUH TIMOTHEO DA COSTA
em Iitulo
1920
flle 5ubre mad Ira
CDI 'ao parlll.u r
ARTHUR TlMOTHEO DA COSTA
Sem tilulo
1919
Oleo sobre madeira
Acervo Museu Alro Brasil
ARTHUR TIMÓTHEO DA COSTA ARTHUR TIMOT ~EO DA COSTA
Paisagem tJaturez murla
1922 921
Óleo sobre tela colada em madeira Oleo sotre mano ra
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Plmentoes vermelho~
1915
Oleo sabre tela calada em madeira
ARTH URTI\1ÓT HEO DA COSTA
NalJreza M'rla
1920
Ole) sobre 1l3dWJ
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Menino dmlado
1906
Oleo sobre lEia
ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Paisagem Sem illulr
1905 1908
OIr.o sobre rradeir a 01 o ·ubr leia
ARTHUR TIMÚ-HEO DA COSTA
Paisagem
1921
Oleo sobre maceira
ART ~UR TIMOTHEO DA COSTA
Natureza mar la - pa heta, :ivros e besta
1918
Ólp,o sobre' Ia
ARTHUR TlMÓTHEO DA COSTA
Cinelândia
1919
Óleo sobre madl:ira
ARTHUR TIMÓTHEO DA COSTA ARTHUR TIMÓTHEO DA COSTA
Paisagem Jardim Botânico
Óleo sobre madeira 1922
Acervo Museu Afro Brasil Óleo sobre tela colada em madeira
172
CAIS PHAROUX
DesembarquE do pinl0r Ambal Matlos, vllldo jo Peru
RIO de Janeiro, 1912
(1) Adalberto Matias (2) ArmJndo Navarro (3) N3var'~ da Cesta. (4) EUrico Alves
(5) Anibal Matlos, (6) Antonlro Matias e (7) lilas Jun or
Fotografia
Acervo Fund,çao B,b iotecô NaclQnal
PinTURA Foi mu ito simpática
e oport una a inicia-
nu ma teira fr ca com um pince l gra nd e
(numa t ' cnica s m Iha nte à dos pimor s de parede) se
co

BRASILEIRA tiva d o Mus u Lasar


S gall , abrindo as
revela em duas tela
candidato à loucu ra.
par ce u m caco te nervo o, ne t

conTEmpORÂnEA: ua porta para um


As obra qu o r pr s ntam tradu zem um temp ramento

OS PRECURSORES* ciclo d xpo içõ


da pintura cOnt m-
vigoro o , s rv ido à vezes por um a pin ce lad a rud ,
fulmina nte. A duas pa i age ns exposta sáo con truída
porân a. A primeira mo tra, d dicada ao pr cur or s,
om um grand en o de econom ia. Ind if, rente à análi e
r ún ob ra d B Im iro d Alm ida, Eliseu d' ng lo
dos detalh , o pintor r duz o mundo ext rior a um
Vi conti Arthur Timótheo da Co ta, pintores atuant s
quilíbrio d v nicais e horizontais, de volume, ritmos,
no mom mo m qu ocorr u a Expo ição de An ita
al ternâncias d zonas de luz e zonas de sombra. O senti-
Malfatti e, a seguir, a grande virada moderni ta. A int nção
m nto qu t m d a pa isage m não ' retóri co sim
dos organizador s foi, nat uralmente, sugeri r ao vi ita m
profundam nte impr gnado de dramaticidad . Uma tela
qu o olhas t ndo m mem ssa reformu la ão da art ,
como Paisagem do Rio de Janeiro, ape ar do tÍtulo, par ce
e pro urando vi lu mbrar n I s c rto traços do futuro.
compl tame nt ad miráv I do primeiro plano violáceo
Devemo acei tar a deixa, que' ju ta. Mas náo con guimo do gundo, táo pod roso como luz e matéria, o que
qu cer o pa ado , ao qual I s s ligam d mod muito e apr nd é ap n as a al m a ato rme ntada d o arti ta.
mais profundo ; s ntimos qua e a nec idade pr'via áo cr ia qu xis tam na época, no Brasil , m uito
d p nsar no pinto r qu , mbora mais p i nam nt xe mplos m Iha nt s do u o xpr ssivo d a cor.
acadêmicos do que J , apr s mam J memo r novador
m r lação ao seu t mpo. E que, portanto , s riam urna A expo i áo apr nta tr ' r tratos d ua autoria, todo
p'ci d pr curso r d stes pr cur or s. [... ) d ign os de xam mais conv n cional ' o Retrato
de uma pintota, d b la fatura, mu ito q u ilibrado
M no conh cido qu eus companheiros d xpo lçao,
na ua compo içáo triangular, onde obre ai a pinc lada
Arthur T imóth o da Co ta urg no entanto, ne ta mo tra,
cert ira qu d fine a go la d a capa. É com a m ma
como o pintor d p r onalidade mai defin ida. Eli eu
pr ci ão qu no Retrato do pintor A. Bracet ex cuta
Vi comi é de c no um cl 'tico B Imiro [de A lm ida)
o toqu lum i no o do colar inho d is pô a zo na
um xp ri m mador, T imóth o d a Costa ó co ns g u
d luz e d om bra . A dama de verde nf, ixa, co m
exprimir a i próprio. Tamb 'm encontramos n le as marcas
grande f, lici dad d r aliza áo, o co njunto de uas
do eo -imp r ioni mo, obr tudo em Passeio Público
quaJidad , i to " o domínio do claro- scuro, a ensi bi-
do Rio deJaneiro, quadro muito curioso como cor, nvolto
lid ad d colori st a o sen o str utura l.
num morma o p sado ama relo, que d v ri a t r f, ito
o ncamo de Gonzaga Duque. A tendência a re trabalhar São ainda d T im ' theo da Co ta o pior o m lhor
a matéria, depois da t la pimada, apri ionando as formas quadro d a xpo içáo. O prim iro é O idílio, onde tudo

• Extratos de arti go da crítica de arte e fi lósofa Gi lda Me llo e ouza (1919-2005). pub licado na Re_ ista Discurso, Ano V. n' 05 .1 97-1 . Este texto fo i escrito por
ocasijo da expos iç50 co let iva do Museu Las:lf cga ll intitulada "Os Pr~cll rsorcs· '. ocorrida no mesmo ano. Neste artigo, a fi lósofa ana li sa criticamente:lS obras
de Arthur Timótheo da Co>ta, ntre outros artistas dessa expos ição c que eram at uantes em 19 17. ano em que ocorr u a exposiçào de Anita Malfatti ( 1869- 1964),
marco propulsor do mo\ imento modernista .
ARTHUR TIMÓThEO OA COSTA
Alguns CJlegas
(Da esquerda para a dlrella. Francisl;o Monna, Pedro Brunno nao Idenlillcado,
HellOs Seelinger. LucíliO de Albuquerque, Georgina de Albuquerque Correia Urra
Magalhiles Correia. Rodolfo Chanbelland. João eArlllur Timolheo da Cllsla.
Aloysio do Vale e Raul Pederneiras)
1921
Oleo sobre leia
Acervo f1iuseu Nacional oe Belas Arles RJ
EXPOSiÇÃO BORDON
Rio de Janeiro, 1912
(1) R BevilacQua, (2) Vcente Moreira (3) Antonio Pitanga, (4) Arnaldo Monteiro. (5) Adalberto Mattos
(6) Dias Junior, (7) J B. Bordon, (8) Meira Lima, (9) Armando Correa, 110) Tavelfas e (111 Henrique Cavalleiro
Fotografia
Acervo Fundação Biblioteca Nacional. RJ

178
, ruim, o de enho do nu, a ar, o a unto, a conc pção fi xionada da polias. Impulsionados pelo colorido os
ingênua duma felicidad paradi íaca xpr sa, sobre- olhos acompanham o esplendor crom át ico cr sc nte,
tudo, no mblema dos ci ne que nadam ntr laçados . que pas a do v rmelho ao azul, para explodir no topo,
na luminosidade ofuscante do amar lo. N a grande t la
O quadro mai importante ' A forja. A rÍti a a inala
não há v stígio d de enho tudo contr ib ui para a
o fato de Arthur Timótheo ter trabalhado na Ca a da
xpr s ão dramática do todo: o a sunto, a compo ição,
Moeda, onde juntam nte com o irmão João Timóth o,
o p o do volum s, a cor, as linhas de força, a pincelada.
tamb ' m pintor, des nhou selos e mo da . Ma se
Esta r surg, num dos momentos mai inspirados de
dado biográfico não parec sufici n t para xplicar
a introdução do tema do op rário, no lenco de ass unto Arthur Timóth o da Costa, vigorosa e pr cisa na ten ão
m uscular d o pe co o, no braço estend ido na mão
urrado da pintura brasU ira do período. A tela é de 19 11
- momento m que o pintor realizou Interior, quadrinho do op rário; 1 v e transpar nte na admiráv I massa

ta mb ' m xpo to na mo tra h ia d inter s . Assa cromática do fundo. Não [ nho receio de afirmar que
al tura, já tinha difundido na Europa o t m a do te ' o quadro mai impo rtant da mo tra.
op rário, obr tudo no paí atingido p lo impacto A notáv I xp o ição do M u eu Lasar S gall v io
da Revolução Industrial. Cel brado p lo romanc , o assunto d mon trar a xistência no Bra ii de uma pintura de
ainda ra pouco comum na pintura onde se afi rma com orig m acad ' m ica que, pr a aos pr eito das Escolas
o Cubi mo, para g n ralizar- e com o Exp r ssioni mo. de Belas Art daqui e da Europa, apr s ma, no ntanto,
O quad ro de T imóth o da C o ta não ' urpr ndent muitos lem ntos d int r s . A análi m smo
ap na por r pr entar o op rário, ma por focalizá-lo uperficial das obra do p ríodo r v la que um princípio
na sua dura labuta e p lo tratamento xpressivo qu vago d r novação pairava no ar p netrava de maneira
dá aos vá rios I m nto que acampá m. No grand d sordenada porádica na t la . A brusca xplosão
e paço da fo rja v m- doi homens, d r lacionado da S m ana de Arte Mod m a de 22, atualizando do
entr i, ma fundido, cada um de s u lado, às p a di a para a noit a p qu i a artí tica implantando
m cânica da oficina. O da dir ita de apav ce na sombra, uma st ' tica normativa como o nacion ali mo, imp diu
meio ot rrado p la norm engr nag m, o d a querda durante algum a dezena de ano que se divisa em no
no dá as co tas maciço cultórico orno uma fi gura pas ado r c nte I m nto spar o de modernidade.
de Mill t. O olhar do ob rvador p n tra na t la pela Cabe ao rítico d e hoj , Iivr da pa ixá , r exa-
mancha lumino a d ua cam i ta, gu p lo braço m iná-Ia à luz de outra p r p criva.
mu culo o, gira na m aniv la a ua fr nt , alcan a Gilda de Mello e ouza
o cír ulo de luz depoi ruza o grande pa o vazio,
da querda para a dir ira, guindo a diagonal lev ment

Reproduzido de O ZA . Gilda de Mello e. " Pintura bras ileira contempor:'neJ: os precursores" . RCI'is lu do Depdrlom.-nto de Filosofia da FFLCHI USP.
5. allo ~: ilo Paulo. 1974.
II .
I 3 ( 5 10 11 J 12 13

oSALÃO NACIONAL DE 1913


(1) Archirnedes Silva. (2) Gullrna1n Bicho, (3) Adllberto Matlos,.4) Arthur Tlrnutheo (51 Carlos ~hambelland,
(6) More ra Junior. (7) G Christophe, (8) João Tlnlótheo (9) RodJlfo Clrambelland. (10) Adolfo d Alvim Menge
(11) Arnaldo de Carvalho, (12) Nicollna Vaz, (13) R. Pinto de Coulo e (14) Navarro da Co. ta
Fotografia
Acervo Fundação Biblroteca Nacional

180
EXPOSiÇÃO GASPAR MAGALHAES
Escola Nacional de Belas Artes - Rio d Jôn ruo l~H
II) Gaspar Magalhaes.12) Adalberto Matlos (3) Dias Junior 14) VIGerlle IAorPlra.15) Galdlno Gulirnann8 .ho
16) EUflco Alves 7) Dak Parrerra. IS) Ecgar Po, ~Iras e ,9) MIQl."1 Capllollcll
Folografrl
~cervo Fundaçdo Brblrol ' a Nal l l1al
EXPOSiÇÃO POfJS ARNAU
Rio de Janeiro, 1913
(1) Pedro Bruno, (2) LevlIlo Fanzeres, (3) M Oomenech, (41 r"'od~tlfo Canto. (5) Guirnardes. (6) Arm3ndo Nav<rro.
(7) Pons Arnau, (8) CarlJs Maul (91 Moreira JU'llor (10) Salvador Rodas (111 Julião Fotografia
Acervo Fundação Brblloteca Nacional

182
( 1 I

SALÃO DE 1913
Grupo ce artistas com o Barão Homem de Melle
(1) JOde T:motheo da Costa (2) Barão Homem de Mello
Fotografia de Augusto Malta
Coleçan partlLIJlar
( 1 , 2

SALÃO DE 1914
111 Edgar Parreiras 12) Meyses da Silva (3) Mi[luel Capllcnch. (4) Antonl'o Mdltas 15) Pedr' Bruno II)) Guttmann Blch (7\ Arlnur 111110111Eo 18/ J B Bordan Igl AllIbcl Malta 110\ Ai.!" rto Maltos
Fclogralta
Acervo Fundação 31bllOI a Nacional

184
I 9 I 10 \
MODESTlNO CANTO ARTHUR TIMOTHEO DA COSTA
Rio deJaneiro 1912 Relralo do arlisl, Eduardo Sa
Fotografia 1909
Acervo Fundação Biblioleca Nacional Oleo sobre tela
DAKIR PARREIRAS CORRÉA LIMA
Nileról 1913 Rio dE JaneirL 1912
Folografla FolGQ afia
Ace'vo Fundaçao Biblioteca Nacional Acerv) FU'ldarao BiblloleC3 Na lonal
GUTTMANIJ BICHO RODOlfO BERNARDELLI
Rio de Janeiro, 1912 rlfl -u dtell ao tfrnilllar 1e cultura OE~tuju par, a 8101 II a Na~ Oilll
Fotogralla RIU d Jarrelru 1910
Acervo Fundaç;,o Biblioteca Ndclollal F I a lia
A H. runJ 11 Bltllote 1tJ1L rra

188
"-
(71 2 )

LICEU DE ARTES EOFiclOS


Oflcma d, gravura a agua-forte - RIO de Janeiro 1914
(1) Arthu Tlmólheo (2) Adalberl8 Maltas, (3) Carlos Chambplland e (4) I~arlos Oswalél
Fotografia
Acervo Fundaçdü B:blloteca Nacional
~'n.- t ~\. '- '\ e.- t() ~ C) - \\ m '\) h~ o \~'V\\.f~
~lO \ \ ct ,~
As influências impressio- É o que vamos comrat3r nas obras de dois pintores
RRTHUR nisras na pintura brasileira que se singularizam na geração que susrentará as melhores
E JOÃO das primeiras décadas do
seculo corrente (\:X), que
condições para a pintura bra~ileira neste rerço de ~éCLllo
(XX), os irmãos João e Arrhur Timótbeo da Costa.
TlmÓTHEO estabelecem um caminho
Demonstram-se, ambos, carequizados pe1o~ efeito~
decididamente di\'{~r o do
DR COSTR que lhe assistiu no século
do ar livre que o impressionismo revelou, quando se
aplium à paisagem, com expressiva espontaneidad
precedente (XIX), njo desfazem, porém, como seria de
e paleta de core: limpas. Náo mantêm igual disro~içáo
esperar, conotações conservadoras que sustentam p:lf3
quando se defrontam com temas de interior, em que
adia me formulações pictóricas de claro-escuro bem
violentos contraste de luzes e sombras correspondem
disrantes do que exiginJ. um comportamento despre-
venido e decididamente entregue às suge tões da a um interesse predominante nas melhore~ rdas de
atmosfera e sua luz envokente e rica de transparências. Joio e de Anhuf. Efeiro~ p numbrisrds ~áo consciente-
Os tons escuro, fora dos rema~ decididamente ao ar mente trabalhados para exalração de restriros focos
livre, seguem cultivados denrro da eseda de I'.dores de luz agres i\ amen te proleudos, estes com exageradas
que náo mende às surileza romis dJ. fluidez atmosférica, esp ssura, de tintas, enqmnto os escuros, bem apagado"
e preferem continu.H a estabelecer contrastes com os e, plra maior resultado no conrrJste, ,ao, de: prderência,
focos iluminados, com a exalração de um pela oposição (uidado~ com tintas muito diluídas, qU.ll1do nâo resultam

de Outro, o que os m sues impressloni<;tas contrariaram. de simples esfregaços, como a lembrar os envolvimentos
Daí a~ rintas de ordem rerrosa prosseguirem na palera de Eug~ne Carriere. PinrurJ quase monocrômlca à
de certos pintores apesar de receberem influências qu,ti se acrescenrassem pronunciamentos de cores num
impressionisras. Influências sempre revelada~ com propósito de violenrar o inrimi,mo que foi obrido pelo
mais pr cisáo na imerpr ração d.l pal'Jgem, porém pr ju- mestre francês, a cuja obra a confusão de critério,>
diciais qUJ.ndo o tema do quadro pdssa à cena de técnicos atribui correlações impre sionisras. Erro a que
interior. Seguem, ent;ío, os valores de c1aro-escu ro leva o descobrimento da~ aut~nticas proposições da
medidos forJ do que possa s r um efeito envolveme, pintura impressionista, que tem em sua denominação
onde as sombrds devem aparecer neu::ss:uiamenre uma relativa conot3l,ão com seus principais récnicos,
iluminadas e consequentemente provida~ de cor, embora subordinados a uma necessária impréssão visual
o que as tonalizações terrosas e enegrecidas n30 tr'lduzem. do fenómeno luminoso, que exige um traramento
pictórico de rápido regi mo. O mestre." Carriere." incide Pintura de largos recursos para efeitos impre~sionantes.
numa forma impressionista do registro figurativo, quando decidida e arrojada no tratamento da matéria que as
contornos e detalhe~ se diluem na penumbra dominante, tintas sucm.lS promovem, exaltando a epiderme pictórica
s m m:mter nenhum relacionamento com o fenômeno e ,1 sugestão lfomátio, e~pontâneJ e bem gesrual pelo
luminístico mbordinado à ltuação dds cores como toque rápido do pincel conjugado 3. agressividade do
condiç:lO ess.:nciJL c.onforme sucede no propósito dos golpe de e'>pátula, caracteriza a técnica empregada
mestres impressionista, com Monet, Pis\arro e isley tanto por João como por A,rthur Timórheo da Co ta.
à frente A denominação "impressionIsmo" decorreu Começaremos por biogr;dàr ARTHlIRTL"-lÓTHEO 0 .\
da express.ío de um crítico. ao se refe."rir, com certo COSTA (Rio de janeiro, 1882 - idem, 1923) porque,
desdém, às telas de Monet apresentldas na primeira embora mais jovem trê~ anos que seu irmão, mais
cxpo\icão do grupo em 1870: "são impressões .. .". prontamente revda a decislo de sua vocaçio arrítica.
O trab.dho contido em uma reahzlção rápida, a que Ingressam ambos em 1894 na Escola Nacional de Belas
tmprt se dedicaram os pintores para os primeiro Artes, menino .linda, pois contavam 12 t: 15 anos
estudos ou anotações de primeiras ideias ou "impressões" de idade, respecrivamente. \1a, Arthur. por seu tempe-
(esboços, manchas. ou croquis conforme '1áo deno- ramento agirado e mais impulsivo, prontamente
rrinados), não equivalem ao que a pintura impressionista demollStra suas inatas aptidões, diferentemente do
expres~l especificamente. objeti\ ados s us compromissos irm5.o, mais sereno e demorado em suas cieci óes
definidos e responsáveis plrJ com uma trcldução plástica artísticas. Ambo, ligavam-se aos cursos de aprendizado
do tenómeno óptico da luz e suas relac,.óes cromáticas. da Casa da Moeda (desenho e gravação de mo das e
o que intedCre l1l (Q[,tlidade da representação atmo férica. selo) quando Arthur j.i se revela com temp ramento
ASSIm, pode-se constar,H que nem sempre o impressio- incontido. Daí, logo travar conhecimento com o cenó-
nismo em ,ua clareza de princípios técnicos e ideológico, grafo italiano Orcste Coliva e junto ao mesmo rrab.t!har
foi suficientemente assimilado por nosws pintores dessa durante cinco anos. adquirindo a habilidade que
geraçlo, apesar de . e julgarem descompromissados com re ulta do trato pictórico partlCulari7...1do para o cenário
o'> antigos preconceitOs picroricos. E. tende-se essa fa e de reatro. Habilidade que St "ai somar à -U,l sensibtlidad
da pintura br,lsileira por quase três década~, ou seja, de pintor condicionado à arte do uvalete, ,lparf'cendo
do início do scculo até abertura para no\as cOllceiruaçõe s bem na destrt.'Z.a de seu, pincéis nJ obrenção de sug stivos
phí~ticaspromovida peb 'emana de Arte Moderna a ett:itus através de uma técnica de embar3çada e larga-
iniciarem-e na década de vinte. mente conduzida. Isso se con tata francamente na
grande t la que pr para para o Salão Nacional d B la , m qu pr dominam o o re claro do guarda-pó
Antes da A Idu ia (no MNBA), m 1907. Com harmonia o branco b m empa tado da cami a, que contorna
cromática ocre, uma apr ciáv I luminosidade e e tende o v rmelho uav da gravata. A boina proj ta ombra
por todo o cenário con tituído por uma multidão popu- tratada com n c ssária tran par ' ncia obr um terço
lar ca qu s apr enta a ac nd r foguet s, no adro da do ro to e valoriza b m os pontos iluminados. D ntro
igr ja, para a alegria com morativa da R ssurr ião. d 5S me mo padrão d ap uro t' cnico ' também o
r trato qu pimou d seu coi ga Eduardo Sá, ond
guiu Arthur para Paris , ond pas a o t mpo na
o arti ta po a s ntado ao lado do cavaI t de cultura,
r id ' n ia urop ia. D obrigado de v ras di ci-
d bastado r à mão guarda-pó branco marcado d
pli nas e olar , t mperam Dtal e de spírito
barro g so, admirav lmente ntonado na totalidad
ind pend nt , d u de mbaraço muito p oal
muito clara d toda a composi áo, q u nvolve
a u trabalho. Pa a, de de então, a d senvolver
a cab a dotada de muita fidelidade fi ionômica.
uma obra particularmem dotada de notáv I ponta-
São doi r trato qu rivalizam com o m lhor
n idade, m que a pintura se liberta das limitaçõ s
da pintura bra iI ira, no g'n roo
plástica d teor pictórico.
Em parce ri a com o irmão, Arthur d incumb -se
Conquanto oDS rv m s mpre c rta imilitude, tanto
d painéi para o Pavilhão do Brasil na Expo i ão
a obra de Arthur como a d João ac ntuam categorias
Int rnacional de 1911 , em Turim. o último ano
própria, já que o prim iro r v la- mai aplicado no
de vida faz-se mínima ua produ ão m vi ta d a
tratam mo t ' cni o nquamo João cultiva pr t r nte-
moi ' tia qu mpre mais o acom tia, at ' r int mado
m nt o improviso do bo o. D e comportamento de
em ho pital psiquiátrico, ond v io a fa l c r ao 41 ano
Arthur ' b m ignificativo o Autorretrato, hoj no
d idade, pr ci am nt quando alcan ava pi na matu-
M BA. A marcante pontaneidade pictórica, particu-
ridad artística. Uma xi tência cortada quando estava
larmente na pasto idad das parte iluminadas, não e
pr parada para concr tizar uma obra b m mais
d ixa I var p la d treza do pinc ' is ma ' ubm tida
num ro a dotada de qualidades qu empr mai iria
a um des nho rigoro o, qu não vacil a nos deta lh
r v lar, dado o pr núncio de sua part r alizada, sempr
anatômicos do ro to e da mão dir ita qu pou a com
a d nunciar uma voluçáo co rente.
s guran a sobre o ncosto da cadeira su tentando
o pinc I ntr o d do indicador anular. O jog d Faz m-se ainda de tacadas a tias guim : Alguns
luz ombra é notav [ment con guido dentro d um colega ( ' ri d retrato ag rupados numa só t la), No
conjunto óbrio d cor s adm irav 1m me tonalizadas, ateliê de Lucílio (Mu u Antônio Parr ira, m Nit rói),
Cigana (Pinaco t ca do Estado de ão Paulo), A Dama a grande motivação das trad icionais coi tiva oficiais
de verde (Museu dAne de São Paulo) uma p quena criada m 1840.
Marinha (no ac rvo da Soci dad Bra ii ira d B la
Conh ce a Europa quando o governo o inclui na
n es) m qu e se po de v r a des rr za comoção
quip de joven pintores incumbidos das d cora óes
pictórica com aquele sembla nte b m impre ionista
do Pavilhão do Brasil na Expo ição de Turim , em 19 11.
que Arthur abia impri m ir à pintura d e g ' nero.
Junta-se ao irmão em Paris trabalham em colaboração
JOÃO TIMÓTHEO DA Co TA (R io d Ja n iro, 1879 - no pai néis qu Ih comp tiam . Ape ar d compar cer
idem , 1930) a princi pio tev ua ativid ade artí ti a assiduame nte ao alão Nacional at ' eu fal cim nto ,
uperad a pelo ir mão Arthur, m ais desemba raçado obt ndo medalhas, inclusiv a d e ou ro, tornava- e
e de spirito agitado, d cididam m atirado à disputa omentad a ua e tranha ati t ud de não am bicio nar
do Pr' mio d Viag m à Europa no Salão Naciona l, a viag !TI que tanto duzia eus colega . Ao jornali ta
o que sempr ituava com d taqu o jov ns, dado que o entrevistou !TI 1927, re pondeu João T imótheo:

produzi rem com mai ofr guidão em vi ta da comp - "É curioso , não é? Pa r ce que a Europa me infun dia
tição. João, mai ido o, empr demonstrou de intere certo r ceio, pavor; emr tanto lá tiv, - e que agradáv I
por ss prêmio , con ervando- à marg m daqu la temporada foi aquela - ma , já como ani ta, contra-
acirrada di puta, escapava ao int res voltado para tado para decorar o Pavilhão do Bra il em Turim"l .
o que r al izavam os competidore do concurso, que era Por motivo des as decoraçó , João Timótheo acabou
IRMAOS TI MÓTHEO
P' lsJgem
920
1. Costa, An gyone. /nquinaçtÍo dds lIb_lhas. Rio d Janeiro: Gleo út-re madeira
PimenrJ de Mello & Cia., 1927. Cll~ dO par' cular
demoraDljo-~L ano e meio nJ Europa, qu:mdo pôde trabalho, murJis, dentre os quais obressaem-se (li;
conhecer 0,\ grande, musem d,l Itália, dJ. FrJ.no, grandes p,linéis parJ o ~al.ío de Honra do PaLílio
da uíça e, na Espanh;l, m de BarcdonJ. Tiradtnre~ (Rio de J.lOt'lro), quando emprega, acompa-
nhando o exemplo que tnt.ío Sé: g ner,llizavJ, a tcclllca
Sua pintura conserva muita afinidade com a do irmão,
do divisionismo, que parLLÍa ofer cer à decoração a
c,lracterizando-~e, porém, como já fOI dito, por uma
oportunidade de não sobrecarregar a superfície p~trietal.
tendêncid n1.lis decidida pJ.ra dar JS tintas os 'v.llores
OutrJs dtcOfaçóts [()ram destinadas, sempre na técnica
de espontaneidade do e~bo<;.o, o que ac ntua um sedutor
pontilhi,ra, ao salão do Copacab:lI1<l P.II,lce, ii ~<.de do
envolvimento de Lore~ em que a espátula participa
Fluminense Futebol Clube e a v:írios p:dacttes resi-
tanto quanto o pincel l1J obten<,.áo de forre, empa,ta-
dc:nciai . Tda~ em que \c demonstram suas imponLntLs
menL05 na~ p:Hte~ mais iluminada~ e plrtiLularmu1te
condiçõe~ de pintor \}o: AUJCT!/tfllldo (com xpressi\o
os brancos, muitas vezes rrarados em :mdaciows a-p/tUi.
efeito de luz p.1Srosamt'nre obtido), O dliciplllo, Gzll/'Çil
ua obra se diwr~ifica na~ composiçóes Jita~ de gil/nu.
df' lldho lorimamenre eshoçada), No atl'liê, Adolesmlfe,
marinhas e rerra[Q~.
um quadro hi,tóriLO, FmzfÍo (ii' Afagfllhâts, no ~1NBA;
A idade ia criando e,tímulo~ a umJ produção sempre Paísllgl'lI7, Retrato rio milllstro jndio do Bmsi/ C' Rt t"rltO
mai~ inrema e ,\ua tél.niw ,>e aprimura\'<!. A e~pont,lI1t:idade
c/r: h07f1nn, no acervo da SOliedade Brasileira dI: Belas
com yue trabalhava xaceu sobre os jovem e,\tLIdantes Artes; Fig/mI de jotlmz, em que aparecem boas qU.llid,ldes
da década de vinte: uma Aagrante atraçio. impre,sionisras e uma IxquenJ marinha com ,1S mJrcas
melhores da técnica e'pontineJ de Jojo Timótheo da Cm(.l.
'eu fJlecimento, ao, ')0 Jno~ de: idade, apó\ inteflla-
menro, como sucedeu J eu irmão. em hospit.ll
psiqui<ltrico, inteHllmpe urna obra que ~e demonstrava QuinllO ( .\:11pohorirn

capacitadJ para afirmar comiderávd eroluçáo.


Apó~ o desaparecimento dG irmão, João Timótheo
tev ocasião de se desinLumbir de importJnte~

Reprothllldo d< Qt 1P IMl. C. HIJI,m.1 4.1 Pllttr"" I"d.cileird M ... .. ul" XIX.
RIU dr J.lntim: PmJknrhek 1')8\ p. 22- 23}
RS PlnTURRS Em 1920, os irmãos Arthur João Timótheo da Costa
trabalham juntos na decoração do salão de festa da

DECORATIVAS s d do Fluminense Football C lub. Para o teta de


apo nto, eles realizaram i telas, lançando mão de
DO FLuminEnSE uma iconografia inu itada que mi tura remini cências à
antiguidade e ao pore s, que fazem uma r fi r' ncia mai
FOOT8RLL CLU8 ou m no dir ta à função propriam nte dita do pr ' dio. (... )

o recurso a um rraçado redessiné se torn a, n as


obra dos Timóth o, um fator compo itivo e sencia l,
pois le é o único fator qu s opõe à desint gração
das fo rma. Além de muito pouco contrastada entr
i, estas ão cobertas por uma névoa de pequeno
pontos de cr m claro, cor muiro melhante àquela a pregnância da imag n e, a sim fazendo, int grá-Ias
com a qual se encontram at ualment p intad as as mais f, tivam me ao cont xto arquitetô nico, endo
par de , e que e tendem para ai ' m das molduras portamo pr umív I qu a cor atual das par d seja
I v mente douradas dos painéi . A princípio pare endo s melhant àqu la que já as cobria, quando os artista
e tratar do r uhado d a aplicação da t' cn ica divi- incorporam ali as uas pintura marrouflées.
sion i ta que o irmão T imóth o, p cialm nte Por volta de 1923, já depois da morte m circu n tância
João, uti lizavam com certa frequ ' ncia, um xa m trágicas de seu irmão Arthur, João Timóth o r tomaria
mais at nto r vela que tais pontos foram, na v rdad , sozinho o tra balho de deco raçõ s no Flu min n e
a p rgido obr a pintura já prontas uma técni a Fur bo i Club . D ta f, ita, le pintou para o Salão
de pátina que r m t aos po t rio rm nte él br obr d ua gra nd s t elas, ond r to m ou o motivo
drippings de um Jackson Pollo k. Aqui, por ' m, o proc - do tr ' n u f, m ini no , qu desde as Trê Gra a ,
dimento tem a fun ão decorativa principal de relativizar fora fr que tement um v ículo para ai goria mito.
A partir de finais do s' culo XIX, o probl ma da inter -
lação entre o três corpos foi abordado por artistas
cuja importância no contexto da pintura d corativa
brasileira já alientamos, como Puvis de Chavann ,
n o panneu décoratif "Mulher s na praia" (1879) , ou
Georg s Seurat, no s u quadro "Les poseu s" (1 888) .

C omo lembra M y r Schapiro, à época, "o problema


do três corpo atraía os pintor da mesma man ira
que o m at mático da ' poca ra m 3bsorvidos pelas
eq ua ó s sobr o movimento de três corpos c leste
qu s atraíam mutuamente" l. João Timó rh o forneceu
m s u pendant dua solu óes contrastant s para tal
probl ma: no pri meiro de eus painéis, as figura são
b m mais "movim ntad as" e se r lacionam por um
Buxo d inâmico que remete ao aro da dança, b m como,
às figuras d Visconti que povoam teta do Theatro
Municipal; já no gundo , as fi guras t m in inas,
portando instrum ntos musicais, são mais e táticas
suas configuraçõ s orienta m em fu nção do ritmo de
grandes verticai . Com r lação ao tratamento, o pintor
apr senta n es quadros um uso b m m ais ortodoxo
dos proc d ime ntos divisionistas, o que faz mr v r
uma xecução mais cuidadosa, rranspar nte tamb ' m
no r finado u o da variaçõ cromáticas. (...)

Anhur Vall

VALL E, Anhur Gomes . "A pin/llra da Escola Nacional de Belas Ar/es na


I' República (1890-1 930) : Da(ormaçüo do :Ir/is/a ao, S('lIS modos es/ilisticos "
Tese de Doutorado em H i tório e Crítica da Arte. Esco la de Belas Anes -
Un iversidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de hneiro. 2007 .

I. CHAP IRO, Me)' r. "Scurat". ln: A arte modema : Séculos X LX e XX :


Ensaios escolhi dos. 50 Paulo: ED P, 1996. p.IS I.

JOAO TIMOT HEO DA COSTA


Pintura decorativa da sede do Flu minense Foolball Club - RJ
JOÃO TIMOTHEO DA COSTA
Pintura decorativa da sede do Fluminense Football Club - RJ
JOAO TIMO-HEO DA COSTA
Pintura deccratlva da sede d8 Flumine%e Footbdll Club - RJ
o principa l aconte- modelo e Reprecwtlo) . Não houve grand des taq ue.
IRmÃOS ci menta artí ~ tico por parte da crítica, embora ren hJm sido notados

TlmÓTHEO do BrJ.~i l na virada


do sécu lo XIX para o
corno bOJS promessa ~ Futuras.
'j. Tllimotheo da COJtl[ rstreia com 11m excelente retrato
E RS XX er.l as Exposições do pONa }. Abreu AlbmlO. "
Gerai~ de Belas Artes;
EHP SIÇÕES evemo criado por Félix-
·i -l. Thimoti'o da Costa l'fl'l'la tamb,:m habilir/ttde
prOll/(f('doM ,.
GERAIS DE Émik TaUI1Jy em 1840
e rediLadm no prédio (v. V "O .lIão". O PaÍz, Rio de Janeiro. 9 ec. 1905. p. 2.)
BELRS RRTE da ACJde mia das Belas
Artes, no Rio de Janeiro,
1906 - A duas pintura que Arthu r T imotheo exibiu
em sua ,egunda participação nas [xposiçõe , Cabl'ç.l de
enüo capiul federal. O evenro ocorria no m~ de setembro ll(gro e LiL're de preconceitos, call5Jram boa impressão,
e conrava com pinturas. esculturas, gravurJS e desenhos e o artista recebeu inúmeros elog ios d,l críti ca.
de artista., ll.lcioI1Jis e es trangeiros, que co ncorriam a
Foi conferido destaque especiJl ao quadro Cabeça de
prêmio\. conferidos pelo júri formado por tr'5 membro,
negro (que ho je compõe a coleção do Mmeu Afro
do 'ol1selho uperior de Belas Arte . O críticos também
Bra il). enquanto LIVre de preconceitos rendeu-lhe menção
ompareCÍ;lIl1 ao eventa para desferirem, nos jorn.lÍs
honrma de prin1elro grau . João Timótheo da Co~ta.
do dI.l seguinte, suas análises e julgamentos.
por ua vez. t'\pôs uê Retl'tltos. um deb agraciado
Alunos formados pela Escol a Nacional de Bela, Artes. com a mençio honro a de segundo grau.
oe; irmáos '1 imótheo tiveram p:micipação COI1 fJnte no
jArthwj 7himóthco diZ Costa. que tem lI1tl1f talento
vento d sde 1905. Nas Ex posiçõe de;: Belas Artes,
ri [sic} q/le ,dttdt', quis Ilpenas um golpe J1('sse preconceito
Arthur e João expunham as obras realizadas JO longo tolo quI' i1 c/lidizarao criou - o [/estuá1'l0. O seu quadro
do ano, os estudos e também suas princi pJis pimuras. e ti apologw da n//{Ia ...
Os dOI" irmãos receberam as mais importantes premiJções
do\enro, in clusive o prémio maior de \iJgem ao
(O. N., O CorrfÍo da Manhâ. 9 set. 1906.)
exterior, conferido a A.nhur Timótheo em 190"", primeiro .• (li l/'lnfÍo}. Timot!Jeo da Costa e,'põe também tres

negro a r 'ccber tal premiação. joio. por sua \ C7, compô Retrtltos de jatura apreCIál'el, COI/1 q/le' obtl!l'e mençtio
o júri de pinrura do evenro m 192'). hOllrOJll de 2.0 gl'tllt. Esperamos l'é-Io mi trabalhos
m llÍI jortfs. pois tem queda manifesta para isso e há
1905 - pt\,\ prim ira vez o. irmios TimúLheo participam
dI! Iltmgll' o seu fim. "
da expoição. João Tlmótheo em iou o retrato do poeta
J. bréu Albano e .-\rrhur. duas paisagem (DulI1te do (Bueno. Amador, j01'llill do BrflJil, 26 et. 1906.)
1907 - Arthur T imót h o torna-s o prime iro negro boa imp r ssão exibiu maturidade com Trabalhando,
a r ceb r o pr Amio máx imo de Viag m ao Ext rior nquanto Arthur xpôs O idílio, já exibido logiado m
(leia- e Pari) com o quadro Antes do Aleluia, d pois de xpo ição qu r al izou logo ao r to rnar à capital federal.
Eduardo Bevilacqua não aprov itar b mo prA mio que lh
"O Sr. Arthur Thimotheo foz-se r 'Presentar apmas
havia sido concedido no ano anterior. João Timóth o, no
pelo seu belo quadro Id ílio, que na atual exposição,
ntanto, não t v bom r torno da critica com seu r trato
bem colocado e em mais favoráveis condições de luz,
de João do Rio, mbora t nha r cebido do júri m nção
melhor mostra a suas boas qualidades, podendo-se
honro a de s gundo grau, igual à do ano an t rior. mai francamente apreciar o seu incontestáveL valor."
"Como e vê desta simples tXPO ição, o a Junto prtsta-se Uornal do Commercio, Rio de Jan iro, 19 s r. 1912 .)
admiravelmmt( a um beLo quadro de gênero, e o fato de
ter o jovem artista [Arthur Timótheo} tomado para "Em pintura o Sr. João Timotheo da Costa apresenta uma
tela, Trabalhando, bem tocada como estudo de impre são. "
tema, explica-se naturaLmente por proporcionar-lhe
elementos para mostrar o seu saber técnico. (BUENO, Amad or, Jo rnal do Brasil, R io d Jan iro,
20 ser. 191 2.)
Na sua aparente fàcilidade não há nada mais difícil
do que pintar um bom quadro de gênero, po rque, 'João Timotheo traz ao 'salon' um pequeno quadro
em geral, nesse ramo de pintura, o assunto tem menos de gênero 'Trabalha ndo " imaginado com muita
importância do que a maneira como ele é tratado. " folicidade, e desenhado com bastante segurança.

V ornaLdo Commercio, Rio de Jan iro, 8 t. 19 07.) O contingente dos itmãos Timotheo da Costa é mais
uma vez muito apteciável. "
1908 - Arthur Timóth o não xpôs, por estar m
Paris, mas u irm ão mais velho, João Ti mótheo, (ALVES, Gon alo, A Noite, Rio d Jani ro, 30 ser. 1912.)
conseguiu grande destaque com o quadro O sonho. 1913 - Art hur re be p quena medalha d prata com a
"[jolÍo}Timotheo da Costa, o simpático pintot, pintura O dia seguinte.
expõe um ousado nu - onho, que a par d( pequenas 1915 - Arthur t ria ganho a p quena meda lh a de ouro,
indecisões apresenta qualidades extraordinárias." sgundo o p qui ador Virgilio Mauricio.
(Correio da Manhã, Rio d Jan iro, 1º t. 1908 .) 1919 - João t ve des taque com a t la Aprendiz, um do
1912 - Recém-r tornado da Europa, tendo Arthur vencedor s d m dalha, a im como Arthur, qu ganhou

r idido m Pari am bos participado da d coração a grande m d alha d prata.


do pavilhão b ra ii iro da F ira rnt rnacional d 1920 - João Ti móth o ' ~ st jado pela crítica com s u
Turim, exibiram uma pintura cada um. João cau ou Auscultando (quadro que faz part do acervo do M useu
A "E riTo C. 05W'lLl>O ,
C~e.El'l\ NO",1l. -" 51'1PA.·"'·!lco! "

Ilustrações da Revista da Semana"


Bellas Artes - A ExpoSlçãJ de 1918
o Salão C:Jmico

208
ritlr. :
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I__~_- -terça-fei ra , 27-
~~I
Afro Bras il) e recebe a pequena medalha de ouro. "A R THUR fTimotht'o da CO(trt} I' JOÃO
Arrhur tamhém obtém destaque Lom [rês pai~,lgw~, TIMOTHEO aprfj'Olfam-se regularmellte bem.
sendo uma delas elogiada pela crítica e vencedora da Os trallttllJos apreselltados não riria, entretanto.
gr,lndc medalha de ouro. Idela cio quanto os artisttls srio caprlUS. ,.
' Art/Jllr 7himotheo da Costa tmz trJs quadros dt paisagt m (f1/lIStração Brazzfára, Rio de Janei ro, ago, 1921.l
Ilrl sua maneira Imga. p roji/Sfllnl'llh' iluminados de
1923 - João Tim6theo realizou exposição de um
Jol. um prinripalmm tt'. o dwomáwdo Efeito de soL
conj unto de pinturas, todas paisagens, que causa ram
de ~'iolen ta imprejstÍu ,; dos qua4ros que mai.• am/em
boa impress50. Foi exposto um tra b,dho inacabado
os olhos dos visitantes ria exposição ".
de seu irmão Art hur, chamJdo Retrato dt' S.vlvia
UOrllll1do Commerrio. Rio de Janeiro, 20 ago. 1920.) /vIeya. homenagem póstuma ao artista faleci do
no ano anterior.
1921 - Última participaçJo de Arthur Timótheo
nas Exposições Gerais antes de sua morte em 1922. 'jOÁO TlMOTHEO está bem "prfScntarJo. as suas
O artista expõe um qu adro chamado Algum rolegas, t,,/as sdo Íntl'rr'ssll1ltc's f rc velam l'/lolução. Completa
que divide a crítica. a sua contribuição o muio de lima te/a pmtildt1 por
seu zrmtio Arthur /Timotheo dll Cosftlj jd jft!ecido
"Como sdo magnifiros os quatro trabalhos dme
o Retrato de Sylvia Meyer. uma verdadl'ira joia. "
cOIlSCÍmcioso artista que i Arthur TZlnMht'o. prmci-
pa/mente o conglomerado de ldgum wleg(li. clul1um (If!ustraçdo Brasileira, Rio de Janeiro, se r. 1923.)
deles tratado com os recursos de que dispóe Timothco,
1925 - João Timótheo não Jpre,entou trabal hos.
qll(, lhes deu um catdtapróprio e inroJlfimdível.
pois fez parre do júri de pintura da Exposição.
João Timotheo tem UI/UI Cabeça cxcclmf<', (' jez lIfJl
1926 - João Timótheo tem qu:mo pinturas exposta~
assunto histórico muito bem tratado."
no Salão e mai uma vez suas obras ~ão bastante elogiadas,
(O Paiz, Rio de Janeiro, 26 ago. 1921.) pnncipalmente o quadro jVo att'lil'r.
AUGUSTO MA LTA
"Ainda uma pfquma mfrblha de ouro, o SI: Trmotheo EXP05lÇdO na Escola Nacional rJe Br.las ~r!es I Detalhe)
da Costa ~lniio). Do) Jt:/IS gUlltro tmbalbo5, !Ia ulI7a RIo de Janeiro 1q16
~ ot ogrJlla
amostra muito forte, dI' grande pcrfeiçâo. '-lo atelier. Cnleçae: particular
qlli/5(, igualada pdo "E tudo de /1'UI1((1 '; Olltro traIltllho,

t(lnlbém , que tlgrada aOl" exigt1ltc5. "

(O Joma/, Rio de Janeiro, 13 ago. 1926.)

1929 - Jojo Timórh o expõe na Expusiç:io Geral pela


última v z :lnre~ de SUJ morre, ocorrida em 1932.

Internet
Bibliografia
ARAUJO, Em.lnod (Org.). A mlÍO IIjro- b1"flsiLcira: signdll.ado
www.Jezeno ... vll1te.net
da conrribuição :trrísticJ. e hi~rúriL . 1. São PJu lo: Impren'a wwv.,.it;lUcultural.orgbr
Otici:u e Mu~cu Afro BrasiL 20 I O. WW\\ .onordeste .com!onordeste!enclc1ol)ed i:r.Nordesre/l ndex.ph p:tl
ARCHiTccn:RA Memario de Arre. (Allü 1. N l , jun bo de 2(09) tu lo =lo,"ve3° oA 'l++ dr +Abrcu .Alba no&ltr= j&eid_perso=988
ALVES , Günç:Uo. "Not,IS do "S.lJon" -- Os irm.ios Timolher) \vww. iberoa me ricJdigiral.~Lt
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Co~n , Jujo Angyone. A mqui<'lt/( tÍo da, abl"llw. Rio de
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LEITE. JO<r! Roberto Teixeira. Pintm\"s I/egm; dos oztu,mMr.
Ed. Emanoel -\nújo. S10 PJUlo: Ediçõ~, K: Morore>
MWM Brasil. }988
_ _ _o D/l"IOIlIl/"io rntzw d.1 pilllll/"d 110 BT/wi. Rio de:
].llleiro: Ardi, re. 1')88.
OS DOIS
15 Exposição
IRmÃOS: • ascim mo do pintor joio
Timótheo da Co ta.
• P,trticiparam da 13· Exposição
G ral de Belas rt ,na E BA.
• João expôs na
Geral de Bela Art

TRHJETÓRIHS joio ganhou a menção honrosa


e Anhur a m~nção honrosa
1882
HRTíSTICHS • ascim mo do pintor Arrhur
d 1Q grau. A revista I1u tração
• Anhur Timóthe ,juntamente
Brazileira, de Fev r iro dI! 1921,
Timótheo da Co ta. apomou que ~Arrhur Timorheo, com s u colega também pintor
quebrando a monotonia dos níbal Mato (1886-1969)
envios usual" , mandoll um e outros artista fundaram
quadro de nú, irrever me, a Juvema , denominada arual
• Arrhur, ao 10 anos de idade, meme (de de 1919) ociedade
mas b m resolvido, que,
inicia eu trabalho como Brasileira de Bela Artes.
atrevidamente intitulou 'Livre
apr ndiz do cenógrafo italiano
de preconceitos'. Enviou
Or re Coliva.
também uma cabeça de negro,
para a qual ervira de modelo
• Os dois i rmãos viajaram à
v lho Lucio, antigo 'guayamú'
Europa como membro do
['caranguejo-mulato-da-rerra',
• Graças ao apoio do mec~na grupo contratado pelo gov mo
animal qu vive em pântano;
Ennes de ousa, então dir tor do Brasil pJ.ra decora r o
gíria de época para 'capoeirista'],
d a Ca a da Mo da, local pa"ilhão brasileiro na Expo ição
de andar ondulante, trazendo
onde os irmãos adole centes Internacional de Turim (1911).
mpr no canto da boca gro sa
trabalhavam como apr ndize A
uma 'barara' [cigarro] pr res • João momou ateli m Pari.
em de enho e gravação de
a queimar-lhe a beiçola".
moeda s los, ingre am na • isiraram ne e período a
Escola Nacional de Belas Artes, França, a uíça e a E panha.
do Rio de Janeiro (E BA). Receb ram influ Ancia d
Foram seu profe or'::5, entre pintor europ u de d taque,
• Participar:tm da 14J Exposição
ourro , Henrique Bernardelli, como Puvi de Chavanne
Geral de B las An ., na E BA.
Zefl rino da Co~ra, Daniel e Bonnar (João) e técnicas de
Arthur fi z ua primeira viagem
B 'rard e Rodolfo Amo do. pimura como o pontilhi mo.
à Europa d poi d r ceb r
o cobiçado prêmio com a rela
Antes da Aleluia, que lhe 1«111
cone deu dir iro à boi a de
• Participaram da 12' Exposiçio • João foi contratado no Brasil
rudo- no xt rior, pr Amio
G tal de Belas Arr ,na E BA. para executar a d coração de
ste dado anualmente aos
João fi z um retrato do poeta inStltw o cari de prestígio.
melhores alunos da E~cola
nord tino Jo é breu Albano Arthur xpôs m ão Paulo
Nacional de Bel Arte,
(1882-1923). a obra Idílio, Preguiço a,
Il Nrige, Margens do enna
(Vernon) na Primeira Expo ição
Bra ileira de B la Arte,
no Liceu de Art Ofício .
• Participaram da 191 Exposição • Apresentaram trabalho na 27' • João participou da 30ª Expo- • João apresentou trabalhos na 34
G ral de Bel Art , na ENBA. Expo ição G ral de Bela Arte , ição G ral de Bela Art s, Expo i ão Geral d B la Arte ,
Arthm e desta ou com a obra na E BA. Arthur expôs o, nJ E BA, e in luiu o r trato naENBA.
IdíLio e João om o quadro quadro Misteriosa e Eftitos do feitO em 1912 por eu irmão
Trabalhando. 01, entre outro, re b u, dessa Arthur, da pimora ylvia Meyer
vez, a grande medalha de ouro. (1889-1955), quadro te hoj
• Arthur f z uma exposição
João xpôs Estudo de figura, lUJa p rtencente ao acervo do Museu • João participou da 35' Expo-
indi idual na ociação dos
Boa Viagem Auscultando. 'acional de B la Art (es a sição Geral de B la Art ,
Em pregado do om 'reio,
foi a primeira expo ição na ENBA.
• O dois irmãos int graram o
pó tuma d Arthur, dentre
grupo que decorou o alão
outras, m 1940, 1950, 1987,
obre do Flumin nse Fllt boi
• P:trticiparam da 20 1 Expo ição 1998,2000,2001,2002,2006,
Club . João continuaria a • João expôs na 36' Expoj ão
G ral de B las Arte , na ENBA. 2008 2012, no Museu
riar pain 'i d corativos Geral de Belas Art ,na E BA.
!\nhur r ceb u a pequena Afro Bra ii e em diversas
para es a instituição. lessa ocasião ele apr emou
m dalha d prata. institui õe museológica ).
uma pimura com refi rAncia a
uma história r cent (1925) da
catástrore da ilha do Caju na
• Participaram da 28a Exposiçáo
• João elaborou painéis decora baía de Guanabara, m que
• A.rthur participou da 2P G ral de Beb Artes, na ENBA.
tivos para o Salão do Hot 1 hOUV1 uma explosão de produtos
Expo,ição Geral de Belas Arte , E sa foi a última participação
Copacabana PaJace e realizou inflamáv i em uma f.í.brica.
na E, ·BA. de Arthur.
a pintura do teta do Salão Nobre • Juntament com outros arti ta
do Palácio Tirademes (prédio da
lqlB Assembleia Legi lativa do Rio de
brasileiro João xpôs no
XI alão de Ro ário, na Argentina,
I . Os doi irmãos participaram • Morte de Anhur Timótheo Janeiro). E participou como om ua obra Pousando.
I da 251 Expo ição Geral de em 5 de ourubro, vítima d júri de pintura da 32' Exposição
B las Arte , na ENBA. demência paralítica (paralisia Geral de Bel Artes, na ENBA.
g ral progr ssiva). O corpo
foi emerrado no emir' rio São • Morr d João Timótheo da
Franci co Xavier, Rio de Janeiro. Costa. Foram r alizadas cer a
• João Arthur expus ram na 2 • João participou da 33 i de te xpo IÇO pó tuma
Expo ição Geral de Bela Arte , Exposição Geral de B la de obras do arti ta, m 1979,
na E 'BA. Arthur receb u a Art , na E IBA, r b u 1988, 1989, 1993, 2000, 2001,
grande medalha de prata. a p q uena medalha de ouro. 2008, m diver as in tituições
Expôs também no alão de mu eológicas, d nu elas o
Outono, quando apr s mou luseu d Art Moderna de
quadros como No atelier, ão Paulo (Ma p), Pinacoteca do
• Ambo participaram da Estudo de tronco e uma Estado d ão Paulo, Fundação
Exposição Carioca de Gravura Cabeça de Adolescente. Bienal ( P), Mus uAfro Brasil
Água-Forte.
Museu Histórico Nacional (RJ).

Núcle de Pesquisa do Museu Afro Brasil I Bibliografia: Brnsil 500 Anos. o Paulo: Abril. 2000 I Internet: ww\\.pedagogmemfoco.pro.br 'hrsxx.h tm www.\\ lklpedia.org
EHPOSIÇÕES EHPOSIÇÕES 1«114
COLETlVRS
RRTHUR • Rio d janeiro, Rj
21 i E,posição Geral
TlmÓTHEO 1«105 de Belas Arte , na E BA

DR COSTR • Rio de Janeiro, RJ


12~ Exposição Geral 1«118
188211q22 de Belas Artes, na ENBA • Rio d janeiro, R]
25' Expo~ição G ral
l«10b de Belas Artes, na E BA

• Rio de Janeiro, R]
13~ Expo içáo G rai
de Bela Arte , na ENBA • Rio de Janeiro, RJ
Menção honrosa de I g grau 261 Expo ição G ' ra!
de Bela Arte , na ENBA
1«107 Grande medalha de prata

• Rio de Janeiro, RJ • Rio de Janeiro, RJ


14,1 Exposição era] Exposição Carioca de
de Bela Art s, I1J E B Gravura e Água-Forte
Pr Amio de viagem ao exterior

1«111 • Rio de Janeiro, RJ


• áo Paulo, P 2 Exposi ão era!
Primeira Exposição Brasileira de Bela Arte , na ENBA
de B la Art , no Liceu Grande medalha de ouro
de Artes e Ofício
• Turim, Ir..1lia
posição Internacional
• Rio de Janeiro, RJ
d Turim 281 Expo i áo Geral
de Belas Arte , na ENBA
1«112
• Rio de Janeiro, R] EHPOSIÇÕES
19 Expo ição eral IRDlVIDURIS
d B la Arte , na ENB
1«112
1«113 • ia de Janeiro, RJ
• Rio de Janeiro, RJ Individual de Armur na
20· Expo i> áo eral sociação do Empregado
de Bela Art , na E BA do Comércio
Pequena medalha de prata
EH POSiÇÕES EHPOSIÇÕES lqlB lQ27
COLETIVRS
• Rio de Janeiro, RJ
JOÃO 2 1 Exposição G ral
• Rio de Jan iro, RJ
4' Expo ição G ral
TlmÓTHEO lq05 de Belas Artes, na E BA de B la Art ,na E B

DR COSTR • Rio de Janeiro. RJ


12i Expo ição G ral lqlq lQ2B
187q 11832 de Belas Arte, na ENBA
• Rio de Jan iro, RJ
• Rio de Janeiro, RJ
35ª Exposição ral
26a Exposição Geral
lqOb de Belas Art , na ENBA
de Bela Art , na E BA

• Rio de Janeiro. RJ • Rio de Janeiro, RJ


lY Exposição G ral Expo ição Carioca lQ2Q
de B la Artes, na ENBA de Gravura Água-Fort
M nção honrosa • Rio de Janeiro, RJ
36~ Expo ição Geral
lq20 de Bela Art . na E BA
lq07
• Rio de Janeiro, RJ
• Rio de Janeiro, RJ 2/ Exposição Geral
14' Exposição Geral de Belas Arte, na ENBA
de Bela Artes. na ENBA
Menção honrosa
lq21
• Rio de Janeiro, RJ
lQOB 28" Expo i ão Geral
• Rio de Jan iro. RJ de Belas Arte , na E BA
15· Exposição Geral
de Belas Art s, na ENBA
lQ23
• Rio de Janeiro, RJ
lqll 30' Exposição G ral
• Turim, Itália de Bela Artes, na E B
Expo ição Internacional
de Turim
lQ2b
• Rio de Janeiro, RJ
lQ12 331 Exposição Geral
• Rio de Jan iro, RJ de Belas Artes, na E BA
19 Exposição Geral • Rio de Janeiro, RJ
de Belas Artes, na ENBA alão de Outono
Medalha de ouro

lQ13
• Rio de Janeiro, RJ
201 Expo ição Geral
de Bela Artes, na ENBA

L - -_ __
· úcleo de Pe quisa do Mu eu Afro Brasil I Bibliografia: Brasil 500 Anos. ão Paulo: Abril. 2000 I lnrernec: www.pedagogiaemfoco. pro.brlhrsxx.h[m I www.wikip dia.orgl
E"CERTOS DR REVISTO /LLVSTHRÇilO BHRS/tEIHR

RAPlns DE HonTEm
ARTISTRS DE HOJE
Rio de Janeiro, f, vereiro de 1921.

Ao m mo alão nviaram trabalho de r aI valor o


"rapins" Anhur T imotheo, B vilacqua, C hamb lIand,
Latour, Evencio Nune , oar s Cunha , e outros .
Arthu r Timoth o, quebrando a mo noronia os nvios
u ua , mandou um quadro de nú, irreverent , mas b m
r so lvido , qu , atr vidamente intitulou "Livr d e
preconceito " . Enviou também uma cabeça d negro,
para a q ual rv ira de modelo o v lho Lu io, amigo
"guayamú", d andar ondulante, traze ndo sempr
no anro da boca gro a um a "barata" pr te a
qu im ar-lhe a bei ola.

o Ca~' Pari , no largo da Carioca, reuniam-s todos


le á noit , a d i utir Art , ci ncia... a vida al h ia.
Naquelle tumulto de idéa inc ndiarias na ceu o p n a-
m m o da primeira publ icação exclusivam ente de Art .
D o pen a mento á exec ução nad a custo u.

A "Ath neida" surgiu, gloriosa, pr gando idéas nova


a m arraca r aos quarro v mo o tal m o do H el io
S elinger e os des nhos de H eitor Malagutti.

T omavam parte d iá ria nas reu nió de Paris o


irm ãos T imot heo, irmão Cha mb lIand , Correia
Lim a, Helios; M alag utti, Chacon, Luiz Edmundo,
Ba tos T igre, Em ilio de M n ze ,algun dos act uae
immorta s d a Acad em ia , mé d ico , ad voga d os e
ng nheiro , hoje notabi lidade.

Ness meio temp o, encerram-se as aula da E cola .


Com ça ra m as fér ia . O s ricos foram faz r staçó
de agua e os pobr cava r a vid a dentro da própria
hab ilidade e conhecim ntos. João T imotheo, os irmão
Chambelland , Carlo e Rodolpho r tocavam fotografia
no Z ara mella Ba to Dias; Arthur Timotheo fazia
scenographia, ]. Arthur fazia des nhos para "O Malho"
do tempo de Chri pim do Amaral Raul P dern iras.
Enfim, cada um "cavava" a vida como podia ...

Ma"rias da ReVista Illustraçao Bra,ilelra·


Rap ns de Hontem - Art istas de HOI'

216
OP)~ m
e~~~éz~~o obstante a sua proverbial deli·
UE::;"~~IV~nt~te~n~f:I~~~r~-~é1p·l
Esc<la de Bellas Artel,
~ d Havia no primeiro anno de desenho
am no Becco do mesmo
e do curSO dlquelle saudolo tempo, um
nomr, sentia qualquer
cousa de extranbo
tuaçio, o ambiente, os
~:~~es td:d~eJI:On~~~~já
j a si-
(1 upaz um tanto vadio, que, levado pelai
companheiro!', não cumpria muito regu-
larmente a$ suai obrigações de estudante.
Mestre Berard 010 o olhava com bons

~lC;~ ~
olhal. Um dia, aftna l, foi a elle, e, em
para deixar I no esplrlto de quem I. ia, • plena aula perguntou-lhe em voz alta: -
.. O Sr . pi etende ser artista? - .. Sim, ~
um lentimento de bem est.r du radouro e
confortante.
O ambiente. . de austeridade monacal,
l""'llGJlC:iQ) respondeu IJ dllcipulo. - • Pintor ? • -
c 1 alvez,JI h trucOu o al umn o - c Entio,
im pressionava. Dentro da penumbra dll é muito rico? - c Pe l contrario, pau-
corredores, viv ia o mylterlo que penetra- perrimo ... ~ - cNesse caso, meu amiao,
VI no animo dos artistas moçol, em bus· desista, pois do contrario o seu fim será
ca, do ideal sonhldo . A' entrada, o "Ola- aquelle- I e aponto u para um pobre dia·
bo, uma sombra humana, que, pendu-
~~~~~rm~~~~~:er'~te~:S~!~O:~;~I:~;a~tI~s fdzas de Phidias, que em (orno rado em uma escada, brochava as paI edes da Escola em obru ... Ql:em
ao sagulo, como scntinellas avançadas, faziam com que â juventuce retro- quer ser arUsta, estuda muito, prepara o espirita para a luta 1 •
cedesse ao tempo de Pericles, letlnos e CaHicrate, impu:sion!ldos pelo res- Pasuram-se os annos, o vacio tornára-se um estudante applicado, pelo
peito dos grandes mestres. &trmto do mestre.
A Mocidade daquelle tempo trazia a c.abeça descoberta deante de tanta Em diversos S"lões de Bellas Arte., conquittou premios, incl usive o
de viagem á Eu:ropa. M~tre
Berard, nlo ob3tante o seu
voto favoravel, dado no Con ·
selho Superior de Bellas Artes,
f.>i em bu:sca do antilo dil·
cipulo que se acbava rodead.>
de collegas, e, em plena ga·
leria de pintura da Escola, e,
com lalrimas cahindo p. las
faces, pediu perdio das pala-
vras duras, pronunciadas 7 an-
no. ante:i I
Por esta simples, mas to-
cante narratlva ,é faclL verificar
seu caracter recto e a sua
~rr~~~li~~p:~"à~ c~~!:r :~;u~
3 que m quer que fosse.
Como homem, me.stre Be-
rard era um exemplo. Como
artista, impecavel, de uma ho·
nestidade sem par. Nos seUl
retratos, elle procurava dar
~;~ça~u;eb~sc!~~p~e~ rSe~~~~ os IRMÃ · S8!Jt'URO!LLI EM um. PJlOTOORAPHI,\
dilO do modelo, dentro da TIRADA N"O ANTIOO ATELIER DA lUA DA REUÇÃ.O
proprla alma, a psychologia
que os pinceil traduziam para a tela, como uma p.cina aberta aos seus
olhos penetrantes de observador.
Certo dia, foi encar regado de pintar o retrato do saudoso Barl0
Homem de MelJo, que, pela edilde e pelo cstado de saude, nlo pOdia
ir ao atelier do pintor, situad em um segundo andar da Rua dos Ou-
, ive •. A perspectiva do emprego da photographia era um $upplicio plUa
Um. vi,UI .0 Muftu N.donll em 1(IO.t - o Barlo Homem de Mell0 e 01 MUI dllc:ipulo. Henrique o mestre I Durante muitos dias ando u preoccupado, triste. lem cora·
Co.ta, eac:u lptor {.Itecido em Pari.: M Leio, ucttlt«to; MIJe Artnd. Sobral. archlttda; Mlle 01- cem de dizer aos que desejavam o retrato do venerando BacAo, Que
norah de Azevedo, , rn.dor.l.u rudacom o premio de vi"em" Europ. e Mlle AJeI,ide Gonçalves, precisava de uma photographia em que o futuro retrat:ldo estives!e tar·
pi tora t.u tad. nOI "S.lonl" de Bellla Artu.

magnificencia e tinha um Objectivo que era sublime: aer artista. Esse


sentimento em todos era ca ado no respeito dos me1litres j gert.!
sim ples e sonhadora sem o egoismo enra izado e a mania do loot-ball ...
Nio h.via lindl a praga do. _Imolldinh .. , e dahi rfunlr I Escol.
de Bellas Artes uma serie de predicado. que calavam no animo dOi
rapazes que realmente dtsejavam ser mais alguma COUSl. do que ca-
belleiras; o respeito que um novo nutri:l pelo adiantado era digno de
rfglstro.
Quando algum delles pauava era como se um ente sobre nat ural
appareceSle I. . . O respeito mesclado com o dutjo de um dia ser
como elles, adiantados, poder andar com uma caixa de pintura j ir ao
atelier do mestre! Oh I ventura I
Como iniciado r da mocldade nil. carreira das Artes. estava o mes-
tre Daniel Berard, um ve-
lho desempenado, de porte
marcial, que systhematlca·
mente usava guarda-chuva
e calças brancal no.s dias
de chuva, e faltava no dia
2 de cada mez .
Mestre Berard era um
ardoroso en thu siasta da
França, tinha-lhe um t)1-
tranhado amor, t~o grandl!
como o que tinha pr la POl-
tria; era monarchlsta i J.
sua veneraçio por Pedro II
era tio grande, a ponto de
delcobrir-se ou levantar'5e
todas as vezes que ao "elho
mooarcha se referia.
Nunca tlnh. uma phra-
le amarea ~ra os desafe-
ctOI. Amigo dos discipul os
~~~;~,b~~a;::~ q~~eel:~~ Aula do m:slre H. B:rnard:1I1 em , gJ4 (Pintural - I, los! Cordeiro, fa!leel Jo em ,g19: 2, Maria Jod
transigente para com 05 3, 8em.,ind. de ANil, filha d. eltulptora Nkotlna Pinto do Couto: .. , J. Am.rante, "0 C.va llaro"; .5,
vadios, a sua intransi~en - Oaspar MII'lhln, "O menino do bailo"; 5. AnKtlin. AIOIllnl. filh. de Anltlo Aloatinl. actualmen te
MQTIH! ZEI"E1 1:fO Do\. CoaTA. '1I0TOO."'PHIA cia chegava ao ponto de UI Londres. onde pratica o retrato com IUC.CCMO; 7, SoartS Cunha, "O namoradC't". fa.l1eddo n. Sul... ;
TIUDA EM IgoJ. uzar de aspere;ta para com II, AnJ(erlor de Barros, "O f.ch.d ....
J)epoi~ d;t de-;agradan:! 110\';), que dava a 1llcstr~ Manila. um {",.'. lana que fere a dignidade artistica dt: CaldilV), Bicho de nome e ,('
pouso forçad., ele oito dia~. muito <1('''Ola1lo, dlc arrumou a tralha ..! facto. p~i:; frequenta"J. a E ola peb primeira vez. GOlldino. que ou-
T~tirou·se debaixo da galhofa dos companheiro ... , Rumou para o S 'li \'ira a pJla\T3, retrucou. promettendo \'ingar-~e . . \ ouy.dia do ca-
aldit'Y, onde lima grande réla o e:-pera\"a. louro. que 'iC 111. urgia contra um \'eteranu
trepada em lima tripecõl filie pretendia "~'r querido por todo .... roi bastante I~rõl. cau·
UI1l l'õl\:allcte de pintor. !\ã.J per leu t er"~' :-.ar rcbol:ço elll toda a E~colJ., Em um
po. :\ti rou~e ao trabalho COI11 :d1l1J.. ))"::1- 1l1tml.::nto. foi re ..ohido (JUC o at r e"itl,)
tro de pouco~ dõas com-jtla\'ól os colktf<l fo, e julgado com LJrla\ a'\ regra~ do c..;
a irem ,"eT o tral>'1.lho j~i bem cshoçad ... tylo. Constitl1iu":-c um jury. com todo:; o ..
Reprcscllt.1YJ. o fluadro um contra;,tc do- re<juis itos, cm uma sala da E~ola. To·
loroso. No prime iro plano, um 110111(.' 111 , <l..: mau a pre.!'idencia dos trabalh.)!fi um do.,
3'ipectO mi!-era"el, descalço. pés llo(lo"'{'~' "cteranos ll1ai~ temi\'cis para um "t rote H,
roupa.:. estr:u;alhada<.:, pelo lI~O ,!emasiad, .. o Soare5 Cunha .. \ accusação ficou a <:dr-
'\0 fundo, o reho:iço cio luxo dl" um;t go de Ernani BiL1C. que, em brilhante u":-j'
grande ~l\·el1ida. "Claro c~cur.1 social" , i, I tii:l loKico. salien tou a~ qualidades crimillfl
titulava-.e o trahalho. fJue fOi cll\' lado an sa" do a,,::cl1sa<!J, (lue se remoia de rai\'.\.
Salão de Setcmbro. ca us.ando \'erdadeir i ) 110 "banco dos réos'·. Em !'legUlda. te\'e a
Sllcces!'o. merecendo as honras de UIll :;0' pala\. ra a dde~. represen tada por ~\n'
bri."} '.;oneto da autoria da architecta'\ril~­ lonio Pitanga. <1tJ.e, além de (alouro. er.l
;:';~~~I.:"\ ~':;I:l~L;: I>:~~~ ti ~l)bral e publicado na •. Rena~·ença".
pelo ~udoso Jl1e~tre .\raujo \,'ana . . \u
surdo-mudo! .\ntonio Pitang<t. del~.')is 'h: ~H~:oU:~~;t:'(:;T~)~.k ,:1;:-
~I\IUt l ,l.I, 1905. nll1ito:-. berro.i e gestos desordenadollt, d('u TA'\"TF. _ 1905.
1lle~mo ~alão enviaram trabalho de r L..tI por finda a "defesa". O!\ juraJos reco-
\alor o.: "rapins" Arthur ' j'imotheo, Bevilacqua. Chambellanc1, L;1~ lheram-s~ á "sala sec reta" e de liberaram que O accll~aclo h;;se CO;1-
t.Jur. E,·encio :t\unes. S03TCS. Cunha. e outroq.. ,\rthur T imotheo, demn3do a at ravessar a u zona chie " que circumda\'a :l E~ola, ('om o
quebrando a monotonia do. CI1\if"!o. ("a~CD do a\'~,so ~ o lJ<I1<le e a
u .. uacs. mandou um qua iro ele nú, vas:-oura do lixo á~ costa~. len,'I)
Irre\erente. ma5 l> c m re-ohi(b, por acom)>3.T1hamento todo" o. \~­
que. atre\·idame., te. intitulou .. Li· teranos C bicho. I nU111 e tlize r -:.c
,rc dc precol1(.·e:tos". En\'iou tam (I ue dentro de pO\lC"OS momentos u
bem uma cabeça de negro. para a que havia ele mais "~leg.lI1te" II.~
qual ,en ira de modelo o \·clho Lu- redoT1'J~za fazia parte do aCOm}l<1
cio, antigo "guayamú". de anelar ....-:.~;:,..- ~-:ínr.--c;;~ nhamento Puxava o prejtito o
ondulante, t ral.encIo se: 111 p r e no .. .\1anlfi". um turco ~ngraxau,
canto eh bOl"ca g rossa u m1 "hara- m uito !fiem \·ergonha, (Iue eng-raxa.-
t :1" prec;tes a qut' imar'lhe a beiç,)1a. \'3 a" botõl do, "rapin'" á raúo
Be"ilacqu:t mandou " (hpheu" , ~Ie t re~ um tJstão. e ils \ ezes fia dI) !
Chambellancl a .. Koite ele e ... p.:ct. - •• ~ [a r ufi" era um typo curio... ()
culo". T.....ltou r 3 "E"colha (!lrreil". c amig,) da r;tpaziada; não cobra':;(
E\Cllcio )JU 11 6 " ":\ I orl(' dc .\11' nunca o~ lIickel~ quc lhe dcviam.
chieta " . e SOJ.re~ Cunha o n:·rall) Tào identificado iicOll com o am
Ik UII1 co llega. \ luta p:ua ;'t COII' biente fJUC a('abou modcl;). Pou.:o
(Iuista do pre m io de \ iagem roi re.- traLal holl, o cOitado. \ pe~tc bll
nh ida. ..ahimlo \'t:llcetIor Eugen'1 bonic,1 Ic\'ou-o em poucos dias. e,
L1.tour. com a .. Escolha di ffieil". com grande saudade, foi recebi· la
um. quad ri nho de genero. {Jue rv a noticia d.l sua m>lrte. na ]uruj\!
produzia U l11...1 scena caseira. um l ba. abandonado de lO los c tia fa
(I RAl'·rlS~IO n!: 1. M ~ R112110" - 1. l.l':II COItD[11tO CI'ALLOCIUO): 2, A1\l.OIOa mi!!:...
figura de J'ilU lhe r a cs.colh cr entlc
cba ... gallinhas a mais garcla par<t BI\ IUtOi·O !".\CHl\n.\~, J, M'~OU. Ht:l\ItIQl'~ LIMA;"",. JOAQLIW SQ .... a<"s Nã dem,orou muito tem p o
t:lJto.Il,\ (I·AI.LIOC"IIlO). 5, ){.\~on, (ldOI>+.l..O): 6. 10U' .\)l" •.\~Tr. nr. Oll'
o sacri fi,io. Hl ..... ( o <':A\·\Lt..\.o~); 7. l>.\SP.\k W .... C.\l.H.'\r.S c-o wedNO 00 BAI..\O··):
,·ago o loga r cio" :\.1arufi" nao;:, gr:>
Ka secção de esculptura. I ro- ~, \. W.\T1"O:-. (-o rlt ... 'Xt.o n'AcuA"'). - I~ de) da esta tua de João Caetanu.
norio da Cu nha ~lell(l expoz um Substitl1lu-o o Jo.sé, um mulato do-
bllSto (Iue lhc va leu por muito tempo a alcl.l·tLlil de "Coalhada", l~l.l ('eiro. que, dtntro dc muito pouco tempo, estava amigo de todos. e,
razão seguintc: alguem. por per\'crsHbdc. impreteTl\'elmente. COl11lh1rtcia ao meio dia
aCi..)I1selh.Ju a IIH:xperiente "comedor d~ cm frente á Elf,Cola, commuIIgouulo com a
barro" que o leite da\'a uma boa patina ao !"clltlnela 1'0 tada na porta cio edi fici'l.
g ... ~-;o: C u nha \ Iello. cm mai::, i"juclla. foh Certo dia. fOI a E .. cola abalada ('om a t r i..to!
um hanho de leite ao trahJ.lho ainda m·" Iloticia de que o J o~é tinha ido preso pú,
Ihado (' mand.l-O para ,) Salão: o effeit\) um dos velltrulb, KUarda... rl~.:ae~ e (pt~
11:10 !-oe fez e':lpcrar: uma fedclltn<l terrin:l ~t"g\llil a c:tminho da ,\ gentia. na rua d1.
1Ilfeciona\'a o amhiente. o bu~lO tre~and.l· Carioca .\ noticia iml're~",iollml ...eriamcll~c
\·a ~ leite podre! Dcnr10 a c ... ~e pouco ch:::;- os rap..·ues. quc deixaram as aula, como (.
ro:--o acontc\"ill1cnt l. Cunha ~Iello foi rTl1 1<1.\'0101. un~ em mangaI; de cõlllli"'a. outro.,
1110\"1 ~o de t'Brontolone" a "Coalha(h": ele longas blu ... a" ~l.tjas de tim<1 e ge..... o. c.
chama\'am·n'o .. nrontolone " por ter (') cm grupos. emlJunhan:b palhetas. tento"'.
piado o busto datJul'1le illustrc ~cnhor. rei", de~lxlstadores. !'legmram em grande bern i
horr~lldo. cheio de r\1ga~. I~ra ('ompallheir,) ro peJa~ rua .. in\'a l~nc1o o ~obrado em q!lt'
de .. Uronto lollc" o 'lorelra JU1llor. que ti- e... ta\3 in5tallad. a .\gencia. Ninguem !ot
nha um appellido tão Ctio. que 11<"10 pót!l' cntendia. Todo ... grita\·am a um tempo. (\
ser dito aqui. Certo dia esta\am tod..J.; lU ;:)gcnte não ..ahia o que fazer; por f im. pr.)-
·0 l·M .... Al.'L.. Dr. A:".\TOWI.\.
portaria da antig:t E ..cola. att'na1alldo o nttteu nãü punir o doceiro e manda l·o cm o,; ... AI'I,,{~" .... Cl. 8F.nL .... -
\"(.:Iho Travasso.~, q uando app;\rec~l1 na porta ~la E"col:t. c;:trregallrlo paz. logo quc c\"acuas~m a sala. () agente ('ov.\ ~. o!oõ TII.M.\O"- ~l"TTOIÔ,
ullla caixa de pintura, o C;<tl(lino Bicho. ~l( r(:lra Illurmura lima :);\ cumpriu religio ... amente o prolllettido. ~I i- '905

Malerlas da Rev' '1 III .Ir lçao Brasileira


Rapins dl~ Honlem- Ar ,I" de HOJe

218
II •
i IOlr
, (I
~I !'IeguidJ. ao IIlcidl'lllc lfu (!L,IOrl>'\o paLI () y,,:lho tal.: tre ..-l1'f<.;t1 a P('I (~a (k ;d~Ulb d!.uh: .. a UIlI \·;tJ.Hlro. lntllllJ gtiL
yem a rcacç;"IO .\s lagrima ··.. pro\"ocad~"1 p . . 1.t irrnerCTI e introllleuido );;-10 h:;\\ ia G.lIxa de rim, .. til! qUL' e!ie nã.1 mexe- e.
cia da :"apaziada. puzeram termo á . . troça~, 1..'0I1t;I1\1:\1I lo 1l<.:111 lllodelo~ de natureza 11lort;l (f rt1to~, elc.) qUI: dle não CD
il auja dclJalxfI de uma impre:: ào de tristeza. ()., pro Ille ",t,. Coit'H.lo, :lo(b.\':t atrazado.
\"ocadorc ·Je lào gr.:>te .ca brincadeira IlUl1l'a porleriam Certo dia. o.; CJ lJ egils do comiUo arranjaram com o.. ral~lzc:" d ..,
cakular que a ~en"ihilidade "lo bOI1 lo~o mestre se se'1~ ;ül1a de e~ulptura U1\ . . lhpiro ... de gt!\so, belll feitos c óc:o~. p:\r.l
ti e teio proLlIldamentc ferida. Dos profes!'ore~ d:t, qu e 1150 fit'd~.'Clll j>e aelo.;. Devoi .. , arrumaram UIll canto pillorc.c').
quclle tempo. felTa tk Cjl1Jlqucr contest.1.çà\..t~ 'mde o'" ""pir.)", flc.1ralll ucm fi "i'dol, D~r~nll
rra o harão Ilamem de ~lel1o um dos melho- lI1ic;o ao trabalho com a maior ca lma deste
rC$ coraç(jc~ e {) mais illu .. trarlo .. \:; questões Inundo. No e~pir iti) de ~. ficou lo~o c"ltahL'-
de .\rk. di .. :1~ n,nheci3 com segurança . () IcciJo que (Iaria cabJ dOl"; gl1I0';;'L'una..;: (Ii ... faf
~Ll1. --en,lImento attingia o cX3RC"cro em unn. çou, como h 3bil cOllll'(h:lIlte, dóxol1'''''' fi nr
mSlgnl flcante rep~e'-~nta~:lo. Uma figurinha pUf ultimi) c, ta';.! trincou lIl!1 tln~ sllltpiro ..
rt"'Conada de um Jorndl era motl\'o vara Cpl': COIl1 ,·alenlla ... ~i""'l íl rap<lzJ;ula. IlHe ç~pn:i
a ~ II a ellloti',-- ta'a. apparece r,'-
d a fi c "ibra~"c l,etllll1amente. apJ -
vrofulldam(:llte, Ilhando em f l a-
Esprit,), de c,;' grame o pobre
th..'h, nào ob f oitado, tt 11 f -;..!
~tallte a ieb<l(! maldizia la:..ti -
2,'an ça di'isinn. ma,'i\ pela pcrd1
,\tra\"és do ~t!H ,los dentes.
eIl eH qui lh~Hh I )rcl'Í.sam.e.ntc
"1,vetO', n .... Tut.) 'U) "1l\P1~;"
.emblante o en- TI ).10TH .;0, Ul 19(16. n e ~ ... a época . '1-
lhl1~iasmo pcb eudil a E s C O I ,I
,-id .. e }JeJa llalUT'I.;l era Cllcant.ul.IT. lima (Jue .. tão de ri,·alidade. flue ptrlll-
Em tOt:la~ 3.~ troç;\:-, los rJ.p..1.Zc", p:\ - WU ~t" ri aml'l1te o..; "lI1I IllO', ti o ... e~tud:l11
,ado o prilllClrl in .. t:lIlte, 1'I1Contra"'l h.'~, l1a\"ia 11.1 Escola 111<1:1. e'pCCI~~ d.:
111oti,·o para Ulll~l prO"~l 'Iue cJC1X,l\., al1l1l1ll0S, o'" l1lóltriculado.;, e o . . tine...: us
tran parecc" ii bUI1fhulc c a l'ulluT,l. matrinllado~ t'r a1l1 O" '1ut· tinham pr':
Dono de lUlU Tllcmori.. prodigio ..a, Iloaralorio . . feito" IHI J1erlro II (' o:;;, h,-r\. ..
I,rendia com a~ ~uas narnç(je:.. (Ie ';;1 o ... que faziam ajleTlJ.f( um pl't'jtn'llf) exa
gCll:-o. () Egypto repn· ... ent;t\'íl o p.JIlt') me na Secretaria da E"'l'(l1.t: 0-- prilm.'i
"'ell .. in~l (lo "dho llIe .... lrt Ul13.lldo i;'" ros al'Cll"3,\'i111l o.... t'"gundo~ de ... erem
aula1 r ecahiam .;obre O!'l prillcipau, CPI 19norante~ e de frl.~lllCI1tan.1ll a, ::l.llla..;
!iiodio do antigo 1)0\0, era UIll go ) pCJT faHJr. Dahi a grande di.-.conlia ql1~
ver como .;;;.' lrô\n"(orm:l'·d a phy'ioll l l ' pcrl1'rholl o ôllHhllu"ntn do;; e 111do~ e rl \
111:.1 do Barão. Entra"a pda h!ri\ Tl'gl- lJO:l l'amar~tdilgcm cxi_"'tentl',.... Dias depoi . . dc ..... e . . iIlCicl:?lltls, ..'0111111t:
me1ltal. :-emlo preciso quc o g-uanl a PI": ll1or~l\a'~c a n'ortt: de Fl oriallo, l' a E ,,:01.1 fúr<t comida.1a a l'0111
ch:l11w.!'!-oe a allcnç~lO, p..1.fI'C(-r, tendo a rc:--pccti\,;t <.'ollllll i .. :.0 1)o .. tu Ú di"'I>O"\IÇ;lO do ... oth:
Vuando UIll e .. tu bllfe ('ntr;lr;l ','111 11111 ~ um lallda/1. ).1\1;to:-oe di nllil1 q\1~le, o' ql1t" <k,·...:rialll reprc.·.cll-
4.:Xil11C de hi ~toria da \ r t . e o pOlli./1 tal'a ... urg-illdo IlO\a11ltntl' a qUC"'il;IO anterior. L'1I~ diúam que,
sl..rtt:ado era cOllljJletallll"uc l:--tran!l0 ;:t!u11lI1o,,; linc ... não podiam comparecer em carartl:r r..:prcs(,1l 1.1 ;H:.
llf.:'.:il.iUl·j CA\ALu:rao. ao .. :eus eon h ecil1ltnto~, l\lgo ... c agar Out r M que podiam. gmfim. hOl1\'e tal barulho iJue f~)1 preri_ () a
IIC \ l.\~f)J; "CTl' .... L,.t.~I, 1\1 ra\"a. (-01110 taooa tle :-;al\":\ "3.0. :\tl Eg,'- 1l0IllC:U;::t,) dt um arbilrü, ~endo (:~colhielo O \'dho Zeferino ela Co,>
I,to, e c~ta"a ~=tk) (}... 01'10" do \ c1hlJ ta, p:-ofe~"úr ele 1l1l.H!c!lo , i\o. Foi ellc (h· pare(.-er que o .. alUlll11Ch li
Ill~ .. tr(' hrilha\'alll dt: ... ati",faç;i.o, O" 'cu,. t'o!1eg:;ls de });tl1t'a cf1mp r ehc.J- 'n· . . de, iam tt: r n'presl'lltáu;ào, poi..;, como o..; matril'uladh. talllbc.:1ll
<liam a lllalHlhra cio CX;f.11l11l<lIHlu, fingiam qne não lH.>rccbiam. l~ix~l11 paga \'''m ll11tr;cula,
do <1m' o culkga pr .. cII..-Ilt"<.. ..' ~t hora rle~til1ada ao c"lm\alltc )I.lr.!. TC .. , Tc::rmin:l.(~n o iIH..-idctltt: fOI d, ita uma "'Oll1llli~.;;.ão de l'itlll, 1\11:111
1lo1llkr .. Ihrc: o ponto "oTteauo. f) '.)r·H, ~t:lld" (Lu..; alu llm os hl'rcs '
n::iultado da ..·... peTlt:7.a l'ra UIllI r..:s matrit..'ukulu..;" Como prm'a Ik
:iilllpk';'llh..:1ltc 111 U 1 t o nrdiu1riil, l'oll ... idcraç;'to fo i u csl;uu!:-trlc eh
lIlas que. em ludn () r:l 'I. 'cn';\ F ,'ola confiad,) a um do .. alul11lllJ
p<:lra maneJar o coita:o ,lO a1l1l0 se· i\rL'''' (1lH.:, Illuito l'on .. do dll pap\.·J
gu in tc. fluC r I.rt'-'cnt;n'a. compa r Cl..'fl1 111)
CUr1.IJ .... era \l"r- .. c a 7_llll{:\ do (lia designaclf' para a t·C.1l1I1H:111(Jra
...;llHln ...o Dr. .\r~H1jo ,';anll:\. qUó1l1 f 1,) çáo ("')111 a melhor nltlpa c.: t'ab(·lIo
(I har,i.o II l11el11 dt ~ I dlo a dlc .. ~.
mai" ou mUlIh p:.:llteado". Fornl t
(h r, pre~titc). no antigo largo d,l
dirigia, \JufW1 otrat:l\';t pdo propr:'J
1l()11le. e ",im de "'rllt"ra,,da (0111[/( , )'I:"ic do l!i .. po, se'gui ram tod.
Era fatal. (Jue, Jllte ... de inic;;tr ,I . . flll110 :0 cl:llliterio ciL- ~. Infto Ih
.;ua .. ;l.tIlil~ (Ie )'Iyth.:tlogi:t., C01l11l1(."1 ptio;;til. l'. uma \~l ali (h(·:::-;~,It! . ":11
ta .. ~c o Dr. \raujo \"i:l1l1Ll tal Ir,( Laram e t.:aminharalll a p!.~ ati; o tu
tamclIto. t' ;.... 0 cllc o fazia (0111 l11uJo do grande hrazileiro. ()..; di
rt\'olta mal didarç:ula. E' que l'ur .. o .. fai-ica\"am mai:-. (11 (llIe O
;u1T1J(), qlllri .• 1ll ser jO\·CII';', e1l1hJr,) '01 "fllt·nte t"1ll cima ,lo .. 1ll3rlllllr.
já ti'-l"" em l'a~";':HI<, da C:t .. a (h, .. lo ... lllal1wlt:"o : muito tnlhu .. ia .. m(
mUito p..'ltrioti'lllO c fn·nel!l'lh ap
plauill:o", ::1.0 or;lfIIJr. g.;l1cral Comc..;
!'\e .. c 1\11.' .. 1111, .11\11.) Illuit
(Ie (' ... ~tro. (.11t;10 major.
cpi:-ooclio... inter~"lõ,allte.. .. l>as" I
ra111 cntre ..... Jlroft'-..; ... or~> (' alll- ((',lIIfHllltl 1/ 1 pro rimn llumfrO )
11111n~ 1 'd ,~,d,\ 1'._ toS-! II I 1 '1l'\I i(( la, L!'~ \Ia O " LAl" 1 I j.; ' 11\1',/ I..(J)l ~-II.-
Entre cllt: .. , ti'C'IIlO:" um \lu.! I \1.11\ I'" 1'1<:\1.\, ~·~t 11)06. .\. )'I\Hu."I,
~
GOVERNO DO ESTADO
NÚCLLU 1 [)[TURlAl

SÃO PAULO RUBf RTU OKINAI(A Cl ÁUDIO NAKA I


Secretaria da Cu ltu ra 1\1u \ có 3 rJ.fo Coorden.ldor dll Nudt'o

J O~b CAR I O" C.\l\R IEl MAK.\Y\ I\L\Y l 1MA BEDiL


CO\'I:RNO DO t ~TADO DL ~ÁO PAULO T~c nico enl l\lontagem -'\"i,renre Ediwrial

ClRALDOAICl\:MIN \ 'AL DINI.:.[ DL IL~U"JUNQlEIRA NÚCLEO DF !:DUCAc.,:AO


Covaludor do t""do de :'.\0 P.nolo BRUNO LEMOS
A.\~i,tcnte\ U<.. l\.1011ngc.:1l1 NEIDE APARLCIDA [)[ ALl\t E[ll\
C()ord~l1adora
Jo Núcleo
\IARCH () \P:I TO~ \R.-\UjO
W fl SON '>M.US J IANO ~IL\'-\
St:lrl'tjrio da ( ultur.l
AuxiliJr Ue t\1otltag('nl CLAL [)[O DA (. O'. I A Rl HI '\lHO
~ IlVIO PAULO ARIFN' I E HL HO
lU \lA!"', V I I IRA [)\ MOTT\ Aí:! [C) SAI\:TI-\CO DOS )AI\: ros \ux il iar Jl' CoorJell.lçJ.o
Coordenadora eh Unidade dc Prc,cn"ç.ío \ÉRCIO FR \NCO DA ~Il \'
do P~1trimôllio J\111:-.~oh)gicu \ 1arcl..:nei ro " \I\!ANDA CARNtlRO q'J 10\
AI\IANOA NA\ARR\.) DA ~IL\.-\
AD.\I.BFRTO ANI ON[O P[RES DE jr:~l S CI'\IT[A DOf\1[NC()~ R[ HlIRO
],ERf\..\NDO DA Sll VAAMOR I M FI.:.L1PE -I EIXEIRA ,"lL0:DE \ rORRh
As>i,rentcs dl /l.t.uct'luri.l G1SLLOA PEREIRA DE ll.\IA
IARA C \\"[ RO ARACÃ()
A\\O( IA(..Ao I\IU~L.U AFRO BR":,IL
GILB ERTO AU\ 11' IDA ~AN TOS JULIANA OLIVEIRA (; DO'> SAN 10.\
Pintor \1ARClO FARIA '>
CO IS I LHO A DI>.I I N I STRATIVO
\ti\RCO~ \ I NíCIUS HLlt-. 1'0 no\ ~.\t-. lOS
LD.\llINDO C;UNC.:A L\'E~ SENA IVAlDO SILVA C.-\RI\ICl
FR'\NCI~CO \ IDA L LUNA
VAUill\llRAl./I.IrlDA \A.NTOS RAFAEl OOMINCOS ()lln IRA DA SII VA
Prc~ i delltL
Fl e[ riLi ~ta" RLNATA M . r. DO~ SAN I U~ FRANClS( l)
RICARDO CHfARLllA ~OllZA
HUBI.:.RT ALQUL RL~
HAFl r ON ANTON]O DO~ \ANTO:, SIDNEY RODR ICULS ['[RRIR
IOSL~ HENR IQUI.:. RFI:, L.OBO
\ALl\lI R I:.V\NCl.l.I'\TA SA"JTOS SUELLI.:. ' DI:. V)l::,A BA I~B()S\
lO~í. ROBERTO MARCELINO DOS :,ANTOS
AlIxili.lrt's de Se" i,m Cer.li, (Malllltcn,'''o) Eelucldor",
'l l' L1 \NA R lBLI RO DA SI l.VA BFV!LACQUA
'J\IA 'lULlITU PERLIRA I\IACA I HÁLSjUNIOR
NÚCl.EO DL PESQU IS A LDVALDO CARi\IO nos \.\NTOS
.\IAR IA ADELAIDE AI\IARA L
Educador de Acessihi lidade
\tlR[AM R[BLlRO
jU li A 'JA RIBl IRO DA :' 1l V'\ Bl'\'1LACQUA
:-"IAU[UUO PESTANA
Assistente d e Coordelldçáo LUIS CARLOS BA IIS 1'-\
O'.WALDO Dl:CAI\IA[{Cl)
WASA\X'LILUA DAI\: I H
('o",cI hciro>
AN[)Rb~ AUCUSTO DI: O U VI I RA ~AN ros .-\ lIxili a r de Edu.aláo
RENAfO ARAUIO DA SILVA
( 00:\1'1.HO H:,CAL
Pc~q li i \~l dore~ Gl' ILH LRÍ\lC \ANTAN'\ CL J'Il RRE/
RAFAEl.A RO[)RIC;UrS DOS S."''' lOS
PAUL A RACAN L LL O :,T c11nO
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Coodenadora de I'lal1cjalllel1to Curatori.ll
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Ti mór heo. A rthur, 1882-19225. Biog ra fia. 6. Ex posiçáo I. Arau jo, Emanoel, 1940-
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