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Alfabetização
Esta coleção, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzida por qualquer meio sem autoriza-
ção expressa por escrito da Editora.
Inclui bibliografias
ISBN 978-65-5385-063-7
ISBN 978-65-5385-064-4 (e-book)
SOBRE AS AUTORAS
CONTEXTO 06
ITINERÁRIO DE APRENDIZAGEM 09
Métodos de alfabetização 13
A leitura e a escrita 16
O letramento e a Base 20
Nacional Comum Curricular
SÍNTESE DO APRENDIZADO 29
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 31
INDICAÇÕES DE LEITURA 35
Olá, educadores!
Este volume trata sobre as dificuldades de aprendizagem
que podem surgir entre crianças em idade de alfabetização quan-
do ingressam no primeiro ano do Ensino Fundamental, advindas
da pré-escola, onde a dinâmica, organização da sala de aula, utili-
zação do tempo e conteúdo são trabalhadas de modos diferentes.
Alguns estudantes, ao chegar ao Ensino Fundamental, en-
contram dificuldades de adaptação, o que acaba refletindo na
aprendizagem. Cabe ao educador, então, procurar métodos e
estratégias em sua ação docente para minimizar esse impacto.
Desta forma, faz-se necessário observar todas as intervenções
que julgar adequadas para cada aluno.
Batista e Soares (2005) definem o que é a alfabetização,
dando significado ao termo e apresentando as dinâmicas relaciona-
das ao domínio deste aprendizado. Para os autores, a alfabetização
determina o ensino e o aprendizado de uma tecnologia de repre-
sentação da linguagem humana; desta forma, a escrita alfabético-
-ortográfica, envolvendo conjuntos de conhecimentos e procedi-
mentos relacionados às capacidades motoras e cognitivas, colocam
em funcionamento os instrumentos e os equipamentos de escrita.
A alfabetização é o sistema de representações da linguagem
humana através de símbolos que podem ser codificados e decodi-
ficados, porém, este conceito vem se ampliando ao longo dos úl-
timos anos, envolvendo outros aspectos que precisam ser levados
em consideração pelo professor alfabetizador, durante sua prática
docente, surgindo, assim, a necessidade de criar um ambiente alfa-
betizador na sala de aula, onde as crianças sejam levadas a utilizar
a linguagem escrita de forma que consigam identificar para quê
serve e seus usos nas práticas sociais (BATISTA; SOARES, 2005).
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Durante o período da Educação Infantil, os espaços e a roti-
na de aprendizagem são planejados para o melhor aproveitamento
e desenvolvimento da criança. Assim, a organização do ambiente
e das atividades na Educação Infantil são importantes aliados na
aprendizagem dos estudantes. Porém, quando as crianças entram
no Ensino Fundamental, essa dinâmica enfrenta uma significativa
mudança, pois a preocupação com a organização da sala e os tem-
pos das atividades passam a adotar um caráter mais funcional e
tradicional, o que pode ocasionar um estranhamento por parte do
estudante, afetando a maneira como ele e o professor interagem.
Para um melhor aproveitamento desse período, torna-se
importante buscar atividades que atribuam significado e função à
alfabetização, promovendo, em sala de aula, situações que gerem
a necessidade da leitura e da escrita dentro das práticas sociais.
Implicam assim, na necessidade de reorganizar o planejamento,
apropriando-se de diversas estratégias e linguagens que permi-
tam à criança se comunicar, evitando uma ruptura completa com
o caráter lúdico da Educação Infantil.
Esse processo se realiza seguindo as etapas necessárias
que possibilitarão ao professor conhecer seus alunos, estar mais
atento às suas dificuldades, tornando-se um importante aliado na
sua aprendizagem (BATISTA; SOARES, 2005).
Nesse sentido, é necessário compreender as estratégias de
alfabetização utilizadas pelo docente para conseguir atender aos es-
tudantes que se encontram em diferentes ciclos de aprendizagem.
Perante um mundo em que oferece novidades de forma bas-
tante rápida, o acesso à leitura e à escrita é fundamental para que
a criança se desenvolva e adquira a capacidade de se colocar como
cidadão, sabendo interagir com o meio em que vive, estimulando-o
a compreender o que o cerca. A alfabetização, além de ser um direi-
to da criança, é um aspecto fundamental para seu desenvolvimento
pessoal e coletivo.
Com as constantes mudanças influenciadas pela pandemia,
a tecnologia é a principal aliada para o processo de aprendizagem;
7
e o mediador precisa desenvolver atividades que permitam rea-
lizar um trabalho com eixos e articulação curricular adequados
para a modalidade à distância.
#QUESTIONE E #REFLITA
COMO O PROFESSOR PODE ENVOLVER OS
ESTUDANTES NAS ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS
DE ALFABETIZAÇÃO?
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ITINERÁRIO DE
APRENDIZAGEM
9
envolvam a socialização dos alunos com o intuito da troca de ideias
sobre os livros e do maior contato da criança com obras literárias.
Tomazzetti e Loffler (2015), em seu artigo sobre os senti-
dos de alfabetizar, discutem sobre o processo de incorporação do
ensino tradicional e formal no Ensino Fundamental e na Pré-escola
assumido pelos professores. Muitas vezes, o aprendizado, que pode
ser enriquecido pelas práticas extracurriculares, não é valorizado.
É importante frisar que seu artigo aborda o desenvolvimento
da alfabetização por meio da atribuição de significados e sentidos a
partir do seu contexto e trata dessa perspectiva como uma opor-
tunidade para a criança construir um aprendizado mais interessante
da alfabetização, assim como da sua identidade como indivíduo social.
Todos estes pesquisadores destacam que a complexidade
da infância possibilita a compreensão da leitura e da escrita, antes
das crianças frequentarem a escola. Desta forma, esse processo
pode ser visto como uma iniciação na qual as crianças aprendem
a ler e a escrever, descobrindo novos caminhos sem deixar de
serem crianças.
Já Bazzo (2015), em seu trabalho sobre a oralidade na for-
mação linguística do professor alfabetizador, aborda a formação do
professor na concepção da linguagem como algo relevante para o
desenvolvimento do trabalho, além do desenvolvimento de meto-
dologias que estejam adequadas ao ensino da alfabetização.
Costa e Gontijo (2017) destacam a relevância do desen-
volvimento de trabalhos com produção de textos para as crian-
ças. O fato de a criança identificar para quem quer escrever, ou
seja, os sujeitos envolvidos, abordar o assunto, identificar o moti-
vo da escrita, escolher as estratégias para a escrita, são meios ri-
quíssimos para que ela construa o sentido de saber ler e escrever.
Um aspecto considerado relevante para Costa e Gon-
tijo (2017) é que para se produzir textos, se faz necessário ter
o que dizer, objetivos e razões para dizer, sempre pensando em
para quem dizer, escolhendo estratégias para fazê-lo. Assim, quan-
do bem planejada pelo professor, essas atividades e atitudes de
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acreditar no potencial da criança e incentivá-la, oferecendo estra-
tégias e auxílio, cooperam para seu aprendizado, inclusive nas fases
iniciais da alfabetização.
Moura (2016) aborda as dificuldades enfrentadas tanto pelo
professor iniciante como pela experiência no ensino da alfabeti-
zação, apontando que há necessidade de um comprometimento,
conduta e manejo do professor em sua prática.
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do estado da arte voltado para a alfabetização, apresentando diversas
perspectivas teóricas que são explicadas e aprofundadas procurando
ser fiel à coerência na articulação entre as ideias, sempre que possível.
O segundo livro, Os processos de leitura e escrita: novas pers-
pectivas, de Emília Ferreiro e Margarita Gomes Palácio (1987), re-
trata a alfabetização e como ela pode ser mais efetiva, trazendo as
estratégias necessárias para o desenvolvimento da escrita, abor-
dando avanços, problemas e perspectivas inerentes ao tema.
As crianças têm papel ativo no processo de aprendizagem,
construindo o próprio conhecimento; e o ambiente escolar tem
a responsabilidade de transferir o conteúdo através do olhar
construtivo do aluno. Desta forma, “as crianças utilizam suas pró-
prias hipóteses para assimilar a informação do meio, e as põem à
prova ao confrontá-las com as hipóteses de outros, nem sempre
idênticas às suas” (FERREIRO; PALÁCIO, 1987, p. 125).
O terceiro livro, Além da Alfabetização, de Ana Teberosky
e Liliana Tolchinsky (2008), retrata a aprendizagem da leitura e da
escrita e trata sob diferentes ângulos o conhecimento fonológico,
a ortografia, a composição de textos e a importância de oferecer
elementos de reflexão teórica, de pesquisa e experiências de in-
tervenção pedagógica.
Teberosky e Tolchinsky (2008) apresentam em seu livro
resultados de pesquisas sobre alfabetização e sugestões de tra-
balhos em sala de aula com relatos de experiência e assistência a
todos os envolvidos neste processo.
Diante deste contexto, Teberosky e Tolchinsky destacam que:
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tado e alinhado às necessidades e dificuldades de cada educando,
observando todas as situações e o desempenho diante das pro-
postas utilizadas em sala de aula, os estimulando a novos desafios
e descobertas, aplicando de forma efetiva as atividades, respei-
tando a faixa etária de cada um.
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
A escola necessita lapidar o conhecimento e a difusão de
informações que são ensinados dia a dia ao estudante. Desta for-
ma, o professor precisa ser um profissional multidisciplinar, com
eixos e articulação curriculares voltados para diferentes áreas de
conhecimento com métodos diversificados.
O docente tem o poder de lapidar conhecimentos por
meio de métodos diversificados de alfabetização. Ao se falar em
alfabetização, é necessário pensar no seu sentido mais amplo: o
de extrair e desenvolver o potencial humano aos mais elevados
patamares do conhecimento e da ação.
A fase da alfabetização é uma fase complexa para o desenvol-
vimento do indivíduo, pois relaciona o lado emocional, motor, social,
intelectual e, por esse motivo, exige-se das instituições de ensino o má-
ximo de atenção possível nesse momento importante de desenvolvi-
mento do aluno. Desta forma, se faz necessário conhecer os métodos
de ensino da alfabetização.
O método de ensino da alfabetização para crianças em anos
iniciais do Ensino Fundamental na maioria das vezes se dá de forma
tradicional, na qual o professor é o detentor do saber e o respon-
sável por transmitir o conhecimento. No entanto, nem sempre o
educador está preparado para enfrentar certas dificuldades que a
criança apresenta no momento de sua alfabetização. Não são raras
as situações em que a criança não consegue entender o sentido da
leitura e da escrita.
A educação tradicional voltada para exercícios, repetições e
muitas avaliações pode resultar em um desempenho positivo, mas
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não está realmente preparando o aluno para sua formação integral,
principalmente para os desafios do século XXI. O ensino tradicio-
nal ainda é utilizado em muitas escolas como um modelo antigo no
qual o professor é o detentor do saber, esquecendo a complexibi-
lidade do ser humano e que hoje se fazem necessárias estratégias
mais flexíveis, diversificadas, pois atualmente o mundo está abrindo
espaço para jovens protagonistas de seu próprio desenvolvimento
(RÊGO; ROCHA, 2009, p. 135)
Geralmente, o início da alfabetização é permeado por exer-
cícios de memorização, sons, função de sílabas e cópias, fazendo
com que a criança se torne, de certa forma, passiva e mecânica
demais, e não participativa em relação ao novo conhecimento. O
aprendizado e esforço dos educandos no início da alfabetização de-
vem ser valorizados e estimulados.
Segundo Emília Ferreiro (1996, p. 24), “O desenvolvimento
da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas,
as práticas sociais, assim como as informações sociais, não são rece-
bidas passivamente pelas crianças”. Muitos professores acreditam,
de maneira equivocada, que o processo de aprendizagem se limita
a uma só técnica.
Ferreiro afirma que é importante levar em conta que:
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Existe uma discussão sobre métodos de ensino, causando,
por vezes, certa polêmica. Enquanto uns preferem o ensino sinté-
tico, no qual se preserva a forma oral e escrita entre som e grafias,
outros escolhem o método analítico, que dá ênfase ao reconheci-
mento global das palavras ou orações.
É fundamental considerar que a criança constrói seu modo
de interpretação das coisas a fim de construir seu próprio conhe-
cimento, ou seja, cada criança tem um processo de evolução para
o aprendizado. Outro fator para o aprendizado da alfabetização é
a prática da boa leitura, com qualidade e técnicas adequadas que
despertem o interesse dos alunos.
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o processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem”.
Desta forma, o professor irá compreender o processo de apro-
priação do aluno para as atividades envolvendo leitura e escrita.
A LEITURA E A ESCRITA
É fundamental considerar que a criança constrói seu
modo de interpretação das coisas para compor seu próprio co-
nhecimento, ou seja, cada criança tem um processo de evolução
para o aprendizado.
Quando abordamos este tema, fazemos a ligação direta com a
leitura, que é algo fundamental para todo ser humano e nos oferece a
oportunidade de enriquecimento do nosso vocabulário, de aprender
sobre diversos assuntos, além de ajudar a compreender a nós mesmos
e o mundo à nossa volta. O ato da leitura em voz alta para a criança é
um poderoso instrumento para despertar o seu interesse em apren-
der a ler. Utilizando técnicas que prendam sua atenção, o adulto tem a
oportunidade de introduzir gradativamente a leitura.
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esse aprendizado, preocupando-se como ela irá construir ideias
e hipóteses. Faz-se necessário considerar a experiência que cada
criança teve ao longo dos anos referente à leitura e à escrita.
Segundo SOARES (2004, p. 44), “[...] o processo de alfa-
betização vem sofrendo uma reinvenção”. Para a autora, o con-
ceito de alfabetização passou por muitas mudanças nas últimas
décadas, sendo que diferentes métodos ensinados nas escolas
eram ineficazes, trazendo um grande prejuízo ao aluno em sua
aprendizagem, assim também perdendo a clareza deste conceito
nas escolas.
A atividade da leitura e da escrita não deve se limitar a
apenas uma mera união de letras; é aconselhável planejar o con-
teúdo a ser transmitido às crianças para que uma simples ativida-
de como um texto curto ou uma carta, por exemplo, não seja
um ato isolado, mas que seja possível interligar estas atividades,
promovendo a interação e um maior conhecimento neste início
de alfabetização.
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Magda Soares, em seu livro Alfabetização: a questão dos mé-
todos (2016), afirma que a adoção de um método eficaz de alfabe-
tização é uma questão que se arrasta ao longo da história no Brasil.
Os primeiros movimentos para a consolidação do ensino público no
país preocupou-se apenas com a seleção de uma forma para tor-
nar o domínio da leitura e da escrita acessível a um maior número
de crianças, sem levar em consideração a eficácia da aprendizagem,
pois neste primeiro momento “[...] considerava-se que aprender a
ler e escrever dependia, fundamentalmente, de aprender as letras,
mais especificamente os nomes das letras”, o que ficou conhecido
como Método da Soletração (SOARES, 2016, p. 66).
Tem, portanto, a alfabetização como uma construção e de-
senvolvimento da leitura e da escrita alinhada a uma aprendizagem
significativa, compreendendo a importancia da utilização e também
as funções da leitura e da escrita. Como destaca Bazzo,
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que partiam da compreensão da palavra escrita para delas chegar
ao valor sonoro das sílabas e grafemas” (SOARES, 2016).
O uso destes dois métodos se alternou ao longo de muito
tempo, porém o objetivo dos dois limitava-se à aprendizagem do
sistema alfabético-ortográfico da escrita. Assim, nenhum dos dois le-
vava em conta as experiências anteriores da criança com a leitura e a
escrita, e partiam do pressuposto de que, a partir do domínio deste
sistema é que suas experiências se tornariam possíveis. Dessa manei-
ra, o protagonista do ensino era o método adotado pelo professor e
a criança era apenas um receptor passivo.
A partir desta discussão, surgiu, em meados de 1970, base-
ado na epistemologia genética de Piaget, o Método Construtivista,
que passou a focalizar a aprendizagem do aluno acima do método
de ensino. Desta forma,
19
Mesmo com o foco centrado na aprendizagem do aluno, são
alarmantes os índices de crianças que prosseguem a vida escolar
sem uma alfabetização efetiva, que lhes proporcione compreensão
e reflexão quando em contato com a leitura e a escrita. Assim, os
questionamentos sobre os caminhos da alfabetização sempre se-
rão válidos para o aperfeiçoamento de sua concepção de ensino e
aprendizagem da criança.
O LETRAMENTO E A BASE
NACIONAL COMUM CURRICULAR
A partir dos anos 80 surge o letramento, tendo como ob-
jetivo inserir em sala de aula práticas importantes do cotidiano do
aluno. O letramento literário é considerado um conjunto de práti-
cas e eventos que envolvem o leitor e sua interação com o escritor,
em que a escola promove exercícios de maneira social através de
textos literários, sendo eles cânones ou não.
Tem como finalidade, portanto, a construção e a recons-
trução de sentidos e significados no texto lido, seja dentro ou fora
da sala de aula. Por isso, o texto literário não deve ser visto apenas
como uma estrutura textual, mas sim como um sinal para a cons-
trução de caminhos através da interpretação de mundo do leitor
e do autor, onde ambos são envolvidos no processo de aprendiza-
gem (COSSON, 2011).
20
A autora Magda Soares reforça a ideia de que a prática ideal
seria alfabetizar letrando, ensinando a criança a ler e a escrever no
contexto das práticas sociais de leitura. Sendo assim,
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letramento não está relacionado somente com a interpretação do
sentido de uma palavra; vai muito além: é interagir com o mundo e
com a sociedade por meio da palavra.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
proposta que visa uniformizar o aprendizado na Educação Básica em
todo o território nacional, é importante destacar que:
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É importante destacar que a alfabetização deve ser desenvolvi-
da em um contexto de letramento como uma primeira fase da apren-
dizagem da escrita e o consequente desenvolvimento de habilidades
de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvam a língua
escrita. Desta forma:
23
A orientação da BNCC é de que as crianças sejam alfabe-
tizadas até o 2º ano do Ensino Fundamental, porém esta meta
torna-se difícil para ser alcançada, pois os alunos estão inseridos
em contextos diferentes.
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
(PNAIC), que ocorreu de 1995 a 2018, esteve em sintonia com
o Plano Nacional de Educação (PNE), pois, ao concluir o ciclo de
alfabetização, a criança já possuía autonomia e exercia leitura e
escrita na sua vida social.
24
que possa trabalhar com uma proposta pedagógica adequada e garan-
tir, através da prática, o sucesso no âmbito da alfabetização.
Durante a sua formação, tanto inicial quanto a continuada, nos
currículos exigidos pelos governantes e até mesmo em instituições es-
colares, o professor alfabetizador não se aprofunda em algumas ações
que são necessárias no dia a dia da escola.
O professor alfabetizador, através de sua prática, tem possi-
bilidades de escolhas, atendendo às necessidades dos alunos, traba-
lhando em suas aulas com atividades estratégicas e lúdicas, sendo
estas interativas e que explorem o mundo imaginário da criança.
O educador deve proporcionar um ambiente em que seja de
aprendizado, assim como enfatiza Jacques Delors:
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A prática do professor alfabetizador que se realiza na sala de
aula não existe de forma autônoma e independente, ela se encontra
articulada com outras práticas existentes no cotidiano da sala de
aula e está inserida no currículo.
O currículo representa, portanto, uma integração entre a
sociedade e a escola, ele norteia a prática do professor em sala
de aula, servindo como uma referência de como serão abordados
os conteúdos, a fim de contribuir com a formação integral do alu-
no. O currículo poderá ser modificado sempre que for necessário.
De acordo com Sacristán:
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O professor alfabetizador lida com circunstâncias novas e
imprevistas e o currículo faz parte da prática; dele depende a ide-
ologia a ser seguida e implementada dentro do ambiente escolar;
a prática docente será o meio de difusão cultural e de formação do
indivíduo, formando identidades individuais e sociais.
Desta forma, o currículo se torna uma ferramenta eficaz no
processo de desenvolvimento dos saberes, na construção das habi-
lidades e competências dos alunos, sendo seu objetivo transformar
os estudantes em cidadãos preparados para enfrentar os desafios
da sociedade de forma democrática, participativa e reflexiva.
Diante deste contexto, o professor alfabetizador tem um
papel fundamental de ser mediador e motivador de seus alunos,
organizando atividades e avaliando se estas colaboram com o pro-
cesso de aprendizagem, verificando os resultados, mudando a pro-
posta quando houver necessidade, para que assim haja efetividade
dessa alfabetização. O professor deve considerar a alfabetização de
modo que esta se apresente:
27
Teberosky comenta em uma entrevista que para criar um
ambiente alfabetizador é necessário explorar diversos gêneros
textuais em materiais diversos que circulam socialmente tais
como jornais, folhetos, revistas, embalagens, ou seja, textos que
contribuam para um aprendizado significativo e que estejam no
cotidiano das crianças (GENTILE, 2018).
O ambiente alfabetizador propicia à criança o desenvol-
vimento de seus conhecimentos. Portanto, o professor deverá
ter um olhar pedagógico crítico que gere um ambiente letrado
estimulante para seus alunos.
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SÍNTESE DO
APRENDIZADO
TEORIAS DA APRENDIZAGEM:
29
DICA
#E AÍ...
COMO O PROFESSOR
ALFABETIZADOR PODE ATUAR
PARA PRODUZIR ATIVIDADES,
LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO O
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E
SUA FORMA DE APRENDER?
30
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
31
COSSON, R. A prática do letramento literário em sala. In: GONÇALVES,
A.; PINHEIRO, A. S. (Orgs.). Nas trilhas do letramento: entre teoria, prática
e formação docente. São Paulo: Mercado das Letras, 2011.
32
LOPES, J. R. Caderno do Educador: Alfabetização e letramento 1. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetiza-
ção e Diversidade, 2010. (Programa Escola Ativa). Disponível em: http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=downloa-
d&alias=5707-escola-ativa-alfabetizacao1-educador&Itemid=30192.
Acesso em: 20 set. 2020.
33
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Au-
têntica, 2006.
34
INDICAÇÕES DE LEITURA
35
FREIRE, P.; SHOR, I. Medo e ousadia: cotidiano do pro-
fessor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
36
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