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V. 2009
Administração Central
ACSS
do Sistema de Saúde Ministério da Saúde
Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar
V. 2009
Ficha técnica
Versão/Ano V. 2009
Data de aprovação
Data de publicação
Especialidades
Arquitectura
Fundações e estruturas
Movimentos de terras e contenções
Instalações e equipamentos de águas e esgotos
Instalações e equipamentos eléctricos
Instalações e equipamentos mecânicos
Equipamento geral móvel e fixo
Segurança integrada
Gestão técnica centralizada
Heliporto
Espaços exteriores
Gestão integrada de resíduos
Manutenção
Ministério da Saúde Avª da República, nº 34 | 4º ao 5º piso | 1050-193 Lisboa | Tels: 217 925 690 e 217 925 636 Fax: 217 925 535 www.acss.min-saude.pt
V. 2009 Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar
ISSN: 1646-9933
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Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar
V. 2009
Índice
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V. 2009 Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar
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Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar
V. 2009
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V. 2009 Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar
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Secção 1 Introdução
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Introdução Secção 1
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Secção 2 Subsecção 2.1 Arquitectura
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Subsecção 2.1 Arquitectura Secção 2
▪ Flexibilidade interna - é a capacidade de troca de Nas entradas de abastecimentos, devem ser previstos
serviços ou de funcionalidades dentro do hospi- locais próprios para as descargas de veículos com ou
tal, sem perda de coesão do mesmo e com um sem apoio de cais.
mínimo de obstrução para o respectivo funcio-
namento;
2.4. Estacionamentos
▪ Flexibilidade estrutural - é a capacidade da Os estacionamentos, em edifício e/ou à superfície
estrutura do edifício de sofrer ampliações, sem devem ser projectados de acordo com o programa
perda da coesão do mesmo e com um mínimo funcional. Deve ser indicada a respectiva distribuição
de obstrução para o respectivo funcionamento; quando for específica de um serviço ou de um tipo de
utilizador.
▪ Flexibilidade de demolição – é a capacidade de
demolir partes do edifício sem perda da coesão Se outra indicação não houver no programa funcional,
do mesmo e com um mínimo de obstrução para o parqueamento de veículos deve ser equivalente ao
o respectivo funcionamento; triplo da lotação da unidade hospitalar.
▪ Flexibilidade de expansão - é a capacidade do Devem também ser claramente identificados e dimen-
aumento da área, sem perda da coesão do sionados os estacionamentos que se destinam a pes-
mesmo e com um mínimo de obstrução para o soas com mobilidade reduzida.
respectivo funcionamento. Pode dividir-se em:
Os estacionamentos à superfície devem ser concebi-
▫ Expansão sem alteração do perímetro exte- dos e tratados, de forma a não prejudicarem a imagem
rior; exterior do hospital.
▫ Expansão para fora do perímetro; O acesso dos estacionamentos ao edifício deve ser
controlável, de forma a evitar o acesso indevido.
▫ Expansão por anexos;
Devem ser consideradas zonas de estacionamento
▫ Expansão vertical. para os funcionários do hospital e zonas de estaciona-
mento para o público em geral.
Algumas destas flexibilidades poderão traduzir-se em
maior ou menor facilidade de alteração das componen-
tes edificadas, nomeadamente: 2.5. Circulações Interiores
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Secção 2 Subsecção 2.1 Arquitectura
Esta protecção solar não obsta a que se preveja tam- 2.10. Conforto mecânico/vibrações
bém a aplicação de outro tipo de protecção solar, que
A construção deve ser concebida e dimensionada, de
permita o obscurecimento dos locais que, pela sua
modo a limitar a ocorrência de vibrações (exteriores e
função, requeiram estas condições. Por razões de
do edifício) que sejam causa de incomodidade para os
segurança contra incêndios, são de excluir soluções
utentes.
interiores com materiais que os possam propagar.
As juntas de dilatação nos pavimentos devem ser cui-
Deve ser possível garantir as condições do RCCTE,
dadosamente tratadas, com “mata juntas” de nível com
sem necessidade de obturar os vãos, quando estive-
o pavimento, de forma a permitir a passagem sem
rem sob insolação directa.
ressaltos dos equipamentos rodados, em particular nas
Devem ser utilizadas soluções e sistemas passivos de zonas onde circulem camas ou macas, evitando a
economia de energia. ocorrência de vibrações e ruídos.
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Subsecção 2.1 Arquitectura Secção 2
Na implantação do edifício hospitalar, sempre que seja Os materiais a aplicar em pavimentos interiores, assim
pertinente, deverão ser consideradas as condições das como os respectivos processos construtivos, devem:
Especificações Técnicas para o Comportamento Sis-
▪ Criar condições de isolamento de forma a evitar
mo-Resistente de Edifícios Hospitalares - ET 05/2007,
a transmissão de ruído, humidade ou radiações
ACSS.
aos pisos contíguos;
Na implantação, concepção e construção do edifício
▪ Adequar-se às exigências dos respectivos espa-
devem ser consideradas todas as medidas que limitem
ços e terem a constituição e características de
os riscos inerentes à utilização de radiações.
aplicação próprias para cada função;
Na implantação, concepção e construção do edifício
▪ Obedecer à classificação UPEC (conforme
devem ainda ser consideradas todas as medidas que
ITE29 – LNEC 1991) para edifícios hospitalares
limitem os riscos de intrusão.
e estar devidamente homologados e certificados
Deve ser dada particular atenção ao controlo das de acordo com aquela classificação ou outra
entradas e saídas do edifício, tendo em conta que a equivalente e de igual importância (desde que
facilidade de evacuação deve sobrepor-se aos riscos seja apresentada uma tabela de equivalências,
de intrusão. de validade reconhecida, para a classificação
UPEC), sempre que se trate de revestimentos
Deve ainda atender-se às especificações técnicas delgados de pisos;
dedicadas, em particular, à especialidade de segurança
integrada. ▪ Garantir a inexistência futura de anomalias
durante o seu normal “período de vida” e a sua
fácil substituição no fim desse período;
2.12. Pavimentos exteriores, interiores e rodapés
▪ Garantir os níveis de conforto e segurança exigi-
Os pavimentos exteriores devem assegurar uma dre- dos;
nagem eficaz e permitir uma limpeza fácil sem que,
com isso, se deteriorem. As rampas devem ter uma ▪ Garantir, em conjunto com o sistema associado
inclinação e revestimento adequados às suas funções, de pavimentos, características anti-estáticas,
nomeadamente no que se refere a circulação de equi- com resistência compreendida entre 50 KOhm e
pamento rodado para transporte de doentes e merca- 100 MOhm, satisfazendo a norma ISO 2882
dorias. Para este efeito, devem ser observadas todas depois de medida conforme a Norma ISO 2878,
as exigências legalmente estabelecidas. nos compartimentos, onde permaneçam ou cir-
culem doentes, do bloco operatório, cirurgia
Nos pavimentos interiores não podem existir juntas de ambulatória, cuidados intensivos e em outras
dilatação a atravessar compartimentos em que é exigi- áreas que requeiram esta especificidade.
do ambiente estéril ou de elevada assepsia, nem em
instalações sanitárias ou em áreas susceptíveis de ▪ Os rodapés devem ser, tanto quanto possível,
ocorrência de derrames de substâncias perigosas. constituídos pelos mesmos materiais dos pavi-
Podem, no entanto, atravessar circulações, desde que mentos,
correctamente protegidas com sistema apropriado que
não prejudique nem dificulte a circulação de equipa-
mentos rodados. 2.13. Paredes exteriores e interiores
As soluções a adoptar para paredes exteriores devem
Em especial, nas zonas onde se exige maior assepsia,
ter em conta os seguintes aspectos:
os revestimentos de piso devem ser contínuos, evitan-
do-se as juntas entre peças. Nestes mesmos locais os ▪ Boas condições de comportamento acústico;
rodapés devem ser do mesmo material do pavimento,
ligando-se em “meia cana” para maior facilidade de ▪ Boa drenagem e ventilação no interior e elimina-
limpeza. ção de riscos de condensações intersticiais;
Nos restantes locais devem, na medida do possível, ser ▪ Elevada inércia térmica, adequada para manter
privilegiadas as soluções de pavimentos e de rodapés estável a temperatura interior;
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Secção 2 Subsecção 2.1 Arquitectura
▪ Correcção simples ou dupla em elementos estru- As paredes interiores devem ter uma constituição ade-
turais de forma a diminuir o factor de concentra- quada à satisfação das exigências regulamentares
ção de perda nas zonas heterogéneas; mínimas de comportamento térmico, acústico e de
segurança contra incêndios (quando façam parte de
▪ Isolamento adequado das caixas de estores; envolventes de um compartimento ou sector de fogo),
devendo, em qualquer dos casos, as características
▪ Constituição adequada à satisfação das exigên- relativamente àquelas exigências, ser equivalentes, no
cias regulamentares mínimas de comportamento mínimo, às de uma parede de tijolo furado de 0,11m de
acústico e de segurança contra incêndios, largura, com reboco em ambas as faces (0,15m de
devendo em qualquer circunstância considerar espessura no total da parede).
2
um Umax=0,90W/m .ºC e um La 30dB, sem
prejuízo do cumprimento do RCCTE; O revestimento das paredes interiores deve ter acaba-
mento adequado às exigências funcionais dos compar-
▪ Adequado contraventamento entre panos; timentos a que respeitam, nomeadamente quanto à
possibilidade de limpeza, conforto táctil e resistência
▪ Quando o revestimento das paredes exteriores mecânica ao desgaste e aos agentes químicos.
for em materiais constituídos por pla-
cas/mosaicos de grandes dimensões devem ser Não se permite a utilização de revestimentos de pare-
tidos em conta, com particular cuidado, os sis- des interiores que por características da respectiva
temas de fixação e de ancoragem, dos quais superfície de acabamento, juntas, natureza dos mate-
devem sempre ser apresentados documentos de riais ou outros aspectos não garantam a capacidade de
homologação; o mesmo tipo de documentação assepsia correspondente ao local onde são aplicadas.
deve ser apresentado relativamente ao material
de preenchimento das juntas entre placas/ Não se permite a utilização de betão aparente em
mosaicos. Ainda que não constem dos docu- zonas de circulação de doentes, tais como corredores e
mentos de homologação apresentados deverá circulações interiores de núcleos centrais e unidades
comprovar-se que os sistemas de fixação e de internamento, respectivos acessos directos ou
ancoragem podem acomodar as deformações e escadas de utilização principal do edifício, nem em
as forças de inércia devidas à acção sísmica áreas de grandes solicitações, como por exemplo ofici-
sem perda de capacidade de suporte das placas. nas, ou onde haja produtos susceptíveis de contaminar
O método de cálculo das deformações e forças as paredes e obrigar a uma limpeza mais complexa,
de inércia devidas à acção sísmica encontra-se nem em outros locais com necessidades especiais de
descrito nas Especificações Técnicas para o limpeza ou assepsia.
Comportamento Sismo-Resistente de Edifícios
Hospitalares - ET 05/2007, ACSS; Todas as superfícies de parede interior em alvenaria
devem ser rebocadas, mesmo as que ficam nos vãos
▪ Nas paredes exteriores revestidas a azulejos, dos tectos falsos sempre que estes sejam visitáveis ou
placas de cerâmica ou placas de pedra natural não selados.
devem ser dimensionadas juntas de esquartela-
mento, de largura compatível com as dilatações No caso de existirem paredes no alinhamento de juntas
e contracções de origem higrotérmica que aque- estruturais, aquelas devem ser duplicadas, com um
les irão sofrer. O material de preenchimento pano de parede levantado de cada lado da junta.
dessas juntas deve ser objecto de documentos
de homologação que comprovem as característi- Quanto às paredes, quer interiores, quer exteriores,
cas de deformabilidade e durabilidade que estes deve ser tida em consideração a absorção total de
devem ter; equipamentos, tais como carretéis de incêndio, quadros
eléctricos, negatoscópios, tubos de queda, entre
▪ Excepto em situações pontuais devidamente jus- outros.
tificadas, será de evitar o recurso a monomassas
ou rebocos em paredes exteriores, sem outros
revestimentos para além da simples pintura; 2.14. Coberturas
As coberturas devem ser tratadas acústica e termica-
▪ As paredes exteriores devem preferencialmente mente, obedecendo à respectiva regulamentação, e ser
estar inclusas nos quadros definidos pelos ele- impermeáveis às humidades.
mentos estruturais principais (pilares/paredes
resistentes e vigas/lajes); Devem igualmente evitar a propagação de vibrações
sobretudo provocadas por equipamentos nelas instala-
▪ Para evitar a ocorrência de fenómenos de coluna dos.
curta devidos à acção sísmica, nos vãos existen-
tes nas paredes exteriores deverá evitar-se a A drenagem das águas pluviais deve ser dimensionada
ocorrência de aberturas horizontais (vãos rasga- e posicionada, de modo a evitar danos na construção
dos) situados sistematicamente na mesma posi- ou nas instalações, nomeadamente resultantes do
ção (cota) numa parte significativa da fachada.
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Subsecção 2.1 Arquitectura Secção 2
escorrimento de água sobre superfícies não prepara- ▪ Considerar a articulação entre as soluções de
das para tal. iluminação e outro tipo de instalações e equipa-
mentos especiais, de forma a evitar situações
Deve ser garantido o acesso a todas as coberturas, propícias à acumulação de sujidade ou recurso a
para limpezas e manutenção e para instalação ou manutenção e limpeza complexas;
manutenção de equipamentos. No caso de coberturas
invertidas acessíveis, estas devem possuir sistemas de ▪ Permitir uma fácil limpeza;
protecção mecânica (como, por exemplo, betonilha,
gravilha, lajetas, etc). ▪ Ser constituídos por materiais que não se desa-
greguem, não provoquem desprendimento de
As coberturas acessíveis devem estar providas de poeiras nem libertem produtos tóxicos durante a
meios adequados de segurança contra queda, em todo combustão ou provoquem reacções alérgicas;
o seu perímetro, nomeadamente através de guardas de
protecção. ▪ Privilegiar a ausência de juntas, em áreas e
compartimentos onde haja necessidade de
A impermeabilização das coberturas em terraços, assepsia;
varandas e caleiras deve ser prevista em projecto, pela
aplicação de sistemas devidamente homologados e ▪ Garantir o isolamento entre compartimentos em
compatíveis com os sistemas e equipamentos a instalar toda a altura da parede que os separa, não sen-
sobre as mesmas. Os pontos singulares devem ser do aceites soluções de revestimento contínuo
objecto de pormenorização específica. sobre paredes amovíveis;
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Secção 2 Subsecção 2.1 Arquitectura
Todos os patamares de escadas devem ter degrau de possuir sistemas de protecção solar e de obscureci-
espera. mento.
Os corrimãos das vias de comunicação vertical, quando As portas exteriores de entrada no serviço de urgência
constituírem guardas sobre vazios, devem respeitar as e nas entradas gerais devem ser de correr e de abertu-
especificações técnicas relativas a guardas sobre ra automática e prever a existência de grande tráfego.
vazios.
2.20. Vãos interiores
2.18. Guardas sobre vazios Os vãos interiores devem:
As guardas de escadas, rampas, varandas, terraços e
outras áreas sobre vazios devem obedecer às seguin- ▪ Ter resistência mecânica compatível com o seu
tes características: uso, através de estrutura e revestimento ade-
quados;
▪ Altura mínima de 1,10m;
▪ Ter protecção mecânica em zonas de embate de
▪ Evitar a possibilidade de escalamento; equipamentos rodados;
▪ Quando em barras horizontais, o afastamento ▪ Ter protecção contra radiações ionizantes nos
máximo deve ser de 0,11m até 0,45m de altura, casos em que a característica e funções dos
e de 0,16m entre os 0,45m e o 1,10m; respectivos compartimentos assim o requeiram;
Toda a fenestração que possa ser acessível a doentes ▪ Ter sentido de abertura adequado às funções,
ou público deve ser provida de fecho com chave ou nomeadamente: para o exterior, nos caminhos
encravamento mecânico. de evacuação e saídas de emergência. De abrir
para fora, ou de correr, em instalações sanitárias
As janelas devem ter sistemas que permitam o obscu- de doentes localizadas nos internamentos e, em
recimento parcial e total dos compartimentos. O cálculo todo o edifício, nas instalações sanitárias desti-
térmico do edifício deve ser independente destes sis- nadas a pessoas de mobilidade condicionada.
temas de obscurecimento.
Nos corredores e zonas de passagem, o movimento de
No caso de janelas de compartimentos onde haja longa abertura das portas não deve diminuir a largura das
permanência dos doentes, os vãos exteriores devem circulações.
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Subsecção 2.1 Arquitectura Secção 2
As portas das salas de operações devem ser de correr, Devem ser utilizados sistemas comprovadamente ade-
com abertura automática, além de garantir a estanqui- quados às funções para que se destinam e que pos-
dade e características de assepsia inerentes às suas suam adequado isolamento acústico.
funções.
De forma a garantir a eficaz desmontagem das divisó-
As portas de acesso às urgências devem ser de correr, rias, estas só devem ser instaladas depois de nivelado
com abertura automática. e acabado o pavimento onde assentam.
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Secção 2 Subsecção 2.1 Arquitectura
Por abolição de barreiras arquitectónicas entende-se o ▪ A sinalização deve ser diferenciada, responden-
cumprimento da legislação em vigor, incluindo a insta- do aos diversos tipos de solicitação através,
lação de ajudas à mobilidade. nomeadamente, dos seguintes tipos de informa-
ção:
Independentemente do cumprimento da legislação em
vigor – havendo uma instalação sanitária completa e ▫ Exterior aos limites do hospital – que deve
sem barreiras arquitectónicas – quando existirem várias ser concertada com a autarquia local;
instalações sanitárias nas proximidades (unidades de
internamento, por exemplo), admite-se que as bacias ▫ Dentro da cerca e no exterior do edifício – a
de retrete possam ter acesso, alternadamente, apenas integrar nos espaços exteriores e a articular
por um dos lados. com o respectivo projecto, dando indicações
do encaminhamento para as diferentes
Sempre que as portas das instalações sanitárias abram entradas e serviços com acesso pelo exte-
para dentro, deve ser deixado espaço para, com o rior, bem como da sinalização rodoviária e
movimento de abertura da porta, empurrar um corpo de parqueamento. Sempre que se justifique,
caído no chão. este tipo de sinalização deve ter iluminação
própria;
A face superior das bases de duches para utilização
por doentes deve ficar de nível com o pavimento, ou ▫ Geral – indicando os serviços ou departa-
constituir um degrau com o máximo de 2cm de altura. mentos, por piso, e sendo colocada em
locais estratégicos nomeadamente em
átrios, zonas de distribuição ou junto dos
2.25. Apoios à mobilidade principais núcleos de comunicação vertical;
Os apoios sanitários denominados “apoios à mobilida-
▫ Direccional – dando encaminhamento ine-
de” devem ser previstos em compartimentos de higiene
quívoco para os diversos serviços ou depar-
de doentes, instalações sanitárias para deficientes e
tamentos do hospital;
instalações sanitárias para utentes no serviço de medi-
cina física e de reabilitação. ▫ Específica – identificando inequivocamente
cada serviço ou departamento e respectivos
Estes apoios, quer sejam fixos ou articulados, devem
compartimentos neles inseridos.
ter características ergonómicas e de fixação que lhes
confiram rigidez e configuração perfeitamente adequa- O sistema de sinalização deve ainda, em termos de
da à função, devendo também estar de acordo com as qualidade e de desenho, respeitar o seguinte:
normas técnicas para promoção da acessibilidade a
pessoas de mobilidade condicionada. ▪ Fazer uso de símbolos, pictogramas e cores
internacionalmente usados em edifícios de saú-
Não devem ser utilizados apoios à mobilidade nos de, em reforço às palavras escritas;
lavatórios.
▪ Utilizar espaçamentos adequados que permitam
2.26. Sinalização interior e exterior uma fácil leitura;
Deve ser considerado um sistema racional de sinaliza- ▪ Fazer uso dos diversos componentes isolada-
ção quer interior quer exterior que preste aos utentes mente ou em conjunto;
uma informação:
▪ Seguir recomendações de montagem perfeita-
▪ Clara e eficiente, transmitindo um conjunto de mente ajustadas, nomeadamente quanto às altu-
elementos convenientes e compatíveis com as ras de colocação, posicionamento relativo e
funções de cada espaço em que é utilizado; compatibilidade entre si e com outros equipa-
mentos (tais como a iluminação e outros elemen-
▪ Sistematizada e clara, de forma a transmitir aos tos fixos ao tecto);
utentes e aos visitantes o encaminhamento cor-
recto nas suas deslocações dentro do edifício; ▪ Ser organizado por painéis modulares, com
grande flexibilidade de utilização, permitindo
▪ Abundante e bem visível, devendo todos os uma fácil mudança de conteúdo;
locais e compartimentos ter identificação especí-
fica e serem assinaladas as direcções de circu- ▪ Utilizar materiais de grande durabilidade e de
lação e as saídas de emergência; fácil montagem, desmontagem e limpeza e de
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Subsecção 2.1 Arquitectura Secção 2
▪ Equipamentos sanitários.
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Secção 2 Subsecção 2.2 Fundações e estruturas
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Subsecção 2.2 Fundações e estruturas Secção 2
O valor do coeficiente de segurança referente aos Na concepção e organização dos espaços, deve ser
efeitos da acção sísmica (caracterizada nas Especifica- tida em conta a localização das juntas entre corpos
ções Técnicas para o Comportamento Sismo- estruturais distintos, evitando-se que estas atravessem
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Secção 2 Subsecção 2.2 Fundações e estruturas
áreas em que é exigido ambiente estéril, áreas suscep- 3.3. Aço em estruturas metálicas
tíveis de ocorrência de derrames de substâncias peri- Os diferentes tipos de aço, na forma de perfis, tubos e
gosas ou outras áreas de risco susceptíveis de ocor- chapas, a utilizar nos elementos constituintes das
rência de desastres como, por exemplo, de natureza estruturas metálicas, devem ser caracterizados pelos
biológica. métodos de produção, pela composição química, pelas
propriedades geométricas e mecânicas e, se necessá-
As aberturas nas lajes e paredes resistentes corres- rio, pelas características de soldabilidade, nos termos
pondentes aos ductos devem ser explicitamente consi- definidos no regulamento de estruturas de aço em
derados no projecto de estruturas. edifícios e no Eurocódigo 3 – projecto de estruturas de
aço.
2.4. Fundações
As características dos diferentes tipos de aço, a utilizar
O projecto de fundações deve ser realizado tendo em nos elementos das estruturas metálicas e nas suas
conta o Eurocódigo EC7 e as características do terreno ligações, especificadas no regulamento de estruturas
obtidas do reconhecimento geológico e geotécnico, de aço em edifícios, devem ser determinadas de acor-
verificando-se, nomeadamente os estados limites de do com as normas nacionais aplicáveis e em vigor, ou,
rotura e deformação. na falta destas, segundo documentos normativos inter-
nacionalmente aceites.
Na análise das estruturas deve ser considerada a inte-
racção estrutura-terreno, em particular o eventual efeito
das acções sísmicas (liquefacção do terreno, etc.) 3.4. Outros materiais
Os materiais não referidos nos pontos anteriores, mas
2.5. Aspectos de manutenção que concorram para a execução das fundações e estru-
turas, tais como argamassas, caldas de cimento, adi-
As recomendações para estruturas, relativas aos ções e adjuvantes, bainhas para armaduras de pré-
aspectos de manutenção são apresentadas na Sub- esforço, moldes e cofragens, materiais de enchimento
secção 2.13. e refechamento de juntas, tintas para elementos metá-
licos, materiais de impermeabilização e drenagem,
3. Materiais entre outros, devem ser especificados e satisfazer as
exigências das normas e regulamentos nacionais apli-
Os materiais a utilizar nos elementos das estruturas e cáveis ou, na sua ausência, das regulamentações em
fundações do edifício hospitalar, betão e aço, devem vigor internacionalmente aceites.
satisfazer as disposições estabelecidas nos regulamen-
tos relativos aos diferentes tipos de estruturas e mate-
riais. 4. Requisitos diversos
21
Subsecção 2.2 Fundações e estruturas Secção 2
O relatório do estudo geológico e geotécnico dos terre- ▪ Projecto de estruturas mistas aço-betão: NP
nos interessados pela obra deve ser parte integrante do ENV 1994 – Eurocódigo 4;
projecto de fundações e estruturas. Este estudo deverá
▪ Projecto geotécnico: NP ENV 1997 – Eurocódigo
ser realizado com a profundidade considerada neces-
7;
sária pelo projectista, em complemento aos elementos
fornecidos na fase de concurso. ▪ Projecto de estruturas sismo-resistentes: NP
ENV 1998 – Eurocódigo 8;
Para além dos parâmetros geotécnicos que sejam
entendidos como relevantes para o dimensionamento e ▪ Verificação da segurança de estruturas em betão
análise das diferentes estruturas geotécnicas e estrutu- armado e pré-esforçado em relação à acção do
ras de fundação, nomeadamente tendo em conta os fogo: Recomendações LNEC, 1990;
modelos de cálculo a utilizar, a prospecção deve permi-
tir caracterizar os terrenos de fundação quanto aos ▪ Segurança contra incêndio, resistência ao fogo
seguintes aspectos gerais: de elementos de construção – métodos de
ensaio e critérios de classificação: Especificação
▪ Existência de cavidades; LNEC E364;
▪ Posição e variação do nível da água; ▪ Betões - guia para utilização de ligantes hidráuli-
cos: Especificação LNEC E378;
▪ Identificação;
▪ Especificações Técnicas para o Comportamento
▪ Deformabilidade;
Sismo-Resistente de Edifícios Hospitalares - ET
▪ Compressibilidade e consolidação; 05/2007, ACSS.
22
Secção 2 Subsecção 2.3 Movimentos de terras e contenções
Subsecção 2.3 – Movimentos de terras e A verificação da segurança deve ser realizada tendo
contenções em conta as acções e os critérios de segurança defini-
dos no RSA.
2. Projecto de contenções
O projecto de movimentos de terras e contenções
deverá ser realizado de forma autónoma.
23
Subsecção 2.3 Movimentos de terras e contenções Secção 2
24
Secção 2 Subsecção 2.4 Instalações e equipamentos de águas e esgotos
Subsecção 2.4 – Instalações e equipamentos direito. Ainda para esta acção, os elementos da rede
de águas e esgotos que procedem ao atravessamento de juntas estruturais
deverão poder suportar os deslocamentos (normais e
tangenciais à junta) entre os blocos ou corpos contí-
1. Introdução guos, sem que ocorram roturas na mesma rede. Os
deslocamentos relativos a considerar neste caso deve-
rão ser os correspondentes ao Estado Limite Último.
1.1. Aspectos Gerais
As presentes especificações técnicas referem-se a As regras gerais de concepção sismo-resistente, os
aspectos de concepção, construção e manutenção do modelos e métodos de análise, as acções sísmicas a
edifício hospitalar, na especialidade de instalações de considerar e as verificações de segurança das instala-
águas e esgotos. ções técnicas encontram-se descritas com maior por-
menor nas Especificações Técnicas para o Comporta-
mento Sismo-Resistente de Edifícios Hospitalares (ET
1.2. Comportamento sob a acção sísmica 05/2007 – ACSS).
Para além de todas as condições referidas no presente
documento as instalações e equipamentos de águas e
1.3. Aspectos de Manutenção
esgotos deverão apresentar um comportamento sismo-
resistente apropriado, exigindo-se, na generalidade dos As recomendações para as instalações de águas e
casos, que estas instalações e equipamentos perma- esgotos, relativas aos aspectos de manutenção são
neçam operacionais para a acção sísmica correspon- apresentadas na Subsecção 2.13.
dente ao requisito de limitação de danos (Estado Limite
de Danos).
2. Instalações e equipamentos a considerar
Para a generalidade das instalações e equipamentos Devem ser consideradas as instalações e os equipa-
de águas e esgotos listados em 2. deverá garantir-se mentos para:
que as suas prumadas podem suportar deslocamentos
horizontais relativos entre pisos (devidos à acção sís- ▪ Água fria sanitária;
mica) correspondentes ao Estado Limite de Danos,
com um valor limite superior de 0,5% do pé-direito. ▪ Água quente sanitária;
Ainda para a mesma acção, no atravessamento de
juntas estruturais deverá verificar-se que os elementos ▪ Água fria para combate a incêndios;
dessas redes conseguem suportar os deslocamentos
▪ Água fria para rega;
(normais e tangenciais às juntas) entre os blocos ou
corpos contíguos, sem que ocorram riscos de perdas ▪ Águas residuais domésticas;
de vidas humanas nem roturas nas mesmas redes. Os
deslocamentos relativos a considerar nesses casos ▪ Águas pluviais;
deverão ser os correspondentes ao Estado Limite de
Danos. Às indicações anteriores, poderão sobrepor-se ▪ Águas residuais radioactivas (quando aplicável);
critérios mais exigentes, desde que para tal sejam
explicitamente referidos no corpo do presente docu- ▪ Sistemas elevatórios ou sobrepressores (quando
mento. aplicável);
Todas as instalações e equipamentos de águas e esgo- ▪ Central de tratamento de água para fisioterapia e
tos, ou seus acessórios, que apresentem uma massa hidroterapia (quando aplicável);
considerável – por exemplo, os depósitos – deverão
estar fixos à estrutura ou fundação por meio de disposi- ▪ Central de tratamento de água para hemodiálise
tivos que evitem o seu deslizamento ou derrubamento (quando aplicável);
para um evento sísmico com menor probabilidade de
ocorrência. Para tal, deverá proceder-se ao dimensio- ▪ Produção de água destilada e de água desmine-
namento desses dispositivos para as forças de inércia ralizada (centralizada quando justificável);
determinadas para o Estado Limite Último.
▪ Equipamento sanitário e os seus órgãos acessó-
Na rede de incêndios as exigências de comportamento rios;
sismo-resistente são mais restritivas, obrigando-se à
conservação da operacionalidade para a acção sísmica ▪ Tanques de retenção de águas residuais
correspondente ao requisito de não colapso (Estado radioactivas (quando aplicável).
Limite Último). Na ocorrência de sismos, as prumadas
da rede de incêndios deverão ser capazes de suportar
deslocamentos horizontais relativos entre pisos (devi-
dos à acção sísmica) correspondentes ao Estado Limi-
te Último, com um valor limite superior de 1,5% do pé-
25
Subsecção 2.4 Instalações e equipamentos de águas e esgotos Secção 2
▪ Torneiras de seccionamento;
1
Eventualmente, ou em parte, cumulativa.
26
Secção 2 Subsecção 2.4 Instalações e equipamentos de águas e esgotos
27
Subsecção 2.4 Instalações e equipamentos de águas e esgotos Secção 2
4.1.9. Temperaturas de produção e distribuição de As bases de duche devem ser equipadas com: torneira
água quente misturadora para duche, chuveiro de mão com bicha
A temperatura de distribuição deve ser, no mínimo, de flexível de 1,50m e suporte de parede orientável com
55ºC, com uma temperatura de retorno mínima de altura regulável.
45ºC.
As banheiras devem ser equipadas com torneira mistu-
O sistema primário de aquecimento de água deve pos- radora para banheira, chuveiro de mão com bicha flexí-
suir potência necessária para permitir o aquecimento vel de 1,50m e suporte orientável de parede com altura
da água à temperatura de 90ºC (choque térmico). A regulável.
temperatura de produção de água quente deve ser
superior à de distribuição (mínimo de 60ºC). As bacias de retrete devem ser, preferencialmente,
suspensas e equipadas com autoclismos de dupla
descarga.
4.1.10. Bocas-de-incêndio e extintores
As bacias de retrete das instalações sanitárias nos
Bocas-de-incêndio interiores: internamentos dos Serviços de Medicina Nuclear e
Radioterapia devem ter a função de separação de
▪ Devem ser dos tipos teatro e de carretel e as
sólidos e líquidos.
primeiras são alimentadas por colunas secas.
As tinas de desinfecção de pessoal de saúde devem
Marcos e bocas-de-incêndio exteriores:
ser em aço inoxidável ou PVC, de modelo adequado,
▪ No exterior, devem ser previstos marcos e bocas com torneiras misturadoras termostáticas electrónicas
do tipo rega e incêndio, com vista ao combate a e, em complemento de segurança, com comando por
incêndios e à lavagem dos arruamentos e/ou à cotovelo.
rega das zonas ajardinadas, de acordo com os
estudos e projectos dos espaços exteriores. 4.3. Águas residuais e pluviais
O sistema deve ser do tipo separativo com a seguinte
4.2. Equipamentos sanitários e acessórios divisão:
Os equipamentos sanitários, acessórios e respectivos
▪ Águas pluviais;
materiais devem ser de tipo adequado às funções a
que se destinam. As instalações de águas e esgotos ▪ Águas residuais domésticas;
incluem todos os aparelhos sanitários e respectivos
acessórios, com excepção dos incluídos em bancadas. ▪ Águas residuais radioactivas (quando aplicável);
Os aparelhos sanitários devem ser equipados com ▪ Águas residuais quentes (central e subestações
sifões individuais. térmicas);
Os lavatórios deverão ser do tipo adequado, de acordo ▪ Águas residuais gordurosas (cozinha);
com a função. As torneiras deverão ser de comando
não manual em lavatórios de uso clínico e em locais ▪ Águas de drenagem com hidrocarbonetos (cen-
em que seja exigida a higiene das mãos dos funcioná- tral térmica e estacionamentos em edifício).
rios, pacientes e visitantes, com o intuito de prevenir a
propagação de infecções. As duas primeiras devem ser sempre independentes
até às respectivas câmaras de ramal de ligação. As
Nas instalações sanitárias, para além dos lavatórios águas residuais radioactivas devem ser independentes
localizados em antecâmara, cada cabine de retrete até ao respectivo decaimento nos tanques de retenção.
deverá ter um lavatório.
As águas residuais radioactivas são constituídas pela
Os urinóis devem ser do tipo meia coluna, equipados fase líquida proveniente das bacias de retrete das ins-
com fluxómetros individuais electrónicos, salvo em talações sanitárias dos internamentos dos Serviços de
casos tecnicamente inviáveis. Medicina Nuclear e Radioterapia. Estas deverão ser
reencaminhadas para tanques de retenção dimensio-
As tinas em bancada devem ser equipadas com sifões nados para o decaimento máximo dos radionuclidos
metálicos, com cesto retentor de sólidos. Exceptuam-se usados.
as tinas de laboratórios e de gessos. As primeiras são
de material adequado aos esgotos laboratoriais que No caso de a descarga das águas residuais não se
recebem, e as segundas devem ser dotadas de sifão realizar para uma rede de drenagem pública, deverá
com caixa retentora de gessos. constar do projecto uma ETAR cujos valores limite de
emissão (VLE) cumpram a legislação em vigor.
As pias hospitalares devem ser de aço inoxidável,
equipadas com torneiras de canhão comprido, auto-
clismo elevado, grade de apoio e ralo.
28
Secção 2 Subsecção 2.4 Instalações e equipamentos de águas e esgotos
A drenagem das águas pluviais deve ser dimensionada 4.4.5. Ralos de pavimento e caleiras
e posicionada, de modo a evitar danos na construção Devem ser previstos, em todos os locais que deles
ou nas instalações, nomeadamente resultantes do necessitam, nos materiais adequados.
escorrimento de água sobre superfícies não prepara-
das para tal. Não são permitidos ralos em instalações sanitárias nem
em compartimentos de serviço hospitalar. Exceptuam-
As águas pluviais podem, em parte, ser infiltradas no se os ralos das bases de duche.
terreno, caso as condições locais o propiciem, ou de
preferência serem aproveitadas para rega e lavagem
de arruamentos, com a inerente vantagem de regulari- 5. Regulamentos, normas, especificações e
zação de descarga de águas pluviais na rede pública. recomendações
O projecto deve dar cumprimento às regras constantes
Deve ser apresentada uma solução justificada de rea-
da legislação e regulamentação portuguesa e europeia
proveitamento das águas pluviais recolhidas de pátios
em vigor e deve ter em consideração, normas, especifi-
interiores e coberturas, com um sistema específico,
cações e recomendações aplicáveis, nomeadamente:
para operações de rega e lavagem.
▪ Documentos de homologação de materiais;
4.4. Tubagem das redes interiores elevadas
▪ Especificações Técnicas para tubagem de aço
Toda a tubagem elevada correrá à vista ou será prefe- inox em instalações de edifícios hospitalares -
rencialmente visitável em ductos ou sobre tectos falsos ET 01/2006, ACSS;
amovíveis e ainda em pisos técnicos (admite-se que
pontualmente pequenos ramais de descarga possam ▪ Especificações Técnicas para materiais alterna-
ser embutidos nas paredes e pavimentos). tivos ao aço inox em instalações de edifícios
hospitalares - ET 04/2007, ACSS;
4.4.1. Águas residuais ▪ Recomendações genéricas para a gestão das
▪ Os ramais de descarga e de ventilação devem águas residuais hospitalares / manual de proce-
ser executados em PVC rígido, da classe de dimento para a gestão de resíduos radioactivos
pressão adequada; – recomendações gerais: Caderno DGIES n.º5;
▪ As tubagens de drenagem dos esgotos laborato- Os regulamentos nacionais sobrepõem-se aos regula-
riais e dos radioactivos devem ser executadas mentos europeus, devendo estes ser usados na
em materiais adequados às características dos ausência de informação técnica nos regulamentos
respectivos efluentes. nacionais.
29
Subsecção 2.4 Instalações e equipamentos de águas e esgotos Secção 2
30
Secção 2 Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos
Subsecção 2.5 – Instalações e equipamentos do, como princípio genérico, o seccionamento das
eléctricos redes eléctricas e de telecomunicações na proximidade
dos acessos a cada zona corta-fogo (no caso da distri-
buição de energia eléctrica esse seccionamento pode
1. Introdução ser obtido pelo aparelho de corte-geral do(s) quadro(s)
eléctrico(s) localizado(s) em cada uma dessas zonas).
1.1. Aspectos Gerais Os sistemas com centralizações (telecomunicações,
De uma forma geral, na concepção das instalações e transmissão de dados, segurança, som, entre outros)
na selecção dos equipamentos e materiais devem devem dispor de razoável capacidade de expansão.
adoptar-se como critérios relevantes: a fiabilidade, a
segurança de utilização, durabilidade, a facilidade de Em conformidade com o referido nas especificações da
exploração e de manutenção e a economia de energia, manutenção, o projecto deve referir, em capítulo pró-
recorrendo-se às tecnologias e equipamentos mais prio, em que medida as soluções preconizadas permiti-
actuais, desde que suficientemente testados em insta- rão reduzir e facilitar as operações de manutenção e
lações similares. possibilitar as alterações e/ou ampliações e/ou substi-
tuições referidas nos parágrafos anteriores.
A inserção das instalações no edifício e a correcta
partilha dos espaços que vão ocupar com as restantes
instalações e equipamentos a prever, na perspectiva da 1.2. Comportamento sob a Acção Sísmica
garantia de um adequado acesso para manutenção, e Para além de todas as condições referidas no presente
de futuros acréscimos ou remodelações, é outro aspec- documento as instalações e equipamentos eléctricos
to fundamental que deve ser devidamente equaciona- deverão apresentar um comportamento sismo-
do. Esta necessidade implica que, desde as fases resistente apropriado, exigindo-se, na generalidade dos
preliminares do desenvolvimento conceptual dos pro- casos, que estas instalações e equipamentos perma-
jectos, se imponha um estudo da harmonização das neçam operacionais para a acção sísmica correspon-
inserções das instalações e equipamentos no conjunto dente ao requisito de limitação de danos (Estado Limite
edificado evidenciando as suas necessidades específi- de Danos). Em determinadas instalações de segurança
cas. electrónica (detecção e alarme de incêndios e detecção
de gás combustível) as exigências de comportamento
Pela particular especificidade das instalações hospitala- sismo-resistente são mais restritivas, obrigando-se à
res e a sua rápida evolução face ao desenvolvimento conservação da operacionalidade para a acção sísmica
tecnológico, particularmente induzido pela evolução correspondente ao requisito de não colapso (Estado
dos Equipamentos Médicos, tecnologias de segurança Limite Último).
e gestão técnica, não se exclui a possibilidade de se
poderem incluir outros sistemas ou equipamentos, se Para a generalidade das instalações e equipamentos
devidamente justificados na perspectiva do funciona- eléctricos listados no ponto 2 deverá garantir-se que as
mento da unidade hospitalar, nos aspectos técnicos, de suas prumadas podem suportar deslocamentos hori-
segurança, de economia de exploração e de manuten- zontais relativos entre pisos (devidos à acção sísmica)
ção, entre outros. correspondentes ao Estado Limite de Danos, com um
valor limite superior de 0,5% do pé-direito. Ainda para
Deve ser considerada a elaboração dos processos de esta mesma acção, no atravessamento de juntas estru-
licenciamento de todas as instalações e equipamentos turais deverá verificar-se que os elementos dessas
que o requeiram, bem como o acompanhamento da redes conseguem suportar os deslocamentos (normais
análise dos mesmos pelas entidades competentes para e tangenciais à junta) entre os blocos ou corpos contí-
o efeito, com a eventual introdução de correcções, se guos, sem que ocorram riscos de perdas de vidas
necessário, de forma a assegurar a respectiva aprova- humanas nem roturas nas mesmas redes. Os deslo-
ção. camentos relativos a considerar neste caso deverão ser
os correspondentes ao Estado Limite de Danos. Às
Tendo em atenção a possibilidade de ocorrência, indicações anteriores, aplicáveis à generalidade das
durante a vida útil do edifício, de alterações funcionais instalações e equipamentos eléctricos, poderão sobre-
ou de espaços, designadamente nas áreas do laborató- por-se critérios mais exigentes, desde que para tal
rio, consulta externa, imagiologia, urgência e cirurgia sejam explicitamente referidos no corpo do presente
ambulatória, as instalações eléctricas devem ser con- documento.
cebidas e dimensionadas por forma a que essas altera-
ções não induzam obras de vulto na infra-estrutura em Todos os equipamentos eléctricos, ou seus acessórios,
serviço, nomeadamente nas centrais de energia, que apresentem uma massa considerável – por exem-
ramais de distribuição e quadros eléctricos. Neste sen- plo, equipamentos dos postos de transformação e
tido, devem ser previstas reservas de espaço nas cen- seccionamento, grupos de emergência, quadros gerais
trais de energia e de potência eléctrica, nos equipa- de distribuição das redes normal, socorrida e ininterrup-
mentos de transformação e produção, nos ramais de ta – deverão estar fixos à estrutura ou fundação por
distribuição e nos quadros eléctricos. Deve ser adopta- meio de dispositivos que evitem o seu deslizamento ou
31
Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos Secção 2
▪ Elevadores;
32
Secção 2 Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos
33
Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos Secção 2
Independentemente dos grupos de emergência previs- Para alimentação de outros equipamentos dispersos
tos, é obrigatória a instalação de sistemas de cogera- pelo hospital que não admitam cortes de energia supe-
ção, nos termos da legislação em vigor. riores a 0,5 segundos deve ser instalada uma UPS
central, ou mais, desde que devidamente justificada a
A instalação do sistema de cogeração deve ser devi- solução.
damente articulada com as instalações eléctricas e
mecânicas, de modo a possibilitar o máximo aprovei-
tamento da energia, quer na estação fria, quer no 3.1.5. Redes de distribuição de energia eléctrica em
período quente. BT
Quanto à origem da alimentação, devem ser conside-
rados três tipos de rede de distribuição de energia
3.1.4. Sistemas de alimentação ininterrupta (UPS) eléctrica em BT:
Estes sistemas devem assegurar o abastecimento de
energia eléctrica a instalações e equipamentos cujo ▪ Rede normal (N);
funcionamento seja essencial à prestação de cuidados
a doentes em risco de vida ou à segurança das instala- ▪ Rede socorrida (S);
ções, em particular os que, por norma, não possam
estar sujeitos a cortes ou em que estes não possam ser ▪ Redes sem interrupção (UPS).
de duração superior a 0,5 seg.
A rede normal e a rede socorrida devem ter origem no
Admite-se que a sua potência não seja uniforme, quadro geral (N/S). A rede socorrida deve ser alimen-
estando dependente do número e características dos tada pelos grupos de socorro em caso de falha da rede
equipamentos que, através da rede própria, venham a pública.
alimentar.
As redes sem interrupção devem ser alimentadas pelos
Devem ser adoptadas soluções que evitem uma exces- respectivos sistemas UPS.
siva proliferação de unidades alimentadoras.
Admite-se, contudo, a fusão das redes de normal e
As baterias das unidades devem ser próprias para este socorrida. Se for esta a solução adoptada, o deslastre
tipo de equipamento e de reduzida manutenção. das cargas de menor prioridade e respectiva religação
devem ser automáticos. Estas operações devem ser
Nas unidades de cuidados intensivos, intermédios, feitas de acordo com o programado no sistema de
especiais e pós anestésicos, a sua autonomia, não gestão técnica.
deve ser inferior a 30 (trinta) minutos a plena carga,
entendendo-se por plena carga o somatório das potên- As redes devem ser concebidas de forma a optimizar a
cias dos transformadores de isolamento que a UPS qualidade da alimentação, maximizando a independên-
alimenta. No sistema de alimentação das armaduras de cia entre as várias alimentações, nomeadamente aque-
luz sem sombra das salas de operações ou equipara- las que se destinam ao bloco operatório, cirurgia do
das, a autonomia não deve ser inferior a 1 (uma) hora. ambulatório, unidade de cuidados intensivos, serviço
de urgência e a cargas críticas de elevado consumo,
As UPS dedicadas à alimentação das instalações do devendo, nestes casos, ser previstas alimentações
bloco operatório, bloco de partos, cirurgia do ambulató- dedicadas.
rio, unidade de cuidados intensivos, unidade de cuida-
dos especiais, unidades de cuidados intermédios e Quando previstas alimentações dedicadas, deverá ser
garantida a selectividade das protecções.
34
Secção 2 Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos
Todos os componentes da rede devem ser calculados, vigilância e de alarme, respeitantes a defeito de isola-
tendo em atenção os critérios usuais de dimensiona- mento, estado de carga e temperatura interior dos
mento, fixando-se como limite máximo das quedas de transformadores de isolamento. Esta informação deve-
tensão total o valor de 3% desde a origem (QGBT) até rá ser disponibilizada no interior das salas e na GTC.
ao aparelho de utilização.
Nos transformadores isoladores de uso médico devem
No que respeita à previsão de equipamentos específi- ser consideradas duas alimentações por transformador
cos a inserir na rede, considera-se que deve ser dada (UPS e rede normal/socorrida).
particular atenção aos aspectos relacionados com a
minimização da emissão de frequências harmónicas Nos sistemas IT, com o aparecimento de um primeiro
(3ª, 5ª, 7ª, etc.) originada nos vários tipos de equipa- defeito, apenas será emitida uma sinalização de aviso
mentos ligados à rede, devendo ser contida em valores no correspondente controlador de isolamento (CPI). O
inofensivos através de adequada filtragem. corte será imposto apenas com o aparecimento de um
segundo defeito.
Deve ser salvaguardada a capacidade da rede e seus
equipamentos na anulação, ou minimização a valores Também deve ser considerada a utilização do sistema
não prejudiciais, de eventuais sobretensões originadas IT na alimentação das instalações e equipamentos
no seu exterior ou interior. afectos à segurança contra incêndio, devendo estes ser
independentes do sistema IT de uso médico.
A compensação do factor de potência deve ser consi-
derada, sempre que necessário ou justificado, através
de sistemas centrais ou remotos, com actuação auto- 3.1.7. Redes de ligação à terra e de
mática. equipotencialidade
As condições de segurança devem ser salvaguardadas
Deve ser dada particular atenção ao encaminhamento na utilização das instalações e dos equipamentos pre-
das redes, tendo em conta a sua inserção no edifício, a vistos para a unidade hospitalar, criando as necessá-
facilidade de acesso para verificações e substituições, rias ligações à terra. Deve ser adoptado o sistema de
as condições de segurança, a independência e compa- terra única (TN-S).
tibilidade electromagnética recomendáveis.
O sistema que permite efectuar estas ligações à terra
Ainda neste sentido, devem as redes de distribuição deve incluir dispositivos que permitam toda a gama de
ser concebidas de forma a permitir alimentar indepen- verificações e ensaios para teste das condições de
dentemente as zonas funcionalmente distintas do hos- funcionamento.
pital, de modo a permitir efectuar grandes remodela-
ções nessas zonas, sem afectar outros utilizadores. O regime de neutro a considerar nas redes normal e de
emergência deve ser o regime de neutro à terra (TT).
Particular atenção deve ser dada à especificação dos
materiais das canalizações eléctricas nomeadamente: Nas zonas críticas hospitalares, assim como nas insta-
cabos, condutas, caminhos de cabos, etc., no que se lações afectas à segurança contra incêndio, deve ser
refere ao comportamento ao fogo. A generalidade des- considerado o sistema de neutro isolado (IT).
tes materiais deverá apresentar características de
comportamento melhorado ao fogo, nomeadamente de Deve ser preconizada a instalação de condutores de
não propagação de incêndio, baixa densidade de equipotencialidade sempre que haja necessidade de
fumos e de halogéneos e reduzida toxidade. prevenir de forma adequada a existência de tensões de
contacto entre massas de equipamentos e partes metá-
As redes afectas às instalações de segurança devem licas de equipamentos não eléctricos, que possam
utilizar cabos resistentes ao fogo. acidentalmente entrar em contacto com condutores
eléctricos sob tensão, (caminhos de cabos e calhas
metálicas, portas e janelas metálicas, tectos falsos
3.1.6. Redes de distribuição a neutro isolado metálicos, mesas e mobiliário metálico de zonas com
Nas salas de operações, nas unidades de cuidados pós doentes em risco, etc.). As zonas servidas por regime
anestésicos, nas salas abertas, nos quartos de isola- de neutro isolado devem ser consideradas espaços
mento das unidades de cuidados intensivos e cuidados equipotenciais.
especiais, nas salas de partos e, em todas as salas em
que se exija maior segurança por nelas se praticarem As salas que alojem equipamento produtor de ondas
técnicas invasivas, devem ser previstas medidas adi- electromagnéticas, tais como ressonância magnética
cionais de protecção contra riscos de electrocussão, nuclear (RMN) e equipamento de fisioterapia de ondas
designadamente pela instalação de sistemas de ali- curtas ou micro-ondas, que possam ter interferência
mentação de energia eléctrica com neutro isolado, com aparelhos de electro-diagnóstico, devem possuir
ligações equipotenciais e outros dispositivos de segu- blindagem electromagnética (gaiola de Faraday).
rança aconselháveis. Os sistemas devem satisfazer as
actuais recomendações técnicas internacionalmente Deve ser verificada a necessidade de serem efectua-
aceites e comportarão os necessários equipamentos de das protecções (blindagens) contra interferências
35
Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos Secção 2
remanescentes para as salas onde funcionem apare- vos), pelo que os quadros e/ou as redes a jusante e a
lhos de electro-diagnóstico (EEG, ECG e EMG) dedi- montante devem ser concebidos de modo a possibilitar
cados a pesquisa em diagnóstico. a execução daquelas operações.
A localização dos quadros deve ser criteriosa, sendo ▪ Peças (lâmpadas) de reserva.
instalados em compartimentos próprios, os quadros de
As lâmpadas a utilizar devem proporcionar um índice
zona que alimentem quadros parciais e os quadros que
de restituição cromática não inferior a 85.
pela sua importância justifiquem que se criem restri-
ções ao seu acesso. Deve ser considerada a regulação do fluxo luminoso
nas Unidade de Cuidados Intensivos, Unidade de Cui-
Devem ser consideradas protecções contra sobreten-
dados Especiais, Unidade de Cuidados Pós-
sões nos quadros eléctricos, de acordo com o preconi-
Anestésicos, no recobro, na imagiologia, entre outros.
zado nas regras técnicas das instalações eléctricas de
baixa tensão. Os comandos da iluminação em átrios e circulações
não devem estar acessíveis ao público, assim como
Todos os quadros eléctricos devem ter espaço de
não devem estar localizados em quadros eléctricos.
reserva não inferior a 15% das saídas ocupadas.
A instalação de iluminação deve contemplar a alimen-
Atenção particular deve ser dada à necessidade de
tação a negatoscópios.
assegurar protecção contra contactos directos, com a
aparelhagem no interior da generalidade dos quadros A iluminação exterior deve ser incluída nos estudos e
após abertura das portas (ainda que essa abertura projectos de espaços exteriores.
obrigue ao uso de chaves especiais).
36
Secção 2 Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos
3.3. Tomadas, força motriz e alimentações ▪ Os cabos de interligação dos bastidores (back-
especiais bone) devem ser, em fibra óptica para transmis-
As tomadas a adoptar devem ser de classe de protec- são de dados;
ção adequada ao local em que se irão instalar, sendo
as monofásicas do tipo “schuko” para 16 A/250 V. ▪ As redes de ligação dos bastidores de distribui-
Estas tomadas, quando instaladas em locais afectos à ção com as tomadas de telecomunicações ou
permanência ou circulação de público, devem ser de informática devem ser em cabo dos tipos UTP,
alvéolos protegidos. STP, FTP ou equivalente com características de
qualidade iguais ou superiores, assegurando-se
A quantidade de tomadas a prever em cada comparti- níveis de qualidade (NQ) não inferiores a NQ1c
mento ou área depende do tipo e número dos equipa- e NQ3, respectivamente, para cabos de cobre e
mentos a alimentar. cabos de fibra óptica;
Nas zonas laboratoriais, o número de tomadas deve ▪ A rede deve possibilitar a implementação das
ser particularmente elevado e localizadas próximas dos tecnologias mais recentes de transmissão de
equipamentos que irão alimentar. dados. Toda a cablagem e respectivos elemen-
tos terminais e equipamentos devem obedecer
As tomadas devem ser referenciadas (cor do espelho às normas aplicáveis mais recentes e nível de
ou base, por exemplo), de acordo com o tipo de rede a qualidade acima indicados;
que estão ligadas – normal, socorrida, de UPS.
▪ Nas zonas onde potencialmente possa ser utili-
O número de tomadas por circuito monofásico, sem zado equipamento telefónico ou de informática
prejuízo dos máximos regulamentares, deve atender deve ser instalada no mínimo, uma tomada
2
justificadamente ao tipo de equipamento a ligar, admi- dupla por cada 10/12m de área com um mínimo
tindo-se casos extremos de uma tomada por circuito de de uma tomada dupla por cada posto de trabalho
alimentação de equipamentos específicos. ou equipamento dedicado. Incluem-se, nestas
zonas, as enfermarias até três camas, quartos,
Nas salas de operações, zonas de cuidados intensivos salas de operações e compartimentos similares.
e outras zonas críticas, onde o doente tenha necessi- Nas enfermarias com mais de três camas podem
dade de ser monitorizado em permanência, deve ser ser instaladas apenas duas tomadas duplas;
garantida uma independência entre as alimentações
por forma a que eventuais acidentes que impliquem ▪ O sistema engloba todo o equipamento passivo
cortes de alimentação sejam limitados nas consequên- e activo da rede de dados, voz e imagem (cabos,
cias. Nestes casos preconiza-se que a actuação de tomadas, bastidores, “chicotes” e painéis de
disjuntores (abertura) seja sinalizada por alarme acústi- ligação nos bastidores, “switch(s)”, “router(s)”,
co ou luminoso e que cada tomada tenha protecção servidores de comunicações de voz, telefones,
individual. entre outros). No caso de se adoptarem solu-
ções tecnológicas para o serviço telefónico
baseadas em centrais telefónicas convencionais,
3.4. Protecção contra descargas atmosféricas deve, de igual modo, prever-se todo o equipa-
A protecção do(s) edifício(s) contra descargas atmosfé- mento necessário e suficiente para assegurar
ricas deve ser assegurada por um sistema do tipo um serviço de comunicação por voz adequado
“Gaiola de Faraday” concebido de acordo com o guia ao regular funcionamento do hospital;
técnico de pára-raios editado pela Direcção Geral de
Energia. ▪ Os bastidores devem ser instalados em compar-
timentos próprios com acesso controlado;
3.5. Rede estruturada para voz, dados e imagem ▪ Os bastidores devem ser fixos de modo a garan-
tir a sua estabilidade em caso de sismo, confor-
Os estudos e projectos a desenvolver devem incluir
me indicado para os quadros da instalação eléc-
uma proposta de solução para as comunicações por
trica;
voz, comutação e transmissão/recepção de dados e
imagens, integrando o suporte físico infra-estrutural ▪ Independente do sistema geral deve ser prevista
(cablagem genérica em cobre e/ou em fibra óptica), a instalação de cabinas telefónicas de acesso
software e demais elementos que compõem um siste- público, nomeadamente em salas de espera,
ma com esta finalidade, incluindo o respectivo equipa- salas de doentes nos internamentos e átrio prin-
mento passivo e activo e as ligações à rede pública, cipal do edifício;
satisfazendo as seguintes condições gerais:
37
Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos Secção 2
tre, efectuar uma chamada de auxílio do pessoal da Nas enfermarias, com duas ou mais camas, a recepção
unidade hospitalar. Os componentes de chamada dos dos programas de som deve ser feita através de almo-
sistemas previstos devem, por isso, ser localizados de fadas auscultadoras.
forma a serem facilmente acedidos pelo utente.
Nas restantes áreas devem ser previstos altifalantes de
No sistema de sinalização deve ser considerada a tecto ou parede, com comando no local (designada-
possibilidade de funcionar como chamada de auxílio mente nas salas estar de pessoal) ou de zona.
por parte do pessoal em serviço.
Nas zonas do público, os comandos não devem estar
A intercomunicação deve ser considerada como com- acessíveis a este, e o afastamento dos altifalantes não
plemento associado do sistema de chamada. deve ser superior a 8,00m.
Sem prejuízo do referido, devem ser previstos os Devem ser previstos sistemas autónomos de som, mas
seguintes sistemas de sinalização e intercomunicação: com interligação ao sistema central, no auditório, sala
de culto e bloco operatório. Este último deve ter, pelo
▪ Sinalização de chamada de doentes em zonas menos, dois programas de música.
de consultas, exames, análises, tratamentos,
etc., através de indicador numérico de senha de Os aparelhos de TV devem ser de ecrã plano, tecnolo-
chamada com emissão de sinal acústico, asso- gia LCD, plasma ou LED e com as dimensões compatí-
ciado a sistema de intercomunicação para con- veis com os locais onde são instalados, devendo o
tacto por fonia; projecto indicá-las expressamente para os diferentes
locais.
▪ Sistema de sinalização de sala “limpa – suja –
ocupada” nas salas de operações e similares; Nas zonas de espera, o monitor de vídeo pode ser
partilhado com a indicação visual de chamada de doen-
▪ Sinalização específica na radiologia e zonas com tes.
radiações ionizantes; Nas enfermarias deve instalar-se tomada(s) de sinal de
vídeo e suportes de aparelhos de TV de acordo com a
▪ Sinalização de emergência nas instalações sani-
disposição das camas. Em alternativa, poderão ser
tárias de deficientes e de público nas zonas de
utilizados terminais multimédia acessíveis aos doentes
consultas, exames e tratamento;
acamados, fixos a braços de parede.
▪ Sistema integrado de sinalização de chamada de
Os aparelhos de TV são para montagem elevada em
pessoal de enfermagem ou auxiliar pelo doente,
consola de parede ou suspensão de tecto, e devem
nas zonas de internamento, associado a sistema
possuir comando à distância. A sua fixação atenderá
de intercomunicação para contacto por fonia;
ao exposto sobre a segurança às acções sísmicas.
▪ Sistema de intercomunicação entre zonas de
O conjunto a edificar disporá de antenas de recepção
acesso restrito (bloco operatório, cirurgia ambu-
de estações de TV, considerando-se, a recepção dos
latória, unidade de cuidados intensivos, e outros
quatro canais de TV nacionais e uma antena parabólica
em que a funcionalidade o recomende) e o res-
para canais de satélite. A recepção por antenas de TV
pectivo corredor de acesso;
poderá ser substituída por recepção por cabo, caso
▪ Sistema de intercomunicação para chamada de exista esta possibilidade. A rede interna deve estar
doentes onde a chamada por sinalização numé- preparada para a difusão de canais de TV por cabo e
rica seja ineficaz; de um canal de vídeo produzido internamente para
formação de técnicos e informação e sensibilização de
▪ Sistema de intercomunicação na zona da ima- doentes.
giologia e outras onde seja necessária a inter-
comunicação entre o doente e o profissional de
3.8. Sistema de informação horária
saúde por estes ficarem separados por uma bar-
reira. Os estudos e projectos devem incluir um sistema de
informação horária, cobrindo todo o conjunto hospitalar,
constituído por um relógio mestre de elevada precisão,
3.7. Difusão de som, TV e vídeo controlando relógios secundários distribuídos.
Nas zonas em que permaneçam doentes acamados ou
em ambulatório (enfermarias, quartos, salas de estar, Devem ser considerados terminais de “ponto “ para
salas de espera) deve ser previsto um sistema de difu- controlo de presenças.
são de som, TV e vídeo.
Nas salas de operações, para além do relógio com
A central de som deve possibilitar a difusão de três ponteiro de segundos, deve ser considerado cronóme-
programas de entretenimento e de um programa de tro.
informações ou avisos.
38
Secção 2 Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos
O sistema deve, no mínimo, ter cobertura para todo o A abertura indevida de portas de emergência deve ser
campus hospitalar. sinalizada na sala de segurança.
39
Subsecção 2.5 Instalações e equipamentos eléctricos Secção 2
40
Secção 2 Subsecção 2.6 Instalações e equipamentos mecânicos
41
Subsecção 2.6 Instalações e equipamentos mecânicos Secção 2
3.3. Serviço de alimentação Caso se opte pela contratação dos serviços ao exterior,
deve existir uma Rouparia, com zona limpa, destinada
à recepção e distribuição de roupa limpa, e zona suja,
3.3.1. Cozinha perfeitamente distinta, para recepção dos sacos de
Deve existir cozinha própria, sendo previsto o equipa- roupa suja para envio para a lavandaria, bem como os
mento mecânico de cozinha para confecção de dietas respectivos carros de transporte de sacos sujos e lim-
gerais, dietas especiais, leites e cafés. pos no hospital.
A exploração da cozinha poderá ser realizada por ter- O projecto das instalações mecânicas da lavandaria, se
ceiros, devidamente certificados para o efeito. existir, e da rouparia deve incluir as redes inerentes ao
funcionamento do seu equipamento, nomeadamente as
A ventilação deve ser realizada por hottes do tipo com- de água quente, água fria, esgotos, gás combustível,
pensado, ou por outros sistemas de exaustão energia eléctrica, vapor, ventilação, entre outras.
/ventilação igualmente eficientes.
▪ Cozinha;
3.3.3. Refeitório do pessoal
Para o refeitório deve ser previsto equipamento adap- ▪ Laboratórios;
tado ao sistema de self-service.
▪ Lavandaria, se existir.
42
Secção 2 Subsecção 2.6 Instalações e equipamentos mecânicos
43
Subsecção 2.6 Instalações e equipamentos mecânicos Secção 2
4. Aspectos complementares
3.10.3. Tipo de câmaras frigoríficas As instalações e os equipamentos devem ser projecta-
Em relação às câmaras frigoríficas, o projecto pode ser dos tendo em atenção, nomeadamente, os seguintes
efectuado com base em câmaras do tipo pré-fabricado aspectos:
em painéis “sandwich” ou, em alternativa, com base em
câmaras em alvenaria de tijolo termicamente isoladas. ▪ Segurança;
44
Secção 2 Subsecção 2.6 Instalações e equipamentos mecânicos
45
Subsecção 2.6 Instalações e equipamentos mecânicos Secção 2
46
Secção 2 Subsecção 2.7 Equipamento geral móvel e fixo
47
Subsecção 2.7 Equipamento geral móvel e fixo Secção 2
2008
revestimento em termolaminado ou polímero, de pressão alternada ou de rotação lateral,
bem como um sistema para remoção rápida, consoante o âmbito da sua utilização.
dispensando sistemas com recurso a parafusos.
Camas de trabalho de parto e parto:
▪ O leito deverá ser constituído por quatro sec-
ções, sendo três móveis e uma fixa (zona pélvi- ▪ A cama de trabalho de parto e parto deverá pos-
ca). Pelo menos a secção do tronco deverá ser suir uma estrutura em tubo de aço com trata-
permeável ao RX e possuir um sistema de reba- mento anticorrosão, pintado a epoxy ou plastifi-
timento rápido para colocação na horizontal, em cado. Deverão possuir pelo menos quatro rodas
situação de emergência. O leito deverá permitir a e travagem centralizada, com acção em pelo
adopção das posições de Trendelemburg e menos quatro rodas, mediante o accionamento
reverso de Trendelemburg. de um pedal. As rodas não poderão ter um diâ-
metro inferior a 150mm. O painel da cabeceira
▪ A cama deverá ter, no mínimo, accionamento deverá possuir estrutura metálica e revestimento
eléctrico para a elevação do leito, elevação do em termolaminado ou polímero. Deverá ainda
plano das costas e elevação da secção das per- possuir um sistema para a sua rápida remoção,
nas. Os movimentos de Trendelemburg e rever- dispensando sistemas com recurso a parafusos.
so, assim como a elevação da secção dos pés,
poderão ser de accionamento eléctrico ou ▪ O leito deverá ser formado por, pelo menos, três
mecânico (sistema de mola, pneumático ou secções: uma secção de costas móvel, uma
hidráulico). A elevação da secção do tronco e secção pélvica, fixa, e uma secção de pernas e
cabeça deverá ser acompanhada pelo seu desli- pés, facilmente amovível. A secção do tronco
zamento horizontal simultâneo, de modo a aco- deverá possuir um sistema de descarga rápida
modar a pélvis do paciente e impedir o desliza- para colocação na horizontal, em situação de
mento do corpo e/ou compressão abdominal. Os emergência. O leito deverá permitir a adopção
movimentos deverão ser activados através de das posições para diversos tipos de observação,
um comando satélite acessível ao paciente. nomeadamente, posição horizontal, posição sen-
Deverá, no entanto, existir um sistema de restri- tada, posição reclinada de parto, posição gineco-
ção do acesso, do paciente, ao manuseio eléc- lógica e posição de palpação e exame. A secção
trico da cama. Deverá ainda existir uma bateria pélvica (leito e colchão) deverá ter um recorte
que permita à cama manter a sua funcionalidade ginecológico e tina removível para fluidos.
de movimentos, sem estar ligada à corrente.
▪ A cama para trabalho de parto e parto deverá
▪ As grades deverão ser: (i) inteiras colapsáveis ter, no mínimo, accionamento eléctrico para a
ou de deslizamento vertical ou (ii) bipartidas com elevação do leito e elevação do plano das cos-
possibilidade de rebatimento. Deverão ser amo- tas.
víveis.
▪ Deverá estar equipada com meias grades late-
▪ O colchão, com propriedades anti-escaras, em rais, rebatíveis e amovíveis, apoios para mãos e
espuma de alta densidade, espuma viscoelástica perneiras ajustáveis e amovíveis.
ou látex deverá acompanhar todas as posições
permitidas pela articulação do leito e ainda pos- ▪ O colchão, em espuma de alta densidade, deve-
suir uma capa impermeável, transpirável e bac- rá acompanhar todas as posições permitidas
teriostática, lavável e desinfectável. pela articulação do leito, e possuir um recorte na
zona pélvica, amovível, tal como a secção de
Camas de cuidados intensivos: pernas e pés. O colchão deverá ainda possuir
uma capa impermeável, transpirável e bacterios-
▪ As camas de cuidados intensivos deverão apre- tática, lavável e desinfectável.
sentar as características atrás enumeradas para
as camas de cuidados gerais e intermédios, adi- Maples de enfermaria:
cionando-se as seguintes:
▪ Os maples de enfermaria deverão ser rodados,
▫ A totalidade do leito deverá possuir proprieda- com sistema de travagem. Deverão ser estofa-
des rádio-transparentes. dos e revestidos a napa ou outro material resis-
tente á desinfecção e lavagem. As costas deve-
▫ Todos os movimentos (de elevação e articula- rão ser ajustáveis mediante um sistema mecâni-
ção do leito) deverão ser accionados electri- co (com recurso a mecanismo hidráulico, de
camente. mola ou gás) ou eléctrico. Deverá existir um
apoio para os pés. Os braços deverão ser esto-
▫ Para os colchões, em função das necessida- fados.
des, deverão ser equacionadas soluções
específicas, tais como: sistemas pneumáticos Cadeirões para transfusões / hemodiálise / citostáticos /
recobro:
48
Secção 2 Subsecção 2.7 Equipamento geral móvel e fixo
49
Subsecção 2.7 Equipamento geral móvel e fixo Secção 2
2008
revestidas a tecido, napa, pele ou outro mate- fixação, que deverão ser metálicos. As corti-
rial de características semelhantes. Nas cos- nas separativas deverão possuir propriedades
tas poderá ser usado polímero ou outro aca- ignífugas.
bamento, estofado ou não. A base rodada
deverá ser em metal e com cinco rodas. Deve- ▪ Armários cacifo
rá possuir um mecanismo giratório do assento.
No caso de existirem braços, estes deverão ▫ Os armários-cacifo deverão possuir estrutura
ser em polímero ou metal com revestimento em chapa de aço quinada e pintada, com tra-
em madeira, polímero ou estofado com o tamento anticorrosão, ou em MDF, revestido a
mesmo revestimento utilizado no assento e termolaminado. As portas deverão igualmente
costas. Deverá ainda existir um sistema de ser em chapa de aço quinada pintada com tra-
elevação do assento, de mola/gás. As cadei- tamento anticorrosão, em MDF revestido a
ras de apoio com ou sem braços, a utilizar em termolaminado ou, em alternativa, em políme-
conjunto com as cadeiras de secretária, assim ro e deverão possuir fechadura. Os armários-
como as cadeiras para salas de reunião deve- cacifo deverão apresentar um respirador para
rão ser idênticas em termos de concepção e arejamento, prateleira interior em chapa de
revestimento (a marca deverá ser a mesma e aço com as mesmas características da estru-
deverão ambas fazer parte da mesma família tura, varão e suporte para chapéus de chuva.
de modelos), à excepção da base rodada que Os pés deverão apresentar a possibilidade de
poderá ser substituída por solução fixa com nivelação.
pés. Para uma mesma área ou serviço, todas
as cadeiras de escritório deverão ser de mar-
2.2. Bancadas
ca idêntica e da mesma família de modelos,
de modo a formarem um conjunto coerente.
2.2.1. Bancadas gerais
▪ Poltronas de anfiteatro
O projecto de bancadas gerais deverá ter em conta
▫ As poltronas de anfiteatro, fixas ao pavimento, questões relacionadas com a harmonização dos equi-
deverão ser estofadas e revestidas a tecido, pamentos, formando um conjunto homogéneo em ter-
pele ou imitação de pele. Deverão ainda pos- mos de solução técnica, marcas e modelos propostos.
suir braços e palmatória rebatível. As espu-
mas e revestimentos deverão possuir proprie- A solução técnica deverá prever todo o tipo de fixa-
dades ignífugas. ções, acessórios, remates, calhas, suportes, adaptado-
res, etc. necessários à instalação e ao pleno funciona-
Equipamento complementar: mento dos equipamentos.
50
Secção 2 Subsecção 2.7 Equipamento geral móvel e fixo
A solução técnica deverá prever todo o tipo de fixa- ▪ Requisitos das guardas laterais: EN 60601-2-52.
ções, acessórios, remates, calhas, suportes, adaptado-
res, etc. necessários à instalação e funcionamento dos Os regulamentos nacionais sobrepõem-se aos regula-
equipamentos assim como todo o conjunto de tornei- mentos europeus, devendo estes ser usados na
ras, módulos eléctricos, chuveiros, lava-olhos e outros ausência de informação técnica nos regulamentos
acessórios julgados necessários. Para além das ban- nacionais
cadas e módulos de armários, o projecto de bancadas
de laboratório deverá igualmente incluir, no caso de
existirem, alçados superiores de prateleiras, armários,
estantes de parede, carros de transporte, mesas antivi-
bráticas, módulos de separação de resíduos, etc.
3. Aspectos de durabilidade
O projecto de equipamento deverá incluir a indicação
explícita e fundamentada de uma estimativa de vida útil
expectável de todos os equipamentos.
51
Subsecção 2.7 Equipamento geral móvel e fixo Secção 2
2008
52
Secção 2 Subsecção 2.8 Segurança integrada
Subsecção 2.8 – Segurança integrada cios do tipo hospitalar. Neste sentido, deve ser dada
informação sobre o seguinte:
1. Introdução
A construção de edifícios hospitalares impõe a adopção 2.1. Segurança passiva
de medidas em fase de projecto que limitem os riscos ▪ Constituição do edifício indicando a sua altura,
de eclosão e de desenvolvimento de incêndio, que número de pisos e principais instalações e equi-
garantam a segurança dos ocupantes e favoreçam a pamentos com influência nas condições gerais
acção dos bombeiros nas suas tarefas de salvamento de segurança;
de pessoas e de combate ao incêndio e que proporcio-
nem meios que possibilitem, a pessoal qualificado, ▪ Classificação dos locais de risco do edifício;
lançar acções de combate antes da chegada dos bom-
beiros. ▪ Número de ocupantes;
Por outro lado, devem ser também asseguradas medi- ▪ Condições de acesso ao edifício, com indicação
das de segurança contra intrusão, que impeçam ou das condições de aproximação, estacionamento
inibam a invasão de alguns locais por pessoas não e manobra das viaturas dos bombeiros;
autorizadas. Contudo, a protecção contra riscos de
▪ Pontos de entrada dos bombeiros;
incêndio deve prevalecer sobre a protecção contra
riscos de intrusão, não devendo nunca qualquer medi- ▪ Comportamento ao fogo dos materiais e elemen-
da adoptada, na óptica de protecção contra intrusão, tos de construção com a indicação da resistência
prejudicar a segurança contra incêndio, nomeadamente ao fogo dos elementos estruturais, dos elemen-
o bloqueio de caminhos de evacuação e ou saídas de tos de suporte e compartimentação e da reacção
emergência. ao fogo dos materiais utilizados em revestimen-
tos de paredes, tectos e pavimentos;
A necessidade de manter a operacionalidade de um
hospital, numa situação pós-sismo, requerer que, para ▪ Medidas de compartimentação corta-fogo, iso-
além da segurança dos edifícios às acções sísmicas, a lamento e protecção no interior dos edifícios em
considerar no projecto de fundações e estruturas, função da sua altura extensão em planta e da
sejam adoptadas medidas no universo das instalações organização dos seus espaços interiores;
técnicas especiais que assegurem a continuidade do
serviço, pelo que o estudo de segurança integrada ▪ Caminhos horizontais e verticais de evacuação
deve fazer a abordagem das soluções adoptadas pelos com indicações sobre o seu dimensionamento,
diferentes intervenientes nos projectos de instalações medidas adoptadas na sua protecção, distâncias
especiais, com vista à manutenção do hospital em a percorrer e da sua organização;
funcionamento, nomeadamente tendo em conta os
aspectos atrás indicados e referidos nas Especifica- ▪ Locais afectos a serviços técnicos, com a indica-
ções Técnicas para o Comportamento Sismo- ção das medidas de protecção e isolamento
Resistente de Edifícios Hospitalares (ET 05/2007 – adoptadas.
ACSS).
53
Subsecção 2.8 Segurança integrada Secção 2
54
Secção 2 Subsecção 2.9 Gestão técnica centralizada
Subsecção 2.9 – Gestão técnica centralizada funcionamento com vista à melhoria na utilização
de equipamentos e optimização dos aspectos
referentes à conservação e gestão de consumo
1. Introdução de energia;
A crescente complexidade das unidades hospitalares,
com modernas e variadas instalações e equipamentos, ▪ Apoio às actividades de manutenção.
implica, hoje em dia, a manutenção de níveis de opera-
cionalidade elevados e a necessidade de obtenção da
3. Funções previstas
máxima rentabilidade e eficiência energética com refle-
xos no retorno do investimento, redução de consumos O sistema de gestão técnica deve assegurar, essen-
e impactos ambientais. cialmente, funções de três tipos:
Por outro lado, no âmbito da manutenção preventiva e ▪ De comando e controlo (funcionamento normal);
para despiste atempado de ocorrências singulares –
falhas e deficiências, torna-se de toda a conveniência ▪ De sinalização e alarme;
criar condições para a recolha de informações, que
▪ De recolha, tratamento e armazenamento de
facilitem uma resposta rápida e eficaz dos serviços de
informação (histórico).
manutenção, sejam eles locais ou externos.
No primeiro caso, o sistema de gestão técnica, de
São as condições de funcionamento das instalações
forma efectiva, deve controlar o funcionamento dos
técnicas e equipamentos – instalações mecânicas,
sistemas integrados, de acordo com a sua funcionali-
instalações eléctricas, elevadores, instalações de
dade, que é traduzida na programação de base intro-
águas e esgotos, instalações de segurança, equipa-
duzida no sistema informático de comando, integrante
mentos médicos específicos, etc., que impõem a exis-
do sistema.
tência do sistema de gestão técnica centralizada - que
são objecto da presente Especificação. No segundo caso, o sistema deve limitar-se a enviar
indicações para que, com a possível celeridade, se
2. Âmbito desenvolvam as necessárias acções correctivas.
Praticamente todas as instalações existentes numa No terceiro caso, o sistema deve criar gráficos e qua-
unidade hospitalar podem ser abrangidas pelo sistema dros, que permitam formular juízos sobre o adequado
de gestão técnica. funcionamento dos sistemas controlados.
A justificação da sua integração neste sistema e a
medida em que se faz essa integração, deve ser o 4. Caracterização genérica do equipamento do
resultado da análise a efectuar sobre as suas funções e sistema de gestão técnica
impactos no funcionamento dos serviços hospitalares,
uma vez que nem todos os aspectos ou indicadores de
funcionamento das instalações e equipamentos neces- 4.1. Concepção
sitam de ser controlados por este sistema. O sistema de gestão técnica deve ter como base um
sistema informático, com rede de comunicação interli-
Só uma análise criteriosa, tendo em conta os critérios gando controladores autónomos programáveis distri-
de projecto, os riscos associados ao não funcionamen- buídos por todo o complexo. São estes controladores,
to do equipamento em causa, a probabilidade e gravi- que efectuam a aquisição dos dados das variáveis a
dade dessa ocorrência, pode, com fundamento, condu- controlar e, simultaneamente, executam os comandos
zir à decisão de efectuar ou não a ligação ao sistema de correcção, de arranque ou paragem das instalações.
de gestão técnica.
Os controladores devem ser interligados entre si, por
No mínimo, deverão ser executadas ligações que per- intermédio de redes de comunicação que, preferen-
mitam assegurar: cialmente, devem fazer uso de um protocolo aberto e
de grande divulgação. Devem naturalmente ter capaci-
▪ Regulação, controlo e supervisão de instalações dade de funcionamento em rede, mas devem também
técnicas: AVAC, fornecimento de energia eléctri- apresentar uma capacidade de funcionamento autóno-
ca, iluminação de zonas públicas, instalações de mo.
gases medicinais, abastecimento de água, etc;
Os controladores, através de uma programação ade-
▪ Supervisão das instalações de segurança atra- quada, devem permitir ligação a vários tipos e/ou
vés do acompanhamento do funcionamento das modelos e/ou marcas de sensores, de modo que o
respectivas instalações e equipamentos asso- utilizador possa diversificar a escolha de fornecedores
ciados; destes equipamentos. O mesmo se deve verificar rela-
tivamente aos actuadores (saídas).
▪ Apoio à gestão e exploração do edifício e seus
equipamentos através da recolha de dados de
55
Subsecção 2.9 Gestão técnica centralizada Secção 2
Superintendendo este conjunto, deve existir um equi- 4.3. Quadros com equipamento de controlo
pamento central que interligará, por um circuito de Devem fazer parte deste sistema, os denominados
comunicações às estações de operador. Estas esta- “quadros da gestão técnica” que são constituídos, basi-
ções, onde se processarão todas as informações camente, por quadros eléctricos do tipo armário, que
essenciais para um acompanhamento eficaz da insta- comportarão os controladores e as suas extensões.
lação, devem ser localizadas em locais próprios, que
devem ser definidos conjuntamente com o projecto de Associadas aos controladores, devem existir tabelas
arquitectura. das entradas e saídas que lhes vão ligar, de modo a
permitir, no caso de operação local, uma identificação
Nas estações do operador devem existir postos de rápida da função de cada entrada ou saída.
supervisão, interligados com os controladores referidos,
a partir dos quais deve ser possível ler e alterar,
manualmente ou automaticamente por programação, 4.4. Equipamento central
os parâmetros dos controladores. Desta forma, a estra- Nas “estações de operador” devem ser implantados os
tégia de funcionamento do sistema pode ser modifica- postos de supervisão, com sistemas de gráficos dinâ-
da, sem necessidade de alterar as ligações físicas da micos, constituídos por computadores e impressoras.
instalação.
▪ Analisadores de rede;
56
Secção 2 Subsecção 2.10 Heliporto
▪ Localização:
▪ Acessos:
▫ Cobertura
▫ Solo
▪ Duração da transferência
57
Subsecção 2.10 Heliporto Secção 2
58
Secção 2 Subsecção 2.11 Espaços exteriores
Subsecção 2.11 – Espaços exteriores Devem ser utilizados materiais, elementos de constru-
ção e técnicas construtivas que possuam um máximo
de durabilidade, não se devendo admitir soluções que
1. Enquadramento propiciem uma degradação prematura ou uma manu-
Entende-se por espaços exteriores o conjunto de áreas tenção problemática, devendo por isso utilizar-se mate-
e “sistemas” (vegetais, infra-estruturais, redes, etc.) não riais que apresentem melhores características e garan-
tias de manutenção.
edificadas dentro da cerca/ recinto hospitalar. No âmbi-
to dos espaços exteriores englobam-se todas as zonas
As soluções de projecto devem ter em atenção a articu-
circundantes do edifício hospitalar delimitados por uma
lação clara de funções entre os corpos do edifício hos-
vedação ou outro elemento arquitectónico, nomeada-
pitalar, ou entre estes e as zonas de espaço exterior,
mente: ou de acessos viários e pedonais. Estas soluções
▪ Jardins; devem também ter em conta aspectos referentes ao
conforto térmico e visual do exterior, sobretudo no que
▪ Terrenos com vegetação de enquadramento; concerne ao material vegetal a utilizar (cor, vistas a
ocultar ou privilegiar, textura, sombra, floração, etc.)
▪ Parques de estacionamento à superfície;
A construção de elementos arquitectónicos tais como
▪ Circuitos pedonais, associados ou não à estrutu- pérgulas, muros e outros, poderá constituir barreiras
ra viária; arquitectónicas pelo que deve ser sempre garantido o
acesso a pessoas de mobilidade condicionada entre, e
▪ Árvores ou outros elementos vegetais integrados a todas as áreas do espaço exterior hospitalar.
em passeios, parques de estacionamento e
arruamentos; Os movimentos de terras a efectuar deverão ter em
conta a natureza e a morfologia do terreno onde se vão
▪ Rede de rega e depósitos de água; efectuar, de molde a não provocar situações que pos-
sam ser de risco em espaço exterior e garantindo total
▪ Drenagem, bacias de retenção de drenagem de estabilidade ao espaço (ex: taludes acentuados).
pluviais;
As soluções de projecto devem ter especial atenção
▪ Iluminação exterior; aos elementos vegetais existentes, quer se assumam
como maciços arbóreos ou elementos isolados, e à
▪ Sinalética e mobiliário urbano. existência de espécies vegetais com particular valor
paisagístico e cultural. O projecto deve indicar os
Para a elaboração das várias fases de projecto deverá exemplares ou maciços a manter, eliminar ou trans-
ter-se em conta o local em que este se insere, nomea- plantar.
damente os aspectos biofísicos, ambientais, topográfi-
cos e paisagísticos, áreas naturais, etc., respeitando-se Deverá ser observada a existência de elementos cons-
as disposições expressas nos planos directores muni- truídos com valor patrimonial e/ou cultural, tais como
cipais e outros instrumentos de planeamento e gestão ruínas, muros, moinhos, etc., na concepção do projec-
do território (Decreto-Lei nº 380/99) ou protecção da to.
natureza que possam influenciar ou condicionar o pro-
jecto. O material vegetal deverá estar adaptado às condições
edafo-climáticas locais e ao sítio específico em que se
A concepção do projecto de espaços exteriores deve vai inserir (microrelevo), nomeadamente condições de
ter em conta princípios de integração paisagística de exposição solar, proximidade ao mar, zonas húmidas,
todo o conjunto hospitalar, devendo estar evidente a etc.
inserção do conjunto edificado no terreno e área envol-
vente existente ou a alteração desta situação, tanto do Na escolha do material vegetal deverão ser tidas em
ponto de vista paisagístico como topográfico e urbanís- conta questões como a manutenção e a sustentabilida-
tico. de do mesmo.
Os acessos, circulações e estacionamentos devem ser O conceito global subjacente à concepção da rede de
adequados ao tipo de uso a que se destinam, nomea- rega e da drenagem é o da optimização dos recursos
damente, perfis transversais e longitudinais, escolha de utilizados (gestão da água) e a sua sustentabilidade,
pavimentos e pendentes. Na escolha dos materiais a nomeadamente na questão da redução dos consumos
utilizar em zonas pavimentadas, ou em soluções cons- de água e na promoção de soluções técnicas que facili-
truídas, como muros, muretes ou zonas de estadia tem a infiltração das águas pluviais no interior do terre-
poderá/ deverá ter-se em conta a região em que se no do hospital.
inserem, bem como a sua relação com os materiais
propostos em toda a arquitectura do edifício hospitalar. Serão de evitar soluções de entubamento ou canaliza-
ção de linhas de água ou de drenagem natural que
existam no terreno.
59
Subsecção 2.11 Espaços exteriores Secção 2
A sinalética e a iluminação deverão estar articuladas mento e manobra de viaturas, bem como o estabeleci-
com a concepção global de todo o espaço, nomeada- mento das operações de socorro, dando acesso a
mente, localização de acessos, caminhos pedonais, todas as fachadas exteriores dos edifícios, que dispo-
estacionamentos, assim como a localização da arbori- nham de vãos.
zação.
A zona de acesso às urgências deverá permitir a para-
A sinalética, a iluminação e o mobiliário urbano deverão gem de ambulâncias e outros veículos de urgências
ser articulados entre si promovendo uma imagem coe- sem bloquear a circulação no local.
rente de todo o conjunto hospitalar.
O trânsito nesta zona deverá ser particularmente acau-
Em todos os âmbitos de projecto deverão ser indicadas telado evitando-se situações propícias à ocorrência de
normas ou documentos de homologação que caracteri- acidentes tais como inversão de marcha, cruzamentos
zem os equipamentos e materiais propostos. ou atravessamentos por circulações não ligadas às
urgências.
2. Recomendações e especificações Na zona da entrada das urgências deverá ser previsto
um parque de estacionamento para ambulâncias que
permita, sem geração de conflitos de tráfego e sem
2.1. Acessos, circulações pedonais e de viaturas percursos inúteis, o seu regresso ao local para retoma
O recinto hospitalar deverá ser servido por duas entra- do doente após alta.
das distintas (caso outra solução não esteja expressa
no programa funcional), sendo uma a principal e outra Devido ao carácter muito específico das respectivas
a de serviço. intervenções o circuito de saída do VMER (viatura
médica de emergência e reanimação) deverá ser espe-
A principal tem como objectivo o acesso principal ao cialmente acautelado de forma a não criar conflitos
edifico hospitalar e deverá ser acompanhada de um quando em saídas urgentes.
circuito pedonal que permita o acesso a serviços como:
Deverá ser prevista uma rede exterior de circulação
▪ Urgências; pedonal ligando os acessos, os estacionamentos e as
paragens de transportes públicos às várias entradas no
▪ Consultas externas; edifício. Esta rede deverá atender à eliminação de
barreiras arquitectónicas e à segurança e conforto de
▪ Edifício principal; utilização.
▪ Entradas do edifício previstas em programa fun- Os circuitos traçados deverão estar perfeitamente assi-
cional. nalados nas peças desenhadas apresentadas e possuir
uma estrutura que demonstre claramente a sua hierar-
A entrada de peões deverá estar articulada ou promo-
quia e ordem de grandeza, de modo a facilitar a orien-
ver o cruzamento, em determinados pontos do seu
tação e selecção de circulação dentro da cerca do
circuito com a estrutura viária proposta, de modo a
hospital. Estes circuitos devem assim responder a uma
permitir uma circulação fácil e rápida aos acessos, ao
hierarquia funcional e organizacional, reflectida, quer
edifício hospitalar e aos edifícios entre si.
no seu traçado específico, quer no tipo de materiais
A entrada de serviço funcionará para o acesso de que se utilizam:
abastecimentos e saída de cadáveres ou funerais,
▪ Nível de acesso principal (conjunto viário e
devendo estes ter circuito discreto e não visível de
pedonal);
compartimentos com permanência de doentes.
▪ Nível de acesso secundário (pedonal);
As entradas devem permitir acessos específicos e
diferenciados às diversas penetrações do edifício e ▪ Nível de acesso terciário (pedonal de utilização
respectivos serviços de apoio, de modo a facilitar a pouco frequente).
orientação e selecção da circulação dentro da cerca do
hospital. O traçado dos acessos é naturalmente condicionado
pela natureza dos arruamentos que o envolvem, pela
As circulações exteriores deverão possibilitar o fácil e topografia do terreno, e pela obrigatoriedade de permitir
rápido acesso às urgências, tanto a partir da entrada o acesso a pessoas de mobilidade reduzida, facto que
principal, como do heliporto. Deverão ser minimizados condiciona também os materiais e acabamentos a
os inconvenientes da sobreposição das circulações das considerar.
urgências com os outros tipos de circulações.
Os estacionamentos deverão ser concebidos em fun-
As circulações exteriores devem permitir a criação de ção da localização dos diferentes serviços existentes e
um anel de segurança para acesso dos bombeiros em articulados com a rede viária e circuitos pedonais.
caso de emergência, para a aproximação, estaciona-
60
Secção 2 Subsecção 2.11 Espaços exteriores
A concepção dos acessos pedonais deverá ser funda- 2.6. Elementos construídos
mentada em termos de hierarquia funcional e de pólos Neste ponto devem ser considerados, nomeadamente,
geradores de tráfego de veículos e de peões e trans- os seguintes aspectos:
portes públicos.
▪ Esclarecimento de quais os tipos de elementos
construídos propostos;
2.2. Articulação funcional
Deve ser garantida a circulação pedonal segura e con- ▪ Soluções encontradas, tais como a drenagem e
tínua entre os acessos do hospital (principal e de servi- modelação, quer se trate de muros e muretes ou
ço) e o(s) edifico(s) hospitalares, e entre estes e a sua de zonas de estadia;
envolvente.
▪ Relações visuais;
A hierarquização dos acessos pedonais e viários deve-
rá ser concebida tendo em conta a existência de pólos ▪ Os elementos construídos já existentes e com
geradores de maior circulação viária e pedonal bem interesse para as novas funções do espaço
como a função e o tipo de movimento pretendido para (valor patrimonial ou arquitectónico, cultural ou
cada um deles. outro) deverão constar de uma planta de levan-
tamento da situação existente.
Esta articulação deverá estar claramente expressa nas
peças desenhadas a apresentar, através de um
esquema simples que evidencie a hierarquia dos circui- 2.7. Drenagem
tos. Deverão ser adoptadas soluções de drenagem que
permitam a máxima infiltração das águas pluviais (dre-
nagem das coberturas do(s) edifício(s) ou de áreas
2.3. Segurança e conforto pavimentadas do espaço exterior), ou a sua recondu-
Neste ponto devem ser considerados, nomeadamente, ção e posterior infiltração no terreno natural.
os seguintes aspectos:
O objectivo inerente à drenagem será o de reduzir ao
▪ Sombreamento de percursos e estacionamentos; mínimo possível o caudal de água debitado na rede de
esgotos pluviais. A procura é a do equilíbrio do balanço
▪ Acessibilidade pedonal de nível ou com declives hídrico de todo o recinto hospitalar.
pouco acentuados;
Deverão ser identificadas e claramente expressas nas
▪ Regularidade de pavimentos e materiais de aca- peças desenhadas as linhas de drenagem natural do
bamento. terreno e assegurada a continuidade de do seu funcio-
namento.
2.4. Pavimentos Deverão ser evitadas ou reduzidas as soluções de
Os pavimentos exteriores deverão possuir uma drena- canalização ou entubamento de linhas de drenagem
gem eficaz e uma limpeza e manutenção fácil, em natural.
termos de coloração, textura, e grau de conforto (mate-
riais e acabamentos a considerar)
2.8. Rega
As rampas (caso existam) deverão apresentar uma No plano de rega deverá estar subjacente a ideia de
inclinação adequada às suas funções, e à circulação de optimização do sistema em termos de consumos, tem-
pessoas de mobilidade reduzida, assim como uma pos de rega e os custos que evidentemente lhes estão
rugosidade adequada. associados.
Na escolha dos pavimentos (em termos de materiais e Sempre que possível deverá ser potenciada a utiliza-
cores) deverá ser claro o tipo de funções e o seu uso ção de meios próprios, quer sejam furos ou recursos
predominante. hídricos endógenos ao terreno de intervenção. Caso tal
não se verifique, o sistema de rega deverá funcionar
apoiado, preferencialmente, no aproveitamento de
2.5. Material vegetal águas pluviais das coberturas e, secundariamente,
Deverão estar bem definidas quais as espécies utiliza- numa ligação ao sistema público de abastecimento de
das, nomeadamente em questões como tamanhos, água.
PAP’s, porte, garantia de boa adaptação das espécies
ao local do projecto. Esta escolha deverá também ter
em atenção o local em termos mais específicos, como 2.9. Iluminação e sinalética
a existência de zonas mais ensombradas ou, pelo O projecto de iluminação exterior deverá considerar a
contrário de maior exposição solar. iluminação das zonas envolventes aos edifícios, zonas
61
Subsecção 2.11 Espaços exteriores Secção 2
O projecto de iluminação deve ter como premissa base 3.1. Concepção com durabilidade
não só a iluminação viária mas também considerar a O projecto de espaços exteriores, infraestruturas rodo-
iluminação das zonas envolventes aos edifícios e de viárias, respectivas redes e equipamentos deverão
eventuais zonas de estadia, bem como de caminhos incluir:
que se considerem importantes assinalar, por serem de
acesso principal ou por outros motivos devidamente ▪ Indicação explícita e fundamentada de uma
justificados. estimativa de vida útil expectável de todas as
infraestruturas, redes e equipamentos dos espa-
Deverão ser favorecidas as soluções que promovam ços exteriores;
uma diferenciação lumínica consoante se trate de per-
cursos pedonais de maior ou menor intensidade, ▪ Indicação de eventual sobredimensionamento de
dependendo dos fluxos, ou de zonas de maior frequên- infraestruturas, equipamentos ou redes de modo
cia. a fazer face a aumentos de consumo ou tráfego;
A imagem global deverá ser a da articulação dos ele- 3.2. Construção / montagem com durabilidade
mentos de iluminação com o mobiliário urbano e a O projecto de instalações deverá:
sinalética escolhida (quer esta seja de nível informativo
ou orientativo) promovendo uma imagem uniforme e ▪ Indicar os materiais e equipamentos associados
coerente de todo o conjunto hospitalar. aos espaços exteriores colocados em obra que
deverão ser verificados no sentido de confirmar
que viabilizam a estimativa da vida útil expectá-
2.10. Mobiliário urbano/equipamentos vel feita na fase da concepção; os fornecedores
O mobiliário urbano escolhido deverá atender às carac- deverão explicitar a vida útil expectável dos res-
terísticas expressas no conjunto de iluminação, sinalé- pectivos produtos assim como a manutenção
tica e à imagem global do(s) edifício(s), tendo em conta previsível (com descrição das tarefas envolvidas
que deverá ser escolhido atendendo ao sitio em que se e respectiva periodicidade);
vai localizar, tal como: zonas de estadia, caminhos de
acesso principal, caminhos secundários, etc. ▪ Indicar que todos os equipamentos associados
aos espaços exteriores deverão ser fornecidos
Deverão ser incluídos e localizados os seguintes ele- com manuais de manutenção, com indicação da
mentos: periodicidade das actividades de manutenção,
assim como de um período de garantia de fun-
▪ Papeleiras; cionamento.
▪ Bebedouros;
3.3. Aspectos de manutenção
▪ Bancos;
As recomendações para os espaços exteriores, relati-
▪ Paragens de autocarro; vas aos aspectos de manutenção são apresentadas na
Subsecção 2.13.
▪ Estacionamentos para bicicletas ;
▪ Parques infantis.
62
Secção 2 Subsecção 2.12 Gestão integrada de resíduos
▪ Fluxos especiais (resíduos radioactivos, resíduos Os resíduos poderão ser acumulados, por um tempo
líquidos perigosos, resíduos com mercúrio, resí- máximo de 12h, em áreas de acumulação temporária
duos de medicamentos, material eléctrico e elec- distribuídas pelo(s) edifício(s) de acordo com a neces-
trónico, lâmpadas fluorescentes, óleos usados, sidade e a produção de resíduos.
películas de raio-x, monstros/monos, entre
outros) 2.2. Recolha e Transporte Interno
Para além destes, existem os resíduos produzidos da Os resíduos deverão ser transportados conveniente-
fase de construção – os resíduos de construção e mente acondicionados e deverão ser estabelecidos
demolição (RCD). Durante a fase de exploração tam- circuitos de fluxo unidireccional, com horários desfasa-
bém se produzirá este tipo de resíduos, mas de uma dos da distribuição de roupas, medicamentos, alimen-
forma mais esporádica. tos e maior afluxo de utentes. Os circuitos deverão
garantir a manutenção de uma boa higienização do
A opção pela gestão integrada de resíduos impõe-se hospital e dos elementos utilizados (elevadores, corre-
face à necessidade de minimização da produção de dores, carros de transporte, etc.).
resíduos de forma global, a começar desde logo numa
ponderada triagem na origem, com o intuito de dar um
destino final adequado a todos os tipos de resíduos e 2.3. Armazenamento em Ecocentro Hospitalar
reciclar todos aqueles que sejam passíveis de tal, con- Trata-se de um espaço preparado e exclusivo para
tribuindo assim para um melhor desempenho ambiental acolher temporariamente os resíduos até ser possível o
e de higiene e segurança no hospital e fora dele. Para seu transporte para o exterior, que permita a lavagem e
tal, a unidade de saúde deverá desenvolver e imple- desinfecção dos contentores, carros de transporte e de
mentar um plano de gestão de resíduos, desenvolver outros equipamentos, e, se necessário, áreas refrigera-
manuais de boas práticas, dar formação aos funcioná- das.
rios e sensibilizar os utentes e visitas.
Este espaço deverá ter um ponto de abastecimento de
A entidade gestora dos resíduos deverá documentar água para limpeza da instalação e dos equipamentos, e
todos os procedimentos e métodos de prestação deste consequente drenagem das águas de lavagem.
serviço, com recurso a manuais de procedimentos, que
devem manter-se sempre actualizados e disponíveis a Dentro do ecocentro deverão existir circuitos de sujos e
todo o pessoal relevante. A higiene e segurança dos limpos diferenciados, evitado o cruzamento entre estes.
funcionários, utentes e visitas deverão ser garantidas. Todo o espaço deverá ser ventilado e iluminado. Os
resíduos perigosos deverão ser armazenados com
A legislação nacional e comunitária sobre armazena- separação física dos restantes para evitar contamina-
mento, recolha, transporte e destino final de resíduos ção.
deverá ser cumprida, assim como outras matérias
aplicáveis. A entidade gestora deverá dotar-se de todos os equi-
pamentos necessários à prestação deste serviço e
assegurar a sua manutenção.
2. Gestão integrada de resíduos
O ecocentro deverá ter, preferencialmente, acesso
directo ao exterior para facilitar a recolha e transporte
2.1. Triagem e Acondicionamento externo. Não deve estar localizado junto a áreas de
Devem ser criadas condições que permitam a triagem armazenamento de alimentos e preparação de refei-
correcta de todos os resíduos, de acordo com o tipo, o ções, e deve estar claramente separado de áreas de
local de produção e a estimativa de produção: armazenamento de material clínico, de consumo, de
medicamentos e rouparia para evitar infecções cruza-
das.
63
Subsecção 2.12 Gestão integrada de resíduos Secção 2
64
Secção 2 Subsecção 2.13 Manutenção
65
Subsecção 2.13 Manutenção Secção 2
▪ Pormenorização das armaduras dos elementos ▪ Soluções eficazes de acesso para manutenção e
estruturais de betão, com justificação dos reco- reparação das redes (soluções de cortes de
brimentos adoptados tendo em conta o período redes).
de vida expectável para o hospital.
Os projectos de instalações e equipamentos mecânicos
Os projectos de instalações de águas e saneamento deverão incluir nomeadamente:
deverão incluir nomeadamente:
▪ Justificação da solução de climatização para as
▪ Justificação da solução de armazenamento e tra- diferentes zonas do edifício, indicando quais os
tamento das águas residuais, ventilação de limites garantidos nas diferentes zonas para os
extracção, sistema de bombagem; diferentes parâmetros do ar interior (temperatu-
ra, humidade relativa, velocidade do ar, níveis de
▪ Soluções eficazes de acesso para manutenção e concentração de partículas, poluentes e
reparação das redes (soluções de cortes de microorganismos);
redes).
▪ Informação que se considera dever ser fornecida
Os projectos de redes de gases clínicos e de vácuo pelo fornecedor dos equipamentos e materiais e
deverão incluir nomeadamente: pelo instalador;
▪ Nível de garantia da estanqueidade das redes e ▪ Descrição do ensaios de recepção a realizar,
possibilidade de detecção de fugas das mesmas; com indicação das grandezas que se pretende
medir;
▪ Soluções eficazes de acesso para manutenção e
reparação das redes (soluções de cortes de ▪ Cumprimento da legislação nacional (indicação
redes). dos regulamentos observados);
Os projectos de instalações e equipamentos eléctri- ▪ Cumprimento de normas (indicação das normas
cos deverão incluir nomeadamente: observadas);
▪ Indicação explícita e fundamentada de uma ▪ Indicação das disposições de segurança contra
estimativa de vida útil expectável de todas as intrusão nas zonas técnicas;
infra-estruturas, materiais e equipamentos;
▪ Indicação das disposições de segurança no tra-
▪ Indicação de eventual sobredimensionamento de balho do pessoal técnico;
equipamentos de modo a fazer face a aumentos
de consumo ou tráfego; ▪ Descrição das sequências de actuação do sis-
tema de gestão supervisionando os sistemas de
▪ Indicação de eventual sobredimensionamento de AVAC e de AQS;
infra-estruturas de suporte ou protecção de
cabos eléctricos de modo a permitir instalar ▪ Descrição da resposta dos sistemas de AVAC e
novas redes; de desenfumagem dentro do plano de segurança
contra incêndio do edifício;
▪ Indicação de espaços de reserva quer nos equi-
pamentos (exemplo: espaço de reserva em qua- ▪ Indicação das habitações técnicas mínimas da
dros eléctricos) quer arquitecturais (exemplo: equipa (equipa permanente e equipa de apoio,
espaço para grupo de emergência adicional) própria ou de outsourcing) que efectua a condu-
para permitir instalar novos equipamentos; ção dos sistemas de AVAC e de AQS;
66
Secção 2 Subsecção 2.13 Manutenção
▪ Soluções eficazes de acesso para manutenção e água), cujos resultados devem ser confrontados
reparação das redes (soluções de cortes de com os previstos na fase da concepção;
redes).
▪ Indicar que os materiais e elementos de constru-
Os projectos de espaços envolventes, infraestruturas ção da estrutura colocados em obra deverão ser
rodoviárias, respectivas redes e equipamentos deve- verificados no sentido de confirmar que viabili-
rão incluir nomeadamente: zam a estimativa da vida útil expectável para os
elementos principais da construção feita na fase
▪ Indicação explícita e fundamentada de uma da concepção; os fornecedores deverão explici-
estimativa de vida útil expectável de todas as tar a vida útil expectável dos respectivos produ-
infraestruturas, redes e equipamentos dos espa- tos assim como os custos anuais de manutenção
ços envolventes; previsíveis (com descrição das tarefas envolvi-
das e respectiva periodicidade) e ficar vinculados
▪ Previsão de meios de acesso e de equipamentos contratualmente aos valores fornecidos.
que possibilitem / facilitem todas as operações
de inspecção, limpeza, manutenção, reabilitação Nas especificações técnicas dos projectos de instala-
e substituição dos elementos principais. ções de águas e esgotos, a aplicação dos aspectos de
construção / montagem com durabilidade passará
nomeadamente por explicitar a informação que se
4. Condições da construção / montagem com considera dever ser fornecida pelo instalador, com
durabilidade indicação dos ensaios em fábrica previstos.
Os aspectos de construção / montagem com durabili-
dade a incluir nas especificações técnicas do projecto Nas especificações técnicas dos projectos de redes de
de execução, deverão indicar os ensaios e exigências gases medicinais e vácuo, a aplicação dos aspectos de
de garantias de durabilidade para a fase de construção construção / montagem com durabilidade passará
e a implementação de sistemas de controlo de qualida- nomeadamente por indicar os ensaios de recepção a
de que garantam os referidos parâmetros. realizar, com indicação das grandezas que se pretende
medir.
Nas especificações técnicas do projecto de arquitectu-
ra, a aplicação dos aspectos de construção / montagem No que se refere às instalações e equipamentos eléc-
com durabilidade passará nomeadamente por: tricos a aplicação dos aspectos de construção / monta-
gem com durabilidade passará nomeadamente por
▪ Indicar que os materiais e elementos de constru- explicitar que os fornecedores de todos os equipamen-
ção colocados em obra deverão ser verificados tos destas instalações deverão entregar os seguintes
no sentido de confirmar que são compatíveis elementos sobre a sua fiabilidade e manutenção:
com a estimativa da vida útil expectável para os
elementos principais da construção feita na fase ▪ Instruções de manutenção;
da concepção;
▪ Características a controlar e valores limite a res-
▪ Indicar que os fornecedores deverão explicitar a peitar nas operações de manutenção condicio-
vida útil expectável dos respectivos produtos nada;
assim como os custos anuais de manutenção
▪ MTBF ou tempo de vida útil previsto;
previsíveis (com descrição das tarefas envolvi-
das e respectiva periodicidade) e ficar vinculados ▪ Período durante o qual se manterão em fabrica-
contratualmente aos valores fornecidos; ção os equipamentos;
▪ Indicar que todos os equipamentos associados à ▪ Período durante o qual se garante o fornecimen-
construção civil e à inspecção / manutenção to de peças de reserva;
deverão ser fornecidos com manuais de manu-
tenção, com indicação de periodicidade e custos ▪ Tempo previsto de entrega de peças de reserva.
de manutenção, assim como de um período de
garantia de funcionamento. Nas especificações dos projectos de instalações e
equipamentos mecânicos, a aplicação dos aspectos de
Nas especificações técnicas do projecto de estrutu- construção / montagem com durabilidade passará
ras, a aplicação dos aspectos de construção / mon- nomeadamente por:
tagem com durabilidade passará nomeadamente por:
▪ Explicitar a informação que se considera que
▪ Indicar que, no que se refere ao betão colocado dever ser fornecida pelo instalador, com indica-
em obra, para além dos ensaios de conformida- ção dos ensaios em fábrica previstos;
de habituais, devem ser previstos outros asso-
ciados à durabilidade (penetração da carbonata- ▪ Indicar os ensaios de recepção a realizar, com
ção e de cloretos, absorção e permeabilidade à indicação das grandezas que se pretende medir.
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Subsecção 2.13 Manutenção Secção 2
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ACSS doAdministração Central
Sistema de Saúde, IP
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