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“Desvendando o Espiritismo” – Material de Apoio

Tema 06 – Comunicabilidade dos Espíritos

Questões para debate

1. A possibilidade de comunicar-se com os chamados mortos é fato recente


na história da Humanidade?

2. Por que Moisés proibiu o intercâmbio entre os homens e os Espíritos?

3. Para ser médium é preciso ter um comportamento moral elevado?

4. Qual é, segundo o Espiritismo, o objetivo da mediunidade?

5. Como entender, à vista dos ensinamentos espíritas, a interdição das


relações entre os homens e os mortos?

Texto para leitura

O fenômeno mediúnico e a lei mosaica

1. A comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados é um fato antiqüíssimo,


com a única diferença de que no passado ela era conhecida somente pelos
chamados iniciados e na atualidade, com o Espiritismo, tornou-se um fenômeno
generalizado.

2. A possibilidade de os Espíritos se comunicarem é um fato já muito bem


estudado e comprovado, mas correntes religiosas diferentes da Doutrina Espírita
criticam-na, baseando-se na proibição mosaica de evocação dos mortos.

3. Para melhor compreensão das palavras de Moisés, vejamos o texto:

“Não vos desvieis para procurar mágicos; não consulteis os adivinhos, e receais
que vos contamineis, dirigindo-vos a eles. Eu sou o senhor vosso Deus.”
(Levítico, cap. XIX, v.31.)

“O homem ou mulher que tiver Espírito de adivinho, morra de morte. Serão


apedrejados, e o seu sangue recairá sobre eles.” (Levítico, cap. XX, v.27.)

“E entre vós ninguém haja que pretenda purificar filho ou filha passando-os pelo
fogo; que use malefícios, sortilégios e encantamentos; que consulte os que têm
o Espírito de adivinhar, interrogando os mortos para saber a verdade. O senhor
abomina todas essas coisas e exterminará todos esses povos, à vossa entrada,
por causa dos crimes que têm cometido.” (Deuteronômio, cap. XVIII, vv. 9, 10,
11 e 12.)

Objetivo da proibição mosaica

4. Se a lei de Moisés deve ser rigorosamente observada neste ponto, então por
que não observá-la, também, nos outros pontos? A resposta é conhecida. Sabe-
se que a lei mosaica não é aplicada hoje porque não está mais de acordo com a
nossa época e com os nossos costumes. Ora, o mesmo ocorre relativamente à
proibição da evocação dos mortos e do trato com os Espíritos.

5. O legislador hebreu queria que o seu povo abandonasse todos os costumes


adquiridos no Egito, onde as evocações estavam em uso e facilitavam abusos,
inclusive o comércio grosseiro, associado às práticas da magia e do sortilégio e
acompanhado até mesmo de sacrifícios humanos.

6. A proibição de Moisés foi, assim, justíssima, porquanto as relações que então


se estabeleciam com os Espíritos não se baseavam nos sentimentos de respeito,
afeição ou piedade para com eles, sendo antes um recurso para adivinhações,
habilmente exploradas pelo charlatanismo.

A mediunidade segundo o Espiritismo

7. O Espiritismo veio mostrar o fim exclusivamente moral, consolador e religioso


das relações com a espiritualidade. Os espíritas não fazem sacrifícios humanos,
não interrogam astros, adivinhos e magos para se informar de qualquer coisa,
não usam objetos, medalhas, talismãs, fórmulas sacramentais ou lugares
lúgubres e horários específicos para atrair ou afastar Espíritos.

8. O espírita sabe que o conhecimento do futuro é vedado ao homem, e só em


casos raríssimos e excepcionais é que Deus faculta a sua revelação. Se o
homem conhecesse o futuro, por certo negligenciaria o presente e não agiria
com a mesma liberdade.

9. A mediunidade não é uma faculdade inerente apenas ao homem de bem e,


por isso, todos podem possuí-la. Mas, a moralização do médium libera-o da
influência de Espíritos inferiores e perversos, que se sentem, então,
impossibilitados de exercer domínio sobre os sensitivos, por lhes faltarem
condições para a necessária sintonia. A prática mediúnica constitui, portanto, um
fator de progresso humano pelos benefícios que acarreta.

A Igreja e as manifestações dos mortos

10. Repelir as comunicações é, pois, repudiar o meio mais poderoso de


instrução, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos
que as comunicações nos fornecem.

11. A experiência nos ensina, além disso, que é grande o bem que podemos
fazer desviando do mal os Espíritos imperfeitos e ajudando os que sofrem a
desprender-se da matéria e a se aperfeiçoarem.

12. Interditar as comunicações equivale, portanto, a privar as almas sofredoras


da assistência que lhes podemos e devemos dispensar, razão por que,
atualmente, até a Igreja, pela voz de vários de seus pastores – entre eles frei
Boaventura Kloppenburg, padre François Brune e padre Gino Concetti –, admite
que a comunicação com os Espíritos pode ser salutar, especialmente pelo
conforto moral que traz aos que se encontram desesperados com a perda de um
ente querido.

Respostas às questões propostas

1. A possibilidade de comunicar-se com os chamados mortos é fato recente


na história da Humanidade? R.: Não. A comunicabilidade dos Espíritos com
os encarnados é um fato antiqüíssimo, com a única diferença de que no passado
ela era conhecida somente pelos chamados iniciados e na atualidade, com o
Espiritismo, tornou-se um fenômeno generalizado.

2. Por que Moisés proibiu o intercâmbio entre os homens e os Espíritos?


R.: Moisés queria que seu povo abandonasse todos os costumes adquiridos no
Egito, onde as evocações estavam em uso e facilitavam os abusos, inclusive o
comércio grosseiro, associado às práticas da magia e do sortilégio e até mesmo
de sacrifícios humanos. A proibição de Moisés foi, assim, justíssima, porquanto
as relações que então se estabeleciam com os Espíritos não se baseavam nos
sentimentos de respeito, afeição ou piedade para com eles, sendo antes um
recurso para adivinhações, habilmente exploradas pelo charlatanismo.

3. Para ser médium é preciso ter um comportamento moral elevado? R.:


Não. A mediunidade não é uma faculdade inerente apenas ao homem de bem
e, por isso, todos podem possuí-la. Ressalve-se, no entanto, que a moralização
do médium libera-o da influência de Espíritos inferiores e perversos, que se
sentem, então, impossibilitados de exercer domínio sobre os sensitivos por lhes
faltarem condições para a necessária sintonia.

4. Qual é, segundo o Espiritismo, o objetivo da mediunidade? R.: O


Espiritismo mostra-nos o fim exclusivamente moral, consolador e religioso das
relações com a espiritualidade. Nas práticas do Espiritismo, conforme os
ensinamentos de Kardec e seus seguidores, não se fazem sacrifícios humanos,
não se interrogam astros, adivinhos e magos para se informar de qualquer coisa,
não se usam objetos, medalhas, talismãs, fórmulas sacramentais, nem se
escolhem lugares lúgubres e horários específicos para atrair ou afastar Espíritos.

5. Como entender, à vista dos ensinamentos espíritas, a interdição das


relações entre os homens e os mortos? R.: Em face da finalidade superior da
mediunidade, repelir as comunicações é repudiar um meio poderoso de
instrução, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos
que as comunicações nos fornecem. Interditar as comunicações equivale a
privar as almas sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos
dispensar, razão por que, atualmente, até a Igreja, pela voz de vários de seus
pastores, entre eles frei Boaventura Kloppenburg, padre François Brune e padre
Gino Concetti, admite que a comunicação com os Espíritos pode ser salutar,
especialmente pelo conforto moral que traz aos que se encontram desesperados
com a perda de um ente querido.

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, cap. I da segunda parte.
O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, itens 3, 4, 10 e 15.
Estudos Espíritas, de Joanna de Ângelis. Mediunidade, p. 138.
Deuteronômio, 18:10-12.
Levítico, 19:31 e 20:27.

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