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Apostila Imunologia / Curso Tecnico de Analises Clinicas / Professor Adriano Theodoro 1

adriano.theodoro1@gmail.com

IMUNIZAÇÃO ATIVA (VACINA)

A imunização tem com objetivo a prevenção de doença. A imunização de grupos


de populações visa a erradicação de doença.

A Imunização ativa pode ser adquirida naturalmente, em conseqüência de uma


infecção com ou sem manifestação clínica, ou artificialmente, mediante a inoculação de
frações ou produtos do agente infeccioso, do próprio agente , morto ou atenuado.

O princípio de funcionamento da vacina é o da utilização de antigenos preparados


em laboratório. Seu composto simula a própria doença que quer evitar, mas atenuada, de
forma que o corpo se vê obrigado a criar um mecanismo específico para se curar. A partir
daí a pessoa mantém gravada a "receita" para se defender desse "novo invasor" em
qualquer outra ocasião. A função da vacina é estimular nosso sistema de defesa,
tornando o "inimigo" conhecido - é a chamada imunização ativa. Certas vacinas como a
Sabin, que evita a paralisia infantil, são tão eficazes que, com apenas duas doses ficamos
imunológicos para o resto da vida.

Técnicas mais utilizadas na confecção de vacinas

Organismos inteiros atenuados (enfraquecidos): representam a mais velha e


simples maneira de se fazer uma vacina. Este método possui a grande vantagem de ser
muito simples e simular todos os mecanismos existentes na infecção natural, mas é
também o mais arriscado, já que há a possibilidade, destes organismos de se reverterem
para sua forma mais patogênica ou encontrarem sistemas imunológicos fracos que
possibilitem seu crescimento. Ex: Sabin (poliomielite)

Organismos inteiros mortos: muito parecido com o anterior com a vantagem de


não permitir a multiplicação do organismo, mas com a desvantagem de não produzir
proteínas que normalmente servem de antígeno à resposta imunológico. Ex: Salk (pólio)

Organismos inteiros modificados: os genes causadores da patogenicidade do


organismo são muito modificados ou até deletados. Isto evita um risco de reversão mas
têm como desvantagens uma necessidade de maior estudo do patógeno e uma pequena
mas considerável probabilidade de não imunizar o indivíduo contra o organismo
selvagem. Ex: gripe.

IMUNIZAÇÃO PASSIVA (SOROTERAPIA)

O princípio de ação do soro difere da vacina, pois injeta-se no paciente o


anticorpo. É indicado para situações de emergência como uma picada de cobra, quando
não há tempo para o organismo sesenvolver seus anticorpos. Trata-se de uma imunidade
adquirida passivamente e artificialmente. Obviamente o feto (e todas as linhagens
mamíferas) irá receber também um similar, mas naturalmente, ocorrendo desta forma
uma imunização passiva através da transferência materno-fetal de anticorpos IgG pela
placenta os quais a mãe está produzindo, e anticorpos IgA pelo leite materno.

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Apostila Imunologia / Curso Tecnico de Analises Clinicas / Professor Adriano Theodoro 2
adriano.theodoro1@gmail.com

CURSO DE UMA TÍPICA RESPOSTA HUMORAL

Fig. O antígeno A, introduzido no tempo zero, encontra pouco anticorpo específico


no soro. Depois de uma fase lag, aparece o anticorpo contra o antígeno A (azul) e sua
concentração sobe até um patamar, passando, então, a declinar. Quando o soro é testado
face a um outro antígeno, B (amarelo), nenhum anticorpo está presente, demonstrando a
especificidade da resposta de anticorpo. Quando o animal for exposto, mais tarde, a uma
mistura de antígenos A e B, irá ocorrer uma resposta anti-A muito rápida e intensa. Isto
ilustra a memória imunológico, a habilidade de o sistema imunológico fazer uma resposta
secundária contra o mesmo antígeno de modo mais eficiente e efetivo, o que propociona
ao hospedeiro uma defesa específica contra a infecção. Note que a resposta ao antígeno B
se assemelha à resposta inicial ou primária contra o antígeno A, pois este é o primeiro
encontro do hospedeiro com o antígeno B.

O mecanismo de memória imunológica está baseado nos dois tipos de linfócitos, T


e B. A memória imunológica é persistente no homem e depende da quantidade e da
qualidade do antígeno inoculado e do ritmo das estimulações

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