Imunidade2

IMUNIDADE
Dr.ª Teresa Costa

(Medicina Legal)
Dr. Hugo Gonçalves

(Tec. Medicina Legal)
Sistema Linfático e Imunidade
• IMUNIDADE
– Capacidade de resistir às agressões de substâncias
estranhas.
– Imunidade Inata (resistência não específica, resposta é
sempre a mesma a cada exposição)
– Imunidade Adaptativa (imunidade específica, resposta
aumentada em cada exposição – especificidade e
memória)
• IMUNIDADE
– Especificidade: capacidade de reconhecer cada substância.
– Memória: capacidade de recordar contactos prévios, com
uma reação mais rápida.
– Diz-se Pessoa imune ou imunizada quando detém estes
mecanismos.
• IMUNIDADE INATA
– FACTORES MECÂNICOS:
(formam barreiras protetoras que evitam a entrada de
microrganismos e os eliminam dos tecidos)
– pele, mucosas; lágrimas; saliva; urina; tosse e espirro;
remoção de partículas pela mucosa ciliada, captadas pelo
muco para a faringe para serem deglutidas.
Se os microrganismos não entrarem no organismo não

podem ser agentes de doença.
• IMUNIDADE INATA
MEDIADORES QUÍMICOS (atuam diretamente contra os
microrganismos ou ativam outros mecanismos que
conduzem à destruição do mesmos)
– Alguns mediadores estão na superfície das células e
matam ou evitam a entrada de microrganismos nas
células: lisozima, o sebo e o muco.
• IMUNIDADE INATA
MEDIADORES QUÍMICOS
– Alguns mediadores favorecem a inflamação, induzem a
vasodilatação, aumentam a permeabilidade vascular,
atraindo os leucócitos e estimulando a fagocitose:
histamina, complemento, prostaglandinas e os
leucotrienos.
– Interferão protege de infeções virais
• IMUNIDADE INATA
Complemento: 20 proteínas (10% das globulinas do plasma):
C1 a C9 e fatores B, D e P, que circulam no sangue de forma
inativa;
Ativam-se através da Cascata do complemento:
– via alternativa (imunidade inata), inicia-se quando C3 se
ativa espontaneamente. O C3 ativa a cascata ao tornar-se
estável quando se combina com uma bactéria ou vírus.
– via clássica (imunidade adaptativa)
• IMUNIDADE INATA
Via alternativa (vários mecanismos de proteção):
– 5 proteínas do complemento formam o complexo de
ataque à membrana (MAC) → abrem um orifício na
membrana, com entrada de H2O e Na+ e consequente lise
celular;
– Em algumas bactérias gram – há passagem de lisozima que
digere a parede da bactéria;
– Proteínas do complemento aderem à superfície das
bactérias e estimula a atuação dos macrófagos;
– Induzir inflamação por quimiotaxia.
• IMUNIDADE INATA
– Interferão: proteção contra vírus e algumas neoplasias:
• Ligam-se às células vizinhas das infetadas e induzem a
produção de proteínas antivirais que impedem a
replicação viral nessas células; o mesmo interferão pode
agir para células diferentes;
• Alguns têm funções na ativação de células imunitárias
(macrófagos e células natural killer)
• IMUNIDADE INATA
– Células → leucócitos e células derivadas:
• Fatores quimiotáticos: complemento, leucotrienos, cininas
e a histamina.
• Quimiotaxia: leucócitos detetam onde há maior
concentração dos fatores e deslocam-se para aí.
• Movimento: ameboide, passando pela superfície das
células, entre as células ou diretamente através das células.
• Fagocitose: endocitose e destruição de partículas pelos
fagócitos (neutrófilos e macrófagos)
• IMUNIDADE INATA
– Neutrófilo: libertam enzimas lisossómicas, que matam
microrganismos e lesam e inflamam os tecidos;
– Mastócitos: células imóveis, residem no tecido conjuntivo;
– Basófilos e mastócitos: libertam histamina e leucotrienos;
– Eosinófilos: segregam enzimas que matam alguns parasitas
– Células NK: 15% linfócitos, reconhecem células neoplásicas
ou infetadas por vírus.
• IMUNIDADE INATA
– Macrófagos: produzem interferão, prostaglandinas e
complemento; situam-se abaixo das superfícies livres do
organismo (derme, mucosas e serosas e circundam vasos
sanguíneos e linfáticos); estão ainda localizados no seios
(cavidades formadas pelo alargamento dos vasos
sanguíneos), com fibras reticulares que diminuem o fluxo
sanguíneo e ajudam a fixar os macrófagos, estando ainda
presentes no endotélio.
– Macrófagos específicos: alveolares, células de Kupffer e
microglia.
• IMUNIDADE INATA
– Resposta Inflamatória: aumento da permeabilidade
vascular permite a entrada de fibrinogénio, que é
convertido em fibrina que evita a disseminação da infeção
– Inflamação local (edema, calor, rubor, dor)
– Inflamação sistémica (produção de maior nº de
neutrófilos, pirogénios (libertados por microrganismos,
macrófagos, neutrófilos entre outro) estimulam a
produção de febre que estimula a atividade do sistema
imunitário (fagocitose) e inibe o crescimento de
microrganismos; morte por hipovolémia com transferência
de líquido para o interstício.
https://www.youtube.com/watch?v=5mmzDyrL-Ng
• IMUNIDADE ADAPTATIVA
Diz respeito à capacidade para reconhecer, memorizar e
responder a um determinado antigénio.
Os antigénios dividem-se em 2 grupos:
• Os antigénios estranhos: introduzidos no organismo
(bactérias, vírus, pólen, ácaros, alimentos, medicamentos)
• Os auto-antigénios: produzidos pelo organismo.
Auto-antigénios podem ter resposta:
Benéfica – reconhecimento de antigénios tumorais leva à

destruição de tumor;
Perniciosa – provocam destruição de tecidos saudáveis →
doença auto-imune.
Divide-se em 2 partes:
• Imunidade humoral (mediada por anticorpos)
• Imunidade celular (mediada por células)

• IMUNIDADE
ADAPTATIVA
linfócitos T – Imunidade
mediada por células
Linfócitos B – Imunidade
mediada por anticorpos
Apenas sobrevivem células

pré-B e pré-T que têm
competência imunitária
– seleção positiva
• Células B e T são compostas de grupos de linfócitos
semelhantes – clones.
• Cada clone pode responder apenas a um antigénio, no
entanto possuímos clones para reagir à maioria das moléculas
existentes.
• Alguns clones são eliminados para não destruírem as células
do próprio organismo – seleção negativa.
Imunidade mediada por células → sub-populações células T:
Células T efectoras:
• T citotóxicas ou CD8 → lisam células e produzem citocinas
• T hipersensibilidade retardada – favorecem a fagocitose e
a inflamação, especialmente nas reações alérgicas
Células T reguladoras:
• T helper ou CD4 (ativação das células T), e T supressoras.
Células T memória → resposta secundária e imunidade de
longa duração, de forma idêntica às células B de memória)
Órgãos linfáticos primários (medula óssea e timo) – onde
linfócitos amadurecem;
Órgãos e tecidos linfáticos secundários (gânglios, amígdalas,

baço) - onde linfócitos interagem com os antigénios para
produzir resposta imunitária.
Princípios gerais de ativação dos Linfócitos:
• Têm de ser capazes de reconhecer o antigénio → interagem
através de regiões específicas do antigénio – epítopos ou
determinantes antigénicos.
• Após reconhecimento têm de aumentar em n.º para destruir
o antigénio.
Antigénio do Complexo Major de Histocompatibilidade (MHC)
• A maioria dos linfócitos é ativada através destas glicoproteínas
da superfície das células.
• Têm uma região constante e uma região variável que se liga
tanto a auto-antigénios como antigénios estranhos.
• MHC classe I – função de expressar os antigénios produzidos
dentro da célula (sistema imunitário não pode responder
diretamente a antigénios no interior da célula).
• Na superfície da célula o complexo antigénio-antigénio do
MHC I pode ligar-se a um recetor da célula T ativando-a.
• Basicamente a célula passa a emitir sinal que diz “MATA-ME!”
• MHC classe II – encontram-se nas células apresentadoras de
antigénios (células B, macrófagos, monócitos, c. dendríticas)
• Especializadas em captar antigénios estranhos, processá-los e
apresentá-los a outras células imunitárias.
• Ao contrário dos antigénios MHC I, o complexo antigénio-
MHC II não leva à destruição da célula, é um sinal que
estimula outras células imunitárias a reagir contra o antigénio.
* As células dendríticas são células móveis com
grandes prolongamentos citoplasmáticos.
Dispersas pela maioria dos tecidos (exceto cérebro!) →
maior concentração nos tecidos linfáticos e pele
(células de Langerhans).
Co-Estimulação - mediada por citocinas → proteínas segregadas
por uma célula, implicadas na regulação da imunidade, da
inflamação, reparação dos tecidos e crescimento celular.
Proliferação de linfócitos:
1.º exposição a um antigénio
2.º - proliferação das T helper
3.º - Proliferação e ativação das células B ou T efetoras
• IMUNIDADE
ADAPTATIVA
Proliferação de linfócitos
(determinada pela
exposição a um
antigénio)
1.º - proliferação T helper

Proliferação de linfócitos
2.º - Proliferação e ativação das células B ou T efetoras
Imunidade mediada por anticorpos
• Dado que os anticorpos estão nos fluidos corporais (humores)
este processo é eficaz contra antigénios extracelulares
(bactérias, fungos, protozoários, parasitas e toxinas)
Imunidade mediada por anticorpos
• Anticorpos são proteínas produzidas como reação a um
antigénio → Imunoglobulinas IgG, IgM, IgA, IgE e IgD.
• Estrutura de 4 cadeias polipeptídicas (2 pesadas e 2 leves).
• Cada cadeia leve está ligada a uma pesada, e a extremidade
desta ligação forma a região variável (local que se combina
com epitopo do antigénio).
• A parte restante do anticorpo é a região constante.
Produção de anticorpos:
• Resposta primária – surge na 1.ª exposição de uma célula B
que se multiplica → algumas diferenciam-se em plasmócitos
que produzem anticorpos → outras tornam-se linfócitos B de
memória.
• Demora 3-14 dias para produzir anticorpos suficientes para
combater o antigénio → Indivíduo desenvolve sintomas da
doença dado que o antigénio teve tempo para lesar.
Produção de anticorpos:
• Resposta secundária ou de memória – exposição a antigénio
contra o qual já havia produzido uma resposta primária.
• Resulta da ação das células B de memória → quando expostas
ao antigénio rapidamente se dividem e produzem grande
quantidade de anticorpos.
• Oferece melhor proteção → o tempo necessário é de horas a
poucos dias e a quantidade de anticorpos é muito maior.
• Células B de memória podem perdurar muitos anos.
Imunidade adquirida – 4 formas de aquisição:

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Se os microrganismos não entrarem no organismo não

Benéfica – reconhecimento de antigénios tumorais leva à

• Imunidade humoral (mediada por anticorpos)

• Imunidade celular (mediada por células)

Apenas sobrevivem células

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1.º - proliferação T helper

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