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Movimentos Sociais e Minorias: Apontamentos do

Ciberativismo do Greenpeace
Maria Ivete Trevisan FOSSÁ
Rafaela Caetano PINTO
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Neste artigo, pretendemos, a partir do referencial teórico, evidenciar que os movimentos sociais entendidos
como projetos de indivíduos mobilizados em defesa de uma causa social mostram-se como representações
das minorias, que lutam por visibilidade de suas ações e legitimidade de suas vozes. Contudo, a visibilidade
dessa luta, muitas vezes, é impedida pelos filtros editoriais da mídia. Assim, na atual sociedade midiatizada,
os movimentos sociais conseguem tangenciar-se por meios alternativos, assim como a internet,
caracterizando o ciberativismo. Na última parte deste estudo, estão delineados alguns apontamentos sobre o
site institucional do Greenpeace, de modo a tratar a maneira que a instituição se apresenta no ciberespaço
com o intuito de mobilizar os cidadãos envolvidos com a responsabilidade ambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Movimentos sociais; minorias, ciberativismo; Greenpeace.

Resumo: 7 O trabalho voluntário, no Brasil, é regulamentado pela lei 9.608, de 18 de fevereiro de 1998.
O ciberativismo faz emergir a uma concepção alargada de política, ou seja, uma elevação de questões do
cotidiano na agenda pública: novos movimentos sociais e redes pelas quais articulam seu discurso na busca
por visibilidade, credibilidade e legitimidade. É o que se pode denominar a constituição de uma esfera de
debate público midiatizada onde a diversidade das intencionalidades formalizadas por meio do discurso
possa representar espaços anteriormente abafados pela abrangência dos meios de comunicação de massa e
pelos entraves da política institucionalizada.

A discussão gerada no ciberespaço permite uma conversação horizontalizada, em que os indivíduos podem
livremente discutir sobre um assunto. Isso possibilita que os movimentos sociais sejam plurais em suas
discussões, enriquecendo seus campos de atuação e ideológicos. Toda essa movimentação no ciberespaço
autoriza que haja, nas palavras de Barbero “grupos que, virtuais em seu nascimento, acabam se
territorializando, passando da conexão ao encontro, e do encontro à ação” (BARBERO, apud MORAES,
2001, p. 127). O conceito trabalhado por Moraes (2001) pode ser Intercom – Sociedade Brasileira de
Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação –
Recife, PE – 2 a 6 de setembro de 2011 aproximado ao de Lemos (2004) que fala sobre o tribalismo, em que
os sujeitos desejam estar juntos e seus encontros, imprescindíveis, acontecem no ambiente físico, mas
proporcionados pela internet, onde as tribos se encontram virtualmente.

Além da liberdade dos embates entre os usuários, a internet é utilizada pelos movimentos sociais por
algumas características benéficas que oferece a eles: “barateamento dos custos; abrangência ilimitada;
velocidade de transmissão; ruptura com as diretivas ideológicas e mercadológicas da mídia; autonomia para
detonar campanhas”, conforme explicita Moraes (2001, p. 129). Desse modo, a internet se oferece à
mobilização social como um importante processo que promove a democracia, bem como a cidadania por
meio da convocação de vontades para desenvolver ações originadas de objetivos definidos e que vão ao
encontro do imaginário de transformação idealizado pelo movimento.

Essas características fizeram da internet um meio expoente no tocante aos processos de mobilização social.
O Greenpeace é uma organização que se vale dessa mídia para divulgar suas ações, sensibilizar os
indivíduos e convocá-los a participar das ações que tem como objetivo diminuir os impactos que agridem
violentamente o meio ambiente.

O novo contexto, possibilitado pela sociedade em rede, permite aos movimentos sociais fazer incursões
discursivas, produzir informações e exercer influência na construção da cena política, o que nos leva a inferir
que a flexibilidade das tecnologias de informação e de comunicação amplia as alternativas dos lugares de
produção discursiva por meio de mídias mais flexíveis. A flexibilidade das tecnologias digitais resulta na
descentralização do poder ao permitir, como por exemplo, ao Greenpeace colocar em circulação, na esfera
pública midiatizada, a sua própria significação dos acontecimentos do mundo, propondo um debate além das
vias institucionais da política e da grande mídia.
Movimentos Sociais e Minorias: Apontamentos do
Ciberativismo do Greenpeace
Gabriel Nascimento de Carvalho
Simone Helen Drumond Ischkanian

O Greenpeace é uma organização global de proteção ambiental que utiliza estratégias de ciberativismo
para promover suas causas e mobilizar apoiadores ao redor do mundo. Através do uso das tecnologias
informacionais, o Greenpeace tem desempenhado um papel significativo no engajamento de movimentos
sociais e na defesa de minorias ambientais.
1. Conscientização e mobilização: O ciberativismo do Greenpeace busca conscientizar a sociedade
sobre questões ambientais urgentes e mobilizar pessoas para a ação. Através de campanhas online, vídeos
virais, petições digitais e compartilhamento de informações nas redes sociais, o Greenpeace busca amplificar
sua mensagem e engajar um público diverso.
2. Participação e engajamento: O Greenpeace utiliza as tecnologias informacionais para permitir que
as pessoas se envolvam e participem ativamente de suas campanhas. Através de plataformas digitais, como
sites interativos, aplicativos móveis e mídias sociais, o Greenpeace encoraja a participação de indivíduos e
grupos, fornecendo ferramentas para ações como petições online, compartilhamento de conteúdo e
campanhas de pressão.
3. Amplificação de vozes e apoio a minorias: O ciberativismo do Greenpeace também dá voz a
comunidades e minorias afetadas por questões ambientais. Através da divulgação de relatos e testemunhos, o
Greenpeace busca amplificar as vozes dessas comunidades e garantir que suas preocupações sejam ouvidas.
Além disso, a organização apoia ativamente ações e lutas lideradas por minorias, fornecendo apoio técnico,
visibilidade e recursos.
4. Monitoramento e denúncia: O Greenpeace utiliza o ciberativismo para monitorar e denunciar
violações ambientais e práticas prejudiciais. Através de ferramentas de denúncia online, análise de dados e
colaboração com especialistas, o Greenpeace busca identificar e expor práticas prejudiciais ao meio
ambiente, pressionando empresas e governos a adotarem medidas corretivas.
É importante ressaltar que o ciberativismo do Greenpeace não se limita ao ambiente online.
A organização utiliza a combinação de ações presenciais e digitais para alcançar seus objetivos e criar
impacto.
O ciberativismo é apenas uma das estratégias adotadas pelo Greenpeace para promover a
conscientização ambiental, mobilizar movimentos sociais e defender minorias ambientais.
Movimentos Sociais e Minorias
Gabriel Nascimento de Carvalho
Simone Helen Drumond Ischkanian

Os movimentos sociais e as minorias desempenham um papel crucial na luta por direitos, justiça
social e igualdade. Eles representam grupos marginalizados, frequentemente enfrentando desafios e
discriminação, e buscam promover mudanças sociais significativas.
Os movimentos sociais são coletivos organizados de pessoas que se unem para promover uma causa
específica ou desafiar uma situação injusta. Eles podem abranger uma ampla gama de questões, como
direitos civis, direitos humanos, igualdade de gênero, justiça racial, proteção ambiental e muito mais. Os
movimentos sociais trabalham para ampliar a conscientização sobre questões sociais, mobilizar a sociedade e
pressionar por mudanças políticas e sociais.
As minorias são grupos que possuem características distintas e enfrentam desvantagens sociais,
políticas ou econômicas em relação à maioria da população. Essas desvantagens podem ser baseadas em
fatores como raça, etnia, gênero, orientação sexual, religião, origem nacional, deficiência ou status
socioeconômico. As minorias muitas vezes lutam por igualdade de direitos, representação política, inclusão
social e respeito à diversidade.
Os movimentos sociais desempenham um papel fundamental na defesa dos direitos das minorias,
uma vez que são frequentemente os principais atores na promoção de mudanças sociais e políticas. Eles
ajudam a ampliar as vozes das minorias, a conscientizar sobre suas questões e a pressionar por políticas
inclusivas e igualitárias.
Alguns exemplos de movimentos sociais que lutam pelos direitos das minorias incluem o
movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, o movimento feminista, o movimento LGBTQ+
(lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e outras orientações sexuais e identidades de gênero), o movimento
indígena, o movimento pelos direitos dos imigrantes, entre outros.
Os movimentos sociais e as minorias têm utilizado diversas estratégias para promover suas causas,
como protestos, manifestações, petições, campanhas de conscientização, ações legais e uso de mídias sociais.
Esses esforços têm sido fundamentais para a conquista de avanços significativos em relação aos direitos e à
inclusão de minorias em diferentes sociedades ao redor do mundo.
No entanto, é importante reconhecer que os movimentos sociais e as minorias também enfrentam
desafios e resistência. A discriminação, a repressão governamental, a falta de representação política e os
estereótipos negativos são obstáculos que podem dificultar seu progresso. Portanto, a solidariedade, o
diálogo intercultural e a colaboração entre diferentes movimentos e minorias são fundamentais para
promover uma sociedade mais justa e inclusiva.

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