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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

VIBRAÇÕES MECÂNICAS

Prof.: Dr. Flávio Nunes Pereira

André Matheus Salomão Ferreira

Vibrações livres em uma corda fixa em ambas as extremidades

São Luís

2023
1 - Introdução
Neste trabalho iremos aplicar em um experimento os conhecimentos encontrados no
capítulo 8 do livro Vibrações Mecânicas, de Singiresu Rao, no qual trata sobre sistemas
contínuos. Neste capítulo, o livro trata de sistemas contínuos simples, que engloba cordas,
barras, eixos, vigas e membranas.

Considerando o que é abordado no livro, será mostrado experimentalmente a aplicação


da equação de frequência de um sistema contínuo, que é uma equação transcendental
que dá infinitas frequências naturais e modos normais. Com isso definido, o objetivo final
do trabalho será demonstrar as 3 primeiras formas modais de uma corda fixa em ambas
as extremidades, ou seja, sua frequência fundamental seguida das duas próximas
frequências.

Vibrações mecânicas em uma corda fixa em ambas as extremidades são um exemplo


clássico de ondas transversais unidimensionais. Quando uma corda é tensionada e fixada
em ambas as pontas, ela adquire a capacidade de propagar ondas ao longo de sua
extensão. Essas ondas são resultado da interação entre a força de tração na corda e a
inércia do próprio meio.

Entender as vibrações mecânicas em cordas fixas é fundamental para diversos campos,


desde a exploração acústica até a construção de dispositivos de comunicação e
transmissão de energia. Estudar essas propriedades ondulatórias nos leva a compreender
melhor o comportamento das ondas em diferentes meios e a aprimorar tecnologias que
dependem desses princípios físicos.
2 – Equações de vibrações livres em corda fixa
Utilizando o tópico 8.2.4 do capítulo 8, temos como objetivo encontrar as 3 primeiras
frequências naturais da corda fixa, utilizando a seguinte equação:

Figura 1 - Eq. da frequência natural de uma corda

Com ela, através do experimento será possível definir as seguintes formas modais e
encontrar suas frequências, de maneira que alterando variáveis como a tensão na corda
e também uma mudança de densidade do material.

Figura 2 - Formas modais da corda fixa


3 – O Experimento
Os elementos que compõem o experimento são os seguintes:

1. Modulador de frequência: Dispositivo que modula uma frequência que é transferida


para um alto-falante que está acoplado a um pino que transfere as vibrações
sonoras para o fio.
2. Gerador de vibração: Alto-falante que tem um pino transferidor que se acopla a
corda e faz a vibração fluir por ela.
3. Suporte tensionado: Suporte que fixa a outra extremidade da corda e também pode
aplicar uma tensão no fio até o valor de 1 Newton.

Figura 3 - Modulador de frequência

Figura 4 - Gerador de vibração


3.1 – Aplicação do experimento
Após a montagem do equipamento, aplicamos as primeiras condições para encontrar a
primeira frequência natural, utilizando-se de uma tensão na corda com valor igual a 0.4
Newtons, comprimento L da corda igual a 60cm, obtivemos o seguinte valor para a
frequência natural:

Figura 5 - Modulador de frequência em 22hz

Com isso, foi possível observar a corda formar a primeira frequência natural, na qual
não é possível observar nenhum nó em todo comprimento da corda.

Figura 6 - Primeira forma modal da corda


Progredindo as frequências para encontrar as outras formas modais, chegamos na
segunda forma modal ao aumentar a frequência para 48Hz, como pode ser observado
na figura 7, e também na terceira e última forma modal com 78Hz de frequência,
demonstrado na figura 8.

Figura 7 - Segunda forma modal da corda

Figura 8 - Terceira forma modal da corda


4 – Resultados
Utilizando a equação para frequências naturais que o livro destaca em seu capítulo 8, ao
abordar vibrações em cordas fixas, podemos chegar aos resultados bem próximos aos
que se encontraram experimentalmente.

Para as 3 primeiras frequências encontramos os seguintes resultados, que são bem


próximos aos valores que foi aplicado na hora de modular a frequência para a corda. A
diferença no valor de c se deve ao fato de a tensão no fio ter se alterado com o aumento
das frequências, já que havia um aumento de atrito entre o fio e suporte, que no final
causava uma pequena diferença que precisava ser compensada.

1 ∗ 419,231 ∗ 𝜋
𝑤1 = = 21.9510 𝐻𝑧
60

2 ∗ 459,733 ∗ 𝜋
𝑤2 = = 48,1431 𝐻𝑧
60

3 ∗ 485,642 ∗ 𝜋
𝑤3 = = 76,2844 𝐻𝑧
60

Figura 9 - Frequências para 2ª e 3ª formas modais


5 – Conclusão
Em conclusão, o experimento sobre foi bem-sucedido na investigação das características
vibratórias desse sistema mecânico. Através da análise das frequências naturais podemos
observar que realmente é possível encontrar as formas modais da corda ao aplicar as
condições corretas para se observar o fenômeno.

Os resultados obtidos foram consistentes com as previsões teóricas baseadas na equação


da onda, validando a aplicabilidade dessa equação para descrever as vibrações livres da
corda fixa. Através da análise dos dados experimentais, identificamos as frequências
naturais de oscilação associadas a cada condição, revelando a relação direta entre a
tensão e a densidade da corda com a frequência de oscilação.

Essas descobertas têm implicações importantes para diversos campos da engenharia


mecânica, como a otimização de projetos de estruturas, acústica e desenvolvimento de
instrumentos musicais. Além disso, a compreensão aprofundada das propriedades
vibratórias da corda contribui para uma melhor compreensão dos fenômenos ondulatórios
e sua aplicação prática em tecnologias vibracionais.

No entanto, é importante ressaltar que este experimento pode ser aprimorado com
análises mais detalhadas e com o uso de técnicas avançadas de aquisição de dados. A
inclusão de fatores como o amortecimento da corda e a influência da temperatura também
poderia enriquecer as investigações futuras. Em suma, o estudo da vibração livre de uma
corda fixa oferece uma base sólida para o desenvolvimento de soluções engenhosas e
inovadoras na área da engenharia mecânica e acústica.

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