ENTREVISTA APOLOGÉTICA MISSÕES

U M
A importância e a atualidade As teorias sobre A teologia da
do Antigo Testamento os llluminati (parte 2) antimissão
 FICHA TÉCNICA:
PADRÃO LUXO INTERNACIONAL
• Capa em recouro flexível preto, vinho ou azul • Bordas douradas ou prateadas
• Papel importado acetinaclo • Tamanho 17cm x 23,5cm • Páginas 1.700
E muito mais! Veja:
Introduções dos Livros
Texto expositivo sobre os aspectos apologéticos de cada
um dos 66 livros da Bíblia Sagrada.
Notas de Rodapé
Dobro das notas da primeira edição, com ícones
(ilustrações) representando cada grupo religioso,
facilitando assim sua memorização.
As notas trazem as seguintes abordagens:
• Refutação de seitas, heresias e religiões não-cristãs.
• Respostas às aparentes contradições bíblicas
levantadas pelos céticos contra a nossa fé.
• Comentários apologéticos nos versículos que servem
de base para as doutrinas cristãs.
Concordância Bíblica
Recurso fundamental para o estudo da Bíblia,
com o qual poderá agilizar sua pesquisa de todo
o conteúdo do texto sagrado.
Novo Apêndice
• Livros apócrifos. Comentário colocado entre o Antigo
e Novo Testamentos, explicando a respeito desses livros,
ausentes na Bíblia protestante.
• Glossário. Significado dos termos e expressões
apologéticas e religiosas utilizadas nas notas.
• Credos. Reprodução de todas as confissões doutrinárias
cristãs primitivas e o Tomo de Leão.
• Os patriarcas. Síntese biográfica de doze pais da Igreja
cristã primitiva.
• Os heresiarcas. Síntese biográfica de nove hereges que
afrontaram e distorceram as doutrinas apostólicas nos
primórdios da Igreja cristã.
• Quadro dos concílios. Planilha simplificada apontando:
local, data, assuntos em discussão e resultado dos principais
fóruns trinitários e cristológicos.
• A Reforma Protestante. Reprodução, na íntegra, das
famosas 95 teses do reformador Martinho Lutero e
uma introdução sobre esse movimento do século XVI.
• Cronologia das confissões de fé protestante.
Planilha com datas, nomes e um pequeno comentário das
históricas confissões doutrinárias cristãs.
• Hermenêutica. Comentário sobre as regras básicas e
universais cie interpretação de textos.
• Como identificar uma seita. Regras básicas e práticas
de como um cristão pode identificar um grupo sectário ou
um desvio doutrinário referente à ortodoxia cristã.
• Diferença entre as seitas e a Igreja. Quadro sobre
as diferenças entre a Igreja cristã bíblica e os grupos
sectários pseudocristãos.
• Frágil alicerce das seitas. Comentário sobre
os falsos pressupostos em que as seitas fundamentam
sua inspiração divina.
• A salvação em várias religiões. Esboço do
entendimento que cada religião e as principais seitas
possuem sobre a salvação do homem.
• Histórico das religiões. Esboço da história de todas as
religiões mundiais e das seitas, inclusive as brasileiras.
• Vocabulário grego. Devido à relevância da Septuaginta,
julgamos importante inserir um pequeno vocabulário
bíblico da língua para qual a versão original
hebraica fora traduzida.
• Confronto doutrinário. Quadro apontando o que
algumas seitas pensam sobre os fundamentos da fé cristã.
• Supremacia do Novo Testamento. Comentário sobre
a inerrância e a confiabilidade histórica e documental do
Novo Testamento em relação às outras obras seculares.
• Cronologia das heresias católicas. Apontamento
detalhado e cronológico das heresias católicas apregoada
durante um período de 1650 anos.
• Bibliografias. Lista ampliada de todas as obras ortodoxas
e heterodoxas utilizadas nos comentários de notas e apêndice.
• índice remissivo. Recurso sistemático organizado por
temas, a fim de ajudar o leitor a encontrar todas as notas
referentes a todos os assuntos abordados.
• Mapas e gráficos. Demonstração do panorama religioso
mundial e brasileiro a partir dos mais recentes dados
estatísticos.
ética de Estud
NTO EDITORIAL DO I C P !

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seu exemplar!
Fone: 213209-0229
Site: www.icp.com.br
E-mail: sac@icp.com.br
Sumário

A apologética entre
os pais da Igreja

Tradução
Uma breve história
da apologética (parte 2)

Acaso X planejado ou
Reflexões sobre a relação paganismo X cristianismo
de Jesus na Trindade
Missões
A teologia da antimissão
Do Editor
Fé em busca de compreensão
Choque Cultural
10 exemplos de desencontros culturais
Cartas

Ilustração Cristã é fuzilada na Eritréia

0 8 1 5 9
Como dar um jeito em alguém que
você não gosta Igreja Perseguida
A igreja perseguida no Catar
Catolicismo
A religião das relíquias idolatradas
ICP Responde

O espiritismo e o
Verbo
sofrimento de Jesus Voto com discernimento

Entrevista
A importância e a atualidade do
Antigo Testamento

Apologética
As teorias sobre os Illuminati (parte 2) j

4 Defesa da Fé
Do Editor

Defesa da Fé
Revista Brasileira de Apologética Cristã
Publicação Interdenominacional do ICP

W* em busca WÊ ISSN 1516-9731* Ano 12 • N" 89 • janeiro/fevereiro 2011

I mm de compreensão
Diretor de redação
Antonio Fonseca
executivo@icp.com.br
(MTB 43012/SP)

Em certa ocasião, J. I. Packer escreveu que a Trindade é a base do evangelho e que Editor
o evangelho é uma declaração cia Trindade em ação. Logo, n ã o é concebível que, como Elvis Brassaroto Aleixo
editor@icp.coni.br
cristãos, ignoremos o estudo dessa importante d o u t r i n a bíblica, ainda que reconheça- (MTB41367/SP)
mos nossas limitações.
Conselho editorial
Nesta edição, Defesa da Fé publica, c o m o matéria de capa e escrita por Vincent Eude Martins da Silva
Cheung, um texto sobre a relação de Jesus, o Verbo divino, na dinâmica da Trindade, Ronaldo Rodrigues de Souza

constituída pelo Pai, pelo Filho (Jesus) e pelo Espírito Santo. A finalidade principal do Webmaster
texto é advertir os cristãos para que n ã o desprezem a revelação da Palavra pré-encarna- Lúcia Helena
webmaster@icp.com.br
da e m u i t o m e n o s ignorem que a relação do Filho na Trindade existia antes da e n c a r n a -
ção, não s e n d o um mero efeito dela. Direção de Arte
Sinai Interativa
atendimento@sinaiinlerativa.com.br
Sem dúvida, qualquer discussão sobre a Trindade é uma expressão de fé em busca
de compreensão (fides quaerem intellectum), tão d e f e n d i d a por Aurélio Agostinho, apo- Revisor
João Lira
logista do século 4" d.C. carioca.lira@hotinail.com

N e s t a oportunidade, a revista traz, também, um p a n o r a m a dos principais apologistas Foto capa

www.sxc.hu
da Igreja primitiva, c o m ênfase em Agostinho, por sua vasta e relevante p r o d u ç ã o teoló-
gica e apologética. As reflexões do bispo de H i p o n a até hoje nos auxiliam no t r a t a m e n t o
de temas complexos, sendo dele a frase norteadora, que diz: "Os cristãos n ã o deveriam llCP - Instituto Cristão de Pesquisas
tentar c o m p r e e n d e r para crer, mas, antes, crer para c o m p r e e n d e r " . Caixa Postal 21.061 • CEP 20.081-971
Rio de Janeiro - RJ
O u t r a matéria que igualmente d e m a n d a reflexão, escrita por Augustus Nicodemus,
convida-nos a pensarmos sobre a soberania de Deus nos acontecimentos que envolvem Diretor-presidente
nossas vidas, c u j o objetivo é defender que não existem acasos, pois o Deus apresentado Antonio Fonseca
na Bíblia controla a história e c o n h e c e p l e n a m e n t e o futuro. C o m o lembra o autor, que Diretora-executiva
busca amparo nas páginas do A n t i g o Testamento, "para os judeus, Deus traçou planos Lúcia Helena Ribeiro
para os h o m e n s e as nações; os mesmos serão cumpridos inevitavelmente e n ã o podem
Diretor-teológico
ser frustrados por h o m e m algum". Luiz Guatura

No âmbito da apologética, esta edição reporta-se a dois grandes e influentes movi- Conselho fiscal
Laudicéa Mendonça
mentos religiosos do nosso país, o catolicismo e o espiritismo kardecista. Sobre o catoli- Antonio Campos
cismo, Paulo Cristiano Silva trata das relíquias e da v e n e r a ç ã o que lhes é dirigida ainda
Consultores teológicos
hoje, a p r e s e n t a n d o fatos que c o n t e s t a m a legitimidade n ã o apenas das próprias relíquias João Santolin, Alexandre Farias,
c o m o do ato devocional de adoração que as envolve. Sobre o espiritismo, N a t a n a e l André N. Quiala, Gordon Chown, Jailson Marinho
Russel P Shedd, Cláudia A. Alves, Paulo Sérgio Batista,
Rinaldi expõe a gritante contradição e n t r e a doutrina do c a r m a e sua repercussão na Vicente de Paula, Cléber F. Marcolan,
vida e morte de Jesus, explorando a elevada c o n c e p ç ã o espírita sobre Jesus no plano da João Martinez, Paulo Cristiano.
moralidade e o contra-senso de seu grande sofrimento, uma vez que, sendo Cristo per- Palestrantes voluntários
feito, n ã o deveria sofrer qualquer espécie de castigo, m u i t o menos uma morte de cruz, Ronaldo Aráujo, Alex Belmonte, Danilo Moraes,
incontestavelmente c r u e n t a . Paulo Sérgio, Amilton Rabelo,
Paulo Moraes, Luis Gustavo,
Alexandre Farias, Rosimeire L. Souza,
Por fim, entre muitos outros artigos que o leitor descobrirá ao ler a revista, salienta- Silvio Lamego, Rodrigo Toledo,
Othoniel Rodrigues, Emerson Arruda.
mos a excelente entrevista concedida por Danilo Raphael em defesa da veracidade do
Antigo Testamento e uma segunda parte do estudo sobre os Illuminati, desta vez com
enfoque c o n c e n t r a d o no aspecto inventivo da suposta conspiração secreta mundial, que INTERCÂMBIO CULTURAL
CRI - Christian Research Institute - USA
t a n t o se popularizou e n t r e nós.
IRR - Institute For Religious Research - USA

Desejamos que esta coleção de estudos contribua para o exercício de nosso culto CACP - Centro Apologético Cristão de Pesquisas
NAPEC - Núcleo Apologético de Pesquisas e Ensino Cristão
racional ao Deus trino, o único digno da nossa adoração!

(Mfbudaft 5
 Cartas
Defesa da Fé

SERVIÇOS
Illuminati
S A C - Serviço de
Atendimento aos Clientes
De 2 a a 6 a , das 9h às 18h
('ariai Fone: (21) 3759-1529
E-mail: sac@icp.com.br
Fui despertado!
Defesa da Fé me despertou para o ministério de apologética. Estou terminando um
curso teológico e, na seqüência, pretendo me matricular no curso de apologética mi-
nistrado por vocês.
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Marcos Santos
Fone: (21) 3759-1529
E-mail: publicidade@icp.com.br

(Juriuj

Illuminati ATACADO
Livrarias e
Sou professora de Escola Dominical na igreja onde sirvo o Senhor. Dou aula para os
Representantes
jovens e a matéria de capa da edição 88 de Defesa da Fé tem-me ajudado muito a escla-
recer as dúvidas da maioria dos meus alunos sobre a questão abordada.
Fone: (21) 3209-0229
Leila Lopes E-mail: webmaster@icp.com.br

(Jurtu.\ CORRESPONDÊNCIAS
Ensino genuíno ICP AGÊNCIA
A cada edição, Defesa de Fé está ficando melhor. Aproveito essa oportunidade para, Caixa Postal 21.061
mais uma vez, parabenizar toda a equipe da redação. Meu desejo sincero é que perma- CEP 20.081-971
neçam sob a unção do Espírito Santo.
Rio de Janeiro - RJ
Guiomar Oliveira
Fax: (21) 3759-1529
E-mail: sac@icp.com.br
('ttrtus

Um grande mutirão de intercessores INTERNET

Fiquei muito preocupado ao ler a matéria intitulada "Illuminati". Precisamos levantar Site oficial
um grande mutirão de intercessores em favor de um despertamento na área do ensino
www.icp.com.br
escatológico nas igrejas.
Marcos Gonçalves
Assinaturas e compras on-line.
Nossa revista interage com o site,
nele você pode encontrar
@mfffi complementos de algumas
Liberdade religiosa matérias, usufruindo dos recursos
que o ciberespaço oferece.
Acho muito estranho o fato de os muçulmanos reivindicarem liberdade religiosa quan- Confira!
do, em seus países de origem, os cristãos são perseguidos e até mortos simplesmente
por discordar de Maomé.
Luiz de Camargo

6 Defesa da Fé
 Parlai
Assine! Defesa da Fé
ALAGOAS

Retorno no momento certo J . S . Representações

A v . J o s é Manhaes, 7 5 0 - Gp 5 - BI 19
B. S a n t o s D u m o n t - M a c e i ó / A L - C E P 5 7 0 7 5 - 1 6 0
Fone: (82) 8 8 2 4 - 1 1 1 3 / 9 9 5 2 - 7 8 2 5
Defesa da Fé retornou justamente no momento em que eu mais precisava. Comecei Responsável: Jesiel Santos

lecionar heresiologia no seminário da minha igreja e a revista me fornece muitos sub- BAHIA
S . L . Representações
sídios para elaborar minhas aulas. R. Primeiro de Maio, 4 0 7
B. J o a q u i m R o m ã o
Thiago Ramos Jequié/BA - CEP 45202-070
Fone: (73) 3 5 2 5 - 0 2 5 5 / 9 9 2 4 - 8 7 9 4
silviolamego@gmail.com
Responsável: Silvio L a m e g o
MINAS GERAIS
Partas R . P . S . Representações
R. Fco. G. C a r v a l h o , 66, 5° andar - Conj. 507
>< Só não percebe quem não quer B. Sebastião Amorim • Patos de Minas/MG - CEP 38705-288
Fone: (21) 2 8 8 1 - 3 9 1 3
reir_santos@hotmail.com
Responsável: Reir S a n t o s
A matéria sob o título "O
J . R . Representações
ladrão que rouba casas com R. C o r t e s u Simão Teixeira, 330
B. N o v a Era 2 - J u i z de Fora/MG - C E P 3 6 0 8 7 - 4 1 0
hora marcada" mostra clara- Fone: (32) 3 2 3 2 - 2 1 8 5 / 8 8 4 9 - 0 3 6 2
Responsável: J o s é Raimundo
mente como agem as seitas,
PARÁ
a fim de protegerem seus fal- A . C . Representações
A v . Presidente V a r g a s , 612
sos profetas e ensinos. Basta- Prainha - Santarém/PA - C E P 6 8 0 0 5 - 1 1 0
Fone: (93) 3 5 2 3 - 0 5 5 4 / 8 1 1 4 - 3 0 7 8
ria ao secretário ler o texto e acpjr2008@hotmail.com
Responsável: A n t o n i o C a m p o s
um pouco de bom senso para
PARANÁ
perceber que está sendo enga- A . M . R . Representações
R. A l b i n o H o m a n n , '1 87
nado pela liderança do movi- B. São Braz - Curitiba/PR - C E P 8 2 3 1 0 - 0 4 0
Fone: (41) 3372-5701
mento. loja@icp.com.br
Responsável: A m i l t o n Rabelo
Sebastiana das Cruzes
PERNAMBUCO
J D . Representações
A v . A s a Branca," 1 37
Rio D o c e - Olinda/PE - C E P 5 3 0 7 0 - 1 9 0
Partas Fone: (81) 3 4 9 1 - 2 0 9 6
jvsassinaturas@hotmail.com

Cada vez melhor

Responsável: J o b e d Vieira
RIO D E J A N E I R O
P . C . Representações
R. A c r e , 55, 5 o andar - Conj. 507
A cada edição, o ICP (Instituto Cristão de Pesquisas), surpreende-me com o conteúdo C e n t r o - Rio de J a n e i r o / R J - C E P 2 0 0 8 1 - 0 0 0
Fone: (21) 2 8 8 1 - 3 9 1 3
de Defesa da Fé. Quando penso que os assuntos estão-se esgotando, recebo um ban- loja@icp.com.br
Responsável: Paulo C a m p o s
quete de matérias inéditas. Que Deus continue usando poderosamente toda a equipe
R . A . Representações
do instituto no ministério de ensino. R. São Manoel, 80
C e n t r o - São J o ã o do Meriti/RJ - C E P 2 5 5 1 5 - 2 4 0
Fábio Lopes Fone: (21) 3 0 7 2 - 7 7 9 6 / 9 2 2 5 - 6 7 0 6
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Responsável: Ronaldo A r a ú j o
E.F. Representações
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Parfas B. Elaine - São G o c a l o / R J - C E P 2 4 7 3 7 - 4 8 0
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Ensino com base na Palavra fwm@icp.com.br
Responsável: Emerson Fagundes
J . A . Representações
Pastores que ensinem como "mestres relevantes" é o que mais estamos precisando. R. Sargos, Lt 0 7 ' - Qd 24
São Pedro da Aldeia/RJ - C E P 2 8 9 4 0 - 0 0 0
Que Deus continue usando o presbítero Solano Portela no ministério do ensino da Fone: (22) 9 8 9 6 - 4 3 5 2
contato@icp.com.br
Palavra de Deus. Responsável: J o s é A n t o n i o
Ana Rosa SÃO PAULO
L . A . Representações
R. D o m J o s é d e B a r r o s , 152 - C o n j 19 C/19D
C e n t r o - São Paulo/SP - C E P 0 1 0 3 8 - 0 0 0
Fone: (11) 3258-8021 / 8 0 6 5 - 8 3 1 9
lucianodosanjos@ig.com.br
<Partas y Responsável: Luciano dos A n j o s
G . R . P Representações
llluminati, a matéria que eu estava precisando R. Aruja, 158 c. Í2
V. Lúcia - Poá/SP CEP 08557-720
Fone: (11) 4 6 3 9 - 6 8 9 5 / 8 8 0 4 - 5 9 4 7
Sou assinante da Defesa da Fé e sentia a necessidade de que fosse publicada matéria fa- pauloicp@itelefonica.com.br
Responsável: Paulo Moraes
lando sobre o tema "llluminati". Quando o carteiro entregou o meu exemplar (edição O . R . Representações
R. Loudes Rabelío, 59 - Ap 59
88), meu coração se encheu de alegria, porque era tudo o que eu precisava naquele V. Milton - Guarulhos/SP - C E P 0 7 0 6 3 100
momento. Li e reli o texto várias vezes e indiquei a revista para todos os membros da Fone: (11) 2 0 8 6 - 0 0 6 2
pr.othoniel@hotmail.com
minha igreja. O ICP tem sido uma grande bênção para a minha vida espiritual! Responsável: Othoniel Rodrigues

Wanderly da Costa
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Ligue: (21) 3209-0229 - E-mail: contato@icp.com.br
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Defesa di» Fé 7
Ilustração

dar um jeito

voce
Há muito tempo, uma menina cha-
mada Saori se casou e foi viver com
o marido e a sogra. Depois de alguns
dias, passou a não se entender com a
sogra, pois as duas tinham persona-
lidades muito diferentes. Saori foi se
irritando com os hábitos da sogra e a
sogra, por sua vez, freqüentemente a
criticava. Meses se passaram e elas,
cada vez mais, discutiam e brigavam.
De acordo com antiga tradição chi-
nesa, a nora tinha de se curvar à sogra
e obedecê-la em tudo. Saori, já não
suportando mais conviver com a so-
gra, decidiu tomar uma atitude. Então,
foi visitar um amigo de seu pai, a fim
de tomar alguns conselhos. Depois de
ouvi-la, esse sábio pegou um pacote de
ervas e lhe disse:
- Vou lhe dar várias ervas que irão
lentamente envenenar sua sogra. Você
não poderá usá-las de uma só vez, por-
que isso a levaria à morte repentina-
mente e causaria suspeitas. Assim, a
cada dois dias coloque um pouco des-
sas ervas na comida dela e, para ter a
nao gosta
certeza de que ninguém suspeitará de
você quando ela morrer, você deverá
ter muito cuidado e agir de forma mui-
to amigável com ela durante esses dias.
Saori respondeu:
- Sim, senhor Huang, farei tudo o
que o que o senhor me orientou.
Saori ficou muito contente, agrade-
ceu e voltou apressada para casa, a fim
de começar logo o projeto de assassi-
nar sua sogra. Semanas se passaram e
a cada dois dias Saori servia a comida
"especialmente tratada" à sua sogra.
Ela sempre se lembrava do que senhor
Huang tinha recomendado sobre evi-
tar suspeitas e, assim, controlou o seu
temperamento, obedeceu à sogra e a
tratou como se fosse sua própria mãe.
Depois de seis meses, a casa inteira
estava com outro astral. Saori tinha
controlado o seu temperamento e qua-
se nunca se aborrecia. Nesses seis me-
ses, não tinha tido nenhuma discussão
com a sogra, que, agora, parecia mais
amável e mais fácil de se lidar. As ati-
tudes da sogra também mudaram e elas
passaram a se tratar como mãe e filha.
Certo dia, Saori foi novamente pro-
curar o senhor Huang para lhe pedir
ajuda novamente. Então, disse:
- Querido senhor Huang, por favor,
ajude-me a evitar que o veneno mate
minha sogra. Ela se transformou numa
mulher agradável e eu a amo como se
fosse minha mãe. Não quero que ela
morra por causa do veneno que lhe
dei.
O sábio sorriu e acenou com a cabe-
ça, dizendo:
- Saori, não precisa se preocupar. As
ervas que eu lhe dei eram vitaminas
para melhorar a saúde dela. O vene-
no, na verdade, estava na sua mente
e na sua atitude, mas foi jogado fora e
substituído pelo amor que você passou
a dar a ela.
Aprenda uma coisa, querido leitor:
"Aquilo que o h o m e m semear, isso
também colherá!" (G1 6.7).

Nossa Dedaracão M
1. As Escrituras Sagradas, c o m p o s t a s do Antigo e Novo
T e s t a m e n t o s , são i n t e i r a m e n t e inspiradas por Deus, infalí-
veis na sua c o m p o s i ç ã o original e c o m p l e t a m e n t e dignas de
confiança em q u a i s q u e r á r e a s q u e v e n h a m a se expressar,
s e n d o t a m b é m a a u t o r i d a d e final e s u p r e m a de fé e condu-
t a ; 2. Há um só Deus e t e r n o , p o d e r o s o e p e r f e i t o , distinto
em sua t r i n d a d e : Pai, Filho e Espírito Santo; 3. J e s u s Cristo
nasceu do Espírito Santo e da virgem Maria, s e n d o v e r d a d e i r o
Deus e v e r d a d e i r o Homem e o único m e d i a d o r e n t r e Deus e o
h o m e m . S o m e n t e Ele foi p e r f e i t o em n a t u r e z a , ensino e o b e -
diência; 4. 0 Espírito Santo é o r e g e n e r a d o r e s a n t i f i c a d o r dos
redimidos, o d o a d o r dos dons e f r u t o s e s p i r i t u a i s , o Consola-
dor p e r m a n e n t e e Mestre da Igreja; 5. Em Adão a h u m a n i d a d e
foi c r i a d a à i m a g e m e s e m e l h a n ç a de Deus. Devido à q u e d a
de Adão, a h u m a n i d a d e t o r n o u - s e r a d i c a l m e n t e c o r r u p t a e
d i s t a n c i a d a de Deus. 0 e s s e n c i a l para o h o m e m é a r e s t a u r a -
ç ã o de sua c o m u n h ã o com Deus, a qual o h o m e m é i n c a p a z
de o p e r a r por si m e s m o ; 6. A s a l v a ç ã o e t e r n a , dom de Deus,
t e m sido p r o v i d e n c i a d a p a r a o h o m e m u n i c a m e n t e pela graça
do Senhor e pela m o r t e vicária de Cristo J e s u s . Fé é o meio
p e l o qual o c r e n t e se a p r o p r i a dos b e n e f í c i o s da salvação
da Sua m o r t e ; 7. J e s u s Cristo ressuscitou f i s i c a m e n t e d e n t r e
os m o r t o s , a s c e n d e u aos c é u s e voltará na c o n s u m a ç ã o dos
séculos p a r a j u l g a r os homens; 8. A punição e t e r n a , incluindo
a s e p a r a ç ã o e p e r d a de c o m u n h ã o com Deus, é o d e s t i n o final
do h o m e m não r e g e n e r a d o e S a t a n á s com t o d o s os seus a n j o s ;
9. A Igreja cristã, o c o r p o e a noiva de Cristo, é c o n s a g r a d a à
a d o r a ç ã o e ao serviço de Deus a t r a v é s da p r o c l a m a ç ã o fiel da
Palavra, a p r á t i c a de boas o b r a s e a observância do Batismo
e da Ceia do Senhor; 10. A t a r e f a da Igreja é ensinar a t o d a s
as n a ç õ e s , f a z e n d o com q u e o Evangelho p r o d u z a f r u t o s em
c a d a a s p e c t o da vida e do p e n s a m e n t o . A missão s u p r e m a da
Igreja é a salvação das almas. Deus t r a n s f o r m a a n a t u r e z a
h u m a n a , t o r n a n d o - s e isto, e n t ã o , o meio p a r a a r e d e n ç ã o da
sociedade.

Os anúncios de obras teológicas e filosóficas publicados nesta edição não se conformam, necessariamente, a esta declaração doutrinária. Aos nossos leitores,
cabe a maturidade e responsabilidade de pesquisar e recepcionar as obras de maneira crítica, retendo a ortodoxia (ICo 2.15; lTs 5.21).
8 Defesa da Fé
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PROTEGERÁ SUA IGREJA!

Instituto Cristão de Pesquisas

SEMINÁRIO INTENSIVO
Ensinos esclarecedores das principais distorções bíblicas feitas pelas seguintes seitas e religiões:
Testemunhas de Jeová, Adventistas, M ó r m o n s , Espíritas e Católicos.

AGENDE JÁ EM SUA IGREJA!

21 3209-0229
www.icp.com.br
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Por Paulo Cristiano Silva

Graduado em ciências sociais e
vice-presidente do CACP

Trajetórias de uma lança venerada e muitos outros objetos

C. G. Spurgeon concluiu um dos seus grandes seimões da seguinte maneirei: "Não encontro palavras por demais severas. Se cada

frase minha fosse um trovão e cada palavra, um relâmpago, mesmo assim não seriam fortes demais para protestar contra o sistema

que tem degradado a terra inteira, levando-a a beijar os pés do papa, e que, ainda, continua rebaixando a nossa nação, e isso por

meio de uma igreja dita protestante. O, Deus Todo-Poderoso, tu que és o Deus dos mártires, cujas cinzas ainda se encontram entre

nós, será que vais tolerar que este povo volte aos falsos deuses, aos santos e às santas, às virgens e aos crucifixos, às relíquias e às

baforadas de fumaça, e ao domínio tenebroso! Pois a isso ele vai chegar, se a tua graça não prevalecer. O, meus ouvintes, Jesus é

o único Salvador dos filhos dos homens. Creiam nele e vivam. Este é o único evangelho e i'oces estarão correndo perigo se não o

receberem, por amor a Cristo"

 C a d a vez mais, a Igreja Católica
Romana tem-se voltado às relíquias
e às trevas da Idade Média, antes
da Reforma. A linguagem de Roma
é controlada, mas suas relíquias n ã o
são c o n d e n a d a s n e m rejeitadas. Mui-
to pelo contrário, têm sido h o n r a d a s
e veneradas.
Se a Igreja Católica R o m a n a rejei-
ta as relíquias, c o m o é que ela gasta
t a n t o t e m p o e x p o n d o sua história e
credibilidade? A guisa de exemplo, a
Tradição católica, pretensiosamente,
nos c o n t a o n o m e do soldado que
usou a lança para perfurar o lado de
Jesus na crucificação e ainda ostenta
o entusiasmo dos líderes mundiais,
de C o n s t a n t i n o até Hitler, que esti-
veram de posse desta relíquia sagra-
da.
Em João 19, lemos que, com
a aproximação do sábado, foi suge-
rido a Pilatos que a morte de Jesus
e dos dois ladrões crucificados com
Ele seria mais rápida se as suas per-
nas fossem quebradas. O governador
lhes deu o c o n s e n t i m e n t o e a ordem
brutal foi executada nos dois h o m e n s
c o n d e n a d o s com Cristo. Mas, q u a n -
do se aproximaram de Jesus, Ele já es-
tava morto. Então, para que tivessem
certeza, um dos soldados furou o lado
de Jesus c o m u m a lança, t e n d o escor-
rido do ferimento sangue e água.
Esse incidente foi registrado por
João c o m o prova de que a morte de
Cristo havia cumprido as profecias
do A n t i g o Testamento: " N e n h u m
dos seus ossos será quebrado". E:
"Verão aquele a q u e m traspassaram".
O soldado que usou a lança n ã o é
n o m e a d o no evangelho. Mas, con-
forme o "Evangelho de Nicodemos"
(literatura apócrifa), antes c h a m a d o
"Atos de Pôncio Pilatos", o soldado
era um centurião meio cego, cha-
m a d o Longuinho, o qual se ajoelhou sucessor, H e n r i q u e IV, afirmou, em
depois e teve a sua visão miraculosa- sua coroação, que a lança c o n t i n h a
m e n t e restaurada. Logo em seguida, t a m b é m um dos cravos usados na
ele a b a n d o n o u o exército r o m a n o e crucificação.
passou a levar u m a vida de oração,
t e n d o sido t o r t u r a d o pela sua fé e se Em meados do século 14, o valor
t o r n a d o santo. dessa propaganda era tal que Carlos
IV, da Boêmia e A l e m a n h a , recla-
C o n t u d o , em sua obra Vida dos san- m o u a lança ao trono, afirmando q u e
tos, Sabino Baring Gould lança algu- a relíquia era a "Lança do Senhor".
mas dúvidas sobre a veracidade dessa C o n t u d o , ainda em 1424, Sigismun-
história, declarando que o n o m e do do, de Luxemburgo, vendeu a lança à
soldado pode ter resultado simples- cidade conhecida c o m o Nuremberg,
m e n t e de um erro na tradução da o n d e ela teria p e r m a n e c i d o até 1800,
palavra grega longenhe, que significa q u a n d o foi c o n t r a b a n d e a d a para Vie-
"lança". na, a fim de livrá-la de ser c a p t u r a d a
por Napoleão. Teria sido ali que o
M e s m o assim, as supostas relí- jovem Adolfo Hitler viu a lança e
quias do soldado ambicionou-a, pelo poder que ele
acreditava que a mesma propor-
cionava a q u e m a possuísse.
Historiadores mais moderados
afirmam que a lança foi roubada,
do meio das "jóias da coroa", da Casa
desconheci- de Hasburgo, o que é mais consisten-
do têm sido conservadas te c o m a narrativa da devastação cie
por toda a cristandade, inclusive a outros museus, e que I Iitler a consi-
"lança" rival, para a qual n e n h u m a derava u m a relíquia, simplesmente
exigência de autenticidade tem sido c o m o fazia c o m outros espólios de
feita pelo Vaticano. guerra. E que, no final do conflito,
a lança (ou, talvez, u m a réplica da
A lenda diz que, no século 4o da mesma) foi recapturada pelos solda-
Era Cristã, C o n s t a n t i n o , o Grande, dos americanos e conduzida de volta
invocou o poder da referida lança ao Museu Kunsthistorishes, de Vie-
para cristianizar o Império R o m a n o na, Áustria.
e que Carlos M a g n o (nascido, apro-
ximadamente,
e m 742 d.C.)
também rece-
beu o pocler por
meio da pos-
se da mesma.
Duzentos anos
mais tarde, L.
de Cremona
deixou a pri-
meira narrativa
escrita sobre a
relíquia sagra-
da, ligando-
-a ao primeiro
sacro impera-
dor romano,
Constantino.
E n q u a n t o isso,
em 1084, o seu rfiSflifi v > iMBÉNfeAtk-
Nesta antiga tapeçaria medieval, datada do ano 1175, vemos uma cena alusiva ao fato.
Defesa di» Fé 11
 As relíquias
"E sucedeu que, no terceiro ano teu Deus, sou Deus zeloso, que visito
de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, a iniqüidade dos pais nos filhos, até

e a Bíblia
A veneração a essas relíquias é uma
supersticiosa idolatria. Mesmo que a
lança fosse genuína, ela não poderia
conter qualquer valor espiritual.
Na história de Israel, a serpente de
bronze, erguida sobre uma haste,
trouxe cura a milhares de israelitas.
Contudo, o rei Ezequias, ao constatar
que ela estava sendo adorada,
mandou que fosse destruída. Leiamos
Números 21.7-9 em contraste com
2 Reis 18.1-4:
"Por isso o povo veio a Moisés, e
disse: Havemos pecado, porquanto
temos falado contra o Senhor e
contra ti; ora ao Senhor que tire de
nós estas serpentes. Então Moisés
orou pelo povo. E disse o Senhor
a Moisés: Faze-te uma serpente
ardente, e põe-na sobre uma haste;
e será que viverá todo o que, tendo
sido picado, olhar para ela. E Moisés
fez uma serpente de metal, e pô-
la sobre uma haste; e sucedia que,
picando alguma serpente a alguém,
quando esse olhava para a serpente
de metal, vivia" (Nm 21.7-9).
começou a reinar Ezequias, filho de a terceira e quarta geração daqueles
Acaz, rei de Judá. Tinha vinte e cinco que me odeiam. E faço misericórdia
anos de idade quando começou a aos milhares dos que me amam e aos
reinar, e vinte e nove anos reinou em que guardam os meus mandamentos"
Jerusalém; e era o nome de sua mãe (Êx 20.1-6).
Abi, filha de Zacarias. E fez o que era
reto aos olhos do Senhor, conforme
tudo o que fizera Davi, seu pai. Ele
tirou os altos, quebrou as estátuas,
deitou abaixo os bosques, e fez em
O relicário
pedaços a serpente de metal que
Moisés fizera; porquanto até aquele
católico
dia os filhos de Israel lhe queimavam
incenso, e lhe chamaram Neustã"
romano
(2Rs 18.1-4). Deus proíbe a adoração e o culto
dedicado às imagens. Então, como
Ora, Ezequias procedeu
é que a Igreja Católica Romana
corretamente, pois a Bíblia é muito
ultrapassa a Palavra de Deus, a qual
clara ao proibir a adoração de objetos
declara que o homem não deve
confeccionados pelas mãos dos
fabricar imagens nem se curvar diante
homens: "Então falou Deus todas
delas? O fato é que o catolicismo
estas palavras, dizendo: Eu sou o
sempre omite o mandamento contra
Senhor teu Deus, que te tirei da
a idolatria em seus catecismos.
terra do Egito, da casa da servidão.
N ã o terás outros deuses diante de Para a Igreja Católica Romana,
mim. N ã o farás para ti imagem de os cadáveres ou ossos dos santos, e
escultura, nem alguma semelhança qualquer outra coisa que lhes tenha
do que há em cima nos céus, nem em pertencido durante sua vida terrena,
baixo na terra, nem nas águas debaixo são relíquias dignas de adoração.
da terra. N ã o te encurvarás a elas Assim, a Igreja Romana classifica
nem as servirás; porque eu, o Senhor suas relíquias mais valorizadas:

Partículas de crânios, ossos, pele, dentes, cabelos, unhas

Classe 1: partes do corpo de um santo e gotas de sangue dos santos.

Roupa, cajado, os pregos da cruz e todos os instrumentos

Classe 2: objetos pessoais de um santo de tortura por meio dos quais os santos t e n h a m perecido.

Pedaços de tecido que não pertenciam ao santo, mas

Classe 3: objetos de menor importância tocaram em seu coipo, ou no relicário onde uma porção
do seu corpo está conservada.

É proibido, sob pena de
excomunhão, vender, trocar ou
exibir, para fins lucrativos, relíquias
de primeira e de segunda classes.
Como exemplo, além da lança de
que já tratamos, são algumas outras
relíquias expostas e veneradas pela
Igreja Católica Romana: coroa de
espinhos, madeira da cruz, manto
de Jesus, pregos da cruz, prepúcio
sagrado, Santo Graal, sudário de
Turim, além de várias cabeças de São
Pedro!
Mas, seria oficialmente a veneração
devida às relíquias? O Concilio de
Trento não definiu. As autoridades
modernas declaram que as relíquias
são "valiosas promessas que animam
a confiança dos fiéis e a comunhão
na intercessão dos santos". Dizem,
ainda, que a essas deveriam ser dadas
"honras relativas e inferior, visto
como se relacionam a Cristo e aos
santos, sendo memoriais destes". E,
também, que, na exibição formal das
relíquias na Catedral de São Pedro,
em Roma, adoração formal e pública

12 Defesa da Fé
 Fatos que
lhes é oferecida sempre que o papa e falso. Segundo Francis Schaff,
os cardeais se ajoelham diante delas, esses milagres não têm sido tão

contestam a
do mesmo modo como o fazem diante sobrenaturais e acima do racional.
da hóstia e do altar.

eenuinidade
Eles têm sido antinaturais e
irracionais. É dito, por exemplo,
que São Bernardo, quando se dirigia

A importância das relíquias à França, pensando que havia

esquecido alguma coisa, voltou

das cruzadas Existem muitas relíquias de cada

apóstolo e santo e tantas outras
caminhando a pé enxuto sobre o
mar; que São Dionísio, após ter

para o relicário duplicatas de cada uma. Os apóstolos

devem ter tido várias cabeças cada
sido decapitado, andou duas milhas
segurando a própria cabeça; que

católico um, bem como um número de dezena

de costelas. Só assim poderíamos
Santo Antônio fez o cavalo de um
herege venerar a hóstia, inclinando
confirmar a existência de tantos ossos a cabeça e ajoelhando-se diante
As invasões e os saques dos
de uma mesma pessoa! Helena, mãe da mesma; que Santo Hilário,
cruzados no Oriente Médio ajudaram
de Constantino, que supostamente atendendo ao apelo de um dos fiéis
a difundir peças religiosas até hoje
descobriu a cruz (o madeiro), deve (que patrocinava um hipódromo,
consideradas preciosíssimas — ou
ter possuído nada menos de três mas era invariavelmente derrotado
simplesmente lendas inesquecíveis.
corpos, pois existe um na Igreja de pelos seus opositores) deu-lhe uma
Arascelli, Roma (Itália), outro perto jarra com água para ser aspergida
Primeiro, os cruzados queriam
de Rheims (França) e um terceiro sobre seu cavalo e sobre o curso da
ocupar Jerusalém e retomar as
em Constantinopla (antiga Bizâncio, corrida, o que resultou na vitória de
peregrinações cristãs ao Santo
atual Istambul). seu jóquei. Entre muitas, mas muitas
Sepulcro, o suposto túmulo de
outras invenções.
Jesus. Depois, iniciaram uma onda
de saques a lugares sagrados. E uma A cruz de Cristo deve ter sido
monumental, talvez maior do que a Em contraste com todos esses
das conseqüências das Cruzadas não
estátua do Cristo Redentor no Rio de "milagres" católicos, os de Cristo
poderia ser outra: a difusão de diversos
Janeiro, a fim de poder suprir todos os foram operados com a dignidade e
objetos religiosos, que viraram
pedaços que têm sido exibidos dela. o poder correspondentes ao objetivo
relíquias de valor infinito. Venerados
Mas tudo isso, é lógico, não passa de de sua missão. Foram uma belíssima
pela crença em seus supostos poderes
um grande absurdo. ilustração das bênçãos que Ele veio
milagrosos, eles se destacam durante
nos prodigalizar. Sempre que Jesus
o conflito promovido pelos cristãos.
Para os leitores terem uma idéia, a operava um milagre, havia um
"As Cruzadas reavivaram as lendas
Igreja Católica Romana alega existir propósito maior: "Estava, porém,
em torno das relíquias", diz Marcus
até mesmo relíquias de anjos, como, enfermo certo Lázaro, de Betânia,
Cruz, doutor em história social da
por exemplo, uma pena da asa do aldeia de Maria e de sua irmã Marta.
Universidade Federal do Rio de
arcanjo Miguel! E Maria era aquela que tinha ungido
Janeiro.
o Senhor com ungüento, e lhe tinha
A Igreja Católica Romana afirma enxugado os pés com os seus cabelos,
Desde a primeira ofensiva, os
que o poder lhe foi transmitido, que cujo irmão Lázaro estava enfermo.
cruzados estiveram ligados a esses
as suas relíquias, imagens e santos, Mandaram-lhe, pois, suas irmãs
objetos. E durante o ataque a
todos eles, têm operado milagres e dizer: Senhor, eis que está enfermo
Constantinopla — o maior saque
que, ainda, continuam operando. O aquele que tu amas. E Jesus, ouvindo
da Idade Média, que muitos deles
cardeal N e u m a n falou, certa feita: isto, disse: Esta enfermidade não é para
aparecem. Os templários, um
"Certamente, a Igreja Católica morte, mas para glória de Deus, para
grupo militar criado no período
Romana, de Leste a Oeste e de Norte que o Filho de Deus seja glorificado por
das Cruzadas, tiveram, por
a Sul, está apoiada em milagres". ela" (Jo 11.1 -4; grifo do autor).
exemplo, em suas mãos, alguns dos
Mas, será que o teor das doutrinas
mais importantes instrumentos
nas quais se "sustenta" e o apoio aos A verdade é que o Cardeal
sagrados. Segundo Maria Filomena
milagres da Igreja Romana não nos Neuman, antes de se converter à
Nascimento, medievalista da
levam a rejeitá-los? Deus declara Igreja Católica Romana, acreditava
Universidade de Brasília, os invasores
que qualquer sinal ou maravilha que tais milagres eram "indignos de
cristãos realmente acreditavam no
operado como suporte a qualquer qualquer autor sábio", acrescentando
poder e na proteção dessas relíquias,
doutrina contrária à sua Palavra que: "a notória falta de sinceridade e
mesmo que fossem falsas.
que não tenham passado por um as fraudes da Igreja Católica Romana
exame rigoroso deve ser considerado

Defesa di» Fé 13
 em outros assuntos
eram suficientes
para observar com
forte suspeita o
seu testemunho de
milagres". Entretanto,
logo depois de passar
para o "lado romano",
o cardeal começou
a aceitar os milagres
que tanto contestou,
passando a se ajoelhar
diante dos seus
crucifixos, passou a
acreditar no choro
de suas "madonas"
e até mesmo na
liquidificação do
sangue de São
Genaro.

O povo católico de jojipe e de outras cidades em procissão a São Bartolomeu

Cardeal posteriormente nomeado cardeal

pelo papa Leão XIII em 1879. Foi
tem sua fonte em Deus: "Porque já o
mistério da injustiça opera; somente

Newman beatificado no dia 19 de setembro

John Henry Cardeal Newman,
(Londres, 21 dc fevereiro de 1801
— Edgbaston, 11 de agosto de
1890) foi um sacerdote anglicano
inglês convertido ao catolicismo,
de 2010 pelo Papa Bento XVI.
Estudou no Trinity College de Oxford
(1816) e no Oriel College (1822)
e foi ordenado sacerdote da Igreja
Anglicana. Naquela época, ele
considerava o anglicanismo de seu
tempo excessivamente protestante e
laicizado e considerava o catolicismo
corrompido em relação às origens
do cristianismo. Buscou uma "via
média" entre os dois, e, pesquisando
sobre os primórdios da Igreja Católica
e do cristianismo em geral, terminou
por converter-se ao catolicismo.
há um que agora resiste até que do
meio seja tirado; e então será revelado
o iníquo, a quem o Senhor desfará
pelo assopro da sua boca, e aniquilará
pelo esplendor da sua vinda; a esse
cuja vinda é segundo a eficácia de
Satanás, com todo o poder, e sinais
e prodígios de mentira, e com todo
o engano da injustiça para os que
perecem, porque não receberam o
amor da verdade para se salvarem. E
por isso Deus lhes enviará a operação
do erro, para que creiam a mentira;
para que sejam julgados todos os que
não creram a verdade, antes tiveram
prazer na iniqüidade." (2Ts. 2.7-
12).

Os milagres Durante pouco mais quinze séculos

a Igreja Católica Romana tem se

e suas abarrotado de falsos dogmas e de

milagres espúrios, o que demonstra

origens claramente o caráter de sua enorme

Ilustração de Sir John Everett Millais
apostasia. Isso é mais que suficiente
para descrermos nas origens de suas
Mas alguém poderia objetar: E se
relíquias e, conforme ordena a Bíblia,
alguns desses milagres não fossem
rejeitarmo-nos a adorá-las.
fraudes? E se houvessem mesmo
ocorrido? Segundo o apóstolo Paulo,
em sua segunda epístola escritas aos
tessalonicenses, nem todo prodígio

14 Defesa d a F é
 DEFESA DA FÉ

LANÇAMENTO
0 melhor dos OPIZe dnOS
de história
contados em três volumes

Edição
Edição

Intitulo

ft Edição
Especial
e Limitada!

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 Por Natanael Rinaldi, Ministro do evangelho pela Igreja Evangélica da Paz e pioneiro da apologética cristã no Brasil
O espiritismo e n s i n a q u e a
encarnação é necessária aos
espíritos c o m o i m p o s i ç ã o d e D e u s
"para fazê-los c h e g a r à perfeição".
Mas, para isso, " d e v e m passar por
todas as vicissitudes da existência
corpórea". "Os sofrimentos da
vida são, p o r vezes, c o n s e q ü ê n c i a
d a i m p e r f e i ç ã o d o espírito: q u a n t o
m e n o s imperfeições, t a n t o m e n o s
tormentos".
Esse c a m i n h a r p o r vidas c o r p ó r e a s
seria necessário porque "Deus
criou todos os espíritos simples e
i g n o r a n t e s , isto é, s e m ciência. A
c a d a um d e u u m a missão, c o m o fim
de esclarecê-los e fazê-los chegar,
progressivamente, à perfeição,
pelo c o n h e c i m e n t o d a v e r d a d e ,
e a p r o x i m á - l o s de si. Os espíritos
16 íVsa d» !<
' .•'
adquirem esses conhecimentos
p a s s a n d o p o r provas q u e D e u s
lhes i m p õ e " (Livro dos Espíritos,
q u e s t ã o 115).
O s " p u r o s espíritos" fazem p a r t e
da classe mais e l e v a d a (ou seja, da
primeira classe) e a t i n g i r a m essa
p o s i ç ã o p o r q u e " p e r c o r r e r a m todos
os d e g r a u s da escala e se d e s p o j a r a m
de t o d a s as i m p u r e z a s da m a t é r i a , e,
tenclo a t i n g i d o a s o m a de p e r f e i ç ã o
de q u e é suscetível a c r i a t u r a ,
não têm mais que passar por provas
ou expiações. N ã o mais s u j e i t o s à
r e e n c a r n a ç ã o e m c o r p o s perecíveis,
v i v e m a v i d a e t e r n a , q u e realizam
no seio de D e u s " (grifo do autor).
K a r d e c disse q u e a a u t o r i d a d e
d e Jesus o r i g i n o u - s e d a " n a t u r e z a
e x c e p c i o n a l do seu Espírito e da
sua missão divina", e q u e a "lei
d o N o v o T e s t a m e n t o teve sua
personificação em Cristo", na
qualidade de segunda revelação
de D e u s . Jesus "foi o iniciador da
mais p u r a , d a m a i s sublime m o r a l ,
da moral evangélico-cristã, que há
de r e n o v a r o m u n d o , a p r o x i m a r os
h o m e n s e t o r n á - l o s i r m ã o s [...] foi
o iniciador de uma perfeita moral"
(grifo do autor).
C o n f o r m e a visão k a r d e c i s t a ,
foi d u r a a c a m i n h a d a de Jesus a t é
c h e g a r a o seu p o n t o m á x i m o d e
perfeição. A t é ser c o n s i d e r a d o u m
espírito p u r o , Jesus teria p a s s a d o
por i n ú m e r a s vidas c o r p ó r e a s . Foi,
q u e m sabe, e s c r a v o d e u m s e n h o r
r u d e e cruel; t r a b a l h a d o r b r a ç a l na
c o n s t r u ç ã o de castelos reais; u m a os oprimidos; e
m u l h e r d e s a m p a r a d a ou uma viúva anunciar o ano
pobre em algum lugar da África. aceitável do S e n h o r
Vencidas essas provas indispensáveis [...] hoje se cumpriu
ao seu aperfeiçoamento, e já na esta escritura em
c o n d i ç ã o de espírito puro, achou vossos ouvidos" (Lc
graça d i a n t e de Deus, que o 4.18,19,21; Is 61.1).
escolheu para u m a missão divina
da mais elevada importância. O segundo diz
Então, Jesus n ã o teria vindo para respeito às boas-
mais u m a prova, p o r q u a n t o n ã o novas trazidas pelo
havia nele imperfeições a serem S e n h o r Jesus, que
removidas, c o m o bem disseram os n ã o se resumiram
desencarnados: "A autoridade l h e nas questões de
v i n h a da natureza excepcional do ordem moral,
seu Espírito e da sua missão divina". c o m o foi soprado
A pureza de Jesus seria de tal pelos espíritos
forma que Deus o escolhera d e n t r e desencarnados. O
muitos outros espíritos puros, S e n h o r Jesus operou
porque estaria ele no p o n t o mais milagres sem c o n t a .
elevado da hierarquia espiritual, Ressuscitou mortos.
t u d o segundo a visão kardecista. Curou leprosos,
cegos, surdos e
O r a , depois de t a n t o sofrimento, paralíticos. Perdoou
ou melhor, depois de sofrer tantas pecados. Expulsou
encarnações para aperfeiçoar- demônios. A c a l m o u
se, n a d a mais justo da parte de t e m p e s t a d e .
Deus do q u e premiar esse espírito Andou sobre o
puro, que em d e t e r m i n a d a etapa mar. Multiplicou
c h a m o u - s e Jesus, c o m a sublime pães e peixes
missão de dar início a "mais pura para alimentar
e mais sublime moral, da moral milhares de pessoas. E n e n h u m Incompatibilidade
evangélico-cristã". desses milagres pôde (passado)
ou pode (presente) ser explicado
com o ensino
pelo cientificismo do kardecismo. sobre a revelação
Leiamos: "E, o n d e quer que entrava,

Defeitos da ou em cidade, ou em aldeias, ou no

campo, a p r e s e n t a v a m os enfermos
Ao dizer: "Eu sou o caminho, a
verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai,

argumentação
senão por mim" (Jo 14-6), o Senhor
nas praças e rogavam-lhe que os
Jesus coloca por terra a intenção
deixasse tocar ao m e n o s na orla

kardecista
H á alguns tropeços n o percurso
desse raciocínio espírita acerca da
vida de Jesus.
O primeiro deles está relacionado
à missão cie Jesus, que n ã o veio só
para ensinar u m a elevada moral.
Vejamos o que Jesus diz no c o m e ç o
do seu ministério: "O Espírito
do S e n h o r é sobre mim, pois me
ungiu para evangelizar os pobres.
Enviou-me a curar os q u e b r a n t a d o s
de coração; a pregar liberdade
aos cativos; e restauração da
vista aos cegos; pôr em liberdade
do espiritismo de ser, como dizem
da sua veste, e todos os que lhe
os espíritas, "a Terceira Revelação
t o c a v a m saravam" (Mc 6.56). " H á ,
de Deus, não tendo a personificá-la
porém, ainda m u i t a s outras coisas
n e n h u m a individualidade, porque
que Jesus fez; e, se cada u m a das
é fruto do ensino dado, não por um
quais fosse escrita, cuido que n e m
homem, mas, sim, pelos espíritos, que
ainda o m u n d o t o d o poderia c o n t e r
são as vozes do céu". O cristianismo
ós livros q u e se escrevessem" (Jo
rejeita os ensinos dos "espíritos" e
21.25).
reconhece que "toda Escritura é
divinamente inspirada e proveitosa
A terceira pedra de tropeço são os
para ensinar, para repreender, para
ensinos de Jesus sobre os assuntos a
corrigir, para instruir em justiça, a
seguir, para os quais o kardecismo
fim de que o homem cie Deus seja
tem ouvidos m o u c o s ou apresenta
perfeito e perfeitamente preparado
interpretações equivocadas.
para toda boa obra" (2Tm 3.16,17).
Vejamos: Jesus ensinou que há dois tipos de
homens: os salvos (Mt 25.31-34) e

Defesa di» Fé 17
 os perdidos (Mt 7.13,14; 25.46). Esse
ensino refuta a afirmação kardecista
de que "todos os espíritos tornar-se-
ão perfeitos".
Incompatibilidade
com o ensino
sobre o perdão
dos pecados
Jesus ensinou que o perdão de
D e u s é necessário à salvação do
h o m e m (Mt 6.12; Lc 23.34). Os
"mensageiros do céu", todavia,
e n s i n a m q u e basta ao espírito aceitar
as provas de múltiplas encarnações,
porque somente "submetendo-se
à prova de uma n o v a existência" a
alma pode depurar-se. E as "vozes
do além" a r r e m a t a m : "Em cada
nova existência, o espírito dá um
passo na via do progresso. E q u a n d o
se h o u v e r despojado de todas as
impurezas, n ã o mais necessitará
das provas da vida corpórea". E
dizem, ainda, q u e s o m e n t e depois
da última e n c a r n a ç ã o o espírito
se t o r n a feliz e puro. C o m essas
afirmações, Kardec anulou
n a t u r e z a do perdão de Cristo,
além cie desprezar a eficácia do seu
sacrifício. S e g u n d o esse raciocínio,
o ladrão da cruz, p e r d o a d o por
Jesus, teria ido para o paraíso
l e v a n d o impureza e infelicidade (Lc
23.43).
Incompatibilidade
com o ensino
sobre o juízo final
Jesus ensinou que irá r e t o r n a r
n ã o mais para trazer boas-novas,
mas para julgar. C o m o resultado
desse julgamento, muitos irão
para o "fogo e t e r n o , preparado
para o diabo e seus anjos" (Mt
25.31,32,41,46). Essas declarações
atuam como um xeque-mate
em algumas teses kardecistas.
Jesus afirma que voltará. Mas, o
que viria fazer aqui a " S e g u n d a
18 Defesa da Fé
Revelação" já devidamente
substituída pela "Terceira"? E castigos eternos, pois a justiça da
mais! Jesus disse que virá para
julgar, e que esse j u l g a m e n t o dar-
se-á e m d e t e r m i n a d o m o m e n t o ,
esclarecendo que haverá um
Juízo Final. O r a , tal ensino n ã o
faz parte da literatura kardecista,
o n d e se lê que "todos os espíritos
t e n d e m à perfeição e D e u s lhes
fornece os meios pelas provas da
vida corpórea, mas, na sua justiça,
reserva-lhes, em n o v a s existências,
a tarefa de realizar aquilo que n ã o
p u d e r a m fazer ou acabar n u m a
primeira prova".
Se admitida a tese d e f e n d i d a pelos
"espíritos", o S e n h o r Jesus adiaria o
Juízo para u m a data indefinida, e
ficaria a g u a r d a n d o o m o m e n t o em
q u e todos alcançassem a perfeição.
Se fosse assim, n ã o haveria
necessidade do Juízo Final, porque,
com Jesus ou sem Jesus, todos
c a m i n h a r i a m para um mundo
ditoso. A l é m disso, o S e n h o r Jesus
t a m b é m falou em "fogo eterno', ou
seja, em castigo e t e r n o n u m lugar
p r e v i a m e n t e preparado.
a Ora, o kardecismo, como
0 Juízo Final é um afresco do pintor renascentista italiano Michelangelo Buonarroti medindo 13,7 m x 12,2 m,
pintado na parede do altar da Capela Sistina. É, na visão do artista, uma representação do Juízo Final inspirada na
narrativa bíblica. Nesta pintura, Michelangelo, que nascera no ano em que a capela (oi construída, dedicou todo
seu engenho e força, de 1534 a 1541.
sabe, n ã o admite a existência de
r e e n c a r n a ç ã o estaria no fato de q u e
todos terão o p o r t u n i d a d e s iguais
para limpar suas imperfeições.
Seguindo o raciocínio kardecista,
q u a n d o o S e n h o r Jesus r e t o r n a r
para julgamento, muitos espíritos
estarão n o meio d o c a m i n h o
r u m o à perfeição, fazendo parte
da classe dos espíritos "levianos",
"perturbadores" e "impuros".
C o m o ficarão esses? Serão salvos
assim mesmo? N ã o mais precisarão
r e e n c a r n a r para serem puros?
Serão u m a exceção à regra da
reencarnação? O u h ã o d e admitir
q u e o S e n h o r Jesus m e n t i u ao dizer
q u e retornaria (Jo 14.3)? Pode
mentir aquele q u e veio "ensinar aos
h o m e n s u m a elevada moral", c o m o
afirmou Kardec?
Seriam esses os espíritos
imperfeitos, impuros e levianos
que ainda n ã o se aperfeiçoaram,
c o n f o r m e declarou Kardec? O
S e n h o r Jesus arremata: " Q u e m nele
crê n ã o é c o n d e n a d o , mas q u e m
n ã o crê já está c o n d e n a d o , porque
n ã o crê no unigênito Filho de Deus"
se (Jo 3.18). Disse mais: "Serpentes,
raça de víboras! C o m o escapareis
da c o n d e n a ç ã o do inferno?" (Mt
23.33). C o m o se vê, a Palavra
fala em c o n d e n a ç ã o , sinônimo
de castigo eterno, i n f e r n o e Juízo
Final, mas os "espíritos" de Kardec
n ã o q u e r e m n e m ouvir falar nisso.
Será p o r q u e "em casa de e n f o r c a d o
n i n g u é m fala em corda?" Vejam
o que dizem: "Os espíritos n ã o
ficam p e r p e t u a m e n t e nas c a m a d a s
inferiores; todos eles tornar-se-ão
perfeitos. M u d a m de classe, embora
devagar". Pelo visto, o S e n h o r
Jesus, q u a n d o vier, vai ter de ficar
e s p e r a n d o m u i t o tempo. Q u e m
está m e n t i n d o : Jesus, um espírito
puro, segundo o kardecismo, ou os
"desencarnados" ?
Cena do filme Paixão de Cristo, de Mel Gibson.
A Bíblia e
o perdão de
pecados
O S e n h o r Jesus declarou que t e m
poder sobre o pecado. "Jesus, v e n d o
a fé deles, disse ao paralítico: Filho,
perdoados estão os teus pecados. E
p e n s a r a m os escribas: Q u e m pode
perdoar pecados, senão Deus? E n t ã o
disse Jesus: O r a , para que saibais
que o Filho do h o m e m t e m na terra
poder para perdoar pecados [disse
ao paralíticoj: A ti te digo, levanta-
te, toma o teu leito, e vai para tua
casa" (Mc 2.5-12). Por esse relato,
fica claro q u e o S e n h o r Jesus p o d e
perdoar pecados. Então, diante
disso, p e r g u n t a m o s : em q u e etapa
da tese reencarnacionista entraria
a necessidade de perdão? Para que
serviria o p e r d ã o se a perfeição
será alcançada, de qualquer modo,
via novas encarnações, m e d i a n t e
as provas de novas vidas aqui na
terra? C o m seus pecados perdoados
ou n ã o aquele paralítico n ã o iria
ser aperfeiçoado? A expressão
"espiritismo cristão" n ã o estaria,
p o r t a n t o , mal colocada?
Sofrimento
de Jesus
O u t r a dificuldade de conciliar
cristianismo e espiritismo diz
respeito ao sofrimento de
Jesus. C o m o vimos, a "natureza
excepcional do seu espírito" e a
sua divina missão de ensinar u m a
elevada moral à h u m a n i d a d e , c o m o
definiu Kardec, iriam lhe garantir,
pelo menos, u m a vida terrena livre
de qualquer sofrimento. N ã o foi
o que a c o n t e c e u . A i n d a criança,
H e r o d e s t e n t o u matá-lo (Mt 2.13);
viveu u m a vida sem descanso e
sem bens materiais (Mt 8.20); seus
irmãos n ã o criam nele (Jo 7.5); foi
d u r a m e n t e criticado e perseguido
pelos fariseus, que desejavam tirar
sua vida (Jo 11.53); foi traído por
um de seus apóstolos (Mt 26.16);
angustiou-se no G e t s ê m a n i "e o
seu suor tornou-se grandes gotas
de sangue que corriam até o c h ã o "
(Lc 22.44); sem justa causa, foi
preso e c o n d e n a d o à m o r t e (Lc
22.54; 23.25); n ã o recebeu o
apoio de seus discípulos q u a n d o
foi preso (Mt 26.56,70, 72,74); foi
escarnecido, h u m i l h a d o , açoitado,
cuspido e recebeu na cabeça u m a
coroa de espinhos (Mt 27.26-30);
finalmente, foi crucificado. Seu
sofrimento na cruz é indescritível
(Mt 27.32-56).
O r a , l e v a n d o em c o n t a a c r e n ç a
espírita, Jesus teria passado por
todos os estágios da escala espiritual
até chegar à plena perfeição.
Inicialmente "alma simples e sem
ciência", Jesus teria e x p e r i m e n t a d o
muitas lutas e vicissitudes em
muitas vidas corpóreas, h a v e n d o
subido de degrau em degrau na
hierarquia espiritual. Já no topo da
escada, recebe n ã o mais u m a prova,
mas u m a missão. Tal dissertação da
vida espiritual de Jesus está acorde
com a afirmação de um espírita
cristão. Q u a n d o lhe p e r g u n t a m o s
se, no e n t e n d e r do kardecismo,
Jesus teria sido um h o m e m c o m o
o u t r o qualquer, que m e d i a n t e
muitas vidas corpóreas atingiu o
mais alto grau de perfeição, ele nos
respondeu a f i r m a t i v a m e n t e .
Os "espíritos" disseram
Kardec q u e "para chegar a essa
perfeição d e v e m eles passar por
a
todas as vicissitudes da existência
corpórea"; q u e "todos são criados
simples e ignorantes"; que "os
sofrimentos da vida são, por vezes,
c o n s e q ü ê n c i a da imperfeição do
espírito, porque quanto menos
imperfeições, tanto menos tormentos.
(grifo do autor). Disseram t a m b é m
Defesa da l'é
 Se o carma de Jesus não
ferido pelas nossas transgressões,
e m o í d o pelas nossas iniqüidades"
(Is 53.4,5). Jesus veio para "salvar

estivesse completamente limpo, o seu povo dos seus pecados" (Mt

1.21). Jesus é "o Cordeiro de Deus,
que tira o p e c a d o do m u n d o " (Jo

o que exigiria mais sofrimento? 1.29), "para que todo aquele q u e

que os espíritos puros, da primeira
classe, já "percorreram todos os
degraus da escala e se despojaram
de todas as impurezas da matéria.
T e n d o atingido a soma de perfeição
de que é suscetível a criatura, n ã o
t ê m mais que passar por provas ou
c o m a declaração kardecista de que
os puros estão no último degrau da
escala e n ã o mais necessitam de
provas.
nele crê n ã o pereça, mas t e n h a
a vida e t e r n a " (Jo 3.16). Jesus
"morreu por nossos pecados". N ã o
morreu na cruz para sua própria
evolução espiritual ( I C o 15.3).
Jesus "se deu a si m e s m o por nossos
pecados" (G1 1.4). "Porque para
isto sois c h a m a d o s , pois t a m b é m

A verdade
Cristo p a d e c e u por nós [...] o qual
expiações". n ã o c o m e t e u pecado, n e m n a sua

bíblica
boca se achou e n g a n o [...] levando
Se correta essa tese, Jesus n ã o
ele m e s m o em seu corpo os nossos
mais precisaria passar por provas.

sobre o
pecados sobre o madeiro" ( l P e
Aliás, certo "espírito", a q u e m
Jesus c h a m o u de Satanás, t e n t o u 2.21-24).
interromper seus sofrimentos e
até ofereceu-lhe riquezas (Mt sofrimento A e n c a r n a ç ã o do Verbo, seu

4.8-11). Nesse c o n t e x t o , algumas
indagações são necessárias:
(a) Se o c a r m a de Jesus n ã o
estivesse c o m p l e t a m e n t e limpo, o
que exigiria mais sofrimento? Tal
hipótese n ã o se harmoniza com
a "natureza excepcional de seu
espírito", n e m c o m a missão divina
a ele confiada.
(b) Se Jesus era r e a l m e n t e um
espírito puro, por que aceitou e
buscou o sofrimento para purificar-
se mais ainda? Tal hipótese colide
de Jesus
A v e r d a d e é que Jesus n ã o
sofreu e n ã o m o r r e u crucificado
para "expungir" suas próprias
imperfeições. Perfeito como
era, n ã o precisou de sacrifícios
para limpar seu c a r m a ou para
elevar-se na escala espiritual.
"Verdadeiramente, ele tomou sobre
si as nossas enfermidades, e as nossas
dores levou sobre si; c o n t u d o , nós
o consideramos c o m o aflito, ferido
de Deus, e oprimido. M a s ele foi
sofrimento e m o r t e fizeram parte
do plano divino para a salvação dos
h o m e n s . Esse plano c o m e ç o u a ser
revelado a partir da q u e d a cie A d ã o ,
c o n f o r m e predito em Gênesis 3.15,
em que a " s e m e n t e da m u l h e r " ferirá
a cabeça da serpente. Na revelação
progressiva, o Messias se apresenta
c o m o h o m e m de dores, servo
sofredor, traspassado por nossas
transgressões, até chegar à pessoa
de Jesus, o Filho, q u e se entregou à
m o r t e expiatória da cruz. Jesus n ã o
precisava, e m u i t o m e n o s precisa,
de infindas r e e n c a m a ç õ e s para

20 Defesa da Fé
 Se Jesus era realmente um
espírito puro, por que aceitou
e buscou o sofrimento para
purificar-se mais ainda?
atingir plena perfeição, visto em figura h u m a n a , a si m e s m o
que, " n o princípio era o Verbo, se humilhou, tornando-se
e o Verbo estava com Deus, e o o b e d i e n t e ate a morte, e morte
Verbo era Deus, e se fez carne, e de cruz. Pelo que Deus t a m b é m
habitou e n t r e nós" (Jo 1.1,14). o exaltou sobremaneira e lhe deu
o n o m e que está acima de todo
E, q u a n t o à glorificação de n o m e , para que, ao n o m e de
Cristo, escreveu o apóstolo Jesus, se dobre todo joelho, nos
Paulo, em sua carta aos céus, na terra e debaixo da terra,
filipenses: "Pois ele, subsistindo e toda língua confesse q u e Jesus
em forma de Deus, n ã o julgou Cristo é Senhor, para glória de
c o m o usurpação o ser igual D e u s Pai" (2.6-11).
a Deus; antes a si m e s m o se
esvaziou, assumindo a forma de
servo, fazendo-se s e m e l h a n t e
aos h o m e n s ; e, r e c o n h e c i d o
NOTAS DE REFERÊNCIA:
i KARDEC, Allan. 0 livro dos espíritos. São Paulo: Federação Espírita Brasileira, questões 132 e 133,
». Ibidem, questão 113.
KARDEC, Allan. 0 Evangelho segundo o espiritismo. São Paulo: Fundação Espírita André Luiz, cap. 1-4,6.
4. Ibidem, cap. 1-9.
5. Ibidem, cap 1-4.
6. Ibidem, cap 1-9.
7. KARDEC, Allan. 0 Evangelho segundo o espiritismo. São Paulo: Fundação Espirita André Luiz, cap. 1-6.
, . KARDEC, Allan. 0 livro dos Espíritos. São Paulo: Federação Espírita Brasileira, questão 116.
9. Ibidem, questão 166.
10. Ibidem, questão 168.
11. Ibidem, questão 170.
I !. Ibidem, questão 171.
13. Ibidem, questões 1 0 2 , 1 0 6 .
i : Ibidem, questão, 116.
15. Ibidem, questões 1 3 2 , 1 3 3 .
1 6 . Ibidem, questão 113.
17. KARDEC, Allan. 0 Evangelho segundo o espiritismo. São Paulo: Fundação Espirita André Luiz, cap. 1 - 4 , 1 9 9 6 .
 Entrevista

Por Elvis Brassaroto Aleixo

Danilo Raphael A. Moraes é presbítero e mestre em teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo (FTBSP), com

especialização em Antigo Testamento. Em sua dissertação, escreveu sobre "A formação do Pentateuco". O desenvolvimento dessa

matéria foi o ponto de partida para realizar uma análise das pesquisas modernas e seus pressupostos científicos correlacionados

à autoridade bíblica e seus fundamentos. Formado em apologética cristã pelo ICP - Faculdade Dr. Walter Martin, é palestrante

deste instituto desde o ano 2000 e autor de diversos artigos publicados na Defesa da Fé. Além disso, supervisiona e escreve para o

portal Creia em Jesus e auxilia o IN APS - Instituto Nova Aliança de Promoção Social. Na entrevista que segue, afirma, com total

confiança de quem conhece o assunto: "O estudo do Antigo Testamento sobreviveu ao criticismo e ao liberalismo".

Defesa da Fé - Em homenagem à os dias atuais, o campo de pesquisa décadas é a ênfase sobre o texto final,
clássica obra de Gleason Archer veterotestamentário não progrediu tal como se apresenta em nossas
Jr., iniciamos esta entrevista c o m como esperavam os críticos da bíblias. O interesse pelas fontes que
a seguinte pergunta: "Merece época. No início da década de 70, deram origem aos textos bíblicos se
confiança o Antigo Testamento?". já era notável, no meio acadêmico, mostrou infrutífero. Os pressupostos
certo mal-estar, insatisfação e críticos e liberais estão dando, cada
D a n i l o Moraes - Sim! A obra de G.
desnorteamento com os resultados vez mais, lugar a uma interpretação
Archer Jr., embora tenha sido escrita
das pesquisas sobre o Pentateuco conservadora, por meio da qual se
cm 1964, merece credibilidade
e o método histórico-crítico. O busca o significado do texto dentro
ainda hoje. Da década de 60 até
que se pôde presenciar nas últimas do próprio texto. A referida obra de

22 Defesa <la ! e
G. Archer propõe responder às duras Diante disso, para muitos, o Antigo ignorados, por parte da referida
críticas que o Antigo Testamento Testamento c simplesmente um livro teologia, o público-alvo, a intenção do
sofreu e vem sofrendo, principalmente como qualquer outro. Todavia, o autor e, principalmente, o contexto
a partir do Iluminismo, que teve seu valor teológico e prático dos livros da em que o texto foi escrito. Vejo que
início lio começo do século 17. No antiga aliança que temos é o mesmo a igreja pode se aproximar "sem
cenário brasileiro atual, percebemos que Jesus atribuiu a esses livros. medo" do Antigo Testamento, desde
que grandes instituições teológicas Jesus interpretou a lei, os escritos e que respeite algumas regras básicas
estão se dobrando ante o liberalismo os profetas como sendo históricos e da exegese e da hermenêutica. A
teológico que propõe um viés dignos de confiabilidade. Contudo, o interpretação que Jesus e os apóstolos
científico ao estudo bíblico, o que, que quero dizer é que qualquer coisa deram ao Antigo Testamento é o
sorrateiramente, passa uma áurea no Antigo Testamento que tenha melhor parâmetro. Pode-se dizer
de superioridade intelectual aos sido declarada por nosso Senhor que o N o v o Testamento é o manual
seus alunos. Mas, na verdade, é um como um fato, ou implicada em um de interpretação do Antigo. A
ledo engano! O estudo do Antigo fato, deveria ser, então, conclusiva aplicação do Antigo Testamento ao
Testamento sobreviveu ao criticismo para aqueles que sustentam que Jesus contexto das igrejas e da vida cristã
e ao liberalismo, seus maiores é infalível. Os apóstolos e os Pais da deve ser norteada pelo conceito da
algozes. A confiança que temos Igreja, seguindo a interpretação dada nova aliança, à qual estamos sujeitos.
hoje está muito mais alicerçada. O pelo Mestre, atribuíram tanto ao Ninguém pode, como acontece em
que poderia ser uma pergunta para Antigo quanto ao Novo Testamento alguns púlpitos, impor leis e conceitos
muitos irmãos de décadas passadas, o conjunto de fé e prática da Igreja veterotestamentários relacionados
hoje, n o entanto, já pode ser Lima de Cristo. a Israel como se fossem dirigidos à
afirmativa: O Antigo Testamento Igreja de Cristo.
merece confiança!

Defesa da Fé - A teologia da
prosperidade, entre outras Defesa da Fé - Os cristãos estão
Defesa da Fé - C o m o devemos teologias, explora bastante os textos preparados para defender a
lidar c o m a revelação do Antigo veterotestamentários segundo legitimidade do Antigo Testamento?
Testamento? Essencialmente, em sua própria conveniência. Até No âmbito apologético, quais são
que consistiria o valor teológico e que p o n t o a igreja cristã pode se os tópicos do Antigo T e s t a m e n t o
prático dos livros da antiga aliança apropriar das histórias e biografias mais alvejados pelos opositores às
para os cristãos? do Antigo T e s t a m e n t o para que Escrituras?
possa aplicá-las ao cotidiano
cristão? Seria u m a apropriação sem

Danilo Moraes - Um dos pontos limites? Danilo Moraes - Infelizmente, são

da teologia moderna afirma que poucos que se interessam pelo estudo
o Antigo Testamento n ã o é uma sério do Antigo Testamento. Mesmo
revelação, tal como compreendemos Danilo Moraes - A teologia da em nossas igrejas pouco se prega o
por toda a história da Igreja. O termo prosperidade é um câncer que Antigo Testamento. N ã o nego o papel
"revelação" assumiu, em primeiro vem se alastrando pelos múltiplos fundamental que o Novo Testamento
lugar, uma conotação moral e, depois, órgãos da igreja brasileira. Q u a n d o exerce sobre nós, os cristãos, pois
cultuai. O conceito de que Deus se observadas a exegese e a base de estamos debaixo da nova aliança
revela diretamente pelo seu povo é sua hermenêutica, fica evidente e não da antiga. A meu ver, na
descartado. O sobrenatural não tem a discrepância com que tratam os prática, poucos estão preparados
lugar em muitos círculos acadêmicos. textos do Antigo Testamento. São para defender a legitimidade do

Defesa di» Fé 23
 Antigo Testamento. Infelizmente, seitas pseudocristãs, em sua grande e as histórias de Israel? O que
o despreparo está no âmbito geral maioria, aceitam a historicidade dos caracteriza a supremacia do Antigo
da fé cristã. Mas, nos últimos anos, textos do Antigo Testamento, mas T e s t a m e n t o sobre as mitologias das
o mercado editorial brasileiro vem pecam muito em sua interpretação diversas culturas?
se esforçando para suprir essa dos textos proféticos. E fazem grande
necessidade lançando livros de cunho esforço para "ajustar" os textos
apologético e teológico sadios. Nesse proféticos aos seus ensinamentos. Danilo Moraes - Infelizmente,
sentido, o ICP está fazendo a sua E isso acontece principalmente nas o mito, quando aplicado ao
parte. E sua excelente contribuição seitas que possuem forte tendência âmbito religioso, é quase sempre
é notória por meio da revista Defesa escatológica, cuja doutrina é baseada apresentado como uma forma de
da Fé, da Bíblia Apologética e dos no "agendamento" de datas para o expressão da humanidade em sua
cursos e palestras que ministra. fim do mundo. As Testemunhas de fase infantil de desenvolvimento.
Mas, é de suma importância que as Jeová se destacam entre esses grupos. Esse desenvolvimento estende-
igrejas se voltem cada vez mais para Já marcaram várias datas para o fim se desde o pensar infantil-mítico
o ensino responsável das Escrituras. do mundo, o que, segundo eles, iria até o estágio supremo da religião
Entre os ataques da crítica destrutiva acontecer nos seguintes anos: 1914, cristã. Hermann Gunkel (1862-
e das teologias ditas "modernas", 1918, 1920, 1925 e 1975. Agora, 1932) demonstrava rejeição ao
verifica-se a forte rejeição ao apregoam que o fim do mundo sobrenatural. Ele considerava os onze
sobre naturalismo. Se o valor histórico dar-se-á em 2034, de acordo com primeiros capítulos de Gênesis como
das Escrituras é descartado e os a revista A Sentinela (edição de mitos e as histórias dos patriarcas
milagres são impossíveis, nada fica 15/12/2003, página 15, parágrafos 6 como lendas, que fazem parte de
na Bíblia que mereça crédito. Para e 7). Já as grandes religiões tendem a uma tradição oral, ou como poemas
muitos críticos, a simples presença negar o valor histórico e religioso do épicos. Ficções míticas e legendárias
de um elemento sobrenatural no Antigo Testamento. Ou, a exemplo são incompatíveis não apenas com o
texto serve de evidência suficiente do islamismo, tendem a distorcer caráter do Deus de toda a verdade,
para que sua historicidade seja fatos históricos e teológicos. Nota- mas, também, com a verdade, a
rejeitada. Q u a n d o os críticos negam se, por parte das seitas e das religiões, confiabilidade e a absoluta autoridade
a intervenção sobrenatural de um grande interesse em reinterpretar da Palavra de Deus. O conceito de
Deus, fazem isso baseados em suas doutrinas cristãs sólidas, que se mito é, entretanto, motivado mais
pressuposições filosóficas e não na sustentam, principalmente, no livro pela relutância e inabilidade dos
análise das evidências históricas. de Gênesis, para embasarem suas intérpretes modernos em aceitar
heresias. Entre elas, destacam-se: a a realidade do m u n d o do Gênesis
criação ex-nihilo, a historicidade de do que por uma compreensão clara
Defesa da 1 - - E o que dizer das Adão e Eva, o pecado original e a da intenção do texto. O Antigo
seitas? Elas e m p r e g a m o Antigo revelação, além de outras. Testamento, por adotar um caráter
Testamento? O senhor poderia teológico e histórico, não era propício
destacar exemplos de alguns grupos à formação de mitos. Contudo,
e suas respectivas doutrinas? Há Defesa da Fé - No contexto os autores veterotestamentários,
livros prediletos para esse ataque? secular, o Antigo Testamento ocasionalmente, podiam tomar
é t o m a d o por muitos c o m o um emprestadas concepções míticas de
Danilo Moraes - O emprego
c o m p ê n d i o de mitologia judaica. Se povos vizinhos e adaptá-las à sua
que as seitas pseudocristãs dão
considerarmos o gênero mitologia, própria fé. Existe afinidade entre
ao Antigo Testamento difere da
haveria m e s m o semelhanças e n t r e as narrações bíblicas e a literatura
aplicação das grandes religiões. As
as narrativas mitológicas em geral mítica pelo simples fato de ambas

24
fazerem parte do gênero literário sagrado. Nesse sentido, uma das
narrativo. As semelhanças entre as características da linguagem sernita
técnicas narrativas são numerosas, era o uso de hipérboles. Dada a sua
mas as diferenças são evidentes vivaciclade, o israelita era muito
quando comparamos as respectivas propenso às expressões fortes,
finalidades. Nisso, vejo a supremacia exageradas e contrastantes. Daí
do Antigo Testamento sobre as ocorrerem, no Antigo Testamento,
mitologias das diversas culturas. principalmente nos salmos, fórmulas
A finalidade das narrativas do em que o autor sagrado, ou outro
Antigo Testamento é expressar os personagem, deseja mal àqueles que CFT
acontecimentos históricos. Já o mito, o angustiam. A acusação de que o
CONSELHO FEDERAL DE
como bem definiu Fernando Pessoa,
"é o nada que é tudo". O mito possui
Deus do Antigo Testamento c mau
e o do Novo é bom é falsa, porque
TEÓLOGOS DO BRASIL
um forte caráter simbólico, não se deriva de conceitos que, em geral, não
preocupa em expressar a realidade têm n e n h u m a relação com a religião
histórica. judaica, representando, tão-somente,

IMPORTANTE
uma perspectiva culturalmente
fechada. Deus se apresenta
Defesa da Fé - Há críticos que
alegam haver contradições entre
coerentemente por toda a Bíblia. Seu
amor e compaixão são encontrados
Se o seu Seminário
o Deus revelado no Antigo no Antigo Testamento da mesma não é reconhecido
Testamento e o Deus revelado no maneira que sua cólera contra o pelo MEC, mas o
N o v o Testamento, confronto que
seria expresso sob o binômio "Deus
pecado está claramente evidenciada
no Novo Testamento. E preciso
seu curso está respaldado
de ira" versus "Deus de amor". entender que o Novo Testamento pela lei 1.051/69, convalide
C o m o responder a essa acusação? n ã o é apenas o "complemento" do o seu diploma já.
Danilo Moraes - Márcion, no
Antigo Testamento, mas seu ápice.
Faça valer seu direito.
segundo século 2o d.C., foi o Filie-se ao CFT.
primeiro a declarar que o Deus do
Antigo Testamento era duro, severo
Defesa da Fé - Deixe uma
Não aceite humilhação ^
mensagem extraída de um dos
e cruel, enquanto o Deus revelado
livros do Antigo Testamento para
em Jesus Cristo era carinhoso, calmo,
os leitores de Defesa da Fé.
bom e amoroso. Atualmente, alguns
grupos sectários comungam da Danilo Moraes - Aprecio muito a
mesma idéia, como, por exemplo, o
espiritismo kardecista. Essa questão
profissão de fé central do judaísmo: o
Shemá. "Ouve, Israel, o Senhor, nosso
Para mais informações,
é muito delicada, e está presente nas Deus, é o único Senhor. Amarás, acesse o nosso site:
grandes indagações sobre a fé cristã,
o que confunde a grande maioria dos
pois, o Senhor, teu Deus, de todo o
teu coração, de toda a tua alma e de
www.coteb.org.br
cristãos. Em primeiro lugar, devemos toda a tua força" (Dt 6.4). ou ligue para: Tel. (21) 2252-8383
saber que a inspiração divina se dá
Amém!
End.: Rua do Riachuelo, N Q 154
por meio do arcabouço cultural e
Centro - RJ
das limitações pessoais do escritor
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Por Vincent Cheung
(Presidente da Reformation Ministries International
(Ministério Reformado Internacional).
Autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre teologia, filosofia,
apologética e espiritualidade.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus

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 João explica o propósito do seu
evangelho da seguinte forma: "Mas
estes foram escritos para que vocês
creiam que Jesus é o Cristo, o Filho
de Deus, e, crendo, tenham vida em
seu nome" (Jo 20.31). Diz isso apenas
no final do seu evangelho, embora
a doutrina seja repetidamente
afirmada e ilustrada em todo o seu
texto. Pode ser que ele estivesse
querendo nos guiar a essa conclusão,
ou, quem sabe, que alcançássemos
essa conclusão com ele, à medida
que apresenta episódios da vida e dos
ensinos de Jesus Cristo.
Em todo caso, a proposição
central que João promove no seu
evangelho é que "Jesus é o Cristo,
o Filho de Deus". E promove a
proposição, porque, é crendo nisso,
que os homens "terão vida em seu
nome". Dessa forma, sabemos que
esse evangelho é sobre Jesus Cristo,
e Jesus Cristo era a encarnação do
Filho de Deus. Isto é, Deus tomou
sobre si a natureza h u m a n a e viveu
sobre a terra durante um tempo. Ele
era o Deus homem.
Contudo, João começa seu
evangelho sem n e n h u m a menção
ao Deus homem. Ele não torna a
encarnação explícita até chegar à
referência 1.14. Alguém poderia
argumentar que isso é sugerido nos
versículos anteriores, mas eles apenas
indicam que "a Palavra" estava no
mundo, e não que ela tornou-se
carne. A idéia de que os primeiros
versículos poderiam se referir à
encarnação deve ser imposta sobre
eles somente após o entendimento
dos últimos versículos. E João não
chama o Filho de Deus encarnado
de Jesus Cristo até a referência
1.17. Antes, ele começa com várias
declarações definidas e precisas
sobre "a Palavra" sem qualquer
consideração à encarnação ou ao
nome de Jesus.
João não introduz, imediatamente,
Jesus Cristo como seu assunto, pois,
primeiro, investiga a história dessa
pessoa desde um tempo antes da
encarnação, declarando que ele já
existia. E, de fato, ele retrocede na
28 Defesa da Fé
história de Cristo a um ponto antes têm garantia bíblica para fazê-lo. É
da própria criação, declarando que comum entre alguns crentes afirmar
Ele já existia mesmo nesse ponto, que o Filho de Deus não pode ser
que Ele não era uma criatura, mas, considerado à parte da encarnação,
sim, aquele que fez todas as coisas. e há mesmo a afirmação de que
Q u e aquele que ele chama de "a Deus n ã o pode ser entendido sem a
Palavra" não tomou sobre si uma revelação pessoal do Filho de Deus
natureza h u m a n a até que chegasse no estado encarnado. Aqueles que
o tempo designado por Deus. Como pensam dessa forma poderiam se
Paulo escreve: "Mas, quando chegou congratular por dar tanta honra a
a plenitude do tempo, Deus enviou Cristo como o Deus homem, mas
seu Filho, nascido de mulher, nascido eles estão errados. João está fazendo
debaixo da lei" (G1 4.4). Embora aqui o que eles dizem que não pode
tenha nascido como uma pessoa e não deve ser feito. Ele fala sobre
humana naquele tempo, Ele existia "a Palavra" inteiramente à parte da
como a Palavra mesmo antes do encarnação.
tempo.
E errado dizer que não poderíamos
Isso não questiona a encarnação. conhecer como Deus era realmente
Em verdade, a doutrina é enfatizada até que o Filho de Deus se tornou
e explicada. Essa abordagem enfatiza carne e nos mostrou como Deus
a doutrina, porque a encarnação era por suas palavras e ações. E isso
perderia todo o devido ao fato
seu significado de que tal
se fosse o É errado dizer que não d o u t r i n a
nascimento eqüivale a uma
de uma pessoa poderíamos conhecer como negação de
h u m a n a comum todo o Antigo
que veio Deus era realmente até que
à Testamento. E
existência na também errado
concepção. De o Filho de Deus se tornasse supor que
fato, essa n ã o Jesus veio para
seria, de forma carne e nos mostrasse como nos mostrar
alguma, uma algumas das
encarnação Deus era por suas palavras e d imensões
especial. Mas, principais do
João destaca ações caráter de
a encarnação. Deus que não
E faz isso c h a m a n d o atenção à tinham sido claramente reveladas
condição pré-encarnada da Palavra. antes, tais como, seu amor e perdão.
Então, essa abordagem explica a E isso porque o Antigo Testamento
encarnação porque nos diz o que foi explicita e, repetidamente, refere-se
encarnado, e quem veio ao mundo. ao amor e perdão de Deus, e outros
A natureza divina é considerada atributos que o ignorante considera
como sua antes de a encarnação ser peculiar à revelação de Jesus
ser mencionada. Dessa forma, João, Cristo.
ao começar seu evangelho com a
identidade e atividade da Palavra Além do mais, seria errôneo sugerir
antes da encarnação, esclarece que Cristo veio para nos mostrar um
para nós a natureza de Cristo, que caminho de salvação anteriormente
nele havia a natureza divina, que se desconhecido. O evangelho tem
tornou carne, de modo que havia sido pregado à humanidade desde
o princípio, quase imediatamente
também nele a natureza humana.
após os nossos primeiros pais caírem
Talvez, por causa do seu zelo em no pecado. E, então, as idéias de
exaltar a necessidade e a realidade expiação, fé e arrependimento
da encarnação, algumas pessoas tinham sido declaradas ao longo dos
alegam muito mais para ela do que séculos pelos profetas. Jesus Cristo
 Ao honrar a revelação trazida
veio para cumprir esses ensinos, já
revelados há muito tempo no Antigo
\ nós pela Palavra encarnada para ela, e observa que essa relação
Testamento.
Testamento sugerem ou se referem para não insultar ou negar a Deus, e que Deus é um. A objeção
Algumas doutrinas do Antigo
meu ponto de vista é que foram revelação trazida a nós pela que ela contradiz o monoteísmo. Os
à encarnação como predições, mas
reveladas antes da Palavra encarnada
vir em carne para nos falar sobre essas
doutrinas. Elas foram reveladas por
inspiração do Espírito aos profetas,
declaradas por eles, e entendidas por
seus ouvintes, "antes de" e "à parte da"
encarnação da Palavra. Mesmo agora,
é possível discutir Deus, até o Filho
de Deus, sem qualquer pensamento
da encarnação, como João mesmo o
faz no começo do seu evangelho. E,
de fato, possível conhecer e discutir
a natureza de Deus inteiramente à
parte da encarnação. O mesmo se
aplica ao Espírito Santo — o Antigo
Testamento nos dá ensinos sobre Ele
que são perfeitamente inteligíveis,
embora tenham sido dados antes da
encarnação.
Repetindo, isso não é desvalorizar
a encarnação, mas, sim, corrigir
uma piedade desorientada e uma
afirmação exagerada em relação
à encarnação. E errado exaltar a
Palavra encarnada deixando implícito
que a porção mais antiga da Escritura
era quase inteiramente inútil. O u t r o
ponto a considerar é que, se a Palavra
é a revelação de Deus, a imagem
expressa do Pai, o embaixador
intelectual divino cia Deidade,
então o Antigo Testamento é sua
revelação, tanto quanto a Palavra
encarnada ou as palavras do Novo
Testamento. Ele vinha se revelando
— clara, precisa e significativamente
— desde o princípio. Dessa forma, ao
honrar a revelação trazida a nós pela
Palavra encarnada, devemos tomar
cuidado para não insultar ou negar a
revelação trazida a nós pela Palavra
pré-encarnada.
A parte de qualquer relação com
a encarnação, a Palavra "era Deus"
e "estava com Deus". A Palavra
"era Deus" refere-se à divindade da
Palavra. Foi essa "Palavra" que se
fez carne, que tomou uma natureza
existia antes da encarnação, e que
devemos tomar cuidado não foi um efeito da encarnação.
A fé cristã afirma que há um
contra a doutrina da Trindade é
Palavra pré-encarnada cristãos, freqüentemente, admitem
que há uma contradição aparente,
humana, e o Deus homem foi mas alguns parecem curiosamente
chamado Jesus, que era o Cristo. A felizes com isso. Mas, a idéia de uma
divindade da Palavra n ã o foi afetada contradição "aparente" é subjetiva,
nem misturada com a humanidade de forma que é inútil, exceto para
que tomou; contudo, as duas expor a condição confusa e a
naturezas passaram a estar em união incompetência daquele a quem tal
permanente, de forma que seria contradição é aparente. Ou existe
impreciso referir-se a Jesus Cristo uma contradição, ou não existe
como Deus ou como homem, ou qualquer contradição. Se uma pessoa
como Deus e homem. vê uma contradição lógica onde não
existe qualquer contradição, isso
A Palavra "era Deus". Mas João
não nos diz nada sobre a questão
adiciona que a Palavra estava "com
em debate, mas nos diz que a pessoa
Deus". Isso mostra que é possível
é logicamente delirante. Se a fé
fazer u m a distinção entre a Palavra
cristã se contradiz por sua doutrina
e alguém chamado "Deus" neste
da Trindade, então a doutrina
contexto. A doutrina da Trindade
não pode ser verdadeira. Mas, se
é sugerida aqui. Embora João 1.1
não existe qualquer contradição,
não mencione o Espírito Santo, há
então não deveria haver nem
passagens na Bíblia que ensinam o que
mesmo uma aparente. Contrário
lemos com respeito à Palavra — que o
ao comportamento cristão comum,
Espírito Santo é Deus, ou divindade,
perceber uma contradição aparente
e que Ele pode ser distinguido do Pai
não é algo do que se orgulhar, se
e do Filho. Q u a n d o os membros da
queremos dizer que a pessoa percebe
Deidade são distinguidos, então a
uma contradição onde não existe
expressão Deus geralmente refere-
nenhuma.
se ao Pai; de outra forma, denotaria
a Deidade inteira, ou a Trindade. Uma explicação padrão, oferecida
Assim, nosso versículo diz que Jesus àqueles que sofrem sob o delírio
era Deus, pelo fato de ser Divindade, lógico de que a doutrina contradiz
e que estava com Deus, pelo fato de o monoteísmo, é bem-sucedida. O
ser distinguível de Deus — o Pai. princípio básico é observar que uma
contradição ocorre somente quando
Essa informação serve para indicar
alguém afirma que algo é "A" e "não
"o quê" ou "quem" veio ao mundo,
A" ao mesmo tempo e no mesmo
e que foi encarnado. A resposta de
sentido. A doutrina da Trindade é
João é que foi a Palavra, ou Deus —
que Deus é um, em certo sentido, e
o Filho, que tomou uma natureza
três, em outro sentido. Isso sozinho
humana e viveu entre os homens
é suficiente para evitar qualquer
na pessoa de Jesus Cristo. Por todo
contradição, mesmo que não
o evangelho, Jesus diz ter sido
saibamos mais nada sobre a Trindade,
enviado pelo Pai, que está ensinando
tal como a natureza precisa da união
as palavras do Pai e fazendo a sua
e a relação entre os membros da
obra. Isso seria ininteligível se não
Deidade. Enquanto Deus não for um
houvesse n e n h u m a distinção entre
e três no mesmo sentido, não existe
Jesus e o Pai, embora Jesus alegue ser
qualquer contradição.
Deus mesmo. A Trindade faz perfeito
sentido para isso. João 1.1 nos prepara Pensemos sobre isso de outra
Defesa di» Fé 29
A introdução do evangelho de João nos prepara para a Trindade. Antes, observa que essa
relação existia antes da encarnação e que não foi um mero efeito da encarnação
forma. Até onde posso lembrar,
quando aprendi sobre a doutrina da
Trindade, sendo ainda uma criança,
não me ocorreu que alguém poderia
considerá-la uma contradição.
Mesmo se eu estivesse ciente do
suposto problema, ele não me
impressionaria. De fato, a primeira
vez em que me tornei realmente
ciente do "problema" foi quando era
um adolescente, ao ler a resposta
de um cristão à suposta "aparente
contradição".
Mas, qual o motivo disso? Não
era porque eu precisava entender a
idéia de que havia uma contradição.
Mesmo sendo criança, eu sabia que
as várias religiões se contradiziam
umas às outras, que o Deus cristão
não era como Buda, ou qualquer
outra divindade ou figura não-cristã
— essas coisas eram muito claras
para mim. Eu entendia o politeísmo,
que ele contradiz o monoteísmo, e
nunca pensei que a Trindade fosse
algo como o politeísmo. Assim, eu
entendia a idéia de uma contradição,
e poderia distinguir as religiões que
se contradiziam umas às outras. Mas,
eu não via qualquer contradição,
quer aparente ou real, na doutrina da
Trindade.
Em verdade, eu não via qualquer
contradição, porque a Trindade era
o único Deus que a Escritura cristã
me introduziu desde o princípio. O
Deus cristão nunca foi introduzido a
mim como uma anti-Trindade. Para
dizer de outra forma, nunca aceitei
as definições pagãs sobre Deus como
fundamentais. Então, evolui dessas
para o conceito cristão de Deus.
N u n c a precisei fazer a Trindade
consistente com a idéia não-cristã
da unicidade de Deus. Para mim, o
Deus cristão sempre tinha sido uma
Trindade.
Se tomarmos um "deus"
como definido pelos pagãos e
multiplicarmos esse deus, então
teríamos muitos deuses, ou o
politeísmo. Mas, se considerarmos
a revelação cristã em seus próprios
3 0 M H l K
termos, ao invés de compará-la ou
acomodá-la à definição pagã, então
veríamos que a Escritura não define
a unicidade de Deus de uma forma
aqui e de outra, ali. Ela ensina que
existe um Deus, e somente um Deus:
o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Isso
é o que Deus significa. O que estamos
dizendo, então, quando afirmamos
que existe um Deus? Queremos dizer
que existe somente uma Trindade. O
"aparente problema" ocorre somente
quando contrabandeamos uma idéia
não-cristã de deus para a discussão
e tentamos fazer o Deus cristão se
encaixar nela.
A idéia cristã de Deus é uma
Trindade. Ora, o Pai é Deus, o Filho
é Deus e o Espírito é Deus. Contudo,
isso não significa que, se Deus é
uma Trindade, então devem existir
três Trindades, ou que cada uma é
apenas um terço da divindade. Isso
novamente falha em considerar a
doutrina cristã em seus próprios
termos. Ilustrarei o que estou dizendo
com a relação entre o Filho e o Pai.
O Filho é Deus, e Ele refere-se ao
Pai como se fosse distinguível do Pai.
Mas, então, o próprio Filho diz: "Eu e
o Pai somos um". Isto é, Ele pode ser
distinguível do Pai, mas não separado
dele.
Sem dúvida, se Deus, o Pai, não
existisse, então n ã o poderia haver
qualquer relação que faria do outro
membro Deus, o Filho. Além do mais,
se o Pai pudesse perecer, ou a relação
entre o Pai e o Filho pudesse ser
outra, ou se o Pai e o Filho pudessem
discordar, então, antes de tudo isso,
não haveria a idéia cristã de Deus.
As- relações dentro da Trindade são
intrínsecas à definição da Deidade.
Q u a n d o sobre Deus, o Filho é dito
que Ele é Deus, é entendido que
Deus é uma Trindade e a relação
do Filho para com o Pai é implícita,
visto que o chamamos de "o Filho".
Dessa forma, não dizemos "Deus,
Deus, Deus", mas "o Pai, o Filho e o
Espírito".
Nunca deveríamos tentar
reconciliar o Deus cristão com
alguma idéia não-cristã de
monoteísmo. Toda idéia de Deus
procede de uma cosmovisão. Se
ela vem de uma cosmovisão cristã,
então já estamos nos referindo a
uma Trindade, e todas as outras
cosmovisões devem ser rejeitadas
por nós, desde já. Mas, se a idéia de
Deus procede de uma cosmovisão
não-cristã, então é diferente da visão
cristã desde o início, e a visão cristã
não tem n e n h u m a obrigação de
adotar essa definição alheia em sua
autodescrição.
Se a Trindade fosse uma
comunidade de três "deuses" no
sentido pagão, então seria impossível
reconciliar isso com a idéia pagã de
monoteísmo, ou uma divindade n ã o
trina. Mas, a Trindade é um Deus
no sentido cristão, e essa idéia cristã
de Deus necessariamente inclui
o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
cujos próprios nomes reconhecem
a Trindade e implicam em suas
relações.
A Palavra, então, era Deus,
ou divindade. Em termos da
Trindade, Ele era Deus — o Filho.
João começa seu evangelho nos
preparando para aprender que Jesus
de Nazaré era a encarnação da
Palavra, a encarnação da divindade.
Como Deus, Jesus possuía todos
os atributos da divindade e toda
a honra devida à divindade, até
mesmo a nossa adoração. Por todo
o seu evangelho, João ilustra isso
para nós, apresentando episódios ou
relatos dos discursos e milagres de
Cristo e, por esse meio, também nos
mostra as implicações de sua vinda,
especialmente no que diz respeito à
nossa salvação.
NOTA EXPLICATIVA:
I. Deus era, é e será o mesmo, e a natureza divina da Palavra
permaneceu a mesma após a encarnação. Se a Palavra era Deus,
então ela é Deus. 0 mesmo deve ser dito com respeito ao Deus
homem, Jesus Cristo — Ele era Deus, e Ele é Deus. Contudo, neste
contexto, seguimos João ao falar da Palavra no tempo passado.
A narrativa do seu evangelho começa desde um tempo antes da
encarnação e se refere à Palavra à parte da encarnação, de forma que
possamos ter um claro entendimento de quem ou o quê tomou uma
natureza humana. 0 uso do passado, portanto, não nega a realidade
da divindade no presente ou no futuro.
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(2 1 ) 3 2 D 9 - D 2 2 9 W W W . I C P . C D M . B R
 teoríctó áobre cá

SHumínatt te 2

fábulas sobre uma conspiração mundial secreta

Por C. Richard Fisher,Tradução Elvis Brassaroto Alcixo

Defesa da Fé

m
 "Porque assim o Senhor me disse com mão forte, e me ensinou que não andasse pelo caminho deste povo, dizendo:
Não chameis conjuração, a tudo quanto este povo chama conjuração; e não temais o que ele teme, nem tampouco vos
assombreis. Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro" (Is 8.11-13).

A A definição literal da palavra Illwninati é "o iluminado". Foi um termo que designou inúmeros grupos desde meados
do século 18. No presente século, alguns segmentos da igreja evangélica tem-se interessado pelo assunto e, às vezes, tem
apresentado até mesmo certa obsessão pelos llluminati.

Acreditamos ser melhor falar sobre llluminati como um conceito e não como um grupo, porque há dúzias de teorias
conflitantes a respeito de quais pessoas seriam os representantes do grupo "legítimo" e o que estariam planejando hoje.
Muitos tendem a se envolver fortemente numa investigação e perseguição aos llluminati, atraídos pelo convencimento
de que existe um plano de controle governamental e uma conspiração mundial secreta iminentes por trás de todos os
acontecimentos atuais. Entretanto, as datas predeterminadas para esse acontecimento chegam e passam, mas o referido
"plario" nunca é colocado em prática.

Algumas vezes, as teorias apresentam um esquema que tende a apontar o anticristo como uma pessoa específica
num determinado grupo. Em geral, os llluminati recebem o crédito por todas as ações por trás das revoluções francesa e
americana, sendo eles os cérebros que ditam as normas teóricas do comunismo, controlando todos os bancos e o dinheiro
do mundo, a fim de assumir o controle mundial a qualquer instante.
 Documentação uma concepção ilusória acerca dos
Illuminati como um grupo quase que

sobre os onipresente, capaz de observar tudo

por meio de tecnologias recém-

Illuminati inventadas, como um grande "big

E bom ponderar que nem todas as
pessoas que sustentam e promovem
idéias conspiratórias semelhantes
podem ser vistas como extremistas
fanáticos ou membros de alguma
seita. Algumas, de fato, têm
ganhado proeminência no seio da
igreja evangélica. O escritor e tele-
evangelista norteamericano Pat
Robertson, por exemplo, escreve
em seu livro, 77\e New World Order
("A nova ordem mundial"), que os
Illuminati estão a ponto de inaugurá-
la em nossa geração. Tudo baseado
em folclores e mitos que resistem ao
tempo.
brother". 6 Nesse contexto, os detalhes
sobre as ações para o controle
mundial tornaram-se secundárias,
até mesmo insignificantes. O que
importava era a idéia de que todos
estavam sendo, de alguma maneira,
controlados e observados.
Alguns anos após, os Illuminati
foram culpados pela crise da
energia enfrentada pelos EUA
e pelo escândalo de Watergate.'
Eles passaram a ser descritos como
"filhos das trevas", "adoradores do
demônio", não raramente associados
aos cavaleiros templários, aos
gnósticos e aos adoradores do sol
egípcios.

Brooks Alexander, do projeto
Spiritual Counterfeits ("Fraudes
religiosas"), comenta de maneira
clara a grande falta de documentação
que envolve a "teoria da conspiração
No entanto, nenhum dos vender cartões detectores de alicns e
estudantes sérios sobre os Illuminati quites de defesa pessoal.
concorda totalmente em vários
pontos encontrados na literatura

Os
atual, eivada de antisemitismo,
mundial": "Rumores e especulações idéias de comunismo internacional,
ganham terreno em meio a dados

Illuminati
cumplicidade entre redes de
escassos. Um boato circunstancial bancos com a maçonaria, bruxaria
sugestivo (mas infundado) pode ir tão

longe quanto nossas mentes estiverem
dispostas a suportá-lo (...) Alguns
teóricos são sérios, pesquisadores
qualificados, mas tiveram de
conquistar sua credibilidade em um
contexto dominado por extremistas
e desinformados. Em geral, esse
não é o caso cios entusiastas das
conspirações." 1
A idéia de Illuminati foi resgatada
por ninguém menos que Henry
Ford 2 (com um auxílio antisemítico
lamentável). Nas três décadas
seguintes, a idéia foi perpetuada
por homens como Gerald Winrod c
Myron Fagin. Entretanto, a proposta
dos Illuminati não se popularizou
até a geração dos anos 60, com
a rejeição crescente ao governo
norteamericano, especialmente por
meio da difusão dos materiais e da
literatura da Sociedade John Birch\
que era antisionista' 1 e antisemita 5 .
A partir clisso, clesenvolveu-se
e satanismo. Até mesmo a queda
do comunismo foi incapaz de
comprometer a crença dos obcecados
por essa teoria conspiratória, pois os
tais insistem em defender que um
comunismo internacional ressurgirá
com uma nova roupagem, mais
insidiosa.
Há até mesmo algumas idéias
exóticas que apresentam os Illuminati
como seres alienígenas, vindos de
outro espaço sideral. Há muitas
bibliografias dedicadas à relação
entre os óvnis e as teorias de
conspiração. As distorções e supostos
testemunhos são inúmeros, desde
meras visitações até abduções. A
ficção científica inspira os propensos
a fantasiarem histórias. Qualquer
pessoa pode navegar na internet e
encontrar centenas e centenas de
sites sobre ufologia. Schaiua (um
website muito procurado) dedica-se
a informar o m u n d o sobre teorias de
conspiração alienígenas e também a
da Baviera
A primeira história real que
poderíamos estabelecer com certeza
em relação aos Illuminatti remonta
à Baviera, Alemanha. Em maio
de 1776, na Baviera, o Dr. Adam
Weishaupt, jesuíta e doutor em
direito canônico da Universidade
Ingolstadt, fundou uma sociedade
secreta chamada "A ordem dos
Illuminati", com o apoio e a adesão
das lojas maçônicas da Alemanha.
Se considerarmos que esta ordem
era composta por maçons e que a
maçonaria também é uma sociedade
secreta, então temos que "A ordem
dos Illuminati" era uma espécie cie
sociedade secreta dentro de outra
sociedade secreta.
Em 1785, os Illuminati da Baviera
foram descobertos e suprimidos pelas
autoridades governamentais sob a
acusação cie estarem planejando

36 Defesa da Fé
l i l f i T | Ainda outra relação infundada
l u i i i i n
destronar os reis da Europa. Estes
dados são unânimes em todos os
relatos históricos sobre os Illuminati.
Mas há controvérsias em outros
pontos. Segundo os especialistas,
alega-se que a família Rothschilds 8
teria patrocinado Weishaupt
durante a existência da Ordem, mas
isso n ã o tem fundamento, pois os
Rothschilds não tinham estabelecido
sua instituição financeira bancária
até meados de 1800, data posterior
à derrocada do grupo Illuminatti
original. Os Rothschilds não eram
mais que meros negociantes até a
virada do século, logo, a relação desta
família com a O r d e m é totalmente
improcedente.
Outra informação falsa é a de que
Edmond Rothschild teria difundido
o sionismo (em oposição gritante
à teoria Illuminati, que muitos
alegam ser antisemita). E fato que
Rothschild patrocinou os primeiros
judeus a voltarem para Israel, mas
isso não teve nada a ver com o "pai
do sionismo", Theodor Herzl, e as
políticas sionistas pioneiras. Tudo isso
poderia ser fartamente provado por
meio de um simples levantamento
dos diários de Herzl e de seus arquivos
no museu de Jerusalém.
alega que Adolf Hitler teria sido
patrocinado pelos Rothschilds. Ora,
a empresa bancária dos Rothschilds
veio à falência na Alemanha em
1901. Suas propriedades, tanto
neste país quanto na Áustria, foram
confiscadas por Hitler nos anos 30
e a família sobreviveu apenas tendo
poupadas as suas vidas. Alguns sócios
da família foram ainda barganhados
como mercadoria e comprados
novamente por grande custo.
O u t r o documento, às vezes referido
na discussão que envolve a relação
entre os Illuminati e o antissemitismo
é conhecido como The Protocols ofthe
Learned Elders ofZion ("Protocolos dos
anciãos intelectuais de Sião"). Esses
papéis mitológicos, supostamente
originários na Europa dos anos 1800,
revelariam uma reunião secreta
entre Satã e doze anciãos de Sião
n u m cemitério. Na verdade, esta
ficção surgiu da fértil imaginação
de H e r m a n n Goedsch, um carteiro
da antiga Prússia, em 1868. Em seu
romance, chamado Biarritz (nome
de uma cidade francesa), havia um
capítulo cujo título era "No cemitério
judeu de Praga", em que ele narra
uma reunião entre Satã e os judeus
proeminentes daquela época.
Este relato inspirou um outro
documento chamado Rabbis Speech
("O discurso do rabino"). Na Rússia e
na Alemanha, este discurso estimulou
as perseguições e os pogroms, nome
russo como ficaram conhecidos os
ataques violentos em massa contra
pessoas, muitas vezes judias, com a
destruição simultânea de suas casas,
negócios e locais de culto.
Em 1920, "O discurso do Rabino"
mudou de nome, surgindo então os
"Protocolos dos anciãos intelectuais
de Sião". Milhões de cópias deste
documento circularam entre 1930
e 1940, e foram compulsoriamente
lidas nas universidades alemãs da
época, especialmente devido à
conspiração mundial judaica que os
protocolos revelavam.
Outra fonte constantemente
manipulada é o livro intitulado
Proofs of a Conspiracy Against Ali
Religions and Governments of Europe
("Provas de uma conspiração contra
todas as religiões e governos da
Europa"), escrito por John Robison,
continuamente usado nos encontros
secretos dos maçons, dos Illuminati
e das sociedades de leitura. A obra,
publicada pela primeira vez em 1975,
é atualmente conhecida apenas
como "Provas da conspiração". E
muito interessante ler Robison para
entender o que de fato ele disse e
o que ele não disse, pois não é de
admirar que muitos entre aqueles
que o citam nunca o tenham lido de
fato.
Robison, um matemático escocês,
reproduziu em sua obra os segredos
de Weishaupt. Como ele mesmo
era um maçon, revela em seu livro
que a maçonaria alemã havia sido
corrompida por Weishaupt. Robison
não menciona qualquer relação
entre Weishaupt e os Rothschilds
ou os judeus. Ele apenas adverte aos
seus leitores que a maçonaria da Grã
Bretanha poderia manter-se "pura"
se não ignorasse as lições deixadas
por Weishaupt, nada além disso.
E muito difícil conceber como
alguém pode extrair comunismo,
envolvimento de instituições
financeiras americanas e conspiração
judaica dos escritos de Robison. E
como tentar apanhar laranjas de
uma macieira. A inconsistência
e a ausência de evidências são
incontornáveis.
Diversas
especulações
sobre os
Illuminati
Agora, propomos aos leitores um
olhar mais acurado sobre os grupos
identificados com os Illuminati.
Freqüentemente, eles se baseiam
Defesa da Vé
 nos materiais escritos por Nesta
Webster, mística britânica que
morreu em 1960 e acreditava na
reencarnação, no fascismo 9 e na
conspiração mundial dos judeus. Sua
vida e escritos tem sido averiguados
e expostos pelo pesquisador Richard
Gilman no livro Behind World
Revolution — The Strange Career of
Nesta Webster ("Por trás da revolução
mundial - a estranha trajetória de
Nesta Webster"). Apesar disso,
os escritos de Nesta continuam
sendo empregados como fonte por
cristãos como o tele-evangelista Pat
Robertson e tantos outros, numa
clara demonstração do quanto suas
pregações "evangélicas" dependem
dessas idéias. Nesta Webster
conseguiu tecer um pano cheio de
verdades e falsidades ao redor de sua
simpatia com as teorias de Hitler e
isso confundiu muitas pessoas.
Esta matéria não tem a pretensão
de esmiuçar as várias diferenças
existentes em cada uma das teorias
sobre os Illuminati. Tal dificuldade
existe porque os Illuminati são
identificados por meio de muitíssimas
variáveis e porque seus adeptos
freqüentemente alteram seus
discursos a cada ano. Contudo, o
que apresentaremos a seguir, está
amparado pelas sérias pesquisas
desenvolvidas e publicadas no livro
de Neal Wilgus, intitulado The
Illuminoids — Secret Societies and
Political Paranóia ("Os iluminóides -
as sociedades secretas e as paranóias
políticas").
1 • O sociólogo francês Jacques
Ellul afirma que o grupo dos
Illuminati foi fundado no século 11
pelos discípulos de Joachim de Floris,
místico, teólogo e esoterista italiano,
fundador da ordem monástica de São
Giovanni, em Fiori, Itália. Teria sido
banido da sociedade em 1507.
2. National Revieiu, periódico
norteamericano de tendência
política convervadora, declara que
38 Defesa da Fé
os seguidores de Joachim ainda
existem.
3* O cabalista francês, Eliphas
Levi, alega que o grupo dos Illuminati
foi fundado por Zoroastro, na Pérsia, e
introduzido à Europa pelos cavaleiros
templários, no século 12.
4* Levi também ensina em seu
livro History of Magic ("A história da
magia") que o grupo do "Santo Vehn"
(espécie de versão católica medieval
do Ku Klux Klan10) foi a base para os
Illuminati.
5» Arkin Darual, em sua obra
History of Secret Societies ("História
das sociedades secretas"), identifica
Hassan S a b b a h " como o fundador
dos Illuminati em 1092.
6» De acordo com a Enciclopédia
britânica, o grupo dos Illuminati foi
fundado por Adam Weishaupt em
1776 e suprimido pelo governo da
Baviera em 1785.
7• Revistas norteamericanas
populares dos anos 70, como Teenset e
outras, apregoavam que os Illuminati
controlavam o m u n d o empresarial
da música, especialmente o rock, e
que eles eram os responsáveis por
arquitetar muito habilmente todos os
assassinatos envolvendo os cantores
e músicos que precederam aquela
época.
A revista americana American
opinion declarou que o "Conselho
americano de relações internacionais"
surgiu como uma manifestação
contra uma conspiração mundial.
Este Conselho permanece com um
dos principais opositores dessas
teorias conspiratórias nos livros sobre
o assunto.
9 » U m jornal d e Chicago, e m
1968, apontou o prefeito da cidade
como um membro dos Illuminati
e disse que George Washington e
Weishaupt eram a mesma pessoa.
• Em 1969, Easter Magazine,
outro periódico, afirmou que
Richard Nixon (37° presidente dos
EUA), Aga Khan (46 2 imame dos
ismailitas), Lord O m a r (co-fundados
do discordianismo 12 ) e John Kennedy
(35° presidente dos EUA) eram
todos membros dos Illuminati e foram
asssassinados em decorrência de
não quererem seguir os ditames da
organização secreta.
1 1 • O olho d a pirâmide, n o verso
da nota de um dólar, teria sido dado a
Thomas Jefferson (3 o presidente dos
EUA e principal autor da declaração
de independência) por um misterioso
homem vestido de preto, que
desapareceu. Presume-se que seja o
selo dos Illuminati. Essa especulação
é promovida pela editora Jack
Chick Publicações, especialmente
na série de revista em quadrinhos
"As cruzadas". O departamento do
tesouro dos EUA, em Washington
D.C., distribuiu folhetos explicativos
sobre os símbolos na moeda
americana, identificando o olho
como "o olho de Deus."
1 2 . John Robison, maçon
do século 19 (mencionado
anteriormente nesta matéria),
advertiu sobre a influência dos
Illuminati da Baviera na maçonaria.
1 3 . Nesta Webster (também
citada anteriormente nesta matéria),
em sua obra World Revolution
("Revolução mundial"), alegou que
os Illuminati controlam os socialistas,
 Curso
de Apologética (fase2)

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os comunistas e os anarquistas.
14 « De acordo com o High l.Q.
Bulletin, os llluminati são invasores
alienígenas do planeta Vênus.
15 • No livro Cosmic Trigger -
The final Secret of llluminati ("Disparo
cósmico - O último segredo dos
llluminati"), o autor de ficção
científica, Robert A n t o n Wilson,
sugere que possa ter havido contatos
entre seres-humanos e alienígenas
da estrela Sirius, a mais brilhante
do céu noturno. Wilson afirma que
os alienígenas têm usado as mentes
humanas como receptores, por meio
de um tal neurogenética interestelar,
e que esses contatos podem responder
tudo sobre a origem dos llluminati.
• Teria sido por meio da
Sociedade Vril que Adolf Hitler
iniciou-se no ocultismo, de acordo
com a Libertarian American. Esta
agência de informações declara ainda
que a frente política dos llluminati
teria como objetivo principal o
socialismo cristão e não o socialismo
russo.
1 7 . A Sociedade John Birch
foi o órgão que primeiro mencionou
os llluminati em 1962. Sua distorção
particular é ensinar que há um acordo
40 Defesa da Fé
entre os banqueiros do mundo, o
"Conselho americano de relações
internacionais", o comunismo e os
Rothschilds. O empréstimo mais
popular da tese de John Birch foi
feito em 1971, por meio do livro None
dare call it conspiracy ("Ninguém ousa
chamar de conspiração"). Seu autor,
Gary Allen, datou o ano para o início
do controle mundial como sendo
1976.
• De acordo com o jornal
Los Angeles Free Press, a Sociedade
Teosófica é o órgão que chefia os
llluminati.
« Há quem sugira a Sociedade
John Birch como chefe dos
llluminati.
• O pioneiro no tocante à
difusão do controle mundial judaico
foi Gerald Winrocl nos anos 20
e 30 do século passado. Em sua
publicação, The Flidden Hand ("A
mão escondida"), ele popularizou os
"Protocolos dos anciãos intelectuais
de Sião" e apontou os judeus como
sendo os culpados pela Grande
Depressão (considerada o pior e
o mais longo período de recessão
econômica do século 20). O governo
mundial, o banco mundial e os judeus
apóstatas estariam prestes a tomar o
controle do mundo.
2 1 . Segundo o Bidletin t o
Restore the Contitution, da região
de Fort Collins, Colorado, os
llluminati são compostos por
adeptos do Fabianismo 13 , Mesa
redonda 14 , comunismo, o Clube de
Bilderbergers 15 , "Conselho americano
de relações internacionais", Rotary
Club 16 , e outros.
* A seita Golden Dawn
("Amanhecer dourado") é outro
suspeito indicado. Allister Crowley
teria criado este grupo satânico
na Inglaterra na virada do século
19. C h a m a n d o a si mesmo de
anticristo, ele praticou diversos
rituais envolvendo práticas imorais.
O segredo foi mantido apenas para
que ele conseguisse escapar da
perseguição do governo. Crowley
não tinha nada a ver com as
conspirações, o controle mundial
ou mesmo com as personalidades
políticas. Sua seita foi perpetuada na
Inglaterra por Margaret Murry e, nos
EUA, por George Gardiner, nos anos
50, ficando conhecida como Wicca,
o culto de bruxaria.
• Alberto Rivera, ex-
jesuíta anti-católico, afirma que a
conspiração mundial é encabeçada
pelo Vaticano.
• O escritor sufista Aclries
Shah diz que os llluminati são
muçulmanos devotados ao sufismo,
corrente mística e contemplativa do
islamismo.
• A visão de John Todd,
sacerdote da Wicca, é uma
combinação de muitas teorias, mas
com algumas peculiaridades. De
acordo com Todd, os llluminati são
maçons e bruxos que compõem o
"Conselho americano de relações
internacionais", juntamente com
membros da máfia mundial.
« N e n h u m a das anteriores,
pois todas eles seriam falsas. Os
Illuminati desenvolveram todas essas
histórias para confundir as pessoas e
se manterem escondidos. Ninguém
jamais poderá descobrir quem são
eles.
Adicionado a tudo isso, temos
ainda as diversas lideranças
evangélicas que se embrenharam
com essas teorias conspiratórias.
Jack Van Impe, Charles Taylor, John
Hagee, Peter e Paul Lalonde, Larry
Burkett, Pat Robertson prosseguem
perpetuando a contribuição cristã
para a paranóia dos Illuminati.
A igreja cristã enfrenta esta guerra
com todas as suas vertentes: religiões,.
seitas, materialismo, pensamentos
novaerenses, misticismo,
emocionalismo, humanismo etc.
Segundo a Bíblia, os pés da imagem
vista por Daniel eram feitos de
uma mistura de ferro e barro que
não se ligariam (Dn 2.43). Satanás
certamente está feliz por trabalhar
em meio ao caos e à divisão e ele
realmente não necessita de uma
organização simplista e centralizada
para conseguir cumprir sua "agenda".
Os pés de ferro e barro (que se
misturam, mas não se ligam) somente
serão destruídos pela "pedra cortada
sem o auxílio de mãos", que é o reino
de Deus na terra (Dn 2.33-35, 44-
45).
Indubitavelmente, pode haver
muito mais teorias do que estas que
mencionamos sobre os Illuminati e as
combinações entre elas podem ser
infindas, dependendo da imaginação
a verdade.
Satanás pode e está usando esta
especulação desesperada sobre os
Illuminati como mais uma estratégia
para enfraquecer a Igreja de Cristo
e minar suas bases. Satanás tem
difundido a idéia da existência dos
Illuminati para dividir a Igreja em
meio ao medo e à histeria religiosa.
Os frutos disso são principalmente a
confusão e a negação da soberania de
Deus no controle dos acontecimentos
mundiais.
Reconhecer a existência do
pecado em todos os governos e
sistemas político-econômicos é algo
muito diferente de enxergar uma
conspiração em toda a história da
humanidade. Esperar pela vinda de
Cristo como única solução viável
demonstra uma visão de m u n d o
pessimista que não tem f u n d a m e n t o
bíblico. O texto do apóstolo Paulo,
em 2Timóteo 2.1-3, ainda é um

O que a de seu pregador, muitas delas

possuindo teor religioso ocultista.
princípio válido para os nossos
dias. Ainda podemos ver lideranças

Bíblia tem a Mas seja qual for ela, é fácil perceber

que a maioria das correntes sobre os
políticas sendo influenciadas pelo
poder da oração.

dizer Illuminati n ã o possuem bases histórica

A Bíblia fala muito sobre apostasia
e nos recomenda sobre o que fazer a
respeito. Na m e n t e dos adeptos dessas
teorias conspiratórias tudo é muito
mais complicado e sinistro, como
podemos ler num recente artigo sobre
religião e política, que assim pondera:
"O medo de uma conspiração secreta
contra a civilização ocidental, o
cristianismo e o sistema empresarial
americano é um tema recorrente
que permeia nosso contexto. Na
verdade, trata-se de uma resposta
superficial inventada por líderes
desesperados em prover uma razão
simples que justifique porque as bases
européias e a cultura cristã têm sido
solapadas pelo humanismo secular e
substituídas por um multiculturalismo
pervertido e amoral no Ocidente,
algo que ninguém consegue explicar
facilmente. A maior expressão desse
sintoma é a insistência do mito
Illuminati em nossa sociedade. 1 '
ou filosófica. O único denominador
Sim, há pequenas conspirações
aqui, ali e em qualquer lugar. O plano
comum é a idéia de um conceito sobre
para a crucificação de Jesus poderia
Illuminati. Durante praticamente
ser visto, em certo sentido, como
duzentos anos os Illuminati foram
fruto de uma conspiração criada por
retratados como detentores de todos
fariseus, saduceus e escribas. Mas uma
os recursos necessários para tomar o
conspiração mundial é muito difícil
controle mundial, apesar de isso não
de ser imaginada se considerarmos as
ter ocorrido ainda. Na verdade, não
diferenças étnicas, raciais, religiosas,
há meios para que exista um grupo de
políticas, culturais etc. Todas elas
pessoas tão exclusivamente poderosas
seriam barreiras intransponíveis para
para levar semelhante plano a efeito,
o cumprimento de um plano em
por isso todas as teorias se apresentam
escala mundial.
estéreis, ineficazes e ineficientes.
Ler toda a história da humanidade
O iminente controle mundial por
sob as lentes de uma conspiração
uma organização ou grupo de pessoas
mundial é algo muito simplista e
é um assunto revisitado desde
reducionista. E ignorar a diversidade
1776. Os mórmons, os ingleses, os
e a complexidade existentes no
japoneses, todos se candidataram em
m u n d o e reduzir tudo a poucas
diferentes períodos da história como
pessoas trabalhando em prol de um
protagonistas desse grande e utópico
plano abominável. E empacotar toda
grande feito. No final das contas,
a história n u m a pequena caixa e
é muito provável que aqueles que
deixar de fora Deus, seu plano, seu
escrevem artigos como este sejam
poder, sua vontade e sua palavra.
vistos pelos adeptos das conspirações
como um Illuminatti dentro de um Mas alguém poderia objetar,
grande esquema, tentando esconder

Defesa di» Fé 41
 dizendo: A Bíblia não fala de um como anticristos! Por que nós temos segundo a piedade, é soberbo, e nada
controle mundial exercido pelo de repetir os mesmos erros óbvios do sabe, mas delira acerca de questões
anticristo? Sim, mas n e n h u m texto da passado? e contendas de palavras, das quais
Bíblia o apresenta como algo próximo nascem invejas, porfias, blasfêmias,
ao conceito de Illuminati que temos As teorias existentes sobre os ruins suspeitas, contendas de homens
exposto aqui. E mesmo que esse fosse Illuminati são dispersas, confusas corruptos de entendimento, e
o caso, tentar armazenar armas, água e muito mal documentadas. As privados da verdade, cuidando que a
e comida, como alguns adeptos das palavras de Paulo a Timóteo piedade seja causa de ganho; aparta-
conspirações propõem, seria como se permanecem pertinentes a nós ainda te dos tais (...) O Timóteo, guarda o
tentássemos impedir Judas de fazer o hoje: depósito que te foi confiado, tendo
que ele estava predestinado a fazer. horror aos clamores vãos e profanos e
"Como te roguei, quando parti
às oposições da falsamente chamada
O cenário exato do futuro é algo para a Macedônia, que ficasses em
ciência ( l T m 6.3,4, 20).
sobre o que os cristãos dedicados Efeso, para advertires a alguns, que
têm refletido há séculos. Podemos não ensinem outra doutrina, nem A igreja precisa estar preparada
continuar a debater sobre o futuro, se dêem a fábulas ou a genealogias para enfrentar a loucura pelo reinado
mas jamais permitir que isso divida o intermináveis, que mais produzem milenial, a datação da volta de
corpo de Cristo. E nisso, novamente, questões do que edificação de Deus, Cristo, as síndromes de apocalipses,
a maioria das idéias sobre os Illuminati que consiste na fé; assim o faço o ressurgimento recorrente das
não passam nem perto daquilo agora" ( l T m 1.3-4). teorias sobre os Illuminati e tantos
que a Bíblia apresenta. Muitas outros modismos que nos ameaçam
"Propondo estas coisas aos irmãos,
interpretações proféticas surgiram, diariamente. Nós temos uma escolha
serás bom ministro de Jesus Cristo,
fracassaram e foram ridicularizadas a fazer: acreditar nas fábulas acerca
criado com as palavras da fé e da
pelos não crentes, trazendo vergonha dos Illuminatti com suas dezenas de
boa doutrina que tens seguido. Mas
para a Igreja. Se Deus quisesse que teorias contraditórias ou acreditar
rejeita as fábulas profanas e de velhas,
a Igreja soubesse previamente quem na Palavra de Deus. Qual será a sua
e exercita-te a ti mesmo em piedade"
seria o anticristo, ele teria revelado escolha?
( l T m 4.6-7).
isso na Bíblia. Pensemos sobre como
vários líderes evangélicos nomearam "Se alguém ensina alguma outra
impropriamente Césares, papas, doutrina, e se não conforma com
Napoleão, Mussolini, Hitler c tantos as sãs palavras de nosso Senhor
outros presidentes e líderes mundiais Jesus Cristo, e com a doutrina que é

FONTE:
Ministério PFO - Ftoonal Freedom Oulreach (http://wmv.pfo.org)

NOTAS EXPLICATIVAS E D E REFERÊNCIAS: — — — — — — — — — — — _ _ —

1. Spíritual Counterfeits Project Newsletter, Jan.-Feb. 1984, pg. 6.
2. Henty Ford loi um empreendedor estadunidense, fundador da Ford Motor Company e o primeiro empresário a aplicar a montagem em série de (orma a produzir em massa automóveis em menos tempo e a um menor custo.
3. A John Bitch Society é um grupo de pressão política de extrema-direita, americacentrista que apoia o anli-comunismo, governo limitado e liberdade pessoal, Foi lundada em 1958 por Robert W.Welcli Jr.. em Indianápolis, Indiana, e (oi nomeada em
homenagem a John Birch, um oficial da inteligência militar dos Estados Unidos e missionário Batista na II Guerra Mundial, que (oi assassinado em 1945 pelos militantes do Partido Comunista da China.
Foi fundada em 1958 por Robert W.Welch Jr.. em Indianápolis, Indiana, e (oi nomeada após lolin Birch, um oficial da inteligência militar dos Estados Unidos e missionário Batista na II Guerra Mundial, (oi assassinado em 1945 pelos militantes do Partido
Comunista da China.|4)
4. Antissionismo é a oposição política, moral ou religiosa ás várias correntes ideológicas incluídas no sionismo, indusive ao estado judeu, criado com base nesse conceito. Eventualmente, o termo também é muitas vezes aplicado á oposição política ao
governo de Israel, sobretudo se motivada por denúncias de violações sistemáticas de direitos humanos dos palestinos, incluindo crimes de guerra. Da mesma (orma, muitas vezes se estabelece a identidade entre antissionismo e antissemitismo, de modo
que, afinal, uma boa parte dos opositores do governo de Israel, incluindo muitos judeus, é considerada antissemita.
5. Antissemitismo é a avercão ou hostilidade contra os semitas, especialmente os judeus como etnia. Inicialmente manilesta como hostilidade de caráter religioso, a exemplo do anlijudaísmo do Medieval, no século 20, na Alemanha nazista, motivou
verdadeira perseguição, baseada em doutrinas supostamente cientificas.
6. 0 "Grande Irmão", Big Brother no original, é um personagem fidicio no lomance 1984 de George Orwell, o enigmático ditador da Oceania. Na sociedade descrita por Orwell, todas as pessoas estão sob constante vigilância das autoridades,
principalmente por teletelas (telescreen), sendo constantemente lembrados pela (rase propaganda do Estado: "o Grande Imwo zela por ti"ou "o Grande Irmáo está-te observando" (do original Big Brother is watching you). A descrição física do "Grande
Irmão" assemelha-se a Josel Stalín ou Horatio Herberl Kitchener.
7. 0 caso Watergate (oi o escândalo político ocorrido na década de 1970 rios Estados Unidos da América que, ao vir à lona, acabou por culminar com a renúncia do presidente americano Richard Nixon eleito pelo partido republicano. "Watergate" de certo
modo lomou-se um caso paradigmático de corrupção.
8. Os Rolhschild participaram dos negócios mais dinâmicos da época, em especial a indústria têxtil, que florescia em plena Revolução Industrial. As tecelagens mecanizadas da Inglaterra produziam tecidos de qualidade em grande quantidade. Os
Rothschilds passaram a negociar também essa mercadoria. 0 comércio do algodão oriundo da América do Norte para as tecelagens na Grã-Bretanha peimitiu que a Casa Rolhschild criasse vínculos, através do Atlântico, com a florescente economia
estadunidense. Os Rolhchilds fizeram grande parte de sua fortuna no lim das guerras napoleónicas, quando tiveram conhecimento da vitória da Inglaterra e lançaram um nrmor no mercado que Napoleao havia ganho a guerra. Com isto a bolsa caiu quase
a zero, e os Rolhchild praticamente compraram a economia inteira da Inglaterra. Quando a verdadeira notícia de que a Inglaterra havia ganho loi anunciada, os Rolhschild emergiram como a família mais rica da Europa
9. Fascismo - é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 e durante seu governo (1922-1943 e 1943-1945). A palavra "fascismo" deriva de (ascio, nome de giupos políticos ou de militància que surgiram na
Itália entre fins do século 19 e começo do século 20; mas também de lasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo.
10. Fambém conhedda como KKK, é o nome de várias organizações racistas dos Estados Unidos que apoiam a supremacia branca e o protestanlismo, em detrimento de outras religiões. A KKK, em seu periodo mais (orle, (oi localizada principalmente na
região sul dos EUA., em estados comofexas e Mississipi.
11. Fambém conhecido como "o velho da montanha", (oi um missionário nizarita que, no final do século 11. converteu a região montanhosa do norte do Irã. 0 local era conhecido porAlamut e atribuído a um rei antigo do Daylam.
J 2. 0 Discordianismo é uma paródia de religião, baseada no caos e lundada ou em 1958 ou 1959. lá loi descrito como "Zen para ocidentais", e converge com algumas das interpretações mais absurdas da escola Rinzai. A deusa suprema desla religião é
Eris, que. na mitologia lomana, é Discórdia.
1 3 . 0 Fabianismo é uma doutrina e um movimento polílico-idcológico socialista democrático, reformista e não-marxista, de concepção inglesa.Teve origem na Fabian Society fundada ein Londres no final de 1883 e início de 1884 por um grupo de
jovens intelectuais de diferentes linhas socialistas, com o propósito de reconstruir a sociedade com o mais elevado ideal moral possível. Objetivamente tinha a finalidade de promover a gradual difusão do socialismo, entendido como fim das injustiças
econômicas e sodais da sociedade liberal, burguesa e capitalista. Mas, ao mesmo tempo rejeitava a doutrina marxista e. especialmente, a transformação pela revolução violenta. A idéia era a de que a transição do capitalismo para o socialismo poderia ser
realizada por meio de pequenas e progressivas reformas.
I . A lundação"Mesa redonda"foi criada em Londres, suposto centro operacional dos Illuminati, no final do século 19. Seu primeiro líder oficial foi Cedi Rhodes. o homem que impiedosamente manipulou a África do Sul e lomou as terras dos negros.
Apesar de na teoria os negros terem regressado ao poder político no controle da África, as decisões efetivas continuavam sendo realizadas pelas elites européias e americanas, por meio de presidentes africanos de fachada. Rhodes teria sido um dos
maioies responsáveis por tomar a independência africana uma grande ilusão.
1 5 . 0 Clube de Bilderberg é uma conferência anual não-oficial cuja participação é restrita a um número de 130 convidados, muilos dos quais são personalidades influentes no mundo empresarial, acadêmico, midiático ou político. Devido ao fato das
discussões entre as personalidades públicas ofidais e lideres empresariais (além de outros) não serem registradas, estes encontros anuais são alvo de muitas criticas. 0 gnipo de elite se encontra anualmente, em segredo, em hotéis dnco estrelas reservados
espalhados pelo mundo, geralmente na Europa, embora algumas vezes tenha ocorrido no EUA e Canadá.
IO. 0 Rotaiy é uma organização de líderes de negócios e profissionais, que prestam serviços humanitários, fomentam um padrão de ética em todas as profissões e têm como missão estatutária "ajudar a estabelecer a paz e a boa vontade no mundo."
Rotary Club é definido como um clube de serviços à comunidade local e mundial sem fins lucrativos, não é secreto, nem filantrópico ou social.
17. Religion in Pblitics, (une 15,1997, pg. 59.

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O
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empregadas no curso, esse capítulo,
c o m o o próprio título sugere, traz
por todo o Brasil, 2
D
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Parte IV - Manual do estagiário
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 * ' - " * • -

TE í M T . R l H t í i
Por Ken Boa e Robert Bowman,Tradução de Elvis Brassaroto Aleixo

Na tna apostólica, os novos desafios que surgiram para a Igreja primitiva, espalhada por todo o Império Romano,
requereram uma apologética incisiva. O judaísmo, o gnosticismo, o paganismo e a cultura e filosofia helenísticas se
opuseram fortemente à Igreja. Os apologistas tiveram de defender o cristianismo contra todos esses ataques, buscando
conduzir novas pessoas a Cristo e, ao mesmo tempo, mostrando a superioridade da posição cristã.

com Trifão, o judeu, Justino usou fez a primeira tentativa da história

Justino
M á r t i r <Sécuk> r>
Os apologistas do século 2"
desenvolveram seus argumentos,
conforme refutações filosóficas, em
resposta ao politeísmo e, segundo as
críticas, contra a filosofia paga, ambos
artifícios sustentados pelos judeus
helenísticos. Entre os apologistas
desse período, o mais importante
foi Justino Mártir (100-165), um
discípulo convertido do platonismo
ao cristianismo. Em seu diálogo
as profecias messiânicas do Antigo
Testamento para provar que Jesus é
o Messias. Em suas duas Apologias,
ele apelou para a tolerância civil
ao cristianismo e o defendeu como
verdadeira filosofia. Para mostrar que
o cristianismo deveria ser tolerado,
refutou erros comuns e boatos da
época (por exemplo: que os cristãos
eram ateus e comiam carne e sangue
humanos) e apresentou o cristianismo
como uma religião moralmente
superior às demais. Para fundamentar
seu argumento, de que o cristianismo
era a verdadeira filosofia, Justino
pós-bíblica de correlacionar as
doutrinas do evangelho de João
sobre o Logos com a filosofia grega,
defendendo que o cristianismo era
superior ao platonismo e que todas
as verdades de Platão não eram mais
que cópias de Moisés. No âmbito da W.' I
argumentação, o posicionamento de
Justino era biblicamente consistente
e totalmente subordinado à visão
cristã. Seus esforços concederam-lhe
um lugar na história do cristianismo e
ele tem sido considerado um pioneiro
no tocante à produção da teologia e
apologética cristã pós-bíblica.
' i J l

O lugar do seu nascimento foi na cidade de Flávia Neápolis (atual Nablus), na Síria, Palestina ou Samaria. Na
infância, sua educação incluiu retórica, poesia e história. Como jovem adulto, mostrou interesse por filosofia e estudou
primeiro estoicismo e platonismo. Justino foi introduzido na fé diretamente por um velho homem que o envolveu
numa discussão sobre problemas filosóficos e, então, lhe falou sobre Jesus. Ou seja, falou a Justino sobre os profetas
que vieram antes dos filósofos, ensinando que esses servos de Deus profetizaram a vinda de Cristo e que suas profecias
se cumpriram em Jesus. Depois, Justino disse o seguinte: "Meu espírito foi imediatamente posto no fogo e uma afeição
pelos profetas e por aqueles que são amigos de Cristo tomou conta de mim; enquanto ponderava nessas palavras,
descobri que o cristianismo era a única filosofia segura e útil". A convicção de Justino de que a verdade em Cristo era
tão completa que ele morreu como mártir, sendo decapitado em 165 d.C..

Clemente de
escreveu vários discursos teológicos meio de feitiçaria, oferecendo uma
e apologéticos intitulados defesa história impressionante da

Alexandria
"Protrepticus", um tratado bem mais ressurreição de Jesus em resposta à
sofisticado e persuasivo do que aqueles teoria da alucinação supostamente

e Orígenes
produzidos pelos apologistas do sofrida pelos discípulos cristãos
século 2Q. Apesar disso, o apologista e outras objeções, além de
mais importante do século 3 9 foi o mostrar que os relatos de milagres
( s é c u l o 3") grego Orígenes (184-254), autor do contidos nas narrativas pagãs eram
extenso tratado "Contra Celsum", incomparavelmente inverossímeis
O século 3 9 alexandrino continuou uma refutação à filosofia, à ética e quando confrontados com aqueles
a fomentar as idéias filosóficas ao criticismo histórico de Celsus em constantes nos evangelhos. Tudo
do platonismo e do estoicismo, oposição ao cristianismo. Nessa obra, isso tornou a obra de Orígenes um
assim como as controvérsias Orígenes defende, por exemplo, clássico da apologética cristã através
judaicas. Clemente de Alexandria que Jesus não operou milagres por dos séculos.

l i i .
 i

í Clemente de Alexandria: biografia

Nascido provavelmente em Atenas, de pais pagãos, foi instruído profundamente na filosofia neoplatônica. Já adulto,
decidiu voltar-se ao cristianismo. No período pré-nicênico de formação da patrística, combateu os hereges gnósticos
e teve um papel importantíssimo na história da hermenêutica entre os judeus e os cristãos no período patrístico. Em
Alexandria, no período helenístico, a religião judaica e a filosofia grega se encontraram e se influenciaram mutuamente,
surgindo, ali, a escola que, influenciada pela filosofia platônica, encontrou um método natural de harmonizar religião
e filosofia na interpretação alegórica da Bíblia.

Clemente de Alexandria foi o primeiro a aplicar essa abordagem à interpretação do Antigo Testamento, em substituição
I. à interpretação literal. Durante a perseguição aos cristãos (201-202), pelo imperador romano Sétimo Severo, Clemente
transferiu um cargo que possuía na escola catequética ao discípulo Orígenes e refugiou-se na Palestina, junto a um
antigo aluno, Alexandre, bispo de Jerusalém, lá permanecendo até sua morte.

Orígenes: biografia
1 O maior erudito da Igreja antiga, segundo J. Quasten, nasceu de uma família cristã egípcia e teve como mestre
Clemente de Alexandria. No decurso de uma viagem à Grécia, em 230, foi ordenado sacerdote na Palestina pelos
!1 bispos Alexandre de Jerusalém e Teoctisto de Cesaréia. Em 231, Orígenes foi forçado a abandonar Alexandria devido à
animosidade que o bispo Demétrio lhe devotava pelo fato de ele se ter castrado. Também, contribui para isso o fato de
Orígenes ter levado ao extremo a apropriação da filosofia platônica, tendo sido considerado herético. Orígenes, então,
passou a morar num lugar onde Jesus havia, muitas vezes, permanecido: Cesaréia, na Palestina, onde suas atividades
prosseguiram com grande sucesso, abrindo a chamada Escola de Cesaréia. Na seqüência da onda de perseguição aos
cristãos, ordenada por Décio, Orígenes foi preso e torturado, o que lhe causou a morte, por volta de 253.

Aurelius
de Hipona, cujas obras apologéticas e Assim, não é de nos surpreender
teológicas variaram amplamente em que seus primeiros trabalhos tenham

Augustinus
(séculos 4 e e 5 ? )
No quarto e quinto séculos, as
religiões pagãs se encontravam
em declínio e o cristianismo
predominava em todo o Império
Romano, particularmente após
o edito de Constantino, em 313.
Os apologistas cristãos, romanos e
gregos escreveram, orgulhosamente,
sobre o propósito dos efeitos do
cristianismo na transformação
da vida dos convertidos. Eles
também começaram a desenvolver
apresentações mais sistemáticas sobre
a cosmovisão cristã em contraste
com as filosofias concorrentes,
notadamente o neoplatonismo.
O maior apologista desse período
e de todo o primeiro milênio depois
de Cristo foi Aurelius Augustinus,
chamado Agostinho (354-420), bispo
seus assuntos, contemplando desde
a cultura h u m a n a até a filosofia e a
história. Agostinho foi reconhecido
vencedor em seu combate pessoal
contra o maniqueísmo, uma filosofia
dualística que ensinava que tanto o
bem quanto o mal eram realidades
últimas, valendo-se do auxílio do
platonismo, que o convenceu de
que o maniqueísmo era falacioso.
I
se dedicado a refutar a filosofia
maniqueísta.
Conforme Agostinho foi-se
envolvendo com o cotidiano da
Igreja, seus tratados apologéticos se
diversificaram. Escreveu numerosas
páginas sobre a vitória do cristianismo
contra o paganismo, refutando as
heresias que infestavam a Igreja,
expondo a verdade cristã de maneira
muito positiva em seus sermões
e manuais de ensino voltados à
edificação dos cristãos. Pesquisador,
estudante e pensador notável,
Agostinho foi capaz de desenvolver
uma apologética baseada em uma
cosmovisão metafísica mais sólida
que seus predecessores. Apesar de
sua visão de m u n d o ter-se mostrado
densamente platônica em seus
escritos iniciais, com maturidade
espiritual, sua teologia e filosofia
tornaram-se significativamente
menos platônicas e mais bíblicas.
Especificamente, Agostinho
tornou-se o primeiro teólogo e
apologista cristão a abraçar, sem
reservas, o posicionamento paulino
acerca da fé e da soberania de
Deus na salvação do homem. Esse
pensamento paulino o habilitou a
desenvolver uma visão de mundo e da
história humana compreensiva e, ao
mesmo tempo, sofisticada e filosófica.
Tal filosofia era necessária para
enfrentar as idéias pagãs, incluindo-
se, entre elas, o platonismo, filosofia
que Agostinho considerava muito
próxima do cristianismo. Todas as
correntes filosóficas contemporâneas
de Agostinho eram corruptas e
incapazes de aproximar o homem
de Deus. A filosofia agostiniana foi
exposta mais completamente em
um de seus últimos trabalhos, A
cidade de Deus, incontestavelmente
reconhecido como um entre os cinco
ou dez livros mais importantes da
história do pensamento ocidental.
Na abordagem agostiniana, fé e
razão interagem e culminam com o
verdadeiro conhecimento de Deus,
em Cristo. A razão precede a fé, ao
menos para assegurar que esta é útil.
Mas, para a fé, ainda que principiante,
não basta crer. Antes, busca, também,
compreender e, nesse movimento,
é ultrapassada pela inteligência
que subsiste eternamente. A fé,
embora purificante, é transitória,
pois aquele que sabe já não precisa
crer. A fé precede a razão naquilo
que é espiritual e invisível aos olhos
carnais, não apenas no tocante
à invisibilidade de Deus, mas,
principalmente, cm relação aos
atos redentores de Deus em Cristo,
ocorridos no passado e não podem
ser diretamente testemunhado pelos
fiéis. Por causa dessas verdades
não testemunhadas pelos crentes,
todo cristão precisa aceitar a
autoridade da revelação divina,
tal como expressa nas Sagradas
Escrituras e testemunhada pela
Igreja. Tais verdades passam, então,
a ser entendidas assim que os cristãos
começam a apreciar o significado
delas de dentro para fora (fé-razão)
e não de fora para dentro (razão-
fé), pois a compreensão (razão) é a
recompensa da fé. Por isso, segundo
Agostinho, o cristão não deveria
tentar compreender para crer, mas,
antes, crer para compreender.
Agostinho foi o primeiro apologista
a proclamar o princípio da fé
em busca da compreensão (ficles
quaerens intellectum). Mas, para ele,
essa questão era apenas "um lado
da moeda". Ele, freqüentemente,
expressou essa interação e compilado apologético consistente
interdependência entre a fé e a razão
em suas declarações, como lemos:
"A fé é um passo dado em direção
à compreensão; e a compreensão é
uma conquista da fé". Além disso,
enfatizou em seus escritos que tanto a
fé quanto a razão nos são concedidas
mediante a graça divina dispensada a
cada um de nós. Agostinho escreveu:
"Ninguém é suficiente em si mesmo
quanto à fé, seja ela incipiente ou
perfeita, mas nossa suficiência está
em Deus". Com isso, Agostinho não
queria dizer que os não-cristãos eram
completamente ignorantes a respeito
de Deus, pois cita Romanos 1.20 para
mostrar que alguns filósofos de sua
época, especialmente os platonistas,
foram capazes de reconhecer a Deus
por meio de sua criação. A linha de
raciocínio segundo a qual até mesmo
os pagãos são capazes de admitir o
Criador é essencialmente o que os
filósofos chamariam posteriormente
de argumento cosmológico. Esse foi
apenas um dentre muitos argumentos
que Agostinho empregou para
defender que o conhecimento
de Deus foi acessível aos pagãos.
Contudo, esse conhecimento não
é eficaz para impedir a idolatria e o
politeísmo. A verdadeira adoração
a Deus só é possível por meio da
fé em Cristo e essa fé não é uma fé
infundada. "Eles estão equivocados
se pensam que acreditamos em
Cristo sem qualquer evidência",
afirmou Agostinho, que reuniu as
provas que encontrou, formando um
para a defesa da fé em muitas áreas.
Essas provas incluem as profecias
cumpridas, a adoração da Igreja e
a consistência do monoteísmo, os
milagres da Bíblia e, especialmente,
o milagre da conversão em massa da
sociedade romana em um Deus que
fora crucificado mesmo sabendo que
essa fé os levaria ao martírio.

Aurelius Augustinus: biografia

Agostinho ensinou retórica nas cidades italianas de Roma e Milão. Nesta última, teve contato com o neoplatonismo
cristão. Viveu num monastério por um tempo. Em 395, passou a ser bispo, atuando em Hiporia (cidade da região Norte
do continente africano). Escreveu diversos sermões importantes. Agostinho analisava a vida levando em consideração
a psicologia e o conhecimento da natureza. Mas, o conhecimento e as idéias eram de origem divina. Para o bispo, nada
era mais importante do que a fé em Jesus e em Deus. A Bíblia, por exemplo, deveria .ser analisada, levando-se em conta
os conhecimentos naturais de cada época.

Defendia, também, a predestinação, conceito teológico que afirma que a vida de todas as pessoas é traçada
anteriormente por Deus. As obras de Santo Agostinho influenciaram muito o pensamento teológico da Igreja Católica
na Idade Média.

Morreu em 28 de agosto (dia suposto) de 420, durante um ataque tios vândalos (povo bárbaro germânico) ao Norte
da África.
. .— | ! | | — , , ! I
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as atividades em dia, recebe o diploma do curso bacharel.
Tradução

Defesa da Fé
 Por MM Slick,
Presidente e fundador do Christian Apologetics and Research Ministry

Há muitas razões para justificar a conhecer sua fé. Infelizmente, o dizer que o
necessidade da apologética para a conhecimento da própria crença pecado é real,
Igreja cristã atual. E o objetivo deste é algo em falta na vida de muitos porque Deus
breve artigo, que não tem a pretensão cristãos. A maioria não sabe mais é real, e que a
de esgotar o assunto, é apresentar os que superficialmente sobre a fé que oposição aos
principais motivos. Para tanto, nos professa e, por isso mesmo, não é mandamentos
baseamos na seguinte pergunta: "Por capaz de explanar ortodoxamente de Deus
que precisamos da apologética?". sobre a Trindade, as duas naturezas trará conseqüências nefastas.
Vejamos as oito respostas. de Cristo e sua ressurreição física, Considerando que todos somos
ou mesmo explicar a diferença pecadores, sabemos da nossa
entre justificação e santificação. incapacidade em observar a Palavra

L Porque é
A apologética auxilia a definir e de Deus com perfeição. Também não
defender o verdadeiro evangelho. podemos desfazer, por nós mesmos, a

uma ordenança ofensa contra o Deus infinitamente

santo, porque n ã o somos infinitos
ou plenamente santos como Ele
A primeira e mais óbvia é
porque somos ordenados a defender 3* Porque é um é. Assim, o nosso único destino é
nos submetermos ao julgamento
a fé. A primeira epístola de Pedro
diz: "Antes, santificai o Senhor Deus instrumento de de Deus. Mas, o Senhor, por sua

em vossos corações; e estai sempre

preparados para responder com
salvação misericórdia, nos proveu um modo
de escaparmos desse julgamento.
Deus se tornou homem em Cristo
mansidão e temor a qualquer que vos A apologética é uma
Jesus. Ele reivindicou ser Deus (Jo
pedir a razão da esperança que há em tentativa de manter as pessoas
8.24, 58 cf. Ex 3.14). Jesus suportou
vós" (3.15). a salvo do inferno. Deus leva as
nossos pecados em seu corpo na cruz
implicações do pecado muito a
(lPe 2.24). Confiando em Jesus como
sério e, certamente, punirá aqueles
2. Porque é um que se rebelarem contra Ele e não
estiverem cobertos com o sangue do
nosso redentor, seremos poupados do
julgamento divino. A salvação não

instrumento de Cordeiro. C o m o cristãos, isso deveria

pode ser encontrada no budismo,
no islamismo, no relativismo ou em

edificação
nos motivar a apresentar ao mundo
nosso ego, mas apenas em Cristo.
a verdade da salvação em Jesus. Não
Assim, além de defender a Palavra
podemos ficar sentados, ociosos,
Precisamos cia apologética de Deus, precisamos apresentar o
ignorando a tragédia que envolve os
porque ela ajuda os cristãos a evangelho a todas as pessoas.
incrédulos. Temos o dever de lhes

Defesa di» Fé 49

—
 4* Porque é um
ao nosso redor. O mormonismo imoral não pode perdurar por
ensina que Deus foi um homem de muito tempo. Pesquisas nos EUA

instrumento de carne e osso em outro mundo, que

trouxe uma de suas deusas-esposas
demonstram que 64% dos adultos e
83% dos adolescentes acreditam que

testemunho para este mundo, que eles (deus e sua

esposa) produzem uma linhagem de
Precisamos da apologética para espíritos com a missão de que estes
desfazer a péssima imagem do vivam em bebês humanos e, ainda,
cristianismo na mídia e na sociedade que todos nós temos o potencial
em geral. Os televangelistas e seus necessário para nos tornarmos um
escândalos, no âmbito sexual e moral, deus e governarmos o nosso próprio
são uma desgraça para o testemunho mundo. As testemunhas de Jeová
ensinam que não existe Trindade,
do evangelho. A Igreja Católica,
que Jesus é o arcanjo Miguel, que
por sua vez, não tem ajudado muito
não existe inferno e que apenas
com seus escândalos envolvendo
144 mil pessoas viverão no céu. O
sacerdotes. A partir de tudo isso, a
atcísmo nega a existência de Deus,
mídia constrói um arsenal para atacar
ataca abertamente o cristianismo e
o cristianismo, fomentando opiniões
está conquistando imenso
contra a nossa fé em todos os setores
nas universidades públicas de todo
da sociedade.
o mundo. O islamismo ensina que
Jesus não era Deus encarnado, que
Ele não ressuscitou dos mortos e que
a verdade moral depende de cacla
um, isto é, trata-se de algo relativo.
Entre os adultos, 19% acreditam que
a noção de pecado é antiquada e
51% acreditam que, se uma pessoa é
boa ou se esmera em fazer o bem, ela
merecerá um lugar no céu.
Q u a n d o a moral da sociedade falha,
a sociedade falha. Basta olharmos
para a história e nos determos nos
exemplos da Roma Antiga, da Grécia
Antiga ou de algumas metrópoles do
nosso m u n d o atual. A imoralidade
espaço atinge todas as camadas da
sociedade. D o n Feder, no periódico
intitulado Conservative Chronicle
("Crônicas conservadoras"), em
um de seus artigos afirmou: "Em

5* Porque é um não redimiu os nossos pecados. Os

muçulmanos ensinam que a salvação
algumas livrarias, pode-se encontrar,
entre títulos voltados para o público

instrumento é parcialmente dependente das obras juvenil, os seguintes

prazer do sexo gay' e 'Como fazer
temas: 'O
humanas, da graça e de Alá. Ensinam
contra a apostasia que o Espírito Santo é o anjo Gabriel sexo com uma mulher solteira', há
inúmeros livros sobre a Nova Era e
(Sura 2:97; 16:102), que os djins são
Precisamos da apologética porque o ocultismo, obras que incentivam os
espíritos invisíveis criados a partir do
existe uma constante e explícita jovens a experimentar os efeitos das
fogo (Sura 51:56; 15:27, 55:15) e,
ameaça de apostasia no seio da drogas para julgarem se é correto ou
por fim, que Maomé foi maior que
Igreja cristã. Em determinadas não consumi-las, e até mesmo livros
Jesus. Como se isso não bastasse,
denominações evangélica dos que ensinam os jovens a praticarem
existem, também, em muitas igrejas,
EUA, a prática homossexual é o suicídio".
falsos ensinamentos e os exemplos
abertamente defendida porque,
são quase infindos.
segundo esses irmãos, em nada viola O famoso jornal The Neu> York
as Escrituras Sagradas (Rm 1.18-32). Times, em sua versão eletrônica,
Entre muitos outros exemplos, esse trouxe a seguinte declaração de um

?• Porque é um
tipo de colocação demonstra que adolescente num artigo a respeito
necessitamos defender a verdade de jogos de videogame: "O que eu

instrumento
bíblica até mesmo dentro das igrejas
que reivindicam ser cristãs.
gosto de fazer (no jogo) é entrar n u m
carro e dirigir atirando nas pessoas.

contra a Posso puxar as pessoas para fora

de seus carros, espancá-las, roubar

6• Porque é um imoralidade o dinheiro delas e curtir o carro

que compraram. E muito bom o

instrumento de A ascensão
apresenta-se hoje,
da imoralidade
mais do que
divertimento proporcionado por um
jogo assim...". Certo publicitário de

proteção nunca, como uma

apenas à sociedade, mas também
ameaça não Long Island disse que quanto mais
violentos são os jogos, mais atraem os
Precisamos da apologética porque ao cristianismo. Esta é uma questão adolescentes. E certo que nem todos
muitos falsos ensinamentos andam muito séria, pois uma sociedade os jogos são violentos, mas o fato de

50 Defesa chi Fc
esses especialmente serem os mais de boa fama, se há alguma virtude, cristão ensinou-me que existe uma
populares é o termômetro de que e se há algum louvor, nisso pensai" forte hostilidade aos cristãos no
alguma coisa está muito errada. (F1 4.8). Não podemos ignorar a ambiente escolar por parte dos
Palavra de Deus sem sofrermos as professores de filosofia, história,
C o m isso, não queremos sugerir conseqüências. biologia, física, entre outros. O
uma administração sócio-política cristianismo está sob um ataque
teocrática regida por cristãos, mas intenso do mundo c precisamos
esses tipos de tendências sociais são batalhar o bom combate sem recuar.
perturbadoras e refletem o declínio
moral da América (que está sendo
8* Porque é um Precisamos da apologética para que
possamos dar explicações racionais,
exportado para outros países
mundo), onde o que é bom é chamado
do instrumento de inteligentes e pertinentes aos críticos

de mau e o que é mau é considerado
bom. Temos a recomendação bíblica:
"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que
é verdadeiro, tudo o que é honesto,
tudo o que é justo, tudo o que é puro,
tudo o que é amável, tudo o que é
combate
Precisamos da apologética porque
muitas escolas seculares hoje atuam
contra o cristianismo. Minha própria
experiência como acadêmico não-
e preconceituosos, demonstrando-
lhes que o cristianismo é coerente.
Em suma, se existe um tempo em
que a apologética é necessária, este
tempo é agora!
 ivo Testamento pela

~ Será que tudo que nos acontece

é por acaso1 Os acontecimentos,
sejam bons ou maus, ocorrem
m f/ i ^ acidentalmente, de maneira
f aleatória, sem gue haja uma
^ ' finalidade neles? Sim ou não?
H I l' • Os que pensam assim, julgam que Deus não determinou, decretou ou planejou absolutamente
nada com relação aos seres humanos, seu futuro histórico ou eterno, e muito menos aos acontecimentos diários. Nada
foi previsto ou determinado por Deus, inclusive os eventos naturais, como, por exemplo, terremotos, tsunamis, erupções
vulcânicas, acidentes, quedas de aviões. Enfim, nada foi previsto ou determinado por Deus. Portanto, tudo é imprevisível
como num jogo de futebol. Não se sabe o futuro, não se pode prever absolutamente nada quanto ao fim da história. Junto
com seus seres morais, Deus constrói em parceria o futuro que, neste acaso, é aberto, indeterminado e mcognoscível.
Inclusive para Ele mesmo.

Não!
JL ^í ^ W J • Os que pensam assim entendem que Deus criou o mundo conforme um plano, um propósito,
um projeto elaborado em conformidade com sua sabedoria, justiça, santidade, misericórdia e poder. Nada que acontece,
mesmo as mínimas coisas, ocorre ao acaso e de forma aleatória, contingencial e casual, mas segundo esse plano sábio.
As decisões dos seres humanos são tomadas livremente por eles mesmos, mas, de uma forma que não compreendemos,
tais decisões acabam contribuindo para a concretização do propósito divino sem que Deus seja o autor do pecado. Tudo
que ocorre, coisas boas ou ruins, estão dentro desse propósito concebido antes da fundação do mundo.

Defesa tio Fé
paganismo X cristianismo?
A negação acaso
qual
como sendo o meio
Deus realizava seu propósito
pelo lo nas mãos de Israel (Dt 2.30), bem
como o endurecimento de todas as

do acaso final. Assim, o arqueiro que atirou

sua flecha "ao acaso" durante uma
nações cananitas (Js 11.20).

no Antigo
Ao mesmo tempo, é preciso
batalha acabou atingindo o rei de
acrescentar que os israelitas não
Israel e, dessa forma, cumpriu a

Testamento profecia sobre sua morte (2Cr 18.33).

A tempestade que atingiu o navio em
consideravam Deus culpado
pecado humano. Ele era santo, justo,
verdadeiro e não podia contemplar
pelo

A melhor maneira de avaliarmos que Jonas fugia para Társis não foi
o mal (Hb 1.13). Todos esses
qual das duas é a visão correta mera contingência, mas resultado da
personagens mencionados foram,
é perguntarmos qual delas se ação de Deus para levar o profeta a
portanto, responsabilizados por seus
aproxima mais da visão de Deus, do Nínive (Jn 1.4). O amalequita que
próprios pecados. Logo, a visão de
m u n d o e do homem que a Bíblia vagueava "por acaso" nos montes
um mundo onde as coisas acontecem
apresenta. C o m o os autores bíblicos de Gilboa foi o que encontrou Saul
ao acaso, acidentalmente, sem
concebiam o mundo, a história e os agonizante e o matou, cumprindo,
propósito, é completamente estranha
acontecimentos? assim, a determinação do Senhor
ao m u n d o dos israelitas, conforme
de castigá-lo por ter consultado a
Ninguém que conheça a Bíblia temos registrado na Bíblia.
pitonisa (2Sm 1.6-10; l C r 10.13).
poderá ter dúvidas q u a n t o à resposta. O encontro "casual" do profeta com
Os judeus, ao contrário dos povos um leão causou-lhe a morte e, assim,
pagãos ao seu redor, não acreditavam
em sorte, azar, acaso, acidente ou
cumpriu-se a profecia contra ele
(lRs 13.21-24). A visita casual que A negação
contingências. Eram os filisteus e não
os israelitas que acreditavam que as
Acazias foi fazer a Jorão e o encontro
fortuito com Jeú era tudo "a vontade
do acaso
coisas podiam acontecer ao acaso
(ISm 6.9). Os israelitas, ao contrário
de Deus" conforme o autor do livro
no Novo
Testamento
das Crônicas, para que Acazias fosse
dos pagãos, não acreditavam no morto (2Cr 22.7-9). Dezenas de
acaso. outras passagens poderiam ser citadas
para mostrar que, na cosmovisão dos Q u a n d o chegamos à pessoa de
Para eles, Deus tinha traçado
autores do Antigo Testamento, nada Jesus, encontramos exatamente a
planos para os homens e as nações,
acontecia por acaso, nem mesmo as mesma visão de mundo, de Deus e
e os mesmos iriam se cumprir
pequenas coisas. da história, que é refletida no Antigo
inevitavelmente. Esses planos
Testamento. Para Jesus, até mesmo
não poderiam ser frustrados por Até mesmo ações pecaminosas coisas tão insignificantes, como o
homem algum (Jó 42.2; Pv 19.21; dos homens são atribuídas a Deus número de cabelos cia nossa cabeça
Is 14.27; Is 43.13; Is 46.10,11). pelos autores do Antigo Testamento. (Mt 10.30) e a morte de pardais (Mt
Tais acontecimentos estavam tão O endurecimento do coração de 10.29), estavam sob o controle da
inexoravelmente determinados que Faraó, para não deixar o povo de vontade de Deus. Ele era capaz de
Deus os tornava conhecidos de Israel sair, é atribuído a Deus, que profetizar acontecimentos futuros
antemão, por meio dos profetas. O queria mostrar sua glória e seu poder tão triviais quanto o local onde
fato de que os profetas de Israel eram sobre os deuses do Egito (Ex 7.3; se encontrava uma jumenta e seu
capazes de predizer o futuro com 9.12). O endurecimento dos filhos jumentinho (Mt 21.2); que Pedro iria
exatidão era a prova de que o Deus de Eli, para não se arrependerem do achar moedas na boca de um peixe
de Israel era superior aos deuses mal praticado, é atribuído a Deus, (Mt 17.27); e que um homem estaria
pagãos (Is 46.9,10). que os queria matar ( I S m 2.25). O em determinado momento entrando
endurecimento do rei Seom, para não na cidade com um cântaro na cabeça
Os autores do Antigo Testamento
deixar Israel passar por sua terra, é (Lc 22.10-12). Obviamente, essas
sempre descrevem eventos que
atribuído a Deus, que queria entregá- coisas não aconteceram por acaso.
aconteceram aparentemente ao

: da fé 53
 Jesus se referiu à vontade de Deus
e ao plano dele inúmeras vezes,
como, por exemplo, ao ensinar aos
seus discípulos que tinha vindo ao
mundo para morrer na cruz para
salvar os pecadores (Mt 17.22,23).
As parábolas que Jesus contou sobre
o futuro de Israel e sobre o dia do
juízo deixavam pouca dúvida de que,
para Ele, a história caminhava para
um fim já traçado e determinado por
Deus. Em seu sennão escatológico,
Jesus predisse com exatidão a queda
de Jerusalém, a fuga dos discípulos,
o surgimento dos falsos profetas, as
catástrofes, terremotos, secas, pestes
e guerras que haveriam de suceder à
raça h u m a n a e as perseguições que
sobreviriam aos seus discípulos antes
de sua vinda (Mt 24).
Os discípulos de Jesus, os autores
do Novo Testamento, tinham
exatamente a mesma visão de um
mundo onde nada ocorre por acaso.
Tudo o que havia acontecido com
Jesus, como o local do seu nascimento
(Mt 2.5-6), sua ida ao Egito (Mt 2.15),
sua vinda a Nazaré (Mt 2.23), seus
milagres (Mt 8.16-17), sua traição (Jo
17.12), seu sofrimento e sua morte na
cruz (At 3.18) - inclusive detalhes
como beber vinagre (Jo 19.28-29),
ter sua túnica rasgada (Jo 19.24)
e seu corpo furado por uma lança
Qo 19.34-36) - tudo isso havia sido
determinado por Deus em detalhes,
a ponto de Deus ter revelado esses
fatos cerca de seiscentos anos antes
dos mesmos terem acontecido por
meio dos profetas de Israel. Pensemos
na probabilidade de atos, decisões
e eventos acidentais, aleatórios, ao
acaso, contingenciais, acontecerem
de tal forma que essas coisas se
mostraram exatamente como os
profetas tinham dito!
de Judas (At 1.16-26), o dia de sofrer com paciência em plena
Pentecoste (At 2.14-17), a rejeição confiança que o Deus que está no
de Israel (At 13.40), a inclusão dos controle de todas as coisas lhes dá
gentios na Igreja (At 15.15-20) - a vida eterna e que ninguém poderá
tudo isso havia sido determinado por arrancar seus filhos de suas mãos.
Deus e previsto nas Escrituras pelos Eles são consolados com a certeza cie
profetas. Veja a quantidade de vezes que Deus haverá de cumprir todas
que, no livro de Atos, se menciona as suas promessas, e que há um final
que a história de Cristo e da Igreja feliz para todos os que confiam nele
havia sido determinada por Deus e crêem em Jesus Cristo como seu
e anunciada pelos profetas: Atos único e suficiente Salvador. Eles são
3.18,21-25; 10.43; 13.27,40; 18.28; exortados a permanecer firmes, pois o
26.22! bem haverá de triunfar sobre o mal, a
justiça prevalecerá e a verdade haverá
Nas cartas que escreveram de vencer. E isso só é possível porque
às igrejas, os autores do Novo Deus está no controle, porque Deus
Testamento jamais, em qualquer conduz a história para o fim que Ele
lugar, ensinaram os crentes que as mesmo determinou, de uma maneira
coisas acontecem por acaso. Ao sábia e misteriosa, na qual os seres
contrário, ensinaram os crentes humanos e os anjos são responsáveis
que a conversão deles era resultado por seus atos, decidem fazer o que
da vontade de Deus. Ou seja, que querem e tomam as escolhas que
eles foram predestinados (Rm 8.29- desejam.
30; Ef 1.5,11), escolhidos antes da
fundação do m u n d o (Ef 1.4). Os À semelhança dos autores do
crentes são ensinados a buscar a Antigo Testamento, os escritores
vontade de Deus, a se submeter a ela do Novo também atribuem a Deus
e a entender que a vontade de Deus o fato de que os ímpios e pecadores
controla a história (Rm 8.27; 12.2; Ef impenitentes se afundam cada
6.6; Cl 4.12; lTs 4.3; 5.18; Hb 10.36; vez mais no pecado. Paulo, por
lPe 2.15). Até o sofrimento por três vezes no primeiro capítulo de
causa do evangelho era visto como Romanos, declara que Deus entregou
sendo pela vontade de Deus (lPe os incrédulos de sua geração à
3.17; 4.19). Eles foram ensinados a corrupção de seus próprios corações,
ver uma "santa conspiração divina" para que eles se afundassem ainda
em tudo que acontece em favor do mais no pecado e na iniqüidade (Rm
bem deles (Rm 8.28), a ponto de 1.24,26,28). Aos tessalonicenses,
serem exortados a dar graças em tudo ele declara que Deus mandou a
(lTs 5.18). Eles são exortados a dizer "operação do erro" para que os que
sempre: "se Deus quiser", farei isso ou rejeitassem a verdade e cressem na
aquilo (Tg 4.15). Paulo sempre dizia mentira (2Ts 2.11). Igualmente, à
que: "se fosse a vontade de Deus", semelhança do Antigo Testamento,
ele. iria a esse ou aquele local (Rm o Novo responsabiliza os seres
1.10; 15.32). Ele sempre começa suas humanos por seus próprios pecados e
cartas dizendo que foi chamado "pela condenação.
vontade de Deus" para ser apóstolo
( I C o 1.1; Ef 1.1; Cl 1.1; 2 T m 1.1).

Mas, não apenas os fatos ocorridos Os cristãos são encorajados a

O acaso e o
paganismo
com Jesus haviam sido planejados. enfrentar firmes as provações e
Também, podemos dizer o mesmo tentações, pois Deus não permitirá
daqueles que cercaram o nascimento que eles sejam provados além de
da Igreja cristã. A substituição suas forças ( I C o 10.31). Eles devem E evidente que não será na Bíblia

54
Os arminianos e os calvinistas concordam que Deus tem um plano, que Deus
controla a história, que não existe acaso, porque Deus conhece o futuro.
Ambos aceitam a Bíblia como Palavra de Deus e querem ser guiados por ela!
que encontraremos essa visão de um não haverá!". pois,os arminianos e os calvinistas
mundo onde as coisas acontecem concordam que Deus tem um plano,
por mero acaso, onde tudo é casual e Se tudo acontece por acaso, que que Ele controla a história, que não
contingencial. Mas, vamos encontrá- combinação inimaginável de ações existe acaso, porque Deus conhece
la na mentalidade pagã, nas religiões livres, aleatórias e catástrofes naturais o futuro. Ambos aceitam a Bíblia
idolatras, de deuses pequenos, fortuitas poderá unir-se a uma como Palavra de Deus e querem
impotentes, egoístas. Vamos conspiração impessoal e totalmente ser guiados por ela. O confronto,
encontrar essa visão de um m u n d o ao acaso para produzir o final que na verdade, é entre duas visões de
onde as coisas ocorrem de maneira Deus prometeu na Bíblia/ Se Deus m u n d o completamente antagônicas,
aleatória nas idéias dos maniqueístas não é Deus, então o acaso se torna a visão pagã e a visão bíblica, entre
e gnósticos, ateus e agnósticos, Deus e não temos qualquer garantia as religiões pagãs e a religião bíblica.
especialmente os evolucionistas, de que o final feliz prometido na Posso não entender tudo sobre este
que defendem que tudo surgiu e Bíblia haverá de acontecer. assunto, mas prefiro mil vezes ficar
acontece como resultado de uma ao lado dos autores da Bíblia do que
N ã o nos enganemos. A discussão
combinação fortuita do tempo e ao lado de filósofos, teólogos e poetas
entre "acaso" versus "planejado"
do acaso. Os verdadeiros cristãos, ateus, agnósticos e racionalistas.
não é uma disputa teológica entre
todavia, cantam: "Acasos para mim
cristãos arminianos e calvinistas,

Curso Interdenominacional
AULAS DE REFORÇO
W r > r v ? Ç T i < i r i _ f~\ r ç . r >

nterdenominacional J Inter^nominacional

a n u l a s de reform de reforço

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 antimi
Ao olhar para a igreja atual, parece
haver algo errado. De alguma forma,
ela conseguiu mudar seu propósito e
sua natureza. Conseguiu desviar-se
do que, a princípio, foi estabelecido
pelo próprio Jesus.
A Igreja brasileira, nos últimos
anos, foi invadida por aquilo que
denominamos de "teologias de
antimissão". E uma delas é a teologia
da prosperidade, que levou a Igreja
evangélica brasileira a uma mudança
de paradigma. As igrejas, bem como
seus ministérios, suas pregações e
suas ações, deixaram de servir para
serem servidas. Nesse processo,
as nossas igrejas buscam somente
satisfazer seus próprios interesses.
Nos últimos anos, a igreja deixou de
ser agente missionário para se tornar
uma instituição mercadológica,
por meio da qual o evangelho é
vendido sem escrúpulos e o melhor
56 Defesa da Fé
Mestre em teologia pastoral pelo CalvinThelogical Seminary
e doutor em teologia pastoral pelo WestminsterTheological
vendedor é aquele que possui
uma megaigreja, ou uma igreja de
destaque na sociedade. Não que a
construção de grandes tempos seja
algo errado em si mesmo ou um
critério absoluto para se determinar
"igrejas mercadológicas". Mas,
tenho uma séria preocupação com
a maneira como a Igreja brasileira
absorve modelos pré-prontos,
tornando-os mais importantes que
os princípios teológicos da missão.
Q u a n d o olhamos atentamente para
a Igreja brasileira, percebemos que
ela sofre de uma síndrome que a
distancia, a cada instante, da sua
natureza missionária. Nossas igrejas
não conseguem desenvolver uma
ação prática que possa transformar a
nossa comunidade.
Sobre a realidade da Igreja brasileira,
Ariovaldo Ramos a descreve dessa
forma: "A face mais visível da Igreja
brasileira e, aparentemente, a que
Por Rubens Muzio
Seminary
mais cresce, em vez de denunciar
a injustiça social e propor e viver
uma economia solidária, passou a
pregar uma teologia que sustenta
a desigualdade ao afirmar que a
riqueza deveria ser o alvo do crente,
e que o caminho é a fé atestada
pelo nível de contribuição e pela
capacidade de arbitrar, por decreto,
sobre o que Deus deve fazer f...] Em
vez de viver, sinalizar e anunciar o
reino, a Igreja brasileira passou a
caçar os principados e potestades nas
regiões celestiais, ora localizando e
derrubando os seus postes-ídolos, ora
ungindo, de alguma forma criativa,
a cidade, inaugurando o que James
Houston chamou de evangelização
cósmica. O u t r o houve que assumiu a
igreja como uma empresa, sonhando
também com impérios, e passou a
importar modelos de gerenciamento
que a organizasse, desenvolvesse
excelência ministerial e produzisse
crescimento, usando, muitas vezes,
o princípio do apartheid, por meio do
qual as ovelhas foram transformadas
em mão-de-obra e os pastores, em
gerentes de programa". 1
Diante desse quadro tão
preocupante em que se encontra
a Igreja brasileira, para que
possamos retomar aos princípios
- -^mmL^mtÊÊím
f queremos
ç/i^WÇíi'
neotestamentários sobre sua missão,
é necessário redescobrir na igreja
de que forma a missão cristã pode
exercer mudanças em nossa geração,
buscar, à luz de uma pesquisa
teológica e bíblica, os princípios e
valores inerentes à função da igreja
cristã em nossa sociedade.
Davicl Bosh, ao falar sobre
esta natureza da igreja, diz: "Na
eclesiologia emergente, a igreja é vista
como essencialmente missionária. O
modelo bíblico que está por trás dessa
convicção e que tem sua expressão
clássica em AG2 (A igreja peregrina
é missionária por sua natureza'), é
aquele que encontramos em 1 Pedro
2.9. Nesse texto, a igreja não é a
remetente, mas a remetida. Sua
missão (o fato de "ser enviada")
não é secundário em relação à sua
existência; a igreja existe ao ser
enviada e edifica-se visando a sua
missão. A eclesiologia, portanto, não
constitui uma atividade periférica de
uma igreja firmemente estabelecida,
que está queimando fulgurantemente
f...] A atividade missionária não é
tanto uma ação da igreja, mas, sim, a
igreja em ação". 2
Por intermédio de um estudo
aprimorado sobre a identidade
da igreja e sua ação missionária,
propor um novo
pensamento a respeito da nossa
caminhada e uma ação mais efetiva
que possa trazer mudanças palpáveis
em nossa sociedade, principalmente
entre aqueles que necessitam de
uma transformação integral, além de
mostrar apontamentos sobre como
podemos reverter essa realidade.
Precisamos retomar nossas idéias,
parar com tudo e entrar n u m processo
de reavaliação de nossos conceitos e
paradigmas. Para tanto, precisamos
deixar de lado a nossa ansiedade em
"evangelizar" o m u n d o e começar a
pensar em missão como um processo
de transformação integral da vida de
todos aqueles que são atingidos por
ela.
Nosso primeiro passo deve consistir
em buscar, de forma bíblica e
teológica, os conceitos da missão que
Cristo nos deixou e em identificar
as verdades bíblicas a respeito desse
tema e os modismos que devemos
abandonar, pois os nossos modismos
nos levam a servir muito mais a nós
mesmos do que aos que ainda não
conhecem o evangelho.
Sem uma visão clara sobre essa
missão, corremos o risco de nos
tornarmos uma simples instituição
mercadológica preocupada só com
o número de almas ou com as metas
numéricas que devemos alcançar.
A igreja deve deixar seus
programas gerenciais e voltar-se
à vida das pessoas, trazendo um
evangelho integral que atenda às
necessidades espirituais do homem.
Precisamos tornar nossas igrejas úteis
aos necessitados e os nossos cultos
acessíveis a todos, sem exceção.
Assim, poderemos vivenciar e
demonstrar o amor de Deus pelos
povos. Um dos grandes passos
para a igreja atual é romper com o
evangelho apenas falado e começar
a viver um evangelho prático, que
caminha em direção às pessoas.
Usando Cristo como exemplo,
podemos encontrar os parâmetros
necessários para o cumprimento
dessa missão. Olhar para Cristo nos
levará a abandonar nosso orgulho e
hipocrisia, que geram um muro que
nos separa da missão autêntica.
Q u a n d o deixarmos de lado nosso
próprio eu, daremos espaço para
que o Espírito Santo aja por nosso
intermédio. A missão começa quando
experimentamos uma intimidade
autêntica com Deus, que nos leva a
compreender seu amor, sua graça e
sua bondade. Mesmo que isso não
seja uma atitude fácil, precisamos
caminhar em direção a um processo
de busca neotestamentária, seguindo
o exemplo dos cristãos do século
lo.
De forma prática, a busca, para
responder ao chamado da missão,
deve ser uma só. Ou seja, a nossa
atitude deve ser a mesma de Cristo
Jesus, que, embora fosse Deus, não
considerou que ser igual a Deus era
algo ao qual deveria apegar-se, antes,
esvaziou-se a si mesmo, fazendo-se
servo, tornando-se semelhante aos
homens. E, sendo encontrado em
forma humana, humilhou-se a si
mesmo e foi obediente até a morte, e
morte de cruz! (NVI, p. 941)
REFERENCIAS:
1. RAMOS, Ariovaldo. A ética e a igreja. In: Congresso brasileiro
de evangelização II. Missão Integral: proclamar o reino de Deus,
vivendo o evangelho de Cristo. Viçosa: Ultimato; Belo Horizonte: Visão
Mundial, 2 0 0 4 , p. 2 0 1 - 3 .
BOSH, D. Missão transformadora: mudanças de paradigma na
teologia da missão. São Leopoldo: Sinodal, 2 0 0 2 , p. 4 4 7 .
Defesa cia Fé
 Choque Cultural

Nesta edição, um assunto de suma importância para todos aqueles que, como missionários, são chamados para atuar
numa cultura ou ambiente social diferente e desconhecido. Estamos nos referindo a alguns sentimentos, como, por
exemplo, ansiedade, surpresa, desorientação, incerteza, confusão mental, entre outros. Freqüentemente, isso acontece
com os missionários cristãos que deixam o seu país de origem e vão atuar em terras estrangeiras, tendo de se adaptar a uma
nova realidade cultural e modo de vida totalmente desconhecidos e diferentes. Então, por conta disso, caso não tenham
recebido preparo transcultural, terão dificuldades para assimilar a nova cultura e poderão, ainda, ficar em dúvida sobre o
que é adequado e o que não é no grupo social em que estão atuando. Muitas vezes, o choque cultural é combinado com
aversão ou nojo (moral ou estético) de certos aspectos da nova cultura. A seguir, uma breve lista de situações reveladoras
de desencontros culturais que causaram e ainda podem causar tremendo "choque".

1« Na China, as pessoas pensavam que os missionários louvavam as cadeiras, porque

oravam ajoelhados de frente para elas.

2» Duas missionárias tiveram grandes dificuldades no início de seu árduo trabalho numa
tribo do México, porque costumavam tomar limonada durante o café da manhã. Ninguém
aceitou a mensagem pregada por elas, até que descobriram que, para os membros daquela
tribo, a limonada era usada como anticoncepcional. Por causa da limonada, pensavam que:
as missionárias solteiras eram mulheres de vida irregular.

3 • No Zaire, na África, os presbíteros da igreja na tribo dos negbaka se recusaram a

aceitar a exigência dos missionários de que suas esposas usassem blusas na igreja. Algum
tempo depois, os missionários descobriram que, naquela aldeia, somente as prostitutas
usavam blusas, pois somente elas tinham dinheiro para comprar roupas melhores.

Missionários que serviram o Senhor na Tailândia ficaram surpresos com o seguinte

costume local: as mulheres não podem ocupar quartos do primeiro andar do hospital e os homens do térreo. Isso
significa, para eles, que as mulheres são superiores aos homens.

5 • Os índios navajos, dos Estados Unidos, pensavam que os missionários louvavam o pinheiro de Natal por se
preocuparem tanto em enfeitá-lo.

Ó» No Zimbábue, um missionário não pode, jamais, pedir informação a um desconhecido sem antes perguntar sobre a
saúde da sua esposa ou dos seus filhos, como vão os negócios ou como está o clima, pois isso seria um imenso ultraje.

7. Na África do Sul, uma brasileira levará um susto quando, ao cumprimentar outra mulher, for beijada nos lábios. Na
Rússia, é pior ainda para quem não está acostumado, porque os homens é que se cumprimentam beijando uns aos outros
na boca!

Em certa parte da África é uma tremenda grosseria apontar com o dedo indicador para qualquer objeto. Em vez de
usar o dedo, o missionário deve usar o lábio inferior.

9* Nas Filipinas, um missionário ficou zangado porque algumas pessoas que o visitaram limparam com seus próprios
lenços as cadeiras onde iam se sentar. Depois, à mesa, fizeram a mesma coisa com os pratos e os talheres. Para o
missionário, aquilo era um grande insulto à capacidade da sua esposa de limpar a casa e lavar as louças! Mas, na
realidade, a reação do missionário foi errada. Afinal, aquelas atitudes demonstravam boas maneiras, segundo o costume
daquele povo.

1 0 » No Japão, é ética social curvar-se diante de uma pessoa para cumprimentá-la. Algumas vezes, missionários que
foram para lá em campanhas evangelísticas pensaram que muitos japoneses estavam aceitando a Cristo, quando, na
realidade, estavam apenas sendo corteses para com eles.

58 Defesa da Fé

Crista e fuzilada na
Eritréia
País ocupa a 11 a posição no ranking mundial
de perseguição ao cristianismo
Ferewini Gebru Tekleberhne,
35 anos, aproximadamente, foi
fuzilada em 19 de novembro de 2010
quando tentava fugir do Centro de
Treinamento Militar em Sawa, onde
esteve encarcerada num container de
metal nos últimos dois anos.
Solteira, se converteu a Jesus
Cristo em 2007, enquanto prestava
serviço militar na cidade de Barentu,
da zona administrativa de Zoba
Gash Barka. Na ocasião, foi presa
por exercer atividades religiosas fora
das quatro instituições reconhecidas
oficialmente pelo governo da Eritréia.
A saber: ortodoxa, católica, luterana
e islâmica.
Fontes informaram que a mártir
cristã foi sepultada, pouco depois
do fuzilamento, nas imediações do
presídio onde passou seus últimos
anos de vida na terra. Não há notícia
sobre seus familiares.
Essa foi a 14a morte de cristãos em
prisões eritréias, das quais seis das
vítimas foram mulheres. Ferewini foi
a segunda mulher a morrer no Centro
de Treinamento Militar de Sawa.
Outra cristã, Senait Oqbazgi Habta,
28 anos, morreu em 23 de abril, após
prolongada anemia e malária, pois
lhe foram negados cuidados médicos
específicos.
Situada nas proximidades
A R A & A SAUDITA
Chegou o ÍIT de
bolso da SBTB
flgora com
Salmos e
Prouérbios
Leue-o para
todo lugar
fronteira com o Sudão, a cidade de
Sawa fica às margens do rio Sawa e
abriga esse centro de treinamento
militar avançado. O centro inclui
uma câmara de castigos para os
cidadãos que tentam se evadir do
serviço militar e para os adeptos de
religiões rejeitadas pelo governo.
Pedidos de
oração:
1. As circunstâncias envolvendo
a morte de Ferewini servem para
nos lembrar dos terríveis maus-
tratos que os prisioneiros religiosos
sofrem na Eritréia. Por favor, ore
para que o Senhor derrame sua
graça sustentadora sobre os que
estão presos por sua fé em Jesus
Cristo naquele país. Ore para que
o Senhor os guarde e os proteja
contra o desânimo, m a n t e n d o suas
testemunhas firmes na fé.
2. O r e para que o Senhor traga
salvação à Eritréia pelo testemunho
de seus filhos e filhas sofredores.
Ore para que os agentes do governo
enxerguem que, ao perseguirem os
filhos de Deus, estão, em verdade, (11)6693-5663
perseguindo o próprio Senhor. em São Paulo
da
3.' O r e para que o Senhor, no seu
0800-12-4008
tempo e do seu modo, traga liberdade
outras localidades
para a igreja na Eritréia, para que
os seus propósitos sejam cumpridos
enquanto as perseguições persistirem
e para que o seu n o m e seja gloriticado.
FONTES:
Report on Inlemational Rel/gious Freedom.
BBC Country profiíe
Sociedade Bíblica
fbrtas Abertas Internacional
The World Factbook
Trinitariana do Brasil
Almeida Corrigida Fiel (ACF)
 Igreja Perseguida
O Catar é um pequeno
Estado independente localizado na
Península Arábica, na extremidade
oriental da Arábia Saudita. Seu
território é rochoso e pouco fértil,
com clima extremamente quente e
árido.
População
Inclui um grande número de
trabalhadores estrangeiros de
diversas cidadanias.
Como resultado da presença de
imigrantes, apresenta uma grande
desproporção entre a população: dois
terços são homens.
Aproximadamente, 23% dos
habitantes possuem idade inferior a
quinze anos. A taxa de crescimento
demográfico é baixa e, por conta
disso, estima-se que, em 2050, a
população não chegará ao menos ao
dobro do que é hoje.
De maioria árabe, com algumas
minorias asiáticas, grande parte dos
habitantes vive em áreas urbanas.
Doha, a capital, abriga 83% da
população de todo o país.
Mais de 77% da população é
muçulmana de tradição sunita,
embora exista também uma minoria
xiita.
60 Defesa da Fé
História
A história do país remonta à
antigüidade. Os primeiros habitantes
conhecidos dessa área foram os
cananeus.
O Islã conquistou a região no
século 7o e, a partir de então, o
Catar foi dominado por vários
impérios muçulmanos. Os iranianos
dominaram a região por algum
tempo, mas a Arábia Saudita assumiu
o controle no século 18, seguida pelo
império turco-otomano no século
seguinte.
Em 1916, o país tornou-se um
protetotado britânico, situação que
perdurou até 1971, quando o Catar
obteve sua independência. Durante
o século 20, o país permaneceu ao
lado da Arábia Saudita.
Em 1991, participou da Guerra
do Golfo contra o Iraque e ganhou
importantes batalhas.
Governo
O Catar é uma monarquia
constitucional fundamentada
na sharia (lei islâmica). Não
há assembléia legislativa, mas a
Constituição assegura os direitos
básicos dos cidadãos.
O governo e a família real são
intrinsecamente ligados ao Islã. O
emir (título governamental) participa
das orações públicas nos feriados
religiosos e financia pessoalmente o
hajj (peregrinação à Meca) àqueles
que não têm condições de bancar a
viagem.
O Ministério de Assuntos Islâmicos
controla a construção de mesquitas,
os assuntos clericais e a educação
islâmica para adultos e recém-
convertidos ao Islã.
Economia
O gás natural e a indústria
petrolífera dominam a economia.
Ambos são responsáveis por 85% de
toda a pauta de exportação do país.
A taxa de desemprego é muito
baixa (0,6%). Sua renda per capita é
a segunda mais alta do mundo.
A abundância de campos
petrolíferos permite que importante
parte das receitas geradas seja
utilizada no desenvolvimento da
nação. O governo já aumentou a
malha rodoviária, construiu vários
hospitais e implantou usinas de
dessalinização da água do mar.
Além disso, criou um plano de
assistência social que inclui educação
e atendimento médico totalmente
gratuitos.
 Catar c o destino de imigrantes
vindos do Sul e Sudeste da Ásia.
Entretanto, muitos caem nas mãos
de traficantes e são transformados em
escravos domésticos. Em grau menor,
alguns são sujeitados à exploração
sexual.
O crime mais comum cometido
contra os imigrantes é forçá-los a
aceitar termos de trabalho piores do
que os que aceitaram previamente.
Além disso, há escravidão por
dívida, retenção de salário, detenção
arbitrária e abuso físico, mental e
sexual.
Apesar de a capital do país parecer
uma cidade moderna, e de sediar
a maior rede árabe de notícias, a al
Jazeera, a cultura do Catar ainda
é tribal. A sociedade sofre com o
alcoolismo, abuso sexual (três em
cada quatro meninas são vítimas),
violência doméstica e repressão da
mulher.
A igreja
O cristianismo chegou à seja
região no início da Era Cristã e
cresceu consideravelmente até
ser praticamente erradicado pelo
islamismo no século 7o. Na era
moderna, no século 19, os católicos
foram os primeiros a estabelecer
igreja no país.
N ã o se sabe ao certo o número
de cristãos. Sabe-se, porém, que
a maioria deles é estrangeira,
imigrantes que trabalham para as
companhias petrolíferas.
E possível que haja alguns milhares
de cristãos nativos não declarados.
Os cultos religiosos são realizados
sem autorização prévia cio governo;
contudo, as congregações não podem
anunciá-los publicamente com
antecedência, nem usar símbolos
religiosos visíveis, como a cruz.
Os cultos cristãos são realizados
regularmente e abertos ao público.
Alguns, particularmente os cultos de
Páscoa e Natal, atraem milhares de no Ocidente. Mas, a maioria não
participantes. retorna ao país após sua conversão,
temendo a perseguição.
Em março de 2008, foi inaugurada
a primeira igreja cristã oficial, a O governo, há anos, tem permitido
Igreja Católica Romana Santa Maria. que comunidades cristãs católicas,
Até então, os cristãos não tinham ortodoxas, anglicanas e de outras
permissão para cultuar publicamente. denominações protestantes reúnam-
se informalmente em cultos
domésticos mediante notificação
prévia às autoridades locais.
A perseguição
Nenhum grupo missionário
estrangeiro tem operado
Segundo a Constituição do Catar,
abertamente no país. Em junho de
o islamismo é a religião oficial do
2004, entrou em vigor um novo
Estado e a base do sistema legal. Esta
código criminal que estabelece novas
mesma Constituição, no entanto,
regras para a conversão. Q u e m
garante direitos democráticos.
for flagrado pregando em nome
O respeito à liberdade religiosa
de uma organização, sociedade ou
melhorou nos últimos anos. A
fundação que não seja islâmica,
Constituição explicitamente provê
a liberdade de culto
e adotou leis que
concedem liberdade
de reuniões públicas.
Essa dicotomia
reflete-se na
sociedade. Embora
qualquer tentativa
de evangelismo
proibida,
os estrangeiros
cristãos são livres
para organizar
e divulgar seus
serviços de culto, e
ministros cristãos
têm liberdade para entrar no país e pode ser condenado a até dez anos
viajar pelo território sem n e n h u m a de prisão. Se a pregação for feita no
restrição. O governo regula a âmbito individual, a detenção é de
distribuição de material religioso, até cinco anos. Segundo essa nova
mas há permissão para se importar lei, as pessoas que possuem materiais
Bíblias. escritos ou gravados, ou itens que
promovam a atividade missionária,
Missionários contam que os podem ser detidas durante até dois
convertidos sofrem uma perseguição anos.
severa por parte de sua família e do
governo, e podem até ser mortos por Recentemente, um líder ocidental,
isso. Por essa razão, ex-muçulmanos nascido e criado na Península
protegem sua identidade e não Arábica, declarou: "O Golfo está se
querem n e m ter contato com outros tornando um verdadeiro campo de
ex-muçulmanos, temendo fofocas, testes para se verificar se o Islã pode
traição e perseguição. Quase todos conviver com a diversidade em seu
os ex-muçulmanos catarianos se meio. Até o momento, no que se
convertem fora do país, quando, refere à luta entre os muçulmanos
por exemplo, cursam universidades moderados e os mais radicais, os
Defesa di» Fé 61
 governantes são obrigados a adotar
ama postura extremamente cautelosa
antes de tomar qualquer decisão".
crescimento. Ore para que os novos
convertidos se dediquem tanto ao
evangelismo local quanto às missões
transculturais em outras nações
do Oriente Médio. Ore também
pelo desenvolvimento contínuo
majoritariamente por estrangeiros.
Ore para que esses trabalhadores
encontrem novas formas de
compartilhar discretamente sua fé e
implantar novas igrejas.

Motivos de da implantação de igrejas e do

discipulado, permitindo que os novos
3» A igreja sofre
moderadas. Louve a Deus pela
restrições

oração convertidos sejam treinados. liberdade encontrada pela igreja no

Catar. Os cristãos têm mais liberdade
A igreja catariana é constituída que outras minorias religiosas. Ore
para que o relacionamento com o
governo continue sendo positivo.

DADOS GERAIS

Capital: Doha
Governo: Monarquia constitucional, chefiada pelo emir
Hamad bin Khalifa al-Thani desde 1995
População: 841 mil (92,3% urbana)
Área: 11.427 km2
Localização: Oriente Médio
Idiomas: árabe, inglês
Religião: islamismo 77,5%, cristianismo 8,5%, outras 14%
Perseguição: limitações severas
Restrições: há liberdade de culto, mas a evangelização e a
conversão de muçulmanos são proibidas.

COPA no MUNDO NO CATAR

Uma oportunidade rara de evangelização

«nimmiuci»
A Rússia e o Catar foram os países escolhidos pelo Comitê
QATAR
1 xecutivo da 111 A para sediar as próximas Copas do M u n d o de
Futebol, em 2018 e 2022, respectivamente. Para a escolha da
sede de 202 2, além do Qatar, a Austrália, o Japão, a Coréia do
Sul e os Kstados l 'nidos competiam. O país árabe será a primeira
nação .i receber a competição no Oriente Médio. A exemplo
do que ocorreu com outras nações, especialistas em missiologia
acreditam que será uma excelente oportunidade para levar o
evangelho a esse país. Com grande otimismo, missionários que
estão no país têm esperanças de que o evento poderá repercutir
na configuração religiosa da sociedade catariana.

Report on International Re/igious Freedom.

BBC Country prolile
Portas Abertas Internacional
TíieWor/d Factbook

62 Defasa da Fé
 comunicação

W planejamento

contabilidade

legislação

gestão de pessoas

liderança

tecnologia

g j ^ J .
administração

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 ICP responde

Por que alguns A resposta para esta aparente

contradição pode ser vista claramente
e Isaque eslava, profe ricamente,
representando o sacrifício de Cristo.

versículos
insistem em
ignorar o irmão
de Isaque?
Respectivamente, analisemos os
textos de Gênesis 22.2 e Hebreus
11.17 em oposição ao texto de
Gálatas 4-22.
U m filho:
• "Acrescentou Deus: Toma teu
filho, teu único filho, Isaque, a quem
amas, e vai-te à terra de Moriá;
oferece-o ali em holocausto, sobre
um dos montes, que eu te direi".
• "Pela fé Abraão, ao ser provado,
ofereceu a Isaque. Aquele que havia
recebido as promessas ofereceu o seu
unigênito".
Dois filhos:
• "Porque está escrito que Abraão
teve dois filhos, um da escrava, e
outro da livre".
na representação tipológica de
Isaque, o segundo filho de Abraão,
como um tipo de Cristo. Abraão
teve Ismael por meio de uma escrava
egípcia chamada Agar. Mas, o filho
da promessa era Isaque e não Ismael:
"Porém Deus disse a Abraão: Não te
pareça mal aos teus olhos acerca do
moço e acerca da tua serva; em tudo
o que Sara te diz, ouve a sua voz;
porque em Isaque será chamada a tua
descendência" (Gn 21.12).
Se analisarmos bem todo o quadro
ao final da resposta divina, veremos
multas similaridades entre Isaque
e Jesus, numa clara evidência de
representação profética. E por isso
que Jesus disse: "Abraão, vosso pai,
exultou por ver o meu dia, e viu-o,
e alegrou-se" (Jo 8.56). Como
Abraão poderia ter exultado por
ver "o dia de Jesus" e alegrar-se por
isso? Na verdade, trata-se de uma
alusão a Isaque, que é um tipo de
Cristo. Abraão, de certa maneira,
"participou" do evangelho por
ocasião do oferecimento de seu único
filho em sacrifício. Assim, temos
que a expressão "único filho" refere-
Além disso, é bom lembrar que
Abraão, além de Ismael e Isaque,
teve outros seis filhos com sua outra
esposa, Quetura, com quem se casou
depois da morte de Sara. "E Abraão
tomou outra mulher; e o seu nome
era Quetura. E deu-lhe à luz Zinrã,
Jocsã, Meda, Mídia, Jisbaque e Suá"
(Gn 25.2). Obviamente, isso não era
um fato desconhecido dos autores
dos livros de Gaiatas e Hebreus.
Sobre tudo isso, Geisler e
Howe acrescentam e esclarecem
o seguinte: "Os filhos de Abraão,
conforme registrado em Gênesis 25,
provavelmente nasceram mais tarde,
pois são mencionados três capítulos
depois de Isaque ter sido chamado de
'único filho' [...] Isamel, por sua vez,
fora concebido em incredulidade por
uma concumbina e não era contado
como participante da herança
prometida. Ainda, a expressão "único
filho" pode ser equivalente ao "filho
amado" (cf. Jo 1.18; 3.16). Isto é, a
um filho especial. Deus, claramente,
disse a Abraão: 'Por Isaque será
chamada a sua descendência' (Gn
2 2 . 1 2 ) " .

se ao Filho "sem igual" de Deus

Jesus nos evangelhos

Fato tipológico Isaque em Gênesis e outros livros do
\ Novo Testamento

Único filho 22.2 Jo 3.16

Oferecido sacrificialmente cm uma montanha (colina) 22.2 Mt 21.10

Emprego de um jumento para condução até o local sacrificial 22.3 Mt 21.2-11

Dois homens foram com eles 22.3 Mc 15.27; Lc 23.3

Três dias de jornada (Isaque). Três dias no sepulcro (Jesus) 22.4 Lc 24.13-21

O próprio filho carregou o madeiro nas costas enquanto subia a montanha 22.6 Jo 19.17

Deus proveria para si mesmo o cordeiro do holocausto 22.8 Jo 1.29

O filho foi oferecido no madeiro (lenha) 22.9 Lc 23.33

Cordeiro atado em uma moita de espinhos (Isaque) e coroação

22.13 Jo 19.2
com coroas de espinhos (Jesus)

A descendência de ambos seria multiplicada 22.17 Jo 1.12 (Is 53.10)

Ef 5.22-32;
Os servos tomaram uma noiva para o filho 24.1-4
Ap 21.2,9; 22.17

A noiva era uma virgem formosa 24.16 2Co 11.2

64 Defesa da Fé
Podemos ser
perdoados de
todos os nossos
pecados ou não?
Respectivamente, analisemos os textos de
Mateus 12.31,32 e Marcos 3.29 em oposição
aos textos de Atos 13.39, Tito 2.13,14 e l j o ã o
1.9.

N e m todos os pecados são perdoados:

• "Portanto, eu vos digo: Todo pecado e
blasfêmia se perdoará aos homens; mas a
blasfêmia contra o Espírito não será perdoada
aos homens. E, se qualquer disser alguma
palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á
perdoado; mas, se alguém falar contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem
neste século nem no futuro".
• "Qualquer, porém, que blasfemar contra o
Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será
réu do eterno juízo".

Todos os pecados são perdoados:

• "E de tudo o que, pela lei de Moisés, não
pudestes ser justificados, por ele é justificado
todo aquele que crê".
• "Aguardando a bem-aventurada esperança
e o aparecimento da glória do grande Deus
e nosso Salvador Jesus Cristo; o qual se deu
a si mesmo por nós, para nos remir de toda
iniqüidade, e purificar para si um povo seu demais pecados são perdoáveis. Contudo, isso não significa que todos
especial, zeloso de boas obras". os pecados serão perdoados. Significa, antes, que seremos perdoados
• "Se confessarmos os nossos pecados, ele é se confiarmos exclusivamente em Cristo. Aqueles que blasfemam
fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos contra o Espírito Santo jamais buscarão a Cristo, porque essa decisão
purificar de toda injustiça". só possível por meio da ação do Espírito Santo, que não está neles. N ã o
há perdão para quem, consciente e deliberadamente, rejeita a presença
e o poder do Espírito Santo. Esse perdão é definitivamente impossível,
Q u a n d o interpretamos a Bíblia, o contexto, porque é somente pelo Espírito Santo que a graça salvadora pode
muitas vezes, é um fator determinante. ser comunicada (Jo 16.7-13). Assim, ao rejeitar o Espírito Santo, o
Ninguém pode tomar um versículo fora pecador fica exposto à ira temporal e eterna, e sofrerá as conseqüências
de seu contexto em determinado livro e dessa atitude no dia do julgamento final.
compará-lo com outro versículo fora de seu
Há apenas dois caminhos: o da salvação e o da condenação. A
contexto em outra parte da Bíblia. Isso ocorre
salvação está disponível ao homem enquanto ele viver (Is 55.6,7; Mt
freqüentemente quando os críticos citam os
5.25,26). O que purifica o homem do pecado não é o fogo do purgatório,
tipos de "contradições" que estamos abordando
mas, sim, o precioso sangue de Jesus: "Mas se andarmos na luz, como
agora. A resposta para o questionamento é
ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus
simples: temos de levar em consideração todo
Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado" ( l j o 1.7).
o contexto ao interpretarmos a Palavra de
Deus. A Bíblia ensina que a blasfêmia contra
o Espírito Santo é imperdoável e que todos os

Defesa di» Fé 65
 O com discernimento
Durante três meses, antes das
eleições, recebi muitas mensagens
no meu correio eletrônico (e-mail)
de supostas lideranças evangélicas,
dizendo que não deveríamos votar
na candidata à presidência Dilma
Rousseff. Atualmente, ela é a
presidente eleita do Brasil.
Os motivos eram os seguintes: a
candidata era a favor de assassinar
criancinhas, foi terrorista, assaltou
bancos, seqüestrou e assassinou
pessoas, vivia na clandestinidade, era
foragida da polícia, comunista, presa
e condenada pelo regime militar.
Em momento algum, as mensagens
recebidas comentavam o contexto
histórico da época em que a
presidente se envolveu com a política
de resistência ao governo militar.
N e m sequer mostravam a diferença
entre ser um preso comum e um
preso por questões políticas, o que me
levou a duas conclusões: ou os que
enviavam os e-mails são totalmente
Ro^
Stuken
Por Antonio Fonseca
ignorantes sobre a história política do
século 20 do nosso país ou agiram de
má-fé, produzindo falácias contra a
presidente Dilma Rossef.
Se for o primeiro caso, é triste
saber que alguns líderes evangélicos,
que deveriam cuidar do alimento
espiritual para a igreja, se atreveram a
entrar na disputa política e a mostrar
tanta falta de conhecimento sobre o
que falavam. Solucionar o problema
dessas pessoas não é tão difícil. Basta
convencê-las a estudar mais o assunto
antes de se manifestarem. Caso seja
a segunda alternativa, a situação se
agrava muito mais, pois deixaram de
ensinar a verdade para utilizar como
ferramenta a falácia, um instrumento
do diabo. Ou seja, a mentira.
Fico imaginando: se o nosso
Senhor Jesus Cristo utilizasse o
mesmo critério dessas pessoas para
escolher seus discípulos, Paulo,
por exemplo, jamais seria chamado
para ser apóstolo, pois o mesmo foi
assassino, perseguidor de cristãos,
prendeu homens e mulheres por
professarem uma fé diferente da
dele. E tem mais um detalhe (muito
importante, por sinal). Diferente
das acusações falsas feitas contra a
presidente Dilma, o apóstolo havia
cometido todas essas atrocidades em
não mais de dois anos, e tudo pode
ser provado por meio da leitura do
livro Atos dos Apóstolos.
Agora, querido leitor, você acha
mesmo que a nossa presidente é
tudo isso que as pessoas falaram?
Assim como o tempo nos mostrou
que o presidente Lula não era nada
daquilo que esses supostos líderes
evangélicos também falaram (ou
seja, que Lula, se eleito, fecharia
igrejas, confiscaria moradias, cobraria
impostos das entidades religiosas,
perseguiria os crentes), o tempo
também nos mostrará e ensinará,
mais uma vez, que não devemos
dar ouvidos às bobagens ditas pelo
supostos líderes evangélicos, antes,
que devemos ter mais discernimento
na hora de exercermos nosso direito
sagrado de cidadania e que, quando
precisarmos de orientação política,
devemos procurar quem de fato tem
compromisso com a verdade.
Q u e as bênçãos de Deus
estejam sobre a
nossa pátria. Sempre!
\Alki.
Você está disposto a fazer pela verdade
o que as seitas fazem pela mentira?

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