Você está na página 1de 84

PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSORAS ELAINE MARSULA


(LANLAN) E NE SARTORI

Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no


qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da
fatalidade. Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de
embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre
grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e
interesses distintos e conflitantes.
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros
elegantes das capitais ou os telefones celulares não constituem
indicadores de modernidade.
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um
padrão de vida compatível com o pleno exercício dos direitos
democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de
desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação,
moradia, escola, hospital, transporte coletivo, bibliotecas, parques
públicos. Modernidade, para os que pensam assim, é sistema
judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça;
são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional
das decisões econômicas.
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.).
Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com
adaptações).

Considerando a argumentação do texto acima bem como as


estruturas linguísticas nele utilizadas, julgue os itens a seguir.

1 - Na linha 2, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se


empregar em que ou onde em lugar de “no qual”.
COMENTÁRIO.
Pode-se empregar “em que” ou “onde” no lugar de “no qual”, pois o
autor usou esta última forma para se referir a país, que é o lugar
onde vivemos.
GABARITO: C.

2 - Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra


do acaso” (L.3) se a modernidade não assegurasse um padrão de
vida democrático a todos os seus cidadãos.
COMENTÁRIO.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

De acordo com o texto o futuro de um país não é obra do acaso ou da


fatalidade (linhas 2 e 3). A condição do item ficaria correta caso ele
dissesse que a modernidade de um país está condicionada à garantia
de um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos, entre
outros elementos citados da linha 16 até a linha 20 do texto.
GABARITO: E.

3 - Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-


semânticas, como o que se identifica no trecho “Uma nação se
constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos” (L.3-4),
poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático — Uma nação
se constrói no meio de embates —, o que preservaria a correção
gramatical do texto, mas reduziria a intensidade de sua
argumentação.
COMENTÁRIO.
De fato a eliminação do trecho “e constrói-se” não traz prejuízo
gramatical ao texto, já que não ocorre erro na pontuação, nem na
concordância, nem na regência, nem na colocação pronominal.
Porém, essa repetição promove ênfase à ideia da construção de um
país na fundamentação do argumento desenvolvida pelo autor, por
isso reduz a intensidade da argumentação.
GABARITO: C.

4 - Se o terceiro parágrafo do texto constituísse o corpo de um


documento oficial, como um relatório ou parecer, por exemplo, seria
necessário preservar o paralelismo entre as ideias a respeito de
“Modernidade” (L.11 e 16), por meio da conjugação do verbo ser, nas
linhas 11 e 17, no mesmo tempo verbal.
COMENTÁRIO.
O item está errado, pois no contexto apresentado não há necessidade
de se preservar o paralelismo entre as ideias a respeito de
“Modernidade” (L.11 e 16), já que na linha 11 o futuro do pretérito foi
empregado para revelar o que as pessoas mencionadas no texto
acham sobre modernidade, revelando a subjetividade dessa opinião,
ao passo que nas linhas 16 – 17 há uma afirmação categórica a
respeito de modernidade, que é consequência da afirmação subjetiva
anterior.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

5 - O trecho “os que pensam assim” (L.16-17) retoma, por coesão, o


referente de “muitos” (L.8), bem como o sujeito implícito da oração
“dão mais valor a um modelo de desenvolvimento” (L.13-14).
COMENTÁRIO.
Os elementos “os que pensam assim”, “muitos” e “dão mais valor a
um modelo de desenvolvimento" referem-se realmente a uma mesma
ideia, ou seja, às pessoas que julgam modernidade da forma como foi
representada no texto.
GABARITO: C.

6 - O emprego do sinal de ponto-e-vírgula, no último período


sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar claras as
relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do
período e deixar subentender “Modernidade” (L.16) como o sujeito de
“é sistema” (L.17), “são instituições” (L.18) e “é o controle” (L.19).
COMENTÁRIO.
O emprego do sinal do ponto-e-vírgula apresenta dupla função,
porque separa as orações enumeradas por ele, revelando que
modernidade é o sujeito de todas essas orações. Além disso,
esclarece que as vírgulas empregadas nas linhas 16 e 17 têm função
diferente de ponto-e-vírgula.
GABARITO: C.

Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi


possível em sociedades de tipo capitalista, mas não necessariamente
de mercado. De modo geral, a democratização das sociedades
impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em
geral não contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
Penso que temos de refletir um pouco a respeito do que significa
democracia.
Para mim, não se trata de um regime com características fixas,
mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais,
não se esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo Espinosa e
imaginar a democracia como uma potencialidade do social, que, se de
um lado exige a criação de formas e de configurações legais e
institucionais, por outro não permite parar. A democratização no
século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O
tema da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as
chamadas sociedades ocidentais.
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas


do texto acima, julgue os itens seguintes.
7 - Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo
período sintático fosse introduzido com a expressão Desse modo,
em lugar de “De modo geral” (L.3).
COMENTÁRIO.
A expressão “Desse modo” não pode substituir a expressão “De modo
geral”, haja vista o sentido das duas ser completamente diferente:
“Desse modo” retomaria o que foi dito antes, e “De modo geral” não
faz essa retomada e ainda promove a ideia de generalização.
GABARITO: E.

8 - Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao e


optar pela determinação do substantivo “respeito” (L.7), juntando-se
o artigo definido à preposição “a”, escrevendo-se ao respeito.
COMENTÁRIO.
Não é possível o acréscimo do artigo “o”, porque “a respeito” é uma
expressão adverbial. Se o artigo fosse acrescentado a ela, daria a
ideia de respeito como substantivo específico no assunto, o que não é
o caso.
GABARITO: E.

9 - Na linha 8, a flexão de singular em “não se trata” deve-se ao


emprego do singular em “um regime”.
COMENTÁRIO.
A flexão do singular em “não se trata” deve-se ao fato de o sujeito da
oração ser indeterminado – o “se” é índice de indeterminação do
sujeito. Nessa questão é fácil perceber isso, pois o verbo é transitivo
indireto.
GABARITO: E.

10 - Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera


as instituições como as únicas “características fixas” (L.8-9)
aceitáveis de “democracia” (L.1 e 7).
COMENTÁRIO.
Em primeiro lugar, o texto não fala de “instituições”, mas sim que
democracia é um processo que constitui formas institucionais e não

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

se esgota nelas, justamente porque não tem características fixas.


Logo, instituições não é característica fixa.
GABARITO: E.

11 - Pela acepção usada no texto, o emprego da forma verbal


pronominal “se limitou” (L.15) exige a presença da reposição a no
complemento verbal; a substituição pela forma não-pronominal —
não limitou a extensão —, sem uso da preposição, preservaria a
correção gramatical, mas mudaria o efeito da ideia de
“democratização” (L.14).
COMENTÁRIO.
Em regência verbal é comum que um verbo, quando usado como
pronominal, peça preposição no complemento seguinte. Por isso, no
aspecto gramatical, não há problemas em realizar a alteração
sugerida pelo item. Porém, em relação à “democratização”, haverá
diferença semântica; pois, com o pronome se, entende-se que a
democratização não ficou limitada à extensão dos direitos políticos, e
civis, mas, sem o pronome, a “democratização” limita os direitos.
GABARITO: C.

12 - Em textos de normatização mais rígida do que o texto


jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a contração de
preposição com artigo, com em “da igualdade” (L.16), deve ser
desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o sujeito da
oração seja claramente identificado.
COMENTÁRIOS.
O item está errado porque “igualdade” não é sujeito do verbo
“atravessar”, mas sim a palavra “tema”; logo, não há necessidade de
ser desfeita a contração.
GABARITO: E.

A visão do sujeito indivíduo — indivisível — pressupõe um


caráter singular, único, racional e pensante em cada um de nós. Mas
não há como pensar que existimos previamente a nossas
relações sociais: nós nos fazemos em teias e tensões relacionais
que conformarão nossas capacidades, de acordo com a sociedade em
que vivemos. A sociologia trabalha com a concepção dessa relação
entre o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe é:
como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações com as
instituições e nas relações que estabelecemos com os outros? Não

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

há, assim, uma visão de homem como uma unidade fechada em si


mesma, como Homo clausus.
Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas complexas de
internalização do “exterior” e, também, de rejeição ou negociação
próprias e singulares do “exterior”. 16 As experiências que o
homem vai adquirindo na relação com os outros são as que
determinarão as suas aptidões, os seus gostos, as suas formas de
agir.
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

Julgue os seguintes itens, a respeito das estruturas linguísticas e do


desenvolvimento argumentativo do texto acima.
13 - Ao ligar dois períodos sintáticos, o conectivo “Mas” (L.3)
introduz a oposição entre a ideia de um sujeito único e indivisível e a
ideia de um sujeito moldado por teias de relações sociais.
COMENTÁRIO.
O conectivo “mas” foi realmente usado para marcar oposição entre as
ideias anteriores e as posteriores a ele.
GABARITO: C.

14 - A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos


previamente a nossas relações sociais” (L.3-4) preservaria a correção
gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o termo
“relações”.
COMENTÁRIO.
A inserção do acento grave provocaria erro gramatical ao trecho, pois
em “as nossas relações sociais”, não há concordância entre o “a” e
“nossas relações sociais”, portanto somente a preposição “a” foi
empregada, e o artigo “as” não foi empregado.
GABARITO: E.

15 - Na linha 4, para se evitar a sequência “nós nos”, o pronome


átono poderia ser colocado depois da forma verbal “fazemos”, sem
que a correção gramatical do trecho fosse prejudicada, prescindindo-
se de outras alterações gráficas.
COMENTÁRIO.
Colocar o pronome “nos” após a forma verbal “fazemos” não causa
erro gramatical no que diz respeito às normas de colocação

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

pronominal, porém verbo em primeira pessoa do singular seguido de


“nos” perde o “s” final – sem isso haverá erro.
GABARITO: E.

16 - O emprego do sinal de dois-pontos, na linha 9, anuncia que uma


consequência do que foi dito é explicitar a pergunta proposta pela
sociologia.
COMENTÁRIO.
Os dois pontos anunciam a explicitação da pergunta proposta pela
sociologia que é uma consequência no desenvolvimento dissertativo.
Isso porque o que foi dito nas linhas 7 e 8 “ A sociologia... é o ‘nosso’
.” Tem conteúdo vago no corpo do texto e consequentemente a
pergunta reproduzida no texto explicita tal ideia, desenvolvendo-a.
GABARITO: C.

17 - O emprego das aspas nos termos das linhas 8, 14 e 15 ressalta,


no contexto, o valor significativo não usual desses termos.
COMENTÁRIO.
Os termos “meu”, “nosso” e “exterior” simbolizam idéias
abrangentes, logo as aspas marcam o valor semântico não usual
desses termos.
GABARITO: C.

18 - O uso da forma verbal flexionada na primeira pessoa do plural


“Estaríamos” (L.13) inclui autor e leitores no desenvolvimento da
argumentação, de tal modo que seria coerente e gramaticalmente
correto substituir “o homem vai adquirindo” (L.16) por vamos
adquirindo, no período seguinte.
COMENTÁRIO.
A troca de “o homem vai adquirindo” por “vamos adquirindo” seria
coerente e gramaticalmente correta se nas linhas 17 e 18 não
houvesse o emprego das formas pronominais “suas”, “seus” e “suas”
em terceira pessoa fazendo referência a “homem”, ou se o item
sugerisse a troca dessas formas por “nossas”, “nossos” “nossas”,
respectivamente, aludindo à ideia de “nós” em “vamos adquirindo”.
GABARITO: E.

19 - Na linha 15, a flexão de plural em “próprias e singulares”


estabelece relações de coesão tanto com “rejeição” quanto com

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

“negociação” e indica que esses substantivos têm referentes distintos


e não podem ser tomados como sinônimos.
COMENTÁRIO.
Os substantivos “rejeição” e “negociação” não são sinônimos no
texto, o que revela o “ou” alternativo entre eles. Os adjetivos
“próprias” e “singulares” estão no plural para adjetivar cada um deles
como termos distintos – já que são diferentes -, gerando o seguinte
entendimento: “rejeição própria e singular” e “negociação própria e
singular”.
GABARITO: C.

O uso do espaço público nas grandes cidades é um desafio.


Sobretudo porque algumas regras básicas de boa convivência não
são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um vagão do metrô
com a multidão do lado de fora querendo entrar a qualquer preço,
sem esperar e dar passagem aos demais usuários. Ou andar por
ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e cheiro de urina. São
situações que transformam o convívio urbano em uma experiência
ruim. A saída é a educação. Convencidos disso, empresas e governos
estão bombardeando a população com campanhas de conscientização
— e multas, quando só as advertências não funcionarem.
Independentemente da estratégia, o senso de urgência para uma
mudança de comportamento na sociedade brasileira veio para ficar.
As iniciativas são louváveis. Caso a população, porém, se sinta
apenas punida ou obrigada a uma atitude, e não parte da
comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros.
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).

A respeito da organização das estruturas linguísticas do texto acima e


da redação de correspondências oficiais, julgue os itens
subsequentes.
20 - Respeitam-se a coerência da argumentação do texto e a sua
correção gramatical, se, em vez de se empregar “do espaço público”
(L.1), no singular, esse termo for usado no plural: dos espaços
públicos.
COMENTÁRIO.
O termo “espaço público” no singular ou no plural, no contexto
apresentado, não altera a ideia de generalização que o termo assume
no texto: todos os espaços públicos. Além disso, não gera erro

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

gramatical, pois sua relação com o substantivo “uso” ocorre pela


preposição “de” e não pela concordância.
GABARITO: C.

21 - A fragmentação sintática de ideias coordenadas, decorrente do


emprego do ponto-final antes de “Sobretudo” (L.2), de “Ou” (L.6) e
de “São situações” (L.7), que é admitida em textos jornalísticos, deve
ser evitada, para facilitar a objetividade e a clareza, na redação de
documentos oficiais.
COMENTÁRIO.
A fragmentação das ideias coordenadas trunca o raciocínio. Por isso,
para facilitar a objetividade e a clareza do texto, seria melhor que a
fragmentação fosse desfeita.
GABARITO: C.

22 - Na relação entre as ideias do texto, subentende-se ao


imediatamente antes de “tentar” (L.3) e de “andar” (L.6); por isso, a
inserção de ao nessas posições tornaria o texto mais claro, além de
manter a sua correção gramatical.
COMENTÁRIO.
A inserção de “ao” daria às frases mencionadas a noção de tempo e,
dessa forma, elas se tornariam orações subordinadas adverbiais, mas
sem que a presença de uma oração principal – o que ocasionaria
incorreção.
Além disso, tal noção temporal é incoerente no contexto, porque nas
linhas 2 e 3 o autor cita “regras básicas de convivência” que não são
respeitadas e tais frases ilustram essas regras, portanto elas têm de
ter valor substantivo e não adverbial.
GABARITO: E.

23 - Na linha 11, a presença da conjunção “e” torna desnecessário o


uso do travessão, que tem apenas a função de enfatizar a aplicação
de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de pontuação não
prejudicaria a correção nem a coerência do texto.
COMENTÁRIO.
A retirada do travessão não prejudica a correção gramatical, porém
gera incoerência, haja vista a possibilidade do seguinte entendimento
incoerente da frase: “...empresas e governos estão bombardeando a
população com campanhas de conscientização e (com campanhas de)
multas, quando só as advertências não funcionarem”. Sem o

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

travessão, não fica clara a ideia de que “... empresas e governos


estão bombardeando a população com campanhas de conscientização
e (com) multas, quando só...”.
GABARITO: E.

24 - A substituição de “Caso” (L.15) pela conjunção Se preservaria a


correção gramatical da oração em que se insere, não demandaria
outras modificações no trecho e respeitaria a função condicional
dessa oração.
COMENTÁRIO.
Apenas a substituição de “caso” por “se” mantém a ideia de condição,
porém gera erro gramatical devido ao fato de a forma verbal ter de
ser alterada em consequência dessa substituição “caso a
população...se sinta” Æ “se a população se sentir”.
GABARITO: E.

Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens


a seguir.
25 - Documentos oficiais em forma de ofício, memorando, aviso e
exposição de motivos têm em comum, entre outras características, a
aposição da data de sua assinatura e emissão, que deve estar
alinhada à direita, logo após a identificação do documento com o tipo,
o número do expediente e a sigla do órgão que o emite.
COMENTÁRIO.
Ofício, memorando, aviso e exposição de motivos têm, de fato, em
comum, entre outras características, a aposição da data de sua
assinatura e emissão, que deve estar alinhada à direita, logo após a
identificação do documento com o tipo, o número do expediente e a
sigla do órgão que o emite.
GABARITO: C.

26 - Desconsiderando-se as margens e os espaços adequados,


respeitam as normas de redação de um documento oficial
encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte trecho,
contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.

(...)

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

4. Por fim, por oportuno informamos que as providências tomadas, e


aqui mencionadas, também já são do conhecimento das partes
envolvidas.
Atenciosamente
[assinatura]
Pedro Álvares Cabral
Chefe da seção de logística
e distribuição de pessoal (SLDP).

COMENTÁRIO.
No parágrafo do suposto ofício há a expressão “por oportuno”, que
deveria estar entre vírgulas, porque está intercalada. Contudo, o
melhor mesmo seria que ela fosse retirada do texto, já que é
desnecessária e, por isso, vai de encontro às normas de objetividade
e concisão da redação oficial.
Além disso, o documento foi expedido por um chefe de seção a um
superior, seu diretor. Por isso, o fecho deveria ser feito com
“Respeitosamente” seguido de vírgula, e não “Atenciosamente” sem
vírgula.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

ATUALIDADES – PROFESSORES RICARDO VALE E VIRGÍNIA


CARVALHO
Julgue os seguintes itens, acerca da Organização Internacional de
Polícia Criminal (INTERPOL).
27 - Trata-se de organização subordinada ao secretário-geral da
Organização das Nações Unidas.
COMENTÁRIO.

Essa foi uma questão bastante específica, que normalmente não é


cobrada em provas de Atualidades. No entanto, como o concurso era
para a Polícia Federal, ter conhecimentos sobre a INTERPOL era algo
importante.
Mas o que vem a ser a INTERPOL?
A INTERPOL é a maior organização policial do mundo, contando com
188 membros, tendo sido criada em 1923 (bem antes da ONU!) com
o objetivo de facilitar a cooperação internacional na área policial,
auxiliando todas as organizações, autoridades e serviços cuja missão
é prevenir o crime internacional.
Como principais funções da INTERPOL, podemos citar:
1)- Prover sistema de comunicação global entre as polícias do mundo,
o que permite com que os países solicitem e tenham acesso a dados
instantaneamente.
2)- Prover serviço de banco de dados para as polícias dos países-
membros.
3)- Prover serviços de apoio policial.
4)- Prover treinamento e aperfeiçoamento policial, possibilitando que
os países-membros tenham maior capacidade para combater os
crimes transnacionais e o terrorismo.
A INTERPOL tem personalidade jurídica autônoma e não está
subordinada ao Secretário Geral das Nações Unidas, o que torna a
questão errada.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

28 - A INTERPOL administra cinco presídios, um em cada continente,


utilizados na guarda provisória de presos procurados pelas polícias
nacionais e no encarceramento de criminosos de guerra.
COMENTÁRIO.
A INTERPOL não é uma agência policial comum, mas sim uma
organização internacional que tem como objetivo a cooperação dos
países em matéria policial, a fim de que estes possam combater
crimes de caráter transnacional. Assim, a INTERPOL não cumpre
mandados de prisão, tampouco mantém presídios. Questão errada.
GABARITO: E.

29 - A autoridade legal da INTERPOL para realizar prisões está


condicionada à autorização prévia da polícia nacional.
COMENTÁRIO.
A INTERPOL não tem autoridade legal para realizar prisões, ao
contrário do que afirma a questão. O trabalho dessa organização
internacional é buscar a cooperação entre os países em matéria
policial. Assim, ao invés de atuar efetuando prisões, a INTERPOL
permite que os países-membros compartilhem informações e tenham
acesso a um imenso banco de dados. Questão errada.
GABARITO: E.

30 - A INTERPOL, que funciona como agência de ligação entre os


organismos policiais dos países-membros, mantém base de dados
que os auxilia no combate ao crime.
COMENTÁRIO.
A INTERPOL mantém uma imensa base de dados, com informações
relativas a pessoas procurados ao redor de todo o mundo, tais como
impressões digitais e passaportes. Ela funciona, assim, como um elo
de ligação entre os organismos policiais dos países-membros, os
quais têm a oportunidade de compartilhar informações em matéria
policial. Questão correta.
GABARITO: C.

31 - Tal organização tem sede em Lyon, na França, e é chefiada por


um secretário-geral eleito por assembléia geral dos países-membros,
para um mandato de cinco anos.
COMENTÁRIO.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

A sede da INTERPOL é em Lyon, na França, possuindo, ainda,


escritórios regionais na Argentina, El Salvador, Tailândia, Costa do
Marfim, Quênia, Zimbábue e EUA (Nova York). A INTERPOL é
chefiada por um secretário-geral eleito pela assembléia-geral dos
países-membros. Ao contrário do que a questão afirma, o mandato
do secretário-geral é de 4 (quatro) anos, conforme informações
do site oficial da INTERPOL. O gabarito oficial definitivo considerou a
questão correta, mas entendemos que foi uma escorregada do
CESPE, que deveria ter alterado o gabarito após os recursos.
GABARITO: C.

Com relação à Usina Hidrelétrica de Itaipu e ao acordo firmado entre


Brasil e Paraguai, em julho de 2009, no qual são revistas cláusulas do
Tratado de Itaipu, julgue os itens que se seguem.
32 - Segundo o acordo, o Paraguai pode vender parte da energia
gerada por Itaipu diretamente no mercado de energia brasileiro.
COMENTÁRIO.
O Tratado de Itaipu estabelece que cada um dos contratantes – Brasil
e Paraguai – tem direito a 50% da energia produzida na usina.
Considerando que o Paraguai consome somente cerca de 5% do que
é produzido em Itaipu, o restante fica disponível para ser vendido ao
Brasil.
Pelo referido tratado, o Paraguai estaria obrigado a vender a preço de
custo toda a energia própria que não possa consumir, ou seja, mais
de 90% da geração total da hidrelétrica.
Em 2009, houve uma renegociação nos termos do Tratado de Itaipu,
por meio da qual se estabeleceu que o Brasil deveria pagar um preço
mais justo pela energia vendida pelo Paraguai. Além disso, o Paraguai
poderia vender energia diretamente no mercado brasileiro, sem
intermediação da Eletrobrás. A questão está, portanto, correta.
GABARITO: C.

33 - Localizada na fronteira brasileiro-paraguaia, Itaipu é a maior


usina hidrelétrica do mundo em capacidade de geração de energia
elétrica.
COMENTÁRIO.
Essa questão foi anulada pela banca examinadora, em razão da
divergência entre fontes de informações a respeito de a Itaipu ser ou
www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

não a maior usina hidrelétrica do mundo em capacidade de geração


de energia elétrica. De qualquer forma, transcrevemos a seguir
informações retiradas do site da Itaipu Binacional:
“6. A usina chinesa de Três Gargantas será maior do que
Itaipu?
Em capacidade instalada (22.400 MW), sim. Mas não em produção de
energia. Graças às condições geológicas, hidrológicas e topográficas
mais favoráveis, Itaipu poderá chegar a uma produção anual próxima
de 100 milhões de MWh, quando estiver com as duas novas unidades
geradoras em operação. O Rio Yang-Tse não oferece condições tão
satisfatórias, por isso a previsão é que a usina de Três Gargantas
alcance uma geração de 84 milhões de MWh.”
GABARITO: ANULADA.

34 - Em contrapartida às concessões brasileiras, o Paraguai autorizou


no acordo a instalação, em seu território, do gasoduto Patagônia-São
Paulo.
COMENTÁRIO.
O gasoduto Patagônia-São Paulo não existe, não tendo havido
contrapartida paraguaia em relação ao acordo de Itaipu, o que torna
a questão errada. Destaque-se, todavia, que, no âmbito da América
do Sul, existe um grande projeto de um gasoduto que ligará a
Venezuela até a região da Patagônia (Argentina), passando pelo
Brasil.
GABARITO: E.

35 - Os diretores e os conselheiros de Itaipu são indicados, em igual


número, pelo governo brasileiro e pelo paraguaio.
COMENTÁRIO.
De fato, os diretores e os conselheiros de Itaipu são indicados, em
igual número, pelo governo brasileiro e paraguaio, o que, aliás, está
em plena conformidade com o princípio da igualdade soberana entre
os Estados. Questão correta.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

INFORMÁTICA – PROFESSOR ALEXANDRE LÊNIN

36 - As intranets, por serem redes com acesso restrito aos usuários


de empresas, não utilizam os mesmos protocolos de comunicação
usados na Internet, como o TCP/IP.
COMENTÁRIO.
A banca alegou que “em muitos casos, as Intranets usam as
tecnologias da Internet, mas com acessibilidade limitada à empresa.
O protocolo TCP/IP, por exemplo, é utilizado em Intranets. Portanto,
como o item afirma que o TCP/IP não é utilizado na Intranet, ele está
errado, e o gabarito oficial deve ser mantido. O tópico cobrado está
claramente contemplado nos itens 1 e 2 dos objetos de avaliação
para o cargo, apresentados no Edital”.
Concordo plenamente com a resposta da banca aos questionamentos
dos candidatos. A questão é claramente falsa. Primeiro, ser uma rede
com acesso restrito não impede a utilização do conjunto de
protocolos TCP/IP. Além disso, a intranet é uma rede que utiliza o
TCP/IP. Isto permite que uma intranet ofereça os mesmos recursos
da Internet aos usuários de uma empresa. A questão que se pode
discutir neste assunto é sobre se para ser uma intranet o acesso deve
ser exclusivamente interno. Alguns autores entendem que sim, se
existir acesso externo aos recursos da rede, não é uma intranet.
Outros, entendem que se o acesso externo for restrito, não perde as
características de intranet.
Segundo Kurose (um dos melhores autores da área) uma intranet é
uma rede privada que frequentemente utiliza os protocolos da
Internet, cujos computadores não estão acessíveis às máquinas
externas à rede. Tanembaum - outro autor reconhecido pela
academia – diz: “intranets em geral só estão acessíveis dentro da
empresa mas, em todos os outros aspectos, funcionam do mesmo
modo que a Internet”.
GABARITO: E.

37 - Um cookie é um arquivo passível de ser armazenado no


computador de um usuário, que pode conter informações utilizáveis
por um website quando este for acessado pelo usuário. O usuário
deve ser cuidadoso ao aceitar um cookie, já que os navegadores da
Web não oferecem opções para excluí-lo.
COMENTÁRIO.
Um cookie é um pequeno texto que os sites podem enviar aos
navegadores para que nas visitas posteriores o sítio obtenha dados
sobre a visita do usuário e possa facilitar a visita. Por exemplo, ao

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

retornar ao site que enviou um cookie para o navegador, este reenvia


os dados para o servidor dono do cookie que poderá identificar o
usuário e suas preferências de navegação. A transmissão de cookies,
por padrão, é invisível ao usuário. Mas é possível configurar o
navegador para alertar sobre a presença de cookies, ver os cookies
armazenados e eliminá-los.
Mitos sobre cookies:
• Um cookie pode descobrir email ou informações pessoais. Falso.
Um cookie só tem (ou é uma referência a) informações que já
foram fornecidas ou podem ser obtidas diretamente pelos sites.
• Cookies podem transmitir vírus ou spyware. Falso. Um cookie
não contém código, é um texto.
A banca entende que “os navegadores permitem a exclusão de
cookies. Pode ser até que exista um algum navegador que não
permita essa exclusão. Mas como o item afirma, genericamente, que
os navegadores não disponibilizam essa possibilidade, o item está
errado, e, portanto, o gabarito preliminar deve ser mantido”.
GABARITO: E.

A figura acima mostra a parte superior de uma janela do Internet


Explorer 7 (IE7), em execução em um computador com sistema
operacional Windows Vista, em que a página da Web
http://www.google.com.br está sendo acessada. Com relação a essa
janela, ao IE7 e a conceitos de Internet, julgue os itens que se
seguem.

38 - Ao se clicar o botão , a página que estiver sendo exibida no


navegador passará a ser a página inicial do IE7 sempre que este
navegador for aberto.
COMENTÁRIO.
O ícone da casa é um atalho para a página inicial. Clicando nele, o
navegador aponta para a página cadastrada como página inicial.
Quando iniciamos o navegador, ele vai direto para os endereços
cadastrados como página inicial.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Esta questão já apareceu diversas vezes. É comum o CESPE cobrar os


ícones dos navegadores (e de outros aplicativos). Recomendo a
memorização dos principais ícones (aqueles que aparecem na
configuração padrão), pois estes aparecem constantemente nas
provas do CESPE.
Alegação da banca: “O item está errado. Um item certo deve estar
certo em qualquer caso possível, e não apenas em uma ou outra
interpretação ou situação particular. Ao se clicar o referido botão, a
página definida atualmente como inicial será exibida, e não haverá
re-definição da página inicial. Portanto o gabarito preliminar deve ser
mantido, pois indica esse item como errado”.
Como complemento, destaco alguns ícones.

Página
Voltar Avançar Recarregar Pesquisar

Interromper

GABARITO: E.

39 - O Google é um instrumento de busca que pode auxiliar a


execução de diversas atividades, como, por exemplo, pesquisas
escolares.
COMENTÁRIO.
O site Google é isso mesmo. Um mecanismo de busca. Claro que a
empresa Google oferece um grande leque de outros serviços, mas a
questão foi taxativa em relação ao endereço Internet.
Vamos observar a justificativa da banca para a manutenção do
gabarito: “o Google é, de fato, um instrumento de busca. O termo
instrumento é bastante amplo, e pode ser usado para designar tanto
ferramentas físicas como virtuais e conceituais, inclusive websites.
Embora o enunciado afirme que o navegador esteja sendo usado em

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

um computador com sistema operacional Windows Vista, ele não


afirma, de forma explícita nem implícita, que o Google é uma
ferramenta do Windows. Inclusive, a figura mostra o acesso à
ferramenta de busca do Google, que é, usualmente, denominada
simplesmente de Google. O uso do artigo definido masculino em "o
Google", assim como a inclusão da URL na figura, deixam claro que o
item se refere ao website, e, não, à empresa Google”.
Pelo visto, alguns entenderam que a banca queria fazer uma
“pegadinha” com o nome da empresa e o site de busca. Não vamos
cair nestas armadilhas. É mais comum o CESPE fazer pegadihas
trocando conceitos, por exemplo, mostrar associar um ícone à ação
realizada por outro, ou aproveitar a semelhança entre nomes de
menus e a tradução em português.
GABARITO: C.

Julgue os itens a seguir, acerca de hardware e de software usados em


computadores pessoais.
40 - ROM é um tipo de memória não volátil, tal que os dados nela
armazenados não são apagados quando há falha de energia ou
quando a energia do computador é desligada.
COMENTÁRIO.
Podemos classificar as memórias quanto ao tipo de gravação bem
como a permanência dos dados ao longo do tempo. Os principais
tipos de memória existente são:
RAM - Random Access Memory. É uma memória volátil, isto é, uma
memória que perde a sua informação ao ser eliminada a alimentação
do computador. É usada para compor a maior parte da memória
principal.
ROM - Read Only Memory. Seu conteúdo é gravado durante o
processo de fabricação. Não perde os dados ao ser eliminada a
alimentação do computador.
PROM - Programmable Read Only Memory. A única diferença entre
esta e a ROM é que seu conteúdo pode ser gravado no local de
utilização.
EPROM - Erasable Programmable Read Only Memory. Pode ser
gravada e desgravada fora do local de produção (fora da fábrica). O
processo de desgravação é feito pela aplicação de uma forte luz
ultravioleta na memória, através de uma janela de quartzo em sua
parte superior, pelo tempo de aproximadamente 15 minutos.
EEPROM - Electrically Erasable PROM. Também chamada de EAROM
(Electrically Alterable PROM). Esta pode ser apagada por pulsos em
vez de ser exposta à ação da luz ultravioleta.
www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Segundo o CESPE, “a memória ROM é, por definição, não volátil. E a


sentença apresentada no texto sobre esse componente eletrônico
está correta. Nos casos em que a BIOS pode ser atualizada sem a
substituição da memória, ela não é implementada por ROM, e, sim,
por outro tipo de memória. A definição de ROM apresentada está de
acordo com a de todos os livros textos na área. A memória
armazena, sim, dados. Só que eles são gravados apenas pelo
fabricante.”
GABARITO: C.

41 - Existem dispositivos do tipo pendrive que possuem capacidade


de armazenamento de dados superior a 1 bilhão de bytes. Esses
dispositivos podem comunicar-se com o computador por meio de
porta USB.
COMENTÁRIO.
A interface USB (Universal Serial Bus) é uma forma de conectar
periféricos ao computador. Foi desenvolvida por 7 companhias
(Compaq, DEC, IBM, Intel, Microsoft, NEC e Northern Telecom) e
permite conectar periféricos por fora do gabinete do computador,
sem a necessidade de instalar placas e reconfigurar o sistema.
Computadores equipados com o USB permitem que periféricos sejam
automaticamente configurados tão logo estejam conectados
fisicamente, sem a necessidade de reboot ou programas de setup
(em tese!!! Na prática...). O número de acessórios ligados a porta
USB pode chegar a 127, usando para isso um periférico de expansão.
A conexão é Plug & Play (conectar e usar) e pode ser feita com o
computador ligado.
O pendrive (USB Flash Drive) é um dispositivo de armazenamento de
dados que possui uma memória do tipo flash (tipo EEPROM) que pode
ser conectado à uma porta USB do computador. Hoje temos este tipo
de memória com capacidade de até 256 Gigabytes.
Vamos trazer a justificativa da banca: “No Brasil, o número 1 bilhão
corresponde, inequivocamente, a 1.000.000.000, e um bilhão de
bytes é um número um pouco inferior a 1 gigabyte. Sem dúvida,
existem pendrives com capacidade muito superior a esse valor. A
palavra "byte" pode ser escrita iniciando-se com letra minúscula. O
pendrive é um dispositivo externo e, portanto, deve ter uma via de
comunicação com o computador que permita a troca de dados entre o
computador e o pendrive. Essa via de comunicação é a porta USB.
Quanto à lógica do fraseado do item, esta está correta: o item afirma
que "existem" dispositivos com capacidade superior a 1 bilhão de
bytes, e isso é verdade. Embora haja dispositivos com capacidade
menor, existem, também, dispositivos com capacidade maior. Além

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

disso, mesmo que a comunicação só ocorra por via USB, a afirmação


de que o pendrive pode se comunicar por via USB continua correta”.
GABARITO: C.

Considerando a figura acima, que mostra o canto inferior esquerdo do


desktop do Windows XP, julgue os itens seguintes.

42 - Ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone , é


exibida uma lista de opções, entre elas, a que permite iniciar ação
para esvaziar a Lixeira do Windows.
COMENTÁRIO.
A opção de esvaziar a lixeira pode ser acessada pelo menu de atalho
(botão direito) ou pelo Windows Explorer, clicando na lixeira na opção
“esvaziar lixeira” no menu arquivo (abaixo).

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

GABARITO: C.

43 - Ao se clicar uma vez sobre o ícone , a respectiva pasta


será aberta, e os ícones associados aos arquivos nela contidos
poderão ser visualizados.
COMENTÁRIO.
Por padrão, para abrir o conteúdo de uma pasta deve-se clicar duas
vezes. Observe que isto é configurável. Na janela das opções de
pasta (Painel de Controle) é possível escolher entre um ou dois
cliques para abrir um item.

GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Considerando a figura acima, que mostra uma janela do Word 2002,


com um texto em edição, em que nenhuma parte está formatada
como negrito, julgue os próximos itens.
44 - Ao se clicar à direita da palavra “devidamente” e, em seguida,

clicar o botão , o símbolo será exibido à direita da referida


palavra.
COMENTÁRIO.

O símbolo que aparece no final do parágrafo é um caractere não


imprimível que simboliza o final do parágrafo. Mas não confunda com

o ícone que aparece na barra de ferramentas. Este é o comando


mostrar / ocultar (marcas de formatação). Quando teclamos [Enter]
no word uma marca de final de parágrafo é inserida no texto.
Espaço, Tab e outras marcas especiais (formatação) também são
inseridas no texto quando utilizamos as teclas correspondentes.

Clicado no ícone mostrar/ocultar da barra de ferramentas (Word


2003, ou na guia parágrafo no word 2007) as marcas de formatação
serão apresentadas ou ficarão ocultas (se já estão visíveis). No caso
em análise, como o texto já apresenta tais marcações, clicar no botão
informado fará com que as marcas de parágrafo (e as marcas de
espaço) fiquem ocultas.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

45 - Ao se aplicar um clique duplo em um local da barra de título que


não contenha botão ou ícone, a janela mostrada será maximizada.
COMENTÁRIO.
Vale observar que se a janela estiver maximizada, então o clique
duplo fará a restauração ao tamanho padrão da janela. Para saber se
a janela já está maximizada, basta observar os ícones à direita na
barra de título de uma aplicação. Da esquerda para direita:
minimizar, maximizar ou restaurar e fechar. O efeito descrito na
questão pode ser obtido clicando no ícone do meio
(maximizar/restaurar). Quando a janela está maximizada, o ícone é
apresentado na forma de duas janelas sobrepostas. Quando está em
tamanho normal, um retângulo único com aparência de janela é
apresentado.
GABARITO: C.

46 - O conteúdo da primeira linha do texto mostrado será


centralizado, após a realização da seguinte sequência de ações:
selecionar a referida linha; pressionar e manter pressionada a tecla
; acionar a tecla , pressionando-a e liberando-a; liberar a
tecla .
COMENTÁRIO.
Comentários: A operação descrita na qustão é a que faz a cópia do
conteúdo selecionado para a área de transferência do Windows. Para
centralizar a combinação de teclas é: [Ctrl] + [E].
Segundo a banca organizadora, o item está errado, pois “a ação
descrita faz que a seleção seja copiada para a área de transferência,
e, não, que á linha seja centralizada”.
Outras teclas de atalho importantes neste contexto são:
TECLAS DE ATALHO MICROSOFT WORD 2003

AÇÕES ATALHO
Abrir documento CTRL + A
Abrir o dicionário de sinônimos SHIFT + F7
Alternar maiúsculas e minúsculas SHIFT + F3
Colar CTRL + V
Copiar CTRL + C

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Cortar CTRL + X
Desfazer CTRL + Z
CTRL +
Excluir uma palavra
BACKSPACE
Imprimir CTRL + P
Inserir um hiperlink CTRL + K
Ir para o fim do documento CTRL + END
Ir para o início do documento CTRL + HOME
Itálico CTRL + I
Localizar e substituir CTRL + L ou U
Negrito CTRL + N
Repetir a última ação F4
Salvar CTRL + B
CTRL + SHIFT +
Selecionar até o fim do documento
END
Selecionar até o início do CTRL + SHIFT +
documento HOME
Selecionar tudo CTRL + T
Vai para início da página seguinte ALT + CTRL + Y
Abre caixa de formatação de tipo
CTRL + D
de letra

GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Julgue os itens a seguir, considerando a figura acima, que mostra


uma planilha em edição no Excel 2002, com uma lista de preços
unitários de mesas e cadeiras, bem como a quantidade a ser
adquirida de cada item.
47 - Para se calcular o preço total das oito cadeiras a serem
adquiridas, é suficiente clicar a célula D3, digitar =B3*C3 e, em
seguida, teclar .
COMENTÁRIO.
A questão foi anulada.
Veja a justificativa da banca. Na sequência, meus comentários. “47 C
- Deferido com anulação: Houve falha de impressão na figura da
planilha de Excel. Em algumas provas, não foi mostrada a linha
pontilhada que divide as colunas A, B e C, o que poderia indicar que
as células estão mescladas, de modo que o resultado não seria o
apresentado no item. Considerando que o problema existe, a melhor
solução é a anulação do item, dado que, embora seja bastante
artificial, é possível mesclar as células, gerando uma tela como a
mostrada, sem linha.”
Considerando que não houvesse falhas de impressão, podemos
analisar a questão. Neste caso, a questão é VERDADEIRA. Clicar na
célula D3, torna esta célula ativa. Digitar “=B3*C3” e teclar [Enter]
cria uma fóruma na célula D3 e apresenta a multiplicação de B3 por
C3. Neste caso, a célula D3 conterá o resultado de preço x unidades,
ou seja, o preço total.
GABARITO: ANULADA.

48 - Para se inserir uma nova linha entre as linhas 1 e 2, movendo os


conteúdos das linhas 2 e 3 para baixo, é suficiente clicar no

cabeçalho da linha 2 — — e, em seguida, clicar o botão .


COMENTÁRIO.
Segundo a banca, “o item está errado. O botão apresentado tem a
função de mesclar as células selecionadas, e, não, inserir uma nova
linha.” Não há como discutir. O símbolo apresentado é mesmo o
“mesclar”. Se um grupo de células está mesclado, clicar no ícone
apresentado fará retirar a “mesclagem”. Anote: no excel, quando no
grupo de células selecionadas para mesclar mais de uma célula
possui conteúdo, apenas o conteúdo da primeira (mais à esquerda e
mais acima) será mantido. Já o Broffice Calc permite ao usuário
escolher se deseja juntar os conteúdos.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Com relação a conceitos de Internet, julgue o item abaixo.


49 - A sigla FTP designa um protocolo que pode ser usado para a
transferência de arquivos de dados na Internet.
COMENTÁRIO.
O Protocolo de Transferência de Arquivos (FTP – File Transfer
Protocol) é uma das várias formas de transferir arquivos via internet.
Normalmente, são utilizados programas clientes especiais para o
protocolo FTP, mas é possível realizar a transferência de arquivos por
meio da maioria dos softwares do tipo navegador Internet existentes.
A transferência dos arquivos ocorre entre um computador cliente
(solicitante da conexão para transferência) e o computador servidor
(aquele que recebe a solicitação de transferência). O detalhe
interessante é que este protocolo utiliza duas portas de comunicação
ao mesmo tempo: uma para controlar a conexão e outra para
transmitir os arquivos. Isto, em tese, permite uma conexão mais
rápida, já que a transferência do arquivo pode acontecer sem o
constante controle da conexão (feita por outra porta). O FTP utiliza a
porta 21 para o envio de comandos e a porta 20 para o envio dos
dados.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

CONTABILIDADE GERAL – PROFESSOR MORAES JUNIOR

Julgue os itens a seguir, com base nos conceitos e normas aplicáveis


à escrituração contábil.
50 - Em decorrência da aplicação do método das partidas dobradas,
as contas retificadoras do patrimônio líquido têm seu saldo
aumentado quando são debitadas, e diminuído quando são
creditadas.
COMENTÁRIO.
As contas do Patrimônio Líquido (PL) possuem natureza credora.
Consequentemente, as contas retificadoras do PL possuem natureza
devedora.
Exemplos de contas do PL:
Capital Social = natureza credora
Lucros Acumulados = natureza credora
Prejuízos Acumulados = natureza devedora (retificadora)
Ações em Tesouraria = natureza devedora (retificadora)
Reserva Legal = natureza credora
Reservas de Capital = natureza credora

Vamos relembrar as regras de débito e crédito:


1. Para aumentar o saldo de uma conta de natureza devedora, temos
que fazer um débito.
2. Para diminuir o saldo de uma conta de natureza devedora, temos
que fazer um crédito.
3. Para aumentar o saldo de uma conta de natureza credora, temos
que fazer um crédito.
4. Para diminuir o saldo de uma conta de natureza credora, temos
que fazer um débito.

Portanto, as contas retificadoras do patrimônio líquido, que possuem


natureza devedora, têm seu saldo aumentado quando são debitadas,
e diminuído quando são creditadas. O item está CORRETO.
GABARITO: C.

51 - O fato contábil registrado no lançamento de 4.ª fórmula abaixo


pode ser entendido como recebimento por uma venda a prazo, após o

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

vencimento da obrigação, e concessão de abatimento por problemas


com a mercadoria ou sua entrega.
D bancos
D abatimentos
C cliente
C juros
COMENTÁRIO.
Os seguintes fatos alteram o valor das compras e das vendas:
devoluções de compras, devoluções de vendas (ou vendas
canceladas), abatimentos sobre compras, abatimentos sobre vendas
e descontos Incondicionais (ou comerciais).
Caso o cliente esteja insatisfeito com a mercadoria adquirida, por
culpa do fornecedor, e não julgar necessário devolvê-la, pode entrar
em acordo com o fornecedor e exigir um abatimento, a fim de evitar
a devolução. O abatimento é um ato posterior à venda e por isso não
consta da nota fiscal. Logo, não há incidência de ICMS no
abatimento. A conta “Abatimentos sobre Vendas” é redutora da
Receita Bruta de Vendas (é uma conta de DESPESA).
No caso do item, houve um pagamento de título em atraso pelo
cliente, em virtude de uma venda a prazo, e a concessão de um
abatimento:
1) debitar BANCOS (Ativo Circulante) porque entrou dinheiro na
conta corrente bancária da entidade;
2) debitar a conta ABATIMENTOS (Despesa - Resultado) para
retificação da conta Receita Bruta de Vendas;
3) creditar a conta CLIENTES (Ativo Circulante ou Não Circulante)
para compensação do montante lançado a débito por ocasião
da venda a prazo e por último, mas nem por isso menos
importante; e
4) creditar a conta JUROS (Juros Ativos – Receita Financeira)
porque o cliente atrasou o pagamento da duplicata.
Vamos fazer um exemplo para entender melhor o fato.
Exemplo: A empresa Architectus S/A vendeu para a empresa
Kaprisma Ltda. mercadorias a prazo no valor de R$ 1.000,00, sendo
a obrigação vencível em 30 dias. A empresa Architectus S/A poderia
contabilizar essa venda da seguinte forma (admita que não haja
tributação sobre a venda):
Débito Crédito
Cliente 1.000
Receita Bruta de Vendas 1.000

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Suponha que a Architectus S/A tenha cobrado da Kaprisma Ltda R$


20,00 de juros de mora pelo pagamento da obrigação com atraso e
que, por outro lado, tenha dado um abatimento de R$ 100,00 pela
entrega de mercadorias defeituosas. Esse fato pode ser registrado
pelo seguinte lançamento de 4a fórmula:
Débito Crédito
Bancos (ativo circulante) 920
Abatimentos (despesa) 100
Cliente 1.000
Juros (Receita Financeira) 20
O item está CORRETO.
GABARITO: C.

52 - De acordo com a doutrina e a legislação contábeis, a prescrição


de uma dívida e o perecimento de um direito correspondem,
respectivamente, a uma realização de receita e à incorrência de uma
despesa.
COMENTÁRIO.
De acordo com o artigo 9o da Resolução CFC no 750/93:
Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das
transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos
a que se referem, independentemente do recebimento ou
pagamento.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe
simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas
correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

Portanto, temos os seguintes pontos importantes:


1. A compreensão do cerne do Princípio da COMPETÊNCIA está
diretamente ligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua
natureza. Nestas encontramos duas grandes classes: a daquelas que
somente modificam a qualidade ou a natureza dos componentes
patrimoniais, sem repercutirem no montante do Patrimônio Líquido, e
a das que o modificam. As primeiras são denominadas de
“qualitativas”, ou “permutativas”, enquanto as segundas são
chamadas de “quantitativas”, ou “modificativas”.
2. A competência é o princípio que estabelece quando um
determinado componente deixa de integrar o patrimônio, para
transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido. Da

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

confrontação entre o valor final dos aumentos do Patrimônio Líquido


– usualmente denominados “receitas” – e das suas diminuições –
normalmente chamadas de “despesas”–, emerge o conceito de
“resultado do período”: positivo, se as receitas forem maiores do que
as despesas; ou negativo, quando ocorrer o contrário.
3. O Princípio da Competência não está relacionado com
recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das
receitas geradas e das despesas incorridas no período.
4. As despesas, na maioria das vezes, representam consumo de
ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, no
próprio período, ou ainda virem a ser pagos no futuro. De outra
parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja integral,
pois muitas vezes o consumo é somente parcial, como no caso das
depreciações ou nas perdas de parte do valor de um componente
patrimonial do ativo, por aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA. Mas a
despesa também pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade
sem a concomitante geração de um bem ou de um direito, como
acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas de
qualquer natureza. Além disso, o fato gerador de uma despesa
pode ocorrer em virtude um perecimento de um direito, como
por exemplo, o cancelamento de um título a receber.
5. Entre as despesas do tipo em referência localizam-se também as
que se contrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos
diretos com vendas, nos quais se incluem comissões, impostos e
taxas.
6. A receita é considerada realizada no momento em que há a venda
de bens e direitos da Entidade – entendida a palavra “bem” em
sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadorias, produtos,
serviços, inclusive equipamentos e imóveis –, com a transferência da
sua propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento em
dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazê-lo num prazo
qualquer. Normalmente, a transação é formalizada mediante a
emissão de nota fiscal ou documento equivalente, em que consta a
quantificação e a formalização do valor de venda, pressupostamente
o valor de mercado da coisa ou do serviço.
7. Uma segunda possibilidade de receita é materializada na extinção
parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do perdão de
multa fiscal, da prescrição total ou parcial de uma dívida, da
eliminação de passivo pelo desaparecimento do credor, pelo ganho de
causa em ação em que se discutia uma dívida ou o seu montante, já
devidamente provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes.
8. Há uma terceira possibilidade: a de geração de novos ativos sem a
interveniência de terceiros, como ocorre correntemente no setor
pecuário, quando do nascimento de novos animais. Ou ainda, o

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

surgimento do ativo sem o respectivo passivo, como no caso de


recebimento de multas por atraso no pagamento de um título pelo
cliente.
9. A última possibilidade está representada na geração de receitas
por doações e subvenções recebidas.
O item está correto.
GABARITO: C.

53 - Os livros diário e razão, por constituírem os registros


permanentes de uma entidade e por serem obrigatórios, devem ser
registrados no registro público competente.
COMENTÁRIO.
O Diário é obrigatório para fins de escrituração contábil de acordo
com o Novo Código Civil, artigos 1.179 e 1.180. Por outro lado, o
Razão não é considerado obrigatório pela legislação societária e
comercial. O Razão se tornou obrigatório, para fins fiscais, com a
Lei no 8218/91, para as empresas que tributarem seus resultados
pela sistemática do Lucro Real. Logo o item está errado.
GABARITO: E.

54 - Suponha que uma empresa mineradora tenha adquirido os


direitos de exploração de uma mina por R$ 5 milhões, por meio de
um contrato com cinco anos de vigência. Nesse caso, após dois anos
de exploração, se tiverem sido extraídos 30% da possança da mina, o
referido ativo, classificado no imobilizado, deverá estar avaliado no
balanço da empresa por R$ 3 milhões.
COMENTÁRIO.
O método de cálculo da exaustão que deve ser usado para fins
contábeis é o método das unidades extraídas (produzidas). De
acordo com esse método, deve-se estabelecer a porcentagem
extraída de minério no período em relação à possança (estimativa
total de minérios da jazida) total conhecida da mina. Tal percentual é
aplicado sobre o custo de aquisição ou prospecção, dos recursos
minerais explorados.
Para a questão teríamos então:
Custo de aquisição da mina: R$ 5.000.000
Taxa anual de exaustão = 30% ÷ 2 anos = 15% ao ano
Tempo estimado para exaustão da mina ≈ 6,67 anos
Despesa anual de Exaustão = 15% x R$ 5.000.000 = R$ 750.000

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Exaustão acumulada em 2 anos = R$ 1.500.000


Valor Contábil da mina (na data do balanço) =
= R$ 5.000.000 – R$ 1.500.000 = R$ 3.500.000

Observe que alguns autores da área de Contabilidade Geral afirmam


que a taxa de exaustão pode ser determinada por dois métodos: um
deles seria aquele explicado acima e o outro seria em função do
prazo de concessão, conforme disciplinado pelo RIR/99, arts. 330 a
334. Para esse segundo método teríamos

Taxa anual de depreciação = 100% ÷ 5 anos = 20% ao ano


Despesa anual de Exaustão = 20% x R$ 5.000.000 = R$ 1.000.000
Exaustão acumulada em 2 anos = R$ 2.000.000
Valor Contábil da mina (na data do balanço) =
= R$ 5.000.000 – R$ 2.000.000 = R$ 3.000.000

Como o prazo de concessão (5 anos) é menor que o prazo previsto


para o esgotamento da mina (6,67 anos), a exaustão deveria ser
calculada em função do prazo de concessão. Contudo, o provável
entendimento da banca é que não se deve utilizar o método de
cálculo da taxa de exaustão em função do prazo de concessão na
Contabilidade para fins societários, pois não se trata de uma regra
contábil, mas sim de uma regra de natureza fiscal. O item está
ERRADO.
GABARITO: E.

55 - Constituem eventos que afetam o patrimônio líquido, como


acréscimo ou redução, ajustes de exercícios anteriores, resultado
líquido do exercício e resultado na venda de ações em tesouraria.
COMENTÁRIO.
O resultado líquido do exercício será transferido, caso seja positivo
(ou seja, quando for um lucro líquido), para a conta “Lucros
Acumulados”, quando então será distribuído para as Reservas de
Lucros e dividendos. Caso seja negativo (prejuízo líquido), será
transferido para a conta “Prejuízos Acumulados” e absorvido pelas
Reservas de Lucros (mandatório), Reserva Legal (mandatório) e
Reservas de Capital (facultativo), nesta ordem. Portanto, o resultado
líquido do exercício afeta o patrimônio líquido, para mais (se for
lucro) ou para menos (se for prejuízo).

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Lançamentos:
I – Resultado do Exercício > 0 ⇒ Lucro Líquido do Exercício
(saldo credor)

Neste caso, o lançamento de transferência do resultado para o


Patrimônio Líquido será:

Resultado do Exercício
a Lucros Acumulados

II – Resultado do Exercício < 0 ⇒ Prejuízo Líquido do


Exercício (saldo devedor)

Neste caso, o lançamento de transferência do resultado para o


Patrimônio Líquido será:

Prejuízos Acumulados
a Resultado do Exercício

Os “Ajustes de Exercícios Anteriores” são apenas os decorrentes de


efeito de mudança de critério contábil ou da retificação de erro
imputável a determinado exercício anterior e que não possam ser
atribuídos a fatos subsequentes. E esses ajustes ocorrem sempre em
contrapartida à conta “Lucros Acumulados”. Portanto, também
afetam o patrimônio líquido.
Exemplo: Na realização de uma auditoria na Cia. Lunar, cujo
exercício social coincide com o ano-calendário, foi constatado que, no
exercício anterior, a depreciação de bens do ativo imobilizado foi
superavaliada em R$ 3.000,00. Desta forma o lançamento de ajuste
a ser feito no exercício atual deverá ser:

O lançamento realizado no exercício anterior foi:


Despesas com Depreciação (Despesa)
a Depreciação Acumulada (Ativo Não Circulante – Imobilizado –
Retif.) 3.000

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Como a depreciação foi superavaliada, temos que reduzir o saldo da


conta “Depreciação Acumulada”, que possui natureza credora.
Portanto, temos que fazer um débito. Como não podemos mais
alterar a conta de “Despesa com Depreciação”, pois já foi apurado o
resultado no exercício, o ajuste será realizado por meio da conta
“Lucros Acumulados”.

Lançamento (erro imputável a exercício anterior):


Depreciação Acumulada
a Lucros Acumulados 3.000

Finalmente, o resultado obtido na venda de “Ações em Tesouraria”


não transita pelo resultado do exercício. Portanto, afeta o patrimônio
líquido, pois reduz o saldo da conta “Ações em Tesouraria”, que é
retificadora do PL.

Lançamento:
Se forem vendidas sem ágio:
Bancos
a Ações em Tesouraria

Se forem vendidas com ágio:


Bancos
a Diversos
a Ações em Tesouraria
a Reservas de Capital

O item está CORRETO.


GABARITO: C.

56 - Na demonstração dos fluxos de caixa, classificam-se no fluxo


de financiamento, entre outras operações, a colocação de
debêntures, a distribuição de juros sobre o capital próprio e a
integralização de capital em espécie.
COMENTÁRIO.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Precisamos conhecer o que são esses fluxos: operacional, de


investimento e de financiamento. Atenção, pois sempre são cobrados
em prova.
Para começar nosso estudo, uma pergunta: quando o fluxo de caixa
será afetado? Ele será afetado quando houver efetivo recebimento de
numerário ou efetiva saída de numerário (pagamento). Ou seja, são
lançamentos que afetam o disponível da empresa. O disponível da
empresa corresponde às contas: caixa, bancos, numerários em
trânsito e aplicações financeiras de liquidez imediata (até 90 dias de
vencimento).
Fluxo das Operações: são os decorrentes das atividades
operacionais da empresa, ou seja, decorrentes da exploração do
objeto social da empresa, como os recebimentos de vendas de
mercadorias ou de prestações de serviços, o pagamento de
fornecedores, de salários, de impostos decorrentes das vendas e de
outras despesas operacionais.
Fluxo dos Financiamentos: são referentes aos empréstimos e
financiamentos captados pela empresa, incluindo o recebimento dos
empréstimos e o desembolso feito nas amortizações de tais dívidas.
Neste grupo, incluem-se, também, os recursos recebidos dos sócios
(integralizações de capital em dinheiro) e os dividendos pagos aos
acionistas.
Fluxo dos Investimentos: estão ligados aos desembolsos
referentes às aquisições de ativos imobilizados, que são utilizados na
produção de bens e serviços, de investimentos em outras sociedades,
bem como os recebimentos na alienação desses ativos. Incluem,
ainda, os desembolsos relativos à concessão de empréstimos a
terceiros e os recebimentos na amortização desses empréstimos.
Vamos resolver a questão? Então, vamos!
I - Colocação de debêntures: a colocação de debêntures ocorreu
quando a empresa emite debêntures no mercado, ou seja, é um
recebimento por emissão de debêntures. Supondo que as debêntures
foram vendidas sem ágio, o lançamento seria:

Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)


a Debêntures Emitidas (Passivo Circulante ou Passivo Não Circulante
– Longo Prazo)

Portanto, afeta o disponível da empresa e é uma atividade de


financiamento. A classificação em passivo circulante ou passivo não
circulante (longo prazo) dependerá do prazo de resgate das
debêntures.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Outro ponto importante a destacar é o seguinte: como há entrada de


dinheiro no disponível, é um fluxo positivo de financiamento.
II - Distribuição de juros sobre o capital próprio: nessa situação, a
empresa distribui juros sobre o capital próprio para seus acionistas.
Para que afete o disponível, temos que considerar que a empresa
pagou os juros sobre o capital próprio (foi dessa maneira que a banca
considerou). O lançamento seria:

Juros sobre o Capital Próprio a Pagar (Passivo Circulante)


a Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)

Portanto, afeta o disponível da empresa e é uma atividade de


financiamento.
Outro ponto importante a destacar é o seguinte: como há saída de
dinheiro no disponível, é um fluxo negativo de financiamento.
III - Integralização de capital em espécie: os sócios já subscreveram
o capital e, agora, há a integralização do capital em espécie (em
dinheiro). Teríamos o seguinte lançamento na integralização:

Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)


a Capital a Integralizar (Patrimônio Líquido – Retificadora)

Portanto, afeta o disponível da empresa e é uma atividade de


financiamento (fluxo positivo).
O item está CORRETO.
GABARITO: C.

57 - Suponha que o saldo da conta de resultado do exercício, antes


do cálculo do imposto de renda devido, seja positivo em R$ 1,5
milhão e o valor desse imposto, de R$ 2 milhões. Nesse caso, o fato
estará adequadamente representado pelo seguinte lançamento em
reais.

D- resultado do exercício 1.500.000


D- reservas de lucros 500.000
C- provisão para imposto de renda 2.000.000.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

COMENTÁRIO.

Neste caso, teríamos a seguinte estrutura da DRE:


Lucro antes do Imposto de Renda 1.500.000
(-) Imposto de Renda (2.000.000)
Prejuízo do Exercício (500.000)

O lançamento em relação ao imposto de renda:


Imposto de Renda (Despesa)
a Provisão para Imposto de Renda (Passivo Circulante)
2.000.000

O item está ERRADO.


GABARITO: E.

Conta em R$

serviços prestados 480.000

descontos promocionais 20.000

propaganda e publicidade 18.000

descontos financeiros a clientes 13.000

ISS 23.000

contribuições incidentes sobre as receitas 28.000

custo dos serviços prestados 170.000

Com base nas informações apresentadas na tabela acima,referentes a


uma empresa prestadora de serviços, julgue o item seguinte.
58. As informações mostram que o lucro bruto da empresa foi de R$
226.000,00.
COMENTÁRIO.
O lucro bruto ou resultado com mercadorias é calculado da seguinte
maneira:

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Receita Bruta de Vendas ou de Serviços Prestados


(-) Deduções de Vendas
(-) Descontos Incondicionais ou Comerciais ou Promocionais
(-) Devoluções de Vendas
(-) Abatimentos sobre Vendas
(-) Tributos sobre Vendas (ICMS, ISS, PIS e Cofins)
(=) Receita Líquida de Vendas
(-) Custo das Mercadorias Vendidas ou dos Serviços Prestados
(=) Lucro Bruto

Vamos à resolução da questão:

Serviços prestados 480.000

(-) descontos promocionais (20.000)

(-) ISS (23.000)

(-) contribuições incidentes sobre as receitas (28.000)

Receita líquida 409.000

Custo dos serviços prestados (170.000)

Lucro Bruto 239.000

Atenção!
Descontos Financeiros ou Condicionais são despesas
operacionais e não dedução da receita bruta de vendas ou de
serviços prestados.
Propaganda e Publicidade também são despesas operacionais.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

ECONOMIA – PROFESSOR FRANCISCO MARIOTTI

Com relação à racionalidade econômica do governo, julgue os itens


subsequentes.
59 - A existência de falhas no mercado é apontada como uma das
justificativas para a intervenção do governo na economia. Desse
modo, a competição imperfeita tende a reduzir a produção e os
preços, o que leva o governo a criar suas próprias empresas ou a
adquirir empresas já existentes.
COMENTÁRIO.
Podemos interpretar como “falha” tudo aquilo que acontece de modo
ineficiente. No mesmo sentido, podemos interpretar “mercado” como
sendo o local onde indivíduos e empresas transacionam bens e
serviços com o objetivo de atingir, respectivamente, o maior bem-
estar possível, derivado da sua renda de trabalhador, e a
maximização do lucro, obtido pela produção e venda dos mesmos
bens e serviços.
As falhas de mercado são representadas por toda alocação ineficiente
de recursos econômicos, derivada das transações ocorridas entre
todos os componentes da sociedade.
Entre as diversas falhas existentes, temos aquelas relacionadas ao
poder de mercado dos agentes ofertantes de bens e serviços.
Em mercados sob regime monopolista (uma única empresa
vendedora) ou oligopolista (um pequeno grupo de empresas) é
comum a manipulação de preços pelos produtores, especialmente por
meio do estabelecimento de preços superiores à capacidade de
compra dos consumidores.
Toda esta manipulação ocorre justamente em decorrência da
competição imperfeita, de tal modo que produtores se utilizam de
ferramentas como à restrição à produção (redução) e/ou aumentos
dos preços dos bens ofertados aos consumidores.
Em decorrência desta característica, é comum com que governos
criem estruturas regulatórias que visem inibir excessos por parte
destas empresas, regulando mercados via imposições de multa ou
mesmo imputação de segregação de atividades entre os produtores,
qual seja exigindo que duas empresas possam não realizar uma
fusão, o que tenderá a elevar ainda mais o seu poder de barganha
sobre os consumidores.
Assim, com base no apresentado pela assertiva, vemos que o erro
desta está no fato de que de que a competição imperfeita tende a

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

reduzir a produção, mas também elevar os preços dos bens


ofertados aos consumidores.
GABARITO: E.

60 - A diversificação de objetivos amplia as possibilidades de conflito


e aumenta a necessidade de planejamento e coordenação da
intervenção governamental. Supondo-se que uma acentuada queda
na taxa de câmbio tenha afetado a capacidade de competição de um
produtor doméstico, então, nesse caso, o governo poderá estabelecer
barreiras à importação de um bem, o que, dependendo da respectiva
elasticidade-preço da demanda, tenderá a provocar uma elevação dos
preços internos desse bem.
COMENTÁRIO.
A queda na taxa de câmbio, traduzida na redução da quantidade de
moeda nacional (reais) necessária para a compra do produto
importado, cotado em dólares, torna a competição com o produto
nacional mais acirrada, prejudicando o produtor nacional.
Uma das formas do governo proteger a indústria nacional se realiza
por meio da imposição de barreiras à importação, a exemplo do
estabelecimento de cotas ou mesmo de um imposto sobre a
importação.
A elasticidade-preço da demanda relaciona-se com a necessidade de
consumo de bem, ou seja, quanto maior for a necessidade pelo
produto, menor tenderá a ser a elasticidade. Assim sendo, caso o
governo impute barreiras à importação do produto estrangeiro,
poderá haver uma redução generalizada do produto, seja importado
ou nacional, no mercado interno. Essa ocorrência poderá gerar, de
acordo com a lei da oferta e demanda, uma elevação dos preços
internos prejudicando os consumidores.
Assim sendo, pode-se concluir que a assertiva em foco está certa.

GABARITO: C.

Julgue os itens que se seguem, a respeito de tributos, tarifas e


subsídios, e tendo como foco a eficiência econômica e a distribuição
da renda.
61 - Suponha que uma pessoa tenha uma renda de R$ 1.200,00,
despendida no consumo de dois conjuntos de bens e serviços x e y,
cujos preços unitários são, respectivamente, iguais a R$ 1,00 e R$
3,00. Suponha, ainda, que a linha do orçamento seja representada
pela equação: qx + 3qy = 1.200. Nesse caso, se o preço de y se

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

elevar para R$ 4,00, por aumento da tributação, permanecendo


constantes a renda e o preço de x, a inclinação da reta se elevará de
um terço para um quarto.
COMENTÁRIO.
Essa assertiva de fato é bastante intrigante, uma vez que o erro está
meramente na redação referente à inclinação da reta da restrição
orçamentária. Resumidamente, pode-se dizer que em decorrência do
aumento do preço do bem y, ao invés de ocorrer um aumento na
inclinação, na verdade ocorre uma redução na inclinação, senão
vejamos:
A partir da equação qx + 3qy = 1.200, temos a seguinte derivação:
qx + 3qy = 1.200
3qy = 1.200 – qx
qy = 1200/3 – 1/3qx
qy = 400 – 1/3qx
Com base nos conceitos que definem a equação de uma reta, em que
“y” encontra-se no eixo das ordenadas e “x” no eixo das abcissas,
temos que 400 corresponde ao coeficiente linear da reta enquanto
que a expressão 1/3 corresponde ao coeficiente angular da reta. Este
mesmo coeficiente é quem define a inclinação da reta que, neste
caso, é igual a 1/3 ou 0,333.
Perceba que o termo 1/3 também corresponde justamente à relação
de preços entre o bem x, Px, e o bem y, Py, sendo representado em
microeconomia pela expressão Px/Py.
Com o aumento do preço do bem y, Py para 4, temos que o novo
coeficiente angular da reta, que conforme dissemos também
representa a inclinação da reta, passará a ser 1/4 ou 0,25, de tal
forma que a inclinação da reta diminuirá e não aumentará conforme
dispõe o enunciado da assertiva.
qy* = 400 – 1/4qx
GABARITO: E.

62 - Um dos principais fatores determinantes da elasticidade-preço


da oferta de produtos agrícolas é a disponibilidade de crédito
subsidiado para custeio e investimento. Restrições ou escassez de
crédito ou encargos elevados tornam menos elástica a capacidade de
oferta mesmo com aumentos nas cotações dos produtos.
COMENTÁRIO.
Essa assertiva é bastante interessante de ser analisada. De fato um
dos principais aspectos relacionados à oferta de produtos agrícolas

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

relaciona-se com a disponibilidade de crédito subsidiado, a exemplo


das linhas de repasses de recursos oferecidos por bancos oficiais de
fomento, a exemplo do BNDES e do Banco do Brasil.
O oferecimento destas linhas de recursos por parte dos bancos
oficiais permite aos agricultores expandirem a oferta de bens no
mercado, fazendo assim com que diante de pequenas variações
positivas nos preços haja grande interesse por parte dos ofertantes
em expandir a sua produção, haja vista o subsídio concedido à
produção.
De acordo com a assertiva em foco, na ocorrência de escassez de
crédito, menor é o interesse dos agricultores em produzir e ofertar os
bens, mesmo que haja aumentos na cotação do produto.
Assim sendo, pode-se verificar que a questão em foco está certa.
GABARITO: C.

63 - A estrutura de concorrência perfeita, na visão neoclássica, é


referência teórica para a eficiência econômica, pois, a um tempo, é
capaz de compatibilizar os interesses público e privado, e os de
consumidores e produtores. Em princípio, tal modelo propiciaria a
melhor alocação de recursos e se coadunaria com a atomização do
mercado.
COMENTÁRIO.
A assertiva em foco caracteriza literalmente os pressupostos
relacionados ao modelo de concorrência perfeita, o qual se associa à
atomização do mercado produtor, ou seja, um número muito grande
(infinito) de produtores que, individualmente, não conseguem
influenciar diretamente nos preços dos bens ofertados.
Segundo a teoria microeconômica, na visão neoclássica, o modelo de
concorrência perfeita reflete a condição ideal do “Ótimo de Pareto”,
segundo a qual a situação de um indivíduo ou de um grupo de
indivíduos somente poderá ser melhorada caso haja uma piora na
condição dos demais indivíduos ou agentes componentes da
sociedade.
A condição de Equilíbrio de Pareto pressupõe a não necessidade de
intervenção governamental no sentido de que sejam corrigidas as
possíveis falhas de mercado porventura existentes, a exemplo das
externalidades e das assimetrias de informação existentes no
mercado em que interagem consumidores e produtores.
Em decorrência do exposto acima, pode-se concluir que a assertiva
está certa.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Julgue o próximo item, relativo ao estabelecimento de quotas e


preços máximos e mínimos.
64 - Quando o governo adota uma política de preços mínimos para
determinado produto, com vistas à garantia de renda e ao estímulo
da produção, ao optar pela política de compra, pagará ao produtor a
diferença entre o preço pago pelo consumidor no mercado e o preço
mínimo definido.
COMENTÁRIO.
A política de preços mínimos se associa à utilização de uma política
econômica por parte do governo com o objetivo de garantir ao
produtor um preço mínimo para o seu produto.
Esta política caracteriza-se pela compra do produto, por parte do
governo, numa condição de que este pagará aos produtores a
diferença existente entre o preço mínimo estabelecido na política e o
preço do bem cotado em mercado. De outra forma, o governo pagará
ao produtor o “prejuízo” que este teria caso o produto estivesse
sendo cotado em mercado a um valor inferior àquele previamente
estabelecido na política.
Destaca-se que esta política está normalmente associada às políticas
implementadas pelo governo no mercado agrícola, com o objetivo de
proteção do mercado produtor das oscilações de preços dos produtos
considerados commodities, a exemplo do arroz, soja, café, etc..
Conclui-se, desta forma, que a assertiva está errada.
GABARITO: E.

Com relação à regulação de mercados, julgue os itens a seguir.


65 - A falta de transparência nas decisões acerca dos reajustes de
preços regulados pelo governo, diferentemente das revisões, tende a
prejudicar os consumidores, sempre mais numerosos, menos
organizados e com menos informações.
COMENTÁRIO.
Segundo a ANEEL, a revisão tarifária é considerada uma “revisão
ordinária, prevista nos contratos de concessão, a ser realizada
considerando-se as alterações na estrutura de custos e de
mercado da concessionária, os níveis de tarifas observados em
empresas similares, no contexto nacional e internacional, e os
estímulos à eficiência e à modicidade tarifária.” (negrito nosso).

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Com base nos conceito ora descrito, a interpretação de revisão


associa-se às alterações nos padrões de custos das empresas.
Diferentemente das revisões, os reajustes de preços associam-se às
variações ocorridas nos índices de preços de mercado, a exemplo das
tarifas de energia elétricas, que tem vinculação direta com o Índice
Geral de Preços de Mercado – IGPM.
De forma resumida, pode-se dizer que o reajuste e as revisões são
mecanismos pelos quais as tarifas de energia elétrica podem ser
alteradas. Estão previstos nos contratos de concessão e permitem a
manutenção do equilíbrio econômico financeiro das concessionárias,
sejam de energia elétrica, sejam de telefonia e outras.
O reajuste tem por objetivo repassar os custos não gerenciáveis e
atualizar monetariamente os custos gerenciáveis.
O reajuste acontece anualmente. Diferentemente, a revisão ocorre
normalmente a cada quatro anos, em média, com o objetivo de
preservar o equilíbrio econômico financeiro dos contratos de
concessão.
Cabe destacar que os reajustes de preços são baseados em indicares
de preços de ampla divulgação, sendo assim acessíveis a todos. Em
decorrência disto, muito embora o reajuste de preço venha a
prejudicar os consumidores, não se pode afirmar que este não possui
transparência.
Trata-se pois de uma assertiva errada.
GABARITO: E.

66 - A regulação do mercado, exercida pelas agências reguladoras e


pelo Conselho Administrativo da Defesa Econômico (CADE), é
necessária para, entre outras funções, coibir os abusos resultantes da
atuação dos monopólios naturais, que se caracterizam pela maior
eficiência alcançada nos casos de elevadas economias de escala ou de
escopo em relação ao tamanho do mercado.
COMENTÁRIO.
A existência da regulação econômica previne o abuso do poder
econômico, especialmente nos mercado sob regime de monopólio e
oligopólio. Como forma de evitar um abuso de mercado,
especialmente contra os consumidores, o Estado realiza a atividade
interventiva.
O primeiro motivo para intervenção governamental, em termos de
falha de mercado, são os conhecidos monopólios naturais. Estes se
caracterizam quando toda a produção e oferta de um determinado
bem ou serviço é feita por uma única empresa. De outra maneira, a

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

existência deste tipo de monopólio caracteriza-se pelo fato de que a


soma dos custos de produção de diversas empresas, caso estivessem
neste mercado, seria superior aos custos que uma empresa
monopolista tem ao oferecer uma quantidade igual à soma das
quantidades das demais firmas.
Neste tipo de produção o monopolista natural atinge economias ou
retornos crescente de escala no longo prazo de produção, de tal
forma que na medida em que aumenta a sua produção, o custo
médio diminui.
A criação das agências reguladoras é derivada especialmente da
necessidade de regulação dos monopólios naturais que antes se
encontravam em poder do Estado, como foi o caso da ANEEL, ANATEL
e outras mais. As empresas reguladas pelas agências são aquelas em
que é bastante provável a existência de abusos de poder de mercado,
gerando nos reguladores o acompanhamento por meio do controle de
custos dessas empresas, precificação dos investimentos realizados
por estas e a própria fiscalização nos serviços prestados.
Cabe destacar, no entanto, que não apenas sobre os monopólios
naturais é que o Estado deve atuar. A necessidade de regulação da
concorrência, em termos da defesa desta, é papel também a ser
exercido pelo poder público. Sendo devidamente abordada no tópico
pertinente à defesa da concorrência, podemos considerar a Lei
8884/94 como o marco regulatório deste processo. Esta deu ao
Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE a autonomia
necessário para exercer a prevenção a também julgar as infrações à
ordem econômica. Importa mencionar que o CADE é a estrutura
máxima do chamado Sistema Brasileiro de Defesa Econômica,
formado ainda pela Secretaria de Direito Econômico – SDE e pela
Secretária Especial de Acompanhamento Econômico – SEAE do
Ministério da Fazenda.
Assim, com base nestas informações, pode-se concluir que a
assertiva está certa.
GABARITO: C.

67 - A economia da informação trata das probabilidades de alguns


agentes deterem mais informações que outros, o que pode levar a
uma situação de desequilíbrio no mercado. A informação assimétrica,
na situação conhecida como seleção adversa, tem servido como uma
das justificativas para a aplicação de taxas de juros historicamente
elevadas no Brasil, sendo o cadastro positivo apontado como uma das
opções para amenizar o problema.
COMENTÁRIO.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

As informações assimétricas representam um grande problema ao


bom funcionamento do mercado. Exemplo claro de assimetria de
informação está associada ao oferecimento de crédito por parte de
instituições financeiras aos seus futuros clientes.
O mercado financeiro brasileiro tem suas operações de crédito
protegidas por sigilo bancário, de tal forma que as instituições
financeiras possuem restritas informações relacionadas aos
demandantes de recursos financeiros.
Em decorrência desta falta de informação, que leva naturalmente a
constatação de uma informação assimétrica, ou seja, que pode não
representar adequadamente o comportamento do tomador de crédito
bem como a sua efetiva capacidade financeira, as instituições
financeiras acabem por realizar uma seleção adversa, ou seja,
cobrando taxas de juros elevadas inclusive para os possíveis bons
clientes, haja vista que não conhecem o seu comportamento em
termos de honra dos seus compromissos financeiros.
Instituições financeiras primam pela adoção do cadastro positivo dos
agentes demandantes de crédito, de tal forma a se poder observar o
comportamento dos seus devedores e assim se poder diferenciar a
taxa de juros cobrada em cada operação de concessão de recursos
(empréstimos). Observa-se assim que o cadastro positivo agirá nesta
direção, reduzindo a seleção adversa realizada pelas próprias
Instituições concessoras de crédito ao mercado (empresas e
consumidores).
Aponta-se assim, com base nestes comentários, que a assertiva está
certa.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

PROFESSSOR VÍTOR MENEZES

De acordo com o jornal espanhol El País, em 2009 o contrabando de


armas disparou nos países da América Latina, tendo crescido 16%
nos últimos 12 anos. O crime é apontado como o principal problema
desses países, provocando uma grande quantidade de mortes. O
índice de homicídios por 100.000 habitantes na América Latina é
alarmante, sendo, por exemplo, 28 no Brasil, 45 em El Salvador, 65
na Colômbia, 50 na Guatemala.

Internet: <www.noticias.uol.com.br>.

Tendo como referência as informações apresentados no texto acima,


julgue o item que se segue.

68) Se, em cada grupo de 100.000 habitantes da Europa, a


probabilidade de que um cidadão desse grupo seja assassinado é 30
vezes menor que essa mesma probabilidade para habitantes de El
Salvador ou da Guatemala, então, em cada 100.000 habitantes da
Europa, a probabilidade referida é inferior a 10-5.

COMENTÁRIO.

45
Em El Salvador, a probabilidade procurada é:
100.000

50
A probabilidade correspondente, na Guatemala, é:
100.000

A probabilidade de um habitante ser assassinado na Guatemala ou


em El Salvador é:

45 50 95
+ =
100.000 100.000 100.000

Na Europa, este valor é 30 vezes menor:

95
= 3,16 × 10 −5
30 × 100.000

GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

A Polícia Federal brasileira identificou pelo menos 17 cidades de


fronteira como locais de entrada ilegal de armas; 6 dessas cidades
estão na fronteira do Mato Grosso do Sul (MS) com o Paraguai.

Internet: <www.estadao.com.br> (com adaptações).

Considerando as informações do texto acima, julgue o próximo item.

69) Se uma organização criminosa escolher 6 das 17 cidades citadas


no texto, com exceção daquelas da fronteira do MS com o Paraguai,
para a entrada ilegal de armas no Brasil, então essa organização terá
mais de 500 maneiras diferentes de fazer essa escolha.

RESOLUÇÃO.

11! 11 × 10 × 9 × 8 × 7
C11,6 = = = 462 < 500
6!×5! 5× 4 × 3× 2

GABARITO: E.

Uma proposição é uma declaração que pode ser julgada como


verdadeira — V —, ou falsa — F —, mas não como V e F
simultaneamente. As proposições são, frequentemente, simbolizadas
por letras maiúsculas: A, B, C, D etc. As proposições compostas são
expressões construídas a partir de outras proposições, usando-se
símbolos lógicos, como nos casos a seguir.
A → B, lida como “se A, então B”, tem valor lógico F quando A for V e
B for F; nos demais casos, será V;
A ∨ B, lida como “A ou B”, tem valor lógico F quando A e B forem F;
nos demais casos, será V;
A ∧ B, lida como “A e B”, tem valor lógico V quando A e B forem V;
nos demais casos, será F;
¬A é a negação de A: tem valor lógico F quando A for V, e V, quando
A for F.
Uma sequência de proposições A1, A2, ..., Ak é uma dedução correta
se a última proposição, Ak, denominada conclusão, é uma
consequência das anteriores, consideradas V e denominadas
premissas.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Duas proposições são equivalentes quando têm os mesmos valores


lógicos para todos os possíveis valores lógicos das proposições que as
compõem. A regra da contradição estabelece que, se, ao supor
verdadeira uma proposição P, for obtido que a proposição P ∧ (¬P) é
verdadeira, então P não pode ser verdadeira; P tem de ser falsa.
A partir dessas informações, julgue os itens os itens subsequentes.

70 - Considere as proposições A, B e C a seguir.

A: Se Jane é policial federal ou procuradora de justiça, então Jane foi


aprovada em concurso público.

B: Jane foi aprovada em concurso público.

C: Jane é policial federal ou procuradora de justiça.

Nesse caso, se A e B forem V, então C também será V.

COMENTÁRIO.

No fundo, o que o exercício nos deu foi um argumento. As


proposições “A” e “B” são as premissas. A proposição “C” é a
conclusão.

O exercício afirma que, se “A” e “B” são verdadeiras, então “C”


também é. Ou seja, o exercício afirma que o argumento fornecido é
válido.

Vamos fazer a análise do argumento. Vamos “de trás para frente”.


Nesta técnica, forçamos a conclusão a ser falsa. Em seguida,
tentamos fazer com que as premissas sejam verdadeiras.

Se conseguirmos, o argumento é inválido. Nós conseguimos


determinar a linha da tabela verdade que torna inválido o argumento,
ou ainda, a linha que “fura” o argumento.

Se não conseguirmos, é porque esta linha não existe. O argumento é


válido.

Começamos forçando a conclusão a ser falsa. A conclusão é:

C: Jane é policial federal ou procuradora de justiça.

Para que o “ou” seja falso, as duas parcelas devem ser falsas. Logo:

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Conclusões

Jane não é policial federal

Jane não é procuradora de justiça

Vamos ver se conseguimos fazer as premissas serem verdadeiras.

A primeira premissa é:

Se Jane é policial federal ou procuradora de justiça, então Jane foi aprovada


em concurso público.

Esta premissa já é, de cara, verdadeira, pois a primeira parcela do


condicional é falsa (Jane não é policial federal).

A segunda premissa é:

Jane foi aprovada em concurso público.

Para que ela seja verdadeira, Jane não deve ter sido aprovada em concurso.

Conclusões

Jane não é policial federal

Jane não é procuradora de justiça

Jane não foi aprovada em concurso público

Pronto!

Conseguimos achar um caso em que todas as premissas são verdadeiras e


a conclusão é falsa. É o caso em que Jane não é policial, não é procuradora
de justiça e não foi aprovada em concurso público. Logo, o argumento é
inválido. Ou seja, as premissas não suportam a conclusão.

GABARITO: E.

71 - As proposições “Se o delegado não prender o chefe da quadrilha,


então a operação agarra não será bem-sucedida” e “Se o delegado prender
o chefe da quadrilha, então a operação agarra será bem-sucedida” são
equivalentes.

COMENTÁRIO.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Aplicação direta da seguinte equivalência:

p → q é equivalente a (~ q ) → (~ p)

Ou seja, num condicional, podemos inverter as parcelas, negando-as.

A proposição dada foi:

“Se o delegado não prender o chefe da quadrilha, então a operação agarra


não será bem-sucedida”.

Para achar a equivalência, negamos as parcelas e fazemos a inversão.


Ficaria assim:

“Se a operação agarra for bem sucedida, então o delegado prenderá o chefe
da quadrilha.”

O enunciado apenas fez as negações, sem promover a inversão das


parcelas. Por isso o item está errado.

GABARITO: E.

72 - Considere que um delegado, quando foi interrogar Carlos e José,


já sabia que, na quadrilha à qual estes pertenciam, os comparsas ou
falavam sempre a verdade ou sempre mentiam. Considere, ainda,
que, no interrogatório, Carlos disse: José só fala a verdade, e José
disse: Carlos e eu somos de tipos opostos. Nesse caso, com base
nessas declarações e na regra da contradição, seria correto o
delegado concluir que Carlos e José mentiram.

COMENTÁRIO.

Vamos adotar a tática do “chute inicial”. Vamos chutar que Carlos diz a
verdade.

Chute inicial: Carlos diz a verdade.

Conclusões

1 Carlos fala a verdade

Na verdade, isso não é bem uma conclusão, é só um chute.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Partindo disso, analisando a frase de Carlos, podemos concluir que José


também diz a verdade.

Conclusões

1 Carlos fala a verdade

2 José fala a verdade.

José afirma que os dois têm naturezas opostas. Mas isso é mentira,
conforme nossas conclusões acima. Logo, José está mentindo.

Conclusões

1 Carlos fala a verdade

2 José fala a verdade.

3 José mente

Observem que as conclusões 2 e 3 são contraditórias. Isso só aconteceu


porque nosso chute inicial foi errado.

Vamos mudar nosso chute. Vamos considerar que Carlos mente.

Conclusões

1 Carlos mente

Analisando a frase de Carlos, concluímos que José também é mentiroso.

Conclusões

1 Carlos mente

2 José mente

Agora vamos analisar a frase de José. Ele afirma que os dois são de tipos
opostos, o que é mentira, conforme nosso quadro acima. Concluímos que
José está mentindo, o que também está de acordo com nosso quadro
acima. Não chegamos a nenhuma contradição. Esta é a resposta correta: os
dois mentem.

GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

73 - Se A for a proposição “Todos os policiais são honestos”, então a


proposição ¬A estará enunciada corretamente por “Nenhum policial é
honesto”.

COMENTÁRIO.
A negação seria: nem todo policial é honesto.
Outra forma de dizer isso é: Algum policial é desonesto.
GABARITO: E.

74 - A sequência de proposições a seguir constitui uma dedução


correta.

Se Carlos não estudou, então ele fracassou na prova de Física.

Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou.

Carlos não fracassou na prova de Física.

Carlos não jogou futebol.

COMENTÁRIO.
Premissas:
Se Carlos não estudou, então ele fracassou na prova de Física.
Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou.
Carlos não fracassou na prova de Física.

Conclusão:
Carlos não jogou futebol.

Em um argumento, todas as premissas são verdadeiras.


Da terceira premissa, concluímos que:
Carlos não fracassou na prova de física.
Sabendo disso, podemos analisar a primeira premissa:
Se Carlos não estudou, então ele fracassou na prova de Física.
Temos um condicional, em que o conseqüente é falso. O antecedente
deve ser falso, para que esta premissa seja verdadeira. Logo:
Carlos estudou
Agora vamos para a segunda premissa:

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou.


O conseqüente é falso. O antecedente também deve ser falso, para
que o condicional seja verdadeiro. Logo:
Carlos não jogou futebol.
Ou seja, a conclusão exposta ao final do argumento realmente
decorre das premissas. O argumento é válido.
GABARITO: C.

Considerando que, em um torneio de basquete, as 11 equipes


inscritas serão divididas nos grupos A e B, e que, para formar o grupo
A, serão sorteadas 5 equipes, julgue os itens que se seguem.
75 - A quantidade de maneiras distintas de se escolher as 5 equipes
que formarão o grupo A será inferior a 400.
COMENTÁRIO.
Temos um caso de combinação. Queremos combinar 11 equipes,
tomadas 5 a 5.
11! 11 × 10 × 9 × 8 × 7 × 6! 11 × 10 × 9 × 8 × 7
C11,5 = = = = 462
5!×6! 6!×5! 5× 4 × 3× 2
GABARITO: E.

76 - Considerando que cada equipe tenha 10 jogadores, entre


titulares e reservas, que os uniformes de 4 equipes sejam
completamente vermelhos, de 3 sejam completamente azuis e de 4
equipes os uniformes tenham as cores azul e vermelho, então a
probabilidade de se escolher aleatoriamente um jogador cujo
uniforme seja somente vermelho ou somente azul será inferior a
30%.
COMENTÁRIO.
Jogadores com uniforme todo vermelho: 40
Jogadores com uniforme todo azul: 30
Total de jogadores: 110.
Os casos favoráveis são aqueles em que os jogadores têm uniforme
de uma só cor (todo azul ou todo vermelho). Os casos favoráveis
são:
40 + 30 = 70
São 70 casos favoráveis em 110 possíveis. A probabilidade fica:

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

70
P= = 64%
110
O item estaria errado, pois a probabilidade seria superior a 30%.
No gabarito definitivo, a questão foi anulada sob o seguinte
argumento:
“Embora o item esteja evidentemente errado, não há previsão no
edital para alteração de gabarito, razão pelo que se anula o item”
GABARITO: ANULADO.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

DIREITO PENAL – PROFESSOR LÚCIO VALENTE

Julgue os seguintes itens, relativos a crimes contra a pessoa e contra


o patrimônio.
77 - O crime de lesão corporal seguida de morte é preterdoloso,
havendo dolo na conduta antecedente e culpa na conduta
consequente.
COMENTÁRIO.
Crime preterdoloso é uma das quatro espécies de crime qualificado
pelo resultado, em que a conduta é dolosa, mas o resultado
agravador é culposo. Diz-se, então, que existe dolo na conduta e
culpa no resultado agravador. O crime de lesão corporal seguida de
morte (art. 129, § 3º) é, de fato, crime preterdoloso. Na hipótese, o
agente age com dolo na conduta de lesionar, mas não quer (dolo
direto) nem assume o risco de produzir (dolo eventual) o resultado
morte. Assim, houve uma impropriedade no item ao afirmar que há
“dolo na conduta antecedente e culpa na conduta consequente”. Na
verdade, a conduta é dolosa, mas o resultado agravador é culposo.
Não há duas condutas, mas apenas uma.
A propósito, existem outras três espécies de crimes qualificados pelo
resultado:
• Dolo no antecedente e dolo no consequente
Nesse caso, temos uma conduta dolosa e um resultado agravador
também doloso. O agente quer produzir tanto a conduta como o
resultado agravador (ex.: marido espanca a mulher até atingir seu
intento, provocando-lhe deformidade permanente).
• Culpa no antecedente e culpa no consequente
O agente pratica uma conduta culposamente e, além desse resultado
culposo, acaba produzindo outros, também a título de culpa (ex.:
crime de incêndio culposo qualificado pela morte – art. 258 “in fine”
CP – incêndio (fato antecedente) e morte (fato consequente)
culposos).
• Culpa no antecedente e dolo no conseqüente (crimes
preterculposos)
O agente, após produzir um resultado culposo, realiza uma conduta
dolosa agravadora (ex.: art. 303, par. único, CTB – motorista que,
após atropelar um pedestre, ferindo-o, foge, omitindo-lhe o socorro –
atropelamento (fato antecedente) culposo e omissão de socorro (fato
conseqüente) doloso).
GABARITO: ANULADA.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

78 - Diferenciam-se os crimes de extorsão e estelionato, entre outros


aspectos, porque no estelionato a vítima quer entregar o objeto, pois
foi induzida ou mantida em erro pelo agente mediante o emprego de
fraude; enquanto na extorsão a vítima despoja-se de seu patrimônio
contra a sua vontade, fazendo-o por ter sofrido violência ou grave
ameaça.
COMENTÁRIO.
O delito de extorsão é muito similar ao crime de roubo, contudo
diferencia-se deste pelo fato de não haver subtração, mas sim
determinação para que a vítima aja de determinada forma. Podem-
se apontar, segundo a doutrina, as seguintes diferenças entre ambas:
ROUBO EXTORSÃO
No roubo o agente subtrai Na extorsão o agente o agente
(contrectatio) constrange a vítima a entregar
(traditio coatta)
O objeto é sempre coisa móvel O objeto pode ser móvel ou
imóvel (ex.: “se não escriturar
tua casa em meu nome, conto
para todos que és
homossexual”).
Ameaça é de mal grave atual ou A ameaça pode ser de mal futuro
iminente
No roubo não importa a atitude Na extorsão é imprescindível a
da vítima (ex.: se a vítima não colaboração da vítima (ex.: se a
entregar a bolsa, o ladrão pode vítima não fornecer a senha, o
tomá-la a força) ladrão fica sem saída).
É crime material (consuma-se É crime formal (consuma-se com
com a subtração) o constrangimento,
independentemente do efetivo
ganho patrimonial)

GABARITO: C.

Quanto a tipicidade, ilicitude, culpabilidade e punibilidade, julgue os


itens a seguir.
79 - São elementos do fato típico: conduta, resultado, nexo de
causalidade, tipicidade e culpabilidade, de forma que, ausente
qualquer dos elementos, a conduta será atípica para o direito penal,
mas poderá ser valorada pelos outros ramos do direito, podendo
configurar, por exemplo, ilícito administrativo.
COMENTÁRIO.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

A questão mistura elementos da estrutura dogmática do crime. Na


verdade, a Culpabilidade é elemento do crime (para a teoria
tripartida), ou pressuposto para aplicação de pena (para a teoria
bipartida). Nunca pode ser considerada como elemento do FATO
TÍPICO. Este é composto de: conduta, resultado, nexo causal e
tipicidade. Veja a estruturação da teoria tripartida finalista do crime:

GABARITO: E.

80 - Os crimes comissivos por omissão — também chamados de


crimes omissivos impróprios — são aqueles para os quais o tipo penal
descreve uma ação, mas o resultado é obtido por inação.
COMENTÁRIO.
Omissão Impura (imprópria ou crime comissivo por omissão) é
quando a lei descreve um fazer, mas o sujeito atinge o resultado por
um não fazer. Exemplo: mãe, com vontade de dar fim ao seu filho
neonato, deixa de alimentá-lo, levando-o à morte. Matou (“matar”
traz a idéia de ação) por um não fazer (não dar alimentos). Nesse
tipo de crime o agente possui um dever especial de agir em relação à
vitima, por ser seu garante (art. 13,§ 2ª do CP).
Perceba que o tipo de homicídio traz-nos à mente uma idéia de fazer.
Pensamos no verbo “matar” como algo que se faz por ação (desferir

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

tiros, facadas, pauladas, etc.). Ocorre que a lei admite que o verbo
“matar” seja atingido por um “não fazer”, como no exemplo dado.
GABARITO: C.

81 - Para que se configure a legítima defesa, faz-se necessário que a


agressão sofrida pelo agente seja antijurídica, contrária ao
ordenamento jurídico, configurando, assim, um crime.
COMENTÁRIO.
É plenamente possível legítima defesa contra agressões de menores
de idade ou de doentes mentais, já que podem praticar condutas
injustas. É possível legítima defesa contra agressões de
inimputáveis (ex.:menores e doentes mentais). Isso porque
eles praticam atos injustos, mesmo que não sejam crimes.
GABARITO: E.

Julgue o item abaixo, acerca do concurso de pessoa e sujeito ativo e


passivo da infração penal.
82 - Com relação à responsabilidade penal da pessoa jurídica, tem-se
adotado a teoria da dupla imputação, segundo a qual se
responsabiliza não somente a pessoa jurídica, mas também a pessoa
física que agiu em nome do ente coletivo, ou seja, há a possibilidade
de se responsabilizar simultaneamente a pessoa física e a jurídica.
COMENTÁRIO.
A pessoa jurídica pratica crime, uma vez que a Constituição Federal
assim permite. Essa permissão ocorre em duas situações:
1ª hipótese: artigo 173, § 5º, CR.
“173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.”
(...)
“§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos
dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade
desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua
natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e
financeira e contra a economia popular.”
Essa situação ainda não pode ser aplicada porque, apesar de estar
previsto na CR que pessoa jurídica pode responder por crimes contra
a ordem econômica e financeira e contra a economia popular,
ainda não existe uma lei que tenha complementado essa

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

possibilidade na prática. Quero dizer que tem que existir uma lei
infraconstitucional (inferior à Constituição) que instrumentalize essa
hipótese prevista na Constituição Federal.
2ª hipótese: art. 225, § 3º, CR.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras
gerações.”
(...)
“§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.”
Ao contrário da primeira hipótese, o art. 225§ 3º da CR foi
regulamentado pela Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605/98).
No Brasil, portanto, pessoas jurídicas podem responder
criminalmente por crimes contra o meio-ambiente, senão vejamos:
“(Art. 3º, Lei 93605/98) As pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o
disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.”
“Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não
exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes
do mesmo fato.”
Muito importante esse parágrafo único. Para solucionar o que eu falei
acima sobre a impossibilidade da pessoa jurídica praticar conduta foi
que a Lei Ambiental determinou que as pessoas físicas responsáveis
pela pessoa jurídica em questão responderão em coautoria ou
participação pelo crime desta última.
A Lei sabe que quem praticou, de fato, a conduta criminosa foi uma
pessoa física ou um grupo de pessoas físicas em nome da pessoa
jurídica, simplesmente porque pessoas jurídicas não praticam
condutas, como já dissemos. Explico, foi um funcionário da empresa
que determinou que fossem jogados resíduos em um rio, agindo em
nome da empresa e em seu benefício.
Quem praticou o crime ambiental? O Funcionário em coautoria com a
pessoa jurídica. É o que a doutrina denomina de TEORIA DA DUPLA
IMPUTAÇÃO.
Por essa teoria, sempre que uma pessoa jurídica responder por um
crime ambiental, com ela responderá uma pessoa física.
www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

GABARITO: C.

A respeito dos crimes contra o patrimônio e contra a administração


pública, julgue os seguintes itens.
83 - A causa de aumento de pena relativa à prática do crime de furto
durante o repouso noturno somente se aplica ao furto simples e não
às modalidades de furto qualificado e prevalece o entendimento de
que o aumento de pena só é cabível quando a subtração ocorre em
casa ou em alguns de seus compartimentos e em local habitado.
COMENTÁRIO.
Assim se justificou a banca para anular a presente questão: “O
assunto tratado no item é controverso. De fato, prevalece o
entendimento, na doutrina e no STJ, de que a causa de aumento
somente se aplica ao furto simples, conforme descrito no CP. No
entanto, é polêmica a segunda parte da assertiva, no sentido de que
o aumento de pena só é cabível quando a subtração ocorre em casa
ou em alguns de seus compartimentos e em local habitado. Para
alguns doutrinadores, é irrelevante que o crime se dê em casa
habitada. ou desabitada, que ocorra durante o repouso dos
moradores ou não, sendo suficiente que a subtração se dê em
período noturno. Assim, anula-se o item.”
De qualquer forma, passo algumas informações sobre o “furto
noturno”:
• Furto praticado durante o repouso noturno (art. 155, § 1º):
trata-se de causa de aumento de pena para o crime praticado
durante o repouso noturno. A pena é a mesma do furto simples
com um aumento de 1/3.
• “Repouso noturno”: não se refere propriamente à “noite”, mas
ao período que normalmente a população de determinada
comunidade se aquieta para o sono noturno. É suficiente que o
delito ocorra durante repouso noturno, período de maior
vulnerabilidade para as residências, lojas e veículos.
• É irrelevante o fato de se tratar de estabelecimento comercial
ou de residência, habitada ou desabitada, bem como o fato de
a vítima estar, ou não, efetivamente repousando (STJ, REsp
940.245/RS, DJe 10/03/2008).
• A jurisprudência do STJ consagra o entendimento de que a
causa especial de aumento de pena do repouso noturno é
aplicável somente às hipóteses de furto simples, sendo
incabível nas hipóteses de furto qualificado (STJ, REsp
940.245/RS, DJ 13/12/2007).
GABARITO: ANULADA.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

84 - Considere a seguinte situação hipotética.


Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em
razão da sua função pública de agente da Polícia Federal, para
praticar ato legal, que lhe competia, como forma de agrado.
Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de corrupção
passiva, o qual, para se consumar, tem como elementar do tipo a
ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público.
COMENTÁRIO: ocorre a corrupção passiva quando o agente público
solicita (crime formal) ou recebe (crime material), para si ou para
outra pessoa, direta (pessoalmente) ou indiretamente (por interposta
pessoa), ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem
(crime formal). É conhecida popularmente como “propina” ou
“cafezinho”. Entende-se por vantagem indevida qualquer vantagem
que não seja a remuneração legal do funcionário público. Qualquer
outro valor que receba, configura vantagem não devida. Assim,
mesmo que o ato que o funcionário pratique seja legal, a vantagem
será ilícita.

GABARITO: E.

85 - Caso um policial federal preste ajuda a um contrabandista para


que este ingresse no país e concretize um contrabando, consumar-
se-á o crime de facilitação de contrabando, ainda que o
contrabandista não consiga ingressar no país com a mercadoria.
COMENTÁRIO.
O delito de facilitação de contrabando ou descaminho (art. 318 do
CP) tem caráter formal, consumando-se no momento em que ocorre
o ato de facilitação, ainda que não se dê por realizado o contrabando
ou descaminho. Ressalto que apesar de formal, admite-se a tentativa
do presente delito.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

DIREITO PROCESSUAL PENAL


PROFESSOR PEDRO IVO

Julgue os itens subsequentes quanto à prisão em flagrante, prova e


inquérito policial.
86 - Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação.
COMENTÁRIO.
Flagrante preparado ou provocado é aquele em que o agente é
instigado a praticar determinado delito. Tal situação caracteriza crime
impossível.
A questão apresenta a reprodução exata da súmula 145 do STF e,
portanto, está certa.
GABARITO: C.

87 – Não se admite a acareação entre o acusado e a pessoa


ofendida, considerando-se que o acusado tem o direito constitucional
ao silêncio, e o ofendido não será compromissado.
COMENTÁRIO.
O art. 229 do CPP prevê expressamente a possibilidade de acareação
entre o acusado e o ofendido ao dispor que a acareação será admitida
entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas,
entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações,
sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Do exposto, percebe-se que a questão está errada.
GABARITO: E.

88 - O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração


de um relatório e por sua juntada pela autoridade policial
responsável, que não pode, nesse relatório, indicar testemunhas que
não tiverem sido inquiridas.
COMENTÁRIO.
A questão está errada, pois contraria o art. 10, § 2º, do CPP.
Segundo o citado dispositivo legal, no relatório poderá a autoridade
indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o
lugar onde possam ser encontradas.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

89 - No inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal e o


indiciado poderão requerer qualquer diligência que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.
COMENTÁRIO.
A questão reproduz exatamente o disposto no art. 14 do CPP e,
portanto, está certa. Veja:
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão
requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade.
GABARITO: C.
Acerca do inquérito policial, julgue os itens que se seguem.

90 - O inquérito policial tem natureza judicial visto que é um


procedimento inquisitório conduzido pela polícia judiciária com a
finalidade de reunir os elementos e informações necessárias à
elucidação do crime.
COMENTÁRIO.
A questão está errada, pois o inquérito policial não possui natureza
judicial, mas sim administrativa.
Trata-se de uma instrução provisória, preparatória e informativa em
que se colhem elementos por vezes difíceis de obter na instrução
judiciária.
GABARITO: E.
91 - Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade
policial não poderá proceder novas pesquisas se de outras provas
tiver notícia, salvo com expressa autorização judicial.
COMENTÁRIO.
A questão contraria o art. 18 do Código de Processo Penal, segundo o
qual, depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade
policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia.
GABARITO: E.

Considerando o estabelecido no Código de Processo Penal, julgue o


item abaixo a respeito da prova;

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

92 - Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício


ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu
preso por meio de videoconferência.
COMENTÁRIO.
Mais uma questão em que a banca exige o conhecimento da
literalidade. No caso, o item está correto, pois reproduz o início do
parágrafo 2º do art. 185. Veja:
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício
ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu
preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico
de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a
medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades
[...].
GABARITO: C.

93 - Assemelham-se as prisões preventiva e temporária porque


ambas podem ser decretadas em qualquer fase da investigação
policial ou da ação penal. No entanto, a prisão preventiva pressupõe
requerimento das partes, ao passo que a prisão temporária pode ser
decretada de ofício pelo juiz.
COMENTÁRIO.
A prisão preventiva pode ser decretada na fase do inquérito policial
ou da ação penal. Pode ser decretada pelo Magistrado, de ofício, a
requerimento do Ministério Público, ou do querelante, ou mediante
representação da autoridade policial.
Diferentemente, a prisão temporária, regida pela Lei n. 7.960/89, não
pode ser decretada de ofício, segundo o entendimento do CESPE, e só
cabe na fase do inquérito policial.
Do exposto, percebe-se que a questão está errada.
GABARITO: E.
94 - Por completa falta de amparo legal, não se admite o flagrante
forjado, que constitui, em tese, crime de abuso de poder, podendo
ser penalmente responsabilizado o agente que forjou o flagrante.
COMENTÁRIO.
Flagrante forjado é aquele armado, realizado para incriminar pessoa
inocente. É uma modalidade ilícita de flagrante, onde o infrator é o
agente que forja o delito.
A questão está certa, pois define de forma perfeita a figura do
flagrante forjado.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL


PROFESSOR PEDRO IVO
Julgue os itens seguintes, relativos a crimes de tortura e ambientais.
95 - A prática de maus-tratos contra animais domésticos é
considerada crime contra o meio ambiente, sendo a morte do animal
causa especial de aumento de pena.
COMENTÁRIO.
Esta questão foi anulada.
De acordo com o art. 32 da lei n.º 9.605/98 (crimes ambientais),
caracteriza crime contra a fauna praticar ato de abuso ou maus-tratos
contra animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou
exóticos, salvo no caso de experiência dolorosa para fins didáticos ou
científicos, quando não existirem recursos alternativos. A pena é
aumentada de um sexto a um terço se ocorre morte do animal (§
2º).
Para todos os efeitos, o objeto material do tipo penal do art. 32 da
Lei n.º 9.605/1998 seria o animal silvestre (selvagem), podendo este
ser doméstico (criado dentro de casa desde pequeno), domesticado
(amansado, domado), nativo (oriundo da fauna brasileira) ou exótico
(oriundo da fauna estrangeira). Todavia, na questão, houve dúvida
quanto à interpretação de “domésticos ou domesticados, nativos ou
exóticos”, razão suficiente para a anulação do item.
GABARITO: ANULADA.

96 - A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em


razão de discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não
pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos.
COMENTÁRIO.
O crime de tortura, previsto no §1.º, do art. 1.º, da lei n.º 9455/97,
possui o elemento subjetivo do tipo (antigo dolo específico),
consistente no fim especial para o qual se direciona a conduta do
agente delitivo:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima
ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa.
A questão trata da discriminação religiosa como atípica e, portanto,
está errada.
GABARITO: E.
Considerando a legislação penal especial, julgue os seguintes itens.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

97 - Nos crimes de tráfico de substâncias entorpecentes, é isento de


pena o agente que, em razão da dependência ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
COMENTÁRIO.
Trata-se de disposição expressa do art. 45, da lei n.º 11.343/2006
(nova lei de drogas): “É isento de pena o agente que, em razão da
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força
maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que
tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.”
Do exposto, está certa a questão.
GABARITO: C.

98 - É atípica, por falta de previsão na legislação pertinente ao


assunto, a conduta do agente que simplesmente colabora, como
informante, com grupo ou associação destinada ao tráfico ilícito de
entorpecentes.
COMENTÁRIO.
A questão está errada, pois a atuação do informante encontra-se
prevista como conduta típica no art. 37 da lei nº 11.343/06.
Cabe ressaltar que no crime de colaboração com o tráfico, previsto no
art. 37 da lei nº 11.343/06, o agente deve colaborar exclusivamente
com informações. Se, por exemplo, colaborar transportando a droga,
responderá por crime de tráfico, previsto no “caput” do art. 33 da
referida lei.
GABARITO: E.

99 - Antes da sentença, a internação do adolescente infrator poderá


ser determinada pelo juiz por prazo indeterminado.
COMENTÁRIO.
A questão contraria o art. 108 do Estatuto da Criança e do
Adolescente (lei nº 8.069/90). Segundo o citado dispositivo, a
internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo
máximo de quarenta e cinco dias.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

100 - Segundo expressa disposição da lei pertinente ao assunto, o


crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é inafiançável,
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente.
COMENTÁRIO.
Esta questão foi anulada pela banca.
O gabarito preliminar apresentou como gabarito que a questão estava
certa.
Realmente, o parágrafo único do art. 14 do Estatuto do
Desarmamento define que o delito é inafiançável. Veja:
Art.14
[...]
Parágrafo único: O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo
quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente.
Todavia, conforme exposto no Informativo nº 465 do STF (ADIN
3112), o Tribunal, por maioria, julgou procedente, em parte, pedido
formulado para declarar a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos
dos arts 14 e 15 e do art. 21 da Lei 10.826/2003 - Estatuto do
Desarmamento.
Ainda de acordo com o referido informativo "... relativamente aos
parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 da Lei 10.826/2003, que
proíbem o estabelecimento de fiança, respectivamente, para os
crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e de disparo
de arma de fogo, considerou-se desarrazoada a vedação, ao
fundamento de que tais delitos não poderiam ser equiparados a
terrorismo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes ou
crimes hediondos (CF, art. 5º, XLIII). Asseverou-se, ademais, cuidar-
se, na verdade, de crimes de mera conduta que, embora impliquem
redução no nível de segurança coletiva, não podem ser igualados aos
crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à
propriedade".
GABARITO: ANULADA.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
PROFESSOR ROBERTO RONDON

Julgue os itens a seguir, acerca do comportamento organizacional

101- Segundo a teoria dos dois fatores de Herzberg, uma vez


disponibilizados, os fatores ligados ao ambiente do trabalho
garantem, de forma duradoura, a satisfação e a consequente
motivação para o bom desempenho em seu trabalho.

COMENTÁRIO.

Também chamada de teoria da higiene – motivação foi proposta pelo


psicólogo Frederick Herzberg. Herzberg chamou de higiênicos os
fatores extrínsecos (supervisão, remuneração, políticas, condições
físicas do trabalho, relacionamento, segurança no emprego) ao
trabalhador e concluiu que estão consistentemente relacionados com
a insatisfação no trabalho. Por outro lado, chamou de motivacionais
os fatores intrínsecos (oportunidades de promoção, crescimento
pessoal, reconhecimento, responsabilidade, realização) e concluiu que
estão relacionados com a satisfação no trabalho. O item afirma que
os fatores ligados ao ambiente de trabalho (extrínsecos) garantiriam
motivação, quando na verdade, segundo Herzberg, os fatores
extrínsecos garantem somente a não insatisfação. Para Herzberg a
não insatisfação é diferente da satisfação, e não significa motivação
(Stephen Robbins – Comportamento Organizacional).

GABARITO: E.

102 – Ao considerar a teoria da equidade como forma de maximizar


o desempenho dos colaboradores que lhe estão subordinados, o
gestor público deve levar em conta que qualquer injustiça sentida em
relação às recompensas pode motivar essas pessoas a agirem de
forma a restaurar o senso de equidade percebida.

COMENTÁRIO.

A questão, nesta teoria, é como você percebe a justiça no sistema


de recompensas. Existem amplas evidências de que os
trabalhadores fazem comparações entre seus ganhos no trabalho e
que a percepção da injustiça pode influenciar o grau de esforço que
dedicam às suas tarefas. A teoria reconhece que as pessoas não
estão preocupadas apenas com a quantidade total de recompensa

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

que recebem por seus esforços, mas também com a relação


existente entre essa quantidade e aquela que é recebida pelos
outros. Quando os trabalhadores percebem injustiças, agem para
corrigir a situação. O resultado poderá ser maior ou menor
produtividade, melhoria ou redução da qualidade da produção,
aumento do absenteísmo ou demissão voluntária (Stephen Robbins –
Comportamento Organizacional).

GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


PROFESSOR SÉRGIO MENDES

103 - É função do Ministério da Justiça fazer que o governo federal


contemple em seu orçamento, que terá vigência de quatro anos, os
recursos necessários ao pleno funcionamento do Departamento de
Polícia Federal.
COMENTÁRIO.
Dentro da classificação institucional da despesa, o Departamento de
Polícia Federal - DPF é uma das unidades orçamentárias do Órgão
Orçamentário Ministério da Justiça.
Logo, esse Ministério tem responsabilidade para que o governo
federal contemple na Lei Orçamentária os recursos adequados ao
pleno funcionamento do Departamento de Polícia Federal.
No entanto, segundo o princípio da anualidade, a Lei Orçamentária
deverá ter vigência de um ano e não de quatros anos como afirma a
questão.
GABARITO: E.

104 - Com o advento do Sistema Integrado de Administração


Financeira do Governo Federal (SIAFI), houve grande centralização
da gestão de recursos, o que permitiu a padronização dos métodos e
rotinas de trabalho e restringiu a gestão e o controle do ordenador de
despesas, com a perda da individualização dos recursos para cada
unidade gestora.
COMENTÁRIO.
Os principais objetivos do SIAFI são:
a) prover mecanismos adequados ao controle diário da execução
orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da Administração
Pública;
b) fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando
a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unificação
dos recursos de caixa do Governo Federal;
c) permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva
de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da
Administração Pública Federal;
d) padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão
dos recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa
atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do
ordenador de despesa de cada unidade gestora;

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

e) permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e


municípios e de suas supervisionadas;
f) permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das
transferências negociadas;
g) integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo
Federal;
h) permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos
públicos; e
i) proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal.
Logo, um dos objetivos do SIAFI é padronizar métodos e rotinas de
trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez
ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total
controle do ordenador de despesa de cada unidade gestora. Além
disso, a instituição do SIAFI não provocou a perda da
individualização dos recursos de cada unidade gestora.
GABARITO: E.

105 - O recurso financeiro proveniente de outra pessoa de direito


público pode ser classificado como receita de capital.
COMENTÁRIO.
Vamos entender a diferença entre as duas origens:
• Transferência Corrente: é o ingresso proveniente de outros
entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente
ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora,
efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem
qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em
despesas correntes. É uma origem das receitas
correntes.
• Transferência de Capital: é o ingresso proveniente de outros
entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente
ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora,
efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem
qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em
despesas de capital. É uma origem das receitas de
capital.
Logo, o recurso financeiro proveniente de outra pessoa de direito
público pode ser classificado como receita de capital, caso se
enquadre como uma transferência de capital. Também pode ser
classificado como receita corrente, caso se enquadre como uma
transferência corrente.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

106 - O estágio de execução da receita classificado como


arrecadação ocorre com a transferência dos valores devidos pelos
contribuintes ou devedores à conta específica do Tesouro.
COMENTÁRIO.
O estágio da receita denominado arrecadação corresponde à
entrega dos recursos devidos ao Tesouro, realizada pelos
contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou bancos
autorizados pelo ente.
O recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta
específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da
arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da
Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos
recursos arrecadados em cada ente. É no estágio de execução da
receita classificado como recolhimento que ocorre a transferência
dos valores devidos pelos contribuintes ou devedores à conta
específica do Tesouro.
GABARITO: E.

107 - Ao elaborar o planejamento orçamentário do seu órgão, o


agente público deve considerar que as obrigações de seu ente público
com terceiros compõem a dívida ativa da União.
COMENTÁRIO.
A Dívida Ativa não se confunde com a Dívida Pública, a qual
representa as obrigações do Ente Público para com terceiros. A
Dívida Ativa abrange os créditos a favor da Fazenda Pública, cuja
certeza e liquidez foram apuradas, por não terem sido efetivamente
recebidos nas datas aprazadas.
Ao elaborar o planejamento orçamentário do seu órgão, o agente
público deve considerar que as obrigações de seu ente público com
terceiros compõem a dívida pública da União.
GABARITO: E.

108 - A despesa orçamentária que percorre os estágios de empenho


e liquidação pode ser inscrita como restos a pagar, que não podem,
nesse caso, ser cancelados.
COMENTÁRIO.
Conforme Parecer 401/2000 da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, o cancelamento de restos a pagar processados (aqueles
empenhados e liquidados) caracteriza forma de enriquecimento ilícito,
tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

obrigação de fazer e a administração não poderá deixar de cumprir


com a obrigação de pagar sob pena de estar descumprindo o princípio
da moralidade que rege a Administração Pública, previsto no art. 37
da CF/1988. Assim, os restos a pagar processados não podem
ser cancelados.
A questão foi anulada pela banca. Porém, segundo justificativa do
CESPE, de fato, o item está certo. Os restos a pagar processados
não podem ser cancelados, tendo em vista que o fornecedor de bens
ou serviços cumpriu a obrigação de fazer. Assim, terá a
Administração Pública a obrigação de pagar. Entretanto, houve
dúvida quanto à utilização de abordagem adotada pela LRF, não
incluída entre os objetos de avaliação do concurso para agente da
polícia federal.
GABARITO: ANULADA.

109 - É vedado ao servidor público receber três suprimentos de


fundos simultaneamente, mesmo que desenvolva missões distintas.
COMENTÁRIO.
O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é aplicável aos
casos de despesas expressamente definidas em lei e consiste na
entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na
dotação própria, para o fim de realizar despesas que pela
excepcionalidade, a critério do Ordenador de Despesa e sob sua
inteira responsabilidade, não possam subordinar-se ao processo
normal de aplicação. No entanto, não se concederá suprimento de
fundos:
• a responsável por dois suprimentos, ou seja, é permitida a
concessão de até dois suprimentos com prazo de aplicação não
vencido;
• a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do
material a adquirir, salvo quando não houver na repartição
outro servidor;
• a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo,
não tenha prestado contas de sua aplicação; e
• a servidor declarado em alcance.
Logo, é vedado ao servidor público receber três ou mais suprimentos
de fundos simultaneamente, mesmo que desenvolva missões
distintas.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

110 - Nem todas as receitas são recolhidas à conta única do Tesouro,


podendo ser revertidas a outras contas-correntes.
COMENTÁRIO.
O princípio da unidade de caixa (ou de tesouraria) é aquele que
respalda a Conta Única do Tesouro, a qual é mantida junto ao Banco
Central do Brasil e sua operacionalização será efetuada por
intermédio do Banco do Brasil, ou, excepcionalmente, por outros
agentes financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda. O
objetivo seria apresentar todas as receitas e despesas numa só
conta, a fim de confrontar os totais e apurar o resultado: equilíbrio,
déficit ou superávit
Apesar dessa regra, algumas receitas não são recolhidas à conta
única do Tesouro, a exemplo das receitas de aplicação financeiras de
fundos e de convênios. Essas receitas revertem às suas respectivas
contas correntes, sendo exceções ao princípio da unidade de caixa.
Logo, como existem exceções, nem todas as receitas são recolhidas à
conta única do Tesouro, podendo ser revertidas a outras contas-
correntes.
GABARITO: C.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PROFESSOR ROBERTO RONDON


111 - O poder de a administração pública impor sanções a
particulares não sujeitos à sua disciplina interna tem como
fundamento o poder disciplinar

COMENTÁRIO.

Para responder este item vamos falar dos poderes da Administração.


O Poder Hierárquico é o poder conferido à Administração para se
auto-organizar, isto é, para distribuir as funções dos seus órgãos
(estabelecer campos de atuação) e fiscalizar a atuação dos seus
agentes. O Poder Disciplinar é o poder atribuído a Administração
Pública para aplicar sanções administrativas aos seus agentes pela
prática de infrações de caráter funcional. O Poder Regulamentar é o
poder conferido à Administração para expedição de decretos e
regulamentos. O poder de polícia é o poder conferido à
Administração, para restringir, frenar, condicionar, limitar o exercício
de direitos e atividades econômicas dos particulares para preservar
os interesses da coletividade. O poder disciplinar serve para impor
sanções aos seus administrados e não aos particulares (não sujeitos
à sua disciplina interna). O correto, sobre impor sanções em relação
aos particulares, é o poder de polícia.

GABARITO: E.

112 – O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade


retrata a presunção absoluta de que os atos praticados pela
administração pública são verdadeiros e estão em consonância com
as normas legais pertinentes

COMENTÁRIO.

Segundo o princípio da presunção de legitimidade ou da veracidade,


os atos praticados pela administração pública são verdadeiros quanto
à certeza dos fatos, pois, em tese a administração age dentro dos
limites da lei (princípio da legalidade). Até aí o item está correto,
porém, a presunção de legitimidade é relativa, o que implica dizer
que o administrado pode se contrapor aos atos praticados pela
administração, expondo suas razões. No caso de uma autuação, por
exemplo, cabe ao autuado apresentar defesa onde prove o contrário.
Que não houve o fato. Ou se houve não foi na extensão relatada no
auto. E dependendo da forma de defesa pode ser que reverta o

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

ônus da prova em favor do administrado e a administração é que


tenha que provar o que alegou no auto.

GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE

No que se refere à organização administrativa da União e ao regime


jurídico dos servidores públicos civis federais, julgue os itens
seguintes.
113 - A empresa pública e a sociedade de economia mista podem ser
estruturadas mediante a adoção de qualquer uma das formas
societárias admitidas em direito.
COMENTÁRIO.
Questão errada, pois a forma societária constitui justamente uma
das diferenças existentes entre empresa pública e sociedade de
economia mista.
As empresas públicas poderão adotar qualquer forma societária
admissível em direito; já as sociedades de economia mista só
poderão ser constituídas como sociedades anônimas.
Vale destacar que as empresas públicas federais poderão ser
unipessoais, ou seja, possuírem apenas um titular, como os
Correios e a Caixa Econômica Federal. Nessas empresas unipessoais
apenas a União detém todo o capital, não possuindo sócios ou
acionistas. Numa linguagem bem informal poderíamos dizer que a
União é a “única dona”.
Apenas recordando que as outras diferenças existentes entre
empresa pública e sociedade de economia mista são:
• o capital da empresa pública é exclusivamente público (oriundo
apenas de entidades da administração pública); já o da sociedade
de economia mista é formado pela conjugação de capital público
(oriunda da administração pública) e privado (particulares), sendo
misto;
• o foro de litígios (“onde tramitam os processos judiciais”) das
empresas públicas federais é, em regra, a Justiça Federal;
enquanto o foro das sociedades de economia mista, ainda que
federais, será, em regra, a Justiça Estadual. Só para ilustrar esse
“em regra”, os litígios trabalhistas tanto das empresas públicas
como das sociedades de economia mista não são julgados pela
Justiça Federal, mas sim pela Justiça do Trabalho.
GABARITO: E.

114 - O vencimento, a remuneração e o provento não podem ser


objeto de penhora, exceto no caso de prestação de alimentos
resultante de decisão judicial.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

COMENTÁRIO.
Questão correta, sendo essa assertiva mera reprodução da norma
constante do art. 48 da Lei 8.112, que também inclui em seu texto
a proibição de que vencimento, remuneração e provento sejam
objeto de arresto e seqüestro.
GABARITO: C.

Quanto ao regime jurídico concermente aos funcionários policiais civis


da União e do Distrito Federal, bem como às sanções aplicáveis aos
agentes públicos, julgue o item a seguir.
115 - Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo
indevidamente constitui ato de improbidade administrativa e, por
consequência, impõe a aplicação da lei de improbidade e a sujeição
do responsável unicamente às sanções nela previstas.
COMENTÁRIO.
Assertiva errada, pois de fato frustrar a licitude de processo
licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de improbidade
administrativa previsto no art. 10, VIII, da Lei 8.429/92.
Trata-se de um das hipóteses de improbidade que causam prejuízo
ao Erário.
Recordando aqui que os atos de improbidade se dividem em três
espécies: atos que importam enriquecimento ilícito; atos que
causam prejuízo ao Erário; e atos que atentam contra os
princípios da Administração Pública.
Contudo, a parte final da assertiva contém erro quando a banca
afirma que os responsáveis ficam sujeitos apenas às sanções
previstas na Lei 8.429/92. Pergunto: e o caput do art. 12 da lei? Dê
uma lida nele e verá que seu início é assim: “independentemente
das sanções penais, civis e administrativas, previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações...”
Em resumo, a Lei de Improbidade traz sanções que serão
conjugadas com outras previstas em legislação específica.
GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

DIREITO CONSTITUCIONAL – PROFESSORA NÁDIA CAROLINA

116 - A Constituição Federal de 1988 (CF) não reconhece aos índios


a propriedade sobre as terras por eles tradicionalmente ocupadas.
COMENTÁRIO.
Imagino que você tenha se lembrado, assim que leu a questão, de
que a propriedade dessas terras é da UNIÃO! Que tal reproduzirmos o
artigo que trata disso logo abaixo, só para “matar a saudade”?
Art. 20. São bens da União: (...)
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios.
Eu sei, caro (a) aluno (a). A questão abordou o tema sob o ponto de
vista da ordem social, ou seja, não cobrou especificamente o artigo
20 da CF/88. Mas veja que, mesmo se não houvesse estudado o
Título VIII da Constituição, que trata da Ordem Social, você seria
capaz de resolver a questão só com o conhecimento acima!
Vejamos, então, o art. 231, “caput” e §2º da CF/88, a que o
enunciado faz referência:
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua
organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras
que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os
seus bens.
(...)
§ 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios destinam-se a sua posse permanente,
cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do
solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
Ficou mais claro agora, não? Os índios possuem os DIREITOS
ORIGINÁRIOS (de gozo ou fruição) sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, não a sua propriedade. Elas são
PATRIMÔNIO DA UNIÃO. A eles cabe, entretanto, sua POSSE
permanente.
GABARITO: C.

Acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens


seguintes, à luz da CF.
117 - Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante ou à de terceiros,

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

constantes de registros ou bancos de dados de entidades


governamentais ou de caráter público.
COMENTÁRIO.
Não acredito que você caiu no “peguinha”! Leia com atenção, e tente
achar o ERRO da questão. Para ajudá-lo, que tal recorrermos à
Constituição?
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.
Encontrou o erro?
O habeas data é remédio constitucional (meio hábil determinado pela
Constituição) que se destina a garantir o acesso a informações
relativas à pessoa do impetrante, ou seja, do REQUERENTE,
SOLICITANTE. Jamais poderá ser usado para garantir acesso a
informações de terceiros!
GABARITO: E.

118 - São privativos de brasileiro nato os cargos de ministro de


Estado da Defesa, ministro de Estado da Fazenda e de oficial da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica.
COMENTÁRIO.
Que fácil, não? A prova cobrou a literalidade da Constituição! Bastava
saber o texto do art. 12, §3º da Carta Magna:
(...)
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 23, de 1999).

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

QUESTÃO ERRADA. Essa lista é taxativa, caro (a) aluno (a)! Quem
não está nela não precisa ser brasileiro nato para assumir o cargo. A
questão é incorreta por tentar incluir o cargo de Ministro da Fazenda
à lista do art. 12, §3º, CF/88.
Vamos, então, à penúltima questão de Direito Constitucional na
prova...
Com fundamento nas regras estabelecidas na CF quanto à defesa do
Estado e das instituições democráticas, julgue os itens que se
seguem.
GABARITO: E.

119 - O decreto que instituir o estado de defesa pode estabelecer


restrições ao direito de reunião, ainda que exercida no seio das
associações.
COMENTÁRIO.
A questão foi anulada, pois o conteúdo cobrado não estava previsto
no edital.
Entretanto, já que nosso objetivo é revisar a matéria, veja como o
tema é tratado na Carta Magna:
Art. 136, § 1º - O decreto que instituir o estado de
defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das
associações;
Questão CORRETA!
GABARITO: ANULADA.

120 - A Polícia Federal tem competência constitucional para prevenir


e reprimir, com exclusividade, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o contrabando e o descaminho.
COMENTÁRIO.
Questão INCORRETA! Essa atividade não é EXCLUSIVA da Polícia
Federal. Veja o tratamento dado pela Constituição a essa matéria:
Art. 144, § 1º A polícia federal, instituída por lei
como órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se a:

www.pontodosconcursos.com.br
PROVA COMENTADA

AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - PF - 2009

(...)
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência.

Percebeu como não se fala em exclusividade?


GABARITO: E.

www.pontodosconcursos.com.br

Você também pode gostar