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Faculdades Metropolitanas Unidas- FMU

Alessandra Gabrielle Machado Carvalho RA: 1327322

Pedagogia – 168203A07

Organização da ação pedagógica Profª: Adriana Mesquita

TÉORICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL.

COMENIUS

Jan Amos Komenský ou João Amós Comenius, educador checo, nasceu em


28 de março de 1592 na cidade Nivnitz que fica na Moravia (região da Europa
Central pertencente ao Reino da Boêmia – antiga Tcheco-Eslováquia).

Filho de Martinho e Ana, também eslavos, eram cristãos adeptos dos Irmãos
Morávios – fraternidade cuja história remonta aos tempos de Jan Huss, líder
religioso muito popular no século XV (padre, professor e reitor da Universidade de
Praga). A seita dos Irmãos Morávios destacava-se pelo extremado apego às
Sagradas Escrituras, impondo a seus seguidores vida austera, com preces diárias e
leitura cotidiana da Bíblia.

Aos 12 anos de idade, Comenius perdeu seus pais e suas duas irmãs
(Ludmila e Suzana), vitimados por uma peste que dizimou a cidade, tendo ficado só.
Em razão disso, foi obrigado a viver com uns tutores rudes que lhe deram pouca
atenção. Numa escola dos Irmãos Morávios aprendeu rudimentos de leitura, escrita,
cálculo e catecismo – ensinamentos esses suficientes para despertar nele o desejo
de saber e prepará-lo para se tornar um grande erudito.

Em sua juventude, a escola da época era um lugar de sombria seriedade,


desprovida de atrativos. Exigia dos meninos postura de adultos, exercício
exacerbado da memorização, verbalismo extremo e praticava-se pedagogia da
palmatória. Concluído os estudos secundários, Comenius fez opção pela carreira

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eclesiástica: estudou Teologia na Universidade Calvinista de Herborn, na Alemanha
onde adquiriu uma boa bagagem cultural.

Como estudante, apresentou duas teses de doutorado: “Problemata


miscelania” e “Syloge questiorum controversum”, ambas alvo de elogios de seus
professores. Em busca de conhecimentos sobre astronomia e matemática transferiu-
se para Heidelberg e então retornou à sua terra natal com intenção de colocar em
prática os conhecimentos adquiridos.

Em 1616, após dois anos na profissão de professor, é ordenado pastor dos


Irmãos Morávios estabelecendo-se na cidade de Fulnek, onde casou-se e teve dois
filhos com Madalena Vizovska. Aos 24 anos desempenhou a função de pastor e
professor, sendo em seguida nomeado diretor de escola.

A Guerra dos Trinta Anos (conflito religioso entre protestantes e católicos)


deixou marcas profundas na vida de Comenius, tanto quanto para seu país (Tcheco-
Eslováquia) que sofreu o extermínio de mais de 80% da população. Em 1621,
perdeu livros e manuscritos com a invasão dos espanhóis. Perdeu também seus
filhos e esposa, vitimados por doenças instaladas pela devastação e miséria,
resultado da prolongada guerra.

Mesmo diante de tantas dificuldades, Comenius produz uma série de escritos


de cunho religioso com o propósito de recuperar o ânimo da irmandade. Os Irmãos
Morávios, nessa época, foram vítimas de intensa perseguição e fogem para a
Polônia, onde já existiam alguns simpatizantes.

Comenius muda-se então para Leszno, onde se casa pela segunda vez com
Dorotéia Cirilo, filha de um influente bispo. Reanimado, retorna às funções de
professor e pastor. A fama do trabalho que desenvolveu chegou à Inglaterra para
onde foi convidado a ser reitor da já famosa Universidade de Harvard. Por motivos
políticos, Comenius não aceitou. Andou por outros países, como Suécia, onde
acontece o encontro com o francês Descartes que defendia o método de ensino
utilizado por Comenius.

Retorna a Leszno (Polônia) e, em 1648, morre sua segunda esposa ficando


ele com cinco filhos. Pobre, doente e incompreendido procura refúgio na Alemanha,
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mas acaba indo para a Holanda, onde em 1649, casa-se pela terceira vez. Instalado
em Amsterdam reúne forças para continuar seu trabalho de educador e reformador
social, ganhando novo fôlego.

Segundo Covello (1991), conscientes do valor de Comenius as autoridades


holandesas propõem a publicação de todas as suas obras pedagógicas, muitas das
quais já bastante conhecidas no país. Na Holanda, viveu feliz tendo uma vida
reconfortante e sem dificuldades financeiras graças ao reconhecimento de suas
qualidades e competências. No final de sua vida, Comenius dedica-se a ser um
apologista da paz, defendendo a fraternidade entre povos e credos religiosos.

Em 1670, antes de morrer com quase 80 anos, Comenius ainda escreveu um


resumo dos princípios pedagógicos que defendeu. Terminou seus dias cercado de
familiares e amigos. Foi sepultado com aura de santidade numa pequena igreja em
Naarden, onde foi construído seu mausoléu.

Segundo Covello (1991), em 1956, a Conferência Internacional da UNESCO,


realizada em Nova Delhi, deliberou a publicação das obras de Comenius e elege o
filósofo como um dos primeiros propagadores das idéias que inspiraram a UNESCO
por ocasião de sua fundação.

Comenius escreveu mais de 200 obras, sendo as principais:

O labirinto do mundo, 1623;

Didactica checa, 1627;

Guia da escola materna, 1630;

Porta aberta das línguas, 1631;

Didactica Magna (versão latina da Didactica checa), 1631;

Novíssimo método das línguas (1647);

O mundo ilustrado (1651);

Opera didactica omnia ab anno 1627 ad 1657;


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Consulta universal sobre o melhoramento dos negócios humanos (1657);

O anjo da paz, 1667;

A única coisa necessária (1668).

Comenius deixou uma obra pedagógica revolucionária e as inovações


introduzidas por ele nos métodos de ensino influenciaram em grande medida as
reformas educacionais e as teorias de eminentes pedagogos de séculos posteriores.
Em sua Didatica Magna, expôs suas idéias principais e propôs um sistema educativo
a ser aplicado da infância aos estudos pós-universitários.

A doutrina filosófica de Comenius propõe a universalização do saber e a


supressão dos conflitos religiosos e políticos. São três os seus princípios filosóficos:

1) a igualdade dos seres humanos, de onde deduz a possibilidade de uma


sociedade universal e o princípio da escola aberta, sem distinção sexual;

2) o papel humanizador na educação da juventude é o único remédio para a


corrupção da humanidade e suas dissensões;

3) o primado sensível: tudo começa pelo sensível e tudo penetra pelos


sentidos, portanto a educação deve desenvolver-se pela intuição sensível

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FRÖEBEL

Friedrich Wilhelm August Fröebel foi um pedagogo alemão, influenciado pelo


método Pestalozzi, que desenvolveu a criação do “jardim-de-infância”, através de
um método integral.

Froebel teve uma formação religiosa (protestante) que marca a sua


concepção pedagógica, marcada pelo respeito pela dignidade, o educando deve ser
tratado com dignidade, liberdade e respeito pela diferença. O educador deve ser
uma figura de referência para o educando, exigente e flexível, que guie a sua
aprendizagem. O seu principal contributo para o método de Pestalozzi, com que
trabalhou, passa pelo desenvolvimento do papel do educador, que deve
acompanhar o crescimento dos alunos desde a infância até á adolescência.

Na sua teoria pedagógica, com base no Jardim de Infância, o educador


desenvolve as diversas fases do crescimento dos alunos, que consoante cada fase
de crescimento, apresentam interesse e necessidades diferentes. Assim, quando em
1837 surge o primeiro jardim, as crianças eram comparadas como rebentos de
plantas de jardim, as quais deveriam ser cuidadas pelo jardineiro. Nesta fase as
crianças exprimem-se sobretudo através da percepção sensorial, da linguagem e
das brincadeiras. O professor deveria estimular a comunicação como forma de ligar
a percepção na natureza à vida da criança. As várias fases de crescimento: a
infância, a meninice, a puberdade, a mocidade, a maturidade eram importantes para
a formação do individuo.

No desenvolvimento do método são relevantes três momentos ou operações


de aprendizagem: a ação, que procura desenvolver a relação entre os meninos e os
objetos, o jogo, onde o objeto é explorado de diferentes formas; e o trabalho, que
confere sentido social à projeto de ação experimentado no jogo.

Entre vários os vários contributos de Fröebel, está a relevância do brinquedo


com objeto de aprendizagem, a relevância das relações socias e familiares como
papéis sociais, a a criação de módulos de aprendizagem, para a construção de
jogos.

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O jogo é inato para crianças, pelo que pela brincadeira, o ato de brincar na
criança é já é uma linguagem, pois através da ação apreende, usa uma linguagem
gestual/corporal, incorpora sons, verbaliza emoções etc.

Na formação de brincadeira criou recursos para facilitar a expressões, através


de “blocos de construção” usados para atividades criativas, como papelão, argilas,
areias, etc.

As expressões através do desenho e as atividades que envolvem o


movimento e os ritmos eram elementos importantes para a criança se conhecer

Muitas vezes os jogos de som e ritmo são o primeiro passo para a criança se
reconhecer, para tomar consciência dos membros de seu próprio corpo, para depois
construir sequências de movimento.

O método de Frobel valoriza também a histórias, mitos, lendas, contos de


fadas e fábulas, assim como as excursões e o contato com a natureza e o meio
envolvente para reconhecer.

Fröebel afirma, na sua obra “A educação do homem” (1826):

“A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição


humana Auto consciente, com todos os seus poderes funcionando completa e
harmoniosamente, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o
mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, originariamente se
elevara acima do plano animal e continuara a se desenvolver até a sua condição
atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal.”

Esse texto ilustra o conceito de ato educativo para Fröebel, onde cada objeto
é simultaneamente una unidade e uma parte dum todo. Dependendo do campo de
observação cada coisa (objeto) do mundo é uma unidade e uma parte do geral.

Esse texto ilustra o conceito de ato educativo para Fröebel, onde cada objeto
é simultaneamente una unidade e uma parte dum todo. Dependendo do campo de
observação cada coisa (objeto) do mundo é uma unidade e uma parte do geral.

No campo da sociabilidade e das relações, o método de Fröebel é também


valorizado para que cada criança compreenda que é simultaneamente um individuo
autónomo (unidade) quando considerado em relação a si mesmo, e uma parte do
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todo (ator social) quando considerado em relação. Através destas relações o método
ajuda a construir objetivos de ação social.

Princípios do Método Integral de Fröebel:

- A educação deve basear-se na evolução natural das atividades da criança.

- Objetivo do ensino é sempre extrair mais do homem do que colocar mais e


mais dentro dele.

- A criança não deve ser iniciada em nenhum novo assunto enquanto não
estiver madura para ele.

-O verdadeiro desenvolvimento advém de atividades espontâneas.

- Na educação inicial da criança o brinquedo é um processo essencial.

- Os currículos das escolas devem basear-se nas atividades e interesses de


cada fase da vida da criança.

- A grande tarefa da educação consiste em ajudar o homem a conhecer a si


próprio, a viver em paz com a natureza e em união com Deus (a sua concepção de
educação estava profundamente contaminada pela ideia religiosa)

A proposta educativa de educação integral, é por vezes caracterizada como


um “currículo de atividades“, onde partindo de jogos lúdicos se procuram criar
aprendizagens significativas nas crianças.

A educação é vista com um processo de apropriação do real (o mundo),


através do qual se criam ações transformadoras.

Por vezes é considerado um modelo educativo em espiral, onde os alunos,


em contato com o mundo, desenvolvem várias experiencias significativas, traduzindo
essas aprendizagens em diferentes formas de comunicação, partindo de forma
simples, para as mais complexas, na qual se inclui o pensamento abstrato da
matemática.
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Dos contributos da pedagogia de Fröebel para a teoria do projeto
destacamos:

a dinâmica das aprendizagens do ser humano é dinâmica, criativa e


relacional.

As aprendizagens desenvolvem-se por etapas, que estão relacionadas com


capacidades cognitivas e afetivas, nas quais as desenvolvidas na primeira infância
são essenciais.

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MONTESSORI

Maria Montessori (1870-1952) foi uma pedagoga, pesquisadora e médica


italiana, a criadora do “Método Montessori” um sistema educacional baseado na
formação integral do jovem. “Educar para a Vida” foi o seu lema.

Maria Tecla Artemisia Montessori nasceu em Chiaravalle, norte da Itália, no


dia 31 de agosto de 1870. Era filha de Alessandro Montessori, oficial do Ministério
das Finanças, e de Renilde Stoppani

Desde sua adolescência, Maria mostrou interesse por biologia e decidiu


estudar medicina na Universidade de Roma, mesmo enfrentando a resistência do
pai, que desejava que ela seguisse a carreira de professora.

Na universidade, um dos problemas enfrentados pela aluna era na sessão de


dissecação, quando precisava ficar sozinha, pois não podia executá-la junto com os
homens.

Formada em 10 de julho de 1896, Maria Montessori se tornou uma das


primeiras mulheres a concluir medicina em uma universidade na Itália.

Fugindo do preconceito da sociedade da época, de uma mulher exercer a


profissão de médica, ingressou como assistente na clínica psiquiátrica da
Universidade de Roma.

Dedicou-se ao estudo e à realização de experiências com as crianças


portadoras de distúrbios de comportamento e de aprendizagem. A partir do estudo
da obra de Édouard Séguin, médico e educador francês, passou a criar materiais
que mais tarde fariam parte de seu método.

Aos 28 anos, defendeu no Congresso Médico Nacional, em Turim, a tese de


que a principal causa do atraso no aprendizado de crianças especiais era a ausência
de materiais de estímulo para o desenvolvimento adequado. Buscando se

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especializar, formou-se em Pedagogia e envolveu-se com a Liga para a Educação
de Crianças com Retardo, sendo nomeada codiretora de uma escola especializada.

Maria Montessori resolveu se dedicar integralmente à Educação. Em 1904,


passou a lecionar na Escola de Pedagogia da Universidade de Roma, onde ficou até
1908.

Em 1907, Maria Montessori foi convidada para trabalhar com crianças que
não apresentavam nenhuma característica especial e, associada ao governo de
Roma, abriu no bairro pobre de San Lorenzo, sua primeira “Casa dei Bambini” (Casa
das Crianças), onde aplicou pela primeira vez seu método completo, o "Método
Montessori".

O Método Montessori, descrito primeiramente em “Método da Pedagogia


Científica Aplicado à Educação” (1909), conjuga o desenvolvimento biológico e
mental da criança, dando ênfase ao treinamento prévio dos movimentos musculares
necessários à realização de tarefas como a escrita.

Seu método, que respeita a individualidade e as necessidades de cada


criança, partindo do princípio da liberdade com responsabilidade, compreensão e
respeito, revolucionou a forma de educar. O êxito da primeira escola levou à
abertura de muitos outros centros que se baseavam no “Método Montessori” para a
educação das crianças.

Maria Montessori publicou vários livros em que expôs as bases filosóficas de


suas teorias pedagógicas, entre eles, “Educação Para um Novo Mundo” (1946),
“Para Educar o Potencial Humano” (1948) e “A Mente Absorvente” (1949) que
aborda a educação de crianças de menos de três anos.

A partir de então, Maria Montessori passou a viajar pelo mundo, ministrando


cursos e palestras sobre seu método. Em 1912, Maria Montessori foi para os
Estados Unidos, para

lecionar em Nova Iorque e em Los Angeles. Em 1916 esteve em Barcelona e


em 1920 lecionou em Londres.

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- Em 1922 foi nomeada Inspetora do governo nas Escolas da Itália. Porém,
com a ascensão do regime fascista de Mussolini, várias escolas especializadas no
Método Montessori foram fechadas, e em 1934 a educadora decidiu deixar seu país.

- Em 1936, trabalhando na Espanha, mais uma vez foi obrigada a fugir,


quando explodiu a Guerra Civil Espanhola. Permaneceu na Holanda durante algum
tempo, mas em 1939 foi para a Índia onde lecionou durante sete anos.

- Em 1946 voltou para seu país e, em 1947, com 76 anos, Maria Montessori
falou para a UNESCO sobre “Educação e Paz”.

- Em 1949 recebeu a primeira das três indicações ao Prêmio Nobel da Paz.


Com 81 anos participou do 9.º Congresso Montessori Internacional.

- Este método, já maduro pela experiência e pela reflexão, foi exposto por
Montessori no “Il metodo della pedagogia scientifica aplicatto all’autoeducazione
infantile nella casa dei bambini” (1909), mais tarde editado como “La Scoperta Del
Bambino” e traduzido aos principais idiomas.

O método consistia em desenvolver a autonomia da criança, que encontrava


na “casa” o material indispensável para o exercício dos sentidos, os objetos
apropriados a seus desejos e a suas proporções físicas, e a possibilidade de aplicar,
com seu trabalho pessoal e segundo sua livre escolha, a solução de problemas
práticos interessantes, perante o diverso material disponível.

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REFLEXÃO

È impossível olhar para a educação atual e não enxergar as revoluções


proporcionadas por tantos teóricos e suas experiências, ensinamentos e vivências.
Que proporcionam uma visão diferenciada da criança e da construção de
aprendizagem na infância.

Estes teóricos através de suas perspectivas consolidaram e embasaram


muitas pesquisas cientificas, bases pedagógicas e metodológicas , Comenius
promoveu por meio de seus quatros pilares a prospecção e desenvolvimento
humano se tornou o pai da didática o qual é sobre ela que o conceito ensino-
aprendizagem é firmado em dias atuais. Montessori brilhantemente presenteou a
pedagogia e a infância com o seu método, desmistificando o ensino para crianças
neurodiversas e ou com atrasos de aprendizagem proporciona a premissa que com
a exposição a estímulos e materiais de estímulos corretos é possível desenvolver
habilidades e repertórios para aprendizagem outrora não adquiridos. Já Fröebel
ilustra o ideal de jardim de infância e as diversas consoantes de cada fase de
crescimento, interesses e necessidades no espaço escolar, ilustrando o conceito de
jogos pedagógicos e o brincar como ferramenta de aprender e linguagem escolar.

Por fim, todos esses conceitos foram e são importantes para a pedagogia atual , o
mínimo de referencial escolar perpassam e dependem de cada pensamento
construído por personas que em suas vivências foram além da transformação de
suas realidades e construíram para mudar a realidade do ser humano escolar e
social no futuro.

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