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2ºANO
ENSINO MÉDIO
PROFESSORA:
YOLANDA S. DIAS
PRIMEIRO BIMESTRE
Iluminismo
Liberalismo
Inconfidência Mineira
Conjuração Baiana
O Iluminismo foi um movimento intelectual que se tornou popular no século XVIII, conhecido
como "Século das Luzes". Surgido na França, a principal característica desta corrente de
pensamento foi defender o uso da razão sobre o da fé para entender e solucionar os
problemas da sociedade.
Também foram avessos ao absolutismo e aos privilégios dados à nobreza e ao clero. Estas
ideias eram consideradas polêmicas, pois isso abalava os alicerces da estrutura política e
social do Antigo Regime. Desta maneira, filósofos como Diderot e D’Alembert buscaram
reunir todo o conhecimento produzido à luz da razão num compêndio dividido em 35
volumes: a Enciclopédia (1751-1780).
Características do Iluminismo
O iluminismo rejeitava a herança medieval e, por isso, passaram a chamar este período de
"Idade das Trevas". Foram esses pensadores que inventaram a ideia que nada de bom havia
acontecido nesta época.
Economia
Em oposição ao Mercantilismo, praticado durante o Antigo Regime, os iluministas afirmavam
que o Estado deveria praticar o liberalismo. Ao invés de intervir na economia, o Estado
deveria deixar que o mercado a regulasse. Essas ideias foram expostas, principalmente, por
Adam Smith.
Alguns, como Quesnay, defendiam que a agricultura era a fonte de riqueza da nação, em
detrimento do comércio, como defendido pelos mercantilistas. Quanto à propriedade privada
não havia consenso entre os iluministas. John Locke enfatizava que a propriedade era um
direito natural do homem, enquanto Rousseau, apontava que esta era a razão dos males da
humanidade.
Política e Sociedade
Contrários ao Absolutismo, os iluministas afirmavam que o poder do rei deveria ser limitado
por um conselho ou uma Constituição.
O escritor Montesquieu, por exemplo, defendia um modelo de Estado onde o governo estaria
dividido em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Assim, haveria equilíbrio e
menos poder concentrado numa só pessoa. Esta ideia de governo foi adota por quase todos
os países do mundo ocidental.
Igualmente, os súditos deveriam ter mais direitos e serem tratados de forma igualitária. Com
isso queria se afirmar que todos deveriam pagar impostos e minorias, como os judeus,
tinham que ser reconhecidos como cidadãos plenos. É preciso lembrar que no Antigo
Regime, as minorias religiosas como judeus e muçulmanos, forma obrigados a se converter
ou a deixar os países onde estavam para escapar das perseguições.
Embora houvesse algumas vozes a favor das mulheres e até pensadoras iluministas, como
Émilie du Châtelet ou Mary Wollstonecraft, nenhum homem defendeu realmente a concessão
de direitos para elas.
Religião
A religião foi muito criticada por vários pensadores iluministas. A maioria, defendia a limitação
dos privilégios do clero e da igreja; bem como o uso da ciência para questionar as doutrinas
religiosas.
Havia aqueles que compreendiam o poder da religião na formação do ser humano, mas
preferiam que houvessem duas esferas distintas: a religião e o Estado. De igual maneira,
alguns iluministas defendiam o fim da igreja como instituição e a fé deveria ser uma
expressão individual.
Despotismo esclarecido
As ideias iluministas se espalharam de tal modo que muitos governantes buscaram implantar
medidas embasadas no iluminismo para modernizar seus respectivos Estados. Isso
acontecia sem que os monarcas abdicassem de seu poder absoluto, apenas conciliando-o
aos interesses populares. Deste modo, estes governantes faziam parte do Despotismo
Esclarecido.
Iluminismo no Brasil
O Iluminismo chegou ao Brasil através das publicações que eram contrabandeadas para a
colônia. Igualmente, vários estudantes que iam à Universidade de Coimbra também tiveram
contato com as ideias iluministas e passaram a difundi-las.
Consequências do Iluminismo
Os ideais iluministas tiveram sérias implicações sociopolíticas. Como exemplo, o fim do
colonialismo e do absolutismo e implantação do liberalismo econômico, bem como a
liberdade religiosa, o que culminou em movimentos como a Revolução Francesa (1789).
Montesquieu (1689-1755)
Voltaire (1694-1778)
Diderot (1713-1784)
D’Alembert (1717-1783)
Rousseau (1712-1778)
John Locke (1632-1704)
Adam Smith (1723-1790)
LIBERALISMO
Dessa maneira, o Estado não tem o direito de interferir na vida e nas liberdades individuais
dos cidadãos, a menos que esses atentem contra a ordem vigente. Esse pensamento liberal
norteou eventos como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, criando um Estado de
Direito liberal na modernidade, que visava assegurar os direitos dos cidadãos e acabar com
o despotismo.
O liberalismo, como um todo, visava a acabar com a opressão do chamado Antigo Regime
(as monarquias absolutistas que dominaram, durante muito tempo, as potências europeias).
Para os liberais, o ser humano era dotado de direitos naturais (pensamento herdado do
filósofo inglês John Locke) que assegurariam o direito de todos os cidadãos de participar da
política e da economia, de trabalhar, acumular riquezas e adquirir uma propriedade privada.
Do mesmo modo, eram direitos naturais à vida e à liberdade, sendo vedado ao Estado
qualquer forma autoritária e injustificada de restrição da liberdade ou assassinato dos
cidadãos.
Para os teóricos liberais modernos, não havia qualquer justificativa para o controle da vida,
do governo e da economia por parte dos monarcas. Isso porque a monarquia absolutista
estava assentada no ideal do direito divino, ou seja, os governantes eram pessoas eleitas por
Deus para guiar o povo. O pensamento moderno, já altamente racional, rejeitava essa noção.
Para os modernos, era a razão, distribuída entre as pessoas, a responsável por criar um
projeto de mundo capaz de impulsionar a sociedade e os indivíduos ao crescimento. Esses
ideais, que constituíam o Iluminismo, geraram o centro do pensamento liberal: a capacidade
individual de trabalhar, criar e evoluir.
Tipos de liberalismo
O liberalismo clássico pode ser dividido em liberalismo político e liberalismo econômico.
Chamamos de liberalismo clássico aquele que surgiu dos ideais de filósofos liberais do
século XVII e XVII contra o Antigo Regime e a favor da livre iniciativa individual na economia.
Em contraposição, existe o neoliberalismo, que é uma doutrina econômica do século XX que
resgatou elementos do liberalismo, adaptando-os à realidade econômica do mundo
globalizado e do capitalismo altamente desenvolvido.
Liberalismo Político
O pensamento liberal, em geral, visava a acabar com a opressão estatal sobre a vida das
pessoas em seus aspectos políticos e econômicos. Para tanto, era necessário abandonar a
visão medieval de governo, baseada no poder absoluto e irrestrito de um governante e no
severo controle da economia por parte do Estado (como ocorreu no mercantilismo, em que
os governos promoviam as ações da economia, baseadas no comércio e na exploração de
colônias, controlando absolutamente tudo).
Liberalismo Econômico
No campo econômico, foram as ideias do filósofo e economista inglês Adam Smith que
predominaram para estabelecer as diretrizes desse novo pensamento econômico. O
liberalismo econômico consiste no entendimento de que o Estado não deve interferir na
economia, pois essa deve ser feita a partir da livre iniciativa dos cidadãos, que devem ser
livres para produzir e fazer comércio, sendo responsáveis por si mesmos.
História do Liberalismo
As primeiras insurgências liberais começaram já no fim do século XVII, com um pensamento
burguês que desafiava a ordem vigente do absolutismo. Na Inglaterra, esse fator ocorreu
com a Revolução Gloriosa, que acabou de vez com o absolutismo inglês e implantou um
regime parlamentar no país que manteve a monarquia, mas abriu um Parlamento com a
possibilidade de participação política de pessoas que não pertenciam à nobreza.
Também foi fundamental a percepção de que existem direitos básicos que devem ser
garantidos, o que John Locke chamou de naturais e que os iluministas franceses chamaram
de direitos do homem e do cidadão. Dentre tais direitos, destacam-se a liberdade, a
igualdade (no caso, não a igualdade socioeconômica, mas a extinção de um sistema de
nobreza que privilegia as castas nobres na política) e o direito à propriedade (nos regimes
absolutistas, a maior parte da propriedade concentrava-se nas mãos da nobreza e do clero).
Neoliberalismo e Liberalismo
O liberalismo clássico mostrou-se ineficaz no início do século XX, após o advento de crises,
como a Grande Depressão de 1929, em que a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou. O
cenário era de desemprego geral e péssimas condições de vida e trabalho para a classe
operária europeia e estadunidense (principalmente), mas também para as classes operárias
de outros países fora dos grandes eixos industriais.
Um dos economistas que apresentaram uma proposta diferente foi o inglês John Maynard
Keynes, formulando uma doutrina conhecida posteriormente como keynesianismo. Essa
teoria trouxe uma forma de pensar a economia capitalista como um misto de lucro para a
iniciativa privada, mas com uma regulação estatal que assegurasse boas condições de vida
para toda a população, e não somente para uma classe privilegiada.
As formas de governar que surgiram a partir dessas ideias ficaram conhecidas como social-
democracia, sendo aplicadas nos Estados Unidos por Franklin Delano Roosevelt e por
países nórdicos europeus, como a Finlândia. A educação, a saúde, a segurança, o pleno
emprego e a dignidade da vida deveriam ser promovidos pelo Estado quando a iniciativa
privada não conseguisse atingir a todos com os seus benefícios, o que fez surgir um Estado
de bem-estar social, que tornaria mais digna a vida humana e permitiria o acesso ao
consumo por parte das classes trabalhadoras.
Ludwig von Mises, economista da Escola Austríaca que fundamentou as primeiras teorias neoliberais.
A nova realidade não permitiria uma completa e total separação entre a economia e o
Estado, mas permitiria ajustes que os neoliberais consideravam necessários. Esses ajustes
visavam, em geral, à ampliação da iniciativa privada na oferta de serviços básicos e a
supressão quase total das empresas, órgãos e funcionários públicos, a fim de, como dizem
os neoliberais, desinflar a máquina estatal. Por essa lógica, o papel do Estado na economia
seria quase nulo, a cobrança de impostos abaixaria muito e os serviços básicos seriam, em
sua maioria, cobrados.
Críticos dessa vertente econômica dizem que esse tipo de política econômica tende a manter
uma classe privilegiada no poder econômico, assim como acontecia no liberalismo clássico,
além de precarizar a vida do trabalhador, que precisa trabalhar mais e perde muitos dos seus
direitos trabalhistas
INCONFIDÊNCIA MINEIRA
Apesar de ter sido decretada somente uma vez, sempre pairava a ameaça que a derrama
poderia se tornar realidade e isso assustava tanto os exploradores de ouro como a
população. O custo de vida em toda a região aumentava, pois tudo era comprado a prazo e
com ouro. Desta maneira, os funcionários que detinham o monopólio do metal começaram a
se endividar.
Também as ideias do Iluminismo que apregoavam temas como a liberdade para os povos e
questionar a ordem política vigente, circulavam pela capitania de Minas Gerais apesar da
censura. Estas ideias foram trazidas por estudantes brasileiros que tinham realizado cursos
superiores na Europa e através de livros.
Não se pode esquecer que os envolvidos nesta conspiração tomavam como exemplo a
Independência dos Estados Unidos. Ali, os colonos, revoltados contra o sistema fiscal de sua
metrópole, tinham conseguido a independência da Inglaterra. Isto animou a elite mineradora
a conspirar contra a metrópole.
Bandeira da Inconfidência - 1789: Os Inconfidentes. Carlos Oswald, c.1939. Academia de Polícia Militar (MG)
Tomás Antônio Gonzaga, escritor e poeta, depois terminar os estudos jurídicos na Europa,
tornou-se ouvidor (juiz) em Vila Rica. Francisco de Paula Freire, tenente coronel e
comandante do Regimento dos Dragões (tropa militar de Minas Gerais), estava
hierarquicamente logo abaixo do governador.
Joaquim José da Silva Xavier, chamado de Tiradentes, era filho de um pequeno fazendeiro e
ganhou a vida como militar, dentista, tropeiro e comerciante. Foi o mais popular entre os
conspiradores e, embora não tenha sido o idealizador do movimento, teve papel importante
na propagação das ideias revolucionárias junto à população.
Rei);
➯ Criar indústrias;
➯ Fundar uma universidade em Vila Rica;
➯ Acabar com o monopólio comercial português;
➯ Adotar o serviço militar obrigatório;
➯ Instituir parlamentos locais que seriam subordinados a um parlamento regional.
A bandeira do novo país seria um pavilhão que conteria a frase latina “Libertas quae sera
tamen” (Liberdade ainda que tardia). Mais tarde, um desenho semelhante e o lema seriam a
base para a criação da bandeira do Estado de Minas Gerais. Bandeira da Inconfidência
Mineira com as cores da Revolução Francesa e um índio rompendo grilhões.
A revolta deveria ter início no dia do derrama, que o governo programara para 1788 e acabou
suspendendo quando soube da conjuração. Os planos dos inconfidentes foram frustrados
porque três participantes da conspiração procuraram o governador, Visconde de Barbacena,
para delatar o movimento.
Foram eles: o coronel Joaquim Silvério dos Reis, o tenente coronel Basílio de Brito Malheiro
do Lago e o mestre de campo (militar) Inácio Correia Pamplona.
Tiradentes, que viajava para o Rio de Janeiro a fim de adquirir armas, foi preso naquela
cidade, no dia 10 de maio de 1789.
Após três anos sendo processados, todos os participantes foram perdoados ou condenados
ao degredo. Somente Tiradentes foi condenado à morte e executado no dia 21 de abril de
1792, no campo de São Domingos, no Rio de Janeiro. Após o cumprimento da sentença, o
corpo foi esquartejado e ficou exposto à execração pública.
Contudo, a figura de Tiradentes seria recuperada pelo regime republicano que o transformou
num mártir da liberdade. Inclusive, dia 21 de abril, data da morte de Tiradentes, é feriado
nacional, o Dia de Tiradentes, a fim de lembrar a Inconfidência Mineira.
CONJURAÇÃO BAIANA
A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento político popular ocorrido
em Salvador, Bahia, em 1798. Tinha como objetivos separar a Bahia de Portugal, abolir a
escravatura e atender às reivindicações das camadas pobres da população.
É também conhecida como "Conspiração dos Búzios" ou "Revolta dos Alfaiates", por ter
como principais líderes os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos Lira. A
Conjuração Baiana foi composta, em sua maioria, por escravizados, negros livres, brancos
pobres e mestiços, que exerciam as mais diferentes profissões, como sapateiros, pedreiros,
soldados, etc.
Influenciada pela Revolução Francesa e pela Revolução Haitiana, a Conjuração Baiana foi
fortemente reprimida. Seus membros foram presos e, em 1799, os líderes do movimento
foram condenados à morte ou ao degredo.
A maçonaria exerceu uma forte influência sobre a conjuração, pois os ideais políticos da
Revolução Francesa chegavam ao Brasil também por intermédio deste grupo. A primeira loja
maçônica criada na Bahia, Cavaleiros da Luz, contava com a participação de diversos
intelectuais que se envolveram na conjuração.
São eles:
José
da Silva
Lisboa, futuro visconde de Cairu; o cirurgião Cipriano Barata, o "médico dos pobres"; o
farmacêutico João Ladislau de Figueiredo; o padre Francisco Gomes; o professor de latim
Francisco Barreto e o tenente Hermógenes Pantoja, que se reuniam para ler Voltaire, traduzir
Rousseau e organizar a conspiração.
Os quatro líderes da Conjuração Baiana condenados à morte em 1799. (imagem: Revista Caros Amigos)
Outra causa que levou à revolta foi o fato da população da cidade de Salvador estar em
situação de penúria, depois que a capital do Brasil colônia foi transferida para o Rio de
Janeiro, em 1763. Afirmou-se a necessidade de fundar na Bahia uma república Democrática,
onde não houvesse diferenças sociais e onde todos fossem iguais.
No dia 12 de agosto de 1798, a cidade de Salvador amanheceu coberta de papéis
manuscritos pregados aos muros das igrejas. Os panfletos chamavam a população à luta e
proclamavam ideias de liberdade, igualdade, fraternidade e República.
Um dos principais dizeres era: “Animai-vos povo baiense que está para chegar o tempo
feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos, o tempo em que
todos seremos iguais.”
Durante 70 anos, a Inglaterra foi o único país industrializado do mundo. É claro que a
Inglaterra, com o objetivo de exportar seus produtos industriais, favorecia o livre comércio. O
pacto colonial prejudicava as ambições comerciais da Inglaterra. Portanto, a Inglaterra, que
anteriormente apoiava o colonialismo, passou a incentivar a independência das colônias. O
motivo disso é óbvio: se as colônias se tornassem independentes, elas poderiam comprar
produtos manufaturados ingleses e vender matérias-primas à Inglaterra a preço baixo.
Para resolver o problema de mão de obra no Maranhão, a Coroa criou a Companhia Geral
de Comércio do Maranhão, que teria a obrigação de fornecer 500 escravos negros por ano
durante 20 anos. O rei esperava, assim, solucionar o problema da falta de mão de obra no
Maranhão e agradar os jesuítas, que se opunham à escravização de nativos.
Mercado de escravos
A Companhia do Maranhão monopolizaria o comércio do estado do Maranhão. Ela deveria
fornecer aos habitantes alimentos importados e adquirir toda a produção da região para
exportá-la.
Mas os administradores da Companhia não cumpriram com suas obrigações. Eles
roubavam, falsificavam e cometiam inúmeros atos de corrupção. A Coroa havia tentado
solucionar o conflito entre colonos e jesuítas no Maranhão, mas a solução imposta acabou se
provando pior que o problema.
Manuel Beckman e seu irmão Tomás lideraram o levante contra a Companhia do Maranhão
e os jesuítas. Manuel Beckman declarou: “Não resta outra coisa senão cada um defender-se
por si mesmo; duas coisas são necessárias: a revogação do monopólio e a expulsão dos
jesuítas, a fim de recuperar a mão livre no que diz respeito a comércio e aos índios; depois
haverá tempo de mandar ao rei representantes eleitos e obter a sanção dele”.
A revolta de Beckman levou à abolição do estanco da companhia. Além disso, foi nomeado
um novo governador para o estado do Maranhão: Gomes Freire de Andrade. Mas após
alcançar parte de suas reivindicações, o movimento perdeu força e foi debelado em 1685.
Manuel Beckman e Jorge Sampaio, dois dos líderes da revolta, foram presos e executados.
Os jesuítas, que haviam sido expulsos, retornaram ao Maranhão.
Em 1709, o governo interveio, criando a capitania real de São Paulo e Minas do Ouro. Para
atender às exigências dos paulistas, Ribeirão do Carmo, Sabará e Vila Rica foram elevadas
ao status de vilas, com a criação de câmaras municipais. Os conflitos diminuíram, mas suas
causas não foram esquecidas.
Cidade de Olinda
Os comerciantes portugueses de Recife eram economicamente superiores aos brasileiros,
mas eles não tinham autoridade política, pois a Câmara Municipal, que era a sede do poder
político local, localizava-se em Olinda. Mas em 1710, Recife obteve a carta régia de
emancipação política e administrativa, construindo na cidade o pelourinho, que simbolizava a
autonomia administrativa do lugar.
A Coroa decidiu intervir e nomeou um novo governador, pôs fim ao conflito e confirmou a
autonomia de Recife. Mais uma vez, os interesses coloniais entravam em conflito com os
interesses metropolitanos.
O governo metropolitano reagiu a essas tentativas dos colonos de fugir da pesada carga de
impostos e da fiscalização ao criar novos impostos e aumentar a vigilância. Os mineradores
foram obrigados a pagar taxas sobre os escravos e pedágios para transitar nas estradas que
iam para as Minas. Também foram criados "donativos" que eram um tipo de imposto
provisório para atender a um objetivo específico, mas que logo se tornavam permanentes.
Para combater o descaminho do ouro entre as Minas e o Rio de Janeiro, o governo
português determinou a instalação de casas de fundição em Vila Rica, onde o ouro seria
transformado em barras e selado, depois de retirada o quinto que era dado ao governo
português. À medida que o contrabando aumentava, aumentavam também as punições aos
contrabandistas. As tensões aumentavam em Vila Rica.
Finalmente, em 1720, uma rebelião ocorreu em Vila Rica, liderada pelo rico minerador
Pascoal da Silva Guimarães e pelo fazendeiro Filipe dos Santos. Os rebeldes tomaram conta
da cidade por vinte dias e exigiram a suspensão das casas de fundição. Filipe dos Santos foi
capturado e condenado à morte por enforcamento sem sequer ter sido julgado. Seu corpo foi
esquartejado e pedaços de seu corpo foram espalhados pela cidade para servir de exemplo
para outros possíveis rebeldes.
1º Reinado
Período Regencial
2º Reinado
UNIDADE TEMÁTICA 2:
A primeira região a ser povoada pelos portugueses foi o litoral, especialmente o nordestino.
Ali se estabeleceram as plantações de cana de açúcar, os engenhos, e os portos. Paralelo a
isso, os colonos organizavam expedições em busca de mão de obra, metais e pedras
preciosas.
Com a União Ibérica (1580-1640), o Tratado de Tordesilhas deixa de ter validade. Desta
maneira, os colonos portugueses podem ir para o interior. Com isso, encontram ouro e
pedras preciosas nas regiões hoje conhecidas como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
Após a independência, porém, as Províncias Unidas do Rio da Prata, alegam que a área da
Cisplatina lhes pertencia e tem início a Guerra da Cisplatina (1825-1828). A solução é a
criação de um Estado independente, a República Oriental do Uruguai.
Nesta época, se registram a criação das províncias de Alagoas (1817), Sergipe (1820),
Amazonas (1850) e (1853).
Em maio de 1900, após disputas diplomáticas lideradas pelo barão do Rio Branco, a questão
foi resolvida a favor do Brasil e uma faixa de terra de 250.000 km² foi incorporado ao estado
do Pará .No entanto, o principal conflito territorial foi registrado com a Bolívia.
O Território Federal do Guaporé passou a ser o estado de Rondônia, em 1982. Por sua vez,
Amapá e Roraima foram elevados à categoria de estados em 1988.
O Primeiro Reinado é um período que se estendeu de 1822 e 1831, sendo a fase em que d.
Pedro I foi imperador do Brasil. Esse momento de nossa história iniciou-se com a declaração
de independência, em 7 de setembro de 1822. A fase de consolidação do Brasil como nação
independente durou até 1825, quando Portugal reconheceu a autonomia do nosso território.
A primeira Constituição do Brasil foi outorgada em 1824, em um processo que gerou muito
atrito entre imperador e parlamentares. O Primeiro Reinado ainda sofreu com os impactos da
Guerra da Cisplatina, conflito que resultou na independência do Uruguai, e da Conferência
do Equador. Desgastado, d. Pedro I abdicou do trono em 1831.
Independência do Brasil
Dom Pedro I encabeçou a independência do Brasil e foi imperador de nosso país de 1822 a
1831. O Primeiro Reinado é, antes de tudo, o resultado da independência do Brasil, em
1822. É bastante conhecido que emancipação brasileira deu-se quando D. Pedro I deu
o grito de independência às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.
Isso foi interpretado como uma tentativa dos portugueses de recolonizar o Brasil. As relações
entre os representantes portugueses e as elites brasileiras tornaram-se ruins ao ponto de d.
Pedro, filho de d. João VI, ter sido alçado à condição de líder do processo de independência.
D. Pedro sofreu pressão para que também retornasse a Portugal, assim como seu pai, mas,
apoiado pelas elites brasileiras, decidiu ficar em janeiro de 1822. A partir daí, o desgaste foi
acelerado e as decisões tomadas por d. Pedro ou pelas Cortes em Portugal só ampliaram o
fosso entre brasileiros e portugueses.
Guerras de independência
A independência do Brasil foi declarada em 1822, mas a situação só se estabilizou
internamente durante o fim do ano de 1823. Isso porque, apesar de a maioria das províncias
ter apoiado o movimento, houve, em algumas regiões, uma resistência. Os estados que
resistiram permaneceram leais a Portugal, o que levou a conflitos armados.
As províncias que permaneceram leias a Portugal foram: Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e
Cisplatina. As tropas que lutavam pela independência contaram com a ação de dois
importantes estrangeiros: o oficial francês Pedro Labatut, responsável por mobilizar tropas
terrestres, e o Lorde Cochrane, inglês que liderou embarcações brasileiras contra as
portuguesas.
Os ingleses, por sua vez, exigiram que, pelos serviços prestados e pelo reconhecimento da
independência, o Brasil deveria manter os acordos comerciais estabelecidos no Período
Joanino (muitos favoráveis aos comerciantes ingleses) e deveria assumir um compromisso
de acabar com o tráfico negreiro.
Os Estados Unidos foram, oficialmente, o primeiro país a reconhecer a independência do
Brasil. O reconhecimento norte-americano aconteceu em maio de 1824 e foi a forma
encontrada pelos EUA para colocarem em prática a sua política de combate à influência
europeia no continente americano.
A historiografia tradicional brasileira afirma que a reação inicial das nações sul-americanas
foi a de não referendar a independência por conta, do regime instalado aqui ter sido uma
monarquia. No entanto, um estudo conduzido por Rodrigo Wiese Randig aponta evidências
de que o reconhecimento argentino aconteceu em 25 de junho de 1823.
1. Temia-se que a escolha pela república pudesse ter o mesmo efeito que teve na
América Espanhola e gerasse fragmentação territorial;
Outros estudos apontam também que a proximidade geográfica entre as grandes cidades
brasileiras (todas litorâneas), a homogeneidade cultural das suas elites e presença da Corte
portuguesa no Brasil, entre 1808 e 1822, tenham contribuído para a coesão territorial do
Brasil e pelo forte apoio ao modelo monárquico.
Além disso, há que se levar em consideração que a formação cultural e as diferenças nas
colônias da América Espanhola eram muito diferentes. As grandes distâncias territoriais
entre as maiores cidades, a existência de universidades que possibilitavam a circulação de
ideias, as diferenças das elites hispânicas e o enfraquecimento da Coroa espanhola no
século XIX foram fatores que contribuíram para que a república ganhasse força nas antigas
colônias espanholas.
Principais acontecimentos do Primeiro Reinado
Cisplatina, província brasileira que foi palco da Guerra da Cisplatina (1825-1828). Conquistou
sua independência, tornando-se o Uruguai. Ao longo de quase nove anos de Primeiro
Reinado, importantes acontecimentos passaram-se no Brasil. No aspecto político, a
montagem do país passava obrigatoriamente pela elaboração de uma Constituição. Para
isso era necessário a convocação de eleição para a escolha de deputados e a formação de
uma Assembleia Constituinte.
Constituição de 1824
A Constituinte iniciou seus trabalhos em maio de 1823, e
a relação entre deputados e o imperador desgastou-
se ao longo desse processo. Isso porque d. Pedro queria
a montagem de uma Constituição que centralizasse o
poder nele, e os parlamentares defendiam uma
monarquia constitucional em que eles realizassem o
papel de moderadores do poder imperial.
Confederação do Equador
O Nordeste era uma das regiões mais insatisfeitas com o autoritarismo de D. Pedro I, e a
dissolução da Assembleia Constituinte gerou um grande ressentimento na região a ponto da
Câmara de Olinda anunciar que não reconheceria a Constituição de 1824. Além disso,
houve desentendimentos entre a elite pernambucana e o imperador a respeito da
nomeação de um governador para a província.
Pernambuco era uma província historicamente marcada por rebeliões e agitação popular. O
ressentimento com a forma que d. João VI tinha lidado com a Revolução Pernambucana de
1817 ainda estava vivo, e os desentendimentos com d. Pedro I reacenderam a insatisfação
dessa província.
O resultado foi que, em 2 de julho de 1824, teve início a Confederação do Equador, uma
rebelião de caráter republicano que ganhou todo o Nordeste. Liderada por Manoel de
Carvalho Paes de Andrade e Frei Caneca, o levante espalhou-se pelo Rio Grande do
Norte, Ceará, Paraíba, Piauí e Maranhão. A violenta reação de d. Pedro I fez com que os
rebeldes fossem contidos e muito dos envolvidos fossem executados.
Guerra da Cisplatina
Um dos grandes erros estratégicos de D.
Pedro I foi o seu envolvimento em
um conflito com as Províncias Unidas
do Prata (atual Argentina) pelo controle
da Cisplatina — província mais ao sul do
território brasileiro naquela época. O
governo portenho incentivou uma
rebelião, liderada por Juan Antonio
Lavalleja, contra o governo brasileiro.
O Brasil acumulou derrotas no campo de batalha e sua situação econômica ficou ainda
pior. O país precisou aceitar negociações com as Províncias Unidas pelo fim da guerra.
Desse acordo, ambos territórios concordaram, em 1828, em reconhecer a independência da
Cisplatina sob o nome de República Oriental do Uruguai.
Abdicação de D. Pedro I
Em 7 de abril de 1831, d. Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho, Pedro de Alcântara.
Em 1830, o jornalista italiano Líbero Badaró foi assassinado nas ruas de São Paulo. Ele era
um forte crítico de d. Pedro I e usava o seu jornal O Observador Constitucional para explicitar
o autoritarismo do imperador. Em 20 de novembro de 1830, Líbero Badaró foi morto na porta
de sua casa, e boatos começaram a acusar o imperador de proteger o mandante do crime.
A situação política era tão tensa que defensores e apoiadores do imperador entraram em
confronto físico nas ruas do Rio de Janeiro. Esses embates começaram em 11 de março de
1831 e duraram até o dia 16, ficando conhecidos como Noite das Garrafadas. A situação
política ficou muito ruim a partir daí, e d. Pedro I, acuado, abdicou do trono em nome de
seu filho, no dia 7 de abril de 1831.
Período Regencial
O Período Regencial (1831- 1840) foi a época em que o Brasil foi governado por regências,
pois o herdeiro do trono era menor de idade. Este período é caracterizado por momentos de
grande conturbação no Brasil com várias revoltas civis. Termina com o Golpe da Maioridade
que levou ao trono D. Pedro II aos 14 anos de idade.
Abre-se uma época de grande disputa de poder e instabilidade política que dão origem a
uma série conflitos:
A ideia é levada à votação na Câmara, mas não é aprovada. Desta maneira, os políticos
tramam o Golpe da Maioridade, declarando D. Pedro II maior de idade aos 14 anos.
Um ano depois, D. Pedro começa a governar o Brasil e tem início o Segundo Reinado.
O Segundo Reinado é o período em que o Brasil foi governado pelo imperador Dom Pedro II,
entre os anos de 1840 a 1889. Pedro II foi o governante que mais tempo ficou no poder no
Brasil. Ele assumiu o trono brasileiro com apenas 13 anos de idade – logo após o Golpe da
Maioridade, que encerrou o Período Regencial – e foi deposto em 15 de novembro de 1889,
quando militares proclamaram a República.
O Segundo Reinado iniciou-se logo após o conturbado Período Regencial. Esse período foi
marcado por revoltas provinciais. De norte a sul do Brasil, as províncias pegaram em armas
por conta de disputas de poder local, problemas sociais e questões republicanas.
Durante o Período Regencial, não havia imperador. Em 1831, Dom Pedro I abdicou do trono
brasileiro em favor do seu filho Pedro de Alcântara, que tinha apenas 5 anos de idade. A
Constituição de 1824 – que foi a primeira Constituição do Brasil e outorgada por Dom Pedro I
– dizia que o novo imperador só poderia assumir o poder com 18 anos. Enquanto o herdeiro
não alcançava a maioridade, o Brasil foi governado por regentes.
Dom Pedro II (1825-1891) governou o Brasil por quase 50 anos. Foi o homem que mais
tempo ocupou o poder em nossa história.
Dom Pedro II (1825-1891) governou o Brasil por quase 50 anos. Foi o homem que mais
tempo ocupou o poder em nossa história.
As constantes disputas provinciais fizeram com que fosse decretado o Golpe da Maioridade,
que permitia a coroação de Dom Pedro II mesmo sem atingir a idade mínima exigida pela
Constituição. Com um imperador coroado, o Poder Moderador poderia ser exercido
novamente, garantindo assim a ordem interna do Império brasileiro.
No contexto externo, o mundo era dominado pela Europa, que expandia seus domínios pela
Ásia e África. O século XIX foi caracterizado pelo neoimperialismo, avanço das novas
tecnologias e desenvolvimento científico. A segunda fase da Revolução Industrial expandiu a
indústria para outras nações europeias, como França e Bélgica. Acontecia também as
unificações da Alemanha e da Itália, que, em pouco tempo, tornaram-se potências europeias.
Características do Segundo Reinado
Política
Na política, o Segundo Reinado foi marcado pelo retorno do Poder Moderador. Logo após a
abdicação de Dom Pedro I e na impossibilidade de Dom Pedro II assumir o trono por conta
da sua pouca idade, o Poder Moderador foi suspenso durante o Período Regencial, pois, de
acordo com a Constituição de 1824, apenas o imperador poderia exercê-lo. Com o Golpe da
Maioridade e a coroação de Dom Pedro II, o Poder Moderador voltou a ser exercido até a
Proclamação da República em 1889. Dessa forma, consolidavam-se a centralização política
e o fortalecimento da figura do imperador.
O Parlamento foi o grande local de debates durante o Segundo Reinado. Dois partidos
políticos dominavam a cena política: conservadores e liberais. Seus representantes não
tinham diferenças ideológicas. Assim, não importava se o Parlamento fosse dominado por
conservadores ou liberais, pois havia disputas apenas por prestígio e vantagens políticas.
Segundo o professor Boris Fausto:
“Chegar ao poder significava obter prestígio e benefícios para si próprio e sua gente. Nas
eleições, não se esperava que o candidato cumprisse bandeiras programáticas, mas as
promessas feitas a seus partidários. (...) A divisão entre liberais e conservadores tinha assim
muito de disputa entre clientelas opostas em busca das vantagens ou das migalhas do
poder.” |1|
Logo após o final da Guerra do Paraguai, em 1865, os militares do Exército ganharam força e
não se contentaram apenas com as atividades nos quartéis. Inspirados nos ideais
positivistas, eles decidiriam que tinham o dever de participar da política brasileira. Porém,
Dom Pedro II impediu tais manifestações políticas vindas dos quartéis. Isso fez com que o
Exército começasse a conspirar contra o imperador.
Desde o Primeiro Reinado, havia a união entre Estado e Igreja. De acordo com a
Constituição de 1824, a religião oficial do Império brasileiro era a católica.
Economia
A independência em 1822 trouxe mais transformações políticas do que sociais e econômicas
para o Brasil. A economia permaneceu durante o período imperial como agroexportadora, ou
seja, atendendo às necessidades do mercado europeu. Em meados do século XIX, um
produto começou a ser exportado de forma mais intensa: o café.
A partir de 1850, o café expandiu-se para a região do Oeste Paulista, tornando-se o maior
produtor de café do Império. Ao contrário das lavouras do Vale do Paraíba, o café plantado
no Oeste Paulista contou com a mão de obra imigrante.
Essa mão de obra tinha mais qualificação do que a escrava e isso foi fundamental para o
êxito da produção cafeeira da região. A partir desse momento, a província de São Paulo
passou a se destacar no cenário do Segundo Império.
O café, ao longo do século XIX, tornou-se a principal atividade econômica do Brasil, mas não
era a única. Mesmo em menor número, ainda havia a produção de açúcar, exploração do
ouro e outras atividades econômicas secundárias.
Além disso, havia projetos de investimento em outros ramos econômicos, como a indústria.
Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, procurou meios para desenvolver a indústria
no Brasil, mas não conseguiu superar o domínio do café. Mauá foi pioneiro na indústria e
também na construção de ferrovias, que foram utilizadas no transporte do café até o Porto de
Santos, onde o produto era exportado para a Europa.
Sociedade
A sociedade brasileira do Segundo Império passava por transformações. A maioria da
população ainda vivia no campo, mas as cidades começavam a receber maior número de
habitantes. Os donos de lavouras de café ganhavam prestígio social e aproximavam-se do
imperador, que os agraciava com títulos de nobreza.
A vinda de imigrantes trouxe também mudanças para a sociedade brasileira, como a
influência cultural e política, aumentando consideravelmente a presença europeia em nosso
território. Além disso, a chegada do imigrante foi substituindo gradativamente a mão de obra
escrava. O Parlamento brasileiro, ao longo da segunda metade do século XIX, aprovou leis
que proibiam o tráfico negreiro (Lei Eusébio de Queiroz) e libertou o escravo recém-nascido
(Lei do Ventre Livre).
Era uma sociedade mais informada. Vários jornais começaram a circular pelo Rio de Janeiro
informando notícias, mas também disseminando ideias republicanas e abolicionistas. Porém,
ainda era uma sociedade herdeira das características coloniais: elitista e escravocrata.
Abolição da escravidão
A escravidão no Brasil começou desde a chegada dos portugueses em 1500. Primeiramente,
tentou-se escravizar os índios, mas foi a escravidão negra que vigorou em nosso território.
Mesmo com a independência em 1822, a liberdade tão defendida na época não atingiu as
senzalas. Durante quase todo o período imperial, a mão de obra no Brasil era escrava.
Somente em meados do século XIX, com a chegada dos imigrantes, a mão de obra, aos
poucos, foi substituindo o trabalho dos escravos. Aqueles que saíram das fazendas
procuravam trabalho nas cidades.
Foi no Segundo Reinado que a abolição da escravidão teve ampla discussão e sua
concretização. Intelectuais, jornalistas e políticos, como Joaquim Nabuco|2|, Rui Barbosa,
José do Patrocínio, André Rebouças, discutiam o fim da escravidão em jornais, discursos no
Parlamento e em praça pública.
➯ Lei Eusébio de Queiros (1850): aboliu o tráfico negreiro no Brasil. Buscava impedir a
chegada de navios vindos da África com negros para o trabalho escravo. Como o tráfico
negreiro era muito lucrativo, a lei demorou a ter o seu efeito esperado e motivou o
deslocamento de escravos dentro do Império brasileiro. Os que estavam no Nordeste eram
vendidos para os senhores do Vale do Paraíba que estavam investindo na lavoura de café.
➯ Lei do Ventre Livre (1871): o recém-nascido de escrava era liberto, mas, enquanto não
completasse 21 anos de idade, estava sob tutela e trabalhando para o seu senhor.
➯ Lei do Sexagenário (1885): dava liberdade aos escravos com mais de 65 anos. Porém, o
número de escravos que chegavam a tal idade era bastante reduzido.
➯ Lei Áurea (1888): aboliu definitivamente a escravidão no Brasil, mas sem diretrizes para
inserir o escravo liberto na sociedade.
A abolição da escravidão foi um dos fatores que determinaram a queda do Império em 1889.
Dom Pedro II perdeu o apoio dos cafeicultores, que tiveram de libertar os escravos após a
assinatura da Lei Áurea e não receberam nenhuma indenização por parte do governo
central. Se quiser saber mais detalhes sobre esse processo que pôs fim à utilização
institucionalizada de mão de obra escrava no Brasil, leia: abolição da escravatura.
Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai foi um confronto envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A
região da Bacia do Prata era muito disputada pelos países envolvidos no conflito, a fim de
dominar o comércio da região. Solano Lopez, ditador paraguaio, desejava abrir um caminho
que ligasse o Paraguai até o Oceano Atlântico, facilitando o comércio do país com as nações
europeias sem depender de nenhum país vizinho.
Brasil, Argentina e Uruguai uniram-se por meio da Tríplice Aliança para lutar contra o
Paraguai. O conflito durou seis anos, entre 1864 e 1870. Dom Pedro II, decidido a todo custo
a derrotar Solano Lopes, enviou para o front escravos mediante a promessa de liberdade
caso voltassem da guerra. A Tríplice Aliança venceu o Paraguai, que saiu devastado do
confronto.
Questão militar
Após a vitória na Guerra do Paraguai e influenciados pelos ideais do positivismo, os militares,
em especial os do Exército, decidiram participar ativamente da política brasileira. Foram
criados Clubes Militares, que discutiam a crise vivida pelo Segundo Reinado, os ideais
republicanos e as ideias positivistas.
Dom Pedro II, utilizando as prerrogativas do Poder Moderador, mandou fechar esses clubes.
Essa censura imperial fez com que os militares se organizassem para derrubar Dom Pedro II
do poder.
Questão da Igreja
A Constituição de 1824, que vigorou durante todo o período imperial, dizia que a religião
oficial do Brasil era a católica. Porém, era comum haver conflito entre “o trono e o altar”.
Decretos eclesiásticos só entravam em vigor no território brasileiro desde que o imperador
autorizasse.
O Papa Pio IX emitiu um decreto reafirmando o poder da Igreja e do papa sobre o mundo.
Esse decreto chegou ao Brasil, e os católicos buscaram atitudes mais rígidas que
reforçassem a disciplina religiosa. Dom Vital, bispo de Olinda, na província de Pernambuco,
decidiu proibir a entrada de maçons nas irmandades religiosas. Alguns ocupantes de cargos
de destaque do Império eram maçons, como o Visconde de Rio Branco, que presidia o
Conselho de Ministros. Dom Vidal foi preso, acusado de “rebeldia”, mas foi solto dias depois.
Essa crise abalou o apoio eclesiástico a Dom Pedro II.
Questão escravista
A abolição da escravidão no Brasil ocorreu em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei
Áurea. Porém, os escravos foram libertos sem que os donos de fazenda de café fossem
indenizados por causa da abolição. Isso fez com que os cafeicultores| abandonassem Dom
Pedro II e apoiassem a causa republicana. Esses cafeicultores que abandonaram o apoio a
Dom Pedro II nos últimos momentos do Segundo Reinado foram apelidados na época de
“republicanos de última hora”.
Capitalismo
CAPITALISMO
O capitalismo é o sistema econômico que tem
como principal característica a acumulação de
capital privado. Esse modelo é praticado na
maior parte dos países do globo. O modelo
econômico capitalista visa ao acúmulo de
capital.
capitalismo comercial;
capitalismo industrial;
capitalismo financeiro;
capitalismo informacional.
O que é capitalismo?
O capitalismo é um sistema econômico que tem como premissa a acumulação de capital.
Portanto, visa à obtenção do lucro, defende o direito à propriedade privada e prega a
liberdade econômica. O sistema econômico capitalista, em razão da sua importância
histórica e da sua influência social, vai além da esfera econômica, influenciando diversos
campos da sociedade.
Origem do capitalismo
A origem do capitalismo está atrelada à decadência do feudalismo e, consequentemente, à
ascensão de um modelo econômico baseado no acúmulo de capital privado. Nesse contexto,
tornou-se fundamental o surgimento da burguesia, classe econômica formada por detentores
de capital, como os comerciantes.
O surgimento desse sistema econômico ocorreu pioneiramente na Europa Ocidental, que
vislumbrou, por meio da queda do feudalismo, a ascensão de comércios e indústrias, assim
como o desenvolvimento das cidades. Tal cenário econômico-social foi fundamental para a
consolidação do sistema capitalista.
Características do capitalismo
A principal característica do capitalismo é o acúmulo de capital. Logo, tal sistema econômico
tem como diretriz a obtenção de lucros, normalmente por meio de atividades comerciais e
industriais. Ele tem como características importantes:
liberdade econômica;
acumulação de riquezas;
trabalho assalariado;
Fases do capitalismo
O capitalismo é dividido em quatro grandes fases, que ocorreram de forma linear,
aglutinando características importantes desse sistema econômico. São elas:
Capitalismo industrial: teve início com a Revolução Industrial. Nesse período, o acúmulo de
capital proveniente do comércio foi aplicado no desenvolvimento de atividades industriais,
iniciando uma nova maneira de gerar lucro. A lógica de produção fabril fomentou uma nova
forma de acumulação de capital, por meio do emprego de mão de obra assalariada e da
maximização do lucro.
Representação da estrutura de uma típica indústria têxtil da Inglaterra dos séculos XVIII e XIX.
Portanto, o socialismo
defende a extinção da
propriedade privada, maior
participação estatal na
economia e ampla diminuição das diferenças entre as classes sociais. Logo, o socialismo
tem como ponto de partida ideológico a igualdade, mediante uma lógica econômica voltada
para o desenvolvimento econômico de todos.
liberdade econômica;
inovação tecnológica;
ampla concorrência entre as empresas.
O que é o socialismo:
Socialismo é uma doutrina política, econômica e filosófica surgida no final do século XVIII.
Caracteriza-se pela ideia de transformação da sociedade através da tomada dos meios de
produção e do controle dos recursos econômicos pela classe trabalhadora, bem como a
gestão pública orientada pelo princípio da igualdade social.
O socialismo surgiu durante a Revolução Industrial como programa político das classes
trabalhadoras. Ele nasce como uma reação às condições de vida dos operários nos grandes
centros industriais da Europa, contrapondo-se
ao liberalismo e ao individualismo e defendendo
uma total reformulação da sociedade.
Origem do socialismo
O jornalista e agitador francês Noël Babeuf (1760 – 1797) é considerado um dos precursores
do socialismo. Já no final do século XVIII, ele defendeu propostas de caráter socialista, como
as reformas agrária e tributária.
Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) são dois dos principais nomes do
socialismo no século XIX. Fundaram o chamado "socialismo científico", que, baseado num
método científico, faz a crítica do regime capitalista e proporciona um programa político de
libertação da classe trabalhadora.
Para Marx e Engels, essa etapa seria historicamente necessária para a construção de um
novo modo de vida, liberto da ideologia capitalista, dando origem ao comunismo.
A partir dessa perspectiva, nenhum Estado ainda conseguiu ultrapassar essa fase, não
proporcionando objetivamente uma experiência comunista no mundo. No entanto, ao longo
do século XX e XXI, ocorreram algumas experiências socialistas.
Tipos de Socialismo
O socialismo admite uma série de correntes de pensamento, escolas e tendências. Todas
elas possuem em comum as características fundamentais que configuram o socialismo.
No entanto, cada uma compreende modos distintos de realizar a mudança social, ainda que
o objetivo final possa ser comum: a realização do princípio da igualdade.
Socialismo Utópico
O socialismo utópico foi uma corrente de pensamento criada por Robert Owen (1771 –
1858), Saint-Simon (1760 – 1825) e Charles Fourier (1772 – 1837). Nascido no início do
século XIX, o socialismo utópico surgiu da crítica ao capitalismo e tentou encontrar soluções
para os problemas da sociedade industrial.
O nome socialismo utópico surgiu graças à obra Utopia de Thomas More, sendo que a
utopia, usada de forma pejorativa, é referente a algo que não existe ou não pode ser
alcançado.
Marx e Engels criticavam nos socialistas utópicos o fato deles ignorarem as contradições
existentes na sociedade e a importância da luta de classes, não apresentando,
concretamente, um caminho viável para o socialismo.
Socialismo Científico
O socialismo científico, criado por Karl Marx e Friedrich Engels, propõe a análise científica do
capitalismo, visando a sua superação.
Seu objetivo é entender como ocorrem os processos históricos, as leis que regem a morte e
o surgimento de novas organizações sociais. O socialismo e o comunismo surgem como
consequência necessária do movimento dialético (contraditório) da história.
Logo após garantir sua independência, os Estados Unidos trataram de consolidar suas
instituições políticas e formar um sentimento de patriotismo em todos os cidadãos. Ao longo
do século XIX, esse país passou por diferentes eventos que levaram ao crescimento e
desenvolvimento do seu território. O grande destaque desse período foi o crescimento
territorial experimentado com a conhecida “marcha para o oeste”.
Marcha para o Oeste
Durante todo o século XIX, os Estados
Unidos passaram por um processo de
expansão territorial que fez com que a
nação surgida a partir de uma pequena
faixa de terra no leste da América do
Norte – conhecida como treze colônias
– ocupasse de maneira intensa e
agressiva as regiões das planícies
centrais e alcançasse a costa oeste
banhada pelo Oceano Pacífico.
Além disso, durante essa expansão territorial, o governo americano incentivou os cidadãos a
mudarem e instalarem-se no Oeste a partir da Lei de Povoamento (Homestead Act). Essa lei,
decretada em 1862, vendia lotes de terra no Oeste a preços irrisórios para cidadãos
interessados, desde que se comprometessem a morar naquela terra por cinco anos.
Guerra Mexicano-Americana
Não somente pela diplomacia deu-se a
expansão dos americanos durante o século
XIX, mas também pela guerra. A rivalidade com
o México surgiu com a ocupação do Texas por
colonos americanos, ainda na década de 1820.
Até então, as autoridades mexicanas haviam
permitido a instalação e colonização dessa
região por esses colonos.
Uma década depois, as ambições dos Estados Unidos por novos territórios mexicanos (que
correspondiam aos das montanhas Rochosas até o Pacífico) levaram essas duas nações à
guerra. A Guerra Mexicano-Americana teve início em 1846 e foi finalizada em 1848, após a
assinatura do Tratado Guadalupe-Hidalgo, no qual o México – derrotado – cedeu grande
parte de seu território, e o Rio Grande
foi estabelecido como nova
fronteira entre os dois países.
Imperialismo
Revolução Industrial
Crise De 1929
História do Imperialismo
Muitos são os exemplos de impérios que surgiram e tiveram seu fim. Destacam-se o
Império Egípcio e o Império Romano, os quais figuram modelos mais antigos de Império
que conhecemos. Todavia, a concepção de imperialismo foi perpetrada por economistas
alemães, franceses e ingleses somente na primeira metade do século XIX.
Essa busca passa a abranger todo o globo, o qual, por sua vez, será manipulado por
empresas multinacionais e por grandes bancos. Esta ação mais agressiva do capitalismo
teve início a partir da Segunda Revolução Industrial (1850-1950).
Imperialismo se refere ao domínio que é exercido tanto do ponto de vista formal quanto
informal, direta ou indiretamente, porém, com o mesmo resultado, que é o controle político
e econômico da região. Portanto, com o imperialismo, não há anexação do país que recebe
a influência.
Seu domínio sobre outro país era justificado pelas correntes teóricas que pregavam o
etnocentrismo, o qual afirmava a superioridade de alguns povos sobre outros. Nesse
sentido, vale lembrar que os europeus se consideravam superiores a todos os outros
povos. Também podemos citar aqui, o darwinismo social, que promovia a sobrevivência dos
mais fortes como um fator social.
Paralelo a isso, tem início uma nova era imperialista, na qual os EUA irão figurar com
destaque entre as nações dominantes. O Imperialismo deste país pode ser percebido em
nível militar, cultural, econômico e político.
Ásia e África
O período da conquista europeia na Ásia começa por volta de 1500 e continua até a
metade do século XX e até a I Guerra Mundial, a maior parte da Ásia estava sob controle
europeu.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Por isso, a revolução industrial é caracterizada como o processo que levou à substituição das
ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção
doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril.
O motor a vapor foi essencial para aumentar a produção das máquinas e a velocidade dos transportes.
Essas diferenças marcam até hoje as nações do mundo que são divididas entre países
desenvolvidos e em desenvolvimento. Uma das maneiras de medir se um país é avançado é
avaliar o quanto ele é industrializado.
Fases da Revolução Industrial
Foi na Inglaterra que o fenômeno da industrialização começou e por isso a Revolução
Industrial Inglesa foi pioneira. Vários fatores explicam as razões desta primazia. A Inglaterra,
possuía capital, estabilidade política e equipamentos necessários para tomar a dianteira do
avanço da Indústria.
Desde o fim da Idade Média, parte significativa da população se dirigia às cidades devido aos
cercamentos (enclousers) do campo. Sem-terra, os camponeses acabavam entrando nas
fábricas que surgiam. Também tinha colônias na África e na Ásia que garantiam
fornecimento de matéria-prima com mão de obra barata.
Desta maneira, surgem as primeiras fábricas que abrigam num mesmo espaço muitos
operários. Cada um deverá operar uma máquina específica para realizar sua tarefa.
Mulheres e crianças eram usadas como mão de obra barata nas fábricas inglesas.
Era o início de uma nova época, onde a política, a ideologia e a cultura gravitavam em dois
polos: a burguesia industrial e financeira e o proletariado. As fábricas empregavam grande
número de trabalhadores. Todas essas inovações influenciaram a aceleração do contato
entre culturas e a própria reorganização do espaço e do capitalismo.
Nessa fase, o Estado passou a participar cada vez mais da economia, regulando crises
econômicas e o mercado e criando uma infraestrutura em setores que exigiam muitos
investimentos.
Nesta época, o Império Alemão surge como a grande potência industrial. Com a abundância
do minério de ferro e uma cultura militar, os alemães, capitaneados pela Prússia, fazem
reformas políticas e econômicas que vão unificar o país e dotá-lo de uma indústria poderosa.
Desde então, se estabeleciam as bases do progresso tecnológico e científico, visando a
inovação e o constante aperfeiçoamento dos produtos e técnicas, para melhorar o
desempenho industrial.
Terceira Revolução Industrial
O ponto culminante do desenvolvimento industrial, em termos de tecnologia, teve início
em meados do século XX, por volta de 1950, com o desenvolvimento da eletrônica. Esta
permitiu o desenvolvimento da informática e a automação das indústrias.
Deste modo, as indústrias foram dispensando a mão de obra humana e passaram a
depender cada vez mais das máquinas para fabricar seus produtos. O trabalhador intervinha
como supervisor ou em apenas algumas etapas da produção.
Essa fase de novas descobertas caracterizou a Terceira Revolução Industrial ou revolução
informática e tecnológica.
Revolução Industrial no Brasil
Enquanto na Inglaterra, no século XVIII, acontecia a Revolução Industrial, o Brasil, ainda
colônia portuguesa, estava longe do processo de industrialização. Após a independência
houve apenas iniciativas isoladas em instalar indústrias no Brasil. No começo do século XX,
fábricas têxteis, principalmente, surgiam em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Em 1917, os Estados Unidos, que se mantivera fora da guerra, apesar de emprestar capitais
e vender armas aos países da Entente, principalmente à Inglaterra, declaram guerra à
Alemanha. Nesse mesmo ano, a Rússia saiu do conflito, por conta da Revolução de 1917,
que derrubou o czar e implantou o regime socialista.
A Alemanha também perdeu suas colônias africanas e a República de Weimar foi obrigada a
aceitar a independência da Áustria. Igualmente, teve que pagar uma indenização de 33
milhões de dólares pelos prejuízos causados pelo conflito.
A Grande Guerra deixou profundas consequências para todo o mundo. Podemos destacar:
O colapso econômico teve início em meados de 1929, nos Estados Unidos, e se espalhou
por todo o mundo capitalista. Seus efeitos duraram por uma década, com desdobramentos
sociais e políticos.
A Europa, que tinha se recuperado da destruição da Primeira Guerra, não precisava mais
dos créditos e produtos americanos. Com os juros baixos, os investidores passaram a
colocar seu dinheiro na Bolsa de Valores e não nos setores produtivos.
Muitos bancos que emprestaram dinheiro faliram por não serem pagos, diminuindo assim a
oferta de crédito. Com isso, muitos empresários fecharam as portas agravando ainda mais o
desemprego.
Os países mais atingidos pela Quebra da Bolsa de Nova York foram as economias
capitalistas mais desenvolvidas, dentre elas os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França,
Itália e o Reino Unido. Em alguns destes países, os efeitos da crise econômica fomentaram a
ascensão de regimes totalitários. Na União Soviética, onde a economia em vigor era
socialista, pouco foi afetada.
Ao longo da década de 30, contudo, estas nações puderam assistir um incremento em suas
indústrias, devido à diversificação de investimentos neste setor.
Além do mais, como não era um produto de primeira necessidade, vários importadores
diminuíram as compras significativamente. Para se ter uma ideia da dimensão do problema
econômico, a saca de café era cotada a 200 mil réis, em janeiro de 1929. Um ano depois,
seu preço era 21 mil réis.
Somado a isso, o Banco Central americano autoriza aos bancos a emprestarem dinheiro a
juros baixos. O objetivo era fomentar ainda mais o consumo, mas este dinheiro acabou indo
parar na Bolsa de Valores. Desta maneira, em meados da década de 1920, os investimentos
em ações da bolsa de valores também aumentam, uma vez que estas ações eram
artificialmente valorizadas para parecerem vantajosas. Contudo, como se tratava de
especulação, as ações não possuíam cobertura financeira.
Como agravante, o governo dos EUA inicia uma política monetária para reduzir
a inflação (aumento de preços), quando deveria combater uma crise econômica provocada
pela deflação econômica (queda nos preços). Primeiramente, a economia norte-americana,
principal credora internacional, passa a reivindicar a repatriação de seus bens, emprestados
às economias europeias durante a guerra e reconstrução.
Este fator, somado à retração nas importações dos EUA (principalmente de produtos
europeus), torna difícil o pagamento das dívidas, levando assim a crise aos outros
continentes. Esta crise já era perceptível em 1928 quando houve uma queda brusca e
generalizada nos preços dos produtos agrícolas no mercado internacional.
Dezena
s de clientes fazem fila para tirar seus depósitos em julho de 1930
Em 24 outubro de 1929, uma quinta-feira, havia mais ações que compradores e o preço
baixou vertiginosamente. Por isso, milhões de investidores norte-americanos que puseram
seu dinheiro na Bolsa de Valores de Nova York faliram quando a “bolha de crédito” estourou.
Isso provocou um efeito em cadeia, derrubando as bolsas de Tóquio, Londres e Berlim na
sequência. O prejuízo foi milionário e sem precedentes históricos. Na sequência, estoura a
crise financeira, visto que as pessoas, em pânico, sacaram todos seus valores depositados
nos bancos, o que provocou seu colapso imediato. Assim, de 1929 até 1933, a crise só se
agravou.
Todavia, em 1932, o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos EUA.
Imediatamente, Roosevelt inicia um plano econômico denominado (propositalmente) "New
Deal" ou seja, o “Novo Acordo”, caracterizado pela intervenção do Estado na economia.
Como legado, a Crise de 1929 deixou-nos a lição da necessidade do intervencionismo e do
planejamento estatal da economia. Da mesma forma, a obrigação do Estado em prover
assistência social e econômica aos mais afetados pelo decrescimento do capitalismo.
Essas ideias foram defendidas pela direita, mas Josef Stalin, na União Soviética, utilizou o
totalitarismo a fim de implantar o socialismo.
Governo centralizado
Nacionalismo extremado
Anti-liberalismo
Militarismo
Organizações militaristas para a juventude
Culto ao líder
Partido único
Expansionismo territorial
Este foi o caso da Itália onde Benito Mussolini afirmava que a melhor maneira de resolver os
problemas do país era a criação de um regime totalitário.
Também foi a transformação pela qual passou o governo soviético, após a morte de Lenin,
quando o regime se centralizou na figura de Stalin. Desta maneira, aqueles que não estavam
de acordo com as diretrizes stalinistas eram perseguidos e o poder decisório dos sovietes foi
diminuído.
Stalinismo soviético
Com a revolução russa de 1917 e após a
morte de Lenin, iniciou-se o stalinismo na
URSS com o poder concentrado nas
mãos de Josef Stalin.
Stalin transformou a União Soviética de um país agrário para uma potência industrial em uma
década. No entanto, isto foi feito a base de coletivizações de terras e do trabalho forçado dos
dissidentes no Gulag, uma prisão especial para aqueles cometesse crimes políticos.
Fascismo
O fascismo italiano iniciou com Benito Mussolini em 1919, com a fundação do Partido
Nacional Fascista (PNF).
De inspiração anticomunista e
antidemocrática, os fascistas entraram no
governo italiano após "A Marcha sobre
Roma", em 1922. Diante da numerosa
multidão que o apoiava, Mussolini foi
convidado a ser chefe do governo pelo rei
Vítor Emanuel III.
O governo fascista de Mussolini foi o primeiro regime totalitário de direita que surgiu na
Europa e só terminou em julho de 1945.
Nazismo
Hitler foi a figura máxima do regime nazista que
se instaurou na Alemanha a partir de 1933.
Inspirado no fascismo italiano, o nazismo ainda
acrescentou no seu programa a superioridade da
raça ariana sobre às demais.
O governo nazista promoveu ideias antissemitas,
perseguindo e exterminando principalmente
judeus. No entanto, também eliminou fisicamente
deficientes físicos e intelectuais, comunistas,
religiosos.
Para contar com o apoio do Exército alemão, o nazismo propagou a ideia de "espaço vital".
Inicialmente, este compreendia os povos germânicos como austríacos e alemães que viviam
na Tchecoslováquia, e se ampliaria para o leste europeu. A expansão territorial da Alemanha
nazista acabaria por iniciar a Segunda Guerra Mundial.
O nazismo terminou em 1945 com o suicídio de Adolf Hitler e o fim da Segunda Guerra
Mundial.
Salazarismo
O salazarismo foi um regime ditatorial inspirado nos
ideais fascistas que vigorou em Portugal sob liderança
de Antônio de Oliveira Salazar a partir da Nova
Constituição, estabelecida em 1933.
Denominado de “Estado Novo”, o salazarismo tinha
por lema “Deus, Pátria e Família” e foi uma das mais
longas ditaduras do século XX. A população elegia o
presidente da República, geralmente em eleições
fraudulentas, porém Salazar era o todo-poderoso
presidente do Conselho de Ministros.
Franquismo
O general Francisco Franco, inspirado no nacionalismo, se rebelou contra o governo
democrático do presidente Manuel Azaña Díaz e mergulhou a Espanha na Guerra Civil
(1936-1939).
Os republicanos foram derrotados e muitos partiram para o
exílio na França e no México. Enquanto isso, Franco
instaura na Espanha um regime antidemocrático e
nacionalista que engloba todos os aspectos da sociedade e
privilegia a religião a católica.
Há Estados que possuem aspectos ditatoriais como Cuba, Venezuela e China, porém não
podem ser considerados totalitários
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Todo material contido nesta apostila está em consonância com a Matriz Curricular/ Plano de
Curso – 2023 – Ciências Humanas e Aplicadas.
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS:
Toda Matéria- todamateria.com.br
História do mundo.com.br
Educamaisbrasil.com.br
https://
www.preparaenem.com/historia/independencia-da-america-espanhola.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/independencia-estados-unidos.htm
https://www.politize.com.br › iluminismo
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