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Heloísa Sant’ana Rodrigues

RA: 21434197

@ Large – Ai WeiWei

Ai Weiwei, nascido na China em 1957, é filho de uma escritora e


de um artista e poeta famoso em sua época que foi exilado em campo
de trabalho. Vivendo junto com a família, Ai não teve muito acesso à
educação, tento apenas uma enciclopédia como fonte de informação.
Apenas após a morte do líder chinês Mao Tsé-Tung em 1976, quando
a família de escritores foi liberada de seu exilio, o jovem Weiwei pode
se matricular na Beijing Film Academy onde estudou animação.
Mais tarde, Ai Weiwei se mudou para Nova York e passou a viver
com a renda de alguns trabalhos variados e atuando como artista de
rua. Durante esse período, o artista e ativista descobriu uma paixão pela
fotografia, e por 11 anos acumulou imagens da grande metrópole que
vieram a se transformar em um projeto chamado “New York
Photographs (1983-1993).
Após ter retornado à Pequim, em decorrência ao estado de saúde
de seu pai, Ai Weiwei escreveu três livros e construiu seu estúdio e sua
própria casa. Em 2003 montou o estúdio de arquitetura FAKE desing.
Como artista, abordou assuntos sensíveis a China e foi muito
perseguido pelo governo do país, chegando a ser mantido em prisão
domiciliar, proibido de usar a rede social Twitter e até mesmo preso em
2011. Ai Weiwei consegui reaver seu passaporte apenas no ano de
2015, mas isso nunca lhe impediu de expor seu trabalho e suas ideias
pelo mundo.
Entre 27 de setembro de 2014 e 26 de abril de 2015, foram
exibidos trabalhos de Ai Weiwei na
Penitenciaria Federal de Alcatraz
tem em sua história a prisão de
pessoas por expressar suas
convicções políticas e manterem
práticas religiosas diferentes das
adotadas pelo poder da época.
Impossibilitado de viajar para o
exterior, toda a instalação foi montada pela equipe do artista e ativista
sem sua presença. Contando com esculturas, sons e mídia mista, a
exposição levanta questões sobre a liberdade de expressão e direitos
humanos, assuntos frequentemente abordados no trabalho do chinês.
Seis grandes tapetes montados por peças de Lego trazem
imagens pixeladas de mais de 175 prisioneiros políticos, entre eles
Mandela, Snowden,
Chelsea Manning e
outros menos
conhecidos. Nos vasos
sanitários, pias e
banheiras do
departamento médico,
foram dispostas flores
brancas de porcelana
lembrando da política do
Desabrochar de Cem Flores, onde o Partido comunista incentivou a
expressão de escolas de pensamento, mas que para alguns críticos foi
apenas uma estratégia de mapeamento daqueles contrários as ideias
do partido. Há também um grande dragão propositalmente colorido em
um voo em direção a saída da
grande e histórica prisão, rumo ao
grande céu azul acima do mar. A
exposição tem grande cunho político
presente na vida de Ai Weiwei, que
justamente pela repreensão de suas
ideias e posicionamentos estava
impossibilitado de viajar ou ter
acesso ao seu próprio passaporte.
Atualmente, a ilha de Alcatraz não exibe mais o trabalho de Ai
Weiwei, mas a exposição ficou salva digitalmente para visitas
posteriores através do Street View. O recurso do Google Maps permite
a visualização de parte do espaço utilizado pelo ativista de forma
gratuita, porém não consegue entregar toda a experiência e
sentimentos evocados por uma visita presencial. A mesmo passo em
que essa ferramenta possibilitou um maior e mais democrático acesso,
empobreceu o impacto e diminuiu a importância da locação escolhida.
A proposta de conhecer, caminhar por uma das mais conhecidas
penitenciarias e discutir sobre a liberdade se perde em suporte digital.
Não há assim, uma maior sensação de “calçar os sapatos” do outro.
Sinto que conhecer @ Large apenas de forma virtual me custou
uma perda de significados e sensações pensadas pelo seu autor, no
entanto, eu só pude contemplar a instalação graças ao meio digital.
Passar conteúdos, que a priori foram feitos para serem
contemplados em espaços físicos, presencialmente, traz o risco da
perda de alguns significados e profundidade. Cabe então pensar qual a
função do suporte, e se a mudança de tal traz maiores benefícios ou
maiores perdas para a obra ou exposição.

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