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Sistema Financeiro
Nacional
O Sistema Financeiro Nacional é o conjunto de instituições
financeiras que torna possível a circulação de moeda no
Brasil. Esse Sistema possui o importante papel de interme-
diar os recursos que circulam entre os agentes econômi-
cos superavitários e os agentes deficitários, resultando em
um crescimento da atividade produtiva.

Agente Superavitário Agente Deficitário

Agente Sistema Financeiro Agente


Superavitário Nacional (SFN) deficitário

Possui recurso Conjunto de institui- É tomador


disponível ções que viabilizam de recursos
essa transferência de
recursos

Aplica (empresta) seu Possui regulamenta- Possui dificuldades


dinheiro em uma ção e fiscalização, o financeiras ou falta
instituição financeira que dá maiores de capital para
garantias e solidez aos investimentos
negócios realizados
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Composição
Organograma:
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Moeda, crédito e Capitais Seguro, previdência Previdência fechada


Mercados câmbio aberta, capitalização
e resseguro
(fundo de pensão)

Conselho Monetário Conselho Monetário Conselho Nacional de Conselho Nacional de


Normativos Nacional (CMN) Nacional (CMN) Seguros Privados
(CNSP)
Previdência Comple-
mentar

Banco Central do Banco Central do Superintendência de Superintendência


Supervisores Brasil (BACEN) Brasil e Comissão de
Valores Mobiliários
Seguros Privados
(Susep)
Nacional de Previdên-
cia Complementar
(CVM)

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é a maior entidade


do SFN, cuja finalidade é formular a política cambial e de
crédito, visando o progresso econômico e social do país e
exercer atividades executivas.

Os membros reúnem-se uma vez por mês para deliberar


sobre assuntos relacionados com suas atribuições (em
casos extraordinários, poderá ser realizada mais de uma
reunião por mês). Este Conselho é composto por 3 pesso-
as, que são:

• Ministro da Economia (Presidente do Conselho);


• Secretário Especial da Fazenda do Ministério da Econo-
mia;

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• Presidente do Banco Central.


Principais atribuições
As principais atribuições do Conselho Monetário Nacional
são:

• Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamen-


tária e de endividamento público interno e externo;
• Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as
operações de crédito em todas as suas modalidades,
incluindo aceites, endossos e eventuais garantias por
parte das instituições financeiras;
• Definir a Meta da Inflação(IPCA);
• Determinar o percentual da reserva legal;
• Estabelecer diretrizes e regulamentos da política cam-
bial, incluindo a compra e venda de ouro e quaisquer
operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda
estrangeira;
• Limitar taxas de juros, descontos, comissões, entre ou-
tros, quando necessário;
• Prever melhorias de instituições e instrumentos finan-
ceiros;
• Regular o funcionamento e supervisão de todas as enti-
dades financeiras que operam no país;
• Garantir a liquidez e solvência das entidades financeiras.

Banco Central do Brasil

O banco central de um país é a instituição de um país que


foi incumbida da tarefa de regular o volume de dinheiro e
crédito na economia e suas principais funções são:
• Banco do governo;
• Banco de bancos;

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• Supervisor do sistema financeiro;


• Executor da política monetária;
• Executor da política cambial e depositário das reservas
internacionais.

O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) é uma autarquia


de natureza especial, sem vínculo com Ministério, supervi-
são ou subordinação hierárquica, ou seja, com autonomia.
Seu principal objetivo é garantir a estabilidade de preços.
Além disso, visa também assegurar a estabilidade e efici-
ência do sistema financeiro, flutuações regulares do nível
de atividade econômica e promover o pleno emprego.
Em relação à sua autonomia, essa mudança ocorreu em
2021, o que significa que em alguns itens o Bacen não pre-
cisa mais de autorizações do CMN, como, por exemplo, na
emissão de papel-moeda.
As metas de política monetária continuam sendo defini-
das pelo CMN, mas o BC é o único responsável por condu-
zir a política monetária necessária para atingir as metas
estabelecidas.

Principais atribuições

As principais atribuições do Banco Central são:


• Emitir papel-moeda;
• Executar as regras e diretrizes do CMN;
• Oferecer redesconto de liquidez e suas taxas;
• Gerenciar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e
meio circulante;
• Autorizar e fiscalizar o funcionamento das instituições fi-
nanceiras (*) e aplicar as sanções correspondentes, ou
seja, é o supervisor dessas instituições;

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• Controlar o fluxo de capitais em moeda estrangeira ;


• Executar (conduzir) políticas monetárias e cambiais,
como, por exemplo, realizar operações de compra e
venda de títulos públicos federais;
• Exercer controle de crédito em todas as suas formas;
• Receber depósitos de bancos;
• Regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional.

(*)As Corretoras (CTVM) e as Distribuidoras (DTVM) são


fiscalizadas pelo BACEN por serem instituições financeiras,
mas por atuarem na intermediação de valores mobiliários,
suas operações são supervisionadas pela CVM.

Comissão de Valores Mobiliários

De acordo com a Lei nº 10.411, a CVM é uma entidade autô-


noma de regime especial, vinculada ao Ministério da Eco-
nomia, personalidade jurídica e patrimônio próprio, dota-
da de autoridade administrativa independente, ausência
de subordinação hierárquica, prazo fixo de mandato e
estabilidade de seus diretores, e autonomia financeira e
orçamentária. Sua missão é desenvolver, regular e fisca-
lizar a Bolsa de Valores, como instrumento de captação
de recursos das sociedades de capitais S/A, protegendo
os interesses dos investidores (especialmente acionistas
minoritários) e garantindo ampla divulgação de informa-
ções sobre os emissores e seus valores mobiliários.

RESUMO:

• Entidade autárquica, vinculada ao governo através do

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Ministério da Economia;
• O presidente e seus diretores são eleitos pelo Presidente
da República;
• Órgão regulador para o fortalecimento e desenvolvi-
mento do mercado de valores mobiliários (ações, de-
bêntures, prêmios de subscrição, derivativos, venda de
matérias-primas, fundos de investimento).

Principais atributos

As principais atribuições da CVM são:


• Proteger os investidores;
• Assegurar a lisura nas operações de compra e venda de
valores mobiliários (emissão fraudulenta, manipulação
de preços e outros atos ilegais);
• Assegurar o funcionamento das Bolsas de Valores e Mer-
cado de Balcão Organizado;
• Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços
do mercado de valores mobiliários, tais como as opera-
ções na Bolsa de Valores (B3);
• Fiscalizar a intermediação das operações Corretoras e
Distribuidoras de Valores Mobiliários; e os Fundos de In-
vestimento;
• Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas (S/A)
dada prioridade às que não apresentem lucro em ba-
lanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo
obrigatório;
• Propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fi-
xação de limites máximos de preço, comissões, emolu-
mentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos
intermediários do mercado.

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Superintendência de seguros privados

A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), uma au-


tarquia vinculada ao Ministério da Economia. É o órgão su-
pervisor responsável pelo controle e fiscalização dos mer-
cados de seguro, previdência privada aberta, capitalização
e resseguro.
As Previdências Privadas Abertas, também são chamadas
de EAPCs (Entidades Abertas de Previdência Complemen-
tar), que são todas as previdências abertas ao público, ou
seja, que qualquer pessoa física possa aderir um devido pla-
no. Esta ênfase é de suma importância para a prova para
que você não confunda com as EFPCs (Entidades FECHA-
DAS), também conhecidas como fundos de pensão, e que
são fiscalizadas pela PREVIC.

Principais atribuições

As principais atribuições da SUSEP são:

• Autorizar e fiscalizar a constituição, organização, funcio-


namento e operação das Sociedades Seguradoras, de
Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta
e Resseguradores, na qualidade de executora da política
traçada pelo CNSP;
• Zelar (proteger) pela defesa dos consumidores de segu-
ros e previdência aberta.
• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança
que se efetua através das operações de seguro, previdên-
cia privada aberta, de capitalização e resseguro;

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• Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exer-


cer as atividades que por este forem delegadas;
• Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas
entidades, em especial os efetuados em bens garanti-
dores de provisões técnicas;
• Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos ins-
trumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à
maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Priva-
dos e do Sistema Nacional de Capitalização;
• Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdi-
ção, assegurando sua expansão e o funcionamento das
entidades que neles operem;
• Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
• Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que inte-
gram o mercado.

Previc

A Superintendência Nacional de Previdência Comple-


mentar (Previc) é uma autarquia especial vinculada ao
Ministério da Economia, com a finalidade de fiscalizar e
supervisionar as entidades fechadas de previdência com-
plementar (EFPC), também chamadas de fundos de pen-
são, e de executar políticas para o regime de previdência
complementar.

PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES:

• Autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC


(FUNDOS DE PENSÃO) e a aplicação dos respectivos es-
tatutos e dos regulamentos de planos de benefícios;
• Apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades
cabíveis;

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• Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das enti-


dades fechadas de previdência complementar e nome-
ar interventor ou liquidante, nos termos da lei;
• Nomear administrador especial de plano de benefícios
específico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção
e liquidação extrajudicial, na forma da lei;
• Promover a mediação e a conciliação entre entidades
fechadas de previdência complementar e entre as en-
tidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores
ou instituidores.

RESUMO Sistema financeiro nacional

• CMN: É um órgão regulador (não exerce funções), então


lembre-se de: Estabelecer diretrizes, Garantir, Regular,
Determinar, Autorizar (emissão de papel-moeda), Disci-
plinar, Estabelecer, Restringir.
• BACEN: É ele quem faz cumprir TODAS as determinações
do CMN, então lembre-se de: Executar, Fiscalizar, Punir,
Gerenciar, Emitir (somente papel moeda), Cumprir, Re-
ceber. É ele quem fiscaliza as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS!
• CVM: Ele é o BACEN do mercado de valores mobiliários,
lembre-se: Valores Mobiliários, Fundos de Investimento,
Ações, Mercado de Capitais, Bolsas de Valores, Derivati-
vos. CVM fiscaliza operações e não INSTITUIÇÕES!
• SUSEP: É o BACEN do Sistema Nacional de Seguros Priva-
dos, Capitalização e Previdência Complementar ABERTA!
• PREVIC: FECHADA Instituições de Previdência Comple-
mentar.

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Participantes do mercado financeiro

Os participantes do mercado financeiro, quando são ins-


tituições, também são chamados de Operadores. Eles
oferecem serviços financeiros, na qualidade de interme-
diários, ou seja, o elo final entre as pessoas e as empresas
responsáveis. Os principais são:
• Bancos comerciais;
• Bancos de investimento;
• Bancos múltiplos;
• Corretoras de valores mobiliários;
• Distribuidoras de valores mobiliários;
• Câmaras de compensação.

Além de Nesses tipos, um importante conceito de partici-


pante que será discutido a seguir será o de Investidor Qua-
lificado, no qual ele poderá investir com maior aceitação
de risco.

Bancos Comerciais

• São instituições financeiras privadas ou públicas (sem-


pre sendo pessoas jurídicas) cujos PRINCIPAIS OBJETIVOS
FINANCEIROS A CURTO E MÉDIO PRAZO,
• comércio, indústria, prestadores de serviços, pessoas fí-
sicas e terceiros em geral. Sua captação pode ser por
meio de depósitos à vista (conta corrente de livre circu-
lação) ou depósitos a prazo, como os CDBs. Diante desse
financiamento, os bancos comerciais têm a capacidade
de criar moeda e colocá-la em circulação na economia,
pois podem oferecer empréstimos e de alguma forma

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aumentar a base monetária circulante na economia.

Essas instituições podem oferecer o seguinte serviços:

• EMPRÉSTIMOS E OPERAÇÕES DE CRÉDITO;


• Aluguel de cofres;
• Cobrança, a comissão;
• Custódia de títulos;
• Emissão de meios de pagamento, como cheques e car-
tões de crédito;
• Recibos de impostos e taxas públicas;
• Serviços de câmbio;
• Transferências de fundos.

Bancos de Investimento

• São instituições financeiras privadas especializadas em


operações de participação societária de caráter tem-
porário, de financiamento da atividade produtiva para
suprimento de CAPITAL FIXO E DE GIRO E DE ADMINIS-
TRAÇÃO DE RECURSOS DE
• TERCEIROS, ou seja, de MÉDIO ou LONGO PRAZO. Devem
ser sempre Sociedades Anônimas (S/A).

PRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:

• Podem manter contas correntes, desde que essas con-


tas não sejam remuneradas e não movimentáveis por
cheques (resolução 2.624);
• Administração de recursos de terceiros (Ex: fundos de
investimentos);

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• Abertura de capital e na subscrição de novas ações ou


debêntures de uma empresa (IPO e underwriting);
• Assessorar empresas em operações de fusões e aquisi-
ções;
• Capital de Giro;
• Capital Fixo (investimentos): sempre acompanhadas de
projeto;
• Captam recursos através de CDB/RDB ou venda de co-
tas de fundos;
• Intermediação de Câmbio e Derivativos;
• Repasses de empréstimos externos.

Bancos Múltiplos

São instituições financeiras privadas ou públicas que rea-


lizam as operações ativas, passivas e auxiliares das dife-
rentes instituições financeiras. Para ser considerada como
Banco Múltiplo, a instituição deve possuir pelo menos DUAS
das carteiras abaixo mencionadas, sendo uma delas CO-
MERCIAL ou INVESTIMENTO. Além disso, deve ser constituído
um banco múltiplo com um CNPJ para cada carteira, po-
dendo publicar um único saldo.

CARTEIRA DE BANCO MÚLTIPLO:

• COMERCIAL (MONETÁRIA);
• INVESTIMENTOS;
• Sociedade Crédito Imobiliário;
• Financiamento e Investimento Sociedade de Crédito (fi-
nanceiro);
• Promoção (PÚBLICO);
• Leasing.

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Corretores e Distribuidores de Valores Mobi-


liários

Corretores de Valores Mobiliários e Corretoras de Valores


Mobiliários (CTVMs ) e as Distribuidoras de Valores Mobi-
liários (DTVMs) são instituições financeiras cujas ativida-
des são a intermediação de operações em mercados re-
gulamentados de valores mobiliários, tais como bolsas e
mercados de balcão para seus clientes; gestão de clubes
e fundos de investimento, realizando alterações; estrutu-
ração do IPO; Entre outras funções. Investidores pessoas
físicas ou jurídicas não podem negociar ações (ou outros
investimentos realizados na B3) sem a utilização de CTVM
ou DTVM, ou seja, são os únicos autorizados a operar na B3
em nome de terceiros.

CARACTERÍSTICAS:

• Abrir o capital e subscrever novas ações ou debêntures


de empresa (IPO e subscrição);
• Constituída como SA e sujeita a autorização da CVM;
• Operar no mercado de ações e commodities (ações,
derivativos, ...);
• Eles podem gerenciar fundos de investimento e clubes;
• Eles também podem agir em nome próprio ou de tercei-
ros;
• Eles podem intermediar operações C MBIO;
• Sua função é proporcionar maior liquidez e segurança
ao mercado de ações.

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B3/SA - Brasil, Bolsa e Balcão

A B3 é o resultado da combinação entre a BM&FBOVESPA


(fusão entre a BOVESPA e a BM&F) e a CETIP, oferecendo ser-
viços de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing),
registro de operações de balcão e de financiamento de ve-
ículos e imóveis. Desta forma, a B3 acaba sendo a clearing
house de todos os títulos privados, juntamente com alguns
títulos públicos.

Principais características

As principais características da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão


são:

• Desenvolve, implanta e provê sistemas e serviços de ne-


gociação e pós-negociação (compensação e liquidação)
de ações, derivativos de ações, financeiros e de mercado-
rias, títulos de renda fixa, moedas à vista e commodities
agropecuárias;
• É uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são
negociadas no Novo Mercado , sendo uma das 5 maiores
bolsas de valores do mundo;
• Possui receita também através de Emolumentos;
• Possui tanto pregão eletrônico, quanto mercado de bal-
cão;
• Realiza o registro, negociações e pós-negociações de
ações, títulos de renda fixa câmbio pronto e contratos de
derivativos referenciados em ações, ativos financeiros, ín-
dices, taxas, mercadorias, moedas entre outros.

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B3

Conforme mencionado, a B3 tem como principais funções


administrar os mercados organizados de títulos, valores
mobiliários e contratos futuros (interfinanceiros). Além
disso, ela presta o serviço de registro, depositária central,
compensação e liquidação, chegando atuar até mesmo
como contraparte em alguns tipos de negociação.

Selic

O SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia),


do BACEN, é o depositário central dos títulos públicos fede-
rais, sendo sua atividade processar a emissão,o resgate, o
pagamento dos juros e a custódia desses ativos. As suas
liquidações são operadas no conceito de Liquidação Bruta
em Tempo Real (LBTR), que garante agilidade e segurança.

Prazo de liquidação

Cada ativo tem um prazo de liquidação (tanto para o re-


cebimento do ativo quanto para o seu pagamento eco-
nômico). Por exemplo, as ações têm liquidação em D+2 (2
dias úteis após a realização da transação), portanto, mes-
mo que um investidor venda suas ações na Bolsa hoje, ele
só receberá os recursos após 2 dias úteis.
Assim, os prazos de liquidação dos principais investimen-
tos estão detalhados abaixo:
• Tesouraria Direto: solicitações de resgate até as 13h em
dias úteis será D+0 ou depois desse horário estará dis-

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ponível no próximo dia útil


• Ações: realizada em 2 dias úteis (D+2) ;
• Fundos de investimento: cada fundo de investimento
tem suas próprias regras, pois depende de sua compo-
sição e das regras que serão detalhadas em seu regu-
lamento e outros documentos.

Sistema de Pagamentos Brasileiro


(SPB)
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende
as entidades, os sistemas e os procedimentos relaciona-
dos com o processamento e a liquidação de operações
de transferência de fundos, de operações com moeda es-
trangeira ou com ativos financeiros e valores mobiliários,
chamados, coletivamente, de entidades operadoras de
Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF). Além das IMF,
os arranjos e as instituições de pagamento também inte-
gram o SPB.

• Zelar pelo funcionamento normal, seguro e eficiente do


sistema de pagamentos é função essencial de um ban-
co central. Tal função tem como objetivo primordial ga-
rantir a eficiência e a segurança no uso de instrumentos
de pagamento por meio dos quais a moeda é movi-
mentada.

Como forma de atingir esses objetivos, o BC tem as com-


petências de regulamentar e exercer a vigilância e a su-
pervisão sobre os sistemas de compensação e de liquida-
ção, os arranjos e as instituições de pagamento.

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As IMF desempenham um papel fundamental para o sis-


tema financeiro e para a economia de uma forma geral. É
importante que os mercados financeiros confiem na qua-
lidade e na continuidade dos serviços prestados pelas IMF.
Seu funcionamento adequado é essencial para a estabi-
lidade financeira e condição necessária para salvaguar-
dar os canais de transmissão da política monetária. Assim,
cumpre ao BC atuar no sentido de promover sua solidez,
seu normal funcionamento e seu contínuo aperfeiçoa-
mento.
No caso dos pagamentos de varejo, o BC direciona suas
ações no sentido de promover a interoperabilidade, a ino-
vação, a solidez, a eficiência, a competição, o acesso não
discriminatório aos serviços e às infraestruturas, o aten-
dimento às necessidades dos usuários finais e a inclusão
financeira.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

• é o BACEN que administra o SPB e o meio circulante (mo-


eda da economia);
• O SPB proporciona mais segurança e agilidade nas
transferências entre os agentes financeiros;
• Qualquer transação econômica que envolva, como for-
ma de pagamento ao TED, DOC, cartão de crédito, che-
que, entre outros, envolve o SPB.

Investidor Qualificado

Segundo o órgão regulador, os Investidores Qualificados


são aqueles que possuem mais condições de entender o
mercado financeiro do que o investidor comum.

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A vantagem de se tornar um Investidor Qualificado é a


possibilidade de ingressar em fundos restritos, como, por
exemplo, Fundos de Direitos Creditórios (FIDC), exclusivo
para Investidores Qualificados.

São considerados INVESTIDORES QUALIFICA-


DOS:
• Investidores Profissionais;
• Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimen-
tos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 e que,
adicionalmente, atestem por escrito sua condição de
investidor qualificado mediante termo próprio;
• As pessoas naturais que tenham sido aprovadas em
exames de qualificação técnica ou possuam certifica-
ções aprovadas pela CVM como requisitos para o re-
gistro de agentes autônomos de investimento, adminis-
tradores de carteira, analistas e consultores de valores
mobiliários, em relação a seus recursos próprios.

Investidor profissional

Os Investidores Profissionais são os únicos que podem


constituir Fundos Exclusivos, um tipo de fundo que possui
um único cotista, que deve ser necessariamente um In-
vestidor Profissional.

São considerados INVESTIDORES PROFISSIO-


NAIS:
• Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos

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financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 e que,


adicionalmente, atestem por escrito sua condição de
investidor qualificado mediante termo próprio;
• Instituições financeiras, companhias seguradoras e so-
ciedades de capitalização;
• Fundos de Investimento;
• Entidades abertas e fechadas de previdência comple-
mentar;
• Administradores de carteira e consultores de valores
mobiliários autorizados pela CVM em relação a seus re-
cursos próprios.

INVESTIDOR NÃO-RESIDENTE
Os Investidores Não Residentes (INR’s) são pessoas físicas
ou jurídicas, mas também podem ser fundos ou outras en-
tidades de investimento coletivo, desde que possuam re-
sidência, sede ou domicílio no exterior e que invistam no
Brasil.
Tais investidores estão sujeitos ao registro prévio na CVM.

Diversas são as profissões que possuem contato direto


com clientes. Dentre estas profissões, há suas regulamen-
tações com devidas atribuições e restrições. Como o CFP é
um selo de qualidade e não uma profissão, todos os profis-
sionais que se enquadram nos 4E’s da Planejar (Experiên-
cia Profissional, Exame, Ética e Educação) podem possuir
esta chancela. Desta forma, as principais profissões são:

• Planejador Financeiro;
• Agente Autônomo de Investimentos (AAI);
• Corretor de Seguros;
• Consultor de Valores Mobiliários;

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• Administrador de Carteira de Valores Mobiliários;


• Operador de Mercado;
• Analista de Mercado de Valores Mobiliários;
• Corretor de Imóveis;
• Advogados.

Agentes que interagem com o cliente

Agentes que interagem com o cliente:

• Consultor de Valores Mobiliários: O consultor devida-


mente registrado na CVM, é o profissional de investimen-
tos que pode recomendar, orientar e aconselhar sobre
qualquer tipo de investimento disponível no mercado
financeiro, sem necessitar estar vinculado a nenhuma
instituição, ou seja, é uma consultoria independente e
individualizada. Este trabalho somente poderá ser exer-
cida por pessoas físicas ou jurídicas previamente auto-
rizadas pela CVM, conforme normas estabelecidas na
Instrução CVM 592, com as principais certificações au-
torizadas para isso...
• Planejador Financeiro: É o profissional que auxilia as pes-
soas no processo de atingir as metas financeiras da vida
por meio do gerenciamento adequado dos seus recur-
sos financeiros. Ele ajuda a desenvolver uma visão holís-
tica e abrangente de suas finanças, determinando onde
você está agora, onde gostaria de estar no futuro e o que
deve fazer para alcançar seus objetivos através do pla-
nejamento financeiro, de aposentadoria, fiscal e suces-
sório. Vale ressaltar que o Planejador Financeiro pode ter
ou não o selo do curso, já que, todavia, não existe uma
determinação da CVM sobre autorizações concedidas à
Planejadores Financeiros.

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• Corretor de Seguros: é o profissional do ramo securitário


certificado através de prova pela FUNENSEG e com re-
gistro na SUSEP. Ele é o representante autônomo (PF ou
PJ) do segurado junto à seguradora, sendo também o
consultor na indicação da apólice e defensor do segu-
rado após a ocorrência do sinistro.
• Agente Autônomo de Investimentos (AAI): é a pessoa
natural que atua na prospecção e captação de clien-
tes, recepção e registro de ordens e transmissão dessas
ordens para os sistemas de negociação ou de registro
cabíveis; e na prestação de informações sobre os pro-
dutos oferecidos e sobre os serviços prestados pela ins-
tituição integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários pela qual tenha sido contratado. Ou seja, o
AAI apenas pode explicar e indicar os produtos ofereci-
dos pela instituição que o contratou e não recomendar
investimentos.

Políticas Macroeconômicas: Monetária, fiscal


e cambial

Principais Indicadores Econômicos

Os principais indicadores da economia brasileira e cobra-


dos em prova são:

• PIB – Produto Interno Bruto;


• Taxa SELIC-Meta e Selic-Over;
• Taxa DI;
• TR – Taxa Referencial;
• PTAX – Taxa de câmbio;

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• IPCA e IGP-M – Índices de Inflação; e


• TLP – Taxa de Longo Prazo

Produto Interno Bruto

“O PIB – Produto Interno Bruto – é a soma do valor de todos


os bens e serviços finais realizados em uma determinada
localidade ao longo de um tempo específico. Esse dado
é considerado como o principal indicador do nível de de-
senvolvimento econômico, pois o seu crescimento signifi-
ca que as empresas e as pessoas estão produzindo mais
e, consequentemente, gerando mais renda.
O cálculo do seu valor não é uniforme e os dois principais
aspectos são:

• Ótica do Consumo (Despesa);


• Ótica da Produção.

Valor agregado ao PIB

No cálculo do PIB são considerados somente os bens e ser-


viços finais, ou seja, os bens e serviços intermediários são
desconsiderados para não haver sobreposição de valores.
No entanto, cada bem vendido ou serviço prestado está
gerando PIB.
Para facilitar o entendimento, vamos supor que um (1)
MARCENEIRO vendeu por R$ 500,00 madeiras para uma
(2) FÁBRICA construir uma cama. Após isso, esta fábrica
vendeu por R$ 2 mil a cama. O PIB total gerado foi de R$ 2
mil, no entanto, o marceneiro gerou R$ 500 e sobre a ma-
deira, a fábrica AGREGOU mais R$ 1.500,00 de PIB.

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Ótica do consumo

Pela Ótica de Consumo, o PIB resulta da soma dos seguin-


tes fatores:
• Consumo das Famílias: Como o nome já diz, é o consu-
mo das pessoas físicas
• Investimentos das Empresas: despesa das empresas
em investimento, sendo em bens de capital, matérias-
-primas e produtos (variação de estoques)
• Gastos do Governo: este item leva em consideração to-
dos os gastos que o governo faz em bens ou serviços.
Não são considerados os gastos com transferências de
renda (como bolsa família) e nem os pagamento de ju-
ros sobre a dívida pública.
• Balança Comercial: Também chamada de Exportação
Líquida, é a resultante das nossas exportações, descon-
tado das importações. Quanto mais caro o dólar (des-
valorização do real), maior será esse item e maior será
o PIB.

Ótica da produção

Pela Ótica de Produção, o PIB corresponde à soma


dos valores agregados líquidos dos setores primário, se-
cundário e terciário da economia (indústria, agropecuária
e serviços), mais os impostos indiretos, mais a deprecia-
ção do capital, menos os subsídios governamentais. Po-
demos também calcular da seguinte forma:

PIB = Produção da indústria + produção agrí-


cola + produção de serviços

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Portanto,a Ótica da produção é o processo reverso da óti-


ca do consumo, pois, para alguém comprar, outra deve
vender (produzir). Importante ressaltar que os valores ge-
rados ao PIB, devem ser o mesmo, não importando a for-
ma que se calcule.

Selic Meta

​ taxa Selic Meta é a taxa definida pelo governo como pa-


A
drão de negociação dos títulos públicos em operações re-
alizadas no mercado financeiro.
A taxa Selic Meta é definida pelo Conselho de Política Mo-
netária - COPOM periodicamente (a cada 45 dias) com o
objetivo de regular a taxa por meio do qual os bancos fa-
zem suas operações e consequentemente a taxa de juros
do país.
A variação da taxa definida pelo COPOM depende em mui-
to de como o órgão enxerga a economia para o próximo
período.
Um dos objetivos da regulação da taxa Selic Meta é ga-
rantir o controle da inflação.

Selic - Over

A Selic Over é a taxa de juros calculada no SELIC (Sistema


Especial de Liquidação e Custódia), obtida a partir do cál-
culo da taxa média ponderada e ajustada das operações
de financiamento overnight, lastreadas em Títulos Públicos
Federais e processadas no referido Sistema, na modalida-
de acordo de recompra.
A tendência é que o SELIC-OVER convirja para o SELIC-ME-

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TA. Essa taxa é o que chamamos de RISK FREE RATE (TLR)


da economia brasileira, que é quanto um investidor rece-
be por emprestar recursos ao Brasil. Dessa forma, a taxa
cobrada nos demais segmentos de crédito existentes no
mercado brasileiro é composta pela taxa Selic over, mais
o risco de inadimplência e outros custos (despesas admi-
nistrativas, impostos, utilidades,...).

INFORMAÇÕES PRINCIPAIS:

• É a média diária das transações de Títulos Públicos Fe-


derais (TPF);
• Muda diariamente (dias úteis) e anualizada;
• Praticada pelo mercado financeiro.

Certificado de Depósito Interbancário

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de


curtíssimo prazo emitido pelos bancos. Em algum grau, ele
se assemelha ao CDB. Isso porque o CDI também é usado
pelas instituições para captar recursos.
Mas há uma diferença fundamental entre eles: o certifica-
do interbancário não é oferecido diretamente aos inves-
tidores individuais. Como o próprio nome indica, ele serve
para que os bancos emprestem e tomem recursos entre si
de um dia para o outro. O CDI tem prazo de vencimento de
um dia útil.
A razão da existência do CDI é a regulação do sistema fi-
nanceiro. O Banco Central determina que os bancos de-
vem encerrar todos os dias com saldo positivo de caixa. É
uma medida de segurança que procura assegurar que o
sistema financeiro seja estável e esteja saudável.

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CDI x SELIC

O Tesouro Nacional, através da emissão de papéis (mer-


cado primário) dá o parâmetro para a curva de juros da
economia brasileira - curva Selic.
No entanto, a taxa Selic Over é obtida mediante o cálculo
da taxa média das operações de financiamento por um
dia entre as instituições financeiras, lastreadas em títulos
públicos federais. Quando o financiamento é lastreado em
Títulos Privados, temos a taxa CDI.

Taxa Referencial

Criada há mais de 20 anos, a Taxa Referencial (TR) de-


sempenha um papel importante para quem aloca recur-
sos em determinados produtos financeiros, pois utiliza a
taxa de juros como forma de rentabilidade.

O que é a TR?

A TR é uma taxa de referência utilizada para determinar a


taxa de retorno de determinados tipos de investimentos
no Brasil. Foi criada em 1991 com dois objetivos claros: de-
sindexar e combater a hiperinflação, como parâmetro da
taxa de juros cobrada no Brasil, que atua semelhantemen-
te à atual taxa Selic.
Atualmente, porém, a TR é utilizada como indicador de
rentabilidade para determinados tipos de investimentos e
ativos como poupança, títulos do Tesouro, FGTS e alguns
financiamentos imobiliários. Por isso, na hora de escolher
determinados investimentos, é preciso entender como
funciona a TR e se ela é benéfica para ganhar dinheiro.

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Qual o valor da TR?

Tal como a taxa Selic, o órgão responsável pela definição


do valor da TR é o Banco Central do Brasil (Bacen). Desde
2018, a instituição financeira implementou um novo méto-
do de cálculo. Assim, a TR passou a ser baseada na taxa
de juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Portanto, para calcular TR, primeiro é preciso calcular o va-
lor do redutor, projetado para remover o impacto dos im-
postos sobre TR. Portanto, a fórmula para calcular o redu-
tor é:

R= a+b x TBF

Onde:

• R é o redutor;
• a é um valor fixo igual a 1,005 (valor definido na criação
da TR);
• b depende do valor da TBF, divulgada pelo Banco Cen-
tral;
• TBF é a Tarifa Básica Financeira.

Após calcular o valor do redutor, basta substituir seu valor


e TBF na seguinte fórmula para encontrar o valor de TR:
TR = 100 x [(1 + TBF) ÷ R) – 1]
É importante observar que se o valor calculado da TR apre-
sentar resultado negativo, ele é tratado como zero, devido
à convenção estabelecida pelo próprio Banco Central, ra-
zão pela qual não há valores menores que zero na série
histórica.

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Quais os impactos da TR sobre os investi-


mentos?

Em relação à poupança, a aplicação financeira mais co-


nhecida associada à TR, a taxa de juros só terá impacto na
rentabilidade se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano.
A regra foi promulgada em 2012, quando o cálculo da ren-
tabilidade da poupança mudou. Como resultado, se a Se-
lic estiver acima de 8,5%, o retorno é de 0,5% ao mês mais
TR.
No caso dos títulos de capitalização, a rentabilidade do
produto ofertado pelo banco é exatamente o índice TR du-
rante o período de investimento do produto. Isso também
vale para o FGTS, exceto que o valor do fundo rende 3% ao
ano, mais a TR do período.
Em suma, é importante ressaltar que não existem mais tí-
tulos públicos que usam a Taxa Referencial (TR) para obter
lucro, embora algumas pessoas ainda possam tê-los em
sua carteira se levarem os títulos até o vencimento.

Taxa de longo prazo

A Taxa de Longo Prazo (TLP) é a taxa de juros utilizada pelo


Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES)
nos empréstimos que concede. Como tem foco no apoio à
criação e expansão de novos negócios, essa modalidade
de cálculo afeta especialmente os empreendedores (in-
clusive pessoas físicas).
A TLP é relativamente nova, visto que foi criada em 2018,
em substituição à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). É
considerada uma adequação: enquanto a TJLP, por vezes,
possuía uma taxa abaixo da praticada pelos bancos co-

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merciais e da própria taxa Selic (criando um déficit), a TLP


promove o nivelamento.
Entre outras vantagens da sua implementação, a princi-
pal delas diz respeito à desassociação das taxas de juros
do BNDES do direcionamento político. Ou seja, o uso dela
(como poderia acontecer no TJLP) com outros interesses
que não a sustentabilidade financeira da instituição e os
objetivos que ela promove.

Como calcular a Taxa de Longo Prazo (TLP)?

A TLP é composta por duas parcelas: uma regida pela juros


reais pré-fixados (através da moeda contratual TLP-Pré) e
outra da inflação (através do IPCA).
Considera-se, então, que a primeira é fixa (visto que não
varia ao longo do ciclo de vida do contrato) e a segunda é
variável.
Para fins de cálculo, a fórmula usada para se chegar ao
TLP é:
TLP = Juros Reais Pré-fixados (“TLP-Pré) x Inflação (IPCA).
Mas calma! A taxa final de juros do contrato considera ain-
da outros fatores como, por exemplo, o spread bancário e
o grau de risco de inadimplência do tomador do emprés-
timo.
Para encontrar a TLP-Pré, saiba que ela é divulgada men-
salmente pelo Banco Central, assim como o IPCA. Esse úl-
timo, no entanto, passa a valer apenas a partir do dia 15 de
cada mês.
Ou seja, se no dia 02 de março a taxa veiculada é de 5%
a.a., ela passará a ser considerada nos empréstimos ape-
nas entre 15 de março e 15 de abril (até ser substituída pela
nova divulgação)

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Taxa de câmbio

Por definição do Banco Central do Brasil, a Taxa de Câmbio


é o preço de uma moeda estrangeira medido em unida-
des ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a
moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados
Unidos, fazendo com que a cotação comumente utilizada
seja a dessa moeda, ou seja, quanto é necessário de uma
moeda de um país para comprar a moeda de um outro
país. No entanto, as moedas podem ter diversas formas de
mensuração (o quanto ela está custando).

PRINCIPAIS TIPOS DE COTAÇÃO:

• PTAX: principal tipo cobrado na prova, ela é a média


simples das transações realizadas entre as instituições
financeiras autorizadas a negociar câmbio no país, sen-
do calculada e divulgada diariamente pelo Banco Cen-
tral.
• Comercial: este é o valor utilizado para as operações
comerciais, tais como Importações e Exportações, tanto
de empresas, como do governo;
• Turismo: esta é a cotação através das negociações nas
casas de câmbio, na qual as pessoas físicas compram
para fazerem suas viagens.
• Spot: é taxa à vista do dólar que está sendo negociado;
• Forward: taxa negociada no mercado futuro (spot x taxa
de juros).

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Taxa de câmbio

A PTAX é a principal taxa de câmbio utilizada nacional-


mente como referência do real por dólares americanos.
Seu nome veio da PTAX800, por causa da PTAX800, uma
transação do Sistema do Banco Central usada durante
muitos anos pelo público para consultar taxas de câmbio,
mas que foi descontinuado em 2014.
Antigamente, a PTAX era calculada através de uma média
ponderada pelo volume das operações no mercado inter-
bancário de câmbio, com liquidação em dois dias úteis.
Hoje em dia, o BANCO CENTRAL consulta os dealers em
quatro momentos de alta liquidez no mercado de câmbio,
que informam qual foi o valor que eles numa única ne-
gociação que eles fizeram naquele momento com o dólar
americano, ou seja, qual o preço praticado no mercado
interbancário. Com estas informações, o BACEN faz uma
MÉDIA SIMPLES (aritmética), de cada ponta de compra e
venda do dólar. A divulgação da PTAX ocorra a cada con-
sulta (são 4 por dia) e no final do dia também, com a PTAX
do dia.
A participação dos dealers (instituições financeira) no cál-
culo da Ptax é avaliada mensalmente e um desempenho
insatisfatório, o leva ao descredenciamento.

Inflação

I​nflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela


implica diminuição do poder de compra da moeda. A in-
flação é medida pelos índices de preços. O Brasil tem vá-
rios índices de preços. O Índice Nacional de Preços ao Con-
sumidor Amplo (IPCA) é o índice utilizado no sistema de
metas para a inflação.

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Causas da inflação
A inflação pode ter várias causas, que podem ser agrupa-
das em:
1. pressões de demanda
2. pressões de custos
3. inércia inflacionária e
4. expectativas de inflação.​

Consequências da inflação

A inflação gera incertezas importantes na economia, de-


sestimulando o investimento e, assim, prejudicando o cres-
cimento econômico. Os preços relativos ficam distorcidos,
gerando várias ineficiências na economia. As pessoas e
as firmas perdem noção dos preços relativos e, assim, fica
difícil avaliar se algo está barato ou caro. A inflação afeta
particularmente as camadas menos favorecidas da po-
pulação, pois essas têm menos acesso a instrumentos fi-
nanceiros para se defender da inflação.

Inflação mais alta também aumenta o custo da dívida pú-


blica, pois as taxas de juros da dívida pública têm de com-
pensar não só o efeito da inflação mas também têm de
incluir um prêmio de risco para compensar as incertezas
associadas com a inflação mais alta.

Para se ter uma ideia de como está ocorrendo esse au-


mento de preços, no Brasil, as duas principais formas de
identificar esse aumento são por meio de índices:

• IPCA : Calculado pelo IBGE, sendo o índice oficial do Bra-


sil. É influenciado principalmente pela variação de pre-

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ços no VAREJO. Também visa corrigir os balanços pa-


trimoniais e trimestrais e semestrais das companhias
abertas.
• IGP-M: calculado pela FGV, sendo um índice para corre-
ção de contratos bancários e arrendamentos. É afetado
principalmente pela mudança no preço de ATACADO.

Índice de preços do consumidor amplo

A PONDERAÇÃO DAS DESPESAS DAS PESSOAS PARA SE VERIFICAR A


VARIAÇÃO DOS CUSTOS FOI DEFINIDA PELO SEGUINTE MODO:

Tipo de Gasto Peso % do Gasto Índice Oficial de Inflação do Brasil;


Calculado pelo IBGE;
Alimentação 25,21
Divulgado mensalmente;
Transporte e Utilizado como referência para META
Comunicação 18,77 de inflação definida pelo CMN para o
COPOM;
População-objetivo do IPCA abrange
Despesas Pessoais 15,68
as famílias com rendimentos mensais
Vestuário 12,49 compreendidos entre 1 (hum) e 40
(quarenta) salários-mínimos, qual-
Habitação 10,91 quer que seja a fonte de rendimentos,
e residentes nas áreas urbanas das
Saúde e cuidados regiões metropolitanas de Belém,
pessoais 8,85 Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Hori-
zonte, Rio de Janeiro, São Paulo,
Artigos de residência 8,09 Curitiba,
Porto Alegre, Brasília e município de
Goiânia.
Total 100,00

Índice Geral de Preços do Mercado

O IGP-M/FGV é composto pelos índices:


60% do Índice de Preços no Atacado (IPA): Mede a movi-
mentação média dos preços no atacado em todas as ca-
pitais brasileiras.
30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC): medida do pre-
ço médio necessário para comprar determinados bens e

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serviços de consumo no mercado varejista por famílias


com renda de 1 a 33 salários mínimos residentes nos prin-
cipais centros de consumo do Brasil.
10% Construção Nacional Índice de Custos (INCC): Reflete
o ritmo de preços de materiais de construção e mão de
obra no setor imobiliário, sendo amplamente utilizado na
correção de contratos de C&V na planta.
É importante ressaltar que a variação do dólar tem um im-
pacto mais relevante nos preços de atacado do que nos
preços do varejo, assim, o IGP-M sofre variações mais ex-
pressivas do que o IPCA quando há variação cambial.

Políticas Macroeconômicas

As Políticas Macroeconômicas são ferramentas de um go-


verno para atingir as metas de PIB desejadas. Quando um
governo quer que o PIB cresça, chamamos isso de políti-
ca expansionista, e ao contrário, política contracionista, ou
seja:
Política expansionista: o governo vai injetar dinheiro na
economia, fazendo com que as variáveis ​​que compõem
o PIB aumentem. A consequência é aumento da inflação,
aumento da liquidez, aumento do PIB e diminuição da taxa
de juros.
Política contracionista: o governo retira dinheiro da eco-
nomia, fazendo com que as variáveis ​​que compõem o PIB
diminuam. A consequência é uma diminuição da inflação,
uma diminuição da liquidez,uma diminuição do PIB e um
aumento da taxa de juros.

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COPOM

O Comitê de Política Monetária (COPOM) é o órgão deci-


sório da política monetária do Banco Central, que define, a
cada 45 dias , a meta da taxa básica de juros da econo-
mia brasileira (SELIC). As decisões do COPOM são tomadas
com o objetivo de ajustar a inflação (IPCA) à meta definida
pelo CMN e, uma vez definida a taxa Selic, o Banco Cen-
tral atuará diariamente por meio de operações de mer-
cado aberto (compra e venda de títulos do governo fede-
ral). para manter a taxa de juros próxima ao valor definido
na montagem. As reuniões ocorrem normalmente em dois
dias consecutivos (terça e quarta-feira) e o calendário de
reuniões de um determinado ano é divulgado até junho do
ano anterior.

Dados:

• COMPOSIÇÃO: Diretório de diretores colegiados do BA-


CEN (Presidente + 8 Diretores);
• FUNÇÃO PRINCIPAL: Definir a meta de taxa de juros
• Reuniões: 8 reuniões por ano (a cada 45 dias, se reúnem
por 2 dias).

Política monetária

Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é obje-


tivo fundamental do Banco Central (BC). A me​ta para a
inflação​é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN).
A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro,
mantendo o poder de compra da moeda​. ​Para alcançar

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esse objetivo, o BC utiliza a política monetária, política que


se refere às ações do BC que visam afetar o custo do di-
nheiro (taxas de juros) e a quantidade de dinheiro (condi-
ções de liquidez) na economia. No caso do BC, o principal
instrumento de política monetária é a taxa Selic, decidida
pelo Copom​.
Para controlar o dinheiro e as taxas de juros, as autorida-
des monetárias utilizam os seguintes instrumentos:
Operações de Mercado Aberto: Compra ou venda de Títu-
los Públicos Federais (TPF) pelo BACEN. Este é o instrumen-
to mais ágil e eficaz à disposição do governo para imple-
mentar a política monetária.
Depósito compulsório: O Banco Central exige que os ban-
cos depositem parte dos recursos obtidos dos clientes, por
meio de depósitos à vista, a prazo ou de poupança, em
uma conta do BACEN . Quanto maior o percentual da re-
serva legal, menor a liquidez do mercado.
Operações de Redesconto Bancário: É a taxa de juros co-
brada pelo Banco Central pelos empréstimos que conce-
de aos bancos. Quanto maior a taxa cobrada pelo BACEN,
menor a liquidez do mercado.
É importante entender que quanto maior a oferta de mo-
eda na economia, significa ter mais dinheiro em circula-
ção, e quanto maior a circulação de dinheiro, maior o PIB e
maior a tendência de alta da inflação.
Exemplo:

POLÍTICA OPERAÇÃO LIQUIDEZ INFLAÇÃO PIB

COMPRAR Títulos
Públicos; AUMENTA AUMENTA AUMENTA
Expansionista REDUZIR Compulsório;
REDUZIR Redesconto.

VENDER Títulos Públicos. REDUZ REDUZ REDUZ


Contracionista AUMENTAR Compulsório;
AUMENTAR Redesconto;

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Política fiscal

Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o


Governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a
cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a
redistribuição da renda e a alocação de recursos. A fun-
ção estabilizadora consiste na promoção do crescimento
econômico sustentado, com baixo desemprego e estabi-
lidade de preços. A função redistributiva visa assegurar a
distribuição equitativa da renda. Por fim, a função aloca-
tiva consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços
públicos, compensando as falhas de mercado.
Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob
diferentes ângulos, que podem focar na mensuração da
qualidade do gasto público bem como identificar os im-
pactos da política fiscal no bem-estar dos cidadãos. Para
tanto podem ser utilizados diversos indicadores para aná-
lise fiscal, em particular os de fluxos (resultados primário
e nominal) e estoques (dívidas líquida e bruta). A saber,
estes indicadores se relacionam entre si, pois os estoques
são formados por meio dos fluxos. Assim, por exemplo, o
resultado nominal apurado em certo período afeta o esto-
que de dívida bruta.
Resultado fiscal primário é a diferença entre as receitas
primárias e as despesas primárias durante um determi-
nado período. O resultado fiscal nominal, por sua vez, é o
resultado primário acrescido do pagamento líquido de ju-
ros. Assim, fala-se que o Governo obtém superávit fiscal
quando as receitas excedem as despesas em dado perí-
odo; por outro lado, há déficit quando as receitas são me-
nores do que as despesas.
No Brasil, a política fiscal é conduzida em conjunto com
a responsabilidade fiscal. O uso equilibrado dos recursos

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públicos visa a redução gradual da dívida líquida como


percentual do PIB, de forma a contribuir com a estabili-
dade, o crescimento e o desenvolvimento econômico do
país. Mais especificamente, a política fiscal busca a cria-
ção de empregos, o aumento dos investimentos públicos
e a ampliação da rede de seguridade social, com ênfase
na redução da pobreza e da desigualdade.

Exemplo:

POLÍTICA OPERAÇÃO

Aumento dos gastos públicos;


Diminuição das cargas tributárias;
Expansionista Aumento das transferências (Ex.
bolsa família)

Diminuição dos gastos públicos;


Contracionista Elevação da carga tributária;
Extinção de transferências (Ex. leve
leite).

Política cambial

Política cambial é o conjunto de ações governamentais


diretamente relacionadas ao comportamento do merca-
do de câmbio, inclusive no que diz respeito à relativa es-
tabilidade das taxas de câmbio e equilíbrio no balanço de
pagamentos, BC. Nessas políticas, podemos ter 3 regimes
cambiais:

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• Câmbio Fixo: regime no qual a taxa de câmbio perma-


nece estritamente inalterada ao longo do tempo. O re-
sultado é uma mudança constante nas reservas cam-
biais, pois o governo se compromete a comprar/vender
moeda estrangeira, para manter o equilíbrio entre oferta
e demanda.
• Câmbio flutuante: resultado puro da oferta e demanda
da moeda, sem a intervenção do Banco Central, man-
tendo as Reservas Internacionais inalteradas.
• Flutuação Suja: é a Bolsa de Valores Flutuante com in-
terferência do Banco Central quando entende que há
desequilíbrios e há necessidade de correções. Esse é o
regime em que o Brasil se encontra.

O câmbio interfere diretamente na vida das pessoas, pois


vários produtos são comprados no exterior e outros são
vendidos fora do país, influenciando assim outros preços
na economia.

Swap Cambial e Swap Cambial Reverso


Swap é um derivativo financeiro que promove simulta-
neamente a troca de taxas ou rendimentos em ativos
financeiros entre os agentes econômicos (neste caso,
uma das partes é o Banco Central), não há transferências
de ativos, mas sim um crédito ou débito em moeda local
ao final da operação. Nesta operação, os índices serão a
taxa Selic e a variação do dólar. Essas operações podem
ser de dois tipos:
Swap Cambial: o Banco Central vende dólares com a obri-
gação de recompra-los no futuro, recebendo em troca a
taxa de juros do período. Dessa forma, o governo atua para

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arrefecer a alta do dólar.


Swap Cambial Reverso: desta vez, o Banco Central está na
ponta oposta do Swap Cambial. Em vez de vender dólares,
compra dólares para evitar a valorização do real (desva-
lorização do dólar), pagando ao investidor os juros do pe-
ríodo e recebendo o troco do dólar.
Em ambos os casos, após a operação, analisa o resultado
operacional da valorização/desvalorização do dólar, com
apenas o pagamento/recebimento do resultado financei-
ro.

Cupom cambial

O cupom cambial é a remuneração efetiva dos dólares


convertidos em reais e aplicados no mercado financeiro
nacional. Seu valor expressa o interesse dos investidores
estrangeiros em investir seus recursos no Brasil, levando
em consideração o risco de crédito soberano que assumi-
rão e o retorno que teriam em seu país.

• Cupom limpo: ao utilizar a cotação atual da taxa de


câmbio;
• Cupom Sujo : quando a referência inicial é o câmbio de
venda do dia anterior à compra do título (PTAX800).
• Para facilitar o cálculo, podemos dizer que o valor do
dólar futuro, é nada mais do que a cotação atual cor-
rigindo uma taxa (taxa pré-brasileira por cupom cam-
bial):

Reservas internacionais

As reservas monetárias internacionais, também chama-


das de reservas cambiais, são os ativos dos bancos cen-

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trais e autoridades monetárias, como moedas estrangeiras


(dólar, euro, libra esterlina, ...), direitos de saque especiais
com o Fundo Monetário Internacional (FMI), depósitos no
Banco de Compensações Internacionais (BIS), ouro, entre
outros ativos.

Funcionam como uma espécie de seguro para o país cum-


prir suas obrigações financeiras (títulos todos cambiais,
emissão de moeda e financiamento de déficits temporá-
rios em seu balanço de pagamentos) e choques externos,
como crises cambiais e rupturas nos fluxos de capitais
para o País.

As reservas internacionais aumentam quando há supe-


rávit no balanço de pagamentos (BP), ou quando a soma
da Conta de Capital e Transações Correntes for positiva, e
decrescente, quando for deficitária. Quando não há inter-
venção do governo, a consequência do balanço de paga-
mentos positivo é um influxo de dólares, que faz com que
o dólar caia (valorização da moeda local e desvalorização
da moeda estrangeira). Quando for negativo, haverá uma
desvalorização do real e uma valorização do dólar (au-
mento do valor do dólar).

Balança de pagamentos

A balança de pagamentos é o saldo de uma contas ex-


ternas de um país, ou seja, o registro das transações de
um país com o resto do mundo. É usado para analisar se
os fundos estrangeiros estão entrando ou saindo. No Brasil,
os valores são expressos em dólares americanos, mesmo
quando feitos com outros países que não os EUA. A Balan-
ça de Pagamentos é composta por duas grandes contas,

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que são: Conta Corrente e a Conta de Capital.

Conta Corrente: São as entradas e saídas de um país, como


se fosse a conta corrente de uma pessoa. Está dividida em
três outras contas:

• Balança comercial: registra o comércio de mercadorias


(exportação e importação);
• Conta de serviços e receitas: balança comercial de
mercadorias, fretes, seguros, serviços públicos, juros de
empréstimos, dividendos. Também está incluída aqui a
conta de turismo (viagens internacionais), que corres-
ponde às despesas de turistas estrangeiros no Brasil,
deduzidas das despesas que os brasileiros fazem quan-
do viajam.
• Transferências unilaterais: remessas/doações entre re-
sidentes e não residentes.

CONTA DE CAPITAL: Registra o saldo líquido entre as com-


pras de ativos no exterior por residentes no Brasil, a venda
de ativos brasileiros para estrangeiros, bem como a amor-
tização de dívidas. É como a conta de investimento de uma
pessoa.

Ciclos econômicos
Os Ciclos Econômicos referem-se às flutuações da ativida-
de econômica no longo prazo. O ciclo envolve uma alter-
nância de períodos de crescimento relativamente rápido
do produto (recuperação e prosperidade), com períodos
de relativa estagnação ou declínio (contração ou reces-
são). Estes ciclos são caracterizados por inúmeras ativida-
des econômicas, tais como o PIB real e a taxa de desem-

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prego. Definiu-se quatro fases para um ciclo econômico.


São eles:

• Declínio;
• Depressão;
• Recuperação;
• Boom (Pico).

As quatro principais fases dos ciclos econômicos são:

• Declínio (Contração / Recessão): Fase em que diminui


o volume da produção e a atividade empresarial. Ca-
racteriza-se por um aumento do desemprego. Um país
será considerado em declínio quando se verificar uma
quebra na atividade empresarial (PIB negativo) durante
mais de dois trimestres consecutivos.
• Depressão (Fundo): É o ponto mais baixo ao qual caem
a produção, a taxa de desemprego aumenta e a taxa de
inflação diminui com atraso (lag). A depressão acaba
sendo o precursor e parte final do declínio, já que este
último não dura muito tempo.
• Recuperação (Expansão): Ocorre após se chegar ao
ponto mais baixo da depressão. Esta fase se caracteri-
za pelo aumento da produção e diminuição da taxa de
desemprego. Enquanto a economia não atingir a capa-
cidade produtiva plena, o nível de inflação será baixo.
• Boom (Pico): É o ponto mais alto de todas as fases do
ciclo econômico. A taxa de desemprego atinge o nível
mínimo ou mesmo desaparece, a economia opera em
potência plena e todos os recursos de trabalho e capital
disponíveis no país são engajados na produção. Via de
regra, a inflação tende a aumentar nesse período.

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Fundamentos de Finanças
MATEMÁTICA FINANCEIRA é uma área da matemática
para calcular o valor do dinheiro no tempo, ou seja, quan-
to um valor deve valer hoje no futuro ou quanto deve valer
um valor futuro hoje. Usando diferentes fórmulas, é pos-
sível mensurar esse valor e ter um melhor entendimento
das finanças e, com isso, usar melhor o dinheiro para fazer
investimentos, como decidir se é melhor comprar um ve-
ículo à vista ou fazer um empréstimo; quanto tenho que
acumular a cada mês para atingir minha meta ou mesmo,
qual é o valor de uma empresa hoje com base em ganhos
futuros.

A fórmula básica desse entendimento da matemática é


que o valor acumulado ( futuro valor) será o capital (va-
lor de hoje) mais os juros gerados sobre esse capital, ou a
matemática financeira se resume a esta fórmula:

Valor Futuro (Montante) = Valor Presente


(Principal) + JUROS
As principais definições para este início são:

• CAPITAL (C): Também chamado de Valor Presente (PV),


representa o valor do dinheiro hoje. Este valor pode ser
de um investimento, dívida ou empréstimo.
• JUROS (J): Representam os valores gerados pela remu-
neração do capital inicial. Podemos dizer que eles são o
custo do dinheiro, podendo ser gerados por uma apli-
cação (ou empréstimo) ou ainda pela diferença entre
o valor à vista e o valor pago a prazo de uma compra,

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ou até mesmo de um pagamento de um tributo. Aqui


entram os TIPOS DE JUROS (Juros Simples ou Juros Com-
postos).
• TAXA DE JUROS (i): É o percentual aplicado sobre os flu-
xos de caixa, também chamado de custo ou remunera-
ção do dinheiro. Ela sempre será associada a um certo
prazo (n), podendo ser ao dia, ao mês, ao bimestre, ao
ano...
• PRAZO (n): é o tempo do problema apresentado. Vale
ressaltar que no momento do cálculo, o prazo (n) e a
taxa de juros (i) devem estar no mesmo período. Por
exemplo, 2% ao mês aplicados por 24 meses (e não em
2 anos).
• MONTANTE (M): Também chamado de Valor Futuro (FV),
representa o capital inicial, mais os juros acrescidos.

Regime de Capitalização

O que são juros simples?

O juro simples é uma taxa previamente definida e que in-


cide somente sobre o valor inicial.
Por exemplo: Se você emprestar R$1000,00 com uma taxa
de 2% ao mês no juro simples, a taxa será sempre 2% de
R$1000 ao longo do prazo.
O importante mesmo é saber que nessa modalidade a
taxa de juros incide de forma regular sobre o valor total da
dívida.
Embora ainda esteja presente em alguns financiamentos,
pagamento de impostos e aplicações bancárias, o juro
simples não é mais utilizado pelo sistema financeiro.

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Como calcular juros simples

Os juros simples são calculados a partir da seguinte fór-


mula:

J=C×i×t

Onde:

• J = juros simples;
• C = capital inicial;
• i = taxa de juros;
• t = tempo da aplicação.

Agora, para saber qual o valor final a ser pago ou recebido,


basta somar os juros simples calculados ao capital inicial.

O que são juros compostos?

Já taxa de juros compostos, também chamada de juros


sobre juros, é sempre aplicada ao somatório do capital no
final de cada período.
Isso quer dizer que a taxa incide sobre o valor total (ou
montante) do período anterior, quando esse montante já
teve o valor do juro somado a ele.
Por exemplo, com R$1000 emprestados rendendo a 10% ao
mês aconteceria o seguinte:

• no primeiro mês o montante seria de R$1.100,00;


• no segundo mês seria 10% de R$1.100,00, ou seja, R$1.210,00;

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• no terceiro mês, 10% de R$1210, que é R$1.331,00.

E assim sucessivamente até o fim do período da aplicação.


Diversos tipos de financiamentos e investimento usam o
juro composto, pois gera mais lucro que as outras moda-
lidades (salvo algumas exceções que são apresentadas
pelo professor em aula).

Como calcular juros compostos

Os juros compostos são calculados a partir da seguinte


fórmula:

• M = C × (1 + i)n
• M=C+J
• J=M-C

Onde:

• M = montante;
• C = capital aplicado ou valor inicial;
• i = taxa de juro composto;
• n = tempo de aplicação;
• J = juro composto.

Ao aplicar essa fórmula, é preciso prestar atenção às uni-


dades.

Por exemplo:

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Para calcular uma taxa de 2% ao mês com um prazo de


dois anos, é preciso transformar os dois anos em 24 me-
ses, já que a taxa é mensal.
O mesmo vale para quando a taxa é anual ou diária.

O que são as Taxas proporcionais ?

Duas taxas de juros serão proporcionais quando, expres-


sas em unidades de tempo distintas, incidindo sobre um
mesmo capital inicial, por um um mesmo período ou pra-
zo, geram o mesmo montante (ou valor futuro), conside-
rando o regime de capitalização simples.
Vejamos um exemplo: a taxa de 3% a.m. será proporcional
à taxa de 36% a.a. (12×3%=36%).
Veja que proporcionalidade de taxas aplica-se somente
aos juros simples (capitalização simples) com taxas de
tempos diferentes e não aos juros compostos (capitaliza-
ção composta).

O que são Taxas equivalentes ?

Já duas taxas de juros, quando expressas em unidades de


tempo distintas, serão equivalentes quando, incidindo so-
bre um mesmo capital inicial, por um mesmo prazo, geram
o mesmo valor futuro (ou montante), sempre consideran-
do o regime de capitalização composta.

Exemplo:

Suponhamos uma taxa de 2,5% a.m. essa terá como equi-


valente uma ta×a de 34,49% a.a. Vejamos a fórmula apli-

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cada neste caso: [(1+2,5/100)^12-1]x100= 34,49%

Diferença Proporção e Equivalência de taxa


de juros

Em resumo quando dizemos que as taxas são proporcio-


nais, está implícito que tratamos do regime de capitaliza-
ção simples. Já, quando aborda-se as taxas equivalentes,
usamos o regime de capitalização composta, ou seja, taxa
de juros compostas.
Veja que há necessidade de termos duas referências para
compará-las nas taxas nominais e taxas equivalentes. O
comum entre elas é a necessidade de se haver taxas ex-
pressas em diferentes prazos para compreender a dinâ-
mica.

Orçamento familiar (fluxo de caixa)


O orçamento familiar, é a construção e análise de todas as
fontes de renda familiar, juntamente com suas despesas.
Com isso, vimos que as pessoas também devem ter che-
ques e análises como se fossem pessoas jurídicas (em-
presas).
Somente após definir o Fluxo de Caixa Familiar, com en-
tradas (receitas) e saídas (custos), que podemos traçar
como serão feitos os planos para o futuro: uma troca de
casa, uma viagem ou um adiantamento de pensão.
Vale lembrar que os valores que acumulam riqueza não
devem ser considerados como despesas, como investi-
mentos mensais em CDB, VGBL, PGBL.

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ORÇAMENTO DOMÉSTICO = RENDAS – DESPESAS

Construindo um Plano Orçamentário

Na construção de um orçamento familiar, devemos iden-


tificar:

• Custos Fixos, Custos Variáveis ​​e Custos Sensíveis à Infla-


ção;
• Projetar o orçamento para os próximos 12 meses;
• Compare os gastos reais com os projetados (quando o
primeiro já foi feito).

Ressalte-se que é muito importante analisar o impacto da


inflação no custo de vida do cliente. Muitas pessoas têm
um salário fixo e não conseguem reajustar sua renda com
o devido aumento de despesas gerado pelo aumento dos
preços (inflação), gerando uma perda na qualidade de
vida.

Capacidade de Poupança

A capacidade de poupança é um dos principais itens a


ser analisado no orçamento familiar. Ele é o resultado do
quanto uma família ganha e o quanto ela consegue guar-
dar a sua renda. Se as receitas são MAIORES que as des-
pesas, a família possui Capacidade de Poupança, e pode-
rá continuar aumentando o patrimônio e conquistar seus
objetivos financeiros. Porém, se as receitas são MENORES
que as despesas, a família está com problemas financei-
ros, necessitando tomar empréstimos para custear seu
padrão de vida ou vendendo ativos para se manter. Segue

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a fórmula para este indicador:

Índice de poupança = Resultado do Orçamento Doméstico


Receitas

Reserva de Emergência

A Reserva de Emergência é um valor financeiro que deve


estar aplicado em investimentos com muita liquidez, ou
seja, que possa ser convertido em dinheiro o mais rápido
possível e sem variações bruscas, como por exemplo LFT –
Tesouro Selic, CDB liquidez diária, poupança, fundos Renda
Fixa Curto Prazo.
O objetivo desse recurso é para suprir imprevistos em
nossas vidas (batida do carro, problemas de saúde, e até
mesmo desemprego) sem que seja necessário a tomada
de empréstimos com taxas extremamente altas ou a ven-
da de patrimônio (ativos de longo prazo). O aconselhável
é que este valor seja de 3 a 12 meses das despesas cor-
rentes, ou seja, se uma família tem renda de R$ 10 mil por
mês e um custo de vida de R$ 5 mil, iremos analisar de 3 a
12 meses sobre os R$ 5 mil (entre R$ 15 mil e R$ 60 mil para
o fundo de emergência).

Balanço Patrimonial

É um relatório que mostra a situação financeira de uma


pessoa (pessoa física ou jurídica), relacionada aos seus
bens, direitos e obrigações, ou seja, é tudo o que poderia
ser vendido e tudo isso você precisa pagar antes de uma
data específica. Existem algumas regras que devem ser

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respeitadas para que haja um padrão nesses relatórios,


mesmo que sejam para pessoas físicas, que são:

O Patrimônio Líquido será formado por dois grandes gru-


pos: Ativo e Passivo;

• ATIVO: tudo que foi adquirido e pode ser vendido (trans-


formado em dinheiro ou já é dinheiro. A apólice de segu-
ro de vida não está inclusa);
• PASSIVO: são as dívidas da pessoa.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Ativo menos Passivo, ou seja, se você vender tudo e pagar


tudo o que deve, quanto vai sobrar?
Este será o Patrimônio Líquido

• Eles são agrupados em contas organizadas em ordem


decrescente de liquidez, ou seja, aquelas que são mais
fáceis de vender ou que serão coletadas primeiro apa-
recerão primeiro;

Os ATIVOS das pessoas físicas são classificados como :


Bens de uso: Habitação, veículos familiares, casas de ve-
raneio;
Ativos de não uso: Investimentos financeiros, ações, imó-
veis e viaturas que gerem rendimentos ou se destinam a
venda futura;

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Exemplo:

ATIVO PASSIVO

Casa R$105.000,00 Financiamento Casa R$35.000,00


Carro R$39.000,00 Financiamento Carro R$39.000,00
Moto R$14.000,00 Empréstimo Pessoal R$5.500,00
Financiamento Moto R$14.000,00
Cartão de Crédito R$3.000,00
Patrimônio liquido R$79.500,00
Total R$158.000,00 Total R$158.000,00

Principais Indicadores

Índice de Cobertura das Despesas Mensais

O ÍNDICE DE COBERTURA DAS DESPESAS MENSAIS mede a


capacidade da família em honrar suas despesas mensais
somente com os investimentos que possui de curto prazo,
ou seja, aqueles que possuem baixíssimo risco (liquidez e
mercado), chamados de Ativos de Curto Prazo. Este indi-
cador é utilizado para saber em quantos meses as reser-
vas emergenciais serão consumidas pelas despesas.
Assim sendo, sua fórmula é:

Índice de cobertura = Ativos de Curto prazo


Despesas mensais
Índice de Liquidez

RELATÓRIO DE LIQUIDEZ informa se os ativos de curto pra-


zo (liquidez) são capazes de pagar o serviço da dívida de
curto prazo. Muitas famílias têm alta riqueza, mas falta li-

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quidez. Portanto, em qualquer necessidade extrema, terão


que vender ativos de longo prazo com grande desconto,
gerando perdas (ou pequenos ganhos) por falta de pla-
nejamento. Para calcular esse indicador, precisamos fazer
o seguinte:

Índice de liquidez = Ativos de Curto prazo


Passivos de curto prazo

Índice de Endividamento

Como vimos, os ATIVOS são compostos por Capital Próprio


(PATRIMÔNIO LÍQUIDO) e por Capital de Terceiros (PASSI-
VOS), também chamado de Passivo Exigível, que são as
dívidas. Assim, é normal as pessoas terem dívidas para
aquisição de bens. No entanto, no momento em que se co-
meça a adquirir dívidas, é importante que a família passe
a acompanhar a evolução do seu índice de endividamen-
to para garantir que suas contas estejam sob controle no
curto, médio e longo prazo.

Sua fórmula é:

Índice de endividamento = Passivos


Ativos

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PREVENÇÃO CONTRA A LAVAGEM DE DINHEIRO


E O FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
Em uma época marcada pelos rápidos avanços tecnológi-
cos e pela globalização, a lavagem de dinheiro é um tema
de especial relevância e que ganha destaque na agenda
dos países. Nesse sentido é que já em 1988 a Organização
das Nações Unidas aprovou a Convenção de Viena contra
o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de Substâncias Psico-
trópicas, cujo art. 3º estabeleceu que as partes signatárias
deveriam se esforçar para transformar em delitos penais
a conversão, transferência, ocultação ou encobrimento de
bens provenientes de atividades ilícitas relacionadas ao
tráfico de drogas.
Isso impôs uma obrigação internacional de esforços vi-
sando coibir a lavagem de dinheiro, esforços esses que se
estenderam ao combate do terrorismo e à corrupção. As-
sim, convencionou-se que a fim de combater a corrupção,
o crime organizado, o terrorismo e até mesmo a simples
evasão de divisas – que pode comprometer a situação
fiscal e monetária de um país – é necessário vigilância
constante. Para isso, contudo, os reguladores de cada país
dependem imensamente da cooperação das instituições
financeiras. Nesse sentido, há uma série de dispositivos
normativos em vigor no Brasil direcionados a garantir que
as instituições financeiras cumpram o seu papel no com-
bate e na prevenção à lavagem de dinheiro.

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2.1 Conceito de lavagem de dinhei-


ro – legislação e regulamentação
aplicável
Em termos simples, a lavagem de dinheiro corresponde à
prática pela qual se inserem na economia formal recursos
decorrentes de atividades ilícitas, por meio da ocultação
ou dissimulação de sua verdadeira origem. Em sua forma
mais recorrente, portanto, a lavagem de dinheiro envolve
três etapas independentes, que muitas vezes ocorrem de
forma sequencial ou simultânea.

• Colocação: a primeira etapa do processo é a inserção do


dinheiro no sistema econômico. A colocação se efetua
por meio de depósitos, compra de instrumentos nego-
ciáveis ou compra de bens. Para dificultar a identifica-
ção da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam
técnicas sofisticadas, tais como o fracionamento dos
valores em quantias menores e a utilização de estabe-
lecimentos comerciais que usualmente trabalham com
dinheiro em espécie.

• Ocultação: a segunda etapa do processo consiste em


dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O
objetivo é quebrar a cadeia de evidências que conec-
ta o dinheiro à sua origem ilícita. Os criminosos buscam
movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ati-
vos para contas anônimas preferencialmente, em paí-
ses amparados por fortes leis de sigilo bancário.
• Integração: na última etapa, os ativos são incorporados
formalmente ao sistema econômico. As organizações
criminosas buscam investir em empreendimentos que
facilitem suas atividades – podendo tais sociedades

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prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia,


torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

Na legislação brasileira, o conceito de lavagem está ex-


presso na Lei 9.613/986 (criada por força do compromisso
assumido no já mencionado Tratado de Viena de 1988),
que em seu art. 1º conceitua o crime de lavagem como
“(...) ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização,
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direi-
tos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de in-
fração penal”.

Contudo, é importante notar que o referido artigo, em seus


parágrafos 1º e 2º, impõe as mesmas penas para quem:
“(…) ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal os converte em ati-
vos lícitos; “os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou rece-
be em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou
transfere; importa ou exporta bens com valores não cor-
respondentes aos verdadeiros”.
“(…) utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, di-
reitos ou valores provenientes de infração penal”;
“(…) participa de grupo, associação ou escritório tendo co-
nhecimento de que sua atividade principal ou secundária
é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei”.

Em suma, ficam sujeitas às punições aplicáveis aos crimes


de lavagem de dinheiro todos que de alguma forma con-
tribuem para qualquer uma das etapas do processo de
lavagem de dinheiro.

Não obstante, o que todas essas atividades têm em co-


mum é que, para que sejam consideradas crime conse-
quente de lavagem de dinheiro, é necessário haver fonte

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ilícita para o recurso original, ou seja, uma infração penal


precedente. Por isso é habitual a expressão de que na la-
vagem de dinheiro não há crime consequente sem crime
precedente. Além disso, é importante observar que o com-
bate à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo
(LD-FT) no Brasil é capitaneado pelo Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf) que, a partir de 2020, pas-
sou a ser vinculado administrativamente ao Banco Cen-
tral do Brasil. Enquanto tal, o Coaf tem a incumbência legal
de receber e analisar as comunicações suspeitas oriun-
das dos segmentos econômicos elencados na Lei 9.613/98,
além de produzir e gerir informações de inteligência finan-
ceira para a prevenção e o combate à LD-FT. Da mesma
forma, essa lei também confere ao Coaf o papel de su-
pervisor das pessoas obrigadas lá elencadas que não têm
um supervisor próprio, como é o caso das joalherias, das
factorings e aquelas pessoas ou empresas que comer-
cializam bens de luxo ou alto valor, assim entendidos os
bens móveis cuja valor unitário seja igual ou superior a R$
10.000,00 (dez mil reais) ou equivalente em outra moeda
(Resolução Coaf nº 25/2013).

Além do Coaf, outras autoridades, tais como o BACEN, a


CVM, a Polícia Federal, a Receita Federal, a Controladoria-
-Geral da União e o Ministério Público cumprem importan-
te papel no combate à LD-FT

No que se refere ao sistema financeiro, contudo, merecem


especial atenção as normas emitidas pela CVM e pelo BA-
CEN. As principais iniciativas regulatórias advindas desses
órgãos para combate à LD-FT são:

• Instrução CVM 6178 – dispõe sobre a prevenção à lava-


gem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo – PL-

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DFT no âmbito do mercado de valores mobiliários.


• Circular BACEN 3.9789 – dispõe sobre a política, os pro-
cedimentos e os controles internos a serem adotados
pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil visando à prevenção da utilização do
sistema financeiro para a prática dos crimes de “lava-
gem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que
trata a Lei nº 9.613/98 e de financiamento do terrorismo,
previsto na Lei nº 13.260/16.

2.2. Responsabilidades administra-


tivas e legais de entidades e pesso-
as físicas sujeitas à lei e à regula-
mentação.
A regulação da CVM e a do BACEN obrigam as instituições
a designar um diretor responsável por implementação e
cumprimento das medidas de prevenção à LD-FT, nos ter-
mos do art. 8º da Instrução CVM 617 e do art. 9º da Circular
BACEN 3.978.

Essa obrigação carrega em si séria consequência ad-


ministrativa, uma vez que, na eventualidade da verifica-
ção de alguma irregularidade, esse diretor constará, junto
com a instituição, como parte do Processo Administrativo
Sancionador correspondente, estando sujeito a penalida-
des administrativas na pessoa física. Ademais, outros ad-
ministradores das instituições financeiras que deixem de
cumprir as obrigações de prevenção à LD-FT também es-
tarão sujeitos a penalidades administrativas, sem prejuízo
de eventual responsabilização civil ou penal. Nos termos

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da Lei 9.613/98, as penalidades administrativas cabíveis –


que podem ser aplicadas cumulativamente – são as se-
guintes:

• advertência; multa pecuniária variável não superior ao


• (i) dobro do valor da operação;
• (ii) dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente
seria obtido pela realização da operação; ou
• (iii) valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais), o
que for menor.

• Inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para
o exercício do cargo de administrador das pessoas jurí-
dicas referidas no art. 9º da Lei 9.613/98.

• Cassação ou suspensão da autorização para o exercício
de atividade, operação ou funcionamento. Nos termos
da própria Lei 9.613/98, as penas de advertência são re-
servadas para irregularidades de menor poder ofensivo,
como a verificação do cumprimento irregular das obri-
gações de cadastro de clientes e registro de operações.
As penas de multa, por sua vez, são reservadas àque-
les que deixem de sanar, no prazo assinalado, irregula-
ridades objeto de advertência prévia, que deixarem de
cumprir com suas obrigações de cadastro de clientes,
de registro de operações, de adoção de procedimen-
tos idôneos de controles internos e de manutenção de
cadastro atualizado junto ao Coaf. A inabilitação tem-
porária será aplicada quando forem verificadas infra-
ções graves quanto ao cumprimento das constantes
obrigações de prevenção à LD-FT ou quando ocorrer
reincidência específica, devidamente caracterizada em
transgressões anteriormente punidas com multa.

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Por fim, a cassação da autorização será aplicada nos ca-


sos de reincidência específica de infrações anteriormen-
te punidas com a pena de inabilitação. Para as infrações
administrativas ocorridas no âmbito da regulação do BA-
CEN, um maior detalhamento da definição e aplicabilida-
de das penalidades pode ser verificado na Circular BACEN
3.858/17.
No caso da imputação criminal, como essa atinge não
apenas o núcleo do crime de lavagem, mas também os
atos que o possibilitam, o Ministério Público e a Polícia Fe-
deral têm defendido teses que imputam, às instituições
financeiras e a seus representantes, corresponsabilidade
pela prática de crimes de lavagem. Isso porque a capaci-
dade de armazenamento e mobilização de recursos das
instituições financeiras é vista como essencial para que
criminosos pratiquem o crime de lavagem em larga esca-
la.
Portanto, não só para coibir as atividades criminosas em
si, mas para a manutenção da confiança da sociedade
no setor financeiro, necessária para o desenvolvimento
deste, a atenção redobrada à prevenção à LD-FT se mos-
tra fundamental. Ou seja, é importante ter em mente que
independentemente de falhas na prevenção à LD-FT se-
rem consideradas infrações administrativas, as práticas
de lavagem de dinheiro e de financiamento ao terrorismo
são, ambas, consideradas crime no ordenamento jurídico
brasileiro. No caso do financiamento ao terrorismo, a Lei
13.260/16 sujeita os responsáveis por sua prática à pena de
reclusão de quinze a trinta anos. No caso da lavagem de
dinheiro, as pessoas físicas e os representantes de pesso-
as jurídicas considerados responsáveis por sua prática es-
tão sujeitos à pena de reclusão de três a dez anos e multa.
Contudo, também como visto, a pena descrita não se apli-
ca somente a quem realizar a conduta principal referida

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como “ocultar ou dissimular a natureza, origem, localiza-


ção, disposição, movimentação ou propriedade de bens,
direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente,
de infração penal”. Afinal, as mesmas penas são aplicá-
veis também aos agentes que possibilitaram a ocorrência
da lavagem de dinheiro em seu ciclo amplo, que, como
visto, engloba integração, ocultação e colocação.
Como se sabe, a caracterização de algo como crime car-
rega em si não apenas a possibilidade de responsabiliza-
ção na esfera penal, mas também um forte estigma social.
Logo, ao avaliar a situação das instituições financeiras, que
dependem de sua imagem e credibilidade para conduz ir
seus negócios de forma satisfatória, fica clara a enormi-
dade do risco que representa a associação do seu nome
com atividade criminosa.
Evidentemente, isso afeta, além das instituições financei-
ras, também seus funcionários. Em razão disso, o profissio-
nal deve sempre ter zelo especial para que um eventual
relaxamento de controle não acabe por contribuir para a
materialização do crime de lavagem.

2.2.1 Modelo de abordagem baseada


em risco
Seguindo a abordagem proposta pelas recomendações
mais recentes do Grupo de Ação Financeira contra a Lava-
gem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), a
estratégia de combate à utilização do sistema financeiro
para a prática de LD-FT por parte dos reguladores passou
nos últimos anos a focar mais na imposição às institui-
ções do sistema financeiro do dever de identificar, avaliar
e compreender os riscos de LD-FT incidentes sobre si.

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Com isso, a ideia é que cada instituição deve conhecer


bem seu público (clientes, parceiros, fornecedores e fun-
cionários), os produtos e serviços que oferece e como es-
ses fatores podem vir a interagir para criar condições fa-
voráveis à LD-FT, a fim de mitigar o risco dessa ocorrência.
Ou seja, os reguladores do sistema financeiro não devem
se preocupar tanto em prescrever regras e parâmetros
universais, mas sim impor às instituições o dever de esta-
belecer controles efetivos aos riscos que lhe são próprios.
A ideia por traz disso é justamente um preceito de eficiên-
cia. Afinal, as instituições do sistema financeiro possuem
funções, estruturas e públicos diversos, pelo que uma es-
tratégia única deixaria de levar em consideração particu-
laridades que são cruciais para um ajuste fino de ferra-
mentas de controle e prevenção.
Isso não quer dizer que a regulação não impõe algumas
regras objetivas de observação obrigatória a todas as
instituições, como será visto, por exemplo, no item 2.2.5.2
abaixo, mas sim que, no geral, o modelo de combate à
LD-FT deve ser um modelo personalizado por instituição,
considerando os riscos relevantes a si.
Na prática, o que isso significa ao profissional é que, di-
ferente do que ocorria anteriormente, as práticas de pre-
venção à LD-FT passam a variar mais de uma instituição
para a outra e a serem atualizadas com maior frequên-
cia, exigindo do profissional capacidade de adaptação e
constante atenção.

2.2.2 Avaliação Interna de Risco


Para efetivação da estratégia de combate à LD-FT base-
ada em risco, tanto o BACEN (Circular BACEN 3.978, arts. 10
a 12) como a CVM (Instrução CVM 617, arts. 5º e 6º) exigem

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que as instituições por eles reguladas realizem uma Ava-


liação Interna de Risco relacionada aos produtos e servi-
ços por ela prestados e à natureza de seus clientes, par-
ceiros, fornecedores e funcionários.
É esse documento que servirá como parâmetro para as
políticas e procedimentos de prevenção e combate à LD-FT
a serem implementadas pela instituição. Essas avaliações
devem ser documentadas e encaminhadas aos órgãos de
controle e da alta administração da instituição, sendo que
a CVM exige sua elaboração a cada ano e o BACEN exige
sua revisão a cada dois anos, ou em período inferior, caso
haja alteração significativa no perfil de risco da instituição.

2.2.2.1 Política direcionada às ca-


racterísticas e riscos relevantes da
instituição
Seguindo o modelo de abordagem baseada em risco, cada
instituição deve, com o auxílio de sua Avaliação Interna de
Risco, definir e parametrizar sua política de prevenção e
combate à LD-FT. A referida política deve ser formaliza-
da em documento próprio da instituição, o qual deve ser
aprovado por sua alta administração, mantida atualizada
e que também deve ser clara, acessível e em nível de de-
talhamento compatível com o porte, a estrutura, a com-
plexidade dos produtos e serviços, assim como das ativi-
dades desempenhadas pelas instituições.
Como conteúdo, a Política de prevenção e combate à LD-
-FT deve prever a governança relacionada ao cumpri-
mento das obrigações regulatórias respectivas, diretrizes
específicas de registro e monitoramentos de operações
financeiras, processos relacionados ao conhecimento de

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seus clientes, parceiros, fornecedores e funcionários e, no


caso de instituições reguladas pelo BACEN, as diretrizes a
serem observadas para a capacitação contínua de seus
funcionários sobre o tema.

2.2.2.2 Controle de efetividade das


políticas e procedimentos
Se por um lado o modelo de abordagem baseado em ris-
co para prevenção e combate à LD-FT confere maior li-
berdade para que cada instituição estabelece controles e
procedimentos mais adequados à sua realidade, por ou-
tro lado há a necessidade de verificar a efetividade desses.
Para isso, tanto o BACEN (Circular 3.978, art. 62 e 65) como
a CVM (Instrução CVM 617, art. 6º) exigem de seus jurisdi-
cionados a avaliação contínua da efetividade dos proce-
dimentos e controles implementados a partir da Política
de prevenção e combate à LD-FT, a ser realizada mediante
testes periódicos que devem observar metodologias ade-
quadas.
Portanto, os profissionais também passam a experienciar
maior monitoramento sobre a forma como suas condu-
tas impactam os controles e procedimentos destinados à
prevenção e combate à LD-FT por parte da instituição à
qual estejam ligados.

2.2.3 Clientes/investidores
Como é perceptível pela conceituação vista, a LD-FT pode
ser praticada tanto por instituições financeiras quanto por
seus clientes e investidores. Logo, mesmo uma instituição
financeira idônea precisa tomar as devidas cautelas a fim

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de que sua estrutura não seja utilizada para a prática de


crime de lavagem, uma vez que isso pode difamar a ins-
tituição e diminuir a confiança do público no sistema fi-
nanceiro. Tendo isso em vista é que o BACEN e a CVM im-
põem, sobretudo por meio dos normativos mencionados,
uma série de obrigações procedimentais às instituições
financeiras referentes a identificação, cadastro, registro e
comunicações de operações de seus clientes.

2.2.3.1 Ações preventivas: princípio


do “conheça seu cliente”
Embora as disposições regulatórias advindas do BACEN e
da CVM sejam de observância fundamental para as insti-
tuições financeiras, ações preventivas adicionais também
podem e devem ser tomadas a fim de preservar a reputa-
ção das instituições financeiras. Nesse sentido, observare-
mos na sequência algumas dessas medidas preventivas.

2.2.3.1.1 Função do cadastro e im-


plicações de um cadastro desatu-
alizado e análise da capacidade fi-
nanceira do cliente
Uma das principais atuações preventivas ao alcance das
instituições financeiras diz respeito à manutenção de um
cadastro completo e atualizado dos clientes. Nesse senti-
do, quanto mais completo um cadastro, mais facilmente
são identificadas operações suspeitas.
Tão importante quanto a existência de um cadastro com-

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pleto quando da abertura de um relacionamento de inter-


mediação financeira, contudo, é a constante atualização
dele.
Afinal, as pessoas passam por uma série de mudanças
em suas vidas, muitas das quais repercutem em altera-
ções patrimoniais relevantes, de tal forma que apenas a
manutenção de um cadastro atualizado periodicamente
é capaz de fornecer às instituições financeiras os elemen-
tos necessários para averiguar a regularidade das opera-
ções de cada cliente.
Portanto, as instituições devem prever e realizar as rotinas
de atualização de dados cadastrais descritas em seus
manuais internos, respeitando, no mínimo, a periodicidade
definida na regulamentação vigente. Essa atualização dos
dados cadastrais pode ser realizada via canais de aten-
dimento, mas precisa ser evidenciada por meio de fichas
cadastrais e/ ou cartas assinadas pelos clientes, logs de
sistemas, gravações telefônicas, ou outro comprovante
idôneo de confirmação de dados. Igualmente, recomen-
da-se especial cautela na realização de operações com
clientes cujo cadastro esteja incompleto ou desatualizado,
afinal essa prática pode sujeitar a instituição financeira a
sanções administrativas, conforme será visto em detalhe
adiante.
Dessa forma, como na atividade de LD-FT a utilização de
pessoas aleatórias para a colocação, ocultação ou inte-
gração de recursos é prática recorrente, torna-se funda-
mental observar, entre outras características, a capacidade
financeira do cliente, a fim de verificar se as movimenta-
ções dele são compatíveis com sua situação financeira.

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2.2.3.1.2 O princípio “conheça seu


cliente” como forma de proteção da
instituição financeira e do profissio-
nal
Conforme já discutido neste capítulo, o processo de ave-
riguação detalhada do perfil do cliente é conhecido como
“conheça seu cliente”. Esse processo busca reunir informa-
ções das mais diversas sobre os clientes, desde dados do-
cumentais até profissão, grau de escolaridade, patrimônio
e renda. Isso tudo a fim de possibilitar uma análise mais
precisa sobre quais operações realizadas por algum clien-
te caracterizam ou não operações suspeitas.
Mais especificamente, as informações mínimas requeri-
das podem variar a depender da natureza do cliente, se
pessoa física, jurídica ou outro (como clubes de investi-
mento, fundos de investimento, investidores não residen-
tes e fundações). As informações mínimas requeridas pela
CVM estão descritas nos Anexos 11-a e 11-b da Instrução
CVM 617 e as informações mínimas requeridas pelo BACEN
estão descritas no art. 16 da Circular BACEN 3.978. É im-
portante salientar que toda a documentação comprovan-
te das informações prestadas deve ser armazenada pela
instituição junto ao cadastro.
Fazer isso, longe de consistir em mera formalidade para
atender ao regulador, pode proteger o profissional e a ins-
tituição financeira tanto de um escândalo que atingiria sua
imagem quanto de penas administrativas, caso sejam ve-
rificados descumprimentos pela autoridade reguladora.
Além do mais, é importante lembrar que as irregularida-
des, quando verificadas, normalmente o são em um tem-

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po considerável após sua ocorrência, razão pela qual é


recomendável que mesmo os arquivos antigos referentes
aos cadastros dos clientes sejam mantidos por pelo me-
nos dez anos, a fim de que se possa demonstrar não só o
estado final do cadastro, mas a sua trajetória. Igualmente,
o cadastro de antigos clientes deve ser mantido no mí-
nimo pelo mesmo prazo, contado após o primeiro dia do
ano seguinte ao término do relacionamento coma insti-
tuição, como forma de proteção contra questionamentos
posteriores ao fim do relacionamento financeiro.

2.2.4 Registros de operações


Além de ser importante manter um cadastro completo e
atualizado dos clientes, é fundamental a manutenção de
registros de todas as transações, com sua devida identifi-
cação e, em especial, daquelas operações caracterizadas
como de comunicação obrigatória ao Coaf. Isso a fim de
permitir uma análise posterior por parte do regulador, tan-
to do histórico de operações de determinado cliente como
do cumprimento, por parte da instituição, do seu dever de
informar operações suspeitas. O BACEN também exige que
os sistemas de registro tenham filtros que permitam iden-
tificar transações específicas de determinada natureza e
valor.
No que se refere à obrigatoriedade de manutenção dos
registros das operações, a Lei 9.613/98 diz que o prazo de
manutenção é de, no mínimo, cinco anos da conclusão da
transação, podendo ser estendido pela autoridade com-
petente. No que se refere às autoridades responsáveis pela
regulação financeira, tem-se que a CVM exige sua manu-
tenção por cinco anos e o BACEN exige a manutenção dos
registros por prazos que variam de cinco a dez anos, a de-

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pender das características da operação.

2.2.5 Operações suspeitas


Conforme visto até aqui, parte substancial das obriga-
ções imputáveis às instituições financeiras na prevenção
da lavagem de dinheiro diz respeito à obrigatoriedade de
comunicação de operações suspeitas ao Coaf, enquanto
unidade de inteligência financeira. Em razão disso, cabe
detalhar o que são indícios de lavagem de dinheiro e quais
hipóteses geram a obrigatoriedade de comunicação.

2.2.5.1 Caracterização
Embora as práticas de lavagem de dinheiro se reinventem
com o tempo, exigindo das instituições financeiras aten-
ção constante, a experiência sugere alguns traços comuns
a essas operações. Com base nisso, os normativos da CVM
e do BACEN listam uma série de situações que, a depen-
der de análise, podem ser consideradas suspeitas ou que
necessitam de monitoramento contínuo. Para a CVM, são
exemplos de situações que podem configurar indícios de
LD-FT:
• Situações em que não seja possível manter atualizadas
as informações cadastrais de seus clientes.
• Situações em que não seja possível identificar o benefi-
ciário final.
• Operações cujos valores se afigurem incompatíveis com
a ocupação profissional, os rendimentos ou a situação pa-
trimonial ou financeira de qualquer das partes envolvidas,
tomando-se por base as informações cadastrais respec-
tivas.

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• Incompatibilidade da atividade econômica, do objeto


social ou do faturamento informados com o padrão ope-
racional apresentado por clientes com o mesmo perfil.
• Operações realizadas entre as mesmas partes ou em be-
nefício das mesmas partes, nas quais haja seguidos ga-
nhos ou perdas no que se refere a algum dos envolvidos.
• Operações que evidenciem oscilação significativa em
relação ao volume ou frequência de negócios de qualquer
das partes envolvidas.
• Operações cujos desdobramentos contemplem caracte-
rísticas que possam constituir artifício para burla da identi-
ficação dos efetivos envolvidos e beneficiários respectivos.
• Operações cujas características e desdobramentos evi-
denciem atuação, de forma contumaz, em nome de ter-
ceiros.
•Operações que evidenciem mudança repentina e objeti-
vamente injustificada relativamente às modalidades ope-
racionais usualmente utilizadas pelos envolvidos.
• Operações cujo grau de complexidade e risco se afigu-
ram incompatíveis com o cliente.
• Operações realizadas com a aparente finalidade de gerar
perda ou ganho para as quais falte, objetivamente, funda-
mento econômico ou legal.
• Transferências privadas de recursos e de valores mobili-
ários sem motivação aparente.
• Depósitos ou transferências realizadas por terceiros, para
a liquidação de operações de cliente, ou para prestação
de garantia em operações nos mercados de liquidação
futura.
• Pagamentos a terceiros, sob qualquer forma, por conta
de liquidação de operações ou resgates de valores depo-
sitados em garantia, registrados em nome do cliente.
• Operações realizadas fora de preço de mercado.
• Operações e situações relacionadas a pessoas suspeitas

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de envolvimento com atos terroristas.


• Operações com a participação de pessoas naturais, pes-
soas jurídicas ou outras entidades que residam, tenham
sede ou sejam constituídas em países, jurisdições, depen-
dências ou locais (i) que não aplicam ou aplicam insufi-
cientemente as recomendações do GAFI, conforme listas
emanadas por aquele organismo e/ou (ii) com tributação
favorecida e submetidos a regimes fiscais privilegiados,
conforme normas emanadas pela Receita Federal do Bra-
sil.

Já para o BACEN, deve ser conferida especial atenção a:

• Operações realizadas e os produtos e serviços contrata-


dos que, considerando as partes envolvidas, os valores, as
formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta
de fundamento econômico ou legal, possam configurar a
existência de indícios de lavagem de dinheiro ou de finan-
ciamento do terrorismo. 14 Art. 39 da Circular Bacen 3.978
• Operações realizadas ou os serviços prestados que, por
sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que
objetive burlar os procedimentos de identificação, quali-
ficação, registro, monitoramento e seleção estabelecidos
pela regulação e pelas políticas da própria instituição.
• Operações de depósito ou aporte em espécie, saque em
espécie, ou pedido de provisionamento para saque que
apresentem indícios de ocultação ou dissimulação da na-
tureza, da origem, da localização, da disposição, da movi-
mentação ou da propriedade de bens, direitos e valores.
• Operações realizadas e os produtos e serviços contra-
tados que, considerando as partes e os valores envolvi-
dos, apresentem incompatibilidade com a capacidade fi-
nanceira do cliente, incluindo a renda, no caso de pessoa
natural, ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica, e o

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patrimônio.
• Operações com pessoas expostas politicamente de na-
cionalidade brasileira e com representantes, familiares ou
estreitos colaboradores de pessoas expostas politicamen-
te.
• Operações com pessoas expostas politicamente estran-
geiras.
• Clientes e operações em relação aos quais não seja pos-
sível identificar o beneficiário final.
• Operações oriundas ou destinadas a países ou territórios
com deficiências estratégicas na implementação das re-
comendações do Grupo de Ação Financeira (Gafi).
• Situações em que não seja possível manter atualizadas
as informações cadastrais de clientes.
• Operações e situações que possam indicar suspeitas de
financiamento do terrorismo. Por meio da Carta Circular
BACEN 4.001, o BACEN divulgou uma extensa lista de exem-
plos de operações e situações que podem configurar indí-
cios de ocorrência de crimes de LD-FT.

2.2.5.2 Obrigatoriedade de comuni-


cação e controle – instituições, em-
presas e autoridades competentes
Embora nem sempre seja tão clara, há diferença entre si-
tuações em que as circunstâncias sugerem haver indícios
de lavagem de dinheiro – tais como as já expostas – e si-
tuações que obrigam a instituição financeira a comunicar
automaticamente o fato ao Coaf.
Essas hipóteses variam substancialmente a depender se a

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instituição financeira está sujeita à regulação da CVM ou


do BACEN. Portanto, primeiramente é importante relem-
brar quem está sujeito às regras de prevenção à lavagem
de dinheiro do BACEN ou da CVM.

Às regras da CVM, estão sujeitas:

• As pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mer-


cado de valores mobiliários, em caráter permanente ou
eventual, os serviços relacionados à distribuição, custódia,
intermediação, ou administração de carteiras.
• As entidades administradoras de mercados organizados
e as entidades operadoras de infraestrutura do mercado
financeiro (como a B3).
• As demais pessoas referidas em regulamentação espe-
cífica que prestem serviços no mercado de valores mobi-
liários, incluindo:
• Escrituradores;
• Consultores de valores mobiliários;
• Agências de classificação de risco (rating);
• Representantes de investidores não residentes; e
• Companhias securitizadoras.
• Auditores independentes no âmbito do mercado de va-
lores mobiliários.

Nesse sentido, vale lembrar que os analistas de valores


mobiliários e as companhias abertas que não realizem
nenhuma das atividades listadas acima não se sujeitam à
Instrução CVM 617. Ademais, no caso dos agentes autôno-
mos de investimento, tem-se que as instituições integran-
tes do sistema de distribuição se responsabilizam por fazer
com que estes, na qualidade de seus prepostos, observem
a regulação e a política de combate e prevenção à LD-FT
da instituição.

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Já às regras do BACEN, estão sujeitos:

• bancos;
• caixas econômicas;
• cooperativas de crédito;
• administradoras de consórcios;
• instituições de pagamento;
• corretoras e distribuidoras;
• demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN.

Como se pode notar, algumas entidades, como as corre-


toras e as distribuidoras, estão sujeitas à fiscalização de
ambos os órgãos, o que exige cautela adicional.
Para as instituições reguladas pela CVM, uma vez verifica-
da uma situação suspeita, essa deve ser objeto de uma
análise tempestiva (a CVM não prevê prazo específico
para essa análise) pela área responsável nos termos da
política de prevenção e combate à LD-FT da instituição.
Concluída a análise, caso se entenda haver indícios de LD-
-FT, o Coaf deve ser comunicado em até 24 horas – com
a devida abstenção de ciência da comunicação às partes
envolvidas na referida situação.
Ou seja, a lógica aqui é que o profissional deve sempre
reportar situações atípicas percebidas por si para análise
pelas áreas responsáveis de sua instituição e essa área irá
formalizar essa análise e decidir pelo seu encaminhamen-
to, ou não, ao Coaf.
O BACEN, por sua vez, segue lógica análoga. Contudo, dife-
rentemente da CVM, o BACEN prevê um prazo de 45 (qua-
renta e cinco) dias para a análise das situações consi-
deradas suspeitas. A partir da conclusão da análise, se a
situação for de fato considerada suspeita, a comunicação
deve ser realizada ao Coaf até o dia útil seguinte.
Além disso, o BACEN trabalha com situações objetivas para

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algumas operações em espécie, para as quais não é ne-


cessária análise e a comunicação ao Coaf deve ser reali-
zada até o dia útil de sua ocorrência.

Sendo essas:

• Operações de depósito ou aporte em espécie ou saque


em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cin-
quenta mil reais).
• Operações relativas a pagamentos, recebimentos e
transferências de recursos, por meio de qualquer instru-
mento, contra pagamento em espécie, de valor igual ou
superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
• Solicitação de provisionamento de saques em espécie de
valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
• Também nesses casos as comunicações ao Coaf devem
ser realizadas sem que seja dada ciência aos envolvidos
ou a terceiros.

De modo geral, é importante também consignar que o


dever de comunicação ao Coaf não exime as instituições
financeiras de manter registro e monitorar com especial
atenção às atividades suspeitas ou pouco usuais. Vale
ainda lembrar que diversas outras empresas, por desen-
volverem atividades sujeitas a sua utilização para a la-
vagem de dinheiro, têm obrigações de comunicação de
operações suspeitas ao Coaf.
Entre elas, podemos destacar: As administradoras de car-
tões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como
as administradoras de consórcios para aquisição de bens
ou serviços. As pessoas físicas ou jurídicas que exerçam
atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de
imóveis. As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem
joias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigui-

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dades. As empresas de transporte e guarda de valores. As


pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de
luxo ou de alto valor, intermedeiam a sua comercialização
ou exerçam atividades que envolvam grande volume de
recursos em espécie, tal como concessionárias automoti-
vas.

2.2.6 Indisponibilidade de bens, di-


reitos e valores em decorrência de
resoluções do Conselho de Segu-
rança das Nações Unidas
Como parte das políticas de combate ao financiamento
do terrorismo, a Lei 13.810/19, a Instrução CVM 617 e a Re-
solução BCB 40 preveem a obrigatoriedade de as institui-
ções financeiras cumprirem de forma imediata e sem avi-
so prévio aos sancionados as medidas estabelecidas nas
resoluções sancionatórias do Conselho de Segurança das
Nações Unidas – CSNU ou as designações de seus comitês
de sanções que determinem a indisponibilidade de ativos,
de quaisquer valores, de titularidade, direta ou indireta, de
pessoas naturais, de pessoas jurídicas ou de entidades.
Isso quer dizer que cabe às instituições reguladas pela CVM
e pelo BACEN (i) monitorar listas de sanções CSNU, (ii) dis-
por de controles aptos a efetivar imediatamente bloqueio
de ativos e (iii) comunicar imediatamente a indisponibili-
dade de ativos e as tentativas de sua transferência ao BA-
CEN ou CVM (conforme aplicável), ao Ministério da Justiça
e Segurança Pública e ao Coaf. Da mesma forma, o Minis-
tério da Justiça e Segurança Pública também deve ser co-
municado sem demora sempre que, por qualquer razão, a

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instituição regulada deixar de dar cumprimento imediato


às medidas de indisponibilidade determinadas pelo CSNU
ou designadas por seus comitês de sanções. Desse modo,
cabe ao profissional estar atento a essas determinações
tendo em vista que eventual descumprimento pode acar-
retar a aplicação de penalidades administrativas.

2.2.7 Princípio do “conheça seu par-


ceiro”
Além da obrigação de conhecer bem os seus clientes,
conforme vista acima, a regulação também exige que as
instituições conheçam bem seus parceiros, fornecedores
e funcionários. Esse princípio norteador da prevenção e
combate à lavagem de dinheiro é popularmente conheci-
do como “conheça seu parceiro” e também referenciado
pela sigla KYP, do inglês “know your partner”. A observân-
cia desse princípio é importante porque parceiros, forne-
cedores e funcionários têm acesso e interagem o sufi-
ciente com as instituições para que suas ações possam
impactar os controles de prevenção e combate à LD-FT
da instituição. Ou seja, um parceiro, um fornecedor ou um
funcionário, com ou sem intenção, pode acarretar no uso
da instituição para a prática de LD-FT, prejudicando a sua
imagem e sujeitando a instituição e seus administrado-
res a penalidades. Para que isso seja evitado, a instituição
deve não só conhecer bem as características e a índole de
seus parceiros, fornecedores e funcionários, como tam-
bém garantir que eles estejam capacitados a auxiliar no
bom funcionamento dos controles de prevenção e com-
bate à LD-FT promovidos pelas políticas e procedimentos
da instituição. Também neste quesito a regulação é pau-

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tada pela ideia de abordagem baseada em risco, pelo que


a instituição deve mapear seus parceiros, fornecedores e
funcionários mais vulneráveis/ suscetíveis a incorrer ou se
deparar com práticas de LD-FT, devendo dar uma aten-
ção maior a esses. Nesse sentido, merecem destaque as
obrigações de capacitação e treinamento de funcionários
(art. 3º, I, “g” da Circular 3.978 e art. 7º, II, da Instrução CVM
617), bem como as exigências de que fornecedores e par-
ceiros conheçam as políticas de prevenção e combate à
LD FT da instituição (art. 6º da Circular 3.978 e art. 7º, II, da
Instrução CVM 617), bem como tenham controles específi-
cos para essas finalidades, quando aplicável (arts. 59, IV e
60, IV da Circular 3.978 e arts. 3º, § 2º e 17, § 1º, I da Instrução
CVM 617).

Convenção de Viena
A Convenção de Viena é uma convenção contra o tráfico
ilícito de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas.
A Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e
Substâncias Psicotrópicas foi concluída em Viena em 20
de dezembro de 1988.
A referida Convenção foi aprovada pelo Congresso Nacio-
nal, pelo Decreto Legislativo n° 162 em 14 de junho de 1991.

NORMAS E PADRÕES ÉTICOS

CONTROLES INTERNOS
Art. 1º - Determinar às instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil a implantação e a implementação de controles in-
ternos voltados para as atividades por elas desenvolvidas,

80
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seus sistemas de informações financeiras, operacionais e


gerenciais e o cumprimento às normas legais e regula-
mentares a elas aplicáveis.

Parágrafo 1º - Os controles internos, independentemente


do porte da instituição, devem ser efetivos e consistentes
com a natureza, complexidade e risco das operações por
ela realizadas.

Parágrafo 2º - São de responsabilidade da diretoria da ins-


tituição:

I A implantação e a implementação de uma estrutura de


controles internos efetiva mediante a definição de ativida-
des de controle para todos os níveis de negócios da insti-
tuição;
II O estabelecimento dos objetivos e procedimentos perti-
nentes aos mesmos;
III A verificação sistemática da adoção e do cumprimen-
to dos procedimentos definidos em função do disposto no
inciso II.

2.8 SEGREGAÇÃO DE ATIVIDADES E


POLÍTICA DE SEGURANÇA DA INFOR-
MAÇÃO
A Segregação de Atividades deve ser realizada de forma
que evite possíveis conflitos de interesses (Barreira de In-
formação) e efetue a definição de responsabilidades.
Os controles internos devem conter disposições acessíveis
a todos os funcionários da instituição, para assegurar que

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sejam conhecidas a respectiva função no processo e as


responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da orga-
nização. Além disso, os controles internos devem prever,
em especial:

• A definição de responsabilidades dentro da instituição;


• A segregação das atividades atribuídas aos integrantes
da instituição de forma a que seja evitado o conflito de in-
teresses, bem como meios de minimizar e monitorar ade-
quadamente áreas identificadas como de potencial con-
flito da espécie;
• A existência de canais de comunicação que assegurem
aos funcionários, segundo o correspondente nível de atu-
ação, o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis
informações consideradas relevantes para suas tarefas e
responsabilidades;
• A contínua avaliação dos diversos riscos associados às
atividades da instituição;
• A existência de testes periódicos de segurança para os
sistemas de informações, em especial para os mantidos
em meio eletrônico.
Os controles internos devem ser periodicamente revisados
e atualizados, de forma a que sejam incorporadas a eles
medidas relacionadas a novos riscos ou, então, riscos an-
teriormente não abordados. A atividade de auditoria inter-
na deve fazer parte do sistema de controles internos.

2.8.1 Utilização indevida de informa-


ções privilegiadas
Informação privilegiada é aquela que representa toda e
qualquer informação relevante, fora do domínio público,

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que seja obtida no exercício das funções diárias de qual-


quer profissional.

Insider trader
É o indivíduo que, tendo acesso a informações privilegia-
das, as usa em seu próprio benefício ou em benefício de
terceiros.

Front runner

É o indivíduo ou instituição que se utiliza de ordens de clien-


tes para o seu próprio benefício, realizando antes, para si
próprio, a operação ordenada pelo cliente.

2.8.2 Confidencialidade
O profissional deve manter os mais restritos níveis de con-
fidencialidade das informações com todos os clientes e
patrocinadores, a menos que a divulgação seja exigida
por lei.

2.8.3 Conflitos de Interesse


Conflito de interesse é a situação em que o profissional
tem um interesse privado ou pessoal, suficiente para dar a
sensação de estar influenciando sobre o objetivo de suas
obrigações oficiais. O profissional deve procurar ser cons-
ciente de qualquer conflito ou potencial conflito de interes-
ses, divulgar abertamente qualquer situação conflituosa e
se oferecer para eliminar quando esta surgir.

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Pessoas Politicamente Expostas (PEP)

Pessoas Politicamente Expostas (PEP)) são aqueles que


exerçam ou tenham exercido, nos últimos 5 (cinco) anos,
cargos, cargos ou funções públicas relevantes, no Brasil ou
em outros países, territórios e filiais no exterior, bem como
seus representantes, familiares (parentes de primeiro grau
, cônjuge, companheiro e enteado) e outras pessoas de
relacionamento próximo.
As instituições financeiras devem obter de seus clientes
permanentes informações que possibilitem caracterizar
ou não pessoas politicamente expostas (PEP) e identifi-
car a procedência de fundos envolvidos em operações de
clientes assim caracterizadas
O Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinhei-
ro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI/GAFI), uma or-
ganizaçãoonde o Coaf representa o Brasil, ressalta que as
medidas envolvendo pessoas politicamente expostas são
preventivas e não devem ser interpretadas como forma
de classificar PEPs como potencialmente capazes de se
envolver em atividades suspeitas.

Pessoas Altamente Expostas


São considerados Pessoas Altamente Expostas clientes
Brasileiros que trabalhem em cargos públicos relevan-
tes, tais como: Políticos (Presidente, Ministros, Deputados,
Senadores, etc); Presidentes e Vice-Presidentes de autar-
quias (Ex. CVM), empresas públicas de economia mista
(Ex. Petrobrás), entre outros.
Investidores estrangeiros também são Pessoas Altamen-
te Expostas, sendo que, as instituições financeiras deverão
adotar pelo menos uma das seguintes providências:

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Solicitas declaração expressa do cliente a respeito da sua


classificação;

• Recorrer a informações publicamente disponíveis;


• Consultar bases de dados comercias sobre pessoas po-
liticamente expostas;
• Considerar pessoa politicamente exposta aquela
que exerce ou exerceu importantes funções públi-
cas em uma país estrangeiro (definição do GAFI).

Instrumentos de Renda Fixa

Renda Fixa

Introdução
Quando falamos de renda fixa, estamos falando de con-
tratos onde temos duas partes, uma parte é a devedora,
ou seja, pessoa que pega dinheiro emprestado, e a outra
é a contraparte que está emprestando o dinheiro, credor,
ou seja, o investidor, este cobra uma taxa de juros para
emprestar o dinheiro que é conhecida desde o início do
contrato, por exemplo 10% ao ano (pré-fixado), ou também
pode emprestar dinheiro com uma taxa de juros indexada
ao IPCA, CDI, IGP-M (pós-fixada).

• Pré-fixado: A taxa de juros aqui já é previamente conhe-


cida, por exemplo 10% ao ano, podendo ser um desconto

85
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sobre o valor de face de um título ou uma taxa pré-es-


tabelecida no contrato entre devedor e credor.
• Pós-fixado: Nessa modalidade, a taxa está atrelada a
algum índice, alguma referência no mercado, (CDI, IPCA,
IGP-M, SELIC), e com isso, temos base para calcular qual
será a rentabilidade do investidor.

Quando falamos desses contratos de renda fixa, eles sub-


dividem-se em:

• Títulos Públicos Federais: A parte devedora é o governo


federal.
• Títulos Privados: A parte devedora são as empresas pri-
vadas.

Os títulos privados se dividem por aqueles que são emiti-


dos por Instituições Financeiras e aqueles que não são (ex
emitidos por IF’s: CDB, LCI, LCA; ex emitidos por IñF’s: De-
bêntures, Notas Promissórias).
Esses títulos de renda fixa (contratos), são fiscalizados pelo
Banco Central (BACEN) em conjunto com a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).

Glossário

Dentro de renda fixa temos alguns conceitos que são im-


portantes o entendimento, dentre eles:
Título: O título de renda fixa é um contrato de dívida basi-
camente como já vimos, portanto, o termo título diz respei-
to exatamente a obrigação legal assumida entre o emis-
sor (devedor) desta dívida e o credor (investidor).

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Valor Nominal (Valor de face): Nos títulos prefixados, é o


valor que o emissor devolverá ao credor no vencimento da
dívida, salvo se houver inadimplência. Por exemplo, um tí-
tulo com valor de face de R$1.000, com juros de 5% ao ano,
pagará R$50,00 por ano de cupom.
Valor Principal: Valor que o emissor da dívida recebeu no
momento em que emitiu a dívida e que deverá devolver
ao credor/investidor no momento do vencimento do título
acrescido de juros que foi pré estabelecido.
Cupom: É basicamente o juros que são pagos periodica-
mente ao credor da dívida, seja semestral ou anual. Vale
ressaltar que existem títulos que não pagam juros/cupom
no meio do caminho, apenas no vencimento, esses são os
títulos que chamamos de zero cupom (Bullet). Também
existem títulos que pagam juros semestrais ou anuais e
junto com esses juros, amortizam parte da dívida tam-
bém de forma antecipada, por exemplo, dívida de R$1000
com juros anuais de 10% com vencimento em 10 anos e
que conste no contrato de renda fixa que a empresa irá
amortizar R$100 reais por ano, no ano seguinte o investidor
receberia R$200 reais, R$100 de juros e R$100 de amorti-
zação, logo o saldo devedor da empresa nesse momento
seria não mais de R$1000, mas sim de R$900.
Vencimento (Maturidade): É quando aquele contrato de
dívida, aquele título de renda fixa se encerra, ou seja, o ven-
cimento/maturidade de fato do título. Atenção para não
confundir com o prazo médio de um título que chamamos
de Duration e veremos mais à frente.

Contratos de renda fixa e TLR.

Existe um investimento, o qual possui o menor risco de


crédito possível quando falamos de Brasil, o título público

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federal, LFT, também conhecido como tesouro SELIC, títu-


lo pós-fixado com remuneração atrelada a taxa selic. E é
deste título que surge a nossa famosa Taxa Livre de Ris-
co (TLR), taxa super importante quando falamos de renda
fixa, pois, o mercado como um todo tem ela como parâ-
metro quando quer emitir uma dívida de renda fixa.
O título público federal em questão tem o risco que cha-
mamos de risco soberano, que é menor que o risco de
qualquer empresa, portanto, a relação risco x retorno en-
tra em questão. Qualquer empresa que queira emitir uma
dívida tem que pagar um juros (remuneração) maior do
que a nossa TLR, ou seja, tem que pagar mais que o título
público federal, pois, seu risco de crédito é maior, então as
empresas pagam um prêmio pelo risco adicional que o
investidor irá correr ao emprestar dinheiro pra ela, ao invés
de emprestar ao Governo Federal, essa diferença de taxa,
também é conhecida como spread.

Spread de Crédito

Spread de Crédito é uma medida que representa a proba-


bilidade de calote de um emissor de uma dívida (título de
renda fixa), quando comparado com o Ativo Livre de Risco.
Por exemplo: Quanto maior for o risco de calote de um
emissor, maior será a taxa que ele terá que pagar para o
investidor correr esse risco. Ex: título B tem um risco maior
que o título A, que tem o risco maior que o Ativo Livre de
Risco por sua vez.

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Taxa de Título Privado B


Juros (%)
spread B
Título Privado A

spread A
Título Público (benchmark)

Tempo (t)

Resgate ou vencimento de forma antecipa-


da.

Como já vimos, os títulos de renda fixa, são nada mais,


nada menos que contratos de dívida entre duas partes
basicamente, muitas vezes, esses contratos de dívidas
apresentam algumas garantias reais, como por exemplo,
um prédio, que no caso de, no vencimento da dívida o de-
vedor não ter o montante disponível para pagar o credor,
o prédio seria utilizado para poder arcar com sua dívida.
Entretanto, existem também outras formas do credor/in-
vestidor de certo modo estar respaldado nesses contra-
tos de dívida, que seriam cláusulas que são criadas dentro
desse contrato, são elas:

• Covenants: São cláusulas contratuais impostas nos


contratos de renda fixa, que estabelecem algumas con-
dições que não podem ser descumpridas. Tem por fi-
nalidade proteger o interesse dos credores/investidores.
Caso um covenant, “condição” seja descumprido, o in-
vestidor tem o direito de requerer o vencimento daquela
dívida de forma antecipada, portanto, reduzindo o risco

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para o credor.
• Cross Default: O conceito de Cross Default, ou Venci-
mento Cruzado se baseia no princípio de que caso um
emissor não consiga honrar uma dívida, todas as outras
estarão vencidas juntos, impedindo que o emissor role a
dívida com seus credores e ocorra um possível calote de
dívidas menores.

Títulos Públicos Federais

Os TPFs, são títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Na-


cional. São escriturais, nominativos e negociáveis no mer-
cado secundário, podem ser pré ou pós fixados. Esses títu-
los de dívida são emitidos pelo Governo para cobrir déficits
do Tesouro Nacional e também para rolar a dívida pública
mais para frente.
Os principais Títulos Públicos Federais são:

• LTN (Tesouro Prefixado);


• LFT (Tesouro Selic);
• NTN-B Principal (Tesouro IPCA);
• NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais);
• NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais).
• Os títulos públicos federais têm risco soberano, ou seja,
são considerados ativos livres de risco para aplicações
aqui no Brasil em teoria, ou seja, não possuem risco de
crédito.

LTN: Letra do Tesouro Nacional (Tesouro Pre-


fixado)

Título pré-fixado, negociado com um deságio sobre seu

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valor de face (que sempre é R$1000). Não paga cupom.


Remunera o investidor a uma taxa conhecida previamen-
te, contudo, sendo uma taxa nominal, sem ser corrigida
pela inflação no período.

LFT: Letra Financeiras do Tesouro (Tesouro


Pós-Fixado)

Título pós-fixado, remunerado pela Selic-Over, não paga


cupom.
A remuneração deste título se dá através da variação diária
da taxa Selic-Over, desde o momento da compra do título
até o vencimento, acrescido de ágio (quando o investidor
compra por um preço acima do valor de face, portanto,
tem um rendimento menor que 100% da SELIC), ou deságio
(quando o investidor compra por um preço abaixo do va-
lor de face, portanto, tem um rendimento maior que 100%
da SELIC).

NTN-B Principal: Nota do Tesouro Nacional


série B Principal - Tesouro IPCA

Título com rentabilidade híbrida, sendo uma parte pós-fi-


xada, atrelada ao IPCA, que corrige o valor do título, e a
outra parte pré-fixada, sendo expressa em uma porcenta-
gem, normalmente anual.

Não paga cupom.

Remunera o investidor a uma taxa conhecida previamen-

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te, que por ser corrigida pelo índice de preços (IPCA), per-
mite ao investidor obter uma taxa real, já corrigida pela
inflação do período.

NTN-B (Tesouro IPCA com Juros Semestrais)


Nota do Tesouro Nacional série B

Título com rentabilidade híbrida, sendo uma parte pós-fi-


xada, atrelada ao IPCA, que corrige o valor do título, e a
outra parte pré-fixada, sendo expressa em uma porcenta-
gem, normalmente anual.

Paga cupom semestral.


Remunera o investidor a uma taxa conhecida previamen-
te, que por ser corrigida pelo índice de preços (IPCA), per-
mite ao investidor obter uma taxa real, já corrigida pela
inflação do período

NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semes-


trais) Notas do Tesouro Nacional série F

Título pré-fixado, negociado com um deságio sobre seu


valor de face (R$: 1000). Ela é semelhante a nossa LTN, po-
rém, com uma única diferença:

paga cupom semestral.

Remunera o investidor a uma taxa conhecida previamen-


te, contudo, sendo uma taxa nominal, sem ser corrigida
pela inflação no período.

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Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional de-


senvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos pú-
blicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online.
•Compras a partir de R$ 30,00 reais (0,01 de um título) , li-
mite máximo de R$1 milhão por mês

•Liquidez diária das aplicações garantida pelo programa


diário de recompra do Tesouro Nacional
•Taxa de custódia de 0,20% ao ano (isento para quem tem
até R$10 mil em Tesouro Selic/LFT)

Títulos Emitidos por Instituições Financeiras

Títulos Privados de Renda Fixa

Como já vimos, os títulos de renda fixa privados são emi-


tidos por empresas privadas, as quais podem ser institui-
ções financeiras e instituições não financeiras ou também
emitidos por pessoas físicas. Aqui daremos foco aos títu-
los emitidos pelas IFs (Instituições Financeiras), os quais,
a maioria desses investimentos, títulos de renda fixa, pos-
suem uma espécie de “seguro” em caso de uma inadim-
plência por parte da Instituição financeira, o famoso FGC
(Fundo Garantidor de Crédito), que veremos em breve.
Os títulos de renda fixa privados emitidos por IFs que são
cobrados em prova, são os seguintes:

• Caderneta de poupança;
• CDB – Certificado de Depósito Bancário;

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• RDB – Recibo de Depósito Bancário;


• LC – Letra de Câmbio;
• LCI – Letra de Crédito Imobiliário;
• LCA - Letra de Crédito do Agronegócio;
• DPGE - Depósito a Prazo com Garantia Especial;
• LF - Letra Financeira;
• Operação Compromissada;
• COE - Certificado de Operações Estruturadas.

Vamos ver mais no detalhe cado um destes títulos a se-


guir:

Caderneta de Poupança

A caderneta de poupança é um meio de captação das


instituições financeiras, considerada o “investimento” mais
antigo do país. O pagamento dos juros ocorre uma vez por
mês, na data do aniversário da poupança, que equivale
ao dia em que foi feito o depósito inicial do montante, vale
lembrar que o juros irão incidir sempre sobre o menor sal-
do do período, de forma que caso seja feita uma retirada
antes do aniversário, apenas o dinheiro que permaneceu
renderá juros. Outro fato é que, em caso de depósitos feitos
do dias 29, 30 e 31 de algum mês, o dia que será conside-
rado como o aniversário será o dia 1º do mês subsequente.
A poupança possui liquidez diária, e é isento de IOF e IR
para pessoas físicas.
A remuneração da poupança depende de três fatores: A
data de criação da poupança, o patamar da Taxa Selic, e
se o investidor é uma pessoa física ou pessoa jurídica.
Rendimentos: Todas as poupanças criadas antes 3 de

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março de 2012 irão render 0,5% ao mês + TR, independen-


temente de que patamar esteja a Selic.
Poupanças criadas após 3 de março de 2012 terão sua ren-
tabilidade dependendo do patamar da Selic.

• 1. Caso a Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, a


poupança irá render 70% da Selic + TR.
• 2. Caso a Selic esteja maior que 8,5% ao ano, a pou-
pança irá render 0,5% ao mês + TR.

Em casos de poupanças para pessoas jurídicas, o rendi-


mento da poupança é trimestral. Instituições financeiras
que oferecem caderneta de poupança devem obrigato-
riamente direcionar 65% do valor captado através de pou-
pança para o crédito imobiliário.

CDB - Certificado de Depósito Bancário

É um título de renda fixa bancário que possui a finalidade


de captar recursos através de depósito a prazo. Pode ter
sua rentabilidade pós-fixada, pré-fixada ou atrelada à in-
flação.
Possui garantia do FGC de até R$250.000. Pode ter prazo
de vencimento ou ser de prazo indeterminado. Pode pos-
suir resgate antecipado, sendo isso facultativo ao emissor.
Incide IOF e tributação de acordo com a tabela regressiva
de renda fixa.

Os CDBs podem ser emitidos por:

1. Bancos comerciais;

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2. Bancos de investimento;
3. Bancos múltiplos;
4. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento.

RDB – Recibo de Depósito Bancário

Possui as mesmas características do CDB, a única diferen-


ça é que este é inegociável e intransferível, com outras pa-
lavras, não pode ser negociado antes do vencimento.
Os RDBs podem ser emitidos por:
1. Bancos comerciais;
2. Bancos de investimento;
3. Bancos múltiplos;
4. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento.

LCI – Letra de Crédito Imobiliário

É um título de renda fixa privado, emitido por instituições


financeiras com o objetivo de captar recursos para o setor
da construção civil, tendo lastro em operações de crédito
oriundas do setor da construção civil. Pode ter sua rentabi-
lidade pós-fixada, pré-fixada ou atrelada à inflação. Possui
garantia do FGC de até R$250.000, além de possuir garan-
tia real por meio de hipoteca e alienação fiduciária, com
lastro diretamente em imóveis. Seu vencimento não pode
ser superior ao vencimento das operações de crédito que
dão lastro ao título.
A depender da forma como a LCI venha a ser corrigida, o
prazo mínimo pode vir a mudar, sendo:

• 1. LCI com prazo mínimo de 90 dias: Quando não for cor-

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rigida por índice de preços, ou seja for indexado a Selic,


DI ou for pré-fixado;
• 2. LCI com prazo mínimo de 12 meses: Quando a remu-
neração for corrigida anualmente por índice de preços,
como IPCA e IGP-M;
• 3. LCI com prazo mínimo de 36 meses: Quando a remu-
neração for paga mensalmente, sendo corrigida tam-
bém mensalmente por índice de preços como IPCA e
IGP-M.

Em razão de ser um título atrelado ao setor imobiliário,


possui isenção de imposto de renda para pessoa física,
contudo, essa isenção não se aplica a pessoas jurídicas,
incidindo a tabela regressiva de renda fixa.
Deve ser registrada obrigatoriamente na Clearing House
de títulos da B3.

As LCIs podem ser emitidas por:

• 1. Bancos comerciais;
• 2. Bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário;
• 3. Caixa Econômica Federal;
• 4. Sociedades de crédito imobiliário;
• 5. Associações de poupança e empréstimo;
• 6. Companhias hipotecárias;
• 7. Cooperativas de crédito.

LCA - Letra de Crédito do Agronegócio

É um título de renda fixa privado, emitido por instituições


financeiras com o objetivo de captar recursos para o se-

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tor do agronegócio, tendo lastro em operações de crédito


oriundas do setor do agronegócio. Pode ter sua rentabili-
dade pós-fixada, pré-fixada ou atrelada à inflação.
Possui garantia do FGC de até R$250.000, além de possuir
garantia real por meio de hipoteca e alienação fiduciária,
com lastro diretamente em investimentos no agronegó-
cio ou diretamente na safra. Seu vencimento não pode ser
superior ao vencimento das operações de crédito que dão
lastro ao título.
A depender da forma como a LCA venha a ser corrigida, o
prazo mínimo pode vir a mudar, sendo:

• 1. LCA com prazo mínimo de 90 dias: Quando não for cor-


rigida por índice de preços, ou seja for indexado a Selic,
DI ou for pré-fixado;
• 2. LCA com prazo mínimo de 12 meses: Quando a remu-
neração for corrigida anualmente por índice de preços,
como IPCA e IGP-M;

Em razão de ser um título atrelado do agronegócio, possui


isenção de imposto de renda para pessoa física, contudo,
essa isenção não se aplica a pessoas jurídicas, incidindo a
tabela regressiva de renda fixa.
Deve ser registrada obrigatoriamente na Clearing House
de títulos da B3.

As LCAs podem ser emitidas por:

1. Bancos comerciais;
2. Bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário;
3. Caixa Econômica Federal;
4. Sociedades de crédito imobiliário;

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5. Associações de poupança e empréstimo;


6. Companhias hipotecárias;
7. Cooperativas de crédito.

LC - Letras de Câmbio

Se refere a um título de renda fixa privado, emitido exclu-


sivamente por financeiras, com o objetivo de captação de
recursos, originados de operações de crédito, sendo muito
semelhante a um direito creditório, fora isso, possui carac-
terísticas muito semelhantes a um CDB.
Pode ter sua rentabilidade pós-fixada, pré-fixada ou atre-
lada à inflação.
Possui garantia do FGC de até R$250.000.
Pode ter prazo de vencimento ou ser de prazo indetermi-
nado.
Pode possuir resgate antecipado, sendo isso facultativo ao
emissor.
Incide IOF e tributação de acordo com a tabela regressiva
de renda fixa.

As LCs podem ser emitidas por:

1. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento,


também chamadas de financeiras.

DPGE - Depósito a Prazo com Garantia Espe-


cial

O Depósito a Prazo com Garantia Especial, também cha-


mado de DPGE, é um instrumento de renda fixa que possui
uma garantia especial do FGC, onde este fornece ao DPGE

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uma garantia de R$40.000.000 por CPF por instituição fi-


nanceira, em razão de sua grande garantia, a emissão do
DPGE depende de autorização prévia do FGC, além de alie-
nação fiduciária de garantias ao fundo.
Incide tributação através da tabela regressiva de renda
fixa.
Pode ter sua rentabilidade pós-fixada, pré-fixada ou atre-
lada à inflação.
Possui um vencimento de no mínimo 6 meses e no máxi-
mo 36 meses. Não pode ser resgatado de forma antecipa-
da.
Um DPGE pode ser emitido por:

1. Banco comercial;
2. Bancos de investimento;
3. Sociedades de crédito;
4. CEF.

LF – Letras Financeiras

Também chamado de Letra Financeira, é um título de ren-


da fixa privado, emitido com o objetivo de captar recursos
para estas instituições.

Não possui cobertura do FGC.

Possui valor mínimo de aplicação de R$50.000, contudo,


caso possua cláusula de subordinação a outros credores,
seu valor mínimo de aplicação passa a ser R$300.000.
Possui prazo mínimo de resgate de 24 meses (2 anos),
contudo, pode ter prazo de vencimento ou ser de prazo in-
determinado.

100
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Admite pagamento de cupom semestral.


Incide IOF e tributação de acordo com a tabela regressiva
de renda fixa.

As LFs podem ser emitidas por:

1. Bancos múltiplos
2. Bancos comerciais;
3. Bancos de desenvolvimento;
4. Bancos de investimentos;
5. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;
6. Caixas econômicas;
7. Companhias hipotecárias;
8. Sociedade de crédito imobiliário;
9. Cooperativas de crédito;
10. BNDES.

Operações compromissadas

As operações compromissadas são todas aquelas nas


quais um banco recompra um título de um investidor,
numa data futura e com juros adicionados ao valor final.
Para que essas operações ocorram, você, como investidor,
precisará já ter comprado um ativo financeiro por uma
instituição bancária, a qual se compromete readquiri-lo
numa data futura e em um valor predefinido maior do que
o oferecido ao comprador.
Além disso, as operações compromissadas têm como ca-
racterística:

• obrigatoriedade da recompra por parte do banco e da


revenda por parte da instituição financeira a uma data

101
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futura;
• operação de ida (primeiro momento da compra do títu-
lo) e operação de volta (momento da recompra);
• investimento de baixo risco

Antes de tudo, as operações compromissadas só podem


ser comercializadas por instituições financeiras autoriza-
das de acordo com o Banco Central, como:

• Bancos;
• Caixas econômicas;
• Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
• Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliá-
rios.

Apesar disso, essa instituição financeira poderá negociá-


-la com qualquer tipo de pessoa, seja ela jurídica, sendo
até mesmo um outro banco, seja ela física.
As operações compromissadas ocorrem na prática da se-
guinte forma: a instituição financeira autorizada vende um
determinado título de renda fixa a um investidor, já com o
compromisso de recompra em data futura.
Desse modo, para isso ocorrer, deverá haver um acordo
entre as partes envolvidas, tendo elas ciência da obriga-
ção de compra e de recompra ou de venda ou de revenda,
a depender da parte, das operações compromissadas.
Além disso, o prazo dessa operação já é estabelecido, po-
dendo este estar de acordo ou não com o vencimento de
um título de renda fixa.

Podendo ter três possibilidades:

102
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• recompra do título na data de vencimento;


• recompra na data posterior ao vencimento;
• recompra no dia seguinte, ou compromissada over.

Outro ponto importante é a remuneração, que pode ser


prefixada ou pós-fixada, com um rendimento igual a um
título, como um CDB, por exemplo, ou diferente, de acordo
com o combinado entre as partes.
Além das partes envolvidas estarem cientes, é bom des-
tacar que esse acordo deve respeitar as regras previstas
na resolução n. 3.229/2006 do CMN (Conselho Monetário
Nacional).
Além disso, na operação compromissada, os ativos finan-
ceiro disponíveis são títulos de renda fixa que, de acordo
com a legislação do CMN (Conselho Monetário Nacional),
podem ser:

• Títulos públicos;
• CDBs;
• LCI;
• LCA;
• Debêntures;
• CRI;
• CRA;
• Letra Hipotecária;

Existem 5 tipos de operações compromissadas ofertadas


pelos bancos:

1. Específica: nesse caso, o título é informado previamente


ao comprador, com a taxa de juros fica prefixada. Desse

103
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modo, a parte compradora saberá antecipadamente o


valor que receberá na venda do título.
2. Dirigida: o título é informado previamente ao comprador
do mesmo jeito da anterior, com a diferença de que os
juros são pós-fixados.
3. Genérica: o título envolvido somente é informado após
a compra do investidor. A taxa de juros aqui é prefixada.
4. Migração Selic/Bolsa: Aqui, a liquidação da operação de
ida ocorre pela SELIC, já a operação de volta ocorre na
B3 da Bolsa de Valores.
5. Migração Bolsa/Selic: O Movimento é o inverso do ante-
rior, com a operação de ida pela B3 (Bolsa de Valores) e
operação de volta na SELIC.
Operações compromissadas que têm como objeto títulos
emitidos após 8 de março de 2012 por empresa ligada terá
cobertura do FGC.
Nas operações compromissadas que não tiverem lastro
em ativos como: debêntures, CRAs, CRIs, LF e LCAs terão a
incidência do IOF, nos casos em que o dinheiro terá apli-
cado por menos de 30 dias.
No entanto, a tabela desse imposto é regressiva, come-
çando por 96% sobre o rendimento até zerar no trigésimo
dia.
Além disso, há a incidência de IR de acordo com a tabela
de investimentos de renda fixa. Sua alíquota também é re-
gressiva como no caso anterior. Veja abaixo as taxas.

• 22,5% para aplicações de até 180 dias;


• 20% para aplicações de até 360 dias;
• 17,5% para até 720 dias;
• 15% para acima de 720 dias.

É bom lembrar que no momento do vencimento do dinhei-

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ro na aplicação há automaticamente a aplicação das tri-


butações.

COE - Certificação de Operações Estrutura-


das

O Certificado de Operações Estruturadas, conhecido como


COE, é um título de renda fixa, que pode vir a ter alguns
aspectos de renda variável em sua composição. Um COE
é uma estrutura de operações montadas, com cenários,
vencimentos e rentabilidades definidas no momento de
sua emissão.
Independentemente da composição do COE, será tributa-
do de acordo com a tabela regressiva de renda fixa.

• Documentos do COE:

O COE deve possuir dois documentos obrigatórios no mo-


mento de sua emissão, o Termo de Ciência de Risco e o
Documento de Informações Essenciais, também chama-
do de DIE.

Informações do DIE:
Por se tratar de um documento onde constarão as infor-
mações essenciais para o investidor do COE, este deve
possuir as seguintes informações:

1. Informações verdadeiras, completas, consistentes e que


não induzam o investidor a erro;
2. Ser escrito em linguagem simples, clara, objetiva, conci-
sa e adequada a sua natureza e complexidade;

105
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3. Ser útil à avaliação de investir no COE;


4. Nome do emissor e seu número do Cadastro Nacional
de Pessoas Jurídicas – CNPJ;
5. Aviso de que o recebimento dos montantes devidos ao
investidor está sujeito ao risco de crédito do emissor do
certificado;
6. Investimento inicial mínimo, ou valor nominal, se houver;
7. As condições de pagamentos periódicos dos rendimen-
tos, quando houver;
8. A data de vencimento ou o prazo da operação;
9. A parcela do valor do investimento protegida, com aviso
sobre a necessidade da imobilização do capital por deter-
minado período para a existência desta proteção, quando
for o caso;
10. Os ativos subjacentes utilizados como referenciais e in-
formações sobre os meios de obtenção dos valores dos
índices, taxas ou cotações destes por parte dos investido-
res;
11. Aviso de que não se trata de investimento direto no ativo
subjacente;
12. Dados completos sobre todos os cenários possíveis de
desempenho do COE em resposta às alternativas de com-
portamento dos ativos subjacentes, incluindo aviso de que
tais resultados são válidos no vencimento;
13. A especificação dos direitos e das obrigações do titular
e do emissor, respectivamente, que possam influenciar as
condições de remuneração;
14. As condições de recompra ou resgate antes do venci-
mento pactuado;
15. Aviso sobre as condições de entrega física de ativo sub-
jacente, quando for o caso;
16. Aviso sobre as condições que impliquem na extinção
dos certificados antes do vencimento pactuado, quando
for o caso;

106
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17. Aviso sobre as condições de liquidez do investimento,


incluindo informações sobre a admissão à negociação do
COE em mercado secundário e sobre o formador de mer-
cado, se houver;
18. Indicação e uma breve descrição dos principais fatores
de risco;
19. Aviso de que o COE não é garantido pelo Fundo Garan-
tidor de Crédito - FGC;
20. Indicação das entidades administradoras de mercado
organizado que mantêm sistemas de registro nos quais o
COE será emitido;
21. Advertência em destaque com a seguinte redação: “A
presente oferta foi dispensada de registro pela Comissão
de Valores Mobiliários - CVM. A distribuição de Certificado
de Operações Estruturadas - COE não implica, por parte
dos órgãos reguladores, garantia de veracidade das in-
formações prestadas ou de adequação do certificado à
legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do
emissor ou da instituição intermediária”;
22. Informação sobre qualquer outro fator que possa afe-
tar de forma significativa as condições de contratação da
operação;
23. Descrição da tributação aplicável;
24. Orientação sobre como encaminhar uma reclamação
ou esclarecer dúvidas a respeito do COE;
25. Descrição da natureza e das características essenciais
destacando se o COE é da modalidade “Investimento com
Valor Nominal Protegido” ou “Investimento com Valor No-
minal em Risco”, bem como o detalhamento das particu-
laridades inerentes à respectiva modalidade, sobretudo
no tocante à possibilidade da perda do capital investido.

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• Modalidades do COE:

No momento de sua emissão, o COE pode ser emitido com


duas modalidades, sendo elas:

1. Valor Nominal Protegido (VNP): Quando o investidor não


irá perder mais do que o valor inicialmente investido no
COE;
2. Valor Nominal em Risco (VNR): Quando o investidor po-
derá vir a perder mais do que o valor que foi inicialmente
investido, podendo inclusive perder todo o valor investido
no COE.
A oferta pública de distribuição de COE fica dispensada de
registro na CVM e será realizada por instituições interme-
diárias habilitadas a atuar como integrantes do sistema
de distribuição de valores mobiliários.

FGC – Fundo Garantidor de Crédito

Os títulos de renda fixa emitidos por instituições financei-


ras, podem além de contar com garantias reais, a depen-
der do título, também podem vir a contar com a garan-
tia do Fundo Garantidor de Crédito, também chamado de
FGC.
O FGC é um fundo criado pelos bancos com o objetivo de
garantir o crédito dos investidores de títulos emitidos por
estas instituições, como forma de fomentar esse merca-
do trazendo mais segurança para quem investe, em caso
de falência da instituição emissora, contudo essa garantia
possui algumas limitações, sendo elas:

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1. R$250.000 por instituição por CPF;


2. R$1.000.000 de garantia total por CPF, que caso seja uti-
lizada, leva um período de 4 anos para ser restabelecida,
de forma que caso um investidor utilize os R$250.000 do
fundo, este ficará com apenas R$750.000 de garantia total.
3. Em caso de conta conjunta, o valor é de R$250.000 por
conta, sendo que, caso venha a ser utilizado, o valor não
superior a R$250.000 será dividido igualmente pela quan-
tia de participantes da conta.
4. Em caso de investimentos em DPGE, o limite é de
R$10.000.000 por instituição por CPF, limita a uma garantia
máxima de R$40.000.000 por CPF, da mesma forma que
em investimentos convencionais.
Há também o FGCoop, que possui as mesmas caracterís-
ticas do FGC, contudo, pertence às cooperativas de crédi-
to. Contas correntes são cobertas pelo FGC.

• Produtos Garantidos pelo FGC:

• Depósitos à Vista;
• depósitos de poupança;
• depósitos a prazo (RDB e CDB);
• Letras de Câmbio (LC);
• Letras de Câmbio
• Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
• Cartas de Crédito do Agronegócio (LCA);
• Letras Hipotecárias (LH);
• Operações compromissadas cujo objeto sejam valores
mobiliários emitidos após 03.08.2012 por empresa coli-
gada, independentemente do lastro.

• Produtos não garantidos pelo FGC:

• Letras Financeiras (LF);

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• Letras Imobiliárias (LI);


• Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs)
• COE;
• Renda fixa emitida por Instituições não financeiras (CRI,
CRA, CPR, ...)
• Fundos de investimento, ações, ETFs

Exemplos de FGC:
Exemplo 1
No caso de conta conjunta com 3 titulares (Juan, Gustavo
e Antonio) e saldo depositado de R$ 150.000,00:
Titular Racional Valor da Garantia

Esposa R$150.000,00 / 3 R$50.000,00

Marido R$150.000,00 / 3 R$50.000,00

Filho R$150.000,00 / 3 R$50.000,00

Detalhes: Caso algum dos três correntistas possua outra


conta na mesma instituição financeira, essa outra conta é
garantida em R$200.000,00 (R$250.000 menos R$50.000).

Exemplo 2
Quatro clientes vieram perguntar a você quanto cada um
deles receberia do FGC se o banco em questão falisse, por-
que eles tinham as seguintes contas conjuntas:

Conta Valor financeiro em conta corrente

Juan e Gustavo R$100.000

Juan e Antônio R$350.000

Juan, José, Antônio R$300.000

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Resposta:
A Garantia do FGC é de R$250 mil por CPF e por institui-
ção financeira, não podendo ser ultrapassado, mesmo
em conta conjunta. Desta forma, no exercício temos que a
conta (3) receberá R$250.000,00 para ser dividido entre os
3 correntistas e nenhum dos amigos poderá receber mais
de R$ 250.000,00.
Assim, o cálculo das contas é:
Conta (1) Juan e Gustavo: R$100.000 / 2 = R$50.000 para
cada
Conta (2) Juan e Antonio: R$250.000 / 2 = R$125.000,00
para cada
Conta (3) Juan, Josué e Antônio: R$250.000/ 3 = R$83.333,33
para cada.

O valor que cada cliente receberá:


Juan: R$50.000,00 + R$125.000,00 + R$83.333,33 =
R$258.333,33, porém,
como ultrapassou o limite de R$ 250 mil, ele receberá o
teto da garantia do FGC: R$250.000,00
Gustavo: R$50.000,00
Antonio: R$125.000,00 + R$83.333,33 = R$ 208333,33;
Josué: R$83.333,33

Títulos Emitidos por Instituições Não Finan-


ceiras

Nota Promissória (Commercial Paper)

As notas promissórias são títulos de renda fixa emitidos


por empresas não financeiras, com o objetivo de financia-
mento de projetos de curto prazo e capital de giro.

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Por serem títulos corporativos, não possuem garantia do


FGC, e diferente das debêntures, não podem ser emitidas
com algum tipo de garantia.
O prazo máximo de uma nota promissória, independen-
temente se a empresa for de capital aberto ou fechado é
de 360 dias corridos e prazo mínimo de 30 dias (quando
se tratar de uma oferta restrita, não possui prazo máximo),
podendo ter sua rentabilidade pós-fixada, pré-fixada ou
atrelada à inflação, podendo ser indexadas a índices de
juros ou preços.
Tributação: As notas promissórias são tributadas de acor-
do com a tabela regressiva de renda fixa, contudo, em ra-
zão de seu prazo máximo, não ultrapassam da alíquota
dos 20% sobre o lucro.

Debêntures

São títulos de renda fixa emitidos por empresas não finan-


ceiras, com o objetivo de financiar investimentos de gran-
de porte e longo prazo, e que por obrigação, necessitam
de uma oferta pública, autorizada pela CVM para poder
ser ofertada aos investidores:
As debêntures podem ter sua rentabilidade pós-fixada,
pré-fixada ou atrelada à inflação, tendo como seu ben-
chmark, índices de juros e correção monetária.
Além disso, podemos dividir as debêntures em alguns ti-
pos:

• Debêntures Simples: Não dão nenhum direito extra ao


debenturista, apenas o direito de crédito frente ao emis-
sor;
• Debêntures Conversíveis: Dão o direito de que em seu
vencimento o debenturista possa convertê-las em ações

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da companhia emissora;
• Debêntures Permutáveis: Dão o direito de que em seu
vencimento o debenturista possa convertê-las em ações
de outras companhias, desde que tenha sido autorizada
pela CVM.
• Debêntures Incentivadas: Este é um tipo específico de
debêntures, que é emitido em razão de empreendimen-
tos que beneficiem a infraestrutura do país, e por conta
disso, são isentas de IR para pessoas físicas (prazo mí-
nimo de 4 anos)

• Garantias

No processo de emissão de uma debênture, o emissor


pode oferecer algumas garantias, sendo que, estas pos-
suem uma hierarquia em caso de insolvência da emissora

1. Garantia Real: é quando a companhia emissora coloca


como garantia um ativo, de forma que ela não pode trocar
ou mudar o ativo, deixando este imobilizado, considera-
mos essa a garantia mais forte em razão de seu lastro;
2. Garantia Flutuante: é quando a companhia emissora
coloca um ativo como garantia, contudo, diferente da ga-
rantia real, nesta a empresa pode vender ou alterar o ativo
que serve de lastro para a garantia, portanto, considera-
mos ainda uma garantia forte, mas mais fraca que a real;
3. Garantia Quirografária: também chamada de sem ga-
rantia, é quando a empresa coloca seu nome como ga-
rantia, de forma que a garantia seria a geração de fluxo
de caixa da empresa e a confiança de que esta pagará
os credores, consideramos essa uma garantia fraca, pois
caso a empresa entre em falência, os debenturistas que
detenham títulos com essa garantia concorrerão com os

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outros credores quirografários;


4. Garantia Subordinada: esta garantia é classificada
desta forma, mas na verdade, é a mais fraca das garan-
tias, de forma que o debenturista que detenha títulos com
essa garantia ficará apenas acima dos acionistas quanto
ao recebimento de seu crédito.
5. Garantia Fidejussória: esta é uma garantia opcional,
onde o responsável pela empresa se propõe a honrar os
débitos das debêntures em caso de falência, utilizando de
seu próprio patrimônio.
Vale lembrar que, por ser um título corporativo, as debên-
tures não contam com garantia do FGC e o capital utili-
zado na emissão das debêntures nunca poderá ser maior
que o capital social da companhia.

Prospecto:

No prospecto de uma debênture devem estar, além das


informações essenciais, as seguintes informações:

a. Garantias: quais garantias a debênture possui, se hou-


ver;
b. Repactuação: caso haja cláusula de repactuação de
rentabilidade em razão de mudança no risco da compa-
nhia e o prazo de repactuação.

Tributação:

Debêntures, exceto as incentivadas, que são isentas de IR


para pessoa física (PJ paga 15%), pagarão IR de acordo
com a tabela regressiva de renda fixa.

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CRI e CRA:

São títulos emitidos por uma Companhia Securitizadora,


que é uma entidade que deve sempre ser registrada na
CVM e tem como objetivo exclusivo a aquisição e securiti-
zação de créditos decorrentes de operações de emprés-
timo, financiamento e arrendamento mercantil, em outras
palavras, visa converter direitos creditórios em títulos ne-
gociáveis no mercado de investimento.
O Certificado de Recebível Imobiliário, também chamado
de CRI, é um título que dá ao seu detentor o direito sobre
recebíveis de crédito originados de operações de crédi-
to imobiliário, que, quando for ofertado publicamente ao
mercado deve fazer uma oferta pública ao mercado, po-
rém, em caso de oferta exclusiva a investidores qualifica-
dos, a oferta pública não é necessária.
Por ser emitido unicamente por uma companhia securiti-
zadora e não por um banco, corretora ou financeira, o CRI
não conta com a garantia do FGC, contudo, por possuir
lastro em direitos de crédito, possui garantia real em razão
desse direito.
Por ter como lastro operações de crédito do setor imobi-
liário, o CRI conta com isenção de imposto de renda para
pessoa física.
Por ser um valor mobiliário de renda fixa privado, deve ser
registrado na clearing house da B3.
O Certificado de Recebível do Agronegócio, também cha-
mado de CRA, é um título que dá ao seu detentor o direi-
to sobre recebíveis de crédito originados de operações de
crédito ao agronegócio, que, quando for ofertado publica-
mente ao mercado deve fazer uma oferta pública ao mer-
cado, porém, em caso de oferta exclusiva a investidores
qualificados, a oferta pública não é necessária.

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Por ser emitido unicamente por uma companhia securiti-


zadora e não por um banco, corretora ou financeira, o CRA
não conta com a garantia do FGC, contudo, por possuir
lastro em direitos de crédito, possui garantia real em razão
desse direito. Por ter como lastro operações de crédito do
setor do agronegócio, o CRA conta com isenção de impos-
to de renda para pessoa física.
Por ser um valor mobiliário de renda fixa privado, deve ser
registrado na clearing house da B3.

Índices do Mercado de Renda Fixa


O Índice de Mercado Anbima, também chamado de IMA-
-Geral, é um índice composto por uma família de sub-ín-
dices que são formados por carteiras teóricas de títulos
públicos federais, onde cada índice possui uma caracte-
rística específica, sendo:

1. IMA-B: Índice composto por NTN-B, que são títulos atre-


lados ao IPCA, junto de uma taxa pré-fixada;
2. IMA-B 5: Índice composto apenas por NTN-B que possu-
am vencimento em até 5 anos.
3. IMA-B 5+: Índice composto apenas por NTN-B que pos-
suam vencimento acima de 5 anos.
4. IMA-C: Índice composto apenas por NTN-C, que são tí-
tulos atrelados ao IGP-M, junto de uma taxa pré-fixada;
5. IRF-M: Índice composto apenas por títulos públicos fe-
derais que possuam rendimentos préfixada, mais especi-
ficamente, sendo composto apenas por LTN e NTN-F;
6. IMA-S: Índice composto apenas por LFT, que são títu-
los que possuem seus rendimentos pósfixados, atrelados
à taxa Selic-Over.

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IMA - Geral
Média ponderada dos retormos diários
do IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M

IMA - Geral ex-C


Média ponderada dos retormos diários
do IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M

IMA-B IMA-C IMA-B IMA-C


Composição Composição Composição Composição
NTN-B (OPCA) NTN-C (IGP-M) NTN-B (OPCA) NTN-C (IGP-M)

* Não inclui LFT-A e LFT-B

IMA-B 5 IMA-B 5 S+ IMA-C 5 IMA-C S+ IRF-M 1 IRF-M 1+


Composição Composição Composição Composição Composição Composição
NTN-B NTN-B NTN-C NTN-C LTN e NTN-F LTN e NTN-F
Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo
< 5 anos > 5 anos < 5 anos > 5 anos < 1 ano > 1 ano

No par, ágio e deságio.

No par: Neste caso, o título está sendo negociado pelo seu


preço justo, logo o preço de mercado é igual ao valor no-
minal do título e o YTM é igual a taxa de cupom do título.

Ágio: É quando o título está sendo negociado por um valor


acima do que ele vale, de forma que o investidor acaba
pagando mais caro na compra daquele título, e por con-
sequência, obtendo uma rentabilidade menor do que o
esperado se comparado com o seu indexador.

Logo:

• Preço de mercado maior que o valor nominal;


• YTM menor que a taxa do cupom do título;

Deságio: É quando o título está sendo negociado por um

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valor abaixo do que ele vale, de forma que o investidor


acaba pagando mais barato na compra daquele título, e
por consequência, obtendo uma rentabilidade maior do
que o esperado se comparado com o seu indexador. Logo:
• Preço de mercado menor que o valor nominal
• YTM maior que a taxa do cupom do título

Riscos em Investimentos de Renda Fixa

Os principais riscos quando falamos do mercado de renda


fixa, são: risco de mercado, crédito e liquidez. Temos al-
guns riscos também que são importantes entendermos e
veremos mais à frente, são eles, risco de taxa de juros e
risco de reinvestimento.

Risco de Mercado

Podemos definir o risco de mercado como a oscilação


de preços do ativo, podendo ser para cima ou para bai-
xo. Dentro do risco de mercado, podemos identificar mais
dois tipos de risco:

a. Risco Sistemático: É o risco do sistema como um todo,


de forma que pode vir a afetar todos os ativos de um país,
independente de setor ou classe de ativos, e em algumas
vezes, esse risco pode afetar os ativos em bolsas do mundo
todo. Esse risco tem origem em eventos muito disruptivos
e caóticos, e tende a gerar muita volatilidade e grandes
quedas, além disso, por afetar o sistema todo. Não pode
ser mitigado por meio da diversificação.
b. Risco Não Sistemático: Também chamado de risco es-
pecífico, é basicamente o risco que afeta uma única em-
presa ou setor, normalmente causado por eventos que

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geram algum tipo de instabilidade na previsão dos fluxos


de caixa da empresa ou setor. Por sua natureza específica
e concentrada. É possível mitigar este risco através da di-
versificação, contudo, ainda assim não chegará a 0.

Risco de Crédito

É basicamente o risco da empresa não cumprir com a sua


parte no contrato de dívida, ou seja, o risco do devedor dar
um calote, não pagar a dívida para o investidor.
Quando uma empresa não financeira vai emitir uma dí-
vida através de uma debênture por exemplo, ela contrata
uma agência de rating, para que essa agência faça uma
análise da empresa em questão e atribua a ela, uma nota
sobre a capacidade da mesma de pagar essa dívida, uma
nota sobre o risco de crédito, ou seja, uma nota que diz res-
peito a chance dessa empresa dar um calote nos investi-
dores e é super importante entender que quanto maior for
o risco de crédito dessa empresa (pior for a nota de rating
dessa empresa), maior será a taxa que ela terá que pagar
pro investidor, o contrário também é verdadeiro.
As três principais agências de Rating são: S&P, Fitch e Moo-
dy ‘s.
Descrição Standar & Poor’s FitchM oody’s

AAA AAA Aaa


“Grau de Investimento”
Baixo risco de Calote AA AA Aa
A A A

“Grau de Investimento”
Pequeno risco de Calote
BBB BBB Baa

“Grau Especulativo” BB BB Ba
Moderado risco de
Calote BB B
CCC CCC Caa
“Grau Especulativo” CC CC Ca
Elevado risco de
Calote CC C
DD D

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Continuando sobre risco de crédito, caso uma companhia


tenha uma queda no seu rating (nota de crédito), os inves-
tidores/credores, irão começar a exigir um prêmio maior
para investir nos títulos de renda fixa dessa empresa por
conta do risco que se elevou. Do mesmo modo que, caso o
rating se eleve, os investidores aceitam receber uma taxa
menor, afinal de contas, o risco de calote diminuiu. Entre-
tanto, às vezes acontece que uma empresa já possui títu-
los emitidos que são negociados no mercado secundário
e sua nota de crédito pode se alterar no decorrer deste
contrato de dívida, do mesmo modo que ela pode emitir
ao mesmo tempo outras dívidas novas, e como já dito, é
importante entender todas as relações, tanto com novos
títulos emitidos, quanto os que já estão em circulação no
mercado secundário. E pra isso, temos uma tabelinha para
ajudar vocês:
Rating Retorno Exigido Emissões Novas Emissões Antigas

Retorno Taxa Preço do


Elevação
Exigido Emitida Título sobe
do Rating
Diminui Diminui (agio)

Retorno Taxa Preço do


Diminuição
Exigido Emitida Título sobe
do Rating
Aumenta Aumenta (deságio)

Vale ressaltar que as ações não possuem risco de crédito


.
Risco de Liquidez

Se resume na dificuldade de vender um ativo pelo preço


justo no momento em que se deseja. Um exemplo muito
comum é o imóvel, Talvez até seja possível você vender
um imóvel em uma semana ou duas, porém na maioria
das vezes você tem que abaixar o preço de forma conside-

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rável, vendendo por consequência abaixo do preço justo,


isso é o risco de liquidez, a dificuldade de conseguir trans-
formar um ativo em dinheiro pelo preço justo de mercado.

Risco de Taxa de Juros

Esse risco diz respeito ao efeito que as mudanças na taxa


de juros impactam em um ativo ou em um portfólio de
ativos. Podemos mensurar esse risco através da Duration
de Macaulay ou Duration Modificada, que são medidas de
sensibilidade de um título em relação às variações nas ta-
xas de juros.

Risco de Reinvestimentos

Este risco é definido como o risco de não conseguir rein-


vestir um cupom / vencimento a uma melhor ou igual taxa
em que o dinheiro estava aplicado anteriormente. Exem-
plo: você tem um título que paga 10% ao ano, você aplicou
R$1000,00 reais, logo no ano seguinte você recebe R$100
reais de cupom, porém você corre o risco de no momento
que for reinvestir esses R$100, não ter mais uma taxa de
10% disponível no mercado por exemplo.
Vale ressaltar que, títulos que não tem pagamento de
cupom (zero-cupom), tem um risco zero de reinvestimen-
to.
No mesmo sentido do exemplo passado, em um aumen-
to de juros, é ruim para o preço do título, mas é bom para
o reinvestimento, do mesmo modo que, em uma queda
do juros, é bom para o preço do título, porém prejudicial
para o reinvestimento; e aí cabe uma análise para enten-

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der qual risco seria o menor pior a correr.

Renda variável - Mercado de Ações

Renda variável é o oposto da renda fixa, na renda fixa é


possível saber qual vai ser a remuneração ou pelo menos
como calcular. Aqui na renda variável já não é possível.
Você aplica e não sabe se terá um retorno positivo ou ne-
gativo lá na frente, então, aqui falamos de investimentos
que são mais arriscados e consequentemente que devem
ser destinados para investidores com o perfil de investidor
adequado.

Ações

A ação de uma companhia representa a menor fração


do seu capital social, ou seja, quando você compra uma
ação, você se torna acionista daquela empresa e se torna
um dos donos da mesma, é por esse motivo que as ações
não possuem risco de crédito, pois, quando você adquire
ações, você é um sócio da empresa e não um credor. As
ações, por sua vez, podem ser vendidas no mercado se-
cundário na bolsa de valores ou mercado de balcão, des-
de que tenha um comprador interessado e por isso ações
tem risco de liquidez.

Alguns termos são importantes quando falamos de ações:

• Acionista minoritário é aquele que detém uma quanti-


dade pouco expressiva de ações de uma determinada

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empresa. Esses são protegidos pela CVM.


• Acionista Controlador é aquele, ou aqueles que detém
o maior percentual de ações da empresa e por conse-
quência, detém o controle da mesma. Esses são fiscali-
zados pela CVM
• Home Broker é um sistema que viabiliza a compra e
venda de ações, entre outros ativos, disponibilizado nor-
malmente por corretoras de valores.
• Ações ordinárias (ON): Ações com direito a voto. No mí-
nimo 50% das ações de uma empresa devem ser ordi-
nárias e na fila dos credores, os acionistas ordinários são
os últimos a receber, portanto, possuem um risco maior
comparado aos acionistas preferenciais.

• (1 ação = 1 voto);
• Eleição do Conselho Administrativo;
• Controle do destino da empresa;
• Direito a Tag Along (mínimo de 80% do valor pago por
ação com direito a voto em caso de alienação de con-
trole)

Ações preferenciais (PN): Ação sem direito a voto e com


preferência aos dividendos. As ações preferenciais não
podem passar de 50% das ações emitidas por uma com-
panhia.

• Prioridade na distribuição de dividendos;


• Não dá direito a voto. Caso a empresa passe 3 exercí-
cios sem distribuir lucros as ações preferenciais passa a
ter direito a voto;
• Prioridade no reembolso do capital.

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Conforme a lei 10.303, as açõe PN somente podem ser ne-


gociadas em bolsa com pelo menos uma das vantagens
a seguir:
• Direito de participar de dividendo a ser distribuído de,
pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do Lucro Lí-
quido do exercício; ou
• Direito ao recebimento de dividendo de pelo menos 10%
(dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação
ordinária (ON); ou
• Direito de serem incluídas no Tag Along (em caso de
venda da companhia, direito de vender as suas ações
recebendo, no mínimo 80% do valor pago por cada ação
integrante do bloco de controle), assegurando o divi-
dendo pelo menos igual ao das ordinárias (ON).

Outro ponto interessante sobre as ações é que elas po-


dem ser emitidas com diferentes tipos de classe, variando
de empresa para empresa, dentro das ações do tipo PN ou
ON, recebem uma letra (A,Y, Z) que a empresa define no Es-
tatuto Social o que significa essa classe, por exemplo, uma
ação PNZ indica uma ação que paga o dividendo mínimo,
enquanto uma PNA indica uma ação que paga o dividen-
do mínimo mais 15%. Reforçando, as classes são descritas
por letras e fica definido no Estatuto Social o significado de
cada classe, podendo ser vantagens ou desvantagens.

Depositary Receipts (DR’S)

Um título de renda variável que é negociado em um de-


terminado país que o lastro desse título são ações de uma
empresa que é de fora desse país.
Aqui no Brasil conhecemos esse título como BDR (Brazilian
Depositary Receipts), são certificados representativos de

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ações de empresas do exterior, esses BDRs são emitidos e


negociados aqui e permitem que os brasileiros comprem
“ações” de empresas não brasileiras.
Já nos Estados Unidos, esse título é chamado de ADR, é
uma sigla para American Depositary Receipts. São recibos
de ações de empresas não americanas emitidos e nego-
ciados nos EUA. O lastro dos recibos são as ações da em-
presa que circulam em seu país de origem. Dessa forma,
as ADRs permitem que investidores consigam comprar nos
EUA ações de empresas não americanas.

Ações
Negociadas nos EUA Negociadas no Brasil

Emitidas por empresas Emitidas por empresas


não americanas não brasileiras

ADR - American
DR’s BDR - Brazilian
Depositary Receipts Depositary Recepits

Temos também os GDRs, que são recibos de ações nego-


ciados em um país, que não seja Brasil ou Estados Unidos,
lastreados em ações de empresas de fora deste país.
Uma Companhia que decide emitir ações para o merca-
do do exterior, através de um programas de BDRs ou ADRs,
pode ter alguns benefícios:

• Ampliação e diversificação de sua base de acionistas;


• Maior visibilidade entre investidores, consumidores e
clientes internacionais;
• Aumento da liquidez total de sua ação ao atrair novos
investidores;
• Maior cobertura de research fora de seu país de origem;
• Alternativa adicional para captação de recursos;

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• Negociação de suas ações ao lado das ações de seus


pares nos mercados internacionais;
• Paridade de preços com pares globais por meio da
prestação de informações reconhecidas internacional-
mente;
• Melhor valuation internacional ao se colocar junto a
seus pares;
• Moeda de troca opcional para possíveis fusões e aqui-
sições.

Falando sobre os BDRs, eles possuem duas categorias:



• Patrocinado
• Não patrocinado

Começando pelos BDRs Patrocinados, estes, são emitidos


por uma instituição depositária, que é contratada pela
empresa do exterior que deseja emitir os recibos, portanto,
a empresa participa do processo e deve divulgar informa-
ções necessárias pros investidores. Outro ponto é que os
BDRs Patrocinados possuem 3 níveis, conforme abaixo:

• BDR Patrocinado Nível I: Não há registro na CVM (regra


geral).
• Negociados no mercado de balcão não organizado;
• Como regra geral, apenas para investidores qualifica-
dos (entretanto, desde outubro de 2020 podem ser ne-
gociados por investidores no geral desde que: o merca-
do de maior volume de negociação desses ativos, nos
últimos 12 meses, seja um ambiente de mercado es-
trangeiro classificado como “mercado reconhecido”; e
o emissor dos valores mobiliários que servem de lastro

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aos BDR esteja sujeito à supervisão por parte da entida-


de reguladora do mercado de capitais do mercado de
maior volume de negociação.)

• BDR Patrocinado Nível II: Registro na CVM.


• Não há emissão de ações;
• Negociados no mercado de balcão organizado ou bol-
sa por qualquer investidor.

• BDR Patrocinado Nível III: Há emissões de ações por IPO.


• Negociado em balcão organizado ou bolsa por qual-
quer tipo de investidor;
• Registro na CVM;
• Mais completo e oneroso.

Existem também os BDRs não patrocinados, que são emi-


tidos sem o envolvimento da empresa estrangeira em
questão.

• BDR Não Patrocinado: Não há envolvimento da compa-


nhia estrangeira.
• Instituído por uma ou mais instituições depositárias ou
emissoras de certificado, sem envolvimento da compa-
nhia estrangeira emissora dos valores mobiliários e só
pode ser classificado como Nível I;
• Negociado em balcão.

Falando sobre as ADRs agora, elas também possuem al-


gumas classificações conforme abaixo, vale ressaltar que
a autoridade nacional que fiscaliza e faz algumas exigên-
cias lá nos Estados Unidos é a SEC - Security Exchange Co-
mission, que se equipara à nossa CVM aqui no Brasil.

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ADR Nível I
• Não há emissão de ações.
• Negociados no mercado de balcão.
• Não precisa atender às normas contábeis americanas.
• Objetivo: colocar ações no mercado norte-americano.

ADR Nível II
• Não há emissões de ações.
• Negociados em bolsa.
• Deve atender normas contábeis americanas – USGAAP.
• Registro na SEC.

ADR Nível III


• Há emissão de ações por IPO.
• Negociado em bolsa.
• Deve atender requisitos da SEC, das Bolsas e normas
contábeis americanas (USGAAP).
• Programa de divulgação institucional de alta qualidade.
• Mais completo e oneroso.

ADR Nível 144A:


• Lançamento privado e permite captação de novos re-
cursos.
• Negociados em balcão.
• Investidores institucionais qualificados, sem registro na
SEC.

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BDR’S: Brazilian Depositary Receipts


Ciclo Operacional
1. Emite ordem de compra (R$)

Investidor Corretor
Brasileiro Brasileiro

9. Entrega BDR

2. R$
Banco 8. Entrega BDR
Depositário
(emite BDR)

Através de uma
Instituição Financeira
que atue nos dois países
e opere com câmbio.

7. Notifica o Depositário
3. U$
4.

Banco 6. Entrega Ações Corretor Bolsa de


Custodiante
(custódia de ações) Americano Valores

5. Ações

ADR’S: American Depositary Receipts


Ciclo Operacional
1. Emite ordem de compra (US$)

Investidor Corretor
Americano Americano

9. Entrega ADR

2. U$
Banco 8. Entrega ADR
Depositário
(emite ADR)

Através de uma
Instituição Financeira
que atue nos dois países
e opere com câmbio.

7. Notifica o Depositário
3. R$
4.

Banco 6. Entrega Ações Corretor Bolsa de


Custodiante
(custódia de ações) Brasileiro Valores

5. Ações

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De acordo com a Lei 6.404/76, o acionista minoritário,


aquele que detém uma participação pouco relevante da
empresa, possui alguns direitos, dentre eles:

• Participação nos rendimentos (dividendos, bonificação,


JCP)
• Preferência de subscrição: que consiste basicamente no
direito que o acionista tem, quando uma empresa deci-
de fazer um aumento de capital, emitindo mais ações,
o direito que ele tem de subscrever o número de ações
necessárias para manter sua posição atual e não ser di-
luído;
• Tag along: garante aos acionistas minoritários, em caso
de mudança de controle acionário da empresa, o direito
de vender também suas ações nas mesmas condições
ou em condições similares às que estão sendo vendidas
pelos sócios majoritários, caso não tenha mais a inten-
ção de se manter no negócio;
• Fiscalização: fiscalizar, na forma prevista nesta lei, a ges-
tão de negócios sociais;
• Participação do acervo em caso de liquidação: Direito
que o acionista tem de receber a parcela de capital que
lhe pertence em caso de encerramento das atividades;
• Direito de retirar-se da sociedade: direito de um acio-
nista minoritário de se retirar da sociedade, tendo um
reembolso por suas ações, podendo ser acionado em
casos como mudança de objeto social, cisão, fusão, in-
corporação ou alteração das classes de ações;
• Direito a voto: as empresas fazem Assembleias de Acio-
nistas e quem possui uma ação ordinária (ON), possui
direito a 1 voto.

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AGO e AGE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA –


AGO

Anualmente, nos 4 primeiros meses seguintes ao término


do exercício social, deverá haver 1 assembleia-geral para:
• tomar as contas dos administradores, examinar, discutir
e votar as demonstrações financeiras; deliberar sobre
a destinação do lucro líquido do exercício e a distribui-
ção de dividendos;
• eleger os administradores e os membros do conselho
fiscal, quando for o caso;
• aprovar a correção da expressão monetária do capital
social.

A assembleia-geral é ordinária quando tem por objeto as


matérias acima citadas, e extraordinária nos demais ca-
sos.
A companhia deverá enviar à CVM edital de convoca-
ção da assembleia geral ordinária, em até 15 dias antes
da data marcada para a sua realização ou no mesmo dia
de sua primeira publicação, o que ocorrer primeiro. Deve-
rá enviar também todos os documentos necessários ao
exercício do direito de voto nas assembleias gerais ordi-
nárias. Além disso, disponibilizará o sumário das decisões
tomadas na assembleia, no mesmo dia da sua realização,
e ata da assembleia geral ordinária, em até 7 dias úteis de
sua realização.

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ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA – AGE

A assembleia-geral extraordinária que tiver por objeto a


reforma do estatuto somente se instalará em primeira
convocação com a presença de acionistas que represen-
tem 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital com direito a
voto, mas poderá instalar-se em segunda com qualquer
número.
Obs: assembleia-geral ordinária e a assembleia-geral ex-
traordinária poderão ser, cumulativamente, convocadas e
realizadas no mesmo local, data e hora, instrumentadas
em ata única.

Acordo de Acionistas

Contrato parassocial que tem como objetivo regular o


exercício do voto dos aderentes, a compra e venda das
suas ações, preferências.
Somente acionistas podem participar e as ações vincula-
das ao acordo, não podem mais ser negociadas no mer-
cado de bolsa ou balcão.
A forma tem que ser escrita. O prazo de duração fica a cri-
tério dos contratantes, podendo ser fixado por termo ou
condições resolutivas.

Tipos de Acordo de Acionistas

• Acordo de Comando – Para organizar o controle;


• Acordo de Defesa – Para reunir minoritários e pleitear
direitos de acordo com percentuais exigidos pela lei;
• Acordo Misto – Firmado entre Controladores e Minoritá-
rios para evitar ou extinguir litígios.

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Tag Along

Quando há mudança de controle da companhia aberta, os


demais acionistas detentores de ações com direito a voto
devem receber uma oferta pública de compra de suas
ações pelo mesmo valor pago pelas ações do controla-
dor e os acionistas ordinários, quando for o caso, deverão
receber uma oferta de, no mínimo, 80% do valor pago por
ação com direito a voto, integrante do bloco de controle.
Exemplo: Juan é acionista majoritário e vende o controle
de sua empresa por R$10,00 por ação (ON). Portanto, to-
dos os acionistas minoritários que possuem ações ON de-
vem receber uma proposta de venda de suas ações por
no mínimo R$8,00 se desejarem, o que representa 80% do
que Juan vendeu. É importante notar que as ações PN não
possuem esse direito!

Governança Corporativa

Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem


por finalidade alinhar os objetivos da administração da
companhia aos interesses dos acionistas.
Para tanto, estabelece um sistema pelo qual as socieda-
des são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacio-
namentos entre investidores (acionistas/cotistas), Conse-
lho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e
Conselho Fiscal.
A análise das práticas de governança corporativa aplicada
ao mercado de capitais envolve, principalmente: transpa-
rência, equidade de tratamento dos acionistas, prestação
de contas e responsabilidade corporativa. Boas práticas
de governança corporativa logram aumentar o valor de

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uma companhia, facilitar seu acesso ao capital e contri-


buir para sua perenidade.
Governança corporativa é o conjunto de mecanismos de
incentivo e controle que visam assegurar que as decisões
sejam tomadas em linha com os objetivos de longo prazo
das organizações.

Entre os mecanismos de governança, destacam-se a exis-


tência de:

• Conselho de administração ativo e que atue com inde-


pendência;
• Obrigatoriedade de conselheiros independentes, todos
com excelente reputação no mercado, experiência e fir-
me compromisso de dedicação ao Conselho;
• Comitê de Auditoria composto exclusivamente por
membros independentes.

SEGMENTOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA

NÍVEL 1: PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS

• Realização de reuniões públicas com analistas e inves-


tidores, ao menos uma vez por ano.
• Manutenção em circulação de uma parcela mínima de
ações, representando 25% (vinte e cinco por cento) do
capital social da companhia.

NÍVEL 2: PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS

• Divulgação de demonstrações financeiras de acordo

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com padrões internacionais IFRS ou US GAAP.


• Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco)
membros e mandato unificado de até 2 (dois) anos,
permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento)
dos membros deverão ser conselheiros independentes.
• Extensão para todos os acionistas detentores de ações
ordinárias das mesmas condições obtidas pelos contro-
ladores quando da venda do controle da companhia e
de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) deste valor para
os detentores de ações preferenciais (tag along).

NOVO MERCADO: PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS


• Transparência maior na gestão e na publicação;
• 100% das ações devem ser ordinárias;
• 100% tag along
• IPO de no mínimo 10 milhões;

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Ofertas Públicas e Ambientes de Negociação

Mercado Primário

Colocação de títulos resultantes de novas emissões. Em-


presas utilizam o mercado primário para captar os recur-
sos necessários ao financiamento de suas atividades.

MERCADO SECUNDÁRIO

Negociação de ativos, títulos e valores mobiliários em mer-


cados organizados, onde investidores compram e vendem
em busca de lucratividade e liquidez, transferindo, entre si,

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os títulos anteriormente adquiridos no mercado primário.


As compras e vendas de ações são intermediadas por
uma CTVM ou DTVM. Quando essa negociação é realizada
pela internet, utiliza-se o home broker. O principal objetivo
do mercado secundário é fornecer liquidez para os ativos.
Em geral, as ações são negociadas em lote-padrão.

Decide captar recursos via emissão de títulos


Bancos de
Investimento;
Bancos Múltiplos;
DTVM, CTVM
R$ vai para a empresa Agente
Empresa
Underwriting

Emite as ações no
IPO mercado primário
(underwriting)
$
C CTVM
Bolsa de
Ações
Mercado
Valores /
Mercado
Primário C
Ações

V CTVM de Balcão
$

Mercado secundário:
Títulos passam a ser negociados
entre os servidores

IPO – Initial Public Offering

Também conhecido como Oferta Pública Inicial em por-


tuguês, O IPO, é o processo de oferta primária dos títulos
junto ao mercado, ou seja, é quando os títulos, sejam eles
ações, debêntures, CRIs, CRAs, cotas ou outros títulos, são
lançados ao mercado pela primeira vez, de forma que os
recursos obtidos através da oferta vão para o caixa da em-
presa. Neste processo, o investidor faz a sua reserva, espe-
cificando quantos títulos deseja comprar e de que forma
deseja, podendo decidir entre dois tipos de ordens:
a. Ordem a mercado: é quando a compra dos títulos é feita
utilizando o preço de mercado atual.
b. Ordem limitada: é quando o investidor estipula uma fai-
xa de preço onde aceita comprar os títulos, de forma que

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caso o título seja negociado fora desta faixa, a ordem não


é executada.

Vantagens

A principal vantagem de emitir ações é que nesse tipo de


captação de recursos a empresa não tem uma dívida, nes-
te caso, a empresa só remunera o investidor caso tenha lu-
cro. Tirando o fato que o potencial número de investidores
é grande dependendo da empresa, a empresa ganha vi-
sibilidade no mercado e tem uma alta liquidez patrimonial
e também há uma profissionalização na gestão uma vez
que a transparência em uma empresa de capital aberto é
de extrema importância.

Desvantagens

Como nem tudo são flores, também temos algumas des-


vantagens.
Há uma diluição do lucro por acionista, uma vez que o acio-
nista não subscreva seu direito. Há também por conta da
transparência uma exposição maior da empresa e infor-
mações estratégicas para o público e também os custos
aumentam significativamente por conta de publicação de
demonstrações financeiras e auditorias, isso claro, depen-
dendo do tamanho da empresa.

Estrutura de uma oferta pública

Um processo de distribuição pública tem algumas etapas

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indispensáveis, conforme abaixo:


Registro da operação na CVM (Instrução 400/03);
Formação do consórcio de instituições que vão coordenar
e distribuir a operação;
Estabelecimento de garantia (se houver);
Conteúdo da oferta, incluindo lote e forma de precificação;
Distribuição do prospecto preliminar e definitivo (material
publicitário);
Coleta, junto aos investidores, de intenções e reserva
(quantidade e preço máximo);
Recebimento de reservas (quando contemplado no pros-
pecto e no anúncio de início de distribuição);
Divulgação do período de distribuição;
Resultado da oferta, incluindo o preço final da ação.

Tipos de Colocação

As operações de IPO de uma ação ou título de dívida (ren-


da fixa, ex debêntures), tem alguns riscos envolvidos. A em-
presa cumprindo todos requisitos legais e também sendo
algo viável economicamente falando, a empresa necessi-
ta de uma Instituição financeira para auxiliar no processo
de IPO, reduzindo assim o risco de demanda.
Essa IF pode ser um banco de investimentos ou uma cor-
retora (CTVM).
O processo de subscrição pública desses títulos pode ocor-
rer por meio de 3 regimes:
1. Garantia Firme (Straight);
2. Melhores Esforços (Best Efforts);
3. Residual (Stand-by).

Vale ressaltar que existe a possibilidade de distribuição de


um lote adicional, nas mesmas condições e preço da ofer-

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ta, desde que incluído no Prospecto e que não ultrapasse


15% da oferta inicial.

1. Garantia Firme: É quando a instituição financeira, ou


seja, o agente underwriter se compromete a subscrever
100% dos valores mobiliários ofertados caso estes não se-
jam absorvidos pelo mercado. Este tipo de garantia é nor-
malmente a mais cara, pois isenta o emitente de qualquer
falta de demanda por parte do mercado.
2. Garantia Residual: é quando a instituição financeira se
compromete a subscrever parte dos títulos que não foram
absorvidos pelo mercado, assumindo um risco parcial em
relação à colocação dos títulos frente ao mercado.
3. Garantia de Melhores Esforços: é quando a instituição
financeira se compromete a fazer os melhores esforços
para a colocação dos títulos frente ao mercado, contudo,
ela não assume nenhum risco ante a colocação dos títu-
los junto ao mercado, de forma que a empresa emissora
fica com todo o risco quanto a colocação de seus títulos,
sendo essa a garantia que gera os menores custos para a
empresa emissora dos títulos.

Termos usuais de um IPO:

Período de Reserva: período no qual o investidor pode en-


trar em contato com a sua corretora e informar que dese-
ja participar do IPO. O investidor informa a quantidade de
ações que deseja ou o valor financeiro que gostaria. Im-
portante salientar que após o encerramento deste perío-
do, o investidor não tem mais como cancelar o seu pedido.
Rateio: se a demanda pelo oferta superar o valor que a
empresa deseja captar no mercado, haverá rateio, ou seja,
os investidores terão direito a um número menor do que o

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solicitado basicamente.
Em uma oferta pública, a empresa deve escolher como irá
precificar os títulos que está ofertando (ação, debênture,
CRI, CRA, etc), temos 3 formas de precificar esses títulos
em uma oferta pública;
Bookbuilding: Neste caso, a empresa define algumas con-
dições básicas da oferta e os investidores encaminham as
suas ofertas para IF que está coordenando a emissão. É
construído um livro de ofertas e caso a demanda ultra-
passe a oferta, haverá o rateio.
Leilão em Bolsa: Neste caso, as ordens são enviadas dire-
tamente para a bolsa de valores, onde ocorre a definição
do preço da oferta e demanda.
Preço Fixo: Nesse processo, o emissor fixa o preço por meio
de AGE (Assembléia Geral Extraordinária) ou RCA (Reunião
do Conselho de Administração).

Follow-On

Uma vez que uma empresa já tem ações negociadas na


bolsa de valores e deseja captar novos recursos através
de uma outra emissão de ações, isso se chama follow-on.
Maneiras de realizar follow-on:
Conforme Instrução CVM 400: Destinada ao público em
geral, incluindo investidores, deve ter de forma obrigató-
ria a divulgação adequada e transparente de informações
sobre a oferta. Tais ofertas públicas devem ser submetidas
previamente ao registro na CVM e na B3.
Conforme Instrução CVM 476: Exclusiva para investidores
profissionais, sendo distribuída com esforços restritos a
um máximo de 75 investidores. A oferta com esforço res-
trito está dispensada de registro na CVM e não há obriga-
toriedade de elaboração de prospecto, diferentemente da

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oferta CVM 400.

As principais instituições presentes em uma oferta primá-


ria são:

• Banco Coordenador;
• Agência de Rating;
• Agente Fiduciário;
• Banco Contábil e Agente;
• Banco Liquidante;
• Depositário;
• Custodiante;
• Formador de Mercado.

Ofertante:

O ofertante é a empresa ou instituição que está emitindo


os títulos junto ao mercado através do processo de unde-
rwriting.

Banco Coordenador:

Dentro de um processo de underwriting podem haver mais


de um banco coordenador, contudo, um destes deverá ser
obrigatoriamente denominado como Coordenador-líder,
sendo de responsabilidades deste:

1. Coordenar todo o processo de underwriting;


2. Prestar garantias em relação ao underwriting, se houver;
3. Fazer a divulgação da oferta de underwriting para o mer-
cado;

143
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4. Organizar a relação entre as demais instituições presen-


tes no processo.

Banco Mandatório:

O banco mandatório é o agente responsável pela liquida-


ção das reservas e confirmação dos pagamentos, repas-
sando o montante levantado para o ofertante e registran-
do todas as operações e movimentações realizadas em
favor da oferta.

Banco Liquidante:

O banco liquidante é o agente responsável pela liquida-


ção financeira de todas as operações através do SDT.

Banco Escriturador:

O banco escriturador é o agente responsável pela ma-


nutenção dos registros de movimentações dos títulos de
forma escritural em seu banco de dados, sendo também
o responsável por registrar todos os eventos relevantes,
como grupamentos, desdobramentos e bonificações, as-
sim como a mudança de posse dos títulos. Sendo também
de responsabilidade do escriturador enviar as seguintes
informações aos detentores dos títulos:
a. Mensalmente ou caso solicitado: extrato com a posição
do detentor dos títulos, ajustada em relação às movimen-
tações ocorridas, se houver.
b. Anualmente: até o mês de fevereiro, demonstrativo com
a posição do detentor dos títulos para fins de apuração do

144
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IR na declaração anual.
c. Sempre que solicitado: Informações relativas aos even-
tos relevantes ocorridos com os títulos.

Central Depositária:

A central depositária é onde ficam registrados os títulos


e seus devidos detentores, contudo, mesmo estando re-
gistrados na central depositária, esta não possui nenhum
direito de posse sobre os títulos, sendo sua única função o
registro e guarda dos títulos. Além disso, qualquer evento
corporativo que mude a estrutura acionária da empresa, é
de responsabilidade da central depositária fazer o ajuste.
Vale lembrar que, atualmente, há apenas uma central de-
positária no país, que pertence à B3.

Banco Custodiante:

O banco custodiante é o agente responsável pela movi-


mentação dos títulos dentro da central depositária em ra-
zão de movimentações que originem mudanças na posse
dos títulos ou mudanças na estrutura acionária da em-
presa em razão de eventos corporativos, ou eventos como
desdobramentos, grupamentos e bonificações.

Market Maker:

O Market maker é uma pessoa jurídica contratada com o


objetivo de garantir uma movimentação financeira míni-
ma de determinado ativo, além de também ter o papel de
mitigar eventos e movimentações irracionais nos preços

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dos ativos em que atua, podendo atuar em mais de um


ativo simultaneamente.
Para uma pessoa jurídica atuar como Market maker, é pre-
ciso que esta esteja credenciada junto a B3 para o exer-
cício desta função, possui alguns benefícios em razão de
sua atuação, como a isenção de custos com emolumen-
tos. Em casos de eventos muito disruptivos, tanto positiva-
mente quanto negativamente, B3 pode limitar a atuação
do Market maker, ou até mesmo, liberá-lo de sua função
momentaneamente.

Agente Fiduciário

A função do agente fiduciário é proteger o interesse dos


debenturistas exercendo uma fiscalização permanente e
atenta, verificando se as condições estabelecidas na es-
critura da debênture estão sendo cumpridas.
Entende-se por relação fiduciária a confiança e lealdade
estabelecida entre a instituição participante (administra-
dora, gestora, custodiante, etc.) e os cotistas.
A emissão pública de debêntures exige a nomeação de
um agente fiduciário. Esse agente deve ser ou uma pessoa
natural capacitada ou uma instituição financeira autori-
zada pelo Banco Central para o exercício dessa função e
que tenha como objeto social a administração ou a custó-
dia de bens de terceiros (ex.: corretora de valores).
O agente fiduciário não tem a função de avalista ou ga-
rantidor da emissão.
O Agente Fiduciário poderá usar de qualquer ação para
proteger direitos ou defender interesses dos debenturistas,
sendo-lhe especialmente facultado, no caso de inadim-
plemento da emitente:
• executar garantias reais, receber o produto da cobran-

146
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ça e aplicá-lo no pagamento, integral ou proporcional


dos debenturistas;
• requerer falência da emitente, se não existirem garan-
tias reais;
• representar os debenturistas em processos de falência,
concordata, intervenção ou liquidação extrajudicial da
emitente, salvo deliberação em contrário da assembleia
dos debenturistas;
• tomar qualquer providência necessária para que os de-
benturistas realizem os seus créditos.

Agências de Rating:

São empresas que são especializadas em avaliar o risco


de crédito de uma empresa ou título, atribuindo uma nota
para o risco de cada empresa e título, que normalmente
vai de AAA à D, passando por AA, A, BBB, BB, B, CCC, CC, C,
DDD e DD, sendo que, quanto mais próximo de AAA, menor
é o risco de crédito, e quanto mais perto de D, maior é o
risco de crédito.

Distribuidor:

O distribuidor é responsável pela comercialização dos tí-


tulos com o mercado, sendo normalmente uma DTVM ou
CTVM.

OPA - Oferta Pública de Aquisição

A Oferta Pública de Aquisição, também chamada de OPA,


é o evento onde a empresa está fechando o capital na

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bolsa de valores, e para isso, deve adquirir todas as ações


de volta, além disso, um OPA pode ocorrer no meio de um
processo de oferta de valores mobiliários ao mercado com
o objetivo de cancelar esta oferta.
Um processo de OPA pode ocorrer de várias modalidades,
sendo elas:

1. OPA para cancelamento de registro: é a OPA obrigató-


ria, realizada como condição do cancelamento do registro
para negociação de ações nos mercados regulamenta-
dos de valores mobiliários;
2. OPA por aumento de participação: é a OPA obrigatória,
realizada em consequência de aumento da participação
do acionista controlador no capital social de companhia
aberta;
3. OPA por alienação de controle: é a OPA obrigatória, re-
alizada como condição de eficácia de negócio jurídico de
alienação de controle de companhia aberta;
4. OPA voluntária: é a OPA que visa à aquisição de ações
de emissão de companhia aberta, que não deva realizar-
-se segundo os procedimentos específicos estabelecidos
nos tipos de OPA citados anteriormente.

Tipos de Ordens

Quando uma pessoa deseja investir, fazer alguma opera-


ção de compra ou venda na bolsa de valores ou mercado
de balcão existem alguns diferentes tipos de ordens que
podem ser lançadas:

Ordem a mercado: é quando a compra dos títulos é feita


utilizando o preço de mercado atual.

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Ordem limitada: é quando o investidor estipula uma fai-


xa de preço onde aceita comprar os títulos, de forma que
caso o título seja negociado fora desta faixa, a ordem não
é executada.
Ordem Administrada: É como a ordem de mercado, mas
a execução da ordem fica a critério da corretora.
Ordem Discricionária: O gestor que estabelece as condi-
ções para executar a ordem (não o investidor).
Ordem Casada: A Ordem Casada pode ter as seguintes
características:

• Comprar somente quando outro ativo for vendido; ou


vender apenas quando houver a compra de outro ativo;
• Só terá efeito se ambas as negociações forem executa-
das;
• Você pode especificar qual negociação será executada
primeiro.
Ordem Stop: É determinado o preço mínimo a partir do
qual a ordem deve ser executada, podendo ser:
Stop de compra: comprará os ativos para o investidor, caso
haja uma operação maior ou igual ao preço determinado.
É usado para fechar uma posição de venda (aluguel de
ações – BTC).
Stop de venda: venderá a posição do investidor, no caso
de uma negociação a um preço INFERIOR ou IGUAL ao pre-
ço determinado. É usado para fechar uma posição com-
prada.
STOP LOSS: Será executado para fechar uma posição per-
dedora.
STOP GAIN: Será executado para fechar uma posição de
ganho financeiro.

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Índices de Bolsa de Valores

IBOVESPA:

Mais utilizado e mais importante índice brasileiro. Com-


posto pelas ações de maior liquidez da bolsa de valores
dos últimos 12 meses. A carteira é revista ao final de cada
quadrimestre (janeiro – abril; maio – agosto; set – dez).
As ações para participarem do Ibovespa devem obrigato-
riamente: apresentar, em termos de volume, participação
superior a 0,1% do total; ter sido negociada em mais de 80%
do total de pregões do período.

IBrX:

Assim como o Ibovespa, é composto pelas 100 empresas


com o maior número de operações e volume negociado
na B3 nos últimos 12 meses.
O que diferencia do Ibovespa, é o fato do IBrX considerar
apenas as ações disponíveis no mercado, desconside-
rando assim as ações em posse dos controladores.
IBrX – 50:

Adota os mesmos critérios do Índice IBrX, mas é composto


apenas pelas 50 ações de maior liquidez;

ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial:

Ferramenta para análise comparativa de performance


das empresas listadas na B3 sob o aspecto da sustenta-

150
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bilidade corporativa, baseada na eficiência econômica,


no equilíbrio ambiental, na justiça social e na governança
corporativa.
Metodologia do índice foi desenvolvida pela Escola de Ad-
ministração de Empresas de São Paulo da Fundação Getú-
lio Vargas (FGV-EAESP) e reuniu inicialmente 28 empresas.

IGC – Índice de Ações com Governança Corporativa:

Índice que mede o desempenho de uma carteira teórica


composta por ações de empresas comprometidas com
programas de governança corporativa. Calculado pela
Bolsa de Valores de São Paulo.

Índice Mid-Large Cap – MLCX e Índice Small Cap – SMLL

Criados pela B3, o Índice Mid Large Cap (MLCX) e o Índice


Small Cap (SMLL) têm por objetivo medir o comportamen-
to das empresas listadas na Bolsa de modo segmenta-
do, sendo que o índice Mid Large medirá o retorno de uma
carteira composta pelas empresas listadas de maior ca-
pitalização, e o índice Small Cap medirá o retorno de uma
carteira composta por empresas de menor capitalização.
As ações componentes serão selecionadas por sua liqui-
dez, e serão ponderadas nas carteiras pelo valor de mer-
cado das ações disponíveis à negociação.

Índice de Energia Elétrica – IEE

Primeiro índice setorial da B3, o Índice de Energia Elétrica

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(IEE) foi lançado em agosto de 1996 com o objetivo de me-


dir o desempenho do setor de energia elétrica. Dessa for-
ma, constitui-se em um instrumento que permite a ava-
liação da performance de carteiras especializadas nesse
setor.

ÍNDICES DE BOLSA DE VALORES NO EXTERIOR

S&P 500

Índice composto por 500 ações qualificadas, devido ao seu


tamanho de mercado, liquidez e também representação
de grupo industrial. Trata-se das 500 ações mais impor-
tantes do mercado norte americano, chamadas de Large
Caps (empresas com alto valor de mercado).

Dow Jones

É o índice mais importante da Bolsa de Nova York. É basea-


do na cotação das 30 maiores e mais importantes empre-
sas dos Estados Unidos, formado por grandes empresas
líderes de cada setor. Apenas composto por ações “blue
chips”.

NASDAQ

É o segundo índice mais importante dos EUA. Mede a per-


formance de todas as ações listadas no Nasdaq. O Nas-
daq se caracteriza por reunir empresas de alta tecnologia
em eletrônica, informática, telecomunicações, etc.

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MSCI World

Índice divulgado e calculado pela Morgan Stanley, e é for-


mado por 1.650 ações mundiais de 23 países considerados
“desenvolvidos”. É revisado a cada quatro meses.

MSCI Emerging Markets

Criado em 1988 também pela Morgan Stanley contava


apenas com 10 países “emergentes”. Atualmente con-
ta com 24 países que representam 10% da capitalização
mundial. Países que compõem o índice atualmente: Bra-
sil, Chile, Colômbia, México, Peru, República Tcheca, Egito,
Hungria, Polônia, Catar, Rússia, África do Sul, Turquia, Emi-
rados Árabes, China, Índia, Indonésia, Coréia, Malásia, Pa-
quistão, Filipinas, Taiwan e Tailândia.

Euro Stock

Composto pelas 50 maiores empresas com liquidez do


Mercado europeu. Formada apenas por “blue chips”.

Estratégias de investimento

São muitas as estratégias existentes no mercado de


ações, umas mais simples outras mais complexas, vere-
mos as mais usuais e mais cobradas em prova a seguir:

• Compra à vista;
• Venda à vista;

153
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• Compra com uso de margem;


• Venda a descoberto;
• Aluguel de ações;
• Long & Short;
• Operações a termo.

Compra à vista ou com utilização de margem

Comprar à vista significa comprar uma ação pelo seu pre-


ço de mercado no momento, considerando que você tem
recursos suficientes para fazer essa aquisição.
Quando utiliza-se margem significa que você não tem os
recursos necessários para a compra. Utiliza-se essa mar-
gem que a corretora disponibiliza para o investidor que é
como se fosse uma linha de crédito, em outras palavras
é uma compra alavancada, onde a carteira do investidor
em questão é dada como garantia para tal financiamen-
to. A compra com uso de margem é menos comum.

Venda à vista e descoberta

Partimos do princípio que o investidor vende uma ação


porque acha que a mesma irá se desvalorizar.
A venda à vista, o investidor possui as ações e vende no
mercado.
A venda descoberta significa que o investidor vende algo
que não possui, e para honrar essa venda, ele pega em-
prestado essas ações de um terceiro, pagando um juros
por esse empréstimo.
O investidor aluga as ações de outros investidores que pos-
suem e querem emprestar e, ao final do contrato, precisa
devolver as ações e pagar um juros por esse empréstimo.

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Desta forma a pessoa que tomou as ações emprestado


agora pode VENDER algo que não tinha e se os preços caí-
rem, ele recompra por um preço menor e devolve as ações
para quem as emprestou. Agora, caso os preços das ações
subam, ele terá que comprar por um preço mais alto, per-
dendo dinheiro consequentemente.

Aluguel de Ações

É uma forma a mais de rentabilizar a carteira de investi-


mento de um investidor que investe pensando no longo
prazo, que tem ações que não pretende se desfazer tão
cedo.
Desse modo, ele pode alugar essas ações para pessoas
que desejam fazer a operação que vimos acima (venda
descoberto), e ser remunerado por isso, com uma taxa pré
fixada. Por conta disso, essa remuneração referente ao
aluguel, como é algo que o investidor já sabe o quanto vai
receber no momento em que empresta, essa remunera-
ção é tributada como renda fixa pela Receita Federal, di-
ferentemente do tomador que está realizando uma venda
descoberta que é tributado como renda variável, e o juros
que o mesmo paga para o doador é considerado como
um custo.
Vale ressaltar que mesmo o investidor emprestando as
ações, os proventos pagos pela empresa continuam sen-
do recebidos pelo doador, não pelo tomador.

Long and Short

Operação um pouco mais complexa, consiste em ven-


der uma ação que não possui e com o recurso da venda,

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comprar uma outra ação. Como já vimos para vender uma


ação que não possui, é necessário tomar emprestado.
Essa é uma estratégia que visa lucrar com a queda do ativo
que você vendeu a descoberto (ficou short) e lucrar com a
valorização do ativo que você comprou com o recurso da
venda (ficou long).

Operações a Termo

Consiste em um contrato entre duas partes (comprador


e vendedor) referente a alguma ação, onde consta neste
contrato que o comprador é obrigado a comprar em algu-
ma data futura as ações em questão pelo preço da data
de hoje + um juros, e que o outro é obrigado a vender pelo
valor definido. Como se trata de uma operação futura, a
B3 pede garantias das duas partes, podendo ser garantia
ou mesmo ativos mobiliários.

As estratégias mais utilizadas com esse derivativo são:

Alavancagem: o investidor compra mais ações do que


seus recursos permitem, acreditando na alta das ações
por um determinado período.
Venda a termo: costumava ter a remuneração da taxa de
juros do período. O investidor compra as ações no merca-
do à vista e as vende por um contrato a termo, recebendo
a taxa de juros acordada (Imposto de Renda Fixa).
Operação caixa (receber recursos): o investidor que pre-
cisar de recursos pode vender suas ações e comprar a
termo automaticamente. Com isso, você não precisa pe-
gar um empréstimo no banco e pagar apenas os juros da
operação.

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Proteção de preço: utilizada por investidores que não pos-


suem recursos no momento, mas que desejam garantir o
preço de hoje. Usado por quem receberá fundos no futuro.

Remuneração das Ações e Liquidez

A remuneração de um acionista pode se dar de algumas


formas. Ganho de capital que consiste na valorização das
ações (vender mais caro do que comprou), dividendos que
é a distribuição do lucro, JCP (Juros sobre o Capital Pró-
prio), bonificação e subscrição, veremos cada um a seguir.

Dividendos

Consiste na distribuição de parte do lucro aos seus acio-


nistas, que são isentos de imposto de renda.
Por lei as empresas devem distribuir no mínimo 25% do
seu lucro líquido, caso o Estatuto seja omisso, isso é, quem
mandará é o Estatuto Social e na ausência da informação
a lei passa a exigir um mínimo de 25%.
Após seu pagamento, o preço da ação sofre uma redução
do mesmo valor do dividendo pago por ação (ação passa
a ser negociada ex-dividendo).
Importante dizer, pois, muitos acabam confundindo, é que
o acionista que tem as ações no dia do ex-dividendo, ele
tem direito ao dividendo, mesmo que venda as ações de-
pois dessa data, ele continuará tendo direito.

Juros sobre capital próprio (JCP)

Remuneração alternativa para o investidor. O ponto aqui


é que ela é considerada uma despesa para a empresa e

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a tributação é repassada ao acionista. Essa remuneração


está limitada ao valor da correção da TLP (Taxa de Longo
Prazo) sobre o Patrimônio Líquido (PL).
A princípio parece ruim, mas é uma excelente estratégia,
já que a tributação de para empresas varia em média de
30% de lucro e para PFs é de 15%. Após o seu pagamento, o
preço da ação sofre o mesmo efeito que ocorre no paga-
mento de dividendos, ou seja, é negociado ex-juros.

Direito de Subscrição

Direito aos acionistas de aquisição de ações por aumento


de capital, com preço e prazos determinados. Garante a
possibilidade do acionista manter a mesma participação
no capital total.

Empresa A Uma empresa possui ao total 100 ações, que estão


1 100 ações
sendo negociadas na bolsa por R$4,00. Desta forma,
o seu valor de mercado é de R$400,00!

Empresa A Esta empresa deseja captar R$100,00 de recursos


novos, então ela dá o direito de subscrição de 40 ações
2 100 ações
a R$2,50 a seus acionista (para cada 2 ações que um
50 ações novas acionista possui, ele pode adquirir 1 nova).

Agora a empresa estará valendo os R$400,00 MAIS


Empresa A R$100,00 do dinheiro que entrou (R$500,00), porém
3 150 ações possuindo 140 ações. Assim, o novo preço no mercado
será de R$500 ÷ 140 = R$3,57.

Bônus de Subscrição

Exemplo de Cálculo

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A empresa AGORA S/A está aumentando seu capital social


em 20% através de uma subscrição aos seus acionistas. O
valor de mercado atual das ações está em R$2,00 e o va-
lor da subscrição será de R$1,80. Desta forma, qual será o
valor das ações após o período da subscrição?
Quando a questão não nos informa a quantidade de ações
que a companhia possui, utilizamos como base o número
100 para facilitar os nossos cálculos. Assim, primeiramente
vamos descobrir o valor de mercado atual da companhia,
depois o valor que entrada de recursos na empresa, e por
último o novo preço;
(1) Valor Atual de Mercado: (100 ações) × R$ 2,00 = R$
200,00 é o valor total da empresa
(2) Dinheiro entrando na AGORA S/A: A questão nos diz
que a empresa está aumentando em 20% o seu capital
social. Como utilizamos o número 100 como base, ela es-
taria aumentando em 20 ações ao valor de R$1,80, ou seja,
20 x R$1,80 = R$36,00.
(3) Novo Valor de Mercado: Agora que sabemos o valor
de mercado antes da subscrição e o valor em dinheiro que
está entrando, sabemos que ela vale ao total R$236,00,
pois é a soma dos dois. Para saber o valor da ação, basta
dividir pela quantidade de ações, que agora é de 120 (100
+ 20%). Portanto, o novo valor será R$236,00 ÷ 120 = R$1,97.

Bonificação de Ações

Correspondem à distribuição de novas ações para os atu-


ais acionistas de forma gratuita, em função do aumento
do capital. Excepcionalmente pode ocorrer a distribuição
de bonificação em dinheiro. A companhia incorpora as re-
servas de lucro ou de capital para ela e em troca disso,
distribui novas ações aos atuais acionistas, realizando um

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aumento de capital.
A incorporação de reservas aumenta o valor do Capital
Social, mas não altera o valor do Patrimônio Líquido, pois
ele é uma das contas do PL, ou seja, o valor da empresa
não se altera, somente o valor da ação que é modificado,
tendo em vista que não há entrada de novos recursos, pois
os recursos já estão na empresa.

Bônus em ações

Exemplo de cálculo

Uma empresa que possui um total de 100 ações, teve um


lucro líquido de R$10.000,00. Por meio de assembleia, a
empresa decide que 20% desse lucro será distribuído na
forma de bonificação em ações a valor de mercado. Sa-
bendo que as ações são negociadas a R$20,00, qual seria
a posição de um acionista chamado Gustavo, que detém
15% da empresa, após o bônus?

Para resolver esse tipo de problema, caso o acionista re-


cebesse o valor em dinheiro e depois tivesse que comprar
as ações pelo valor do bônus, quanto sobraria?
(1) Antes do Bônus, Gustavo possuía 15 ações (15% de 100
ações da empresa).
(2) Como a empresa distribuirá 20% de R$10.000,00, a em-
presa distribuirá R$2.000,00.
(3) Gustavo tem direito a 15% dos R$2.000,00, ou seja,
R$300,00.
(4) Como o bônus será ao valor de R$20,00, que é o valor da
ação, Gustavo ganhará quinze ações, pois com R$300,00
ele poderia comprar 15 ações a R$20,00.

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(5) Posição final: 15 + 15 ações bonificadas = 30 ações

Desdobramento (Split)

O desdobramento, também chamado de SPLIT, aumenta a


quantidade de ações reduzindo o valor da ação. Objetivo:
maior liquidez, ou seja, quando uma empresa acredita que
suas ações têm pouca liquidez, ela realiza esse processo,
que aumenta a quantidade de ações em circulação e ao
mesmo tempo, reduz a cotação (preço) da ação no mer-
cado na mesma proporção.
O Desdobramento NÃO AFETA A ESTRUTURA DE CAPITAL DA
EMPRESA. Deste modo, o investidor precisará ter o mesmo
valor financeiro que tinha antes do desdobramento/split.

Grupamento (Inplit)

O Grupamento, também chamado de INPLIT, visa reduzir a


quantidade de ações aumentando o valor de cada ação.
Objetivo: menor risco.
O Grupamento, assim como o desdobramento NÃO AFETA
A ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA. Sendo assim, o inves-
tidor precisará manter o mesmo valor financeiro que tinha
antes do INPLIT.

Custos da operação

Existem alguns custos que o investidor pode encontrar


quando decide comprar ações, são eles:

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Corretagem: Custo pago para corretoras pelas operações


executadas.
Emolumentos: Os emolumentos são cobrados pelas Bol-
sas por pregão em que tenham ocorrido negócios por or-
dem do investidor.

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Custódia: Uma espécie de tarifa de manutenção de conta,


cobrada por algumas corretoras.

Derivativos

O conceito de risco é um dos pilares da gestão financeira.


Sob a ótica das empresas, as expectativas de retorno em
seus empreendimentos devem ser analisadas em con-
junção com os riscos envolvidos no negócio. Sob a ótica
dos gestores de investimentos nos mercados financeiros,
a identificação e mensuração do risco são essenciais para
a correta avaliação do perfil dos investidores em relação a
potenciais perdas, bem como para a adequada alocação
e seleção de ativos em carteiras a partir do perfil identifi-
cado.
O desenvolvimento de mercados especializados em me-
canismos de transferências de risco ocorreu naturalmente.
Para eventos típicos da vida civil (ex: desastres, morte, do-
enças que necessitem internação etc.), foram desenvolvi-
dos produtos específicos pelo mercado segurador. Para os
riscos inerentes aos mercados financeiros (ex: preços de
ativos, crédito) foram desenvolvidos contratos de deriva-
tivos.
Os contratos derivativos podem ser celebrados em mer-
cados organizados (ex: bolsas de valores e mercado de
balcão) ou ser negociados de forma bilateral diretamente
entre as partes envolvidas.
Derivativos então são ativos financeiros cujos valores e ca-
racterísticas de negociação estão amarrados aos ativos
que lhes servem de referência. A palavra derivativo vem
do fato que o preço do ativo é derivado de outro ativo.
Ex: Opção de Petrobrás, o preço desta opção é derivado do
ativo “ação da Petrobrás”.

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Os contratos de derivativos podem ser classificados em


duas categorias gerais:

Compromissos a Termo: o comprador concorda em ad-


quirir do vendedor um ativo subjacente em uma data fu-
tura específica por um preço pré-determinado na origem.
Neste sentido, o contrato pode ser customizado, isto é, a
transferência de risco nele contida pode refletir exatamen-
te a preferência das partes (ex: contratos a termo, swaps,
Non-Deliverable Forward - NDFs), mas podem também ser
padronizados pelas bolsas, que assumem o papel de con-
traparte central dos negócios (ex: contratos futuros).
Exercício Contingencial: os contratos celebrados somente
geram efeitos de pagamento caso eventos aleatórios es-
pecíficos se realizem. Exemplo típico desta categoria são
as opções, quando seu adquirente, mediante pagamento
de um prêmio, detém o direito de negociar um ativo-ob-
jeto nas condições de preço e prazo previstos no contrato.
Tem-se em contratos padronizados (contrato de opções
de ações negociados em Bolsa) e negócios bilaterais (pa-
cote de remuneração variável para executivos)

Temos derivativos destinados a diferentes mercados:


• Derivativos agropecuários: têm como ativo-objeto
commodities agrícolas, como café, boi, milho, soja e ou-
tros.
• Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado re-
ferenciado em alguma taxa ou índice financeiro, como
taxa de juro, taxa de inflação, taxa de câmbio, índice de
ações e outros.
• Derivativos de energia e climáticos: têm como objeto
de negociação energia elétrica, gás natural, créditos de
carbono e outros.

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Tipos de transações no Mercado Futuro:

• Mercado de Opções;
• Mercado Futuro;
• Mercado a Termo;
• Mercado de Swap.

Importante antes de entrar mais a fundo em cada moda-


lidade de derivativos, entender o que significa alguns ter-
mos:
Ajuste Diário: é um mecanismo existente no mercado fu-
turo que possibilita o ajuste das posições compradas e
vendidas que se mantiveram posicionadas. O ajuste diário
possui o objetivo de evitar possíveis calotes por parte dos
investidores em caso de perdas expressivas por conta da
alavancagem e evitar perdas muito grandes em razão de
oscilações pontuais em um momento do dia.
Juan comprou euros através de um contrato futuro no dia
06/10/2022 a R$6,00. Neste dia, o preço de ajuste do fe-
chamento foi de R$6,10 (ou seja, o euro se valorizou desde
o momento da sua compra). Desta forma, a diferença de
foi de R$0,10 a seu favor. Assim, no dia 07/10/2022 será cre-
ditado um valor de R$0,10 por euro na sua conta da cor-
retora (agora o valor de R$6,10 será o novo preço base de
Juan). Neste dia 07/10/2022, no qual houve o crédito na sua
conta, o preço de ajuste do fechamento foi de R$5,90 (ou
seja, o euro se desvalorizou neste dia). Como o preço base
para o ajuste agora é de R$6,10, será debitado um valor de
R$0,20 por euro na sua conta da corretora. Esse processo
de ajuste diário ocorre diariamente, fazendo com que se
o ativo tiver se valorizado, o comprador terá um crédito e
o vendedor terá um débito. Já se o ativo se desvalorizar, o
comprador terá um débito e o vendedor terá um crédito.

165
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MARGEM DE GARANTIA: Diz respeito ao valor que deve ser


colocado como garantia para conseguir realizar alguma
operação. Esse valor normalmente é um percentual pe-
queno do valor total do contrato, que deve permanecer
depositado na conta da corretora enquanto a posição es-
tiver em aberto. No caso da operação ser encerrada, a B3
devolve essa margem de volta para o investidor.

Mercado de opções: Negocia-se o direito de comprar ou


de vender um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por
um preço fixo numa data futura. Quem adquirir o direito
deve pagar um prêmio ao vendedor tal como num acordo
de seguro.

Mercado futuro: Deve-se entender o mercado futuro como


uma evolução do mercado a termo. Você se compromete
a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mer-
cadoria ou ativo financeiro) por um preço estipulado para
a liquidação em data futura. A definição é semelhante,
tendo como principal diferença a liquidação de seus com-
promissos somente na data de vencimento, no caso do
mercado a termo. Já no mercado futuro, os compromissos
são ajustados financeiramente às expectativas do merca-
do referentes ao preço futuro daquele bem, por meio do
ajuste diário (mecanismo que apura perdas e ganhos).
Além disso, os contratos futuros são negociados somente
em bolsas.

Mercado a termo: Como comprador ou vendedor do con-


trato a termo, você se compromete a comprar ou vender
certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo finan-

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ceiro) por um preço fixado, ainda na data de realização


do negócio, para liquidação em data futura. Os contratos
a termo somente são liquidados integralmente no venci-
mento. Podem ser negociados em bolsa e no mercado de
balcão.

Mercado de swap: Negocia-se a troca de rentabilidade


entre dois bens (mercadorias ou ativos financeiros). Po-
de-se definir o contrato de swap como um acordo, entre
duas partes, que estabelece a troca de fluxo de caixa ten-
do como base a comparação da rentabilidade entre dois
bens. Por exemplo: swap de ouro x taxa prefixada. Se, no
vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior à
taxa prefixada negociada entre as partes, receberá a dife-
rença a parte que comprou taxa prefixada e vendeu ouro.
Se a rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada,
receberá a diferença a parte que comprou ouro e vendeu
a taxa prefixada. Você deve observar que a operação de
swap é muito semelhante à operação a termo, uma vez
que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento.

As principais estratégias utilizadas são:

Hedge (proteção): proteger o participante do mercado


físico de um bem ou ativo contra variações adversas de
taxas, moedas ou preços. Equivale a ter uma posição no
mercado de derivativos oposta à posição assumida no
mercado à vista, para minimizar o risco de perda financei-
ra decorrente de alteração adversa de preços.

Alavancagem: Diz-se que os derivativos têm grande po-

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der de alavancagem, já que a negociação com esses ins-


trumentos exige menos capital do que a compra do ativo
à vista. Assim, ao adicionar posições de derivativos a seus
investimentos, você pode aumentar a rentabilidade total
destes a um custo mais barato.
Especulação: Tomar uma posição no mercado futuro ou
de opções sem uma posição correspondente no mercado
à vista. Nesse caso, o objetivo é operar a tendência de pre-
ços do mercado.
Arbitragem: Tirar proveito da diferença de preços de um
mesmo produto/ativo negociado em mercados diferen-
tes. O objetivo é aproveitar as discrepâncias no processo
de formação de preços dos diversos ativos e mercadorias
e entre vencimentos.

Participantes desse mercado:

• Hedger: opera nesse mercado buscando proteção con-


tra oscilações de preços dos ativos;
Obs: possui determinado bem ou ativo financeiro.
Especulador: assumem o risco da operação com o objeti-
vo de auferir ganhos com a oscilação dos preços;
Obs: Entra e sai rapidamente no mercado fazendo “apos-
tas”.
• Arbitrador: obtém vantagens financeiras em função de
distorções nos preços do ativo nos mercados diferentes;
Obs: Monitora todos os mercados em busca de distorções
a fim de lucrar sem correr riscos.
• Comentário: Os três agentes citados acima são de suma
importância para o mercado, pois são eles os responsá-
veis por garantir liquidez e evitar distorções.

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Mercado de Opções

Mercado em que são negociados direitos de compra ou


venda de um lote de ações, com preços e prazos de exer-
cício preestabelecidos.
• Lançador: Aquele que vende uma opção, assumindo a
obrigação de, se o titular exercer, vender ou comprar o
lote de ações – objeto a que se refere.
• Titular de opção: Aquele que tem o direito de exercer ou
negociar uma opção.
• Prêmio: Preço de negociação, por ação-objeto, de uma
opção de compra ou venda pago pelo comprador de
uma opção.
• Exercício de opções: Operação pela qual o titular de
uma operação exerce seu direito de comprar o lote de
ações-objeto, ao preço de exercício.
• Pó (Virar Pó): Gíria utilizada pelos profissionais do mer-
cado financeiro, significando título e/ou investimento
que perdeu totalmente o seu valor no mercado. Ex.: “meu
investimento naquela ação virou pó.

Formas de exercer o direito de opção:


• Americana: durante a vigência do contrato, a qualquer
momento;
• Europeia: apenas na data de vencimento do contrato
de opções.

Opção de Compra: CALL

Opção de Venda: PUT


A relação do preço do ativo com o preço da opção de-

169
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termina se a opção é dita como In-The-Money (dentro do


dinheiro); At-The-Money (no dinheiro), ou out-of-The-Mo-
ney (fora do dinheiro).

• Opção de Compra (call) In-TheMoney (ITM): Preço do


ativo subjacente é superior ao preço de exercício da op-
ção.
• Opção de Compra (call) Out-of-The-Money (OTM):
Preço do ativo adjacente é inferior ao preço de exercício
da opção.
• Opção de Venda (put) In-The-Money (ITM): Preço do
ativo adjacente é inferior ao preço de exercício da op-
ção.
• Opção de Venda (put) out-of-The-Money (OTM): Preço
do ativo adjacente é superior ao preço de exercício da
opção.
• Opção de Compra (call) ou Opção de Venda (put) At-
-The-Money (ATM): Preço do ativo subjacente é igual
ao preço de exercício da opção.
DICA: ITM siginifica que o investidor está no lucro; OTM o
investidor está no prejuízo e ATM está no 0x0.
Obs: se uma ação-objeto, durante o período de vigência
da opção, distribuir dividendos, juros sobre o capital pró-
prio ou qualquer outro provento em dinheiro, o valor líqui-
do recebido será deduzido do preço de exercício da série,
a partir do primeiro dia de negociação ex-direito. Exemplo:
se o preço de exercício é de R$200,00, e ocorre a distribui-
ção de juros sobre o capital próprio no montante líquido de
R$20,00, o preço de exercício será ajustado para R$180,00.
• Valor intrínseco de uma Call: VI = Preço corrente (à vis-
ta) – Preço de Exercício
• Prêmio = Valor Intrínseco + Valor Tempo O valor intrínse-
co de uma opção não pode ser menor que zero.

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• Valor intrínseco de uma Put: VI = Preço de Exercício –


Preço corrente

Garantias:

• Para o titular de Opções: O titular no Mercado de Op-


ções está isento de prestar garantias, pois o risco má-
ximo que pode correr é ele não exercer sua posição e
perder o prêmio pago.
• Para o Lançador de Opções: Somente das posições lan-
çadoras é exigida a prestação de garantias, e a finalida-
de da garantia é assegurar o cumprimento da obriga-
ção assumida.

• Lançador Coberto: Deposita os títulos relativos à Opção.

• Lançador Descoberto: Deposita margem em dinheiro ou


os mesmos ativos aceitos no mercado, conforme cálculo
efetuado pela Clearing. A margem depositada é o resul-
tado da soma dos seguintes componentes: margem de
prêmio (prêmio de fechamento do dia) e margem de risco
(maior prejuízo potencial projetado para o dia seguinte).

Operação de Financiamento

Também conhecido como lançamento coberto. É uma


operação realizada em duas etapas: O investidor compra
uma quantidade de ações de uma determinada empresa
no mercado à vista e, simultaneamente, vende o equiva-
lente no mercado de opções. Ao fechar esta transação, o
investidor está comparando a diferença entre o desem-
bolsado hoje com o que irá receber no vencimento das

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opções. Com isso, o titular da ação ou lançador da op-


ção se compromete a vender o ativo objeto da opção pelo
preço de exercício da opção (strike) até a data limite da
série lançada (sempre na terceira segunda-feira do mês
– salvo exceções definidas pela B3).

Operação Box de 4 Pontas

Estratégia envolvendo 4 posições no mercado de opções


(uma titular de opção de compra e lançadora de opção
de venda com o mesmo preço de exercício; uma lançado-
ra de opção de compra e titular de opção de venda com o
mesmo preço de exercício), sobre o mesmo ativo-objeto,
mesma quantidade e mesma data de vencimento. As sé-
ries de opções devem apresentar sempre o mesmo lote-
-padrão.

Straddle

Estratégia envolvendo a compra ou venda simultânea de


duas séries do mesmo número de opções de compra e de
venda sobre o mesmo ativo-objeto, com o mesmo pre-
ço de exercício e mesma data de vencimento. O stradd-
le comprador é a combinação de posições titulares em
opções de compra e de venda, enquanto que a stradd-
le vendedor é a combinação de posições lançadoras em
opções de compra e de venda. As séries de opções devem
apresentar sempre o mesmo lote-padrão.
Strangle
Estratégia envolvendo a compra ou venda simultânea de
duas séries do mesmo número de opções de compra e de
venda sobre o mesmo ativo-objeto, com preços de exer-

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cício diferentes e mesma data de vencimento. O strangle


comprador é a combinação de posições titulares em op-
ções de compra e de venda, enquanto que strangle ven-
dedor é a combinação de posições lançadoras em opções
de compra e de venda. As séries de opções devem apre-
sentar sempre o mesmo lote-padrão.

CAP’s

Funciona como uma espécie de seguro. A empresa paga


um prêmio ao banco (vendedor) para limitar um teto para
a flutuação da taxa de juros a da dívida contratada. A em-
presa, então, desfruta de todas as quedas das taxas de
juros internacionais que ocorrem e, caso haja alta, esta-
rá protegida pela taxa mínima fixada (strike rate ou taxa
de exercício). A diferença para maior entre essa taxa e a
flutuante de mercado será paga pelo banco. O cap pode
ser estabelecido usando-se um contrato de opção, sendo
normalmente utilizadas as opções europeias (não podem
ser exercidas antes de seu vencimento, ao contrário das
americanas, que podem ser exercidas a qualquer tempo).
Assim, em resumo, o cap garantiria o pagamento, pelo
banco, da diferença entre o valor da taxa estabelecida
como máxima e o valor da taxa que ocorrer acima desse
limite, calculado sobre o valor do empréstimo.

Floor

É o mecanismo mais utilizado por investidores que pos-


suem papéis vinculados a taxas flutuantes de juros. O in-
vestidor fixa, então, um patamar mínimo para a rentabili-
dade de seus papéis. Um floor de taxas de juros é o oposto

173
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de um cap, já que é um produto que oferece proteção


contra baixas nas taxas de juros. Nele, o banco (vendedor),
mediante o recebimento de um prêmio, se compromete
a pagar à empresa (comprador, investidor) o diferencial
de taxas a menor entre uma taxa mínima pré-acordada
(strike rate do floor) e uma taxa flutuante do mercado. É
um produto que pode ser considerado um seguro contra
baixa nas taxas de juros

Vencimentos de um Opção

As opções têm seus vencimentos uma vez por mês, sem-


pre na terceira segunda-feira de cada mês.

Mês de vencimento Série da Opção de Compra Série da Opção de Venda


(CALL) (PUT)

Janeiro A M

Fevereiro B N

Março C O

Abril D P

Maio E Q

Junho F R

Julho G S

Agosto H T

Setembro I U

Outubro J V

Novembro K W

Dezembro L X

174
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Gráfico de uma opção:


Títular de opção de compra
Resultado do exercício para
o titular da call
Retorno
Lucros e
PV PE Prêmio
Perdas
LUCRO

Região de
90 100 -10 -10
lucro para
o titular 95 100 -10 -10
100 da call
100 100 -10 -10
0
105 100 -10 -5
100+10 PV
110 100 -10 0
PERDA

-10 115 100 -10 5


PR
120 100 -10 10
PE PE+PR 125 100 -10 15

PV = preço à vista PR = prêmio da opção PE = preço de exercício da opção

Lançador de opção de compra


Resultado do exercício para
o titular da call
Retorno
Lucros e
PV PE Prêmio
Perdas
LUCRO

PR 90 100 -10 10
10
95 100 -10 10
100 100+10 PV 100 100 -10 10
0
105 100 -10 5
Região de
perda para 110 100 -10 0
PERDA

o titular
115 100 -10 -5
da call
120 100 -10 -10
PE PE+PR 125 100 -10 -15

PV = preço à vista PR = prêmio da opção PE = preço de exercício da opção

Lançador de opção de venda


Resultado do exercício para
o titular da call
Retorno
Lucros e
PV PE Prêmio
Perdas
LUCRO

PR 50 100 -10 -40


10
60 100 -10 -30
100-101 00 PV 70 100 -10 -20
0
80 100 -10 -10
Região de 90 100 -10 0
PERDA

perda para
100 100 -10 10
o lançador
da put 110 100 -10 10
PE+PR PE 120 100 -10 10

PV = preço à vista PR = prêmio da opção PE = preço de exercício da opção

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Titular de opção de venda


Resultado do exercício para
o titular da call
Retorno
Lucros e
PV PE Prêmio
Perdas
LUCRO

Região de
lucro para o 50 100 -10 40
lançador da put 60 100 -10 30
70 100 -10 20
0
80 100 -10 10
100 100-10 PV
90 100 -10 0
PERDA

-10 100 100 -10 -10


PR
110 100 -10 -10
PE PE+PR 120 100 -10 -10

PV = preço à vista PR = prêmio da opção PE = preço de exercício da opção

Ao comprar uma opção a expectativa do titular é:

• Opção de compra (call): que o valor da ação suba.


• Opção de venda (put): que o valor da ação caia.

MERCADO FUTURO

Contrato padronizado (característica do ativo, tamanho


do contrato, vencimento pré-definido), único contrato que
possui ajuste diário, pois, o mesmo não tem risco de con-
traparte, pois a clearing da B3 atua como contraparte jus-
tamente com esse mecanismo de ajuste diário para miti-
gar o risco. Ambas partes do contrato possuem obrigações
neste caso, o vendedor de entregar o ativo e o comprador
também, de pagar no futuro.
Além de mercadorias, são negociados ativos financeiros.
A liquidação dos contratos pode ser física ou financeira.
Predomina a liquidação financeira (apenas 2% dos con-
tratos são liquidados com a entrega física do ativo nego-
ciado);

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PRINCIPAIS CONTRATOS FUTUROS NEGOCIADOS:

Boi Gordo Tipo:


bovinos machos, castrados, bem-acabados (carcaça
convexa), em pasto ou confinamento.
Peso: vivo individual entre o mínimo de 450 quilos e o má-
ximo de 550 quilos, verificado na balança do local de en-
trega.
Idade máxima: 42 meses.
Unidade de negociação: 330 arrobas líquidas.
Meses de vencimento: Todos os meses.

Açúcar Cristal Especial Objeto de negociação:


Açúcar cristal especial, com mínimo de 99,7 graus de po-
larização, máximo de 0,08% de umidade.
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por saca
de 50 quilos líquidos, com duas casas decimais, livres de
quaisquer encargos, tributários ou não.
Unidade de negociação: 270 sacas de 50 quilos líquidos.
Meses de vencimento: fevereiro, abril, julho, setembro e
novembro.
Número de vencimentos em aberto: No mínimo sete, con-
forme autorização da Bolsa.

Café arábica Objeto de negociação:


Café cru, em grão, de produção brasileira, coffe arábica,
tipo 4-25 (4/5) ou melhor, bebida dura ou melhor, para
entrega no Município de São Paulo, SP, Brasil.
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por saca
de 60 quilos líquidos, com duas casas decimais. Variação
mínima de apregoação US$0,05 (cinco centavos de dólar
dos Estados Unidos da América) por saca de 60 quilos lí-

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quidos.
Unidade de negociação: 100 sacas de 60 quilos líquidos ou
6.000 quilos líquidos.
Meses de vencimento: março, maio, julho, setembro e de-
zembro.

Milho

Objeto de negociação: Milho em grão a granel, amarelo,


de odor e aspectos normais, em bom estado de conserva-
ção, livre de bagas de mamona, bem como de outras se-
mentes prejudiciais, e de insetos vivos, duro ou semiduro,
proveniente da última safra e de produção brasileira, em
condições adequadas de comercialização e próprio para
consumo animal.
Cotação: Reais por saca de 60 quilos líquidos, com duas
casas decimais, livres de ICMS.
Unidade de negociação: 450 sacas de 60 quilos líquidos
cada, correspondentes a 27 toneladas métricas de milho
em grão a granel.
Meses de vencimento: janeiro, março, maio, julho, agosto,
setembro e novembro.

SOJA

Objeto de negociação: Soja brasileira, tipo exportação. A


metodologia para classificação e análise dos grãos aten-
derá às estipulações do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento.
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por saca
de 60 quilos, com duas casas decimais. A cotação é livre

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de quaisquer encargos, tributários ou não-tributários.


Unidade de negociação: 27 toneladas métricas ou 450 sa-
cas de 60 quilos de soja em grão a granel.
Meses de vencimento: março, abril, maio, junho, julho,
agosto, setembro e novembro.

ETANOL

Objeto de negociação: Álcool anidro carburante (etanol).


Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por me-
tro cúbico (1.000 litros) de etanol, conforme as especifica-
ções definidas no item 2, com duas casas decimais, livres
de quaisquer encargos, tributários ou não-tributários.
Unidade de negociação: 30 metros cúbicos (30.000 litros)
a 20°C (Celsius).
Meses de vencimento: Todos os meses.

Índice – IBOVESPA

Objeto de negociação: O Ibovespa.


Cotação: Pontos de índice, sendo cada ponto equivalente
ao valor em reais estabelecido pela B3.
Unidade de negociação (tamanho do contrato): Iboves-
pa futuro multiplicado pelo valor em reais de cada ponto,
estabelecido pela B3.
Meses de vencimento: Meses pares. A B3 poderá, a seu
critério, quando as condições de mercado assim exigirem,
autorizar a negociação de vencimentos em meses ímpa-
res.
CÂMBIO
Objeto de negociação: Taxa de câmbio de reais por dólar
dos Estados Unidos da América, para entrega pronta, con-

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tratada nos termos da Resolução 3265/2005, do Conselho


Monetário Nacional.
Cotação: Reais por US$1.000,00, com até três casas deci-
mais.
Tamanho do contrato: US$50.000,00.
Meses de vencimento: Todos os meses.

Taxa de Juros – CDI

Objeto de negociação: A taxa de juro efetiva até o ven-


cimento do contrato, definida para esse efeito pela acu-
mulação das taxas diárias de DI no período compreendido
entre a data de negociação, inclusive, e o último dia de
negociação do contrato, inclusive.
Cotação: Taxa de juro efetiva anual, base 252 dias úteis,
com até três casas decimais.
Unidade de negociação (tamanho do contrato): PU mul-
tiplicado pelo valor em reais de cada ponto, estabelecido
pela B3.
Meses de vencimento: Os quatro primeiros meses subse-
quentes ao mês em que a operação for realizada e, a par-
tir daí, os meses que se caracterizarem como de início de
trimestre.

Exemplo: Compra de Contrato Futuro


Juan comprou 10 contratos futuros de Ibovespa a 60.000.
Se o índice subir 2.000 pontos, ele estará ganhando 2.000
pontos (que equivalem R$ 2 mil) por contrato. Assim, ele
lucrará R$20 mil reais ao total. Já caso o índice cair e vier
para 58.000 pontos, ele perderá R$ 20 mil reais, conforme
demonstrado na tabela.

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Resultado Resultado da compra


do Contrato Futuro

Lucros e
Resultado PV Custo Perdas por
Total
(10 contratos)
contrato (R$)
Financeiro
58.000 60.000 -2.000 -20.000
Lucro
59.000 60.000 -1.000 -10.000

59.000 60.000 -500 -5.000


Prejuízo Preço do Ativo
60.000 (PV) 60.000 60.000 0 0

60.000 60.000 +500 +5.000

61.000 60.000 +1000 +10.000

62.000 60.000 +2000 +20.000

Mercado a Termo

Compra-se ou vende-se um ativo com vencimento em


determinada data futura (mínimo: 16 e máximo de 999
dias corridos), por um preço previamente estabelecido
em mercado, resultando em um acordo/contrato entre as
partes. O preço a termo, que é fixado na abertura do negó-
cio, é formado pelo preço à vista mais uma taxa de juros,
que varia conforme o prazo da transação.

FORMAS DE LIQUIDAÇÃO

• Por decurso de prazo;
• Antes do decurso: os compradores podem solicitar o en-
cerramento antes do decurso, mas isso não alterará o
valor do preço;

DIREITOS E PROVENTOS

Os direitos e proventos distribuídos às ações-objeto do


contrato a termo pertencem ao comprador e serão rece-
bidos, juntamente com as ações objeto, na data de liqui-

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dação ou segundo normas específicas da B3 – Câmara de


Ações. Os direitos a recebimento de dividendo, bonifica-
ção em dinheiro ou qualquer outro provento em dinheiro
e à subscrição de valores mobiliários não alterarão o res-
pectivo preço do contrato. Contudo, o vendedor repassa-
rá o valor equivalente ao provento devido em dinheiro, na
data da efetiva distribuição.

GARANTIAS

São exigidas de ambos os participantes:

Vendedor: Cobertura, que é o depósito da totalidade dos


títulos objeto da operação;
Comprador: Margem, que é o depósito de numerário e/
ou ativos autorizados, em um valor estabelecido pela B3.
A liquidação de uma operação a termo, no vencimento
do contrato ou antecipadamente, se assim o comprador
o desejar, implica a entrega dos títulos pelo vendedor e
o pagamento do preço estipulado no contrato pelo com-
prador.
Comentário: Os contratos NÃO são padronizados

NDF – Non Deliverable Forward

Contrato a termo de moedas que é negociado em merca-


do de balcão, seu objetivo é basicamente fixar uma taxa
de câmbio de forma antecipada, para uma data futura,
são contratos registrados na B3.
A liquidação é apenas financeira e ocorre pela diferença

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entre a taxa a termo contratada e a taxa de mercado de-


finida.
É um contrato bastante utilizado para hedge, onde impor-
tadores e exportadores desejam se proteger contra osci-
lações do preço do câmbio.
Aqui não há ajuste diário, porém pode ocorrer uma cha-
mada de margem.

SWAP

SWAP = troca, ferramenta de hedge;


Ocorrem no mercado de balcão;
Podem ser registrados na B3, com ou sem garantia.

Consiste em operações que envolvem a troca de:


• Moedas;
• Índices;
• Taxas de Juros.

Exemplo 1: Aplicação em CDB com rendimentos atrelados


ao dólar ou a variação do índice da poupança. Na verda-
de, o cliente adquiriu um CDB Pré-fixado e trocou o índice
de remuneração.

• Os contratos de Swap são registrados na B3.


• Os contratos de swap são liquidados em D + 1.
• A melhor data para renovar um contrato de Swap, para
que o investidor não fique nenhum dia desprotegido é
um dia antes do seu vencimento (D – 1).
Comentário: Quem faz uma operação de swap está pro-
curando se proteger contra surpresas do mercado finan-

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ceiro.
A troca pode ser de fluxos (CDI X IPCA) ou também, (LTN x
CDI), segue exemplo 2, swap de dólar por CDI.

Paga a variação Recebe a variação


do dólar do dólar

Troca de
Instituição A Instituição B
Fluxos
Recebe a variação Paga a variação
do CDI do CDI

Importante para a prova:

Para se proteger o exportador fica passivo em dólar (e ati-


vo em taxa de juros) e o importador fica ativo em dólar (e
passivo em taxa de juros).
Em swap de juros, quem está ativo em prefixado (passi-
vo em pós-fixado) acredita na queda da taxa de juros; já
quem está ativo em pós-fixado (passivo em prefixado),
acredita na alta da taxa de juros.

Resumo diferenças do contrato futuro para o contrato a


termo
Características Futuro Termo
Negociação Bolsas Organizadas Balcão (são privados)

Mercado Secundário Sim Não

Ajuste Diário Sim Não

Margem de Garantia Sim Às vezes


Vencimento Padrão Negociável

Lote Padrão Negociável

Clearing Sim Às vezes


Formato Fixo A formatar
Risco de Crédito Não (motivo: B3) Sim
Intercambialidade Sim Não
Liquidez Alta Pequena
Risco de Liquidez Diário Vencimento

Participante Membros da Bolsa Negociam entre si


Disseminação Preço Contínua Sob cotação

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Fundos de Investimento

Um fundo de investimento é um condomínio que reúne


recursos de um conjunto de investidores (cotistas) com o
objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição
de uma carteira formada por vários tipos de investimentos
(conhecidos como ativos). Ao longo deste módulo iremos
estudar mais sobre o tema e nos aprofundar em todos
os detalhes, mas vale antecipar que, a administração e a
gestão do fundo são realizadas por especialistas contra-
tados. Os administradores tratam dos aspectos jurídicos e
legais do fundo, os gestores da estratégia de montagem
da carteira de ativos do fundo, visando o maior lucro pos-
sível com o menor nível de risco.

Fundo de Investimento e Fundo de Investimento em Co-


tas

A principal diferença entre fundos de investimento e fun-


dos de investimento em cotas está na política de investi-
mento.
• Fundos de Investimento: compram ativos como títulos
públicos, CDBs, ações, debêntures e etc.
• Fundos de Investimento em cotas: compram cotas de
fundos. São uma espécie de investidor (cotista) de fundos
de investimento.

Condomínio

Nenhuma comparação é tão adequada para um fundo de


investimento quanto com um condomínio. Os investidores

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nada mais são que condôminos que rateiam as despe-


sas com a administração do patrimônio para garantir sua
contínua valorização. Ao invés de ser dono de um imóvel,
cada investidor detém cotas de um fundo que investe em
títulos ou valores mobiliários. O gestor tem responsabilida-
des parecidas com a do síndico. É ele quem vai contratar
os profissionais que darão suporte ao fundo e decidir onde
colocar o dinheiro dos condôminos baseado nas regras
estabelecidas. Assim como nas reuniões de condomínio,
as mudanças de estatuto precisarão ser discutidas em
assembleias de cotistas. As vantagens dos fundos tam-
bém são as mesmas dos condomínios. Investir o próprio
dinheiro é uma prática que demanda tempo, experiência
e conhecimento do mercado financeiro. Para quem não
tem nada disso, a melhor opção é contratar alguém ca-
paz de realizar o trabalho – e ratear as despesas com ou-
tras pessoas com interesses semelhantes. Se por um lado
o morador de um apartamento dispõe de benefícios como
academia e área de lazer por dividir os custos de constru-
ção e conservação com seus vizinhos, um fundo garante
ao pequeno investidor acesso a ativos mais caros que so-
zinho ele não conseguiria comprar.
Podemos entender o termo condomínio, como a comu-
nhão de recursos onde os cotistas têm o mesmo interesse
e objetivos ao investir no mercado financeiro e de capitais.
É dessa base legal como condomínio que emerge o suces-
so do fundo de investimento, pois, o capital investido por
cada um dos investidores cotistas, é somado aos recur-
sos de outros cotistas para, em conjunto e coletivamen-
te, ser investido no mercado, com todos os benefícios dos
ganhos de escala, da diversificação de risco e da liquidez
das aplicações

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Cota

É uma fração ideal do patrimônio do fundo, e serão escri-


turais e nominativas. Ao aplicar seus recursos num fundo, o
investidor adquire um determinado número de cotas que
é obtido dividindo-se o valor aplicado pelo valor da cota
da data da aplicação ou do dia útil posterior (conforme
disponha o regulamento do fundo).

Patrimônio Líquido do Fundo


Valor da Cota =
Quantidade de Cotas

Propriedade dos ativos dos Fundos de Investimentos

Excluindo os Fundos Imobiliários (por terem características


específicas), a propriedade dos ativos de um fundo de in-
vestimento é do condomínio e a cada um cabe a fração
ideal representada pelas cotas.
Registro dos Fundos

O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes


documentos e informações:
• I Regulamento do fundo, elaborado de acordo com as
disposições da Instrução CVM 555;
• II Declaração do administrador do fundo de que o regu-
lamento do fundo está plenamente aderente à legisla-
ção vigente;
• III Os dados relativos ao registro do regulamento em car-
tório de títulos e documentos;
• IV Nome do auditor independente;

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• V Inscrição do fundo no CNPJ; e


• VI Lâmina de informações essenciais, elaborada de
acordo com a exigência da instrução CVM 555, no caso
de fundo aberto que não seja destinado exclusivamente
a investidores qualificados.

Segregação na gestão de recursos próprios e de terceiros


(CHINESE WALL)

Este é um conceito que você precisa dominar, pois ele é


de extrema importância. A norma diz que as instituições
financeiras devem ter suas atividades de administração
de recursos próprios e recursos de terceiros (Fundos), to-
talmente separadas e independentes de forma a prevenir
potenciais conflitos de interesses. Desta forma as aplica-
ções/resgates realizados nos fundos de investimento por
meio de distribuidores que estejam atuando por conta e
ordem de clientes devem ser efetuadas de forma segre-
gada, de modo que os bens e direitos integrantes do pa-
trimônio de cada um dos clientes, bem como seus frutos
e rendimentos, não se comuniquem com o patrimônio do
distribuidor.

Assembleia Geral de Cotistas (Competências e Delibera-


ções)

Como já tratamos acima, da mesma forma que ocorrer


assembleias nos condomínios residenciais, aqui em fun-
dos de investimento elas também acontecem. Na reunião
dos cotistas, eles deliberam sobre certos assuntos referen-
tes ao Fundo. Vejamos abaixo, de acordo com a Instrução
CVM, o que compete privativamente à Assembleia Geral
de Cotistas deliberar:

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• I As demonstrações contábeis apresentadas pelo admi-


nistrador;
• II A substituição do administrador, gestor ou custodiante
do fundo;
• III A fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou a
liquidação do fundo;
• IV O aumento da taxa de administração, da taxa de per-
formance ou das taxas máximas de custódia;
• V A alteração da política de investimento do fundo;
• VI A emissão de novas cotas, no fundo fechado;
• VII A amortização e o resgate compulsório de cotas, caso
não estejam previstos no regulamento; e
• VIII A alteração do regulamento, exceto quando:
a) decorrer exclusivamente da necessidade de atendi-
mento a exigências expressas da CVM ou de adequação a
normas legais ou regulamentares;
b) for necessária em virtude da atualização dos dados ca-
dastrais do administrador ou dos prestadores de serviços
do fundo, tais como alteração na razão social, endereço,
página na internet e telefone;
c) envolver redução da taxa de administração ou da ta
de performance.

• Convocação

A convocação da Assembleia Geral deve ser feita por cor-


respondência encaminhada a cada cotista, com pelo me-
nos 10 dias de antecedência em relação à data de realiza-
ção.
A presença da totalidade dos cotistas supre a falta de con-
vocação.
Ainda de acordo com a Instrução CVM, além da assem-
bleia geral, o administrador, o gestor, o custodiante ou o

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cotista ou grupo de cotistas que detenha, no mínimo, 5%


do total de cotas emitidas, podem convocar a qualquer
tempo assembleia geral de cotistas, para deliberar sobre
ordem do dia de interesse do fundo ou dos cotistas.
A Assembleia Geral é instalada com a presença de qual-
quer número de cotistas.
Temos 2 tipos de assembleia, a Ordinária e a Extraordiná-
ria. Vejamos abaixo detalhes sobre cada uma delas:
AGO (Assembleia Geral Ordinária) é convocada anual-
mente para deliberar sobre as demonstrações contábeis
do Fundo. Deve ocorrer em até 120 dias após o término do
exercício social. Esta Assembleia Geral somente pode ser
realizada no mínimo 30 dias após estarem disponíveis aos
cotistas as demonstrações contábeis auditadas relativas
ao exercício encerrado.
Quaisquer outras Assembleias são chamadas de AGE (As-
sembleia Geral Extraordinária).

Direitos e Obrigações dos Cotistas

O cotista deve ser informado:

• Do objetivo do fundo;
• Da política de investimento do fundo e dos riscos asso-
ciados a essa política de investimentos;
• Das taxas de administração e de desempenho cobradas,
ou critérios para sua fixação, bem como das demais taxas
e despesas cobradas;
• Das condições de emissão e resgate de cotas do fundo e
quando for o caso, da referência de prazo de carência ou
de atualização da cota;
• Dos critérios de divulgação de informação e em qual jor-
nal são divulgadas as informações do fundo;
• Quando for o caso, da referência a contratação de ter-

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ceiros como gestor dos recursos. Sempre que o material


de divulgação apresentar informações referentes à renta-
bilidade ocorrida em períodos anteriores, deve ser incluída
advertência, com destaque, de que:

• 1. Os investimentos em fundos não são garantidos pelo


administrador ou por qualquer mecanismo de seguro
ou, ainda, pelo fundo garantidor de crédito;
• 2. A rentabilidade obtida no passado não representa
garantia de rentabilidade futura.

DICA: Uma informação que a prova costuma cobrar é so-


bre o prazo para avaliação da performance do fundo de
investimento, e você deve dominar que é recomendável
uma análise de período de, no mínimo, 12 meses.
O cotista deve ter acesso:
• Ao Regulamento e ao Formulário de Informação Comple-
mentar;
• Ao valor do patrimônio líquido, valor da cota e a rentabi-
lidade no mês e no ano civil;
• A composição da carteira do fundo (o administrador deve
colocar à disposição dos cotistas).

O cotista deve receber:


• Mensalmente extrato dos investimentos;
• Anualmente demonstrativo para Imposto de Renda com
os rendimentos obtidos no ano civil, número de cotas pos-
suídas e o valor da cota.

Obrigações dos cotistas:


Isso mesmo, obrigações. O cotista de um fundo tem seus
deveres e no momento de seu aporte deve ser informado
e estar ciente de obrigações, tais como:
• O cotista poderá ser chamado a aportar recursos ao fun-

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do nas situações em que o PL do fundo se tornar negativo;


• O cotista pagará taxa de administração, de acordo com
o percentual e critério do fundo.
• Observar as recomendações de prazo mínimo de inves-
timento e os riscos que o fundo pode incorrer;
• Comparecer nas assembleias gerais;
• Manter seus dados cadastrais atualizados para que o
administrador possa lhe enviar os documentos.

Informações Relevantes (DISCLAIMERS)

As Informações Relevantes ou Disclaimers são obrigató-


rias a todos os fundos de investimentos. Vejamos abaixo,
quais informações devem ser disponibilizadas:
• Divulgar diariamente o valor do patrimônio líquido e da
cota.
• Mensalmente, remeter aos cotistas um extrato com as
seguintes informações:
• nome do Fundo e o número de seu registro no CNPJ;
• nome, endereço e número de registro do administrador
no CNPJ;
• nome do cotista;
• saldo e valor das cotas no início e no final do período e a
movimentação ocorrida ao longo do mesmo;
• rentabilidade do Fundo auferida entre o último dia útil do
mês anterior e o último dia útil do mês de referência do
extrato;
• data de emissão do extrato da conta; e
• o telefone, o correio eletrônico e o site.
Anualmente, colocar as demonstrações financeiras do
Fundo, incluindo o Balanço, à disposição de qualquer inte-
ressado que as solicitar

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Obrigações do Administrador do Fundo de Investimento


• Remeter aos cotistas dos fundos não destinados exclu-
sivamente a investidores qualificados a demonstração de
desempenho do fundo, até o último dia útil de fevereiro de
cada ano;
• divulgar, em lugar de destaque na sua página na internet
e sem proteção de senha, o item 3 da demonstração de
desempenho do fundo relativo:
a) aos 12 (doze) meses findos em 31 de dezembro, até o
último dia útil de fevereiro de cada ano; e
b) aos 12 (doze) meses findos em 30 de junho, até o último
dia útil de agosto de cada ano.

Regras gerais sobre divulgação de informações

Todas as informações divulgadas pelo administrador do


fundo de investimento, devem ser verdadeiras, completas,
consistentes e não induzir o investidor a erro. Além disso
todas as informações relativas ao fundo devem ser escri-
tas em linguagem simples, clara, objetiva e concisa. Um
outro ponto é que a divulgação de informações sobre o
fundo deve ser abrangente, equitativa e simultânea para
todos os cotistas.
Veja mais regras:

• As informações fornecidas devem ser úteis à avaliação


do investimento.
• As informações relativas ao fundo não podem assegurar
ou sugerir a existência de garantia de resultados futuros
ou isenção de risco para o investidor.
• Informações factuais devem ser diferenciadas de inter-
pretações, opiniões, projeções estimativas.
• Informações factuais devem vir acompanhadas da indi-
cação de suas fontes.
Essas regras citadas acima se aplicam ao Formulário de

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Informações Complementares – FIC, à lâmina e a qual-


quer outro material de divulgação do fundo.
Agora você já se perguntou o que acontece se existir falha
na disponibilização dessas informações?

Veja agora o que acontece:

• Caso as informações divulgadas apresentem incorre-


ções ou impropriedades que possam induzir o investidor a
erros de avaliação, a CVM pode exigir:
1) a cessação da divulgação da informação; e
2) a veiculação, com igual destaque e por meio do veículo
usado para divulgar a informação original, de retificações
e esclarecimentos, devendo constar, de forma expressa,
que a informação está sendo republicada por determi-
nação da CVM.

Segregação de funções e responsabilidades:

Agora chegou a hora de descobrir quem atua/trabalha


em um fundo de investimento e quais as funções de cada
um desses profissionais. Veja abaixo de forma detalhada:
Administrador: responsável legal pelo funcionamento do
fundo. Controla todos os prestadores de serviço, e defende
os interesses dos cotistas. Responsável por comunicação
com o cotista.
Custodiante: responsável pela “guarda” dos ativos do
fundo. Responde pelos dados e envio de informações dos
fundos para os gestores e administradores.
Distribuidor: responsável pela venda das cotas do fundo.
Pode ser o próprio administrador ou terceiros contratados

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por ele.
Gestor: responsável pela compra e venda dos ativos do
fundo (gestão) segundo política de investimento estabe-
lecida em regulamento. Quando há aplicação no fundo,
cabe ao gestor comprar ativos para a carteira. Quando
houver resgate o gestor terá que vender ativos da carteira.
Auditor Independente: todo fundo deve contratar um au-
ditor independente que audita as contas do fundo pelo
menos uma vez por ano.

Temos alguns tipos de fundos e chegou a hora de enten-


der como funciona cada um deles, veja:

Fundos Abertos:

A principal característica desse tipo de fundo é que os co-


tistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer
momento. Uma característica bastante importante é que
o número de cotas do Fundo Aberto é variável. Quando
acontece uma nova aplicação no fundo são geradas no-
vas cotas e o administrador compra ativos para o Fundo.
Quando um cotista solicita um resgate, suas cotas desa-
parecem, e o administrador é obrigado a vender ativos
para pagar o resgate.

Fundos Fechados:

Nesse tipo de fundo o cotista só pode resgatar suas cotas


ao término do prazo de duração do fundo. De outra forma
o resgate só poderá ser feito respeitando:
• eventual liquidação;
• caso haja deliberação neste sentido por parte da assem-
bleia geral dos cotistas; ou
• haja esta previsão no regulamento do fundo.
Se o cotista quiser seus recursos antes, ele deverá vender

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suas cotas para algum outro investidor interessado em in-


gressar no fundo.
Por conta de suas características específicas, esse fundo
deve contemplar em seus materiais de divulgação de dis-
tribuição pelo menos as seguintes informações:
• nome do fundo;
• nome e endereço do administrador e gestor, se houver;
• nome e endereço das instituições responsáveis pela dis-
tribuição;
• política de investimento, público alvo e principais carac-
terísticas do fundo;
• mercado onde as cotas do fundo são negociadas;
• condições de subscrição e integralização;
• data do início e encerramento da distribuição;
• Os dizeres, de forma destacada: “A concessão do re-
gistro da presente distribuição não implica, por parte da
CVM, garantia de veracidade das informações prestadas
ou julgamento sobre a qualidade do fundo, de seu admi-
nistrador ou das cotas a serem distribuídas”.
Fundos Restritos/Reservados

Chamo sua atenção nessa definição e peço que você


anote as diferenças deste fundo com a do próximo que
iremos estudar. Os Fundos classificados como “Restritos”
são aqueles constituídos para receber investimentos de
um grupo restrito de cotistas, normalmente os membros
de uma única família, ou empresas de um mesmo grupo
econômico. Também são muito comuns fundos restritos a
investidores qualificados. Atente-se que no caso de fundos
exclusivos são sempre restritos a Investidores Profissionais.

Fundos Exclusivos

Os Fundos classificados como “Exclusivos” são aqueles

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constituídos para receber aplicações exclusivamente de


um único cotista. Somente investidores Profissionais po-
dem ser cotistas de Fundos exclusivos.
Como temos apenas 1 cotista e não existe risco de trans-
ferência de riqueza, e com isso a marcação a mercado é
facultativa.

Fundos de Investimento com carência

Os fundos com carência oferecem possibilidade de res-


gate após o término da carência. Sendo assim, o regula-
mento do fundo pode estabelecer prazo de carência para
resgate, com ou sem rendimento.
Existe um item importante neste tipo de fundo que é sobre
o resgate antes do término da carência (a carência estará
sempre estabelecida no Formulário de Informações Com-
plementares). Neste caso terá incidência de cobrança de
IOF a alíquota de 0,5% ao dia.

Fundos de Investimento sem carência

Neste tipo de fundo, o investidor pode realizar resgates a


qualquer momento. Chamamos isso de liquidez diária.

Marcação a Mercado (MaM)/Apreçamento

A “MaM”/Apreçamento consiste em precificar diariamen-


te os ativos da carteira do fundo, pelo valor negociado no
mercado nos casos dos ativos líquidos ou, quando este
preço não é observável, por uma mensuração adequada
do preço que o ativo teria em uma eventual negociação

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realizada no mercado. Tem como objetivo evitar a transfe-


rência de riqueza entre cotistas, além de dar maior trans-
parência aos riscos embutidos nas posições. Desta forma,
os ativos de renda fixa não devem ser marcados pela cur-
va de juros (valor aplicado corrigido pelo juros contratado).
Esta será uma responsabilidade do Administrador (pode
subcontratar uma instituição precificadora, como custo-
diante). Deve haver marcação a mercado para todos os
fundos de investimento, com exceção à obrigatoriedade,
quando houver intenção dos cotistas em preservar volume
de aplicações compatíveis com a manutenção dos ativos
até o vencimento, desde que:
fundo destinado a um único investidor (Fundo Exclusivo),
a investidores pertencentes a um mesmo conglomerado
financeiro ou grupo econômico, ou a investidores qualifi-
cados; e
todos os cotistas ao ingressar assinarem um termo de
adesão a anuência à classificação de títulos e valores mo-
biliários mencionado neste artigo.

Taxas em Fundos de Investimentos

Taxa de Administração

A taxa de administração é um percentual pago pelos co-


tistas de um fundo para remunerar todos os prestadores
de serviço (ex: 2% a.a.). Como citado no exemplo, é uma
taxa expressa ao ano (a.a.), calculada e deduzida/des-
contada diariamente.

Dois pontos importantíssimo para memorizar:


• 1) A cobrança de taxa de administração afeta o valor da

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cota.
• 2) A rentabilidade divulgada pelos fundos de investi-
mento é sempre liquida de taxa de administração.

Taxa de Performance

O próprio nome já diz tudo, ela é uma taxa que reconhece a


estratégia adotada pelo fundo. Trata-se de um percentual
(%) cobrado do cotista quando a rentabilidade do fundo
supera a de um indicador de referência (benchmark).

Agora a pergunta, será que todos os fundos cobram taxa


de performance? – Não, nem todos os fundos cobram
taxa de performance.
A cobrança dessa taxa ocorre somente após a dedução
de todas as despesas, inclusive da taxa de administração.
Dentro deste assunto temos ainda um termo chamado Li-
nha d’agua, que é a metodologia utilizada para cobrança
da taxa de performance. Pode ser cobrado apenas de fun-
dos com gestão ativa.
Periodicidade: Semestral.

Taxa de ingresso ou de saída

Embora não sejam comuns, as taxas de ingresso e saída


podem sim ser cobradas, tudo vai depender do fundo de
investimento que você for escolher. Elas são cobradas na
aquisição de cotas do fundo (ingresso) ou quando o in-
vestidor solicita o resgate de suas cotas (saída).

Despesas de um Fundo de Investimento

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Entenda este item como o quanto custa para o fundo de


investimento operar. De acordo com a Instrução CVM 409
são encargos do Fundo de Investimento, além da Taxa de
Administração, os impostos e contribuições que incidam
sobre os bens, direitos e obrigações do fundo, as despe-
sas com impressão expedição e publicação de relatórios,
formulários e informações periódicas, previstas no regula-
mento, as despesas de comunicação aos condôminos, os
honorários e despesas do auditor, os emolumentos e co-
missões nas operações do fundo, despesas de fechamen-
to de câmbio vinculadas as suas operações, os honorários
de advogados e despesas feitas em defesa dos interesses
do fundo, quaisquer despesas inerentes a constituição ou
liquidação do fundo ou a realização de assembleia geral
de condôminos, e as taxas de custodia de valores do fun-
do.

Documentos dos Fundos de Investimento

Regulamento:
Documento que estabelece as regras de funcionamento e
operacionalização de um fundo de investimento, segundo
legislação vigente.
As alterações no regulamento dependem de prévia apro-
vação da assembleia geral de cotistas e devem ser co-
municadas à CVM. É importante saber que as alterações
feitas no regulamento do fundo de investimento implicam
modificações nas condições de funcionamento do fundo.
Portanto, o cotista deve analisar as modificações propos-
tas de acordo com seus interesses como investidor.
O regulamento deve dispor sobre a taxa de administração,
que remunerará todos os serviços do fundo, podendo ha-
ver remuneração baseada no resultado do fundo (taxa de

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performance), bem como taxa de ingresso e saída.

Formulário de Informações Complementares – FIC:

Divulga a atual Política de Divulgação de Informações do


fundo e fornece informações complementares, tais como
descrição da tributação, taxas, riscos e etc. O FIC é um do-
cumento de natureza virtual e deve ser disponibilizado no
site do administrador e do distribuidor.
Art. 41. O formulário de informações complementares deve
abranger pelo menos o seguinte:

• I Periodicidade mínima para divulgação da composição


da carteira do fundo, sem prejuízo do prazo previsto no
art. 59, inciso II
• II Local, meio e forma de solicitação de informações pelo
cotista;
• III Exposição, em ordem de relevância, dos fatores de ris-
cos inerentes à composição da carteira do fundo;
• IV Descrição da política relativa ao exercício de direito
do voto decorrente dos ativos financeiros detidos pelo
fundo;
• V Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus
cotistas, contemplando a política a ser adotada pelo ad-
ministrador quanto ao tratamento tributário perseguido;
• VI Descrição da política de administração de risco, em
especial dos métodos utilizados pelo administrador para
gerenciar os riscos a que o fundo se encontra sujeito, in-
clusive risco de liquidez;
• VII Quando houver, identificação da agência de classi-
ficação de risco de crédito contratada pelo fundo, bem
como a classificação obtida e advertência de que a ma-

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nutenção desse serviço não é obrigatória, podendo ser


descontinuado a critério do administrador do fundo ou
da assembleia geral de cotistas;
• VIII Apresentação detalhada do administrador e do ges-
tor, inclusive informações sobre o departamento técnico
e demais recursos e serviços utilizados pelo gestor para
gerir a carteira do fundo;
• IX Relação dos demais prestadores de serviços do fun-
do;
• X Política de distribuição de cotas; e
• XI Quaisquer outras informações que o administrador
entenda relevantes.

1º O fundo que mencionar ou sugerir, em seu regulamento,


lâmina, se houver, ou em qualquer outro material de divul-
gação, que tentará obter o tratamento fiscal previsto para
fundos de longo prazo, mas sem assumir o compromisso
de atingir esse objetivo, ou que irá fazê-lo apenas quando
considerar conveniente para o fundo, deve incluir, dentre
os fatores de risco de que trata o inciso IV, o risco de não
obtenção do tratamento tributário perseguido e as con-
sequências da perda do tratamento tributário perseguido,
explicitando as alíquotas incorridas pelos cotistas em tais
casos.
2º O fundo que realizar a cobrança de taxa de performan-
ce nos termos do art. 87, inciso III (método do ajuste) deve,
na descrição da tributação aplicável referida no inciso VI,
esclarecer a eventual incidência de tributos sobre os ajus-
tes individuais.
3º A política de distribuição de cotas referida no inciso XI,
deve abranger pelo menos o seguinte:
• I Descrição da forma de remuneração dos distribuido-
res;
• II Informação se o principal distribuidor oferta, para o

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público alvo do fundo, preponderantemente fundos ge-


ridos por um único gestor, ou por gestoras ligadas a um
mesmo grupo econômico; e
• III Qualquer informação que indique a existência de efeti-
vo ou potencial conflito de interesses no esforço de ven-
da, bem como, de forma objetiva, explicitar a natureza e
eventuais medidas de mitigação de tal conflito.

Lâmina:

A Lâmina dos fundos é um relatório que tem como objeti-


vo disponibilizar as principais informações do fundo como
rentabilidade, liquidez, patrimônio líquido e principais ob-
jetivos do fundo.
Desta forma a lâmina do fundo reúne, de maneira concisa,
em uma única página, as principais características opera-
cionais da aplicação, além dos principais indicadores de
desempenho da carteira.
Termo de Adesão: Todo cotista ao ingressar no fundo deve
atestar, mediante formalização de termo de adesão e ci-
ência de risco, que:
I Teve acesso ao inteiro teor:
a) do regulamento;
b) dá lâmina, se houver; e
c) do formulário de informações complementares;
II Tem ciência:
a) dos fatores de risco relativos ao fundo;
b) de que não há qualquer garantia contra eventuais per-
das patrimoniais que possam ser incorridas pelo fundo;
c) de que a concessão de registro para a venda de cotas
do fundo não implica, por parte da CVM, garantia de ve-
racidade das informações prestadas ou de adequação do

203
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regulamento do fundo à legislação vigente ou julgamento


sobre a qualidade do fundo ou de seu administrador, ges-
tor e demais prestadores de serviços; e
d) se for o caso, de que as estratégias de investimento do
fundo podem resultar em perdas superiores ao capital
aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar
recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.

Lâmina de Informações Essenciais

Vejamos abaixo o que este documento deve contemplas e


quais regras precisa cumprir:
Art. 42: O administrador de fundo aberto que não seja des-
tinado exclusivamente a investidores qualificados deve
elaborar uma lâmina de informações essenciais. É facul-
tado ao administrador de fundo formatar a lâmina livre-
mente desde que:

• 1) a ordem das informações seja mantida;


• 2) o conteúdo seja igual ao anexo da instrução CVM 555;
• 3) os logotipos e formatação não dificultem o entendi-
mento das informações; e
• 4) quaisquer informações adicionais:
a) sejam acrescentadas ao final do documento;
b) não dificultem o entendimento das informações conti-
das na lâmina; e
c) sejam consistentes com o conteúdo da lâmina e do For-
mulário de Informações Complementares – FIC.

A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10


(dez) de cada mês com os dados relativos ao mês ime-

204
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diatamente anterior.
O administrador do fundo deve enviar a lâmina à CVM, por
meio de sistema eletrônico disponível na página da CVM
na rede mundial de computadores, sempre que esta for
atualizada, na mesma data de sua atualização.

O administrador deve:
• I Se certificar que os potenciais investidores (futuro co-
tista) tenham acesso a lâmina antes de seu ingresso no
fundo; e
• II Divulgar, em lugar de destaque na sua página na rede
mundial de computadores e sem proteção de senha, a
lâmina atualizada.

Principais Estratégias de Gestão

Antes de entrarmos a fundo na estratégia propriamente


dita, precisamos entender o que acontece quando um in-
vestidor aplica ou solicita um resgate do fundo, vamos lá?
O que acontece quando um investidor aplica recursos:
Quando o cotista aplica recursos em um fundo (compra
de cotas), o gestor deverá comprar ativos para a carteira
do fundo (com o recurso que o cotista aplicou).
Obs.: Na emissão das cotas do fundo deve ser utilizado o
valor da cota do dia ou do dia seguinte ao da data da apli-
cação, segundo o disposto no regulamento.

O que acontece quando um investidor solicita um resgate


do seu recurso (parcial/ total): Quando o cotista resgata
recursos de um fundo (venda de cotas), cabe ao gestor do
fundo vender ativos para conseguir recursos para honrar o

205
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resgate e pagar o cotista.


O que acontece quanto o fundo não consegue pagar um
valor de resgate solicitado por um cotista?
Em casos excepcionais de iliquidez dos ativos componen-
tes da carteira do fundo, inclusive em decorrência de pedi-
dos de resgates incompatíveis com a liquidez existente, ou
que possam implicar alteração do tratamento tributário
do fundo ou do conjunto dos cotistas, em prejuízo destes
últimos, o administrador poderá declarar o fechamento do
fundo para a realização de resgates.
Caso o fundo permaneça fechado por período superior a
5 dias consecutivos será obrigatória a convocação de As-
sembleia Geral Extraordinária, no prazo máximo de 1 dia,
para deliberar, no prazo de 15 dias, a contar da data do fe-
chamento para resgate, sobre as seguintes possibilidades:

1) substituição do administrador, do gestor ou de ambos;


2) reabertura ou manutenção do fechamento do fundo
para resgate;
3) possibilidade do pagamento de resgate em títulos e va-
lores mobiliários;
4) cisão do fundo; e
5) liquidação do fundo.

Agora que entendemos esses fatores, vamos para as es-


tratégias existentes.

Fundos de Investimento com Gestão Passiva (FUNDO IN-


DEXADO)

Fundos passivos ou indexados, ou ainda, fundos com ges-


tão passiva, são aqueles que buscam alcançar uma ren-

206
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tabilidade mais próxima possível de seu parâmetro de com-


paração (benchmark) e com a menor volatilidade possível
de sua rentabilidade em relação à deste mesmo parâmetro.
Seu objetivo, portanto, é de replicar (acompanhar) determi-
nado índice usado como parâmetro de performance, dire-
tamente, por meio da aquisição de ativos atrelados ao índi-
ce de referência da carteira, ou indiretamente, por meio de
contratos de derivativos.

Fundos Ativos

Fundos ativos ou fundos com gestão ativa são aqueles que


buscam superar a rentabilidade de seu parâmetro de com-
paração (benchmark). Para atingir esse objetivo, o ges-
tor pode adotar estratégias de exposição a riscos (crédito,
mercado e liquidez) com ou sem alavancagem, tanto em
renda fixa quanto em renda variável.

Fundo Alavancado

Um fundo é considerado alavancado sempre que existir


possibilidade (diferente de zero) de perda superior ao pa-
trimônio do fundo, desconsiderando-se casos de default
(inadimplência) nos ativos do fundo.

Principais Benchmarks (Renda fixa):

DI: As negociações entre os bancos (lastro em títulos priva-


dos) geram a Taxa DI, referência para a maior parte dos tí-
tulos de renda fixa ofertados ao investidor. É hoje o principal
benchmark do mercado.

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SELIC: Taxa de juros calculada com base nas negociações


entre os bancos, quando o lastro é títulos públicos.
IPCA: Principal Índice de Inflação do país. Utilizado no sis-
tema de metas do COPOM. Calculado e divulgado pelo
IBGE.
IGP-M: Índice Geral de Preços do Mercado: calculado
pela FGV, esse índice origina-se de média ponderada de
índices que medem a inflação dos preços ao atacado, ao
consumidor e da construção civil respectivamente:
• IPCA-M (60%)
• IPC-M (30%)
• INCC-M (10%)
IMA Geral: O IMA (Índice de Mercado ANBIMA) é uma fa-
mília de índices de renda fixa que representam a dívida
pública por meio dos preços a mercado de uma carteira
de títulos públicos federais.
Os subíndices do IMA são determinados pelos indexado-
res aos quais os títulos são atrelados:
• IRF-M (prefixados)
• IMA-B (indexados pelo IPCA)
• IMA-C (indexados pelo IGP-M)
• IMA-S (pós-fixados pela taxa Selic)

Além disso, são divulgados diariamente:


• IMA-Geral ex-C
• Carteira que exclui títulos indexados ao IGP-M (NTN-C),
por conta da não emissão de novos títulos e baixa liquidez
observada no segmento
• IRF-M 1 e IRF-M 1+; IMA-B 5 e IMA-B 5+
• Segmentações dos subíndices IRF-M e IMA-B segundo o
prazo de seus componentes, de forma a atender aos dife-
rentes perfis de maturidade.
A carteira teórica do IMA-Geral é composta por todos os
títulos elegíveis, representando a evolução do mercado

208
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como um todo.

Principais Benchmarks (Renda Variável):

Ibovespa: Índice que acompanha a evolução média das


cotações das ações negociadas na Bolsa. É o valor atu-
al, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações,
integrada pelas ações que, em conjunto, representaram
80% do volume transacionado (maior liquidez) à vista nos
doze meses anteriores à formação da carteira.
IBrX: Índice Brasil de Ações – composto por uma carteira
teórica por 100 ações selecionadas na B3 em ordem de-
crescente por liquidez em termos de seu índice de nego-
ciabilidade (número de negócios e volume financeiro me-
didos nos últimos doze meses).
ISE: Índice de Sustentabilidade Empresarial é utilizado para
análise comparativa de performance das empresas lista-
das na B3 sob o aspecto da sustentabilidade corporativa,
baseada na eficiência econômica, no equilíbrio ambiental,
na justiça social e na governança corporativa.

Principais modalidades de Fundos de Investimentos

De acordo com a instrução normativa CVM 555, os fundos


de investimento, quanto a sua política de investimento,
são classificados em:
1) Fundos Renda Fixa:
a. Curto Prazo
b. Referenciado
c. Simples
d. Dívida Externa

209
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2) Fundos de Ações

3) Fundos Cambiais

4) Fundos Multimercado

Concentração por Emissor

Os fundos de investimento tem alguns limites de concen-


tração por emissor:

• Até 100% do patrimônio líquido quando o emissor for o Go-


verno Federal.
• Até 20% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor
for IF(Instituição financeira autorizada a funcionar pelo
BACEN ou de emissão do seu administrador.
• até 10% do PL do fundo quando o emissor for companhia
aberta.
• até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor
for fundo de investimento.
• até 5% do PL do fundo quando o emissor for PF ou PJ de di-
reito privado que não seja companhia aberta ou institui-
ção financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central
do Brasil.

Fundos de Renda Fixa

Deverá ter como principal fator de risco de sua carteira a


variação da taxa de juros doméstica ou de índice de preços
ou ambos.

210
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Investem no mínimo 80% de seu Patrimônio Líquido em ati-


vos de renda fixa expostos a variação da taxa de juros ou a
um índice de preços, ou ambos.
Sua carteira é composta por títulos que rendem uma taxa
previamente acordada. Estes fundos se beneficiam em um
cenário de queda de juros, mas tem risco de taxa de juros e
eventualmente crédito.
Estes Fundos podem ser adicionalmente classificados
como “Longo Prazo”, quando o prazo médio de sua carteira
superar 365 dias (regra pela Receita Federal).
É vedada a cobrança de taxa de performance (resumo: não
pode), salvo quando se tratar de Fundo destinado a inves-
tidor qualificado.

Fundo de renda fixa Curto Prazo

O fundo classificado como “Renda Fixa” que aplique seus


recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou
privados (de baixo risco de crédito), pré-fixados ou inde-
xados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou títulos inde-
xados a índices de preços, com prazo máximo a decorrer
de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da
carteira do fundo inferior a 60 (sessenta) dias devem in-
cluir, à sua denominação, o sufixo “Curto Prazo”.
Podem utilizar-se de estratégia com derivativos somente
para proteção da carteira.
É vedada a cobrança de taxa de performance (resumo: não
pode), salvo quando se tratar de Fundo destinado a inves-
tidor qualificado.

Fundos de Renda Fixa Referenciados

Como o próprio nome já diz, ele acompanha uma referên-


cia. O fundo classificado como “Renda Fixa” cuja política de
investimento assegure que ao menos 95% (noventa e cinco

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por cento) do seu patrimônio líquido esteja investido em


ativos que acompanham, direta ou indiretamente, deter-
minado índice de referência deve incluir, à sua denomina-
ção, o sufixo “Referenciado” seguido da denominação de
tal índice.
Uma outra característica é que esses fundos devem ter 80%
(oitenta por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido
representado, isolada ou cumulativamente, por títulos da
dívida pública federal ou por ativos financeiros de renda
fixa considerados de baixo risco de crédito pelo gestor.
Esses fundos têm a sua atuação restrita a respectiva atu-
ação nos mercados de derivativos à realização de opera-
ções com o objetivo de proteger posições detidas à vista
(hedge).
É vedada a cobrança de taxa de performance (resumo:
não pode), salvo quando se tratar de Fundo destinado a
investidor qualificado.

Fundos de Renda Fixa Simples

O fundo classificado como “Renda Fixa” que tenha 95%


(noventa e cinco por cento), no mínimo, de seu patrimô-
nio líquido representado, isolada ou cumulativamente, por
títulos da dívida pública federal ou títulos de renda fixa de
emissão ou coobrigação de instituições financeiras que
possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, no
mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos títulos da dí-
vida pública federal, esses fundos devem incluir em sua
denominação, o sufixo “Simples”.
Exitem algumas coisas que são proibidas ao fundo sim-
ples, são elas:

• cobrança de taxa de performance;

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• realização de investimentos no exterior;


• concentração em créditos privados;
• transformação do fundo em fundo fechado.

A lâmina de informações essenciais do fundo de que trata


o caput deve comparar a performance do fundo com a
performance da taxa SELIC.
Dispensa do Termo de Adesão e ciência de risco. Guarde
essa informação pois é frequente a prova cobrar.

Fundos de renda fixa Dívida Externa

Deverão aplicar, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido


em títulos representativos da dívida externa de responsa-
bilidade da União, sendo permitida a aplicação de até 20%
do patrimônio líquido em outros títulos de crédito transa-
cionados no mercado internacional.
• Os títulos representativos da dívida externa de respon-
sabilidade da União devem ser mantidos, no exterior, em
conta de custódia.
• os títulos integrantes da carteira do fundo devem ser cus-
todiados em entidades habilitadas a prestar esse serviço
pela autoridade local competente.
• a aquisição de cotas de outros fundos classificados como
“Dívida Externa” não está sujeita a incidência de limites de
concentração por emissor.
• os recursos porventura remanescentes podem:
a) ser direcionados à realização de operações em merca-
dos organizados de derivativos no exterior, exclusivamente
para fins de “hedge” dos títulos integrantes da respectiva
carteira, ou ser mantidos em conta de depósito em nome
do fundo, no exterior, observado, relativamente a essa úl-

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tima modalidade, o limite de 10% do patrimônio líquido res-


pectivo;
b) ser direcionados à realização de operações em merca-
dos organizados de derivativos no País, exclusivamente para
fins de “hedge” dos títulos integrantes da respectiva carteira
e desde que referenciadas em títulos representativos de dí-
vida externa de responsabilidade da União, ou ser mantidos
em conta de depósito à vista em nome do fundo, no País,
observado, no conjunto, o limite de 10% do patrimônio líquido
respectivo. Podem cobrar taxa de performance.

Fundo de Investimento Cambial

Os fundos classificados como “Cambiais” devem ter como


principal fator de risco de carteira a variação de preços de
moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial. No
mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira deve ser com-
posta por ativos relacionados diretamente, ou sintetizados
via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe. Os
Fundos Cambiais Dólar são os mais conhecidos. A aplicação
é feita em R$ (reais), e sua carteira é composta por papéis
que buscam acompanhar a variação da moeda norte ame-
ricana, porém fique atento, ele não acompanha a cotação
do dólar.
Permite cobrança de taxa de performance.

Fundo de Investimento em Ações/Renda Variável

O fundo de ações (se assim quiser ser denominado) tem


como regra investir no mínimo 67% do seu Patrimônio Líqui-
do em ações negociadas no mercado à vista de bolsa de
valores. Isso quer dizer que pode-se concentrar mais do que

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67% em ações, porém menos não.


A performance destes fundos está sujeita à variação de
preço das ações que compõem sua carteira. Por isso, são
mais indicados para quem tem objetivos de investimento
de longo prazo.
Fundos de ações cuja política de investimento preveja
que, no mínimo, 2/3 (dois terços) do seu patrimônio líqui-
do seja investido em ações de companhias listadas em
segmento de negociação de valores mobiliários, voltado
ao mercado de acesso, instituído por bolsa de valores ou
por entidade do mercado de balcão organizado, que as-
segure, por meio de vínculo contratual, práticas diferen-
ciadas de governança corporativa devem usar, em seu
nome, a designação “Ações – Mercado de Acesso”.
Existem algumas estratégias para alocação dos recursos
em fundos de ações e vamos entender melhor agora:

• Market timing: que se utiliza com a finalidade de tomar


decisões de compra e venda de ativos financeiros, ten-
tando adiantar-se aos movimentos futuros dos preços de
mercado. Este movimento, quando acertado, é um pode-
roso instrumento para bater o benchmark.
• Stock picking: é a estratégia de escolher algumas ações
ou ativos “campeões”, e temos o conjunto de técnicas
usados pela grande maioria da comunidade financeira
brasileira. Esta aposta se dá, geralmente, em relação às
ações que fazem parte do benchmark. Por exemplo, se
VALE representa 20% da carteira do Ibovespa, e o admi-
nistrador acredita que seja uma boa alternativa de inves-
timento, pode comprar 25% para a carteira do Fundo. Se o
administrador estiver correto, estes 5% extras ajudarão a
ultrapassar o benchmark.
• Arbitragem: comprar e vender o mesmo ativo, com

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características ligeiramente diferentes, ganhando o dife-


rencial do preço. Por exemplo, compra de uma ação ON e
venda de uma ação PN do mesmo emissor. Nesse caso, o
administrador não está fazendo aposta com relação à di-
reção da bolsa, mas apenas com relação ao diferencial de
preços entre esses dois ativos.
Os fundos de ações podem cobrar taxa de performance.

Fundos de Investimento Multimercado

Os Fundos classificados como “Multimercado” devem pos-


suir políticas de investimento que envolva vários fatores de
risco, sem o compromisso de concentração em nenhum
fator em especial ou em fatores diferentes das demais
classes previstas na instrução. Ou seja, este tipo de Fundo
pode aplicar em DI/SELIC, índices, taxas de juros, moedas,
dívida externa e ações.
Permite usar estratégia de derivativos para alavancagem
e é um tipo de fundo que permite cobrança de taxa de
performance.

Concentração em Crédito Privado

Neste caso o fundo de investimento que aplicar seus re-


cursos em qualquer ativo ou modalidades operacionais
de responsabilidade de pessoas físicas ou jurídicas de di-
reito privado ou de emissores públicos outros que não a
União Federal que, em seu conjunto, exceda o percentual
de 50% de seu patrimônio líquido, deverá observar as se-
guintes regras, cumulativamente àquelas previstas para
sua classe:

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• I Na denominação do fundo deverá constar a expressão


“Crédito Privado”;
• II O regulamento, o Formulário de Informações Comple-
mentares – FIC e o material de venda do fundo deverão
conter, com destaque, alerta de que o fundo está sujeito
a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido
em caso de eventos que acarretem o não pagamento
dos ativos integrantes de sua carteira, inclusive por for-
ça de intervenção, liquidação, regime de administração
temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudi-
cial dos emissores responsáveis pelos ativos do fundo.

Fundo de Investimento em Cotas

Esses fundos deverão manter, no mínimo, 95% de seu pa-


trimônio investido em cotas de fundos de investimento de
uma mesma classe, exceto os fundos de investimento em
cotas classificados como “Multimercado”, que podem in-
vestir em cotas de fundos de classes distintas.
Os restantes 5% do patrimônio do fundo poderão ser man-
tidos em depósitos à vista ou aplicados em:
• títulos públicos federais;
• títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;
• operações compromissadas (Operação envolvendo títu-
los de renda fixa.) , de acordo com a regulação específica
do Conselho Monetário Nacional – CMN.

Deverá constar da denominação do fundo a expressão


“Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investi-
mento” acrescida da classe dos fundos investidos de acor-
do com regulamentação específica.

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Fundos de Índice (ETF)

Também conhecidos como ETF (Exchange Traded Funds),


esses fundos tratam-se de uma comunhão de recursos
destinados à aplicação em carteira de títulos e valores
mobiliários que vise refletir as variações e rentabilidade de
um índice de referência, por prazo indeterminado. Da de-
nominação do fundo deve constar a expressão “Fundo de
Índice” e a identificação do índice de referência.
Uma característica interessante é que sua principal forma
de divulgação de informações é a sua página na internet.
Esse fundo deve como regra manter 95% (noventa e cin-
co por cento), no mínimo, de seu patrimônio aplicado em
valores mobiliários ou outros ativos de renda variável au-
torizados pela CVM, na proporção em que estes integram
o índice de referência, ou em posições compradas no mer-
cado futuro do índice de referência, de forma a refletir a
variação e rentabilidade de tal índice.

Fundos de Investimento Imobiliário (FII)

Esse tipo de fundo destina-se ao desenvolvimento de em-


preendimentos imobiliários, tais como construção de imó-
veis, aquisição de imóveis prontos, ou investimentos em
projetos visando viabilizar o acesso à habitação e serviços
urbanos, inclusive em áreas rurais, para posterior aliena-
ção, locação ou arrendamento.
Estes fundos destinam-se a investidores que procuram
imóveis como uma forma de diversificação da sua carteira
de investimentos, e esperam ganho de capital moderado
e rendimentos em forma de aluguel.
Os fundos imobiliários são um ótimo exemplo de fundos
fechados, que podem ter duração determinada ou inde-

218
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terminada.
Como regra, estes Fundos devem distribuir, no mínimo, 95%
do lucro auferido, apurados segundo o regime de caixa.
Uma vez constituído e autorizado o funcionamento do fun-
do, admite-se que 25% de seu patrimônio, no máximo e
temporariamente, seja investido em cotas de FI e/ou em Tí-
tulos de Renda Fixa.
Esta parcela pode ser maior se expressamente autorizado
pela CVM, mediante justificativa do administrador do Fundo.
É vedado ao Fundo operar em mercados futuros ou de op-
ções.

Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC E FI-


C-FIDC)

Os fundos em direitos creditórios – FIDCs – investem seus


recursos em carteiras de recebíveis de operações realiza-
das em instituições financeiras, indústria, arrendamento
mercantil, hipotecas, prestação de serviços e outros títulos
admitidos pela CVM. Os FIDCs foram criados com objetivo
de dar liquidez ao mercado de crédito, reduzindo o risco e
ampliando a oferta de recursos.
Direitos creditórios são todos aqueles direitos da qual uma
empresa tem a receber, como cheques, duplicatas, contra-
tos de aluguel, prestações e outros. Se uma empresa possui
muitos créditos a receber, ela poderá negociá-los, por meio
de um FIDC.
Esse tipo de fundo deverá investir, no mínimo, 50% do pa-
trimônio líquido em direitos creditórios. Eles poderão ser
fundos abertos, isto é, quando os cotistas solicitam o resgate
de cotas a qualquer momento, ou fundos fechados, quando
os cotistas só poderão resgatar suas cotas ao término do
prazo de duração do fundo. Caso o fundo for fechado, suas
cotas poderão ser negociadas na Bolsa de Valores ou no

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mercado de balcão organizado.


Somente investidores qualificados podem investir em FIDCs.
Além disso, todo FIDC possui uma avaliação e classificação
de acordo com o seu risco. Essa nota, atribuída por uma
agência de rating, classifica o fundo quanto ao risco, orien-
tando os investidores quanto à qualidade da carteira dos
recebíveis. Além disso, existe uma auditoria, feita por uma
empresa independente, para prestar auditoria dos recebí-
veis cedidos e das demonstrações financeiras do fundo.
A rentabilidade dos FIDCs é geralmente mais alta do que
outros fundos, e seu benchmark geralmente acompanha
a variação do CDI, mas também podem usar como ben-
chmark a variação do IPCA ou do IGP-M, por exemplo.

Riscos: O principal risco para o investidor em FIDC é o cré-


dito da carteira de recebíveis. Ou seja, o retorno está direta-
mente ligado ao nível de inadimplência dos recebíveis que
formam o lastro da carteira.
Os FIDC podem operar no mercado de derivativos (bolsas
e balcão com sistema de registro) somente para proteger
suas posições à vista.

Fundos de Investimentos em Participações – FIP

O Fundo de Investimento em Participações (FIP) é uma co-


munhão de recursos destinados à aplicação em compa-
nhias abertas, fechadas ou sociedades limitadas, em fase
de desenvolvimento. Cabe ao administrador constituir o
fundo e realizar o processo de captação de recursos junto
aos investidores através da venda de cotas.
O FIP é um investimento em renda variável constituído sob
a forma de condomínio fechado, em que as cotas somen-
te são resgatadas ao término de sua duração ou quando é
deliberado em assembleia de cotistas a sua liquidação.
Os FIPs devem manter, no mínimo, 90% de seu patrimônio in-
vestido em ações, debêntures simples, bônus de subscrição

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ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou per-


mutáveis em ações de emissão de companhias abertas
ou fechadas, bem como em títulos ou valores mobiliários
representativos de participação em sociedades limitadas.
A exceção são as debentures simples, cujo limite máximo
é de 33% do capital subscrito do fundo.

Fundos Off-Shore

Os fundos Off-Shore investem recursos no exterior, sendo


sua sede formalmente localizada no exterior, porém o ges-
tor localiza-se no Brasil. Logo, esses fundos são destinados
a investidores que possuem seus recursos no estrangeiro,
e que desejam ter uma boa oportunidade de remunera-
ção do seu dinheiro referenciado no risco Brasil. Através
desses fundos, é possível investir em ativos estrangeiros,
como ações americanas, títulos do governo americano,
ações europeias e até ativos brasileiros negociados no ex-
terior

Fundos de Investimentos no Exterior

Dependendo do regulamento do fundo, é possível investir


em ativos financeiros do exterior, de maneira geral, os fun-
dos de varejo podem investir até 20% do PL do fundo em
ativos financeiros no exterior, já os destinados para inves-
tidores qualificados exclusivamente, temos duas possibili-
dades:
• Limite máximo de 40%
• Inclua em sua denominação o sufixo “Investimento no
Exterior”, fazendo com que não haja limite para aplica-
ções no Exterior. No entanto, deverá investir sempre no

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mínimo de 67% do patrimônio líquido em ativos finan-


ceiros no exterior

Limite de
Tipo de Fundos
Investimento
Fundos de Renda Fixa Dívida Externa;

Fundos exclusivamente destinados a investidores


profissionais que incluam em sua denominação o
Ilimitado sufixo “Investidores no Exterior”;
(100%) Fundos exclusivamente destinados a investidores
qualificados desde que sua política de
investimento determine que, no mínimo 67% de
seu patrimônio líquido seja composto por ativos
financeiros no exterior.

Fundos exclusivamente destinados a investidores


Máximo de 40% qualificados que não se enquadrem no cenário
anterior.

Máximo de 20% Fundos destinados ao público em geral.

0% do PL Fundos de Renda Fixa Simples.

Resumo: Fundos de Investimentos CVM


Fator de Sufixos
Classe Risco
Ativos Possíveis
Características

Aplica em títulos com prazo máximo a


Curto
decorrer de 375 dias. O prazo médio da
Prazo
carteira é inferior a 60 dias.

Longo Compromete-se a obter o tratamento


Prazo fiscal destinado a fundos de longo prazo.
No mínimo
80% da carteira Investe ao menos 95% do patrimônio em
Variação da em ativos ativos que acompanham um índice de
taxa de juros, relacionados à Referenciado
Renda referência, destinando 80% para títulos
de índice de variação da taxa públicos e ativos de baixo risco.
Fixa
preços ou de juros, de
ambos índice de
Destina ao menos 95% do patrimônio a
preços ou
títulos públicos ou papéis de instituições
ambos.
financeiras com risco equivalente. Prevê
Simples
no regulamento que seus documentos
serão disponibilizados aos cotistas por
meios eletrônicos.

Dívida Aplica ao menos 80% do patrimônio em


Externa títulos da dívida externa da União

Crédito Investe mais de 50% do patrimônio


Privado líquido em ativos de crédito privado.

222
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Resumo: Fundos de Investimentos CVM


Fator de
Classe Risco
Ativos Sufixos Características

Ao menos 67% do
patrimônio aplicado em
Variação dos
ações, certificados de Destina 2/3 do patrimônio a ações
preços das ações
depósito de ações, bônus Mercado de de companhias listadas em
Ações negociadas em
de subscrição, cotas de Acesso segmento de acesso de bolsas de
mercados
fundos de ações e de valores
organizados
fundos de índices e BDRs
níveis II e III

Variação dos Mínimo de 80% da carteira Longo Prazo Prazo médio superior a 365 dias
Cambial preços de moeda em ativos relacionados à
estrangeira variação de preços de
Crédito Investe mais de 50% do patrimônio
moeda estrangeira. Privado em ativos de crédito privado

Variação fatores Longo Prazo Prazo médio superior a 365 dias


de risco, sem o
Multi-
compromisso de -
Mercado
concentração em Crédito Investe mais de 50% do patrimônio
nenhum deles Privado em ativos de crédito privado

Fundos exclusivamente destinados


Investimento a qualificados, em que não há
Todas as Classes no Exterior limite de investimentos no exterior,
mas no mínimo de 67% no exterior.

IOF em Fundos de Investimentos


Alíquota regressiva conforme tabela abaixo:
Dias Alíquota Dias Alíquota Dias Alíquota

1 96% 11 63% 21 30%

2 93% 12 60% 22 27%

3 90% 13 56% 23 23%

4 86% 14 53% 24 20%

5 83% 15 50% 25 17%

6 80% 16 46% 26 13%

7 76% 17 43% 27 10%

8 73% 18 40% 28 7%

9 70% 19 36% 29 3%

10 66% 20 33% 30 0%

Fique atento a algumas informações que a prova pode te


cobrar:

• Até 29 dias, pode incidir IOF. 30 dias ou mais, todas as


aplicações financeiras estão isentas de IOF.
• IOF incide sempre antes do Imposto de Renda.
• O IOF é cobrado sobre os rendimentos.

223
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Fique ligado na exceção:


• Quando se tratar de um fundo de investimento com ca-
rência, no resgate de suas cotas, antes de completado o
prazo de carência para crédito de rendimentos, a alíquota
aplicada é de 0,5% ao dia, sempre limitado ao rendimento
do investidor.
• Fundos de Ações tem isenção de IOF

Imposto de Renda em Fundos de Investimentos

• IR para fundos “Longo Prazo”, ou seja, prazo médio da


carteira superior a 365 dias:

Prazo Alíquota de IR

Até 180 dias 22,50%

De 181 a 360 dias 20%

De 361 a 720 dias 17,50%

Acima de 720 15%

Dica sobre a incidência do IR: Resgate e Come-cotas


Obs.: Come cotas com alíquota de 15% (ocorre sempre
em maio e novembro) Responsável pelo recolhimento é o
administrador do fundo.
• IR para fundos “Curto Prazo”, ou seja, prazo médio da
carteira até 365 dias:

Tabela de Imposto de Renda de Curto Prazo

Prazo da Aplicação
% do Rendimento
em dias

1 a 180 22,5

181 a 360 20

224
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Dica sobre a incidência do IR: Resgate e Come-cotas


Obs.: Come-cotas com alíquota de 20% (ocorre sempre
em maio e novembro) Responsável pelo recolhimento é o
administrador do fundo.

IR para Fundos de Ações:

• Alíquota de 15%
• Não tem come cotas
• Responsável pelo recolhimento é o administrador do fun-
do

IR para Fundo Imobiliário:

Aqui temos duas condições a serem analisadas sobre dois


fatos geradores: ganho de capital e rendimentos.
PJ: pagará 20% sobre os rendimentos e 20% sobre o ganho
de capital
PF: pagará 20% sobre o ganho de capital e isento nos ren-
dimentos caso respeite as seguintes regras:

• 1.FII seja negociado em Bolsa;


• 2. Possua mais que 50 cotistas;
• 3. A PF tenha menos de 10% das cotas do fundo.

Caso não respeite alguma dessas regras pagará também


20%.

Compensação de perdas:

Perdas incorridas na alienação de cotas de fundo de in-

225
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vestimento imobiliário só podem ser compensadas com ga-


nhos auferidos na alienação de cotas de fundo da mesma
espécie.
O responsável pelo recolhimento é o administrador do Fundo.

Cancelamento pela CVM

Fundo Aberto: Após 90 dias do início de atividades, o fundo


aberto que mantiver, a qualquer tempo, patrimônio líquido
médio diário inferior a R$1.000.000,00 pelo período de 90 dias
consecutivos deve ser imediatamente liquidado ou incorpo-
rado a outro fundo.
Fundo Fechado: A CVM cancelará o registro de funcionamen-
to do fundo fechado, quando não for subscrito o número mí-
nimo de cotas representativas do seu patrimônio inicial após
o decurso do prazo de distribuição.

Carteira Administrada

A Carteira Administrada trata-se da gestão profissional de


recursos ou valores mobiliários, sujeitos à fiscalização da Co-
missão de Valores Mobiliários, entregues ao administrador,
com autorização para que este compre ou venda títulos e
valores mobiliários por conta do investidor.
Gestão discricionária: Permite-lhe delegar a gestão da tota-
lidade ou de parte dos seus ativos numa equipa profissional
e experiente.
Gestão Não Discricionária: Mesmo que um fundo ou recur-
sos de uma carteira seja administrado por terceiros, o inves-
tidor é o gestor dos recursos, tomando todas as decisões de
acordo com sua vontade.

226
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Carteira Administrada x Fundo de Investimento

Carteira Administrada: Para quem tem maior volume de


recursos e menos tempo disponível. Se você é um investi-
dor com um volume considerável de recursos para investir,
mas não possui tempo hábil para monitorar seus investi-
mentos no mercado de forma regular, uma boa opção são
as carteiras administradas. O investimento varia de corre-
tora para corretora e de banco para banco, mas, em geral,
o mínimo vai de R$ 300 mil a R$ 1 milhão.
Outro ponto positivo das carteiras administradas é que,
por conta da grande quantia envolvida na operação, existe
uma liberdade maior de diversificação dos investimentos,
o que aumenta as possibilidades de ganhos. “Dependen-
do da quantia que o investidor possui, nós conseguimos
alocar uma parte na renda fixa, outra parte em ações de-
fensivas, outra parte em ações blue chips, outra parte em
oportunidades de mercado.

Fundos de Investimento: Para quem tem menos recur-


sos e mais familiaridade com o mercado. Se você é um
investidor que possui um volume de recursos mais reduzi-
do, mas que tem uma maior familiaridade com o merca-
do financeiro, então, a opção mais indicada é o fundo de
investimento. Atualmente existem diversas opções de fun-
dos para investir, atraentes para aqueles investidores que
já investem individualmente, mas desejam ampliar seus
ganhos no médio e longo prazo.

Clube de Investimento

O Clube de Investimento é um condomínio constituído


por no mínimo 3 pessoas e no máximo 50 pessoas físicas,
para aplicação de recursos em títulos e valores mobiliá-

227
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rios, sendo administrado por corretoras, distribuidoras e


bancos de investimento. Quando se tratar de empregados
de uma mesma empresa, o número de condôminos pode
ser maior. A carteira é composta por 67% no mínimo em
ações, sendo o restante em renda fixa e derivativo.
O máximo que um único investidor pode ter de um clube
de investimento é de 40% sobre o patrimônio do clube.

Gestão de Portfólio
RISCO DE MERCADO: É a potencial oscilação dos valores
de um ativo durante um período de tempo. O preço dos
ativos oscila por natureza. Uns mais, outros menos. A isso
chamamos de volatilidade, que é uma medida dessa os-
cilação. Assim, os preços das ações são mais voláteis (os-
cilam mais) que os preços dos títulos de renda fixa. O Risco
de Mercado é representado pelos desvios (ou volatilidade)
em relação ao resultado esperado. Risco de mercado, vo-
latilidade e desvio-padrão, na prática, podem ser utiliza-
dos como sinônimos.
O desvio padrão é a principal medida de risco de mercado.

Exemplo: se esperarmos que um determinado fundo de


investimento apresente um retorno de 25% ao ano, temos
a expectativa de que ao aplicarmos R$100, obteremos um
retorno de R$25. Quaisquer rentabilidades observadas aci-
ma ou abaixo são consideradas risco de mercado.

Risco Afeta todos os


Sistemático ativos do mercado

Risco de
Mercado

Risco não Específico de uma


Sistemático companhia ou setor

228
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DIVERSIFICAÇÃO

A diversificação, no mundo dos investimentos, é como o


investidor divide sua poupança nos diversos ativos finan-
ceiros e reais, como: colocar 10% de seu dinheiro na pou-
pança, 50% em fundos de renda fixa, 20% em fundo imo-
biliário e 20% em ações. A diversificação ajuda a reduzir os
riscos de perdas. É o velho ditado: “não coloque todos os
ovos numa única cesta”. Desta forma, quando um investi-
mento não estiver indo muito bem, os outros podem com-
pensar, de forma que na média não tenha perdas mais
expressivas. Deve-se ter em mente, entretanto, que a di-
versificação não é capaz de eliminar todo o risco de mer-
cado de um investimento. Isso porque há fatos no mer-
cado que afetam todos os ativos no mesmo sentido, seja
positivo ou negativo. A expectativa de uma recessão eco-
nômica, por exemplo, muito provavelmente levará a uma
queda nos preços de todos os ativos. A isso chamamos de
risco sistêmico ou não diversificável. A diversificação con-
segue reduzir apenas o risco não sistêmico (específico). O
risco sistêmico não pode ser reduzido, nem mesmo com
uma excelente diversificação. O gráfico em destaque re-
presenta o efeito e os benefícios da diversificação em uma
carteira de ações.

229
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BETA (ß)

O Índice Beta é um indicador que mede a sensibilidade de


um ativo em relação ao comportamento de uma carteira
que representa o mercado.
É a relação entre a variação do retorno de uma ação (ati-
vo) e o Ibovespa (mercado), por exemplo.
Portanto, o Índice Beta é uma medida do risco que um in-
vestidor está exposto ao investir em um ativo em particu-
lar em comparação com o mercado como um todo. Em
relação ao coeficiente Beta (ß), este tornou-se uma me-
dida popular de risco, pois simplifica o problema quando
relaciona a variabilidade do retorno da carteira a do retor-
no da carteira de mercado. Em outras palavras, Beta é a
volatilidade da performance média relativa ao mercado e
é usado para medir o risco não-diversificável.

Risco Não pode ser


diversificável Beta
Sistemático

Risco de
Mercado

Risco não Pode ser Correlação e


Sistemático diversificável Covariânica

Já o Beta de uma ação pode assumir vários valores, como:


• Se ß > 1, a carteira de ativos oscila mais que a carteira
de mercado, ou seja, tem um risco maior se comparada
ao risco do mercado. Então, se o mercado está em alta,
o retorno da carteira de ativos é maior do que o retorno
da carteira de mercado. Se o mercado está em baixa, o
retorno da carteira de ativos é menor do que o retorno da
carteira de mercado. Em outras palavras, ou o ativo “sobe
mais” ou “cai mais”. O ativo também se caracteriza por ser
agressivo.

230
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• Se ß= 1, a carteira de ativos tem o mesmo risco que a car-


teira de mercado.
• Se ß< 1, a carteira de ativos é menos arriscada do que a
carteira de mercado e o ativo se caracteriza por ser defen-
sivo.
Caso o investidor deseje obter um retorno próximo ao IBr-X
sem precisar comprar todas as ações da carteira, deverá
procurar ações que façam parte do índice e que tenham o
coeficiente beta próximo de 1.

Covariância

A covariância é uma medida que avalia como variáveis


distintas se inter-relacionam de forma linear, ou seja,
como uma se movimenta (varia) em relação ao movi-
mento de outra. Quando a covariância é positiva, duas
variáveis tendem a se movimentar na mesma direção,
sendo assim, se uma sobe, a outra sobe; do contrário, se
uma desce, a outra também desce. Quando a covariância
é negativa, duas variáveis tendem a se movimentar em
direções opostas. Quanto mais próxima de zero a covari-
ância for, menor a possibilidade de se identificar um com-
portamento interdependente entre as variáveis.

Coeficiente de Correlação (p)

A análise de correlação fornece um número, que varia en-


tre -1 e 1, que resume o grau de relacionamento linear entre
as duas variáveis. Já a análise de regressão fornece uma
equação que descreve o comportamento de uma das va-
riáveis em função do comportamento da outra variável.
Sendo que:

231
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• -1 = Diversificação Máxima
• 0 = Sem relação
• 1 = Diversificação zero

COV xy
px, y =
x x y

Veja o exemplo gráfico que ilustra essa situação e que a


prova pode te cobrar:

Correlação = 0 Correlação = -1 Correlação = 1

Resumo de Covariância e Correlação

Ambas medidas são utilizadas para quantificar o grau de


diversificação de uma carteira.
Mensura a inter-relação entre duas variáveis. Como uma
variável explica a outra.
Ao calcular a correlação ou covariância, podemos encon-
trar um número:

Positivo: Indica que as duas variáveis oscilam no mesmo


sentido;
Negativo: indica que as duas variáveis oscilam em dire-

232
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ções opostas;
Zero: indica que não é possível determinar o grau de di-
versificação entre os ativos. A correlação é um valor que
sempre oscila de – 1 a 1 e quanto menor o índice, maior o
grau de diversificação.

Fórmulas

Os principais pontos do coeficiente de covariância e cor-


relação são:

• quanto menor o coeficiente de correlação, maior será


o benefício de diversificação que esse ativo gerará na
carteira de investimentos;
• São variáveis ​​para demonstrar o risco entre ativos e não
o risco de cada ativo. Portanto, reduz o risco irregular,
também chamado de risco diversificado;
• A variação apenas nos dirá se os ativos estão se mo-
vendo na mesma direção ou em direções opostas;
• O coeficiente de correlação não nos dirá a direção e in-
tensidade de como os ativos estão relacionados;
• Qualquer ativo que tenha um coeficiente de correlação

233
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menor que +1, diversificará a carteira de investimentos;


• Ativos com coeficiente zero, diversificam a carteira. Mas
ele não sabe o que vai acontecer entre eles.

Gestão e mensuração dos riscos e retornos


dos investimentos

Medidas de desempenho

As medidas de desempenho são métodos para calcular


a eficiência de um investimento financeiro em relação ao
risco assumido e derivam do conceito denominado Prin-
cípio de Dominância, que veremos mais adiante. Essas
medidas permitem comparar carteiras de investimentos
que apresentam riscos distintos, pois quanto maior a rela-
ção retorno x risco, mais eficiente foi o investimento diante
do risco assumido.
Em teoria, cada investimento é composto de uma taxa li-
vre de risco (no Brasil usamos a taxa de juros Selic como
TLR) mais sua parcela de risco. Portanto, não faz sentido
analisar o retorno total do investimento com base no ris-
co do ativo, mas apenas analisar esse retorno excedente
com base no risco. A seguir, demonstraremos melhor esse
conceito de taxa de retorno em excesso livre de risco (TLR).

Dentre essas análises, estudaremos os seguintes tipos:

• Índice Sharpe (utiliza Risco Total - desvio padrão) ;


• Índice de Treynor (usará risco sistêmico - Beta como ris-
co);

234
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• Alfa de Jensen (retorno maior que o cálculo do CAPM).

Princípio da Dominância:

Quando analisamos investimentos, basicamente conside-


ramos apenas risco e retorno, e desta forma, você já deve
ter escutado alguma vez que quanto maior o risco, maior o
retorno. No entanto, nem sempre os investimentos encon-
trados no dia apresentam esta relação de maior o risco,
maior o rendimento que o investidor terá. Com isso, surge
o conceito do Princípio de Dominância.
O Princípio de Dominância, em resumo, diz que quando te-
mos à nossa disposição dois investimentos com o mesmo
risco, escolheremos aquele que tem o maior retorno. Já
quando os investimentos disponíveis apresentam o mes-
mo retorno, optamos pelo que apresenta o menor risco.
O conceito de risco aqui poderá ser: liquidez do investi-
mento (prazo nas renda fixa; por exemplo, um CDB com
carência de 12 meses, deverá render mais que um CDB
com carência de 1 mês, da mesma instituição); o risco de
crédito (um devedor ruim, deve pagar mais juros que um
bom pagador de dívidas); ou até mesmo a volatilidade do
investimento (desvio padrão do ativo), já que é uma mé-
trica de risco total.
Analisando o gráfico abaixo, no qual possui três ativos (A,
B e C), temos a seguinte situação: Ativo A e Ativo B com
mesmo risco (igual a 3); e Ativo B e Ativo C com o mesmo
retorno (igual a 9). O importante de perceber aqui, é que
não faz sentido investir no Ativo A, tendo a possibilidade
de investir no Ativo B, pois os dois apresentam o mesmo
risco, mas o Ativo B apresenta um retorno maior. Desta for-
ma, dizemos que B predomina sobre o ativo A. Da mesma
forma, o Ativo C predomina sobre o Ativo B, já que os dois

235
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possuem o mesmo retorno, mas o Ativo C apresenta um


risco menor.

Conceito: Excesso de Retorno

Excesso de Retorno na Taxa Livre de Risco País (TLR), é a


parcela da receita de um ativo gerada devido ao risco do
ativo, e essa parcela é utilizada em nossas métricas de
desempenho. Por exemplo, o retorno total de um ativo é de
8%. No entanto, o TLR foi de 5%. Assim, o retorno excedente
foi de 3%. Esses 3% serão analisados ​​com o risco ao qual a
carteira esteve exposta no período (Risco 2, mostrado no
gráfico abaixo), pois os primeiros 5% tiveram o investidor
investido em um ativo livre de risco (TLR).

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Índice de Sharpe

Para entender o Índice de Sharpe é preciso saber pra que


ele serve. Ele mede a eficiência de sua carteira de investi-
mentos e mostra se a expectativa de retorno de uma car-
teira de investimentos tem a ver com a qualidade de cada
um dos investimentos que a compõem (ou seja, baixo ris-
co e alto retorno), ou se essa expectativa de retorno está
ligada ao risco dos investimentos (porque investimentos
com maior risco oferecem também maior retorno).
A medida calculada pelo Índice de Sharpe indica se a ex-
pectativa de retorno de uma carteira de investimentos é
resultado de bons investimentos ou do excesso de risco
dos investimentos que a compõem.

Ele expressa uma relação Risco versus Retorno. Informa


se o investimento oferece rentabilidade compatível com o
risco a que se expõe o investidor.

Interpretação = Quanto maior, melhor, ou seja, mais efi-


ciente é o investimento.
Porém, a fórmula mais utilizada pelos administradores de
recursos e pela mídia em geral é o Índice de Sharpe Modi-
ficado. A diferença é que ao invés de utilizarmos a taxa li-
vre de risco, descontamos o retorno do benchmark da ren-
tabilidade do ativo.

237
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Índice de Treynor
O Índice de Treynor é uma medida similar ao Índice de
Sharpe, com a diferença de em vez de usar como medida
de risco o desvio-padrão ou semi-desvio, usa o coeficien-
te Beta.

Alfa de Jensen

Analisando o parâmetro Alfa (a) da regressão do Mode-


lo CAPM, conhecido como a de Jensen, tem-se a seguin-
te interpretação: quando o desempenho da carteira de
ativos está em equilíbrio com o desempenho da carteira
de mercado, a = 0. Quando a carteira de ativos tem um
desempenho superior à carteira de mercado, a > 0. Caso
contrário, a < 0.

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Value-at-Risk (VaR)

Value at Risk (VaR) é um método para avaliar o risco em


operações financeiras. O VaR resume, em um número, o
risco de um produto financeiro ou o risco de uma carteira
de investimentos, de um montante financeiro. Esse núme-
ro representa a pior perda esperada em um dado horizon-
te de tempo e é associado a um intervalo de confiança.
O VaR avalia qual a perda máxima que uma carteira pode
ter dentro de um horizonte de tempo (normalmente um
dia) e supondo um grau de confiança pré-determinado,
dada uma distribuição normal.
Ele sintetiza em uma unidade monetária ou em percentual,
a maior ou pior perda esperada dentro de determinados
períodos de tempo e intervalo de confiança.
Normalmente o VaR é calculado com 95%, 97,5% ou 99% de
confiança. Este nível de confiança nos indica que é espe-
rada perda maior que a calculada pelo VaR. Assim, ao uti-
lizar 99% de confiança, espera-se que a cada 100 observa-
ções do VaR, em pelo menos 1 vez a perda do investimento
financeiro seja superior à perda estimada no cálculo do
VaR.

Exemplo: Qual é o significado de um VaR de US$12 milhões


para 15 dias com 95% de confiança? Significa que no prazo
de 15 dias, há 95% de chance do valor da perda da carteira
não ser maior do que US$12 milhões. Em outras palavras,
há 5% de chance de que em 15 dias, a carteira tenha per-
das superiores a US$12 milhões
.
Atenção: o valor da perda pode ser maior que US$12 mi-
lhões, pois há 5% de possibilidade de erro. Porém, na maio-
ria absoluta das vezes, se a perda ocorrer, ela será menor.

239
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Lembramos que o VaR é a estimativa máxima de perda,


neste caso com 95% de confiabilidade.

Stress Test

O Stress Test é realizado para estimar possíveis perdas po-


tenciais em piores cenários, ou seja, em situações de anor-
malidade de mercado.
O Stress Test normalmente é utilizado como complemento
do VaR com o objetivo de medir as perdas possíveis quan-
do o limite de confiança (por ex.: 99%) é ultrapassado. São
situações de stress de mercado conhecidas como caudas
grossas (ou fat tail), pois o formato gráfico resultante de
um stress test ficar parecido com uma cauda

Resumindo:

• VaR (Value at Risk): Calcula a perda ao longo de dias


normal, o risco cotidiano;
• Stress Test: calcula a perda em uma situação de crise.
• Stress Test não substitui o VaR, mas o complementa

Back Testing

Back Testing é um processo de testagem de modelos


matemáticos, utilizando séries temporais, para predizer o
comportamento de sistemas dinâmicos.
Em outras palavras, o Back Testing (ou simplesmente Back
Test) é uma ferramenta utilizada para testar a validade e
robustez dos modelos utilizados para estimar o risco dos
investimentos, especialmente o VaR.

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Se um investimento aponta um VaR diário de 99%, com perda


máxima de R$100 mil, o Back Testing verifica o histórico e o nú-
mero de violações ocorridas no passado do limite do VaR medido
de modo a verificar se estão dentro do nível de confiança esta-
belecido. Na prática o Back Test visa a comparar as oscilações
efetivamente ocorridas na carteira, em um determinado período,
com as oscilações previstas nos modelos de risco.

Stop Loss

A ordem stop loss indica sua intenção de interromper a perda


(loss) em uma posição aberta. Por exemplo, se você compra uma
ação a R$100 e acredita que se ela cair abaixo de R$95 a tendên-
cia é cair mais, você pode cadastrar uma ordem stop loss em
R$95 em sua corretora.
Quando (e se) a cotação da ação cair para R$95 ou abaixo, sua
ordem stop loss dispara uma ordem de venda das ações auto-
maticamente.
Desta forma, o Stop Loss limita as perdas do investidor.

Finanças Comportamentais

Teoria de Finanças Comportamentais

Finanças comportamentais é a introdução da psicologia no mun-


do das finanças, tem como um de seus princípios que os investi-
dores não são racionais, ou seja, são irracionais e cometem erros
por conta de Heurísticas de julgamento e vieses comportamen-
tais que são caminhos para facilitar o processo de decisão
.
Temos 3 pilares:

• Vieses comportamentais
• Aversão à perda

241
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• Segregação de ativos

Segregação de ativos

Isso quer dizer que o investidor avalia cada investimento


da sua carteira de forma individualizada e não de forma
global, o que pode fazer com que o investidor acabe adi-
cionando um risco a mais em sua carteira de investimen-
tos sem necessidade.

Por exemplo, um investidor que possui ações de uma


companhia de petróleo e de uma companhia aérea tende
a minimizar o risco do petróleo. Isso porque as petrolífe-
ras têm suas receitas diretamente ligadas ao petróleo, ou
seja, se houver uma valorização dessa commodity, a em-
presa terá mais lucros. No entanto, quanto mais petróleo,
menor o lucro das companhias aéreas, pois seu custo está
relacionado ao combustível (que vem do petróleo). Dessa
forma, quando o investidor tem essa composição em sua
carteira de investimentos, o risco de variação do petróleo
nessa carteira é reduzido (pois se houver uma valorização
da commodity, ela é positiva para uma parte e negativa
para a outra. , da mesma forma que vai acontecer com
uma desvalorização).
Com esse exemplo fica mais claro sobre o que se trata a
segregação de ativos, caso o investidor analise cada ativo
de forma individual ele poderia adicionar o risco da varia-
ção do petróleo na sua carteira.

Heurísticas de Julgamento

As heurísticas são regras de bolso (atalhos mentais) que

242
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agilizam e simplificam a percepção e a avaliação das in-


formações que recebemos. Por um lado, elas simplificam
enormemente a tarefa de tomar decisões; mas, por outro,
podem nos induzir a erros de percepção, avaliação e jul-
gamento que escapam à racionalidade ou estão em de-
sacordo com a teoria da estatística.
Esses erros ocorrem de forma sistemática e previsível, em
determinadas circunstâncias, e são chamados de viéses.
Kahneman definiu as Heurísticas de Julgamento como
“procedimento simples que ajuda a encontrar respostas
adequadas, ainda que geralmente imperfeitas, para per-
guntas difíceis. A palavra vem da mesma raiz que “heu-
reca” (Kahneman, 2012), ou seja, são regras de bolso para
simplificar processos decisórios, frente a dificuldade de se
analisar todas as informações possíveis e suas probabili-
dades.
Essas Heurísticas normalmente levam os investidores a to-
marem decisões de forma equivocada e irracional.

As Heurísticas de Julgamento cobrados na prova são:

• Heurística da Representatividade
• Heurística da Disponibilidade
• Heurística da Ancoragem

REPRESENTATIVIDADE:

Decisões a partir de associações com estereótipos for-


mados e desprezo de informações relevantes para a to-
mada de decisão. As pessoas julgam os eventos pela sua
aparência e semelhança, não pela probabilidade de eles

243
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acontecerem. Vieses cognitivos que emanam da heurísti-


ca da representatividade:
• Falta de sensibilidade às proporções da base: Os indiví-
duos tendem a ignorar as proporções da base na ava-
liação da probabilidade de eventos, quando é fornecida
qualquer outra informação descritiva, mesmo se esta
for irrelevante.
• Falta de sensibilidade ao tamanho da amostra: Os indi-
víduos, frequentemente, não são capazes de apreciar o
papel do tamanho da amostra na avaliação da confia-
bilidade das informações da mesma.
• Concepções errôneas sobre o acaso: Os indivíduos es-
peram que uma sequência de dados gerados por um
processo aleatório pareça ser “aleatória”, mesmo quan-
do for demasiado curta para que aquelas expectativas
sejam estatisticamente válidas.
• Regressão à média: Os indivíduos tendem a ignorar o
fato de que eventos extremos tendem a regredir à mé-
dia nas tentativas subsequentes.
• A falácia da conjunção: Os indivíduos julgam errada-
mente que as conjunções (dois eventos que ocorrem
em conjunto) são mais prováveis do que um conjunto
mais global de ocorrências do qual a conjunção é um
subconjunto.

Exemplos aplicados a investimentos:

• Desistir de investir em ações porque teve experiências


negativas anteriormente.
• Acreditar que as grandes empresas são bons investi-
mentos. Podem não ser, se estiverem a transacionar a
preços acima do seu valor justo, mas não pelo fato de
serem grandes.

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Heurística da Disponibilidade

Decisões influenciadas por ocorrências e eventos recen-


tes na memória do investidor. Experiências mostraram que
exemplos de categorias mais numerosas são recordados
mais rapidamente do que categorias menos numerosas,
que ocorrências prováveis são mais fáceis de imaginar do
que ocorrências improváveis e que conexões associati-
vas são fortalecidas quando dois eventos frequentemente
ocorrem simultaneamente.

VIESES COGNITIVOS QUE EMANAM DA HEURÍSTICA DA DIS-


PONIBILIDADE:

• Facilidade de lembrança: Os indivíduos julgam que os


eventos mais facilmente recordados na memória, com
base em sua vividez ou ocorrência recente, são mais nu-
merosos do que aqueles de igual frequência cujos casos
são menos facilmente lembrados.
• Capacidade de recuperação: Os indivíduos são envie-
sados em suas avaliações da frequência de eventos,
dependendo de como suas estruturas de memória afe-
tam o processo de busca.

Exemplos aplicados a investimentos:

• Comprar ações da empresa X após ler em uma revista


que o lucro da mesma bateu recorde.
• Vender ou não comprar ação de uma companhia aérea
após ser noticiado a queda de uma aeronave.

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Heurística da Ancoragem

A heurística da Ancoragem faz com que a exposição pré-


via a uma informação nos leve a considerá-la fortemente
na tomada de decisão ou na formulação de estimativas,
independentemente de sua relevância para o que é deci-
dido ou estimado.
A ancoragem se deve principalmente a um mecanismo
relacionado à forma como a nossa mente funciona: o pri-
ming. O priming é o efeito decorrente da enorme capaci-
dade associativa da nossa mente, que faz com que pala-
vras, conceitos e números evoquem outros similares, um
após o outro, numa reação em cadeia. Ou seja, uma pala-
vra é mais rapidamente lembrada, e se torna mais dispo-
nível na nossa mente, se tiver conexão com outras vistas/
ouvidas em um momento recente. É também o processo
pelo qual experiências recentes nos predispõem, de for-
ma automática, a adotar determinado comportamento. É
muito comum a ancoragem se basear em valores.

DA HEURÍSTICA DA ANCORAGEM EMANAM TRÊS VIESES:

• Ajuste insuficiente da âncora: preconiza que as pessoas


desenvolvem estimativas partindo de uma âncora inicial,
com base em qualquer informação que seja fornecida, a
qual é ajustada até produzir uma resposta final. Uma con-
sequência importante da utilização dessa heurística é que
o ajuste geralmente é insuficiente, ou seja, a resposta final
frequentemente fica próxima dessa âncora.
• Vieses de eventos conjuntivos e disjuntivos: estudos in-
dicam que as pessoas tendem a superestimar a probabi-
lidade de eventos conjuntos (eventos que devem ocorrer

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em conjunção com um outro) e subestimar a probabilida-


de de eventos disjuntivos (eventos que ocorrem indepen-
dentemente). “Esse viés fornece explicações importantes
para os problemas de cronograma de projetos que reque-
rem planejamento multiestágio, pois a tendência geral de
superestimar a probabilidade de eventos conjuntivos leva
a um injustificado otimismo na avaliação da propensão
de que planos serão bem sucedidos ou que projetos serão
finalizados no prazo”.
• Excesso de confiança: em análise de decisão, especia-
listas frequentemente são requisitados a expressar suas
crenças em relação a uma quantidade, tal como o valor
médio do índice da Bolsa de Valores em um determinado
dia, na forma de distribuição de probabilidade. “Tal distri-
buição é geralmente construída por meio da solicitação
para que as pessoas selecionem valores que correspon-
dam a percentis específicos na sua distribuição de proba-
bilidade subjetiva”.

Exemplos aplicados a investimentos:

• Um investidor que compra a ação da companhia A que


custa R$ 80, tende a achar barata a ação da companhia
B, cotada a R$ 20, ainda que as duas empresas não te-
nham nenhuma correlação.
• Investidor aplica em um fundo de investimento um valor
de 100.000,00 e a bolsa começa a cair. Ele decide não se
desfazer do investimento, independentemente de qual
seja a perspectiva futura do preço e da economia, en-
quanto não “recuperar” o valor investido inicialmente.
• Comprar ação de uma companhia que está custando
R$ 5,00, justificando a decisão de investimento pelo fato
do valor dessa mesma ação já ter chegado a R$ 30,00 a
meses atrás.

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Vieses Comportamentais

Vieses Comportamentais são tomadas de decisão siste-


máticas, que acabam violando de alguma forma, a toma-
da de decisão racional, e são causadas pelas heurísticas.

Para a prova, os vieses comportamentais importantes são:

• Efeito Framing
• Status Quo
• Aversão à perda
• Movimento de Manada
• Excesso de confiança
• Desconto hiperbólico

Viés: Efeito Framing

O Efeito de Framing postula que a forma com uma infor-


mação, dado ou fato é apresentado para uma pessoa ou
grupo de pessoas pode alterar de maneira muito signifi-
cativa a sua tomada de decisão.
Lembrando que, toda e qualquer pessoa sofre influência
de vieses e heurísticas, contudo, algumas podem vir a ser
mais ou menos influenciadas do que outras
Em outras palavras, a resposta é diferente dependendo de
como apresentamos uma pergunta, se focamos somente
nos pontos positivos a resposta tende a ser uma, enquan-
to, se focamos apenas nos pontos negativos, a resposta
tende a ser diferente.

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Viés: Aversão à perda

A aversão a perda não é uma heurística, como trata o edi-


tal da certificação, e sim um viés comportamental. A Aver-
são a Perda (loss aversion, em Inglês) é um viés que nos
faz atribuir maior importância às perdas do que aos ga-
nhos, nos induzindo frequentemente a correr mais riscos
no intuito de tentar reparar eventuais prejuízos.
Alguns estudos sugerem que isso se dá porque, do ponto
de vista psicológico, a dor da perda é sentida com muito
mais intensidade do que o prazer com o ganho.
Em investimento isso acontece quando decidirmos manter
investimentos não lucrativos e vender investimentos com
ganho.

Exemplos aplicados a investimentos:

• Investir em caderneta de poupança, mesmo não estan-


do satisfeito com o retorno, guiado principalmente pelo
medo de se expor a riscos maiores.
• Ter dificuldades financeiras, investir todo dinheiro em
ações em busca de recuperar poder de compra e de
fazer uma poupança.
• Não olhar o saldo de sua aplicação em fundo de ações
após o índice Ibovespa sofrer uma perda significativa.

Viés: Excesso de Confiança

O excesso de confiança postula que as pessoas tendem a


descartar qualquer ajuda profissional na tomada de deci-
sões de relevância significativa, confiando apenas no seu
conhecimento técnico, que muitas vezes é inferior do que
estas pensam ser.
Exemplo usual no mercado financeiro é um investidor que

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gira excessivamente sua carteira de investimentos, bus-


cando sempre antecipar os movimentos do mercado.
O resultado é que esses investidores nem sempre conse-
guem superar o benchmark, quando o fazem, muitas ve-
zes enfrentam altos custos de transação (devido ao giro
excessivo da carteira), fazendo com que o ganho líquido
seja menor que a variação do benchmark.

Viés: Movimento de Manada

Diz respeito a um viés que ocorre quando um investidor


decide fazer alguma coisa só porque os outros estão fa-
zendo também, por exemplo, muitas pessoas estão inves-
tindo em determinado ativo, o investidor com medo de
ficar de fora, investe também, também conhecido como
FOMO - fear of missing out.

Viés: Desconto Hiperbólico

Se trata de um viés que o investidor dá mais importância


para o presente do que para o futuro, ou ao contrário. Ou
ele dá muita importância para o presente esquecendo do
futuro ou ele foca somente no futuro e deixa de viver o pre-
sente.

Viés: Status Quo

Esse viés acontece quando o investidor não quer se mo-


vimentar, quer deixar tudo do jeito que está, não quer re-
alizar nenhuma mudança, independente do motivo. Um
exemplo comum no mercado financeiro é o cliente que

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não atualiza o API.

Podemos ter indícios desse viés , quando o investidor:

• Mantém a carteira com nível de risco inadequado, mas


não deseja modificar;
• Não considera outros investimento, acarretando em
perda de oportunidades;
• Compram produtos ou serviços financeiros que não
precisam, somente por causa da forma que é oferecido
(renovação automática; débito em conta).

Princípios da aposentadoria
Necessidade do planejamento da aposentadoria

Introdução

A previdência social (assistência pública) nasce para mi-


nimizar os impactos da falta de planejamento individual
nos momentos em que a pessoa não for mais capaz de
conseguir gerar renda, um desses casos é o momento da
aposentadoria. No entanto, esse valor tem um teto, no Bra-
sil, em 2018, esse valor foi de R$ 5.645,80, agora já parou
para pensar como que um indivíduo que tem um estilo de
vida acima desse teto faria se no momento da aposenta-
doria pudesse contar somente com os valores da previ-
dência pública?
Com isso percebemos a importância de ter acumulado
reservas financeiras durante a vida para complementar a
previdência pública ou mesmo ser fonte de renda princi-

251
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pal. Essa organização, ao longo da vida, pode ser feita por


via da Previdência Privada, que utiliza o Regime Contribu-
tivo.

Conceito

As pessoas podem utilizar de três fontes básicas para ar-


car os custos de uma vida na aposentadoria. São elas:

1º Previdência Social: nesta fonte de renda, o governo es-


tará repassando recursos para a sobrevivência do cida-
dão. No entanto, há dois principais problemas. O primeiro
é a existência de um valor máximo de recebimento como
já dito anteriormente (teto de renda) e o segundo é o risco
de mudanças nas regras da previdência social (as regras
de hoje, podem ser diferentes de quando a pessoa for se
aposentar);
2º Previdência Privada Complementar (aberta ou fecha-
da): nesta estratégia, o investidor contribui para um pla-
no de previdência complementar e os recursos aportados
mais os seus devidos rendimentos, serão repassados atra-
vés um pagamento único ou em forma de renda;
3ª Acumulação própria de patrimônio: o investidor terá
sua renda através dos rendimentos das suas aplicações
financeiras (Ativos de Mobiliários: CDBs, títulos públicos,
debêntures, ações, fundos multimercados; e Ativos Imo-
biliários: salas comerciais, fundos imobiliários, renda por
aluguel).

Acumulação de Capital Próprio

As pessoas podem, além da Previdência Pública e da acu-

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mulação por meio da Previdência Privada, optar por acu-


mular recursos próprios por meio de aplicações financei-
ras como:
Ativos de Renda Fixa: nesse caso, entram principalmente
aqueles vinculados à inflação como Debêntures e NTN-Bs
(afinal, já que estamos falando de um planejamento de
longo prazo, é importante manter o poder de compra ao
longo do tempo do investimento);
Ativos patrimoniais: investir em empresas de longo pra-
zo é uma boa alternativa, pois um dos principais riscos é
o risco de mercado (volatilidade). Por ser de longo prazo,
esse risco é diluído ao longo do tempo e na aposentadoria,
vivendo de dividendos ou mesmo com o benefício fiscal de
isenção de IR para vendas mensais inferiores a R$ 20 mil;
Ativos imobiliários: Os imóveis tendem a proteger o in-
vestidor do risco da inflação, podendo gerar uma renda
mensal através do aluguel. Existem várias estratégias atu-
ais para a aquisição de imóveis: comerciais, residenciais,
fundos imobiliários, aquisição de plantas... É importante
ressaltar que, por meio do aluguel, a renda do investidor
estará protegida contra a inflação, uma vez que os con-
tratos são reajustados à inflação. Por outro lado, existe o
risco de desocupação (não encontrar inquilino) e alto ris-
co de liquidez, caso seja necessário vendê-lo.

Objetivos com a previdência privada

Introdução

Como iniciamos o trabalho de planejamento financeiro, é


comum escutar do cliente a seguinte frase: “Qual a melhor
aplicação?” Como um bom profissional, nossa resposta
sempre é: depende. As pessoas possuem objetivos dife-
rentes na vida e isso também se aplica aos objetivos de

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aposentadoria. Algumas pessoas querem ter uma apo-


sentadoria que atenda às suas necessidades básicas, en-
quanto outras querem manter um alto padrão de vida.
Assim, não cabe ao profissional financeiro dizer o que é
certo e o que é errado, mas sim mensurar e mostrar como
o cliente pode alcançar seus objetivos de vida desejados.
Dentro disso, alguns fatores são muito importantes para
um bom planejamento da aposentadoria, como:

• idade do cliente;
• disponibilidade financeira;
• custos de envelhecimento;
• Expectativa da sobrevivência;
• O impacto dos cenários políticos e econômicos.

Idade do cliente

Quanto mais jovem começa a acumulação de recursos


para aposentadoria, melhor é distribuído o esforço de pou-
pança ao longo do tempo, ou seja, quanto mais tempo o
cliente tiver para atingir seu objetivo, mais fácil será seja.
Para entender, imagine que você precisa acumular R$ 480
mil para atingir sua meta de aposentadoria aos 60 anos.
Sem considerar a remuneração das aplicações financei-
ras, se você tem 20 anos (40 anos para esse fim, ou seja,
480 meses), o valor necessário para economizar por mês
seria de R$ 1.000,00. Mas se você tem 50 anos, seu esfor-
ço deve ser muito maior, pois precisará economizar R$
4.000,00 por mês.
Essa diferença é ainda pior quando focamos a remune-
ração nos investimentos, pois, por um longo tempo, mais
tempo, os juros compostos funcionaram para você. Se a
necessidade de poupança for muito alta, é melhor não ar-
riscar mais em seus investimentos financeiros, mas rea-
justar seu objetivo (que pode ser o adiamento da aposen-

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tadoria ou até a redução da renda desejada).

Disponibilidade financeira

Para atingir as metas de aposentadoria, o cliente pode ter


diferentes rendas, como:

• Benefícios Previdenciários (Ex: INSS);


• Planos Previdenciários Fechados;
• Planos Previdenciários Abertos ;
• Ativos Imobiliários (ex. Renda);
• Títulos da Bolsa (ex. Títulos Públicos);
• Herança;
• Atividades de aposentadoria (consultoria, aulas, traba-
lho eventual);
Sobre Atividades de Aposentadoria, o centro de estudos do
Institute of Economics Affairs (IEA) divulgou em 2013 que,
no período de aposentadoria, o indivíduo pode aumentar
em 60% a probabilidade de aparecimento de um proble-
ma físico, além de aumentar as chances de desenvolver
depressão por 40%. Dessa forma, mais da metade da po-
pulação planeja continuar com alguma atividade remu-
nerada, ajudando-se mental e financeiramente. Conse-
quentemente, menor volume de aportes serão necessários
durante o período de acumulação, postergando a utiliza-
ção dos recursos acumulados para aposentadoria.

Metas de Estilo de Vida

Custos em Idosos

Estima-se que seja possível manter o padrão de consumo

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na fase de aposentadoria com 70% da renda do período


ativo. Isso porque alguns custos diminuirão ou até deixa-
rão de existir (por exemplo, financiamento habitacional) e
outros tenderão a aumentar substancialmente (por exem-
plo, medicamentos). As principais variáveis ​​que sofrerão
alterações são:

AUMENTO DE CUSTOS:

• Despesas com plano de saúde;


• Despesas com medicamentos;
• Despesas com viagens e passeios.

DIMINUIÇÃO DE CUSTOS:

• Despesas com consolidação de ativos (imóveis, carros);


• Despesas com transporte;
• Despesas com vestuário;
• Despesas com familiares;
• Poupança.

Metas de estilo de vida

Expectativa de sobrevivência

Para analisar a quantidade necessária que um indivíduo


precisará na aposentadoria, devemos estimar por quan-
to tempo os recursos adequados devem ser utilizados, ou
seja, qual é a expectativa de vida da pessoa. Assim, exis-
tem três modelos principais para isso:

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• IBGE: O governo acompanha a evolução da expectativa


de vida da população, por meio de um estudo do IBGE;
• Tabelas Atuariais: Este é o modelo utilizado pelas Entida-
des de Previdência;
• Histórico Familiar: Para o indivíduo, é importante obser-
var o histórico familiar e sua própria saúde, pois é uma
análise mais individual do que as generalizadas acima
(IBGE e Tábuas Atuariais).

Também a possibilidade de calcular como os recursos


acumulados durariam para sempre, em vez de estimar
que todos serão usados ​​na aposentadoria. Chamamos
esse conceito de Renda Perpétua.

Objetivos de estilo de vida

Impacto dos cenários políticos e econômicos

Mudanças nos cenários políticos e econômicos podem


afetar os resultados das aplicações financeiras de longo
prazo. Se estimar e projetar essas mudanças no curto e
médio prazo já é extremamente complexo, como fazê-lo
no longo prazo?
A solução para o nosso planejamento é, ao invés de fazer
os cálculos com a taxa nominal, usar em nossas projeções,
a taxa de juros real. Isso elimina o risco inflacionário que é
um dos principais fatores causadores de erros no cumpri-
mento das metas de estilo de vida.
No entanto, não podemos esquecer que é inútil planejar
e implementar a estratégia em um único turno. As estra-
tégias devem ser monitoradas e adaptadas ao longo do

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tempo, minimizando o risco de distorções agressivas nos


cenários político e econômico da sociedade.

Análise e projeções de necessidades na apo-


sentadoria

Calculando o capital necessário

Estabelecendo metas acessíveis

Quando o assunto é metas financeiras, entra um tópico


muito importante: desejo x necessidade. Há uma grande
diferença entre a renda desejada de um cliente e a renda
necessária para manter seu padrão de vida. Isso porque
a maioria das pessoas não consegue estimar o verdadei-
ro valor que vai precisar na aposentadoria, muitas vezes
querendo rendas que serão inatingíveis para sua capaci-
dade de poupança.
Dessa forma, o profissional financeiro tem uma respon-
sabilidade extrema nesse projeto, e deve demonstrar ao
cliente quais são os elementos relevantes, para que o pla-
nejamento da aposentadoria seja viável com prazos con-
dizentes com o objetivo da pessoa.
A aposentadoria é um projeto de longo prazo, e esse pla-
nejamento deve ser monitorado e medido ao longo do
tempo, para que os ajustes necessários possam ser feitos
o mais rápido possível.

Cálculo do Capital Necessário

Tipos de Estratégias
Nos cálculos para a aposentadoria, devemos ficar atentos

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para algumas peculiaridades. Essas peculiaridades envol-


vem principalmente as estratégias das rendas na aposen-
tadoria.

As principais são:

Renda com esgotamento de capital acumulado: nesta


renda, o indivíduo consumirá todo o capital acumulado.
Para o cálculo do PV da Etapa 1 (Período da Aposentado-
ria), deve-se utilizar o valor zero no FV.
Renda com estratégia para Herança: Aqui o cliente deseja
manter um valor de herança para os herdeiros e este valor
deverá ser inserido no [FV] da Etapa 1 (Período da Aposen-
tadoria)
Renda Vitalícia: nesta estratégia, somente será utilizado
os juros gerados pelo patrimônio acumulado. Para o cál-
culo do PV da Etapa 1 (Período da Aposentadoria), deve-se
utilizar o conceito de PV perpétuo, seguindo os seguintes
passos na HP-12C:

• [Renda Perpétua desejada]


• divida essa renda perpétua pela taxa de retorno (em
números decimais)

O conceito de risco de longevidade

O risco de longevidade é conceituado como a probabili-


dade de que os recursos destinados para o pagamento
das aposentadorias acabem antes do final da vida de um
indivíduo. Para reduzir os riscos desta situação, partimos
de uma estratégia de renda permanente, onde o cliente
consome apenas os juros gerados pelo capital acumula-
do.

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Renda com esgotamento de capital acumu-


lado

Conceito

Neste tipo de renda, projeta-se que o valor acumulado


será todo consumido até certa idade. Desta forma, o indi-
víduo possui risco de esgotamento de capital, ou seja, os
recursos podem acabar antes do seu falecimento.

Estratégia de Renda com Herança

Conceito
Nesta estratégia, o indivíduo deseja utilizar mais do que os
juros de sua aplicação financeira, porém, ainda mantém
alguns bens para os herdeiros. Portanto, esta é uma estra-
tégia que mescla as duas anteriores, exigindo um capital
acumulado menor que a renda vitalícia, mas maior que o
esgotamento do capital.

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Renda Vitalícia

Conceito

A renda vitalícia consiste em utilizar somente os juros da


aplicação financeira. Neste conceito, o indivíduo não pos-
sui risco de esgotamento de capital, pois ele não utiliza
o valor acumulado, somente os juros da aplicação. Aqui,
será necessário uma acumulação de patrimônio maior,
pois todo o recursos acumulado, ficará para os herdeiros.

Prioridades das necessidades financeiras

Conceito

Dentro das necessidades financeiras, é importante anali-


sar e classificar os possíveis custos na aposentadoria.

Podemos classificar os custos em quatro tipos:

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Custos Fixos e a Pagar: São custos fixos durante o perío-


do de competência que tenderão a desaparecer na apo-
sentadoria. Como exemplo, temos o custo de moradia, em
que o indivíduo toma um empréstimo por 20-30 anos e
acaba pagando aproximadamente quando se aposentar.
Custos Fixos e Permanentes: esses custos são aqueles
que não terminarão em período de aposentadoria, embo-
ra variem de mês para mês. Podemos listar o aluguel (caso
o indivíduo não tenha adquirido imóvel próprio), condomí-
nio, água, luz, alimentação.
Custos Variáveis ​​e a Pagar (sustentação familiar): aqui
devemos analisar os possíveis custos que os familiares
ainda precisam o aposentado. Pode ser a educação dos
netos, ou mesmo a moradia dos filhos.
Custos Variáveis ​​e Permanentes (custo básico de vida):
nos custos variáveis ​​e permanentes, os gastos com via-
gens, novas atividades, serviços de cuidadores, etc.

Previdência social

Previdência Social

Conceito

As contribuições dos trabalhadores ativos são utilizadas


para financiar os benefícios dos trabalhadores inativos,
sendo assim SEGURO SOCIAL. O valor que cada pessoa
paga por meio de impostos (por exemplo, CSLL e INSS), é
mantido em uma conta comum gerenciada pelo gover-
no, gerando incerteza sobre o valor a ser recebido no fu-
turo (Risco de mudança de leis; População ativa não ser

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capaz de arcar com as despesas dos aposentados, etc.).


Vale ressaltar também que nenhum segurado pode rece-
ber menos de um salário mínimo por meio de benefícios, e
também que existe um valor máximo que um aposentado
pode receber do INSS (em 2019 o valor é de R$ 5.839,45).

Previdência Social

Regime de Repartição

A previdência social tem como financiamento o regime fi-


nanceirode repartição simples, onde os contribuintes efe-
tuam pagamentos sem a formação de reservas individu-
alizadas, sendo adotado pelas previdências públicas em
quase todos os países do mundo. Desta forma, os contri-
buintes ativos (trabalhadores da geração atual) pagam
os benefícios dos inativos (geração passada), e futura-
mente, quando estes ativos se transformarem em inativos,
seus benefícios dependerão dos contribuintes da geração
futura (novos trabalhadores que ingressarem no sistema
previdenciário).

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OBSERVAÇÕES:

• Processo de distribuição entre contribuições e benefícios


dentro de gerações diferentes, ou seja, as contribuições
previdenciárias pagas pela população ativa destinam-
-se a cobrir os gastos com os benefícios dos inativos;
• Envelhecimento da população é um grande risco no lon-
go prazo;
• Nível de desemprego também é um grande risco, vide
que haverá menos contribuintes

Previdência Social

Estrutura da Previdência Pública

A previdência pública é dividida entre dois principais tipos,


o RGPS e o RPPS. Vamos detalhar a seguir:
RGPS – Regime Geral de Previdência Social: Este regime é
o do famoso INSS, que possui filiação obrigatória para os
trabalhadores e caráter contributivo, prevendo benefícios
para o segurado e seus dependentes. Todo trabalhador
com carteira assinada de empresa privada (CLT) é auto-
maticamente filiado ao RGPS. Também é possível aderir a
este regime por conta própria, contribuindo mensalmen-
te, e assim, ter direito aos benefícios previdenciários. As-
sim sendo, dentre os contribuintes do RGPS, encontram-se
os empregadores, empregados assalariados, domésti-
cos, autônomos, trabalhadores e contribuintes individuais
(desde que tenham mais de 16 anos), mesmo não tendo
renda própria.
RPPS – Regime Próprio de Previdência Social: Voltado para

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funcionários públicos e militares (funcionários de prefei-


turas e policiais), prevê um conjunto de benefícios ao se-
gurado e seus dependentes. É compulsório para o servidor
público do ente federativo que o tenha instituído (cargos
efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios). Ele possui caráter contributivo e solidário, tendo
contribuição dos devidos participantes, tanto dos ativos e
inativos, quanto dos pensionistas.

Previdência Social

RGPS (INSS)

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) (órgão do Mi-


nistério da Previdência Social, diretamente ligado ao Go-
verno) é responsável pelo pagamento de pensões e outros
benefícios para os trabalhadores brasileiros com quem
contribuem para a Previdência Social (seguro que garante
pensão ao contribuinte quando deixar de trabalhar), com
exceção dos servidores públicos (RPPS).
A principal vantagem de contribuir para o INSS é garantir
o recebimento de um benefício mensalmente durante a
aposentadoria. Outra vantagem é que o trabalhador que
contribui para a Previdência Social tem direito a receber
auxílio-doença em caso de afastamento do trabalho por
motivo de saúde. Os benefícios decorrentes do pagamen-
to do INSS serão descritos abaixo.
Principais benefícios
Os principais benefícios do Seguro Social são:

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Previdência Social

Nova Previdência

A Nova Previdência, promulgada pelo Congresso Nacional


em novembro de 2019, trouxe diversas mudanças para o
sistema previdenciário brasileiro. As principais mudanças
ocorreram na idade de aposentadoria e no novo período
mínimo de contribuição, desaparecendo a aposentadoria
apenas por tempo de contribuição. Houve também mu-
danças nos percentuais cobrados pela previdência e no
cálculo das receitas, uma vez que a regra da média de
80% dos salários de maior contribuição NÃO EXISTE MAIS.
As novas regras se aplicam não só aos segurados do RGPS
(Regime Geral de Previdência Social), mas também aos
segurados do RPPS (Regime Previdenciário da União).
Nesta mudança, há novas regras para o período de tran-
sição para aqueles que já estão no mercado de trabalho,
podendo optar pela forma mais vantajosa para o contri-
buinte. No RGPS existem cinco regras de transição possí-
veis para escolher: quatro para tempo de contribuição e
uma para idade. Quanto ao RPPS, existem duas opções de

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transição.

Os novos parâmetros para a APOSENTADORIA PELA REGRA


GERAL faz com que seja necessário um tempo mínimo de
idade E um tempo mínimo de contribuição, diferentemen-
te do que ocorria antigamente, no qual era um tempo mí-
nimo de idade OU um tempo mínimo de contribuição. Ou
seja, não é mais possível se aposentar por tempo de con-
tribuição SEM atingir uma idade mínima.

No RGPS (Regime Geral de Previdência Social), para tra-


balhadores da iniciativa privada e de municípios (área ur-
bana) sem sistema previdenciário próprio, entre outros, a
regra geral de aposentadoria passa a exigir:
• Mulheres: pelo menos 62 anos de idade E 15 anos de con-
tribuição.
• Homens: 65 anos de idade E 20 anos de contribuição. No
entanto, os homens que estiverem filiados ao RGPS an-
tes de a emenda constitucional entrar em vigor, o tempo
de contribuição mínimo permanecerá em 15 anos.

Categorias como professores, policiais, agente penitenci-


ário, agente socioeducativo, policial legislativo, policial fe-
deral, policial rodoviário federal, policial ferroviário federal
e policial civil do Distrito Federal possuem prazos distintos.

VALOR DOS BENEFÍCIOS

Ao atingir a idade mínima e o tempo de contribuição, os


trabalhadores do RGPS poderão se aposentar com 60% da
média de TODAS as contribuições previdenciárias realiza-
das desde julho de 1994. Um outro detalhe é que a cada
ano a mais de contribuição, além do mínimo exigido, serão

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acrescidos dois pontos percentuais a 60%. Sendo assim, as


mulheres devem contribuir por 35 anos e os homens por
40 anos, para ter direito a uma pensão equivalente a 100%
da contribuição média. Em resumo, seguindo a nova regra:

• Nenhum benefício terá valor mensal inferior ao salário


mínimo;
• O pagamento da aposentadoria não poderá estar no
topo do INSS;
• Todos os salários são atualizados de acordo com a lei;
• O valor será definido levando em consideração todas as
contribuições feitas pelo segurado desde julho de 1994;
• O percentual do benefício recebido poderá ultrapassar
100% para mulheres que contribuírem por mais de 35
anos e para homens que contribuírem por mais de 40
anos – sempre limitado ao teto do RGPS.
Caso o contribuinte queira ter renda maior na aposenta-
doria, deve buscar alternativas como previdência privada
ou acumular recursos em ativos financeiros.

Os principais benefícios do segurado

Previdência especial: Benefício concedido ao segurado


que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde
ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria es-
pecial, o trabalhador deverá comprovar, além do tempo
de trabalho, efetiva exposição aos agentes nocivos quími-
cos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudi-
ciais pelo período exigido para a concessão do benefício
(15, 20 ou 25 anos). A aposentadoria especial será devida
ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuin-
te individual, este somente quando cooperado filiado a

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cooperativa de trabalho ou de produção. Para ter direito à


aposentadoria especial, é necessário também o cumpri-
mento da carência, que corresponde ao número mínimo
de contribuições mensais indispensáveis para que o se-
gurado faça jus ao benefício.
Indenização por invalidez: o benefício devido a um tra-
balhador que esteja permanentemente incapacitado de
exercer qualquer atividade laboral e que não possa fa-
zê-lo. O benefício é pago enquanto persistir a invalidez e
pode ser reavaliado pelo INSS a cada dois anos.
AUXÍLIO-DOENÇA: É o benefício concedido ao segurado
impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais
de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com
carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo em-
pregador, exceto o doméstico, e a Previdência Social paga
a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. Para os de-
mais segurados inclusive o doméstico, a Previdência paga
o auxílio desde o início da incapacidade e enquanto a
mesma perdurar. Para concessão de auxílio-doença é ne-
cessária a comprovação da incapacidade em exame re-
alizado pela perícia médica da Previdência Social. Para ter
direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para
a Previdência Social por, no mínimo, 12 meses (carência).
AUXÍLIO-ACIDENTE: É o benefício pago ao trabalhador que
sofre um acidente e fica com seqüelas que reduzem sua
capacidade de trabalho. É concedido para segurados que
recebiam auxíliodoença. Têm direito ao auxílio-acidente o
trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segura-
dor especial. O empregado doméstico, o contribuinte indi-
vidual e o facultativo não recebem o benefício. Para con-
cessão do auxílio-acidente não é exigido tempo mínimo
de contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade de
segurado e comprovar a impossibilidade de continuar de-
sempenhando suas atividades, por meio de exame da pe-

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rícia médica da Previdência Social. O auxílio-acidente, por


ter caráter de indenização, pode ser acumulado com ou-
tros benefícios pagos pela Previdência Social exceto apo-
sentadoria. O benefício deixa de ser pago quando o traba-
lhador se aposenta.
SALÁRIO-FAMÍLIA: valor pago ao empregado (inclusive o
doméstico) e ao trabalhador avulso, de acordo com o nú-
mero de filhos ou equiparados que possua. Filhos maiores
de quatorze anos não têm direito, exceto no caso dos in-
válidos (para quem não há limite de idade). Para ter direi-
to, o cidadão precisa enquadrar-se no limite máximo de
renda estipulado pelo governo federal.
SALÁRIO-MATERNIDADE: Benefício devido a pessoa que se
afasta de sua atividade, por motivo de nascimento de filho,
aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins
de adoção. Em relação a carência, ela é de: 10 meses para
o trabalhador Contribuinte Individual, Facultativo e Segu-
rado Especial (rural); Isento para segurados Empregado,
Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso. Caso haja a
perda da qualidade de segurado, o mesmo deverá cum-
prir metade do período da carência, ou seja, cinco meses
SEGURO DESEMPREGO: este é um direito do trabalhador ou
do empregado doméstico demitido SEM justa causa, mas
também dos trabalhadores resgatados de trabalho similar
à escravidão e do pescador em períodos de defeso (perío-
do na qual a pesca é proibida motivada pela necessidade
de desova dos peixes). benefício. Estão excluídos do direito
ao benefício os segurados na condição de contribuinte in-
dividual (autônomo).
PENSÃO POR MORTE: este benefício, que não possui carên-
cia, é pago aos dependentes do segurado do INSS que vier
a falecer ou, em caso de desaparecimento, tiver sua mor-
te presumida declarada judicialmente. A Lei considerada
possíveis beneficiários do Regime Geral de Previdência So-

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cial, as seguintes pessoas:

• (I)o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho


não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativa-
mente incapaz, assim declarado judicialmente;
• (II)os pais; e
• (III)o irmão não emancipado, de qualquer condição, me-
nor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha de-
ficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.

AUXÍLIO-RECLUSÃO: benefício devido apenas aos depen-


dentes (até 21 anos, salvo se for inválido ou com defici-
ência) do segurado do INSS preso em regime fechado ou
semiaberto, durante o período de reclusão ou detenção. O
segurado não pode estar recebendo salário de empresa
nem benefício do INSS. Em 2019, este limite era de R$
1.364,43.

Previdência complementar (aberta ou fechada)

Previdência Complementar

Como o próprio nome sugere, é uma opção do indivíduo.


Também chamada de Previdência Complementar, ela es-
tabelece a formação de uma reserva a ser usada tanto
para complementar a renda recebida pelo INSS, quanto
para realizar um projeto de vida, como o pagamento da
faculdade dos filhos ou investir em um negócio próprio.

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Obs.: na Previdência Privada, a formação da reserva é in-


dividual e o beneficiário recebe no final todo o saldo acu-
mulado ao longo do tempo.
Existem duas formas institucionalizadas de fazer previdên-
cia complementar no Brasil e, embora muito semelhantes,
são muito diferentes. São eles:

• EFPC: Entidade de Previdência Complementar FECHADA,


supervisionada pela PREVIC;
• EAPC: Entidade de Previdência Complementar ABERTA,
supervisionada pela SUSEP.

A previdência fechada, também conhecida como Fundos


de Pensão, é transportada por ou para empresas (Plano
Patrocinado pelo Empregador) ou para associações (Pla-
no Instituído por Entidade Associativa), sendo exclusivo
para funcionários de empresas ou integrantes desses gru-
pos (Conselhos Profissionais, Sindicatos, Cooperativas ou
Associações).
O plano de previdência aberto é aberto a qualquer pessoa,
ou seja, qualquer pessoa física ou jurídica pode aderir a
ele, fornecido por seguradoras por meio de bancos e cor-
retoras.

Entidades Fechadas (EFPC)

As Entidades Fechadas de Previdência Complementar


(EFPC) são sociedades limitadas ou fundações fiscaliza-
das pela Previc, sem fins lucrativos, com objeto social de
instituir planos privados de concessão de pecúlios ou de
rendas, de benefícios complementares ou assemelhados
aos da previdência social, mediante contribuição de seus

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participantes, dos respectivos empregadores ou de am-


bos.

São acessíveis exclusivamente aos empregados de uma


só empresa ou de um grupo de empresas, as quais são
denominadas patrocinadoras.
Resolução CMN 3.792/2009: é a regulamentação onde es-
tão as principais diretrizes dos investimentos executados
pelas EFPC para buscar rentabilizar as reservas dos parti-
cipantes dos planos de benefícios. A legislação abrange:

• Planos de benefícios previdenciários;


• Planos de assistência financeira; e
• Planos de gestão administrativa.

Patrocinado

A “Patrocinada” é a fundação ou associação cívica, sem


fins lucrativos, constituída por uma sociedade, grupo em-
presarial ou mesmo estados, distrito federal e municípios,
por isso são chamados de Patrocinadores. Esses “patroci-
nadores’’ oferecem a seus empregados ou servidores um
plano de benefícios da Previdência Social e fazem contri-
buições em nome desses empregados.
Essas contribuições costumam ser proporcionais, ou seja,
para cada R$ 1,00 que um trabalhador coloca no plano, a
empresa também desembolsa R$ 1,00. As empresas po-
dem acabar com esse recurso. Por exemplo, a empresa
contribuirá com o mesmo valor que o empregado contri-
bui até 5% do salário, ou seja, se o empregado contribuir
com mais de 5%, a empresa não contribuirá mais do que
esses outros 5%.

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Multipatrocinada

Como vimos nas patrocinadas, as companhias podem


criar seus próprios fundos de pensão. No entanto, só tende
a ser vantajoso para empreendimentos de grande portem
por conta do custo elevado de se manter esta estrutura
(além da necessidade de seguir corretamente a legisla-
ção, cumprimento minuciosamente as regras da Previc).
Desta forma, muitas empresas optam por planos fecha-
dos já existentes e consolidados no mercado, que são co-
nhecidos como fundos multipatrocinados. Nestes planos,
empresas de diversos ramos participam conjuntamente,
diluindo os custos entre si.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

• Permite a participação de empresas distintas, mantendo


as características próprias de cada plano de benefícios,
de forma que se mantenha adequado à cada empresa;
• Cada empresa tem seu próprio estudo atuarial (perfil do
grupo demográfico).
• Embora haja uma administração centralizada dos re-
cursos (reservas), NÃO existe, entre as empresas patro-
cinadoras do fundo, qualquer co-responsabilidade fi-
nanceira. Assim, em caso de déficit técnico atuarial na
fase de pagamento dos benefícios, somente a empresa
patrocinadora (e seus empregados) é responsável dire-
tamente pelo déficit e será obrigada a cobrir a diferença.

Entidades Abertas (EAPC)

Diferentemente das EFPCs, que não possuem fins lucrati-

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vos, as EAPCs são sociedades anônimas com Fins Lucrati-


vos acessíveis a quaisquer pessoas físicas e têm por obje-
tivo instituir e operar planos de previdência com benefícios
concedidos em forma de renda continuada ou pagamen-
to único. A SUSEP define as EAPC como Entidade Abertas de
Previdência Complementar ou Sociedades Seguradoras
autorizada a instituir planos de Previdência Complemen-
tar Aberta (SUSEP,Glossário).

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

• Normatização cabe ao CNSP (Conselho Nacional de Se-


guros Privados);
• São sociedades anônimas autorizadas e fiscalizadas
pela SUSEP;
• Possui fins lucrativos;
• Acessível a qualquer pessoa física;
• Os planos podem ser individuais ou coletivos;
• Natureza contratual.

Previdência Complementar

Instituído e Averbado

Existem duas formas de as empresas participarem do pla-


no de aposentadoria de seus funcionários. A primeira é por
meio do Instituto, no qual participa do custeio do plano de
previdência. O segundo é denominado Averbado, no qual
não fornece recursos econômicos, tendo apenas o poder
de representar seus trabalhadores perante seguradoras
ou entidades abertas.

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• Em relação ao plano coletivo instituído, suas principais


características são: O fundador é a pessoa jurídica que
propõe a contratação de um plano coletivo, estando in-
vestido de poderes de representação exclusivamente
para contratá-lo com a seguradora ou a Entidade Aber-
ta (EAPC);
• Participa no custo do plano (totalmente ou parcialmen-
te);
• As contribuições feitas pela empresa fundadora na for-
ma de PGBL podem ser utilizadas como despesas ope-
racionais (até o limite de 20% da folha de pagamento
total dos participantes do plano) para a dedução da
base de cálculo do IRPJ e da CSLL;
• Não há encargos trabalhistas sobre essas contribuições.

Eventos Geradores de Benefícios

Existem três tipos de eventos que podem gerar benefícios


aos beneficiários de planos de previdência aberta (desde
que o benefício esteja incluído no plano. São eles:

• Sobrevivência: permite que o participante que sobreviva


ao período de acumulação contratado, optar por rece-
ber benefício previdenciário (vitalício ou temporário);
• Morte: garante o pagamento ao(s) beneficiário(s) indi-
cado(s) na proposta, de benefício decorrente de faleci-
mento do participante durante o período de cobertura,
desde que respeitado o período de carência, se houver;
• Invalidez: concede benefício ao participante, em razão
de sua invalidez total e permanente durante o período
de cobertura, desde que respeitado o período de carên-
cia, se houver.

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Glossário de previdência complementar

Antes de avançarmos, vamos listar os significados de ter-


mos importantes dentro do Plano de Previdência Comple-
mentar:

• Plano: Conjunto de regras estabelecidas por regulamen-


to e Nota Técnica Atuarial, com o objetivo de atender,
em geral ou em particular, às necessidades sociais dos
segurança dos participantes. Juntamente com o plano
aderente, o participante pode contratar espontanea-
mente seguro de vida, doença grave, seguro invalidez
se a opção estiver disponível no plano;
• Benefício: pagamento em dinheiro feito pela instituição
ao participante ou beneficiário em troca das contribui-
ções pago para financiar o plano;
• Participante: Pessoa que contrata um Plano de Previ-
dência;
• Ativo: Participante que não se encontra no período de
gozo do benefício.
• Assistido: Participante, ou seus beneficiários que se en-
contram em gozo de benefício de aposentadoria ou
pensão previsto no plano.
• Período de diferimento: Período em que as contribuições
de fato acontecem.
• Período de Benefício: período em que o Beneficiário re-
ceberá a renda contratada pelo plano;
• Período de Cobertura: período que compreende o Perío-
do de Diferimento, acrescido do Período de Benefício, ou
seja, do início ao fim do plano.

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Tipos de Planos

Os planos de previdência complementar, tanto abertos


quanto fechados, podem ser compostos por até três tipos
de planos, que são:

• Benefício Definido (BD)


• Contribuição Definida (CD)
• Contribuição Variável (CV)

Comercialmente, o que acontece hoje é que os planos de


Benefício Definido (BD) e Contribuição Definida (CD) são
utilizados em planos de Previdência Complementar de En-
tidade Fechada, fundos de pensão. A Contribuição Vari-
ável (CV) é muito utilizada dentro das Entidades Abertas
(EAPC), pois é uma mistura de BD e DC, como veremos a
seguir.

Benefício Definido (BD)

Modalidade de plano, no qual o valor da contribuição e


do benefício é definido na contratação do plano, cuja fór-
mula de cálculo é estabelecida em regulamento, sendo o
custeio determinado atuarialmente, de forma a assegurar
sua concessão e manutenção, ou melhor, no momento da
contratação do plano se sabe o quanto você irá receber
ao se aposentar e o valor da contribuição, ou seja, o quan-
to você irá contribuir ao longo do tempo é que varia, para
que o valor pré-determinado possa ser atingido. Essa mo-
dalidade de plano tem natureza mutualista, isto é, de ca-
ráter solidário entre os participantes, sendo determinante

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o seu equilíbrio atuarial.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

Sua tributação SEMPRE será TABELA PROGRESSIVA (com-


pensável), ou seja, não é possível escolher a tabela regres-
siva neste tipo de plano;
• Contribuição é calculada em função do benefício;
• Valor do Benefício Definido no início do plano;
• Taxa de Carregamento de Máximo de 30%;
• Risco de Mutualismo (todos arcam com o déficit atua-
rial);
• Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entida-
des Fechadas);
• Neste plano, o participante poderá resgatar os seus re-
cursos ou converter em qualquer tipo de renda;

Contribuição Definida (CD)

Modalidade de plano, cujos valores dos benefícios progra-


mados será com base no saldo de conta acumulado do
participante, sendo as contribuições definidas pelo parti-
cipante e pelo patrocinador de acordo com o regulamen-
to do plano, ou melhor, o valor da contribuição é acertado
no ato da contratação do plano e o montante que será re-
cebido varia em função desta quantia, do tempo de con-
tribuição e da rentabilidade.

Principais CARACTERÍSTICAS:

• Sua tributação pode mudar de Progressiva para Regres-


sivo;

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• Valor de Contribuição Definido;


• Taxa Máxima de Carry de 10%;
• SEM risco de déficit atuarial;
• Sua utilização é principalmente em EFPCs (Entidades Fe-
chadas).

Neste plano, o O participante SÓ PODE RESGATAR seus re-


cursos ou convertê-los em RENDA NO PRAZO CORRETO;
NÃO é possível convertê-los em renda vitalícia.

Contribuição Variável (CV)

Modalidade plano, cujos benefícios programados apre-


sentem a conjugação das características das modalida-
des de contribuição definida e benefício definido, ou seja,
é aquele em que os benefícios programados, na fase de
acumulação ou na fase da atividade, tenham caracterís-
ticas de CD (contas individuais) e na fase de inatividade
tenham características de BD (rendas vitalícias). Podem
também oferecer para os casos de benefícios de riscos
(aqueles não previsíveis como morte, invalidez, doença ou
reclusão) um benefício definido.

Principais Características:

• Os impostos podem ser alterados de ascendente para


descendente;
• Taxa de envio máxima de 10%;
• Seu uso ocorre em EAPCs (os planos do tipo VGBL e PGBL
somente podem ser constituídos sob a forma de Contri-
buição Variável)

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• Neste plano, o participante pode transferir para qual-


quer tipo de renda;

Características técnicas dos planos

Tipos

Fase de pagamento Fase de pagamento


das contribuições dos benefícios

FIE: Fundos de investimentos Benefícios


Contribuições
Carregamento Parâmetros técnicos:
Taxa de Adm. Financeira Tábua biométrica;

Taxa performance Taxa de juros;


Resgates Excedente financeiro.
Portabilidade
Carências
Risco do produto
Incentivo Fiscal
Tributação

FIE: Fundos de Investimento

Os planos de previdência investem por meio do FIE, o fun-


do de investimento especialmente constituído ou o fun-
do de investimento em quotas de fundos de investimento
especialmente constituídos, cujos únicos quotistas sejam,
direta ou indiretamente, sociedades seguradoras e enti-
dades abertas de previdência complementar ou, no caso
de fundo com patrimônio segregado, segurados e partici-
pantes de planos VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre ou

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PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre


Assim, o patrimônio do fundo de pensão pertence à se-
guradora, sendo assim, o cotista, além do risco dos ativos
que compõem a carteira de investimentos do FIE, possui o
risco da seguradora. Essa é a grande diferença entre um
FIE (Fundos de Investimento em previdência) e os FI (Fun-
dos de Investimento listados no mercado), pois, nos de-
mais, possuem semelhanças: não garantem rentabilida-
de; transferir 100% da restituição ao segurado, deduzidas
as despesas; ter políticas de investimento; regras para
composição da carteira; etc.
Dois pontos merecem destaque: (1) os recursos dos par-
ticipantes do FIE, em caso de sucessão, não entrarão em
inventário; e (2) o administrador do FIE deve ser registrado
na CVM e cumprir as mesmas obrigações.

Cada Entidade de Previdência pode definir qual o valor a


ser cobrado de taxa de administração e de carregamento
dos seus fundos de previdência no seu período de diferi-
mento (período de acumulação), além dos benefícios que
o plano ter quando houver conversão de renda (taxa de
juros e excedente financeiro). Desta forma, o investidor de
deve escolher o plano que possui:

• Menor de taxa de administração (CUSTO);


• Menor taxa de carregamento (CUSTO);
• Maior taxa de Juros (BENEFÍCIO);
• Maior Excedente Financeiro (BENEFÍCIO);
• Tábuas Atuarias mais Antigas (BENEFÍCIO).

O investidor também deve se importar com o tipo de ris-


co que ele deseja assumir, essa escolha acontece através
da composição da carteira de investimentos do FIE. Esta

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adequação deverá ser adequada ao seu perfil de risco do


investidor. Importante ressaltar que, na fase de diferimen-
to dos Plano PGBL ou VGBL (antes de converter em renda),
não há garantia de rentabilidade, podendo até mesmo ser
negativa. Dentro das classificações dos FIE, podemos ter a
classificação pelo CMN, pela SUSEP e pela ANBIMA.

Contribuição

A contribuição nada mais é que o valor que o cliente está


aportando no plano de previdência. A contribuição pode
ser em:

• aportes únicos (esporádicos); ou


• com periodicidade previamente estabelecidos.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

• Para contribuições com periodicidade (por exemplo,


aportes mensais), a seguradora deverá atualizar o va-
lor da contribuição anualmente pela variação de índice
pactuado no contrato (IGP-M ou IPCA). Caso não seja
definido no plano, a atualização será pelo IPCA;
• A Entidade de Previdência poderá estabelecer um valor
mínimo de contribuição;
• Normalmente são permitidos aportes extraordinários.
• Planos Individuais: As contribuições efetuadas pelo par-
ticipante poderão ser débito bancário, boleto ou cartão
de crédito, conforme pactuado no contrato.
• Planos Coletivos: Para a contribuição do empregado, a
Entidade poderá recolher diretamente dos participantes

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ou delegar à empresa (instituidora ou averbadora) o re-


colhimento via folha de pagamento e posterior repasse
à EAPC.

Taxa de Administração (TAF)

A taxa de administração da previdência funciona como


uma compensação à instituição financeira pelo serviço
de gerir o fundo onde o dinheiro do investidor foi aplicado.
Apesar do desconto ser diluído e realizado mensalmente,
o cálculo da cobrança é feito sobre uma taxa percentual
anual – 1% ao ano, 3% ano, 6% ao ano. Todos os planos de
previdência privada cobram a taxa de administração, que
incide sobre todo o montante que foi aplicado. É funda-
mental, portanto, comparar os valores exigidos por cada
plano no momento de escolher o seu. Esse percentual in-
cide sobre o patrimônio líquido do Fundo, de acordo com
os saldos médios diários.
Conforme dito, a taxa de administração financeira (TAF) é
provisionada diariamente. Assim sendo, para calcularmos
a rentabilidade do fundo descontada da TAF, devemos di-
vidir a rentabilidade pela TAF e não somente fazer a sub-
tração (vide que é juros compostos).

Taxa de Carregamento

A taxa de carregamento é uma porcentagem cobrada so-


bre o valor da contribuição e nunca sobre a rentabilidade.
Essa taxa serve para cobrir despesas administrativas, de
corretagem ou de colocação do plano, podendo ser co-
brado na entrada (antecipada) ou na saída (postecipa-
da). O custo máximo permitido é de:
• 10% para Planos de Contribuição Variável (CV), mas ape-

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nas de 5% quando se tratar de Carregamento Antecipa-


do;
• 30% para Planos de Benefício Definido (BD)

Importante ressaltar que, mesmo que a taxa de carrega-


mento seja do tipo postecipada, ou seja, cobrada no mo-
mento do resgate ou na portabilidade, o valor financeiro
cobrado será sobre o valor da contribuição e não sobre
o valor resgatado. É como se fosse uma dívida adquirida
do participante do plano com a seguradora no momento
que ele fez a contribuição, e como tal, poderá ser isentada
quando ocorrer a saída.
Vale ressaltar também que os planos PGBL e VGBL são es-
truturados na modalidade de Planos de Contribuição Vari-
ável, e comotal, o carregamento máximo será de 10%.

Taxa Performance

A taxa performance é cobrada sobre uma parcela da ren-


tabilidade do fundo de previdência na qual supere a va-
riação de um índice de desempenho previamente deter-
minado.
Da mesma forma que os fundos de investimentos, os pla-
nos de previdência privada classificados com VGBL ou
PGBL, por terem seus investimentos através de FIE (Fundos
de Investimentos Especialmente constituído) também po-
dem ter taxa performance.
Esse índice de desempenho é conhecido no mercado fi-
nanceiro como benchmark. Ressaltamos que as regras
para o gestor do FIE poder cobrar a taxa performance, se-
guem as mesmas regras definidas pela CVM, que são:

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• Conceito Linha d’Água: a cobrança não é permitida caso


o valor da cota do fundo seja inferior ao valor da cota da
última cobrança.
• Cobrada no mínimo semestralmente e provisionada
diariamente.
• Realizada após a dedução de todas as despesas (inclu-
sive taxa de administração).
• Somente pode ser cobrada em caso de retorno positi-
vo.

Resgate

Resgate é a possibilidade concedida aos participantes do


plano de previdência, durante o período de acumulação e
de acordo com a regulamentação, de sacar recursos da
provisão matemática dos benefícios a serem concedidos,
ou seja, do valor acumulado no fundo de investimento.

Planos Individuais Planos Coletivos

Resgate livre. Planos averbados: mesmas regras dos planos


Carência inicial para resgates parciais ou totais, individuais.
entre 60 dias e 60 meses. Já os planos destina- Contribuições dos participantes em planos
dos exclusivamente a investidores qualificados, instituídos: mesmas regras dos planos individu-
o prazo mínimo será estendido para 180 dias. ais, podendo ocorrer punição com a perda das
Intervalo mínimo entre resgates será entre 60 contribuições efetuadas pela instituidora;
dias e 6 meses (24 meses quando for planos Contribuições das empresas estão sujeitas às
para exclusivamente para Investidores regras de “vesting” criadas pela instituidora.
Qualificados).

Portabilidade

É a possibilidade dada aos participantes de planos de pre-


vidência, durante o período de ACUMULAÇÃO e na forma
regulamentada, de transferir os recursos da provisão ma-

286
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temática de benefícios a conceder para outros planos, ou


seja, do valor acumulado no fundo de investimento SEM
COBRANÇA de imposto de renda.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
• Não é possível a portabilidade entre planos distintos
(PGBL e VGBL). VGBL faz portabilidade com VGBL e PGBL
com PGBL;
• Não é possível a portabilidade entre pessoas;
• O período de carência deverá ser de 60 dias, a contar da
data de protocolo da proposta de contratação, podendo
ser inferior caso seja na mesma seguradora. O prazo de
60 dias, será estendido para 180 dias para planos des-
tinados exclusivamente para investidores qualificados.

MUDANÇA DE REGIME TRIBUTÁRIO

Existe apenas uma alternativa para mudança de regime


tributário, quando o plano estiver no Regime Progressivo,
alterando para o Regressivo (do regressivo para o progres-
sivo é proibido). Desta forma, iniciará uma nova contagem
do tempo a partir do momento da transferência.
Não há incidência de IR na portabilidade (portabilidade
não é resgate).

Tributação

No universo dos investimentos, a previdência complemen-


tar é a única alternativa que permite escolher mais de um
tipo de tributação.Na previdência complementar, o parti-
cipante terá que optar entre:
• Regime progressivo, também conhecido como com-

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pensável, pois varia de 0 a 27,5%. Na prática, os valores


recebidos nessa modalidade irão compor o rendimento
tributável do contribuinte na declaração anual. equali-
zação do imposto de renda. Lembrando que, caso acon-
teça resgate no período de diferimento, a tributação na
fonte será através de uma alíquota de 15%; ou
• Regime regressivo, conhecido como Definitiva ou Exclu-
siva, a alíquota varia de 35% a 10%, e esta não comporá
o lucro tributável do contribuinte na declaração anual
de ajuste do imposto de renda, ou seja, a tributação na
fonte é definitiva.

A base de cálculo da tributação dependerá de alguns fa-


tores, dentre eles:

• Se o plano for PGBL (sobre o valor total) ou VGBL (sobre


o lucro);
• Se for resgate ou conversão em benefício.

Nos aprofundaremos mais nesses tópicos de tributação


um pouco mais para frente.

Excedente Financeiro

Nós dissemos que o excedente financeiro é a remunera-


ção obtida pelo gestor de um fundo de investimentos em
previdência privada, certo? Vamos exemplificar algumas
porcentagens de lucros para que você compreenda.
Imagine que o gestor utilizou o patrimônio líquido do fun-
do para comprar títulos do governo federal, aos quais ga-
rantiriam no mínimo 6% de rentabilidade para cada cotis-

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ta participante. Porém, a rentabilidade foi muito maior do


que o esperado; acabou se excedendo em 20%.
Como o gestor está à frente do fundo, é ele quem faz toda
intermediação e repasse financeiro. Portanto, ele é o pri-
meiro a ter ciência sobre esse excedente financeiro, mas
isso não o isenta da responsabilidade em dividir a infor-
mação com os cotistas.
Além de dividir a informação, a rentabilidade de 20% a
mais do que o esperado deve ser repartida entre todos os
participantes do fundo. Então, um título que renderia 6% a
cada cotista, poderá representar ganhos de 10% a 12%, por
exemplo.
Claro que todas essas porcentagens são hipotéticas, colo-
cada apenas para sua compreensão. Os verdadeiros va-
lores vão depender muito do patrimônio líquido do fundo,
dos tipos de investimentos feitos pelo gestor e suas res-
pectivas rentabilidades. Cada caso é um caso.
No caso dos planos tradicionais, a maioria dos planos de
previdência repassa aos seus participantes uma parte
deste excedente financeiro (de 50 a 80%). Os percentuais
de excedentes financeiros dependem do tempo de per-
manência do participante no plano. No caso de resgates
ou cancelamento do plano, poderão ser aplicados reduto-
res sobre a reserva de excedente financeiro disponível.
Exemplo 1: quando há a conversão dos recursos do FIE por
renda, o dinheiro do participante continuará aplicado, ren-
dendo frutos. Este fruto é o excedente financeiro, o qual a
instituição poderá passar parte dele ao participante.
Exemplo 2: Alguns Planos de Previdência possuem garan-
tia de rentabilidade. No entanto, em muitos casos o rendi-
mento do FIE é superior ao retorno garantido. Com isso, a
instituição poderá passar parte aos participantes.

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Tipos de Renda

Os planos de previdência possuem o benefício de conver-


são do saldo acumulado em renda. Estas rendas podem
ser de diversos tipos, sendo ela escolhida participante,
sendo verificado, quais delas a seguradora oferece. Os ti-
pos de renda podem ser de 6 tipos, sendo elas:
Renda Mensal Vitalícia: Pagamento de uma renda mensal
por toda a vida ao participante. O benefício cessa com o
falecimento do participante.
Renda Mensal Temporária: Pagamento de uma renda
mensal ao participante, durante o prazo definido. O bene-
fício cessa com o falecimento do participante ou o fim da
temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro.
Renda Mensal por Prazo Certo: Renda paga por um prazo
pré-estabelecido ao participante. Em caso de falecimento
do participante antes do término do prazo contratado, os
beneficiários darão continuidade ao recebimento da ren-
da até se completar o prazo. A renda prazo certo não leva
em consideração a expectativa de vida do participante,
portanto, a tábua atuarial é INDIFERENTE em sua análise.
Tipos de Renda Contínua:
Renda Mensal Vitalícia com Duração Mínima Garantida:
Renda vitalícia paga ao participante a partir da data de
concessão do benefício. Em caso de falecimento do par-
ticipante antes do término do período do contrato, os be-
neficiários continuarão a receber renda até o término do
período.
Renda mensal reversível ao beneficiário designado: Paga-
mento de uma renda mensal por toda a vida ao partici-
pante. Após o seu falecimento, um percentual da renda,
será revertida ao beneficiário indicado
Renda mensal reversível ao cônjuge com continuidade

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aos menores: renda paga vitalícia ao participante a partir


da data da concessão. Em caso de falecimento do par-
ticipante, uma porcentagem dessa renda será devolvida
vitalícia ao cônjuge e, na sua falta, temporariamente re-
versível ao(s) menor(es) até atingir a maioridade (18, 21 ou
24 anos) estabelecida no art. regulamentos e de acordo
com o percentual de cancelamento estabelecido.

Falecimento do Participante

Nas coberturas por morte ou invalidez, as empresas de


previdência privada podem negar o pagamento do bene-
fício por doença pré-existente se o participante omitir essa
informação na contratação do plano (como nos contratos
de seguro). Não implica o pagamento do saldo acumula-
do no fundo de pensão, apenas no seguro contratado.

OBSERVAÇÕES RELEVANTES:

Com o falecimento do participante, os beneficiários ou


herdeiros legais recebem o saldo sem a necessidade de
inventário ;
Quando os beneficiários do plano de previdência não fo-
rem Herdeiros Necessários, cuidar para que não ultrapas-
sem 50% do patrimônio do acionista (parte da Legítima, no
qual podem alocar quem quiserem);
Os valores recebidos pelos Beneficiários são tributados de
acordo com o Regime Tributário escolhido pelo participan-
te, respeitando uma determinada base de cálculo (PGBL
ou VGBL). Se o plano do titular estiver no Regime Tributário
Regressivo e houver recursos com prazo inferior a 6 anos,
no pagamento do saldo dos beneficiários, a alíquota a ser

291
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aplicada será de 25% sobre esta parcela do recurso.

Riscos do Produto

Como qualquer outro investimento financeiro, a previdên-


cia privada atual tem seus riscos, que no entanto serão di-
vididos entre a FASE DE DIFERIMENTO e a FASE DE BENEFÍCIO!
Na FASE DE DIFERIMENTO (contribuição), o risco da previ-
dência privada é o risco do fundo em que está investida.
Portanto, os principais riscos possíveis são os riscos de
mercado, crédito e liquidez. Nessa fase, o risco da institui-
ção financeira é praticamente nulo, pois a Lei 11.196/05, art.
78, diz que os ativos investidos são segregados, ou seja, o
dinheiro do cliente não faz parte do patrimônio da segura-
dora em caso de falência. Nesse caso, a SUSEP pode trans-
ferir esses ativos para outra seguradora.
Na FASE DE BENEFÍCIO, o risco passa a ser uma instituição
financeira (no caso a seguradora), pois o participante en-
trega todos os seus ativos em troca de renda , não mais
resultado de aplicações financeiras.
Em resumo, podemos dizer que a previdência privada
apresenta risco de mercado, risco de crédito, risco de li-
quidez e risco de entidade previdenciária!

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Resumo Aberta Fechada


Empresas ou Pessoas físicas Empresas, Sindicatos ou Entidades de Classe

Complemento à Previdência Social Complemento à Previdência Social


Alternativa de investimento Alternativa de investimento
Benefícios fiscais Benefícios fiscais
Variadas modalidades de planos Uma modalidade de plano
Planos destinados às pessoas vinculadas Planos destinados SOMENTE às pessoas
a empresas e indivíduos sem vínculo vinculadas aos patrocinadores
Risco Entidade de Previdência Risco patrocinadora/grupo de participantes

Individuais Coletivos

Averbados Instituídos
Acessíveis a qualquer
Pessoa física Empresa propõe a contratação, Empresa propõe a contratação,
ficando investida de poderes de ficando investida de poderes de
representação, SEM participar representação, participando total
do custeio do plano. ou parcialmente do custeio.

Produtos de previdência

Definição

Os dois principais produtos de previdência complementar


aberta são o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e o
PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e a única diferença
entre eles se dá em função do benefício fiscal (veremos a
seguir).

• No restante, as principais características são:


• Não possuem garantia de rentabilidade;
• O participante terá a sua rentabilidade baseada no re-
torno da composição da carteira de investimentos do
FIE escolhido (Fundo de Investimentos Especialmente

293
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constituídos);
• No final do período de diferimento (acumulação), o in-
vestidor terá como opção um pagamento único (res-
gate) ou na transformação de uma renda mensal (essa
renda poderá ser vitalícia, temporária, por prazo certo
...);
• Não possuem antecipação do imposto de renda (co-
me-cotas);
• Produtos com característica de longo prazo;
• Tributação escolhida pelo segurado através da tabela
progressiva ou regressiva;
• Produtos para planejamento sucessório: Não entram
em inventário e em alguns Estados, estão isentos da co-
brança do imposto ITCMD.

PGBL x VGBL

A diferença entre os planos PGBL e VGBL são:


O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é mais vantajoso
para aqueles que fazem a declaração do imposto de ren-
da pelo formulário completo.
No PGBL, os aportes podem ser deduzidos da base de cál-
culo do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bru-
ta anual tributável, conforme a Lei 9.532/97.

• Permite que as contribuições sejam deduzidas da base


de cálculo do IR, até o limite de 12% do valor anual rendi-
mento bruto tributável;
• No momento do resgate ou recebimento dos rendimen-
tos, a tributação incidirá sobre o valor total recebido;
• É necessário ser contribuinte do RGPS ou RPPS para po-
der utilizar as contribuições anuais para deduzir os cál-
culo da base do IR;

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Sempre constituído como Contribuição Variável (CV).

O VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é aconselhável


para aqueles que não têm renda tributável, já que não é
dedutível do Imposto de Renda, ainda que seja necessário
o pagamento de IR sobre o ganho de capital.
Nesse tipo de produto, também não existe uma garantia
de rentabilidade mínima, ainda que todo o rendimento
seja repassado ao integrante.
O primeiro resgate pode ser feito em prazo que varia de
dois meses a dois anos. A partir do segundo ano, também
pode ser feita a cada dois meses. Possui taxa de carrega-
mento.
Os valores aportados anualmente não poderão ser utiliza-
dos para dedução da base de cálculo do IR;
Não No momento do resgate ou recebimento dos rendi-
mentos, a tributação incidirá sobre os rendimentos do pla-
no e não sobre o valor total;
Sempre constituída como Contribuição Variável.

Qual Plano de Aposentadoria Escolher?


Declaração Anual de Imposto de Renda

Anualmente, o contribuinte deve escolher entre ser tribu-


tado com as deduções legais da declaração completa ou
ser tributado pela forma simplificada. Veja a comparação:

Declaração completa Desconto Simplificado


Para apuração da base de cálculo do imposto de renda
é permitido deduzir da Renda Bruta Tributável os
seguintes valores:
Corresponde a 20% do valor da Renda
Dependentes (R$2.275,08); Bruta Tributável limitado à R$16.754,34
Despesas com instrução (R$3.561,50);
Despesas médicas (sem limite);
Previdência Pública (RGPS ou RPPS);
Previdência Privada (PGBL) até 12% da renda bruta
(*) Valores de 2019

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Exemplo de Declaração de IR Anual

Anual Sem PGBL Com PGBL


(+) Renda Bruta Anual R$ 100.000,00 R$ 100.000,00

Deduções Permitidas Deduções Permitidas Deduções Permitidas


(-) INSS (5.795,12) (5.795,12)
(-) Dependentes (1) (2.275,08) (2.275,08)
(-) Despesas com educação (3.561,50) (3.561,50)
(-) Despesas médicas (6.000,00) (6.000,00)
(-) Previdência PGBL - (12.000,00)

Total das deduções (17.631,19) (29.631,19)

(=) Base de Cálculo para IR R$ 82.368,30 R$ 70.368,30

Alíquota IR (27,5%) R$ 22.651,28 R$ 19.351,28


(-) Parcela a Deduzir (TABELA) - R$ 10.432,32 - R$ 10.432,32

(-) IR Anual Devido R$ 12.218,96 R$ 8.918,96

Postergação do Imposto: R$ 3.300,00

Conclusão
Desta forma, devemos escolher o PGBL e/ou o VGBL nos
seguintes casos:

Quando escolher o PGBL Desconto Simplificado


Contribuintes pelo MODELO COMPLETO do IR (o aporte no Contribuintes pelo MODELO SIMPLIFICADO do IR (Desconto
PGBL deve ser no máximo de 12% de renda bruta). Isto por fixo de 20% da renda bruta, limitado a R$ 16.754,34); ou
que as Despesas dedutíveis são:
Contribuintes pelo MODELO COMPLETO do IR, mas que
Dependentes Médicas; desejam fazer aportes SUPERIORES a 12% da renda bruta
Despesas com educação; em previdência (contribuição será o excedente).
Despesas com dependentes;
Previdência Pública; Contrubuinte isentos ou não declarante.
PGBL (até 12% da renda bruta)

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Tributação dos planos de previdência PGBL e VGBL

Como a pensão tem características fiscais próprias, o se-


gurado pode escolher sua alíquota entre a tabela progres-
siva (de 0 a 27,5%) e a tabela regressiva (de 35% a 10%). A
base de cálculo previdenciária é composta pelos Planos
PGBL (a tributação incidirá sobre o valor total recebido) e
VGBL (a tributação incidirá sobre a renda do plano e não
sobre o valor total), reforçando que a tributação de qual-
quer produto financeiro é com base no seguinte princípio:
Lembre-se que o conceito de base tributável diz respeito
ao valor do imposto que será tributado e o de Taxa é o per-
centual que será cobrado sobre a base tributável.

Base Tributária

Por exemplo, Antonio aplicou R$20.000,00 em dois planos


de previdência: um PGBL e outro VGBL. Após certo perío-
do, ele possui R$22.000,00 em cada plano de previdência
e deseja saber como funcionará a base tributária se ele
resgatar seus recursos. Com sua ajuda, você poderá de-
monstrar que sobre o PGBL será sobre o Saldo Total e no
VGBL sobre o Rendimento!

No PGBL ele teria IR sobre o saldo total resgatado ou renda


Exemplo:
Depósito: 20.000,00 +
Rendimento R$ 2.000,00
Base de cálculo: R$ 22.000,00

No VGBL ele teria IR sobre a parte proporcional ao rendi-


mento no resgate ou renda
Exemplo:
Depósito: 20.000,00 +

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Rendimento R$ 2.000,00
Base de cálculo: R$ 2.000,00

Alíquota

A alíquota dependerá do regime tributário escolhido pelo


participante, podendo optar entre o regime progressivo e
o regressivo. No entanto, a forma de cobrança do imposto
dependerá de haver restituição ou recebimento do bene-
fício de renda, conforme tabela abaixo.

Tabela Progressiva Tabela Regressiva

Ideal para aplicações de


Perfil Ideal para quem possui objetivos de
curto e médio prazo longo prazo

Prazo de
Alíquota de IR
permanência de
na fonte
cada contribuição
Alíquito única de 15% a título de
No momento antecipação com ajuste a maior ou Até 2 anos 35%

do resgate a menor na Declaração do IR, pela De 2 a 4 anos 30%


Tabela Progressiva De 4 a 6 anos 25%
De 6 a 8 anos 20%
Tributação De 8 a 10 anos 15%
Acima de 10 anos 10%

No momento Conforme Tabela Progressiva Conforme tabela


do recebimento vigente do Imposto de Renda demonstrada acima
da renda

Tabela Progressiva

A tabela progressiva assume que quanto mais você ga-


nha, mais você paga. É recomendado para segurados que
terão um valor baixo para resgatar ou converter em renda.
Também é chamado de indenizável, pois os rendimentos
assim obtidos devem ser somados aos demais rendimen-
tos anuais indenizáveis ​​(salário, aluguéis, ...) para a Decla-
ração de Regularização do IR. Portanto, IR pago na fonte
não é definitivo!

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Base de cálculo Base de cálculo Base de cálculo


Até R$1.903,98 Isento Isento

De R$1.903,99 até R$2.826,65 7,5% R$142,80

De R$2.826,65 até R$3.751,65 15% R$354,80

De R$3.751,65 até R$4.664,68 22,5% R$636,13

Acima de R$4.664,68 27,5% R$869,36

Tabela Regressiva

A tabela regressiva é baseada no tempo em que os re-


cursos estão aplicados no FIE, partindo do princípio que
quanto mais tempo ficar aplicado, menos se paga. Ela é
aconselhada para segurados que terão uma renda alta e
que manterão por um longo período. Diferentemente da
Tabela Progressiva, esta tabela é definitiva e exclusiva na
fonte, ou seja, possui o mesmo princípio do recolhimento
dos fundos de investimentos e das rendas fixas (pagasse
no ato do recolhimento e nada mais).

Declaração no IR Anual

Quando o contribuinte for realizar a sua Declaração de Im-


posto de Renda Anual, as CONTRIBUIÇÕES REALIZADAS nos
planos de previdência PGBL e VGBL, devem seguir as se-
guintes regras:

PGBL VGBL
Contribuição: Contribuição:
As contribuições efetuadas no ano, devem ser declaradas NÃO pode ser declarado como pagamento e doações
no campo (36) Contribuição a Entidades de Previdência efetuados, desta forma, não configura despesa dedutível
Privada na ficha “PAGAMENTOS EFETUADOS”, a reduzindo da base de cálculo do IR.
a base tributária em até 12% da renda bruta

Saldo do Plano: Saldo do Plano:


Os valores não constituem patrimônio, mas sim, expectati- Deve ser declarado somento o principal depositado (soma
va de direito da Reserva Técnica Financeira, portanto, não das contribuições sem rendimentos) como “Bens e Direitos”
há item na declaração de IR para sua declaração. no código 97-VGBL.

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Declaração no IR Anual

Quando o contribuinte for realizar a sua Declaração de Im-


posto de Renda Anual, os VALORES RECEBIDOS dos planos
de previdência PGBL e VGBL, devem seguir as seguintes

Regime tributário Progressivo Regime tributário Regressivo

Valores recebidos a título de resgates ou renda: Valores recebidos a título de resgates ou renda:
Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ pelo Titular Rendimentos sujeitos a tributação exclusiva
(fonte pagadora é a entidade de previdência) (código 07 - Outros)

Considerar: Considerar:
PGBL: O Valor total recebido; PGBL: O Valor total recebido;
VGBL: Somente a parte que corresponde ao lucro VGBL: Somente a parte que corresponde ao lucro
(rendimento) do valor recebido. (rendimento) do valor recebido.

Escolhendo um Regime Tributário

A decisão sobre o melhor regime tributário depende de


variáveis ​​que não são fáceis de definir ou prever com pre-
cisão:

• requisitos de liquidez;
• Prazo para utilização dos recursos;
• Como os recursos são utilizados: recuperação ou recei-
ta;
• Formação com outras fontes de rendimento (tributável,
exclusivo na fonte, isento).

Mas podemos deixar como padrão a seguinte lógica:


Sistema PROGRESSIVO: Este sistema deve ser escolhido
quando a renda do segurado for baixa ou quando o res-
gate for feito em um curto período de tempo;
Sistema REGRESSIVO: Este sistema deve ser escolhido
quando a renda do segurado for alta e quando o retorno
ocorrer a longo prazo (pelo menos 4 anos).

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Tabela para Escolha do Regime

Base de Cálculo Anual (R$) e Alíquotas de IR


Regime Tributário Progressivo
x

Regime Tributário Regressivo Renda até De 22.847,77 De 33.919,81 De 45.012,61 Acima de


R$22.847,76 até 33.919,80 até 45.012,60 até 55.979,76 55.979,76

Prazo de Alíquota IR
Acumulação na fonte 0% 7,5% 15% 22,50% 27,50%

Até 2 anos
35% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo

Acima de 2 até
30% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo
4 anos

Acima de 4 até 25% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo


6 anos REGRESSIVO

Acima de 6 até 20% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO


8 anos

Acima de 8 até 15% Progressivo Progressivo Progressivo


REGRESSIVO REGRESSIVO
10 anos

Acima de 10 anos 10% Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO REGRESSIVO

Tipos de fundos de investimentos

Classificação SUSEP

A SUSEP classifica a composição dos fundos de pensão em


três tipos. São eles:
Tipo soberano (renda fixa): os fundos classificados como
soberanos devem investir apenas em títulos emitidos pelo
Tesouro Nacional e/ou BACEN e créditos securitizados pelo
Tesouro Nacional. Portanto, podemos dizer que eles inves-
tem apenas em títulos públicos, tendo apenas o risco so-
berano.
Tipo de crédito de renda fixa privada: nesta classificação,
o fundo pode investir nos mesmos ativos do plano sobera-
no, porém também pode aplicar em investimentos renda
fixa com risco de crédito privado (CDB, Bonds, ...)
Tipo composto (multimercado incluindo ações): de acor-
do com a classificação da SUSEP, este é o único tipo que
poderia investir em ações (ex. ações ou commodities),
desde que não ultrapasse 49% do capital do fundo neste
tipo de investimento.

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Resolução CMN 4.444/15


Em 2015, o CMN (Conselho Monetário Nacional), por meio
da Resolução BACEN 4.444, definiu novas regras para a
composição dos recursos das reservas técnicas dos pla-
nos de previdência complementar. Essa resolução marcou
um marco na Previdência Privada, pois autorizou e ampliou
os limites em diversas modalidades, sustentando que as
EFIs não podem ter alavancagem. Os novos limites são:

Tipo: Renda Fixa (I e II)

Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Fixa de-


vem ser respeitados os seguintes limites e bens permitidos:
(I) até 100% (cem por cento) na soma dos os seguintes
Ativos:
• Títulos da dívida pública federal interna;
• créditos securitizados pela Secretaria do Tesouro Nacio-
nal;
• Cotas de FIE, constituídos sob a forma de condomínio
aberto, cujas carteiras estejam representadas exclusi-
vamente pelos títulos da Dívida Pública Mobiliária Fede-
ral interna ou créditos securitizados pela Secretaria do
Tesouro Nacional;
• Cotas de FIE admitidas à negociação no mercado se-

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cundário por intermédio de bolsa de valores cujas car-


teiras de ativos financeiros visem refletir as variações e
rentabilidade de índice de renda fixa composto exclusi-
vamente pelos títulos da Dívida Pública Mobiliária Fede-
ral interna ou créditos securitizados pela Secretaria do
Tesouro Nacional.
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) em títulos ou ou-
tros ativos financeiros com rendimento renda fixa emitida
por sociedade anônima cuja oferta pública tenha sido re-
gistrada na Comissão de Valores Mobiliários ou que tenha
sido dispensada.

Modalidade: Renda Fixa (III)

Na aplicação de recursos na Modalidade Renda Fixa, de-


vem ser observados os seguintes limites e bens permitidos:
(III) até 50% (cinquenta por cento) na soma das seguintes
ativos:
• Obrigações ou coobrigações de instituições financeiras
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
• Cotas de fundos de investimento de capital variável, cujo
principal fator de risco seja a variação da taxa de juros
ou índice de preços nacional ou ambos, ou cotas de FIC
(Fundos de Investimento em Cotas) de fundos de inves-
timento de tais características (Fundos de Renda Fixa),
nos termos da legislação da CVM; e
• Cotas de fundos de investimento fechados negociados
em bolsa, regulamentados pela CVM, cujas carteiras são
compostas por ativos financeiros que buscam refletir as
variações e rentabilidade dos índices de renda fixa de
referência e que apresentam uma renegociação média
prazo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias (Fun-
do Indexado de Renda Fixa).

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Modalidade: Renda Fixa (IV)

Na Modalidade Renda Fixa, devem ser observados os se-


guintes limites e bens permitidos:
(IV) até 25% (vinte e cinco por cento) no soma dos seguin-
tes ativos:

• Títulos ou outros ativos financeiros de renda fixa cuja


oferta pública tenha sido registrada na CVM, ou que te-
nha sido dispensada, emitida por sociedade de propó-
sito específico (SPE), constituída sob a forma de socie-
dade anônima;
• Certificados de crédito emitidos por sociedades securi-
tizadoras, de acordo com a legislação da CVM;
• Obrigações admitidas à negociação no Brasil de orga-
nizações financeiras internacionais de que o Estado bra-
sileiro seja membro;
• Cotas de classe superior de fundos de investimento em
direitos creditórios fundos (FIDC) e cotas FIC de fundos
de investimento em direitos creditórios (FICFIDC); e
• Títulos de renda fixa não relacionados neste artigo, des-
de que tenham cobertura integral de seguro de crédito,
observadas as normas específicas do CNSP (Conselho
Nacional de Seguros Privados) e da SUSEP.

Modalidade: Renda Variável (I)

Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável,


devem ser observados os seguintes limites e ativos admi-
tidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes

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ativos:
• Ações de emissão de companhias abertas, correspon-
dentes bônus de subscrição, recibos de subscrição e cer-
tificados de depósito, admitidas à negociação em seg-
mento especial, instituído por bolsa de valores no Brasil,
que assegurem, por meio de vínculo contratual entre a
bolsa e o emissor, práticas diferenciadas de governança
corporativa, que contemplem, pelo menos, a obrigato-
riedade de no mínimo 25% de ações permanentemente
em circulação (free float) e previsão expressa no esta-
tuto social da companhia de que seu capital social seja
dividido exclusivamente em ações ordinárias; e
• Cotas de fundos de investimento aberto, cuja carteira
tenha como principal fator de risco a variação de pre-
ços de ações admitidas no item anterior, corresponden-
tes bônus ou recibos de subscrição e de certificados de
depósitos de tais ações, e as cotas de FIC de fundos de
investimento com tais características, conforme legisla-
ção CVM.

Tipo: Renda Variável (II)

Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável,


devem ser respeitados os seguintes limites e bens permi-
tidos:
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) da soma dos se-
guintes atividades:

• Ações de emissão de sociedades anônimas que permi-


tem a existência de ações ON e PN (com direitos adi-
cionais), correspondentes bônus de subscrição, recibos
de subscrição e certificados de depósito, admitidos à

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negociação em segmento especial, estabelecido por


uma ação cambiais no Brasil, que prevê expressa pre-
visão estatutária da companhia de que o conselho de
administração deve ser composto por, no mínimo, cinco
membros, dos quais, no mínimo, 20% devem ser indepen-
dentes com mandato unificado de até dois anos, con-
forme a critérios estabelecidos pelos valores de mala; e
• Cotas de fundos de investimento abertos, cujo principal
fator de risco é a variação dos preços das cotas admi-
tidas no item anterior, respectivos bônus ou recibos de
subscrição e certificados de depósito dessas cotas, e as
cotas de FIC de fundos de investimento com essas ca-
racterísticas, conforme regulamentação da CVM.

Modalidade: Renda Variável (III)

Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável,


devem ser observados os seguintes limites e bens permi-
tidos:
(III) até 50% (cinquenta por cento) na soma dos seguintes
patrimônio:

• Ações de emissão de sociedades anônimas cujo Con-


selho de Administração seja composto por um mínimo
de três membros (nos termos da lei), com mandato uni-
ficado de até dois anos, admitidas à negociação em de-
terminada setor, constituído a partir de bolsa de valores
no Brasil e respectivas subscrições de bônus, recibos de
subscrição e certificados de depósito;
• Cotas de fundos de investimento abertos, cujo principal
fator de risco é a variação dos preços das cotas admiti-
das no ponto anterior, recibos de bonificação ou subscri-

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ção correspondentes e certificados de depósito de tais


cotas e cotas FIC de fundos de investimento com essas
características, conforme regulamentação da CVM;
• Cotas de fundos de investimento fechados negociadas
nas bolsas de valores cujas carteiras são compostas
por ativos financeiros que buscam refletir as variações
e rentabilidade do Fundo de Índice de Renda Variável,
conforme regulamentação da CVM.

Tipo: Renda Variável (IV)

Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável,


devem ser respeitados os seguintes limites e bens permi-
tidos:
(IV) até 25% (vinte e cinco por cento) da soma dos seguin-
tes atividades:
• Ações sem percentual mínimo em circulação (free flo-
at), correspondentes bônus de subscrição, recibos de
subscrição e certificados de depósito, admitidos à ne-
gociação em bolsa de valores brasileira;
• Cotas de fundos de investimento, constituídos em con-
domínio aberto, tendo como principal fator de risco a
variação dos preços das cotas admitidas à negociação
em mercados organizados, bônus ou recibos de subs-
crição e certificados de depósito dessas cotas, e cotas
de fundos de investimento em cotas de fundos de in-
vestimento com tais características (Cotas do Fundo) ,
conforme regulamentação da CVM; e
• Títulos com participação nos lucros, conversíveis em
ações ou permutáveis ​​em ações, cuja oferta de distri-
buição tenha sido previamente registrada na CVM, ou
cujo registro tenha sido dispensado pela CVM.

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Modalidade: Imóveis

Serão admitidas aplicações de até 100% (cem por cento)


em cotas de fundos de investimento imobiliário ou cotas
de fundos de investimento em participações cujo inves-
timento seja preponderantemente realizado em ações e
debêntures conversíveis, desde que se trate de emissores
cujas atividades preponderantes sejam permitidas aos
fundos de investimento imobiliário, na forma regulamen-
tada pela Comissão de Valores Mobiliários, e em cotas FIC
de fundos de investimento com tais características

Modalidade: Variação Cambial (I)

Na aplicação dos recursos na Modalidade Investimentos


Sujeitos à Variação Cambial, devem ser observados os se-
guintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes
ativos:
• Títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal cuja remune-
ração seja associada à variação da cotação de moeda
estrangeira;
• Cotas de fundos de investimento abertos classificados
com Fundo Cambial (carteira seja composta por pelo
menos 80% de ativos relacionados à variação de preços
de moeda estrangeira ou à variação do cupom cam-
bial) ou cotas de FIC de Fundos de Investimento Cam-
bial, conforme legislação CVM;
• Cotas de fundos de investimento aberto classificado
como Fundo de Renda Fixa Dívida Externa (carteira seja
composta por pelo menos 80% de seu patrimônio líqui-
do, por títulos da dívida externa de responsabilidade da
União) ou cotas de FIC de Fundo de Renda Fixa Dívida
Externa, conforme legislação CVM;

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• Cotas de fundos de investimento aberto, das classes


Renda Fixa, Ações, Multimercado e Cambiais que inclu-
am em sua denominação o sufixo Investimento no Exte-
rior, ou cotas de FIC de fundos de investimento com tais
características, conforme legislação CVM;

Tipo: Variação da Taxa de Câmbio (I)

Na aplicação dos recursos na Modalidade Variação de In-


vestimentos Sujeitos a Permuta, devem ser respeitados os
seguintes limites e atividades permitidas:
(I) até 100% (cem por cento) ) na soma dos seguintes ati-
vos:
• Cotas de fundos de investimento fechados negociados
no Brasil, cujas carteiras são compostas por ativos fi-
nanceiros que buscam refletir a variação de índices de
referência estrangeiros de renda fixa ou variável (Índice
de Fundos de Investimento Estrangeiros), desde que são
registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
• Cotas de fundos de investimento abertos classifica-
dos como Multimercado cuja política de investimento
permite a aquisição de ativos ou derivativos com risco
cambial, ou cotas FIC de investimentos em fundos de
investimento com essas características (Fundos Multi-
mercados), conforme regulamentação da CVM;
• Certificados de Operações Estruturadas (COE) com Va-
lor Nominal Protegido que possuem ou ativos ou deriva-
tivos com risco cambial.

Modalidade: Variação Cambial (II e III)

Na aplicação de recursos na Modalidade de Investimentos

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Sujeitos à Variação Cambial, devem ser observados os se-


guintes limites e ativos permitidos:
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) sobre a soma dos
seguintes ativos:
• Certificados de Depósito de Valores Mobiliários de emis-
são de sociedade anônima de capital aberto ou similar
sediada no exterior - BDR Nível I Não Patrocinado, nego-
ciados em bolsa de valores no Brasil; e
• Cotas de fundos de investimento de capital variável que
tenham em seu nome a denominação Acciones - BDR
Nível I, conforme legislação da CVM.
• (III) até 50% (cinquenta por cento) em a soma dos se-
guintes ativos:
• Títulos de dívida corporativa de empresas brasileiras lis-
tadas em bolsa de valores, emitidos e negociáveis ​​no
exterior; e
• Cotas de fundos de investimento de capital variável, que
tenham pelo menos 80% de seu patrimônio representa-
do pelos valores mobiliários referidos no parágrafo an-
terior ou cotas de investimento FIC com tais caracterís-
ticas, nos termos da legislação da CVM.

Metodologia: Variação Cambial (IV)

Na aplicação de recursos em investimentos sujeitos à va-


riação cambial, devem ser considerados os seguintes li-
mites e ativos admissíveis:
(IV) até 25% (vinte e cinco por cento) no total dos seguin-
tes títulos emitidos
ou garantidos incondicionalmente por instituições finan-
ceiras no exterior em moeda estrangeira:
• depósitos a prazo fixo de até seis meses renováveis; e
• certificados de depósito

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Método: Outros (I e II)

Na aplicação de recursos que não se enquadrem no mé-


todo anterior, devem ser considerados os seguintes limites
e ativos aceitáveis:
(I) até 100% (cem por cento) nos seguintes ativos totais:
• Fundo de investimento em cotas classificado como Mul-
timercado, formado na forma de condomínios abertos,
ou cotas de fundos mútuos em cotas de fundos mútu-
os com tais características (Fundos Multimercado), nas
formas regulamentadas pelo Comitê de Valores Móveis;
e

COE com valor nominal protegido.

(II) Até 75% (setenta e cinco por cento) em Cotas de Fun-


dos de Investimento em Participações (FIP) e Cotas FIC em
Fundos de Investimento em Características (FICFIP), con-
forme legislação da CVM.

Modalidades: Outras (III)

Na aplicação dos recursos que não se enquadrem na mo-


dalidade anterior, devem ser observados os seguintes li-
mites e bens admitidos:
(III) até 25% (vinte e cinco por cento) na soma das seguin-
tes atividades:
• COE com Valor Nominal em Risco;
• Reduções Certificadas de Emissões (CER) ou crédito de
carbono de mercado voluntário, admitidos à negocia-
ção em bolsa de valores, commodities e futuros ou mer-
cado de balcão organizado , registrados ou depositados,

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respectivamente, em entidade registradora ou central


depositária, autorizada pelo Banco Central do Brasil ou
pela Comissão de Valores Mobiliários em suas respec-
tivas áreas de competência, para exercer as atividades
acima mencionadas; e
• Cotas de Fundos Mútuos em Sociedades Emergentes
(FMIEE), constituídas na forma de condomínio fechado,
ou cotas de fundos de investimento em cotas de fundos
de investimento com essas características, nas formas
regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários

Derivativos

O papel do FIE nos mercados de derivativos:


• Deve ser realizado exclusivamente para proteção da
carteira, podendo também realizar operações de su-
marização da posição do mercado à vista;
• Não pode gerar, a qualquer tempo, , exposição superior
a uma vez o respetivo património líquido;
• Não pode gerar, a qualquer tempo e cumulativamente
com as posições detidas à vista, exposição superior a
uma vez o respetivo património líquido, para cada fator
de risco;
• Não pode efetuar transações de venda de opções cur-
tas; e
• Não pode ser realizado na modalidade sem garantia.

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