UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EM GESTÃO E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CARLOS EDUARDO CORNEJO

MARCOS VINÍCIUS NEGRÃO SILVA
RICHARD GABRIEL MARSON
WILLIAM AKIO TANAKA

RELATÓRIO: INFLUÊNCIA DOS FATORES CONTROLÁVEIS NA DUREZA DO

MATERIAL DURANTE O TRATAMENTO TÉRMICO

Relatório de MFCMQ– Métodos e

Ferramentas para Controle e
Melhoria da Qualidade, disciplina
obrigatória do curso de Engenharia
de Produção – Sorocaba da
Universidade Federal de São Carlos,
Campus Sorocaba.

SOROCABA -SP
2023
SUMÁRIO
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 SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................... 1
2. Metodologia...................................................................................... 2
3. Resultados e Discussões ............................................................... 6
3.1. Resultados iniciais ...................................................................... 6
4. Estratégias para melhoria do processo ........................................ 12
5. Considerações finais ...................................................................... 12

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 1. INTRODUÇÃO
A busca pela excelência na qualidade dos produtos e processos industriais
tem sido uma constante preocupação ao longo da história da engenharia e da
indústria. No contexto contemporâneo, a disciplina de "Métodos e Ferramentas para
Controle e Melhoria da Qualidade" tem desempenhado um papel fundamental na
capacitação de profissionais para enfrentar os desafios da otimização da qualidade e
eficiência em uma variedade de setores industriais. Dentro deste contexto, a
influência dos fatores controláveis na dureza do material durante o tratamento
térmico emerge como um ponto crítico, com implicações diretas na qualidade e
desempenho de componentes metálicos.

O estudo da influência dos fatores controláveis na dureza do material durante

o tratamento térmico é de suma importância, uma vez que a dureza do material está
intrinsecamente ligada à sua durabilidade, resistência e confiabilidade em aplicações
práticas. O controle preciso desses fatores torna-se uma tarefa desafiadora, dada a
complexidade envolvida nos processos de tratamento térmico, que incluem o
aquecimento, resfriamento e o uso de técnicas específicas para obter as
propriedades desejadas do material. Nesse contexto, avanços tecnológicos, como o
software "Ruffle", têm se destacado como ferramentas valiosas para auxiliar
engenheiros e pesquisadores na otimização do processo de tratamento térmico e,
consequentemente, na melhoria da qualidade dos produtos.

Este estudo tem como meta aprimorar o processo de tratamento térmico de

materiais, visando a redução da variabilidade na dureza e o aumento da proporção
de amostras que estejam em conformidade com as especificações estabelecidas. A
dureza, que tem um impacto direto na aplicação e desempenho dos materiais
tratados, é uma característica essencial, e qualquer desvio das especificações pode
ter consequências graves para a conformidade e a qualidade dos produtos
resultantes. Além disso, a manipulação das variáveis do tratamento térmico
desempenha um papel crucial na busca contínua por melhorias no processo,
permitindo às empresas melhorar a eficiência, reduzir custos, encurtar os tempos de
ciclo e minimizar o desperdício de material, contribuindo assim para a otimização

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das operações e o aumento da competitividade no mercado. Por último, a garantia
da consistência e repetibilidade do processo representa um dos principais benefícios
deste estudo, pois o controle preciso das variáveis do tratamento térmico assegura a
manutenção da qualidade do produto ao longo do tempo, prevenindo variações
indesejadas que possam levar a falhas ou problemas de desempenho.

2. METODOLOGIA

Para realizar esta pesquisa, adotou-se uma metodologia experimental,

utilizando um simulador acessível no Ruffle Web Demo.

A escolha das especificações a serem testadas foi realizada de maneira

randômica, por meio de um sorteio conduzido no Excel. Foram tabulados os valores
máximo e mínimo de cada elemento e denominado o número 1 ou 2 para os tipos de
fluídos e viscosidades, respectivamente.

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 Utilizando a função “=ALEATÓRIOENTRE(...)” colocando dentro dos
parênteses os números e os parâmetros de cada componente, os seguintes
resultados foram obtidos:

Há de se pontuar que a função quando aplicada, a cada ação realizada na

tabela, novos números são sorteados, por isso foi criada a linha “fixo”, para que os
valores encontrados no primeiro sorteio fossem utilizados no software Ruffle.

Seguindo a orientação do Professor Dr. Ricardo Mergulhão, com o intuito de

assegurar uma análise completa dos resultados, a realização dos testes iniciais
compreendeu a submissão de cada conjunto de especificações a um total de 20
simulações. Durante cada simulação, os valores de dureza obtidos foram
minuciosamente anotados e registrados em uma planilha do Excel para uma análise
posterior.

Após a execução dos testes iniciais, os resultados passaram por uma

avaliação para determinar a proporção de amostras que estavam em conformidade
com as especificações, permitindo a análise da aderência dos resultados aos
critérios pré-estabelecidos. Para encontrar as médias LSE e LIE (probabilidade,
desvio padrão, desconto e probabilidade) foi feito uso das funções “=MÉDIA()”,
“=DESVPAD()”, “=DISTNORM()” e “=1-DISTNORM()”.

Para obter uma compreensão mais clara do problema, optamos por criar um
gráfico da curva normal. Além disso, o gráfico de dispersão foi gerado diretamente
no programa Excel.

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 Posteriormente, todos os parâmetros foram ajustados para iniciar uma outra
bateria de testes. A tabela de parâmetros foi devidamente adaptada para refletir as
modificações realizadas em cada conjunto de testes.

Realizou-se uma análise estatística, com base na distribuição normal, para

calcular a percentagem de amostras que atendiam às especificações em todas as
séries de amostras. Esse procedimento foi fundamental na escolha da especificação
que apresentou o melhor desempenho de acordo com os critérios de qualidade.

Com base na especificação ideal, foram feitos ajustes sutis nos parâmetros a
fim de otimizar o resultado final.

É importante destacar que a metodologia apresentada neste estudo pode ser

facilmente reproduzida por outros pesquisadores, que podem acessar o simulador e
seguir o mesmo processo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. Resultados Iniciais

Após colocar no simulador os parâmetros que foram sorteados, anotamos a

dureza de 20 amostras em uma planilha no excel.

Tabela 1 - Primeiro Teste

Test Tim
e Temperatura Cool Rate e Compound Viscosity Dureza
1 880 121 135 Blagdom 240 1519
2 880 121 135 Blagdom 240 1526
3 880 121 135 Blagdom 240 1529
4 880 121 135 Blagdom 240 1531
5 880 121 135 Blagdom 240 1533
6 880 121 135 Blagdom 240 1534
7 880 121 135 Blagdom 240 1535
8 880 121 135 Blagdom 240 1535
9 880 121 135 Blagdom 240 1536
10 880 121 135 Blagdom 240 1537
11 880 121 135 Blagdom 240 1537
12 880 121 135 Blagdom 240 1539
13 880 121 135 Blagdom 240 1541

6
 14 880 121 135 Blagdom 240 1541
15 880 121 135 Blagdom 240 1542
16 880 121 135 Blagdom 240 1546
17 880 121 135 Blagdom 240 1547
18 880 121 135 Blagdom 240 1551
19 880 121 135 Blagdom 240 1552
20 880 121 135 Blagdom 240 1554

Fonte: Elaborado pelos autores

A primeira amostra coletada foi estabelecida como o alvo. Os limites inferiores

de especificação (LIE) e superiores de especificação (LSE) foram determinados com
uma variação de três unidades para baixo e para cima, respectivamente.
LIE ALVO LSE
153
1538 1541
5

Posteriormente, calculamos a porcentagem de amostras dentro dos limites

superiores e inferiores, que chamaremos de especificações, e criamos dois gráficos
para representar esses resultados. Um gráfico de dispersão e outro de curva normal.

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 Gráfico de dispersão do teste 1

Fonte: Elaborado pelos autores

Este gráfico revela que temos vários pontos discrepantes. No entanto, ao

efetuarmos os cálculos estatísticos, constatamos que somente 26,42% das amostras
se encontram dentro das especificações.

Probabilidades

Número 20
Média da
Dureza 1538,25
Desvio padrão 8,884492699

8
 P(X>1541) 37,85%
P(X<1535) 35,73%
Dentro das
especificações 26,42%

Fonte: Elaborado pelos autores

Fonte: Elaborado pelos autores

O resultado obtido nos faz concluir que a produção deste produto com tais
especificações não é viável, uma vez que a probabilidade de produção de peças
dentro dos padrões de dureza especificados é muito baixa (26,43%), implicando em
alto índice de descarte de peças defeituosas.
Observamos que esses resultados não são ideais para uma linha de
produção real, uma vez que quase implicariam em descarte ou retrabalho
significativo, o que resultaria em custos elevados ou insatisfação do cliente.

3.2. Resultados da segunda leva de testes:

Para segunda leva de testes alteramos os parâmetros e realizamos testes da
seguinte forma:

Parâmetro Variação em relação a inicial Quant, de amostras

Temperatur
a "+35º", "-35º", "+70º", "-70º", -130º 20

9
 Cool rate -76, -31, -16, 0, +14, +29 20
Time -50, -25, 0, +25, +40, +55 20
Compound Blagdon 20
Viscosity 120 20
Fonte: Elaborado pelos autores

Os resultados são apresentados logo a seguir, somente o parâmetro citado

será variado enquanto os outros irão se manter fixos no valor sorteado:

Variação da temperatura:

A temperatura tem baixa influência na dureza do material, logo decide-se não fazer
alterações nela.

Variação do resfriamento:

10
 Já que a probabilidade de a dureza estar dentro das especificações, a taxa de
resfriamento é mais adequada, principalmente, na variação de +14.

Variação do tempo:

A variação do parâmetro tempo tem baixa influência como se pode observar

na tabela acima, visto que a probabilidade é baixa.

Variação do fluído:

11
 A variação do fluído é praticamente nula na dureza.

Variação da taxa de viscosidade:

12
 A variação da taxa da viscosidade também é nula.
Logo, o melhor resultado é na variação da taxa de resfriamento aumentando
em 14 unidades em relação ao parâmetro de início.
4. ESTRATÉGIAS PARA MELHORIA DO PROCESSO

A análise inicial dos dados nos trouxe um cenário de baixíssimo

aproveitamento de peças devido a aleatoriedade da seleção dos parâmetros. Com
isso, a mudança em alguns deles trouxe resultados mais promissores, permitindo-
nos aproximar das especificações propostas de dureza. Deste modo, podemos
prever que uma melhor seleção dos parâmetros deve trazer resultados cada vez
mais satisfatórios.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na conclusão deste relatório, podemos afirmar que a dureza do material

durante o tratamento térmico é significativamente influenciada por diversos fatores
controláveis. A manipulação adequada de parâmetros como temperatura, tempo de
exposição ao calor e taxa de resfriamento demonstrou ter um impacto direto na
resistência e durabilidade dos materiais.
O controle preciso das condições de tratamento térmico pode resultar em
propriedades mecânicas desejadas, como maior dureza e tenacidade, essenciais
para diversas aplicações industriais. É imperativo que os fabricantes compreendam
e otimizem esses fatores para garantir a qualidade e desempenho dos materiais,
promovendo assim avanços significativos na indústria de materiais e metalurgia.
Compreender como as mudanças nessas variáveis afetam as propriedades dos
materiais é essencial para a engenharia de materiais e a garantia de consistência ao
longo do processo de fabricação.
Além disso, o ajuste das variáveis no procedimento de tratamento térmico
desempenha um papel essencial na busca por melhorias constantes no processo.
Ao examinar e modificar essas variáveis, as organizações têm a oportunidade de
aprimorar a eficiência, reduzir despesas, encurtar os períodos de produção e
minimizar o desperdício de recursos, contribuindo, assim, para a eficácia global das
operações e a habilidade de se manter competitivo no mercado.
Por fim, uma das contribuições mais notáveis deste estudo é garantir a
constância e repetição no procedimento. O controle rigoroso das variáveis do
tratamento térmico certifica que a qualidade do produto seja mantida
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consistentemente ao longo do tempo, prevenindo variações indesejadas que
poderiam resultar em falhas ou problemas de desempenho. Em resumo, este estudo
enfatiza a importância crítica de ajustar com precisão essas variáveis no processo
de tratamento térmico, não apenas para alcançar as propriedades desejadas, mas
também para impulsionar melhorias contínuas, garantindo qualidade e
competitividade em diversas áreas industriais.

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