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‭TDE:‬‭Trabalho‬‭de‬‭Filosofia‬‭do‬‭Direito‬

‭Estudantes:‬‭Fernanda‬‭Knoner‬‭e‬‭Julia‬‭Reizer‬

‭1)‬ R
‭ esuma‬‭como‬‭Herbert‬‭Hart‬‭encadeou‬‭sua‬‭lógica‬‭de‬‭aplicação‬‭da‬‭regra‬
‭com‬‭o‬‭intuito‬‭de‬‭evitar‬‭o‬‭“juiz‬‭legislador”.‬

‭ :‬‭Primeiramente‬‭Hart‬‭diz‬‭de‬‭acordo‬‭com‬‭a‬‭sua‬‭teoria‬‭que‬‭o‬‭direito‬‭se‬‭forma‬
R
‭na‬‭união‬‭das‬‭regras‬‭primárias‬‭e‬‭secundárias.‬‭As‬‭regras‬‭primárias‬‭são‬
‭aquelas‬‭que‬‭dizem‬‭a‬‭respeito‬‭as‬‭ações‬‭que‬‭os‬‭indivíduos‬‭devem‬‭ou‬‭não‬
‭fazer,‬‭instituindo‬‭obrigações,‬‭já‬‭as‬‭regras‬‭secundárias‬‭são‬‭divididas‬‭em‬‭três‬
‭regras:‬‭a‬‭de‬‭reconhecimento,‬‭alteração‬‭e‬‭julgamento,‬‭servindo‬‭para‬‭explicar‬
‭os‬‭defeitos‬‭ou‬‭falhas‬‭naturais‬‭ou‬‭intrínsecas‬‭das‬‭primárias.‬‭Entre‬‭essas,‬‭Hart‬
‭destaca‬‭a‬‭importância‬‭da‬‭regra‬‭do‬‭reconhecimento,‬‭pois,‬‭ela‬‭visa‬‭solucionar‬‭o‬
‭problema‬‭de‬‭identificação‬‭da‬‭norma‬‭primária‬‭dando‬‭validade‬‭a‬‭elas,‬‭sendo‬
‭assim,‬‭as‬‭demais‬‭regras‬‭do‬‭sistema‬‭só‬‭tem‬‭validade‬‭se‬‭atenderem‬‭aos‬
‭critérios‬‭dispostos‬‭pela‬‭regra‬‭de‬‭reconhecimento.‬‭Entretanto,‬‭existem‬
‭algumas‬‭lacunas‬‭ou‬‭imprecisões‬‭linguísticas‬‭das‬‭regras‬‭primárias,‬‭pelo‬‭fato‬
‭de‬‭nem‬‭todas‬‭as‬‭situações‬‭sociais‬‭serem‬‭contempladas‬‭por‬‭regras‬‭e‬‭também‬
‭pelo‬‭fato‬‭de‬‭há‬‭regras‬‭que‬‭foram‬‭feitas‬‭para‬‭serem‬‭indeterminadas,‬‭fazendo‬‭o‬
‭grupo‬‭social‬‭ter‬‭dúvidas‬‭acerca‬‭de‬‭qual‬‭regra‬‭aplicar‬‭e‬‭dificuldade‬‭de‬
‭identificar‬‭a‬‭existência‬‭ou‬‭não‬‭de‬‭regra‬‭a‬‭incidir‬‭sobre‬‭determinado‬‭fato‬
‭fazendo‬‭autoridade‬‭judicial‬‭resolver‬‭o‬‭problema‬‭da‬‭incerteza‬‭ou‬‭inexistência‬
‭da‬‭regra‬‭primária.‬‭Sendo‬‭assim,‬‭os‬‭poderes‬‭do‬‭julgador‬‭serão‬‭aplicados‬
‭somente‬‭naquele‬‭caso‬‭concreto,‬‭e‬‭se‬‭houver‬‭a‬‭lacuna‬‭da‬‭regra‬‭sem‬‭que‬‭se‬
‭possa‬‭reformá‬‭la‬‭em‬‭grande‬‭escala,‬‭isso‬‭porque‬‭embora‬‭autorizado‬‭pela‬
‭regra‬‭secundária‬‭de‬‭julgamento‬‭a‬‭criar‬‭ou‬‭dizer‬‭o‬‭Direito‬‭novo,‬‭jamais‬‭terá‬‭os‬
‭mesmo‬‭poderes‬‭do‬‭legislador‬‭ordinário.‬‭Desse‬‭modo,‬‭a‬‭decisão‬‭do‬‭juiz‬
‭jamais‬‭poderá‬‭ser‬‭arbitrária‬‭observando‬‭sempre‬‭o‬‭direito‬‭preexistente‬‭bem‬
‭como‬‭os‬‭padrões‬‭e‬‭regras‬‭que‬‭se‬‭constituem,‬‭em‬‭verdadeiros‬‭limites‬‭à‬
‭atividade‬‭discricionária.‬

‭2)‬ Q
‭ ual‬‭o‬‭principal‬‭problema‬‭dos‬‭chamados‬‭“hard‬‭cases”‬‭quando‬
‭confrontados‬‭com‬‭o‬‭positivismo‬‭clássico‬‭de‬‭Kelsen?‬

‭ :‬‭Os‬‭casos‬‭chamados‬‭difíceis‬‭necessitam‬‭que‬‭o‬‭julgador‬‭crie‬‭o‬‭direito‬‭sendo‬
R
‭uma‬‭possível‬‭resposta‬‭a‬‭problemática‬‭afeta‬‭à‬‭falta‬‭de‬‭segurança‬‭e‬
‭previsibilidade‬‭da‬‭decisão‬‭judicial.‬‭Sendo‬‭assim,‬‭o‬‭positivismo‬‭clássico‬‭de‬
‭Kelsen‬‭diz‬‭que‬‭é‬‭preciso‬‭solucionar‬‭casos‬‭jurídicos‬‭com‬‭normas‬‭já‬‭existentes‬
‭para‬‭evitar‬‭a‬‭inadequação‬‭das‬‭normas‬‭jurídicas‬‭positivas.‬‭Desse‬‭modo,‬
‭quando‬‭o‬‭julgador‬‭cria‬‭um‬‭novo‬‭direito‬‭para‬‭obter‬‭a‬‭solução‬‭desses‬‭casos,‬
‭ele‬‭está‬‭indo‬‭contra‬‭a‬‭ideia‬‭de‬‭Kelsen,‬‭visto‬‭que‬‭ele‬‭não‬‭utilizará‬‭de‬‭normas‬
‭existentes.‬

‭3)‬ O
‭ ‬‭uso‬‭de‬‭sistemas‬‭autônomos‬‭informáticos‬‭é‬‭uma‬‭forma‬‭de‬‭evitar‬‭o‬
‭chamado‬‭“juiz‬‭legislador”?‬‭sim‬‭ou‬‭não?‬‭justifique‬
‭ :‬‭Sim,‬‭para‬‭que‬‭não‬‭ocorra‬‭um‬‭Direito‬‭que‬‭viole‬‭o‬‭princípio‬‭da‬‭anterioridade‬
R
‭da‬‭norma‬‭é‬‭possível‬‭o‬‭uso‬‭dos‬‭sistemas‬‭especialistas.‬‭Estudos‬‭apontam‬‭que‬
‭a‬‭referida‬‭tecnologia‬‭pode‬‭ser‬‭um‬‭grande‬‭aliado‬‭dos‬‭juízes‬‭no‬‭momento‬‭de‬
‭dizer‬‭ou‬‭aplicar‬‭o‬‭direito,‬‭assim‬‭em‬‭determinados‬‭casos‬‭esse‬‭sistemas‬
‭autônomos‬‭informáticos‬‭podem‬‭evitar‬‭o‬‭juiz‬‭legislador,‬‭porém‬‭devem‬‭ser‬
‭utilizados‬‭com‬‭cautela‬‭para‬‭que‬‭não‬‭ocorra‬‭situações‬‭injustas.‬

‭4)‬ N
‭ a‬‭sua‬‭opinião,‬‭sistemas‬‭autônomos‬‭informáticos‬‭irão‬‭substituir‬‭o‬‭Juiz‬
‭na‬‭atividade‬‭de‬‭julgamento?‬‭Sim‬‭ou‬‭não‬‭e‬‭por‬‭quê?‬

‭ :‬‭Não,‬‭esses‬‭sistemas‬‭podem‬‭servir‬‭para‬‭grande‬‭contribuição‬‭na‬‭aplicação‬
R
‭do‬‭direito‬‭servindo‬‭de‬‭apoio,‬‭mas‬‭não‬‭podendo‬‭substituir‬‭totalmente,‬‭visto‬
‭que‬‭para‬‭um‬‭completo‬‭processo‬‭de‬‭interpretação‬‭e‬‭a‬‭efetiva‬‭aplicação‬‭da‬
‭norma‬‭de‬‭fato‬‭só‬‭pode‬‭ser‬‭feita‬‭por‬‭seres‬‭humanos,‬‭pelo‬‭fato‬‭de‬‭que‬‭em‬
‭muitos‬‭dos‬‭casos‬‭robôs‬‭ou‬‭máquinas‬‭não‬‭podem‬‭dar‬‭uma‬‭solução‬‭totalmente‬
‭completa‬‭acerca‬‭do‬‭caso‬

‭5)‬ Q
‭ uais‬‭as‬‭vantagens‬‭e‬‭desvantagens,‬‭na‬‭aplicação‬‭da‬‭regra,‬‭do‬‭uso‬‭de‬
‭sistemas‬‭autônomos‬‭informáticos?‬

‭ :‬‭Vantagens:‬‭é‬‭permanente,‬‭consistente,‬‭de‬‭baixo‬‭custo,‬‭sem‬‭inspiração,‬
R
‭ensinado‬‭e‬‭por‬‭necessitar‬‭de‬‭comandos,‬‭tem‬‭estrutura‬‭simbólicas,‬‭foco‬
‭restrito‬‭e‬‭conhecimento‬‭técnico.‬‭Desvantagens:‬‭Limitações‬‭na‬
‭Complexidade,‬‭Falibilidade‬‭da‬‭Programação,‬‭falta‬‭de‬‭empatia,‬‭questão‬‭de‬
‭responsabilidade,‬‭falta‬‭de‬‭flexibilidade‬‭e‬‭viel‬‭em‬‭dados.‬

‭6)‬ O
‭ ‬‭ser‬‭humano,‬‭em‬‭seu‬‭processo‬‭decisório,‬‭será‬‭subjugado‬‭por‬‭um‬
‭“robô”‬‭em‬‭algum‬‭dia?‬‭justifique‬

‭ :‬‭Os‬‭sistemas‬‭especialistas‬‭devem‬‭ser‬‭usados‬‭como‬‭ferramenta‬‭de‬‭auxílio‬
R
‭do‬‭intérprete,‬‭sendo‬‭impossível‬‭subjugar‬‭totalmente‬‭o‬‭ser‬‭humano,‬‭visto‬‭que‬
‭a‬‭palavra‬‭final‬‭sempre‬‭será‬‭a‬‭de‬‭um‬‭juízo‬‭humano,‬‭sendo‬‭um‬‭norte‬‭no‬
‭trabalho‬‭do‬‭julgador‬‭e‬‭respeitando‬‭o‬‭fato‬‭de‬‭que‬‭este‬‭poderia‬‭fazer‬‭um‬
‭trabalho‬‭de‬‭revisão‬‭da‬‭decisão‬‭automatizada,‬‭podendo‬‭aceitá-la‬‭ou‬‭refutá-la,‬
‭ou‬‭ainda‬‭livremente‬‭acresce-la,‬‭suprimi-la‬‭ou‬‭modificá-la‬‭conforme‬‭sua‬
‭vontade.‬‭Sendo‬‭assim,‬‭esses‬‭sistemas‬‭são‬‭formas‬‭eficazes‬‭de‬‭contenção‬‭e‬
‭controle‬‭da‬‭discricionariedade‬‭do‬‭intérprete,‬‭dando‬‭maior‬‭segurança‬‭e‬
‭certeza‬‭e‬‭auxiliando‬‭na‬‭conformação‬‭de‬‭uma‬‭decisão‬‭justa‬‭e‬‭mais‬‭submissa‬
‭com‬‭os‬‭ideias‬‭de‬‭justiça‬‭e‬‭de‬‭equidade,‬‭mas‬‭não‬‭substituindo‬‭totalmente‬‭uma‬
‭função‬‭que‬‭deve‬‭ser‬‭exercida‬‭por‬‭um‬‭ser‬‭humano.‬

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