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Voluntários ajudam na remoção de esco mbros de uma casa destruída por um torn ado em Joplin, Mi ssouri, Estados Unidos,

em 27 de maio de 2011

agir depo is da ca tás trofe, como é costume iro


O text o a segu ir fo i extraído da Proposta de Paz 2014 do e m casos de desastres naturais. É necessá ri o
pres idente da SG I Da isaku lkeda. A proposta co m plet a e as tra ns formar os própr ios fun damentos d a
soc iedad e, mud ar uma c ultura de gue rra em
dos anos an ter iores podem se r vistas em www.culturadepa
c ul tura de paz, é o qu e nos pt:dc a ONU.
org.br/proposlas/. Se qu ise rm os qu e essa for ça a lcan ce
a p le nitud e de s uas ri cas possi bilidad es,
prec is am os co mp ree nd e r be m o qu e s ig nifi ca

' lu z da cresce nte oco rrê nc ia de


desas tres c s ituações c lim áti cas
extre mas, fr equentes nos Lli tim os
a nos, também te m cresc id o a
Pa ra isso, são impresc indíve is res postas
po líti cas c in stitu c ionai s ad equada s:
forta lece r a res istê nc ia das est ruturas aos
aba los s ís mi cos c re nova r in fraestrutura s
essa pa lav ra. Não é ape nas a ca pac idad e de
nos prepara r para enfre nta r c reso lve r as
co nscqu ê nc ias dos desastres; ao co ntrá ri o,
devemos co ns id e rá- la ca minh o para um futuro
de espe ranças, aberto pe lo d esejo n:llu r a I
necess id ad e de d ar às soc iedad es hum anas ul t ra passada s, mas o e le me n to hum ano é das pessoas de traba lh ar de mãos d adas po r
ma ior pod e r de se rec uperar - preparand o aind a mais esse nc ia l. Le mbro pa lav ras dos obje ti vos co mun s c se ntir na p rú t icn qu t: t: lt:s
a co munid ade para e nfre nta r o pe rigo c esc ri to res no rte-ame ri ca nos Andrcw Zo lli c ava nça m. Fa z parte imprcsc indf vl' l do projeto
adm ini strar c ri ses. Ann Mar ic H ea ly: "E m nossas viage ns, onde co m pa rtilh ado pe la humanidud L• de cri ação
Rcs ili ê ncia, co nce ito da fí s ica, desc reve e nco ntramos essa força de rec up eração soc ial, do fut uro - projeto do qun l pod e participa r
a ca pac id ade de um mate ri al para vo ltar à se mpre tamb é m e nco ntramos co munid ades qu a lqu e r pessoa, e m qua lqu t:r lu gar, para a
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sua forma o ri g in al, mod ifi ca d a po r pressões fortes ". só li da fund ação de uma soc iedade hum a na w
\!)

ex terna s. Por a nalogia, o te rm o ex prim e a Reco nh eça mos a imp or tâ nc ia de culti va r, mundial qu e garanta se u futu ro. "
~

capac id ade das soc iedades hum a nas de se na co nvi vê nc ia di á ri a, o "ca pital soc ial" de Po r ocas ião da Cúpul a Mu ndi al so bre E
rec upe rar de impactos seve ros, d cs trui çã in te rcâmb ios c laços e ntre pessoas da mes ma Dcsc nvo lvimt:nto Sustc ntáve l 2002 '$
i5
ambie nta l o u c ri ses eco nô m icas. Em casos loca lidad e. Ac im a de tudo, a for ça de vo n tade (W SS D), e nfati ze i qu e um je ito novo de
~
de desas tres natura is, aum e ntar a rcs ili ê ncia e a v itali dade das pessoas de um a co munid ad o lh a r a hum an id ade - por me io ela refo rm a Q
s ignifi ca ampli a r tod as as hab ili d ades, desde são e ne rgias fund a me ntai s. c expa nsão das capacidades in c rc nLes :1 ~
a p reve nção e redu ção de danos até a ajud a
às pessoas atin gidas e apoia r o proc esso de
Rcsi li ê nc ia é te ma co nsta nte no me u di álogo
co m o pesqui sador e pac ifi sta P rofesso r Kcvi n
nossa vid a - é fundam e nta l para alcan çar u
mud ança c fort alec im e nto e m esc a la mundi :d.
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rec upe ração, muitas vezes lo ngo e traba lh oso. P. Cle me nts. Co nco rdamos qu e não bas ta I sso é o qu e na SGI ch a ma mo s de !
8 SGI Quarterly Outubro 2014
DESTAQUE

revo lu ção human a. Sua essê nc ia está di gnidad e que o brilh o fri o da ri que za, um A esc ri tora Rebccca So lnit, qu e vis itou
no e mpod e ram e nto, qu e permite a cada mundo marcado pela e mpatia qu e se recusa, áreas afe tadas por desastres naturais e m todo
indivídu o manifesta r ilimitadas capac id ades. reso lu to, a abandon ar aque les que so fre m, e o mundo, me ncion ou ce rtas co ndi ções qu e
O pl e no s ignifi ca d o da revo lu çã o hum a na não co mp artilh a a alegri a. leva riam pessoas a se e nvo lver ativamente,
se e fe ti va e nqu anto e la se ma nté m co nfin ada Esse tipo de mudan ça fundam e ntal na em apoio mútu o, com as consequências de
a uma mud a nça na vid a in terior. Na verd ade, vida da soc iedade se ri a difíci l e m qua lqu e r um desastre: "Você tem de se se ntir parte da
a co rage m e a es pe ra nça res ulta ntes d essa c ircun stânc ia c parece qu ase imp oss íve l co m o co munidad e, se ntir que te m voz, prec isão de
mud ança inte ri o r leva m as pessoas a aniquilam e nto dos laços e ntre as pessoas. Pa ra reagir e q ue é ca paz de pa r tic ipar".
e nfre ntar e ve nce r dificuldades vin do uras; é supe rar isso, acredito, precisamos reafirma r São co ndi ções esse nciais, em te mpos de cri se
um processo de c ria ção de va lor que c ulmin a a nossa co nfian ça na verdadeira natureza da o u não, para o chamado aspecto da hum anid ade
na tran s forma !ão da p róp ri a soc ieda d e. soc iedad e hum an a. Ta lvez nin gué m te nh a que o Dr. Kin g descreveu, q uando a firm o u
Uma sucessão de mud anças indi viduai s c ex pressado esse sentim e nto de ma ne ira qu e somos feitos para vive r juntos. São os
nas com unid ades ab re o ca minh o para a mais feliz do que Dr. Martin Luthcr King Jr. pré-requ is itos para surgir e e ntrar e m ação a
hum a nid ade ve nce r os seus d esa fi os. (1929-1968), dura nte sua lu ta pela dignid ade so li dariedade.
À medida qu e, nos últimos a nos, ava nça hum ana: A dignid ade hum ana não brilh a isoladamente.
a pesqui sa sobre a natureza da rcs ili ê nc ia, O se u ful go r aume nta com o nosso empe nho
ga nh a lu z a impo rtâ ncia de um a sé ri e de Es tamos todos presos num a rede de de co nstru ir uma ponte e ntre marge ns
fatore s. Zo lli c H ca ly, por exe mpl o, desc reve m rec iproc ida de, da qual não pod emos opostas, um a o nd e está você c outra onde
sua s conc lu sões: escapar, esta mos amarrad os co m o mes mo está o seu companheiro. Nos ensin ame ntos
tec id o do destino. ( ... ) Fo mos fe itos para bud istas, e ncontramos estas palavras: "Se você
Comu nid ades rcs ilicntes frequ entemente vive r juntos.(. ..) ace nd er um a lamparin a para alguém, também
utili za ram redes informa is enraizadas
na co nfi ança, para enfrentar c co nter
turbul ência s. A ajuda para res istir qu e ve m
el e cima pra bai xo muitas vezes fa lh a. A
rcs ili ê ncia norcscc quando esses esfo rços
brotam espo ntâneos da interação da vid a
cotid iana el as pessoas.

A difi c uldad e, porém, está na co rrosão do


capita l soc ial - trama de tecido da s re lações
hum a nas. É esse tecido de inte rações qu e
proporcio na o loca l indi s pe nsáve l para a
cri ação da rede de pro funda co nfian ça que
e nvolve o cot idi ano das pessoas. E le c umpre
a fun ção fund amenta l de um amortecedor,
se m o qual os indi víduos f-icam tota lm e nte
ex postos aos impactos de ameaças c desafios
qu e at in ge m a soc iedade como um todo. Se m
esse ca pital soc ial, as pessoas sã o fo rçadas a
e nfre ntar as adve rs id ades soz inhas - co m
deses pero o u co m férrea determinação, mas
para prevalece r o p róp ri o bem-esta r. O filó sofo Voluntário ajuda a reconstruir abrigos para as pessoas após o terremoto de janeiro de 2010 em porto
e eco no mi s ta Sc rgc Latouche cha ma a atenção Príncipe, Haiti
para um a soc iedad e mais hum ana (un e societé
decente) e o seu auxí li o na reco nqui sta da As ações que empreendemos para iluminar a
dignidad e dos qu e foram deixados para trás na
::l ac irrada compe tição eco nô mi ca. Para ta nto,
dignidade dos outros, inevitavelmente, geram a luz
~
~ e le sali e nta a importâ ncia d e um a ética da que revela nossos valores mais elevados
ê co nvi vê nc ia, o s impl es praze r de esta r co m o

ªo
outro.
Nos e ns in amentos budistas e nco ntramos O co nce ito budista de "origem de pendente" ilumin ará o se u própri o caminho". As ações
"'o
z
g
um a frase qu e se coa duna co m esse conceito: está de aco rd o co m esse brado d o Dr. I< ing. qu e empree nd emos para .iluminar a di gnid ade
z "A verdadeira aleg ria é aque la vivid a O fato de pa rece rm os po uco liga dos uns aos dos o utros, inev itavelm e nte, ge ram a lu z qu e
<(
·g por você e pe los out ros". A se mente qu e o ut ros não esco nde qu e o mundo é um tecido reve la nossos va lores mai s e levados. Por difícil
~ necess itamos pl a ntar no cora çã o da sociedade das profunda s li gações de uma vida co m outra. que seja a nossa situ ação ou profund a a nossa
b Qualqu e r co isa qu e a ca da ins tante fa ze mos, angústia, se mpre nos va le a ca pacidade de
~ contempo rânea é a qu e pode c ri ar um
o
;f mund o no qu a l se note ma is a lu z ca lorosa da atin ge o es pec tro de nossas conexões. acend er a lu z do incentivo. •:•

Outubro 2014 SG I Quarterly 9

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