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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PROFESSOR FRANCISCO DE


ASSIS PEDROSA – CEEP

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO MODERNISMO 2

Como foi visto em sala de aula, o Modernismo é uma oposição aos valores estéticos
tradicionais. Na Literatura, este movimento opõe-se ao Parnasianismo (movimento literário
que preza pela perfeição estética, o culto à forma e o poema pelo poema). Abaixo temos as
características do Modernismo e do Parnasianismo.

Modernismo •Pontuação relativa.


•Nacionalismo; Parnasianismo
•Subjetivismo; •Universalismo (Exceto alguns poemas de
•Valorização de temas ligados ao Olavo Bilac);
cotidiano; •Objetivismo;
•Revisão crítica de nosso passado •“Arte pela arte” ou “arte sobre a arte”;
histórico-cultural; •Apego à tradição clássica;
•Urbanismo; •Presença da mitologia greco-latina;
•Ironia, humor, piada; •Descritivismo;
•Versos livres, palavras em liberdade; •Versos regulares, gosto pelo decassílabo e
•Síntese na linguagem, fragmentação, pelo soneto;
flashes-cinematográficos; •Linguagem discursiva, retórica;
•Busca de uma língua brasileira, mais •Emprego da variedade culta e formal da
popular e coloquial; linguagem, de acordo com o padrão;
•Pontuação rigorosa.

1 - Considerando as características acima e o que foi aprendido nas aulas de Língua


Portuguesa, leia os poemas modernistas Poética, Canto de regresso à Pátria e Pronominais.
Logo após a leitura, identifique as diferenças destes poemas com o soneto Parnasiano Língua
Portuguesa e descreva tais divergências de cada um dos poemas modernistas em relação ao
poema parnasiano a partir das características de cada escola literária.

Exemplo: No poema parnasiano Língua Portuguesa, o eu-lírico utiliza a variedade


culta da língua, característica pertencente ao Panasianismo, enquanto no poema modernista
Pronominais, o eu-lírico critica o uso da norma padrão ao utilizar a variedade coloquial da
língua nos dois últimos versos do poema, como pode-se ver no fragmento: “Deixa disso
camarada/ Me dá um cigarro.”

Língua Portuguesa (Olavo Bilac) Ouro nativo, que na ganga impura


A bruta mina entre os cascalhos vela…
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Amo-te assim, desconhecida e obscura, E o progresso de São Paulo.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela Poética (Manuel Bandeira)
E o arrolo da saudade e da ternura!
Estou farto do lirismo comedido
Amo o teu viço agreste e o teu aroma Do lirismo bem comportado
De virgens selvas e de oceano largo! Do lirismo funcionário público com livro
Amo-te, ó rude e doloroso idioma, de ponto expediente, protocolo e
manifestações de apreço ao sr. diretor.
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio Estou farto do lirismo que pára e vai
amargo, averiguar no dicionário o cunho vernáculo
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! de um vocábulo.

Pronominais (Oswald de Andrade Abaixo os puristas.


Todas as palavras sobretudo os
Dê-me um cigarro barbarismos universais
Diz a gramática Todas as construções sobretudo as sintaxes
Do professor e do aluno de exceção
E do mulato sabido Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira Estou farto do lirismo namorador
Dizem todos os dias Político
Deixa disso camarada Raquítico
Me dá um cigarro. Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer
Canto de regresso à Pátria (Oswald de que seja fora de si mesmo.
Andrade)
De resto não é lirismo
Minha terra tem palmares Será contabilidade tabela de co-senos
Onde gorjeia o mar secretário do amante exemplar com cem
Os passarinhos daqui modelos de cartas e as diferentes maneiras
Não cantam como os de lá de agradar as mulheres, etc.
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores Quero antes o lirismo dos loucos
Minha terra tem mais ouro O lirismo dos bêbados
Minha terra tem mais terra O lirismo difícil e pungente dos bêbados
Ouro terra amor e rosas O lirismo dos clowns de Shakespeare.
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra - Não quero saber do lirismo que não é
Sem que volte para lá libertação.
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15

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