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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

Determinação geométrica de treliças


tridimensionais

WALTER SAVASSI

SÃO CARLOS
2021
rsidade e São Pa lo
Escola de Engenharia de São Carlos
Departamento de Engenharia de Estruturas

E E
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Walter Savassi

São Carlos, Janeiro de 2005

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3

SUMÁRIO

- Introdução 4
2 - Treliças planas 4
2.1 - Determinação geométrica 4
2.2 - Casos excepcionais 4
2.3 - Exemplo 6
2.4 - Chapas treliçadas 9
3 - Treliças tridimensionais 9
3.l - Determinação geométrica 9
3.2 - Sólidotreliçado lO
3.3 - Exemplos geometricamente determinados e indeterminados 12
3.3. l - Tetraedro 12
3.3.2 - Treliça piramidal 12
3.3.3 - Treliças com configuração quadrado-sobre-quadrado 13
4 - Conclusões 16
5 - Referências 19
6 - Apêndice 19
6.1 - Definições 19
4

1-

Para os objetivos deste trabalho, uma estrutura será bem comportada, podendo receber
qualquer carregamento, se for dotada de um conjunto de barras vinculares apropriado, com
posições, orientações e quantidade mínima suficiente para eliminar os movimentos de corpo rígido.
Neste trabalho mostra-se que estruturas treliçadas tridimensionais do tipo quadrado-sobre-quadrado,
com configuração freqüentemente empregada em nosso país, não se enquadram nessa situação e, se
forem dotadas apenas daquele número mínimo de barras vinculares, exibirão movimentos do tipo
mecanismo. Mostra-se ainda como proceder para transformá-las em estruturas bem comportadas,
chamadas, como se sabe, de geometricamente determinadas (dual de estaticamente determinadas).
Admite-se que uma estrutura seja bem comportada quando puder receber qualquer
carregamento, se dotada, pelo menos, do conjunto de barras vinculares acima descrito. Estruturas
constituídas dessa maneira recebem o nome de geometricamente determinadas e serão objetos
exclusivos deste trabalho. De acordo com o critério acima, uma estrutura que tenha apenas o
número mínimo de vínculos e permita a ocorrência de movimentos tipo mecanismo, isto é
deslocamentos de certos pontos sem a conseqüente introdução de deformações específicas em suas
partes ou membros, será considerada inadequada, neste trabalho. Explicitando melhor a natureza
das estruturas assim bem constituídas, sob o ponto de vista da determinação geométrica, pode-se
dizer que elas, por si mesmas (desvinculadas), podem ser consideradas como sólidos rígidos reais
(quando formadas por material monolítico) ou sólidos rígidos equivalentes (quando forem
estruturas reticuladas, como, por exemplo, as treliças). De acordo com as definições do Apêndice,
neste trabalho serão utilizados, dentre outros, os terrnos: treliça, barras simples de treliça, ou barra
de treliça, nó, chapa terra.
Embora seja sabido que existem estruturas que por si só não obedecem a essa condição e que
assim mesmo podem trabalhar como sistemas capazes de receber carregamentos, muitas delas
suportadas por número de vínculos maior do que o mínimo, elas não terão seu comportamento
estudado neste trabalho. Para esse caso, existe, por exemplo, o trabalho de Pellegrino [ l].

2- Treliças planas
2.1- Determinação geométrica

O objetivo final deste trabalho repousa sobre as treliças tridimensionais com configuração
do tipo "quadrado-sobre-quadrado", geometricamente determinadas. Para facilidade de
abordagem, considere-se de início o caso bidimensional das treliças simples, que devem observar,
como condição necessária, à relação ( l)

b = 2n (I)

entre o número de barras b e de nós n, incluídas as barras vinculares. Nesse caso, A e B, da figura 1,
também serão nós. Caso não se considerem as quatro barras vinculares, então, os pontos A e B não
mais serão nós. Isso significa que a posição de cada nó fica definida por meio de duas barras nele
concorrentes, como pode ser demonstrado de duas maneiras, Schiel [2].

l) "Treliça" plana mais simples, figura l: um nó tem sua posição definida por meio de duas barras
de treliça que nele concorrem e que têm cada uma das suas outras extremidades fixada a um
ponto da chapa terra (note-se que, de acordo com a definição de nó, esses dois pontos de
fixação de barras com a chapa terra não são nós, conforme já salientado). Cada novo nó n
poderá ser definido com duas novas b barras. Daí segue a validade da relação (1).
5

2) Suponham-se conhecidas as coordenadas dos pontos de fixação nos suportes (fundações; A e B


na figura l) e os comprimentos ( rk das barras. Cada barra ligará dois pontos i, k do conjunto de
nós ou um nó com um ponto da fundação (chapa terra). A treliça será geometricamente
determinada quando, dados também os comprimentos eik, for possível calcular todas as
coordenadas dos nós.
De fato, valendo, para uma barra genérica i, k

(2)

A
X

Figura 1 - Treliça plana mais simples

pode-se montar sistema de 2n equações (2) nas 2n incógnitas coordenadas dos nós. Pode ocorrer,
ainda, que esse sistema englobe a situação em que nem todas as equações de (2) sejam linearmente
independentes, conforme se aborda em seguida. Desse modo, a condição (l) é necessária, mas não
suficiente. Podem existir, então, os casos excepcionais.

2.2 - Casos excepcionais

A treliça pode ser geometricamente determinada, obedecendo à relação ( l ), mas ter sua
configuração geométrica tal que no sistema formado por 2n equações do tipo (2) existam equações
linearmente dependentes. Então, ela permitirá a ocorrência de movimentos nodais, pelo menos
infinitesimais. Será geometricamente determinada, mas designada como caso excepcional.
Como detectar essa situação? A procura, utilizando-se as equações do tipo (2) não é
conveniente, por serem equações quadráticas. Admita-se, então, que variações das coordenadas
nodais (deslocamentos nodais) das extremidades de urna barra possam ocorrer mas não será
permitida variação do seu comprimento
O diferencial total de (2) será

(3)

A primeira das derivadas contidas em (3) será, com uso de (2)

3C 1k =X; -xk

DX; (;k
6

Calculando as outras três derivadas, que terão forma semelhante, substituindo-as em (3 ),


com ik =O, cancelando-se o fator comum l/f ik, tem-se

(4)

Considerando-se todas as 2n barras, pode-se montar sistema de 2n equações lineares


homogêneas nas 2n incógnitas representadas pelas variações das coordenadas.
Indique-se tal sistema com a seguinte equação matricial, com o segundo membro não nulo,
por enquanto,

[cftd}= {a} (5)

onde: [c] é a matriz cujos elementos somente dependerão das coordenadas dos nós ou de pontos de
apoio, e que pode ter o nome sugestivo de matriz cinemática, {d} é um vetor dos deslocamentos
infinitesimais nodais (somente dos nós, ou de direções livres; não contribuem, portanto, as
variações nulas dos deslocamentos prescritos nos apoios) e {a} é o vetor dos diferenciais dos
comprimentos das barras (alongamentos). No caso em estudo (equação 5) o vetor {a} é o vetor
nulo.
Então

[c]{d}= {o} (6)

Para saber a natureza da solução, calcula-se o determinante Ll da matriz [C] dos coeficientes
em (6). Note-se que essa matriz tem a mesma ordem que a matriz de rigidez da estrutura vinculada,
isto é matriz de rigidez relativa a um vetor de deslocamentos que contem somente os deslocamentos
livres, eliminados os deslocamentos correspondentes a valores prescritos (nulos!) nos apoios.
Conforme é sabido, da álgebra linear, tem-se as duas situações:

Ll =O Solução é possível; poderão ocorrer os deslocamentos dos nós, sem modificação dos
comprimentos das barras. Neste caso a estrutura, geometricamente determinada, é caso excepcional.

Ll 7= O Somente haverá a solução trivial, isto é, a estrutura é geometricamente determinada e não


terá movimentos de seus nós, caso não ocorram variações nos comprimentos das barras. É o caso
regular, de estrutura bem comportada.

2.3-

Por conveniência, apresenta-se o caso mais simples de duas barras e um nó, figura 1.
Usando a equação (4) para cada uma das duas barras (AI e Bl) e já descartando dxA, dyA,
d.'ís, dy8 que são nulos, tem-se

(x.-1- x 1 )d'C1 + (YA- }-'J )dy1 =O


( xs- XJ )d'CJ + (Ys- YI Jd.vJ =O

ou, sob forma matricial, (equação (6))


7

(7)

O determinante da matriz dos coeficientes será

(8)

Conforme já apresentado, quando

(9)

isto é, quando esse determinante for nulo, existirá solução não nula, o que significa que a estrutura é
geometricamente determinada, porém permitirá ocorrência de movimentos infinitesimais de seus
nós, sem alteração dos comprimentos das barras. É o caso que se convencionou chamar de
excepcional. Logo em seguida, analisar-se-á, de maneira sugestiva, essa situação com mais
detalhes.

Por outro lado se

(10)

somente existirá a solução trivial, isto é,

(ll)

o que significa que não poderão ocorrer movimentos infinitesimais nos nós sem alterar os
comprimentos das barras. Então, a treliça será geometricamente determinada, sem ser caso
excepcional.

Retomando o caso em que se tenha Ll = o , no caso de estrutura geometricamente


determinada, porém como caso excepcional, usando-se a equação (8), pode-se procurar quais as
situações em que ela se anula.

Este caso básico permite algumas demonstrações muito sugestivas. Uma delas consiste em
fazer uso da seguinte situação, conforme a figura 2, com três pontos alinhados A, 1 e B,
correspondentes às extremidades de duas barras simples de treliça AI e JB.
É fácil verificar que

Então

(12)
8

O B

A X

Figura 2 - Duas barras alinhadas

Isso permite concluir, imediatamente, que o determinante L1 do sistema, da equação (8)

será nulo quando as barras AI, JB forem alinhadas.


Isso representa um caso excepcional da estrutura com duas barras de treliça.
Se as barras não forem alinhadas a relação (12) não será válida e então o determinante do
sistema será diferente de zero, significando que a treliça é geometricamente determinada, sem ser
caso excepcional.

Outra maneira muito cômoda de demonstrar esses fatos, usando uma abordagenz alternativa
e muito ilustrativa, é apresentada em seguida para este caso básico.
Sabe-se que o dobro da área S do triângulo AB I é dado pelo valor do seguinte determinante
(conforme dedução a partir da definição do produto vetorial de dois vetores)

XA YA 1 (13)
2S = xs YB 1
Xj YI 1

Mas, por propriedades dos determinantes,

XA v
'.-i 1 (XA -x1 ) (}'A- }'I) o (14)
xs YB 1 (xs -x1 ) ( Ys- Y1) o =1x
I(xA- Xf) (vA- YI) I
(x3 -x1 ) (ys-J'I)
Xj YI 1 Xj YI 1

Compare-se o determinante da matriz quadrada em (7) com o da direita de (14). Então o


dobro da área somente terá valor nulo quando os pontos AlE, distintos, estiverem alinhados (treliça
degenerada). Note-se que se dois dos três pontos forem coincidentes os três pontos serão alinhados.
Nessa situação o sistema (6) terá soluções diferentes de zero, isto é poderão ocorrer deslocamentos
dos nós (variações de suas coordenadas) sem ocorrência de alongamentos das barras. A treliça seria
geometricamente determinada, porém caso excepcional. Observe-se que a situação correspondente
ao valor nulo do determinante significaria que a matriz dos coeficientes em (6) é singular.
9

Pode ocorrer caso em que os pontos sejam quase alinhados. Nessa situação a matriz dos coeficientes
será mal-condicionada (determinante com valor muito pequeno).

2.4 - Chapas treliçadas

Considere-se uma treliça simples isolada dos apoios. A treliça isolada mais elementar que se
pode ter é formada por três nós e três barras, constituindo um triângulo. Novos nós poderão
aparecer com o uso de duas novas barras para cada um. No que se refere somente à geometria, a
treliça assim construída, com agrupamentos triangulares, terá comportamento global como se fosse
uma chapa rígida (estrutura bidimensional com rigidez infinita segundo o seu plano e rigidez
desprezível a ações fora desse plano).
Para essa treliça ser geometricamente determinada a equação (1) passa a ser

b = 2n-3 (15)

porque três é o número mínimo de barras necessárias para eliminar os movimentos de corpo rígido
de um plano (chapa).
No caso plano, seriam justamente essas estruturas que teriam interesse para o estudo deste
trabalho. Elas seriam capazes de trabalhar sob a ação de qualquer carregamento, suportando
qualquer sistema plano de forças externas.

O interesse deste trabalho, porém, concentra-se no caso tridimensionaL

De forma dual, também poderia ser tratado o problema considerando-se sua natureza mecânica.
Suponha-se que se quisesse determinar se uma estrutura é estaticamente determinada (dual da geometricamente
determinada).
Utilizando-se a análise matricial de estruturas, monta-se a matriz de rigidez da treliça vinculada e determinam-se os
seus autovalores.
Com eles sabe-se se a matriz é singular (um ou mais autovalores nulos) ou mal-condicionada (um, ou mais, autovalores
muito pequenos em relação aos demais). O caso de matriz singular pode indicar situação de estrutura geometricamente
determinada, porém como caso excepcionaL
Aliás, com a determinação dos autovalores, pode-se, além da identificação da eventual singularidade, ou mau-
condicionamento das matrizes de rigidez ou cinemática, determinar o posto de cada uma delas, Pellegrino [1].
Isto interessaria para saber qual o número de mecanismos diferentes que dela fazem parte.

3- Treliças tridimensionais
3.1 -Determinação geométrica

Um estudo semelhante ao que aqui se apresenta foi feito de forma sistemática e exaustiva
por Pellegrino [l]. Esse autor, porém, tratou do estudo das estruturas geometricamente
indeterminadas, sem a intenção explícita de pretender transformá-las em estruturas
geometricamente determinadas. O seu estudo pode ser utilizado para comprovar o que se analisa no
presente trabalho.
Neste trabalho a intenção é mostrar qual o remédjo para livrar aquelas estruturas
geometricamente indeterminadas do inconveniente de apresentarem possibilidades (indesejadas às
vezes) de deslocamentos do tipo mecanismo, independentemente do número de apoios ou do tipo de
solicitação ou de prescrição de deslocamentos nodais.
Descobriu-se que esse remédio é muito barato e na maioria dos casos da prática significa
adicionar apenas uma barra de treliça à estrutura original, geometricamente indeterminada, para
passar a ter estrutura geometricamente determinada.
10

Mais adiante se apresentam como exemplos as estruturas tridimensionais, de planta


retangular ou quadrada, chamadas treliças com arranjo "quadrado-sobre-quadrado", figuras 5 e 8,
que serão geometricamente determinadas ou indeterminadas conforme tenham ou não a barra
horizontal localizada, por exemplo, no quadrado central do banzo superior (figura 5) ou do banzo
inferior (figura 8).
Para comprovar a tese acima, o trabalho pode utilizar as duas versões aqui apresentadas, isto
é, verificação da existência de compromisso entre o número de barras (equação (1), adaptada para o
caso tridimensional), acompanhado da análise do valor do determinante L1, ou análise dos auto-
valores da matriz de rigidez da estrutura vinculada.
O compromisso entre o número de barras e nós, incluídas as barras vinculares, numa
estrutura treliçada tridimensional, ou sólido treliçado, geometricamente determinada, é expresso por

b =3n (16)

3.2- Sólido treliçado

Todas as considerações apresentadas para o caso bidimensional podem ser estendidas ao


caso tridimensional.
Desse modo, de maneira semelhante ao que se denominou de chapa treliçada, pode-se ter o
sólido treliçado geometricamente determinado (STGD). O mais elementar deles será um tetraedro,
com seis barras e quatro nós. Para ele, quando desvinculado, e para outros com maior número de
barras e nós, a equação ( 16) passará a ser

b = 3n-6 (17)

por ser seis o número mínimo de barras vinculares a usar para eliminar os movimentos de corpo
rígido de um sólido no espaço tridimensional.
A expressão do comprimento da barra genérica ik será, agora,

(18)

O diferencial total será

(19)

Calculando-se as derivadas, substituindo-se em (19), cancelando-se 11 eik, tem-se

Utilizando-se a mesma notação do caso bidimensional, equação (6), considerando-se todas


as 3n barras da treliça suposta geometricamente determinada, ter-se-ia para a condição desejada da
inexistência de alongamentos das barras, mesmo com a ocorrência de deslocamentos nodais
infinitesimais, que

[c ]{d} ={o} (21)


11

Do mesmo modo que no caso bidimensional, esse sistema terá solução não nula, portanto
caracterizando caso excepcional, quando o determinante de [c] fosse nulo, isto é

e somente teria solução trivial, isto é

{d}={O}

quando

Aqui, neste caso tridimensional, também é possível analisar de forma sugestiva o caso da
"treliça" tridimensional mais simples que é composta por três barras concorrentes em um nó 1 e
tendo cada uma das outras extremidades fixada à fundação nos pontos A, B, C. figura 3.
A equação (21) para este caso particular ficará com a forma matricial

(22)

Pode-se mostrar que o sêxtuplo do volume V do tetraedro ABCJ é dado por

XA YA ZA I (xA -xl) (v..J- y 1) (zA -zl) o


(:cA -xJ lVA- YJ) (zA -zl)
xe YB ze I (xe -xl) (ve- )'I) (ze -zl) o
6F = = Ix (xe -xl) (ve-YJ) (ze -zl)
xc Yc zc 1 = (xc -xl) (vc -_vi) (zc -zl) o
(xc -xl) (vc-YJ) (zc -z1)
Xj YJ Zj 1 Xj YI Zj 1

Figura 3- Treliça tridimensional mais simples

Então, o determinante da matriz [C] em (22) é proporcional ao volume do tetraedro ABCJ.


Esse volume somente será nulo quando os pontos A, B, C e 1 forem co-planares (se três dos quatro
pontos forem alinhados, os quatro serão co-planares). Essa situação corresponderia a uma treliça
degenerada. Embora respeitando a relação (17), seria caso excepcional, pois poderiam ocorrer
deslocamentos do nó 1, mesmo sem alteração dos comprimentos das três barras.

Por outro lado, qualquer outra situação em que os pontos não estejam de acordo com o que
foi afirmado acima daria
12

e a única solução possível seria a solução trivial, correspondente, portanto, ao caso de treliça
geometricamente determinada, caso regular.

3.3 - Exemplos geometricamente determinados e indeterminados


3.3.1 -Tetraedro

A treliça tridimensional mais simples, totalmente desvinculada, tem forma de um tetraedro


não degenerado. É o caso do sólido treliçado mais simples. Note-se que ela obedece à relação (17),
com seis barras conectando pares de quatro nós e, considerando-se as deduções anteriormente
apresentadas, o determinante da matriz [C] será diferente de zero. Isso significa que nessa estrutura
os movimentos dos seus nós somente ocorrerão quando existirem deformações das barras. A partir
de três nós, de cada uma de suas faces, três barras definirão a posição de um novo nó. Resultará um
novo sólido treliçado formado por dois tetraedros unidos por uma face comum. Extrapolando o
procedimento, sólidos treliçados maiores poderão ser construídos. É esse procedimento que será
adotado. mais adiante, para construir a configuração de trehças tridimensionais do tipo quadrado-
sobre-quadrado geometricamente determinadas. Quando o sólido assim formado for dotado de pelo
menos seis barras vinculares externas, adequadamente posicionadas para eliminar os movimentos
de corpo rígido do conjunto, qualquer sistema de forças externas poderá ser a ele aplicado, sem
promover deslocamentos do tipo mecanismo.

3.3.2 -Treliça piramidal

D c

:[8:]X

Planta
B
A

B
Perspectiva
c

Figura 4- Treliça Piramidal

Para ilustrar a situação de estrutura tridimensional que por si só não é geometricamente


determinada considere-se uma pirâmide de base quadrada e um nó acima dela, conforme a figura 4.
Pela equação (17) o número de barras necessárias para ter um STGD deverá ser

b =3x5 -6 =9

Mas a estrutura tem oito barras. Logo, não é um STGD. De fato, considere-se essa estrutura
vinculada com número mínimo de seis barras. Fazendo uso da seguinte notação Nabc, onde N é o
nome do Nó e a, b ou c indicando, respectivamente, as direções paralelas a x, y ou z das barras
13

vinculares, seja Axyz, Dxz, Bz a vinculação para essa estrutura. Mesmo sem calcular o determinante
L1 da matriz [C] dessa estrutura pode-se perceber com facilidade que, com a vinculação imposta,
será possível modificar as distâncias segundo AC ou BD às custas de movimento do nó C, com
componentes segundo x, y, z, sem alterar comprimentos das barras.
Adicionando-se agora urna barra diagonal A C (ou BD), no plano x, y, fica claro que, mesmo
com um número mínimo de barras de apoios, conforme já escolhido acima, não mais será possível
ter o movimento do nó C. A treliça transformou-se em um STGD, conforme o cálculo de L1 poderá
confirmar (nesse caso será possível calcular L1 pois a matriz [c] terá ordem 9 x 9). Sobre essa
estrutura, tanto a indeterminada quanto a determinada geometricamente, vide considerações
adicionais no final deste texto.

3.3.3- Treliças com configuração quadrado-sobre-quadrado

A maioria das treliças tridimensionais, usualmente construídas, com configuração quadrado-


sobre-quadrado não obedece à equação (17). Em alguns casos faltam barras, como, por exemplo, no
caso mais simples com 2 x 2 módulos, da figura 5. Em outros casos há maior número de barras do
que o necessário, (equação (17)), como, por exemplo, o caso de 3 x 3 módulos da figura 8; mas,
neste caso, urna análise mais cuidadosa mostrará que algumas dessas barras extras nem são
necessárias para definir um STGD, ou devem ser movidas para posições corretas.

Figura 5 - 2 x 2 módulos - Configuração usual

Verifique-se se a estrutura da figura 5 é um STGD. Fazendo-se a contagem, figura 6, tem-se,


nove nós no banzo inferior (11 al9) e quatro nós no banzo superior (SI aS4), totalizando n = 13.

17

18
16

15

Figura 6- Numeração dos nós: 2 x 2 módulos


14

Quanto às barras existentes tem-se b = 4 x 8 = 32. A utilização da equação (17) mostra que
o número de barras necessárias será: b = 3 x I3- 6 = 33.
Há, portanto, falta de uma barra.
Os únicos locais onde essa barra faltante poderá ser alojada são os das diagonais dos
quadrados dos banzos. Colocando-a no quadrado do banzo superior, ligando os pontos SI, S3, fica-
se com um núcleo formado por dois tetraedros (SI-S2-S3-I9) e (SI-S3-S4-I9) justapostos pela face
(SI-I9-S3). Esse núcleo é, pois, um sólido treliçado. A partir dele, todos os outros nós da treliça
poderão ser definidos com temos de barras, conforme indicado na tabela Tl. A treliça, agora
geometricamente determinada, fica com o aspecto da figura 7.

Tabela Tl - 2 x 2 módulos
·· ' · de locaçao
Se~quenc1a - dos nos a partir· do nuc
' leo
Nó Barras definidoras
n Sl-Il, 19-Il, S2-Il
12 S2-12, 19-12, S3-12
I3 S3-I3, 19-B, S4-I3
14 S4-14, 19-!4, Sl-I4
15 Il-15, S2-15, 12-15
16 12-16, S3-16, I3-I6
17 I3-I7, S4-17, 14-17
18 14-18, Sl-18, Il-18

Figura 7 - 2 x 2, geometricamente determinada

Quanto ao caso seguinte, da figura 8, com 3 x 3 módulos piramidais quadrados, segundo a


configuração usualmente empregada nas construções, a situação é completamente diferente.
Essa situação mostrará que não bastará apenas considerar as fórmulas do tipo (17) para
poder concluir pela determinação ou indeterminação geométrica de treliças tridimensionais. Será
preciso, também, analisar se a configuração corresponde, sem dúvida, a um sólido treliçado! A
figura 8 mostra a treliça com 3 x 3 módulos com a numeração de nós superiores e inferiores.
Nesta estrutura há dezesseis nós no banzo inferior (IJ a IJ6) e nove nós no banzo superior
(SI a S9), totalizando n = 25. Quanto às barras existentes, tem-se nove módulos com oito barras
cada um, totalizando b = 72. Pela condição (17), o número de barras necessárias seria:

b = 3n- 6 = 3x25- 6 = 69

Então, pareceria que existem três barras sobrando. Mas isso não significa que a estrutura seja
geometricamente superdeterminada, porque essas três barras, supostamente excedentes, não são
necessárias para definir um STGD, conforme se demonstra. Além disso, o fato mais importante é
que com uma análise mais cuidadosa, baseada no procedimento já descrito para construir um STGD,
15

do caso de 2 x 2 módulos, mostra-se que existe uma barra faltante em uma posição diagonal
horizontal de algum quadrado. Ela poderá ser colocada, por exemplo, na posição da diagonal do
quadrado inferior central, na figura 9_ Usando notação da numeração dos nós inferiores da figura 8,
essa barra adicional diagonal horizontal será designada como 11-13_
Com a adição dessa barra (11-13) forrna-se um núcleo no centro, composto por dois
tetraedros (11-12-13-SJ) e (11-13-14-SJ) conectados pela face comum (IJ-13-SJ). Esse núcleo é um
sólido treliçado. A partir dele, com procedimento semelhante ao do caso anterior de 2 x 2 módulos,
pode-se definir sucessivamente a posição de todos os outros nós do sólido treliçado, agora com 3 x
3 módulos.
A seqüência pode ser a que se indica na Tabela T2_

I15

Il3

Figura 8- 3 x 3 módulos - Configuração usual

Tabela T2 - 3 x 3 módulos
sequenc1a
. A de 1ocacao
• - dos nos a parti r do nuc
' 1eo
NO Barras definidoras
S2 S l-S2, Il -S2, 12-S2
S3 Sl-S3, I2-S3, 13-S3
S4 Sl-S4, I3-S4, 14-S4
S5 Sl-S5,14-S5,11-S5
S6 S2-S6, S3-S6, I2-S6
S7 S3-S7, S4-S7, I3-S7
S8 S4-S8, S5-S8, 14-S8
S9 S5-S9, S2-S9, Il-S9
15 12-15, S2-15, S6-15
16 12-16, S6-16, S3-16
17 13-17, S3-17, S7-I7
18 13-18, S7-18, S4-18
19 14-19, S4-19, S8-19
no 14-Il O, S8-Il O, S5-Il O
Ill Il-1ll, S5-Ill, S9-Ill
Il2 Il-112, S9-Il2, S2-Il2
Il3 15-!13, 16-Il3, S6-Il3
Il4 17-!14, 18-Il4, S7-I14
Il5 19-Il5, Il0-Il5, S8-Il5
Il6 Ill-Il6, I12-Il6, S9-Il6
16

Observe-se que as barras (I12-15), (16-17), (18-19) e (IJ0-111), não foram utilizadas durante o
processo de composição da treliça. Obviamente, por outras razões, por exemplo, construtivas, essas
barras de meio de lado do banzo inferior poderão ser re-inseridas na estrutura, que ficará sendo,
então, geometricamente superdeterrninada.
Com a adição da diagonal de quadrado, (11-13), e sem as barras (Il2-15), (16-17), (18-19),
(IJO-Ill), de meio de lado do banzo inferior, a treliça geometricamente determinada de 3 x 3
módulos fica com a situação da figura 9, com 69 barras existentes, obedecendo à condição (17).

Figura 9- 3 x 3 módulos
Configuração correta- Geometricamente determinada

Para compor exemplo numérico, considere-se a estrutura da figura 9.


Quanto ao sistema de referência, o plano x, y está no banzo inferior e o semi-eixo positivo de
z é dirigido para cima. Cada quadrado dos banzos tem lado igual a 2.5m; a distância entre banzos é
de 1.5nl. As restrições vinculares (mínimas) são, segundo notação anterior, (I13)xyz, (IJ6)xz e
(I15)z. O carregamento consiste em uma força vertical para baixo de 2. O kN no nó Il4. O módulo de
elasticidade do material vale E=20.500.0kN!cn/ As áreas das seções transversais das barras são,
respectivamente, 4. 65cn/ para as horizontais e 3. 64cn/ para as diagonais.
A tabela T3 apresenta resultados ilustrativos para a estrutura da figura 9.

Tabela T3- Resultados para 3 x 3 módulos

Estrutura Barras Min auto-valor Max auto- Max. Deslocamento


valor
geometricamente determinada 69 0,06122 2090,0 -8,818 em
geometricamente indeterminada 68 0,0001381 1930,0 -0,2210xl0 14 em C!)
Valor do determinante
geometricamente determinada 69 -1,019886565290307E+ 162 (*)

(*) O sinal negativo do determinante decorre apenas da orientação das barras (definida pela ordem em que os pontos
nodais da treliça são numerados). O valor bastante grande desse número deve-se ao íàto de se ter usado em como
unidade de comprimento.

4- Conclusões

Mostrou-se que uma treliça tridimensional geometricamente determinada e com apenas seis
barras vinculares não exibirá movimentos do tipo mecanismo (caso regular), quando obedecer à
relação b =3n-6 e apresentar matriz [C] com determinante não nulo. Utilizando essa conclusão
17

básica foi possível mostrar que, por exemplo, o caso da treliça tridimensional do tipo quadrado-
sobre-quadrado, com 3 x 3 módulos, somente será caso regular quando tiver mais uma barra
localizada na posição da diagonal horizontal de um dos quadrados do banzo inferior (confronte
última linha da Tabela T3). Na realidade, essa diagonal poderá estar em qualquer um dos nove
quadrados dos banzas. Mostrou-se ainda o procedimento completo de formação dessa estrutura, a
partir de módulo básico, por si só geometricamente determinado, constituído por dois tetraedros
unidos por uma face comum. Essa conclusão pode ser estendida para os casos de treliças desse tipo
que tenham m x m módulos no banzo inferior. Em outros casos, m x n, m diferente de n, também
será possível descobrir onde acrescentar barras para tomar a estrutura geometricamente
determinada. Chama-se atenção, por exemplo, para o caso de treliças 1 x n, que são assim montadas
como partes a erigir em primeiro lugar, em certas posições da edificação, e que servirão de apoio
para a montagem do restante da estrutura. Essas treliças 1 x n precisariam de barras diagonais
(mesmo que temporárias) nos banzas onde existem quadrados consecutivos, porque não são
geometricamente determinadas. Basta utilizar a equação ( 17) para confirmar esse fato. Finalmente
esclarece-se que o uso do valor do determinante, para avaliar se uma treliça é caso regular, admite, a
priori, que ela seja geometricamente determinada ou que, pelo menos, a condição (17) está
respeitada. Isso porque, quando a treliça não respeitar à condição (17), a matriz [C] não será
quadrada. Por isso, embora mais dispendiosa, a versão dual que calcula os autovalores da matriz de
rigidez da estrutura, para determinar se ela é geometricamente determinada ou não, poderá ser
preferível, por generalidade.

Para complementar, chama-se a atenção para o fato de que há possibilidade de empregar


estruturas que não sejam STGD, como ocorre, por exemplo, com a treliça piramidal de oito barras
da figura 4. No caso dessa figura, em que a treliça de oito barras estava com a vinculação do tipo
Axyz, Dxz, Bz, haveria a ocorrência de movimentos do tipo mecanismo.
Analisando a situação dessa estrutura de outra maneira, havendo cinco nós, e com a
vinculação citada, existirão nove componentes de deslocamentos possíveis no vetor {d}, isto é:

Havendo apenas oito barras, a ordem da matriz [C] será 8 x 9. Sendo matriz retangular não
se pode calcular o seu determinante. Como se sabe da álgebra linear, nessa situação, o sistema de
equações homogêneas (equação (21 )) terá infinitas soluções não nulas, confirmando que a estrutura
terá comp01tamento de mecanismo, não sendo, portanto um STGD.
Entretanto, acrescentando-se apenas mais uma barra vincular, Cz, não será difícil, neste
caso, perceber que a estrutura então poderá receber qualquer carregamento. Basta verificar que a
vinculação segundo z retira mais uma das componentes do vetor {d} que agora ficará com oito
componentes {d~: 8 ,c(v 8 ,d~:c.c~vc.c~vD,c(v 1 ,dy 1 ,dz 1 }'. Nesse caso a matriz [c] terá ordem 8 x 8 e, sendo
quadrada, terá valor para o seu determinante. Esse valor deverá ser diferente de zero, uma vez que
não há possibilidade de ocorrência de movimentos de mecanismo, como a seguir se demonstra.
Como os quatro nós da base quadrada estão com vinculação segundo z, não poderão sair do
plano ABCD. Ora, se esse impedimento existe, não será mais possível alterar os comprimentos das
distâncias diagonais AC ou BD, a não ser com deformações nas barras.
Utilizando-se a mesma notação da figura 4, demonstra-se que nessa estrutura, agora também
com a vinculação adicional Cz, não poderão ocorrer deslocamentos nos nós que ainda mantêm
liberdades a não ser com ocorrência de deformações das barras. Nesse caso, como já é sabido, o
sistema de equações (21) somente terá solução nula, isto é o determinante do sistema será diferente
de zero. A demonstração, na verdade, é apenas um exercício de utilização da teoria exposta.
18

Em lugar de montar explicitamente a matriz [C] completa, de ordem 8 x 8, uma vez que
com a vinculação imposta tem-se que {dx:A = cly 11 = dz 11 = dz 8 = dzc = dx: 0 = dz 0 =0}, pode-se considerar
separadamente cada uma de suas quatro primeiras linhas, correspondentes às barras AD, AB, DC e
BC da base piramidal quadrada e obter diretamente quatro dos valores incógnitos (nulos neste caso).
Posteriormente, monta-se o restante do sistema, que envolverá apenas os outros quatro valores
incógnitos além dos valores nulos já obtidos anteriormente ou provenientes das informações das
condições homogêneas do contorno.
Para a barra AD:

Para a barra AB:

Para a barra DC:

{x 0 - Xc }clc0 + {xc - x0 }dxc +


{Yo- Yc }clyo + b'c - Yo }clyc +
{z 0 zc}dz 0 +{zc z 0 }dzc=0 então dxc =O

Para a barra BC:

{x 8 -X c }dx:8 + {xc - x8 }dx:c +


{Ys- Yc }clyB + b'c - Ys }dyc +
{z 8 - zc }dz 8 + {zc z 8 }dzc =O então dyc = dyc

Com isto, as quatro últimas equações, respectivamente, para as barras A 1, B 1, C 1, e D 1,


serão:
{x A - XI }dx:A + {x I XA }dx:I +
{yA- Yl }dyA + &1- YA }ctyl +
1

{zA- z 1}dzA + {z 1 -ZA }dz 1 = 0

{x 8 - x 1 }dx:8 + {x1 x8 }dx:1 +


{Ys- Y1 }dyB + {YI- Ys }c(J'I +
{z B - ZI }dz B + {z I - ZB}dz I = 0

{xc - x 1 }chc + {x1 - xc }dx:1 +


{Yc - Y1 }có-'c + b11 Yc }dyl +
{zc- z 1}dzc + {z 1 - zc }dz 1 =O

{x 0 - x 1 }ch 0 + {x 1 - x0 }dx:1 +
&'o- Y1 }c(vo +[vi - Yo }clyl +
{z D - Z I }dz D + {z I - Z D }dz I = 0

ou
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Neste caso particular, em que o vértice 1 está no centro do quadrado da base e o sistema de
referência tem origem no nó A, pode-se simplificar a notação fazendo-se:

Com essa substituição, e calculando-se o valor do determinante, encontra-se

Esse valor permite concluir que a estrutura com sete barras vinculares, embora
intrinsecamente seja geometricamente indeterminada, não terá movimentos de mecanismo.
A introdução de uma vinculação adicional, Cz, teve efeito equivalente ao da existência de
uma barra diagonal adicional (AC, ou BD). A estrutura toma-se capaz de receber carregamentos.
Porém, intrinsecamente, continua sendo geometricamente indeterminada quando se considerar
apenas o mínimo de seis barras vinculares.
Estes comentários finais explicam também porque treliças com as configurações usuais
(figuras 5 e 8) têm sido utilizadas na prática da engenharia construtiva, porém com barras vinculares
em número maior do que o mínimo que seria necessário. Todavia, segundo este trabalho, tais
estruturas levam consigo o "defeito conceitual" intrínseco da indeterminação geométrica, pois
ruiriam caso ficassem apenas com seis barras vinculares!

5 - Referências

[l] Pellegrino S. & Calladine C.R., "Matrix analysis of statically and kinematically indeterminate
frameworks", Int. J. Solids Structures, vol. 22(4 ), pp. 409-428, 1986.
[2] Schiel, F. "Introdução à Resistência de Materiais", Harper & Row do Brasil, São Paulo, 1984.

6- Apêndice
6.1 - Definições

Barra de trelica - elemento estrutural destinado a ter solicitação axial por força normal,
exclusivamente. Neste trabalho será referida apenas como barra na maioria dos casos.
Nó - é o ponto onde se encontram exclusivamente barras de treliça. Corresponde à idealização de
uma articulação perfeita.
Trelica- Estrutura composta exclusivamente por barras e nós.
Chapa - É um elemento estrutural, composto por uma lâmina plana, com espessura pequena em
relação às dimensões no seu plano, com rigidez finita a ações (carregamentos, etc.) que tenham
resultante somente nesse plano.
Chapa treliçada- É uma idealização que considera uma treliça geometricamente determinada como
chapa, por exemplo, para fins de estudo de sua vinculação com uma outra estrutura.
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Chapa terra - Também uma idealização, que considera, no caso plano, a terra (ou um corpo com
posição considerada geometricamente definida) como apoio para uma outra estrutura plana (chapa
ou treliça). Por conseqüência, a terra também será sólido que apóia estruturas tridimensionais.
Apoio fixo - Ponto de uma estrutura, de posição definida, que impedirá a ocorrência de duas
translações em um plano (da barra de treliça, da chapa, ou da chapa treliçada, no caso plano), ou de
três translações em direções distintas no espaço (no caso de sólido estrutural tridimensional).
Apoio móvel - Ponto de uma estrutura, que não poderá transladar segundo uma coordenada. No
caso de estrutura plana esse ponto poderá mover-se na direção ortogonal à da translação impedida.
No caso tridimensional esse ponto poderá transladar segundo duas outras direções ortogonais entre
si e à direção da translação impedida. O termo móvel indica a possibilidade restante de uma
translação em uma ou mais direções.
Tetraedro trelicado- Estrutura treliçada tridimensional equivalente ao tetraedro sólido. É a treliça
tridimensional geometricamente determinada mais simples.
Sólido treliçado -Estrutura treliçada tridimensional equivalente a um sólido real.

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