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A APLICAÇÃO DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA NA

CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO INFECCIOSO DE Colletotrichum spp.


EM FOLHAS DE CAJUEIRO

JULIANA ARAÚJO DA SILVA


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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA

A APLICAÇÃO DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE


VARREDURA NA CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO
INFECCIOSO DE Colletotrichum spp.
EM FOLHAS DE CAJUEIRO

JULIANA ARAÚJO DA SILVA

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Agenda
➢ Introdução ➢ Metodologia
➢ Objetivos ➢ Resultados e Discussões
➢ Justificativa ➢ Conclusões
➢ Revisão de Literatura ➢ Referências Bibliográficas

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Introdução
⮚ Espécie: Anacardium Occidentale L. Dados Econômicos:
⮚ Origem: Região Litorânea do Brasil
➢ Área mundial colhida de castanha de
⮚ Planta Alógama e Perene
caju: 7,1 milhões de ha.
➢ Brasil 6ª maior área
➢ NE: 99,70% (CE – área colhida: 63,5%)

Fonte: Klima Naturali Fonte: Álvaro Menino (2021) Fonte: Shutterstock (2021) Fonte: Thiara MonteFusco (2021)

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Introdução
⮚ 2012 – 2019:
- Redução da produtividade no CE de -32,6%

⮚ Ocorrência de pragas e doenças:

- Mosca branca, oídio e antracnose :

● Principal doença dos pomares de cajueiro


● Ampla gama de plantas frutíferas tropicais
Fonte: J. Emilson Cardoso (2021)

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Introdução

➢ Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)


- Elucidação e caracterização de patossistemas fúngicos
➢ Investigação detalhada:
- Nível celular, tecidual e temporalmente

Fonte: GratisPNG

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Objetivos
Objetivo Geral:

⮚Caracterizar morfologicamente o processo infeccioso de dois isolados de fungos


do gênero Colletotrichum spp. inoculados em discos de folhas de cajueiro,
pertencentes aos clones CCP 09, CCP 76 e BRS 226 ao longo do tempo.

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Objetivos
Objetivos Específicos:

⮚ Elucidar microestruturalmente o processo ⮚ Entender como ocorre a infecção do fungo


infeccioso do fungo Colletotrichum spp. em por meio de aberturas naturais das plantas e
folhas de cajueiro utilizando-se a microscopia posterior invasão dos tecidos;
eletrônica de varredura;
⮚ Determinar diferenças na colonização do
⮚ Documentar temporalmente com fungo entre os clones de cajueiro.
eletromicrografias as estruturas de
deposição, colonização e infecção do fungo
Colletotrichum spp. em folhas de cajueiro;

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Justificativa
A aplicação da MEV permite a observação:

● Morfologia externa, distribuição e localização


na superfície dos materiais.

Processo infeccioso - oídio (PINTO 2016) e mofo


preto (CURVELO 2010)

Caracterizar o processo infeccioso da


antracnose em clones de cajueiro, infectados in Fonte: FreePik

vitro e acompanhamento ao longo do tempo.

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Revisão de Literatura
➢ Presente em todo o planeta ➢ Telemorfos e Anamorfos : ➢ Conídios - célula conidiógenas
➢ Uni ou Pluricelulares Sexuada – esporos Livres ou Corpos frutificação -

➢ Leveduras ou Bolores Assexuada – conídios acérvulos ou picnídios


filamentosos (hifas):
Conídios de Colletotrichum sp. Ilustração de acérvulo e picnídio

Fonte: autor desconhecido

Fonte: autoria própria Arte - Luana Araújo da Silva Fonte: autor desconhecido

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Revisão de Literatura
➢ Heterotróficos – Absorção de Nutrientes
➢ Colletotrichum spp. – Saprófitas facultativos
➢ Filo Ascomycota (75% de todos os fungos descritos)
➢ Identificação – características morfológicas, PCR,
sequenciamento de DNA, etc. Fonte: Gomes e Duarte (2017) Fonte: Agrolink

Filo Classe Ordem Família Gênero


Ascomycota Sordariomycetes Glomerellales Glomerellaceae Colletotrichum

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Revisão de Literatura
Antracnose e o Colletotrichum spp.

➢ 1948 - Queima do Cajueiro


➢ 30% a 40% perdas no campo e indústria
➢ Afeta diversos órgãos da planta
➢ Em qualquer fase do desenvolvimento.
Fonte: Grupo de Doenças Mc New – Manual de Fitopatologia
➢ Prejudica a fotossíntese
➢ Complexo Colletotrichum spp.
➢ Condições com plantio adensado, altas temperaturas e umidade
➢ Disseminação – água, vento, restos culturais.

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Revisão de Literatura

Fonte: Marlon Vagner Valentim Martins

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Ciclo de vida do Colletotrichum spp.

Arte - Luana Araújo da Silva

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Metodologia
Origem dos materiais – Campus Experimental de
Pacajus EMBRAPA Isolados LF 201 e LF 200

➢ Folhas intermediárias das mudas dos clones


CCP 09, BRS 226 E CCP 76.
➢ Isolados multiespóricos – LF 200 e LF 201:
coleção do Lab. De Fitopatologia da EMBRAPA
➢ Monospórica - cultivo em meio Batata-
Dextrose-Ágar (BDA) e preservação pelo
método Castellani
Fonte: autoria própria

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Metodologia
Teste de Patogenicidade:

1. Verificar a esporulação dos isolados


2. Suspensão de Esporos – 15mL de solução de água destilada + Tween 80 (2,5%)
Concentração da suspensão – 2,1 x 10^6 esporos/mL
3. Montar o experimento – cortar e tratar os discos de folhas, dispor nas placas de Petri com
ágar.
3.1 – Tratamento:
Desinfetar os discos com hipoclorito de sódio (1,5%) Lavar com água destilada Vitamina C (0,1%)
4. Inoculação – Alíquotas de 30 µL no centro dos discos de folha (ambas as faces da folha) de
suspensão de esporos
4.1 Testemunhas – Alíquotas de 30 µL no centro dos discos de folha de sol. Água + tween 80
OBS: 2 repetições
5. Sala de incubação

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Metodologia
Esporulação do isolado LF 200 – aumento de 10x Esporulação do isolado LF 201 - aumento de 40X

Fonte: autoria própria

Fonte: autoria própria

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Metodologia
Suspensão de esporos Corte dos Discos (22 mm)

Fonte: autoria própria


Fonte: autoria própria

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Metodologia
Montagem do Experimento Inoculação

Fonte: autoria própria


Fonte: autoria própria

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Metodologia
Processamento das amostras para o MEV

1. Corte dos fragmentos quadrilátero 0,5 cm^2 (0h a 144h)


2. 1ª Fixação dos cortes em Karnovsky por 48h em geladeira
3. Lavagem com tampão de cacodilato de sódio 0,2 M, pH 7,2 (3x – intervalo de 15min)
4. 2ª Fixação com Tetróxido de Ósmio (1%) por 1h
5. Lavagem com água destilada (3x – intervalo de 15 min)
6. Série etanólica crescente ( 30, 40, 50, 60, 70, 100%)
7. Ponto Crítico
8. Montagem nos stubs
9. Metalização

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Metodologia
Eppendorfs Ponto Crítico

Fonte: autoria própria

Fonte: Gisele Silva

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Metodologia
Amostras em Metalizadora Stubs
MEV Tescan VEGA

Fonte: autoria própria Fonte: autoria própria Fonte: Gisele Silva

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Resultados e Discussões
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TESTEMUNHAS
CCP 09 BRS 226 CCP 76

24
TESTEMUNHA – CCP 09
FACE ABAXIAL FACE ADAXIAL TRANSVERSAL

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TESTEMUNHA – BRS 226
FACE ABAXIAL FACE ADAXIAL TRANSVERSAL

26
TESTEMUNHA – CCP 76
FACE ABAXIAL A FACE ADAXIAL B TRANSVERSAL C

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24 HORAS APÓS A INOCULAÇÃO
28
CCP 09
LF 200 – 24 HAI LF 201 – 24 HAI

29
CCP 09
LF 200 - FACE ABAXIAL LF 200 - TRANSVERSAL

30
BRS 226
LF 200 LF 201

31
BRS 226
LF 200 - FACE ABAXIAL LF 200 - FACE ADAXIAL LF 200 - TRANSVERSAL

32
CCP 76
LF 200 – 24 HAI LF 201 – 24 HAI

33
CCP 76
LF 200 - FACE ABAXIAL LF 201 - FACE ADAXIAL LF 201 - TRANSVERSAL

34
TUBOS GERMINATIVOS
35
CCP 09
LF 200 – 24 HAI (Abaxial)

36
CCP 76
LF 200 – 72 HAI (Abaxial)

37
APRESSÓRIOS
38
CCP 09
LF 200 – 24 HAI (Abaxial)

39
BRS 226
LF 200 – 24 HAI (Abaxial)

40
CCP 76
LF 200 -72 HAI (Abaxial) LF 201 – 24 HAI (Abaxial)

41
ESTRUTURAS REPRODUTIVAS
42
CCP 09
LF 200 - 120 HAI (Abaxial)

43
CCP 76
LF 200 - 120 HAI (Abaxial)

44
BRS 226
LF 201 – 72 HAI (Abaxial)

45
AGRESSIVIDADE DOS ISOLADOS
46
CCP 76
LF 200 – 72 HAI (Abaxial) LF 201 – 72 HAI (Abaxial)

47
CCP 09
LF 200 – 144 HAI (Abaxial) LF 201 – 72 HAI (Abaxial)

48
CCP 09
LF 200 – 120 HAI (Abaxial) LF 200 – 120 HAI (Abaxial) LF 200 – 144 HAI (Abaxial)

49
BRS 226
LF 200- 24 HAI LF 200- 48 HAI LF 201 – 24 HAI

50
BRS 226
LF 200 – 144 HAI (Abaxial) LF 200 – 144 HAI (Abaxial)

51
BRS 226
LF 200 – 24 HAI LF 200 – 48 HAI LF 200 – 144 HAI

52
BRS 226
LF 201 – 120 HAI (Abaxial) LF 201 – 120 HAI (Transversal)

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ESTRUTURA DESCONHECIDA
BRS 226 - LF 201 – 72 HAI (Abaxial) CCP 09 - LF 201 – 120 HAI (Abaxial)

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CONCLUSÕES
➢ Infecção se deu por aberturas naturais ou não;

➢ Fase biotrófica no genótipo CCP 76 com o isolado LF 201;

➢ Intervalos menores que 24 HAI para visualizar o início da germinação dos


conídios;
➢ Estudar a relação da estrutura desconhecida com a presença de outros
microorganismos;
➢ Identificar os isolados a nível de espécie;

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Referências Bibliográficas
BRAINER, Maria S. de C. P. Cajucultura. Caderno Setorial ETENE, Ano 7, n° 230,Junho, 2022, p. 1-18. Disponível em:
https://www.bnb.gov.br/etene/caderno-setorial. Último acesso: 25 de Junho de 2023.

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(Mestrado em Agronomia). Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Campos dos Goytacazes, 2016.

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Referências Bibliográficas
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http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/consorcio/separador2/simposio-de-pesquisa-dos-cafes-do-brasil/548-anais-do-vii-
simposio-de-pesquisa-dos-cafes-do-brasili#11Último acesso: 15 de Junho de 2023.

SILVA, Luís G. C. da. Caracterização de Isolados de Colletotrichum gloeosporioides Associados à Antracnose do Cajueiro. Tese
(Doutorado em agronomia). Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2011.

VELOSO, Josiene S. Filogenia e Epidemiologia de Espécies de Colletotrichum associadas à Antracnose do Cajueiro. 2017. Tese (Doutorado
em Agronomia) Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife, 2017.

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Plantas. Recife, vol 28, p. 200-214, 2022.

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OBRIGADA PELA ATENÇÃO
juliana.arsilva@alu.ufc.br

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