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Apostila Concurso CRESS-AM 2023

Agente Administrativo

Sumário
LÍNGUA PORTUGUESA .................................................................................................... 4
Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e
gêneros textuais. Domínio dos mecanismos de coesão textual. .......................................... 4
Domínio da ortografia oficial. ......................................................................................... 37
Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros
elementos de sequenciação textual. ................................................................................ 56
Emprego de tempos e modos verbais. ............................................................................. 67
Domínio da estrutura morfossintática do período. Relações de coordenação entre orações e
entre termos da oração. Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.
....................................................................................................................................... 71
Emprego dos sinais de pontuação. ................................................................................ 100
Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal ........................................... 106
Emprego do sinal indicativo de crase. ............................................................................ 115
Colocação dos pronomes átonos. .................................................................................. 123
Reescrita de frases e parágrafos do texto. Substituição de palavras ou de trechos de texto.
Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. Reescrita de textos de
diferentes gêneros e níveis de formalidade. ................................................................... 129
Significação das Palavras. Figuras de Linguagem........................................................... 133
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO .................................................................. 148
Operações, propriedades e aplicações (soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação
e radiciação). Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e reais) e
operações com conjuntos. ............................................................................................. 148
Princípios de contagem e probabilidade. Arranjos e permutações. Combinações. .......... 156
Razões e proporções (grandezas diretamente proporcionais, grandezas inversamente
proporcionais)............................................................................................................... 169
Porcentagem ................................................................................................................ 187
Regra de três simples e composta ................................................................................. 195
Equações e inequações.................................................................................................. 206
Sistemas de medidas. Volumes. ..................................................................................... 249
Compreensão de estruturas lógicas. Lógica de argumentação (analogias, inferências,
deduções e conclusões). Diagramas lógicos. .................................................................. 256

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA ................................................................................. 299


Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e
procedimentos de informática: tipos de computadores, conceitos de hardware e de
software, instalação de periféricos. ............................................................................... 299
Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente Microsoft Office) ....................... 315
Noções de sistema operacional (ambiente Windows) .................................................... 406
Redes de computadores: conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de
Internet e intranet. ....................................................................................................... 444
Programas de navegação: Mozilla Firefox e Google Chrome .......................................... 486
Programa de Correio Eletrônico MS Outlook .................................................................. 534
Sítios de busca e pesquisa na Internet. .......................................................................... 545
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e
programas. ................................................................................................................... 556
Segurança da informação: procedimentos de segurança. Noções de vírus, Worms e pragas
virtuais. Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware etc.). ................... 560
Procedimentos de backup. Uso do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) .................... 578
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ........................................... 596
Ética e função pública. Ética no Setor Público. ............................................................... 596
Lei nº 8.429/1992 e suas alterações............................................................................... 600
Lei nº 9.784/1999 e suas alterações (processo administrativo)....................................... 623
Acesso à informação: Lei nº 12.527/2011. ..................................................................... 640
Decreto nº 7.724/2012. ................................................................................................. 659
Decreto nº 9.830/2019. ................................................................................................. 691
Lei nº 13.709/2018 (LGPD). ........................................................................................... 701
ATUALIDADES: Política Nacional e Internacional: Eventos políticos recentes no Brasil e no
mundo. Relações internacionais, tratados, acordos, conflitos, etc. Economia: Eventos
econômicos relevantes. Sociedade e Cultura: Questões sociais, como saúde, educação,
segurança, meio ambiente. Tendências culturais e sociais. Avanços científicos e
tecnológicos. Meio Ambiente: Mudanças climáticas e sustentabilidade. Eventos ambientais
significativos. Questões relacionadas à conservação e preservação ambiental. Tecnologia e
Inovação: Novas tecnologias e inovações. Desenvolvimentos na área de ciência da
computação, internet e inteligência artificial. Relações Internacionais: Discussões sobre
questões globais. .......................................................................................................... 739
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 778

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Noções de Administração: Processo administrativo. Funções da administração:


planejamento, organização, direção e controle. ............................................................ 778
Estrutura organizacional. Cultura organizacional. Noções de gestão da qualidade. ........ 797
Noções de administração de recursos materiais. ........................................................... 814
Noções de licitação pública: fases, modalidades, dispensa e inexigibilidade. .................. 842
Conceitos fundamentais de arquivologia. Gerenciamento da informação e a gestão de
documentos. Diagnósticos. Arquivos correntes e intermediário. Protocolos. Avaliação de
documentos. Arquivos permanentes. Tipologias documentais e suportes físicos.
Microfilmagem. Automação. Preservação, conservação e restauração de documentos.. 847
Noções de Administração Financeira. Administração de Pessoas. .................................. 889
Noções de Procedimentos Administrativos e Manuais Administrativos .......................... 895
Noções de Organização e Métodos. ............................................................................... 898
Organização: Conceito e tipos de estrutura organizacional. ........................................... 903
Relações humanas, desempenho profissional, desenvolvimento de equipes de trabalho.
Postura profissional e relações interpessoais. ................................................................ 907
Noções de cidadania e relações públicas. Comunicação. ................................................ 921
Redação oficial de documentos oficiais. Protocolo: recepção classificação, registro e
distribuição de documentos. Expedição de correspondência: registro e encaminhamento
..................................................................................................................................... 927
Trabalho em equipe. Personalidade e relacionamento; eficácia no comportamento
interpessoal; servidor e opinião pública; o órgão e a opinião pública; fatores positivos do
relacionamento; comportamento receptivo e defensivo; empatia; compreensão mútua. 929
Atendimento ao público. Qualidade no atendimento ao público: comunicabilidade;
apresentação; atenção; cortesia; interesse; presteza; eficiência; tolerância; discrição;
conduta; objetividade. .................................................................................................. 947

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LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e


gêneros textuais. Domínio dos mecanismos de coesão textual.

Texto, Contexto e Elementos Paratextuais


Você já se perguntou o que é, de fato, um texto? Geralmente, entendemos o texto como um
conjunto de frases, ou seja, algo que foi feito para ser lido. Mas a definição de texto não é tão
simples quanto parece.
Imagine, por exemplo, que você está lendo um livro e, de repente, encontra em uma página
qualquer um papel com a palavra “madeira”. Ora, certamente você ficará intrigado ou
simplesmente não dará importância a isso.
Agora, vamos imaginar outra situação: você está no meio de uma floresta e ouve alguém
gritar: “Madeira!”. Bem, se você pretende preservar sua vida, sua reação imediata é sair
correndo. Isso acontece porque a situação em que você se encontra levou-o a interpretar o
grito como um sinal de alerta.
A partir desses exemplos simples, podemos chegar a algumas conclusões importantes:
1º - os textos não são apenas escritos, eles também podem ser orais;
2º - os textos não são simples amontoados de palavras ou frases, ou seja, eles precisam fazer
sentido.
Na segunda situação, uma única palavra foi capaz de transmitir uma mensagem de sentido
completo, por isso ela pode ser considerada um texto. Mas o que leva um texto a fazer
sentido?
Existem elementos que nos ajudam a interpretar os textos que estão a nossa volta, mas para
que se possa compreender bem um texto é necessário identificar o contexto (social, cultural,
estético, político) no qual ele está inserido.
O contexto pode ser explícito, quando é expresso por palavras (o texto em que se encontra a
frase ou a frase em que se encontra a palavra), ou implícito, quando está embutido na
situação em que o texto é produzido. Logo, a simples mudança de contexto faz com que a
palavra “madeira” seja interpretada de maneiras diferentes. Na primeira situação, embora a

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palavra esteja dentro de um livro, ela está totalmente fora decontexto, por isso não produz
sentido algum.
Para deixar ainda mais claro, numa frase o que seria o contexto e qual importância dele.
Observe o seguinte enunciado:
“Que belo dia!”
Sem se levar em conta o contexto, não se pode explicar o sentido desta frase. Poderia se
imaginar que ela poderia se referir a um dia agradável, que a rotina flui sem imprevistos, ou
poderia ter sido dita por alguém que ganhou na loteria. Não se sabe a que contexto se refere,
se a um dia de sol após um período chuvoso ou se é um dia de chuva após meses de sol
escaldante. Como não foi apresentada a situação em que esse enunciado foi proferido, há
várias possibilidades de sentido nesta frase.
Observe o texto abaixo retirado de um site de notícias:
Por Bernardo Caram,G1, Brasília 11/12/2016
“Delator da Odebrecht cita doações não declaradas a mais de 30 políticos
Em informações prestadas ao Ministério Público Federal (MPF) para a assinatura de acordo de
delação premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho
apresentou valores repassados a políticos com a finalidade de obter vantagens para a
empreiteira.
O depoimento, que veio a público na sextafeira (9), traz nomes, valores, circunstâncias e
motivação dos repasses. Parte dos recursos foi paga por meio de doações eleitorais oficiais,
mas também há registro de propina e de caixa 2.
Em alguns casos, como o dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-
AL), o dinheiro era entregue a uma pessoa, mas serviria para abastecer um grupo dentro do
partido. Em outros casos, não é possível identificar se a doação foi oficial.
Cláudio atuava na relação da Odebrecht com o Congresso Nacional. Segundo ele, alguns
pagamentos eram feitos para garantir aaprovação de projetos de interesse da empreiteira. ”
Para compreendermos melhor sobre a informação retratada no texto é necessário que
estejamos atentos a situação política do nosso país.
Conhecimento de mundo
Ao longo de sua vida, o leitor adquire conhecimentos utilizados durante a leitura dos extos. O
leitor constrói o sentido do texto quando articula diferentes níveis de conhecimento, entre
eles o conhecimento de mundo. Esse tipo de conhecimento costuma ser adquirido
informalmente, através de nossas experiências pessoais e convívio em sociedade. Ativar seu
conhecimento de mundo no momento certo pode ser útil tanto para salvar sua vida no meio
da floresta ou para resolver questões de concursos.

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Agora observe a seguinte imagem:

O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua
embalagem”. A propaganda utiliza recursos “verbais” e “não verbais”. Os recursos verbais
referem-se à palavra “açúcar”, escrita no saco, e ao slogan “mude sua embalagem”. O
conteúdo verbal da propaganda é reforçado pela parte não verbal, ou seja, a imagem do saco
de açúcar semelhante a uma barriga gorda, que contrasta com a imagem do adoçante no
canto inferior, bem fininho.
Textos verbais e visuais
Até aqui, vimos que os textos podem ser orais ou escritos. Mas essa noção precisa ser
ampliada, pois há textos que não contam com o auxílio da palavra, seja ela escrita ou oral. É o
caso, por exemplo, da fotografia e da pintura. Dizemos, então, que há textos verbais e visuais.
Há ainda textos que utilizam os dois recursos, como no exemplo anterior, assim também como
os filmes, que usam imagens, diálogos e legendas.
Então, chegamos a conceito de texto mais ampliado e consistente: todo enunciado que faz
sentido para um determinado grupo em uma determinada situação. No concurso, essa noção
mais moderna de texto é a que vale.
Em resumo temos que:
Texto: Tomando como definição de texto a de Costa Val (1999:3), para quem “texto é uma
ocorrência linguística, falada ou escrita, de qualquer extensão, dotado de unidades sócio
comunicativa semântica e formal”.
Contexto: O contexto situacional é formado por informações que estão fora do texto, sejam
elas históricas, geográficas, sociológicas, literárias. Ele é essencial para uma leitura mais eficaz,
aproximando o interlocutor/leitor do sentido que o locutor/escritor quis imprimir ao texto.
Além do texto e do contexto temos ainda os elementos paratextuais. A sabedoria popular diz
que não devemos “julgar um livro pela capa”. Isso acontece porque muitas vezes a capa de
um livro acaba despertando ou não nosso interesse pelo texto. Porém, quando abrimos um
livro, podemos nos deparar com outros elementos, como contracapa, biografia do autor,

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prefácio, dedicatória, índice, notas de rodapé, citações, posfácio e ilustrações. Esses


elementos que margeiam o texto são chamados de elementos paratextuais.
Portanto, paratextos são elementos que estão para além do texto, ou seja, informações que
acompanham uma obra. Como podem motivar a aquisição e a leitura livros, os elementos
paratextuais são muito privilegiados pela indústria editorial.
De todos os elementos paratextuais, o mais importante é o título, pois funciona como uma
espécie de “slogan” do texto, ou seja, algo que faça com que o leitor “compre” suas ideias.
Alguns especialistas já chegaram a sugerir que o título não é relevante para a leitura de um
texto, mas não é bem assim. Um título adequado pode direcionar a compreensão do texto,
ajudando o leitor a criar expectativas de leitura.
Em alguns casos, o título fornece pistas importantes para que o leitor levante hipóteses sobre
o que vai ler. Por exemplo, diante de um título como “Conheça as angiospermas”, o leitor
espera ler um texto que trará explicações sobre as angiospermas, seus tipos e exemplares na
natureza. Com a ajuda de outros elementos paratextuais, como a ilustração de uma flor, o
leitor poderá imaginar que se trata de plantas.

A partir do título desses livros é possível especular qual será o enredo da história. Sobre o
título “A culpa é das estrelas” de John Green, é possível imaginar que se trata de uma história
romântica já que o título parece fazer alusão a expressão “escrito nas estrelas”, já o segundo
título “ Para todos os amores errados” de Clarissa Corrêa, podemos interpretar que a história
apesar de uma história romântica vai tratar mais especificamente de desilusões amorosas.
Todos esses apontamentos são apenas suposições feitas a partir do título.
Definições e concepções de leitura: as essências
O tema Leitura
Segundo Orlandi (2000:7), o termo leitura é polissêmico, isto é, permiti distinguir vários
sentidos. Podemos 7ubst.7-lo, em sua acepção mais ampla, como atribuição de sentidos,
tanto em relação à linguagem escrita como em relação à linguagem oral.

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Qualquer expressão linguística, de qualquer natureza, permite uma leitura.


Leitura também pode significar concepção, e é nesse sentido que o termo é usado quando
falamos em leitura de mundo, isto é, quando usamos a palavra leitura para refletir o
conhecimento de cada leitor, considerando-se ou não sua escolaridade.
No sentido acadêmico – mais restrito -, leitura pode significar a construção das bases teóricas
metodológicas que permitem chegar a um texto: são várias as leituras de Rubem Alves, ou de
um texto de Paulo Freire.
Em um sentido ainda mais específico, o termo leitura pode ser entendido como estrita
aprendizagem formal, quando se vincula leitura e alfabetização.
Uma reflexão mais aprofundada sobre leitura nos permite concluir que o leitor precisa
recorrer a estratégias que lhe permitam alcançar o sentido do texto. Além disso, devemos
lembrar que há diferentes modos de leitura, em relação direta com a vida intelectual do leitor,
isto é, com sua maneira de estabelecer os sentidos daquilo que lê.
Leitura e sentido
As palavras significam o que o grupo social convencionou que elas devem significar, mas a
comunicação exige muito mais que apenas usar e aceitar passivamente significados
preestabelecidos.
Ler, então, é mais que decifrar: ler é ser capaz de atribuir um significado ao texto, partindo
do próprio texto, de modo que cada leitor consiga relacioná-lo a todos outros textos
significativos, seja capaz de reconhecer o tipo de leitura que o autor pretendia, e possa,
depois, dono da própria vontade, entregar-se à leitura ou rejeitá-la.
Para que tudo isso aconteça, é preciso que autor e leitor interajam ao longo de um texto. Ao
autor cabe delinear o caminho percorrido durante a produção do texto, direcionando o efeito
de sentido desejado e a intenção comunicativa pretendida; ao leitor compete ler, reler,
analisar, comparar, fazer inferências, ativar conhecimentos.
Todo leitor, ao ler um texto, deve participar da produção de leitura desse texto. Para isso,
deve construir, através do que passaremos a chamar de pistas textuais que o próprio texto
fornece, um sentido para ele (o texto) – mas somente o sentido que o próprio texto autorizar.
Procurar essas pistas faz parte do processo de leitura, porque é a partir delas que o autor
formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões.
Agora, pedimos que você coloque em ordem, numerando de 1 a 4, as diferentes etapas de
participação do leitor na produção de leitura de um texto.
( ) construção de sentido autorizado pelo texto
( ) identificação de pistas textuais
( ) aceitação ou rejeição de conclusões

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( ) formulação e reformulação de hipóteses


Esperamos que Você tenha respondido que o leitor procura, em primeiro lugar, pistas
textuais; em seguida, constrói, por meio dessas peitas, um sentido autorizado pelo próprio
texto; depois, de posse dessas pistas, formula e reformula hipóteses, para, finalmente, aceitar
ou rejeitar conclusões.
Informações implícitas
Muitos candidatos se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos textos.
Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e
implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As
informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser
subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que
foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas.
A partir de elementos presentes no texto, é possível ao leitor recuperar as informações
implícitas, para que possa, efetivamente, chegar a produção de sentido. Por isso, o leitor
precisa estabelecer relações dos mais diversos tipos do texto e o contexto, de forma a
interpretar adequadamente o enunciado.
Por exemplo, observe este enunciado: - Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação
explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia tomava
refrigerante antes”. Agora, veja este outro exemplo: -Felizmente, Patrícia parou de tomar
refrigerante. A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra
“felizmente” indica que o falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação
implícita. Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um
texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos
vestibulares, fazer inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada
dos textos e dos enunciados. A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser
inferidas: as pressupostas e as subentendidas.
Pressupostos.
Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer
sentido.
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse
enunciado só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos
temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o
pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido.
Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e expressões
presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado
“Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta de Patrícia para casa
é dada como certa pelo falante.

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Subentendidos Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas


não são marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas
como insinuações.
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois
não quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de
responsabilidade do receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e
receptores.
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por
exemplo, parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a piada
é um gênero textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos.
Observemos como isso é verdadeiro e deve acontecer em todos os atos de leitura, dos mais
simples aos mais complexos. Considere a manchete do Caderno de Esporte do jornal O Liberal,
de 24.08.2003:
“PAPÃO PROCURA O CAMINHO DA VITÓRIA”
Essa manchete esportiva, uma simples e curta frase declarativa, interpretada
adequadamente, desencadeia uma série de relações entre ela e o leitor, a partir de uma
informação explícita de que alguém, no caso, um clube de futebol, procura uma forma de
vencer.
Estabelecidas essas relações, o leitor encontra outros sentidos além do que foi explicitado.
A primeira dessas relações, que se estabelece entre texto e contexto, leva à compreensão de
que, para vencer, é preciso uma tática de jogo, uma estratégia, sentido latente na metáfora
caminho da vitória.
A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido
o: ele permite entender que o caminho existe, que é um preciso e determinado caminho, que
só ele conduzirá à vitória.
A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido
o: ele permite entender que o caminho existe, que é um preciso e determinado caminho, que
só ele conduzirá à vitória.
A terceira, ainda no âmbito da linguagem, está centrada no significado de procura. Quem
procura é porque perdeu ou porque nunca teve. No caso do clube paraense ele conhecia bem
o caminho da vitória, porém, no dia em que a manchete foi produzida, não conhecia mais.
A quarta novamente uma relação entre texto e contexto, cumplicidade entre autor e
leitor,indica que o clube já não vencia há algum tempo.

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Finalmente a quinta relação por meio da qual o autor também busca a adesão do leitor,
descortina a crítica ao clube que vinha vencendo seguidamente, enchia a sua torcida de
orgulho e parara de vencer. Uma sutil ironia sem dúvida.
Um ouvinte/leitor eficiente precisa captar não apenas as informações explícitas (postas,
dadas, expressas), como também as que estão implícitas, pois, se ele não tiver essa habilidade,
passará por cima de significados importantes, ou – o que é mais grave – concordará com ideias
ou ponto de vista que talvez rejeitasse se os percebesse.
Por que utilizamos sentidos implícitos?
Em todo grupo social, há um conjunto de tabu linguísticos. Isso não significa apenas a
existência de palavras que, em certas circunstancias, não podem ou não devem ser
pronunciadas (os palavrões, por exemplo), mas também a de temas proibidos e protegidos
por uma espécie de “lei do silêncio”. Um ditado popular traduz plenamente essa restrição:
“não se fala em corda em casa de enforcado”.
Esses tabus linguísticos também se fazem presente em relação a determinada informações
que uma pessoa não pode ou não deve dar, não porque elas sejam proibidas, mas porque o
ato de expressá-las constituiria uma atitude repreensível ou comprometedora.
Além dos tabus linguísticos um outro motivo para o uso de sentidos implícitos é que toda
declaração explícita pode tornar-se temas de discussões. O que é dito pode ser contradito, de
modo que não se poderia anunciar uma opinião ou um desejo sem, ao mesmo tempo, expô-
lo às eventuais objeções dos interlocutores.
Julgue você mesmo: no dia 01.02.2003, um deputado federal reeleito em resposta ao repórter
do Jornal Nacional, que referia aos erros desse parlamentar no mandato anterior, respondeu:
“a gente não comete os mesmos erros, porque há tantos erros novos para serem
cometidos...”. Como Você observou o parlamentar admite que continuará errando apenas
não pretende repetir erros já cometidos, o que é muito grave, porque o repórter se referia a
erros prejudiciais ao povo que o elegeu.
Quando se lê, considera-se não apenas o que está dito, mas também o que está implícito, isto
é, aquilo que não está dito, mas que também significando. E o que não está dito pode ser de
várias naturezas:
a) O que não está dito, mas que de certa forma, sustenta o que está dito;
b) O que está suposto para que se entenda o que está dito;
c) O sentido que se opõe àquilo que está dito;
d) Outras maneiras de se dizer o que se disse.

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Em época de forte repressão, a livre manifestação do pensamento, o direto de contestar e de


se denunciar se materializam por meio de sentidos implícitos. Foi o que aconteceu no período
da ditadura militar no Brasil.
Atento a isso, leia o excerto abaixo, do poemacanção de Chico Buarque, datado de 1984, para
aprofundar seu conhecimento sobre sentidos implícitos.
(...) Num tempo
Página triste da nossa história
Passagem desbotada na
memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria-mãe tão
distraída
Sem perceber que era
subtraída
Em tenebrosas transações.
(...)
Esperamos que você tenha percebido que os quatro primeiros versos significam o período da
ditadura militar, entre 1964 e o limiar da década de 80 do século XX, e que os quatro últimos
denunciam a intensa corrupção ocorrida no referido período.
Por isso, tem sido cada vez mais frequente o cuidado de “medirmos as palavras”, para
evitarmos os perigos que advêm dos sentidos literais ou explícitos da língua. O recurso que se
tem mostrado mais frequente e eficaz parece ser simplesmente o uso dos sentidos implícitos,
que conseguem expressar aquilo que queremos dizer, mas sem que corramos o risco de ser
responsabilizados por aquilo que dizemos.
Não é por acaso que, muitas vezes, pessoas de destaque no grupo social, ao falarem, o fazem
de forma tão opaca e incompreensível que seu discurso acarreta lacunas no entendimento de
seus interlocutores.
Condições De Textualidade
Para que uma sequência de enunciados seja reconhecida como texto, é preciso que ela forme
um todo significativo, nas circunstancias de uso em que os enunciados ocorrem. É sobre as

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condições de textualidade, ou seja, aquelas que permitem que você avalie a qualidade do que
lê e do que escreve.
A primeira dessas condições é alcançada com a coerência, isto é, o fator responsável pela
unidade de sentido; a segunda é a coesão,que permite a harmoniosa articulação entre os
diferentes constituintes do texto.
Textualidade
Chama-se textualidade ou tecitura ao conjunto de propriedades que qualquer manifestação
linguística deve possuir para que não seja apenas uma simples sequência de palavras ou
frases.
Contemplamos dois, dentre os fatores responsável pela textualidade de qualquer discurso,
juntamente os que envolvem os componentes conceitual e linguístico.
Componentes conceitual e linguístico
Um texto deve apresentar um conjunto de propriedades decorrentes da relação entre as
partes que o compõem, de tal modo que, ao final, essa relação resulte em uma unidade de
sentido e estabeleça uma ligação – nem sempre aparente – entre essas partes. No primeiro
caso, manifesta-se a coerência; no segundo a coesão.
Coerência
A coerência ou conectividade conceitual é a interdependência semântica entre os elementos
constituintes de um texto, isto é, a relação entre as partes desse texto e que resulta em
unidade de sentido. A coerência decorre da continuidade do sentido, do compromisso entre
as partes que formam a macroestrutura (estrutura semântica global do texto) e está ligada à
compreensão, possibilidade de Interpretação do que dizemos, escrevemos, ouvimos ou
lemos.
Para que a coerência se realize, há três propriedades fundamentais – continuidade ou
repetição, não-contradição e progressão – que serão desenvolvidas a seguir.
A relação entre o texto e o contexto, entendido este como a unidade maior em que a unidade
menor está inserida, é relevante para a depressão das relações do sentido que compõem a
globalidade do texto. Elas devem obedecer a condições cognitivas gerais, satisfazendo às
relações lógico-semânticas entre estados e coisas, como por exemplo, relações de ordenação
temporal, relações de casualidade – entre outras. Essas relações podem se manifestar pelo
vocabulário, pela combinação dos tempos verbais, pela ordem de apresentação de conteúdo,
pela adequação dos campos semânticos.
No texto abaixo, queremos mostrar-lhe como se constrói o sentido de um texto a partir de
uma ideia-chave. Acompanhe com atenção e, ao final, você constatará que, num texto, tudo
significa.

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Dentro do planalto: Fome de reforma


“João Pedro Stédile está afinado com o governo petista. Na semana passada, o líder do MST
andou pelos corredores do Planalto como se fosse um velho conhecido do austero prédio.
Jotapê tenta convencer o governo de que R$ 1 bilhão, previsto no Orçamento para o Incra, é
pouco para tocar a reforma agrária.
Quer abocanhar parte do capital internacional destinado ao projeto Fome Zero. Reforma
agrária, diz, é a maneira mais eficaz de combate à fome.” ( Época – 03.02.2003 – p.8).
Observe que, nesse texto, há uma idéia-chave: João Pedro Stédile. Essa idéiachave, embora
não esteja expressa no título nem no subtítulo, é uma espécie de “primeiro ponto” para o ato
de “tecer o texto”. Ela se repete, quer representar por vocábulos diferentes (João Pedro
Stédile / o líder do MST / um velho conhecido / jotapê), quer representada pelo apagamento
do vocábulo que a poderia expressar.
Essa mesma ideia-chave é responsável pelas formas verbais em 3ª pessoa do singular (está
afinado/ andou/ fosse/ tentar convencer/ quer/ diz). Além disso, o seu conhecimento prévio
permite que você identifique a relação de afinidade entre João Pedro Stédile e governo
petista, assim como entre João Pedro Stédile / governo petista e entre corredores do Planalto
/ austero prédio / o governo / fome zero /combate à fome.
A coerência conceitual – macroestrutura ou estrutura semântica – é um dos requisitos
fundamentais para construção de qualquer texto, quer ele seja literário, jornalístico, científico,
jurídico, acadêmico, quer seja uma conversão espontânea.
Coesão
A coesão pode ser entendida como o modo pelo qual frases ou partes delas se combinam para
assegurar o desenvolvimento textual, ou seja, é o modo como as palavras estão ligadas entre
si, dentro de uma sequência, a fim de criar uma relação semântica entre um elemento do
texto e outro elemento que é fundamental para sua interpretação.
A coesão – isto é, a articulação – será eficaz quando estabelecer não apenas a ligação de uma
ideia a outra, mas também que tipo de relação específica se institui a partir desse recurso. A
coesão é marcada linguisticamente quando, para isso, empregamos nomes, conjunções,
pronomes relativos, preposições, advérbios, locuções adverbiais, elementos de transição
adequados.
Não há dúvida de que a coesão marcada por elementos linguísticos contribui para conferir
coerência ao texto. Tais elementos, no entanto, não são nem suficientes nem imprescindíveis
para garantila. É perfeitamente possível haver textos coerentes que não apresentam
elementos coesivos, como no parágrafo a seguir, extraído de uma reportagem sobre Di
Cavalcanti.

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“Nas vacas magras, ia de cerveja a cachaça. Nunca bêbado. Tinha um poder enorme sobre o
copo. Bebia, depois deitava, lia, relaxava..” (Veja – julho/1997).
As quatro orações do período estão separadas por ponto. Embora não haja conectores
gramaticais explícitos, é fácil perceber de que modo essas orações se combinam para formar
uma sequência, pois é fácil recuperar os elementos coesivos que não foram expressos. Nada
impediria que o autor da matéria tivesse escrito o texto assim:
Nas vacas magras, ia de cerveja a cachaça, porém nunca ficava bêbado, pois tinha um poder
enorme sobre o corpo, isto é, bebia, depois deitava, lia e relaxava…
A coesão pode ser estabelecida por elementos que fazem o texto progredir a partir da conexão
por eles operacionalizada. Esses conectores estabelecem uma relação semântica de acordo
com o sentido que expressam.
É pela coesão que se estabelece o nexo entre as partes de um texto. As relações coesivas
realizam-se por meio de um léxico da língua e suas marcas são fixadas principalmente por
elementos da natureza gramatical (pronomes, conjunções, preposições, formas verbais),
elementos da natureza lexical (sinônimos, antônimos, repetições) e por mecanismos
sintáticos (subordinação, coordenação, ordenação dos vocábulos, das orações). A coesão,
como elemento responsável pela textualidade, diz respeito a todos os processos de
referenciarão ou segmentação que asseguram ou tornam recuperável uma ligação linguística
significativa entre os elementos que ocorrem na superfície textual.
Intertextualidade
Assunto comum em provas de concursos, a intertextualidade acontece quando um texto
retoma uma parte ou a totalidade de outro texto – o texto fonte. Geralmente, os textos fontes
são aqueles considerados fundamentais em uma determinada cultura. No exemplo dado,
compositores brasileiros contemporâneos retomam um dos textos mais reverenciados da
literatura portuguesa.
Nos anos 90, Pedro Luis e Fernanda Abreu lançaram a canção “Tudo vale a pena”, cujo refrão
diz o seguinte: “Tudo vale a pena, sua alma não é pequena”. O mote, na verdade, faz
referência ao famoso poema “Mar português” (1934), do poeta Fernando Pessoa:
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Como podemos ver, temos dois textos que, apesar de distantes no tempo e no espaço,
dialogam entre si. A intertextualidade é exatamente essa relação, uma forma de diálogo entre
dois ou mais textos.

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É importante considerar que a intertextualidade pode ocorrer entre textos de mesma


natureza ou de naturezas diferentes. Como é um conceito amplo e passível de classificações,
a intertextualidade pode ser classificada em dois tipos principais: intertextualidade explícita e
intertextualidade implícita.
Na intertextualidade explícita ocorre a citação da fonte do intertexto, encontrada
principalmente nas citações, nos resumos, resenhas e traduções, além de estar presente
também em diversos anúncios publicitários. Nesse caso, dizemos que a intertextualidade se
localiza na superfície do texto, pois alguns elementos nos são fornecidos para que
identifiquemos o texto fonte. Observe um exemplo:

A intertextualidade, quando explícita, fornece ao leitor diversos elementos que o remetem ao


texto fonte.
No anúncio publicitário utilizado no exemplo, há uma forte referência ao texto fonte,
facilmente identificada pelo leitor através dos elementos fornecidos pela linguagem verbal e
pela linguagem não verbal. A composição do anúncio nos transporta imediatamente para o
filme “Tropa de Elite”, do cineasta José Padilha, e isso só é possível em razão do forte apelo
popular da produção, que ganhou grande projeção em nossa sociedade.
Já a intertextualidade implícita ocorre de maneira diferente, pois não há citação expressa da
fonte, fazendo com que o leitor busque na memória os sentidos do texto. Geralmente está
inserida nos textos do tipo paródia ou do tipo paráfrase, ganhando espaço também na
publicidade. Observe o exemplo:

No anúncio há um elemento verbal que permite a retomada do texto fonte, mas essa
inferência depende de um conhecimento prévio do leitor: se ele não souber que há uma

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referência à música “Mania de você”, da cantora Rita Lee, provavelmente o texto não será
compreendido em sua totalidade.
Portanto, a intertextualidade é um elemento muito importante para a constituição de
sentidos do texto, colaborando em muito para a coerência textual ao reforçar a ideia de que
a competência linguística não depende apenas do conhecimento do código linguístico, mas
também do conhecimento das relações intertextuais.
A seguir, veremos vários exemplos de intertextualidade, seja em forma de citação, paródia ou
paráfrase.
Citação

Esse procedimento intertextual acontece quando um texto reproduz outro texto ou parte
dele. Para sinalizar que houve a reprodução de outro texto, são utilizados alguns marcadores,
como as aspas. Dessa forma, o texto deixa claro que o trecho ou o texto citado foi tirado de
outra fonte, como no exemplo.
A compreensão adequada de um intertexto depende, naturalmente, do conhecimento do
texto fonte. Vejamos o outro exemplo abaixo.

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No exemplo dado, a propaganda buscou inspiração no texto bíblico “Do pó vieste e ao pó


voltarás”, marcando sua reprodução por meio de aspas.
Paródia
A paródia consiste em uma subversão ao texto fonte, recriando-o de maneira satírica ou
crítica. Dizendo de outra maneira, a paródia ironiza o texto original e inverte seu sentido.
“Canção do exílio” (1847) é um dos textos mais parodiados da cultura brasileira, exercendo
sua influência por várias gerações.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Agora, leia parte da paródia composta pelo humorista e apresentador Jô Soares:

Minha Dinda tem cascatas


Onde canta o curió
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Minha Dinda tem coqueiros
Da Ilha de Marajó
As aves, aqui, gorjeiam
Não fazem cocoricó.
No poema de Gonçalves Dias, do final do século XIX, o eu lírico deseja cantar a saudade que
sente de sua terra natal, o Brasil, enfatizando seus encantos e belezas naturais.
O texto de Jô Soares, do final do século XX, desconstrói o sentido do texto original, já que o eu
lírico quer distância da terra natal, pois prefere as mordomias da Casa da Dinda, como ficou
conhecida a residência oficial do Presidente da República na época, Fernando Collor de Mello.
Através da paródia, Jô Soares faz uma crítica aos escândalos de corrupção do governo, que
culminaram no processo de “impeachment” do presidente.
Paráfrase
Fazer uma paráfrase significa reproduzir as ideias de um texto, só que utilizando outras
palavras, dentro de uma nova montagem. É o recurso intertextual que se faz presente, por
exemplo, em resumos, atas e relatórios, que fazem parte do nosso cotidiano Veja um exemplo
de paráfrase da tão parodiada “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias:
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a “Canção do Exílio”.

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Como era mesmo a “Canção do Exílio”?


Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que palmeiras
onde canta o sabiá
Perceba que o poema “Europa, França e Bahia”, de Carlos Drummond de Andrade, estabelece
um diálogo com o texto de Gonçalves Dias, mas não tem uma intenção satírica – é uma
paráfrase.
Citação do discurso (direto, indireto, modalização em discurso segundo, ilha textual).
Quando o enunciador precisa citar, em seu discurso, um texto (falado ou escrito) de outrem,
pode recorrer a alguns mecanismos linguísticos, como a modalização em discurso segundo, o
discurso direto, o discurso indireto e a ilha textual.
MODALIZAÇÃO EM DISCURSO SEGUNDO
É o modo mais simples e mais direto para o enunciador mostrar que não é responsável por
um determinado discurso: apenas indica que está se apoiando em um texto alheio. Para tanto,
o enunciador utiliza-se de determinadas marcas linguísticas, como as apresentadas em
destaque nos exemplos abaixo. Ex.: Para a antropóloga americana Margaret Mead, a
monogamia é o mais difícil dos arranjos maritais. Ex.: Uma dieta rica em vegetais, segundo
dizem, reduz a chance de se ter vários tipos de câncer. Ex.: O que falta aos governos latino-
americanos é profissionalismo e inteligência política, conforme Caetano Veloso. Ex.: A
adolescência, de acordo com fontes bem informadas, começa cada vez mais cedo e termina
cada vez mais tarde.
DISCURSO DIRETO
Nesse tipo de citação, o enunciador se exime de qualquer responsabilidade, por isso, ele
reproduz literalmente as falas citadas, ou seja, o discurso apresenta-se às vezes como a exata
reprodução das palavras do enunciador citado.
Ex.: “Um indivíduo faminto tende a salivar muito mais diante de um prato de comida do que
alguém com menos fome”, afirma a fisiologista Sara Shammah Lagnado, da Universidade de
São Paulo (USP).
Marcas do discurso direto
a) O discurso direto vem introduzido por um verbo que anuncia a fala citada. Tais verbos são
denominados de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar, falar, entre outros) e podem ser
colocados antes do discurso direto, em oração intercalada, no interior do discurso direto ou
no final do discurso direto.
Ex.: O professor esclarece: “Os jovens levam a sério o mundo dos super-heróis, mas não
completamente”.

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Ex.: – Farei uma farra daquelas – disse o candidato – quando eu passar no vestibular.
Ex.: – Por que o senhor bebe? – perguntou a repórter. – Eu bebo porque é líquido. Se fosse
sólido, eu comeria – respondeu malcriado o alcoólatra.
b) A fala citada aparece nitidamente separada por elementos tipográficos como as aspas,
travessões, dois-pontos e itálico.
Ex.: A mulher perguntou ao marido: – Você bebeu? Ex.: A mulher perguntou ao marido: “Você
bebeu?”
Ex.: A mulher perguntou ao marido: Você bebeu?
A opção pelo discurso direto geralmente está ligada ao gênero do discurso ou às estratégias
do enunciador de cada texto. Ao escolher esse modo de citação, o enunciador, pode estar,
particularmente, querendo:

 Criar imagem de autenticidade do que reproduziu, indicando que as palavras relatadas


são realmente proferidas;
 distanciar-se: seja porque o enunciador quer explicitar, por intermédio do discurso
direto, sua adesão respeitosa ao dito, fazendo ver o desnível entre palavras
prestigiosas, irretocáveis e as suas próprias palavras (citação de autoridade); seja
porque não adere ao que é dito; 
 mostra-se objetivo;  caracterizar a fala relatada, imprimindo-lhe marcas de oralidade
espontânea, de regionalismos ou até de cacoetes linguísticos (recurso muito utilizado
em gêneros literários). 3. DISCURSO INDIRETO É o modo de citação do discurso alheio
em que o enunciador tem uma diversidade de maneiras para traduzir as falas citadas,
uma vez que ele se utiliza de suas próprias palavras para reproduzir a fala do outro.
Ex.: O carnavalesco disse que os traficantes não mandam no samba. Marcas do
discurso indireto  da mesma forma do discurso direto, vem também introduzido por
um verbo de dizer;  ao contrário do discurso direto, a fala citada é introduzida por
meio de uma partícula introdutória: que ou se. A escolha do discurso indireto está
também ligada ao gênero textual e às estratégias do enunciador em cada texto. A
imprensa popular, por exemplo, prefere o discurso direto ao indireto. Para um público
leitor popular, o jornalista privilegia a citação direta. É como se o leitor estivesse
presente na situação. Para um leitor mais instruído, o jornalista constrói um enunciado
que fale à inteligência desse público e atrás desse enunciado ele (o jornalista) se apaga.
Por isso, nesse caso, haverá mais recorrência ao discurso indireto, às ilhas textuais e á
modalização em discurso segundo.
Tipologia Textual: Tipos e Gêneros
Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente
confunde com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).
Querem dizer a mesma coisa? Não.

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Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida,
seja na forma oral ou escrita.
Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja,
seguem regras gramaticais, algo mais formal.
Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em
consideração a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação.
São inúmeros os gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor,
noticia, biografia, seminário, palestras, etc
O que é tipologia textual?
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as
regras gramaticais, dependendo de suas características.
São as classificações mais clássicas de um texto:
A narração, a descrição, a dissertação (expositiva e argumentativa), a injunção, a predição e
a conversacional.
Narração
Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que
ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a
objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal
predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias
infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica,
romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
Descrição
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um
objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função
caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou
sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa “criar” com palavras
a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a
que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos
gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio
classificado, etc.
Dissertação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele.
Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
Dissertação-Exposição

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Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações


sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo
apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex:
aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.
Dissertação-Argumentação
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O
texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo.
Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É
tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto,
crítica, editorial de jornais e revistas.
Injunção / Instrucional
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua
maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso
do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e
instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de
comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com
votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).
OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram
que existe também o tipo predição.
Predição
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda
está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões
meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas.
OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse
nada mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve
personagens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou
virtual), um enredo (assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa.
Dialogal / Conversacional Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo
predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc.
Gêneros textuais
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou
escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito
parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas
semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas
formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada

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gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos
demais através de suas características. Exemplos:
Carta
Quando se trata de “carta aberta” ou “carta ao leitor”, tende a ser do tipo
dissertativoargumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a
leitores.
Quando se trata de “carta pessoal”, a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma
linguagem pessoal é mais comum. No caso da “carta denúncia”, em que há o relato de um
fato que o autor sente necessidade de o expor ao seu público, os tipos narrativos e
dissertativoexpositivo são mais utilizados. Observe o exemplo de uma carta ao leitor logo
abaixo:
Carta ao leitor
Nunca te vi, mas sempre te amei
Por: Martha San Juan França (Diretora de redação)
De todas as tarefas que fazem parte da rotina de redação de Galileu, a mais prazerosa
certamente é ler as cartas dos leitores. Os fãs da revista são de fato especiais e suas cartas
traduzem isso. São criativos, curiosos, observadores e não deixam passar nada. Fazem
perguntas tão difíceis quanto imprevisíveis. Querem saber de tudo: do monstro do Lago Ness
ao Projeto Genoma Humano. E não se contentam com respostas pela metade. Ler as dúvidas
que aparecem nas cartas, os comentários sobre as reportagens passadas e as sugestões de
futuras é gratificante para qualquer jornalista. Ainda mais para nós, jornalistas de Galileu, que
adoramos um bom desafio.
Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para satisfazer tantas pessoas exigentes.
Vou 23ubst.2323s-la agora: Luiz Francisco Senne, nosso secretário de produção, professor de
português, roqueiro, colecionador de discos de vinil e livros usados, e responsável pelo
atendimento aos leitores. Kiko, como é muito mais conhecido, sabe também driblar as
angústias dos nossos jovens amigos em apuros.
Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos professores uma tarefa complicada e não
sabem a quem recorrer. Kiko responde delicada, mas firmemente: não dá para fazer o trabalho
escolar no lugar do aluno (é festa agora?). Mas simpatiza com o drama de leitores como este
cuja mensagem é reproduzida acima: “Vocês não poderiam dar uma dica de como ir bem numa
prova de física porque o meu cérebro está cansado?” Atendendo ao apelo levado aos
repórteres por Kiko, Galileu oferece a seus leitores a matéria “Os cientistas alertam: não
deveríamos existir”, do editor Marcelo Ferroni. Ela mostra que a física pode ser criativa em vez
de uma aula chata. Quer ver?

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Propaganda
É um gênero textual dissertativo expositivo onde há a o intuito de propagar informações
sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes,
mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Observe na imagem
abaixo:

Bula de remédio
Trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo expositivo e injuntivo que tem por
obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento, como no
exemplo a seguir.

Receita
É um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para
preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos

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no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.
Observe na imagem a seguir:

Reportagem
É um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por
objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.
“Mercado Central de Macapá poderá reabrir em março, prevê prefeitura”
Lojistas reclamam de transtornos durante demora nas obras de reformas. Prefeitura informou
que ponto turístico é ampliado e revitalizado.
Em obras desde novembro de 2015, o Mercado Central de Macapá deverá reabrir em março,
prevê a prefeitura. O local é um dos principais pontos turísticos da capital e reúne diversos
pontos de vendas de comidas típicas e artesanatos.
Essa é a terceira data reabertura. A primeira foi anunciada para maio de 2016 e a segunda
para setembro do mesmo ano. A obra foi orçada em aproximadamente R$ 2 milhões.
O investimento é financiado pelo Programa Calha Norte, do Governo Federal, por meio de
emenda parlamentar, e terá espaços com acessibilidade para pessoas com deficiência,
segundo a prefeitura.
A Secretaria Municipal de Obras (Semob) informou além da pintura, consertos na rede elétrica
e hidráulica e substituição do telhado, novos espaços serão implantados no local, como a
ampliação da área para lanchonetes, banheiros e a montagem de um palco para atrações
culturais. A última reforma aconteceu em 2013, quando o prédio completou 60 anos de
criação. ”

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História em quadrinhos
É um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de
diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. Observe o
exemplo abaixo:

Charge
É um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum
acontecimento atual, em sua grande maioria.

Poema
Trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em
estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser

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poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai,
soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos
e descritivos são mais frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre
poema e poesia. Poesia é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma
linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético. Assim,
quando se aplica a poesia ao gênero poema, resulta-se em um poema poético, quando
aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo uma peça ou um filme podem ser
assim considerados).
Veja o exemplo de um poema poético, em Poema da purificação de Carlos Drummond De
Andrade:
Poema da purificação
Depois de tantos combates
o anjo bom matou o anjo mau
e jogou seu corpo no rio
As água ficaram tintas
de um sangue que não descorava
e os peixes todos morreram.
Mas uma luz que ninguém soube
dizer de onde tinha vindo
apareceu para clarear o mundo,
e outro anjo pensou a ferida
do anjo batalhador.
Veja o exemplo de uma prosa poética, em um trecho da obra Iracema de José de Alencar: “O
guerreiro sem a esposa é como a árvore sem 27ubst. nem 27ubst.: nunca ela verá o fruto; o
guerreiro sem amigo é como a árvore solitária que o vento açouta no meio do campo: o fruto
dela nunca amadurece”.

QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (Fuvest – Primeira Fase)

A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi percebido


antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da ciência, da
tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria moral inexorável. Os que

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condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria ignoram os desafios
que explodiram com o capitalismo monopolista de sua terceira fase.

Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1 apontara tais riscos. O “livre jogo do mercado”
(que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões de seres humanos nos
países ricos e uma carrada maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a
sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto,
das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”.
1: Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga.

O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela

I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição;


II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento;
III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor.
Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto:

A. “pós-moderna” (L. 1);


B. “mau uso” (L. 2);
C. “livre jogo do mercado” (L.6);
D. “livre” (L. 7);
E. “resto do mundo” (L. 9).
As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em

a) A, C e E
b) B, C e D
c) C, D e E
d) A, B e E
e) B, D e A

02. (Enem – Segundo Dia)

“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista
que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era
José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do
romance no Brasil.

Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos,
ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado
federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse
personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada. História Viva, n.° 99, 2011.

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Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de
sua obra, depreende-se que

a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus
romances.

b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra
literária com temática atemporal.

c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua
importância para a história do Brasil Imperial.

d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da


memória linguística e da identidade nacional.

e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática
indianista.

03. (Enem – Segundo Dia)

A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil,


corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa,
paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de ter na área semântica de
“posse”, no final da fase arcaica.

Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter
existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos
anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de
ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de
haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como
“novidade” no século XVIII por Said Ali.

Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente


da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva?
É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma
avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se
uma norma por outra?

CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008.
Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que:

a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.

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b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.

c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.

d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.

04. (UERJ)

“Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate.”


Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que nos
leva a conclusões falsas ou improcedentes.

O último parágrafo do texto é um exemplo de sofisma, considerando que, da constatação de


que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os abacates têm cor verde.

Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento:

a) enumeração incorreta
b) generalização invertida
c) representação imprecisa
d) exemplificação inconsistente

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05. (ETEC )
“Em um mundo marcado por conflitos em diferentes regiões, as operações de manutenção
da paz das Nações Unidas são a expressão mais visível do compromisso solidário da
comunidade internacional com a promoção da paz e da segurança.
Embora não estejam expressamente mencionadas na Carta da ONU, elas funcionam como
instrumento para assegurar a presença dessa organização em áreas conflagradas, de modo a
incentivar as partes em conflito a superar suas disputas por meio pacífico – razão pela qual
não devem ser vistas como forma de intervenção armada.” Acesso em: 26.08.2016. Adaptado.

Historicamente, o Brasil envia soldados para participar de operações de paz. Em 2004, foi
criada pelo Conselho de Segurança da ONU a Missão das Nações Unidas para Estabilização do
Haiti (Minustah).

De acordo com o texto, essa missão foi criada para:

a) restabelecer a segurança e normalidade institucional do Haiti após sucessivos episódios de


turbulência política e de violência, que marcaram esse país no início do século XXI.

b) atacar os garimpos ilegais de diamantes no interior do Haiti, que usavam mão de obra
infantil nas minas onde esse minério é encontrado.

c) combater o narcotráfico comandado pelo Cartel de Medelin, que a partir do Haiti distribuía
drogas para todos os países da América Latina.

d) acabar com os problemas ambientais crônicos no Haiti, pois esse país era o principal
responsável pela poluição ambiental no Caribe.

e) extinguir a rede de trabalho escravo existente no Haiti, que utilizava esse tipo de mão de
obra nas plantações de soja e trigo.

06 (Fatec – 1º Semestre – Prova) Leia o texto para responder às questões.

O labirinto dos manuais


Há alguns meses troquei meu celular. Um modelo lindo, pequeno, prático. Segundo a
vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e
até servia para telefonar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”, decidi, folheando
as 49 páginas. Já na primeira, tentei executar as funções. Duas horas depois, eu estava prestes
a roer o aparelho. O manual tentava prever todas as possibilidades. Virou um labirinto de
instruções!

Na semana seguinte, tentei baixar o som da campainha. Só aumentava. Buscava o vibracall,


não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo, pensando que
era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi.

— Manual só confunde – disse didaticamente. – Dá uma de curioso.

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Insisti e finalmente descobri que estava no vibracall há meses! O único problema é que agora
não consigo botar a campainha de volta!

Atualmente, estou de computador novo. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei um
livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” – um guia prático, simples e colorido! Resolvi: “Vou
seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um supercomputador se não sei
usá-lo?”. Quando cheguei à página 20, minha cabeça latejava. O livro tem 342! Cada vez que
olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor gastar o tempo relendo Guerra e Paz*?

Tudo foi criado para simplificar. Mas até o microndas ficou difícil. A não ser que eu queira fazer
pipoca, que possui sua tecla própria. Mas não posso me alimentar só de pipoca! Ainda se
emagrecesse... E o fax com secretária eletrônica? O anterior era simples. Eu apertava um
botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em um, depois em outro para
confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia, a luzinha estava piscando. Tentei ouvir a
mensagem. A secretária disparou todas as mensagens, desde o início do ano!

Eu sei que para a garotada que está aí tudo parece muito simples. Mas o mundo é para todos,
não é? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria aprender só aquilo de
que tenho realmente necessidade, e não usar todas as funções. É o que a maioria das pessoas
acaba fazendo! (Walcyr Carrasco, Veja SP, 19.09.2007. Adaptado)

1) Livro do escritor russo Liev Tolstói. Com mais de mil páginas e centenas de personagens, é
considerada uma das maiores obras da história da literatura.

Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se concluir corretamente que

a) a leitura de obras-primas da literatura é atividade mais produtiva do que utilizar celulares


e computadores.

b) os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr em


prática são improdutivos.

c) a vendedora foi convincente, pois o narrador comprou o celular, embora duvidasse das
qualidades prometidas pelo aparelho.

d) o manual sobre computadores, ao contrário de outros do gênero, cumpria a promessa


assumida nos dizeres impressos na capa.

e) os jovens deveriam ensinar computação aos mais velhos, pois, dessa forma, estes últimos
entenderiam as funções básicas do equipamento.

2) Analise as afirmações sobre trechos do texto e assinale a correta.

a) Em – Há alguns meses, troquei meu celular. –, o verbo haver indica tempo decorrido e pode
ser substituído, corretamente, por Fazem.

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b) Em – Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. –, o termo em
destaque expressa a ideia de exclusão.

c) Em – Virou um labirinto de instruções! –, o termo em destaque foi empregado em sentido


figurado, indicando confusão, incompreensibilidade.

d) Em – Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. –, o termo em destaque pode ser substituído,
corretamente e sem alteração do sentido do texto, por limitada.

e) Em – Mas não posso me alimentar só de pipoca! –, a conjunção em destaque expressa a


ideia de comparação.

07. (Fuvest – Primeira Fase)


A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no
postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou
sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela
opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos
melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências
naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais
livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que
os tornem acessíveis a todos.
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)

No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor

a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.

b) considera utópicos os objetivos dessas ciências.

c) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.

d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.

e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.

08. (Unesp – 1ª fase)

Texto 1
Porque morrer é uma ou outra destas duas coisas: ou o morto não tem absolutamente
nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja, ou, como se diz, a morte é
precisamente uma mudança de existência e, para a alma, uma migração deste lugar para um
outro. Se, de fato, não há sensação alguma, mas é como um sono, a morte seria um
maravilhoso presente. […] Se, ao contrário, a morte é como uma passagem deste para outro

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lugar, e, se é verdade o que se diz que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que
poderia existir, ó juízes, maior do que este? Porque, se chegarmos ao Hades, libertando-nos
destes que se vangloriam serem juízes, havemos de encontrar os verdadeiros juízes, os quais
nos diria que fazem justiça acolá: Monos e Radamante, Éaco e Triptolemo, e tantos outros
deuses e semideuses que foram justos na vida; seria então essa viagem uma viagem de se
fazer pouco caso? Que preço não seríeis capazes de pagar, para conversar com Orfeu, Museu,
Hesíodo e Homero?

(Platão. Apologia de Sócrates, 2000.)

Texto 2
Ninguém sabe quando será seu último passeio, mas agora é possível se despedir em grande
estilo. Uma 300C Touring, a versão perua do sedã de luxo da Chrysler, foi transformada no
primeiro carro funerário customizado da América Latina. A mudança levou sete meses, custou
R$ 160 mil e deixou o carro com oito metros de comprimento e 2 340 kg, três metros e 540 kg
além da original. O Funeral Car 300C tem luzes piscantes na já imponente dianteira e enormes
rodas, de aro 22, com direito a pequenos caixões estilizados nos raios. Bandeiras nas pontas
do capô, como nos carros de diplomatas, dão um toque refinado. Com o chassi mais longo, o
banco traseiro foi mantido para familiares acompanharem o cortejo dentro do carro. No
encosto dos dianteiros, telas exibem mensagens de conforto. O carro faz parte de um pacote
de cerimonial fúnebre que inclui, além do cortejo no Funeral Car 300C, serviços como
violinistas e revoada de pombas brancas no enterro.

(Funeral tunado. Folha de S.Paulo, 28.02.2010.)

Confrontando o conteúdo dos dois textos, pode-se afirmar que:

a) embora os dois textos transmitam concepções divergentes acerca da morte, eles tratam de
visões concernentes à mesma época, a saber, a sociedade atual.

b) sob o ponto de vista filosófico, não há diferenças qualitativas entre uma e outra concepção
sobre a morte.

c) os comentários do texto grego sobre a morte são coerentes com uma filosofia de forte
valorização do corpo em detrimento da alma, e do mundo sensível sobre o mundo inteligível.

d) o texto de Platão evidencia uma cultura monoteísta, enquanto que o segundo é politeísta.

e) enquanto no primeiro texto transparece a dignidade metafísica da morte, no segundo


sugere-se a conversão do funeral em espetáculo da sociedade de consumo.

09. (Enem)
Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos
A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade
no aumento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram

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muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e


Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos
exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão.

Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge
como marca da nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que participam do
Programa não praticavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora
o desenvolvimento emocional das voluntárias.

Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de
gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer,
endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens,
no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os
adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”, exemplifica Claudia.

DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).

Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as


informações apresentadas no texto indicam que

a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada


constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes.

b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior


consumo de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre
os adolescentes.

c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população


adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio
metabólico.

d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições


de alimentação, enquanto que na população adulta os fatores hereditários são
preponderantes.

e) a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes entre a


população adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica.

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10. (UERJ)

A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento


fundamental para a instalação de um tribunal: a existência de alguém que esteja sendo
acusado.

Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet:

a) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo


b) configuram julgamentos vazios ainda que existam crimes comprovados
c) emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de acusados
d) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados concretos

GABARITO

1. Alternativa A: (A, C e E.)


2. Alternativa D: a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na
preservação da memória linguística e da identidade nacional.
3. Alternativa E: os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da
constituição linguística.
4 Alternativa B: generalização invertida.
5 Alternativa A: restabelecer a segurança e normalidade institucional do Haiti após
sucessivos episódios de turbulência política e de violência, que marcaram esse país no início
do século XXI.
6 Alternativa B: os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem
compreender e pôr em prática são improdutivos. Alternativa c: Em – Virou um labirinto de
instruções! –, o termo em destaque foi empregado em sentido figurado, indcando confusão,
incompreensibilidade.
7 Alternativa E: utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.

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8 Alternativa E: enquanto no primeiro texto transparece a dignidade metafísica da morte,


no segundo sugere-se a conversão do funeral em espetáculo da sociedade de consumo.
9 Alternativa A: a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente
desequilibrada constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre
os adolescentes.
10 Alternativa C: emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de acusados.

Domínio da ortografia oficial.

A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta grafia das palavras. É ela quem ordena
qual som devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são grafados segundo
acordos ortográficos.
A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender ortografia é realizar muitos exercícios,
ver as palavras, familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é necessário, mas não
basta, pois há inúmeras exceções e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de
etimologia (origem da palavra).
Regras ortográficas
O fonema s
S e não C/Ç
palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent:
pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão /
aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir
- compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível /
consentir – consensual
SS e não C e Ç
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos
terminados por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão /
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir -
opressão / comprometer - compromisso / submeter – submissão.
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por “s”. Exemplos:
a + simétrico - assimé- trico / re + surgir – ressurgir.
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: ficasse, falasse.
C ou Ç e não S e SS

 vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.


 vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju- çara, caçula, cachaça, cacique.

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 sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar,
empalidecer, carniça, caniço,esperança, carapuça, dentuço.
 nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção /
reter – retenção.
 após ditongos: foice, coice, traição.
 palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
 marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.
O fonema z
S e não Z

 sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos
nobiliárquicos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
 sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose.
 formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, quiseste.
 nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”: aludir - alusão / decidir -
decisão / empreender - empresa / difundir – difusão.
 diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis –
lapisinho.
 após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
 verbos derivados de nomes cujo radical termina com“s”: anális(e) + ar - analisar /
pesquis(a) + ar – pesquisar.
Z e não S

 sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza
/ belo – beleza.
 sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem não termine com s): final -
finalizar / concreto – concretizar.
 consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
Exceção: lápis + inho – lapisinho.
O fonema j
G e não J

 palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso.


 estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
 terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções): imagem, vertigem,
penugem, bege, foge.Exceção: pajem.
 terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio, relógio, refúgio.
 verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, mugir.

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 depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir.


 depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com j: ágil, agente.
J e não G

 palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.


 palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia,manjerona.
 palavras terminadas com aje: ultraje.
O fonema ch
X e não CH

 palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, xucro.


 palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagartixa.
 depois de ditongo: frouxo, feixe.
 depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
CH e não X

 palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,


 mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
As letras “e” e “i”

 Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
 Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com “e”: caçoe, perdoe,
tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
possui, contribui.
* Atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia “e” pela grafia
“i”: área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à
tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
* Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia de uma palavra, há a possibilidade
de consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado pela
Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referência até mesmo para a criação de
dicionários, pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet, o
endereço é www.academia.org.br.
Informações importantes
- Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, equivalentes: aluguel/aluguer,
relampejar/relampear/relampar/relampadar.

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- Os símbolos das unidades de medida são escritos sem ponto, com letra minúscula e sem “s”
para indicar plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 120km/h.
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve haver espaço entre o algarismo e o
símbolo: 14h, 22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e quatro
segundos).
- O símbolo do real antecede o número sem espaço:
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra vertical ($)
Hífen
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ligar os elementos de palavras
compostas (como ex-presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, isto é, no
fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Ortográfica:
1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma unidade semântica, ou seja, nos
termos que se unem para formarem um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-
brasileiro, tenente-coronel, segunda- -feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-
ministro, azul-escuro.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-
me-quer, abóbora- menina, erva-doce, feijão-verde.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-
número, recém-casado.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas exceções continuam por já estarem
consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-demeia, água-de-
colônia, queima-roupa, deus-dará.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte RioNiterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto
e nas combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, etc.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- quando associados com outro termo
que é iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-
prefeito.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-
graduação, etc.

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9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei,
etc.
10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo uma palavra iniciada por “h”:
sub-hepático, geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-homem.
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina com a mesma vogal do
segundo elemento: micro -ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
** O hífen é suprimido quando para formar outros termos: reaver, inábil, desumano,
lobisomem, reabilitar.
Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mudança de linha), caso a última palavra a
ser escrita seja formada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”
(hífen em ambas as linhas).
Não se emprega o hífen:
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-
se em “r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso,
contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo termo
inicia-se com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada,
autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu
o “h” inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o segundo elemento começar com “o”:
cooperação, coobriga- ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de composição: pontapé, girassol,
paraquedas, paraquedista, etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito, benquerer, benquerido, etc. - Os
prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspondentes átonas, aglutinam-se com o
elemento seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso, auto-observação, contra-ataque,
semi-interno, sobre-humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, antisséptico, antissocial, contrarreforma,
minirrestaurante, ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, autoajuda,
autoelogio, autoestima, radiotáxi.

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Questões

1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) De acordo com a nova ortografia,
assinale o item em que todas as palavras estão corretas:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.

1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidroelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraestrutura
RESPOSTA: “A”.

2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS) De acordo com a nova ortografia, assinale
o item em que todas as palavras estão corretas:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.

2-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo

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C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidroelétrica, ultrassom


D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraestrutura
RESPOSTA: “A”.

3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ UFAL/2014)

Armandinho, personagem do cartunista Alexandre Beck, sabe perfeitamente empregar os


parônimos “cestas” “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, dadas as frases
abaixo,
I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um posto policial.
III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem corretamente as lacunas das frases.
A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.

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3-) Correção: Questão que envolve ortografia.


I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um posto policial. (= aproximadamente)
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (relacione com infrator)
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no carro. (de grande vulto, volumoso)
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione com “pego no flagra”)
Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
RESPOSTA: “D”.
Acentuação gráfica
Quanto à acentuação, observamos que algumas palavras têm acento gráfico e outras não; na
pronúncia, ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por isso, vamos às
regras!
Regras básicas – Acentuação tônica
A acentuação tônica está relacionada à intensidade com que são pronunciadas as sílabas das
palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As
demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. Ex.: café – coração –
Belém – atum – caju – papel
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax –
táxi – leque – sapato – passível
Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada –
câmara – tímpano – médico – ônibus.
Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com
uma sílaba somente: são os chamados monossílabos.
Os acentos
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que
estas letras representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. Sobre as letras
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade,
timbre fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs .

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acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes: à – às – àquelas
– àqueles
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma exceção:
é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller)
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
Regras fundamentais
Palavras oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do
plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo,
recebê-lo, compô-lo
Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”: água – pônei – mágoa –
memória
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que esta palavra apresenta as
terminações das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã,
ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Regras especiais:
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), que antes eram acentuados,
perderam o acento de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras
paroxítonas.
Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba
(céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu.

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Acento Diferencial
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de acentuação, não se justificariam, mas
são utilizados para diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras e/ou tempos
verbais. Por exemplo:
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito de Indicativo do verbo “poder”) X
pode (presente do Indicativo do mesmo verbo).
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: terminada em “o” seguida de “r” não
deve ser acentuada, mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, para que
saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Os demais casos de acento diferencial não são mais utilizados: para (verbo), para (preposição),
pelo (substantivo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais são definidos
pelo contexto.
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, preposição
(com relação de finalidade).
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, estaremos trabalhando com
um verbo, portanto:
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por você. / Posso pôr (colocar) meus
livros aqui?
Regra do Hiato:
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a segunda vogal do hiato, acompanhado
ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís.
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m,
n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-
nha, ven-to-i-nha.

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Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta,
pa-ra-cu-u-ba.
Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de
ditongo (nas paroxítonas):

** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que, no plural, dobram o “e”, mas que
não recebem mais acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
Repare:
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à tarde!
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou
“q” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas:

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Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele
vem – eles vêm (verbo vir)
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles
contêm, ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm

Questões

1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO)


Assinale a alternativa que contém duas palavras acentuadas conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
(E) “Atribuídos” e “índice”.

Comentários:
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = paroxítona
(B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paroxítona
(C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxítona
(D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra do hiato
(E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparoxítona
RESPOSTA: “B”.

2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – FUNDATEC)


Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação gráfica.

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I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ seja retirado, essas continuam sendo
palavras da língua portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’ e ‘país’ não é a mesma.
III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em situação de uso, quanto à flexão de
número.
Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
B) Apenas II e IV.
C) Apenas I, II e IV.
D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.

Comentários:
I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ seja retirado, essas continuam sendo
palavras da língua portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão verbos (correta)
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é
paroxítona terminada em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um hiato, por isso a acentuação (da - í) =
incorreta.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em situação de uso, quanto à flexão de
número = “vêm” é utilizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.
Pontuação
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a
coerência textual, além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto
escrito adquire diferentes significados quando pontuado de formas diversificadas. O uso da
pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim, os sinais
de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor.
Principais funções dos sinais de pontuação
Ponto (.)

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1- Indica o término do discurso ou de parte dele, encerrando o período.


2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Companhia). Se a palavra abreviada aparecer
em final de período, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto de abreviatura marca,
também, o fim de período. Exemplo:
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não “etc..”)
3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do ponto, assim como após o nome do autor
de uma citação:
Haverá eleições em outubro
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
4- Os números que identificam o ano não utilizam ponto nem devem ter espaço a separá-los,
bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância: “Os pobres dão pelo pão
o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os
de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA).
2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e
calor; outros, montanhas, frio e cobertor.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc.
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
Reunião com amigos.
Dois pontos (:)
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
2- Antes de um aposto
Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre.
4- Em frases de estilo direto
Maria perguntou: - Por que você não toma uma decisão?

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Ponto de Exclamação (!)


1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc. Sim! Claro que eu
quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo!
Ponto de Interrogação (?)
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)
Reticências (...)
1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, canetas, cadernos...
2- Indica interrupção violenta da frase.
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida:
Este mal... pega doutor?
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, depois, o coração falar...
Vírgula (,)
Não se usa vírgula:
* separando termos que, do ponto de vista sintático,
ligam-se diretamente entre si:

Usa-se a vírgula:
- Para marcar intercalação:

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a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.


b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades
de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas
vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
- Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo:
Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Observações:
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão latina et cetera, que significa “e
outras coisas”, seria dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo ortográfico
em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. Precedido de vírgula: Falamos de política,
futebol, lazer, etc.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter combinados o ponto de interrogação e o de
exclamação: Você falou isso para ela?!
- Temos, ainda, sinais distintivos:
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separação de siglas (IOF/UPC);
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como
primeira opção aos parênteses, principalmente na matemática;

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3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a uma nota de rodapé ou no fim do livro,
para substituir um nome que não se quer mencionar.

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Questões

1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)

Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação está correta em:


A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e lagostas, aos vizinhos.
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para Hagar e Helga
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar à Helga.
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e
lagostas.

Comentários:
A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre verbo e seu complemento (objeto)
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bifes e lagostas aos vizinhos. = não há
vírgula entre verbo e seu complemento (objeto)
C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas para Hagar e Helga.
D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Hagar à Helga.
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e
lagostas.

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RESPOSTA: “E”.

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE)


A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais
comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra
“vinhos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários:
Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1),
predicativo do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado entre pontuações.
Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
RESPOSTA: “CERTO”.

3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB) Em apenas uma das opções a vírgula foi
corretamente empregada. Assinale-a.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados.
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas.
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território.

Comentários:
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final).
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas = não se separa sujeito do
predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental = não se separa sujeito do
predicado.

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E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território. = não se separa


sujeito do predicado
RESPOSTA: “A”

Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros


elementos de sequenciação textual.

Mecanismos de coesão textual

Dentro de um texto são usadas palavras que se relacionam para dar sentido a ele. Esta relação
entre as palavras que é feita através de preposições, conjunções, pronomes, advérbios e
locuções verbais é chamado de coesão textual.

A coesão textual trata a articulação entre as partes do texto. É a articulação entre as palavras,
períodos e parágrafos.

Falar em coesão é falar em endófora e exófora.

Endófora: Expressão que faz referência a algo que está dentro do texto.

Ex.: Eu vi o João hoje. Ele estava sentado lá na praça.

Ele é uma expressão endófora porque está se referindo a outra parte do texto.

Exófora: Expressão que faz referência a algo que está fora do texto, ou seja, não está no
mesmo texto.

Ex.: Você vai se arrepender de ter feito aquilo. Aquilo é uma expressão exófora, por que está
se referindo a algo que está fora do texto.

Existem vários elementos (coesão) que ajudam para ter uma coesão textual.

Tipos de coesão

Coesão referencial (referenciação/referência)

É quando um termo é substituído, referindo-se a um outro elemento do texto

Muitas vezes no decorrer de um texto repetimos várias vezes uma palavra, deixando o texto
sem coesão.

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Os elementos de referenciação tem como objetivo evitar esta repetição de termos que já
foram ditos no texto.

A referenciação ocorre quando acontece o fenômeno endófora, que é dividida por meio de
dois movimentos, anáfora (retrospectivo) e catáfora (progressivo)

Anáfora: expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa (retrospectivo). É quando
um termo que já foi dito é recuperado.

Ex.: João não quis jogar ontem. Criticá-lo agora, só piora a situação. O “lo” retoma “João”

A indústria automobilística não cresceu em 2019. Mas apesar disso, ela está otimista para
2020.

“Ela” retoma “indústria automobilística”.

Catáfora: expressão que faz referência a um termo que será citado posteriormente no texto,
ou sejam antecipa uma expressão posterior do texto.

Exs.: Só desejamos isto: aumento salarial! “Isto” só é recuperado depois de verificar a


expressão “aumento salarial” que aparece posteriormente no texto.

Coesão por substituição

Baseia-se na substituição de um nome (pessoa, objeto e etc…), verbo ou partes do texto por
palavras ou expressão que tenha sentido aproximado, evitando a repetição. A substituição
também é feita por anáfora.

Ex.: O Papa Francisco visitou o Brasil em 2013. Sua santidade acenou aos fiéis na praia de
Copacabana.

“Papa Francisco” foi substituído por “Sua santidade”

Outro exemplo é substituir Rio de Janeiro por capital carioca.

Na substituição também pode ser usadas palavras que retomam outras já faladas, mas dando
uma nova definição a ela sem que exista uma relação total com esta palavra.

Ex.: Minha mãe pediu uma pizza de calabresa e eu pedi uma de salaminho.

Coesão por Conjunção

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Estabelece relação entre os elementos do texto através de conjunções.

Ele estava fraco porque não se alimentou direito. (causa)

Ele estava fraco, mas, mesmo assim, terminou a partida (adversidades)

Coesão por elipse

Ocorre quando elemento do texto é omitido (retirado) em algum dos contextos em que
deveria ocorrer, sem comprometer a clareza das ideias e assim evitando a repetição.

Ex.:

– João vai comprar a bicicleta?

– Sim!

Omitiu o sujeito João, mas o texto continuou com clareza.

Cristina está fazendo o café e, ao mesmo tempo, assiste ao filme

Se não tivesse omitido Cristina na segunda expressão ficaria assim:

Cristina está fazendo café e, ao mesmo tempo, Cristina assiste ao filme.

Coesão Lexical:

Coesão lexical por repetição (reiteração)

Emprega palavras repetidas com o objetivo de realçar ou reforçar uma ideia. Pode ser usado
a mesma palavra, sinônimos, antônimos, hiperônimos ou expressões nominais definidas

Ex.: Questionar não é duvidar, questionar é querer saber mais!

Paris, a cidade-luz, continua linda.

Coesão lexical por substituição: Substitui termos por outro sem perder o sentido. Pode ser
usado sinônimo, antônimo ou hiperônimo.

Ex.: O seu cavalo é muito bonito. Onde você comprou este equino?

Coesão sequencial

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Para a coesão sequencial, são usados conjunções, conectivos e expressões que dão
continuidade aos assuntos e ligam as orações para que possam ser articuladas e relacionadas.

A coesão textual usa expressões que são responsáveis pela coesão sequencial nos textos.

Adição/inclusão: Além disso, também, até; é certo que…

Oposição: Todavia, mas, porém…

Afirmação/igualdade: Na verdade, realmente…

Exclusão: Senão, apenas, exceto…

Enumeração: A princípio, em…

Explicação: Como vimos, portanto, isto é, por exemplo…

Conclusão: Por fim, finalmente, em última análise…

Continuação: No geral, por sua vez…

Coesão textual: Conectores principais

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QUESTÃO 1

Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: CRP – 2º Região (PE)

Internet: <https://williandelima.wordpress.com>.

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No terceiro quadrinho, a palavra “isso” ajuda a estabelecer, no texto, um processo de

A coesão sequencial.

B coesão referencial anafórica.

C coesão referencial catafórica.

D coesão exofórica.

E perda de coesão.

QUESTÃO 2

Ano: 2016 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC

Examine os trechos seguintes:

1. “O otimismo de Izaíra Silvino para os tempos vindouros do Curso de Música da


UFC reflete o contentamento da regente na celebração de duas datas históricas”
(linhas 02-04);
2. “O Curso de Música começou a ganhar corpo na década de 1990. Em 2006,
quando foi institucionalizado, trouxe consigo a vertente pedagógica para a
formação profissional” (linhas 13-14).
Quanto à coesão textual, é correto afirmar que

A em I há recurso de coesão por elipse.

B em I há recurso de coesão lexical.

C em II há recurso de coesão lexical.

D em II há recurso de coesão por repetição.

E em II não há recurso de coesão.

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QUESTÃO 3

Ano: 2018 Banca: COPEVE-UFAL

Disponível em: <https://clubedamafalda.blogspot.com.br/2013/10/tirinha-


699.html#.Ws4Z_4jwbIU>. Acesso em: 11 abr. 2018.

A respeito dos pronomes lhe e sua, que aparecem no segundo quadrinho, é correto afirmar
que representam

A elementos de coesão gramatical por tratar-se de referências anafóricas.

B mecanismos de coesão semântica, já que evitam repetições de palavras.

C mecanismos de coesão gramatical por tratar-se de referências catafóricas.

D recursos de coesão textual utilizados para estabelecer a “amarração” entre as várias partes
da história.

E elementos de coesão semântica, já que substituem um termo por outro, mantendo a


equivalência de significado.

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QUESTÃO 4

Ano: 2016 Banca: NUCEPE Órgão: Prefeitura de Teresina – PI

O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias
contrárias. Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma

A coesão referencial.

B coerência argumentativa.

C coesão sequencial.

D coerência narrativa.

E contiguidade.

QUESTÃO 5

Ano: 2018 Banca: FCM Órgão: IFN-MG

Preencha corretamente as lacunas do texto a seguir quanto aos elementos de coesão


textual.

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A coesão __________ pode ser obtida por substituição e por reiteração, enquanto a coesão
__________ se constitui por paralelismo e paráfrase. Por último, a coesão __________ é
temporal e ocorre por conexão.

A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é

A proposicional / elíptica / estilística

B sequencial / proposicional / elíptica

C referencial/ recorrencial / estilística

D sequencial/ / estilística / recorrencial

E referencial / recorrencial / sequencial

RESPOSTAS

RESPOSTA DA QUESTÃO 1 LETRA B

RESPOSTA DA QUESTÃO 2 LETRA B

RESPOSTA DA QUESTÃO 3 LETRA A

RESPOSTA DA QUESTÃO 4 LETRA C

RESPOSTA DA QUESTÃO 5 LETRA E

Reescrita de frases e parágrafos do texto


Substituição de palavras ou de trechos de texto.

Para fazer uma reescrita de frases e parágrafos de um texto, nós devemos ter muita atenção
na gramática, ou seja, nos erros de pontuação, concordância verbal e nominal, regência verbal
e nominal, o uso da crase e a colocação pronominal.

Uma troca de posição da vírgula, por exemplo, pode alterar o sentido da frase.

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As frases reescritas devem manter a informação essencial do texto utilizando vocabulários e


expressões do texto original e a ordem das palavras para que o texto mantenha seu sentido.

Deve-se prestar a atenção na ordem das palavras para que o texto não mude de sentido.

Devemos também prestar atenção no tempo verbal

A Reescrita pode ser feita através de substituição de palavras ou de trechos de


textos utilizando:

Sinônimos, antônimos, locução verbal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal,
conectivos de mesmo valor semântico:

Sinônimos: palavras que possuem significados iguais ou semelhantes

Ex.:

Aquele carro está com problema

Aquele automóvel está com defeito.

Antônimos: palavras que possuem significados diferentes, ou seja, significados opostos

Ex.:

O homem estava bravo

O sujeito não estava tranquilo

Locução verbal: É a união de verbos com a função de apenas um.

Ex.:

Vou ler este livro para meu filho

Lerei este livro para meu filho

Verbo por substantivo e vice-versa: Você transforma uma oração verbal em oração nominal
ou vice-versa.

Caminhar = caminho

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Resolver = resolução

Trabalhar = trabalho

Estudar = estudos

Beijar = beijo

Ex.:

O trabalho é essencial para a vida

Trabalhar é essencial para a vida

Voz verbal: A voz assumida pelo verbo indica se o sujeito é agente ou paciente da ação.

Ex.:

Eu vi a mulher no supermercado

A mulher foi vista por mim no supermercado

Conectivos com mesmo valor semântico

Os conectivos como conjunção, preposição e advérbio ajudam a dar sentido às orações.

Conectivos de adição: Além disso, ainda mais, também, e…

Conectivos de certeza: Por certo, certamente, com certeza…

Conectivos de condição: Caso, eventualmente, se.

Conectivos de conclusão: Em suma, em conclusão, enfim…

Conectivos de tempo: Enfim, logo, então, logo depois, logo após…

Dentre outros conectivos.

Ex.:

Por certo, eu vencerei esta partida.

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Certamente, eu vencerei esta partida.

Emprego de tempos e modos verbais.

Tempos e Modos Verbais

O verbo indica um processo localizado no tempo. Podemos distinguir: presente, pretérito e


futuro.

Tempo presente: exprime um fato que ocorre no momento da fala.


Ex.: Estou fazendo exercícios diariamente.

Tempo passado: exprime um fato que ocorreu antes do momento da fala.


Ex.: Ontem eu fiz uma série de exercícios.

Tempo futuro: exprime um fato que irá ocorrer depois do ato da fala.
Ex.: Daqui a quinze minutos irei para a academia fazer exercícios.

O pretérito (ou passado) subdivide-se em:

• Pretérito perfeito: indica um fato passado totalmente concluído.


Ex.: Ninguém relatou o seu delírio.

• Pretérito imperfeito: indica um processo passado não totalmente concluído, revela o fato
em sua duração.
Ex.: Ele conversava muito durante a palestra.

• Pretérito mais-que-perfeito: indica um processo passado anterior a outro também passado.


Ex.: “... sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida...” (Mário de Andrade)

O futuro subdivide-se em:

• Futuro do presente: indica um fato posterior ao momento em que se fala.


Ex.: Não tenho a intenção de esconder nada, assim que seus pais chegarem contarei o fato
ocorrido.
• Futuro do pretérito: indica um processo futuro tomado em relação a um fato passado.
Ex.: Ontem você ligou dizendo que viria ao hospital.

Empregos especiais:

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• Presente:
- pode ocorrer com valor de perfeito, indicando um processo já ocorrido no passado (presente
histórico).

Ex.: Em 15 de agosto de 1769 nasce Napoleão Bonaparte. (nasce = nasceu)

- pode indicar futuro próximo.

Ex.: Amanhã eu compro o doce pra você. (compro = comprarei)

- pode indicar um processo habitual, ininterrupto.


Ex.: Os animais nascem, crescem, se reproduzem e morrem.

• Imperfeito:
- pode ocorrer com valor de futuro do pretérito.
Ex.: Se eu não tivesse motivo, calava. (calava = calaria)

• Mais-que-perfeito:
- pode ser usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do subjuntivo.

Ex.: Mais fizera se não fora pouco o dinheiro que dispunha. (fizera = faria, fora = fosse)

- pode ser usado em orações optativas.

Quem me dera ter um novo amor!

• Futuro do presente:
- pode exprimir ideia de dúvida, incerteza.
Ex.: O rapaz que processou o patrão por racismo, receberá uns trinta mil de indenização.

- pode ser usado com valor de imperativo.


Ex.: Não levantarás falso testemunho.

• Futuro do pretérito:
- pode ocorrer com valor de presente, exprimindo polidez ou cerimônia.

Ex.: Você me faria uma gentileza?

Modos verbais

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• Modo indicativo: exprime certeza, precisão do falante perante o fato.

Ex.: Eu gosto de chocolate.

• Modo subjuntivo: exprime atitude de incerteza, dúvida, imprecisão do falante perante o


fato.
Ex.: Espero que você esteja bem.

• Modo imperativo: exprime atitude de ordem, solicitação, convite ou conselho.

Exs.: Não cante agora!


Empreste-me 10 reais, por favor.
Venha ao hospital agora, seu amigo vai ser operado.
Não ponha tanto sal, isso pode lhe fazer mal.

Infinitivo pessoal ou impessoal

• Infinitivo impessoal: terminado em r para qualquer pessoa.


Ex.: comprar, comer, partir.

Emprega-se o infinitivo impessoal:

a) Quando ele não estiver se referindo a sujeito algum.


Ex.: É preciso amar.

b) Na função de complemento nominal (regido de preposição).


Ex.: Esses exercícios não são fáceis de resolver.

c) Quando faz parte de uma locução verbal.


Ex.: Ele deve ir ao dentista.

d) Quando, dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar, ver, tiver por sujeito
um pronome oblíquo.

Sujeito
Deixei-as passear.
= eles

e) Quando tiver valor de imperativo.


Ex.: Não fumar neste recinto.

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• Infinitivo pessoal: além da desinência r vem marcado com desinência de pessoa e número.

Ex.: cantar – ø
cantar – es
cantar – ø
cantar – mos
cantar – des
cantar – em

Ex.: Com esse calor convém tomarmos um sorvete.

- Usa-se o infinitivo pessoal quando o seu sujeito é diferente do sujeito do verbo da oração
principal.

Ex.: A única solução era ficarmos em casa.

Formas nominais do vebo

O verbo, enquanto classe gramatical, pode-se dizer que é a classe mais fecunda em relação
aos tipos de flexão que pode sofrer. Falaremos aqui especificamente sobre as formas
nominais do verbo, ou seja, quando ele se comporta semelhante a um substantivo, adjetivo
ou advérbio, e até pode assumir o lugar de um destes.

São formas nominais do verbo: o INFINITIVO, o GERÚNDIO e o PARTICÍPIO. Falaremos abaixo


de cada um individualmente e de suas particularidades.

1. Infinitivo (amar, fazer, partir, comemorar, por, ser, ir) - esta forma verbal representa o
nome do verbo, como nos referimos a ele, ou seja, sem nenhuma conjugação. Podemos ter
verbos da primeira, da segunda e da terceira conjugação, e a terminação do verbo indicará
que ele está na forma nominal:

 terminados em AR - 1ª conjugação
 terminados em ER - 2ª conjugação
 terminados em IR - 3ª conjugação

O Infinitivo possui duas formas, o INFINITIVO IMPESSOAL e o INFINITIVO PESSOAL. No primeiro


caso o processo verbal não se relaciona a nenhum sujeito, ou seja, fala-se da ação por ela
mesma. Já no segundo caso existe um sujeito envolvido na ação, o que a torna pessoal.
Vejamos exemplos dos dois casos:

Infinitivo Impessoal:

 Trouxe algumas tarefas para fazer.

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Infinitivo Pessoal:

 Trouxe algumas tarefas para eles fazerem.

2. Gerúndio (amando, fazendo, partindo, comemorando, pondo, sendo, indo) - indica uma
noção de continuidade da ação verbal, e costuma ser reconhecida pela terminação -ndo. Pode
ser utilizada em qualquer tempo verbal, e em muitos casos vem acompanhado de um verbo
auxiliar.

Exemplos:

 Fazendo tudo com calma conseguiremos concluir ainda hoje.


 Estiveram investigando minha casa estes dias.

3. Particípio (amado, feito, partido, comemorado, posto, sido, ido) - indica uma noção de
finalização, conclusão da ação verbal e possui para a grande maioria dos verbos as
terminações ADO ou IDO. Quando está sendo utilizado como um adjetivo, pode ser flexionado
em gênero e número (ADA, ADAS, IDA, IDAS).

Exemplos:

 Ele estava apaixonado pela sua melhor amiga.


 Ela estava apaixonada pelo seu melhor amigo.
 Terminado o julgamento, o réu foi absolvido.
 Eu não teria chegado na hora se não fosse por você.

Domínio da estrutura morfossintática do período. Relações de coordenação entre orações


e entre termos da oração. Relações de subordinação entre orações e entre termos da
oração.

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Normalmente
é composta por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois há
orações ou frases sem sujeito:
Trovejou muito ontem à noite.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais (possuem verbos, ou seja, são
orações) e nominais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos constituintes,
elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem formula uma pergunta: Que dia é hoje?
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz um pedido: Dê-me uma luz!
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado afetivo: Que dia abençoado!

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D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A prova será amanhã.


Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo (oração) são estruturadas por dois
elementos essenciais: sujeito e predicado.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o “ser de quem
se declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da frase que contém
“a informação nova para o ouvinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema,
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que indique ação ou fenômeno da natureza,
seja um verbo significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver em um nome
(geralmente um adjetivo), teremos um predicado nominal (os verbos deste tipo de predicado
são os que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação (predicado verbal)
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o núcleo é “fácil” (predicado nominal)
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações, formando um
todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.
Período simples é aquele constituído por apenas umaoração, que recebe o nome de oração
absoluta.
Chove.
A existência é frágil.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
1. Termos da Oração
1.1. Termos essenciais
O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais da oração, ou seja, são termos
indispensáveis para a formação das orações. No entanto, existem orações formadas
exclusivamente pelo predicado. O que define aoração é a presença do verbo. O sujeito é o
termo que estabelece concordância com o verbo.
O candidato está preparado.
Os candidatos estão preparados.

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Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candidato” é a principal palavra do sujeito,


sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo, estabelecendo
a concordância (núcleo no singular, verbo no singular: candidato = está)
A função do sujeito é basicamente desempenhada por substantivos, o que a torna uma função
substantiva da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras palavras
substantivadas (derivação imprópria) também podem exercer a função de sujeito.
Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, substantivo)
Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exemplo: substantivo)
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de determinação ou indeterminação
e o de núcleo do sujeito.
Um sujeito é determinado quando é facilmente identificado pela concordância verbal. O
sujeito determinado pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível identificar claramente a que se
refere a concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não interessa indicar
precisamente o sujeito de uma oração.
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar.
O sujeito simples é o sujeito determinado que apresenta um único núcleo, que pode estar no
singular ou no plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, sublinhei os núcleos
dos sujeitos:
Nós estudarems o juntos.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move.
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma derivação imprópria, transformando-
o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis.
O sujeito composto é o sujeito determinado que apresenta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
Ela e eu sabemos o conteúdo.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.

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Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência ao sujeito implícito na


desinência verbal (o “antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do sujeito que
está implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós)
Falaste o recado à sala? = (tu)
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na primeira pessoa do singular (eu) ou plural
(nós) ou na segunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os pronomes não estejam
explícitos.
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito na desinência verbal “-mos”
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desinência verbal “-ais”
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - ou não se pode - identificar a que o
predicado da oração refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário,
teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indeterminado de duas maneiras:
A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente:
Bateram à porta;
Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples ou composto:
Os meninos bateram à porta. (simples)
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do pronome “se”. Esta é uma
construção típica dos verbos que não apresentam complemento direto:
Precisa-se de mentes criativas.
Vivia-se bem naqueles tempos.
Trata-se de casos delicados.
Sempre se está sujeito a erros.

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O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de indeterminação do sujeito.


As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de um verbo
impessoal. A mensagem está centrada no processo verbal. Os principais casos de orações sem
sujeito com:
• os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Amanheceu.
Está trovejando.
• os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos meteorológicos ou se
relacionam ao tempo em geral:
Está tarde.
Já são dez horas.
Faz frio nesta época do ano.
Há muitos concursos com inscrições abertas.
Predicado é o conjunto de enunciados que contém a informação sobre o sujeito – ou nova
para o ouvinte. Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer.
Nas orações com sujeito, o predicado é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com
exceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere do sujeito numa oração é o
seu predicado.
Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Em ambas as orações não há sujeito, apenas predicado. Na segunda oração, “problemas”
funciona como objeto direto.
As questões estavam fáceis!
Sujeito simples = as questões
Predicado = estavam fáceis
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo é um nome (então teremos
um predicado nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar também se as
palavras que formam o predicado referem-se apenas o verbo ou também ao sujeito da oração.

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Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião. (Predicado)


O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere ao sujeito: pedem. As demais
palavras se ligam direta ou indiretamente ao verbo.
A cidade está deserta.
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da oração (cidade). O verbo
atua como elemento de
ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso:
deserta = predicativo do sujeito).
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo um verbo:
Chove muito nesta época do ano.
Estudei muito hoje!
Compraste a apostila?
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas para indicar o estado do sujeito,
mas indicam processos.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo significativo um nome; este atribui uma
qualidade ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito.
O predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração por meio de um verbo (o verbo
de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é, não indica um processo, mas une
o sujeito ao predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito: Os dados
parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, andar, ficar, ser, permanecer ou continuar,
atuando como elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas.
A função de predicativo é exercida, normalmente, por um adjetivo ou substantivo.
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos significativos: um verbo e
um nome. No predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao sujeito ou ao
complemento verbal (objeto).
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, indicando processos. É também
sempre por intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere.
O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes.

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No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas funções: a de verbo significativo e


a de verbo de ligação.
Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um verbal e outro nominal.
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o complemento homens com o
predicativo “inconstantes”.
Termos integrantes da oração
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o complemento nominal são chamados
termos integrantes da oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos verbos transitivos, com eles formando
unidades significativas. Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
diretamente, sem a presença de preposição, ou indiretamente, por intermédio de preposição.
O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao verbo.
Houve muita confusão na partida final.
Queremos sua ajuda.
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes a pessoas:
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomina-se: objeto direto preposicionado)
B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de tratamento: Não excluo a ninguém;
Não quero cansar a Vossa Senhoria.
C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, o sentido seria outro:
O povo prejudica a crise)
O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente ao verbo, ou seja, através de
uma preposição.
Gosto de música popular brasileira.
Necessito de ajuda.
Objeto Pleonástico
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos. Normalmente, as frases em que
ocorrem objetos pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o objeto, antecipado

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para o início da oração; em seguida, ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à


repetição que se dá o nome de objeto pleonástico.
“Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves Dias)
objeto pleonástico
Ao traidor, nada lhe devemos.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se complemento nominal, que se liga ao
nome que completa por intermédio de preposição:
A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra “necessária”
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”.
Termos acessórios da oração e vocativo
Os termos acessórios recebem este nome por serem explicativos, circunstanciais. São termos
acessórios o adjunto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo – este, sem
relação sintática com outros temos da oração.
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância do processo verbal ou
intensifica o sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao
advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a
pé àquela velha praça.
O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, especifica ou explica um
substantivo. É uma função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem
o papel de adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos adnominais os
artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.
O adjunto adnominal se liga diretamente ao substantivo a que se refere, sem participação do
verbo. Já o predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto adnominal)
O poeta português deixou uma obra inacabada.
O poeta deixou-a inacabada.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto)
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um substantivo, adjetivo ou advérbio, o
adjunto nominal se relaciona apenas ao substantivo.

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O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a ideia
contida em um termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda-feira, passei o
dia mal-humorado.
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo “ontem”. O aposto é sintaticamente
equivalente ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o dia
mal-humorado.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na oração, em:
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, permite-nos interpretar melhor
nossa relação com o mundo.
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas: amor, arte, ação.
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo forma o carnaval.
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía
anoitecida.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou
hipotético, não mantendo relação sintática com outro termo da oração. A função de vocativo
é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes substantivos, numerais e palavras
substantivadas esse papel na linguagem.
João, venha comigo!
Traga-me doces, minha menina!
Períodos Compostos
Período Composto por Coordenação
O período composto se caracteriza por possuir mais de uma oração em sua composição. Sendo
assim:
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração)
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto =locução verbal +
verbo, duas orações)
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor solar. (Período Composto = três
verbos, três orações).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as orações de um período
composto: uma relação de coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um mesmo período, (ou seja, em um
mesmo bloco de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas
individuais, como é o exemplo de:

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Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto)


Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar.
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independentes. Tal período é classificado como
Período Composto por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas
e Coordenadas Sindéticas.
A) Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão
apenas justapostas.
Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
B) Coordenadas Sindéticas
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de
uma conjunção coordenativa, que dará à oração uma classificação. As orações coordenadas
sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas.
Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
• Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais conjunções são: e, nem, não só...
mas também, não só... como, assim... como.
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
• Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas principais conjunções são: mas,
contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Li tudo, porém não entendi!
• Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas principais conjunções são: ou... ou;
ora...ora; quer...quer; seja...seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
• Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas principais conjunções são: logo,
portanto, por fim, por conseguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).

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Passei no concurso, portanto comemorarei!


A situação é delicada; devemos, pois, agir.
. Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas principais conjunções são:
isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois (anteposto ao verbo).
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Período Composto Por Subordinação
Quero que você seja aprovado!
Oração principal oração subordinada
Observe que na oração subordinada temos o verbo “seja”, que está conjugado na terceira
pessoa do singular do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por conjunção. As
orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do
modo do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por conjunção, chamam-se
orações desenvolvidas ou explícitas.
Podemos modificar o período acima. Veja:
Quero ser aprovado.
Oração Principal Oração Subordinada
A análise das orações continua sendo a mesma: “Quero” é a oração principal, cujo objeto
direto é a oração subordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordinada apresenta
agora verbo no infinitivo (ser). Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implícitas (como no
exemplo acima).
Observação:
As orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem
ser, eventualmente, introduzidas por preposição.
A) Orações Subordinadas Substantivas
A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente,
por conjunção integrante (que, se).
Não sei se sairemos hoje.
Oração Subordinada Substantiva

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Temos medo de que não sejamos aprovados.


Oração Subordinada Substantiva
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas
substantivas, bem como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como).
O garoto perguntou qual seu nome.
Oração Subordinada Substantiva
Não sabemos quando ele virá.
Oração Subordinada Substantiva
Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
Conforme a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal:
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Sujeito
É fundamental que você compareça à reunião.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
FIQUE ATENTO!
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”.
Assim, temos um período simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a função de sujeito.
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:
• Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É
certo - Parece certo – É claro - Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa.
• Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido,
Foi anunciado, Ficou provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
• Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer
Convém que não se atrase na entrevista.

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Observação:
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está
sempre na 3.ª pessoa do singular.
2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do verbo da oração principal:
Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto
Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas (desenvolvidas) são iniciadas por:
• Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A professora verificou se os alunos
estavam presentes.
• Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas
interrogações indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
• Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas
interrogações indiretas: Eu não sei por que ela fez isso.
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida
de preposição.
Meu pai insiste em meu estudo.
Objeto Indireto
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste nisso)
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Observação:
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
4. Completiva Nominal = completa um nome que pertence à oração principal e também vem
marcada por preposição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal
Sentimos orgulho de que você se comportou. (= Sentimos orgulho disso.)

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Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal


As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo,
enquanto que oraçõessubordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de
um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar em conta o termo complementado.
Esta é a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal:
o primeiro complementa um verbo; o segundo, um nome.
5. Predicativa = exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem
sempre depois do verbo ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa
6. Apositiva = exerce função de aposto de algum termo da oração principal.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
Oração subord. subst. apositiva reduzida de infinitivo
(Fernanda tinha um grande sonho: isso)
Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
B) Orações Subordinadas Adjetivas
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que
a ele equivale. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de
adjunto adnominal do antecedente.
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo “bem-sucedida”. Neste caso, é
possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

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Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que
ela modifica é feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas
orações, o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa
o papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, “redação” é sujeito, então o
“que” também funciona como sujeito).

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FIQUE ATENTO!
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode
ser substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual
estuda.
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo
ou subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas,
existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome
relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida
pelo pronome relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo.
No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome
relativo e seu verbo está no infinitivo.
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas
adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. Nestas orações não há
marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também
orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se
encontra suficientemente definido. Estas orações denominam-se subordinadas adjetivas
explicativas.
Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que passava naquele momento.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
No período acima, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da
palavra “homem”: trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de
homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele
momento.

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Exemplo 2:
O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra “homem”; na
verdade, apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de “homem”.
Saiba que:
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração principal por uma pausa que,
na escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada
como forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
C) Orações Subordinadas Adverbiais
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do
verbo da oração principal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa,
condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções
subordinativas (com exclusão das integrantes, que introduzem orações subordinadas
substantivas). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz
(assim como acontece com as coordenadas sindéticas).
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
(Or. Subordinada Adverbial)
A oração em destaque agrega uma circunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração
subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indicam
uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial
depende da exata compreensão da circunstância que exprime.
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida.
Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de minha vida.
No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a
forma verbal “senti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração “Quando vi o
mar”, que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Esta oração é
desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma
forma verbal do modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
reduzi-la, obtendo-se:
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha vida.

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A oração em destaque é reduzida, apresentando uma das formas nominais do verbo (“ver” no
infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”,
combinada com o artigo “o”).
Observação:
A classificação das orações subordinadas adverbiais é feita do mesmo modo que a
classificação dos adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato,
ao motivo do que se declara na oração principal. Principal conjunção subordinativa causal:
porque. Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração
anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.
Exemplos:
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a sindética explicativa é que esta “explica”
o fato que aconteceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta a “causa” do
acontecimento expresso na oração à qual ela se subordina. Repare:
1. Faltei à aula porque estava doente.
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa) que o fato expresso na oração anterior,
ou seja, o fato de estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração sublinhada
relata um fato que aconteceu depois, já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram
vermelhos.
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequência, é efeito do que se declara na oração
principal.
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc.,
e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infinitivo)
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de
um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não
ocorrer para que se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso na oração principal.

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Principal conjunção subordinativa condicional: se.


Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser
que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será
campeão.
Caso você saia, convide-me.
D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma
contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao
contraste, à quebrade expectativa. Principal conjunção subordinativa concessiva: embora.
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo
que, se bem que, posto que, apesar de que.
Só irei se ele for.
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se realizará caso essa condição
seja satisfeita.
Compare agora com:
Irei mesmo que ele não vá.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira,
independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
concessiva.
Observe outros exemplos:
Embora fizesse calor, levei agasalho.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse /
embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma
comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjunção
subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
Você age como criança. (age como uma criança age)
• geralmente há omissão do verbo.
F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou seja, apresenta uma regra, um modelo
adotado para a execução do que se declara na oração principal. Principal conjunção

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subordinativa conformativa: conforme. Outras conjunções conformativas: como, consoante e


segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais.
G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal. Principal
conjunção subordinativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e
a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à proporção que.
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as
estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior...(menor), quanto menor... (maior), quanto
menor...(menor), quanto mais... (mais), quanto mais...(menos), quanto menos... (mais),
quanto menos...(menos).
À proporção que estudávamos mais questões acertávamos.
À medida que lia mais culto ficava.
I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo
exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal conjunção
subordinativa temporal: quando. Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal
e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre
que, desde que, etc.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (Oração Reduzida de
Particípio).
Orações Reduzidas
As orações subordinadas podem vir expressas como reduzidas, ou seja, com o verbo em uma
de suas formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conectivo subordinativo que
as introduza.
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
É preciso que se estude = oração desenvolvida (presença do conectivo)
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam “desenvolvidas” – como no exemplo
acima.

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É preciso estudar = oração subordinada substantiva


subjetiva reduzida de infinitivo
É preciso que se estude = oração subordinada substantiva subjetiva
Orações Intercaladas
São orações independentes encaixadas na sequência do período, utilizadas para um
esclarecimento, um aparte, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou travessões.
Nós – continuava o relator – já abordamos este assunto.
Discurso direto e indireto
Discurso direto e discurso indireto são dois tipos de discurso que existem, ou seja, dois tipos
de introdução das falas de uma personagem numa narrativa.
O que é o discurso direto?
O discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem
participação do narrador.
O que é o discurso indireto?
O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar
as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.
Exemplo de discurso direto:
A aluna afirmou:
— Preciso estudar muito para o teste.
Exemplo de discurso indireto:
A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.
Características do discurso direto e do discurso indireto
O discurso direto:
é introduzido por um verbo de elocução, seguido de dois-pontos e mudança de linha para um
novo parágrafo;
é iniciado por um travessão, que indica a mudança da voz do narrador para a voz da
personagem;
é feito na 1.ª pessoa do discurso (eu ou nós).
O discurso indireto:

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é introduzido por um verbo de elocução, seguido de uma preposição que marca a mudança
da voz do narrador para a reprodução da voz da personagem feita também pelo narrador.
é construído na mesma frase, não havendo mudança de linha ou de parágrafo;
é feito na 3.ª pessoa do discurso (ele, ela, eles, elas).
Passagem de discurso direto para discurso indireto
Quando é feita a passagem do discurso direto para o discurso indireto, ocorrem diversas
transformações para que a voz da personagem possa ser reproduzida pela voz do narrador.
Exemplos de passagem do discurso direto para o discurso indireto
Discurso direto: — Eu comecei minha dieta ontem.
Discurso indireto: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.
Discurso direto: — Vou ali agora e volto rápido.
Discurso indireto: Ele disse que ia lá naquele momento e que voltava rápido.
Discurso direto: — Nós viajaremos amanhã.
Discurso indireto: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.
Mudança das pessoas do discurso

Discurso direto Mudança Discurso indireto

1.ª pessoa passa para 3.ª pessoa

passam
pronomes eu, nós pronomes ele, ela, eles, elas
para

pronomes ele, ela, eles, elas,


pronomes me, mim, comigo, passam
lhe, lhes, se, si, consigo, o, os, a,
nos, conosco para
as

pronomes meu, meus, minha,


passam
minhas, nosso, nossos, nossa, pronomes seu, seus, sua e suas
para
nossas

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Mudança de tempos verbais

Discurso direto Mudança Discurso indireto

passa
presente do indicativo pretérito imperfeito do indicativo
para

pretérito perfeito do passa pretérito mais-que-perfeito do


indicativo para indicativo

futuro do presente do passa


futuro do pretérito do indicativo
indicativo para

passa
presente do subjuntivo pretérito imperfeito do subjuntivo
para

passa
futuro do subjuntivo pretérito imperfeito do subjuntivo
para

passa
imperativo pretérito imperfeito do subjuntivo
para

Mudança na pontuação das frases

Discurso direto Mudança Discurso indireto

frases interrogativas (?) passam para frases declarativas (.)

frases exclamativas (!) passam para frases declarativas (.)

frases imperativas (! ou .) passam para frases declarativas (.)

Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais

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Discurso direto Mudança Discurso indireto

ontem passa para no dia anterior

hoje passa para naquele dia

agora passa para naquele momento

amanhã passa para no dia seguinte

aqui, aí, cá passam para ali, lá

este, esta, isto passam para aquele, aquela, aquilo

Outro tipo de discurso: discurso indireto livre


Além do discurso direto e do discurso indireto, existe ainda outro tipo de discurso - o discurso
indireto livre, caracterizado por ser um discurso dinâmico em que as falas das personagens
(na 1.ª pessoa) se encontram inseridas dentro do discurso do narrador (na 3.ª pessoa).
O discurso indireto livre não apresenta uma estrutura, não havendo qualquer indício da
introdução das falas das personagens na narrativa. Assim, confunde-se facilmente a voz da
personagem com a voz do narrador.
Exemplo de discurso indireto livre:
Emília ficou boquiaberta com a proposta do novo vizinho. Quem é que ele pensa que é para
chegar e começar logo tentando mudar diversas coisas no prédio? O síndico disse ao vizinho
que a proposta teria de ser votada em reunião. Ele que nem pense que eu vou concordar com
ele.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV)
“Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio) A forma de oração desenvolvida
adequada correspondente à oração sublinhada acima é:
a) relembrarmos este dia;
b) a relembrança deste dia;
c) que relembremos este dia;
d) que relembrássemos este dia;
e) uma nova lembrança deste dia.

Resposta: Letra C. Em “c”: que relembremos este dia;


Em “d”: que relembrássemos este dia; Em uma oração desenvolvida há a presença de
conjunção. Ambos os itens têm, mas temos que fazer a correlação verbal com o período da
oração reduzida (o verbo nos dá uma hipótese – talvez seja bom relembrar). Portanto, a forma
correta é: Talvez um dia seja bom que relembremos este dia.

2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV ) “Ou seja, foi


usada para criar uma desigualdade social...”; se modificarmos a oração reduzida de infinitivo
por uma oração desenvolvida, a forma adequada seria:
a) para a criação de uma desigualdade social;
b) para que se criasse uma desigualdade social;
c) para que se crie uma desigualdade social;
d) para a criatividade de uma desigualdade social;
e) para criarem uma desigualdade social.

Resposta: Letra B. Em “b”: para que se criasse uma desigualdade social;


Em “c”: para que se crie uma desigualdade social;
Desenvolvida = tem conjunção. Ambas têm. A diferença é o tempo verbal. A ação aconteceu
(foi usada para criar): Ou seja, foi usada para que se criasse uma desigualdade social.

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3. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO – FGV)


Uma manchete do Estado de São Paulo, 10/04/2017, dizia o seguinte: “Atentados contra
cristãos matam 44 no Egito e país decreta emergência”. As duas orações desse período
mantêm entre si a seguinte relação lógica:
a) causa e consequência;
b) informação e comprovação;
c) fato e exemplificação;
d) afirmação e explicação;
e) tese e argumentação.

Resposta: Letra A. Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país decreta emergência =
devido aos atentados (causa), o país decretou emergência (consequência).

4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO – FGV)


“Com as novas medidas para evitar a abstenção, o governo espera uma economia vultosa no
Enem”.
A oração reduzida “para evitar a abstenção” pode ser adequadamente substituída pela
seguinte oração desenvolvida:
a) para que se evitasse a abstenção;
b) a fim de que a abstenção fosse evitada;
c) para que se evite a abstenção;
d) a fim de evitar-se a abstenção;
e) evitando-se a abstenção.

Resposta: Letra C. Em “a”: para que se evitasse a abstenção;


Em “b”: a fim de que a abstenção fosse evitada;
Em “c”: para que se evite a abstenção;
Desenvolvida tem conjunção. O período traz “para evitar a abstenção” = hipótese. A forma
correta é: “com as novas medidas para que se evite a abstenção”.

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5. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ÁREA JURÍDICA – FGV) Assinale a opção


em que o termo sublinhado funciona como sujeito.
a) “Em um regime de liberdades, há sempre o risco de excessos”.
b) “Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise”.
c) “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, ...”.
d) “A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de suprimento que mantêm o
sistema produtivo funcionando”.
e) “Numa democracia, é livre a expressão”.

Resposta: Letra C. Em “a”: há sempre o risco de excessos = objeto direto


Em “b”: “Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico = objeto direto
Em “c”: “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor = sujeito
Em “d”: que mantêm o sistema produtivo funcionando = objeto direto
Em “e”: é livre a expressão = predicativo do sujeito

6. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDICIÁRIA – IBFC) “A resposta que lhe daria seria:
‘Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça sempre... ’” O pronome destacado
cumpre papel coesivo, mas também sintático na oração. Assim, sintaticamente, ele deve ser
classificado como:
a) adjunto adnominal.
b) objeto direto.
c) complemento nominal.
d) objeto indireto.
e) predicativo
Resposta: Letra D. O verbo “dar” é bitransitivo (transitivo direto e indireto): Quem dá, dá algo
(direto) a alguém (indireto). No caso: resposta (objeto direto) / lhe (objeto indireto = a ele[a]).

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7. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – AOCP)


Em “Ele diz que vota desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais, sua
terra natal...”, a expressão em destaque
a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo
essencial.
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo acessório.
c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da oração por tratar-se de um termo
essencial.
d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um termo acessório.
e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um termo acessório.
Resposta: Letra B. A expressão destacada exerce a função de aposto – uma informação a mais
sobre o termo citado anteriormente (no caso, Minas Gerais). É um termo acessório, podendo
ser retirado do período sem prejudicar a coerência.

8. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INFORMÁTICA – FCC)


Em 1980, um gigabyte de dados armazenados ocupava uma sala...
O verbo que exige complemento tal como o sublinhado acima está em:
a) A capacidade de computação duplicou a cada 18 meses nos últimos 20 anos ...
b) ... que deriva da informação.
c) ... que reduz as barreiras ao acesso.
d) ... do que era nos anos 70.
e) ... atualmente, 200 gigabytes cabem no bolso de uma camisa.

Resposta: Letra C. “Ocupava uma sala” = transitivo direto


Em “a”: A capacidade de computação duplicou = verbo intransitivo
Em “b”: que deriva da informação = transitivo indireto
Em “c”: que reduz as barreiras = transitivo direto
Em “d”: do que era nos anos 70 = verbo de ligação
Em “e”: atualmente, 200 gigabytes cabem = verbo intransitivo

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9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV)


“Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente
ainda da falta de uma legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos
deste importante e eficaz veículo de comunicação”. Sobre as ocorrências do vocábulo que,
nesse segmento do texto, é correto afirmar que:
a) são pronomes relativos com o mesmo antecedente;
b) exemplificam classes gramaticais diferentes;
c) mostram diferentes funções sintáticas;
d) são da mesma classe gramatical e da mesma função sintática;
e) iniciam o mesmo tipo de oração subordinada.

Resposta: Letra D. “Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da internet,
que (= a qual) se ressente ainda da falta de uma legislação específica que (= a qual) coíba não
somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação” = ambos
podem ser substituídos por “a qual”, portanto são pronomes relativos (pertencem à mesma
classe gramatical); o 1.º inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa; o 2.º, adjetiva
restritiva.
10. (TRE-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN)
Analise as afirmações apresentadas a seguir.
I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração
subordinada adjetiva explicativa.
II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão
destacada atua como sujeito da locução verbal “ter surgido”.
III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada
substantiva objetiva direta.
IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que você exploda.”, a oração
destacada é uma oração subordinada adverbial causal.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV

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Resposta: Letra B. Em “I” - “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada
é uma oração subordinada adjetiva explicativa = substituindo “que” por “a qual”, continua
com sentido, então é pronome relativo – presente nas adjetivas, mas no período em questão
temos uma restritiva = incorreta.
Em “II” - tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão
destacada atua como sujeito da locução verbal “ter surgido” = correta
Em “III” - “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada
substantiva objetiva direta = correta
Em “IV” - se te chamarem de ‘queridinho’, a oração destacada é uma oração subordinada
adverbial causal = adverbial condicional (“se”) = incorreta.

Emprego dos sinais de pontuação.

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a
coerência textual, além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto
escrito adquire diferentes significados quando pontuado de formas diversificadas. O uso da
pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim, os sinais
de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor.
Principais funções dos sinais de pontuação
Ponto (.)
1- Indica o término do discurso ou de parte dele, encerrando o período.
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Companhia). Se a palavra abreviada aparecer
em final de período, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto de abreviatura marca,
também, o fim de período. Exemplo:
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não “etc..”)
3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do ponto, assim como após o nome do autor
de uma citação:
Haverá eleições em outubro
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
4- Os números que identificam o ano não utilizam ponto nem devem ter espaço a separá-los,
bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
Ponto e Vírgula ( ; )

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1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância: “Os pobres dão pelo pão
o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os
de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA).
2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e
calor; outros, montanhas, frio e cobertor.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc.
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
Reunião com amigos.
Dois pontos (:)
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
2- Antes de um aposto
Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre.
4- Em frases de estilo direto
Maria perguntou: - Por que você não toma uma decisão?
Ponto de Exclamação (!)
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc.
Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo!
Ponto de Interrogação (?)
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)
Reticências (...)
1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, canetas, cadernos...

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2- Indica interrupção violenta da frase.


“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida:
Este mal... pega doutor?
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, depois, o coração falar...
Vírgula (,)
Não se usa vírgula:
* separando termos que, do ponto de vista sintático,
ligam-se diretamente entre si:

Usa-se a vírgula:
- Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades
de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas
vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
- Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo:
Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):

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Era um garoto de 15 anos, alto, magro.


A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
Observações:
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão latina et cetera, que significa “e
outras coisas”, seria dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo ortográfico
em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. Precedido de vírgula: Falamos de política,
futebol, lazer, etc.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter combinados o ponto de interrogação e o de
exclamação: Você falou isso para ela?!
- Temos, ainda, sinais distintivos:
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separação de siglas (IOF/UPC);
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como
primeira opção aos parênteses, principalmente na matemática;
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a uma nota de rodapé ou no fim do livro,
para substituir um nome que não se quer mencionar.

Questões

1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)

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Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação está correta em:


A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e lagostas, aos vizinhos.
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para Hagar e Helga
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar à Helga.
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e
lagostas.

Comentários:
A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre verbo e seu complemento (objeto)
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bifes e lagostas aos vizinhos. = não há
vírgula entre verbo e seu complemento (objeto)
C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas para Hagar e Helga.
D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Hagar à Helga.
E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e
lagostas.
RESPOSTA: “E”.

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE)

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A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais
comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra
“vinhos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Comentários:
Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1),
predicativo do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado entre pontuações.
Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
RESPOSTA: “CERTO”.

3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB) Em apenas uma das opções a vírgula foi
corretamente empregada. Assinale-a.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados.
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas.
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território.

Comentários:
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final).
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas = não se separa sujeito do
predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental = não se separa sujeito do
predicado.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território. = não se separa
sujeito do predicado
RESPOSTA: “A”

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Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal

Concordância verbal consiste na harmonia estabelecida entre o sujeito (considerando


número e pessoa) e o verbo empregado. Exemplos:

Eu amo quando as folhas caem no outono.

Elas amam quando as folhas caem no outono.

Lúcia e Rodrigo entraram na livraria.

Concordância nominal: acontece quando existe a harmonia em gênero (feminino ou


masculino) e número (singular ou plural) entre o substantivo e o adjetivo atribuído a ele.
Exemplos:

O menino estudioso passou na prova.

Os meninos estudiosos passaram na prova.

A menina estudiosa passou na prova.

As meninas estudiosas passaram na prova.

A regra de ouro com relação à concordância nominal é a de que, um adjetivo, quando


caracteriza apenas um substantivo, concorda em gênero e número com esse substantivo.
Ainda que a regra acima seja predominante, também é possível que ocorra a concordância
nominal entre um pronome ou numeral substantivo assim como outros termos da oração que
possuem relação com ele, tais como particípios, artigos, numerais adjetivos e pronomes
adjetivos.

Dúvidas específicas sobre concordância verbal


Ainda que o conteúdo de concordância verbal e nominal pareça um assunto simples, são
várias as ocasiões em que surgem dúvidas e é sobre elas que vamos falar a seguir.

Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes.

O verbo vai para o plural e deve concordar com a pessoa, conforme ordem de prioridade.
Exemplo:

Maurício e eu conseguimos comprar um carro.

Neste caso, a primeira pessoa do singular tem prioridade. Passando para o plural, ela equivale
a nós (nós conseguimos comprar um carro).

Sujeitos ligados por ou.

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Os verbos que são ligados por “ou” devem ir para o plural nos casos em que a ação fizer
referência a todos os elementos do sujeito. Exemplos:

Balas ou chocolates desagradam a menina. Quando o “ou” é usado com a finalidade de


retificação, o verbo deve concordar com o último elemento.

Maria ou Ana ganhará mais tempo. Já quando o verbo é aplicado a somente um dos
elementos, ele deve ficar no singular.

Indicações de datas.

Há duas variações, sendo que em uma delas o verbo deve concordar com a palavra “dia”.
Exemplos:

Hoje são 2 de novembro.

Hoje é dia 2 de novembro.

Sujeitos formados por sinônimos

Nessa situação, o verbo pode ir para o plural ou também ficar no singular, concordando com
o núcleo que estiver mais próximo. Exemplos:

Eficácia e agilidade destacaram aquela empresa.

Eficácia e agilidade destacou aquela empresa.

Verbos impessoais: O verbo sempre deve ser conjugado na terceira pessoa do singular.
Exemplos:

Havia muitos pratos naquela mesa.

Houve dois anos sem mudanças.

Sujeitos ligados por com: O verbo vai para o plural quando é semelhante à ligação “e”.
Exemplo:

A atriz com seus convidados chegaram às 7 horas.

Entretanto, quando o com representa a ideia de “em companhia de”, o verbo deve concordar
com o antecedente e o segmento “com” é grafado entre vírgulas: Exemplo:

A pintora, com todas as ajudantes, decidiu mudar a data do evento.

Sujeito formado por palavras em enumeração e graduação: o verbo pode flexionar para o
plural e também concordar com o núcleo que estiver mais próximo. Exemplos:

Um mês, um ano, uma vida de poder não supriu a saúde.

Um mês, um ano, uma vida de poder não supriram a saúde.

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Pronome relativo quem: o verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular como
também pode concordar com o antecedente do pronome quem. Exemplos:

Fui eu quem falou.

Fui eu quem falei.

Sujeito seguido por tudo, nada, ninguém, nenhum, cada um

Em todos esses casos o verbo fica no singular.

Exemplo:

João, Bruna, Henrique, ninguém o convenceu de mudar a atitude.

Pronome relativo que

O verbo deve concordar com o antecedente do pronome que.

Exemplos:

Fui eu que levou.

Foi ele que levou.

Sujeitos ligados por nem.

O verbo deve ir para o plural.

Exemplo:

Nem frio nem chuva são bem recebidos na cidade.

Locuções é muito, é pouco, é mais de, é menos de.

No caso dessas locuções que se referem a peso, preço e quantidade, o verbo deve ficar sempre
no singular.

Exemplo:

Cinco vezes é muito.

Partícula “se.”

Quando a palavra se indica indeterminação do sujeito, o verbo é conjugado na terceira pessoa


do singular.

Exemplo:

Respeita-se a todos.

Já quando a palavra se é utilizada na voz passiva, o verbo é conjugado com o sujeito da oração.

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Exemplos:

Construiu-se uma empresa.

Construíram-se novas empresas.

Expressões mais de, menos de, cerca de.

De forma geral, o verbo concorda com o numeral.

Exemplos:

Mais de uma senhora quis trocar os produtos.

Mais de três pessoas chegaram.

Quando a expressão mais de é repetida indicando reciprocidade, o verbo deve ir para o plural.

Exemplo:

Mais de uma aluna se abraçaram.

Sujeitos ligados por “não só, mas também”, “tanto, quanto”, “não só, como.”

O verbo pode ir para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo.

Exemplos:

Tanto Pedro como Rebeca participaram da exposição.

Tanto Pedro como Rebeca participou da exposição.

Sujeito coletivo.

Geralmente o verbo fica no singular.

Exemplo:

A multidão ultrapassou o cercado.

Nos casos em que o coletivo estiver especificado, é possível que o verbo seja conjugado no
singular ou no plural.

Exemplos:

A multidão de pessoas ultrapassou o cercado.

A multidão de pessoas ultrapassaram o cercado.

Verbos dar, soar, bater + hora(s)

O verbo sempre concorda com o sujeito.

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Exemplos:

Soaram três horas.

Deu uma hora que espero.

Expressão “um dos que.”

O verbo pode ser conjugado no singular e também no plural.

Exemplos:

Ele foi um dos que mais contribuiu.

Ele foi um dos que mais contribuíram.

Sujeitos ligados por como, assim como, bem como

O verbo é conjugado no plural.

Exemplo:

O talento, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher valente.

Coletivos partitivos (“grande número de”, “a maioria de”, “a maior parte de”.)

O verbo pode ser conjugado no singular ou no plural

Exemplos:

Grande número dos participantes se retirou.

Grande número dos participantes se retiraram.

Dúvidas específicas sobre concordância nominal:


Substantivos e um adjetivo

Quando há mais de um substantivo e somente um adjetivo, há duas maneiras de fazer a


concordância:

A – Nas situações em que o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo precisa concordar
com o substantivo que está mais próximo.

Exemplo:

Linda menina e bebê.

B – Quando o adjetivo vem após os substantivos, o adjetivo precisa concordar com o


substantivo que está mais próximo ou com todos os substantivos, neste caso, prevalece o
masculino.

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Exemplos:

Vocabulário e pronúncia perfeita.

Pronúncia e vocabulário perfeito.

Vocabulário e pronúncia perfeitos.

Pronúncia e vocabulário perfeitos.

Adjetivos e um substantivo

Nos casos em que existe mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos precisam
concordar com gênero e número com o substantivo.

Exemplo:

Amava comida gordurosa e temperada.

QUESTÕES
1. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só ___ ervas daninhas.
a) fazem, havia, existe
b) fazem, havia, existe
c) fazem, haviam, existem
d) faz, havia, existem
e) faz, havia, existe
Gabarito: alternativa d.
Comentários:
O verbo fazer impessoal (que indica tempo) sempre é conjugado na 3.ª pessoa do singular:
Faz anos.
O mesmo acontece com o verbo haver impessoal (que indica tempo ou que tem o sentido
de "existir"): Havia (existia) neste local árvores e flores.
O verbo existir, por sua vez, não é impessoal. Por esse motivo, ele deve concordar com o
sujeito: Só existem ervas daninhas.
2. (Cesgranrio) Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a forma
verbal está errada:
a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem.
b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de DDT.

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c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos.
d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas clorados.
e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado.
GABARITO Alternativa c:
Correção: Falta aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os
agrotóxicos.
O verbo deve concordar com o sujeito. É mais fácil se mudarmos a ordem da oração: Falta
uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos aos países subdesenvolvidos.
Mude a ordem das orações restantes:
a) Existem diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem na atualidade .
b) Os defensivos agrícolas à base de DDT podem provocar sérias lesões hepáticas.
d) Os efeitos nocivos dos inseticidas clorados persistem por muito tempo no meio ambiente.
e) Os defensivos do tipo fosforado possuem elevado grau de toxidade .
3. (Fatec) Assinale a alternativa que completa corretamente as frases.
___ , entre analistas políticos, que, se o governo ___ essa política salarial e se o empresariado
não ___ as perdas salariais ___ sérios problemas estruturais a serem resolvidos, e, quando os
sindicatos ___ , estará instalado o caos total.
a) Comentam-se; manter; repor; haverão; intervierem.
b) Comenta-se; mantiver; repuser; haverão; intervirem.
c) Comenta-se; mantesse; repuser; haverão; intervierem.
d) Comenta-se; mantiver; repuser; haverá; intervierem.
e) Comentam-se; manter; repor; haverá; intervirem.
Gabarito: Alternativa d:
A partícula "se" é índice de indeterminação do sujeito. Neste caso, o verbo deve ficar na 3.º
pessoa do singular: Comenta-se.
O verbo manter está na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo, cuja forma é
mantiver: Se o governo mantiver.
O mesmo acontece com o verbo repor, que na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo
fica repuser. Se o empresariado não repuser.

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O verbo verbo haver impessoal (neste caso, com o sentido de "existir") sempre é conjugado
na 3.ª pessoa do singular: Haverá sérios problemas.
O verbo intervir está na 3.ª pessoa do plural do futuro do subjuntivo, cuja forma é
intervierem: Quando os sindicatos intervierem.
4. (FCC) A ocorrência de interferências ___ -nos a concluir que ___ uma relação profunda entre
homem e sociedade que os ___ mutuamente dependentes.
a) leva, existe, torna
b) levam, existe, tornam
c) levam, existem, tornam
d) levam, existem, torna
e) leva, existem, tornam
GABARITO: Alternativa a:
O verbo está concordando com o sujeito: A ocorrência leva.
O verbo existir também deve concordar com o sujeito: Uma relação profunda existe.
O mesmo acontece com o verbo "tornar", concorda com o sujeito: Uma relação que torna
homens e mulheres ...
5. (FGV) Nas questões abaixo, ocorrem espaços vazios. Para preenchê-los, escolha um dos
seguintes verbos: fazer, transpor, deter, ir. Utilize a forma verbal mais adequada.
a) Se ___ dias frios no inverno, talvez as coisas fossem diferentes.
b) Quando o cavalo ___ todos os obstáculos, a corrida terminará.
c) Se o cavalo ___ mais facilmente os obstáculos, alcançaria com mais folga a linha de chegada.
d) Se a equipe econômica não se ___ nos aspectos regionais e considerar os aspectos globais,
a possibilidade de solução será maior.
e) Caso ela ___ ao jogo amanhã, deverá pagar antecipadamente o ingresso.
6. (CESGRANRIO) Há concordância nominal inadequada em:
a) clima e terras desconhecidas;
b) clima e terra desconhecidos;
c) terras e clima desconhecidas;
d) terras e clima desconhecido;
e) terras e clima desconhecidos.

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GABARITO: Letra C: Na frase 'terras e clima desconhecidas', o adjetivo 'desconhecidas' está


concordando com o sujeito feminino plural 'terras' apenas. De acordo com a regra, quando o
sujeito é composto, o adjetivo deve concordar com o substantivo masculino, se houver.

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Emprego do sinal indicativo de crase.

A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da


preposição “a” como artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pronomes
demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a
qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo acento grave ( ` ):
à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais.
O uso do acento indicativo de crase está condicionado aos nossos conhecimentos acerca da
regência verbal e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o
termo regente é o verbo - ou nome -que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
termo regido é aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo a anteposição do
artigo a(s).
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela contratada recentemente.
Após a junção da preposição com o artigo (destacados entre parênteses), temos:
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada recentemente.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade classifica-se como transitivo indireto, pois
sempre nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o artigo feminino
(à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).
Observações importantes:
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da crase.
Eis alguns:
• Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação
a + o(s), a crase está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor.
• No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso
resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos.

FIQUE ATENTO!

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Nas situações em que o nome geográfico se apresentar modificado por um adjunto


adnominal, a crase está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias.
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo:
Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
(crase pra quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)

Quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:


Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO
DE”.
Irei à Salvador de Jorge Amado. A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s)
e aquilo receberão o acento grave se o termo regente exigir complemento regido da
preposição “a”.
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo)
Iremos àquela reunião.
(preposição + pronome demonstrativo)
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando
criança)
(preposição + pronome demonstrativo)
A letra “a” que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas)
recebem o acento grave:
• locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade...
• locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de...
• locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem a função de locuções não ocorrerá
crase. Repare:
Eu adoro a noite!
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não preposição.

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Casos passíveis de nota:


• A crase é facultativa diante de nomes próprios femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
• Também é facultativa diante de pronomes possessivos femininos: O diretor fez referência a
(à) sua empresa.
• Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará aberta até as (às) dezoito horas.
• Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de
apresentarem-se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
• Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial “a distância”: Na praia de
Copacabana, observamos a queima de fogos a distância.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá
crase: O pedestre foi arremessado à distância de cem metros.
• De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância.
Ensino a distância.
• Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
Eu o seguirei passo a passo.
Casos em que não se admite o emprego da crase:
Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Esta caneta pertence a Pedro.
Antes de verbos no infinitivo.
Ele estava a cantar.
Começou a chover.
Antes de numeral.
O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países.

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Observações:
• Nos casos em que o numeral indicar horas – funcionando como uma locução adverbial
feminina – ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove horas.
• Diante de numerais ordinais femininos a crase está confirmada, visto que estes não podem
ser empregados sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira aluna da classe.
• Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quandoessa não se apresentar determinada:
Chegamos todos exaustos a casa.
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adnominal, a crase estará confirmada:
Chegamos todosexaustos à casa de Marcela.
• Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa indicar chão firme: Quando os
navegantes regressaram a terra, já era noite.
Contudo, se o termo estiver precedido por um determinante ou referir-se ao planeta Terra,
ocorrerá crase.
Paulo viajou rumo à sua terra natal.
O astronauta voltou à Terra.
• Não ocorre crase antes de pronomes que requerem o uso do artigo.
Os livros foram entregues a mim.
Dei a ela a merecida recompensa.
• Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à senhora, senhorita e madame admitirem
artigo, o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no caso de o termo regente
exigir a preposição. Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
• Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em sentido genérico ou indeterminado:
Estamos sujeitos a críticas.
Refiro-me a conversas paralelas.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017)


O acentoindicativo de crase está empregado corretamente em:
a) O personagem evita considerar à internet responsável por suas atitudes.
b) O personagem reconheceu que já tinha uma propensão à jogar o tempo fora.
c) O personagem tinha um comportamento indiferente àqualquer influência da internet.
d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar com relação ao tempo.
e) O personagem revelou à pessoa com quem conversava que jogava o tempo fora.

Resposta: Letra E. Aos itens: Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto
direto)
Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem acento grave indicativo de crase antes de
verbo no infinitivo)
Em “c”, tinha um comportamento indiferente à qualquer influência = a qualquer (antes de
pronome indefinido)
Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de artigo indefinido)
Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem conversava que jogava o tempo fora =
revelou o quê? que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa (objeto indireto, com
preposição) = correta.

2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)


Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto a seguir.
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendimento _____ presos da Casa de
Detenção, em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de
uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Estação Carandiru” (1999), que mostra
________ entranhas daquela que foi ________maior prisão da América Latina, e de
“Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que trabalham no sistema prisional, Varella agora
faz um retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, também na capital paulista,
onde cumprem pena mais de duas mil mulheres. (https://oglobo.globo.com. Adaptado).
a) à … às … a
b) a … as … a
c) a … às … a

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d) à … às … à
e) a … as … à

Resposta: Letra B. Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendimento a (preposição


– regência nominal de “atendimento”, mas sem acento grave por estar diante de palavra
masculina) presos da Casa de Detenção, em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella
chega ao fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Estação Carandiru” (1999),
que mostra as (objeto direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela que foi a (artigo definido)
maior prisão da América Latina, e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que
trabalham no sistema prisional, Varella agora faz um retrato das detentas da Penitenciária
Feminina da Capital, também na capital paulista, onde cumprem pena mais de duas mil
mulheres. Teremos: a / as / a.

3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP – OFICIAL DE ATENDIMENTO E


ADMINISTRAÇÃO – VUNESP-2018)
Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está empregado corretamente.
a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer com dores de cabeça.
b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à episó- dios de nosso passado.
c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito difícil à determinadas pessoas.
d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente os momentos dolorosos.
e) Ao nos atermos à uma experiência ruim, desconsideramos o que ela traz de bom.

Resposta: Letra D. Aos itens: Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no
infinitivo não se usa acento grave).
Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episódios (palavra masculina e no plural)
Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determinadas = a determinadas (palavra no plural
e presença só da preposição)
Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se refere, refere-se a algo ou a alguém).
Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma (antes de artigo indefinido).

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4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL - VUNESP-2018)


De acordo com a norma- -padrão, o acento indicativo da crase está corretamente empregado
em:
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão detalento: quem não tem, não vai nunca
aprender.
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada pela clareza e precisão, afastando o
leitor da confusão ou tédio.
c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um tecido coeso e claro, instigando,
assim, o leitor.
d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões semelhantes, no entanto elas seguem
pelo lado oposto.
e) Também não estamos falando só de correção gramatical e ortográfica. Estamos nos
referindo à pensamento.

Resposta: Letra A. Em “a”, O leitor aludiu à escrita =correta (regência do verbo “aludir” pede
preposição)
Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a uma (antes de artigo indefinido)
Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre palavras repetidas)
Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões = a conclusões (antes de palavra
no plural e o “a” está “sozinho” = somente preposição)
Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a pensamento (palavra masculina)

5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES-SP - AUXILIAR DE APOIO


ADMINISTRATIVO - VUNESP-2018)
No começo do século 20, a rápida industrialização nos Estados Unidos deu origem _______
algumas das maiores fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt e os
Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e aço, obtendo um grande retorno, e passaram
_________ ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como Era Dourada. A
desigualdade nunca foi tão grande – até
agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia de serviços financeiros, feito em
parceria com a consultora PwC.
Para os autores do documento, a primeira Era Dourada aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo
eles, a atual começou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10 a 20 anos, prolongada
pelo desempenho econômico da Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia.

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(IstoÉ, 15.11.2017. Adaptado) Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto


devem ser preenchidas, respectivamente, com:
a) a … a … a
b) à … à … à
c) a … à … à
d) à … à … a
e) a … a … à

Resposta: Letra E. Vamos aos trechos: a rápida industrialização nos Estados Unidos deu
origem a algumas das maiores fortunas = antes de pronome indefinido e passaram a ostentar
sua riqueza = antes de verbo no infinitivo e de negócios ligados à tecnologia = regência
nominal de “ligados” pede preposição

6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -VUNESP-2017)


Assinale a alternativa correta quanto aoemprego do acento indicativo da crase.
a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quaischegam à um grande público devido à
rapidez da internet, é favorável à formação de ondas de credulidade.
b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais chegam à muitas pessoas devido a
rapidez da internet, favorece que se formem ondas de credulidade.
c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais chegam a muitas pessoas devido à
rapidez da internet, é favorável à formação de ondas de credulidade.
d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais chegam a um grande número de
pessoas devido à rapidez da internet, é favorável as ondas de credulidade que se formam.
e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais chegam a muitas pessoas devido a
rapidez da internet, favorece à formação de ondas de credulidade.

Resposta: Letra C Acertos entre parênteses: Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande
público devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à formação (ok)
Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas) pessoas devido a rapidez (à rapidez)
da internet
Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet, é favorável à formação
= correta

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Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande número de pessoas devido à rapidez (ok)
da internet, é favorável as ondas (às ondas)
Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok) pessoas devido a rapidez (à rapidez) da
internet, favorece à formação (a formação) Observação: quanto à regência verbal de
“favorecer” = pede complemento verbal direto (favorece o quê? favorece quem?); já a
regência nominal de “favorá- vel” pede preposição (favorável a quem? a quê?).

Colocação dos pronomes átonos.

Colocação Pronominal trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função de complemento verbal (objeto). Por
isso, memorize:
OBlíquo = OBjeto!
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida,
algumas normas devem ser observadas na linguagem escrita.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo.
São elas:
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor.
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se esforçou.
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportunidade.
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem lhe disse isso?
3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto se ofendem!
4) Orações que exprimem desejo (orações optativas): Que Deus o ajude.
5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome reto ou sujeito expresso:
Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada:

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Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses
verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na
oração alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.
(Com presença de palavra que justifique o uso de pró- clise: Não fossem os meus
compromissos, EU te acompanharia nessa viagem).
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a
mesóclise não forem possíveis:
1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo: Quando eu avisar, silenciem-se todos.
2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não era minha intenção machucá-la.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se inicia período com pronome oblíquo).
Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo no concurso, mudo-me hoje mesmo!
5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.
Colocação pronominal nas locuções verbais
- após verbo no particípio = pronome depois do verbo auxiliar (e não depois do particípio):
Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
Eu me tenho deliciado com a leitura!
- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas locuções verbais:
Vamos nos unir!
Iremos nos manifestar.
- quando há um fator para próclise nos tempos compostos ou locuções verbais: opção pelo
uso do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar (e não: “não nos
vamos preocupar”).
Observações importantes:

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Emprego de o, a, os, as
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
Chame-o agora.
Deixei-a mais tranquila.
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Exemplos:
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as
alteram-se para no, na, nos, nas.
Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa.
* Dica:
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa “antes”! Pronome antes do verbo!
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em Inglês – que significa “fim, final!).
Pronome depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo
Pronome Oblíquo – função de objeto
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na
oração alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.
(Com presença de palavra que justifique o uso de pró- clise: Não fossem os meus
compromissos, EU te acompanharia nessa viagem).
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a
mesóclise não forem possíveis:
1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo: Quando eu avisar, silenciem-se todos.
2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não era minha intenção machucá-la.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se inicia período com pronome oblíquo).
Vou-me embora agora mesmo.

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Levanto-me às 6h.
4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo no concurso, mudo-me hoje mesmo!
5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.
Colocação pronominal nas locuções verbais
- após verbo no particípio = pronome depois do verbo auxiliar (e não depois do particípio):
Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
Eu me tenho deliciado com a leitura!
- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas locuções verbais:
Vamos nos unir!
Iremos nos manifestar.
- quando há um fator para próclise nos tempos compostos ou locuções verbais: opção pelo
uso do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar (e não: “não nos
vamos preocupar”).
Observações importantes:
Emprego de o, a, os, as
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
Chame-o agora.
Deixei-a mais tranquila.
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Exemplos:
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as
alteram-se para no, na, nos, nas.
Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa.
* Dica:
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa “antes”! Pronome antes do verbo!

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Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em Inglês – que significa “fim, final!).
Pronome depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo
Pronome Oblíquo – função de objeto

Questões

1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINISTRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há


políticas que reconhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado por um pronome,
de acordo com a norma-padrão da língua, o trecho assume a formulação apresentada em:
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

Comentários: Primeiramente identifiquemos se temos objeto direto ou indireto. Reconhece


o quê? Resposta: a informalidade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto direto.
Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua função no período (pronome
relativo, no caso!) – a regra pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a
reconhecem.
RESPOSTA: “A”.

2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substituição do elemento grifado pelo pronome


correspondente foi realizada de modo INCORRETO em:
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la
(D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na

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Comentários:
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = correta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
(D) que desviava a água = que lhe desviava = que a desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
RESPOSTA: “D”.

3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) “cruzando os desertos do oeste da China −


que contornam a Índia − adotam complexas providências Fazendo-se as alterações
necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por um pronome,
respectivamente, em:
(A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
(C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
(D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
(E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam

Comentários: Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao objeto indireto (verbo
“cruzar” pede objeto direto: cruzar o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado temos uma oração assim) devemos
usar ênclise: (cruzando-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá para
substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar a próclise (que a contorna); “adotam”
exige objeto direto (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotamnas (quando o
verbo terminar em “m” e usarmos um pronome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM –
N!).
RESPOSTA: “D”.

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Reescrita de frases e parágrafos do texto. Substituição de palavras ou de trechos de texto.


Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. Reescrita de textos de
diferentes gêneros e níveis de formalidade.

Para fazer uma reescrita de frases e parágrafos de um texto, nós devemos ter muita atenção
na gramática, ou seja, nos erros de pontuação, concordância verbal e nominal, regência verbal
e nominal, o uso da crase e a colocação pronominal.

Uma troca de posição da vírgula, por exemplo, pode alterar o sentido da frase.

As frases reescritas devem manter a informação essencial do texto utilizando vocabulários e


expressões do texto original e a ordem das palavras para que o texto mantenha seu sentido.

Deve-se prestar a atenção na ordem das palavras para que o texto não mude de sentido.

Devemos também prestar atenção no tempo verbal.

A Reescrita pode ser feita através de substituição de palavras ou de trechos de


textos utilizando:

Sinônimos, antônimos, locução verbal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal,
conectivos de mesmo valor semântico:

Sinônimos: palavras que possuem significados iguais ou semelhantes

Ex.:

Aquele carro está com problema

Aquele automóvel está com defeito.

Antônimos: palavras que possuem significados diferentes, ou seja, significados opostos

Ex.:

O homem estava bravo

O sujeito não estava tranquilo

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Locução verbal: É a união de verbos com a função de apenas um.

Ex.:

Vou ler este livro para meu filho

Lerei este livro para meu filho

Verbo por substantivo e vice-versa: Você transforma uma oração verbal em oração nominal
ou vice-versa.

Caminhar = caminho

Resolver = resolução

Trabalhar = trabalho

Estudar = estudos

Beijar = beijo

Ex.:

O trabalho é essencial para a vida

Trabalhar é essencial para a vida

Voz verbal: A voz assumida pelo verbo indica se o sujeito é agente ou paciente da ação.

Ex.:

Eu vi a mulher no supermercado

A mulher foi vista por mim no supermercado

Conectivos com mesmo valor semântico

Os conectivos como conjunção, preposição e advérbio ajudam a dar sentido às orações.

Conectivos de adição: Além disso, ainda mais, também, e…

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Conectivos de certeza: Por certo, certamente, com certeza…

Conectivos de condição: Caso, eventualmente, se.

Conectivos de conclusão: Em suma, em conclusão, enfim…

Conectivos de tempo: Enfim, logo, então, logo depois, logo após…

Dentre outros conectivos.

Ex.:

Por certo, eu vencerei esta partida.

Certamente, eu vencerei esta partida.

Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.

Quando conversamos com amigos e familiares usamos uma linguagem mais informal, mas
quando conversamos com superiores hierárquicos, profissionais e acadêmicos, tendemos a
falar uma linguagem mais formal. Verificamos com isso que dependendo da situação ou
contexto social usaremos linguagem diferentes.

Os níveis de formalidades vão do mais informal até o mais formal;

Podemos dizer que o mais informal é a linguagem coloquial e o mais formal seria a linguagem
culta.

Estes níveis de formalidades leva em conta os diferentes valores sociais como a camada social,
econômica, cultura, idades e situação, fazendo com que utilizaremos uma maneira de se
comunicar conforme o ambiente sociocultural.

Para exemplificar, um assunto cotidiano será abordado de forma diferente com um adulto ou
uma criança e um assunto técnico também será comunicado de maneira diferente com juiz e
um leigo.

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Linguagem formal

A linguagem formal utiliza as normas gramaticais (norma culta), ou seja, procura-se


pronunciar claramente e corretamente as palavras. É utilizada em salas de aula, discursos,
conferências, palestras, em reuniões de trabalho e até em entrevistas de emprego, dentre
outras situações que a exija.

Linguagem informal

Ela já é usada de forma descontraída e espontânea devido à familiaridade dos envolvidos na


comunicação.

Ela dá pouca atenção às normas gramaticais é pode usar gírias, expressões populares e
contrações de palavras como “tá” ou “pra”, dentre outras situações cotidianas. Pode ter
variações regionais, culturais e sociais; É utilizadas nas conversas do dia a dia com amigos e
familiares.

Bom, vamos agora analisar os principais normas de linguagens:

Norma culta: Tem o maior prestígio, coesão textual e é muito ligada ao poder social. É a mais
formal. É utilizada pelas camadas mais favorecidas e escolarizadas da sociedade, ou seja, por
pessoas de levado nível educacional e cultural. Muito utilizada na escrita. Quem a utiliza se
comunica com maior precisão e eficiência.

Norma-padrão: É a linguagem ensinada nas escolas. Obedece as normas gramaticais visando


a padronização da escrita. Muito usada na literatura refletindo o prestígio social e cultural. Ela
está presente na maioria dos gêneros textuais, comunicações científicas e etc…

Norma culta e a norma-padrão não são a mesma coisa. A norma-padrão seria a norma
gramatical e a norma culta é uma variação que chega mais perto desta norma gramatical.

Norma popular ou coloquial: Tem menos prestígio. É a menos formal, ela é espontânea e
muito usado pelo povo. É cheia de vícios de linguagem e gírias. É uma linguagem mais
descontraída e está presente em conversas entre amigos e familiares, piadas, novelas e etc…

A informalidade é muito encontrada em gêneros textuais com crônicas, revistas, jornais, e-


mails e comunicações não oficiais.

Um texto pode ser reescrito dependendo da situação, podendo ser expresso de maneira
formal ou informal.

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Um texto que falará sobre um ministro do STF será abordado mais formalmente por um crítico
político. Já se este mesmo texto for escrito por um humorista, o nível de formalidade será bem
menor.

Significação das Palavras. Figuras de Linguagem.

Semântica é o estudo da significação das palavras e das suas mudanças de significação através
do tempo ou em determinada época. A maior importância está em distinguir sinônimos e
antônimos (sinonímia / antonímia) e homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
Sinônimos
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - abecedário; brado, grito - clamor;
extinguir, apagar - abolir.
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são substituíveis, uma pela outra, em
qualquer contexto (cara e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando,
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, em determinado enunciado
(aguardar e esperar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsável pela existência de numerosos pares de
sinônimos: adversário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; transformação e metamorfose;
oposição e antítese.
Antônimos
São palavras que se opõem através de seu significado: ordem - anarquia; soberba - humildade;
louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode se originar de um prefixo de sentido oposto ou negativo:
bendizer e maldizer; simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo
e inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista; simétrico e assimétrico.
Homônimos e Parônimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia ou a mesma pronúncia, mas
significados diferentes. Podem ser
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo);
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo).
b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita:

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acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmonizar) e consertar (reparar); cela


(compartimento) e sela (arreio); censo (recenseamento) e senso (juízo); paço (palácio) e passo
(andar).
c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou perfeitas): São palavras iguais na escrita e
na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
- Parônimos = palavras com sentidos diferentes, porém de formas relativamente próximas.
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de vime; cesta de
basquete/esporte) e sesta (descanso após o almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está
para ocorrer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ ou verbo “ser” no
imperativo) e cede (verbo), comprimento (medida) e cumprimento (saudação), autuar
(processar) e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir (atender a) e diferir
(divergir), suar (transpirar) e soar (emitir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar;
apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato
(procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar, afundar).
Hiperonímia e Hiponímia
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem a um mesmo campo semântico (de
sentido), sendo o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperônimo, mais
abrangente.
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo, criando, assim, uma relação de
dependência semântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia com carros,
já que veículos é uma palavra de significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões.
Veículos é um hiperônimo de carros.
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em quaisquer contextos, mas o oposto não é
possível. A utilização correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a repetição
desnecessária de termos.
Denotação e Conotação
Exemplos de variação no significado das palavras:
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal)
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido denotativo (denotação) e o
sentido conotativo (conotação) das palavras.
Denotação

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Uma palavra é usada no sentido denotativo quando apresenta seu significado original,
independentemente do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado mais objetivo
e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro
significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva,
assumindo um caráter prático. É utilizada em textos informativos, como jornais,
regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros.
A palavra “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pedaço de madeira.
Outros exemplos:
O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito!
Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apresenta diferentes significados, sujeitos
a diferentes interpretações, dependendo do contexto em que esteja inserida, referindo-se a
sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido
figurado e simbólico. Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela pode
significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei pau no concurso).
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através
da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem
poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em
anúncios publicitários, entre outros. Exemplos:
Você é o meu sol!
Minha vida é um mar de tristezas.
Você tem um coração de pedra!
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário: trata-se de definição literal, quando o
termo é utilizado com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir multiplicidade de sentidos, que só se
explicam dentro de um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra, mas que abarca
um grande número de significados dentro de seu próprio campo semântico.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos que o prefixo “poli” significa
multiplicidade de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em consideração as
situações de aplicabilidade. Há uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
ocorrência da polissemia:

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O rapaz é um tremendo gato.


O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.
Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de computadores e rede elétrica, por
exemplo, temos em comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de
“entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, que pode ser utilizada representando
“tecido”, “prisão” ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o formato
quadriculado que têm.
Polissemia e homonímia
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante comum. Quando a mesma palavra
apresenta vários significados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, quando
duas ou mais palavras com origens e significados distintos têm a mesma grafia e fonologia,
temos uma homonímia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode significar uma fruta ou uma parte de
uma camisa. Não é polissemia porque os diferentes significados para a palavra “manga” têm
origens diferentes. “Letra” é uma palavra polissêmica: pode significar o elemento básico do
alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os
diferentes significados estão interligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
Polissemia e ambiguidade
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na interpretação. Na língua portuguesa,
um enunciado pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpretação. Esta
ambiguidade pode ocorrer devido à colocação específica de uma palavra (por exemplo, um
advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequentemente são felizes.
Neste caso podem existir duas interpretações diferentes:
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são felizes porque têm uma
alimentação equilibrada.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela pode induzir uma pessoa a fazer mais
do que uma interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito importante saber qual
o contexto em que a frase é proferida.

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Muitas vezes, a disposição das palavras na construção do enunciado pode gerar ambiguidade
ou, até mesmo, comicidade. Repare na figura abaixo:

Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, mas duas seriam:


Corte e coloração capilar
ou
Faço corte e pintura capilar.
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção
Figura de Palavra
A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego
figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma
associação, uma comparação, uma similaridade.
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - permitem-nos reconhecer dois
tipos de figuras de palavras: a metáfora e a metonímia.
Metáfora
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma
relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e percebe
entre elas certas semelhanças. É o emprego da palavra fora de seu sentido normal.
Observação: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento
comparativo não aparece.
Seus olhos são como luzes brilhantes.
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através do emprego da palavra como.
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula comparativa), e
sim símile, ou seja, qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.

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Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta é a verdadeira metáfora.


Observe outros exemplos:
1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece relações de
semelhança entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a fluidez,
a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar algum.
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso
dessa expressão que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente inútil), há
uma comparação subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma
estrada de terra que leva a lugar algum.
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Em sua mente povoa só inveja.
Metonímia
É a substituição de um nome por outro, em virtude de existir entre eles algum relacionamento.
Tal substituição pode acontecer dos seguintes modos:
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Gosto de ler a obra literária de Machado
de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião).
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só- crates tomou veneno).
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o
alimento que produzo).
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no
cálice).
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os
repórteres foram atrás dos jogadores).
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam
apressadamente).
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam
e sofrem nesse mundo).

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11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As
mulheres foram chamadas, não apenas uma mulher).
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da
marca Danone).
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua).
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu
lado).
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de extensão (como nos exemplos 9, 10 e
11, acima), enquanto que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou de relação.
Não há necessidade, atualmente, de se fazer distinção entre ambas as figuras.
Catacrese
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma
ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro
“emprestado”.
Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: “asa da
xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do
abacaxi”.
Perífrase ou Antonomásia
Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou
atributos, ou de um fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por outro ou por uma
expressão que facilmente o identifique:
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão)
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Sinestesia
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos
do sentido. É o cruzamento de sensações distintas.

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Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = auditivo; áspero = tátil)
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (silêncio = auditivo; escuro =
visual)
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
Antítese
Consiste no emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido. O contraste que se
estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se
conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. Observe os exemplos:
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Não há gosto sem desgosto.
Paradoxo ou oximoro
É a associação de ideias, além de contrastantes, contraditórias. Seria a antítese ao extremo.
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
Ouvimos as vozes do silêncio.
Eufemismo
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar
alguma coisa áspera, desagradável ou chocante.
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (= morreu)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Faltar à verdade. (= mentir)
Ironia
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que as palavras ou frases expressam,
geralmente apresentando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construída para
que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à
desejada pelo emissor.
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mínima.
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto.

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O governador foi sutil como um elefante.


Hipérbole
É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia.
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
Prosopopeia ou Personificação
É a atribuição de ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características
humanas a seres não humanos. Observe os exemplos:
As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia.
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
Chora, violão.
Apóstrofe
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o
objetivo do discurso, que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- rio ou não. A introdução da
apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a
que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação. Realiza-se por
meio do vocativo.
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada?
“Pai Nosso, que estais no céu”
Deus, ó Deus! Onde estás?
Gradação
Apresentação de ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem ascendente
(clímax) ou descendente (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões...
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dosolhos de Joana. Para chegar a este
detalhe, ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos.

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Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decrescente de intensidade. Outros


exemplos:
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor”. (Olavo Bilac)
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se.” (Padre Antônio Vieira)
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) ocorrem quando desejamos atribuir maior
expressividade ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expressividade
que se dá ao sentido.
Elipse
Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora- ção e que podem ser facilmente
identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo
contexto.
A catedral da Sé. (a igreja catedral)
Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao estádio)
Zeugma
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado
anteriormente.
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de português)
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só modernos. (só havia móveis)
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
Silepse
A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas, sim,
subentendido. É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz com um termo oculto,
facilmente identificado. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa.
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e feminino. Ocorre a silepse de gênero quando
a concordância se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que
gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade
de Porto Velho).
2) Vossa Excelência está preocupado.
O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculino, e não
com o termo Vossa Excelência.

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Silepse de Número - Os números são singular e plural. A silepse de número ocorre quando o
verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que
nele está contida. Exemplos:
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de Salvador.
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e gritavam não concordam
gramaticalmente com os sujeitos das orações (que se encontram no singular, procissão e
povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está contida. Procissão e povo dão a ideia
de muita gente, por isso que os verbos estão no plural.
Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais:
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as três do plural). A silepse de pessoa
ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o
sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. Exemplos:
O que não compreendo é como os brasileiros persistamos em aceitar essa situação.
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos.” (Machado de Assis)
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não concordam gramaticalmente com os
seus sujeitos (brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), mas com a
ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e os cariocas).

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Polissíndeto / Assíndeto
Para estudarmos as duas figuras de construção é necessário recordar um conceito estudado
em sintaxe sobre período composto. No período composto por coordenação, podemos ter
orações sindéticas ou assindéticas. A oração coordenada ligada por uma conjunção
(conectivo)
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assindética. Recordado esse conceito,
podemos definir as duas figuras de construção:
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. Observe o
exemplo: O menino resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções
coordenativas, resultando no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos:
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
“Vim, vi, venci.” (Júlio César)
Pleonasmo
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do
pleonasmo é realçar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e “lo” exercem a mesma função sintática:
objeto direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome “lo”
classificado como objeto direto pleonástico. Outro exemplo:
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome “lhes” exerce a função de
objeto indireto pleonástico.
Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais vigor à frase; caso
contrário, torna-se um pleonasmo vicioso:
Vi aquela cena com meus próprios olhos.
Vamos subir para cima.
Ele desceu pra baixo.
Anáfora
É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando, assim, um efeito de
reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta em destaque,

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permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os termos anafóricos podem


muitas vezes ser substituídos por pronomes.
Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.” (Padre Vieira)
Anacoluto
Consiste na mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos
desligados do resto do período. É a quebra da estrutura normal da frase para a introdução de
uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação sintática com as demais.
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo, deveria exercer a função de sujeito. No
entanto, há uma interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exercendo nenhuma
função sintática. O anacoluto também é chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a
uma interrupção na sequência lógica do pensamento.
Observação: o anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais.
Em geral, evite-o.
Hipérbato / Inversão
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração,
fazendo com que o sujeito venha depois do predicado:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas)
* Observação:
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”.
Figuras de Som
Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo
ou como efeito sonoro significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

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Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”
Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da
realidade:
Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Questões

1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR


ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECONOMIA – FGV - adaptada) Ao dizer que os shoppings são
“cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

Comentários: A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional


(denotativo) e transportá-la para um novo campo de significação (conotativa), por meio de
uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS –


CONPASS
Identifique a figura de linguagem presente na tira seguinte:

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A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

Comentários: “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos
agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” no lugar de “que morreram por
nós”.
RESPOSTA: “D”.

3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ UFAL/) Está tão quente que dá para
fritar um ovo no asfalto. O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem.
Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, horário do dia em que o calor é mais intenso, a
temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a 65ºC. Para fritar
um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.
O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa
uma figura de linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
A) Eufemismo.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo.
D) Metonímia.

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E) Hipérbato.

Comentários: A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo
que está fazendo. A figura que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
RESPOSTA: “B”.

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Operações, propriedades e aplicações (soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação


e radiciação). Conjuntos numéricos (números naturais, inteiros, racionais e reais) e
operações com conjuntos.

Os conjuntos numéricos reúnem diversos conjuntos cujos elementos são números. Eles são
formados pelos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais.

Confira abaixo as características de cada um deles tais como conceito, símbolo e subconjuntos.

Conjunto dos Números Naturais (N)


O conjunto dos números naturais é representado por N. Ele reúne os números que usamos
para contar (incluindo o zero) e é infinito.

Subconjuntos dos Números Naturais


N* = {1, 2, 3, 4, 5..., n, ...} ou N* = N – {0}: conjuntos dos números naturais não-nulos, ou seja,
sem o zero.
Np = {0, 2, 4, 6, 8..., 2n, ...}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais pares.
Ni = {1, 3, 5, 7, 9..., 2n+1, ...}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais ímpares.
P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, ...}: conjunto dos números naturais primos.
Conjunto dos Números Inteiros (Z)
O conjunto dos números inteiros é representado por Z. Reúne todos os elementos dos
números naturais (N) e seus opostos. Assim, conclui-se que N é um subconjunto de Z (N ⊂ Z):
Subconjuntos dos Números Inteiros
Z* = {..., –4, –3, –2, –1, 1, 2, 3, 4, ...} ou Z* = Z – {0}: conjuntos dos números inteiros não-nulos,
ou seja, sem o zero.
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números inteiros e não-negativos. Note que Z+ = N.

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