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ENSINO

FUNDA ME N TAL I E I I
4 º , 5 º e 6º A N O

CIÊNCIAS
NATURAIS

21
22
800 MIL
PESSOAS VIVEM DA
RECICLAGEM NO BRASIL
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C IÊN CIA S N AT U R A I S

ATIVIDADES
PROP OSTAS
MINHOCÁRIO E A RECICLAGEM
DE MATÉRIA ORGÂNICA

O objetivo da atividade é demonstrar como alguns organismos transformam


a matéria orgânica e a devolvem ao ambiente (decomposição, ciclo dos
nutrientes), além de abordar uma estratégia de redução do resíduo sólido
orgânico gerado nos domicílios com a transformação em adubo para ser
utilizado em jardins, ajudando no desenvolvimento das plantas.
A atividade poderá se estender pelo semestre inteiro, pois demandará
a construção do minhocário, a colocação gradual de matéria orgânica nos
recipientes que integram a estrutura e o acompanhamento da transformação
em húmus, assim como a coleta de chorume.
É sabido que, após o primeiro ciclo de preenchimento da composteira,
e com o aumento da população de minhocas, a produção de húmus vai
gradativamente ficando mais rápida — é comum que esse processo que leva de
quatro a seis meses, após o ciclo inicial, demore em torno de dois meses.

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Nesse período o professor poderá desenvolver pesquisas com os alunos


para que eles entendam a importância dos organismos decompositores,
como funciona o ciclo dos nutrientes, como ocorre o processo de adubação
e por que ele é importante para as plantas e a produção de alimentos. Outro
aspecto relevante para a discussão é o fato de a compostagem colaborar com
a diminuição da quantidade de lixo orgânico que vai para os aterros sanitários.
Uma série de assuntos relacionados ao tema se enquadra no conteúdo do Ciclo
Interdisciplinar.
O vídeo explicativo do minhocário (“Você sabia que o lixo orgânico também
é reciclável?”), disponível na plataforma Recicla Sampa, um link da composteira
doméstica Humi e outro para o vídeo “Morada da floresta” explicam como
funciona o minhocário. O conteúdo, apresentado pelo professor em sala de
aula, é o início da conversa sobre a transformação de restos de alimento em
adubo e a consequente diminuição da quantidade de lixo gerada.

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CONSTRUINDO O LAR DAS MINHOCAS

Selecione um local que servirá para depositar restos de comida,


regular a umidade do sistema e bloquear a entrada de luz, que
é prejudicial para as minhocas. Existem diversos modelos de
recipientes à venda, mas é possível improvisar com uma caixa de
madeira que facilite a circulação de oxigênio e absorva a umidade,
baldes ou caixas de plástico de cor opaca.
É necessário que os itens sejam perfeitamente empilháveis,
encaixando-se facilmente uns nos outros. Os dois recipientes de
cima serão utilizados para a digestão da matéria orgânica e o
terceiro, situado embaixo de todos, será usado para a captação do
chorume, também chamado de biofertilizante (o esquema ao lado
mostra seu funcionamento).
O ideal é empilhar três ou mais caixas, pois enquanto uma é
alimentada com resíduos, as outras vão realizando o processo de

Alguns detalhes e procedimentos


são fundamentais:

1 A caixa deve ter uma tampa


(sem furos) para evitar que a
luz entre e seu composto fique
2 O recipiente deve ser colocado
em um local fresco e ventilado,
para não superaquecer.
ressecado.

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Adicione as minhocas e
deixe descansando por
aproximadamente uma ou
duas semanas antes de iniciar
a colocação dos restos de
alimentos. Esse período é
necessário para que elas se
acostumem com o meio.

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decomposição alternadamente (caixas digestoras) ao mesmo tempo em que a


última coletará o biofertilizante (caixa coletora).
Para a produção da composteira é preciso realizar de 50 a 100 furos
(conforme o tamanho da caixa), de 4 a 6 seis milímetros de diâmetro, no fundo
das caixas digestoras. Na caixa coletora de biofertilizante os furos não são
necessários, mas ela pode conter uma torneira para facilitar a retirada do líquido
acumulado, rico em nutrientes, que deve ser diluído a uma proporção de 1:5 até
1:10 para ser utilizado no solo e ou borrifado nas folhas e plantas.

QUANTIDADE DE MINHOCAS
Os minhocários domésticos recebem os resíduos orgânicos na medida em
que são gerados em casa. Por essa razão, o número de minhocas para um
equipamento doméstico é menor.
Dimensionando a quantidade recomendada para um minhocário com duas
caixas de 45 cm x 35 cm x 20 cm (aproximadamente 0,16 m2), o número inicial
de minhocas não deve ser superior a 200 indivíduos adultos, lembrando que é
preciso acrescentar dois dedos de húmus na caixa antes de colocar os animais.
Em dois meses, a população deve dobrar.

4 Após iniciar a colocação de


matéria orgânica, quando a
primeira caixa ficar cheia, é
7
É importante saber que as
minhocas nunca descem de
caixa, sempre sobem — se
10 À medida que o
minhocário vai se
estabilizando, as
preciso movê-la para a posição isso acontecer é porque minhocas vão se
imediatamente abaixo de onde o ambiente de uma das reproduzindo. Com o
estava. Isso permite que os caixas digestoras não está aumento do número
resíduos sejam totalmente saudável, então é necessário de minhocas (uma
compostados e processados verificar o que está errado. população pode
pelas minhocas enquanto a quadruplicar), o húmus

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caixa que estava vazia, e que As dimensões das caixas estará pronto para
agora foi colocada na parte de podem variar com o separação em algumas
cima, seja preenchida. tamanho da família e semanas.
do local disponível para

5 11
Na caixa coletora, fure a lateral armazenar as caixas. Para
Para fazer a separação,
para instalar uma torneirinha um espaço pequeno é mais
use uma peneira grossa
(tipo bebedouro) ou uma comum que se use as de 15
número 4.
mangueira de escoamento litros, com dimensões de 43
(opcional) para facilitar a cm x 35 cm x 43 cm, ideais
remoção do biofertilizante. para casas com até três
pessoas, com capacidade 12 Uma vez que se retira
o húmus, aconselha-

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Também é muito útil colocar de 0,5 litro de matéria se que seja utilizado
um pedaço de tijolo que sirva orgânica por dia. em até seis meses.
de escada caso as minhocas Depois disso ele

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desçam até a caixa de baixo Para ampliação da passa a perder
(coletora), para que não se capacidade, acrescente nutrientes.
afoguem no chorume. caixas extras.

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A minhoca mais utilizada é a californiana vermelha (Eisenia hortensis), que


tem cerca de dez centímetros de comprimento e corpo vermelho. Ela come,
diariamente, mais da metade do próprio peso e se reproduz rapidamente.
Como algumas pessoas têm nojo ou receio de ter minhocas em casa, vale
lembrar que que elas não saem das caixas, não exalam cheiro e muito menos
transmitem doenças.

O QUE COLOCAR NO MINHOCÁRIO


As minhocas comem restos de hortaliças e frutas, vários tipos de grãos,
folhas de chá, borra de café e cascas de ovos. Misture o material orgânico ao
alimentar as minhocas, o que afastará moscas. Se puder, triture o material
antes de introduzi-lo na caixa de compostagem, isso fará com que as minhocas
o comam mais rapidamente ao digerir alimentos menores.

Não alimente as minhocas com itens


difíceis de digerir, como:

ALIMENTOS CÍTRICOS GORDURAS OU RESTOS DE GALHOS, SEJAM ELES


ALIMENTOS GORDUROSOS GROSSOS OU FINOS

FEZES CANINAS OU FELINAS


LATICÍNIOS CARNE (existe outra composteira para estes)

Uma vez construído o minhocário, a primeira leva de húmus deve demorar


algo em torno de quatro meses para ser formada. É interessante que seja
colocada, ao menos de duas a três vezes por semana (segunda, quarta e sexta,
por exemplo), matéria orgânica para que as minhocas tenham alimento e o
transformem.
A discussão com os alunos poderá envolver aspectos referentes aos tipos
de alimento depositado e à importância de uma alimentação saudável. Outros
assuntos que podem ser abordados são: a função dos organismos detritívoros/
decompositores e seu destaque no ciclo dos nutrientes; o papel das minhocas
para revolver, aerar e aumentar a capacidade de drenagem do solo; a relevância
desse tipo de transformação de matéria orgânica em adubo, em vez de o
material ser jogado no lixo; e as possibilidades de diminuir a geração de
resíduos sólidos.
Dentro dessa dinâmica é fundamental que o professor mantenha os alunos
conectados ao experimento do minhocário, mostrando até mesmo aspectos
comportamentais e reprodutivos das minhocas como representantes de um
grupo do reino animal.

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COMO A CORRETA SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS


SÓLIDOS CONTRIBUI PARA A CONSTRUÇÃO DE UM
FUTURO AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL?
Para essa atividade de ciências com enfoque no lixo, na poluição e nas
ações para diminuir um problema ambiental, cinco vídeos disponíveis na
plataforma Recicla Sampa são recomendados:

NO RECICLA SAMPA
VOCÊ encontra
vídeos e outros
conteúdos
relacionados
aos temas
propostos
nas atividades. O IMPACTO DO LIXO MISTURA DO LIXO
Todos os dias São Paulo pro- DIFICULTA A RECICLAGEM
duz 12 mil toneladas de resídu- O primeiro passo para contribuir
os. Você sabe para onde vão? com o processo é separar os
resíduos em dois grupos.

OS CAMINHOS RESÍDUOS SÓLIDOS VIRAM 5 DICAS PARA SEPARAR


DO PLÁSTICO ENERGIA NA PRIMEIRA O LIXO CORRETAMENTE
Entenda o processo de USINA DE BIOGÁS DO BRASIL O processo é simples:
reciclagem daquele que é Vídeo do acervo da plataforma basta separar lixo
considerado o maior vilão Recicla Sampa sobre a comum de reciclável.
do meio ambiente. captação do metano para
geração de energia.

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O que acontece com os dois tipos diferentes de lixo (comum e reciclável)?


Por que é importante separá-los?

Quanto tempo os diferentes tipos de material demoram


para ser decompostos na natureza?
Abaixo, dois links para obtenção dessas informações. O professor pode
buscar outras fontes, caso julgue necessário.

TEMPO DE CONSUMO
DECOMPOSIÇÃO DE SUSTENTÁVEL
ALGUNS MATERIAIS Manual de
Antes de jogar lixo na educação.
rua, saiba quanto tem-
po demora para
se decompor.

Vale lembrar que muitos materiais não vão parar no lixo. São jogados
nas ruas, nos rios, em terrenos baldios, bueiros e acabam causando vários
problemas não somente na região onde foram descartados, como também nos
lugares para onde são levados.
Os alunos envolvidos nesta atividade deverão, com a ajuda do professor,
desenvolver uma série de cartazes explicativos sobre os Rs que ajudam a
diminuir a produção do lixo, além de painéis mostrando quanto tempo dura
a decomposição de itens produzidos pela indústria que podem, e devem, ser
reciclados. Para colaborar na abordagem dos 5 Rs há um vídeo disponível no
Recicla Sampa: “Você pratica os 5 Rs da sustentabilidade? Repensar, reduzir,
reutilizar, recusar e reciclar são pilares fundamentais”. Esta atividade é ponte
para outra a ser desenvolvida na sequência.

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LIXO NO MUNDO: COMO OS DIFERENTES


MATERIAIS DESCARTADOS E TRANSFORMADOS
EM LIXO PODEM PREJUDICAR O MEIO AMBIENTE?

A atividade é realizada com um jogo interativo disponível na


plataforma Recicla Sampa. Após a escolha de um país, o jogo
fornece informações da produção de lixo entre 2012 (dados reais)
e 2025 (estimativa com base no aumento anual da produção de
lixo). Com ele é possível ter uma noção sobre quais são os grandes
produtores de lixo no planeta.
Nesta etapa, é imprescindível que o professor realize uma sessão
de vídeos e leituras de textos sobre o tema para que, com base nos
dados de produção de lixo, os alunos possam pensar em estratégias
para minimizar o impacto na natureza.

CONTEÚDOS DISPONÍVEIS NA PLATAFORMA RECICLA SAMPA


AJUDAM A ESQUENTAR A DISCUSSÃO E PODEM AUXILIAR NA SESSÃO
EDUCATIVA SOBRE O PONTO FOCAL DO JOGO:

TRATADO GLOBAL PARA REGULAR LIXO AJUDE A CONTER O TSUNAMI


PLÁSTICO AVANÇA NA ONU DE LIXO ELETRÔNICO
Crise do lixo plástico demanda pacto global Eletrolixo é o tipo de resíduo que
para conter poluição. mais cresce no mundo.

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NO RECICLA SAMPA VOCÊ encontra vídeos e conteúdos


PARA Ajudar a promover debates na sessão educativa.

POR QUE RECICLAR INSTITUTO TRIÂNGULO 6 MOTIVOS PARA TROCAR


O ÓLEO DE COZINHA TRANSFORMA ÓLEO DE SACOLAS PLÁSTICAS
Entenda a importância da COZINHA USADO EM SABÃO POR RETORNÁVEIS
destinação correta desse resíduo. Maior rede de coleta voluntária Conscientização da população
de óleo do Brasil investe na é essencial para a redução do
reciclagem do produto. consumo.

É POSSÍVEL VIVER DESCARTE CORRETO O IMPACTO DO LIXO


SEM PLÁSTICO? Conheça a maneira adequada Todos os dias São Paulo produz
Repensar hábitos é fundamental, de descartar o seu resíduo. 12 mil toneladas de resíduos.
e a gente te mostra como. Você sabe para onde vão?

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Ao fim da atividade, o professor deverá estimular os alunos a descrever, em


cartazes que podem ser distribuídos pelo espaço escolar, ações que ajudem
a diminuir a produção de lixo e realizar seu descarte adequado, de modo a
evitar problemas ambientais. A produção dos cartazes pode ter a participação
dos docentes de artes e informática, assim como uma revisão de textos pelos
professores de língua portuguesa.
A atividade é planejada para ser desenvolvida durante cerca de quatro
semanas e poderá compor o conteúdo de avaliação do bimestre letivo.

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PARA ONDE VAI O LIXO? A DIFERENÇA


ENTRE LIXÃO E ATERRO SANITÁRIO
A atividade consiste na construção de maquetes como estratégia “mão na
massa” para observação e discussão das diferenças entre aterro sanitário e lixão.
A Lei Federal nº 12.305/2010, chamada de Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), foi regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.404/2010 e,
entre outras determinações, definiu a proibição da existência de lixões e a
obrigatoriedade de direcionar o descarte dos resíduos a aterros sanitários.
Em prol da qualidade ambiental, da saúde pública, do controle de emissão
dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) e da modernização das operações de
gestão dos resíduos sólidos com uso de tecnologias, a PNRS encontra, nos
aterros sanitários, ponto importante para atender o bem-estar da população
(ODS 3, 11 e 12), gerar renda (ODS 1, 8 e 10), reduzir os GEEs (ODS 7,12, 13 e
17) e estabelecer uma relação direta com os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, da ONU.
Assim, a atividade de construção de maquetes de um lixão e um aterro
sanitário pretende transmitir, por meio da metodologia mão na massa, o
conhecimento das distinções entre os locais de destinação de resíduos.

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Ainda que os lixões sejam proibidos no Brasil, muitos deles existem e


comprometem a qualidade do solo, das águas subterrâneas (e superficiais), a
atmosfera (pela emissão de GEEs), os seres vivos (em virtude da proliferação de
doenças em animais que se alimentam de lixo) e a saúde das populações que
vivem no entorno.
Os aterros sanitários, por outro lado, são estruturas de engenharia projetadas
para receber resíduos e minimizar os efeitos nocivos que possam causar ao
ambiente, uma vez que impedem a contaminação do solo e coletam o chorume,
captam os GEEs para queima ou geração de energia, impedem a proliferação de
insetos ou animais que se alimentam dos resíduos e dispõem de monitoramento
ininterrupto da disposição do material a eles destinado.
Nesse sentido, é importante que os alunos tenham acesso a textos que
possam ajudá-los a entender as diferenças entre os locais de descarte de
resíduos e por que é cada vez mais imprescindível para o bem-estar de todos
que não existam mais lixões, e sim aterros sanitários.
Na plataforma Recicla Sampa professores e estudantes encontram dezenas
de materiais sobre o tema. Após as atividades de leitura, exibição de vídeos e
debate em sala de aula, os alunos devem ser separados em pequenos grupos
para montar as maquetes que representam a estrutura de lixões e aterros
sanitários.

Diversos conteúdos na web permitem uma leitura direta sobre


essas diferenças. Aqui são indicados alguns deles para
subsidiar o professor e os alunos:

ATERROS X LIXÕES: LIXÕES SÃO A PIOR DADOS E ESTATÍSTICAS


ENTENDA A DIFERENÇA FORMA DE DESTINAR SOBRE RECICLAGEM NO
RESÍDUOS NO BRASIL BRASIL

Abaixo, três vídeos rápidos para compreensão do tema:

RESÍDUOS SÓLIDOS - VOCÊ SABE PARA ONDE O QUE CADA UM PODE


MOMENTO AMBIENTAL VAI O LIXO QUE VOCÊ FAZER PARA PRODUZIR
PRODUZ? MENOS LIXO

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CONSTRUINDO
MAQUETES DE LIXÃO
E ATERRO SANITÁRIO camadas
de lixo
Para a construção das maquetes
serão utilizados Os SEGUINTES materiais:

RECICLADOS
•p  apelão
• t ampinhas de plástico
dreno
•p  edaços de plástico
de chorume
•b  rinquedos quebrados
•  alitos de madeira
p
• t ampa de caneta
•p  edaços de isopor reservatório
•c  anudos de chorume
• serragem
•p  edaços de papel colorido

PAPELARIA
•c  aneta hidrocor
• lápis colorido
• tesoura
•c  ola ou fita adesiva
• t inta guache
• régua

Após a montagem das maquetes e com todo o aprendizado decorrente de


leituras, vídeos e discussões em salas de aula, os estudantes deverão fazer
uma apresentação para os colegas mostrando por que é preciso acabar com os
lixões e exigir que todas as cidades do país encaminhem os resíduos apenas
para aterros sanitários, como mais uma maneira de proteger o planeta.
Outra proposta é o professor realizar uma exposição das maquetes para
a qual os alunos também produziriam cartazes explicando aos visitantes
os fatores negativos dos lixões e por que os aterros sanitários são parte da
solução para a destinação adequada dos resíduos sólidos.

APRESENTAMOS DOIS ESQUEMAS QUE REPRESENTAM


DE MANEIRA DIDÁTICA E SIMPLIFICADA COMO É A ESTRUTURA
DE UM ATERRO SANITÁRIO E DE UM LIXÃO PARA AJUDAR OS ALUNOS
NA HORA DA ELABORAÇÃO E MONTAGEM DAS MAQUETES.

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tubo de captação
ATERRO SANITÁRIO
de biogás

frame
(queima de gás
soprador para geração
de “créditos
de carbono”) sistema
de tratamento
de biogás
grama
(vegetação
recomposta)

lençol freático

solo natural

LIXÃO
urubus e outros animais

poluição

chorume

lençol
freático

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EFEITO ESTUFA: O QUE É,


DE ONDE VEM E COMO FUNCIONA?
A atividade procura trabalhar um conjunto de informações sobre a
composição de gases da atmosfera, principalmente os que são considerados
desencadeadores do efeito estufa. O estudo envolve suas origens e como o
fenômeno está relacionado com a distribuição de vida no planeta.
Atualmente, uma das grandes preocupações mundiais é com relação às
mudanças climáticas (ODS 13), que estão diretamente ligadas à emissão
de GEEs. A atividade proposta tem como objetivo pesquisar e responder as
seguintes questões: qual o papel da ação humana na atual crise das mudanças
climáticas? Quais efeitos biológicos negativos ela pode causar?
Para os alunos entenderem de onde vem o termo “efeito estufa” será
montado um miniterrário/estufa. No site do Banco Internacional de Objetos
Educacionais (Bioe) o texto “Ponto Ciência – várias experiências, um só lugar”
ensina a realizar a montagem de um terrário com garrafa PET que, nesta
atividade, será um simulador do funcionamento de uma estufa.
No passo a passo da montagem, é interessante que o professor ofereça,
se possível, todos os elementos necessários para a produção da peça dentro
do terreno da escola e faça a busca e montagem com a participação ativa dos
estudantes.
Com o terrário pronto, será possível que os alunos verifiquem a diferença de
temperatura dentro e fora da estrutura, já que ela funciona como uma estufa,

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EXPERIMENTO DE MONTAGEM DO TERRÁRIO


No experimento de montagem do PARA A CONSTRUÇÃO
terrário é essencial manter a DO TERRÁRIO/ESTUFA OS
atenção nos passos 6 e 7 (ciclo da MATERIAIS NECESSÁRIOS SÃO:
água e ciclo do carbono) e acrescentar •g arrafa PET de cinco litros
uma nova observação: durante a (de preferência)
montagem, colocar um • pedrisco ou pedaços de tijolo/telha
termômetro na área do terrário • areia
preso a uma haste de madeira para • terra
que a temperatura interna seja •p lantas (verificar as indicações
comparada à de outro termômetro, constantes na atividade)
disposto do lado de fora e que • água
determinará a temperatura externa. • pedaços de papel colorido

portanto manterá temperaturas maiores no interior do que fora dele. Nesse


sentido, o vidro/plástico cristal permite a entrada dos raios infravermelhos na
estrutura, e impede que a maior parte deles retorne ao exterior, fazendo com
que a temperatura interna se eleve. Com o vapor d’água e o CO2 do interior (que
são GEEs) mantidos “presos” na estrutura, há ainda mais retenção de calor, daí
o termo “estufa”.
Porém existem outros GEEs que são responsáveis por grande retenção de
calor na atmosfera. Embora alguns também possam ser gerados por processos
naturais, atualmente a atividade humana tem propiciado que tenham sua
produção aumentada por acúmulo de lixo, atividades agropecuárias, queima de
florestas, atividade industrial e queima de combustíveis fósseis.
Nos centros urbanos como São Paulo ocorrem várias dessas atividades
humanas geradoras de GEEs, como a circulação de grande frota de carros
e caminhões, o funcionamento de indústrias e a enorme quantidade de lixo
produzida diariamente (18 mil toneladas de lixo residencial, do sistema de
saúde, restos de feiras livres, podas de árvores, entulho etc.). Apenas de resíduos
domiciliares são coletados entre 10 mil e 12 mil toneladas por dia, segundo a
prefeitura da cidade.
Se o desenvolvimento urbano e populacional tem causado tanto desequilíbrio
nas condições atmosféricas e climáticas globais, como a humanidade poderia
reverter ou diminuir o atual estado do efeito estufa?
No site Blog do Enem há uma matéria intitulada “Veja o efeito estufa: origem,
causas e consequências ambientais”. No artigo, além de um texto explicativo,
dois infográficos e três vídeos podem ajudar o professor e os alunos nessa
discussão. Sabendo que, hoje, o principal problema é a emissão em excesso de
GEEs decorrente direta e indiretamente da ação humana, alguns acordos vêm
sendo construídos mundialmente com o intuito de reduzir os efeitos ambientais de
extinção de espécies, mudanças nos ecossistemas e aumento do nível do mar.
Há uma simulação disponível no YouTube, realizada pela Climate Central,
organização independente que realiza pesquisas sobre mudanças climáticas,
em que se vê, nas cidades do Rio de Janeiro, Nova York e Londres, os efeitos da
elevação do nível do mar caso ocorram aumentos de temperatura atmosférica
na ordem de 1,5°C, 2°C e 4°C.

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principais gases que retêm


o calor na atmosfera
decorrente dos raios infraver-
melhos refletidos pela
superfície do planeta:

VAPOR D’ÁGUA (H2O) Encontra-se em


suspensão, principalmente, nas camadas baixas
da atmosfera (troposfera), cobrindo uma faixa
vertical de cerca de 5 km.

DIÓXIDO DE CARBONO OU GÁS CARBÔNICO


(CO2) É emitido como resultado das inúmeras
atividades humanas, como uso de combustíveis
fósseis (petróleo, carvão e gás natural).
A quantidade de gás carbônico na atmosfera
aumentou 35% desde a era industrial. O CO2
é utilizado como referência para classificar o
poder de aquecimento global dos demais GEEs.
A medição de variação do CO2 na atmosfera
se iniciou no fim da década de 1950, no
observatório de Mauna Loa, no Havaí, localizado
no Oceano Pacífico.

GÁS METANO (CH4) Produzido pela


decomposição da matéria orgânica. É abundante
em aterros sanitários, lixões e reservatórios de
hidrelétricas, e também pela criação de gado
(a pecuária representa 16% das emissões
mundiais de GEEs) e pelo cultivo de arroz.
Com poder de aquecimento global 21 vezes
maior do que o CO2.

GASES FLUORADOS São poderosos


GEEs sintéticos emitidos a partir de uma
variedade de processos industriais. Podem
reter de 10 mil a 20 mil vezes mais calor na
atmosfera do que o CO2.

ÓXIDO NITROSO (N2O) A emissão deste gás


resulta, principalmente, do tratamento de dejetos
animais, do uso de fertilizantes, da queima de
combustíveis fósseis e de alguns processos
industriais. Possui um poder de aquecimento
global 310 vezes maior do que o CO2.

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Outra possibilidade de aprofundar o tema de modo abrangente é, em aula


dupla (“dobradinha”), a reprodução do filme Uma Verdade Inconveniente,
do ativista e ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore. Na obra, são
discutidos aspectos das mudanças climáticas e apresentadas simulações do
aumento do nível do mar em diversas regiões do planeta.
Assim, o conjunto de informações para se discutir os problemas do efeito
estufa para a biodiversidade poderá gerar, além dos debates em salas de aula,
caso o professor julgue interessante, a elaboração de materiais de divulgação
com enfoque explicativo (para pessoas com nível de escolaridade compatível
ao ensino fundamental II) sobre: quais são os GEEs; causas e consequências
do efeito estufa; como o aumento do nível do mar pode prejudicar as cidades e
a biodiversidade etc.
Da maneira como a abordagem didática dessa proposta foi sugerida, vê-se
que pode ser desenvolvida por muitas aulas/semanas, de forma a compor uma
importante atividade para o bimestre letivo.

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