Você está na página 1de 91

Soldagem

Matriz 1025 – Código 3050096


Aula 1
Prof. Éverton Rafael Breitenbach

1
Apresentação do Docente

 Éverton Rafael Breitenbach, 45 anos, 3 filhos;


 Bacharel em Engenharia Mecânica – UFSC – 1999;
 Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais – Udesc/CCT –
USP – 2011;
 Doutor em Ciência e Engenharia de Materiais – Udesc/CCT –
2017;
Atuação durante 10 anos em indústrias metalúrgicas: FEY,
Whirpool, Franke;
 Docente de disciplinas de gestão e de tecnologia na
graduação (UFSC, Udesc/CCT e Univille);
Docente em cursos de pós graduação (Unoesc, Furb, Univille)
evertonrafael@unochapeco.edu.br,
 3321-8213 – Sala 33

2
Disciplina Soldagem

Ementa
Características gerais dos processos de
soldagem a arco voltaico. O arco voltaico.
Fontes de energia para soldagem. Processo
TIG. Soldagem com eletrodos consumíveis.
Processo MIG/MAG. Soldagem com eletrodo
revestido. Arame tubular. Efeitos do calor em
soldagem. Conceito de soldabilidade e
descontinuidades.
3
Disciplina Soldagem
Bibliografia Básica

 MARQUES, Paulo Villani; MODENESI, Paulo J; BRACARENSE,


Alexandre Queiroz. Soldagem: fundamentos e tecnologia. 3.
ed. atual. Belo Horizonte: UFMG, 2009. 362 p. (Didática) ISBN
9788570417480 (broch.).

 SHACKELFORD, James F. Ciência dos materiais. 6. ed. São


Paulo: Pearson Education, 2008. 556 p. ISBN 9788576051602
(broch.).

 WAINER, Emílio; BRANDI, Sérgio Duarte; MELLO, Fábio


Décourt Homem de. Soldagem: processos e metalurgia. São
Paulo: Blucher, 1992. 494 p. ISBN 85-212-0238-5.
4
Bibliografia:

MARQUES, P. V.;
MODENESI, P. J.;
BRACARENSE, A. Q.;
Soldagem: Fundamentos e Tecnologia. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2005.

5
Disciplina Soldagem
Bibliografia Complementar
CUNHA, Lelis José G. da. Solda: como, quando e porquê. Porto Alegre: D. C.
Luzzatto, 1985. 260 p.

HOFFMANN, Salvador. Soldagem: técnicas, manutenção, treinamento e


dias. Porto Alegre: Sagra-D.C. Luzzatto, 1992. 123 p. ISBN 85-241-0343-4.

KIMINAMI, Claudio Shyinti; CASTRO, Walman Benício de; OLIVEIRA, Marcelo


Falção. Introdução aos processos de fabricação de produtos
metálicos. São Paulo: Blucher, c2013. 235 p. ISBN 9788521206828 (broch.).

PADILHA, Angelo Fernando. Materiais de engenharia: microestrutura e


propriedades. [São Paulo]: Hemus, 2007. 349 p. ISBN 8528904423 (broch.).

6
Bibliografia complementar:
• www.infomet.com.br
• www.infosolda.com.br
• www.nucleoinox.org.br
• http://www.pipesystem.com.br/Artigos_Tecnicos/Aco_
Inox/body_aco_inox.html#TOP
Disciplina Soldagem

AVALIAÇÃO

2 avaliações escritas – 50% cada;

A1 – 20/03
A2 – 24/04
´

TDE – 10% de cada avaliação

Está previsto aulas em laboratório (10 e 17/04) cujo


relatório será apresentado em forma de seminário e
fará composição com a A2 (50%). 8
Disciplina Soldagem
Soldagem é considerada como um processo de fabricação
por união, porém, muitos processos de soldagem ou
variações destes são usados para a deposição de material
sobre uma superfície.

 Operação que visa obter a união de duas ou mais peças,


 Soldagem é o processo de união de duas ou mais partes,
pela aplicação de calor, pressão ou ambos garantindo-se
na junta a continuidade das propriedades químicas, físicas
e mecânicas.
 “Soldagem é o processo de união de materiais usado para
obter a coalescência (união) localizada de metais e não
metais, produzida por aquecimento até uma temperatura
adequada, com ou sem a utilização de pressão e/ou
material de adição” (American Welding Society- AWS).
Disciplina Soldagem
VANTAGENS DAS JUNTAS SOLDADAS

1. Juntas de integridade e eficiência elevadas.


2. Grande variedade de processos.
3. Aplicável a diversos materiais.
4. Operação manual ou automática.
5. Pode ser altamente portátil.
6. Juntas podem ser isentas de vazamentos.
7. Custo, em geral, razoável.
8. Junta não apresenta problemas de perda de aperto.
9. Menor quantidade de material, em relação as outras uniões.

10
Disciplina Soldagem
DESVANTAGENS DAS JUNTAS SOLDADAS
1. Não pode ser desmontada.
2. Pode afetar microestrutura e propriedades das partes.
3. Pode causar distorções e tensões residuais. Titanic
4. Requer considerável habilidade do operador.
5. Pode exigir operações auxiliares de elevado custo e duração
(ex.: Tratamentos térmicos).

6. Estrutura resultante é monolítica e pode ser sensível a falha total .

FRATURA FRÁGIL

PALAVRA CHAVE: RESISTÊNCIA À FRATURA = TENACIDADE


11
Disciplina Soldagem

Soldabilidade - definição

Soldabilidade é a facilidade que os materiais


têm de se unirem por meio de soldagem e de
formar em uma série contínua de soluções
sólidas coesas, mantendo as propriedades
mecânicas dos materiais originais.
Disciplina Soldagem

Soldabilidade – fatores que a afetam

 O principal fator que afeta a soldabilidade dos


materiais é a sua composição química.
 Outro fator importante é a capacidade de formar
a série contínua de soluções sólidas entre um
metal e outro.
 Assim, deve-se saber como as diferentes ligas
metálicas se comportam diante dos diversos
processos de soldagem.
Disciplina Soldagem

Soldabilidade – alta ou baixa?

Se o material a ser soldado exigir muitos


cuidados, tais como:
 Controle de temperatura de aquecimento e de
interpasse, ou tratamento térmico após a soldagem,
por exemplo, afirma-se que o material tem baixa
soldabilidade.
 Por outro lado, se o material exigir poucos cuidados,
o material tem boa soldabilidade.
Disciplina Soldagem

Soldabilidade
Disciplina Soldagem
Fatores de Influência na Soldabilidade
Disciplina Soldagem

Terminologia Básica da Soldagem


 Soldagem é uma operação que visa
obter a união de peças, e solda é o
resultado desta operação;
 O material da peça, ou peças, que
está sendo soldada é o metal de
base;
 Frequentemente, na soldagem por
fusão, um material adicional é
fornecido para a formação da solda,
este é o metal de adição;
 Durante a soldagem, o metal de
adição é fundido pela fonte de calor
e misturado com uma quantidade de
metal de base também fundido para
formar a poça de fusão.
Disciplina Soldagem

 Denomina-se junta a região onde as peças serão


unidas por soldagem;
 Aberturas ou sulcos na superfície da peça ou peças a
serem unidas e que determinam o espaço para conter a
solda recebem o nome de chanfro;
Disciplina Soldagem

Chanfros em diferentes tipos de junta


Disciplina Soldagem
Principais elementos de um chanfro
 Face da raiz ou nariz (s): Parte não chanfrada de um
componente da junta;
 Abertura da raiz, folga ou fresta (f): Menor distância
entre as peças a soldar;
 Ângulo de abertura da junta ou ângulo de bisel (β):
Ângulo da parte chanfrada de um dos elementos da
junta;
 Ângulo de chanfro (α): Soma dos ângulos de bisel dos
componentes da junta.
Disciplina Soldagem

Zonas de uma junta soldada


 Cobre-junta ou mata-junta: Peça colocada na parte inferior da
solda (raiz) que tem por finalidade conter o metal fundido durante a
execução da soldagem;
 Zona fundida (ZF): Constituída pelo metal de solda, que é a soma
da parte fundida do metal de base e do metal de adição;
 Zona termicamente afetada (ZTA): Região do metal de base que
tem sua estrutura e/ou suas propriedades alteradas pelo calor de
soldagem
Disciplina Soldagem

 Passe de solda: Formado por um deslocamento


da poça de fusão na região da junta;
Disciplina Soldagem

Zona fundida

Zona afetada pelo calor

Falta de penetração
Metal de base

Partes da junta Soldada

Penetração excessiva
23
Disciplina Soldagem

Posições de soldagem
Disciplina Soldagem

Simbologia da Soldagem
Disciplina Soldagem
Disciplina Soldagem

Pequeno histórico da soldagem

Na forma atual é recente - 100 anos;

Brasagem e forjamento – 4.000 a.c. (ligas de cobre, ouro,


chumbo e estanho – fonte de energia > carvão);
Ferro redução direta – 1.500 a.c.;
Blocos pequenos poucos quilos. Peças maiores soldadas por
forjamento;
Idade Média e Antigüidade – ferramentas e armas fabricadas
com ferro (C < 0,1%) e tiras de aço soldadas;
Soldagem muito importante neste período;
29
Disciplina Soldagem

Perde importância com advento do Fe em estado líquido nos


séculos XII e XIII e alto forno nos séculos XIV e XV;

Fundição é mais importante;

Soldagem substituída por rebitagem e parafusagem;

Século XIX – retorno como processo importante de união;

Sir Humphry Davy (1801) – experiências com arco elétrico e


descobrimento do gás acetileno;

Primeira patente solda a arco- Nikolas Bernados e Stanislaw


Obszewsky na Inglaterra em 1885;

30
Disciplina Soldagem

Eletrodo de
grafite
(carvão) Material de
base

Arco voltaico ou
elétrico

Desenho esquemático do aparato apresentado para requerimento


da patente de Sir Bernados e Sir Obszewski
31
Disciplina Soldagem

 1890 – Slavianoff na Rússia e Charles Coffin nos EUA –


soldagem a arco com eletrodo nu;
 1907 – Oscar Kjellberg na Suécia, patenteia a soldagem por
arco c/ eletrodo revestido (cal para estabilizar arco);
 Até a Primeira Grande Guerra reparos – solda fragilizada,
formação de nitretos e óxidos;
 Segunda Grande Gerra – grande evolução, mas ainda com
falhas catastróficas em navios e pontes;
 Hoje é o método mais importante de união permanente de
peças metálicas.
32
Disciplina Soldagem

Falha ocorrida na ponte Hasselt, na


Bélgica, que havia sido inteiramente
construída por soldagem. Evolução dos processos de união.
33
Disciplina Soldagem

Condições de união
 superfícies em perfeito contato se unem;

Peças metálicas são formadas por átomos arranjados


espacialmente – estrutura cristalina,

Centro da peça: estado de menor energia, equilíbrio

Superfície – maior nível de energia

34
Disciplina Soldagem

Só ocorre em condições muito especiais:


Superfícies metálicas, mesmo polidas, grande
rugosidade;

Superfícies recobertas por camadas de óxidos, umidade,


poeira, gás adsorvido e outros.

35
Disciplina Soldagem

Dois métodos para superar tais obstáculos:


 Soldagem por fusão
 Soldagem por pressão (ou por deformação)

36
Disciplina Soldagem

Processos de União por Fusão

 A chama: A arco voltaico:  Por feixe de alta energia


 Oxiacetilênica; Arco encoberto: processo arco  Feixe de elétrons;
 Oxi-hídrica; submerso
 A laser;
 Oxi-propânica. Arco descoberto (visível)
 Por eletroescória;
 Com eletrodos auto-protetores;
 Aluminotérmica.
 Proteção externa (eletrodo revestido)

 Proteção interna (eletrodo tubular)

Com atmosfera gasosas protetoras;


 Eletrodo consumível

 Eletrodo permanente

37
Disciplina Soldagem

Processos de União por Pressão

 Por resistência elétrica;

 Por forjamento;

 Por atrito;

 Por ultrassom;

 Por explosão;

 Por difusão;

 Por indução de alta freqüência.

38
Disciplina Soldagem

União por processos conexos


 Brasagem
 Aspersão térmica

 Cortes térmicos
– Oxi-acetilenico

– Plasma

– Arco-ar (goivagem)

– Laser

39
40
Disciplina Soldagem

41
Disciplina Soldagem

42
Disciplina Soldagem
O arco voltaico
 N. B. BERNADOS em 1822 inventou a soldagem elétrica
por fusão. O processo constava do estabelecimento de um
arco voltaico entre um eletrodo de carvão e o metal de
base. Assim, fundia-se o material na zona a unir sem
consumir o eletrodo propriamente dito, a não ser uma
pequena perda por combustão. O material de adição era
introduzido à parte, analogamente à soldagem a chama.

43
Disciplina Soldagem
 ZERENER em 1889 modificou o sistema BERNADOS
introduzindo mais um eletrodo de carvão, que era disposto em
ângulo agudo. Neste caso, o arco voltaico não se produzia entre
o eletrodo e a peça-obra, mas entre os dois extremos dos
eletrodos de carvão. A vantagem do processo ZERENER sobre o
processo BERNADOS, era que nem o material de base nem o
de adição eram percorridos por corrente. Assim o processo
ZERENER, podia ser aplicado em materiais não condutores de
eletricidade, como vidro e plástico, por exemplo.

44
Disciplina Soldagem

 Uma simplificação do processo anterior, constituiu em


fazer um dos pólos na própria vareta do material de
adição. Chegou-se, assim, ao processo SLAVIANOFF,
desenvolvido em 1890, onde o arco ardia entre o eletrodo
consumível (já que se trata do próprio material de adição
que se funde e se deposita) e as peças a soldar.

45
Disciplina Soldagem
Fundamentos do arco voltaico

 Pode-se definir o arco voltaico (ou elétrico) como “a


descarga elétrica mantida através de um gás ionizado,
iniciada pela quantidade de elétrons emitidos no eletrodo
negativo (catodo) aquecido e mantido pela ionização
térmica do gás aquecido”.

 Um gás é condutor de corrente quando está ionizado. O


plasma é um gás ionizado. Seu comportamento é tão
diverso do gás que lhe deu origem, que é considerado o
4° estado da matéria. A temperatura de um arco voltaico
de soldagem pode chegar a 6000o C. O calor é gerado
pelas movimentação (choques) das cargas elétricas.
46
Disciplina Soldagem

 A física do plasma têm sido exaustivamente estudada a 30


anos aproximadamente. É encontrado no estado natural
nas regiões mais altas da atmosfera e é responsável pelas
tempestades cósmicas/ hertzianas. Sua aplicação
industrial atualmente revolucionou as técnicas de
soldagem e corte.

 Processos a plasma corta peças metálicas com muito


maior rapidez, maior precisão e acabamento que o corte a
oxigênio. Atinge-se no processo temperaturas da ordem
de 30000 °C , várias vezes maior que a temperatura que
se presume existir na superfície do sol.

47
Disciplina Soldagem
Um gás pode ser ionizado de 3 formas basicamente:

 Pela aplicação de uma elevada diferença de potencial: Se


for mantido dois condutores afastado de 1 mm, no ar, e formos
aumentando gradativamente a tensão entre eles, ao atingir-se
4000 V o ar se tornará ionizado e se formará um arco voltaico
através dele. Em soldagem comum não se usa tensões
superiores a 70 V para assegurar comodidade e segurança ao
operador.
 Por abaixamento de pressão: Exatamente por esse motivo é
que o plasma é encontrado em estado natural nas zonas mais
altas da atmosfera. A utilização de baixas pressões seria pouco
prática e onerosa na soldagem.
 Por aquecimento: Na soldagem com eletrodo a ionização é
feita por aquecimento tocando-se o eletrodo na peça a soldar,
há circulação intensa de corrente numa área bem restrita
aquecendo-se até a incandescência. 48
Disciplina Soldagem

 Deve-se salientar que que no arco elétrico para soldagem


a descarga elétrica tem baixa tensão e alta intensidade de
corrente. Nessa definição existem três conceitos
importantes: calor, ionização e emissão.

 A abertura do arco para soldagem necessita do


aquecimento e do bombardeamento com elétrons do gás
que circunda o eletrodo. A fonte de energia possui uma
energia de potencial característica (tensão em vazio) que
favorece a formação do arco. Quando o eletrodo toca o
metal-base, esta tensão cai rapidamente para um valor
próximo de zero, conforme mostrado no esquema a
seguir.
49
Disciplina Soldagem

50
Disciplina Soldagem
 Por efeito Joule, a região do eletrodo que tocou o metal-base
fica incandescente, favorecendo a emissão termo-iônica. Os
elétrons emitidos fornecem mais energia térmica, promovendo
a ionização térmica e tanto do gás como do vapor metálico na
região entre o metal-base e o eletrodo. Obtida a ionização
térmica, o eletrodo pode ser afastado do metal-base sem que o
arco seja extinto.

 O arco elétrico com eletrodo permanente é aproximadamente


cônico e pode ser dividido em três regiões: região anódica,
coluna de plasma e região catódica.

51
Disciplina Soldagem

 Na região catódica, os elétrons são emitidos e acelerados para


o ânodo através dos campos elétricos (e por sua vez
magnéticos), aquecendo-o e favorecendo a emissão de mais
elétrons para o anodo. A coluna de arco pode ser constituída de
elétrons livres, íons positivos, íons negativos e uma pequena
quantidade de átomos neutros.

52
Disciplina Soldagem

 A queda de tensão no arco elétrico pode ser dividida em três


partes: queda de tensão catódica, queda da tensão da coluna
do arco e queda da tensão anódica.

53
Disciplina Soldagem

 O comprimento da queda de tensão catódica, variando entre


10-3 e 10-5 V/cm, é um valor de grandeza da ordem do caminho
livre médio do elétron, o que torna bastante difícil seu estudo.
Por exemplo, estima-se que o valor seja da ordem de 29000
V/cm para o cobre na pressão de 1 atm.
 A queda de tensão na coluna é pequena comparada com
queda de tensão catódica e anódica, estima-se seu valor esteja
entre 3 e 50 V/cm.

 A queda de tensão anódica tem comprimento da ordem de 10-2


e estima-se que ela varie de 1 a 25 V/cm. Sendo no mínimo
igual ao potencial de ionização do gás circundante.

 É importante especificar o pólo utilizado em cada soldagem,


pois percebe-se que o comportamento do arco não é o mesmo.
54
Disciplina Soldagem

Tipos de transferência metálica em arco voltaico

 Ainda que existam várias classificações dos tipos de


transferência metálica, pode-se afirmar que são quatro
principais.

 Globular: metal com é transferido com diâmetro próximo ao do


eletrodo nu, ou alma do eletrodo. Não é adequado para a
soldagem fora de posição;

 Pulverização: metal é transferido por gotas pequenas, bem


menores que o diâmetro do eletrodo. Pode ser utilizada na
soldagem em posição plana ou horizontal; onde o jato pode ser
de formato cônico na direção do eixo do eletrodo ou rotacional,
onde o jato gira em torno do eixo do eletrodo;

55
Disciplina Soldagem

 Por curto-circuito: metal é transferido por contato direto entre


o eletrodo e a poça de fusão através de uma gota, pode ser
utilizado em qualquer posição;

 Por arco pulsado: similar à transferência por pulverização,


dela difere porque uma gota é transferida por pulso. Solda em
todas as posições.

 O estudo de transferência metálica pode ser feito por via direta,


através da filmagem de alta velocidade, o caso de o arco ser
visível, ou por técnicas oscilográficas da variação de corrente e
tensão durante e a soldagem. No processo MIG/MAG, pode-se
utilizar a filmagem sincronizada com o osciloscópio; no
processo por arco submerso, utiliza-se somente a técnica
oscilográfica.

56
Disciplina Soldagem

57
Disciplina Soldagem

Metalurgia da Soldagem

58
Disciplina Soldagem

Segregação em Juntas Soldadas

59
Disciplina Soldagem
A formação da Martensita
 Transformação Martensítica é uma reação de
deslizamento que ocorre sem difusão de matéria.

 Pode ocorrer em sistemas nos quais existe uma


transformação invariante, controlada por difusão, a qual
pode ser suprimida por meio de um rápido resfriamento.

 Formadas por placas lenticulares que dividem os grãos


da matriz; estas partículas se tocam, mas nunca se
cruzam uma com a outra.

 Grande velocidade de crescimento das placas; quase um


terço da velocidade do som > a energia de ativação para
o crescimento de uma placa é muito baixa. 60
Disciplina Soldagem

 Adifusional ( a martensita tem a mesma composição


química que a forma anterior);

 Insupressível por têmpera (a transformação ocorre por


mais rápido que seja o resfriamento)

 A temperatura de Ms independe da velocidade de


resfriamento.

 A nova fase não cresce ⇒ não há transformação por


nucleação e crescimento.

 Não há transformação isotérmica ⇒ formação de


martensita para com o parada no resfriamento.
61
Disciplina Soldagem

 A martensita é dura, resistente e frágil porque não


possui estrutura cúbica (é tetragonal) e todo o C
permanece em solução sólida; isto torna a martensita
muito sensível ao teor de C, Quanto maior for o % de
C ⇒ martensita mais dura

 Escorregamento não ocorre facilmente;

 Os elementos de liga tendem a diminuir Ms (exceções


Co e Al);

 Ms depende do tamanho de grão T.G. ⇒


Quanto > T.G. > Ms ⇒ Mais fácil de cisalhar
62
Disciplina Soldagem

A Martensita no Sistema Ferro – Carbono

Dureza máxima versos o conteúdo de carbono


para aços totalmente endurecidos.

63
Disciplina Soldagem

Representação esquemática dos deslocamentos que dão


origem a uma placa martensítica.

(a) Deslocamento primário. (b) Deslocamento secundário


distribuído por maclagem fina.

64
Disciplina Soldagem
Formas de Martensita

 Martensita em Ripas (Lath)


 Martensita Lenticular (placas)
 Martensita em Lâminas

Ripas que nucleiam e crescem paralelas, Alta densidade de


discordâncias.

65
Estrutura Martensítica em aço temperado
Disciplina Soldagem

(a) Martensita ferro – carbono (b) Martensita formada ao temperar


em um aço com conteúdo médio uma liga de Fe, 16 % Cr, 12 % Ni,
de carbono, 370 x. numa temperatura de – 196 º C, 7100 x.

66
Disciplina Soldagem

Micrografia mostrando a estrutura martensitica. Os grãos


aciculares são da fase martensita, as regiões brancas são de
austenita não transformada. 1220 x. 67
Disciplina Soldagem

Revenimento da Martensita

 Primeira etapa - (temp. amb. até 200 º C): a martensita


se transforma em um precipitado de transição cuja
composição varia de Fe2C a Fe3C.
 Segunda etapa - (de 200 a 300 º C): qualquer austenita
retida se decompõe em bainita (mescla fina de ferrita e
cementita).
 Terceira etapa - (de 260 a 360 º C): a martensita de baixo
carbono e o carboneto e, se decompõe em ferrita e
cementita.
 Quarta etapa - (de 360 º C até a temperatura eutetóide,
723 º C): se produz uma esferoidização e um
crescimento das partículas de carboneto.
68
Disciplina Soldagem

Revenimento da Martensita

MEV de aço temperado e revenido a 594oC, mostrando a


Martensita Revenida (partículas de cementita em matriz de ferrita,) 9300x.

69
Disciplina Soldagem

Revenimento da Martensita

Variação nos valores de dureza dos aços em função


de variações na microestrutura.
70
Disciplina Soldagem

Resumo das transformações

Linhas Transformações
Cheias com Difusão

Linha
Tracejada

Transformações
sem Difusão

Possíveis transformações envolvendo a


decomposição da austenita.
71
Disciplina Soldagem
Curvas TTT(Transformação-Tempo-Temperatura)
Disciplina Soldagem
Disciplina Soldagem
Disciplina Soldagem

727 °C

VxI E = Energia de soldagem absorvida (joule/mm)

E f
f = eficiência de transmissão de calor(%)
V = tensão (V)

v I = corrente (A)
v = velocidade de avanço (mm/segundo)

EXEMPLOS DE RENDIMENTOS TÉRMICOS

PROCESSO TIG ER MIG MAG AS AT PL

RENDIMENTO 0,55 0,78 0,72 0,78 0,95 0,80 0,66


Disciplina Soldagem

A SOLDAGEM EQUIVALE A UMA MICRO ACIARIA

Adição de Ferro-Liga: Fe-Mo, Fe-Mn, Fe-Cr, Fe-Ni

• ACIARIA • SOLDAGEM
• FORNO ELÉTRICO • ELETRODO REVESTIDO
Disciplina Soldagem
AVALIAÇÃO DA SOLDABILIDADE DOS AÇOS CARBONO
Disciplina Soldagem

CONTROLE DA VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO


Disciplina Soldagem
FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO
(OU FISSURAÇÃO A FRIO)
Disciplina Soldagem
FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO
(OU FISSURAÇÃO A FRIO)
AÇÃO SIMULTÂNEA DE QUATRO FATORES:
• Hidrogênio dissolvido no metal fundido;
• Tensões de soldagem;
• Presença de microestrutura frágil;
• Temperatura abaixo de 150oC.

A Trinca a Frio ocorre normalmente


na zona Afetada Termicamente
Disciplina Soldagem

Trinca a Frio por Hidrogênio

Normalmente ocorre na zona Afetada Termicamente


81
Disciplina Soldagem
Trinca a Quente (Solidificação)

82
Disciplina Soldagem
Trinca a Quente (Solidificação)

83
Disciplina Soldagem
CORROSÃO INTERGRANULAR

Precipitação de carbonetos de cromo Cr23C6 (Descromização)


ao longo dos contornos de grão  SENSITIZAÇÃO  CORROSÃO

Aços Inoxidáveis AISI 304 ou 316


quando aquecidos entre 450°C e 850°C
84
Disciplina Soldagem
Soldabilidade dos Aços Inoxidáveis –
Diagrama de SCHAEFFLER
Disciplina Soldagem
Soldabilidade dos Aços Inoxidáveis –
Diagrama de SCHAEFFLER
Disciplina Soldagem
FISSURAÇÃO A QUENTE

Durante a soldagem

Durante a solidificação

87
Disciplina Soldagem

Trincas a Frio (Por Hidrogênio) e


a Quente (SOLIDIFICAÇÃO)
Disciplina Soldagem
Mudanças microestrurais do aço e
descontinuidades – Indução de defeitos na solda
vazios

Lingote da aciaria
Estrutura bruta de fusão
Dendritas

Efervescente, Semi-acalmado e Acalmado.

Chapa laminada
com qualidade comprovada

Direção de Laminação
Disciplina Soldagem
União soldada com descontinuidades e possíveis defeitos

trinca

Decoesão Lamelar

mordedura

Deformação angular Deformação angular

trinca
Disciplina Soldagem
União soldada com mão de obra não-qualificada

Falar de mim é fácil, difícil é fazer o que eu faço!

Você também pode gostar