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Centro de Formação Profissional Fidélis Reis

SOLDAGEM
Processo eletrodo revestido

Janeiro / 2011

1
SUMÁRIO

HISTÓRICO DA SOLDAGEM ....................................................................................................................... 3


A IMPORTÂNCIA DA SOLDAGEM............................................................................................................. 4
ELETRODO (GENERALIDADES) ............................................................................................................... 4
CORRENTE ELÉTRICA ................................................................................................................................. 6
PERIGOS ESPECÍFICOS DA OPERAÇÃO DE SOLDAGEM ........................................................... 9
ARCO ELÉTRICO............................................................................................................................................. 9
ELETRODOS REVESTIDOS (ESPECIFICAÇÕES) ............................................................................ 12
PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA ............................................................................................................ 13
ELETRODO REVESTIDO (TIPOS E APLICAÇÕES) ......................................................................... 14
INTENSIDADE DE TENSÃO....................................................................................................................... 16
PREPARAÇÃO PARA A SOLDAGEM ..................................................................................................... 17
MOVIMENTOS DOS ELETRODOS .......................................................................................................... 19
RESPINGOS .................................................................................................................................................... 20
SOLDAGEM (CARACTERÍSTICAS, QUALIDADES, RECOMENDAÇÕES) ............................... 22
SEGURANÇA EM SOLDAGEM ELÉTRICA .......................................................................................... 23
JUNTAS (TIPOS) ............................................................................................................................................ 23
POSIÇÕES DE SOLDAGEM ...................................................................................................................... 26
CARACTERISTICAS DE UMA BOA SOLDA ......................................................................................... 28
ELETRODO REVESTIDO ............................................................................................................................ 30
(defeito, causas e soluções nas soldagens Defeito Causa Soluções)........................................... 30
SISTEMA CODIFICADO DE SOLDAGEM (ABNT).............................................................................. 32
Sistema utilizado......................................................................................................................................... 33
Símbolos colocados no lado da seta ................................................................................................... 33
Símbolos colocados no lado oposto à seta........................................................................................ 33
Símbolos colocados nos dois lados da seta ...................................................................................... 34
Símbolos básicos ....................................................................................................................................... 34
Símbolos auxiliares .................................................................................................................................... 35
Tipo de liga, especificação ou notas. ................................................................................................... 36
Símbolos de solda por resistência elétrica.............................................................................................. 40
GLOSSÁRIO..................................................................................................................................................... 41
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................ 42

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HISTÓRICO DA SOLDAGEM

Soldagem é a técnica de unir duas ou mais partes, assegurando entre elas a


continuidade e as características mecânicas e químicas do material.
A palavra soldagem designa a ação de unir peças: a palavra solda designa o resultado ou
produto da operação.
Parte do desenvolvimento que levaria aos métodos de soldagem empregados
atualmente teve origem em tempos remotos. É bem possível que a origem dos metais tenha
coincidido com a do fogo, tido como descoberto por volta do ano 8000 a.C. Há 5000 anos,
na cidade de Ur, Caldéia, uniam - se peças de ouro, considerando o primeiro metal obtido e
utilizado, por meio de uma técnica hoje conhecida com soldabrasagem.
Há 3000 anos, o homem inventou o processo de forjar a quente, concentrando o calor na
zona da peça que queria ligar, seguido de martelamento.
O advento do ferro, por volta de 2000 a, C. ,foi um passo importante para a
metalurgia. Descobertas arqueológicas indicam que o início do desenvolvimento do metal
deu-se na Mesopotânia, de onde foi para a China e Índia, e depois para o Egito, Grécia e
Roma. Nesse período, o homem começou fabricar utensílios de duas ou mais partes por
meio de união por forjamento a quente, colocando uma peca sobre a outra até que se
soldassem.
Uma das mais antigas notícias que se tem sobre a soldagem remota ao forjamento
da espada de Damasco, (1300 a.C. ) e ao uso de uma espécie de maçarico soprado pela
boca, usando álcool ou óleo como combustível: Esta técnica usada pelos egípcios para
fundir e soldar bronze, foi transmitida a gregos e romanos.

Desde sua descoberta, a soldagem tem sido de grande importância para todos os
segmentos industriais; seu desenvolvimento foi baseado nas necessidades de cada época;
descobertas , novos processos, novas técnicas surgiram para atender a uma demanda
específica.

3
A IMPORTÂNCIA DA SOLDAGEM

A soldagem é sem dúvida alguma o meio mais barato, importante e versátil de união
entre os materiais após os anos 30, quando utilizava-se rebites. Sua importância
caracterizasse pelo fato de unir todos os metais comerciais, de ser aplicado em qualquer
local, por propiciar flexibilidade de projeto, reduzir custos de produção e fabricação e pela
facilidade em ser utilizado em recuperação e manutenção de manufaturados.
O campo de aplicação de soldagem é praticamente irrestrito. Assim sendo, sua
aplicação pode variar desde a viabilização de uma cadeira com armação metálica , até as
naves espaciais mais sofisticadas, que seriam inviáveis sem o conhecimento da soldagem.
A soldagem é indispensável na indústria naval ( navios, submarinos, etc.) na industria
mecânica ( construção de equipamentos, bens de capital, etc.) na industria automobilística,
na industria aeronáutica ( satélites, aviões, naves espaciais, mísseis , etc.) na construção
civil ( estruturas metálicas, pontes, edifícios, etc.) na industria nuclear ( reatores, sistemas de
resfriamentos, etc.) na industria energética ( cabos de transmissão, turbinas, etc., ) em
vasos de pressão, em industrias petroquímicas, em plataformas marítimas, na micro
eletrônica, além de outras centenas de aplicações.
A multidisciplinaridade de conhecimentos é outra características fundamental da
soldagem, já que seus requisitos essenciais são a metalúrgica, a mecânica, a eletrotécnica,
a química, a física, os materiais, o controle de qualidade, a segurança além de outros fatores
inerentes à produção industrial.

Soldagem
Atribui-se o nome de soldagem ao processo pelo qual se consegue a união,
assegurando na junta a continuidade das propriedades químicas e físicas do metal base.

Solda
Zona de união das peças, a solda é um processo manual ou mecânico que se utiliza
ou não do calor e da pressão, ou ainda, que recorre à combinação de ambas usando
temperaturas com ou sem uso de pressão, ou com uma combinação das duas. Através da
solda é possível unir, revestir ou refazer peças alterando ou não suas características
originais.

ELETRODO (GENERALIDADES)

Apresentando-se na forma de uma vareta metálica, o eletrodo é especialmente


preparada para servir como material de deposição nos processos de soldagem a arco.
Fabrica-se o eletrodo com material ferroso e não ferroso.

Tipos
Existem dois tipos: o eletrodo revestido ou sem revestimento.

Eletrodo revestido
O eletrodo revestido tem um núcleo metálico, um revestimento à base de substância
químicas e um extremo não revestido para ser fixá-lo no porta- eletrodo ( figura 1 ).

Figura 1

O núcleo é a parte metálica do eletrodo que serve como material de deposição. Sua
composição química e sua seleção se fazem de acordo com o material da peça a soldada. O
revestimento é um material composto por distintas substâncias químicas, e tem as seguintes
funções:
1. dirige o arco, conduzindo a uma fusão equilibrada e uniforme;
4
2. cria gases que atuam como proteção evitando o excesso de oxigênio e hidrogênio;
3. produz uma escória que cobre o metal de deposição, evitando o resfriamento brusco e
também o contato do oxigênio e do hidrogênio (figura 2 );

Figura 2

4. contém determinados elementos de liga para a obtenção uma boa fusão com os distintos
tipos de metais;

5. estabiliza o arco.

Condições de uso
O eletrodo deve estar livre de umidade e seu núcleo deve ser concêntrico ( figura 3 ).

Figura 3

Eletrodo nu
Um eletrodo estirado ou laminado chama-se eletrodo nu.
Seu uso é limitado pela alta absorção de oxigênio e nitrogênio do ar e instabilidade de seu
arco.
Denominamos de corrente elétrica os movimentos ordenados de cargas elétricas através de
um corpo.

Tipos de corrente elétrica

Corrente contínua ( = )
Quando a corrente elétrica segue sempre na mesma direção e sentido chama-se corrente
contínua. A fonte fornecedora desta corrente mantém constante sua polaridade, ou seja:
a) o borne negativo sempre será negativo;
b) o borne positivo sempre será positivo. ( figura 1 e 2 ).

Figura 1
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Figura 2

Corrente alternada (~)


A corrente que passa através de um corpo sofrendo inversão de sentido em intervalos
regulares de tempo, caminhando primeiro num sentido e depois no outro chamasse corrente
alternada.

CORRENTE ELÉTRICA
Cada borne, ora será negativo, ora será positivo (figura 3 ).

Figura 3

Vemos nas figuras 4 e 5 o sentido da corrente alternada em um transformador.

Figura 4

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Figura 5

Intensidade da corrente elétrica


A corrente elétrica, seja ela alternada ou contínua pode ter sua intensidade medida. Para
medir a intensidade de corrente usa-se a unidade de medida chamada ampére, que é
representada pela letra A.

Tensão elétrica
Já foi visto que corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elétricas através de
um corpo. Estas cargas, porém, não se movem sem que haja uma força atuando sobre elas,
fazendo-as circular (figura 6).

A essa força atuante dá-se o nome de tensão elétrica. Portanto, tensão elétrica é a força que
movimenta as cargas através de um corpo e que tem como unidade o volt, que é
representado pela letra V.

Figura 6

Obtenção da corrente elétrica na soldagem


Nas soldagens, a corrente elétrica pode ser obtida por meio de:
_ máquina de solda geradora (figura 3);

Figura 3
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_ máquina de soldar transformadora ( figura 4 ).

Figura 4

_ máquina de soldar retificada ( figura 5 ).

Figura 5

Efeito da tensão elétrica na soldagem


A tensão faz com que a corrente elétrica prossiga circulando, mesmo depois que o eletrodo
é afastado da peça fazendo com que o arco elétrico se mantenha. O arco produz alta
temperatura, fundindo o material do eletrodo e da peça, formando a solda (figura 6 ).

Figura 6

Sentido de circulação da corrente elétrica


A corrente elétrica sempre circula do pólo negativo ( - ) para o pólo positivo ( +)

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Polaridades
No processo de soldagem, quando a máquina de solda está operando, a corrente elétrica
sai pelo borne A , deslocasse pelo cabo até a peça que está sendo soldada, provoca a fusão
do material da peça com o material do eletrodo através do arco elétrico, passa pelo eletrodo
e retorna ao borne B , através do cabo, entra novamente na máquina e, pelo circuito interno,
torna sair pelo borne A ( figura 7 ).

Figura 7

Por isso é comum dizer que quando o cabo porta-eletrodo está ligado ao pólo negativo da
máquina temos uma polaridade negativa ou direta, e quando o cabo porta-eletrodo está
ligado ao pólo da máquina, temos uma polaridade positiva ou indireta.

PERIGOS ESPECÍFICOS DA OPERAÇÃO DE SOLDAGEM

São considerados perigosos os raios, a luminosidade, as altas temperaturas e os respingos


lançados durante a soldagem.
Dos raios emitidos durante a soldagem os mais nocivos são: Raios ultravioleta e
infravermelho

Raio ultravioleta
O raio do tipo ultravioleta provoca queimaduras graves, com destruição das células e, com
isso, a destruição prematura da pele, ataque severo ao globo ocular, podendo resultar em
conjuntivite catarral,úlcera da córnea, etc.

Raio infravermelho
É o raio infravermelho responsável por danos como queimaduras de 1º e 2º graus, cataratas
(doença dos olhos que escurece a visão), freqüente dores de cabeça, vista cansada.

Observação
Os raios infravermelhos e ultravioletas são invisíveis.

ARCO ELÉTRICO

É o fenômeno físico produzido pela passagem de uma corrente elétrica, através de uma
massa gasosa, gerando-se nesta zona, alta temperatura, que é aproveitada como fonte de
calor em todos os processos de soldagem pôr arco elétrico.

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Características
_ Arco elétrico chamado também de arco voltaico, que desenvolve uma elevada energia em
forma de luz e calor, alcançando uma temperatura de 4000ºC , aproximadamente, Forma-se
pôr contato elétrico e posterior separação, a uma determinada distância fixa dos pólos
negativos e positivos.
Este arco elétrico mantém-se pela alta temperatura do meio gasoso interposto entre dois
pólos (figura 1).

Figura 1

Vantagens
O arco elétrico oferece a vantagem de aproveitar a fonte de calor do processo de soldagem
por arco, com o fim de fundir os metais nos pontos a serem unidos. Uma vez fluidos, todos
esses metais formam uma massa única.

Desvantagens
O arco elétrico provoca irradiação de raios luminosos, ultravioletas e infravermelho, que
produzem transtornos orgânicos.

Observação
Além do seu papel de fonte de calor, o arco elétrico ainda conduz as gotas de metal,
depositando-as na peça, o que permite executar soldas sobre cabeça (figura 2 ).

Figura 2

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Sopro magnético
O sopro magnético é uma das grandes dificuldades, eletrodo que o soldador encontrará,
principalmente na soldagem por arco de corrente contínua.
O sopro magnético produz-se por forças eletromagnéticas, que atuam sobre o arco elétrico,
especialmente quando ele se encontra sobre bordas extremos ou partes da peça que têm
forma aguda, produzindo flutuações no arco, com direções diversas e movimentos violentos,
como se vê na ( figura 1 ).

Figura 1

Este efeito provoca o desvio do metal fundido para um dos lados da peça que está sendo
soldada. O desvio ocorre em razão da maior força do campo magnético, que, por sua vez, é
provocada pela falta de uniformidade da distribuição desse mesmo campo.
A distorção do campo magnético acontece porque o arco não vai pelo caminho mais curto
do eletrodo à peça. Ele se desvia pelos campos magnéticos que nela aparecem, produzidos
pela intensidade de corrente necessária para soldar. O soldador tem vários meios à sua
disposição para limitar o efeito do sopro magnético.
1. Manter inclinado o eletrodo é o primeiro recurso para evitar este fenômeno ( figura 2 ).

Figura 2

2. Colocar a conexão de massa ou retorno no lugar mais próximo da peça a soldar.


3. Usar duas conexões de massa, uma peça e a outra na mesa de trabalho.
4. Usar blocos de aço, para alterar o curso magnético ao redor do arco.
5. Usar um arco elétrico curto.
6. Soldar com corrente alternada.

Os eletrodos classificam-se por um sistema combinado de números e letras, que permite


identificar e selecionar o tipo de eletrodo recomendado, conforme o trabalho a ser realizado.
Deve atender ao seguinte:
a) tipo de corrente que se dispõe.
b) posição da peça a soldar.
c) natureza do metal e resistência que deve possuir.
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Esta classificação utiliza um sistema, composto por uma letra maiúscula colocada como
prefixo, seguida de quatro ,dígitos ( figura 1 ).

Figura 1

O símbolo E significa eletrodo para soldagem a arco elétrico manual.


Os dois primeiros dígitos, (de um total de quatro), indicam a resistência e a tração em
milhares de libras por polegada quadrada.
Na figura 1 o número 60 significa 60.000 libras por polegada quadrada, o que equivale a
42,2 kg por milímetro quadrado.
O terceiro digito, (de um total de quatro) indica a posição para soldar.
O número 1 significa: soldar em todas as posições.

ELETRODOS REVESTIDOS (ESPECIFICAÇÕES)


Os dois últimos dígitos em conjunto indicam a classe de corrente a usar e a classe de
revestimento. O número 13 significa revestimento com rutílio, corrente contínua ou
alternada, pólo positivo. Para determinar o significado do terceiro digito, utiliza-se a
equivalência seguinte:
Para o terceiro digito:
1. Todas as posições;
2. Juntas em ângulo interior, em posição horizontal ou plana;
3. ..... ..... .....;
4. Posição plana somente.

Os dois últimos dígitos em conjunto, indicam o tipo de revestimento e a corrente de


soldagem bem como a polaridade da mesma.

Exemplos:
E-xx10 = Eletrodo com revestimento celulósico, ao sódio, de alta penetração, corrente
contínua (cc) e somente, ao pólo (+) positivo.
E-xx11 = Eletrodo com revestimento celulósico, ao potássio,de penetração atenuada,
corrente alternada (ca) , ou corrente contínua (cc), ao pólo (+) positivo.
E-xx12 = Eletrodo com revestimento rutílico orgânico, média penetração, escória viscosa,
corrente alternada (ca), ou corrente contínua (cc) , ao pólo negativo (-).
E-xx13 = Eletrodo com revestimento rutílico orgânico de media penetração, escória fluida,
corrente alternada (ca) ou corrente contínua (cc) ao pólo positivo (+) ou negativo (-).
E-xx14 = Eletrodo com revestimento rutílico com adição de 30% de pó de ferro, média
penetração, corrente alternada (ca) ou corrente contínua (cc) ao pólo positivo (+) e negativo
(-).
E-xx16 = Eletrodo com revestimento básico de fluoreto de cálcio, média penetração,
corrente alternada (ca) ou corrente contínua (cc), ao pólo positivo (+).
E-xx18 = Eletrodo com revestimento básico, de fluoreto de cálcio com adição de pó de ferro
de aproximadamente 30%, media penetração, e corrente contínua (cc) ao pólo positivo (+).

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E-xx24 = Eletrodo com revestimento rutílico, com adição de 50% de pó de ferro, média
penetração, corrente alternada (ca) e corrente contínua (cc) ao pólo positivo (+) e negativo (-
).
E-xx27 = Eletrodo com revestimento mineral com adição de 50% de pó de ferro, média
penetração, corrente alternada (ca) e corrente contínua (cc) ao pólo positivo (+) e negativo (-
).
E-xx28 = Eletrodo com revestimento básico, de fluoreto de cálcio, com adição de 50% de pó
de ferro, corrente contínua (cc) ao pólo positivo (+) e negativo (-).

Observação
c/c - corrente contínua, c/a - corrente alternada ( + ) pólo positivo ( - ) pólo negativo o sufixo
representado por uma letra alfabética indica o ou os elementos liga em % contido no metal
depositado como segue:

Exemplos:

E-xx -A1 E-xx -G


E que são: A1 = 0,5 Mo%
B1 = 0,5 Cr - 0,5 Mo%
B2 = 1,25 Cr - 0,5 Mo%
B3 = 2,25 Cr - 1,0 Mo%
C1 = 2,5 Ni %
C2 = 3,25 Ni %
C3 = 1,0 Ni - 0,35 Mo - 0,15 Cr %
D1 e D2 = 0,25 a 0,45 Mo - 2,00 Mn %
G = 0,5 Ni mínimo, 0,30 Cr mínimo, 0,20 Mo mínimo, ou 0,10 V mínimo % sendo que só um
elemento é requerido.
M = 1,3 a 1,8 Mn - Ni - 0,40 Cr - 0,25 a 0,50 Mo - 0,05

PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA

Importante
Todos os processos de soldagem podem produzir emanações prejudiciais.
Utilize sempre o EPI - (equipamento de proteção individual) adequado.
Procure soldar em ambientes com ventilação adequada.

Recomendações gerais:
_ Proteja-se, use os EPI’s para cada processo.
_ Use ventilação ou exaustão no local de soldagem.
_ Evite o contato com parte elétrica em operação.
_ Evite o contato do fluxo com a pele e visão.

Recomendação do uso de Lentes Filtrantes.

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ELETRODO REVESTIDO (TIPOS E APLICAÇÕES)

Segundo a natureza do material de revestimento, se conhecem-se industrialmente três tipos


fundamentais de eletrodos revestidos que são: o básico, que contém, em seu revestimento,
cálcio ou calcita. Rutílio, que possui alto teor de óxido de rutílio ( titânio ), e o tipo celulósico.
O revestimento destes eletrodos, contém mais de 12% de matéria orgânica combustível,
ácido e oxidante.
Estes dois últimos são menos usados que o primeiro.

Eletrodo com revestimento básico

Espessura de revestimento
Geralmente o revestimento é grosso, poucas vezes é revestimento médio.

Formação de gotas
Normalmente as gotas têm de tamanho médio.

Corrente e polaridade
Os eletrodos são usados com corrente contínua, no pólo positivo. Em alguns casos pode-se
soldar com corrente alternada.

Posição para soldar


Todas as posições são empregadas na soldagem, quando se utiliza eletrodo com
revestimento básico..

Profundidade de penetração
A profundidade de penetração com este tipo de eletrodo é mediana.

Manejo
O arco deve manter-se curto.

Tipo de escória
De aspecto marrom, a escória é densa.

Aplicações
Os eletrodos com revestimento básico são apropriados para grandes espessuras, para
construções rígidas, aços de baixa liga e aços de alto teor de carbono.

Eletrodo com revestimento rutílico

Espessura do revestimento
O revestimento, neste caso, é geralmente médio ou grosso, poucas vezes o revestimento é
delgado.

Formação de gotas
As gostas são grossas quando o revestimento é delgado, médias quando o revestimento é
médio, pequenas quando o revestimento é grosso.

Corrente e polaridade
A maioria destes tipos de eletrodo podem ser utilizados com ambas as correntes.
Geralmente o eletrodo está no pólo positivo; somente em alguns casos, no pólo negativo.

Posição para soldar


Pode-se soldar em todas as posições quando o eletrodo tem revestimento rutílico.

Profundidade de penetração
A espessura do revestimento do eletrodo com revestimento rutílico determina a
profundidade da penetração.

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Manejo
Produzindo um arco suave e tranqüilo, o eletrodo com revestimento rutílico é de fácil
manejo.

Aplicação
Utilizam-se os eletrodos de revestimento delgado em espessuras finas, os de revestimentos
médio ou grosso para enchimento.

Eletrodo com revestimento celulósico

Espessura de revestimento
O revestimento, nos casos de emprego do eletrodo com revestimento celulósico, é médio.

Formação de gotas
Médias até grandes são as gotas que se formam nos processos de solda em que se utiliza
eletrodo com o tipo de revestimento em estudo.

Corrente e polaridade
Estes eletrodos podem ser usados com ambas as correntes. Geralmente se utiliza com
corrente contínua e polaridade invertida, ou seja, o eletrodo no pólo positivo e peça no
negativo.

Posição para soldar


Em todas as posições podem-se soldar peças, quando se usa eletrodo com revestimento
celulósico.

Profundidade de penetração
Com este tipo de eletrodo consegue-se uma penetração muito boa.

Manejo
É de fácil manejo com arco curto o trabalho de solda ao se utilizar o eletrodo assim
revestido.

Tipo de escória
O eletrodo com revestimento celulósico apresenta pouca formação de escória, que tem
forma delgada e se cristaliza rapidamente.

Aplicação
Este tipo de eletrodo presta-se especialmente para aplicações difíceis e trabalhos de grande
resistência.

Eletrodo com revestimento ácido


O eletrodo com revestimento ácido é recoberto de óxido de ferro, óxido de manganês e
outros desoxidantes.
A posição de trabalho mais recomendada para este tipo de eletrodo é a plana.

Eletrodo com revestimento oxidante


O revestimento deste tipo de eletrodo assim se denomina porque contém óxido de ferro
(hematita), podendo ter ou não óxido de manganês.
Sua penetração é pequena (figura 1) e suas propriedades mecânicas muito ruins. É usado
em trabalhos nos quais o aspecto do cordão é mais importante do que sua resistência.

Figura 1

OBSERVAÇÃO:

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Em alguns tipos de revestimentos são adicionadas partículas metálicas que dão ao eletrodo
outras características como:
_ maior rendimento de trabalho (pó de ferro);
_ propriedades definidas (ferro ligas).

Funções de revestimento
As funções do revestimento são muitas. Vamos, a seguir, discriminar as mais importantes e
dividi-las em três grupos:

Funções elétrica
Tornar o ar entre o eletrodo e a peça melhor condutor, facilitando a passagem da corrente
elétrica, o que permitirá estabelecer e manter o arco estável (ionização).

Função metalúrgica
Formar uma cortina gasosa para envolver o arco e o metal em fusão, impedindo a ação
prejudicial do ar (oxigênio e nitrogênio), e também adicionar elementos de liga e
desoxidantes para diminuir as impurezas.

Função física
Guiar as gotas de metal em direção à peça de fusão, facilitando a soldagem nas diversas
posições, e atrasar o resfriamento do cordão através da formação da escória
proporcionando melhores propriedades mecânicas à solda.

INTENSIDADE DE TENSÃO

No comportamento de uma corrente elétrica de soldagem distinguem-se três tipos de


tensão:

Tensão sem carga


A tensão que antecede a iniciação do arco (60 a 70 volts aproximadamente) denomina-se
tensão sem carga.

Tensão de abertura do arco


Recebe o nome de tensão de abertura do arco aquela que ocorre no momento de se fazer o
arco (mínima).

Tensão de trabalho
A tensão de trabalho ocorre durante a soldagem (30 volts aproximadamente).
Na soldagem com corrente alternada, seleciona-se somente a intensidade de corrente
(amperagem ) requerida.
Para a soldagem com corrente contínua, existem aparelhos que exigem também da tensão.
Na corrente contínua ( polaridade ), esta troca de polaridade, vem indicada nos folhetos
sobre eletrodos.
Para calcular a intensidade normal de um eletrodo, tomasse como base 35 ampéres por
milímetro de espessura do núcleo.

Exemplo:
Para um eletrodo de 4mm de diâmetro a intensidade normal será:
I = 4mm x 35 ampéres / mm
I = 140 ampéres.

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Os valores usuais apresentam-se na tabela seguinte:

OBSERVAÇÃO:
Estes valores poderão ser aumentados ou diminuídos de 5 a 15% de acordo com o eletrodo
e a máquina a utilizar.

PREPARAÇÃO PARA A SOLDAGEM

_ Quanto à peça:
A peça a ser soldada deve ser limpa de óxidos, gordura, tinta ou qualquer tipo de impureza.

Observação:
Em alguns trabalhos (grades, portões, vitrais) a preparação consiste apenas na limpeza de
óxidos e outras impurezas, porém, em soldagem de maior responsabilidade faz-se
necessário o uso de processos auxiliares, tais como preaquecimento, pós-aquecimento, uso
de respaldo, dispositivos, chanfros etc.

_ Quanto à máquina:
Equipar a máquina com todos os acessórios necessários para a execução da solda é
condição determinante para se obter um bom trabalho.
Deve ser a máquina regulada corretamente em função do diâmetro do eletrodo e da
espessura do material a ser soldado.

_ Quanto ao eletrodo:
Seleciona-se o eletrodo de acordo com o material a ser soldado.

_ Quanto ao local de soldagem:


O local de soldagem deve atender à segurança.

Introdução
As causas mais comuns de defeitos na solda ocorrem em paradas obrigatórias para a
substituição do eletrodo e término do cordão. Para evitar esses defeitos e realizar uma boa
soldagem, devemos levar em conta, entre outros, os seguintes fatores:
_ Preparação para a soldagem;
_ Início do cordão;
_ Reinício do cordão;
_ Término do cordão.

Vamos analisar cada um desses fatores separadamente.

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Início do cordão de solda
No início do cordão de solda deve-se observar que o ângulo do eletrodo seja adequado para
a posição de soldagem e fazer o possível para abrir o arco elétrico num só resvalo.

Reinício do cordão de solda (emenda do cordão)


Quase sempre os defeitos encontrados em soldas executadas com eletrodos se constituem
em porosidades que ocorrem nas emendas, quando é necessário trocar o eletrodo. Para
evitar esses defeitos se faz necessário:
_ Deixar a unha corretamente posicionada na parada do eletrodo (figura 1).

Figura 1

Preparar a unha adequadamente quando for necessário


(figura 2)

Observação
Para preparar a unha pode -se usar lixadeira, esmeril ou a própria talhadeira.

Figura 2

_ Reabrir o arco corretamente (figura 3).

Figura 3

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Término do cordão de solda
Ao terminar o cordão de solda, deve-se eliminar lentamente o ângulo do eletrodo para que
seja mantida a igualdade ao longo do cordão ( figura 4 e 5 ).

Figura 4 Figura 5

MOVIMENTOS DOS ELETRODOS

Os eletrodos realizam movimentos diferentes à medida avançam em uma soldagem. Estes


movimentos recebem o nome de oscilação, são diversos e estão determinados
principalmente pela classe de eletrodos e pela posição da união.

Movimento ziguezague (longitudinal)


É o movimento em ziguezague, no sentido longitudinal, que o eletrodo descreve ao longo do
cordão e que se efetua em linha reta (figura 1).

Figura 1

Este movimento é utilizado em posição plana para manter a cratera quente e possibilitar
uma boa penetração.
Quando se solda em posição vertical ascendente, sobre cabeça e em juntas muitos finas,
utiliza-se este movimento para evitar acumulação de calor e impedir, assim, que o material
depositado goteje.

Movimento circular
Em cordões de penetração em que se requer pouco depósito, utiliza-se essencialmente o
movimento circular. Sua aplicação é freqüente em ângulos interiores, porém não para
enchimentos ou camadas superiores.
À medida que avança, o eletrodo descreve uma trajetória circular (figura2).

Figura 2

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Movimento semicircular
Uma fusão total das juntas a soldar é garantida pelo movimento circular. O eletrodo move-se
através da junta, descrevendo um arco ou meia lua, o que assegura a boa fusão nas bordas
(figura 3). É recomendável, esse movimento em juntas chanfradas e enchimento de peças.

Figura 3

Movimento ziguezague (transversal)


O eletrodo move-se de lado a lado enquanto
avança (figura 4).

Figura 4

Este movimento é utilizado principalmente para efetuar cordões largos. Obtêm-se um bom
acabamento em suas bordas, facilita a subida da escória à superfície, permite o
escapamento dos gases com maior facilidade e evita a porosidade no material depositado.
Este movimento utiliza-se de todas as posições para soldar.

Movimento entrelaçado
O movimento entrelaçado é usado geralmente em cordões de acabamento.
Em tal caso se aplica ao eletrodo uma oscilação lateral (figura 5) que cobre totalmente os
cordões de enchimento. É de grande importância que o movimento seja uniforme, porquanto
se corre o risco de ter uma fusão deficiente nas bordas de união.

Figura 5

RESPINGOS

Pequenas gotas de metal fundido que saltam no ato da soldagem, em todas as direções são
chamadas de respingo.
Podem estar entre 100º e 1700º e seu diâmetro pode chegar até 6mm. São responsáveis
por queimaduras no soldador e também pôr incêndios, se caírem sobre material
combustível.

Observação: Os riscos acima citados deixam de existir se o soldador se proteger com o


E.P.I e trabalhar em local que ofereça condições seguras.

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Introdução
Na soldagem a arco diversas variáveis deve ser levadas em conta principalmente as
seguintes:
_ ajuste da corrente;
_ comprimento do arco;
_ velocidade de avanço;
_ ângulo do eletrodo.

Ajuste da corrente
A corrente fornecida pela máquina deve variar de acordo com o diâmetro do eletrodo.
Quando o diâmetro do eletrodo vem indicado em milímetros, aplica-se a constante 35, ou
seja; para cada um milímetro usam-se 35 ampéres.

Exemplo:
Calcular a intensidade da corrente conveniente para soldar com eletrodo revestido de
3,2mm de diâmetro.

Solução:
Se para cada milímetro usam-se 35 ampéres, multiplicando-se 3,2 por 35 ampéres vamos
encontrar a

amperagem aproximada para soldar com eletrodo revestido de 3,2mm de diâmetro.


Então, se 3,2 x 35=112, para soldar com eletrodo revestido de 3,2 mm de diâmetro usam-se
aproximadamente 112 ampéres.

Comprimento do arco
Para determinar o comprimento do arco aplica-se a seguinte regra:
O comprimento do arco nas soldagens com eletrodos revestidos deve ser igual ou
ligeiramente inferior ao diâmetro do núcleo do eletrodo que está sendo usado.

Exemplo:
O comprimento do arco, para um eletrodo revestido de 1/8 (3,175mm), deve ser mantido
entre 2,5 à 3,175mm de afastamento.

Na tabela a seguir podemos observar algumas diferenças na soldagem, quando


trabalhamos com arco curto ou arco longo.

Velocidade de avanço
Varia a velocidade de avanço de acordo com a intensidade da corrente, com a dimensão da
peça e com o tipo de cordão desejado.

Ângulo do eletrodo
O ângulo do eletrodo varia de acordo com a posição de soldagem e, também em função do
formato da peça a ser soldada.

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SOLDAGEM (CARACTERÍSTICAS, QUALIDADES, RECOMENDAÇÕES)

Uma boa solda deve oferecer, entre outras vantagens, segurança e qualidade.

Para estes objetivos é necessário que os cordões de solda sejam efetuados com o máximo
de habilidade, boa regulagem da intensidade e boa seleção de eletrodos.

Características de uma boa solda


(Veja quadro ilustrado no final da apostila)
Uma boa solda deva possuir as seguintes características:
_ boa penetração;.
_ isenta (descontinuidade);
_ fusão completa;
_ ausência de porosidade;
_ boa aparência: e
_ ausência de rachaduras..

Boa penetração
Obtém-se boa penetração quando o material depositado funde a raiz e estende-se por baixo
da superfície das partes soldadas.

Isenta de escavações
Consegue-se uma solda isenta de escavações quando, junto ao pé dessa escavação, não
se produz no metal base nenhum afundamento que estrague a peça.

Fusão completa
Obtém-se uma boa fusão quando o metal base e o metal depositado formam uma massa
homogênea.

Ausência de porosidade
Uma boa solda está livre de poros quando, em sua estrutura interior, não existem bolhas de
gás, nem formação de escória.

Boa aparência
Uma solda tem boa aparência quando se aprecia, em toda a extensão da união, um cordão
de solda uniforme, sem fendas nem saliências.

Ausência de rachaduras
Uma solda sem rachaduras apresenta-se quando, em toda a extensão do material
depositado, não existem rachaduras ou fissuras.

Descontinuidades
A interrupção das estruturas típicas de uma peça caracteriza o que se chama
descontinuidade no que se refere à homogeneidade de características físicas, mecânicas ou
metalúrgicas. A descontinuidade só deve ser considerada defeito quando, por sua natureza,
dimensão ou efeito acumulado, tornar a peça inaceitável, já que não satisfaz os requisitos
mínimos da norma técnica aplicável.

As descontinuidades de juntas soldadas e obtidas por processo de soldagem por fusão


podem ser classificadas em três grandes grupos:

a) Descontinuidades relacionadas ao processo e procedimento de soldagem. Neste caso


incluem-se os fatores geométricos, tais como o desalinhamento, embicamento, concavidade
ou convexidade excessiva do metal de solda, deformação angular excessiva, depósito
insuficiente, falta de fusão, falta de penetração, mordedura, penetração excessiva, reforço
excessivo, sobreposição, solda em ângulo assimétrico.
Outras descontinuidades inscritas neste item são o repuxe da cratera, inclusões de escória,
respingos, inclusões de W, abertura do arco.

22
b) Descontinuidade metalúrgica do tipo trinca a frio induzida pelo hidrogênio, trinca de
solidificação, de coesão lamelar, trinca de reaquecimento. Aqui também se inserem a
porosidade, a alteração microestrutural da ZAT, a segregação do MB e ZAT e a laminação
do metal base.

c) Descontinuidade relacionada ao projeto, que influi no tipo da junta, e outros aspectos


relacionados à concentração de tensões.

SEGURANÇA EM SOLDAGEM ELÉTRICA

Além de incêndio ou explosão, os maiores perigos em soldagem elétrica são queimaduras e


danos nos olhos.

Para prevenir os choques, o soldador não deve formar um condutor entre pólos de
eletricidade como, por exemplo, pisar sobre uma ponte rolante ao soldar uma viga do
telhado, ou pisar na terra ao soldar uma plataforma de laminação. Aqui, existe sempre uma
possibilidade de passagem de grandes descargas elétricas. Pelas mesmas razões, o
soldador nunca deve trabalhar numa poça d’água ou num chão excessivamente úmido,
trocar eletrodo com a mão nua, deslocar uma máquina de solda ligada etc... .O cabo terra da
instalação elétrica deve ser ligado firmemente, evitando a sua queda.
Previnem-se acidentes provocados por queimaduras, usando-se roupas adequada.
Recomendam-se luvas com mangas ¾ três quartos de raspa de couro com espessura de
1,5 mm, sem esforço nos dedos, um avental de raspa de raspa de couro, sem costuras, de
2mm de espessura e polainas ou protetores das pernas. As calças não devem ter bainhas e
nunca devem ser enfiadas nas botas. O macacão deve ser abotoado no pescoço. Não deve
haver bolsos ou reentrância.
Para soldagem a quente é usada roupa especial protetora e refletor do calor.

A mascara melhor é do tipo capacete, com proteção superior, com visor móvel que pode ser
levantado na hora de limpar a escória, deixando os olhos protegidos com vidro transparente.
Os vizinhos do soldador não devem olhar para o arco, nem de longe, e devem ser
protegidos por biombos. Não devem olhar também, para uma parede branca, iluminada pelo
arco, em virtude do alto poder refletor desta.
O ideal é pintar o local de soldagem com cores foscas e não muito claras.
A intoxicação pelo ozona e fumos deve ser evitada com uma boa ventilação.
Os fumos de zinco, manganês, cobre, chumbo e cádmio são venenosos, devendo, portanto,
ser usada máscara especial contra gases, quando se trabalha com eles.

JUNTAS (TIPOS)

Junta é a região onde duas ou mais peças serão unidas por um processo de
soldagem.

São diversas as formas que se apresentam nas uniões das peças e estão
estreitamente ligadas à preparação das mesmas.
Estas formas de união são realizadas nas montagens de estruturas e outras tarefas
executadas pelo soldador.

Tipos
Geralmente se apresentam nos seguintes tipos:
_ Juntas de topo;
_ Juntas sobrepostas;
_ Juntas de ângulo;
_ Juntas de quina.

23
Juntas de topo
Conhecem-se como juntas de topo aquelas cujas bordas das chapas a soldar tocam-se em
toda sua extensão, formando um ângulo de 180º entre si. Este tipo de junta efetua-se em
todas as posições, subdividindo-se em:
_ Juntas de topo em bordos retos.
_ Juntas de topo em bordos chanfrados em V.
_ Juntas de topo em bordos chanfrados em X .

Junta de topo em bordas retas.


Quando as bordas das chapas não requerem preparação mecânica recebem o nome de
juntas de topo em bordas retas (figura 1).

Figura 1

Usam-se esses tipos de junta na união de chapas até 6mm de espessura, Estas juntas para
peças não devem ser submetidas a grandes esforços. Quando a espessura da chapa passar
de 3mm, a separação será determinada pelo diâmetro do núcleo do eletrodo.

Juntas de topo em bordas chandradas em V


Juntas nas quais as bordas das peças a soldar requerem preparação mecânica de tal forma
que ao uni-las, formem um V entre si ( figura 2 ) são conhecidas com juntas de topo em
bordas chanfradas em V.

Figura 2

É necessário esse tipo de junta na soldagem de peças cuja espessura varia entre 6 a 12
mm. e mediante esta preparação consegue-se boa penetração da solda, como também o
completo enchimento de toda a seção.

OBSERVAÇÃO
O ângulo chanfrado neste tipo de junta varia entre 60º a 70º dependendo da espessura da
peça. Este tipo de junta é satisfatória para suportar condições de esforços normais.

Juntas de topo em bordas chanfradas em X


Refere-se este tipo de junta,à preparação mecânica que se efetua em ambas as arestas das
bordas a soldar de tal forma que, ao unir essas bordas, formem um X entre si (figura 3).

Figura 3
24
Este tipo de junta é freqüente em união de peças que serão submetidas a grandes esforços.
Aplica-se para todas as posições, em chapas que ultrapassam 18mm de espessura, as
quais podem ser soldadas com facilidade por ambos os lados.

Observação
O ângulo dos chanfros desta soldagem varia de 45º a 60º, dependendo do esforço a que
será submetida a peça.

Juntas sobrepostas
Em juntas sobrepostas, as bordas das chapas não requerem preparação mecânica, uma vez
que, como o nome mesmo diz, as juntas são sobrepostas (figura 4). A largura da
sobreposição dependerá da espessura da chapa.

Figura 4

OBSERVAÇÕES:
1. Para chapas de 10mm de espessura, a sobreposição será de 40 a 70mm.
2. Quando não se exigir peça a ser soldada grandes esforços mecânicos, não será
necessário soldar ambos os lados da sobreposição.

A este tipo de junta pertencem também as uniões com cobre junta de esforços, e há ainda,
as simples e duplas. Como seu nome indica, servem para reforçar as uniões de topo,
realizadas segundo se observa nas figuras 5 e 6.

Figura 5 Figura 6

Juntas em ângulo em T
Juntas em ângulo em T são aquelas em que as peças, devido à sua configuração, formam
ângulos interiores e exteriores no ponto de soldar (figura 7 e 8).
Devido a esta particularidade, em alguns casos as bordas não requerem preparação
mecânica.

Figura 7 Figura 8

25
Juntas em quina
Em juntas em quina os dois componentes estão próximos e em ângulo (figura 9,10,11).

OBSERVAÇÃO:
É aconselhável soldar as uniões em T, alternadamente, para evitar deformações.

POSIÇÕES DE SOLDAGEM

As posições de soldagem referem-se exclusivamente ao posicionamento do eixo de


soldagem nos diferentes planos a soldar.
Basicamente são quatro as posições, e todas exigem um conhecimento e domínio perfeito
do soldador para a execução de solda de juntas.
Na execução do cordão de solda elétrica aparecem peças que nem sempre podem ser
colocadas em posição cômoda. Segundo o plano de referências, foram estabelecidas as
quatro posições seguintes:
_ posição plana ou de nível.
_ posição horizontal.
_ posição vertical.
_ posição sobre cabeça.

Posição plana ou de nível


Quando a peça recebe a solda colocada em uma posição plana ou de nível, o procedimento
ocorre em posição denominada plana ou de nível.
O material adicional vem do eletrodo que está com a ponta para baixo, figuras 1 e 2 .

Figura 1 Figura 2

Posição horizontal
Quando as arestas ou face das peças a soldar estão colocadas em posição horizontal sobre
um plano vertical, tal posição, como é óbvio, recebe o nome de posição horizontal. O eixo da
soldagem estende-se horizontalmente, figura 3 e 4.

Figura 3 Figura 4
26
Posição vertical
Posição vertical é aquela em que a aresta ou eixo da zona a soldar recebe solda em posição
vertical. O eletrodo é colocado aproximadamente na posição horizontal e perpendicular ao
eixo de soldagem, figuras 5 e 6 .

Figura 5 Figura 6

Posição sobre cabeça


A peça colocada a uma altura superior à da cabeça do soldador, recebe a solda por sua
parte inferior. O eletrodo posiciona-se com o extremo apontado para cima, verticalmente.
Esta posição é a inversa à posição plana ou de nível.

Figura 7 Figura 8

27
CARACTERISTICAS DE UMA BOA SOLDA

28
29
ELETRODO REVESTIDO
(defeito, causas e soluções nas soldagens Defeito Causa Soluções)

30
31
SÍMBOLOS DE SOLDAS

É lógico que, todas as vezes que tivermos de efetuar um trabalho por meio de solda,
quer seja pelo arco voltaico, quer seja pelo oxiacetilênico, devemos dar todas as
informações necessárias ao bom arco voltaico, quer seja pelo oxiacetilênico, devemos
dar todas as informações necessárias ao bom andamento do serviço, por meio de
instruções verbais, ou por meio de plantas.
Mas o método mais completo de fornecer estas informações, isto é, tipo de cordão,
localização, tipo de entalhe, número de cordões, suas dimensões, acabamento de
solda, etc., é o emprego de símbolos, hoje de uso universal.
O emprego de símbolos permite fornecer todas as informações com respeito à solda,
porém empregando um mínimo de palavras ou números, como veremos a seguir.

SISTEMA CODIFICADO DE SOLDAGEM (ABNT)

O sistema de soldagem codificado tem por finalidade trazer as seguintes vantagens:


a) Melhor estética dos desenhos.
b) Simplificar, racionalizar e reduzir o tempo de confecção dos desenhos.
c) Eliminar detalhes nos desenhos.
d) Maior segurança dos projetos em caso de roubo ou extravio.
e) Trazer um sistema de produção padrão entre engenharia, métodos e processos,
produção e controle de qualidade.
32
Sistema utilizado

É utilizada uma seta na qual é colocada os diversos símbolos de solda.


A seta indica a secção ou a linha onde deverá ser efetuado o cordão de solda, e ela possui
dois lados.

Exemplo:

Símbolos colocados no lado da seta

Um símbolo colocado no lado da seta indica que a solda deverá ser feita no lado onde a
seta está apontando.

Exemplo:

Símbolos colocados no lado oposto à seta

Um símbolo colocado no lado oposto à seta indica que a soldagem deverá ser feita
do outro lado onde a seta está apontando.

Exemplo:

33
Símbolos colocados nos dois lados da seta

Quando os símbolos são colocados nos dois lados da seta, indica que a solda deverá ser
feita em ambos os lados.

Exemplo:

Símbolos básicos

São estes os símbolos básicos:

34
Símbolos auxiliares

Os símbolos auxiliares são usados em conjunto com os símbolos básicos são de 3 tipos:
a) perfil do cordão;
b) acabamento;
c) cordão ao redor.

a)Perfil do cordão de solda

b)Acabamento

São usadas letras que indicam o tipo de aparelho a ser usado para obtenção do
acabamento, mas não é indicado o grau do acabamento.

Exemplo:
E – Esmerilhar
U – Usinar

c) Cordão ao redor

Os símbolos até aqui indicados mostravam cordões de que deveriam ser feitos até uma
mudança brusca de direção da linha de solda.
Um pequeno círculo colocado na curva da seta indica que a soldagem deverá processar-se
em toda a linha, independentemente de mudanças de direção.

Exemplo:

35
Tipo de liga, especificação ou notas.

São indicados na cauda da seta:

Exemplo:

Isto indica que a solda deverá ser realizada com o material acima especificado.

Solda de ângulo
A altura da garganta (em mm) é indicada à esquerda do símbolo de solda de ângulo.
O comprimento do cordão (em mm ) é indicado à direita

do símbolo (com dimensões) no próprio desenho. A não existência destes dados indica que
o cordão de soldas deverá processar-se até mudança brusca de direção.

Solda descontínua

São indicados à direita do símbolo: o comprimento dos cordões, seguidos do seu


espaçamento.

36
a)SOLDA DESCONTÍNUA EM CADEIA

b)SOLDA DESCONTÍNUA EM ESCALÃO

37
Solda topo a topo sem chanfro

São indicados (em mm) a distância entre as duas chapas a soldar no meio do símbolo.

Solda topo a topo com chanfro

São indicados:
a) o afastamento (no meio do símbolo);
b) a abertura do chanfro (no meio do símbolo);
c) o nariz e a penetração (à esquerda do símbolo ).

38
Seqüência de solda

Ao determinar certa seqüência de solda a fim de diminuir o empenamento e as


tensões. Esta seqüência deverá ser indicada por setas contendo o número de
seqüência em um quadrado.

Exemplo:

Isto significa que um único soldador soldará:

1) O lado esquerdo da alma;


2) O lado direito da alma;
3) A parte esquerda da aba inferior;
4) A parte direita da aba superior;
5) A parte esquerda da aba superior;
6) A parte direita da aba inferior.

No caso de trabalhar em dois soldadores, um fará as seqüências impares, e outro as


pares simultaneamente, para não haver distorções.

Símbolos suplementares de soldas

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Símbolos de solda por resistência elétrica

Disposições gerais

- A seta com seus símbolos deverá ser colocada tantas vezes quantas forem as mudanças
bruscas de direção do cordão de solda, exceto quando o cordão for o mesmo para todo o
contorno da junta. Sendo que, nesse caso, o símbolo correspondente deverá ser aplicado.
- A linha de referência deverá ser colocada sempre na horizontal em relação ao desenho.
- Em juntas onde um dos componentes é chanfrado, a seta deverá apontar para o
componente em referência.

Símbolos básicos usuais

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GLOSSÁRIO

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BIBLIOGRAFIA

• FUNDAÇÃO TECNOLOGIA DE SOLDAGEM. Inspetor


de soldagem. 3.ed. v.1 - f. 1 1997.

• ESAB. Matéria extraída da Revista TSQ. Catálogo. 8p.

• SENAI - SP. Soldagem. Org. Selma Ziedas e Ivanisa


Tatini. São Paulo, 1997. 553 p.

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