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“Vocês árabes são tolos [...] Vocês colocam as pessoas a quem mais amam
e respeitam na terra, onde as minhocas e os vermes as comem. Nós as
queimamos com fogo em um instante, assim elas entram no paraíso na
mesma hora”. (FADLAN, Ibn. 877-960, p.77)
Como abordado por Neil Price (2008), a forma com que se dá o barco na
cultura fúnebre viking não tem uma exata resposta ou forma de se entender em seu
todo. Além de se ter diversas variações de acordo com a localização, não sendo
algo intrínseco da religião Viking - justamente por não ser uma “religião não
doutrinal” - com variações como câmaras de cremação.
Além de haver, claras ligações com a mitologia nórdica relacionadas a deuses
como Balder, Odin, Thor, Freyr e Freyja, sendo a sua principal provável associação
com o primeiro citado. Pois, após sua morte pelo deus Loki, aconteceu-se de o
mesmo ser colocado em seu barco junto de seus pertences. Nanna - esposa de
Balder - decidiu, com o consentimento de Odin, morrer junto de seu amado. Odin
presenteou o defunto com um anel de ouro especial e o cavalo de Balder, todo
decorado, foi sacrificado junto de seu dono. Então o barco foi incendiado.
Interessante de se notar que a figura do barco não necessariamente deveria
ser queimada, como mostrado por Gerds (2006, p.154) com a construção de barcos
de pedra - como um túmulo - onde a prática poderia ser vista de modo comum em
locais como a Dinamarca e na Suécia.
Barco de Pedra em Gunnarve - Suiça (Foto de: Dan Karlsson) disponível em:
https://www.azotelibrary.com/en/image/huge-ship-with-gunnarve/35477
Algo a ser citado que também acontecia, é o roubo dos “túmulos”. Como
escrito por Ibn Miskawaih (MIKKELSEN, Egil. 2008, p. 545) “Os muçulmanos depois
que os Rus saíssem, estavam olhando dentro dos túmulos e pegavam as espadas
que estavam em alta demanda na época, pois eram brilhantes e de ótima
qualidade”.