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assunto aqui é ozônio.

O O que é isso, ozônio?


Parece uma palavra es-
tranha. E é mesmo, pois ela
vem da língua greÇl'a. Quer di-
zer 'mau cheiro'. E que quan-
do o ozônio é produzido numa
descarga elétrica, como um
raio, por exemplo, sente-se no
ar a sua presença pelo forte
cheiro que produz. Daí o anti-
go nome grego ozein, que vi-
rou o nosso ozônio. O dicioná-
rio do Aurélio refere-se corre-
tamente ao ozónio, mas há mui-
tos que insistem na grafia incor-
reta ozona, por exemplo.
O ozônio é um gás. É uma
substância pura que não é lí-
quida nem sólida, nas condi-
ções normais da atmosfera. É
um gás invisível que existe em
toda a atmosfera, mas que é
mais concentrado a mais ou
menos 30 quilómetros de altu-
ra. É nesta faixa de altura que
se fala da 'camada' de ozónio,
ou seja, uma região em que
existe muito ozônio. Esta parte
da atmosfera chama-se estratos-
fera.
Já falamos de atmosfera. To-
do mundo sabe o que é: o meio
gasoso que existe em torno da
gente, em torno do nosso pla-
neta. Nós todos vivemos dentro
dessa massa de gás que às ve-
zes chamamos de ar. Sem at-
mosfera, sem o ar, não haveria
vida em nosso planeta.
Um dos gases que compõem
a nossa atmosfera, e que se cha-
ma oxigênio, é fundamental pa-
ra todos os animais e plantas,
porque precisamos para o ato
de respirar. Pois bem, o oxigê-
nio é um dos gases mais impor-
tantes e abundantes da nossa
atmosfera atual (nem sempre foi
assim). E é deste oxigênio que
se produz o ozônio .


DESTR UIÇÃO O BURAC O DE
DO O ZÔN IO O ZÔNIO
Como tem papel importante na Até agora falamos de uma
vida do planeta, é preciso que destruição ainda pequena.
o ozônio permaneça na atmos- O buraco de ozônio, como o
fera, fazendo o seu trabalho. próprio nome sugere, é o resul-
Mas nos últimos anos, cientis- tado de uma destruição violenta
tas de todo o mundo estão ob- que remove mais da metade da
servando uma diminuição na camada de ozônio, todos os
camada de ozónio, isto é, a anos, na região do Pólo Sul. É
quantidade de ozônio na cama- aí nessa região da Terra cha-
da está diminuindo lentamen- mada Antártica que acontece o
A I MPORTÂNCIA te, numa ordem de 4% a cada buraco na camada de ozônio,
dez. anos. somente nos meses de setem-
DO OZÔNIO Isso significa que mais UV- bro, outubro e novembro de ca-
o ozônio é um gás superimpor- B chega à superfície terrestre, da ano.
tante. Além de suas caracterís- porque menos ozônio quer di-
ticas químicas, ele tem a função zer menor eficiência noproces-
de proteger a superfície do pla- so de retenção do UV -B. A
neta Terra da radiação ultravio- perspectiva de que esta tendên-
leta, o UV-B, que faz muito mal cia continue preocupa os cien-
à saúde de pessoas, animais e tistas e tem alertado todo mun-
plantas. O ozônio faz, portan- do. Mas não há motivo para
to, o papel de um escudo pro- sustos e alarme. Devemos é fi-
tetor que repele a parte inde- car atentos e agir para acabar
sejável da radiação solar. com a destruição do ozônio.
A radiação UV -B é uma pe-
quena parte da radiação do
Sol, que é composta de várias
cores: principalmente o verde;
o vermelho e o violeta. Além da
cor violeta, tem a ultravioleta.
E uma parte desta ultravioleta
chama-se UV-B. É este pedaço
que faz mal aos organismos.
Seria muito ruim se esta radia-
ção chegasse à superfície de
nosso planeta, pois provocaria
muitas doenças e até a morte de
microrganismos e plantas. É a
presença do ozônio na alta at-
mosfera que impede a passa-
gem dessa radiação indesejável.


o Q U E DESTRÓI O
OZÔNI O
Ao que tudo indica, o respon- '- \ -.
sável pela destruição da cama-
da de ozônio é o CFC. A sigla
representa uma família de subs-
tâncias químicas que tem o clo-
ro como um de seus componen-
tes. É o cloro que ataca o ozô-
nio, destruindo-o .
O CFC não é uma substân-
cia produzida pela natureza. j
Foi criada em laboratório e du-
rante muitos anos, inclusive ho-
je em dia, prestou grandes ser-
viços. A principal utilização é
como produto refrigerante nos
aparelhos de ar condicionado
e p rincipalmente em geladei-
ras.
O cloro fica dentro d o CFC. "'"oE
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O CFC funciona como se fosse <;
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Volker W. J. H. Kirchhoff
um pequeno 'cofre' que guar- o
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dasse dentro dele, trancado, o e


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cloro. Toda vez que se fabri ca
uma geladeira ou um ar-condi- Os efeitos da radiação ainda não ameaçam o Brasil.
cionado, por exemplo, um pou-
co de CFC escapa para a at -
mosfera. O 'cofre', então, viaja no ar, O QUE FAZER?
com os ve ntos , mas o cloro não
consegue sa ir de dentro dele Para resolver esse problema
enquanto estiver viajando na da camada de ozônio foi cria-
baixa atmosfera. Um dia, o 'co- do o Protocolo de Montreal,
fre' cheg a na alta atmosfera, que é um acordo internacional
onde ex iste um novo fato r que pelo qual todos os países se
vai fun cionar como se fosse a comprometem a diminuir e
chav e do 'cofre'. Esse fato no- eventualmente parar a fabrica-
vo é a presença de radiação ul- ção e o uso do CFC. O Brasil
travioleta. É ela que abre o 'co- faz parte d este esforço. Existe
fre' , liberta o cloro que estava também a roc, uma comissão
guardado lá dentro, e este, en- de cientistas de vários países,
tão, imediatamente ataca a ca- inclusive do Brasil, que perio-
mada de ozônio. di camente avalia o estado da
ca mada de ozônio . É bom saber
o que é e apoiar a atuação do
Protocolo de Montreal e da
roc.

Instituto Nacional d e
Pesquisas Espaciais

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