Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ortodontia - Bishara
Ortodontia - Bishara
f5te livro é cledicaclo à /Jlinha /à111ilia e ao5 111eus c1111igos. JJe/o 011101; O/Joio e
cai i11ho co115/a11tes e alll'llista.<J, pelos quais serei grato para se111pre.
Introdução
Este trabalho em equipe, coordenado e realizado por avanços científicos básicos. As informações de ontem já
notórios cientistas e dentistas, entra no novo 111ilênio com não são boas o suficiente. Infelizn1ente, o crescin1cnto das
uma ótin1a cornposição criativa que fornecerá ao aluno e faculdades de Ortodontia não manteve o mesmo ritmo que
ao dentista as últimas e melhores informações sobre a a demanda, Hoje, existe uma crise nas faculdades O fato
Ortodontia. é que o livro assurniu un1 papel n1ais in1portante na doutri-
Houve n1udanças consideráveis nesta especialidade nação do futuro ortodontista. Este livro aceita esse desafio
desde que publiquei o meu primeiro livro de Ortodontia e vai além dele
para a editora norte-americana Saunders, em 1961 A Exislen1 seis principais seções en1 un1 total de 30 ca-
Ortodontia é a mais antiga e a maior especialidade da Odon- pítulos, escritos por 27 autores de destaque . Sumir Bishara,
tologia. Ela tem atraido clínicos soberbos e vem estimu- do Estado de Io\va, convocou 1nen1bros proeminentes da
lando 1nais pesquisas, através do treina1nento avançado de sua própria instituição acadên1ica, 11111a das n1elhores e 1nais
especialistas nesse ca111po, do que qualquer outra especia- antigas do mundo ( John J Ravenscroft Patrick deu cur-
lidade odontológica. A prática clinica baseada em fatos sos intensivos de seis sen1anas na University oflo\va rnui-
cientificos e evidências é agora u1na realidade_ 1-Iouvc u111 to antes de Edward H Angle ter oferecido os seus cursos
grande progresso c1n todas as frentes. isto é: crcscin1cnto de quatro sen1anas e1n Saint Louis Angle utilizou grande
e dcscnvolvi1ncnto, diagnóstico. 111ccanolcrapia e trabalho parte dos rnateriais de Patrick ern seus cursos - nen1 sen1-
ein equipe interdisciplinar co111 a Cirurgia Maxilofücial, a pre lhe dando o crédito adequado J Além da faculdade de
Pcriodontia, a Prótese e outras úrcas odontológicas Obvia- lo\va, líderes de todo o inundo se juntaran1 à equipe 1 re-
111entc. a Ortodontia con10 especialidade ten1 si<lo ben1- presentando 111na fonte valiosa de inforn1ações as quais
sucedida en1 atrair o n1aior grupo de residentes no trcina- não poderia111 estar disponíveis cn1 nenhtuna outra insti-
1nento, n1esn10 con1 as rigorosas exigências quanto ao tuiçüo. Ela pode ser cha1nada, no jargão da tecnologia
progran1a de graduação, que dura três anos A con1pct'içào modema, de faculdade virtual - um alo heróico!
anual por aproxin1adan1ente 275 vagas é acirrada As qua- Este texto extTen1a1nente abrangente pode servircon10
lificações acadên1icas daqueles escolhidos são n1agníficas uma fonte fundamental de informações para os est11dantes
Esses residentes esperan1 ser desafiados e aclequadan1entc não graduados e graduados de Odontologia e, obvia111en-
treinados te, para todas as outras especialidades odontológicas. Ele
A doutrinação ortodôntica no nivcl odontológico não é unia verdadeira n1ina de ouro de infünnações. Leia e
graduado tcrn sido principahnentc baseada nos textos exis- aprenda; leia e desfrute!
tentes, e contribuiu con1 essa abundância de residentes
inteligentes, ávidos por conheci1ncnto e n1otivados As
expectativas quanto à doutrinação adequada são altas Os T.M. Graber
textos adequada1ncnte escritos são un1 grande desafio. por P,vfessor de Ordodontia
causa do 1naterial técnico que evoluiu rapidan1ente e dos Univenidade de !llinois, Faculdade de Odontologia
vii
Prefácio
Nos u!tiinos 150 anos. 111uitas contribuições substan- das relações oelusais, desde a dentadura decídua até a per-
ciais tê111 sido feitas para a ciência e a arte da Ortodontia 1nanente .
em for111a de artigos e livros científicos, e fora111 realiza- Seçiío II.· Diagnóslicu . A avaliação siste1nática das
das e publicadas diversas dissertações de PhDs e mestres diversas relações dento faciais é essencial para o diagnósti-
E111 conjunto, o corpo de conheci111cnto atualn1ente dispo- co adequado das maloclusões Esta seção discute os deta-
nivcl é o produto de un1 trabalho árduo e da 1naravilhosa lhes de co1110 cada parân1etro precisa ser avaliado. para
imaginação de n1uitos indivíduos. Essas realizações ajuda- que o dentista seja capaz de diferenciaras problemas rcla-
ran1 a colocar a Ortodontia e os ortodontistas e111 un1 alto tiva1nente siinples dos 111ais co111plexos 1 que envolve111 os
nível de sofisticação, tanto nos diagnósticos quanto nas dentes e as estruturas esqueléticas e de tecido mole
técnicas As inovações 1netalúrgicas dos fios ortodônticos. Seção Ili A11arelho.\ Os princípios que governan1 a
a colagen1 dos brackets, os novos designs de brackets e construção e o uso dos aparelhos fixos são apresentados
as recentes técnicas de i111agc111 tornara111 a Ortodontia n1ais A ênfase recai nos conceitos bion1ecânicos e não nos de-
eficaz e ta111bén1 111ais agradável para o paciente talhes das vúrias técnicas.
En1bora esses avanços técnicos tenha111 tido in1pacto S'eção 11'. ·n·a/c1111e11to e C'onsicleraç:ões TeraJJêuticas
significativo na prática da Ürlodontia. o dentista ainda deve Os 111étodos de tratan1ento das difCrentes 111aloclusões que
desenvolver as tradicionais habilidades de ser capaz de o dentista enfrenta, nas dentaduras decidua. 111ista e per-
diagnosticai e planejar o tratu1ncnto adcquatlan1cntc para 111anente. são discutidos f\s cornplexidades do trata1nento
cada paciente E111 outras palavras. o dentista ainda preci- ortodôntico são discutidas e111 relação às 1naloclusões es-
sa adquirir certas fena111e11tns búsicas que o tornen1 capaz pecíficas
de sintetizar as infünnações relevantes Entüo, ele deve Seçcin V Outros A \'pectos Relacio11ac/o,s ao ·n·a/an1e11-
aplicar essas infünnações a cada paciente. de fbnna sistc- to. Alétn do diagnóstico adequado da 111aloclusão e da es-
1nática e consistente colha do aparelho a ser usado, existen1 outros parân1etros
Este livro con1preenclc un1c:1 tentativa n1odesta de fór- que precisa1n ser considerados pelo dentista, pelo pacien-
ncccr infonnaçõcs de ronna coerente, que ajude os estu- te, por seus pais ou responsáveis, para atingir co111 êxito
dantes de Ortodontia a con1prcender e a aplicar os concei- os objetivos desejados no trata1nento .
tos básicos do diagnóstico e trata,ncnto Se111 esses fun- Seçào VI Ortoc/011/ia e fratame11/o Auxiliar.. Diverc
dan1cntos básicos, o diagnóstico e o plano de trata1nento sas áreas são consideradas co1110 tuna parte con1plexa da
para un1 caso de n1aloclusão torna111-sc un1 exercicio dili- avaliação e do n1onitora1nento geral do paciente ortodôntico;
cil e cinpírico. cujas cons12qüências serão sofi·idas pelos Alguns desses problemas precisam de consideração espe-
prováveis pacientes cial do ortodontista ou da pericia e da intervenção de ou-
Os colaboradores deste texto trabalharan1 111uito para tros especialistas para fórnecer ao paciente o tratan1ento
apresentar suas idéias de ,nodo claro e ta111bé1n científico otin1izado para unia detenninada maloclusão.
A lcilLna dos trabalhos de todos esses autores tern sido Este livro não intenciona fornecer un1a abordagem
instrutiva, alén1 de revelar a profundidade do seu conheci- definitiva de todos os tipos de maloclusão Por outro lado,
n1ento e de suas habilidades Para cada u111 deles. tenho espero que ele forneça informações suficientes para per-
un1 débito de gratidão! 111itir que o dentista diagnostique adequada1nente as co1n~
O texto é organizado cn1 seis seções: plexidades de um determinado problema, enquanto ofere-
Seç-ào f Cre5ciJ11e1110 e De\e11,:nh·hnento Esta seção ça tan1bén1 uni resu1110 das várias abordagens de trata-
descreve as alterações fisicas gerais que oco1re111 entre o 111ento para alguns desses proble1nas
estágio cn1brionário e a vida adulta ÊnH1se especial é co-
locada nos dcsenvolvin1entos nonnal e anorn1al das estru-
turas fhciais. e tan1bé111 no desenvolvin1cnto da dentição e Samir E. Bis/tara
ix
Prefácio à Edição em Português
When this book was put together through the efforts Quando este livro foi concebido, graças à dedicação
of so many eontributors, it did not oeeur to me that it ele 1nuitos participantes, nc7o ocorreu-,ne que ele seria pu-
would be published in a number of languages. The fact blicado e111 tantos idiomas diferentes. Ofato de haver 111110
that thcre is a Portuguese version ofthe book is particularly verscio editacla e,11 Português é para 1ni1n u111)11otivo ele
hemt warming because ofthe many friends and colleagues sati4àçiio e111fimçiio dos 111uitos amigos e colegas q11e eu
that I have and cherish in Brazil. possuo no Brasil.
This is also an opportunity to thank ali those who Ap1vveito ta111bé112 a oportunidacle para agraclecer a
participated in translating this book. Their efforts allow todos aqueles que participara/li da traduçiio deste livro.
me to share a basic view of orthodontics with a wider Sua cleclicação rne pern1itiu ,iividir 111na visão conte111po~
audlencc thut is close to 1ny heart. rânea ela Ortodontia co,n u,n núnzero nzaior de leitores
que estão ,nuito próxitnos cio 111eu coração.
Samir E. Bishara
X
Sumário
SEÇÃO II DIAGNÓSTICO
xi
xii Sunuírio
SEÇÃO IH APARELHOS
, 21 Tratame nto das Más Ocfusões de Classe III nas Dentadu ras Decídua e Mista ........
375
Peter 1Vga11
•23 Consider ações Esquelét icas e Dentária s na Dimensão Transver sal ..........................
.431
Katherin e W l. Vig, Shiva 17 Shanker e Mmla J Magne,s
24 Consider ações Perfodon tais durante o Tratame nto Ortoclôn tico ................................
442
Robert l. Boyd
25 Consider ações Compor tamentai s durante o Tratame nto Ortodôn tico .....................
.454
Robe, 1 G. Keim
Glossário .......................................................................................................................................... 56 I
Índice ................................................................................................................................................ 577
eção I
Capítulo 1
Michael W. Finkelstein
TERMOS-CHAVE
petíodo en1brioná1io saco vitelino secundário ou n1esode1111a paraxial depressões nasais
período fetal definitivo son1itos segn1ento intern1axilar
zigoto gastrulação son1itocele canais nasolacrin1ais
clivagen1 estria pri111itiva son1itôn1eros palato p1imálio
blastômeros depressão prin1itiva escleroton1a palato secundário
mórula nó prin1itivo dern1aton1a paredes palatinas laterais
cavidade blastoclstica invaginação n1ióton10 corpo
blastocele endodern1a n1esodern1a inten11ediário base
blastocisto 111esoder111a 111esoden11a visceral tubérculo írnpar
trofoblasto ectodern1a (esplâncnico) tu111efações linguais laterais
n1assa celular interna processo do notocórdio 111esoden11a parietal (somático) en1inência hipobranquial
sinciciotrofoblasto canal do notocórdio 111en1brana bucofaríngea cópula
citotrofoblasto notocórdio eston1ódio sulco tern1inal
circulação uteroplacentária placa pré-cardai arcos divertículo da tireóide
disco bilan1inar neurulação sulcos canal tiroglosso
hipoblasto placa neural bolsas foran1e cego
saco vitelino prin1itivo neuroectodern1a 111en1branas neurocrânio
cavidade exocelôn1ica dobra neural 111esênquin1a viscerocrânio
epiblasto sulco neural ecton1esênquin1a neurocrânio cartilaginoso
cavidade an1niótica tubo neural processo frontonasal (condrocrânio)
n1esodem1a extra-en1brionário neuróporos anteriores processos n1axilares neurocrânio n1en1branoso
cavidade coriônica neuróporos posteriores processos n1andibu!ares suturas
celon1a extra·en1brionário ron1bô111eros placóides nasais fontanelas
pedículo conector células da crista neural processos nasais n1ediais viscerocrânio cartilaginoso
córion genes homeobox (HOX) processos nasais laterais viscerocrânio n1en1branoso
2
Re1·i,üo de E111hiologio Cieurl e do DeH::1n·(J/1·i111e11to c·eJúlico e c·erl'lcol (Al'ÍTULO J 3
Blastocisto
Clivagem do zigoto
\
Figura 1-1 Resumo da primeira !'iemana mostrnndo o desenvolvimento e a migração do zigoto, mórula e hlastocísto
no tuho uterino c no útero (De ivloorc LK Persaud TVN: lhe dí.'\'t'hipi11g h11111a11 clinica!/\' orií.'11/ed ,•111h1iologr,
fr' ed , r i!adêllia. l 988. \VB Saunders )
Fases do Desenvolvimento
O desenvolvin1enlo hun1ano pré-natal é tra<licionahnente
dividido cn1 período cn1brionúrio, que estende-se desde Massa celular interna
a fertilização até a oitava sen1ana do desenvolvin1ento. e o
período fetal. que estende-se desde a nona sen1ana até o
nascin1ento As sen1anas de quatro a oito são especial-
111ente in1portantes. porque os tecidos e os sisten1as orgâ-
nicos estão se desenvolvendo rapidan1ente, a partir das
três can1adas genninativas pri111itivas Durante estas se-
n1anas. a exposição dos e111briões aos fhtores teratogênicos,
con10 os vírus e os f'árn1<1cos. pode resultar en1 111alfür-
n1ações congênitas fig . 1-2 Por volta de 6 dias, o blastocisto tem duas populaçiíes celulares
distintas ao redor da cavidade do blastocísto, preenchida por liquido O
trofoblasto forma a porção cmbrionúria da placenta c a massa celular
Primeira e Segunda Semanas do Desenvolvimento interna (emhrinhlnsto) se descnvn!ve no interior do emhriãn
- O desenvolvin1ento hun1ano con1eça quando uni es-
pen11atozóide fertiliza 11111 ovócito, resultando na fünna-
ção de 11111 zigoto (Fig 1-1 ). A fertilização tipican1ente
ocorre no canal da tuba uterina (oviduto) O zigoto sofre enquanto o trofoblasto fonna a parte en1brionária da placen-
tuna clivagern, que é unu1 série de divisões 111itóticas, à ta e outras estruturas periféricas associadas ao en1brião
111edida que se n1ovc ao longo da tuba uterina na direção Dois eventos in1portantes ocorren1 no blastocisto no
do útero. As células resultantes da c!ivagen1 são denon1i- final da pri111eira e início da segunda sen1ana após a fertili-
nadas blastô1ncros Elas se aderen1 tnnas às outras e for- zação. Prin1eiro, o blastocisto se adere à superf1cie do en-
1nan1 tuna esfera de células denon1inada n1órula, a qual don1étrio, tendo início a in1plantação Segundo. a 111assa
cai no ulero cerca de Hês dias após a fertilização celular interna fünna u111 disco bila,ninar e, por isso, a
Uni espaço preenchido por liquido, dcnon1inado cavi- segunda sen1ana do descnvolvi111ento costu111a ser cban1a-
dade blastocística ou blastocele, se desenvolve no inte- da estágio cio di'.ico hilc1111i11c11
rior da n1órula e a estrutura inteira é agora deno1ninada O trofüblasto diferencia-se en1 duas can1adas - uni
blastocisto (Fig 1-1) Seis <lias após a fertilização, dois sincicio celular n1ultinucleado externo denon1inado sinci-
tipos distintos de células constituen1 o b!astocisto O tro- ciotrofoblasto. e o interno - o citotrofoblasto (Fig 1-3)
foblasto forn1a unia única ca111ada de células que reveste O sinciciotrofüblasto invade o tecido conjuntivo do en-
a parte externa do b!astocisto. A massa celular interna don1étrio e 1nistura-se con1 os vasos capilares. A erosão
(en1brioblasto) é u111 cacho de células localizado no interior dos vasos sangüíneos endon1etriais provoca o fluxo do
do trofoblasto. A n1assa celular interna origina o cn1brião, sangue n1atcrno para o interior das cavidades. ou lacunas,
Capítulo 1
Michael W. Finkelstein
TERMOS-CHAVE
período en1brionário saco vitelino secundário ou 111esodem1a paraxial depressões nasais
período fetal definitivo son1itos seginento intem1axilar
zigoto gastrulação son1itocele canais nasolacrin1ais
clivagem estria prin1itiva son1itôn1eros palato primário
blastômeros depressão prin1itiva escleroto111a palato secundário
n1órula nó prin1itivo dern1aton1a paredes palatinas laterais
cavidade blastocistica invaginação 111ióton10 corpo
blastocele endoderma 111esodenna intern1ediário base
blastocisto 111esodern1a 111esodem1a visceral tubérculo in1par
trofoblasto ectodenna (esplâncnico) run1efações linguais laterais
n1assa celular interna processo do notocórdio mesodem1a parietal (somático) en1inência hipobranquial
sinclciotrofoblasto canal do notocórdio n1embrana bucofaringea cópula
citotrofoblasto notocórdio eston1ódio sulco tern1inal
circulação uteroplacentária placa pré-cardai arcos diverticulo da tireóide
disco bilaminar neurulação sulcos canal tiroglosso
hipoblasto placa neural bolsas fora111e cego
saco vitelino prin1itivo neuroectodenna 111e111branas neurocrânio
cavidade exocelô111ica dobra neural 111esênquima viscerocrânio
epiblasto sulco neural ecton1esênquin1a neurocrânio cartilaginoso
cavidade an1niótica tubo neural processo frontonasal (condrocrânio)
111esoden11a extra-en1b1ionário neuróporos anteriores processos 111axilares neurocrânio 111en1branoso
cavidade coriônica neuróporos posteriores processos n1andibulares suturas
celon1a extra-en1brionário ron1bôn1eros placóides nasais fontanelas
pedículo conector células da crista neura! processos nasais n1ediais viscerocrânio cartilaginoso
córion genes homeobox (HOX) processos nasais laterais viscerocrânio n1en1branoso
2
Re1·1\iio de E111hiologia Ge1 ui e do De\e111·oh·i111e1110 c·eji.ílico e Ce11·ical (,\l'ÍTULO J 3
Blastocisto
Clivagem do zigoto
\
figur:1 1-1 Resumo da primeira semana mostrando o desenvolvimento e a migração do zigoto. múrula e blastocisto
no tubo uterino e no utcro (De tv!oorc LK Persaud TVN: Thl· de\'eloping !111111a11 cli11icall.1· ode111ed emhríoÍoK\
fr' ed. filadélliu, 1988 \VB Saunders)
Fases do Desenvolvimento
O dcsenvolvi111ento hun1ano pré-natal é tradicionaln1ente
dividido en1 período en1brionúrio. que estende-se desde Massa celular interna
a fertilização até a oitava sen1ana do desenvolvin1ento. e o
período fetaL que estende-se desde a nona scn1ana até o
nasci111ento As sen1anas de quatro a oito são especial- Trofoblaslo
Citotrofoblasto
Lacunas trofoblásticas
_ _ _ Tecido conjuntivo
endometrial
Fig. 1-3. O blastoeisto. aproximadamente !IO\'C dias após a knilizaçào. C!-ilÚ embutido no endométrio O trofob!aslo
difon:nciou-sc no citotrofi.lblasto e no sinciciotn1!(\b!asto :\s Cll\'idadt:s dt!nomínadas lacuna\' 1rr1/fJhhhtica\ desen-
volvem-se no interior do sinciciotrofoblusto A massa celular interna é agora um disco bilaminar, que consiste no
cpiblasto e no hipohla:,to t\ cavidade an111iútica se localiza i:ntre o cpihlasto e o citotrofilblasto. e a cavidade do
blastocisto transformou-se no suco \'itdino primitivo
que estão dentro do sinciciotrofóblasto. Este 11uxo san- A cavidade coriônica cerca o saco vitelino prin1itivo e a
giilneo representa unia circulação prin1itiva entre o en- cavidade an1niótica. exceto no local en1 que o disco
do,nétrio e a placenta, conhecida con10 circulação utc- bilan1inar se adere ao trotbblasto através do pedículo
roplacentária Enquanto isso, o blastocisto encaixa-se no conector. En1 tuna fase posterior do desenvolvin1ento, este
tecido conjuntivo enclon1etrial O epitélio endon1etrial en- pedículo conector desenvolve vasos sangüíneos e trans-
tão recobre o blastocisto e o defeito superficial causado fonna-se no cordão u1nbilical.. O córion é constituído da
pela sua invasão I cavidade coriõnica, do n1esodern1a extra-cn1brionário, do
Enquanto o blastocisto estú se e1nbutindo no cndo- citotrofoblasto e do sinciciotrofoblasto: Nesse meio tem-
n1étrio, a 111assa celular interna, co1no já frli dito, dif'eren- po. o hipoblasto produz células adicionais que n1igran1 ao
cia-se en1 un1 disco bilan1inar. ou de duas can1adas. cons- longo do interior do saco vitelino pri1nitivo, o qual é con1-
tituído pelo epiblasto e o hipoblasto (veja Fig 1-3) O pri1nido e seus ren1anescentes fürn1an1 o saco vitelino
hipoblasto consiste de células escan1osas ou cubóides ad- secundário ou definitivo (veja Fig 1-5). No final da se-
jacentes à cavidade do blastocisto. posterionnentc conhe- gunda sen1ana do desenvolvi1nento, o hipoblasto fonna
cida con10 saco vitelino primitivo (cavidade exocclô- t1111a área localizada de engrossa1nento deno1ninada placa
n1ica). O epiblasto é con1posto por células colunares e pré-e-ore/ai. na extren1idade craniana cio disco bila,ninar
separado do citotrofüblasto por 11111 espaço dc110111inado
cavidade an1niótica Gastrulação: Terceira Semana - Durante a gas-
O saco vitelino prin1itivo é revestido, en1 algu1nas áreas. trulação, o disco e1nbrionário bilan1inar é convertido en1
pelo hipoblasto e en1 outras por células epiteliais esca111osas 11111 disco trilan1inar A gastrulação ocorre durante a tercei-
(Fig. 1-4). O n1esodcrn1a cxtra-ernbrionário consiste ra sen1ana após a fCrtilização Esse período é, às vezes,
de tecido conjuntivo ffouxo localizado entre a superficie deno,ninado estágio do disco trila1ninar. No início da
externa do saco vitelino prin1itivo e a superf1cie interna do gastru!ação, o disco bi!an1inar é ovalado e fonnado pela
citotrofüblasto Lacunas preenchidas por llquido se de- camada do hipoblasto e do epiblasto A gastrulação come-
senvolvem no 1nesodern1a extra-en1brionário As lacunas ça com a formação da estria primitiva (Fig 1-6) Esta
funden1-se e fonnan1 u,n novo espaço. denon1inado cavi- estrutura é tuna fCnda estreita con1 lados ligeiran1ente
dade coriôniea (celoma cxtra-embliomírio) (Fig 1-5) protuberantes, que se desenvolve na linha 111édia do epi-
Re1·iHfo de En1hiologia ú'cuil e du l)t!,l'll\'OÍl'i111e1110 c·ejú//lo e Ce1 vila/ G\l'iTULO 1 5
Mcsoderma
extra-e rnbri onârio
Hipoblasto
Cavidade amniótica
Fig, 1~4 U blastoi:isto. apro.,imadamcn!l: dozc dias aplls a ft:rtilizm;ão O mcsodcrma extra-crnhrionilrio. cornposto
de tecido cunju!\IÍ\\1 frouxo. dcsen\olvcu-se entre o i.:itutrofoblasto e o saco vitelino primitivo O sincicíotrofobla5to
rei:ebe os \ as11s sangüíneos rnali:rnos do cndométrin. füzcndo com que as lacunas trolóblústicas se cnchnm de sangue
Superfície do
endométrio
- - - - - Suco vitelino
primitivo residual
Lacunas
trofoblásticus Sinciciotrofoblasto
Cavidade coriônica
(celoma extra-embrionário) Citotrofoblasto
Pediculo conector
Fig. 1-5 O blastoi:isto aproximadamcnlc trcze dias ap(is a t'i:rtilização As lacunas preenchidas p(ir sangue. pre-
sentes no mcsodcrnrn cxtra-cmbrionürio. lundirnm-se para criar um novo espaço. denominado cal'idade coriônica
(celoma e.rtra-e111h1io1ui1io) :\ Cll\ idade i;oriônica cerca o saco vitelino primitivo e ;1 cavidade amnióticn, exceto na
rcgiílo do pcdiculo conet:tor .-\s células do hipoblasto migram ao longo d(1 interior do saco vitelino primitivo.
dcsloc.irn-nn c formam o saco vitelino ~ci:1111dúrio ou delinitho A tigura mostra uma porção residual do saco vitelino
primitivo
6 Sr:çAo I
Extrcn1idade
Craniana
Vista
Placa pré·cordal
Nó primitivo
Plano de secção (veja Fig 1·7)
Parede da cavidade
amniôtica removida -----'--,'-- Estria primitiva
Extremidade
Caudal
Fig. 1-6 Vista dorsal do embrião bilamirwr. no inkio da gastrulw;.1o (ten.:eira semana) A estria prímitiva desenvolve-se na
linhu médiu da cmnada do cpih!asto :\ dcpn.:ssllo e o nú primitivos se localizam na extremidade craniana da estria primitiva
Epiblasto
Fig 1-7 Jnvaginaçüo durante a gastrulação, si.:cção transversa do cmbriiln ao longo do plano ilustrado na figura 1-
6 A invaginação envolve as células do cpihlastn que migram para a estria e o nó primitivos, destacando.se do
epiblasto e crescendo abaixo deli: Algunrns destas cl!lulas di:slncam ent:io do hipob!asto para formar o cndodcnn:1
enquanto outras migram entre o i:ndodcrma e o cpiblasto para formar o mcsodcrn1a cmbrionürio
b!asto, na direção da extre111idade caudal. A depressão no sentido craniano, até atingire111 a placa pré-corda!. Elas
prin1itiva, cercada pelo nó primitivo elevado, se localiza produzen1 u1n bastão celular, o processo notocórdico, que
na extre1nidade craniana da estria prin1itiva percorre !ongitudinahnente a linha n1édia (Fig. l-8). A de-
Durante a gastrulaçílo. as células do epib!asto 111igran1 pressão prin1itiva estende-se no interior do processo
para a estria prin1itiva e o nó priinitivo, separan1-se do notocúrdico. fünnando un1 pequeno canal notocórdico
epiblasto e crescen1 abaixo dele - un1 processo denonlina- central (Fig 1-9). Esse canal eventuahnente desaparece,
do invaginação (Fig 1- 7) Depois das células tere111 invagi- restando um cilindro sólido de células - A notocorda A
nado, algun1as deslocan1 do hipoblasto para fOrn1ar o cndo- notocorda representa o eixo pren1aturo da linha n1édia do
dcrma e111brionúrio Outras células se posiciona111 entre o e1nbrião, e o esqueleto axial fonna-se ao redor dela
endoder111a e o epiblasto para IOrn1ar unu1 terceira ca1nada No final da terceira sen1ana, o 111esodern1a sepata o
de células ge111inativas - o n1csoderma cn1brionúrio As ectodcrn1a do endodcnna e111 todo o disco en1brionário,
células ren1anescentcs no epiblasto origina111 o cctodcrn1a exceto na n1en1brana cloacal da região caudal e na placa
Portanto, o epib!asto fürn1a todas as três ca111adas gernlina- pré-corda! na área da linha n1édia craniana do en1brião (v~ja
tivas en1brionárias: ectodern1a, endodenna e 111esodern1a. 1 Fig. 1-8). Nessas duas regiões, o ectoden11a e o endodenna
No inicio da terceira se1nana, as células que inva- são be1n aderidos un1 ao outro. A placa pré-cordal repre-
ginara111 na região da depressão prin1itiva e do nó crescen1 senta a futura região da n1e111brana bucofhringea.
Re1·iHio de E111biologia G'u1 ai e cio !)e,u111·0/\'/111e11to c·ejú/ico e c·e, 1·ica/ CAPÍTULO 1 7
Extremidade
Craniana
Vista
Placa pré-corda!
Desenvolvimento do
processo notocórdico
- - - - - - - Membrana cloacal
Extremidade
Caudal
Fig. 1-8 Desenvolvimento do processo notocórdico, vístu dorsul do cpiblas!O O processo notocórdico desenvo!n:-
se na linha mêdia a partir das cêlu!as da depressfüi primitiva e cresce cm direção craniana A ilustração embrionúria
serve apenas para orientação e não pretende ser anatomicamente f1cl cm seus detalhes
Depressão
primitiva
Epiblasto
Canal
notocórdico
Fig, 1-9 Desenvolvimento do proccsso t1(1tocórdieo (\·i;;ta mêdio-sagitul) :\ depressão primitiva estende-se no
interior do processo 11otocórdie11 formando um pequeno canal nolncúrdico central Essc canal eventualmente
desaparece, deixando a notoctírda como uma estrutura st'ilida
De, irado.\ cio ectocler111a. O ectoden11a gcralinente lünna (Quadro 1-1) 1 A forn1ação do neuroectodenna e da crista
estruturas que n1antên1 contato con1 o an1biente externo neural é n111ito i1nportante e será descrita adiante
Estas incluen1 o siste1na nervoso central e periférico: o A neurulação é o processo do <lesenvolvin1ento da
epitélio sensorial do ouvido, do nariz e do olho: a epidern1e placa neural, do neuroectodenna e da dobra para produzir
e as apêndices epiteliais, tais con10 a glândula 1na111ária: a o tubo neural. Durante a terceira sen1ana do desenvolvi-
glândula pituitária: o esn1alte dentário e outras estruturas n1ento. a notocorda induz o ectodenna, que a reveste, a se
8 SEÇ},O ! Cre.\cillll'lllo (: f)c.,e111·oh·i111e11to
Ectoder1na
Ectodenna superficial E:pidenne, folículos capilares. gl:.in<lulas da pele. unhas. glândulas n1tu11árias.
adeno-hipófise. cristalino do olho. ouvido interno e csn1a!te dentário
Ectodenna da crista Parle do tecido conjuntivo da cabeça e elo pescoço (ccto111esênqui111a): cartilagen1. osso e
neural n1úsculo do arco fúdngeo: dentina e ce111ento: células dos gânglios espinhal, craniano
e autonôniico: n1eninges: 111edula aclrenal: 111elanócitos e células de Sclnvann
Ectodernu1 do tubo neural Sisten1a nervoso central. retina, glündula pineal e neuro-hipófise
Mcsodcrma
Cabeça Crânio e parte do tecido conjunlivo da cabeça
Paraxial Alguns 111úsculos da cabeça, 111usculos do tronco e dos 111e111bros, esqueleto (exceto o
crânio), clenne e tecido coqjuntivo (exceto en1 partes da cabeça~ do pescoço)
lntennediário Rins, ovários, testículos. canais genitais e glândulas acessórias
Lateral Tecido conjuntivo e 1núscutos dns visceras, serosa, coração prinlltivo. células sangüíneas
e linfüticas. baço e córtex aclrcnal
Endodcrn1a Revesti1nento epitelial do trato digestivo. trato respiratório, vesícula urinária e parte da
uretra: células parcnqui1natosas cio fígndo. pâncreas. a111igdalas, ti1110, glândulas tireóide
e paratireóicle: rcvestin1cnto epitelial da cavidade tin1pünicn e cio antro e tuba
auditiva
espessar e diferenciar-se na placa neural (Fig 1-10). Vista clcsenvolvin1ento cranioH1cial As células ela crista neural
de cin1a, a placa neural te111 tuna aparência ele an1pulheta necessúrias para o desenvolvin1cnto da fhce e das estrutu~
ao longo do eixo craniano/caudal. As células ela placa neural ras cio prin1ciro arco fJringeo se originan1 no 1nescncéfJlo
con1põen1 o neuroectodcrn1a A placa neural cresce 110 e nos prin1eiros dois ro111bôn1eros
sentido caudal, na direção da estria prin1itiva. As bordas As células ela crista neural que n1igran1 dos ro1nbôn1e~
laterais da placa neural se elevan1, forn1ando as dobras ros expressan1 os genes hon1eobox (1-IOX), que era1n
neurais Unia depressão, denon1inada sulco ncuraL fi:.)r- expressos nos ron1bôn1eros de origen1 Os genes f-IOX
111a-se entre as dobras neurais (Fig 1-11) As dobras produzen1 tl1tores ele transcrição que se uncn1 ao DNA de
neurais se nproxin1an1 unu1 da outra e funclen1-se na linha outros genes e regu!an1 a expressão genética Os genes
n1édia, fOr111ando o tubo neural O tubo neural separa-se ho1neobox são in1portantes para detenninar a identidade e
do ectodernu.1, ficando incluido no n1csodcnna f\ rusão as disposições espaciais elas regiões corpóreas, e ajudan1 a
con1cça na quarta sen1ana do desenvolvin1ento. na porção deter111inar o padrão e a posição de estruturas que se de-
central do e111brião As últin1as partes do tubo neural que scnvolve111 no interior dos arcos fJríngeos 13
sofren1 a fusão são as extre1nidades craniana e caudaL As 111utações dos genes hon1eobox tên1 sido associa-
conhecidas respectivan1ente co1110 ncuróporos anterio- das ús ano1nalias craniofüciais congênitas, tais co1110 a
res e ncuróporos posteriores (Fig 1-12) sincln_1111e de \Vaardenburg e unia lünna de ho!oproscn-
O tubo neural é o prin1órdio do sistcn1a nervoso cen- cefülia. As pesquisas sobre a genética n1olecular do de-
tral A região anterior cio tubo neural se alarga e fOnna o senvolvin1ento cranioH1cial e o projeto genon1a hu111ano
cérebro anterior, o n1esencéfhlo e o cérebro posterior Oito procluziran1 infonnações sobre a localização das 111utações
protuberâncias deno111inadas ron1bôn1eros se desenvol- associadas a estas e a outras ano111a!ias craniof3ciais. Es-
vem no cérebro posterior (Fig 1-13) pera-se que as pesquisas nesta área continue,n a se expan-
As células da crista neural surgcn1 das dobras dir.
neurais e 111igran1 por todo o corpo, di!Crenciando-se en1
várias estruturas (veja Quadro 1-1 ). As células da crista D[l'ere11cia~-iio ,lo A/e1,ot.ler1ua E1nbrio11ário e ~eus Deril•a-
neural ele cada ro1nbôn1cro 111igran1 para u111 local especi- l!O\'O 1nesoclern1a ele an1bos os lados da notocorda se
fico Essas células são i1nportantes para a fonnar o n1esên- espessa e forn1a colunas longitudinais de tecido, deno,ni-
quin1a (tecido conjuntivo en1brionário) necessário para o nadas rnesoclcrrna paraxial. O 111esodern1a paraxial é seg-
Re1·i\âo de E111hio/of.!ill Cc1 ai e do l)c\c!l\'Oh·ii11e1110 c·efúlico e CC11·ical C:,'\PÍTIJLO l 9
Extremidade
Craniana
Dobra neural - - - - - -
Vista
Placa neural - - - - -
Sulco neural
Somito - - - - - - -
Nó primitivo
Extremidade
Caudal
Fig. 1-10 Neuru!açílo (vista dorsal). aproxima<lumente \'Ínte dias aplls a fCrtilizaçílo Durante a neurulaçfio a
notocorda indu7. o ectoderma que o reveste a t()rnrnr a placa neural. Note, na perspectiva dorsal. que a plnea neural
tem uma aparência de ampulhet.i ao longo d(1 ei.'\o crani:mo/caudaJ As bordas laterais da placa neural se devam,
!Orm:indo as dobras neurais O sulco neural C uma fenda deprimida entre as dobras neurais
T
Notocorda
Fig. 1-11. Ncuru!açfio. vísta transversa do plano ilustrado na ligura 1-!0 As dobras neurais uproximmn-se umas das
outras e fundem-se, h1rmando o tubo nl.!ural O tuho nl.!ura! separn~se do ectodcrma supl.!rticia! Note a origem dus
células da cristu neural. a partir das dobras neurais
10 SEÇ·\O I Cre,ci111ento e Dese111·oh·i111e1110
Dobra neural
Mescncáfalo ~
l;
Cérebro anterior ' Arcos
faringeos
· - - - Parede da cavidade
amniôtka removida
Fig. 1~13 fntjctos de migrnçào d,is células da cristu lll.:ural para a foce
e os arcos faringeos em desenvolvimento (vista sagita!) As eélu!us du
crista neural que partem do mcseneéfolo e dos oito rombômcros do
cérebro posterior migrnm ao longo das setas na figura para a focc e arcos
faringcos. onde fórncccm o tecido conjunti\'O cmbrion:irio A crista
neural do n1cscncCfalo e dos primeiros dois rombômeros contribui espe-
cificamente para as estruturas da face e do primeiro arco faríngeo (De
fcn Cate AR (ed.) Oral hiHolog_,1 de1·e/op111c11r \·t111U111"L' ,11ulji111dim1
St Louis . l 998, ivlosby)
Neuróporo posterior
Notocórdio
111entado en1 blocos de tecidos pareados, deno111inados
son1itos (veja Fig. 1-12). Desses son1Hos. 48 pares se Somitos.,.
desenvolve111 en1 un1 padrão regular repetitivo, que se ini- .4:'~,
cia na região craniana durante a terceira sen1ana e progri-
de en1 direção caudal U1na cavidade deno1ninada so-
mitocelc fürn1a-se no centro de cada so111ito Arcos
Os sonlitos 111ais cranianos, chan1ados son1itô1ncros, faringe os
são estruturas apenas parciahnente segn1entadas (Fig 1-
14). Existen1 cerca de sete son1itô111eros e111 registro con1 Fig. 1-l-t Somitos e somitômeros (\'ista sagital) Os somitos são blocos
de mesodermn pareados Os somitos mais próximos ao crünin são cha-
os arcos Jriríngeos. Os n1usculos esqueléticos da cabeça e mados somitômeros. e apenas parcialmente segmt:ntados Os somitos
do pescoço desenvolven1-se a partir de células que n1igrarn são numerados seqüencialmente começando pelo mais craniano O mes-
para as regiões cefálica e cervical e depois diferencian1-se mo sistt:ma de numt:ração si: nplica aos somitômeros As linhas ponti-
lhadas ilustram que os somitôrncros são alinhados n arcos faringeos
nas células n1usculares esqueléticas . Essas células origi-
especificos (De Sandra A. Coons \VJ: CorL' co11,epll' /11 embriology,
natn-se dos son1itôn1eros e da 111aioria dos son1itos cra- r iladC!fia, 1997, Lippincott-Ruvcn )
nianos
Algun1as células dos son1itos 111igran1 para a região ao células dos son1itos rnais profundos transt'On11a111-se no
redor da notocorda e são denon1inadas esclerotoma (Fig n1ióton10 e transfo111an1-se na 111aioria dos 1núsculos es-
1-15). Elas fonnan1 o esqueleto axial. Outras células dos queléticos do tronco e dos 1nen1bros Cada so111ito, então,
so111itos não 111igran1 e, por sua vez, desenvolven1 dois fonna a cartilagen1 e os con1ponentes ósseos a partir do
outros con1ponentes As células dos son1itos superficiais escleioton1a, os co111ponentes n1usculares a partir do n1ió-
transfün11an1-se no dcrn1aton1a e fürn1an1 a denne As ton10 e os con1ponentes epiteliais a partir do dern1aton1a
Re1·i,no de E111hio/ogiu Gc1 ai e do DeH:111·oh·ú11ento C1-:fií/ic.o 1-' c·e11·ical (,\PÍHILO ] 11
Tubo neural
Notocorda
Fig 1-15 Difcn:nciaçãn dos somitos (vista trans\'crsa llHlSlrnndo metade do embrião) () csdcrotoma forma o i:s-
quc!eto axial. o dcrmatoma dcscn\'Ol\'c-sc na derme e o miútnmo diJercncia-sc grande maioria dos músculos
esqueléticos do tronco e dos membros (De Sandra:\, Coons \\'J: Cort' u!IILCJII\' in t"111h1iology Filadêlfia. !997,
Lippincott-Ravcn )
Sulco neural
Cavidade ~ - - Endoderma
amniótica Mesoderma
paraxial
Mesodcrma
somático
Mcsodcrma
intermediário
Mesoderma
visceral
Ectoderma
Fig. 1-16 Diferenciação do mcsoderma (\'ista trnnsversa), aproximadamcnlc vinte dias após u fertilização Nesse
cst;igio, o mcsodcrma consiste nos tipos paruxial. intcrmcdi:irio e d:1 placa lateral O mesodcrma da placa luti:ral ê
formado por dtrns camadas - n mcsodcrma parietal (somútil.:o) e o \'Ísccral (csplüncnico)
O n1csodcr1na intcrn1cdiário IOnna-se continua111ente bucn1 para a fornuH;ão da parede dos corpos lateral e ven-
nas aqjacências e nas laterais dos son1itos (Fig 1-16). Ele tral. dn parede do tubo digestivo e da serosa. 1
se desenvolve nas unidades excretoras do sisten1a urinúrio
No plano 111ais lateraL o n1csodernu1 da placa lateral clivi- !)erh·ad<n tio E11dode11110. Os derivados do endodern1a
de~se e111 duas ca111adas. o 1ncsodcrnu1 visceral (csplânc- incluen1 co111ponentes dos siste1nas gastrointestinal, respi-
nico) e o mesoder1na parietal (son1ático) A cavidade ratório. urinúrio e endócrino. e ta111bén1 do ouvido (Qua-
celôn1ica intra-en1brionária fonna-se entre os 1nesodennas dro 1-1 ). A ror111ação do sisten1a gastrointestinal depende
visceral e parietal O 111esodenna visceral e parietal contri- da dobragen1 do en1brião nos planos 111ediano e horizontal
12 51:ç,,\o I c·re.\·ci111e1110 e De\e1n·o/\·in1e1110
Extremidade
Craniana
Endoderma Bolsa faríngea
~ - - - Mesênquima
Arco 1 - - - - - - - - - , Fig. 1-19 O conjunto dos arcos füringeos
Membrana visto ao longo do plano de corte ilustrado na
faríngea \,.-,,..~·.\ ... ®.-- Sulco faríngeo
figura 1-18 Os arcos thríngcos dão origcm a
Arco l i - - - - - - - f ·-.- Nervo
importantes estruturas da cabeça e do Jll!SCO·
ço Os arcos fi:1ringeos sào parcialmente sepa-
~Cartilagem rados na superlicic externa pelos sulcos fo-
Arco Ili - - - - - - ~ ~--,----Artéria ringcos, e na supcrficie inll!rria pdas bolsas
faringeas Os arcos têm um núcleo de mesên-
quima, revestido por uma superfície externa
--,----- Ectoderma
de ectoderma e outra interna de endoderma
Os arcos têm nervos, cartilagens, músculos e
artCrias espl!cíficos a:,sociados a des
Extren1idadc
Caudal
na superficie externa do en1brião O quinto arco regride fico ~ Todos esses co111ponentes são ben1-desenvolvidos
totahnente e não dá origen1 a estruturas no adulto. O quar- no prin1eiro e no segundo arcos, exceto as artérias. 3 Os
to arco é o resultado da fusão dos arcos IV e VI arcos fhringeos cun1pren1 tuna função in1portante na für-
Os arcos faríngeos são parcia\111ente separados na su- 111açào da face, da cavidade bucal e dos dentes, das cavi-
perficie externa do en1brião por lissuras denon1inadas sul~ dades nasais, da faringe, da laringe e do pescoço O co-
cos ou fissuras fUringeas (Fig 1- 19) As bolsas faringeas nhecin1ento do nervo específico, cartilagen1, n1úsculos e
separa111 parciahnente os arcos na parte interna As n1e1n- artérias associados a cada arco ajuda a explicar o desen-
branas fhríngeas representan1 o tecido interposto entre as volvin1ento das estruturas cefülicas e cervicais . A seguir,
bolsas e as fissuras, e conecta1n os arcos adjacentes. Os será fornecida tuna descrição dos derivados de cada co111-
arcos, o sulcos, as bobas e as n1en1branas fhringeas são ponente dos arcos fhringeos Essas infünnações estão re-
in1portantes porque dão origen1 às estruturas celãlicas e sumidas na tabela 1-1
cervicais do adulto.:15
C'o1111;onentes Nervosos U111 nervo craniano especifico
cresce a partir do cérebro e invade cada arco (Fig 1-20)
Componentes dos Arcos faríngeos Todas as estruturas que surgen1 desse arco, incluindo os
n1úsculos, a dem1e e a n1ucosa, são inervadas pelo nervo
Orige,n Celulares. O ectodenna n!cobre a superficie ex-
craniano associado
terna de cada arco, enquanto o endodern1a reveste sua
superficic interna (veja Fig. 1-19) /\111bos são fonnados Arco I: O nervo trigên1eo (V nervo craniano) é o nervo
por células epiteliais. Cada arco lt1ringeo ten1 11111 núcleo do priineiro arco. O trigê111eo é o principal nervo
de tecido conjuntivo en1brionúrio. deno111inado n1esên- sensorial da cabeça e do pescoço, e ele inerva a
quima O 111esênquin1a do arco ten1 duas origens Duran- face, os dentes, a 111ucosa da cavidade bucal e os
te a terceira sen1ana, ele se desenvolve originaln1ente do dois terços anteriores da língua. Ele tan1bén1 inerva
111csodern1a, e durante a quarta sen1ana as células da crista os 1núsculos da 111astigação A divisão 111andibular
neural n1igran1 do cérebro para os arcos e di!Crencian1-se (V 1) cresce dentro da porção principal do arco !,
no n1esênqui111a. As células da crista neural tê111 o poten- que é o processo mandibular. A divisão maxilar (V2)
cial de se desenvolver en1 clifCrentes tipos de células e te- supre o processo 111axilar do arco I
cidos, incluindo cartilage111, osso. dentina e cen1ento O Arco li: O facial (VII nervo craniano) é o nervo do
desenvolvin1ento da cabeça e do pescoço, incluindo os den- segundo arco
tes, é exclusivo no sentido de que as células da crista neural Arco Ili: O glossofaringeo (IX nervo craniano) é o
con1põe111 tuna porção substancial do 111esênqui111a. Alguns nervo do terceiro arco
autores reconhece111 esta contribuição das células da cris- Arcos IV e VI: O vago (X nervo craniano) é o nervo
ta neural, referindo-se ao n1esênquinu1 ceff1lico e cervical do quarto e do sexto arcos, que são fundidos. O
con10 ectomcsênquima ~ ran10 laringeo superior do nervo vago inerva as es-
Cada arco fhringeo te111 unu1 carti lagen1 especi !ica que truturas do arco IV, e o ran10 laríngeo recorrente
constitui seu esqueleto (veja Fig 1-19) Ele ta111bén1 te1n do vago supre o arco VI
n1úsculos, un1 nervo que o supre os 1núsculos e a 111ucosa Os VII, IX e X nervos cranianos supren1 os 111úsculos
derivada desse arco e as artérias. denoniinadas arco aór- e parte da 111ucosa da lingua, faringe e laringe
14 Si:ç,\o I c·re~c-iJ11e1110 e De,e1/l'O"'ÍIJICl1/0
V1 nervo craniano
(divisão
X nervo craniano
oftálmica)
Fig. 1~20 Vista lateral do embrião ilustrando {vago)
os nervos cranianos dos an:os foringcos Um para os arcos
ni:rvo craniano cspcd!h:o e associado a cnda IV-VI
un:o c inerva c;;truturas como as cartilagens e Vi nervo craniano
os músculos que :,;e originam daquele arco (divisão-----',-, IX nervo craniano
maxilar) (glossofarfngeo)
V3 nervo craniano ---+-"- para o arco Ili
(divisão
mandibular)
A,·co 1\!et \'() e·, ania110 Esqueléticos Qj.\O, Cartilage111. Ligcu11enlo.\ 1\bí.\cu/0\
V: Trigê1neo Processo 111axilar: n1axila, n1alar. processo rv1 úscu los da 111astigação (1nasseter.
zigon1ático do osso te111pora! te111poraL pterigóideo 111edia!, pte-
Processo ,nandibular: car1ilagen1 de Aleckel. rigóideo lateral), n1úsculo digás-
n1andíbula, 111artelo. bigorna, ligan1ento es- trico anterior, 1nilo-hióideo, tensor
Ceno111andibular do véu palatino, tensor da n1e1nbra-
na tirnpânica
li VII: Facial Caríilagen1 ele Reichert, estribo. processo es- Músculos da expressão facial (fi-ontal.
tilóide do osso te111poral, corno infCrior e orbicular da boca, orbicular do olho,
corpo superior do osso hióidc. liga111ento zigon1ático, bucinador, platisn1a).
estilo-hióideo estapédio. estilo-hióideo e ventre
posterior do 111úscu!o digástrico
li 1 IX: Glossofaríngeo Corno n1aior e corpo inferior do osso hióide ivtúsculo estilofflríngeo
IV e VI X: Vago Cartilagens laríngeas: tireóide, cricóide. arite- Músculo cricotireóideo, tnúsculos in-
nóide e outras trinsecos da laringe, constritores
da faringe
Co111po11ente.\ Ccn tilaginosos O arco I, denon1inado arcYJ tilage111 de ivleckel fünna unia estrutura en1 fürn1ato de
111a11dib11/ar, é o principal colaborador para o desenvolvi- ICrradura na região da fi.ttura 111andibula. O tecido 1nesen-
111ento da face . Este par de arcos te111 processos, ou pro- quin1al lateral à cartilagen1 sofre ossificação intran1en1-
e111inências, 111axilar e n1andibular distintos (Fig 1-21). Os branosa para fürn1ar a 1nandíbula, à 111edida que a cartila-
processos fonna111-se principalmente a partir da 111igração gen1 original de Meckel vai desaparecendo
das células da crista neural para o interior dos arcos, du- A cartilagen1 do arco II é conhecida co1110 cartilagen1
rante a quarta se111ana O n1esênquin1a da crista neural do de Reichert (veja Fig 1-21) A sua extre111idade dorsal se
processo n1axilar sofre ossificação intran1e1nbranosa. dan- ossifica para produzir o outro osslculo do ouvido n1édio,
do origen1 ao osso zígo111ático, à 111axila e à porção esca- o estribo. e o processo estilóide do osso ten1poral (veja
n1osa do osso ten1poral Fig 1-22). Unia porção do pericôndrio da cartilagen1 de
A cartilagen1 do prin1eiro arco é a cartilage111 de Meckel Reichert frnn1a o liga111ento estiloióideo O arco faríngeo
(veja Figs. 1-21 e 1-22) A extremidade dorsal da cartila- II é denon1inado arco hióicleo por causa da sua contribui-
ge111 de Meckel ossifica para fonnar dois ossículos do ção para o desenvolvin1ento do osso hióide, especifica-
ouvido 111édio - o 1nartelo e a bigorna A porção n1édia da 111ente o corno inferior e a porção superior do corpo
cartilagen1 de Meckel regride, n1as o seu pericôndrio for- A cartilagen1 do terceiro arco dá origen1 ao corno 1naior
111a o ligan1ento esfenon1andibular A parte ventral da car- e à parte inferior do corpo do osso hióide (ver Fig l-22)
Re\·i,âo de E111hio/ogiu Cí:ra/ e do DeH!111·0/)·i,11e11to c·eji.ilico e Ce,vica/ C,win11.o 1 15
Cartilagem
de Meckcl Fig, 1-21 Vista lateral do embrião ilustrando os
Cartilagem componentes cartilaginosos dos urci1s foringeos A
de Rcichert cartilagem de !V]eckcl é associada ao arco I e a car-
tilagem de Reichcrt, ao arco II
Arco11-~-;
Arco 111-~-;
Arco IV·VI ~-....;
ligamento esfenoman"
dibular (1) ~---------l.i
f Estribo (li)
Fig. 1-22 Derivados car1i!aginos~1s e esqueléticos dos
. - - - Processo estllôide (li) arcos faringeos Este desenho esqucmútico resume o
Cartilagem de Meckcl { 1 ) - - - - - - arco de origem de algumas estruturas cer,\!icas e
, ~ - - - - ligamento estiloióideo (li)
cervicais (De Snndra A., Coons \VJ: Cori.' cm1ccp1s iJJ
embriology. Filadélfia 1997 . Lippincott-Rt1\'C!l)
~---Osso hióide (li e Ili)
~ - - - - Cartilagem tireóide
(IVNl)
- - - - - Cartilagem cricóidc
(lV·Vl)
A cartilage1n do quarto e sexto arcos funden1-se para pios inclue111 o frontal, o orbicular da boca. o
fünnar as cartilagens laringeas, incluindo a tireóide. cri- orbicular do olho, o zigo111ático e o platisn1a (v~ja
cóide e aritenóide, n1as não a epiglote (v~ja Fig. 1-22) Fig. 1-23 ) . Os n1úsculos não-filei ais do segundo
arco inclue111 o estapédio, o estilo-hióideo e o ven-
Co111pouentes 1\11t\c.-ulares Os 111üsctdos esqueléticos da tre posterior do músculo digástrico
cabeça e do pescoço são derivados de células que n1igran1 Arco III: Estes n1úsculos dão orige111 ao estilofaringeo
para esta região, partindo dos son1itôn1eros e da 111a1ona Arcos IV e VI: Estes 111tiscu!os türn1an1 os da faringe e
dos son1itos cranianos (v~ja Fig 1-14) laringe. O arco IV dá origen1 ao 111úsculo cri-
cotireóideo, e o arco VI produz o restante dos 111us-
Arco 1: Estes 111úsculos incluen1 os 111ais in1portantes culos intrinsecos da laringe
da 111astigação: 111asseter, te111poral, ptcrigóideos
medial e lateral (Fig. 1-13) Outros derivados mus- Con1po11e11te_\ A, te, iais. As artérias dos arcos fflríngeos
culares são o ventre anterior do digástrico, o n1ilo- são denon1inadas arcos aórticas . As artérias dos arcos I e
hióideo, o tensor do véu palatino e o tensor da n1en1- II são significativan1ente n1enores que as dos de1nais arcos
br ana ti111pânica O arco I contribui con1 parte da artéria n1axilar O arco II
Arco II: Os 111úsculos da expressão fheial surgen1 do dá orige111 às artérias hióideas. O III contribui co1n parte
segundo arco. Os 111úsculos fhciais são tipican1ente do sistema da carótida O lado esquerdo do arco IV con-
delgados. tê111 sua orige111 e inserção na pele e são tribui co1n o arco da aorta e o lado direito da artéria subc!ávia
encontrados e1n toda a fhce e o pescoço Os exe111- direita . O arco VI é associado às artérias puhnonares
16 ScçAo I C'resci111enro e DeseJ1\'olri111e1110
, - - - Temporais {\)
Orbicular do _ _-"'
olho Ili) ' - - - - - , - - - Estilofaríngeo (Ili)
Ventre posterior
- - - - - ; - - - - - do digástrico (li)
Membrana 1
Membrana
timpânica
Fig. 1-2-t Dcrivados das bolsas, sulcos e membranas
Sulco 1
J'aringt.:as ilustrados no corte fü1tcro-postcrior lon- Ouvido
gitudinal Note que a bolsa 5 e todos os sulcos e externo
membranas, exceto a primeira, regridem I __....--Uolsa 2
.,,,..,.....-- Criptas das amígdalas palatinas
Bolsa3
Bolsa 4
Paratireóide superior, células
parafolicu!ares
Derivados das Bolsas Faríngeas - As bolsas faríngeas <lula paratireóidc inlCrior e te1n unia parte ventral
representa1n extensões da faringe en1 desenvolvi1nento, in- que se transforn1a no tin10 . As glândulas paratireói-
terpostas entre a superficie interna dos pares adjacentes des e o tin10 pre111aturos perden1 sua conexão con1
de arcos O primeiro par de bolsas está localizado entre os a faringe e 111igran1 para o interior do pescoço
arcos I e li (Fig. 1-24) A Bolsa IV tan1bé111 ten1 as partes dorsal e ventral A
A Bolsa l dá origen1 à cavidade ti1npânica, ao tubo f8.rin- parte dorsal dá origen1 à glündula paratireóide supe-
gotin1pânico (canal auditivo) e a un1 antro do n1as- rior, enquanto a parle ventral produz uni corpo
tóideo . ulti111obranquial. Esse corpo funde-se co111 a glân-
O endodenna da Bolsa II fonna o revestin1ento das criptas dula tireóide e suas células tornan1-se difusan1ente
das amígdalas palatinas. O tecido linfóide das amíg- dissen1inadas por toda a tireóide e se ditCrencian1
dalas fonna-se a partir do n1esênquitna circunjacente nas células paraf-Olicu!ares (células C), que produ-
às cristas, e não do endodern1a da bolsa zen1 a calcitonina
A Bolsa III tem uma parte dorsal que dá origem à glân- A Bolsa 5 nor111a!inente regride
Re1'i\'lio de E111hiologit1 Ge1 ai e do Dese111·oh·i111e11lo c·eJi:ílico e c·e, 1·ica/ C1\!'ÍTULO 1 17
Derivados dos Sulcos (Fissuras) Faríngeos - A su- nasal e de dois pares de proe1ninências originárias do arco
perflcie externa das regiões cetülica e cervical de u111 en1- Hiríngeo I, as proen1inências maxilares e as proen1inên-
brião exibe quatro pares de sulcos faríngeos, ou fissuras, cias nu1ndibulares. Essas estruturas cerca111 o esto,nódio
localizados entre os arcos (veja Fig. 1-.24). O sulco l se As proen1inências n1axilar e n1andibular se desenvolve111
localiza entre os arcos I e li, e é o único que dá orige1n a con10 resultado da 111igração das células ela crista neura! e
unia estrutura no adulto, isto é, o 111eato auditivo externo da sua proliferação no interior do arco I
Os tecidos n1esenqui1nais dos arcos li e Ili prolifCn.1111 e Un1 dos prin1eiros eventos na fün11ação das estruturas
cobren1 os sulcos re111anescente, f'onnando urna cavidade raciais é a fusão das extren1idades n1ediais das proen1inên-
ternporúria e preenchida por liquido, cleno111inacla seio cias n1andibulares na linha n1édia para t'onnar o n1ento e o
cervic-a/. Norn1aln1ente, o seio cervical e os sulcos li a IV lábio inferior Na parle inferior e lateral da proe111inência
são obliterados durante o clesenvolvin1ento do pescoço O frontonasal, as áreas bilateraln1ente localizadas do ecto-
seio cervical raran1ente persiste após o nascin1ento Ele denna superficial se espessan1 para fünnar os placbides
pode ter tuna conexão patológica con1 a faringe. denon1i- nasais (Fig. l-25A). O 111esênquin1a ao longo da periferia
nada seio /Clringeo, ou con1 a faringe e a parte externa do dos placóides nasais prolifera criando processos en1 for-
pescoço, clenon1inada fhlltla laríngea n1a de ferradura, deno111inados proerninências nasais tne-
diais e laterais (Fig. 1-258). O centro do placóide afina,
Derivadas das Membranas Faríngeas - Uma mem- levando eventualn1ente à perda do ectodenna e fonnação
brana fUringea consiste cio revesti111ento de endodern1a de das fossas nasais As fossas nasais são precursoras das
unia bolsa faringea, uni revesti111ento de ectodern1a de uni narinas e das cavidades nasais
sulco faríngeo e u1na can1acla ele n1esênquin1a entre an1- O tecido conjuntivo 111esenquin1al das proen1inências
bos A pri111eira 111e1nbrana JD.ríngea fonna a 111en1brana n1axilares prolif'era, O resultado é que as proe1ninências 1na-
tiinpânica, enquanto as n1en1branas ren1anescentes re- xilares au111entan1 e se n1ove1n no sentido 111eclial unia e,n
gride,n. Os derivados das bolsas, sulcos e n1en1branas fa- direção à outra, e tan1bén1 na direção das proen1inências
ringeos são resunlldos no quadro 1-2 nasais 1nediais (Fig 1-25C) As proe111inências nasais n1e-
diais 1noven1-se na direção unia da outra, funde111-se na
linha 1nédia e fonnan1 o segmento intcrn1axilar (Fig 1-
O Desenvolvimento da Face 250). O segn1ento inter111axilar é especialn1ente i1nportan-
te porque dá origem ao liltro (porção média) do lábio su-
O desenvolvi1nento da face ocorre principaln1ente entre a perior (Fig. l-25E), aos quatro cientes incisivos, ao osso
quarta e a oitava se111anas, de fonna que no final da oitava alveolar e à gengiva que os cerca, e tan1bén1 ao palato
se111ana, a fhce já assun1iu unia aparência hun1ana O de- prin1ário
senvolvin1ento facial após a oitava se1nana ocorre lenta- Diversas proen1inências faciais fundetn-se entre a sé-
1nente e envolve n1udanças nas proporções faciais e nas tin1a e a décin1a se1nanas As proen1inências rnaxilares fun-
posições relativas dos con1ponentes füciais A discussão den1-se Jatera!n1ente co1n as n1andibulares As proen1inên-
do desenvolvin1ento facial e palatino, neste capítulo, con- cias nasais n1ediais funcle1n-se con1 as 111axilares e as na-
centra-se entre a quarta e a décin1a segunda semanas sais laterais (veja Fig. l-25C).
O desenvolvi111ento facial resulta principahnente do Os canais nasolacrimais (originahnente deno1nina-
crescilnento e do 1novi1nento da proeminência fronto- dos sulco5 11asolacrin1ais) são estruturas epiteliais bilate-
18 SE(;\O I L...,re.,cifnento e [JeseJ11·uh·inu.:11to
Proeminência frontonasal
Proeminência
Placóide nasal frontonasal Proeminência
nasal medial
A B
Proeminência maxil.ir
Fossa nasal
Proeminência mandibular
Proeminência
Arco li Proeminência nasal lateral
Arco Ili maxilar
Sulco Estomódio
nasolacrimal
e Proeminência D
nasal media!
Olho
Proeminência
mandibular
E Derivados da proeminência
nasal lateral:
Derivados da proeminência
Fig, 1-25. Desenvolvimento da face . .-\. Aproximadamente -t 5 scmarrns O cspt:ssamenH1 do cctodcrma superficial
flirma os placúidcs nusais B. Aproximadamente 6 !-icnrnnas t\ prolifcraçüo d{i mcs~nquima forma as proeminências
nasais mediais e laterais As fossas nasais desenvnlvern"se no i.:enlro dos p!ai.:oides nasais C. Aproxirnadainentc 7
semanas As proeminêni.:ias maxilari.:s aumentam ç i.:mpurram as prw.:minCni.:ias nasais rni.:diuis uma çm direçfio ú
outra Ocorri.: a tüsfio entre as proeminências maxilares e as 1wsais mediais Os ç;mais nasolaerimais se desenvolvem
na linha de fusiío entn.: us proeminêni.:ias nasuis la!erais e as maxilarcs D Segmento intermaxilar (vista odusa[) As
proeminências nasais mediais 1110\·em"se uma na dircçiío da outra . l'undem-sç na linha rnl.!dia e fornrnm o si.:gmi.:nto
inti.:rrnaxilar Ele dú origem ao liltro do lühio superior aos qua!ro dentes incisivos i.:rnn seus processos alveolares
cin:unjai.:entes e ao palato prirnúrio E .-\pro:dmadami.:nte l O semanas O lúhio supi.:ri(1r ê !hrmudo a partir da hisüo
entre as procrninCncias iwsais mediais ç as maxilares ,\ linha mêdia do nariz vem da proeminência nasal medial
enquanto a asa do nariz e derivada da prol..'minêni.:ia nasal lati.:ral
Re1·i\ilo de EnJ/iiologia Cie1 ai í: do De\e111·oli·i11u:1110 Cejú/i(o e Ce1 \'ha/ (,\!'ÍTULO ] 19
As proe,ninências 111axilarcs forn1an1 a porção lateral do lúbio superior e a 111aior parte da n1axila (região superior
da bochecha), incluindo o palato secundário.
2 A proen1inência ffontonasal fürn1a a testa e o dorso e coh1111c!a do nariz
3 As proen1inências nasais 111ediais fornu1111 o segn1cnto internuixilar (ve.ia seus derivados acin1a). a linha 111édia do
nariz e o septo nasal
4 As proen1inências nasais laterais dão orige111 ús asas do nariz
5. O lábio superior origina-se das proen1inências nasais 111ediais e das 111axilares
6 A parte externa do nariz ven1 da proeniinência Ji·ontonasal. das nasais 111ediais e das nasais laterais
7 As proe111inências n1andibulares rorn1a1n o lábio infCrior. o n1ento e a região infCrior da bochecha
8 O tecido coqjuntivo n1esenquin1al da proen1inência nicial dü origc111 a vúrios ossos e ligan1entos da região facial
(previa111ente 111encionados)
9 c·o1110 já füi dito. os 111usculos da 111astigação e os n1úsculos fl1ciais são derivados do pri1neiro e segundo arcos
füringeos
rais que se forn1a1n na linha de fusão entre as proen1inên- fundan1 na linha n1édia (Figs . 1-260 e E) A sutura palatina
cias nasais laterais e as n1axilares Cada canal nasoiacrin1al 111ediana é unia ren1iniscência clinica da fusão entre os
eventual111ente conecta o saco lacrin1al con1 a cavidade processos palatinas. e o füra1ne incisivo estú presente na
nasal junção do palato pri1nário e dos processos palatinas Es-
Deve-se notar que a fusão, ou 111csoderização. das pro- ses processos ta111bé1n se !tlnde1n con1 o palato pri111ário e
en1inências envolve prin1eiro un1a deterioração do epitélio o septo nasal A rusào entre o septo nasal e os processos
superficial na área de contato. Isso pennitc que as células palatinas progride en1 unia direção ântero-posterior, co-
n1esenqui111ais subjacentes ús duas proe1ninências n1istu- n1eçando na nona se111ana :
ren1-se entre si 2
Patogênese das Fissuras de Lábio e Palato - As fissuras
O Desenvolvimento do Palato de lábio e palato ocorren1 quando os tecidos conjuntivos
111esenqui111ais de <li !'Crentes estruturas en1brionárias não
conseguen1 se encontrar e não se funde111 entre si A fonna
O palato co111eça a se desenvolver no início da sexta se-
comum da fissura labial é resultado da falta de füsão dos
n1ana. 111as o processo não é finalizado até a déci111a se-
processos nasais n1ediais con1 o processo 111axilar. A fissura
gunda sen1ana. O período 111ais crítico do desenvolvi1ncn-
labial pode ser uni ou bilateral, e pode se estender para o
to do palato estende-se elo final da sexta se111ana até o
interior do processo alveolar (vqja Cap. 2)
início da nona sen1ana. ·1
A fissura palatina é resultado da fhlha na fusão dos
O palato con10 un1 todo se desenvolve a partir de duas
processos palatinas entre si. con1 o septo nasal ou con1 o
estruturas~ o palato prin1úrio (pré-111axila) e o secunclú-
palato prinuírio. As fissuras de lábio e palato são anonna-
rio (Fig. l-26A) O palato prinuírio é a parte triangular
lidades congênitas distintas e independentes, 111as con1 fre-
do palato. anterior ao füran1e incisivo. O palato pri1nário
qüência oco1Tcn1 concon1itanten1ente
origina-se da porção profunda do segn1cnto intennaxilar.
que surge da fusão das duas proen1inências nasais 111cdiais
(Fig. 1-268) O palato secundário dú origc111 aos palatos O Desenvolvimento da Língua
duro e n1ole posterioJ"es ao JOran1e incisivo O palato se~
cundário se origina dos processos palatinas bilaterais da 1\ língua desenvolve-se a partir de várias füntes distintas.
1naxila (veja Fig 1-1:68). Esses processos são con1postos A 111ucosa do corpo da língua. ou dos dois terços ante-
inicialn1ente de tecido coqjuntivo 1nesenquin1al e orienta- riores da lingua. desenvolve-se a partir do prin1eiro arco
dos en1 un1 plano infCro-superior. con1 a lingua interposta faringco. enquanto a 1nucosa da base ela língua ou do
(Fig 1-26(') Posterionnente. processos palatinas se alon- terço posterior desenvolve-se a partir do arco III Os n1ús-
gan1, enquanto a llngua di111inui relativan1cnte e 111ove-sc eulos esqueléticos da língua dcsenvolven1-se a partir dos
no sentido inferior Isso pennitc que processos palatinas 111ioblastos que 1nigran1 para o interior da lingua. originá-
se orienten1 na horizontal. se aproxi111cn1 un1 do outro e se rios dos sonlitos occipitais
20 SE()\O I ( re\lÍl//(!l//0 L' Í)l.!.\('11\'0Íl'ÍIIIL'lllO
Filtro do lábio
A I B
Palato
Fora me primário Processos
incisivo -'--""--- pa!atinos derivados dos - ' - - -
Sutura palatina +--"''-- processos maxilares
Palato
mediana secundário
Processo
língua - - - palatino
Processo
palatino Ungua
Palato primário
Foramc incisivo - ' - - - - -
E
Processos palatinas
coalescidos
Sutura palatina - ' - - - - -
mediana
úvula
Fig. 1-26 A. Palatos primúrin e secundúrio na vida plls-natal (vista oclusal) O palato primúrio comprccndc a
porção triangular antt:rior ao foramc incisívo O pahllo sccundúrio dú origem .ios palatos dun1 e mole postcrior!.!s ao
foramc incisivo B Descn\·ol\'imcnto do palato (vista odusu!) O palato primúrio desenvolve-se a partir da porção
profunda d(1 segmento intcrmnxilar O palato sccund:irio se originu dos pr01.:cssos palntinos da maxila C. Desenvol-
vimento tb pal:ito (vista frontal) entre n sexta e a sétimu semanas Os processos pa!atinos silo dispostos inicialmcntes
cm um plano ínfcro*supcrior. com a língua intcrpo:,;ta D. Desenvolvimento do palato (vista frontal), entre a sétima
e a oituva semanas Pl1sterior111cntc. n língua move-se no sentido inferior, enquanto os processos palatinos se
alongnm lwrizont:ilmcnlc oricntudos e se fundem na linha média. Os processos palatinos também se fundem com
o pal:110 primúrio e o scph1 nasal. E . Vista odusal do palato apl1s a t"usilo do palato prirnilrio com os processos
palatinos O forame incisiq1 localiza-se na junç;lo dos palatos primürio e :,;ccundórío ;\ lll:,;;io ocorre progrc:;sivu-
rncntc, na dircç.io da:; seta:;
Re1·i,âo de E111bio/ogiu Geral e do De.seu1·oh·i111e11ro c·eji:.ílico e Ce1vicu/ (~\PÍTIILO J 21
- - Arco!
Tubérculo
ímpar
Forame _ _ __ - - - Arco li
cego
Fig, 1-27 Desenvolvimento da linguu ,\, Corte úntero-poste-
- - - - - Arco Ili
Eminência _ _ _,e rior longitudinal, aproximadamente na quinta semunn A nnH::osa
hipobranquial dos dois ten;os anteriores da lingua (corpo) desenvolve-se a
p:irtir do primeiro arco l'aríngeo Dois tuhérculos linguais !:ite-
rais crescem muis do que uma estrutura dti linha 111édia denomi-
nada tubérculo ímpar A mucosa do terço posterior (base) da
língua desenvolve-se a partir da eminência hipobrnnquial. deriva-
A da do terceiro arco faríngco A eminência hipobranquial cresce
mais do que o segundo arco e !i.mde-sc com o tubérculo impur e
Anterior os tubérculos linguais laterais Os músculos esqueléticos da língua
surgem dos nlioblastos que migram para o interior da língua
vindos dos somitos <n:eipituis. B. Vista dorsal u aproximada-
mente cinco meses O sulco terminal é a linha de demarcaçiio
entre o corpo e a base da lingua O fórnme cego se encontra na
Arco I linha média do sulco terminal. A inervaçüo da mucosa lingual
pode ser explicada pelo seu desenvolvimento embrionürio O
nervo craniano V do primeiro arco inerva o corpo enquanto o
nervo craniano IX do terceiro arco inernt a base
B Posterior
A lingua co111eça seu desenvolviinento perto do final Portanto, a base da língua é derivada do tcrct::iro arco
da quarta sen1ana, co1no un1 abaulan1ento na Iinha tnédia fllríngeo A linha de de111arcação entre o corpo e a base é
no assoalho da fhringe prünitiva. superiorn1ente ao füra1ne deno111inada sulco terminal, e o foran1e cego é encontra-
cego. O abaulan1enlo é denon1inado tubérculo ímpar (Fig. do na linha média desse estrutura (veja Fig. 1-278) 1
1-27 A) Duas tumefações linguais laterais formam-se A inervação da língua pode ser explicada por sua ori-
aqjacentes ao tubérculo ín1par Todas essas estruturas se gen1 en1brionária. A inervação sensorial da n1ucosa do corpo
fOnnan1 con10 resultado da proliferação do 111esênqui111a da lingua é quase que inteiramente con1posta pelo nervo
do prin1eiro arco As tu111efllções linguais laterais aun1en- do prin1eiro arco - o trigê1neo (nervo craniano V) A
ta111 rapida111ente, funden1-se tuna con1 a outra e crescen1 inervação sensorial da 111ucosa da base da lingua ven1 prin-
1nais do que o tubérculo ín1par. Essas três estruturas dão cipah11ente do nervo cio terceiro arco, o glossofUríngeo
orige111 ao corpo da língua (nervo craniano lX) Os 1núsculos esqueléticos da lingua
O terço posterior, ou base da língua desenvolve-se a traze1n seu supri1nento nervoso consigo, na fOnna cio ner-
partir da eminência hipobranquial, que é uma tumefação vo hipoglosso (nervo craniano XII)
da linha 111édia, inferionnente ao füran1e cego (v~ja Fig 1-
27 A) A en1inência hipobranquial é constituída principal-
111ente do 1nesênquii11a do arco Ili A cópula é un1 alarga- O Desenvolvimento da Glândula
111ento da linha 1nédia derivado do arco IL A en1inência Tireóide
hipobranquial cresce mais do que a cópula e funde-se com
o tubérculo ín1par e as tu111efUções linguais laterais. A có- A glândula tireóide 1111c1a seu desenvolvi1nento co1no o
pula desaparece sen1 contribuir para a fonnação da língua espessan1ento do endodenna. na linha n1édia do assoalho
22 SE(,1\0 1 C'ru,c/111e11to e De,e111·oh·i11u.:11f<J
Forame _ _ _ _ __
cego
A
fig. 1-28 A. Desenvolvimento da g!úndulu tin:úidc Vista sagítal
aproximadami:ntc na quima scmanu A glúndula tircúidc descri· língua - - - - - Canal tireoglosso
volve-se perto do JClrnmc cego. C(Hno um cspcssami:nt() do __.,» - - - - Divertículo da tireóide
cndodcnna. e dcpoi:-; como bolsa denominada din:rticul(1 da
tin:óidc O divertículo migra intcnwmcnll:. mas pi.::rmancce Estomódio _ /
ligado ó lingua cm dcscnvoh·imcnto pelo eana! tircoglnssn
B Desenvolvimento da glündula tircúitk Vista s:igital. apro-
:dmadamentc na sexta semana A glúndula tin.:úidc chega :ln
seu local dc!initivo no pcscrn;o. por volta da sêtima semana
O canal tircoglosso degenera. mas o fol':1111c cego persiste
na supcrlkic <lon,al da lfngua {De ivloorc LK. Pcrsaud TVN:
lh(' de1·e!opi11g h11111a11. l'liniuil(I' orh•11ft'd ,'111/ll'iolog.1 fr• B
ed Filadélfia. 1988. \VB Saunders)
da ftlringe priinitiva, perto do local onde a lingua 1rá se cerocrànio é derivado do ectodenna da crista neural (:ada
desenvolver (Fig l-28A). O espessa111ento do endodenna con1ponente ten1 algun1as estruturas que se fonnan1 a partir
fonna unia bolsa deno1ninacla divertículo ela tircbiclc, que da ossilicação endocondral (co111ponente cartilaginoso) e
eventua!n1ente 111igra para o pescoço. O canal tircoglosso outras que se t'Onna111 a partir da ossificação intran1en1-
conecta a glàndula tireóide, que está se desenvolvendo e branosa (co111ponente 1ncn1branoso) (Figs l-29 A e B) 1
n1igrando con1 a língua en1 desenvolvin1cnto Na séti111a
sen1ana, a glàndula tireóidc já chegou ao seu local definiti- Neurocrânio - O ncurocrânio cartilaginoso (condro-
vo no pescoço (Fig 1-288). O tinia. a paratireóidc e os cr11nio) consiste de várias cartilagens que se fundern e
corpos ultin1obranquiais ta111bé111 n1igran1 para essa região sofrcn1 ossificação cndocondral. dando origen1 à base do
Os corpos ultin1obranquiais transfünnan1-se cn1 lllna par- crànio. As junções c.:arti!aginosas entre dois ossos são de-
te intrínseca da glândula tireóidc e dão origcn1 às células noniinadas _\i11l.01ulro\e\·. As novas células de cartilagen1
parafo!iculares, que produzen1 a calcitonina O canal tireo- JOnna1n-sc continuan1entc no centro da sincondrose, n10-
glosso degenera. n1as sua abertura proxin1al persiste so- vcn1-se no sentido da perilCria e depois sofíen1 ossificação
bre o dorso da língua, na fOnna do forame cego I cndocondral ao longo elas n1argens laterais O osso occipital
Diversas condições patológicas estão associadas ao é fürn1ado prin1eiro. seguido pelo corpo do osso esfenóide
desenvolvin1ento da glândula tireóide Re1nanescentes do e depois pelo osso etn1óide Outras estruturas fünnadas
canal tireoglosso poden1 persistir após o nascin1ento e dar pelo c.:ondrocrúnio incluen1 o osso vô,ner do septo nasal e
origen1 aos cistos do canal tireog!osso, n1aís con1un1enle as partes petrosa e 1nastóide do osso ten1poral <,
no pescoço Durante o desenvolvin1ento, a tireóide inteira. O ncurocrânio n1e111branoso dá origen1 aos ossos
ou unia parte dela. pode pennanecer na região do foran1e achatados da calvária, incluindo a porção superior dos os-
cego, an1pliar. diferenciar e produzir unia tireóide lingual sos n·ontaL parietal e occipital(, Esses ossos surgen1 a partir
da ossi li cação intnune111branosa, que ocorre no 111esên-
O Desenvolvimento do Crânio qui1na que reveste o cérebro As suturas e as füntanelas
estão presentes durante a vida f"eta! e no início da neonatal
O crânio forn1a-sc a partir do tecido conjuntivo 111escnqui- As suturas, ta111bén1 denon1inadas si11cle.~1110.\e5, são arti-
1nal. que se encontra ao redor do cérebro en1 desenvolvi- culações fibrosas constituídas de !àn1inas de tecido con-
1nento_ O desenvolvin1ento do crànio envolve dois con1po- juntivo denso que sepanun os ossos da calvária. Elas aju-
nentes. U1n deles constitui o desenvolvin1ento do ncuro- da111 a calvúria a 111udar de fonnato durante o nascin1enlo,
crânio, que é a calvária e a base do crânio. Ele é derivado 11111 processo denon1inado 1J1olc/age111 As fontanelas são
principahnente dos sornitos e son1itô111eros occipitais O regiões de tecido conjuntivo denso. nos locais en1 que as
outro constitui o desenvolvin1ento do visccrocrânio. que suturas se unen1 As suturas e fontanelas ossi fica,n en1
inclui o esqueleto da face e estruturas associadas O vis- diferentes épocas após o nascin1ento
Re1·i\'10 de E111hiologio (11.:10/ 1.; do l)1.:H·111·oh·i1111:11to Ce.fúlho e (e1·1·ilal (~\l'ÍTU!.O 1 23
Osso p;irieta!
Osso frontal - ~ - - - -
Osso zigomâtico - - - - - - - - -
Osso occipital
Maxila - - - - - - - Porção escamosa
do osso temporal
Processo cstilóidc
Mandíbula - - - - - - - -
Osso hióide
Ncurocrânio
cartilaginoso
\ \ Ncurocrânio
\ \ membranoso
Visccrocrânio
cartilaginoso
Viscerocr.i11io
membranoso
Osso parietal
Fig. 1-29 Desén\·ohim..:nto do ..:r:·111i(i ,\ Vista lat!.:ral !.:!li aproximadatn!.:tll!.: !2 s!.:nwnas O {ksenvolvirn!.:nto do
crünio é considerado cm dois .:omponent!.:s O ncuroerúnio inelui a e.ilníria e a base do cr.inio. e o viscerocrünio
inclui o esqut.!lcto da fa.:e e !.:Slnnuras associadas Cada c(11npo11e11te tem ulgumas estruturas que se desenvoln::111 por
ossiricaçào endocondral (cartilaginosa\ e outras que se J"ormarn pnr ossilícaç,1(1 intrarncmhranosa (componente
membranoso) B. Vista lateral apro\Ím.idarnc11li: 11;1 \ igésima semana
24 SEÇ,\o J C'resci111ento e De~en1·0/l'i111e1110
Princípios de formação da
fissura de Lábio e de Palato
David e. Johnsen
TERMOS-CHAVE
fissura forn1ato conóide opacidades n1ineralização
dentes supranun1erários hipoplasia aposição
A prática odontológica pode ensinar 111uito quando traça versidade clínica basta to111ar co1110 referência o foran1e
un1 paralelo entre os princípios clescnvolvi1ncntais e as incisi,·o e pensar e111 u111 efeito parecido con1 o do "zíper".
n1anif'cstaçõcs clinicas e necessidades terapêuticas. O pa- quando se antecipa a li..)nnação da fissura O palato secun-
ciente portador de anon1a!ias dcscnvolvi111entais o!Crece d.:írio "ICcha o ziper" a partir do fbra1ne incisivo, posterior-
ao dentista a chance de visualizar a relação entre o descn- n1c11te. até co111plctar o !Cchan1cnto do palato secundário
volvin1ento e as necessidades terapêuticas. Às vezes o den- O processo pode ser interro111pido en1 qualquer ponto, des-
tista serú incapaz de detcnninar a infração exata no desen- de o 1110111cnto da rotação dos processos palatinas até o
volvin1ento No entanto. a refCrência continua con1 o de- fecha1nento final da úvula En1 alguns casos, os tecidos
scnvolvin1ento e111brionário e os sistcn1as anatô1nicos irão n1oles palatinos pocle,n se ICchar co111 êxito, ,nas não o
cnfütizar o reconheci111cnlo e. cvcntuain1ente, poderá n1c- palato ósseo: a fissura sub1nucosa resultante pode causar
lhorar o trata1ncnto O estudo da con1posição genética não deficiências nas inserções dos 1nuscu!os palatinas be111
é o objetivo deste capitulo. n1as será tuna consideração coino co111pro111eti1nento na fünação Da n1esn1a fünna. o
constante palato prin1úrio "fecha o zíper" anterionnente a partir do
Áreas con1uns en1 que as necessidades terapêuticas !Oran1e incisivo. bilaterahnentc, cn1 unia configuração e111
são associadas ú deficiência desenvolvi1nental são o lábio \! C01110 resultado. os defeitos cio palato prin1ário n1anifes-
e o palato. Uni principio do dcsenvolvin1ento será apre- ta1n-se con10 fissura labial ou fissura do lúbio e do alvéolo
sentado, seguido por exe111plos clínicos de deficiências Einbora os desenhos esquen1áticos da classificação
desenvolvin1entaís Tan1bé1n é apresentada u1na pequena das lissuras sejain interessantes para o aprendizado. rara-
an1ostra de def'Citos variados. cada qual associado a unia n1cntc são uteis para se ton1ar decisões terapêuticas finais
deficiência desenvolvin1ental e individualizadas 1 ~ Alén1 disso. os desenhos esquen1áticos
da fissura raran1ente representan1 as n1anifi.::slações clíni-
cas reais 1\ principal diferença entre a realidade clinica e o
desenho esque1nático é que os desvios são tridi1nensionais
FISSURAS DE LÁBIO E PALATO in \'i1·0 -1- 5
Do ponto ele vista terapêutico, as n1anil'cstações clíni-
O defCito 1nais co111un1 do lábio e do palato é a ocorrência cas resultantes da presença de unia fissura rara111ente se
da fissura. En1bora estes dois defeitos desenvo!vin1entais cncaixan1 cn1 categorias sin1ples. c·ada planejan1ento re-
seja111 freqüenten1ente associados, na realidade constituen1 quer a habilidade de t1111a equipe interdisciplinar Na figura
entidades distintas Para con1eçar. os aspectos genéticos ~-1 di !'Crentes fissuras são ilustradas. cada qual necessi-
são diferentes para os dois processos. Para ilustrar a di- tando ele uni plan~jan1ento individualizadoú
25
26 SEç,\o I ( rc \l i111c11/11 e /)e\ e I J\ ·oh 'i 1111:1110
A B
e D
Fig. 2~1 Neo11:1t11s exibindo a \ariabilid.ide d.i tissura ao l(lllgo das linhas de t'usfü1 ernbrionúria i.:sp..:rnda entre os
processos nasal medial e maxilar e entre ns pruci:ssos palminus do lado direito e esquerdo Além da Jissura. também
t::xiste uma mudança na ori..:ntaçüo ,los \Úrios segmentos do an:n A. Lactente com fissura unilateral do lúbio,
mantendo a!ninlo e palal\is int;u.:los O nariz é simétrico cornp;iradn t:0111 ulguns dos exemplos subseqüentes Uma
pequena chanfradura 11;1 erisw do n:bon.lu al\1.:olar se L'llt:ontra 110 !oca! da Jlls;Jn do processo ma:dlar direito com o
nasal medial 13 Lac!i.::nk com uma tissurn isolada do l,ihit1 1.: do palato :\s porçt"ies anteriores do palato e o alvéolo
dcnt.irio csHi.() intai:ws Um CLTln do.::-.\ iu do ari:o .'. L.'\ idcntc cm três dimcnsõcs C e D Lactcntc com fissura bil.itcra!
do lábio e do palat11 m:is com porçCics do palato antcrior inWctas O arco tem uma conliguraç[io rdativamcntc
normal
Alterações Dentárias na Região da incisivo lateral pode estar presente no segn1ento pré-n1axi!ar,
Fissura na n1axila. en1 an1bos, ou estar ausenle). 11 Esse tCnõn1eno
pode ser explicado pela n1igração das células iniciantes,
As crianças con1 fissura alveolar freqüentc111cnte aprcsen- desde as aqjacéncias da crista neural até o local da làrn1a-
tan1 diversas ano111alias dcntúrias.~·' 1 n1as é itnportante per- çào do dente O profissional deve ser cauteloso ao decidir
ceber que essas anon1alias ta111bé111 oco1Ten1 ao longo das o destino dos dentes supranun1erários, especialn1ente
regiões de fissura potencial (isto é. n1cs1110 na ausência de nos casos co1n incisivos laterais en1 an1bos os segn1entos
tuna fissura verdadeira) Portanto. o que lt1i aprendido con1 pré-n1axilar e 111axilar A decisão pode ser 111anter un1 ou
o desenvolvin1ento fücial pode ser usado para entendei os dois dentes. ou então re1nové-los
111elhor o desenvolvi1nento dentúrio A abordagcn1 diag- f\ !Onna do dente tan1bén1 é afetada na área de unia
nóstica sugerida adiciona unia nova perspectiva e consciên- lissura alveolar Portanto. a n1orf'odifcrenciação do dente
cia à antecipação das necessidades do paciente pode ser influenciada por este defeito en1brionário. O exe111-
plo 1nais con1un1 é o incisivo lateral superior conóide, ou
Anomalias Dentárias de Número - O processo inicial 111al f'onnado
de fonnação do dente é alCtado pelo dcf'eito en1brionário c·on10 jú f'oi dito, a área do incisivo lateral superio1
da fissura 10 As crianças con1 lissuru freqücnten1ente tê111 tan1bé111 representa un1 local de anon1alias desenvo!vin1en-
o incisivo lateral superior ausente ou supranu1ner.:írio A tais e111 crianças sen1 fissuras Acredita-se que as anon1alias
posição do incisivo lateral ta111bé111 é i1nprevisivc\ ( isto é. o do incisivo lateral (agenesia. supranun1erário ou n1all'or-
!11i1hif!io\ dv Fo111/l1~(/" do FJ\\IIIU d1.: l.âhio 1.:' de Palato (,\l'ÍTUI.O 2 27
F G
Fig 1-l(u111t). E. Nconato com líssura unil.Hcrnl do lúhio c palato Além da fissura, (1 arco se cncontra desviado cm
três dimcns(ics (kíxando os scgment\is cm uma aparência rnlao.:iouada U nariz é .issimétrico como resultado da
tissura As n.1rinas - o hH.:al da JtJs;1n dos proo.:essos nasal medi.il e nwc\ilar -- s:in afetadas pda fissura f, Neonato cnm
fis:,;ura bilateral cumpkta dti lúbio e palato ,\lém da líssurn a,.:ntuada. os s.:gmcntos parecem rotacionados. a pré-
maxilar estú rotacion.idu para cima L' o s1.:ptu n.isal soli·eu um des\ io O 11ari1 é distorcido pela presença da lissurn O
múst:ul(1 orbicular da boca c scus lllP\ imentos silo limitad(is ;l(ls scg111c1Hos respecti\os e ele não pode hmcionar
cocn.:ntemcntc G f"'orrnaçilo c h1sil(l irn.:omplclas dos proccssos pulatinos. resultando cm uma tissura sub1nucosa A
condição foi dc1c1:tada iipl.'.nas quand() as (lilicu!dadl..'s fonéticas l(lram a\aliadas ,.\ dcliciênciu no palato Juro aparen~
temente lcvnu a um mo\ imentn muscular iuadcquadn para a ro11açfü1
1nados) poden1 relletir defeitos 111enLHes na .Junção dos dade do dente. Portanto. é in1portante coordenar a época
con1ponentes e1nbrionúrios adjacentes i\ lreqüência da do enxerto ósseo alveolar da fissura con1 o 1novil11ento
ocorrência de incisivos laterais conóides e de outt"as ano- ortodôntico do dente A figura 2-2 n1ostra radiografias de
111a!ias deve ser considerada dentro do contexto dos even- di!Crentes !issuras e o posiciona1ncnto das raízes sen1 en-
tos en1brionúrios 111ais in1portantes nesta úrea 1~ 1 ' xerto ósseo e tratan1ento ortodõntico
/-\ irrupção do canino pennanente fi·eqüenten1entc está
Desvios na Irrupção Dentária - Os dentes adjacentes en1 risco nas crianças con1 fissura alveolar, por causa de
às fissuras alveolares raran1ente irron1pcn1 cn1 alinhados. 1•1 sua inclinação 111esial A coroa do canino é en1 geral orienta-
O n1otivo está relacionado ao !Ornuito do dcli.:ito anatô1nico da no sentido tnesiaL quando o dente inicia seu trajeto de
A fissura te111 an1plitude 111aior abaixo dn 1nucosa do que erupção (isto é. na direção do defeito da lissura), 111as o
na superfície bucal Este rorn1ato de lúgri111a da líssura dente não pode se 1nover in1ediata1nente para o interior do
pode in1pedir a irrupção do dente na sua posição norn1al espaço da !issura sub1nucosa. Portanto, antes do início da
con, as suas raízes verticalizadas Portanto, o de!t::ito c1n- 111ovi111entaçào ortodôntica do canino. é in1portante plane-
brionário interfere con1 a !Use irruptiva do descnvolvi1nento jar e realizar o enxerto ósseo do defeito alveolar, para ga-
dentário, n1uitos anos 1nais tarde O n10\·i111ento das raízes rantir tuna irrupção adequada do dente
para o interior do defeito ósseo pode con1pro1netcr a \'itali-
28 ( l'l'H inu:11/0 1: l)c,c11n1h 1//lí..'llfo
A B
ríg. 2<:? Uma s0rii.: tk radiogralias de crianças com fissura tk lúbio e pa!at(l mnstrand(1 a vulnerabilidade dos dentes
i.:111 sua funnaçi1o ,: irrupção O fórmat(1 da lissura inllw.:nci11 a orient:içiio dos dcnks :\ irrupçfio e a integridade dn
L'Smalte sfi(l !r1.:q(kr1tcmcnh: C(Hnpromditlas O i.:nxi.:rto ússi.:o podi.: fodlitar a irrupçüo dos tkntes adjacentes ú
líssura :\ ri.:s1:1uraçi1u por n:anatomizaçfio do tkntc i.:om Cl)!llpósitos di.:nt{1rios podi.: camuflar os defeitos dc111ürios
:\. Radiogralia qui.: mostra a orii.:nlaçfi11 dos dcnks para .itkquart.:m-se an formato da fissura :\ oricntaçi1n pode
dl!s\ iar ll trajd11 de irrupçiin do dcntt' i.:rn qualqt11:r urna das trCs dimcnsücs Observe também o esmalte dd'eitutisn na
supi.:rlicit: mi.:sial d() int:isi\u lateral. adjai:en!e ú Jissura (seta) Tmnbt·m !.! digno de nota o fot11 de que o ini:isini lateral
Sl' l'llt:untrn mi si.:gmi.:nto maxilar e nil.í1 na pré-maxila B. Radiografia que mostra uma fissura bilateral d(1 alvêolo
tkntúri(l L' do pal.ittl {) alinhamento normal dos di.:nti.:s nfio seriu possÍ\'el. nesti.: eas(1 . sem o en.-.;eno (1sseo :\:,
lL'ntati\aS (k ,llinhar tis (kntes pnderiam resultar 110 posici(111ami.:nl\1 da:, raizes no interi(1r da fissura C Radiografiu
que mostra uma fissura lateral d11 alvéolo dcnt.irio e d(1 palato Os inci;;ivos !aterni;; i.:stfio au;;entes i.: o t:sma!te se
l'rlt:t11llra malformado 1) R.idiografiu dt: uma i:riuni,:a i.:om !issura unilatt:ral do l.íbi(1 ah!.!0111 e palato O trnjeto dt.:
irrupi,:fip dtl l·;mino supL·rior é medial t.:tn n:lai,:üo ao seu curs(1 n11rmal
Defeitos do Esmalte - O esmalte deleituoso (hipoplasia Por excn1plo. a IOrn1ação dos incisivos laterais en1 uni dos
e opacidades) é con1u111 nos dentes aqjacentes ao local da lados da fissura apóia a idéia da 1nigração das células ror-
!issura 1' Esse é un1 exetnplo da in!luência do defCito en1- 111adoras do dente ()utras lições aguçan1 a observação do
brionúrio (a !issura) en1 outro estügio do desenvolvin1ento dentista, con10 a freqüência 111ais alla das anon1alias na
do dente (aposição e 1nincralização) e tan1bé111 dc111ons- úrea do incisivo lateral superior
tra a estreita relação entre :.1111bos os processos Os defCi- En1bora a lissura n1ani reste-st:: nas prin1eiras sen1anas
tos no cs111altc oco1ren1 c111 pessoas con1 fissuras do lábio de vida. o seu in1pacto nos estúgios subseqüentes do de-
e do al\·éolo não operadas. nu1s sua freqüência aun1enta senvo!vin1ento facial e dentário continua durante toda a
após a intervenção cirúrgica vida do indivíduo. A criança con1 fissura freqliente1ncnte
[)e\'ido ú ocorrência n1aior de lesões de cárie nos den- enfrenta desafios sociais considerúveis e 111erece u111 aten-
tes co111 defeitos no es111alte, a questão da prevenção é de din1ento absolutan1cnte sin1pático por parte do dentista 16 17
grande i111portüncia nas crianças co1n fissura A correlação dos principias desenvolvi1nentais con1
ivluito pode ser aprendido con1 a variabilidade de ex- as n1anifCstações clinicas pode ser aplicada en1 outros ti-
pressão da natureza Algunuis di.!ssas lições auxilia111 o den- pos de anon1alias. con10 ilustra a figura 2-3, is Esses exen1-
tista a co111pri.!l!llde1 111clhor os problcnu1s clinicos con1uns plos resulta1n en1 proble1nas distintos para o dentista. En1
P1i11c1pio\ ele Fo1111açiio da Fi\\/lla de Lábio e ele Pa/a{(, (,\PÍTUI.O 2 29
e D
Fii-: 2-J t 1ma amuslrn das 111alll\n11ai,:C1cs n:sultamcs da falha de t'usilo nu de f(1r111ai,:ilo d(1S componentes cmhri1m.i-
rios .-\. NL·oriatti C!l!ll lissura na linha ml!dia :\ fissurn se encrnltrn no local do sulco da linha média ,\s Jissuras
mcdi.111as silo 1111:mis comuns du que aqudas resultantes da làllta de hlsãn entre os prrn:t.!ssos nwxilar e nusul medial
:\s fissuras de linha média sil(l c1Hllt11llclltL· associ11das a délicits neurolt'lgit:ns crnnn era o caso deste lactt.!nlc B
C riam;a .:1im uma !issura fa.:ial horizPntal bilateral :\ lissura se em.:ontra u11 long11 da linha de lusiln esperada entre
() primeiru ar.:o branquial (mandibular! e a 111:nila C ( riani,:a CPtll agenesia da pré-maxila D, Criarwa com fissura
unilateral do lúhio dp palat\1 L' !istulas labiais nmgênitas :\ prl!scrn;a das 11stulas labiais c1mgênitas aumenl<l a charH:e
da fissura nos dl!sccndL'flkS
todos os casos discutidos. o profissional pode aprendei 4 Mishirna K et al: Three-dimensional cornparison
n1uito con1 as crianças e adultos que aprcsentan1 u111a va- bet\veen the palatal forrns in complete unilateral cleft
riação da apresentação lisica convencional lip and palate with and without Hotz plate from
cheiloplasty to palatoplasty, Cleft Pala/e Crm,iofac /
33(4):312-317, 1996
5 Honda Y et ai: Longitudinal study of the changes of
maxillary arch dimensions in Japanese children \Vith
cleft lip and/or palate: infancy to 4 years, Cleft Pala/e
REFERÊNCIAS Cmniofac / 32(2):149-155, 1995
1 Mortier PB et al: Evaluation of the results of cleft lip and 6 McComb HK, Coghlan BA: Primary repair of the unilat-
palate surgical treatn,ent: preliminary report, Clcft Pnlatc eral cleft lip nose: completion of a longitudinal study,
Crm,iofac / 34(3): 247-253, 1997 Cleft Pala/e Craniofac / 33(1):23-31, 1996
2 Enamark H et al: Lip and nose morphology in patients 7 Schroeder DC, Green U: Frequency of dental trait
with unilateral cleft lip and palate from four Scandina- anomalies in cleft, sibling, and noncleft groups, / Dent
vian centres, Scand f P/ast Reco11str Ha11d Surg 27(1): Res 54(4):802-807, 1975
41-47, 1993 8 Ranta R: A revievv of tooth formation in children with
3. Mazaheri M et al: Evaluation of maxillary dental arch cleft lip/palate, Am / Orthod De11tofacial Ortlzop 90(1):11-
form in unilateral clefts of lip, alveolus, and pala te from 18, 1986
one month to four years, Clefl Pala/e Crmziofac / 30(1 ):90· 9 Olin WH: Dental anomalies in cleft Hp and palate
93, 1993 patients, Angle Ortlzod 34:119-123, 1964
30 SEÇ,\O I c·re~cin1e11to e De_\e111·oh·i,11e11to
10. Kraus BS, Jordan RE, Pruzansky S: Dental anomalies in the 15 Johnsen DC 1 Dixon M: Dental caries of primary incisors
deciduous and permanent dentitions of individuais with in chíldren with cleft lip and palate, Cleft Palate Craniofac
cleft lip and palate, J Dent Res 45:1736-1746, 1966 J21(2):104-109, 1984
11 Tsai T-Z et ai: Distribution patterns of primary and perma- 16 Pope AW: Points of risk and opportunity for parents of
nent dentition in children with unilateral complete cleft lip children with craniofacial conditions, Cleft Palate
and palate, Cleft Palate Craniofac J35(2):154-160, 1998. Craniofac / 36(1):36-39, 1999
12. Symons AL, Stritzel F, Stamation J: Anomalies associated 17. Thomas P1 et ai: Satisfaction with appearance among
with hypodontia of the permanent lateral incisor and sec- subjects affected by a cleft, Cleft Palate Craniofac J 34(3):
ond premolar, JClin Pediatr Oent 17(2):109-111, 1993 226-231, 1997
13 Neville BW et ai: Abnormalities of the teeth. ln Neville BW 18 Onofre MA, Brosco HB, Taga R: Relationship between
et al (eds): Oral and maxillofacial patiw/ogy, Philadelphia, lower·lip fistulae and cleft lip and/or palate in Vander
1995, WB Saw1ders. Woude syndrome, C/eft Palate Craniofac / 34(3):261-265,
14. Peterka M, Ivrdek M, Mullerova Z: Tooth eruption in 1997
patients with cleft lip and palate, Acta Chir Plast 34:154-
158, 1993
1
!
1
Capítulo 3
Resumo do Crescimento
Pós-natal Humano
Robert N. Staley
TERMOS-CHAVE
neotênico crescin1ento pós-natal curva neural geneticamente baixo
crescin1ento maturidade curva geral idade morfológica
mudança dimensional velhice curva genital idade dentária
mudança posicional estudos transversais surto da adolescência (acele- idade sexual
mudança proporcional estudos longitudinais ração pré-puberal ou idade esquelética
mudança funcional estudos longitudinais n1istos circumpuberal) hipotálamo
n1udança n1aturacional curva cun1ulativa (curva crescin1ento n1êdio honnônio de crescin1ento
n1udança con1posiciona! linear) n1aturação precoce (son,atotropina)
mudança temporal e curva da velocidade (curva genetican1ente alto desnutrição
seqüencial incremental) n1aturação tardia tendência secular
crescin1ento pré-natal curva linfóide
O crescin1ento hun1ano abrange os desenvolvi111entos fi- vida crescendo Este período extenso é responsável pelo
sico. 111enta!. psicológico. social e n1oral 1 () presente re- grande i111pacto da influência a111biental sobre o sisten1a
sun10 concentra-se no cresci111ento físico. O cresci111e11to biológico en1 cresci111ento_ O crescimento é a interação
físico htunano con1preende 11111a seqüêneia espetacular de entre a hereditariedade e o an1biente. Ele envolve au1nen-
eventos. que converte unia célula e111 un1 indivíduo 111adu- tos e 1nudanças. Nenhun1a definição sin1ples pode descre-
ro e in1ensan1ente con1piexo ver a con1plexidade do crescin1ento
O estudo do crescin1ento das crianças eu111pre dois En1bora a 111aior parte do crescin1ento seja finalizada
n1otivos básicos: ( 1) avaliar a saude e a nutrição das crian- perto dos 20 anos de idade, 111uitos tecidos con10 os pêlos
ças que viven1 en1 uni país e (2) co111parar o crescin1ento e as unhas continua111 crescendo por toda a vida.
de unia criança con1 o de unia a1nostra a1npln de outras
crianças da 111esn1a população O prin1ciro 111otivo é i111-
portante para a cpide111iologia do povo de 11111a nação: o CRESCIMENTO PÓS-NATAL
segundo é significativo para os profissionais da saúde e da
educação e para os pais. que cuidan1 da críança en1 ff1se de O cresci111e11to fH)\-1/atal é definido con10 os pri1neiros vinte
crescin1ento_ O índice de cresci,nento pode ser o n1elhor anos de cresci111ento após o nascin1ento. 1 Ele con1preende
indicador do ben1-estar físico e psicológico de tuna criança. três períodos: Jactância. infância e adolescência. A lact::incia
unia questão de grande in1port::incia para unu1 nação e o abrange o prin1eiro ano pós-natal de vida. A infância é
seu povo~ dividida entre as fílses inicial ( 1 aos 6 anos), a n1édia (6
Os hun1anos são ncotênicos. ou seja. tên1 o cresci- aos 1O anos) e a línal ( 1O aos 15 ou 16 anos). A puberdade
111ento prolongado. e passan1 cerca de 30tYii de toda a sua ocorre no final da infância, aproxin1ada1nente entre os 13
31
32 SEç,\o I ( /'(,.'\( inlí.:11/() i: f)e\í.;/l)'()h·i111e11to
1. j\·Juclunça di111cnsional 1\s 111udanças no ta1nanho du- ç:1s na con1posição das pi:1rtcs <lo corpo A pign1entação
rante o cresci111ento são !'i1ci hnente reconhecidas e n1e- dos olhos 111u<la e o conteudo de úgua corpórea declina
didas de 111uitas ronnas: peso (1nassa); altura, co111pri- de ()()(!,,,;) no feto para aproxi1nada1ncntc 65 1~ii no adulto
1nento e largura (espessura): circunferência: úrea e ro- 7. !\:Iudança tcn1poral e seqüencial O cresciincnto C contí-
lun1e nuo desde a concepção até a 111ortc, 1nas por 1nuitas
2" i\·ludança posicional Os tecidos e órgãos pode111 1nigrar razões ele difere na velocidade e na duração para as
de t1111a úrea para outra durante o erescin1ento Exen1plos divt:rsas panes do corpo Certas fi1ses do crcsci1ncnto
são a 1nigração da célula da crista neural. a irrupção dos podc111 ser idcntific,1das:
dentes e a descida do diarragn1a da quarta \'értebra a. Crcscinicnto pré-natal: caracterizado por aun1ento
cervical para o nivel da déci1na segunda vértebra tonícica rúpido no nun1cro de células e por un1 índice de crcs-
3. i\:ludança p1 oporcional ;\s panes do corpo 111uda111 en- ci111cnto rápido
tre si. durante o crescin1ento 1\ cabeça de un1 lactente é. b. Crcscin1cnto pós-natal: prolonga-se aproxi111ada-
proporcional!nentc ao corpo. 111uito 111aior do que a ele 111cntc pelos prin1ciros 20 anos de vida e é caracteri-
un1 adulto zado pelo dcclinio dos inclices ele crescüncnto e pelo
·L i\.luclança funcional Os tecidos e órgãos sofren1 111u- aurncnto na 111aturação dos tecidos
danças nas capacidades funcionais. durante o proces- eº [\faturicladc: un1 periodo de estabilidade durante o
so de crcsciincnto O objetivo do cresei1nenlo é n flln- qual o corpo ::1dquirc a função 111úxi111a e os proces-
ção 111aclura de cada tecido e órgfio sos de cresci111ento são li1nitados à conservação de
5. [\fucl.111ça rnaturativa O crescin1ento do corpo con10 un1 u1n estado de equilíbrio entre a perda e o ganho ce-
todo visa a obtenção do período de estabilidade e da lulares
vida adulta cL \'clhice: período durante o qual a atividade funcio-
6. i\·Juch111ça con1posicional O cresci111ento envolve 1nuclan- na! declina e o processo de crcscin1cnto é desace-
lerado
e os 14 anos nos n1cninos e entre os 12 e 13 anos nas En1bora u111 ll1elice 111édio de cresci1nento para unia popu-
n1eninas A adolescência estende-se dos 14 aos 10 anos lação possa ser estin1ado a partir de dados transversais,
nos ho111ens e dos 13 aos 20 nas nnilhcres Estas norn1as esses dados não revelan1 nada acerca da variabilidade en1
são gerais e não inclue1n os exlren1os da variação. que torno desta n1édia Os profissionais da saúde precisan1 con1-
poden1 ocorrer no cresci1nento pós-natal parar o índice ou a velocidade de crescin1ento de uni pa-
ciente con1 os padrões de velocidade para a idade deste
individuo Os padrões de velocidade pode111 ser apenas
Tipos de Estudo sobre Crescimento derivados de un1 esludo longitudinal
Os estudos sobre crescin1ento são de três tipos básicos: Estudos Longitudinais - Os estudos longitudinais en-
transversais. longitudinais e longitudinais 111istos." 3 volve111 o exa111e de uni grupo de crianças repetidan1ente
por un1 longo período. durante o crescin1cnto ativo. Este
Estudos Transversais - Nos estudos transversais, um 111étodo produz dados valiosos para o estudo do índice de
vasto nún1ero de indivíduos con1 idades difCrentes são exa- crescin1ento e da variabilidade do crescilnento individual
1ninados en1 unia ocasião para gerar infonnações solne o No entanto. as desvantagens deste tipo de estudo incluen1
crcsci111ento obtido en1 111na detcnninada idade. Este 111é- o ta1nanho reduzido da a111ostra, as dificuldades de 111anter
todo tcn1 a vantagen1 de acun1ular 111uitas infonnações sobre os indivíduos no estudo e a den1ora na coleta dos dados A
o crcscitnento en1 diversas idades, en1 uni período curto análise dos dados deve seguir o período de sua coleta
A 111aiorin das in!Onnações sobre o crescin1ento tcn1 sido
obtida co111 o uso dos n1étodos transversais Os estudos Estudos Longitudinais Mistos - Os estudos longitu-
transversais !Ornecen1 os n1elhores dados para o estabele- dinais rnistos representan1 tuna con1binação entre os ti-
citnento de padrões nacionais de crescin1ento e para a con1- pos transversal e longitudinal Indivíduos de diferentes
paração do cresci111ento nas difCn~ntes populações. É ne- l'aixas etúrias são exan1inados longitudinaln1ente por pe-
cessária unu1 a111ostra aleatória ou representativa de 1000 riodos 111ais curtos (por ex., 6 anos) No decorrer de seis
n1eninas e 100() n1eninos de cada füixa etária para a elabo- anos, o cresci111enlo pode ser estudado entre o nasci1nen-
ração de padrões nacionais O nú1nero de crianças exa111i- to e os 6 nnos e111 uni grupo, entre os 5 e os 11 anos no
nadas en1 cada idade deve ser proporcional ao índice de segundo grupo. entre os I O e 16 no terceiro e entre os 15 e
cresci111ento No prin1eiro ano. as an1ostras deven1 ser os 21 no quarto. de fürn1a que o crescin1ento desde o
obtidas en1 três intervalos. no segundo ano en1 dois inter- nasci111cnto até os 21 anos passa a ser estudado en1 seis
valos e durante a adolescência e1n dois intervalos por ano anos
Re\111110 do Cre.H:i111e11!0 P<Í\-natal /-!u111a110 C:1\l'ÍTUJ.O '3 33
24
190 22
Meninos 20
170
18
Ê
~ 16
150
Ê 130
,,
, ,, 2" 14
~
"
E 12
A <2" 110 ,' ' '
o
o
"2
10
90 ,,' ' cl 8
/ 6
70 '' 4
2
50
2 4 6 8 10 12 14 16 18 2 4 6 8 1012141618
Idade (anos) Idade (anos)
80
70 14
Meninos
60 12
-;;,
50 ""- 10 Meninos
-;;, Sio
,'
"'d:.
~
40 o.
E
8 • 1
Meninas I I
,,•
o
e 30 o
~
6 D
ã I
20
e,
4
, ,'
10 2
2 4 6 8 10 12 14 16 18 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Idade (<lílOS) Idade (anos)
Fig 3-1 (una t.:unuilati\<I para <-1 altura.(:\!, cuna de \'docidade (B) çuna t.:umu!ati\a para o peso (C) e i.:ur\'a de
velocidade (l>). para meninos e meninas ingleses (i\loditicudo de Tanner Jl\l. \\'hítehousl.! RIL Takaishi i\l: Anli /)is
(/Jild ..\l:-15-1-471 196(1)
Interpretação Gráfica dos Dados do desenvolvi111entos esquelético e dentário para avaliar a nor-
Crescimento 1nalidade do crescin1ento de seus pacientes Os estudos
de crcscin1ento de unia a1nostra representativa da popula-
Os dados relativos ao crescin1ento são apresentados cn1 ção fOrncccn1 os dados. a partir dos quais os padrões são
fonna de grálico. o qual revela o conteúdo dos resultados desenvolvidos . Por exen1plo. o crescin1ento de individuas
do estudo do crcscin1ento através de 11111a ilustração f3cil- norte-a1nericanos brancos deve ser avaliado con1 base en1
n1enlc con1preendida. As duas curvas b..ísicas do cresci- padrões derivados de tuna an1ostra representativa desta
n1ento são as seguintes: população.
e A curva cun1ulativa, indica o cresci111ento que a O crescin1ento nonnal en1 altura é co111u111 e arbitraria-
criança experin1entou ao longo do trajeto do cresci- 111ente definido con10 as n1ediclas que estão dentro de uni
n1ento (Figs 3-1 A e(') .i Os dados pocle111 ser deri- desvio padrão da n1édia (Fig 3-2). U111 desvio padrão aci-
vados de estudos transversa! e longitudinal 111a e abaixo da 111édia contén1 111edidas de aproxi1nada-
e A curva da velocidade. ou curva incrcntcntal, 111ente 68cX1 dos indivíduos que participara1n cio estudo do
indica o índice de crcscin1ento de unia criança no crcscin1ento. As n1ediclas cios 32 1!1i restantes dos indivíduos
decorrer de um período (veja Figs. 3-1 B e D) Os extrapolan1 a a1nplitude nonnal Os pacientes que se en-
dados são derivados de estudos longitudinais contnun fora da an1plitucle nonnal são incon1uns. n1as não
necessaria111ente anonnais ()s desvios padrão detenninan1
de n1odo útil os dados que se encaixan1 na distribuição
Avaliação do Crescimento Normal norn1al. con10 a altura e a idade na n1enarca Os dados da
n1assa corpórea e da espessura da dobra da pele não se
O conheci111ento do crescin1ento htunano nonnal é essen- encaixan1 en1 tuna distribuição norn1a! ~ Estes tipos de da-
cial para o diagnóstico de anor111a!idacles ou patologias Os dos são descritos n1elhor en1 tennos percentuais Os dados
n1éclicos precisa111 de nonnas ou padrões de altura. peso, sobre a altura e o peso são nonnaln1ente representados cn1
34 SEÇ·\O I Cre\CÍ111e11to e /Jc1·i:111Dh·i111c11tu
Média
04
03
02
O1
o L_,_,=:::...._-,----.----+---,,----.--=""t---- Desvios
-3 -2 -1 o 2 3 padrão
0.1 2.3 15 9 50 84 1 97 7 99 9
Porcentagens
68 2~·il
1 1
95.4~~
(;ig. J<? Curva da distribuii;i1o nnrmal ,li\ idid.i i.:m pon:i:Hlag1.·ns <.: t:m dcs\ ios padrüo :\s mcdii;ü.:s clinicarnt:nti:
normais siin arbitrariamente ddini(las conHi .iqtH.:las (lllL' st: en,ai\:am no inti.:n alo l'lllre um d!.:S\ iti padrfio acima I.!
abaixo da m!!dia (fiX 21:\1 di: todos os ,alnn.:s)
-;;
180 Unfôidc
' '' ''1
Variação no Crescimento Sistêmico
8 ' \
'' '
\
ri
•.:,o
160 '\ \ Richard Scan1111011 1' 7 sintetizou as curvas do crescirnento
'' \
o
~
1' '' dos tecidos corpóreos cn1 quatro curvas básicas Elas co-
o 140 1 bre1n o período pós-natal de 20 anos, e presu,ne-se que
E
o / ' ''
E durante esse intervalo as di111cnsõcs adultas tenha1n sido
' ''
"~ 120
I ''
\
''
obtidas e atingin.1111 1()()l).,() cio seu valor. co111eçando no nas-
o I cin1ento en1 ()(),;) Para cada ano. cada curva tc1n tnna certa
~
E I
I ''
\
pon..:t.:ntagen1 do seu valor adulto . E.le propõs quatro cur-
o
~
100
,...--- '
!! ,f" Cérebro e cabeça
vas (de cin1a para baixo): !inf{'iide. neural. geral e genilal
,; (Fig" 3-3)
~
o 80 /,' /
/l '
~
A curva linfúidc inclui o tin10. as adenóides fhringea
E
o
o
60 /,,,' / e das a,nígdalas. os linfr)nodos e as 111assas linfflticas in-
"E
o
o
/,,''
Geral / testinais Esses tecidos crcsccn1 até u111 ponto 111áxin10 de
aproxi1nadan1ente 20()1~,(, entre os l O e os 15 anos de ida-
'É
•E 40 / de A redução de 200 para 10(\!'.i. .ii é principalincntc obtida
I ' / pela involução do ti1110. que se converte e111 tecido coqjun-
"'
-·
20 tivo
o
8 2
-·
4 6
Genital
-·-·--·-·-"
1 1 1
8 10
1 1
12
./
14 16 18 20
A curva neural inclui o cérebro. a 111edula espinhal. o
siste,na ocular e partes ósseas relacionadas do crünio, da
fhcc superior e da coluna vertebral.. ;:\ curva aun1cnta 1nui-
Idade (anos)
to durante a inff1ncia Aos 8 anos de idade. o cérebro já
Fig, 3-3 Cur\'as hü:,ii.;as do ercscimcnt(1, pn1posws por Seammon ( ada atingiu cerca de 95!\/i) do seu ta,nanho adulto O cresci-
curva representa as dimcnsiies do teeid(1 durnntc o .:rcscimcnlo pús-natal 111cnto en1 t::1111anho é acon1panhado pelo crescin1ento da
Clllllll lllll.! porecntugem da dimensiio adulta. a qual!! 1(10'!,-;, (Re(lcscnhadll
u partir de Seammon RC: Thc measurcrncnt ot"tlic b(idy in ehildhon(l Em
estrutura interna. pernlitindo que unia criança co1n 8 anos
Harris IA ct ai (ed ): 7111.: lll('o1·1irn11u11 í!f'IJ/(111 i\linncapolis. !930. 'lhe li1ncione quase no n1csn10 nivcl neurológico que un1 adul-
Univcrsity oJ ivlinnesota Prcss ) to
Res111110 do C'n!\(Ú11e1110 Pú\-llutal f/1111u.1110 C,wiTu1.o 3 35
74 74 74 74
67 70 70
65
65
61 64 64
59
60 60
55
51 54
"'g:,"
~
~
"e 50
o 45
"o
õ"'
õ
E,
41 s 44
~ 2
~ o
40
35 ~
36
10 12 14 16 18 8 10 12 14 16 18
~Alto Idade (anos)
a Idade (anos)
[IIl] Mêdio
~ Baixo
fig. J-4 Cur\'as de cri.:si.:imcnlo i.:statural para meninos l! meninas (i\hidil1eadn a partir di.: 1\krcdith HV. Knnll VB:
/!eiglu~11·1..'ig/11 i11r1..•rpre1arw11 J(lhh,1· Jii1 bo.11 (1/lcl gil /1·. Chicugo, 19(17 . .loint C1Hnmittee on Health Probkms ín E<lucation
(lf the National [ducation Associa1ion and the .-\mcrican ivlcdica[ Association )
A curva geral inclui as din1ensões ex.ternas do corpo. do cresci111ento en1 altura. pois a altura é considerada un1
os órgãos respiratórios e digestivos, os rins. os troncos lütor de herança poligênica Quando as curvas cun1ulati-
puhnonarcs e a aorta, o baço. a 111usctilatura, o esqueleto e vas dos n1eninos e das n1eninas são co1nparadas, a das
o volun1c sangüíneo Esta curva au111enta en1 tuna veloci- 1neninas ultrapassa a dos 111eninos perto dos l O anos de
dade constante desde o nascin1ento até os 5 anos e depois idade, que consiste no início do estirão do crescin1ento
atinge uni platô dos 5 aos IO anos, seguido por outra acele- puberal e que ocorre priineiro nns 111eninas. Dos 10 aos 13
ração durante a adolescência e. Jínah11ente. sofre tuna anos as 111eninas são. ein 111édia. 111ais altas do que os 111e-
desaceleração na vida adulta. ninos. Aos 14 anos, os ineninos con1eçan1 a superá-las en1
A curva genital inclui a genitália e todas as caracte- altura (veja Fig. 3-lA) ·1
rísticas sexuais secundárias. A curva te111 tuna pequena Quando os incren1entos do crescin1ento são inseridos
elevação no prin1eiro ano de vida e depois é quiescente até en1 uni gráfico retratando a curva da velocidade, observa-
os 1O anos de idade. época na qual o cresci111ento destes se que o índice de crescin1ento ditninui desde o nascin1en-
tecidos au111cnta durante a puberdade to até a adolescência. época na qual un1 acentuado estirão
no crescin1ento en1 altura é detectado en1 an1bos os sexos,
Crescimento em Altura - Quando um gráfico que ilus- na puberdade Isto é deno111inado estirão adolescente, que
tra a altura de acordo con1 a idade é construído a partir de é a aceleração pré-pubcral ou circun1pubcral O início
dados obtidos de un1 grande nú,nero de crianças. tuna pren1aturo do estilão nas n1ulheres é ilustrado na figura 3-
variação a111pla de 111edidas é observada para cada idade~ 1B ·1 O estirão con1eça perto dos IO anos e 1neio ou 11
Perceba a variação crescente nas rnedidas da allura con1 o anos nas 111eninas. ou dos 12 e 111eio aos 13 anos nos n1e-
aun1ento da idade (Fig 3-4) A curva ilustrada é tuna cur- ninos. Ele dura cerca de 2 ou 2.5 anos en1 an1bos os gê-
va cun1ulativa . As curvas dos ho111ens e das 1nulheres di- neros. Durante este surto de crescin1ento. os rneninos cres-
fere111 e são usadas separadan1entc nas aplicações clíni- cen1 cerca de 20 c111 de altura. enquanto as n1eninas
cas. Unia criança que está acin1a da 111édia para as n1edi- cresce111 cerca de 15 c111 Nas 1neninas. a n1enarca se1npre
das de sua idade não é necessnria,nente anonnal A altura ocorre após o pico do estirão adolescente e111 altura.'1 O
dos pais é u1n ratar i1nportante para detenninar o potencial final do estirão é caracterizado por tuna desaceleração rá-
36 ScÇ,\o I Cre\cil11e1110 e De.\e11,·oh·i111e11to
pida do crescin1ento, con1 as 1neninas atingindo 98(Y;) da Seis Tipos de Crcschnento Estatura} cnt Crianças
11
Meninos
Meninas
220
200 200
w
é.l
=
g
150 o
~ 150
80 80
60
50 50
40
20 4 6 8 10 12 14 16 18
•
4 6 8 10 12 14 16 18
Idade (anos)
Alto Idade (anos)
mn Médio
~ Baixo
Fig. 3-5 Curvas de crescimento ponderai parn meninos e meninas (i'v!odi!1cado a partir de l'vh:rcdith J-IV, Knott VB:
lleighl-ll'l'ighr i1tTl'rprl'falio11 f(ihkr for hoy,I a11d gir/\', Chicago, 1CJ(l 7. Joint Cornmittec on 1-kalth Prohlems
in
Education oi' lhe National Cducation :\ssociatíon and the A111crica11 i\·lcdical Association )
Req11110 do Cre.scil11ento Pá\-11atal f/11n1ano CAPÍTULO J 37
con1 certa precisão a altura dos adultos, corneçando no na111-se 111ais pesados (veja 1:ig .3-IC). 4 A velocidade do
prin1eiro ano de idade, para as crianças co111 cresci1ncnto crescin1ento ponderai dinlinui desde o nasciinento até cer-
dentro da 111édia 1~ Os 111étodos de previsão varia111 para ca dos 2 anos de idade, e depois disso ten1 tuna aceleração
hon1ens e 111ulheres Desde os 3 anos até o surto da ado- lenta até o início do surto da adolescência (veja Fig. 3-
lescência, as previsões são 1nais confiáveis I D) 4 Durante o surto. os n1eninos poden1 ganhar 20,25
kg e as n1eninas, 15,75 kg. A 111édia de idade para o surto
Crescimento Ponderai - Em comparação com a altura, da adolescência en1 peso nas rneninas é 12 anos e nos
existe n111ito 1nais variação nas 1nedidas referente ao peso ,neninos, 14 anos O surto te111 111agnitude inferior nas 111e-
(Fig 3-5). 8 Na altura, apenas três con1ponentes são 111edi- ninas, con1parado con1 o dos 111eninos (veja Fig 3-1 D) 4
dos: os ossos, a cartilage111 e a pele C'ontudo, no peso, O pico de velocidade para o surto en1 peso fica atrás do
todos os tecidos do corpo estão envolvidos As curvas pico da velocidade da altura. en1 n1édia tl'ês 111eses Os
ct1111ulativas da altura e do peso ilustra111 essa diferença adolescentes torna111-se 111ais altos pri111eiro e depois co-
(veja Figs. 3-4 e 3-5) n1eça111 a ganhar peso Da 111es1na fünna, a 111assa corpórea
No nascin1ento. o peso é 111ais variável do que o co1n- não atinge seu valor adulto até a altura adulta ter sido obtida
pri1nento. Nessa época, as 111eninas que nasceran1 de unia
gravidez a tern10 total são en1 1nédia cerca de 140 g 111ais
leves do que os ,neninos. Mães pequenas tê111 bebês pe-
Índices de Maturidade
quenos Os filhos caçulas de tuna fU111ilia são geraln1cnte
Vários 111étodos são usados para avaliai o nível de n1aturi-
111ais pesados do que o prin1ogênito. O ganho de peso é
dadc alcançado por urna criança durante o crescin1ento
rápido durante os pri1neiros dois anos do crescin1ento pós-
pós-nata!.~ 10 As crianças da n1esn1a idade varinn1 n1uito
natal Isso é seguido por uni período de aun1ento estável
en1 sua condição de 111aturidade: porlanto. vários indica-
até o surto da adolescência Entre os 11 e os 13 anos de
dores de 111aturidade biológica füran1 desenvolvidos para
idade, en1 n1édia, as n1eninas são n1ais pesadas do que os
analisar o progresso na direção da 111aturação total do
n1eninos. Após o surto da adolescência, os n1eninos tor-
individuo, cn1 vúrias épocas durante o crescin1ento (Qua-
dro 3-1 ). A idade dentária baseada na co1oa do dente e na
Qti.1th·o 3-L Indicadores de t'vlaturidade Biolóu:ica calcilícação radicular tern tuna vantagcn1 sobre o indica-
dor de 111aturidade baseado na idade da irrupção, já que ela
L Idade n1orfolôgica: baseia~se na altura A altura de tuna é útil durante todo o desenvolvin1ento dos dentes, não ape-
criança pode ser con1parada co111 as da 1nesn1a fílixa etária e corn nas durante o breve periodo identificado pela irrupção. 1;
outras para detenninar en1 que ponto ela se encontra en1 relação Os indicadores de n1aturidade são difCrentes para os
às de1nais A altura. ou idade n1orfOlógica. é útil con10 tun indica- gêneros: as 111ulheres an1adurecen1 antes dos hon1ens du-
dor de 1naturidade desde o fina! da Jactância até o inicio da vida
rante todo o crescirnento pós-natal
adulta
2. Idade dcnühia: baseia-se en1 dois difCrentes 111étodos de
avaliação O 111étodo n1ais cornu111ente usado é a observação da Composição e Proporções do Corpo
idade na irrupção dos dentes declduos e pcnnancnles Isso pode
ser chan1ado idade de ;, 111pç-lio de11tá1 ia O segundo 111étodo
envolve a velocidade do desenvolvin1ento dos dentes. desde a
Unia 111udança cotllínua nas proporções do corpo é obser-
calcificação da coroa até a finalização da raiz. utilizando~se radio- vada durante o cresci111cnto pós-natal A figura 3-7 n1os-
grafias dos dentes não irro111pidos ou en1 desenvolvin1ento u Os tra algu111as das principais n1udanças, que incluen1 pro-
indicadores de n1aturidade por idade dentária são úteis desde o porções decrescentes para a cabeça e proporções cres-
nasci111ento até o inicio da adolescência (l:ig 3-6) centes para os 111e111bros infCriores 7 As proporções para a
3. Idade sexual: refere-se ao desenvolvin1cnto das caracteris~ cabeça e o pescoço n1udan1 de 30 1Xi do total do corpo no
ticas sexuais secundárias, dos seios e a 1nenarca nas n1ulheres; o nasci111ento para 1QtYcJ no adulto O volurne dos 1ne111bros
cresci111ento do pênis e dos tcsticulos nos hornens; e o desenvol-
infCriores corresponde a J 5(X1 do volun1e corpóreo total
vi1nento dos pêlos axilares e pubianos en1 ainhos os gêneros
Esse tipo de indicador te111 validade apenas durante o cresciinen-
no nascin1ento, con1parado con1 30o/o no adulto. O tronco
to adolescente aun1enta de 45 para 50cYci, e os 111en1bros superiores não
4" Idade esquelética: baseia~se na avaliação do dcsenvolvi- exiben1 1nudanças no volun1e, con10 proporção do volun1e
1nento dos ossos da 111ão e do punho. O desenvolvi1nento dos corpóreo total Essas 111udanças nas proporções estão re-
ossos desde o surgin1ento de centros de calcificação. até o fecha- lacionadas con1 velocidade e duração variadas de cresci-
1nento da pl.:ica epifisiária, ocorre na 111ão e no punho durante n1ento das partes co111ponentcs do corpo
todo o período do crescirnento pós-n;,Hal e. portanto, representa O centro de gravidade é 111ais alto nas crianças do que
tuna fonna prática de avaliar a n1aturidade biológica U1n total de
nos adultos, o que torna a parte superior do corpo infantil
5 ! centros de cresciincnto ósseo separados são localizados na
n1ão e no punho Foi desenvolvido un1 atlas do dcsenvolvi111ento
pesada. En1 todas as idades. a cabeça está a frente do tron-
da n1ão e do punho que é 1nuito útil na detenninação do estágio co, e o tronco a frente dos n1e1nbros, no que diz respeito
de nu1turidade de cada criança 14 à n1aturidade As partes 111ais perifCricas dos 111e111bros são
111ais adiantadas do que as centrais. Existe un1 estágio te111-
38 SEç,\o ! Cre\Li11u:1110 e De\·e111·oh·ú11e11to
i w-
Fig. 3-6 Estúgiu:-. dt::-.c1nulvi111c11t,1i:-. dus dcutcs p~·1nw11c111cs (Redesenhado ;i
v
partir de Di:mi1jian :\ Gukbtcin J-1, Lmncr
Jlvl: /-/111111111 !Jiol-15:211-227, 1973)
Fig. 3-7 iv!udanças nas propon,:õcs do corpo durank o crescimento (Redesenhado ;1 partir de Rohhins \VJ et ui: Groll'tÍI
New Havcn. Conn. 1928 Yale Uni\'crsity Prcss)
porário durante a adolescência, no qual as 1nãos e os pés Na adolescência, os on1bros dos hon1ens crescen1 n1ais
são grandes e desproporcionais en1 relação ao restante do que a pelve, enquanto o inverso ocorre nas n1ulheres. O
corpo O pé pára de crescer rapidan1ente, antes da 111aioria depósito de gordura no corpo IC111inino produz n1udanças
das outras partes do esqueleto Nos estágios finais da ado- consideráveis no fon11ato do corpo . En1 geral, as diferen-
lescência, a lateralidade supera a linearidade cn1 cresci- ças entre os hon1ens e as n1u!heres são exageradas na ado-
n1ento lcscência.111
Rí!\ 111no do ( n...·.,, ii11c11to P/J \-11010/ /1111110110 (,\l'ÍTUI.O 3 39
Tl1bcla 3-1, /\'ludanç,is na Compnsiçfüi ( nrpúrea r.:0111 ;1 Idade (Pnr- rin1 atinge seu valor adulto entre os 2 e os 3 anos de idade,
c:entagem do Total) 111as a pressão arterial sobe durante todo o cresci111cnto
pós~natal e por toda a vida. A pressão sistólica é de cerca
Estrutura l"elll Recé1n-nascid(i Adulto
de 80 111111 Hg aos 5 anos e sobe para o valor adulto de 120
Pt:lc gordura !6'!-';, 21i"<, 25•;" 111111 Hg í\s n1eninas exiben1 uni surto puberal na pressão
'
Viscerns 16'(·;, 16'1·0, 1 l '};, sangüinea sistólica. que ocorre antes que o surto corres-
Sistema nervoso 2 l 'Yo 15•1·;, 3•; ..
pondente nos hon1ens
~.,.Júsculos 25•;;, 25''.o -!3'1·;,
Esquelt:to 22'1 .. IX''." 18 11·0 A p1odução de calor din1inui durante o crescin1ento
pós-natal. co111 as 111ulheres experin1entando unia redução
De Krogman \VJ\·I: Lhi/d Unmtlt :\nn :\rbur i\!ich 1972 lhe Uni\ersily 1naior do que os ho1nens J\s diferen<;as no aun1ento da
or i1:!ichígan Press
for<;a n1uscular são observadas entre os gêneros durante a
adolescência
Composição Corpórea
En1 un1 resun10 ben1 si1nplista, é possível dizer que exis-
Desenvolvimento Sexual
ten1 cinco con1ponentes estruturais principais do corpo Na adolescl:ncia, diversas n1udanças ocorren1 no desen-
hu111ano: ( 1) pele e gordura superficial: (2) vísceras, in- volvin1ento do aparelho sexual prin1ário e secundário O
cluindo o coJ"ação: (3) o siste111a nervoso central e o peri- prin1eiro sinal da puberdade n1asculina é o cresci111ento
fCrico: (4) os 1núsculos e (5) os ossos Durante o cresci- dos testiculos. E1n resposta ú produção de horn1ônios tes-
111ento pós-natal ocorren1 1nudanças nas quantidades pro- ticulares. as outras partes do aparelho sexual con1eçan1 o
porcionais desses cinco con1ponentes ( Tabela 3-1 ). 1 A pele seu dcsenvolvin1ento adolescente Nas n1ulheres, o cres-
e a gordura, con10 unu1 porcentagein da co111posição cor- cin1ento dos ovúrios precede o do restante do aparelho
pórea total, sofien1 poucas nnidanças desde o nasci1nento sexual f\ n1cnarca ocorre após o pico da velocidade do
até a vida adulta (26 para 25 1}~)) .. J\s visceras di1ninuen1 cresci111ento en1 altura
ligeiran1ente, de l 6cYc, no nascin1ento para ! J 1Y;) na vida adul-
ta Os tecidos nervosos di1ninuen1 acenluadan1ente. de \ 5<Yc,
110 nascin1enlo para J<\1 na vida adulta . O tecido 111uscular
quase dobra. de 2scx) 110 nascin1ento para 43 1X) na vida
FATORES QUE INFLUENCIAM O
adulta O esqueleto não nn1da con10 tuna porcentage111 da CRESCIMENTO E A MATURAÇÃO
con1posição corpórea total, desde o nascin1ento até a vida
adulta (18%,) Fatores Genéticos
No que diz respeito aos con1ponentes 111ais ele,nenta-
O controle büsico do crescin1ento, tanto en1 111agnitude
res. durante o crescin1ento pós-natal existe unia redução
quanto e111 época, se localiza nos genes. 12 O potencial de
de l 7cYci no total de água do corpo; as proteínas e a gordu-
crescin1ento C genético O resultado real do crescin1ento
ra aun1entan1 en1 cerca de 401X), enquanto os n1inerais au-
depende da interação entre o potencial genético e as influên-
111entan1 en1 aproxi111adan1ente 250<;;;. A redução na con1-
cias an1bicntais
posição total de água é 111ais acentuada nas n1ulheres. que
Estudos realizados co111 gên1eos 111ostrara111 que o ta-
experin1enta111 u1na redução de 77°/o 110 nascin1ento para
1nanho e a ronna do corpo, o depósito de gordura e os
54rx1 aos 18 anos de idade, Nos hon1cns, essa redu<;ão é
padrões de crescin1cnto si.ia 1nais controlados por fatores
de 77°/o no nascin1cnto para 6sc;;;1 aos 18 anos
genéticos do que a1nbientais A hereditariedade controla o
resultado final e n velocidade de progresso na direção do
Mudanças Fisiológicas resultado final As idades carpa!, dentária. sexual e outras
idades biológicas de gên1eos idênticos são sen1elhantes,
rvtuitas 111udanças fisiológicas ocorren1 durante o cresci- enquanto os indicadores de n1aturidade dos gên1eos fra-
111ento pós-natal, 111uitas das quais ilustrando a difCrença ternos pode111 ser consideraveln1ente ditCrentcs É prová-
entre os hon1cns e as n1ulheres 111 A fi·eqüência cardíaca vel que os fútores genéticos cun1pran1 tuna função signi-
en1 repouso desacelera de cerca de 100 batin1entos pot ncativa nas diferenças de crescin1ento ent,e os ho111ens e
n1inuto aos 2 anos de idade até o valor adulto, de 65 a 70 as 111ulheres O avanço nítido das 1neninas en1 relação aos
batin1entos por 111inuto Esse aspecto estú de acordo co111 1neninos, no índice de 1naturação. é atribuído ú ação re-
a regra biológica geraL de que a freqüência cardiaca é in~ tardada do cron1osson10 Y nos hon1ens. Ao retardar o
versa1nente proporcional ao tan1anho do corpo A te1npera- crcscin1enlo. o cron1osso1no Y pcnnite que os ho1nens
tura da boca en1 repouso é reduzida nas 111ulhercs e1n uni cresçan1 por uni pcriodo 111ais longo do que as 111ulheres,
grau ou 111ais, desde a lactància até a 1naturidade. enquanto possibilitando assi111 un1 crescin1ento geral 111aior Os indi-
nos ho1nens essa queda continua por outro n1eio grau víduos portadores do padrão cron1ossôn1ico XXY
Algun1as ftlnções lisiológicas an1adurece1n nn1ito 111ais (sindron1c de l(linel'elter) tên1 pernas longas e apresentan1
cedo do que outras A taxa de tíltraçi.io dos glo1nérulos do un1 padrão de crescin1ento se1nelhante ao n1asculino, 111es-
40 SE(},O I Cre.\Linu.:1110 e DeH:1n·oh•ii11e1110
1110 con1 a presença de dois cro1nosson1os X Os indivídu- produz uni gigante pituitário e a sua deficiência resulta e1n
os portadores da sindro111e de Turner, que possue111 ape- un1 anão pituitário. O honnônio do crcscin1ento hun1ano é
nas un1 cron1osson10 X. desenvolven1-se con1 un1 padrão utilizado no trata1nento do 11anísn10 pituitário
de cresci111enlo fCn1inino. ton1ando-se n1ais parecidos con1 Existe unia interação con1plicada entre o horn1ônio do
tuna n1ulher na vida adulta Os indivíduos con1 constitui- crescin1ento e a insulina A insulina é in1portante na sínte-
ção cro111ossôn1ica XYY são n1uito altos ( 1,80 111 ou n1ais), se de proteina, enquanto o horn1ônio do crescin1ento é
o que apóia a hipótese de que o cron1osson10 Y provoca incapaz de causar a forn1ação de quantidades norn1ais de
11111 efCito ele retardo do crescin1ento ácido ribonucléico sen1 a ,~juda da insulina Outras evidên-
cias sugeren1 que. no diabetes, a produção excessiva cio
horn1ônio do crescin1ento pode deprin1ir a produção de
Controle Neural insulina Pode haver uni antagonisn10 entre a produção cio
honnônio do crescin1ento e a de cortisona, através do cór-
Acredita-se que exista un1 centro de crcsci111ento na re-
tex das glàndulas supra-renais O honnônio do crescin1ento
gião do hipotúlan10. que 111antén1 as crianças na sua cur-
é produzido en1 tuna secreção ritn1ica diária, cqja quanti-
va de cresci1nento genetican1entc dctenninada . En1bora a
dade varia inversa111ente de acordo con1 a secreção ele
correlação entre o tanutnho no nasci111ento e na vida adulta
cortisona O pico da secreção diária cio honnônio cio cres-
seja baixa, perto dos 2 anos ela se torna razoaveln1cnte
cin1ento ocorre nos prin1eiros estágios cio sono
alta A interprelação desse filto é que durante os prilneiros
O lobo anterior ela glândula pituitária tan1bén1 secreta
dois anos do crescin1ento pós-nataL o sislen1a de controle
o honnônio tirotrófico. que influencia o crescin1ento, esti-
neural n1anteve a criança cn1 sua curva genética predeter-
n1ulanclo a secreção da glândula tireóide Os honnônios da
111inada No nasci,nento. o tan1anho do corpo é lin1itado
glândula tíreóide, a tiroxina e a triiodotironina, estinn1la1n o
para aco1nodar o processo de nasci1nento Postcriorn1en-
n1etabolis1no geral e são i111portantes no cresci111ento dos
te, as crianças destinadas a seren1 grandes expcrin1cntan1
ossos, dos dentes e do cérebro. A deficiência de iodo re-
uni in1pulso da atividade de crescin1ento, nivelado durante
duz a produção desses hor111ônios A deliciência infantil
os prin1eiros dois anos Nen1 todas as crianças experin1cn-
dos honnônios ela tireóide produze1n u111 anão 111entalinen-
tan1 esse in1pulso de crescin1ento pren1aturo, portanto al-
te retardado A secreção da tireóicle diniinui desde o nasci-
gun1 n1ecanisn10 obvic.1111ente opera para realizar essas n1u-
n1ento até a adolescência. e depois cresce por toda a dura-
danças pren1aturas O hipotálan10 localiza-se aci111a da glàn-
clula pituitária, e acredita-se que ele envie 111ensagens para ção do estirão adolescente
Sabe-se que os horn1ônios da pituitária e da tireóide
essa glàndula através ele un1 sisten1a elaborado de f'eeclbac-k
cun1pren1 tuna função secundária no cresci1ncnto, duran-
Tan1bén1 existen1 evidências de que o sisten1a nervoso
te o surto da adolescência As n1udanças observadas na
peri fCrico clesen1penhe tuna parte no controle do crescin1en-
adolescência são causadas pela secreção dos honnõnios
to, Se un1 n1L!sculo son1ático for desncrvado, ele atrofia. Foi
sugerido que as fibras nervosas peritCricas exerce111 uni el'eito gonadais e do anclrogênio Os androgênios são produzidos
nutritivo ou trófico sobre as estruturas que elas inervan1 pelo córtex supra-renal, controlado pelo hon11ônio adreno-
corticotrólico (AC TH). produzido pela glândula pituitária
Não ocorre nenhun1a 111udança na quantidade de AC'T 1-l
Controle Hormonal durante a adolescência, e1nbora se acredite que talvez o
1necanisn10 de inibição da produção do androgênio s~ja
Provaveln1ente, todas as glàndulas endócrinas inlluencia1n ren1ovido na adolescência para pern1itir a sua secreção
o cresciinento. 1 10 O lobo anterior da glândula pituitária pro- Os androgênios cun1pren1 unia função in1portante durante
duz tuna proteina denonlinada horn1ônio do crescin1cn- o crescin1ento adolescente, en1 an1bos os gêneros
to. ou son1atotropina Ela pode ser detectada no final do O horn1ônio gonadotrófico da glândula pituitúria estí-
segundo ,nês l'etal, logo após a pituitária ter se forn1ado n1ula a produção de testosterona nos hon1ens e de
Acredita-se que o honnônio do crescin1ento, e1nbora não estrogênio e progesterona nas tnulheres A testosterona e
seja essencial para o crescin1ento J'etal, s~ja fundan1ental os androgênios adrenais estin1ulan1 o crescin1ento cios
para o cresci1nento pós-natal O horn1ônio do crescin1en- 111üsculos. dos ossos e dos glóbulos vennelhos e as ca-
to n1antén1 o índice nonnal da sintcse de proteina e parece racterísticas sexuais secundárias nos hon1ens. As secre-
inibir a sintesc de gordura e a oxidação de carboidrato. Ele ções ovarianas tên1 1nenos e!Citos gerais no crescin1ento,
é necessário para a proliferação das células de cartilage1n, e nas 111ulheres a produção de androgênio pela glândula
portanto ten1 un1 in1portante efeito sobre o cresci,nento adrenal é principalrnenle responsável pelo crcscin1ento na
ósseo e, conseqüenten1ente. o crescirnento en1 altura As adolescência As secreções ovarianas controlan1 as n1u-
suas funções no cresci111ento torna111-se ineficazes quan- clanças sexuais secundárias, incluindo as n1udanças nas
do a epífise se fCcha, n1as ele provavehnente 1nantén1 seus fonnas do corpo.
efeitos sobre a síntese de proteínas durante toda a vida As secreções da paratireóide, o pal'atonnônio e a calci-
Acredita-se que a produção do honnônio do cresci111ento tonina controlan1 a quantidade de cálcio no sangue e sua
seja controlada pelo hipotálan10. O excesso desse ho1111ônio interação con1 o cálcio cios ossos Esses dois honnônios
Re'il/1110 do ( /"(_'\( i111e11to Pó\-1/!llal f/ lll/U/1/() (,\PÍTIJLO J 41
Nutrição I2
3
-;;; 110
U1na ingestão suficiente de alin1entos nutritivos C csse1H..:ial "e
para o cresci111ento nonnal. 1 ~ A desnutrição envolve a de- B
e
ficiência de calorias e de elen1entos nutritivos necessários "E
<" 90
Os ratos alin1entados con1 111na dieta pobre en1 calorias. e
satíslütória en1 outros con1ponentcs. paranun de crescer
Quando as calorias adequadas li:.1ran1 adic:ionadas ú dieta.
70
eles co111cçaran1 a crescer novan1entc. Esse tipo de ajuste
do corpo para a suficiência a!i111cntar variúvcl tan1bén1 ocor- 3 6 10 15 17 20
re nos hu1nanos A subnutrição tende a acentuar o cresci- Idade (anos)
50
111ento dilCrencial nonnal dos tecidos corpóreos. O desen-
volvin1ento dos dentes precede o dos ossos. e os ossos B 2 6 10 14 18 20
crescen1 111elhor do que os tecidos 111oles. co1no os 1nús- Idade (anos)
culos e a gordura 1\ inanição allcra a coinposição do cor-
po. Na inanição, as proteinns do c:orpo não se acun1ulan1. Fig. 3~8 Curvas dl.! crl.'.sciml.'.nH1 para a mCdiu tk altura de mcninos
1nas sin1 são consu1nidas ele fonna que a tnassa celular do caucasianos nortc-amcrican11s cm 1880 I.'. 1960 (:vlndilicado a partir de
corpo seja reduzida 1\ gordura é consun1ida e esgotada () i\lcn.:dith 1!V: Changcs in lhe st.ilurl.'. and bndy wcight (1f No1th Amcrican
hoys during thc klst 8() yc.irs Em Lípsitt LP Spikcr CC (cc ): Adr,111te1· i11
líquido corpóreo extracclular autnenta /\ perda de peso é.
( /Jild ilL·1·e!o/!ll1t'nt a11d lieluwiol'. Nt:\\ York. Acadernic Prcss )
portanto. 111ascarada pelo cdi;::n1a ck: ft..1n1c
Unia dieta equilibrada inclui uni supri1nento adequado
de proteínas Nove a1ninoúcidos são essenciais para o cres~
As n1udanças seculares na altul'a dos n1eninos norte-an1eri-
cin1ento A ausência de qualquer uni deles resulta en1 dis~
canos. entre 1880 e 1960, é ilustrada na figura 3-8 Os 111e-
túrbios do crescin1ento ('{tlcio. fósfüro, tnagnésio. n1an-
ninos con1 15 anos de idade eran1 12,5 cn1 1nais altos en1
ganês e l1úor são essenciais para o cresci1nento adequado
1960 do que seus sen1elhantes en1 1880 U1na tendência
dos ossos e dos dentes O f'erro é necessário para a pro-
sen1elhante foi observada nas crianças 1nais novas Entre
dução de hen1oglobina As vitan1inas ta1nbé111 são essen-
1880 e !950, a altura 1nédia das crianças an1ericanas e euro-
ciais para o crescin1t.::nto norn1al A vita111ina A controla as
péias ocidentais aun1entou n1ais de rneia polegada a cada
atividades dos osteoblastos e dos osteociaslos: na sua de-
dez anos de vida. en1 uni total de l O cn1 Provaveln1ente a
ficiência. ocorren1 defeitos no crcsci1nento ósseo A vita-
tendência é resultante de 111na quantidade 1naior de alin1en-
1nina 8 1 causa unia influência considerúvcl no crescin1en-
tos e de dietas 111ais balanceadas Outros benelicios con10 a
to A vitan1ina e· é necessária para o c:rescin1ento adequa-
din1inuição das doenças e os avanços no atendin1enlo n1édi-
do dos ossos e do tecido coqjuntivo A vitan1ina [J é fun-
co tan1bén1 c:ontribuíran1 para a tendência secular
dan1ental para o crescin1ento ósseo norn1al () oxigênio é
En1bora as crianças estejarn crescendo en1 n1aior velo-
tan1bén1 uni con1ponente necessúrio para o crescin1ento
cidade. elas tan1bén1 para111 de crescer n1ais cedo O surto
nonnal As crianças portadoras de defeitos cardíacos con-
estatura! adolescente ocorre n1ais cedo agora, porén1 não é
gênitos pode111 ser n1cnores e exibir retardo do crescin1en-
n1ais acentuado hoje do que no passado. No início do sécu-
to, os quais são freqücnten1ente revertidos quando do re-
lo XX, os hon1ens atingian1 sua altura final aos 25 anos de
paro cirurgico
idade Agora, eles chega1n a ela por volta dos 20 anos. A
n1udança secular é 111ais acentuada na altura infantil do que
Tendência Secular na adulta. Os adultos estão ficando n1aiores, n1as de fànna
111enos expressiva do que as crianças. Unia característica
Existen1 evidências consideráveis de que hoje as crianças interessante da tendência secular é uni avanço progressivo
estejan1 crescendo n1ais rapidan1ente do que crescian1 no na ocorrência da n1enarca Essa n1udança pode estar relaci-
passado 11 Dados con1pi!ados na Inglaterra indicara111 que onada con1 unia 111elhor nutrição. Por fi111, existen1 evidên-
a altura dos n1eninos con1 16 anos de idade aun1entou en1 cias de que a tendência secular na altura e no peso atinginun
n1ais de 111eia polegada a cada dez anos, de 1873 até 1943 11111 platô nos Estados Unidos durante os últin1os 30 anos. 1
42 Su;,\o I
Introdução ao
Crescimento da Face
TERMOS-CHAVE
crescin1ento fon11ação óssea ossificação endocondral suturas craniofaciais
desenvolvh11ento endocondra! ren1odelação sincondrose da base craniana
n1aturação fon11ação óssea translação pri111jria sincondrose esfeno~occipital
condrogênese intran1en1branosa translação secundária côndilos n1andibulares
sincondrose septo nasal
O estudo das nn1danc;as norn1ais que oco1Tc111 no con1plc- c.k:screver as n1udanças que oconen1 durante toda a vida
xo lllcial ajuda o dentista a idcntilícar e diagnosticar quais- De acordo con1 o !)icio11ú1 io H'l!hste1 '.\, crcscin1cnto é
quer anonna!idadcs existentes. con1 a linalidadi: de propi- di:linido con10 aun1ento progressivo de tan1anho (isto é.
ciar un1 trata111ento adequado ao paciente Portanto. é es- e\·oluçào. surgi111ento, aun1ento ou expansão). O dcsen-
sencial que o cientista esteja ciente de con10 a l~1cc evolui . volvirncnt'o é definido co1110 resultado do crcscin1ento
onde essas n1udanc;as ocorn.~tn e quando elas gcrahnentc natural, e.li !Crenciação ou evolução n1ediante n1udanças su-
acontece111. Tal conhccin1ento pcnnite que o dentista lllt)- cessivas. A rnaturação é definida con10 o surgin1ento de
difíque os processos de crcscin1cnto, a !in1 de sanar as características pessoais e de t'Cnôn1enos con1portan1entais
necessidades dos pacientes que busca111 o trata1nento para co1110 consequência dos processos de crescin1ento
as diversas 111::ís oclusões Obvia111cnte. essas três palavras fOnnan1 un1 LOJ1li-
Profissionais perspicazes estão interessados no resul- 1111u111 do 111csn10 conceito e con1 fi . eqüência são usadas
tado in1ediato do tratan1ento e tan1bén1 na estabilidade a i nd i scri 111 i nadan1en te
longo prazo elos benericios do tratan1ento fornecido. por-
que as n1udanças na E1ce e na dentadura continuan1 por
toda a vida E111 certos estágios do desenvolvi111i:nto. es-
FORMAÇÃO DOS OSSOS
sas n1udanças são drósticas e !üciln1cnte observadas. 1 en-
quanto en1 outras épocas são 1nais sutis . porétn igualinen- Embriogênese dos Tecidos Esqueléticos
te significativas. 2 Por exe111plo. quando indivíduos norn1ais Craniofaciais
roran1 aco111panhados entre os 25 e os -is anos de idadt.:.
111udanças significativas no con1plexo dentoh1cial ron.1111 O esqueleto craniolücial origina-se de três processos ex-
observadas. Essas 111udanças incluíran1 proen1inência nu1ior clusivos: condrogêncsc a fOr111ayão da cartilage111: for-
do nariz e aun1ento das discrepüncins entre o con1prin1cn- n1ação óssea cndocondral ~ o processo da conversão de
to dos arcos dentários e o tan1anho dos dentes supe1 iores cartilagen1 c111 osso: e forrnação ússea intra1ncn1branosa,
e infCriores, expressas en1 l{Jrn1a de api11ha111cnto. e1n 1né- o processo de fünnação óssea a partir do tecido n1esen-
dia 2 n1111. tanto nos hon1ens quanto nns 111ulhcres ~ quin1al não difCrenciado.)·1 O osso pode forn1ar-se direta-
Os lcrn1os cresci111e1110_ de\e111·oh·i111ento e 111atu1açiio n1ente a partir dos osteoblastos, un1 processo dcno1ninado
são freqücnte1nenle usados de fon11a indiscrin1inada para o.\\(lhartio i11tra111e111/naJ10.\a, ou possuir uni precursor
43
44 SEÇ,\o I Cre.\c.in1e11to e De,e111·oh·i111e11to
()s condroblastos produzc1n a 1natriz: a n1atriz intercelular 4 A rnall'iz pe1111ancce não calcificada: a n1atriz de cartila-
produzida pelas células cartilaginosas é dura, 111as flexí- ge111 é rica e1n sullhto de condroitina. associado a proteí-
vel. e capaz de pro1novcr u111 apoio rigido na não colagenosa Essa co111binação te111 a proprieda-
2 As cl.!lulas se ctnbutcrn na 111atriz: quando os condroblas- de especial de hidrofilia acentuada Os nutrientes e os
tos tornan1-sc enclausurados no interior da sua n1atriz detritos rnetabólicos difunde1n-sc diretan1entc através
secretada. as células de eartilage1n translOnna111-sc cn1 da 111atriz n1o!e para as células e a partir delas Conse-
condrócitos Os novos condroblastos são di ICrencia- qüenten1cnte. os vasos sangüíneos não são necessú-
dos da 111cn1brana superficial (pcricôndrio), e isto resul- rios na ca1tilage111
ta cn1 aun1cnto do ta111anho da cartilagcn1 (isto é, a carti- 5 A n1en1brana superficial não é essencial: a carti!agen1
lagcin pode au1ncntar de ta111anho pelo crescin1cnto ten1 tuna 111e111brana vascular de revcstirnento dc110111i-
aposiciona!) nada pcric.á1ub io. 1nas a cartilagen1 pode existir se1n
.3 Os condrócitos au1ncntan1, <livide1n-se e produze111 a ela Essa propriedade pennitc que a cartilagcn1 cresça e
111atriz: as células continuan1 a crescer e a secretar a adapte-se nos locais que envolve111 pressão (por ex,
n1atriz. au1ncntando assi1n a rnassa de cartilagcn1. de nas articulaçôes) A eartilagcn1 é tolerante à pressão
dentro para Ji:na () crcscin1cnto !'esultantc da expansão
interna é deno111inado c1C\ci111en10 i11te1 \IÍlia/
Os ostcoblastos produzc111 tecido ostcôidc: os osteo- à supertlcie do osso existente ( isto é. crcsciincnto aposi-
blaslos difcrcncian1-sc a partir dos centros de conden- cional do osso)
sação ccton1escnqui1nal e produzern l!!lla 111atriz de osso 4 O ostcóidc calcilica: a n1atriz de osso final!ncntc 111inc-
fibroso {ostcóide) raliza e torna o osso rclativan1cntc itnpcnncúvel aos nu-
2 As células e vasos sangüíneos são encapsuladas: o trientes e detritos 111ctabúlicos Os vasos sangüíneos
depósito de osteúidcs pelos osteoblastos continua. as aprisionados serven1 para suprir nutrientes aos ostcó-
células são encnpsula<las e transfonna,n-se en1 ostcó- fitos e ao tecido ósseo, e tan1bé111 para re111over os detri-
citos Os vasos sangüineos são retidos no interior dos tos
espaços e cventualincntc são cl!rcados por osso. en- 5 A n1en1brana essencial reveste o osso: tuna 111en1brana
quanto o sistcn1a harvcsiano con1eça a forn1ar-sc. a fi111 externa de osso deno111inada pc1 iósteo, e outra interna
de nutrir o osso denonlinada e1uhhteo são essenciais para a sobrevi-
3 O tecido ostcóide é produzido pelas células 111en1bra- vência do osso A interrupção da 111en1brana ou de seu
nosas: os ostcócitos perdetn sua capacidade de contri- suprin1ento vascular podcn1 resultar direta111ente na n1or-
buir diretmnentc par.1 o au111ento no ta111anho do osso, te das cé!uh1s ósseas e cn1 unia eventual perda óssea O
111as os osteoblastos do periósteo superficial produ- osso é sensível à pressão O osso calcificado é duro e
zen1 1nais tecido ostcoide. adicionando assiin cann1das relativan1entc inflexive!
cartilaginoso denon1inado ossificação cndocondral Neste esti'io presentes IOrças de tensão leves Seguindo os 111es-
últin10 caso, os condroblastos fon11a111 inicial111ente a carti- n1os cinco passos considerados na condrogênese, é pos-
Iage1n. a qual. por sua vez, é calcificada e invadida por teci- sível con1parar e contrastar a condrogênese con1 a fonna-
do osteogênico para fünnar o osso. A tabela 4- ! fhz tuna ção do osso intran1en1branoso
cornparação entre as propriedades do osso e da cartilage1n
Formação Óssea Endocondral - A primeira evidência
Formação Óssea lntramembranosa - Assim como de que a cartilagen1 é convertida en1 osso no esqueleto
ocorre co111 a cartilagen1 craniofhcial, o osso intran1en1- craniol'acial ocorre durante a oitava sen1ana pré-natal No
branoso é derivado das células da crista neura! As prin1ei- esqueleto craniofr1cial, apenas os ossos da base craniana e
ras evidências da fOrn1ação do osso intran1en1branoso no de parte da calvária são derivados da fOnnação endo-
crânio ocorren1 na 111andíbula no final da sexta sen1ana condral A fi111 de con1parar e contrastar a fonnação ós-
pré-natal Na oitava sen1ana. surge111 os centros de os- sea endocondral con1 a condrogênese e a IOnnação óssea
sificação nas regiões da calvúria e fhcial. en1 áreas onde intran1cn1branosa. é usada unia seqüência de cinco passos
!11trod11( llo i/o ( re.~c-iluento do Fúc e (~\l'ÍTULO 4 47
Hipertrofia dos condrócitos e calcificação da 1natriz: no tcóide sobre as rc111iniscências da 111atriz ca!citicada de
interior da n1atriz carlilaginosa surge u1n centro de cal- canilage1n
cificação Os condrócitos exibe111 n1udanças hipertró- 4 O tt.!cido osteóide calcifica: a tnatriz de osso fibroso 1ni-
ficas. e a calcificação da 111atriz da cartilage111 continua neraliza
2 Invasão dos vasos sangüineos e das células do tecido 5 ;\ n1en1brana reveste o osso e é essencial: o osso. seja
conjuntivo: os vasos sangüíneos parte111 do pericôndrio de orige111 intnuncinbranosa ou endocondral. requer un1.1
em direção à 111atriz de calcificação e trazen1 células 1ne1nbrana para sobreviver. Não é possivel detectar qua-
indiferenciadas de tecido conjuntivo litativa1nentc quaisquer ditCrenças entre o osso de tuna
3 Os osteoblastos di ferencia111 e produzc1n tecido os- dctenninada origc111. no esqueleto craniofl1cial n1aduro
teóide: os osteoblastos diferencian1-se a partir das célu- Na tabela 4-1, a cartilage1n e o osso são eon1parados e111
las precursoras do tecido conjuntivo e deposita111 os- relação ús suas propriedades durante o cresciinento e o
dcsenvolvitncnto
Tabela 4-L Co,nparação das Propriedades f;isiológicas do Osso e da Cartilagen1 Prinuíria, ln1por-
tantes Durante o Crcsciincnto
~ Articulação
t
Osso ·x·
~Articulação
t PE
PE
t
A
t
Osso "X'
t ~ B
PE
t Osso "y''
~
1:ig .. -1-1 :\. As mudanças que rn.:orrem no inti:rior do oss() .. ;,;. fazem eom qui: (l oSS\1 mude strn posiçiio no esp:u,:o
B. ,\s rnudanças qui: oeorri:rn ll(l osso ··:,:. ri:sullam na trans!açüo illl deslocamento dn osso "y ('l.ludanças tamh2m
podem ocorrer indepcndcnti:mcntc no osso ··y · PI?., placa i:pi!isiúria
EHúgio\
I a .5 ano.\ 5 ([ I O ann\ ! O o 20 a110\
neural. En1 outras palavras. o desenvolvi111ento rápido du- siste111a de sincondroses U1na sincondrose é unia articu-
rante os pri111eiros anos de vida é seguido por un1 cresci- lação cartilaginosa onde a cartilagen1 hialina divide-se, e
mento desacelerado (Tabela 4-2) subseqüenten1ente é convertida e111 osso No período pré-
natal. a base craniana é für111ada por tuna série de sin-
condroses dentro e entre os ossos et1nóide. esfCnóide e
Crescimento da Base Craniana occipital. Essa disposição pennite un1 aun1ento rápido no
con1pri111ento da base craniana logo no início da vida, a
As n1udanças na base craniana ocorren1 principaln1ente fin1 de acon1odar o cérebro en1 crescin1ento As sincon-
con10resultado do cresci,nento endocondral, 1nediante 11111 droses intra-et1noidal e intra-eslCnoidal fCchan1-se antes
/111ruduçtio O(J C1·e\li111e1110 da Fàce C,\!'ÍTl )LO 4 47
+ +
+ +
+
+
+
+
A B
Fig. 4-2 ,\ Din.:çl)cs dikrentcs do crescimento tb complexo 1wsnm11.\ilar B. Dircçllcs dílerent!.!s do crcsdmento da
mandíbula
do nascin1ento. enquanto a intra-occipital fecha-se antes O con1plexo 1naxilar é cercado por un1 siste111a de su-
dos 5 anos de vida 1\ sincondrose esfeno-et1noidal fCcha- turas que pennite o cresci111ento e o deslocan1ento dos
se perto dos 6 anos de idade. e o segn1ento da base craniana vários ossos. tanto no sentido üntero-posterior quanto no
anterior. designado con10 plano do esfCnóicle. torna-se re- lateral O sistenu1 de sutura circun1axilar inclui as suturas
!ativainente estável no início da vicia. '1 c·on10 resultado. esse zigo1naticon1axilar. frontozigo1nática. esfcnopa!atina e pa-
seg,nento é usado para sobreposições cefíllo111étricas. con1 laton1axilar
o o~jetivo de avaliar as n1udanças na füce que oco1-rcn1 Para pcrn1itir as den1andas funcionais crescentes das
con10 resultado do cresci111ento ou tratan1ento c.:avidacles nasais. o assoalho nasal é abaixado. através de
A sincondrose esfeno-occipitaL por outro lado. fecha- unia translação infCrior de todo o corpo enquanto passa
se entre os 13 e os 15 anos de idade Portanto, quaisquer si1nultanea1nente por tuna reabsorção da superficie Isso é
n1udanças subseqüentes que c.H.:orran1 no crescin1ento ou aco1npanhado por deposição óssea no lado bucal das !ân1i-
na flexão da base craniana são resultantes de deposição ou nas palatinas do osso n1axilar É interessante notar que
reabsorção superficial 10 apesar do significativo depósito de osso no !ado bucal da
abóbada palatina. na realidade a profundidade da abóbada
Crescimento do Complexo Nasomaxilar continua a aun1entar con1 a idade. Esse aun1ento é resulta-
(Fig. 4-2A) do do crescin1ento significativo dos processos alveolares.
que acon1panhan1 a irrupção dos dentes decíduos e per-
O cresci111ento do septo nasal cartilaginoso. principaln1en- inanentes
te do vô111er e da lân1ina perpendicular do etn1óidc. deslo-
ca o con1plexo 111axilar para baixo e para a fi·entc.' 1 Esse Alterações na Largura Maxilar O crescin1ento e1n
deslocan1ento pern1ite o crescin1ento da superlicie poste- largura na sutura palatina inediana ocorre durante os cin-
rior da 1naxila e tan1bén1 das tuberosidades 111axilares para co priineiros anos de viela. principal111ente nas suturas
acon1odar a irrupção elos rnolarcs pennanentcs. O n1ovi- intennaxilar e interpa!atina Nos estágios posteriores do
n1ento da n1axi!a para fr·entc tan1bé111 pcrn1ite a a111p!iação desenvolvin1cnto. qualquer au111ento adiciona! na largura
elas faringes nasal e bucal para se adequar ús crescentes da região anterior da 111axila ocorre con10 resultado do de-
dcn1andas funcionais respiratórias da criança e111 cresci- pósito óssea nas superficies externas da 111axila e pela
n1ento. irrupção dos dentes pern1anentes para vestibular
48 5EÇJ\o ! ( re\cil11e11to (: De\'e111·0/\'/111e11to
No recén1-nascido. a n1andíbula é constituída de duas n1eta- Einbora o crcsciincnto das diversas áreas do con1p!exo
des (isto é, eia não está con1pletan1cntc unida na linha 111é- dcntolücial tenha sido discutido separadan1ente, deve ser
dia). No final do priineiro ano, as duas ,netades da n1andi- enfütizado que a 1naioria dessas n1udanças ocorren1 si111ulta-
bula são unidas delinitivan1ente co1no 11111 osso í111par de nean1ente e são interdependentes ( Quadro 4-1 ) Por exe1n-
contorno parabólico. As diversas partes da 1nandibula i11- plo. o crescin1ento para frente da base craniana pode en1-
clue1n u111 corpo e dois ra111os que suportan1 os cõndilos e purrar a 111axila para a frente, enquanto unia redução na
os processos coronóicles sua flexão (uni ângulo n1ais obtuso da base craniana) pode
A 1nandibula é f()nnada a partir de tecidos intn1111e111- c1npurrar a 1nandibula para trás. Da 111esn1a fün11a, o 1110-
branosos Deve ser lc1nbrado que a cartilagc111 pri111ária vi1nento da n1axila para baixo faz con1 que a n1andibula
original (e1nbrionúria) da 111andíbula (a cartilage111 de tvte- sofi·a rotação para trás
ckel) desnparcce precocen1ente na vida intra-uterina e tcn1 c·on10 resullado, o cresci111ento do corpo 1nandibular
poucas re111iniscências, que são os ossículos 111artelo e e dos côndilos não progride de 111aneira proporcional ao
bigorna do ouvido n1édio e o liga1nento esfCno-n1andibular longo da vida Por exen1plo, no fCto o tarnanho da cabeça
(veja C'ap 1 ) .. Portanto, a cartilagen1 condilar é derivada corresponde a quase uni terço do tan1anho total do corpo
apenas da cartilagen1 secundária Por outro lado. no nascin1ento a cabeça corresponde a uni
En1 geral, o cresci111ento da cabeça do côndilo ocorre quarto do ta111anho do con1pri1nento total do corpo. enquan-
en1 direção superior e posterior O cresci1nento 111andibu- to na vida adulta ela se torna apenas uni oitavo do con1pri-
lar é expresso co1no u1n deslocan1ento para baixo e para 111ento total U111 crcscin1ento difCrencial sen1elhante ocorre
frente. o que é uni exen1plo da translação prin1ária Este e1n diversas partes do con1plexo craniofücial, corno ilus-
desiocan1ento e o do con1plexo 111axilar pen11iten1 o cres- tra a tabela 4-2 Essa tabela indica que quase dois terços
ci111ento da lüringe, da língua e de outras estruturas relacio- do cresci1nento total da 111axila e da 111andibula poderian1
nadas ser expressos no 1110111cnto e1n que a 111aioria dos pacien-
O cn~sciinento nos côndilos con1pensa o deslocan1cnto tes busca trata1nento ortodôntico. entre os I O e os 12 anos
vertical da n1andibula e aco111oda a irrupção dos dentes na de idade. Ainda assin1. o dentista pode ser capaz de influen-
vertical Por outro lado, a reabsorção ôssea na borda ante- ciar o potencial n::111a1H::scenle Jc cresci1nento elo pacien-
rior e o depósito na borda posterior dos dois n1111os são te. quando tenta corrigir quaísquer discrepâncias esque-
responsáveis pelo crescin1ento ântero-posterior dos ran1os léticas existentes entre a n1axila e a 111andibula
e do corpo rnandibular. Essas n1udanças aun1entan1 o con1- Di !Crenças no tan1anho, assin1 con10 na direção do
pri111ento posterior do corpo da n1andíbula, para acon10- crescin1cnto, na velocidade ou época, são observadas en-
dar os 111olares pern1anentes que estão irron1pendo tre os indivíduos. Portanto. qualquer atributo 111edido, seja
ele linear, angular ou volun1étrico, den1onstra t1111a varia-
ção de expressão en1 relação a unia tendência centraL As
Crescimento dos Processos Alveolares curvas de cresciI11ento incren1entais para os hon1ens e as
n1ulheres saudúveis den1onstran1 tendências gerais sen1e-
O crcsci1nento do osso alveolar é total111cnte dependente lhantes e exibe1n <lifCrenças acentuadas nos aspectos te1n-
da presença e da irrupção dos cientes Após a exodontia,
porais da n1aturação Gerahnente. as n1ulheres an1adure-
os processos alveolares con1eçan1 a reabsorver: e o ritn10
cen1 dois anos antes do que os ho1nens, 111as as variações
da reabsorção pode ser desacelerado pela restauração ela são tão grandes que u1n ,nenino pre1naturo pode an1adure-
função. através da inserção de próteses be111 adaptadas O
cer n1ais cedo do que unu1 111enina de a111adurecin1ento
aun1ento na altura vertical da face é o resultado do cresci-
atrasado En1 geral. os hon1ens lenden1 a crescer n1ais do
111ento dos processos alveolares n1axila1 e 111andibu!ar. as- que as Illlllheres (v~ja (·ap. 3)
sociado ú irrupção dos dentes
Quadro 4-1 ivtudanças Direcionais no Crcscin1ento das Várias Partes do Con1p!exo Craniofacial
Que1n estuda o crescin1ento cranio!ilcial precisa estar !l1n1i- ,·ariação entre O (cresciinento vertical puro) e 82.0 graus
liarizado con1 ,is 1nuda1H;as direcionais das vúrias partes do (cresci1nento quase horizontal) Essa variação individual
co1np!cxo cranio!ücial, pan1 ser capaz de elaborar uni plano tão a111p\a explica cn1 parte porque o n1es1no aparelho orto-
de tratan1ento coen.:ntc. adequado para BS diversas discre- pédico pode provocar resultados diferentes quando apli-
pdncias esqueléticas cado a dois indivíduos co1n potencic1is de crcsci1nento 11111-
As 1nudanças na base craniana. no con1plexo naso1naxila1 xilar sígnificativan1cnte dit'crentcs
e 11.1 n1andíbula são descritas separada1nente. ernbora essas
1nudanças ocornun siinultanean1ente Alé111 de apresentar i\'ludanças no Crcscirncnto Condihu (Fig 4-5)
as n1udanças 111édias. a an1p\itudc de variação scní ilustrada Bjork. 11 utilizando ünplantes n1etálicos. detenninou a dire-
En1bora ,:is tendências 111édias seja,n úteis para siinplificar a ção do crcsci111ento condilar entre 5 e 19 anos de idade. en1
descrição dessas n1udanças. deve ser enfrttizado que existe unia an1ostra escandina\'a do sexo 111asculino En1 n1édia. o
u111a variação individual grande, e esse é o 111otivo pelo qual côndilo cresceu para cilna e p.iru trás: o dngulo entre a
ê clificil prever as 111udançus totais etn qualquer indivíduo direção do cresci111ento condilar e a borda posterior do
ran10 era. en1 1nédia. de 6.0 graus con1 u1na variação entre -
!\'I udanças nas Relações da Base Craniana (Fig 4-3) 25.0 e 16.0 graus Co1no resultado, o cresci111cnto condilur
De acordo co111 KntHL 1.; a flexão da base craniana au1nentou pode variar entre unu1 direção sagital (para trás e para cin1a)
(isto é. o flngu!o din1inuiu c111 111édia -3.8 ± e 0,6 graus nos e vertical (para citna e para a frente). e1n qualquer indivi-
hon1ens e -1.5 ± 0.4 graus nas 111ulheres, entre os 6 e os 25 duo As variações in!luencia111 signilicativan1cntc a dire-
anos de idade) l'Vluito inlcressante é a variação na 111udança ção do crcscin1cnto n1andibular no pogônio /\lén1 disso. a
do flngu!o. que se encontra entre -12.0 e 3.0 graus nos ho- expressão do crescin1ento 111andibular ta1nbén1 é influenciada
1ncns e -6.0 e 3.0 graus nas 111ulheres pela localização do centro de rotação da n1a11dibula 15 En1
En1 un1 caso individu,1!, as 111udanças extretnas pode111 outras palavras. direções e quantidades se1nelhantes de
in!lucnciar signi!icativa1nentc. sej,1 de fónna positiva ou ad- cn:scin1ento condilar podetn ser expressas de forn1as di!C-
versa, as outras partes do con1plexo cranio!hcial direta ou rentes no pogônio, dependendo do centro de rotação se
indiret.11nente relacionadas ú base craniana localizar no côndilo. na .írea de pré-n1olar ou incisivo 1·'
E111 1\!SU1110, a diliculdade que o dentista enfrenta quan-
l\ludanças no C'on1plexo Nasornaxilar" (Fig 4-4) do prevê o crescin1cnto das estruturas lüciais depende não
Bjork. 1'1 utilizando in1plantes n1etúlicos. avaliou :is 111udan- apenas da variação individual dentro de tal estrutura (base
ças na direção do crcscin1ento do con1plcxo nason1axi!ar entre craniana. 111axi!a ou 1nandibula). 111as ta1nbé111 dos c!Citos
os 7 e os 19 anos de idade Quando relacionada co1n a base con1ponentes e cun1ulativos da variação do crescin1ento
craniana anterior (linha SN). a n1udança ocorreu en1 direção geral de cada tuna das partes da face
inferior e anterior nuin úngulo 111édio de 51.0 graus. con1 t1111a
conceito de un1 .. centro de cresein1ento" evoluiu a partir fllce n1édia 1' 1(, A 111aioria das suturas cranianas se f'echa ao
da observação do crescin1ento dos ossos longos. As placas 5 anos de idade. 111as algun1as suturas filciais pennanece111
epifisiárias dos ossos longos chan1aran1 a atenção pela sua abertas durante toda a puberdade As suturas n::sponden1
capacidade de crescer sob condições de carga 111ecânica ús !Orças de tensão brandas con1 deposição superficial de
Finaln1ente. os estudiosos das teorias craniofh.ciais adrniti- osso. pennitindo assin1 a adaptação dos ossos da fllce e
ran1 que uni centro de cresci1nento poclería ser considera- do crânio
do un1 centro con1 a capacidade de gerar !Orças que sepa- A cartilage111 prin1ária fürn1a iniciahnente a sinconclrose
ran1 os tecidos. 1•1 da base craniana, que cresce através da fon11ação óssea
Tan1bén1 se acreditava que as suturas craniofaciais endocondral. A base craniana anterior se ossi!ica totalinente
produzia1n fürças de separação dos tecidos durante o cres- aos 6 anos de idade. No entanto, a cartilagen1 que separa
cin1ento, afh.stando assin1 os diversos ossos do con1plexo os ossos esfCnóide e occipital pennanece evidente e viável
craniofhcial. Nesse periodo. surgin:1111 evidências i1npressio- durante toda a puberdade. No início da vida. essa junção
nantes e convincentes que apóian1 a visão de que as suturas cartilaginosa. deno1ninada sincondrose esfeno-occipital,
são rnecanisn1os de cresci111ento adaptativos e con1pensató- ten1 a capacidade de direcionar o crescin1ento
rios (isto é, elas são ''sítios de crescii11ento"). Portanto, as Os côndilos n1andibulares, antiga1nente considera-
suturas craniofh.ciais são sitias i111portantes de crescin1en- dos uni centro de crescirnento con1 capacidade de orien-
to que serve111 para facilitar o cresci1nento da calvária e da tação. são agora considerados con10 portadores de uni
50 Cre,cin1e1110 e De\Ulll'oh·ilnc1//<1
l 6'
l
fig. 4-3 l'v!udanças no üngulli da basi.: i.:rnniarw dus horni.:ns 1.'llln: os (i \.' J."ig .t-5 \ludam,:as dirL"L"io1wis no L"rL"sL'lmenlo dos e(1rulilos dns 7 aos
os 25 :inos de idade (De Bishara SE Pcti.:rstin L Bish,1ra EC: ..!111 J Jl) arws d.: ídadl.' (D.: [n!O\\ DI[: f(l(_it1/ gn1u1/, ed 3 Phí!adl.'lphia
01 rhod 85:138-152. l 98-1 l Jl/l/0 \VB Sauntkrs J
Fig. 4-6. Corte sagital da cabeça de um feto humano para mostrar a Í' ig .. .t-7 Secção mêdio-sagital da ca\"idade nasal ilustrando o tamanho
rclaçlío da cartilagem do septo C(llll a base craniana relativo da cartilagem nu;;a! por volta dos 6 anos de idade
A Função da Cartilagem Primária cartilagen1 prin1ária para o crescin1ento da f8ce 1nédia rc-
Durante o Crescimento duzen1 bastante Do 111esn10 ,nodo. a sincondrosc esl'cno-
occipital contribui significativan1ente para o cresci111ento
craniofílcial. n1as depois dos 6 anos de idade sua a contri-
A cartilage111 prin1ária ten1 propriedades singulares, possui
buição relativa é reduzida
a capacidade de crescer de dentro para rara (crescin1ento
intersticial), é tolerante à pressão. é flexiveL não é calci-
!icada ne111 vascularizada e não requer unia 111e111brana O Papel da Matriz Funcional
nutritiva de revestin1ento para a sua sobrevivência. 5 A car-
tilagen1 prirnária encontrada no crânio e na fàce é idêntica Na década de 60. Moss e Salentijnw introduzira111 un1 con-
à cartilagern epifisirária dos ossos longos. Ela é considera- ceito referente à iníluência controladora do desenvolvi-
da genetica111ente predisposta. age durante o crcscin1ento n1ento do espaço funcional sobre o cresci111ento cra-
co1110 uni tecido autôno1110 e é capaz de influenciar direta- niofílcial. Esse conceito tornou-se conhecido con10 a teo-
n1ente o padrão craniofílcial. 7 I ia da n1atri: /iu1cio11a/, Moss e Salentijn 21 sugcriran1 que
Essa cartilagen1 pri111ária surge na cabeça durante a a cabeça cun1pre várias fünções vitais e que as estruturas
quinta sen1ana pré-natal. IH Na oitava se,nana pré-natal, lo- craniofaciais responden1 às exigências crescentes dessas
cais independentes de cartilagen1 craniofUcial coalesce111 funções De acordo con1 essa teoria. o crescin1ento cra-
e111 un1a n1assa cartilaginosa deno1ninada condrocrânio, niof8cial é o resultado de 111udanças nas "n1atrizes cap-
que é o precursor da base craniana adulta e das estruturas sulares", causando 111udanças espaciais na posição dos
nasais e ópticas (Fig 4-6). E111 nicados da infância. a rnaior ossos (translação), e nas "n1atrizes periósticas''. que cau-
parte da cartilagen1 pri1nária é substituída por osso. atra- san1 1nudanças localizadas na fonna e no tan1anho do es-
vés da formação óssea endocondral (Fig 4-7) queleto (remodelação)
A influência geral da cartilagen1 prin1ária sobre o cres- Moss e Salentijn~ 1 defende1n que existen1 diversas n1a-
cin1ento craniof8cial é n1ais pronunciada no inicio da vida trizcs capsulares na cabeça, co1no a cápsula neurocraniana.
No nascin1ento, a cartilagcn1 con1preende unia porção controladas pelo cérebro en1 crescin1ento, cn1purrando os
substancial do septo nasal e da base craniana A expansão ossos da calvária para fora Por outro lado, a alteração da
intersticial da cartilagern pri111ária provavehnente te1n in- fünna e do tan1anho dos ossos individuais da calvária es-
lluência direta sobre a posição da 1naxila.i 171 '1 Provavel- tão sob a influência das n1atrizes pcriósticas ~11 Unia n1atriz
n1ente a 111axila é deslocada para baixo e para frente princi- perióstica con10 os 1núsculos e os tendões age direta1nen-
pa!n1entc durante a vida pré-natal, a lactância e o início da te sobre 11111a unidade esquelética através do perióstco, re-
infância Após 111eados da infância, as contribuições da sultando en1 aposição e reabsorção ósseas
52 Su;,\o I c·re\LÍ/1/(:/1/() e De.\e111·0h·/111e1110
c·on10 já alirn1ado. existe111 vúrias funções realizadas 4 Scott JH: The growth of the human face, Proc Roy Soe Med
pela cabeça Algun1as delas são n1ais essenciais que ou- 47:5, 1954
tras. porén1 todas rcqueren1 o desenvolvin1ento e a con- 5 Enlow DH: Hmtdbook of facial growtlt, cd 2, Philadelphia,
1982, WB Saunders
servação de espaços. O cresci111ento e a integração neural
6 Sarnat BG: Craniofacial change and non-change after
são runções críticas, e o espaço é exigido para o cérebro e
experimental surgery in young and adult animais, Angle
ta111bén1 para a expansão dos siste111as nervosos central e Ortlwd 58:321-342, 1988 .
pcrilCrico A respiração e a deglutição tan1bé111 são esscn- 7 Scott JH: The nasal septum, Br Dent J95:37, 1953
ciaís para a vida e requeren1 o desenvolvi111ento dos espa- 8 Graber IM: Ortlwdontics, ed 3, Philadelphia, 1972, WB
ços nasal, füringco e bucal A visão, o olfato. a audição e a Saunders
fünação são funções craniofüciais in1portantcs, que tan1- 9 Knott VB: Changes in cranial base measures of hwnan
bén1 exigen1 o desenvolvi1nento de espaços funcionais males and females from age 6 years to early adulthood,
U111a possível situação do cresci,nento craniofacial. Growtlt 35:145-158, 1971
10 Hight JR: The correlation of spheno-occipital synchon-
que descreve a influência direta do desenvolvi111ento do
drosis fusion to hand-wrist maturation, A111 J Ortl1od
espaço funeional sobre o padrão da cabeça e da fhce. in-
79:464-465, 1981
clui o au111cnto rúpido do tan1anho do cérebro durante a 11 Bjork A: Variations in the growth pattem of the human
vida pré-natal e o início da pós-natal. que desloca os ossos mandible: a longitudinal radiographic study by the
cranianos paia füra e a fhce 111édia para a frente e pena implant method, f Dent Res 42:400-411, 1963
baixo :i O nascin1ento envolve tuna série de processos fl111- 12 Moyers RE: Handbook of otlltodontics, Chicago, 1988, Year
cionais que previan1ente não cran1 essenciais para a vida Book Medical
do en1brião (por ex, respiração e deglutição) O reposi- 13 Knott VB: Changes in cranial base measures of human
cionan1cnto da n1andibula e da lingua ocorre para garantir males and females from age 6 years to early adulthood,
a evidência dos espaços naso!i:tríngeos A n1andibula é Growtlt 35:145-158, 1971
14 Bjork A: Sutural growth of the upper face studied by the
abaixada e e111purrada para a frente para que essas fun-
implant method, Acta Odont Scand 24:109-127, 1996
ções sqja111 possibilitadas e 111antidas 15. Bjork A: Prediction of mandibular growth rotation, Am J
Ortlwd 55(6):585-599, 1969
16 Koski KL: Cranial gro\vth centers: facts or fallacies? A1n
J Ortltod 54:566-583, 1968
REFERÊNCIAS 17 latham RA: Maxillary development and growth: the
septopremaxillary ligament, f Anal 107:471, 1974
1 Bishara SE, Peterson l, Bishara EC: Changes in facial 18 Sperber GI-I: Crnniofacia/ embryology, ed 3, Boston, 1981,
dimensions and relationships between the ages of 5 and John Wright-PSG
25 years, Am J Orthod 85:238-252, 1984 19 Gange RJ, Johnston LE: The septopremaxillary attach-
2 Bishara SE, Treder JE, Jakobsen JR: Facial and dental ment and midfacial growth, Am JOrtltod 66:71-81, 1979
changes in adulthood, Am J Otthod Dentofacia/ Otthop 20 Moss Ml, Salentijn l: The primary role of functional
106(2):175-186, 1994 matrices in facial growth, Am JOrtlwd 55:566-577, 1969
3 Enlow DH: Facial growth, ed 3, Philadelphia, 1990, WB 21 Moss Ml, Salentijn l: lhe capsular matrix, Am J Ottltod
Saunders. 56:474-490, 1969.
Capítulo 5
Desenvolvimento da
Oclusão Dentária
Sarnir E. Bishara
TERMOS-CHAVE
oclusão espaços prin1atas irrupção do prhneiro dente relação molar de Classe I
trespasse vertical apinhan1ento pennanente relação molar de Classe li
mordida aberta planos tenninais n1ordida aberta te111porária relação molar de Classe 111
trespasse horizontal plano tenninal reto diasten1a deficiência do /eeway space
mordida cruzada degrau mesial teste de branquean1ento de Nance
espaçamentos generalizados degrau distal
53
54 SEÇ,\o I C1v\cil11e11to e Dc\e111·0/l'/111e11to
guns bebês nascen1 con1 11111 ou n1ais incisivos deciduos jú buida aos efeitos de vários hábitos bucais (sucção <lo dedo
irron1pidos. o que pode causar tnna situação dolorosa para ou da chupeta), con1uns nessa fhixa etária
as 111ães que os a1nan1enlan1
Os roletes gengivais n1axilar e 111andibular freqüente- Trespasse Horizontal - O trespasse horizontal é a
n1ente exibe111 tuna relação de n1ordida aberta anterior. en- relação horizontal ou a distância entre o incisivo central
quanto os seg1nentos posteriores estão en1 contato, Niais superior n1ais vestibularizado e o incisivo central inferior
freqüe11ten1ente, o rolete gengiva! 111axilar sobrepõe-se li- antagônico Essa relação é expressa en1 n1ilí111etros Se os
geira111ente ao n1andibular, tanto no plano horizontal quan- incisivos superiores estíveren1 linguais aos incisivos infe-
to no vertical Dessa !Orn1a. as supcrficies oponentes dos riores, a relação é descrita con10 u1na n1ordida cruzada A
roletes descreven1 tuna forn1a n1ais eficaz de obter o leite variação nonnal do trespasse horizontal na dentadura
durante a a1na111entação decídua varia entre O e 4,0 111111
No n1esn10 estudo de Foster/ o trespasse horizontal
era ideal en1 28(Yo dos casos e excessivo en1 72o/ii das crian-
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS ças Tan1bén1 aqui, a presença de trespasse horizontal ex-
cessivo era atribuída aos efeitos dos hábitos bucais
1\ época da irrupção do pri1nciro dente dcciduo varia en- Espaçamentos - No estágio da dentadura decídua, uma
tre os bebês: portanto, é prudente que o profissional criança pode ter espaços generalizados entre os dentes,
fOrncça aos pais a an1plitude da fflixa etária para o 1110- espaços localizados, ausência de espaço ou un1 arco den-
111ento esperado da irrupção dos vários dentes As varia- tário apinhado. A presença de espaçan1ento no estágio da
ções estão presentes nos estágios das dentições dccidua dentadura decidua é t1111a ocorrência con1un1 De acordo
e pcnnancnte. Por cxetnplo. cn1 1nédia. o 1non1ento da irrup- con1 Foster/ os espaçamentos generalizados ocorTen1
ção do incisivo central inrerior pennancnte se aproxin1a
en1 quase dois terços dos indivíduos no estágio da denta-
dos 6 anos de idade(± 6 111eses). e111 68 1111 da população
dura decídua ·
En1 95o/i1 da população. o n1on1ento dessa irrupção pode
variar e1n uni ano ao redor da 111édia (isto é, pode ocorrer Alén1 dos espaçan1entos generalizados, os localizados
a qunlquer 1non1ento entre os 5 e os 7 anos de idade) estão freqüenten1ente presentes e são denon1inados espa-
ços primatas Tais espaços estão presentes en1 87 1X1 dos
arcos dentários superiores. norn1ain1ente entre os incisivos
laterais e os caninos Os espaços prin1atas tan1bén1 estão
Estágio da Dentadura Decídua presentes en1 78cX) dos arcos dentários inferiores, nonnal-
111ente entl'e os caninos e os prin1eiros ,no!ares decíduos
O estágio da dentadura decldua estende-se desde o n10-
A discrepância no tan1anho do dente/con1pri111ento do
111ento da irrupção dos dentes decíduos até a irrupção do
arco (DTDCA), na forma de apinhamento, é menos co-
prin1eiro dente pern1anente. por volta dos 6 anos de idade
n1un1 e ocorre en1 aproxirnadan1ente 3tYo das crianças du-
Quatro características do estágio da dentadura decídua
rante o estágio da dentadura decídua
serão discutidas detalhada,nente: trespasse vertical, tres-
passe horizontal, espaça1nento e a relação dos segundos Relação Molar - No estágio da dentadura decídua, a
111olares decíduos 1·f, relação sagital entre os n1olares é definida en1 tennos da
f( !1
' )
((~!)\• )r\i \
U
"-....'--z"
~ J
1 ·~_l;
\ ,,/
1
\
( / !_I
' /1
\
--.Jr~
1) ( ) / /~\ \(j. ~\ ) ;
1)
/ ~·\ , (!. \) 1/l1 í\ )
!;/
1
. '
j (/
1
1 1 \
(; ·.
(
e
.• (
\
.. i
f1
J1
A B
Fig. 5~ t Relação do plano tcrn1inal entre as superfícies distais dos segundos 111olarcs decíduos.
superiores e inferiores A. Plano tennina! reto. B. Degrau 111csial co111 o plano n1andibular 1ncsial ao
plano n1axilar C, fJegrau distal con1 o plano 1nandibular distal .io plano 111axi!ar
relação entre os planos ten11inais Os planos terrninais Durante o estágio da dentadura decídua, o trespasse
corresponden1 às superficies distais dos segundos n1ola- vcrticaL o trespasse horizontal e a relação sagital entre os
res dccíduos superiores e inJeriores. Resun1idan1ente. os arcos dentários não soffen1 1nudanças significativas, a 111e-
dois planos tenninais poden1 estar inter-relacionados de 3 nos que seja,n influenciados por fatores a1nbicntais, tal
111aneiras (Fig. 5-1) co1110 uni traun1atisn10, hábitos ou cárie
Na relação dos planos tcrrninais retos. os planos No final do estágio da dentadura decídua, a 111axila e a
superior e inrerior estão no 111cs1no nível, no sentido sagital 111andíbula abrigan1 o 111aior nú111ero de dentes de toda a
(veja Fig. 5-IA) Na relação de degrau rncsial, o plano vida do indivíduo, incluindo 20 dentes deciduos irron1pidos
tenninal superior é relativa111entc 111ais para posterior do e no n1ínin10 28 dentes pennanentes que não irro1nperan1,
que o inferior (v,ja Fig 5-18) Por fim, na relação de de- 111as que estão e111 ronnação
grau distal. o plano tern1inal superior é relativan1ente 111ais
anterior do que o inferior (veja Fig 5-IC)
Estágio da Dentadura Mista
A palavra relatirc1111e11te precisa ser enfatizada; a defi-
nição de degrau 111esial ou distal não identifica qual dos O estágio da dentadura 111ista con1eça con1 a irrupção do
dois arcos está à frente ou atrás do outro. En1 un1 estudo primeiro dente pern1ancntc, en1 geral o incisivo central
realizado en1 Io\va, con1 121 crianças con1 5 anos de ida- inferior. e norn1aln1ente é finalizado no n101nento en1 que o
de, a distribuição das relações do plano terminal dos se- último dente decídua é perdido. O período da dentadura
gundos 111o!ares decíduos füi considerada a seguinte: 1 n1ista é caracterizado por 111udanças significativas na den-
Degrau distal l Q(Yci tadura. con10 resultado da perda dos 20 dentes decíduos e
Plano tern1inal reto 29CX1 da irrupção dos dentes pennanentes que os suceden1
Nos prin1eiros estágios da dentadura 1nista. pode ha-
Degrau 111esial de l ,O 111111 42CX>
Degrau 111esial > 1,0 111111 l 9 1Yo ver unia n1ordida aberta ten1porária, gcraln1ente con10
resultado da irrupção parcial dos incisivos ou por causa de
Portanto, quase 90tYc1 dos casos apresentava tnna rela- unia interferência 111ecânica decorrente de un1 hábilo per-
ção do plano tenninal reto ou con1 un1 degrau 111esial de sistente de sucção do dedo. Ourante o desenvolvi1nento
1,0 111111 ou 111ais norn1a!, essa 1nordida aberta te1n. freqüente,nente. nature-
A deternlinação das relações do plano ternlinal no es- za ten1porária; a 111ordida aberta estará presente até que os
tágio da dentadura decídua é de grande i111portância para o incisivos linalizen1 seu processo de irrupção. a 111enos que
dentista, porque a irrupção dos pri,neiros 111olares pern1a- o hábito anonnal persista
nentes é guiada pelas superfícies distais dos segundos À 111edida que cada dente irro111pe, o dentista deve es-
inalares deciduos, até alcançar o plano oclusal ( v~ja Fig perar que o seu anthnero ( o n1esn10 dente do lado oposto
5-1 ). [por ex , os incisivos centrais direito e esquerdo]) irron1pa
56 SE(,1\0 1 c·re.\c.·il11e11ro e De.\Cll\'Oh'illlC11/0
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
A tnenos que exista urna indicação específica para o f'echa- As indicações p;ua o trata1nento pren1aturo de uni diuste-
1nento do diaste1na no estúgio inicial da dentadura 111ista, 1na grande da linha n1édia inc!ue1n: a presença de uni dente
ele não deve se tratado para evitar a i1npactação dos cani- supranun1erúrio (1nesiodente) entre os incisivos centrais e
nos superiores pen11ancntes O diasten1a no inicio da den- a presença de uni diaste1na anorn1a!n1cntc largo, de 4.0 111111
tadura 111ista justilica~sc pela proxirnidadc das pontas das ou 111ais Nesses casos. as coroas divergentes dos incisi-
cúspides dos caninos e1n irrupção dos úpices dos incisivos vos centrais estão interferindo no espaço necessário para
laterais. A correção da convergência das raízes dos incisí- a irrupção dos incisivos laterais
vos. corn aparelhos ortodônticos. pode colocar as raízes O teste de bn111quca1nento é usado para detenninar se o
dos incisivos laterais no ll'ajeto da irrupção dos caninos freio labial superior se estende para lingual entre os incisivos
Esse 111ovi111ento pode causar potenciahnentc a in1pactação centrais, na direção da papila incisiva O teste é realizado
dos caninos que estão irro111pendo ou a !'eabsorção das puxando o lábio superior para cin1a e pal'a !Ora Se o bran-
raízes dos incisivos laterais O trata1nento ortodôntico que quean1ento estender-se para a papila incisiva, c!c pode indicai
envolve tais 111oviinentos deve ser adiado até que a altura a presença de tuna inserção a1101111a! do freio Na n1aioria dos
da pontn da cuspide dos caninos pennanentes tenha pelo casos. a inserção do freio retrocede con1 a idade e se111 nc-
111enos ullrnpassado o terço apical da raiz dos incisivos nluuna intervenção cil'Ürgica A frenccton1ia, se indicada. deve
laterais ser adiada até que o tratan1ento ortodôntico seja finalizado
De'ic111'0Íl'Ú11c11to da Oc/uscio Dc11tá1 ia (,\í'ÍTUI.O 5 57
Espaço da margem
"
A
B
Fig. 5-3 O espaço li\TC de N:mcc é a ditcrcnça entre a snmatória tias
dimensões mcsial/dlstal da coroa do canino do primeiro e do segundn
pn.!·molares permanentes não irrompidos e do caniJHl, o primeiro e o
segundo molares dccíduos
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
As 1nudanças na relação 111olar são i,nportantes para os dentadura pennancnlc Alé111 disso. a oclusão n1olar final
dentistas envolvidos no n1onitora111ento e trata1nento de depende de diversas 1nudanças dentárias e esqueléticas
pacientes jovens. nos estúgios da dentadura n1ista ou de- !'úciais. tanto genéticas quanto a111bientais. que interagcn1
cídua Os resultados sugercn1 que os casos con1 degraus para a aquisição ou a ausência de tuna oclusão nonna!
distais. no estágio da dentadura decídua. deve1n ser obser- Essas observações indica111 que a 1nudança na relação
vados rcgulannente, e o tratan1cnto deve ser iniciado assin1 n1olar pode ser tnais co,np!cxa do que previatnente se prc-
que o dentista e o paciente estcjan1 prontos. porque a con- su111ia e estú associada às n1udanças cn1 diversas variá-
dição não ir.í se autocorrigir con1 o ten1po veis. tanto nos arcos dentârios quanto nas den1ais estru-
Os pacientes con1 tuna relação de plano tern1inal reto turas dcntofúciais. Esta co1nplexidade pode explicar por
apresenta111 unia questão n1ais desafiadora no diagnóstico que nenhun1 dos casos con1 degrau distal. e 1nuitos dos
Isso porque as observações sugeic1n que un1 pouco 1nais casos con1 plano lenninal reto ou degrau 1nesial. no estú-
da n1etade dos casos progride111 para unia relação 111olar gio da dentadura decídua. não progrediran1 para tuna rela-
nonna! de Classe L enquanto •·lAcYt) progride111 para a Classe ção 1110\ar pennanente de Classe I A conservação d~
li. ou oclusão de topo a topo Essas observações revela1n oclusão de Classe li ocorreu, apesar do fhto de que esses
que o que é considerado unia oclusão "nonnal" no estágio casos tan1bé111 e:dbira111 espaços livres de Nancc positivos
da dentadura deeídua ou 111ista não leva necessarian1cntc a e crescin1ento 111andibular significativo
un1a oclusão "nonnal" no estúgio da dentadura pennanentc Ein conclusão. os dentistas prccisan1 perceber que algu-
Portanto, é iinportante que o dentista observe de perto es- 1nas das relações dentárias. co1110 un1 diaste1na na linha
ses casos e. quando nccessúrio, inicie o tratan1ento orto~ 111Cdia ou tuna relação n1olar de topo a topo, são considera~
dôntico no 1110111ento oportuno das ocorrências norn1ais no estágio da dentadura 111ista.
Os resultados tan1bC1n indican1 que a presença de lllna n1as não no da dentadura pennanente Esse conhecin1cnto
difCrcnça fúvorável nos espaços livres de Nance, entre os deve in1pedir que o dentista trate essas condições precoce-
arcos superior e inferior. não é tuna boa previsão do estubc~ rnente
leci1nento de unia relação 111olar de Classe I no cstúgio da
estudo de lo\va identi ficaran, unia fraca correlação entre e Relações rnolar e canino de ('lasse l
as 111udanças na relação inalar e as n1udanças na relação e Lee1ray _\pace ele 1Vance positivo (isto é, sen1 DTDCA)
ântero-posterior das bases apicais I Alén1 disso. não havia e Rotação e apinhan1ento n1inin1os ou ausentes dos inci-
correlações significativas entre essas duas variáveis e a sivos
diferença no h:e11'tH' spac-e de 1Va11ce entre os arcos den- e Inclinações axiais vestibulolinguais nonnais
tários superior e inferior e Inclinações axiais n1esiodistais nonnais
Os resultados de Io,va ta1nbé111 indicaran1 que as 111u- e Contatos proxin1ais estreitos
danças en, outras variáveis. con10 a largura inter-caninos, e Bordas 111arginais uniforn1es no sentido vertical
o con1prin1ento dos arcos e a relação entre os arcos den- e Ausência ou curva de Spee suave
tários eran1 associadas a. e contribuían1 indireta1nente para
as 111udanças na relação 111olar En1 outras palavras, os fa- Fatores Ambientais que Podem lníluenciar o Padrão
tores envolvidos nas rnudanças da relação 111o!ar são n1ais do Arco Dentário - O principal determinante da má
con1plexos do que se acreditava previan1ente e não depen- oclusão é a predisposição genética Por outro lado, exis-
den1 son1ente de tuna ou duas variáveis, con10 os leell'q,l' ten1 fatores an1bientais secundários que poden1 influenciar
space de 1Vance ou o cresci111cnlo 111andibular drastica111ente a disposição dos arcos dentários, incluindo
perda prcn1atura de dentes deciduos, lesões de cáries
Características de Normalidades do Arco Dentário, interproxin1ais, condição patológica, anquilose dos dentes
no Estágio da Dentadura Mista - O padrão do arco deciduos, hábitos bucais e traun1atisn10
dentário na adolescência é identificado por características Os fatores an1bientais que n1ais con1u1nente afetan1 a
clínicas que pode1n ser facihnente reconhecidas durante o condição do arco dentário são provaveln1ente as lesões de
estágio da dentadura 111ista O 111étodo n1ais si111ples de cárie e a perda pren1atura de dentes decíduos De acordo
avaliar a condição dos arcos dentários, quanto à presença con1 Nortll\vay, Wainright e Den1irjia11, 8 as cáries pren1a-
ou predisposição a 1ná oclusão, é con1parar conceitual- turas, assin1 con10 a perda pren1atura do pri1neiro ou do
n1ente os arcos do paciente, no estágio da dentadura 111is- segundo n1olar decídua, resulta111 en1 un1a din1inuição no
ta, con1 o que seria considerado uni padrão de arco ideal con1pri1ncnto do arco dentário. Por exen1plo, a perda dos
O padrão ideal de arco dentário, no estágio da denta- segundos 1no!ares deciduos ten1 uni efeito 111ais prejudicial
dura 111ista após a irrupção dos incisivos central e lateral. sobre o con1pri1nento do arco e resulta en1 uni fechan1en-
apresenta as seguintes caracteristicas: to de espaço de 2 a 4 111111 por quadrante. en1 an1bos os
De\e11,·oh·h11e11to da Ochnâo De11tó1 ia (A!'fTU!.O 5 59
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
E111 uni estudo prévio na rnesrna população. as discrepüncias lcs que tivcran1 os dentes alinhados coin o trata1nento
entre o tarnanho do dente e o con1pri111ento do arco (DTDCA) ortodôntico devcn1 esperar que uni certo apinluuncnto ocor-
au111entanun signit'icativa111enle desde o início da adoles- ra na parte anterior dos arcos dentúrios Isto deve ser con-
cência (1.3 anos) até o início da vida adulta (25 anos de siderado parle do processo nonnal de 1naturação. Obvia-
idade) 11 Quando as 111udanças na DTDCA anterior foran1 1ncnte. essas observações tên1 i111plicações clínicas in1por-
calculadas. entre os 1.3 e os 45 anos de idade. a 111udança lanlcs e111 relação à estabilidade a longo prazo e ú conser-
total nos arcos inferior e superjor corrcspondera111 a 2.7 111111 vação dos resultados do tralan1ento O paciente deve ser
e 1.9 111111, rcspectiva111entc, nos hon1ens e a 3,5 111111e2,0111111. conscientizado da probabilidade dessas n1udanças ocorre-
respectivan1cnte. nas 111ulheres. Corno resultado. pode-se rein após a interrupção do uso dos aparelhos de conten-
especular que se1n contenção a longo prazo, os adolescen- ção
arcos Alé111 disso. a perda do prin1eiro n1olar decíduo su- res estão en1 unia oclusão de c·Jasse 1 (isto é, a
perior con1u111ente resullou na i111pactação dos caninos, cuspide n1esiovestibular do pri111eiro n1olar supe-
enquanto a perda do segundo n1olar decídua superior ge- rior se encontra no sulco vestibular do pri1neiro 1110-
ra!n1ente resultou na i111pactação do segundo pié-111olar A lar inferior) Alé1n disso, todo o seg111ento posterior
111aior perda do espaço foi resultante do 111ovin1ento 111esial precisa estar ben1 intercuspidado Mais especifica-
dos molares permanentes (veja Cap 17) 111ente. os caninos superiores ta111bén1 deven1 estar
En1 geral. unia quantidade 111aior de espaço !Oi perdida ocluindo na an1eia entre os caninos e os pri111eiros
no prin1eiro ano após a perda pre1natura de u111 dente pré-n1olares inferiores (veja Fig 5-2)
decíduo, do que nos anos sucessivos. Deve ser enfatizado
não houve recuperação do espaço durante o cresci111ento. Mudanças Finais no Estágio da Dentadura Penna-
seja no arco inferior ou superior. sen1 tratan1ento nente - Devido ao crescente nún1ero de adultos que bus-
can1 o tralan1ento ortollônticu, to111a-se fundan1ental o co-
Estágio da Dentadura Permanente nhecin1ento das n1udanças que ocorren1 nas estruturas
craniofaciais do adulto. A!én1 disso. após a irrupção dos
O estágio da dentadura pern1anente inicia-se após a perda dentes pern1anentes, a oclusão é relativan1ente estável quan-
dos úitin1os dentes decíduos e a irrupção de todos os den- do con1parada às nn1danças observadas no estágio da den-
tes pennanentes, excluindo os terceiros n1olarcs Algun1as tadura n1ista Mas a n1udança é a regra, no que diz respeito
das características da oclusão "nonnal" no estágio da den- ao complexo dentofacial
tadura pennanente inclue111 as seguintes: As n1udanças nos vários parân1etros do perfil esque-
Sobreposição: en1 unia oclusão nonnaL os dentes su- lético craniofhcial e do arco dentário. entre os 25 e os 45
periores são vestibulares aos dentes inferiores. anos de idade, foran1 pesquisadas. '1 O periodo n1édio de
Angulações: no estágio da dentadura decídua, os den- observações entre os jovens e adultos nas n1u!heres f(}j de
tes são, en1 geraL verticaln1ente posicionados no 20,0 ± 8,0 anos e nos homens, 20,3 ± 1,2 anos As obser-
osso alveolar Por outro lado. no estágio da denta- vações sugeren1 que as 1nudanças no co111plexo craniofhcial,
dura per111anente eles possuen1 angulações vesti- relacionadas ú idade, não cessan1 co111 o início da vida
bulolinguais e 111esiodistais. adulta, n1as sin1 continuan1. en1bora en1 un1 ritn10 signifi-
Oclusão: con1 a exceção dos incisivos centrais inferio- cativa,nente n1ais lento, durante toda a vida aclulla. Con1
res e dos segundos n1olares superiores, cada dente algu1nas exceções in1portantes, essas n1udanças tende111 a
pennanente oclui con1 dois dentes do arco oposto ser de 111agnitude reduzida, de fürn1a que sua relevância
Curvaturas do arco: a curvatura ântero-posterior do clinica é bastante lin1itada e e111 geral não iníluencian1 sig-
arco infCrior é denon1inada cutl'a de Spee. A curva nificativan1ente o plano do tratan1ento ortodôntico <i
correspondente no arco superior é denon1inada c-ur- Duas observações são consideradas clinica1nente in1-
\'a ele co1J1pe11.\aç.-c7o. A curvatura vestibulolingual portantes e n1erece1n con1enlários Tanto nos ho,nens
de uni lado ao outro é dcnonlinada cur\'a de AI011so11 quanto nas 1nulheres. os lábios lornan1-se 111ais retraídos
ou c11r1·a ele 1'Vi/so11- en1 relação ao nariz e ao n1ento, entre os 25 e os 45 anos
Trespasse vertical e horizontal: o trespasse vertical fre- de idade. A i111plicação é que o trata,nento ortodôntico en1
qüenten1ente varia entre 1O e 50(Y<i, enquanto o ho- idade pren1atura não deve resultar en1 uni perfil achatado
rizontal varia entre 1,0 e 3,0 111111 do tecido n1ole e e111 lábios excessivan1ente Ietraidos. por-
Relações posteriores: os 111olares superiores e inferia- que as 111udanças esperadas nas posições relativas do na-
60 SEÇ·\O I Cresli1J1e11tu e Dese111·oh·i111e1110
riz. dos lábios e do 111ento podc111 exagerar essas caracte- 5 Moorrees CFA: Growth studies of the dentition: a
rísticas Tanto nos ho111ens quanto nas 111ulheres. as lar- revíew, Am J Ortlwd 55:600-616, 1969.
guras inter-incisivos e inter-caninos dirninuira111. Alé111 dis- 6 Sillman JH: Dímensíonal changes of the dental arches:
so. o con1prin1ento total dos arcos tan1bé111 di,ninui e, con10 longitudinal study from bírth to 25 years, Am J Ortlwd
resultado. o apinhan1enlo anterior aun1entou.' 1111 50:824-842, 1964
7 Angle EH: Treatment of malocc/11sion of the teeth, ed 7,
l'hiladelphia, 1907, SS White Dental Manulacturing
8 Northway WM, Wairuight RL, Demirjían A: Effects oi
REFERÊNCIAS premature loss of deciduous molars, Angle Orthod
54:295-329, 1984
1 Bishara SE et al: Changes in the molar relationship 9 Bishara SE, Treder JE, Jakobsen JR: Facial and dental
between the primary and permanent dentitions: a longi- ci1anges in adulthood, Am J Orthod Dentofacial Orthop
tudinal study, Am J Ortl10d Denlofncia/ Ortl10p 93(1):19-28, 106(2):175-186, 1994
1988 10 Bishara SE et al: Arch width changes from 6 weeks to 45
2 Foster lD: A textbook of orthodontics, ed 2, St Louis, 1982, years oi age, Am / Ortlwd Dentofncial Orthop 111:401-409,
Blackwell Scientific Publications 1997
3 Knott VB: Longitudinal study oi dental arch wídth at 11 Bishara SE et al: Changes in the maxillary and mandibu-
four stages oi dentition, Angle Ortlwd 42:387-394, 1972 lar tooth size-arch length relationship from early adoles-
4. Moorrees CFA: The dentition of lhe growing chi/d, cence to eady adulthood, Am J Ortlwd Denlofncial Ortlwp
Cambridge, 1959, Harvard Universíty Press 95(1):46-59, 1989
Capítulo 6
Desenvolvimento
do Arco Dentário
TERMOS-CHAVE
arcos dentários calcificação arco dentário superior arco dentário inferior
SEQÜÊNCIA GERAL DO DESENVOL· das pelos arcos dentários superior e inferior, ilustradas na
VIMENTO DO ARCO DENTÁRIO figura 6-1, são descritas a seguir
61
1
62 SEçAo I Cre\ci111en10 e De~e111·0/vi,11e11to
,..._ _ _ _ _ +5
+2
Ligeira:
diminuição
---------1 ---------
A I
B
~-----------1 __________~:\.~-
+4 +3
Fig. 6-1 Diagrama que representa as mudanças dimensionais médias dos arcos dcntário!-i (cm milimctros), entre os
6 e os 18 anos di: idade, parn: A, arco dentário superior e B arco dentúrio inferior (Redesenhado de 1'vhiorrccs, CFA:
Am _! Ouhod 55:600-616, 1969 )
1.5 111111 na largura inter-1nolares, entre os 3 e os 5 anos de to a área alveolar apical anterior rnaxilar posiciona-se n1ais
idade A largura inter pri,neiros n1olares au111enta \ ,O 111111 postcriorn1ente à base 111andibular Os incisivos superiores
entre os 8 e os 13 anos de idade e depois di1ninui 1,0 111111 são e111 geral n1ais inclinados para vestibular do que os
aos 45 anos inferiores. Durante o período pré-natal, a fünna da área
O con1pri111ento do arco diininui nos estágios das den- posterior n1andibular é 1nais larga, no sentido transversal,
taduras tnista e pern1anente, con10 resultado da vertica- do que a área posterior n1axilar Essas relações se trans-
lização dos incisivos e da perda do lee11·a)' .\JJace pela portan1 para a vida adulta. Conseqüenten1ente, os ápices
111esialização dos pri111eiros n1olares pennanentes dentários são n1ais laterais no segn1ento posterior 111andi-
bular do que no n1axilar Alé111 disso, a inclinação vesti-
bulolingual dos dentes inferiores posteriores é geraln1ente
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS 111ais acentuada
Dois aspectos do desenvolvi1nento dentário serão re-
sumidamente discutidos. incluindo época da calcificação
1\pós a irrupção dos incisivos centrais e laterais inferio- inicial dos dentes e a sua seqüência de irrupção, tanto na
res, a largura do arco dentário inferior está estabelecida dentição decídua quanto na pennanente
O con1pri111ento do arco dentário inferior, após a irrupção
dos priinciros 111olarcs pennanentes, não aun1enta Na
realidade, o con1prin1ento do arco pode di1ninuiI con1 a Dentição Decídua
esfoliação dos n1olares deciduos e a n1csialização dos
prilneiros 1nolares pern1anentes no lee11·c~_1· space Devi- Calcificação - Os dentes deciduos iniciam sua calcifica-
do a essas lin1itações, a n1aioria dos dentistas considera
ção entre o terceiro e o quarto n1eses pré-nata!. Os dentes
o arco dentúrio inferior co1no a base do diagnóstico or-
decíduos inferiores gerahnente con1eçan1 a calcificação an-
todôntico (veja Caps 9 e 12)
tes dos superiores. Os incisivos centrais são con1u1nente
os prin1eiros, enquanto os segundos n1olares são os últi-
n1os a iniciá-la. Os hon1ens gerahnente co111eça111 a calci-
ficação antes das n1ulheres
MUDANÇAS NA RELAÇÃO DOS
ARCOS DENTÁRIOS Seqüência da Irrupção Dentária - Em geral, nenhum
dente está presente no nascin1ento. O prin1eiro dente
O dentista deve perceber que existen1 diferenças entre as decíduo a irron1per é o incisivo central, por volta dos 6 ou
fünnas pré e pós-irrupção e nas relações entre os arcos 7 n1eses de idade, enquanto o últin10 é o segundo n1olar
dentários superior e inferior No início do desenvolvin1ento, deciduo, por volta dos 2 ou 3 anos A seqüência usual de
a ,naxi!a posiciona-se a frente da n1andibula, n1as no adu!- irrupção é o incisivo central (designado pela letra A quan-
l
De~e111·0/vh11ento do Arco Denrá, ia (,\PiTULO 6 63
$p
POOOQC)C)
$q
A B
o <;)
qQ
~~'
~o
Fig. 6-2 Região anterior superior, di.:: mcsi:d do canino a mcsía! do canino ,\, Vista frontal 8, Corte trans\'crsa!
(Rcdcscnhado de Van der Lindcn FPGlvl: Tra11\·itio11 ofthe 11111111111 dt!11litio11 iV!onogruph n" 13, Ann Arbor. ivlich
1982. Craniofacial Growth Series, Univcrsity oi ivlil:higan )
A B
Fig. 6-3 Rcgiüo posterior superior, da distal dos incisivos latcrnis a mcsial dos primeiros molares pcrnrnrH:!llcs ,\
Vista lateral 8, Corte trans\·crsal (Redesenhado de Van der Lindi:11 f PGivl: Tra11.1·i(fo11 of the h11ma11 cfo11titio11.
lvlonograph n" [3, Ann Arbor. ivlich. !981, Crnniofacinl Growth Series. Univi.:rsity of ~·lichigan)
do se usa a notação de Pah11er), o incisivo lateral (B), o A substituição dos dentes decíduos pelos pennanen-
primeiro molar decíduo (D), o canino (C) e o segundo tcs Ji·eqüenten1ente ocorre entre os 6 e os 12 anos de ida-
inalar decídua (E) Portanto, a seqüência típica de irrupção de No entanto, as épocas de irrupção dos dentes penna-
é A-B-D-C-E ' nentes poden1 variar consideravehnente, dependendo do
dente en1 questão O incisivo inferior ten1 a 111enor quanti-
dade de variação ern sua época de irrupção E111 outras
Dentição Permanente palavras, 90(Yc> dos incisivos inferiores per111anentes irro111-
pen1 dentro de urna variação de 3, 1 anos Por outro lado,
Calcificação - Em geral, os dentes permanentes come- excluindo-se os terceiros 1nolares, que apresentan1 a n1aior
çan1 a calcificação Jogo após o nascin1cnto. O prin1eiro variação na época de irrupção, o segundo pré-n1olar infe-
n10Jar pennanente é o prin1eiro dente a 111ostrar evidências rior exibe a 111aior variação nesse aspecto, dentro de uni
de calei ficação, durante o segundo 111ês pós-natal O ter- período de 6,6 anos
ceiro n1olar é o últin10 dente a con1eçar a sua calcificação,
por volta dos 8 ou 9 anos de idade
DIFERENÇAS NO TAMANHO
Seqüência de Irrupção Dentária - No arco inferior, DENTÁRIO DURANTE O ESTÁGIO
a seqüência é: o pri111círo n1olar (designado pelo nú,nero 6 DA DENTADURA MISTA
utilizando-se a notação de Palmer), o incisivo central ( 1),
o incisivo lateral (2), o canino (3), o pri111eiro pré-n1ola1 Para esclarecer, as diferenças no tan1anho dentário duran-
(4), o segundo pré-molar (5), o segundo molar (7) e o te o estágio da dentadura 111ista serão descritas por áreas:
terceiro molar (8), ou 6-1-2-3-4-5-7-8. No arco superior, anterior superior, posterior superior, anterior infCrior e pos-
a seqüência nonnal de irrupção é 6-1-2-4-5-3-7-8 As 111u- terior inferior 5 As figuras 6-2 a 6-5 representan1 cada re-
lheres geral111ente preceden1 os ho111ens no que se refere à gião, con1 unia narrativa que destaca as várias caracterís-
época de irrupção, en1 torno de cinco n1eses. 5 ticas de seu desenvo!virnento (co1nparações dos tan1anhos
64 SEÇ,\O I Cre.,Lú11e1110 e Deo;e111·oh·úne1/fo
PO~o<=e?O
o o
A B
qºººººº
Fig. 6--1 Rcgiüo anterior in!!.!rior. de 111t.:sia! do canino a mcsial do canino ,\, Vista frontal B. Corte transversal
( Redesenhado de Van der Lindcn r PGi\,J: Tl'(111\"irio11 l!( lhe h111111m dc11rition. /\·lonogrnph no 13 Ann Arbor. ivlit:h.
1982. Crnniofadal Growth Serie;; Univcrsity or ivlichigun)
A
º~o e?
B
o
(2,,0
~uu
J;ig . (1-S Região posterior inft!rior da distal dos incisivos laterais a mcsia! dos primeiros molares pi.::rmancntcs A
Vista lateral B Corte tran;;vcrsal (Redesenhado de Van der Linden FPGivl: T1a11\'ilio11 (~/' thc !111111a11 de111itío11
tvlonograph no 13. Ann Arbor . iv!ich. \ 982, Craniofacial Growth Series. Univcrsity of l'vlichigan )
dos dentes decíduos co111 os pern1anentes, posições pré- Região Posterior Superior
irruptiva dos dentes pen11anentes e características do po-
tencial de irrupção dos dentes pennanentes)
O ta111anho 111édio dos dentes deciduos, en1 relação aos
seus sucessores pennanentes. varia 111uito Os caninos
Região Anterior Superior deciduos corresponden1 a 85iXi do tan1anho dos caninos
pern1anentes. Os pri111eiros 1nolares deciduos poden1 ser
As din1ensões n1csiodistal dos incisivos deciduos corres- iguais, en1 tan1anho, aos pri111eiros pré-111olares, enquanto
ponden1, en1 rnédia. 75tX1 do ta111anho de seus sucessores os segundos n1olares decíduos são 111aiores do que os se-
pern1anentes. Con10 resultado. a son1atória do diân1etro gundos pré-111olares pennanentes Por outro !ado, existe
n1esiodistal dos incisivos pern1anentes, e111 n1édia, é 8 111111 tuna grande variação entre o tan1anho dos dentes declduos
n1aior do que os dentes decíduos Antes da irrupção, o e pern1anentes Co1110 resultado, o coeliciente de correla-
incisivo central encontra-se lingualizado en1 relação ao seu ção (r) entre a largura 1nesiodistal de dentes decíduos indi-
predecessor. O incisivo lateral encontra-se lingualizado en1 viduais e seus sucessores pern1anentes varia entre 0,2 e
relação ao incisivo central e ao canino (Fig 6-2) 0,5 Por exen1plo, a son1a da largura 111esiodistal de C-D-
Após a irrupção, a posição dos incisivos pern1anentes E, en1 relação à son1a da largura 111esiodistal de 3-4-5. ten1
é ligeira111ente dilCrente. Os incisivos pennanentes irron1pe111 un1 coeficiente de correlação de 0,5
e111 u1na posição 111ais vestibular do que os incisivos de- Nos processos alveolares, durante a rase pré-irruptiva,
ciduos. En1bora a irrupção freqüente111ente seja assi111étrica, colocando de fürn1a relativa, os prin1eiros pré-rnolares são
ela tende a ocorrer nun1 intervalo de 6 n1eses A irrupção con1un1ente 111ais oclusais (isto é, os segundos pré-111olares
dos caninos permanentes desloca os incisivos laterais para e caninos são relativa1nente 111ais apicais) (veja Fig 6-3)
111esial e causa o fCcha111ento do diasten1a da linha 111édia En1 n1édia, o leeivqy space corresponde a O, 9 111111 por lado.
De5e111·oh·i111e11to do Arco Den1á, io C:A!'ÍHJLO 6 65
con1 un1a variação de +6,0 111111 a ~5,8 111111 Un1 excesso O canino posiciona-se en1 geral 111ais apical (veja Fig 6-
de 2.0 111111 no /ee1rq,r s11ace é ideal Quando o /ee1\'ay <,pace 5). Quando esses dentes irron1pe111, a 111édia para o /ee11·c~)'
für infCrior ao ideal, un1a seqüência de irrupção 4-5-3 será .\fhlce é 1,7 111111 por lado, con1 unia variação de+ 3,8 111111
n1ais vantajosa, porque pen11ite a ren1oção dos prin1eiros a -5,6 111111 Un1 excesso de 1 111111 ou 1nais /ee11·ay .,pace é
pré-111olares con10 parte de uni progran1a de extração seri- des~jável A seqüência ideal de irrupção é 3-4-5 Na região
ada, quando indicado (veja Cap. 18) posterior, essa seqüência é freqüenten1ente assin1étrica e
pode variar e111 6 n1eses, entre os dois lados do arco den-
tário
Região Anterior Inferior
As din1ensões 1nesiodistal dos incisivos inferiores penna-
nentes são 6 111111 111aior do que a so1natória das larguras
dos incisivos decíduos Assin1 con10 no arco superior, os
coeficientes individuais de correlação entre os dentes de- CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
cíduos e os pern1anentes varia entre 0,2 e 0,6. As din1en-
sões da coroa de uni incisivo decídua varian1 en1 75(Yíi do
A seqüência de irrupção dos dentes pern1ancntes pode
tan1anho de seus sucessores, n1as o coeficiente de corre-
cun1prir tuna ll1nção in1pol'tante na execução de un1 pro-
lação para a largura con1binada dos incisivos é apenas 0,4
gia1na de extrações seriadas (ver Cap 18) Portanto. o
Antes da irrupção, os incisivos centrais são geraln1en-
dentista precisa obter radiogratias apropriadas para rea-
te linguais aos seus sucessores, enquanto os incisivos la-
lizar tal avaliação Devido aos coeficientes relativarnente
terais são linguais aos incisivos centrais pennanentes As baixos de correlação entre o tan1anho dos dentes <lecí-
criptas dos incisivos centrais são sobrepostas às dos inci- duos e de seus sucessores pennancntcs, é difícil prever
sivos laterais (Fig. 6-4). Os incisivos centrais e laterais o tan1anho futuro dos dentes pern1anentes 1nedindo-se
pcrn1anentes irro1npen1 por lingual en1 relação aos seus os dentes deciduos Co,no resultado, outros 111étodos
sucessores, e depois se desloca111 vestibulannente após a de previsão fora,n desenvolvidos e f'ornece1n tuna análi-
irrupção Freqüenten1entc, os incisivos irron1pen1 rotaciona- se n1ais fiel, que podcn1 ser uteis ao dentista na estirnati~
dos e depois sofren1 realinhan1ento. se houver espaço su- va do ta1nanho <los dentes pennanentes não irro111pidos.
ficiente durante a dentadura 1nista (veja Cap 12)
Alterações Faciais e
Dentárias na Adolescência
Sarnir E. Bishara
TERMOS-CHAVE
n1udanças do crescin1ento relação maxilomandibular previsão do crescin1ento relação do plano terminal reto
estatura tipos de face estirão do crescin1ento degrau n1esial
co111prin1ento n1axilar crescin1ento condilar degrau distal
relação maxilar
A avaliação e a previsão do crescin1ento dentofacial talvez to das discrepâncias esqueléticas. na tentativa de obter un1
seja111 a parte 111ais essencial e e111 grande parte o ponto resultado n1ais estável e agradável A obtenção dessa 111eta.
1nais subjetivo no can1po da Ortodontia clinica. En1bora a de forn1a consistente constitui tarefa co111plexa e diflcil
porcentagen1 de pacientes ortodônticos adultos tenha au- Portanto, é necessário que todos os dentistas saiba1n
111entado en1 anos recentes, a 111aioria dos trata1nentos é discernir entre a ciência e a ficção no cresciinento facial
direcionada aos adolescentes e pré-adolescentes Esses in- ou. con10 o Prof'essor l\..oski 2 já afinnou, "os fatos e as
dividuas ainda estão sofrendo alterações significativas no arn1adilhas" do crescin1ento facial
crescin1ento, na oclusão, no esqueleto fhcial e no perlil A finalidade deste capítulo é revisar dados pertinentes
Tais 111udanças são consideraveln1ente con1plexas por- do crescin1ento fhcial longitudinal. assi1n con10 alguns dos
que cada pessoa ten1 un1 padrão de crescin1ento. que é 111étodos utilizados para prevê-lo. As i1nplicações clinicas
influenciado pela sua con1posição genética especifica (isto das infornu.1ções disponíveis füran1 discutidas Quando ade-
é. o a111biente biológico ou interno, bcn1 con10 fatores an1- quado, o assunto será colocado na fürn1a de questões e
bientais externos. con10 função, doença. hábitos e trata- respostas (Quadro 7-1)
n1cnto ortodôntico) 1
As sobreposições cefhlon1étricas freqüenternente de-
n1onstra1n expressivas 111udanças dentárias. esqueléticas e
ESTUDOS DO CRESCIMENTO
do tecido 1nole durante o tratan1ento ortodôntico. rvtuitos REALIZADOS EM IOWA
ortodontistas pensan1 n1erecer o crédito. quando estão ape-
nas tirando vantagen1 do crescin1ento favorável do paciente. Para evitar repetição nas várias partes deste capitulo. tor-
con1binado con1 un1 plano de trata1nento ortodôntico ra- na-se conveniente descrever pri1neiro o 1naterial do Estu-
zoável . Esses 111es1nos cientistas. no entanto, culpan1 o cres- do de IO\Va sobre o C'rescirnento A coleta dos dados ini-
cin1ento desfhvorável e a fhlta da cooperação do paciente ciou-se na Universidade de lo\va en1 1946. pelos Drs
quando os resultados terapêuticos são inferiores à sua ex- rvteredith e Higley. Telerradiogralias, 1nodelos e outras
pectativa docun1entações füra,n obtidas dos participantes. dos 4 aos
lá que o cresci111ento pode colaborar ou prejudicar o 18 anos de idade, Outra série de docun1entações Jüi obtida
trata1nento. é in1portante detenninar a época. 111agnitude e nos adultos con1 aproxin1ada1nente 25 anos de idade. e a
direção do crescin1ento fhcial Esse conheci1nento deve série final !Oi obtida aos 45 anosJ Todos os indivíduos
pennitir que os ortodontistas planejen1 n1elhor o trata,nen- eran1 caucasianos e 97'Yo tinhan1 ancestrais do norte da
66
C,wiTULO 7 67
Quadl'O 7~L Questões Clinicas referentes ao pode ter causado tal flutuação. tanto no valor da 111édia
Crescünento Facial quanto cn1 seu desvio padrão Tendências se1nelhantes tan1-
bé1n poden1 ser observadas nos padrões Bolton. 5 Portanto,
1 Os vários par::in1etros faciais crescetn con1 a 111esnu1 a variabilidade relacionada à con1posição da ainostra pode
intensidade entre os 5 e 25 anos de idade? ser elin1inada exan1inando-sc apenas aqueles indivíduos que
2 Quais são as diferenças nas nn1dunças que ocorrc111 co111 apresentavan1-se con1 dados con1plelos
o te1npo nos tipos faciais longo, nonnal e curto? O autor gostaria de enfatizar que o padrão Bolton e de
3 Existe uni estirão de cresciinento fhcial na adolescên- Michigan são recursos únicos e a profissão ten1111uito a agra-
cia? Se ele estiver presente, qual a freqüência con1 que decer às pessoas envolvidas na aquisição e na análise desses
ocorre, qual é sua rnagnitudc e quão previsivc! ele é? dados in1portantes Os ffltos previan1ente 111encionados ape-
4 Quanto crescin1ento é expresso durante a adolescên- nas apontarn algun1as das lin1itações que os pesquisadores
cia (isto é, entre os 8 e os 15 anos de idade), quando o enfrenta,n quando trabalhan1 con1 dados longitudinais. espe-
tratan1ento é fr·cqüentcrnente aplicado? ('orno o cres-
citicarnente a escolha dificil entre o ta111anho da an1ostra e a
cin1ento é distribuído dun111tc a adolescência'!
hon1ogeneidade dos dados
5 As rnudanças no crescin1ento fhcial durante a adoles-
cência são relacionadas a outros índices de 11n1turação
do esqueleto. especifíca,nente a estatura e as radio- MUDANÇAS GERAIS ENTRE OS 5 E
grafias do punho? OS 25 ANOS DE IDADE
6 Se a época. quantidade. direção e duração do crcsci-
1nento para uni individuo não pudere,n ser previstos As n111danças do crescimento entre os 5 e 25 anos de
de forn1a acurada, con10 o tratarnento dos casos con1 idade. en1 estatura e nos vários parân1etros craniofflciais,
padrões fhciais extre111os e padrões faciais n1édios po- füran1 divididas arbitrarian1ente e111 três estágios, especifi-
den1 ser conduzidos? can1ente: 5 aos 1O. 1O aos 15 e ! 5 aos 25 anos.(, Essa füi
7 Quão previsivcis são as 111udanças nas relações 111olarcs. tuna tentativa de entender 111elhor o que ocorre na fhcc e111
desde a dentadura decídua alé a rnista e a pennancnte'?
lennos 111ais an1plos. nos diversos estágios de desenvolvi-
n1ento que são de interesse particular do ortodontista
A estatura nonnaltnente é utilizada corno u111 padrão
ou indicador da n1aturação do esqueleto corporal e. por
isso. !Oi incluída nessas avaliações Aproxin1ada1nente 4ocx1
Europa Esta população proporcionou o 111aterial para a da 111udança total na estatura ocorren1 entre os 5 e os IO
série dos Estudos de io,va sobre Crescin1ento FaciaL pu- anos de idade, outros 40o/c) oco1Ten1 entre os 1O e os 15
blicada durante os últi111os 50 anos anos e o equilibrio chega so111ente após os 15 anos (Tabela
Os indivíduos selecionados aprcsentava111 oclusão cli- 7-! ). As n1ulheres, quando con1paradas con1 os ho1nens,
nican1ente aceitável, se111 nenhu1na desarn1onia 11tcial apa- tên1 incre,nentos de cresci111ento relativa,nente 1naiores
rente. E111 outras palavras, exibia111 unia relação 111olar e entre os 5 e os 10 anos do que entre os 10 e os 15 anos.
canino de Classe I, apinha111ento inferior a 3 111111 no 1110- Tais difCrenças relativas, na 1nagnitude das alterações en1
111ento da irrupção dos dentes per111anentes e ausência de estatura entre os hon1ens e as 111ulheres, ta1nbé111 são en-
assin1etrias in1portantes nos arcos dentários Nenhun1 dos contradas nas din1ensões fflciais lineares co1110 as alturas
indivíduos fora sub111etido a trata111ento ortodôntico e as profundidades da face, n1as não fün.1111 observadas
Esses critérios para a seleção da an1ostra apresentavan1 quando as relações fhciais IOra111 analisadas (Tabelas 7-1 e
a desvantagen1 de lin1itar o nu111ero de pessoas a seren1 7-2)
incluídas no estudo para apenas 35 individues - 10 ho- As n1udanças relativas no comprimento n1axilar era111
111ens e 15 n1ulhcres Por outro !ado, esses critérios de de aproxin1ada1nente 401X,, 40o/c1 e 20o/c) nos ho1nens e 50o/cJ,
seleção apresentavan1 a vantagen1 de fürnecer unia série 30 1Xi e 20(Yo nas n1ulheres (v~ja Tabela 7-1} As n1udanças
exclusivan1ente longitudinal de dados, e não longitudinal na relação maxilar foran1 de 11 o/c1, 78tX) e 11 o/ci nos ho-
,nista Con1 os dados longitudinais n1istos, os valores ab- 111ens e 25 1X1. 50 1Yo e 75o/c1 nas rnulheres. Aqui, vale notar
solutos e incren1entais poden1 variar entre as idades con- duas observações: as porcentagens são di {Crentes nos ho-
secutivas Essa variação, seja un1 au111ento ou unia di1ni- 111ens e nas 111ulheres e a época das alterações lineares e
nuição, é parcialinente relacionada às 111udanças na con1- posicionais do con1plexo rnaxilar não corresponden1 exa-
posição da a1nostra e tan1bé111 às 1nudanças reais que acon- tan1ente nesses três períodos Por exen1plo, o con1prin1ento
teceran1 no cresci111ento 111axilar expressou 50 1X1 do seu aun1ento total entre os 5 e
Por exen1plo, nos padrões de Michigan. a flutuação os 10 anos de idade nas n1ulheres. Por outro lado, na rea-
no tan1anho do parân1etro e1n anos sucessivos pode não lidade, o ângulo SNA sofreu diminuição (isto é, o ponto A
ser son1ente o resultado das 111udanças na posição espacial n1oveu-se un1 pouco 111ais para trás en1 relação à base cra-
das partes, 1nas ta1nbén1 pode ser o resultado do aun1ento niana). Essa 111udança pode ser resultante do 1naior deslo-
e da diininuição no nún1ero de indivíduos incluídos na an1os- can1ento anterior no násio ou da rotação horária do co111-
tra e1n idades diferentes. 4 A variação no tan1anho da an1ostra plexo 111axilar
68 S1:ç..\o ! Cre\'cirnento e Deje111·0/vin1ento
Estatura
Hon1cns 59,6 111111 41(Yc) 44cx) 15cx)
Mulheres 55,5 111111 54%) 41(X1 s x)
1
ENA-ENP
Ho1nens 10,6 111111 37o/c, 42 11<1 21'Yo
Mulheres 7,2 111111 49\Xi 33~0 IS'X,
SNA
Hon1ens 1.8 graus J J<X> 78'X1 J lo/c)
Mulheres 0,4 graus -25(Xi 50(Xi 75cyo
Ar-Pog
Hornens 31,0 111111 341X1 39°;;) 27 1X1
Mulheres 21,0 111111 48 X1 1 41(X1 1J!Yo
SN-Pog
Ho111ens 5,0 graus 37°/ci 33 1X) JQ!Xi
Mulheres 3,0 graus 41 1Yo 5oc1c) 91X,
ANB
Ho111ens -1,6 graus -3 J CJÍl -6(X1 -6Jcyº
rvtu!hcres 1,4 graus _57cx) -7 JIYi1 -2scx)
fahela 7-2. Alterações nas Alluras Faciais e na C'onvexidade do Tecido Mole entre os 5 e
os 25 Anos de Idade
As 111udanças no con1pri1nento 1nandibular nos ho1nens aos 5 e aos 25 anos de idade. Isso significa que à 111edida
[Oi de 34°1<), 39(Xi e 27 1X1 nos três periodos de crescin1ento que o crescin1cnto fhcial progride co111 a idade, houve u111a
(Tabela 7-1 ). As 111udanças correspondentes en1 relação rorte tendência de n1anter o padrão fhcial geral na 111aioria
(SNPog) eran1 111ais ou 111enos sen1elhantes (isto é, 37'X1 • dos indivíduos . Tan1bén1 !Oi observado que as diferenças
33º/o e 301X1). Nas n1tilheres, as 1nudanças no con1prin1en- entre os três tipos füciais. particulannente nas relações
to 1nandibular fOran1 de 43cx), 41 1X> e 1JCYt), corn 111udanças verticais. eran1 111ais evidentes na idade adulta do que na
sen1elhantes na relação 111andibular, ou seja. 41 cYt), 5ü<X, e inH1ncia, isso indicou que o padrão lílcia! tornou-se 1nais
9o/ti delinido com a idade 7
Se observarn1os a relação n1axilon111ndibular des- Esse conceito da predisposição genética já foi ilustra-
crita pelo ângulo ANB, algun1as diferenças interessantes do previan1ente en1 outros parâ111etros. Por exen1plo, a se-
podem ser detectadas (Tabela 7-1 ). Nos homens. a dimi- 111clhança entre o tan1anho dos lilhos e dos pais é pequena
nuição relativa no ângulo fOi de 31 ex). 61Xi e 63(X1 nos três na ínlãncia, quando con1parados nu111a Jhse adulta da vida
períodos de crescin1ento, enquanto nas 111ulheres houve Acredita-se que isso ocorra por causa da capacidade de
un1 au111ento no ângulo no últin10 período alguns genes sere111 n1ais fürten1ente expressos en1 algun1
Após avaliar outros parân1etros do con1plexo dentolíl- 1110111ento após o nascin1ento f:111 outras palavras, as crian-
cial (Tabelas 7-1 e 7-2). poden1os chegar às seguintes ças con1 predisposição genética a seren1 grandes, 111as que
conclusões: nasceran1 pequenas, na realidade cresce111 até un1 percentual
CD Existen1 n1udanças significantes que ocorre1n nos 1naior de altura e de largura dentro dos 6 prin1eiros 1neses
periodos entre os 5 e os 1O e os IO e os 15 anos de de vida Da 111esn1a fürn1a, as crianças que nasce111 gran-
idade e elas são, ern geraL significativan1ente 111aio- des, n1as tên1 unia predisposição genética para sere1n pe-
res do que aquelas que ocorren1 entre os 15 e os quenas, den1oran1 cerca de 18 n1eses para decrescer nos
25 anos percentuais de altura e largura Parece que o tan1anho no
e As 111udanças ocorTe111 111ais cedo nas 111ulheres do nascin1ento reflete as condições uterinas, n1uito 111ais do
que nos hon1ens. que a con1posição genética do bebê 8
CD As 111udanças nas ditCrcntes partes da fhce não são Por outro lado, o fator a1nbiental é ilustrado en1 un1
necessarian1ente se111c!hantes na época e tan1pouco estudo de tuna série de gên1cos n1onozigotos Os gên1eos
na 111agnitude füra1n con1parados quando adultos após tcren1 sido sepa-
e A época da nn1dança entre as 111udanças lineares e rados no nascin1ento. Eles foran1 criados separadan1ente
angulares de tuna estrutura não ocorre1n freqüen- até a vida adulta, sob condições n1uito diferentes.'' Un1 deles
ten1ente ao n1es1no ten1po ou na n1esn1a direção foi criado en1 un1 arnbiente don1éstico "nonnal", enquanto
e Existen1 n1udanças significativas no ültirno periodo o outro cresceu en1 un1 a111biente física e n1entah11ente
do crescin1ento (isto é, entre os 15 e os 25 anos de adverso . A diferença na altura entre os gê1neos era signifi-
idade) en1 detenninados parân1etros faciais. espe- cativa, con1 o lactante ''norn1al" sendo 8,3 cn1 n1ais alto
cifícan1ente altura da face, convexidade 18cial do do que o outro. O padrão esquelético dos gên1eos, no en-
tecido mole e o ângulo ANB tanto, era se111e!hante
Na realidade, a 111aioria das 111udanças efetivas no perfil Parece que os dados sobre o crescin1ento f8cial apóian1
do tecido 111ole ocorrerarn entre os 15 e os 25 anos de essa predisposição genética na n1aioria dos casos, porque
idade. Essa é unia observação interessante, porque reve- 77 1X1 das fhces do estudo n1antivera1n o seu tipo fhcial 7
lou que a 1naior parte da redução da convexidade fh.cial Mas ainda deve ser le111brado que, en1 23o/t, dos indiví-
ocorreu no final da adolescência duos, houve tuna rnudança na classificação do tipo facial
entre os 5 e os 25 anos de idade Essa "troca" de un1 tipo
MUDANÇAS NOS VÁRIOS TIPOS DE facial por outro ocorreu principaln1ente nos casos con1
FACE, COM A IDADE características lin1ítrofes entre os dois tipos füciais (isto
é, do 111édio para o longo ou do curto para o n1édio) É
dificil detenninar se essas 111udanças são tuna expressão
En1 un1 estudo que caracterizou os tipos de face con10 genética retardada ou o resultado de influências an1bientais,
longo, 1nédio ou curto, detenninados a partir de unia avalia- ou an1bos~ porén1, elas rcpresentan1 a base do dilen1a que
ção da inclinação do plano mandibular (ângulo SN:PM) e a o ortodontista enli·cnta ao planejar o tratan1ento desses
proporção das alturas fàciais posterior/anterior (S-Go:NMe), casos
várias questões füran1 discutidas 7
Como se Difere o Crescimento dos
Com que Freqüência as Pessoas Mudam Tipos Faciais Longo, Médio e Curto?
seu Tipo Facial entre os 5 e os 25 Anos?
Quando as curvas do cresci,nento dos três tipos faciais
Os resultados do estudo indicaran1 que a n1aioria das pes- foran1 avaliadas, na população entre 5 e 25 anos de idade
soas (77 1X1) foi classificada con10 tendo o n1csn10 tipo fhcia! não houve diferenças significativas no con1portan1ento das
70 s,c;,10 1 c·1t!)ci111ento e DeseJ11·oh·/111e1110
90
85 --·Q ---G--.a- ..g--.Q __ ,a •• ,a •• .a--.a --·U -· .a -·-O• -1/--.C A
A ~--- -+-TFM
~ 80 ..... .... ·•· •· -·- .... ..... "' . ,,._ -.,. - .... .. 1/j-: --TFM
-•- TFC
- a--TFC
" TFL
" 75 "' TFL
70
65 54---7--9--1-1--1-3--1-5--1-7-//25
Idade
Idade
90
"::r~"·-'~~,:
85 -+-TFM
. ·,\ ... .... ... . ..... "' À· '"' "' .... ,.. •· li -· ~ - - - ~ 80 · . . . --·~.A:--b-"..Q-··--0 . c"f ,~il:,, ,, ,lfr~.ff.. -111- TFC
B
"' 80 --.a---a---a--.a--.a---a---a---111---a--.a---a---ll--f/·--a -+- TFM
B ê J-. -.a- TFC
.,. .. TFL
'°' 75 .... TFL
70
5 7 9 11 13 15 17 25
65~-----~· 1
5 7 9 11 13 15 17 t-;,.'s Idade
Idade
Fig. 7-1 Gráficos que ilustram us alterações absolutas no .ingulo SNA Fig. 7-2 Grúlicos que ilustram as alterações absolutas no fü1gulo SNPog
entre 5 e 25 anos c.k idade, para os homens (A) e as mulheres (B), para entre 5 e :!5 anos de idade. para os homens {A) e us mulheres (8), para
três tipos fuciais difcrcntcs: médio ( 11: ivl), curto (T í-C) e longo ( TF L) tr2s tip~1s faciais di!Crcntcs: médio (Tftvl), curto ("l'FC) e longo ('fFL l
curvas (isto é, a fonna ou a inclinação das curvas absolu- O que Causa as Diferenças entre os
tas do cresci111ento ). Esse resultado n1ostrou que as cur- Diversos Tipos Faciais?
vas eran1 quase paralelas nos três tipos faciais. Por exe1nplo,
as curvas n1édias dos ângulos SNA e SNPog. ilustradas
nas figuras 7-1 e 7-2, descreven1 tendências sitnilares. 7 Parece que o resultado do crescin1ento facial, nos diversos
Esse padrão geral de paralelisn10 foi observado na tipos de fr1ce, é influenciado pelo n1enos en1 parte pelo
111aioria das curvas dos 48 panin1etros dentofaciais avalia- tan1anho e pelas relações originais das diferentes partes da
dos e indicou que, independenten1ente do tipo facial, a curva fhce, sobrepostas às diferenças da 1nagnitude da 111udança
den1onstra u1na relação paralela (isto é, co1nportan1ento e entre as idades sucessivas (isto é. a velocidade de n1udan-
direção sen1elhantes de crescin1ento). Por n1ais interes- ça) Por exen1plo, as con1parações das curvas do ângulo
sante que essa observação possa parecer no contexto do SNPog indican1 que os três tipos h1ciais tên1 curvas de
crescin1ento facial, tal fenô1neno assemelha-se às desco- crescin1ento paralelas. Ainda assin1, as n1agnitudes gerais
bertas de padrões já publicados de estatura asse1nelha-se das curvas absolutas e incren1entais dos três tipos faciais
para as pessoas altas, 1nédias e baixas iu eran1 diferentes, sendo n1enores para a face longa e n1aio-
Essa consistência no paralelisn10 das curvas n1esclou- res para a curta.
se con1 a presença de diferenças significativas na n1agni-
tude da curva entre os três tipos faciais (isto é, na quanti- Quanta Variação Existe nas Características
dade de crescimento expresso). 7 Por exemplo, o tipo facial
curto expressou curvas relativatnente 111aiores para a n1aio- Dentofaciais de Cada Tipo Facial?
ria dos parân1etros dentofaciais ântero-posteriores avalia-
dos, como o SNA e o SNPog . Por outro lado, a magnitude Mesn10 dentro de utna an1ostra relativa1nente ho1nogênea
das curvas para as di,nensões fhciais verticais era 1naior e pequena, cada tipo facial expressa lllna quantidade con-
no tipo fàcial longo. siderável de variações 7 Os individuas de cada tipo facial
AteraçÔ<:\ Fàcial.\ e Dentá,ia\ nu Aclo/escênc-io (,\PÍTULO ] 71
não tinhan1 tan1anho sen1elhante e nen1 relações dentolt1ciais A li1nitação óbvia do n1étodo longitudinal é que ele é
scn1elhantes En1 outras palavras. obvian1ente existe 111ais preciso apenas quando realizado retrospectivan1ente, n1as
de tuna con1binação no tan1anho e na relação das diferen- não en1 prospectiva Freqüenten1enle, o padrão e a veloci-
tes partes do co111plexo dentofhcial. n1as todos tern1inan1 dade de crescin1ento en1 un1 período não são sen1elhantes
con1 o 111esn10 tipo !hcial Portanto. n1udanças sutis en1 ao que ocorre no período subseqüente en1 11111 detennina-
vários parân1etros poden1 in!luenciar a direção total do cres- do individuo Portanto. pode ser concluído que o n1étodo
cin1ento fhcial. assin1 con10 as relações fhciais finais ('01110 longitudinal não é uni n1étodo conlíável para prever as fu-
resultado, durante o planejan1ento. o orlodontista deve ava- turas n1uda11ças dentofhciais
liar o tipo fücial geral e ta1nbén1 as crnacterísticas füciais
de cada paciente. Essas características transfünnan1 o pa-
ciente en1 uni individuo único. que exige utn plano de tra- Método Métrico
tan1ento exclusivo
O 111étodo 111étrico de prever o crescin1ento consiste en1
n1edir as di!Crentes estruturas en1 unia única radiografia, e
MÉTODOS DE PREVISÃO DAS MU- depois relacionar estas 1ncdidas con1 as 111udanças frituras
DANÇAS DO CRESCIMENTO FACIAL no crescin1ento. Partindo-se de tuna perspectiva clínica,
este deveria ser u111 n1étodo ideal de previsão, pela sua
si111plicidade. Mas qual é o êxito desse 111étodo de previsão
Todas as variações aqui descritas representan1 an1plitude
(isto é. quão forte é a inter-relação das n1udanças), dentro
das relações nonnais. dentro de utna população nonnal
de 11111a estrutura facial, entre as várias estruturas fflciais e
Por outro lado. as pessoas co111 discrepúncias esqueléti-
entre as estruturas fhciais e outras di111ensões corpóreas?
cas n1ais graves (isto é, con1 unia fr1ce den1asiadan1ente
Nesse contexto seria útil explicar a detenninação cientHi-
longa ou curta) possuen1 caracteristicas n1ais acentuadas
ca e a aplicação clínica da força das relações entre qual-
e n1udanças fhciais relativan1ente 111ais previsíveis. Portanto,
quer par de variáveis
co1110 a habilidade de prever o cresci111enlo da fhce é apli-
cável clinican1ente?
O coeficiente de correlação. si1nbolizado por uni r n1i-
nüsculo, descreve a associação ou a fürça da relação entre
De acordo con1 Bjork. 11 a previsão do crcscin1ento
duas variáveis. O coeficiente de correlação tan1bé111 indica
pode ser realizada por três 111étodos gerais: longitudinal.
111élrico e estrutural a direção. positiva ou negativa. dessa relação O seu uso
na predição é derivado do valor de , elevado ao quadrado,
denon1inado de coejlciente de detern1i11aç-cio, ou 1 2 Esse
Método Longitudinal coeficiente descreve a quantidade de variação da 2" variá-
vel. que pode ser eli,ninada se a prin1eíra für conhecida. 15
Con1 a abordagen1 longitudinal. un1 individuo pode ser ava- De acordo con1 Horo\vitz e Hixon. 15 uni coeficiente
liado durante uni período especifico. a lín1 de detern1inar de correlação pode ser eslatislican1ente significante no ní-
o padrão do cresci111ento. Esse conceito füi aplicado clini- vel de confiança 0.00 ! n1as ainda não ter i1nportância clí-
can1ente por T\veed 1~ nos seus pacientes en1 cresci111ento nica para a predição. ('01110 regra, eles sugeriran1 un1 valor
Ele obteve dois ceralogran1as laterais. separados por uni r de 0,8 a linha divisória para uso na predição clinica. por-
período de 12 a 18 n1eses, para avaliar as n1udanças no que o coeficiente de detenninação, ou r\ é 0,64 (isto é,
esqueleto racial. c·onseqüente1nente. o paciente era colo- 64cXi da variação pode ser representada na variável que
cado e111 unia das três categorias utilizadas para prever as está sendo prevista) 15 É considerando-se esses fatos que
tendências do crescin1ento futuro. No tipo A, o cresci1nento os dados disponíveis deven1 ser interpretados
das fhces n1édia e inferior procede con1 as di111ensões ver- En1 estudos independentes de Bjork e Palling, 1(, Bjork. 17
ticais e horizontais sendo aproxin1adan1ente iguais. No Harvold. 18 Lande. l'I Solo,v e Siersbaek-Nielsen 20 e ou-
tipo B, a fhce n1édia c1esce para baixo e para a fíente 111ais tros,21 22 os coeficientes de correlação para as 111edidas ra-
rapidan1ente que a fhce interior Esse tipo de crescin1ento ciais, s~ja111 lineares ou angulares, quando relacionados ao
n1anifesta-se predon1inante111ente na direção vertical No cresciinento futuro da n1esn1a 111edida, não exceden1 un1 ,
tipo C, a frtce inrerior desenvolve-se 111ais rápido do que a de 0,4 ou 0,5 (isto é. eles explican1 apenas !61X> a 25cyº da
1nédia A concepção básica de T,veed era que o padrão de variação) rvteredith 23 24 já havia exan1inado esse conceito
crescin1ento pennaneceria constante detalhadan1ente nos dados de lo\va sobre o cresci111enlo
Unia contribuição para o conceito de constância do Ele relatou as 111udanças do crescin1ento para tllna série de
padrão de cresci1nento fOi apresentada no início da déca- 111edidas ceta!icas, fhciais e outras corpóreas e calculou as
da de 50, por Brodie.'3 Logo depois, Moore'·' e outros pes- correlações entre ( 1) o tan1anho en1 unia idade con1 o ta-
quisadores e clinicas concluíran1 que essa constância po- n1anho do 111esn10 parân1etro en1 outra idade, (2) o tan1a-
deria ser observada apenas nas 111édias da população, n1as nho de u1n parân1etro en1 unia idade con1 a quantidade de
não é útil na predição das 111udanças que ocorre111 en1 uni 111udança na idade subseqüente e (.3) a quantidade de n1u-
indivíduo dança en1 uni período con1 as 111udanças nos periodos sub-
72 5EÇ,\O J Cre.\ci111e11to e De_\eJ11·oh•i,11e1110
seqüentes. Essas correlações foran1 realizadas dentro de En1 uni estudo subseqüente, Skieller, Bjork e Linde-
tuna variável e tan1bé111 entre variáveis diferentes Das cen- Hansen~~ tentaran1 relinar essa abordage111 da previsão,
tenas de coeficientes de correlação calculados, 601Yc) apre- quantificando-a Eles observara1n que a cornbinação de
sentaran1 valor , inferior a 0.4 ~~-~ 5 A 111ais alta correlação quatro variáveis fürnece a n1elhor estin1ativa prognóstica
encontrada foi entre o crcscin1cnto na largura da face e o da futura direção do crescin1ento 111andibular. As variáveis
crescin1ento na largura do on1bro. con1 un1 1 de 0.65. Esta eran1: ( 1) inclinação 111andibular niedida pelo ângulo SN:P!'vt
ainda é unia correlação considerave!inentc baixa para uso ou pela proporção das alturas da füce posterior/anterior,
clínico (2) o úngulo intern1olares, (3) o contorno da borda inferi-
Do ponto de vista clinico. o 111étodo n1étrico ten1 li,ni- or da 111andíbula. n1eelido pelo ângulo entre Go-Me e unia
tação inerente en1 prever as 111udanças faciais tangente ú borda inICrior da n1andibula. e (4) a inclinação
da sinfise. 111edida pelo úngulo entre a tangente da superfi-
cie anterior da sínfise e SN
Método Estrutural Quando os valores dessas variáveis eran1 incluídas na
análise de regressão 111últipla, o J 2 foi calculado con10 sen-
O n1étodo estrutura! para a previsão da direção do cresci- do 0,8612 Esle r2 é consideravehnente alto, unia vez que
1nento n1andibular füi desenvolvido por Bjork/ 6 a partir de explica 1nais de 86 1X1 das variações na direção do cresci-
sobreposições sobre i111plantes ,netálicos. O 111étodo con- n1ento 111andibular. !'vtas, inle!izn1ente, havia uni porén1
siste en1 reconhecer as características estruturais (isto é, De acordo com Skieller, Bjork e linde-1-lansen'" o ,, alto
n1orfülógicas) especificas da n1andíbula que possan1 indi- obtido pode ser relacionado ao fato de que a an1ostra que
car tendências do crescin1ento futuro eles avalian.1111 continha diversos extre1nos, cujo cresci-
Avaliando a n1orfü!ogia n1andibular, Bjork 1111' enun1e- n1ento gera! 111édio progride en1 unia direção 111ais consis-
rou sete áreas do ceH1logran1a que deven1 ser avaliadas tente e previsível Eles sugerira111 que se os extren1os tüs-
para ajudar a prever a direção do futuro crescin1ento 111an- sen1 elin1inados, a previsão da direção do crescin1ento se-
dibular: ria n1uito nienos confiável
1 A inclinação do côndilo con10 unia indicação da di- Do ponto ele vista clínico, pode-se concluir que se uni
reção do seu crescin1ento, se vertical ou sagital paciente tiver uni plano 111andibular n1uito inclinado, con1
Por exe111plo. con1 o crescin1ento condilar vertical. uni àngulo goníaco obtuso e tendência à 111ordiela aberta
a rnandíbula sofíe rotação para a frente con1 un1a 111á oclusão (:lasse li ou III, torna-se 111uito ób-
2 A curvatura do canal niandibular (isto é, quanto 111ais vio que existe unia alta probabilidade de que a futura dire-
curvo o canal, n1aior a rotação anterior da 111andí- ção do cresci111ento 111anclibular será desfavorável, inde-
bula) pendente dos n1elhores esfürços do ortodontista
3 Inclinação da sinlise Se ela for inclinada linguahnen- Unia vez que a previsão de con10 crescen1 os tipos
te, a n1andibu!a sofi·e rotação para a frente faciais extretnos não parece ser un1 desafio para o orto-
4 Morfologia da borda inferior da mandíbula dontista, a discussão irá se concentrar nos vários n1éto-
5 O ângulo interincisal, que é 111ais agudo nas rota- dos de previsão das 111udanças que ocorretn na população
ções para a frente. adolescente 111édia. Esse grupo abrange a 111aioria dos
6 Os ângulos interpré-111olar ou rno!ar ta111bén1 são pacientes que o ortodontista costun1a tratar Os 111étodos
111ais agudos nas rotações para a frente ele previsão longitudinal, 111étrico e estrutural tên1 valor cli-
7 A altura da face anterior inferior, nico Jin1itado. A evolução da inforn1ática ten1 proporcio-
O abrangente trabalho ele Bjork 1117 ~6 ~7 sobre as 111u- nado abordagens 111ais sofisticadas para este proble1na
danças 1naxilares e 111andibulares tan1bén1 de111onstrou as
diversas variações no crescin1ento do co1nplexo naso-
n1axilar. dos côndilos e da posição n1andibular dentro de Métodos de Previsão
unia detenninada população T'al variação seria esperada, Computadorizados
porque a fritura direção do crescin1ento 111andibular é in-
fluenciada pelas 111udanças ern outras partes do con1plexo É preciso enfatizar que a cornputação é essenciahnente
craniofhcial (isto é. as 111u<lanças na base craniana, a posi- tuna fCrran1cnta de análise. e não uni 111étodo de análise
ção da füssa glenóide, o con1plexo nason1axi!ar, o cresci- Isso ocorre porque os con1putadores são progran1ados
n1ento dos processos alveolares e o que poderia ser consi- para usar equações baseadas nos n1étodos de previsão lon-
derado o "grande desconhecido" [veja Cap . 4]) Mais es- gitudinal, 111étrico, estrutura! ou outros. A n1aior vantage111
pecilica111ente, uni dos desconhecidos é o efeito das ftltu- ela tecnologia da infonnática é que ela fhcilita o teste e a
ras 1nudanças no an1biente e função sobre o cresci111ento aplicação de fOrn1ulas 111ais complexas para a previsão do
da tace Essas variáveis são dificeis de quantificar po1 crescin1ento
qualquer 111étodo de previsão, porque são essencia!n1ente Na década de 70, Ricketts e cais. 1'1•3~ estavan1 entre os
desconhecidas, tanto para o ortodontista quanto para o prin1eiros a observar que o ortodontista poderia lançar 111ão
paciente. de unia análise 111uito n1ais co111pleta de u111 cefhlogra111a,
Ate1ar6e~ Fàc-iai, e De11tárl!H 11a Adole\cê11c-ia (~\l'ÍTll!.O 7 73
incluindo diagnóstico, plano de trata1nento e tuna previsão precisa-se apenas de uni con1putador 1nal progran1ado"
a longo e a curto prazos do cresci111ento das estruturas Isso não significa que os ortodontistas não deva111 usar os
dentoesqueléticas. con1 e se111 tratan1ento. Assi111, Ricketts:!'1 vários progran1as disponíveis para con1putadores, n1as si111
introduziu seu n1étodo de análise con1putadorizada, basea- que eles perceba111 que tais progran1as são úteis para a
do no conceito da raiz cübica co111binado co111 un1a vasta orientação do paciente e ta111bé111 para as sin1ulações do
experiência clinica crescin1ento 111édio ou do trata111ento, e não para previ-
Greenberg e .Johnston 33 testanun essas previsões co111- sões individualizadas.
putadorizadas Eles selecionanu11 cefhlogran1as ern 100 in- C'onclui-se que, até o n10111ento, as 111udanças gerais
dividues que não havia111 sido subn1etidos a trata,nento no tan1anho e na relação da fUce hu111ana no período de 20
ortodôntico, da a111ostra do estudo de cresci111ento Bolton- anos. desde infância à idade adulta, são en1 geral difíceis
Brush, aos l O e aos 15 anos de idade A partir dessa an1os- de prever para un1 indivíduo. Isso ocorre porque as n1u-
tra, 20 indivíduos l'ora111 selecionados aleatoria111ente co1110 danças sofren1 a influência de efeitos co111binaclos e con1-
experi111entais, e seus cet'Ulogran1as aos IO anos de idade plexos de fatores in1previsiveis, genéticos e a111bientais A
türan1 sub111etidos a tnna previsão con1putadorizada de 5 situação torna-se ainda n1ais con1plexa porque estan1os uti-
anos Obtidas as previsões, as telerradiografias aos 15 anos lizando u111a in1agen1 bidin1ensional - a cef8lon1etria - para
de idade tan1bé111 füra111 enviados para a avaliação Para os prever u111 objeto 111ultifuncional e tridi111ensiona! - a face
den1ais 80 indivíduos. eles calculara111 as 111édias das alte-
rações nos vários parâ111etros entre os ! O e os 15 anos.
Fora111 fCitas co111parações entre três tipos de cálculos: ( 1) ALTERAÇÕES FACIAIS NA
a previsão con1putadorizada das n1udanças entre IO e 15 ADOLESCÊNCIA E O PICO DE
anos nos vinte casos, (2) as n1udanças reais que ocorreran1 CRESCIMENTO
nos 111esn1os vinte casos e (3) a adição das n1udanças n1é-
dias que ocorreran1 nos den1ais 80 indivíduos, às din1ensõcs O pico de crescimento da adolescência nas estruturas
dos vinte indivíduos experin1e11tais aos 1O anos de idade dentof[1ciais, especiahnente na ,nandíbula, é un1 dos as-
Greenberg e .Johnston 33 observararn que as previsões co111- suntos 111ais discutidos no crescin1ento facial . Os orto-
putadorizadas não eran1 essenciahnente 111elhores do que a dontistas aprendera,n a direcionar a época de trata111ento
suposição do "crescin1ento 111édio" En1 outras palavras, de f'orn1a que coincida con1 o pico de crescin1ento da ado-
não havia diferenças significativas na precisão entre as pre- lescência Esse assunto será discutido respondendo-se a
visões geradas por con1putador e aquelas baseadas na sin1- três questões frequente111ente fürn1uladas
ples adição das alterações n1édias Alén1 disso, a111bos os
n1étodos (isto é, a predição con1putadorizada e a adição
das alterações 111édias) não era111 representações fiéis das Existe um Pico do Crescimento
n1udanças reais, na 111aioria dos para111êtros fhciais avaliados Mandibular e Qual a Freqüência com
(:angialosi e cols. 3•1 avaliara111 a confiabilidadc de outro que Ele Ocorre?
progran1a con1ercialn1ente disponível, utilizando telerradio-
grafias pré e pós-trata,nento de 30 pacientes tratados du- Os dados 111ais precisos e confiáveis acerca do cresci-
rante un1 pedodo ativo de crescin1ento. As previsões co111- 111ento 111andibular podern ser obtidos de estudos que utili-
putadorizadas foran1 co1nparadas co111 os resultados reais zaran1 i111plantes 111etálicos E111 un1 estudo de 1963, Bjork 11
do trata,nento Alén1 disso, a previsão do cresci111ento a avaliou o cresci111ento dos côndilos de 45 111eni11os entre 7
partir do progran1a de con1putador füi con1parada con1 a e 21 anos de idade. Dentre todos os avaliados, apenas onze
previsão do cresci111ento através de un1 n1étodo 1nanual (111enos de 25cVo) tinha111 o que pode ser descrito co1110
Dentre as variáveis previstas, cinco fora111 consideradas unia \'Cltiaçcio cli.\cernível de c-res\ci111e11to puheral
estatistican1ente confiáveis A previsão do co111putador
chegou perto das n1edições reais de quatro variáveis e o
rnétodo 111anual chegou 111ais perto en1 três variáveis Dois Qual é a Magnitude do Pico?
dos quatro parân1etros previstos pelo con1putador en.1111
relacionados à dentição Por outro lado, a previsão das Para os onze indivíduos no estudo de Bjork" de 1963, ele
alterações no esqueleto e no tecido 111ole !'oi 111uito n1enos descreveu tuna velocidade 111ais lenta de crescirnento
real No entanto, deve-se le111brar que as alterações dentárias condilar por volta dos 12 anos de idade, correspondendo
resultantes do trata1nento são n1ais previsíveis, porque, a un1a n1édia de 1,5 111111 e uni pico 2 anos 111ais tarde con1
en1 grande, elas são detenninadas pelo ortodontista t1111a rnédia de 5,5 111111, variando entre 4,0 e 8,0 111111 (Ta-
As diferentes n1etodologias apresentadas pelas técni- bela 7-3 ). Para os demais 34 indivíduos no estudo, foi
cas co111putadorizadas poden1 parecer con1plexas, en1bo- observado u111 crescii11ento condilar anual n1ais estável,
ra tenha111 as 111esn1as lin1itações inerentes definidas previ- com u111a n1édia de 3,0 111111 durante o n1esn10 período
an1ente . J1 J.1.J(, De acordo con1 Hixon 37 e I-Iixon e I(lein, 38 Quanto à época do pico, a idade 111édia para sua ocorrên-
"Errar é hu111ano: para prejudicar reai111ente o processo, cia füi de 14 anos, co111 variação entre 12 e 15 anos 11
74 Si'Ç,\O I c·re\cil11e1110 e Dese111·oh·i111ento
Tabela 7-3. Nludanças no Cresci1nento Condilar nos 11 Casos (de 45) que Exibin.un tvtudanças
no Cresci,nento Puberal
Os resultados e as conclusões de Bjork aponta1n para O que esses Resultados Significam para
os seguintes fhtos:
o Ortodontista?
e I-louve un1 cslirão discernível. n1as não necessaria-
111entc significativo, no cresci111ento condilar e111 1ne-
nos de 25(Yi> da a111ostra A presença de unia aceleração puberal significante pode
ocorrer en1 111enos de 25 1Yo dos casos. ,nas não en1 todas
o A 1nagnitude, a duração e a época do estirão varia-
ou 11en1 1nes1no na n1aioria das pessoas Esperar outro re-
ran1 111uito, 111esn10 nessa suba1nostra selecionada
de onze individuas sultado seria unia ilusão Con10 resultado, adiar rotinei-
e Não houve relação entre a intensidade do cresci- ran1ente ou atrasar o tratan1ento nos casos que apresen-
111ento e sua direção
tan1 discrepâncias esqueléticas ântero-posteriores, previa-
Esses fatos piecisan1 ser len1brados sobretudo duran- 111ente ao estirão, não é cientifican1ente justificável Isso
te o plano de tratan1ento ortodôntico de pacientes co111 não deve ser interpretado con10 se significasse que tal ace-
discrepâncias esqueléticas leração não ocorre e1n nenhun1a pessoa: isso apenas indi-
ca que aquelas n1udanças que poderian1 ser descritas con10
estirões clinican1cnte significativos não ocorren1 consis-
Como Outros Estudos Longitudinais sem tente1nente na n1aioria dos pacientes
Implantes Descrevem as Mudanças do Na realidade, o ortodontista enfrenta dois problen1as:
Crescimento Mandibular na Adolescência? ( 1) a fornlidável tarefa de detenninar qual dos indivíduos
de unia deter111inada população irá exibir u111 surto adoles-
Uni quadro uni pouco diferente é apresentado quando os cente de crescin1ento e (2) para esses poucos que experí-
estudos de Riolo e colsi e Broadbent, Broadbenl e Bolton' 111entan1 o estirão, qual é a necessidade de prever a época
são exan1inados e a 111agnitudc de sua ocorrência assin1 con10 a sua direção
Nos dados de Riolo e cols ;1 a n1udança n1édia na di- Na ausência de uni surto de crescin1ento consistente
mensão linear mandibular (Ar-Gn) foi quase gradual Da e significativo na adolescência, con10 se pode explicar o
n1esn1a rorn1a, a n1udança na relação ântero-posterior da fato de que se está tratando con1 êxito a 1naioria dos pa-
n1andíbula (SNPog) ta1nbén1 descreveu uni aun1ento gra- cientes cn1 fase de cresci,nento e que se dispõen1 a coope-
dual com a idade. Os dados de Broadbent, Broadbent e rar con1 o lrata1nento, e que possuen1 discrepâncias esque-
Bolton~ sobre os n1esn1os parân1etros ta1nbén1 den1ons- léticas brandas a n1oderadas?
tran1 u1n pequeno aun1ento consistente na sua n1agnitude.
tanto nos ho1nens quanto nas n1ulheres, sen1 evidência de
nenhun1 estirão significativo
MUDANÇAS GERAIS DO
Então, co1110 tantos ortodontistas acreditan1 na exis- CRESCIMENTO DURANTE O INÍCIO
tência universal de un1 estirão de crescin1ento 111andibu- DA ADOLESCÊNCIA
lar? Provaveln1cnte isso ocorra porque, etn alguns estu-
dos, a an1ostra foi dividida entre as pessoas que realtnente En1 unia série de estudos sobre a a1nostra de crescin1ento
den1onstran1 aceleração puberal nas din1ensões n1andibu- de lo\va, os indivíduos füran1 agrupados de acordo con1 a
lares e aquelas que não den1onstraran1 tal 111udança Ape- época de n1aior n1udança no riln10 do crescin1ento, e,n qual-
nas as observações do prin1eiro grupo (isto é, as exce- quer frise durante 2 anos entre os 8 e os 17 anos de idade_: 0 ~ 1
ções) fora,n destacadas_ 11 Outra explicação possível é que Ta! disposição acentua a quantidade de 111udança nos dois
se a escala de qualquer curva for suficiente1nente an1plia- anos que foran1 denonlinados co1110 perioc/o de cre5ci111e11to
da, unia aceleração reduzida e clinican1ente insignificante 111áxi1110 e con1parados con1 os dois anos anteriores (pré-
pode parecer 1nuito 1naior. 39 •41 pico) e os dois posteriores (pós-pico) a esse período
A1e1aç()es F'aciai\ e Dc111úrüH 1u1 Adolevcência (~\l'iTULO 7 75
rabeia 7-4. Mudanças tvlédias Durante os Dois Anos no Pico de ('rescitnento (Pcriodo do Pico). os Dois Anos Anteriores
(Período Pré-pico) e os Dois Anos Posteriores (Período Pós-pico)
Paràn1etro Gênero X DP X DP X DP
cm Estatura
cm Estatura
80
60 60
40 40
20 20
00 o.o
mm Ar-Pog mm Ar-Pog
B
A 3.5 35
~
2.5 25
1.5 15
0.5 0.5
10[
o.o t: , i: t t 01.0
.0 lt::::=:t::::=::t=r::::t===::1._
-8 -9 -10 -11 -12 -13 -14 -15 -16 -17 -8 -9 -10 -11 -12 -13 -14 -15 -16 -17
Fig" 7-3 ivludançus irn.:rcrnenrnis médias cm estatura. comprimento mandihul.ir {Ar-Pog) e rclaçüo mandibular
(SNPog) parn 20 individuos do scxo masculino(:\) e 15 do feminino (0), ilustrando as mudanças anuais cntrç os 8
e os 17 anos
utilízara111 quatro n1edidas lineares esqueléticas, as quais As curvas individuais ta1nbén1 indicaran1 que as n1u-
se acredita que sofra,n aurnentos estatistican1ente signifi- danças na relação n1andibular são expressas con10 tuna
cativos durante esse periodo Os resultados indicara111 que n1udança re!ativan1ente constante, entre os 8 e os 17 anos
o surto do cresci111ento pode não ser consistenten1ente de idade rvtes1no nos casos que expressara1n uni surto no
observado en1 un1a base individua!, e que as correlações con1pri1nento 111andibular, a 1nudança na relação n1andibu-
entre a aceleração e a desaceleração do crescin1ento ado- lar não exprin1e un1 surto significativo correspondente, no
lescente, tanto con1 estatura e a n1aturidade esquelética avanço do menta (Fig 7-4). Portanto, a posição do mento
detenninadas pelas radiografias do punho. não era,n clini- para a frente é n1ais dependente da rotação/translação 1nan-
ca,nente significativas para a previsão dibular de avanço do que no si1nples au111ento do co1npri-
Portanto, essa revisão breve sugere que, en1 geral, fUl- 111ento 111andibular Isso havia sido previan1cnte ilustrado
lan1 correlações clinica1nente úteis entre a época da 1nu- por Bjork/; que observou que quantidades e direções se-
dança na estatura ou nas radiografias do punho, con10 in- 1ne!hantes do cresci1nento dos côndilos pode111 ser expres-
dicadores da 111aturação esquelética, e as n1udanças nos sas diferente1nente no pogônio, dependendo do centro de
diversos parân1etros dentotàciais, os quais os ortodontistas rotação da 111andíbula localizar-se nos côndilos, nos pré-
estão interessados en1 prever. 111olares ou nos incisivos
cm cm Estatura
a.o 80
60 6.0
40 4.0
20 2.0
00
mm Ar·Pog
A mm Ar·Pog
60 60
8
4.0 40
20 20
O.O
Graus SNPog
grupos: apenas observação, sem tratamento (N = 61 ), tra- fllto explica porque o tratan1ento da 111aioria dos pacientes,
ta1nento con1 o bionator (N = 53) e tratan1ento apenas independenten1ente das tendências cientificas e clínicas, é
com o aparelho extrabucal (N = 52) be,n-sucedido
En1 tuna parte do estudo, os efeitos do trata111ento so- Ao planejar o tratan1ento de casos co111 discrepâncias
bre as estruturas dentofhciais fora111 relacionados ao 1110- ântero-posteriores nos individuas e111 crescimento, o or-
n1ento en1 que o tratan1ento fOi iniciado, de acordo con1 a todontista deve considerar quatro pontos i1nportantes:
idade cronológica, a dentária e a esquelética detern1inada a
e A época das n1udanças n1andibu!ares, tanto no ta1na-
partir das radiografias do punho As n1udanças totais das
nho quanto na relação, não são estreitan1ente corre-
estruturas dentofaciais, durante os 15 111eses de tratan1en-
lacionadas tunas com as outras, assin1 con10 con1 as
to, foran1 correlacionadas con1 cada u111 dos três indica-
n1udanças na estatura ou nas radiografias do punho;
dores da maturidade. As observações indicaran1 que essas
conseqüenten1ente, a época não pode ser acurada111ente
correlações era1n próxin1as de O (isto é, u1na associação
previsível a partir desses parân1etros
baixa entre a 1nagnitude das tnudanças do tratamento e a
o Existen1 111udanças n1andibu!ares significativas no ta-
época de tratamento) Os dados de Keeling et ai." e de
n1anho e na relação entre os 8 e 17 anos de idade. As
Ghafari e cols. ; 15 en1 estudos prospectivos se111elhantes
n1udanças na relação 1nandibular não eran1 significati-
realizados na F lórida e na Pensilvânia, respectivan1ente,
vamente diferentes nos periodos de pico e pré-pieo,
confirmaram os resultados obtidos por Tulloch, Philips e
tanto para os 111eninos quanto para as n1eninas, A n1ag-
Proffit43 , na Carolina do Norte
nitude de mudança no período pós-pico tendia a ser
n1enor do que nos outros dois
IMPLICAÇÕES CLINICAS e O trata,nento das discrepâncias ântero-posteriores deve
ser iniciado assi111 que o ortodontista acredite que o
As conclusões desses estudos sugere1n forten1ente que tratamento está indicado, ao invés de esperar pelo surto
existe pouco a ganhar con1 o trata1nento adaptado a tuna de crescimento puberal. Isso acontece porque a ocor-
época de crescin1ento en1 uni estágio especifico da n1a- rência, a n1agnitude e a época do surto en1 un1 detenni-
turação, seja ele cronológico, dentário ou esquelético. Por- nado paciente são alta111ente imprevisíveis, pelo menos
tanto, resultados semelhantes poden1 ser obtidos e111 tuna ao nível en1 que as torne clinican1ente úteis para o
fllixa etária n1ais variada do desenvolvin1ento intàntil. 4 3 Esse ortodontista e benéficas para o paciente
78 Su;,\o I Cie\ci,11e11to e De~e,11·oh•il11e11/o
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
É crucial que o ortodontista envolvido no tratarnento orto- É fácil imaginar como a preservação do comprimento
dôntico pren1aturO tenha u1n bo1n conheciinento das 111u- do arco e a prevenção da 1nesia!izaçào dos 111olarcs inferi-
danças oclusais ântero-posteriores que ocorre111 desde a ores pennanentes poden1 afetar ncgativa111ente as inudan-
dentadura decídua até a pennanente ças na relação n1olar, a partir da dentadura 1nista até a per-
111ancntc Con10 resultado. nos casos con1 relação 111olar
Degrau Distal topo a topo. nos quais un1 arco lingual é inserido. o
Se a oclusão inicia! na denlí.1dura pern1ancntc tiver u1n de~ ortodontisla deve considerar a possibilidade de instalar
gr·au distal. a relação n1olar na dentadura pern1anente de- AEB ou outros aparelhos, a lin1 de obter t1111a oclusão Classe
senvolve-se en1 unia Classe li Isto dá crédito para o axio1na I Os pais deven1 ser conscientizados de tal possibilidade
freqüente1nente repetido: "Unia vez Classe li. sen1pre Classe con1 antecedência
II" .is
U111a vez que a distoclusão das dentaduras decídua e n1is-
Degn1u l\'lcsial de l 111111
ta não se autocorrige con1 o crescin1ento, deve ser enlàtizado
Dentre os casos con1 dcgn1u 111esial de ! 111111, 76 1Yo torna-
que os casos con1 degraus distais na dentadura decídua de-
ra111-se ('lasse 1, 23 1Yt1 transfónnan1~se e111 Classe f! e 1(~~1
ven1 ser observados regularn1ente. e o tratan1ento iniciado
progride1n para t1111a relação de Classe Ili Nos casos con1
assirn que o ortodontista e o paciente esteja1n prontos
degrau n1esia! de 2 111111 ou n1ais na dentadura decídua, 68 1X>
tornan1-se Classe I, 13º/o Classe li e J9(Yti, Classe III Essas
Relação de Plano I erminal Reto
observações indicanun que quanto n1aior o degrau 1nesial,
Os individuas co1n relação de plano tern1inal reto apre-
n1aior a probabilidade da relação 1nolar se desenvolver para
sentan1 tuna questão diagnóstica 111ais desafiadora Dentre
tuna oclusão Classe I ou Ili As observações tan1bén1 indi~
esses casos. 56o/i, ton1a111-se ('lasse I e 44 1Yt1 tornarn-se Clas-
caran1 que tuna relação n1olar n1ais favorúvel na dentadura
se II, na dentadura pern1anente En1 outras palavras, u1n
dccídu;.1 din1inui a chance de u1na oclusão Classe II se de~
pouco 1nenos do que a n1etade dos casos progride para
senvolver na dentadura pcnnancnte, poré111 não a in1pede
tuna Classe li. con1 oclusão de lopo u topo. -is Essas obser-
Portanto, alguns casos con1 degrau ,nesial ainda poden1 se
vações iinplicarn que o que era previan1ente considerado
desenvolver en1 1nolaíes Classe II na dentadura pennancn-
unu1 oclusão "norn1al", na dentadura dccidua ou 111ista. não
te. poré1n tais 1nudanças ocorre111 en1 urna porcentagern
resulta freqüenten1cnte, na realidade. en1 urna oclusão ··nor-
tncnor de casos ·IH
111al" na dentadura pennancnte Portanto, é essencial que o
ortodontista observe de perto esses casos e inicie o trata-
1nento assi1n que necessário Relação Molar ele Classe Ili
Deve ser enü1tizado que, nos 56,4(Yo de indivíduos con1 Por firn, a incidência de unu.1 relação 1no!ar da Classe Ili na
plano tern1inal reto. a instalação de uni arco lingual infCrior dentadura pennancnte aurnenta de acordo con1 a 111agnitu~
para 111antcr o espaço pode ter ef'eito adverso na oclusão de do degrau n1esial na dentadura decídua A incidência é
en1 descnvolvi1nento (isto é. pode in1pedir que 111ais casos de J1Yt) con1 degrau 111csial de J 111111 e aun1enla para l 91Yt> co1n
co111 plano tenninal reto se transfórn1en1 en1 Classe I). É degrau n1esial de 2 n1111 ou 1nais .·1H
in1portante le111hrar esse ffltn porque ns nrtodontistas. os Etn resurno, é necessário avaliar periodica111ente as n1u-
odontopediatras e os clínicos gerais f'reqüente111ente con- danças na relação oclusal de pacientes jovens. a fírn de
sideratn a instalação de un1 arco lingual infCrior corno unui infonnar aos pais de qualquer relações adversas que cste-
n1edida preventiva ou intcrceptiva, poré1n uni procedin1en- jan1 se desenvolvendo e possarn exigir tratan1ento füturo
to não~invasivo
en1 tuna relação cúspide a cuspide ( isto é, con1 a cúspide en1 dois casos con10 resultado da perda preinatura dos
n1esiovestibular do pritneiro 111olar superior pern1anente a segundos n1olares inferiores decíduos, causada por cãries,
frente do sulco vestibular do pri111eiro 111olar inferior per- Esses dois casos não füran1 incluídos no estudo.
1nanente) Nos 71 lados con1 planos tern1inais retos (29,41X1 do
Os 2.3 lados con1 degraus distais na oclusão inicial total), 56,3'Xi lornaran1-se Classe I e 43, 71X1 tornara111-se
(9,5º/ti do total) progrediran, para tuna tendência à c·Jasse Classe li, na dentadura pennanente, Esses resultados in-
II ou unia relação molar total de c·iasse II, na dentadura dicaran1 que a presença de uni plano tenninal reto na den-
perrnanente En1 geral, houve un1a tendência para a oclusão tadura decidua resultaria en1 unia relação topo a topo na
distal n1elhorar ligeiramente con1 a idade, n1as não a ponto irrupção dos prin1eiros n1olares pern1anentes lnf'eliz1nen-
de se tornar tuna relação de Classe I te. 44tX1 dos casos tenninarão desenvolvendo tnna oclusão
A 111udança para tuna relação n1olar de c·iasse I ocorreu Classe li.
80 s,ç,\o I c·reslinzento e De,\envo!l'i111e11to
As 111udanças do crescin1ento facial são con1plexas e 5 Atuahnente, o 111étodo 1nais si111ples para prever as n1u-
altarnente variáveis, con10 ten1 den1onstrado as correla- danças nas din1cnsõcs faciais deve iniciar con1 o tipo
ções baixas entre as n1udanças nas diversas din1ensões facial apresentado pelo paciente e adicionar a rnédia
faciais das n1udanças do crescin1cnto esperadas para o seu
2 O 1nes1no pode ser dito sobre as relações entre as n1u- tipo facial Obviamente, esse 1nétodo te1n suas limita-
danças nas ditnensões faciais e os vários índices de ções cn1 relação à previsão das nn1danças individuais,
1naturação esquelética, co1no a estatura e as radiogra- porén1 e!c é tão bo,n, ou tão ruin1. quanto qualquer
fias do punho Os 1nétodos 1nodernos são gerahnente outro 1nétodo 1nais con1plexo
incapazes de providenciar utna estin1ativa eficaz das 6 En1 relação às fllturas 1nudanças nas relações fhciais, o
1nudanças individuais atribuídas ao crescimento plano de trata1nento deve ser baseado no pior prog-
3 O surto de crescin1ento mandibular na adolescência nóstico. E1n outras palavras, para indivíduos con1 rela-
ocorre e1n 111enos de 25o/o dos casos; porérn, a presença, ções esqueléticas dcsfhvoráveis. é 111ais sábio prqjetar
o inicio, a duração e a n1agnitude do surto de cresci- un1 plano de trata1nento supondo-se que o 111esmo pa-
n1ento puberal nas di111cnsões faciais não poden1 ser drão de crescin1ento facial será 111antido durante todo o
previstos cotn precisão para u1n indivíduo período do trata,nento As n1udanças fhvoráveis, se
4 Ocorre u1n grande crescimento 111andibular durante a ocorrere1n, lflcilitarão o cu111prin1ento dos objetivos te·
adolescência, por vários anos Portanto, na presença rapêuticos
de discrepâncias esqueléticas significativas, o trata- 7 Os ortodontistas deven1 conhecer os efeitos da 111ecâ-
111cnto não deve ser adiado en1 antecipação do surto nica utilizada nas estruturas faciais e dentárias Por-
esperado, particulannente se o tratan1ento for indicado tanto. a predição de cresciinento requer unia atenção
en1 unia idade precoce cuidadosa à 111ecânica e1npregada
11 Bjork A: Variation in the gro,vth pattern of the human 36 Hirschfield W, Moyers R: Prediction of craniofacial
mandible: longitudinal radiographic study by the implant growth: the state of the art, A111 JOrlhod 60:435-443, 1971
method, / Oe111 Res 42:400-411, 1963 37 1-[ixon EJ-I: Cephalo1netrics: a perspectíve, A11gle Ort/Jod
12 T\veed C: Clinicai orthodo11fics, St Louis, 1966, Mosby 42:200-211, 1972
13 Brodic AG: Research in the department of orthodontics 38 1-Iixon EH, Klein P: Simplified mechanics: a 111eans of
gradua te college: University of Illinois from 1951 to 1956, trcatment based on available scientific information, A111 /
A11gil' Ortlwd 27:196-216, 1957 Orllwd 62:113-141, 1972
14 Moore HW: Observations of facial grovvth and its clinicai 39 Bambha JK: Longitudinal cephalometric roentgeno-
significance, Am / Orllwd 45:399-423, 1959 graphic study of face and craniun1 in rclation to body
15 I-Iorowitz Sl, 1-Iixon El-I: The 11nf11rc uf orthodo11fic diag110- height, JAm 0,,111 Assoe 63:776-799, 1961
sis, St Louis, 1996. Mosby 40 Bambha JK, Von Natta P: Longitudinal study of facial
16 Bjork A, Palling M: Adolescent age changes in sagittal gn.Hvth in relation to skeletal n,aturation during adoles-
ja,v relation, alveolar prognathy and incisai inclination, cence, A111 / Ort/10,l 49:481-492, 1963
Acla Oda11I Scm1d 12:201, 1955 41 Bergersen E: The male adolescent facial growth spurt: its
17 Bjork A: Thc significancc of grov:th changes in facial pat- prediction and relation to skeletal maturation, A11glt1
tern and thcir rck1tionship to changes in occlusion, Orllwd 42:319-338, 1972
0,,11111/ Rec 71:197, 1951 42 Moore RN, Moyer BA, DuBois LM: Skeletal maturation
18 Harvold E: So1ne biologic aspects of orthodontic treat- and craniofacial gro\vth, A111 J Orthod Dc11tofacinl Orthop
ment in the transitional dentition, A111 / Otfhod 49:1, 1962 98:33-40, 1990
19 Lande MJ: Gro,vth behavior of the hun1an bony facial 43 Tulloch )FC, l'hilips C, Proffit WR: Benefit of early Class II
profile as revealed by serial cephalometric roentgenol- treatment: progress report of a t\vo-phase randomized
ogy, A11gil' Orllwd 22:78-90, 1952 clinicai triai, A111 / Orll,od De11rofncinl Orll,op 113:62-72, 1998
20 Solo\v B, Siersbaek-Nielsen S: Grovvth changes in hcad 44 Kceling SD et ai: Anteroposterior skeletal and dental
posturc related to craniofada! developmcnt. 1\111 / Orthod changes after early C!ass II treatment ,vith bionators and
89:132-140, 1986 headgear, A111 / Orlhod De11tofncial Orlhop 113:40-50, 1998
21 Bishara SE et ai: Longitudinal changes in standing height 45 Ghafari J et ai: Headgear versus function regulator in the
and mandibular parameters bet\veen the ages of 8 and early treatment of Class II, division 1 malocclusion: a
17 years, Am / Orllwd 80:115-135, 1981 randomized clinicai triai, A111 JOrthod Dc11tofacia/ Ortlwp
22 Jamison J ct ai: Longitudinal changes in thc n1axilla and 113:51-61, 1998
the maxillary-mandibular relationship bet\veen 8 and 17 46 Tung AW, Kiyak HA: Psychological iníluences on the
years oi age, Am / Ortlwd 82:217-220, 1982 timing of orthodontic trcatment, A111 J Orlhod Dc11tofacial
23 Meredith HV: Changes in form of the head and face dur- Orlhop 113:29-39, 1998
ing childhood, Growt/1 24:215-264, 1960 47 Iseri H, Solo,v B: Continued eruption of maxillary inci~
24 Meredith HV: Childhood interrelations of anatornic sors and first n1olars in girls from 9 to 25 years: studied
growth rates, Grorofh 26:23, 1962 by the implant mcthod, Eur / Orll,od 18:245-256, 1996
25 Meredith HV: Interage relations of anatomic mcasures, 48 Bishara SE et ai: Changes in the molar relationship
Adv Chi/d Oev BL'iwv 2:222-253, 1963 bchveen the deciduous and permanent dcntitions: a lon-
26 Bjork A: The lace in profile, Svrn Iimd/ak Tidskr 40, 1947 gitudinal study, Am J Ortlwd 0L'lllofacinl 01tlwp 93:19-28,
27 Bjork A: Prediction of mandibular grovvth rotation, A111 / 1988
Orll,od 55:585-599, 1966
28 Skieller V, Bjork A, Linde-Hansen T: Prediction oi man· LEITURAS RECOMENDADAS
dibular gro,vth rotation evaluated from a longitudinal
implant sample, Am / Orll,od 86:359-370, 1984
29 Ricketts RM: lhe valuc of cephalomctrics and comput- Balbach DR: Ihe cephalometric relationship beh.veen the
erized technology, A11gil' Orlhod 42:179-199, 1972 morphology of the mandible and its future occlusal posi-
30 Ricketts R et ai: An overview of computerized cephalo- tion, A11gle Orll,od 39:29-41, 1969
metrics, Am J Orll,od 61:1-28, 1972 2 Bennett GG, Kronman JH: A cephalometric study of
31 Ricketts RJ et ai: An overview of computerized predic- mandibular dcvelopment and its relationship to thc
tion: the accuracy of a contemporary long-range forecast, mandibular and occlusal planes, A11gle Ortl,od 40:119·
Am / 01l/10d 67:243-252, 1975 128, 1970
32 Ricketts RM: Ihe influence of orthodontic treatment on 3 Bergersen E: Ihe male adolescent facial gro,vth spurt: its
facial growth and development, A11gle Orll,od 30:103-133, prediction and relation to skeletal maturation, Angll'
1960 011!,od 42:319-338, 1972
33 Greenberg L, Johnston L: Computerized prediction: the 4 Bjork A: The significance of grovvth changes in facial pat-
accuracy of a contemporary long-range forecast, A111 / tern and their relationship to changes in occlusion,
Ortl,od 67:243-251, 1975 0L'lllal Rec 71:197, 1951
34 c·angialosi TJ et al: Reliability of computer generated 5 Bjork A: Prediction of mandibular gro\vth rotation, A1n
prediction tracing, A11gil' Ort/,od 65:277-284, 1995 / Orlhod 55:585-599, 1966
35 Hirschfield W: fime series and exponential smoothing 6 Bjork A, Helm S: Prediction of thc age of maximum
methods applied to the analysis and prediction oi puberal growth in body height, A11gil' Orlhod 37:134-143,
growth, Growll, 35:129-143, 1970 1967
82 C're\ci111e1110 e De\e1n·oh•i111e1110
7 Bookstein F: On the cephalometrics of skeletal change, 25 Knott VB: Changes in cranial base measures of human
Am / Otthod 82:177-198, 1982 males and fernales from age 6 years to early adulthood,
8 Bro\vn I, Barrett MJ, Grave KC: Facial gro\vth and skele- Growt!t 35:145-158, 1971
tal maturation at adolescence, Ta11dlaegcbladet 75:1211~ 26 Kraus S, \Vise J, Frei l-1: J-Ieredity and the craniofacial
1222, 1971 complex, J\111 / Ortlwd 45:172-217, 1959
9 Burstone C: Process of maturation and gro\vth predic~ 27 Lauterstein AM: A cross-sectional study in dental devel-
tion, Am / O,t!tod 49:907-919, 1963 opment and skeletal age, / Am Denl Assoe 62:161-167,
10 Chapman Stvl: Ossificalion of the adductor sesan1oid and 1961
Uie adolescent growth spurt, Angle Ortlwd 42:236-244, 1972 28 Maj G, Luzi C: lhe role of cephalon1etrícs in the diagno-
11 Creekmore TD: lnhibition or stimulation of the vertical sis and prognosis of malocclusions, A111 J Orthod 48:911-
gro\vth of the facial complex: its significance to treat- 923, 1962
ment, Angle Ortlwd 37:285-297, 1967 29 Meredith HV: Changes in form of the head and lace dur-
12 DeMisch A, Waterman P: Calcification of the mandibular ing childhood, Growth 24:215-264, 1960
third molar and its relation to skeletal and chronologic 30 Meredith HV: Childhood interrelations of anatomic
age in children, Chi/d Dev 27:459, 1956 gro\vth rates, Grorvth 24:23, 1962
1.3 Frisancho R, Garn S, Rohmann C: Age at menarche: a 31 Moore HW: Observations of facial grovvth and its clinicai
ne\v method of prediction and retrospective assessment significance, Am JO, tltod 45:399-423, 1959
based on hand x-rays, /-/um Biol 41:42-50, 1969 32 Nanda RS: lhe rates of gro\vth of severa! facial compo-
14 Gilda JE: Analysis of linear facial growth, Angle Ortlwd nents measured from serial cephalometric roentgeno-
44:1-14, 1974 grams, Am / Ort!tod 41:658-673, 1955
15 Graber TM: Orlliodonfics: c11rrenl pri11ciples a11d lech11iq11es, 33 Poulton DR: Changes in Class II malocclusions \Vith and
ed 3, St Louis, 2000, Mosby without occipital headgear therapy, Ang/c O,tlwd 29:234-
16 Greulich WW, Pyle SI: Rndiograpltic atlas of skeletal devel- 250, 1959
opmenl of lhe hand and w,ist, ed 2, Stanford, Calif, 1959, 34 Ricketts RM: Plaruüng treatment on the basis of the facial
Standford University Press pattern and an estima te of its gro\vth, A11gle Orthod 27:14,
17 Hagg U, I'a.ranger J: Maturation indicators and the 1957
pubertal growth spurt, Am J O, tlwd 82:299-309, 1982 35 Ricketts Rlvl: Cephalon1etric synthesis, A111 J Orthod
18 Harvold E: Some bielogie aspects of orthodontic treat- 46:647-672, 1960
n1ent in the transitional dentition, A111 JOr thod 49:1, 1962 36 Ricketts RM: Cephalometric analysis and synthesis,
19 Hirschfield W: Tin1e series and exponential srr1oothing Anglc Ort!tod 31:141-156, 1961
rnethods applied to the analysis and prediction of 37 Ricketts RM: Ihe value of cephalometrics and comput-
gro\vth, G,uiuth 35:129-143, 1970
20 Hirschfield W, Moyers R: Prediction of craniofacial
erized technology, At1g/e Orthod 42:179-199, 1972
38 Schudy FF: The rotation oi the mandible resulting from 1
growth: the state of the art, Am / O,thod 60:435-443, 1971 gro\vth: its implications in orthodontic treatment, Angle
21 Hunter WS, Balbach R, lamphier E: The heritability of O,tlwd 35:36-50, 1965
attained gro..,vth in lhe hun1an face, A111 J Orlltod 58:128-
134, 1970
39 Silverstein A: Changes in the bony facial profile with
treatment of Class II, Division l (Angle) malocclusion,
1
22 Jamison J et al: Longitudinal changes in the maxilla and Angle Ortlwd 24:214-237, 1954
the maxillary-mandibular relationship behveen 8 and 17 40 SutO\V WW, I'erasalei T, Ün\vada K: Comparison of
years oi age, Am / Ortlwd 82:217-230, 1982 skeletal maturation \vith dental status in Japanese chil-
23 Johnston LE: A statistical evaluation of cephalometric dren, Pedialtics 14:327-333, 1954
prediction, Angle Ortlwd 38:284-304, 1968 41 Tofani MI: Mandibular growth at puberty, J\111 / O, t!tod
24 King E\'V: \fariations in profile change and their signifi- 61:176-195, 1972
cance in timing treatment, Angle Ottlwd 30:141-153, 1960
"""'."
Capítulo 8
Etiologia e Prevalência
da Má Oclusão
Robert N. Staley
TERMOS-CHAVE
etiologia forn1a do arco trespasse horizontal diasten1a superior
hereditariedade oclusão norn1al n1ordidas cruzadas posteriores trespasse vertical
genética apinhan1ento alinhan1ento dos incisivos mordida aberta
fatores an1bientais n1au alinhan1ento
83
84 SE(..AO I
aos 20 anos. As variáveis craniofr1ciais que exibiran1 here- n1ativa da heieditariedade para o trespasse horizontal foi
ditariedade significativa en1 todas as três idades são as se- 23'Yc1, indicando que o trespasse horizontal é influenciado
guintes distflncias: sela-gnátio, sela-ponto A, sela-gônio, principahnente pelos fhtores a1nbientais
núsio-espinha nasal anterior, articular-pogônio. largura Esses resultados ref'orçan1 a opinião que uni fhtor in1-
bi1naxiloti"nntal. largura bizigo1nática. largura bialar e índi- portante da etiologia das 111ás oclusões ten1 orige111 an1-
ce da altura lt1cial anterior (distúncia násio-espinha nasal biental Diversas causas principal!nente an1bientais são co-
anterior dividida pela distúncia násio-n1ento). A estin1ativa nhecidas con10 traun1atis111os, hábitos, cáries. doença perio-
n1édia da hereditariedade para essas distüncias especificas dontal, obstrução nasal crônica con1 respiração bucal, 3 e
auinentou de 80'1i> aos 4 anos de idade para 120(X1 aos 20 rorça 111astigatória reduzida resultante da consistência n1ole
anos Esses parã1netros são in1portantes no cresci1nento dos alin1entos nas sociedades urbanizadas A associação
craniofhcial e pode111 causar un1 in1pacto significativo no entre a consistência da dieta e o desenvolvin1ento da 111á
desenvolvin1ento de n1{is oclusões Por outro lado. Harris oclusão te111 sido apoiada por vários estudos realizados
e Johnson 1 observaran1 estin1ativas de hereditariedade n1uito por c·orruccini e cols ·1·i Esse !ator provavehnente cun1-
111ais baixas para as variáveis relativas ao arco e à oclusão; pre 11111 papel i111portante na grande freqüência de dentes
a tendência era a diniinuição da hereditariedade, dos 4 aos apinhados e rotacionados. observados nas pessoas que 1110-
20 anos de idade A 111édia da estin1ativa de sete din1ensões ran1 en1 sociedades urbanas Pesquisas futuras precisan1
e índices do arco IOi de 80cYci aos 4 anos de idade e de -5cYc> explorar 111ais os fatores etiológicos an1bientais que levan1
aos 20 anos. A esti1nativa n1édia de 11 panin1etros oc!usais, à 111á oclusão. de IOnna que esta possa ser prevenida corn
incluindo àngulo intcrincisal. trespasse vertical. apinha- eficácia e tratada con1 111aior êxito
n1ento. irregularidades do incisivo, 1nordidas cruzadas Outras causas conhecidas da ,nú oclusão inclue111 as
posteriores e rotações dentárias fbi de 43 1Yc) aos 4 anos de físsuras do rebordo alveolar e do palato que ocorTen1 du-
idade e 24 1Yc> aos 20 anos. En1 outras palavras, os parâ- rante o ciescin1ento ICtal, as síndron1e genéticas que al"e-
n1etros oclusais e do arco eran1 pouco influenciados pelos la111 o desenvolvin1ento de estruturas craniofhciais, alén1
fatores genéticos e experin1entavan1 unu1 influência cres- dos dentes supranun1erários e agenesias, que rcsulta111 pre-
cente dos lhtorcs an1bientais. durante todo o crcscin1ento don1inante111ente ele fatores hereditários
pós-natal
Cassidy e cols. ~ estudaran1 a influência genética sobre a Un1 pais n1oderno conhece a fi·eqüência dos diferentes
forn1a do arco dentário en1 320 pacientes ortodônticos tipos de n1á oclusão entie seus cidadãos, de für111a que
adolescentes. en1 155 frunílias de innãos As estin1ativas possa infürn1ar aos ortodontistas o ân1bito desses proble-
de hereditariedade füra111 calculadas da n1esn1a fünna 111as e possa 111elhor servir às necessidades dos portadores
descrita previan1ente. por J~larris e fohnson I Quarenta e de n1á oclusão Os epiden1iologistas que coleta111 inf'orn1a-
oito parân1etros agrupados e111 rotações dentárias, largura, ções sobre a freqüência da 111á oclusão juntan1 dados so-
profundidade, e perin1etro do arco, be111 con10 as relações bre a prevalência e a severidade das n1ás oclusões nos
interarcos fbran1 n1edidas en1 rnodelos de gesso. As rota- subgrupos de gênero e raça. Os epide111iologistas coope-
ções dentárias apresentara111 esti111ativas de hereditarieda- ran1 con1 os dentistas. especiahnente os ortodontistas, de
de iguais a 01Yc> Doze variáveis diferentes da largura do fürnu1 que as infürn1ações obtidas sobre as 111ás oclusões
arco apresentaran1 hereditariedade 111édia de 57 1Yc>, indican- s~jan1 relevantes para aqueles que tratan1 os pacientes
do que as larguras estão sob IOrte inlluência genética As Diversos n1étodos füra111 usados para con1pilar dados
estin1ativas da hereditariedade n1éclia fOra111: 45o/i> para nove sobre a prevalência da n1á oclusão nas populações. Muitas
variáveis diferentes da profundidade cio arco, 40°/i) para pesquisas inc\uin1111 o sisten1a de classificação de Angle 1;
doze variáveis diferentes relacionadas ao perin1etro do arco na co111pilação dos dados relacionados à incidência da 1ná
e 391Yci para seis variáveis diferentes da fünna do arco; oclusão. Antes de Angle ter introduzido o seu sisten1a de
todas signilicativa111ente inferiores à estin1ativa para largu- classificação das n1ás oclusões, t11na série de 1nétodos de
ra cio arco As inter-relações do arco füran1 delínidas con10 classificação con1plicados e conll1sos era111 utilizados pe-
( 1) a distância ao longo do plano oclusal entre a ponta da los ortodontistas A 111á oclusão ocorre nos três planos do
cúspide 111esiovestibular do prin1eiro 111olar superior per- espaço e afeta cada dente nesses três planos Angle füi
n1anente e o sulco vestibular do pri111eiro n1olar infCrior brilhante ao perceber que as n1ás oclusões poderia111 ser
pern1anente - basican1ente, unia refCrência quantitativa da sin1plesn1ente agrupadas en1 três classes principais, basea-
classificação de Angle, e (2) trespasse horizontal. A esti- das na relação ântero-posterior dos pri,neiros 1nolares su-
n1ativa da hereditariedade para a relação ântero-posterior periores e infCriores pennanentes (veja Caps. 5 e 9) A
dos pri111eiros 111olares (classificação de Angle) füi 56°/o, classificação de Angle inclui a 111aioria dos problen1as que
den1onstrando unia influência genética in1portante A esti- n1otivarn os pacientes a buscar o tratan1ento
Etiologia e Prel'alência da Alá Ochncio (,\l'ÍlllLO 8 85
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
A noção da contribuição das causas genéticas e an1bientais quada no plancjan1enlo do trata111ento e da contenção
da 111:.í oclusão obriga o clínico a diferenciar os pacientes A estabilidade de tuna 111á oclusão tratada é uni desafio,
cujas 111:.ís oclusões têrn orige1n principal111ente genética pois os fatores etiológicos genéticos e an1bientais respon-
daqueles cujus 111ás oclusões tên1 orige1n principal111ente súveis pela tná oclusão podern continuar e1npurrando os
an1bienta! As estruturas 111orfO!ógieas unorn1ais na fhce e dentes tratados de volta pan:1 a 111á oclusão s.i~ A estabili-
nos dentes con1 alto grau de hereditariedade requere111 dade das 1nús oclusões tratadas parece sen1clhante nos
n1étodos de trata1nento diferentes daquelas estruturas adultos e nos pacientes en1 filse de crescin1ento 13 O trata-
inlluenciadas principaln1entc por fatores a1nbicntais. Por n1ento de lütoics etiológicos conhecidos pode produzir
exemplo, un1 paciente jovern e portador de 111.:í oclusão ('!us- oclusões 111ais estáveis npós o trata111ento Por cxen1plo. os
se li, que tenha a 1naxila na posição norn1al, 111as a rnandíbu- dentes rotacionados tê111 forte tendência de retornar ú sua
la rctroposta, é un1 bon1 candidato para o trata,nento orto- irregularidade pré-trata111ento 14 As tib!'as gengivais são uni
pédico co1n AEB, con1 intenção de redirecionar o cresci- dos fatores que causan1 a recidiva dos dentes rotacionados
111ento 111axilar e pennitir que a n1andíbula alcance o cres- durante o trata,nento A tibroton1ia gengival ajuda a estabi-
ci111ento da 111axila Os trutatnentos ortopédicos con1 AEB, lizar os dentes rotacionados 15 O posiciona1nento dos den-
ativadores e n1entoneira tratarn de ratorcs etiológicos herc- tes en1 posições, angulaçõcs, inclinações e relações oclu-
ditúrios A expansão do palato e do arco dentário anonnal- sais adequadas durante o trata111ento é in1portantc para a
111entc atrésicos con1 a realização de unia expansão rúpida estabilidade após 1novin1ento ativo do dente O uso de con-
da 111axi!a é outro exen1p!o do tratan1cnto ortopédico de un1 tenções ben1 projetadas constitui outro Jülor in1porlantc
Ü1lor etiológico prcdon1inanten1entc herdado Nos adultos, para estabilidade das 1nás oclusões tratadas
as estruturas craniof"aciais anonnais que provaveln1ente A prevenção das causas genéticas da n1á oclusão não
tên1 un1 alto grau de hereditariedade, con10 as 1nandíbu!as é possivel por enquanto Por outro lado, a prevenção das
retropostas e prognâticas, poden1 ser tratadas con1 cirurgia causas an1bientais é 1nuito pron1issora O controle dos hü-
ortognática bitos, a prevenção de cárie 1" e da doença periodonta! e o
Por outro Indo, os pacientes adultos e c111 cresci1ncnto. uso de aparelhos que protcgen1 os dentes durante os even-
portadores de relações sagitais, verticais e transversais tos atléticos são exctnplos de n1edidas preventivas elica-
entre a n1n.xi!a e n1andibula prüxin1us <lo nonnul, e que tan1- zcs C'orruccini e cols.:1•7 fOrneccra111 cvidéncias convincen-
bén1 apresenta111 unia 1ná oclusão de Classe I, II ou Ili, são tes de que tuna dieta n1ole causa 111á oclusão: no entanto. a
candidatos aos li ata111cntos visando 111ovin1entar dentes e prevenção da n1á oclusão através de unia 111udança na con-
não influenciar as estruturas f"aciais Para a n1aioria dos sistência da dieta é 1nuito dilici! para un1 puciente cuja cul-
pacientes, a diferenciação entre os fatores genéticos e tura esteja prof'unda,nente iinersa e111 tuna dieta cozida, rnole
an1bientais locais é de grande i111portãncia na escolha ade- e cariogênica
ideal, oclusão norn1al e 1ná oclusão de Classe l. Por exen1- observadas nos pacientes, u1na revisão de alguns dos
plo, esses três grupos poden1 ser difCrenciados obtendo- estudos que a uti!izaran1 parece adequada A variabilidade
se u111a 111edida objetiva da irregularidade do incisivo~º e entre os estudos é evidente, en1 un1 resu1110 de publica-
definindo u111a oclusão ideal con1 escore O (alinhan1ento ções prévias. :n
perfeito), oclusão nonnal con1 un1 escore I e tuna 111á
oclusão Classe I con1 un1 escore acin1a de 1 Da 111esn1a
fonna, algu111as relações entre os pri111eiros rnolares estão Os Estados Unidos
entre as Classes I e li e entre as Classes I e Ili As rela-
Diversos estudos realizados entre os adolescentes norle-
ções molares Classes L li e Ili podem ser diferenciadas
an1ericanos são resu1nidos na tabela 8-1 .3!· 37 As freqüências
estabelecendo-se unia variação o~jetiva de cerca de 2 111111
totais da n1á oclusão variara111 entre 46cYc) e 87cYc>, con1 unia
n1esiais e distais ao sulco vestibular do pri111eiro n1olar in-
111édia de 66,7cVci A freqüência da n1ú oclusão de ('.lasse l
ferior. nos quais a ponta da cúspide n1esiovestibular do
variou entre 2scYt> e 72o/c>, co1n tuna n1édia de 45,ScVci A
prilnciro n1olar superior encaixa-se quando en1 Classe I
freqüência da 111á oclusão de ('lasse II variou entre 6,6°/ii e
Esses problen1as 111etodológicos provavehnente são res-
ponsáveis pela grande variabilidade observada nos estu-
29o/o. con1 unia n1édia de l 8'Vc) A freqüência da 111á oclusão
de Classe III variou entre 11Vc1 e 9,4o/c1, con1 tnna n1édia de
dos que utilizaran1 a classificação de Angle para analisar a
prevalência da n1á oclusão .3cy;). É provável que os adolescentes norte-an1cricanos cau-
casianos não tenhan1, na realidade, tuna variação tão an1pla
nas freqüências da 1ná oclusão e que a variabilidade ilustrada
Índices de Má Oclusão na tabela 8-1 seja n1ais provavehnente relacionada à ausência
de unia padronização entre os observadores, nas suas de-
Grainger~ 1 desenvolveu o Índice Ortodôntico da Prioridade finições das classes de Angle
de Tratan1ento ( IPT) considerando seis caracteristicas Un1 estudo das classes de Angle en1 unia an1ostra de
oclusais en1 un1a pontuação que diferenciava as pessoas adolescentes afro-an1ericanos dos Estados Unidos é resu-
con1 oclusão nonnal daquelas co111 graus variados de n1á n1ido na tabela 8-:?:JH A freqüência total da n1á oclusão na
oclusão. As seis caracteristicas oclusais fOran1: ( 1) rela- an1ostra fOi alta. assin1 con10 a de Classe 1. e a freqüência
ção do prin1eiro 1nolar, (:?:} trespasse horizontal (relação da 111ú oclusão de Classe II füi 111ais baixa. con1parada
horizontal entre incisivos). (3) trespasse vertical e 1nordi- con1 a n1aioria dos estudos de adolescentes norte-an1eri-
da nberta (relação vertical entre os incisivos}, (4) desloca- canos brancos da tabela 8-1; por fin1. a ffeqüência da 111á
111ento dentário (apinhan1cnto, rotações), (5) agenesia de oclusão de Classe III fOi un1 pouco 1nais alta do que a
dentes e (6) 1nordida cruzada posterior Os escores fOra111 n1aioria dos estudos con1 adolescentes brancos (v~ja Ta-
designados da seguinte n1aneira: O = norn1al; 1 a 3 = des- bela 8-1)
vios n1inin1os: 4 a 6 = desvios definidos, tratan1ento op- U1na pesquisa das classes de Angle en1 tuna an1ostra
cional; 7 a 9 = 111ú oclusão incapacitante, tratan1ento dese- dos índios an1ericanos nativos Chippe\va (6 a 18 anos de
jável; e I O + = n1á oclusão incapacitante grave, tratan1ento idade) que viven1 no Minnesota é resu1nida na tabela 8-3. 3"
necessário. O !PT foi usado pelo Serviço de Saúde Publi- As freqüências da 111á oclusão total e de Classe I nas
ca dos Estados Unidos quando pesquisou a oclusão en1 crianças Chippe\va eran1 altas, enquanto as 111ás oclusões
crianças e adolescentes, entre 1963 e 1970 =~ 13 de ('lasses li e Ili era111 n1enores ou sen1elhantes às dos
Diversos 111étodos adicionais füran1 desenvolvidos e adolescentes an1ericanos brancos ou negros (veja Tabelas
usados para a análise da n1á oclusão en1 populações, coino 8-1 e 8-2)
o método de registro epidemiológico proposto por Bjork,
Krebs e Solo\v,2~ o n1étodo desenvolvido pela féderation
Dentaire Internationa!e,2~ o Índice Estético Dentário/<> e o Outras Tipos Raciais
Índice de Severidade da Má Oclusão" Outros índices de-
senvolvidos, 111as que não são a111plan1ente usados, incluen1 J~Ielnrw estudou a 111á oclusão en1 1700 crianças e adolescen-
o Registro de Salzn1ann para a Avaliação da Má oclusão tes dinan1arqueses con1 9 a 18 anos de idade e observou
Incap~1citante, Índice Oclusal de Sun1111er2'1 e Métodos Uni- que cerca de 14(Vc1 tinhan1 oclusão nonnal, 58(Yo apresenta-
fürn1es para a Avaliação Epide1niológica da Má oclusão, van1 rná oclusão de Classe l, 24o/o n1á oclusão de Classe li
desenvolvidos pela Organização Mundial da Salide. 30 e cerca de 4%, má oclusão de Classe Ili Os jovens dina-
n1arqueses brancos tinhan1 un1a distribuição da n1á oclusão,
de acordo con1 a classificação de Angle, que diferia das
ESTUDOS DA PREVALÊNCIA DA n1édias relatadas na tabela 8-1 para os adolescentes norle-
MÁ OCLUSÃO, UTILIZANDO-SE A an1ericanos brancos As crianças dinan1arquesas tinhan1
CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE 1nenos oclusões norn1ais e n1ais más oclusões de Classes
I, II e III do que as médias para os norte-an1ericanos bran-
Visto que o método de classi fieação de Angle é relevante cos Um estudo de 2 349 crianças norneguesas com 7 e 8
para os clínicos, e envolve a 1naioria das n1ás oclusões anos de idade apresentou os seguintes resultados: oclusão
Eíio/ogia e P1e\·u/ê11Lia da k!â Oc/u~ao 87
rabeia 8-1. Freqüência da Má oclusão nas Crianças e Adolescentes Norte-a1nericanos Brancos, de Acordo co111 a Classifi-
cação de Angle
Percentual
Breh111, Jackson
(1961)" 6328 6-18 16.6 83,4 60.1 22.8 0,5
En1rich, Brodie,
Blayney (1965f' 13 475 12-14 54,0 46,0 30.0 15,0 1,0
Krogn1an ( 1951 }1.1 586 6,5-125 45,9 54.1 28.0 24,4 1.7
Mills(l966)" 1337 13-14 17,5 82,5 72,2 6,6 3,7
Newman ( 1956)"' 3355 6-14 48,1 51,9 38,2 13,2 05
Savara ( 1955 )" :.774 14-17 21,1 78.9 50,1 19,4 9,4
rvtédiao/c) 33,9 66,1 46.4 16,9 2.8
N Tamanho da amostra
Tabela 8-2. Freqüência da tvlá oclusão nos Adolescentes Norte-an1ericanos Negros con1 12 a 14 anos de idade, de Acordo
con1 a Classificação de Anglc 38
Perce11t11a!
Sexo N Oclusão Nonnal tvlú oclusão Total Classe I Classe li Classe Ili
N Tanrnnho da amostra
Tllbela 8-3. Freqüência da Má oclusão nas Crianças e t\dolesccntes Nortc-a1nericanos dos Índios Chippe\va, con1 6 a 18
anos de idade, de Acordo com a Classificação de Angle·1s
Pe1·ce11111a/
Sexo N Oclusão Nonnal ivtá oclusão Total Classe I Classe li Classe 111
N, Tamanho da amostra
88 Si:çAo I c·re,cin1ento e De_\e111'oh·i111e1110
normal (41.3'%). Classe 1 (30.l'Y.,). Classe li (21.3%) e 111uitos realizados Eles poden1 nos esclarecer as variações
Classe III (7.13 1X!) ·11 As crianças norueguesas brancas ti- encontradas nos difCrentes grupos étnicos e raciais. Unia
nhan1 111enos 111ús oclusões de Classe I e 111ais oclusões vez que a incidência das 111ás oclusões pode n1udar ou
norn1ais e 111ás oclusões das ('lasses II e Ili. do que a flutuar nas populações con1 o passar do tenipo, estudos
n1édia das crianças norte-a111ericanas brancas Unia pes- de aco1npanhan1ento tornan1-se necessários
quisa co111 3 087 jovens húngaros entre 15 e 20 anos de
idade revelou n1enos 111ás oclusões do que as 1nédias dos
norte-a111ericanos brancos: oclusão norn1al (52 1X>). Classe
ESTUDOS DA PREVALÊNCIA DA
1 (35,9%), Classe li (13%) e Classe Ili (1,1%) 41
Um es- MÁ OCLUSÃO, UTILIZANDO-SE
tudo con1 592 jovens adultos gregos apresentou porcenta- CARACTERÍSTICAS ESPECIFICAS
gens gerais das classes de Angle sen1elhantes às n1édias
dos dados para os adolescentes a,nericanos da tabela 8-1: Pesquisa do Serviço de Saúde Pública
oclusão normal (38.2%), Classe 1 (36,3%), Classe li (23%) dos EUA, 1963·1970
e Classe Ili (2,5'%) 43
U1na pesquisa con1 335 polinésios entre 12 e 70 anos As infbnnações sobre as oclusões dentárias de grupos étni-
de idade, dos quais 150 eram homens e 185 mulheres, cos brancos e negros dos Estados Unidos fürarn coletadas
chegou a dados significativan1ente diferentes daquelas re- en1 un1 exa111e de cerca de 8 000 crianças entre 6 e 11
latadas para os brancos an1ericanos na tabela 8-1. 44 As anos de idade e adolescentes entre 12 e 17 anos _.:. 1 .:. 3 Ca-
porcentagens das oclusões foran1 as seguintes: oclusão racterísticas especificas da 111á oclusão, co1110 escores do
normal (57,6"!.,). Classe 1 (24,4%,). Classe li (3,5%) e desloca111ento dentário (n1edições qualitativas) e n1edições
(:lasse Ili (14.4cXi) Nenhun1a diferença significativa füi quantitativas para o trespasse horizontal, trespasse verti-
observada entre os gêneros, quanto à incidência da n1á cal, n1ordida aberta e nún1eros de dentes na n1ordida cru-
oclusão Unia pesquisa dentária con1 715 crianças entre 4 zada posterior füra1n avaliadas. O IPT discutido previa-
e 18 anos de idade füi realizada en1 Gana, uni pais localiza- n1ente fOi usado para fürnecer u,n índice de severidade
do no litoral oeste da Ál'r-ica.·15 As pessoas con1 oclusão geral de urna n1á oclusão. '.!i Os resultados dessa pesquisa
nonnal totalizaran1 61.4tYci e o grupo da n1á oclusão teve as são resun1idos nas tabelas 8-4 e 8-5 A oclusão próxima
seguintes freqüências: todas as oclusões anorn1c.1is (38,6(X1), do ideal !Oi observada en1 cerca de 23cx, dos brancos en-
Classe 1 (36,1%), Classe li (1,2%) e Classe Ili (1,3%) tre 6 e 11 anos e e111 apenas 10,5o/i> dos brancos entre 12 e
Unia coniparação con1 as crianças canadenses de111ons- 17 anos. A oclusão próxin1a do ideal füi observada eni
trou que todas as crianças de Gana tinhan1 111enos oclusões cerca de .3.3°1<1 dos negros entre 6 e 11 anos e en1 l 51Yo dos
anonnais en1 geral (38,6(Yc1 con1parados co111 54,9o/() para negros con1 12 a 17 anos (v~ja Tabela 8-4). A din1inuição
as canadenses), 1nenos n1ás oclusões da Classe II ( 1,2()1<> da fíeqüência da oclusão próxinia do ideal desde a infân-
con1parados con1 10,4(Yci das canadenses) e 111enos 111ás cia até a adolescência tan1béni foi refletida nos dados das
oclusões da Classe Ili ( 1,3% comparados com 8,4% das crianças de Illinois. '.!J As n1ás oclusões n1oderadas e seve-
canadenses) Un1 estudo con1 1 050 crianças de descen- ras aun1entaran1 de freqüência desde a infância até a ado-
dência chinesa entre 12 e 14 anos. realizada na Austrália,46 lescência (veja a Tabela 8-4)
111ostrou que 7, 11X1 das crianças chinesas tinhan1 oclusão O apinhamento e irregularidade dos dentes aun1en-
nonnal, 58,8 tinhain 1ná oclusão de Classe 1, 2 l ,5o/o n1á tou nos brancos e nos negros desde a infância até a adoles-
oclusão de Classe II e l 2,6 1X> 111á oclusão Classe III cência, principahnente na categoria severa, na qual os bran-
Os estudos apresentados acin1a são apenas alguns dos cos tiveran1 u,n aun1ento de cerca de 39CX> e os negros, de
f'abela 8-4. Escores do Índice da Prioridade do Tratan1ento para C'rianças e Jovens dos Esta-
dos Unidos. 1963-1970""
aproxi1nadan1entc 32 1Vt). Por oulro lado, a porcentagen1 dos vos inferiores perfeitan1ente alinhados. A iHegularidade se-
indivíduos con1 alinhan1ento ideal dos dentes di111inuiu de vera (son1a dos escores 5 e 6+) l'oi observada e111 17,4cYt1
57<X1 para 13 1Xi nos brancos, e de 65 1!-'ii para 16CX1 nos negros cios arcos superiores e en1 20,6 1X> dos arcos interiores -
(veja Tabela 8-5). Um trespasse horizontal aumentado un1 grupo bastante grande. no qual todos scrian1 pacientes
fOi observado en1 cerca de l 61Yo das crianças e adolescentes ortodônticos potenciais
brancos e en1 cerca de 12,StX> dos negros ( v~ja Tabela 8- O escore 1nédio da irregularidade do incisivo füi 2,4
5 ). As mordidas cruzadas postel"iores fora111 observadas 111111 no arco superior e 2,7 111111 no infCrior (Tabela 8-7).
en1 5,4CXi da a1nostra de brancos l: e1n 6,6 1Yo dos negros, Os negros tivera111 escores significanternente 1nenores do
corn pequenos aun1entos en1 a1nbas as an1ostras, desde a que os brancos e os hispano-an1ericanos, 110 alinhan1e11to
infância até a adolescência (v~ja Tabela 8-5) dos incisivos superiores e inferiores: os quais apresentaran1
escores estatistica111ente se1nelhantes e111 an1bos os arcos
Os escores 111édios do alinhan1ento do incisivo aun1entara1n
Pesquisa do Serviço de Saúde Pública dos 8 aos 11 anos de idade para os 18 a 50 anos, en1
dos EUA, 1988-1991 an1bos os arcos dentários, en1 todos os grupos raciais e
étnicos ( veja Tabela 8-7). A tendência de au111ento na irregu-
Brunel!e. Bhat e Lipton47 relataran1 a incidência de deter- laridade do incisivo con1 a idade é uni fUtor in1portante no
1ninadas características oclusais en1 pessoas não institucio- diagnóstico, no plano de tratan1ento e no controle dos pa-
nalizadas dos Estados Unidos Os dados fora1n coletados cientes ortodônticos que aprescntan1 esse problen1a
na Terceira Pesquisa de Saúde Nacional e Nutrição, Fase
L realizada no National Center of Health Statistícs (Centro Diastema Inter-incisivos - A prevalência de diastema
Nacional de Estatísticas de Saúde), de 1988 a 1991 Três entre os incisivos centrais superiores (diastcma intcr-
grupos raciais (brancos, negros e hispano-an1ericanos) tO- incisivos). igual ou n1aior que 2 111111. é ilustrada na Tabela
ran1 exan1inados desde os 8 até os 50 anos de idade 8-8. Quando todos os gn1pos raciais e étnicos são agrupa-
dos, os ho111ens apresentan1 o diaste1na con1 u111a freqüên-
Alinhamento dos Incisivos - O alinhamento dos in- cia significativan1ente 1naiorque as n1ulheres. A prevalência
cisivos !Oi n1edido en1111ilin1etros de irregularidade, os quais dos diaste1nas nos negros (!6,2cxi) foi significativa1ncnte
IOran1 son1ados para f"Orn1ar u111 indice. 11 O escore total 111aior do que nos brancos (4,9) e nos hispano-an1ericanos
de zero significa que os incisivos estavan1 perfeitan1ente (6,6 1Yc)), que tinhan1 freqüências de ocorrência estatistica-
alinhados no espaço entre a n1esial dos caninos. A distri- 111cnte sen1elhantcs. As crianças con1 8 a 11 anos de idade
buição dos escores do alinhan1ento incisivo é ilustrada na de todos os grupos apresentavan1 tuna prevalência 111ais
tabela 8-6 Cerca de un1 quarto das pessoas avaliadas apre- alta de diasten1as inter-incivos do que os adolescentes co111
sentavan1 alinhan1ento perfeito dos incisivos superiores. e 12 a 17 anos e os adultos con1 18 a 50 anos, principaln1cn-
u111 grupo u1n pouco n1enor (2 l ,9cYo) apresentava incisi- te porque os indivíduos 111ais jovens não apresentavan1
todos os dentes pern1anentes irron1pidos.
Tabela 8-5" Percentual das Crianças e Adolescentes Nnrte-an1ericanos corn ('aracterísticas Diferentes de
Má oclusão, 1963-1970""
Tabela 8-6,. fJistribuição dos Escores do Alinhan1ento dos Incisivos Superiores e Inferiores
entre os Norte-an1ericanos entre 8 e 50 Anos de Idade. 1988-199 J·17
i\Iaxila, klandihula,
N tamanho da amostra
rabeia 8~7. Escores Ntédios para o Alinha,ncnto dos Incisivos Superiores e Inferiores por
Faixa Etária, Gênero e Grupos Raciais e Étnicos entre os Nortc-an1cricanos entre 8 e 50 Anos de
Idade. 1988-1991"
Alinhantento Supcrio1
Todas as pessoas* 2.4 (0,08) 1,7 (O, 10) 2.4 (O, 15) 2,6(0.10)
Ho1nens 1,6 (0, !O) 1,5(0.17) 2.6(0,18) 2,7(0,12)
Mulheres 2,3(0,10) 1,9(0,15) 2,1 (0,18) 2.4(0,11)
Raça/Etnia
Brancos 2.5 (0,09) 1.7(0,12) 1,2 (0,20) 2,6(0,11)
Negros 2.1 (0,13)t 1,6(0,14) 2,2(0,15) 2,2 (0,14)
Hispano-a111ericanos 2,6(0,10) 1,9(0,12) 3,0 (0,28) 2.7 (0.12)
Alinhamento Inferior
Todas as pessoas* 2.7 (0,07) 1,6(0.14) 2,5 (0.15) 2.9 (0,09)
Ho111ens 2,9 (0,09)t 1,5(0,14) 2,8 (O, 16) 3,1 (0.12)
Mulheres 2,6 (0,09) 1,8(0,19) 2,1(0,21) 2,8 (O, !O)
Raça/Etnia
Brancos 2,8 (0,07) 1,6(0,17) 2,5 (0,20) 3,0 (0,09)
Negros 2,2(0,16)'i 1,6(0,15) 1,8 (0,20) 2.3(0,17)
H ispano~americanos 3,0(0,11) 1.7(0,13) 3,1 (0,17) 3.2 (0,13)
Tabela 8-~. Prevalência do Diasten1a Inter-incisivos > 2 111111 por Faixa Etária, Gênero e Grupos
Raciais e Etnicos para os Norte-a111ericanos entre 8 e 50 Anos de Idade, ! 988-1991 47
Todas as pessoas 6.5 (0.6) 19.3 (2.4) 6.0 (0.7) 4.8 (0.6)
Ho1nens 7.7 (0.9)* 20,0 (3.7) 7.1(1.5) 6,1 (0.9)
ivlulheres 5.3 (0,5) 18.7 (2.1) 4.8(1.1) 3.5 (0.5)
Raça/Etnia
Brancos 4.9 (0,6) 17.7 (1.7) 5.5 (0,9) 3.1 (0.6)
Hon1ens 6.1 ( 1.0) 18.5 (4.7) 7.1 (2,1) 4.6 (1,0)
Mulheres 3.8 (0,5) 1 7.0 (1.6) 3,9 (1,4) 1,9(0.4)
1\Teg1"0\' 16.1 (0.9)t 29.4 (3.0) 11,5 (1.5) 14.7 (0,8)
Hon1ens 16.8 (1.3) 17.4 (3.0) 11.4 (4,0) 16,0 (1.4)
ivtulhcrcs 15.6 (1,4) 31.5 (4.2) 12,6 (1.0) 13.7 (1,3)
111 \]Ja110-a111er ica11os 6,6 (0.8) 18,1 (3.4) 4.1 (1,8) 5,0 (0,6)
Ho111ens 7,6(1.1) 1 9.3 (4.0) 5,0 (2.2) 6, 1 (0,9)
ivtulhcres 5.4 (0,8) 17,0 (3.1) 3.1 ( 1.5) 3,6 (0,5)
Tabela 8-9. Prevalência da ivlordida Cruzada Posterior por Faixa Etária, Gênero e Gn,pos Raciais
e Étnicos pata os Nortc-an1cricanos entre 8 e 50 f\11os de Idade, 1988-199 J·17
Raça/Etnia
Brancos 9.6(1,0) 8,8(1,4) 7,6 (1,1) 10,1 (1,3)
Negros 9,1 (1.1) 6,6(1.1) 7.7 (2,1) 10,4 (1,2)
H ispano~an1ericanos* 8,5 (0.9) 6.9 ( 1.7) 8,4 (1,2) 8,9 (0,9)
Mordida Cruzada Posterior - A prevalência da mordi- <lida cruzada posterior foi estitnada para os quatro grupos
da cruzada posterior e1n todos os grupos con1binados foi de alinhamento (Tabela 8-10) A tendência a uma elevada
de 9,4°/ii, con1 pouca 1nudança entre 8 e 50 anos de idade prevalência da n1ordida cruzada posterior füi encontrada
(Tabela 8-9) Nenhuma diferença significativa na prevalên- nos grupos que apresentavan1 os incisivos cujo alinha1nento
cia da 1nordida cruzada posterior foi observada entre os era pior Nenhun1a diferença entre gêneros foi observada
grupos raciais ou étnicos e os gêneros. rodas as pessoas Os negros con1 irregularidade dos incisivos apresentaran1
fora111 agrupadas etn quatro grupos, de acordo con1 os prevalência signiticativa111ente 111ais alta de 111ordida cru-
escores para alinha1nento superior, e a prevalência da 111or- zada posterior (23,2%) do que os brancos ( 10,0%) e os
92 SEÇ,\O I c·resci111e1110 e De\e1n·oh·i111e1110
Tabela 8-10. Distribuição das Pessoas con1 Mordida Aberta Posterior por Categoria do Alinha111ento Maxilar, Faixa Etária.
Gênero e Grupos Raciais e Étnicos entre os No1ie-a1nericanos entre 8 e 50 Anos de Idade, ! 988-1991 ~7
Excelente (0) Bom (1-2 mm) Regular (3-5 111111) Ruiln (6+ 111111)
Gênero
Hon1ens 7.8(2,4) 7,7 (1,2) 11,6(2, 1) 10,9(2.7)
Mulheres 7,7(1.3) 8,4(1,3) 11,7 (2,0) 13.1 (2,4)
Raça/Etnia
Brancos 8,3 ( 1,8) 8,0 ( 1.0) 13.0(1,9) 10,0(2.6)
Negros* 5,2 (1,2) 9,0 ( 1,4) 7,9(1,3) 23,2 (4.8)*
1-l ispano-arnericanos 6,1 (1,3) 7,9 (0,9) 8,6 ( 1,5) 15.3 (6.7)
* Negro:, com mau alinhamento siio difrrcntcs dos brancos e hispano-amcrkanos, p < 0,0!
EP. Erro padrão
* Negros com mau alinhamento silo diferentes dos brancos e hispuno-umericanos, p < O.OI
EP. Erro padrão
Etiologia e Pre1·aliincia da k!á Oclusâo GwíruLo 8 93
T'a~ela 8-12, Escores 111édios do Trespasse Horizont.il por F.iixa Etária, Gênero e tlrupos R.iciais
e Etnicos para os Norte-an1ericanos entre S e 50 Anos de Idade. con1 Escores Zero ou Positivos
1988-1991"'
Raça/Etnia
Brancos 2,9 (0,07) 3,3 (0.07) 3,0(0,11) 2,9 (0,07)
Negros 3, 1 (0,07) 3.7(0.15) .l,3(0,13) 2,9(0,06)
Hispano-americanost 2.8(0,06) 3.3 (O, li) 3.0(0,09) 2,6 (0.05)
Tabela 8-14º Trespasse Vertical rvtédio por Faixa Etária, Gênero e Grupos Raciais e Étnicos entre
os Norte-atncricanos con1 8 a 50 Anos de Idade, 1988-199 ! ~7
Raça/Etnia
Brancos* 3, 1 (0,05) 3,2 (0,09) 3,1 (0,12) 3,0 (0,06)
Negros :u (0,08) 2,6 (0,12) 2,3 (0,11) 2,2 (0,07)
1-1 ispano-ainericanos 2,2 (0,08) 2,7 (0,10) 2,6 (0,18) 2,1 (0,07)
lübela 8-15. rvtordida Aberta tvlédia por Faixa Etária, Gênero e Grupos Rc1ciais e Étnicos entre
os Norte-a1ncricanos con1 8 a 50 Anos de Idade, ! 988-199 J·17
Raça/Etnia
Brancos 0,8 (0,12) 2,1 (0,51) 0,6 (0,33) 0,6 (0,09)
Negros* 1,6 (0,16) 1,8 (0,42) 1,6 (0,36) 1,6(0,19)
Hispano-a111ericanos 1, 1 (0,09) 1,2 (0,19) 1,3 (0,26) 1,1(0,13)
*Os negros são diferentes dos brancos e dos hispano-amcricanos, p < 0,001
EP, Erro padrão
oclusão próx:in1a do ideal dinllnui da infiincia para a ado- 14 Swanson WD, Riedel RA, D'Anna JA: Postretention
lescência. enquanto a freqüência da n1á oclusão grave au- study: incidence and stability of rotated teeth in humans,
111enta durante essa n1esn1a transição de cresci111ento, nos Angle Ortlwd 45(3):198-203, 1975
norle-a111ericanos negros e brancos Mais especitica n1en- 15 Edwards JG: A long-term prospective evaluatio n of the
te. a irregularidade do incisivo au111entou da infância para circwnferential supracrestal fiberotomy in alleviating
a vida adulta nos norte-an1 ericanos negros e brancos e orthodon tic relapse, Am J Orthod Denlofacial Ortltop
nos hispano-a n1ericano s, enquanto os diaste111as inte- 93:380-387, 1988
16 Ast DB, Alaway M, Draker HL: The prevalence of mal-
rincisivos e o trespasse horizonta l di111inuiran1 durante o
occlusion, related to dental caries and lost first perma-
crescin1ento nesses n1esn1os grupos
nent molars, in a fluoridated city and a fluoride deficient
A prevalênc ia da n1á oclusão é alta nos Estados Uni- city, Am JOrtltod 48:106-113, 1962
dos - uni n1otivo para continuar preparand o os profissio- 17 Angle EH: Classification of malocclusion, Dental C'os111os
nais para cuidar desses pacientes que necessitan1 trata- 41:248-264; 350-357, 1899
111ento Os beneficia s tl1ncionais. estéticos e psicológi cos 18 Massler M, Frankel JM: Prevalence of malocclusion in
do tratan1ento ortodônti co garanten1 a busca continua des- children aged 14 to 18 years, Am J Orthod 37:751-758,
tes serviços. por parte daqueles que são afligidos pela 111á 1951
oclusão 19, Savara BS: lncidence of dental caries, gingivitis, and mal-
occlusion in Chicago children (14 to 17 years of age),
J Denl Res 34:546-552, 1955
REFERÊNCIAS 20 Little RM: Ihe irregularity index: a quantitati ve score of
mandibul ar anterior alignment, Am J Orthod 75:554-563,
1975
Harris EF, Johnson MG: Heritability of craniometric and 21 Grainger RM: Orthodon tic treatment priority index, Vital
occlusal variables: a longitudinal sib analysis, Anz / Heath Sta/ 2:1-49, 1967.
Ortlwd Dentofacia/ Orthop 99:258-268, 1991 22 Kelly JE, Sanchez M, Van Kírk LE: An assessmenl of lhe
2 Cassidy KM et al: Genetic influence on dental arch form occlusion of the teeth of children aged 6-11 years, United
in orthodon tic patients, Angle Orthod 68:445-454, 1998 States PHS Pub No 74-1612, Washington, DC, 1973, US
3 Woodside DG et ai: Mandibul ar and maxillary growth Governm ent Printing Office
after changed mode of breathing, Am JOrtlzod Dentofacia/ 23 Kelly JE, Harvey CR: An assessme11t o/ lhe occ/11sio11 o/ lhe
Ortlwp 100:1-18, 1991 teelh ofyoulhs 12-17 years, United States PHS Pub No 77-
4 C:orruccini RS, Whitley LO: Occlusal variation in a rural 1644, Washington, DC, 1977, US Governrnent Printing
Kentucky community, Am J Ortlzod 79:250-262, 1981 Office
5 Beecher RM, Corruccini RS, Freeman M: Craniofacial 24 Bjork A, Krebs A, Solow B: A method for epidemiologí-
correlates of dietaryco nsistency in a nonhuma n primate, cal registration of malocclusion, Acta Odont Scand 22:27-
JCraniofac Gene/ Dev Biai 3:193-202, 1983. 41, 1964
6 Corruccini RS, Beecher RM: Occlusal variation related to 25, Federation Dentaire Intemationale: Commission on elas~
soft diet in a nonhuma n prirnate, Science 21:74-76, 1982 sification and statistics for oral conditions: a method for
7 Corruccini RS, Beecher RM: Occlusal morphological measurin g occlusal traits, lnl Denl J 23:530-537, 1973
integration lowered in baboons raised on a soft diet, / 26 Cons NC et al: Perceptions of occlusal condítions in
Crarziofac Gene/ Dev Bio/ 4:135-142, 1984. Australia, the German Democratic Republic, and the
8 Little RM, Wallen TR, Riedel RA: Stability and relapse of United States, Int Denl J33:200-206, 1983
mandibul ar anterior alignment: first premolar extraction 27 Hill PA: lhe prevalence and severity of malocclusion and
cases treated by traditional edgewise orthodontics, Ant / the need for orthodontic treatment in 9-, 12-, and 15-year-
Ort/wd 80(4):349-365, 1981. old Glasgow scl10olchildren, Br JOrthod 19:87-96, 1992
9 Sadowsky C, Sakols E!: Long-term assessment of ortho- 28 Salzmann )D: Handícap ping malocclusion assessment to
dontic relapse, Arn J Ortlzod 82:456-463, 1982 establish treatment priority, Am JOrthod 54:766-768, 1968
10 Uhde MD, Sadowsky C, BeGole EA: Long-term stability 29 Summers CJ: A systern for identifying and scoring
of dental relationships after orthodont ic treatment, Angle occlusal disorders, Am JOrtlwd 59:552-567, 1971
Ortlzod 53(3):240-252, 1983. 30 Baume LJ: Uniform methods for the epidemíologíc
11 Puneky PJ, Sadowsky C, BeGole EA: footh morpholo gy assessment of rnalocclusion, Am J Orthod 66:251-272,
and lower incisor alignmen t many years after orthodon~ 1974
tic therapy, Am J Orthod 86(4):299-305, 1984 31. Dockrell RB: Co-report: populatio n differences ili preva-
12 Shields TE, Little RM, Chapko MK: Stability and relapse lence of malocclusion, Int Denl J8:278-282, 1958
of mandibu lar anterior alignmen t: a cephalom etric 32 Brehm Hl, Jackson DL: An investigation of the extent of
appraisal of fírst premolar extraction cases treated by the need for orthodont ic services, Am J Orthod 47:148-
traditional edgewise orthodontics, Am J Orthod 87(1):27- 149, 1961
38, 1985. 33 Emrich RE, Brodie AG, Blayney JR: Prevalence of Class ],
13. Harris EF et ai: Effects of patient age on postortho dontic Class II, and Class III malocclusions (Angle) in an urban
stability in Class li, division 1 rnalocclusions, Am J population: an epidemiologícal study, J Dent Res 44:947-
Ortltod Dentofacia/ Orlltop 105:25-34, 1994 953, 1965
96 SEÇ,\O I Cre\ci111e11to e Dese111·oh•/Jne1110
34 Krogn1an Wivt: Thc problem of tin1ing in facial grcnvth, 42 Gergely (1958) <1s rcported by Graber TM: 01tltod(111fic;·
\Vith special referencc to thc pcriod of thc changing dcn- pri11cipfrs a11d pratfin-, ed 3, Philade!phia, 1972, WB
tition, i\111 f Ortl1od 37:253, 1951 Saundcrs
35 ivtills LF: Epidcn1inlogic studics of occlusiun IV: thc 43 l·l.ira!abakis 1-l: lncidence of n1a\occlusion .imong dental
prevalence of n1illocclusion in a populal'ion of 1455 studcnts at Athens Univcrsity, Ti·a11::. Europ Orthod Soe
school children. f Oent {~e:_.; .JS:332-336. 1966 Jlll-311, 1957
36 Ne\vman CV: Prevalence of malocclusion in childrcn six 44 Davies GN: Dental conditions among the Polynesians of
to fourtecn ycars of age und treatn1cnt in prevcntable Puk<1puka (Dangcr Is!and) I General background and
cases,/ J\111 Dn1t A:-soc 52:566-575, 1956 the prevalencc of malocclusion, f Oc11! Rc::. 35:115-131,
37 Savara BS: Incidcncc of dental caries, gingivitis, anel ff\al- 1956
occlusion in Chicago children (14 to 17 ycars of age), f 45 Houpt MI, Adu-Aryee S, Graingcr Rl'vt: Dental survey in
Dcnt !!e, 34:546-552, 1955 the Brong Ah<1fo region of Ghan;i, Arc/1 Oral Bio/ 12:13.37-
38 1\ltc1nus LA: Frcqucncy of tht' incidence of n1alocclusion 13-ll, 1967
in 1\mcrican Negro children aged t\velvc to sixteen, -16 Lc\v KK, Foong WC, Loh E: Malocclusion prevalence in
A11glc Ortfwd 29:189-200, 1959 an ethnic Chinese population, 1\11st Dc11t f 38:4-12-4-19,
39 Gre\ve JM ct ai: Prcvalencc of rnalocclusion in Chippe\Vil 1993
lndian childrcn, / Ou1/ Rt·s .J]:302-305, 1968 47 Brunelle JA, Bhat M, Lipton JA: l'revalence and distri-
-10 }~[c!n1 S: !'vlalocclusion in D11nish childrcn \Vith <1doles· bution of sclcctcd occlus;il charactcristics in thc US
ccnt dcntition: an cpidcrniologic study, J\111 f Ortlwd population, 1988-1991, f L)u1t Re::. 75(5pec lss):706-71.3,
5-1:.352-366, 1968 1996
-11 Tellc ES: Study of the frequcncy of mcdocc!usion in thc -18 Ackcrn1an Jl, Proffit \VR: The characteristics of maloc~
county of l-!edn1<1rk_ Nor\v<1y: <1 prelin1in<1ry report, Tá111s clusion: a modcrn approach to classification and diagno-
E11r Orllwd Soe 192-198, 1951 sis, A111 f CJrthod 56:443--154, 1969
T
eção li
Capítulo 9
Diagnóstico Ortodôntico e
Plano de Tratamento
Robert N. Staley
TERMOS-CHAVE
oclusão norn1al Classe li n1á oclusão mordida aberta
morfologia facial Divisão I queixa principal mordida aberta posterior
norn1a diagnóstica Subdivisão questões pertinentes à saude desvio funcional lateral
norn1a objetiva Divisão 2 histórico dentário n1ordida en1 tesoura
norn1a bion1étrica Subdivisão articulação sindrome de Brodie
norn1a subjetiva Classe Ili temporomandibular radiografia panorâmica
nonna terapêutica Subdivisão morfologia facial exame bucal periapical
valor médio diagrama Venn espaço interlabial agenesias dentárias
variação dos valores alinhamento sorriso gengival dentes impactados
relação molar perfil relação ântero-posterior dos dilaceração radicular
angulação da coroa desvio transverso prin1eiros molares e cani- altura do osso alveolar
inclinação da coroa desvio sagital nos condição periodontal
rotações desvio vertical trespasse horizontal dentes supranumerários
espaços desvio transagital n1ordida cruzada anterior reabsorção radicular
plano oclusal desvio sagitovertical desvio funcional anterior condições patológicas
classificação de Angle desvio verticotransverso trespasse vertical telerradiografia lateral
Classe I desvio transagitovertical
Os dentistas deven1 capacitar-se para fornecer ao paciente e adultos I Se tuna n1á oclusão não für diagnosticada pelo
un1 diagnóstico ortodôntico Os clínicos deven1 reconhecer dentista ou pelo paciente, ela não poderá ser avaliada e
a oclusão norrnal e a morfologia facial norn1al. diferen- tratada Urna avaliação ortodôntica deve tan1bén1 fornecer
ciar o norn1al do anon11al e ser capaz de fhzê-lo nas denta- ao paciente opções de tratan1ento. que precisan1 ser con-
duras decídua, 111ista e pern1anente Alén1 disso, os dentis- sideradas.
tas deven1 saber quando tratar e quando enca1ninhar os A seguinte seqüência de passos é obedecida para un1
pacientes portadores de 111á oclusão a u111 profissional apto paciente portador de n1á oclusão:
O diagnóstico e a descrição de u111a 111á oclusão, ou de I Identificar a n1á oclusão en1 u111 exa1ne ou triage111
tuna condição que pode causar t1111a 1ná oclusão, é a con- inicial e relatar essa descoberta ao paciente ou aos
tribuição ortodôntica n1ais iinportante que uni dentista pode pais
fornecer aos seus pacientes A 111ú oclusão ocorre con1 2 Solicitar a docu111entação ortodôntica ou encan1inhar
grande freqüência nos pacientes (v~ja Cap. 8) e causa un1 o paciente a uni colega habilitado.
in1pacto i111portante na função e na estética da oclusão con10 3 Desenvolver uni diagnóstico a partir da docun1en-
u111 todo. Na realidade, a 111á oclusão causa uni in1pacto tação
negativo na auto-estin1a de n1uitas crianças, adolescentes 4 Desenvolver u111 plano de tratamento.
98
Diagnóstico O, todô11tic-o e Plano df: Ti ata111e11to (,\!'iTULO 9 99
5 Discutir co111 o paciente ou os pais sobre o diag- O conceito de 111na nonna terapêutica ou objetivo de
nóstico e o plano de trata1nento tratan1ento é valioso en1 Ortodontia, porque dá ao clínico
O trata1nento inicia-se após un1 acordo ter sido finna- unia n1eta razoável de tratan1ento, que reconhece as li111i-
do entre todas as partes, na consulta 1narcada lações i111postas pela n1orfOlogia, padrão de crcscin1ento e
a !'unção de 11111 deten11inado paciente ('01110 resultado,
e1n alguns casos, os objetivos do trata1nento poden1 in-
Conceito de Oclusão Normal e cluir valores anor111ais. Por exen1plo, nen1 todos os pacien-
Morfologia Facial tes deven1 ser tratados até o valor 111édio de unia norn1a
bion1étrica con10 11111 ângulo de 90 graus entre o incisivo
Para definir adequadan1ente a nuí oclusão, deve-se ter e111 infCrior e o plano n1andibular Alguns pacientes poden1 ter
1nente o conceito de oclusão non11al e 111orfologia fhcial beneficias quando finalizados nessa relação angular No
nonnal l(oskF definiu várias nonnas que precisan1 ser entanto. os pacientes con1 u111 ângulo do plano 111andibular
usadas pelos ortodontistas alto, quase se,npre são tratados n1elhor con1 un1 IMPA
Nornta diagnóstica é un1 padrão que ~juda a detenni- 1nenor que 90º Por outro lado, os pacientes co1n ângulo
nar a extensão na qual o paciente desvia do nonnal U1na do plano n1andibular baixo nonnaln1ente são tratados 111e-
nornta objetiva é baseada nun1a n1edição técnica re- lhor con1 uni I!'vf PA n1aior que 90º,
produzivel, confiável e baseada en1 un1 n1étodo científico A n1aioria das pessoas provaveln1ente concorda que
Unia norma bion1étrica é u111a norn1a objetiva derivada as nonnas objetivas são prefCríveis às su~jetivas, porén1
da 1nedição de tuna variável biológica de un1a an1ostra ale- os valores n1édios das norn1as diagnósticas nen1 se111pre
atória de pessoas consideradas nor111ais As norn1as deven1 ser usados con10 objetivos absolutos do tratan1ento
cefiilon1étrica e da largura do arco são exen1plos de nor-
111as bion1étricas quantitativas. As classes de n1á oclusão
de Angle são exen1p!os de nonnas bio111étricas qualitati-
Oclusão Normal e Ideal
vas.3 Un1a norma subjetiva é urna nonna baseada apenas
A oclusão nonnal ocorre con1 freqüência en1 11111a po-
no julgan1ento e no conceito pessoal Urna norma tera-
pulação. enquanto a oclusão ideal é u111a raridade . A oclusão
pêutica é essencialn1ente un1 objetivo de t1atan1ento para
nonnal inclui variações nas posições e relações dos den-
11111 paciente especifico. As norn1as diagnósticas e os ob-
tes. as quais divergen1 n1uito pouco do ideal (Fig 9-1)
jetivos do tratan1ento gera!n1ente não são sinônin1os, por
causa da grande variação observada na 111orJOlogia, na li-
siologia e status de crescin1ento dos pacientes
Angle - Angle 3 descreveu a oclusão nor111al con10 11111a
fileira de dentes posicionados unifonnen1ente, dispostos
en1 u111a curva graciosa con1 harn1onia entre os arcos su-
A Média Versus a Variação das perior e inf'erior. De acordo con1 Angle, a chave para a
Relações Normais oclusão norn1al nos adultos é a relação ântero-posterior
entre os prin1eiros n1olares superior e o inferior O concei-
A 111édia derivada das n1edições quantitativas de tuna variá- to de Angle sobre a oclusão norn1al é essenciahnente a
vel biológica, con10 aquelas usadas no diagnóstico ortodôn- descrição de tuna oclusão ideal. Ele afinnou que o conhe-
tico, é considerada a norn1a por alguns. No entanto, difi- cin11.~nlo da oclusão norn1al deve incluir o conheci1nento
ciln1ente uni indivíduo de un1a an1ostra aleatória de pes- das relações nonnais das superfícies oclusais de dentes
soas nonnais ten1 o valor n1édio de tuna variável especí- deciduos e pennanentes, suas fünnas e estruturas, assin1
fica, 111ais difícil ainda é ter o de diversas variáveis. O con10 o crescin1ento e desenvolvin1ento dos dentes, dos
"nonnal". no que diz respeito às variáveis biológicas orto- n1axilares e dos n1úsculos. Angle acreditava que os prin1ei-
dônticas, consiste de un1a variação dos valores, e não ros 111olares e caninos era1n os dentes n1ais estáveis. A sua
apenas no valor n1édio A n1aioria dos pesquisadores e clí- descrição das relações dos priineiros 111olares e caninos,
nicos definira1n arbitrarian1ente a variação do norn1al, a na oclusão nonnal, era e ainda é un1a observação funda-
firn de incluir todos os valores de n1edições de unia variá- 111ental sobre a qual os diagnósticos dentários e orto-
vel biológica norn1ahnente distribuída, que est~ja uni des- dônticos se baseia1n. Angle afinnou o seguinte:
vio do padrão acin1a ou abaixo do valor n1édio, dentro de Na oclusão nonnal. a cúspidc n1esiovestibular do priineiro
u1na an1ostra representativa de indivíduos nonnais (veja n1olar superior oclui no sulco entre as cuspidcs vestibulares
Cap. 3). Os valores nonnais de tuna detenninada variável. n1esial e distal do pritneiro 1nolar superior A vertente n1csia!
portanto, con1preenden1 cerca de 68o/i> de todos os valores e distal da cuspi de 111esiovestibular do pri1nciro 1nolar supe-
de 1nedição obtidos de u1na an1ostra de individuas nor- rior oclui entre as cúspides vestibulares 1nedial e distal do
prin1eiro ,nolar inferior As vertentes cuspidc distovestibular
n1ais, presun1indo-se que as 111edições da variável estejan1
do pri111eiro 111olar superior oc!ue1n entre a cuspide distoves~
dentro da distribuição estatistica norn1al Essa an1plitude
tibular do pri111eiro ,no lar inferior e a cúspide 1ncsioveslibular
de variação dos valores descreve a variabilidade nonnal do segundo rnolar in!Crior A ve11ente 1ncsial do canino supe-
inerente aos hu1nanos. rior oclui co111 a vertente dista! do canino inferior: a vertente
100 SEr,.Ao li l)iag11ást ic o
distal do canino superior oclui co1n a vertente 111csial da do tratan1ento ortodôntico contrastava con1 a detenninação
cllspidc vi:stibular do priineiro pni-,nolar inferior Cada un1 de Angle de evitar extração de dentes durante o trata1nento
dos dentes de an1bos os arcos dcntúrios tcn1 dois antagonis-
tas ou apoios no n1axilar oposto, con1 a exceção do incisivo
central inferior e do terceiro 1nolar superior CHAVES DA OCLUSÃO NORMAL
Angle enfatizou a in1portância da intercuspidação para o Parece que Andre\vs 5 descreveu unia oclusão ideal e não
estabeleci,nento da oclusão nonna! durante a irrupção dos uma oclusão normal (Quadro 9-1) A oclusão ideal descri-
dentes, e para a conservação de urna boa oclusão Ele afir- ta por Angle e Andre\VS serve con10 padrão de excelência
n1ou que a oclusão nonnal dos dentes é conservada pri- oclusaL que proporciona aos dentistas a tneta terapêutica
111eiro pelos planos oclusais inclinados das cúspides, en1 a ser alcançada A figura 9-2 ilustra unia oclusão ideal nos
segundo lugar pelo suporte fornecido pela hannonia no ren1anescentes esqueléticos, nos quais todos os 32 dentes
ta,nanho dos arcos superior e inferior, e en1 terceiro pela adultos estão presentes A figura 9-3 ilustra a oclusão ideal
influência dos 111üsculos nos planos vestibular e lingual na dentadura decídua (veja Cap. 5). A variação n1orfológica
Ele concluiu que esses n1esn1os três fatores ta1nbé111 são na dentadura e nas estruturas de suporte detern1inan1 que
poderosos na preservação de tuna 1ná oclusão as oclusões tratadas nen1 sen1pre sejan1 ideais, e às vezes
contenhan1 tuna ou n1ais características de anonnalidade
Begg - O conceito de Begg sobre a oclusão nonnal·1 dife- Um dos desafios do diagnóstico é decidir se o objetivo do
re n1uito daquele proposto por Angle. Begg concluiu que a tratan1ento ortodôntico para un1 paciente é a oclusão nor-
oclusão norn1al dos povos tribais representa a verdadeira n1al ou a oclusão aceitável que incorpore algun1as caracte-
oclusão norn1al dos hu1nanos. As dentaduras dos aboríge- rísticas anorn1ais
nes rurais australianos que ele estudou enun caracteriza-
das por tuna grande quantidade de atrição, que produzia
CLASSIFICAÇÃO DA MÁ CLUSÃO
na n1aioria dos adultos unia relação de incisivos de topo-a-
topo, dcsloca111ento n1esial do arco inferior e desgaste
oclusal e interproxin1al que reduzia o tan1anho dos dentes A classilicação etiológica é con1u111ente utilizada en1 Medi-
e a incidência do apinhan1ento. Ele se refCriu aos dentes cina No entanto, a n1á oclusão letn u111a etiologia con1plexa
relativan1cnte sen1 desgaste dos europeus urbanos con10 ou desconhecida na tnaioria dos casos (veja Cap. 8). Visto
anonnais, e isso seria a raiz dos problen1as periodontais. que a n1á oclusão é tuna anorn1alidade n1orfo!ógica, a n1aio-
oclusais e das lesões de cárie tão preva\escentes nesses ria das classificações baseia-se principal111ente na n1orfo-
povos. O desgaste interproxi111al dos dentes, que Begg ob- logia. f-Iá tuna tendência equivocada nas classificações
servou nos ren1anescentes esqueléticos dos aborigenes aus- 1norfológicas, ou seja, a suposição de que todos indiví-
tralianos, forneceu a justificativa para a extração nos dentes duos de tuna detern1inada classe ou tipo de 1ná oclusão
nos europeus urbanos que tinha111 111ás oclusões. A ten- co111partilha111 da 111esn1a etiologia. Os ortodontistas fre-
dência de Begg de extrair os dentes pern1anentes no curso qüenten1ente se refCre111 ao trata111ento da Classe I ou II
/Jiag11ú\/ico 011odú1J1ho e Plano de Ti . a10111e1110 G\l'ÍTLll.O 9 101
Quadro 9-L As Seis Chaves da Oclusão Nonnal ~!e 1\nch·e\\' na Dentição 1\duha
l, Relação n1olar: A cúspide ,nesiovcstibu!ar do pri1neiro b Os dentes posteriores superiores são inclinados pan1
tnolar superior oclui con1 o sulco entre a euspide 1nesio- lingual. da 1nes1na fünna desde o canino até os pré-
vcstibular e a cúspide 111ediana do pritneiro n1o!ar infe- 1nolarcs As coroas dos n1olares superiores são !i-
rior A cúspide distovestibular do prin1eiro 1nolar supe- geiran1ente n1ais inclinadas do que as dos caninos e
rior contata con1 a cúspide n1esiovcstibular do .segundo pré~111olarcs
111olar inferior e Os dentes posteriores inferiores são inclinados para
2. .i\ngulação ela coroa: Todas as coroi:1s dos dentes são lingual. progressivan1cntc 1nais desde o canino até
anguladas p<ira n1csial (angulação n1csiodistal) os pré-1no!ares
3" Inclinação da coroa: Inclinação 1cfcre-sc ú inclinação 4.. Rotaçües: As rotações não estão presentes
vestibulolingu al das coroas dos dentes 5.. Espaços: Não hú espaços entre os dentes
a Os incisivos são inclinados na direção da supcrficic 6. Plano oclusal: O plano é horizontal ou Jigeiran1ente
vestibular curvo
A B
Fig, 9~2 A, Vista frontnl de uma oclusào ideal nos remanescentes esquclê!icos de um adulto 8, Vista hllera[ do
mesmo cr.inio A linha axial vertical passando pela ponta da cúspide mesiovcstibu!,1r do primeiro molar superior,
encontra-se com a linha axiu! verticu[ que passa pelo sulco vestibular do primeiro molar inferior A linha axial
vertical passando pela ponta <la eúspide <lo canino superior. cncontra~se com a linha vertical entre o cunino e
o
primeiro prê-mo!ar in!'crior
con10 se todas as causas dessas n1ás oclusõcs J'osse,n (irro1npido alé111 do plano oclusa!) Essas 111alposições de
si1nilares Esse é un1 uso inadequado da classificação cada dente pode111 ser usadas para descrever un1a 1ná oclu-
1norfülógica das 111ás oclusões são ele fün11a 111ais con1pleta
O siste111a de classificação das 111ás oclusões proposto
por Angle·' é a111pla111ente usado e serve con10 unia for111a
Classificação de Angle excelente de descrição geral, que ten1 fhcilitado a con1t1ni-
cação sobre as diferentes n1ás oclusões entre os profissio-
AngJeJ descreveu sete irregularidades no posicionan1ento nais (Fig. 9-4) O siste,na descreve basica111ente as rela-
de cada dente: ( 1) vestibular. (2) lingual. (3) mesial. (4) ções àntero-posteriores dos prin1eiros 111olares e caninos
distal, (5) girado (rotacionado). (6) infra (não irrompido pennanentes
suficiente,nente para chegar ao plano oclusal) e (7) supra (\)1110 pode ser observado a partir das infonnações do
D-F
G-1
J-L
Fig. 9-4 Classes da mú oclusão A-C, Classe 1 0-F. Cl.1sse li, Di\' 1 G-1. Classe /!, Di\' 2 J-L, Classe !II As linhas
a.xiais verticais que pass,un pelas pontas das cúspides mcsiovcstibulares dos primeiros molares superiores, t!.!m
relações diferentes com ;is linhas axiais venicais que passam pelos sulcos \'t!Stihu!ares dos primeiros molares in-
feriores nas difert!rllcs classes de mú oclusílo Uma \':iriaçiio serndhantc entre as classes de nui rn.:lusüo é obser\'ada
nas relações entre as linhas axiaís verticais que passum pelas pontus das cúspides dos cuninos superiores e as linhas
\'erticais que atran:ssam os pontos de contato entre os cuninos e os primeiros pré-molurcs inferiores
!)iag11ú\lico 01 todri11ti(u e P/0110 de Ihao111e11to (,\PÍTUI.O 9 103
quadro 9-2, Angle·' incluiu na sua descriyão da n1ú oclusão Via regra. as posiyões dos n1olares e caninos não são
não apenas as posições e relações dos denles. nu1s tan1- Classe !. II ou Ili con1pletas, e sin1 n1anifCstan1 unia rela-
bén1 infOrn1ações sobre a largura do arco. a retrusão ou ção 111ais intennediária c·o1110 resultado, os n1olares e ca-
protrusão da 1nandíbula. os ef'eitos da n1á oclusão sobre a ninos que estão entre as c·iasses I e li são denon1inados
füce. a li.Jnyão labial anonnal e a associação entre a obs- 1ela~De., de topo a lopo (notação E) e aqueles que estão
trução nasal e a respiração bucal con1 a 111;:í oclusão Angle entre as c·Jasses I e Ili são deno111inados nuh oclusôes
descreveu as 1nás oclusões n1ais de 30 anos antes do ad- ,uper / (notação SI) Esse refínan1ento das classes quali-
vento das radiogra!ias cefalo111étricas. As n1cdidas celhlo- tativas ele Angle ajuda o clinico a descrever n1elhor unia
111étricas ajuda111 os clinicos a diferenciar as nuís oclusões oclusão A notação oclusal revela assin1ctrias bilaterais, e
de ('lasses li e 111 n1ais precisan1ente naqueles pacientes a severidade de t1111a n1ü oclusão, por exen1plo unia oclusão
que tên1 relações esqueléticas nonnais entre a 1naxila e a suave de Classe li (E-E-E-E) pode ser dilereneiada de ou-
n1andíbula daqueles que tên1 relações anonnais Alén1 dis- tra Classe li completa (li. li. li. 11)
so. a localização da discrepi.incia e1n unia ou en1 an1bos os Os princípios gerais do sisten1a de classificação de
,naxilares é facilitada co111 as radiografias celü!on1étricas Angle poclen1 sei aplicados ús dentaduras decidua e n1ista
(veja Cap 10) (veja Cap . 5)
Classe 1: 1\ posição 111esiodistal entre os arcos dentúrios é pelo apinhan1enlo dos incisivos superiores con1 sobrepo-
nonnal. con1 os pri111ciros n1olares pern1anentcs e1n geral en1 sição e inclinação para lingual e pela fl!nção nasal e labial
oclusão nonnal. e111bora u1n ou n1ais dentes possatn estar norn1al
n1aiposicionados para lingual ou vestibular. con1 as 111:.ís Subdivisão: U111a n1ú oclusão de Classe li. Div 2 Subdivisão
oclusões norn1ah11ente confinadas aos dentes anteriores le111 111na relação oclusal nonnal e111 uni lado dos arcos e u1na
Classe li: As relações n1esiodistnis entre os arcos dentúrios oclusão Classe li no lado oposto
é anorn1aL co1n todos os dentes inferiores ocluindo distal Classe Ili: ;\s relações 1nesiodistais entre os arcos são anor-
ao nonnal, produzindo desannonia acentuada na região do n1ais, con1 todos os dentes inl'Criores ocluindo 111esial ao
incisivo e no perfil fhcia\. Na Classe li cotnpleta. a cúspide nonnaL produzindo desannonia acentuada na região dos
distovcstibular do pri111ciro 111olar superior pennanente en- incisivos e no perlil n1cial Na ('lasse III con1plcta. a cúspide
caixa-se no sulco entre ns cuspides vestibulares 111esial e vestibular do segundo pré-1110\ar superior encaixa-se no
n1édia do prüneiro 1nolar inJCrior 1\ 1nandibula encontra-se sulco entre as cuspides vestibulares 1nesial e n1édia do pri-
retrusiva (en1 un1.1 posição 111ais posterior que o nonnal) n1eiro n1olar inJCrior A disposição dos <lentes varia de un1
alinhan1ento unifonne até o apinhan1cnto e a sobreposição.
Divisão l: Unia 111{\ oclusão Classe li. [)iv 1 é caracterizada
especialinente no arco dcntúrio superior Os incisivos e ca-
pela atresia do arco dentúrio superior. incisivos superiores
ninos inferiores são inclinados para lingual por causa da
alongados e protruídos. fünção anonnal dos lúbios e por
pressão do lúbio infCrior na tentativa de l"cchar a boca A
algun1a fonna de obstrução nasal e respiração bucal
1n,1ndíbula encontra-se protrusiva (en1 t1111a posição 111ais
Subdivisão: U1na 111á oclusão Classe II Div 1 Subdivisão anterior que o nonnal) O co1npron1etin1ento do perfil racial
apresenta111 11111a relação oclusal nonnal cn1 un1 lado dos t: perceptivel. e111 alguns casos tornando-se tuna defonni-
arcos e 111na oclusão de Classe 11 no lado oposto Esses dadc pronunciada
pacientes ta111bén1 respiran1 pela boca Subdivisão: 1\ desannonia tcn1 n1enor gravidade, co1n
Divisão 2: As 1nás oclusões Classe li. Div 2 são caracteri- oclusão norn1al c,n 11111 lado dos arcos e un1a oclusão de
zadas por unia discreta atrcsia do arco dentário superior, Classe lfl no lado oposto
Eles adicionaran1 às classes sagitais das 111ás oclusões de !idade elevada de 1ná oclusão Classe Ili associada a unia
Angle quatro outros fittores: avaliação do alinhan1ento den- n1axila retrusiva. u111a 111andibula protrusiva ou an1bas
tário, perfil fflcial, problen1as transversos e problen1as ver- Os perfis Hiciais ta1nbén1 pode1n revelar problen1as de
ticais. Os pacientes con1 con1binações de proble111as en1 1 cresci1ne11to na din1ensão vertical O cresci1nento vertical
ou en1 todos os 3 planos de espaço têrn n1ás oclusões n1ais excessivo da fücc pode levar a unia 1ná oclusão con1 111or-
severas do que aqueles que apresenta111 1nenos problen1as dida aberta anterior. ú separação dos lúbios en1 repouso,
ao sorriso gengival e a uni ângulo elevado entre o ra,no e o
corpo da n1andíbula. A lhce longa pode estar associada às
más oclusões de Classes L li e Ili (Fig 9-6). O cresci-
As Nove Categorias cio Diagrnn1a de 1-\ckerrnan e n1ento vertical insuficiente da Jhce pode produzir unia n1á
Proffit
oclusão con1 sobreinordida profunda, con1 lábios redun-
dantes e sobrepostos e un1 ángulo reduzido entre o ra1110 e
L Alinharnento (cspaçan1ento. apinhainento) o corpo da 1nandíbula. As fhces curtas pode111 ser asso-
2 . Perfil (convexo. relo. côncavo) ciadas às mús oelusões de Classe L II e III (Fig. 9-7)
3. Desvio transverso (n1ordidas cruzadas) ('01110 resultado dessas observações. o clinico deve per-
4. Desvio sagital (classe de Anglc) ceber que a presença de un1 detern1inado tipo de perfil
5. Desvio vertical (Inordida prorunda. 1nordida abel1a) thcial nen1 sen1pre indica a classe de nuí oclusão de Angle
6. Desvio transagital (co,nbinação de classe de Ang!e Portanto, a avaliação facial do paciente é urna parte
con1 111ordida cn1zada)
in1portante na avaliação ortodôntica Os pacientes que tên1
7. Desvio sagitovertical (co111binação de classe de Anglc
perfis côncavos ou convexos. ou anonnalidades verticais
con1 n1ordida profunda ou abc11a)
8a Desvio verticotransverso (conll1inaç:fio de 111ordida óbvias na forn1a facial associadas a tuna n1á oclusão, são
proll1nda ou aberta con1 n1ordida cruzada) portadores de problen1as sérios que exigen1 uni tratan1en-
9. Desvio transagitovcrtical (co111binação de problcn1as to abrangente e, às vezes. cirurgia ortognática Por outro
nos lrês planos cio espaço) lado, os pacientes con1 n1ás oclusões associadas a pro-
porções ll1ciais nonnais tên1 un1 prognóstico n1elhor para
o tratan1ento do que aqueles portadores de 1nás oclusões
associadas a discrepüncins laciais
É óbvio que un1 problen1a apenas de alinhan1ento en1
un1 paciente é 111ais fhcilinente tratado do que un1 proble~
n1a que envolva lodos os três planos de espaço Esse sis~
ten1a pode ajudar o ortodontista a organizar tuna lista de
EXAME E DOCUMENTAÇÃO
problen1as para un1 paciente e. en1 troca, proporcionar ao ORTODÔNTICA
paciente n1elhor con1preensão da extensão e dificuldade
do tratan1ento proposto Após a elaboração da lista de pro- A con1pilação de dados a partir de observações diretas de
blen1as, é criado un1 plano de tratan1ento que discuta cada uni paciente. da ana111nese, de radiografias, n1odelos de
u1n dos problen1as. 7 Alguns problen1as oclusais e fflciais gesso e fbtografias. constituen1 uni corpo de infOnnações
associados não poden1 ser corrigidos a urna f-l1nção e für- essencial ú fOnnulação de uni diagnóstico e plano de trata-
rna totahnente norn1ais so1nente co111 o tratan1ento orto- n1ento O cuidado que se ton1a na obtenção da docu1nen-
dôntico, ou nern 111es1110 pela con1binação entre a Ortodontia tação se reflete no diagnóstico e no tratan1ento do paciente
e a Cirurgia. Todavia, o plano do tratan1ento ortodôntico A docun1entação inicial rotineira de un1 paciente que
deve tentar corrigir o 111áxin10 possível os problen1as do precisa de trata111ento ortodôntico inclui u111 exan1e clinico
paciente con1 o registro da saúde geral e do histórico bucal, mol-
dagen1 para os n1odelos de gesso, fotografias intrabucais
e lltciais (ton1adas frontal e lateral), radiografias periapicais
MORFOLOGIA FACIAL, OCLUSÃO E da boca toda e/ou unu1 radiografia panon.1111ica, e u111a ra-
MÁ OCLUSÃO diografia celfllon1étrica lateral A partir da avaliação dessa
docu1nentação. defíne-se o \tatus do crescin1ento do
Às vezes, os perfis frtciais poden1 revelar problen1as subja- paciente, a severidade da n1á oclusão, o planejan1ento
centes de má oclusão As relações ântero-posteriores en- ortodôntico e o prognóstico do tralatnento. Os pacientes
tre a 1naxila e a 111andibula são observadas nos três tipos con1 n1ás oclusões con1p!exas de Classe 1, ou discrepân-
básicos de perfis. Os pacientes con1 perfil reto nonnal- cias no crescin1ento fUcia! associados às n1ás oclusões de
111ente tên1 oclusões norn1ais ou n1ás oclusões Classe I Classes II e 111. deve111 ser tratados por uni ortodontista
Aqueles que tê111 perlis convexos apresenta111 unia proba- fvlesn10 após o início do tratan1ento, a obtenção do
bilidade n1aior de 1ná oclusão Classe li. associada a tuna registro continua, na fonna de anotações sobre o progres-
n1andibula retrusiva ou talvez unia 1naxila protrusiva (Fig so do tratan1ento. JCitas a cada consulta. Periodican1ente,
9-5). Os pacientes con1 perfil côncavo tên1 unia probabi- radiografias e outras docun1cntações poden1 ser obtidas, a
B
Fig. 9.5- , \ . pCfl
1-1 rdo Classe! B. P·rl'
i.:r l t:01nexo Classe !I Di,· 1 C . 1>,.- •
i.;d1I concavo Classe Ili e
{
l
B
Figº
. 9-6 Pcrlis. "l r,,cc long" A. Cl"sse I ll. Classe li Div I C Cl"sse Ili C
A B e
Fig . 9-7 Perli s (!e 1·ncc curta A Classc li Div 1 D, Cl·,issc li D1v
. 2 C. Classe Ili
106 Sn;,\o li Diag11ústico
Data do Exame _ _ _ _ _ _ __
1. Queixa P r i n c i p a l - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
2.. Histórico Médico e Exame das Vias Respiratórias
a Saúde geral
b Condições significativas (por ex., exigindo pré-medicação com antibióticos) - - - - - - - - - - - -
c Fármacos p r e s c r i t o s - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
d Amigdalas e adenóides normal _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ hipertrófica _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
e Via respiratória nasal: normal ________obstruida, _ _ _ _ _ _ respiração bucal _ _ _ __
3. Histórico Dentário
a Hábitos: dedo __________ lingua __________ lábio - - - - - - - - - -
Bruxismo _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ lnstrumentos musicais - - - - - - - - - - - - - - - -
b Traumatismo facial e d e n t á r i o : - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
c Tratamento ortodôntico prévio: - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
4. EXAME DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: sinlomas - - - - - - - - - - - - - - -
dor _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ histórico _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Ântero-posterior
E Classificação de Angle: Classe !, _ _ _ _ ,Classe l!-1 ____ Classe l!-2 ____ C!asse lll, _ _ __
Molar direito,____,Canino Direito Canino Esquerdo, ____ ,Mola1 Esquerdo _ _ __
(Escolhas: Ili, SI [Super Classe I], 1, E, 11)
F Trespasse Horizontal (mm): ____ Topo a topo, _____ Mordida Cruzada Anterior_ _ __
Vertical
G Trespasse vertical ('%.,) _ _ _ Mordida Aberta Anterior (mm) ____ Mordida Aberta Posterior (mm) ___
Transverso
H Linhas médias dentárias com a face {mm): Superior_ _ _ _ _ _ _ lnferior - - - - - - - -
h, Diagnóstico Radiográfico - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
6.. Lista de Problemas Ortodônticos:
1.
2.
3,.
4.
PLANO DE TRATAMENTO
2 Recursos de ancoragem:
3 Fatores complicadores:
MECANOTERAPIA
CONTENÇÃO
Desenho do aparelho:
que o paciente procurou o trata111ento? En1 alguns casos, envolvidos. Alguns distúrbios da ATM detectados no exa-
o tratatnento ortodôntico não é necessário ou aconselhá- 1ne pré-tratan1ento poden1 se beneficiar con1 o tratamento
vel Por exe1nplo, un1 diaste111a anterior superior nun1a ortodôntico, enquanto outros pode111 con1plicar o trata-
oclusão norn1al pode ser fechado n1elhor con1 un1 111aterial 111ento ou ser unia contra-indicação para ele O enca1ni-
restaurador. Se o exa1ne clinico n:!velar problen1as oc!usais, nhan1ento a uni especialista no diagnóstico e no tratan1en-
a docun1entação inicial deverá ser obtida que 111ereçan1 tra- to dos distúrbios da ATM é t1111a decisão coerente, quando
ta,nento, con1 o consentin1ento do paciente os sintonias, as evidências radiográficas e o histórico su-
As questões pertinentes à saúde que poderiam in- gereni a presença de uni distúrbio con1plicado O consen-
fluenciar o trata1nento são listadas. incluindo os rnedica- tiniento infonnado antes do trata,nento ortodôntico deve
111entos prescritos. A consulta ao n1édico do paciente pode ser obtido dos pacientes que têni resultados positivos
ser necessária para deter111inar se a pré-1nedicação é ne- A morfologia facial pode ser avaliadas a partir da
cessária Alé111 disso, se o paciente tiver dificuldade signi- observação direta e de fotografias faciais Os pacientes
ficativa en1 respirar pelo nariz, deve ser feito u111 enca1ni- coni oclusão nonnal têni tuna an1pla variedade de n1or-
nha1nento ao otorrinolaringologista . No caso de idosos, as fülogias faciais No entanto. à n1edida que a 1norfologia
infonnações sobre a densidade óssea são in1portantes (veja facial sofre desvios do nonnal, au1nenta a probabilidade
Cap . 28) da presença de u111a niá oclusão associada . A descrição
O histórico dentário do paciente é, então, registra- precisa da ,norfologia facial requer n1edições antropo-
do, incluindo anotações de qualquer traun1atisn10 da face 1nétricas ou a análise de cefalogran1as Nas pessoas coni
e dos dentes caracteristicas faciais norn1ais, os lábios estão juntos e1n
Um exame da articulação temporomandibular repouso ou apenas ligeira111ente separados
(ATM) é obrigatório. Os estudos indicam que os distúrbios Os pacientes com espaço interlabial amplo têm lá-
da ATM não n1elhora111 nen1 pioratn co1no resultado do bios curtos ou crescin1ento vertical anterior excessivo.
trata,nento ortodôntico; portanto, o registro dos sinto,nas U111 sorriso gengival, aquele que expõe unia quanti-
da AT M antes do tratan1ento é necessário para todos os dade excessiva de gengiva acin1a dos incisivos superiores,
Diag11á~1ico O, 1odô11tilo e Plano de liara,nenro (~\PÍ'!lJLO 9 109
é outro sinal de lábio superior curlo ou de crescin1ento das cruzadas anteriores associadas a t1111 desvio funcional
vertical excessivo da n1axila anterior an1plo en1 RC-oc· são n1uito n1ais füceis de corri-
gir do que aquelas que não exibe111 evidência de un1 desvio
en1 RC-OC. As n1ordidas cruzadas anteriores associadas
EXAME DENTÁRIO a unia sobren1ordida profunda são n1ais l'áceis de tratar e
tên1 111ais estabilidade do que aquelas associadas a u111 tre-
Uni exan1e dentário inclui a contagen1 dos dentes decí-
passe vertical reduzido ou ausente
duos e pennanentes irro1npidos e a anotação da condição
periodontal e das restaurações do paciente. Qualquer doença
periodontal, cáries ou problen1as endodônticos deven1 ser Relações Dentárias Verticais
tratados antes do inicio do tratan1ento ortodôntico
O trespasse vertical é expresso pela porcentagen1 da co-
roa do incisivo infCrior sobreposta verticaln1ente pelos in-
Relações Dentárias Ântero-posteriores cisivos superiores, quando os dentes estão en1 OC (veja
Fig 9-10) Os valores do trespasse vertical variam de O'Y,
As relações dentárias são anotadas no exan1e clínico e de-
a 111ais de IOOo/t) Os valores n1édios para os adultos cau-
pois confinnadas e con1p!en1entadas por tuna avaliação
casianos con1 oclusão nonnal é 45(Yo ± 20% para os ho~
dos n1odelos de gesso, A classificação de Angle é unia
111ens e 36°1<1 ± 13o/ii para as n1ulheres.8 A distância vertical
referência i111portante para o exan1e ortodôntico. O trata-
entre as bordas dos incisivos superiores e infCriores deve
n1ento sin1plificado é n1elhor confinado às 111ás oclusões
ser 111edida nos casos de mordida aberta Unia notação
de Classe I con1 desvios 111ínin1os da oclusão nonnal A
deverá ser feita quando os incisivos inferiores estivere111
relação ântero-postcrior dos prin1eiros n1olares e cani-
traun1atizando os tecidos palatinas
nos, con1 os dentes en1 oclusão cêntrica (OC) é registra-
Alguns hábitos, co1no sucção de dedo. interposição
da Depois da anotação das relações dos n1olares e cani-
lingual en1 repouso e o crescin1ento fàcial discrepante (cres-
nos. a oclusão é classificada de acordo co111 o sisten1a de
cin1ento vertical excessivo) poden1 causar n1ordida aberta
Angle. 3 Alguns pacientes tên1 tuna relação n1o!ar de Classe
As 111ordidas abertas anteriores ocorren1 111ais freqüen-
I e tuna relação canino de Classe II A oclusão desses
ten1ente do que as posteriores Deve-se registrar a exten-
pacientes é classificada con10 sendo de Classe !, 111as deve
são e a localização da 111ordida aberta. O tratan1ento ben1-
ser observado que possui características de ('!asse 11. ()uando
sucedido depende do diagnóstico correto da causa, por-
os inalares na dentadura pern1anente encontra111~se en1 re-
tanto, o paciente deve ser entrevistado para se estabelecer
lação de topo a topo ou cúspide a cúspide, a oclusão é clas-
unia anan1nese do proble,na. Ern geral, as 111ordidas aber-
sificada con10 unia n1á oclusão de ('lasse II A relação 1110-
tas anteriores estão entre os problen1as 111ais dificeis de se
lar topo a topo é considerada non11al no início da dentadura
tratar e, en1 alguns pacientes, pode ser necessário u1n tra-
1nista (veja C'ap. 5), n1as não na dentadura pern1anentc
ta111ento ortodôntico-cirúrgico con1binado.
O trespasse horizontal é a distância entre a superfi-
cie vestibular do incisivo central infCrior n1ais vestibular e
a borda incisai do incisivo central superior 111ais vestibular, Relações Dentárias Transversas
quando os dentes estão cn1 OC, A distância é 1nedida pa-
ralela ao plano oclusa!, con1 o uso de con1passo (Fig . 9- As mordidas cruzadas posteriores n1ais con1uns envol-
10) O trespasse horizontal é medido melhor nos modelos ven1 apenas dois dentes, nos quais o dente superior é posi-
de estudo posicionados em OC. O trespasse horizontal cionado, en1 tennos relativos, lingualn1ente e1n relação ao
1néclio nos adultos caucasianos con1 oclusão nonnal é 2,2 antagonista inferior. As 1nordidas cruzadas posteriores que
111111 ± 0,8 111111 para os hon1ens e 2,5 111111 ± J, 1 111111 para envolven1 111uitos dentes são classificadas con10 uni ou
as n1u!heres.8 bilaterais, dependendo da posição dos dentes em OC
Quando a superficie vestibular dos incisivos superio- Unia 1nordida cruzada unilateral verdadeira ocorre
res ocluen1 posterion11ente à super!1cie lingual dos incisi- quando o paciente não exibe desvio funcional lateral da
vos infCriores, a mordida cruzada anterior resultante é 111andibula durante o fCchan1ento de RC para OC A n1aioria
111edida da forn1a ilustrada na figura 9- ! O. As n1ordidas dos pacientes con1 n1ordida cruzada posterior unilateral
cruzadas anteriores poden1 envolver dois dentes ou todos . apresenta desvio funcional lateral RC-OC no fechamento
Aquelas associadas às relações n1olares de Classe III são da 1nandíbula e, portanto, na realidade te111 tuna n1ordida
tnuito 111ais difíceis de tratar do que as associadas às rela- cruzada posterior bilateral associada a u1n desvio funcional
ções molares de Classe I lateral. Na n1ordida cruzada posterior unilateral, a linha
Algu1nas n1ordidas cruzadas anteriores são relaciona- 111édia dentária inferior está geraln1ente desviada en1 direção
das a u111 desvio funcional anterior en1 fechan1ento a à n1ordida cruzada O paciente deve ser instruído a abrir a
partir da relação cêntríca (RC) para a OC Se o paciente boca. Se a linha n1édia dentária inferior for coincidente
ten1 contato entre os incisivos superiores e inferiores e,n con1 a superior quando a boca está aberta, un1 desvio lateral
RC, a oclusão é denominada pseudo-Classe III As mordi- está ocorrendo à 111edida que os dentes são levados e111
110 ScçAo li Diagnóslico
A B
Tabela 9-L Larguras do Arco en1 Adultos Caucasianos con1 Oclusão Nonnal
Largura do arco Média (mm) DP MíniJno tvtáxi1no ivlédia (111111) DP tvtíni1no iviáxi1110
lntercaninos
superior* 36.2 2.3 32,9 41.9 33.2 1.4 31,3 35.4
lntercaninos
inferior 26.3 1,8 23.3 31.0 25.3 1,5 22,6 28,2
lntennolares
superior* 54,7 2,1 51,4 58,0 50.2 2,0 46,6 54.1
lnlennolares
inferior* 53,1 1,6 50,2 56,0 49,0 1,8 46,4 52,9
Diferença na
largura
intern1olares 1 1,6 1,4 -0,5 4.4 1.2 1.2 -IJ 4.3
En1 pacientes co111 111ordidas cruzadas posteriores, a lar- Desvios Funcionais no Fechamento
gura intern1olar superior é 111enor do que a distância in-
tennolar inferior. Essa diferença é usada para detenninar a
quantidade de expansão no arco superior necessária para É i1nporlante notar a presença ou ausência dos desvios
corrigir a 111ordida cruzada. Se a 111ordida cruzada für 111i- funcionais laterais e ântero-posteriores da 1nandíbula du-
nin1a, exigindo que a distância entre os 111olares superiores rante o fCchan1cnto, en1 todos os pacientes con1 n1ordidas
seja expandida e111 111e~1os de 4 111111, o tratan1ento poderá cruzadas anteriores e posteriores. con10 explicado previa-
ser realizado co1n un1 aparelho ren1ovive!, tal con10 tuna n1ente
placa de expansão, ou un1 aparelho fixo con10 o quadri-
hélice (veja Caps. 17 e 19) Se a distância entre os molares Perda Precoce de Dentes Decíduos
superiores precisar ser expandida entre 4 e 12 n1111, o pa-
ciente precisará de unia expansão rápida da 111axila (veja
A perda precoce unilateral de un1 canino decídua é inva-
Cap 23) Os pacientes adultos que precisan1 que a distân-
riavelrnente associada a un1 desvio na linha n1édia dentária
cia entre os n1olares superiores s~ja expandida n1ais de 4
A exodontia do canino decídua contralateral, quando rea-
111111 podem necessitar de uni procedin1ento de expansão
lizada rapidan1ente, pode prevenir o desvio da linha n1édia
rápida da 1naxila assistida cirurgica111ente
A perda precoce do segundo n1olar decídua resulta na
n1esialização indesejável do prin1eiro n1olar pern1anente
Assimetria nos Arcos Dentários Quando isso acontece, un1 aparelho 1nantenedor de espaço
adaptado adequadan1ente pode prevenir a necessidade ou
A assin1ctria nas relações canino e 111o!ar deve ser anotada 111elhorar o prognóstico de un1 futuro lratan1ento ortodôn-
A perda precoce de um dente dcciduo cm um dos lados tico A conservação de u1na dentadura decídua saudável é
do arco é tuna causa con1un1 de assin1etria na oclusão do unia fünna in1portante de prevenir as n1ás oclusões (veja
adulto A correção precoce do desvio da linha n1éclia den- Cap 17)
tária na dentadura 111ista pode ou prevenir a oclusão assin1é-
trica e o lratan1ento ortodôntico futuro ou si111plificar qual-
quer tratan1ento futuro necessário A restauração dos den- Relação Tamanho do
tes deciduos cariados e a instalação i1nediata de aparelhos Dente/Comprimento do Arco
1nantenedores de espaço poden1 i1npedir o desenvolvin1ento
de oclusões assin1étricas difíceis de tratar nos pacientes O apinha1nento existente na dentadura adulta ou o apinha-
adultos Assin1etrias n1ais pronunciadas pode111 ser relle- n1ento previsto en1 tnna dentadura 111isla é registrado na
xo de discrepâncias esqueléticas e deven1 ser avaliadas ficha clínica U1na descrição detalhada do procedin1enlo usado
adequadamente (veja Cap. 29) para 111edir o apinhan1ento é apresentada no capítulo 12
112 51:()\0 li Diagnóstico
RESUMO DO DIAGNÓSTICO E DA
LISTA DE PROBLEMAS
REFERÊNCIAS
O profissional deve fhzer uni resu1no das anotações, des- 1 fong AW, Kiyak HA: Psychological influences on the tim-
tacando as inforn1ações 1nais in1porlantes obtidas do exa- ing of orthodontic treatment, Am J Ortl,od De11tofacial
me e estudo da docun1entação de diagnósticos. A partir Orthop 113:29-39, 1998.
deste resun10, unia lista de problen1as é elaborada 2. Koski K: lhe norm concept in dental orthopedics, Angle
Orlhod 25:113-117, 1955
3 Angle EH: Classification of malocclusion, Dental Cos111os
PLANO DE TRATAMENTO 41:248-264; 350-357, 1899
4. Begg PR: Begg orllwdonlic theo,y and tech11iq11e, Philadelphia,
1965, WB Saunders
O plano de tratan1ento surge co1110 unia resposta a lista de 5 Andrews LF: The six keys to normal occlusion, A111 J
problen1as. É ideal que o plano de tratan1ento descreva os Ortlzod 62:296-309, 1972
procedin1entos que visan1 corrigir cada proble111a da lista 6. Ackerman )]_, Proffit WR: The characteristics of malocclu-
Às vezes, é listado uni problen1a para o qual nenhun1 pla- sion: a modem approach to classification and diagnosis,
no de tratarnento orlodôntico é planejado. Por exen1plo, Am JOrtlzod 56:443-454, 1969 .
un1 n1ento retrusivo pode ser corrigido con1 tuna cirurgia 7. Proffit WR, Ackerman )]_: Rating lhe characteristics of
de n1entoplastia, un1a opção que requer o enca1ninhan1ento malocclusion: a systematic approach for planning treat-
a uni cirurgião bucon1axilofacial ment, Am J Ortlwd 64(3):258-269, 1973.
8 Staley RN, Stuntz WR, Peterson LC: A comparison of arch
Os recursos de ancorage111 con10 o aparelho extra- widths in adults with normal occlusion and adults with
buca!, os arcos transpalatinos, os elásticos intennaxilares class II Division 1 malocclusion, Am J Ortlwd 88:163-169,
ou aparelhos específicos, seja111 ren1oviveis ou fixos são 1985
Capítulo 10
Análise Cefalométrica
Robert N. Staley
TERMOS-CHAVE
ampliação sela n1enco labial inferior
ponto focal násio articular pogônio do tecido n1ole
penun1bra orbital gônio plano horizontal de Frankfurt
ânodo rotatório ponto A pó rio plano sela-násio
colimador ponto B glabela do tecido n1ole plano facial
grade pogônio pronásio plano mandibular
filtro de alumínio gnácio labial superior plano do ramo
avental de chumbo
Mediante a análise fhcial, os clínicos pode1n diagnosticai Un1a análise ceffl.lo111étrica é un1 dos vários instru-
pacientes con1 deficiência 111andibular, prognalisn10 1nan- n1entos auxiliares ao diagnóstico U111 diagnóstico or-
dibular, altura fhcial anterior longa e curta e crcsci1nento todôntico não pode ser finnado apenas co1n base na aná-
vertical excessivo da 1naxila. Essas características são as- lise cefhlon1étrica Ela é valiosa no diagnóstico ortodôntico
sociadas aos três tipos de perfis raciais: reto, côncavo e apenas se seus valores füren1 correta e coerenternente
convexo. As radiografias celàlon1étricas per111iten1 a quan- interpretados, co111 a ajuda de outros recursos diagnósti-
tilicação das relações faciais e dentárias e, portanto, deter- cos
nlina111 111ais acuradan1ente a extensão e111 que o paciente
desvia das 111orfologias fhcia! e dentária norn1ais. A nonnali-
dade de u111 paciente pode ser detenninada pela con1paração
das relações anatô111icas de un1 indivíduo con1 as relações
RADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA
encontradas en1 un1 grupo de pessoas con1 oclusão nonnal (CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS)
As radiografias cefalon1étricas padronizadas são obti-
das pelos ortodontistas co1110 un1 auxilio no diagnóstico, a Uni equipa1nento de radiografia cefhlon1étrica consiste de
li111 de avaliar as relações dentárias e fhciais pré-trata1nen- unia 1náquina en1issora de raios X, colocada a tnna distân-
to, avaliar as 111udanças durante o trata111ento e analisar os cia fixa do dispositivo que segura o filn1e radiográfico e
1novi111entos dentários e o cresciinento facial no final do posiciona a cabeça do paciente As radiografias lateral e
tratamento E,n urna radiografia cefhlo111étrica, os dentes póstero-anterior padronizadas são norn1ahnente obtidas
pode111 ser relacionados con1 os den1ais dentes, con1 a base con1 o paciente e111 oclusão cêntrica R.adiografias padroni-
óssea en1 que se localiza e co111 as estruturas cranianas A zadas repetidas poden1 ser obtidas de u111 individuo no
111axila e a 1nandibula pode111 ser relacionadas entre si e n1es1no equipan1ento de radiografia cetàlon1étrica. A padro-
co111 outras estruturas do crânio, be1n con10 o perfil do nização é necessária para o estudo do cresci1nento e evo-
tecido mole pode ser analisado lução do trata1nento
113
114 SEç..\o II Diog11óstico
A fonte de raios X é alhstada o 111áxirno possível ( 1,50 da fflce U111a grade. que é un1a sene de tiras finas de
a 1.80 111) do paciente, com objetivo de reduzir a amplia- chu111bo, é colocada entre o paciente e o filn1e. A grade
ção das estruturas da cabeça O fih11e é colocado o 111ais absorve a radiação secundária e, assin1, reduz o e111ba-
próxin10 passivei do paciente. englobando a n1aior parte çarnento da i111agen1 causado por essa radiação. Os ecrans
da cabeça. a !in1 de reduzir a an1pliação. O paciente é fir- intensificantes dentro do cassette do fihne pern1iten1 a ex-
n1e111ente preso no suporte para a cabeça. que orienta o posição con1 baixa radiação U111 filtro de alumínio ajus-
plano horizontal de Frankfurt (pária-orbital) paralelo ao tável é colocado entre a fOnte dos raios X e o perfil do
solo Isso se faz colocando-se as olivas auriculares do paciente para reduzir a exposição dos tecidos 1110Jes à ra-
cefalostato nos orifícios auditivos externos, enquanto se diação O perfil de tecido mole pode então ser observado e
relaciona o orbital co111 o cetülostato. Os raios X centrais estudado na n1esn1a radiografia Para proteger o paciente
passa111 pelas olivas auriculares direita e esquerda Por esse da radiação desnecessária, un1 avental de chumbo é usa-
1notivo. as estruturas füciais bilaterais dos lados direito e do pelo paciente e o coli111ador variável é ajustado, de fOr-
esquerdo do plano 111édio-sagital não são perfCita,nente so- n1a que as estruturas infCriores do pescoço não sqjan1 111-
brepostas. A assiinetria entre os dois lados da fllce é res- cluídas no feixe pri111ário de radiação
ponsável pelas ditCrenças
O ponto focal é a úrea a partir da qual a radiação é
en1itida A penun1bra é a so111bra secundária e,nitida por ESTRUTURAS ANATÔMICAS
t1111a estrutura radiada no fihne, que resulta no en1baçan1ento
das bordas da in1agen1 A penu1nbra aun1enta à n1edida É necessário o conheci111ento da anato111ia craniofUcial para
que as distâncias entre o ponto fOcal e o tubo, o individuo a interpretação de unia radiografia cefUl0111étrica As es-
e o filn1e aun1cnta111 Un1 ânodo rotatório pennite o uso truturas são sobrepostas e fi. eqüenten1ente dificeis de ob-
de niveis elevados de energia con1 u111 ponto focal peque- servar nun1a i111age111 bidilnensional As estruturas anatô-
no Un1 colimador de luz branca variável pennite unia 111icas co1nu111ente observadas nos cefillogran1as laterais
li111itação precisa do fCixe prin1ário de raios X para a área são ilustradas na figura l 0-1 Norn1ah11ente, as estruturas
~ 1 - - - - - - Tábua externa
.\,r------ Tábua interna
1-.......~--'--fl~--ff:;,f'--;;;;;;;,'----Palato mole
-+-f----- Mandíbula
"'L--"-...:-*-+-+-----Osso hióide
esqueléticas são identificadas con1 n1ais facilidade e111 crian- década desse século. os ortodontistas con1eçara111 a usai
ças do que em adultos. porque a densidade óssea dos adul- os ccfUlogra111as para ajudar no diagnóstico clínico e no
tos obscurece os detalhes As estruturas 111oles corno a tratan1ento A partir de então surgiran1 as análises cefrt-
parede faríngea. as adenóides e a Hngua deven1 ser lo,nétricas atuais
identificadas. Para unia descrição n1ais abrangente da ana- Os clinicas selecionara111 pontos e relações 1nais rele-
to,nia cefíllo1nétrica e interpretações, outros textos deven1 vantes para diagnóstico e tratan1ento (Quadro 10-1 ). Mui-
ser consultados. 1•3 tos desses pontos freqüenten1ente utilizados são ilustni-
dos na figura 10-2 A 1naioria dos pontos são localizados
en1 estruturas anatôn1icas, n1as un1 ponto in1portante. a
sela, localiza-se no centro do contorno ósseo da füssa pi-
PONTOS CEFALOMÉTRICOS tuitária. Alguns pontos são localizados con1 n1ais fUcilida-
de e confiabilidadc do que outros. Por exen1plo, é relativa-
A cef310111etria radiográfica foi utilizada iniciahnente na n1entc fúcil localizar o násio. quando con1parado con1 a
quarta e quinta décadas do século XX, con10 tuna fCrra- espinha nasal posterior A localização de un1 ponto pode
n1enta de pesquisa pelos antropólogos e ortodontistas, para ser 111ais f"ácil e111 un1 plano do espaço do que en1 outro
o estudo da variação e do cresci,nento hun1ano Na quinta Por cxen1plo, a posição vertical da espinha nasal posterior
Quadro 10-1 º Definições e Localizações dos Pontos C'efalo111étricos ( veja Fig 10-2)
Pontos do f'ecido Duro 1-3 encontrado na bissetriz do üngulo fonnado pelos pla-
Sela (S): é localizado no centro do contorno da fossa nos 111andibular e do r..uno
pituitária (sela túrcica) A localização do ponto antes 11 Púrio (Po): é localizado no ponto 111ais superior do con-
do traçado do contorno dos processos c!inóides ante- torno da oliva auricular. na borda superior do 111eato
rior e posterior, e do assoalho da JOssa. é provavehncn- auditivo externo. A localização correta do pório ê, por-
tc n1ais precisa do que a localização do ponto após o tanto, dircta111ente dependente da posição das olivas
traçado dessas estruturas auriculares no 111on1ento da exposição do filn1c radio-
.2 Násio (N): ê localizado no ponto n1ais inferior e anterior gnífico O pório é. às vezes, posicionado incorrcta1nen-
do osso frontal adjacente à sutura frontonasal Nova- tc por esse n1otivo É dificil localizar as olivas auriculares
111entc, a localização do ponto deve preceder o traçado cn1 tiln1cs sub-expostos, nos quais os raios , oe111ge11
dos contornos ósseos não penetrara111 suficienten1ente o osso te111poral
3 Orbital (Or): é localizado no ponto 111ais interior do con- O pório anatô111ico é usado en1 vez do pório, por
torno da órbita óssea Con10 regra. os contornos das alguns clínicos. Ele é o ponto superior do contorno de
órbitas direita e esquerda são visíveis O orbital é então cada n1cato auditivo externo O pório anatô111ico locali-
za-se na secção das úreas radiolúcidas bilaterais, poste-
"'' localizado no ,neio dos dois contornos da órbita Ele
pode ser dificil de localizar en1 alguns individuas riores e superiores às cabeças dos côndi!os rnandibula-
~io res As olivas auriculares deven1 ser trans!llcídas para
4 Ponto A (A): é localizado na parte tnais posterior do
pennitir que essas estruturas sejan1 identificadas A
contorno anterior da 1naxila. non11al111ente perto do úpi-
1naioria dos padrões publicados para as n1edições ceH1-
ce da raiz do incisivo central
lon1étricas que envolve1n o pório baseia-se no pório da
5 Ponto B (B): é localizado no ponto n1ais posterior do
oliva auricular
contorno anterior da rnandíbula, gcralinente perto <lo
ápice da raiz do incisivo central
Pontos do Tecido Molc'·'(Fig 10-3)
6 Pogônio (Pog): é localizado no ponto rnais anterior do 1 Glabela do tecido n1ole (G'): é o ponto n1ais proc111inente
contorno do 111ento
da testa no plano 111édio-sagital (veja Fig 10-3)
7 Gnátio (Gn): é localizado en1 uni ponto no contorno da .2 Pronasal (PI): é o ponto 111ais proen1inente da ponta do
sínfise. entre o pogônio e o 111ento nariz
8 !\'lento (Me): é localizado no ponto 111ais inferior do con- J Labial superior (Ls): é o ponto n1cdiano da 1narge1n
torno da sinCTse superior do lúbio superior
9 Articular· (Ar): é o ponto de intersecção da borda infe- 4 Labial inferior (Li): é o ponto 111ediano da 111argcn1 infe-
rior da base craniana con1 as superfícies posteriores rior do !úbio infCrior
dos côndilos n1andibu!ares 5 Pogônio do tecido n1ole (Pog'): é o ponto 111ais proe1ni-
10 Gônio (Go): é o ponto central do ângulo da 1nandíbula. nenle do conlorno de tecido n1ole do 111cnto
116 5Eçt\o li Diagnchtico
Sela (S)
Sincondrosc
csfonooccipital (S)
Násio (N)
Pôrio {Po)
Orbital (Or)
Articular {Ar)
Fissura pterigomaxilar (PTM)
B~sio (Ba)
Espinha nasal anterior (ANS)
Ponto de Bolton (Bo) _ _ _ _ _ _ _ _ _____./
Ponto A
Gônio(Go) Ponto 13
Pogônio (Pog)
Gnátio (Gn)
Menta (Me)
Pr
Fig. 10~3 Pontos do perfil mole: glabela (G'), pronasul (Pr), labial superior
(Ls). labial in!Crlllr (Li) e pogônio (Pog')
A11â/i::.e C'ejCl/0111é11 ico (,\!'ÍTULO 10 117
Plano S·N
N
Plano horizontal de Or
Frankfurt
Ar
Plano facial
Fig 10-4, Cclülométrica planos
Plano do ramo
Me
U111 plano requel' três pontos de definição: no entanto. os 2 Plano scla~násio (S-N}: é fJ.cihncntc localizado e tcn1
planos ccflllon1étricos ilustrados na figura 10-4 são ape- sido utilizado para a sobreposição de traçados de dois
nas linhas que uncn1 dois pontos ou 111ais cefhlogran1as seqüenciais
I Plano horizontal de Frankfort (Po-Or): é fOnnado por .3 Plano facial (N-Pog): é lànnaclo por unia linha que pas-
u111a linha que passa através dos pontos pório e orbital sa através dos pontos násio e pogônio
O posiciona1nento incorreto das olivas auriculares re- 4 Plano n1andibulnr (Go-rvtc): é desenhada entre o n1ento
sulta en1 unia localização errônea do pório, que deve e uni ponto tangente à porção posterior da borda infe-
ser localizado na borda superior do ,neato auditivo ex- rior da 111andibula, assirn que ela faz u111a curva para
terno A inserção cuidadosa e finne da oliva auricular ci1na, na borda posterior do ra1no O plano 111andibu!ar é
é, portanto, essencial para obter a posição correta do incorrcta111cntc posicionado se a radiografia für obtida
plano de I:rankfürt. Para orientar adequadan1entc o tra- enquanto o paciente não está en1 oclusão cêntrica
çado ceflllon1étrico. o plano de 1:rankfort deve ser orien- 5 Plano do rarno: tangente à superfície inferior e posterior
tado paralelo às bordas superior e inrerior da folha do 1nédia do ran10 e passa através do auricular
traçado
Quadro 10-3. Ângulos que Descrcvcn1 as Relações Esqueléticas (Figs 10-5 e 10-6)
O úngulo SN-Pog relaciona a posição flnlero-posterior 111axila corn a posição üntero-posterior da 111andíbula. t\.s
do n1cnto a u1nu linha que passa pela base craniana 111.ís oclusões severas de Classe lI são frcqi.iente111cntc
antcríor associadas a valores ANB altos
2 O üngulo SNA relaciona a posição úntcro-posterior da 5 O ângulo facial (N-Pog:PHF) relaciona a posição àntero-
111axila co1n tuna linha que passa pela base craniana an- posterior do n1ento co111 o plano horizontal de Frankfort
terior 6 O ângulo entre o plano 111andibular e o plano horizontal
3 O úngulo SNB relaciona a posição ántero-posterior da 1nan- de Frankfort (FivlA ou tvlP-PHF) relaciona a ínclinação
díbul.1 con1 u111a linha que passa pela base craniana an- do plano rnandibular corn o plano hol'izontal de Frankfün
terior NO'TA: todas as n1edições que usan1 o plano S-N NOTA: a acuidade das 111edições que cnvolvern o plano
são influenciadas pela inclinação desse plano ern rela- horizontal de Frankfort depende da posição correta das
ção ao plano horizontal de Frankfort Quando o plano olivas auriculares durante a to,nada radiográfica
S-N n1antén1-se paralelo ao plano de Frankfürt. os ângu- 7 O flngulo entre o plano n1andibu!ar e o plano S-N (MP-
los SN-Pog, SNA e SNB são n1aiores Quando o plano SN) relaciona a inclin<1ção do plano mandibular con1 un1a
S-N ten1 inclinação 111aiorque o plano horizontal de Frank- linha que passa através da base craniana anterior NOTA:
foJ'l. os àngu!os são 1ncnores Conscqi.ientc1nenle, es- os ângulos Ptvl-PHF e MP-SN são confiüveis apenas se
sas 1nudanças na inclinação do plano S-N deve111 ser os dentes estivcre111 en1 oclusão cêntrica enquanto a
consideradas quando se interprctu essas 111edições radiog, afia é obtida
4 O àngulo ANB relaciona a posição àntero-posterior da
N
__.---" \" Ângulo SNA
Ângulo SNB \ ~ ..,
_..,,P_;;oc__ _ _ _ _ _ _ _ _..;,.,__t+~- Ângulos ANB Pa
rafC'/oa l'!--
Or ft'Ja,,d.D o Pia 'v
' lJfar fJo '\
Ângulo facial ..-" '----
'
Ângulo plano mandibular
Plano horizontal
de Frankfort
Pog
Figº 10-5 Angulos que rdm:i(1nam a base craniana anterior com u Fig. 10-6 Angulns do plano mandibular
maxila e a nwndfüula
Anâli\l' Cefúlo111êrrica Gwi'nn.o 10 119
O ângulo entre o incisivo superior e o plano S-N (l SN) ..j. O ângulo entre o incisivo superior e o incisivo inferior
relaciona a inclinação axial do incisivo superior 1nais (l .T) relaciona a inclinação uxial do incisivo supelior
vestibu!arizado corn urna linha que passa pela base con1 a inclinw;ão nxia! do incisivo inferior (veja I~ig. 10-
craniana anterior (Fig. 10-7) 7) À 111edida que os incisivos se inclinan1 vestibular-
2 O ângulo entre o plano HF e o incisivo inferior (FtvlIA 1ncnte. o ângulo torna~se 111enor; à n1cdida que os inci~
ou TPFH) relaciona a inclinação axial do incisivo infcrio1 sivos se inclinarn para lingual. o ângulo torna-se 111:.iior
n1ais vestíbularizado con1 o plano horizontal de Frankfort 5 A distância entre o incisivo superior e a linha ;\-Pog
(Fig 10-8) ( _l -A-Pog), n1edida ern 1nilünetros. localiza a posição
3 O ângulo entre o incisivo inferior e o plano 111andihular üntero-posterior da borda incisai da coroa do incisivo
(IMPA ou T Ptvl) relaciona a inclinação axial do incisivo superior nu1is vestibuhuizado. e111 relação a unia linha
inferior 111ais vestibularizado con1 o plano 111andibular que une a base 111axilar e o 111cnto (Fig 10-9)
(veja Fig 10-8). Essa relação é influenciada pela ,nor- 6 A distância entre o incisivo inferior e a linha NB (T-NB)
fologia da n1andibula E1n geral. quando a borda inferior 1nedc a posição üntcro-posterior da horda incisai da
da n1andíbula torna-se n1ais horizontal. o IMPA au,nen- coroa do incisivo inferior 1nais vcstibularizado. en1 rela-
ta. e quando a borda inferior da 111andíbu!a torna-se ção a unia linha que une o osso frontal e a base n1andi-
111ais inclinada. o IMPA din1inui bular (vcja Fig 10~9)
Or
Ângulo do incisivo Po
superior com o S-N
Ângulo do plano horizontal de ..----
Frankfort com o incisivo inferior
Me
Fig. 10-7 Ângulo do indsivo superior com a base craniana amerior e o Fig. 10-8 Ângulos do incisivo inferior com o plano mandibular e o
fmgulo intcrincisivns horizontal de Frunkfort
120 SEc.\o li Diag11Ó.\tico
Ântero-posterior Esquelética
SNAº 82 3.7 76 89
SNBº 80 3,7 73 86
ANBº 2 2.4 -2 6
SN:Pogº 81 4.2 72 88
PHF:N-Pogº 86 4.5 79 94
\ 1ertical Esquelética
N:tvte 111111 122 6,0 113 135
S:Go 111111 90 6.8 80 102
S:Go/N:Me'Vo 74 6.5 61 87
PM:SN° 28 7.2 13 43
PM:PHFº 23 7.4 7 42
1\ngula1· Dentária
j_: "1-u 134 9.8 115 152
_[_ :SN° 102 6.3 89 115
T:PHFº 62 10.9 48 85
T:PM' 96 9.2 78 108
Linear Dentária
J_:A-Pog n1n1 4 1.9 o 7
-í-:NB 111n1 4 2.5 -1 9
traçado É i111portantc a padronização no traçado dos ceflllo- nasal posterior A extren1idade pontiaguda da fissura pte-
gan1as seqüenciais de un1 paciente para a interpretação fiel rigon1axilar é direcionada para a espinha nasal posterior e
das 111udanças do crescin1ento e do trata111ento é. portanto. un1 guia pa!'a a localização ântero-posterior
As estruturas do centro da cabeça, corno a sela túrcica. dessa espinha. A parlir da espinha nasal posterior, o traçado
os ossos nasais e os incisivos centrais são fücihnente ob- contorna a superlicie palatina da n1axila, até o osso alveolar
servadas e traçadas Os incisivos superiores e inferiores lingual ao redor dos incisivos A superf1cie anterior da n1a-
n1ais vestibu!arizados deven1 ser traçados xila é então traçada. Os incisivos centrais n1ais vestibu-
larizados são contornados e. após a referência aos 1110-
delos ou à anotação de diagnóstico, os prin1eiros 111olares
TÉCNICA DE TRAÇADO DA são traçados na sua relação oclusal correta Se a relação
RADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA n1olar for diJerente nos lados direito e esquerdo, a relação
de an1bos os lados deve ser identificada no traçado. De-
c·o,no regra. o perfil fllcial é voltado para o lado direito da pois de traçar a sínfise e sua cortical interna, desenha-se o
folha de traçado A fita adesiva é usada para fixar a folha contorno n1édio da borda inferior e posterior da 111andibula
de acetato à radiografia O traçado é fCilo sobre a superfi- até que ela cruze a base craniana posterior Freqüente-
cie da fólha de acetato U111 111egatoscópio que forneça n1ente. é dificil traçar as órbitas An1bas as órbitas deven1
ilu1ninação adequada, e ta111bén1 un1 lápis apontado, são ser traçadas e seccionadas. O bastão auricular é traçado, a
essenciais para o traçado. Uni traçado con1pleto é ilustra- não ser que o pária anatôn1ico se.ia utilizado
do na figura 10-1 O
O traçado inicia-se pela 111arcação dos pontos neces- SOBREPOSIÇÃO DE CEFALOGRAMAS
sãrios para a análise na fOlha de acetato O perfil do tecido
n1ole é traçado e depois a sela túrcica. envolvendo o corpo
SERIADOS
esfenoidal, o assoalho da füssa craniana anterior e o con-
Os clínicos e pesquisadores estão interessados no estudo
torno das asas 111aiorcs do osso esfCnóide. A superfície
do crescin1ento e das n1udanças decorrentes do trata111ento.
anterior dos ossos rrontal e nasal é então traçada. seguida
observados nos pacientes A partir do estudo do cresci-
pelo contorno da 111axila desde a espinha nasal anterior,
n1ento fücial. foran1 desenvolvidas técnicas que pennitcn1
passando pelo assoalho da cavidade nasal. até a espinha
a sobreposição acurada de ccltllogran1as laterais obtidos
da 111esn1a pessoa en1 duas ou 111ais épocas diferentes É
in1portante que os cef8logran1as seriados sejan1 obtidos
do n1esn10 aparelho. A sobreposição é n1ais precisa nos
adultos do que nos indivíduos en1 fflse de crescin1ento rn
o 3
4
Final do trata,ncnto
Contenção verde
vcnne!ho
\
l 1
1
...._....- _,1
,..., ...., 1
';.! 1
/ ' l
/ 1
/ I
I
.,-, 1--
, I )
1 \
1 --- ,.__
1 1
I
I
,,
Fig. 111-11 Estruturas unatômieas usadas em uma sobreposição facial totu! /.. :\ parede unterior da sela túrciea ::.
O eonton10 da lfünina cribrifrlfme das cc\ulns etrnoidais (lfünirw crivosa). se identiliciivel 3. Os detalhes do sish.!ma
trabecu!ar das cé!u!us ctmóides, se idcntiticúveis ../, O assoa!h,1 da base craniana unterior, lateral ú lfünina crihriforme
5, O plano do osso csfenóide (corpo esknoidal) 6. O registro dos pontos médios entre os contornos das curv,nuras
anteriores das asas maiores do lado direito e esquerdo do osso esfenllide. em sua intersecção com o plano esfenoidal
·Q'
''
l
''
--,
. -- --
Fig, 10-12 Sobreposição totnl dos cefologramas seriados de um paciente ortodôntico Linha ~ó/ida. prê-tratamen-
to: linha po111llhada, final do tratamento
124 Sn;,\o li Diag11óHico
\
' ' 1
I I
,.
' '
''
''
''
--,
'
Fig. 10-14 Sobreposiçfio mandibular .i partir de cefalogramas :;criados
de um paciente ortodôntico Linha wilida. pré-tratamento: li11/ia pon- 1
1
tillwda, final do tratamento 1
[jJ ,'
1
'' 1
1
'
,,
1
'
--- ---
grau baixo de reprodutibilidade. 10 U111a vez que os detalhes O 111étodo descrito baseia-se nos estudos de in1plantes de
dos processos zigon1áticos e dos assoalhos orbitais ne1n Bjork e tem grau médio a alto de confíabilidade e repro-
sen1pre são identificáveis, o 1nétodo estrutural não será dutibilidade .10
descrito aqui Os interessados nesse n1étodo poden1 en-
contrá-lo nas descriyões de Bishara e Athanasiou 10
O n1étodo 111odificado de melhor encaixe para a so-
breposição das estruturas maxilares ten1 grau baixo de Estruturas Relativamente Estáveis da Mandíbula
confiabilidade e grau médio de reprodutibilidade.'º O méto-
do envolve os seguintes passos:
I Os contornos do palato, dos primeiros molares per- 1 Contorno anterior do n1ento ósseo
111anentes. do incisivo ,nais vestibularizado e do 2 O contorno interno das lân1inas corticais na borda
canal incisai. quando visiveis, são traçados nos dois inferior da sínfise e quaisquer estruturas trabeculares
cefhlogra1nas do paciente, usando-se cores diferen- circunjacentes distintas
tes
3 Os contornos dos canais do nervo 111andibu!ar
2 Os dois traçados são sobrepostos fhzendo coinci-
dir o contorno do assoalho nasal, do palato e da 4 O conton10 inferior de un1 gem1e 1nincralizado do ter-
entrada do canal incisai ceiro inalar
Unia sobreposição rnaxilar é ilustrada na figura 10- l 3
SOBREPOSIÇÃO DA MANDÍBULA
O gern1e dentário do terceiro ,nolar pode ser usado
A sobreposição n1andibular é utilizada para avaliar o apenas do início da 111ineralização da coroa até o inicio da
n1oviinento dos dentes inferiores en1 relação à 1nandíbula forn1ação da raiz
A11ú/1\e C'ejii/0111étrica (~\PÍTUtO JÜ 125
1 Traçar as seguintes estruturas en1 cada cefhlogra1na: 2 As quatro Ú!'eas estáveis são usadas para sobrepor os
a 1\ sínfise e o osso cortical interno dois traçados E111 n1uitos pacientes. os gennes dos ter-
b As bordas inferior e posterior da n1andibula (traça- cciros n1olares desenvolveran1 raizes. tornando-os inu-
do intennediário entre os lados direito e esquerdo) tilizáveis para a sobreposição Os canais 1nandibulares
e O articular pode111 ser di11ceis de localizar No entanto, a sínfise e
d O contorno anterior do rarno suas estruturas estão rotinciran1ente disponíveis para
e Os canais 111andibulares, se identilicáveis a sobreposição
1 Os genncs clentúrios dos terceiros 1110Iares, antes U1na sobreposição rnandibular é ilustrada na figura 10-14
das raízes tercn1 se fünnado
g O incisivo 111ais vestibularizados
h Os prin1eiros n1olarcs
REFERÊNCIAS
6. Steiner CC: Çephalometrics for you and me, A111 JOrtlwd
1 Athanasiou AE: Ort/10do11tic ceplza/0111etry, London, 1995, 39:729-755, 1953
Mosby-Wolfe 7 Tweed CH: Was the development oi the diagnostic facial
2 Krogrnan W, Sassouni V: A syllabus in roentgenographic triangle as an accurate analysis based on facts or fancy?
ceplza/0111elry, Philadelphia, 1957, Philadelphia Center for Am J Ortlwd 48:823-840, 1962
Research in Child Growth. 8 Wylie WL: Rapid evaluation oi facial dysplasia in the
3 Riolo ML et ai: A11 atlas of crn11iofacia/ growflz: ceplza/0111el· vertical plane, Angle Ortlwd 22:165-182, 1952
ric standards from 1/ze U11iversity Sc/100/ Growth Studv, Ann 9. Bishara SE: Longitudinal cephalometric standards Iram
Arbor, Mich, 1974, Ihe University oi Miclúgan 5 years of age to adulthood, Am JOrtlwd 79:35-44, 1981.
4 Downs WB: Variation in facial relationships: their signif- 10 Bishara SE, Athanasiou AE: Cephalometric methods for
icance in treatment and prognosis, Am J Orthod 34:812- assessment of dentofacial changes ln Athanasiou AE
840, 1948 (ed): Ort/10do11tic ceplwlometry, London, 1995, Mosby-
5 Reide! RA: A cephalometric rocntgenographic study oi Wolfe
the relation of the maxilla and associated parts to the cra-
nial base in notmal and malocclusion of the teeth, mas-
ter's thesis, Evanston, Ill 1 1948, Northwestem University
Capítulo 11
Padrões Cefalométricos
Longitudinais de Iowa,
desde os Cinco Anos
até a Idade Adulta
Sarnir E. Bishara
TERMOS-CHAVE
estudos longitudinais padrões cefalométricos de relação dentária linear relação do tecido mole
padrões cefalon1étricos Iowa relação dentária angular
padrões cefalon1étricos relação esquelética sagital
norn1ativos relação esquelética vertical
Inú1nc1as publicações da literatura ortodôntica descrcve1n n1onstrararn que as diversas 1nedições lineares e angulares
e classiJ ica1n os diversos con1poncntcs do co1nplcxo cra- cefalon1étricas diferem entre os homens e as rnulhercs. e
niolacial no que se refere às 111udanças etn suas ditnen- ta1nbé1n 1nuda1n significativa1nente co1n a idade(,.,... Consc-
sões lineares e relações angulares 1-5 Muitas dessas 1nedi- qilenlc1nente, o uso dos padrões ccfalométricos norn1a-
çõcs loran1 subscqücntc1nentc utilizadas no diagnóstico e tivos obtidos de individuas de uma detenninada faixa elária
p!ancja1ncnto dos problc1nas dentofaciais A 1naioria das para o diagnóstico de indivíduos que pode1n ter u1na idade
publicações era transversal e fornecia u,na a1npla quanti- con1plctamentc diferente ou ser de outro gênero, pode in-
dade de padrões cefalotnétricos para homens e 1nulheres, fluenciar negativamente o diagnôstico e o plancjan1entn
con1 diferentes idades e para vários grupos étnicos Por Como resultado, f"oran1 desenvolvidos seis padrões ccl'a-
outro lado. poucos estudos longitudinais ou semi-longi- lo1nétricos que pode1n ser usados pelo dentista para líns
tudinais foran1 relatados. nos quais as 1ncdições roratn ob- de diagnóstico, e1n ho1nens e 1nulhercs entre 5 anos de
tidas dos n1cs1nos individuas desde o inicio da infância até idade e a vida adulta
a vida adulta fi.~ ·1a1 escassez não é surpresa porque os
estudos longitudinais são, por natureza, longos, onerosos PADRÕES CEFALOMÉTRICOS DE
e dcpendcn1 da cooperação contínua dos indivíduos Dois
desses cstudosr, 7 fornecem estalísticas descritivas de uma
IOWA
an1pla quantidade de n1edic,;ões cefalon1étricas en1 idades
Os padrões cefalométr·icos de Ion·a são separados por
consecutivas. para ho1ncns e n1ulhercs Os dados apresen-
gênero e ap!ic;:íveis dentro de uma faixa etária Na grande
tados en1 base anual são de grande valor aos onodonlistas
n1aioria dos casos, apenas un1 desses padrões p1ecisa ser
interessados no estudo detalhado do cresci1nento facial, jcí
usado pelo ortodontista para analisar o paciente antes. du-
que tais infor111ações apresente1n ao clinico u1na quantida-
rante e depois do lrata1nento ortodôntico 8
de in1pressionarlle de padl'Ões ccfalométricos etn várias
O estudo original da Universidade de Jo\va sobre o
idades, para os ho1nens e as n1ulhe1es De frito, o uso de
crescin1ento facial foi iniciado en1 n1arço de 1946, po1
dados na prática cotidiana da Ortodontia tcn1 sido li1nilada
Ho\vard V Mercdith e L Bodine Higley Originalincnlc
e Joi subslituída por unu1 série de valores transversais,
fora1n envolvidos no estudo 89 1neninos e 86 111eninas
II cqtientcn1cnte obtidos de adolescentes e adultos Isso
oconc apcsa1 do !"ato de que os estudos longitudinais de- O fl•xto um1i1wa 1111 pdg /3.i'
126
Padrões c·eji.z/0111é11 ico.s longitudinais de /01\'a. de\·de o.\ Cú1co Anos até a Idade Adulta C,\Pin1to 11 127
Notas:-----------------------------------------
• Os valores foram obtidos a parfü de cefalogramas de 20 homens e 15 mulheres caucasianos normais Todos os indiv(duos participaram do Estudo
de Iowa sobre o Crescimento_ desde os 4 anos de idade até a vida adul!a
Notas:----------------------------------------~
• Os valores foram obtidos a partir de cefalogramas de 20 homens e 15 mulheres caucasianos normais Todos os indivíduos participaram do Estudo
de Iowa sobre o Crescimento desde os 4 anos de idade atê a vida adulta
Fig. 11-2 Pudrão 2 p,1ra crianças e adolescentes do sexo ma5culino entre 5 e 10 ano5 de idade, e do si:xo feminino i:ntre 5 e 12 anos de idade
Padr()e) c·ejà/0111é11ico\· lo11git11di11ai.\ de /011·0. deHle O\ Cinco .-1110\ até a Idade Adulta CAPÍTULO 11 129
Notas:------------------------------------------
• Os valores foram ob!ídos a par!ir de cefa!ogramas de 20 homens e 15 mulheres caucasianos normais Todos os indivíduos participaram do Estudo
de Iowa sobre o Crescímento desde os 4 anos de idade até a vida adulta
Figº 11-3 Padrão 3 parn ndolcsccntes do sexo masculino entre 10 e 17 anos de idade
130 ScçAo li Diagnchtico
Notas:
• Os valores foram obtidos a partir de cefalogramas de 20 homens e 15 mulheres caucasianos normais Todos os indivíduos participaram do Estudo
de Iowa sobre o Crescimento desde os 4 anos de idade até a vida adulta
Fig, 11~-t Padrão 4 para adolescentes do sexo feminino, entre os 12 unas de idade e o inicio da vida adultn
Padr()e\ C'eJú/0111é111(-o\ Lo11gi111dil1ai\ de /01,a de\de O\ Ci11lo A110\ até a !dode Adulta (Al'ÍTllLO Jj 131
• Os valores foram obtidos a partir de cefalogramas de 20 homens e 15 mulheres caucasianos normais Todos os indivíduos pafticiparam do Estudo
de Iowa sobre o Crescimento desde os 4 anos de idade até a vida adulta
RI • 1
e acao esaueletica sacuta
SNA' 74 81 89 3,7
SNB' 72 78 84 3,4
ANB' o 3 6 2,0
Witsmm -4 o 3 2,3
NAPog' -7 6 17 5,6
SNPog' 74 78 84 3,3
PHF: NPog' 79 84 90 2,9
Relação esquelética vertical
N·Ans' mmº 46 49 52 2,0
N-Me mm 104 112 120 4,3
N:Ans' / N:Me '% 39 44 49 2,2
Ar'-Go mm 42 47 55 3,6
S:Go mm 67 76 83 3,6
Ar' : Go / S:Goc%, 57 62 67 2,9
S:Go/N:Me'%, 61 72 87 6,1
PM:SN' 23 33 40 2.7
PM: FH' 17 28 36 5,6
NSGn' 63 68 72 2,9
PFH: SGn' 57 63 69 3,5
Relação dentária angular
j_,T, 107 130 144 10,4
J_: SN' 94 102 112 6, 1
T: PHF' 43 57 69 7,9
T:PM' 85 95 105 6,5
Relação dentária linear
J_:APog mm 3 6 10 1,9
T: NBmm 2 5 9 1,7
Poa: NB mm ·2 1 5 1,7
Perfil do Tecido Mole
Holdawavº o 9 21 6,0
Ãngulo de Convexidade" 159 171 185 6,6
LS-Plano E mm o -5 ·9 _2,3
LS-Plano E mm 1 ·2 -6 2,2
Notas:------------------------------------------
• Os valores foram obtidos a partir de cefalogramas de 20 homens e 15 mulheres caucasianos normais Todos os individuas participaram do Estudo
de Iowa sobre o Crescimento desde os 4 anos de idade até a vida adulta
Fig" 11~6 Padr:io 6 para mulhi.:n:s i.:om mais d..: 18 anos de idadi.:
Padrôe.\ C'<.;fúlon1é11 ico,· Lo11git11di11ai\ de /011·a. desde U\ Cinco Ano., até u Idade Adulta C\l'iTUl.O 11 133
lodos co111 111ais de 3 anos de idade. As docu111entações os dados do seu próprio cefülogra1na depois da correção
incluíra111 111odelos de gesso. IOtografias fílciais laterais e da an1pliação do seu aparelho de raios X. Deve ser en-
frontais e séries de radiogralias panorã111icas, obtidas a fütizado que. na n1aioria dos casos. apenas un1 dos seis
cada se1nestre Os cefi:tlogran1as laterais e ãntero-poste- padrões ilustrados nas liguras 11-1 a 11 ~6 precisa ser usa-
riores. junto co111 o histórico 1nédico. a altura e o peso do para o diagnóstico. plan~ja1nento e o tratan1ento de uni
eran1 obtidos a cada trin1estre até os 5 anos de idade. De- detcnninado paciente
pois disso. todos os registros eran1 obtidos se111estraln1en-
te até os 12 anos, anualn1ente durante a adolescência e
apenas tuna vez durante o inicio da vida adulta.'110 Vinte
anos depois, 16 1nulheres e 15 hon1ens fora111 localizados
REFERÊNCIAS
e recrutados para o exan1e de acon1panha1nento
Dot.vns WB: Variation in facial relationships: their signif-
As crianças do grupo de estudo original eran1 norte- icance in treatment and prognosis, A111 / Orthod 34:812-
a1nericanas brancas. predo1ninante1nente de descendência 840, 1948
européia e 1noravan1 perto ou na cidade de lo\va, no esta- 2 I(rogrnan W, Sassouni V: A syllnl111s iu roc11fge11ogrnpl1ic
do de lo\va A 111aioria era de fi:t111ilias de ''condição sócio- ceplwln111ct1y, Philadelphia, 1957, Philadelphia Center for
econôn1ico acin1a da n1édia" 111 Research in Child Grov,, th 1
Os presentes padrões são apresentados de acordo con1 3 Riedel RA: A cephalometric rocntgcnographic study of
a idade e o sexo do paciente e não un1 unico padrão utiliza- the rclation of thc maxilla and associated parts to the cra-
nial base in normal and n1alocclusion of thc tccth, n1as-
do para todas as idades de a111bos os gêneros. 11 As n1edi-
tcr's thesis, 1948, Evanston, Ili, North\vestern University
ções füran1 obtidas de 20 ho1nens e 15 n1ulheres entre 5 e
4 Stcincr CC: Cephalometrics for you and n1c, A111 J Ortlwcl
25 anos de idade. Todas aprescntavan1 oclusão clinica- 39:729-755, 1953
n1ente aceitável e ausência de desar111onia lílcial aparente: 5 W_vlie WL: Rapid evaluation of facial dysplasia in Uie
nenhun1 dos individuas havia sido subn1etido a un1 trata- vertical plane, A11gle Orlfwd 22:165-182, 1952
n1ento ortodôntico 111 As 1nediçõcs angulares e lineares. as- 6 Broadbent B et ai: Bolto11 slnndnrds of de11tofacinl develop-
sin1 con10 as proporções das alturas t11ciais. !Oran1 obtidas 111c11tal grorolh, St Louis, 1975, Mosby
para avaliar siste111atican1cntc os seguintes parâinetros: 7 Riolo ML et al: A11 atlas of cra11iofacinl groivth: tlplzalo111ct~
I Relação sagital esquelética ric sln11dardsfro111 fite ll11fI,ersity Se/zoo! Grozolh St11dy, Ann
2 Relação vertical esquelética Arbor, Mich, 1974, The University of Michigan
8 Walker GF, Ku\valski CJ; 1he <li:,tributiun uf the ANB
3 Relação linear dentária
angle in "normal" individuais, Angle Ortlzod 41:332-335,
4. Relação angular dentária 1971
5 Relação do tecido mole 9 Higley LB: Cephalometric standards for children 4 to 8
As delinições dos vúrios pontos cefhlon1étricos usa- years of age, A111 JOrtiiod 40:51-59, 1955
dos encontra111-se no capitulo I O 10 Knott VB: Longitudinal study of dental arch widths at
Todas as 1nedidas lineares relatadas nas liguras 11-1 a four stagcs of dentition, A11glc Ortiiod 42:387-394, 1972
l 1-6 são de tan1anho real (isto é, a an1pliação da in1agen1 11 Bishara SE: Longitudinal ccphalomctric standards from
foi corrigida), a fin1 de per111itir que cada clínico interprete 5 years of age to adulthood, Am / Ortiiod 1:35-44, 1981
Capítulo 12
Robert N. Staley
TERMOS-CHAVE
TDCA TDCA Inferior métodos de predição curva de Spee
TDCA Superior
134
A11úli\1..' do T<.111u111ho do /)e11te e111 Reloçúo ao (01111nilllf.cllfo do Arco (~\l'ÍTl ILO 12 135
contalo enlre os incisivos centrais até os pontos de oclusal de un1 dente rotacionado
contato 111esial dos caninos Devido ao nú111ero de 1nedições e ús várias posições
4 A son1a de todos esses segn1entos e1n :.unbos os nas quais o instn1111ento de 111edição pode ser colocado. os
lados representa o con1pri1nento do arco erros poden1 se 111ultiplicar rapida111ente e produzir tuna
A n1arcaçào co1n lápis dos pontos no n1odelo pode discrepância roe-A insignificante
ajudar na n1cdição dos seg111entos do arco. onde os caninos
são ,na! posicionados ou não-irro111pidos e nos locais en1
que os incisivos centrais são separados por un1 diasten1<1.
MEDIÇÃO DA RELAÇÃO TAMANHO
DO DENTE/COMPRIMENTO DO
Medições do Tamanho do Dente ARCO NA DENTADURA MISTA
1\s larguras 111esiodistais dos dentes são obtidas pela 111edi-
ção da distância entre os pontos de contato anaton1ican1ente Os incisivos pern1anentes são 111uito 111aiores na largura
corretos de cada dente, n1esial aos pri111eiros 111olares O n1csiodistal do que os incisivos decíduos corresponden-
con1passo de Boley ou a régua são nornu1ln1ente posicio- h~s Por causa dessa diferença na largura. deno1ninada dis-
nados na fhce vestibular dos dentes No entanto. o instru- ll'epância llo inci.\iro. os arcos alveolares deven1 crescei
111ento de 111edição pode ser posicionado na superficie suficiente111ente para aco1nodar a irrupção dos incisivos
pennanentes 1naiores En1 uni estudo longitudinal de ado-
lcsct:ntes co111 bon1 alinhan1ento dos dentes pennanenles,
ivloonees e c·hadha 1 obscrvaran1 que os incisivos pern1a-
nentes irron1pian1 en1 uni alinhan1ento bon1 ou ligein:unen-
tc apinhado na dentadura 111ista Para 111uitas crianças 111c-
nos a!Ortunadas. a irrupção dos incisivos per111anenles na
dentadura n1ista acarreta un1 proble1na i1nportante ele
apinhan1ento. que cha111a a atenção dos pais. de outras
crianças e dos dentistas. Para essas crianças, t1111a análise
do tnn1anho do dente/con1pri1nento do arco pode respon-
der a questões sobre o futuro apinha1nento e fornece l1111a
base para uni plano de tratan1ento adequado Uni esquen1a
Jlig. 12-1 i'l.kdi~ües do comprimento dos segmentos do an:o na denta-
da dentadura 111ista é ilustrado na figura 12-2
dura permanente
Direito E!'íqucr<lo
Fig. 12-2 A dcnrndura mista apos a irrupção dos incisivos e primcir(ls molares pcrmanentcs I incisivos permanen-
tes; C. c,minos permanentes: Pm . pn.!-mo!arcs: ~1 molares pcrnwncnh:s: Cd . caninos dccíduos: ~ld, molares decíduos
136 SE<,:Ao li Diog11ás1ho
Quando a inupção dos incisivos laterais pennanentcs n1anc11te. resultando na possível in1pactação do segun-
fórça a csfoliação precoce de u1n canino deciduo, a crian~ do pré~n1olar adjacente f\pós a perda pren1atura de un1
ça provavel!nente ten1 dentes pennancntcs n1uito granM segundo n1olnr decíduo, o prirnciro 111olar superior per-
dcs para seren1 aco,nodados no arco disponível n1ancntc adjacente inclina-se para 111esial e gira ao redor
2 E111 pacientes con1 apinha111cnto scvel'o. os incisivos da su.i raiz palatina, enquanto o pri111eiro 1110\ar inferior
laterais pcnnancntcs podc111 chegar a lhzer contato con1 adjacente inclina-se para n1esia Os fhtores a111bicntais
as supcrllcics 111csiais dos pri111eiros n1olares deciduos que rcduze1n pre111atura111entc o tan1anho 111esiodistal nu
3 f\pós a csf'oliação unihucral fbrçada de uni canino infc~ dentadura decidua inclue111 l!'au111atisn10, cárie. restau-
rior decídua cn1 tuna dentadura ,nista con1 apinha111ento, rações con1 1ná qualidade. exodontia e desg,1ste
os incisivos pennancntcs 1nigran1 na direção do lado do 7 Outros fütorcs que podcn1 di1ninuir o con1pri111ento do
canino dccíduo esfüliado. causando disciepància en- arco são anquilose dos 111olares decíduos e irrupção re-
tre as linhas n10di,1s superior e inferior tardada ou ectópica dos dentes pennanentes 1\ 111edidc:i
..J- ()utra caractcristica das dcntuduras con1 apinharnento que o segundo n1olar decíduo anqui!osado progride para
é a irrupção dos incisivos pcnnanentes por lingual ou a infra-oclusão, o co1npri1nento do arco é perdido cnM
vestibular. fora da linha do rebordo Esses dentes estão quanto o priineiro 111olar pennanentc inclina-se para a
fora da linha do rebordo frente, após ter perdido o contato proxin1al con1 o 1nolar
5 Os incisivos inferiores n1uito vcstibularizados frcqüenM anquilosado
ten1cnte cxibe1n recessão gengival vestibular perceptí- 8 Os caninos superiores pern1ancntes pode111 irro111per por
vel. outro sinal de apinhan1ento vestibular ou palatino ou, então, tornar~se in1pactados.
6 A perda pren1atura de qualquer dente decídua pode resultando na perda do co1nprin1ento do arco à n1edida
resultar e111 unia dcticiência no con1pri111ento do arco A que os dentes posteriores 1nigra111 para 111esial
perda prcn1atura do segundo n1olar dcciduo é norn1a!-
n1entc seguida pela n1esialização do prin1eiro n1olar per-
PREDIÇÃO DA LARGURA DOS Fac.:ial tvlais tarde. Stalc.y e l(crber,1' usara111 a a1nostra do
PRÉ-MOLARES E CANINOS Estudo de lo,va sobre o Crescin1ento Facial. e reduzira111
PERMANENTES NÃO-IRROMPIDOS, signilicativan1ente o erro padrão de estin1ativa, quando pro-
duziran1 tuna equação revisada de previsão de Hixon e
DURANTE A DENTADURA MISTA Olcllüther ( Tabela 12-1) O coclicientc de correlação (r)
da L!quação revisada foi 1nais alto do que o da equação
A predição da largura 111esiodistal dos pré-n1olares e cani- original f\ equação original !'Oi derivada principaln1ente das
nos não-irron1pídos é iinportante na análise do ta111anho n1edições dos dentes do lado esquerdo do arco de cada
do dente/con1prin1ento do arco durante a dentadura 111ista indivíduo. enquanto a equação revisada IOi derivada das
1\pós a irrupção dos incisivos pern1anentes. o con1prin1ento n1édias das n1edições obtidas cios dentes dos lados direito
e a largura do arco infCrior já alcançaran1 as din1ensões e esquerdo de cada individuo
adultas Unia análise proveitosa do tan1anho do dcnte/con1- A docun1entação necessária para realizar a previsão
prin1ento do arco na dentadura 111ista depende de unia pre- inclue,n un1 111odelo do arco dentário inferior e radiografi-
dição precisa da largura n1esiodistal dos caninos pern1a- as periapicais dos pré-n1olares infCriores não-irron1pidos,
nentes e pré-111olares não-irron1pidos obtidas con1 a técnica do cone longo ou paralelisn10
Foram publicados diversos métodos de predição Al- A adição de uni erro padrão de esti,nativa à son1a pre-
guns füran1 desenvolvidos a partir de tuna análise de re- vista produziria unia so111a prevista das larguras nun1a por-
!!ressão si111ples, outros de tuna análise de regressão n1ül- centagen1 de 84 1Yt) Isso poderia garantir que a son1a pre-
lipla e outros. ainda. de diferentes abordagens Todos os
n1étodos de predição tên1 erros inerentes O erro é descri-
to por tuna estatística denon1inada erro padrao ele estin1a-
liva. Quanto n1enor o erro padrão de estin1ativa. n1elhor o Pnssos para a Predição do Tan1anho Denhlrio
,nétodo de predição Os erros padrão das esti111ativas de
vários 1nétodos de predição varian1 entre 0,2 e 0.86 111111.~
Nicdir as larguras 111csiodistais dos incisivos central e
Os erros padrão de cstin1ativa n1ais baixos, dentre os rela-
lateral inferiores direitos no 111odelo de gesso
tados. são associados aos 1nétodos de predição desenvol- 2 i\'ledir <JS larguras do prin1eiro e segundo pré-111o!ares
vidos a partir da análise de regressão 1núltipla.·1 •1 inreriores direitos na radiografia pcriapical
Existe111 duas abordagens para a predição do ta111anho 3 Transtt!rir a son1a dessas larguras para o grálico de
dos caninos pennancntes e pré-1nolares não-irro1npidos predição {l·ig 12-4). a llln de dctern1inar as larguras
durante a dentadura 111ista, ou s~ja, con1 e sen1 o uso de prc\'istas cornbinadas do canino e dos pré-1nolares
radiografias. inreriorcs do lado direito
-!. ;\dicionar un1 CITO padrão de esti1nativa ú son1a pre-
vista, co1110 u111 Jin1itc contra a subcstin1ação do ta1na-
MÉTODOS RADIOGRÁFICOS DE nho real dos dentes
PREDIÇÃO 5 Usar o 111cs1no procedin1ento corn os dentes do !ado
esquerdo do arco para prever as larguras do canino e
dos pré-n1olarcs inferiores esquerdos
Método Revisado de Predição de Hixon· 6 ,1\dicionar as larguras previstas dos caninos e prê-
Oldfather para o Arco Inferior 111olarcs direitos e esquerdos às larguras dos incisivos
irro111pidos para calcular o tarnanho dos dentes do arco
Hixon e Oldfllther~ rora111 os pri1neiros a desenvolver u111a in(Crior 1ncsialn1ente aos pri111ciros n1olares pern1anen-
equação para prever as larguras 1nesiodistais dos caninos tcs
e pré-111olares inferiores não-inon1pidos, para as crianças Uni gráfico passo a passo para o uso clínico é ilustrado na
que participaran1 do Estudo de lo\va sobre o C'rescin1ento figura ! 2-5 7
~" 24
+
~-
23
+
u
s 22
~
~ 21
l;ig. 12-4 Grú!ii:o de prcdiçãP para o 111\!tod(1 de prc\·isão rcvisad<1 de 1:
H ix1111-0!dfothi:r "
o
ir 20
.!!.
"
-o
19
">
~
e
•E
o
18
~ M ~~V~~ W 31
Soma de (esquerdo/direito) !1 + 11 + XP 1 + XP1
Paciente-----------
Data _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Ambos
Segmento posterior Esquerdo Direito os lados
Largura do incisivo centra! no modelo
2 Largura do incisivo lateral
3 Largura do primeiro pré-molar na radiografia
4 Largura do segundo pré-molar na radiografia
5 Soma das larguras do incisivo e do pré-molar
6 Soma prevista das larguras do pré-molar e do canino
7 Adicionar um erro padrão de estimativa (0.44 mm) 0.44 0.44
8 Soma da largura dos dentes posteriores (adicionar linhas 6 e 7)
9 Comprimento do segmento posterior (B ou C + D)
1O Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento do arco (linha 9 menos linha 8)
Segmentos anteriores
11 Soma das larguras dos incisivos no modelo
12 Comprimento do segmento anterior (A)
13 Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento do arco (lint1a 12 menos linha 11)
Total do arco
14 Excesso(+) ou déficit{-) de comprimento do arco (linha 10 mais linha 13)
Ajustes
15 Posição ãntero·posterior dos incisivos
16 Outros ajustes (curva de Spee. etc)
17 Excesso(+) ou déficit (-) de comprimento lota! do arco ajustado
25 5
vista das larguras do canino e dos pré-1nolares seria igual. ~
24 5 .+
Método de Predição de Iowa para
90nó percentil ,
a:· 24 O
+
Ambos os Arcos o: 23 5
Ê 22 5
de IO\Va sobre o c·resci111ento Facial fr)i desenvolvido por 2
Stalc.Y e cols. '1 para prever as larguras 111csiodistais dos :êo 22 O
1':
caninos e pré-n1olares não-irroinpidos, tanto no arco "o 21 5
dcntúrio inrerior quanto no superior io 21 O
109.; percentil
_,
c·on1 esse n1étodo, apenas as 111ediçôes das larguras - ··!- '"
>
cran1 utilizadas con10 variúvcis previsíveis. Os erros pa- ~ 20 O
~
19 O
Os registros necessários para a anülisc con1plcta são
18 5
os 1nodelos dos arcos dentários superior e inferior e as Erro padrão de es·· L
18 O imativa - 0,48 mi
radiogralias periapicais dos caninos e pré-1110\arcs superio- e
res e dos pré-1nolarcs inf'eriores. obtidas con1 a técnica do : . ;...
17 5
cone longo ou paralclis1110 13 14 15 16 17 18
Soma de (esquerdo/direito) XC + XP 2
Equação: C + P1 + P2 = 9!XC = XP )]º 1 232) + 2 617
Predição para o Arco Dentário Superior 1
ivlcdir as larguras n1esiodistais do canino e do se- Fi!.! 12-6 Cir.'1Jii:(1 de iiredi,;:1o p;1ra u ari:o superior eorn ti método de
pn:,is:1,i de l(i11a
gundo JH~-n1olar superiores direitos nas radiogn.dias
2 Trans!Crir a son1a dessas larguras para o gn.ífico de
prediçüo (Fig J :2-6 ), a fin1 obter a predição da sonu1
das larguras do canino e do pré-111o!ar superiores
25 O
direitos
3 Para unia predição co111 111ais exatidão. as 111edições 24 5
19.5
vários n1otivos. radiografias 111ensurúveis de boa qua-
lidade, dos pré-111olares e do canino não-irro111pidos
""
[
E
o
19.0
"
e111 uni dos lados da boca, poden1 não ser obtidas ~ 18.5
Staley e cols 'I observan.1111 que a 111edição cn1 111na 18 O Erro padrão de es·
radiogralía satislhtória de 11111 dente de 11111 dos lados 17 5 timativa 0,47 mm
do arco pode sustituir 11111 dente antí111cro i111en-
17 O
surúveL se111 alterai significativa111entc a acuidade
13 14 15 16 17 18
da previsão Soma de {esquerdo/direito) XP 1 + XP 1
Equação: C + P1 + P1 = (IXP 1 = XP}]º 1,07) + 4 923
Como Utilizar os Gráficos - A soma da medição das
larguras radiográficas do dente é localizada no eixo hori- Fig. 12-7 (irúlico de pri.::dí,;üo para\) ,1rco ínti.:rhir com o método di.::
zontaL na parte inferior de cada gráfico de predição, e pre,is;ln de ln11a
140 St:r)\o li f)iag11chtico
depois pr~jetada para vertical até a intersecção co111 a linha cular a TOCA nos arcos superior e inferior. para serern
de predição. Por exen1plo, a son1a das larguras do canino usados por dentistas; eles são apresentados nas figuras
direito e do segundo pré-n1olar superiores, 1nedidas no fil- 12-8 e 12-9
n1e periapical. é 15 111111: esse valor é localizado no eixo É desejável que um método de predição seja razoavel-
horizontal do gráfico Depois disso, deve-se seguir a linha 1nente acurado, fácil de usar e tenha validade cruzada, ou
vertical a partir do ponto de 15 111111 na linha inferior do s~ja. seja testado en1 uni grupo de pacientes para detenni-
grüfico de predição, até fonnar u1na intersecção con1 a nar a qualidade de seu desempenho Os métodos de predi-
linha sólida da predição (veja Fig 12-6) Então. seguir a ção revisados de Hixon-Oldfather e Iowa'''' apresentados
linha horizontal no ponto de intersecção até o lado esquerdo aqui exibe1n erros padrão de estin1ativa aceitaveln1ente bai-
do gráfico, para encontrar a son1a prevista das larguras do xos, tabelas de predição fáceis de usar e tivera1n unia vali-
canino e do pré-tnolar (21, l 111111) dade cruzada be111-sucedida en1 tuna a111ostra de 53 pacien-
Fon.1111 desenvolvidas fichas passo a passo para cal- tes ortodônticos
Paciente _ _ _ _ _ _ _ _ __
Data _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Ambos
Segmento posterio1 Esquerdo Direito os lados
Largura do canino superior na radiografia
2 Largura do segundo pré-molar superior na radiografia
3 Soma das larguras das radiografias
4 Soma prevista das larguras do canino e do prê-mo!ar
5 Adicionar um erro padrão de estimativa (0..48 mm)
6 Soma da largura do dente posterior (adicionar linhas 4 e 5)
7 Comprimento seguimento posterior (B ou C + D) 0,48 0,48
8 Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento do arco (linha 7 menos linha 6)
Segmento anterior
9 Largura dos incisivos centrais superiores nos modelos
1O Largura dos incisivos laterais superiores nos modelos
11 Soma das larguras dos incisivos
12 Comprimento segmento anterior (A)
13 Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento do arco (linha 12 menos linha 11)
Total do arco
14 Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento do arco (linha 8 mais linha 13)
Ajustes
15 Posição ãntero-posterior dos incisivos
16 Outros ajustes (curva de Spee, etc)
17 Excesso(+) ou dêlicit (-) de comprimento total do arco ajustado
Fig. 12-8 Ficha clínica para o arco ~upcrior. com o método de predição de Iowa
Anú!iH: cio Tr.1111a11/io cio Dente e111 Relc1(!fO cio Con1prh11e11to do Arco (~\PÍTULO J 2 141
Método de Predição por Equação A largura do denle irron1pido. un1 segundo n1olar de-
Proporcional ciduo. é n1edida no 111odelo de gesso. Essas três 111edições
cornpreenden1 os elc111entos de unia proporção que pode
ser resolvida, para obter as larguras dos dentes não ir-
Se a 111aioria dos caninos e pré-111olares tiveien1 irron1pído
ron1pidos:
e se 11111 ou dois dentes sucessores ainda não inon1pera111,
u1111nétodo alternativo de predição pode ser utilizado para Se:
esti111ar a largura 111esiodista! do dente pennanente não __ 1.,_"Sc.''c.."c.."c..''c.":::"-"-"-"_ii_o_l,_rn_"_:'P_l,_lo_ _= Largura do dente i~rnmpido (modelo)
Largura do dente 11{10 irrompido (radiografia) = L.1rgura do dcnll' irrompido (modelo)
irro111pido As larguras dos dentes não irron1pidos (por
exernplo, uni segundo pré-n1olar) e de uni dente irron1pido Emílo:
(por exemplo, o segundo molar decíduo) são medidas na (LDI Modelo) (!.DNI Radiografia)
U1rg11ra do dclltc n;lo irrompido""'
n1esn1a radiografia periapical (LDI 1\1odelo)
Paciente ___________
Data _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Ambos
Segmento posterior Esquerdo Direito os lados
Largura do primeiro pré-molar inferior na radiografia
2 Largura do segundo pré+molai inferior na radiografia
3 Soma das larguras nas radiografias
4 Soma prevista das larguras do canino e do pré-molar
5 Adicionar um erro padrão de estimativa (0.47 mm) O 48 0.48
6 Soma da largura do dente posterior (adicionar linhas 4 e 5)
7 Comprimento seguimento posterior (B ou C + D)
8 Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento do arco (linha 7 menos linha 6)
Segmento anterior
9 Largura dos incisivos centrais superiores no modelo
1O Largura dos incisivos laterais superiores no modelo
11 Soma das larguras dos incisivos
12 Comprimento seguimento anterior (A)
13 Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento do arco (linha 12 menos linha 11)
Total do arco
14 Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento do arco (linha 8 mais linha 13)
Ajustes
15 Posição ântero-posterior dos incisivos
16 Outros ajustes (curva de Spee, ele)
17 Excesso(+) ou déficit(-) de comprimento total do arco ajustado
Fig. 12-9 Ficha clinica para o arco inlcrior. com o mêtodo de prediç[lo de Iowa
142 S1:r;,\o li l)iag1uhtho
MÉTODOS NÃO-RADIOGRÁFICOS DE infCrior;1 e cn1 uni terceiro estudo. e1n ! • 1 111111 no arco
infCrior 11 Portanto, a predição no percentual de 50thi pro-
PREDIÇÃO
vaveln1cnte IOrnece tuna restrição desejável contra a subcs-
ti1nação cio tan1anho do dente
A principal vantagen1 dos n1étodos não-radiogrúficos de Outros 111étodos não-radiogrúficos que usan1 os den-
predição é que eles poden1 ser realizados pela 111edição dos tes deciduos estão disponíveis. n1as são 111enos acurados
incisivos inferiores pern1anentes irron1pidos ou dos den- do que os 111étodos radiogrúficos prcvian1entc discutidos 11
tes deciduos. scn1 a necessidade de 111cdições adicionais a
partir de radiografias s 111 11 Por outro lado. esses 111étodos
são n1enos precisos. co1110 sugere os seus erros padrão de APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE
esti111ativa 111aiorcs. co1nparados con1 os 111étodos radio- PREDIÇAO PARA DIFERENTES
grúficos sugeridos GRUPOS RACIAIS
ivtoyerss e Tanaka e Johnston, 111 cn1 a111ostras separa-
das, corrclacionaran1 a so1na das larguras 111esiodistais dos Os 111étodos radiográlicos e não-radiográlicos de predit;fto
quatro incisivos inferiores pennanentes co111 a sonu1 das das larguras 1nesiodistais dos caninos e pré-n1olares pcr-
larguras do canino, do pri1neiro pré-n1olar e do segundo n1anentes não-irro111pidos. usados para pacientes na den-
pré-111olar pcnnanentes en1 uni dos lados do arco superior tadura 111ista e que IOran1 descrilos neste capítulo. fün:1111
e inferior As tabelas de predição de ivtoycrs são bastante desenvolvidos en1 indivíduos norte~an1ericanos brancos de
dissen1inadns e o seu 1nétodo ten1 sido utilizado por n1ui- descendência européia As evidências indican1 que esses
tos dentistas. porque as 1nediçàes são fúceis de obter e os n1étodos serian1 aceitáveis en1 pacientes egípcios e do norte
resultados poden1 ser obtidos rapidan1cntc. Nenhun1a in- do México 1~ Lee-Chan e cols I] observara111 que o 1néto-
lónnação está disponivel sobre os coeficientes de correla- do não radiográfico de Tanaka e Johnstonio não previu
ção e erro do seu 111étodo Tanaka e ..lohnston 111 desenvo!- satisfütorian1ente o ta1nanho dos dentes de an1cricanos de
ven.1111 tabelas de predição que t!ran1, essencialn1ente, se- descendência asiática Portanto. eles calcularan1 tabelas
n1clhantes às de l'vloyers ~ ()s seus coeficientes de correla- de predição 1nais acuradas, con1 base na correlação das
ção eran1 r = 0.63 para os dentes superiores e r = 0.65 larguras do incisivo inferior con1 as larguras do canino e
para os inl~riorcs Os erros padrão de estin1ativa eran1 de do pré-n1o!ar. en1 tuna an1ostra de norte-a1nericanos asiú-
0.86 111111 para os cientes superiores e 0,85 111111 para os ticos Ferguson e cols. 1•1 desenvolvcran1 uni 1nétodo de
inJeriores. Di!Crcnle de Moyers, que fCz tuna separação predição não-radiográfico para unia a1nosua de negros nor-
entre os gêneros. Tanaka e Johnston con1binaran1 os gê- te-a1nericanos. co111 base na correlação das larguras do
neros no seu estudo incisivo inlCrior con1 as larguras do canino e do pré-1110-
As tabelas de prediçüo de Tanaka e Johnston. no qua- lar. En1 111édia. os valores previstos das so111as da larguras
dro 11-1. contên1 os valores percentuais de 50[X). Eles do canino e do pré-111olar para cada son1a correspondente
Ieco111endara111 o uso da esti111ativa no percentual de 75cx> das larguras do incisivo f()ran1 111aiores nos negros en1 0,2
(111ais alta) con10 un1a restrição contra a subesti1nação do 111111 na n1axi!a en1 0.6 111111 na 111andibula. quando co111pa-
tan1anho do dente. No entanto. evidências de outros estu- rados co111 os valores baseados nos norte-an1ericanos bran-
dos indican1 que esse 111étodo no percentual de socx), en1 cos. 10 Por esses n1otivos. recon1enda-sc que os clínicos
n1édia. supcrestin1a o teal ta1nanho do canino e dos pré- utilize1n para os pacientes asiáticos e negros os n1étodos
n1olares en1 0.6 111111 no arco superior;' en1 0.4 111111 no de previsão desenvolvidos e1n a111ostras dessas populações
Quadro 12-2. Predição das Lal'guras dos Caninos Pcnnancntcs e Pré-1\!lolares ein ivlilín1ctros. nos Arcos Supcrio1 e Infcrio1
.Arco Superior
So111a prevista chls larguras 1ncsiodistais do canino e cios pré-n1olares*
208 21.0 21.3 21.5 21.8 22.1 22,3 22.6 22.8 23.1 23.3 23.6 23,8 24.1
,\rco Inferior
So111a prevista das larguras n1csioclistais do canino e dos pré-n1olarcs*
20.2 20.5 20.7 21.0 21,3 21,5 21.8 22.1 ,.,"
--·-' 22,6 22,9 23.1 23.4 23.7
OUTROS FATORES QUE INFLUEN- dou 30 pacientes que apresentavan1 unia curva de Spce exage-
CIAM A ESTIMATIVA DA ANÁLISE DO rada no arco in!Crior e todos os dentes pennanentes i1To111pidos,
exceto os terceiros n1olarcs Ele observou que a 111édia adicio-
TAMANHO DO DENTE/COMPRIMEN- nal no con1pri1nento do arco, necessária para nivelar a curva
TO DO ARCO de Spee se111 protusão dos incisivos.~ 3.5 111111 ± 0.1 111111. con1
L1111111ini1110 de 2.3 111111 e un1 n1áxin10 de 5, 2 111111. dependendo do
;\ priincira e nu1is in1portante parte de tuna anúlise do ta1nanho
grau de curvatura. À n1edida que a curva ele Spec torna-se
do dentc/co111pri111ento do arco é a con1paração do tan1anho tnais exagerada. a probabilidade da deficiência no co1nprin1cn-
dos cientes co111 o tan1unho do arco Esta é a T D('A básica
to do arco aun1enta
Os cientistas tan1bén1 precisan1 considerar o i111pacto de
Para esti111ar a quantidade de co1npri111ento adicional do
outros liltores sobre a TDC·A quando desenvolven1 o diag-
arco necessário para nivelar a curva de Spee. Ba!dridge 11' su-
nóstico con1pleto de uni paciente. Esses outros lütores pode~1
geriu que se deve 111edir a n1aior profundidade da curva en1
não ser prontan1ente quantificados e. portanto, os dentistas
an1bos os lados do arco. dividir a son1a de an1bos os lados por
precisa111 filzer un1julgan1cnto qualitativo de con10 u111 cletenni-
~ e adicionar 0.5111111
nado lhtor possa au111entar ou cliininuir a TDC·A básica
exatan1ente atrás e aciina do segundo n1olar infCrior i1npactado, causa da perda prcn1atura de un1 n1olar dcciduo, utilizar
un1 cirurgião pode ren1over o terceiro 1nolar- uni procedi111en- uni aparelho para reconquistar o con1pri111ento perdido
to que pode liberar o segundo n1o!ar para que ele irron1pa Os do arco antes de confeccionar o 111antenedor de espa-
terceiros n1o!ares i111pactados gerahnente são re111ovidos, 111as ço. Preparar os pacientes con1 apinhan1ento Jin1ítro!e
a exodontia é co111un1ente adiada até que esses n1olares te- para un1 passivei tratainento ortodôntico
nlu.1111 algunu1 estrutura radicular 3 Se a análise previr apinhainento 1naior que 4 111111, o
paciente provaveln1ente desenvolverá apinha111cnto
dos dentes pennancntes. o qual irá exigir tratan1ento
INTERPRETAÇÃO DE UMA ANÁLISE ortodõntico depois de tuna avaliação abrangente da
DE COMPRIMENTO DO ARCO NA n1á oclusão
DENTADURA PERMANENTE 4 Se o apinhan1ento previsto para o arco inlCrior für 1naior
que 6 111111. o paciente poderá ser beneliciado con1 uni
Os Jütores discutidos previa1nente causan1 in1pacto i111portan- progran1a de extrações seriadas (v~ja Cap. 18)
te na interpretação da análise do co1npri1nento de un1 arco Supervisionar todos os pacientes na fase de dentadura
Portanto. uni valor li111ite para as deficiências no con1prin1ento n1ista en1 intervalos regulares, a fin1 de aco1npanhar a irrupção
do arco. aci111a do qual a exodontia será necessúria, não existe dos dentes e o desenvolvin1ento tacial
1\ 1nedida que a deficiência no con1prin1ento do arco excede 6
ou 7 111111. tuna consideração cuidadosa precisa ser dada aos
fhtores que al'etan1 a decisão sobre a exodo11tia As deficiênci-
as no co111prin1ento do arco que exceden1 1O111111 tên1 alta pro- REFERÊNCIAS
babilidade de exigir a exodontia
Quando se indica extrações para o paciente. seu efeito na t'vlootrees CFA, Cht1dha JM: Availablc space for the inci-
oclusão resultante deve ser considerado f\ extração de dois sors during dental dcvc!op1ncnt: il gro,vth study bílsed
pré-111olares inferiores devido à deficiência de con1prin1ento de on physiologic age, A11s.fl' Orthod 35(1):12-22, 1965
arco. en1 pacientes co111 n1ás oclusões c·Jasse I ou li, exige ta111- 2 Staley RN et a!: Prediction of thc con1bincd right and left
bén1 a extração de pré-n1olares superiores, para obter relações Cílninc and prcmolar ,vidths in both arche!i of the n1ixcd
dentition, Pediatr De11t 5:5?~60, 1983
111olar e canina de ('lasse L junto corn trespasses horizontal e
3 Stalcy RN, Hoílg _11:: Prcdiction nf thc n1csiodista! ,vidths
vertical nonnais 1\ ren1oçào de dois pré-n1olares inferiores sen1
of m<1xillary permanent canines ílnd premolars, A111
a ren1oçào de dois pré-n1olares superiores produz unia relaçào f Or!l1od 73(2):169-177, 1978
111olar da Classe Ili. na qual os segundos rnolares superiores 4 Staley RN, Shelly IH, Martin JF: Prediction of ltmer
ocluen1 co111 os terceiros 111olares inferiores Se os terceiros 1110- caninc <1nd prcn1olar ,vidths in lhe 1nixcd dentition, ;-\111
!ares inf'eriores estivere111 ausentes ou retidos. os segundos J Ortiwd 76(3):300-309,1979
111olares superiores lican1 sen1 antagonistas e pode111 sofíer 5 I-Iixon EJ·I, O!dfathcr RE: Estimation of the sizes of
extrusào excessiva. levando ú necessidade de sua exodontia. A unerupted cuspi d and bicuspid teeth, A11glc Orl hod
re1noção de apenas dois pré-tnolares interiores é aceitável en1 28(4):236-240, 1958
alguns pacientes co111 111á oclusão de Classe III, e tan1bén1 en1 6 Stalcy RN, Kerbcr PE: A revision of the Hixon and
()ldf<1ther mixcd dentition prediction method, J\111
alguns pacientes adultos con1 111ás oclusões de Classe II, que
/ Orfiwd 78(3):296-302, 1980
serão subn1etidos a unia cirurgia de avanço 1nandibular: A re-
7 !Jishara SE, Staley RN: Mixed-dentition mandibular arch
111oçào de apenas dois pré-111olares superiores é aceitável para length an,1lysis: a stcp-by-stcp approach using thc
alguns pacientes que não tên1 deficiências de con1prin1ento do rcviscd f-lixon and ()ldfathcr prediction tnethod, t\111
arco inferior, nu1s que as apresentan1 no arco superior ou possu- / Ort/Jod 86:130-135, 1984
en1 unia n1ú oclusão de Classe II Esse tratan1ento resulta en1 8 Moycrs RE: Ha11dbook cf 1>rf/1odo11tics for thc st11dc11/ 1111d
relação 111olar Classe li e canino c·Jasse I, con1 trespasses verti- general pr11ctitio11cr, Chic<1go, 1973, Yearbook :vtcdíca\
cal e horizontal nonnais 9 Staley RN et al: Prediction nf the ,vidths of unerupted
canines and pren10Jars, f A111 l)!.'lll Assoe 108(2):185-190,
1984
INTERPRETAÇÃO DE UMA ANÁLISE 10 Tíln<1ka MM, Johnston LE: The prediction of the size of
DE COMPRIMENTO DO ARCO NA unen1pted c<1ni11es and pre1nolars in a conten1porary ortho~
dontic population, f A111 Dcnl Assoe 88(4):798-801, 1974
DENTADURA MISTA 11 Bishara SE, Jakobsen JR: Co1nparison of t,vo nonradio-
graphic n1cthods of prcdicting pcnnancnt tooth size in
Se unia análise previr que unia criança não terá proble- thc n1ixcd dcntition, ;\111 f (Jrtltod f)c11ll((ncial 01·tlll1!1
111a de apinhan1ento, continuar con1 o tratan1ento roti- 113:573-576, 1998
neiro e a observação periôdica do paciente 12 l3ishara SE et ai: Co1npari.son.s of mesiodistal and
2 Quando t1111a análise prevê o apinhan1ento lin1itrofC ( 1 a buccolingual crcnvn din1ensions of thc pen11anent tec!h
4 111111 ), conservar o co1nprin1ento do arco con1 un1 apa- in threc populations from Egypt, rvtexico, and thc
relho e exan1inar periodican1entc o paciente. Se o pri- United States, A111 f ()1f/Jod Dc11ltJj11ci11/ Orlliop 96:416·
111eiro n1o!ar pern1anente sofreu n1ovin1ento 111esial por 422, 1989
.·lnú/i_\e do Ti:1111a11/Jo do Dente e111 Relaçâo oo Có111pri111e11to do Arco (,\f'ÍTULO J 2 145
13 Lee-Chan S et al: tvtixed dentition analysis for Asian- 15 T\veed Cf-I: The Frankfurt mandibular incisor angle in
An1ericans, 1\111 f ()rtltod Dl'11tofacial Orthop 113:29.3-299, orthodontic diagnosis, treatment planning, and progno-
1998 sis, /\11glc Orlhod 24:121-169, 1954
i4 Ferguson FS ct ai: I hc use of regression constants in 16 Ualdridgc l)\,V: l.eveling the curve of Spee: its effects on
cstintating tooth sizc in a Negro population, 11111 f ()r/11od mandibular arch lcngth, / l'rac/ Orllwd 3(1):26-41, 1969
73:68-72, 1978
Capitulo 13
Bronwen Richards
TERMOS-CHAVE
docun1entaçao parân1etros diagnósticos recuperação de espaço apinhan1ento n1oderado
modelos apinha111ento sauve 111ordida cruzada anterior apinha111ento severo
fotografias espaçan1ento suave 111ordida cruzada posterior espaçan1ento significativo
radiografia panora1111ca fechan1ento de diaste111a hábito de sucção digital mordida cruzada posterior
análise de espaço manutenção de espaço Classe li, Divisão I esquelética
radiografia cefalon1étrica progran1a de extrações Classe li, Divisão 2 irrupção ectópica
lateral seriadas má oclusão Classe 111 dente impactado
146
U1110 Aho1dage111 ao Diagnó.Hico da\ D{/Crcntc.\ ,,\Já-' Oclr1\·()e\ (,\J>ÍTLILO J 3 147
Trepasse horizontal
Fig. 13-2 Para calcu!.ir u apinhamcnto. a quantidade di: sohrcposiçfio pode ser
avaliada Quando os contlltos são !igeirnmcnle sobrepostos ou deslocados corno
entre o incisi\'OS central c o lateral esquerdos, n t]tHllltidade de apinhumcnto
pode ser estimada ern 0,5 mm Quando um cont.ito é cornplctamcntc sobre-
posto, como entre os incisivos central e lateral direitos. o apinhanwnto de\'e
ser estimado em I mm :\ soma do ílpinhumento cm cada contato resulta no
total do apinhamento para o arco
pode111 influenciar o plano de trata1nento. Un1a descrição pennanente . O conhecin1ento da quantidade de apinha1nento
dif'erente da considerada norn1al pode indicar tuna discre- ou espaçan1ento no arco ajuda o clinico a detenninar a
püncia esquelética significativa, e deve ser avaliada por abordagen1 111ais adequada para o tratan1ento A discre-
111eio de un1 traçado cefàlon1étrico de telerradiogralia late- pância entre o tan1anho do dente/co1nprin1ento do arco
ral As fütografias intrabucais consisten1 de tuna ton1ada (TDCA) em um paciente com dentes permanentes pode
frontal. de ton1adas laterais direita e esquerda, e tan1bén1 ser estin1ada considerando-se un1 ponto de contato ligeira-
oc!usais superior e inl'erior As lütografias intrabucais for- n1ente sobreposto con10 sendo de 0,5 111111 e 11111 ponto de
necen1 un1a visão geral da n1ú oclusão. da condição gengival contato sobreposto como sendo de 1.0 111111 (Fig. 13-2)
e de qualquer dente hipoplásico No entanto. essa é apenas un1a estin1ativa aproxi111ada da
Unia radiografia 1n1norânlica ou periapica! de boca TDCA A fim de determinar mais acuradamente a TOCA
toda pré-tra111ento avalia o estágio da irrupção dentária, da dentadura per111anente, a largura 111esiodistal cu111u!ati-
dentes supranun1crúrios ou ausentes, dentes in1pactados. va dos dentes nos n1odelos precisa ser subtraida do con1-
dentes con1 irrupção ectópica e as condições patológicas prin1ento real do arco presente, 111esial aos pri111eiros 1110-
Os dentes deven1 ser sen1pre contados para detern1inar se lares Os detalhes da realização da análise do espaço são
existe algun1a agenesia. O parân1etro diagnóstico cor- descritos no capítulo 12 A quantidade real de apinha1nento
relacionado à radiografia panorün1ica pede ao clínico para é dada para cada caso neste capitulo
caracterizar a irrupção con10 "dentro do !iniite de norn1a- A radiografia cefalon1étrica lateral é unia ferran1enta
lidade" ou '"fOra do li111ite de nonnalidade" Unia condição usada na ortodontia para avaliar a relação dos 111axilares e
nonnal existe quando todos os dentes estão presentes e dos dentes. A interpretação dos traçados ceftilon1étricos
irro111pendo no local adequado. en1 un1a idade apropriada laterais tan1bé111 é discutida nos capitulas I O e 11 Con1
Unia análise do espaço deve ser executada durante a uni breve resun10, a interpretação cefhlon1étrica lateral re-
dentadura 111ista para detenninar se os dentes pern1anentes quer do clínico unia avaliação da posição da n1andibula e
tên1 espaço adequado para irT0111pcr Diversas fónnu!as da n1axi!a, en1 relação à base craniana e entre si (Fig 13-
podc1n ser utilizadas para detenninar se o apinhan1enlo ou 1) 1 A angulações dos incisivos superiores, inf'eriores e do
o espaçan1ento excessivos estarão presentes na dentadura plano 111andibular tan1bén1 são avaliadas.2 Se as posições
148 St:<;,\o II Diog11Ó\fho
PARÂMETROS DIAGNÓSTICOS
USADOS NA AVALIAÇÃO DA
SNA
SNB 80º MÁ OCLUSÃO
ANB 2º
FMIA = 65º
IMPA = 90º Tratamento Simples Versus Complexo
.L· SN = 104º
SN ·MP= 32º Os parâmetros cliagnústicos a seguir füran1 projetados
FMA = 25º
para ~judar o clínico a utilizar eficienten1ente a docu1nen-
Fig. 13<1 A, O:; pontos espedtii.:(1s ri.:produziveis ::.fio demarcado;; no tação, a lin1 de obter dados pertinentes à distinção entre os
traçudo cefolomCtrico lateral B Unindo-se os pomos. podem ser !citas casos que requeren1 uni tratan1ento ortodõntico siinplcs
medições p<lra comparar as posiçties d(1S dcmcs e dos nrnxilan.:s com os ou con1plexo Os casos de tratan1ento sin1ples poden1 es-
\'alores ··normais
tar ao alcance do clínico geral, dependendo da habilidade
do profissional no tratan1ento de casos ortodônticos Os
casos ortodônticos con1plexos deven1 ser encan1inhaclos
para uni ortodontista
U111a avaliação profunda de cada parân1etro diagnósti-
dos dentes e dos ,naxilares distanciare111 111uito dos valo- co ajuda o dentista a distinguir entre as necessidades do
res nonnais, a 1ná oclusão pode exigir un1 tratan1ento orto- tratan1ento sirnples e cio cornp!exo. Para que un1 caso seja
dôntico con1plexo. Para que un1 caso seja considerado para considerado con10 un1 candidato a uni tratan1ento siinpli-
o tratan1ento sin1ples, os dados cefi.llon1étricas precisa111 ficado, os pa1â1netros diagnósticos não deven1 ter un1 f8-
estar dentro da variação dos valores nonnais. tor con1plicador Os fatores con1p!icadores são descritos
lhna :lhurdage111 ao Diog1uhrico da, D{li:1-e111e, 1\/á\ 0Lluw)e_, C:1\l'ÍT!.ILO J J 149
Relaçõl!s canino e 1nolar: 1nolar direito. canino direito. 7 Anúlise do espaço: discrcpáncia no tan1,1nho do <lente/
canino esquerdo. 111olar esquerdo co1npri1nento do arco
a Classe I a Co1nprin1ento do arco adequado(+ ! a -1 nun)
b Classe li* b Apinhan1ento suave (-2 a -3 111111)
e Classe Ili* e l\pinharnento 111oderado ou severo ( .-J. a -6 111111. > -6
d Não estú to!ahncnte irro1npido 111111)*
2 C!assilicação da 111ú oclusão d Espaça1nento suave ( ! a 3 111111)
a ivlú oclusão Classe I e !:spaça1nento n1oderado ou severo (4 a 6 111111. 6+ 111111)*
b ivlú oclusão Classe ! 1. Divisão 1* 8 Interpretação da radiografia p,1norúnlica
c Classe li. Divisão l. subdivisão* a !nupçfio dentro da variação nonnal
d ivlú oclusão Classe ! 1. Divisão 2*
b Irrupção ou diagnósticos radiogrú11cos fora da varia-
e ('lasse li. Divisão 2, subdivisão* ção nonn.il (isto é. agcnesias supranu1nerúrios. in1pac-
ivlú oclusão Classe Ili* tados, inupção ectópica)*
g Classe !li. subdivisão* e Radiografia panorá111ica ausente
3 Trespassc vertical 9 Interpretação da radiografia cefri!o1nétrica lateral
a Nonnal (5 a 20((/()) a Dentro da vari,1ção nonnal (os nu111eros reais se aproxi-
b l'vlordida profunda 1nodcrada (20 a 5(V}'ii) 1nan1 das nonnas)
e ivlordida profunda severa (1nais de 5()!),(i)* b 1:ora da variação nonnal (1\NB n1aior que 5" ou inlCrio1
d Topot a -1 ")*
e ivlordida aberta antcriort c TC!crradiogra!ia laleral ausente
-J. Trespasse horizontal 10 Diliculdadc do trata1nento
a Nonnal ( 1 a 3 111111) a Sin1ph.:s; dentro da variação do trata1ncnto 1ninistrado
b Excessivo (111ais de 3 111111)* por un1 clinico geral
e Topoi· b Co111plexo: deve ser enca111inhado a un1 ortodontista
d Ncgati\'O 11 Para os casos de tratainento siinples. designar o tipo de
proble111a {pode ser 1nais de un1)
5 Estúgio do desenvolvin1cnto oclusal
a Dentadura decídua
a f\pinhan1cnto sti.1vc
* Sempre um fotor t:nmplkador fozendn t:om que o caso precise de tratamento abrangente
t hitor complicador sob as condições mencionadas. l:!zcndo i.:orn que (l cuso precise de tratamento abrangente (veja dctu!hes no texto)
( Oll(i/111(1
150 SE(;\O !! Diag1uhtico
c·o11ti1111a
l./111a Ahorduge111 l/o Dic1g11úHho du\ D?f"ere11te.\ 1\Í(Í\ Ocli1H)e_\ (~\PiTllLO J] 151
Quadro 13-L Pari1111etros Diagnósticos que Deve111 Ser Avaliados (Parte 2 de 2) - ('o11ti1111aç,ào
para cada parâ111etro e assinalados con1 uni asterisco (*) 1nento suave não são fütores con1plicadores. n1erece uni
(isto é, fator complicador definido) ou uma cruz ("li (isto tratan1ento sin1pli ficado_ Uni resun10 dos dados e1n rela-
é, fator complicador sob certas condições) (Quadro 13- ção aos paràn1etros diagnósticos é apresentado no quadro
1). A suposição é que uni caso precisa de u111 tratan1ento 1.3-2 O diagnóstico ortodôntico desse caso é unia 111á
sin1plilicado até que uni ou 111ais parâ111etros indique apre- oclusão de Classe I co111 apinhan1ento suave
sença de uni fator co1nplicador. E111 tuna situação co1110
essa. o diagnóstico indica que a n1á oclusão será beneficiada Tratamento - O apinlrnmcnto suave pode ser tratado
con1 o tratan1ento con1plexo por vários 111étodos Os casos que requeren1 n1ovin1ento
apenas de inclinação poden1 freqiienten1ente ser tratados
con1 uni aparelho ren1ovíveL do con10 uni contensor con1
CASOS DE TRATAMENTO
mola (Fig. 13-5) ·1 Os dentes do modelo são cortados e
ORTODÔNTICO LIMITADO reposicionados individual1nente en1 alinhan1cnto correto,
antes da confecção do contensor co111 1nola O contensor
Apinhamento Suave 1nelhora as pequenas rotações dentárias. se o aparelho fbr
usado continua111ente Para o controle 1núxin10 do 111ovi-
Diagnóstico - Uma vez obtida a documentação ortodôn- 111ento dentúrio. os aparelhos lixos pode1n ser usados para
tica. o dentista deve exa1ninar os 1nodelos, as fütografias e alinhar os dentes O paciente te,n bandas cin1entadas nos
as Iadiografias para avaliar os diversos parâ1netros diag- pri111eiros n1olares superiores e infCriores e brackets uni-
nósticos O paciente da figura 13-4 le111 tuna n1á oclusão dos aos dentes anteriores superiores e inferiores Os den-
de c·iassc I na dentadura pennanentc. co111 trespasse ver- tes lüran1 iniciah11ente nivelados co111 lias flexíveis de nitinol
tical normal e sem mordida cruzada A TDCA (apinha- e depois os detalhes do acaban1ento fbran1 feitos con1 tios
n1ento) é esti1nada c1n 1.5 111111 Os parâ111etros que não de aço inoxidável retangulares. en1 uni apaielho edge\vise
eran1 nonnais füran1 o trespasse vertical n1oderado e o O resultado fina! 111ostra unia 111elhora no alinhan1ento dos
apinhan1ento suave dentes anteriores superiores e inferiores (Fig 13-6)
Visto que o trespasse vertical 111oderado e o apinha-
152 Su:,\u li
rig IJ-4 :\s J\\t(igrali:1s pr0-trataml'lll(l nHis1ra111 (l :ipinharni.::nlti sua\t: ..:111 urna 11H1lhi.:r i.:um ~O anos d..: idade . ct1111
apar<:m.:ia !aci.il 1Hirmal ,\ a\:1lia~ü1i ,kntúria in1ra-btKal t:\Íhl· uma mú tH.:lus(hi ( lassl' 1 1.·um apinhal11l'11111 Sll.t\c
A B e
Fig" 13-5 Contcnsor com mol:1 usado para corrigir o apinhamcnlo suave A, Ohtcm;fio do modelo do nrco apinhado
B. Os incisivos sfio seccionados e realinhados no modelo C. O contcnsnr com mola ê desenhado no modelo, com
os dentes alinhados O contcnsor ir[1 aplicar pressão nos dentes para alinhú-l(1s. de acordo cnm a posiçüo do modelo
Fig. 13-6 Apinh:imcnto stiavc {pos-tratHmcnto) após o alinhamento com bandas nos primeiros molares e hraquctcs
nos dentes anteriores
15-1 51:c\o li
rig. IJ~7 Lspai;amcntP stia\1.: (pn:+tratamcntof i.::111 uma mulher com 17 anos di.: idade com ;1par0ncia fo,ial 1H1r111,il
:\ a\(iliai,::1() dcnt:iria in1rahtu.:al mostrn mú rn:lusüo Classt.: [ com cspai;a111cnt(1 st1a\t:
Preservação de Espaço Fig 13-11 Preservação de espaço dos arcos superior e inkrior Uma
anúlise do eomprimento do arco indicou espaço adequado nos arcos
Diagnóstico - E111 111ús oc!usões na dentadura 111ista. n1es- apresentados Para impedir a mesialização dos mo!art:s marllt:ncdon.!S
de espnço foram instalmk1s :\, llotão de Nam:e B. Arco lingual infori(1f
n10 que a 111aioria dos parân1etros diagnósticos não tenha
h1tores co1nplicadores, unia análise da T DC'A precisa ser
realizada (veja c·ap 12) A análise pode indicar excesso de
espaçan1ento, apinhan1ento excessivo ou con1pri1nento de
arco adequado. Nos casos e111 estágio de dentadura 1nista
en1 que existe espaço adequado, o padrão de irrupção deve
ser avaliado Nos casos ilustrados, a análise do ta1nanho
de dente/co1npri111ento do arco indicou que o con1pri111en- adequado na dentadura nlista. esse caso n1erece u111 a trata-
to do arco era adequado. Devido à perda precoce dos ca- n1cnto silnplificado. que requer a preservação de espaço
ninos decíduos é in1portante prevenir quaisquer perdas fu-
turas de con1prin1ento do arco, instalando uni 1nantenedor Tratan1ento - Já que o con1prin1ento do arco é suficiente.
de espaço para garantir que os n1olarcs pern1ancntes não foi adaplado un1 arco lingual inferior para iinpedir a
soli. cssen1 1nesialização durante a esfbliação dos n1olares n1esialização dos prin1eiros n1olares pern1anentes quando
declduos e a irrupção dos dentes pcrn1anentes (Fig 13- da esf'oliação dos 111olares dcciduos Devido ao tl1to de
11 ) Devido ú ausência de filtorcs con1pl icadores e ao filto que os pri1nciros n1olares pcrn1anentes lenden1 a n1esia!izar
de a análise do co1nprin1ento de arco ter indicado espaço quando não hú contato proxin1al. a perda precoce de un1
l/11u1 Ahordagi:111 ao l)iag11Ót;fico da\ [J{fl-1c11te\ 1\/ú\ ()c/11\i}L'\ C1\l'ÍTULU 1.3 157
Recuperação de Espaço
Diagnóstico - O paciente da figura 13-1 :2 se apresentou
na dentadura n1ista con1 caninos en1 c·Jasse 1. 1110Iar direi- Fi~ 13-12 Recuper:u;ão do cspaço (prê-tratamcnto) :\, Um menino
to en1 Classe L trespasses vertical e horizontal norn1ais e aos 9 anos de idade com perda precoce dn scgundo molar deciduo e
ausCncia de 111ordida cruzada O segundo 111olar superior migração do primeiro molar permanente para 1nesial B, :\ migração
esquerdo deciduo foi extraido precoce111ente por causa de para mesial é detectada melhor na imagem odusal superior
:i!,\ 13-13 :\pari.:lh(I ri:rnovin:l usad(1 para distalizar urn prin1t:íro 1110!.ir que
,11frl.!u migraçfü1 para mcsial Diversos grampos de ,\dum são colocados para a
etcm;ào Uma mola C usada para dbtalizar o dente que se inclinou para mcsial
íii,:, 13-1-1 Rccupcrnçfio do espaço {pos-tratamerHo) O primeiro molar foi dbtalizad(1 para permitir a irrupção dos
pn.!-mol:iri.:s
dos dados de acordo co111 os parân1ctros diagnósticos é 1nandibula en1 relação cêntrica, as interferências oclusais
apresentado no quadro 13-5 O diagnóstico ortodõntico fílzcn1 con1 que a n1andibula se desvie lateral ou anterior.
desse caso de trata111cnto si111plificado é recuperação do perniitindo que o paciente oclua os dentes en1 un1a posi-
espaço yão n1ais confürtável
Ü· paciente da figura 13- l 5 ten1 tuna rnordida cruza-
Tratan1ento - De acoido con1 a análise de espaço. exis- da anterior En1 casos con10 esse, a presença de uni des-
te espaço adequado para a irrupção do canino e dos pré- vio fllnciona! deve ser avaliada. En1 oclusão cêntrica, os
111olares pern1anentes no quadrante superior esquerdo incisivos den1onstran1 trespasse horizontal negativo. No
1\ssi111, uni aparelho superior re1novivel co1n u1na n1ola, entanto. en1 relação cêntrica. os incisivos tocan1-sc de topo
sen1elhante ao da figura 13-13, foi usado para distalizar o A diferença sagital entre a relação cêntrica e a oclusão
pri1neiro n1olar pennanenle e recuperar o con1prin1cnto do cêntrica é conhecida con10 desvio funciona!. O objetivo
arco para a irrupção dos dentes pennanentes A n1ola era do trata111ento é tornar a oclusão cêntrica igual à relação
ativada n1ensaln1ente, a lin1 de clistalizar o prin1eiro n1ola1 cêntrica e, portanto. elin1inar o desvio funciona! A pre-
superior en1 unia relação de c·Jasse 1 (Fig. 13-14) Unu:1 sença do desvio pode indicar que a 111á oclusão é dentária
placa de l·hnvley !'oi usada co1110 111antenedor de espaço e 111erece un1 tratan1ento sin1plificado. enquanto a ausên-
para n1anter o 111olar na nova posição até a irrupção dos cia do desvio pode indicar un1 problen1a esquelético
pré-n1olares Outra opção para 111anter a posição do 111olar sul'.jacente
é utilizar un1 botão de Nance O aparelho ortodôntico fixo En1 relação cêntrica. esse paciente ten1 u111a 111á oclusão
tan1bé1n deve ser considerado para a recuperação do es- de c·iasse I no inicio da dentadura 111ista. con1 trespasse
paço. se a cooperação do paciente IOr un1 problen1a vertical nonnal. O trespasse horizontal é de topo. Através
da avaliação do arco superior, pode ser observado que o
trespasse horizontal de topo é causado pela inclinação dos
Mordida Aberta Anterior incisivos centrais para lingual. Unia vez que os incisivos
pode111 ser inclinados vestibu!arn1ente para corrigir o
Diagnóstico - Diante do diagnóstico de 11101llida aberta trespasse horizontal, a condição de topo não é considera-
anterior ou posterior. deve ser detcrn1ínado se existe 11111 da un1 fator con1plicador Unia análise de espaço indicou
desvio fi.1ncional entre a relação cêntrica (R(') e a oclusão unia roe-A con1 espaçan1ento suave en1 an1bos os arcos
cêntrica (OC) (veja Cap. 9) Quando o paciente fecha a Os dados radiográficos estava111 dentro da nonnalidade
!../,na Ahou.lage111 tio Diug1u)Hico do, D[/l!1"e11te, 1\/cí, ()l/J/',ih:•\ (i\l'ÍT! ILO ! .'J 159
e D
Fi~, 13-15 /\,!urdida cru;,ada anterior (pré-tratamento) cm um mcninii aos 8 anos de idade com mordida cruzadu
anterior Os pacii:ntcs com rnllrdida cruzada anterior devem ser a\'aliados cm A, oclusfíD cl:ntrica e cm B, relação
cl:ntrica, a fim tk dctcrmi1rnr se existe um desvio hmcional S..: os ini.:isivos puderem ser contatados numa relação llc
topo e se existir cspai;o adcqu:id(1 no arco, o dente cm nH1rdida cn1z;1da pndcrü ser inclinado para a li-ente :1 fim (lc
corrigir a mú odusfü1 C e D. Visws du oclusão
Os p,uú1nctros que não cnun ideais !Oran1 o trespasse ho- verticalizados. que causan1 a 111ordida cruzada anterior. os
rizontal de topo. a n1ordida cruzada anterior con1 desvio incisivos centrais JOn:1111 vcstibularizados n1ediante o uso
lüncional e o cspaça1nento suave. c·on10 fcJi discutido pre- de un1 aparelho ren1ovível con1 duas tnolas digitais (Fig
via1nentc. esses fütores não são considerados con1plica- 13-16) ('0111 a vestibularização dos incisivos, o paciente
dorcs. e. portanto. o caso n1cn::cc 11111 lrata111cnto sin1pli !i- conseguiu ocluir con1 trespasse horizontal positivo (I:ig
cado Uni resu1110 dos parân1etros diagnósticos e apresen- 13-17). 1\ correção da n1ordida cruzada e do desvio fun-
tado no quadro 13-6 () diagnóstico oJ'lodôntico desse caso cional pcnnitiu que os dentes sofrcsscn1 sua irrupção c1n
de trata111cnto sin1plificado C 111ú oclusão de c·Jasse I con1 uniu relação nonnal
n1ordida cruzada anterior e desvio runcional anterior
Mordida Cruzada Posterior
Tratamento - O paciente da figura 13-15 era capaz de
trazer os incisivos nun1a relação de topo en1 relação Diagnóstico - c·on10 ocorre na n1ordida cruzada anterior.
cêntrica. indicando uin desvio anterior de RC· para oc·
os pacientes con1 n1ordida cruzada posterior deve111 ser
En1 geral. as 111ordidas cruzadas anteriores con1 ou se111
avaliados quanto ao desvio funcional Unia n1ordida cru-
desvio funcional deven1 ser corrigidas assin1 que detecta-
zada posterior na dentadura decídua ou nlista é freqfien-
das. Unia vez que esse paciente ten1 incisivos superiores
len1enle associada a 11111a atresia 111axilar bilateral Essa
atresia pode ser acon1panhada de desvio ll1nciona! lateral
Isso pode ocorrer porque o fechan1ento da n1andibula cn1
relação cêntrica faz con1 que as pontas de cuspides opostas
contatc1n en1 un1a posição de cúspide a cuspide Co1110
essa posição é desconfortúvel para o paciente, a 111andibu-
!a é desviada lateralinente para pern1itir o contato de n1ais
superlícies oclusais e n1elhorar a função A identificação
de uni desvio funcional lateral durante o diagnóstico in-
lluencia o prognóstico e o trata1nento de 11111a 1nordida
cruzada
O paciente da Jigura 13-18 te1n unia n1ordida cruzada
(:ig. 13-1(1 Placa de 1-iawley com um mola digital ,\ placa de Hawky postei ior. Pa,a detenninar a presença de uni desvio run-
foi con!ecci(lnada com lllll apoio de acrilico poskrior corn o objetivo de
mankr a m1irdida aberta. enquamo a mordida cruzada cra eorrigida pela
ati\açilo das molas digitais
cionaL a linha 111Cdia in!Crior é avaliada e111 relaç5o cêntrica suave e a n1ordida cruzada posterior con1 desvio funcional
e oclus5o cêntrica U111 desvio fllncional existirá se as se- na dentadura 1nista não são considerados f'atores con1-
guintes condições estivercn1 presentes: ( 1) as linhas 111é- p!icadores, o caso 1nerece uni a tratan1enlo sin1plificado
dias inferior e superior coinciden1 e111 relaç5o cêntrica e os
dentes posteriores ocluen1 nu1na relação de cúspide a Tratamento - Se a atresia do arco superior for bilateral
ctlspide. e (2) a linha 111édia inf"erior desvia para o lado da 1u1 dentadura decídua ou n1ista. uni aparelho de expansão
1nordida cruzada posterior, e1n oclusão cêntrica Nesse poderá ser usado para corrigir a n1ordida cruzada . O apa-
caso, a linha 1nédia inferior é desviada para o lado direito relho de expansão corrige a n1ordida cruzada por tuna con1-
en1 oclusão cêntrica. Unia n1ordida cruzada posterior está binação de inclinação dentária e abertura da sutura palatina
prt:sente no lado direito do paciente Co1no a linha 111édia é n1ediana A expansão esquelética é n1uito 1nais fácil de ser
desviada para o 111esn10 lado que a 111ordida cruzada e111 obtida na dentadura n1ista do que no na pennanente. por-
oclusão cêntrica, uni desvio funcional para a direita está que a sutura palatina n1ediana está n1enos fusionada. O
pn~sente Os dados radiográficos estão dentro da nonnali- paciente usou un1 quadri-hélice para expandir o arco su-
dade Estiina-se que a Toe-A seja un1 espaçan1ento suave perior (I~ ig 13-19) Esse procedin1ento !Oi seguido pela
no arco inferior Os parâ1netros que não estavan1 nonnais instalação de 11111 arco palatino con10 contenção (Fig. 1.3-
fon.1111 o trespasse vertical 111oderado, o espaçan1ento sua- 20) A atresia deve ser corrigida precocen1ente, a li111 de
ve e a 111ordida cruzada posterior U 111 resun10 dos dados pennitir o desenvolvi111cnto adequado da oclusão. As 111or-
de acordo con1 os parân1etros diagnósticos é apresentado didas cruzadas posteriores tên1 urna tendência à recidiva
no quadro 13-7. Esse paciente tcn1 tuna n1á oclusão de e, por isso. tuna placa de 1-la\vley é freqüenten1ente usada
Classe I no final da dentadura n1ista, trespasse horizontal para a contenção até que os dentes pennanentes tenhan1
norn1al, sobren1ordida n1odcrada1nente profunda e n1ordi- irro111pido s Unia n1ordida cruzada unilateral verdadeira ou
da cruzada posterior con1 desvio fi.1ncional lateral direito dentadura pennanente exige de un1 tratan1ento con1p!exo
U,na vez que o trespasse vertical 1noderado, o espaçan1ento (veja Cap 23)
Fig. 13-19 O quadri-hélit:e C um aparelho de expansllo lema que t:nrrige as atresias dentúrias
bi!uterais posteriores através da indinaçüo dos dentes para vestíbular e pode ter um pcqueno
componente de cxpansüo csquc!Cticu nos pacientes cuja su1ura palatin,1 mcdimia nfüi cstti
bem füsionada
162 SEç,\o li
Fi~ 13-20 ivlordida cruzada posterior (pôs-lrnlnnl!.:nto) A mordida cruzada poskrior J{)i corrigida para dcvolvl.!r ao
p,11.:icntc uma rcluçihl normnl ni.::sse est,igio do desen\·oh-imento
A B e
I; ig. t:3-21 A, 1-hibito de suci;üo digital cm um 111!.!llino aos 9 anos dé idatk com tnordidu aberta anterior conseqüente
:w hóbito B, A grade palatina age como um r..::c,irdat:irio para desencorajar o húhito C Fechamento espont:ineo da
mordida aberta cm alguns meses
Hábito de Sucção Digital não ter êxito O hábito desse paciente !Oi elin1inado co1n a
con1binação de refürço positivo e instalação de uni in1pe-
Diagnóstico - O paciente da figura 13-21 A tem má didor palatino (veja Fig. 13-218) 4 Isso levou no fecha-
oclusão de c·Jasse [ con1 trespasse horizontal nonnaL au- n1ento espontâneo da n1ordida aberta (veja Fig. 13-21C).')
sência de n1ordida cruzada e con1pri1nento adequado do O aparelho não deve ser projetado de fünna que cause dor
arco O trespasse vertical parece nonnal no lado esquer- ou desconforto, n1as si1n para servir con10 u1n recordatário
do, con1 1nordida aberta no lado direito O histórico do para o paciente. A sensação de satisfhção con1 o contato
paciente indicou un1 hábito ativo de sucção do dedo, no do dedo no palato é eli1ninada con1 o aparelho (veja Cap
qual o polegar direito era colocado na parte anterior direita 17)
da boca, in1pedindo a irrupção total dos incisivos superio-
res Quando não existe nenhun1 outro fator con1plicador.
11111a 111ordida aberta anterior con1 causa específica n1ere-
CASOS DE TRATAMENTO
ce un1 trata111ento sin1plificado. Portanto, o diagnóstico ORTODÔNTICO COMPLEXO
deste caso de tratan1ento si1nples é n1á oclusão de Classe I
con1 rnordida aberta anterior causada por hábito de suc- Os casos ortodônticos que requeren1 tratarnento con1plcxo
ção digital deven1 ser cuidadosan1ente avaliados, a fin1 de detenninar
o diagnóstico e o plan~jan1ento adequados, Os ortodontistas
Trata111ento - Nos casos que não apresenta111 nenhun1 treinados no 1nonitoran1enlo das discrepàncias dentárias e
fator con1plicador a não ser tuna n1ordida aberta anterior esqueléticas, en1 pacientes en1 crescin1ento e !'Ora da füse
suave associada a un1 hábito de sucção digital. é in1portan- de crescin1ento. deven1 se envolver no trata111ento dessas
te dctern1inar a duração e a intensidade desse húbito An- 1nás oclusões Esses profissionais possuen1 conhcci1nento
tes do inicio do trata111ento. o paciente deve cxpri1nir o profundo de todas as opções terapêuticas necessárias para
desejo de interron1per o hábito Sen1 a cooperação do pa- tratar essas n1ús oclusões. de 111aneira eficiente e apropria-
ciente. o tratan1ento de uni hábito de sucção digital pode da (veja Caps 20 e 21)
(,\!'ÍTULO J '3 163
Fig. 13-22 ivlú oclusiio Classe li Dívisüo (prJ-1rata111cnt11) em um menino aos !~ unos de idudc com aparência
fadai normal
Má oclusão Classe II Divisão 1 tcs nor111ais. definidos pelos padrões cetà!o111étricos late-
rais (veja Caps 10 e 11 ). Portanto, esse caso tem os se-
Diagnóstico - Unia avaliação do paciente da figura ! 3- guintes f'atorcs con1plicadores: 111á oclusão de Classe II,
22 indicou a presença de unia relação de Classe 11 de cani- trespasse vertical excessivo, trespasse horizontal excessi-
nos e 1nolares, levando a un1 diagnóstico de 1ná oclusão de vo e apinha111cnto no arco superior Un1 resu1110 dos dados
Classe II Divisão I Os parân1;tros diagnósticos revela- de acordo con1 os parân1etros diagnósticos é apresentado
ran1 trespasses vertical e horizontal au1nentados, a111bos no quadro 13-8 Diante de un1a n1á oclusão de Classe II, o
filtores con1plicadores que tan1bé111 designa,n o caso con10 clinico deverá distinguir a Divisão l da Divisão 2 Isso é
candidato a tratan1ento con1plexo. O estágio de irrupção é feito pela avaliação da inclinação dos incisivos superiores
o final da dentadura nlista e não existe nenhun1a 111ordida e do trespasse horizontal O trespasse horizontal excessi-
cruzada. A quantidade de apinhan1ento na dentadura 111ista vo con1 a angulação norn1al ou protruída do incisivo ca-
foi dctenninada pelo uso da análise do espaço A an::í!ise racteriza a Divisão I O trespasse horizontal norn1a! corn
indicou un1 apinhan1ento de 2,6 111111 no arco inferior. que 111olares en1 Classe li e incisivos superiores verticalizados
é considerado apinhan1ento suave. O apinhan1ento superio1 indican1 unia situação de Classe II Divisão 2 (v~ja Cap 8)
foi consideraveln1entc n1aior, de 8 111111 Esse apinhan1ento O diagnóstico desse caso é unia 1ná oclusão de Classe II
n1oderado a severo é uni fator con1plicador Os dados Divisão I
radiográficos estavan1 dentro dos linlitcs nonnais. porque
todos os dentes estava111 presentes e co111 padrão de irrupção Tratamento - Os casos de Classe li Divisão I podem
nonnal O traçado cefUlon1étrico lateral den1onstrou 11u1xi- ser tratados por diversas abordagens_ Os pacientes e1n
la e 1nandíbula retropostas. con1 un1 ângulo ANB de 4" f\ fhse de cresci1nento pode111 usar un1 aparelho extrabucal
diferença entre as duas bases apicais e;tá dentro dos lin1i- para restringir o crescin1ento anterior da maxila e pern1itir
164 Si:ç,\o li [Jiag,u)\til u
Fig. 13-23 l\1ú oclusão Classe li Divisão 1 (plls-tratamcnlo) Os primi:iros pn:-molarcs superiores f()rnm extraídos
pnrn que os dentes anteriores superiores pudessem ser retrnídus Os t:aninos foram finalizados em uma relação de
Classe L mas os molares !(xam finalizad(1S em uma relação de Ch1sse [!
Li111u Aho1·dage111 ao Diagnó.,tllo do,; D!fé1e11ft\ k/cÍ\ (JcíuH!e\ (A!'(TU!.O J 3 165
que a 1nandibula cresça para a frenle para obter un1<1 Fig. 13-24 A-C:·) O trespasse horizontal é nonnal Unia
oclusão de Classe ! Isso é cha111ado 111oc/{licaçllo cio cre.\- 111á oclusão de ('lasse li con1 trespasse horizontal norn1al
cin1euto ou cre,cin1ento c/{lérencial tlu\· ba.,e\ apicai, Os e incisivos superiores verticalizados é descrita con10 Classe
pacientes que já passaran1 da füse de crescin1ento não se II, Divisão 2 Os parú,netros diagnósticos inclue1n tres-
bcneficia,n con1 esse 1nétodo e. portanto. provaveln1ente passe vertical excessivo. u111 fator con1plicador que desig-
serão subn1etidos à exodonlia ou à cirurgia ortognática na o caso con10 candidato a tratan1ento con1plexo. O está-
para corrigir a n1á oclusão. Esse paciente fbi tratado con1 gio da irrupção é a dentadura 111ista tina! e não existe 1nor-
a ren1oção dos prin1eiros pré-n1olares superiores. Os es- dida cruzada . A análise de espaço da dentadura 111ista indi-
paços das exodontias foran1 fi:chados durante o tratan1en- ca espaço adequado no arco infCrior Os dados da radio-
to pela retração do seg1nento anterior superior No lína! do grafia panorâ111ica estão dentro dos !in1ites nonnais, porque
tratan1ento. os caninos foran1 finalizados e111 relação de todos os dentes estão presentes e irro111pendo en1 uni pa-
('lasse I. enquanto os 1nolares füran1 finalizados en1 rela- drão nonnal O traçado cefUlon1étrico lateral indica un1
ção de ('lasse II (Fig. 13-2.3). O fator n1ais i111portante que ANB de 6.5". que extrapola a variação nor111al (veja Fig
o clinico deve saber é que existe111 vúrios n1étodos para 1.3-24fJ) En1 resun10, esse caso te111 os seguintes fatores
tratar unia n1á oclusão de c·Jasse li e eles são detalhados con1plicadores: n1á oclusão de Classe II, trespasse verti-
no capítulo 20 A 111aioria desses casos irá se beneficiar cal excessivo e discrepância esquelética n1axilon1andibular
con1 o trata111ento ortodõntico durante o estágio da denta- Uni resun10 dos dados de acordo con1 os parân1etros diag-
dura 111ista final ou da dentadura pcrn1anente inicial, en- nósticos é apresentado no quadro 13-9 . O diagnóstico aqui
quanto o paciente ainda está crescendo é unia n1ú oclusão de Classe li Divisão 2 que precisa de
tratan1ento ortodõntico con1plexo
Má oclusão Classe II, Divisão 2 Tratamento - Em geral, casos de Classe II. Divisão 2
são tratados, iniciahnente, pela inclinação dos incisivos su-
Diagnóstico - Unia avaliação do paciente da figura 13- periores para vestibular. para corrigir a sua inclinação O
24 indica l1111a relação de n1o!ar c·iasse li. de canino direito tratan1ento subseqüente depende da severidade do caso e
('lasse 11 e tan1bé111 uni canino esquerdo não-irron1pido, da quantidade de crescin1ento ren1anescente. con10 fbi ex-
levando a uni diagnóstico de n1á oclusão c·Jasse II (veja plicado no caso anterior. No caso desse paciente, os inci-
785
72
62 5
8 D
MP:SN 29
19
e
Fig. 13-24 ivlú oclusii(1 Classe !!. l)j\·is:1o 2 (pn!-trntumcnto) cm um menino aos
13 anos de idade çom nrnnd[hula rctruída
166 SE<;,\o li Diag1uhtico
Fig . 13-25 ~v!ú oc]u;,iio Class!.! li, Divisão 2 (plls-tratamcnto) após a cnrreçüo com um apari.:lho lixo total AEB e
clústicos tk Classe li
sivos superiores foran1 inclinados vestibulannente e intrui- pode causar n1ordidas cruzadas anterior e posterior. A quan-
dos para elin1inar a sobren1ordida profunda Esse paciente tidade de TOCA no arco interior é 5 111111 e é considerada
usou AEB e el{1sticos de Classe li para n1elhorar a discre- uni apinharnento n1oderado O apinha1nento do arco inferior
pância entre as bases apicais e obter unia relação de Clas- é uni fhtor con1plicador. Os dados radiográficos estão den-
se 1 (Fig 13-25) tro dos li1nites nonnais. porque todos os dentes estão pre-
sentes e irron1pendo e111 u111 padrão norn1al O traçado
cet'hlo111étrico lateral exibe unia relação esquelética norn1aL
Classe Ili porque a relação ANB está dentro da variação de nonna!i-
dade En1 resun10. esse caso ten1 os seguintes fatores
Diagnóstico - Urna avaliação do paciente da figura 13- complicadores: mú oclusão de Classe Ili e apinhamento
26 indica a presença de tuna relação de inalar e de canino 111oderado no arco infCrior U111 resu1110 dos dados de acordo
de Classe III. levando a un1 diagnóstico de 111á oclusão de con1 os parán1ctros diagnósticos é apresentado no quadro
Classe Ili Esse dado é um fator complicador, fazendo 15-1 O O diagnóstico desse caso é tuna n1á oclusão de
con1 que esse caso s~ja con1plexo O estágio é da denta- ('lasse Ili, que precisa de tratan1ento con1p!exo
dura pen11anente . Os parâ111etros diagnósticos inclt1en1 tres-
passe vertical nonnal. ausência de trespasse horizontal e Tratamento - Os casos de mú oclusão de Classe Ili
ausência de 111ordida cruzada. As 111ás oclusões graves de podcn1 ser dil1ceis de tratar Se existir un1a discrepância
Classe III são freqüenten1ente associadas a n1ordidas cru- esquelética en1 un1 paciente en1 flise de crescin1ento, ele
zadas anteriores e posteriores. porque ou a n1axila está deve cooperar para obter a correção Os pacientes en1 cres-
retrognática ou a 111andíbula prognática ( veja C'ap 21) cin1ento podcn1 ser tratados con1 uni aparelho de tração
Con10 a largura do arco aun1enta en1 direção posterior. reversa, se a 111axi!a estiver deficiente ou por unia 111ento-
tnna 111udança na relação das bases apicais para Classe Ili neira no caso de tuna n1andibula prognática (veja Cap
(i\PÍTUl.O 13 167
Fig, 13-26 /vlü oclusão Classe Ili (pr0-tratamen1(1) cm um menino aos 13 anos de idade com aparência facial
normal
2 l ). Urna relação esquelética nonnal con1 1no!ares e cani- por elásticos de ('lasse Ili deve ser ben1 controlada, parti-
nos e111 Classe III pode ser tratada apenas con1 ortodontia culannente nos casos con1 trespasse vertical reduzido, para
Por outro lado. nos pacientes que não estão e111 fase de evitar a criação de unia 111ordida aberta anterior
crescin1ento, t1111a 111á oclusão significativa de ('!asse III
pode exigir a exodontia ou a cirurgia ortognática. Esse
paciente füi tratado con1 clústicos de Classe III se111
Apinhamento Moderado
exodontia (Fig. 13-27) A extrusão dos 1no!ares superiores
Diagnóstico - O paciente da figura 13-c8 A-F. tem uma
n1á oclusão de c·iasse l con1 trespasses horizontal e verti-
cal aun1entados na dentadura pern1anente Na definição do
diagnóstico incluiu os trespasses horizontal e vertical ex-
cessivos U111 trespasse horizontal co111 1nais de 3 111111 e
sobren1ordida profunda são fatores con1plicadores 1\
TDC'A interior (apinhan1ento) IOi estin1ada en1 5 111111 e
considerada 11111 apinhan1ento n1odcrado Os dados ra-
diográficos estão dentro dos lin1ites nonnais. porque to-
dos os dentes estão presentes e irrornpendo e111 un1 pa-
drão nonnal O traçado cefhlon1étrico lateral n1ostra t1111a
n1axila ligeira111ente protruida e unia 1nandíbula norn1al co1n
um ANB de 3.5". que está dentro da normalidade (veja
Fig 13-:~8G) En1 resun10, esse caso ten1 os seguintl:!s
fl1tores con1plicadores: trespasse horizontal excessivo, tres-
passe vertical excessivo e apinha111ento inferior n1odera-
do. U1n resun10 dos dados de acordo co1n os parân1etros
diagnósticos é apresentado no quadro 13-11 Esses ftlto-
res con1plicadores levan1 a un1 diagnóstico de n1á oclusão
de ('!asse I con1 trespasses horizontal e vertical au111enta-
dos e apinhan1ento n1oderado
e D
E F
MP: FH 17
MP: SN 25
170 SE<;,\o li [)iagná, til< 1
Fig, 13-29 ApinharnerHo moderado {pos-lrntament(1) ap11s o alinhamento com aparelho fixo total: um:i abordagem
sem exodontia fl)i seli:eionada a fim di:: C\'Ítar a retrusiío dos lübios A rdrusão labial deve ser evitada nos pacientes
com nariz e mento proemincmcs. panicularmi:ntc as mtllht:rcs
gen1 se111 exodonlia, a li111 de evitar a retraçtio dos lábios, o sência de n1ordida cruzada Unia vez que o canino direito
que poderia ocorrer se os dentes pcnnancntcs füssc111 ex- apresenta unia relação de Classe II, a 111á oclusão é descri-
traidos Os arcos türan1 iniciahncnte nivelados e alinhados ta con10 ('lasse IL Divisão I subdivisão direita. A Divisão
co111 fios de nitrinol Dobras adicionais foran1 con!Cccio- I foi detenninada devido à presença de incisivos superiores
nadas ern fios de aço inoxidável para detalhar a oclusão protruídos. con1 tuna angulação de incisivos de 112º no
final (Fig. 13-29) Por causa do apinha111ento inicial111cnte cefalograma lateral (veja Fig. 13-300) Existem fatores
presente, o uso de urna contenção era i1nportantc para in1- con1plicadores adicionais; que incluen1 trespasse vertical
pedir a recidiva dos dentes rotacionados e apinhados prorundo e apinha1nento severo de 14 111111 en1 a1nbos os
arcos Os dados radiográficos estão dentro dos lin1ites nor-
Apinhamento Severo tnais, porque todos os dentes estão presentes e irron1pendo
en1 u1n padrão norn1al O traçado cefhlo111étrico lateral
Diagnóstico - O paciente da figura 13-30 A-F. tem uma n1ostra posição norn1al da 111axila, 1nandíbula e incisivos
relação n1olar de C'lasse I e do canino esquerdo de Classe protruídos Uni resun10 das dados de acordo con1 os
l, trespasse horizontal norn1aL dentadura pern1anente e au- pará1netros diagnósticos é apresentado no quadro 13-12
U11u1 .-Jhoulage111 ao Diag11ú\·filo da.\ Di/l re11!e\ i\/cÍ', OLl11wie.\·
1
(,\PÍTULO J3 171
e D
E F
Fig. 13~30 Apinhumento SC\'ero (prC-1ra1amcrll(1) em uma mulher aos~'..! anos de idade com apan!ncia facial
normal e npinhamcnto dentário severo A decisão de qual <lente deve ser removid(1 é baseada na rdação de eanino e
molar existente e tambCm no loca! do apinhamcnto
(01ui111w
172 SEÇ,\O li Diag11Ó.\tito
82
MP: SN 25
Este caso é un1 cxe1nplo de 111á oclusão de Classe li, Divi- apinha111ento 111oderado, unia avaliação detalhada dos da-
são 1, subdivisão direita, corn sobren1ordida profunda e dos cefàlon1étricos e n1odelos de estudo é necessária para
apinha111ento severo deternlinar se a exodontia é indicada O paciente ilustrado
nesse caso ten1 apinhan1ento severo, lábios protruídos e
Tratamento - O apinhamcnto severo é geralmente con- tuna relação esquelética nonnal, n1as co1n incisivos
siderado quando a TOCA é maior que 6 a 8 mm. Pode ser protruidos Os quatro pri1neiros pré-n1olares fora1n extraí-
que, nesses casos, os dentes precisen1 ser extraídos para dos para criar espaço para o alinha111ento dos de1nais den-
criar espaço adequado. No entanto. con10 nos casos de tes (Fig 13-31) O incisivo central superior direito tem
(1\PÍTULO 1J 173
Fig. 13-31 Apinhamcnto severo (pús~tratarncnto) após a extraçiío dos quatro primeiros pré-molares e o alinhamento A
restauraçiío definitiva d\1 incisi\·o central com uma coroa deve ser adiada até que o tratamento ortodõntico esteja finalizado
unia coroa escura, tratan1cnto endodôntíco 111alsucedido. até que todos os dentes pen11anentes tenhan1 irron1pido
restauração de an1álgan1a por palatino e tuna reconstrução pode levar a un1 desloca111ento grave dos dentes, que por
con1 resina Os tratan1entos con1 restauração definitiva. sua vez exige tratan1ento orlodôntico prolongado en1 estágio
con10 coroas ou reconstruções, deven1 se111pre ser reali- posterior·1• 10 Uni progra111a de extrações seriadas pode ser
zados após o trata111ento ortodôntico ter sido finalizado. a considerado quando várias outras condições estão presen-
fi,n de garantir oclusão e anato111ia adequadas tes 11 Se os lábios e incisivos estiveren1 protruldos e os
prin1eiros pré-111olares estivere111 i1Ton1pendo radiografi-
Extrações Seriadas nos Casos de Api- can1ente antes dos caninos e segundos pré-n1olares, os
nhamento Severo na Dentadura Mista caninos e os prii11eiros 111olares decíduos poden1 ser re-
n1ovidos para pen11itir 111ais espaço para o alinhan1ento dos
Quando u111 paciente é diagnosticado con1 u1na 111ú oclusão incisivos e tan1bén1 para acelerar a iITupção dos prin1eiros
de Classe I e unia TOCA severa de 8 a IO 111111 ou n1ais pré-111olares Assin1 que os prin1eiros pré-111olares tornan1-
durante a dentadura 111ista inicial. o ortodontista deve decidi1 se visiveis. eles são extraídos. Isso reserva aos caninos e
se o paciente precisa de extrações dos quatro pré-111olares, segundos pré-111olares que estão irron1pendo u111 co1npri-
para criar espaço para o alinha111ento adequado dos dentes 1nento adequado de arco. ·1 En1 geral, após un1 progran1a
re1nanescentes. O adian1ento das extrações dos pré-111olares de extrações seriadas o alinhan1ento dos dentes e1n irrupção
174 Sn;:.,\o li f)fag11(Í\/ÍlO
requer lratan1e11to ortodôntico para estabelecer unu1 oclusão ortodôntico con1plexo Unia TDC'A superior de 8 111111 indi-
adequada No entanto. o ten1po total de tratan1cnto é n1i- ca a presença de espaçan1ento excessivo - un1 fator con1pli-
niniizado quando o progra111a de extrac;ões seriadas é indi- cador. Os dados radiogrúfícos estão dentro dos li1nites nor-
cado e adequadan1cnte executado (veja c·ap 18) 111ais, porque todos os dentes estão presentes e irron1pendo
en1 un1 padrão norn1al O traçado cefUl01nétrico lateral
n1ostra o posicionan1ento nonnal da n1axila e da n1andíbula.
Espaçamento Significante 111as con1 !úbios rclativan1ente retruídos en1 relação ao 1nento
proen1inente (veja Fig 13-32E). Ern resun10, esse caso
Diagnóstico - O paciente da figura l 3-32A-D tem uma ten1 os seguintes fatores co1nplicadores: trespasse hori-
nuí oclusão de Classe I na dentadura pern1anente, sen1 zontaL sobre111ordida profunda e cspaçan1ento superior
n1ordida cruzada e con1 espaçan1ento suave no arco infC- excessivos U111 resun10 dos dados de acordo con1 os parâ-
rior Os parân1etros que não cstavan1 norn1ais era111 os 111etros diagnósticos é apresentado no quadro 13-13. Esse
trespasses horizontal e vertical aun1entados e espaçun1cnto caso é un1 exen1plo de 111á oclusão de Classe 1, con1 trespas-
significante no arco superior U,n trespasse horizontal ses horizontal e vertical excessivos e espaçan1ento superior
con1 n1ais de 3 111111 e sobre111ordida profunda são fatores excessivo, levando à necessidade de tratan1ento ortodôntico
con1plicadores que fi:tzen1 co111 que o caso exija tratan1ento complexo
A B
MP: FH 21
MP: SN 15
Fig 13-32 Espaçamento significante (pré-tratamento) cm um menino aos 16 anos de idade com mú oclusão de
Classe 1. snbrcmordidu prohmda e trespasse horizontal cxccssi\'o Os dados cefalornétricos incluem incisivos supc-
rion:s protruídos . rncnto proeminente e lúbio inferior rctruido
U111a Ahordagen1 ao Diog11óHico do\ l)[(cre11le\ :\/(/', ()cl11H)e_\ (,\l'ÍTLII.O 13 175
Tratan1ento - En1 uni caso con1 excesso de espaça111ento. f\n1bos os arcos !Oran1 nivelados e os caninos superiores
às vezes, é difícil realizar o fechan1ento do espaço e a frHan1 retraídos Os incisivos fr)J"a111 então unidos e retraí-
retração dos dentes anteriores superiores se111 perda de dos co1110 u111a unidade. Os elústicos de Classe li entre os
ancoragen1 (isto é. os caninos e 1110Iares superiores po- caninos superiores e os pri111ciros n1olares infCriores fo-
de1n ser 111ovin1entados para a frente. en1 un1a relação de n:1111 usados para 111a1Her unia relação de caninos de ('lasse
Classe II - un1 resultado indesejável) f\lé111 disso. a so- I durante a retração dos incisivos (Fig. 13-33) Os casos
bren1ordida profunda e a curva de Spce acentuada são co1n espaços excessivos precisa111 de contenção prolon-
fatores con1plicadores que exigc111 tratan1ento con1plexo gada para reduzir a tendência ele recidiva
Fig. 13~33 Espnçamcnto signilicutivo (pús~tratamctHo) uplis a corrcçfio com aparelhos totais lixos e clüsticos de Classe
li Uma fn:ncctomia ou uma librotomiu :;upracristal rode ser recomendada parn manh.:r ll fechamento do e:-;paço
176 SE<;,\() li /)iag11ás1 ico
Mordida Cruzada Anterior com Perda de que todos os dentes estão presentes e irro111pendo e1n un1
padrão nonnal O traçado cefa!o111étrico lateral n1ostra u111a
Espaço tendência à posição rctruída da 111axila e da n1andíbu\a,
1nas o ángulo ANB de 2,5" está dentro dos lin1ites norn1ais
Diagnóstico - O paciente da figura 13-34 A-D tem uma
(ve.ia Fig \3-.34E). En1 resun10, esse caso ten1 os seguin-
n1á oclusão de Classe I na dentadura pern1anente Os ca-
tes lhtores con1plicadores: n1ordida cruzada anterior con1
ninos estão en1 Classe I e os 1nolares. e111bora não seja
espaço inadequado para o incisivo lateral Um resu1110 dos
visivel nas làtogra!ias. tan1bé111 estão e1n Classe I Os da-
dados de acordo con1 os parfln1etros diagnósticos é apre-
dos adicionais incluen1 trespasse horizontal nonna! e tres-
sentado no quadro 13-14 Esse fhtor con1plicaclor leva ao
passe vertical au1nentado. en1 aproxin1adan1ente S(fYc1. O
diagnóstico de 1ná oclusão de Classe I con1 n1ordida cru-
incisivo lateral superior direilo está en1 1nordida cruzada
zada anterior e deficiência de espaço
A T [)CA indicou a presença de apinha1nento suave. que
deve ser considerado con1 a 1nordida cruzada anterior. O
incisivo lateral superior direito estú por linguaL con1 espa- Tratan1ento - As 1nordidas cruzadas anteriores sin1plcs
ço inadequado. Unia vez que ele não pode ser si111ples- poden1 ser corrigidas con1 a inclinação do dente afetado
111ente vestibularizado. esse é uni fUtor co1nplicador Os en1 direção ao espaço disponível no arco. Via de regra,
dados radiográficos estão dentro dos li111ites nonnais. por- isso é passivei na dentadura 1nista inicial Co111 a irrupção
A
8
Fig. 13-34 iv!on.lida i.:ruzuda anterior i.:om pi.:rda th.: i.:spai;o (pré-tra!ami.:ntn) crn um menino aos 15 anos de idade i.:om
oclusão da C lassi.: 1 Incisivo superior dirdto i.:m m(lrdida cruzada lingual. i.:ujas mi.:dii;ões ccfo!ométrii.:as cst:io tkntro dos
limites normais
Uniu Abordagen1 ao Diagnóstico da, l)!fi..'1l:11/e'i j\Iás OlhuDes (~\PÍTULO 13 177
dos caninos pern1anentes, é provável que o incisivo e111 Mordida Cruzada Posterior Esquelética
n1ordida cruzada fique bloqueado fora do arco Esse caso
111ostra un1 incisivo lateral que irro1npeu por vestibular e Diagnóstico - O paciente da figura 13-36A-B tem uma
111ais tarde fc)i inclinado para fOra do arco pelo canino su- relação 111olar e de canino ern ('lasse 1, que leva a uni diag-
perior en1 irrupção. Deve-se criar uni espaço adequado no nóstico de n1á oclusão de ('lasse I. Os dados adicionais
arco antes que o incisivo lateral seja vestibu!arizado para incluen1 trespasses horizontal e vertical nonnais na denta-
corrigir a n1ordida cruzada. Após a inserção de aparelhos dura pennanente, con1 co111prin1ento adequado e111 an1bos
ortodônticos fixos para alinhar os dentes, tuna 1nola de os arcos. A 111ordida ciuzada está presente nos segn1entos
secção aberta con1pri111ida fOi usada para criar espaço para anterior e posterior do arco. Unia vez que o dente anterior
o incisivo lateral. U1na vez que o espaço adequado tornou- en1 1nordida cruzada ten1 espaço adequado para que seja
se presente, fOi adaptada a tuna placa oclusal superior con1 n1ovin1entado vestibulannente, este não é considerado un1
111ola digital A placa oclusa! n1anteve a 111ordída aberta, lütor con1plicador. Por outro lado, este paciente te111 tuna
enquanto a n1ordida cruzada do incisivo lateral era corrigida n1ordida cruzada posterior bilateral, co111 desvio ll1ncional
A correção da 111ordida cruzada fOi sin1ultanean1ente reali- para a direita Isso é diagnosticado pelo desvio da linha
zada pelas forças de um fio de nitinol flexível de 0,016 no 111édia inferior na direção da tnordida cruzada posterior
lado vestibular e da n1ola digital que e111purrava o dente a U1na 111ordida cruzada posterior na dentadura pern1anente,
partir do lado linguaL A oclusão no final do trata1nento é que envolva vários dentes, requer a expansão da 111axila
ilustrada na figura 13-35 U1na 111ordida cruzada esquelética é un1 fator con1plicador
Quadro 13-14, Tratan1cnto Con1plexo: rvlordida Cruzada Anterior co1n Dctíciência de Espaço
Parli111etro Diagnóstico /lesposta 1llortlitl" Cru;.atla .~fnterior c:0111 Dejiciêucia tle Espaço
d. a. a, d Caninos cn1 Classe 1 (111olarcs não observados, n1as estão e1n ('lasse 1)
2 a fVlú oclusão de Classe I
3 b Trespasse vertical n1odcrado (20 a 50(X,)
4 a Trespasse horizontal norn1al
5 d Dentadura pcnnanentc
6 a Ausência de 111ordida cruzada posterior
7 b Apinhan1ento suave ( 1 a 3 111111)
8 a Radiografia panoni1nica dentro dos lünites norn1ais
9 a Radiografia cefülo111étrica lateral dentro dos liinites norn1ais
10 b Caso de trata111ento co111p!exo
11 Mordida cruzada anterior con1 deficiência de espaço
fig. 13~35. Caso tratado de uma mordida cruzada anterior com deficiência de espaço Os resultados pús~tratarncnto
após a recuperação do espaço e a correção da mordida cruzada com upardhos totais lixo~
178 Su:.\o li !JiagnÚ\lico
85
86
A
-1
MP: FN 30
MP: SN 28
rig, 1.3~36 Caso i.:nrn mordida cruzalla posterior csquclêtit:u (pn.!-tratarw:nto) cm uma mcni1w C(lll1 15 anos de
idade :\ c B Fotogratias intrabucais indicam uma rdaçiio de Classe ! com mordida cruz:1da posterior esquelética na
dcnwdurn pcrm:mcntc C. O traçado indica \l.:ndCncia ao prognati:-;mo e ús compcns:u;õcs dcntürias
que lhz con1 que esse caso exija trata1ncnto co1nplcxo Os ainda está dentro da non11alidade As con1pensações den-
dados radiogrúficos estão dentro dos li1nitcs nonnais. por- türias para 111ascarar as relações esqueléticas també111 es-
que todos os dentes estão presentes e irro111pendo en1 uni tão presentes Uni rcsun10 dos dados de acordo con1 os
padrão norn1a\ O traçado cefillon1étrico 111ostra unia n1an- parân1elros diagnósticos é apresentado no quadro 13-15.
dibula prognática, con1 uni ângulo ANB de -1" (veja Fig O diagnóstico desse caso é tnna 111á oclusão Classe I con1
13-36('). En1bora o ângulo seja inferior ú 111êdia de 2", ele n1ordidn cruzada posterior esquelética
(,\l'ÍTU!.O l] 179
l;ig. 1.3-37 llm aparelho de expansão rúpida da maxila ê usado para abrir a sutura
palatina mediana cm pacii.:ntcs com atresia csquclêtica diagnosticada pelo pala-
to alto e estreito assodado a unw mordida cruzada posterior Quando a sutura liJr
aberw. um diastema serú criado temporariamente nu línha mêdia
Fig IJ-38 Fotografias intr:ibucais de um cuso com mordid:1 cruzada posterior esquclêtica apús a sua correção com
o expansor rúpido da ma:dla. scguid(1 por ap:irclh()S lixos e cl.isticns
Tratan1ento - /\ 111ordida cruzada posterior esquelética un1 caso con1plexo con1 irrupção ect6pica Un1 resun10
deve ser corrigida pela abertura da sutura palatina 1nedia- cios dados de acordo con1 os parân1etros diagnósticos é
na Os aparelhos re,novíveis apenas inc!ina111 dentes. n1as apresentado no quadro 13-16
não abren1 a sutura palatina n1ediana para a expansão
esquelética Os expansores lentos, co1no o quadri-hélicc e Tratan1ento - Este exen1plo raro porque os caninos su-
o arco en1 W, são 1nais elicazes e,n inclinar dentes do que periores irro1npera111 en1 unia posição transposta entre os
abrir a sutura 11 U1n expansor rápido da 111axila (ERNI) é pré-n1olares,, foi planejado n1anter os dentes nas suas po-
uni aparelho rígido que pode abrir a sutura palatina 111edia- sições transpostas, con10 nas fotografias pós-trata,nento
na 13 Un1 ERM fOi usado para realizar a expansão esque- (Fig . ! 3-40) Os casos con1 irrupção ectópica freqüen-
lética necessária (Fig 13-37) A abertura da sutura é rela- tcn1cnlc são tratados 111elhor con1 unia abordagen1 n1ul-
tiva1nente 111ais ff1cil e a estabilidade é 111ais previsível no tidisciplinar. coinbinando orlodontia e dentística restaura-
paciente adolescente A figura 13-38 ilustra os resultados dora. Se a runçào ou a estética forcn1 questões preocu-
finais En1 adultos. é n1ais dil1cil abrir a sutura e a tendên- pantes no final do trata1nento. será possível adaptar nos
cia à recidiva é 111aior O plano de trata111ento das 1nordidas caninos coroas que se assen1elhen1 aos pré-111olares, en-
cruzadas posteriores esqueléticas e1n adultos pode envolver quanto que as coroas dos pré-111olares transpostos pode1n
a possibilidade de expansào cirurgica ou a !inalização dos ser reanaton1izadas para assen1elhare111-se aos caninos
casos en1 n1ordida cruzada A recidiva é con1un1 nos adul-
tos, portanto, a contenção tan1bén1 eleve ser prolongada ~ Dente Impactado
Irrupção Ectópica Diagnóstico - O paciente da figura 13-41 A-E tem mola-
res en1 c·1asse L canino esquerdo en1 c·1asse li e canino
Diagnóstico - O paciente ela figura 13-39 ten1 L1111a n1á direito não-irron1pido (Fig. 13-41 F ), levando a un1 diagnós-
oclusão de c·iasse l. trespasse horizontal nonnal. ausência tico de n1á oclusão de Classe lI. Divisão 2, subdivisão
de n1ordida cruzada e espaça1nento 111inin10 na dentadtna esquerda. A classificação da Divisão 2 fOi detenninada pela
pern1anente. O trespasse vertical 111oderadan1ente profun- verticalização dos incisivos superiores. ilustrada no traça-
do não é considerado un1 lfltor con1plicador 1\ radiografia do cefalométrico lateral (veja Fig 13-41G) Os dados adi-
panorân1ica n1ostra que os caninos superiores estão irron1- cionais incluen1 trespasse horizontal nonnal e sobre1nordida
pendo entre os pré-1nolares (veja Fig 13-390) Essas 111odernda U1n apinhan1ento suave está presente en1 an1-
transposições dentárias runcionan1 con10 uni fütor con1- bos os arcos c·on10 esse paciente ainda está no estágio da
plicador, fazendo con1 que esse caso seja designado con10 dentadura 111ista linaL tuna análise do espaço 111odificada
180 SE(.AO li !Jiog11(ht il o
A B
e D
Fig . 13-39 Irrupção cctópica (pré-tratamento) cm um menino aos 12 anos de idade com os caninos superiores
irrompendo entre os prJ·molares ..\ radiografia panorúmica mostr:1 a posição dos caninos cm irrupção cctópica Os
caninos dcdduos f()ram extraídos e os primeiros prC-molarcs mcsializados, a fim de manter a posiçüo transposta com
os caninos
Fig, 13-40 lrrupi;ã(1 ectllpica (pús-trawmento) após o alinhamento dos caninos e primeiros prê-molares superiores
transpostos
de Hixon-Oldfather foi utilizada para calcular a TOCA fútor co1nplicador desse caso é a presença de un1 canino
E,nbora o apinhan1ento anterior pareça 1nais grave. devc- in1pactado O diagnóstico é c·Jasse li, Divisão :2, subdivi-
se le1nbrar que os segundos 111olarcs deciduos são n1aiores são esquerda. con1 o canino superior direito in1pactado
do que os segundos pré-n1olares Portanto, o apinhan1ento
anterior será 1ninin1izado pelo espaço ganho quando os se-
gundos 1nolares decíduos sofrere111 esfüliação Tratan1ento - Durante a irrupção dentária a regra é que
U111a 111ordida cruzada anterior está presente, 111as o os dentes contralaterais irron1pen1 e111 u111 intervalo de seis
incisivo lateral parece ter espaço adequado para ser vesti- 1neses. Quando o paciente apresenta un1 atraso superior a
bularizado Portanto, esse não é considerado u111 fflto1 6 n1eses na irrupção de un1 dente contralateral, tuna radio-
con1plicador A avaliação da radiografia panonin1ica n1ostra grafia periapical ou panoràn1ica deve ser obtida para diag-
o canino superior direito impactado (veja Fig 13-41F) O nóstico A radiografia pode revelar agenesia do sucessor
aco1npanhan1ento de u111 dente hnpactado sen1pre requer pennanente. un1 dente que esteja próxin10 da irrupção ou
tuna abordagetn 111ultidisciplinar O traçado cefhlon1étrico uni dente con1 irrupção ectópica . Freqiienten1ente, esses
lateral 111ostra tuna posição nonna! da n1axila e da n1andibula dentes precisa111 ser cirurgican1entc expostos, colados con1
O ângulo ANB de 3º está dentro do liinite nonnal (veja Fig un1 brackct e depois seren1 tracionados con1 forças orto-
13-410) Um resumo dos dados de acordo com os pa- dônticas (Fig 13-42). Os resultados após o tratan1ento
râ1nelros diagnósticos é apresentado no quadro ! 3-17 O ortodôntico con1plexo são ilustrados na figura 13-43
182 SE<;:Ao li /)iag11<Js1 /lo
A B
e D
E F
81
78
3
58
MP: FH 32
MP: SN 40 5
Fig. 1341 Caso com um denh: impactado (pn.:·-!ratamento) em uma ganita curn 13 an(1.' de idade .\-E 1:01ogralias intrabucais
F, A rndiogralia parwrúrnka mostra a posiçüo do canino imp.it:!ado G Ccfolograrna latem[ da pacíente
[.:1110 .·lholllogc111 ao !)10_'.f.ll<Í\!lc1; da, [)ifi:1L'llll'\ Alú'i ()(/11.w)e, (~\l'ÍTUl.O 13 183
Fig. 13-41 O dl'n!L· illlpal'tado foi L'xposto cirurgicamcnte; elústkos foram usados
para 11\(n irncntar o dcntc do p.ilato L'lll dirL'~fío ao arco dl'ntúrio
Fig. 13-43 Caso com dL'ntL' impal'.tado 1:01ngrnlius intrahucais do linal (lo tratamento após o tnicionamcnto do
dcntL' irnpad.ido em (!írl'~Üo ;10 arn1 (lcntúrio
184 Su;,\o li !)iug11()\/hu
TERMOS-CHAVE
sistema de bracket Edgewise aparelhos Edgewise separadores colagem indireta
aparelho Straight wire bandas pré-formadas colagen1 direta
aparelho pré-ajustado
A ortodontia passou por un1 processo evolutivo até che- arco en1 cinta Ao retornar para a Austrâlia, ele 1nodi!Icou
gar aos aluais siste1nas de brackets utilizados na prútica o aparelho e criou o siste1na de Begg
clínica E111 1928, o Dr. Angle 1 criou o aparelho Edge\vise. Por 111uitos anos. os ortodontistas uti!izara1n o apare-
que serviu de base para os subseqüentes sistcn1as de lho Edge,vise convencional e de Begg con1 grande suces-
brackets E,dgewisc so Durante esse período. os profissionais fizerarn suas
Outro siste,na popular desenvolvido na década de 20 próprias 111odificações nos aparelhos. criando caracterís-
pelo Dr. P R Begg !Oi tuna 111odif1cação do aparelho arco ticas próprias. Finahncnte. o Dr La,vrence Andre\v de-
em cinta criado por Angle (Fig 14-1)' O Dr Begg foi senvolveu os aparelhos Straight \Vire totahnente progra-
aluno da escola de Angle, onde aprendeu a usar o aparelho n1aclos, cujo conceito tornou-se disponivel con1crcia!111ente
Dr. Edward Anglc de força di ICrcncial e no uso dos aparelhos de pino e tubo
O Dr Ed,vard Angle é considerado o pai da Ortodontia 1110- para n1over os dentes
dcrna As suas contribuições para esta especialidade, entre
1800 e sua 111ortc e,n 1930, aos 75 anos de idade. são n1uít,1s Drº Lurry t\ndre\\'S
e inc\ucn1 o dcscnvolvi1ncnto do aparelho Edge\\'isc. a elas- No início da década de 70. o Dr Larry AndrC\VS criou o
sil'icação da 1naloclusão de Angle e a escola Angle para aparelho Straight \Vir·e, baseado nos seus conceitos de
fonnar especialistas ( 1900) oclusão nonna] Ele incorporou os detalhes da posição
rinal do dente nos acessórios ortodõnticos, a fi 111 de
Dr:. P. R. Bcgg n1ini111izar ,1 necessidade do profissional inserir as dobras
E1n 111eados da década de 50, o Dr P R Begg. u1n ortodontisla nos arcos de nivcla111cnto Diversas 1nodificayõcs na
australiano. adotou a técnicn do fio leve para o trata111ento angulação e no torque forain introduzidas 1nais tarde, co111
de diversas 1naloclusões A técnica é baseada na aplic<1ção base e1n seus conceitos
186
.·111011.://10.\ ( h 1ucl1J/uh u, Fi.ro\ Edge\\ i\1.: e TélllÍlO.\ cl!: ( olage111 (~\l'ÍTLILO 14 187
O Dr ;\ndre\\'S pesquisou para quantificar a inclina- rentes sistetnas. ·1 ~ Na prútica ortodôntica conten1pon.1nea.
ção (1nesial ou distal). degrau (inset. ol'!:set ou vertical) e o aparelho Edgc\vise pré-ajustado é o 111ais popu!a1 entre
torque (vestibular ou lingual) para cada dente (Quadro 14- os ortodontistas (,
1) ·' Os resultados lóran1 incorporados na conrecção dos
aparelhos Straight \\·ire () ohjeti\·o era incorporar as posi-
ções ele cada dente no aparelho, 111inin1izando n necessida- APARELHOS ORTODÔNTICOS
de de dobra no fio . No entanto, existe111 variações indivi- PRÉ·AJUST ADOS VERSUS SISTEMAS
duais na relação basal. no ta111anho e fonnato do dente CONVENCIONAIS EDGEWISE
Portanto. as dobras e os ajustes indi\·iduais no fio ainda
são ncccssúrios para idealizar a posição dos dentes nos O aparelho pré-ajustado !Oi pr~jetado para obter resulta-
estágios finais. a 1'1111 de tratar cada caso de 111aneira dos ortodônticos de alta qualidade co1n poucas dobras no
otin1izada Os brackets que con1binan1 canaletas Edge\vise fio e 1necânica si111plilicacla No entanto, as variações indi-
e Begg tan1bé111 estão disponíveis Esse sistcn1a tnodifiea- viduais nas relações esqueléticas e dentárias e no tecido
do é unia tentativa de coinbinar a n1ecânica dos dois di fC- 1nole. assiin con10 na 1norfologia dentária, deven1 ser con-
sideradas no tratan1ento de cada caso. Portanto. o pré-
ajuste incorporado no aparelho serve co1110 tuna n1édia, a
partir da qual as variações precisan1 ser !Citas para ideali-
Quadro 14-L 1\s Seis Cha\'cs da ()clusfio Nonnal zar a posição dos dentes na 111aioria dos pacientes orto-
dônticos
Relação 1110\ar E111bora os aparelhos pré-.:~justados tenhan1 certas van-
2 Inclinação da coroa tagens ein relação ao sistc1na convencional Edge\vise (Qua-
3 Torquc da coroa dro 14-2 ). algunu1s desvantagens tornaran1-sc aparentes
4 ;\usência de rotaçllcs no uso inicial desses aparelhos O quadro 14-3 apresenta
5 ;\usência ele espaços un1 rL:sun10 das clif'erenças entre esses dois sisten1as. du-
6 Curva de Spcc rante os vários estágios do tratan1ento
'--------------~----------~
O .:1parclho pré-ajustado é projetado para proporcionar as ncccr u111 111ovi111cnto adequado de inclinação 111c-
seguintes caractcristicas: siodistal para cada dente
5 Co111ro/e do Iorque: canaleta Edge\vise é angulada no
C011/1'0/e ro1ac-io110/: o conlrolc rotacional é fórnccido plano vestibulolingual do espaço. a fin1 de fornecer 1110-
pela canaleta dupla (veja Fig 14-2) dos aparelhos vin1entos adequados da raiz e da coroa, no processo de
111odcrnos ou pela incorporação de hraços rotacionais ,1linha111ento do dente
cn1 Lllll sistcn1a de bl'ackct de canaleta unica (veja Fig 6 (Jutra\ carac1e1is1ica\: Várias n1odificações foran1 ICitas
14-3) no design do aparelho para acon1odar caracteristicas
2 CúJJtro/e lun i:ontal: as varinçõcs na espessura relativa desejáveis Essas ca1acteristicas nfio l"onun incorpora-
da base do brarkct tórnecc o n1ovin1c11to corretivo para das e111 todos os aparelhos
as espessuras variadas dos dentes e, portanto. alinha Unia delas é uni sisten1a de auto-an1arração, no qual
os dentes no plano horizontal do espaço Siste111as <li- uni clipe fOi incorporado no design do bracket para pren-
!'crt.!ntcs de brackets não dcvcn1 ser usados no 1nes1110 der o fio (veja f;ig 14-4) Este 111ode!o din1inui a fricção
paciente, por causa desta característica Nos brackcts durante a 1necfinica de desliza111ento e. portanto. ten1 o
Edgc\visc originais. as dobras no !io era1n necessárias potencial de pennitir que forças 111uis leves n1ova111 os
para realizar esses rnovi1nentos O aparelho pré-ajusta- dentes ()utra característica que te111 o potencial de
do não e!i111ina totalinente essa exigência. por causa reduzir a fricção é incorporada en1 aparelhos que penni-
dns variações individuais no ta1nanho e 111orfologia do te1n 1nodi ficações no tnétodo de arnarração ( veja Fig
dente 14-5) Isso é conseguido pela eli1ninação da pressão dc
a1narração do tio. pennitindo uina 1nec.inica de desliza-
3 c·o11110/e 1·e11/lal: o aparelho fornece o controle no 111ento 111ais suave
plano venical do espaço 1\ adiçfio de un1 entalhe vertical no bracket Edge-
4 ('o11110/e da i11c/inaçlio 111e\iodi\lal:,1 cani:1leta Edge- \Vise é outra tnodilícação que aurnenta a versatilidade
\Visc I.! angulada e111 relação ú base do bracket para !'or- do sisten1a de l()n;a que pode ser aplicado
Iabcla 14-L Prescrições c1n Graus para os Dois Aparelhos Conuuncnte Usados
Dentes Inferiores
Incisivos centrais 2.0 -1.0* 2,0 -1.0*
Incisivos laterais 2.0 ·· 1.0* 2.0 -1.0*
Caninos 5.0 11.0* 7,0 .. J 1.0*
Prin1ciros pré-1110\arcs 2.0 --17,0* -1,0' -17.0*
Segundos pré-111olarcs 2,0 -22,0* -1,0' -22.0*
Prirneiros niolares 2.0 -30.0* -1.0' ..30.0*
Segundos 111olares 2,0 -30,0* -1,0' -30.0*
*O wrque negutivo refere-se ao movimento pretendido das raízes dos dentes cm din:ç:in vestibular
'A inclin:iç:io negativa refere-se ü inclinaç:io da corou para distal
do n1ctal e a sua visibilidade pode1n ser objeções para al- o uso de aparelhos convencionais O desconforto cio pacien-
guns pacientes adultos (Figs 14-2 a 14-5) Os fabricantes te tan1bén1 aun1c11ta significativan1cntc. por causa da cons-
tentara1n reduzir o tan1anho dos brackets, e conseqüente- tante irritação da língua A popularidade dos aparelhos lin-
111cnte a sua visibilidade replanejando o design do apare- guais nos EU1\ ten1 declinado con1 o passar dos anos 1'
lho. Outra novidade relativan1entc recente é o bracket fei-
to de titânio O bracket de titânio ten1 o potencial de f'tlncio-
nar ben1 nos pacientes que tê111 hipersensibilidade ao ni- Brackets de Plástico - Os brackets plásticos colados
quei, presente nos brackets de n1etal tradicionais 7 dirctan1ente ao esn1alte eran1 feitos inicialn1ente de po-
A outra variação é un1 bracket de aço inoxidável re- Iicarbonato e pó de moldagem de plástico (Plexiglas) '''
vestido por unia n1icrocan1ada de nitrato de zircónio, que Os brackcts Plcxiglas não duravan1 rnuito por causa da
lhe confere unia coloração dourada (Fig. 14-6) Junto con1 sua descoloração. fragilidade e quebra sob tensão 10 ·1J Alén1
esse bracket. existen1 fios dourados para con1plen1entar a disso, grande parte da energia do fio era gasta na distorção
cor dos brackets. por causa da integridade rui111 da canaleta e,
portanto. as forças não eran1 transn1itidas ao dente 1•1• 11•
Recenten1cnte. ocorreran1 vários aperfciçoan1entos para
refürçar os brackets plúslicos, co1no as canaletas de aço
Aparelhos Ortodônticos Estéticos inoxidüvcl (Fig 14- 7) e os reforços de 111aterial cerânlico
( ! 5 a 30cYti). O refürço da canaleta 1netálica para os brackets
Metal - Os aparelhos ortodônticos linguais fOrarn criados plásticos parece reforçar adequadnn1ente a n1atriz, de for-
na década de 70 para superar a desvantagcn1 estética dos n1a que o torque pode ser aplicado na 1nesn1a intensidade
aparelhos convencionais por vestibulaL Estes aparelhos que nos brackets n1ctálicos_ 17 Foi den1onstrado que os
introduziran1 novos desafios para os ortodontistas e os brack.ets de con1pósito reforçado por cerân1ica, se111
pacientes. Os ortodontistas observaran1 que a prática diá- canaleta de n1etal. tên1 características de fricção conside-
ria con1 esses aparelhos era 111ais den1orada e exigia des- raveln1ente baixas, con1parados con1 os brackets de cenl-
treza diferente. O n1otivo 111ais provável dessa dificuldade 111ica e de 111ctal 18 Conscqüenten1ente. os recén1-introdu-
é que a instalação lingual dos brackets ortodônticos in1- zidos brackets plásticos refürçados por cerâ1nica são ade-
possibilita a visualização direta. Alérn disso, os resultados quados para o uso clínico, porque tên1 cores estáveis, tê1n
adquiridos corn o tratan1ento era1n freqüenternente 111enos 111enos fi'icção 1·~ e possuen1 integridade estrutural necessá-
desejáveis, quando con1parados con1 aqueles obtidos co111 ria para transn1itir !Orças ortodônticas sen1 distorções . n
190 SE(;\0 Ili Apa1 e!ho\
Fig. 14-2 Brackct duplo mostrando urn dc;;ign mntkrno de canukta Fig 14-3 Brnckct simples. com braços rolllcionais (Cortesia da Unítck
dupla (Cortesia da Unitck Corporation/Ji\l. ivh1nrovia Cali!()rnia) Corporation/JÍ\1. ;\!onrovia. Califórnia l
Fig. 14-4 Brackct de auto-amarração. no qual um clipc !i1i incorporado fig. 14-5 Um design de bnu:kct qw: ptrmitc modificações no méwdo
uo design para prcndt:r o 110 (Cortesia da Amt:ricun Orthodontics, de amarrnçilo (Cortc:iia da G:\C lntcrnationul ltK, lslip, NY)
Shcboyg:rn. \Vl )
fig. 14-6. Outra variação de hrackct mct.\lico C o m;o inoxidúvcl rc\·cs- Fig 14-7. Brackct pl.ísticn com canaleta cm aço inoxidúvcl (De Sinha
tido por uma microcamada de nitrato de zircónio para conferir umn PK Nanda RS: Denl Cliu North Am 41:89-109 1997)
colorução dourada (Cortesia da Unitck Corporation/31\I. i\·lonrovia
Cnli!õrnia )
.·/1)(11·€..iho, ()rtodôntho\ Fixo\ Et~',Jl'\1 Í\l' e Tl-'lllha\ du (olage111 (l\l'ÍTULO 14 191
Brackets Cerâmicos - Durante a década passada, os dos dentes antagonistas e tê111 resistência 1naior à fricção
brackets de cerân1ica se transforn1an.1111 na alternativa es- na 111ecânica de deslizan1ento. con1parados co111 os brackets
tética aos brackets de plústico Os 11u1teriais cen.i111icos plósticos e 111etálicos. -17•·1~ Os brackets cerân1icos tê111 li111i-
1110110 e po!icristalinos. usados na confecção desses tações e recon1cnda-se cuidado no seu uso Eles não de-
brackets. pen11iten1 tuna excelente fídelidade de cores e vcn1 ser colado nos dentes con1 fraturas ou sinais de de-
resistência às 1nanchas. No entanto. os clinicos pode111 feitos fisicos
ficar inibidos para usar os brackets cerân1icos por causa O novo desenho do bracket cerâ1nico é baseado no
da sua relatada tendência ús fraturas e. o n1ais in1portante. desenho do bracket plástico reforçado por metal Esse sis-
da sua tendência de dani!icar o esn1alte durante a sua re- te1na incorpora unia canaleta de 111etal no bracket cerân1ico,
111oção l'I-~~ Os fübricantes desses brackcts tentaran1 111c- reduzindo a fricção aos níveis experin1entados pelo bracket
lhorar suas caracteristicas para fhci!itar a ren1oção ~·no Es- de aço inoxidável Outra caracteristica desse aparelho é a
sas n1udanças incluíran1 troca do n1ccanis1110 de retenção fricilidade de desunião através de tuna linha traçada na ver-
puran1ente quí111ica. da união de resina con1 a base do tical. na base do bracket (Fig 14-8) 43
bracket. por un1 n1odo de união tota!n1ente 111ecànico. no
caso do bracket policristalino 1' 1·~~
Os estudos revelan.1111 que a ren1oçào co1n as pinças USO DAS BANDAS NA PRÁTICA
de bordas cortantes aplica rorça bilateral na interlhce entre ORTODÔNTICA CONTEMPORÂNEA
a base do bracket e o adesivo. sendo o 1nétodo 111ais eficaz
de ren1oção para os brackets ortoclônticos 111ono e poli- Os aparelhos Edgc,visc originais envolvian1 a bandage1n
cristalinos JI-D Portanto. as fürças aplicadas na interJ~1ce. de todos os dentes Essas bandas eran1 confeccionadas
e não no brackct proprian1ente dito, pode1n in1pedir a que- para cada paciente. Portanto, elas eran1 preparadas pela
bra durante a sua ren1oção Os brackets colados por téc- tira de aço ajustada ao redor do dente e depois os brackets
nicas indiretas. que crian1 tuna can1ada intennediária de en.1111 soldados às bandas Era necessária tuna consulta
resina, facilitan1 a desunião na interfhce für111ada entre essa bastante longa. a lin1 de confeccionar as bandas e ci,nen-
can1ada intern1ediária e a resina. 31 • 3 ·1 tar o aparelho en1 seu lugar A introdução das bandas pré-
Os brackets de cen.in1ica pode111 fraturar durante os lorn1adas n1udou significativan1ente esse procedin1ento
111ovin1entos dt: torção ou inclinação_.'·1·' 11 causan1 abrasão As bandas pré-fünnadas estão disponiveis e111 diversos
tan1anhos e segue111 a anato111ia n1édia de cada tipo de den-
te f\s variações 111ini1nas nos dentes requeretn a adapta-
ção da banda pelo clínico para garantir un1 encaixe ade-
quado
O desenvolvin1ento do procedin1ento de colagen1 re-
volucionou o uso do aparelho ortodôntico fixo, Alguns
clínicos colan1 exclusiva1nente todos os dentes, incluindo
os 1nolares No entanto, o uso de bandas nos 1nolares é
u1n procedi111ento con1un1 na prática cllnica Antes da ins-
talação da banda, uni espaço é criado para pennitir a adap-
Fig. 1..J-8 D1:1·ig11 de braeki.::t eerút11ic(1, mostrando uma linha \'Crtical
tação e a ciinentação da banda con1 separadores, que são
i.:oloi.:ada na base do aparelho. parn facilitar a remoção nu a desunião inseridos entre os dentes (Fig 14-9). Os separadores co-
(Cortesia da Unitek Corporation/Ji\l ivlonro\'ia Califórnia ) n1un1ente usados são feitos de 111aterial elaston1érico e são
A B e
fig 1-1~9 A. ,\lastik de scparaçfüi nas pontas da pinçu ser.iradora B. Alastik separador alongado na ponta d:i pinça
separadora C . ,\l;1stik separador eo](1eado entre os dentes previamente ú adartaçào das bandas
192 SE<;,\o Ili Apure/hcH
A B
Fig. t-1-10 A, ivlolus separadoras de mcwl presas na pinça hcmostútica B. Separadores de metal colocados entre os
dcnh.:s antes da bandagem
A B
Fig, 14-11 A, fuho triplo para soldagem B, O tubo palatino p.ira fig. l-t-12 Tamanhos das bandas dc:,critos nas supcrficic5 mc:,iai:,, com
aduptaçüo da barra trnnspa!atinu deve ser soldado no lado pn!atino das um aparelho a la:,cr
bandas molares. (Cortesia da Amcrican Orthodontics Shcboygnn, \\11 )
inseridos con1 a ajuda de un1 instrun1ento que estica o acessórios linguais tan1bén1 estão disponíveis e poden1 ser
alastik, pennitindo a passagen1 do separador entre os pon- pré-selecionados pelo profissional (veja Fig 14-1 IB). Esses
tos de contato dos dentes adjacentes. Pedaços de fio den- acessórios são en1 geral adaptados separadarnente e depois
tal tan1bé111 poden1 ser usados para aplicar esse separador soldados às bandas pré-forn1adas. Os tan1anhos das ban-
O outro tipo de separador é unia 111ola fCita de aço inoxidá- das são descritos na superficie 111esial de cada banda, con1
vel. que pode ser aplicada co111 tuna pinça tipo hen1ostática um aparelho a laser (Fig 14-12 e Quadro 14-4). A instala-
(Fig. 14-10) O separador é colocado entre os dentes de ção adequada de t11na banda é ilustrada na figura 14-13
rnaneira que as extren1idades da 1nola fique,n aci,na e abai-
xo do ponto de contato entre os dois dentes
Cimentação da Banda
Seleção da Banda Di!Crcntes tipos de cin1entos são utilizados para cin1entar
as bandas selecionadas (Quadro 14-5) O n1aterial ,nais
As bandas orlodônticas são !Citas exclusiva1nente de aço con1un1ente utilizado na prática conten1porânea é uni tipo
inoxidável.. Os acessórios vestibulares sobre as bandas de cin1ento de ionôn1ero de vidro. Esses cin1entos poden1
n1olares varia111 de acordo con1 o 11ún1ero de tubos e gan- ou não ter t1111a base de resina e pode111 ou não exigir
chos incorporados no design . Os tubos poden1 ser si1n- fütoativação leve para polin1erização. Unia das vantagens
ples, duplos ou triplos (Fig. 14-11 A), dependendo da filo- do ci111ento de ionôn1ero de vidro é a liberação constante
sofia do ortodontista e das exigências do caso. Diversos de Jlüor para n1inin1izar a descalcificação
:lpartlho\ ()1un/ô11tico\ Firo\ Edge11iw! e Técnica\ de ('olage111 (~\l'iTIILO 14 193
Os n1odelos do paciente poden1 ser usados para decidir tara banda nos lados vestibular e lingual (veja Fig 14-
o ta111anho aproxi1nado da banda para cada dente Alérn ! 30) O encaixe das bandas superiores e inferiores se-
disso. a observação da anato1nia do dente nos 1node- gue passos idênticos. A direrença da adaptação das
los e a presença de restaurações detenninan1 us varia- bandas nos dentes inferiores e superiores é que a pres-
ções da norn1a e a necessidade de ajustes adicionais são final de asscnta1nento deve ser aplicada no !ado
Exe111plos de outras variações inclucn1 cuspides extras vestibular do dente no caso da banda in!Crior e no lado
e coroas afuniladas palatino. no caso da superior
2 O procediinento de adaptação é iniciado peh1 seleção 4 Un1a estrela de Boone pode ser usada para detern1inar a
de un1 tan1anho que possa parecer nu1ior do que aquele altura correta dos acessórios vestibulares
que se encaixaria no dente Esse 1nétodo irnpede n 5 1\s bandas deven1 se encaixar de fünna que todas as
distorção dispendiosa das bandas cúspides do dente estejan1 igualn1cnte visiveis, as rnar-
3 As bandas inferiores são encaixadas inicia!n1ente pela gens da banda estejan1 in1ediata111ente abaixo da crista
aplicação de pressão digital. apenas para assentar os 1narginal e aci1na dos pontos de contato. e o entalhe
lados n1esia[ e distal (veja Fig 14-13A) Uni assentador vestibular esteja acurada111ente posicionado, nos sen-
ou un1 calcador de banda é usado para assentar 111ais as tidos n1esiodistal e oclusogengival (veja Fig. 14-13E)
bandas nos lados 111esial e distal (veja Fig 14-13 B). Un1.1 1\s 111argens oclusais abertas cleve111 ser brunidas na
vez que dois terços da banda já estejan1 assentados, direção do dente, utilizando-se un1 calcador de banda
co1no 111ostra a figura l4-!3C, o paciente deve aplicar a para 1nc!horar a adaptação e eliininar os acun1ulos ele
força através da pressão e1n u1n n1ordedor, para assen~ placa
e D E
Fig 1..J-13 A. O procedimento da adaplaçüo du banda inicia-se pela inserçüo da banda no dente e a aplit:uçüo de pressüo
digital. para assentá~la B Um cakador (lll assentador de handa pode ser usado para assentar um pouco mais a banda
nos lados mcsia[ e distal C . Dois terços da b:mda podem ser assentados dessa forma, utilizando-se o assentador D.
Um mordedor é usado para assentar a banda cm sua posição !inul E. Todas as cúspidcs dos dentes bandados são
i!!uulmente \'isivcis as nmr!!ens da banda estilo imediatamente abai.\o da crista marginal e adma dos pontos de
c:nltato e o entalhe vestibular cst;i posicionado 1:orrctamcntc nos pl:mos mcsiodistal e oelusogcngival
194 Su,:Ao Ili ..lpa1 e/110.,
[>o.\iciona,nento !ndh·idua/ do 131 acket 110 l)e111e Os previa1nenle 111encionados. Os cin1entos de ionõ1nero de
brackets dcven1 ser posicionados no centro da coroa clí- vidro reforçados por resina tan1bé111 tên1 sido usados para
nica. no sentido 1nesiodistal f\ angulação da canaleta ou adesão na clinica ortodõntica
da base do bracket deve ser baseada no longo eixo do
dente As relCrências usadas para a inserção adequada do
bracket poden1 ser a base do bracket ou unia linha do
TÉCNICAS DE COLAGEM
longo eixo. presente en1 alguns tipos de brackets ORTODÔNTICA
Dentes Superiores
Incisivos centrais 4.0111111 Colagem Indireta
Incisivos laterais 3,5111111
Caninos 4.5111111 A técnica da colagern indireta. na qual os brack.ets são
Pré-111olarcs e n1o!arcs 4,0111111 prin1eiro posicionados e111 n1odelos de estudo con1 u1n ade-
sivo solúvel en1 água e depois transferidos para a boca en1
Dentes Inferiores u1na n1oldcira individuaL füi íntrocluzida en1 197'2 (Quadro
Incisivos centrais 3.5 111111 14-7) " O brneket é posieionaclo no modelo de estudo do
Incisivos laterais 3.5 [11111
pacienle co111 o adesivo (Fig. 14-16).:11 "·u~·, O brackel é,
Caninos 4.5 Illlll
então. transfCrido para a boca e111 tuna n1oldeira individua!
Pré-n1o!ares e n1olares 4.0 Illlll
e a colagen1 é fücilitada aplicando-se u111 selante liquido na
superlicic do dente preparado e a resina pré-polin1crizada
Diferentes tipos de 111á oclusão requeren1 ajustes nes- na base do brackct A vantage1n dessa técnica é que o
sas n1edidas Os pacientes con1 sobre1nordida prof'unda excesso de resina ou "'rebarba'", que consiste en1 selante
poden1 se beneficiar da din1inuição da altura nos incisivos líquido pode ser fücilinentc re111ovido. Tan1bén1 foi de-
centrais e laterais e do seu aun1ento nos pré-1nolares e n1onstrado que essa técnica cria unia interlàce de selante
inalares Os pacientes con1 1nordida aberta prccisa111 do entre o esn1alte e a resina. fi1ci!itando a desco!agen1 dos
aun1ento da altura nos incisivos centrais e laterais e da sua brackets .1i-.1., Essa técnica pode ser realizada utilizando-se
di111inuição nos pré-111olares e n1olares Alén1 disso. os ror- qualquer tipo de resina disponível no 111crcado para colagen1
1natos e tan1anhos de cada coroa poden1 ta1nbé111 inlluen- ortodôntica Esta seção descreve tuna ligeira ,nodificação
ciar o posicionan1ento relativo dos brackets nos dentes da técnica de ·rhon1ass' 1 e o novo n1étodo de colagen1 indi-
reta do bracket utilizando unia resina tern1opolin1erizada (,1)
Materiais de Colagem
Técnicas de Colagem Direta Versus
Existe1n três tipos de resinas co1npostas n1escladas con1 Indireta
acrílico (B[S-GMA). disponiveis para a colagen1 ortodôn-
tica, dependendo do 1nodo de poli1nerização (quin1ica, As duas principais vantagens da técnica de colagen1 indi-
fotopolin1erização ou unia co1nbinação de tér111ica e qul- reta. en1 relação à direta. são a precisão no posicionan1ento
1nica) As resinas cujas fónnu!as contên1 flúor tan1bé111 dos acessórios ortodônticos(,i.i,:; ben1 con10 a descolage111
estão disponiveis en1 todos os n1odos de polin1erização 111ais fi1cil dos brackets. especialinente os cerân1icos. 31 -33
196 SJÇ,\D Ili
B e
Fig. 14~15 A. A resina composta (uma mistura dl.' has.: . :- cata!isadur rw t0cnii.:a de pasta dupla ou rl.!sina cm pusw para
as técnicas sem miswra ou fotopnliml·ri1.ada) é aplicada 11,1 h,1:-.e do brackd B {) hrach:ct é posiei,1nado utilizando~
se um instrumento apropriado C ,\s resinas lotnpolimcritadas pr..:dsam de u111a tnn!c de luz para iniciar a
polimi:rizuçilo (Dt.: Sinha PK. N;rnda RS: Bnn,ling in clinical orthod(1nti1.:s 1:in 1-lardin .li' [l.'dj: (/11rk:1 cliHiutl
de11ti111-r vo! 2 St Louis j(Jl/S \losh:, )
O preparo da supcrtícit.: do cs111altc 0 rcalizadt1 cie do dente. e o excesso de resina é rc111ovido antes da
O selante líquido é aplicado na base dti brackct (st:
'.?: poli1nerlzaçtio do 111atcrial (veja Fig !4-!5B) A posição
indicado) e na superficie condicionada do dente desejada do bracket é confirnH1da. e a altura da canaleta
3 A pasta de resina é aplicada na base do brackct ( \·eia é Ycrilicada eon1 a estrela As resinas fotopolirnerizadas
Fig. 14-15A) prccis,un de u,na !<Jntc de luz para iniciara polünerização
4 O brackct carregado con1 resina 0 colocado na super!!- (1eja 1-ig l~-15()
A espessura da resina entre a base do brackct e u supcrli- Outras vantagens inc\uen1 os te1npo Ieduzido na ca-
cic do dente pode ser controlada 111clhor utilizando-se a deira e o conl'orto do paciente decorrente desta redução
técnica indireta; conseqiienten1ente, o aparelho progra1na- assin1 co1110 u111a li111pcza n1ais fúcil durante os proccdi-
do pode expri111ir a prescrição 111ais acurada1nente 1=oi n1t..:ntos de colagc111 e descolagc111. 5'1 l> 1 (,~ A principal des-
con1entado que os procedi111entos indiretos descritos nes- \ antagcn1 da técnica de colage111 indireta é o ten1po extra
te capitulo crian1 tuna can1ada intenncdiúria de selante que do laboratório exigido para adaptar os brackets e contCc-
se fOn11a entre a resina sobre a base do bracket e a supcr- cionnr u1na 111oldeira de transferência, que é son1ado ao
ílcie do es111alte. Essa can1ada intennediória cria unu1 ade- tcn1pu de cadeira i.: A. técnica de colagetn indireta é 111ais
são fraca entre as catnadas de resina, a qual é 111uito util con1plcxa e sensível. e por isso precauções adicionais pre-
durante o procedi111ento de descolagc1n. Foi de111onstrado cisan1 ser tonu1das durante os procediincntos de colagern
que essa característica é proveitosa durante a descolagen1 Os problen1as na técnica de colagen1 indireta requere1n
dos brackets de cerâ111ica, elin1inando a fi'atura dos brackcts tcn1po adicional para unia nova colagen1
e os danos ao es111alte
Quadro 1-4-17. Procc<li1nento Passo a Passo para a Colagc1n Indireta
U1na 1noldagen1 acurada de a!ginnto. do arco que scrú arco. rnanipulando-se o 1natcrial sobre os brackcts e parte
colado. é obtida e vazada en1 gesso pedra das coroas clinicas (\'ej<.1 Fig 14-168)
2 Após a sccagc111. são traçadas linhas ve!'ticais nos den- 5 Após a poli1ncrização da 111oldeira individual. a 1ncsn1a é
tes para detalhar o posicionan1cnto dos brackcts (veja colocada en1 úgua quente por 20 rninutos para pern1iti1 a
Fig 14-16A) As radiografias dcven1 ser usadas con10 dissolução do pli111el'
guias no processo Os 1nodclos são então revestidos 6 1\ 1noldeira con1 os brackets c1nbutidos ê separada do
unia fina catnada de prin1er e deixados para secar n1ode!o {veja Fig 14-!6C) e as bases do brackct são lin1-
3 A base do bracket é carregada co111 o adesivo. levada ao pas con1 u111n escova con1 cerdas n1acias sob úgua corren-
1nodelo de gesso, e o excesso de resina é re1novido an- te
tes da sccage,n do 111ateriaL no caso das resinas co1n 7 O preparo da supcr!icie do esinalle é realizado
po!i111eriznção quhnica (veja Fig !4-16A) Os tnatcriais 8 O selante ê aplicado na resina da base do brackct e na
folopolin1erizados precisarn de t1111a fonte de luz. enquan- superfície condicionada do dente
to as resinas tennopolin1erizadas requeren1 que os n10- 9 1\ 1noldcira é posicionada sobre os dentes corresponden-
dclos con1 os brackets scjan1 colocados e111 u111 t'Orno a tes e preso con1 pressão leve. até que a resina tenha po-
375°1: durante 20 n1inutos li1nerizado ( veja Fig 14-160)
4 Apôs a polifncrização inicial da resina, 111oldeiras indivi- 10 A ,no!deira é ren1ovid.i após outros 5 1ninutos (veja f;ig
duais de polivinilsi!oxano são con!Cccionadas para cada 14-16E)
B e
D
198 5Ec,\u !li
DESCOLAGEM DOS ACESSÓRIOS fratura do brat.:kct scrú 1nais seguro desgastar os re1na-
ORTODÔNTICOS ncscentcs. Se essa situação ocorrer. o clínico deve reduzir
o tan1anho do bracket utilizando-se un1 alicate de corte ou
(Figs. 14-17 a 14-19) alicates si1nilares, seguido pela li111peza do n1atcrial ren1a-
nescente utilizando tuna peça de alta rotação con1 unia broca
O êxito no uso do aparelho colado ta111bén1 inclui a ren10-
dian1antada O con1pósito residual pode ser reinovido co111
ção segura dos brackets e do adesivo. scn1 nlterar a super-
t1111a curcta periodontal ou un1a broca de acaban1ento A
fície do esn1altc (Quadro 14-8) As publicações 111ostra111
colage111 dos brackets cerúrnicos pelo n1étodo indireto des-
que as técnicas inadequadas de descolage111 poclc1n causai
crito previan1cnte facilita a descolagen1 Jt-.u
danos significativos no csn1alle.1..i- 7.1
Brackets Cerâmicos que Utilizam Retenção Quí-
Descolagem dos Brackets Cerâmicos mica e Mecânica - Os brackets cerâmicos que usam
retenção qui1nica e 111ccúnica co1no 1necanisn10 de união
Os brackets cen:in1icos rcquere111 atenção especial durante deven1 ser descolados por unia ren1oção cuidadosa do ex-
a descolagen1; conseqüente1nente. é rcco111endúvcl que o cesso de resina. se prescntc. utilizando-se u1na broca de
clinico siga as instruções fórnecidas pelo Jübricante Al- acabatnento. antl.!s do uso da pinça de descolage111. DifC-
gu1nas nornuis gerais. para os hrackets cerü111icos que en1- rentcs n1étodos lüran1 con1provados con10 eficazes na
prega111 a retenção n1ecànica e para aqueles que dependen1 dcscolagcn1 desses brackets .1i-.1.1
da união quin1ica. serão destacadas nos próxi1nos pi.uá-
grafüs. Durante o processo de descolage111. se ocorrer a O pri111eiro n1étodo e1nprega uni instrun1ento de
l;ig. 1-1-18 Dcsen!ugem (li: um braekct mctúlieo utili:tando-se as bordas Fig. 1-1-19 Descolagem de um braekct metúlko utilizando-se uma pin-
conantes da rinça de descolagem. na interfoee esmalte/resina ou bracket/ ça esreeialmente projetuda. que exerce urna força de traçiio, prendendo
resina as asas retenlÍ\'aS do hraeket (Cortesia da Unitek Corporatinn/Ji\l
l'vlonnn·ia. California De Sinha PK, Nanda RS: Bonding in clinicai
onhodnntks Em Hardin IF [ed]: Chuk'.1- lÍi11iu1! denli\'fl'_I' vnl 2 St
Louis 1998 ivlosby)
199
descolage111 tipo pistola ( Unitck/3ívL ívlonrovia. c·a- Glendora, C'tllill)rnia). colocada na interlúce esn1al-
lifürnia) posicionado sobre os brackets con1 as suas te resina (Fig 14-21) A aplicação de força produz
garras alinhadas horizonta!n1ente sobre o bracket un1 clCito de cunha na borda cortante, separando o
na direção oclusogengival sobre as asas retentivas csn1altc e a resina. e füi den1onstrado que reduz a
(Fig 14-20) A descolage111 do bracket ocorre quan- quebra de brackcts quando utilizada nos brackets
do as alças são pressionadas. as garras pressiona111 colados pela técnica indireta descrita previa1nente
as asas retentivas e o bracket é all1stado da superfi- Essa técnica 111inin1iza a quantidade de !Orça aplica-
cie do dente Freqüentc111entc. ocorre a quebra do da e seu el'eilo prejudicial nas asas retentivas do
bracket brackel .1i •.i.1 A aplicação de IOrça reduzida tan1bérn
2 O segundo n1étodo inclui un1 instrun1ento con1 borda pode ser 1nenos nociva para o esn1alte Portanto.
cortante. a pinça E TM #346 (Onnco c·orporation, essa é a técnica recon1cndada
O prin1eiro 111étodo e111prega 1Ji11ça, utilitúria.'i con10 a pott:nci:il de dano ao es111a!te inerentl.' ú técnica 70 U1na
de \Vicngart ou a de Ho\vc para pressionar as .:delas broca para acaban1t:nto ou uni.1 cureta pcriodonta! pode
1ncsial e distal dos brackets, con10 111ostn1 a figura ! 4-17 ren10\·cr qualquer resíduo de resina no dente descola-
Essa técnica exerce un1 elCito de preensão e torção nos do
brackcts e descola o acessório deixando unia grande 3 O ll.'rceiro 111étodo utiliza t1111a pin~a especialn1entc pro-
quantidade de resina deixada na superficie do dente, jt.:tada. qut.: cxt.:rce .f(!r( a de fla~âu. aHtstando o brackct
que pode ser rcn1ovida con1 tnna broca para linalização da supert1dc do es111alte ao prender unia alcta do bracket
ou unia cureta periodontal 7 -' c cnquanto a ponta ativa apóia no dente. con10 n1ostn1 a
2 O segundo n1étodo en1prt!ga t1111a força de cisalhan1ento figura l-t-19 Essa técnica deixa quase toda a resina na
aplicada pela lán1h1u co1 la11te da pinça de dcscolagen1. superlicil.! do dentc. con1 diston;ão n1inin1a do brackel 7·1
na interlhce de csn1alte/rcsina ou bracket/n.:sina, con10 A resina rc1nancsccntc pode ser rc111ovida con1 tuna bro-
n1ostra a figura 14·· l 8 O brackct é descolado dcixando- ca para acaba1ncnto ou tnna curcta pcriodontal
se quantidades 111inin1as de resina na super11cie do den-
te Os brackets colados pela técnica direta pode111 ter o
Fig. 14-20 Descoluul.!m di.:: um brncket <.:i.::rúrnico utilizando·sc um ins- Fig, 14-21 Dcscolugem di.:: um braeket ei.::rümico utilizando-se um ins-
trumento dl.! ,kscolagl.!m tipo pistola (Cortl.!sia da Unitek Corporntion/ trumcnto com bordas cnrtuntcs, co!ocudo na intcrfi.1cc esmalte/adesivo
3lvl, /Vlonrovia, California De Sinha PK . Nanda RS: De11r Cli11 ;\'oi'(/, (Cortcsia da Orm<.:o Corporati(Hl Glcndora Dc Sinha PK. Nanda RS:
,lm, 41:89-109. !997 l Denr ( li11 :\'or//1 A111 . -l l :XlJ. J 09. 1997 l
200 $1:ç.\o 111 Apa1c/ll(1\
O n1olde do art:o dentúrio é , azado e111 gcsso pcdra (1 !\ super!ít:ie condicionada é revestida con1 selante li~
onodôntico quido e li.Hopoli111erizada
2 U111 tio é t:ontornado para sc ajustar ú lingual dos tk:n- 7 Utilizando-se o silicone co1no guia, o Jio é preso na
tes anteriores in!Criorcs. tangenciando o cingulo de posição ide,1!. con10 1nostra a figura 14-23 Unu1 quanti-
cada ciente Esses lios ta111bt.:111 cst.\o disponíYcis no dade pt!quena de adesivo é aplicada nas extrc111idades
111ercado. n1.1s. nesse caso. o arco pret:isa ser ajustado do fio que adapta111 nas superficies linguais dos cani-
3 O fio é posicionado no 111odclo na altura descjú\·1.!I. nos t\ pasta é 1nanipulada sobre o fio. utilizando~se un1
con1 a cera utilidade. Un1 posicionador é confecciona- instru111ento para con1pósito con1 ponta achatada Após
do, 1110\dando-se co111 clastú111ero de corpo 111édio a pe- a rc111oçào do l.'Xccsso, a resina é polin1crizada
sado sobre as superl1cics \'estibu[ar_ oclusal e lingual X () excesso de resina é retirado con1 tuna broca para aca-
dos incisivos centrais e parte dos int:ish·os laterais. ba111l.'nto I.'. sc necessário, discos flexíveis para acaba-
con10 n1ost!'a as figuras 14-23!\ e 8 () excesso de 1natl.'- rnento pode1n ser usados para alisar o contorno do co1n-
rial é clin1inado co111 uina hi1nina de bisturi acoplada a pósito l.' pcnnitir o acesso nicil durante a escovação (Fig
uni cabo !-t-23(') N,1s consultas de retorno. é recon1endúvel veri-
4 As superficies lingtrnis dos dl.'ntcs anteriores in!Crio- !h.:ar a soltura do frio. a higiene e a descalci licaçào nas
res são polidas con1 pedra pon1es. lirnpas c isoladas adjac0ncias in1cdiatas do fio e do adesivo
5 A superficie lingual do canino é condit:ionada
A B
Fig 1-t-2J A. O pnsii:i11nad{1r nP modl'ln apos o di.:sgasll! B. O i.:ornp!cxn pnsii.:ionador/!io antes da i.:olagi.:m C. A
i.:{mli.:nçfin lingual pnsii.:ionada apus a polirn~·ri1açfio da r-:sina 1.:rnnpost:1 ( Di.: Sinha PK . Nanda RS: Dcnt Cli11 Nortli
../111 . 41:89-109 1997 l
202 51:ç)\o Ili Apan.:lho\
Quadro 14-1 L Colagcn1 cn1 Restauração de Ouro. Utilizando Nlt!todos Convencionais de Enruga1ncnto da Supcrficic e
Rcsina Co1nposta co1n Carga
can1ente aceitável (Quadro 14-1) 1 •1 ~11 Novos n1ateriais e FORMA DE ARCO E TIPOS DE FIOS
técnicas tê1n sido relatados,7~ 1nas não IOran1 testados en1 UTILIZADOS NA PRÁTICA
relação à colage111 dos acessórios ortodànticos
ORTODÔNTICA CONTEMPORÂNEA
A descolagcn1 desses acessórios envolve pouco ou
nenhun1 risco, con1paracla aos acessórios colados ú por- Forma de Arco
celana ou até 111esn10 ao csn1alte Os acessórios são
pinçados con1 a pinça utilitária ele \Viengart ou uni alicate A busca da fonna de arco "ideal". adequado a todos os
de corte Os brackets geral111ente desprenden1-se na indivíduos. ten1 sido o enfoque de vários artígos. 81 ·~~ No
interfüce adesivo-ouro A superfície resultante pode ser entanto. a fOrn1a do arco dentário varia nos indivíduos.
polida utilizando-se os kits de polin1ento clisponlvcis no dependendo das di1nensões anatôn1icas do esqueleto
1nercado craniolücial
C,\l'ÍTl li.O 14 203
//
;{"~"'"'\\.
2 ;\justar as di111ensões da Clll'\'éllll!'i.l anterior e da !rir-
/jl \',\; gura intercaninos. se necessúrio
,,j
f,t ·' Ajustar a curvatura posterior e a largura intern1obres.
1 se necessúrio
if
e
!
.j Coordenar o arco superio1 para que tangencie CXle!'-
narncntc toda extensão do arco inlCrio1
5 Xerocar os arcos corrigidos para qui..: sirva1n de reli:-
r0ncia para () trata111ento do paciente
~
Fig. 1-1<!4 A, A cunaturn anlt.:rior L' :1 largura Í!l!L'rtuninns dL' um tio de
nin:lmm.:nto B, :\ cun atura p()SlLTirn· L' a largura inkrmolar..:s dt.' um lio
dt nin:lami:nto C, L_lrn form:l!o tk arco cnmurnen1L' usadP na prú!ica onu- 1ncnto ortodô1Hico oti1nizado H7 Essa conclusão baseia-se
dônticu en1 dois fütos in1portantcs: ( 1) as fr)rças leves cria111 unia
quantidade 111ínin1a de tecido hialinizado e. portanto. fhvo-
Via de regra. a rorn1a de arco enquadra-se dentro de reci..:111 a reabsorção óssea fr"OntaL pennitindo 1novin1e1Hos
três ronnas clinica111c11tc descritas: arunilada, ovóidc e qua- dL'tllúrios rúpidos e (2) us forças contínuas cria1n un1 sis-
drada.~~ Alt!n1 disso, estas J'onnas \ nriatn .:111 suas din1en- teina constante para o efeito continuo Os períodos de
sões en1 duas áreas di!"crcntes: a curvatura nntt::rior e a repouso são neccssürios para que os tecidos se recupe-
largura intercaninos (Fig l..J.-2..J.;\ e () e curvatura poste- re1n e. portanto. a aplicação intcnnitente das rorças é prc-
!erh el ~~
rior e largura intcnnolarcs (\eia Fig I..J.-2..J.8 e C) 1:oi dc-
n1onstrado que a n1udança na largura intercanina durante
o trata111cnto pode ser t1111a predição signilicati\·n da reci- Perspectiva Histórica - A seleção do arco passou por
diva ortodôntica. ~~ .,e Portanto. é i111pe1ati\·o nu1ntcr a fór- tuna evolução histórica, sin1ultânea ao advento das dil'e-
nui original do arco do paciente. incluindo sua largura. rentes ligas e conliguraçõcs de arco
durante todo o trata111ento (()uadro I ...J.-12 ). Estas obser- No inicio deste século. o ouro era o único n1aterial
vações não i1np!ica1n qut: os !ios de arco pré-contornados usado para confeccionar os aparelhos ortodônticos e os
não deva111 ser usados na pnítica ortodóntica arcos O [Jr. Echvard Angle utilizava un1 arco rígido. de-
non1inado arco E (arco ele expa1Hâo).HH Os dentes era1n
alinhados por J()rças direcionadas através de fios de an1ar-
Tipos de Arco e Fundamento para Uso rilho. que os c111purravan1 e111 direção ao fio rígido~~ O
aço inoxidúve] roi introduzido na Ortodontia e1n 1929. e
A discussão sobre lios e arco pode ser unu1 questão co111- logo substituiu o ouro para confCcção dos arcos.sll Desde
plexa, por causa de ll1tores co1110 diferentes tipos de liga. então. diferentes tipos di..: ligas fonun desenvolvidas para
fün11as, !Orças e ta1nanhos ;\ justilicati\a para uso dos an1pliar a seleção dos tipos de fio de nivelan1ento (Quadro
diJCrentes arcos . pelos dirercntes profissionais. \"Uria de ! . .J.~ 13) 1:: las incluc1n fios de cobalto-crô111io. niquei-titânio.
acordo con1 a filosofia de trata1ncnto arraigada en1 cada beta~litünio e de li!an1entos n1úlliplos
profissional As principais questões giran1 e111 torno de n10- ;\ introdução do aço inoxidúvel pern1itiu variar a pro-
vin1entos rápidos vi..:rsus lentos. continuos \'ersus intern1i- porção carga-deflexão. alterando o tan1anho e a fonna dos
tentes e fürças leves versus intensas arcos 1:111 outras palavras, a flexibilidade dos arcos füi
Este estado de conheci1nento incon1pleto da Biologia n1odilicada pela variação: ( 1) da espessura. (2) do con1-
óssea. e tan1bé111 da Fisiologia do JllO\ itnc1Ho dentúrio. leva pl'i1nento e (3) do fonnato
a dil'erenças na seleção do arco e dos sistc1nas de força O 1nétodo convencional ele progressão do arco era
usados durante o trata111cnto ortodôntico Baseado no co- iniciar con1 llcxibilidadc elevada para prender todas as aletas
nhecin1ento vigente. ad1nitc-se que forças leves. continuas do bracket e tcrn1inar con1 fios rígidos e inllexiveis para
ou inten11itenlcs. pareccn1 n1ais apropriadas para o n1ovi- n1anter a posição cios dentes
204 Si:r.:\o Ili Aptu·e/hos
Aç-o i11oridú1·el: o aço inoxidúvcl substituiu o ouro co~ a porção defletida rt.:torna ú sua fonna original Uina
1110 n1atcrial de escolha para o arco. por causa de suas propriedade i111portante dos fios nitinol é que eles
propriedades superiores e do baixo custo. Unia con1po~ não são 111uito rígidos Portanto. a força aplicada con1
sição típica inclui cerca de 71 <y;) de ferro, J s<X1 de crô111io. a deflexão intensa é exlrc1na111e11le baixa. quando co1n-
S(!lci de niquei e 111enos de 0.2(X) de carbono O aço inoxi- parada con1 a dos lios de aço inoxidável
dável ainda é considcn1do o principal 111atcria! para a b P.H!11do-e/ásticu: o fio pseudo~elústico tcn1 a capací-
n1aioria dos ortodontistas Os profissionais podcn1 1110- dade de transronnação de !l1se. de acordo co111 a ten-
dificar o tan1anho. a fónna e o co1nprin1ento do fio de são aplicada, p<.Hí.l 111anter a 111es11u1 fórça de ativa-
aço inoxidúvcl e podcn1 utilizú-lo nos diversos estágios ção ,1.: O lío passa por un1a transt'onnnção desde a
do trata111cnto ortodôntico Os fios de aço inoxidúvel frise austenitica ativa para a 111artensítica e depois de
con1 1nultiplos filan1cntos tan1bén1 fóra111 desenvolvidos Yo!ta para a austenitica. de acordo co111 a tensão apli-
e são usados nos diferentes estágios do trata1nento A cada ,q Essa característica con!Cre a esses fios a pro-
sua nntureza trançad,1 au1ncnta a flexibilidade do fio até priedade de períodos 1nais longos de forças contí-
u1n ponto en1 que ele se con1para 1nuito frtvoravchnente nuas leves, con1parados con1 os lios convencionais
con1 os fios de niquei-titânio usado nos testes labora- de niqucl-titúnio "·1
toriais '11 ' 1·1 e Tc1111uelchticu: o terceiro tipo de no de niquel-titfinio
2 Cohalto e c1v1110: a con1posição típica consiste e111 cer- passa por tuna t1ansfón11ação de Jhse na 1en1peratura
ca de 4ocx1 de cobalto. 2()lh1 de cro1110. l 5<Xi de nlqueL bucal para produzir a lhse austenítica ativa '1·1 Esse !iu
l 5 1Xi de !Crro. 71Vi, de 1nolibdênio e 2cVi> de 111anganês podt.: ser distorcido e111 tctnpcraturas inreriores e pas-
Esses fios têtn propriedades sen1elhantes ú dos de aço sa por un1 t.:fcito de 111en1ória de rorn1a tennica111ente
inoxidúvel, coin o recurso adicional de pennitir tuna 1no!- induzido para retornar ú !11se austenítica ativa '1·1
dage111 1nais liícil (isto é, dobra) 111odificnda pelo trata- 4 Beta-titânio: a co,nposição tipica do no de beta-titúnio
rnento ténnico. que fr1z con1 que o fio torne-se rígido. "·1 inclui 79((,,ú de titúnio. ! 11'.i/í) de n1olibdCnio. 6(!,j1 de zircónio
3 1\lique/ e titânio: a cornposição típica do tio de níquel- e ..JA-1) de estanho. Esses !ios tCn1 a propriedade de apli-
titünio consiste en1 cerca de 50\ViJ de niquei e 5ü<Vii de ti- car n1etadc dos niveis de !'orça para a n1csn1a dellexão,
tânio Na prática tnoderna. três tipos de lio de niqucl- cornparados co1n o aço inoxidúvel Portanto. eles po-
titdnio são usados •1.1 dcn1 ser usados nas situações clinicas cn1 <.1ue são nc-
a Co111·e11cio11a/: o !io convencional foi introduzido na cessúrios níveis de !'orça inferiores aos do HÇO inoxidú-
Ortodontia pelo f)r George Andreason 'll Esses tios vel e superiores aos do níquel-titúnio
possuc111 a propriedade de n1en1ória de l<)nna. na qual
Na década de 70. os fios de níquel-titânio foran1 intro- de secção transversa 1naior durante os estágios iniciais de
duzidos na prática ortodôntica 'm Esse fio era flexiveL co111- tratan1ento con1 os fios de titânio recén1-introduzidos. ao
parado con1 o de aço inoxidável convencional Portanto. invés da antiga rotina de progredir graduahnente a espes-
agora a f1exibilidade pode ser n1odilicada pelo uso de u111 sura do fio Alén1 disso. co111 a preensão adequada ao
tipo de liga difCrente. alén1 dos fhtorcs 111encionados no bracket. os novos fios podcn1 ser deixados na boca por
parágrafo anterior Burstone')J cunhou o tcnno O, ro,lontia períodos 111ais longos. produzindo 111ovin1entos des~jados
de ,nódulo 1·a, iú1·el, en1 que a propriedade intrínseca da Para utilizar as vantagens das propriedades des~jáveis dessas
rigidez (n1ódulo de elasticidade) pode ser 111odificada. a ligas novas. unu1 abordagen1 lógica deve ser en1pregada.
lin1 de inlluenciar a seleção e a progressão do fio. O fio de com base em cada caso ( Quadro 14-14)
niquel-litünio libera !Orças 111ais leves para deflexões n1aio- O protocolo de seleção do fio é aquele usado pelos
res. con1parado con1 fios de aço inoxidável da 111esn1a di- autores e não representa todas as possibilidades utilizadas
111cnsão.')J.•>.i Portanto. a progressão do arco pode ser rno- na prática clinica A seleção do arco depende da !ilosolia
dificada pela alteração do tipo de liga. e não pelo tan1anho. de trata1nento de cada profissional
o fOrn1ato e o con1prin1ento convencionais do fio. 'JI Modi-
ficações n1ais recentes nas ligas de niquei-titânio an1plia-
ran1 ainda n1ais o espectro para o clinico.' 1·1
REFERÊNCIAS
Seleção do Arco 1 Angle EH: Ihe latest and best in orthodontic mecha-
nisn1s, De11t Cos111os 70:1143-1158, 1928
A introdução de fios n1ais novos na Ortodontia pern11t1u 2 Begg PR, Kesling PC: Begg orthodo11ti~ tlteory a11d tcclt-
n1udanças clinicas significativas na progressão e uso do 11iq11e, ed 3, Philadelphia, 1977, WB Saunders
arco ortodôntico. Essas n1udanças incluínun o uso de fios
GwiTULO 14 205
EHágicJ, iniciai); durante a lúsc inicial. o ni\'e!arnento e o na a estabilidade intra-arco 1\lén1 disso. o l'echa111entn do
alinha111ento intra-arco são de surna itnportúnl'.ia Ponanto t:spaço é unia das caractedsticas dessa lasc e requer un1
é fllndrunental u111 arco que pennite a inl'.!usão total do !io sistcn1a de força controlada corn lios rígidos
no bracket As opções de arco poden1 incluir niqucl-titúnio.
E,híghH /i11ui\: a nexibilidade é essencial durante a fi1sc tcr-
aço inoxidúvel co111 !ila111cntos 1nü!tip!os ou aço inoxidú\'c]
1ninal para pennitir o cstabelcci1nento da oclusão após o t'e-
con1 alças nniltiplas
cha111cnto do espaço e a idealização das posições dos dentt.:s
Estágio\ i111e1111ediúrhH: os !ios de aço inoxidú\'cl
(Ht heta- durante o estúgio intcnnediúrio e o inicio do estúgio tt.:nni-
titünio são preferidos durante a lüse intcnncdiúria. porque na! As opçõt:s durante esta fi1sc são arcos de aço inoxidúYel
un1 controle n1aior do 111ovi1nento do dente é neccssúrio ou bcta-titünio scg111e11tados. arcos de titünio !e\'e e arcos de
para pennitir as correções interarcos. enquanto proporcio- aço de tila111entos 111últiplos
3 Andrews LF: The six keys to normal occlusion, A111 J 19 Letter of the President oi the AAO Re: Ceramic brackel
Ort/zod 63:296-309, 1972. s11rvey, April 7, 1989
4 Kesling PC: Expanding the horizons of the edgewise 20 American Association of Orthodontics: Su1111nary of AAO
arch wire slot, AIII f Ortltod Dentofacia/ Ortlwp 94:26-37, ceranlic bracket Sllruey, Bulletin suppl 7, 1989
1988. 21 Jeiroudi MI: Enamel fractures caused by ceramic brack-
5. Kesling PC: Dynamics of the tip-edge bracket, A111 J ets (case reports), Am J Ortlwd Oentofacia/ Orthop 99:97-
Ortl10d Dentofacia/ OrtJ,op 96:16-25, 1989 99, 1991
6. Gottlieb EL, Nelson AH, Vogels DS: 1996 JCO Study of 22 Storm ER: Debonding ceramic brackets, J Clin Ort/zod
orthodontic diagnosis and treatment procedures Part 1 24:91-94, 1990
Results and trends, JClin Ortlwd 30:615-629, 1996 23 Swartz ML: Ceranúc brackets, JCli,r Ort/,od 22:82-88, 1988
7. Kapur R, Sinha PK, Nanda RS: Comparison of frictional 24 S\vartz Ml: A technical b1illeti11 on lhe issues of bonding and
resistance in titanium and stainless steel brackets, A111 J debo11di11g ceraulic brackets, Glendora, Calif, 1988, Ormco
Ort/10d Dentofacial Orthop 116(3):271-274, 1999 Corporation
8 Newman GV: Adhesion and orthodontic plastic attach- 25 Scott GE: Fracturc toughness and surface cracks: the key
ments, A111 f OrtJ10d 56:573-588, 1969 to understanding ceramic brackets, Angle Ortlwd 58:5-8,
9 Newman GV: First direct bonding in orthodontia, A111 J 1988
Ort/zod Dentofacia/ Ortltop 101:190-191, 1992 26 Kusy RP: Morphology oi polycrystalline alumina brack-
10 Aird JC, Dunúng P: Fracture strength of polycarbonate ets and its relationship to fracture toughness and
edgewise brackets: a clinica! and SEM study, Br JOrt/10d strength, Angle Orthod 58:197-203, 1988
14:191-195, 1987 27 Kusy RP: Commentary: ceramic brackets, Angle Orthod
11 Miura F, Nakagawa K, Mashuara E: New direct bonding 61:291-292, 1991.
system for plastic brackets, A111 JOrt/zod 59:350-361, 1971 28 Ghafari J: Problems associated with ceramic brackets
12 Dooley WD, Hembree JH, Weber FN: Iensile and shear suggest limiting use to selected teeth, Angle Ortlwd
strength of Begg plastic brackets, f Clin Ort/10d 9:694-697, 62:145-152, 1992
1975 29 Urútek Corporation/3M: Transcend series 2000-instructional
13 Pulido LG, Powers JM: Bond strength of orthodontic manual, Monrovia, Calil, 1991, Unitek Corporation/3M
direct bonding cement plastic systems in vitro, A111 J 30 Unitek Corporation/3M: Trmrscend Series 2000: tec/mica/
Ortlwd 83:124-130, 1983. topics, vol 3, no 1 and vol 2, no 5, Monrovia, Calif, 1991,
14 Dobrin RJ, Kamel IL, Musich DR: Load-deformation Unitek Corporation/3M
characteristics of polycarbonate orthodontic brackets, 31 Sinha PK et al: Jnterlayer formation and its effect on
A111 f Ortlwd 67:24-33, 1975 debonding polycrystalline ceramic orthodontic brackets,
15. Rains MD et al: Stress analysis of plastic bracket config- A111 f Ortltod Dentofacial Ortltop 108:455-463, 1995
urations, J Clin Ortlwd 11:120-125, 1977 32 Sutlia PK et al: Evaluation of hard tissue sections oi
16. Goldstein MC, Bums, MH, Yurfest P: Esthetic orthodon- bonded and debonded teeth, f Dent Res 75:339 (absh· no
tic appliances for the adult, Dent Clin Norllt A111 33:183- 2569), 1996
193, 1989. 33 Sinha PK, Nanda RS: The effect of different bonding and
17. Feldner JC et al: Ibrque-deformation characteristics of debonding techniques on debonding ceramic orthodon~
polycarbonate brackets, A111 J Orthod Dentofacia/ Ortltop tic brackets, Am J Ortlwd Dentofacia/ Ortlwp 112:132-137,
106:265-272, 1994. 1997
18 Bazakidou E et al: Evaluation of frictional resistance in 34 Holt MH: Fracture strength oi ceramic brackets during
esthetic brackets, A111 JOrtlwd Denlofacinl Ort/zop 112:138- archwire torsion, masters thesis in orthodontics,
144, 1997 Norman, Okla, 1989, University oi Oklahorpa
206 51:c.Ao li! Aparelho,,
35 Rhodes RK et al: Fracture strengths of cerarnic brackets 56 Gourley J: A one year study of fissure sealant in t\vo
subjected to mesial-distal arch ,vire tipping forces, Angle Nova Scotia co1nmunities, J Can Dent Assoe 40:549-552,
o,thod 62:67-75, 1992 1974
36 . Aknin P et al: Fracture sh·ength of ceramic brackets dur- 57 Buonocore iv1G: Retrospections on bonding, De11t Clin
ing arch ,vire torsion, A111 J Orthod Dentofacial Ortl1op Nort/1 Am 25:241-253, 1981
109:22-27, 1996 58 Silverman E et al: A universal direct bonding system for
37 Pratten DH et al: Frictional resistance of ceramic and both metal and plastic brackets, Am J 01 tlwd 62:236-244,
stainless steel orthodontic brackets, Atll J Ortltod 1972
De11tofacial 01tlwp 98:398-403, 1990 59 Sinha PK et al: Bond strengths and adhesive xen1nant
38 Bednar JR, Gruendeman GW, Sandrik JL: A comparative adhesive on debonding for orthodontic bonding tech-
study of friclional forces behveen orthodontic brackets niques, t\111 / 011/wd De11tofacial Ortiwp 108:302-307,
and arch wires, ;\111 J Ortlwd De11tofacial Orthop 100:513- 1995
522, 1991 60 Sinha l'K, Nanda RS, Ghosh J: A thermal-cured, fluoride-
39 Ireland A), Sherríff M, McDonald F: Effect of bracket and releasing indirect bonding system, J Cli11 Orthod 29:97-
,vire composition on friclional forces, Eur J Ortllod 100, 1995
13:322-328, 1991 61 Thomas RG: lndírect bonding: simplicity in action, J Cli11
40 Kusy RP, Whítley JQ: Coefficients of fríction for arch Ortlwd 13:93-105, 1979
wires in stainless steel and polycrystalline alumina 62 Aguírre MJ, King GJ, Waldron JM: Assessment of bracket
bracket slots. 1 The dry state, ;\111 J O,thod Dentofacial placen1ent and bond strength \Vhen con1paring direct
01tlwp 98:300-312, 1990 bonding to indirect bonding techniques, ;\111 J 01 tlwd
41 Springate SD, Winchester LJ: An evaluation of zirconium 82:269-276, 1982
oxide brackets: a preliminary laboratory and clinica} 63 Ne,vman GV: Direct and indirect bonding of brackets, J
report, Br J 01thod 18:203-209, 1991 Cli11 Ortiwd 8:264-272, 1974
42. Ii:l.nne K et al: Wire friction from ceramic brackets during 64 Zachrisson BU, Artun J: Enamel stuface appea1ance after
simulated canine retraction, A11gle 01thod 61:285-290, various debonding proccdures, 11111 J Orthod 75:121-137,
1991 1979
43 Bishara SE, Olsen ME, Von Wald l: Evaluation of 65 Pus MD, Way DC: Enamel loss dueto orthodontic bond-
debonding characteristics of a ne\V collapsible cerarnic ing \Vith filled and trnfilled resins using various cleanup
bracket, Am JOrthod Dentofacial Ortlwp 112:552-559, 1997 teclmiques, ;\111 J Ortlwd 77:269-283, 1980
44. Matasa CG: Adhesion and its ten cormnandments, A111 J 66 Thompson RE, Way DC: Enamel loss dueto prophyla,is
Ottlwd De11tofacial Ortlwp 95:355-356, 1989 and multiple bonding/debonding of 01thodontic attach-
45. Craig RG: Restorative dental 111aterials, ed 10, St Louis, menls, Am JOrtiwd 79:282-295, 1981
1997, Mosby 67 Diedtich P: Enarne1 alterations from bracket bonding
46 Buonocore MG, Matsuí A, Gwirmet AJ: Penetration of and debonding: a study with the scanning electron
resin dental materials into enamel surfaces \vith refer- microscope, t\111 J Ortlwd 79:500-522, 1981
ence to bonding, Arei, Oml Biol 13:61-70, 1968 68 ivleister RE: A comparison of enamel detaclunents after
47 Gwinnett AJ: The scientific basís of the sealant proce- debonding behveen Unitek's Dynalock bracket and a
dure, J Prev De11t 3:15-28, 1976 foil-mesh bracket: a scanning electron rnicroscope study,
48.. Miura F, Nakagawa K, Massuhara E: New direct bondir1g J\111 / Ortiwd 88:266, 1985.
systems for plastic brackets, Am JOrthod 59:350-361, 1971 69 Bennell CG, Sheen C, Waldron JM: The effects of
49 Newman GV, Facq JM: lhe effect of adhesive systems on debonding on the enamel surface, J Clin Orthod 18:330-
tooth surfaces, Am J Ortlwd 59:67-75, 1971 334, 1984
50 Gwinnett AJ: Acid etching for composite resins, De11t 70 G,vinnett AJ, Gorelick L: Microscopic evaluation of
Cli11 No1th Am 25:271-289, 1981 enamel after debonding, ;\111 J Ottlwd 71:651-665, 1977
51 Gorelick L: Bonding metal brackels with a self-polyrnerízing 71 Newman GV, Facq JM: The effects of adhesíve systems
sealant-composite: a 12-month assessment, Anz J Orthod on tooth surfaces, t\111 JOrtl,ad 59:67-75, 1971
71:542-553, 1977 72 Ho\vell S, Weekes WT: An electron rnicroscopíc evalua-
52 Brannstrom M, Nordenvall KJ, Malmgren O: The effect tion of the enan1el surface subsequent to various
of various pretreatrnent methods of the enamel in bond- debonding procedures, A11sl Dent J35:245-252, 1990
ing procedures, Am J Ortlwd 74:522-530, 1978 73 Oliver RG: The effect of different methods of bracket
53 Nordenvall KJ, Brannstrom M, Malmgren O: Etching of remova! on the amount of residual adhesive1 A111 JOrt!tod
deciduous teeth and yow1g and old permanent teeth: a 93:196-200, 1988
comparison between 15 and 60 seconds of etching, At11 J 74 Boyd Rl, Baunuind S: Períodontal considerations in the
Ortlwd 78:99-108, 1980 use of bonds or bands on mola1s in adolescents and
54. Brannstrom M, Malmgren O, Nordenvall KJ: Etching of adults, Angle Ortiwd 62:117, 1992
young permanent teeth with an acid gel, Am J Ortlwd 75 Zaclu"isson BU, Buyukyilmaz T: Recent advances in
83:379-383, 1982 bonding to gold, amalgam, and porcelain, J Cli11 Ortlwd
55 Surrnont P et al: Comparison in shear bond strength of 27:12:661-675, 1993
orthodontic brackets between five bonding systems 76 Burgess JO, Nourian L, SunlflUt JB: Shear bond strength
related to different etching times: an in vítro study, Am J of six bonding agents to four metal aUoys, J De11t Res 73
Orthod Dentofacial Ortlwp 101:414-419, 1992 (abstr no 2475), 1994
Apa1e/!u,\' 011odâ111/lo\ Firo., E.dge1ri\e e Tl!c11ica\ de Cú/age111 C\PiTULO 14 207
77 Barzilay I et a]: Mechanical and chemical retention of 91 Burstone Cj: Variable-modulus orthodontics, Am J
laboratoiy cw·ed cornposite to metal swfaces, J Prosthet Ortlwd 80:1-16, 1981
Dent 59:131-137, 1988 92 Kusy RP: Comparison of nickel-titaniwn and beta-
78 Matsmnwa I-I et al: Adhesive bonding of titaniun1 with titaniwn wire sizes to conventional orthodontic arch
a titanate coupler and 4-MEIA/MMA-TBB opaque wile materiais, Am J Orthod 79:625-629, 1981
resi11, J Dent Res 69:1614--1616, 1990 93 Kusy RP, Greenberg AR: Comparison of füe elastic prop-
79 Wood DP et a]: Bonding to porcelai11 and gold, Am J erties of nickel-titanimn and beta-titanium arch wires,
Orthod 89:194--205, 1988 Am J Orthod 82:199-205, 1982
80 Andreasen GF, Stieg MA: Bonding and debonding brack- 94 Kusy RP: A review of contemporary archwires: füeirprop-
ets to porcelain and gold, Am J01tl10d 93:341-345, 1988 erties and characteristics, Angle Ortlwd 67:197-208, 1997
81 Chuck GC: Ideal arch form, Angle 01thod 4:312-327, 1934
82 Musich DR, Ackerman JL: The catenometer: a reliable
<levice for estimating dental arch perüneter; Am J Ortlwd
63:366-375, 1973
LEITURAS SUGERIDAS
BJ Brader AC: Dental arch form related to intraoral forces:
PR= C, Am J Orthod 61:541-561, 1972 1 McLaughlin RP, Bennett JC: The transition from stan-
84 Sampson PD: Dental arch shape: a stalistical analysis dard edgewise to preadjusted appliance systems, J Clin
using conic sections, Am JOrthod 79:535-548, 1981 01tlwd 23:142-153, 1989.
85 Felton JM et ai: A computerized analysis of the shape 2 Kapur R, Sinl1a PK, Nanda RS: The effect of a self-ligat-
and stability of mandibular arch form, Am J Orlhod ing bracket design on frictiona! resistance, J Clin 01thod
Dentofacial Ortlwp 92:478-483, 1987. 32:485-489, 1998.
86 De La Cruz AR et al: Long-term changes in arch form 3 Shivapuja PK, Berger )L: A comparative study of con-
after 01 thodontic h·eatment and retention, Ani J Ot thad ventional ligation and self-ligation bracket systems, Anz
Dentofacial Ortlwp 107:518-530, 1995 J Orthod Dentofacial Orthop 106:472-480, 1994
87 Reitan K, Rygh P: Biomechanical principies and reac- 4 Ogata RJ-I et al: Frictional resistances in stainless steel
tions ln Graber IM, Vanarsdale RL Jr (eds): Ortl10do11tics: bracket ,vire combinations ,vith effects of vertical deflec-
cutrent principies and tech11iq11es, ed 3, St Louis, 2000, tions, J\m J Orthod Dentofacial Ortlwp 109:535-542, 1996
Mosby 5 Kapila S, Sachdeva R: Mechanical properties and clinicai
88 Proffit WR: Contemporary fixed appliances ln Proffit applications of orthodontic wires, Atn J Orthod
WR, Fields HW Jr (eds): Co11te111pomry ort/10do11tics, ed 3, Dentofacial Ortlwp 96:100-109, 1989
St Louis, 2000, Moshy 6 I(usy RP, Stevens LE: Triple-stranded stainless steel wires:
89 Wilkinson )V: Some metallwgical aspects of orfüodontic evaluation of mechanical properties and compadson with
stainless steel, Angle O, tlwd 48:192-206, 1962 titaniwn alloy a!tematives, Angle Ortlwd 57:18-32, 1987
90 Andreasen GF, Hileman TB: An evaluation of 55-cobalt 7 Goldberg A), Burstone CJ: Status report on beta titaniwn
substituted wire foi orthodontics, l Ar11 Dent Assoe orU1odontic wires: council on dental materials, instru-
82:1373-1375, 1971 ments and equipment, JAm Dent Assoe 105:684--685, 1982
Capítulo 15
Como Agem os
Aparelhos Ortodônticos
TERMOS-CHAVE
aparelhos ortodônticos centro de rotação principio da dobra em V arcos de intrusão
forças 111on1ento do binário propriedades elásticas dos arcos utilidade
111on1entos 1110111ento da força fios expansores palatinas
binários sistema de força com binário curva tensão-esforço arcos transpalatinos
razão n1on1ento/força simples curva de deflexão da carga aparelho 2 X 6
n1ovil11ento dentário sisten1a de força con1 aparelho extrabucal aparelho 2 X 4
centro de resistência binários duplos aparelho funcional placa labioativa
A finalidade deste capitulo é den1onstrar a se111elhança dt: sistcn1as de aparelhos e selecionar qual deles é o n1e!hor
lodos os aparelhos ortodônticos, en1 tcnnos de n1ecáni- para uni dcternlinado paciente
ca funda1ncntal e engenharia estática. Os princípios 1ne- 1\ 1naioria dos pacientes con1 proble111as dentofüciais
cünicos e de engenharia estática são universais para todos procura un1 consultório e111 busca de cuidados odontoló~
os aparelhos ortodônticos e não n1uda111 cn111 o passar do gicos de rntinn O ate11din1ento geral dos pacientes inclui o
ten1po Quando os principias fisicos dos sisten1as dos apa- diagnóstico dos problen1as clenlolüciais e as intürn1ações
relhos são con1preendidos. é possivel ir alé111 do treina- sobre as alternativas de tratan1ento existentes. Todos os
111ento técnico necessário para planejar e inserir uni deter- dentistas precisa,n estabelecer quais opções de trata1nento
111inndo aparelho. O profissional consciente de co1no n.111~ eles pode1n oferecer e qual opção irú levar ao cnca1ninha-
cionatn os aparelhos é capaz de plan~jar. selecionnr e uti- 111ento do paciente a outro profissional O ponto n1ais i1n-
lizar de ronnu lógica os aparelhos ortodônticos. de 111anei- portantc é que o paciente se.ia esclarecido de todas as op-
ra clicaz para o paciente ções de tratatnento disponíveis () ünico critério que de-
Novos siste111as de aparelhos ortodônticos surgcn1 rc- tcnnina a f(.)nna de trata1nento e as estruturas dentofhciais
gularn1cnte No entanto, cada novo aparelho é si1nples- i..!nvolvidas deve ser a expectativa do paciente
1ncnte unia aplicação diferente dos 111csn1os princípios li- O aun1cnto na fi . eqüência e na con1plexidade dos tra-
sicos. reinventados sob uni novo non1e Todos cleve1n tan1cntos cn1 adultos torna cada vez n1ais con1un1 a inte-
l'uncionar através dos princípios descritos aqui, indepen- gração entre o lratan1ento orlodônlico, a dentíslica e a
denten1ente da ca1npanha de n1arketing que os acon1pa- periodontia (veja c·ap 28). A expectativa do paciente rc~
nha O profissional sen1pre pode ser retreinado no sisten1a quer que esses trala1nentos scjan1 coordenados entre os
do novo aparelho. n1as o treinan1cnto será inutil e potcncial- profissionais lndependenten1ente de qucn1 realiza o trataM
n1cnte perigoso se os principios su~jacentes ao n1ecanis- 1nento. a expectativa do paciente requer que todas as pes~
n10 de ação não füren1 con1preendidos U1n bon1 entcndi- soas envolvidas tenhan1 conhecin1ento profundo e con~
1nento dos princípios fundan1entais proporciona ao pro- corden1 cotn o diagnóstico e o tipo de aparelho necessários
fissional condição necessária para con1preender todos os para atingir os o~jetivos estabelecidos para o tratan1cnto
208
(~\l'ÍTULO J 5 209
linha de força. Quando todos os pontos de un1 corpo se das no bracket quase nunca consegue1n agir através do
111ovc1n na 111es111.1 quantidade e direção. o n1ovin1cnto é centro de resistt!ncia e111 todos os três planos de espaço. e
dcno111inado trun\lari'io En1 Ortodontia esse n1csn10 1110- o dente rotaciona quando se aplica força nele. En1 Or-
viinento. en1 que todos os pontos do dente se n1ovcn1 na todontia. quando a rotação ocor1e ao redor do longo eixo
1ncsn1a quantidade e direção. ta1nbén1 é cha111ada 1110\'i~ do dente. ela é de110111inada 1ola< ito ou 11101'i111e11/o dentú1 io
111e11ro de c-orpo (Fig 15-1) de 1n h11e/l a orde111 Quando a rotação ocorre ao redor do
Uni dente localizado na cavidade bucal nfio é un1 cor- eixo vestibu!olingual. é deno111inada inclina<iio ou 11101·/~
po livre. porque os tecidos periodontais de suporte o li111i- 111e11to dentú, iode ,egunda on./e111 Quando a rotação ocorre
tan1 O análogo ao centro de n1assa para 11111 dente i11 1·/1·0 ao redor do eixo n1csiodistal. é deno111inada forque ou 1v-
é denonlinado centro de resistência do dente ()ualquc1 taçlfo de le!Ieilu orde111 (\·eja Fig 15-2)
lbrça que age através do centro de n::sistc7:ncia ele uni dente Poucas !órças poden1 ser aplicadas nos dentes atra-
causa a sua translação (v~ja Fig. 15-1 ).: Unia vez que os vés do centro de resistência. porque ele se localiza na raiz
brackcts pode111 ser colados apenas ús coroas dos dentes. dentúrin Portanto. quase todos os n1ovi1ni.::ntos dos dt.::n-
en1 ortodontia é diticil a situação en1 que é possível aplicar tcs n::sultan1 en1 u111 111ovi1ncnto rotacionaL con1 o centro
e111 un1 bracket unia !Orça que tan1bé111 aja através do cen- de resistência n10\'cndo-sc na 1nes111a direção que a linha
tro de ri~sistência do dente ;\ localização precisa do centro da li.H-i;n aplicada {veja 1~ ig 15-3)
de resistência é detenninada pela inserção, co1npri111ento e
1norfologia da raiz. nun1ero de raízes e nível da altura do
osso alveolar
Binários: Rotação sem Translação
Forças que Não Agem no Centro de Resistência Unia !órça pura pode ser aplicada no cenll'O de resistência
Se t11na força !Or aplicada a un1 corpo livre e não agir de un1 dente ou f'ora dele O único outro sisten1a de f()rça
através do seu centro de resistência. ela causa sua rota- que pode ser aplicado cn1 u1n dente é denon1inaclo u111 hi-
11ú1'/o O controle que os binúrios rornecc111 nos três pla-
ção. Rotaçâo. por definição, é o 1novin1ento de uni corpo
onde não hú dois pontos do corpo que se 1noven1 na 111es- nos do espaço é característica única do brackel edge\visl!
n1a quantidade e direção. As tendências de rotacionar são original e é a caracteristica !i.tndan1ental da n1aioria dos
de110111inadas 1no1ncntos. e aquelas resultantes de 111na força aparelhos lixos 111odcrnos
que não age através do centro de resistência são deno111i- Un1 binürio é un1 par de forças não-colineares iguais e
nadas 1110,nento da /inça (!:ig 15-2) opostas. que agcn1 sob1c un1 corpo (fig 15-5). A ação de
O n1ovin1ento dentúrio total. resultante de forças que un1 bin.:irio é a son1a da ação de dois sisten1as de fórça
não agen1 através do centro de resistência. é t1111a conü,ina- única. tuna igual e outra oposta c·ada fórça do bin.írio
ção de rotação e translação. que oconen1 sin1ultanea1nente tende a 1110,-t.::r o centro de resistência na direção da força.
(Fig. 15-3() E111 outras palavras. considera-se que o dente coino descrito para a força única U,na vez que as duas
está rotacionando ao redor do seu centro de resistência rorças são iguais e opostas, cada tuna delas tende a n1ovcr
(Fig. 15-38). enquanto o centro de resistência estú so- o centro de resistência en1 unia direção igual e oposta
frendo translação sin1u!tflnea na direção da linha da icJrça (\)1110 resultado. não ocorre n1ovin1e11to do centro de rc~
(Fig 15-3A). O 111ovin1ento dentário resultante deve exibir sistência quando de 11111 binúrio Un1 binúrio é uni sisten1a
rotação ao redor do centro de resistência e translação do especial. porque o resultado de sua ação produz un1a rota~
centro de resistência na direção da linha de !Orça ção sen1prc localizada no centro de resistência. Quando o
centro de rotação é coincidente co111 o centro de resistên-
Centro de Rotação cia, 11enhun1 1novi111cnto do centro de resistência pode ocor-
rer. independcnten1ente do local e111 que o binário é aplica-
()uando uni corpo é rotacionado. existe outro ponto loca~ do no dente í\ tendência rotacional do binúrio é denoini-
lizado no seu interior ou no exterior. ao redor do qual o nada 1110111e11to. e nos relCrin1os a ela con10 n1on1cnto de
corpo gira Esse ponto é dcno1ninado centro de rotação binário ( M I
(Fig 15-4). Unia fl1rça única, que não é aplicada no cen- C linica1;1ente. isso significa que se un1 binário é apli-
tro de resisti:ncia. deve fúzer con1 que o corpo rotacione cado a uni hracket edgc,\·isc en1 qualquer plano. o centro
ao redor do centro de resistência. enquanto o centro se de resistência não pode se 1nover en1 nenlnuna direção e o
n1ovc sin1ultanean1e11te nu direção da linha de força O cen- dente sen1pre sofre rotação ao redor do centro de resis-
tro de rotação é localizado en1 pontos variáveis. dependen- tência . O 1nais i111portantc é que o 111ovin1ento dentúrio
do da distflncia entre o local cn1 que a rorça é aplicada e o sen1pre scní igual e nunca scrú influenciado pela localiza-
centro de resistência. O centro de rotação pode se aproxi- ção do bracket no dente. Esse n1ovin1ento é ta111bé1n inde-
1nar do centro de resistência, nu1s nunca o atinge. Se a pendente de qualquer torque ou angulação e111butidos no
!Orça IOr aplicada no centro de resistência. o corpo sofrerú brackct 1\ única !'unção da pré-angulação no brackct é a
translação e o centro de rotação estú no infinito ativação do tio continuo nos ultin1os graus do n1ovi111ento
En1 tern1os de 111ovin1ento dentário. as rorças aplica- dentúrio final
F
F
Fig. 15-1 Os circulos brancos indicam o centro de resistência fül posição inicia! do dente. Os cin.:ulos sombreados
mostram o centro de rcsistCnciu dc:;locado na dircçfio da fiJrçu Uma força atravês do ci.:ntro de resistência faz. com que
wdos os pontos do dente se mov,1111 na mesma quantidadt: e na mesma direção Esse tipo de movimento é denominado
11a1Hlariio ou 11101·i111e11/o ck corpo
A
F
F
F
Fig. 15-2 Uma força ,1plicada cm um hrac;kcl quc não passa pelo centro de resistência causa a rotaç:io de um dente
Essa tendência a rotacionar é mcdidu cm momentos e denominada mome,uo d,: força (i'1,\ ). A nrngnitudc do !\\ C me-
dida como a nmgnitude da força multiplicada pi.:la distfinciu perpendicular cntn! a linha de ft.lrça e o centro de resistência
(isto é, rvl 1 "" F :-: d) As rotações silo ilustradas na primeira ordem (A), segunda ordem (8) e terccirn ordem
(C)
A
Mais Igual
00
F F
!"- t~~
Fig 15~3. O movimento rorncional cnusado por uma !'orça que não passa no centro de resistência ê visualizado melhor
como o processo simultüneo de translaçilo do dente A. que move o centro de resistência na direção da força e de
rotação do dente, 8, ao redor do centro de resistência O resultado é uma combinação de translação e rotação ao redor
do centro de resistência (Cl
(!
:•: d:p;
1
Fig. 15~-I O centro de rotação é um ponto arbitr~irio uo redor do quu! Fig. 15-5 Essa ilustração mostra uma rcpn.!senwçüo diugramútica dos
Urn corpo parece ter rotacionado, dctern1inado a partir da posição iniciu! hinúrios de primeira, segunda e terceira ordens As forças que agem sobre os
e tina! do corpo Ele ê o resultado da quantidade relativa de trunslaçfio e dentes são iguais e opostas (setas retas) A tendência rotaciona! (setas curvas) é
rotação que ocorre durante o movimento dentúrio denominada 1110111e11to do binário (,\/() O momento do binàrio é medido
como a magniwde de uma das forças (J) do binúrio multiplicado pela dis~
tüncia perpendicular entre as duas !Orças do bin.Jrio (d) (i ê ivlc""' F :~ d)
212 Su,:,\o III ,·lparelho\
Momentos: Uma Medição da Tendência de ticos representa1n a aplicação prática do conceito teórico
Rotação por Forças Simples ou Binários do equilibrio de un1 binário
O ponto n1ais i111portante do equilíbrio de un1 binário é
que a son1a das !Orças e dos 1110111entos deve ser igual a
O 11101nento é a n1edida da tendência a rotacionar. O 1110111cn- zero. A tendência a rotacionar (isto é. cada 1110111cnto) tan1-
to. ou a tendência do corpo a rotacionar, pode ser produ- bé111 deve ser anulada por tnna tendência igual e oposta a
zido ele duas ,naneiras distintas. Se lllna força sin1ples for rotacionar na direção oposta
aplicada a un1 corpo e não agir através do centro de resis-
tência, essa fürça causa tendência à rotação Esse 111on1en-
to. n1on1ento de força (ivlF), é quantativa111cnte igual à Equilíbrio do Sistema de Força de um
111agnitude da fôrça aplicada. 1nultiplicada pela distância Binário
perpendicular entre a linha da fürça aplicada e o centro de
resistência (veja Fig 15-2). A n1agnitude da tendência de O equilíbrio requer que un1 siste1na con1 t1111 binário e a
rotacionar criada pela força, Mi:, é au111entada igual111ente sua tendência associada a rotacionar deve ter tuna tendên-
pela aplicação de tuna força 111ais intensa no dente ou pela cia igual e oposta a rotacionar o siste1na na direção oposta
aplicação da fOrça e111 un1 ponto 1nais distante do centro Un1 sisten1a de força con1 binário único deve ter, ine-
de resistência rentc111ente, dois binários iguais e opostos presentes, por-
O 1non1ento tan1bén1 pode ser aplicado no dente con1 que está en1 equilíbrio
11111 binário (Nll ). A 1nagnitude da tendência de rotacionar, Por exe111plo, quando uni arco de intrusão é levado ao
produzida por un1 binário é igual à son1a do 1110111ento cria- incisivo para liberar tuna força intrusiva sobre ele, o tio
do por cada unia das duas !Orças que con1põen1 o binário inserido no tubo rnolar cria unia segunda !Orça extrusiva
Unu.1 vez que as fOrças são iguais e opostas. elas poden1 igual e oposta no tubo n1olar Essas duas fOrças iguais e
servir para rotacionar o corpo na n1es1na direção. Os valores opostas forn1an1 uni binário. criando a tendência a rota-
de cada força de 11111 binário, 111ultiplicados pela distância cionar todo o sisten1a e111 unia direção (F I e FI con1 rotação
perpendicular do centro de resistência, podcn1 ser n1ate- no sentido anti-horário) (Fig. 15-6)
111atica1nente reduzidos para o valor de tuna das fürças do Incrente a esse sisten1a. existe un1 segundo binúrio
binário n1ultiplicado pela distância perpendicular entre as sin1ultâneo resultante da rnesn1a ativação do arco de in-
duas !Orças paralelas do binário (veja Fig 15-5). A 111agni- trusão O segundo binário localiza-se no tubo 1110Jar e re-
tude da tendência a rotacionar criada por un1 binário, Me, sulta de uni binúrio de !Orças iguais e opostas na interft1cc
é elevada pelo aun1ento das duas fürças do binário ou pelo
au111ento da distância entre elas
O Ml é unico, porque a rotação que ele produz não
depende do ponto e111 que o binário é aplicado no dente
Portanto. un1 binário aplicado en1 u1n bracket encaixado
en1 qualquer parte do dente rotaciona o dente exatan1ente
da n1es1na n1aneira - ao redor do seu centro de resistência
Por fín1, a rotação é o único 111ovin1ento dentário possível
con1 uni binário
Equilíbrio do Sistema
A terceira lei cinélica de Ne\vton alirrna que para cada
ação existe tuna reação igual e oposta As fOrças sin1ples e
os binúrios dos aparelhos ortodônticos não são exceção
O equilíbrio estático requer que a son1a das fOrças e dos
n10111entos que age1n sobre un1 aparelho, e111 qualquer pla-
no, deve ser igual a zero para n1anter o sisten1a en1 equi-
líbrio
O equilibrio de tuna JOrça sin1ples, con10 tuna força
d,
igual e oposta, é fácil de entender. No entanto, o equilíbrio
de un1 binário é provavehnente un1 dos aspectos n1ais i111- Fig. 15-6 Equilíbrio em um sistema de um binúrio O primeiro drcu!o
portantes e n1ais 111al con1preendidos do design e do uso (linha sólida) mostra um arco de intrusão passiva Ele é ativado quando
do aparelho. Ele tan1bé111 é responsável por n1uitos 1novi- arnarrndo no nível <lo brackct Isso causa uma força de intrusão no
incisivo e cxtrusão no molar Esse circulo mostra a direção do binúrio
rnentos dentários indesejáveis e inesperados . A n1aioria dos associado ú sua força de extrusão e intrusão O segundo drculo (linha
dentistas provavelinente entendeu o equilibrio de uni biná- pontilhada) mostra um segundo bimirio no hracket molar (i\\.) igual C
rio quando estudou F isica na escola Os aparelhos ortodôn- oposto ao primeiro bindrio
Cú1110 Age111 o.\ Apare/110.\ Ortodôntic.o\ (~\PÍTllLO 15 213
do tio con1 o tubo 1nolar, quando o arco de intrusão é tantes. Essa regra se aplica para o sisten1a de un1 binário,
ativado. Essas forças localiza,n-se en1 cada tubo rnolar e 111as freqüenten1ente não pode ser usada para o sistenu1
crian1 tuna tendência igual e oposta ao bracket e dente de força com himirios duplos (Fig 15-7)
a111arrado a rotacionar na direção oposta ao siste111a de Quando un1 arco é inserido en1 dois brackets conse-
rotação descrito no parágrafo anterior (F ~ e F: con1 rota- cutivos, a ativação do arco cria un1 bin:.írio en1 cada bra-
ção no sentido horário) (Fig 15-6) ckel O binário de cada bracket existe con1 u,n equilíbrio
Estes dois binários, con1 suas tendências iguais a rota- associado, exatan1ente con10 se eles IOsse,n dois sisten1as
cionar en1 direções opostas, criarn o equilibrio de un1 biná- de !Orça de binário unico agindo ao n1esn10 te111po. Por-
rio. É i111possível alterar o fio de qualquer n1aneira ou 111udar tanto. o equilibrio do siste111a de JOrça con1 binários du-
qualquer parte desse equilíbrio sen1 afetar as outras partes plos é equivalente ú so111a algébrica dos dois sisten1as de
do equilíbrio Sisten1as de !Orça adicionais poden1 ser so- fürça de binário único presentes (l:ig. 15-8) É fácil ver
brepostos no sisten1a, 1nas o equilíbrio de un1 binário deve por que o sistc1na de força de binários duplos é 111ais dificil
ser igual e oposto Unia n1udança e111 parte do fio resulta de entender. ·1•7
en1 11111a 111udança no equilíbrio de todo o sisten1a Na prática, a tendência rotacional do binário en1 cada
Mais recenten1ente, Lindauer e lsaacson~ descreverarn bracket não é afCtada pelo binário do outro bracket No
a 1necânica de un1 arco de intrusão invertido (isto é, o arco entanto, as fürças de equilibrio associadas a cada 11111 dos
de extrusão) O arco de extrusão é si111plesn1ente o arco de binários dos dois brackets agen1 sobre os n1esn1os dois
intrusão co111 todos os seus siste111as de força invertidos dentes. e a ação cn1 cadeia dessas !Orças sobre cada dente
é a son1a das suas ações individuais con1binadas
Por exe111plo, no arco de intrusão de 11111 binário. as
Equilíbrio do Sistema de Força de duas forças que age1n e111 cada extre111idade do arco
Binários Duplos (extrusão no n1olar e intrusão no incisivo} con1põen1 o
binário vertical de fürças que con1preende111 o equilíbrio
associado ao binário do bracket do 1110Jar (veja Fig . 15-6)
Unia antiga regra, con1u111enle aceita para detcnninar as Se o arco tan1bén1 für inserido no bracket do incisivo. o
ações de uni arco. era colocar un1a das extrcn1idades do binário no brackel do incisivo tan1bén1 terá !Orças de equi-
arco en1 uni brackct e ver a posição da outra extren1idade librio vertical que agen1 no incisivo e no 111olar.. Se a dire-
do arco con10 111na indicação da direção das forças resul- ção da rotação do binário do bracket do incisivo for igual à
\) \
Incorreto t Incorreto
t Incorreto Correto
t
Fig. 15~ 7 Cm um sistema de dois binlirios, a i.:olocação do ari.:o cm um tkis brni.:kets e a observação da posiçãn da
outra extn:midadc do arco, a !im de determinar a direção da força . m1o C um mêtodo contiún:!
214 Su;,\o Ili
o
o
45º
45º 30"
B
Fig" 15-8 Dob tipos de dobras do arco. A, Dobra gradativu B. Dobra cm \1 Para determinar o equilíbrio cm um
sistema de dois binúrios, a canaleta do brackct com um .ingulo maior dl! i.:ntrada indica a direção das forças de
equilíbrio associadus que agem cm cada brackcL O üngu!o maior de entrada se: localiza no brackct do molur (..\5 graus)
e os momentos e !Orças associado:, a eles silo ilustrados (seta:; sólidas) Os momentos e f(1rças do brackct do incisivo
(30 graus) também silo ilustrados (setas abertas) O efeito cumulativo desse sistema de dois binúrio:, é aditivo (A),
porque ambos os bimirios se encontram na mesma direção (sentido horúrio) e as forças de equilíbrio associadas estão
cm direção igual e oposta (sentido anti-horário) . tornando-se cxtrusivas no molar c intrusivas no incisivo A din:çüo
do bin.írio no brackd do incisivo (B) e oposta .i do binúrio no brnckct molar Portanto, o hinúrio maior no sentido
honirio (45 graus). que se encontra llü molar, determina a dircçüo das forçus dc equilíbrio, que são de extrusão no
molar e intrusão no ineisi\'o Note que a magnitude das !Orças de equilihrio vertical cm B e mcnor do que cm A
A e
li \\ e Ili o
e
1 t
D
IV
1
:t ~
1, e
V
Fig. 15-9 A. Dobra cm V centralizada que produz binúrios iguais e opostos e. portamo, forças de equilíbrio iguais e
opostas que se anul.im mutuamente B·E O dente com o l\\. maior (üngulo maior de entrada) e a direção de rotaçüo
maior süo ilustrados com as sctus curvas As forças de cqui!ibrio associadas siio demonstradas pelas sc\lls reia:,;
tensas foren1 necessárias nos incisivos ou 1110Jares. Fig. 15~10 Combinações de duas dobras cm V, ilustradas na t1gura 15-9
4 O n1esn10 que 3, con1 as direções invertidas (veja ,\ Uma combinaçüo de Ili e V B, Uma combinaçüo de 11 e IV Pode ser
Figs. l 5-9C e D) observado que ,\ e B sfio dobras cm V simétricas com hinários iguais e
Todos os siste1nas de aparelhos, incluindo aqueles que opostos e sem nenhuma fr1rça de cquiiibrio associada C, U1na combina-
ção de li e V D, Uma combinação de Ili e IV C e D silo dobras
existen1 atuahnente e aqueles que ainda não foran1 criados, gradativas com birnirios que agem na mesma direção e, portnnto, tê1n
deven1 obedecer esses princípios fisicos !Orças de equilíbrio que são somadas
216 51:çi\o Ili Aparelho.\
MOVIMENTO DENTÁRIO RESULTAN· 111ento dentário não pode ser direrenciahnente guiado por
TE DOS SISTEMAS DE FORÇA lhtores biológicos
c·on1 base no conceito de que existe uni nível otin10
de carga. o objetivo cios aparelhos é rotacionar a raiz na
O Sinal Biológico n1esn1a quantidade. cn1 tuna direção anti-horúria e oposta
A finalidade de un1 aparelho ortodôntico é deslocar fisica- en1 relação à coroa. Isso requer, conceitualn1ente, que a
111ente un1 dente (ou osso) para esti,nular as células pre-
raiz seja 111ovin1entada na 111esn1a direção e na n1esn1a ve-
sentes en1 todas as articulações envolvidas O o~jetivo é locidade que a coroa. Esse é un1 ótin10 objetivo teórico,
ren1odelar o osso e criar unia nova ho111eostase ou equilí- rnas a realidade é que ainda não é possivel aplicar urna
brio entre o dente e as estruturas que o suportan1 Os n1e- força e un1 binário que desloquen1 o dente igual!ncntc e
canis111os de con10 isso é realizado ainda estão sendo resulte111 no desloca111ento dentário de corpo por qualquer
período prolongado.~
pesquisados e não são 111uito claros Qual é o proble111a e
por que a questão ainda não fbi resolvida? O oqjetivo de aplicar tuna força para rotacionar a co-
Se a quantidade de deslocan1ento fbr i111portante para roa e de urn binário para rotacionar a raiz é denon1inado
p1opo1çcio 1110111entolf(nça (Fig 15-11 ). O n1on1ento t:: o
provocar o cstln1u!o que causa a resposta celular, unia
quantidade ideal de deslocan1ento deveria ser capaz de tor- Mt aplicado no bracket para causar a inclinação da raiz no
nar os processos 111ais rápidos e 111ais eficazes Essa visão sentido anti-horário . A fürça aplicada no bracket é aquela
é consistente con1 as descrições do n1ovin1ento denhírio, que fhz con1 que a coroa gire no sentido horário
que delinen1 o aparelho ideal con10 aquele que pode deslocar Freqüente111ente, acredita-se que a proporção ideal
o dente de corpo, de forn1a que todos os pontos ela super- n10111ento/força seja 1O: I, porque a !Orça que causa a rota-
ficie da raiz dentária e do osso sejan1 igual e idealn1ente ção no sentido horário é aplicada a cerca de 1O 111111 cio
deslocados e estin1ulados . Essa n1eta não é realista con1 os centro de resistência Por exen1plo. tuna fürça de 80 g cria
aparelhos con1un1ente utilizados nos dias de hoje a tendência a rotacionar no sentido horário igual a 80 n X
O 111ovin1ento de translação de un1 dente requer que a 10 111111, ou 800 g/nun (veja Fig 15-8). O bi~ário aplic~do
força s~ja aplicada para agir através do centro de resistência para causar a rotação da raiz deve ser igual e oposto. ou
ou que a raiz e a coroa rotacíone111 na 111esn1a direção e na 800 g /nun, no sentido anti-horário Isso resulta en1 luna
111es1na velocidade O objetivo de tuna fürça que age atra- proporção momento/força de 800/80 = 1O: 1
vés do centro de resistência é gerahnente inatingível. por- Unia proporção n10111ento/fürça 1naior que 1O g/111111
que os brackets são colocados na coroa e, conseqüente- signi!ica que existe o n10111ento 111aior no sentido anti-ho-
111ente, a fürça não pode ser direcionada através do centro rário do binflrio, onde a inclinação da raiz excede a inclina-
de resistência ção da coroa. Unia proporção n10111ento/fürça rnenor do
A idéia de rotacionar a coroa e a raiz na 111es111a dire- que IO: 1 significa que existe tuna fürça 111ais intensa e re-
ção, a lin1 de obter un1 111ovi111ento de translação, é outra presenta a inclinação, n1as, dessa vez. na direção oposta.
fürn1a de descrever o objetivo da 111aioria dos aparelhos con1 o 111ovin1ento da coroa excedendo o da raiz, Qual-
ortodônticos Se tuna !Orça für aplicada na coroa de u111 quer unia dessas rotações resulta en1 unia co111pressão
dente para incliná-la no sentido horário, ela 111ovin1entará o desigual do periodonto e variação no grau de estín1ulo das
centro de resistência do dente na n1esn1a direção que a células que produzen1 as 111udanças biológicas desejadas
linha da fürça, enquanto rotaciona sin1ultanean1ente o den- Unia proporção 1110111ento/fürça de cerca de 1O g/111111 equi-
te en1 sentido horário ao redor do seu centro de resistên- vale à translação e ao deslocan1ento dentário de corpo no
cia . Essa é a única fünna pela qual o centro de resistência plano sagital (veja Fig . 15-11)
de uni dente pode ser n1oviinentado O resultado dessa Tfln1bén1 é óbvio que un1 dente é uni o~jeto tridin1cn-
rotação, que os ortodontistas chan1a111 de 111oviJ11euto ele sional e que o seu deslocan1ento nunca pode ser totahnente
inc-linaç:cio. é uni centro de rotação entre o centro de re- igual e111 todos os lados da raiz durante o 111ovin1ento. Por-
sistência e o ápice do dente Tal deslocan1ento dentário tanto, o conceito de fürças diferenciais que causa1n tun
resulta, necessarian1ente, en1 áreas de con1pressão e ten- n1ovin1ento dentário diferencial é l1111a questão con1plexa,
são ao longo da superficie radicular que é inconsistente que ainda não füi satisfhtorian1ente resolvido na teoria e na
con1 o objetivo de u1n grau constante de cotnpressão para prática
obter a resposta biológica ideal
Se existir un1 desloca111ento ideal para obter tuna res- PROPRIEDADES ELÁSTICAS DOS FIOS
posta biológica ideal, o n1ovi1nento dentário rotacional so-
zinho não pode ser ideal Se a resposta biológica 111ove o As propriedades ehísticas dos fios são explicadas con1
dente igualn1ente ben1 con1 o desloca1nento dentário rota- base na sua curva de tensão-deflexão ou na de deflexão da
cional, o diferencial na co111pressão e a 111agnitude da car- carga (Fig. 15-12). As relações tensão-deflexão são asso-
ga aplicada não in1portarão Pensando dessa fonna o 1110- ciadas às propriedades intrinsecas do fio, relacionadas à
vi,nento dentário é unia questão apenas da ausê,;cia ou sua con1posição A razão tensão-deflexão, na porção elástica
presença de tuna fürça . Se isso for verdadeiro, o 111ovi- da curva, determina o módulo de elasticidade do fio (e)
Con10 Age111 o.\ Aparelho., 01'1odô11til'os (APÍTLILO 15 217
· · ·~- F
(80 g)
Razão
B MF=Fxd
MF=80x10
Mais fsl
L'.'.J Me = F X d
Me=400x2
Igual [sJ co
M,F = 10,1
Razão
2 G MF=Fxd
MF=60x10
Mais0 Mc=Fxd
Me=400x2
M:F > 10:1
Razão
G
~-
Igual~ M:F< 10:t
3 MF=Fxd Mais0 Mc=Fxd
MF=100x10 Me=400x2
MF = 1000 glmm Me= 800 g/mm F
Fig. 15-11 Representação de como a alternção dn proporção momento/força pode influenciar o tipo de movimento
dcnt.irio ohtido No primeiro exemplo uma força lingual de 80 g U\) aplicada a 10 mm do C 1c,' com um tvll no
1
sentido anti-horúrio de 800 g/mm e uma razão !Vl:F de I O: 1, !eva ú translação No segundo exemplo, uma força
menor que 60 g {A.,) aplicada no mesmo ponto do dente com um mesmo tvlc em sentido anti-horário de 800 g/mm
e uma razão ivl:I; >-10:1 !eva a um movimento dentário maior No terceiro exemplo, uma !Orçn mais intensa de 100
g (A) aplicada no mesmo ponto do dente com um mesmo /\\. l!rn sentido anli-honirio de 800 g/mm e uma razão ivl:F
menór que ! O; 1 leva u um movimento maior da coroa
111aior, con1 n1enor chance de dclünnação pennanente Por deflexão da carga é inversan1ente proporcional à
outro lado, a capacidade de defonnar pennanente111ente o terceira potência do con1prin1ento do fio U111
n1aterial alén1 do seu lin1ite elástico perniite que o profissio- exen1plo que usa esse principio é uni arco de
nal insira as dobras no fio intrusão que evita os dentes que não esteja111 en-
A resistência final à tensão é a !Orça 111áxin1a que o lio volvidos na correção da n1ordida profunda (veja
pode suportar antes do rnaterial con1eçar a enfraquecer Fig . 15-16)
Ela corresponde ao pico da curva de deflexão da força A b Confecção de alças no arco: As alças aun1entan1
porção da curva de deflexão da força, desde o limite elás- a distância do tio interbrackets e assin1 reduzen1
tico até a resistência fina! à tensão, corresponde à an1plitu- o índice de deflexão da carga. 1.i Con1 a introdu-
de elástica do fio A extensão en1 que o aparelho retorna à ção dos novos fios de n1ódulo baixo, a necessi-
sua fürn1a original quando defletido, dentro de sua an1pli- dade de confecção de alças nos aparelhos or-
tude elústica, detern1ina a sua elasticidade. U111 fio con1 todônticos di111inuiu consideraveln1ente
an1plitude elástica extensa é n1ais rnoldável, o que significa
que ele pode ser dobrado várias vezes sen1 fraturar Se o
fio für defletido alén1 da sua resistência final à tensão, even- APLICAÇÃO CLÍNICA DOS SISTEMAS
tualn1ente ele será condenado à quebra, DE FORÇA
Os fios con1 deflexão de carga baixa são os de esco-
lha ern Ortodontia nas áreas en1 que n1ovin1entos dentários Esta parte do capítulo introduz alguns dos aparelhos co-
a1nplos são necessários, porque eles conservan1 unia força n1uns utilizados para tratar as 111ás oclusões Os sisten1as
consideraveln1ente constante, à 111edida que o dente se de força associados a cada un1 desses aparelhos são resu-
n1ove e o aparelho é desativado. En1 áreas e1n que 111ovin1en- midamente discutidos. Os aparelhos devem ser projetados
tos dentários n1íni111os são des~jados, con10 nos casos de para atingir objetivos específicos do tratan1ento de uni de-
exodontia co111 ancorage1n n1áxin1a ou durante a finalização, tenninado paciente, e não vice-versa, obvia1nente
uni índice de deflexão con1 carga alta é desejável
Biomecânica do AEB - O uso dos princípios bio- AEB Cervical (Fig 15-13 i -- Os sistemas de loiça de
n1ccânicos pennite que o pro!issional conHole a direção e un1 f\EB deve111 seguir regras sin1ilarcs ú aplicadas a ou-
111agnitude das !Orças produzidas pelos di {Crentes tipos de tros sistetnas de fOrça ortodôntica É possível alinhar o
AEB e deter111ina os tipos de 1nudançus clínicas que po- arco externo do arco fücial de liJnna que quando o elásti-
de1n ser esperadas. Un1 principio in1portante na anúlise do co do pescoço é inserido. a linha de !i)rça passa através do
sisten1a de !'orça de un1 AEB é a relação entre a ação ela centro de resistência do 111olar Esse sisten1a de força pro-
linha de Corça e a sua relação con1 o centro de resistência voca a translação do 111olar na direção da linha de !Orça
da n1axila ou do pri,neiro tno!ar. U1na rorça que passa atra- f:'.ssa descrição do sisten1a de !Orça é conliável se o arco
vés do centro de resistência causa translação pura na dire- lücial não estiver defónnado. Co1nu111ente. o AE B cervical
ção da linha de !orça Qualquer outra força produz utilizado para corrigir as 111ás oclusões c·iasse li resulta
translação e un1a rotação con1 un1 n1on1ento en1 unia linha de !Orça oclusal ao centro de resistência. e o
Para analisar os sisten1as de força no prin1eiro 1nolar 1novin1ento dentário resultante é unia rotação co111 inclina-
superior. trace pri111eiro tuna linha i111aginária conectando ção distal da coroa do 111olar.
o ponto de inserção do elástico e o arco externo do AEB. Para evitar a inclinação distal da coroa, torna-se ne-
quando o aparelho está en1 seu lugar. Trace tuna linha per- cessória a inclinação distal da raiz Isso é possível co1n a
pendicular desde o centro de resistência do prin1eiro 1110- inclinação do arco externo cio AEB para cin1a. de fünna
lar superior até a linha de !Orça A rnagnitude do 1110111ento que ele seja abaixado quando se encaixar o elústico cervical
da !Orça é o produto da n1agnitude da !Orça e a distância Isso resulta c111 defonnação do arco f11cial Essa dcli.)r111a-
perpendicular desde o centro de resistência até a linha de ção do arco racial para baixo resulta en1 uni binúrio no
força. En1bora a posição do arco interno não possa ser sentido anti-horário. no tubo 111olar O 1non1ento desse bi-
alterada, a posição do arco externo pode ser flexionada núrio Jflz con1 que a raiz 111olar sofra rotação no sentido
para cin1a ou para baixo, e seu co111pri1nento ajustado. Isso distal O equilíbrio associado a esse binúrio é extrusivo no
rnuda a direção da fOrça para obter os resultados desejados n1olar e para cin1a no elústico cervical () 111ovi1nento den-
A B
Fig. 15~13. A. AEB cervical B. Uma linha de força (LOf) rassando atra\'és do i:cntro de resist0nda causa a
translnc;ão do dente na direção da l(ffça A Sem indi1rnçfü1 no arco lhda! !J Se u arco fodal J{)r indinatlo e ah:iixa<lo
para si: i:ncaixar no elústieo eervical. um hinúrio serú criado no tubo do molar
220 ScçAo Ili .-Jpure//1os
A B
Fig. 15~1-t A. AEB cH.:i.:ipital. 8, Quando o dústico occipital e o urco facial resultam cm umn linha de força (LOf)
que uge através do centro de rcsist0ncia, o dente sofre trnnslaç[io na direção da !inhu de !'orça
túrio do AEB pode ser ajustado para ser efetiva1nente o trusão dos dentes posteriores superiores con1 tendência
1nesn10 do arco de intrusão descrito previa111ente Devido de abertura da n1ordida
à força de extrusão aplicada no n1oiar, existe unu1 tendên-
cia de abrir a 111ordida C'onseqüenten1ente. o AEB cervical Aparelhos Funcionais
deve ser usado con1 cuidado en1 pacientes con1 tendência
à 1nordida aberta O tern10 aparelho funcional significa que quando o apa-
relho está assentado na boca, a n1andíbula é !'Orçada en1
un1a posição não cêntrica. Qualquer postura n1andibular
AEB Occipital e de Tração Alta (Fig. 15-14) O AEB
desse tipo filz con1 que a n1usculatura tente 1nover a 111an-
occipital é con1un1ente usado na correção da Classe li,
dibula na direção de tuna posição en1 relação cêntrica . Isso
quando o controle da tendência à 111ordida aberta anterior
resulta en1 sisten1as de [Orça exercidos onde o aparelho
faz parte do problema (veja Cap 20) Um AEB occipital é
fbr ancorado, nos dentes ou nos tecidos 1noles da boca
confeccionado con1 o arco externo curto, nun1a posição
Mais con1un1ente, os aparelhos funcionais são usados
adjacente ao pritneiro n1olar. Isso resulta en1 tuna linha de
para 111anter a n1andíbula en1 unia posição de protrusão, a
força que age vertical e posteriorn1ente, através do centro
fín1 de efetuar a correção das relações dentárias Classe 11
de resistência Essa linha de força provoca a intrusão e a
(veja Cap. 20). Há muito tempo se acredita que a correção
retração do n1olar. Esse aparelho não defonna o arco racial
resulta do avanço no côndilo para fora da fbssa, con1 o
tão prontamente quanto o arco externo cervical 111ais lon-
estí1nulo do crescin1ento condilar Estudos não fora,n ca-
go, reduzindo a tendência a uni binário an1plo no tubo 1110\ar
pazes de verificar a ocorrência de uni crescin1ento adicio-
nal significativo a partir dessa abordagen1, n1as esse 111éto-
T·ração Reversa - A tração reversa é usada para a do ten1 sido claran1ente usado con1 resultados e1npiricos
protração esquelética e dentária da n1axila nas 1nás oclusões bem-sucedidos
da Classe HI causadas por unia deficiência 1naxilar (v~ja A 111aioria dos aparelhos funcionais apóian1 parcial ou
Cap 21) As fürças e 1110111entos associados à tração reversa totaln1ente en1 dentes. Portanto, quando a 111usculatura tenta
são ilustrados na figura 15-5 A tração reversa exerce unia n1over a n1andíbula na direção da relação cêntrica, os den-
força 1nesial na 111axila abaixo de centro de resistência. tes receben1 !Orças que protuen1 o arco dentário infCrior e
con1 utna força reciproca igual e oposta no 111ento e na retraen1 o arco dentário superior Os estudos de casos tra-
testa A força aplicada no 111ento pode causar tuna 111udan- tados docun1entaran1 esses efeitos, 111as a quantidade de
ça na postura da 111andibula, que pode afetar sua direção 1novin1ento dentário observado te1n sido insuficiente para
do crescin1ento. O 11101nento no sentido anti-horário sobre explicar as correções da Classe II que ocorreran1 O res-
a ,naxila e a dentição, causado pela linha de !Orça que age tante das 1nudanças foi atribuído ao redirecionan1ento do
abaixo do centro de resistência, leva à tendência da ex- cresciinento ela 111axila e da 1nandíbula O resultado é que
C01110 ..lg1:111 o\ Apt11 elho_\ Or,odó111ho.\ (APÍTUl.O J 5 221
B e
~ ..
Fig. 15-5 A lraçüo reversa B D1.:ntcs ,111h!s do tratamento ortodôntko. incluindo a traçüo reversa C, Após o
tratamento D. O sistema de fon;a com a linha de força abaix(1 do centro de resistência resultando cm um momento
no sentido anti-horúrio
222 SEc,\o li! .-lpan.:!ho.\
persiste unia controvérsia considerável e111 relação ao n1c- dura C in1pedida de sofrer a con1pensação dentária geral-
canisn10 de ação dos aparelhos funcionais ren1oviveis Pelo n1entc associada ao cresci1nento dos n1axilares Johnston 17
111esn10 inativo, não existe concordància e111 relação ú Jür- revisou a literatura sobre o aparelho funcional e concluiu
1na ideal de construir ou usar esses aparelhos que fJltan1 evidências sobre a capacidade dos aparelhos
Unu1 vez que a n1aioria dos aparelhos funcionais é re- funcionais de causar o crescin1ento da n1andibula en1 quan-
111ovível. parece que a cooperação do paciente cun1prc t1111a tidade significativa111ente 1naior do que o crescin1ento que
f-l1nçào in1portante no seu sucesso A incapacidade de ava- teria ocorrido sen1 tratan1ento. Ele tan1bén1 notou que o
liar quantitativa111cnte a cooperação do paciente é un1 ele- 1novi1nento dentário observado é insuficiente para ser res-
111ento chave do proble,na e da análise da eficácia do trata- ponsável pelas correções observadas da c·Iasse li
111ento con1 u1n aparelho funcional Quando o aparelho É provável que o n1ecanisn10 de ação de todos os apa-
funcional estú en1 posição, no entanto. o 1necanis1110 de relhos funcionais. sejan1 eles fixos ou ren1ovíveis, é deslo-
ação deve seguir os 111esn1os princípios da engenharia es- car a n1andibula enquanto pern1ite que tuna quantidade nar-
tútica e 1necànica aplicados aos aparelhos lixos O deslo- ina! de crescin1ento potencial seja expressa, sen1 a con1-
can1ento fi.1ncional da n1andibula é projetado con1 a finali- pensação dentária associada que ocorre sin1ultanea111ente
dade de n1odificar o crescin1ento dos 1naxilares Esse l'e- Enquanto a n1andibula é n1antida e111 un1a posição excên-
nô1neno é biológico e não é definido en1 tennos de Enge- trica. pode-se esperar que a n1usculatura exerça !Orça nos
nharia quanto à direção e à quantidade do resultado As dentes que estão suportando o aparelho; o 1novi111ento
fOrças aplicadas nos dentes são principaln1ente aquelas que dentário resultante seria a inclinação con1 o centro de rota-
não age111 através do centro de resistência e deven1 resul- ção abaixo do centro de resistência
tar na rotação e translação sin1ultâneas dos dentes envolvi-
dos Teorican1ente, é passive! criar binários con1 apare-
lhos fl1ncionais através da criação de !Orças iguais e opos-
Aparelhos Usados para Corrigir
tas. n1as isso é dil1cil e pouco observado clinican1ente. O as Discrepâncias Ântero-posteriores
resultado da 111aioria dos 111ovin1cntos dentários con1 os
aparelhos funcionais é sen1elhante ao n1ovi1nento dentário Classe li - As mús oclusões Classe li podem ser causa-
decorrente de qualquer força si1nples que não aja através das por deficiência 1nandibular, por excesso n1axilar ou
do centro de resistência - o dente se inclina con1 o centro por tuna con1binação de an1bos. Nos pacientes ern cresci-
de rotação entre o ápice e o centro de resistência n1ento con1 111ás oclusões Classe II, a correção é ffeqüen-
Aparenten1ente, a partir do trabalho longitudinal de Bi- ten1ente obtida pela n1odificação do crescin1ento con1 o
shara e cols 11' e dos estudos con1 in1plantes de Bjork e uso ele AEB ou de aparelhos funcionais (veja Cap 20) A
Skieller. 1s as 1nús oclusões da c·iasse 11 na dentadura 111ista escolha entre a seleção do tratan1ento con1 extrabucal ou
pern1anece111 n1ás oclusões da Classe li na dentadura con1 aparelhos funcionais não é fácil e nen1 sen1pre é cla-
pennanente, en1bora os n1axilares csteja,n passando por ra. En1bora esses dois aparelhos pareça1n ter con10 alvo
quantidades dil'erentes de crescin1ento vertical e ântcro- n1axilares diJCrentes. os resultados pós-tratan1cnto pare-
posterior Esse 1novi1nento dentário foi denon1inado co1n- cen1 n1ostrar que eles produzern n1udanças sen1elhantes
pe11\'açao clentá1 ia e provaveln1entc resulta. pelo n1enos Nos pacientes e111 crescin1ento con1 apinban1ento, a cor-
en1 parte. da intercuspidação dos dentes superiores e infe- reção da c·iasse li algun1as vezes é obtida con1 extração e
riores. Portanto, quando o cresci111ento 111andibular tende l'echa111enlo di!'erencial do espaço, con1binados co111 n1odi-
a fazer con1 que a 1nandibula cresça para anterior, a flcações do cresci111ento. Os problen1as da Classe li en1
intercuspidação dos dentes está fOrnecendo un1 sisten1a pacientes que não estão en1 cresci1nento são en1 geral cor-
de {Orça para perpetuar a 111á oclusão c·1asse li, 111ovendo rigidos pela cirurgia ou por extrações en1 u1n único arco
os dentes superiores para a rrente e os interiores no senti- Vários aparelhos, con10 os de pêndulo e o Jones' Jig
do distal O resultado é que o esqueleto está crescendo na fOran1 introduzidos para corrigir as relações dentárias da
direção da correção da 1ná oclusão c·iasse li, n1as a denti- c·Jasse Il. utilizando-se sisten1as de Corça para distalizar os
ção se n1ove na direção oposta. tendendo a conservar a dentes posteriores superiores.
n1á oclusão c·Jasse !!
lohnston 1'1 recente1nente ofereceu tuna nova e criati- Classe Ili - As mús oclusões da Classe Ili podem ser
va explicação do 111ecanisn10 de ação dos aparelhos funcio- causadas por tuna 1naxi!a deficiente, por excesso n1andi-
nais Ele sugeriu que os aparelhos funcionais age111 1nan- bular ou por tuna con1binação de an1bos Esses pacientes
tendo os dentes !Ora de oclusão, in1pedindo a ocorrência gerahncnte apresentan1 n1ordidas cruzadas anteriores É
de con1pensações dentárias. En1 outras palavras, a 1nandi- in1portante avaliar se existe desvio funcional para unia
bula e a sua dentadura são colocadas en1 unia relação 1nordida cruzada anterior Alén1 disso, a quantidade de con1-
dentária da c·Jasse I con1 a n1axila, na qual o côndilo n1an- pensação dentária en1 tennos de incisivos inferiores re-
dibular é deslocado para füra da fossa O crescin1ento troinclinados e de incisivos superiores vestibularizados deve
condilar nonnal é antecipado para pennitir que o côndilo ser detenninada para definir a probabilidade de correção
cresça para trás até o interior da fOssa. enquanto a denta- dentária versus esquelética (veja Cap 21)
c·ou1u Age111 o\ Apu1 e//i(H (J11odá11tilo\ (,\l'iTLJLO 15 223
A tração reversa aplica tuna fOrça de avanço na 111axila superiores aceitarian1 unia vestibularização A 1nordida cru-
e no arco dentário superior, encorajando a n1elhora das zada anterior lbi corrigida pela inclinação dos incisivos ao
relações Classe 11 I O caso da figura 15-15 era t1111a rela- redor do centro de resistência, utilizando-se un1 binúrio
ção Classe Ili causada por deficiência 111axilar. A expan- criado pelo arco de torque (vqja Fig 15-16) r,
são e a protração esquelética lenta do co111plexo 111axilar
foran1 executadas A tração reversa fOi usada para aplicar
un1a força anterior nas suturas da n1axila e nos dentes su- Aparelhos Usados Para Corrigir as
periores A linha de ação da fOrça de unia tração reversa Alterações na Dimensão Vertical
encontra-se abaixo do centro de resistência da 111axila (vqja
Fiu: 15-150) O 111on1cnto de fOrça rotaciona o co1nplexo Mordidas Profundas - A correção das mordidas pro-
n,;xílar e o n1olar no sentido anti-horário, 111ovendo o cen- f'undas pode ser efetuada pela intrusão dos dentes anterio-
tro de resistência para baixo e para a frente Para u111 efei- res. pela n1odificação do crescin1ento vertical do rebordo
to esquelético 111áxi1110. é 111e!hor tratar o paciente con1 alveolar. pela extrusão dos cientes posteriores ou tuna con1-
tração reversa na dentadura 111ista precoce, preferiveln1ente binação desses O 1nétoclo 1nais adequado para u111 deter-
antes dos 8 anos de idade 1ninado paciente depende dos objetivos do tratan1ento
As 111ordidas cruzadas anteriores da dentadura 111ista Quando a intrusão dos dentes anteriores é o o~jetivo, for-
são tuna indicação para trata111ento precoce para 111inin1izar ças leves deven1 ser usadas. Forças 111ais intensas prova-
o potencial da n1á oclusão esquelética inicial de Classe III vehnente crian1 tnna tendência 111aior à extrusão dos den-
se desenvolver e111 tuna n1á oclusão esquelética n1ais gra- tes posteriores. con10 resultado da força extrusiva igual e
ve de Classe Ili A figura 15-16 mostra o caso de uma oposta aplicada no n1olaL As forças recon1endadas para a
criança con1 9 anos de idade que apresentava ausência intrusão dos incisivos infCriores estão na an1plilude de 12,5
congênita do incisivo lateral superior esquerdo e tan1bén1 g por dente. e para os incisivos superiores de cerca de 15
tuna 111ordida cruzada anterior. A n1ordida cruzada anterior a 20 g por dente
não era resultante de un1 desvio funciona! anterior da 111an- Os aparelhos usados para corrigir a 111ordida profunda
díbula. A análise cefí:llon1étrica revelou que os incisivos são dcno111inados arcos de intrusão e as variações in-
A B
Fig . 15~16 Correção de uma mordida cruzada anterior verdadeira mediante o uso de um arco de Iorque A. Antes do
tnuamento B, !Vlordida cruzada anterior corrigida, 4 meses após o inicio do tratamento C. Sistemas de !i.lrça de um
arco de Iorque
224 SE()\O Ili Aparelhos
A B
e D
Fig. 15~17 Arco de intrus:io A Atncs do tratamento B. Depois de J mr.:ses de trauuncntti jú ocorreu corrcçiio
signiticativa da mordida prolunda C Arco de intrusüo passi\ n D Arco de intrus:io t'.(Hll um rontn de contato nos
itKisivos NO[:\: se a Jürç.1 di.: intnisiio niio passar atra\Cs dn centro de n:sis1êm:ia dos quatros incisivos (dn.:ulo
preto), um momento de rorça movcrú as coroa:-; vi.:stibularmcnte (i!ustrad(i cm t.:inza)
clue,n os arcos básicos, arcos utilidade, e arcos con1 vos f'or 1naior do que o 1110111ento no sentido horário para a
curva reveisa. A figura 15-17 de111onstra un1 arco básico inclinação do n1olar para trás, a força de equilíbrio no inci-
de intrusão e seu sisten1a de força associado U111 arco sivo será 111aior e, na realidade, causará a sua extrusão
básico de intrusão é un1 exe,nplo de u111 sisten1a de binúrio U111 arco inferior con1 curva reversa age principaln1ente
único capaz de variar a direção de tuna fbrça de intrusão através da inclinação distal dos n1olares e vestibular dos
para garantir que ela aja através do centro de resistência. 3 incisivos. À n1edida que os incisivos inclinatn para vesti-
O ponto da aplicação da força está sob controle do dentis- bular. as 111udanças angulares contribuen1 para a correção
ta e o sisten1a de força pode ser dt:ten11inado. A vantage111 do trespasse \ crticaL Se o arco for utilizado por un1 perío-
desse aparelho é que ele ten1 tuna distflncia interbrackets do extenso o suliciente e o crescin1ento tàcia! vertical ocor-
a1npla 1 que ditninui o índice de deflexão da carga e assi111 rer, os pré-n1olares extruen1 e, en1 n1enor escala, os 111ola-
111anté1n u1na fürça constante durante todo o n1ovi111ento res e incisivos sofi·erão intrusão
dentário Portanto, esse aparelho requer ajuste n1ínin10
durante a correção da ,nordida profunda Mordidas Abertas - As mordidas abertas são mais
O arco utilidade é uni exe111plo de un1 arco de intrusão diliceis de corrigir e são 1nais in1previsiveis no seu prog-
de binário duplo usado para corrigir 111ordida profunda (Fig nóstico do que as n1ordidas profundas As tnordidas aber-
15-18) 10 rodos os arcos utilidade usados para a coneção tas são ideahnente corrigidas, do ponto de vista dentário,
da 111ordida profunda tên1 tuna dobra inclinada para trús pela intrusão dos dentes posteriores, pennitindo assin1 a
que cria uni Me 1naior nos 111olares, no sentido horário rotação da n1andíbu!a no sentido anti-horário, A cxtrusão
Recon1enda-se que o n1esn10 1non1ento en1 sentido horá- dos dentes anteriores representa tnna co111pensação dentária
rio (torque radicular vestibular) seja aplicado nos incisi- e é obtida con1 elásticos verticais ou con1 arco de extrusão
vos Utna vez que o rvt( de an1bos os brackets ocorre na A discrepància dente-lábio e a exibição da gengiva durante
n1es1na direção, pode ser visto con10 as fürças de equilí- o sorriso são dois fhtores i111portantes no planejan1ento de
brio são aditivas Se o torque radicular lingual no sentido un1 aparelho para a correção das n1ordidas abertas En1
anti-horário estiver presente nos incisivos, ele resulta en1 alguns casos. o trata1nento não pode ser realizado apenas
1no1nentos nos dois dentes en1 direções opostas e di111inui através de procedin1entos ortodônticos e, portanto, é ne-
a fürça de intrusão no segn1ento anterior (veja Fig. 15- cessária unia abordage111 con1binada entre Ortodontia e
88). Se o n101nento do torque radicular lingual nos incisi- C'irurgia
Con10 Age111 (J\i Aparelho, (Jrtodânth:o, (~\l'ÍTULO 15 225
A B
Fig. 15-18 A, Arco utilidade superior 8, Sistemas de força de um arco utilidade superior com uma dobra de
inclinação posterior no molar e torque radicular \'cstibulur nos incisi\'OS Now a st.•mclhança do design deste aparelho
com a !iguru l 5-100
A ll
e D
fig 15-19 Arcn de extn1sã(1 A Antes do tratamento B, Após u correção da mordida .ibcrta C . Arco de extrusilo passivo
O. Arco dc extrusão atÍ\'ado com os sistemas de força ;issociados
U111 arco de extrusão de binúrio siinples pode ser usa- torquc nos incisivos deve ser uni torque radicular lingual
do para corrigir as n1ordidas abertas clentúrias (Fig 15- Essa ativação age con10 tuna dobra gradativa con1 1110-
19) 3 Os arcos ele cxtrusão te111 todas as vantagens ele u1n 111entos no sentido anti-horário, na 111esn1a direção nos
arco de intrusão Os arcos de extrusão provoca,n u,n lvlt. 111olares e nos incisivos. e con1 forças intensas de equili-
no sentido anti-horário no bracket 111olar, quando ativados brio extrusivas nos incisivos e intrusivas nos 1nolares
As fOrças de equilíbrio são extrusivas nos incisivos e
intrusivas nos 111olares A extrusão ocorre 1nuito 1nais 1a- Aparelhos Usados para Corrigir as
pida111ente do que a intrusão_ e o tratan1ento deve sei Alterações na Dimensão Transversa
cuidadosan1ente 1nonitorado para iinpedir a sobreconeção
Uni arco utilidade de binários duplos inserido nos 1110~ As 111ordidas cruzadas pode111 estar presentes no sentido
lares e nos quatro incisivos pode ser ativado con10 u111 lingual ou vestibular e poden1 ter origen1 dentária ou
arco de extrusão (veja Fig. 15-IOC·) A dobra nonnal en1 esquelética As n1ordidas cruzadas linguais são observa-
V no n1olar é feita na direção oposta daquela usada para a das con1 1nuito n1ais freqüência na prútica clinica (veja
intrusão cios incisivos A rotação de terceira orden1 ou Caps 16,17 e 19).
226
As 111ordidas cruzadas linguais são tratadas con1 di- força de expansão ou próxiino dele, será incorreto presun1ir
versos tipos de aparelhos. co111 objetivo de expandir a n1a- que o osso n1axilar solíerá translação E1nbora o centro de
xila esqueletica1nentc. exercendo forças na sutura palatina resistência dos ossos palatinas ainda não tenha sido preci-
111ediana ou inclinando os dentes superiores para vestibu- s<.llncnte detern1inaclo. pode-se prcsu1nir con1 segurança que
lar Alguns dos aparelhos usados são os expansores pala- ele está aciina da linha ele aplicação da rorça (que se encon-
tinos. os quadri-hélices. os arcos transpalatinos. os apare- tra nas cúspides dos 111o!ares). ('onseqüenten1ente, durante
lhos 1 x 4 e os aparelhos 2 ;. : 6 a expansão esquelética existe unia tendência das paredes
palatinas sofreren1 rotação vestibular no sentido transverso
Expansores Palatinos - A expansão esquelética trans- Alé111 disso, todos os aparelhos de expansão exercen1 tuna
versa pode ser realizada pela expansão rápida na velocida- Coiça lateral sobre os dentes en1 que estão ancorados abaixo
de de 0,5 a 1 111111 por dia. ou pela expansão lenta na velo- do centro de resistência Conseqücnten1ente, eles crian1 unia
cidade de cerca de ! 111111 por se1nana, utilizando os cx- MF que tende a rotacionar os dentes. Essa rotação lliz con1
pansorcs palatinos (l~ig. 15-20). A expansão final obser- que as cúspidcs linguais desses dentes sof'ra111 extrusão,
vada é geraln1ente unia con1hinação da expansão aun1cntando a curva de tv1onson A expansão dentária linal
esquelética e dentária Durante a expansão esquelética, o corresponde à son1a da expansão das rnetades palatinas do
ortodontista deve notar que a rolac;ão dos ossos palatinos osso e a expansão dos dentes
e a rotação dos dentes detcnnina a posição tina! dos den-
tes . A 111enos que o centro de resistência de cada n1etade Arcos Transpalatinos - Os arcos tnmspalatinos. di-
da 111axila se.ia localizado no nível da linha da aplicação de ferente de 111uitos outros expansores, são capazes de ge-
A B
···········
l;ig 15-20 ,\ Exp.insor Hyrax U Ap(is a expans[lo p;llatirrn C. llustrnçfü1 que mostra uma lórça horizontal agindo
oclusa!rnente em rdaçílo ao <.:entro de resistência Essa fr1n;a causa um i'v! 1 que rotaciona a coroa do molar no sentido
\estibular e atm1t:nla a curva de i\·lonson
Me Me
A M,
~
ºº
- -- ~
M, :B
íl ij ij~
Fig . 15-.21 ,\ Arco transpalatino (ATP) B. ]!ustraçüo e sistemas de f'nn;a associados de um ATP usado para
e.,pandir o molar por mci11 de translaçfüi
(un10 Ag1.:111 U\ .·lfhllel/,o\ 01todú11tico\ (~\PÍTULO 15 227
rar un1 tvlt e111 todas as três din1ensõcs do cspayo porque Aparelhos que Corrigem as Variações
eles se adapta1n nos tubos palatinas en1 an1bas as extrcn1i-
dadcs do fio Os arcos transpalatino s são cxe,nplos de
Intra-arco
sisten1as de dois brackets e dois binârios, e poden1 se,
Quando os dentes estão 111al posicionados en1 un1 arco,
ativados de n1aneira adequada Esses arcos são aparelhos
isso li. eqüenten1ente é o resultado de falta de espaço. O
versúteis. usados para objetivos n1úlliplos. Eles pode1n ser
apinharnento na dentadura 1nista ou na dentadura penna-
ativados para estabelecer e conservar a largura do arco
nente precoce é controlado pela preservação do leeu•ar
dentário, in1pedir a rotação dos n1olares. realizar rotações
.\pace de Nance, expansão dos arcos, distalização dos dentes
sin1étricas e assin1étricas dos n1olares ou dos segn1entos
posteriores ou extração de dentes.
posteriores, corrigir assin1etrias 1nesiodistais. 1nudar a in-
clinação do plano oc!usal do lado direito para o esquerdo.
corrigir 1nordidas cruzadas sirnétricas e assin1étricas e cor- Placa Labioativa - A placa labioativa ganha espaço
rigir inclinações axiais de terceira orde111 O uso do arco intra-arco pela ren1oção da pressão da n1usculatura vesti-
transpalatino possibilita a provocação da translação. do bular. pern1itindo o desenvolvin1ento dentoalveolar lateral
torque. da inclinação e de rotações ao redor do centro de e anterior A placa !abioativa afasta os 1núsculos e o tecido
resistência (Fig. 15-21) Rebellato~ 1 l'ornece unia excelen- n1o!e dos dentes, con1 anteparos colocados a tuna distân-
te revisão detalhada das aplicações dos arcos transpalatinos cia de até 3 111111 dos dentes (Fig 15-22A) . Reduzindo-se a
pressão dos lábios e das bochechas sobre os dentes, a
lingua aplica unia força desproporcional nos dentes Foi
Aparelhos 2 X 6 e 2 X 4. Um aparelho 2 x 6 tem den1onstrado que esse aparelho causa a inclinação distal
brackets nos pri1neiros 111olares e nos seis dentes anterio- da coroa do n1olar, tuna ligeira expansão dos segn1entos
res (canino a canino). Usando-se os principias do siste111a vestibulares e a vestibularização do incisivo. 23 Usando-se
de aparelho con1 uni binârio e dois brackets discutido pre~ os princípios bion1ecânicos discutidos previa,nente, pode
vian1ente neste capitulo, a dobra en1 V assin1étrica e a do~ ser observado que tuna placa labioativa aplica uina fürça
bra gradativa pode111 ser usadas para expandir os 111olares distal. vestibular e oclusal en1 relação ao centro de resis-
Rcbellato 2~ fOrnece unia revisão profunda das aplicações tência de uni dente. Esse aparelho causa a inclinação distal
de uni aparelho 2 x 4 e u111 aparelho 2 x 6 para corrigir as da coroa e a rotação distolingual dos n1olares inferiores
discrepáncias transversas (veja Fig. 15-228)
Fig. 15-22 ,\, Plac.:a labioativ;i B Os sístemas de força de uma placa !abioativa
228 ..lpa1e/ho\
Espaçamento Intra-arco (Diastema) - Dim1e111a é do canino e a intrusão do n1olar No plano sagitaL o ivlt
Quando o espa- rotaciona a coroa do 1110\ar no sentido 1nesioli11gual As
un1 espaço entre dois dentes (Fig 15-23A)
do dl.!ntl.! !"orças de equilíbrio ser\·etn para 111over o canino vestibu-
çan1ento é resultante das discrepúnc ias no tan1anho
inter e intra-arco. ele pode ser tratado por 1ncios ortodôn- lar e o 111olar para lingual. U111 arco transpalatino J'oi usado
ticos ou restaurado res O cspaça111ento co1nu1ncnt e tcn1 para anular os efeitos colaterais no n1olar /\ distáncia au-
sua causa en1 un1 con1poncnt e sagitnl ou vcrlica\ C 0111 un1
1nentada entre os brackets desst: 111odelo de aparelho cria
aparelho fixo, é in1portante que o dentista detcrnline a La usa
uni índice de clclh:xào de carga baixa, conservando assin1
do diastcn1a antes de prqjctar uni aparelho para corrigi-lo
a constúncia da l'órça por uni longo período Os caninos
ronun trazidos ao arl'.o en1 cerca de 10 111eses. O dente 8
Freqlicnte111entc. é necessúrio aplicar tuna il)J\'a intrusiva
sofreu anquilose e !"oi l!'atado posterionnente, con1 cirurgia
e distal durante o fccha1nento do espaço . Alén1 disso. un1
tvll é freqiienten1ente necessário para in1pedir a inclinação
lingual dos incisivos ao redor de 11111 ponto entre o centro
Movimento Dentário Intra-arco Pequeno - A tígurn
15-25 ~ u111 t::xe1nplo de un1 caso e111 que dois incisivos
de resistência e o úpicc do dente (Figs 15-23(· e D)
centrais apresenta\·an1 inclinação radicular distal cxl'.cssi-
Caninos Impactados - Os caninos impactado s por va. lüzendo co111 que a fenda gengival entre os incisivos
palatino tên1 un1 prognostico ruin1 para a irrupção espon- superiores fússc alargada U111 triüngulo escuro aparecia
tânea na cavidade bucal 1\ figura 15-24 111oslra caninos quando o paciente sorria O tratan1ento ortodôntico nlÍni-
in1pactados por palatino. cirurgica111cnte expostos e guia- 1110, consistindo no 111ovin1t!nto 111esial das ralzes através
dos para a cavidade bucal usando un1 aparelho de un1 bi- da rotação do dente ao redor do seu centro de resistência
núrio A análise do aparelho no plano sagital n1ostra que o O design adequado do aparelho para produzir o n1ovi1ncn-
M<- no 1no!ar o rotaciona no sentido anti-horário As forças to dentúrio desejado, junto con1 unu1 papila norn1al, ajuda-
de equilíbrio associadas a esse ivlc serven1 para a extrus;:io n.1111 a eli111inar o tridngulo escuro
o o
e D
Me MF MF Me
~ ~
' ...... e::,. ·<====::J
plano transverso
;1 trnns!fü,:ilo dos
de terceira
incisivos D. No plano sugital as !"orça~ tk: intn1sfü1 e rclraçiio roram aplic:idas ju1110 l'.lllll um binúrio
ordem cm sernido anti-horürio para permitir a lranslaç:}o
(01110 :lge111 CH .·lpa1·elhos ()1todô111ico., C:,wfruto 15 229
A
B
e D
Passivo Ativado
( . ::)
C)
(-) F
Passivo
~- o Ativado
Fig. 15-2.t !rrupi,:ilo d1i:- i.:anÍlltls supt:rion.:s irnp:H:tadus por palatino ,\, ,\ntes
do tratarni.:nto B. lmediatami.:ntc
após a ,::,,.ppsiçil() i.:irurgic.1 e a remnçilu dos caninos deddtHlS C Aparelho
inserido D Depois de um ano di.:
trntamcnlo [, Sisti:rnas de t(lrça no plmin !rontal F Sistemas de força Otl plam1
transvers(1 Consulte no texto a
i.:xplic:1çilo dos sistemas ,k t(1n,sa tksw mpla
230 ScçAo Ili Apa,·e//uJs
A B
Fig. 15-25 Binúrio de Ségunda ordem (1'.·!c) nos irn:isivos superiores para mover a raiz no sentido rncsial ou ti coroa
no sentido distal A. Antes do tratamento B. Dcp11is d..: 3 meses C. Um bíniirio que causou a rolaç.:io dos incisivos
centrais ao redor de seu centro de rcsist~nci:1 toi inserido. usando-se um an:o de nivelamento As coroas dos
incisivos !óram conjugadas para impedir o si.::u movimento para distal
17 Bishara SE et al: Changes in the n1olar relationship behveen 21 Rebellalo J: Biomechanics and appliance design: two-
the deciduous and permanent dcntitions: a longitudinal couple orthodontic appliancc systems: transpalatal
study, Am J Orthod Dc11tofncinl Ortlwp 93:19-28, 1988 arches, 5c111i11 Orthod 1(1):44-54, 1995
18 Bjork A, Skieller V: Facial development and tooth erup- 22 Rebcllato J: Biomechanics and appliance design: hvo-
tion, Am JOrthod 62:339-383, 1972 couple orthodontic systcms: activation in the transverse
19 Johnston LE: Early and often: a criticai examination of dimension, Sc111i11 Orthod 1(1):37-43, 1995
hvo-phase gro\vth-modification treatments. In Jacob A: 23 Davidovitch M, Mcinnis D, Lindauer SJ: The effects of
Salzman lecture 98th annual meeting of the American lip bumper therapy in the mixed dentition, A111 J Orthod
Association of Orthodontics, Da lias, Tex, tvtay 17, 1998 Dmltifircia/ Or thop 111 :52-58, 1997
20 Davidovitch tv1, Rebellato J: Biomcchanics and appliance
design: hvo-couple orthodontic appliance systems: util-
ity arches, Sc111i11 Ortlwd 1(1):25-30, 1995
Capítulo 16
Andrew J. Kuhlberg
TERMOS-CHAVE
plano de primeira ordem inclinação controle da ancoragen1 placas labioativas
plano de segunda ordem torque ancoragen1 posterior n1áxin1a retração inicial de caninos
trata111ento ortopédico alinhan1ento prelin1inar ancoragen1 recíproca correção radicular
dentofacial espaço de crescin1ento ancoragen1 anterior 111áxin1a detalhes de acabamento
tratan1ento interceptivo inten11axilar aparelhos extrabucais fase de contenção
aparelho edgewise intrusão do incisivo elásticos intern1axilares aparelhos ren1ovíveis
aparelhos pré-ajustados extrusão posterior arco lingual de Nance contensores colados (fixos)
O trata111ento ortodôntico n1oderno não é si111ples111e11le a nos do espaço requer o uso de unia abordage111 precisa no
troca de t1111a seqüência de arcos de nivela111ento Envolve tratan1ento ortodôntico Os três planos que descreven1 os
a aplicação controlada de fürças n1ecânicas nos dentes e 111ovin1entos dentários ortodônticos são deno111inados plano
no periodonto, produzindo u1na resposta biológica que de primeira ordem, plano de segunda ordem e plano
cul111ina con1 o n1ovi111ento dentário Essas forças são pro- de terceira orden1 (Fig 16-1)
duzidas pela ativação de arcos, 111olas e elásticos selecio- Na n1aioria dos casos, o tratan1ento ortodôntico pode
nados pelo ortodontista e são consistentes co111 o tipo e a ser dividido e111 estúgios ou etapas As etapas são direcio-
direção de n1ovin1ento dentário aln1ejado As IOrças de ati- nadas a objetivos intern1ediários no can1inho para o resul-
vação do arco de nivela1nento são transn1itidas através do tado final En1 n1uitas circunstâncias. os estágios do trata-
brackct para o dente e, por fi111, para a 1nen1brana perio- 111ento se runde111 ou são realizados si1nultanea1nente .
dontal O estín1ulo n1ecânico das células do periodonto
detern1ina a natureza do 1novi111ento dentúrio. U1n trata-
n1ento eficaz e focado no paciente requer a seleção delibe- TRATAMENTO PRECOCE DOS
rada da n1ecânica especifica para os problen1as de cada PROBLEMAS DENTOESQUELÉTICOS
individuo (veja Cap 15)
Estabelecer 1netas terapêuticas específicas é t11na eta-
pa essencial do tratan1ento ortodôntico Essas 111etas ~ju- Nas situações que cxigen1 111udanças esqueléticas significa-
dan1 a dctenninar a seqüência do tratan1ento para cada tivas. o tratarnento ortopédico dcnt'ofacial precoce deve
paciente U111a vez que os pacientes e suas n1ás oclusões ser considerado Alén1 disso. o tratamento intcrceptivo
varian1 111uito en1 111orfülogia e e111 idade, un1 p!anejan1ento direcionado aos hábitos parafuncionais ou à perda pre1na-
individualizado torna-se fundrnnental 1 ~ A detcnninação de tura de dentes deciduos é un1 procedin1ento precoce be-
ol~jetivos específicos identi!íca os 111ovin1cntos dentários néfico (veja c·ap 17). O tratan1ento prect;e deve ser cui-
que corrigirão cada aspecto da 1ná oclusão (Quadro 16- dadosan1cnte selecionado e planejado con1 objetivos cla-
1) O planejan1ento do 111ovin1ento dentário nos três pia- ros e concisos para esta intervenção
232
/: IU/llf\ do 71 U/(1!1/CIIIO ( )! 1od1)111 ico C,\PÍTl !(.O 16 233
Objetivos gerais do tratainento ()clusüo co111 boa intercuspidaçüo, via de regra cn1
ortodúntico rclaçiJo de Classe I
-, rcspassc horizontal nonnal
r rcspassc vertical nonnal
Linhas 111édias coincidente s
Arcos dcntúrios co1n f()nnas co111paliv!!is
FunçiJo oclusal correl<l
Saück: periodonta!
Suudl..' da :irticulaçào tl!n1poron1andibu[ar
Estética li!cial e dcntúria equilibrada
I· unção nonnal
Objetivos específicos definidos ()bjcti, os esqueléticos
para cada paciente onodôntico Pl..'rfil do tl.'cido 1nolc
Nl\cl e inclinação do plano oc\usal
Posi<i:Uo da linha n1édia
J)in1cns;Jo transYcrsa
Posição vertical do incisivo
Posição úntcro-post crior do incisivo
Posiç,1o vertical cio 111olar
Posíç:1n úntcro~postcrior cio 111o!ar
(oclus,1o postl..'rior)
Primeira ordem
-
v o
- - - - - - - - - - ,- -- --- - -
@J '
- ,- - - - - - - - - -
Segunda ordem
Terceira ordem
Fig" 16-1 Planos de primeira scgund.i e terceira ordens comumcntc utillza<los na tcrrn'mologia
orwdôntica O pi.mo
ck primcirn ordem n:prcscnl:l a ,·is!a rn.:lusal . (l plano ,k scgund;l (1rtkm representa a ,·ista vestibular
e o plano de
terceira ordem rcpn;scnta a \"ista \·cstihulolingu al
234 SEÇ,\O Ili Aparelho.\
Cap 15)
Outro estágio i111portante do trata1nento precoce é a
expansão palatina 8 Freqüente1nente deno,ninada expansão
rápida da 111axila (ERM), esse procedin1ento é direcionado
às n1ordidas cruzadas esqueléticas causadas por rnaxila
atrésica. Forças ortopédicas pesadas produzidas pelo para- Angulação de
fuso expansor alargan1 a 111axila 111ediante a ruptura suttnal terceira ordem:
torque
O uso de cargas intensas resulta na separação das suturas
dos ossos 111axilares. Os 111ovi111entos esqueléticos produzi-
dos a111plian1 a din1ensão transversa do arco dentário su-
perior Os pacientes jovens den1onstra111 n1udanças esque- Torquc de Torquede
léticas 111ais previsiveis, porque apresentan1 n1enor resis- zero grau 17 graus
tência sutural Após a ERM, un1 período de contenção
Fig 16-2 Inclinação e torquc incorporados no dcsígn do brackcl
con1 o próprio aparelho, u1n arco palatino ou tuna placa de
contenção re1novivel é necessário para pern1itir a ren1ode-
lação e o cresci1nento ósseo no interior das suturas abertas
Fig. 16-3 O principal ohji:t!\·o do alinhami:nto inicial ê a i:riat;ilo di: arcos di:ntúrios hi:m-alinhudos e eoordemidos
A
B
Fig 16-4. Eleito das discrepüncias de primeira ordem no pusiciunan1t.:t110 do bracket, no alinh.unento inicial Os
hrackcts silo alinhados no arco de nivelamento. mas as rntaç(ics tbs dentes perni.rnccem A, O bracket do incisivo
latem! foi posicionado muito para distul, I.! o bratkt!t do canino t(li posicionado muito para mesial B. Ambos os
brackt!IS dos prê-rnolares estüo distais ú posit;ilo adequada As setas indicam o posicionamento correto do brackct
O alinhan1ento inicial é gerahnente obtido pelo uso de No fínal do alinhan1ento inicial. os brackets torna1n-sc
arcos de nivelan1ento leves e redondos Os fios norn1al- be111-alinhados no arco de nive!an1ento_ Nesse ponto, as
111ente usados nessa füse são as ligas de niquei/titânio ou discrepàncias no posiciona1nento do bracket tornan1-se apa-
os fios de aço trançados9· 11 O diâ1netro dos fios en1 geral rentes (Fig. 16-4) Os erros na posição do bracket resul-
varia entre O.O 12 e 0,020 polegadas, dependendo da seve- tan1 en1 posições incorretas dos dentes, en1bora o arco
ridade das irregularidades dentárias e do ta1nanho da repouse passiva111ente nas canaletas do bracket A corre-
canaleta do bracket Os fios de niquei/titânio tan1bén1 tê1n ção da posição do dente con1 fios redondos pode ser obtida
a vantagcn1 da superelasticidade, propiciando força cons- através da inserção de dobra nos arcos para con1pensar a
tante nos dentes, independente1nente da deflexão do fio posição incorreta do bracket, ou pelo reposicionan1ento
Os dentistas eficientes evitan1 progredir rellexiva ou do brackel
auton1atican1ente por urna seqüência de arcos de nivela1nen- Gera!n1ente, é n1ais prático reposicionar os brackets
to (isto é, os arcos de nivelan1ento deven1 ser rnodilicados após o alinhan1ento inicial, do que fhzer dobras nos arcos
objetiva1nente) Desejan1-se respostas clinicas especificas de nivelan1ento. As discrepâncias nos brackets de prin1ei-
quando se substitui u111 arco de nivela111ento" Esses fios ra e segunda ordens deven1 ser identificadas e corrigidas
iniciais deve111 ser substituídos apenas se houver defonnação nessa etapa, colocando-se uni novo bracket de fünna n1ais
pern1anente ou se estiver liberando níveis inadequados de ideal no dente. O 111es1110 arco leve de nivela1nento pode
força, e o tratan1ento estiver progredindo n1uito lentan1ente ser usado até que o alinhan1ento seja obtido
236 Scç,\o Ili Aparelhos
Fig . 16-6. Nn plano sugital, o crescimento facial normal manifesta-se para baixo e para frente
Erapa\ do Ti ata111e1110 (J, todô111ico G\PiTUJ.O 16 237
Movimentos Dentários Associados à Correção da cessiva do incisivo superior, en1 repouso ou durante o sor-
Mordida Profunda - Quatro tipos de movimentos den- riso (sorriso '"gengival") O arco de intrusão (Fig 16-8) e
tários poderão corrigir a n1ordida profunda: ( 1) intrusão o arco utilidade são as duas técnicas projetadas para esta
anterior superior, (2) extrusão superior posterior, (3) finalidade. A,nbas as técnicas dependen1 da ativação do
intrusão ântero-inferior e ( 4) extrusão inferior posterior fio no tubo 111olar para gerar unia força de intrusão nos
Dependendo dos proble111as especificas e dos ol~jetivos incisivos Esses arcos não incluen1 os pré-:n1olares e
de tratan1ento de un1 detern1inado paciente, qualquer 11111 con1un1ente tên1 ativação 1naiores do que o n1ovin1ento
desses 111ovin1entos, ou todos, poden1 ser usados para dentúrio desejado (veja ('ap. 15). 1•1-H•
controlar o trespasse vertical Os arcos de nivela111ento. as placas de 111ordida e as
Várias abordagens 111ecí.lnicas para correção da 1nor- cunhas oclusais são 111eios de cxtrusão posterior (Fig
dida profunda estão disponíveis A intrusão do incisivo é 16-9) As placas de n1ordida in1pede111 os contatos dos
especiahnente indicada para pacientes con1 exposição ex- cientes posteriores e, portanto. penniten1 o clesenvolvin1ento
f
' -- -j
1 -------
- -- -r-r
--
tomar \'antngem desse espaço durante a correção da mordida profundu
A B
Fig, 16-8 Arco de intrusllo J;ig . 16-9 Plaeas de mordida para permitir a cxtrusão posterior
238 SEr.Ao Ili Apcn·e//Jos
acelerado da área denloalveolar posterior. Os elásticos ver- 111odo de correção do trespasse vertical resulta tipican1en-
ticais são freqüente111ente con1binados con1 as placas de te en1 unia co,nbinação de a1nbos os 111ovin1entos dentórios
n1ordida para obter rapidan1ente a abertura da n1ordida
O arco de nivela111ento co1n curva reversa é outra abor- Movimento Dentário Relativo Versus Absoluto -
dagen1 con1un1 para correção da n1or<lida profunda (Fig. É i,nportante enfatizar os conceitos dos rnovin1entos
16-10) Esses fios propiciam força de intrusão nos dentes dentários relativo e absoluto Nos pacientes e111 !ase de
anteriores e de extrusão nos posteriores. Como sugeren1 crescin1ento, o ato de "fixar" os dentes anteriores durante
as forças criadas por esses arcos de nivelan1ento, esse o crescin1ento vertical non11al parece provocar a intrusão
dos incisivos, norn1a!izando assi111 o trespasse vertical. En1
relação ao crescin1ento das estruturas dentoalveolares pos-
teriores, esses incisivos parece1n ter sofrido intrusão {Fig
16-11). Por outro lado, nos pacientes que não estão cn1
fi:lse de crescin1ento, qualquer 111ovi111ento dentário verti-
cal resulta na intrusão ou extrusão absoluta dos dentes
Os dentes são reposicionados en1 relação u111 ao outro e
en1 relação às suas estruturas esqueléticas de suporte
Fig. 16-11 A intrusão rdutiv.i ocorre quundo os dentes anteriores sfio m.intidos cm sua posição vertical numa fuce
cm crescimento Perceba que o trespasse vertical aumentado C corrigido mas a posição do incisivo mantCm~se
inalterada nas sobreposições regionais du maxila e da mandíbula
Etapa~ do Tl'ata1ne11to 011udôntico C1\!'Í'l1Jt.O 16 239
çiio resultante da mandíbula para trús (Fig 16-12) A Controle da Ancoragem - O principal fator que
extrusão indiscrin1inada dos dentes posteriores, en1 un1 detern1ina o sucesso do trata111ento é o controle da anco-
paciente sen1 cresci111ento, gira a nu1ndibula para baixo, ragem Essencialn1ente. o controle da ancoragen1 envol-
aun1entando a diinensão vertical, a altura da tàce inferior, ve a capacidade de obter u1n 1novi111ento dentário diferen-
O ângulo do plano 111andibular e a convexidade do perfil cial, 1nais freqüenten1entc o n1ovin1ento 111esiodista! relati-
Nos casos co1n tendência a 11111 plano 1nandibular inclina- vo dos dentes anteriores e posteriores (Fig. 16-14)
do e a tuna 1nordida aberta, a exlrusão dos dentes posterio- A ancoragem posterior máxima envolve a retração
res pode afetar negativa111ente a aparência do paciente e dos incisivos e caninos sen1 o deslocan1ento dos pré-n10-
ser prejudicial à estabilidade do tratan1ento a longo prazo lares e molares para mesial ( veja Fig. 16- l 4A ), A ancora-
A extrusão dos dentes posteriores pode ser indicada nos gen1 recíproca é o n1ovin1ento igual dos dentes posterio-
pacientes en1 cresci1nento con1 trespasse vertical au1nen- res no sentido n1csial e dos dentes anteriores, no distal
tado e plano n1andibular horizontal (veja Fig 16-148) A ancoragem anterior máxima re-
quer a n1esialização dos dentes posteriores, sen1 a retração
Correção Ântero-posterior dos incisivos e caninos (Fig. 16-14C)
O controle da ancoragen1 é estabelecido de várias for-
O principal objetivo no tratan1ento das 111ás oclusões que 111as 17 Os aparelhos extrabucais são freqüenten1ente
envolven1 discrepância ântero-posterior entre os arcos prescritos para controlar a ancoragen1. O AEB é usado na
dentários é a obtenção de u,n trespasse horizontal nor- tentativa de 111anter os dentes posteriores nas estruturas
111al e unia relação de caninos Classe I Na n1aioria dos n1ciais. Alén1 disso, as forças liberadas pela n1aioria dos
casos, tuna relação inalar Classe I tan1bén1 é tuna n1eta AEBs excedcn1 os níveis de força n1esiodista! dos elásti-
(Fig. 16-13) No entanto, nos trata111entos con1 exodontia cos ou das inalas usados para a retração do segtnento
en1 apenas en1 u111 dos arcos, a relação n1o!ar pode ser anterior
Classe li ou 111, dependendo do local das exodontias. A Os elásticos interrnaxilares jogan1 os dentes supe-
extração son1ente de pré-n1olares superiores ten1 corno riores contra os inferiores e representan1 outro n1eio co-
o~jetivo finalizar con1 unia relação 111o!ar Classe II e urna 1nun1 de obter o 1novin1ento dentário diferencial A direção
relação canino Classe 1 (veja Cap 20) do elástico define o seu vetor de fürça e a tern1ino!ogia
Fig, 16-12 A extrusão inadequada dos dentes posteriores resulta na Fig. 16-13 A correção üntcro-postcrior da oclusão visa a melhora no
rotação da mandibula pnra triis A rotação para trús resulta cm uumento trespasse horizontal. bem como nas rclaçôcs de canino e molar
na altura facinl c na convexidadc facial
240 SEÇ,\O Ili Aparelhos
Fig, 16-1-1 A ancoragem orludôntica detcrmina a quantidade dt.!scjuda dc movimento dos dentes anteriores vt:rsus
posteriores A ancoragem posterior múxima segura os molares e pré-molares cm sua posiçüo. enquanto retrai os
dentes antcri~u-..:s ;\ ancoragem anterior máxima conserva a posição dos incisivos. enquanto mcsializa os dentes
posteriores
fi~. 16-18 Efeitos col,uerais comuns no p(1sit.:innarne11tn dent.\rin f'ig . 16-19 Corn:t;ào da irtt:linat;àn a.\ia! e da posiçüo radieular do~
após o Ji:charnento do espaço :\. Inclinação do canino e do prJ-molar dentes
em din:çfio ao espaço da cxtração c itKlinaçüo e:..:cessiva dos i1H.:isi\'os
para língu;il B Rnt:wã(1 nu.::;ial dos rnul;ires
111as de inclinação axial nHHl.:a o inicio da próxin1a etapa do radicular desses dentes, cspecialn1ente nos ápices. c·a1no
tratan1ento ortodôntico. U111a radiografia panoràn1ica será já !Oi alinnado. unia avaliação radiográfica pode ser llti!
,nuito útil para tal avaliação A correção de terceira orden1 dos incisivos cria a po-
sição adequada dos dentes no osso alveolar de suporte A
retração dos incisivos pode incliná-los para lingual. crian~
Correção do Torque e da Inclinação do uni üngulo interincisivo excessivo. O n1ovi111ento lin-
Axial gual das raízes do incisivo. a fin1 de obter l1111a oclusão
ideal. é denon1inado Iorque
A correção radicular. ou paralelis1no dos longos cíxos A correção no plano de terceira orden1, ou controle do
das raizes. e o estabe!cci111cnto da inclinação adequada dos torque, é o principal objetivo dessa etapa do tratan1cnto
dentes dentro do seu osso basal são os principais ol~jeti- Os fios retangulares no bracket edge\vise pré-ajustado são
vos dessa etapa do tratan1ento (Fig 16-19). Essa etapa é usados na tentativa de obter esses 111ovi1nentos dentúrios
direcionada ao 111ovin1cnto radicular de segunda orde111 dos A angulação da canaleta do brackct en1 relação ao longo
dentes adjacentes ao espaço da extração, e tan1bé111 à corre- eixo do dente representa tuna fünna do arco retangular
ção da inclinação de terceira orden1 dos dentes, especial- obter o n1ovin1ento radicular vestibulolingual desejado ( r:ig
111ente dos incisivos 16-20).
A constatação clinica do ponto de contato entre o ca- ('<.)111 as posições ideais do bracket e os arcos retangu-
nino e o segundo pré-n1olar não é o único critério que lares espessos. os brackcts são projetados para produzir
sinaliza o linal do fechamento do espaço . Se os dentes relações oclusais norn1ais e reduzir o potencial de interfe-
estivere111 inclinados uni na direção do outro, os ápices rências oclusais Os defensores de cada tipo de brackct
radicu!ares poden1 estar divergentes (veja Fig. 16-19). O acreditan1 que seus n1oclelos reduzen1 a necessidade de
paralelisn10 radicular deve ser avaliado Clinican1ente, o n1uitas dobras individualizadas no arco de nivelan1ento. ln-
a!inha1nento radicular pode ser analisado pelo exarne da feliz111ente. a a111pla variação na anaton1ia de cada dente
ponta das coroas do canino e do pré-n1olar, checando dis- torna esse objetivo dificiL quando não i1npossivel. de ser
crepâncias na crista n1arginal e palpando a proenlinência realizado e111 un1 dado individuo. ('01110 resultado, o pro-
Etopa\ do T1 atu111ento ()1 todônt ico G\l'iTULO 16 243
Contenção
O tratan1cnto ortodôntico ativo tcnnina con1 a re111oção
Fig. 16-20 111:>t:n;ão dt: fios rctangu!arc;; nas canaleta;; rctangu!urc;; do
brackct produzindo o Iorque ou o;; movimento:> rotllcionai;; dn;; dente:> das bandas e dos brackets A fase de contenção do trata-
n1ento é co111u111ente seguidn pela instalação de conten-
sores lixos (colados) ou re1noviveis. Durante a contenção,
o ol~jctivo é n1anter as correções feitas, enquanto se acon1-
fissional precisa incorporar regulannente as dobras nos panha o desenvolvi1nento e a n1aturação progressivos do
arcos de nivelan1ento para obter o alinhan1ento dentário paciente. Grande parte dessa fhse do tratan1ento é de acon1-
adequado panha1nento, para garantir a estabilidade a longo prazo
Não existe u111 aparelho ou u1na abordagen1 única de
contenção que seja indicado para todos os pacientes Os
Acabamento e Detalhamento Oclusal aparelhos rcrnovívcis (placa de I-la\vley) tên1 certas van-
tagens en1 relação aos contensores colados, incluindo: ( 1)
Se cada un1 dos passos precedentes do trata1nento tive- variabilidade no design, especialn1ente a opção de incor-
rc1n sido perfeita1nente realizado; o acaba1nento ortodôn- porar 111olas para os 1novirnentos dentários n1ínin1os, (2)
tico e o detalhan1ento oclusal deve111 ser nlinin1izados No higiene bucal lüeilitnda e (3) flexibilidade no número de
entanto. a nu1ioria dos casos requer atenção específica aos horas que o paciente usa os contensores A cooperação é
detalhes de acabamento (Fig 16-21) Refinamento na unia questão runda111ental durante a contenção . A desobe-
posição de cada dente oti1niza o resultado do tratan1ento ~., diência ús nonnas de uso da contenção pode resultar na
Corno en1 n1uitas disciplinas, esse refinan1ento requer a recidiva da n1ú oclusão Outra desvantagen1 dos conten-
dedicação cuidadosa do profissional para obter os n1elho- sores ren1ovíveis é a propensão às quebras ou à perda do
res resultados aparelho
U111 exan1e sisten1ático de todos os aspectos do resul- Os contcnsorcs colados (fixos) são especiahnen te
tado do trata111ento poderá identificar qualquer discrepün- populares para os dentes anteriores inferiores. Esses den-
cia ren1anescente. 2.i· 2(• As posições de prin1eira, segunda e tes são 111ais vulnerúveis ao 1novin1ento pós-trata1nento
terceira ordens de cada dente deve111 ser analisadas en1 ortodôntico e continuan1 contl1ndindo 1nuitos ortodontistas,
relação às suas posições ideais Os resultados verdadeiros con1 a sua predileção pelo 111au alinhainento. O uso dos
obtidos devern ser avaliados en1 relação aos objetivos es- contensores fixos pode 111inhnizar esse problen1a Os con-
pecíficos do plano de tratan1ento e aos objetivos gerais de tensores fixos são vendidos e111 111uitas variedades, desde
todo caso ortodôntico bem-tratado (veja Quadro 16-1) barras pesadas de aço unidas à superficie lingual dos cani-
lnún1eras técnicas de acaba1nento pode1n ser usadas nos inferiores até fios trançados leves unidos a todos os
para finalizar o tratan1ento ortodôntico Os fios de nive- seis dentes anteriores inferiores. Os contensores colados
la1ncnto de baixo calibre (isto é, aço inoxidável de 0,016 elin1inan1 a possibilidade de n1ovi1nentos dentários indese-
polegadas), que pennite111 fàcilrnente dobras finas e precisas júveis. ,nas apresentn111 outros proble111as. A higiene bucal
do fio, são fíeqüenten1ente usados no detalha1nento Con10 pode ser uni problen1a sério Deve-se to1nar cuidado du-
alternativa, os fios retangulares de beta-titünio são sufi- rante a inserção dos contensores colados a fin1 de evitar a
cicnten1ente llexlveis para seren1 usados no acaban1ento, criação de projeções ou locais de acún1ulo de placa
quando o controle de terceira orden1 for necessário. A bacteriana Alérn disso, a quebra dos contensores fixos
sutileza das dobras de acaba111ento é ll1ndan1ental, porque requer te1npo e esforço consideráveis para seu reparo Por
esses 111ovi111entos dentários tenden1 a ser reduzidos Ou- fi1n. a pern1anência da contenção é preocupante. Ainda há
tro requisito é a consciência dos efCitos colaterais indese- controvérsia s en1 relação ao fllto desses contensores po-
jáveis da introdução de dobras interbrackets no arco, con10 deren1 ou não ser considerados aparelhos para a vida toda
244 SE(.1\0 Ili :!parelhos
A B
e D
E F
Fig, 16-2 l Detalhes de linalizuçào A e 8, Dcgrnu oclusal paru verticalizar e cxtruir o segundo pré-molar C e D
Dl!la!hcs de primeira ordem que n:tratam <l rotação mesial e externa do segundo prí!-molar e do primt:iro molar e
melhoram a proi.:minênciu do canino E e F, Vista oclusal mostrando a correção da rowção do molar com um offsct,
desvio caudal e dobras do pn!-molar
ver u111a inclinação ideal do dente sobre o osso basal: (5) tS Burstone Cj: The segment ed arch approach to space clo-
detalhan1ento oclusal e finalização, que requt:ren1 11111 exa- sure, A111 f Ortltod 82:361-378, 1982
111e crítico do paciente e unia abordagen1 exata dos 111ovi- 19 Kuhlberg AJ, Burstonc CJ: "l"-loop position and anchor-
111entos dentúrios finais, a fi111 de pron1over 111na oclusão <1ge control, A111 JOrllzod Oe11toj(1cinl Orflwp 112:12-18, 1997
estética e f'l1ncional: e (6) a contenção visa 111anter os ef'ei- 20 Firouz T, Kuhlber g /\.J, Nanda R: Efficacy of extractio n
tos do tralan1ento e 111elhora1 a estabilidade dos resultados space c!osure by precalibr ated T-spring s, IOK 3:663-674,
a longo prazo 1998
21 Thon1pson \·VJ: Con1bin ation anchorag e techniqu e, A111 J
Ortlrod Drntojàcral Ort!top 93:363-379, 1988
REFERÊNCIAS 22 Root TL: Levei anchorag e systen1 for correctio n of ortho-
dontic rnalocclu sions, A111 f Ort/10d 80:395-410, 1981
1 Kuhlberg AJ, Glynn E: freatinen t planning consider a- 23 r\ndre\VS LE: Ihe six keys to normal occlusio n, A111 J
tions for adult orthodon tic patients, Dc11t Cli11 North A111 (),-t/,od 62:296-309, 1972
41:17-27, 1997
24 Poling A: A rnethod of finishing the ocdusion , A111 J
2 Lindaue r SJ: Orthodontic trcat111c11/ pla1111i11g· bio11ll.'cf11111ics Ort!tod Dc11tofacin/ Ort/1op ll5:476-4 87, 1999
/11 cli11ica/ orthodo11tics, Philadel phia, 1996, \,VB Saunder s 25 Zachriss on BU: Excellence in finishing , Part I, J Cli11
3 Bishara SE, Ziaja RR: Function al applianc es: a revie\v, Ort!tod 20:460-468, 1986
A111 f Orli10d Dc11tofacial Orliwp 95:250-258, 1989 26 Zachriss on BU: Excellence in finishing , Part IL J Cli11
4 Ghafarí J et ai: Headgca r versus function regulato r in the Ort!tod 20:536-559, 1986
early treatn1en t of Class II. division 1 n1a!occlusion: a 27 Burstone CJ, Koenig HA: (reative \Vire bending : thc
randomi zed clinicai triai, A111 J Ortltod Oc11t1fàcinl Ortltop
force systen1 from step and V bends, A111 J Ortlzod
113:51-61, 1998 Dc11to(ncwl Ort!top 93:59-67, 1988
5 Gianelly AA: One-pha se versus t\vo-pha se treatinen t, 28 Burstone CJ, Koenig HA: Force systems from an ideal
Am f Ort!tod OC11tofi,cinl Ort!top 108:556-559, 1995 a,ch, A111 / Ort!tod 65:270-289, 1974
S çã I
r ta nt
r
1111 """'
SI Ç S
ra A ti ca s
Capítulo 17
Tratamento Ortodôntico na
Dentadura Decídua
Michael J. Kanellis
TERMOS-CHAVE
dentadura decídua caninos decíduos hábito prolongado desvio funcional
intervenção ortodôntica unilateral hábitos de sucção digital mordida aberta anterior
controle de espaço hábitos de sucção de dedo e más oclusões Classe li mordida profunda
desenvolvin1ento da raiz chupeta degrau distal n1ordida cruzada posterior
incisivos decíduos teoria psicoanalítica más oclusões Classe 111 apinhan1ento e espaçan1ento
molares decíduos teóricos da aprendizage111
O principal o~jetivo do trata1nento ortodôntico durante a entanto, nen1 todos os dentes perdidos precocen1ente re-
dentadura decídua é interceptar ou corrigir as 1nás queren1 a 1nanutenção do espaço. O potencia! de ocorrên-
oclusões, que de outra fonna se perpetuarian1 ou poderi- cia dos problen1as ortodônticos depende de fi1tores n1ulti-
an1 tornar-se progressivan1ente 1nais con1plexas na denta- plos, incluindo a idade na qual a perda ocorre e quais den-
dura pern1anente ou, então, resultaria1n en1 anon1alias tes füran1 envolvidos. Muitos flltores deve1n ser conside-
esqueléticas A intervenção ortodôntica durante a den- rados no processo de decisões: ( 1) desenvolvin1ento
tadura decídua netn se111pre i111pede que os problemas radicular, (2) a distância entre o dente pennanente e o re-
ortodônticos ocorra1n na dentadura pern1ancnte; no en- bordo alveolar e (3) a posição do dente no arco dentário
tanto, pode haver vantagens significativas na intervenção
precoce Ao identificar e tratar certos problen1as e1n idade Desenvolvimento Radicular
precoce, freqüenten1ente é possível in1pedir o desenvolvi-
n1ento de problen1as ortodônticos n1ais sérios ou pode-se Quando se perde un1 dente decídua precocen1ente, o cxa-
redirecionar o crcsci111ento esquelético e 111elhorar a rela- n1e radiográfico pode ajudar o dentista a detenninar se uni
ção oclusal O objetivo deste capítulo é identilicar as situa- n1antenedor d.e espaço é necessário Se für detern1inado
ções e n1ás oclusões con1uns na dentadura decídua que que a irrupção do dente pennanente é in1inente, o n1ante-
n1erecen1 intervenção precoce nedor não será exigido. A quantidade de desenvolvin1en~
t'o radicular dos dentes sucessores pode i.~udar a prever
quanto te111po irá se passar até que o dente pern1anente
CONTROLE DE ESPAÇO NA irro1npa Acredita-se que a extensão do desenvolvin1ento
DENTADURA DECÍDUA radicular seja a indicação 111ais confiável da época para a
irrupção . A irrupção do dente geraln1ente ocorre quando o
O controle de espaço torna-se necessário quando unia desenvolvin1ento radicular está en1 75<Xi do con1prin1cnto
criança perde dentes decíduos precocen1ente, s~ja por cárie radicular total . 1 Independenten1ente da idade cronológica
ou traun1atisn10 A colocação de uni 111antenedor de espa- do paciente, se existir desenvolvin1ento radicular suficien-
ço deve ser considerada A perda precoce de dentes de- te dos dentes sucessores, a preservação do espaço pode
clduos pode levar a problen1as ortodônticos 111ais tarde, se ser necessária apenas por uni periodo curto, ou até será
o espaço resultante não for adequadan1ente 111antido No desnecessária
248
na1a111e1110 011odô11rh o na D(:111ad11ra Decid11a ( ,\!'ÍTUlü 17 249
Distância entre o Dente Permanente e A decisão e,n relação à preservação do espaço, após a
o Rebordo Alveolar perda de uni prin1eiro 111olar decídua na dentadura n1ista,
não é tão sin1ples Foi sugerido que a perda do espaço
Outro fhtor a ser considerado na previsão de irrupção do resultante da perda pren1atu1a dos prin1eiros 1nolares de-
dente pennanentc é a quantidade de osso que recobre o cíduos é causada pela n1igração dos segundos n1olares
dente sucessor (1nedida nas radiografias interproxi111ais ou decíduos para 111esial durante a irrupção dos priineiros 1110-
periapicais) Foi de111011strado que os pré-n1olares cn1 lares pern1anentes No entanto, se os prin1eiros 111olares
irrupção gerahnente se n1oven1 através do osso na veloci- pennanentes já estivere1n tota!111ente irron1pidos, e exibi-
dade de 1 111111 a cada 4 ou 5 n1escs.~ rcn1 unia relação Classe I (en1brica111ento cuspídeo ), exis-
te111 controvérsias en1 relação à necessidade ou não da pre-
servação do espaço. 4 Acredita-se que o en1brican1ento
Posição do Dente no Arco Dentário cuspídeo n1inin1ize a 1nigração dos 1110Jares pennanentes
para n1esial após a perda pren1atura dos n1olares deciduos,
Quando os incisivos decíduos são perdidos pren1atura- Grande parte da perda de espaço nessa situação, no entan-
n1ente, seja por cárie ou traun1atisn10, a preservação do to, é atribuida à niigração dos caninos deciduos para distal 5
espaço geraln1ente não é tuna preocupação, desde que os Por esse 111otivo, tern-se considerado a instalação de un1
caninos deciduos já esteja1n en1 oclusão. En1bora a perda 1nantenedor de espaço após a perda pren1atura de uni pri-
precoce de uni incisivo, nesse estágio do desenvolvin1en- 1neiro 111olar deciduo. 111esn10 en1 situações con1 boa in-
to, possa ainda resultar na inclinação dos dentes adjacen- tercuspidação Classe I nos prin1eiros 1nolares pennanentes
tes e111 direção ao espaço da perda, o con1prin1ento e a
largura do arco geraln1ente perinanecen1 inalterados. 3
Quando a perda de uni incisivo deciduo ocorre antes da
irrupção total do canino decídua, no entanto, a conserva-
ção do espaço é recomendada para impedir a perda de
espaço do arco É dificil conservar o espaço nesses casos
por causa da idade do paciente e de questões estéticas . A
conservação do espaço de 11111 incisivo é freqüenternente
realizada 1nelhor pela confecção de un1 aparelho fixo, bila-
teralrnente ancorado nos prin1eiros n1olares decíduos e
incluindo dentes protéticos para restituir os incisivos per-
didos (Fig. 17-1 )
A perda prernatura dos caninos dccíduos, seja por
cárie ou traun1atisn10. é re!ativan1ente rara Mais con1un1 é
a perda pren1atura dos caninos decíduos por causa da
irrupção dos incisivos pennanentes, en1 casos con1 con1-
prin1ento inadequado do arco. Se a perda do canino for
unilateral, freqUenten1ente ocorre un1 desvio na posição
dos incisivos pern1anentes na direção da perda, criando Jiig, 17-1 Í\ÜHHenedor de espaço c:,tético, substituindo os incisivos
sureriores cxtraidos por causa de cilrie
uni desvio da linha 1nédia A reinação do canino decídua
contralateral e a instalação de un1 arco lingual inferior lixo
pode impedir a migração indesejável dos dentes (Fig. 17-
2) Nesse caso, a análise do espaço na dentadura mista
deve ser realizada, a Jin1 de deter111inar a 111agnitude da
discrepância de espaço (ver Cap 12)
A perda pre,natura de un1 pri1neiro n1olar decídua na
dentadura decídua é sen1pre preocupante; a preservação
do espaço é rotineiran1ente recon1endada. Sen1 o controle
adequado do espaço, a irrupção do prin1eiro n1olar per111a-
ncnte pode causar a 1nigração do segundo n1olar decídua
para n1esial Alén1 disso, a irrupção dos incisivos laterais
pernu1nentes pode causar a n1igração distal dos caninos
deciduos. Esses 1novin1entos reduzcn1 o espaço disponí-
vel para o prin1eiro pré-111olar, que ainda não irron1peu. O
n1antenedor de espaço escolhido, nessa situação, seria
uni n1antenedor banda-alça ou coroa-alça (Figs. 17-3 e
17-4) Fig 17-2 Arco lingual inferior
250 SE(]I.O IV 'Jiatc1111e11to !! C'on,ideraç·()e_\ Ti.!1-u1n]11lht1\
Fig. 17-3 ivlantcncdor de cspai;o tipo banda-alça í;ig. 17-4 tvlantcncdor de i::spuçn tipo coroa~alça
Fig,. 17-5 Botão de Nuncc Fig. 17-6 ivlantcncdor de csrrnço corn upoi(i distal apos a irrupç,io do
primcirP molar permanente
Se a perda pren1atura de uni pri111eiro 111olar decídua tuação. no entanto, fi·eqüenten1ente leva à perda de espaço
na dentadura ,nista for unilateral, o 111antenedor de espaço e necessidade de tratan1ento ortodôntico ativo npós a
de escolha deve ser banda-alça ou coroa-alça Se a perda irrupção Ocasional!ncntc, cxistc111 casos cn1 que os apa-
for bilateral. no entanto, e os pri111eiros 111o!ares e incisivos relhos con1 apoio distal pode111 ser clinican1cnte contra-
pern1anentes já tiveren1 irro111pido o suficiente, un1 arco indicados. e os aparelhos alternativos (fixos ou reinoví-
lingual (inferior) ou u111 botão de Nance (superior) pode111 veis) fOra1n descritos na literatura 7 Esses aparelhos lixos
ser o 111antenedor de espaço de escolha (veja Figs 17-2 e ou ren1ovíveis aplican1 pressão nos tecidos 111oles cxata-
17-5) 111ente à frente dos n1olares pennanenles não-irro111pidos.
Quando un1 segundo n1olar decídua for perdido pre- scn1 penetrar no tecido 111ole Eles são prc!Críveis cn1 rela-
111aturan1ente, a preservação do espaço é quase sen1pre ção aos aparelhos fixos na dentadura decidua. quando o
reco111endada Quando a perda ocorrer antes da irrupção pri111eiro e o segundo 1nolares deciduos f"on.1111 perdidos
do prin1eiro 111olar per111anente, o n1antenedor de espaço precocen1ente
de escolha será o aparelho con1 apoio distal (Fig 17-6)
Esse aparelho é pn~jetado para guiar o 111o!ar pern1anente
HÁBITOS DE SUCÇÃO DE DEDO E
não-irro111pido e1n sua posição e. se adequadan1ente con-
feccionado, pode n1anter adequadan1ente o espaço após a CHUPETA
sua irrupção Alguns autores não recon1endan1 o uso do
aparelho con1 apoio distal por causa das preocupações con1 Existe 11111a considerável controvérsia sobre o tópico da
infCcção e potencial de quebra, e en1 vez disso sugeren1 sucção do polegar, do dedo e da chupeta (sucção nào-
que se deve pennitir a irrupção do prin1eiro n1olar pern1a- nutritiva), en1 relação ao potencial de dano que ess~s há-
nente antes de colocar o n1antenedor de espaço. 6 Essa si- bitos de sucção de dedo e chupeta representa111 para a
Ti ahlllh'l/!o ()/'!{Ji/r)1uil u Ih! f)._'1Uud111 o /)e( u/110 (.,\J>ÍTlll.O Ji 251
oclusão en1 desenvolvi111cnto e as 1"i..:co1ne11dações de tra- ( ! ) n1ag11itude da oclusão se não houver 111á oclusão
nHÍ
tan1e11to Na inf~incia, a SlH.:ção não~nutritiva é considera- associada a utn hábito prolongado de sucção do dedo, pa-
da u111a condição norn1al s 1\ nu1ioria das crianças supera a rece 11.:1,·er pouca base lógica ck:ntúria para a intervenção:
necessidade ele sucção não-nutritiva aos 3 anos de idade ( 2) potencial de autocorreção da 111á oclusão ·- n1esn10 que
A teoria psicanalítica sugere que as crianças que conti- a autocorreçüo não seja provável. ê in1portante perceber
nua1n n1uito a!én1 dessa idade t0n1 "distúrbios psicológi- que o tratatnento ortodóntico subseqüente terü 111ais esta-
cos inerentes·· A teoria co1nportan1cntal. no entanto. hil idadt.: se o húbito ror eli,ninado: e (3) a atitude da criança
consideran1 a sucção nào-nutritiva un1 hábito aprendido e e111 todos os casos. é in1portante que a criança esteja
não acredita111 que ela seja necessaria1nente un1 sinal de en\·olvida nn decisão, de f(.1r111a que ela não considere a
proble1na psicológico En1 tlllla revisão da literatura. John- inter\·enção con10 se fosse tuna punição
son e Larson·' conc!uinun que cxiste1n evidJncias signi fi- (htando o tratan1ento do hábito estú indicado, te111 sido
cativas que apóia1n a teoria co111porta1nental. n1as en1 al- sugerido que a época de tratan1ento é detcn11inada e111 cada
guns pacientes uni hábito prolongado pode ser o resultado caso 1·; Na 111aioria dos casos. o tratan1ento de un1 hábito de
de proble111as psicológicos ou en1ocionais subjacentes Por- SLIL\'ão n{io-nutritiva prolongado deve ser iniciado entre os
tanto. é in1portante que o dentista distinga as crianças con1 -i anos de idade e a irrupção dos incisivos pernianentes. 13
disturbios psicológicos potenciais daquelas que tên1 húbi- .1\s npi;úes de trata1nento inclucn1 relaxan1ento e i1na-
tos .. vagos'" ge11s rnentais, 1nodilicai;ão cio con1porta1nento (utilizando
Os húhitos prolongados pode111 causar desvios na rccon1pcnsas. n1otivação e Je1nbretes) e trata1nento con1
oclusão A extensão desses desvios varia de caso a caso. aparelhos L1• 1" l)avidson e cols 17 observara111 que o trata-
dependendo de diversas variúvcis que inclucn1: o húbito n1ento Clllll aparelho. utilizando tnna grade palatina fixa,
propria111ente dito. a duração e intensidade e as rclaçúes (\'eia r:ig. 17-1-t) roi 1nais e!iciente do que o tratan1ento
esquelética e dentária Algu111as das seqüelas negativas as- psicológico. en1 uni estudo co1n 65 indivíduos entre 4 e
sociadas aos hábitos de sucção prolongados inclucn1 a in- 12 anos de idade. que apresentavan1 sucçào do dedo Das
cidência 111ais alta de n1ordida aberta anterior. protrusão 22 crianças que rcceberan1 o trata111cnto con1 a grade
do incisivo superior, relação de caninos cin Classe 11. rela- palatina no estudo de Davidson, 1O(Y!/;) forain positiva1nente
ção ,nolar con1 degrau distal. tnordidas cruzadas posterio- capazes de intt.:1Ton1per seu húbito dentro de uni período
res. inco111pctência labial. pressiona1nento lingual e pro- de I O rneses
blen1as na H1la ~· 10
Após a cessação do hábito. geralinente ocorre a cor- MÁS OCLUSÕES CLASSE li
reção espontünea da ni;:í oclusão 1\ possibilidade de
autocorreção varia de acordo con1 a idade do paciente no () dese11\'olvi1nt.:nlo das 111ús oclusõcs Classe II na den-
111on1ento da cessação do húbito e tan1bé111 con1 a severi~ tadura decídua ~ con1u111entc associado a unia relação de
dadc da n1ú oclusão resultante do húbito E111 geral. ocorre plano tt:nnina! co111 degrau distal entre os segundos rno-
redução da 111ordida aberta e di1ninuição na inclinação do lares decíduos (Fig 17-7) Outros fütores de diagnóstico
incisivo superiors As 111udanças dt.:ntúrias e esqueliticas inclue111 unia relação de canino decíduo topo-a-topo ou
sagitais. associadas ou causadas por luíhitos de sucção Classe 1!. e trespasse vt::rtical ou horizontal excessivo As
de dedo (por ex . 111:.í oclusão Classe li) são incnos provú- causas das relai;õ1,.;s 1nolares de Classe II pode111 ser gené-
veis de autocorrigire111 do que as n1udanças ch:ntúrias an- ticas ou a1nbientais c·on10 jú 111e11<.:ionado, as crianças con1
teriores húhitos persistentes de sucção de dedo apresenta111 unia
A decisào en1 relação a inter!Crir ou não e111 u111 húbito incidência tnais alta de relações de canino e n1olares de
de sucção não-nutritiva. na dentadura decídua, deve ser Classe I f e trespasse horizontal n1aior do que as crianças
orientada pelos seguintes fr1tores: { ! ) se a sucção cio dedo que não aprese11ta1n esses húbilos. 1s· 1'1
für associada a uniu relação n1olar con1 degrau de distal r\ associação entre as n1ús oclusões con1 degrau distal
(desenvolvendo unia 111á oclusão Classe II), a 111ú oclusão na dentadura decídua e as n1ús oc!usõcs da ('lasse II nas
esquelética geraln1ente piora ú 1nedida que o húbito conti- dentaduras rnista e pennanente é 111uito ben1 docu111entada
nua: (2) se a criança estiver desenvolvendo tuna n1ú oclusão Bacceui e cols ' 11 de1nonstrara111 que todas as característi-
('lasse Ili ou IOr prognata, acredita-se que o húbito de cas da Classe ! 1 na dentadura decídua são conservadas ou
sucção do dedo s~ja 1nenos pr~judicia! e pode. na realida- pionun durante a transição para a dentadura 111ista As n1ás
de. ser benéfico para o clesenvolvin1ento dent::írio: 11 e (3) oclusões Classe 11 na dentadura dccidua deve1n, portanto,
inordidas abertas anteriores secundürias ú sucção do dedo ser considetadas altainente detern1inantes ele t1111a 111á
gerahnente não precisan1 ser tratadas, porque a correçào oclusão Classe !l nas dentaduras 1nista e pennancnte (veja
espontânea e111 geral ocorre após a cessaçào do húbito. Cap 5)
especialn1ente se ela ocorrer antes dos 9 anos de idade 1~ () tratan1cnto para corrigir as n1ús oclusões Classe li
Vúrios outros fútores deve111 ser considerados antes pode ser iniciado nn dentadura decídua, en1bora exista pou-
do prolissional decidir se irá tratar o hübito de sucção digital: ca rel'erêncía na literatura en1 relação ú eficácia a longo
252 SEç,\o IV 'liatc11ne11to e C'o11.\ide1 aç·ôeo; Te1 apl!uticas
Fig. 17-7 Relação dé plano terminal com degrau distal na dentadura Fig. 17-8 i'vlordída cruzada unterior na dentadura decídua
decídua (altamente previsível de umu mú odusfio Classe li n:i denta-
dura permanente)
Fig. 17-tl Apôs a corrcç.lo da mordidu cruzada anterior, os tresp.isses Fig 17-12 Gêmeos idênticos com mús oclusões esquc!Cticas de Classe
horizontal e vertical positivos freqüentemente tornam u contenção 111. usando rnúscaras faciais com tração reversa
dcsnccessüria
Fig, 17-13 ivlordida aberta anterior associada uo uso da chupeta l;ig 17-14 Grade palatinu lixa instalada para desencorajar o h:ibito de
sueçilo de dedo
Fig. 17-15 Pacil.!ntc com 4 anos <lc idade que apresenta mordida pro- Fig. 17-16 :\pardho n:mo\·i\el in!i.:rior i.:om apoio odusa! proj1.·tado
funda cujas prindpais queixas silo api.::rtamcnto desgaste e ccfalt:ia para aumentar a dimensão \ ertit:al
Fig 17-17 Pai.:kntc com o aparelho pnsidonado Fig. 17-18 O aument() da dimensão \·enit:al foi conseguido ,\ m1.·dida
que os dentt:s penna11entes irrompem o apardhn t:nntinua sendP tisado
até que a l1dusão dos molar..:s pi.:rni.rni.:ntes seja obtida
dentes estão cn1 111áxi1na intercuspidação habitual. Porén1, Quando não são tratadas. raran1ente as 1nordidns cru-
na realidade, a grande n1aioria das n1ordidas cruzadas uni- zadas posteriores na dentadura decídua autücorrige111 i~--'h
laterais na dentadura decídua é resultante de uni arco su- Por outro lado. quando a correção é obtida na dentadura
perior co111 atresia bilateral e desvio funcional .u A atresia decídua. é n1enos provável que os dentes pern1ancntcs
bilateral do arco superior leva a contatos pren1aturos no irron1pan1 e111 111na 111ordicla cruzada posterior No cntan-
fCchan1ento (principahnente na área do canino) e a uni to, não pode haver garantias cios resultados. porque os
desvio funcional para u111 dos lados, en1 n1áxi111a intcr- disttnbios funcionais da dentadura pern1anente ta111bê111 po-
cuspidação habitual Un1a caracteristica diagnóstica in1- den1 ocorrer .1 13 ·1 ·17 Os pais precisa111 ser avisados dessa
portante das n1ordidas cruzadas posteriores unilaterais que possibi Iidade
rcsullan1 da atresia superior bilateral e do desvio ftlncional O tratan1ento das 111orclidas cruzadas posteriores na
é que. co1nun1ente, elas apresentan1 un1 desvio na linha dentadura decídua t!: rclativa1nente si111ples e previs!\ e! As
média em MIH (Fig. 17-19) n1ordidas cruzadas poden1 ser corrigidas. e111 alguns ca-
Alguns autores acredita111 que as n1ordidas cruzadas sos, pelo desgaste seletivo dos caninos deciduos. U1n es-
posteriores unilaterais con1 desvios funcionais dcve111 sei tudo longitudinal de l(urol e Berglund·1s de111onstrou que
tratadas na dentadura decidua. a fin1 de i111pedir o posiciona- 64 1X1 das 1nordidas cruzadas posteriores idcnti licadas na
rnento assi1nétrico dos côndilos e o crescin1ento assi111étri- dentadura decídua poden1 ser corrigidas pelo desgaste se-
co. 3~ O ol~jetivo do trata111ento precoce. nesses casos. é letivo. No entanto, Thilander. \Vah!und e Lennartsson;,. ob-
estabelecer 111na si111etria esquelética que pern1ita un1 crcs- scrvaran1 que a correção total das 1nordidas cruzadas pos-
ci111c11to e 11111 desenvolvin1ento dentário nonnais teriores. n1edianle desgaste seletivo. pode ser obtida cn1
Tiata111c11to 01todô11tilo 110 De11tad111·0 Decid11a C,\!'ÍTULO 17 255
Fi~. 17-19 1\!nrdida çruzada posterior unilateral çausuda por atresia Fig. 17-20 :\parellH1 tipo ar1:o <le Porter (aparelho arço em \V)
superior bilateral e des, io t'u1u:innal (note (1 desvi(1 nu linha média)
9 Nanda RS, Khan 1, 1\nand R: Effect of oral habits on the 25 Can1pbell Plvl: The dilcnu11a of Class III treatn1ent: carly
occlusion in preschool children, J Dc11/ Chi/d 39:449-452, or late' A11slc Ortlwd 53(3):175-191, 1983
1972 26 J\,ler\vin D et ai: Tin1ing for effective application of unte-
10 Larsson E: Artifical sucking habits: etiology, prevalence riorly clirected orthopedic force to the n1axi!la, A111 J
and effect on occlusion, 111! J Orofacial Alyology 20:10-21,
1
Orthod Do1ft';f11cial ()r/hop 112(3):292-299, 1997
1994 27 Cro!I TI~ Riescnberger RE: t\nterior crossbite correct'ion in
11 Larsson E: Du1n1ny- and finger-sucking habits \Vith special the prin1ary dentition using fixed inclined planes [ Tech-
attention to their significance for facial gro\vth and occlu- nique and exan1p!es, Q11i11tessc11cc /11! 18(12):847-853, 1987
sion. 7 lhe effect of earlier dununy- and finger-sucking 28 CroH TP, Riescnberger RE: Anterior crossbite correction in
habit in 16-year-old children con1pared \Vith children the prin1ary dcntition using fixed incli.necl planes II
\Vithout earlier sucking habit, Szued De11t J 2:23-33, 1978 Further exan1ples anel discussion, Q11i11tcssc11cc /JJ/ 1lJ(l):
12 Larsson E: Dun1n1y- and finger-sucking habits \Vith spe- 45·51, 1988
cial attention to their significance for facial gtü\Vth and 29 i'vlajor P\ \1, c!Badra\vy HE: ivlaxillary protraction for
1
occlusion 4. Effect on facial gro\vth and occlusion, Svc11 eady orthopedic correction of skeletal Class III 111aloc-
Ta11dlak Tulskr 65:605-634, 1972 clusion, Pcdiotr Dc11/ 15:203-207, 1993
13 Jolmson ED, Larson BE: Thu1nb-sucking: classification 30 Ngan P, Fields l-1: Orthodontic diagnosis and treatn1ent
anel treatment, ASDC / Dc11t Clrild 60:392-398, 1993 planning in the prin1ary dentition, ASl)C J l)c11t Clii/d
14 Kohen DP: t\pplications of relaxation and n1ental 62(1 ):25·33, 1995
in1agery (self-hypnosis) for habit problcms, Pcdiatr ;\1111 31 Fukuta O et ai: Damage to the primary dentition result-
20:136·144, 1991 ing fro111 thun1b and finger (digit) sucking, ;\50( / L)ent
15 Haskcll BS, ivlink JR: 1\n aid to stop thun1b sucking: the Clrild 63(6):403·407, 1996
"Bluegrass" appliance, Pl'diílfr Dc11f 13:83-85, 1991 32 \'adiakas GI~ Roberts I\. 1\•\I: Prin1ary posterior crossbitc:
1
16 Viazis AO: lhe triple-loop corrector (TLC): a ne\v diagnosis and treatlnent, JClin Pedia ir Dc11! 16(1):1-4, "J 991
thumbsucking habit control appliance, J\111 J Orthod 33 Linclner 1\, ivlodeer T: Relation behveen sucking hubit
De11tofncin/ Ortlrop 100:91-92, 1991 and dental characteristics in preschool children \vith uni-
17 Davidson PO et ai: Thun1bsucking: habit or syn1ptom, / lateral crossbite, Scn11d J Dc11f Rcs 97:278-283, 1989
Drnt Clrild 34:252-259, 1967 34 De Boer ivI, Steenks ivll-1: Functional unilateral posterior
18 Ada ir SM et ai: Effects of current and former pacifier use crossbile: orthoclontic anel functional aspects, f ()rol
on the denlition of :?.4- to 59-nionth-old children, Pcdiofr Rclw/;i/ 24(8):614-23, 1997
Oe11117(7):437-H4, 1995 35 Kutin G, I-lí:nves RR: Posterior cross-bites in the decidu~
19 Farsi N!'v1, Salan1a FS: Sucking habits in Saucli children: ous and 111ixecl dcntilions, !\111 / Orthod 56:491-504, 1969
prevalence, contributing factors and effecls on the pri- 36 lhilander B, Wahlund S, Lennartsson B: The effect of
n1ary clentition, Pcdiafr Dc11/ 19(1):28-.33, 1997 early interceptive treatn1ent in children \Vith posterior
20 Baccelti T et ai: Ent ly dentofacial features of Class II n1aloc- crossbite, Eur] Ortiwd 6:25-34, 1984
clusion: a longitudinal study fron1 thc deciduous through 37 Schroder U, Schrodcr I : Early treahnent of unibtcr.il
the 111ixed dentition, 1\111 / Or!l1od Dc11h:f{1cial Orthop posterior crossbitc in children \Vith bilaterally contractcd
111(5):502-509, 1997 rnaxillae, Eur J Orthod 6:65-69, 1984
21 Varm VVF, Dilley GJ, Nelson Rivl: A ccphalon1etric analy- 38 Kurol J, Berglund L: Longitudinal study anel cosl-benefit
sis for the chilcl in the prirnary dentition, ASDC / Oc11/ analysis of the effect of early treatn1ent of posterior cross-
Clriid 45(1 ):45-52, 1978 bites in lhe prin1ary dentition, E11r / Ortlzod 14(3):173-179,
:?.2 Bugg JL, c·anavati PS, Jennings RE: J\ ccph.:t!o1netric study 1992
for preschool children, ASDC / Oc11/ Clrild 40(2):19-20, 1973 39 Belanger GK: The rntionale and indications for equilibra·
23 TOllaro I, Baccetti T, Franchi L: Floating norn1s for the tion in the prirnary dentition, Q11i11h·ssc11cc /11/ 23(3):169-174,
assessn1ent of craniofacia! pattern in the deciduous den- 1992
tition, E,11· / Ortirod 18:359-365, 1996 40 Bishara SE, Khadivi P, Jukobsen JR Changes in tooth
24 Grin1n1 SE: Ireatlnenl of a pseudo-class III relationship size-arch length relationships fron1 lhe deciduous to the
in the prin1ary denlition: a case history, ASDC J Dc11t pern1anent dentition: a longitudinal study, J\111 J Or!hod
Clrild 58(6):484-488, 1991 Oc11to(i,cial Ortirop 108(6):607-613, 1995
Capítulo 18
Controle de Irrupção na
Dentadura Mista: Programa
de Extrações Seriadas
T. M. Graber
TERMOS·CHA VE
extrações seriadas recessão gengival hon1eostasia irrupção ectópica
filosofia de tratan1ento não- reabsorção radicular equilíbrio neuro111uscular curva de Spee
iatrogênico discrepância tan1anho do discrepância do incisivo análise do espaço total
siste111a eston1atognático dente/comprimento do leeway space rebordo em lâmina de faca
perda de crista óssea arco plano tern1inal reto
HISTÓRIA DO CONTROLE DE 111aioria das crianças con1 7 anos de idade para detern1inar
IRRUPÇÃO NA DENTADURA MISTA o que é n1elhor para c!as e se e quando o tratan1ento está
indicado para o conjunto particular de problen1as (Fig 18-
Percebe-se 11111a tendência crescente de reduzir o trata- 1)
111ento ortodôntico ao 111cnor tc111po passivei Nunca o Os sábios conselhos de uni dos n1aiores ortodontistas
provérbio "Quanto 1nais rápido, 1nelhor'" IOi tão verdadei- e gênios 1necânicos de todos os ten1pos, Charles T\.veed, 1
ra quanto agora Aparelhos no\ os e eficientes con1 força poden1 ser seguidos:
leve e fricção reduzida. n1aior ênE1se no 111ovi1nento den-
tário. n1enor ênfase no controle do cresci111ento e fortes A 1nedida que aprendennos tnais sobre o cresci1ncnto e seus
censuras de consultores financeiros para confinar o aten- potenciais. as influências da lünção no dcsenvolvi1ncnto da
oclusão e a posição sagital norn1al dos dentes e1n relação ús
ditnento do paciente a uni periodo 111ais curto. fon1111 usa-
bases apicais e estruturas ccllí!icas, ire1nos adquirir u111 co-
dos con10 111otivos para nrgun1cntar contra qualquer abor-
nhecilncnto n1ais profundo de quando e con10 intervir nos
dagcn1 que tenha 111ais do que un1a lúse de tratan1cnto proct.:ssos do crcsciinento, de fonna que a natureza possa
lncvitaveln1cnte. essa abordagen1 enl~1tiza os aspectos bio- elaborar 1nclhor o seu plano de crescünento para aquele paci-
1necânicos e despreza os aspectos biológicos da Ortodontia ente individua! E111 outr.:is palavras. o conhecin1cnto irá subs-
rv1es1110 con1 o conhecin1ento profundo e con1 as cres~ tituir graduahnente a ,necúnica insensível. e e1n un1 futuro
centes pesquisas sobre o cresci111ento das estruturas den~ não 111uito <listante a grande 1naioria dos tratan1entos orto-
tofflciais. a variação individual transfürina qualquer proje- dônticos será realizada durante o período do crcsciJnento e
ção absoluta do desenvolvi1nento do esqueleto e da denti- do dcscnvolvi1nento da dentadura 1nista. antes da dificil épo~
cada adolescência
ção n1ais e1n unia aproxin1ação do que u111 n1odelo 111ate-
111âtico Nós estiven1os enan1orados pelas cha111adas nor-
1nas ceffllon1étricas por n1uito tc1npo. Litera!n1ente. Pró- c·harles T\veed 1 foi influenciado pelos n1esn1os dois
crustes, o hospedeiro 111itico, fl)i elin1inado, pois agora todos pesquisadores e clinicos que n1e ajudara1n a estabelecer
os pacientes são colocados nas 111cs111.1s ca111isns de rorça 1ninha lílosolia prática no início da n1inha carreira - Berger
diagnósticas e 111ecânicas Kjcllgren.' sueco. e Ruclolph Hotz.' suíço Ninguém pode
Não há düvidas de que o ortodontista deve exa1ninar a con1preender uni progran1a de extrações seriadas se1n ler
257
258 Si:c\o !V li utu111t.-11f11 L (_ 1111,i,li.:1 u~ ,>e, Tu 0/1<-;ll!Ú U\
I i~ 18-1 l.:111 i.:\L1.'k11t..:- i.:.,o.:mplti tk um c;1so com diserq1:ini.:i:1 di.:1111.:.:(l:,su SL'\LTa nu qu,d ll\i permitido que a mú
tit.:lu:-;Jp prtigrL·dissi.: atl· ;i maluridad ...· s..:-111 ti~ hi.:m.:rillPs d<.! um pnigr:1111:1 de i.::,.trn~·Cii:s seriadas ,.\ cxtraçfü1 seriada
JHltkria h:r ro.:du,id1l ,1 1\!.:ci.:ssid:idi: de tr:itams:nlo url!1d(1n!Íc11 em )(l"u ,._. impedido qui.: o sistema muscular se
d..:-SL'll\()l\i.:ss,: S(lh enndi~·\\i.:s alla111<.:n!I: di.:~t,nur,hi.:i.\ 1:ssl.'. 0 o 1ip(l de ,._·aso JHl qtwl um programa de extr,H;iies
s,.,ri:idas !a; ;,tia mai1lr >.:P1Hrihui\·;l11 n;'H1 ,q1t:11:1~ p:ira :1 .~audi.: d<.:t1!:"1ri;1 ,., P <.:quilihriti li1eia1. mas tamht:m .!(1 rl.'.duzir
~uh:-tanei.iln11.:t11i.: a qu,111tidadi.: d,., 11H1\Í!lli:lll\l tknt,.1ri11 ni:1.s:~<1ri1i J[h: (ir;1h..:r T\l: ( 111rdlf 011!111d11111ic col/Ll'/Jfl
u11d 1t(h1111111cl' !'hil:1,klphia l!l(i() \\ [{ Saundi.:r" 1
C011trule d<: !, 111pç-ào na Dentadura 1\/i.\la P1og1 a111a de I:..rt1 aç De, Sei iada, (,\PÍTl ILO J 8 259
suas publicações Suas docun1entações a longo prazo são dentárias, preservando o equilibrio entre os siste111as e a
i111portantes e suas conclusões tão apropriadas agora quanto 1nclhor hannonia fücial possível
na época cn1 que füran1 escritas Eu apresentei T'od Dc\ve! 4• ("Cllll o advento dos brackets invisíveis, acessórios ce-
H a eles na década de 50 e ele tan1bé111 tornou-se uni disci- rfunicos e aparelhos estetican1ente aceitáveis para os pa-
pulo do progran1a de extrações seriadas Sin1u!tanean1e11- cientes adultos. a n1elhor fi)nlla de esconder os aparelhos
te. I-Iayes Nance.'' John l-feath 1º e Z. Bernard Lloyd 11 se- é usá-los pelo período n1ais curto possível. con1 un1 po-
guiran1 quase o n1esn10 can1inho na dentadura 111ista. O tencial iatrogênico 111inin10 A extração seriada adequada-
diagnóstico e condutas da extração seriada, capítulos i111- 111ente 111onitorada cun1pre esse ol~jetivo (Fig. 18-2) 1-7 111
portantes dos pri111ciros livros-texto. foran1 tan1bén1 an1- l l IJ 23-27 Jll :,) •. J.j
pliados por V/arren Ntayne 11 13 No vernáculo coloquial. a 111á oclusão é con10 ter unia
Os trabalhos do sueco Karl Sandsteclt 1•1 em 1940, de casa con1 cinco cô1nodos sobre unia fundação para qua-
Noyes" em 1912, ele Oppenheim"' na Alemanha cm 1911 tro côn1odos O conhecin1ento do crescin1ento e do de-
e de Weinn1ann e Sicher 17 na Áustria na década de 20 de- senvolvin1ento ~juda a finnar uni diagnóstico adequado e
111onstran1 que a pesquisa fündan1entada na Biologia era a a interceptar no n10111ento oportuno A decisão baseia-se
base de unia filosofia do tratan1ento não-iatrogênico sen1pre no que é n1elhor para o paciente, que ten1 111enor
Isto não 111ini1niza as contribuições da detalhada análise de potencial iatrogênico. que utiliza o fenôn1eno fl1ndan1ental
Noyes en1 1912 sobre as 111udanças teciduais 1~ associadas dcno1ninado ho1neostasia ou adaptação espontânea. e que
ao n1ovi111ento dentário, ou as de Albert I(etchan1. 1~ cujo não é conlinado a 11111 protocolo de tratan1ento arbitrário,
trabalho pioneiro sobre reabsorção radicular ainda é váli- baseado en1 considerações de eficiência prática. De ne-
do Logo atrás desses gigantes da Ortodontia ven1 Axel nhun1a fünna essa abordagen1 é incon1pleta O diagnósti-
Lundstrõn1. 1'1 sueco E1nbora Benno Lischer20 tenha deli- co é tão abrangente quanto no tratarnento convenciona! de
neado a função da neurornusculatura en1 seu texto de 1912 fhse unica con1 aparelho fixo. A reavaliação diagnóstica
sobre Ortodontia. restou a Lundstrün1 19 enfatizar as rela- continua. principaln1ente a eslin1ativa da discrepúncia en-
ções entre os três siste111as - dente, 111úsculo e osso Isso tre o tan1anho do dente e o con1prin1ento do arco ( v~ja
o colocou en1 conflito co111 Angle 21 e seus seguidores. que c·ap . 12) é essencial durante a fi1se de controle. Alén1 dis-
recorrian1 à expansão para preservar todos os dentes. in- so, uni conheci111ento protl1ndo da fürn1ação e desenvol-
dependenten1ente da quantidade de apinha111ento A oclusão vin1cnto do dente é funda1nental para definição da época
era o objetivo principal, con10 111ostran1 as belíssin1as re- de intervenção.
1niniscências antropológicas que ilustran1 seus escritos (isto À prin1eira vista, a extração seriada parece sin1ples e
é. o crânio ele Broo111ell e o crânio Ravenscroll-Sun1111a- !inanceiran1cnte con1pensadora Mas esse não é o caso ~445 •
Ang!e, na séti111a edição. deno111inado 0/c/ Glcny). 21 1
• ') iviuitas das críticas dessa abordagen1, no passado, eran1
Se esse descuido con1 o equilíbrio adequado do sistc- baseadas no diagnóstico inadequado. tanto no inicio quan-
n1a cstomatognútico füsse história. poderia ser perdoa- to durante o periodo de 3 a 5 anos de acon1panha1nento,
do . No entanto, o renasciinento da 111ecanoterapia expan- seguido por 11111 tratan1ento abrangente. rvluito pelo con-
sionista. con1 aparelhos novos e n1ais eficientes. ignora as trário, essa abordagen1 é eficiente, não-iatrogênica e ten1
an1argas lições que os estudos a longo prazo 111ostraran1 - tnna 1necanoterapia estetica111ente satisfàtória que produz
os dentes afastados de sua base apical. en1 n1eio a unia os 111elhores resultados passiveis e n1ais estáveis ..i;. 5n
força neuron1uscular excessiva. provave!n1ente. não fica-
rão estáveis a longo prazo. Ainda n1ais preocupante é que
as seqüelas iatrogênicas são prováveis (isto é, perda de VANTAGENS DA EXTRAÇÃO
crista óssea, recessão gengival e reabsorção radicu- SERIADA
lar).112 1.122·33 Os desafios litigiosos no tribunal não são ne-
cessários para nos Je1nbrar das potenciais conseqüências Na região bucotilciaL o sisten1a cston1atognático con1preen-
negativas de diversos con1ponentes que pode1n afetar o padrão
n1orfügenético e o desenvolvi111ento filciaL e que incluen1
o tegun1ento neuron1uscular dinân1ico (envolvendo todos
Fundamento da Extração Seriada os 111úscu!os contíguos). as estruturas e a função respirató-
rias. as estruturas ósseas e os dentes propria111ente ditos
O tratado n1inucioso de Dale sobre as vertentes e técnicas As in1plicações dinâ111icas não poden1 ser supervalorizadas
da extração seriada, 34 ou controle de irrupção, abrange to- Os dentistas estão acostun1ados a ver os dentes no arti-
dos os tipos de 111á oclusão Por outro lado, este capítulo culador. ignorando os elen1entos associados das áieas
discute principal111ente as n1ás oclusões Classe I Os ele- craniofricial e cervical e sua potencial influência na n1orfO-
1nentos essenciais do sisten1a eston1atognático estão en1 logia Jinal Nos pacientes con1 111ás oclusõcs Classe L a
equilíbrio, 111as existe tuna 111á oclusão presente e causada natureza alcançou un1 equilíbrio ncuro111uscular. No pro-
por tuna discrepância no tamanho do dente/con1pri-
ment'o do arco. O o~jetivo é corrigir as irregularidades () lt.'.\"!O U!ll{Í/1/1(/ IW púg ::66
260 SH>\o IV Tiu1u111enlo e Co11\idt:1oç·ôe\· Te1upê111ica,
Fig, 18~2 Caso examinado pela primeira vez aos 8 ano:, de idade com apinhamento severo e biprolrusào moderada
Os quatro caninos dcciduos foram extraídos, antes du extração dos primeiros molar..:s dcciduos e dos primeiros pré+
molares No diagnóstico !ói ohsi.::rvado o üngulo alto entre o plano mandibular e o plano horizontal de Frankfort.
assim como o pobn: alinhamento dos incisivos in!l.!riorcs durnnte a seqüência de extrações Nove meses de tratamen-
to com aparelhos foram ncci:ss:lrios para chegar ao resultado final É interessante comparar este caso com a mú
oclusüo da mãe. qut! não foi tratada (De Grabcr Tivl: (urn..•111 Ol'!Ílodo11tic co11ccpVi and 1L•(/111iq11e1· Philadc!phia,
1969. \Vl3 SaunJers)
C'on!role de lrrupç-iio na /)e11t(ldu1a i\lista Prognnna de Ertraçt1e.\ Se1iada_\
(,\l'iTUJ.O 18 261
gran1a de extrações seriadas, esse equilibrio nonnal é aceito diagnóstico O estudo fundan1ental de Hurn1e 52 sobre a
e o dentista tenta 111antC-lo Unia abordagen1 111ecânica e cronologia e seqüência de irrupção ainda é o n1ais atualiza-
orientada pelo articulador eleve ignorar todos os sisten1as, do (Fig. 18-3) Uma descrição mais detalhada das mudan-
exceto o dentário. e apenas alinhar os dentes ças dentárias. desde a dentadura decidua até a 1nista e a
per111ancntc. é apresentada no capítulo 5
püncias entre o tan1anho do dente e o co111prin1ento do superior. n1as sua 111édia é de 5.0 111111 No arco inferior. o
arco. são aqueles que apresentan1 111ás oclusões Classe I espaçan1ento varia de O a 6,0 111111, con1 n1édia de 3.0 111111
Antes de iniciar tuna descrição do diagnóstico, un1a dis- Essa é un1a das pri111eiras observações que deven1 ser l"ei-
cussão do desenvolvi111ento dos dentes é essencial con10 tas en1 un1 paciente joven1 A ausência de u111 espaçainento
base cientifica para a interpretação da docu111entação de suficiente (Fig 18-8) deve ser considerada un1a deticiên-
Fig. 18-3 Detcrminat;fio da ídude dentúria através da irnipi;fio dos dentes(± 1 DP) (De Hurme VO: I De11t Chi/d
16: ! 1 1949)
a 6.5 1 9.0 1 RO
b 5.1 2 6.4 2 6A
e 70 e 7.0 3 7.6
d 7.3 d 7.3 4 7.2
e 8.2 e 8-2 5 6.8 Fig . 18--1 Largura {cm milímetros) dos dentes no ureo superior. (De
Graber T/vl: C111TL'llt ortlwdo11tic l'Ol/l'eprs anti teih11iq11e,· Philudelphiu,
34.1 (X 2) 37.9 (X 2) 37.0 (X 2) 1969 \\18 Saunders l
li li li
68.2
1
+7.6
75.8
+58
-1 8 _I\ 74,0
+6.0
_-34-=:J
+2,.6
268 SEçAo IV
Fig. 18~6 Diümt:tros mesiodistais dos incisivos superiores e inreriorcs. mostrando o direrencial no tumanho da
coroa entre os incisivos deciduos e permanentes (diferença [ivlayne]) (De Graber Tivl: C11rre111 onlwdonth.: co11cept1
and 11.:c/111iq11e1·. Philaddphia. 1969. \VB Saunders )
A B
e D
Fig. 18~7 DiJ"crcnçu no tamanho dos incisivos A. lv!uito favorável B, Típico C. Com problemas D . rvluito
dcsfavorúvel (Dt: Grabcr Tivl: C11l're11t 011!todo111il co11cept1· a11d /ec!t11iq11c•1·. Phi!adc!phia. 1969. \VB Saundcrs)
C'o11t/'ole de li1111J<úo 110 De11tad1t1a ,\/i\fa Prug1a111a de Ertra~'ih:\ Serioda\ (~\l'ÍTULO ] 8 269
Fig, 18-8 ivl:mifestaçüo precoce da discrep,-111cia dente/osso Embora 11..•nha ocorrid(1 aumento moderado na largura
intcrcaninos (2,0 mm) durante a irrupção dos incisivos ele foi insut'icientc para permitir o alinhumcnto~e o
posicionamento dos incisiv(1s permanentes :\gora, o caso requer uma anúlisc cuidadnsa que envolve consideração
critica sobre /, /ee1r,11· spaLL' cxístcnte. :: anúlise facial e 3 capacidade do <kntista de aumentar o comprimento do
arco com aparelhos, a fim de determinar o melhor planejamento (De Grnber Ti..,.!: C11rre111 orrl1odo111h' co11ccpl.\' aml
teth1úq11e~ Philaddphia, l 969. \\113 Saundcrs )
eia séria na obtenção do alinha111ento norn1aL a 1nenos que para a largura intcrcaninos são correlacionadas co1n a tran-
esteja ocorrendo unia interação lüvorável con1 outros fa- sição da dentadura 111ista para per111anente No arco inf"erior,
tores. O crescin1ento dos arcos dentários n1aior do que a a irrupção dos caninos e a 111udança na largura oco1Ten1
n1édia ou dentes pennanentes extre1nan1ente pequenos, são mais cedo (Fig 18-12)
necessários para suplantar a deficiência de cspaçan1ento rvtoorrees e cols (,J.(,J.r,(, 111ostraran1 din1orfisn10 na lar-
Outra alternativa requer que os dentes pern1anentes sejan1 gura intercaninos, en1 seu estudo longitudinal O aun1ento
n1ais vestibularizados do que o nonnaL através de 111eca- n1édio na largura intercaninos superior para os hon1ens,
noterapia ortodônlica, o que pode con1pron1eter a sua es- n1edida desde as pontas dos caninos entre os 2 e os 18
tabilidade (Fig. 18-9) anos de idade, é quase 6 111111. Para as 1nulheres, o aun1en-
Até o nion1ento, a título ilustrativo. o tan1anho 111édio to entre os 2 e os 12 anos de idade é 4,5 111111 (Fig 18-13 ).
do dente ten1 sido citado a partir de Black 53 No entanto. No arco inferior (veja Fig 18-12), o par superior de
outros estudos fornece111 valores bastante diferentes. de- curvas representa as n1udanças na largura intercaninos des-
pendendo da variabilidade étnica. Obvian1ente, poucos pa- de os 3 de anos de idade até a n1aturidade A linha sólida
cientes estão na n1édia e, por isso. suas 111edidas indivi- n1ostra as n1udanças intercaninos nos hon1ens e as linhas
duais específicas deven1 servir para as suas próprias aná- pontilhadas as ilustran1 para as 1nulheres. Devido à irn1pção
lises de caso. 5(,· 581'·1 pren1atura dos caninos inf"eriores, o crescin1ento na largu-
ra do arco continua pratican1ente se111 pausas até os 8,5
Mudança na Largura lntercaninos - Diversos ou 9 anos de idade nas 111eninas e atê os 1O anos nos n1e-
estudos clínicos con1 111odelos de gesso n1oslraran1 au- ninos A partir de então, a largura não aun1enta nen1 n1cs-
1nento na largura intercaninos. no n10111ento da irrupção n10 chega nesse nivel, con10 se observa no par superior
dos incisivos pen11anentes 5(, 57 ~<1.i,~ i,1.1,i c·on10 isso pode de curvas
acontecer'? Isso pode ser realn1ente considerado un1 cres- É adequado füzer unia pausa 1110111entânea para per-
ci nien to'?~ 1~ .15 .10 s1, 59 68 (,'' guntar precisan1cntc o que significa ''crescin1ento dos ar-
Entre as dentaduras decidua e 111ista. existe aun1ento cos"' Não ocorre nenhu111 crescin1ento do osso intersticial
na largura do arco entre os caninos decíduos (Fig 18- na base apical E111 vez disso, de acordo con1 Graber 1; ; 5 e
10) 59 Ainda assin1, esse aun1ento é a 1nudança 111ais variá- Enlo\V, 711 o crescin1ento aposicional de supcrt1cies selecio-
vel e i1nprevisiveL do ponto de vista diagnóstico, na den- nadas produz un1 aun1ento no tan1anho dessas bases, en-
tadura 111ista As curvas do cresci111ento no arco superior, quanto ocorre uni crescin1ento vertical considerável do
tanto para os hon1ens quanto para as 1nulheres, são ilus- processo alveolar Isso ocorre en1 ta! direção e quantidu-
tradas na tigura 18-11 Note que as altcraçôes nas curvas de. cspecialn1ente durante a transição da dentadura decídua
270 Su:Ao IV lio1u111e11to e (011\idc,a(,'<iL'\ Te1a11(;11tica\
I;ig. 18-IJ Caso examinado pela primdra \t:Z aos-+ anns di.: id:1dc. com (1 que pareda aos pais st:r uma cxci.:lcnlc
rn.::lusão dcddtrn Nll cn!anlo. os i11dshos inrcriorcs dcdduns muito pcqth.:nns cstu,arn apinhados Praticarncnlt.!. não
unirn:u au11H.:lll\1 na largura intcn.:aninns durante o pcrh1dn de transição e este p.icicnte ;l(1s 1O anos de idade
apn.:sctl!a\a dis-:n.:p:lm.:ia dc1lll!:'osso inkrior de K.5 mm [}c\c s,:r nbscrvudo que os incísivos permanentes supcriorcs
irrt1m111:rn111 não apc11;1s hem ú frente dos pn:dci.:cssorl.!s dcdduos mas continuaram esse deslocamento para ;i frente
durnnlc t11do o pcriodo de lr:msh;fü1 (Dc (irahcr Ti\\: L111rd1/ orrhodo11til tUll(i.!f!I\' a11d recl111iq11e1· Philadclphia.
Jl)(i\J \\ (! Saurn.h.:rs )
Largura média inter-caninos em crianças
Curva suavizada
35
o
34 Canino
superior
33 o
32 o
o o o
31
Ê
§
~
o 30
"' 29
:'!
o Canino
o
o o
inferior
o
o o
28 o
27
o
26
o
o
•
25 o
24
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Fig, 18- 1O Cur\'a sti;n·izada do crescimento tia J:irgura i111crcanirllls ( De Grab,:r T,\!: ( 111Te111 01 thm/0111h cone c111.1·
a11d lt:tl11!i1111e.1. Philaddrhia. 1969, \VB Saunders l
Anos
2 4 6 8 10 12 14 16 18
36
Canino deciduo
e
34
1,
j
Anos 1,
28
2 4 6 8 10 12 14 16 18 32 j 1
Canino deciduo 1,
26 - 1 30
1,
1 ,'
/t1
24 28
! ~t
~···-·-··· 1
,' 1 11 l2
••• 1
•' l I
22 -······ 1 12 Moliir decídua
1,
28 Molar deciduo g 30 -· -
• Primeiros pré-molar~~
~
g
26
24
----
Primeiros pré-molares
ª
,;
28
Molar deciduo
,;
.. -- ··-
32!
30
Molar dedduo
Segundos pré-molares
'"!
34
32
42
•
, .. · ·· ·- ·-· ··,
: Segundos pré-molares
28 .. --
40
361 -- - .
34 ·~~ Primeiros molares
i ~ ··· ·· Primeiros molares 38
! í'
32
2 4 6 8 10 12 14 16 18
36 L..L.~~~~'~~~~~--'~.L.>~~~~~"--'
2 4 6 8 10 12 14 16 18
Anos Anos
Distúncia mt!dias i.:ntre (IS contralatcrais no ;1rco dentório Fig. 18·12 Distúnci:1s mêdias entre (lS contra!aternis no :irc(1 di.:nt,irio
cm v.irias idades LinluH ,,úlida~. htimi.:ns: Linhas 1w111illwda.1· infi:ri(ir. em \'.Írias idades Li11/w~ sá/idox. lwmcns: /.i11ha1· po11tillwdos.
As si.:tas rd'i.:ri.:m-se .Is mt!dias da idade da irrup~ilo dns di.:ntes mulheres As si.:tas rdCrem·se ús rnêdia!-i da idade da irrup~il(1 dos dente!-i
Pcrman,ntc,s ( De l'vh)(lrrei.:s CTA: 7ht de11titio11 1f tht· grou i11g , hi/d permanentes (De il.lo(1rrei.:s CF:\: lhe de111i1io11 1![· rhe gro11i11g lhild
ivlass, 1959. Har\'ard Uni\ersity Press) Cambridge . ,\l.iss 1959 Harvard Unin..'rsity Press )
272 SEÇ,\O IV T1atan1c11to e c·onsideraçtie~ Terapêutic-aj
18
15
12 -
6'
"
o
o 9
<
6
Fig. 18-14 Ct1111primi.:nto dinko do arco. mais conhecido simples-
mente como co111prime1110 do an·o (De Grahi::r Tl'vl: (11rre111 ol'/luulmuic
concep11- and re,,JiniiJtn'\, Philadclphia 1969. \VB Saundcrs )
3
Mandibular Maxilar
Posicionamento Vestibular dos Incisivos em
Fig . 18~13 ivlédia das idades no término no ereseirncnto da largura Irrupção - Outro fator que pode influenciar o compri-
intcrcaninos. (Oé Grahcr Tivl: C111Te11r or1/uu/0111ic c'o11u:/H\' a11d
1nento do arco é relacionado às 111udanças na curvatura do
1ecl111iq11e1-.. Phi[ndclphia, l 969. \VB Saundcrs )
segn1ento anterior Os incisivos pennanentes irron1pen1 etn
unia posição ligeiran1ente vestibular e são ligeiran1entc 111ais
para a pennanente. que resulta en1 uni arco n1ais largo protruídos Isso aun1enta o co111prin1ento do arco, se1n
Isso se aplica especiahnente na região anterior, pennitindo con1pron1eter a largura intercaninos. 35 Jt, O posicionan1ento
a acon1odação de dentes pennanentes 111ais largos, 111ais anterior superior varia en1 :::!,:::! 111111, de acordo con1 Bau111e 6 ~
grossos e n1ais protruidos Novan1ente, esta variável depende do ta111anho do dt:nle,
De acordo con1 Moorrees e outros, 57 ~4 (,º 1'3 entre os da interação entre as forças neuron1usculares vestibular e
8,5 e os 9 anos de idade já ocorreran1 quase 1oocYci do lingual e do trespasse vertical No caso de dentes n1ais
aun1ento antecipado na largura intcrcaninos inferior, na largos, o arco superior pode 111uito bc111 ser Jigeira111ente
n1aioria das 111eninas A 111aioria dos 111eninos apresenta 111aior (Fig 18-16). Esse ajuste é un1 fator 111enos signiti-
aproxin1ada111ente 85<);;> do seu aun1ento intercaninos infe- cativo no arco inferior
rior na 1nes111a idade ( veja Fig, 18-13). Depois dos 1O anos
de idade, existe pouca 111udança na largura intercaninos Variações na Proporção entre o Tamanho
inferior~ que pode ser esperada nos 111eninos ou nas 111eni- dos Dentes Declduos e seus Sucessores Per"
nas Isso contrasta con1 o padrão de aun1cntos din1ensio- manentes - O quarto fator que deve ser considerado é
nais intercaninos superior, já descrito a proporção entre o tan1anho dos dentes decíduos e dos
pennanentes O tan1anho relativa1nente 111enor do dente
Mudança no Comprimento do Arco - o com- pennanente aun1enta as chances de alinhan1ento ideal e,
prin1ento do arco é a distância ao redor do arco, desde a nesse caso, tan1bén1 depende do equilíbrio dos outros fh-
superfície n1ais dista! do últi1no dente de urn dos lados, tores já descritos En1 uni indivíduo con1 oclusão nonnal.
passando pela região dos contatos interproxi1nais, até a a 111édia da discrepüncia do incisivo superior é 7.6 111111.
supedicie mais distal do lado oposto (Fig 18-14) Mais superada por tnna con1binação entre vários Ih.tores ~ es-
in1portante clinican1ente é a distüncia ao redor do arco, paça1nento interdentário n1édio de 3,8 111111, aun1ento na
desde a superficie n1esial do prin1eiro 111olar pennanente largura interca11inos de 3,0 111m e posição do dente ante-
até o seu correlativo no outro lado rior de 2.2 111111 A discrepüncia do incisivo inferior é de
O con1prin1ento do arco pode 1nudar, e geraltnente o apenas 6,0 111111 e pode ser superada por espaça111ento inter-
faz, durante o período de crescin1ento As 111udanças va- de11tário 111édio de 2,7 111111, au1nento na largura intercaninos
ria111 consideraveln1cnte entre os indivíduos e os arcos su- de 3,0 111111 e posicionan1ento 1nais anterior do incisivo de
perior e infCrior Un1 fhtor funda111ental e freqüenten1ente l ,3 111111. Quanto 1naior o trespasse vertical, 111aior o desa-
negligenciado é que, na realidade, na 111aioria dos casos, o fio de superar a discrepância do incisivo inferior Deve ser
con1pri111ento di111i11ui no arco inferior durante o período Ieenftitizado que essas "concessões 111útuas" 111orfOJisio-
de crescin1ento (Fig 18-15) 5'1575 '1·<,i1,,.r,r,1,H As conseqüên- lógicas, durante a dentadura 111ista, são exclusivas de cada
cias dessa redução no con1pri111ento do arco não são indivíduo. Isso requer unia avaliação diagnóstica adequa-
!1. eqiienten1ente aparentes para o iniciante da, profunda e continua (Fig 18-17) 7557172
C'ontro/e de !rrupç-iio na Denradura 1\/hta Prog1 a111a de Extn1ç'()e\ Seriadas C,\PÍTULO 18 273
Milimetros
36
35
34
33
32
--- ----
~" Arco superior-9--
~"
'ió 31 1: ig H!- 15 Reduçüo 11(1 comprimento do arco ( De DeKock wh:
e
2 Am J 011/Jod 62:5(l.. !972)
e 30
~
29• Arco
28
27
Arco 9--·
26 inferior
Fig. 18-17 Espaç,unt:nto subswncial dos indsh·os dcciduos inferiores. o que geralmente representn um bom prog-
nóstico para o alinhamento dos incisivos permanentes No entanto, os ineisi\'OS dedduos sfio extremamente
menores e o aumento na largura intercaninos foi muito modesto. Os incisivos permancnlt:s largos, exibiram um
apinhamento de 5.5 mm quando totalmenll! irrompidos (De Graber Tivl: C11rre1tl or1hodo11/k co11cepH· and tcclmiques
Philadelphia . 1969, \VB Saunders)
274 Sc<;,\o IV T!ata111e11to e Cónsideraç:()es Terapêutica.\
Leeway Space - A Ortodontia deve muito a Nance'' No entanto, é in1portante notar que o espaço ligeíra-
pelas suas cuidadosas observações e pela vasta experiên- 1nente ,naior no arco inferior é considerado un1 e.,paço
cia clínica. A diferença de tan1anho entre os dentes reseri·aclo Isso ocorre porque, en1 n1uitos casos, os pri-
decíduos e pern1anentes, nos seg,nentos posteriores, foi n1eiros 111olares pennanentes se encontra1n en1 un1a rela-
deno1ninada /eeu,ay space, por Nance'\ e essa ainda é a ção de topo-a-topo, quando alcança111 a oclusão (Fig 18-
designação preferida. De acordo con1 Nance, a son1a da 19) Essa relação n1uda para unia oclusão de c·Jasse I e111
largura do canino, do pri1neiro e do segundo ,nolares 55o/o dos casos, à 111edida que os 111olares inferiores 111i-
decíduos de cada lado, no arco inferior, é, e,n 1nédia, 1, 7 gra111 para 111esial após a perda dos segundos nHJ\arcs
111111 1naior do que o canino, o prin1eiro e o segundo pré- deciduos inferiores (veja Cap . 5) Os de111ais 45(}~i dos
n1olares pern1anentes. No arco superior, a 1nédia é de 0,9 casos co111 plano terminal reto tern1inan1 con1 unia rela-
mm maior (Fig. 18-18) ção molar permanente Classe 11 ou de topo-a-topo
A n1igração tnesial diferencial, após a perda dos se-
gundos n1o!ares deciduos, seguida pelo crescin1ento dife-
, , rencial entre os 1naxilares, pennite a intercuspidaçào nor-
C""A-,------B 1na! na 111aioria dos casos. Portanto, esse espaço reserva-
do não deve ser usado para o a!inhan1cnto dos incisivos
inferiores, a menos que a análise do espaço na dentadura
n1ista indique a presença de espaço suficiente para a111bos
os ajustes A adaptação de uni arco lingual inferior lixo. a
fim de 111anter esse espaço para o alinha111ento do incisivo.
in1pede a n1igração dos prirneiros 111olares infCriores per-
n1anentes para 1nesial e a intercuspidação adequada do seg-
1nento posterior Se fOr ton1ada a decisão diagnóstica de
n1anter todo o con1prin1ento disponivel do arco inferior
para o alinha111ento dos dentes, o paciente precisarfl usar
un1 AEB para pennitir a correção n1olar, através de dista-
lização dos 111olares superiores
A principal ênfase aqui é que, con1 o dcsenvo!vi111ento
norn1al do arco interior~ qualquer aun1ento que ocorra no
seg1nento anterior deve ser reconciliado con1 a redução
esperada nos seg1nentos posteriores O resultado ~ u111a
redução final no con1prin1ento clínico do arco inferior. na
maioria dos casos (veja Figs 18-15 e 18-20)
fig, 18-19 Desvio mcsia! precoce (De Buume LJ: I De111 R.:1- 29:331, 1950)
C'o111ro!e de /J1upçiio 11a De11tad11ra Alista: Prog1an1a de Exlraç'Õ
e\ Se,iadcH Gwh111.o 18 275
28 I1
Mandíbula a Mandíbula 9
26 26<
~t
g"
• 24 ll" 24
Fig. 18~20 Rcduçflo no comprim ento do arco
j p ,t como resultado do movimento dos dentes poste-
22
L
Pm2
M2 ª
:Ê
22
e
e
riores para a frente (De !Vloorrces CFA, Rced RB:
! DL"llf Re~ -l-l:129. 1965)
20 .
20 .
4 6 8 10 12 14 4 6 8 10 12 14
Anos Anos
276 SE(AO IV Tl'afa111e1110 e C"o1nideraçôeo; Terapêutica,;
Traun1alis1110
2 Tratan1ento iatrogênico
3 Transposição de dentes
4 Rotação de dentes
1
5 Anquilose de dentes dcciduos (Fig 18-27)"1'
6 Perda pre111atura de dentes dccíduos. con1 n1igração
1
subseqüente dos dentes pennancntes·1'
7 Retenção prolongada dos segundos 1nolares deciduos
int'eriores (Fig 18-28)·1'1
8 Lesões de cárie intcrproxin1ais scn1 restauração
9 Seqüência anonnal da eslOliação dos dentes deciduos
10 Seqüência alterada da irrupção dos dentes pcrn1a- Fig. 18-21 Apinhaml!nt(1 e recessão gcngh ai {DI! Dalc JG: De111 Cli11 :Yorth
.-/111 26:565. !982)
ncntcs
Fig 18-22 Incisivo lateral inferior permanente deslocudo para lingual Fig 18-23 Incisivo lateral inferior permanente deslocado pnra vesti-
com desvio da linha mêdia (De Graber T!vl, Vunursda\1 RL: Or1!10do11rics bular. com dcs\·io da linha médiu (De Graber T~vl. Vanarsdall Rl: Or·
c11tre11t p1:i11liple\· a11d 1ec!t11ir/lll'\'.. cd 3, St Louis . 2000, Mosby.) 1!wdo111ic.1· c111Te11t pri11cip/e1· 1111d tel'h11iqt1l'1·, ed 3 St Louis 2000
lvtoshy )
Fig. 18-25 Abaulamento do canino na maxila (De Dalc JG: Dou C/in Norllt :/111
26:565. l 982 )
Fig. 18-26 Redução no comprimento do an.:o como resultado da irrupção ectúpica dos primeiros molares perma-
nentes superiores (De Grnher r/\t Vanarsdall RL: Or1/iodo111ics c111'/"L'!II pri11c1j,les a11d 1ec/111iq11es. ed 3, St Louis,
2000, /'Vlosby )
Fig. 18-27 Irregularidade causada pela inira-oclusão dc um segundo Fig, 18-28 Retenção prolongada do segundo molar deciduo inferior
molar dcdduo superior com anquilose (De Graber Tivl, Vanarsda!l RL: causando apinhamcnto do primeiro prê-molar (De Graber T/\1, Vanars-
Orrltodo11th\ t//1Te11t 1Hinc1j,h,1- 011d 1eth11iq11c1·, ed 3. St Louis, 2000, dall RL: Ortlzoc/0111h·1· c111'/'1.:11f pti11cip/es and tel'l111iq111.:s . cd 3, St
tvlosby) Louis . 2000, ivfoshy)
278 Sr:(,,\o IV lia1a111e11/o e C'o1nide1t.1(Ôt:\ Te1upí!11tlla.\
f.ig. 18~29 Anúlise do t:spat;o lotai Curva de Spee (De Grnlwr Ti\'] Vanarsdall RL: Onlwdo111ic.1· 01rre1/f pti11dple~
cmd fl·cl111iq11eI i:d 3. Sl Louis, 2000, ivloshy)
en1 todo rebordo alveolar e a posição dos n1olares penna- Em 1743, Bunon, 75 inlluenciado pelos fotos da própria
nentcs pode ser un1 fator que aretará a estabilidade final do natureza, concebeu originaln1ente a seguinte orden1 de
resultado ortodôntico extrações: { l) caninos decíduos, (2) pri111eiros 111olares
decíduos e (3) prin1eiros pré-111olares Depois de 250 anos,
Perfil do Tecido Mole O perfil do tecido mole essa ainda é a orde1n 111ais satisfhtória para a 1naioria dos
ta1nbé111 é un1 Httor a considenu na análise do espaço total pacientes, especiahnente quando os pri,nciros pré-1nola-
Aquilo que realinente constitui o equilíbrio e a hannonia res estão irro1npendo antes dos caninos e segundos pré-
ideais da füce é o aspecto ,nais precioso da Ortodontia 111olares No entanto, as variações individuais argun1enta1n
U111a vez que os pacientes representa111 origens n1u!tirra- contra a adoção dessa seqüência con10 tuna regra rigida e
ciais, é difícil detenninar un1a norn1a única Portanto, a inllexível
avaliação clínica 111ais in1portante envolve a interpretação Os artigos históricos sobre a extração seriada, publi-
dos dados e.rclush·o\ do indivíduo Con10 un1 sábio da cados por Berger Kjellgren, 2 Rudolph Hotz,' John Heath, 1"
Ortodontia observou, ·'Nós tratan1os apenas uni paciente L J Baun1e/' 8 1-layes Nance9 e Toei De\ve1·1•8 nos Ultin1os
de cada vez" Não existe uni leito procrusteano de nonna- 50 anos, discutira1n a possibilidade de reverter a orden1
!idade para todos os pacientes das extrações dos dentes deciduos. A extração dos pri-
A extração seriada deve ser li111itada essencialn1ente às 111eiros 1nolares antes dos caninos deciduos, às vezes, é
n1ás oclusões Classe 1, nas quais se observa un1a relação recon1endada para pro111over a irrupção pren1atura dos pri-
esquelética sagital inicial nonna! e un1 equilibrio neu- n1eiros pré-111olares . Freqüenten1ente, essa seqüência é pu-
ron1uscular norn1al O objetivo do tratan1ento é n1anler rarnenle acadêrnica, no entanto, porque a 111aioria dos pa-
esse equilíbrio, rodos os n1étodos disponíveís de controle cientes já sofreu a perda de un1 ou n1ais caninos decíduos
da ancorage111 deven1 ser usados durante o tratan1ento ati- na época en1 que procuran1 ajuda do ortodontista ·1'1 Alérn
vo, a fin1 de n1anler o equilibrio dos n1ultissisten1as disto, essa seqüência de extração é interessante apenas no
Reitera-se que a lilosofia é exigir o 111ínin10 possível arco inf'erior, porque os pri111eiros pré-111olares superiores
de intervenção 111ecânica, usando-se o equilíbrio eston1a- geraln1ente irron1pen1 antes dos caninos
tognático norn1a! e natural da 111usculatura e das bases ós- En1 geral, a extração dos caninos decíduos é prefCrí-
seas .18·~ 0 -·12 O ajuste espontâneo ideal sen1 o uso de apare- vel. ·1 w 11 5076 O principal objetivo é estabelecer o alinhan1ento
lhos, en1 tuna p, i111eira etapa, é uni o~jetivo vúlido dos incisivos superiores e inferiores, i1npedindo a n1ordida
cruzada dos incisivos laterais superiores e a resultante 111i-
gração dos caninos superiores para n1esia!
SEQÜÊNCIA DAS EXTRAÇÕES Os Quadros 18-3 a 18-5 incluen1 un1 guia básico para
a seleção da seqüência de extração n1ais adequada, os fh-
Não existe tuna seqüência de extração que se aplique a
tores que deve1n ser considerados durante o procedimen-
todos os pacientes, 111esn10 quando se li111ita à seleção de
to de extração seriada e os casos representativos
casos co111 111ás oclusões ('lasse I
o /('X/O lOIIIÍ/111{/ //(/ página 287
280 SE(..Aü IV nata111e11ro e c·o11side,.aç-i>e\' Terapêutica\
E xtl'ação apenas dos caninos dcciduos: produz u111a ereta dos caninos pcrrnancntes e a possível i111pactação
.iutocorrcção rúpida no 11pinha111enlo e no alinhaincnto dos prin1eiros pré-n1olares
do incisivo, interceptando o dcscnvolvin1cnto das 111or- 4 Enucleação dos gcnncs do pri1nciro pré-n1olar: t.:sta abor-
didas cruzadas dos incisivos laterais dagen1 é reco1nendada quando a irn1pção do prin1eiro pr~-
2 Extração apenas dos prin1eiros n1olares deciduos: essa n1olar ocorre após a dos caninos e segundos pré-n1olan:s
abordagc1n induz a irrupção prc111atura dos prin1ciros Esta enucleação pern1itc a distalização 111áxi111a dos cani-
pré-1110\arcs. 111as reduz a rapidez e a quantidade de ali- nos e1n irrupção O risco de al1nan1ento do alvéolo no
nha1ncnto do incisivo Esse é o resultado da preserva- local da cxodontia (colapso localizado das paredes lin-
ção dos caninos dccíduos gual e vestibular do espaço de exodontia) argun1enta contrn
3 Extração dos caninos e pri1nciros n1o!arcs dcciduos: esta o ajuste espontüneo e até 1nesn10 a verticalização dos
abordagc1n é un1.:1 con1binação entre o alinhan1ento rú- dentes contíguos ao local da exodontia O cirurgião dcYt:
pido dos incisivos e a irrupção precoce desejada dos 111<1nter a din1ensão alveolar vcstibulolingu al. enchendo o
pri1nciros pré-111o!ares En1 alguns casos. essa seqüên- local de extração con1 uni substituto ósseo ( osso seco
cia resulta na irrupção si111ultünea dos caninos e pri1nei- por congela,nento ) depois das extrações, se neccssúrio
ros pré-1no!arcs. que pode causar tuna distalização dis- A enucleação é rara111cnte indicada no nrco superior
Quadro 18-4. Fatores que Devetn ser Considerados Durante o Prognuna de Extrações Seriadas
Con1 o diagnóstico adl!quado, época oportuna e u1n aeon1pa- 5 Ocasionaln1ente. a extração dos segundos pré-1nolares. ou dos
nhan1ento cuidadoso. o prograina de extraçõl!s seriadas pode st.:gundos pn.\-n1olarcs infr:riores e dos priineiros pré-n1olares
produzir 1novi111entação i1nportante dos dentes pern1ancntes superiores. pode ser prcferivcL dependendo do equilíbrio
Geralinl!nte. quanto 1nais cedo os pri111eiros pré-n1olan.!S são focial. da necessidade de ancoragt.:111. do ta111anho do dente e de
extraídos. n1aior a irrupção distal dos caninos pennanentes A outros Hlloresjú cnl(1tizados
questão Obvia. no entanto. é: ··No plano de trata1ncnto total. é 6 E1n vez dt.: st:r un1 processo bnseado en1 tuna única decisão, a
desejável obter u1n n1ovin1ento 111úxiI110 do canino para distal?" extração seriada é u1n processo con1 vúrias decisões distribuí-
Isso fr1z parte do processo ele decisões baseado na posição e das ten1poraltnente ao longo do can1inho para o sucesso (f igs
na inclinação final do incisivo. no alinhmnento do arco e nas 18-30 e 18-31) .1h A decisão re!Crentc à seqüência da extração
exigênci:is de ancon1gen1 seriada é npenas a prin1dr.1 de u1na série de escolhas nas bifur-
2 Un1 equivoco do progra1na de extrações seriadas é conservar caçõcs do ca1ninho. antes que outra seja encontrada e un1
precocen1ente urn co1nprin1ento excessivo do arco. con1 un1 novo caininho. selecionado. Por excn1p!o, extrair prin1eiro os
n1antcnedor A verticalização excessiva dos incisivos no espa- caninos decíduos ou os n1olares decíduos, quando se deve
ço disponível pode resultar ern unia fr1ce achatada. causada ren1over o próxin10 par de dentes (e talvez apenas utn. se
pda "retração" Jos seg1nentos anteriores Por outro lado. oca- houver assinwtria).1! se esse c<uninho de\T ser seguido ou o
sionahncnte, os dentes anteriores inferiores deven1 ser estabi- progra1na de extrações seriadas serú interro111pido dependen-
lizados para itnpedir a inclinação lingual excessiva Isso pode do da resposta, do crcsciinento. do desenvolvin1ento e da
ser causado pelo tônus excessivo da n1usculatura do lábio cooperação do paciente Extrair ou não os pri,neiros pré-
(isto é. interposição labial) Uni arco lingual inferior. apoiado 1nolares é a questão que precisa ser respondida: outra é a
nos prin1eiros 1nolares pennanentes. pode ser a resposta Se a inse[\·i1o ou não de u1n arco linguaL por causa de problen1a de
prevenção da 1nigração dos dentes posteriores para 1nesial for espaço Vigi!úncia persistente é o aspecto n1ais i111poru111tt.:
fundmncntaL eh! pode ser feita con1 a adaptação de urn arco 1\s docu1nentações anuais con10 radiografias panorün1icas. fo-
lingual in!Crior No entanto. na 1naioria <los casos. isto não é togn1!ias e n1odelos de estudo são essenciais. con10 salienta~
necessúrio e reduz o ajuste espontúneo dos dentes anteriores do Esse é u1n jogo excitante e reco1npcnsador. benéfico por
inferiores ser unia situação onde o paciente e o ortodontista saen1 vt:n-
3 O desgaste criterioso ck dentes deciduos evitando-se a extra- cedores
ção é un1n opção ocasional Essa decisão depende de Ln11a 7 A seqüela deslüvorúvcl n1ais con1u1n do prognuna de extra-
avaliação cuidadosa do tarnanho do dentc e do con1pri111ento ções scriadas é o au1nento da n1ordida profunda 1o 1. '
7 1 5 71 A
Quadro 18-4,. 1:atores que l)even, ser Considerados Durante o Progra1na de Extrações Seriadas (C'o11ti1111açâo)
8 O paralelis1no das raízes dos dentes contiguos aos lo- seis 1neses, con10 proteção contra a possivel rccidiva de
cais da extração é gcraln1entc f.ícil con1 a aproxin1ação rotações. e a lin1 de pennitir a aco,nodação da oclusão
espontúnen. antes da n1ecanoterapia U111 contensor superior tipo H,nvley e uni contentor in-
9 A necessidade de contenção ê signilicativa111cnte n1e- lCrior colado. 3 x 3, rcpresenta111 protocolos eficientes
ncH após a cx!l'ação seriada No entanto. é rnelhor se- de contenção
guir uni protocolo de contenção regular nos pri1neiros
Extração Scr·h1da no 1"1 atarncnto da Classe I te () inicio do progra1na de extrações seriadas co1n a
G, upo A Di\'c I epú11c ia A11re1 io1 (Apinha111e1110) eli1ninação dos caninos decíduos inferiores tende a apro-
Passo ! Ex!!'ação dos caninos decíduos (l;ig 18-32) Os lün(hir a sobren1ordida Os prin1eiros 111olares decíduos
proble111as típicos da extrrn;ão seriada são o apinhan1ento deven1 ser extraídos quando os prilneiros pré-1nolares
grave dos incisivos e un1 padrão fücial Classe I O exa1ne subjacentes tivcrc,n atingido 1nctade do seu con1pri1nen-
radiognífico freqiientcrnente revela u1n padrão crescen- to n1dicular Nesse caso, o risco de colapso serú n1ini1no
te de reabsorção no lado 1nesial da raiz dos caninos Se os incisivos in!Criores cstivere111 apinhados, os cani-
decíduos (veja fig 18-2..J.) Essa ê u111a indicação de unia nos dcciduos deve111 ser extraídos priinciro. cn1 preferên-
verdadeira discrepãncia dente-osso genética Isso sig- cia aos pri111ciros n1olares deciduos O ortodontista rara-
nilica que os pri1neiros pré-111olares estão irro,npendo 111ente t.!stú satisfeito co111 o alinhan1ento dos incisivos,
füvoraveltnente, antes dos caninos pennanentes Ne- quando os n1olarcs deciduos são extraidos pri1neiro Aqui,
nhu111 dos dentes pcnnanentes não-irrotnpidos atingiu a decisão ta1nbê1n é baseada na posição e no co1npri-
1netade do co111prin1ento da raiz Por causa disso, os n1ento relativo das raízes dos prin1eiros pré-n1olares e
priineiros 1110!.ires decíduos não serão cxtn1ídos Os ca~ caninos A figura 18-37 ilustra a oclusão. !8 anos depois
ninos deciduos de\ en1 ser extr:!Ídos para aliviar o api- do trata1nento 1\ figura 18-38 ilustra outro paciente, 18
nha1nento incisi\"o anos depois do trata1nenlo
Passo 2 Extração dos pri111eiros 111olares dcciduos (l:íg 18- G'111/HJ B !Ji\ll·epú11cia A11terio1 ( P1vl!u\âo De11toah•eola1)
33) O apinhan1ento incisivo rnclhorou . o trespasse ver-
Passo I Extração dos pri1neiros 111olares decíduos (f:ig 18-
tical au111cntou e o espaço da extração diininuiu de ta-
39) Existe tnna irregularidade n1ínüna dos incisivos. E111
111anho As radiogratias revc!arn que os pri111eiros pré-
vez do apinhan1ento. o paciente ten1 protrusão dentoal-
1nolares chegara111 ú 111etade do coinpriinento radicular
veolar As coroas dos prin1eiros pré-n1olares e caninos
Agora é o 1110111ento de ren10\·er os prin1eiros 111olares
estão alê111 da ,netade do con1pri1nenlo radicular e estão
deciduos. a fin1 de acelerar a irrupção dos prin1eiros pré-
irro1npendo 1nais nipido do que os pré~n1olares U111a vez
1nolares
que os pri111eiros pré-111olarcs jú desenvolveran1 rnelade
Passo 3. Extração dos priinciros pn!~n1olarcs (l;ig 18-34)
do seu co1npriinento radicular, os prirneiros 111olarcs
Esses dentes estão irron1pcndo na cavidade bucal Un1a
clecíduos deven1 ser re1novidos para acelerar a irrupção
vez que os caninos pennanentes se descnvolvcrarn alé111
dos prin1eiros pré-111olares Isso garante que os pré-1110-
da 1111.!tade do con1pri1nento radicular. indicando que eles
lares irro1npan1 na cavidade bucal antes dos caninos A
se encontra111 en1 un1 estúgio de velocidade acelerada de
época é tnuito ilnportante para in1pedir a fónnação do
inupção, o orlodontista reinove os pré-n1olarcs
rt.!bordo en1 lá1nina de flica (veja Fig 18-39)
Passo 4 Tratan1ento con1 aparelho fixo (Fig 18-35) O resul-
tado lipico da extração seriada é 1nordida profilnda cotn Passo 2 Extração dos caninos decíduos e pri111eiros pré-
inclinação distoaxia! dos caninos, inclinação n1csiouxial rno!arcs (I:ig . 18-40). Quando os prin1ciros pré~111o!ares
dos segundos pré~111o!ares, relação n1olar ('lasse L a!i- tiverc111 irron1pido suficientc111ente. eles são ren1ovidos
nhan1cnto dos incisivos e espaços residuais nos locais junto corn os caninos deciduos rcn1anescenlcs Nenhun1
das exll'ações esforço é feito para in1pedir a inclinação dos incisivos
Passo 5 Contenção (f:ig 18-36) Quando a 111ccnnoterapia é para lingual. porque o objetivo é reduzir a protrusão
dcntoalveolar
finalizada, a oclusão ideal deve 111ostrar trespasse hori-
zontal e verlical nonnaL paralelis1110 radicular entre ca- Passo 3 Trata1nento co111 aparelho fixo (Fig 18~4 I ). Note
nino e pré-111olar. arcos coordenados e ausência de es- con10 a oclusão estú se alinhando pronta1ncnte A 111e~
paços Alé111 disso. a oclusão deve estar alinhada en1 canotcrapia é n1inin1a
hannonia con1 o esqueleto craniofl1cial e o tecido rnole Passo 4 Contenção (Fig 18-42) A contenção inferior é n1e-
Passo 6 Pós-contenção (Fig. 18-37). Nesse caso, tan1bén1. nos crítica porque n1cnor irreguluridade estava presente
tuna oclusão ideal corn estabilidade deve estar eviden- antes do trata,ncnto
(De Grabcr Tf'-·! Vanarsda!I RL: Oulwdo11Jil\ <IIITl..'llf prhuip/c\· and rcclmiq11e1·, cd J, St l(1Uis 2000, tvlosby)
282 SEÇ,\O IV Tinta111c11to e Co11.\idL rar6c.\ TL>rC1fJê1ttila_1·
1
Sim
J\justc cspontünco
'
'
'
Tratamento '\
pílrcial \ A ,irelhos totais?
8' decisão ~ \ Quando?
Ar~,J~íll?
7' decisão Ou plílca de mordida?
Extrair ~[E_
6' decisão
ou apenas 414 '? ' ele
3° decisão
2' decisão
Enuc!c.içiio de
414--_y
i!i \, /
...cl
,,;--e ' \ ou
e: e I
'
Má oclusão incipiente
Fig. 18~30 Uma representação csqucmütica d:is dccisücs envolvidas num programa de extrações seriadas Ao invés
de uma única decisão. uma sêrk de decisões import:mtcs cst;í cn\'nlvida (De Graber T~{ Vanarsdall RL: Orrhodo111ic 1·
c111T1:111 pr"i11cipit.'I anti tecl111iq11es. cd 3. St Louis 2000. !'vlosby)
Fig" 18~3 t Caso aos 6 anos de idade com espaçamento favor,ívcl no un.:o inferior e prognóstico satisfatório para o
incisivo. ainda que os incisivos centrais permanentes tenham irrompido por lingual dos incisivos centrais deciduos
O clínico neófito pode tomar esta irrupçfio ectópica como uma indicaçfio pura extraçfio seriada Nlas isso não é
verdade O c.iso apresenta 1nedidas favonivcis e oferece um excelente prognóstico Os incisivos centrais decíduos
precisam ser extruidos Este não é um caso de extração propriamente dito. embora a remoção de alguns dentes
decfduos possa ser necessdria por cmisa d;l ausência da csfoliação natural (De Grabcr TNI. Vanarsdal! RL: Or1/wdo11ric 1·
c111-re111 principies and ll.'c!111iq11l'\·. cd 3 St Louis 2000. rvtoshy)
('o11trole de li 111pç élo 1u1 De11tad111 a A/iHa Prog1 an1u de E.rtraç ()e\ Ser ilida\· (,\l'ÍT\ li.O J8 283
Fig. 18-32 Problema típico de c.x1rar;fü1 scri.ida com dclidêrn;ia at.:cntuada rw cornprimcntn do nrco (De Grabcr
Ttvl. Vanarsdnll RL: Orthodo11ric1· u11Te111 f1Filniplc1 wul 1e,h11iq1n•1· . cd 3, Sl Luuis. 20(10, ivloshy)
Fig 18~33 O mesmo caso da tigura 18-32 mostrando :1 mt.:lhora apt'l;; a c.xtrar;üo d(1;; caninos dcdduo;; (Dt.: Grabcr
Ti'vl Vanar;;da!I RL: Orthodo11tic1· llll'l'CJJ! 11rinlipfe.1· (J/UÍ tech11it1111:.1 cd 3. St Louis 2000. i\lnshy l
284 SEç,\o IV 1Jntu111e11to e c·onside1 O(<)e._, Terapê111h-a,
Fig. 18-34 Os primeiros pré~molarcs irrompcram e serão cxtraidos (De Graber Ti\!, Vanarsdall RL: Orrlwdo11tic1·
lll/Te11r priluipfo1· and
teL1111iq1u.!1', cd 3, St Louis 2000 ivlnsby)
Fig" 18-35 !rrupçüo dos caninos após n extraçfio dos primeiros pré~molarcs (De Graln:r fi'vL Vnnarsd:dl RL:
Or1hodo11fic\ u11Te11t 1ni11cip!e1· and tech11iq11ev. cd 3. St Louis, 2000, ivlosby)
Fig, 18-36 Oclusão ideal após a remoçào do nparellH) (De Graber ll\·I. Vanarsdall RL: Orthodo11fi(1· llll're111
pri11Liplev mui tec/111iq11e1, ed 3, St Louis, 2000 i1.:1(1sby)
'I
ij
IJ
C'rn1frole de lnupçc7o 11a De111ad111a 1\/i'i!a P1vgll1111a d" E r!Ut(Dt!\ Sei/ada\ (,\P[TI.JLO 18 285
Fig. 18-37. Pos-contençiio demonstrando um resultado cstúvcl 18 anos após o tratamento (De Grabcr Tivl,
Van.irsdall RL: Ortltodo11fil"\ u11'/'e11r p1i11cipÍl.'.1" a1ul teLl111iq11e1· cd 3. St Louís . 2000, ~v!osby)
Fig. 18-38 Outro caso, 18 anos após a n:moç.lo do aparelho (De Grahcr Ti\l Vanarsdal! RL: 011hodo11ric1· u11rc:111
pri11ciple.1· a11d recl111iqt1e\', ed 3, St. Louis, 2000 i\losby)
286 SEí,.t\O IV
e D
Fig, 18~39 Época adi.:quada pura i.:x!raçüo dos primi.:iros moluri.:s d!!ddtws (A a C) para prc\'enir o rebordo aln:o!ar
em lúmina de façu {D) (De Grnhcr TP,·I Vanarsdall RL: Ortlwdo11th\' ,111'!'<.;1// pri11,ipl~·1· and rnl111ú111e1· ed J. St
Louis 2000. lvlnsby)
Fig. 18-40 Extração dos cnninos dcdduos e primeiros pn:-molan.::s (Dt: Grabcr Tivl. Vunarsdal! RL: Onhodo11th1·
J St Louis. 2000 i\.losby)
cwre11r p1·i11ciph:I and h'll111iq1w1· cd
(0111!-ole de /,r1111çdo 11a !)c11tudu1a AliHa P1og10111a de Er11açrie, Sc1iada, (~\l'iTIJLO ] 8 287
Fig. 18--11 O rncs11111 i.:aso da !ígura 18--HJ mostrando uma c.\cclt.:nte melhora esponlúnca (De Graber Tiv!
Vunarsdall RL: ()u/Joi/0111ic.,· u11r~·111 prinlipl~·,· anti klÍIIIÍl/llc\· ed 3. Si Louis 2000, i'vlosby)
Fig. 18--12 O mesmo i.:aso das figuras 18--Hl c 18--11 :\pos ,1 remoç,111 do aparclho o prognóstico de cstubi!idadc a
longo prazo 0 cxcclcnlc (De Ciraber Ti\! Vanarsd,dl Rl..: ()11/wdm11ic1· uur~·,11 prii1'iple,1 mui rccl111fr111c1·, ed 3 St
Louis 2000 i\·lnsby l
Quando li111itados às nuís oclusões ('lasse L os desa- 1-l Sandsledt K: r::·inige bclrage zur theoriz der zahnrl'g-
fios são 111enores e a probabilidade de sucesso é 111aior. ulierung, 1\/ord là11d Tidskr 5:236, 1904
porque o con1ponentc neuronniscular não está envolvido 15 Noyes f.B: TcYfbaok of oral histology. NC\\' York, 1912, Lea
etiologica1nente. Nesses casos. deve ser l'eito o esforço de & Febiger
conservar o equilíbrio dos con1ponentes dentários. ósseos 16 Oppcnheln1 A: Hun1<u1 tissuc response to orlhodontk
intervenlion, A111 f Orthod Oral S11rg 28:263, 1942
e neuron1usculares do sisten1a eston1atognático
17 \Veinn1ann JP, Sichcr 1-l: 80111: a11d bo11cs, ed 2, St Louis,
As preocupações en1 relação ao atraso do cresci1nen-
t955, Mosby
to, resultante das extrações precoces, tê111 restringido a
18 Ketcham ;\l·I: ;\ radiographic study of orthodontic tooth
aplicação 1nais a1npla desse proccdi1nento, apesar das evi- rnovcrnent: a pieliminary reporl, J A111 001! Assoe
dências a longo prazo que aponta1n para o contrário, iden- 42:1577-1598, 1927
tificadas por excelentes estudos realizados na Suécia e na 19 Lundstrõn1 A: !vlnloccl11sio11 of thc tceth regnrded ns a prob-
Sulça.~-1 Não existe111 evidências no presente de que a quan- h111 ili co1111cctiu11 tuilh t!ic apical base, Stockholn1, S\Vl'den,
tidade ou a direção do cresci111ento seja111111odificadas pelo 1923, AB Falcrantz
procedi111ento de extrações seriadas. Ainda assi111. as ten- 20 Lischer BE: Principies n11d 111ctltods of orthodo11tics.
tativas de profissionais despreparados si111p!ilicar a gros- Philadelphia, 1912, Lea & Febiger
so ,nodo o diagnóstico. deu aos dentistas un1 n1otivo para :?.1 l\ngle El-I: Trcn/111e11f c:f 111aloccl11sio11 of the /ccth, cd 7,
fhzer tuna pausa antes de trilhar esse ca1ninho biológico Philadelphía, 1907, SS \·Vhite Dental Manufacturing
para o sucesso final. Os casos ilustrados deve111 garantir 22 Binder RE: Seria! cxtraction in prcventive dentistry, C/i11
ao ortodontista hesitante que o potencia! existe, desde que Prev 01..'1111(4):21-22, 1979
23 1-leath J: Dangers and pitfalls of serial extraction, E11r
as regras sejan1 obedecidas Da n1csn1t1 forn1a, os benen-
Ortlwd Soe Ti1111s 37:60, 1961
cios da extração seriada poden1 ser exagerados con1 a apre-
24 Graber Ttvl: Extraction in or·thodontics, Colorado Dcnt f
sentação de casos isolados se,n necessidade de n1eca-
43:17, 1966
noterapia adicional Esses são exceções O ortodontista e :?.5 Graber TtvL Serial exlraclion: a continuous diagnostic
o paciente dcven1 estar preparados para o tratan1ento anel decisiona! process, A111 f Orlhod 60:541, 1971
ortodôntico abrangente 26 l'";raber Tivl: Die serie-extraktion-ein kontinucr und
cntschcidungsvoller prozesz, Orthor/0111 Kieferortlwp
7:137, 1975
REFERÊNCIAS 27 Graber Tl\11: Orthodontic thcrapy: a continuun1 of deci-
sion n1aking, Rhodes f Oc11t 5:7, 1976
T\veed CH: Treatn1ent planning and therapy in the 28 \Vest EE: Pitfalls in serial extractions ln Cook JT (ed):
mixed dentition, Am f Orliwd 49:881-906, 1963 Transactions of the third international orthodontic
2 Kjellgren 8: Serial extraction as a corrective procedure in Congress, pp 282-286, London, 1976
dental orthopedic therapy, Th111s E.11r Orthor/011! Soe 134- :?.9 Robertson PB et ai: Occurrencc and distribution of intcr-
160, 1947 dentai gingival clefts follo\ving orthodontic movement
3 Hotz R: Aclive supervision of lhe eruption of the tceth into bicuspid cxtraction sites, f Pcriodo11tal 48(4):232-235,
by extraction, Th111s Eur Orthor/011/ Soe 34~47, 1947 1977
4 De\vel BF: Serial extraction in orthodontics: indications, 30 ()no S, Kondo E, Sakarnoto tvt: Serial extraction: clinica!
objections, and treatment procedures, Jnt f 01 thod 40:906- advantages and disadvantages, Shikni Tcnbo 53(5):719·
926, 1954 733, 1979
5 De\vcl BF: A criticai analysis of serial extraction in ortho- 31 Sharpe \·Vetai: Orthodontic relapse, apical root resorp·
dontic treatmenl, A111 f Orll1od 40:906, 1959 tion, anel crestai alveolar bane leveis, A111 J Ort!tod
6 Üe\vel BF: Serial extraction: its limitations and con- Oc11tvfacwl Ortlwp 91(3):252-258, 1987
traindications in orthodontic treatn1ent, A111 f Orthod 32 Burger I-I: The danger of unplanned extractions, f Oe11t
45:424, 1967 Assoe 5 Aji' 50(9):436, 1995
7 Oe\vel BF: Serial extt'action: precautions, limitations, and 33 Kurol J et ai: Hyalinization and root resorption during
alternatives, Am J Orliwd 69(1):95-97, 1976 early orthodontic tooth n1ovement in adolescents, Angle
8 De\vel BF: Serial extraction, second premolars, and diag- Orthod 68(2):161-165, 1998
nostic precautions, Am f Ortl,od 73(5):575-577, 1978 34 Dale J: [nterceptive guidance of occlusion, \Vith ernpha-
9 Nance I-IN: Ihe lin1itations of orlhodontic diagnosis and sis on diagnosis ln Graber IM, Vanarsdall RL (eds):
treatment 1 and II, Am f Orthod 33:177-223, 253-301, 1947 Orlhodo11tics: c11rrcnt principies anel tecl11tiq11es, ed 2, St
10 I-Ieath J: The interception of 1nalocclusion by planncd Louis, 1994, iV'losby
serial extraction, N Z Dc11t f 49:77-88, 1953 35 Nlayne VVR: The 1ntio11nle of serial cxtrnctio11 (a11díovis11al
11 Lloyd 28: Serial extraction as a treatment procedure, 1\111 SL'q11e11cc), St Louis, 1965, American Association of
J Or tlwd 42:728, 1956 Orthodontists
12 Graber IM: 01thodo11tics: pri11ciples a11d prnctices, ed 3, 36 rvlayne \,VR: Serial extraction ln Graber Tlvl, S\vain BF
Philadelphia, 1972, WB Saunders (eds): C11ne11t ort!torlo11tic co11ccpts a11d teclt11iq11cs,
13 Mayne WR: Serial extraction ln Graber Ttvl, S\vain BF Philadelphia, 1969, WB Saunders
(eds): C11rre11t orthodo11tic concepts n11d tech11iq11es, ed :?., 37 I-Iotz RP: Guidance of eruption versus serial extraction,
Philadelphia, 1969, WB Saunders Am f Ort/10d 58:1, 1970
Co11trole t.k· J, 1'11/\ do na Dentadul'a Alt\to Progro1110 de Exr, at()e\ Se, iodo_, (APÍTUI.O 18 289
38 Carstens NK: Serial extraction, f lvl11co111b Lle11t Soe 60 l~a1uüng EA, l-Iunt EE: linear increments of gro\vth in
13(7):18-19, 1976 the roots of permanent n1andibular teeth, f Dent Res
39 Ross SA: Success in seria! extraction, Yo11r Okla Dc11f 43(suppl):981, 1964
Assoe f 6(2):19-20, 1976 61 Ntoorrees CFA: Normal variation in dental development
40 Sebata M, Yan1aguchi J-I: Serial extraction, Shiyo 27(12): determined \Vith reference to tooth eruption statistics, f
2-6, 1979 Dc11t Rcs 44:161, 1965
41 Drosis C, t'vlarkostan1os K: Serial extraction for the pre- 62 DeKock Wl-l: Dental arch depth anel \vidth studies lon-
vention of orthodontic abnormalities, ficll Sto111atol Cltron gitudinally from 12 years of age to adulthood, Am J
25(5):49-56, 1981 Orthod 62:56, 1972
42 Zietsn1iHl ST; Serial exlraction in orthodontics, f De11t 63 i'vloorrees CFA, Chadha Jtvl: Cro\vn diameters of corre-
Assoe S Afr 36(4):263-268, 1981 sponding toolh groups in deciduous and permanent
43 Sfondrini G, Bianchi S, f<raticelli D: Serial extraction, Riz., dentition, J Oe11t Res 41:466, 1962
/lo/ Sto111otol 50(11):895-901, 1981 64 I'vloorrees CFA, l~anning EA, Gron AM: Consideration of
44 Simoes VVA: Ne\v concept of serial extraction, f Pedod dental development in serial extraction, A11gle Ortltod
6(2):91-113, 1982 33:44, 1963
45 Wolf GR: Case report BC: extraction decisions based on 65 ivloorrees CFA: Changes in dental arch dimensions
treatment responses, 1\11glc Ort!1od 6'3(4):251-256, 1993 expressed on the basis of tooth eruption as a measure of
46 Luytcn C: Guided tooth eruption via serial extraction, biologic age,/ Dc11t Rcs 44:129, 1965
Reu Belgc Med Dc11t 50(2):67-78, 1995 66 rvlaorrees CFI\, Chndha JM: Available space for the
47 Vaden JL, Kiser I-IE: Straight talk about extraction and incisors during dental development: a growth study
nonextraction: a differential diagnostic decision, 1\111 f based on physiologic age, A11gle Orthod 35:12, 1965
Orthod De11tofí1ci11/ Ortlwp 109(4):445-452, 1996 67 little R!v1: The effects of eruption guidance and serial
48 Braun S et ai: On the n1anagen1ent of extraction sites, A111 extraction on the developing dentition, Pediatr Dent
/ O,thod Dc11tofnci11l Orthop 112(6):639-644, 1997 9(1):65-70, 1987
49 Yoshihara T et ai: Effect of serial extraction alone on 68 Baume LJ: Physiological tooth migration anel its signifi-
cro\vding: relationships bet\veen tooth \Vidth, arch cance for the developn1ent of occlusion. Parts 1-4, f De11t
length, and cro\vding, A111 f Ortl1od Dc11tofacinl Orthop Res 29:123-132, 331-337, 338-348, 440-447, 1950
116(6):691-696, 1999 69 Krogman \Vt'vl: Biological timing and dento-facial com-
50 Greer J: Serial extraction, J t\ Iaco111b Oe11t Soe 15(6):4-5,
1
plex, ASDC / De11t Child 35:377-381, 1968
1978 70 Enknv DJ-1: Ha,ulbook of cra11iofacial grorut!t, ed 2,
51 Burlington Orthodontic Research Project: University of Philadelphia, 1970, WB Saunders
Toronto, Facu!ty of Dentistry, Report #3, 1957 71 [)ale JG et ai: Dr. Jack Dale on serial extraction 2, f Cli11
52 Hurme VO: Assessment of dental age by n1ean age of Ortlwd 10(2):116-136, 1976
tooth emergence, / Dc11t Chi/d 16:11, 1949 72 Da!e JG: Dr. Jack Date on serial extraction 3, f Clin Ortlwd
53 Black G\l: Descriptive a11ato111y of tlze hu111a11 lcdh, ed 5, 10(3):196-217, 1976
Philadelphia, 1902, SS \·Vhite Dental Manufacturing 73 Rakoski l, Jonas I, Graber Ttvl: Ortltodo11tic diag11osis,
54 Moorrees CFA: Dental developn1ent-a gro\vth study Stuttgart, Germany, 1993, Thieme Medical
based on tooth eruption as a n1easure of physiologic age, 74 Banack AR: Controlled serial extraction: a review, 011t
Ew Orthod Soe Trn11s 40:92, 1964 De11t 55(9):11-12, 1978
55 Dale JG et ai: Dr Jack Dale on serial extraction, / Cli11 75 Bunon R: Essay s111 les 111aladics des dents oui !'011 propose le
Orthod 10(1):44-60, 1976 111oye11s se le11r procurer u11e bo1111e confinnation eles la pl11s
56 Baume LJ: Developmental and diagnostic aspects of the le11drc e11Jacc, ct d' e11 assrner la conservatio11 pendant tout le
primary dentition, /111 De11t J9:349, 1959 cours de la vie, Paris, 1743
57 Moorrees CFA: Tlw dc11títio11 of lhe groroing chi/d: a longi- 76 Greer EV: Guidelines for serial extraction, Your Okla Dent
tudinal st11dy of de11tal dL·vdop111c11t /Jetzoec11 3 and 18 years c:f Assoe/ 6(2):19-20, 1976
age, Cambridge, ivlass, 1959, I-larvatcl Univetsity Press 77 little RM: ·The effects of eruption guidance and serial
58 Bolton WA: rhe clinicai application of a tooth size analy- extraction on the developing dentition, Pediatr De11t
sis, A111 JOrtlwd 48:504, 1962 9(1 ):65-70, 1987
59 Silln1an JI-1: Din1ensiona! changes of the dental arches: 78 Little RM: Serial extraction of first pre1nolars: postreten-
longitudinal study fron1 birth to 24 years, ;\111 f Ortfwd tion evaluation of stability and relapse, 1\11glc Orthod
50:824, 1963 60(4):255-262, 1990
Capítulo 19
TERMOS-CHAVE
Os pacientes ponadorcs de n1üs <H.:lusõcs c·1assc I podc1n por distâncias substanciais. reco111enda-se construir doi.s
necessitar ele correção das n1ordidas cruzadas anteriores e nu 111ais aparelhos diferentes para con1pletar todo o trata·
posteriores. dos diastcn1as incisivos e elos dentes inclina- rnento
dos paia os locais de cxtiação e tan1hén1 da preservação Os dentes de ancorage1n clcven1 rccchcr os gran1pos
<lo co1nprin1cnto do arco O diagn<Ístico o plancjan1cnto e de Ada111s para retenção : Esses grampos adaptan1-sc nos
os aparelhos ( rixos ou n:1110\·íveis l usados no tn1ta1ncnto dentes ele ancoragcn1 e os estabilizan1 contra o n1ovi1ncn-
bc111 con10 a conten<;Jo desses p1oble111as serão discuti~ to Os gra111pos são confeccionados co111 fios de aço ino·
<los e ilustrados neste capítulo xidávcl de O. 6-0. 7 111111 que proporciona1n resistência e
rigidez (Tabela l 9-1)
As 111o!as digitais são norn1aln1cnte confeccionadas
APARELHOS REMOVÍVEIS con1 lios de aço inoxidável 0,4 a 0,5 inm. As 1nolas poden1
ser en1buticlas no acrílico ou soldadas ao arco vestibular
Princípios do Desenho Elas 111ovcrn os dentes no sentido vestibu!o!ingua! ou 1111>
siodistal. na 111aioria dos casos
Uni sisleina di: ancoragein a1nplo e eficaz é unia exigência 1\ placa acrílica une os gra1npos e as 111olas en1 utn
itnpoitante no desenho dtlS aparelhos ortodônticos retno- único aparelho O acrílico deve estar precisa1ncnte adap·
vívcis f\ unidade Llc ancoragen1 que inclui os dentes que lado às superfícies linguais dos <lentes ele ancoragen1 para
suposta1ncnte não devc1n se n1ove1 e tan1bé111 os tecidos tornar os gratnpos n1ais eficazes e os dentes de ancora~
alveolares e palatinos deve resistir ü for\'.a aplicada contra ge111 1nais seguros. U1na n1ola c111butida na placa acrílica
o dente que serú 111ovi<lo É 1nelhor si111plificar esses apa- ten1 unia platafor111a cstüvel, a partir da qual ela pode apli-
1elhos. restringindo-os uo 111ovin1ento de u111 ou dois den- car a !orça necessüria para 1nover o dente
tes Por cxcn1plo. Sha111y 1 projetou u1n aparelho reinoví- E1n geral, os aparelhos rcn1oviveis movcn1 o dente
vel para 1nover o priinciro e o segundo n1olarcs supeiiores pi incipaln1entc por inclinação, girando o dente ao re<lor do
para distal en1 apenas un1 dos lados do arco. cn1 pacientes seu ccnlro de resistência; secundarian1entc, eles causan1
co111 111.í oclusão c·Jassc IL e depois construiu un1 novo li anslação corpórea do dente por tuna distância curta As
aparelho pa1a dista!izar os 111olarcs no outro lado do arco n1o!as digitais devcn1 aplicar forças na coroa do ciente, o
Portanto, scn1pre que vúrios dentes precisan1 sei n1ovidos 1nais próxi1no fisica111cnte possível do centro de resistên-
290
Tratcune,uo do\ Problenun de Chn_,e / ,e111 Extroçllo, P1i11cipio, de c·o1!féc<llo dos Apare//uH C\l'iTLJLO 19 291
retirada do aparelho retnovívcl ou pela re111oção do arco cstnvan1 inclinados para lingual, co111 indicação para o
de nivela111ento por un1 período de duas ou três se111anas n10\·in1ento de inclinação
Se o dente superior pernu1nccer estável. o contcnsor não Uin aparelho rcn1ovívcl con1 uni parafuso de expan-
será necessário. No entanto. si.:: o dente se 111over para são e 11111a placa oclusal superior posterior !Oi usado para
lingual, un1 trata111ento adicional poclen:í ser necessário e corrigir a 111ordida cruzada dos incisivos. co1110 n1ostra a
un1 contensor superior deverá ser confeccionado. a fi111 figura 19-2 Os apoios oclusais posteriores foran1 ajusta-
de n1anter o dente vestibularizado dos no início do tratan1ento. a li111 de pron1over tuna din1i-
Un1 paciente que apresentou uni desvio en1 RC"/MIH pode nuiçào do trespasse vertical suliciente para pennitir a vesti-
persistir habitualn1ente con1 esse desvio após a correção da bularizaçào dos incisivos superiores U1na vez que o para-
111ordida cruzada O húbito pode persistir por uni 111ês ou n1ais fuso direcionou o seg111ento anterior do acrilico e111 linha
após o tratan1ento. Esses pacientes deven1 ser instruídos a reta para a frente, os incisivos centrais superiores se n10-
fechar en1 oclusão nonnal e a H1zê-lo de fonna consistente vcran1 111ais rapidan1ente do que os laterais. Depois de os
durante o dia Eventual111ente, o desvio desaparecerá incisivos centrais tere111 sido n1ovidos para a tíente, o acri-
lico foi desgastado e111 suas superficies linguais, de fonna
Aparelhos Usados para Corrigir as que encostasse nas superficies linguais dos incisivos late-
rais superiores (ve.ia Fig 19-2). Os ajustes do acrílico fo-
Mordidas Cruzadas Anteriores ran1 fCitos a cada consulta. até que os incisivos laterais
cstivessc111 descruzados
Aparelhos Removíveis - A oclusão de um menmo Ao linal do trata1nento, o trespasse vertical adequado
aos 9 anos de idade. con1 os quatro incisivos superiores elin1inou a necessidade de un1a contenção. Depois da 111or-
cn1 ,nordida cruzada. é ilustrada na !igura 19-1 O pacien- dida cruzada ter sido corrigida, a oclusão do paciente tor-
te te,n un1 desvio anterior R('/MIJ~I Os seus incisivos su- nou-se quase nonnal en1 ivtlH
periores e inlCriores apresentan1 un1 trespasse vertical de U111 paciente do sexo n1asculino na dentadura n1ista
aproxin1adan1ente 501Yt1 - 11111a condição ravorável Ü arco apresentava un1 incisivo central superior direito en1 111or-
superior ten1 con1pri111ento adequado para aco111odar os clida cruzada (Fig . ! 9-3 ). O incisivo central en1 n1ordida
incisivos e111 sua nova posição Os incisivos superiores cruzada exibia duas condições H1voníveis: trespasse verti-
A B
e D
Fig. 19-1. Uma pscudomã (l(;[usi'lo Classe Ili. com mordida cruzada anterior ,\ e B. Ilustraç.1o en1 máxima
intercuspidaçiío habitua[ C e D. Ilustração em relação ei::ntric,1 den1t1nstrand<1 o des\"io anterior. da relação cêntríc,1
para a mi\xima intercuspidaçi'lo habitual
294 S1:y\o IV T, a1an1e11to e c·o,Hide!'o(Úe\ Ti_,, upê111ica\
A B
e D
E F
Fig. 19~2 Corrcçiio da mordida cruzada A c B. Aparelho rcmo\·ivcl com parah!so cxpansor e apoio {H.:lus,1! par.1 abrir
a mordida Pcn:cbu que o acrílico tungcncia a superficic lingual de todos os incisivos C e D, Aparelho na boca. Dois
meses mais tarde, com os incisivos centrais quase descruzados Pcn.:cba qui: o acrílico foi aliviado na supcrticic lingual
dos incisivos centrais ,\ ativação do parafuso rtlO\'I.! os incisivos lah:rais Yestibulanncntc, alinhando~os com os
itH.:isivos ccntrnis E. Oc!usiio .ipós a c~lrrcçfio das mordidas cruzadas F.. Apan:lh(l no final do tratamento
Trota111c1110 do, Proh/c111t1\ de Cio\\(·/ \e/li Er11u~llu P1i11li/HO\ dl' (01!/'ecçiio do\ Aparelho) (Al'ÍTL!l.O 19 295
A B
e D
rig 19-J :\. !111.:isi\tl centr,11 sur.:ri(1r dir.:Ítl1 .:rn nH1rdida eru1.:1da B. lneisivt1 central surt:ritir direito inelinadn para
lingual h:re1:ba quc h;l\ ia cspa~\1 disptlllÍ\ .:l p;Ha o !ll\l\ imcnt11 do incisiro C, (klusüo apús o tratamento. D .
.-\parelho rcnh1\ Í\ d com uma mula com hclicúidc durla
cal de aproxiinadan1entc 200·0 e inclinação lingual que aceita zacla anterior, os dentes anteriores inferiores não deven1
vestibularização Unia rnola hrlicoidal dupla, adaptada en1 ser alinhados antes dos superiores teren1 sido descruzados
tuna placa de l·la,vlcy, inclinou o incisivo central para fi:'en- Alinhar prin1eiro os dentes inferiores dificulta a correção
te, corrigindo a 111ordida cruzada ( v~ja Fig 19-3) da n1ordida cruzada. Esse paciente recebeu contensores
superior e inrerior tipo Ha,vlcy
Aparelhos Fixos - l lm mcninn ans 1'.' anns ele idade LJn1a joven1 paciente do sexo fenlinino, con1 u111 incisivo
apresentava os incisivos lateral direito e central esquerdo lateral superior direito en1 111ordida cruzada, é ilustrada na
superior e111 n1ordida cruzada ( 1~ ig 19-4) O trespasse ver- figura 19-5 . Ela exibia diversas condições n1enos favoráveis
tical era profundo ~ unu1 condição lhvorúvcl para a con- quando se apresentou para o tratan1ento: ( l) o trespasse
tenção. Ele apresentava un1 desvio para a fi·ente, de RC vertical era n1ini1110, (1) o dente cn1 n1ordícla cruzada estava
para MIH í\ recessão gengival no incisivo central esquer- girado e (3) o co111prin1ento do arco era insuficiente. Uni
do inferior era grave para a sua idade e talvez, en1 pane, aparelho lixo füi escolhido para alinhar os dentes, abrir
fOsse causada pela 1nordida cruzada (veia Fig 19-..J.) Esse espaço para o incisivo lateral direito e rotacionar o incisivo
paciente foi tratado con1 unia con1binação de aparelhos lateral. tirando-o da n1ordida cruzada O aparelho fixo tan1-
fixo e ren10, i,·eL con10 111ostra a !igura 19-..J.. Uni apare- bén1 qjudou a desenvolver uni trespasse vertical adequado
lho fixo fói usado pa,a alinhar os dentes superiores, en- através da extrusão cio dente. depois do descruzan1ento da
quanto tuna placa oclusal posterior inferior de acrílico !ói 111ordida Essa paciente recebeu contensores superior e
usado para abrit a n1ordida e pcnnitir que os incisivos lós- inlCrior tipo I-la,vley após o tratan1ento Uina fibroto1nia
sen1 vestibuli.11 izados t\ placa oclusal inli.:rior rcn10,·ivcl gengiva! t~judaria a estabilizar o incisivo lateral superior di-
fOi retirada assin1 que os dcrlles superiores se 1110,·enun reito
para fíente ;\pos as inordidas cruzadas tcrcn1 sido corri- Un1 paciente adolescente cio sexo 111asculino, con1 dois
gidas, a nuuu.\ibula se 1110,·eu ligciran1cntc para posterior. ú incisivos laterais superiores en1 1nordida cruzada, é ilus-
n1edida que o dcs, io RC/iv!JH desaparecia Isso pern1itiu o trado na figura 19~6 Esse pacicnle apresentava várias con-
a!inhan1ento dos dentes inli.:riorcs coin un1 aparelho lixo dições que cli !icultavan1 a correção da n1ordida cruzada:
Deve ser cn!f1tizado quc. na presença de unia n1ordida cru- ( 1) trespasse vertical n1ínin10, (1) con1prin1ento do arco
296 S1J;,\o IV li"t.1u1111c1 lfo e ( 011, ich.:1 a(rlL'\ Te, apê111 h a,
B
A
D
e
F
E
cm mordida cruzada B. A
fig . 19~-t A Um pacicrHc cnm os inr.:isi\'us lah::ral direito e central csqu..:rdo superiort:s
D Um apardho fixn no arco
irn.:limt~·fio dos dt:n!cs cm mordida cruzada pum lingu.il uma condiçfio favorúvd C e
a mordida o suficiente para
superior e um ap()Ío odusal posterior rt:1110\hd de acrilko no an.:n inforior que ahríu
e o arco superior após
fi.lcilitar :i 1HO\'it11cntat;ão dos dentes para frente. i.:nrrigindo a mordida cruzada E e f. A oclus:J.o
a rcmrn;iio dos apardlws
na1a111e11to do, Prohh:1110\ de C/a\\l.! I \L'/11 Ex1u1ç!/o Pri11c1pio, de (01!/Ccç-llo do,· Aparelho, (,\PÍTLJLO 19 297
A B
e D
E F
Fig. 19~5 Uma packnte do sexo forninino com o incisi\'ll lateral superior direito cm mordida cruzada A e 8, Ela
arrcsentuva trespasse \ertical minimo, o dente cm mordida c:ruzuda estava girado e o espaço no arco era ligcirmncn~
te inadequado C e D. O aparelho lixo usado p,ira c:orrigir a mordida cruzada E e F, Resultado final do tratamento
298 SEC\() IV Tía1t1111e1110 e Cun\ideruç-r)e\ Ten1pê111ica\
Fig. 19~6 Um paciente udoksccntc do sexo masculino com os incisivos laterais superiores cm mordida cruzada A 1
e B. t:ssas mordidas cruzadas eram dificcis de tratar porque. o comprimento do arco era dcíicicntc, o trespasse 1.
\Crlkal era mínimo e os incisivos laterais tinham que ser vcstibularizados C e O, O tratamento dessas mordidas
cruzadas cnvoln:u a expansão rúpida da maxila e um aparelho lixo E e f. A obtenção da oclusão finalizada exigiu um
lrat:imcn{() nrtodôntkn abrangente com aparelhos tixos cm ambos os arcos e um arco retangular superior para dar
Iorque \ cstibular rrns raízes dos incisivos laterais p
11
11
p
inadequado e (3) incisivos laterais. cujas coroas e raízes TRATAMENTO DAS MORDIDAS d
estavan1 posicionadas para lingual en1 Ielação ao rebordo CRUZADAS POSTERIORES ri
alveolar, exigindo assi111 uni 111oviinento de corpo para a 11,
sua corrcçfio () tratan1ento l{_)i iniciado con1 u111 expansor As n1ordidas cruzadas posteriores norn1ahnente envolve111 11'
n1axilar para alargar o arco superior en1 aproxi111ada111ente o deslocan1ento de 11111 dente superior para lingual e o des- p;
5 111111, e u1n aparelho fixo con1 111olas espirais para criar loca111ento de uni dente iníerior para vestibular O deslo-
co111prin1ento do arco para os incisivos laterais (ve_ia Fig can1ento vestibular de un1 dente superior e o deslocan1en- D
19-6). Após os incisivos laterais teren1 sido descruzados. to lingual de u111 dente inferior cria1n unia n1ordida cruza- di
as raízes desses dentes receberan1 torque vestibular con1 da posterior 111enos con1un1, deno111inada 111ordida e111 te- eh
arcos de nivelan1ento retangulares \01t1a As 111ordidas en1 tesoura ocorren1 freqüenten1cnte ç,
'J'i'ata111en10 do,; Proble111a, de C'/a\\e I \(:III Extroçllo, P1h1lipio, de Co1!/'i!L~-iio d(H Aparelho\ (~\PÍTLILO 19 299
nos prin1eiros pré-n1olares de pacientes con1 nui oclusão vio funcional laleial significa que a 1nordida cruzada. na
Classe II divisão I Quando todos os dentes estão en1 n1or- realidade. é bilateral e, portanto. é corrigida co1n uni apa-
dida en1 tesoura. a condição geraln1ente resulta de unia relho que 111ovin1enta a1nbos os lados do arco superior
111andíbula retruída (retrognática) e é deno1ninada 5i11dro111e para vestibular. Gerc1ln1ente. en1 !'vlJl~I, o desvio funcional
de Brodie A relação inversa tan1bén1 pode ser observada lateral desviou a linha n1édia dentúria inferior na direção do
nas n1ás oclusõcs graves de ('lasse II 1. nas quais todos os lado da 1nol'dida cruzada. Quando o desvio funcional não
dentes do arco superior atrésico estão totahnente linguais é !ücilinente detectado, o paciente deve ser instruido a
aos dentes inleriores Quando o tenno 111ordicla cruzada abrir a boca exagerada111ente Se a linha 1nédia dentária
poJterior for utilizado daqui e1n diante, ele irá se referir ao inl'erior desviar durante a abertura. na direção da linha inédia
desloca1nento dos dentes superiores para lingual e ao des- fhcial do paciente. ou estiver alinhada na abertura total con,
loca1nento dos dentes inferiores para vestibular a linha n1édia dentária superior, então un1 desvio funciona!
O nún1ero de dentes envolvidos en1 tuna 1nordida cru- estarú presente. Unia placa oclusal diagnóstica usada po1
zada posterior pode variar desde uni dente superior e un1 I ou 2 sen1anas pode verificar a presença ou ausência de
inferior até todos os denles posteriores, de un1 ou de an1- un1 desvio runcional As placas diagnósticas poden1 aju-
bos os lados de an1bos os arcos. O nun1ero de dentes dar a detectar os desvios llincionais laterais en1 pacientes
envolvidos en1 unia n1ordida cruzada é tuna dica da seve- cujos 111üsculos da n1astigação IOra1n progra1nados para
ridade do problen1a: quando hú n1enos dentes envolvidos, fechar a 111andibula en1 tuna posição desviada
geraln1ente a severidade associada é n1enor As 111ordidas Se o diagnóstico descartar a hipótese da presença de
cruzadas posteriores, quando observadas en1 MII-1, se en- un1 desvio funcional. a n1ordida cruzada está sendo cau-
caixan, ern duas categorias: unilaterais e bilaterais sada por un1a assi1netria esquelética Quando a n1axila für
expandida por aparelho que ainplia bilaterahnente o arco
superior nas 111ordidas cruzadas posteriores unilaterais co1n
Variáveis que Podem Influenciar a
base esquelética. o lado do arco superior oposto ao da
Correção das Mordidas Cruzadas 111ordida cruzada se desloca lateraln1enle para tuna n1ordi-
Posteriores da cruzada vestibular (111ordida en1 tesoura). ú 111edida que
o lado da n1ordida cruzada vai sendo corrigido. Esses pa-
Inclinação Vestibulolingual dos Dentes - As inclina- cientes poden1 se beneficiar da 1necànica unilateral. con10
ções vestibulolinguais dos dentes posteriores superiores e elústicos cruzados unilaterais ou a expansão unilateral as-
inferiores envolvidos en1 tuna 111ordida cruzada fornecen1 sistida cirurgica111ente
infonnações valiosas. Se uni 111olar superior ern 111ordida
cruzada estiver apresentando unia inclinação anonnal para Estimativa da Expansão Necessária - Nas mordi-
lingual, essa posição é vantajosa porque a correção da 111or- das cruzadas posteriores bi e unilaterais con1 desvios fun-
dida cruzada geraln1ente n1elhora a inclinação, cionais que envolve,n os prin1eiros n1olares pennanentes e
vestibularizando o 111olar Por outro lado. se o n1olar supe- outros dentes posteriores, unia esti1nativa da quantidade
rior e111 111ordida cruzada estiver apresentando un1a incli- de expansão necessária para tuna relação n1olar Classe I
nação anonnal vestibular, provaveln1ente a causa é a atresia pode ser obtida: ( 1) subtraindo-se a largura entre os sulcos
de todo o arco superior Nesses casos, c1 expansão de todo vestibulares dos pri1neiros 111olares inferiores da largura
o arco superior con1 u111 apaielho de expansão rápida da entre as pontas das cúspides n1csiovestibulares dos prin1ei-
rnaxila é des~jável, en1 vez da inclinação adicional dos 1110- ros n1o!ares superiores e (2) adicionando-se 2 ou 3 111111 a
lares superiores no sentido vestibular essa diferença para a sobrecorrcção. con10 prevenção con-
A inclinação vestibular anonnal de un1 111olar inferior tra a recidiva da 111ordida cruzada após o tratan1ento As
en1 111ordida cruzada é un1 sinal favorável, porque o n1olar n1ensuraçõcs são descritas e as nor111as listadas nos capí-
pode ser 111ovido para tuna inclinação lingual n1ais próxi- tulos 10 e 11 A difCrença entre as larguras intern1olares é
1110 do nonnal con10 parte do tratan1enlo Quando o n1olar positiva e equivale a 1.5 111111 para os indivíduos que não
infCrior en1 111ordida cruzada te111 unia inclinação anonnal apresentan1 111ordida cruzada posterio1
para lingual, a causa é provave!n1ente relacionada con1 tuna Se a expansão necessária do arco superior für 4 111111
discrepância entre as larguras dos arcos superior e infC- ou 111enos e os 111olares superiores estiveren1 inclinados
rior Nesses casos. o n1ovi111ento dos n1olares inferiores para lingual, diversos aparelhos lixos e ren1ovíveis co1110
no sentido vestibular. na direção de inclinação 1nais nor- o quadri-hélice. o arco en1 "'\\/" fixo ou ren1ovível, a barra
n1al, piora a 111ordida cruzada e revela a verdadeira discre- transpalatina e os arcos de nivela1nento do aparelho fixo
pância de largura entre os arcos edge\vise pode111 sei' usados para expandir o arco supe-
rior, A expansão enll'c 5 e 12 111111 do arco superior é obti-
Desvio Lateral Durante o Fechamento Man- da 111elhor con1 os aparelhos de expansão ortopédica. 7 s O
dibular - A maioria dos pacientes portadores de mordi- paciente que precisa de tuna expansão de 1nais de 12 111111
da cruzada posterior unilateral desvia a n1andibula na dire- pode necessitar de tuna expansão ortopédica assistida ci-
ção da 111ordida cruzada quando fCchan1 en1 MII-I O des- rurgican1ente
300 Sn~·\o IV Trota111e11to e C01Hicle1 a(()e.\ Te, api'!ul ica,
Idade do Paciente - As mordidas cruzadas posteriores con1enclada nas crianças e adolescentes 111ais jovens é de J
bi e unilaterais co1n desvio lateral são 111clhor tratadas nas 111111 na pri111cira se111ana e ! .75 111111 a cada scn1ana a partir
crianças e nos adolescentes Acredita-se que o desvio la- de então. 11 Nos adolescentes 111ais velhos. a velocidade de
teral prolongado da n1andíbula. en1 pacientes co111 111ordi- expansão recon1endada é 2.0 111111 durante a pri111eira se-
da cruzada unilateraL possa predispor aos disturbios da 111ana. 1.75 111111 na segunda sen1ana e 1.0 111111 a cada sen1a-
articulação te111poron1andibular. ') As 111ordidas cruzadas pos- na a pal'lir de entfio Alguns sugere1n unia abordage111 da
teriores unilaterais con1 desvio lateral poden1 ser corrigidas expansão 1nuito 1nais lenta no caso dos expansores fixos
nas dentaduras decídua. n1ista ou per111ancnte, con1 ênfh- con1 para!'usos. sen1elhante ú velocidade de 1 111111/niês rc-
sc no diagnóstico e trata111ento precoce con1endado para os expansores ren1ovívcis e 1nais si1nples
As 111ordidas cruzadas posteriores poden1 ser corrigi-
das en1 adolescentes, con1 alto índice de sucesso: no en- Aparelhos Removíveis - Um aparelho tipo 1-lawley
tanto. adolescentes 111ais velhos e adultos fi··eqtienten1ente con1 parafuso de expansão pode ser usado no tratan1ento
resisten1 ú expansão ortopédica convencionaL porque a das 1nordidas cruzadas posteriores de 111enor n1ag11itude
sutura 111ediopalatina 111ais ossificada dos adultos é 1nais nas crianças e nos adolescentes n1ais jovens (Fig 19-7)
resistenlc. 7 Alén1 disso, a resistência do tecido ósseo e de As coroas cios dentes posteriores con1 retenção adequada
outros tecidos 111oles au,nenta a tendência à recidiva. A para os gran1pos de Ada111s. e a cooperação do paciente,
expansão ortopédica cinngican1ente assistida é fi·eqüência são questões para o sucesso do tratan1ento U1na expan-
en1pregada no trata1nento de 111ordidas cruzadas posterio- são lenta é recon1endada A placa de I-1:.l\vley pode ser usa-
res de adultos. 10 da depois da expansão
Os adultos portadores de 111ordidas cruzadas posterio- Unia paciente no estágio de dentadura 1nista se apre-
res bilaterais signi!icativas, que não apresentan1 desvio entre sentou con1 tuna 1nordida cruzada posterior unilateral do
R.C' e tvt!H, são, às vezes. deixados con1 a n1ordida cruza- lado direito que envolvia os caninos e 111olares decíduos e
da. Essa é unia decisão aceitável, apoiada no tüto de que os prin1eiros 111olares pern1anentes (veja Fig 19-7) Adi-
as 1nordidas cruzadas posteriores, corrigidas principaln1cnte ferença entre as larguras intennolares superior e inferior
pela inclinação dos n1olares superiores e inlCriores de adul- era -5. ! 111111. indicando a necessidade de aproxi111adan1en-
tos. são freqüenten1ente instáveis. resultando na recidiva te 7.1 111111 de expansão nos prin1eiros n1olarcs superiores
da n1ordida cruzada pennanentes. ;\ largura inter111olar superior estava dentro
de I fJP da nonna l'en1inina. enquanto a largura intcnnolar
Mudanças Verticais - Durante o tratamento das mor- inf"'erior era 3 DP 111ais larga do que a 111édia, Unia vez que
didas cruzadas posteriores, o trespasse vertical gera!n1en- os incisivos ainda não estavan1 totaln1ente irron1pidos. ela
te diniinui, porque as cúspides linguais dos dentes posterio- apresentava 111ordida aberta anterior A n1ordida cruzada
res e superiores corrigidos ocluen1 con1 as !Ossas oc!usais lüi corrigida con1 tuna placa de 1-hl\v]ey fendida con1 para-
dos dentes posteriores ínfCriorcs pela prin1eira vez Essa fuso (veja Fig 19-7). O parafuso !Oi ativado Ienta1nente
abertura da 111ordida é, na 111aioria dos casos. ten1porária: O aparelho füi ancorado con1 gran1pos de Adan1s nos prí-
e à n1edida que os dentes estabelecen1 suas novas relações n1eiros 111olarcs superiores pern1anentes e gran1pos auxilia-
oclusais. o trespasse vertical retorna à sua condição pré- res entre os 111olares superiores decíduos A retenção se-
tratan1ento 7 A tendência de abertura da n1ordida deve ser gura e o uso cooperativo do aparelho làra111 in1portantcs
controlada con1 cuidado nos pacientes que apresentan1 para o sucesso do tratan1ento da n1ordida cruzada poste-
111ordida cruzada posterior con1binada con1 111ordida aber- rior ilustrada na figura 19- 7
ta anterior (veja c·ap. 2.3) Unia n1ola en1 \V tan1bén1 pode ser usada para corrigir
as n1ordidas cruzadas posteriores de crianças e adoles-
centes 111ais jovens Nesse caso. tan1bé111. o aparelho não
Aparelhos que Tratam as Mordidas pode funcionar sen1 a retenção elos gran1pos de Adan1s e a
Cruzadas Posteriores cooperação do paciente A expansão lenta é 1nais adequa-
da para os aparelhos ren1oviveis O tratan1ento é seguido
Expansão Lenta e Rápida. Os expansores removí- por t1111a placa de Ha\vley
veis e os fixos n1ais sin1ples pron1ovcn1 un1a expansão
lenta Essenciailnente. os dentes posteriores são inclina- Aparelhos Fixos. Um aparelho lixo simples util na
dos para vestibular A velocidade de ativação do aparelho correção das 111ordidas cruzadas unilaterais consiste cn1
con1 a expansão lenta é de 1 111111 por 1nês No caso dos duas bandas, adaptadas nos dentes superiores e inlCriores
aparelhos ren1ovíveis. a retenção dos gran1pos nos dentes que estão en1 n1ordida cruzada Os elásticos são usados
de ancoragen1 e a cooperação do paciente no uso do apa- entre o botão da superficie lingual do dente superior e o
relho são essenciais para o sutcsso do tratan1ento acessório da superlicie vestibular do dente inrerior. a li1n
Unia expansão n1ais rápida é conseguida con1 os apa- de corrigir a 1nordida cruzada Os acessórios colados ou
relhos fixos con1 parafuso. A velocidade de expansão re- bandas poden1 ser usados Este aparelho é 1nais eficaz quan~
Troh1111t·1110 du1 l'rohli.:n1a\ dt· (ft1\\c I ,i.:111 !:. rllo~âo F1111Lipiu1 de c·o,t/i:cç-iio do, A;Jare!//01· CAPÍTULO 19 301
A
B
e D
E F
Fig_ 19-7 :\ l' B. Uma pacienk do sexo fcminin(l na tlentadura mista com uma mordida cruzada posterior unilateral
do lado direito C. Vista oclusal d(i arco superior an\l's do tratamento A mordida aberta anterior provavelmente cstú
:1ss\lciada aos im:·isi, os parcialmente irrompidos D :\ mordida cruzada foi corrigida com uma placa de Haw!cy
fendida com par;lluso cxpansor E e J,' :\ odusfio tratada
do o dente superior esti\·er inclinado para lingual e o inft!- scgn1entado e chíst'icos de n1ordida cruzada ( veja Fig
rior, para vestibular ;\ con1poncntc vertical dos elásticos 19-8 ). A oclusão corrigida de1nonstrada na figura 19-8
pode causar a extrusão dos dentes. provocando a abertura ilustra a 1nelhora na posição do segundo pré-111olar supe-
da mordida rior esquerdo
Unia paciente adolescente se apresentou co1n o se- Os aparelhos fixos que expandem a maxila bilateral-
gundo pré-111olar superior esquerdo cn1 n1ordida cnizadn 111ente incluen1 arco e111 \V con1 banda, o quadri-hélice, a
(Fig. 19-8) O pri-1110\arcsla\·a inclinado para lingual. co1110 barra lranspalatina e o aparelho de expansão rápida 111odi-
se observa nu, ista oclusal (veja Fig 19-8, ;\) O arco ficado Esses aparelhos são usados para corrigir 111ordidas
inferior esti.i\·a be111-alinhado ;\ n1ordida c1uzada füi cruzadas de n1agnitude 111oderada Aparelhos fixos con10
corrigida con1 aparelho lixo colado, arco de nivelarnento esses requcren1 pouca cooperação por parle do paciente
302 Su)o IV
Fig, 19-8 A e B Uma paciente ado!cscent..: se apresentou com o scgt1ndo prC-mo!ar superior esquerdo cm mordida
cruzuda :\ \ista odusal do arco superior mostra a indinaçüo lingual desse dente(,\), C e O.:\ mordida cruzada do
scgund1l pn!-molar superior esqm:rdli foi corrigida com dois arcos segmentados e clústicos de mordida cruzada E e F.
:-\ oclusün c(1rrigida :\ vista odusal superior (E) dcm(1nstra a correçfi(1 da posiçüo do segundo pré-molar superior
esquerdo
l}uta111e1110 do\ Proh/enun de Cla\\e f \e111 tr/la~úu. P1i11tipio\ de (Ol!/l'l(ÚO dfH ,·lparl.fho\ 19
CAPÍTULO 303
A expansão lenta é 1nclhor con1 esses aparelhos Para a largura intennolar superior era 2 DP 111ais estreita do que a
reativação. o arco cn1 \V e os aparelhos quadri-hélic c nornu1 ten1inina. enquanto que a largura intennolar infe-
são ren1ovidos dos dentes bandados, ativados e reci1nen- rior esta\"a dentro ele I DP da nonna Durante o fecha-
tados nos dentes para finalizar n expansão n1cnto en1 ivlll-f. a 111andibula desviava para o lado direito.
U1na paciente na dentadura 111ista se apresentou con1 llizendo con1 que a linha 111édia dentária infCrior sofresse
111ordida cruzada posterior unilateral do lado direito que ta1nbén1 uni desvio na direção do lado da 111ordida cruzada
envolvia os segundos 1nolares deciduos e os pri1neiros 1110- (veja Fig 19-9A) Na abertura da boca. a linha n1édin
Iares pennanentcs (Fig 19-9) A difCrcnça entre as largu- dcntúria infCrior deslocou para a esquerda. na direção da
ras intcnno!ares superior e infCrior era -3.9 111111. indican- linha 1nédia dentária superior. fürnecendo evidências de
do que ela precisava de aproxin1adan1ente 5.9 111111 de ex- un1 desvio funcional lateral. Na realidade. essa paciente
pansão na região dos prin1eiros 1110Iares pern1anentcs A apresentava atresia bilateral da n1axila. n1anifCstando tnna
A B
e D
E F
figs. 19-9,\ t: B Uma paciente na dt:ntadura mista se apresentou com mordida cn1zada posterior unilateral do lado
di~cito El,1 apresentava um desvio lundonal durante o fi.:diamcnto cm oclusão cêntric;i na direção do lado da
mordida cruzada. evidenciado pelo desvio dti linha médi,i dcntúria para a direita (A) C, Um quadri·hê!ice corrigiu u
mordid:i cruzada posterior unilateral (D e E) .-\s linhas médias dent.irias se ((lrnaran1 mais próximas na oclusiio
corrigida, demonstrando :1 eliminação do deS\'Íll funcionul durantt: o tratamento ( D) F ,\ expansüo do nrco supcri(lr
rol contitla com uma barra lranspalatina
304 Su.~·\o IV T,a1t1111c:1110 e c·o11.,ideroç·Des TL'!apêutilU\
111ordida cruzada unilateral por causa do desvio funcional 1\ linha 111éd1a dcntária in!Crior estava desviada na direção
Utn quadri-ht.!lice foi usado para corrigir a n1ordida cruza- do lado da 111ordida cruzada. 111as não havia evidências de
da posterior (veja Fig 19-9) un1 (h:svio 111andibular para o lado direito durante o fCcha-
Após o tratan1ento. a linha 111édia dentária inferiores- 111cnto (veja Fig . 19-10) Os pri111eiros 1nolares pennanen-
tava ,nais próxin1a da linha n1édia superior. de1nonstrando tcs do lado direito não cstavan1 e111 n1ordida cruzada As
a elirninaçào do desvio f'uncional (veja Fig. 19-9E). A ex- bandas do arco cn1 \V !ún1n1 cin1entadas nos segundos
pansão da n1axi!a !Oi contida con1 tuna barra transpalatina molares deciduos (veja Fig 19-IOD) O objetivo do trata-
fixa, ren1ovível (v~ja Fig. 19-9(') 111ento era inclinar para vestibular o canino e os 111olares
Unia paciente na dentadura n1ista se apresentou con1 superiores deciduos do lado direito, de fbnna que o canino
tuna 1nordida cruzada posterior unilateral do lado direito e os pré-111olares superiores pennancntes não irron1pan1
envolvendo os caninos e n1olares deciduos (Fig. 19-10) ern 111ordida cruzada. O resultado do tratan1ento é den1ons-
A B
e D
E F
Fig. 19-10 A e B, Esta paciente apresentava uma mordida cruzada posterior unilateral lado din:ito que en\'olvia do
os caninos e molares decíduos C, Vista oclusal do arco superior antes do tratamento Um dcs,,io considerúvcl é
observado entre as linhas médias dentárias inferior e superior (A) D. :\ mordida cruzada l{ii corrii!ida com um arco
cm \V E, Oclusão trntad,1 no momento da remoção do apardho. na dentadura mista precoce f :\proximadamente
um ano e meio após o tratamento a correção da mordida cruzada era estúvcl
llata111enfo do\ Proh/e111a\' de Cla\\i! I \(;li/ E.rtro<lio P1i11cipio\ de ('ol(/'ecçiio do\ .·lpare/1,o\' (~\PÍTUI.O 19 305
trado na figura 19-1 OE A linha n1édia dentúria in fCrior após Para os pacientes na dentadura 1nista que precisa1n de
O tratan1ento ainda exibia un1 desvio para o lado direito. O 1nais de 5 111111 de expansão cstú indicado o apal'clho de
arco superior expandido fOi contido con1 un1 arco e111 \\1 expansão rápida rnocliticado para corrigir a 111ordida cru-
durante un1 ano. Essa paciente apresentava relação 1nolar zada posterior U111 paciente na dentadura nlista se apre-
Classe II no lado direito e, portanto, precisarú de 11111 trata- sentou con1 u1na n1ordida cruzada posterior unilateral do
n1ento ortodôntico total en1 tuna idade posterior O lado lado direito que envolvia os caninos e os 111olares decíduos
direito é ilustrado cerca de u1n ano e n1eio após o trata- e os prin1eiros 111olares pennanentes (veja Fig 19-11). A
111ento, na figura 19-1 OF. A correção da n1ordi<la cruzada dif'erença entre as larguras intennolares superior e inferior
era estável e tuna contenção con1 banda-alça füi instalada era -4.4 111111. indicando aproxin1adan1ente 6,4 111111 de ex-
no arco inferior para 111anter o co111pri1ne11to do arco após pansão na região dos pri111eiros n1o!ares pern1anentes su-
a perda de uni segundo n1olar decídua interior direito periores . A largura intern1olar superior era 3 DP n1ais es-
A B
e D
E F
Fig. 19-11 A e B. Este paciente tinha uma mordida cruzada posterior unilateral do ludo direito que envolvia os
caninos, os molares deciduos e os primeiros molares permanentes C. Vista oclusal do arco superior O desvio entre
as linhas mCdias dcntúrias {A) f{)j causado por um desvio hmdonal para o ludo da mordida cruzada D. Um aparelho
modificado para expansão maxilar foi usado para corrigir esta mordida cruzada E A oclusão tratada F. A expansão
f{)i contida com barra lranspalatina soldada
306 SE(,.,\o IV Ti . ata111e11/o (; Considera(De\ Terapêutica.\
Heita do que a nonna 111asculina, enquanto a largura inter- Se a perda de un1 ou vários dentes não fOr in1ediata-
1nolar inferior estava dentro de ! DP da norn1a. Os pri111ei- n1ente tratada con1 as 1nedidas apropriadas, o trata1nento
ros 111olares pern1ancntes direitos exibian1 relação Classe ortodõntico provaveln1ente será necessário para corrigir
II. un1 problen1a adicional que deve ser solucionado após as resultantes n1ás posições dos dentes, e111 con1binação
a correção da n1ordida cruzada (veja Fig. 19-11) Opa- con1 o tratan1ento protético
ciente apresentava un1 desvio funcional e111 RC/MIH da
111andibula para o lado direito. con10 se pode observar na
discrepância entre as linhas n1édias dentárias superior e
Variáveis que Podem Influenciar a
inferior (veja Fig 19-11 A) O aparelho de expansão rápida Verticalização de um Molar Inclinado
usado nesse tratan1ento é de,nonstrado nas figuras 19- para o Espaço da Extração
11 D A oclusão após a expansão 111axilar é ilustrada na
figura 19-11 E e F A oclusão do lado direito 111elhorou para Época da Extração - Se um paciente jovem perde
u111a relação n1olar topo-a-topo, porque a expansão do arco uin pri1neiro 1nolar antes da irrupção do segundo n1olar. o
superior eli111inou o desvio funcional. As linhas 111édias segundo 111olar poderá irron1per en1 un1a posição 1nesia-
dentárias superior e inferior estão 111ais próxi111as após a lizada no arco e eventuahnente assunlir u111a posição pró-
expansão 111axilar - outro sinal de que o desvio funcional xin1a ou en1 contato con1 o segundo pré-1nolar. A angulação
f'oi elin1inado. O expansor füi 111antido e111 contenção por 3 desse segundo 111olar pode ou não ser desejável, e o n1olar
111eses após o ténnino da ativação e depois disso unia bar- superior antagonista pode extruir na área ocupada pelo 111o!ar
ra transpalatina soldada füi cin1entada nos prin1eiros 1nola- extraido
rcs pennanentes para conter a expansão ( v~ja Fig 19-1 l F) Se o prin1eiro n1olar for extraido depois da irrupção
do segundo n1olar, este segundo 111olar nonnaln1ente irá
TRATAMENTO ORTODÔNTICO DE inclinar para 111esial Posterionnente, o terceiro 111olar irá
irron1per e provaveln1ente irá se inclinar para a frente. fa-
MOLARES INCLINADOS PARA
zendo contato co111 o segundo 111olar inclinado Quando
MESIAL, DEVIDO À EXTRAÇÃO E 11111 adulto con1 boa oclusão perde uni prin1eiro n1olar. o
PERDA PRECOCE DE UM DENTE OU segundo 1nolar pode pennanecer en1 unia posição razoa-
IMPACTAÇÃO vehnente boa. porque a intercuspidação correta dos den-
tes ajuda a in1pedir que o n10Jar sofra inclinação para 111esial
Quando o paciente perde un1 ou vários dentes pern1anen- Isso se aplica especiahnente aos segundos n1olares supe-
tes por cárie ou traun1a, os dentes pern1anentes adjacentes riores situados atrás dos locais de exodontia dos pri1neiros
se 1noven1 gradualn1ente na direção do espaço que o dente 111olares, No entanto, na 1naioria dos adultos que sofl"ermn
perdido ocupava. Por exen1p!o. se uni pri1neiro 111olar di- a perda dos prin1eiros 1nolares, os segundos n1olares incli-
reito inferior é extraído, o segundo e o terceiro 111olares na111 para n1esial en1 graus variados. dependendo do perí-
infCriores direitos eventualn1ente inclinan1 para 111esial, en- odo decorrido desde a perda do primeiro molar
quanto o canino e os pré-111olares inreriores direitos incli-
na111 para distal c·on1 o tcn1po, os incisivos infCriores e os Condição Periodontal - Os pacientes têm dificulda-
dentes do lado esquerdo podcn1 inclinar para o !ado direito des ele higienizar a superfície rnesial parcia!111ente subn1crsa
do arco Para in1pedir o desvio e a inclinação dos dentes do n1olar inclinado A placa se acun1ula na superficie n1esial
após a perda de uni dcnle pennanente, há duas opções: do dente e evenlualn1ente surge a doença periodontal. in-
reabilitação protética do dente pe1dido e 111ovin1ento orto- cluindo perda do osso alveolar, que pode a111eaçar a longe-
dôntico dos dentes adjacentes ao local de extração para vidade do n1olar A verticalização do n1olar ajuda a conter o
fCchar o espaço A reabilitação protética ou o tratan1ento processo da doença perioclontal en1 sua superficie 111esial
ortodôntico deve111 ser realizados in1ediata1nente após a
exodontia para evitar o desvio dos dentes e a reabsorção Dimensão Vertical - A posição dos dentes antagô-
da crista alveolar no local da extração. Essas duas situa- nicos que oclue111 con1 o n1olar inclinado, deve ser cuida-
ções con1plican1 o tratan1ento ortodôntico dosan1ente observada Às vezes, os dentes antagônicos
Na dentadura n1ista. a perda precoce de uni segundo apresentara111 extrusão para a área do 111olar inclinado, e
rno!ar deciduo pode provocar de pronto a inclinação do ocasionahnente os dentes já não estão 1nais presentes para
prin1eiro n1olar pennanente adjacente para n1esial. En1 con- ocluir con1 o n1olar inclinado A distalização do n1olar in-
seqüência, a inclinação do prin1eiro 111olar pern1anente para clinado provoca a sua extrusão e abre a n1ordida Un1 den-
n1esial pode fflciln1ente provocar a in1pactação do segun- te antagônico já extruido exacerba a abertura da n1ordida
do pré-n1olar adjacente não-irron1pido A i111pactação do Uni dente extruído no arco oposto pode ser intruído por
segundo pré-1110Iar não-irro1npido pode ser in1pedida pela n1eio de 11111 aparelho ortodôntico, ou a sua coroa pode ser
adaptação in1ediata de un1 arco lingual, ou de outros apa- reduzida por desgaste oclusal para controlar a abertura da
relhos mantenedores de espaço (veja Cap 17) n1ordida. A ausência de dentes antagônicos pode pennitir
Trata1nc11to do, Proh/c1110, de Cl,n_<,c / \l:11/ [.y110\élO. Pri11ti/Jio1· de Co1!/l.'l~élo do,; Aparelho.\ (~\!'ÍTULO 19 307
que o n10Jar inclinado exlrua n1uito quando f'or reposi- Segundos Mofares Inferiores Impactados -
cionado. Nessas circunstâncias, a escolha do aparelho e o E111 alguns pacientes. o segundo 1110Iar inf'erior é parcial-
ajuste oclusal poden1 ajudar a controlar a posição vertical n1ente irron1pido e inclinado para frente. con1 sua super!i-
do n1olar reposicionado. Unia vez que o 1novin1ento distal cie n1esial in1pactada na superlicie distal do prin1eiro 1110-
e a verticalização de un1 111olar nonnaln1ente crian1 un1a lar Se uni terceiro n1olar i111pactado estiver atrás e acin1a
n1ordida aberta. o desgaste oclusal para f'echar a 111ordida da superJicie distal do segundo 111o!ar in1pactado, ele de-
após a verticalização deve ser discutido con1 o paciente vcní ser extraido para abrir espaço no alvéolo para a ver-
antes do início do tratan1ento, a 11111 de obter uni consen- ticalização do segundo 111olar. Unia vez que os segundos
tilnento inJOnnado para esse procedin1ento n1olares i111pactados nonnalinente estão apenas parcial-
n1ente irron1pidos, a colage111 de u111 tubo retangular na
Número de Dentes Ausentes - o numero de den- supcrlicie vestibular exposta é 111ais fácil cio que a ban-
tes ausentes 111esialn1ente ao 111olar inclinado deve ser con- dagcn1 do dente Às vezes, uni tubo ou un1 bracket pode
siderado, porque os aparelhos fixos não poden1 controlai ser colado a t11na pequena parte da superficie oclusal ex-
ef'etivan1ente o n1ovin1ento de uni segundo ou terceiro posta na cavidade bucal
n1o!ar inclinado que esteja isolado na extren1idade distal de Esses n1olares in1pactados deven1 ser distalizados de
urn rebordo desdentado. con1 apenas un1 pri111eiro pré- ll1rnu1 que o 111olar oc!ua en1 u111a angulação axial norn1al
n1olar ou canino disponível na fr·ente do n1olar. Quando o con1 os dentes superiores En1 pacientes adolescentes, os
paciente perdeu vários dentes, os aparelhos ren1ovíveis 1110\ares superiores opostos geraln1ente estão presentes,
poden1 ser usados para verticalizar 111elhor o n1olar, por- 1nas não cxtruidos. No entanto, en1 pacientes adultos os
que os aparelhos re111oviveis ancoran1 tanto nos dentes n1olarcs superiores opostos provaveln1ente estarão extrui-
quanto no rebordo alveolar dos - tuna situação que li111ita a extrusão do n1olar inclinado
ú medida que ele é distalizado (veja Cap. 28) Portanto, a
Posição do Terceiro Mofar - Quando um segun- principal dificuldade encontrada é que o 111olar verticaliza-
do n1olar inferior 1nesia!izado vai ser reposicionado para do extrui e abre a n1ordida" A escolha dos aparelhos pode
colocação de prótese e está en1 intin10 contato co111 uni ajudar nesse proble111a; porén1, o 111ais in1portante é que os
terceiro 111olar infCrior. esse terceiro 111olar deve ser extraído pacientes adultos deven1 ser avisados de que as superficies
no início do tratan1ento para abrir espaço para o reposiciona- oclusais das coroas dos 1no!ares superiores e inferiores,
111ento do segundo n1olar Essa abordagen1 é apropriada no local da verticalização, poden1 precisar ser desgastadas
quando o terceiro n1o!ar superior oposto está ausente ou para restabelecer 11111 trespasse vertical saudável
i1npactado
Aparelhos para Verticalização dos Molares
Rebordo Alveolar Reabsorvido - Quando os ado-
lescentes e adultos perden1 u111 dente pennanente, o re- ;\parelhos Ren1ovíveis - U111 aparelho ren1ovível con1
bordo alveolar do local da exodontia sofre reabsorção O unia rnola helicoidal de verticalização, !'Cito con1 fio de
rebordo reabsorvido é curto e estreito. Algu1nas cristas aço inoxichível de 0.021' x O 025', pode ser usado para
reabsorvidas podcn1 ter tuna aparência de an1pulheta. vis- n1over un1 1nolar para distal e verticalizá~lo en1 tnna angu-
ta por oclusal. Os n1olares não poden1 ser fhciln1ente 1110- lac;iio n1ais nonnaL 1 Estes aparelhos são uteis principahnente
vidos através de un1 rebordo en1 a111pulheta e, se f<Jrcn1 quando as regiões desdentadas extensas isola1n o dente
forçados a fazê-lo, suas raizes poderão sorrer reabsorção inclinado dos dcn1ais O aparelho re111ovivel ten1 un1 con-
O espaço do prin1eiro n1olar pode ser n1ais füciln1ente ti.::- lrolc lin1itado sobre os n1ovin1entos verticais, vestibu-
chado co111 a distalização dos pré-n1olares no rebordo cn1 Jolinguais e n1esiodistais do n10Jar. A conservação da 111ola
a111pulheta No entanto, esse 111ovin1ento não é des~jüvel na 1nargen1 gengival, o 111ais próxin10 passivei do centro
para a 111aioria dos pacientes A reabsorção alveolar pode de resistência do dente, é i111portante para uni controle
ser exacerbada quando a túbua vestibular é ren1ovicla co111 111elhor do 111ovin1enlo dentário A ancoragen1 segura do
o dente extraido O 111ovi111ento dos dentes para as cristas aparelho nos dentes de ancoragen1 é i111portante para tuna
reabsorvidas pode resultar en1 proble111a periodontal Por- aplicação n1ais eficaz da {Orça para verticalizar o n1olar.
tanto, quando 11111 segundo 111olar infCrior foi inclinado para Un1 joven1 do sexo n1asculino na dentadura n1ista per-
n1esial para o local de exodontia de u111 prin1ciro 111o!nr e o deu pre1naturan1ente o segundo n1olar deciduo superior
rebordo alveolar sofreu reabsorção con1 aspecto de an1pu- esquerdo (Fig 19-12). Un1 aparelho rc1novível con1 gran1-
lheta, o tratan1ento ortodôntico 111ais con1un1 envolve a pos de Ada1ns e un1 111ola de verticalização helicoidal re-
verticalização do segundo 111olar para distal. a li111 de pre- tangular de O 021' x O 025' !'oi adaptado no arco superior,
parar a restituição protética. U111 rebordo e1n Jónna de para recuperar o con1pri111ento do arco (veja Fig. 19-12)
an1pulheta tan1bén1 pode in1pedir a colocação de u111 i111-
plante dentário sen1 o enxerto ósseo ou a distração osteo~ Aparelhos Fixos - Uma mola espiral em um arco de
gênica nivela111ento llcxivcl an1arrado no aparelho fixo edge\vise
308 5Ec.\o JV
A B
e D
E F
l;ig. 19-12 :\a(' Um pai.:icnte na di.:nladura mista s(ifreu pt·rda prematura do seu segundo molar supt.!rior esquerdo
dei.:íduo e o primeiro molar supcrÍ{lf esquerdo pernwncntc sofreu rnesiali1.aç:io D. Um aparelho rcnHl\'Í\'C] foi
confecciunadti para recuperar n t:omprimcnto do arco E e I;. Oclusão apos a n.:eupcraçüo do espaço para o Sl.!gundo
prt:-mo!ar niío-irrumpid(1
é un1 aparelho 1nccanica111ente sitnples e nu1ito eficaz na 111cntc contCccionado, ajudar no controle da extrusão do
distalização do segundo 111olar. deixando-o en1 11111a an- 111olar verticalizado. A alça e1n T não deve traun1atizar os
gulação 111ais norn1al. Esse aparelho pern1ite a extrusão do tecidos 111olcs cin:uqjacentes. Ela pode inclinar a coroa para
segundo 111olar e abre n 111ordida, dependendo da !lexibili- distal e as raizcs para 111esial, girando o dente ao redor do
dade do arco de nivclan1cnto. O nivcla1nenlo continuo co111 tubo vestibular O fio retangular da alça en1 T ta111bé111 pode
arcos espessos pode provocar unia intrusão suficiente do controlar a inclinação vestibulolingual do dente verticalizado
n1oiar verticalizado para evitar o ajuste oclusal U1na paciente adulta se apresentou con1 o segundo
Un1a alça cn1 T colocada cn1 uni fio de aço inoxidável tnolar in!Crior esquerdo pern1anente i111pactado (Fig 19-
retangular O 018' x 0.025'. e1n uni aparelho lixo edge\visc 13) Ela não tinha un1 terceiro n1olar distal ao 111olar i1n-
0.022' x 0.02fC, é uni aparelho excelente para a vertica- pactado - unia vantagen1 O trespasse vertical era de apro-
lízação e distalização de uni segundo 111olar infCrior 11 c·on10 xin1adan1cnte 20{X) - unia condição fhvorável O canino
já aftn11ado, o arco de nivclan1ento pode. quando adequada- int'Crior esquerdo estava deslocado vestibulannente para
Trara111c11ro do\ l-'rohh·111u1 de (lo\1c I 1c111 f\'flll~Üo Pri11(1í1io1 de Co1i/l·c~üo dos AJJa1·e/ho1· CAPÍTULO 19 309
A B
e D
E F
Fig. 19-IJ :\ Uma mulher adulta se apresi.::ntou com n segundo !l\(1!ar permanente inferior esquerdo impactado B,
A radiografia revelou um di.::kito peri11donta! mesial ao molar impactado. C e D. Um arco retungular segmentado
eom alç;i em ·1 .ijudou na venicali1.açi"io e distali1.:u.;ií.(1 do m11Jar impactado E. Os pré-molares e n primeiro molar
inkriure" do lado e"qucrdo foram di"!ali1.,1dos para abrir esp,1ço para u canino inferior esquerdo F. Uma radiografia
(lbtida apü" o tl.!rmino do 1ratat11l'ntt1
fora do arco - u111a con1plicac;ão U1n fio scg1ncntado re- inclinado A mola é feita de aço inoxidável O.O 18' x 0.025',
tangular con1 uk;a e1n T de O 018' x O 025· induziu a adaptada em um arco de nivelamento 0.018' x 0.015' de
Verlicaliz.ac;ão e distalizac;ão do n1olar inferior (veja Fig un1 aparelho edge\visc 0.022' x 0.028" Co,no a tnola é
19-13). Após a instalação de un1 arco de nivela,nento infe- independente do arco. o ,nolar verticalizado está livre para
rior total con1 ganchos na 1ncsial do pri111ciro 1nolar direito extruir ()casionaln1cnte. a extrusão de un1 n1olar é neces-
e do segundo 111olar esquerdo inferiores. foi realizada a sária para colocá-lo no plano oclusal: porén1. na 111aioria
retiação dos pré-1no!arcs e do pri111eiro n1olar inferior es- dos casos. a extrusão deliberada de un1 n1olar inclinado
querdo, para abri, espaço no arco para o canino inl'erio, deve ser evitada A n1ola helicoidal tcn1 pouco controle
esquerdo. A intrusão intencional do 1nolar verticalizado i111- sobre o n1ovi1nento vestibulolingual do 111olar verticalizado
pediu que a n1ordida se abrisse exccssivan1ente e tende a inclinar a coroa para lingual à medida que o dente
Utn aparelho con1 n1ola helicoidal pode ser usado para vai extruindo A substituição da 111ola helicoidal por un1
a verticalização e a cxtrusão de u,n segundo n1olar inferio1 arco de nivela1nento contínuo após a verticalização do molar
310
A B
e D
fif,! 19-1.t ..\ l.lm paciente do sexo masi.:u!ino qul! usa\':1 um arco lingu,il infrrior ;;e apresentou çom um segundo
molar inli:rior esquerdo permanente impai.:tado B e C. Uma mola helicoidal de \crtii.:alizaçiio . ancorada no arco de
ni\elamt:11tt1 inl~ritir ll1i 11s:ida par:i \L'rlÍcali1.ar ll 11111lar impactadt1 D () !llt1lar \'l'r!Ícnliz:Hln apresentava lesões de
c:irie e neccssilPU de uma n.:s!aurnçün imctliata
pode ajudar a controlar os cfCitos colaterais indesejáveis O 022· >.: O 028'. que füvorece a n1esialização de corpo
da mola Os botões linguais nos 111olares e pré-n1o!ares, con1 alastiks
U111 adolescente. que usava uni arco lingual infcrio1 entre os botões. ··in1peden1 que o n1olar sofra rotação, en-
soldado se apresentou con1 un1 segundo 111olar esquerdo quanto aplican1 sistenu1s de força con10 elásticos ou 1110-
inferior pcnnancntc i1npactudo (Fig ! 9-1-1.) O 111olar in1pac- las nas superfícies vestibulares
tado foi verticalizado c:0111 tuna 111ola helicoidal ancorada Unia jove1n inulher se apresentou con1 uni segundo
en1 un1 arco de nivclan1!..!nto in!Crior total. que se estendia n1olar inferior esquerdo pern1anente graven1ente cariado
de prin1ciro 111olar a pri111eiro n1olar () 1nolar in1pactado (Fig 19-15) O terceiro n1olar inferior esquerdo, parcial-
apresentava lesões de cúrie e necessitou unia restauração n1ente ino1npido, !{.1i 111esializado para substituir o segun-
in1ediata após a \'el'lica!ização ( ve.ia Fig 19-14) do n1olar inferior extraído (veja Figs 19-SC e D) O ter-
ceiro n1olar tnesializado abriu a n1ordida (veja Fig 19-1 SE)
Aparelhos para Verticalização de um Molar Após o ajuste oc!usal. a n1ordida fechou (veja Fig 19-
e Fechamento do Espaço da Extração - Se a 151;)
extração de uni n1olar !ór rapidan1ente seguida pelo trata- As tl:!cnicas de distração osteogênica estão sendo de-
111ento ortodôntico. u111 aparelho lixo edgc\visc pode sei senvolvidas para a111pliar os rebordos alveolares reab-
usado para 111esializar o segundo ou o terceiro n1olar para sorvidos. ele rarnu1 que uni 1110Jar possa ser 1novido para
o local da exu·açào Isso exige un1 trata111ento ortudôntico 111csial co111 un1 aparelho fixo para fechar o espaço des-
con1pleto por envolvt.:r 111ovin1cnto de corpo. !'vlúscnra !hcial dentado
ou os elásticos intennaxilan::s pudcn1 ser usados con10 nn- lJtn aparelho lixo usando ancoragen1 de un1 iruplantc
coragen1 para realizar tal tratan1ento O 1novin1ento do cndússco rctronu,lar rígido pode n1esializar efi:tivan1en-
molar para 111esial é realizado n1elhor con1 u1n fio de aço te os inalares ao longo do rebordo alveolar desdentado
inoxidável rl!tangular O 01 x· ,. O 025· no aparelho edgc\vise (veja Cap 28) 1-' 1·1 O in1plante cirurgican1ente inserido tor-
li-atc1111c1/fo du, / 1rohlc1110, de (/U\\L' I ,c111 F.r!lu~iiu /J1111Lipio.\ de Coit/l'Lçiio do, Aparelho,; (Al'ÍTLILO 19 311
A B
e D
E F
J:ig. 19#15 A Uma adulta jn\em se apresentou com um segmulo mn!ur inferior permanente esquerdo com indicação
para e:-.traçiiu B Uma radíogratla períapica! ilustra a condição carinsa do seg11nd(1 m(ilar in!Crior esquerdo. C e D,
() terceiro molar inkriur esquerdo pardal111e11te irrompido foi mesializado logo após <l remoção do segundo molar
í11krior utilizan,lo-se uma mola espiral Todos os dentes mesiais an loea! da extração friram eonjugados, para
r1.:l()n;ar a ancnragem cnquanw ~e mesiali;a o terceiro molar E. A mcsia!i1.açiio abriu a mordida e F. Foi feito ajustt!
nclusal para kchar ,1 mordida
na-se anquilosado no osso e scrvc con10 a111:oragc111. contra bordos en1 an1pulheta: no entanto, alguns proble1nas de
a qual as !Orças pode1n ser aplicadas para a 111csialização reabsorção radicular e inserção periodontal ainda poderão
dos n1olares scn1 o dcslocan1cnto dos den1ais dentt::s ou ser encontrados . Esse aparelho pode eli111inar a necessida-
da linha 111édia na dircçfio do local da extração Os n1olares de ele tuna prótese fixa en1 áreas onde tuna prótese fixa
poden1 ser 1110\·idos con1 esse aparelho n1cs1110 con1 re- pode não funcionar ben1 ou ter longevidade lin1itada
··-·
~
.....•
312 Su;.,\o IV !, OÍUl//l'I/{( 1 I.! ( 01/ \ ide, ª< ()e\ Te, '(1/)(!lft ic ª'
Tabela 19-2. Larguras rvlcsiodistais dos Dentes Anteriores de lndividuos Europeus e Norb.>An1ericanos coin Oclusão
NonnalH' (ivtédia ::!.;: 1 l)P cn1111111)
Arco Superior
Hon1ens (n = 37) 8.8 ± (),6 7.7 9,9 6,9±0.5 5,8 8,8 8.1 ± 0.5 6.6 9.0
Mulheres (n = 33) 8 7 ± 0.6 7.5 10.6 6.7 ± 0.5 5.2 7.8 7.7±03 7.0 S,5
Arco Inferior
Ho1nens (n = 37) 5.6±0.4 4. 8 7.3 6.0 ± 0.4 5.1 6.9 7.0±0.4 6.0 7.9
Mulheres (n - 33) 5.·H0.4 4.5 6.3 5.9±0.4 5.2 7.0 6.6±0.4 5.S 7.5
esn1alte para unu1 redução signilicativa . ou s~ja. c!icaz O diasteina persistir após a retração do incisivo, o tratan1en-
tratan1ento das discrepüncias dentúrias interarcos. con1 re- lo distribuiní adequada111ente os espaços antes da reanato-
dução do esn1alte. requer o uso de aparelhos ortoclônticos 1nização dos dentes
fixos en1 .:unbos os arcos
Alguns pacientes con1 cliastenHt entre os incisivos cen-
trais superiores poden1 ser tratados co1n reanaton1ização
Incisivos Girados - Em alguns pacientes, os diastemas
são criados quando uni ou n1ais incisivos estão girados
dos incisivos centrais co111 resina con1posta, se111 trata-
en1 90 graus ern relação às suas posições adequadas no
111ento ortodôntico Deve ser cnfütizaclo que o tratan1ento
arco. A correção desses diaste111as exige o 1novin1ento
ortodôntico sen1pre ten1 o potencial da recicliva: portanto,
ortodôntico dos dentes girados. A correção do giro pode
o tratan1ento de un1 diaste1na da linha ,nédia con1 reana-
elin1inar os diasten1as. A contenção dos incisivos rota-
to1nização estética de resina con1posta produz un1 resulta-
cionados é i,nportante e inclui a fibroton1ia supracrista! ao
do n1ais estável en1 relac;ão ú posic;ão cio dente
redor do ciente, alén1 dos contensores fixos l') 20
Alinhamento do Arco Inferior - o tratamento
do diasten1a superior é influenciado pelo alinhan1ento dos Freio Labial Superior - Um diastema da linha mé-
dentes infCriores. Se os cientes inlCriores estiveren1 ben1- dia entre os incisivos centrais superiores pode ser associa-
alinhados e não houver espaçan1ento entre eles, o cliasten1a do a un1 freio labial superior anonnal Uni freio nonna
superior pode ser tratado sen1 a necessidade de uni apare- insere-se na gengiva inserida, superior aos incisivos cen-
lho no arco inf"crior No entanto. se existir espaçan1ento trais. As características associadas ao freio anonnal in-
entre os dentes inferiores, ele deverá ser f"cchado con10 clue111: ( 1) o freio se insere nos tecidos rnoles entre os
parte cio tratainento cio diasten1a superior Após o f"ccha- incisivos centrais ou nos tecidos 111oles palatinas na lin-
n1ento dos espaços no arco inferior. os incisivos superio- gual dos incisivos, (2) o li-cio é 111ais largo do que o nor-
res poden1 ser retraídos. A retração dos incisivos superio- 111al e111 seu local de inserção e (3) quando o lábio superior
res irú reduzir e, às vezes. elin1inará o proble111a do diaste111a e o f'reio são estirados, o tecido entre os incisivos centrais
no arco superior se 111ove e se torna esbranquiçado, 21
Unia frenecton1ia aun1enta bastante a estabilidade do
Incisivos Superiores Vestibularizados - Em uma l~cha111ento do diaste,na da linha 111édia a longo prazo,
oclusão 111olar e canino c·iassc 1. os incisivos superiores quando o freio te111 unia inserção anonnaL~ 1 A 111aioria dos
encontran1-se, às vezes, protruídos. cotn cliastcn1as entre dentistas aconselha que o cliaste1na deva ser fCchado
eles Essa condição pode ser causada por 11111 húbito de ortodontican1ente antes da ti"enecton1ia, para que o tecido
sucção cio polegar Se o hábito fbr ativo na época do exa- de cicatrização não i1npeça o fCcha1nento do diasten1a (Fig
111e ortoclôntico. ele deve ser controlado co1110 parte cio 19-16). Apenas a frenccton1ia, sen1 o trata111ento orto-
tratan1ento. Quando 11111 trespasse horizontal excessivo está dônlico, é in1provável de resultar no fechan1ento total de
presente, a retração cios incisivos superiores sení neces- u111 cliaste111a É rnelhor que a frenecton1ia seja realizada
sária e poderá, por si própria. f"cchar os diasten1as Se o por un1 periodontista
A B
Fig 19~16 A, Um paciente com um freio grande. inserido entre os incisivos centrais superiores no local de um
dii;stema 8. Depois do Ji:chumento <lo diastema com o tratamento ortodüntico uma frenectomia lói realizada para
garantir a estabilidade do lcchamento ortodôntico
314 SEç-\o tV li . ata111e11to e Co1Hide1açôe, Terapê111ica,
Aparelhos Usados para Fechar irrupção do incisivo lateral superior direito A linha 1nédia
dentária inferior sofreu dcsloca1nento para a direita. e111
Diastemas resposta ú perda unilateral do canino deciduo inferior di-
reito (v~ja Fig !9-17E) Essa paciente precisa de trata-
Aparelhos Removíveis - O tratamento de uma pa- 111ento adicional
ciente na dentadura 111ista, con1 uni diasten1a entre os inci-
sivos centrais superiores. é ilustrado nas figuras 19-1 7A e Aparelhos Fixos - Uma mulher adulta se apresentou
B. U111 aparelho re,novivel con1 1nolas helicoidais foi usa- con1 diasten1as na região anterior dos arcos superior e in~
do para fechar o diastema (veja Figs 19-17C e D). As feriar (Figs. 19-1 SA a C) Um aparelho fixo foi usado pri-
alças e111butidas no acrílico do aparelho füran1 usadas para n1eiro para fechar os espaços do arco inferior e depois os
itnpedir o pressiona,nento lingual (veja Fig. 19-17). O fe- do arco superior (veja Fig 19-ISD). O tratamento elimi-
cha111ento do diaste111a criou con1prin1cnto no arco para a nou os diasten1as. Ela recebeu con10 contensores a placa
A B
e D
Fig" 19~17 A e 8, Uma paciente nu dentadura mista, com um diastcrna entre os incisivos centrais superiores e rnn
incisivo lateral superior direito que precisava de comprimento adicional no arco para irrotnper. C e D, Umu placa de
Hawlcy com molas digiwis foi us:ida para fechar o diastcma Alças palatinas fonun incorporndas no aparelho para
impedir o pressionmnento lingual da paciente (C e D) E. As linhas mêdins dcntúrius superior e inferior não crnm
coincidentes após o tratamento. por causa da perda unilateral de um canino decíduo inferior do Indo direito. que
resultou no deslocamento dos incisivos inferiores para n din:ita F. O incisivo lateral superior direito que esti1
irrompendo tem espaço adequado para sua irn1pçi:io. nplls o fechamento do diastema
Tn1ta111c111u do1 f!ruhh-n1a, dl ( /u11l I 1l'l1J l:r11u1,1/o /!111h1/1i1n de (01!/l'l~Úu drH Aparelho, C.,win11,o 19 315
A B
e D
E F
G H
J:ig. 19Ml8 ,\ a C Uma mulher adulta se apresentnu cum diastcmas na regiilo ;mtl'rior em arnbos os arcos dt:ntúrios
D. llm apard!w lixo foi usad{l para l<.!char os esp,1\!lS tk ambos ns arcos E a G . i{esultadtis pús-1ratut111.'lllo li .. Uma
conten1y:lo li.\a túi colada entre \lS i11cisi, os ccll!rais superiores t.:(\llHl eontcnçiln permanentt:
316 SEc\o IV T, i//(//1/L'/Jf() l' ( ()//\Í(Í1;1 ui; ()t,: \ n. 'l'llJli!lll Íl ª'
A B
e D
E F
l'ig:, 19-19 A e B. Uma rnulher aduha apresentando dlastcmas entre os incisi\'os superiores C e D. Os incisivos
!úram espaçados unlf\inncmcntc com um apan:lho fixo para a reconstrução estética cm resina composta E e JI O
rl.!sulwdo linal com resina composta
de Ha\vley e un1 tio colado entre os incisivos centrais su- Manutenção do Comprimento e da
periores (veja l'ig. 19-ISG)
As liguras l 9- l 9A e B n1ostran1 unia ,nulher adulta
Largura do Arco
con1 diasten1as entre os incisivos superiores. Uni aparelho Na dentadura 111ista, pode surgir a necessidade de un1 111an~
fixo superior lói usado parn distribuir os espaços e posi- tenedor de espaço quando u1n canino ou 1nolar decíduo
cionar os incisivos (Figs 19-19C· e D) para o contornca- for perdido pren1aturan1ente. ou quando a análise do con1-
n1ento estético con1 resina c.:on1posta (Figs. 19-19E e I~) prin1cnto do arco na dentadura nlista prevê a fonnação de
O ta111anho reduzido dos incisivos superiores li..1i o princi- apinha1nento suave no arco infCrior Nesse últi1no caso, o
pal fhtor etiológico (veja Fig 19-19) A contenção usada 1nantenedor de espaço será usado após o con1prin1ento do
foi a placa de Hawley arco ser recuperado ou os incisivos. alinhados
li at11111vnro d1H l 1n;hh·1110\ de L la\ 1c f 1c111 !: rtu11, ilo Prilu 1/JÍO\ de Co11/l:c~ úo do1· Apare!luH C,\l'ÍTLII.O 19 317
A B
e D
l1ig . 19-20 .-\. :\ri.:o lingual inli:rinr etim gurn.:htis soldados para impedir a mi!!.raeã(1 dos incisivos inferiores B
\lantelledor de esp.it;o tip(1 handa-a!t;a C Um arco lingual inli:rior remodvel.i.:ot~I uma mola para n:rticalizar o
segHndo molar inli.:ríor esquerdn D Um botüo de N;mi.:e
As barras transpalatinas lixas e re1novíve1s são usa- contcnsor pre!Crido para a 111aioria dos pacientes ;\ placa
das para conter, expandir ou din1inuir a largura intennolar. de H.:nvley pcnnite que o paciente 111antenha u111a boa hi-
girar e vcnicalizar os 1nolarcs inclinados para n1esial e dai giene bucaL E la tan1bén1 pennite o assentan1cnto dos den-
torque nos 1nolarcs superiores (veja Fig 19-9). A preci- tes en1 11111 contato oclusal total após a ren1oção dos apare-
são e o ajuste desses arcos rcquerc111 habilidades sen1e- lhos ortodônticos -11 Ben1 conli2ccionada. a placa pode 111an-
lhantes úquelas descritas para os arcos linguais lixos e tcr os cientes e111 boa oclusão e o alinhan1ento por 111uitos
re111ovive1s anos A placa de l-la,vley é excelente para a contenção a
longo prazo e recon1endúvel para os pacientes que rece-
Outros Aparelhos - Os outros aparelhos de manu- be111 os beneflcios do trata111ento ortodôntico Várias des-
tenção do con1prin1ento do arco incluc111 aqueles usados vantagens poden1 ser len1bradas tais con10 o fio passando
para n1antcr o espaço de u111 incisivo que sofieu perda sobre as superlicies oclusais. que inter!Cren1 na oclusão e
decorrente de 11111 traun1atis1110. Esses aparelhos são dis- in1pcdcn1 o assenta1nento dos dentes, e a dependência do
positivos ortodônticos rc111ovíveis ou lixos que lc)rnecen1 paciente para usar e li111par o aparelho da rorn1a ensinada
ao paciente un1 in1portante serviço estético O aparelho
banda--alça é o nu1is proveitoso para 1nanter o co1npri- T/jJO\ de c·o11te11,ore\ de F/011 le_r Vários tipos dirercntes
1ncnto do arco quando uni 1110\ar dccíduo é perdido pre- de contcnson~s de l·hl\vley são ilustrados na figura 19-21
cocen1ente c·acla tipo é !'Cito e,n resposta às necessidades cspeci!icas
do paciente. As partes do contenso1 de H.:l\vley serão des-
critas n1ais adiante neste capítulo
Princípios e Aparelhos de Contenção
Te111po de UH1 E:111 geraL os contensores de Ha,vlcy de-
Quando os aparelhos ortodônticos são ren1ovidos no final ven1 ser usados en1 ten1po integraL exceto durante a ali-
do tratan1ento. o dentista deverá decidir se irú ou não co- 111entação e a escovação. no 111íni1110 por 6 n1eses após a
locar 11111 contensor para 111anter os dentes en1 suas novas re111oção do aparelho Após esse período, o uso noturno
posições Os estudos das alterações pós-trata111ento n1os- deve ser 111antido pelo 111enos durante o período do cresci-
tn.1111 que. co111 o passar do te111po, a!gun1 111ovi111ento cios n1ento ativo tvluitos pacientes precisa111 continuar usando
dentes tratados é con1un1 en1 111uitos pacientes. 22 •2~ o contensor à noite indefinidan1ente. a 11111 de n1inin1izar as
Os pacientes que não desejan1 111udanças pós-trata- 111uclanças pós~tratan1enlo No caso cio uso a longo prazo.
n1ento na sua oclusão deven1 estar dispostos a usar un1 a ren1oção do contcnsor durante a n1aior parte do dia é
contensor diarian1ente. pelo 111enos en1 1ncio período. por bené!ica para os tecidos 111oles bucais en1 contato co111
un1 ten1po indelinido Essa prescrição não é absurda. con- ele Os pacientes cujos contensores contên1 dentes de es-
siderando-se que a on1issão no uso regular do contensor toque, e que precisa111 usar o aparelho durante o dia por
pode posterionnente trazer o paciente de volta para o con- n1otivos estéticos. deven1 re111over os contentores ü noite
sultório. para o retratan1ento f\ reco,nendação cio contensor para dar descanso aos tecidos bucais
é baseada na preocupação de que os lhtores que causaran1
a 111á oclusão poden1 contribuir para un1 i111pacto desfavo- ('0111ponen1e, da Placa de flcn1 le_r - Unia placa típica de
rável no alinha111ento e na oclusão dos dentes após o trata- H.:nvley ten1 quatro con1ponentes principais: ( 1) gra111pos
n1ento que retén1 0 aparelho nos dentes, (2) apoios 0clusais que
Os pacientes que té111 uni incisivo superior e111 n1ordi- 111antên1 o contensor inferior en1 seu lugar, (3) un1 arco
da cruzada e apresentan1 sobren1ordida prof"unda prova- vestibular para n1antcr os dentes en1 seu lugar. con1hi11ado
veln1ente não precisan1 do contensor após o dente ter sido con1 (4) uni corpo acrílico que apóia nas supert'ícies
descruzado Por outro lado. os pacientes que tên1 proble- linguais dos dentes e 111antén1 a posição dos gran1pos e do
111as de n1ordida cruzada anterior, associada a trespasse arco vestibula1
vertical reduzido ou ausente, precisan1 de un1 contcnsor
após o tratan1ento. porque o ciente tratado pode J~1ciln1ente G1a111ptH e Apoio., Oclu,ai\ -· Diversos gran1pos dilCren-
voltar para a posição de n1ordida cruzada tes são usados para a ancoragen1 de un1 contensor de
A !ibrotonlia gengival supracristal circunlCrenciaF'I é Ha,vley aos dentes O gran1po de Adan1s 2 é excelente
un1 procedi111ento que ajuda na contenção dos dentes gira- quando existe espaço disponível através do qual os fios
dos No entanto. o contensor ainda é necessário para 111an- rnesiais e distais do grarnpo são passados sobre a superfi-
ter a posição dos dentes durante os diversos n1eses neces- cie oclusal dos cientes, sen1 interl'erir na oclusão (Figs
sários para a cicatrização e a reorientação elas libras gen- 19-21 A e B e 19-22A). Se o paciente se apresentar con1
givais Existen1 dois tipos de contcnsores disponivcis: os proble111a de trespasse vertical profundo. 11111a placa oclusal
ren1ovíveis e os fixos anterior sobre o aparelho de 1-l<.l\vley ajudará a conter a
correção cio trespasse vertical e türnecer a desobstrução
Contcnsorcs Rc111ovívcis ele lla,vlcy
interoclusal para o gran1po ele Ada1ns O gra111po de Ada111s
llc.r111age11\ e De, \'a111age11\ ~ Os contentores ren1oviveis se prende no dente de ancorage111 nas a111eias 1nesioves-
de 1-la,v!e.'{1º tên1 n1uitas vantagens que os transfOrn1an1 no tibular e distovestibu!ar do dente Esse gran1po ofCrece as
TintanH.'JJ!o drH Prohlc111a\ de Ch1\H: I H:JJI Erfla~âo P1i11lip10\ de (01!/Í.:(~l/o do\ Aparelho, (APÍTlll.0 ] 9 319
A B
e D
E F
Fig 19-21 lipos de contemon~s de Hawlcy A. Co1ltcnçi}o superior com grnmpos de Adams soldados em um arco
vestibular B. Contenção inferior com grampos de Adams e urn arco vestibular separado C. Cnntenção superior com
um arco \'cstibulur S(1!dado nos grampos Resta nos segundos m11lures D. Contençfio inkrior com um arco vestibular
soldado nos grampos Resta nos segundos molares eom :1poios oc!us;1is E. Contenção superior com un1 arco
vestibular sold:1do nos grampos Resta modilicados, ntis primeiros molares F Contcnçfü1 inferi(1r com mola para
manter firmemente a posição dos incisi\os inl'eríores ctim grampos auxiliares e apoios (1clusais para reter o
aparelho
320 SEC.\<) IV
A B
e D
E I'
J'."ig. 19<?2 A. Grampo di.:: Adams B Grnrnpo Rl.!sla C. Grampo cm eslt!ra D. Grampo cm si:rn (lll grampo nuxili.ir
E Grampo dn.:unfi:n:ncial r; :\poi(1 oelu5al
n1elhores propriedades rctentivas A desvantagein desse Adan1s. o gra1npo de Resta tern bo1n dese1npenho nos
gra1npo é que ele não pern1itc a acon1odação dos dentes de contensores A conl'ecção do gran1po de Resta é 1nais fü-
ancoragen1 O gran1po é ronnado por fios redondos de cil e rúpida do que a do de Adan1s O gra111po de Resta
aço inoxidúvcl de 0.6 111111 nos pré-n1olares e 0,7 111111 nos pode ser n1odificado para se incorporar no design do apa-
n10Jares relho O gn1111po de Resta é forn1ado pelos fios de aço
O gran1po de [lesta-•:-'-' é unia vc1 são 111odi ficada do inoxidúvel pré-forn1ados do grarnpo en1 esfera, que ten1
gran1po de ;\dan1s Ele con1bina a retenção cn1 seta do os difunetros de 0,7 111111 nos pré-1nolares e 0.8 ou 0,9 111111
gran1po de ;\da111s con1 a esfera do gran1po e111 espera nos n1olares
para prender duas úrcas na supcrficie vestibular do dente O grarnpo cn1 esfera é un1 gnunpo sin1ples. que pode
de ancorngcn1 () lio do gra111po passa por cin1a da super- ser usado nos contensores para apoiar na superficic cervical
ficie oclusal do dente seja no lado distal ou 111esial (veja de dois dentes adjacentes (veja Figs 19-21F e 19-22C) A
Figs 19-21( e I). e 19-228) O gra111po é útil quando a sua siinplicidade é 11111a vantage111 Por outro lado, ele tern
desobstrução ou o espaço interoclusais estão disponiveis as n1esn1as desvantagens do gra111po de Adan1s, no senti-
apenas no lado tnesial ou distal do dente que serú gnunpea- do de que o fio passa sobre as superlicics oclusais e pode
do. En1bora não sejn tão rctcnti\"o quanto o gnunpo de apenas ser usado quando houver disponibilidade de espa~
T,ata111r.:1110 do., Prob/e111u, dí.: (/cl\\l' / <;e111 E.rt1arao Principio, de Co1!/r!c4ao do\ .·lpnrelho, CAl'ín.11.0 19 321
ço interoc!usal suficiente. O gran1po tan1bé1n pode ser forn1ado por aço inoxidúvel de diàn1etro de 0,7 111111 Uni
usado nos pacientes co111 dentadura n1ista entre os 111ola- arco vestibular pré-contorneado ta1nbén1 estú disponivel
res decíduos que não tên1 superficies retentoras disponí- para confecção do contenso1 ren1ovivel
veis para u111 gran1po de Adan1s ou de Resta
O grarnpo auxiliar é sen1e!hante en1 sua função a uni Corpo Acrílico - O corpo acrílico do contensor de
gran1po e111 esfera (veja Fig. 19-220). A parte da sela do H<.l\vley pode ser construido a partir de 1netiln1etacrilato
grarnpo é pié-fünnada pelos filbricantes e colocada entre líquido e e1n pó, de resina acrilica !Otopoli1nerizada ou de
os dentes adjacentes para prender no espaço interproxin1al n1atcriais tennoplásticos confeccionados en1 111áquinas es-
A retenção do gran1po é se111elhante ú do gran1po e111 esfC- peciais. que aquecen1 o plástico e o rorçan1 por ar
ra, porque ele prende os n1esn1os pontos Quando se re- pressurizado para o 111olde En1 todos os três 111ateriais, os
n1ove o contensor da boca, é n1ais lúcil para o paciente fios são fixos e1n sua posição no 111odelo antes do
segurar o gran1po en1 seta, por ele ser n1aior do que o processa111ento do acrilico O corpo acrílico deve ser
gran1po e1n es!Cra desgastado de ron11a que deixe urna fúixa de 1,5 a 2 111111
A figura 19-22 E ilustra o gran1po circunfCrenciaL ou de acrílico encostada nas superficies linguais dos dentes
gran1po crn e·. que pode ser usado e111 qualquer dente,
Na região incisiva/canina do arco superior. o acrílico co-
poré111 é n1ais proveitoso nos dentes n1ais distais do arco bre o cíngulo dos dentes anleriores para prendê-los 1ne-
superior, onde ele pode passar sobre a superficie distal do lhor ao contensor A borda posterior do corpo acrilico
n10Iar e prender a região da an1eia da superficie 1nesiovesti- deve se estender até os segundos 111olares superiores, de
bu!ar do dente En1 tais circunstúncias, o gran1po não inter- forn1a que não cause ànsia ao paciente . O corpo acrílico
fere na oclusão. Ele não é allan1ente retentivo. porque pren- superior precisa ser unifünne e ter aproxi1nadarnente 2
de apenas unia úrea da superficie cervical do dente. Devi- 111111 de espessura No arco infCrior, o corpo acrílico não
do ao seu con1prin1ento, esse gran1po pode ser lhciln1ente deve se estender pelo assoalho da boca ou irritar a língua
distorcido pelo paciente quando o contentor é inserido ou Qualquer retenção nas superfícies linguais do rebordo
ren1ovido Unia variação desse gran1po é incorporada en1 alveolar deve ser encerada no 1nodelo. de fonna que o
1nuitos n1odelos de arco vestibular acrílico não se prenda . O contensor inferior precisa de
Os apoios oclusais são t11na parte essencial do un1a espessura adequada para sua resistência, n1as não
conlensor inferior de Hinvley. especiahnente quando os pode transgredir o espaço da lingua Ele deve ter unia es-
gran1pos que cruzan1 a superricie oclusal não estão pre- pessura uni!Orn1e de 2 a 2,5 111111 O acrilico deve ser po-
sentes no aparelho (veja Figs . 19-210 e 19-22F). Se1n os lido e liso nas supcrl1cies que encostan1 na língua, ,nas é
apoios oc\usais. o corpo acrílico pressiona os tecidos n1oles deixado úspero nas superficies adjacentes ao palato e às
alveolares. perdendo o contato adequado con1 os dentes cristas alveolares Quando se utiliza o 111etiln1etacrilato lí-
Os apoios são norn1ahnente reitos de Jios de aço inoxidá- quido e cn1 pó, a porosidade do corpo pode ser reduzida
vel O. 9 111111 por u111a resina acrílica de granulação fina e alta qualidade.
Arco Vestibular - O arco Hawley mantém os dentes e pelo processan1ento do acrilico despoli111erizado e re-
cén1-confeccionado en1 unia cân1ara de pressão
no lugar, tangenciando suas superfícies vestibulares, e con-
serva os dentes en1 contato con1 o corpo acrilico localiza-
do nas superficies palatina ou lingual (veja Fig 19-22) O Contensores Invisíveis de Plástico Transpa·
arco vestibular tipico passa através da oclusão entre os rente Outros contentores ren1oviveis con1un1ente usa-
caninos e os priineiios pré-n1olares, quando há espaço dis- dos incluen1 os aparelhos de plástico transparente confec-
ponlvel.. En1 n1uitos pacientes. o iio do arco vestibular su- cionado co1n n1ateriais tern1oplústicos. en1 aparelhos a vá-
perior não pode passar fúciln1ente através da oclusão na cuo ou con1 ar pressurizado (fig. 19-23A) Esses apare-
distvl do canino Portanto, o arco vestibular é geraln1ente lhos são fúceis e rapida1nente confeccionados. quando
soldado aos gran1pos dos n1olares. No arco infCrior, o arco con1parados con1 os de 1-hnvley Os contensores invisí-
vestibular é freqüenten1ente capaz de passar através dos veis que cobren1 todos os dentes não penniten1 o assenta-
dentes, sen1 interferir na oclusão En1 alguns pacientes nos 1nento desses dentes en1 un1 111elhor contato oclusal e, por
quais se des~ja evitar qualquer interfCrência na oclusão e causa disso. poden1 n1anter tuna 1nordida anterior !igeira-
no assentan1ento elos dentes, o arco vestibular da placa de 1ncntc aberta 31 Alguns dentistas utilizan1 os contensores
Htl\vley superior contorna externan1ente os dentes (veja invisíveis de cobertura total co1110 aparelhos teinporários,
Fig 19-21 E) O fio deve estar en1 intin10 contato con1 os até que os contentores pennanentes de 1-la\vley possan1
incisivos para in1peclir a recidiva rotacional desses dentes ser confeccionados
O arco contén1 2 alças na região vestibular dos caninos, O contentor Essix·' 4 (Raintree Essíx lnc, Ne\v Orleans)
que pen11iten1 o ajuste na posição ântero-posterior do lio é u111 exen1plo de un1 contentor invisível que apenas incor-
adaptado aos incisivos O ajuste das alças pennite o encai- pora os seis dentes anteriores de cada arco (v~ja Fig 19-
xe justo do arco vestibular, sen1 pressionar a superfície 238) Esses aparelhos penniten1 o assentan1ento dos den-
vestibular dos incisivos O arco vestibular é con1u1nente tes posteriores en1 unia 1nelhor oclusão e, se usados de
~--,
322 SH,~·\o IV
A B
íig. 19-23 A . Comcnsor in\'Ísin:I que cobre o pabto. as superJieies lingual e oclusal e parte da supcr!icic vestibular
dos tknks B Contcnsor Íll\'Ís!\d modí!ieado que t:{ibrt.! 1od\1s os st:is dcntcs antcrÍ(1res
A B
Fig. ltJ-24 Cnnknson:s lixos no an:o superior para manter n fochamcrl!o de um diastcrna (..\) e no arco inferior
pura manter as dimcnsCies a11tcril1rcs do arco e o ,llinhamcnto dos dcntcs (B)
acordo con1 as instruções, podcn1 servir con10 bons con- inferiores e os arcos transpalatinos que conservan1 as lar-
tensores .>:i guras do arco (veja Figs. 19-90, 19-1 IF e 19-200)
Contensores Fixos - O tipo mais comum de contensrn Va11tage11, e De_, 1'a111age11s - As vantagens dos conten-
fixo é un1 fio contorneado para se encaixar nas supcrfi- sores fixos são que eles são eficazes e não dependen1 da
cies linguais dos incisivos in!Criorcs e colados nos cani- cooperação do paciente. A principal desvantagen1 é que
nos inferiores (Fig 19-:24) O fio deve ser colocado a unia interfCre no uso do fio dental e na n1anutenção de higiene
distância suficiente da borda incisai para conservar a bucal Os pacientes deve1n concordar con1 a lin1peza perió-
n1orfülogia do arco dentúrio ;\!é111 dos caninos. un1 ou dica dos dentes e do aparelho por uni higienista dental,
n1ais incisivos ta1nbé111 podetn ser colados. para o n1úxi- con10 un1 co111ponente necessário do trata,nento con1 con-
1110 de contenção Os contentores linguais fixos no arco tensores fixos O contentor fixo inf'erior de canino a cani-
inferior não i11terferen1 na oclusão. No entanto. un1 tres- no não deve ser inserido en1 pacientes con1 predisposição
passe horizontal suficiente é nccessúrio para a inserção de a cálculo dentúrio . O dentista deve exan1inar periodica-
fios colados nas superl1cies linguais dos incisivos supe- n1ente os pacientes co1n contensores fixos para controlar
riores, de fortna que o contcnsor fixo não interfira na o seu desen1penho nas prúticas de higiene Os contensores
oclusão dos dentes anteriores inferiores fixos pode111 se soltar quando a colagen1 fhlha O paciente
No arco superior. os contentores fixos cotn fio cola- deve buscar o dentista para a recon!'ecção ou a recin1en-
do são Ji·eqUcntcn1ente usados para 111anter 10chado os tação da contensão
diastcn1as entre os incisivos ce1Hrais superiores ( veja F igs
19-180 e 19-24;\) (:sses contensores ta111bé111 são usados RESUMO
para conservar os incisivos centrais superiores que solh~-
ran1 rotação grave ou n1au alinhan1ento antes do trata1nento Este capítulo rcsun1iu as difCrentes 111ús oclusões Classe I
Outros contensorcs lixos inclucn1 os arcos linguais que poden1 ser encontradas pelos prolissionais O o~jeti-
nü1a111e11to do.\ Proh/e11UI\ de Cia,\e I \'e111 Exlra(âo. P, incípio, de C'o1{/"i:c(iio do,
:/parelho, C,wfrUlO 19 323
Peter Spalding
TERMOS .. CHAVE
324
Tlula111e1110 dus Alá, Ocluw)e\ de ChH,e ff G\PiTLILO 20 325
A B
Fig, 20-1 ,\, A relaçi1o oclusal üntero-posterior entre os primeiros molares permanentes. que tói detinida por
Edward Angle como a cúspide mesiovcstibular do primeiro molar superi(ires llduindo com o suko vestibular do
primeiro molar inkrior Css,1 rdaçi1o odusal earacteriza a oelusüo normal e a rnü odusüo Classe J B. A mú oelusüo
Classe li. ou odu~üo distal. ê carneterizada pela relação llntcro-posterior dos primeiros molares infcrior.:s distal ú
oclusüo normal ~Hl u mú oelusilo C!usse I
111enos i1nporlantes e111 virtude da an1pla necessidade do ordenada de caracterizar as n1ús oclusões e a sua aceita-
tratan1ento restaurador para controlar os a!ar111antes pro- ção universal pela Odontologia füi uni teste1nunho de sua
ble111as dentários e periodontais. Depois da grande evolu- sin1plicidade prática Essa aceitação pennitiu a análise
ção das técnicas de restauração dentária durante o século epiden1io!ógica da n1á oclusão pela prin1eira vez Apesar
XIX, já não soava 1nais fi . ívolo considerar as posições ll111- da i1nportante colaboração de Angle, ficou claro durante a
cionais e estéticas dos dentes que estavan1 sendo salvos pri111eira parte do século XX que o seu sistcn1a de classifi-
En1 1899, a experiência de Ed,vard Angle en1 prótese cação era inadequado para caracterizar a variedade de 111a-
e o seu ávido interesse pela oclusão dentária levaran1 esse n i festações da 1ná oclusão, apresentadas pelas discrepân-
dentista nortc-an1cricano a publicar un1 artigo intitulado A cias esqui.::lt!:ticas e dentárias nos três planos de espaço
C/as.sffic:açao ela Alá Oclu.\c7o. Ele se tornou parte da quinta Todavia, o uso da classificação básica de Angle sobreviveu
edição do seu livro de Ortodontia. no qual descrevia três ao século A sua definição de ocltHc1o clislal, denon1inada
classes de n1á oclusão, co111 base na relação oclusal ântero- clistoc/usao por Bcnno Lischer e1n 1912, fOi adotada con10
posterior dos prin1eiros 1nolares pennanentcs A neutro- unia descrição da n1á oclusão e tan1bé1n foi usada para
oclusão. ou 111á oclusão ('lasse I. era caracterizada pelas estabelecer un1 siste,na internacional de classificação
cúspides 111esiovestibulares dos 111olares superiores ocluindo ortodôntica no inicio da década de 70, pela Organização
con1 os sulcos vestibulares dos 111olares inreriores (Fig Mundial de Saude e a Federação Odontológica Internacio-
20-1 A). A segunda classe de 1ná oclusão (n1á oclusão Clas- nal I Essa descrição da n1á oclusão continua sendo incor-
se II, ou distoclusão) fOi usada para descrever a condição pontda nas pesquisas epide111iol6gicas até hoje
en1 que os prin1eiros n1o!ares inferiores ocluia111 distal à
relação norn1al co111 os prin1eiros n1olares superiores (veja
Fig 20-1 B) Angle tan1bé111 diferenciou as 111ás oclusões
da Classe II entre a Divisão 1. na qual os incisivos supe-
PREVALÊNCIA DA MÁ OCLUSÃO DE
riores estão protraidos, e na Divisão 2. na qual os incisi- CLASSE II NA POPULAÇÃO
vos superiores estão inclinados para lingual. Por fin1. ele
descreveu un1a subdivisão de cada tuna dessas divisões, Estudos Epidemiológicos Americanos
na qual a oclusão distal é unilateral, con1 o lado oposto
exibindo a relação norn1al ( veja Cap 8) Con1 base nos inún1eros casos que exa111inou. Angle~ su-
A classificação de Angle representa a prin1eira fon11a geriu no seu livro que u111a esti1nativa de 27o/t1 das 111ás
326 SrÇ,\O IV Tratcunento e c·o11sideraçôes TerapiJutica\·
oclusões poderian1 ser classificadas con10 pertencentes à gicos n1ais abundantes !Oran1 produzidos no norte da Eu-
Classe li. Desde então, inú,neros esfürços foran1 feitos ropa, particu!arn1cnte na Escandinávia e nas Ilhas Britüni-
para detenninar a prevalência das 111ás oclusões Classe li cas. e isso se deve en1 parte aos siste111as de saúde bcn1-
En1bora diversas tentativas tenha111 sido feitas para esti- desenvolvidos e socializados dessas regiões As pesquisas
n1ar a prevalência da 111á oclusão nos Estados Unidos, o realizadas na Finlândia, Suécia e Dina,narca de1nonstra1n
pri111eiro estudo epide111iológico nacional da n1á oclusão t1111a prevalência da oclusão n1olar dista! con1parávcl co1n
fCz parte da National 1-Iealth and Nutrition Exa111ination a da população norte-an1ericana. 12 •1·1 As pesquisas brittini-
Survey (NHANES 1), realizada na década de 60 pelo Public cas revelaran1 tuna prevalência setnelhante na sua popula-
Health Service ofthe U S Department ofHealth, Edueation ção 15 11' E111bora dados n1ais lin1itados esteja111 disponíveís
and Welfflre (Se1viço ele Saúde Pública cio Departan1e11to na Europa continental. as pesquisas ale111ãs e fh.111cesas
1
1Vo1 te-a111erica110 ele Saúde. EclucaçClo e Be111-estc11 ') .3 · Esse den1onstran1 que a prevalência da n1á oclusão c·1assc li
estudo exa,ninou urna a,nostra de aproxín1adan1ente 23 não é diferente daquela observada na Escandinávia e nas
n1ilhões de crianças norte-a111ericanas entre 6 e 17 anos de Ilhas Britânicas.li 18
idade. Por cerca de 30 anos, os seus dados fora111 as úni- A prevalência da n1á oclusão (:lasse li na população
cas infonnações confiáveis que os dentistas possuían1 e111 caucasiana do norte da África parece se111elhante à da Eu-
relação à prevalência da 111á oclusão nos Estados Unidos. ropa 1"· 21 No entanto, as populações sub-Saara, fünnadas
Felizn1ente, tuna segunda pesquisa epiden1iológica federal principal111ente por negros africanos. de111onstran1 di111i-
(NHANES Ili), projetada para representar 150 milhões de nuição drástica na prevalência da 111á oclusão c·iassc IL
cidadãos norte-a111ericanos, foi concluída e111 1991 Ela geraln1ente entre I e l Q1Yii _22·2 7
expandiu a a111plitude da a111ostra prévia, incluindo os adultos Nas populações árabes nativas do Oriente Médio, a
( 18 a 50 anos de idade) e a subcategoria racial dos mexi- prevalência da n1á oclusão Classe li parece ser de aproxi-
canos-a111ericanos, aos previa111ente designados brancos e n1adan1ente 10 a l5 1Yii, intennediária entre as populru;ões
negros não-hispânicos (veja Cap 8) . 5 "'caucasiana" européias e as populações negras da Á!'rica
En1bora as 111ás oclusões reveladas por an1bos os es- sub-Saara2H 2'1 En1bora poucos dados sobre a preval~ncia
tudos fosse111 derivadas de caracteristicas unican1ente da ,ná oclusão estejan1 disponiveis na Ásia central. as pes-
dentárias e houvesse pequenas diferenças nos seus resul- quisas realizadas no leste e sudeste da Ásia de111onstran1
tados. elas concluira111 que a 111á oclusão ('.lasse II é co- unia prevalência da 111á oclusão (:lasse !1 considenl\ e\-
111un1, representando aproxi111ada111ente 20º1i) da população 111ente sen1elhante à observada no Oriente Médio e inlCrior
norte-an1ericana. A prevalência parece diininuir con1 a ida- à das populações européias e norte-an1ericana. Jo ..;.-i
de, afetando cerca de 25 a 3ocyº das crianças na dentadura As populações hon1ogêneas nativas do Sul do Pacílico
n1ista, 20 a 25<y;> de crianças na dentadura pennanente jo- tên1 unia baixa prevalência de 1ná oclusão c·1asse 11. de
ven1 e 15 a 20o/o da população adulta. Os dados não apóian1 aproxin1ada1nente O a 51Xi. exceto quando hú unia 111istura
diferenças significativas entre os sexos nen1 passiveis di- de herança con1 as populações asiáticas e européias.3·1·-; 7
fCrenças raciais ou étnicas nos Estados Unidos Esse fCnôn1eno é bastanle evidente no continente da 1\us-
Estudos epide111io!ógicos 111enores, locais e regionais, trúlia, onde a n1aioria da população, principaln1ente de ofi-
da 111á oclusão, realizados nos Estados Unidos, indican1 ge111 européia, ten1 tuna prevalência de n1á oclusão Classe
que a n1á oclusão ('lasse II ocorre, co111 freqüência, duas II sen1elhante à dos europeus,J~ 3'1 enquanto a população
vezes 111ais nos brancos do que nos negros. 6 ·'1 E111bora a aborígine nativa ten1 unia prevalência inferior a 1<1<, ·111
NHANES I n1ais abrangente tenha apoiado essa diferença A prevalência da n1á oclusão Classe II na An1érica
racial, a NHANES Ili pareceu indicar o oposto. Os unicos Latina parece estar entre 1Oe 15'1<> (con1parável à do Oriente
dados referentes aos "latinos" (111exicanos-a111ericanos) ivlédío e da Ásia) 41 •44 No entanto, unia pesquisa den1011s-
fünun oblidos da segunda pesquisa, en1 que a prevalência trou unia prevalência n1uito n1ais alta de 111á oclusão C las-
geral das 111ás oclusões Classe II é sen1elhante à dos ne- se II. se1nelhante à das populações norte-an1ericana e eu-
gros, n1as a expressão n1ais grave dessa 1ná oclusão é ropéias, na área elnican1ente diversa do sul do Brasil ·1'
n1ais rara no grupo de latinos Vale notar que as poucas É surpreendente notar con10 poucos indivíduos têtn
tentativas de avaliar a n1á oclusão nas populações de ín- n1á oclusão Classe II nas populações 111ais isoladas de ori-
dios nativos an1ericanos detnonstrara1n un1a prevalência gen1 An1erindia. A prevalência nesses grupos étnicos ho-
muito menor (5 a 10%) de más oclusões Classe li nesses n1ogêneos varia entre O e 5o/o. 384 r,..i<J Os an1ericanos nativos
grupos w i i dos Eslados Unidos continental e do sul do Canadú pa~
recein ter unia prevalência da n1á oclusão de Classe 11 ( 1O
Estudos Epidemiológicos Internacionais a l5 1Yo) un1 tanto elevada, con1parados co1n as populações
An1erindias n1ais isoladas do I-le111isfério Ocidental Essa
As pesquisas realizadas fora dos Estados Unidos, embora prevalência alta, no entanto, parece dirninuir quando a hi.:~
não tenha sido tão extensas quanto os estudos NHANES, rança indigena é n1ais preservada. 1050
tan1bén1 oferecen1 u111a análise das variações rnundiais na Dados adicionais são necessários para fazer afirn1ações
prevalência da tná oclusão Classe II Os dados epide1nioló- conclusivas e111 relação às diferenças n1undiais na prcva-
Tiata111e1110 dtn A/ch Ocltnôe.\ de Cltnse 11 (~\PÍTULO 20 327
lência das 1nás oclusões Classe ll No entanto, os estudos Protrusão Dentária Superior - A protrusão dentária
epide1niológicos internacionais realizados até a data suge- superior pode ser confundida con1 o excesso n1axilar ân-
re111 que parece haver u1na prevalência de 20o/ii da n1á lero-posterior ou a piotrusào da füce n1édia. E1nbora a,nbas
oclusão de Classe II na A1nérica do Norte, Europa e norte as condições s~ja111 caracterizadas pela convexidade fücial,
da África Na An1érica Latina (incluindo o ivléxico e a a protrusão dentária superior não é uni problen1a esque-
América do Sul), no Ocidente Médio e na Ásia parece lélico, n1as sin1 dentoalveolar, e é li1nitada ao arco dentário
haver tuna prevalência inferior, de 1O a 15cy;, As popula- superior A aparência fücial do excesso n1axilar ântero-
ções negras da Áfiica sub-Saara tên1 u1na prevalência ain- posterior é a protrusào de toda a face 1nédia, enquanto a
da n1cnor, de aproxin1adan1ente l a 1O(Yc>. Os An1eríndios protrusão dentária superior afeta apenas os lábios. O tres-
hon1ogêneos, os habitantes das Ilhas do Pacífico e outros passe horizontal excessivo é un1a característica confiável
grupos indígenas tên1 a prevalência 111ais baixa de n1á desta 111á oclusão dentária e pode haver espaça1nento su-
oclusão C'lasse li (O a 5cy;,) perior generalizado associado aos incisivos superiores pro-
truidos . A n1andibula e os dentes inferiores estão en1 un1a
posição ântero-posterior nonnal,
TIPOS DE MÁS OCLUSÕES CLASSE li O diagnóstico cefhlon1étrico da protrusão dentária su-
perior exibe tuna relação esquelética ântero-posterior e ver-
Características Gerais tical nonnais, caracterizadas pelos ângulos ANB, SNA e
SNB; diferença A-8 projetada no plano oclusal; a posição
Durante o século XX. a descrição original de Angle para a ântero-posterior horizontal verdadeira de A e B en1 relação
1ná oclusão Classe II füi expandida por outros autores, a à perpendicular no násio; e n1edidas lineares da n1axila e da
fin1 de incluir as relações oclusais de pré-111olares e cani- n1andibula Os incisivos inferiores estarão en1 tuna posi-
nos Isso se tornou necessário por causa da Iin1itação de ção ântero-posterior nonnal e1n relação à linha NB, ao pla-
se descrever apenas a relação 1nolar, que não fornecia urna no n1andibu!ar e ao plano horizontal de Frankfurt O des-
caracterização n1ais con1pleta das discrepâncias oclusais vio dos valores norn1ais será encontrado nos incisivos su-
ântero-posteriores. É possível encontrar individuas con1 periores, que estarão vestibularizados en1 relação às linhas
relação n1olar Classe I e relação canino Classe II. na qual o NA, SN e horizontal de Frankfurt
trespasse horizontal aun1entado é causado pelo espa-
ça1ncnto e protrusão dos dentes superio1es. 1a1nbé111 é Mesialização dos Primeiros Molares Perma-
possível encontrar unia relação 111o!ar ('lasse II associada nentes Superiores - A irrupção normal dos dentes
a urna relação canino Classe I e trespasse horizontal nor- pennanentes depende da posição nonnal e da integridade
1nal, causado por apinha111ento ou perda dos dentes supe- dos dentes deciduos. A ausência congênita ou a perda dos
riores n1esiais aos prin1eiros 1nolares Tornou-se claro que dentes decíduos antes da esfüliação nonnal pode pertur-
a abordage1n original de Angle, n1uito sin1pliticada, era ina- bar a irrupção nonnal dos dentes pern1anentes Isso ocor-
dequada para descrever a diversidade da 111á oclusão ('las- re particulannente na perda pren1atura dos dentes poste-
se II decorrente de origens esqueléticas e dentárias, A in- riores deciduos. A n1igração dos prin1eiros n1olares per-
trodução das radiografias cefalon1étricas padronizadas, 1nanentes para 111esial e oclusal ocorre se houver perda do
e o seu uso dissen1inado na Ortodontia clinica durante a contato proxirnal n1esial con1 os segundos 111o!ares decí-
segunda n1etade do século XX, pennitiu tnna análise n1ais duos, decorrente de ausência congênita, extração, cáries
profunda das características dentárias e esqueléticas que dentárias ou anquilose A 111igração 111esial é n1ais pronun-
possan1 ser associadas aos indivíduos portadores de 1nás ciada se houver fhlta de contato proxin1al no arco supe-
oclusões Classe li rior. ou se a perda ocorreu antes da irrupção clínica do
prin1eiro 1nolar pennanente. 51 A irrupção ectópica do mo~
lar, na qual a irrupção do prin1eiro 111olar pennanente cau-
Más Oclusões Classe li Dentária sa a reabsorção radicular pren1atura do segundo 1nolar
decíduo adjacente, tan1bé1n ocorre n1ais freqüenten1enle
E111bora a 111aioria das rnás oclusões Classe II sejan1 cau- no arco superior. 52
sadas por un1a discrepância ou defünnidade esquelética, é Nessas duas situações, quando não são tratadas, o pri-
possível ter un1a relação esquelética nonnal associada a rneiro n1olar pern1ancnte superior assun1e unia posição n1ais
unia n1á oclusão dentária Classe II Nessas condições, os n1esial, resultando en1 un1a relação n1olar de Classe lI, se o
n1olares superiores se n1overan1 para a frente 111ais do que arco inf'erior não für af'etado (Fig. 20-2) Essa relação
o nonnal durante o desenvolvi1nento dentário. enquanto dentária de Classe II pode ser uni ou bilateral e, se não
os 1nolares inferiores pern1anecera1n e111 tuna posição n1ais houver protrusão do incisivo, resultará un1 trespasse hori-
posterior e111 relação aos superiores, As causas dessas 111ás zontal nonnal con1 apinhan1ento do arco superior, causa-
oclusões dentárias Classe II podem ser subdivididas en1 do pela perda de espaço no perin1etro do arco.
dois grupos ( 1) protrusão dentária superior e (2) me- Para a oclusão norn1al dos dentes pennanentes, o ta-
sialização dos prin1eiros 111olares superiores pern1anentes n1anho dos dentes superiores deve ser proporcional ao dos
328 Su;Ao IV n·ura111e1uo <: Co11\ide1"oçDe.\ Terapêutica\
A B
Fig. 20-2 A e B. i\·ksializ,u;ão do primeiro molar permanente superior direito, após a perda prernaltlra do segundo
molar Jcdduo superior dirci!ti C. Isso geralmente resulta em um:1 n:lação dt: Classe ![ entre os molares permanentes
inferiores U1na discrep:1ncia no ta1nanho dentário. cau- quenos e111 proporção aos inferiores . É con1un1, no entanto,
sada por dentes superiores pennancntes n1enores ou au- apresentar dentes individuais con1 deficiência no tan1anho;
sentes, resulta e111 tuna deficiência de n1assa denlúria su- os n1ais freqüenten1ente afetados são os segundos pré-
perior. E111 un1 paciente con1 relação esquelética e trespas- n1olares e os incisivos laterais superiores. Se os incisivos
se horizontal nonnais, esse proble111a geraln1ente é repre- laterais fore111 pequenos, a deficiência no tan1anho dentúrio
sentado por espaçatnento superior. No entanto, ta111bén1 é é geralinente caracterizada pelo espaçan1ento dos incisivos
passive! que os ,nolares pennanentes superiores sofran1 Se os segundos pré-111olares fore111 pequenos, a sua proxi-
111igração para fi-ente, entrando e111 unia relação de c·Jasse 111idade co111 os prirneiros n1olares pennanentes ffeqüen-
[I, e que o espaçan1ento interdentário s~ja 1nínin10 te111ente resulta en1 111na relação 111olar de Classe [I
Con1 exceção dos terceiros 111olares. os dentes per- Mesn10 que os dentes superiores e inferiores tenhan1
111anentes que n1ais con111111ente são pequenos ou cogenita- tan1anhos proporcionais, é possível encontrar dentes des-
111ente ausentes são os segundos pré-1110\ares infCriores, locados ou i111pactados con10 resultado do apinhan1ento
seguidos dos incisivos laterais superiores e dos segundos superior ou de problernas irruptivos. Un1a vez que os ca-
pré-inalares superiores. 53 5·1 E1n un1..1 relação esquelética nor- ninos e os segundos pré-n1olares superiores são os últi-
n1al con1 11111 arco inferior não afetado pela ausência con- n1os dentes a irron1per, o desloca1nento para füra do arco
gênita ou dentes pequenos, a ausência dos segundos pré- ou a in1pactação são con1uns e freqüenten1ente causados
n1olares superiores quase sen1pre resulta na ,nesialização pela presença de espaço inadequado no arco dentário. Se
dos prin1eiros 111olares superiores per111anentes para 11111a isso ocorrer e o arco inferior não for afetado por proble-
relação Classe II. Isso ocorre especialn1ente se houver a n1as irruptivos ou deslocan1ento dos dentes posteriores,
perda ou extração pren1atura dos segundos 111olares supe- poderá resu llar na 111igração dos 111olares superiores para
riores decíduos. 55 A ausência congênita dos incisivos late- 111esial e111 11111a relação de Classe II
rais superiores pennanentes pode resultar na 111esialização
dos caninos, n1as não ocorre n1esialização significante dos
dentes posteriores superiores, a 111enos que seja realizada Más oclusões Classe li Esquelética
a extração pren1atura dos dentes decíduos superiores
Não é co1nu111 ter unia deficiência generalizada no ta- En1bora historica1nente os ortodontístas tenhan1 aprecia-
rnanho dos dentes superiores, na qual todos eles são pe- do as relações entre 111orfblogia facial e 111á oclusão, a cefU~
(APínn.o 20 329
Fig . 20-3 ,\ Um paciente com dcliciCncia mandibular canu.:krizada pelo ramo e o i.:orpo mandibulares pequenos Hú
reduçüo na alturn tücial posterior Nesse cuso. a deficiCncia é grande o suficiente para causar a cvcrsüo do lúbio
inlCrior posieionadti lingualmc!11c <llls incisivos superiores. ímpe<lindo o sclamerHo labial em repouso
Co111i1111a
lo,netria forneceu un1 diagnóstico 1nais abrangente das ca- Deficiência Mandibular Causada por Tama·
racteristicas esqueléticas que alCta111 a oclusão. A classi!i- nho OU Posição - Uma Classe li esquelética, resultan-
cação original de Angle !'Oi a111pliada pela nova geração de te de urna n1andibula pequena ou retraída en1 relação à
ortodontistas, a fin1 de descrever as discrepâncias ou des- 111axi!a, é denon1inadn deJiciência 11u1J1dibular lndepen-
proporções esqueléticas ântero-posteriores da 111axila e denten1ente da deficiência n1andibu!ar ser absoluta (por
tnandibula As discrepâncias esqueléticas associadas às causa do tarnanho) ou relativa (devido à posição), a rela-
rnás oclusões ('.lasse li IOra1n denon1inadas C'/a\\C li e\que- ção dentária ântero-posterior resultante é gerahnente Clas-
/ética_ Esse tern10 indica que a n1ú oclusão ('lasse 1! é se li O paciente portador dessa condição geraln1ente apre-
aquela resultante da discrepância sngital cn1 tan1anho ou senta unia aparência fàcial caracterizada por uni ângulo
en1 posição das bases apicais. e não da n1á posição dos nasolabial nonnal, tuna protrusão relativa dos dentes an-
dentes en1 relação às bases apicais (rctrusão dos dentes teriores superiores e t1111a deficiência relativa do 111ento,
inferiores ou protrusão dos dentes superiores. ou an1bas) causada pelo tan1anho reduzido ou pela posição retraida
Essas Classe II esqueléticas são freqüente1nente as- da mandíbula (Fig . 20-3A). O lábio inferior tende a ser
sociadas às 111ás oclusões dentárias c·1asse II Con1u111ente. n1ais evertido, resultandq -~Dl, ..t!_I):\ _~L_1_l_ç9 _Jf!!ú_o1~1e1}to_ni~_1_1_0
unia certa compensação dcnhíria natural é observada na p_r_onunciado. Isso_ é resultad_o do contato dos incisivos _{'
presença de t1111a discrepância esquelética Essa co111- _suà~riorCS-Cõn; o lábi_O__ in_re~ior; que_ in1pe9e que ele seja,,
pensação tende a tornar a discrepância dentária n1enos grave spp9rt1JdO pl;l.9s _inctsjvq~ __ i~1_t~_ rior_es:.1. Se a deficiência for
do que a esquelética, e é exibida freqüente111ente através profunda o _s_uJic_ienl~! o lábio inferior será posicionado_
da protrusão dos incisivos infCriores e n1enos eon1un1ente par_ª !ii]gu.al_ en1__ re!açjio_aos in_c_i_ s.ivo_s superi()r~s_ ~n! repou-
con10 a retrusão dos incisivos superiores Outra con1pen- ~--.(!.áb._i9 __ ipf'eri.01:_e_y_er1idQ), o que resulta na incompetên-
sação tipica é o arco dentário superior n1ais estreito que o cia labial (ist_o é..a_ausência de sela1_11ery~o_l~Qi_al) (veja Fig
norn1al, porque está en1 oclusão con1 a parte n1ais estreita 20-3A) A con~~qiiê;;;,i; cl~sta posição labial em repouso é
do arco dentário inferior Essa con1pensação dentária trans- urna protrusão adicional dos incisivos superiores. Essa pos-
versa é caracterizada tan1bén1 pela rotação n1csiolingual tura labial tan1bén1 iinpede que o lábio inferior forneça su-
dos prin1eiros n1olares superiores porte vertical adequado para os incisivos superiores, fa-
As n1ás oclusões Classe 11 esqueléticas podcn1 ser sub~ vorecendo a extrusão excessiva dos incisivos
divididas convenienten1ente entre as que con1preenden1 de- O diagnóstico da deficiência n1andibular na análise
ficiência 111andibular ou prognatisn10 111axilar cefh!on1étrica é exibida con10 t1111a rotação da 111andibula
330 SEr,Ao IV Ti ata,nento e Co11\·ide1arac, Terapê111hu,
Fig. 20-.3, continuação. B, Uma pU!.:it:ntc com dc!iciência mandibular limitada principalmcntc ao corpo mundibu-
lur. com ramo mandibular de tamanho normal Isto geralmente rc:.ulta crn uma altura fociul posterior normal, com
redução nu altura facial antcri(1r c um plano mandibular menos inclinado. C. Uma paciente com dc!iciênciu mandi-
bular curactcrizuda pela retrusilo de uma mandibti!u de tuman!w norma! O :ingulo da base craniana cstú aumentado,
resultando cm uma posiçfio mais ptistcrior da mandíbula
para baixo e para trás, causada pelo ta1nanho reduzido do O trespasse horizontal excessivo é a característica usa-
ramo e do corpo mandibulares (veja Fig 20-3A) Tal rela- da por Angle para distinguir a ('.lasse l l Divisão 1 O tres-
ção freqüente1nente resulta e1n altura fílcial posterior re- passe horizontal pode tornar-se 111aior se a discrepância
duzida, ângulo n1ais inclinado do plano rnandibular. au- ântero-posterior entre os dentes superiores e inferiores for
1nento no ângulo ANB, ângulo SNA nonnal co1n din1inui- grande o suficiente para lazer con1 que o lábio infCrior seja
ção no ângulo SNB, aun1ento no ângulo de convexidade e posicionado linguahnente aos incisivos superiores, au,nen-
trespasse horizontal aun1entado. Tan1bén1 existe 11111a dife- tando sua protmsão (veja Fig 20-3A) O trespasse hori-
rença A-8 n1aior, retratada con10 uni valor positivo 1naior zontal aun1entado in1pede a oclusão entre os incisivos supe-
na análise de WITS. Outra caracteristica cef8lon1étrica é riores e inferiores, podendo resultar na extrusão excessiva
unia posição norn1al do ponto A, con1 unia posição poste- co111 sobre111ordida profunda É con1un1, en1 unia deficiên-
rior do ponto B en1 relação à perpendicular ao násio cia 111andibular grave, ter 111na con1pensação dentária para
li uh111u!nlo da, .\lei, (h. /11,àc, de ( lu, \l' JJ (,\PÍ11Jl.O 20 331
a discrepância esquelélica, rL'prcsentada na celülon1etria xilar ta1nbén1 pode se apresentar con10 excesso geral. no
pela protrusão dos incisivos inferiores (au,nento na an- qual os dentes anteriores e posteriores superiores estão
gulação dos incisivos infCriores e111 relação ao plano 1nan- cxtruidos (veja Fig. 20-48) . Nessa condição. não haverá
dibular, à linha N-8 e din1inuição da angulação en1 relação 1nordida aberta anterior. 111as poderá oconer a exibição
ao plano oclusal ou ao plano horizontal de Franklürt) vertical excessiva dos incisivos supcriori:s en1 relação ao
Outra variação da deficiência 111andibu!ar é aquela en1 lábio superior c111 repouso, assi111 con10 o sorriso gengival
que o corpo nutndihular é 111enor e o ra1no rnandihular (exposição excessiva da gengiva durante o sorriso)_ Nes-
tc1n con1prin1ento nonnal ou exagerado (v~ja Fig. 20-38) sas duas situações de excesso vertical 1naxilac a 111andi-
Isso geraln1ente aparece na ceffllo1netria con10 unia altu- bula é rotacionada para baixo e para trús (o lenno rotação
ra facial posterior nonnal ou exagerada e u1n plano 111an- cn1 sentido horúr io é freqüenten1ente usado). resultando
dibular 111enos inclinado A avaliação !inenr do con1pri111ento en1 1nna relação esquelética ('lasse II
n1andibular. n1edida desde o Ar até o Gn ou o Pog, pode No excesso vertical n1axi!ar. a 111andibula pode ter ta-
parecer norn1al por causa de unia projeção óssea excessi- tnanho nonnal. n1as se cnconln.H en1 u1na posição de
va do 111ento Essa projeção do 1nento pode ser grande o retrusão, por causa do des!oca1nento da n1axila para bai-
suficiente para 111ascarar a aparência lücial de deficiência xo A apar0ncia ll1cial de uni individuo portador dessa de-
n1andibular. 111as ainda pode deixar tuna l~lita de suporte fonnidade esquelética pode não ser dilCrente da deficiên-
para o lábio inferior Esses indivíduos lipican1ente apre- cia 111andibular, quando vista por olhos neófitos No en-
sentan1 unia altura facial anterior reduzida, resultando tanto, a aparência fflcial fi·eqüente1nente inclui uni nariz
freqüente1nente nun1a posição n1ais evcrtida dos lábios en1 estreito co1n o dorso proen1inentc e bases alares estreitas
repouso Esse tipo de deficiência 111andibular é freqüen- Gerahnentc. a altura fi1cial anlerior é 111aior. con1 uni ângu-
ten1ente associada a unia sobre111ordida profunda. con1 os lo nasolabial norn1al ou obtuso. Co1no ocorre na deficiên-
incisivos superiores inclinados para linguaL din1inuindo o cia 111andibular. haverú redução relativa cio 111ento e pro-
trespasse horizontal e 111ascaranclo tan1bén1 a discrepância trusão relaliva dos incisivos superiores. devido à discre-
dentúria ântero-posterior (veja Fig 20-38) . A inclinação püncia esquelética sagital.. f\ inco111petência labial. ou a au-
lingual dos incisivos superiores e o trespasse horizontal sência de sc[an1ento labial en1 repouso, é ainda 1nais co-
reduzido são as características que distinguen1 a c·Jasse li 11111111 no excesso vertical 111axilar do que na deficiência
[Jivisão 2 En1bora ninda exista unia crença c1npírica de 111andihulur. porque a altura vertical au1nentada cio terço
que há diJCrenças esqueléticas e füciais distintas entre os inlCrior !~1z con1 que os lábios sejan1 separados vertical-
indivíduos portadores de n1ús oclusões c·Jasse 11 Divisões 111entL'. nun1cntando a interposição labial únlcro-posterior
I e 2. essas distinções nunca l"oran1 con1provadas S(, . .-~ causada pela rctrusão n1andibular (veja Fig 20-4)
Os indivíduos portadores de deficiência n1andibular Celldo1netrican1ent1..\ o excesso vertical n1axilar é sin1-
resultante da retrusão de unia 111andíbula con1 tan1unho bolizado por unia allura n1cial anterior aun1entada e por
norn1al con1partilhan1 das caracleristicas celülo111étricas un1 üngulo rnnis inclinado do plano 1nandibular Assiin co1110
de outros tipos de deficiência 111andibular. en1 relação aos ocorre na deficiência n1andibular, o excesso n1axi!ar vertical
pontos A e B con1parados con1 a Sela e o plano oclusal é gera\111cnte caracterizado por ângulo ANB aun1entado,
(v~ja Fig. 20-3(') O ângulo da base craniana, delínido ângulo SN1\ nonnal con1 di1ninuição no üngulo SNB, au-
pelos pontos Násio. Sela e Básio. é freqlienten1ente n1ais 111ento no ângulo de convexidade e trespasse horizontal
obtuso co1n a IOssa glenóide en1 unia posição relativan1en- au1nentado En1bora geraln1ente exista unia distância n1aior
te posterior As caracteristicas distintas serão o tan1anho entre os pontos A e B projetada no plano oclusal (WITS).
nonnal do ra1110 e do corpo 111andibulares, que geraln1ente essa clilCrença pode ser n1inin1izada pela inclinação cio plano
resulta en1 un1 co111prin1ento n1andibular üntero-posterio1 oc\usal Quando projetada en1 tuna linha horizontal verda-
linear e unia altura lücial inferior norn1ais. apesar da dis- deira. a discrepúncia esquelética ântero-posterior torna-se
crepância ântel'o-posterior entre a 111axiln e a 111andibula 1nais evidente . Assin1 con10 na deficiência 111andibular. o
ponto A aparece e111 u111a posição ántero-posterior norn1al
Excesso Maxilar O excesso n1axilar freqüente1nenle e o ponto B surge e111 u1na posição posterior en1 relação à
pode ser a causa esquelética de unia nui oclusão c·lasse II perpendicular passando pelo Násio A discrepúncia sagital
Ele pode se apresentar con10 uni descnvolvin1ento exces- geraln1ente resulta en1 u111a con1pensação dentária. con1
sivo da din1cnsão vertical ou sagital. ou t1111bas. No caso protrusão do incisivo infCrior se111elhante à condição de
de 11111 excesso vertical n1axilar, pode ser localizado n1ais deficiência 111andibular No entanto. o con1prin1ento n1an-
na área posterior. associado ao fr1to dos dentes posteriores dibular üntero-posterior pode parecer norn1al, con1parado
superiores se encontraren1 en1 tuna posição inferior. co111 con1 o n1axilar As características cefülon1étricas 111ais dis-
a posição nonnal vertical dos incisivos (Fig 20-41-\) Essa tintas do excesso vertical 111axilar oco1Ten1 no plano verti-
condição é gerahnente associada a 11111a 111ordida aberta cal e incluen1 a altura ü1cial anterior aun1entada, 11111 ângu-
anterior, poré1n con1 tuna exibição vertical nonnal dos in- lo 1nais inclinado do plano 1nandibular e a posição n1ais
cisivos superiores en1 relação ao lábio superior. tanto e1n inferior dos n1olares superiores en1 relação ao plano pa-
repouso quanto durante o sorriso O excesso vertical 111a- latino Se o excesso vertical incluir a parte anterior da
332 StÇ,\o IV Ti ata111e1110 e C011,idera~·()e\ Tc1apê11tic,n-
Fig, 20~-I A. Uma paciente com excesso n:rtii.:a! maxilar posterior. Embora exista aumento da altura facial anterior,
inclinaçfio cxccssiva do plano mandibular e os lübios cstfio entreabertos. existe uma exibição \'Crtical normal dos
incisivos superiores i.:m n::rouso e durante (l sorriso !ssu é cornumcnte ass11ciado a uma mnrdida ;iberta anterior B,
Um paciente C(ltn exi.:csso n:niea! maxilar 101al :\ altura focial anterior aumentada o plan(1 rnandibu!ar inclinado
e os Júbios inc(1mpctcntcs sfio carat.:tcristil:as t:111 t.:omum i.:11m o Cc\Ct.:s:,;o vertical maxilar posterior No entanto, o
excesso vertical ;idii.:inna! da p;irte anterior da maxila rt.:su!ta cm exihiçfio cxi.:t!ssiva dos incisivos superiores, cm
repouso e durante (l sorriso ,\ mordida aber!a anterior geralmente n.io é uma earaeterístiea dessa eondiçilo
111axila, os incisivos superiores tan1bé1n irão se encontrar lética facial co111 un1a posição ântero-posterior norn1al da
etn unia posição n1ais infCrior en1 relação ao plano palatino 1nandibu!a. o excesso 111axilar :.intera-posterior é caracteri-
(vc,ja Fig. 20-48) zado pela protrusão de toda a ftlce n1édia, incluindo o nariz
É possível, en1bora seja n1enos co111u111. ter o excesso e a área inll'a-orbitúria e tan1bén1 o lábio superior (Fig 20-
tnaxilar na di111ensão ântero-posterior. ou protrusão do SA). As caracteristicas cef'a!o111étricas do excesso n1axi-
terço médio. A aparência lilcial dessa defonnidade pode lar sagital. assin1 con10 ocorre en1 todas as relações esque-
ser confundida con1 a protrusão dos dentes superiores léticas de c·Jasse li. nor111aln1ente incluen1 au,nento no ân-
E1nbora a1nbas as condições cxiban1 convexidade csquc- gulo ANB e na difCrcnça 1\-B pr0jetada no plano oclusal
Ti ah111u:1/lo do\ Ahh C)l luw)u\ de ( la.\ ,e 11 CAPÍTULO 20 333
Fig, 20-5 A. P,1t.:ie111e com e:,;cesso maxilar .intern-posti.::rior Essa condição ê carncterizadu pel,1 protrusão do terço
médio, com a mandihula em ptisição 1.: !amanho normal B Paciente portadnr de urna cornbirwção de deficiência
mandibular e exc1:sso \ cr!ic;il nwxi!ar
(análise Wits) e en1 relação ú linha horizontal verdadeira. ccssivo é geralinente associado à superextrusão dos inci-
assi1n con10 a convexidade E1cial acentuada Alén1 disso. sivos inferiores e ú sobren1ordida profunda Se a protrusão
no entanto, o ângulo SN;\ tan1bé1n estú au111cntado. En1 do terço n1édio IOr severa, o lúbio inferior poderá cu1nprir
contraste con1 a deficiência 1nandibular. o úngulo SNB é uni papel sen1elhante ao que te1n na deficiência n1andibu-
norn1al, o ponto A é anterior e o ponto B é nonnal cn1 lar grave. con1 sua posição língua! aos incisivos superiores
relação à perpendicular passando pelo Núsio O con1pri- au1nentando a protrusão e a superextrusão_ É in1portante
1nento n1axilar ântcro-posterior estú au111cntado. enquanto que o dentista !en1bre que. na interpretação nu1nérica das
o mandibular está geraln1ente nonnal ('01110 ocorre con1 111edidas cefhlon1étricas. o aun1ento da inclinação da base
outros tipos de relações esqueléticas Classe li. en1 geral craniana anterior ou uni deslocan1ento anterior do Násio
há u111a co111pensação dcntúria ántero-postcrior. co1n poden1 influenciar a n1agnitude desses ângulos_ Portanto,
protrusão do incisivo infCrior. e con1pcnsa~ão dentúria tais variações anatôn1icas dcve111 ser consideradas durante
transversa con1 atresia 111axilar O trespasse horizontal ex- as interpretações celülon1étricas
334 SECt\O IV T,ara111e1110 e Có,nideraçàes Terapêutica\
cisivo na Ortodontia. na década de 40 Isso renovou o interativa e produtiva. estabelecendo unia atn1osfCra n1ais
entusiasn10 pelo tratan1ento das 111ás oclusões Classe li receptiva às diversas abordagens do tratan1ento orto-
con1 extração dôntico
Quase na 111es1na época, o ceff1lostato lateral padroni- Alén1 da 111odificação do crescin1ento, as técnicas de
zado, tuna invenção que havia recebido atenção lin1itada cirurgia ortognática se transfon11an.1n1 en1 un1 con1ponen-
desde sua criação e111 1931, con1eçou a ser usado para te in1portante do tratan1ento da Classe li esquelética. Es-
avaliar o crescin1ento e a influência do tratan1ento na face sas técnicas Jüra111 desenvolvidas original111ente na Euro-
e na oclusão. E1n pri111eiro lugar. as avaliações cefalon1é- pa e aperf'eiçoadas nos Estados Unidos durante as décadas
tricas longitudinais parecian1 conlirn1ar a crença, prevalente de 60 e 70 1-f~jc cxiste111 111étodos cirúrgicos que pen11i-
na época, de que 111udanças esqueléticas signilícativas não ten1 o tratan1ento do proble111a esquelético en1 sua origen1
eran1 possíveis co1n o trata1nento ortopédico facial Isso real, corrigindo a discrepância ou a desproporção esque-
ocorria porque as frHças intrabucais aplicadas pelos elásti- lética especifica
cos Classe li eran1 o único trata111ento que estava sendo
usado para a correção da ('lasse II. por causa da duradou-
ra influência de Angle e da tradição clínica dos 50 anos ABORDAGENS VIGENTES DE
passados. Foi necessária a inovação do ortodontista nor- TRATAMENTO DAS MÁS OCLUSÕES
te-an1ericano Silas l(loehni,2 para reintroduzir a tOrça ex- CLASSE li DENTÁRIAS
trabucaL con1 tração cervical, para o tratan1ento das rela-
ções esqueléticas de c·1asse II Assin1 con10 as radiogra- A 1ná oclusão ('lasse li 1nais co111un1 é aquela causada por
fias cefhlon1étricas laterais longitudinais eran1 usadas con10 u,na discrepância esquelética de Classe II A n1ú oclusão
evidência para refutar a suposição de que os elásticos Clas- c·Jasse 11 presente e1n un1 individuo con1 relação esquelética
se 11 produzia1n correção esquelética, foi un1 paradoxo nonnal é 1nenos li·eqücnte e causada pelo n1ovin1enlo n1esial
quando K.loehn utilizou a 111esn1a técnica radiográfica para dos n1olares superiores durante o desenvolvi1nento dentário,
de1nonstrar que a força extrabuca! produzia n1udanças en1 relação aos n1olares infCriores. Essa condição 1nenos
esqueléticas positivas, e tan1bén1 n1udanças dentoalveolares, con1un1 pode ser uni ou bilateral . Existe111 duas alternati-
na correção dos problen1as esqueléticos de Classe II.(,~ A vas para o tratan1ento das 111ús oclusões dentárias de Clas-
reintrodução de l(loehn esti1nulou o uso da força extrabucal se II: a abordagen1 sen1 extração, que envolve o 111ovi111en-
durante as duas décadas seguintes. co1110 o n1eio ortopé- to dos dentes superiores para dista!, e a abordagen1 con1
dico favorito de tratar as relações esqueléticas de Classe II extração, que pode ser uni ou bilateral
nos Estados Unidos Den1orou n1ais de 1neio século para
que a profissão voltasse a reconhecer o tratan1ento orto-
pédico dentolacial extrabucal Tratamento com Extração X
Nesse n1eio ten1po, os ortodontistas europeus seguian1 sem Extração
un1 can1inho diferente dos norte-an1ericanos, durante a pri-
111cira rnetade do século XX O tratan1ento europeu enn1- Se a relação dcntúria c·Jasse 11 Cor resultante da 1nesialização
tizava os aparelhos ren1ovíveis en1 vez dos fixos e a con- dos 111olares superiores pennanentes, causada pela perda
fiança nos efCitns esqueléticos do tratan1ento ortopédico pren1atura ou o tan1anho reduzido dos 1nolares superiores
fhcial persistiu durante todo o século. Diversos fatores decíduos, pode ser possível distalizar os 111olares superio-
a!'etaran1 essas circunstâncias A co111unicação através do res pennanentes a fin1 de obter unia relação nonnal ('!asse
Atlântico era lin1itada dentro da profissão ortodôntica, e as I e recuperar o espaço para os outros dentes pennanentes
duas Guerras ivtundiais iso!ara,n 111ais ainda os ortodontistas superiores O 111ovin1ento be111-sucedido dos rnolares para
europeus e norte-an1ericanos A escassez de n1etais preci- distal depende da severidade da n1igração 1nesial Se os
osos e o desenvolvi111ento de sisten1as de be1n-estar social 111olares estivere111 inclinados para a frente, as suas coroas
pode1n ter sido fatores in1portantcs no aun1ento da conlian- poden1 ser inclinadas para distal, utilizando-se a fürça ex-
ça dos europeus nos aparelhos ren1ovíveis6·1 trabucal aplicada nos n1o!ares ou unia fürça oriunda de
Foi apenas na década de 60 que os can1inhos distintos 111ola intrabucal e, aplicada con1 uni aparelho ren1ovlvel ou
seguidos pelos ortodontistas norte-a111ericanos e europeus fixo (veja Caps 13 e 19) Se as raízes e as coroas dos
co1neçaran1 a convergir As relações profissionais e pes- n1olares estiveren1 deslocadas para a frente, fi·eqüente111ente
soais entre os orlodontistas através do Atlântico floresce- por causa da perda dos segundos 111olares decíduos antes
nun, trazendo os aparelhos fl1ncionais para os EUA e le- da irrupção dos n1olares pennanentes. esse desafio será
vando os aparelhos lixos e o AEB para a Europa Desde n1uito n1ais dilicil para o profissional Essa circunstância
essa época, houve grandes 111elhoras na interação, colabo- requer uni 1novin1ento de corpo do n1olar para distal, que
ração e cooperação entre os orlodontistas de todo o ivt un- geraln1ente é possível apenas con1 o uso do AEB en1 te111-
do, através de cursos prolissionalizantes, sin1pósios inter- po integral Os aparelhos que liberam força intrabucal distal
nacionais e pesquisas e publicações coqjuntas. Isso levou nos n1olares dependen1 da ancoragen1 anterior para preve-
a tuna especialidade 111uito 111enos provinciana e 111uito n1ais nir o n1ovin1cnto dos dentes anteriores superiores para an-
336 SEÇ,\o IV Ti ara111e1110 e Co1Hidu1 arDe\ Tel'apêtuica,
lerior con10 un1 el'eito colateral Nornu1hnente, a 1nagnitu- dificar ll1voravelincnte o ta1nanho ou a posição dos n1axi-
de e a duração da fürça necessárias para o n1ovin1enlo de larcs C'erta1nente. seria ideal tratar apropriadan1cnte todos
corpo dos 111olares no sentido distal supt:!ran1 a ancorage1n os problcn1as esqueléticos de ('lasse II con1 n1odificação
anterior e resultr1111 en1 protração inaceitável dos incisivos do cresci111ento, pois in1pediria a necessidade de extrações
superiores ou cirurgia ortognática lnl~liz111ente, o paciente pode não
Unia abordagen1 111ais prútica do tratan1ento da n1á estar disposto a usar o aparelho ortopédico, pode ter pou-
oclusão dentária, caracterizada por 111o!arcs superioies con1 co crescin1ento fücia! füvorável rcn1anescente ou o pro-
coroas e raízes posicionadas para 111esial en1 u111a relação ble111a esquelético pode ser 111uito grave para que o orto-
de ('!asse IL é aceitar a relação 1no!ar e obter espaço para dontista consiga obter 11111 resultado aceitável ('0111 un1
os dentes superiores re1nanescentes através da extração enfoque nessas li111itações e1n potencial, o ortodontista deve
dos pri111eiros ou segundos pré-1nolares superiores selecionar a n1elhor alternativa de trata111ento. Basican1en-
te, três tipos de aparelhos ortoclônticos são usados para
n1odifícar o crescin1ento nas 111ús oclusões esqueléticas
Classe li Unilateral X Bilateral de Classe li: AEB, aparelhos funcionais e elásticos intern1a-
xilares
É possível que os ffltores que causan1 a relação dentária
de Classe II possan1 ocorrer apenas e111 uni dos lados do
arco, resultando e1n 11111 problen1a unilateral Se ele for Aparelhos de Força Extrabucal (AEB)
associado a linha ,nédia dentária coincidente con1 a linha
,nédia facial, a exodontia do pré-n1olar superior do lado Funciona1ncnto e l\.'lctas do Tratan1ento con1 r\EB O
afetado, a n1enos que ele jú esteja ausente, poderá ser AEB projetado para efCito ortopédico deve aplicar unia força
indicada para abrir espaço adequado para os dentes re111a- ortopédica cxtrabucal adequada para con1priniir as sutu-
nescentes. O problen1a unilateral de ('lasse 11 pode estar ras ,naxilares. 111odilicando o padrão da aposição óssea
associado a un1 desvio na linha 1nédin superior na direção nesses locais Etnbora as rorças ortopédicas extrnbucais
do lado afetado, causado pela perda ou o dcslocan1ento de posterior e superior sejan1 projetadas pril1cipaln1ente para
un1 pré-n1olar ou canino naquele lado O tratan1ento pode inibir o desenvolvin1cnto da 1naxila para anterior e inferior.
exigir a extração de un1 pré-n1ola1 superior no lado não elas tan1bén1 inibe1n a extrusão para ,ncsial e oclusa\ dos
afetado, para centralizar a linha 111édia superior na fhce Se dentes posteriores superiores. A 1neta do tratan1ento i que
u1n trespasse horizontal inadequado estiver presente, as essa restrição do cresci1nento n1axilar ocorra enquanto a
extrações inferiores tan1bé1n poderão ser nccessúrias nu1ndibula continua crescendo para a frente. nun1a quan~
tidade adequada para ··aJca1u;ar'' a n1axila. As forças preci~
sa111 ter 1nagnilude suficiente, ser aplicadas e111 direção
ABORDAGENS VIGENTES DE adequada e ter duração correta dentro do período do cres-
TRATAMENTO DAS MÁS OCLUSÕES cin1cnlo 1nandibular ativo para que o prognóstico do trata-
CLASSE li ESQUELÉTICAS 1nento seja positivo
E1nbora o AEB possa ser un1 aparelho eficaz no trata-
É iinportante que o profissional consiga difCrenciar os pro- n1ento de vúrios problc111as de c:Jasse IL a indicação ideal
blen1as ortodônticos causados por dentes 111al posicionados para o uso da !Orça extrabucal na correção das 1nás oclusões
e1n bases apicais ben1 proporcionadas dos proble,nas es- esqueléticas de Classe li é o excesso maxilar fintcro-
queléticos causados por unia desproporção no tan1anho postcrior U1na vez que o AEB é projetado para restringir
ou na posição dos 111axilares. En1bora s~ja conveniente que o crescin1ento n1.:1xilar anterior e interior, enquanto o cres-
o ortodontista trate proble1nas esqueléticos, o clinico ge- cin1ento de outras áreas progride, o excesso 111axilar üntcro-
ral deve ter uni bon1 conheci111ento das diferentes alterna- posterior (protrusão ,naxilar) parece ser o proble1na es-
tivas de tratan1ento. Essencial!nente. existen1 três opções quelético 111ais adequado para un1 trata1nento desse tipo
para o tratan1ento de qualquer problcn1a esquelético: 1110- Outra indicação ideal para o lratan1ento co111 o AEB. aco1n~
diticação no crescin1cnto. can1uflage1n dentúria e cirur- panhando o excesso n1axilar. seria a n1orfblogia n1andibu-
gia ortognática. Na criança e1n füse de cresci1ncnto, to- lar esquelética e dentária norn1al, porque a força extrabucal
das as três pode1n ser possíveis, enquanto no adullo ape- causa influCncia n1ínin1a sobre essas caractedsticas Por
nas as duas últin1as são praticúveis Jín1, a circunstüncia ideal para o uso do AEB é aquela c111
que existe un1 cresci111ento 111andibular ativo contínuo.
Modificação no Crescimento para as deslocando principaln1ente a n1andíbula para a frente e não
para baixo
Más Oclusões Classe li Esqueléticas
l ipos de r\EB ~ AEB é un1 ten110 genérico para un1 apa-
O objetivo da 111odificação no crescin1ento é alterar as re- relho usado para aplicar tuna força extrabucal direcionada
lações esqueléticas deficientes através das 1nudanças no posterionnente ú n1axila O AEB consiste e111 u1n disposi-
cresciinento facial renu111esccnte do paciente, a fin1 de 1110- tivo de n1etal adaptado externan1ente a tuna tração occipital
lialaJJ1e11/o du'i Alá, ()lÍll'i<le, de Cla.,,e li (~\l'ÍlllLO 20 337
ou cervical. e intrabucaln1ente a u111 aparelho lixo nos intrabucal de encaixe geralinente é localizado nas bandas
dentes Existcn1 essencialn1ente dois tipos de AEB dispo~ dos pri1neiros n1olares superiores pern1anentes, etn geral
niveis para a aplicação da !Orça extrabucal na n1axila: o o centro de resistência do n1olar é considerado para se
arco facial e o gancho ern ,1 detenninar a direção ou o vetor da força Se o arco fhcial
O pri111eiro e n1ais con1un1 é o arco H1cial. unu1 estrutu- li:,1r cnc.:aixado en1 un1 aparelho re1novível, o centro de re-
ra de fios de calibre grosso. que consiste en1 uni arco ex- sistência irá se localizar 111ais à frente, entre os dentes an-
terno, para o encaixe extrabucal. soldado en1 11111 arco teriores e posteriores superiores.
interno, que se encaixa en1 tubos soldados nas bandas dos O segundo tipo de AEB, con1un1ente deno1ninado gan-
prin1eiros 1110Jares superiores pennanentes (Fig. 20-6 ). Esse l ho e111 J, é lürn1ado por dois fios con1 calibre grosso
é o 1nais versátil entre os dois tipos de AEB. porque pode separados e curvos, !Or111ados en1 suas extre1nidades por
ser usado co1n u111 aparelho superior lixo ou re111ovível O pequenos ganchos, a111bos encaixados direta1nente na parte
aparelho fixo pode ser siinples e envolver apenas os pri- anterior do arco de nivelan1ento superior (Fig. 20-7). Esse
1neiros 111olares superiores pcrn1anentes co111 bandas, ou tipo de AE B é 111ais con1u111ente usado para a retração dos
pode incluir a aplicação de bandas e a colage111 dos dentes caninos ou incisivos, en1 vez de ter objetivos ortopédicos
re1nanescentcs Un1 aparelho ren1ovive! pode ser tnna al- O capacete co111 gancho e111 J é lin1itado ao uso co1nbina-
ternativa possiveL desde que haja volun1e de acrílico suli- clo con1 u111 aparelho fixo superior con1 arco contínuo. É
ciente para in1pedir os desloca111entos dos tubos que ser- prel'erível que todos os dentes superiores sejan1 incorpo-
ven1 co1no encaixe intrabucal Unia vez que o ponto rados ao aparelho fixo, 1nas tuna exigência n1ínin1a é a
A B
Fig. 2(Jw6 A A tração cxtrahucal occipital dissipa a força no crfü1io 8. O encaixe intrahucul para o arco facial é um
tubo soldado cm cada urnu das bandas dos primeiros molares superiores O arco facial pode ser instalado com um
aparclhn fixn to!al ou simplesmente t:(1111 bandas nns primeiros mnlarts superiores
A B
Fig. 20~7 A. O gancho cm J é adaptudo diretamente no arco de ni\'el,imcnto superior. geralmente encaixado na
mcsial dos caninos supcrior!.!S. Essa loca!izuçiio anterior permite que (lS tios do ganho cm J cmirjam da boca sem
invadir as cornissuras lahiuís B. Um gancho cm J para objetivos ortopédicos dc\'e ser usado sempre cm combinação
com um aparelho fixo 101,il no arco superior
338 Si:c\o IV T1 u,a,111.:11111 e C011side1 o(i:ie\ Terapêur h. u_\
inclusão dos priinciros 111olarcs e incisivos superiorc.:::s O tan1bé111 do excesso vertical O ángulo 1nais alto do vetor
ponto intrabucal de encaixe é direta1nentc no arco supe- de tbrça criado resulta cn1 tnna t'Orça distal e intrusiva nos
rior. gcralinente encaixado en1 todos os cientes superiores 111ohues superiores ()uando a tração occipital é usada con 1
('<.11110 resultado. o centro de resistência deve ser conside- gancho en1 1. o vetor de fórça é aplicado ainda 1nais à
rado sen1elhante ü circunst::incia e1n que o arco fücial é ti. ente. portanto tende a aplicar unia fbrça de intrusão nos
encaixado en1 un1 aparelho re111ovívcl (isto é. co111 o ponto incisivos superiores e pode causar unu:1 f(Jrça indireta de
111édio entre os cientes superiores 111ais anterior e n1ais extrusão nos n1olares superiores. co1110 resultado da incli-
posterior) nação do plano oclusal
Existe,n dois tipos búsicos de tração extrabucal que É possível usar unia con1binação de tração cervical e
lórnece111 a ancoragen1 do AEB O prin1eiro é tração cervical occipital. no denon1inado tração con1binada, para distri-
ou no pescoço (l:ig 20-8;\) U,na vez que un1 ponto de buir a !Orça externa sobre unia superficie 111aior e lórne-
encaixe gcra\n1cnte se encontra abaixo do plano oclusaL a cer un1 111eio conveniente de n1odificar a direção do vetor
força extrabucal é direcionada para infCrior e ta111bén1 no de fi..n-ça (veja Fig 20-88) Se as lürças l'Oretn iguais cn1
sentido posterior. Esse vetor de f'orça pode <~judar na cor- cada tração. o vetor de força resultante gera!inente se enM
reção àntero-posterior. 1nas ta111bén1 pode potencializar os contra acin1a do plano oclusal. 111as inferior ao vetor cria-
problcn1as de excesso n1axilar vertical No caso do arco do apenas con1 a tração occipital. A vantagen1 da tração
fhcial. o encaixe cervical cria lllna fbrça extrusiva e distal con1binada é a h1cilidade con1 a qual o vetor de !Orça pode
nos n1olares superiores. enquanto esse n1esn10 encaixe en1 ser 111ocli !icado. enquanto conforto 111aior é lc.)rnecido por
u111 gancho en1 J pronH.ive a cxtrusão e a retração dos causa da distribuição 111elhor da força A desvantagc111 é
incisivos superiores. Esses eleitos extrusivos são geral- que aun1enta o nü1nero de partes que o paciente te111 que
n1ente contraproducentes no trata111ento dos problen1as usar e cuidar e possiveln1ente pode perder Portanto. a
esqueléticos de c·iasse li. porque poden1 tan1bén1 resultar cooperação torna-se 111ais desafiadora
na rotação da 111andibula para trús Portanto. a tração cer-
vical deve ser considerada apenas para os pacientes con1 Seleção da Magnitude, Duração, Direção e
planos oclusal e 111andibular horizontais (111ais próxi1nos Época da Força Extrabucal - A magnitude da
da horizontal verdadeira). nos quais un1 au111ento na di- f()rça ortoch)ntica gcraln1ente varia entre 15 e 400 g. de~
1nensão lücial vertical é desejável Essa !Orça de extrusão pendendo do tan1anho do dente ou. n1ais cspecifica1ncntc.
é 111inin1izada se. en1 alguns casos, a tração cervical liberar da área de superl1cie cio ligan1ento periodontal e do tipo de
u1n vetor de !Orça horizontal direcionado através do cen- 111ovi111ento dentário (,.i A fbrça ortodôntica de n1agnitude
tro de resistência dos n1olares superiores baixa. que pode ser de apenas IO a 15 g (n1enos de 111ctade
O segundo lipo de ancorage1n extrabucal é a tração de 1 oz) por dente anterior. pode criar un1 n1ovi111cnto
occipital (veja Fig 20-68). Con1 u111 ponto ele encaixe ben1 dentário 1nais eficaz. causando 111orbidez 111íni111a para o
acin1a do plano oclusal. a IOrça extrabucal é direcionada dente e o periodonto e fornecendo dcsconfbrto 111i11i1110 ao
aos planos superior e posterior. Esse encaixe alto pern1ite paciente r, 5 rvtesn10 os n1ovin1entos dentários que exige1n
a criação de uni vetor de fi..1rça que contribui con1 a corre- as fOrças n1ais intensas geraln1entc não cxcede111 l 50 g
ção não apenas do excesso 111axilar flntero-posterior. 111as por dente."·1 U1na !Orça acin1a de 300 g por dente anterior
A 8
Fi~ 20M8 Tipos de tração extrabuca\ alternativos A. Traçüo cer\'ical B, rraçilo co,nhinuda (occipital e cervical)
O vetor de força extrahueal é mais inli:rior na traçüo cervical e mais superior na occipital A traçüo cornbinu<la cria
um \'etur de força entre aqueles causados por qualquer uma delas O aumento na força occipital ou u diminuição na
eervieal aumenta n üngulo do vetor de força O aumento na rorça eervical ou u diminuição na occipital diminui o
úngulo do vetor de força
Ti ata111e1110 do\ 1\/á~ Oc/115ôe\ de Clcnse li 20
C,\l'ÍTU!.0 339
parece ultrapas sar os li111ia1es do n1ovi111ento dentário.<,r, várias de fürn1as A tração extrabucal, con10 já rnenciona-
As forças ortodônt icas leves, no entanto, não são eficazes do. pode ser cervical ou occipital para estabele cer uni ân-
para o~jetivo s ortopédi cos faciais, a tini de n1odificar o gulo baixo ou alto do vetor de fbrça, respectivan1ente. Se
cresci111ento esquelét ico. A força extrabuc al precisa te1 u111a tração extrabuc al con1binada estiver sendo usada, a
u111a 111agnitude nn1ilo 1naior, na a111plitude de 400 a 600 g n1agnitude da fürça pode ser aun1entada na tração occipital
por lado. totalizan do 800 a 1.200 g, a fim de maximiz ar o ou reduzida na cervical . elevand o o ângulo do vetor da
potencial das 111udanças esquelét icas e 111ini111izar as 111u- fi::>rça no sentido superior Por fi111. o arco externo do arco
danças dentária s 6 ~ facial pode ser encurtad o, elevado ou an1bos. verticaln1ente,
A duração da força ortodôn tica que n1ovin1enta o para produzir un1 vetor de força n1ais superior (Fig 20-9)
dente co111 eficácia é de natureza continua.<•7 Un1 grande En1born unia fürça superior e posterio r através do centro
esfürço te111 sido feito no desenvolvi1nento dos 111ateriais de resistência pareça ser a direção n1ais adequad a para afC-
ortodônt icos que aplican1 u111a força que decresce lenta- tar as suturas n1axilares. certa n1odificação do ângulo des-
111ente con1 o passar do ten1po Essa caracter ística te111 se vetor de !Orça pode ser necessár ia cn1 situaçõe s especi-
uni benefici o prático adicional para o ortodont ista, no sen- licas. c·on10 já n1encionado, a f'orça ortopédi ca extrabucal
tido de que o paciente não precisa de consulta s tão fre- con1 tração cervical pode ter uni vetor de fbrça que está
qüentes para a reaplicação de unia fbrça ótin1a. Diferente abaixo do centro de resistênc ia dos ,nolares superior es,
do n1ovi111ento dentário ortodônt ico, !Orças intennit entes resultand o no n1ovin1ento das coroas 111o!ares para distal e
con1 duração de 12 a 16 horas parecen1 eficazes para as tan1bén1 na extrusão dos 111olares En1bora o 1novi1nento
111udanças ortopédi cas !Uciais l,l; Não se deve infCrir que as distal ocorra en1 un1a direção que favorece a correção geral
suturas responde111 n1elhor à força intermit ente Na rea- da c·1asse li, não se pode dizer o 111esn10 da extrusão por-
l idade, do ponto de vista biológic o, fhz sentido consider ar que ela abre a 111ordida, ao rotacion ar a n1andíbula para
que unia força contínu a as afete n1ais. Unia vez que o baixo e para trás Felizn1ente, a força tipica da tração occi-
AEB é suportad o pelo dente, no entanto, a força intern1i- pital sobre os n1olares superior es é de intrusão e distalização,
tente n1inin1iza o n1ovi1nento dentário , enquant o pron1ove 111ini111izando a sua irrupção natural nos sentidos anterior e
as n1udanças esquelét icas Na realidade, se o AEB for usa- inferior O uso excepcio nal da tração occipital pode cau-
do por 111ais de 16 horas por dia, en1 niveis de fbrça abaixo sar a intrusão dos prin1eiros rnolares superior es e 111ovê-
de aproxi1n adan1en te 400 ou 450 g, 111enos efeitos es- Jos no sentido distal Cada u1n desses n1ovi1nentos dentários
queléticos e n1ais 1novin1entos dentário s irão ocorrer.. 6' 1 Unia possíveis. a partir da [Orça ortopédi ca aplicada, serão be-
força intensa intennite nte tan1bén1 é 111enos prejudicial aos néficos. porque oco1Ten1 na direção da correção geral da
dentes e ao periodon to do que unia força intensa conti- Classe li
nua 70 O uso intennite nte do AEB é outro benefici o prático Unia consider ação final sobre a fürça ortopédi ca ex-
do tratan1ento dos problen1as esquelét icos, porque poucas trabucal é ,1 época da aplicaçã o da f'orça É u111 princípio
crianças estão disposta s a usá-lo e1n te1npo integral. básico do tratan1ento ortopédi co fhcial que un1a 111aior quan-
A força ortopédi ca extrabuc al deve ser aplicada na di- tidade de efCito esquelét ico pode ser obtida quando se usa
reção adequad a para que o efeito esquelét ico s~ja n1axi- o aparelho durante o pedodo 1nais ativo do crescin1ento
111izado. A direção ou vetor de força pode ser alterada de facial. 71 72 U1na vez que o periodo n1ais ativo dentre todos
L1'1
:
1 -------------
'
A
8
eles é o inicio da vida. antes da irrupção dos dentes penna- silivo Os 1\EBs. por definição. são aparelhos re,novíveis
nentes. poderia ser possível afirn1ar que esse é o período porén1 elicazes apenas enquanto são usados . Po1 fin1, u1na
rnais ideal E1nbora n1odi ficações drásticas no crcscin1cn- li1nitação in1portantc é a dependência que o sucesso do
to esquelético possan1 ser obtidas rapidan1cnte e,n crian- tratan1ento ten1 da quantidade e direção adequadas do crcs-
ças pequenas. a expressão renovada do padrão original de cin1ento n1andibular Já estú claro que não se pode neccs-
crescin1ento. após o trata1ncnto. pode negar parte das cor- saria1ncntc ter certeza disso, e1nbora a época do tratan1en-
reções sen1 causar nenhu111 efeito pern1anente a longo pra- to coincida con1 o estirão do cresci111ento pubcra! n
zo no padrão original de crcsci111cnto csquelético. 1'3 n O En1 resun10, a aplicação 1nais eficaz da fbrça extrabucal
segundo período 111ais ativo do crcscin1ento fhcial ocorre para o trata111ento esquelético da Classe li é o arco tücia\
durante o estirão do crcscin1cnto pubcral, no início da adaptado en1 tuna tração occipital. utilizando unia rorça
adolescCncia. quando as n1udanças esqueléticas adquiri- intensa (400 a 600 g por lado) aplicada por 12 a 16 horas
das con1 o trata111ento da Classe li são 1nuito 111ais resis- diariainentc (final da tarde e à noite). O vetor de força
tentes à recidiva, provaveiinente por causa do cresci111en- deve ser direcionado aos planos superior e posterior, atra-
to 1naxilar n1íni1110 e 111andibular residual, que fi·eqüen- vés ou acilna do centro de resistência dos 111olares superio-
ten1ente pennanece nesse estágio do crescin1ento lnfeliz- res Por tí1n. o trata1nento deve ocorrer durante o cresci-
n1ente. o estirão do crescin1ento facial pubera! não ocorre tnento ativo (v~ja c·ap 7)
en1 todos os pacientes e não é acuradan1ente previsível,
en1 relação ao n1on1ento de ocorrência. 1nagnitude. dire- Procedimentos Clínicos para o Uso do AEB
ção ou duração Outro risco de iniciar o tratan1ento duran-
te o estirão do crescin1ento é que sua ocorrência coincide F)reparo llO\ /)ente\ pa!'a o AEB - Se o AEB usado é en-
con1 un1 período fisica e en1ociona!n1cnte instável da ado- caixado intrabuca\111ente nos prin1eiros n1olares superio-
lescência, que freqüenten1ente lin1ita a cooperação do pa- res pern1anentes. en1 geral o único preparo prévio é a in~
ciente no uso do AEB É por esses 111otivos que os or- serção e a cin1entação das bandas. con1 tubos para o arco
todontistas poden1 decidir que o paciente deve usar o AEB li1cial É con1un1 ter certo grau de rotação 111esiolingual
enquanto ainda está na dentadura 111ista. Felizn1ente, os dos pri1neiros n1olares superiores, se a oclusão desses dentes
dentes pern1anentes alén1 dos prin1eiros n1olares superio- con1 os prin1eiros 1nolares in!t!riores für de ('lasse II Oca-
res não são necessários para o suporte do aparelho. U1na sionaln1ente. essa rotação é grave, i1npossibilitando a in~
nota final sobre o 1non1ento ideal para a aplicação de unia serção do arco interno Nessa situação, un1 período de
força extrabucal é o reconhecin1ento de que a liberação tratan1ento ortodõntico curto, nor111ain1ente con1 barra
elevada do hor111ônio do crescin1ento, e de outros t'iltores transpalatina ativa para rotacionar os prin1eiros 111olares
endócrinos que pron1oven1 o cresci1nento, ocorre n1ais superiores a fi1n de pennitir a inserção do arco li1cial. é
durante o final da tarde e à noite do que durante o dia 7-1 e é necessário antes da aplicação do AEB . A não ser por essa
associada ao ínício do sono 75 Uni fenôn1eno noturno se- exceção, ncnhun1 outro preparo é gerahnente necessário
n1elhante te111 sido docu1nentado na irrupção dentária, no Quando o AEB é encaixado no an1biente intrabucal en1
qual a irrupção n1ais ativa ocorre ú noite. até a I h da un1 splint acrílico ren1ovivel ou nun1 aparelho funcional,
n1anhã. 76 Tan1bé111 existen1 evidências de que o crescin1ento os tubos são incorporados diretan1ente no acrílico, por
esquelético segue uni padrão circadiano sen1elhante 77 Unia oc!usal dos pré-n1olares superiores (Fig. 20~10) A locali-
vez que o final da tarde e a noite são en1 geral os únicos zação do tubo aproxin1a o vetor de força do centro de
periodos c111 que se pode esperar que 11111 adolescente use resistência da 1naxila . Sob essa circunstüncia. nenhun1
o AEB, esses fCnõn1enos noturnos são benclicios bio!ógí- preparo especial é necessário, e111bora n1oldagens acuradas
cos fbrtuitos para o paciente e n1ordidas construtivas sejan1 necessárias para confCc-
E1nbora exista un1 conhecin1ento profundo da n1agni- cionar a porção de acrílico do aparelho
tude, da duração, da direção e do 1non1ento certo da apli- O gancho en1 J pode ser aplicado apenas depois da
cação da fürça. os quais são n1ais eficazes para obter as colage111 dos incisivos superiores e da bandagen1 dos 1110-
111udanças esqueléticas, existe111 algun1as lin1itações opera- lares superiores Reco1nenda-se que a instalação das ban~
cionais na prática ortodõntica clínica . Os dentes superio- das e a colagen1 con1pleta de todos os dentes superiores
res são a ünica fürn1a real de aplicar !Orças ortopédicas sejan1 consideradas, a tini de confeccionar un1 aparelho
nas suturas nu1xilares. Unia vez que a parte intrabucal do 111ais estável, evitando a distorção e as quebras. A aplica~
aparelho é suportada pelo dente, não é realista presu111ir ção do gancho e111 1 requer 1nuito n1ais preparo dos dentes
que s~ja possível direcionar as forças para as suturas n1a- do que o arco facial. Os arcos de nivelan1ento con1 rigidez
xilares sen1 que elas afCten1 as posições dos dentes lnde- adequada para suportar !Orças ortopédicas. con10 o aço
pendenten1ente de utilizar fürças intensas intennitentes, é inoxidúvel de 0.017' "0,025' em uma canaleta de O.OIS',
inevitável que ocorra uni n1ovin1ento dentário significativo ou u111 aço inoxidável 0.0!8' x 0,025' c111 u1na canaleta de
Outra li1nitação n1uito conhecida dos ortodontistas é a 0.022'. são reco111endados Por esse n1otivo, uni pcriodo
dependência da cooperação do paciente para usar e cuidar que freqüente1nente dura alguns n1eses é necessário para
do AEB, a fi1n de que o progresso do tratan1ento s~ja po- alinhar e nivelar os dentes an1arrados no arco de nivela-
Trala111e1110 da\ kkh OllusDes de Clas\e li (t\l'ÍTULO 20 341
A B
Fig, 20-10 A, Combinação tio arco fadai com o apardho !bncional removivd B, Os tubos do AEB sflo incorpora-
dos no acrílico oclusal dos pré-1nolarcs superiores Esst: posicionamento muis anterior requer um arco facial com um
arco intcrno mais curto
n1ento, para pern1itir a inserção de uni fio 111ais rígido an- no processo O dentista deve verificar se os con1ponentes
tes da aplicação do A E B do AEB estão adequada1nente posicionados, para evitar o
uso incorreto Enfin1, são passadas as instruções quanto
C'cn~/ecçClo e Aplicaç-Clo do AEB - O arco facial precisa ao uso seguro e a contra-indicação do uso durante a práti-
ser selecionado e ajustado para pernlitir u111a fülga entre o ca da n1aioria dos esportes e outras atividades fisicas que
arco interno e os dentes superiores, e posicionado de fiJr- deixan1 a criança vulnerável a golpes na fàce O uso ideal
111n que se aco,node confürtaveln1ente entre os lábios en1 de 12 a 16 horas por dia deve ser consistente enquanto a
repouso A expansão do arco interno é geraln1ente neces- criança está en1 casa. o que geraltnente inclui os finais de
sária para facilitar a correção da atresia n1axilar, típico de tarde e o período do sono
unia 111á oclusão Classe II O arco externo é ajustado con-
Jànne o fürn1ato das bochechas A seleção da tração occi- Controle do T, atc1111e11to co,11 AEB - Deve haver un1 perío-
pital ou cervical, con1binado co111 o con1prin1ento e a altu- do de adaptação da criança ao uso do AEB. O paciente
ra do arco externo, detennina a direção final da força Uni deve ser avisado de que pode sentir dor durante as prin1ei-
dispositivo protetor é recon1endado paia in1pedir que o ras duas sen1anas de uso, enquanto os dentes e os ossos
arco filcial ou o gancho en1 .J salte111 para trás e causen1 de suporte se adaptan1 ú força O desconfàrto seria intole-
lesões nos olhos ou na face do paciente, se o AEB für nível se a criança precisasse usar desde o início un1 apare-
arrancado da face enquanto ainda estiver conectado à tra- lho cuja !Orça ortopédica alcançasse a intensidade e a du-
ção_ Os ajustes finais e a n1odificação da n1agnitude ou da ração esperadas . Para in1pedir esse desconforto e pennitir
direção da força deven1 ser realizados con1 o paciente sen- tuna adaptação 111ais fácil ao aparelho, existen1 duas estra-
tndo corn as costas eretas ou en1 pé tégias que poden1 ser e1npregadas . A duração ou a n1agni-
Quando o dentista estiver satisfeito con1 os ajustes tude iniciais da !Orça poden1 ser n1inin1izadas e gradual-
finais, será n1elhor orientar o paciente e un1 dos pais co1110 n1ente au111entadas até que os nlveis ideais sejan1 atingi-
colocar e tirar o aparelho Isso pennite que a criança e os dos, dentro das prilneiras duas sen1anas
pais entendan1 con10 se deve n1anipular o aparelho de for- A próxin1a consulta 111arcada pelo paciente não deve
1na segura e eficiente, porque gerahnente é necessário que ocorrer depois de duas se111anas após a aplicação do apa-
a criança receba ajuda durante a prirneira sen1ana de uso relho, a fin1 de veri licar se o paciente está se dando ben1
O dentista de1nonstra con10 se deve inserir e ren1over cui- con1 ele e se a higiene bucal adequada está sendo n1antida
dadosan1ente o arco facial sen1 aplicar forças verticais nas Durante esse período de adaptação inicial, é especialn1ente
extren1idades distais do arco interno para não soltar as i111portante que o paciente e os pais sejan1 encorajados a
bandas 111olares De fünna se111elhante, o gancho en1 J entrar en1 contato con1 o dentista se houver qualquer difi-
deve ser inserido e re1novido sen1 aplicar fürça no arco de culdade que impeça o uso planejado do aparelho. A segun-
nivelan1ento que possa deforn1á-lo ou descolar os brack.ets da consulta após a aplicação inicial não deve den1orar 111ais
O paciente aprende a conectar e desconectar seguran1ente do que u111 111ês para confinnar se o paciente continua
os aparelhos, corn a explicação e a den1onstração do 111e- indo ben1 C'onsultas n1ais freqüentes durante esse perío-
canisn10 de segurança A criança então deve inserir e re- do fürnecen1 ao dentista 1nais oportunidades de controlar
1nover o aparelho, até que ela e os pais estqjan1 confiantes a cooperação e tan1bé111 de dar uni reforço ao paciente
342 Sn:Ao IV Ti a1an1e11to e Consideraç·õe\ Terapêutlltn
quando essa cooperação está sendo boa . Existe111 diversos nonnal continuar crescendo para baixo e para a frente. a
indicadores que ajudan1 o dentista a analisar a cooperação discrepância origina! pode recidivar. Se a causa original do
no uso do aparelho As 111ais confiáveis incluen1 a làcilida- problen1a esquelético de Classe li for o crescin1ento ina-
dc co1n a qual o paciente consegue inserir e re1nover o xilar excessivo, o crescin1ento continuo após o tratan1en-
aparelho e a 1nobilidade dos prin;iros n1o!ares superiores to ortopédico ben1-sucedido pode resultar no cresciini.:nto
quando o arco facial é usado. Depois dos pri1neiros 111eses adicional e 111ais prolongado do que na 1naxila norn1a],
de uso haverá outras indicações, incluindo sinais de des- an1bos podendo resultar en1 recidiva da discrepância ori-
gaste nos con1poncntes do AEB e o cálculo no arco faciaL ginal
Por fin1. a 111elhora ântero-posterior na oclusão, incluindo Esse fCnôn1eno da repetição da expressão do padrão
unia n1á oclusão Classe I! n1enos grave e unia redução no de crescin1ento fundan1ental do paciente, após a interrup-
trespasse horizontal, são as indicações ,nais confiáveis do ção do tratan1cnto ortopédico, deve ser considerado quan-
uso correto do AEB Unia vez que o dentista esteja con- do se detern1ina qual será o ponto final do uso do AEB
fiante de que o paciente está ben1 acostun1ado con1 o apa- Duas recon1endações de tratan1ento que poden1 111inin1izar
relho e o usa consistenten1ente, o período entre as consul- esse problen1a são a inclusão da sobrecorreção e a conti-
tas de controle pode au,nentar para uni intervalo de 6 a 8 nuação de uni certo grau de tratan1ento ortopédico até que
sen1anas o crescin1ento n1axilar esteja con1plcto O paciente deve
A cada consulta. é in1portante que o paciente traga o continuar usando o AEB pela n1esn1a quantidade de lcn1-
seu aparelho para a inspeção e un1 possível ajuste. Nor- po. até que unia sobrecorreção suficiente s~ja obtida. ge-
n1ah11ente, a n1agnitude da rorça di111inui após a aplicação raln1cntc I ou 2 111111 alén1 da oclusão posterior ideal i: sc1n
inicial do aparelho, porque o tecido da tração occipital e trespasse horizontal Quando a sobrecorreção adequada
cervical estica e se adapta ao for111ato da cabeça ou do estiver presente. será recon1endável interron1per o uso do
pescoço do paciente depois do uso inicial. Isso pode exigir AEB gradualn1ente. enquanto se controla a oclusão E111
o au,nento da força, e tan1bén1 uni ajuste do arco fttcial alguns casos de excesso 111axilar, o crescin1ento contínuo
para recuperar a n1agnitude e a direção apropriadas da for- após o tratan1ento ortopédico inicial pode levar à necessi-
ça A cada consulta, é necessário ajustar o arco interno dade de uso nolurno do ;\EB até o térn1ino do crescin1ento
para obter a anti~rotação des~jada e a expansão dos 1110- adolescente
lares superiores . Após alguns n1eses de uso, existen1 al-
guns n1ovin1entos dentários que lcva,n à necessidade de Efeitos do Tratamento com o AEB
ajustes no arco facial Se as coroas do prin1eiro n1olar Efeito, e.1q11elético1 do AEB - O objetivo do trnta-
superior estão se inclinando para posterior, será necessá- n1ento ortopédico con1 o AEB é con1prin1ir as suturas n1a-
rio elevar e possivelinente encurtar o arco externo, a fi1n xilares. alterando o cresci111ento e a aposição dos ossos na
de direcionar o vetor de !Orça acin1a do centro de resistên- suturas O resultado é a supressão ou a restrição do cres-
cia dos n1olares, in1pedindo assin1 a inclinação adicional cin1ento nonnal da 111axila para baixo e para a fi . ente. en-
das coroas dos n1o!ares para distaL Se houver qualquer quanto a 1nandíbula continua crescendo nonnaln1enlc A
inclinação distal dos 111olares, é desejável que o movin1en- intenção é que a n1andíbu!a ''alcance" a n1axila. corrigindo
to de corpo ocorra ao invés do movimento de inclina- a discrepância esquelética ântero-posterior. Obvia111cnte,
ção Se os prin1eiros 111olarcs superiores se n1overen1 para a restl'ição do cresci1nento 111axilar corn o uso efícnz do
distal no arco, ta111bén1 será necessário abrir as alças de AEB proporciona 11111 beneficio insignificante de tratan1ento,
ajuste para alongar o arco interno Isso 111antén1 o afilsta- a 111enos que tan1bé1n haja un1 cresci1nento 111andibular ade-
111ento das superficies vestibulares dos incisivos superio- quado en1 direção anterior durante o trata1nento Os bene-
res e in1pede que tuna fOrça lingual s~ja inadvertidan1ente 11cios clinicas foran1 den1onstrados con1 a reintrodução
aplicada nos incisivos do AE B na década de 40. 6 ~ e J'oi claran1ente de111onstrado.
A decisão de interron1per o trata1nento ortopédico con1 através dos estudos cefUl0111étricos iniciais. que o redi-
o AEB deve ser ton1ada após tuna avaliação cuidadosa do recionan1ento do cresci111ento n1axilar pode ser realizado
tipo de proble1na esquelético e do potencial de crescin1en- con1 o uso do AEB !-il lnun1eros estudos clínicos confir-
to ren1anescente En1bora o trata1nento ortopédico facial n1aran1 esse efeito na 111axila s~- 103 Os 111odelos anin1ais ta1n-
possa 111odificar positiva1nente a expressão do crescin1en- bén1 IOrain usados para de111onstrar que a força extrabucal
to esquelético. haverá u111 efeito infi1no no padrão funda- direcionada contra a n1axi!a restringe o crescin1ento para
rnental de crescimento do paciente 79 Por esse 1notivo, é frente e altera o padrão de aposição óssea nas suturas 111a-
possível que o padrão de crescin1ento continue se expres- xilares. !0~· 11 ~ A resposta de cresci111ento da 111axila ú fi.1rça
sando após o tratan1ento ortopédico ser interron1pido, fa- ortopédica é n1uito 111ais previsivel do que a resposta de
zendo con1 que a discrepância esquelética recidive .80 No cresci111ento da n1andibula 113
caso da deficiência 111andibular en1 unia criança en1 fase É passivei que o efeito da f'orça extrabucal não seja
de crescin1ento, a 111andíbula provave!n1ente crescerá 1nc- li,nitado à n1axila 11 .: Existen1 alguns estudos retrospecti-
nos após o tratan1ento ortopédico e pode parar de crescer vos clínicos que sugere1n que o tratan1enlo con1 o 1\EB
1nais cedo do que tuna n1andíbu!a nor111aL Se a n1axila pode causar un1 pequeno aun1ento no cresci1nento rnandi-
Trata111e1110 do, A!ú., Oc/usae, de C!a,se II GwiTuto 20 343
bular, e111bora haja tuna polêniica e1n relação ao fato de rclho funcional ren1ovivel na França, ern 1902 Apenas 3
essa quantidade ter ou não i111portância clinica.')') 115116 Re- anos 1nais tarde. durante o lnternational Dental Congress
cente111ente. unia experiência prospectiva clínica contro- cn1 Berlin1, En1il l-Ierbst i:n introduziu o aparelho telescópi-
lada e randon1izada forneceu evidências que índican1 n1aior co lixo para posicionar a n1andíbula para a frente O apa-
crescin1ento n1andibular co1n o tratan1ento co111 o AEB 117 relho funcional n1ais popular. o ativador, fr.)i independen-
No entanto, isso não é apoiado por outras experiências te111cnte desenvolvido por Viggo Andresen 1~ 1 na f)inan1ar-
prospectivas controladas e randon1izadas. iH 103 ca, en1 1908, e depois n1odificado na Noruega pelo seu
Ej'e;,o_\ dentário\ cio ..IEB - En1bora as 111udanças colega l(arl J~!ãulp. 121 U111a inovação 111ais recente no design
esqueléticas sen1 o 1novin1ento dentário sejan1 non11aln1ente do aparelho funcional, o corretor (ou regulador) funci-
desejáveis quando se usa o AEB para finalidades ortopédi- onal. foi desenvolvido por Rolf FrãnkeP 2~ na Ale111anha e
cas. não é possível que un1 aparelho dcntossuportado introduzido en1 1966 Esse aparelho era único, no sentido
altere seletivan1ente as relações esqueléticas sen1 provocar de que era principallnente suportado pelo tecido do vestí-
1nudanças dentárias. '1' 1 A resposta típica ao uso eficaz do bulo e não pelos dentes. Inú1neras n1odilicações desses
AEB é in1pedir que os prin1eiros 1nolares superiores irron1- aparelhos l'uncionais rcn1oviveis seguiran1 a sua introdu-
pan1 para baixo e para a f'r-ente, potencializando indireta- ção. Os indivíduos que fizerarn as n1odificações en1 geral
n1ente a direção do crescin1ento 111andibular para fi··ente A reno1nearan1 o aparelho, usando fi"eqüente1nente seus pró-
extrusão dos n1olares superiores. por unia força distal prios non1es. Todos esses aparelhos posicionava111 a 111an-
direcionada 111ais para inf'erior, pode resultar e1n unia rota- dibula para baixo e para a !'rente, con1 a intenção de que a
ção da 111andíbula para baixo e para trás, que li1nita a ex- pressão exercida sobre os n1úsculos e os tecidos n1oles
pressão do crescin1ento n1andibular para a fi·ente Na 111ai- tentasse reposicionar a 1naxi!a para trás. até sua posição
oria dos problen1as esqueléticos Classe II, é n1aís des~já- original. n1odificando o cresci111ento n1axilar para corrigir
ve! o efCito de intrusão sobre os n1olares superiores para o problen1a esquelético de Classe !!. É desnecessário di-
1naxinlizar a correção esquelética ântero-posterior Na 1ni- zer que o sucesso desses aparelhos dependia da coopera-
noria de casos en1 que a expressão do crescin1ento nutndi- ção excelente do paciente, por causa de sua natureza re-
bular vertical tan1bé1n é des~jada para aun1entar a altura 111ovivel
fllcial inrerior. certa extrusão do n1o!ar superior pode ser
aceitável .Já que o padrão do crescin1ento 1nandibular Indicações e Objetivos do Tratamento com
esquelético tende a se expressar n1ais para !'rente, con1 ou Aparelhos Funcionais - Os aparelhos funcionais
sen1 tratan1ento 11 H En1bora unia n1udança dentária n1ínin1a para c·iasse li são projetados para !Orçar a n1andibu!a para
seja esperada no arco infCrior ou na parte anterior superior baixo e para a frente. a fi111 de esti,nular ou acelerar o
con10 uni resultado direto do uso do AEB, 117 existen1 evi- cresciinento n1andibu\ar Teorican1ente, o desloca1nento
dências de que os incisivos inferiores poden1 se tornar dos côndilos n1andibulares para fora da f'ossa glenóide re-
ligeira111ente 111ais protrusivos. 111 :i Nenhun1 n1ovi111ento duz a pressão sobre a cartilagcn1 condilar en1 cresci-
observável dos incisivos superiores ocorre devido ao uso n1ento ativo e altera a tensão 1nuscular sobre os côndilos,
do AEB. na ausência de un1 arco que os conecte aos pri- aun1entando a quantidade de cresci1nento endocondral 111ais
n1eiros n1o!ares Se houver u111 arco continuo presente, do que nonnahnente ocorreria n En1bora o principal obje-
qualquer 111ovin1ento das coroas dos 111olares superiores tivo do aparelho funcional seja revigorar o crescin1ento da
para distal tan1bén1 pode resultar en1 un1 ligeiro n1ovin1en- 111andíbula para baixo para a frente, ele é geraln1ente proje-
to lingual das coroas dos incisivos. Na ausência de uni tado para inibir a irrupção dos dentes posteriores superio-
arco, é possível ter a intrusão e a inclinação dos incisivos res para n1esial e oclusal e para encorajar a extrusão n1esial
superiores para lingual se o arco fücial usado for do tipo dos dentes infCriores posteriores. Assi111 con10 ocorre con1
C'ervera, que te111 t1111a placa de 111etal incorporada na parle o AEB, o aparelho precisa ser usado por uni ten1po ade-
anterior do arco interno. Unia fürça distal e de intrusão quado durante o pedodo de crescin1ento n1andibu!ar ati-
sen1elhante pode ser aplicada en1 todos os dentes superio- vo. a lin1 de que o prognóstico seja positivo En1bora un1
res irTon1pidos, se 11111 arco fücial convencional for encai- aparelho funcional possa ser eticaz no tratan1ento de vários
xado direta111ente no splint acrilico n1axilar ou en1 uni apa- probleinas de Classe IL con10 o AEB, a principal indica-
relho füncional (veja Fig 20-10) ção do uso do aparelho na correção da (:lasse II esquelética
é a deficiência 111andibular. A outra circunstância ideal para
o trata1nento con1 uni aparelho funcional, a!én1 da defi-
Aparelhos Funcionais ciência n1andibular e do desenvolvin1ento 111axi!ar nonnal,
é t1111a altura fllcial nonnal ou ligeiran1entc reduzida, por-
Nonnan l<...ingsley, 5'1 u111 influente orlodontista norte-an1e- que teorican1ente a 111aioria desses aparelhos favorece a
ricano, recebeu o crédito de ter desenvolvido o prin1eiro extrusão dos dentes superiores posteriores U,na outra indi-
aparelho para posicionar a 111andíbula para a fi . ente, ainda cação ideal para os aparelhos funcionais é o caso de incisi-
en1 1879 No entanto. a rnaioria das pessoas considera vos superiores ligeira1nentc protrusivos e incisivos infe-
que Pierre Robinll'1 füi quen1 desenvolveu o prin1eiro apa- riores ligeiran1enle retruídos, já que o efCito dentário espe-
344 SE<;Ao IV Tratc1111e11/o e Có11.\idert1(Ôes Te1apêutha\
-
rado desses aparelhos inclui retração dos incisivos supe- 1nizar a protração desses dentes durante o tratan1ento O
riores e protração dos inferiores Por fin1, con10 ocorre no fio 1naxilar que cruzava o palato !Oi substituido por un1
trata111ento con1 o AEB, é ideal que o paciente tenha uni acrílico palatino As n1olas IOra1n en1butidas no acri!ico
cresci111ento 111andibu!ar ativo, principaln1ente e111 direção para deslocar o aparelho para frente, fOrçando o paciente
anterior É in1portante notar que. en1bora as indicações a "funcionar" ativa,nente para 111anter o aparelho en1 posi-
para o uso dos aparelhos ll1ncionais e f\EB possa1n direrir ção. Outras ,noclificações foran1 !'Citas. 1nas não di!Cren1
ligeiran1ente, as co1nparações dos efeitos de seus trata- 1nuito do design básico, incluindo a eli111inação das n1o!as
1nentos indican1 resultados se111elhantes de deslocainento, a substituição do arco vestibular supe-
rior por n1olas de torque vestibular. a adição de gra1npos
Tipos de Aparelhos Funcionais - Apmelho Ji111- 1no!ares. a adição de coxins labiais ou para a bochecha
c:ional é u1n tenno con1un1 para vários aparelhos, a 111aio- para re1nover a pressão 111uscular sobre os dentes e a adi-
ria deles projetada para corrigir as relações esqueléticas de ção de con1ponentes ativos con10 o parafi.1so de expansão
Classe li. ao posicionar a 111andibula para baixo e para a para a ativação transversal ou ântero-posterior, ou as 1110-
ffente, teorica111ente para potencializar o cresci111ento 111an- las para a inclinação de dentes Essas diversas inodi!ica-
dibular Todos os aparelhos fllncionais são intrabucais e ções fürneceran1 várias oportunidades de reno111car ou
quase todos eles são dentossuportados. o que quer dizer descobrir uni novo aparelho en1 1nuitas ocasiões
suportados pelos dentes Co111 algun1as exceções, esses O Bianatar lüi desenvolvido na Ale111anha por \Vilhelin
aparelhos são ren1oviveis. consistindo principaln1ente en1 Balters 12 \ no inicio da década de 50. para aun1entar o con-
acrilíco con1 un1 co111poncnte de fio para retenção e su- forto do paciente e fhcilitar o uso diurno, a fin1 de au1nen-
porte,, En1bora exista1n diversos aparelhos fi.incionais di- tar o uso funcional do aparelho. Ba!ters 12 ~ c11111priu esse
ferentes, eles poden1 ser convenienten1ente divididos en1 objetivo ao reduzir drastica1nente o volu111e de acrílico do
três tipos: dentossuportados ren1ovíveis. n1ucossuportados ativador (veja Fig. 20-1 l B) 12 1> A flange lingual 111andibu!ar
ren1ovlveis e dentossuportados lixos é 1nuito rnenor, o acrílico interoclusal é 111ínin10. o tio
Os aparelhos runcionais 111ais con1uns são os dentos- transpalatino substitui o acrílico palatino e un1 arco vesti-
suportados ren1ovíveis. incluindo o ativador. o Bionator e bular n1odilicado ten1 exte'nsões vestibulares para 1nini1nizar
os aparelhos de blocos gên1cos Para obter os efeitos a pressão das bochechas sobre os dentes O Bionator pode
esqueléticos e dentários desejados, esses aparelhos depen- incorporar H1cetas posteriores ou acrílico interoclusal para
den1 do estira1nento dos tecidos 111oles. causado pelo po- i1npedir ou guiar selctivan1entc a irrupção. c·on10 ocorre
siciona1nento da 1nandíbula para baixo e para fi·ente, e tan1- no ativador. co111ponentcs ativos con10 o paralüso de ex-
bé111 pela atividade 1nuscu!ar produzida pela tentativa da pansão, que tornan1 o aparelho n1ais versátil poré111 diini-
n1andlbu!a de retornar à sua posição original nuen1 a sua fOrça, poden1 ser adicionados ao Bionator
O ativador consiste en1 uni splint grande de acrílico. O aparelho ele blocos gên1eos foi introduzido por un1
corn tuna flange lingual an1pla para jogar a 1nandibula para ortodonlista escocês, \Vi!lian1 c·lark. 1~7 en1 1977, con10 un1
baixo e para frente (Fig 20-1 lA) O aparelho original era ativador de duas peças ou dividido, utilizando aparelhos
retido suaven1ente por un1 arco vestibular superior, con1 111axilar e n1andibular separados. corn porções de acrilico
un1 fio transpalatino para suporte Essa retenção frouxa oclusal que servia111 con10 planos inclinados e blocos
era intencional, porque se acreditava que o paciente esta- oclusais para detern1inar n extensão en1 que a n1andibu\a
ria continuan1cnte •·funcionando", ou usando a atividade seria posicionada para baixo e para frente (veja Fig . 10~
n1uscular para n1anter ativa111ente o aparelho en1 sua posi- 11 e·). E111bora esse aparelho pennita unia an1plitude 1naior
ção, acentuando os efeitos do tratan1ento Essas caracte- de n1ovirnento 111andibular e seja ajustado e 1nodi ficado
risticas deran1 origen1 aos tern1os aparelho flfnciona/ e n1ais Jílcihnente do que outros aparelhos li.1ncionais. ele
ativador Os desgastes no acrílico para guiar a irrupção ten1 tuna tendência 111aior a protrair os incisivos infCrion:s
dos dentes posteriores, ajudan1 a corrigir a oclusão Classe O aparelho de blocos gê1neos pode ter ta1nbén1 con1po~
II Os dentes posteriores superiores são forçados a irron1per nentes ativos incorporados, sen1elhante a outros apare-
nos sentidos distal, oclusal e vestibular, enquanto os den- lhos lllncionais dentossuportados re111ovíveis
tes posteriores inferiores são guiados para 111esial e oclusal O segundo tipo principal de aparelho funcional 0 o
Outro tipo de ativador resultou de 1nodilicações fCitas 1nucossuportado ren1ovivel. representado por apenas uin
por Egi! I-Iarvold 123 ª da Dinan1arca e por Donald Woodside 12·1 aparelho (veja Fíg 20-11 D) Non1eado correto, fllncional
do c·anadá, con1 aun1ento na abertura 111andibular para 111e- ou regu!t.ulor .fi111ciona! pelo seu criador a!e111ão. Rolf
lhorar a retenção e aun1entar o estirarnento do tecido tnole FrünkeL 1~s esse aparelho IOi criado na tentativa de n1ininlizar
Alén1 disso, os desgastes posteriores fora1n substituidas os n1ovin1entos dentários indesejáveis e tonificar o tecido
pelo acrilico interoclusal para in1pedir a extrusão dos den- n1ole lhcial adjacente aos dentes, alé111 de posicionar a n1an-
tes posteriores superiores e deixar espaço para a irrupção dibula para baixo e para !'rente A flange acrilica lingual
livre dos dentes posteriores inferiores, alén1 do recobrin1ento 1nandibular posiciona a n1andibula para frente, enquanto
de acrílico sobre as bordas incisais inJtriores para 111ini- os coxins labiais acrílicos n1andibulares e os grandes ante~
(,\J>ÍTU!.O 20 345
e D
Fig, 20~11 Tipos de .ipar,:Jll()s l'uia:ionais rcrno\·l\cis A, O aparelho ativador de Andn:scn deve ficar solto na boca,
exigindo que o pack1llt: faça ltuH.:ionar os st:us músculos para m;mlcr "ativamente' n aparelho cm posição, dundo
origem aos termos aparL·lho ltU1l"Íl1n.il e alÍ\.1d(1r :\ \Crsüo mais contcmporilnca ilustrada tem abertura vertical maior,
acrílico intcroclusal pnsll.:rior p;ira impulir a irrt1pçfü1 dos (kntcs posteriores superiores e promover a extrusüo dos
dentes posteriores ínli.:riores e tlang.es linguais amplas B O aparelho Bionator de Oalters. um ativador ··desgastado"·
que tem um ,·olume ;1crilico 0111sidLTa\cl111ente menor para aumen!ar o eonlbrto do paciente e facilitar o uso diurno
No entanto, essa redt11;ã(l 1w \olurnt: diminui a durahilida(lc do aparelho C. Aparelho de blocos g~mt:os de Clark que
modifica o ativador di\ idindo-(l nas partes superior e ínti.:rior :\ altura dos blocos oclusais ddermina a cx1cns[ío da
abertura vertical. e ;i indinação dtis p!a1ws ticlusais tkti;,rmina a qu:mtidade de avanço da mandibula. D, O •·regu!ndor
fonciona]" de friinkel print:ipa!mcntt: mt11.:ossuponado e apoiado nas úrcas vestibulares. por escudos de acri!ico na
região posterior e na r1,;giüo labial (B de (iraht:r Ti\!.. Vanarsda!! RL: 0/'llwdontirv <-111'1"~'11/ pri11l'iple1· (JIJ[/ feâ11úq11cs
ed 3. St Louis. 2000. i\hisb) C tk (irnher T\! Vanar~dal! RL: 011//odo11tie1 c1111<-'11f 111i11ciph'1' ,md tcL1111iq11es ed 2.
St Louis. l 99-1 i\·lnsh~ l
paros acrílicos vestibulares afr1sta111 a pressão dos lúbios e unidos por u1na estrutura de fios que inclui uni arco ves-
da bochecha dos dentes e pro1novc1n o suporte de tecido tibular e un1 fio transpalatino E111bora o aparelho s~ja prin-
n1ole para o aparelho Esses con1poncntcs de acrílico são cipaln1cntc suportado nas úreas vestibulares pelos con1-
346 Su/10 IV Tl'ota111e11(0 e c·o11.\iclera<,·Des Terapê11til'a\
trata1nento co111 o AEB. se aplica la111bé111 aos aparelhos n1ento de un1 ou n1ais incisivos inferiores para vestibular
fl1ncionais ('01110 jú n1encionado, a 111aior eficácia do tra- Se qualquer un1a dessas circunstüncias estiver presente.
tan1ento pode ser obtida durante o periodo 111:.lis ativo do será necessário realizar uni tratan1cnto ortodôntico preli-
crescin1ento racial O padrão original do crescin1ento con- 111inar para criar o trespasse horizontal necessário Isso
tinua sua expressão após o tratan1enlo ortopédico, até que pode exigir a protração e o alinha111ento cios incisivos su-
o crescin1ento adolescente tennine. Por esse n1otivo. e periores ou a retração dos incisivos inferiores. U1na vez
para aproveitar as vantagens da n1elhor cooperação fUcili- que os incisivos inferiores freqüente1nente se encontra1n
tada. geral111enle é prudente iniciar o tratan1ento con1 apa- e111 unia posição protrusiva con10 resultado da co111pensa-
relhos funcionais durante a dentadura ,nista U1na vez que ção dentúria natural na discrepância esquelética. e que unia
a cooperação con1 o uso pennanece tnn fator i111portante certa protrusão adicional pode ser esperada devido ao uso
nos aparelhos funcionais e no AEB, é fürtuito que a 1naior do aparelho ftlncional. pode ser necessário retrair os inci-
111agnitude do crescin1ento diário e da irrupção dentária sivos inferiores antes de con1eçar o tratan1ento con1 uni
ocorran1 no final da tal'de e à noite 74 -77 aparelho runcional [)eve ser len1brado que o espaço ade-
Os n1es111os fatores relevantes na decisão de interron1- quado deve estar presente no arco inJCrior. a fin1 de per-
per o tratan1ento con1 o AEB se ap!ican1 ao aparelho funcio- nlltir a retrat;ão dos incisivos inferiores Do contrário. ha-
nal O tipo de proble1na esquelético e o potencial do cres- verá o risco de in1pactação ou de deslocan1ento de cani-
cin1ento ren1anescente são considerações i1nportantes É nos ou pré-111olares 11ão-irron1pidos Após esse trata111en-
típico que o padrão de crescin1ento fi.1ndan1ental continue to ortodôntico pre!i111inar. os dentes deven1 ser contidos
se expressando após o uso do AEB, quando un1 cresci- por 2 ou 3 111cses para 1ninin1izar as recidivas e in1pedir os
111ento apreciável pennanece. No caso de deficiência 111an- n1ovi111entos excessivos dos incisivos durante a fase do
dibular ou excesso 111axilar. é prudente continuar o trata- trata111ento con1 o aparelho f'uncional
n1ento ortopédico até a cessação con1pleta do cresci1nen- Se un1 trespasse horizontal adequado estiver presente
to n1axilar ('01110 ocorre con1 o AEB, é reco1nendável ob- para pennitir o avanyo deseji.lvel da n1andíbula. serão ne-
ter algun1a sobrecorreção e interron1per o uso do aparelho cessárias 1noldagens perfeitas e a rnordicla de trabalho
de JOnna gradual, enquanto se controla a oclusão. Às ve- ou "construtiva'· As n1olclagens superior e inferior de-
zes, é necessário. particulanncnte quando o excesso 111a- ven1 englobar os dentes e todas as úreas e1n que partes do
xilar é uni problen1a sul?.iacente, continuar o uso do apare- aparelho irão ficar e1n contato co111 o tecido 1nole . Se unia
lho à noite até o ténnino do cresci1nento adolescente flange lingual 111andibular profunda ror desejada. uni es-
fürço especial deve ser fCito para estender o n1aterial de
in1pressão até essa área Se os coxins labiais ou os escu-
Procedimentos Clínicos para Uso dos dos vestibulares fore111 planejados, no caso de un1 regula-
Aparelhos Funcionais dor funcional. o dentista deve ter o cuidado de evitar a
extensão excessiva do n1aterial de in1pressão nessas áreas,
Preparo cio\ Dente.\ para os .Aparel/Jo5 Funcionais - A pois ele deslocará excessiva1nente o tecido n1ole. Unia vez
111odificação no crescin1ento lhcial pode ocorrer apenas se que n1oldagens aceitáveis s~jan1 obtidas, elas deven1 ser
o tratan1ento ortopédico für realizado precocen1ente na ado- vertidas en1 gesso-pedra, assin1 que possível, para provi-
lescência para aproveitar as vantagens do crescin1enlo denciar n1odelos n1ais acurados e estáveis possível Se o
n1andibular ativo Esse estágio do desenvolvin1ento f1sico uso de um aparelho de Herbst não-colado for plan~jado,
en1 geral ocorre durante a dentadura 111ista, principahnente as bandas ou as coroas de aço poden1 ser transferidas
nas 111ulheres, que são físican1ente 111ais precoces O apa- para os 111oldes antes do vazan1ento. O quadro 20-1 lista
relho füncional e também o AEB podem ser usados duran- diversos fatores que deven1 ser considerados antes de ad-
te a dentadura 111ista. No entanto. a posição e a relação dos quirir a n1ordida construtiva
incisivos deve111 ser aceitáveis para a inserção da n1aioria Diversas técnicas estão disponíveis para obter a ,nor-
dos aparelhos funcionais dida construtiva. É possível si1nplesn1ente praticar con1 o
Aparelhos /irncionais e trespa_,_,e hori:011tal - Se u111 paciente para guiar consislenten1ente até a posição ante-
aparelho funcional estiver sendo planejado, é necessário rior e vertical des~jada na cera an1olecida. Freqüente1nente.
que o trespasse horizontal s~ja suficiente para pennitir 11111 ta1nbén1 é útil fürnecer un1 guia interincisivo da espessura
avanço adequado da n1andibula E1nbora a 111aioria dos in- des~jada, con10 uni pino ou u111 abaixador de língua con1
divíduos portadores de ('lasse II tenha uni trespasse hori- entalhes que representen1 a posição desejada das bordas
zontal a111plo para esse o~jetivo. ele não serú possível se incisais superior e inrerior (Fig. 20-13) É i1nportante que
os incisivos superiores estiveren1 inclinados para lingual, a n1ordida construtiva não apenas represente a posição da
con10 é o caso na n1á oclusão Classe II Divisão 2, ou se os 111andíbula anterior e vertical planejada. 1nas tan1bén1 a
incisivos inferiores estiveren1 inclinados para vestibular O posição transversa Se os 1nodelos de gesso fóran1 con-
trespasse horizontal tan1bérn pode estar con1pro1netido en1 feccionados antes da consulta para confecção da n1ordida
incisivos irregulares ou apinhados, con1 des!ocan1ento de construtiva. é conveniente 111ontá-los en1 uni articulador
uni ou 1nais incisivos superiores para lingual ou desloca- sen1 gesso, ou de Galetti, para con lirn1ar se a 1nordida
348 SE(,\O IV Ti ata111v1/fo e C'u1Hiduro~ De\ Te, apê111ic-a\
Quadro 20-L 1:atorcs qui: Dc\·en1 ser Considerados antes da !'vlordida Construtiva
trunduinenta[ qui: a cera interoc!usal seja faciln1entc 4 ;\ quantidade do posicionan1cnto para baixo depende
aquecida atl.! u1na consistCncia 1110!1.; que pennita as do espaço interoclusal ncccssúrio para os co1nfH)ncn-
indentações de todos os dentes posteriores de a111bos 11.::s de fio e acrílico do aparelho e. en1 alguns casos. os
os lados do registro oclusaL e ta1nbé111 seja Hicihnente objetivos do tratan1cnto Se apenas o espaço adequado
resfriada até a rigidez adequada en1 te1npcratura an1bi- para os fios que conecta111 as porções lingual e vestibu-
ente para que lique estúvel até que o aparelho possa lar do nparelho !Or necessário. 3 a 4 111111 de abertura
ser conf'eccionado posterior são suficientes Se apoios ou facetas intc-
1 A cera não deve se estender para anterior e cobrir os roclusais fon.:111 necessários para guiar a irrupção pos-
incisivos. i1npedindo unia ohservat;ão con!i.ível da posi- terior. nonnal111t!nlc 4 ou 5 111111 de abertura são necessú-
ção 111andibular atravCs da relação entre os incisivos rios Por outro lado. rnais 1 ou 2 111111 podc1n ser ncccssú-
Ela ta1nhén1 nüo deve se estender para posterior para a úrea rios para levar o paciente alé1n da di1nensão vertical c1n
retron1olar. podendo exagerar a abertura vertical nessa úrea repouso. se a cxtrusão posterior precisar ser n~stringida
3 A extensfio do posiciona111ento n1andibular para baixo e 5 Na 111aioria dos casos. a 111andibula deve ser avançada
para frente deve ser prcdetenninada con1 base na tole- de 1naneira sin1étrica. de fOnna que a relação original
rfincia do paciente e no desenho do aparelho Geral- entre as linhas n1édias superior e inferior seja const:n a-
111ente. 4 a 6 111111 de avanço são suficientes para evitar a da na rnordida construtiva A unica exceção é quando
confecção de novo aparelho con1 avanço adicional. e há assin1etria esquelética 1nandibular, onde o lado 1nais
ta111bén1 são bc111 tolerados pelo paciente delicienle avança n1ais para a frente
estejan1 confiantes no processo Se o aparelho f'or ren10- haver uni ajuste periódico dos escudos vestibulares late-
vivel, deverão ser dadas as instruções sobre o an11aze- raln1ente. a li111 de continuar a expansão do arco. Se hou-
nan1ento adequado quando ele não estiver sendo usado. O ver parafusos de expansão ativos no aparelho, eles são
uso ideal dos aparelhos fi.1ncionais re111ovíveis é scn1elhante nonnal111ente ativados pelo paciente en1 intervalos de duas
ao recon1endado para o AEB (geraln1ente 12 a 16 horas sen1anas No entanto. a ativação excessiva i1npede o as-
por dia, durante a noite e o sono) e por 111otivos con1pará- sentan1ento adequado do aparelho e deve ser evitada rvtui-
veis. Ernbora o uso continuo possa ter uni ef'eito esque- tos aparelhos funcionais não são projetados con1 uni con1-
lético n1aior, é provável que isso ocorra às custas de 1110- ponente de expansão Nessas circunstâncias, existe a su-
vin1entos dentários exagerados e indesejáveis na direção posição de que a correção transversa do arco superior po-
da correção esquelética, incluindo a retração dos incisivos deni preceder ou seguir o uso do aparelho, se necessário
superiores e a protração dos inferiores. 13 (\ Ui Unia n1inoria Reath·açClo do aparelho - Depois de 6 a 9 111eses de
dos aparelhos funcionais é projetada para o uso en1 ten1po uso cooperativo. n1udanças positivas suficientes na oclusão
integral, incluindo o regulador funcional e o aparelho fixo podcn1 ocorrer. levando ú necessidade de uni avanço adi-
ele Herbst cional da n1andibu!a Isso requer a construção de uni novo
registro en1 cera e o ajuste ou a substituição do aparelho,
dependendo do tipo que está sendo usado. Uni ativado!
Controle cio ·natcunento conz Apare/110) Funcional\ - O
pode ser seccionado para separar as porções superior e
uso inicial de u111 aparelho funcional requer un1 periodo de
infCrior e depois é novan1ente unido ao acrílico para n1an-
adaptação para a criança, da 111es1na lclrn1a que o AEB. O
ter a 111andibula na nova posição O regulador funcional
paciente deve ser avisado da presença de 11111 desconforto
ta111bén1 pode ter escudos para o lábio infCrior e flange
leve e generalizado durante as prin1eiras sen1anas. 111as pre-
lingual avançados e novan1ente unidos no acrílico É difi-
cisa distinguir esse desconfürlo generalizado da dor loca-
cil realizar essas 111odilícações sen1 con1pron1eter a preci-
lizada nos tecidos rnoles, causada pelo trau1natisn10 do
são do aparelho: portanto, geralrnente será prudente refü-
aparelho ou avanço excessivo Os pontos de dor localiza-
zer o aparelho quando o avanço n1andibular adicional for
dos no tecido n1ole precisan1 ser elin1inados in1ediatan1en-
necessário En1bora tenhan1 sido feitas tentativas de criar
te O desconfürto geral inicial pode ser n1inin1izado pelo
unia separação do ativador entre suas partes superior e
aun1ento gradual da duração do uso de I para 8 horas por
inferior. con1 un1 parafuso de expansão ântero-posterior
dia na prin1eira sen1ana, de fonna que ele seja usado pela
pré-fhbricado para avançar a porção inl'erior, a estabilida-
noite toda no início da segunda sen1ana. Se houver dificul-
de e a durabilidade do aparelhos são significativa1nente
dades ern usar o aparelho à noite, o uso diurno é necessá-
co1npron1etidas O aparelho ele blocos gên1eos foi projeta-
rio até que o uso noturno con1plelo seja rotineiro Durante
do co1110 t1111a forn1a de evitar esse dilen1a, criando as
a segunda sen1ana, o paciente pode adicionar as últi111as 3
111etades superior e interior separadas, que poderia111 ser
a 5 horas de uso diurno ao uso noturno
111odificadas fUcil1nente para avançar periodican1ente a
A próxirna consulta agendada não deve ultrapassar 15
111andibula. Essa tarefa é ainda 1nais fácil no aparelho de
dias após a inserção da aparelho funcional. É in1portanle
l-lerbsL no qual arruelas adicionais poden1 ser rosqueadas
que o paciente ou os pais entrern en1 contato con1 o den-
no bastão para suple1nentar o co111prin1ento do tubo e
tista in1ediatan1ente se houver qualquer 111otivo que in1peça
111anter a n1andlbula e111 posição n1ais avançada.
o uso reco111endado É prudente rnarcar consultas 111ais
Se já decorreran, 6 a () 1nescs se111 unia resposta fhvo-
freqüentes durante esse período de adaptação. a fin1 de
nível 111íninu1. pode haver tuna ou 111ais de três possibilidades:
controlar e reforçar a cooperação A indicação n1ais óbvia
( 1) cooperação deficiente, (2) crescin1ento esquelético des-
da boa cooperação con1 o uso é a facilidade con1 a qual o
favorável ou (3) design inadequado do aparelho . Nova do-
paciente insere e reinove o aparelho !-lá outras indicações
ctunentação será necessária nessa situação, a fi,n de avaliar
rnais óbvias após alguns 111eses de uso, que são o posicio-
as n1udanças e tornar o plano de tratan1ento n1ais produtivo,
na111ento habitua! da 1nandíbula para anterior quando o apa-
relho não está inserido, denon1inado por alguns ef'eito do
pterigóideo, e a for111ação de cálculos no aparelho. A n1e- (/"eito.\ do n atcunento CO!fl Aparelho\ F u11cio11ais - Teo-
lhora ântero-posterior na oclusão e a din1inuição do tres- rican1ente. o principal efeito dos aparelhos funcionais nas
passe horizontal são as indicações 111ais desejáveis Unia relações esqueléticas de Classe II é estin1ular o cresci-
vez que o dentista esteja convencido de que o paciente usa 1nento n1andibular até tuna extensão en1 que o seu co111pri-
consistenten1ente o aparelho funcional, as consultas po- 111ento ânlero-posterior final seja n1aior elo que aquele que
dern ser n1arcadas con1 intervalos de 6 a 8 se1nanas . teria ocorrido se111 nenhun1 tratan1ento A intenção é ace-
É in1portante que o paciente traga o aparelho en1 todas lerar o crescin1ento da n1anclibula deficiente, até a exten-
as consultas para a inspeção e os possíveis ajustes Os são que atinja o tan1anho norrnal en1 relação à n1axila, que
ajustes con1uns inclue1n a re111oção do acrílico interoclusal está crescendo norn1aln1enle. É óbvio que un1 potencial
para pennilir a extrusão seletiva dos dentes e os ajustes do de crescin1ento nutndihular substancial é esperado e que
arco vestibular ou de outros elen1entos de fio. a fin1 de esse crescin1ento possa ser direcionado para a frente du-
iinpedir n1ovin1entos dentários indesejáveis ou estirnular rante o tratan1ento En1bora a aceleração do crescin1ento
os desejáveis. No caso do regulador funcional. precisa 111andibular tenha sido den1onstrada e111 estudos realizados
350 SE(.AO IV T!ata1ne11ro e C'o,nideraç·iies Terapl?uticas
en1 anin1ais, 1~·~ 1Y1 os benefícios a longo prazo e111 tennos 111oderaçào na década de 90, à luz de resultados n1cnos
de aquisição de un1 crescin1ento absoluto n1aior não fOran1 in1pressionantes dos estudos clínicos retrospectivos e con1-
confirn1ados por estudos clinicas n plen1entados por experiências clínicas. En1bora un1 aunicnto
En1bora os aparelhos funcionais tenha1n sido usados n1édio n1odesto no cresci111ento n1andibular possa ter ocor-
durante todo o século na Europa e nos úlli111os 40 anos rido en1 uni grupo de pacientes tratados con1 os aparelhos
nos Estados Unidos. roi apenas no final da década de 60 funcionais. esse aun1ento não !'Oi previsivel por causa da
que os dados científicos se tornara111 disponiveis para ava- grande variabilidade das respostas dos pacientes ioc Alé1n
liar a racionalização en1pírica de sua eficácia clínica Es- disso, ainda não está certo se a aceleração discernível no
ses prin1eiros dados consistia111 en1 expcri1nentos con1 crescin1ento 111andibu!ar é n1eran1ente ten1poral e não re-
anin1ais que den1onstrava111 evidências histológicas e ra- sulta e111 uni ganho final absoluto no con1prin1ento 111andi~
diográficas do 111aior crescin1ento da cartilagcn1 condilar, bular. 78 En1 outras palavras, é possível que o con1prin1ento
quando a 111andíbula era 111antida en1 unia posição de avan- final da n1andibula possa não ser allerado de 111odo aprcciú~
ço Os pri,neiros estudos de Breitner realizados en1 1naca- vel durante o tratan1ento, independenten1ente do cresci~
cos14º 141 e os dados iniciais de Alexandre Petrovic e seus 111ento acelerado. Ainda não houve u111a den1onstração clara
colegas, 1•1~ 1•13 que utilizaran1 ratos con10 n1odelos, füran1 de que os efeitos observados no tratarnento representan1 o
con1plcn1entados por estudos posteriores conduzidos e1n verdadeiro estín1ulo do crescin1ento, alén1 dos li111ites da
prin1atas1J'l 1-i·1· 15 r, e ratos, 7~us 157 · 15 '' realizados por diversos variação do crescin1ento hun1ano. Apesar de ainda haver
pesquisadores independentes Petrovic sugeriu que as ca- controvérsia e111 relação à conflabilidade dos ganhos no
racterísticas exclusivas da cartilagen1 condilar, incluindo a co111prin1ento n1andibu!ar, obtidos no trata1nento c.:0111 o
divisão celular dos pré-condroblastos (ao contrário dos aparelho funcional, existe111 outros efeitos que contrihuen1
condroblastos da cartilagen1 epifisiária dos ossos longos con1 a correção das n1ás oc!usões Classe li
ou da cartilage1n da sincondrose da base craniana), fílze111 Ej'eito.\ E\·quelético\ cloI Aparelho\ Funcionai\ En1-
con1 que essa cartilage111 reaja n1ais aos aparelhos ortopé- bora os aparelhos funcionais para (.'lasse 11 sejan1 projetados
dicos. Os estudos realizados cn1 anin1ais nas décadas de para esti111ular o crescin1ento 111andibular, existen1 evidên-
60 e 70 criaran1 un1 enonne entusiasn10 na con1unidade cias de outros efCitos esqueléticos decorrentes do seu uso
profissional e cu111priran1 unia função in1portantc na rápida Urna !Orça superior e posterior é exercida por esses apare-
aceitação e uso dos aparelhos funcionais nos Estados Uni- lhos na 111axila. Esse efCito sen1c\hante ao do AEB é causa-
dos, onde bavian1 sido an1p!an1ente ignorados até então do pela tentativa dos n1úsculos fílciais e dos tecidos n1olcs
A cont101•érsia - Existe111 duas considerações ilnpor- estirados de retornar a n1andíbula posicionada de volta à
tantes que ainda não füran1 respondidas. Prin1eira, o au- sua postura n1ais posterior e superior U111a vez que a parte
111ento geral no con1prin1ento 111andibular, obtido co111 dis- 111axilar do aparelho contata o arco superior, as IOrças dos
positivos ortopédicos en1 ratos e 111acacos en1 fase de cres- 111usculos e tecidos n1oles são transn1itidas pelo aparelho
cin1ento, tan1bé111 ocorre nas crianças en1 cresciinento? aos dentes superiores e à n1axila. Existc1n evidências de
Segunda, o aun1ento quantitativo no cresci111ento condilar, que esse efeito restringe o crescin1ento n1axilar de ronna
den1onstrado e111 un1 nivel celular, é suficiente para fazer que não é di[Crenle do efCito de un1 AEB.sr, 17.i 1751 ~11 l' 111 ·l'1~
tuna diferença clínica relevante en1 un1 ser hun1ano? E111 Estudos clínicos retrospectivos bem planejados. que co111-
resposta a essas questões, vários pesquisadores realiza- para111 a resposta esquelética ao trata111ento co111 AEB con1
ran1 estudos clínicos retrospectivo nas décadas de 70 e a resposta ao aparelho funcional, enconlraran1 poucas di-
80 Isso estava ocorrendo na n1esn1a época en1 que n1ui- f"erenças no resultado do tratan1ento usando os dois 1néto~
tos dentistas con1eçaran1 a considerar os aparelhos funcio- dos '1~ 9'! 1<,5 Há unia especulação de que a re1nodelaçào da
nais para os pacientes portadores de deficiência mandibu- fOssa glenóide para baixo e para frente possa representar
lar. Alguns desses estudos retrospectivos den1onstran.1n1 parte da correção esquelética decorrente do uso de apare-
alguns aun1entos n1édios 111odestos do crescin1ento n1an- lhos funcionais t<15
dibular (2 a 4 n1111/ano) durante o tratan1ento con1 os apa- E.f'eilos Deulá1 ios cio\ Aparelho.\ Funcio1u1i\· ~ Exis-
relhos funcionais. 130136138160·17 º Outros pesquisadores, no ten1 diferenças claras nos efCitos que o tratan1ento con1
entanto, não consideraran1 que o efCito dos aparelhos fun- AEB e con1 aparelho funcional causa, respectiva111ente,
cionais no aun1cnto quantitativo da n1andíbula eran1 clini- nos dentes. Ernbora o AEB tenha efeito ínfin1os, a não ser
can1ente significativos. 8<, . u,z i 7 i-is,, Alé111 disso, tornou-se cla- nos dentes posteriores superiores, os aparelhos funcio-
ro que havia unia variabilidade 111uito n1aior na resposta de nais con1un1ente causan1 certa retrusão dos incisivos su-
crescin1ento n1andibular dos hu1nanos aos aparelhos fun- periores. 8(, 172175177 Isso é causado por u111a fürça lingual
cionais do que o observado nos 111odelos ani111ais. io1 Adicio- trans111itida pelo arco vestibular ou pelas 111olas de torque
nahnente, a variabilidade do potencial de crescin1ento e a contra esses dentes, quando a 111andíbula tenta voltar à
resposta ao tratan1ento ortopédico era111 111uito 111aiores na sua posição original. Essa 111esn1a tentativa natural de
n1andíbula do que na n1axila. llJ reposicionan1ento por parte da 111andibula causa a protrusão
O entusiasn10 pelos aparelhos funcionais nos Estados dos incisivos inferiores, provocada por unia fürça vesti-
Unidos durante a década de 80 sofreu unia considerável bular trans111itida pelo aparelho que se encontra pot lingual
Trata111e1110 dcn i\flh Ocht.\"àe\ de Chn)e 11 (APfTULO 20 351
desses dentes 11" 171 175 180 O dentista controla parcialn1ente lar a aceleração do crescin1ento n1andibular, 111as uni efCi-
a extensão en1 que esses n1ovin1entos ocorre111. Os arcos to sen1elhante ao do AEB é provaveln1ente necessário para
vestibulares pode111 ser posicionados para frente, afasta- o sucesso do tratan1ento Parece razoúvel supor que unia
dos dos incisivos superiores e pern1anecer n1ais en1 con- abordage111 con1binada do tratan1cnto ortopédico, usando-
tato con1 o tecido n1ole, a fin1 de 111inin1izar a inclinação se a fürça extrabucal en1 con1binação con1 uni aparelho
desses dentes para vestibular A inclinação dos incisivos funcional, pode pro1nover cresci1nento esquelético cun1u-
inferiores para vestibular pode ser n1inin1izada quando as Iativo 111aior do que no uso de qualquer un1 desses apare-
ílanges de acrílico lingual não estão en1 contato con1 os lhos isoladan1ente A integração dos dois 111étodos foi de-
dentes. quando do posiciona1nento da n1andíbula para a senvolvida no final da década de 60 na Europa 17 ('
frente. No caso do ativador ou do Bianatar, a adição de Essa abordagen1 co111binada utiliza tração occipital
tuna cobertura de acrilico sobreposta às superficies vesti- conectada a un1 arco fhcial inserido nos tubos que são
bulares das bordas incisivas dos incisivos inferiores tan1- incorporados no acrílico interoclusal na área de pré-1110-
bén1 pode ~judar 183 lar.1% 1' 17 Urna vez que os tubos estão n1ais para anterior do
Os aparelhos funcionais, diferente111ente do AEB, ta111- que sua localização usual nas bandas do prin1eiro n1olar, é
bén1 causan1 u111 ef'eito direto no arco inferior posterior e necessário ter u111 arco interno nn1ito 1nais curto e que se
anterior É con1un1 que os ativadores conten1porâneos e encaixe apropriadan1cnte nos lábios e nos incisivos supe-
outros aparelhos füncionaís pro111ovan1 a extrusão dos den- riores ( v~ja Fig. 20-1 O). Tan1bé111 é possível usar un1 gan-
tes posteriores infCriores, enquanto iniben1 a extrusão dos cho e111 1 encaixado nos ganchos do fio incorporado no
dentes posteriores superiores, na freqüente111ente deno1ni- acrilico 1'J~ O AEB de tração alta pode beneficiar o trata-
nada irrupção diferencial Isso encoraja a extrusão pos- 111cnto, n1elhorando a retenção do aparelho funciona! e
terior diferencial, que tende a corrigir a relação da Classe aplicando dircta111ente a força extrabucal através do cen-
II, enquanto rotaciona o plano oclusal para cin1a na região tro de resistência da n1axi!a O aparelho funcional pode
posterior e para baixo, na anterior 171177 Ta1nbé111 é unia co111ple1nentar os benclicios do AEB, encorajando o cres-
caracteristica con1u1n a inserção do acrilico interoclusal cin1ento n1andibular enquanto controla a extrusão dos den-
anterior para inibir a extrusão dos dentes anteriores supe- tes posteriores e anteriores . 1'17 l<l'!
riores e infCriores, a lin1 de reduzir o trespasse vertical Não é praticável utilizar essa abordage111 con1binada con1
anterior excessivo A pro111oção da extrusão dos dentes uni aparelho IL!ncional ren1ovível que não tenha vo!un1e de
posteriores para obter a correção da Classe II, ou para acrilico adequado. co1no o regularlor funcional ou a 111aioria
din1inuir o trespasse vertical anterior, não é prudente quando dos Bionators A IUlta de volun1e acrílico i1npede que esses
existe urn grande potencial de cresci111ento 1nandibula1 aparelhos pro111ovan1 rigidez adequada para suportar a für-
vertical ou para baixo, e não para a frente. Esse seria o ça extrabucal, sen1 defor111ar ou danificar o aparelho. Tan1-
caso da altura facial inferior aun1entada, aco111panhada por bén1 é reco1nendável usar n1olas de torque nos incisivos
un1 ra1110 n1ais curto e uni plano n1andibular 1nais inclina- superiores en1 vez do arco vestibular, para ~judar a 1nini111izar
do A pennissão de unia extrusão diferencia! posterior nessa a retração desses dentes. A abordage1n con1binada é
situação seria contrária aos objetivos do tratan1ento, por- fi·eqüentcn1ente reservada aos problen1as esqueléticos mais
que a extrusão posterior tende a inclinar n1ais ainda a 111an- graves de ('lasse II, particularrnente se o excesso vertical
dibula, e assi111 o crescin1ento seria expresso verticahnen- 111axilar für unia caractcristica prcdon1inantc
te, e não para anterior Os aparelhos funcionais causa111
uni efeito adicional nos dentes inferiores que não ocorre
con1 o uso do AEB lnvariaveln1ente, ocorre a protração Tração lnterarcos
dos incisivos inferiores en1 resposta ao contato do aparelho
por lingual desses dentes, à n1edida que a 111andíbula tenta Indicações e Objetivos do Tratamento com
retomar às suas posições posterior e superior naturais Tração lnterarcos - A tração interarcos a partir da
região anterior do arco superior, até a região posterior do
Tratamento Combinado de Modificação arco inferior, denon1inada co1nun1ente elástico.\ ele Clcts's'e
no Crescimento li. é prqjetada para exercer unia fürça anterior nos dentes
infCriores e unia força posterior nos superiores Isso re-
Os AEBs ou aparelhos funcionais poden1 ser usados con1 sulta principahnente na protração dos dentes interiores e,
eficácia para tratar a Classe II esquelética En1bora os AEBs e111 1nenor extensão, na retração dos dentes superiores
s~jan1 plan~jados para a restrição do crescin1enlo n1axi!ar, En1bora esses 111ovin1cntos dentários gerahnente s~ja1n de-
e os aparelhos fllncionais para o estín1ulo do crescin1ento sejáveis con1 os elásticos de Classe II, existen1 outros 1110-
n1andibu!ar, as n1udanças esqueléticas decorrentes de a111- vi1nenlos dentários si1nultâneos que os dentistas geralrnente
bos os n1étodos são surpreendenten1ente sen1elhantes. En1- tentan1 lin1itar o 111áxin10 passivei Por causa do vetor de
bora os AEBs restriqja1n o crescin1ento n1axilar, funcio- força vertical que aco1npanha o uso dos elásticos de Clas-
nan1 1ne!hor quando a 1nandibula cresce consideraveln1ente se II, certa extrusão dos dentes posteriores inferiores e
Da 1nesn1a fürn1a, os aparelhos funcionais pode111 estin1u- anteriores superiores deve ser esperada (Fig . 20-14) Isso
352 S!:(.Ao IV Ti ata111e11to e Cú1nide1 açiJe5 Terapê11tica5
A B
Fig, 20~15 Ganchos alternativos usados tomo cnc.ii:ü:s para os dústiclls dt.: Classe li A . Gand10 integrado ao braquctc B. G:mcho
de Kobayashi, um tio de amarrilh(1 O Ol 2' dobrado parn !llrrnar uma ali;a \.'. amarrado ao braqtH!IC C, Gancho fabricado para ser
pregueado diretamente no an.:n de nivelamento
túrios. Isso requer a instalação de arcos de nivelan1ento Os fúbricantes classilican1 os elásticos estipulando duas
flexíveis iniciais que exerce,n fürças leves e continuas. n1edições: o didn1elro (polegadas ou nlilín1etros) do circu-
seguidos por fios progressiva111ente n1ais rígidos e de for- lo criado por u111 clústico passivo e a força (onças ou gra-
n1a seqüencial, até que os arcos retangulares contínuos 111c:1s) cria do pelo cstira111ento de uni elástico por uni con1-
possan1 ser inseridos se111 produzir forças excessivas O pri n1ento específico (a distúncia 111édia entre o pri111eiro
alinha1nento e o nivela1nento são necessários para que os rnolar inlCrior e o canino superior) Dessa IOnna, a secção
dentes deslize1n ao longo do arco de nivela111ento Os den- transversa e o con1prin1ento do c!ústico poden1 ser varia-
tes inferiores precisa111 deslizar para frente, enquanto os dos, a fi111 de !Ornecer ao dentista a {Orça adequada quan-
superiores des!izan1 para trás e111 resposta à fi:)rça horizon- do o elústic0 é estirado por tnna certa distância
tal exercida pelos elásticos de Classe li Se o alinluunento A n1agnitude da JOrça exigida depende da situação clí-
ou o nivelan1ento for inadequado, o atrito do bracket co111 nica Se cada dente for 111ovido ( o canino superior para
o fio in1pede o n1ovi1nento horizontal dos dentes ao longo distal ou o n1olar inferior para 111esial), a escolha de un1
do fio. Portanto, antes da inserção dos elústicos interarcos. el.:ístico que exerça aproxin1adan1cnte 100 g (3 a 4 oz.) por
os arcos retangulares de aço são reco1nendados para pro- lado serú adequada Se grupos de dentes ou arcos inteiros
111over a rigidez adequada e reduzir a li"-icção 1•·1 Se a inten- füran1 n1ovin1entados, cerca de 300 g por lado serão indi-
ção for li1nitar o 111ovin1ento dentário en1 un1 dos arcos cados Esses níveis de força pode111 ser 111edidos co111 uni
1nais do que no outro, o fio grosso retangular de aço. que tensiô111etro para garantir a acuidade
se encaixa totaln1ente na canaleta do bracket, deve ser co- Os elásticos de Classe II são geraln1ente inseridos nos
locado no arco onde u,na n1udança dentária 1nínin1a é de- caninos superiores, con10 os pontos de encaixe superior,
sejada . Na n1aioria das rnás oclusões ('lasse fl. gerahnente e nos prin1eiros n10Jares inferiores, corno os pontos de
são indicadas 111udanças 111ini111as no arco interior encaixe inferior Os clústicos interarcos poden1 ser colo-
cados en1 ganchos integrados ou an1arrados aos brackets,
I'(Jrça Libercula pe/05 Elástico.\ lnterorco\ de C'la\\e li - ou poden1 ser colocados en1 ganchos. soldados ou pre-
Os elásticos interarcos são 111anuf8turados c111 unia a111pla gueados direta,nentc no arco (Fig 20-15) Se für desejá-
seleção de ta111anhos, variando na espessura e tan1bé111 no vel que cada dente ou u111 grupo de dentes se n1ovan1 ao
con1primento. A variação dessas duas características de- longo do arco. será nccessúrio ter o ponto de encaixe dire-
tennina a 111agnitude da fürça exercida por t1111a detcnni- tan1entç sobre os brackcts desses dentes Se todo o arco
nada quantidade de extensão ou estira111ento do elástico dentário ror 1novido, o ponto de encaixe deve estar no
354 SEç.\o !V Tn11u111e11to e Co11side1 aç"Ôe\' Terapêulicél\
arco O co1nponente horizontal da Jürça pode ser acentu- Angle. en1 que se supôs que os elásticos de c·Jasse II cauN
ado e o con1ponente vertical reduzido. transfünnando o sava u111 eleito ortopédico Na década de 40, con1 o ad-
segundo 111olar inferior no ponto de encaixe inferior e os vento da análise cefa!on1étrica, logo se tornou aparente
incisivos superiores no ponto de encaixe superior Se es- que a 111elhora das rnás oclusões Classe II con1 os clústi-
ses pontos de eneaixe füren1 colocados 111ais próxi111os cos de c·iasse li era o resultado de un1 111ovin1ento dcntúrio
uni do outro. a IOrça horizontal será reduzida e a verticaL co111 efeitos esquelélicos infí111os. Existen1 algun1as eviN
at1111entada, dências recentes que de1nonstran1 que os elústicos da Classe
Unia vez que o dentista tenha selecionado o tan1anho li. usados 14 horas ao dia c111 ratos e1n füse de crescin1en-
adequado do elástico e rornecido ganchos disponíveis para to. poden1 ter u111 efeito esti111ulante no cresci111ento da
o encaixe. é i111portante de1nonstrar a inserção e a rc1110- cartilagen1 condilar n1andibular, en1 nível 1nicroscópico 11 3
ção dos elásticos para o paciente e os pais Gerahnentc, é Os autores desse estudo acredita111 que esse efCito estÍTnu-
111ais fácil encaixar pri111eiro o elástico no ponto 111enos lante possa resultar en1 uni alongan1ento clinican1cntc re-
acessível de encaixe, que é o encaixe inlCrior Os ganchos levante da nu1ndibula, se o trata111ento fOr iniciado durante
precisan1 se estender lateraln1cnte para facilitar o acesso, o início do estirão do crescin1ento puberal 201211 ~ Essa vi-
en1bora não 111uito, pois poderian1 irritar a 1nucosa bucal são não é apoiada. no entanto. por nun1erosos estudos
O paciente é então treinado a inserir e re1nover os elásti- clinicos que den1onstraran1 que os efeitos dos elásticos de
cos. até que esteja confiante no processo. O uso ideal é de ('lasse li são lin1itados aos dentes ~03
:24 horas por dia, porque as !Orças continuas 111oven1 os A resposta dentúria aos elásticos de Classe II é carac-
dentcs con1 1nais eficácia. Os únicos 11101nentos en1 que terizada principahnente pela protação ou n1esialização dos
eles deven1 ser ren1ovidos são durante as refeições. a lin1- dentes inferiores e, en1 n1enor extensão, pela retração ou
peza dos dentes ou o uso do protetor bucal Foi den1ons- n1ovin1ento dos dentes superiores para distal U1na vez que
trado que os elásticos deterioran1 no an1biente intrabucal ~(io os incisivos inferiores já poden1 ter unia posição prolrusiva
Portanto. o paciente deve ser suprido con1 u111a a111pla quan- causada pela co111pensação dentária, a protração adicional
tidade de elásticos. de lürn1a que eles possa111 ser substi- desses dentes pode ser contra-indicada. Ta111bén1 existe
tuidos pelo n1enos duas ou três vezes por dia un1 con1ponente vertical do vetor de fürça, produzido pe-
los elásticos de Classe !!, que causan1 tuna certa extrusão
('ontro/e do Trala1nento co,11 a n·aç(io !nte/'arco\ ele L,..,,la\- dos n1olares infCriores e incisivos superiores, que acotn-
\e li - U111 periodo de adapttu;ão. con1 uni aun1ento pro- panha as n1udanças ântero-posteriores. Se JOr penniticlo
gressivo na duraçüo do uso, ê gera!n1ente desnecessário que a extrusão substancial desses dentes ocorra, o plano
con1 os elásticos interarcos _por causa das !Orças leves oclusal torna-se 111ais inclinado. rotacionando o lado pos-
que estão sendo aplicadas Todavia. o paciente deve espe- terior para ci111a e o anterior. para baixo E111bora isso di-
rar un1 certo desconfOrto leve durante a pri1neira se111ana n1inua o trespasse vertical anterior, un1 benetício en1 n1ui-
A próxin1a consulta n1arcada não deve ocorrer antes de 3 tas n1ás oclusões c·1asse IL ta111bé111 provocará a rotação
a 4 senutnas, a n1enos que o paciente tenha dificuldades da n1andíbula tornando-a 1nais aberta, se o cresciinento
nos cuidados con1 o elástico. e nesse caso a consulta deve dos ran1os 111andibulares não acon1panhar a quantidade de
ser 1narcada assin1 que passivei A prín1eira consulta de extrusão 111olar Se isso ocorrer, a altura lhcial anterior e a
retorno !Ornece a oportunidade de controlar a cooperação inclinação do plano n1andibular au111entarão. o que é inde-
e detenninar se o progresso está ocorrendo Se nenhun1a sejável se a altura facial origina! J'Or nonnal ou longa c·o1110
,nudança apreciúvc! lür evidente depois de 4 a 6 sen1anas, já explicado. a extrusão dos incisivos superiores. decorN
a duração do uso ou a 111agnitude da IOrça selecionada são rente do uso do elástico de Classe li, pode resultar na
inadequadas. En1bora o uso extenso do AEB e dos apaie- exibição vertical excessiva desses dentes e111 relação ao
lhos fl1ncionais por 6 ou 1nais n1cses s~ja freqüenten1ente lábio superior, criando unia aparência estética rui1n carac-
indicado para os problen1as esqueléticos de Classe li, o terizada por uni sorriso "gengival"
uso dos elásticos de c·1assc II para a correção dos proble- Os elásticos de Classe li também podem ser usados
n1as dentários de c·iasse li é geraln1cnte li1nitado a 3 a 6 con1 cursor deslizante para aplicar tuna fürça distal nos
n1eses de uso. O uso desses elústicos por u111 período n1ais 1nolares superiores No entanto, a extrusão dos 111olares
longo norn1aln1ente resulta na extrusão excessiva dos in- inferiores a partir da fürça de reação lin1ita esse 1nétodo
cisivos superiores e 1nolarcs in!Criores Isso pode resultar aos pacientes que poden1 tolerar a altura iàcial in!Crior au-
e111 tuna aparência estética ruin1. con1 exibição vertical 111entada e tên1 un1 cresci111ento vertical ren1anescente do
excessiva dos incisivos. un1 sorriso .. gengival'' e tuna altu- rtuno n1andibular
ra 1~11..:ial inrerior aun1entada. con1 uni plano 111andibula1
n1ais inclinado Camuflagem Dentária nas Más Oclusões
Classe li Esqueléticas
E.fCitos do ·n·alcunenlo co111 a Traç-ao Jnte1 arco\· de Classe
li - Houve un1 periodo durante a prin1eira n1etade do sé- O objetivo da can1uflage111 dentária é disfarçar unia rela-
culo XX, devido principahnente à influência de Ed\vard ção esquelética inaceitável. através do reposiciona111t:nto
355
ortodôntico dos dentes nos nuixilares. de fonna que a Classe li. porque a obtenção de unia oclusão aceitável pode
oclusão dentária seja aceitável e a aparência facial. estética exigir un1a retração tão intensa dos incisivos superiores,
Os 111ovin1entos dentürios nccessúrios são a retração dos que ncaba resultando e111 tuna aparência fhcinl con1 estéti-
dentes superiores e a protração dos dentes inferiores. con1 ca con1pro111etida Essa aparência inclui o lábio superior
o objetivo de cliininar o trespasse horizontal e corrigir a 111ais retrusivo, dando 111aior projeção ao nariz. o àngulo
oclusão posterior Os indivíduos que já apresenta111 tuna nasolabial aberto e 11111 sorriso caracterizado por incisivos
con1pensação dentária natural extensa antes do tratan1en- superiores inclinados para lingual Os candidatos para a
to. co111 os incisivos in!eriores en1 tu11a posição protrusiva. can1ullage111 dentária não dcven1 ter apinha111cnto in1por-
não são bons candidatos para a can1uflagen1 dentária por- tante Pelo contrário, deven1 ter espaço extra nos arcos
que o seu objetivo é criar ou acentuar a co111pensação den- dentários Isso é des~jável para que exista espaço adequa-
tária para a discrepància esquelética (Fig. 20-16) do para 1nover os dentes o suficiente para corrigir a dis-
Os pacientes apropriados para o tratan1ento con1 a ca- crepância üntero-posterior. Por esse 111otivo. a can1ufl;:1-
nn1tlagen1 dentária são os adolescentes n1ais velhos ou gen1 dentária quase sen1pre requer a extração (a 1nenos
adultos, que já não tên1 n1ais potencial de crescin1ento facial que os dentes já estcja111 ausentes) en1 11111 ou nos dois
adequado para que valha a pena tentar ou continuar a 1110- arcos Uni critério final para a seleção da can1uflagen1 den-
di ficação no crescin1ento Esse tipo de tratan1ento tan1- tária é que ela resulta cn1 proporções fi:lciais verticais nor-
bé111 deve ser considerado apenas quando os problen1as n1ais É dificil au1nentar a din1ensão facial vertical e din1i-
esqueléticos de Classe li tivere111 severidade branda a 1110- nuir a sobren1ordida profunda quando se extrai dentes de
derada Nesses individuas, a can1uf1agen1 dentária pode un1 indivíduo con1 lhce curta e n1ordida profunda, carac-
ser a única alternativa de trata111ento razoável à cirurgia terísticas freqüentcn1ente associadas a unia deficiência
ortognática A rnaioria dos problen1as esqueléticos graves 111andibular e un1 plano n1andibular horizontal En1 uni in-
não pode ser tratada eficiente1nente con1 a n1ecânica de dividuo co111 face longa associada ao excesso 1naxilar e ao
B e
Fig 20-16 A. Um p,1cicntc com muita cmnpcn5ação dcntúriu naturnl para a Classe J!. comumcntc
caractcriz,1da por
inci5ivos superiorc5 rctruídos e incisivos inlcriorcs protruidos B e C Js50 p(Hk resultar na redução
do trcsp.1s5c
hodzontnl. mesmo com a oclusilo dcntúria posterior cm Classe li
356 SEC·\O IV Ti . ata111e11to e Co1nide1açfie, Te,apJuth·a\
plano 111andibuhn inclinado. co111 ou scn1 deficiência 111an- dage1n Se não hú espaço suficiente, o resultado do trata-
dibular. é diflcil adquirir u1na correção oclusal ántero-pos- 111ento será inadequado. Os ol~jetivos oclusais obtidos ús
terior adequada. sen1 provocar a extrusão dos n1olares in- custas de incisivos superiores excessivan1cnte retraídos e
lCriores e exacerbar o problen1a vertical extruidos resultan1 no con1pron1etin1ento da estética tücial
Geraln1ente. o tratan1ento ideal para t11na c·Jasse li Se os objetivos oclusais requerc111 a protração excessiva
esquelética 111oderada a grave. en1 un1 paciente con1 po- dos dentes infCriores. a estabilidade das posições finais
tencial 111ínin10 de cresci1nento facial ren1anescente. con- dos incisivos in!eriores será con1pron1etida
siste en1 e!Ílninar a discrepí:lncia con1 cirurgia ortognática
Se houver discrepância ou def'orn1idade esquelética. o TijJo_\ de Aparelho_, O trata1nento através da can1ulla-
reposicionan1ento cirúrgico das bases ósseas discrepan- gen1 dentária deve ser realizado con1 uni aparelho ono-
tes criará unia oclusão !tlncional ideal e uni equilíbrio fUcia! dôntico lixo total U1n trata111ento ortodôntico dessa na-
estético. Portanto. o trata1nento ortodôntico con1binado tureza nonnaln1ente requer 111ovin1ento de corpo dos dt.:n-
co111 cirurgia ortognútica é particu\arinente apropriado para tes, a fi111 de obter uni resultado estável É in1possivel con-
os problenu1s esqueléticos graves. e1n pacientes con1 po- trolar o n1ovin1ento radicular para pro111over 111ovin1ento
tencial 111íni1110 de crescin1ento InfClizn1ente. nen1 todos de corpo con1 aparelhos ren1ovíveis
os indivíduos portadores de Classe li esquelética estão Se espaço suficiente estiver presente nos arcos den-
dispostos ou poden1 se subn1eter à cirurgia ortognática tários, será possível planejar un1 tratan1ento para retrair os
En1bon1 existain li1nites à extensão que a ca1nuflagen1 dentes superiores e protrair os infCriores. a fin1 de obter
dentúria pode ser usada. há 1nuitos proble111as esqueléticos oclusão e trespasse horizontal nonnais, 1nes1110 con1 a pre-
leves a 111oderados que pode1n ser tratados de 111aneira acei- sença de unia c·iasse li esquelética suave A abordagen1
tável con1 a can1ullagen1 dentária bion1ecánica ortodôntica apropriada é fürnecer o n1áxi1no
Os tipos de can1uflagcn1 dentária para os problen1as de ancoragern superior posterior e o nulxiino de anco-
esqueléticos de c·iasse li poden1 ser divididos convenien- ragen1 inferior anterior (Quadros 20-2 e 20-3 ). Isso é
te1nente de acordo con1 a necessidade ou não de extração necessário para 1nini111izar o n1ovin1e11to dos inalares su·
durante o tratnn1ento
desse espaço interdentário excessivo en1 a111bos os arcos 4 Vários dentes posteriores superiores unidos. con10
é inco111un1. evidente no caso de dentes pequenos. A única unia unidade de resistência con1binada. durante a
retraçiio de apenas un1 dente anterior por vez
outra possibilidade é quando os n1olares superiores poden1
5 ivlecánica do arco segn1e11tado para retração dos clt:n·
ser 111ovidos para posterior, o suficiente para abrir espaço
tes anteriores. a lin1 de evitar a fricçiio decorrente da
necessário para a retração dos incisivos superiores e o retração dos dentes ao longo do :.nco
tratan1ento até urna oclusão posterior nonnal O 111ovi1nento 6 Dentes posteriores superiores posicionados con1 a
de corpo dos 111olares superiores para distal é un1 desafio inc!inaçiio da raiz para 1nesial. a fi111 de esti111ular seu
fünnidáveL usando-se os 111étodos bion1ecànícos ortodôn- 1noviI11ento de corpo e1n resposta ú !Orça anterior de retra-
ticos tradicionais Por outro lado. o desenvolvin1ento re- ção
cente da ancoragen1 intrabucal estática, descrito 111ais adian- 7 Inclinação distal das coroas dos dentes superiori:s
te, pode tornar essa opção 111ais realista anteriores que estão sendo retraídos. seguida pela
Os objetivos do tratan1ento sen1 extração são a retra- sua verticalização para n1ini1nizar o esf'orço sobre a
ção dos dentes superiores e a protiação dos dentes inferio- ancoragern posterio1
res, até a extensão en1 que uni trespasse horizontal for 8 O uso do arco inferior con10 ancoragcn1, durante a
clin1inado e a oclusão posterior nonna!, obtida Con10 já aplicação da !'orça rnaxilar de retração con1 elústicos
de Classe 11
explicado. espaço suficiente deve estar presente ou será
9 In1plantc osseointegrado no palato, que funciona
criado ortodontica111ente nos arcos para pennitir un1 trata-
con10 ancoragen1 intrabucal estútica (Fig 20-18)
1nento de ca111ullage1n dentária aceitável dentro dessa abor-
Ttllfan1e1110 do_, ,\fá, ()c/11,ôe, de Cla,\l' li CAPÍTULO 20 357
periores para 111esial. enquanto os pré-n1olares. caninos e ran1 projetados para exercer u111a força recíproca contínua
incisivos superiores são retraídos: e para 111iniI11izar o 1110- de 100 a 300 g. produzidas por n1agnctcs rcpelentes.~ 05
vin1ento dos incisivos inJCriores para distal. enquanto os
1nolas espirais abertas de níquel~titâ nio, 21 !/• fios de niquei-
,nolares, pré-111olares e caninos inreriores são 111esializados.
titânio defletidos pan1 fünnar alças ativas.~º; ou n1olas he-
Quando o espaçan1ento generalizad o adequado não estiver
licoidais de Tl\.'11\ (veja Fig. 20-198) 20 ~ 10' 1 Na ausência
presente nos arcos, poderá ser difícil, 111as será possível
n1over os dentes posteriores superiores para distal para
criar espaço suficiente para a retração dos dentes superio-
res. Isso requer uni n1ovi1nento de corpo dos n10Jares su-
periores para distal - uni desafio consideráv el con1 as téc-
nicas ortodôntica s vigentes. Tradiciona hnente, o único n1é-
todo passivei era o uso en1 te1npo integral da fürçn ex-
trabucal. con1 uni arco fhcia! encaixado nos pri1neiros
n1olares O n1ovin1ento be111-sucedido do n1olar para distal A
requer o uso do AEB en1 ten1po integral, e uni 111ovin1ento
apreciável é passivei apenas se os segundos 1110Jares não
cstivere111 presentes. Se a cooperação do paciente lür ina-
dequada. a única opção é inserir uni aparelho ortodôntico
que exerça a tuna força distal intrabucal nos n1olares supe-
riores. lnfC!izn1ente, as fürças intrabucais sen1pre tê1n unia
força reativa recíproca que afeta os outros dentes, e geral-
1nente é contraprod ucente para o tratan1ento ortodôntico
Se a força distal intrabuca! exercida nos 111olares superio-
res für produzida por unia 111ola. a fürça reativa é unia
força 111esial igual nos dentes anteriores superiores, 1novi-
111entando-os na direção oposta à desejada (Fig 10-19 A)
Nas décadas de 80 e 90, vários novos aparelhos fO- B
ran1 introduzido s por individuas que afirn1an1 ter supera-
do esses problen1as bio1necünicos e conseguido distalizar
eficiente111entc os 111olarcs superiores. Esses aparelhos fo-
/\
...... ...............
,,...... \,~•m•••I
.{
• • e---! ....>
---;.."
~··u
/\
tração alta 211 r, ou o uso do aparelho ele Herbst êo~ ;\ opção
do AEB te111 a elesvantagen1 de sua dependência ela coope-
ração do paciente. enquanto a opção do 1-Ierbst te111 a cles-
vantage111 da protração dos dentes interiores con10 cl!2ito
'lf colateral Todavia. alguns 111ilin1etros de 111ovi111ento de
corpo dos 111olares para distal pode111 ser obtidos sob con-
dições ideais Se isso não for suficiente para corrigir a
relação de Classe li. a correção da oclusão posterior e do
B
rido. passando pelos caninos e os pré-111olares e lin1itado se a retração desafiadora de todos os dentes superiores
ao arco superior O ideal é que a distalização dos niolares ror ben1-suceclida. esse risco adicional de não ter os ter-
superiores seja obtida coni a força extrabucaL criando o ceiros niolares be111-forn1ados para substituir os segundos
espaço necessário Se esse espaço für criado coni fürça n1olares extraldos pode co111pro111eter o resultado do tra-
intrabucal. un1 aparelho parcial fixo deve ser refürçado ta111ento
para dissipar parcialrnente a fürça anterior reativa contra Outra abordagen1 para a ca111uf1agen1 dentária coni
os incisivos (veja Fig 20-198). Unia vez que o espaço extração é ren1over o prin1eiro ou o segundo pré-111olar
tenha sido obtido. o restante da aparelho fixo é inserido, e inferior e ta1nbén1 os pré-111olares superiores, Nesse caso,
o alinhan1ento e o nivela1nento são fínalizados antes do o objetivo cio trata111ento é usar o espaço das extrações
fcchan1ento do espaço para n1over os dentes posteriores interiores para a frente.
O techa,nento be111-sucedido cio espaço é obtido se os en1 tuna relação 1nolar norn1al Se houver apinhan1ento ou
dentes superiores puclere111 ser retraídos. e os inferiores protrusão dos incisivos inferiores. a extração inf'erior será
protraídos o suficiente para corrigir a oclusão posterior e essencial
reduzir o trespasse horizontal c·on10 füi explicado, o dentis-
ta deve ton1ar n1uilo cuidado na rnaxin1ização da ancora- Tipos ele Apare/110\ - U111a vez que o espaço se torna dis-
gen1 posterior superior e da ancoragen1 anterior inferior. a ponivel após as extrações, tuna força elástica (elástico,
lim de obter esse resultado Se os elásticos de Classe II alça de retração, 111o!a espiral fCchada) é aplicada através
estiveren1 sendo usados e o espaço já estiver techado no do espaço para ICchá-lo. A resposta dentária a essa força
arco inferior. uni arco retangular de aço con1 diniensão intra-arco é que os dentes posteriores se n1oven1 para
total deverá ser inserido nesse arco para niininiizar a 111esial e os anteriores. para distal.. O desafio bio1necânico
protração excessiva cios incisivos inferiores para o ortodontista é fechar o espaço con1 retração ou
E111 resu1110. poucos casos podeni ser positiva,nente 1novinienlo para distal dos incisivos superiores e protra-
tratados con1 a ca111uflagen1 dentária sen1 extração. A se- ção n1ínin1a ou 111oviniento cios dentes posteriores superio-
veridade da n1á oclusão Classe 11 deve ser leve, eni uni res para 111esial Diversas abordagens técnicas estão dis-
paciente sen1 potencial ele crescin1ento n1anclibular. Alén1 poníveis para realizar esse tratan1ento (veja Quadro 20-2)
disso. o espaçaniento adequado eleve estar disponível nos Se o paciente esliver disposto a usá-lo, o AEB é exce-
arcos dentários. a li111 de pern1itir a correção para u111a lente para n1ini111izar o niovin1ento dos 111olares superiores
relação 1no!ar nor111al. Via de regra. a severidade cio pro- para n1esial. durante a retração dos dentes anteriores su-
ble111a oclusal e a ausêncía de espaça111ento fürçan1 o cien- periores A !Orça extrabucal pode ser aplicada diretan1ente
tista a recorrer à extração para pennitir un1 tratan1ento nos niolares superiores coni o arco facial ou direlanienle
ben1-suceclido con1 a can1uflagen1 dentária nos dentes anteriores con1 o gancho en1 J No caso do
arco facial. a intenção é usar a !Orça extrabucal posterior-
Camuflagem Dentária com Extração - Geral- niente contra os n1olares superiores, para neutralizar o elás-
rnente, é necessário extrair os prin1eiros pré-111olares su- tico intra-arco ou a !Orça de 111ola que está servindo para
periores no trata111ento de unia 111á oclusão Classe li con1 fechar o espaço. Dessa IOnna. os 1nolares são ancorados
can1uflage111 dentária para obter o espaço suficiente para con1 111ais eficácia. de nianeira que a 111aior parte do techa-
retrair os caninos e incisivos superiores. O espaço ade- 111ento do espaço ocorra a partir da retração cios dentes
quado estará disponivel apenas se não houver protrusão anteriores. reduzindo o trespasse horizontal se1n con1pro-
excessiva dos incisivos superiores. Alé111 disso, se não hou- 111eter a oclusão posterior A clesvantagen1 dessa técnica é
ver apinhan1ento ou protrusão apreciáveis dos incisivos que o paciente deve usar o AEB o rnáxin10 possível para
inferiores. não há indicação para extração inferior O obje- IOrnecer un1a ancoragen1 adequada e obter uni resultado
tivo do tratan1ento. nesse caso. é 1nanter os n1olares en1 otiniizado Outra desvantagen1 é que a fürça intra-arco é
unu1 relação c·iasse II. porén1 adquirir a redução total do continua e a extrabucal, intennitente Portanto. é realista
trespasse horizontal Unia abordagen1 n1ais desafiadora é presu1nir que algu,na n1esialização do niolar irá ocorrer, a
extrair os segundos n10Jares superiores e retrair os de1nais n1enos que o AEB seja usado quase que por te111po integra!
dentes superiores, a fín1 de obter tuna relação inalar e uni ou os elásticos usados apenas quando o AEB estiver sen-
t!'cspasse horizontal norn1ais Os li1nites da distalização dos do usado. o que representa un1a força intern1itente
inalares superiores já fürani discutidos. Unia li1nitação adi- O gancho en1 J aplica a força extrabucal diretan1ente
cional a essa aborclagen1 é a i1nprevisibiliclade ela fürn1ação nos dentes anteriores. para retraí-los para distal e fechar o
e ela irrupção dos lerceiros 1nolares superiores. O trata- espaço. Unia vez que a fürça extrabucal fecha o espaço
1nento be1n-sucediclo deve incluir o nioviniento ortodàntico sen1 a necessidade ela tOrça intra-arco, não existe tuna !Orça
dos terceiros niolarcs superiores, que substituirão os se- de reação que e111purre os 111olares para a fr·ente e, portan-
gundos n1olares superiores extraídos lnfelizn1ente. a to, a ancoragen1 posterior é desnecessária Assi1n conio
chance de que os terceiros 1nolares possani não se fonnar ocorre con1 o arco fhciaL a clesvantagen1 é a dependência
ou irron1per adequaclan1ente apresenta un1 risco substan- da cooperação do paciente e111 usar o AEB por tcn1po su-
cial ele que esse trala1nento será conipro111etido. Mesn10 ficiente para que o 111ovin1ento dentário ocorra . Outra des-
360 SEç-\o IV Ti a1a,11e11to e c·on\it.le, aç)ie_\ Te1 apêutica\
vantagc111 é que a fórça de retração dos dentes anteriores é Os elústicos de Classe li. que se estenden1 desde os den-
inter111itentc, o que nüo é ideal para o 1novin1ento dentúrio tes anteriores superiores até os posteriores in!Criores. po-
1\lé111 disso, é 1nais dilicil controlar o nivel da rorça para den1 exercer a !Orça de retração A força reativa posterior
111antê-la leve o stdicicnte para retrair os incisivos con1 é dissipada entre todos os dentes interiores. evitando qual-
eficácia quer 111ovi1nento dos dentes posteriores superiores para
U111a vez que a J()rça extrabucal l'reqücntcn1ente não é 1nesial A desva11tagen1 dessa técnica é que as JOrças ver-
unia opção se o paciente não estiver disposto a usar o ticais e ântero-posteriores dos elásticos de c·Jasse 11 tcn-
1\EB. abordagens de tratan1cnto alternativas tornan1-se ne- den1 a provocar a extrusão dos 111o!ares inJCriores e cios
cessárias. Sen1 a frnça cxtrabucaL algu111as outras ronnas incisivos superiores. e tan1bén1 a prolração dos dentes inte-
de n1elhorar a ancoragen1 dos 111olares superiores deve111 riores Esses 111ovin1entos dentários poden1 ser indesejá-
ser selecionadas O 111étodo de suple111entar a ancorage111 veis, especialn1ente en1 pacientes que já apresentan1 pro-
posterior é unir o 111áxin10 possível de dentes, enquanto se trusão dos dentes inferiores ou extrusão dos 1nc1s1vos su-
111ini111iza o nú1nero de dentes anteriores que serão retrai- periores
dos. Isso pcrn1ite que o elástico intrabucal ou a fürça da
n1ola aja111 sobre poucos dentes anteriores en1 uni deter- Procedi111e11to\ C1inico.~ - A can1uflage1n dentária con1 ex-
111inado pedodo. enquanto dissipan1 a rorça de reação so- tração pode envolver apenas a extração dos prin1eiros pré-
bre n1uitos dentes posteriores. Isso pode ser feito pela con- 111olares superiores. ou pode incluir a extração do pri111eiro
jugação dos segundos 111olares, pri111eiros 111olarcs e se- ou do segundo pré-rnolares inf'eriores E111 qualquer caso,
gundos pré-n1olares superiores é prudente 111ontar o un1 aparelho ortodôntico fixo total
Outra fónna de suplen1entar a ancoragcn1 posterior é para pron1over o controle adequado de an1bos os arcos
usar u111 arco lingual lixo con10 a barra transpalatina ou o dentários durante o trata111ento. Assin1 con10 ocorre con1
botão de Nance A barra transpalatina é uni Jio de calibre a ca1nullagen1 dentária se111 extração, é necessário colar e
grosso que atravessa o palato e conecta-se rigida111ente na bandar todos os dentes, nivelar e alinhar os dentes en1 cada
superf1cie lingual de an1bos os prin1eiros 111olarcs superio- arco Con10 já explicado. isso requer aun1ento gradual no
res Se os den1ais dentes posteriores estiveren1 conjuga- tan1anho e na rigidez do arco, até fios de aço inoxidável de
dos, a barra transpalatina une an1bos os lados do arco. no 1nini1110 0,017 >: 0,025 ou O.O 18 x 0,022. en1 canaleta de
eriando unu1 unidade ,nultirradicular de 6 dentes, para neu- 0.022 >: 0.028 para preparar o fCchan1ento do espaço
tralizar a fürça intra-arco (v~ja Fig 20-!7A). O botão de O n1on1ento adequado para extrair os dentes e abrir
Nance é uni tipo alternativo de arco lingual fixo soldado espaço para o trata1nento co111 can1uílagen1 dentária pode
aos n1olares superiores. eon1 a parte anterior en1bulida en1 depender da presença ou ausência de apinha111ento ou pro-
11111 apoio de acrílico que se adapta à parle anterior do trusão dos dentes. Se parte do espaço da extração fr)r ne-
palato (veja Fig 20-178) Quando ele está inserido, a for- cessário para elin1inar o apinhan1ento ou reduzir u pro-
ça de protração que age sobre os n1o!ares superiores du- trusão dos incisivos. as exodontias deven1 ocorrer no ini-
rante o f'echa111ento do espaço é parcialn1ente dissipada cio do trata1nento Se nenhun1 apinha1nento ou protrusão
contra o palato. através do apoio acri!ico apreciáveis dos dentes estiveren1 presentes. o dentista terá
Unia possibilidade para reforçar a ancoragen1 superior a opção de esperar até que o nivela111ento e o alinha1nento
posterior é 11111 contensor palatino ren1ovivel. que pode estejan1 con1pletos. antes de extrair os pré-111olares Essa
usar a resistência cio palato, à sen1elhança de 11111 botão de últin1a possibilidade oferece a vantagen1 da presença de
Nance. para 1nanter os 1nolares superiores e111 sua posição locais de extração recente no inicio do fechan1ento do es-
posterior durante o 1echan1ento do espaço paço Os locais de exodontia n1ais antigos poden1 ter n1ais
Outra estratégia para 111inin1izar a 111esialização dos 1110- osso alveolar reabsorvido. con1 tábuas corticais vestibula-
lares superiores é a redução da n1agnitude da fürça intra- res e linguais contraídas que iniben1 o fecha111ento eficaz
arco necessária para retrair os dentes anteriores durante o do espaço. Os locais de exodontia recente não apenas i111-
1echa111ento do espaço Unia lürn1a é reduzir o nün1ero de peden1 essa possibilidade, n1as são tan1bé111 caracteriza-
dentes anteriores a dois caninos superiores para a retração dos por tun tu, 1101·er ósseo ativo, que ofCrece u111 ainbien-
inicial. Isso joga efetivan1ente os 6 dentes posteriores contra te ideal para o fechan1ento eficaz do espaço
os dois caninos. 1nelhorando a ancoragen1 posterior. Unia Unia vez que o nivelan1ento e o alinhan1ento dos arcos
vez que os caninos lenhan1 sido retraidos. eles poden1 ser con1 extração esteja111 finalizados, ten1 início a retração
unidos aos dentes posteriores para criar unia unidade de 8 dos dentes anteriores superiores para elin1inar o trespasse
dentes, que então pode ser usada contra os quatro incisi- horizontal excessivo Assin1 con10 ocorre con1 a can1ufla-
vos superiores, a lin1 de obter retração 111áxin1a desses gen1 dentúria sen1 extração, os 111es111os princípios de an-
dentes A desvantagen1 da técnica é o ten1po prolongado coragen1 se aplican1, ou seja: ancoragen1 n1úxiina superior
necessário para o tratan1ento posterior e infCrior anterior. a fi111 de obter êxito no Hata-
U1na técnica final para 1naxin1izar a retração dos inci- 111ento A posição ântero-posterior final dest:jada dos inci-
sivos superiores co111 111esialização 111inin1a dos n1olares sivos ta111bén1 é lllna consideração in1portante durante o
superiores é usar os dentes infCriores con10 ancoragen1 planejan1ento da ancoragen1. antes do fechan1ento do es-
Ti a1a111e1110 da,; 1\/ú\ ()e lu\(Je\ de Cltl\' o;e 11 (,\PÍTLILO 20 361
paço A posição final plan~jada para o incisivo e a quanti- que se obtenha o n1elhor resultado 211•· 21 " Existe un1 consi-
dade da discrepúncia oclusal de Classe li definem a qmm- derável apoio dos ortodontistas para iniciar o tratan1ento
tidade de espaços de exodontia que serão fCchados pela ortopédico fhcial durante a dentadura n1ista, a fin1 de apro-
retração do incisivo versus n1esialização do inalar veitar das vantagens cio crescin1ento 111andibular ativo du-
A n1aioria dos casos suaves e 1noderados de Classe li rante essa época. Essa abordage111 requer duas füses de
esquelética. que pode111 ser tratados eficazn1ente con1 a trala111ento ortodôntico A pri1neira inclui u111 aparelho fixo
ca111ul1agen1 dentária. requer extrações. A severidade da li111itado ou 1en1ovivel. que visa obter a n1odificação no
nuí oclusão c·1asse II deve ser 111íni1na o suficiente para cresci111ento e a correção esquelética A segunda fh.se co-
pern1itir a retração dos dentes anteriores superiores, a lin1 n1eça depois da irrupção dos dentes pennanentes, con1 a
de elin1inar o trespasse horizontal após a extração dos pri- n1ontage1n de uni aparelho lixo total para finalizar o trata-
n1eiros pré-n1olares superiores. A extração não será ne- n1ento ortodôntico Os estudos clínicos retrospectivos ne111
cessária no arco infCrior se não houver apinhan1ento ou sen1pre suportan1 essa abordagen1 de duas füses con10
protrusão substanciais dos dentes infCriores. No entanto, sendo necessúria para o resultado ben1-sucedido do trata-
se qualquer u,n deles estiver presente. a extração dos pré- 111ento 2: 0221
n1olarcs inferiores é necessária para e!in1inar o apinhan1ento As desvantagens inerentes apresentadas pelos estu-
ou retrair os incisivos ínferiores. ao 111esn10 ten1po que dos retrospectivos ti·eqücnten1ente incluen1 an1ostras ten-
providencia espaço para a 111esialização dos n1olares interio- denciosas. casuistica pequena. equiparação inadequada da
res - unia tarelà dilicil de realizar (isto é, obter unia oclusão arnostra controle. alé1n de outros proble111as inerentes.~~~
Classe 1) sen1 a cooperação no uso do AEB e un1 cresci- Recenten1ente, houve nos Estados Unidos tuna tentativa
111ento 1nandibular thvoráveL de propiciar unia nova luz para essas questões, con1 o
fomento do National Jnslitule of Health para três experi-
111entos clinicos prospectivos randon1izados. Todas essas
MODIFICAÇÃO NO CRESCIMENTO: três pesquisas JOran1 projetadas de fünna prospectiva para
A CONTROVÉRSIA CONTINUA con1parar o resultado do tratan1ento ortopédico inicial con1
o AEB ou con1 aparelhos funcionais. con1 controles não-
En1bora não haja 111uito o que argu1nentar sobre o lhto de tratados E,nbora os resultados co111pletos, após o trata-
que a n1odificação no cresci111cnto esquelético da n1axi!a e 111ento ortodõntico definitivo con1 u111 aparelho fixo total e
da 111andíbula pode ser possível con1 o uso de forças orto- após o crescin1ento adolescente, não estejan1 disponiveis
pédicas, continua a polê111ica e111 relação à precisa nature- por enquanto. vale a pena resun1ir os Iestdtados presentes,
za da nnidança esquelética, e tan1bén1 ao n1on1ento corre- O prin1eiro desses experin1entos, realizado na Uni-
to e ao tipo de aparelhos que produzen1 os n1elhores resul- versidade da Flórida, incluiu a co1nparação de crianças ran-
tados do lrata1nento Inun1eros estudos clínicos retros- don1ica1nente designadas a un1 de três grupos: controle,
pectivos ben1-p1ojetados JOran1 realizados para exan1inar Bionator e AEB (cervical ou de tração alta) con1 placa de
esses fatores, con1parando o resultado da população trata- n1ordida anterior 11 ; Os resultados de111onstrara111 que o uso
da con1 controles não-tratados Keeling et ai 117 publica- do AEB ou do Bionator não al'eta111 significativa111ente o
ran1 un1 excelente resun10 desses estudos clinicas crescin1ento 111axilar. 111as parccen1 estin1u!ar o crescin1ento
Esses estudos retrospectivos gerahnente suporta1n a n1andibular e esse ef'eito pennaneceu estável por 11111 ano
eficácia do uso do AEB ou dos aparelhos tl1ncionais para após o tratan1ento Algun1as n1udanças dentárias ocorre-
1nelhorar a base apical üntero-posterior e as n1udanças ran1 con1 o tratan1ento. ou seja. a retração dos dentes su-
oclusais Não existe uni aco1do. no entanto, en1 relação à periores e a protração dos infCriores, n1as não parece111
natureza ou ao 111ecanisn10 dessas 111udanças. Parece que estáveis após a ren1oção dos aparelhos
o AEB inibe o desloca111ento 111axilar para baixo e para a O segundo experin1ento clínico randon1izado prospec-
fi·cnte, n1as os aparelhos funcionais parecen1 den1011stnu tivo. que está sendo realizado na Universidade da c·arolina
11111 efeito sen1elhante Apesar dos estudos anin1ais que de- do Norte, te111 un1a an1oslra bastante pequena de crianças
n1011stra111 uni au111ento histológico no crescin1ento ,nan- randon1ica111cnte designadas a uni de três grupos: contro-
dibular, esses estudos en1 geral refutan1 a afinnação de le, Bianatar e AEB coinbinado, 7:,; Os resultados após o tra-
que esses aparelhos possan1 enfh.tizar o crescin1ento n1an- tan1ento inicial con1 os aparelhos ortopédicos revelan:1111
dibular para produzir unia posição n1andibular significati- uni efCito de inibição 111axi!ar no grupo do AEB, e uni efCí-
van1ente n1ais anterior do que nos controles não-tratados 215 to de estin1ulo n1andibular no grupo do Bianatar. en1 111é-
O AEB e os aparelhos funcionais induzern cfCitos dentários dia No entanto. os pesquisadores ficara111 surpreendidos
que incluen1 a redução do n1ovin1ento dos n1olares supe- con1 a considerável variação nas respostas e co111 a ausên-
riores para 111esial. A retração dos dentes anteriores superio- cia de unia diferença significativa no resultado do trata-
res e a protração dos anteriores inferiores ocorre n1ais fh~- 111ento de todos os três grupos. após o tratan1ento ortodôn-
qüenten1ente con1 os aparelhos fi.1ncionais tico fixo definitivo
fan1bén1 não existe acordo sobre o 111clhor n1on1ento O terceiro experin1ento clínico prospectivo estú sen-
para o tratan1ento ortopédico da c·iasse li esquelética para do realizado na Universidade da Pensilvânia Ele ten1 a 111e-
362 SEÇ:\O IV Trah111u.:11fo e Conside1 a~ Des Terapêutica\
nor an1ostra de crianças As crianças das a111ostras são elin1inar quaisquer con1pensações dentárias presentes e co-
randon1ican1ente designadas a dois grupos de trata111ento. locar os dentes en1 11111a posição fhvoráve! e111 relação ao
se111 grupo controle 11 1.1 Os dois tratan1entos usados são o osso de suporte Ao contrário do tratan1cnto con1 can1u-
regulador flincional e o AEB co111binado Os pesquisadores flagen1 dentúria que busca criar unia con1pensação {den-
observara111 que o regulador f'uncional pro111oveu tuna po- tes superiores retrusivos e inferiores protrusivos) para a
sição n1andibular n1ais anterior, enquanto o AEB pareceu c·!asse II esquelética. o preparo ortodõntico para a cirur-
descn1penhar 111ais el'eito do que a restrição 111axilar A gia rreqücnten1ente requer a elin1inação de co111pensações
retração dos incisivos superiores e a protração dos incisi- dentárias naturais Isso gera\111cnte significa que o n1ovi-
vos inferiores caracterizou os n1ovi111entos dentários do 1nento planejado dos dentes antes da cirurgia deve ocorrer
regulador Cunciona!. enquanto o AEB pareceu pro1novcr a na direção oposta. exe111plificado pela protração n1axilar e
protração dos incisivos superiores e inferiores a retração n1andibular. do 1novin1ento que ocorre no trata-
Parece que os resultados prelin1inares desses estudos 1nento con1 a can1uflage111 dentúria Por esse n1oti\·o. é
clinicos rando111izados prospectivos recentes não fürne- in1portante evitar unia ca111ullagen1 dentária extensa para
ceran1 respostas claras para a conlrovérsia en1 relação à os problen1as esqueléticos c·lasse li desafiadores. Se não
eficácia e aos efeitos dos n1étodos correntes de n1odifica- Jür possível chegar a un1 resultado aceitável do tratan1en-
ção ortopédica no crescin1ento ftlcial En1bora exista unia to ortodõntico. uni tratan1ento adicional extenso que vise
tendência crescente para adiar o tratan1ento dos proble- n1ovin1entar os dentes na direção oposta será necessúrio.
111as não-esqueléticos para tuna única fhse a dentadura per- se a cirurgia ortognàtica fOr posteriorn1entc conten1p\ada
n1anente. ainda hú un1 apoio dissen1inado da fhse ortopédi- Portanto. a protração desordenada durante o tratan1ento.
ca pren1atura na dentadura n1ista, seguido por unia füse que aun1enta a infelicidade do paciente e a 111orbidez de-
fixa final Espera-se que todos os três estudos nos tragan1 conente da reabsorção radicular. pode ser evitada por un1
con10 resultado final unia iinagen1 111ais clara do verdadei- plano de trata111ento cuidadoso Se o resultado betn-suc.::-
ro in1pacto dos diversos aparelhos na n1odificação no cres- dido do trata111ento con1 n ca1nuf1agen1 dentúria não puder
cin1ento Os estudos futuros poden1 identificar qual ser previsto con1 segurança. o trata,nento ortodôntico co111-
trata111ento será 111ais eficaz para cada paciente A respos- binado con1 a cirurgia ortognática serú a escolha paia a
ta ao tratan1ento parece ser influenciada profundan1ente c·iasse 11 esquelética
pela variabilidade do padrão de crescin1ento esquelético. Original1nente desenvolvidas na Europa . as técnicas
alén1 da cooperação do paciente. a habilidade do profissio- cirurgicas ortognáticas foran1 aperfeiçoadas nos Estados
nal, o tipo de aparelho e outros possíveis fíltores desco- Unidos durante as décadas de 60 e 70 Nos anos 80. JÚ era
nhecidos Até o 1non1ento en1 que tais ftltores Coren1 clara- passivei reposicionar os 111axi\ares ou os seg1nentos dcn-
n1ente identilicados e co111preendidos. diversos aparelhos loalveolarcs en1 todos os três planos de espaço. A adoção
serão usados en1 crianças en1 fílse de cresci1nento para da fixação interna rígida durante os anos 80 IOi 11111 pro-
tentar tratar a c·Jasse II esquelética gresso adicional no controle e na estabilidade do trata111cn-
to con1 cirurgia ortognática No final do século XX. os
problen1as esqueléticos fhciais podian1 ser direta111ente tra-
Correção Cirúrgica da Classe II tados na orige1n da n1á oclusão. con1 a correçào cirurgica
Esquelética em Adultos da discrepância esquelética especifica ou da despropor-
ção que causava o problcn1a . En1 tern1os de n1ás oc!usões
Existen1 111uitos proble111as de Classe II esquelética en1 in- esqueléticas de ('lasse li, as opções de tratan1ento cirurgi-
divíduos con1 pouco ou nenhu111 potencial re1nanescente co são pelo 111enos tão abundantes quanto as causas estru-
de crescin1ento. que não poden1 ser tratados adequada- turais dos problen1as. Essas opções poden1 ser convcni-
111ente apenas pelo trata111ento orlodõntico. Esse pode ser ente1nente divididas en1 cinco categorias: avanço n1andi-
o caso se pelo n1enos tuna das duas características descritas bu!ar. avanço subapical 111andibu!ar total. in1pactação tnaxi-
a seguir estiver presente A prin1eira é que a desarn1onia Jar. rctrusão subapical n1axilar anterior ou unia cirurgia
esquelética é tão grave que a 111agnitudc do 111ovin1ento con1binada que inclua a 111axila e a 111andibu!a
dentário (retração superior ou protração inferior) necessá-
ria para elin1inar o trespasse horizontal é n1uito grande para Avanço Mandibular: Indicações e Tratamento
pennitir un1 resultado estável ou para pennitir u111 resulta- - E111 pacientes portadores de ('!asse 11 esquelética. en1
do fílcial estético A segunda característica que in1pede que a 1nodificação no crescin1ento e a ca1nu!lagen1 dcntúria
un1 trata111ento aceitável con1 a can1uflage111 dentária é a não estão indicados. o avanço cirúrgico da 111andíbula é
presença de apinhan1ento ou protrusão dos incisivos, gra- freqlienten1ente necessário en1 con1binação con1 o trata-
ve o suficiente para exigir todo o espaço da extração inl'e- 111ento ortodõntico. O avanço 111andibular é indicado na
rior para corrigir esse problen1a, não deixando nenhu111 111aioria dos casos esqueléticos de Classe li en1 que a deti-
espaço adicional para a retração dos de11tes superiores ou ciência 111andibular está presente (Fig 20-20) Se a altura
a protração dos infCriores fhcial inlCrior for curta e o trespasse vertical anterior exces-
No preparo para a cirurgia ortognútica. é necessário sivo. esses problen1as verticais e a discrepância ântcro-pos-
'Jiatu,11e11to da, 1\fth C)c!11H)(:\ de Cla\1,e li (,\PÍTLILO 20 363
terior poden1 ser eJCtiva111ente tratados pela rotação da n1an- da década de 60. a n1aioria dos cirurgiões de hqje pref'ere
dibula para baixo, à n1edida que ela é avançada Essa é unia esse 1nétodo de avanço 111andibular A técnica con1u1nente
fonna eficaz e estável de au111entar a altura fhcial infCrio1 utilizada atualn1ente é baseada nas n1odificações tCitas pe-
deficiente e de clin1inar a sobrcn1ordida profunda los cirurgiões norte~an1ericanos Ervin J-lunsuck 2~·1 e Bruce
En1bora diversas técnicas para o avanço cirúrgico da Epkcr :~ 5 O segn1ento dentossuportado da osteoton1ia é 'a
1nandíbula tenhan1 sido introduzidas na pri1neira n1etade parte avançada e girada para baixo A parte distal penna-
do século XX. elas não !<Jran1 n1uito aceitas por causa da nece inalterada Por isso. não existe nenhun1 alonga111ento
1norbidez e da instabilidade associadas a esses 111étodos significativo da n1usculatura pterigo1nassetérica que po-
Essas preocupações IOra1n 111itigadas con1 o desenvolvi- deria produzir un1 resultado instável. Quando os avanços
n1ento de unia osteoton1ia intrabucal do ran10, que se 111andibulares extren1os superiores a 10 a 15 111111 füre1n
tornou conhecida con10 osteot'on1ia sagital (fig 20-2 ! ) necessários, unia osteotomia vertical em ""L" ou ""C"
Originahnente desenvolvida pelo cirurgião austríaco Richard seni h·eqüente,nente prefCrível ~1(, 117 Essa técnica cirúrgi-
Trauner e pelo cirurgião suíço 1-lugo Ob\vegeser22 3, en1 ca con1bina a osteoto1nia sagital con1 a osteot'on1ia verti~
1957. e apresentada para os cirurgiões norte-an1ericanos cal do ran10. que requer unia abordagen1 extrabucaL
A B
Fig., 20~20 A, Um avanço cirúrgico da mandíbula C indicado quando a deficiência mundibular C grnvc o suficiente e
o potencial de cri:st.:imento mandibular hir pequeno para impedir o tratamento com a camutlagem dentúria ou a
modilicaçfio no crescimento 8 O problema esquelético pode ser facilmente tratado com o procedimento cirúrgko,
!"orncccndo uma melhora lunciona! e mdhorando a estética Uma mcntop!astia de avanço pode ser incluída no
avanço mandibular deste paciente pura enfatizar mais ainda o resultado estético
A B
Fig, 20-21 A e B. A ostcotomia intrahucal sagltal do ramo é H técnica mais popular paru o avanço cirúrgico da
mandíbula
364 SEçAo IV Trato111e11/u e C'o!l\'ideraÇ'cies Terapê111ica.\
..
O trata1nento onodôntico necessário para preparar o bular n1enos con1u111 para a correção de casos seleciona-
paciente para o avanço n1andibular inclui o alinha111ento dos de deficiência 111andibular é a osteoto1nia subapica!
dos dentes e o posiciona111ento final dos incisivos no sen- total, usada para avançar a região dentoalveolar inferior
tido vertical e sagital, e con1patihilidade intcrarcos Nor- E1nbora o avanço subapical anterior tnandibular tenha sido
1nahnente, t1111a expansão n1c.1xilar é necessfiria para aco- descrito na literatura euiopéia já en1 1936. 22 ~ !Oi t1111a pu-
111odar a 111andibula avançada Se for necessária tnna ex- blicação de ! 959 en1 inglês pelo cirurgião austríaco Heinrich
pansão significativa e a sutura palatina 111cdiana já não es- Kõle. 22 <1 que descreveu vários tipos de osteoto1nia seginen-
tiver patente o suliciente para pennitir a expansão ortopé- tar. influenciando os cirurgiões norte-an1ericanos a con1e~
dica. a expansão cirurgica1nente assistida poderá ser ne- çar a realizar essa cirurgia. Desde 1neados da década de
cessária Nonnahnente. o nivelan1ento ortodôntico dos 70, o n1étodo para ren1ovcr o feixe neurovascular nl\·eolar
arcos superior e inlCrior é finalizado antes da cirurgia. n1as inferior do canal pennitiu que essa cirurgia fosse realizada
nos casos con1 face inferior curta e curva de Spee severa. de 1naneira segura e eficaz ..c.wJ~i O procedin1ento é indica~
o nivelatnento do arco infCrior pode ser realizado após a do onde a altura facial in!Crior é ligeiran1e11te curta ou 11or-
cirurgia Nesses casos, a extrusão dos dentes posteriores 1nal e o trespasse vertical é ligeiran1ente excessiYo ou
superiores e inferiores para nivelar o arco é 111ais eficiente nonnal Isso é i1nportante porque unia rotação cinngica
e sin1ples se realizada após a cirurgia O nivela1nento pós- signilicativa do segn1ento dentoalveo!ar inrerior co1n a téc-
cirúrgico tan1bén1 pern1ite uni aun1ento 111ais eficaz na al- nica subapical, para aun1entar a altura da füce inferior e
tura facial inferior e t1111a din1inuição estável no trespasse reduzir o trespasse vertical, ne111 sernpre é estável Dois
vertical excessivo. A intrusão dos incisivos con1 a 1necâ- outros pré-requisitos para esses procedi1nentos cirurgi-
nica segn1entada é raran1ente necessária nesses casos Se cos são a presença de un1 n1ento excepcionahnentc proe-
necessária, ela deve ser finalizada antes da cirurgia Outra n1inente (isto é. en1 relação ao segn1ento dentoalveolar. 111as
abordagen1 para esses casos é realizar a extrusão dos 1110- nonnal e111 relação à fàce) e a presença de altura óssea
lares posteriores antes da cirurgia, usando-se tuna placa vertical suficiente entre os dentes infCriores e a borda 111an-
oclusal anterior e elásticos verticais posteriores. eli111inan- dibular inf'erior para que a osteoto1nia possa ser realizada
do a necessidade de un1 periodo de tratan1ento ortodàntico con1 segurança O objetivo dessa cirurgia é avançar todo o
pós-cirúrgico prolongado seg1nento dentoalveolar ao longo do corpo n1andibular.
Un1a ültin1a consideração sobre o preparo ortodàntico con·igindo a discrepüncia oclusal ântero-poslerior e cli111i-
para a cirurgia é a decisão de realizar ou não extrações no nando o trespasse horizontal excessivo, si:111 alterar signi-
arco inferior Os pré-1nolares superiores podern precisar tícativan1ente a altura fücial ou o trespasse vertical O proM
ser extraídos se houver apinhan1ento severo ou protrusão cedi1nento oferece n1e!hor suporte para o lábio in!~rior.
do incisivo no arco superior, ou se elásticos Classe Ili reduzindo o sulco labio111entoniano e a proe111inência ex-
precisare111 ser usados para retrair e verticalizar os incisi- cessiva relativa do 1nento, resultando en1 tuna face nulis
vos inferiores En1 alguns casos, a quantidade de apinha~ agradável do ponto de vista estético
,nento ou protrusão dos incisivos superiores geraln1ente
não é grave o suficiente para requerer espaço adicional no
arco Alé1n disso. a necessidade de u111 arco superior ex- lmpactação Maxilar: Indicações e Tratamento
pandido para in1pedir a 111ordida cruzada posterior após o - O tipo de cirurgia ortognática indicado para o excesso
avanço n1andihu!ar pode in1pedir as exodontias superio- n1axilar vertical é a i1npactação 111axilar '.! 3: E111bora o 1novi-
res. Por outro lado, a exodontia dos pré-n1o!ares inferiores n1ento cirúrgico superior da tnaxila tenha sido relatado pela
é freqüenten1ente necessária para preparar o arco intCrior prin1eira vez por Schucha!'dt, e111 1959/33 füi a publicação
para a cirurgia O espaço extra é necessário dentro do de I-leinrich I<..õle 2~'' daquele 111esn10 ano que encon.~jou o
arco para aliviar o apinhan1ento tipico e a protrusão (con1- desenvolvi1nento 1nais disse111inado das técnicas cirurgi-
pensações dentárias naturais para a Classe li esquelética) cas 1naxilares nos Estados Unidos As contribuições de
dos incisivos infCriores, para pernlitir o avanço 1nandibu- 1-Iugo Ob\vegeser 23 ·1 e dos cirurgiões norte-an1ericanos
lar adequado. Quando a exodontia dos pré-n10Jares für rea- William Bells e Barnet Levy"' "". no linal da década de 60.
lizada apenas no arco inferior, a oclusão 1nolar pós-cirúr- persuadiran1 os cirurgiões de que as osteoton1ias rnaxi-
gica será ('lasse Ili A intercuspidação posterior adequa- lares Le Fort I poderian1 ser realizadas de n1aneira segu-
da, e111 algu111 desses casos, pode ser dif1cil de alcançar ra e be111-sucedida A in1pactação cirurgica n1axilar pode
O tratan1ento ortodàntico pré-cirúrgico é finalizado incluir unia ostcoto111ia 1naxilar total se o excesso ü.1r ante-
quando tun arco de aço inoxidável retangular preenchendo rior e posterior (Figs 20-22A e Bf 3~ ou as osteoton1ias
a canaleta estiver en1 posição para fUcilitar a estabilização n1axilares seg111entares posteriores bilaterais se o excesso
da cirurgia Após a ren1oção da goteira, o trata111ento or- für 111ais posterior (Figs 20-22(. e D) 2;i I~ retirado osso
todôntico pós-cirúrgico inclui a inserção de arcos leves e no !oca! da osteoton1ia para pennitir o reposiciona111ento
elásticos interarcos para n1elhorar a íntercuspidação superior da 1naxila À n1edida que a 111axila se n1ove para
cin1a. a 111andibu!a sofre rotação para cin1a e para a frente
Avanço Subapical Mandibular Total: Indica- ao redor do eixo condilar, corrigindo a discrepância oclusal
ções e Tratamento - Uma técnica de cirurgia mandi- ántero-posterior Os problcn1as verticais associados ao ex-
n·ata111e11to dtn i\!ús ()c/usDe\ de ClasH:. li 20
(,\PÍTULO 365
A
B
e D
Fig, 20-22 A impactaç,1o cirúrgica da nwxi[a permite que a mandíbula sofra rotaçào
para cima e para a frc111e
contribuind o para correçào d,1 Classe li csque!Ctica Esse procedimento cirúrgico também
pode melhorar a exposição
vertical excessiva do:, incisivos superiores e ,1 altura focinl anterior aumentuda, além
dos lábios entreabertos A e U,
A osteotomia maxilar total é indicad:1 quando a expansão não é necess:'iria e o cxeesso
maxilar vertiea! é unterior e
posterior C e D. A ostcotomia maxilar scgmentadu C: indicada quando o excesso é
mais posterior Esse procedimento
geralmente requer a exodontia dos primeiros pré-molares superiores . para ganhar
espaço paru o alinhament o pré-
cirúrgico e as osteotomins intcrdentürias no momento da eirurgia Isso foz com que
os segmentos maxilares poste-
riores sejam trazido~ para a frente durnntc <l cirurgia. em uma reh1ção de Classe
li entre os dentes pnstcríorcs Í:
prudente usar uma goteira amarrada :10 arco superior segmentado. para assegurar a
estabilidade do resultado cirúrgico
cesso n1axilar vertical. incluindo a altura fhcial inferior ex- de interarco s, a osteoton1ia n1axilar precisa ocorrer cn1
cessiva, os lábios incon1petentes, a n1ordida aberta ante- dois ou três scgn1entos para pennitir a expansão da 1naxi-
rior ou a exposição vertical excessiva dos incisivos supe- la. Se houver discrepân cia vertical entre o plano oclusal
riores poden1 ser tratados eficiente111ente cn1 adolescentes anterior e posterior, a osteoton1ia precisa ocorrer cn1 três
mais velhos ou adultos através da in1pactação 111axilar. Se segn1entos para pennilir a in1pactação 1naior dos dois seg-
a n1axi!a for 111uito estreita para pro1nover a co111patibilida- n1entos posteriores do que do anterior F inahnente. quatro
366 51:ç)\o IV Ti ata111e1110 e C'o11\·idera(De, TerapJu1ica.\
segn1entos poden1 ser necessários en1 tnna 111axi!a grave- tico sen1 cirurgia Outra característica necessúria para O
111ente atrésica. co111 un1a separação na linha 111édia do seg- sucesso elo trata1nento con1 esses procedi111entos cirúrgi-
1nento anterior. a li111 de pennitir 111na expansão intercaninos cos é a ausência de apinha1nento ou protrusão dcntúria
adequada significativos dos incisivos superiores e inferiores O ob-
O preparo ortodôntico para a in1pactação n1axilar in- jetivo do tratan1cnto é usar o esptu;o elo prin1eiro pré-1110-
clui n1uitos dos 111esn1os o~jetivos do trata1nento ortodôn- lar superior para a retração cirurgica dos dentes anteriores
tico pré-cirurgico de avanço n1andibular Eles envolve111 o superiores. 1nantendo a relação 111olar ('lasse II e obtendo
a!inhan1ento dos dentes e o estabelecin1ento da posição do tuna relação canino ('lasse I sin1u!tanea111ente ú rcduyão
incisivo, alén1 da con1patibilidadc interarcos. No entanto. do trespasse horizontal
u1na diferença i1nportante é a necessidade de tinalizar o A osteoton1ía subapical 1naxilar anterior !Oi a priineira
nivc:lan1ento do arco inferior antes da cirurgia Outra dife- técnica de cirurgia ortognática n1axilar introduzida nos Es-
rença é que o arco superior não deve ser pré-cirurgica- tados Unidos E1nbora o 1nétodo tenha sido descrito na
1nente nivelado co111 un1 arco contínuo, se houver lllna literatura européia ein 192 J, 2·1H tOi a publicação de Hcinrich
discrepância vertical significativa entre o plano oclusal an- K.üle. 2:•i junto con1 outros relatos na literatura nortc-an1eri-
terior e o posterior Nesse caso, o nivclan1ento pré-cirúr- cana,:.w:.w que inl1uenciaran1 os cirurgiões norte-a1ncrica-
gico deve ocorrer en1 segn1entos separados, a fin1 de prepa- nos a usar essa técnica na década de 60 Naquela época,
rar para u1na osteoton1ia n1axilar de 3 ou 4 seg111entos esse era o n1étodo lhvorito para tiatar vários problcnu1s
A decisão de realizar ou não extrações no preparo para esqueléticos de Classe II. até que as osteoton11as 1nandi-
a in1pactação n1axilar depende da quantidade de api- bular e total 1naxilar se tornaran1 opções disponíveis para
nhan1ento e protrusão dos incisivos Se qualquer un1 des- os norte-an1ericanos. c·on1pron1etin1entos estéticos e fun-
ses fhtores for grave o suficiente, as extrações serão ne- cionais i1nportantes eran1 con1uns nesse procedi1ncnto.
cessúrias paia abrir espaço para o alinhan1ento ou a re- porque ele não tratava diretan1ente as discrepâncias verti-
cal e transversal que são tão con1tu1s nos problcn1as es-
tração Unia consideração adiciona! é a quantidade de es-
queléticos de Classe II E111bora não seja usado co111 fre-
paço para a ostcoton1ia interdentária. se unia cirurgia de
qüência atuahnente, existen1 casos lin1itados de protrusão
111axila segn1entada f()r planejada I)eve haver espaço ade-
da J"ace 1nédia que poden1 se beneficiar con1 a rctrusão
quado nos locais de osteoton1ia entre as raizcs, para per-
cirúrgica anterior da n1axila. 2·11 A técnica cirúrgica pode
n1itir os cortes ósseos verticais se1n danificar a raiz ou
ser a descrita por \Vass111und 2·12 ou a proposta por \Vunde-
provocar def'eitos periodontais nos dentes adjacentes
1cr"·1.1 c inclui a extração dus pl'in1ciros pré-n1ola1cs supe-
En1bora 11111 espaço interdentário de 3 ou 4 111111 s~ja funda-
riores seguida pela osteoto1nia interdentária vertical nessa
1nental entre as raízes, alguns cirurgiões preferen1 deixar
área. e a ren1oção de segn1entos ósseos verticais Ostco-
o espaço ta111bé1n entre as coroas
ton1ias adicionais são realizadas para 111obilizar a parle an-
O preparo ortodôntico pré-cirúrgico é finalizado após
terior da n1axila e pern1itir o desloca1nento posterior da
a instalação do arco de aço inoxidável retangular de espes-
111axila para corrigir o trespasse horizontal excessivo
sura 111áxin1a Se a cirurgia n1axilar for incluir segn1entos O preparo ortodôntico para essa cirurgia inclui o nive-
1nú!tiplos. o arco superior precisa ser segn1entado, respei- lan1ento e o alinha111ento dos arcos dentários. assin1 con10
tando a divergência radicular adequada nos locais plane- a obtenção da divergência radicular dos caninos superio-
jados para a ostcoton1ia interdcntúria . .l\.pós a cirurgia, res e dos segundos pré-n1olares aqjacentes aos locais de
onde o arco superior é nivelado, o trata1nento ortodôntico osteoton1ia interdentária. Se os dentes anteriores superiores
é reto111ado no 111on1ento da ren1oção da goteira O trata- estiveren1 extruídos en1 relação aos den1ais dentes supe-
111ento ortodôntico pós-cirúrgico inclui fios continuas le- riores. será necessário nivelar o segn1ento anterior separa-
ves e elústicos verticais leves. O arco superior freqüen- dan1cnte dos dois segn1entos superiores posteriores . de
te1nente precisa ser flexivel (níquel-titânio) e de espessura fonna que a intrusão dos dentes anteriores superiores possa
111áxin1a para n1anter o torque anterior. enquanto obtén1 o ser realizada no 1110111ento da cirurgia Se a largura intcrca-
paralelisn10 J"adicular nos locais da osteoton1ia interden- ninos superior für inadequada e a expansão orto<lôntica
tária não fOr passivei por causa de tuna li111itação periodontal.
será necessário incluir unia osteoton1ia intcrdentária adicio-
Retrusão Subapical Maxilar Anterior: lndi· nal entre os incisivos centrais superiores, para pennitir a
cações e Tratamento - Em situações raras em que expansão cirúrgica anterior da 111axila
a Classe II esquelética é causada exclusivan1ente por ex- O trata1nento ortodôntico pré-cirurgico inclui o nive-
cesso 111axilar sagital. sen1 nenhun1 problen1a esquelético la1nento e o alinha111cnto de arnbos os arcos cotn arco
n1axilar vertical ou transverso associado, e co1n unia 111an- contínuo, finalizado con1 a inserção de fios de aço inoxi-
díbula con1 tan1anho e posição nonnais, unia retrusão dável de espessura n1áx.in1a. A divergência radicular dos
subapical 111axilar anterior poderá ser indicado A protrusão caninos e segundos pré-111olares superiores deve ser obtida.
da face n1édia é característica dessa condição e deve ser a fim de permitir espaço adequado para a finalização das
diferenciada da protrusão apenas dos dentes superiores, osteoton1ias interdentárias, e urna quantidade suficiente de
que pode ser tratada con1 eficácia pelo trata111ento ortodôn- osso deve ser ren1ovida para pennitir a retração cirurgica
Trata111e1110 da, ,\1á, Oc/11,th:, de C lco.,e li C,wfru1.o 20 367
co111plcta dos dentes anteriores. Se os dentes anteriores de O Índice PAR está sendo usado nos estudos clínicos
superiores precisaren1 ser cirurgica111ente intruidos e retraí- con10 unia 111cdida do resultado para avaliar a eficácia de
dos. eles deve1n ser nivelados co1no uni arco segn1entado tratan1cntos alternativos para as 111ás oclusões Classe
antes da cirurgia. Após a cirurgia, o tratan1ento ortodôntico li 7x ~-n· 2·1' 1 É possível que o Índice PAR. ou unia versão
é reton1ado con1 a inserção de arcos flexíveis contínuos e 111odilicada. s~ja usado no futuro por dentistas con10 unia
elústicos interarcos leves. Da n1esn1a forn1a que ocorre no fürn1a de avaliar a necessidade. o progresso e o resultado
tratan1ento ortodôntico pós-cirúrgico que segue a i1npac- do atendin1ento que eles fürneccn1.: 50•253 Tan1bén1 existe o
tação segn1entada total da 1naxila, a inserção de uni arco potencial de que con1panhias de seguro avalien1 os benef1-
de niquei-titânio superior continuo é recon1endada, a fín1 cíos ortodônticos e a eficácia do tratan1ento con1 base no
de n1anter o torque anterior. enquanto pennite o paralelisn10 Índice PAR"""
radicular nos locais de osteotonlla
Por enquanto, ainda existe controvérsia e1n relação à 10 Grewe JN1 et al: Prevalence of malocclusion in
natureza das n1odificações no cresci111ento fhcial, ao 1110- Chippewa lnclian children, J Dent Res 47:302-305, 1968
n1ento oportuno de intervenção e à eficácia dos vários apa- 11 Wood BF: Malocclusion in the modern Alaskan Eskimo,
ndhos usados. Ta111bé111 parece haver un1a variabilidade A111 J Ortl,od 60:344-354, 1971
in1previsivel. atnpla e n1al con1preendida na resposta dos 12 Laine T, Hausen H: Occlusal anomalies in Finnish
indivíduos frente a tratan1ento sen1elhante As 111ás oclusões students related to age, sex, absent permanent teeth
and orthodontíc treabnent, Eur J Ortl,od 5:125-131,
c·iasse 11 en1 crianças não são necessarian1ente previsíveis
1983
c111 tennos da extensão desenvolvin1ental da severidade e
13 Ihilander B, Myrberg N: The prevalence of malocclu-
ne1n da sua resposta ao tratan1ento. E111 pacientes con1
sion in Swedish schoolchildren, Scmzd J Dent Res 81:12-
pouco crescin1ento Jücial re111anescente. a Classe li esque- 21, 1973.
lética requer un1 trata111ento ortodôntico cornplexo e so- 14 Helm S: Orthodontíc treatment priorities in the Danish
fisticado. independente111ente da cirurgia ortognática ser Child Dental Health Services, Co1111111111ity Dent Oral
ou não realizada Por esses n1otivos. parece prudente que Epidemiol 10:260-263, 1982
os dentistas, que não são ortodontistas. 111as são treinados 15 Goose DH, Thompson DG, Winter FC: Malocclusion in
no uso do aparelho lixo, lin1iten1 seu tratan1ento dos pro- school children of Uie West Midlands, Br Dent J102:174-
ble111as de Classe fl àqueles que tenha111 un1a natureza es- 178, 1957
trita111ente dentária As 111ás oclusões Classe 11 dentárias 16. Lavelle CL: A study of multiracial malocclusions,
inclue111 aquelas associadas às crianças ou adultos que Co11111111nity Dent Oral Epidemio/ 4:38-41, 1976
apresenta111 11111 padrão esquelético nor111al O diagnóstico 17 Bwgersdíjk R et ai: Malocclusion and mthodontic treat-
con!i::ivel de tais casos exige conhccin1ento profundo dos ment need of 15-74-year-old Dutch adu!ts, Co1111111111ily
critérios de diagnóstico Dent Ozal Epide111iol l9:64-67, 1991
18 Iscl1ill P, Bacon W, Sonko A: Malocclusion in the decid-
uous dentition of Caucasian children, Eut J Orthod
19:361-367, 1997
19 Gardi:ner JH: An orthodontíc survey of libyan school-
clúldren, Br J Oztlwd 9:59-61, 1982
20 El-Mangoury NH, Mostafa YA: Epidemiologic
panorama of malocclusion, Angle Ortlwd 60:207-214,
1990.
21 Maatouk Fetal: Dental marúfestatíons of inbreeding, J
REFERÊNCIAS C/i11 Pediatr Dent 19:305-306, 1995
22 Houpt MI, Adu-Aryee S, Graninger RM: Dental survey
1 Baume LJ, Maréchaux SC: Uniform methods for the in the Brong Ahafo region of Ghana, Arch Oral Biol
epidemiologic assessment of malocclusion, A111 JOrthod 12:1337-1341, 1967
66:121-129, 1974 23 Diagne F et al: Prevalence of malocclusion in Senegal,
2 Angle EI-I: Treat111ent of 111alocclusio11 of tlze teeth, ed 7, Co1111111111ity De11t Oral Epide111iol 21:325-326, 1993
Philadelphia, 1907, S.S. White DenJal Manufacturing 24 Kerosuo H et al: Occlusion arnong a group of Tanzanian
3 Kelly JE, Sanchez M, Van Kirk LE: An assessmrnt of tl,e urban schoolchildren, Conu1ntnity Dent Oral Epidc111iol
occlusion of ti,e teeti, of cl,i/d,en ages 6-11 yeai's;-DHEW 16:306-309, 1988
Pub No (HRA) 74-1612, Washington, DC, 1973, 25 Ng'ang'a PM et al: The prevalence of rnalocclusion in
National Center for Health Statistics 13- to 15-year-old clúldren in Nairobi, Kenya, Acta
4. Kelly JE, Harvey CR: An assessment of ti,e teeti, of youtl,s 12- Odontol Scand 54:126-130, 1996
17 years, DHEW Pub No (HRA) 77-1644, Washington, 26, Isiekwe MC: Malocclusion in lagos, Nigeria,
DC, 1977, National Center for Health Statistícs Co11111111nihJ Dent Oral Epide111iol ll:59-62, 1983
5 Brunelle )A, Bhat M, lipton JA: Prevalence and distrib- 27 Hírschowitz AS, Rashid SA, Cleaton-Jones PE: Dental
ution of selected occlusal characteristics in the U . S pop- caries, gingival health and malocclusion in 12-year-
ulatíon, 1988-1991, J Dent Res 75:706-713, 1996 old urban Black schoolchildren from Soweto, Johan-
6 Emrich RE, Broclie AG, Blayney JR: Prevalence of Class nesburg, Co1111111111ity Dent Oral Epidemiol 9:87-90, 1981
1, Class 2, and Class 3 malocclusíons (Angle) in an 28 al-Emran S, Wisth PJ, Boe OE: Prevalence of malocclusion
wban population: an epidemiological study, J Dent Res and need for orthodontic treahnent in Saudi Arabia,
44:947-953, 1965 Co1111111111ih; Dent Oral Epidemio/ 18:253-255, 1990
7. Horowitz HS, Doyle J: Occlusal relatíons in children 29 . Steigman S, Ka\var M, Zilberman Y: Prevalence and
born and reared in an optimally fluoridated cornrnu- severity of malocclusion in Israel Arab urban children
nily, Angle Ortl,od 40:104-111, 1970 aged 13 to 15 years of age, A111 J Ortlwd 84:337-343,
8 Infante PF: Malocclusion in U1e deciduous dentition in 1983
white, black, and Apacl1e Indían children, Angle Ort/wd 30 Tang El: Occlusal features of Clú:nese adults in Hong
45:213-218, 1975 Kong, A11st Ortlzod J13:159-163, 1994.
9 Irotlman A, Elsbach HG: Comparison of malocclusion 31. Menezes DM, Shaw JG, Andersen RJ: The dental condi-
in prescl1ool black and white children, Am J Or tl,od tion of 10-12-yeat old cllildren in Rangoon and
Dentofacia/ Ortlwp 110:69-72, 1996 Wolverhampton, Arch Oral Biol 17:1187-1195, 1972
Ti ala1ue1110 da.\ Alú\ Oc/11\i)e\ de C'la\ \C li C,\J>ÍTULO 20 369
32 Woon KC, Thong YL, Abdul-Kadir R: Permanent denti- 54. Mal<lin M, Dununett CO, Weinberg R: A study of
tion occlusion in Clúnese, Indian and Malay groups in oligodontia in a sarnple of New Orleans children, J Dent
Malaysia, Aust Ortlwd J11:45-48, 1989 . Chi/d 46:478-482, 1979.
33 Schull WL, Neel JV: The effects of inbreeding on Japonese 55 Joondeph DR, McNeill RW: Congenitally absent second
children, New York, 1965, Harper & Row premolars: an interceptive approach, Am J Ortlwd 59:50-
34 Baume LV: The pattem of dental disease in French 66, 1971
Polynesia, lnt Dent J23:579-584, 1973 . 56 Hitchkock HP: The cephalometric distinction of class Il,
35 Lombardi AV, Bailit HL: Malocclusion in the Kwaio, a division 2 malocclusion, Am J Ort/wd 69:447-454, 1976.
Melanesian group on Malaita, Solomon Islands, Am J 57 Pancherz H, Zieber K, Hoyer B: Cephalometric charac-
Phys Anthropol 36:283-293, 1972. teristics of Class II division 1 and Class II division 2
36 Ba,mes DE: Dental and nutritional surveys of primitive malocclusions: a comparative study in children, Angle
peoples in the Pacific Islands, Aust Dent J 12:442-454, Orthod 67:111-120, 1997..
1967 58. Ruf S, Pancherz H: Class II division 2 malocdusion:
37. Sutton PR: Dental health survey of Gilbert and Ellice genetics ar environment? A case report of monozygotic
islanders, Aust Dent J 11:405-409, 1966. twins, Angle Ortlwd 69:321-324, 1999.
38. Howell S, Morei G: Orthodontic treatment needs in 59 Kingsley NW: Treatise on oral deformities as a branch of
Westmead Hospital Dental Clinicai School, Aust Dent J mechanica/ surgery, New York, 1880, Appleton & Lange
38:367-372, 1993. 60 Case C: Dental orthopedia mtd cleft pa/ate, New York,
39. Tod MA, Taveme AA: Prevalence of malocclusion traits 1921, Les L Bruder
in an Australian adult population, Aust Orthod J 15:16- 61 Iweed CH: lndications for lhe extraction of teelh in
22, 1997. orthodontic procedure, Angle Orthod 30:405-428, 1944
40. Homan BT, Davies GN: An oral health survey of 62 Kloehn S: Guiding alveolar growth and eruption of lhe
Aborígines and Torres Strait Islanders in lar North teeth to reduce treatment time and produce a more bal-
Queensland, Aust Dent J 18:75-87, 1973 anced denture and face, Angle Orthod 17:10-33, 1947
41. de-Mw,iz BR: Epidemiology of malocclusion in 63 Proffit WR et ai: Contemporan; orthodontics, ed 2, St Louis,
Argentine children, Conmmnih; Dent Oral Epidemio/ 1993, Mosby.
14:221-224, 1986 64. Gianelly AA, Goldrnan HM: Biologica/ basis of orthodon-
42 Palomino H: The Aymara of westem Bolivia: IIL tics, Philadelphia, 1971, Lea & Febiger
Occlusion, pathology, and characteristics of the denti- 65 Iwasaki LR et ai: Human tooth movement in response
tion, J Dent Res 57:459-467, 1978 to continuuus titretis ur 1ow magn1ructe, A1ri J Orthoa
43 D'Escrivan de Saturno L: Characteristics of the occlu- Dentofacia/ Ortlwp 117:175-183, 2000
sion of 3630 schoolchildren in lhe metropolitan area of 66. Hixon EH et ai: Optimal force, differential force, and
Caracas, Acta Odontol Venez 18:237-263, 1980 anchorage, Am J Ortlwd 55:437-457, 1969.
44 Sanchez-Perez lL, Saenz LP, Alfaro P: Occlusion distri- 67. Daskalogiannakis J, McLachlan KR: Canine retraction
bution in a 7- to 14-year old student population, Reu with rare earth magnets: an investigation into the valid-
ADM 48:52-55, 1991. ity of lhe constant force hypolhesis, Am J Ortlwd
45. da-Silva-Filho OG, de-Freitas SF, Cavassen A: Prev- Dentofacia/ Orthop 109:489-495, 1996
alence of normal occlusion and malocclusion in 68 Graber TM, Chung DDB, Aoba fT: Dentofacial orthope-
Bauru (Sao Paulo) students. 2 lniluence of socioeco- dics versus orthodontics, JAm Dent Assoe 75:1145-1166,
nomic levei, Rev Odonto/ Univ Sao Paulo 4:189-196, 1967.
1990 69. Arrnstrong MM: Controlling lhe magnitude, direction,
46. Moorrees CFA: The Aleut dentition, Cambridge, Mass, and duration of extraoral force, Am JOrtlwd 59:217-243,
1957, Harvard University Press. 1971
47. Newman GV: The Eskimo's dentofacial complex, U S 70. Reitan K: Some factors determining lhe evaluation of
Armed Forces Med J 3:1653-1662, 1952 forces in orlhodontics, Am J Ortlwd 43:32-45, 1957.
48. Niswander JD: Further studies on lhe Xavante lndians. 71 McNamara JA, Bookstein FL, Shaughnessy TG: Skeletal
VII. The oral status of lhe Xavantes of Simoes Lopes, and dental adaptations following functional regulator
Am J Hum Genet 19:543-553, 1967. lherapy, Am J Ortlwd 88:91-110, 1985.
49 Kultinec MM: Oral heallh in Guatemalan rural popula- 72. Petrovic A, Stutzmann JJ, Oudet C: Contrai process in
tions, J Dent Res 50:559-564, 1971 the postnatal growth of lhe condylar cartilage. ln
50 Harrison RL, Davis DW: Dental malocclusion in native McNarnara JA (ed): Determinmtts of mandibular Jonn and
children of British Colurnbia, Canada, Co1n1nunity Dent growth, Monograph 4, Ann Arbor, Mich, 1975, Center
Oral Epidemiol 24:217-221, 1996. for Human Growlh and Development, The University
51. Owen DG: Toe incidence and nature of space closure ofMichígan
following the premature extraction of deciduous teet11: 73 Graber TM: Extraoral force: facts and fallacies, Am J
a literature survey, Am J Ortlwd 59:37-49, 1971 Ortlwd 41:490-505, 1955.
52. Young DH: Ectopic eruption of lhe first permanent 74 Jorgensen JO et al: Evening versus moming injections
molar, J Dent Chi/d 24:153-162, 1957. of growlh horrnone (GH) in GH-deficient patients:
53. Rose JS: A survey of congenitally missing teelh, exclud- effects on 24-hour patterns of circulating horrnones
ing tlúrd molars, in 6000 orlhodontic patients, Dent and metabolites, J Clin Endocrinol Metab 70:207-214,
Pract Dent Rec 17:107-113, 1966. 1990.
370 5E(},O IV T1·ata111e11fo e C'o11Jide1aç-De,\ Terapêulica_\
75 Bom J, Muth S, Fehm HL: The sigrúficance of sleep 96 Brown P: A cephalometric evaluation of lügh-pull
onset and slo,v ,vave sleep for nocturnal release of molar headgear and facebow neck strap therapy, A111 J
gro\vth hormone (GI-I) and cortisol, Psycho11euroen- Ort/,od '74:621-632, 1978
docri110/ogy 13:233-243, 1988 97 Baumrind S et al: Distal displacement of the maxilla
76 Risinger Rl<, Proffit \VR: Continuous overnight obser- and upper first molar, Am J Orthod 75:630-640, 1979
vation of human premolar eruption, ;\reli Oral Biol 98 Baum.rind S et al: Changes in facial dimensions associ-
41:779-789, 1996 ated ,vith the use of forces to retract the maxilla, 1\111 J
77 Stevenson S et al: Is longitudinal bane growth influ- Ortiwd 80:17-30, 1981
cnced by diurnal variation in the mitotic activity of 99 Baumrind S et al: Quantitative analysis of the ortho-
chondrocytes of the growth plates? f Orti,op Res 8:132- dontic and orthopedic effects of maxilla1y rehaclion,
135, 1990 !1111 J Ortiwd 84:384-398, 1983
78 Tulloch )FC, Phillips C, Proffit WR: Benefit of early 100 HO\Vard RD: Skeletal changes with exhaoral traction,
Class II treatment: progress report of a tvvo-phase ran- E11r J Ortlwd 4:197-202, 1982
domized clinicai triai, !1111 J Ortlzod De11tofacial Ortlwp 101 Firouz M, Zemik J, Nanda R: Dental and orthopedic
113:62-72, 1998 effects of high-pull headgear in treatment of Class li,
79 Brodie AG: On the growth pattern of the human head division 1 malocclusion, 1\1n f Orthoci Dentofacial Ortlwp
from the third month to the eighth year of life, !1111 J 102:197-205, 1992
A11at 68:209-262, 1941 102 Iulloch JF et al: lhe effect of early intervention on skele-
80 Horo\vitz S, I-Iixon E: Physiologic recovery follo,ving tal pattern in Class íl malocclusion: a randomized clini-
orthodontic treatrnent, !1111 J Ort/1od 55:1-4, 1969 cai triai, !1111 JOrtlwd De11tofacial Orthop 111:391-400, 1997
81 Wieslander L: Ihe effects of orthodontic treatment on 103 Ghafari J et al: I-Ieadgear versus function regttlator in
the concwTent develop1nent of the craniofacial con1- the early treahnent of Class II, division 1 malocclusion:
plex, !1111 J Ortlwd 49:15-27, 1963 a randon1ized clinical trial, 1\111 J Orthod De11tofncfal
82 Poulton DR: Changes in Class II malocclusions \Vith Ort/1op 113:51-61, 1998
and without occipital headgear therapy, A11gle Ortiwd 104 Sproule WR: Dentofacial changes produced by extra-
29:234-250, 1959 oral cervical traction to the n1axilla of the Jv[ncacn
83 Ricketts RM: The influence of orthodontic treatment in mulatta: a histologic and serial cephalon1elTic study,
facial growth and development, A11gle Ort/1od 30:103- Am f Ortlwd 56:532-533, 1969
133, 1960 105 Fredrick Dl: Dentofacial changes produced by cxtrno1al
84 Poulton DR: A three-yem survey oi Class II malocclu- higlz-p11ll tractio11 to the 11iaxilla oj the lvlacaca 11111!11/ta: a
sions 1vith and \Víthout headgear therapy, Angle ()rthnd histologic a11d serial cep!ialo111etric st11dy, thesis, Seattle,
34:181-193, 1964 1969, University of Washington
85 Creekrnore ID: lnltibition or stimulation of the vertical 106 Droschl H: Ihe effect of heavy orthopaedic forces on
gro1vth of facial complex: its significance to treatment, the maxilla of the gro\ving Siamiri sciureus (squirrel
A11gle 01tlwd 37:285-297, 1967 monkey), !1111 J Ortlwd 63:449-461, 1973
86 Jakobsson SO: Cephalometric evaluation of treatment 10? Thompson RW: Extraoral high-pull forces \vith Iigid
effect on Class II, Division 1 malocclusions, !1111 JOrtlwd palatal expansion in the Macaca mulatta, !1111 J Ortiwd
53:446-457, 1967 66:302-317, 1974
87 Ringenberg QM, Butts WC: A controlled cephalometric 108 Elder JR, Tuenge RH: Cephalometric and histologic
evaluation of single-arch cervical traction therapy, An1 J changes produced by extra-oral high pull traction to Ú1e
Ortiwd 57:179-185, 1970 maxilla of Macaca mulatta, A111 JOrtlwd 66:599-617, 1974
88 Barton JJ: High-pull headgear vs cexvical tr·action: a 109 Meldrnm RJ: Alterations in the upper facial growth of
cephalometric comparison, !1111 JOrtiwd 62:517-529, 1972 Iv1acaca mulatta resulting fron1 h.igh-pull headgea1, 1\111
89 Wieslander L: lhe effect of force on craniofacial devel- JOrt/wd 67:393-411, 1975
opment, !1111 J Ortlwd 65:531-538, 1974 110 Yama1noto J: Effects of extraoral forces in the dentofa-
90 Wieslander L, Buck DL: Physiologic recovery after cer- cial con1plex of the Macaca irus, Nippo11 Kyosei SJ11'ka
vical traction therapy, !1111 J O,tiwd 66:294-301, 1974 Gakkni Zass/,í 34:173-197, 1975
91 Cross JJ: Facial growth: before, during and following 111 Triftshauser R, \,Valters RD: Cervical reh:action of the
orthodontic treatrnent, !1111 J Orthod 71:68-78, 1977 maxilla in the Jvfacaca mulatta monkey, Angle Ortlwd
92 Melsen B: Effects of cervical anchorage during and after 46:37-46, 1976
treatrnent: an implant study, J\111 J Ortiwd 73:526-540, 112 Brandt HC, Shapiro PA, Kokich VG: Experin1ental and
1978 postexpeiimental effects of posteriorly directed extrao-
93 Baumrind S et ai: Mandibular plane changes during tal traction in adult Macaca fascicularis, A111 J Orthod
maxillary retraction. Part l, !1111 J01tlwd 74:32-40, 1978 75:301-317, 1979
94 iv1ills CM, Holman RG, Graber TM: Heavy interrrtittent 113 Petrovic AG, Strrtzmann JJ: Research methodology and
cervical traction in Class II treatment: a longitudinal findings in applied craniofacial growth studics ln
cephalometric assessment, !1111 J O,ti,od 74:361-379, Graber TM et ai (eds): De11tofacial 01 tiwpedics wit!, J1111c-
1978 tio11nl npplimICes, ed 2, St Louis, 1997, Mosby
95 Baurmind S et a!: Mandibular plane changes during 114 Jolm JP: Change in form and size in the mandible i11 the
maxiJlary retraction Part 2, !1111 J O,ti,od 74:603-620, orthopedically lTeated ivlacaca iiis (an experin1ental
1978 study), Tra11s E11r Ort/,od Soe 161-173, 1968
(,\PÍTLll.O 20 371
115 Baun1rind S, Korn EL: Patterns of change in mandibu- 135 Briedon CM, Pangrazio-Kulbersh V, Kulbersh R:
lar and facial shape associated ,vith the use of forces to Maxillary skeletal and dental change \Vith Frãnkel
rehact the maxi!la, A111 J Orthod 80:31-47, 1981 appliance therapy: an implant study, Angle Ortlwd
116 Ben-Bassat Y, Baurnrind S1 Korn EL: Mandibular molar 54:226-232, 1984
displacement secondary to the use of forces to retract 136 McNamara JA, I-Iowe RP, Dischinger IG: Acomparison
the maxilla, A111 J Ort/10d 89:1-12, 1986 of the I-Ierbst and Frãnkel appliances in the treahnent of
117 Keeling SD et al: Anteroposterior skeletal and dental Class II rnalocclusion, Am J Ortlzod Dentofacinl O, tlzop
changes after early Class II treatrnent Yvith bionators 98:134-144, 1990
and headgea1; A111 J Ortlzod De11tofncinl Ortlzop 113:40-50, 137 Pancherz H: The mechanism of C1ass 11 correction and
1998 I-Ie1bst appliance treatment: a cephalometric investiga-
118 Bjiirk A: Prediction of mandibular growth rotation, A111 tion, Am J 011/zod 83:104-113, 1982
J 01tlzod 55:585-599, 1969 138 Petrovic AG: Experimental and cybemetic approaches
119 Robin P: Observation suI un novel appareil de redresse- to the mechanism of action of functional appliances on
ment, Rev Stomntol 9:561-590, 1902 mandibular growth ln McNamara JA, Ribbens KA
120 I-Ierbst E: Dreissigjãluige erfahrungen mit dem reten- (eds): lvialocclusion and the pe1 iodo11tiI11n, Monograph
tions-scharnier~ Zah11iirztl Rundsclzau 43:1515-1524, 15, Ann Arbo1, Mich, 1984, Center for Human Gro-,,vth
1563-1568, 1611-1616, 1934 and Development, The University of Michigan
121 Andresen V: Beihag zur retention, Z Za!tnaertzl Orthop 139 McNamara JA, Bryan FA: Long-term mandibular adap-
3:121, 1910 tations to protrusive function in the rhesus monkey
122 Andresen V, H3.upl K: Funktio11skiefero1 thopiidie: die (Macaca mulatta), Am J Ortlzod Dentofacinl 01/Jrop 92:98-
gr1111dlage11 eles "nonuegischen systen1s," ed 2, Leipzig, 108, 1987
1939, 1-L Meusser 140 Breitner C: Experimental change of the mesio-distal
123 F1ãnkel R: lhe theoretical concept underlying treat- relations of the upper and Io,ver dental arches, Angle
ment with function correctors, ·n·ans Eur O, thod Soe 233- Ortlzod 3:67-76, 1933
250, 1966 141 Breitner C: Bone changes resulting fron1 experimental
123a Evald H, Harvold EP: The effect of activators on orthodontic heatment, A111 J Ortizod 26:521-527, 1940
maxillary-mandibular gro,vth and relationships, An1 J 142 Chadicr JP, Peh·ovic A: Recherches sw la mandibule de
Ortlzod 52:857, 1966 1at en culhtre d'organes: le cartilage condylien a-t-il un
124 Woodside DG: lhe activator ln Graber Iivl, Neumann potentiel de croissance indépendant? Orthod Fr 38:165-
B (eds): Removable ort/10do11tic npplinnces, Philadelphia, 175, 1967
1977, WB Saunders 143 Charlier JP, Pelrovic A, Henna1u1-Stutz1nann J: Effects
125 Balters W: Ergebnis der gesteuerten selbstheilung von of n1andibular hyperpropulsion on the prechondro-
kieferorthopãdischen anomalien, Dtsch Zahnaerztl blastic zone of young rat condyle, Am J 011/wd 55:71-
15:241, 1960 74, 1969
126, Rakosi 'I: Ihe bionator: a modified activator.. ln Gtaber 144 Dcrichs,veiler I-I: Expetimentelle tieruntersuchungen
IM et al (eds): Dentofncial ortiropedics wit/1 f1111ctio11nl über verãnderungen des kiefergelenkes bei bisslage-
nppliances, ed 2, St Louis, 1997, Mosby verãnderung, Fol'tschr Kieferortlwp 19:30-44, 1958
127 Clark WJ: The twin block haction teclmique, Ew J 145 Vogel G, Pignanelli M: Indagini istochimiche sul!'
Ortirod 4:129-138, 1982 Articolazione T M del ivlacacus rhesus ir1 corso di tra-
128 Frankel R: Ihe heahnent oi Class II Division 1 maloc- ttamento gnato-orthopedico, Pass Int Sto111atol Prat 9:46-
clusion with functional correctors, A111 J 01thod 55:265- 50, 1958
275, 1969 146 Baume LJ, Derichsweiler H: Is the condylar growth cen-
129 Pancherz H: The mode1n Herbst appliance. ln Graber ter responsive to orthodontic therapy' Oral Surg 14:347-
IM et al (eds): Dentofacial ort11opedics zvith functíonal 362, 1961
npplin11ces, ed 2, St Louis, 1997, Mosby 147 Joho JP: Changes in form and size of the mandible in the
130 Pancherz H: Ireatment of Class II n1alocclusion by orthopaedically treated Macacus Itus (an experimental
jumping the bite with the Herbst appliance, Am J study), Rep Congr Eur Ortlrod Soe 44:161-173, 1968
Ortlzod 76:423-442, 1979 148 Stêlckli P, Willert HG: 1issue reactions in the
131 Jasper JJ, McNamara JA: Ihe correction of interarch temporomandibular joint resulting from anterior dis-
malocclusions using a fixed force module, A111 J Ortl1od placement of the mandible in the monkey, Am J01 tlwd
De11tofncinl 01tirop 108:641-650, 1995. 60:142-155, 1971
132 Orton HS: Fll11ctio11al appliances in 01thodontic treat11ie11t: 149 Elgoyhen JC et al: Craniofacial adaptation to protrusive
an atlas of clinicai prescriptio11 anel laboraton; construction, function in young rhesus monkeys, Am JOrtlzod 62:469-
London, 1990, Quintessence Publishing 480, 1972
133 Skeiller V: Expansion of the midpalatal suture by 150 McNama1a JA: Ne111'011I11scu/ar and skeletal adaptations to
removable plates, analysed by the implant method, nltered orofncinl fimctio11, Monograph l, Ann Arbor, Mich,
Timrs Ew Ortlzod Soe 143, 1964 1972, Center for Human Growth and Development, The
134 McDougall PD, McNamara JA, Dierkes JM: Arch width University oi Miclúgan
development in Class II patients h..ated with the 151 McNamara JA: Neuro1nuscular and skeletal adapta-
Frãnkel appliance, Am J Ortlzod 82:10-22, 1982 tions to altered function in the orofacial region, A111 J
Ortirod 64:578-606, 1973
372 51:ç,\o IV lí"ato111e11fo e C"o1nicleruç-(Je\ Terapêuric(n
152 lvlcNamara JA: Functional adaptability of the tem- 169 DeVincenzo JP, 1-Iuffer R, Winn M: A study in human
poromanclibular joint, Dent Clin No, ti, J\111 19:457-471, subjects using a new <levice designed to mirnic the
1975 protrusive functional appliances used previously in
153 McNamara JA, Connelly I'G, McBride MC: Histological monkeys, J\111 J Ortlwd Dentofacial O, ti,op 91:213-224,
studies of ten1poromandibular joint adaptations. ln 1987
McNamara JA (ed): Deternii11a11ts of111n11dib11larfon11 and 170 Jakobsson 50, Paulin G: lhe influence of activator
grozvth, :tvlonograph 4, Craniofacial Growth Series 1 Ann treatment on skeletal growth in Angle Class II: 1 cases:
Arbor, Mich, 1975, Center for Human Growth anel a roentgenocephalornehic study, Eur J O, tiwd 12:174-
Develop1nent, University of :tvlichigan 184, 1990
154 i\ [cNatnara JA, Carlson DS: Quantitative analysis of
1 171 Bjiirk A: lhe principie of the Anclresen methocl of
temporomandibular joint adaptations to protrusive orthodontic treatment: a discussion based on cephalo-
function, J\111 J Ortl,od 76:593-611, 1979 1netric x-ray analysis of treated cases, A111 J Ortl10d
155, McNamma JA· Functiorn1l d@t@rmimmt§ oi crnniofadal 37'437,1§§, 19§1
size anel shape, Eur J Ortlwd 2:131-159, 1980 172 Softley J: Cephalometric changes in seven "post nor-
156 V\foodside DG et al: Primate experiments in malocclu- mal" cases treated by the Andresen method, Dent
sion and bone induction, J\111 J Ortlwd 83:460-468, 1983 Record 73:485-494, 1953
157 Petrovic A: Mechanisms and regulation of mandibulm 173 Bjõrk A: Variability and age changes in overjet and
condylar growtli, ;\ela Morphol Neerl Sca11d 10:25-34, 1972 overbite: report from a follow-up study of individuais
158 Petrovic A, Stutzmann J: Fmther investigations into the from 12 to 20 years of age, fim J O, thod 39:779-801,
functioning of the 11 cornparator" of the servosyste1n in 1953
the contrai of the condylar cartilage growth rate and the 174 Meach CL: A cephalometTic comparison oi bony profile
lengthening of the jaw ln McNamara (ed): The biolog,; of changes in Class II, division 1 patients treated \Vith
occ/usa/ developme11t, Monograph 7, Ann Ar bor; Mich, extraoral force and functional javv orthopedics, 11111 f
19771 Center for 1-Iuman Gro\vth and Development, Ortlwd 52:353-370, 1966
lhe University of Miclúgan 175 Itayfootj, Richardson A: Angle Class II Division 1 mal-
159 Petrovic A, Stutzmann JJ, Gasson N: The final length of occlusions treated by the Andresen method: an analysis
the mandible: is it genetically deternUiled? ln Carlson of 17 cases, Br De11t J124:516-519, 1968
DS (ed): Cra11iofacial biolog,;, Monograph 10, Ann Arbor, 176 I-Iasund A: lhe use of activators in a system employing
Mich, 1981, Center for Hurnan Growth and fJevel- füecl appliances, Rep Co11g,· Ew Orthod Soe 329-341, 1969
opment, "The Unive1sity of Michigan 177 I-Iarvold EP, Vargervik K: Morphogenetic response to
160 Marschner Jl~ Harris JE: !vlandibular gro\vth and Class activator trealment, 1\111 J Ortlrud 60;478-490, 1971
[[ treatment, A11gle O, t/,od 36:89-93, 1966 178 Stockli PW, Diehich UC: Sensation and morphogenesis:
161 Parkhouse RC: A cephalometric appraisal of cases of experimental and clinica! findings following functional
Angle's Class II, Division I malocclusion treated by the forward displacement of the mandible, Tra11s Eur
Andresen appliance, Dent Pract Drnt Rec 19:425-433, 1969 Ortlwd Soe 435-442, 1973
162. Woodside DG et al: Sorne effects of activator treatment 179 Woodside DG: Some effects of activator h·eatrnent on
on the growth rate of the mandible and the position of the rnandible anel the rnidface, frmzs Eur Orthod Soe 443-
the rnidface ln Cook Jl (ed): Trm,sactions of the thild 447, 1973
internatio11al orthodontic congress, St Louis, 1975, Mosby 180 Dietrich UC: Aktivator: mandibulãre reaktion, Scl1tveíz
163 Pancherz H: Ihe effect of continuous bite-jurnping on Monatssc/11 Zaiznheilkd 83:1093-1104, 1973
the dentofacial complex: a follow-up study alter Herbst 181 Wieslander L, Lagerstrõxn L: ·1he effect of activator
appliance treatrnent of Class II rnalocclusion, E111 J treatment on class II malocclusions, Anz J Ortlwd lS:20-
Orthod 3:49-60, 1981 26, 1979
164 Luder fIU: Effects of activator treatrnent: evidence for 182 Forsberg CM, Odenrick L: Skeletal anel soft tissue
the occurrence of two different types of reaction, E11t J response to activator tr·eatment, Eur J Orthod 3:247-253,
Orthod 3:205-222, 1981 1981
165 Righellis EG: 1reatment effects of Frankel, activator and 183 Calvert FJ: An assessment of Andresen therapy on class
extraoral traction appliances, 1\11gle Ort!10d 53:107-121, II division 1 malocclusion, Br J Ortiwd 9:149-153, 1982
1983 184 Creekmore TD, Radney LJ: Friinkel appliance therapy:
166 \,Vieslander L: Intensive h·eatment of severe Class II orthopedic or orthodontic? f\111 JO,tiwd 83:89-108, 1983
n1alocclusions ,vith a headgear-Herbst appliance in the 185 Gianelly AA et al: Mandibular growth, condyle posi-
early rnixed clentition, J\nz J Ortl,od 86:1-13, 1984 tion, and Frankel appliance therapy, J\ngle Ortiwd
167 McNamara JA, Bookstein FL, Shauglmessy TG: Skeletal 53:131-142, 1983
and dental relationships follo,ving functional regulator 186 Janson I: Skeletal and dentoalveolar changes in patients
therapy on Class 1I patients, Am J 01tiwd 88:91-110, lTeated with a bionator during prepubertal and puber-
1985 tal growth ln McNamara JA, Ribbens KA, Howe RP
168 Renm1er KR et al: Cephalometric changes associated (eds): Clinicai alteration of the growing face, Monograph
with treatrnent using the activator~ the Frãnkel appli- 14, Craniofacial Gro\vth Series, Ann Arbor, Mich, 1983,
ance, anel the fixed appliance, fim J 01 tiwd 88:363-372, Center for Human GrO\Vth and Development, Univer~
1985 sity of Michigan
Trata111ento da\ 1\hh Oc/11\'()e\ de (la\\(! li (,\PÍTULO 20 373
187 Mills JRE: Clinicai control of craniofacial growth: a 208 J-lilgers Jj: Ihe pendulum appliance for Class II non-
skeptic view point ln McNarnara JA, Ribbens KA, compliance therapy, JClirr Ort/rod 26:706-714, 1992
Howe RP (eds): Cli11ical nlterntio11 of the grorui11g face, 209 Kele§ A, Sayinsu K: A ne,v approach in rnaxillary molar
Monograph 14, Craniofacial Growth Series, Ann Arbor, distalization: intraoral bodily molar distalizer, A111 J
Mich, 1983, Center for Human Growth and Devel- Ortlrod Dentofacíal Ortlrop 117:39-48, 2000
opment, University of Michigan 210 Andreasen G, Naessig C: Experimental findings on
188 looi LK, Mills JR: The effect of two contrasting forms of mesial relapse of maxillary first molars, Angle 01'thod
orthodontic treatment on the facial profile, An1 JOrthod 38:51-55, 1968.
89:507-517, 1986 211 Odham J et ai: Osseointegra ted titanium implants: a
189 Nelson C, Harkness M, Herbisson P: Mandibular new approach in orthodontic treatrnent, Eur J Ortlwd
changes during functional appliance treahnent, An, J 10:98-105, 1988
Ortlrod Dwtofncinl Ortlzop 104:153-161, 1993 212 Welubein H, Feifel H, Diedrich P: Palatal implant
190 Moss JP: Cephalometr ic changes during functional anchorage reinforcemen t of posterior teeth: a pro-
appliance therapy, Trans E11r Ortlzod Soe 327-341, 1962 spective study, Am J Ortlrod Derrtofacial Orthop 116:
191 Reference deleted in proofs 678-686, 1999
192 Freunthaller P: Cephalo1netric observations in Class II, 213 Costa A, Raffaini M, Melsen B: Miniscrews as 01tho-
Division I malocclusion s treated with the activator, dontic anchorage: a preliminary report, lnt J Ad11lt
Angle Ortlzod 37:18-25, 1967 Ortlrod Ortl10g1111tlr S11rg 13:201-209, 1998.
193 Hotz R: Application and appliance manipulation of 214 Block MS, Hoffman DR: A new <levice for absolute
functional forces, Am J Orthod 58:459-478, 1970 anchorage for orthodontics, A111 J Ortliod Dentojacinl
194 Ahlgren J, laurin C: Late results of activator-trea tment: Ortlzop 107:251-258, 1995
a cephalornetri c study, Br J Ortlrod 3:181-187, 1976 215 Johnston LE: Growth and the Class II patient: rendering
195 Woodside DG, Metaxas A, Altuna G: Ihe influence oi unto Caesar, Se111i11 Ortlzod 4:59-62, 1998
functional appliance therapy on glenoid fossa remodel- 216 Bishara SE, Justus R, Graber IM: Proceedings of the
ing, Am JOrtlzod Denlofncinl Orthop 92:181-198, 1987 \Vorkshop discussions on early treatment, A111 J Orthod
196 Teuscher UM: A growth-relate d concept for skeletal Dcnlofncia/ Ort!rop 113:5-6, 1998
Class II treatrnent, Am JOrtlzod 74:258-275, 1978 217 Yang EY, Kiyak HA: Orthodontic treatrnent timing: a
197 Stõckli PW, feuscher UM: Combined activator head- survey of orthodontists , Am / Ortlwd Dentofncinl Ortlzop
gear orthopedics ln Graber IM, Swain BF (eds): 113:96-103, 1998
01thodo11tics: curre11t principies a11d techniques, St Louis, 218 Bov..'man SJ: One-stage versus hvo-stage treatment: are
1985, Mosby. t\VO really necessary? A111 J Ort!zod Dentofncial Orthop
198 Bass NM: Dento-facial orthopaedics in the correction of 113:111-116, 1998
the class ll malocclusion , Br / Ortlzod 9:3-31, 1982 219 Vig PS, Vig KD: Decision analysis to optimize the out-
199 lagerstrõm LO et ai: Dental and skeletal contributions comes for Class II Division 1 orthodontic treatment,
to occlusal correction in patients treated \Vith the high- Semin Ortlzod 1:139-148, 1995
pull headgear-act ivator combination , Am J Ortlrod 220 Livieratos FA, Johnston LE: A comparison oi one-stage
Dentofncinl Ortlrop 97:495-504, 1990 and tvvo-stage nonextraction alternatives i.n matched
200 Andreasen GF, Bishara SE: Comparison oi alastik Class II samples, Am J Ort!rod Dentofncinl Or t!rop
chains and elastics involved with intra-arch molar to 108:118-131, 1995
molar forces, Angle Ortlzod 40:151-158, 1970. 221 McKnight MM, Daniels CP, Johnston LE: A retrospec-
201 Petrovic AG, Stutzrnann Jj: Timing aspects oi orthodon- tive study of nvo-stage treatment outcomes assessed
tic treatrnent, 8111/ Ort/zod Soe Y11gos/av 26:25-36, 1993 with two modified PAR índices, Angle Ortlrod 68:521-
202 Petrovic AG: Auxologic categorizatio n and chronologic 526, 1998
specification for the choice of appropriate orthodontic 222 folloch )FC, Medland W, foncay OC: Methods used to
treatrnent, Am J Ortlrod Dentofacinl Ortlzop 105:192-205, evaluate growth modification in Ciass II malocclusion ,
1994 Am JOrtlrod Dentofncinl Orthop 98:340-347, 1990
203 Hanes RA: Bony profile changes resulting frorn cervical 223 Irauner R, Obwegeser H: fhe surgical correction oi
traction comparcd ,vith those resulting from intermax- mandibular prognathism and rctrognathia with consid-
illary elastics, Am / Or/1,od 45:353-364, 1959 eration of genioplasty, Ornl S11rg 10:787-792, 1957
204 Roberts WE, Nelson Cl, Goodacre Cj: Rigid irnplant 224 Hunsuck EE: A 1nodified intra-oral sagittal splitting
anchorage to close a mandibular first molar extraction technique for correction of mandibular prognathism, J
site, J Clin Ortlzod 18:693-704, 1994 Ornl S11rg 26:249-252, 1968
205 Gianelly AA, Vaitas AS, Thomas WM: The use oi mag- 225 Epker BN: Modifications in the sagittal osteotomy oi
nets to move molars distally, Am J Ortlzod Denlofncinl the mandible, JOrnl Surg 35:157-159, 1977
Ortlrop 96:161-167, 1989 226 Caldwell JB, I-layward JR, lister Rl: Correction oi
206 Gianelly AA, Bednar J, Dietz VS: Japanese Ni-Ii coils mandibular retrot,111athia by vertical L-osteotomy: a
used to move molars distally, A111 J Orthod Oe11tofacinl new technique, JOrnl S11rg 26:259-264, 1968
Ortlrop 99:564-566, 1991 227 Hayes P: Correction oi retrognathia by rnodified "C"
207 Gianelly AA: Distal movement oi the maxillary molars, osteotorny of the ramus and sagittal osteotomy of the
Am J Ortlzod De11tofacia/ Ortlzop 114:66-72, 1998 mandibular body, J Oral S11rg 31:682-686, 1973
374 SEr)\o !V Trara,nento e C'o11sideu.1çiJe5 Terapêulicu~
228 l-Iofer O: Die vertikalc osteotomies sur verlangerung 245 Richn1ond S et ai: Ihe dcvc!oprnent of the PAR Index
des einseitig verkurzten aufsteigenden untcrkicferastes, (pcer assesstncnt rating): reliability and validity, E11r f
Z Sto111atol .34:826-829, 1936 Ortlwd 14:125-139, 1992
229 Kõle I-[: Surgical operations on thc alveokir ridge to cor- 246 Buchanan 18 ct ai: 1\ comparbon of the reliability and
rect occlusal abnorn1alitics, Oral S111s 12:277-288, 1959 validity of the PAR índex ,1nd Sumrner's occlusa! index.
230 Macintosh RB: Total mandibular alvcolilr osteotomy, J E11r J Ortlwd 15:27-31, 1993
Max Fac S111g 2:210-218, 1974 247 Otuycnli 00, Jones SP: Long-tcrm evaluation of treatcd
231 Frost DE, Fonseca RJ, Koutnik AVV: TOtal subapical class II division 1 malocc\usions utitizing the PAR
osteotomy: a n1odification of thc surgical technique, /11/ index, Br f Orlhod 22:171-178. 1995
J Ad11lt Ortlwd Ortlwg11ath S1us 2:119-128, 1986 248 O'Bricn KD et íll: Thc cffcctivcness of Class li, division
232 Bell WI-1: LeForte I ostcotomy for corrcction of maxil- 1 treatn1ent, ;\111 J Ortltod Ot11tofat:ial Orthop 107:329-334,
lary deformities, f Oml S11rg 33:412-426, 1975 1995
233 Schuchardt K: Experiences \Vith the surgical treatn1ent 249 McGorray SP et ai: Evaluation of orthodontists· percep-
of dcformities of the ja\vs: prognathia, n1icrognathia 1 tion of trc.:1tn1cnt nccd and thc pcer assessment rating
and open bite ln Wallace AG (ed): Scco11d Co11gress (!{ (PAR) index, A11glc Ortlwd 69:325-333, 1999
l11tc11111tio11al Society of Plnstic S11rgeo11s, London, 1959, 250 Burdcn OJ et ai: Predictors of outcon1c among p<1ticnts
E & S Livingstone \Vith class II division l malocclusion trcated \vith fixed
234 Ob\vegeser 1-I: Surgical correction of small or retro- applianccs in the permanent dcntition, Ant f Orthod
displaced maxillac, Plast Rcconstr S111s 43:351-365, 1969 Drnlo(i1Cial Ortlwp 116:452-459, 1999
235 Bell WH: Revascu!arization and bone hcaling after 251 Richmond S et al: Thc PAR index (Peer Assessment
anterior maxillary ostcotomy: a study using rhesus Rating): methods to determine outcon1e of orthodontic
n1onkeys, f Oral 511,g 27:249-255, 1969 treatment in tcnns of itnprovement and standJrds, frir
236 Bell WJ-I, Levy BM: Revascularization and bone heal- f Ort/wd H:180-187, 1992
ing after posterior maxillary oscotorny, J Oral S11rs 252 Richmond S et ai: Calibration of dentists in thc use of
29:313-320, 1971 occlusa\ indices, Co111111111/ll.11001/ C>ral Epide111iol 23:173-
237 Bel! YVH: Corrcction of skclctal type anterior open bite, 176, 1995
/ Oral S,11g 29:706-714, 1971 253 DcGuzn1an L et ai: Thc v<11idation of the Peer
238 Cohn-Stock G: Die chirurgische imn1ediah·e-gulierung Assessment Rating index for n1cdocclusion severity and
der Kiefer, speziell die chirv1gische Behandlung der trcatment difficulty, A111 J Ortltod Oc11tofncial Orthop
Prognathic, V[schr 211/111/ieilk Bcr/i11 37:320, 1921 107:172-176, 1995
239 tvfurphcy PJ, Walker RV: Correction of rnaxillary pro- 2.54 1urbill EA, Richmond S, Wright JL: Assessmcnt of
trusion by ostcctomy and orthodontic therapy, f Oral General Dental Services orthodontic standards: the
S11rg 21:275-290, 1963 Dental Practice Board's gradings compareci to PAR and
240 Mohnac Aivt: Maxillary osteotomy in the management of JOTN, Br / Orllwd 23:211-220, 1996
occlusal deformities, f Oral S11rg 24:305-317, 1966 255 Turbill EA, Richmond S, \,\lright JL: ;\ criticai asscss-
241 Bell WH: Correction of maxillarv exccss bv anterior ment of orthodontic standards in England ílnd \Vales
maxillary osteotomy, Oral Surg 4.3;32.3~332, 1977 (1990-1991) in relation to changes in prior approva\, Br
242 Wassmund J: Lchrbuch der praktisc!te11 c!tin11gic dcs f Orthod 23:221-228, 1996
M1111dcs 1111d der Kic1fcl'. vol l, Leipzig, 1935, Meusser 256 Collins FS et al: Ne\v goals for the U S l-lun1an
24.3 Wunderer S: Erfahrungen mit der operativen Genome Project: 1998-2003, Scirncc 282:682-689, 1998
Behandlung hochgradigcr prognathicn, Dtsch Zah11- 257 Burley SK et ai: Structural genomics: beyoncl the
lv111wl Kitjál,ci/k 39:451, 1963 human genomc projcct, Nat Ge11et 23:151-157, 1999
244 Iurvey TA: Simu!taneous n1obilization of the maxilla
and n1andib!e: surgical technique and rcsults, J Oral
Maxillofnc S11rg 40:96-99, 1982
Capítulo 21
Peter Ngan
TERMOS-CHAVE
má oclusão Classe 111 etiologia previsão do crescin1ento
freqüência diagnóstico
Angle publicou pela pri1neira vez a sua classificação de 111á que ·'forçan1" a 111andibula e111 unia posição de avanço
oclusão cn1 1899, 1 baseada apenas na relação entre os ar- Por outro lado, a relação cêntrica é detenninada pelos n1ús-
cos dentários e usando 111odelos de estudo. De acordo con1 culos. liga1nentos e a anaton1ia da articulação te1nporornan-
Angle, a oclusão Classe I era quando a cúspide 111csioves- dibular (ATM) sob controle do sistema nervoso
tibular do prirneíro 111olar superior pern1anenle ocluia con1
o sulco vestibular do prin1eiro 111olar inferior A nuí oclusão
Classe III era quando os dentes inferiores ocluian1 111e-
sialn1ente à sua relação nonnal, na quantidade de uni pré- FREQÜÊNCIA DAS MÁS OCLUSÕES
n1olar ou até n1ais e111 casos e.xtren1os As discrepâncias CLASSE Ili
esqueléticas tan1bén1 füra,n descritas por Goddard.~ De-
\vcy;' l-lelln1a1r~ e Moore 5 Os casos individuais de Classe A freqüência das n1ás oclusões Classe III varia de acordo
III era1n caracterizados con10 tendo n1axila retrognata ou con1 os diferentes grupos étnicos. A incidência en1 cauca-
n1andibula prognata e, e111 alguns casos, tuna con1binação sianos varia entre 1 e 4cy;>, dependendo do n1étodo de clas-
de an1bas sificação da n1á oclusão e da fflixa etária avaliada 'J.1 9 E111
Con1 o advento da radiografia cefülon1étrica e111 1931, uni estudo e111 crianças suecas entre 7 e 13 anos de idade,
tornou-se passivei discernir o padrão esquelético su~jacente a freqüência fr)i considerada 4,2°/c) quando classificada de
da 1ná oclusão Classe III 6 l\veed; dividiu as 1nás oclusõcs acordo con1 a relação de 111olar No entanto, apenas uni
Classe III e111 duas categorias: pseudon1aloclusões Classe terço dessas crianças apresentavan1 n1ordida cruzada an-
III co111 n1andíbula nonnal e 111axila subdesenvolvida, e terior. i; En1 crianças 111ais velhas. entre 14 e 18 anos de
n1ás oclusões esqueléticas c·iasse IIL con1 111andibula idade, a porcentagen1 de 111á oclusão Classe III foi consi-
grande Moyers~ classificou tan1bé111 a n1á oclusão ('lasse derada 111ais alta (9.4cXi) 13
III de acordo con1 a causa do proble111a: óssea. n1uscular Nos afro-an1ericanos. a freqüência de 111á oclusão Clas-
ou dentária en1 sua origen1 En1 pacientes portadores de se III varia entre 5 e gcYc1. 20 -:.:·1 No entanto, uni estudo 111os-
n1ús oclusões neuron1usculares ou .. funcionais", ivtoyers trou que a incidência de 111á oclusão ('lasse Ili en1 crian-
enfatizou a necessidade de detenninar se a nu1ndíbula. en1 ças nigerianas rurais e suburbanas é de apenas 1cYc1. 14
fechan1ento, se encontrava en1 relação cêntrica ou en1 un1a E1n sociedades asiáticas, a freqüência de n1á oclusão
posição anterior ''conveniente'' O posicionan1ento para ('lasse III é 111ais alta. por causa da elevada porcentagen1
anterior gera!inente resulta das relações de contato dentário de pacientes co111 deficiência n1axilar A incidência dessa
375
376 SEÇ,\o IV 7i·afl1111e1110 e C'onsidera<·lies Terapêuticcn
) )
1, N
'~,\ /1 \, '
,1
" 1 ,,"'
\' ,,
11 '-...."'-
''
,'''''
'' '' , '
G~ '' ''
' ' ' ' "" ___,,
'\~H\
-----ç:>, '
~ A
~·. :
'
''
1
----V
1 ( ',
o
J~ J_ PO
A B e D
Fig. 21-1 Trnçadns de quatro tipos diti:n:ntcs di.: pcrlis fadais csquelêtieos Classe l!I A l'vlaxi]a normal e prognatis-
mo mandibular 8, Rctrognatismo maxilar e mandíbula normal C, ivlaxila e mandibuln normais D Rctrognatismo
muxilur e prognat[smo mandibular (De Ngun P ct al: ..1111 J Onhod Dc11f(!/inial Orthop 109:38-49. !996)
Problemas
filncro·pos- Deficil•11ri;1 Excesso Dt:fkiência maxil;ir e
tcriorcs
l'roblernas maxiliir m,111dibular t:.\ú:sso nrnndibu!ar ccimbinados
verticais
Venicalmentt
cleficicntl.'
Venicalmcnte
normal
Verticalmente
excessivo
Fig, 21-2 Exemplos de m,í rn.:lusfio ( lasse Ili causada pnr v;\rias cnmhinai;\lcs de problemas úntero-posteriores e
verticais
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA MÁ nústico das n1ás oclusões c·1asse Ili, os pacientes pode111
OCLUSÃO CLASSE 111 apresentar sintonias de Classe III co1110 vúrios dentes en1
111ordida cruzada anterior. trespasse horizontal justo ou
Na avaliação da relação de ('lasse 111 durante o período da incisivos inlt::riores inclinados para lingual E1n rcsun10. as
dentadura decídua ou n1ista. é i111portante considerar se o 111ordidas cruzadas anteriores podc1n ser causadas pela
proble111a ten1 origen1 dentoalveolar ou esqucl~tica (Qua- inclinação inadequada dos incisivos superiores e infCrio-
dro 21-1) A possibilidade de tratan1ento nessa épot.:a deve res. por interlCrências oclusais (funcionais) ou discrepàn-
ser cuidadosan1ente ponderada en1 certos casos No cliag- cias esqueléticas envolvendo n1axila ou 111andibula
378 Su:Ao IV Ti uta111e1110 e Cú11o;ide1 a~ ()e5 Terapi::uticcn
Quadro 21-1.. Dili.:rcnciação entre a ivlordida ('ruzada Dentária e a Esquelética (Í"ig 21-3)
Avaliação dentária: Verifique se a rc!açiio n1o!ar Classe A () perlil é convexo. reto ou c.:ôncavo'! Os pacientes
! li é at:0111panhada por trl.!spasse horizontal negativo con1 delici0nc.:ia n1axilar gcrahnente tên1 perfil reto. c\"Í-
Se u111 trespasse horizontal positivo ou u1na relação de denciado pelo achata1nento da borda infra-orbitúria e
incisivos de topo fórcn1 observados con1 incisivos in- da área adjac.:ente ao nariz
feriores rctroclinados. haverú suspeita de unia 1ná oclu- B Ta,npando os lábios superior e infCrior. nvalic a posi-
são Classe III con1pensada (isto é, os incisivos supe- ç5.o do n1ento en1 relação ao nariz. ú H1cc superior e ú
riores estão vcstibularizados e os inferiores inclinados testa O 1nento é retraido ou protraído'? Ele não de\·c
para lingual. para co111pcnsar a discrepãncia esquelé- estar posicionado a frente da linha vertical que se
tica) Se u1n trespasse horizontal negativo lbr encontra- estende a partir da glabela de tecido 1nole No entan-
do. prosseguir para a avaliação funcional to. é i1nportante le111brar que a convexidade !l1cial di-
li Avaliação funcional: Avalie a relação da 1nandíbuhi con1 n1inui à 111edida que o paciente an1adurec.:e U111 certo
a n1axila para delenninar se existe tuna discrepüncia na grau de proen1inência do 111cnto, que seri.i nonnal
relação c.:êntrica (RC) ou na 111úxiina intercuspidação para un1 adulto, pode sugerir un1 padrão esquelético
habitual (NflH) O posiciona,nento da n1andibula para Classe III en1 unia criança
anterior pode resultar de un1 contato dentário anonnal C Ta1npando o lúbio inferior e o 111ento, avalie a lace
que joga a 111andibula para a rrente Os pacientes con1 111édia De\ e haver tuna convexidade e111 u1na linh.i
1
desvio anterior <la 111andíbula cn1 !Cchan1ento poden1 ter in1aginária que se estende desde a borda inlCrior d,1
u111 padrão esquelético de Classe L un1 perfil ll1cial nor- órbita, passa pel.1 base alar do nnriz. descendo até o
n1al e unia relação 111olar de Classe ! en1 RC. 111as u111 canto da boca. U,n contorno reto ou côncavo indic.:a
padrão dentário e esquelético Classe III en1 tv!IH - tuna tuna deticiênc.:ia na ll1ce 111édiu
situação dcnon1inada psc11donutloc/11st.lo C1cnse Ili 1\ D A proporçi.io vertical eleve ser verilic.:ada e111 t'vlIH c
c\in1inação do desvio MIH-RC deve revelar se esta é RC A proporção nonnal entre a allura fhcial inlCrinr e
urna 1nú oclusão sin1ples Classe I ou tuna 111á oclusão a altura fücial total é de aproxilnada1nente 0.55 Essa
con1pensada Classe 111 Por outro lado. o paciente sen1 proporção é reduzida en1 pacientes con1 des\·io fun-
desvio no f'echan1ento provaveln1cnte terá tuna 111á cional e ICcha,nento excessivo da n1andíbula
oclusão de Classe ! !! Yerdadeira IV ;\\'aliação cefhlo111étrica: l\s 1nccliçõcs celülornétricas po-
I! A avaliação do perfil: Uina anúlisc do perfil envolve a de111 ser usadas para confirn1ar as contribuições da 111a-
avaliação das proporções faciais, da posição do 111ento, xi!a e da 1nandíbula. e tan1bén1 dos incisivos superiores e
da posição da t11ce n1édia e da proporção vertical 3s 1\ inlCriores. para as relações esqueléticas e dentúrias de
figura 21-4 de1nonstra un1 1nétodo de avalii:1ção do perfil Classe III A 111á oc\usi.io Classe Ili pode, portanto. ser
fticial de pacientes con1 111ú oclusão Classe III classificada en1 n1ú relação dentoa\veolac n1á oclusão
esquelética e pseudon1aloclusão Classe 1! 1
r AVALIAÇÃO DENTÁRIA
1
(Rel.içiio 1nolar l.' Lrcspasse horizont<il)
T
1 l
Rela\·ilo moliir Class1: IJJ Rela\·iiu molar Class<: Ili
Tn.>spasse negatiV(l ·n·espassl: horizontal positivo ou
rl:l<iç:10 dl: incisivos dl: topo. com
1 incisivos infl:rion.•s i11din;1dos p;ir<.1
lingual
AVALIAÇÃO
FUNCIONAL
Sem desvio IJt:SVÍO i:lll 1( C-t\!Jl-1
RC-il.llll
J
Elimi1wr o cil:svi(I
1
em RC-~1111 -··
Rt·l,1~·iio molar
Classe IIJ
l'i~. :n-J EsqttL'llHl dt: diagnústi.:n p,ira ;is mordidas cn11adas anti.:riores dt:ntúria~ L' L'squi.:kticas ([)-: Ngan I' 1-lu :\~!
rields ll\\': l\diu11 !Ju1r l(J:J86-J(J5. !997)
A B e
Fig. 21-l ,\Yaliat;üo do p-:rtil de pacientes com mú nclusfü1 Classi: !][ A Pi.:rtil facial di: um pacÍL'lllt: de X anos com
rnü (Klus;io Classe l!l demonstrando perfil .:llnt:.11(1 e kdwmi.:nlo exi:.:ssl\o da mandíbula B, Tampando us l.\bins
:;upi:rinr e inlCrior . ;i posit;fü1 d\1 mcnlo dt'\I.' ser a\aliada t'!ll relat;;io ao nari'I. e i1 !(1cc supi.:rior Nesse rrncienk. o
mi:nh1 é ri:trusini C T,m1pundn (l lúbiu inkrior t.' o lllt.'ll\(l a l:ict: média dt:\t.' si.:r ;l\';1liada Nesse paciente. a maxila
é rt'lrusi\'a
380 51:ç.,\o IV T1·atu111en10 e C<111,ide1açDc, Terapê11ric-a_,
B e
Fig, 21-5 Carnctcristicas clínicas c cefalomCtrica de uma paciente com rnü oclusão Classe Ili dcntoalveolar A,
Pcrli! facial B a D. 1:otngrafias intrahueais E, Radiogralia ccfa!omCtrica lateral
fubela 21-1. C'aractcrísticas Cefülon1étricas de Pacientes con1 Jvlús Oclusõcs ('lasse 1. Pseudo Classe Ili e Classe Ili
Verdadeira (e111 Graus)
De Lin J.J: Procccdings for Advanccd Sy1nposiu111 ivlid-A1nc:rica Orthodontic Society. 1994
DP = desvio padrão
Trafl1111e11/o da, J\lá, Oclu.\'<Ju, de Clas\e Ili na, Dc111ad11ra\ Decid11a e Ali\lll (~\l'ÍTULO 2J 381
más oclusões Classe L pseudo Classe Ili e Classe Ili es- lncrementos do Crescimento
quelética (Ta bela 21-1) A maioria das medidas cefalo-
111étricas sugeriran1 que a pseudon1aloclusão Classe III é Suga,vara e ivlitani·1: relalaran1 incre,nenlos se111elhantes
urna interrnediária entre a n1á oclusão ('.lasse I e ('lasse III de cresci111ento 111andibular entre os pacientes con1 1nás
esquelética A unica exceção f()i o ângulo goniaco. que oclusões c·1asscs 111 e 1, durante os períodos de cresci-
gerahnente é n1ais obtuso na a111ostra de Classe Ili es- 111ento pré-puberal. puberal e o pós-puberal Os autores
quelética A n1edida do ângulo goniaco e111 tuna a111ostra concluíran1 que o padrão esquelético Classe Ili era esta-
pseudo Classe Ili J()i considerada bastante sen1elhante à belecido en1 idade precoce e não é fundan1entaltnente 1110-
a111ostra Classe 1, tornando essa 111edida unia característi- dificado No entanto. o aun1ento total na base craniana
ca essencial no diagnóstico diferencial entre as n1ás posterior, en1 pacientes con1 111andíbulas prognáticas, eia
oclusões esquelética e pseudo Classe Ili n1enor do que o observado no grupo Classe I T'an1bé1n
havia 11111a dil'ercnça significativa na 111udança total da
avaliação \Vits. entre os indivíduos portadores das Classes
PADRÃO DE CRESCIMENTO Ili o I
ESQUELÉTICO CLASSE III f\s n1udanças no crcscin1ento fhcial são diferentes e1n
pacientes <los sexos 111asculino e J"e1ninino con1 ,nás
Base Craniana oclusões ('lasse 111 Battage!·11 observou que o n1aior in-
cre111ento do crescin1ento fJcial para os hon1ens ocorre
Battagel 41 observou que as n1edídas linear e angular da base entre os 14 os 16 anos de idade. enquanto e111 pacientes do
craniana era1n reduzidas nos pacientes portadores de 1ná sexo fen1inino o incrcn1ento 111áxi1110 do cresci111ento fhcial
oclusão c·Jasse Ili Esses pacientes exibe1n un1 ângulo da ocorre ent!'e os 9.5 e os 12 anos de idade, e111bora o cres-
base craniana (Ba-S-N) 1nais agudo con1 111na projeção cin1ento ativo continue na área nasal e en1 an1bas as bases
n1ais anterior do ponto articular, con1parados co111 os pa- apicais após os 15 anos. Os pacientes do sexo ren1inino
cientes portadores de n1á oclusão Classe ! A!é111 disso. a con1 n1ú oclusão c·1asse Ili possuen1 111andíbula n1ais pro-
füssa craniana n1édia en1 un1 paciente con1 111á oclusão en1inente e vestibularização dos incisivos superiores. quando
('.lasse III apresenta 11111 alinha1nento posterior e superior. con1parados con1 os do sexo n1asculino
Esse alinha111ento posiciona o co111plexo nason1axilar e111
unia relação n1ais retrusiva no pacienle portador de 111á PREVISÕES DE CRESCIMENTO NA
oclusão Classe Ili. e contribui co111 a rotação da 111andíbu- CLASSE Ili
la para fr·enle
Etn 1970. Dictriclrn relatou que as discrepâncias esque-
Maxila léticas de ('lasse Ili pioravan1 con1 a idade As crianças
que aprcsentavan1 un1 ângulo ANB negativo füran1 exan1i-
Os pacientes co111 n1á oclusão ('lasse lll co111un1ente exi- nadas en1 três estágios - 1. dentadura decídua; 2, 111ista; e
ben1 un1 crescin1ento rnaxilar horizontal n1enor. con1para- 3. pennanente A porcentagen1 de crianças conl protrusão
dos con1 os pacientes co111 n1á oclusão c·1asse I O n10- n1andibular au1nentou ele 23 para 3ocx> e 34'Xi. à n1edida
vin1ento horizontal do '"ponto A·· é e1n torno <le 0.-1- 111111/ que a dentadura progrediu do estágio I para estágio 3,
ano. con1parado con1 1.0 111111/ano e111 pacientes con1 111á respeclivan1ente Os problen1as de deficiência ântero-pos-
oclusão Classe f terior 111axilar füran1 de 26 para 44cx1 e 37(Yi>. Esses resul-
tados indican1 que as características esqueléticas anorn1ais
Mandíbula poden1 se tornar 111ais pronunciadas con1 o ternpo
Vários pesquisadores44 " 1{, tentaran1 prever o crescin1ento
O individuo portador de 111á oclusão Classe li! exibe 11111 da 1nâ oclusão ('lasse Ili O seu o~jetivo era detenninar se
con1prin1ento excessivo da 111andíbula. enquanto que a ar- a previsão do crescimento poderia ser usada para dife-
ticulação ten1poro111andibular é posicionada 111ais para an- renciar as crianças co111 tendência à Classe III e identificar
terior, resultando en1 1n11a 111andíbula n1ais proen1inente O 11111 padrão 111orfolôgico esquelético especílico e111 pacien-
ran10 ascendente tende a ser curto con1 o ângulo do plano tes con1 111ús oclusões ('lasse IIL Certas 111edidas cefi1-
n1andibular n1ais inclinado O ângulo goníaco é n1ais obtu- lon1étricas. tais con10 flexão craniana, localização do pório
so nas más oclusões Classe Ili do que nas de Classe l A e posição do ra1110. làran1 usadas para prever o crescin1ento
proen1inência tnandibular. junto con1 o co111prin1ento di- norn1al ou anonnal 4 r, lnfelizn1ente, a acuidade dessas pre-
n1inuido do con1plexo n1axilar, pode acentuar o típico per- visões con1putadorizadas era de apenas 70 a socx1 Willian1s
til reto ou côncavo desses casos c·on1u111ente. os pacien- e Anderson·17 concluíra111 que a diversidade dos padrões
tes con1 n1ás oclusões Classe III exiben1 a co111pensação esqueléticos que resultam nas relações de Classe Ili cxpli-
dentoalveolar en1 fonna de vestibularização dos incisivos ca111 as falhas dos sistc111as de previsão nu111érica basea-
superiores, acon1panhada pela inclinação lingual dos dos no crescin1ento incren1entar n1édio e e111 unia única
incisivos inferiores lórrnula
382 SE(.1\0 IV T!ata111e11ro e Co1nideraç·(Je_'i Te1 apê111ica,
INDICAÇÕES E CONTRA· Fig. 21-6 1:ntogratia intrabucal de urna c(1roa reversa de aço i1wxid;'i\c]
usada para corrigír um Linic11 dente em mordida cruzada anterior
INDICAÇÕES DO TRATAMENTO
PRECOCE DA CLASSE Ili
O o~jetivo do tratan1ento precoce da ('lasse 111 é criar un1 ciona1nento inadequado dos incisivos superiores e inl'erio-
an1biente para o dcscnvolvi1nento dentoftlcial n1ais füvo- res e da articulação ten1poron1andibular A eli111inação des-
ráve!. 50 Os objetivos do tratan1ento interceptivo precoce vio rvl!H-RC' pode evitar que fürças de desgaste anorn1ais
pode111 incluir: ( 1) i111pcdir as n1udanças progressivas, irrc- e forças oclusais traun1áticas sejan1 aplicadas nos dentes
versiveis, no tecido 1nole ou esquelético: (1) 111elhorar as aretados, in1pcde influências adversas en1 potencial sobre
discrepâncias esqueléticas e fornecer un1 an1biente n1ais o cresci111ento da 111axi!a e da 1nandíbula. 1nelhora a postu~
favorável para o futuro crcscin1ento: (3) 111elhorar a fun- ra do lábio superior e da aparência facial e evita a oclusão
ção oclusal: (4) sin1p!ilicar a filse li do trata1nento e 111i- posterior anorn1al, que pode se desenvolver con10 resulta~
ni111izar a necessidade de cirurgia ortognática: e (5) fürne- do da postura habitual da 111andibula para acon1odar os
cer unia estética facial n1ais agradável. n1elhorando assin1 contatos oclusais anteriores anonnais
o desenvolvi111ento psicossocia! da criança Precoce1nente, a coroa reversa de aço inoxidúvcl l(.1i
Turpin;; 1 desenvolveu lllna lista de ftltores positivos e usada para corrigir uni único dente en1 n1ordida cruzada
negativos para ajudar a decidir quando se deve interceptai anterior (l:ig 21-6) 5~ Unia coroa pré-fünnacla e de ta-
unia n1á oclusão Classe III en1 desenvolvin1ento. Os frita- 111a11ho exagerado é desgastada e contorneada na n1argl!n1
res positivos inc!uen1 boa estética fhcial. discrepância gengival para se encaixar livren1ente sobre o(s) dcntc(s)
esquelética suave, ausência de prognatisn10 Jhn1iliar, des- superior(es) deciduo(s) cn1 111ordida cruzada A coroa é
vio funcional ântero-postcrior. tipo facial convergente, cres- cin1entada e111 reverso (isto é, vestibular para lingual) con1
cin1ento condilar sin1étrico e pacientes en1 nise de crcsci- cin1e11to de policarboxilato. U1na desvantagen1 desse n1é~
n1ento dos quais se espera unia boa cooperação Os fato- todo é a aparência estética desagradável das coroas de
res negativos incluen1 estética racial con1pron1etida. dis- aço inoxidável c·on1 o advento do co111pósito de resina . a
crepância esquelética grave. padrão tan1iliar estabelecido, coroa ele aço inoxidúvel pode ser substituída por blocos
ausência de desvio ânlero-posterior, tipo fücial divergente. de resina colados para corrigir a n1ordida cruzada dos
crescin1ento assin1étrico. crescin1ento con1pleto e previ- dentes anteriores 5'
são de n1á cooperação O autor recon1enda que o trata- Unia espátula pode ser usada para a correção de uni
n1ento precoce deva ser considerado para o paciente que unico dente en1 n1ordida cruzada anterior Esse n1étodo é
apresenta as características listadas na coluna positiva. En1 in1previsivel e o seu c!Cito depende da freqüência do uso e
indivíduos que apresentan1 características da coluna ne- da tolerància do paciente ao desconltlrto. É 111elhor aplicar
gativa. o tratan1ento pode ser adiado até que o cresci111en- essa abordagen1 aos dentes con1 certa n1obilidade ou quando
to esteja con1pleto Os pacientes deve111 estar cientes do os incisivos superiores estão irron1pendo
fato de que a cirurgia pode ser necessária en1 idade poste- A correção de vários dentes en1 n1ordida cruzada an~
rior, n1es1110 quando a fase inicial do tratan1ento IOr ben1- terior ten1 sido realizada con1 aparelho lixo ou ren1ovível
sucedida con1 un1 plano inclinado (Fig 21-7) Esse aparelho pode
corrigir rapidan1cntc a n1á oclusão. coin pouca coopcra~
TRATAMENTO DA PSEUDO- ção do paciente, quando o plano inclinado é ci111entado 5:
MALOCLUSÃO CLASSE Ili Por outro lado. esse aparelho te1n várias desvantagcns:i.i
Os pacientes portadores de pseudo111aloclusão Classe Ili A força exercida no plano inclinado é i111previsível
freqüenten1ente apresenta1n n1ordidas cruzadas anteriores 2 O paciente pode ter dificuldades na fünação durante
causadas por 11111 contato dentário pre111aturo ou pelo posi- o tratan1ento.
L..:
Tiara111c1110 du\ .\ftí\ (h/il\(lc\ de (!tH\e li/ 110\ /)e111ad111(1\ Decidua e Ali\la (,\PÍTLILO 2J 383
A B
e D
rig. 21-7 l'lan11 inclinad(1 remo\ Í\el us.id1l para t'(lrrigir uma pseudomalodus~o C!usse Ili t:om um ou mais denks
em mordida en11:Hla anteri1ir .-\. F otogrnJia intrahuea! de um paciente çom 8 anos de idade que apresenta viirios
dL'nks un mordida n·u1;1d11 an1eri11r B f"'otogralia intrahueal dos dentes em relação cêntriea Incisivos cm pnsiç:io
l\1po a tup,1 indícando unw pscud(lmalrn:lusüo Classe [[[ C, 1:(1tografia intrabuea! que mostra o plano inclinado
remo\ Í\ el usado para enrrigir ;1 111ordid:i t:ruzada .interior Note a angulaç:io do plano inclinado D Fotografia
iutrahue>1l pns-trat,1me11to
3 Existe o potencial de lesüo da raiz. por causa das cruzada é contida pelo trespasse horizontal, não necessi-
rorças intensas e irregulares aplicadas sobre o dente tando de aparelho de contenção (veja Caps 17 e 19).
B e
Fig. 21-8 Um arco lingmll superior curn molas digitais para corrcçüo da mordida cruzada anterior A, fotografia
intrnbucn! de um pacicn!c aos 7 anos t:orn um unico dcnll: cm mordida cruzada anterior B. fotogrn!ia intrabuca! de
um arco !mgual superior construido com !io de aço ínoxidún:I de O 036' com uma mola de aço inoxidúvd de O 020'
soldada Um fio guia foi c11Jm;udo l.!ntrc os incisi\os para nrnnti.:r a mola posicionada mrós do incisivo C. Fotografia
pos-trawmcnto que mostrn o tri.:spassc vertical adequado pura manter a corrcç:lo <lu mordida cruzada :interior
A B
rig 21~9 :\ a ( !·otl1gratias pr0~1r:11a111ento de um paciente com 6 anos de idades que apresentava mú oclusão
l !asse 111 e mordidas cruzudas n11s scgme11tos anteri(1r e posterior D Fotografia extrnbucal que mostra a m.\scara
facial p,ira tra~ão re\crsa da maxila
Co11ri1111a
n1andibular. junto co111 un1 n1ovin1ento do "ponto B"' e do Magnitude e Direção da Força - As mentoneirns são
pogõnio para posterior Por causa da rotação n1andibular divididas en1 dois tipos: de tração occipital (Fig. 21-10) -
para trús. o controle do cresci1nento vertical durante o usada para os pacientes con1 protrusão n1andibular - e a
tratan1ento co1n a 111entoneira é dilicil de controlai de tração verticaL usada nos pacientes que apresentan1
uni ângulo do plano 111andibular n1ais inclinado e tuna altu-
Efeitos no Crescimento Maxilar - Alguns estudos ra fücial anterior aun1entada. A nu1ioria dos estudos relata-
indicaran1 que a tnentoncira não causa e!Citos sobre o crcs- dos reco111enda unia Corça ortopédica de 300 a 500 g por
cin1cnto úntero-postcrior da n1axila. (,n.i,: No entanto, Uner. lado:~ r,.; 1'5 Os pacientes são instruídos a usar o aparelho
Yukscl e Ucuncui..\ n1ostrara1n que a correção precoce da ! 4 horas por dia A !Orça ortopédica nonnaln1ente é dire-
n1ordida cruzada anterior con1 a 111entoneira i111pede a ini- cionada através do cõndilo ou abaixo dele.
bição do crcscitnento 111axilar úntero-posterior Sugtnvara
e cols i..l con1pnraran1 as 111udanças no crescin1cnto de Época e duração do tratamento - Os pacientes com
pacientes, após o tratatnento con1 n1entoneira, con1 indi- excesso n1andibular nonnaln1ente poden1 ser reconheci-
víduos controle e relataran1 que, aos 17 anos, a face 111é- dos na dentadura decidua, apesar do l11to de que a 111andí-
dia é n1ais deficiente nos pacientes do grupo controle do bula parece retrognática nos prin1eiros anos na n1aioria
que no grupo tratan1ento das crianças Existe1n evidências de que o tratan1ento para
386 S1 ( \t \ l\'
,J
K L
l·i~. 21- 1) ui11tinuaçi10 L F111Pgr:1li:1 i111r,1h111.:.d qui: inn:-.tra um ;1p;ir.:lhP de .:,p:1nsi10 ma:-..ilar usado 1;1irn11
a11e1,rag<.:111 pal':1 a pn,1r;1\·:11, 111:1,ilar 1: l'ut(lgra!i1 intrahu1..:d qu,; nwstra li gandw d<.: protraçilo na r..:giüo do canino
p:1ra 111i11irni1:ir :1 n•t:11..;"ll, da ma,ila rw ~<.:n1id\1 anti-lwr:iri(, (; l 'm ap:1r.:IIHi l{f'l!I loi usado ci1nH1 cPnknçilu apos
;1 pn•tra\·i'i11 li lh:~.:11h,1 d(• apar,.:lh(1 RI Ili I\Í:-.ta :111kri(11·1 1 /)1..·~1..'nhu d11 :1p:1rclht1 Rl'IJI I\Íst,1 (H.:lus,1IJ J a l
h,t11gr:1lla~ 1111rah111.::1i, pt•~-1raC11l\L'lll"
Iia1a1111.:1110 t/01 ,\/ú, ()(/11,()c1 de (Ia,,e l/l 1u1.1 /)e111ud11tu\' DeLidua e 1\/i'i!a C,Willll.O 21 387
o 50
o o
-50 -50
-100
o 50 (mm)
Í'ig. 21-10 \kn!rn1t.:ira occipital usada crn pacicntes t:\itn protrusüo f;ig .. 21-11 :\l1crai.;ilcs longitudinais do padr:lo csqucktit:o l'fll pacicntcs
mandibular No1c quc a dircç;1o da ltlrça orlopl!dica passa pt.:1(1 c(rndilo quc corncçaram o tratamento com a rnc11toncira ans 7 anos e toram
obscrvados aos IJ . l l. 14 c 17 anos de ídade N(i!c quc a mandihula
t:rcsccu para baixo e para tnis durnntc o tratamc11t{1 e retornou o patlrà\1
dc crcst:imcntn para a frcntc e para baixo durantc a n1ntençün { De
Sugarwara I ct ai: Am I 011/wd Du1ll!ftlciu! 01t/Jop 98:127-133 [lJ()() J
reduzir a protrusão 111andibular é 111elhor sucedido quando concluiran1 que o tratan1cnto con1 a 111entoneira não ga-
iniciado na dentadura decídua ou 111ista precoce. 1,1 üJ A du- rante necessarian1ente t1111a eorreção positiva cio perfil
ração do tratatncnto varia de 1 a 4 anos. dependendo da esquelético após o térn1ino cio crescin1cnto. o que sugere
severidade da 111ã oclusão a necessidade do uso prolongado da 111entoneira durante
todo o período de cresci1nento .
Estabilidade do Tratamento - A estabilidade do trata-
1ncnto con1 a n1entoneira ainda não estã clara. Vários pes- Efeitos na Articulação Te111poro111andibular - Existe
quisadores relataran1 estabilidade nas n1udanças 111axilares algun1a preocupação sobre o ef'eito adverso da 111entoneira
e 111andibulares horizontais induzidas pelo tratan1ento con1 sobre a ATíVI. En1 un1 estudo realizado por Degushi e
a 111entoneira. 1'5 (,(, No entanto. alguns estudos relatan.1111 tuna l(itsugi/'~ vúrios pacientes se queixaran1 de sensibilidade
tendência a retornar ao padrão de cresci111ento original. ten1porária da ATNl durante o período de contenção . Dos
depois da 111entoneira ser ren1ovida 5 ~ 1'º 63 Sugar,vara et a! r,.i 40 pacientes. dois continuaran1 sentindo dor na ATNI e
publicara111 un1 relato sobre os efeitos do tratan1ento co1n certo grau de dificuldade en1 abrir a boca após o final do
a 111entoneira a longo prazo. en1 três grupos de n1eninas tratan1ento ativo Vários estudos inclicara111 que a 111ento-
japonesas que iniciara111 o trata111ento aos 7. 9 e 11 anos neira afeta o crescin1ento não apenas da n1andíbula. nu1s
(Fig 21- ! 1) Todas as 63 pacientes foran1 acon1panhadas tan1bé111 de estruturas da base craniana 1'~ No entanto, uni
corn telerradiografias laterais seriadas. obtidas aos 7. 9. estudo recente não conseguiu apoiar a hipótese ele que a
11. 14 e 17 anos de idade. Os autores observaran1 que o n1entoneira induz o desloca111ento da fóssa glenóide en1
perfil esquelético 1nelhorou 111uito durante os estúgios ini- direção posterior. 1' 7
ciais do trata1nento co1n a n1cntoneira. nu1s freqüentcn1ente
essas 111udanças não en.11111nanticlas As pacientes que inicia-
ran1 o trata111ento en1 idade 111ais precoce n1ani fCstan.1111
Tratamento com a Máscara Facial
tuna recuperação do dcslocan1ento 1nandibular para fi·cnte A n1áscara lücial ten1 sido usada no trata111ento ele pacien-
e para baixo. antes do ténnino do cresci111ento Os autores tes con1 n1ú oclusão c·1assc Ili e deficiência 111axilar. E111
388 Sn::\o IV T1 ata111ento e ("o11.,ide1arae.,· Terapêutica,·
194-1-. Oppenhein1 1'" acreditava que não era possivel con- n1áscara fr1cial ainda precisa111 ser substanciados e t:spe-
trolar o cresci1nento ou o deslocan1ento da n1andibula para ra111 pelos resultados de experin1entos clínicos prospectivos
anterior. e sugeriu que a 111axila fosse 111ovida para a frente A 111úscara lücial é constituída de dois npoios que contatatn
na tentativa ele contrabalançar a protrusão 111andibular. Nos o tecido n1ole na testa e na n::gião do 111ento. Os apoios são
anos 60. Dclaire e outros1" 1 despertara111 o interesse no uso conectados a 11111a estrutura 111ctúlica ajustúvcl por 1ncio de
da 111úscara lücial para a p1otração 111axilar Petit 111 111odili- para!üsos
cou n1ais tarde o conceito búsico de Delaire, au,nentando
a quantidade de !Orça aplicada pelo aparelho e reduzindo Máscara Facial - U1n fio anterior ajustável con1 gan-
assin1 o te111po total de tratan1ento E111 1987, McNan1ara 71 chos tan1bén1 é conectado à estrutura 111etálica para aco~
introduziu o uso de un1 aparelho de expansão colado con1 111odar os e!ústicos que irão tracionar a 111axila para frente
cobertura oclusal de acrilico para a protração n1axilar e para baixo (Fig. 21-12) Para 1ninin1izar a abertura da
Tur!ey·'~ n1elhorou a cooperação do paciente no uso do 111ordida à n1edida que a n1axila é reposicionada. os elásti-
aparelho confeccionando 111áscaras fhciais personalizadas, cos de prolração são encaixados perto dos caninos su-
Até a data, os resultados a curto prazo 111ostnu11 n1elhoras periores. co111 un1a tração de .30° para baixo e para fI·ente
esqueléticas. dentárias e no perfil con1 o tratan1enlo Os en1 relação ao plano oclusa! A protração n1axilar geral-
benefícios do trata111ento precoce a longo prazo co111 a n1ente reque1 300 a 600 g de !Orça por lado. dependendo
A
8
e D
Fig. 21-12 A. rotogralia extrahucal ilustrnndo uma m.íscara facial B. Segmento de fio com ganchos ajustado na
estrutura mctúlica. para recl.!bcr os clústicos para a tração da m:ixila pura baixo !.! para frente C . CJ:\slicos d!.!
protrnção de 300 a 600 g, medidos com um tcnsiômetro D . [lilsticos de protração encaixados perto dos caninos
superiores, com tração de 30 graus parn baixo e para frente cm relação ao plano oc!usa!
'fia1a111e1110 do\' A/d, ()LhnrJe,,,. de C/a\\e í!l 1ul\ De11!ad111a, Decidua e Ali\la 389
da idade do paciente f\ tensão dos elásticos pode ser esti- região anterior para ,1 protração co111 elásticos. O acrilico
111ada utilizando-se un1 tensiô1netro Os pacientes são ins- é, então, adicionado a todas as superfícies oclusais dos
truídos a usai a 1náscara fhcial durante 12 horas por dia 1nolares deciduos e dos pri111eiros 111olares per111ancntes.
utilizando-se 1nonô111ero e polin1ero de 111etiln1etacrilato O
Desenho e Construçã o do Sistema de aparelho é colado nos dentes utilizando uni adesivo de
Ancorage m polin1erização quin1ica (Excel. Reliance Orthodontic
Products. !tasca, IL), especilica111ente idealizado para a
Aparelho de Expa11.,cto Palatina con1 Bane/as e E.,1rutu1a colagen1 de aparelhos de acrílico an1plos
1\/etálica - Na dentadura lnista, o aparelho de expansão
palatina é construído con1 bandas encaixadas nos segun- E_/'eito.\ E\q11elé1ico\ ela Protraçüo Alaxila1 - Várias suturns
dos 111olares decíduos superiores e nos prin1eiros n1olares circun1axilares cutnpren1 unia função in1portante no de-
pern1anentes (Fig 21-13) Na dentadura decídua, as ban- senvolvin1ento do con1plexo nason1axilar (Fig 21- 15):
das são adaptadas no prin1eiro e no segundo 111olares de- suturas fronton1axilar, nason1axilar, zigo111aticote111poral,
cíduos. A obtenção de unia n1oldage1n con1 as bandas adap- zigon1atico111axilar, pterigopalatina, intern1axilar. etn1on1axi-
tadas é reco111endada para n1elhorar a acuidade da transfe- lar e !acrin10111axi lar Estudos realizados en1 anin1ais 1nostra-
rência das bandas para o n1olde O 111olde é então vazado ra1n que o con1plexo 1naxilar pode ser deslocado para an-
As bandas 1110Jares são soldadas con1 !io grosso (O 043 1) à terior, con1 n1udanças signi ti cativas nas suturas circun1-
barra palatina, que te111 un1 parafuso do tipo 1-Iyrax (para- 111axilares e na tuberosidade 111axilar. 7 ~ A protração tnaxilar,
fuso de expansão Palex, Great Lakes Orthodontic Pro- no entanto, nen1 se111pre resulta no 111ovi111ento de avanço
ducts, Ton<.nvanda, NY) na linha n1édia Uni fio de O045 1 da nu1xila Nanda 73 n1ostrou que con1 a 111esn1a linha de
polegadas é soldado bi!aterahnente na região vestibular das fürça, distintos ossos da l'ace 111édia eran1 deslocados en1
bandas n1olares, e estendido para anterior até a área do diferentes direções, dependendo dos n10111entos de f'orça
canino, para a protração co111 elásticos O aparelho será gerados nas suturas Jackson, Kokich e Shapiro 7·1 obser-
ativado duas vezes ao dia (0,25 111111 por vez) pelo paciente vanun que o posicionan1cnto do con1plexo ,naxilar para
ou os pais. durante t1111a sen1ana. En1 pacientes con1 un1a anterior era aco111panhado por tuna pequena quantidade de
,naxila ,nais atrésica, a ativação do parafuso de expansão é rot.:i.ção no sentido anti-horário durante o período de trata-
realizada po1 duas se1nanas ou nu1is. dependendo da dis- 111ento O centro de resistência da 111ax.ila f()i considerado
crepüncia localizado nos contatos distais dos pri111eiros 111olares
superiores, e na 111etade da distüncia do plano oclusal fun-
Aparelho ele Expt.111\Clo Pala1i11a co111 Ac-1 ilico - O aparelho cional até a borda in rerior da órbita 75 A protração da n1a-
de expansão palatina colado incorpora uni paraf-l1so do tipo xila abaixo do centro de resistência produz a rotação da
Hyrax e111 unia estrutura de fios. feita de aço inoxidável de n1axila no sentido anti-horário (Fig 2!-16) Usando crüni-
O 040' (Fig 21-14) A estrutura se estende ao redor das os hu111anos, Hata e cais. 7r, ta1nbé111 observaran1 que as
superficies vestibular e lingual dos dentes Un1 segn1ento fürças da protração aplicadas no arco dentário superior
de fio de aço inoxidável de O. 040' é dobrado para cruzar a produzia111 :J. rotação da 1naxila para a f'i"ente, ,nas no sen-
oclusão entre o prin1eiro e o segundo n1olares decíduos, e tido anti-horário. a 111enos que fosse aplicado un1 vetor de
estende-se anteriorn1cntc para tcrn1inar cn1 uni gancho na fon;a pesada para ln1íxo
A B
e D
rig 21-1.t .\ a ( 1 t1t\1gral"l;1:, pr~-tratami.:nl(l di.: um pai.:ient1: aos li anos de idadi.: i:um mú odusào sua\'e de Classe
l!L mPrdida i.:n11ada anli.:rior L' sohri.:mnrdida prolumla D rtltografia intrabw.:al que mostra um aparelho de cxpansiin
udadn \lsad1i como aneoragi.:111 para .i protraçfü1 maxilar L . r nlografia intrabw.:;i[ que mostra o gam:ho tstcndido a
p:1nir do .ii.:rili1.u ;ih.:· a r<.·giiio do eani1w para iusi.:n;;i(1 do:-. ~·l,htk\1s F. Protraçiío maxilar rnm uma traçfiti di.: 30° para
bai,(1 L' p:1ra a !ri.:nll: i.:m n:!.11,:Jp .tP pla1H1 tidusal
liuh/llll'f/fu do, \/,í, (hl,1,1!c, de (!u,,t• Ili 11a, !)c111ad1110, f)eLid110 e i\/1\10 (1\l'ÍTllLO 21 391
G H
.J
K L
1:ig 21-14 continuaçllo G a I l"o!ngratias intrabw.:;lis pos-tra!amenlo J a L Fntogralias intrabucuis duis anos pós-
trn!;1mi.:nl11
392 Si:c.\o IV Ti U/(/1}/(:JJ/() t' ( 01,.;ide1 O(c1e, Terapêutica.\
Fig. 21-15 Compkxo das suturas cin:umaxilarc:-. A Sutura frontornaxilar B. Sutura nasomaxilur C_ Sutura
zigomaticomaxi!ar D Sutura zigomaticotcmporal E, Sulllra ptcrigopalatina F. Sutura inkrrnaxilar G. Su!Ura ctmomaxllar
li, Sutura lm:rimomaxilar
1 1
1 1
1 1 1 1
Fig 21-17 (ontribuii,:ücs esquelê!icas e dcntüria:> para ;1 çorreçfü1 tb tn:spasst• horizontal ç0 m a e.>;pansíio maxilnr
e a protrnçíio maxilar
CORREÇÃO MOl AR
3.8 111111
(100°.. )
1
1 1
1 1
1
1
fig. 21-18 ContribuíçOcs csquclêticas e dentúrias para a corrcçíio molar. çom a c.'spansão masilar e a protrnç.1o
maxilar
111axi!ar, a n1axila avançou en1 1nédia 2, 1 111111 Nos pacien- 111agnitude da !Orça, a direção e o ponto de aplicação e a
tes controle (sen1 trata1nento), a 1naxila avançou apenas época do trata1nento (Tabela 21-J)_:~ 1' 1·H' 1
0,5 111111.. En1 111édia, a 111andibula se posicionou para lrils
1,0 111111 co111 o trata111ento Se1n tratan1ento, a n1andíbu!a Idade do Paciente - Vários estudos examinaram o elei-
avançou I, 7 111111. Alé,n disso, sen1 tratan1ento, os incisi- to da idade no trata111enlo co111 protração n1axilar. 1~-.~~ E111-
vos con1pensan1111 a discrepüncia esquelética através da bora alguns estudos~º~~ tenhan1 sugerido que o trata111ento
protrusão dos incisivos superiores e da retrusão dos infe- co111 111áscara H1cial/expansão é 111ais eficaz nas dentadu-
riores. E1n geral. a direção dessas 1nudanças é sen1elhante ras decídua e 111ista precoce, outros estudos n 1' 1 Hl tan1bé111
àquelas que ocone111 con1 o tratan1ento sugcriran1 que ele é tuna opção viável para críanças n1ais
velhas. antes do início da puberdade
J'.ig 21-19 :\ldhora du pert11 taci.il de X paekntes tr..itados com expansão maxilar e protraçiio maxilar Perfil facial
prJ-trata111enlt1 (Ú il"(//11.idal l\:rlil t:ii:ial pús-!nitami:11lo (,i dilt·iro)
·rrata11u.:1110 da\ ,\hh 0LluwJc\ de (/a\\l' li/ 1u1\ Dcntadu1a\ Delidua e ,\/i\la (,WiTUI.O 21 395
21 DA 05 DA
l!!I Is Ili Is
08
A
GJ li li!!lli
B
DPog 3 DPog
17
1
-1 O -o 5 00 05 1O 15 20 25 -1 O -O 5 00 05 1.0 15 20 25
Fig 21-20 Comp:1raçfü1 das mudanças no ln.:spassc lwrizontal di.: pacicnti.:s com m{1 t1clusiio Classe Ili, com e sem
!ratamemo ,\, l'v!udanças com o tratamento na nrnxila (a) ini.:isi\·os superiores ([s), incisivos inferiores (li) i.:
pogônio (Pog) oito meses apos a protraçào maxilar (efeito do tratamento) B. i\ludançus sem tratami:nto (contro-
k)
T'ahcla 21-L Fatores que lnllucncian1 o Dcsloca1ncnto Anterior da Nlaxila (Ponto A) con1 a Nlúscara Facial
circun1axilarcs. pennitindo unia reação 111ais positiva às Magnitude, Direção e Ponto de Aplicação da Força
forças de protração Poucos estudos tên1 grupos de con- - Os efeitos ortopédicos exigen1 forças n1ais intensas do
trole adequados para detenninar se f'az difCrença se a que os 111ovin1entos ortodõnticos A protração nu1xilar be111-
protração 111axilar !Dr ou não usada cn1 con1binação con1 a sucedicla ten1 sido relatada con1 o uso de 300 a 500 g de
ERM. En1 uni estudo de Baik,i' 1 60 pacientes tratados co111 fürça por !ado, nas dentaduras decidua e n1ista (veja Tabela
111áscara fUcial foran1 divididos cn1 dois grupos, co111 e 21-2 ). A 111aioria dos estudos recon1enda o uso da 111ásca-
sen1 ERM O autor observou uni 111ovin1ento signiiicativa- ra por 1O a 12 horas/dia
n1entc 1naior da 111axila para a frente(+ 2,0 111111) quando a Hata e cais. 7(, sugeriran1 que un1 desloca111ento anteri-
protração fOi usada e111 co111binação co1n a ER!\tl, con1pa- or eficaz da 11u1xi!a pode ser obtido clinica111ente a partir
rndo com a protração sem a ERM (+ 0.9 111111) faz dife- de unia fürça aplicada 5 111111 acin1a do plano palatino Nos
rença se a protração for iniciada durante a expansão palatina casos de sobren1ordida profunda en1 que a abertura da
ou após a expansão'? No n1esn10 estudo, o 1naior n1ovi- 111ordida é desejável. a lração reversa no nível do arco
111ento de avanço da 1naxila (+ 2,8 111111) !'oi observado quan- dentário superior, con1 tuna rotação concon1itante da 111a-
do a protração era iniciada durante a expansão 111axi!ar. xila para anterior. ;,~juda no tratan1ento dessas n1ás oclusões
con1parada con1 a protração após a expansão ( + l ,85 111111) E111 vários estudos clínicos. unia fürça de protração de 30
396 S1 ( v 1 !\!
..\ B ( D
f"ig. 21-21. !'acil.'nlc t:(1111 ]1l .11111:-, L' !(I !lh.:s.::- d.: idade tratada L(llll a 111úscara J'al.'i:1l pur 12 lllL'So.:s :\ .\ltitlt:lo <:
radi(lgr,iti,1 1.:<c!':ilrnn01rk,1 l,1tl.'ral pr0-tr,1t,11110.:111t1 B .\!ntkhi L' radi11graria l:L'lal()11101rica lalL'ral pos-trawmclll\l
illli.:di,1tP ( .\lo,klP..: r:1diPgr:l!ia ci.:1'.ilnm0tri..:a kitL-r:11 2 :lfl(l:-. pos-tratalll1.'ll!\1 D \1Pddo i: r:1di1igratia co.:faln1110trica
latL'ral ..\ :1110" pp:-,-lr.it:11111.·11!11
a 45c p:1ra b:1ixt1 e para a frente. aplicada na rcgitio do da cxpansüo é da protra\Üll rnaxilar repetidas ni:io !óratn
canino. produ1iu unia ri.:sposta clínica accitú\ cl co111 ro- relatados na literatura O tratan1ento prolongado pndé con1-
taçàt1 dll plano palatino no sentido an1i-horúrio J)['o111etcr a higiene bucal L' a coopcraçi:io dll paciente
Duração do Tratan1ento - Não e:,.;istc utn consenso /: \{uhilidudc PíÍ\-11 ata111c:1110 Estudos realizados ern ;:ini-
sobre a duiai;ào do !rata111t..'11to cu111 a n1úscar,1 liicial U111;1 1nais é lu1111ano:-i n1ost1aran1 que os cf,:itos da 1na:-.:ila pcr-
revisüo da litL'!'<llllra 111ostra que (l tc111pl1 Lk' 11,1tan1L'llt(1 1naneceran1 cstÚ\ eis por u1n ou dois unos após o trata-
varia cntrL' .> e ](1 n1cs..:s (\L'ia ·rahL'la 21-2) ,\ 111ai(1ria das lllL'lllo l-.111 ,1lguns estudos - , i .. ,_,; L'lll (]LIL' os pacientes
n1udani;as ortopédiL·as süt1 obst.'l'\ adas nos prin1ciros .> a h !tlrarn acl1n1panhados apos u c:-.:pansüo e a protraçüo 1na-
n1escs após a L'Xpans,lo n1a:-.: ilai () uso prolongado d,1 !(l!- :-.:il.11. !úi ohser\ado que . cn1 geral. a posiçü{i da n1uxila
ça d..: pr()trw.;üo resuha en1 1nt1Lhlni;as dL·ntouh eoluics que para anterior !ói 1nantida apús () trata1ncnto !'.=. intt.'rcssan-
inclut.'111 (l 1110, in1L'!lll1 1111.:sial dos 111olart.:s supLTllll'L'S é a tl' notar que durante esse período do crescin1cnto . a 1na-
vestihu!ariza~·Jo dos íncisi, os SllJlL'riort.:"s C)s héncficills xila e a 111andíhula rc,crteran1 pani o padrün originnl de
T1a1an1e1110 da, ,\Já, ()LlllHle, de (/a\\l' /li 11a, !Je11fad111a, f)ccid11a L· i\h\ta 21
(,\l'Í"Hll.0 397
~º:. ·: ~_:: _
:
''
.. '
:
''
\ '
--,
'
'.'
''
,·· ...
;;;; '
'
E
~-
~""'~~ --~(1 '
.,
,, '
'' ' .
·.
•, ' radcnte T.L. Mudanças do tratamento
IO a 10 m li a 10 m
--- - --
Comprimento max (mm) 84
é
88
Comprimento rnand {rnm) 115 117
.·; Diferença (mm) 31 29
Inclinação 1 (') 107 li o
lndinaçlio 1 (•) 98 92
Ângulo do plano mandibular J[, J8
' '
.. :.·.
,,·...... ,,
) .,
:\ '
'.\
,. '\.
,1 ''.
,.
' •,\
'
J-, ·.).
"
§Jl?Q-(J
: : F
'. -'
Fig. 21-21.. continuaçiio E Traçados cefa!ométricos e sobreposiçfü1 das mudanças de tratamento Note o trespasse
horizontal positivo ,1pós o trn!amento F. Traçados cel;llométrii.:ns e sobreposiç[io das mudanças no crescimento pós-
trntamento Note o trespasse horizontal revertido para a mordida eruz:ida m11eri{1r. por causa <lo erescimentn mandi~
bular excessivo pan1 frente
cresci111ento e, e111 alguns casos. a torreção ('lasse Ili lói contidos co111 uni aparelho funcional para Classe Ili por
perdida por causa do cresci111ento 111anclibular excessivo uni ano 77 O trata1ncnto füi considerado estúvel 2 anos
Poucos estudos aco111panhan.1111 os pacientes co111 tra- após a ren1oção dos aparelhos Quando esses pacientes
tan1ento precoce durante o período de crescin1ento puberal fün:1111 aco111panhados por 111ais dois anos. 15 dos 20 pa-
E111 uni experi1nento clinico prospectivo. u111 grupo de pa- cientes originais n1antinha111 u111 trespasse horizontal posi-
cientes chineses foi excessiva111ente tratado até a relação tivo Nos pacientes que sofrera1n recidiva para o trespas-
Classe I ou II con1 expansão e protração n1axilar. e depois se horizontal negativo. a n1andíbula cresceu 111ais do que a
398 SEc,\o JV
e D E
fig; 21-22 J'ratami:11!0 di.: uma p<H.:Í<.:11!<.: ,ws (i an()S di: itlad\: i:om ud (H.:lusã\1 ( Jassi: Ili i.: padriin de cri:sdmi.:nt\l
hipcrdi\'crgi:ntc :\ .: B l\:rlll E1cial pn;·!ratam..:1110 ( a E hitugralias íntrabucais pré-tratami:111,1
n1axila na direção horizontal 1\ ligura 21-21 ilustra as n1u- para baixo e para trús. que reduz o prognatisn10 A pre-
danças desfavoráveis no crcscin1cnto de un1 paciente, qua- sença de trespasse vertical adequado ajuda a n1anter a cor-
tro anos após o tratan1cnto con1 expansão e protração reção dentária in1ediata após o tratan1ento. Para pacientes
n1axilar O trespasse horizontal n.:cidi\·ou para n1ordida Lru- que se apresentan1 con1 11111 padrão de cresci111ento hiperdi-
zada anterior, por causa do crcsci111cnto n1andibular exces- vergcntc e trespasse vertical 1níni1no, un1 aparelho de
sivo para frente. (01110 resultado . os autores n.:con1cndan1 expansão palatina con1 cobertura acrilica é rccoinendado
a correção excessiva do trespasse horizontal e das rela- para controlar a cxtrusão dos 111o!ares. No entanto. un1
ções n1olares. previa111cnte ao cn:scitnento 1nandibular ho- estudo co111parou o uso de aparelhos de expansão colados
rizontal subseqüente. Tünll1én1 é rccon1cndó\'cl usar uni apa- con1 bandados. con10 dispositivos de ancoragcn1 para a
relho de contenção co1110 o retrator rnandibulat ou un1 expansão e a protração 111a:xilar, e n1ostrou poucas dife-
aparelho funcional após a protração 111axila1 renças nas n1uclanças esqueléticas e dentürias quanto ao
uso de qualquer uni desses aparelhos '11 Especilíca1ncnte.
!ndica~ôe, de T!atc1111e1110 co!JI a :\hí,ccflo Facial 1\ 111ús- a extrusão elos 1nolares e o aun1ento na altura fücial inf'C~
cara fhcia! é 111ais eficaz no trata111cnto das 111.:ís oclusões rior foran1 observados cn1 an1bos os grupos /\ figura 11-
esqueléticas c·Jasse li! le\'cs c n1odcradas . con1 inaxila 22 111ostra o tratan1cnto ele t1111a paciente co111 6 anos de
retruida e 0111 padrão de crescin1L'nto hipodi\ crgcntc Os idade que aprcscntava 111ú oclusão ('lasse III e padrão de
pacientes que se aprcse11tan1 iniciahncntc cn111 certo grau crcsci111cnto hiperdivergente. Uni arco transpalatino rna-
de desvio 111andibular anterior e trcspnssc horizontal e ver- xilar e u111 arco lingual in!Crior ll1ra1n usados co1no apare-
tical 1noderado. tên1 11111 prognostico n1ais hi\·orá\·cl Nes- lhos de contenção 1\ paciente usou u1na n1cntoneira verli-
ses casos, a correção da n1ordida cruzada anterior e do cal ú noite. a fin1 de controlar o cresci111ento tnandihular e
desvio 111andibular n.~sulta cn1 u1na rotação da 111andíbula a cxtrusão dos dentes posteriores
T!(l!UIIILllfo du\ \hi\ (Jt/111(it'\ ,k (!a\\1..- f!/ 1u1\ !)1..•11rad111u\ !Jc1..idua 1..' .\liHu (Al'l'-rlll.O 2J 399
,J 1(
L M
Fig. 21-22 cnnli11u:1çllo r R.idiogrntla cd:ll(11110trit:a laternl pr0-tratamcnltl quc rnostra a cmnbinação dc deficiência
maxilar. prognatismo mandibular t: um padr;io dc crcscimcnto \crtii.:al G i\lüscara fot.:ial li.. 1:otogralia intrabucal
dti aparclho de anc11ragc111 usado para :1 prolraç;i(1 ma:...ilar I a i\.l Fotografias intrnbucais pús-trat;imcnto que
mostram o arco tr.inspalatino 11:1 11wxil11 e o an.:o lingual inferior como contcnçilo
( 0111i111u1
400 li ara111c11ro e ( 011\'ideutç-àe\ Te1apCurica.\
N o
Fig . 21-22 . cuntiuuução i',i Tclerradiografia lateral pl1s-tratamento O. 1'..-kntoneirn para controlar o crescimento
mandibular c a cxtrusiio dos molan:s durante a conti:nçílo
Época de Tlala111enlo co111 a A/Ú.\ca1a Facial O 1110111ento As 111ás oclusões con1 prognatisn10 111andibular suave
ideal para h1tervir e1n uni paciente con1 111á oclusão ('lasse e trespasse vertical 111oderado poden1 ser corrigidas co1n
Ili precoce é durante a irrupção inicial dos incisivos cen- n1ovi111entos dentoalveolares. Os elásticos de ('!asse Ili,
trais superiores. Os trespasses horizontal e vertical positi- con1 ou se1n extração, tên1 sido usados para can1ul1ar a
vos no final do trata111ento con1 a n1úscara fücial parccc1n discrcpüncia esquelética. resultando en1 uni perfil tücial
n1anter a oclusão após o tratan1ento Existen1 evidências aceitúvel. A figura 2 l-23 111ostra tuna paciente aos 8 anos
de que respostas esqueléticas e dentúrias 111elhores podc111 de idade co111 prognatisn10 111andibular suave e retrusào
ser obtidas na dentadura clecidua e na 1nista precoce. s~ Os dos incisivos interiores A paciente foi tratada con1 expan-
prin1eiros n1olares superiorl.!s irro1npidos fürnece111 t1111a são e protração 111axilar co111 a n1úscara fhcial por 12 1ne·
111clhor ancoragc111 para a protração 111axila1 Estudos clí- ses. a fi111 de aun1entar o trespasse horizontal e pennitir o
nicos n1ais recentes indican1 que a protração 1naxilar é efi- alinhan1ento adequado dos incisivos inferiores A ligtna
caz durante a puberdade. con1 a resposta esquelética de- 21-24 111ostra as 111udanças cef8lon1étricas da 111esn1a pa-
crescente à 111edida que as suturas se coa\esce111 ,.~-si ciente após o trata1nento con1 a n1úscara facial. Durante
esse período, a n1axila cresceu para baixo. con1 pouco
des\ocan1ento anterior Foi decidido esperar até a adoles-
ABORDAGEM DE TRATAMENTO cência. antes de iniciar a fase II do tratan1ento ortodôntico
PARA PACIENTES ADOLESCENTES abrangente A figura 21-25 n1ostra a docun1entação pré-
OU QUE NÃO ESTÃO EM FASE DE trata1nento da 111cs111a paciente, antes do trata111ento con1
o aparelho fixo O plano de trata111cnto incluiu a ortodontia
CRESCIMENTO, PORTADORES DE MÁ
scn1 extração. con1 o uso de unia placa labioativa e elásti-
OCLUSÃO CLASSE Ili cos de Classe Ili A lígura 21-26 mostra o resultado pós-
trata111ento e os traçados cef8lo111étricos do tratan1cnto coin
Tratamento para Camuflagem da ca111u llagen1
Má Oclusão Classe Ili Esquelética Os casos de c·1asse III con1 prognatis1110 111andibular
suave e apinhan1ento poden1 ser tratados con1 vúríos
As discrepüncias esqueléticas que não pode1n ser resolvi- esquen1as de extração, incluindo quatro pré-111olares. dois
das durante a dentadura 1nista. inediante n1odilicação no pré-1110\ares inferiores ou uni incisivo inferior A figura
crescin1ento. poden1 exigir uni trata1nento abrangente co111 '.21-27 n1ostra unia paciente adulta con1 prognatis1110 111an-
aparelhos ou correção cirúrgica Os pacientes tratados du- dibular suave e apinhan1ento 111oderado dos incisivos in-
rante a infância poclen1 ter rccicliva ela tnú oclusfío durante lCriores. O plano de lratan1ento incluiu aparelho fixo coin
a adolescência O trata1nento da 1nú oclusão c·iassc III na exodontia dos segundos pré-n1o!ares superiores e dos pri-
adolescência é indicado e1n 1nuitos casos para aliviar os n1eiros pré-1nolares inferiores. A figura 21-28 1nostra os
problen1as psicossociais l.!111 potencial e. talvez. reduzir a resultados pós-tratan1ento e o traçado cef8!0111étrico da
necessidade de cirurgia •,-1 ·1•1 can1u llagen1
li o!u111uuo dt1\ \[(Í\ ( h lil\Úv\ de ( IU\\(· li/ 110\ !)c11tod111 li\ De( u/110 e ;\fi,ta (AJ>ÍTlll.O 2J 401
A B e
f"ig. 21-1J Padente eom .S anos tk idade que ;1pn.:senta prognatisn1t1 nwndihul:ir sua,e e ineisin1s inferl\1res
Ílllli11,1d\1s para lingual ..\ ;1 (' fu!(1gralias faciais pn.:-1ratarnento l) a li J"otogratí.is intrahue,1ís pnO:-tr;Hamento 1.
Radi11gr:11'ia L'l·!;1!omt:triea l<llL'ral pr0-tra1:1rnent11
402 Su;.,\o IV T1üta111e11to e Co11\ide1a~ ae, Terapêurica,
B e
D E
Fig. 21-2.J A a D Fotogralias intrahw.:ais e cxtrabl[(;ais du paciente <la figura 21-23 durantl! o tratamcnlll com a
músc:ira faci.il E. Idcrradiogrnlia lateral obtida após o trawrnento com a múscara foeial
Combinação entre Ortodontia e Cirurgia está deficiente .<ir, Os pacientes con1 prognatisn10 n1andi-
Ortognática bular verdadeiro pode1n continuar crescendo por vrírios
anos após a puberdade Portanto. o crescin1cnto n1andi-
Os pacientes con1 crescin1ento sagital e vertical despropor- bular contínuo deve ser presu111ido até que dois cctülo-
cional. ou con1 111á oclusão Classe Ili e retrusão 111axilar gran1as laterais, obtidos co111 no 1nini1110 un1 ano de inter-
ou prognatisn10 111andibular. co111binados con1 u111 padrão valo. não de1nonstrcn1 crcsci111ento significativo nesse
fücial divergente, tên1 poucas opções de trata1nento não- periodo. Os 111étodos cirúrgicos atuais para corrigir os
cirúrgico. Tais pacientes estão füra do "111enu de discre- problen1as esqueléticos de Classe Ili inclue1n a ostcoto111ia
pância'" que Proffit e Ackennan<l;i usan1111 para definir os do ran10 para a redução da 111andibula prognática. a
lin1ites do trata111ento ortodôntico A cirurgia precoce é osteoto111ia da borda inferior n1andibular para reduzir a altura
unia possível solução allernativa. 111as a intervenção cirúr- ou a proe1ninência do 111ento.'>1 ou tuna osteoton1ia Le Fort
gica na 1naxila de t1111a criança pode inlluenciar de fOnna !. freqüe11tcn1ente segn1entada para avançar a nuixila defi-
negativa o potencial de crescin1cnto. que provaveltncnte já ciente e pennitir a expansão transversa. se t'Or indicado
Trata111e1110 da\ k/á\ ()cht,ôc, dt: CÍlH \C ! II 110,,; Dc11tad111 a\ DeL idua e 1\/i\/a C,\PiTULO 21 403
Q Paciente: A 1:
Pré-tratamento (19/10/93)
Pós-máscara fadai (60/95}
~B--=.------
__ ---)]
.' ------
F
·- .~·
.., ' 'J1\
' ,' '1 '
,' ' '
'
, .. , o:_.. --·
' .. ..:l --.'
::., ,,. , 1
, ,;
'
.. '•
- ,''' ,, '', .
'
'
- o·..
Q
, ~\\
u
' '
Fig. 21-2-t continuução F, Truçado ccfo!ométrico e sobrcposiçiio das mud,mça.s com a protrnçiio maxilnr
A B e
Fig . 21-25. A a C rotogralias faciais pré-tratamento da mesma padentc da !igura 21-23, antes do tratamento com
aparelho lixo
Co111i111w
404 Si:c;,\o IV Ti (1{({11/CI/{() L (_ ()//\ /(fL-1 (/~ ()('\ l~·1·a1J/!11tic. u,
D E
F G
K L
M N
Fig, 21<?5. continuação J a N. 1:owgratia;; intrnbui.:ais do trat,uncnto çom a placa !ahioativa e os düsticos de Cla;;sc IH
406 S1·:r.,\n 1\/ fi ll{l/1//C//!{ 1 (' ( 1J// ', fi fl'I O(, (){:\ fi..'/ 'Ofl/!/1( Íl li\
A B e
111
Ti l{/(lll/1..'l/lo tio\ .\ !ú, ( )( l11H)(.'', de ( la, \f! f // //(/', De111atlll!'l/'i DeL it/110 l' ;\/i\la (~\l'ÍTULO 21 407
.,
)!
,---/,, Ir~~-
'
'
'
'
'
''
' '
''''
,,
~
"
1
l ~- '
Paciente: A.!
.. ~: ~. '',
- - - Pré-tratamento (16/06/92)
- - - ~ ~ Pós-tratamento (30/06/98)
.. K
.
~-. ~· . '
.
Fig. 21-26. conlinu:u;:1o .J. Tekrradingralí,1 lateral pús~tratamenlo h'. . Traçad(1 cefolométrico e sobreposição d;1s
mud.inças eorn n tratament\l
408 SLL\O [\'
l'ig 21-27 Pa-:i..:-1111.· adulw que apn:so.:1\la prognatismo mandibular sua\,:,: apinharni.:nto A a C. f.otogrnt1as faciais
prê-tratam1.·ntn D a li l·\1lngrali:1:,; imr;ihucai:,; pré-tratamc111t1 1 Radiografia pam1rümica prê-trat.uni:nto
na1a111c11to du, 2\/ú, ()LÍIIH1c\ ./1.; (/a\'>l' li/ 1ul\ /)c111ad11u.1, /Jc,id11a e ,\l!\tu (,WÍTl li.O 2J 409
A B e
fig, 21-28 A a C f"'otogralias fadais pús-tratam1.:nto da pacicnlc da ligura 21-27 D a li Fuwgrafias intrahucais
pús-tratami:nto
(011/ÍI/IUJ
410 SEÇ,\O IV Ti . ata111e1lfo e C011,;ide raç ()e, Tl' n111l'11tic (11·
L~ ~[11·
': .~·::
' '
'' ~--'''
'
~,
'
'
Paciente K. W.
Pré-tratamento (4/05/95)
Pós-tratamento (22/10/97)
K
,· ...
[] '
''
.'
'
18 Magnusson TE: An epidemiologic study of occlusal 40 Kwong WL, Lin Jj: Comparison between pseudo and
anomalies in relation to the development of the denti- true Class ill malocclusion by Veterans' General Hospital
tion in Icelandic children, Co11111n1nity Dent Oral Epide- cephalometúc analysis, Clin Oent 7(2):69-78, 1987
míol 4:121-128, 1976 41 Battagel J: The aetiological factors in Class III malocclu-
19. Ischill P, Bacon W, Sonko A: Malocclusion in the decid- sion, Ew JOrtlzocl 15:347-370, 1993
uous dentition of Caucasian chlldren, Eur J Or thod 42 Sugawara J, Mitani H: Facial growth of skeletal Class I]]
19:361-367, 1997 malocclusion and the effects, limitations, and long-tenn
20 Altemus LA: Frequency of the incidence of malocclu- dentofacial adaptations to chin cap therapy, Se111in
sion in Ame1ican Negro children aged 12-16, Angle Ortlrod 3:244-254, 1997
Ortlrod 29:189-200, 1959 43 Diet:rich UC: Morphological variability of skeletal Class
21 Horowitz HS, Doyle BS: Occlusal relations in children III relationships as revealed by cephalometric analysis,
born and reared in an optimally fluoridated commu- Rep Congr Eur Ortlwd Soe 131-143, 1970
nity, Angle O, tlrod 40:104, 1970 44 Enlow DH: Handbook offacial growth, ed 2, Phlladelphia,
22 Isiek,ve MC: Malocclusion in Laso, Nigeria, Co1111n11nit1J 1982, WB Saunders
Dent Res 1:59-62, 1983 45 Aki T et al: Assessment of symphysis morphology as a
23 Garner LD, Butt MH: Malocclusion in black American predictor of the direction of mandibular growth, Am J
and Nyeri Kenyans, Angle 01t/10d 55:139-146, 1985 Orthod Dentofacial Ort!wp 106:60-69, 1994
24 Otuyemi OD, Abidoye RO: Malocclusion in 12-year-old 46 Schulof RJ, Nakamura S, Williamson WV: Prediction of
suburban and rural Nigerian children, Co1n111unity Dent abnormal growtl1 in Class III malocclusions, A111 J
Health 10:375-380, 1993 Ortlzod 71:421-430, 1977
25 Jshü H et al: Treatrnent effect of combined maxillary pro- 47 Williams S, Andersen CE: Ihe morphology of the
traction and chincap appliance in severe skeletal Class III potential Class III skeletal P.attem in the growing clúld,
cases, Am JOr tlrod Dentofacial Orthop 92:304-312, 1987 Am J Orthod 89:301-311, 1986
26. Allwright WC, Bwndred WH: A survey of handicap- 48. Houston Wj: lhe current status of facial growth predic-
ping dentofacial anomalies among Chmese in Hong tion: a review, Br J Ortlzocl 6:11-17, 1979
Kong, Int Dent J 14:505-519, 1964. 49. J'hompson JR: The individuality of the patient in facial
27. Imudom S: Occlusal ehamete, isties of 5 year old Southem skeletal growth l'art 2 Am J Orthod Dentofacial Ortlrop
Chinese chíldren, Unpublished masters thesis, Hong 105:117-127, 1994
Kong, 1994, University of Hong Kong. 50 Joondeph DR: Early orthodontie l1eatrnent, Am / Ortlrod
28 Wang G: lhe preva1ence of malocclusion in young 104:199-200, 1993
Chmese population and their need and demand for 51 fwpin DL: Early Class III treatrnent, unpublished the-
orthodontic treatment, Unpublished PhD thesis, sis presented at 8lst session, A111 Assoe Or thod San
Faculty of Dentistry, Hong Kong, 1994, Urúversity of Francisco, 1981.
Hong Kong 52 Croll ·1r, Riesenberger RE: Anterior crossbite correclion
29, Lin JJ: Prevalence of malocclusion in Chinese children in the primary dentition using fixed inclined planes l
age 9-15, C/in Dent (C/zinese) 5:57-65, 1985 Technique and examples, Q11intessence Jnt 18:847-853,
30 Litton SF et al: A genetic study of Class III malocclu- 1987
sion, Am J Ort/zod 58:565-577, 1970 53. Croll TP: Correction of anterior tooth crossbite \vith
31. Hanis JE, Kowalski CJ, Watnick SS: Genetic factors in bonded resin-composite slopes, Quintesse11ce Int 27:7-
the shape of the craniofacial eomplex, Angle Ort/zod 10, 1996
43:109-111, 1973 54. Payne RC, Mueller Bl-1, Thomas HF: Anterior crossbite
32 McGuigan DG: Tlze Hapsburgs, London, 1966, WH in the primary dentition, J Pedod 5:281-294, 1991
Allen 55. Frankel R: Maxillary ret:rusion in Class III and treat-
33 Rakosi I, Schllli W: Class III anomalies: a coordinated ment with the functional corrector III, ·rrans Eur Orthod
approach to skeletal, dental, and soft tissue problems, J Soe 46:249-259, 1970
Oral Smg 39:860-870, 1981 56 Loh MK, Kerr W)S: Ihe function regulator JII: ef-
34 Ellis E, McNamara JA: Components of adult Class III feets and indications for use, B, J Orthod 12:153-157,
malocclusion, J Oral Maxillofacial Swg 42:295-305, 1984 1985
35 Guyer EC et al: Corr1ponents of Class ill malocclusions 57 Ulgen M, Firatli S: lhe effects of Frankel's function reg-
in juveniles and adolescents, Angle o, tlrod 56:7-30, 1986 ulator on the Class III malocclusion, Am J Ort!zod 105:
36 Masaki F: Longitudinal study of morphological differ- 561-567, 1994
ences in the cranial base and facial structure between 58. Sakamoto T et al: A roentgenoeephalometric study of
Japanese and American wlútes, J fpn Ortlzod Soe 39:436- skeletal changes during and alter clún cup treatrnent,
456, 1980 Am J Orthod 85:341-350, 1984
37 Wu TF, Peng Cj, Lin Jj: Components of Class III maloc- 59 Wendell P et al: The effects of clún cup therapy on the
clusion in Chinese young adults, Cli11 Dent (Chinese) mandible: a longitudinal study, Am J Ortlrod 87:265-274,
6:233-241, 1986 1985
38 fwley P: Orthopedic correction of Class III malocclu- 60 Mitani J-J, Fukazawa H: Effects of chmcap force on lhe
sion with palatal expansion and custorn protraction timing and amount of mandibular growth associated
headgear, J Clin Ortlrod 22:314-325, 1988 with anterior reverse occlusion (Class IlI rnalocclusion)
39. Latham RA: The sella point and postnatal growth of the during puberty, Am J Orthod Oentofacial Or thop 9:454-
human cranial base, Am J Ortlwd 61:156-162, 1972 463, 1986
na1a111e1110 das Aflü Ocl11.vôe5 de ClcH\'e li! 1un De111ad111a\· Delid11a e Ali\ta (~\PÍTULO 2J 413
61 Graber LW: Clún cup therapy for mandibular prog- 79 Baik HS: Clinicai results of the maxillary protraction in
nathism, A111 J01ti,od 72:23-41, 1977 Korean children, A111 J Ort/,od Dentofacial Orti,op
62 Ritucci R, Nanda R: The effect oi chin cup therapy on füe 108:583-592, 1995
growth and developrnent of the cranial base and rrlidface, 80 Merwin D et al: liming for effective application of ante-
A111 JO,ti,od Dentofacial 01H10p 85:341-350, 1984 Iiorly directed orthopedic force to the maxilla, A111 J
63 Uner O, Yuksel S, Ucuncu N: Long-term evaluation Ortlwd Dentofacial O,thop 112:292-299, 1997
alter clún cup h·eatment, Eur J Ortl,od 17:135-141, 1995 81 Kapust AJ, Sinclair PM, forley PK: Cephalometric
64 Sugawara J et al: Long-term effects oi chin cup therapy effects oi face mask/ expansion therapy in Class III chil-
on skeletal profile in mandibular prognathism, A111 J dren: a comparison of three age groups, Arn J Orthod
Ort!wd Dentofacial Ortlwp 98:127-133, 1990 Denlofacial Ortiwp 113:204-212, 1998
65 Deguchi T, Kltsugi A: Stability of changes associated 82 Baccetti T et al: Skeletal effects of early heatment oi
with chin cup treatment, Angle Ort/,od 66:139-146, Class III malocclusion with maxillary expansion and
1996 face-mask therapy, Am J Ortiwd Dentofacial 01 tlwp
66 Ohyama Y: A longitudinal cephalomehic study on 113:333-343, 1998
craniofacial growth of the orthodontically treated 83 Nanda R: Biomechanical and clinicai considerations of a
patient \Vith mandibular prognathism, J Osaka Univ prohaction headgear, Am JOrt!wd 78:125-139, 1980
Dental Scl,oo/ 26:270-294, 1981 84 Tindlund RS: Orthopaedic protraction of the midface in
67 Deguchi T, McNama1a JA: Craniofacial adaptations the deciduous dentition: results covering 3 years out of
induced by clún cup füerapy in Class III patients, Am J treatment, J C,a11io111axillofac Swg 17:17-19, 1989
01 ti,od Dentofacial Ort/,op 115:175-182, 1999 85 da Silva Fifüo OG, Boas MC, Capelozza Fifüo L: Rapid
68 Oppenheim A: A possibility for physiologic orthodon- maxillary expansion in the p1imary and mixed denti-
tic movement, Am J Ortiwd Oral S111g 30:277-328, 345- tions: a cephalometric evaluation, A111 J Ottltod
368, 1944 Dentofacial Ortiwp 100:171-179, 1991
69 Delaire VJ, Verdon P, Floor ): Ziele und ergebnisse 86 Gallagher RW, Miranda F, Buschang PH: Maxillary pro-
exh. aoraler Zuge in postero-anteriorer Richtung in traction: h·eatrnent and posttreatrnent effects, A111 J
an1vendung einer orthopadischen Maske bei der Ortlwd Dentofacial Orthop 113:612-619, 1998
Behandlung von Fallen der Klasse III, Fortsc/,r Kiefe, 87 Nartallo-forley P, Turley P: Cephalomehic effects oi
Ortiwp 37:246-262, 1976 combined palatal expansion and facemask therapy on
70 Petit !-!: Adaptalions following acceleraled facial mask Class III malocclusion, Angle 01!11od 68:217-223, 1998
therapy in clinica! alteration oi the growing face. ln 88 Pangrazio-Kulbersh V, Berger J, Kersten G: Effects of
McNamara JA Jr, Ribbens KA, 1-lowe RP (eds): protraction mechanics on thc nUdface, .11111 J Orthod
Monograph 14, Craniofacial Growth Series, Center for Dentofacial Orti,op 114:484-491, 1998
Human Growth and Development, Arm A1bo1~ Mich, 89 Sung SJ, Baik HS: Assessment oi skeletal and dental
1983, University of Michigan changes by maxillary protraction, A111 J 01t!1od
71 McNamara JA)r: An orthopedic approach to the treat- Dentofacial O, thop 114:492-502, 1998
1nent of Class III 1nalocclusion in growing children, J 90 Wisth PJ et al: lhe effect oi maxillary prohaction on
Clin Ortiwd 21:598-608, 1987 front occlusion and facial morphology, Acta Odontol
72. Kambara !: Dentofacial changes produced by exhaoral Scand 45:227-237, 1987
forward force in Macaca irus, A111 J O, t!wd 71:249-277, 91 Ngan P et al: Cephalometric and occlusal changes fol-
1977 lowing maxillary expansion and protraction, Eur J
73 Nanda R: Protraction of n1axilla in rhesus 1nonkeys by Ort/,od 20:237-245, 1998
controlled ext:raoral forces, Am J O,thod 74:121-141, 1978 92 Ngan P et al: Comparison oi prohaction headgear
74 Jackson GW, Kokich VG, Shapiro PA: Experin,ental and response \vith banded and bonded appliances, J Dent
postexperimental response to ante1iorly directed extra- Res 77:112 (absh·act #92), 1998
oral force in yotrng Macaca nemestri.na 1 Anz J Orthod 93 Graber LW: Psycho-social implications oi dentofacial
75:318-333, 1979 appearance, Unpublished thesis, Ann Arbor, Mich,
75 Lee K et al: A study of holograpllic interferorr1etry on 1880, University oi Michigan
tl1e initial reaction of the maxillofacial complex during 94 Proffit WR, White RP: The need fo1 su1gical-orthodon-
prohaclion, Am f Ortl,ad Dentofacial 01t!10p 111:623-632, tic treatment ln Proffit WR, White RP (eds): Swgical
1997 orthodontic trealntent, St Louis, 1991, Mosby
76 Hata S et al: Biomechanical effects oi maxillary protrac- 95 Prolfit WR, Ackerman JL: A systematic approach to
tion on the craniofacial complex, Anz J Orthod orthodontic diagnosis and treatment planning ln
Dentofacial Ortlwp 91:305-311, 1987. Grnber TM, Vanarsdall RL (eds): Current ortirodontic
77 Ngan PW et al: Tfeatment response and long-term ,concepts and teclmiques, ed 3, St Louis, 2000, Mosby
dentofacial adaptations to maxillary expansion and 96 Kokich V, Shapiro P: The effects oi LeFort I osteotomies
protraclion, Se111i11 01t/10d 3:255-264, 1997 on the craniofacial gro1vth of juvenile Macaca nemes-
78 1akada K, Petdachai S, Sakuda M: Changes in dentofa- trina ln McNamara JA Jr; Carlson DS, Ribbens KA
cial morphology in skeletal Class III children treated by (eds): Ihe ejfect of s111gical interuention on craniofacial
a modified maxilla1y prob:action headgear anda chin growti,, Monograph 12, Craniofacial Growth Series,
cup: a longitudinal cephalometric appraisal, Eur J Cente1 for Human Growth and Development, Ann
Ort/,od 15:211-221, 1993 Arbor, Mich, 1982, University of Michigan
414 SEÇ,\O IV liatan1e11tu e Cón~idernÇ'c1es Terapêuticce.
97 Sinclair PM, Pwffit WR: Class III problems: mandibu- 99 Figueroa AA, Polley JW: Management of severe cleft
lar excess/maxillary deficiency ln Proffit WR, White maxillary deficiency with distraction osteogenesis: proce-
RP (eds): Singicnl orthodontic treat1nent, St Louis, 1990, dures and results, Am JOrtlwd Dentofacial Ortlwp 115:1-12,
Mosby 1999
98 Moline F, Monasterio FO: Maxillary distraction: three 100 Block MS, Hoffman DR: A new <levice for absolute
years of clinical experience, Pias S11rg Forunz 16:54 (abstr), anchorage for orthodontics, A111 J Ortltod Dentofacial
1993 Ort/wp 107:251-258, 1995
Cap ítulo 22
TERMOS-CHAVE
Desde a década de 1890, a classificação da má oclusão tre ! 2 e 17 anos de idade, a fi1n de detenninar a prevalência
lc1n se concentrado tradicionahn entc apenas na dimensão da 1ná oclusão, e relatou que 75o/c tinha1n un1 desvio per-
sagital Isso reflete a fone influência de Ed\vard Angle. 1 ceptível da oclusão ideal Ta111bérn foi reportado que a se-
cuja classificação das relações oclusais incluiu a oclusão veridade das más oclusõcs parece autncntar no grupo 1nais
norrnal e as m.:ís oclusões Classes I, II e III A classifica- velho 2 3 U1n lrespassc horizontal aumentado co1n 1nais de
ção sagital de Angle passou pelo teste do tempo. embora a 6 1n1n foi encontrado crn 15% a 17% do grupo, e isso foi
interpretação conten1porânea inclua um entendimento da associado à Classe II ·1 A Classe II foi considerada o se-
1ná oclusão nas três di111ensõcs gundo tipo mais prcvalente de má oclusão. após a má
É conhecido que existe u1na inter-relação entre as di- oclusão Classe I com apinhamento dentário (veja Cap 8)
1ncnsões sagital e vertical, na qual as discrepância s de un1
plano afCta1n o outro A correção da discrepância sagital é
uin objetivo cornum, tanto para o paciente quanto para o DIMENSÃO SAGIT AL
ortodontista, porétn o resultado clinico be1n-sucedid o tan1-
bé1n depende de un1 diagnóstico acurado e do controle A má oclusão Classe II de Angle pode ser o resultado da
clinico da di1nensão vertical O au1nento ou diminuição na protrusão 1naxilar ou da retrusão mandibular (veja Cap
din1ensão vertical anterior do paciente ta1nbém causa in1- 20) Proffit e White' estimaram que 40% da população
pacto nas relações dentárias e esqueléticas da dimensão norte-americ ana que têm má oclusão Classe II causada
.sagital por deficiência mandibular esquelética apresentam altura
1\ interação das di1ncnsões vertical e sagital no diagnós- facial reduzida, e foi observado que 25% da população
tico ortodôntico e no plano de tratamento forma111 a base com deficiência mandibular têm altura facial aumentada 5
deste capítulo, co,n enfoque na nHi oclusão Classe II Uma avaliação de 253 adultos com má oclusão Classe Il
indicou que 25o/o cxibia1n um componente de 1nordida aber-
ta na rná oclusão 6·1'
PREVALÊNCIA DA MÁ OCLUSÃO A 1ná oclusão Classe III de Angle afeta menos de 1o/c;
da população (veja Cap 21) Ela pode relletir uma discre-
Na década de 70, o serviço de saúde pública nortc-amel'i- pância esquelética com deficiência maxilar ou excesso
cano (United States Public Health Service, USPHS) pesqui- mandibular Este último tende a au1nentar a severidade con1
sou 8000 crianças e adolescentes , entre 6 e l l anos e en- o crescimento final da mandíbula As discrepâncias verti-
415
416 Scç,\o IV Tratcunento e C'onside,aç:ôes Terapeutice/\
cais tan1bé111 pode111 coexistir con1 a condição de Classe de 1ná oclusão, tuna causa específica pode con1un1ente
III e, e111 tnuitos casos, afCtan1 significativa1nente a apre- ser identificada e111 1nenos de 5°/o das 1nás oclusões. por-
sentação clínica do paciente, porque a rotação vertical da que o desenvolviinento da dentição e do esqueleto craniofri-
1nandíbula pa!'a baixo e para trás pode 111ascarar a severi- cial é resultante de unia interação de fatores genéticos e
dade do componente sagital (Fig 22-1) não-genéticos ou an1bientais (ver Cap 8)
Características Dentúrias
Sobren1ordi<la prorunda
!11teraçâo du\ Di111e11w)e, Sugi1al e Ver ficai 110 Diag11á\lllo U, todô11lico 22
(~\í'ÍTULO 419
Fig, 22-3 1:01ngrafi,1 frontal da face de urn menino com 1 ! anos de r:ig. 22--4 l;tlltigratia do perfil far.:ial que con!innu as proporções verti-
idade com simetria facial proporções foci,1is equilibradas e lúhios entrea- cais equilibradas C\1111 con\1.:xidmlc fada[ e dcliciCncia mandibular sugitul
bertos
Fig . 22-5 lclcrradiogrnfia lateral cm oclusün que confirma as propor- r ig. 22-fi Vl;ita intrnbucul anti.:rior. ilustrando o aumento nos trespasses
ções verticais equilibradas com con\·cxidudc focial e dcliciência mandi- horizontal e \ cniL'al
bular sagital
SNA 88 81
SNB 83 77
ANB 5 4
MxUL (mm) 97 87
MnUL(mm) 120 107
Dif. Unlt. (mm) 23 22
A-NV {mm) ·1 +1
Pg·NV (mm) -li o
MP/SN (mm) 26 32
MP/FH (mm) 21 25
% Nasal 44 43
LFH (mm) 68 62
1 SN 113 102
1 NA 25 23
l·NA (mm) 5 4
Ul/Exp (mm) 9 2
IMPA 97 91
I NB 26 26
1·-NB(mm) 4 5
Fig. 22ff8 O traçado ccfalomêtrico lateral conl1rma a deficiência mandibular esquelética Jc Classe li e u mú oclusão
Classe !L Di\' l
'.J (
o
A B
Fig. 22-10 A, Traçado cefalomC1rico com a altura focial anterior inferior n:duzida. com os planos de Sussouni quase
paralelos um ao ou1ro D. Traçado cclüloml!tricn com o:, plano:, de Sussouni convergindo próximo da região
occipital (parte posterior da cabeça), associado a uma :i!turn fociu! untcrior vertical normal C, Traçado cefalomCtrico
com os planos de Sussouni convergindo mai:, próximo do ouvido externo, na frente da região occipital. indicando
aumento na dimensão vcrtical anlcrior
~ .. .,
Componente dent.irio
na dimensão sagirnl
l l l l
Distíllizar Avançar Avançar os Dlstalizar
os dentes os dentes dentes os dentes
superiores inferiores superiores inferiores
Componente dentârio na
dimensão vertical
Arcos superior ou
inferior
Excesso Deficiência
Sobrcrnordida profunda lvlordida aberrn anterior tvlordida aberta mnerior Sobremordida profunda
con1 lhce longa e nonnal abaixo do plano palatino, que en- ele não libera tuna fürça vertical sen1 uni con1ponente sa-
volve o üngulo do plano 111andibu!ar conseqüente ao exces- gital. Isso pode representar 11111 problen1a na correção das
so dentoalveolar 111axilar Fields e cols 2·1 concluíran1 que as 1nús oclusões c·1asse Ili con1 tendências à 111ordida aberta
difCrenças entre os indivíduos con1 fhce longa e nonnal eran1 Schudy~1, ta111bén1 enfUtizou o in1pacto da din1ensão
localizadas abaixo do plano palatino Especilican1ente, a vertical na eorreção das discrepâncias àntero-posteriores
rnorfülogia 111andibular era detern1inada con10 sendo a cau- O seu trabalho. junto con1 o de Bjork e Skeiller, 17 resultou
sa da fhce infCrior desproporcional en1 pessoas con1 fhcc no fato de atenção considerável ser direcionada ao padrão
longa e curta En1 crianças con1 fhce longa, o ângulo go- de cresci111ento no sentido horário. con1 tuna di111ensão
niaco é obtuso. e en1 adultos con1 fhce longa, a altura do vertical aun1entada e 111ordida aberta anterior Por outro
ra1110 n1andíbular é curta. Por outro lado. uni ângulo de lado. o padrão de crescin1ento oposto, en1 que a n1andibu-
convergência baixo dos planos 111andibular, oclusal, palatino la sorrc rotação no sentido anti-horário. causa tuna altura
e supra-orbitário indicava din1ensão vertical reduzida A au- ltlcial ântero-inf'erior reduzida e pode resultar en1 sobre1nor-
sência de convergência ideal e eqüidistante de uni ou 111ais dida acentuadan1ente profunda (veja Quadro 22-2). Unia
dos cinco planos indica se a 111axila ou a n1andibula estará vez que a 111ordida aberta ou a sobren1ordida profunda con1-
contribuindo con1 a desproporção vertical pensada poden1 ocorrer en1 111ás oclusões esqueléticas de
Unia abordagen1 lógica para o plano de tratan1ento de ángu!o alto. os resultados da intervenção do tratan1ento no
u111 paciente con1 discrepància sagital con1eça co111 a iden- padrão esquelético e dentário ffeqüenten1ente são contra-
tificação dos con1ponentes dentários e esqueléticos que ditórios.~71~
contribuen1 con1 a 111á oclusão, tanto na dirnensão vertical
quanto na sagital (Figs 22-11 e 22-12)
A din1ensão vertical esquelética precisa ser reconhe- TRATAMENTO DE CASOS COM
cida durante o diagnóstico, porque a sua contribuição con1 DISCREPÂNCIAS ESQUELÉTICAS
a 111á oclusão causa i111pacto nas decisões referentes ao LEVES A MODERADAS
trata111ento Quando a 111andíbula tende a girar no sentido
horário, ela parece 1nais sagita\111ente deficiente. e con1 Pré-Adolescentes com Potencial de
din1ensão vertical anterior elevada Quando a n1andibula Crescimento
tende a rotacionar no sentido anti-horário. en1 posição n1ais
sagitaln1ente protrusiva, existe 111na din1ensão vertical Os pré-adolescentes con1 potencial de crescin1ento po-
anterior reduzida. Portanto. quando duas 111andíbulas tên1 den1 se beneficiar con1 a n1odificação e o redireciona111ento
o 111esn10 tan1anho, unia tende a parecer 1nais retrusiva en1 do cresci111ento. Os casos ilustrados nas figuras 22-3 a
pacientes co111 fhce longa e a outra, n1ais protrusiva en1 22-8 IOra111 diagnosticados con10 1nús oclusões Classe II
pacientes con1 fhce curta (v~ja Fig. 22-2) co111 deficiência n1andibular esquelética associada con1 al-
tura ftlcial ântero-inf'erior norn1al e sobren1ordida profun-
OPÇÕES DE TRATAMENTO RELACIO- da O prognóstico para a redução da sobre1nordida pro-
NADAS À IDADE E SEVERIDADE
É nonnal observar certo grau de convexidade facial no
paciente durante a pré-adolescência. No entanto, unia dis-
crepância esquelética de 111oderada a grave leva à necessi-
dade de considerar 11111a 111odificação ou redirecionan1ento
do crescin1ento O controle ortodôntico de 11111 paciente
en1 fhse de cresci111ento con1 n1á oclusão Classe II, que
ta111bén1 apresenta clin1ensão vertical anterior elevada ou
tendência à n1ordida aberla. necessita de uni entendi111ento
da interação entre as din1ensões vertical e sagital (veja Qua-
dro 22-1) Duas características anatô111icas que predispõe
a unia n1á oclusão de n1ordida aberta esquelética são: ( 1)
discrepância entre o cresci111ento vertical do ran10 n1andi-
bular e a extrusão dos dentes posteriores e (2) orientação
vertical (inclinada) da n1axila Alén1 disso. a correção da
din1ensão vertical elevada co111 a 111odilicação no cresci-
111ento requer uni tratan1ento ortodôntico prolongado, por-
que o últin10 estágio do crescin1ento a ser tern1inado é a
di1nensão vertical ~-1 ~s
U1na lin1itação in1portante da n1odificação e redirecio- Fig, 22-13 fotografia frontul da fuce com o p;icicntc sorrindo, indi-
nan1ento do crescin1ento 111ediante o AEB tração alta é que cando expo:-içilo gengival excessiva
424 SEç,\o IV T!ata111e11to e Cún\ideraç·aes Terapêutic(n
ltinda, portanto. era bo1n se o padrão do cresci111ento fos- n1andibula para baixo e para trás, con1 extrusão adiciona!
se 111antido, n1as o controle da posição vertical dos incisi- dos dentes posteriores infCriores, enquanto a retrusão e
vos superiores era prioritário (Fig. 22-13) O tratan1ento a extrusão dos incisivos superiores aun1enta o ângulo
ortodôntico abrangente, portanto, incluiu a aplicação de nasolabial, que já é obtuso (veja Cap 20)
unia !Orça de intrusão con1 un1 AEB tração alta, aos ganchos
soldados no arco de nivelan1ento superior (Fig 22-14). A
sobreposição do resultado cefh!on1étrico final representou Adultos com Potencial de Crescimento
uni período de cresci111ento de 2 anos (Fig. 22-15) Os Reduzido ou Ausente
incisivos superiores fora111 1nantidos verticahnentc, enquan-
to o aun1ento na din1ensão vertical intennaxilar e o cresci- Se houver tuna discrepância esquelética suave, a can1ulla-
n1ento dos lábios continuaran1 durante esse período Isso gen1 ortodôntica pode ser a escolha de tralarnento ideal
resultou en1 tuna excelente relação oclusal Classe 1, con1 Por outro !ado. a cirurgia ortognática é unia opção que
proporções faciais vertical e sagital equilibradas (Figs. 22- deve ser apresentada a pacientes adultos corn discrepân-
16 e 22-17) cias esqueléticas graves. A severidade dos cotnponentes
O enfoque do capitulo 20 e deste capitulo é o diag- esqueléticos e dentários da n1á oclusão, e as necessidades
nóstico e o plano de trata111ento sagital e vertical da 111á estéticas do paciente, devern ser consideradas quando se
oclusão (.'lasse li (Fig 22-18). Por outro lado, as indica- filz uni plano de tratan1ento para o paciente (Figs, 22-20 e
ções de tuna n1áscara facial para a 111odificação e o re- 22-21)
direcionan1ento do crescin1ento na 111á oclusão Classe Ili
en1 u111 pré-adolescente corn deficiência esquelética 111axi-
lar (Fig. 22-19), são discutidas no capitulo 21 O Efeito da Mecânica de Classe li
Adolescentes com Potencial Mínimo de O tratan1ento de can1ullagen1 para pacientes que apresen-
Crescimento tan1 necessidades funcionais e estéticas deven1 obedecer a
critérios especificas de seleção. incluindo discrepàncias
Un1a vez que o cresci1nento esquelético e dentoalveolar dentoalveo!ares vc1ticais suaves, incisivos superiores pro-
vertical é o u!tin10 a ser finalizado. o adolescente con1 truídos e problen1as sagitais norn1ais a leves. A n1ecãnica
di1nensão vertical elevada e potencial n1íni1110 de cresci- ortodõntica usada para fCchar os espaços após a extração
1nento não irá n1elhorar signifícativan1ente co111 os apare- do pré-n1olar facilita o fechan1ento das n1ordidas abertas
lhos que apenas controla1n o potencial de extrusão residual através de dois n1ecanisn1os búsicos: ( 1) n1esialização dos
dos arcos dentários superior e infCrior. Portanto. nesses n1olares, resultando na redução do ângulo do plano n1andi-
casos, se a n1odificação no crescin1ento não obtiver su- bular e (2) retração e retroinc!inação dos incisivos superio-
cesso, a cirurgia ortognática deverá ser considerada após res, resultando cn1 verticalização e extrusão relativa . O uso
o térn1ino do cresci111ento de ehísticos de Classe II para obter unia relação rnolar
Para os pacientes lin1ítrofCs que se benefician1 das Classe I resulta na exlrusão dos 111olares inferiores, que
n1odi ficações no cresci,nento. n1as ainda exiben1 a sín- por sua vez causa rotação rnandibular no sentido horário
dron1c da ttlce longa, qualquer ca111uflage111 da din1ensão Tal n1ovirnento aun1enta o ângulo do plano 1nandibular,
esquelética sagital, con1 redução do trespasse horizontal torna a altura da fhce in feriar 111ais longa e reduz a proje-
e extração dos pri,neiros pré~n1olares superiores, prova- ção sagita! n1andibu!ar, acentuando n1ais ainda a deficiên-
veln1ente não será satisfatória do ponto de vista estético cia 111andibular do paciente. Se a correção dentária resul-
O uso dos elásticos de Classe li tende a rotacionar a tante für satisfatória, a redução na altura filcial inlCrior e o
aun1ento sagital no n1ento poderão ser obtidos con1 tuna
1nentop!astia A osteoton1ia da borda 111andibular infCrior
(111entoplastia) é uni procedin1ento auxiliar n1uito útil para
o tratan1ento do excesso vertical fflcial, particulannente
quando a discrepância se n1anifesta na parte anterior da
n1andibula :!')
' .. /l~ .
~ i!
'
'
B
''
''
'
Fig. 22-15 A. O ccfalogrnnrn pús-tratamcnto indica redução nos trespasses horizontal e vertical, com relação molar
Classe I B, Sohrcposiçiio dos ccfalogrnrnus prê e pós-tratamento. com sobreposições maxilar e mandibular regionais
Note o crescimento vertical predominante da mandíbula durnnte o período de 1 anos do tratamento
neiran1ente na prática clínica da Ortodontia, füi pn~jetado freqüente111enle produzirão tuna 111á oclusão con1 n1ordida
para produzir relações dentárias ideais e111 bases apicais aberta A correção ortodôntica das 111ordidas abertas é pro-
non11aln1ente posicionadas Se as características esque- pensa ao fracasso, porque não trata a discrepância esque-
léticas de u1n problen1a vertical estiveren1 presentes, o ali- lética su~jacente Portanto, o sucesso da correção de u111
nharnento e o nivela,nento ortodôntico corn tal aparelho proble111a esquelétíco vertical n1oderado ou grave é n1ais
426 SEç,\o IV Ti·utllllIL'JJfo L· ( OI/\ ide1 a(i}l'\ Terapêul ica\
B e
D E
Fig, 22-16 A. Vista anterior du odusfio. moslrand11 a rcduçlío dos trespasses !wriznnt:d e \·crtical pós-tratamento
B. Vista intrabucal da ndusfü1 lateral esquerda p(1s-lrntamcnto C. Vista intrabucal da oclusão !akral dirdta de Classe
I pós-trntamct1t(1 D. Vista odus:il do arco inl'erior com uma çontcrn,:tl\1 üntcro-infcrior colada E Vista ndusal pós-
tratamcnto do arco superior hcm-alinlwdp
eficiente1nente obtido con1 unia abordagen1 con1binada de te un1 gradiente cefülocaudal de fonna que os con1ponen-
Ortodontia/Cirurgia ortognática tcs n1ais caudais e1n relação ao cérebro, con10 a n1andíbu-
la. continuan1 crescendo após a estabilização do con1p!ex.o
111axilar
Más Oclusões Classe Ili
E111bora os con1ponentes verticais e sagítais de ('lasse 11 Contenção
tenha111 sido discutidos detalhada111ente, a n1ú oclusão c·ias-
se III te1n unia série oposta de problen1as A n1ú oclusão A estabilidade da correção ortodôntica da din1ensão ver-
Classe II esquelética con1 deficiência 1nandibular pode ser tical depende n1ais do padrão de crescin1ento pós-trata-
tratada con1 o avanço cirúrgico 111andibular no final da ado- n1cnto do paciente do que do resultado final do tra1an1en-
lescência, enquanto que o tratan1ento do excesso 111andi- to O cresci111ento que continua cn1 t1111a direção indes~já-
bular con1 tuna resultante 111ú oclusão c·iasse Ili deve sei vcL que inicialn1ente havia resultado no desenvo!vi111ento
adiado até que o crescin1ento n1andibular s~ja estabilizado de displasía vertical. pode ser a principal causa de recidiva
Isso requer uni conhecin1ento do crescin1ento e descnvol- após o lratan1ento ortodôntico O conhecin1ento do pa-
vi1nento norn1al do con1p!exo cranioH1ciaL nos quais cxis- drão de cresciinento elo paciente e tan1bé111 do crescin1~n-
/11t1:1a~-(iu r/111 /)i111L1111it.. 1 \ugiro! ( J L'I tllal no Diag11á11ho 01 todántil o (1\l'ÍTliLO 22 427
e D
Fi~ .. 22-17 A . fotograi'ía l:tci.il ln1ntal ap(1s (l 1rata111..::11to B. rotogra!ia dn p..::rlí! tai.:ial pús-tratarui.:ntn ilustrando
as pn1p(1rçüi.:s \·..::nii.:al ,: ~agitai bt:m·..::quilibr:1das (' T..::l,.:rn1diograti,1 lateral p(1s·tratamt..·t1Hl D. Radingrn!ia pano-
r,imii.:a (1btida antes da rt:nH11.,::1n do apar..::lh(l O ini.:isÍ\u i.:i.:ntral supi.:rior ..::squ..::rdo traumatizado foi tratado
cndodontii.:;iment..::
Di11ll:llS{111
üiniensílo
fllHl·ro·
vertícnl
poS[U'Í(II
EXCl:SSO lk!ici~·11ci;1
DdkiCnda
(prognatismo) (rt..·trtlg11at ism( 1J
Dimensfio Oimcnsilo
[mtcro· vertical
posterior
Excesso Deficiência
Excesso Deficil·ncia
(prognatismo) {retrogníltismo)
Aparelho parn
For~·as orto- For~·as orto- Forças ortopédicas aumentar o
pédicas pos- pédicas anteriores verticais mílxilnres desenvolvimento
teriores (p ex (p ex máscara {por ex AEB trilçâo nlveolar vertical {por
AEBI focial) ílltíl) ex. aparelho
funcional)
Dimensão Dimensão
ílntero-postcrior vcrtic,11
Excesso Deficiência
Excesso Deficiêncin
(prognatismo) (retrognatismo)
Suave
J
Grave SUílVl' Grave Suavé Grave
~
Suave Grave
l l l l
Redução Avanço
mandibular Camuflagem mandibular Camuflngem
cirúrgica cirúrgico
Dimcnsílo Dimcnsílo
ílntero·postcrior vertic.1l
~
Def1cil'ncia Dt:fkil'ncia
to residual antecipado deve ser considerado quando se lares. é crucial no plano de tratan1ento. Tan1bé111 foi discu-
projeta un1 contensor. U111 dos 1nétodos 1nais eficazes de tido o con1ponente esquelético 111axilar no estágio pré-ado-
controle da extrusão dos dentes posteriores, especialn1en- lescente. que deve relacionar as di1nensões vertical e sagital
te dos n1olares superiores, é un1 contensor n1axilar con1 con1 as opções de tratainento Quando se considera o pa-
un1 AEB tração alta Unia vez que o crescin1ento se ex- ciente que não está e111 fhse de cresci1nento, portador de
pressa principa!n1ente na din1ensão vertical até o início da unia discrepc.lncia esquelética 111andibular ou n1axilar nas
1naturidade, é ideal que uni período de contenção n1ais din1ensões vertical e sagital. as opções de ca1nuflagen1 ou
prolongado seja considerado. e111bora nenhun1 previsor de cirurgia ortognática são in1portantes para se discutir,
confiável da estabilidade pós-tratan1ento tenha sido identi- para que o paciente possa ton1ar tuna decisão infonnada
ficado 30 Para o iniciante. os aspectos técnicos do plano de trata-
n1ento ortodôntico e do fornecin1ento de alendin1ento po-
den1 ser enganosan1ente si111plcs con1 os aparelhos con1
RESUMO pré-torquc e pré-angulado. enquanto a abordagen1 siste-
111ática do diagnóstico e o dcsenvolviinento de tuna lista de
A finalidade deste capitulo é discutir a interdependência proble1nas prioritários fünnan1 a base essencial para u111
das diinensões verticais e sagitais no tratan1ento da 111á resultado be111-sucedido. Se o dentista não consegue iden-
oclusão Classe li, levando-se em consideração a idade do tificar os con1ponentes que contribue111 con1 a 111ú oclusão
paciente e a severidade do caso. Os con1ponentes esque- inicial. o trata111ento irú certa1nenle fh1cassar.
léticos e dentários que contribue111 co111 a cli1nensão sagital
nas 111ás oc!usões Classes II e III são resu111iclos na figura
22- 1 O con1ponente dentário ântero-posterior ou sagital é
tan1bé111 resun1ido na figura 22-1 J, que tan1bé111 considera
o tratan1ento relacionado à severidade da n1á oclusão O REFERÊNCIAS
con1ponente dentário da n1á oclusão na din1ensão vertical
precisar ser identificado quando as considerações de tra- 1 Angle EH: n·eat111e11t of 111alocclusio11 of the teeth and frac-
tures of lhe 111axillae: A11gfe's syste111s, ed 6, Philadelphia,
tan1ento são planejadas para a 1nordida aberta e para a
1900, SS White Dental Mfg
sobren1ordida profunda Ao considerar a contribuição es- 2 Kelly JE, Sanchez M, Van Kirk LE: An assess111e11t of the
quelética n1andibular para a 111á oclusão na criança pré- occ/11sio11 of teelh of clzildrrn, DHEW pub no HRA 74-
adolescente, a inter-relação entre as din1ensões ântero-pos- 1612, Washington, DC, 1973, National Center for Health
terior e vertical, nas discrepâncias esqueléticas 111andibu- Statistics.
4.30 SEÇ·\O IV Trara111e11to e C'o11~ide1 aç-De\ TC!rapêuticas
3 Kelly J, Harvey C: An assessment of the teeth of youths 17 Bjork A, Skeiller V: Normal and abnormal growth of the
12-17 years, DHEW pub no HRA 77-1644, Washington, mandible: a synthesis of longitudinal cephalometri c im-
DC, 1977, National Center for Health Statistics plant studies over a period of 25 years, Em JOrtl,od 5(1):1-
4 Proffit WR, Fields HW: The orthodontic problem ln Prof- 46, 1983.
fit WR, Fields HW (eds): Contemporary orthodonlics, ed 3, 18 Isaacson JR et al: Extreme variation in vertical facial
St Louis, 2000, Mosby. growth and associated variation in skeletal and dental re-
5. Proffit WR, White RP Jr: Long-face problems ln Proffit lations, Angle Ortlzod 41:219-229, 1971
WR, White RP Jr (eds): Smgica/-orthodontic treatment, St 19. Weed LL: Medical records, niedical education, and patient
Louis, 1991, Mosby care: the ptoble11z-oriented record as a basic tool, Cleveland,
6. Ellis E III: The nature of vertical maxillary defonnities: 1969, Case Wester11 Reserve Press
implications for surgical intervention, J Oral Maxillofac 20 Sassouni VA: Aclassification of skeletal facial types, Am J
Surg 43:756-762, 1985. Ortl10d 55(2):109-123, ~969.
7 Ellis E III, McNamara JA Jr, Lawrence IM: Components 21 Sassouni VA, Nanda S: Analysis of dentofacial vertical
of adult Class II open-bite malocclusion, JOral Maxillofac proportions, Am JOrtl10d 50(11):801-823, 1964
Surg 43(2):92-105, 1985. 22 Frost DE et al: Cephalornetr ic diagnosis and surgical
01 thodontic correction of apertognathi a, An1 J Orthod
8 Popovitch F, Ihompson GW: Craniofacial templates for
orthodontic case analysis, Am JOrti10d 71:406-420, 1977 78(6):657-669, 1980
9 . Proffit WR, Ackerrnan JL: Diagnosis and treatrnent plan· 23 Fields HW et al: Facial pattem differences in long face
ning in orthodontics. ln Graber TM, Vanarsdall RL (eds): children and adults, Am JOrtizod 85(3):217-223, 1984
Ort!iodontics: current principies and tec}nziques, ed 3, St 24. Behrents RG: An atlas of growtlz in lhe aging cmniofacia/
Louis, 2000, Mosby. skeleton. Monograph #18, Cr-aniofacial Gr-owth Series,
10. Ackerma1m JL, Proffit WR: Soft tissue limitations in or- Center for Human Growth and Developmen t, Ann Ar-
thodontics: treatment planni.ng guidelines, Ang/e Orti10d bar, Micl1, 1985, University of Michigan
67(5):327-336, 1997. 25. Bishara SE et al: Changes in dentofacial structures in un-
11 Bjork A, Skeiller V: Facial developrnent and tooth erup- treated Class II division 1 and normal subjects: a longitu-
tion: an irnplant study at the age of puberty, Am J Or thod dinal study, Angle Ortl10d 67(1):55-66, 1997
62:339-383, 1972 26. Schudy FF: The contra] of vertical overbite in clinica] or-
12 Proffit WR, Phillips C: Adaptations in lip posture and thodontics, Angle Ortlzod 38(1):19-39, 1968
pressure following orthognathic surgery, Am J Ort!zod 27 Sarver DM, Weissman SM: Nonsurgical treatment of
Dentofacial Ortiwp 93:294-302, 1988 open bite in nongrowing patients, Am J Or tlwd Dento/a-
13 Linder-Aronson S: Respirntory function in relation to facial eia/ Ortlwp 108(6):651-659, 1995
morphology and the dentition, Br JOrtiwd 6:59-71, 1979. 28. Hering K, Ruf S, Pancherz H: Orthodontic treatment of
14 Vig KW: Nasal obstruction and facial growth: the openbite and deepbite high-angle malocclusions, Angle
strength of evidence for clinicai assumptions, Anz JOrthod Ort!wd 69(5):470-477, 1999
Dentofacial Ortlwp 113(6):603-611, 1998. 29. Fridrich KL, Casko JS: Genioplasty strategies for anteiior
15 Kluemper G1; Vig PS, Vig KW: Nasorespirat ory charac- facial vertical dysplasias, Int JAdult Ortizodon Ortlwgnath
teristics and craniofacial morphology, Em JOrtlzod 17:491- Swg 12(1):35-41, 1997
495, 1995 30. Lopez-Gavito G et al: Anterior open-bite malocclusion:
16 Shanker S et al: Dentofacial morphology and upper res· a longitudinal 10-year postretention evaluation of or-
piratory function in 8-10-year-old children, Clin Ortlwd thodontically treated patients, Am J Ortlzod 87(3):175-
Res 2:19-26, 1999 186, 1985
Capitulo 23
Considerações Esqueléticas e
Dentárias na Dimensão Transversal
TERMOS-CHAVE
431
432 Su_:,\o IV Ti-uh1111e11to e C'o11.\idera~ ()ev Te1 apê11tica\'
DENTADURA MISTA
No paciente pré-adolescente, os problen1as na diinensão
B transversal são geral111ente identificados co1no esqueléticos
ou dentários e podern variar en1 sua severidade Uni pro-
blen1a transversal con1u111 é causado pela atresia n1axi[ar
esquelética. que se n1anitesta co,no unia 111ordida cruzada
posterior. Ela pode ser uni ou bilateral. e nonnahnente in~
clui vários dentes. Con10 ocorre na dentadura decídua. a
n1ordida cruzada posterior é diagnosticada en1 Mil-!. n1as
Fig. 23-2 A. O aparelho quadri-hêlicc con:>truido cm um modelo de ta111bén1 deve ser avaliada e,n RC para identificar se existe
trabalho para um paciente na dentadura decídua Note que os dois hclicôi-
uni desvio n1andibular (Fig 23-4). Se não houver desvio
dcs :mtcriores li.iram construidos como um rt:cordatôrio pura interrom-
per o húbitn de sucção do dedo B. O aparelho é cimentado nos segundos mandibular RC/MIH, trata-se de uma mordida cruzada
molares dcciduos posterior unilateral verdadeira. A causa pode ser a atresia
Ccnnide1a~Õe\ Evquelélha\ e De11tá1io~ na Di111e11~tio ·nan\1·e1:Htl (~\!'ÍTLILO 23 433
Fig" 23~3 A, Um aparelho quadri+hêlkc na dcntadurn dcddua para corrigir a mordida cruzada posterior 8, Arco cm
\V na dentadura dccidua como um aparelho alternativo de expansão palatina
J
t\vílliílr íl oclusào em
1 relação cêntrica 1
t t t
RC = MlH e RC ~ 1\·IJH. Mordida cruzada
RC = 1\:1!H e mordida
mordida CrtlZíl!la posterior bilateral em RC e
desvio parn uma mordida cruzada posterior
posterior bilateral unilateral
cruzada unilateral cm i',.·!!H
1 1
l
Resultado da atresia do arco superior Resultíldo da íltrcsia maxilar assimétrica!
bilatcral!expansào do arco inferior expansão mandibular assimétric.1
bilateral ou uma combinaçào de ambas ou umn combinação de ambas
Fig, 23~4 Avuliaçüo de uma mordida cruzada posterior em múxima intcn:uspidação habitual
Esquelética Dcntãria
Fig. 23~5 íluxogramu c!ínit.:o i:om alternativus parn o dingnóstii:o di!Crencial e o plano de tratamento de uma
mordida cruzada posterior unilateral verdadeira
434 St:r:,\o IV
nenlL'' 11,1 1k1i1:11l11r:1 111i, ta pri:i:1•i:,: li !':1l·in1tL· 11;1 dn1tadur,1111ista prL't.:(ict: com
precocen1e nte. para evitar o desenvolvi n1ento de discre- \ltll tk, 1 h' d:1 l'L i11,·,l, 1 l\;lll riL ll I I{( 1p:1r.1 m."1 ,i1H,1 ÍI\IL'l"L'll~pi,layC\tl habitu:11 (
1-. l!l-l l
5
pâncias esquelética s graves. Se o con1ponent c esquelético ClHll \llll:I I\IPl"\hd,1 L"l'\l/:1da pP~kTÍPr \lllÍl:lll'l'iil l'~l(!li:n!a Ullll dL'S\ Í(l da linha
da n1á oclusão lór tratado apenas através das con1pensa- médi,1 inkr1nr j\ir:1" !Jd" L·,qu,-rdn ( ( l !11..:~lll\l pa.:Ít:lltt: apn~ a ..:.,p;m~C\(1 çom o
quadri-l1~-li1.. 1..· p.1r,1 i:li111i11:11·,, di:~, i1, !{( \ 111 ! l'( 11Tigir ;i irn irdida cnvad,1 JH l:itt:rior
ções dentárias. a correção da 111ordida cruzada poderú não
1.: qu;1_s,· L• •n1_!c11·, 11k·,1 1,, 1111lmil.1111..:di:1 d~11t:1ri;1
ser estúvel e sofrer recidiva da 1nordida cruzada unilateral
As ,nordidas cruzadas unilaterais esquelética s verdadeiras
poden1 exigir correções cirurgicas e, tan1bén1. ortodôntica s
1
Co11\ide11.1ç·()e,; Ew111e/ética<; e l)e11tária_\ 11a l)i111e11\âo Tl(11/\1'er,;a/ C,\PÍTULO 23 435
Fig 23-8 f'i!-isura tmilateral de !übio e palato com ll quadri-hélice para fig. 23-tJ :\parclho de cxp,m!-iÜO nipida du maxila cimentado aos pri-
promover a expansfin dos segmentos posteriores prc\·iamente ao en- meiros prl!-11101:ircs e primciro!-i molares superiores Note que o dia!-itcma
xerto ósseo al\"colar sccundtlrio e ao lcchamentn da listula mediano !-ie dcsc1l\ oh cu como conseqüência da <.:xpansão
A B
Fig, 23-tt ,\ Radiogrntia odusul com o aparelho hyrax após a utivação Note a radioluddez palatina cm fi.1rma de
V asso.:iada ú abcrLura da sutura palatina com a ubcrtura maior n1!tada para anterior B. A ra<li(1grafia póstcro-
antcríor mostra a rn<li(1lucidc1. da linha média se estendendo pelo assoalho du ca\ idadc nusal
A B
Fig. 23~15 Representação que indil.:a o deito causado na rclaç:1o transversal pelo dt:s!ocamcnto do arco in!Cri~ir
para frcntt:, com o intuito dt: cri.ir uma relação molar Classe 1 (arco pontilhada) com redução do trespasse horizontal
A, Oclusogramas Classe li antt:s do dcslocamt:nto B, Oclusogrnmas após o dcs!ocanwnlo Note que o arco inferior
agora se encontra cm mordida cruzada posterior
diana, as forças ortopédicas conseguen1 separar a sutura e dida cruzada uni ou bilateral. Quando o paciente é orienta-
pennitir que o osso preencha a área palatina expandida do para deslocar a n1andibula para frente até unia relação
No entanto, depois que a sutura se fecha, gerahnente per- 111olar Classe 1, a fin1 de elin1inar o trespasse horizontal, a
to dos 16 anos de idade, ocorre un1 dec!inio na capacidade n1ordida cruzada posterior torna-se 1nais evidente clinica-
(e na estabilidade) da expansão rápida da n1axila, devido à n1ente (Fig . 23-15) En1 pacientes adultos para os quais a
interdigitação progressiva e da fusão das várias suturas, e 111odificação no crcscin1ento não é tuna opção, o procedi-
tan1bén1 da resistência das estruturas esqueléticas e de te- n1ento cirúrgico para avançar a n1andíbula pode tan1bén1
cido n1ole, que, por sua vez, ton1an1-se 111enos responsivas exigir a expansão transversal pré-cirúrgica da 111axila. As
às türças de expansão. H En1bora seja relativan1ente fâcil crianças co1n deficiência 1naxilar sagital, refletida en1 un1a
alargar a n1axila 1nediante a abertura da sutura palatina du- 111á oclusão c·iasse III, poden1 se beneficiar da n1odifica-
rante a adolescência, isso se torna graduahnente n1ais difi- ção no crescin1ento através da protração n1axilar, freqüen-
cil durante o final da adolescência. Con10 resultado, a efi- ten1ente acon1panhada pela expansão rápida da n1axi!a (veja
cácia da expansão rápida da n1axila din1inui, e após os 16 Cap 21) 11 Nas mús oclusões esqueléticas Classe III, que
anos de idade gcraln1entc ela não é recon1endada.'1 Existen1 exige111 correção cirúrgica, a 1nudança na din1ensão sagita!
a!gun1as evidências que apóian1 o conceito de que a ex- tan1bén1 pode corrigir a discrepáncia transversa clínica,
pansão transversal precoce na dentadura 111ista é 111ais es- se esta existir. Portanto, a n1á oclusão 111andibular esque-
tável do que quando a expansão é realizada n1ais tarde, lética de Classe II ou III, em que a intervenção é principal-
após a irrupção dos dentes pennanentes 10 No entanto, a 1nente direcionada para correção da din1ensão sagital ape-
ausência de un1 tratan1ento precoce pode resultar en1 unia nas, pode n1elhorar ou exagerar a discrepância transversa.
relação oclusal estabelecida na dentadura pennanente con1 Essa relação deve ser considerada durante o planeja1nento
desvio RC'/MH-I e con1 tuna possível assin1etria esquelética desses casos
(Fig. 23-14)
A B
fig . 23-16 A Dentadura p!.!rmancntc pn.:c(H.:e com os <.:aninos superiores :ipinlwdos por vestibular B. [xpansfio
maxilar e trawmcnto ortodôntico total para alinhar o an.:o superior e rcposidonur os caninos superiores
A B
Fig. 23-17 Vista untl!rior da oclusão com sindromc de Brodic. com o arco superior cm uma mordida cruzadu
posterior vestibulur bilateral envolvendo todo o Hrco inferior B. Vista oc!usnl lateral para mostrar a mon.lida cruzada
vestibular total
RESUMO
vestibular bilateral poderú ocorrer quando q arco superior
cobre o arco dentário interior. produzindo unia oclusão de O o~jetivo deste capitulo foi considerar sisten1atican1ente
Brodie (Fig 23-17) A correção deste tipo de má oclusão a causa e o trata111ento das discrepâncias na din1ensão
requer a abertura da 111ordida para pennitir a expansão do transversal, levando-se en1 consideiação a idade e o de-
arco inferior. que pode ser obtida por u111 aparelho ativo scnvolvi111ento dentário da criança. A conseqüência clíni-
ca ele unia discrepância lransvcrsal esquelética ou dentária
(01Hideruç-t1t!_\ E.w1uelétila.\ e De111ú1hn 110 Di111e11\Üo T!tlll\l'C/,\al (Al'ÍTllLO 23 439
iv!ordid;i cruzada
posterior bilatt:rnl
1
1
l J
1\trésia bilmt:ra! do Expnnsão bil,ncrnl do
arco superior arco inforior
1 1
1 1
l l 1 l
Esquelétic;i Dent.iria Esquelética Dcnt.iria
1 1 1 1 1 1 1 1
1
1, l
Antes ela fusílo da Depois da fusílo da
suturíl palatina suturn palatina
1 J,
St: grnve cxpansào Exp.insiio
Exp,msílo ortopédicil St: gr.ivt:, constrição Constri~·fio
da maxilil, usando-st: íl cirúrgica díl maxila ortodômicíl (lo arco mandibular cinirgicíl ortodóntica do arco
técnicíl da expansão dentário superior dentário inforior
nipida da nrnxilíl Se niio for grave Se 11.io f"or grave possível quílndo os
camuflílgem c,1muflagem ortodóntica diastenlíls estão
onodônticíl íltrnvés dn indinaç;1o dos presentes
dentes posteriores
inferion:s paríl lingu;il
r:ig. 23-IIJ Fluxograma clinico para (l diagnóstien e (1 tratamento du mordida cru1ada posterior bilateral
eça
tr s s ct s
laci na s
a rata nt
Capítulo 24
Robert L. Boyd
TERMOS-CHAVE
aparelhos ortodônticos fixos resposta sinérgica exan1es dentários rotineiros bochecho de Listerine
acúmulo de placa mobilidade cooperação triclosan
gengiva aparelhos ren1oviveis dentifrício clorexidina
osso alveolar descalcificação relato pós-tratan1ento agentes antiplaca
bolsa diagnóstico colagen1 dos n1olares recessão gengiva
pseudobolsa encan1inhan1ento escova dental convencional irrigador bucal
doença periodontal instruções de escovação escova dental elétrica
perda óssea eficácia da remoção de placa flúor estanhoso
Nos Estados Unidos, existe1n aproxin1ada1ncntc quatro 1ni- DANOS REAIS AOS TECIDOS
lhões ele pacientes que estão sendo sub1netidos a trata- PERIODONTAIS E DENTES EM
1nentos con1 aparelhos ortodônticos fixos Esses pacien- PACIENTES ORTODÔNTICOS
tes te111 un1 risco elevado de acúmulo de placa, por causa
da grande dificuldade de rc1noção da placa con1 os apare-
lhos fixos. Diversos estudos docurnentaran1 o dano po- E1n uni estudo clássico de 1977, Ericsson e cais 1~ obscr~
tencial aos dentes, gengiva e osso alveolar associados varan1 que os apa1elhos ortodônticos tên1 o potencial de
aos aparelhos fixos 1·~'1 Este capítulo descreve as iatrogenias causar gengivite e progredir para a periodontitc. cspc-
que podcn1 ocorrer durante o tratan1ento ortodôntico e ciahncnte durante os n1ovin1entos de inclinação e intrusão
fornece orientações aos dentistas para in1pedir que esses Isso ocorre porque a bolsa pcriodontal tende a se
problen1as ocorran1. O dentista cu111pre un1 papel in1por- aprofundar quando os dentes são inclinados ou intruídos,
tantc na saúde bucal dos pacientes que estão sendo sub- resultando no dcsenvolvi,nento de unia pscudobolsa Unia
n1ctidos a tratan1ento ortodôntico. e deve exa1ninar os pseudobolsa é causada quando o tecido se hiperplasia ou
pacientes que precisan1 de trata111cnto cirúrgico ou se posiciona 111ais alto na superfície da coroa à 111edida que
periodontal en1 intervalos regulares, durante o trata1nen- os dentes inclina1n, e leva a un1 au1nento na profundidade
to ortodôntico. Alétn disso. o clínico geral ta1nbé111 pode da bolsa (Fig 24-1) Quando isso ocorre. a bolsa
realizar algun1 tratan1ento ortodôntico cn1 seus pacientes aprofundada cria a oportunidade para que as bactérias
e, portanto, deve estar ciente das n1edidas adequadas ne- subgengivais se agrupcn1 e inicien1 a doença pcriodontal
cessárias para prevenir qualquer dano aos dentes e teci- En1 outro estudo clássico, Wennstron1 e cais. !'1 de1nons-
dos pcriodontais tran.11n en1 un1 n1odclo anin1al que unia pcriodontitc ativa.
442
((Ili\ ide/'(/~ ()l' \ Pe I iodo11 f(I i \ d111 (/1/ fl' O 'fáll(/llll:l//0 () /' tod/!11 {fr O C,\l'ÍTlJLO 24 443
A B e
F G
Fig:º 2,4-1 Inclinação Jo denh.: e seus ekitos 110 tecido mok e no osso A. O dentt: estü inicialmente venicalizado e
cm uma posição normal B O mnhir sofreu inclinação (H'la) e o tecido mole se hiperplasitiu sobre :1 superffde mcsial
formando uma pseudo-bolsu C A medida que a pseudo-bolsa se aprofunda as bactérias subgengivais acumulam-se e
cm um paciente suscetível. a perda 1isst:a por pt:riodontitt: pndt: ser iniciada (1·cral D Exemplo clínico de um mohir
mesía!rnente inclinado Note a al!ura do tecido nu lado nH:sia! ( 1·c111) E Radiograti.1 do molar inclinado Note o defeito
perindontal intra<isseo ,·cnkal ( 1·011) F. /\p;1rdh11 fixo para \"erticalização com mudanças na al!ura do tt.'ddo mole
na superfit:lt.' mesial No!c o sangr:imento gengival decorrt:n!e da raspagem repetitiva durante o tratamento que é
necessüria para manter a saüde da bnba mo:sial (1dal G A aparência radiogr:ífic:1 do dente apús ter sídn 111(\\'Ído pura
uma posíção Vt:rticali1ada i:: c.~1abitizad11 por uma pn\test.' lixa Nott.' que a bolsa infraússea no lado mo:sial desse dl!n!c
que cstav:1 presentt: antt.'s do tratami:rHo onnd(rnticn foi elimínada pel:i \'ertllalização do molar
de 111oderada a avançada. durante o trata1nento co111 os que a111bos apresentan1 1nobilidade con10 o seu principal
aparelhos fixos. pode potencializar a perda óssea alé111 sina! clinico 111útuo. r\ n1obilidade ten1 sido. hü 111uito tc1n-
daquela que poderia ser explicada apenas co1no resultado po. considerada uni fator agravante en1 potencial da doen-
do acún1ulo de placa Essa perda üssca acelerada é apa- ça periodontal. na periodontite ,noderada a avançada que
renten1ente tuna resposta sinérgica en1 pacientes que tê1n ainda não foi tratada. Não foi den1onstn:1do que os apare-
periodontite 111oderada a avançada e estão sendo subn1eti- lhos re111ovíveis causen1 tal desvantagcn1 periodontal. pro-
dos a tratan1ento ortodôntico con1 aparelhos rixos Essa vaveln1ente por causa da ausência de un1 acún1ulo signili-
resposta exagerada é o resultado de t11na resposta sinérgica cativo de placa . .1o
elo tratan1ento ortodôntico con1 a doença in!la1natória cau- Por outro lado, é i111portante enfatizar que os estudos
sada pela placa. O n1ccanis1110 1nais provüvel dessa res- longitudinais realizados por r\lstad e Zachrísson.-11 e po1
posta sinérgica acelerada é que as forças ortodônticas cau- Boyd e cols. 1º 1nostrara1n que se os pacientes cooperan1
san1 alargan1ento do ligan1cnto periodontal. con1 subse- con1 as reco1nendações preventivas eficazes durante o tra-
qüente 111obilidade clínica Esse processo é sin1ilar a ou- ta1nento ortodôntico co111 aparelhos fixos, nenhun1 dano
tros tipos de traun1atis1110 oclusais. que geraiincnte são c!inica111ente significativo irü ocorrer nos tecidos perio-
causados por interferências oclusais. ou apertan1ento. por~ dontais ou nos dentes (descalcificação)
444 SEÇ•\O V 01111v.\ ..I\J)ClfcH Relacio11ados ao l/ata111e11to
PRODUTOS E MÉTODOS DE
REMOÇÃO DE PLACA PARA
PACIENTES ORTODÔNTICOS
B
Escovas Dentárias Convencionais
Unia vez que existen1 poucos estudos ben1-controlados e
a longo prazo con1parando as escovas dentárias, os se-
guintes fatores deven1 ser considerados:
I As escovas deven1 ter cerdas n1acias co1n pontas
arredondadas. a fin1 de 111inin1izar a abrasão dentária
e a recessão gengival
2 Os 1nodelos ortodônticos (con1 a fileira central de
cerdas 111ais curta do que as outras} poden1 ser 111ais
eficazes
e 3 Os pacientes 1notivados geraln1ente desenvolven1
pref'erência pessoal en1 relação ao tan1anho e ao Í<Jr-
1nato da cabeça da escova. o design do cabo, etc.
4 U111a vez que a recon1endação profissional (do dentis-
ta e de sua equipe) é gerahnenle a principal orienta-
ção da n1aioria dos pacientes. suas opiniões deven1
ser baseadas en1 avaliações cientificas de eficácia
Fig. 24-2 A Aparência gengival típica de um nwlar com band,is Note q11e a
gengiva estú hiperplasiada e in!larnada ao redor da margem da banda ( H'fa). B.
Radiogrn!ia de um dente com bandas Note que existe cxcessn na margem apica! Instruções para a Escovação dos Dentes
da banda Isso ocorre porque a banda precisa ser mais hirga do que a parte mais
larga do dente na t1ltt1ra da con\·exldadc que ser:i ultrapassada Portanto. geralmen- A presença de brackets, arcos de nivelan1ento, an1arrilhos
te ha\'er:\ excessn na murgcm gengh·al quando uma banda for usada C Aparência
gengival típica tle um molar colado Note a gengiva saud.iYel e a facilidade de
e outros aparelhos dificulta a 1nanutenção de unia higiene
acesso para a re11111\·ilo de placa especialmente naúrca interprnximal É irnponante bucal adequada por parte do paciente. Portanto. é iinpor-
vcrificurseoexccssode material de resina foi removido especialmente próximo da tante que o dentista o ensine
margem gengiYal í 1·c1a) pnrqtle acumula placa e causa intlmnaçfií) gengiYal 1 Enfatizar a li1npeza atrás dos arcos de nivelan1ento (isto
é, áreas i11terproxi111ais, tentando chegar co111 as cerdas
nessas áreas (Fig. 24-4)
2 O 111étodo 111odificado de Bass (isto é, con1 as cerdas
Considerações Importantes no Conheci- en1 45° e,n relação ao sulco) é necessário para os adul-
mento dos Benefícios dos Produtos de tos con1 bolsas profundas
Higiene Bucal Disponíveis no Mercado 3. Vibrar suave111ente e111 u111 local e evitar a est'i"egação,
que pode causar a abrasão cervical e a recessão gengival
O dentista deve estar ciente dos seguintes littos, para infor- 4 Deixar a escova secar ao ar por 24 h antes do uso
111ar aos pacientes deles: 5 Pedir ao paciente para dc111onstrar a eficiência de sua
I A placa não é doença! Tên1 que estar presente por escovação a cada consulta. até que ele tenha do1ninado
72 h antes da in!lan1ação gengival ser iniciada e po1 a técnica O paciente deve saber quando os aparelhos
3 sen1anas antes da gengivite ser estabelecida estão li1npos (brilhantes) olhando-se no espelho
446 SEr,:,\o V Outro, :l\peLto,· RelaLionodo\ ao T,ata111<.:11!0
~
"o
~ ·so
Exames: .,,
~
E
~
Descalcificação + i
~
_g" +
Periodontal
~
+ + + + + +
] +
+ 1! ~
<
"
!ê-
Manchas dos dentes + + + + + + + +
Irritação da mucosa + + + + + + + +
1 11 __1_1_1_1_1__1 1
Tempo {meses) o 1 3 6 9 12 18 3
Unha básica
fiig. 24w3 Projeto de pesquisa para um estudo dinko longitudinal ctmtroludo e pnispectivo de padc111t.:s ortodôntkos
Os pucii:ntcs que serão estudados sfio pari.:ados quanto ô idade gênt:ro e condição pcriodonl.ll Os grupos são cntilo
J(lrmados a partir dos indivíduos selecionados aleatoriamente para {:SSa pesquisa com p:u.:ícntcs pareados Dessa
lórmu. os grupos de tratamento podem s.:r designados u usar um determinado produto ou 11!,nica durnntc o trawmcn-
to . a fim de determinar se a n:sposta é difcn:ntc do outro grupo . que ti.:vc um tratamento dífi.:n.:nte ou nfio foi
submetido ao trawmento (grupo controle) Em um estudo que se prolonga por l(1da ,i duraçfio do tratamento
ortodôntico. qualquer forma resistente de bactéria que possa surgir. defeitos de produtos ou falta de cooperaçilo serüo
rdlctidos nos dados di: todo o tratamento Esse moddo de estudo é a melhor ltlnna de determinar a real descakiticaçiio
que pode oeorrcr durante o trntamcnttL em \'CZ de estudar apenas a !ibcraçfüi t.le flúor através de modelos i11 1·irro ou
seus efeitos a curto praz(1 (4 a 12 semanas) sobre a descaki!icaçilo de pacientes durante (l tratamento ortndônticn
A B
fig:. 2-4-5 :\. Esecl\'a dental c!Jtril:a Rorndent B. Notc a csçova p(lllliaguda e eurta comprovada cm n\rios estudos
eorno sendo mais e![çaz na rcmrn;:ln de p!aen intcrpro:drnal porque as pontas dn cse(1va realmente deslocam
ligeirarncntc a papila, ú medida qu..: ,1 cerdas alcançam a úr<.:a interpro:-.:inwl
2 Dentre os pacientes que usa111 SnF ~· 15 a 20 1X1 irão ponivel apenas no dentifi·icio Colgate TOtal) Esse produto
desenvolver unia pig111entação branda dentro de 3 a tcn1 vantagens in1portantes. incluindo efeito antigengivite
6 n1eses. :i.i 35 suave. sabor agradável e controle do cálculo supragen-
3 O principal problen1a é que a cooperação adicional gival equivalente aos dentifrícios para controle de calculo Jr,
do paciente é necessária para a aplicação do gel. Essa é a única pasta dental atuahnente aprovada pela ADA
duas vezes ao dia e a FDA con1 ef'eito antigcngivile. Por esse 1notivo, o den-
tifrício con1 tric!osan deve ser o dentifrício de escolha
Bochecho com Listerine (O Ingrediente para todos os pacientes con1 aparelhos fixos
Ativo é o Óleo Essencial)
Contén1 26 1X1 de álcool (contra-indicado para ado- Bochecho de Clorexidina
lescentes) e torna-se ineficaz se diluído
2 Deve ser usado co1110 bochecho duas vezes ao dia, O n1elhor produto para controle da gengivite grave, en1
por l 1ninuto pacientes ortodônticos adolescentes, é a clorexidina Uni
3. Efeito antigengivite discreto estudo recente dcn1onstrou un1a redução drástica na placa
4. Aprovado pela ADA, n1as não pela Food and Drug (-65 1X1) e no sangran1ento gengival (-77o/c,) con1 o uso por
Ad111inistration (FDA) con10 produto antigengivite. 3 n1eses de clorexidina a O.J2 1Xi (Fig. 24-6) . 3; A clorexidina
5. Não contén1 tlúor (não ten1 eleito sobre as cáries) está disponível nos produtos Peridex (Proctor & Gamble)
6 O sabor de n1enta geral111ente é preferido ou Periogard (('.o!gate) Uni dos principais problen1as do
7. Pode-se usar n1arcas genéricas. que são n1ais cco- bochecho con1 clorexidina é que ela ten1 o potencia! de
nôn1icas n1anchar as n1argens de restaurações en1 resina, e essas
8. Não foi co111provada a eficácia do dentrificio de 111anchas são difíceis de ren1over A clorexidina tan1bé1n é
Listerine contra a gengivite útil para os pacientes após cirurgia ortognática. especial-
n1ente quando do uso de fixação intennaxi!ac En1 geral, é
Triclosan necessária unia prescrição de 3 n·ascos de 480 111!, sufici-
entes para o uso de 30 1111 (tuna tan1pa) duas vezes ao dia,
Outro novo agente antigengivite in1portante. que agora está durante 6 sen1anas. O ortodontista deve renovar a prescri-
sendo fünnulado e111 alguns dentifrícios, é o triclosan (dis- ção de acordo co111 o necessário
448 Outro, .·1.,/Ji!llO\ Relac.ionado, ao Trall1111e11111
Outros Agentes Antiplaca por 6 111eses após a re1noção do aparelho para a re111inera-
lização das úreas de descalcificação que pode111 ter ocorri-
Outros produtos co1110 os dentifrícios co1n bicarbonato do durante o tratan1ento (Fig . 24-7)
de sódio (que tan1bén1 pode1n conter peróxido) são vendi- Alén1 disso. u111 selante fütopolin1erizado que conte-
das co1no agentes antiplaca. Os estudos são a1nbiguos en1 nha llúor ta111bé111 deve ser usado en1 toda a superfície
relação à sua eficácia contra a gengivite 38 Esses produtos vcslibular. 4 '1 Ele tan1bé111 pode ser aplicado durante o lrata-
deve1n conter flúor se füren1 usados por pacientes orto- 111ento se as úreas des111ineralizadas surgiren1 Outros pro-
dônticos lnteliz1nente, seu sabor não é apreciado pela 1naio- dutos que contê111 flúor. co1110 ci111entos. alastiks ou se-
ria dos adolescentes lantes. pode111 reduzir a descalcificação; no entanto. a n1aio-
Outro produto antiplaca é a sanguinária alcalóide, usada ria dos estudos sobre esses produtos não den1onstra u1na
no bochecho e no dentifrício Viadenl En1 alguns estudos redução verdadeira na incidência da descalcificação. 111as
publicados, esse produto dcn1onstrou elCitos antigengivite apenas que existe 111na liberação de !lúor a curto prazo (4
discreto: porén1, infelizn1ente. o bochecho não contén1 a 8 scnu1nas):1~-~i Por outro lado, estudos in 1•i1ro de ci-
flúor e deve ser usado con1 o dentifricio Viadent (que con- 111entos de ionô1nero de vidro de1nonstrara1n tuna libera-
té111 flúor) para n1elhores resultados. 3''·10 N1uitos pacientes ção 111ais continua de 11úor( 1 a 2 anos) e existen1 evidências
poden1 não gostar do sabor A sanguinária, o bicarbonato de que esses cin1entos pode1n reduzir descalcilicação ·111 ·~ 11
de sódio e o peróxido não são aprovados pela ADA e a
F [)A co1110 agentes antigengivite Tratamento da Descalcificação
Proteção Contra a Descalcificação A descalcificação leve é diagnosticada por unia alteração
na cor clinica (111anchas brancas ou an1arcladas). con1 pos-
A !iteratu1a indica que a n1elhor f'orn1a de in1pedir a des- sível aspereza da superf1cie (veja Fig 24-7) ('01110 já ex-
calcificação en1 pacientes ortodônticos é o uso diário, auto- plicado, a abordagen1 n1ais eficaz é in1pedir que a des-
aplicado e tópico de géis de SnF ~ de concentração baixa, a calcificação ocorra durante o tratan1ento. usando-se u111
0,05 11<> ou 0,4iYt> . ~1 ~~ ~617 No enta1lto. estudos recentes 111os- dentifi-icio con1 fluor scn1 enxaguar con1 água ou uni bo-
trara111 uni provável efeito equivalente do uso de dentifrí- checho tópico ou gel de llúor duas vezes ao dia por 6
cio co111 flúor sen1 enxaguar con1 água após o uso ·11 •43 O n1eses. até que a supcrlicie esteja protegida c·on1 esse
bochecho de flúor ou o protocolo do gel deve111 continuar protocolo. ocorre unia redução de aproxin1adan1ente 501~1i
na descoloração. Para as 111anchas que ainda estão presen-
tes após 6 n1escs, tnna pedra verde rotatória ou urna broca
de acaban1ento de tungstênio pode111 ser usadas para
re111over unia lina ca1nada externa de es111a!te descalci-
licado Esse 111étodo chega a re111over até 25º1<> a 111ais das
1nanchas
A
A descalcificação pós-ortodontia 111oderada e gcra!-
n1ente observada con10 áreas an1p!as de alterações na cor
Fig. 24-6 Paciente com gengivite grave untes e.lo tratamento ortoc.lôntico Fig, 24-7 Paciente que experimentou descalcificação suave na l()rma
Uma vez que a gengivite era muito severa. o paciente foi colocado cm de mandias brancas ou hrancas amareladas. nos dentes As üreas bran-
um progrnma de bochecho com clorexidina a 0 . 12%, e.luas vezes ao dia, das podem representar uma superlicie ligeiramente úspern ao mo\·imen·
antes e.lo tratamento ser iniciado, para nonnalizar os tecidos pcriodontais to de urna curctu afiada (1·e1aJ ou aspereza maior cm uma super!kie mais
B, Note a c.liforença drástica no final de 3 meses de uso da clor!.!:ddina O ampla que indica c.lescakificaçüo moderada (1·1.:fa) Essas ürcas gerul-
tecido já mio estú muis hiperplâstico . o que agora permite a inserção de rnente serüo remineralizadas dentro de 3 a 4 meses. pelos níveis díürios
aparelhos ortodônticos fixos Note u suave pigmentação amarela/mar- baixos de flúor na saliva Isso freqüentemente leva a uma melhora na
rom que se formou nos e.lentes por causa do bochecho de clorexic.lina upar0ncia Apús li remineralização. umu broca de acabamento tarnbin1
(sera) pode ser usada puru remover a camada mais superlicial e.la mancha
(\)! H ide, aç-i;e\ Pc1 iodo1/l(Ú\ du1 ante o T1 ara111e1110 ()11odô111 ico (1\l'ÍTULO 24 449
(an1arela e n1arron1). con1 unia aspereza definida da su- dentista deve estar ciente do potencial de aun1ento na quan-
perfície (Fig 24-8) O tratan1ento é o n1esn10 que na descal- tidade de recessão gengival, e deve incluir essa considera-
cificação leve, 111as terá n1enos probabilidade de rernover ção no plano de tratan1ento. 5H 5'1 As áreas de gengiva fina
con1 sucesso todas as n1anchas. En1 alguns casos. o pacien- são geraln1ente percebidas por causa da aparência sulcada
te pode precisar de unia restauração de raízes proe111inentes e da largura estreitada da gengiva
A descalcificação pós-ortodontia grave é caracteriza- inserida (geraln1ente 111enos de 1 111111) (Fig. 24-9A). Se
da por áreas an1plas de 111anchas an1arclas e n1arrons 111ais un1 111ovi1nento dentário ocorrer na direção vestibular, essa
escuras, con1 perda do esn1alte É i111portante encan1inhar área poderá precisar de enxerto de tecido 111ole . Para 111e-
o paciente para o clínico geral assi1n que possível para a lhorar a estética das áreas anterioies, un1 enxerto de tecido
avaliação, especiahnente se os dentes estiveren1 sinton1áti- co1~untivo é preferível (v~ja Figs. 24-9 B e C). Se os dentes
cos (por ex., sensibilidade tér111ica). para a inserção de que tiveren1 tecido fino foren1 n1ovidos linguahnente, existirá
tuna restauração. se necessário o potencial de que o tecido se 111ovi111ente no sentido co-
ronário e torne-se 1nais grosso _5s Nesse caso, o enxerto de
tecido n1ole deve ser adiado até que o 111ovin1ento dentário
Recessão Gengival tenha tenninado. 51 ~s 5" Se nenhun1 tratan1cnto ortodôntico
für planejado para as crianças ou adolescentes. as áreas de
Os pacientes subn1etidos a tratan1ento ortodôntico pode111 tecido gengival fino apenas deven1 ser controladas perio-
ter n1ais recessão gengival do que aqueles não tratados:112 • dican1entc, unia vez que a largura da gengiva inserida ge-
15 51 No entanto. outros estudos não observanun u1na taxa raln1ente auincnta con1 o crescin1cnto norn1ai, desde a den-
elevada de recessão. 52 •57 Baseado en1 casos individuais, o tadura 1nista até a pern1anente <,n
RECOMENDAÇÕES DE HIGIENE
BUCAL PREVENTIVA PARA OS
PACIENTES ORTODÔNTICOS
Todos os Pacientes
A eletividade do controle da placa de todos os pacientes
(adolescentes e adultos con1 aparelhos fixos) deve ser
verificada e registrada na ficha no inicio de cada consulta
(ref'orço positivo é a abordagcn1 preferida, reforço negati-
Fig. 2.t-8 Di.:scakilic.ição severa pós-tratamento (~ela~) As àreus de vo apenas co1110 uni últin10 recurso, 1nas nunca a ''puni-
descalcificação são acompanhadas de ca\·iwç:io na supcrl1cic do esmalte
e tambCm manchas grandes e escurns nos dentes Essas .ireas necessitam ção") Os pacientes deven1 ser capazes de olhar seus apa-
<la inserção <le restaurações, assim que possivel relhos e detenninar se eles estão lin1pos ou não
A B e
Fig. 2.J-9 ,\ Vista pré-tratumento de um canino superior com recessão gengival A paciente n:io estava satisfeita
com a estética dessa recessão, porque ela apresentava uma linha do sorriso alta. que exibia a úrea de recessão durante
o sorriso B, Um enxerto de tecido conjuntivo retirado do palato !Oi co[ocu<lo na área de recessão. O retalho <le
tecido, que tem uma borda queratinizadu, é suturado sobre o enxerto de tecido conjunti\'o parn l"ormar a nova
gengiva C, Aparl.'.nci.1 pos-opcrntória após um ano da úrca do enxerto Note a cobertura total da raiz e a uparl.'.ncia
estética füvorú\·d do tecido
450 Su,:.\o V ()1111'0\ A,flclto, Relalio11adn, uo T!1.11a1111:11t<1
19 Boyd RL et ai: Periodontal implications of orthodontic 36 Volpe AR et al: A reviev·,' of plaque, gingivitis, calculus
treatrnent in adults \Vith reduced or normal periodontal and caries clinicai efficacy studies 1,vith a fluoride denti-
tissues versus those of adolescents, 11111 J Ortlwd Dento- frice containing triclosan and PVM/MA copolymer,
facial Ortlzop 96:191-199, 1989 / Cli11 De11t 7(suppl):1-14, 1996
20 Strateman MW, Shannon Il: Control of decalcification in 37 Brighhnan LJ et al: lhe effects of a O 12o/o chlorhexidine
orthodontic patients by daily self-administered applica- gluconate mouthrinse on orthodontic patients aged 11
tion of a \Vater-free O 4º/o stannous fluoride gel, A111 ] through 17 with established gingivitis, Am / Orthod
Ortlzod 66:273-279, 1974 De11tofncinl Ortiwp 100:324-329, 1991
21 Gorelick L, Geiger AM, Gwinnett AJ: lncidence oi white 38 Marshall MV, Cancro LP, Fischman SL: Hydrogen perox-
spot formanon alter bonding and banding, Am / Ortlzod ide: a revie\\' of its use in dentistry, f Petiodontol 66:786-
81:93-98, 1982 796, 1995
22 O'Reilly IvUvf, Featherstone JBD: Demineralization and 39 Hannah Jj, Johnson JD, Kuftinec MM: Long-term clini-
rcmineralization around orthodontic appliances: an in ca! evaluation of toothpaste and 01al rinse conlaining
vitro study, Am / Orthod Dentofncinl Ortlzop 92:33-40, 1987 sanguinaria extract in controlling plaque, gingival
23 Boyd RL, Baumrind S: Periodontal considerations in the inflamn1ation, and sulcular bleeding during orthodon-
choice behveen banded ar bonded rnolars in adults and tic treatment, A111 / Orthod Dentofacinl Ort/zop 96(3):199-
adolescents, A11gle 01 tlzod 62:117-126, 1992 207, 1989
24 Ogaard B: Prevalence of \Vhite spot lesions in 19-year- 40 I--:Iarper DS et al: Clinicai efficacy of a dentifrice and oral
olds: a study on untreated and orthodontically treated rinse containing sanguinaria extract and zinc chloride
persons 5 years after h·eatrnent, A111 f Orthod Dentofacial during 6 months of use,/ Pe, iodo11tol 61:352-358, 1990
Or thop 96:423-427, 1989 41 Chesters RK: Effect of oral care habits on caries in ado-
25 Boyd RL, Murray P, Robertson PB: Effect of rotary elec- lescents, (mies Res 26:299-304, 1992
tric toothbrush versus manual toolhbrush on periodon- 42 Sjogren K, Birkhed D: Effect oi various post-brushing
tal status during orthodontic treatment, A111 f Ortlwd activities on salivary fluoride concentration aftcr tooth~
De11tofncial 01t/1op 96:342-347, 1989 brushing \Vith a sodium fluoride dentifrice, Caries Res
26 Boyd RL: Two-year longitudinal study oi the effects of a 28:127-131, 1994
peroxide-fluoride rinse on decalcification in adolescent 43 Attin T, I-Ielhvig E: Salivary fluoride content after loolh~
orthodontic patients, / Clin DerJt 3:83-87, 1992 brushing \Vith a sodium fluoride and an amine fluoride
27 Boyd RL: Comparison oi three sell-applied topical fluo- dentifrice follo\ved by different mouthrinsing proce-
ride preparations for central of decalcification during dures, / C/i11 De11t 7:6-8, 1996
orthodontic treatment, 1\11glc Ortliod 63:25-30, 1993 44 FrazieI rvt, Southard TE, Doster Ptvl: Prevention of
28 Boyd RL, Rose CM: Effect of rotary electric toothbrush enamel demineralization during orthodontic h'eatn1ent:
versus manual toothbrush on decalcification during an in vitro study using pit and fissure sealants, A111 J
orthodontic lTeatment, Am f Ort/wd De11tofncial Ortizop Ort/zod De11tofncial 011/zop 110:459-465, 1996
105:450-456, 1994 45 Basdra EK, Huber H, Komposch G: Fluoride released
29 Wennstrom Jl et al: Periodontal tissue response to or tho- from orthodontic bonding agents alters the enamel sur-
dontic movement of teeth \vith infrabony pockets, A111 face and inhibits enamel derrüneralization in vitro, J\111 f
/ Ortlzod De11tofncinl Ortiwp 103:313-319, 1993 Ort/zod Dentofacinl Ortizop 109:466-472, 1996
30 Eliasson LA et al: Ihe effects of orthodontic treatn,ent on 46 Bishara, S, Swift EJ, Chan DCN: Evaluanon oi fluoride
periodontal tissues in patients \vith reduced periodontal release from an orthodontic bonding system, 1\111 Orthod
support, E111 / Ortlzod 4:1-9, 1982 De11tofncial Orthop 100:106-109, 1991
31 Alstad S, Zachrisson BU: Longitudinal study of peri- 47 Ogaard B et ai: Fluoride levei in saliva alter bonding
odontal condition associated \Vith orthodontic treatment orthodontic brackets \Vith a fluoride containing adhe-
in adolescents, Am / Ort/zod 76:277-286, 1979 sive, Am / Orthod De11tofncinl Ortiwp 111:199-202, 1997
32 Sarker S, McLey L, Boyd RL: Clinicai and laboratory 48 Vorhies AB et al: Enarr1el demineralization adjacent to
evaluation of po\vered electric toothbrushes: laboratory orfüodonnc brackets bonded wifü hybrid glass ionomer
determination of relative interproximal cleaning effi- cements: an in vitro study, A111 f 01 t!Iod Dc11tofacial Orthop
ciency of four powered toothbrushes, / Cli11 De11t 8:81-85, 114:668-774, 1998
1997 49 Chung C, Cuozzo PI, Mante FK: Shear bond strength oi a
33 Mcley L, Boyd RL, Sarker S: Clinicai and laboratory resin-reinforced glass ionomer cement: an in vitro con1par-
evaluation of po\vered electric toothbrushes: laboratory anve study, Am / 01t/10d Dentofncia/ Ortizop 115:52-54, 1999
determination of relative abrasion of three powered 50 Míllett DT et al: Deêalcification in relation to brackets
toothbrushes, / Cli11 De11t 8:76-80, 1997 bonded \Vith glass ionomer cement ar a resin adhesive,
34 Boyd RL, Leggott P, Robertson PB: Effects on gingivins A11gle Ortizod 69(1):65-70, 1999
of two different 0.4% SnF, gels, / De11t Res 67:503-507, 51 Dorfman I-IS: Mucogingival changes resulting from
1988 mandibular incisor tooth movement, A111 f 01tlzod 74:286-
35 Boyd RL, Chun Y: Eighteen-month evaluation oi the 297, 1978
effects of a 0.4°/o SnF2 gel on gingivitis, A111 f Ottliod 52 Kloehn JS, Pfeifer JS: Ihe effect oi orthodonnc treatment
De11tofncinl Ort/1op 105:35-41, 1994 on the periodontium, A11gle Ort/wd 44:127-134, 1974
c·a11sideraç-cie\ Pe, iodonlais durante o li ala11uJnto Ortodó111iLo C\PiTU!.O 24 453
53 Busschop JL et al: lhe width of the attached gingiva dur- 62 Boyd RL, Murray P, Robertson PB: Effect on periodontal
ing orthodontic treatment: a clinica! study in hurnan status or rotary elechic toothbrushes vs_ manual tooth-
patients, Am J Ortlwd 87:244-249, 1985 brushes during periodontal xnaintenance. IL Micro-
54. Pearson LE: Gingival height of lower central incisors, biological results, JPe1iodonlol 60:396-401, 1989
orthodontically treated and untreated, Angle Ortltod 63. Greenstein G: The role o/ supra- and s11bgingival irl"igation i11
38:337-339, 1968. t!ie treat111ent of periodontal diseases, Committee on Re-
55, Zaclu'isson BU, Alnaes L: Periodontal condition in ortho- search, Science and Therapy lhe American Academy of
dontically treated and untreated individÚals. L Loss of Periodontology Scientific, Clinicai and Educational Af-
attachment, gingival pocket depth and clinica! crown fairs Department, 1995
height, Angle Orthod 43:402-411, 1973. 64. Boyd RL et ai: Effect of self-administered daily irrigatíon
56 Alstad S, Zacluisson BU: Longitudinal study of peri- with O02% SnF, on periodontal disease activity, J Clin
odontal condition associated with orthodontic treat- Periodontol 12:420-431, 1985
ment, Am J Or tltod 76:277-286, 1979 65 Newman MG et ai: Effectiveness oi adjunctive irrigation
57. Ruf S, Hansen K, Pancherz H: Does orthodontic procli- in eady periodontitis: multi-center evaluation, JPeriodon-
nation of lower incisors in clúldren and adolescents tol 65:224-229, 1994
cause gingival recession? Am J Ort!tod Dentofacia! Ortltop 66. Eakle W, Ford C, Boyd RL: Depth of penehation in peri-
114:100-106, 1998 odontal pockets with oral irrigation, J Clin Periodontol
58 Boyd RL: Mucogingival considerations and their rela- 13:39-44, 1986
tionship to orthodontics, JPeriodontol 49(2):67-76, 1978. 67 Eakle W et ai: Penetration of periodontal pockets with
59. Wennstrom JL: Mucogingival considerations in ortho- irrigation by a newly designed tip, J Dent Res 67(special
dontic treatment, Semin Ortltod 2:46-54, 1996 issue):400, 1998 (abstract)
60 Andlin-Sobocki A, Bodin L: Dimensional alterations of 68. Boyd RL, Hollander BN, Eakle WS: Comparison of sub-
the gingiva related to clrnnges of facial/lingual tooth gingivally placed cannula oral irrigator lip with a su-
position in permanent anterior teeth of children: a pragingivally placed standard irrigator tip, J C!in Peri-
2-year longitudinal study, J Clin Pe1iodontol 20:219-224, odontol 19:340-344, 1992
1993.
61. Boyd RL, Mtmay P, Robertson PB: Effect on periodontal
status or rotary electric toothbrushes vs manual tooth-
brushes during periodontal maintenance I Clinicai
results, JPeriodontol 60:390-395, 1989.
Capítulo 25
Considerações Comportamentais
durante o Tratamento Ortodôntico
Robert G. Keim
TERMOS-CHAVE
ciências con1portamentais psicologia educacional teste de personalidade limiar de sensibilidade
psicologia social em auto-conceito interação dentista-paciente abordagen1 orientada ao pa·
Ortodontia auto-estin1a bon1 relacionan1ento ciente
psicologia n1otivacional da in1agen1 corporal teoria da aprendizagen1 expe·
Ortodontia cooperação do paciente rin1ental
As ciências comportamentais cun1pren1 unia função sig- gunta se é bonita ou não Ela in1agina se nlgu111 din será aceita
nificativa na Ortodontia, tanto na prática clínica quanto na e popular
pesquisa, desde a prin1eira parte deste século. Todas as
situações a seguir são baseados en1 ocorrências reais. E111 •!• Situação 2: O Paciente Adulto Cooperativo •!•
cada tnna dessas situações, o con1porta111ento do paciente
ou do dentista detenninou o curso eventual de ação na U1njove111 executivo pondera os fatores que pode1n ajudú-lo a
prática ortodôntica Essas situações . assin1 con10 tantas ser pron1ovido A con1petência proJissionnL as credenciais in-
outras. ilustra1n a função das ciências con1portan1entais dividuais e as habilidades técnicas são ,nuito i1nportantcs, 1nas
na prática ortodôntica 111oderna no seu escritório existc111 outras 17 "estrelas ctn ascensão" cmn
o 1ncs1110 curriculo Ele está detenninado a crer que outros fato-
res irão contribuir con1 o sucesso Ele já leu todos os 111anuais de
•!• Situação 1: O Paciente Adolescente •!• aulo-;.tjuda que sugeren1 quais cmnisas e gravatas são obrigató-
rias. Ele sabe con10 deve ser o corte do seu terno Ele passa
U111a estudante da sétiina série. nonnaln1ente anin1ada e sociá- horas aperfCiçoando suas 111anobras no golfC. o jogo con11naior
vel. se olha no espelho e chora pesarosan1cntc Os olhos ,-tatu, no 111undo Os dentes tortos o inco1noda111 há anos Estú
estão vennclhos e inchados de horas de choro Durante o convencido de que se conseguisse corrigi-los. galgaria 111ais u111
intervalo para o alinoço na lanchonete da escola. várias cole- degrau para o sucesso Ele procura un1 bo111 ortodontista e lhe
gas de classe a provocaran1, charnando-a de dentuça. hnitan- garante que scguirú as instn1ções à risca
do sua aparência e posicionando o lábio inferior atrás dos
incisivos superiores. elas riatn da f'orn1a que ela ,nordia e •!• Situação 3: A Ortodontlsta •!•
111astigava seu lanche Essa provocação era abso!utan1ente
cruel A dor foi profunda e duradoura. e precipitou a atual A ortodontista percebe que os pacientes que scguc111 suas
crise de Jágrin1as e insegurança Con10 todas as crianças con1 instruções e111 relação ao uso do aparelho extrabucaL à 111a11u-
12 anos de idade, ela está conli1sa e ten1111edo das n1udanças tcnção da higiene bucal e à freqüência nas consultas regulares
fisicas e e111ocionais trazidas pela puberdade A aceitação obtên1 resultados finais 1nuito 1nelhores do que aqueles que
social ton1ou-se de suni.1 in1portância para ela Na sua 111en- são n1enos exigentes, ou coopera1111nenos. ao seguir as ordens
le, a aparência fisica cun1pre unia grande função nessa acei- do dentista Grande parte das decisões en1 relação ao plano de
tação Arruinada pelas dúvidas e inseguranças, ela se per- tratan1ento são baseadas nas instn1ções que ela acredita que os
454
Con.\idera(Õe\ C'on1porta1ue11tai\ durante o T, ata111e11to 01 todô111ico (~\l'ÍTU!.O 25 455
pacientes irão obedecer Ela sente que provavelrnente pode Obvian1ente, a questão do por que os pacientes bus-
adivinhar quais pacientes in:io cooperar ou não. 1nas os vários ca111 o trata111ento ortodôntico está e111butida na Psicologia
anos de !acuidade. n1estrado e especialização a deixara111 be1n
social da aparência pessoal O renô111eno da ''aparência
treinada nas ciências c1npiricas Co1n base nessa experiência
científica. a sua intuição lhe diz que deve existir u1na fonna
111clhor" tcn1 sido explorado extensivan1cnte na psicologia
cientitica1nente 111ais confiável de prever a cooperação do social Uni dos trabalhos fundan1entais en1 relação à
pacientt! Ela revê a literatura pertinente à questão do uso de Ortodontia füi o livro The Saciai P'>',rchology c~l F'acial
testes de personalidade padronizados para prever a coopera- Appearauce. de Bull e Run1sey, 1 Ao relatar as pesquisas
ção do paciente ortodôntico Ao encontrar vários artigos na ri:::alizadas entre as décadas de 60 e 70, os autores concluí-
literatura ortodôntica que enfocain essa questão. ela solicita ran1 que a aparência facial é t1111a detenninanle fundan1en-
alguns testes de personalidade a un1 psicólogo frunoso. que j.:i tal para t1111a pessoa se considerar atraente. Eles observa-
publicou vários livros
ran1 que pessoas con1 faces desfiguradas. co1110 pacientes
ortodônticos co111 discrepâncias esqueléticas significati-
As áreas da pesquisa con1portan1ental e as aplicações vas. tinha111 n1ais dificuldade na época da escola Eles ta1n-
da Psicologia prática na Ortodontia clinica pode1n ser di- bé111 perccbera111 que era 111enos provável que as pessoas
vididas en1 duas categorias an1plas A prin1eira pode ser des!iguradas obtivessen1 sucesso no en1prego, na política
denominada psicologia social cm Ortodontia Ela envolve ou na publicidade Naturalinente, a aparência dentofacial
ca111pos divergentes, tais con10: por que os pacientes bus- de 111na pessoa pode ter un1 efCito significativo na qualida-
can1 o trata111ento ortodôntico, os resultados psicossociais de geral de vida. Muitos pacientes buscan1 o tratan1ento
da Ortodontia e o uso de instrun1entos psicológicos pa- ortodôntico para 111elhorar sua qualidade de vida.
dronizados para avaliar os pacientes ortodônticos pros- Adan1s 2 sugeriu 11111a perspectiva desenvolvin1ental para
pectivos A segunda categoria da ciência con1porta1nental o exa1ne da psicologia social da beleza Ele argun1entou
ortodôntica pode ser denon1inada psicologia motivacional que existen1 quatro suposições centrais sobre a relação
ortodôntica. Esse carnpo envolve a n1otivação dos pacien- desenvolvi111ental entre a aparência exten1a e os processos
tes para seguir as ordens do dentista, obtendo assi1n a con1portan1entais internos e seus resultados, que pode-
cooperação Nesse caso, ta111bén1, instrun1entos psicoló- ria111 ser extraídas da revisão de literatura:
gicos padronizados tên1 sido usados para avaliar os pacien- f\ atralividade fisica estin1ula expectativas dif'cren-
tes, dessa vez para prever a sua cooperação con10 parte tes para as outras pessoas
do diagnóstico gera! e do planejan1ento. Unia área relativa- -, A atratividade de un1 individuo induz pern111tas so-
n1ente nova de aplicação das ciências con1porta111entais na ciais diferentes daquelas dos den1ais
Ortodontia é o uso da psicologia educacional para obter 3 U1n resultado desenvolvi1nental in1portante ven1 des-
a cooperação do paciente. Daqui en1 diante, a função do sa pennuta social. Co1110 conseqüência de receber
dentista con10 u111 profCssor. e não co1110 un1 curandeiro, reações sociais positivas ou negativas relativan1ente
será explorada rnais profundan1ente constantes dos outros, as pessoas fisican1ente atraen-
Este capítulo destaca a relação de cada t1111a dessas tes ou não provaveln1ente internaliza111 i111agen1 so-
áreas das ciências con1portan1entais con1 a prática clínica ciais, expectativas e estilos de personalidade inter-
da Ortodontia pessoal diferentes
4 Por causa da experiência 1nais profunda con1 a
interação social positiva, é n1ais provúvel que as pes-
PSICOLOGIA SOCIAL DA soas atraentes 111anifeste111 un1 padrão de con1por-
ORTODONTIA tan1cnto interpessoal 111ais confiante en1 relação aos
individuas 111enos atraentes
Por Que os Pacientes Buscam o E.111 resun10. a atratividade de unia pessoa ten1 n1uito a ver
con1 a sua autoconfiança nos an1bientes sociais
Tratamento Ortodôntico? As pri111eiras pesquisas sobre a psicologia social da
Ortodontia revelaran1 que a aparência dentofhcial ten1111uito
A n1aioria dos pacientes ortodônticos que buscan1 o aten- a ver con1 a forn1a pela qual as pessoas são percebidas. O
din1ento por sua própria iniciativa (isto é, os adultos) o ü1z ,~uste pessoal pode ser dificil para 111na pessoa portadora
para 111elhorar a aparência facial. A 1naioria dos adolescentes. de 1ná oclusão. Secourd e Jourard 3 avaliaran1 a i1nportân-
por outro lado, busca o atendi111ento porque "1ninha n1ãe cia das condições dentofaciais con10 dicas de in1pressões
acha que eu preciso usar u111 aparelho" Quando se pergunta da personalidade, con1paradas con1 todas as outras dicas
às n1ães porque elas trazen1 os filhos para o tratan1ento, a corporais Foi observado que os juízes associan1 certas
111aioria delas responde que quere1n que seus filhos tenhan1 características de personalidade corn as condições rela-
tuna aparência n1elhor. Portanto, a resposta à pergunta por cionadas aos dentes. Quatro atributos (sinceridade, inteli-
que a 1naioria dos pacientes buscan1 o tratan1ento orto- gência, consciência e boa aparência) eran1 atribuidos às
dôntico está na pergunta: ""Por que as pessoas queren1 tuna pessoas con1 os dentes n1ais corretan1ente alinhados. Os
aparência n1elhor?" dentes tortos füra111 relacionados con1 cordialidade, apa-
456 SEÇJ\0 V Outro.\ lhpeLIU\ Relacionados ao T,ata111e11to
Idade Influências
os objetivos do trata1nento, dentro de urn período n1íni-
1110 A cooperação elevada tan1bé111 pode reduzir as despe-
sas co111 o trata1nento ortodôntico De acordo con1 Sinha.
Criança Pais Nanda e NfcNeil, D a eficácia do atendi111ento e a higiene
Profossores ~
bucal enfritizada poden1 din1inuir o dano aos tecidos
~
periodontais e lin1itar os eleitos da descalcificação e cárie
Pré-adolescente Amigos
Atrat1v1dade percebida--->
Competência p e r c e b i ~ Auto Entendendo o Paciente Adolescente
~ /.imagem
Adolescente Amigos ~/ Peterson e f(uipers 1·1 descreven1 a adolescência con10 un1
periodo da vida entre a infância e a 111aturidade, quando
tuna n1udança considerável está ocorrendo. As 111udanças
Adultos Conquistas/ pessoais e sociais fornecen1 ao adolescente oportunidades
Papéis sod<1is de escolher con1portan1entos que arriscan1 a saúde ou de
adotar u111 estilo de vida saudável A questão n1ais i111por-
Fig, 25-1 Fatores sociais que afetam H atHo-imagcm (De Tung A\V tante para os adolescentes é a aparência, particulannente a
Kiyak HA: Am J Orthod Du1uifhcial Orrlwp 113 [!]:29-39, !998) f8cial 15 As 111udanças na aparência poden1 afetar a 1nanei-
ra pela qual os adolescentes se percebe111. contribuindo
con1 a ansiedade, por u111 lado. ou con1 a autoconfiança,
vas da Ortodontia, as prin1eíras são 111ais criticas no seu por outro
julgan1ento estético" Elas classificaran1 faces con1 den-
As 111udanças físicas no adolescente poden1 ser estres-
tes apinhados, sobren1ordida e diasten1a n1ais negativa- santes As n1cninas chegan1 à puberdade entre os 8 e os
n1ente do que as 111inorias étnicas. Esses resultados suge- 13 anos de idade, enquanto os 1neninos a con1eçan1 entre
re111 que as crianças 111ais jovens são boas candidatas à os 9.5 e os 13.5 anos. 1•1 As diferenças na época e duração
Ortodontia da fhse I, tên1 auto-estin1a e in1age1n corporal da puberdade tên1 sérios eli:itos nas experiências adoles-
positivas e esperan1 que a Ortodontia n1elhore suas vidas centes Por exen1plo. as n1eninas que an1adurecen1 cedo
As crianças brancas encan1inhadas para trata1nento pre- poden1 sucun1bir aos distürbios ali111entares con10 resulta-
coce parecen1 ter tuna an1plitude de aceitabilidade estéti- do de 111udanças corporais (por ex. ganho de peso) Por
ca 111ais estreita do que aquelas das 111inorias outro lado. os n1eninos que an1adurecen1 cedo desfruta1n
de unia auto-estin1a 1nais elevada, devido à sua con1petên-
COOPERAÇÃO DO PACIENTE cia nos esportes e à fOrça corporal
Do ponto de vista cognitivo, os adolescentes tornan1-
O sucesso do tratan1ento ortodôntíco freqüenten1ente de- se capazes de pensar hipotetican1ente, aplicar a lógica e
pende da cooperação do paciente. Os efeitos do AEB, o usar conceitos abstratos 1-1 Eles se conscientizan1 das fu-
tratan1ento con1 aparelhos funcionais, a higiene bucal e a turas conseqüências de suas ações. No entanto, suas ha-
observação da freqüência às consultas depende111 do pa- bilidades cognitivas pode1n fhlhar quando eles enfrenta111
ciente cooperar con1 as instruções profissionais. Egolf e situações en1ocionais que podcn1 levar a ações in1pulsivas,
outros 11 descreveran1 o paciente cooperativo co1110 aque- se111 considerar as alternativas
le que pratica a boa higiene bucal, usa os aparelhos da Peterson e l(uipcrs 1•1 tan1bén1 nota111 que as 111udanças
111aneira reco1nendada sen1 abusar, segue u1na dieta ade- psicossociais na adolescência configuran1 a percepção do
quada e não falta às consultas. Os pacientes adultos ge- ''cu" O adolescente sofre a pressão de obedecer às norn1as,
rahnente estão no consultório do ortodontista porque de- e o faz co111parando-se con1 os outros Os adolescentes
sejan1. Eles n1esn1os procuraran1 o tratamento, fin11aran1 passan1 a n1aíor parte do ten1po con1 os an1igos e se afhstan1
o con1pron1isso financeiro de tenniná-lo e geraln1ente tê111 dos adultos O grupo de an1igos ten1 grande iinportância
resultados específicos en1 1nente En1 geral, 1nas não sen1- no desenvolvin1ento da identidade, n1as os pais podcn1 ori-
pre, os adultos são pacientes n1uito cooperativos Os ado- entar o filho na escolha de un1 grupo de an1igos con1 influ-
lescentes, que representan1 a 1naioria dos pacientes ências positivas. O entendin1ento do desenvolvi1nento ado-
ortodônticos, são diferentes. Geraln1ente, eles fOran1 tra- lescente pode pennitir que o ortodontista ajude a superar
zidos ao consultório do ortodontista por uni dos pais. O os obstáculos do tratan1ento de pacientes nessa !11ixa etária
interesse financeiro no resultado é n1ínin10 ou inexistente.
e seus próprios objetivos para o trata1nento são fre-
Motivando o Paciente Adolescente
qüenten1ente inespecificos. Southard e cais 11 apontaran1
que a garantia de tuna boa cooperação pode ser dificil no C'ooper e Shapiro 16 exa1ninaran1 os valores dos pacientes
caso de adolescentes Espera-se que eles sejan1 respon- e111 relação à saúde, co111parados con1 os valores con1peti-
sáveis por grande parte do trata1nento. que pode, às ve- tivos que não tinhan1 tnna n1otivação específica da saúde
zes, ser longo, A cooperação do paciente ajuda a cun1prir Eles identificaran1 algu1nas características do co1nporta-
458 SEç\o V Outro\ A\/Ji!C!O\ Re/acio11ados ao Trau1111e11to
111ento adolescente que pode111 ser usadas para avaliar un1 as n1ulheres de classes socioeconôn1icas superiores po-
detenninado con1portan1ento Prin1eiro, os adolescentes den1 exibir boa cooperação. enquanto os hon1ens co1n
estão preocupados co111 a auto-in1age111 e a identidade. o condição socioeconô111ica baixa gerahnente não coopen.1111
que pode ser útil para n1otivá-los. Segundo, a independên-
cia e a autono1nia são in1portantes para o adolescente; por- Comunicação entre Ortodontista e
tanto. un1 co111porta1nento adulto pode 111otivá-lo Terceiro, Paciente
as relações con1 os a1nigos são in1portantes, de fonna que Vários estudos n1ostraran1 que a fünna de interação entre
essa característica pode 111otivar con1porta111entos que prolíssional e o paciente pode ter efCitos profundos na
cun1pren1 necessidades sociais. Por exen1plo, o adolescente cooperação do paciente !(!ages, Sergl e Burucker 1~ estu-
perde peso quando percebe a pressão social de ser n1agro, daran1 as características da contunicação ortodontista-
e não por causa dos riscos de saúde associados à obesida- pacicntc. n1ediante gravação das visitas dos pacientes ao
de. consultório. Eles afinnaran1 que é ideal que o paciente ado-
Cooper e Shapiro!(' sugere111 que se füça tuna pausa lescente fürneça as infOrn1ações. inicie tuna conversa cor-
para identificar as preocupações do adolescente, que de- riqueira e dê respostas positivas ao dentista Eles observa-
pois deve ser tratado co1110 un1 indivíduo Essa aborda- ran1 tuna IOrte associação entre o co111porta111ento enco-
gen1 reduz as barreiras na cooperação Pacientes ortodôn- r~jador do clínico e a cooperação do paciente con1 a co-
ticos poden1 ter dificuldades de cooperar por várias ra- 111unicação, que descreveran1 con10 tnna con1unicação na
zões: Coopcr e Shapiro 11• sugere111 que a 111otivação ben1- qual o paciente cun1pre parte ativa. por exen1plo respon-
sucedida pode ser obtida pela individualização do paciente dendo questões e111 detalhes e to111ando a iniciativa de 111u-
e pelo reconhecin1ento dos valores e questões adolescen- dar o assunto para unia questão de interesse especial t les
tes O ortodontista deve entender que os adolescentes não concluirarn que o co111porta1nento do ortodontista pode
são 1nuito influenciados por o~jetivos específicos da saüde ser relevante para a cooperação verbal do paciente Da
n1es1na fonna. Barsch e cols 19 observaran1 que a interação
Teste de Personalidade e Cooperação dentista-paciente era o n1elhor indicador de con10 o paci-
ente poderia cooperar con1 as instruções do tnédico
Decisões in1portantes do tratan1ento ortodôntico são ba- Nanda e Kierl 2º realizaran1 uni estudo prospectivo ex-
seadas no conheci111ento prévio da cooperação do paciente tenso sobre a cooperação de pacientes. en1 u1na clínica
O ortodontista pode ou não decidir pela extração de dentes ortodôntica univeJ"sitária. Talvez seu estudo tenha sido o
ou pelo uso de aparelhos fixos, dependendo das expectati- 111ais extenso na literatura até hqje Eles pesquisaran1 inú-
vas de cooperação do paciente. En1 11111 estudo, n1ais de 1neras variáveis que havia111 sido sugeridas pela literatura
80o/o dos ortodontistas pesquisados respondera1n que não prévia con10 influências na cooperação do paciente As
tinhan1 un1 1nétodo particular de avaliar a cooperação 15 variáveis exan1inadas incluíran1 relacionan1ento pais-filho,
Southard e cais 1~ exan1inaran1 a possibilidade do uso de caracteristicas psicossociais dos pais, características psi-
u111 teste de personalidade con1erciahnente disponível para cossociais do paciente, atitudes e opiniões do paciente sobre
adolescente, o questionário Millon da Personalidade Ado- a Ortodontia, atitudes e opiniões dos pais sobre a Orto-
lescente ([MAPI. Millon, Green e Meagher, 1982), para dontia, percepções dos pais sobre o grau de co111pron1isso
social da criança. percepções da criança do seu próprio con1-
prever o con1portan1ento de pacientes adolescentes na
pron1isso social, de1nogralia do paciente e o relacionan1ento
prática ortodôntica Os resultados do rvtAPI füran1 então
dos pais e da criança con1 o ortodontista. De todos esses
correlacionados con1 os resultados de utna avaliação co-
possiveis indicadores da cooperação, os autores observa-
n1un1 da cooperação dos pacientes, e,n 2 anos de trata-
ran1 que as variáveis que aval ian1 a percepção do ortodontista
n1ento ortodôntico Os autores concluira1n que o MAPI é
en1 relação ao relacionan1ento dentista-paciente tên1 a n1aior
u111 instrun1ento úti I para prever a cooperação do paciente
associação con1 a cooperação do paciente. En1 uni estudo
ortodôntico adolescente
de aco111panhan1ento, Sinha, Nanda e McNeil 13 concluírarn
C'ucalon e S,nith 1; estudaran1 252 pacientes ortodônti-
que o con1portan1ento do ortodontista influencia a satisfü-
eos adolescentes entre IO e 17 anos de idade A coopera-
ção do paciente, o relacionan1ento ortodontista-paciente e a
ção füi classificada con10 boa, regular ou ruin1 depois de
cooperação do paciente con1 o tratan1ento ortodôntico E111
un1 ano de trata1nento. Três questionários füra111 aplica-
geral, se o clínico deseja tuna boa cooperação, o fàtor 111ais
dos: ( 1) o Sistema Abrangente de Avaliação Pessoal: teste in1portante na sua obtenção é o estabelecin1ento de u111 bont
de Auto-relato, (2) o Índice de Alienação Adolescente e relacionamento co111 o paciente
(3) o Índice Do111éstico. Eles observaran1 que as 111ulhel'es
são signi fícativan1ente n1ais cooperadoras do que os ho- Psicologia Educacional: Estilos de
n1ens. Nenhun1a diferença significativa füi observada nas Aprendizagem do Paciente
tàixas etárias ou raças Os pacientes con1 auto-estin1a bai-
xa füran1 con1provados con10 não-cooperadores, enquan- Unia das áreas 111ais pro111issoras de pesquisa atual sobre a
to a auto-esti111a elevada füi associada aos niveis 1nais al- cooperação do paciente é a psicologia educacional. prin-
tos de cooperação E111 geral, os autores observararn que cipaln1ente a aplicação da teoria da aprendizagen1 expe-
c·o1Hide1 a(De\ ('o111po1 tan1e11tai_\ dura111e o li a/l1111e11to 01 todâ11tico (,\!'ÍTUl.O 25 459
rin1cntal e dos estilos de aprendizagen1 do paciente ca poderia obter un1 sucesso sen1elhante ao adquirido nas
Freqüente,nente, se presu1ne que a palavra ··doutor" in1- úreas previa1nente 1nencionadas
plica o sentido de curandeiro. Na realidade, essa palavra O questionário dos Estilos de Aprendizagen1-lla desen-
ven1 do latin1 llocere, que significa ensinar Originahnente, volvido por Kolb" classilícou 135 pacientes ortodônticos
a palavra cloctor significava aquele que ensina Steed- en1 quatro estilos de aprendizagen1: acon1odado, diver-
Veilands15 fOi o prin1eiro a explorar a relação ortodontista- gente, assin1ilador e convergente (Figs 25-2 e 25-3 e Qua-
pacicnte partindo da perspectiva do relacionan1ento pro- dro 25-1) ~1 Ditl:renças significativas füran1 observadas nos
fessor-aluno, e não curandeiro-paciente Através da apli- estilos individuais de aprendizagen1 dos pacientes e no seu
cação da teoria da aprendizagen1 experin1ental, avanços nível de cooperação con1 a higiene bucal. o uso do AEB/
signilícativos fOran1 l'eitos en1 diversas áreas da educação, elásticos e a 111anutenção do aparelho Uni dos pdncipais
incluindo instrução do paciente diabético, 15 progran1as de dogn1as da teoria da aprendizagen1 experin1ental é que os
cessação do tabagisn10, 15 treinan1ento pessoa! corporativo.:. 1 estudantes aprende111 o 111aterial apresentado de tuna fbnna
e controle dos alunos adolescentes en1 classe 21 Steed- única Depende do professor - o doutor - ensinar dentro
Vcilands15 presun1iu que se o ortodontista tentasse ensinar desse estilo exclusivo de aprendizagen1 Os estudos sobre
o paciente adolescente a cooperar con1 o sucesso do tra- quais são exatan1entc o tipo de educação do paciente e a
tan1ento, en1 vez de ditar as ordens do doutor, a aplicação técnica de consulta que f-lincionan1 111elhor para cada estilo
da teoria de aprendizagen1 experi1nental à Ortodontia c!íni- de aprendizagen1 estão atuahnente sendo realizados.
Quadl'o 25-L tvlodos e Situações de Aprendizage111 Preferidas nos Quatro tvlodos de Aprendizagen1
De Kolb DA: E..rperie111ial lea11zi11g l'.\perú.!11c.e a1· rlw HJ/ll'll' <!(lea111i11g a1ul dl'1·elop111e111, Englcwood CliH5, NL 1984.
Prcnticc-Hal!
Experiência
concreta
fig 25-2 Cstilos de uprendizagcm de Kolb. Kolb divide a aprendizagem
• cm duus dimensões: preensão e transformação Prccns.io é corno o
aprendiz intcrnaliza a informação Translórmução é como o aprendiz
Aco1nodado Divergente transforma as informações coletadas cm conhecimento útil Esses pro-
cessos são explicados por duas diuléticas da aprendizagem Elas podem
ser compreendidas melhor como dois pólos opostos da dimensão da
Experi1nentação _ ~ Observação aprendizagem Na prcensfio. o aprendiz pode usar a experiência concre-
ativa <1------1-------1>
r
refletiva ta (EC) ou a conceitualizaçfio abstrata (Cr\) Na transf{xm,ição. o aprendiz
pode utilizar a experimen1t1ção ativa {E:\) ou a observação refletiva
(OR) O estilo de uprendizagem l! definido exatamente peta maneira que
Convergente Assin1ilador
o aprendiz misturn essas diall!ticas no seu próprio processo de aprendi-
zagem O acomodado aprende melhor peta combinaçílo de EA e EC, o
divergente aprende methor pela comhinaç.io de EC e OR, o assimilador
aprende melhor pela combinação de C A e OR e o convergente aprende
Conceitualização melhor pela combinação de CA e EA (De Kolh DA: E,JH!tie11tíal lear-
abstrata ni11g expetÍl'IICl' as 1/11: 1·011rct• <!( lear11íng a11d de\'elop111e111 Englcwood
C!ifls. N.J. 1984, Prcnticc-Hall )
460 S,ç,\o V Outros A5pecto5 Relacionados ao Tratan1ento
Custos Beneficlos
Saber
Julgamento Colaboração
Apoio
Tentar- Reíletir
Motivação
Compromisso Busca de
alternativas
Informação
Pensar
Fig 25~3 Estágios do ego combinutkls com o ciclo de aprendizagem de Fig . 25-.t ivlodclo de coopcraçüo centrado no pudente para os proto-
Kolb (De \Voods !'v!F: 7h1111· Anal J 12:153~158, !982) colos terapêuticos (De Roscn DS: Crcating thc succcssful udolcsccnt
patient: a practica! p.iticnt-oricntcd approach Em 1v!cNurnara JA,
Trotman C [ee ]: Creari11g rlte c.0111p/ia11t patie111, Ann Arbor tv!ich
!996, Ccntcr for Human Growth and Devclopmcnt)
Obtendo a Cooperação do Paciente 2 Usar o aparelho 111ais siinples necessário para cun1-
prir os objetivos do tratatnento, cotn fürças conti-
White 11 propôs tuna nova fünna de considerar a n1otiva- nuas de 111agnitude baixa
ção do paciente ortodôntico típico. Ele e outros, por n1ui~ 3 Prescrever analgésicos quando necessário
tos anos, acreditara1n que o reforço positivo para o bo1n 4 Acelerar o tempo de tratamento
con1porta111ento era o segredo para condicionar os pacien- 5 Estabelecer honorários para as dificuldades con1 o
tes a cooperar. Pouco sucesso füi observado nos vários paciente
esquen1as de recon1pensa para a cooperação do paciente, Rosen 24 fürn1ulou tuna aborclagen1 orientada ao pa-
co,no un1a bicicleta de presente para os que nunca flllta- ciente para criar un1 paciente cooperativo. Ele afinnou
ra1n às consultas, ou entrega de n1oedas para reco1npen- que os profissionais da saúde deve1n colaborar con1 os
sar o uso do AEB. Nessa situação, se o paciente usa o pacientes para elaborar un1 plano de cooperação individua-
AEB pelo tempo prescrito a cada mês, ele ganha uma moeda lizado En1 outras palavras, ele deve desenvolver un1 1110-
para comprar artigos na loja do consultório. White" pro- de!o de cooperação centrado no paciente, e não no dentista
pôs que a diversidade nas personalidades humanas quase (Fig 25-4). Nesse caso, os pacientes são capazes de
que garante a impossibilidade de descobrir qualquer es- decidir o âmbito e os limites do atendimento que desejam
quema de reforço universal, que funcione para todos receber, con1 base e1n sua própria análise dos custos e
White 12 observou que a cooperação era iinprevisível benefícios do plano de tratamento Rosen" sugere que o
na sua prática. Freqüentemente, ele encontrava aparelhos ortodontista deve pri1nciro fornecer ao paciente as infür-
quebrados ou gengivite nos pacientes con1 aparelhos fixos mações necessárias para orientá-lo en1 relação à sua tná
ou os pacientes siinplesmente não usavan1 aparelhos re- oclusão. Depois, o ortodontista deve n1otivar o paciente
tnovíveis con10 o AEB ou os funcionais Ele notou que sendo aberto e direto, e construindo un1 relaciona,nento
esses proble1nas eran1 sen1pre observados nos 1nesmos de respeito 111útuo E111 terceiro lugar, o paciente precisa
pacientes Parecia haver tnna influência de sua personali- do apoio da flln1ília e dos a111igos para ser cooperativo. A
dade, que estava além dos reforços positivos e negativos. f8111ília fornece 111otivação, supervisão e ajuda, e ta111bé111
Gradualn1ente, ele füi percebendo que a cooperação pare- un1a forn1a de chegar ao consultório. Rosen~ 4 ta1nbé111
cia associada ao limiar de sensibilidade do paciente, re- afinna que o ortodontista não deve exigir a cooperação
lacionado corn a tolerância à dor 23 Chase e Tho111as 23 pro- através da força bruta É 1nais produtivo apreciar a pers-
pusera1n que esse litniar é un1a característica in1utável da pectiva do paciente e trabalhar con1 ele para superar as
personalidade genetica,nente determinada do paciente. barreiras, a fin1 de obter un1 bo111 resultado do trata111ento
White" presumiu que se o limiar de sensibilidade do paciente
é i1nulável, as estratégias de tratamento não são_ Ele ofe-
receu várias sugestões para diminuir o desconfürto do pa- RESUMO
ciente e encorajar a cooperação durante todo o curso do
trata111ento ortodôntico: A Psicologia e as Ciências con1portan1entais tên1 sido par-
1 Usar escova com cerdas 111acias e, se necessário, tes integrantes da Ortodontia, tanto na pesquisa quanto na
bochecho con1 clorexidina prática clínica, desde o início deste século. lnún1eros es-
c·o,Hide,.açôe.,· C'o111po1 ta111e11tai.,· dura111e o Trata111ento Ortodô11tico (,'\PÍTULO 25 461
tudos exploraran1 os resultados psicológicos da Ortodontia 2 Adams G: Physical attractiveness, personality, and so-
e pode-se dizer con1 segurança que, para a tnaioria dos cial Ieactions to peer pressure, f Psych 96:287-296, 1977
pacientes, o efeito en1 sua auto-i111agen1 é positivo. En1 3 Secourd PF, Jourard SM: The appraisal of body cathexis:
terrnos gerais, dentes alinhados con1põen1 os sorrisos n1ais body cathexis, and self, / Co11s11/t Psyclwl l7-25, 1968
atraentes. Os sorrisos atraentes resultan1 e111 auto-in1agens 4 Klima R), Wittemann JK, Mel ver JE: Body image, self-
n1ais positivas. Ernbora a Ortodontia tenha inün1eros ou- concept, and the orthodontic patient, Ar11 f 01 thod
75(5):507-516, 1979
tros beneficias para a saude e o be1n-estar do paciente,
5 Phillips C, Bennett ME, Broder Hl: Dentofacial dishar-
talvez o efCito 111ais in1portante seja de ffizer o paciente
mony: psychological status of patients seeking treat-
sentir-se 111elhor en1 relação a si n1esn10 Durante todo o ment consultation, A11gle Orthod 68(6):547-556, 1998
trata111ento ortodóntico. o ortodontista deve len1brar-se que 6 Dann C et a!: Self-concept, Class II malocclusion, and
os resultados psicológicos do trata1nento são tão in1por- early treatment, A11gle Orthod 65(6):411-416, 1995
tantes quanto os oclusais e os funcionais. Ele deve fazer 7 Albino JF.: Psychological reasons for orthodontic treat-
todos os esforços passiveis para construir a autoconfiança ment explored, / J\111 De11t Assoe 98:1002-1003, 1979
dos pacientes Ele deve descrever para o paciente os su- 8 Varela tvl, Garcia-Camba JE: In1pact of orthodontics on
cessos graduais e honestan1ente buscar n1otivos de ffllhas the psychologic profile of adult patients: a prospective
study, J\111 / Orthod De11tofnciol Orthop 108(2):142-148,
pequenas, rnas significativas, à n1edida que o trata1nento
1995
progride Ele deve se esforçar para entender porque o pa-
9 Sha\v \VC et ai: Quality contrai in orthodontics: risk/
ciente está buscando esse atendin1ento e o que ele espera benefit considerations, 81 De111 / 170: 33-37, 1991
da Ortodontia para sua vida. É in1portante apontar as ex- 10 fung AW, Kiyak HA: Psychological influences on the
pectativas irreais antes elo inicio do tratan1ento. tiining of orthodontic treatment, A111 J Orthod De11tofaci11!
Para que o ortodontista fürneça ao paciente u1n resul- Orthop 113(1):29-39, 1998
tado agradável, a cooperação do paciente é essencial Este 11 Egolf RJ, BeGole EA, Upshaw HS: Factors associated
capítulo revisou grande parte das inforn1ações disponiveis \Vith orthodontic patient compliance \Vith intraoral elas-
sobre a cooperação do paciente ortodôntico e sugere di- tic and headgear \Vear, 1\111 f Ortlzod Oe11tofacinl Ortlzop
97:336-348, 1990
versas abordagens que o dentista pode escolher para alcan-
12 Southard KA et ai: Application of the Millon adolescent
çar esse o~jetivo O dentista deve enlender o estilo de apren-
personality inventory in evaluating orthodontic corn-
dizagen1 individualizado do paciente e ajustar seu estilo di-
pliance, J\111 / 01tl10d De11tofncial 01thop 100:553-561,
dático de acordo con1 ele. O tratan1ento deve ser o n1ais 1991
rápido e confürtável possível Se o dentista espera que o 13 Sinha PK, Nanda RS, McNeil DW: Perceived orthodontist
paciente coopere con1 seus desejos, estes deven1 ser fá- behaviors that predict patient satisfaction, orthodontist-
ceis e confürtáveis de seguir U,n conceito con1un1 na lite- patient relationship, and patient compliance in ortho-
ratura da Psicologia ortodôntica é a in1portância do rela- dontic treatment, A111 / 01//10d Dc11tofncial Orthop 100:370-
cionan1ento dentista-paciente_ Unia vez que o ortodontista 377, 1996
conquista a confiança e o respeito do paciente ao estabele- 14 Peterson AC, Kuipers KS: Understanding adolescence:
adolescent development and implications for the ado-
cer un1 bon1 relaciona111ento con1 ele, a tarefh de obter un1
lescent as a patient ln McNarnara JA, Trotman CF (eds):
bon1 resultado do trata111ento torna-se n1uito 1nais fácil
Creating the co111plia11t patie11t, Ann Arbor, Mich, 1996,
En1 1nuitos aspectos, a Ortodontia é tuna das profis- Center for Human Growth and Oeveloprnent
sões 111ais recon1pensadoras, Unia das ,naiores recon1pen- 15 Steed-Veilands A: Patient compliance as a function of
sas ela prática clínica da Ortodontia é observar uni pacien- learning styles, Masters thesis, University of Tennessee,
te jove1n e tín1ido que se acha feio por causa de dentes Memphis, 1998
tortos ou proeniinentes se transfünnar nun1 jove111 belo e 16 Cooper ML, Shapiro ML: Motivations for health behav-
confiante Saber gue o ortodontista desempenha papel fün- iors arnong adolescents ln McNamara JA, lrotrnan C
dan1ental nessa transfonnação é unia recon1pensa que dis- (eds): C1eati11g lhe co111pli011t patient, Ann Arbor, Mich,
pensa descrições 1996, Center for I-Iun1an Gro\vth and Developrnent
17 Cucalon A, Snlith RJ: Relationship bet\veen cornpliance
by adolescent orthodontic patients and performance on
psychological tests, Angle Orthod 60:107-113, 1989
18 Klages U, Sergl HG, Burucker I: Relations betvveen ver-
bal behavior of the orthodontist and communicative co-
operation of the patient in regular orthodontic visits, A111
/ Ortlwd Dentofacial Orthop 102:265-269, 1992
19 Barsch A et al: Correlates of objective patient compliance
REFERÊNCIAS \Vith removable appliance \Vear, A111 f Orthod De11tofncial
Ortlwp 104:378-386, 1993
20 Nanda RS, Kierl tv[J: Prediction of cooperation in ortho-
Bull R, Rumsey N: Tl1e social psyclzologlj ofJncial nppeara11ce, dontic treatment, A111 JOrtlwd Dentofncia/ O, thop 102:15-
New York, 1988, Springer-Verlag 21, 1992
462 SEÇ,\O V Oulros Aspectos Relacionados ao Tratc1111e11to
21 Kolb DA: Expcrie11tial lean1i11g; expcriencc as the sourcc of 23 Chase S, Ihon1as A: Knotu yo11r child, Ne\v York, 1987, Ba-
lean1i11g and devclop111e11t, Engle\vood Cliffs, NJ, 1984, sic Books
Prentice-r'Iall 24 Rosen OS: Creating the successful adolcscent patient: a
22 \.YlUte L\.Y: A ne\v paradigm of motivation ln McNamara practical patient~oriented approach ln rvtcNamara JA,
JA, Trotman C (eds): c·rcating lhe co111plia11I patient, Ann Trotman C (eds): Crcnti11g lhe co111plia11t patic11t, Ann Arbor,
Arbor, tv1ich, 1996, Center for Human Gro,vth and Nlich, 1996, Center for Human Gro,vth and Development
Development
Capítulo 26
Reabsorção Radicular e
Alterações Teciduais
durante o Tratamento
Ortodôntico
TERMOS-CHAVE
IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA
A reabsorção radicular externa ve111 surpreendendo a Orto-
dontia desde os prin1eiros relatos de Ottolengui, en1 1914. 1
Existe1n 1nuitos tipos de reabsorção radicular; a reabsor-
ção fisiológica dos dentes deciduos, assin1 co1no a reab-
sorção intlan1atória interna e externa freqüenten1ente as-
sociada ao traumatisn10 dentário e à inflan1ação da polpa
A perda da substância dentária ten1 recebido n1uitos no-
n1es: absorção radicular, reabsorção externa apical, reab-
sorção externa e, sin1ples1nente, reabsorção radicular
A reabsorção externa apical associada ao trata1nento
ortodôntico é diagnosticada clinican1ente por radiografia,
através do encurtan1ento das raizes no ápice (Fig 26-1 }
A detecção radiográfica da reabsorção é 1nais óbvia na
região apical; no entanto, tuna análise histológica fornece
evidências de que o n1esn10 processo de reabsorção tan1-
bén1 ocorre en1 outras áreas da superficie radicular.
En1bora a reabsorção radicular apical ocorra en1 in-
dividuas que nunca se sub1neteran1 ao tratan1ento orto-
dôntico, a incidência entre os indivíduos tratados é signifi- Fig. 26-1 Reabsorção radicular apical externa após o tratamento or-
cativan1ente 1nais alta 1•5 A dificuldade de avaliar exata- todôntico
463
....
....
O\
"'
§,
o
<
~
"
d~
'•
t:c'
~
~
!::
9
Tabela 26-1. Dados sobre a Reabsorção Radicuiar, disponivc1s na literatura
"'
~
ô;"
N" \'ariaçfio Dentes 'fipo Exodontia/ Pacícntcs Dentes Quantidade Tctnpo de "§"
de Pa- ctiiría N" de Exanti- de Tra- scrn i\'1étodo con1 Rcab- co1n Rcab- de ·rratan1ento ~
Autor
(rcfcrêncía) Ano cícntcs n1édh1 Dentes nados h1n1cnto cxodontia sorção ( 0/c,) sorçfio ( 1Yo) Reabsorção (ano:mescs) ~
"-
o
g
Stcnvik e 1970 10-13 35 PM INTR HIST 93 35 dias :::;
~
Mjor5 "
Stenvik e 1970 10-13 35 PM NT HIST o g
§
Mjor52 e
Rosenbcrg 81 1972 3,5 Begg EXT PANO 37
1973 59 12:0 1180 5-5 AC EXT PA 0,5-i .8 111111 2:2
Stolien e
Zachrisson 11n
P!ets ct al. 87 1974 50 16:8 100 1 NT PA 27,5 27,5
12:8 45 1 Fixo RCL 46 46 ! ,78 llllll 2:3
Plets et al. 87 1974 45
42 11-19 924 5-5 Bcgg EXT PA 110 77 í:8
Goldson e 1975
f~Ienriksotr'!s
Goídson e 1975 42 11-19 924 5-5 NT PA 4
Henrikson 1111
J-lollendcr 1980 12 !3:3 120 Todos AC EXT PA 50 < 2 111111 cn1 ss1Y<1 í:6
101
ct ai.
1981 23 11-14:8 21/12 ACT/AC PA 39 l-3 111111 2:4-3:2
Ronncrn1an
e Larsson 11 ~
Harry e 1982 IO 11-18 IS PM INTR PA/HIST 100 100 70 dias
51
Silns
Harry e 1982 10 11-18 IS PM NT PA/HIST o o
51
Sin1s
719 12:S 2451 21111 Van a P1\ 0,7/mm O:J 1
Lí11gc e 1983
L1ngc 7 :.
.;~
···------- - - - - - v,-,v-v,
~
e Green 10 ,,o,'2
Dennaut e 1986 20 15 66 21/12 INTR PA 86 2.5 !11111 0:7 o
Munckw1
Dennaut e 1986 15 22 58 21/12 NT PA o o "'
is
Munck 8 '1 "'
~
o
Goidin 82 1989 17 8-15:5 17 1 AC RCL l ,36 n1m/ano 1:7 :::l
McFadden 1989 38 13:1 152 21/12 INTR EXT/SEXT PA/RCL 1.84 111111 n1andibular 2:4 o
et ai.m 0,61 n1axilar §
Qi
De Brczniak N, \Vasserstcm A: .·Jn1 .1 Ortliod De11U?fi1cu1/ Orthov 103( 1 ):62~66, 1993. ~
RZS, Raízes; Todos, todos os dentes; í, mc1s1vos centrais supcnorcs: 2!/12, mc1s1vos supcrmrcs; PM, pré-molares; 3,5 canmos e segundos pré-molares, 5-5, mc1s1vos, c:uunos e pré-molares superiores 9
e m!Cnores, Fixo. aparelhos fixos; NT, sem tratamento; LL, Labio!ingual; AC. arco de eanto; ACT, ativador; INT. mtrusil.o, Yarm. Fixo e removível: SER, extração seriada, B/AC, Begg/arco de canto; ;;-
'
PA, pcnap1ca!; RCL, radiografia cefálica lateral, HIST, histolog1a; PANO, radiografia panor.imtca.
[
;:::;·
o
ç
~-
5
"''"
"'a,"
"'
466 51:ç,\o V Outros A~pectos Re/acio11adcx, ao Trata111e11to
Fig" 26--1 Lcsfio inicial di.: reabsorção THI supcr!ícic radicular. após o Fig. 26-5 ReahS()rçDo radicular apiea! externa nmis se\·era (Cortesia da
movimento dcntúrio ortodôntico de um canino/pré-molar (Cortesia da Dr., Birte ivlelsen )
Dr·' Birtc ivlclscn )
absorver não apenas o tecido necrótico, 111as ta1nbé111 a 1nineralizada exposta é capaz de induzir a citoditCrenciação
superficie radicular indiscri111inadan1ente. Foi observado dos pré-odontoclastos e pré-osteoclastos ~2--1 7 Essas célu-
que o traun1atisn10 do liga1nento periodontal. iniciado pelo las n1ultinucleadas que exibe111 bordas irregulares e zonas
trata111ento ortodôntico, ocorre até 111esn10 con1 tuna fbr- claras são responsáveis pela reabsorção das estruturas 111i-
ça ortodôntica leve (50 a 100 g). 2'' neralizadas -1s Os pesquisadores sugeriran1 que as células
gigantes 111ononuclearcs tan1bé111 poden1 ser induzidas a
Mudanças na Superfície Radicular se lransfOnnarc1n cn1 odonloclastos pela superficie l"a-
dicular n1incralizadn exposta, porque todas essas célu-
Durante o Movimento Dentário las perlence111 à linhagen1 he111opoiética de 1nonócitos-
A 1nudança na superficie radicular não se torna aparente 1nacrófagos
antes da 111udança celular ocorrer no liga,nento periodontal
e osso adjacente Nos dentes hu,nanos, as 111udanças são Início, Cessação e Reparo da Reabsorção
observadas en1 un1 período de 3 a 5 sen1anas após o início Radicular
de unia fürça leve A n1udança inicial é 111anifestada his-
tologica111ente con10 a congregação das células gigantes Os relatos sobre o n10111ento para a detecção histológica
n1ononucleares ao longo da superficie radicular, con1 al- inicial da reabsorção radicular variarn de tuna a algu111as
gun1as dessas células associadas às áreas danificadas do sen1anas Isso pode ocorrer por causa de variáveis con10
ligamento periodontal (Fig. 26-4). Os estágios avança- a espécie testada. a n1agnitude e a duração da rorça e o
dos da reabsorção radicular são caracterizados por células procedin1ento analítico envolvido. Foi observado que a
se,nelhantes a clastos, con1 bordas franzidas, inü111eros progressão da reabsorção radicular, en1 tennos de profun-
defeitos de reabsorção e zonas claras sobre a superfície didade e nun1ero de lacunas. aun1enta con1 a continuação
radicular (Fig. 26-5). A n1atriz residual que cobre a super- da força'''
fície dos defeitos de reabsorção consiste em fibrilas de Tan1bén1 existe tuna polên1ica quanto à cessação do
colágeno expostas. Foi sugerido que existe unia relação, processo de reabsorção radicular Alguns pesquisadores
que não é geográfica, entre a reabsorção da superfície concluíran1 que a reabsorção radicular cessa con1 o ténnino
radicular e a lesão do liga111ento periodontaJ 25 -Zú 29 ~2 JJ 37-·11 da aplicação da fürça, enquanto outros estudos de1nons-
Unia observação interessante é que o processo de repa- trara111 que o processo continua 111esn10 depois do ténnino
ração e os pri111eiros estágios da reabsorção radicular en- da força. 26 2'1 Essa tiltin1a conclusão ten1 sido usada para
volven1 tuna alta porcentagein de células gigantes n10- apoiar a hipótese de que a cessação é n1ais provave!n1ente
nonucleares. 2~ 21' n 33 ->H··11 Isso levou à sugestão de que as associada à ren1oção total do tecido necrótico do que à
células gigantes 111ononucleares ren1oven1, de utna 111anei- aplicação da fOrça. apesar de uni resultado prévío n1ostrar
ra não-seletiva. a can1ada pré-cen1ento junto con1 o liga- reabsorção radicular progressiva após a ren1oção do teci-
n1ento periodontal necrótico adjacente. 31 Outras células, do necrótico. por Rygh e outros.~(,~')
con10 111acrófllgos TRAP-negativos e fibroblastos. tan1- O reparo das lacunas de reabsorção füi observado já
bé1n füra111 in1plicados nesse processo -1o-1i Essa n1atriz en1 3 a 5 sen1anas após o início do n1ovin1ento dentário
Reah.\orrào Radiculcu e A/te, aç<Je\ Teciduai\ durante o 'fi-afr1111e1110 ()1 todá11til o (Al'ÍTllLO 26 469
ortodôntico suave Nenhun1a can1ada de 111atriz distinta O potencial de reparo dos dentes ten1 in1plicação clini-
foi detectada entre a 111atriz de reabsorção residual e as ca en1 relação ao prognóstico dos dentes afetados 51' Foi
fibrilas colágenas da 1natriz de reparo pré-cen1ento A für- sugerido que tuna decisão final e111 relação ao prognóstico
1nação e a inserção da 111atriz de reparo são se111elhantes às nào deve ser to1nada no n1inin10 6 111eses após o ténnino
do ce1nento da fibra extrínseca acelular ou do cen1ento da do lratan1ento ortodôntico ativo Isso porque durante o
fibra intrínseca celular. A reparação de unia reabsorção de trata111ento as raizes ainda poden1 estar sofrendo reabsor-
cc1nento e dentina àquela forn1ada na odontogênese, in1- ção. con1 a porção inorgânica não visível radiografican1ente
plica na repetição da cen1entogênese inicia!, que ocorre na Se für pern1itida a estabilização dos dentes, a nullriz des-
borda radicular en1 avanço. quando a raiz füi previan1ente 1nineralizada e radiolúcida irá ren1ineralizar Então, essa área
reabsorvida. 1 1') 50
0) • torna-se radiopaca e pode J"azer co111 que a raiz pareça
111ais longa. Alén1 disso. durante a contenção ortodôntica
Implicações Clínicas do Processo regular, a largura do ligan1ento periodontal din1inui. assin1
con10 a n1obilidade Portanto. as decisões rel'erentes ú es-
Reparativo plintagen1 deve1n tan1bén1 ser adiadas, a 11111 de pennitir a
O iinpacto que o processo reparativo das lacunas de adaptação do ligan1ento periodontal às fbrças oclusais Os
reabsorção causa na vitalidade e longevidade dos dentes pacientes portadores de bruxisn10 ou hábitos de aperta-
afCtados é desconhecido Pesquisadores prévios observa- 111ento tan1bén1 deven1 ser tratados con1 protetores notur-
n.u11 que a interrupção do tratan1ento 515 ~ ou a ren1oção do nos. a fin1 de eli1ninar essa causa i1nportante da n1obi-
aparelho con1 a recidiva da posição dentária inicia o reparo lidade
e füz con1 que o processo de reabsorção cesse,~(, 53 Foi
postulado que o ce,nento e a dentina reparados poden1, na
realidade, pron1over aun1ento da resistência à reabsorção ETIOLOGIA DA REABSORÇÃO
radicular. substanciando o e!'eito benéfico percebido de RADICULAR RELACIONADA AO
unia pausa de 3 n1eses na n1ecânica do trata111ento 5~ TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Vários estudos den1011straran1 que o reparo da reab-
sorção radicular apical é ten1porarian1ente ligado à reabsor- Fatores Etiológicos em Potencial
ção radicular. 31 50 No seu estudo sobre os efeitos da fürça
ativa e da detern1inação da força ern dentes de ratos. A relação entre a Ortodontia e a reabsorção radicular apical
Brudvik e Rygh 31 observaran1 que parece haver vários externa te111 sido tradicionaln1ente abordada con10 uni 1110-
detenninantes da reabsorção ou do reparo continuas dentro delo causa e el'eito. ('01110 resultado, os estudos dos pas-
de un1 processo de reabsorção radicular ativo 31 Os seus siveis f'atores etiológicos füran1 direcionados para as variú-
resultados indicaran1 que, quando a fürça ativa für ren10- veis do trata111ento. Os fütores associados ao tratan1ento
vida. n1as o estresse passivo sobre o ligan1ento periodontal que füran1 pesquisados incluen1 a n1agnitude da fOrça
pern1anecer através da contenção dos dentes en1 sua nova ortodôntica·; 5 57•60 a 111ecânica do tratan1ento.'' 1•65 a direção
posição, a reabsorção continuará desde que o tecido ne- do 111ovin1enlo dentúrio.i 11 úllú·I (,r,.i,s o tipo de aparelho, 1'; 1> 5 e
crótico ainda esteja presente no local. En1 un1 artigo pos- a duração do trata1nento. 1' 1 1,•i 70
terior dos n1esn1os autores, füi relatado que o reparo ocorre Por nutro lado, estudos recentes tên1 questionado an1-
n1esn10 na presença de unia força leve. No entanto, não se plan1ente algun1as causas, tais con10 o au111ento na nu1g-
definiu a duração do período de repouso necessário para o nitude da força, 5758 1o~ú'1 a quantidade de n1ovin1ento
reparo de tuna lacuna de reabsorção, antes da reativação dentário/' 11'J io a duração do trata111ento,1' 1' os n1ovin1entos
da fürça. ~-1 Unia pesquisa sobre os padrões de reparo es- de vai~c-ven1 dos dentcs/ 1 e forças intern1itcntes ver-
paciais e ten1porais das áreas de reabsorção ortodontica- sus contínuas ,.i r, 5 7~
111ente induzida reafinnou que o 111ecanisn10 da deposição Muitos estudos n1encionan1 que certos tipos de 1no-
inicial de cen1ento acelular ocorre dentro de duas sen1anas vin1ento dcnhírio durante o trata1nento ortodôntico. con10
após a cessação da türça, e que unia deposição n1ais lenta intrusão ou retração, poden1 iniciar a reabsorção radicu-
de cen1ento celular ocorre nos estágios 1nais avançados da lar 15 '1 61 H r,s 73 · 75 Para esclarecer 111elhor a relação entre a
reparação 55 Investigadores prévios observaran1 que a in- 111agnitude e a direção do n1ovin1ento do úpice do incisivo
terrupção do tratan1ento 51 5z ou a re1noção do aparelho con1 central superior con1 a reabsorção radicular apical en1 adul-
a recidiva da posição do dente inician1 o reparo e f'aze1n tos ortodontican1ente tratados, Baun1rind. l(orn e Boyd 70
con1 que o processo de reabsorção cesse.~(, 53 Usando essa con1parara1n a 111agnitude do des!oca1nento n1edido nos
inlürn1ação, tornou-se possível identificar u111 ciclo ótin10 cef"alouran1as laterais con1 a reabsorção ,nedida cn1 radio-
de aplicação da f'orça ortodôntica versus liberação da IOr- grafia; periapicais padronizadas da região anterior. Os es-
ça ortodôntica, a fin1 de n1inin1izar ou até n1esn10 i1npedir tudos prévios dessa relação havia,n sido baseados na 111e-
a reabsorção radicular apical radiologican1ente evidente dida radiográfica da quantidade de reabsorção radicular
Nenhtuna diferença significativa füi observada no poten- apenas nas radiografias cen1lon1étricas, que têrn cerca de
cial de reparo entre os terços cervical, 111édio e apical das 4 vezes 111ais erros de n1edida do que a radiografia periapical
raizes 4'1 convencional. il, Surpreendente111ente, o coeficiente de
470 SEç,\o V Oulro) A,pecto\ Re/acio11ada, ao Trata111e1110
regressão para a ausência de 111ovin1ento apical e retração Fatores de Predisposição dos Pacientes
apica! JOi altan1ente significativo para a reabsorção radicular:
no entanto, os de extrusão. intrusão e avanço não fOran1 Os fhtares etiológicas pesquisados relacionados ao paciente
No nível de confiança de 95 1Xi. unia 111édia de 0,99 111111 inclue111 predisposição genética.~º idade. 12 35 M (,(, ~ 1 sexa.i-·1 ~"
(erro padrão± 0.34) de reabsorção radicular foi encontrada vitalidade do dente.1.1 tipa de dente. 1') estrutura lhcial e den-
na ausência de dcsloca111ento radicular. e L1111a 111édia de 0,49 toalveo\ar,61 io-iT reabsorção radicular pré-existente.~_; nu-
111111 ( erro padrão ± O.! 4) de reabsorção por 111111 de retração trição, ~-1 hábitos. 85 Hú fbrn1ato da raiz.-11•1 s1 trau1natis1110 pré-
apical Os resultados de outros pesquisadores, con10 vio.M' 8·1 e osso alveolar denso. 1' 1 f\!tirabella e Artun(• 1 n1os-
Dern1aut e dervlunck' e rvtcFadden e outros/'.i ta1nbén1 não traran1 que os pacientes con1 raízes longas pode111 ser n1ais
conseguiran1 encontrar correlações estatistica111ente signi- predispostos à reabsorção radicular do que aqueles con1
licativas entre reabsorção radicular e intrusão do dente con1prin1ento radicular norn1al
Outro resultado é que a reabsorção provavcli11entc Os estudos que pesquisaran1 o papel da genética e da
ocorre 111esn10 quando o ápice do dente não parece 1110- reabsorção radicular. utilizando grandes nú111eros de pares
vcr-se. o que pode ser consistente con1 a reabsorção de irn1ãos. identificaran1 que unia quantidade significativa
radicular apical que ocorre e1n populações não tratadas ou de variabilidade da resposta à reabsorção radicular pode
nos 111ovín1entos de vai-e-ven1 produzidos no tratan1ento ser explicada pela hereditariedade su 1-larris. K.ineret e Tolleyªº
Esses 1novi111entos há n1uito ten1po fbra1n identificados observaran1 tuna alta porcentagen1 de hereditariedade, i..::111
con10 fhtor de risco en1 potencial da reabsorção radicular 71 n1édia 701Yt> As variáveis sexo e idade não eran1 indicadores
Deve ser enfhtizado que o estudo da reabsorção ra- de susceptibilidade Os resultados desse estudo indicanun
dicular na adolescência requer cuidados adicionais. t1111a que a revelação dos fhtores bioqui111icos responsáveis pelo
vez que o crescin1ento radicular continuo pode estar ocor- controle dos fhtares fh111iliares pode IOrnecer intbrn1ações
rendo sin1ultanean1ente. Por outro lado. na população adulta úteis na busca do controle da reabsorção radicular
não ocorre nenhun1a n1udança no co1nprin1ento radicular 77
Parker e I-larris 7 ~ observaran1. na sua an1ostra de 110 indi-
víduos adolescentes. que a intrusão do incisivo e a ves- MEDIDAS PREVENTIVAS
tibularização eran1 fortes previsores da reabsorção radicular.
Baun1rind. K.orn e Boyd 7') tan1bén1 estudaran1 u111a an1os- Caracterização dos Riscos Individuais
tra de adolescentes ortodontican1ente tratados. Os resul-
tados 111ostrara111 que a vestibularização e a intrusão eran1 De acordo con1 o conheci111ento atual sobre a ctiologin da
altamente significativas (p < 0,001) para a reabsorção reabsorção radicular apical. o conceito de prevenc;ào é
radicular No entanto. esta significância era contrária à crença principaln1ente en1pírica e ffeqüente1nente baseado cn1
e1npirica. no sentido de que o n1aior deslocan1ento do ápice evidências isoladas. É ideal que as sugestões para a preven-
resultou en1 111enos reabsorção radicular Para explicar esses ção su1jan1 de estudos que de111onstren1 correlações altas
resultados, três hipóteses podem ser consideradas: ( 1) den- con1 a reabsorção radicular. alén1 do estudo controlado de
tes con1 fonnação radicular incon1pleta poden1 se deslocar estratégias que resulten1 en1 tuna incidência inferior de
111ais prontan1ente. (2) raizes parcialn1ente fbnnadas po- reabsorção radicular apical lnfeliz1nente, tais estudos ain~
de,n ser "biologica111ente protegidas" contra a reabsorção da não estão disponiveis en1 seres hu111anos
radicular e (3) o crescin1cnto radicular pode ser acelerado /\ literatura está repleta de artigos que sugeren1 nbor-
pela aplicação de forças aos dentes con1 raízes parciahnente dagens terapêuticas preventivas, tais con10 tratan1ento a
fonnadas Quatro variáveis independentes estudadas ta1n- curto prazo:H,s n1ovi111ento radicular reduzido,1i1 ro evitar
bén1 de111onstrara111 i111portância estatística para a reabsorção elásticos/'º si uso de !'Orças intennitentes leves~ 1' 3~ r,u 1·~ .~~ e
radicular Elas são o trespasse vertical original, a n1udança anan1ncse 111édica e dos registros de tendência lh111i liar ,,.; ~5 ~·1
no trespasse vertical original. a n1udança no ânuulo do inLi- Esses artigos, no entanto. não fbrnece1n estratégias pre-
sivo superior e o efeito....clínico .... '' ventivas definitivas que se apliquen1 à n1aioria dos pacien-
Apesar da rigorosa pesquisa, nenhun1 ftltor isolado ou tes ortodônticos Alé1n disso, não existen1 dados disponí-
co,nbinado. relacionado puran1ente ao trata1nento orto- veis que con1proven1 que qualquer unia dessas ações pos-
dôntico, fbi identificado con10 etiologia da reabsorção ra- sa resultar en1 unia incidência n1enor de reabsorção ra-
dicular apical externa O único resultado consistente é que dicular apical
existe unia an1pla variação individua! de respostas O íhto A caracterização de pacientes que exiben1 raízes lon-
dos resultados presentes sere111 inconsistentes e fbrneceren1 gas. estreitas e co111 n1orfblogia anorn1al. 1.i outras ano1na~
correlações baixas i111plica que n1esn10 que qualquer un1 !ías dentárias.i.; 11111 hábitos de sucção do dedo e da lingua.s~-
6 7
desses fhtores, isolado ou con1binado, s~ja etiológico para .~7 e história de lesão traun1ática prévia, s s con10 indivi-
a reabsorção radicula,. outros fhtores ainda não identifica- duas '"en1 risco"' de reabsorção radicular externa. sugeretn
dos são n1ais significativan1ente responsáveis pela respos- que tuna estratégia preventiva pode ser passivei na fê.)nna
ta de reabsorção. Essa conclusão ten1 làcado a atenção na de detecção precoce. O sucesso dessa estratégia tbi ques-
identificação de fhtores de risco discri,ninativos na anan1- tionado por Mirabella e Artun,<' 1 que observara111 que ava-
nese dos pacientes riação na reabsorção radicular explicada pela identificação
Rea!Hor1,do Radic11h11 e Alleraçiú:, Tecid11ai., c/11ra111e o li . ota111e1110 O, tod()111ico C,wirut.o 26 471
de tais fütores de risco chegava a ser de apenas 10(Xi ciência ou severidade 1nais baixa de reabsorção radicular
Alén1 disso, unia pesquisa da irnportância de várias ano- O 111ecanisn10 exato responsável pela elevada resistência à
n1alias dentárias con10 agenesia, incisivos laterais pe- reabsorção radicular ainda não füi elucidado
quenos. den_, in lle11\, taurodontisn10, irrupção ectópica e Os resultados de Fenn, Boero e Boyd(): apóian1 a hipó-
raizes anorn1ah11ente cunas co1110 !atores de risco para a tese de que os dentes co111 ápices abertos pode1n ser 111ais
reabsorção radicular não identificou nenhu111a dessas ano- resistentes à reabsol'ção radicular apical Isso é particu!ar-
111alias con10 fatores de predisposição. 90 Obvian1ente, ou- 111ente interessante à luz da tendência ao trata1nento na
tros fatores alén1 desses identificados são envolvidos na dentadura tnista Portanto. pode ser prudente iniciar o tra-
resposta individual do paciente. en1 ten11os de reabsorção tan1ento das 111ás oclusões n1oderadas a graves aos 9 anos
decorrente do 111ovi111ento dentário ortodôntico de idade ou antes, quando a 1naioria dos incisivos tên1 ápi-
ces abertos '1~ Alén1 disso. se o 111ecanisn10 bioquín1ico
dessa aparente in1unidade dos dentes con1 ápices abertos
Controle Clínico dos Pacientes de à reabsorção radicular puder ser identificado. é possível
Alto Risco que esse conhecin1ento possa ser en1pregado na proteção
Apesar dos resultados de N1irabella e Artun,<>1 a deter- dos dentes totaln1ente fünnados
n1inação da suscetibilidade relativa do paciente à reabsorção O controle clinico da reabsorção radicular através de
radicular pode ser útil para o ortodontista Ao identificar agentes qui1nioterapêuticos é unia estratégia en1 potencial
as supostas variáveis genéticas, n1orfülógicas e associa- no ltlturo Os pesquisadores observaran1 que agentes con10
das ao tratan1ento que predispõe o paciente, con10 a expe- a tetraciclina. a doxiciclina e a tiroxina tên1 potencial de
riência de reabsorção radicular e111 un1 innão, ten1po de i111pedir ou regular n1ecanis1nos 1110Jeculares que contri-
trata1ncnto prolongado e raiz longa e estreita. o dentista buen1 con1 a reabsorção radicular •ii,.•is A triagen1 clinica
pode reconhecer os pacientes que poden1 estar en1 risco das proteinas da n1atriz da dentina no liquido do ligan1ento
elevado de reabsorção radicular periodontal pode ser tuna ferran1enta eficaz no futuro. para
As estratégias clinicas con10 a rotulação visivel dos ajudar na identi li cação pre111atura da reabsorção en1 pa-
prontuários desses pacientes e os protocolos específicos cientes. '1'1 Isso pode pennitir que o clinico revise o plano
de controle poden1 ajudar na identificação precoce de ca- de trata111cnto de qualquer paciente e111 que a reabsorção
sos que poderia111 ser graven1ente afetados pela reabsorção 1adicular tenha sido detectada e111 un1 estágio precoce
radicular Unia vez que a 111onitoração dos protocolos ra-
diográficos pcnnanece estritan1ente en1pírica con1 a for-
MEDIDAS TERAPÊUTICAS
n1ação de perlís de risco, no entanto, esses protocolos
poden1 ser aplicados en1 tuna base n1ais seletiva Os pacien- Modificação dos Planos de Tratamento
tes e111 risco elevado devcn1 ser radiografados pelo n1enos
unia vez durante o prin1eiro ano do tratan1ento, a titulo de Unia vez detectada a reabsorção radicular pelo dentista.
n1onitoração, e geraln1ente unia radiografia periapical an- deve-se detenninar o in1pacto en1 potencial no paciente,
terior tan1bén1 deve ser incluída O dentista deve to111ar de fünna que possíveis estratégias evasivas possan1 sei
cuidado ao diagnosticar as radiografias, porque pode ser utilizadas. O trata1nento da reabsorção radicular externa é
dificil diagnosticar os defeitos de reahsorção, 111esn10 con1 lin1itado ú cessação cios c\·cntos bioquhnicos que causan1
o uso das radiografias periapicais 'li Quando o perfil do a pel'da adicional da estrutura e à 111anutenção dos dentes
paciente incluir variáveis genéticas, n1orfülógicas e tera- co111pron1etidos
pêuticas, tais con10 história de trau1natis1110 prévio nos Para interro111per o processo de reabsoição, a cessação
dentes e duração longa do tratan1ento, as radiografias de do n1ovin1ento dentário ortodôntico ten1 sido proposta. 52 rno
n1onitoração deverão ser obtidas en1 intervalos 111ais fre- Essa pode não ser tuna solução adequada para o paciente
qüentes. co1no a cada 3 ou 4 n1eses O dentista deve !en1- se os o~jetivos ortodônticos ainda estão longe de sere,n
brar-se de que o paciente que não ten1 nenhun1 fator de alcançados. A n1odificação dos planos de trata1nento, con1
risco identificável para a reabsorção radicular ainda pode o ol'.ietivo de n1ininllzar o 111ovin1ento dentário, füi sugerida
incorrer na perda de estrutura radicular durante o trata- Ela pode incluir o desgaste interproxi1nal cn1 vez da extração
n1ento ortodôntico. Isso fez con1 que os pesquisadores de pré-111olares, a cirurgia ortognática ou. nos casos gra-
recon1endasse1n radiografias de 111011itoração en1 interva-
ves. a conclusão do tratan1ento anles de todos os objetivos
los regulares para todos os pacientes ortodônticos
seie111 cu111pridos Se o processo de reabsorção estivei:
tão avançado que os dentes apresentan1 111obilidade, os fios
Fatores Protetores e os splints de resina !Oran1 relatados co1no ben1-sucedi-
dos, propiciando un1 resultado favorável a longo prazo. rno
R.ecenten1ente, vários estudos indicara1n que alguns fato-
res protetores, tais con10 rizogênese inconipleta,1" 111\J 88 n tra-
tan1ento endodôntico de dentes não-traun1atizados 1393 e tra-
DIREÇÃO DE PESQUISAS FUTURAS
ta,nento con1 aspirina 9·1 poden1 ser associados a tuna inci- As pesquisas prévias desvendaran1 os eventos histológi-
472 Si:çAo V 011/JD'i ,·hpeLIO<, Relacio11ado\ ao Ti a1an1e1110
21 Reitan K, Kvan1 E: Con1parative behavior of hun1an and 38 Williams 5: A histornorphometric study of orthodonti-
animal tissue during experin1ental tooth rnovement, A11~ cally induced root resorption, E11r / Orllwd 6:35-47, 1984
glc Ortlwd 41:1-14, 1971 39 Tanaka 1 et al: Endocytosis in odontoclasts and osteo-
22 Rygh P: Ultrastructural vascular changes in pressure clasts using microperoxidase as a tracer, J Dent Res
zones of rat n1olar periodontium incident to orthodontic 69:883-889, 1990
tooth 1novement, Scand J Ocnl Res 80:307-321, 1972a 40 Brudvik P, Rygh P: The initial phase of orthodontic root
23 Rygh P: Ultastruclural cellular reactions in pressure resorption incident to local compression of the peri-
zones of rat molar periodontium incident to orlhodontic odontal ligament, E11r JOrthod 15:249-263, 1993a
tooth movement, Acla Odonl Scand 30:575-593, l 972b 41 Brudvik P, Rygh P: Non~clast cells start root resorption
24 Rygh P: Ultastructural changes of the periodontal fibers in the periphery of hyalinized zones, E11r J Orthod
and their attachn1ent in rat molar periodontium incident 15:467-480, l 993b
to orthodontic tooth movement, Sca11d J De11t Res 81:467~ 42 Sasaki I et ai: C ylodifferentiation of odontoclasts in phys-
480, 1973 iological root resorption of hurnan deciduous teeth In
25 Rygh P: Elimination of hyalinized periodontal tissues as- Davidovitch Z (ed): 'The biological 111echa11is111s oftooth er11p~
sociated \Vith orthodontic tooth rnovement, Scand JOent tio11 a11d root n:sorptio11, Birmingham, 1988, EBSCO :t'v1edia
Rcs 82:57-73, 197'! 43 Sasaki 1 et al: Multinucleated cells forn1ed on calcified
26 Rygh P: Orthodontic root resorption studied by electron dentine from mouse marro\v ce!ls treated \Vith 1 alpha,
microscopy, Anglc Ortlwd 47:1-16, 1977 25-dihydroxyvitamin 03 have ruffled borders and re-
27 Davidovitch Z et ai: Neurotransmitters, cytokines, and sorb dentine, Anal Rcc 224:379-391, 1989
the control of alveolar bone rernodeling in orthodontics, 44 Chn1nbers lJ et ai: Resorption of bone by iso!ated rabbit
Dcnl Clin Nor//1 Am 32:41J-434, 1988 osteoclasts, / Ccll Se, 66:383-399, 1984
28 Vandevska-Radunovic V et al: Changes in blood circu- 45 Chambers TJ, Darby JA, Fuller K: Mammalian collage-
lation in teeth and supporting tissues incident to exper- nase predisposes bone surfaces to osteoclastic resorp-
imental tooth movement, Eur JOrthod 16:361-369, 1994 tion, Cell Tiss11e Rcs 241 :671-675, 1985
29 Bosshardt DO, tvtasseredjian V, Nanci A: Root resorption 46 MacOonald BR et ai: Forrnation of multinucleated cells
and tissue repa ir in orthodontically trented human pre- that respond to osteotropic hormones in long-term human
n1olars ln Davidovitch Z, Mah J (eds): Biological 111echa- bane n1arro\v cu1tures, E11docri11ology 120:2326-2333, 1987
11is111s of tooth cr11ptio11, rcsorptio11 a11d replace111e11t by 47 Takahashi N et ai: Osteoclast-like cell formation and its
1111pla11ts_ Boston, 1998, Harvard Society for the Ad- regulation by· osteotropic hormones in mouse marro\v
vancernent of Orthodontics cultures, Endownologi; 122:1373-1382, 1988
30 iv1unell EF, Yen EHK, Jolu1son RB: \ 1nsculnr changcs in 48 Marks SC, Popoff SN: llone cell biology: lhe regul.:1tiun
the periodontal ligament after remova! of orthodontic of developn1ent, struchlfe, and hmction in the skeleton,
forces, Am J Orlhod Dcnlofacial Orllwp 110(3):280-286, Am JAnal 183:1-44, 1988
1996 49 Bosshardt DD: Forrnation and attachment of ne\v ce-
31 Brudvik P, Rygh P: Root resorption associated \Vith corn- mentum matrix follo\ving root resorption in human
bined orthodontic/experimental tooth rnovement: the teeth: a light- and electron n1icroscopic study ln Davi-
initial attack and the resorption/repair sequence on root dovitch Z (ed): Biological 111ccha11is111s of tooth eruption, re-
surfaces exposed to compression ln Davidovitch (ed): sorption and replace11ie11t by hnplants, Boston, 1994, Har-
Biological 11iecha11is111s of tooth cn1ptio11, tesorption and re~ vard Society for the Advancement of Orthodontics
placc111ent by i111pla11ts, Boston, 1994, Harvard Society for 50 Owman-Moll !', Kurol J, lundgren D: Repair of ortho-
the Advancement of Orthodontics dontically induced root resorption in adolescents, Angle
32 Kvarn E: Cellular dynamics on the pressure side of the 011/10d 65:403-408, 1995
rat periodontium follo\ving experimental tooth move- 51 Schn1id W: Root resorption after orthodontic treahnent,
ment, Scand J Dcnl Rcs 80:369-383, 1972 Ornlal Digcsl 38:698-699, 1931
33 Reitan K: lhe initial tissue reaction incident to ortho- 52 Levander E, Malmgren O, Eliasson S: Evaluation of root
dontic tooth rnovement as related to the influence of resorption in relation to t\VO orthodontic treatrnent
function, Acta Odonl Scm,d 9(suppl):6, 1951 regimes; a clinicai experimental study, E11r J Orthod
34 Reitan K: Clinicai and histologic observations on toolh 16:223-228, 1994
n1ovement during and after orthodontic treatn1ent, A111 J 53 Reitan K: Biomechanical principals and reaction ln
Ortlwd 53(10):721-745, 1967 Graber lM, Sv·:ain BF (eds): Orthodo11tic c11rrc11t principies
35 Reitan K: Initial tissue behavior during apical root re- a11d tech11iq11e, St Louis, 1985, Mosby
sorption, Angle Ortlwd 44(1):68-82, 1974 54 Bn1dvik F Rygh P: lhe repair of orU1odontic root resorp-
36 Andreasen JO: Revie\V of root resorption systems and tron: an ultrastructurnl study, E11r JO, tlwd 17:189-198, 1995
models: etíology of root resorption and the homeostatic 55 Sismanidou C, Lindskog S: Spatial and temporal repair
n1echanisms of the periodontal ligament ln Davidovitch patterns of orthodontically induced surface resorption
Z (ed): Tlte biological 111echa11is111s oftooth eruption and root patches, E11r f O,al Se, 103:292-298, 1995
rcsorptio11, Boston, 1988, Harvard Society for the Ad- 56 Ü\-vman-Moll P, Kurol J: Root resorption pattern during
vancement of Orthodontics orthodontic tooth movement in adolescents ln Davi-
37 Kvam E: A study of the cell-free zone follovving experi- dovitch Z, ivfah J (eds): Biological 111echa11is,11s of tootlt er11p-
mental tooth rnovement in the rat, Trans Eur Orthod Soe tio11, resorptio11 a11d replacc11ie11t by ilnplants, Boston, 1998,
45:419-434, 1970 Harvard Society for the Advancen1ent of Orthodontics
474 SEçAo V Outn>) A.\/Jel ro.1 Relacionados ao 7i·a1a111e11to
57 ()\vn1an-ivlo!I P, Kurol J, Lundgren D: f he effects of a 76 !Joyd RL, Baumrind S: Root length and interproxilnal
four-fold increased orthodontic force magnih1de on tooth bone height changes associated \Vith fixed orthodontic
n1ovement and rool resorptions: an intra-individual treahnent in adults and adolescents: design and preliin-
study in adolescents, Eur JOrthod 3:287-294, 1996 inary findings of a retrospective radiographic study In
58 Kurol J, Ü\vn1an-ivlol! P, Lundgren D: Time-related root Davidovitch Z (ed): Biologica! 111echa11is111s of tooth 111tlUl!-
resorption after application of a controlled continuous 11w11t a11d cra11/ofacial adaptio11, Colurnbus, Ohio, 1992, The
orthodontic force, !\111 f Ortl1od Dc11tofncial Orthop 110: Ohio Stale University College of Dentistry
303-310, 1996 77 Bishara SE, Vornvald L, Jakobsen JR: Changes in root
59 Reitan K: Effects of force magnitude and direction of length from early to mid-adulthood: resorption or appo-
tooth movcmcnt on cliffcrent alveolar bone types, Anglc sition? J\n, f 01/hod Dc11/oji,c,n/ Orlhop 115:563-568, 1999
Ortlwd 34:244-255, 1964 78 Parker RJ, I--Iarris EF: Directions of orthodontic tooth
60 I-larry lv1R, Sirns ivtR: Root resorption in bicuspid intru- n1oven1ent associated \\'ith externai apical root resorp-
sion: a scanning electron rnicroscopic study, Anglc Or- tion of the maxillary central incisor, A111 / Orthorl Dc11/o-
tlwd 52:235-258, 1982 facial 01 lhop 114(6):667-683, 1998
61 !vlirabella AD, 1\rtun J: Risk factors for apical root re- 79 Baun1rind 5, Korn E, Boyd RL: Apicnl 100/ rcsorplio11 ill
sorption of 1naxillary anterior teeth in adult orthodon- ort!todo11tically trl!atL'd ndol1.:sc1.:11/s, San Francisco, 1998,
tic patients, A111 f Orthod Dc11/0{11ciol Orlhop 108:48-55, University of the Pacific, in preparation
1995 80 I-Iarris EF, Kineret SE, T'olley EA: A heritable con1ponent
62 :tvlirabe!la AD, Artun J: Prevalence and severity of api- for externai a pica! root resorption in patients treated or~
cal root resorption of tnaxillary anterior teeth in adult thodontically, A111 / Orthod Dc11tofacial Orthop 111:301-
orthodontic patients, E11r JOrtlwd 17:93-99, 1995 309, 1997
63 Alexander SA: Leveis of root resorption associated \Vith 81 Rosenberg HN: An evaluation of the incidence and
continuous arch and sectional arch n1echanics, A111 f Or- an1ount of apical root resorption and dilaceration oc-
tl1od Dc11tof11ci11/ Or//10p 110:321-324, 1996 curring in orthodontical!y treated teeth, having incon1-
64 McFadden WM, Engslwm 1-1, Anholm JM: A study of the pletely forn1ed roots al lhe beginning of Begg lreatrnent.
relationship behveen incisor intrusion and root shorten- A111 J Orlhod 61:524-525, 1972
ing, J\111 / Orliwd Dc11lofoci11/ Or/hop 96:390-396, 1989 82 Kjaer I: J\llorphological characteristÍC's of dentitions de-
65 Blake M, Woodside DG, Pharoah MJ: A radiographic veloping excessive root resorption during orthoclontic
comparison of apical root resorption aftcr orthodontic treatment, E11r J Ortlwd 17:25-34, 1995
treatment \Vith lhe edge\vise and Speed appliances, A111 83 Phillips JR: Apical root resorption under orthodontic
J Ortlwrl l)i!11lofncinl Orthop 108:76-84, 1985 therapy, Anglc Orlhod 25:1-22, l 955
66 linge L, linge BO: Apical root resorption in upper an- 84 Bccks H: Rool resorption and their relation to pathologic
terior teeth, E11r JOrlhod 5:173-183, 1983 bone fonnation, I11t JOrthod 22:445-482, 1936
67 faithongchai R, Sookkorn K, Killiany DM: Facial and den- 85 Ne\vn1an \.YG: Possible etiologic factors in externai root
loalveolar struchtre and the prediction of apical root short- resorption, Am JOr 1/wd 67:522-539, 1975
ening, J\111 f Ortlwd Dc11lofaci11/ Or//wp 110:296-302, 1996 86 Odernick L: Nailbiting: frequency and association \Vith
68 Stcnvik A, Mjor IA: Pulp and dentine rcactions to ex- root resorption, Br JOrliwd 12:78-81, 1985
periinental tooth intrusion: a histologic study of the ini- 87 linge L, Linge BO: Patient characteristics and tieatn1ent
tial changes, A111 JOrlhod 57:370-385, 1970 variables associated ,vith apical root resorption during
69 Ü\vman-J\líoll P: Orthodonlic tooth moven1ent and root orthodontic treatment, A111 f 01 thod Dc11tofacial Orthop
resorption \Vith special reference to force magnitude and 99:35-43, 1991
duration: a clinicai and histological investigation in ado~ 88 Rudolph CE: An eva!uation of root resorption occurring
lescents, Swcd De111 J S11ppl 105:1-45, 1995 during orthodonhc treatrnent, JDml Res 19:367-371, 1940
70 Baurnrind S, Korn El, Boyd Rl: Apical root resorption 89 Jacobson O: Clinicai significance of root resorption, ,-\111
in orthodontically treated adults, A1n / Orthod Oc11tofa- J Orlhod 38:687-696, 1952
ci11/ Orlhop 110:311-320, 1996 90 Lee RY, Artun J, Alonzo TA: Are dental anon1aiics risk
71 Stuteville OI-!: Injuries caused by orthodontic forces and factors for apical root resorplion in orthodontic patients?
the ullirnate resu!ts of these injuries, A111 f Orthod Ornl A111 J Orlhod De11tof11ci11/ Ortl,op 116:187-195, 1999
S111s 24:103-116, 1938 91 Andreasen Ptvl et ai: Radiographic assessn1ent of sin1u-
72 O,vman-tv1oll P, Kurol J, Lundgren D: Continuous ver- lated root resorption cavities, Endod Dent Tra11111atol 3:21~
sus interrupted orthodontic force related to early tooth 27, 1987
rnoven1ent and root resorption, A11gle 01 thod 65:395-401, 92 Fenn K, Boero R, Boyd R: The effect of fixed orthodontic
1995 treatrnent on developing maxillary incisor root apiccs,
73 Vlaskalic V, Boyd R, Baun1rind S: Etiology and sequelae master's thesis, San Francisco, 1997, University of the
of root resorption, Semi11 011/rod 4:124-131, 1998 Pacific
74 Brezniak N, VVasserstein A: Root resorption after ortho- 93 Wick,vire NA et al: The effects of tooth moven1ent upon
dontic treatment Part 2 Literature revie\V, A111 / Olfhod endodontically treated teeth, ;l11gle Orthod 44:235~2-12,
Dc11/oji,cinl Orlhop 103:138-146, 1993 1974
75 Killiany DM: Root resorption caused by orthodontic 94 Kan1eyama Y et al: lnltibitory effect of aspirin on root re~
treatment: an evidence~based revie,v of literature, Se111i11 sorption induced by mechanical injury of the soft peri-
Orlhod 5:128-133, 1999 odontal tissue in rats, J Period Res 29:113~117, 1994
Re:ab.iorçâo Radicular e Alte1açõe1 ·reciduai.1 IÍllll/lrtL· 0 'TJ-lltc1111e11to Ortodônrico (APÍíULO 26 475
95 Moorees CFA, Faruüng EA, Hunt EE Jr: Age vadation of 99 Srinivasa n R, Evans C, George A: Detection of dentin
formation stages for ten perrnane nt teeth, J Dent Res matrix protein and dentin phosphop horyn in gingival
6:1490-1504, 1963 crevicular fluid, / Dwt Rcs 77:1026, 1998 (abstract)
96 Loberg El, Engstrom C: Ihyroid adrninistr ation tore~ 100 Bednar JR, Wise RJ: A practical clinicai approach to the
duce root resorption, A11gle Orthod 64:595-599, 1994 treatmen t and managen1.ent of patients experienc ing
97 Christian sen RL: Commen tary: thyroxine adn1inistra- root resorptio n during and after orthodon tic therapy
tion and its effects on root resorptio n, A11gle Orthod ln Oavidovi tch Z, tvlah J (eds): Biological 111ecl1a11isn1s of
64:399-400, 1994 tooth en1ptio11, 1esorptio11 a11d 1cplace1nc11t by i111pl1111ts.
98 Ramarnur thy NS et ai: ln vivo and in vitro inhibition of Boston, 1998, Harvard Society for the Advancem ent of
matrix 1netalloproteinases including tvHvIP~13 by severa! Orthodon tics
chemicall y modified tetracycli nes (CtvJTs) ln Davi~ 101 Grageda E et al: Gene expressio n induced by ortho-
dovitch Z, tvlah J (eds): Biological 111echn11is1ns of tooth erup~ dontic forces and root resorptio n, J Oent Res 78:202,
tio11, resorptron a11d replace11w11t by i,11pla11ts, Boston, 1998, 1999 (abstract)
I-Iarvard Society for the Advancen1.ent of Orthodon tics
rt tia
r ta nt
uxiliar
Capítulo 27
Ortodontia e Distúrbios
Craniomandibulares
Athanasios E. Athanasiou
TERMOS-CHAVE
distúrbios cranion1andibulares splint acrilico oclusal medicações tratan1ento ortodôntico
oclusão fisioterapia n1ás oclusões
Etiologia
"~ 30
~
,,
o
~ Os oc·tvts não constituen1 urna condição anor111al particu-
lar e isolada. ernbora o ter1110 abranja diversos problen1as
20 clínicos que envolven1 a n1usculatura n1astigatória. as AT'Ms.
ô ou an1bas As pesquisas atuais apóian1 a visão de que os
oc-Ms são un1 agrupan1ento de distúrbios relacionados no
10 sisten1a esto111atognático. que tê111 111uitas caracterlsticas
d en1 con1un1 Nesse sentido. a causa de uni oc·rv1 deve ser
considerada 111ultili:ltorial
20 40 60 80 Os DC'tvls pode111 estar associados a atividades estres-
Idade (anos) santes, doenças en1ocionais, 111ás relações estruturais. trau-
n1atisrno da região craniotacial. 111.i oclusão e problenu1s
Fig. 27-1 Distribuição etúriu de cinco amostras de pudentes portado-
res de disfunção da articulação temporomandihular ], Umea; 1 li n1édicos relacionados a vários tipos de artrites ou doenças
Goteborg:: Ili. Oslo;:; IV, ivlalmo; 4 V, Gokborg 5 virais
I Agcrh:rg G ct al: Dysfunction ofnrnsticatory appurntus: a bitc physiologic,1!
rocntgcno!ogical and scrological study, 51'1.'ll Ti.111dlakw:fi11b 7i'dn 62: 1192-
12 ! 1. 1970.
O Papel da Oclusão
2 Carlsson GE, Svardstrom GL ,\ survcy of thc symptomatology ofa series (1!
299 patients with St{)[m1thol.!natic dvsfunction . Sl't'/1 Ti.md!ok Tid,kr 6.t:889- O papel que a oclusão desen1penha no desenvolvi111ento
899 . 197! - -
dos DCtvis é controverso !-laje. seu papel é principahnen-
3 Hcloe B Hcloe LA: Charactcristics of u group of paticnts wi!h
tcmporomandibular joint disordcrs Cm111111111i11· De11t Oral Epidcmiol 3:72- te considerado con10 tuna contribuição para a iniciação. a
79. 1975 perpetuação ou a predisposição aos DCtvls I
-1 Rosdl l(i_ Ohcrg 1: Rcf~rr:i;: "Tcmporornan<lihubr joint trnub!cs : stu<ly
Os fútores iniciadores levan1 ao desencadean1ento dos
oJ'paticnts from n central polyclinic, Ti.111d/akanid11l11gc11 67:9.t 1-850. \ 975
5 Carlsson GE, tvlugnusson T \Vedei A: Path.:nt rccords .n a dcpartment for sintonias e estão relacionados principahnente ao lraun1a-
occh1sal physiology: an :urnlysls of cause for rctCrral, symptorns and trcmmcn! tis1no ou à sobrecarga adversa do sisten1a 111astigatórío
of 1,213 paticms, Sn•n Ti.mdlak Tid1k1 69: [ 15- !21 1976
Nos fütores de perpetuação. as seguintes subcategorias
poden1 ser incluidas:
I Os llltores con1portan1entais (desgaste, apertan1ento.
tos en1ocionais e aos estilos de vida estressantes que ca-
hábito bucal deletério e postura anonnal da 111andibula e
racterizarn essa faixa etária
da cabeça)
TU111bén1 fora,n realizados vários estudos sobre a pre-
2 Fatores sociais (poden1 afetar a percepção e inf1uencia1
valência dos siiuiis e sintonias dos DCf\1s nos diferentes
a resposta aprendida à dor)
paises e grupos étnicos, indicando ausência de desvios
3. Fatores c111ocionais (caracterizados por senti111cntos
significativos nos resultados A origen1 étnica não deve
negativos prolongados, con10 depressão e ansiedade)
ser inativo para se esperar diferenças significativas na
4 Fatores cognitivos (pensan1entos ou atitudes que. quando
prevalência de DCMs entre as populações do mundo in-
negativos. poden1 dificultar a solução da doença)
dustrializado en1 que o estilo de vida, a nutrição e os siste-
Os flltores de predisposição são processos fisiopato-
111as de serviços de saúde não di f'eren1 n1uito
lógicos, psicológicos ou estruturais que alteran1 o sistcn1a
111astigatório suficienten1ente para aun1entar o risco de
Classificação desenvolvi1nento de lllll oc·rvt
O sisten1a eston1atognático. con10 qualquer outra par-
Os sistenms de classificação tên1 sido baseados en1 sinais te do corpo, é subn1etido a intluências e n1udanças estru-
e sinto111as. tecidos de orige111. etiologia, distúrbios estru- turais e funcionais contínuas, que poden1 ser in1portantes
turais e funcionais, l'i"eqüência e classificação n1édica. Atual- para a fisiologia de todos os tecidos envolvidos Un1 1110~
111ente. existe unia notável ausência de consenso e111 rela- delo dinân1ico sobre a causa dos DCtvts foi apresentado
ção à classificação dos DCtv1s. Alé111 disso, é i111provável por Parker 1º e descreve con10 existe tuna interação contí-
que tal classificação seja unifün11en1ente aceita.'1 Os DCtvls nua entre os fatores que tenden1 a aun1entar a adaptabili-
representan1 tuna an1pla variedade de condições que en- dade do siste111a esto111atognático ou de produzir hiperfun-
volven1 fatores 1nédicos, dentários e psicológicos. De unia ção (Fig. 27-2) As alterações 1norfológicas. funcionais e
perspectiva clinica. os DCMs pode111 ser divididos en1 cinco con1portan1entais. que in!luencian1 fi:ltores con10 saüde
categorias principais: ( 1) distúrbios dos 111úsculos da 111as- geral. nutrição. estresse. postura e oclusão e induze111
480 51:ç.\o VI 011odo111ia e Trara111ento .l11xilia1
___.._
Enfrcnta1ncnto Dor/depressão
Estrutura Oclusão
Gênero Postura
OOOOHOOOOOOffffffff
""
Adaptabilidade Hiperfunção
A B
1
Função normnl Disfunção
Avaliação
l'ig. 27-J l'ma mulhcr ;ios :!O :mus tk id:idt.: cPm :1ssimL'tri,1 1:1L·ial gr,nc
A An1erican Acade111y ofC1anion1andibular Disorders (Aca- J:\.: BJ n:sul1a11d1i dc u111 l;(1ndilt1 csqucrd(1 hipl'rpl:'i~iL(l ..:11111(1 1lc1111ms-
cle11lia A111erica11a Lle Distú1hio~ C'1a11io111a11clibu/ares) pu- trado na trnnogratia sagital linl'ar \ C) ( J c(111dih1 dirL'Í!ti L:~t:1 1wr11wl
blicou nonnas baseadas en1 consenso, que destacan1 os
princípios do diagnóstico e da avaliação do DCM . 1 Parti-
cularn1ente i111portante é a classificação que conté1n os O unico padrfio disponÍ\'Ll e lógico . que pode a1ual-
critérios diagnósticos consistentes con1 a lnternational n1cntc ser usado para identilicar a presença ou ausCncia
Headache Society's Classification (Classificação da Socie- dos !)( i'vls. t: a a\'aliaçào da qui:ixa princípal do paciente.
dade Internacional de Cefflléia), que abrange os distúrbios da história. do exaine clinico e. quando indicadas. das ra-
de cefllléia, as neuralgias cranianas e a dor fhcial 11 diogralias 1\s histórias detalhadas 111édicas e dos llv!Ds.
O ol~jetivo da avaliação dos DC'Ms é detenninar a quei- e os exan1es clinicas da cabeça e do pescoço. sfio os pri-
xa principal. o diagnóstico, os JUtores que contribuen1 e o 1111.:iros t: .. na 111aioria dos casos . os unicos proct·din1e11lus
nivel de complexidade.' Todos os principais textos que que fornece111 inlürn1açõcs diagnosticas sulicientes 1=
h1lan1 o assunto dos DC'Ms, extensiva e siste1natican1ente, Os estudos 111ctoclológicos e clínicos indica111 que a
descreve111 a avaliação de triagen1, a história e o exa1ne 1adiologia e a i111agc1n da .1\Tivl de\·crfio ser usadas apenas
fisico abrangentes, a análise con1portatnenta! e psicossocial quando o paciente ap1 esentare111 assitnctrias H1ciais dcscn-
e os testes laboratoriais ou clínicos adicionais. A aplicação voh·i1nentais. relações intcnnaxilares constante111e11te 111u-
de tuna abordagen1 ben1 organizada, abrangente e siste- túYeis. ausCtH.:ia de resposta ao tratnn1ento conser, ador.
111ática é absolutan1ente obrigatória para desenvolver un1a história de trau1nntis1110 . crepitaçfio da ;\Tiv! e histl·lria de
lista de problen1as, o diagnóstico diferencial. o plano de doença rcuinútica (!;igs 27-3 a 27-7) I\H Un1 ctl11hcci-
trata111ento, a 1nonitoração e a avaliação do tratarnento n1cnto protündo das possibilidades diagnósticas e li111ita~
No que diz respeito à história, atenção especial deve ções das vúrias técnicas radiogrúlicas de,·e scn1pre prece-
ser dispensada às doenças ósseas inflan1atórias, aos dis- der a decisão de encan1inhar o paciente para u.il cxa111e O
túrbios 1nuscttlares, ao trau111a facial e cefülico e à do!' acu111u!o ele dados diagnosticos dcsnccessúrios . a inter-
fttcia! crônica . O exan1e clinico deve envolver as questões pretação exagerada dos achados ani.Hn1ais. a exposiçfio
de dor, li111itações, ruídos e desvios deta!hadan1entc. O excessiva ú radiação. o custo elc\·ado do tratan1ento e o
exa111e clínico deve incluir 111inin1an1cnte a avaliação da diagnostico incorreto poden1 ser. caso contrúrio. algun1as
111obilidade 111andibular, o con1pron1etin1ento da função da das conscqüCncias resultantes da aplicuçfio rotineira de
ATM, a detecção de dor dos 111úsculos da n1astigação e do técnicas de i111age111 da r\Tl'vl 1~ Colocado de rorn1a inais
pescoço e a dor na A1 M, e tan1bén1 unia avaliação da pos- sitnples, o dentista não deve encan1inhar o pacientc a uni
tura da cabeça e do corpo radiologista se111 l(Jnnular prin1eiro unu1 hipútesc diagnós~
Or todonl ia e Di \!IÍI /Jio\ e·, 011io111u1 llli h11/c11 (;') (,WÍTULO 27 481
Fig. 27-4 Imagem por rcssomincia magnêtica (!Rivl) da articuluçüo Fig. 27-6 Degenérnção do côndilo mandibular do !ado direito. nitida-
tcmporomnndibular do lado direito (AT!'vl) de uma tnulher eon1 38 unos mente visi\'cl nesw tomografia sagiull de um padénlé adulto do sexo
de i<lude. obtida ém abér!Ura múxima, que confirma o deslocamento masculino. que aprescntan1 crepirnção da articulação temporomandibu!ar
ankriur sem réduçiío do disco deformado ( 1·era) A paciente sofre de um (De Atha11asiou AR: Prakt Kiefcrorthop 7:269<286, 1993)
distúrbio sistêmico do eo]Íl!.!.éno, toma corticostcróidcs rc!!ulart11ét1!!.! !.!
h1i sub1nctidu a um tratame;lto com splint é !ísioternpia <l7irante 6 me~
SéS. antés da obtenção da !Riv! O tratamento resultou no aumento da
abertura múxima de 22 parn 34 mm, e na eliminação da dor muscular e
du ATivl No entanto, a paciente C incapaz de realizar movimentos
mandihularcs de protrusão e lateralidade (Dé Athanasiou AR: Prakl
Kiel"crorth(lJl 7:269-286 !993)
Ajusics frcqliL'lltcs
Bt:m· succdid,1 ,
Míll·succdidíl
A Splim <lc B
Dor e Sl' niio hOU\ 'Cf Sp!int plílno
outros sinais rcposicioníl!lll'llto 2--1 horasfdiíl
dor ou
gra\'l:S
dou plano
lfal'íltllC!llC
24 horas/dia
Splint de
rcposicionílmento
Tríltílmemo
final
I 1
1
1
Tríltíltnl'nto finíl!
--1 Cirurgia
1
rig. 27-10 Grólico da ação nos casos dl.'. lksonkm intenw d;i articulaçfü1 11.'.mroromandibular. carackrizado pelo
dcsl(icarncnto do disco com rl.'.dttçilo (A) e pelo dcslocat11cn((1 d11 disco sem rl.'.t!tu;fio (B) durante a fase aguda (De
Athunasiou AR: Prak! Kid"crorthop 7:2(19-286 !993)
totalnH:nte rtsponsúvel por esse controle, especiah11ente A relação entre a dentadura funcional e a AT rvl ten1
quando, cn1 algun1 desses casos. o f'orta!ecin1ento dos sido discutida extensivan1ente durante os ülti111os 100 anos
n1üsculos não deve ser !in1itado aos da região eston1atog- U1na revisão infOr111ativa da literatura füi apresentada re-
nàtica No entanto. existen1 equipan1entos e instru111entos centen1ente por Perry 11'
que poden1 ser usados no consultório odontológico durante Uni debate significativo en1 relação aos fhtores etioló-
o período en1 que o paciente está presente, ou regulannente gicos do DC'M envolve a contribuição das várias nuís
en1 casa ;i oclusões ou fatores oc!usais Na 111aioria dos casos. os
Os exe1nplos desses tipos de exercícios inc!uen1 aber- pontos fb:icos 111etodológicos dos estudos. direcionados a
tura e fecha111ento, protrusão e 111ovi111entos de lateralidade correlacionar os ftttores oclusais con1 o DCrvf (isto é, au-
E111 vários dos pacientes co1n des!ocan1ento do disco para sência de n1edidas confiáveis ou an1ostras heterogêneas).
anterior. se111 redução, nos quais foi decidido que o prog- tornaran1 os resultados inconclusivos. Obvia1nente. ús ve-
nóstico da recaptura do disco é rui111, a prioridade deve ser zes. as anonnalidades oclusais poden1 ser consideradas
dada à abertura gradual da boca. Esse objetivo pode ser fatores de predisposiçfio ou iniciação da ocorrência dos
cu1nprido pela realizaçfio de exercícios Jisicos regulares nesse DCl'vls
sentido 12 Os sinais de disfunção poden1 ser 11111 resultado de co1110
Os sinto1nas de DC'rvls e especiahnente da dor buco- o indivíduo usa a oclusão. e nfio un1 resultado de suas ca-
fücial pode111 ser controlado con1 n1edicaçõcs. No entan- racterísticas estl'uturais n c·o11seqüenten1ente. o tenno oc/11-
to, esse controle é un1 auxilio i1nportante para outras 1110- siio niio-_/hiolágica não en1prega unia relaçfio de causa e
dalidades de tratan1ento Co1110 acontece ern todos os tra- efCito
tatnentos. o estabelecin1ento de uni diagnóstico adequado Para exe1np!o, en1 indivíduos con1 trespasse vertical
é crucial para detenninar o n1edícan1ento 111ais apropriado exagerado, trespasse horizontal 1ninin10 e inclinação lin-
Várias categorias de 1nedicarncntos pode111 ser prescritas gual elos incisivos superiores. t1111a orientaçfio n1uscular
para os pacientes portadores de DCtvL incluindo agentes 111andibular precisa durante a 13se de ICchan1ento da 111as-
antiinflan1atórios, agentes ansioliticos. anti-histan1ínicos, tigação é necessária, a fi111 ele evitar interferências incisi-
analgésicos opiáceos/narcóticos. anestésicos locais e anti- vas Essa resposta pode ser associada a tuna açfio signifi-
depressivos Por exen1plo, quando o uso de un1 1nedica- cativa dos n1úsculos te111porais posteriores. através de 1nna
111ento é crucial. pode ser discutida a prescrição de agen- sobreposição aun1entada entre os n1úsculos elevador. pte-
tes antiinflan1atórios para pacientes portadores de poliar- rigóideo lateral e digástrico. na troca da abertura pelo IC-
trites 1·' cha1nento e vice-versa (Fig 27-12).~~
O controle conse,vador dos problemas de DCM em En1bora o papel da oclusão nos DCMs seja envolto
an1biente clínico ou de prática particular é considerado a en1 discórdia. seus efeitos en1 potencial sobre a bion1ecünica
abordagen1 n1ais lógica O 111esn10 se aplica às práticas do con1plexo craniolhcial não poden1 ser ignorados. rvtcNcill
ortodônticas. 14 e cols. 2<1 fürn1ularan1 a teoria de que unia série 111ais a111pla
de ti:ttores bion1ecünicos contribui con1 o desenvolvi111cnto
DCM E OCLUSÃO dos oc·Ms. e nfio apenas os fillores oclusais isolados
Pullinger, Selig1nan e Gornbein 30 aplicaran1 a análise
No presente contexto . Arnsterda1n definiu dois tipos de de vários fl1tores. que indicou tuna baixa correlação entre
oclusão. A fisiológica é aquela que se adapta ao esforço da a oclusão e o DTNI No entanto, os seguintes fhtores oclu-
função e pode ser n1antida indefinidan1ente. A oclusão pato- sais apresentaran1 tnna ligeira telação:
lógica nfio pode funcionar sen1 contribuir co111 sua própria
Mordida aberta
destruição.~~
2 Trespasses horizontais superiores a 6 ou 7 111111
3 Posição de contato retraída/posição intercuspídea
co111 desliza111ento superior a 4 111111
4 Mordida cruzada lingual unilateral
5 Ausência de 5 ou 1nais dentes posteriores
Condições ou Pré-requisitos que Caracterizam a
Oclusão Fisiológica No que diz respeito à distribuição dos contatos oclusais,
a si111etria de sua intensidade (e csfürço), e não a sin1etria
o A oclusão fisiológica pode ser tuna 1ná oclusão que
do seu nún1ero en1 oclusão posterior, pareceu in1portante
se encontl'a en1 un1 estado de saúde
o t\ oclusão fisiológica adaptou-se ben1 .10 seu an1-
na relação con1 a fl1nçfio ten1poron1andibu!ac·; 1 As ceftiléias
biente n1ais freqüentes e nun1erosas. en1 indivíduos con1 n1enos
e A oclusão fisiológica não tcn1 n1ani!Cstaçõcs patoló- contatos oclusais, tan1bén1 foran1 percebidas 3~
gicas ou disfunções Pullinger e Selign1an 33 esti1nara111 que os fhtores oclu-
A oclusão fisiológica se encontra en1 estado de bar- sais contribuen1 co1n cerca de I O a 20(;-'(1 do espectro total
" n1onia e não requer tratainento de aspectos n1ultifhtoriais, que di!Crencia as pessoas sau-
dáveis dos pacientes portadores de DTM
O, todo11t ia e /)i \ tll1 hirH ( n.111ion1a11lli/nilun.'\ (,\l'ÍTULO 27 485
A A
B B
Fig. 27-13 Vistas fromal (,\) e latem[ direita (Bl de relaç(ies nelusais
pós-tratamcf\\o inadequadas, cm uma mulher com 21 anos de idade que
se apresenta e(1m trauma oelusal. sinais graves de desordem interna tb
artícul:içün temporomandibular e hipcrati\·idadc muscular :\ paciente
foi submetida u tratamento ortodúntien C()!ll apan.'lhns removíYeis e ú
e C:'itraçfio dos quatro primeiros pr(:-nH1lares. em idadt• precoce Neste
easo um proecssn legal e(111tra o dentista foi iniciado pela pat:icnte, que
alinn:na que os sinais de doença tempnromandibul.ir l'oram relaciona-
dos ao !ratamento nrtodôntico pr~\'io; (l denti~ttt foi eonsidernd(1 culpa-
do (De :\thanasiou :\R: /'rala Khfi.:ro11fwp 7:269<!86. 1993)
figs. 27-12 ,\ c B fv!ú oclusão caractcriz.ada por trespasse vertical 111eros estudos dcscartaran1 o trata111ento ortodôntico con10
e:'iagcrndo trespasse !wrizonta! rninimo e inclinação lingual dos incisi-
uni fator etiológico e forneceran1 algun1as advertências
vos superiores. ern uma mulher jovem que sofre de mialgia mastigatória
C, Essa condiçfü1 pode ser relaeiorwtla com a açüt1 muscul:ir exces:,iva, dignas de nota para o profissional da Ortodontia
nccessúria para produzír guia nniseular mandibular e evitar as interferên- As surpreendentes evidCncias apóia1n a conclusão de
cias incisais (De ,\thanusiou ,\R: Prakt Kiclcrorthop 7:269-286 1993) que o tn11nn1ent0 ortodôntico realizado en1 crianças e ado-
lescentes gcralinente não é risco de desenvolvi111e11to de
DC'Ms cn1 idade posterior ·14 Duas explicações principais
fora111 defendidas: ( 1) a 111ultiplieidade de fatores que po-
DCM E TRATAMENTO de111 ser responsáveis pela produção ou a exacerbação do
ORTODÔNTICO oc·M e (2) a n1ecanoterapia orlodàntica. que produz n1u-
danças graduais en1 un1 an1biente gerahnente adaptativo,
Tradicionalinente. os ortodontistas tentara111 111e\horar a Por outro lado. se o tratan1ento ortodõntico ou qual-
estética e a saúde bucal. e ta111bé111 a estabilidade e a fun- quer outro tratan1ento dentário con1pron1eter a habilidade
ção da dentadura tratada Brodie. Thon1pson e Ricketts do sisten1a eston1atognático de se adaptar. ele pode n1uito
IOran1 considerados lideres da con1unidade ortodàntica nor- be111 predispor ao DC'NI ou perpetuar u1n distúrbio existente
te-an1ericana. quando enfütizara1n a relação entre a oclusão As relações oclusais pós-trata1nento inadequadas que cau-
e a ATM 2'' san1 trau1natisn10. desloca1nento n1andibular grave ou hipe-
E1n tuna pesquisa sobre a in1pericia nos Estados Uni- ratividade n1uscular poden1 ser exe111plos de origen1 iatro-
dos, uni ortodontista foi considerado responsável por uni gênica relacionada à ocorrência do DC!'vl (Fig. 27-13). Unia
paciente ter sofi"ido de sinto1nas de oc·rvt. Esse caso pro- recidiva ortodôntica significativa, que cria desequilibrio
vocou unu1 resposla da An1erican Association of Ortho- funcional entre a AT !'vt. os 111úsculos e a oclusão. pode
dontists (Associação A111ericana de Ortodontistas). que tan1bén1 contribuir con1 a ocorrência de sinais e sinton1as
patrocinou tuna pesquisa relacionada ao tratan1ento orto- de oc·rv1s e111 alguns pacientes. No entanto. tuna distinção
dôntico e seu el'cito sobre a AT!'vl Os resultados de inú- clara deve ser feita entre cada caso de fJC!'vl provocado
486 51:ç.\o VI (hrudo11tio e nu1a111ento A11xiliu1
B e
D E
Fig. 27-14 1:(ltograti.is fro111al L' <k pt:rlil /,\) \ÍSla trnnta! IB) L' latL'rnl direita(() das rl'l,içlit:s oclusaís de uma
mulhi.:r com 25 anos di: idadL' :\ pacit:ntL' usou um sp!irll odusal supL'rior t(llal. pi.mo durnnti.: 2-1 horas por <lia (0)
h1n1<H1-si.:: assi11tomú1il:a L' !"ui L'!H.:arninhada por uma t:linka de distúrbi<1:s craniomandibularcs para o tratamt:nto
ortod{mtil:o cnm o ojdi\ o th.: obtcr a ..::stahili,açfü1 11dusal linal :\ re\ is:1t1 da histori;1 e do:, tratamentos pré\ ios
dL'ssa paeient1.: n.:\L'lou um diagnostico de deslocamento an!erior com rcduçilti do <lisco da ,1rticulaçilo tempo-
romandihular do latl(1 direito. tratamt:!\l(l mal stu.:ellidu com o splint reposici(l!W!llL'tHo cirúrgico rnal sui:cdido do
dis,u. r,mtH;ilo cirurgh:a du disco ç tlSP subseqüente de outro splint. parn obter estabilidade oclusal e .ilivio da
artieulai;ilu :\ paciente J()i tratada i.:om aparclh11s or!(1dl1ntieus lixos .;um u splint i.:m pnsíçilu ( E). atê que a rclaç.1n
interoi.:!usal 1:~l,i\cl lni es!ahekcida {!;) ,\s ri:!;1t;íícs oelus.iis ídl.!;1ls !oram obtidas ptis-lratamcnto, da forma que
ap.líl.!L'l.!111 nas \Í,;!as lhintal (GJ e na l,1ti:ral dirl.!ÍW (Ili I S1)híl'pt1siçiln total dt,s traçatkis 1.!1.!liilométrii:os. que indica
movimi.:nl(is tkntürius pc-qucnus nu sentido sagit,ll. No c-ntanlo urna rot,1çüu significativa da rnundihula para
antcríor. que OL'OITl.!U l' con!ribuiu com ll ki.:harnentu da mordida. p(1de ser atributda print.:ipalme!\11.! ú i.:11rreção da rn:i
relaçãti ticlusal lrans\ersa nas ri:git'il.!s dos m11lari.:s (De Athanasinu :\R: Prakt Kieferorthop 7:269-28/J. !993)
por diagnósticos ortodónticos incorretos ou insucesso do pendente111ente ele envolver ou não exodontia. tenha qual-
trata1ncnto, e tentativas injustilícúveis de associar sistc- quer efeito causador sobre o DCrvl Por outro lado. os
1natica1nentc qualquer tratan1ento ortodôntico ú causa de estudos con1provara111 que os individuas sub1netidos a tra-
um DCM tan1cnto ortodôntico durante a inlüncia apresentan1 un1
Alén1 disso. nenhun1a prova cientifica indica que qual- índice de disfi.1nçiio clinica signilicativan1ente inferior du-
quer 111étodo específico de trata,ncnto ortodõntico . indc- rante a n1aturidade, co111parados con1 aqueles que nfio rc-
O, todo111ia I.! DiHIÍ1 hio.\ C/'a11io111c111dih11/ares G\l'ÍTULO 27 487
F G
93BBL
-271187
-- -25 06 90
'
1
'
/
ceben:un tratan1ento ortodôntico .;.: Ta111bé111 existe111 n1ui- Como qualquer outro problema de saúde. o DCM pode
tos pacientes portadores ele oc·rv1 que aprcscntavan1 uni se apresentar durante o exa111e inicial <lo paciente orto-
controle be111-suceclido e depois !Oran1 sub111etidos a tra- dôntico, ou então pode ocorrer durante o trata1nento ou
tan1ento ortodôntico. a ri111 de pron1ovcr a estabilização nos períodos de pós-tratan1ento e pós-contenção
oclusal linal (fig 27-1-l)
Antes do Tratamento Ortodôntico 13, 35
CONTROLE DO DCM NA CLÍNICA Todas os pacientes. independente111ente do tipo de n1á
ORTODÔNTICA oclusfío e dos 111otivos de busca do tratan1ento ortoclôntic.:o.
cleven1 receber a 111esn1a atençfío durante a triagen1. antes
Un1 nún1ero crescente de pacientes portadores de oc·rv1 do iníc.:io do tratan1ento. c·on10 já 111encionado, essa etapa
está sendo exa111inado nos consultórios ortodônticos Po- deve inc.:luir o exan1e te1nporo1nandibular detalhado. a his-
den1 haver várias explicações para esse ICnôn1cno Para tória 111édica e o exa1ne clínico da cabeça e do pesc.:oço .
exen1plo, o tratan1cnto ortodôntico cstú hoje rotineira- No que diz respeito à história, atenção especial deve ser
n1ente disponlvel para adultos cuja prevalência de oc-rvt é dispensada aos distúrbios inllan1atórios ósseos ou 111uscu-
n1aís alta do que en1 crianças Alén1 disso. o tratan1ento lares (por ex, artrite reun1atóide), ao traun1atis1110 cranio-
ortodôntico auxiliar é rreqücntcn1ente usado para facilitai lt1c.:ial e à dor facial crônica (Fig 27-15)
outros procedi1ncntos odontológicos. nccessúrios para con- Se nfío houver evidência de oc·rv1. o ortodontista deve
trolar doenças e restaurar a !'unção Alén1 disso. os orto- prosseguir con1 o trata111cnto ortodôntico da n1aneira pla-
dontistas são n1ais capazes de iclenti !icar. diagnosticar e ne.iada Se houver evidência, un1 diagnóstico diferencial
COlllJ"O!ar OS D('f'vJs, COlllO resultado do JneJhor treinan1ento deve ser fír1nado. e a severidade do distúrbio deve ser
durante a graduação e a pós-graduação e dos progra,nas avaliada A prin1eira 1nedida é inforn1ar ao paciente corre-
de instrução contínua tan1ente e docu111entar os achados na sua ficha Depois.
488 51:ç.\o VI 011odonria e T1afl1111c1110 A11.rilia1
Protocolo de Exame
Nome do pílCÍl'llte: - - - - - - - - - - - - - - - - - - Dr:---------------~
Endereço: - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Endereço: - - - - - - - - - - - - - - - - -
Profissílo: - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Data do CXíllllC: - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Queixa principal:
Fig. 27~15 Forrnulúrio padronizado para ;mamnc:;c (A) e registros clínicos (B) usados no exame de pacientes con1
distúrbios craniomandihulurcs Esses Jormul[irios foram produzidos cm 1985 pela Europenn Acadcmy oi
Crnniomandibul:ir Disorders (Academia Européia de Distúrbios Craniomandibulares) (De Athanasiou AR: PraJ.t
khferonlwp 7:269<!86. l 993 )
o, todont Í{I e Di)IIÍI biu., ( 1{IIIÍ0/1/(ll/dihu/an.!\' 489
Achados clínicos
Amplitude de Abenurn (com Desvio no
movimento" trespasse vertical) Omm movimento O Direito O Esquerdo
D [
Lmeríllidadt: , ~ , Laternlidílcle
para a dircitaó $
cirnra íl esquertla
Protn1sílo
D
Auscultaçílo Estalido tlíl J\T/\'1 Crcpitaçílo <líl AT1'.·1
Importante Se você nílo consegue e.xplkílr a qucixíl principíll nílo comece íl trmar!
En(íllninht: o pacienlé a um t:Spccialistal
J\s rndiogrníi;:is st:mprc devem ser obtidíls quílndo você suspeitar de:
l'or Í.l\'or preend1íl o, qundros com a qunntidade de movimentos i.:m mm No diagrnnlíl do lado direito desenhe as delle.xües ou deS\'ios da
linha média durame os rnovirm:ntos di: nberttJííl e/ou fechamento t: rnmbêm a posiçiio cm que os ruidns da 1\Tt\l ocorrem
A B
e D
Fig. 27-16 roiogralias li·onw! (:\) e pcrtil (B) c ,·istas fronta! {C) <•.' hnt:ral direita {D) du n:lação oc!usa! de uma
paeicnte C(ltll !.t at1(1s d.: idHdl! :\ padt:ntc apn:scrHou sinais graves de deslocamento d(1 di;;co para anterior. com
redução Um splitll oelusal inferior pardal ph11111 roi usado durante a primeira fosi.:: do tratarnent(1 Depois de .J. mcsi.:s
de trntami.:nto com o splint. a pacicntc tonHiu-sc assintomútica Visto quc a paciente nfüi c11nscgui.i ocluir cm
posição de múxima intt.:n:uspidaçiiu sem ;i rcddi, a dos sintomas, foi intlicado u tratamento ortodôntico para obter
a cstabí!izaçfü1 {H:lusal final :\pt'is a 111u1Hagcrn no articulador com e scrn o sp!int
dependendo do diagnóstico preli111inar. pode ser decidido tinuar sendo regulannente observado pelo dentista que tra-
se o controle do problcn1a in:í ser realizado no consultório tou inicia!inente o oc·rvt
ortodóntico. ou se o paciente será cncan1inhaclo a un1 co- Nen1 todos os pacientes sub1netidos ao tratan1cnto do
lega 111ais especializado e envolvido nesse can1po DC'M precisan1 de trata111ento orlodóntico por n1otivos
En1 geral. o tratan1ento ortoclôntico não deve ser rea- funcionais/oclusais Existen1 casos en1 que. após o trata-
lizado e1n pacientes que aprese11tcn1 sinais e sintonias agu- n1ento do DC'NL o paciente pode ter unia função esto111atog-
dos e severos de DC"ivts. até que esses problenias esteja111 nútica aceitável. utilizando-se as relações oclusais existen-
sob controle Nos casos de sintonias ou sinais sccundúrios tes se111 nenhun1a intervenção ortodôntica No entanto. cxis-
(isto é, estalido da ATrvl scn1 dor). o tratan1cnto ortodôntico te1n pacientes que apresenta111 sintonias 111íni111os ou au-
pode ser reconiendado e iniciado. nu1s a n1011iloração e a sentes de DC'M após o início do tratan1ento coni o splint.
observação do oc·rv1 são neccssürias 111as suas tentativas de interro1nper o uso do splint não
Após o controle do DC't'vl através de tuna das vúrias obteve sucesso por causa de recidiva ou descon!Orto. Nes-
111odalidades terapêuticas já discutidas. ou unu1 con1bina- ses casos. quando os pacientes não conseguiren1 funcio-
çijo entre elas, o trati.1111ento ortodôntico deverá prosseguir nar con1 as relações oclusais existentes, o tratan1ento oclusal
apenas se o paciente não sentir dor. apresentar funciona- poderú ser necessário para pron1over a estabilidade duran-
niento adequado e unia posição n1andibular esttlvcl no n1i- te a função As n1udanças oclusais 1nenores ou 1naiores
ninio por 3 a 6 111cses Alén1 disso. o paciente precisa con- pode111 ser adquiridas através do equilibrio. de restaurações
( J, todu11rio c f)iHIÍI húH ( ra11iu11!l111clih11/au!\ C·\l'ÍT!ILO 2'7 491
A
B
e [)
E F
J:ig 27-16. continua~'iío F ,\ :l\alia1;:1ti tridimt:nsitina[ das rdai;Oes tH.:lusais n:\dou it1lerfer0ndas preeoi.:es na
odus:1u ankri,it· t\ paeknti.: !(li tratada inki:drnente eom apart:lhos ortodôntii.:os lixos no areo dent.írin superior eom
o splint instal:1d11 1111 are() inkri1ir ((:). atl.'. qui.: uma ri.:lai,:;}(l interodusa! estÚ\'i.:I fosse estabi.:kdda (G e J-1) Ri:l:u;Oes
oi.:lusai~ l·:..i.:ekntl:S !i1ram uhtida~ pos-lrataml:tlt\1 l' são dl:rntinstradas nas ,istas fn1n1.il (1) l: !attral direita (.1)
dentárias con1 n:sina ou a111úlgnn1a . prótese . ortodontia t..: Durante o Tratamento Ortodôntico 13
cirurgia onognútica (Fig 27-!ô)
Obvian1cnte, ainda podetn ha\"t~r outros n1otiYos para ()s cxan1es clínicos da função do sisten1a eston1atognútico
buscar e realizar o tratnn1c11to onodôntico após a !iisc inicial deve,n ser realizados regularn1ente durante todo o periodo
do controle do J)CivL incluindo cst~tica dcntúria ou Jücial do tratan1ento onodôntico. Se sinais e si11to1nas graves de
e preparo do trabalho dentúrio para restauração. prótese oc·rv1 ocorrerc111 durante o trata111ento ortodôntico. o diag-
ou tratan1ento pcriodontal nóstico diferencial influcnciani as decisões do ortodontista
Após ll sucesso do controle do fJ( lvl. o o!'lodontista de adiar o tratan1t.~nto, corrigir a oclusão co111 n1ovin1entos
deve respeitar o 110\ o cquilibrio funcional apresentado entn.: ortodônticos ou interro1nper o tratan1ento
as ATNls. os 1nusculos da 111astigayào e as rclayOcs oclusais O diagnóstico di fcrencial deve ser linnado antes de
terapêuticas Subseqüentcn1ente. os regist1 os interoclusais qualquer decisão rel'ercnte ú continuação cio tratan1ento
adequados . a 111ontagc111 do caso no a1ticulador e a 111011i- ortodôntico ( isto é, casos en1 que o dentista considera o
toração de todos os aspectos J"uncionais são necessürios adia1ncnto do trata111ento até que o rJC'rvt est~ja sob con-
(Fig 27-171 trole) Nesses casos. todas as 111oda!idades de controle do
492 Sr:cAo VJ ()1rodo11tia (.' natal/1(.'J/(O A11.ri/ia1
RESUMO
O desenvolvilnento dos DC'Ms não pode ser previsto Utna
vez que o DCI'vI está presente. não se pode presu111ir ou
garantir a cura. Ncnhun1 111étodo de prevenção desse tipo
de distúrbio foi demonstrado.
A hannonia da interface entre os dentes, os n1üscu-
los, os nervos, o tecido do suporte e as AT Ms deve ser
estabelecida para pron1over a saúde, a eficiência funcio-
nal, a estética e a estabilidade de todo o siste111a eston1a-
tognático "' Uma posição ideal de côndilo/disco, durante
tnna atividade 111uscular integrada otin1izada, con1 estabili-
dade oclusal 1náxi1na, deve constituir o objetivo funcional
de qualquer ortodontista 2~
Fig. 27-18 Vista tronta! da oclusão com os aparelhos ortodónticos Até 501Yc1 da população pode apresentar unia atividade
fixos instalados nos dois arcos dcntúrios i:: um splint oclusal inferior parafuncional noturna descontrolada en1 algun1 1non1ento
total. plano cm uma menina de 1-l anos A paciente apn:scntou sinto- de sua vida, con10 uni 1necanisn10 de liberação de estresse/
rnas lc\'CS de disturbio!-i craniornandibu!nrcs durante o tratamento
ortodôntico Após o us(1 do splínt crn tempo integral por 2 meses. os tensão. e, portanto. a proteção das ATtvls é essencial O
sintomas f(1ra111 dirninados Suhseqüen!erncntc o splint lói rt!movido e sin1plcs uso de uni splint ú noite pode ser a única 111edida
o tratamento nrtodôntico prosseguiu da maneira originalmente plane- necessária Se houver invasão funcional do coxin1 retro-
jada
discai durante o dia. outras 111edidas poden1 ser to1nadas
pelo dentista A natureza forneceu u111 eficiente 1necanisn10
para o sisten1a esto111atognático 111ultifuncional; a con1preen-
são dos aspectos fisiológicos desse sistcn1a é un1 requisito
DCrvl, discutidas prcvian1ente, precisan1 ser aplicadas (Fig básico ~r,
27-18)
Os sintonias de íJC·rv1 que ocorrcn1 durante o trata- De ucordo com a literatura existente. a relação dos DTi\ls
c~im a odus.io e o tratamento ortodôntico 0 mínima Uma
n1ento ortodôntico podern ser associados a intertCrências
questão importante que ainda permanece na Odontologia 0
traun1úticas oclusais relacionadas con1 os n1ovi1nentos como essa contribuição mínima pode ser identificada dentro
dentários Nesses casos, os n1ovi111entos ortodônticos cor- da população de pacientes portadores de Dti\,!s
Ortodo111ia DiHú1 hio, CI a11ioJJ1a1u/ih11/a1 e,
L' (,\!'ÍTULO 27 493
TERMOS-CHAVE
U111 11u11u.:ru c1esce11ti.: de adultos. co111 unia a111pla varie~ cessidadcs saluta1es do paciente. A avaliação da 111ú oclusão
dade de 111ús oclusões. é cncan1inhado para tratan1ento propria1ncnte dita é o ültin10 enlüque da análise diagnóstica
onodôntico . f\lguns problc111as são pequenos e respon-
de1n be111 a n1ecünicas rclativa111cntc sin1ples. re111ovíveis
ou fixas 12 Outras 111ás oclusõcs n::qucren1 unia aborda-
CONSIDERAÇÕES MÉDICAS
gen1 n1ais abrangente co111 aparelhos fixos totais. 3·' 1 Atual-
1nente. o grupo de pacientes que 111ais cresce é o de adul- Problemas de Saúde Genéticos e
tos en1 1neia-idade e 111ais velhos. portadores de 111ús Adquiridos
oclusões co111plexas, e parcialn1ente desdentados Esse
últin10 é u111 problen1a frcqüenten1cnte desafiador. que re- lodos os adultos, e111 especial os parcialn1cnte edêntulos.
quer u1n trata,nento n1ultidisciplinar integrado. ('()lllpara- clevc1n ser subn1ctidos a unia triagc111 detalhada de probk:-
clas con1 os problc111as de crianças e adolescentes. as n1ús n1ns de saúde genéticos e adquiridos Os ltltores n1~dicos
oclusôes de adultos são gcraln1cnte n1ais con1plexas por que contra-indica111 o tratan1ento dentúrio eletivo. con10 o
causa de f'atorcs niédicos. co1npro111etin1ento pcriodontal infarto recente do 1niocúrdio, a prótese valvular. o co111-
e Lo1nplicaçôes runcionais." 111 pro1neti111ento renal grave. o a!coolis1110 crônico e a de-
Na avaliação de un1 novo paciente. o objetivo inicial pendência de drogas. deven1 ser respeitados ;\lé111 disso.
(Fig. 28-1) é a con1pilação de tuna base de dados diagnos- qualquer doença resistente ao trata1nento. por exe111plo
ticos detalhados Para não se esquecer de ncnhun1 problc- diabete descontrolado. osteoporose ou osteo111alácia. po-
nu1 signi!icativo, é iinportantc obedecer un1 processo de de1n in1pcdir un1 resultado previsivel do lrata111ento da 111a-
avaliação disciplinado. Con1ece con1 a consideração geral nipulação óssea'' 111 Os fütores 111édicos adversos são con-
da saude do paciente (o "quadro nulior'"): a queixa princi- siderações hiolbgicas que Ji111ilan1 o potencial cio trata-
pal. n avaliação 1nédica, as considerações psicológiLns e o n1cnto ortodfintico cnt adultos
estilo de vida O próxin10 objetivo é concentrar-se pro- Os avanços na l'vledicina reduziran1 os riscos de trata-
gressivan1e11te na lücc. na cavidade bucal. no periodonto, 1nento dcntúrio eletivo para 11111itos adultos en1 trata1nento
nos dentes e na 111ú oclusão (ve.ia Seção li) Nunu1 avalia- inédico Os pacientes en1 potencial. con1 distúrbios gené-
ção abrangente e ben1-ordenada, a n1ú oclusão é o últin10 ticos (Fig 28-2) ou n1esn10 co111 história de radioterapia
hllor a ser considerado . Un1 processo de avaliação disci- na 111axi!a (Fig 28-3 ). podc1n ser candidatos à Ortodontia
plinado ~ análogo a u111 alvo. que representa todas as ne- c·havanaz 111 relatou que 1nuitos proble111as 111édicos '"sérios
494
Ti afl//lll:llfo ()1 fodá11rh u ( uat(!1n·o11te e111 Adulto., (Al'ÍTllLO 28 495
[)
Metabolismo do Cálcio e Massa Óssea
Os estudos epidc111iolúgicos nos Estados Unidos sobre adul-
tos co111 n1ais de 50 nnos de idade docu111entaran1 11111a alta
incidência de osteopenia (111assa óssea baixa assintonuítica)
e osteoporose (111assa óssea baixa sinto1nútica ou potcncial-
111ente sintoinútica). 11 A \Vorld Health Organization (\Vi-10,
a ()rga11i::aç iio 1\/u,ulial ela 5a1Ílle) define a O\leopenia rig. 28-2 ,\ a C. Uma mulher adulta jo\"l.'lll se apresenta i.:nm mú
oclusão. parcial11H:n1e destkrllada ern conscqui:ncia de dentit1(1gi:nese
con10 tuna 111assa óssea de I a 2.5 desvio padrão (DP)
imperli:ita Cla tem histt'lria dl..' fraturn <llraumütica de dentes permanen-
abaixo da média parn o adulto jovem (MAJ) A WHO defi- tes multiplos A paciente tói encaminhada por urn protesista para o
niu a o\teoporo\'l.' con10 2.5 DP abaixo da tvlAJ f\s n1edi- alinhamcnhi prC-prntêtico 1), A radiugraria pa11\lrümic:1 rcYela uma
ções da densidade 111ineral óssea (Div10) c111 n1ulheres adul- dcntii,:iín frúgil cum aus0ncia dc \·:iritis dentes O mulnr inlCrior esquer-
do cstú Jraturadn e tem um prognostko qucstionú\·el O :dinhamento
tas con1 111ais de 50 anos de idade indican1111 que entre 13
prê-protl!tkn ê indicado para otimizar a distribuição li.mciona! dos pila-
e l 81X) tC111 osteoporose e entre 37 e 50(~1) tên1 osteopenia !"<.'S para as prútcses Ji.,as
496 Su:,\(1 VJ ( h tudo1U1t1 L' 7i <lfo111t'll!o Anrilio1
A B
e D
l·ig. 28-J :\ a C ,\s \Ístas in1rabw.:ais da oi.:lusJo de u11w adolesi.:i.:nll! mostram displasia de csmalti.: nos incishos
c,minos t: pri11i.:in1s 11wlar..:s pt·rm,111<.:ntes .-\ p,Kkntc r..:n.:hi:u radiot..:-rapi,1 na maxila hú aproximadami.:ntc 3 anos
para tratar um hl.'m.111gio111,1 bucofa,:ia! Os pré-n11i!ar\.!s nâP !Pram aktados D. Uma totngralía oclusal inlerinr
n.:,cla qu1.· apc11;1s os ino.:isi\(lS 1:anim1s e primcinis molar.:-s tornm aktadtis Os dcnlt:s pcnnan<.·ntcs (pr~·nwl.in.:s e
scgtmdti:, llHilarL"sJ nüu l\1ram akt:1dns porque o csmal!l.' !11nnou-sc apos o p.:rit1dn d.i radiukrapia l:.xist.: irrupi;ilu
pan:üd e a1ras,1d,1 d1.: \Úrios dcntcs D1.•\ ido ü c;1.te11sa llú:cssidadc d..: r1:staurai,:fü1 cssc probk·111;1 (• dassilkado i:onw
11111a mú oclusfüi :1duha (!)<.· Rohi:rts \\ l~: !11di111111 /)u1t ·J\"\'o{ I 7(1 (2): 33--11 ! 1J(J7 J
Células Glândulas
Dieta 100 mg (l~ó) pnratireóideas
1 000 mg/dia
PTH
®
Secreção
200 mg/din
t i Aposição
de 400 ,ng/dia
Fezes
900 mg/dia 25-0H
Vitamina D
Fígado f
Urina
100 mg/dia
LJ A
Pele
Vitamina 0 1
Dieta
Vitamina D2
l·ig 28--l {I d<csl'11IH1 esqui:111(1tii:o ,his prini:ipais i:kmeutns du nh:t.1bolis111n do i:úkio rl'\da a ,klii:ada tisi\1logia
assrn.:i,1,la :10 i:quílibrio tl'l"ll ,hi i:úkin l 111:1 anomalia dl' um P\! mais dos urgãos ernohid(1s pode ser assrn.:i,1da a um
1
equilíbrio lll'gati\11 do i:úkio. qu<.· l'\e11lt1a!m<cnll' s<c m,111iks1a conH1 osteopeni.i (Dl' Graber T;-..1. \lanarsdall RL JR
l<cds ): (lr tl111d,,1111t 1 1111 n111 !'' inl i11h 1· 011d ll 1 h11ii;1h I i:d 3 St l.Puis 2000 ;-..1ushy
Trara111e11ro ()11ocló111 fr o Ccuufj uran(L· e111 A dullo\ C1\l'ÍTl!l.O 28 497
Comentílrios _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
Fig. 28-5 Questiomirio suplementar de saúde usado para c!uddur informaç0es espedticus sobre (lS fatores de risco da osteoporose
En1 hon1ens da n1esn1a idade, 3 a 61X> tê1n osteoporose e apresentaran1 para a consulta ortodôntica con10 parte de
28 a 4?(Xi tê111 osteopenia 11 En1 a1nbos os gêneros. a or- unia avaliação 111ultidisciplinar.1 Usando a anúlise do tiltor
de111 étnica de pievalência da osteopenia e da osteoporose. de risco de osteopenin (veja Fig. 28-5). 44!1(> dos pacien-
nos Estados Unidos. é: Branco> Hispânico> Negro Note tes e111 potencia[ fora111 cncan1inhados para avaliação n1é-
que n1es1110 no grupo de 111enor risco, que é o de ho111ens dica, incluindo tuna 1nedição da DfvlO dos quadris, da co-
negros. a prevalência da osteoporose ainda é de aproxin1a- luna vertebral e do punho (Fig 28-6). Essa fração de a1nos-
dan1ente J<X> e da osteopenia. 28 1X1 O risco de unia n1assa tra de pacientes ortodônticos (441X1) é con1parável aos re-
óssea baixa não é con1u1n para nenhun1 grupo da socieda- sultados de Looker e cais , 11 de que até 47 1XJ dos hon1ens
de nioderna. 11 Na avaliação de adultos para procedin1entos e 50(Xi das n1ulheres co111 1nais de 50 anos de idade são
cirúrgicos e/ou ortodônticos. tuna avaliação 111etabólica ós- portadores de osteopenia. Unia vez que a 1nedição da DivlO
sea é parte essencial do exa111e diagnóstico envolve unia dose de radiação. ela não é recornendada con10
A ho1neostase do cálcio é unia interação fisiológica tuna avaliação rotineira para todos os pacientes en1 poten-
cornplexa entre os sisten1as esquelético, epidérn1ico. endó- cial Con10 resultado. a triagen1 dos fatores de risco de
crino, gastrointestinal, hepático e renal (veja Fig. 28-4) osteoporose deve ser usada con10 uni 111étodo confiável
Questionários típicos de saúde para os pacientes odon- para detern1inar quais pacientes serão encarninhados para
tológicos raran1ente fürnecen1 infonnações adequadas para unia avaliação óssea. 1~ 13 15
t1111a avaliação do 1netabolisn10 do cálcio Uni questionário No estudo previan1entc 111encionado. todos os pacien-
con1plen1entar é recon1endado para con1pilar infonnações tes parciahnente desdentados corn n1ais de 50 anos de ida-
sobre os fatores fisiológicos e os déficits do estilo de vida de. que apresentavan1 un1 ou 111ais fütores de risco estabe-
que possa111 con1pron1eter a saúde óssea (Fig. 28-5). 1~ lecido. l'Ora111 considerados portadores ele osteopenia en1
A saúde óssea e a dentária são interligadas. Unia vez 11111 ou 111ais locais quando a Div!O füi 1nedida 3 En1bora a
que a perda dentária é un1 fhtor de risco da osteoporose, a análise do fator de risco de osteopenia seja tuna ferran1en-
saúde óssea de todos os adultos parcialn1ente desdentados ta clinica eficaz para a triagcn1 dos pacientes odontológi-
é suspeita. 13 Alén1 disso. unia restauração adequada da es- cos. ela ten1 lin1itações i111portantes na prática 111édica ivtais
tética e função dentária depende de unia resposta óssea de 20(X) dos pacientes que desenvo!ve111 osteoporose não
positiva. Todos os pacientes adultos parciahnente desden- den1onstran1 nenhu111 fator de risco reconhecido 11 Alén1
tados. principa!inente as n1ulheres na pós-n1enopausa. de- disso. a avaliação dos fhtores de risco te111 valor lin1itado
ven1 ser subn1etidos a luna triage111 dos fhtores de risco da para a redução do fl1turo risco de osteoporose t(, Por cau-
osteoporose e de outros problen1as 1netabólicos associa- sa dessas lin1itações. os dentistas deven1 estar atentos aos
dos aos OSSOS. I·! outros sinais de problen1as 111etabólicos do osso. que po-
Foi realizada u111a esti1nativa da prevalência dos pro- den1 se n1anilCstar nas radiografias intrabucais. incluindo
blen1as n1édicos associados aos ossos. en1 adultos parcial- unu1 in1age111 óssea con1 aparência de algodão ou vidro
n1ente desdentados co1n n1ais de 50 anos de idade e que se granulado 1noido. t1111a estrutura trabecular 111al definida e
498 5Ec,\o VJ ()11odo111io e Tiato111e11to A11rilia1
A
B
e D
f.'ig. 28-7 ,\ :\ radiugrali:1 panoriimica rn:-1ra!a1nc11tu dl.' uma rnul!JL•r adulia dü1bétk;1 mostra uma
mnrl(i!ogia t'issea tipica de uma
dPL'1H,::1 i1s.~<c<l <c1im al!n tunt,nt.:r m<ctabolit.:11: 1 o osso le!ll ;1 apan:·ncia de vidro moído ou algod;1o;
2 ;1 L'Slrutura lrnb..:cular é mui
ddi11ida: e 3 aus0oLi:t d..: uma lümi1w dura di,;tínta ao rt.:dPr dos d..:nt..:s [s~a paeienll.' 11.'lll uma
his!ória de cúrks g,cncmliz,1<las e de
ddici011eia rui:11 pnigrL·~si1 a {) ..:11eaminhamento ao médit.:(1 p,1ra 111..:dit;füi d:i ,knsidade millera!
tiss..:a rl.'stdwu no diagnústko de
(l~\l'(IJlL'!lia B \ r:1di(1gr:1ti,1 p11~-(lpL·ra1t1ria !Jl()Slra um imp!an!<c di: tit;'iniu no ramo da m,111dihul;1
distal ;10 terceiro molar
<.:.\qu..:rdo. L' outrn i111pl,mll.' di~tal c1t1 s..:i(l maxilar dir<.:Ílti No!e (1 11() di: tit."tuio cst..:ndl.'1H!o-se
desde o irnplan!i.: rc!romolar até a
rL·gi:"IP du L:rninu L' prL·-mn!:1r lkpPis de 7 llll'~C.\ de tr,u,1mentP (lr!11d(u11it.:u eom a ancoragem
do irnplantt.: rl'!rorno!ar para a
in1n1s:-1(1..: a \l'rlÍLaliJa,;."iu d() iern.:iro lll()l;ir interior csquerdo ;1 paci<cnte c.\peritllL'!llou urn
declínio rúpido da hm,;~o renal
a~~on,1do ;1 o~tePpPnl.\<.: prllgrL·~~i\ ,1 ·\~ L'Ollstilta~ 11rt()d(11nkas rt.:gulares t(irarn inll.'1Tompidas
por S rn<cses cnquant11 a p.iekntc
r<.:L·ebia lr:111~planll'~ 1k r'1m <.: péinLTt:a~ (' S<.:is meses depois da eirurgia de tran,;plant..:. o
tratamento ortod(111tico progre,Jiu
11tirmalm..:nti: \1il\.' 1r,1hi:eulad(1 \1sse(1 L' a cklini,;;lo L(1r1ii.:al L'nl:1li:tatlos ,\ p:1cient<c 11.1(1 J11'L'L"Ísa
mais dl.' insulina. nrns L'Sl.'l
t111n,u1d(1 prL·dni~ul(i11a p,1r,1 ~uprimir ;1 rL'j..:i1,,:lli d(1 iran~planll'..: ralu,ifrno para con1rolar ;1
ostcoporos..: Urna mola radicular
amarr;1d:1 111i i'H1 di: 11Í\L·l,1mi:11l(l para prL'\L'nir a i:,tn1si'lo . t..:m sid(l usada p:1ra a i11tn1s.!(1 do terceiro
molar in!i.:rior L' para 1110,ê-
!1\ p,ira 111<.:\ia! I} \;(llL' 111..:st.:.\ lkpnis u keharn..:1)!p dP t.:spa,;o hilalt.:ral é ri:ali1:tdll pPr urn lio
d..: ni\..:bmenlo tk ,11.;c1 inoxid:i\el
de (11q·• , 1!25"' u1111 ,1li,.as di: rL·tr:1,;;1(1 lllL'SÍ:iis aos ca11i1111s :\a rndingralia o 111t1\Íme11tn de11túrio
ê lento ptirêm normal
111enle ct111su1nidon:s de 111edican1e11tos \·endidos sen1 re- das l)f\NEs a longo prazo deve ser evitado. por causa da
ceita o~ rnedic:1n1entns co111 ati\ idade antiilllhunatória ou alta probabilidade dt: proble111as gastrointestinais
in1unosupressora t0n1 o potencial de inti.:rl'crir nu natureza Existen1 qucstôi.:s específicas cn1 relação às 1nediLa-
inflan1attlria do 1110Yi111ento dentúrio ortodó!ltico : 1-2 • Exis- c.;õcs que n1odifican1 a lisiologia óssea Os problen1as 111é-
tcn1 pouL;ls inlónn;:u.;ões túnnacológ icas específicas so- dicos 111ais con1uns, con1 efeitos ósseos significativos do
bre a relação entre a ingestão de lrínnacos e o trata111cnto ponto de \'ista dentúrio, são a diabete e a osteoporos e A
ortodôntico Uina ÍHea especil"tcn de contro\·L,rsias é o uso doença periodontal e111 pacientes portadores de diabete
das drogas antiinllainatórias não-esteróides (l)i\N[:s) Ctltno descontrolado pode resultar en1 perda óssea grave O tra-
o ibupro!Cno e a aspirina i\lguns estudos i.:xperi,nentais ta111cnto ortodôntico de diabéticos portadores de doençn
realizados ern anitnais sugen:111 que as 01\Nl::s poden1 ini- periodontal é u111 proceclin1ento ele alto risco. que prova-
bir a velocidade de 111ori1nento dentúrio. n1as os estudos vcln1t:11te resultarú en1 co1np!icações significativas O tra-
clinicas não conseguira111 conftnnar consiste11tc111cnte u111 tan1ento deve ser cuidadosan 1ente controlado por uni
efeito signilicati \o Na ausCncin de dados dc/Jniti\'OS. é periodontista (ve.ia c·ap 24). Por outro lado, se a diabete
111elhor prcsun1ir que plH.k' ha\er uni elCito sobre o 1110\·i- (dependente ou não da insulina) estiver bc1n-controlada e
111ento dcntú1 io con1 i111pacto negati\'o no trata1nento orto- o paciente apresentar saúde periodontuL uni tratan1ento
dôntico nniltidisLiplinar con1 itnplantes e ortodontia pode ser ins-
Os analgL'sicos de açlio central. co1110 o paracetan1ol taurado da forn1n rotineira 111
(por ex. o Tylenol) são prcli:ridos para o controle da dot ;\s cn111plicações conuins da diabete são a deficiência
e111 ortodnntia () curso reduzido de f).,\NEs para contro- renal e a osteoporosi .:. resultantes do co111pron1eti111ento
lar a dor no priineiro e no segundo dias após o <-~.iuste or- do 111etabolisn10 da vitan1ina [J e dn fülha en1 reabsorver o
todôntico 0 u111a alle1 nati\'a aceitÍ!\ i.:I. No entonto, o uso cúlcio da urina ;\ntiga1nen te, a deficiência renal era con-
500 SE(..1\0 VI 01 un/011tia e T, ata111e1110 A11xilia1
I;ig. 28-8 Diagrama tle t:orpo livre da mec:inica continua usada para
alinhar o terceiro molar (8) O implante rctromolar, o mecanismo de
ancoragem foi usado continuumentc durnnti: o pcriodo de 2 ! meses de
ddiciê11t.:ia rt:1wl e transplante de rim ,\ ativação da mola auxiliar (a)
para o movinu:nto radk:ular do molar para mcsial resulta cm uma força
intrusiva sobrc o :,cgmcnto de tio entre os brackcts dos pré-molan.:s (·I e
5) e uma !'orça cxtrusivn no t11b(1 do molar A !lln;a extrusi\'a no mol:ir
é eliminada pela ,11narraçiio da hdk:c da rnolu radicular no !io de ancora-
gem gl!ngivalmcntt: poskionado (ÍI) . ll!H.:orado pelo implante (i)
siderada u111a contra-indicação para o trata111ento ortodôn- !adores receptores seletivos de estrogênio (ta1noxil'eno e
tico. No entanto, se o paciente estiver sob controle 1nédico raloxireno) A alternativa é inibir diretan1ente a reabsorção
e o periodonto estiver saudável. o trata111ento ortodôntico óssea con1 a calcitonina ou o bifOsfOnato.: 5 O TRE é o
si1nultâneo pode prosseguir. ('01110 já de111onstrado, a figura tratan1enl9 a longo prazo 1nais con1un1 para proteger os
28-7 A é un1a radiografia pré-tratan1ento de tuna paciente ossos e siste1nas cardiovasculares de n1ulheres na pós-
que sofíia de deficiência renal aguda e Coi sub1netida a un1 111enopausa O estrogênio u11oppo.\ed é prcfCrivel para as
transplante de rin1 As figuras 28-7 B a D, unia série de 111ulheres sub111etidas à histerecto1nia No entanto. as n1u-
radiografias panorân1icas, den1onstran1 a evolução do trata- lheres na pós-n1enopausa, con1 o útero intacto são gcral-
111cnto ortodôntico E1nbora a velocidade do 1novi1nento den- 111ente tratadas con1 tuna con1binação de estrogênio e pro-
tário tenha sido reduzida, aparenten1ente pelo trata1nento in- gestina O estrogênio uHoppo\ell apresenta o risco de
tenso con1 antiinlla111atórios e in1unosupressores, o trata- estin1ulação endo1netrial excessiva. associada a t11na inci-
n1ento ortodôntico prosseguiu por todo o período de defi- dência elevada de neoplasn1as
ciência renal e do transplante de rin1 A principal 111ecânica O tratan1ento da restituição hor111onal é controverso.
ativa füi un1 n1ecanis1no de ancoragen1 con1 in1plante retro- principaln1ente devido ao risco elevado de câncer de n1an1a
111ola1~ con1 tuna 111ola radicular para verticalizar o 111olar A O uso do estrogênio a longo prazo pode aun1entar o risco
n10Ja radicular te111 tuna a1nplitudc de ativação longa. para de câncer de n1an1a en1 cerca de 1ocYci, ,nas o uso co111bi-
obter o 1novi1nento radicular de un1 terceiro n1olar inferio1 nado do estrogênio con1 a progestina eleva o risco para
para n1esial A intrusão do inalar foi realizada con1 un1 fio aproxin1adan1ente 30cYci. ~(, En1 geral. os beneficias ósseos.
de an1arrilho conectando a 1nola radicular inserida no tubo cardiovasculares. dentários e outros do TRE con1pensan1
111olar ao fio de ancoragen1 do in1plante apicaln1ente po- os riscos de cúncer de n1an1a na 111aioria das n1ulheres No
sicionado (Fig 28-8). Essas n1ecânicas são versáteis para entanto, a relação risco/beneficio para o tratan1ento con1-
alinhar os dentes pilares en1 potencial. que provavehnente binado de estrogênio con1 progestina é n1enos certa. ~7
serian1 extraídos de outra n1aneira .4 ~4 As principais alternativas ao tratan1cnto de restituição
('01110 será discutido n1ais adiante. o trata1nento da honnonal. para a prevenção e o tratan1ento da osteoporose.
osteoporose é potencialn1ente problen1ático durante o tra- são a calcitonina, o bifosfünato e os n1oduladores recep-
tan1ento dentário. cirürgico ou ortodôntico, porque os tores seletivos do estrogênio O tratan1ento con1 bifoslónato
fánnacos que íniben1 a reabsorção óssea (bifosfOnato e par a a n1assa óssea baixa, con1 frírn1acos con10 risedronato.
calcitonina) poden1 perturbar a dinâ111ica da n1odelação e ctidronato ou alendronato (Fosa1nax) é tnna preocupação
da ren1odelação óssea Unia coordenação cuidadosa entre durante o tratan1ento de n1anipulação óssea, porque esses
os tratan1entos n1édico e dentário é essencial para os pa- fi.írn1acos iniben1 a reabsorção :H A capacidade do corpo
cientes clinican1ente con1pro1netidos. Os ff1nnacos que ini- de re1nover o osso é un1 ele111ento essencial para a cicatri-
be111 a adaptação óssea nonnal tê111 considerações biológi- zação do fCri1nento e o 111ovin1ento dentário ortodôntico
cas negativas para o tratan1ento ortodôntico concon1itantc Un1 bifosfonato de tuna geração anterior (etidronato) lüi
associado à perda da integração do i111plante . 1') No entanto.
Osteoporose nas doses atualn1ente recon1endadas para as novas gera-
ções de bifOsfonatos, não fOi relatado nenhun1 prob!e1na
A perda óssea pode ser suprin1ida pela redução da fre- na conservação da integração do in1plante
qüência de ren1odelação co111 o T RE. ou con1 os 111odu- Não existen1 estudos específicos sobre o 111ovi111ento
Trara111e11ro 011odô11tico C"oac(ju1·a11re e111 Adulto\· (A!'ÍTLl!.O 28 501
dentário ortodôntico, a cicatrização pós-operatória do i,n- revisões atuais. 1nuitos estudos das condições n1édicas e
plante ou outras fürn1as de trata1nento de 1nanipulação óssea dentárias sugere111 que as n1ulheres 111antidas no TRE são
e111 pacientes que recebera,n os bifosfünatos 111ais co- 111ais saudáveis do que aquelas que não são. No entanto, o
111u1nente usados Mesrno assi111, existe base teórica sufi- TRE continua sendo polê111ico, porque as n1ulheres que
ciente para a decisão de evitar os agentes anti-reabsorção coopera1n co111 ele poden1 estar n1ais preocupadas con1 a
durante o trata111ento eletivo de 1nanipulação óssea. U111a saúde en1 geral Esse grupo pode ter tuna atitude ,nelhor
vez que a restauração 111ultidisciplinar da função oclusal en1 relação ao envelhecin1ento, e buscar uni estilo de vida
esteja concluída, o bifüsfünato pode ser un1 fánnaco de e111 geral 111ais saudável, do que n1ulhercs n1enos preocu-
escolha, especialinente para os hon1ens portadores de padas con1 a saúde Unia vez que é dillcil controlar ade-
osteopenia e as n1ulheres que prefCren1 evitar o tratan1ento quada111ente os estudos clínicos con1 variáveis de estilo de
con1 o estrogênio vida e psicológicas, a controvérsia sobre o TRE provavel-
n1ente continuará. C'onsiderados todos os ratares. o TRE
é alta111ente reco1nendado para a n1aioria das pacientes
Manifestação Bucal da Osteoporose e o
ortodônticas no periodo pós-111enopausa: no entanto. o
Efeito do Tratamento com Restituição ortodontista deve estar atento à literatura vigente. porque
do Estrogênio continuarão havendo 111uitas questões en1 relação a essa
modalidade
A osteoporose é un1a deterioração sistên1ica do esqueleto, E111 resun10, o osso de pacientes portadores de osteo-
que pode ter as seguintes i111plicações dentárias significati- porose é nonnal; apenas não há tuna quantidade suticiente
vas: Não existen1 défi.cits conhecidos ern relação il reparação, à
Redução da altura do rebordo desdentado 30 31 resposta ao tratan1ento Ortodôntico, à integração do i111-
2. R.edução da largura do rebordo posterior superior3~ plante ou à adaptação do esqueleto ao estin1ulo funcional
3. Perda óssea alveolar progressivaJJ alterado. Un1a vez que o equilíbrio negativo do cálcio este-
4 Perda de inserção e recessão gengivaP 4 ja estabilizado, os portadores de osteoporose são excelen-
5 Aun1ento no nún1ero de unidades protéticas 35 tes candidatos para a ortodontia e outros tratan1entos con1
6 Perda de dentes 3'' n1anipulação óssea(, 7 O fator crítico é se un1 paciente en1
7 Redução progressiva no nún1ero de dentes após a potencial ten1 osso residual adequado para suportar o tra-
n1enopausa 1.1 tan1ento E111 caso negativo, u111 enxerto ósseo pode ser
O grau de deterioração óssea bucal na osteoporose é necessário Un1a vez que a estrutura óssea dos 111axilares é
n1uito variável, provaveln1ente devido aos fatores sobre- enfhtizada, é in1portante esti111u!ar adequada1nentc o osso
postos da doença dentária e da atrofia por desuso.(• Na novo. Os procedi111entos n1ais con1uns para 1ne!horar a
presença de un1 alto índice de cárie e doença periodontal, condição funcional do osso alveolar edêntu!o são os iin-
os dentes são perdidos A subseqüente atrofia por desuso, plantes, a reposição ortodôntica dos dentes ou a prótese
associada à n1á função 111astigatória, pode contribuir con1 fixa O plano de tratamento deve ser direcionado para es-
un1 índice 111ais alto de perda óssea bucal, particularmente tabelecer estin1ulo ttlnciona! ideal para evitar a atrofia do
quando associada ao equilibrio negativo do cálcio. Os in- processo alveolar por desuso (Fig. 28-9)
dices relativan1ente altos de turnover ósseo nos n1axilares
poden1 enfatizar a perda óssea en1 adultos total ou parcial- Tratamento da Osteoporose Durante a
n1ente desdentados ..n-.,•J Manipulação Óssea
Alén1 dos seus beneficias sistê111icos, o TRE traz be-
nef1cios à saúde bucal, incluindo redução significativa na A osteoporose, por si, não representa riscos para o trata-
perda de inserção periodontal e retenção n1aior dos dentes n1ento con1 in1plantes dentários se o osso residual for su-
durante o período pós-111enopausa 13 ·10••14 De acordo con1 ficiente .45 M, Con10 já 111encionado, alguns fD.nnacos usa-
502 St:c,\o VI 011odo111ia (; T, ota111e1110 Auxilia,
dos no trata111cnto dn ost!..!oporosc pode111 causar proble- Os problc1nas 1nédicos que 111ais causan1 i1npactu no
111a ~· 1 Desde que o pcriodonto est~ja saudável. os portado- tratan1ento ortodôntico de adultos são as doenças óssi:ns
res de osteoporose podcn1 ser tratados ortodontican1ente -1 111ctabólicas que se n1anitestan1 con10 osteopenia e osteo~
O trata111ento a longo prazo con1 corticosteróides ten1 sido porose Os problen1as no n1ctabolisn10 ósseo são disturbi-
associado a indiccs reduzidos de f(Jnnação ósst!a e os- os clínicos co111plexos. que são 1nelhor tratados por 1110di-
teoporose. r No entanto, o tratan1cnto ortodôntico eletivo cos cspecilican1entc treinados. co111 diagnósticos adequa~
é t1111a alternativa viável para os pacientes sub111etidos a dos e equipa1nentos de 111onitornção cio tratan1ento. /\ n1c~
trata111ento a longo prazo co111 corticosteróides, 111as a ve- dição da Div!O no quadril. no punho e na coluna vertebral.
locidade do 111ovin1cnto dentário scrú ,nais lenta ·1~ A figura co1n a absorcion1etria de lótons de energia dupla, 0 esscn~
28- 7 n1ostra o n1ovin1ento dcntório lento, 111as nonnal. e111 cial para a inonitoração da 111aioria dos pacientes portado-
paciente sob tratanH::nto continuo con1 prednisolona Uni res de osteopenia ou osteoporose 12 O dentista deve
diagra1na da n1ecânica utilizada durante o período de in- pesquisar a con1unidade n10dica local para dctern1inar o
tenso tratan1ento 111édico e cirurgico é ilustrado na figura encan1inhan1ento tnais adequado para os pacientes dentúrios
28-8 co111 suspeita de distúrbios n1etabólicos ósseos Existcn1
Unu1 vez que seu 1nodo de ação é a supressão da fre- instalações adequadas nos centros 111édicos 1naiores
qüência de re111odelação óssea (turnover), o tratan1ento Dependendo do diagnóstico especi líco. a ostcopcnia
co1n o estrogênio não apresenta risco para os pacientes e a osteoporose poden1 ser tratadas con1 exercícios . su-
candidatos ú ortodontia ou aos in1plantes No entanto, a plen1entos alin1entares (cúlcio. vitan1ina D ou an1bos). hor-
calcitonina. os bifüsfonatos (por ex .. Fosa,nax) e outros n1õnios ou fúrn1acos espt:cíficos No entanto. co1no supra-
agentes inibidores da reabsorção são preocupantes. por- n1encionado. existe uni potencial considerúvel de que o
que a reabsorção óssea é u1n elen1ento essencial da cica- tratan1cnto n1édico interfira no tratan1ento dentúrio oti-
trização pós-operatória e da 1nanutenção a longo prazo dos inizado. e vice-vl.!rsa Portanto. é i111portante con\·crsar
i111p!antes ósseos integrados J.:'I O osso 111ortificado. in1a- regulannente con1 os pacientes con1 prob!e111as e seus 1110-
turo e H1tigado pode ser ren1ovido apenas pela atividade dicos. Todas as partes envolvidas deven1 estar bcn1-infor-
dos osteoclastos. lnfe!izn1ente. nenhun1 estudo c!lnico re- 1nadas da osteopenia. da ostt:oporose. das condit;ôcs
lata a influência dos inibidores da reabsorção óssea en1 un1 honnonais e das n1cdidas terapêuticas Devido ú fone
trata1ncnto con1 n1anipulaçào óssea. con10 a cicatrização interayiio entre a fisiologia dent::íria e a óssea. é in1portantc
pós-operatória. a osseointegração ou a ortodontia. Esse que os tratan1entos n1éclico e dentário s~jan1 be1n~coordc-
problen1a é in1portante. porque n1uitos adullos portadores nados 3.i 5: Uin paciente be111-inlünnaclo é uni elen1ento va-
de osteoporose são con1un1ente tratados con1 bifosfonato lioso. nesse sentido
{ Fosanu1x) para prevenir fraturas. 511 Os adultos co1Ten1 u1n risco de con1pron1eti1nc11to
O tan1oxi!Cno e o raloxil'Cno são receptores seletivos 111édico associado ú idade, que deve ser cuidadosan1cntc
do esll'ogênio que suprin1e1n a velocidade de turnover ós- considerado parte do diagnóstico. antes de iniciar qual~
seo An1bos são eficazes na preservação do esqueleto e na quer tratan1ento dentário eletivo A n1aioria dos pacientes
proteção do sisten1a cardiovascular de 111ulheres na pós- portadores de problen1as 111édicos pode ser adequaclnn1cn-
n1enopausa. scn1 aun1entar o risco de câncer de 111an1a O te controlada para buscar opções ortodônticas e cirúrgi-
raloxifeno é reco111endado para as n1u!heres con1 o útero cas rotineiras U1na vez que as considerações n1édicns tc-
intacto. porque ele não estin1ula o endon1étrio e reduz o nha1n sido apropl'iadan1ente discutidas. o próxiino passo
risco de câncer de 111a111a. 51 O estrogênio. o tan1ox.ifCno e o de uni processo ordenado de diagnóstico e plano de trata-
raloxif'eno são atualn1ente as 111odaliclades de escolha para o 1nento é tuna cuidadosa avaliação da füce. da cavidade
tratan1ento ou a prevenção da osteoporose. durante o perio- bucal e das condições dentárias
do ativo de 1nanipulação óssea O tan1oxi!Cno e o ra!oxi!Cno
tê1n sido úteis na 111011itoração da osteopenia e osteoporose. Considerações Demográficas
en1 pacientes onodônticos con1 envolvin1ento 111édico
A dcinogra!ia é tuna consideração iinportantc na avalia\'.ão
Interações Médicas e Dentárias da causa das n1ús oclusões en1 adultos A decrescente pre-
valência de cúrie e doença periodontal ten1 reduzido subs-
Para se con1unicar efCtivan1ente co111 os pacientes e os tancialn1ente o índice de desdentados. 5·15 ·1 Aos 50 anos. o
n1édicos. todo ortodontista deve estar ciente das questões adulto connun jú perdeu alguns dentes. en1 geral 111olarcs
críticas e das alternativas terapêuticas para os problen1as ou pré-n1olares. n1as retén1 condições adequadas para a
con1uns de saude Via de regra. as condições n1édicas re- prótese fixa ou ren1ovível No entanto. a perda dos anta-
lativan1ente estáveis e que estão sob controle adequado gonistas oclusais e dos dentes adjacentes fr·eqüenten1entc
não i111pede111 o tr:Jla1nento dentário eletivo. O plano de precipita un1 ciclo de co111pensação funcional. que resulta
tratan1ento específico deve ser discutido con1 o 111édico en1 extrusão. espaçan1ento e n1udanças na inclinação axial
do paciente. de fürn1a que o atendin1ento n1édico e dentário dos dentes re1nanescentes A 111igração descontrolada e a
possa ser coordenado extrusão dos dentes poden1 resultar en1 tuna 111ú oclusão
~-e-.
DIAGNÓSTICO E PLANO DE
TRATAMENTO
É i1nportante o enfi.Jque progressivo de u111 diagnóstico
ortodôntico disciplinado en1 11111 adulto Para evitar a ne-
gligência de problen1as significativos. o dentista scn1pre
deve con1eçar por unia avaliação sistênlica cn1 relação ú
queixa principal: avaliação n1édica. anan1nese. estilo de ,·ida.
proble111as genéticos e fhtores psicológicos /\ segunda con-
sideração é a füce: sin1etria frontal. perfil. e protrusão e
co1npetência labial A terceira área de interesse é o tecido
1nole: o periodonto (inflan1ação e perda de inserção causa-
das por bolsas. recessão e perda óssea). condição patoló-
gica da 1nucosa e triagen1 de câncer O quarto enlüque é o
estado dos dentes: problenu1s cirúrgicos. endodônticos e
protéticos f\ últin1a consideração é unia avaliação da n1ú
oclusão A perspectiva adequada para avaliar unia 111á
oclusão estú no contexto do paciente co1110 uni todo (alvo
inteiro [veja Fig 28-1])
Etiologia
Sexo: Etnia:
ivlú odusilo: - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Dentes Dentes
superiores Experhncnto I inferiores Expcrin1cnto 1
3
4
5
6
7
A
8
9
10
11
12
13
14
Proporção anterior:
mm X ]{)() ""' - - - <\{,
)vlx 6 mm
)v]d.12 X!()() rn m
Propon;.1(1 p(1Slcrhir: - - - - X 1 ()() "" - - - ''.-(,
ivlx 6 mm
Fig, 28-11 A. l;icha da análise de Bolton parn as medições mcsiodistais du largura do dente
dentes deciduos. ausência de dentes pennanentes e 1. Os prin1e1ros 111olares são extraidos durante a in-
trau,natisrno fância ou a adolescência
A definição da causa provável de unia n1á oclusão ad- 2 A perda dos apoioS oclusaís posteriores resulta cn1
quirida é i1nportante para u1n tratan1ento racional As 111e- contatos oclusais exagerados nos incisivos
didas terapêuticas são direcionadas a reverter as con1pen- 3. Os côndilos n1andibulares são posicionados para
sações desenvolvin1entais que criaran1 o problen1a As 111ás distal na fossa pelo plano inclinado da guia incisiva
oclusões adquiridas 111ais graves pode111 requerer in1plan- 4 O crescin1ento n1andibular é alterado
tes osseointegrados para a ancoragen1 ortodôntica, a lin1 5 Os incisivos superiores e inferiores inclinam-se para
de obter o resullado ideal vestibular
Con10 ilustrado no caso clínico a seguir, 111uitas 111ás De füto, tuna oclusão c·Jasse I en1 desenvolvi1nento
oclusões adquiridas en1 adultos são secundárias à perda pode se transforn1ar e1n tuna n1á oclusão esquelética e
de molares permanenles (Figs. 28-12 A a F). O paciente assin1étrica de ('lasse II, con1 tuna 1nandíbula retrusiva
da figura 28-12 perdeu os quatro 111olares pennanentes na (veja Fig. 28-121)
infância. A subseqüente quebra da integridade do arco, e a Con1pron1etin1entos funcionais, corno a postura anor-
perda dos antagonistas oc!usais. resultaran1 no colapso da 111al do lábio ou da língua e os desvios oclusais, podern
di1nensão vertical da oclusão, no vetor posterior de fOrça perturbar o crescin1ento e a postura 111andibular. Essa si-
na n1andíbula causado pelo plano inclinado da guia incisi- tuação pode resultar en1 l11na discrepância esquelética
va, e na 1nign1ção fisiológica dos dentes cn1 tuna relação (veja Fig. 28-12J) O desvio fl1ncional e os vetores distais
funcional con1pro111etida. Unia situação con1un1 para o de- que poden1 ocorrer na oclusão. tenden1 a deslocar os côn-
senvolvin1ento dessa condição é a seguinte: dilos para posterior na fbssa articular
lin Ullll!'/110 0!'/odá11 !Í( (J ( ()(ií(i111 '(/J/1(' C/11 Ad11{ /(),\ Cwiru1.o 28 505
Propon;ilo gemi; 12 dentes perm;inentes desde o ]" molar a 1u molar Proporção anterior: 6 dentes perm;inentes de e.mino ;1 Cílnino
Soma lllílndibul;ir 12
- -mm .
100:::::
SE /1;1 0,26 Soma mnndibu!;ir .. 6 mm
-- SE lv! 0_22
---- X
--- ivlêdla 91.3
- - - -X 100 = - - - Mêdia 77 2
Proporção geral OP 1.91 Proporção gcn.i! DP 1.65
Amplitude 87.5 a 94,8 Amplitude 74_5 a 804
47 5 36 7
'"n
52 5
'"'
405
89 81.J 98 89,5 107 97 8
42.5 32.8 48,0 37,l 53,0 40,9
90 82.1 99 904 108 986
43.0 33.2 48,5 37.4 53.S 41,3
91 83.1 100 91.J 109 99.5
·D.5 33,6 49.0 37,8 54,0 41,7
92 840 101 92,2 110 100,4
44,0 3·1.0 49.5 38,2 54.5 42.1
93 84.9 102 93 1
44.5 34.4 50,0 38.6 55,0 42,5 B
45,0 34,7
Análise do paciente Análise do paciente
Se a proporção geral exceder 91.J:º Se a proporção anterior exceder 77.2:~
- = - =
t'v!a;,, rc.il "6 Ma:,; lurrigidu "6" M,1:,; CXleSSÍVO '·6
,, t\ discrepúnda representa éxcesso de massa de11târia ínforior N;i fidlil ela proporção gernl do lado esquerdo, localiiar ;imedida dos '"12 dentes
superiores do pílciente: o oposto é a medição mandibular ideal ou "correta· 1\ diferença entre ,1 mcdiçfm mandibulílr real e a correm ê a quantidade
do e:,;cesso na massa dentílria inferior Os cíllculos do c:,;cesso no tílrnílnho dos outros dentes inferiores e superiores siio realizados de maneira
semelhante
Fig. 28-11 continuação D. Ficha da an,ílise de Bolton para o c:íkulo da discrcp:inda internn:o no tamanho dos dentes
E F G H
f·i~ 28-12 ·\s f(11ogrnfías intrahw..:ai.\ pr0-trat,unL'lllo lati.:rai:-. (:\ e B) e odusais (C e Dl de urna mulher com 5~ anns
dL· idad<c 11ws1r;1111 urna mü 1H.:1us:1o so.:\ ..:ra c(1mp1.:ns;1da asso.:iada ú pi:rda dl.' todos os quatro priml!iros molares
pt.:nn;1nLnt1.:s 1ia i111':tllLÍa 1: :1 li ·\s radiografias intcrpr():-.irnais pn:·-tratamctH\I ilustram a itH:linaçfü1 accntuadu do
s..:gund11 L' !L"ro.:t:in1 nwlan.:s para 11Ksial (:\ a li [)L' R11hLT!s \\ r: [3.dd11 in J 1: ( 01c· ~·1111/i~ 1· i11 (hthml .3[ 1\: 1-6 . 20()() l
Ti all1111e11to 011ut/1j111ito Couc(j11n111te e111 AdulUH GwiTut.o 28 507
---·
----- FH
----
R
\ L
J
Fig . 28-12 . continuaçiio 1. O traç<Hlo ci:fo!ornêtrico prê-traLamcntn re\'ela uma mandihula retrusiva e uma
díserepüni.:ia maxilomandibular (,·\NB) de 5 graus J . :\ radiogratia panorúmica prê-tratame1l1(1 demonstra urna mú
oclus<lo unilatcrnl de Classe li com um desYi11 nítido emrc as linhas mêdias Nott! que o traçado dos dt!nks supt!rim·t!s
lói rcalizad(1 para ··articular' l:íllll ns dentes inli:rinres
508 SE(,\O VI ()11odo111iu I.! Ti·otu111c11fo .-/11rilia1
e D
fig. 28~13 A. ,\ corrcçfü1 da t.:ausa da mü lH.:lusüo ti.1i a abordagem tscolhida O traçado da radiogrnfiu pannrümica
prê-lrat:imcnto mostra uma mú íK!usüo unilutl.!r:il de C!:issc li (t.:anino) ,om mordida pn1t'unda e desvio da linha
ml!dia. apan.:ntcmcntc causada pel:1 extração prematura dos primeiros mnlun:s e por uma scqüê111.:ia cctl1pica de
irrupçfio. resultando na i111.:linaçfü1 do si.::gmcnto mandibular anterior ( 1 a -tl p:ira distal (n:ja dcta!hi.:s no texto) B
O alinhamento ortodôntit.:o pn.!-111·(1têtit:o corrigiu a inten.:uspidação do canino. a sohrcrnordida prn!ünda e o desvio
na linha mêdia abrind(1 espaço parn um pôntic(1 entre íl canino {3) e primt:iro prê-molar (4) inkri(11·cs C. :\
alternati\'a mais ern.:renl<.: é ac.:itar a oclusão postcrínr Class,: li e ins.:rir prútes,:s tixus nos arcos superior e inli:rior
Essa abordagem n:qucr duas unid,Hlcs protêticas adicionais (hachurndas) para oh!cr uma restauração a(kquada (la
hmçiio oclusaL mas nfin pnskiona o segundo molur ínt'erior i.•rn oclusão total D. Uma alternati\':l mais íd,:al C inserir
um implante dist:il a(} seguntlo rnn!ur. c11m um lio tlc ancoragem parn estabilizar o canino Es:-;a abordagem permite
a 1ra11slaçã(1 do prê-mlilur (-t),: d11 molar (7) inJi.:ri1lres parn mesia! cm unia rcla,;ãl1 oclusa! Classe J O fechamcntíl
do espaço distal ao canino e a obtenção de urn s.:grn.:ntn posteríor Classe ! eliminam duas unidades de prótese lixa e
mantêm a runçün oclusa! do segundo molar inferior Além diss\1 a prótese inferior. menos complc:,u. C mais
pro\ Ú\ cl de oti:recer um serviço otimízadu a longo prazo
profunda e nun1 vetor oclusal distal sobre a n1andíbula Se As assi111etrias e anon1alias da din1ensão vertical da oclusão
não houver ausência de nenhun1 dente, a irrupção do inci- são particularn1cntc interessantes, porque esses proble1nas
sivo lateral na posição do canino resulta na i111pacção do cn1 geral são associados ao desenvolvirncnto anorn1al ou à
canino ou do pri111eiro pré-111olar No entanto. no paciente con1pcnsação atrólica associada à perda dentária. En1bora
da figura 28- ! 3A. a perda do priineiro n1olar inferior per- possa ser difícil estabelecer clara111ente a causa da n1â
n1anente, si1nultànea à agenesia do segundo pré-111olar es- oclusão, unia história cuidadosa e u111 estudo detalhado
querdo, per111itiu que o canino e o prin1eiro pré-111olar pcr- dos registros define111 11111a hipótese operacional que serve
n1anentes irron1pcssen1 para distal e assun1issen1 unia in- con10 base para o trata111ento ortodôntico auxiliar H
clinação axial nonnal (veja Figs. 28-120 e 28-13A) Os
incisivos inlCriorcs inclinara111 para lingual. extruíran1 e de-
senvolvera111 unia relação de sobren1ordida profunda que
Documentação Ortodôntica e
inibiu o dcscnvolvin1ento da 111andibula c·on1 base na cau- Plano de Tratamento
sa provável da n1andibula rctrusiva e na relação assi111étrica
de Classe I L os objetivos do tratan1ento são retornar o Queixa Principal A primeira consideração no inicio de
canino inferior esquerdo a unia posição funcional 111ais ideal uni processo ordenado de diagnóstico e planejan1cnto é
(veja Figs 28-13, B a D), corrigir a con1pensação dos conhecer a queixa principal específica O dentista deve
incisivos e pennitir que a n1andibula assu111a unia postura tentar identificar a qualquer traço psicológico que sugira
111ais natural que o paciente ten1 expectativas irreais ou está despreparado
É particulanncnlc in1portante considerar a provúvel para o trata111cnto Para ajudar a definir precisa111ente as
causa de assin1etrias con10 os desvios da linha 111édia e as preocupações do paciente, é i111portantc perguntar sobre
relações de intercuspidação posterior (Classe 1, li ou Ili) doenças óbvias que possan1 ter relação con1 os problen1as
[)entro dos liniites práticos. o trata111enlo ortodôntico en1 apresentados Unia queixa principal bcn1-dcfinida, associ-
adultos deve ser direcionado à eli1ninação ou, no 111inin10, ada a expectativas realistas do tratan1ento, é a base da .. árvo-
à reversão da causa proxin1al do problc111a (veja C'ap. 29) re diagnóstica" (Fig 28-14)
Trota111e11to O, todô11t il o c·ooc(/111 ·a111e e111 Adulto_\ (,\!'ÍTULO 28 509
fig. 28-1-4 A .. úrvon: diagnóstica" ê uma \Ísualizaç:lo dos problemas do paciente (queixa prineipal) uma rnanilcs-
taçiio de fatores ctiológii.:os qui.: s:lo as .. raizes' dos probkmus O processo de eluddaç:lo de uma queixa principal
espedlíca dú inii.:io a um proct:ssn diagnostico ordt:nadn O diagnóstico envoh·e a tomada de uma anun111t:se
dt:!alhada ('ºra[zcs· dos probkmas) e a formula1;ilo de urna causa proviwe! O plano de tratamento abrangente ê
orientado ti eliminação. ou pelo menos a uma moderaçiio favorü\'el da causa do problema O tratamento voltado
para a eliminaç:lo du cnusa do problema tem mais drntH.:e de akançar um resultado t:stú\'el
Avaliação Clinica - Além de um exame bucofacial prazo. é in1portante direcionar o trata1nento para elin1inar.
con1pleto. a avaliação clínica de fatores 111édicos é indicada ou pelo 1nenos controlar a etiologia dos proble1nas
Unia docun1entação ortodôntica co1npleta deve incluir
1node!os, radiografias e fotografias A história da saude e Planos de Tratamento Alternativos
a in1pressão clinica detenninan1 o nível adequado da ava-
liação n1édica Alé111 dos procedin1cnlos usuais de avalia- Ao avaliar unia 111á oclusão con1 falta de dentes, é neces-
ção ortodôntica, un1a triagen1 do cüncer bucal e a sonda- sário un1 traçado da radiografia panorâ1nica pré-tratatnen-
gern periodontal são elen1entos essenciais do exan1c pré- to para avaliar o alinha111ento co1npron1etido dos segn1en-
tratan1ento Na presença de qualquer con1pro1netin1cnto tos posteriores Para elaborar un1 planeja1nento no afã de
periodontal significativo, o paciente deverá ser encan1i- corrigir o desvio da linha 1nédia, é proveitoso articular os
nhado a urna avaliação periodontal co111pleta A periodontite arcos. n1ovendo o traçado dos dentes superiores até o con-
ativa é unia consideração biológica adversa tato con1 o traçado dos dentes inferiores. (veja Fig. 28-
12 f) Os planos de tratan1ento alternativos são elaborados
Diagnóstico e Etiologia - O diagnóstico é uma lista pela disposição dos dentes en1 tuna série de desenhos que
priorizada de proble111as baseada na avaliação cuidadosa de re!leten1 as opções terapêuticas (Fig. 28-15) Atenção es-
todos os dados A causa pode ser derivada da história e da pecial é dispensada à relação inter-arcos, à correção da
avaliação clínica. Ernbora freqüenten1ente s~ja dificil definir linha n1édia e às exigências de ancorage1n Os desenhos
precisan1ente todos os aspectos etiológicos. tnna conside- con1parativos são tnna óti111a fOnna de se conll1nicar con1
ração profunda das infünnações disponíveis é essencial o paciente c111 relação às considerações biológicas, alter-
nativas de trata111ento, con1pron1etin1entos en1 potencial e
Plano de Tratamento Abrangente - O plano de trata- prováveis conseqüências
n1ento é un1a seqüência prospectiva de procedi111entos 111é- En1 geral. o plano de tratan1ento ideal é fCchar os es-
dicos e dentários projetados para resolver a lista hierárqui- paços e reduzir o uso de próteses, rvtesn10 as próteses
ca de problen1as Para un1 prognóstico favorável a longo fixas raran1cnte representa1n solução pern1anente, por cau-
510 Su~.\o VI ()1 rodo111ia e li aro111c1110 ..l11\·i!ia1
R L
A
R L
B
Fig. 28-15 ..\ . :\ alll!rn:1ti,a ll-rap0utka I i.:linstitui o planu de 1rnta111cnto Ideal O dnis impl,rntcs relr(1mnlar..:s
mandíbul:in:s !'ornecem ll ;uKoragcm para o mo, im1..·nto mcsial e o alinhamento dos m(ilares int'erior<.:s. Essa
ahordag1..·m resulta na odusfío oti111i1ad;1 de 10d!ls os dentes n.:mancscentcs e n:qucr prúicsi.:s 111cno1\:s B. ,\ alttt'llil·
tl\·a ternpêutica 2 rq1rcscnla um tr:itamenl(I ortnd(rntico mais Ctltl\ cni.:ional Si:rn os implantes ;1 ancoragem é
ínsu!icienti.: para obter o pnskion.imento dcnt;irio ideal O comprometimento no tratamento é h:1i.:hur:1do: incli11a-
çfío radicular irn.:nrr.:ta dt1 s1cguudtl mol.1r inli:riPr din:itP (7f duas unidades 11dkiorwis de proles.: IÍ.'\a (i.:anino inl'erior
esqw:rdo t' u pllntko nu plan,1 di:-.wl) e aus011ci:1 tle odus:1n hmeiona! 1H1 t~·ri:~·iru molar inli:riDr esqt11.:rd{1 (H) Nu
t'lllanto o resul!.ido ideal requer um lral:unento mais prolongado exige cirurgia e~ mais oncrus{1 {De [{(ibens \\'E
B:ild11 ir1 .1.l: e_ 111·c ~111dic1 i11 011/11,d 3! 1]: 1-ú . 2!HIO 1
sa do índice relativan1cnte alto de quebra ao longo da \'ida''" 2~- ! ô l e a restauraçüo prott!tica da li.1nçüo oclusa[ {Fig
É i1nportante elaborar uni plano de tratan1ento realista. por- 28-17). a 1nandibula assu1niu unia posição n1ais anterior
que as considerações biológicas detern1ina111 que o n10\·i- ( 1= ig . 28-18) Portanto. ao ronnular uni plano de trata~
n1ento dos dentes. en1 adultos. é uni processo n1uito n1ais n1ento para corrigir as n1ás oclusões c·iasse II, en1 adultos
lento do que e111 crianças en1 füsc de crcscin1ento. i>1,o A parcialn1enle desdentados. é recon1endável prever u1na
ligura 2K-l 5A 1noslra o plano eh: tratan1cnto n1ais ideal postura da 111andíbula 111ais anterior. 111na vez que as inter-
para obtenção de 111na oclusão idcal con1 o n1ínin10 de 1erências funcionais na oclusão lüran1 corrigidas ;\ cor-
próteses lixas. No entanto, essa abordagen1 exige cirurgia re~:ão espontânea de u111 proble1na esquelético aparente
para inserir os in1plantes. requer 11111 trata1nento 111ais lon- c·iasse li. através de u111 posiciona1nento da 1nandíbula
go e é n1ais onerosa Após considerar cuidadosa111ente as para anterior, din1inui a necessidade do uso do AEB. dn
opções. o paciente decidiu descartar a ancoragen1 co111 cirurgia ortognútica, ou de an1bos No entanto. o
in1plantes e selecionou o plano de tratan1cnto inais expe- posiciona111ento anterior da n1andibula. associado ao Ha-
diente ( veja Fig. 28-158) Os desenhos co1 respondentes tan1ento 111ultidisciplinar é in1previsivel Deve ser explica-
aos planos de trata1nento alternativos são úteis para co- do ao paciente que a avaliação para a correção intennuxilai
111unicar de fr)nna elicaz con1 o paciente. e ta111bén1 co1n irú ocorrer após o nivclan1ento dos arcos dentários
outros 111e111bros dn equipe n1u!tidisciplina1
Integração da Ortodontia no
Relações lntermaxilares Tratamento Abrangente
Unia avaliação cuidadosa da etiologia e da evolução de tuna A expansão das possibilidades terapêuticas. en1 relação ao
n1á oclusão é u111 cle1nento i111ponante de uni diagnóstico tratan1ento ortodôntico con1ple111entar de adultos parcial-
abrangente 7 Na experiência do autor. é con1u1n que a n1e11te desdentados, requer u1n au111ento na consciência
n1andíbula assun1n unia postura 111ais anterior na correção de toda a con1unidadc odontológica Se uni clínico geral
de 111na 111ú oclusão c·Jasse li parcial111cnte desdentada dá pouen i111portúncia à Ortodontia no tratan1cnto ideal de
En1 geral. a decisão entre a ancoragcn1 extrabucal ou a problcn1as con1plexos de restauração (n1ás oclusões). seus
cirurgia ortognática para corrigir corrigir unia relação de pacientes não serão encan1inhados para avaliação orto-
Classe I! deve ser adiada até o final do nivelan1cnto dos dôntica . Se a ortodontia IOr indicada. 111as não inslituida. o
arcos dentários Após o nivelan1cnto prC-protético (Fig resultado ideal será i1nprovável
Ti 010111c1/fo (J, tud<!nth u ( oat(/111 t/11/1.' c111 .·ld11/tcH (,\l'ÍTlil.O 28 511
A B
e D
1:ig .. 28-16 ·\s \Ístas l.i1i:r:1is (,\ !.' BJ !.' udus;lis (( i: D) mostram qul! no !ina! do tra!ami:1110 (1rtodllntico roí
akam;ado uma rt!l,u.;;lo dt: Classi: 1 com as linhas rnl.!di,1s supt:riur t: inllêrior coinci,ktltt.'S {Dt: Roht:rts \V[. Ba!dwin
li: (11.1< \1111/1L1 111 (ht/u,d >l!I: 1-ú. 200() l
A B
e D
rig. 28-17 As ,istas lakrnis (,\ i.:- IH i: (idusais (C l! D) mustram qu1.: após a cnnkcçiio da pn1tlc:>t.' fixa t:squi:rda dt!
tr0:- unidadt:s supi:riort:s !.' cinco inkrÍ\1n.:s a tu11çfi\1 t: a t:stl.!!ica kli:;iis Jtlrnm \1btid;1s (D1.· R11berts \\'E Baldwin J.I:
( U\t \/11(/i~1 Ili (hth11d 31 l l: 1-(l 20()())
512 SEC..\O VI Orrodo11tia e T, a1a111c1110 Auxilia,
Fig, 28-18 Snhrcposiç(lcs ccfalmnétricas na base craniann arncrior. na maxila e na mand[bula As tlifrrcnças entre
as radiografias pré e pós-1ratamcnto silo dcstaeadas cm preto Note que a restauração da oclusão po:;tcrior foi
associada a aumt·nto na dimensão vertical da odusãn e a um aumento de uproxímadamcntc 2 mm no comprimento
aparente da mndibula (De Robcrts \VE Baldwin JJ: (a_1·t:: .S//ulit'\' i11 Orrhod J[l]:1-6. 2000)
U111 aspecto i111portante para 111elhorar o nivel da práti- O tratan1ento ortodôntico coaqjuvantc deve ser consi-
ca clinica é a exigência de que todos os estudantes de derado cn1 todas as avaliações dcntúrias abrangentes de
Odontologia tenhan1 experiência clínica en1 Ortodontia e adultos Todo dentista deve ser treinado para avaliação e
que todos os pós-graduandos en1 Ortodontia aprendan1 a tratan1ento de problen1as ortodônticos pequenos A incor-
trabalhar con1 os clínicos gerais no lrata111ento das 111ás poração da Ortodontia na seqüência de diagnóstico e pla-
oclusões lin1itadas 1 <>1·<• 3 Dessa !Orn1a, o dentista que está no de tn1tan1ento deve ser tão natural quanto qualquer outra
se fün11ando aprende que a Ortodontia é tuna abordagen1 especialidade da Odontologia Além disso. todos os dentis-
auxiliar in1portante para n1uitas reabilitações con1plexas. O tas deven1 apreciar as considerações biológicas e os fütores
residente en1 Ortodontia aprende a trabalhar con1 os clíni- 1nédicos inerentes ao tratan1ento ortodôntico en1 adultos
cos gerais e outros especialistas. buscando uni atendin1ento Os problen1as ortoclônticos linlitados são definidos
idcaL A integração educacional entre os estudantes de con10 n1ás oclusões estáticas e111 pacientes fora da füse de
Odontologia e os residentes de Ortodontia é ftlnda1nental cresci1nento, que pode111 ser tratados sen1 exodontia den-
para a filosofia presente do tiata1nento ordenado en1 adul- t10 de 12 111cses ou n1enos A principal exceção à essa
tos E1n relação ao trata1nento orto<lôntico e111 a<lultos, o regra é o apinhatnento anterior inferior grave. que requer a
o~jetivo educacional é pro111over o tratan1cnto ortodôntico extração de un1 incisivo inferior. Este llltin10 é o único
coadjuvante con10 parte do plano de tratan1cnto 111ultidis- caso lin1itado con1un1 que requer extração O ten1po de
ciplinar O processo de avaliação deve abranger cuidado- tratan1ento para os casos de extração do incisivo inferior
sa111ente as considerações biológicas. os fatores 1nédicos varia de 16 a 24 n1eses
e as cotnplicações en1 potencial Todos os dentistas deven1 ser con1petentes no diag-
nóstico das n1ás oclusões (,.i Os clínicos gerais adequada-
TRATAMENTO ORTODÔNTICO n1ente treinados são capazes do controle clínico de alguns
LIMITADO problen1as ortodônticos lin1itados, con10 parte de un1 pla-
no de trata111ento abrangente 1 No entanto. o paciente deve
Este capítulo discute vános problen1as ortodônticos en1 ser encan1inhado a un1 ortodontista. se un1 tratan1ento n1ais
adultos, alguns dos quais exibindo con1pron1etin1entos 111é- extenso für necessário, envolvendo por exen1plo cirurgia
dicos. funcionais ou periodontais A ênfüse recai na in- ortognática, extrações, ancoragen1 extrabucal, n1ecânica
teração n1ultidisciplinar. essencial para u111 controle clíni- intern1axilar ou o controle das discrepâncias faciais.Ú· 1 Os
co eficaz. U111 objetivo in1portante é colocar o tratan1ento pacientes con1 proble111as 111édicos ou considerações bio-
ortodôntico coadjuvante cn1 sintonia con1 as n1etas da lógicas inco1nuns deve111 ser enca1ninhados ao especialis-
Odontologia restauradora Esse conceito é an1plan1ente de- ta para o tratan1ento ortodôntico auxiliar con10 parte de
finido con10 unia abordagen1 terapêutica n1ultidisciplinar un1 plano de trata1nento n1u!tidisciplinar.
visando estética e função ideais, consistentes con1 unia Os aparelhos ren1ovíveis são indicados para a!gun1as
oclusão fisiologica1nente estável 112 1nás oclusões pequenas, poré111 os fixos são 111elhores para
l Quadro 28-1, Proble1nas fipicos de Ol~jetivos Orto-
dônticos Litnitados
Ti·oran1c11to 01 todônrh o ( oo((j111·a11te 1.:111 .-lc/11/10.\ CwiTu1.o 28 513
APRESENTAÇÕES DE CASOS
Prótese Fixa Condenada, com Pilares
Comprometidos
D
Características do Paciente
G H
,J
Fig. 28~19. cuntinu:11;:io. F.. Uma tihrotomia su pn1cristal 0 rca!izuda no inkio do trnci(1n;1rnc1110 do canino c do
segundo pr0~nwlar supL·riorcs f. :\ \ ista (H.:lusal mostra qul..' C.\Lrt1s.1t1 0 \1btida por mci11 di: um an:o de nivelamento
0016 pokgada G .-\pús a cxtrus;1o os dentes pilares süo mantidos com um !->cgmcnto de arco que si: cskndc desde
o molar adjai.:i:ntc 1-1 Os !ll(lddos dos arcus superior c inferior sii(1 articulados aplls a çonclusiio do tratamento
ortodôntko I Vis!a latt.:ral da t:scu!tura cm i.:cra de urna protcsc lixa de 4 unidades J VistH oclusa! da csculturn em
cera
li uh/1/h' 1110 ( h tod( !111 h o ( ou<(j 1n ,11u...- c111 ..1 dul10, (,\l'ÍTli!.O 28 515
K L
M N
rig .. 2tl-19. continuat;:io. h'., Vist,1 fromal du r<.:sult.idn rinal l.. \lisia lateral dirt.:ita tl11 rt.:stdtmlo final i\.l. Vista
(H.!us.il sttpl.'riPr da proti.:sl.' fixa '.\. \'isia udus,il iokriur m1istra11do a rl.'staurat;üo dos ,kmi.:s
Os ganchos n1ctú!icos lü1an1 cin1cntados nos canais dos incisivos centrais. no Jina] do tratan1ento. ,nostra que as
pilares tratados e11dodontica1ncnte Lln1a liberoton1ia su- raizes desses dentes são 111ais curtas do que as dos incisi-
pracristal lói realizada para aun1entar o con1pri111ento das vos laterais adjacentes: no entanto. ainda existe suporte
coroas clínicas (veja 1:ig 2X-19E). Os dentes pilares IO- ósseo adequado para n1a11ter a função (v~ja Fig 28-200)
ran1 tracionados cerca de 3 1nn1 con1 aparelho lixo Utn r\pós o tratan1ento ortodõntico. as fücetas de porcelana
arco de ni\ela111ento 0.01(1' con1 alças vi.:rticais !lii ativado l'on1111 aplicadas nos incisivos laterais superiores e as co-
para extruir rapidan1ente os dentes pilares durante 2 1ne- roas totais. nos incisivos centrais
ses (veja Fig 28-191:) O dente 14 foi clistalizado visando
a estética da restauração definitiva Depois de 3 111escs de
contençfio (veja Fig 28-l9G). os pilares foratn pern1a-
nente111ente restaurados con1 pinos de ouro ( veja Fig . 28-
191-1) e os padrões de cera da protese lixa l'oran1 prepara-
dos (veja Fig 28-191) 1\s coroas 1netalocerú111icas friran1 Características do Paciente
confCccionadas (Y~_ja Figs 28-19K. a N) () tc111po total de
tratan1ento . incluindo a contenção antes da adaptação da
prótese final.. foi de 12 ineses G Sexo !Ctninino. 5ô anos de idade
C> ()ueixa principal: dentes longos e sorriso insatislü-
túrio
Alinhamento Gengival Anterior Superior e Coroas de porcelana nos incisivos ct.!ntrais superio-
res
Os brackets de p<Hcelana J'oran1 colados nos dentes supe- e Rcccssílo gcngi\al no dcntt: ! 1 (veja Fig 28-20A)
riores O incisi, o central direito l()i exlruido 3 a 4 111111 Nott: a dilCrent;a na altura gcngi\·al
(Fig 28-20(3) ;\ horda incisi\a !ói desgastada para pro- e ()clusílo 111o!ar e canino Classe I
duzir tuna relação gengi\ al est0tica co111 os cientes adja- 0 Íl't.!SJXISSL! \'ertica! de -J. !lllll (...J.O(~.-Í))
centes (\e,ia 1:ig 28-20() Unia radiogra!ia pi;:riapica[ dos e Pcriodonto saudúvel
516 SEC·\O V! ( h rot/0111 iu e Ti ata111e11to ..J 11.ri I ia,
A B
Fig. 28-20 :\ . ;-.!ulhcr adulta com n.:ccssüo gcngival <Hlli-cstl!tica dos incisivos centrais superiores B. Os apan:lhos
lixos süo usad(1s para a extrus:io dos incisivos centrais C . :\ cst0tita da rcgiüo antl'.rior superior foi melhorada pela
extnisüo do incisi\ o cen!ral supi.:rior direito e .i reduçiio da borda incisai D. :\ radiogrnlia pós-tratut11t!nto mostra um
suporte t'issen adcqtwdo d(l indsi\'(I central supcrior din.:ito indepcndentcmcntc da redução no comprimento da raiz
i111plantad,1 no nsso
A B
Fig, 28-21 :\ i.: B . \'btas pri.~-lratamt.:nt11 de umn mulhcr adulta com mú oclusão Classe ! e qw.:ixu principal de
apinhamcnto antl!riur superior ,\ causa l! a largura cxt:essiva dos incisi\'oS supcriorcs cm rcluçfio aos incisivos
inrerinres
Características do Paciente
e D
G H
Os brackcts !'oran1 colados de segundo pré-111o!ar a lbi linalizada cn1 unu1 relação ideal de ('lasse L se111 tres-
segundo pré-n1o!ar cn1 a1nbos os arcos O esn1alte in- passe horizontal e eo111 1.5 111111 de trespasse vertical ( veja
terproxinud foi dcsgastndo na regifio anterior superior, de Figs 28-:!0G a 1) A eorreção foi contida eon1 placas de
canino a canino (veja f:igs 2X-20D a F) Os dois arcos Ha,vle.Y superio1 e inlCrior O te1npo de tralan1ento ativo
füran1 alinhados coin tio NiTi 0.016' e !inalizados con1 IOi de 12 n1eses
arcos de aço inoxidú\·el de calibre progressivo ;\ oclusão
518 Si:c..\o \li (Jirodu11tia L li(lf0111c1110 ·lt1rilia1
l;ig. 28-22 :\ a C \'istas pn:-1ra1.1111ento de uma mulher adulta 1.:orn mú odusfin Classi.: 1 e queixa prineipu! de cspa~·os
distais aos indsi\ \lS laterais superion:s :\ causa é a largura cxi.:cssiva d(1s incisi\'os inferiores cm relaçfio nos
supi.:rÍ(ir.:-s D :1 r ,\pt1s ;1 e.,trai;fio de um i1H:isi\ti inkríor. os dcnt.:s anteriores !-iUpcriorcs e inferiores !bram
aliuhados e (lS L'spa~·tis kchados com aparcltws tixtis Lm acabamento t1t.:lusal proxim(l do ideal é obtido
Fechamento do Espaço Anterior Superior Un1 incisivo in!Crior tüi extraido para co111pensar o exces-
so de n1assa dcntúria no seg1nento anterior inferior Uni
aparelho lixo total de 0.022 polegada !Oi usado cn1 an1bos
Características do Paciente os arcos. Depois do alinha,nento inicial con1 lios NiTi
O.O 16 ·. os espaços anteriores superior e infCrior f'ora111
rechaclos pela 111ecünica de arco contínuo con1 arco de
o Sc:-;o !l'n1inino . 5-1 antis de idade
aço inoxidúvel de O.O 18 polegada f\s posições das raízes
o ()w.:ixa principal: rnta1,:ôcs e espaços na rcgh1o anti:-
lón.1n1 corrigidas con1 o fio de aço inoxidúvcl de O.O 17 x
nni superior
e 0.025 polegada ;\ oclusão final ( veja F igs. 28-220 a 1:)
;\us011L'ia do scgund(i pr0-11H1lar inll'rio1 din::i1u (rcs-
tituido p(ll tuna protcsi.: lixa paicia[) lüi obtida con1 8 sc111anas de uso do posicionador dentúrio
e ()c[usào 11101,n t.: cunino ( lasse [ (rigs 2~-22.:\ a C l i1ncdiato ()s planos inclinados roran1 <.~justados para obter
e i\núlisc di.: HolLon: C.\L:t.:SSO dt.: -!.) lll!ll no !an1anho contatos cCntricos prin1úrios en1 oclusão. nas cuspides ves-
dos di.:nti.:s anti.:1 it1ri.:s infi:rio1i.:s tibulares dos dentes posteriores infCriores O te111po de
tratan1ento foi de 22 n1eses ;\ vista oclusal do arco supe-
fi (1/(llll(.'J/(O ()1 todú111 /( O ( oa,(j lll l/11((' ('/}/ ..J d11/to \ C-\l'ÍTl li.O 28 519
A 8
rig. 28-22 continuaç:io. G :\ \"ista rn:lusal prl!-trat,1menh1 do art:o supcri11r moslra uma f11rma sitnCtrit:a d(1 art:(1
dentes rotut:innudos e cspat;o redund:111tc tlistal dos incisi,os laterais li :\ \ÍSta oclusal pns-trawmcnto mostra urn
arco superior idl.•a! e n:lati\.1111\.:nte sir11Ctric(1 O segredo para obt.:r esse rcsu!ti!dil pnsíti\l1 tl1i a i.:riaçfü1 de espaço na
r.:gi.1o anterior inkrior atra,·Cs da cx1rnçfü1 de um incisi\'o Esse !! um exemplo de corrcçüo da etiologia de uma mú
11dusiío para obter um rcsulti!do o!imizado
I Características do Paciente
e Sexo fi:1ninino, 45 anos de idade
o Queixa principal: sorriso pouco <llraente devido aos
espaços entre os dentes anteriores (I:igs 28<!.31\ e B)
e [)iagnóstico: espaço cxccssi\'o no seg111ento anterior
de an1bos os arcos
e Oclusão: 111olar Classe J e canino Classe li
e Análise de Bolton: 78.6 con1parado con1 a 111édia de
77 .2. indicando delíciência no ta1nanho dos dentes 8
.interiores superiores (veja J·ig 28-23( e D)
o Etiologin: espaço interproxi111al 1.;xcessivo e discrt:pún-
cia no tan1.111ho dos dentes
e Plano de trata111ento: alinhan1ento pré-protético para
as facetas de porceh1na nos incisivos e caninos supe-
riores. U111a 1nontage111 diagnóstic<1 etn cc1·,1 f'oi usada
para planejar a n1ecúnica pré-protética, para rcsta-
l;ig. 28-23 ,\. 1\lulhcr adulta com um S\lfriso pouco atraente causado
belecirnento da estt.!tica anterior superior co111 !l1cetas pelos cspa;;ns entre os dentes anteriores superiores B ,\ vista nclus.il
de porcelana (veja Fig 28-23E) superior re\t•la que a causa do problema i: a largurn in:1dcquada dos
incísi\ ns e caninos superiores (011/illtlll
Todos os quatro pri111eiros n1olares reccbcran1 bandas. os aberta e alças de f'ccha111ento ()uando o alinha111cnto pré-
brackcts de porcelana l()rnn1 colados de prin1eiro pré-1110- protético ideal fr)Í adquirido. os aparelhos füra111 re111ovi-
lar a prin1ciro pré-n1olar. e os dois arcos ron.1111 progrcssi- dos e as placas de H::l\vley inseridas A contenção supe-
va111ente nivelados até recebcren1 un1 fio de aço inoxidúvel rior possuia pro!ongatnentos entre todos os dentes ante-
de 0,018 polegada (v~ja Figs 28-2.JF e G) Os diaste111as riores superiores. para pcnnitir o ajuste diferencial dos
inferiores füra111 fechados co111 alça de retração no arco de espaços interproxin1ais. de acordo con1 a necessidade f)e-
nivela111ento (v~ja Figs 28-23F e H) A linha n1édia supe- pois de uni período de trata111cnto ativo de cerca de 12
rior fbi corrigida co111 o uso difCrcncial ele 1110\a de secção 1neses. o paciente !(.1i cncan1inhado de volta ao protcsista
520 ()r1odo111io e IíDtu111c11tu A11xilio1
Duta de nascimento:
l\'lú oclusão:
Dentes Dentes
superiores Expcrirncnto 1 inícriorcs Expcri1ncnto 1
4
5
(,
7
e 8
')
Ili
11
12
1]
14
Fig . 28~23. conlinuaçiio . C. ivkdidas da anúlise de Bn!totL D. Discrcpünciu di: Bolton no tamanho dos dentes (C
e D, De 1-\nhlt \Vf Ho\ljitra S: !11dia110 Duu ../Hr;c I 7813]: 18<!3 !999)
T, {/l(/1/1('//lo () J'!OlÍ(ÍJ/ l /( O ( ocu(i111 'C/11! e ('li/ :\ tf11 /lo\ C,\PÍTllLO 28 521
Proporção geral: 12 dentes permanentes de 1° molílr íl Ju molílr Proporção anterior; 6 dentes permanentes. dt: canino a e.mino
.« s
s,
s,s
•tq .!
'10 R
·" o --35"
87 79.4 96 87,6 105 95,9 ____:u_1 ")t:•t
41S '"' '"" "'1
88 80,3 97 88,6 106 96,8 420 32-1 -17 5 36.7 52 5 -105
89 81,3 98 89,5 107 97,8 42.S 32.8 48.0 37,l 53,0 -10.9
1
90 82,1 99 90,-1 108 98,6 -13,0 33,2 -18.5 -11.3
37.4 53.5
91 83,1 100 91,3 109 99,5 43.5 33,6 -19,0 37,8 54,0 ·11.7
92 84,0 101 92,2 110 100.4 4-1.0 3-1,0 49.5 38.2 5-1.S 42,l
93 84,9 102 93,1 44,5 55,0 42,5 D
34.4 50.0 38.6
45,0 34.7
Análise do paciente Análise- do paciente
Se a proporção geral for inferior a 91.3: Se a proporção gernl for inferior a 77 ,2:
- - =
Max real ·-12 rv!ax corrigido "! 2" 1\-·lax excessivo "12 t\·l;1x reíl[ ··e; .. Max corrigido "6" MílX excessivo ··6
,. A discrepílndíl representa o excesso de massa dentiiria inferior Na ficha dn propon;ào geríll do lado esquerdo_ localizílí íl medidíl dos ·12 dentes
superiores do paciente; o oposto é a medição lllílndibular ideíl! ou .. co1Teta" t\ difcrençil entre ;1 mt:dição inferior real e a corretil é íl quílrHidade cki
excesso na massa dcntáriíl inferior Os c.\lculos do excesso· no tamanho dos outros cientes inferiores e superiores são realizados de maneira
semclhílnte
Fig. 28~23, continuaçfio D An,ilise de Bo!ton para :i discrcpüncia no uunanho dos dentes eo,a/111111
__
:,
-n Sl:L\O Vl ( h r11d1111tio l Ti aru1111.:1/fu ..!11.rihu1
,,
,1
Fig. 28-:?.3 continuaç:tu [ l.'ma nw11tag..:-111 dt: di,1gnos!icn ri:pniduz o alinhamento pn!-pro!Clico I; Vista t'rnntal
do apardho li.\o. utili1adt1 para di:-;tribuir (is i.:spat;!lS inkrpro,imais supcriori.:s G. ,\ \ is!a latcral direita mostr,1 o uso
di: 1111il;1s kclwdas par,1 :ihrir i:spaçu i.:1Hr<: 11:-; i111:isi\(lS supi.:riori.:s li :\ ,ista lateral esquerda dcrnonstra l1 ali;a de
!0dtamt:J1l(1 ,l(ls 1,;sp:1~'ns dP an.·(l inkri(lr {1 m<cdid,1 que PS t:spai;os Sà!l dis!ribuídns i:ntre os incishos supcri(lres I
\is1:1 fr11ntal das f<Kclas lk puru:J;ma prep:1rada:, par,1 (lS incisi\os t.' caninos supi:riori:s .1. Vista rn.:lusal do arco
supi.:ril1r qt1L' mostra as r:1cd;b dt: fhl!'L'L'lana us;1da:-. par:i kdwr ()S ..::spaços inti.:rproxinrnis t:riadns p1.!ln alinha111enh1
(1rt(1dún1io..:(1 pr0-pn110ti...(1 h'. \ ista tron!al das !'ao..:<.:ta" do..: pnn:1.:l.111.1 culadas ii superricie dos incisi,ns e caninos
~upi.:ri11rL'S l :\ \ÍSla 111.:lusal dP n.::-.ultado linal n.;\da que wdtis (lS 1.!spaços estJo fediados excdo por um ,Jo de 1
mm di,..tal ;w,.. caninos S!lJlL'rÍ(iri.:s l'Pi mais l.!st(·1ie(1 dL'i,ar i.:sses 1.!spaços du qui.: aumentar e.\eessh amentl.! as focdas
d1.: pPn.:dan;1
T!ata11u!11/o Ortodôntilo Coot(/u1·l111le c111 Adultos (,\!'ÍTULO 28 523
para a confecção das lücetas de porcelana (veja Figs 28- tribuiu con1 a cascata de con1pensa<;ões funcionais que
231 a L) culn1inou con1 unia n1á oclusão con1plexa. l!nplantes
Nesse caso. a análise de Bolton foi essencial para o endósseos rigida111ente integrados tornan1-sc cada vez 1nais
diagnóstico e o plano de tratan1ento da discrepância inter- in1portantcs co1110 unidades protéticas e de ancoragen1. e
111axilar no ta111anho dos dentes.~(, Apesar dos diaste1nas estão expandindo os horizontes da prática ortodôntic7i <,oi,x <>'1
grandes e dos incisivos laterais relativan1ente estreitos no As 1nás oclusões co111plexas en1 adultos parcialn1ente
segn1ento anterior superior. existe un1 pequeno excesso desdentados estão dentre os problen1as n1ais desaliado1es
no tan1anho dos dentes inf'eriores, igualn1ente distribuido encontrados na prática odontológica. Este capitulo cntOca
de prin1eiro n1olar a prin1eiro n1olar (veja Figs. 28-23C e as 111ás oclusões co111plexas e vários casos clinicos f'on.un
D) Portanto, con10 projetado na 111ontagen1 de diagnóstico usados para ilustrar os conceitos funda1nentais A ênfhse
(v~ja Fig. 28-23E). foi necessário f'echar o espaço anterior recai nas considerações biológicas, nos fb.tores 111édicos e
infCrior e distribuir os espaços entre os dentes anteriores nas con1plicações. ·1·'1 O diagnóstico e o trata1nento de dois
superiores Para n1anter as proporções adequadas dos den- casos con1plexos lüran1 discutidos previan1ente O caso
tes superiores e pron1over uni ligeiro trespasse horizontal. da paciente da figura 28-7 de1nonstra o tratan1ento orlo-
pequenos espaços residuais !Ora111 retidos na distal dos dôntico de tuna paciente co1n história 1nédica O caso da
caninos superiores A anú!ise de Bolton fbi in1portante para paciente da figura 28-12. ilustra o princípio de orientação
o plano do trata1nento n1tiltidisciplinar Os detalhes dos do tratan1ento para elinllnação. ou no n1ínin10 controle da
procedin1entos protéticos f'orarn publicados en1 outro arti- causa da 111á oclusão con1pensada
go: U1n novo caso clinico füi íncluido nesta seção para
den1onstrar uni processo ordenado de diagnóstico e plano
de trata111ento para o uso de in1plantes, no intuito de au-
MÁS OCLUSÕES COMPLEXAS n1entar a din1ensão vertical e servir co111 fünte de ancora-
gen1 ortodôntica rígida. Unia paciente adulta. con1 n1á
O sucesso no tratan1ento das 1nás oclusõcs n1utiladas exi- oclusão severa de Classe II Divisão 2, con1plicada po1
ge uni processo disciplinado de diagnóstico e planejan1en- unia din1ensão vertical reduzida, que por sua vez é secun-
to U111a história abrangente e a avaliação dos fhtores 111é- dária a contatos oclusais posteriores inadequados, é ilus-
dicos são i,nportantes, especiahncnte para pacientes co111 trada nas figuras 28-24A a (' A figura 28-14[) 111ostra que
1nais de 50 anos de idade.; Muitos adultos parciahnente são necessários cerca de 5 111111 de abertura da n1ordida na
desdentados tCn1 história de negligência dentária. que con- região anterior, para restaurar a din1ensão vertical e 111e-
B e
Fig. 28~2.J A a C. As fotogra!ias intrabucais mostram a oc!usfio de uma mulher adulta com mú oclusão grave de
Classi: li Divl:i:ío 2, parcialmente desdentada, complicada pi:la dimens:ío vertical inadequada e bruxismo Co111i1111a
524 ScçAo VI 01 todontia e T1 ata111e11to Auxiliai
'"'
R L
Fig, 28-24, continunção D. O traçado ccfalomêtrico prê-tnllamcnto (linha w)/ida) mostra a dimínuiçiio severa na
dimcnsüo vertical. que resultou cm um perfil côncavo O objetivo do tratamento sagital visual (li11/ia po11tillwda)
prevê um posicionamento mais posterior e cstCtico do mcnto, ü medida que a di,ncnsiio vertical aumenta E, O
trnçado da radiografia panorâmica prê-trutamcnto (linha preta wilida) ê usado como guia pura elaborar o objetivo
do tratamento global No arco inferior (de1·e11/w il!/érior com li11ha1· pon!illwdas). um implante rctromolur scrú
usado como ancoragem para a intnisiio do terceiro molar (8) e para mo,·ê-lo para mcsiu! No arco superior. existem dois
planos de tratamento alternutivos: abrir um espaço para um pôntieo entre os pn.!-molares superiores do lado esquerdo
e confeccionar umu prótese lixa de \r~s unidades ou fazer um enxerto ósseo no seio maxilar do lado esquerdo e instalar
dois implantes para suportar uma prótese fixa
'Jiatu111e11to 01 todci11tico (iJa,fj111·a11te e111 Adulto., C1\l'ÍTULO 28 525
J;ig. 28-24 continuação, r O desenho ranorúmit.:o sirnuhi (1 resultado oelusal se a segunda opçüo de tratamento superi(1r ror articulada enm o arco
inferior tratado demonstrado cm E Essa rclaç:lo 0 n objcli\·o d(i tratami:nto ranorümii:o Ê muito importante comunicar-se C(Hll ll paciente e
coordenar a si:qüC:neia do tratamento i:11tre os membros da equipe multidiseip!inar
pcriodontaL de acordo co111 a ni..:ccssidadc O potc1H.:ial de base do cninio. n1axila e 1nandíbula são \'aliosas para identi!i-
coinplicaçõcs é tão alto que o trata111cnto ortodôntico coa(\ju- car as co111plicações e detenninar se o tratan1ento está progre-
vantc é conlla-indicado para pacientes co111 higiene inade- dindo con10 planejado
quada . sauclc pcriodontal deteriorada ou an1bas. O con1pro- Quando o paciente entra no estúgio de linalização. após o
1netin1cnto da saudc dentúria ein füvor de 11111 tratan1cnto controle do espaço e a correção da intercuspidação. os n1ode-
ortodôntico eletivo não é .iusti!icüvc!. Os aparelhos poderão los de gesso devcn1 ser obtidos t les são essenciais para de-
ser reinseridos depois que os problen1as periodontais. as le- tectar os erros na posição de bandas e brackets. Os problen1as
sões de cúric c a descalcificação do esn1altc fOren1 corrigidos no posicionan1ento dos brackets deven1 ser corrigidos ()s
Se os pacientes não cooperaren1 adequadun1ente con1 o aparelhos con1 prê-torque são prqjetados para a aplicação do
uso dos aparelhos rc111oviveis, ehísticos ou f\E B. serú 111elhor torquc na altura da curvatura das supcrf1cies vestibulares. f\
enlh:ntar o problcn1a logo do que adiú-lo. Os problen1as de colocação de uni fio de nivela1nento retangular. quando vúrios
cooperação que persislen1 por 111ais de 6 ineses provave\111ente erros no posicionan1ento do hracket estão presentes. resulta
prolongarão o trat:.1n1ento e poderão resultar cn1 con1pro111cti1nen- e,n 11111 conjunto de con1plicações de prin1eira. segunda e ter-
to da saude dentária ()s longos periodos de trata1nento in1pro- ceira ordens. que são quase in1possíveis de corrigir apenas
dutivo não são de interesse do paciente Por esse n1otivo, o pelo ajuste dos arcos de nivelan1cnto f\ correção pren1atura
trata,nento deve ser intcrron1pido. ou então o planejan1ento al- dos erros técnicos in1pede con1plicaçõcs no alinhan1ento que
terado para estabelecer objetivos aceitáveis dentro de u111 periodo prolonga111 o tratan1cnto e con1pro111cten1 o resultado final 1\
h1lha cn1 analisar adcquadan1cntc o processo e corrigir os er-
razoúvel f\ fh\ha en1 lidare1n ten1po hábil con1 os proble1nas de
ros têcnicos rapidainentc con1pron1cte o acaban1ento. prolon-
cooperação é u,na con1pl icação con1un1 que acarreta a perdas
ga o tratan1ento e din1inui a confiança do paciente. Devido ús
linanceiras para o dentista e perda de ternpo para o paciente
considerações biológicas e aos f'atores 1nédicos n1enos ftlvo-
rúvcis. o tratan1ento ortodàntico en1 adultos é dcn1orado e tcn1
Problemas Técnicos alto potencial de con1plicações Portanto evitar problcn1as téc-
nicos é in1portantc no tratan1ento ortodôntico cn1 adultos
Para controlar os problen1as técnicos que prolongan1 o trata-
n1ento ou co111protneten1 o resultado, recon1enda-se que as
Periodontite e Cáries
radiografias panorün1icas e as !(1togralias intrabucais sejan1
obtidas en1 intervalos de 6 1neses f\s radiografias celü- O proble111a odontológico n1ais con1un1ente associado ao
lon1étricas deven1 ser obtidas a cada 12 n1eses ou con1 111aio1 tratan1cnto ortodôntico en1 adultos é a ralha en1 diagnos-
fh:qüência, se indicado 1\s sobreposições cen1!0111étricas na ticar e controlar adcquadan1cnte a periodontite incipiente
B
A
fig:, 28-25 ,\. Radiograti:l panorümiea pré-tratamento de um homem adulto que revel:i presençu de eúkulo suhgengival
e perindontitc entre os molares superiores (1·eta) B ,\ radiogra!ia panorúmiea para avaliar a evolução do tratamento
nrtodôntieo mostra penh1 ósseu importante entre os molares superiores e também nos segmentos nnteriori:s ( 1·(•ta1)
C. Vísta frontal pré-tralami:rHo de urn h11111em adulto eom reeessà(1 gengind generalizada O Durnntc o tratamento
uma recessão gengiva! agra\·a
T1 ut11111c1//11 ( Jr 1, )d, i111 iL u ( , 1,u(j 111 ·a111e e111 Ad11/to\ C,win ri.o 28 527
E. F
G H
.J
1( L
f·ig. 28-25 t:nnlinua~:io [ Vista la\l.:ral din:ita pnJ-1rata111L'11t11 f. Os prÍrnL'irns pré-rnnlarL's h1ram L'.\traídos para
rL·suhL'r P api11han11.:1Ho all\L'rior. L' u kdwmL'lllll do L'Spaçll L'StÜ quase L'omplL'to G. Vista latL'r;ll L'sqw.:rda pré-
1r,11amcnto li r:L'chamt.'111(1 d11 o..:sp:1ç(1 o..:oncluidu L' 11 ali11h:1J11L'!lt\1 radit·tdar t.·stú 1.:111 c,uluindo 1. Vista ndusal
supL'rior pré-trat,nnt.•nto I O C"Spaço antC"rinr C"S!Ú sL'ndo li:chado L' os molarL's L'Slàu n1t:1cionando 1\ \'isw (H.::lusal
inlt.•ri(ir prl:-tra!a1110..:n1t1 L '.\(1!1.: a rotai;Jo distal dos prÍmL'iros molares (IL'\ ido ao posiL'ÍlllW!llL'!ll\1 dos bntL'kcts
rnui!o p,1ra mt.·sial
528 (J1rodo111io l' /1{U(1111e1lfo 1\11rilia1
A B
E F
Fig. 28-26 Comrole inadequado de círit: e periodonlitc em urn paeiente adulto do sc.'\n 111.1sculino ,\, A radiografia
periapica! pré-tratami.:ruo re\da prov.ivel penhl óssea e cirk B Aptis n trntamcnt(1 orlo{l(1ntir.:o us lcsôcs de cüric
desenfreadas e a perindonlitc tornam-se cvidcrHcs C A radiografia pcriapica! prt!-tratamcnto mostrn um dcfeit(1
tisse(1 a(1 re<ltir d11 ineisiv(1 central n::s1aurad(1 1). A radi11grafia pós-tratamento revela reabs1irçãn radicular mo(ksta
porêm com penla óssea avançada E Radiografia pré-trawmenlo do lado superior l.!squerdo que mostrn pnn·:ívcis
Lklcitos \Ísseos a\1 redor do prin11:iro prC-11101,ir e do primciru mol:ir F, Vista püs-trntamcnto A lesão na medial do
primeiro molar nfüi 1:xih1: h:r perda (iss1:a a,an~·ada mas uma perda nítida ê pcn:l.!bk!.1 ao redor do primeiro prê-molar
I.! do <.:<mino (r\~ radiografias süo uma cortesia do Dr David Engen)
(Fig 28<~5). Todos os adultos dcven1 passar por uni di- ção do periodonto é u111a con1plicação inaceitável etn uni
agnóstico periodontal bein-c!aborado antes <lo tratan1entn . tratan1ento onodôntico para adulto
ao longo da 111ccanoterapia . e rcgularn1ente avaliados apús r\s nuís oclusões co1nplexas são proble1nas desafia·
a retirada do aparelho Ta111hé111 é n1uitn con1un1 que o dores que rcquercn1 tratan1ento abrangente: a 111elho1 op-
profissional se concentre na co1Teção da oclusão e ignore ção é que esse tratan1ento seja realizado por unia equipe
o periodonto Uni progran1a de avali<.u;ão rigo1oso . siste- 111ullidisciplinar Uni dos n1en1bros da equipe deve assu1ni1
n1ático e contínuo é essencial ( veja c·ap 2..J.) ;.\ deteriora- a posição de liderança para coordenar o tratan1ento e n1an-
·n . ara,nen/o Orrodônrico Coalf/11va11te e111 Adulros G\!'iTUl.O 28 529
ter unia con1unicação estreita con1 o paciente . A ortodontia ortodõnticos são projetados para eli111inar as interferênci-
é in1prescindível no tratan1cnto de n1uitos pacientes con1- as funcionais, obtendo utn trajeto confortável de fecha-
pron1etidos periodontalniente No entanto. o tratan1ento niento quando a placa für ren1ovida Se o problen1a na
ortodôntico en1 adultos pode ser destruidor e contrapro- articulação ten1poron1andibular não for solucionado con1
ducente na ausência de 11111 plan~janiento ben1 coordenado esse procedin1ento conservador. o paciente deverá ser en-
e abrangente de un1 trata1nento niultidisciplinar (Fig 28- caniinhado ao profissional especializado no controle dos
26) Não é reconiendável que un1 único profissional assu- distúrbios da articulação teniporo1nandibular. Técnicas es-
n1a todos os aspectos de un1 caso n1utilado conip!exo, por pecificas de i111agen1 e outros procedin1entos especializados
causa dos seguintes fatores: poden1 ser indicados
1 Muitas especialidades são gerahnente necessárias
para obter uni resultado otin1izado Resumo
1. O profissional tende a se concentrar en1 apenas un1
aspecto do trata1nento geral, prestando atenção ina- Con1parado con1 crianças e adolescentes, o tratan1ento
dequada aos deniais fatores ortodôntico en1 adultos é rnais desafiador por contar con1
3 Unia equipe de profissionais proporciona uni siste- t1111a probabilidade 111ais alta de con1pron1etin1ento n1édico
n1a de reava! iação que te111 niaior probabilidade de e dentário O trata1nento previsivel das n1ás oclusões en1
detectar e controlar as con1plicações que possan1 adultos é facilitado por u1n processo disciplinado de avalia-
vir a con1pron1eter o trataniento ção O dentista deve con1eçar por tuna consideração geral
A interação de tuna equipe 1nultidisciplinar é o 111eio da saúde do paciente e depois progredir para unia análise
111ais eficaz de obter rotineiran1ente resultados ideais no seqüencial da face, da cavidade bucal, do periodonto, dos
controle de 1nás oclusões con1plexas e parcia!Jnente desden- dentes e da rná oclusão
tadas É essencial que todos os rne111bros da equipe n1oni- Pacientes ortodônticos en1 potencial, coni 1nais de 50
toren1 o periodonto durante o trata111ento e que uni dos anos de idade, tên1 alto risco de desenvolver osteoporose
profissionais (gerahnente o periodontista) tenha a respon- (isto é, 44º/c, apresentani fatores de risco suficientes para
justificar tuna avaliação n1édica). Coni o tratan1ento n1édi-
sabilidade de fazer unia 111anulenção periodontal regular
co adequado, os portadores de osteopenia e osteoporose
são bons candidatos a tratan1ento ortodôntico
Distúrbios Temporomandibulares Os problen1as predon1inante111ente genéticos tenden1
a ser sin1étricos, enquanto os cpigcnéticos (an1bicntais}
As con1plicações funcionais estoniatognáticas n1ais coniuns
são assin1étricos. É reco1nendável definir a provável causa
do tratarnenlo ortodõntico en1 adultos são os distúrbios
da 1ná oclusão e orientar o tratan1ento para reduzir ou eli-
ternporo111andibulares e a postura anorn1al do tecido niole n1inar a causa dos problen1as especificas
Unia deterioração significativa na função ternporon1andi- O tratan1ento ben1-sucedido das inás oclusões n1utila-
bular se 111anilesta através de estalidos, estalos, di1ninui- das requer uni processo de diagnóstico e plano de trata-
ção na an1plitude de 111ovi111ento ou trava,nento eni abertu- 111ento disciplinado A história detalhada e a avaliação n1é-
ra ou fCchan1ento (veja c·ap 17) dica são in1portantes, especiahnente para os pacientes coni
Os sinton1as nienores e ten1porários do distúrbio ten1- 111aís de 50 anos de idade. 3 Muitos adultos parcialn1ente
poro1nandihular são tão co111uns que n1uitos pacientes che- desdentados tê1n história de negligência dentária, que pode
gan1 a considerá-los nor111ais Para uni problen1a n1enor ter resultado na cascata de conipensações funcionais que
pode não haver necessidade de lratan1ento específíco, culn1inan1 na n1á oclusão con1plexa
poré111 os pacientes deven1 ser questionados en1 relação a Antes do inicio do tratan1ento ortodôntico, as lesões de
hábitos abusivos, con10 abertura excessiva. hábito de n1as- cárie deven1 ser elin1inadas e a periodontite deve estar ben1
car chicletes, postura anorn1al durante o sono ou trau- controlada. Un1a vez iniciado o tratan1ento, é in1portante obe~
n1atisn10 facial O trata111ento pode ser tão sin1ples con10 decer a 11111 progrania rigoroso de n1anutcnção periodontal,
identificar o hábito causador e eliniiná-lo, A prescrição de gerahnente e111 intervalos de 3 111eses. e avaliar regulannentc a
e uni período de repouso con1 função lin1itada pode,n ser reabsorção radicular e o progresso ortodôntico, no niínin10 a
suficiente cada 6 111eses A atenção deve ser direcionada a problernas
No entanto, se o distúrbio da articulação te1nporon1an- técnicos, tais con10 erros no posiciona1nento dos brackets.
dibular envolve dor ou se houver tuna relação clara entre que poden1 prolongar o tratan1ento, cornpron1cter o resultado
os sintonias e as alterações ortodônticas na oclusão, o pro- e diniinuir a confiança do paciente
ble1na deverá ser cuidadosan1ente avaliado. Unia placa
oclusal en1 un1 dos arcos é unia fCrra1nenta diagnóstica Agradecimentos
eficaz para ren1over a influência de interferências oclusais
nocivas. Os problen1as rotineiros gerahnente se resolveni Os autores agradecen1 profundarnente a colaboração de
en1 poucos dias e a interferência oclusa! pode ser iden- diversos colegas, incluindo os Drs Charles Goodacre,
tificada pela 1nontagen1 dos n1odelos no articulador. Unia Steven Haug, David Brown, John Phelps, Jerry Andres,
vez que o problenia oclusal s~ja identificado, os ajustes Charles Nelson, Mark Wohlford, Mare Olsen, Mark An-
530 51:ç.\o VI 01 todo11tio e Ti uta111e11to Auxiliai
derson, Larry Garetto. tvlunro Peacock, c·ann:rd Johnston, 16 Hansen MA et al: Potential risk factors for development
Charles Slemenda (Póstumo). Gordon Arbuckle (Póstu- of postmenopausal osteoporosis-examined over a 12-
mo). Charles Coghlan. Brady Hancock. Tom Barco. year period, Osteoporosis Int 1(2):95-102, 1991
La,vrece Falender, c·harles PritchetL ('raig Thon1son. 17. Frost HM: !11ten11edian; 01ga11ization o/ fite skeleto11, vol 1,
Boca Raton, Fia, 1986, CRC Press
Richard Herd e David Engen
18 Garetto lP et al: Ren1odeling dynamics of bane support-
ing rigidly fixed titanium implants: a histomorphornetric
comparison in four species including humans, !111pln11t
Denl 4:235-243, 1995
19 Chen J et ai: Mechanical response to functional and ther-
REFERÊNCIAS apeutic loading of a reh·ornolar endosseous implant uti-
lized for orthodontic anchorage to mesially translate
1 Hohlt WF, Roberts WE: Clinica! orfüodontics in predoc- mandibular molars, Implmrl Drnt 4:246-258, 1995
toral education, 6 years of experience at Indiana Univer- 20 Huja SS et al: Microhardness and anisotropy of the vital
sity, Indiana Dent Assoe J 76(2):9-13, 1997 osseous interface and bane supporting endosseous in1-
2 Hohlt WF, Hovijitra S: Multidisciplinary treatrnent of an- plants, JOrtlzopaed Res 16(1):54-60, 1998
terior spacing by orthodontic and prosthodontic man- 21 Davidovitch Z: Cell biology associated with orthodontic
agement, Indiana Denl Assoe J78(3):18-23, 1999 tooth movement ln Berkovitz BJB, Moxham BJ, Ne\vn1an
3 Roberts WE: Adjunctive orfüodontic therapy in adults HN (eds): T/ze periodontal ligzmzent in /zealt/1 mrd disease, ed
over 50 years of age, clinical management of compen- 2, London, 1995, Mosby-Wolfe
sated, partially edentulous malocclusions, Indiana Dent 22 Moxham BJ, Berkovitz BKB: I he effects of ex tema! forces
Assoe J76(2):33-41, 1997 on füe periodontal ligarnent ln Berkovitz BJB, Moxham
4 Roberts WE: Dental implant anchmage for cost-effective BJ, Newman HN (eds): Tlze periadontal lig11111enl in lzealt/z
management of dental and skeletal n1alocclusion. ln Ep- mzd disease, ed 2, London, 1995, Mosby-Wolfe
ker BN, Stella JP, Fish LC (eds): Denlofacia/ deformilies, vol 23 Rygh P, Budvik P: lhe histological responses oi the peri-
IV, ed 2, St Louis, 1999, Mosby odontal ligament to horizontal orthodontic loads ln
5 Roberts WE: Toofü movement, ankylosis and implant an- Berkovitz BJB, Moxham BJ, Newman J-!N (eds): I/ze peri-
chorage, a physiological continuum, Indiana Dent Assoe J odontnl lign111e11t in ltenlth anel clisense, ed 2, London, 1995,
78(3):24-32, 1999. Mosby-Wolfe
6 Roberts WE: Bone physiology, metabolism, and biome- 24 Proffit WR, Fields H Jr: Conlempormy o, t/rodonlies, ed 3, St
chanics in orthodontic practice In Gr-aber TM, Vanarsdall Louis, 2000, Mosby
RL Jr (eds): Ortlwdonlics: c11rrenl principies and tec/miq11es, 25, Mortensen Letal: Risedronate increases bane n1ass in an
ed 3, St Louis, 2000, Mosby early postn1enopausal population: two years of treallnent
7. Roberts WE: Orthodontic anchorage wifü osseointegrated plus one year of follow-up, JClin Endocrinol Metab 83:396-
implants: bone physiology, metabolism and biomechan- 402, 1998
ics ln Higuchi KW (ed): Ortlwdontie applicntions of os- 26 Schairer C et al: I\1enopausal estrogen and estrogen-
seointegrated implmrts, Chicago, 2000, Quintessence progestin replacement therapy and breast cancer risk,
8. Roberts WE, Baldwin Jj: Pre-prosthetic alignment of a JAMA 283:485-491, 2000
compensated class Il malocclusion in a partially edentu- 27. Willett WC, Colditz G, Stampfer M: Postrnenopausal es-
lous adu!t, Case St11dies Ortlwd 3(1):1-6, 2000. trogens: opposed, unopposed, or none of the above,
9 Roberts WE, Hartsfield JK: Multidisciplinary manage- JAlvlA 283:534-535, 2000
ment of congerútal and acquired compensated malocclu- 28 Sietsma WK et al: Antiresorptive dose-response relation-
sions, Indiana Denl Assoe J 76(2):42-51, 1997 ships across three generations ofbisphosphonates, Dn1gs
10 Chanavaz M: Screening and medical evaluation of adults, Exp Clin Res 15:389-396, 1989
absolute and relative conb:aindications for invasive den- 29 Starck WJ, Epker BN: Fai!ure of osseointegrated dental im-
tal procedures, Indimrn Denl Assoe J78(3):10-17, 1999 plants after diphosphonate therapy for osteoporosis: a
11 Looker AC et ai: Prevalence of low femoral bone density case report, lnt J Oral Maxi/lofae Implants 10:74-78, 1995
in older adults from NHANES III, J Bane l\forer Res 30 von Wowem N, Kollemp G: Symptomatic osteoporosis: a
12:1761-1768, 1997 dsk factor for residual ridge reduction in the jaws, JPros-
12. Slemenda CW et al: Predictors of bane mass in peri- 1/zet Derrl 67:656-660, 1992
menopausal women: a prospective study of clinical data 31 Harai T et al: Osteoporosis and reduction of residual ridge
using photon absorptiornetry, Ann llllenr Med 112:96-101, in edentulous patients, JProstlzet Derrt 69:49-56, 1993
1990. 32 Cawood JI, I-Iowell RA: Reconstructive preprosthetic
13 Becker AR, Roberts WE, Garetto LP: Osteoporosis risk stugery I Anatomical considerations, Irri JOral Maxi/lofae
factors in female dental patients: a preliminary report, In- S11rg 20(2):75-82, 1991.
diana Denl Assoe J76(2):15-19, 1997 33 Payne JB et al: Longitudinal alveolar bone loss in post-
14 Roberts WE et ai: What are the risk factors of osteoporo- menopausal osteoporotic/ osteopenic women, Osteoporo-
sis? JAm Denl Assoe 122(2):59-61, 1991 sis irri 10(1):34-40, 1999
15 Roberts WE et al: Bone physiology and metabolism in den- 34 Mohammed AR, Brunsvold fy!, Bauer R: The strengfü of as-
tal implantology: 1isk factors for osteoporosis and other sociation belween systemic postmenopausal osteoporosis
rnetabolic bone diseases, Implmrt Derrl 1:11-21, 1992 and periodontal disease, Inl JProstlwdont 9(5):479-483, 1996
Ti O(Ol/ll'IIIO ()1 tod()l/l ic O ( uoi(j li\ 'li/Ili..' 1.'111 A d11/ f<H (,\!'ÍTULO 28 531
35 Baxter JC: Osteoporosis: oral manifestation of á systenlic 53 Meskin LH, Brown LJ: Sociodemographic differences in
disease, Q11íntessence Int 18:427-429, 1987 tooth loss patterns i.n U.S. employed adults and seniors,
36 Krall EA et al: footh loss and skeletal bane density in 1985-86, Gerodontics 4:345-362, 1988
healthy postmenopausal \.Vornen, Osteoporos Inl 4: 54 :tvleskin LI-I et al: Patterns of tooth loss and accumulated
104,109, 1994 p1osthetic treatment potential in U S employed adults
37, Jeffcoat !vil( et al: Nuclear n1edicine teclu1iques fo1 the de- anel seniors, 1985-86, Gcroclontics 4:126-135, 1988
tection of active alveolar bane loss, Adv Dent Res 1:80-84, 55 Okeson JP: Jvla11age111ent of te111poro111a11dibular disorders and
1987 occlusio11, ed 4, St Louis, 1998, Mosby.
38 Reddy lVIS et al: Deteclion of peI'iodontal disease activity 56 Bolton WA: Disharmony in tooth size and its relation to
vvith a scintillation camera, JDent Res ?0:50-5t1, 1991 the analysis and h·eatment of malocclusion, Anz J Orthod
39 Tricker ND, Garetto LP: Cortical bone turnover- and nlin- 28:113-130, 1958
eral apposition in dentate dog mandible, J Dental Res 57 Potter RHY: lhe genetics of tooth size. ln Stewart RE,
7651:201, 1997 (abstract) Prescott GH (eds): Oral facial genetics, St Louis, 1976, Mosby.
40 Paganini-Hill A: lhe benefits of esh·ogen replacement ther- 58 van Limborgh J: :tvlorphogenetic control of craniofacial
apy on oral healfü, Arei, Intem Med 155:2325-2329, 1995 growth ln McNamara JA)r; Ribbens KA, Howe RP (eds):
41 Grodstein F, Colditz GA, Stampfer MJ: Postmenopausal Cli11ical alteration of lhe grozuing face, Center for Huntan
hormone use and tooth {oss: a p1ospective study, f ;t,n Gro,vth and Deveiopment, Ann Aibor~ Mich, 1983 1 Uni-
Dent Assoe 127:370-377, 1996 versity of ivlichigan
42 Konm1an KS, Loesche WJ: Effects of estradiol and p10- 59 I(erschbaum T: Long-term prognosis of conventional
gesterone on Bacte1oides melaninogenicus and Bac- p1osthodontic restorations. ln Naert I, van Steenberghe
teroides gingivalis, Infect 11111/lun 35:256-263, 1982 D, \i\'ortllington P (eds): Osseointegration in oral rehabilita-
43 Reinhardt RA et al: Gingival fluid IL-Ibeta in post- tio11, London, 1993, Quintessence.
menopausal females on supporlive periodontal therapy: 60 Roberts WE, Ar buckle GR, Analoui M: Rate oi mesial
a longitudinal 2-year stucty, / Clin Periodo11tol 25(12):1029- translation of n1andibular molars utilizing implant-
1035, 1988 anchored mechanics, Angle O, thod 66:331-337, 1996
44. Reinhardt RA et al: Influence of eslmgen and osteopenia/ 61 Hohlt WF, Roberts WE: Orfüodontic education at Indiana
osteoporosis on clinical periodontitis in postmenopausal University: a new philosophy of specialty and general
women, JPeriodontol 70(8):823-828, 1999 practice, /1Jdim1a Dent Assoe J69(5):19-24, 1990
45 Dao rt AndersonJD, Zarb GA: Ts osteoporosis a rísk fac- 62 Robe1 ts \.YE: Orthodontics in the main stream, Indiana
tor for osseointegration of dental implanls, J11t JOral lvlax- Dcllt Assoe J76(2):4-6, 1997
illofac llllplants 8:137-144, 1993 63 Roberts WE: Reflí~cting on the ()rthodontic Educational
46 Fujimoto T et al: Osseointegrated implants in a patient Developn1ent Sympositun: was there any real progress in
with osteoporosis: a case report, Int J 01 ai lvlaxillofac 1111- defining the scope of 01 thodontic education for general
plnnts 11:539-542, 1996 dentists and other specialists? Ani JOrthod Dentofacial Or-
47. Jee WSS et ai: Corticosteroicl and bone,Alll JAnal 129:477- tlwp 111:110-115, 1997
480, 1970 64 Roberls WE, Giber t RP, Puig MAB: Assessment oi maloc-
48 Ashcraft MB, Soufüard KA, Tolley EA: Ihe effect oi corli- clusion . ln Hall WB et ai (eds): Decision making in dental
costeroid-induced osteoporosis on orthodontic tooth move- treatmellt plnnning, ed 2, St Louis, 1998, Mosby
ment, Alll J01t/10d Dentofacinl Ortlwp 102:310-319, 1992 65 Kokich VG: Esthetics: lhe orthodontic-períodontic
49. Garetto LP et ai: Remodeling clynanúcs oi bone support- restara tive connection, Semin 01tlwd 2(1):21-30, 1996.
ing rigidly fixed tilan.iU111 iinplants: a h.islo1norphornelTic 66 I-Iall YVD el al: Ot:cisio1I 111akíng i11 deulal lreat111ent pla1111i11g,
comparison .in four species including hurnans, I111pla11t ed 2, St Louis, 1998, Mosby
Dent 4:235-243, 1995 67 Salama N, Salarr1a M: lhe role of orthodontic extrusive
50 Karpf DB et al: Prevention of nonvertebral fractures by remodeling in the eni1ancement oi the soft and hard tis-
alendronate: a meta-analysis, JAMA 277:1159-116'!, sue p1ofiles prior to implant placement: a systematic ap-
1997 proach to the management of extraction site defects, Int J
51. Cummings SR et al: lhe effect of raloxifene on risk of Periodontics Resto,atíve Dent 13(4):312-333, 1993
breast cancer in postmenopausal women, JAA1IA 281: 68 Goodacre CJ et al: Prosthodontic considerations when us-
2189-2197, 1999 ing implants for orthodontic anchorage, J Prosthet Dent
52 Southard KA et ai: Ihe relalionship belween the densily 77(2):162-170, 1997
of the alveolar p1ocesses and that of post-cranial bane, J 69 Higudú KW: O, thodontic npplication of osseointcgiated im-
Dent Res 79(4):964-969, 2000 plm,ts, Clúcago, 2000, Quintessence
Capítulo 29
TERMOS·CHA VE
En1bora cada pessoa con1parlilhe 1nuitas características das úreas craniofüclais pode ser reconhecida con10 uina
con1 o restante da população, existcn1 dil'erenças suficien- diferença no ta111anho ou nas relações entre os dois lados
tes para tornar cada ser hu111ano un1 indivíduo único Es- da füce . Ela pode ser resultante de discrepâncias na 111or-
sas variações ilinlitadas 1u1 111or!Ologia. no tan1anho e na !Ologia óssea ou do n1au posicionan1ento de u111 ou 111ais
relação de estruturas dentárias. esqueléticas e de tecido ossos no con1plexo cranio13cial A assin1etria ta1nbé111 pode
111ole da fiice são i1nportantes para fornecer a cada indivi- ser lin1itada aos tecidos 1110\es de revesti111ento.·'
duo sua própria identidade Peck e Peck·1 avaliaran1 a sirnctria facial en1 52 adul-
A sin1etria bilateral perfCila do corpo é uni conceito tos caucasianos "'excepcionaln1ente ben1-equilibrados" e
teórico que raran1ente existe nos organis111os vivos As observaran1 que existe 111cnos assin1etria e n1ais estabilida-
diferenças entre os lados direito e esquerdo se111pre ocor- de din1ensiona\ no crànio
re111 onde dois tipos de in1agens congruentes. porén1 es- O ponto en1 que a assi111etria norn1al torna-se anonnal
pelhadas. estão presentes En1 geral. os 1na111i1Cros apre- não pode ser facihnente definido e é fíeqüenten1entc de-
senta111 unia assin1etria nítida no posicionan1ento das vís- tenninado pelo senso de cqui!ibrio do dentista e pela per-
ceras na cavidade corporal O hon1en1 freqüenten1ente ex- cepção que o paciente ten1 do desequilíbrio
perin1enta assin1etrias funcionais e ta111hé111 111or!Ológicas A assin1etria 13cial clinica do co111plexo craniolücial
(por ex. pre!Crência pelo direito ou esquerdo e tan1bé111 a varia desde discrepâncias inlin1as até discrepânicias aber-
preferência por uni dos olhos ou tuna das pernas). Algu- rantes. entre as n1etades direita e esquerda da fücc. Na
n1as dessas assi1netrias tên1 origen1 en1briológica e são as- co!agc111 de !Otografias dos lados esquerdo e direito de
sociadas à assin1etria do siste1na nervoso central. 1 tnna füce nonnal con1 suas in1agens espelhadas respecti-
O Dicionário i\Iédic.o Dorland'.~ define si1netria con10 vas. três faces pode111 ser visualizadas: a original. as duas
"o anaqjo sen1elhante na lünna e relações das partes cn1 n1etadcs esquerdas e as duas 111etades direitas Freqüen-
torno de un1 eixo con1un1. ou en1 cada lado de uni plano teinente, essas três lilces do n1esn10 individuo são bastan~
do corpo"' e c·linica111ente. si111etria signilica equilíbrio. en- te ciifCrentes ·1•1•
quanto unia assin1etria in1portante significa desequilíbrio·' \Voo 7 avaliou crânios egipcios antigos e observou que
A assin1etria laciaL por ser un1 JCnôn1eno con1un1. os ossos do crânio 111ostrava111 assin1etria. con1 os ossos
provaveln1ente foi observada pela prin1eira vez pelos esta- frontal. ten1poral e parietal do lado direito sendo n1aíores
tuúrios da antiga Grécia. que registravan1 o que encontra- O lado contralateral do con1plexo facial exibia assi111ctria.
van1 na natureza - a assin1etria tacial norn1al I A assin1etria con1 o zigon1a e a 111axila do lado esquerdo sendo 111aior
532
C·\PÍTUl.O 29 533
Ern un1 estudo de unia população tnais conte111porâ- idade, havia u111a probabilidade igual para a assin1etria 111an-
nea, para detern1inar a sitnctria das várias partes da fi:lcc, dibular n1elhorar por volta dos 16 anos
Vig e f-"Ie\vitt 8 avaliara111 63 ccfhlogran1as póstero-anterio-
res de crianças nonnais entre 8 e 18 anos de idade. 1\for- ETIOLOGIA
nu,I, nesse caso, significava que a criança não exibia ne-
nhu111a assi1nctria fàcial clinica111ente evidente Unia assi- Muitos ftitorcs tên1 sido considerados con10 etiologia da
111ctria geral foi encontrada na n1aioria das crianças, na assin1etria, incluindo in1perfeições genéticas en1 un1 111e-
qual o lado esquerdo era 111aior. A base craniana e a região canis1no que era projetado para criar sin1etria. e fr1tores
n1andibular exibian1 excesso no !ado esquerdo, enquanto a an1bientais capazes de produzir diferenças nítidas entre os
região n1axi!ar exibia excesso no lado direito. A região den- lados esquerdo e direito. 1 11 12
toalveolar exibia un1 grau 111aior de sin1etria. Vig e I-le\vittx'i A genética participa en1 certas condições patológicas
concluíra111 que as alterações con1pensatórias surgen1 no con10 neurolibron1atose 111tiltipla. que te1n incidêneia fa-
descnvolvi111ento das estruturas dentoalveolares Essas al- 111iliar associada a un1 gene do1ninante (Fig 29-1) 131 •1 Outro
terações penniten1 fllnção sin1étrica e a intercuspidação exen1p!o de unu1 assin1etria facial significativa ocorre na
n1áxin1a bilaterais, 1nini111izando assin1 os efCitos da assi- 111icrosso1nia he111ifhcial (Fig. 29-2)
111etria subjacente na disposição do ta111anho das bases Algun1as fissuras de lábio ou palato te111 etiologia ge-
a picais nética e resu!ta111 en1 u1na de!"orn1idade facial. con1 un1
E111 un1 estudo longitudinal que avaliou as n1udanças colapso associado do arco dentário superior (Fig 29-3) 1"
na assiinetria n1andibu!ar, Melnik 1º não encontrou difCren- Essa assi111etria deve exibir tuna distribuição aleatória en-
ças significativas entre os sexos, aos 14 anos de idade tre o lado direito ou o esquerdo As lissuras unilaterais
Eles tan1bén1 observaran1 que, en1 relação aos 6 anos de ocorre111 con1 o dobro da freqüência no lado esquerdo e1n
Fig. 29~1 Fotografia facial de uma menina aos 11 anos de idade com neuro!ibromatosc (,\) A lesão 0 diagnosticada
nas rndiogralias .intero~pos[erior (8). punorflmica (C) e lateral (D)
534 51:ç..\o VI 011odo11tia e T1uta111e1110 .-/11xilic11
Fig_ 29-2 fotogralias fociais <lc um pacicrHc ,om micrussrnnia hcmifocia! As discrep,incias cnvohcrn apenas um
Ja<l(l da focc e irH.:lucm a;;sirnetrias no corpo. ramo e côndi!n mandihularcs. bem corno nus estruturas externas e
internas do ou\'ido (De Bishara SI: Burkcy PS. Kharou1 .JG: :l11gh• 011/iod 6-1['..:J: 89+98, 1994 Concsia da Dra
Dcbora Zcitkr)
A B
Fig. 29-3 Fotografias focia! (A) e intrabucal (B) t.k um menino aos l 1 anos de idudc com fissura lúbio-palarnl
operada Note a tcndi'.:ncia para a !ll(lfdida cruzada unilaternl crnol\'cndo a n:giõo anterior e posterior
relação ao direito c·on10 é dificil encontrar un1 l11to1 não- A assi111etria craniofacial pode ser causada por fatores
genético que possa ser responsável pela assin1etria. su- a111bientais, incluindo 111udanças patológicas que não são
põe-se que a preferência é associada a diferenças genéti- necessaria111ente congênitas por natureza . O osteocon-
cas entre as n1etades do corpo. 1 dron1a do côndi\o 111andibular resulta en1 assin1etria racial,
A pressão intra-uterina durante a gravidez e a gran- n1ordida aberta no lado envolvido e desvio n1andibular (Fig
de pressão no canal do parto no nasci1nento pode111 cau- 29-4) "'
sar efeitos visíveis nos ossos do crânio fetal A n1oldage1n O traun1atisn10 e a intecção tan1bé111 deve111 ser consi-
dos ossos parietais e faciais, a partir dessas pressões. pode derados quando nos deparan1os con1 tnna assin1etria racial
resultar en1 assi,netria facial Esses el'eitos geraln1ente são As fraturas não-tratadas da n1andibula pode111 exibir graus
transitórios, con1 unia restauração rápida das relações nor- variados de desfiguração facial. O traun1atisn10 e a infec-
n1ais do cninio nun1 espaço de te111po que varia de algu- ção dentro da articulação temporornandibular (ATM) po-
1nas sen1anas a vários 1neses 1~ den1 resultar na anquilose do côndilo ao osso tc111poral
A \,1111e111t1, IJ1.:111â1 ia, e Fal illi\ (A!'ÍTLJ(.0 29 535
A B
e D
íig. 29-..i A c B. Fotografias dos llliltklos lk gcssn plls·trntamcnto. obtidos de um paciente com 20 anos de idude
tratadli ortodonticamcntc Notc :i in1cn:uspidui;fio postcrior bilatcrn! C e D. No\'e mcses pó:>·tratamcnto, uma
mnrdida aberta esta\'a se dcscrn ol\'endo nn l:1do esquerdo E. O paciente l'ói diagnosticado corno portad(lí de
osteocondroma do 1.Jindiln esquerdo n tral:1mento incluiu ttm r<.'!rat:nnento nrtod(mtko associado ú cirurgia para
corrigir ;1 mú odusfiu e c:\lirpar a ksfio (De Bislwra SE. Burkcy PS Klrnn1uJ JG: Angfo Onlwd 64[2]: 89-98, 1994)
(Fig. 29-5). 17 A anquilose en1 unia criança ctn !hse ele cres~ e. hábitos ele sucção ou 1nastigação assin1étrica causada
ci111ento leva ao subdesenvolviinento 111anclibular unilateral por cúries dentárias, exoclontia e traun1atis1110). 1
do lado afetado. is Un1 dano ao nervo pode causar inclireta- De acordo con1 Lundstron1, 1 a assin1etria ta1nbén1 pode
111ente a assi,nctrin, dccorn:nte da perda da função e cio ser descrita con10 qualitativa (tudo ou nada) ou quantitati-
tônus 111uscular va . Do ponto de vista ortodôntico, os exen1plos de as-
En1 un1 estudo detalhado sobre as assin1etrias nos ar- sin1ctrins quantitativas poden1 ser as dif'erenças no nú-
cos dentários e na !'acc, L.undstron1 1 explicou que a ns- 111ero de cientes e111 cada lado ou a presença de tnna fissura
siinetria pode ser de origen1 genética ou não-genética e de lábio e palato. Os exemplos de assimetrias qualitati-
que, en1 geraL é u1na con1binação de an1bas. Algu111as das vas pode1n ser as diferenças no tan1anho cios dentes, na
assiinetrias entre os lados direito e esquerdo na cavidade localizaçào cios dentes nos arcos ou na posição dos arcos
bucal pocle111 ser o resultado de fatores arnbientais ( isto dentúrios na l'ace I
536 SE(Ao VI ()11udonrio I..' Tiata111e11to Auxilia,
Assimetrias Esqueléticas
As assin1ctrias esqueléticas podern envolver uni osso
como a maxila ou a mandíbula (Fig 29-8) Ou podem
envolver diversas estruturas esqueléticas e ,nusculares ern
uni dos lados da face (por ex., na n1icrosson1ia he,nifücial)
(veja Fig 29-2)
B
Assimetrias Musculares e de Tecido Mole
As desproporções faciais e os desvios na linha n1édia po-
den1 ser o resultado das asshnetrias muscular e de teci-
do 1nole. co1110 a atrofia he111ifücial ou a paralisia cere-
bral 211 Às vezes, o tan1anho do 111üsculo não é ben1 pro-
porcionado, con10 na hipertrofia do 111asseter11 ou na der-
1naton1iosite (Fig. 29-9) e tan1bé111 nas neoplasias 22 (Fig
29-10) A função 111uscular anorn1al freqüenten1ente re-
sulta ern desvios esqueléticos e dentários 21
D E F
Fig 29-6 A a C fotografias dos ll\(1dclos de um pacien!c C(ltn m.i (1c]us[io Classe/!, Divisão 1, subdivisão do lado
esquerdo :\ (H.:lu!-iÜtl de C!assl.' 11 no lado esquerdo foi resultante da p!.!rda prt.!crn.:e do segundo molar superior dt:cíduo
D a F. fotogralias pos-tratan1t:ntn do mndclo do lllC!-itlHl paciente. tral:ldo com extração assimétrica de um primeiro
pré-molar superior esquerdo Os mnlarl.!s esquerdos !(Iram tinalizados t:om umu n::!açào <lc Classe !! e os caninos, com
uma rdução dL' (!asse l (De Bishara SC Burki.::y PS. Kharoul' JG: ..lngfr 01'1hod6-1[2]: 89-98. 1994)
A,B e
D, E F,G
H, 1 J
íig. 29-7 A a E. Caso clinic(1 ilustrando uma mú oclu:-;ão com diversas assimetrias do arco dentúrio, incluindo rch.:nçiio
do segundo molar inferior esquerdo dceiduo agcni.::sia do segundo pré-molar inferior esquerdo e mordida t.:ruzuda do
ineisiY(l lateral superior r: a J f' ntogralias plls-tratamentn intrabw.:ais. fadais e dos modelos do mesmo paciente O
tratHrnenl(l incluiu a extnu;iin do dente deddun e de três pré-molares a nm
de compatibilizar u massa em todos os quatro
quadrantes dos arcos dentúrios (DI..' Bishara S[ Burkey PS Kharou!' JG: A11gle (),rlwd 6-i[::!]: 89-98, 199-1)
538 S1T,.,\o VI ( Ji 1udo11tia L n oh11111:111u .·l11xiliu1
B D
Fig. 29-8 A e B Pai.:k·nh.· com assimetria mandibular csqut.:li.:tit:a ,\ linha 1111.!dia (lentüria inferior desviou 7.0 mm
para a csqw:rda em n.:!ai;iio i1 linha média superior () lado din:ito l.!Xihia uma rclaçüo de Classe 111. e o lado esquerdo
mostrava uma rl.'laçfü1 prúxinw de Classe ! Neste caso. ;1 grande assim<.!lria na relaçiio \1elu:;a! t: rdkxo da assimetria
esquelética O lrntamcnto c:,;igíu cirurgia onngnútica que permitiu a rotaçiío e a rcdw;ün mm1dibular C e D.
Fotografias pos-trntamcn!o trnntal fadai e intrahucal :-.1es111\1 çnm a cnrn:çfüi du assiml.!tria i:squclêtica. ainda
persisk uma disi:n.:ta assimetria d11 tcddo mole fodal ~utc tamhérn que a linha mt!dia inferior fr1i sobrecorrigida (De
Bishara SE Burkcy PS Kharoul J(i: A11gh (hthod (1~[~]: XlJ-98 ll/{J-l)
Fig. 29-9 A dcrmawmiositc cm urn menino aos 1(1 anus de idade criou um dl.!scquilibrio na tonicidudc dn tecido mole
(A), que rl.!sul\1\tl na mordida cntlada ptis(critll" unilatcrnl (B)
A\\illIL'll Ítl'i /Jc11tâ1 ia\ e fúcia/\ (Al'ÍTULO 29 539
Fig. 29-10 Um linfonginma -'inli"abulhar cm uma menina aos 10 anos de idadt: (:\) exeree prt:ssfüi i:xeessi,·a nus
dt:nll!s supi:ri\1res d11 lado esquenhi criando urna mordidn eruzada unilateral ptisterior do lado esquerdo ( B)
A B e
Fig. 29-11 ,\ Fotngralia intrahw.:al cm rnúxima intt:n.:uspidaçfü1 habitual dt: um pacicnlt: 1H1 inki(1 da dcn!adura
misw. com mordida cruzada posterior uni!aternl do lad(i direito Perceba qut: as linhas ml!dias dcntúrias coinddem B.
Fnt.igrafia intrahucal do mesmo paciente cm rclm;fio cl!ntrica Note o dcs\Ío da linha m<:diu inkril1r .'\ oclusfüi
poskrior aprest:nla\·a uma rt:lação dt: cúspidc a cúspidt: no aspecto irans,·i:rsal C rotogralia intrabucal (1btida upos
a expansão do arco superior t: n alinhamento dos irn.:isi\·os inferiores i.:om um ari.:n lingual h1i construída unw placa
dt: Ha\\ ley superior incorp(1rando uma plai.:a n.:lusa! dt: lc\"antamcnln posti:ri(1r t: uma i:.\ll!nsão lingual para ajudar
a conter a .:orri:i;ão Note a i.:nrrei;ão das linhas médias dent:írias (De Bishara SE Burki:y PS . Kharour .fG: ..tngfc
01 rhoif 6-.tl:!J: 89~98, ! 99..J. )
J:jg . 29-12 Torn(1gratias obtidas das anicul.içües 1emport1mandibulares di: um pacicnti: t.:om
dt:slocami:nto do disi.:o para anterior. nn lado esquerdo (\·das \/I/Jt'IÍl)l't·1·) Ohsene a signitii.:a(Í\"a
redui;ão no espaço artícular do !ado esquerdo i.:nmparad(1 i.:(1111 o !ad(1 din.:iW ( H·/t1s i11f~·riure.1·)
Nos des\·ios mais Juncionais. o deslni.::unent(1 mandibular ocorre durnme o kdwrnento, após o
contuto di:ntúrio inicial Quando um disi.:n uni!ati:ral desloi.:ado para .interior. sem ri:dução
esti\·er presente. a mandíbula pode desviar para o lado aldadll dur:mk o .:iclo de abt·rtura Isso
(Korre porqut: n disi.:o dt:slocadn poder:i impedir que a mandíbula sofra uma lranslaç;1o anterior
i.:01110 no lado norrnul Durante o kehamento. a linha média inferior retornar:'! a sua posição
normal t:m múxima ínteri.:uspid,1i;ãn lwbitua! ( De Bishara SE Burkey PS Kharour JG: ../11g/c
(hrftod 6-.t[:!]: 89-98 199..t l
540 SE(.1\0 VI O, todontia e Trata111e11to Auxiliai
En1 resu1110, as três principais causas de assi111etria der u1n abaixador de lingua. a fi111 de detenninar co1110 ele
fhcial e das irregularidades na linha 1nédia dentária são: ( 1) se relaciona con1 o plano interpupilar (fig 29-13) 16
assin1etrias esqueléticas verdadeiras das estruturas fhciais, As assin1etrias esqueléticas verticais, associadas às
incluindo a 1nandíbula e a 111axila; (2) assin1etrias dentárias 111ordidas abertas unilaterais en1 desenvolvin1ento progres-
en1 un1 ou nos dois arcos e (3) desvios funcionais da n1an- sivo, pode111 ser resultantes de hiperplasia ou de neoplasia
díbula durante o fCcha1nento ou a abertura. U1na con1bi- condilar (veja Fig. 29-4).~ 7
nação desses f'atores pode estar presente Portanto, cada
paciente deve ser cuidadosan1ente avaliado para que o pro-
lissional possa chegar a un1 diagnóstico correto
Avaliação Oclusal nos Sentidos
Transversal e Ântero·posterior
DIAGNÓSTICO A assin1etria na relação transversal (por ex , tuna 111ordida
cruzada posterior unilateral) deve ser cuidadosan1ente diag-
U111 aspecto irnportante no diagnótico das assin1etrias é nosticada con1 o intuito de detenninar se ten1 origen1 esque-
obter tuna história dentária e 1nédica detalhada, incluindo lética, dentária ou funcional Con10 supradito, se houver
infünnações sobre trau1natis1110, artrite e alterações pro- uni desvio 1nandibular a partir da relação cêntrica para a
gressivas na oclusão Mii~(, a linha 111édia dentária inferior e o ponto n1entoniano
No diagnóstico das assi1netrias faciais e dentárias, un1 deven1 ser co111parados con1 outras referências dentárias,
exa1ne clínico 1ninucioso, co111pletado cotn o exan1e radiográ- esqueléticas e de tecido 111ole no plano n1édio-sagital, nas
fico, é necessário para detenninar a extensão do envolvin1ento posições aberta, de contato inicial e nuíxin1a intercuspidação
esquelético, dentário, funcional e do tecido 111ole habitual
E111 alguns casos, tal exa111e clínico é insuficiente para
Exame Clínico identificar un1 desvio runcional que foi adquirido por uni
perlodo prolongado Quando existir essa suspeita, o pacien-
O exan1e clínico pode identificar a assin1etria nas direções te deverá usar tuna placa oclusal A placa pennite que a
vertical, ântero-posterior e lateral. 1nusculatura oriente livren1ente a 1nandibula para sua rela-
ção adequada. sen1 se deixar inlluenciar pelas interferên-
cias oclusais (veja Fig 29-11)
Avaliação das Linhas Médias Dentárias As assi111elrias do arco dentário poden1 ser resultantes
de fatores localizados, tais co1110 a perda pren1atura de den-
O exan1e clínico deve incluir unia avaliação das linhas 111é-
tes decíduos (v~ja fig 29-6) ou pode1n ser associadas ao
dias dentárias nas seguintes posições: boca aberta, relação
deslocan1ento de todo o arco dentário e sua base esquelética
cêntrica, contato inicial e n1áxin1a intercuspidação habi-
de suporte. Lundstron1 1 observou que o uso da rafe 111axilar
tual As assin1etrias reais de origen1 esquelética ou dentária,
con10 linha de refCrência para o plano 1nédio não é confiável
se não füren1 con1plicadas por outros fatores, exiben1 des-
para detern1inar as assin1etrias n1axilares na direção ântero-
vios na linha 111édia na 111esn1a direção, en1 relação cêntrica
posterior ou lateral. Portanto, cada arco dentário deve ser
e e1n n1áxin1a intercuspidação habitual :u Por outro lado,
avaliado scparadan1ente, n1ediante exan1e clínico e de 1110~
as assi1netrias causadas por interferências oclusais poden1
delas dentários orientados para detenninar exatan1ente a si-
resultar en1 u1n desvio n1andibular funcional após o contato
111etria bilateral das posições dos n1olares e dos caninos
inicial dos dentes O desvio pode ocorrer na n1es1na dire-
O exan1e da n1orfülogia dos arcos superior e infCrior.
ção ou na direção oposta à discrepância dentária ou es-
a partir de u1na vista oclusaL pode revelar não apenas as
quelética, e pode acentuar ou n1ascarar a assin1etria
assi1netrias transversais, n1as tan1bé1n as diferenças na an-
c·on10 supran1encionado, o paciente ta111bé111 deve ser
avaliado para identificar assin1etrias funcionais associadas
às desordens da ATM
gu!ação vestibulolingual dos dentes. Deve-se ter ern 111ente É óbvio. a partir dessa descrição. que a avaliação clínica
que a expansão dentária para corrigir unia n1ordida cruza- cun1pre 11111 papel in1porta11te no diagnóstico das assi-
da na presença de unia atresia esquelética. pode influen- n1etrias Tan1bé111 é óbvio que. en1 111uitos casos. o exa111e
ciar negativan1ente a estabilidade da correção Da 1nesn1a clinico precisa ser suplcn1entado pela docun1cntação de
fürn1a. o 111ovi111ento dos dentes posteriores já inclinados, diagnóstico. con10 os 111odelos de gesso. transferência do
para unia direção 111ais vestibular, a fi111 de corrigir a 111or- arco facial e várias técnicas de i1nagen1, para localizar as
dida cruzada, será associado a uma rccidiva n1aior estruturas envolvidas na assin1etria
A assin1etria dos arcos pode ser causada pela rotação
de toda a n1axila ou da ,nandíbula O diagnóstico de un1
deslocan1ento rotatório da 111axila pode exigir unia avalia-
ção adicional, através da n1ontagen1 dos 111odelos dentários
cn1 uni articulador anatôn1ico, usando a transferência do
arco fhcia!. ~6
A
Avaliação Facial, Esquelética e do
Tecido Mole no Sentido Transversal
A avaliação da assin1etria facial é 11111 dos aspectos n1ais
iinportantes do exatne clinico fJurante a avaliação facial,
o profissional deve con1parar estruturas bilaterais nos sen-
tidos transversa! e vertical (Fig 29-14) e verificar apre-
sença de outras anormalidades (Fig . 29-15) A postura do
corpo também deve ser observada (Fig. 29-16) Além das
con1parações estruturais bilaterais, os desvios no dorso e B
na ponta do nariz, e ta111bén1 no filtro e no ponto n1ento-
niano precisan1 ser deten11inados As assin1etrias da n1an-
díbula poden1 ser observadas clinican1ente pela vista fron-
tal, observando o ponto n1entoniano e sua relação con1 o
restante das estruturas fllciais (veja Fig. 29-8) O exa,ne
da 111andíbula pela vista inferior, às vezes, ~juda a detenni- Fig. 29-15 O profissional deve examinar as rcgi(ks auriculares {A) crn
busca de indicações da pn:scnça de sindromcs como a de Goldcnhar. ou
nar a extensão de seu envolvin1ento en1 relação con1 o de outros problemas neun1logicos que possam ali.:tar as bochechas ou us
resto do fllce Zú l.íbios {B)
A B
Fig, 29-14 O exume clinico deve incluir uma avaliação das assimetrias Fig, 29-16 ,\ ohservnção du postura do corpo deve razcr parte da
transversais e verticais. comparando os lados direito (A) e esquerdo (8) avaliução geral do paciente com deformidades esquelCticas
da face
542 Sn;Ao VI O, toc/011tia e Tia1a1J1e1110 Aurilia1
Método da Triangulação
O n1étodo da triangulação pode ser usado para estudar a
assin1etria relativa das áreas co111ponentes do con1plexo
facial 8 Após a identificação das estruturas bilaterais e da B
linha n1édia na radiografia. são construídos triângulos que
dividen1 a fUce e111 vários co111ponentes. Os triângulos di-
reito e esquerdo são então con1parados, en1 relação ú si-
n1etria.
Grayson, ivtcCarthy e BooksteinJ 1 descreveran1 unia
técnica na qual os cefilogran1as póstero-anterior e basilar Fig. 29-17 ,\s placas (1dusais podem ser neeessúrias para avaliar ade~
pode,n ser analisados ern várias profundidades para detcr- quad.irncntc a presença e a extensão do desvio funcional A, Vista
1ninar o plano da assi111etria intrabucal dns dentes ern múxima íntercuspidaç[lo habitual, antes da
instalaçílo da pluca B. Vista intrabll(.:al -l scnrnnas após a instalaçílo de
As técnicas de in1agen1 1nais sofisticadas. con10 a uma placa do.: cobertura total superior No!e o eomponamcnto da linha
imagem por ressonância n1agnética e a ton1ografia rn!.:dia
computadorizada já são usadas rotineiran1ente con1 fina-
lidade de localizar co1n exatidão a discrepância As proje-
ções radiográficas en1 diferentes planos do espaço são ro- para corrigir as assin1etrias no arco dentário. As restaura-
tineíran1ente recon1endadas para avaliar as defünnidades ções co111 resina ou próteses poden1 ser indicadas para as
nas três di1nensões ·11 irregularidades dentí.lrias acentuadas
Assimetrias Funcionais
TRATAMENTO
Os desvios suaves causados po1 deslocan1entos funcio-
Torna-se necessário estudar a docun1entação de diagnós- nais são. ús vezes, corrigidos co111 ajustes oclusais Os
tico obtida do paciente para detern1inar a causa, o local e a desvios 1nais graves requeren1 tra1an1ento orlodôntico para
extensão da assin1etria Isso pennite que o dentista tOr- alinhar os dentes e obter a função adequada. As placas
n1ule un1 plano de tratan1ento coerente oclusais poden1 ser necessárias para diagnosticar a presença
As assi1netrias deven1 ser diagnosticadas diferencial- e a extensão do desvio runcional, elin1inando a postura
1nente con10 sendo resultantes de tuna assin1etria esque- habitual e desprognunando a n1usculatura (Fig. 29-17)
lética, u1na assin1etria dos arcos dentários, unia discre- Unia vez que os desvios funcionais tan1bén1 poden1 ser
pância funcional entre a oclusão cêntrica e a 111áxin1a in- resultantes da assin1ctria esquelética, a expansão rápida da
tercuspidação habitual, ou unia con1binação entre a111bas n1axila. a cirurgia ortognática e o tratan1ento ortodôntico
pode,n ser indicados na 111011itoração desses casos.
As assin1etrias de natureza esquelética tratadas apenas 13 Heard G: Nerve sheath tu111ors and vo11 Recklinghausen's dis~
con1 procedin1entos ortodônticos enfre11tan1 !in1itações que ease of the ne1vo11s systent, ed 7, London, Oxford, 1969,
precisan1 ser explicadas ao paciente antes do tratan1ento University Press
ser iniciado 14 Jan1es PL, Treggiden R: Multiple neurofibromatosis asso~
ciated with facial asyrnmehy, 1 Oral Swg 33:439-442,
1\s discrepáncias graves pode111 requerer unia con1bi-
1975
nação de c·irurgia e Ortodontia U1n diagnóstico detalhado 15 Boder E: A cornmon form of facial asymmetry in the
ajudará a detenninar se a 111axila ou a 1nandíbula, ou an1bas, ne,vborn irúant: its etiology and orthodontic signifi-
precisa1n de un1 reposicionan1cnto cirúrgi~~ . cance, Am 1Orthod 39:895-899, 1953
As anor111alidadcs nos processos corono1de e condtlar. 16 Keen RR, Callahan GR: Osteochondroma of the
e tan1bé111 na posição e fon11a dos discos articulares, d~- mandibular condyle: report of case, 1 Oral Swg 35:140-
vcn1 ser consideradas quando na presença de abertura ll- 143, 1977
111itada, 1nás oclusões agudas ou desvios n1.1ndibulares. 17 Erickson GE, Waite DE: Mandibular asyrnmelly, 1 Am
Dent Assoe 89:1369-1373, 1974
18 Speculand B: Urúlateral condylar hypoplasia with anky-
Assimetrias do Tecido Mole losis radiograplúc findings, Br 1Oral Surg 20:1-13, 1982
19. Gam SM, Lewis AB, Kerewsky RS: Ihe meaning of bilat-
A defonnidades causadas pelo desequilíbrio no tecido n1ole eral asymmetry in the permanent dentition, Angle Orthod
podein ser tratadas pela cirurgia de au111ento ou ?e redu- 36:55-62, 1966
ção. Os aun1cntos incluen1 o uso de enxertos osseos e 20. Bart RS, Kopf AW: Tumor conference #20: hemifacial
in1plantes de silicone, para a reanato1nização das áreas de- atrophy, 1 Dermatol S111g Oncol 4:908-909, 1978
sejadas da face H 21 Eubanks RJ: Surgical correction of masseter muscle
, Nos casos de desvios discretos. seja dentário, esque- hype1trophy associated with unilate1al prognathisn1:
lético ou de tecido n1ole. a indicação do tratan1ento deve report of case, 1Oral S111g 15:66, 1957
22 Jonck LM: CondyJar hyperplasia: a case for early treat-
ser considerada con1 coerência
ment, Int 1Oral Surg 10:154-160, 198L
23 Lewis PD: lhe deviated midline, Am 1Orthod 70:601-616,
1976
24. Persson M: Mandibular asyrrunehy of hereditary origin,
REFERÊNCIAS fim 1Ortlwd 63:1-11, 1973
25 Schnüd W, Mongini F, Felisio A: A computer-based
assessment of stI uctural and displacement asymrnetries
1 Lundstrom A: Some asymmellies of the dental arches,
of the mandible, Am 1 Ortiwd Dentofacial Ortiwp 100:19-
jaws, and skull, and theii etiological significance, Am 1
34, 1991.
Ort/10d 47:81-106, 1961
26 Cheney EA: Dentofacial asyrnmehies and their clirúcal
2 Editors: Dorland's illustrated 111edical dictionary, ed 29,
significance, Am 1 Ort/10d 47:814-829, 1961 . .
Philadelphia, 2000, WB Sam1ders
27 Marmay Y, Zilberman Y, Mirsky Y: Use of forarruna spin-
3 Fischer B: Asymmetries of the dentofacial complex,
osa to determine skull midlines, Angle Orthod 49:263-268,
Angle Ort/10d 24:179-192, 1954
1979.
4 Peck S, Peck L: Skeletal asyrnmehy in esfüetically pleas-
28. Smith RJ, Bailit HL: Prevalence and etiology of asyrnme·
ing faces, Angle Ort/wd 61:43-48, 1991
tries in occlusion, Angle Ortlwd 49:199-204, 1979
5 Sutton PR: Lateral facial asyrrunetry: methods of assess-
29. Elefteriadis JN, Athanasiou AE: Guidelines for temporo-
ment, Angle Ort/wd 38:82-92, 1968
mandibular joint in aging, E111 Dent 4:19-21, 1995.
6 Burke PH: Stereophotog1amrr1etric measurement of nor-
30 Harvold E: Cleft lip and palate: morphologic studies of
mal facial asymmetry in children, Hum Biol 43:536-548,
facial skeleton, Am f Orihod 40:493-506, 1954
1971
31 Grayson GH, McCarfüy JG, Bookstein F: Analysis of
7 Woo TL: On the asymmetry of the human skull,
craniofacial asynunetry by multiplane cephalometry, 11111
Biomeltika 22:324-352, 1931
8 Vig PS, Hewitt AB: Asymmeh y of the human facial
1Ortiwd 84:217-224, 1983
32 Kaban LB, Mulliken JB, Mturay JE: Ihree-dirnensional
skeleton, Angle Ort/Jod 45:125-129, 1975
approach to analysis and treatrnent of hemifacial 1nicro-
9 Vig PS, Hewitt AB: Is crarúofacial asyrnmehy and adap-
somia, Cleft Pala/e 118:90-99, 1981
tion for n1asticatory function an evolutionary process?
33. Sarnas KV et al: I-Iemifacial microsomia treated with the
Nature 248(444):165, 1974
Herbst appliance, Am 1 Ort/10d 82:68-74, 1982
10 Melnik AK: A cephalornehic study of mandibular asyrn-
34 Gomey M, Harries I: The preoperative and postopera-
metry in a longiludinally followed sample of growing
tive consideration of natwal facial asymmetry, Plnst
children, Am 1 Ort/Jod Dentofacial Ortlwp 101:355-366,
Recontsr S111g 54:187-191, 1974
1991
11 Bailit HL et al: Dental asymmetry as an indicator of
genetic and environmental conditions in human popula-
tions, Hum Biol 42:626-638, 1970
12 Vargervik K: Orthodontic management of unilateral cleft
lip and palate, Cleft Pala/e l 18:256-270, 1981
Capítulo 30
Deborah L. Zeitler
TERMOS-CHAVE
cirurgia bucon1axilofacial exposição cirúrgica reposiciona111ento apical do cirurgia ortognática
exodontia bracket colado retalho fixação rígida
sedação intravenosa tracionan1ento en1 ca111po verticalização cirúrgica expansão rápida da maxila
dente impactado fechado transplante dentário cirurgican1ente assistida
545
546 SEc:\o \/! 011odontiu l' Tl'ato111L'!IIO .-luxilia1
vens po<le111 se beneficiar do uso das técnicas de sedação. geral n1ais fáceis de localizar. porque freqüente1ncnte se
que rornecen1 a1nnésia e conrorto e1nocional antes do pa- cnquadran1 nas in1pactaçôes 111esio-angulares
ciente ser subn1etido a oito picadas de anestésicos locais. Un1 dcnte in1pactado pode ser tratado pela exposição
necessárias para extrair u111 dente en1 cada quadrante da cirúrgica de sua coroa. uni procedin1ento que pern1ite n
boca. E 111 u1n procedi1nento 111ais co1nplexo. con10 a re- itTupção espontünca do dente Essc procedin1ento envolve
n1oçào de dentes supranun1erürios. a sedação intravenosa a ren1oção dos tetidos n1olc e duro na direção 111ais ade~
torna-se n1ais rotineira quada para o 111ovin1cnlo da coroa O can1po cirurgico
Un1a das considerações 1nais in1portantcs na extração precisa ser coberto con1 cin1ento cirúrgico até que esteja
con1 fins ortodônticos é garantir que o dente s~ja adequa- totali11ente epitelializado e deixe a coroa do dente i111pactado
da111entc identificado antes da extração Essa não é unia exposta A grande 111aioria dos dentes in1pactados irron1pe
questão triviaL porque os dentes que estão sendo extraí- depois que suas coroas são expostas desta n1aneira. desde
dos para o tratan1ento ortodôntico geraln1ente estão ín- que exista espaço no arco parn que o dente se aproxin1e de
tegros Portanto. a presença de unia càrie a1npla não é sua posição nonnal A inupçfio desses dentes pode den10-
suficiente para apontar ao cirurgião qual é o dente correto rar até 2 anos Un1 estudo retente. co111parando esse 1né-
Un1 enca1ninha111ento por escrito do onodontista, identi fi- todo de irrupção espontânea con1 o n1étodo que será des-
cando clara111ente os dentes que serão re1novidos, é se1n- crito a scguir (tracionan1ento ortodôntico), não 111ostrou
pre in1portantc nenhu111a diferença no te1npo total de tratan1ento para os
pacientes tratados ton1 cstas duas técnicas diferentes·'
Unia abordage111 111ais freqüente é a exposição cirúrgi-
ca do dente in1pactado seguida pela colagen1 de uni brackct
Exposição de Dentes Impactados co111 an1arrilho inserido. para aplicar as fürçns orto-
dõnticas no dentc c direcionar S!..!U n1ovin1enlo para a linha
Un1 111otivo con1un1 para o encan1inhan1ento ortodôntico de oclusão Nessa técnica. o dente é localizado clínica e
ao cirurgião buco111axilo!Ucial é exposição de uni dente radiografica111cnlc. e depois exposto por cirurgia É des-
in1pactado. Os dentes 111ais con1un1ente in1pactados. con1 necessário ren1over todo o tecido n1olc e duro entre o d!..!n-
exceção dos terceiros n1olares. são os caninos superiores. te e a posição final no arco No entanto. pode ser útil criar
seguidos pelos pré-111olares e segundos 111olares infCriores. 1 11111 trajeto através do osso se uina quantidade 1nuito gran-
En1bora qualquer ciente da boca possa estar in1pac- de de osso separar a coroa do dente de sua posição dese-
taclo. as i111pactações de vúrios dentes são 111enos co- jada U1na \·ez que o dente é exposto por cirurgia. a úrca é
1nuns (Fig 30-1) O tratan1ento do dente in1pactado. in- isolada c seca. o dente é condicionado e o bracket é cola-
cluindo a exposição cirúrgica. a colagen1 do acessório do ao dente (Fig 30-2) O bracket pode ter elos de alastik
ortodôntico e o tracionan1ento para o arco dentário. co- torrente ou tio de anu1rrilho preso a ele Esse tio é trazido
n1eça con1 unia avaliação adequada . 2 através dos tecidos n1oles e enrolado e111 torno do arco ele
A localização radiogrúfica do dente é essencial Geral- nive!tunento para ser usado durante o lracionan1ento or-
1nente. isso envolve o estudo de duas radiografias obtidas todôntico Nesse caso. o cn1npo não fica aberto e os teci-
e111 ângulos diferentes ou o uso de n1ais de unia técnica dos n1oles são reposicionados para cobrir o dente (tracio-
radiogiáfica. Por exen1plo, para planejar a abordagen1 ci- nan1cnto cn1 can1po fechado). Dul'ante a exposição cio
rúrgica adequada. é in1portante localizar o canino superior canino. a região dn junção an1elocen1entária precisa ser
porque ele pode estar in1pactado por vestibular ou palatino evitada. para proteger a saude periodontal do dente ·1
U,na abordagen1 sen1elhante é usada para os pré-111olarcs No caso dos caninos e pré-n1olares posicionados por
Por oulro lado. os segundos n1olares in1pactados são en1 palatino. a colocação do tecido palatino novan1ente sobre
Fig. 30- 1 Radiografia ilustrandn a impactaçilo de vúrins dentes Fig, 30~2 Colagem do hrackd no canino ímpacla{k1
c·iru1gia c-0111 Fi11a/idade ()1 todânrica (1\l'ÍTLJLO 30 547
o dente é a técnica 111ais con1un1 No caso de uni canino <lida e pern1ite que o dente s~ja conservado, pois seria pro-
posicionado por vestibular, no entanto, pode ser 111ais ade- vavehnente perdido se a in1pactação fosse diagnosticada
quado reposicionar para apical uni pequeno retalho, de n1ais tarde
n1aneira que o dente seja parcialn1ente exposto e a gengiva
inserida colocada na altura adequada sobre o canino
posicionado por vestibular (reposicionan1ento apical do Transplante Dentário
retalho) O 1novin1ento ortodôntico desses dentes pode ser
realizado após a cirurgia, assi111 que o paciente estiver O transplante dentário te1n sido defCndido con10 unia
confürtável alternativa a outros n1étodos de trata1nento de dentes
Os segundos n1olares infE:riores in1pactados poden1 se in1pactados. Ele pode ser u1na boa alternativa para o pacien-
tornar uni problen1a ortodôntico se não foren1 identifica- te adulto que não pode ser sub1netido ao 1novin1ento
dos precocernente e tratados. 5 U111a técnica útil no trata- ortodôntico convencional de LHn dente in1pactado. A téc-
rnento dessas inpactações é a verticalização cirúrgica do nica preconizada é unia exposição a111pla e cuidadosa do
segundo 1110Jar inferior i111pactado. 5 O tratan1ento desses dente in1pactado. O dente é. então, levado para sua nova
dentes co1neça con1 a identificação pre1natura do proble- posição no arco dentário e estabilizado co111 u111 aparelho
1na (Fig 30-3) U111a vez identificada a in1pactação dos ortodõntico segn1cntado O tratan1ento endodôntico, se ne-
segundos 1nolares, é in1portante tentar incluir o seu trata- cessário. é efCtuado 6 a 8 scn1anas depois do procedin1en-
n1ento cirurgico no plano de tratan1ento geral antes que o to cirúrgico. usando-se inicialn1ente tuna pasta de hidróxido
terço apical da raiz seja forn1ado. lsso porque o indice de de cálcio Então, a obturação convencional do canal ra-
sucesso desse procedi111ento é 111ais alto quando os segun- dicular é realizada un1 ano depois
dos 1nolarcs in1pactados estão con1 aproxin1adan1ente dois Os dentes poden1 ser transplantados de tuna posição
lerços de suas raizes fünnadas para a outra no arco dentário Esse procediinento é parti-
O procedin1ento con1eça con1 a extração do terceiro cu!annente útil nas situações en1 que os pacientes apre-
n1olar, gerahnente un1 pouco superior e posterior ao se- senta111 ausência assin1étrica de vários dentes. En1 geral, a
gundo 1nolar in1pactado Depois de extraído o terceiro prin1eira opção para os dentes i111pactados e1n crianças e
111olar. o segundo 1nolar é cuidadosan1ente inclinado no jovens é o tratan1ento ortodôntico convencional No en-
sentido distal para retirá-lo da 111aior convexidade do pri- tanto. quando a extração l'or necessária ou en1 caso de
n1eiro n1olar Nessa posição, ele geraln1ente irron1perá agenesia de dentes. o transplante transalveolar pode ser
nu111a posição quase nonna! A n1aioria dos dentes irá se un1a alternativa viável 1• i
estabilizar sen1 nenhun1 tratan1ento adicional É in1portan-
te garantir que as forças oclusais não est~jan1 sendo trans- Extração dos Terceiros Molares
n1itidas para o dente reposicionado, pois poderia111 trau-
111atizar o n1olar reposicionado durante a fase inicial da C'erta1nente, a extração dos terceiros 1nolares, ou dente do
cicatrização siso, é un1 dos procedirnentos n1ais realizados pelos cirur-
Cerca de 3 sen1anas depois da verticalização de un1 giões bucon1axilares na clínica particular con1un1 O en-
segundo n1olar in1pactado, unia avaliação endodôntica deve ca111inhan1ento para a ren1oção do terceiro 111olar ve111 de
ser realizada Na n1aioria dos casos. o trata111ento endo- 111uitas fontes, incluindo o ortodontista e o clínico geral
dôntico é desnecessário, 111as se for requerido deve ser que está tratando o paciente s A identificação de u111 ter-
realizado no 1nínin10 6 a 8 sen1anas após o procedin1ento ceiro n1olar in1pactado durante o trata111ento ortodôntico é
cirúrgico. Essa técnica de verticalização cirúrgica dos se- con1un1. porque poucos pacientes tên1 con1pri1nento de
gundos n1olares inferiores in1pactados é 111uito ben1-suce- arco suficiente para a irrupção adequada e a conservação
a longo prazo de todos os terceiros n1olares Os terceiros
n1olares in1pactados precisan1 ser extraídos e,n uni estágio pre-
coce do desenvolvin1ento dentário (Fig. 30-4)
Un1 tópico controverso é a contribuição dos terceiros
1nolares in1pactados para a recidiva do apinha1nento ante-
rior inferior no paciente ortodôntico Essa percepção co-
n1u111 pode incentivar os pacientes ortodônticos para a ex-
tração dos seus terceiros 111olares no final do tratan1ento
ortodôntico. quando a contenção está sendo adaptada Por
outro !ado. cientifican1cnte é questionúvel o fato dos ter-
ceiros 111olares representaren1 un1 papel significativo na
recidiva do apinha111ento dos incisivos inferiores.' 1 A 1ne-
lhor razão para a re111oção dos terceiros n1olares é que a
111aioria desses dentes não se tornan1 totaln1ente funcio-
Fig, 30-3 Segundos molares inferiores impactados nais e irão provavehnente tornar-se parciahnente irrom-
548 5EÇ:\O VI 011odo11tiu e T1 ata111c11to Auxilia,
A B
r:ig. 30-5 Compcnsai.,:(k!s dcntúrias at11cs (,\) e dcpois da crnTei.,:fü1 \lrlodôt11ka (B). autcs da cirurgia :\ elirninai.,:üo
da cnmpensai.,:.1o (lcntúria acentua a mahH.:[usüo nn preparo para a cirurgia nrtognútica
e
va, especiahnente nos grandes avanços da 111andibula Visto
que o con1plexo do 1núsculo supra-hióideo é estirado quan-
do a 111andibula é trazidn para a fi·ente. a recidiva é sen1pre
u1na possibilidade. O paciente deve ser avisado de que os
avanços n1aiores que 7 111111 tên1 sido associados a un1 cer-
to grau de recidiva
Quando a fixação rígida é usada para a osteoto1nia
sagital, freqüente1nente ela seril inserida através de u111a
abordagen1 percutânea O paciente deve entender que se
essa abordagen1 fbr usada. irú resultar unia pequena cica-
triz perto do ângulo da nu1nclíbula Na 1naioria dos pacien-
tes, essas incisões cicatrizan1 sen1 uina fonnação óbvia de
tecido de cicatrização, n1as a forn1ação de cicatriz ou
quelóide sen1pre é un1 risco
Para realizar a ostcoton1ia sagital. o paciente passa pela
anestesia geral O procedin1ento co111eça co111 tuna incisão Fig . 30-6 Desenho da oslc(itomia sagital
ao longo da linha oblíqua externn no ran10 da 111andibula
Essa incisão se estende desde aproxirnadan1ente a região
do prin1eiro 111olar, percorrendo nos sentidos posterior e
superior ao longo do processo coronóide. A superfície
lateral da n1anclíbula é exposta e, então. a super!icie n1edial
é exposta entre a chanfradura coronóide e o foran1e alveolar
interior
O pri111eiro corte ósseo é !Cito en1 direção horizontal.
acin1a do füran1e alveolar infCrior. porén1 abaixo da chan-
fradura coronóide Esse corte se estende até o osso es-
ponjoso e aproxi111ada1nente por dois terços da distância
desde a borda anterior da n1andíbula até a borda posterior
O próxin10 corte ósseo é tCito na direção sagital. con1e-
çando na extensão anterior do corte horizontal e percor-
rendo aproxin1acla111entc 1 111111 n1edial à linha oblíqua ex-
terna, descendo pelo n.11110 da n1andibula Esse corte é le-
vado até o ponto en1 que a linha obliqua externa con1cça a Unia vez que esses cortes definidos são realizados, a
desaparecer Unia relCrência para identificar a extensão 111andíbula pode ser seg111cntada na direção sagital. usan-
anterior cio corte sagita! é colocá-lo vcrticaln1ente acin1a do-se tuna co111binação de instn1111entos ele corte e cin-
da chanfradura 111anclibular Nesse local. utn corte vertical zéis O corte é gradual!nenlc alargado, pern1itindo que o
é feito na superficie lateral da 111andibula, desde a extren1i- osso fino cln superficie lingual. na borda inferior da 1nan-
clade anterior do corte sagita! até a chanfradura 111andibu- dibula, frature suaven1ente (Fig. 30-7) Quando isso ocor-
lar (Fig. 30~6), É i111portante realizar este corte abaixo da re. a rnandíbu!a é dividida, dando ao seg1nento que con-
borda inferior té1n os dentes a !ihcrdacle a partir do segn1ento proxin1al
550 SEy\o VI ()rtodo111ia e Trara111e11to ..l11xilia1
A B e
Fig. 30~9 A a C Pacit!ntc cnm ddiciência mandibular sagita! O e E. Vistas intrahw.:ais lh1ntal i; latt!ral da malodusfio
antt!S du cirurgia
C'il urgia co1J1 Fino/idade C)11od1)11lico C'.·\l'ÍTULD 30 551
tração con1 eláslico usando-se os aparelhos ortodônticos e o paciente entra na !üsc de contenção O cirurgião aco1n-
para orientar a oclusão e a aplicação de corticosteróides panha o paciente en1 geral dentro de 6 111eses, l ano e 2
para n1inin1izar o inchaço Esse procedin1ento é fi . eqüen- anos após a cirurgia. con1 o objetivo de avaliar a fi.1nção, a
ten1ente realizado e111 unu1 cirurgia en1 an1bulatório. con1 o oclusão. a estabilidade e a satislhção geral do paciente (Fig
paciente recebendo alta no 111esn10 dia ou no início da n1anhã 30-9)
seguinte, antes de 2-l horas teren1 se passado As consul-
tas de acon1panhan1ento são coordenadas de fonna que o
cirurgião possa n1onitorar a cicatrização e a estabilidade. Osteotomia Vertical do Ramo
enquanto o ortodontista reinicia o tratan1ento ortodôntico
3 ou 4 sen1anas depois do procediJnento cirúrgico f\ osteoton1ia vertical transbucnl do ran10 é outro procedi-
Na sequência esperada de eventos. o paciente deve n1ento realizado na n1andibula Ela é utilizada apenas para
retornar a t11na dieta nonnal dentro de 6 sen1anas após a a retrusão 111andibu\ar (retroposicionan1ento) e, portanto,
cirurgia e suas atividades voltan1 ao nonnal dentro de 3 é tipica111ente usada para os pacit::ntes portadores de n1ás
n1eses O paciente gera!inente retorna ao trabalho ou ú oclusões c·Jasse ! ! 1 Devido ao design da osteotonlia. é
escola dentro de t1111a ou duas sen1anas após a cirurgia, e é 1nelhor que ela seja utilizada para a retrusão 111andibular de
li1nitado pelas 1nodificaçõcs na dieta durante 2 a 6 sen1a- aproxin1ada111ente 5 a I O 111111 Isso pern1ite que a geon1e-
nas após a cirurgia. Entre 6 e 12 111eses após o procedi- tria do osso sobreposto seja a n1ais ideal possive! O pro-
111ento ele não pode se envolver en1 esportes de contato, cedin1ento tan1bé1n pode ser usado con1 eficácia para os
n1as en1 outros aspectos é nonnaln1ente ativo En1 geral. o 1novin1entos assin1étricos. porque os seg1nentos proxirnais
tratan1ento ortodôntico final é concluído dentro de 3 a 6 tende111 a se alargar n1enos cio que quando tuna osteoton1ia
n1eses após o procedin1ento. Os aparelhos são ren1ovidos sagital e usada para esses tipos ele retrusão n1andibular
F G H
Fig. 30-9 cnntiuuaç:1o. f ;i .J Resultados d(1s tra1amcnt(1s cirurgico e (1rtodúntico aplls o ;ivançn ~agitai mandibular
552 ()11odo111io e Trah1111e11to A11xi/ia1
Fig. 30-111 Descnhli do t:llrtc ósseo para a nstenh1111ia vertical do 1-'ig. 30-11 Vista cirtlrgit.:a da osk1llomia ,i.::rtieul do ram(1
ramo
A B e
Fig. 30-12 ,\ a C. Fotogralias faciais pré-eirúrgicas de urna pacicntt: cnm excesso sagíta! mandihulilr D e E
Fotogralias intrahueais pré-cirúrgieas :\ paciente roí submetida :1 uma (lStcolomia ,·ertic,ll tb ramo
Ci1111gia con1 f inulidade Ch tod1i11tica C,,l'iTULO 30 553
A principal diferença entre a osteoto111ia sagital e a dos scn1 ncnhun1a fixação neste ponto (se esse procedi-
osteoto111ia vertical do ra1no é o desenho do corte ósseo 111ento for usado. alguns 111úsculos ptcrigóideos 1nediais
(Fig 30-10) O preparo pré-operatório, a monitoração poden1 pcnnanecer no segn1ento proxin1al. para ajudar a
anestésica e até n1es1110 a incisão do tecido 1nolc são se- fürneccr un1 fhtor de posicionatnento vertical para essa
n1elhantes en1 an1bos os procedin1entos. Unia vez que in- parte da 111andibu\a). ou 11111 fio pode ser colocado através
cisão é tCita. o ran10 lateral é a1nplan1ente exposto lnstru- do oriricio no !J·agn1ento distal e enrolado e111 torno da
n1entos especiahnente projetados são colocados na chan- ponta do ll'ag111ento proxin1al. para <.~judar a posicionar este
fradura coronóide e presos por un1 gancho cn1 torno da últi1no e assentar o côndilo Nesse procedin1ento. o pa-
parte posterior da n1andíbula, para 111anter os tecidos 1110- ciente é 111antido con1 lixaçào intennaxilar. gerahnente por
les afhstados e ajudar a orientar no corte cirúrgico Unia 6 sen1anas
serra oscilante angulada en1 l 05 graus é usada para fhzer O curso hospitalar inicial é se111elhante ao da osteoton1ia
o corte vertical desde a chanfradura coronóide vertical- sagital. assi111 con10 o curso pós-operatório, co111 exceção
n1ente en1 direção ao ângulo 111andibular Esse corte é ligei- de que o paciente pennanece co111 a fixação intennaxilar e
nunente biselado, pern1itindo que o segn1ento proxin1al (que portanto, deve const1111ir unu1 dieta tota!111ente líquida du-
inclui o processo condilar) torne-se sobreposto ao seg- rante 6 se111anns ;\ principal vantage111 desse procedin1ento
n1ento distal, unia vez que este ultin10 é en1purrado para é que o corte é prqjetado para ocorrer atrás do Coran1e al-
trás en1 sua nova posição (Fig 30-1 l) veolar in!Crior. Portanto. a incidência de lesão do nervo
Depois que os dois lados fOran1 preparados e corta- alveolar infCrior é n1uito baixa Para pacientes que tên1 n1oti-
dos, a n1andibula é colocada e,n sua nova oclusão con1 a vos para evitar a parestesia do lábio infCrior (por ex., n1t1si-
n1axila e an1arrada por lias nessa posição Os fragn1entos cos) esse procedin1ento pode ser úti I na retrusão n1andibu-
proxin1ais são. enlão. sobreposlos Eles poden1 ser deixa- lar (Fig 30-1:1)
F G H
Fig, 30-12, continu:tçiio. F a .J. Tratamentos pl1s-cirúrgico e ortodôntko Resultados apús n rctroposkionamento
mandihulur ter sido realizado . usando-se u ~isteotomia vertical do ramo F a li r 01ngrafi:1s faciais pus-tratamento
I e .J. Fotogra!ias intrahucais pós-tratamento
554 5Eç.Ao VI O, 1odo11tia e liarc1111e11ro Auxilia,
Osteotomia Lefort I
Para os pacientes que tê111 problen1as esqueléticos corno:
excesso 1naxilar vertical, deficiência sagital ou 1nordidas
abertas esqueléticas, unia osteoto111ia LeFort I pode ser
indicada Nesse caso, tan1bén1, o diagnóstico abrangente
e o preparo ortodôntico são realizados antes do 1110111ento
da cirurgia
A indicação 111ais con1un1 para tuna osteoto1nia LeFort
l é o excesso rnaxilar vertical Nesse caso, o paciente
freqüente111ente expõe 111uito dente quando os lábios estão
e1n repouso, e 111uita gengiva durante o sorriso. O exces-
so 111axilar vertical pode fazer con1 que a 111andíbula gire
para trás, dando a aparência de deficiência 1nandibular. A
próxin1a indicação n1ais con1un1 para un1a osteototnia
J
LeFort I é a 111ordida aberta anterior esquelética, Nessa
situação, a porção posterior da 111axila exibe excesso ver-
tical Quando os inalares estão en1 oclusão, por causa
desse excesso vertical. os dentes anteriores lican1 füra Fig, 30-13 Desenho do cone ósseo para a osteotomia Ler:on !
de contato Nessa situação, a osteoton1ia LeFort I é usa-
da para inclinar a n1axila para ci111a e para trás, nivelando
o plano oclusal e pern1itindo o contato unifürn1e entre
todos os dentes Outros 111ovi111entos tan1bén1 são passi- 111arge111 do fOran1e pirifon1e. acin1a dos ápices dos den-
veis con1 tuna osteoton1ia LeFort I, incluindo o posicio- tes, e seguindo a superfície lateral da 111axila no sentido
nan1ento da 111axila para baixo, para frente e para trás posterior, até a região do processo plerigóide Esse dese-
Os riscos da utna osteoto,nia LeFort I incluen1 a pa- nho te111 a finalidade de cortar toda a superf1cie lateral da
restesia do lábio superior, do nariz e dos dentes anteriores n1axila. A próxin1a área que precisa ser tratada é o septo
superiores. Esse risco de parestesia geraln1ente é ten1po- nasal. O assoalho nasal é cuidadosan1ente elevado e o lo-
rário, sendo rara a sensação alterada dessas áreas a longo cal e111 que o septo cartilaginoso insere-se no septo ósseo
prazo. Ocasionaln1ente, os pacientes experi1nentan1 tuna é identificado Uin cinzel especiahnente projetado é colo-
alteração na sensação do palato duro posterior. Isso pode cado para dividir o septo nasal da parte superior da n1axila
ser causado pela lesão dos feixes neuron1usculares palatinas Esse cinzel é direcionado para posterior na linha n1édia,
111aiores. En1bora, ocasionaln1ente, a parestesia dessas áreas para fazer este corte .
dure bastante ten1po, rara111ente ela é un1 proble111a signifi- A próxitna conexão anatôn1ica da 111axila, que precisa
cativo para o paciente A recidiva na osteoto111ia LeFort l ser dividida, é a parede lateral do nariz (a parede 111edial
varia de acordo con1 1novin1entos específicos. O repo- dos seios n1axilares)_ Nesse caso, ta1nbé1n, un1 cinzel es-
siciona111ento vertical para corrigir o excesso vertical 111a- pecialn1ente projetado é usado para cortar essa superfície
xilar ou a 111ordida aberta esquelética tende a ser extre1na- O cinzel é direcionado no sentido posterior e cuidadosa-
111ente estável Por outro lado, os n1ovin1entos da tnaxila n1ente puncionado através da parede lateral do nariz, até
para baixo, que requeren1 o enxerto, tende1n a exibir unia que unia estrutura óssea 111ais substancial seja atingida
alta porcentagen1 de recidiva Da n1esn1a fonna, o 1novi- Esse osso 111ais grosso é a lân1ina perpendicular do osso
1nento da n1axila para anterior pode sofrer n1ais recidiva palatino O feixe neurovascular palatino n1aior percorre o
do que o reposicionan1ento para posterior. interior do canal na lân1ina perpendicular do osso palatino
A osteoton1ia LeFort I é realizada e111 centro cirúr- O cinzel não deve ser usado para cortar essa !â1nina per-
gico, con1 anestésico geral A exposição é realizada por pendicular, para evitar unia lesão direta das estruturas
unia incisão circunferencial no vestíbulo, acin1a dos pri- vasculares deste feixe neurovascular. Portanto, quando o
1neiros n1olares, estendendo-se até a área da espinha nasal cinzel chegar a esse osso nu1is robusto, fato que pode ser
anterior e depois para a região do pritneiro inalar do lado sentido e ouvido, a divisão da parede lateral do nariz estará
oposto. Un1 retalho 111ucoperióstico de espessura total é concluída Mais tarde, essa área óssea será fraturada
levantado. Esse procedin1ento expõe a borda do pirifonne A últi1na região anatô111ica que precisa ser 111anipulada
(borda anterior do assoalho nasal), a espinha nasal ante- é a conexão das lân1inas pterigóides con1 a parte posterior
rior e a superficie lateral da n1axila U 111 túnel é criado e111 da n1axila. Ne111 se111pre é necessário cortar direta111ente
torno do pilar 111axilar onde o arco zigon1ático se une con1 essa área; no entanto, un1 cinze! curvo especia!111ente pro-
a 1naxila, estendendo-se para trás até a região pterigóide jetado é usado co111 ffeqüência, e colocado na junção das
(Fig 30-13) lân1inas pterigóides na n1axila e puncionado para fraturar a
Un1 corte é então projetado, estendendo-se desde a conexão desses ossos
Cin11giC1 l0/11 Fi11alidC1de: (JrtoclcJ111ica C,\!'ÍTULO '30 555
D E
F-G H
.1
Fig. ~0~15 A a C Fotografias faciais de uma pat.:ienti: i.:orn mordida aberta mnerior i.::squclêtiea D e E, rowgralias
intrahrn.::1is mostrando a nrngni1t1tk da mordida aber1a r; a J Fotngralias fociui!-. e inlrnhm:ais demon;;trandn os resulta-
dos pl1s-trata111e11to. depois di: urna imp;ll..'ta~iío Lefor! J ser n:alizadu e aplls a conclusão do tratamento ortodúnticn
F-G H
Fig 30-l<l lista paeicnte uprcscnta\U excesso maxilar \Cr!ica[ mordida abcna csqucll!tica e c.-..ccssn sagital mandi-
bular A a ( l·otogrnlias fociais prl!-tratamcnto D e E. f ol(1grnfias intrahucais ilustrando a 111t1rdida aberta c uma
tcndi:ncia il Classe 111 F a .1 Fotografias tüciais c intrabw:ais p(1s-tratamcnltl mostrando os resultados após os
tratamt:rHos ortodôntico t.: cirurgko os quais incluíram urna irnpai.:tat;ão maxilar e o retroposicionamcntn mundibu-
lar
558 SE<,:Ao VI 011odo11tio e Trotu111e1110 Auxiliai
l A
A B
e D
rig J0-19 [stt.: pai.:ii.:nti.: apri.:st.:n!a\a ddici0ncia maxilar transn:rsa que exigiu uma l'Xpansiio maxilar A e B
C1!!1di1,:ii(1 pré-1.:irurgiea C,:; D Condição apos a e,\pansii(1 maxilar l' o tratamento ortodôntico
Existen1 n1uitas tnodilicaçües da expansão rúpida da 111ais. 111es1no que o crescin1ento ocorra n1ais tarde e o
111axila cirurgican1cnte assistida 11 ;\lguns prolissionais uti- procedin1ento cirürgico precise ser repetido.
lizan1 11111a abordagen1 palatina para cortar o palato Ou- O excesso 111andibular gera!n1ente deve ser tratado após
tros acreditan1 que a divisão das lún1inas pterigóides da a térn1ino do cresci111ento 111andibular. En1 n1édia a idade 1
superfície posterior da tnaxila é in1portante Ta111bén1 é para considerar esse procedin1ento é 18 anos para os ho-
possível realizar este proceditnento se1n usar o cinzel para n1ens e 16. para as n1ulheres Os cefUlogran1as seriados e
ro1nper a sutura palatina 1nediana ( usando apenas os cor- as sobreposições poden1 ajudar na detern1inação do ténni-
tes da superfície vestibular. con1 o objetivo de pennitir no do crcscin1ento
que a n1axila st: di\'ida) ;\ técnica descrita aqui é previsi- O excesso vertical n1axilar geraln1ente pode ser trata-
vel e be111-sucedida do aos 14 anos de idade ou n1ais tarde, porque o cresci-
É i111portante que o paciente con1preenda que, no pe- 111ento vertical geralinente está concluído nesse mon1ento
ríodo pós-operatório. ele dcsenvolvcrú uni diastc111a signi- As deficiências ,nandibular e n1axilar poden1 ser tratadas
ficativo. 111ais rúpido do que a expansão ortopédica A n1ais cedo do que os proble111as de excesso, porque os
oclusão tan1bé111 inl 111udar rapidan1ente e. por u111 periodo padrões de cresci111ento desses pacientes gerahnente não
curto, a 1naxila parcccrú instúvel Todos esses problen1as resultan1 en1 1nudanças significativas após a correção ci-
são ten1porários Quando a n1axila chegar à sua largura rurgica
desejada, o ortodontista irú estabilizar o aparelho expanso1
por 3 111eses en1 un1a li1sl.! de contenção. antes de ren1over o
expansor e de iniciar o tratatnento ortodôntico (Fig 30-19)
RESUMO
Este capítulo visa ilustrar alguns dos procedin1entos 1nais
Idade e Cirurgia Ortognátic.a con1uns que os cirurgiões bucon1axilofUciais realizan1 c111
associação con1 o tratan1ento ortodôntico_ Co1n certeza
A época da cirurgia ortognútica deve ser cuidadosa111ente ,nuitos pacientes ortodônticos terão algun1a indicação para
considerada e111 pacientes que ainda estão en1 füse de cres- cirurgia bucon1axilofr1cial no seu plano de tratan1ento Pro-
ci111ento Un1a regra geral é operar os excessos tardian1en- cedin1entos recentes con10 a distração osteogênica, a adap-
te e as deficiências precoce111ente Alé111 disso, as necessi- tação de in1plantes para a ancoragen1 ortodôntica e os pla-
dades psicossociais de cada paciente deve111 ser avaliadas nos de tratan1ento con1 ortodontia, prótese e cirurgia
Ocasionaln1ente. serú apropriado alterar a época da cirur- 111axilofr1cial. co111binados con1 os in1plantes para os pacien-
gia para promover aparência e função 111axilar n1ais nor- tes con1 ausência de dentes, continua111 an1pliando a rela-
560 SEÇ,\O VI ()1uulontiu e Tn1tc1111enlo A11xilh11
Ahordagc111 orientada ao paciente U1na abordagt:111 da colabora- Arnplitude nonnal rodos os valores de 111edii;fio de unia variúvc!
ção con1 os pacientes cin un1 plano dt! coopcniçfio centrado no biológica nonnaln1ente distrihuida que esti.lo LHH desvio padrào
pacienti.:, e nfio no dentista. pois: ( 1) pcnnitc que o paciente acin1a e abai.\o do valor n1êdio para unia ,u11ostra representativa
decida a t:.\tcnsüo e o lin1itt: do atcndin1cnto apús ter recebido as de indi\"iduos nonnais
in!Orrnaçõcs nccçssúrias. (2) 1noti\"a o paciente atra\'éS de uni.1 :\n:ílise do esp:iço total Proccdi1nento dest'n\·oh·ido por Twee<l.
atitude aberta e direta. t;nnstruindo urna rclaçílo de respeito nu1- qut' incorpora as 111udanças cefülon1êtricas antt'cipadas na posi-
tuo c (3) solicita a <üuda de !i1n1iliarcs e antigos çilo dos incisivos inferiores corn a a\"aliaçilo das posições dos
Actín1ulo da 1>laca hactcd:111a Rcn1oção inadequada da placa bac- segundos i.: terct'iros rno!ares pt'rnrnnentt'S
tt:rianu. que pode levar a rnna pcriodontitc ati\'a n1otkrada a av.H1- An:ilise do espaço Exa1ne re;i!izado duranti.: a dcntiçilo n1ista para
çada detenninar se os dentes pennanentes ti.::rilo espaço adequado para
Adolescência Uni cstúgio do dcscn\'o]vin1cnto cntri.: a inff1ncia e o irron1per, atravês da previsilo de qualquer discrcpüncia no co1n-
início da n1aturidadt: ( 12 a l 7 anos de idade) pri1ncnto do arco na dentiçfio permancnti.::
AEB contbinado Co1nbinação das traçõcs cervical e occipital para :\ncon1gc1n anterior inferior Abnrdagi.::111 hion1ccünica ortodôntica
distribuir a fi:irça cxtrabucal por 111ais super!icies externas e pro- para a retraçilo dos dentes supt'riores e a protraçilo dos inferio-
1nover unu1 !(1rnu1 conveniente de n1odilicar a direçfío do vetor de res, a !in1 dt' obter a oclusfio nonnal indi.::pendente1ni.:ntc da pre-
!Orça, gera!n1cnte resultando nun1 \·etor de força adtna do plano sença de 11111 problcina esquelt.:tico subjacetltt' de Classe II Esse
oclusaL 1nas inferior ao vetor criado apenas pela tração occipital princípio ta111bên1 ê usado na ancoragem superior posterior para
AEB Aparelho usado cm ortodontia para rnodi!icar o cri.::scin1ento da 1nini1nizar a mcsialização dos nH1!ares superiores. t'nquanto os
1naxila, distalizar os dentes superiores ou re!i.1rçar a ancoragcn1 pn:-ino!ares. caninos e incisivos supi.::riori.::s sfio retraídos e para
Agcncsia dent:ida Ausí:ncia congt:nita de dentes. e nfío resultante 1ninin1izar a retraçilo dos incisi\'OS inferiores, t..'nquanto os 1no!a-
de trau111atisn10 ou extração rt's. prê-n1o!ares e caninos inferiores s:io inesia!izados
Agentes antiplaca Agentes. principalmente de lin1pcza dos dentes, Ancor:1gc111 anterior n1:'n:in1a i'vlesialização dos dentes posterio-
que rninirnizan1 a !!Jnnaçilo da placa e tí:111 e!icúcia. n1csn10 que rt's. con1 retração 1nini1na dos íncisi\"os e caninos
1nini1na. contra a gengivite Ancor:1gc111 postel'io,·· 111:ixi1na Retrai;ilo dos incisivos e caninos
Alça cn1 I Dobras no arco que silo uteis para a vcrticalizaçilo e a se111 a rnesia[izaçi.lo dos prê-1no!ares e 1nolares
distalização dos n1olares . quando coloc;1da en1 un1 arco de aço Ancoragcn1 posterior superior Abordagen1 bion1ecünica ortodõn-
inoxidável retangular c111 rnn aparelho Edgcwise Thn1bé1n pode tica para a retração dos dentes superiores e a protraçào dos in!e-
controlar a inc!inaçilo vestiihulolingual de dentes verticalizados riores. a li1n de obter a oclusilo nonnal independenten1ente da
Alinhan1cnto do incisi\"o Posiçào adequada dos dentes anteriores presi.:nça de utn problcina esquelêtico subjacente de Classe li
apinhados cn1 relação à linha do arco dentúrio Esse princípio tainbêtn 0 usado na ancoragi.::111 anterior in!crior
Alinhan1ento 1uelin1ina1·· Obteni;ilo inicial de arcos ou scgn1cntos para n1ini111izar o n1esia!izaç{io dos n1olares superiores, enquanto
bcn1 alinhados. con10 o pri1neiro objetivo do tratan1cnto ortodôn~ os pn.!-rnolares, caninos e incisivos superiores silo retraídos e
tico; elirninw;ilo de rotações. dcslocan1entos oclusogengival ou para 1nini111izar a retraçilo dos incisivos in!criores. enquanto os
vestíbulo-lingual para c!i111inar as discrep.incias intcrbrackcts sig~ 111olares. prê-tnolarcs t' caninos inferiores silo protraídos
nificativas. pelo uso de arcos leves e redondos Ancoragern recíproc:1 i'vlovimento igual dos dentes posteriores para
Alinhan1cnto rv!ovi111cnto dos dentes rna!posicionados para sua 111csia! e dos dentes anteriores para distal, ou entre qualquer par
posição correta de dentes
Altura da face posterior Distüncia entre a sela e o gônio Angle, Edward Criador do sis1cn1a de classilicaçi.lo de Ang[c para as
Altura do osso alveolar Altura do osso circunjacente aos dentes 1nús oc 1usões
Altur:1 facial anterio1·· inferior Distüncia entre a espinha nasal Angulação da coroa Unia das chaves dctt'rrninantcs da oclusão
anterior e o n1ento nonnal. ein que todas as coroas dos dentes estilo anguladas para
Altura faciul anterior Característica cefalon1êtrica do con1pri111en- inesia[ (inclinação 1nesiodistal) e cn1 l!raus ditercntcs
to vi.::rtica! da face. entre o nôsio e o pogônio Ângulo nasolabinl Angulo fr1nnado pclo~lúbio superior e a colun1cla
Arnudurcchncnto t:ndio Categoria de crianças que são rnais baixas do nariz
do qlle a nH.!dia na inff111cia por causa de seu ainadurecin1cnto Anodo rotatório Eletrodo radiogrúfico na fi:)nlia de uin disco, que
tardio e que eventuahnente serilo adultos de estatura tnêdia gira continuainente para crntralizar a corrente de elêtrons c111
A1upli:1ção Propriedade da radiografia na qual a proxitnidadc entre a unta parte pequena do alvo por vez. dissipando assin1 o calor e
!Onte de raios x e o paciente pode autnentar o tan1anho de unta permitindo o uso de ni\"eis de energia ,nais altos en1 urn ponto
parte do corpo !óca! pi.::queno
An1plitude de valores A \"ariação de \'alorcs nu111êricos considera- :\non1alias clcnt:irias Anormalidades de condição ou desenvolvi-
dos representantes do nonnal en1 relação a variúveis biológicas mento dos dentes. con10 agcncsia. incisivos laterais pequenos,
ortodônticas, en1 vez de depender de un1 unico valor tnêdio. Ba~ dente invaginado, wurodontisino. irrupi;ilo ectópica e raizes anor~
seada no fato de que geraln1ente nenhu,n indivíduo de un1a mnos- 1naln1ente curtas
tra aleatória de pessoas nonnais provaveln1entc tení o valor tnê- Anti-rotação Correçilo dos desvios da oclusilo norn1al no posicio-
dio de mna variúvel particular. rnuito rncnos de diversas \'ariávcis nan1ento dos dentes Alên1 disso, uso de u1na barra transpalatina.
561
562
un1 arcode ni\'cla1ncnto ou utn arco facial interno para obti.:r o Apinh:unento 1Vlau alinharncnto dos dentes causado por cspat;o
posiciona1ncnto e a cxpansiio desejados dos 1nolarcs superiores insuficiente
Ap:1rclho 2 X -1 Apan.:lho para corrigir vúrias dist:rcpâncias. que tc111 A1H1io oclusal Parte essencial de tuna placa de Hawky inl"crior.
acessórios nos prin1ciros 1110\arcs c nos quatro incisivos cspccia!n1ente quando ns gratnpos que atravt:ssan1 a superficie
Ap:u·clho 2 X 6 Aparelho para corrigir vúrias discrcpâncias. que tc1n oclusa! não são incluidos na placa linpcde que o corpo acrílico
brackcts nos pritnciros 1nolarcs e no sds dentes anteriores (cani- invada a n1ucosa. irritando os tecidos 1nolcs alveolares e perden-
no a canino) do o contato adequado con1 os denti.::s
Ap:uclho colado (lixo) Aparelho que pennanecc linnc ctn seu lugar Aposiç:io {dos dentes) Fasi.:: do descnvo!viincnto dcntúrio que esta-
e que não di.:vc ser rc1novido pdo p;1cit:ntc. co111 a lina!idadc de belece a justaposição dos dentes
obter o alinha1ncnto dos dentes superiores e inlcrion:s para cor- Arco de inh·us:io Aparelho usado para a correção da sobreinordida
n:çào de tuna tnú oclusão profunda. no qual as duas forças que atuatn nas extrc1nidades do
Aparelho de blocos gêntcos Ativador de duas peças ou dividido. arco (c.\trusílo no 1nolar e intrusão no incisivo) con1põcn1 un1
que usa aparelhos superior e inl~rior separados con1 porçücs biruirio vertical de !(.1rças que con1preende o equilíbrio associado
acrílicas oclusais que scn·cn1 con10 guias inclinados e blocos ao binúrio do bracket n1o!ar As variaçõcs induc1n os arcos base,
oclusais para dctcnninar a extensão do avanço 1nandibular para an.:os utilidade e arcos com curvas de Spee rl!versa
baixo e para a fn.::ntc An:o de nivel:unento segn1entado Aparelho lixo que envolve ali-
A11tuelho de Hawley Tipo de aparelho ren1ovi\'cl que pode ser nhaincnto e retraçílo de dentl!s en1 segtnentos
eficaz para n1ovin1cntos dcntúrios 1ninin1os ou co1no contensor Arco cxtcl'no Porção do arco fücial ajustado de acordo cotn as bo-
Aparelho de l-lerbst Aparelho funcional quc tcn1 a vantagc,n do uso chechas
cn1 ten1po integral. porérn é menos durúvel e apn.::senta a tendên· A1--co facial AEB para aplicar uma frHça extrabucal i.::111 direção pos-
eia a pro111over a proclinação do incisivo inlt.!rior terior na n1axila. qui; consiste ern un1 arco extcn10 para a tração
Aparelho dentossuportado Qualquer aparelho ortodôntico anco· extrabucal. soldado a un1 arco interno adptado intrabucalinente
rado nos dentes Aplica·se en1 particular aos aparelhos fixos e ao nos tubos soldados ús bandas do primeiro ,no!ar superior perma-
AEB nente: pode ser usado con1 lllll aparelho superior lixo ou rcrnovi-
,-\pru·clho Edge\\'isc Aparelho ortodôntico usado no sistcnia tradi· vel
Clonai de brackcts líxos que original111entc envolvia a aplicação de Arco interno Parte do arco facial inserida nos pri1neiros n1olarcs
bandas cn1 cada dente. con1 bandas personalizadas para cada superiores pcnnancntes. repousando entre os lúbios c111 repouso
paciente atraves da 1noldagc111 por cstiran1cnto do 1naterial e1n Arco lingu:11 de Nance Aparelho us,ido para aurnentar a ancoragein
torno do dente. criando uina juntura. e depois lündindo os brackcts intra~arco. acrescentando urn pequeno botão acrílico l!tll utn arco
ús bandas Precursor do uso de bandas pré-fiJnnadas e da colage1n palatino que repousa sobre as rugas palatinas Esse 1nétodo an·
dos hrackcts cora as estruturas palatinas para pri.::vcnir a n1igração dos 1nola-
Aparelho para expansão ,naxilat n.ípicla rnodilic:ulo Aparelho rl!S para n1esia! durante a retração anterior
ti.,o tlllt: ajuda a t:.\pandir a nu1.,ila bilaterahncnti.:. con1 o objetivo Ar·co nuuulibul.u· Estrutura c1n formato de arco con1postn pda
de corrigir a rnordida cruzada de n1agnitude moderada a grave crista do processo alveolar da ,nandíbula
Aparelho fixo e1n \V Aparelho fixo que ajuda a expandir o arco Arco 1naxilar Estrutura en1 forn1ato de arco co1nposta pela crista do
dentúrio superior bilateralinente, a fiin de corrigir as n1ordidas processo ::1lveo!ar da n1axila
cruzadas suave a 1nodcrada Arco utilidade Arco de intrusão de binário usado para a correção da
Aparelho funcionnl Aparelho que quando totahnentc assentado sobreinordida profunda que incorpora tuna dobra distal para
na boca. !'orça a tnandíbula nun1a nova posição e fr1z co,n que a i.:riar un1 111omcnto ,naior do binúrio nos 1nolares no sentido horú-
tnusculatura tente 1nover a 111andibula na direçílo da ri.!lação cêntrica rio
e resulta c111 u1n sisti.::111.1 di.:: força exercido sempre que o aparelho Arcos dentários Estruturas ein !ónnato de arco. !Orn1adas pela cris-
é usado ta do processo alveolar da n1andibula ou da maxila
Aparelho pré-ajustado Aparelho urtudôntico pro}.::tadu para obter :\1--cos faríngcos Estrutur;1s faríngcas einparclhadas que co1npõcn1
resultados ortodônticos de alta qualidade. co1n poucas dobras do as paredes laterais da foringe priinordiaL que se desenvolve a
tio e ntecânica sirnpldicada U1na alternativa ú técnica Edgcwisc partir do tubo digestivo anterior e são nun1cradas !. II. Ili c !V,
convencional con1cçando na i.::.\tre1nidade craniana Junto con1 o restante do
Ap:u·e)ho qu:idd-hélice Aparelho fixo para a expansão sin1étrica aparelho faringco. eles co1npõcn1 as estruturas cefálicas e cervicais
do arco dcntúrio superior. con1 finalidade de corrigir as 111ordidas do adulto
cruzadas de tnagnitude suave a 1noderada 1\rticulação tetnporotnandibul:1r Articulação entre o osso ten1po-
Aparelho rcrnovívcl Contensores que pennite111 llexibilidadc no ra! e a rnandíbula
toi.:ante ao nun1ero de horas de uso. lllrnccendo a opção de incor- Articular Ponto de intersecção entre a borda in!t."!rior da b,1sc craniana
porar 111olas par.1 1novi1ncntos dent.írios pequenos e as superlicies tnédias posteriores dos côndilos 111andibulares
Ap:1relhos extrabucais AEB i.: outros aparelhos frcqiicnte1nentc Assiinetria esquelética Grau de descquilibrio ou desvio c,n carac-
prescritos para o controle da ancoragc1n. que prenden1 os dentes terísticas qualitati\'as e quantitativas de lllll dcti.::nnin.ido osso.
postcriori.::s nas estruturas extrabucais ou cn1 vúrias estruturas c movi111entos i.::squeleticos e 1nuscularcs
Aparelhos ortoclônticos Aparelhos usados cotn o objetivo de 1no- Assin1ctria Grau de desequilíbrio ou desvio en1 caracteristicas qua-
vi111entar a coroa e a r.1iz do dente litativas e quantitativas de estruturas ou ri.::lações. ou an1bas
Apinh:unento giave Disi.:rcpúncia no tan1a11ho do dentc/con1pri- Assiinetrias dcntÍlrias Grau dc desequilíbrio ou desvio nas carac-
1nento de arco de 8 111111 ou n1ais de apinhainento terísticas qualitativas e quantitati\'as da dentiçílo
Apinluunento 1noclerado Disi.:repúncia no tatnanho do <kntel<.:on1- Assin1ctdas funcionais Anomalia no uso ou 111ovi111ento n.~sultan-
prin1cnto de ,irco de 4,0 ;1 7.O 111111 tc de descquilibrio csquc!étii.:o ou n1uscular E1n Ortodontia. isso
Apinh:nncnto suayc Discrcpúncia l!ntre o ta111anho do dente e o pode resultar do foto da 111andibula ser dc!letida nos sentidos
co1nprin1ento de arco disponivcl. expressa por tuna irregt1larida- úntcro-postcrior ou lateral se :1s inter!t.!rências oc\usais i1npedi~
dc dos dentes n1enor que 4,0 n1111 ren1 unia intcrcuspidação adequada cm relnt,:ão cêntrica. ou dccor-
G/o_ná1 io 563
rente ck uni arco superior atrêsico ou de u1n !htor niais localizado desenYolYin1cnto do cn1hrião () canal des,1parecc. deixando ape-
con10 un1 dente 111al posicionado nas o notocúrdio
Assin1etri:1s qualitatiY:1s Diferenças e1n canH.:tcristicas con10 ta- C:ininos dccíduos Pri1neiros caninos da infüncia
n1anho . !i.1rn1.1, localização e posição C:ntilagen1 couclih11 Tecido t.:onjunti\'o especializado e libroso na
Assiinetrias quantitativas Di!crenças en1 nu1nero e quantidade projeção arredt111dada do côndilo nu1ndibular
co1no no nun11:ro dos dentes Case. Cahin Ortodontisw norte-an1cricano que rdinou as tCcnicas
Ati\·11(101·· Apan.::lho !uncional re1novive] desenvolvido por Viggo de tratan1ento no inicio do sêculo XX. antes da in!luência dorni-
Andrescn. na Dinaniarca, e1n 1908 Consiste en1 tun splint acríli- nantc de Edward Anglc
co grande com tuna !lange lingual an1pla. t.:0111 o objetivo de 111an~ Cavidade an1niútic:i.. Espaço entre o 1.;piblnsto e o citotrofoblasto
ter a inandibula para a frente e para baixo. se,n gran1pos de reten- de u1n disco laininar
ção C:1vid:ule coritinica Espaço que cerca un1 saco Yitclino e a cavidade
Auto-cstilna Conliança ou crença e1n si n1csn10 ainniótica (exceto no pediculo t.:oncctor) Forn1ado quando as
Auto~in1ngcn1 Percepção de si 1ncsn10 . tanto na in1agen1 corporal lacunas se tündcn1 con1 o r11esodern1a cxtra-en1brinnúrio
quanto no papel social Ca,·id:ulc exocelô1nicn Saco vitelino pri1niti\'O . dcs1.;nvolvido a partir
Avental de churnbo Dispositivo protetor usado pelo paciente para da caYidade do hlastocisto
poupá-lo Ja radiação desnecessária durante uni proecdi111ento Cclo1nn extra-ernhrion:írio Cavidade coriônica
radiogrútit.:o Célula gigante n1011011uclc:1r Tipo celular especifico e au,euado
Bandas pré-fabricadas Tarnanhos sortidos de bandas para se en- ao longo da supcrlicic radicular con10 u1na resposta histológica
caixar crn utn detenninado tipo de dente inicial ú con1prcssão local do ligainento periodontal ou na ren10-
8:uTa transpalatina Arco de tinalidad1.;s n1ultiplas. qu1,; pod1.; ser dclaçâo do osso alYcolar., e encontrada 1.;111 alta porcentagcn1 nos
fíxo ou adaptado e111 dois brackets. arco de binário duplo que processos de cit.:atrizaçâo e nos prin1eiros cstúgios da reabsorção
atravt.!ssa o palato. co111:ctando os dois prin1ciros 111olares supcrio- radicular
r1.;s p1,;nnan1,;ntcs para refr1n;ar a ancon1ge1n Capaz de gerar un1 Células da crista neural Cêlulas da dobra neural e1nbrionúria. que
n10111cnto do binúrio e111 todas as trC::s dirnensõcs do espaço tn1ba- n1igran1 atravês do corpo e dilcrenciain-se e1n nun1erosas estrutu-
lhando con1 acessórios e111 an1bas as extrcniidades do arco ras variadas., incluindo o 1nesênquin1a (tecido conjuntivo en1brio-
Base da língua Terço posterior da lingua que se desenvolve a partir núrio) necessúrio para o dcscnvo!vin1cnto i.:raniofocial e das 1.;s-
do arco foríngeo li! truturas da foce e do prin1ciro arco foringeo
Bin:í.rios. Siste1na de frir~·a de un1 aparelho lixo que fi.n·nece o contro- Centro de resistência Anúlogo ao centro de 111assa de un1 dente i,1
le nos trC::s planos de 1.:spa~·o 1·i1·11, ele modo que qualquer lórça que passe pelo centro de rcsis-
Hionator Aparelho furn.:ional. ren1ovive! e dentossuportado que tênt.:ia do dente cause a sua translação Zona-alvo designada para
depende do estinunento do tecido tnok causado pelo avanço a angulação de unia frirça superior e posterior. a Jin1 de obter a
n1andibular, junto con1 a atividade n1uscular gerada pela tentativa direção n1ais apropriada !.! a!i:tar as suturas 1naxilares durante a
da niandibu!a de retornar ü sua posiçào original.. p,ira obter os aplicação de tuna força extrabucal
efeitos dcntúrios e esqueléticos dcscj;1dos Cent10 de rotação. Ponto localizado interna ou extcrnainentc cn1
Blastocele Espaço preenchido por liquido no interior da 1nórula u1n corpo ern 1110\·in1cnto ao r1.;dor do qual ele gira. Localizado
Ta1nbén1 é chan1ado la1·idade do hla\-folhto en1 pontos variúveis . dcpend1,;ndo da dist.incia entre a aplicação
Blastocisto !vlórula que t.:ontêrn un1 blastoccle de tuna deternlinuda força 1,; o centro de resistência (que se apro~
BlastfuneHJ Célula r1.;stdtantc da clivngen1 xima deste u!tin10. tnas nunca o atinge)
Bochecho de Listerinc Agente de cnxúgüe bucal bigiC::nico cujos Cessação r: ina!ização de uni processo
ingredientes ativos inducn1 óleos essenciais e possuen1 uin leve Ciências cornport:unentais Psicologia e úrcas afins que !hzcn1 par-
efeito antigengivite te integrante da ()rtodontia. tanto en1 pesquisa quanto na prútica
Bolsa Cavidade ou espaço entre a gengiva e a raiz do dente clinica, particulannente ao den1onstrar con10 os con1portaincn-
Bolsas Estruturas h.iringeas que separain parcialn1entt.! os arcos fo- tos individuais de prolissinais e pacientes podc1n detcnninar un1
ríngeos na porção interna: co111binadas con1 o restante do apare- curso eventual de ação e111 uni contexto ortodôntico. além de
lho fi1ríngco, dão orige111 às estruturas ceffdicas e cervicais no enfatiz,ir o papel da auto-in1age1n no sucesso do tratantento
adulto Circulação uteroplacenüíd:i Circulação prin1itiva entre o endo-
Born relacion:11uento Interação ou relação lrnnnoniosa. ntedidu entre métrio e a placenta
o n1édico e o paciente. tuna previsão i1nportante da cooperação Ci1·urgia buconu1xiloíacial Intervenção Ji·eqüentcment1,; ncccssúria
do paciente quando o apinhan1ento requ1,;r a re111oção dos dentes. para v1,;r-
Bracket Edgewisc Acessório usado durante o trata1ncnto ortodôn- ticalizar os segundos rnolares gravcn1ente angulados e in1pactados.
tico para receber o arco e n1over os dentes ou no transplante dcntúrio Às vezes. indicada na expansão rúpida
Bracket colado Acessório lixado no dente para pern1itir que o da 1naxi!a cin1rgica1nente assistida para o paci1.;nlc adulto ou possi-
ortodontista use tun arco de nivela1nento ou ainarrilho. ou an1~ vehncnte na reinoção de terceiros n1olares in1p,1ctados. e ta111b~m
bos. para aplicar J'orç.is no dente que ,ijudmn no seu 1novin1cnto para corrigir discrcpfincias esqueléticas graves
para a linha de oclL1são Ciruigia ortogn:ítica Altenrntiva cin1rgica para t.:orrigir n1ús oclusões
Calcificação Processo pelo qual o tecido orgiinit.:o torna-se endure- congênitas. desenvolvi1nentais ou esquelcticas adquiridas. de Clas-
cido. por depósito de sais de cálcio no interior de sua substiincia se !! ou Ili. na ausência de cresciincnto. incluindo o alinhainento
Cann1flagen1 dentária Trataincnto dos problen1as csquclêlicos de ortodôntico dos dentes e d1,;pois o n1ovin1ento cirllrgico de un1
Classe 1! ou II!. co,n a intenção de d is forçar un1a relação esquelêtica dos nHt\ilarcs ou de a1nbos . para obter a posição e a !'unção
inaceitúveL atravês do reposicionan1cnto ortodôntico dos dentes adequadas da 111axila, n1andibula e dentes
nos 111axilares. de !Onna que a oclusão dentária seja aceitável e a Citotroíoblasto Can1ada interna de lllll trofoblasto
aparC::ncia focial. estética Classe li, Dh·isão I Categoria da classificação de Anglc en1 que o
Canal do notocórdio Cnnal !Orrnado pela extensão da depressão trespasse horizontul 1.;xcessivo Cacoinpanhado por unia angulação
priniitiva atê o processo do notocórdio. na terceira sen1ana do nonna! ou vestibularizada dos incisivos superiores
564 Glossário
Cl:1ssc li, Divisão 2 Categoria da classificação de Anglc na qual o Considerações hioJ(Jgic:1s Fatores que intlui.:ncinn1 o tratan1ento
trespasse horizontal nonnal é co1nbinado co1n incisi, os supcrio-
1 ortodôntico en1 adultos. incluindo doença periodontal e certos
rt.:s verticalizados !atores 1nédicos
Classificnção de Anglc Sistt:1na de classificação a111plan1cntc usa- Contensor colado Aparelho da fose de contenção para os dentes
do para as 1nús oclusóes (proposto por Edward ;\nglc). que anteriores. a lini de n1ini1nizar ou elitninur a possibilidade de
descreve as rdaçôes üntcro-postcriorcs dos prin1ciros ,nolarcs e 1novin1ento d..::ntúrio indesejável após o tratan1cnto ortodôntico
caninos pcnnancntes c ta1nbt:1n outras caracterlsticas da 1nú Controle da ancoragcn1. Habilidade de obter 111ovi1ne11to dentúrio
oclusfio di!Crencial /vlais freqüenten1ente, re!cre-se ao 111ovi1nento n1c-
Cliv11gcn1 Série de divisões 1nitúticas pelas quais o zigoto passa. à siodistal relativo dos dentes anteriores e posteriores
1ncdida que se n1ove ao longo do tubo uterino na din:çfio do lltero Convexidade esquelética facial Ângulo entre o núsio (lronte).
Clorcxidina Co,nponcntc qui1nico de alguns bod1cchos bucais para ponto A (n1axilu) e pogúnio (nu1ndibula) (NAPog)
a n1011iloração otin1izada da gengivite grave crn pacientes orto- Coopen1ção do paciente Gr.:1u da disposiçüo ou da capacidade do
dônticos adolescentes paciente de colaborar con1 as decisôes de trata111ento
Colage1n de 1noh1res Abordagent ortodôntica. às vezes. preferida Cooperação Co!aboraçüo do paciente
cn1 relação ú bandage1n. en1 adultos que estão en1 controle C{1pula A!argan1ento na linha n1édia derivada do arco li que C supe-
periodontal rado pela enlinência hipobranquial e desaparece se1n contribuir
Colagent direta f-ixaçüo direta dos acessorios ortodônticos nos con1 a fonnação da linguri
dentes condicionados. usando-se adesivos qui111icos e foto- Côdon Estrutura con1posta da cavidade coriõnica. do 1nesodern1a
polinterizados tvlCtodo popular dentre os dentistas. por causa extra-e1nbrionúrio. do citotrofoblasto e do sinciciotrofob!asto
de sua sirnp!icidadc e con!iabilidade Corpo da lingua Dois terços anteriores da língua, que se desenvol-
Col:1gcrn indireta Técnica de nxaçfio do bracket na qual os brackets vcn1 a partir do arco !Uringeo I
forant priineiro posicionados en1 1nodclo de estudo co1n un1 adew Corpo n1andihul:ir Principal estrutura do osso da n1andíhula. ex-
sivo soluvel en1 úgua e cntüo transferidos ú hocn en1 unia 111oldcira cluindo os dentes e o ran10
individual tvlais reccntetnente. o bracket é posicionado no 1110- Correção ntdicular Processo de criar paralclisn10 dos longos eixos
delo de estudo do paciente con1 resina aglutinad;1 e depois trans- das raizes. e de estabelcci1nento da inclinação adequada dos den-
l'crido para a boca na 111o!deira individua!, cotn a uniüo fodlitada tes na sua base óssea. U111 estágio direcionado ao 1novin1ento
pela aplicação de uni selante líquido não-aglutinado na superficie radicular de segunda orden1 dos dentes adjacentes aos locais de
do dente preparado e a resina pr~-polin1crizada na base do bracket exodontia e tan1bé1n ú correçüo de tt:rceira or<le1n da inclinaçüo
Coliinador Aparelho radiogní!ico que pernlitc unia litnitaçüo preci- dos dentes ~ especia!111ente os incisivos
sa do !Cixe de raios X prin1ürio no tecido-alvo ou i.:,n u1na ári.:a do Corretor (ou 1.. egulador) íuneional Aparelho funcional que tem
corpo poucos con1pont:nles ativos. con1 vo!un1e tninitno de acrílico e
Con1patihiliclade inter-arcos Harn1onia entre o fon11<llo e a n1assa uso abundante de lios para unir as peças do aparelho ()uando
dentüria dos arcos superior e infCrior in~Laladu 1nelhoru a lwbilidade para a fala, alt:111 da possibilidade
Con1pens:1ção dentilria Característica das 111ús oclusões di.: Classe da expansüo transversa gi.:neralizada a partir dos escudos vesti-
11. co1nun1ente observada na presi.:nça de unia discrepúncia es- bulares
quelética. que tende a tornar a discrepftncia dentária 111enos proe- Crcn1e dental Agente de litnpeza para a higienização dentúria ca-
n1incnte Exibida con11nais freqüência con10 a protrusão dos inci- seira Para os pacientes subn1etidos a tratan1ento ortodôntico.
sivos inferiores e co111 111enos fn:qüência através da retrusão dos esse tern10 reli:rc-se especilica,nente a un1 cren1e dental com
incisivos superiores Tmnbê111 ocorre con10 u111 arco dentúrio su- T'riclosan para a 1nanutenção periodontal
perior 111ais estreito ou atrésico do que o nonnal Cresci111ento condilar Cresciinento ou proliferaçüo na cabeça do
Co1nplicações Desafios adicionais que se apresentarn durante o côndilo, en1 direção para cin1a e para trás ou para frente
curso de un1 tratan1ento. con10 problenHIS n1édicos. distúrbio Crcscirnento intersticial Crcsci111enlo a partir do interior da es-
ten1poromandibular. desvio furn.:ional. paraJ'unção, postura anur- trutura
n1al do côndi!o tnandibular na fossa te1nporo111andibular, corn- Crcscirnento pôs~natal fase do desenvolvin1cnto hu111ano que cons-
pro1neti111cnlo periodonta\ e outros proble111as etn potencial titui cerca de 20 anos após o nasciinento e é caracterizada pelo
Con1prin1cnto nu1xilar U1na das vúrias 111edidas das estruturas declínio no índice de crescitnento e pelo aumento na nrnturação
faciais entre a espinha nasal anterior e a posterior. analisada nos dos tecidos
estudos de crescitnento de Jo,va C1··escin1ento pré-natal Fase do desenvolvin1ento !nnnano caracte-
Condição pi1toU1gica Presença de li.:são ou doença rizada por aun1ento rápido no nu,nero de células e por índices de
Condições periodontal A condição da gengiva e do osso alvcol.1r crescin1ento rápidos
do pacicnte C'rescintcnto Desenvolvirnento do tatnanho e 1nudança progressiva
Cfindilo n1andibular A projeção óssea arredondada do ra1no n1an- de un1 organisn10. influenciados pela interação entre a hereditaric-
dibular. coberta por cartilagen1 d,1de e o arnbientc
Condr·ocr-:"1nio Locais pré-natais independentes de cartilage1n cra- Crianças de crescilnento tnéclio Categoria de crianças que. em
niofi1cial. que coalesce en1 unia 1nassn cartilaginosa. O precursor tcnnos de crescilnento estatun1l. seguen1 a variação n1édia da
da base craniana adulta e das estruturas nasais e ópticas curva de crescin1ento; corresponde a cerca de 2/.3 das crianças
Concln1gênese f-onnaçüo de cartilage1n Cristn Crista n1axi!ar que passa ao longo dos processos alveolares
Conóide Incisivo lateral superior n1alforn1ado e n1enor. tan1bê111 dos ossos n1axilares fetais
observndo na úrea de urna fissura alveolar. Unut 111orfodil'crenciação Clir·,·a cun1ulativa Aprcsentaçüo gráfica de dados do crescirnento
do dente al'ctado por tuna folha en1brionúria incrc1nentar, derivados de estudos longitudinais
Conservação cio espaço., Tratainento para prevenir perda de con1priw Curva de deflexão da carga Quantidade de fr.)rça produzida para
111ento do arco. inserindo rnn n1antenedor de espaço parJ garantir que cada unidade de ativaçüo de un1 fio ou ,no!a ortodôntico. De-
os n1olarcs pcnnanentes não sofrJ1n 1nigração para 111esial, enquanto 1nonstra três pontos de ifnportância clínica no design do apare-
os 1no!ares decíduos esfO!imn e os dentes pernmnentes irrornpen1 lho: lin1ite elástico. resistência final à tensão e ponto de folha
G!o,_,ú1 io 565
Curvn de esforço/tensão A 111!.!diçílo das relações associadas às Oescakificaçílo Perda da dureza normal do t:s1nalte ou perda de
propriedades intrinsecas de u1n 111.nerial. na qual a proporçílo sais de cülcio no interior do tecido orgünico
entre o es!ún;o e a tensílo na porçílo elástica da curva define o Desenvolvin1ento da di111ensão vertical Crt:scin1cnto das alturas
1núdulo de c!asticidadt: do 1natcrial. A inclinaçílo da curva de faciais anterior e posterior
es!On:;o/tt:nsiio dt:ntro de seu [inlite dústico é unia indicaçílo da Desenvol\'ifnento nulicular Oetenninante n1ais confiú\'d do 111 oM
rigidez ou da flexibilidade de tun tio n1ento da irrupçílo dcntúria
Curv:1 de Spce Curvatura das bordas incisivas t: da supcrficit:s OesenvolYitnento Processo de passar pelo crescin1cnto. a difcrcnM
oclusais dos dentt:s. co1nt:çando nas pontas dos incisivos e cani- ciaçílo ou a evoluçílo natural 1ncdiante 1nudanças succssiv,1s
nos inlCriort:s . st:guindo as cuspidt:s vt:stibu!ares dos prê-1nola- Desvio :interior Deslocarnento anterior da 111andibula a p,1rtir da
res e 111olarcs e continuando até a borda anterior do ran10 relaçfio cêntrica para a 1núxi1na intt:rcuspidaçílo habitual. rre~
Ctn·vn ele velocidade Aprt:st:ntaçílo grú!ica dos dridos que revela os qücnte1nentc observado associado ú n1ordida aberta anterior
resultados dt: estudo. indicando o índice da n1udança en1 un1 indi- Desvio funcional lateral tvlovin1ento lateral da n1andibula durante
viduo dentro de un1 certo periodo ()s dados silo derivados de o lecha1nento da rclaçílo cêntrica para a 111úxin1a intercuspidaçílo
estudos longitudinais habitual
Curva genital Cur\"a do crt:scin1cnto qut: cobre o periodo pós~natal Desvio funcional Discrcpüncia entre a reh1çílo cêntrica e a n1ú:..:i1na
de 20 anos. n1edindo espedfic.in1en1e as 111udanças no apan.!lho intercuspidação habitua!. co1no resultado do contato dentúrio
sexual prin1úrio e to<las as caractt:risticas st:.xuais secundárias pren1aturo que caus,1 a de!lc:,;fio da mandlbul,1
Curva geral Curva do crcscirnento que cobre o período pós~natal Oesyio sagital Discrcpünda úntero-posterior entre a 1naxila e a
de 20 anos. n1edindo espt:cilicarnente as din1ensõcs externas ou o 111andibul,1
desenvolviincntu do corpo. os órgãos respiratórios c digestivos. Desvio sagitnl-vcrtical Propriedade da 111á oclusílo 111ensurúvcl no
os rins . u aorta t: os troncos pu[rnonares, o baço, a 1nuscu!atura. o diagrmna de Ackt:rn1an/Proffí1 Vcnn especitica1nente. porque 1nede
esqueleto e o vo!un1e sangüinco a coinbinaçiio da Classe de Angle co111 a n1ordida profünda ou
Curva incr·en1ent:1r Apn:scntaçílo grúlica de dados que n:veh1n1 os aberta
resultados de estudos qut: indican1 o indice de rnudança ctn u1n Desvio transagital Propriedade da 111ú oclusão que pode ser n1edida
individuo. dt:ntro de un1 certo pt:riodo Os dados siio deriv,1dos no diagra1na Ackern1an/ProlTit Vcnn Co1nbinação de rnordida
de estudos longitudinais cruzada con1 a Classe de Anglc
Cu1"\'a line:ir Aprcst:ntaçílo gnílica dos dados do crescin1cnto. que Desvio tr:1ns:1gitovcrtical Propriedade da rná oclusão que pode ser
revela os resuhados dt: estudos. indicando a distância que un1 ,nedida no diagra1na Ackern1an/Prollit Venn. Espccilicamente.
indivíduo pt:rcorreu en1 un1 trajt:to 1nenst1rúvc! Os dados pode1n quantifica a con1binação de problen1as nos três planos de espaço
ser derivados de estudos transversais e longitudinais Desvio tntnsverso Propriedade da 1nú oclusão qut: podt: st:r 1nedida
Curva linfúide A curva dt: cresci1ncn10 que cobre o período pós- no diagratna Ackennan/Proffit Venn especificatnente . porque c!t:
natal de 20 anos t: 1nede especifican1enti.:: o desenvolvi111ento do quantifica a n1ordida cruzada
tin10. das adenóides fhringea t: tonsilar. dos linfünodos e das Desvio vertical Propriedade da 111ú oclusílo que n1ede a n1ordida
111assas linfrilicas intestinais profunda t: tnordida aberta
Curva neural Curva de crescirnento que cobre o período pós-natal Desvio vc1··ticotn1nsverso Propricdadt: da n1ú oclusílo que podt: ser
de 20 anos e n1ede especilican1ente o dcsenvolvi,nt:nto do cére- 1nedida no diagraina Ackennan/Proflit Venn Especilican1ente.
bro, do cordílo espinal. do aparelho óptico e de partes ósseas 1nede a con1binação da 1nordida profunda ou r1ht:rta co1n a tnordi~
associadas do crünio. da fiice superior e da coluna vertebral da cruzada
Deficiência n1anclibul:n Rc!açílo esquelética de Classe li que re- Detalhes do 11cab:11nento Rt:tinmnento da posiçílo do dente e da
sulta de unia n1andibu!a cujo tarnanho é pequeno ou que sofreu oclusílo para otin1izar o resultado do tratainento. incluindo a
rctrusílo en1 sua posiçiio, en1 relaçílo ú 1naxi\a Pode ser absoluta ava!iaçílo das posições de prin1t:ira. st:gunda e terceira ordens dt:
por causa do tan1anho ou rdativa por causa da posição cada dente ern rel.1çílo ils suas posições ideais, junto co111 todos os
l>egn1u distal Relação en1 que o plano tcnnina[ superior é rclativa- de1nais aspectos do resultado do trata1nento. a Ji1n de idcntilicar
111ente n1ais anterior do que o inlCrior Uin cle111ento-chave na ava- qualqL1cr discrt:pünci,1 ren1ant:scentc
liaçílo da rclaçílo do plano !t:nninal dos segundos 111olares dccíduos Diagn(1stico ldcntilicação de urn problen1a ou condiçiio clinicos.
Degnn1 n1esial Rclaçiio e111 que o plano tenninal superior é rclativa- que freqüentt:1nentc inclui encmninhainento para trataincnto
tnente tnais postt:rior do que o plano tenninal infCrior Diagn11na de Venn lnstnunento desenvolvido para diagnóstico
Dente in1pactado Dente nílo irro1npido devido a obstáculos ,necü- E111 Ortodontia. un1 instrun1ento projetado por Ackennan e Proflit
nicos con10. por exe1np!o, uni outro dente para tentar diferenciar os 111uitos di!i:n:ntcs tipos de problc1nas
Dentes supranurncrál'ios Dentes suplcn1t:ntart:s. 1nais freqüt:n- observados e111 cada wn dos casos de n1ú oclusílo delinidos por
tenu:nte t:ntre os incisivos centrais superiores Alé111 disso, inci~ Anglc O diagraina de Venn adiciona quatro outros fatores (avalia-
sivos laterais superiores extras que as criam;as portadores de ção do a!inha111ento dentório, perfil facial, probletnas transversos
fissura c:.;ibe1n cotn freqüência. que silo norn1ahnente causados e vt:rticais) ús classes n1esiodistais (sagitais) de 111ú oclusílo de
pela n1igração das células iniciantes nas proxirnidades da crista Angle
neural para o local da fonnaçílo do dente Diastenut Espaço entre dois dentes adjacentes
Dentição decídua. Prin1eiros dentes da infãncia Diaste111a superior Espaço t:ntre dois dentes superiores adjacen-
Depressão prilnitiva Indentação na cxtre111idade craniana de Ulllil tes
estria prin1itiva Contribui co1n a fonnaçílo do canal do notocórdio Dil11cen1ção radicul:u Raízes tortuosas e com anatôn1ia incorreta.
na terceira seniana do desenvolvi111ento ernbrionário que ocorre durante o desenvolvi111ento
Depressões nasais Precursores das narinas t: cavidaJe nasais Direção do cresci1nento condilar tvlcdiçílo útil na avaliação du
Dcrn11íton10 1:onte de con1poncntes da pele (der111c) IOrn1ada por n1orfolo!.!ir11nandibular t: na detenninação da inclinação do côndilo,
células dos son1itos superficiais con10 ut~a indicação de sua direção de crcsein1cnto. se vertical ou
Desalinhan1ento Dcslocan1ento dos dentes de sua relaçílo nonnal Sa!.!ital
na linha de oclusão Disco l1i1an1inar Estügio do dcscnvo[vi,nento l!mbrionúrio que re~
566 Glo.\sáriu
suita da dikrcnciaçào de u1na massa t.:dular interna. cotnposta epiblasto . após a invagina'rãO ocorri!r na tcrceira semana do de-
pelo i.:piblasto e o hipohlasto scnvolvi111ento
Discrcp:incia do incisivo Fator rdacionado ú proporção entre o Ecto111csênquin1a ivlesl!nqui111a da cabeça e do pescoço
tainanho do incisivo dedduo e o pcnnam.:ntc. que pode influen- Efic:íci:i ela 1··cnu1ção da placu bactedann A avaliação da higiene
ciar o con1pri1ncnto geral do art.:o bucal a cada consulta ortodôntica
Discrepância esquelética Dcfonnidadc no descnvolvitncnto da es- Ehístico intennaxil:ir Elústicos que prt.!ndt.!111 os dentes superiores
trutura óssea En1 Ortodontia. às vezes, C o alvo do trata1ncnto e inti:riores con10 unia forma de obter o 1novin1ento dentário
facial ortopCdico para alcançar u1na oclusão 11.!ncional 1nais idc.:al di feri!ncia!.. t.:lJjo vetor de !Orça é dc!inido pcla direção do elúslico
e un1 cquilibrio focia! cstCtico Ehisticos de Classe 11 Tração intrabucal t.:on1 clüsticos desde os
Disc1··cpt1ncia intc1··-arcos no t:unanho do dente Condição causa- dcntes anteriori!s superiori!s atC os posti!riori!S infcriorcs Urna
da por u1na largura 1ncsiodista! 1ncnor do dente ou pda ausência tl.!cnica criada por Calvin Cast.: e Edward Anglc para corrigir as
de dentes superiores pcrn1ancntcs. resultando cn1 unia ckficiên- 111ús odusões de Classi! ! !
cia rclativa no tmnnnho dos dentes superion:s en1 relaçüo aos Ehisticos de nuaclicl11 cJ"uz11da Elústicos aci!ssórios que ajudan1 a
inlCriores correspondentes Geraln1ente exibida pelo espaça1nento corrigir as 111ordidas cruzadas
superior. porC1n podt.: se t.:xprt.:ssar con10 a n1csialização dos En1briohlasto Grupo dc cClulas localizado cntrc u111 trolt1bl,1sto e
,nolarcs supcriort.:s pennuncntcs c,n tuna rclaçüo de Classe IL u111 blastot.:isto. co111eçando no sexto dia após a li.!rti!ização Tatn-
rt.:duzindo o espaço intcrdt.:ntário bl.!111 denon1inado 111a\·,a c.e/11/a1 i11IL'111a
Discrepfu1cia no t:unanho do dente/co111pritnento do :1rco Con- Entinência hipobn1nquial Inchaço na linha 111édia. coinposto prin·
diçüo cn1 que o co111prilnento do art.:o e a n1assa dcntúria t.:orres- cipahni!nte dn n1csênqui1na do arco Ili e situado caudahnente ao
pondcntc nüo são con1patívcis. o quc rcsulta cn1 cspaçaint.:nto foran1c ceco. que sr.! desenvolve no terço postcrior. ou base, da
ou, 1nais frt.!qüenti!n1ente, en1 apinhmnento lingua
Dist:inci:1 interlabial Caracteristica focial avaliada pclo grau e111 Encan1inhan1ento Reco1nendação ou rcquisição para o tratainento
que os \úbios licain separados e111 rcpouso A distüncia intcrlabial ou controle, após ou dcntro dc u111 diagnóstico fon11al
aun1entada indica lúbio curto ou excesso dr.! cn.!scitnento vertical Endode1. n1a E111h1 io11á1 io: Cm11ada do gcnnc JOn11ada pelo di!sloca·
antt.:rior 111ento do hipob!asto. atravl.!s da invaginnção das cl.!lulas do
Distúrbio cranio111nnclibular Tt.!nno gcnCrico quc abrange diversos epib!asto 1\lad11,.o: Catnada de célula epilelial que rccobrc a su-
probk1nas clínicos ou unia sl.!rie de distúrbios rdacionados con1 pedicie interna do arco Jüringeo
sintonias co,nuns que envolve1n a n1usctdatura 111astigatúria, a Epiblasto Coinponcntc do dist.:o bi!arninar, con1posto di! cé!ul.:is
articulação te111poror11andibu!ar ou a1nbas Sinônin10 do tcrn10 colunares e separado do citotrofohlasto pela cavidade atnniótica
di\!1/1 hio ll'lllporo11u11ulih11/a1 Equilíbrio do sisterna ele í<nça de hin:írio duplo Principio que
Divergência radicuhu Distancian1ento das raizt.:s, ah1stando·Se dctern1ina as açõcs dc uni arco dt.: nivclan1ento inserido en1 dois
uni.is das outras Ausência dt.: para!disn10 hrackets consecutivos: a ativação do tio cria uni binúrio e111 cada
Divel'ticulo ela ticróide Precursor da glündula tireoidi! visto co1110 brackct. e cada llin:írio existcnte possui u111 i.::quilibrio associado,
unrn pcquena bolsa en1 t.:crca dc 5 sc111anas pcrto do fr1n:1tnc ccgo, con10 se fossem dois sisten1as dc binários sin1plcs atuando jun-
antes ck tnigrar no Si!ntido ventral. enquanto pcrn1ani!ce conectado tos Portanto, o equilíbrio do sistt.!llHt de binário duplo I.! cquiva·
con1 a língua c1n dcscnvolvin1ento pelo dueto tit.:roglosso lcntc ú sotna algébrica de dois siste1nas de binúrios si1npks
Divisão l Catt.:goria da classilicação de Angle par.1 a Clnsse li. ás Equilíbrio do sistenu1 de fol'ça de urn bin:irio sintples Condição
vezi!s aco111panhada pc\a atresia do arco superior. extrusüo e ou princípio que dcinanda que un1 sistcn1a con1 um par e sua
protrusiio dos incisivos superiori.::s, lünçiio anor111al dos lábios e tendência associada de rotacionar deve ter unia tendência igual e
alguina fr1rn1a de obstruçiio nasal e rt.:spiraçfio bucal oposta de rotacionar o sisti!111a na direção oposw Jncrcntc1ncntc,
Dh·isão 2 Categoria da classi licaçiio de Anglc para a Classe li. carac- un1 sis1en1a de binúrio si1nplcs deve ter dois binários iguais e
terizada pelo apinhan1cn10 dos incisivos superiores (sobrepo· opostos presentes. porque estú en1 equilíbrio
si'rfio) i! pda indina'rão pura lingual Equilíbrio neu1 otnusculnr Condiçfio nonna! do envoltorio neuro·
Ol\1 TOCA Acrõnin10 usado para descrever a discrep.íncia no taina- n1uscu!ar, observada na oclusão nonnal e nas n1ás oclusões dc
nho do dente/co111prin1cnto do arco, associada ao cspaçan1cnto Classe 1; nüo di!ve st.:r alterado
dcntúrio e apinha111cnto no arco superior Escleróto1110 Células so111itos que nligran1 p,1ra a região ao redor do
Dobras neurais Bordas laterais da placa neural en1brionúria, que se notocórdio par.1 J(lnnar o csquckto axial
lünden1 na linha 1111.!dia para fi.)rn1<1r o tuho neural Esco,·a dental convencional Ferr:uncnta tradicional dc higiene ca"
Docunu. ntação EspJci111es de docl1n1entaçüo ncccssürios para ava-
1 scira E.111 tcrn1os periodontais, o ideal I.! unia escova con1 cerdas
liar uni caso t.:0111 finalidade de trat.:11ni!nto ortodõntico. incluindo 1nacias c pontas arrcdondadas e u111 design ortodôntico
fotografias, 111odclos, radiografia panorún1ica, anú!bc do espaço e Esco,'a dental elétrica Fcrra1ncnta de higicnizaçiio casi!ira preferi"
radiografia ccfü!on1~trica later.il vcl ú escova convencional para os pacil!ntes pcriodontais. por
DTDCA Acrônin10 usado para di!scri!ver a discrcpúncia no wn1anho t.:ausa de sua 111aior e!icácia na rt.:n1oçiio da placa bacteriana intcr-
do dentc/co111pri111cnto do arco, associada ao espaçan1ento dcn~ proxi1nal
túrio e ao apinhan1cnto dos dentes inferiores Espaç:1111ento generalizado Prt.!scnça co1nu1n de i!Spaçaincnto i!ll-
Dueto tireoglossal Estrutura que conecta o divcrticulo da tircóide trc os dcntcs na dentição decidua
(a glândula tircóide prirnária) ú língua cn1 descnvo!vi111cnto e se Espaça1ncnto significativo. Discrcpúncia no ta1nanho do dentc-/con1-
dcgcnera depois da sexta scn1ana prirnt.:nto di.:: arco. expressa con10 diasten1as entre os dentes de -l
Duetos nasolncrinu1is Estruturas epitdiais bilaterais que se for- 111111 ou 1nais
1nmn na linha de fusão entrc as procn1inências nasais laterais e as Espaç:11nento suave Discrt.:páncia entre o tan1anho do dentc e o
n1axilares, e conectan1 o saco !acrin1al ú cavidadt.! nasal Original~ con1pri111cnto de art.:o disponivd. que se n1anifosta pela presença
tnenti! denotninados \IIÍc:(H 11a\·o/au i111cfi\· de diaste111as entre os dt.:nti!s
Duração da íorça ortodôntica lnti!rvalo no período de aplicação dt.: Espaço de crescin1ento intcr111axilar Crcsci1ncnto difCrencial na~
urna !Orça ortodôntit.:a para 1novin1entar os dentes tural da n1andibula e da n1axila, criando espaço para o descnvo!vi-
Ectodcr'Ol:t Can1ada do gern1e cn1brionário !Onnada pelas células do n1ento vertical do dcntoalveolar
G/os.\ÚI io 567
Espnços pri1n:1tas Esp,1ça1nento localizado entre os dt.:ntt.:s presen- rior nonnal da 1nandihula t.: protrusüo de toda a face ntêdin que
tes em 87(!\, dos arcos dentários superiores. geralinente entre os inclui o nariz. a úrea infra-orbital e o !übio superior Desenvolvi-
incisivos laterais e caninos . e tan1bl:1n en1 78(};1 dos arcos inferio- 1nento excessivo na diinensào vertical ou úntero-postcrior. que
res. geralrnente entre os caninos e os prin1eiros 1nolares deciduos lri.:qüente111e111e causa nui oclus,io de Classe li
Espaços !JnperlCições no alinhan1ento e na distúncia dos dentes. que Expansão palatina O uso de lórça ortnpêdil:,1 para expandir a sutu-
são ús vezes usadas con10 utn \'alor critico para detern1inar o grau ra palatina 1ncdiana. usando uni aparelho fixo co111 bandas ci,nen-
de :1no111a!ia a partir da oclusão nonna! tadas nos prin1eiros 1nolares pennanentcs e ta111bC111 nos pri1nei-
Estabilidade Conservaçüo da oclusão obtida no linal do tratarnt.:nto ros pré-1nolares ou segundos 1nolares dectduos dependendo do
ortodôntieo estúdio do desenrolvin1t.:nto da oclusão
Est:ídios avançados da rcnbsoJ"ção radicula1" Reabsorção de 1nais Expansão nípida da rnaxila cirurgiean1cnte assistida Técnica
de u1n terço da raiz do dente que con1bina a expansão ortopédica con1 u1na n1odifit.:ação da
Estilo de ap1··e11Clizagcn1 cio paciente A aplil:ação da teoria da osteotornia Lef<ort I
aprendizagern experitnt.:ntal que enlütiza que os alunos apren- Exp:insor palatino Aparelho usado para criar a expansüo esquelética
den1 o 111aterial apresentado en1 u111 estilo individualizado e unico. transversa cn1 un1 indice tão rúpido como O. 5 a 1.0 111111/dia ou tüo
e que depende do proli.:ssor ou n1Cdico o ato de ensinar dentro lento quanto ! 111111/seniana
desse estilo individualizado t.: único de aprendizagein Exposição cirúrgica Procedi1nento que favorece a irrupção natura!
Estir ão de cresci1ncnto Aceleração das n1udanças incrernentais en1 dt.: utn dente in1pactado Envolve a rcn1oção de tecidos ntoles e
unia parte do corpo. que ocorri.:n1 en1 u111a certa idade duros na direção 1nais adequada para o n1ovin1ento da coroa
Estinio do crescin1cnto puberal Periodo ativo do crescin1ento facial Extraçiies scd:1das Procediincnto e.,ccutado quando o paciente ten1
que pode ocorrer i.:111 alguns indi\'íduos no início da adolesct!ncia. 111.i oclusão Ch1sse I e unia discrepúncia grave no ta1nanho do
111on1e1110 en1 que as 111uda11ças i.:squc!éticas obtidas co111 o trata- dcnte/con1primt.:nto de arco. de 8 ou 10 111111 ou n1ais durantt.: o
n1ento da Classe li são e.,acerbadas provavchncnte por causa do inicio da dentição 1nista. que envolve iniciahnt.:nte a i.:xtraçüo dos
crcscin1ento 111andibulur acelerado caninos e dos pritneiros rno!ares deciduos seguida pela extração
Estirão do crcschnento Ace!cr,1çüo esperada e significativa do cres- dos prin1eiros pré~111olari.:s após a irrupção
ci111ento en1 altura. observada ern a1nbos os si.:xos na puberdade: Extraçiics seriadns Ren1oção de certos dentes deciduos e pcnna-
tainbén1 chan1ado alL'IL'raçâo p1'é-p11he!'a! ou lllefel'(1ç(io liru1111- nentt.:s. e111 unta seqüência deHnida
p11he1 ai Extrusão dos 11101:ucs Técnica de n1ovi1nento dentúrio para corrigir
Estornódeo Cavidade bucal prin1iti\'a revestida pdo ectodernia. ad- tuna sobre1nordida profunda. usando planos odusais para pre\'C-
jacente ao tubo digestivo antt.:rior do ernhrião nir inicialn1cnte ql1e os dentes foçan1 contato. pennitindo assin1
Estria 1ni1nitiva Suko estreito que se desenvolve na linha n1édia de uma extrusüo acelerada
unt epiblasto. iniciando a gastrulaç;io de LHn disco en1brionúrio Extn1são postei ior A técnica de n1ovin1i.:nto dentàrio para corrigir o
bi!a111inar i.:111 uni disco trilmninar trespasse vertical profundo . usm1do-se placas ou apoios oclusais
Estudo 1nospcctivo Estudo planejado antes da instituição do trata- para i111pcdir o contato dos dentes posteriores. per111itindo ,1ssin1
rnento un1 desenvolvi111t.:nto acelerado da úrea dentoalveolar posterior
Estudos longitudinais 111istos Estudos c111 que parte da mnostra fase de contcnç:io rase passiva do tratainento após a re111oção das
flli \'Ísta en1 base transversal e a outra. en1 base longitudinal bandas e brackets . que consiste na inserção de contensores lixos
Estudos longitudinais Pesquisas que envolvetn o exa1nc de u111 (colados) ou rernoviveis con1 o objetivo de estabilidack a longo
grupo de individuos repetiti\'atnente, por uni longo pcriodo prazo. n1an1endo as correç0t.:s !i.:itas durante a rnonitoração da
Estudos J"etros1>ectivos Estudos realizados após a conclusão do n1aturação e do desen\'olvi111ento continuos do paciente
tratatnento Fatores a1nbientais lnnuências externas.
Estudos trans,·crsais Pesquisa en1 que unia grande quantidade de Fatores 1nédicos Condições p,1tológicas e.xtcrnas ou adicionais ou
indivíduos. portadores de difi.:rentes aspectos da característica 111odalidades de tratan1cnto que poden1 aJCtar. interlCrir, inter-
que estú sendo i.:studada. são i.:xa111inados etn urna ocasião, con1 a rotnper ou contra-indicar o trata1nento ortodôntico c111 adultos
vantagen1 de acun1u!ar 1nuitas infrinnações sobre diversas fonnas Os proble111as inédicos mais co1nuns con1 e!Citos ósseos signi!i-
ou frises dessa caracteristica c111 u1n período curto cativos do ponto de vista dentürio süo o diabt.:tt.:s e a osteoporose
Etiologia Estudo da causa. origc111 e rnétodo de introduçüo de tuna l;echa1nento cio diastcrna Trata1nento ortodôntico do i.:spaço ex-
condição ou doença cessivo entre dois dentes adjacentes
Ex11n1c dentlido de n1tina Exa111e clinico regular nüo en1ergencial filosofia de hatarnento não-introgênico Ê.nfasc atual no trata-
das condições odontologicas. geralinente realizado a cadn 6 ntescs n1ento. originúria principalrnente das pesquisas biológicas do iní-
Exu1ne pcria1lical ela boca O exa1ne radiogrúlico e registro do dente cio do século XIX. que busca in1pedir que o tnHainento cause
e da úrea circunjaccnte ao úpice radicuhir (incluindo o !iga111en10 seqüelas puto!ógicas junto con1 seus resultados
periodontal e o osso alveolar) Filtro de alun1ínio Uni dispositivo protetor colocado entre qual-
Excesso 1naxil:1r ântero~postel'io1. A relação esquc!êtica de Classe quer !ónte de raios X e o paciente durantt.: os procedin1entos
li con1 au1nento no üngulo ANB e na difi.:rença A~B projetada no radiogró!icos para reduzir a exposiçüo dos tecidos moles à radiaçüo
plano oclusal e na linha horizontal verdadt.:ira. assi1n conto ;1 Fisioterapia Exerdcios usados para aliviar os sinto1nas e ,ndhornr a
convexid,1de !ücial acentuada Alérn dissn. o úngulo SNA !llnçüo de pacientes prntadorcs de disturbios temporo1nandibu!ares
gcraltnente ê maior . exceto quando a basi.: craniana inclinada ou Fix:u;:io rígida Técnica de cirurgia ortognútica que pron1ove a esta-
quando o núsio projetado para frente pode111 fazer con1 que ele bilidade ou reposicionan1ento dos 111axilares ou segn1entos den*
pareça nonnal toalveolares c111 todos os três planos de espaço, usando parafu-
Excesso nu1xihn vertical Dcscnvolvi111cnto excessivo na diinensüo sos e rniniplacas
vi.:rticul associado aos denti.:s posti.:riores supi.:riores en1 L1n1a fluoreto est:1nhoso Substüncia quiinica con1provada con10 sendo
posição interior. con1 a posição vertical nonnal dos incisivos Conto eficaz contra as lesões de cárie. cn1 concentração adequada
resu!t,ido. a inandíbula ê rotacionada para baixo e para trús font:u1ela Regiüo de tecido conjuntivo denso c1n que os ossos po-
Excesso n1axil:n· Con\'exidade focia! con1 unia posição :intero~poste~ de111 si.: aproxi1nar durante o parto
568 (T/o_,sú1 io
For:unc ccco Unica rcininiscência da abertura <lo dueto tircog!osso un1 gene don1inante. particulannente in1plicada en1 certas condi-
cn1brionúrio no dorso da lingun e sc encontra na linha n1édia <lo ções C.unpo de estudo da incidência fotniliar i: da don1inúncia do
sulco ternlinal gene nas condições patológicas e não-patológicas
F<nça contínua Duruçfto da !órça ortodôntic,1 ap!il:ada que rnovc o Genetican1cnte ulto Categoria de pessoas que são 1nais altas do
dcntc con1 n1aior c!icúcia que a 1nêdia e serão altas quando adultos
F on;:1 inter 1nitcntc Duração da força ortodôntica ap!icadu, carac- Genetica1nente bnixo Categoria de crianças que são baixas quando
terizada pela intcrrupçílo c usada para n1ovcr os dentes ou exer- crianças e serão baixas quando adultos
cer 1nudanças ortopédicas faciais Gengiva tvlucosa bucal que recobre as coroas dos dentes não-irrorn-
Forçu ortopédica cxtn1bucal Pn:ssào usada (principalincntc co1n o pidos e circunda o colo dos irro1npidos. servindo con10 unia
AE[3) para co111pri1nir as sutun1s rna:dlan:s. 111odi!icando o pa- estrutura de suporte para os tecidos subadjaccntes
drão de aposição óssea con1 o objetivo de inibir o dcscnvolvi1ncn- Glabela do tecido n1ole Ponto n1ais procn1inente no plano n1êdio-
to anterior e in!Crior da nu1xila e inibir a irrupção 1111.!sial e oclusal sagital da fronte
dos dentes posteriores superiores O obji:tivo do trataini:nto ê Gnátio Ponto de re!Crência radiogr{dico localizado no contorno da
qui: i:sta ri:strição do crescin1ento tnaxilar ocorra enquanto a 111.111- sinlise, entre o pogônio e o 111ento
dibula continua crcsci:ndo par.1 a frente . e1n unu1 quantidadi: ade- Gtlnio Ponto 111édio do üngu!o da n1andibula. encontrado na bissi:triz
quada para ··,ilcançar'" a ,naxila do üngulo fonnado pelo plano 1nandibular e o do ran10
Forç:i Etn lisica, u1na i:ncrgia coerciva que altera ou induz u111111ovi- Grade Série de !hixas estreitas de chun1bo colocadas entre o paciente
n1cnto (nrnssa X aci:leração) i: ê 1ni:dida i:111 Newtons Ein Orto- e uni !iln1e radiogrú!ico para absorver a radiação secundllria e
dontia. tuna energia bion1ecánic,1 1nedida en1 granu1s. direcionada portanto reduzir o en1haçan1cnto da imagc111 causado por esta
atravês do ci:ntro de 111assa. fozi:ndo con1 que o dente se rnova na radiação
rnesina distúncia i: IH\ 1nesnn1 direção que a linha di:sta energi.i ou Gr:11npo de Ad:nns Gnunpo usado para reter a placa de Hawlcy nos
força dentes. prendendo cada den\e de ancoragcrn !irn1en1entc e envol-
Fonna do arco (do osso) Depósito de osso na superficic Qualidade vendo .i a111êia 111esinl e dista! da superficie vestibular do dente
sunuiria da forn1a do arco dentário. que inclui parfünetros corno Gn1n1po de Resta Versão tnodilicada do gratnpo de Adains, que usa
rotaçües dcntúrias e largura. profundidade e perin1etro do arco a i:xtrernidade retentiva en1 rorn1a de seta do gran1po di: Adatns e
Fornia faci:il Forn1a da tilce analisada pelas n1edições antropon1C- a i.::s!Cra do gran1po cslCrico para prender duas úreas interproxirnais
tricas ou pela anólise dos ci:fr1!ogranu1s no diagnóstico da n1ú na super!icie vestibular do dente de ancorage111 Provt:itoso quan-
oclusão do a desobstrução ou o espaço interoclusal está disponível ape-
Fonuaçfio de lissun1 Fechan1ento 1nalsucedido do tecido, que cons- nas no lado inesial ou distal do dente que serú gra1npeado
titui a nrnl!ónnaçílo 1nais con1u111 do lúbio e/ou do palato Gnunpo ern C Grarnpn circunlCrenciril para reter a placa de H,1wley
[ionnaç:1o ússea enclocondn1I Processo de conversílo de carti!agen1 l\llais util nos dcntt:s 1n,1is distais do arco superior. onde ele pode
enl OSSO passar sobre a superllcie distal do n1o!ar e prender a rcgiílo cervical
l'orn1ação óssea intr:nncrnhntnosa Processo de fornu1çüo do osso da supcrricic rncsiovestibtllar dos dentes. scn1 interferir na
a partir do tecido 111esenquin1al indiferenciado na super!icie do oclusão
osso Granipo en1 seta Gran1po usado pan1 reter a placa de Hawlcy nos
Fotogrnfia intn1buc:ll Ferrarnenta de avaliação da dentição que di:ntcs, cuja fünção é se111elhantc à do gnunpo esférico A seta do
consiste c1n tuna vista frontal. vistas laterais direita e esquerda e grarnpo ê pré~fon1rnda pelo fohricante e adaptada entre os dentes
vis1as oc!usais superior e inferior, !On1ccendo mn;1 visão gi:ral da adjacentes envolvendo a mnCia en1 cada dente
1ná oclusão. da condição gengival e de eventuais dentes hipoplús- Gnunpo esférico Grarnpo usado para reter a placa de H.;:nvley nos
ticos dentes se adaptando nas a1néias de dois dentes adjacentes Ele
Fotogn1fi:is extrabucais Ferran1enta de avaliação facial que geral- ta1nbê1n pode ser usado nos pacientes con1 dentadura n1ista. en-
111cnte inclui unia vista frontal en1 repouso, unia vista frontal tre os 1nolares deciduos que não têin superlicics rctentor..1s dis~
sorrindo e u1na vista Jc pi:rli!. a lin1 Je anulisar o perfil. as Jiscre- ponívcis para os gran1pos de Adan1s ou Resta
püncias faciais e a aparência focial Húbito de sucç:1o de chupeta. Húbito de suct;ão no qual n chupeta.
Freqüência Índice de ocorrência de tuna condição Oll disturbio. freqüentcn1cntc posicionada na parte anterior da boca, pode irn-
geralinente n1edido dentro de un1 grupo ou população distintos pcdir a irrupção total dos incisivos Alén1 disso, o húbito pode
Função cstornatogn:ític:1 Função associada ú região bucofocial ou causar tnordida aberta anterior. protrusào do incisivo superior,
ao sisten1a esto1natognútico relação canino de Classe li. rdação n1o!ar con1 projeção distal e
Gancho eni .J AEB que aplica tuna força cxtrabucal direcionada n1ordidas cruz;ulas posteriores
posterionnente na 111axila. que consiste e111 dois fios separados, H:íbito de sucç:1o digital Húbito de sucção do dedo ou do polegar, no
curvos e di: calibre grosso. con1 ganchos en1 suas exlrcn1idades, qual o polegar é frcqüente1nente colocado na parte anterior da boca
ainbos inseridos diretatnente na parte anterior do arco de ni-
e pode irnpedir que os incisivos (gcralinente. os superiores)
vclan1cn10 superior l\llais con1un1enti: usado para a retração dos
irron1pan1 co111plc1aincnte. causando 111ordida aberta anterior.
caninos ou incisivos cm vt:z de finalidades ortopédicas, e con1 o
protn1são do incisivo superior. rdaçüo canino de Classe II, n1ordi-
uso li1nitado apenas ao aparelho lixo superior con1 arco continuo
das cruzadas posteriores, incon1pctência labial ou defCitos na fala
Gastrulaç:1o. Processo que ocorre na terceira sen1ana do dcscnvo!vi-
Hábitos prolongados E1n Ortodontia. hábitos coino a sucção n[io-
tnento, c111 que o disco bilanlinar cn1brionário ê convertido en1 uni
nutritiva que poden1 ter efeitos prejudiciais na oclusão
disco trihuninar
Gene ho1neobox (HOX) (ienes cn1brionários que produzc1n frtto- Hercclit:idedacle Trans1nissão genêtica de unia caracteristica do
res de transcrição que se uncn1 ao DNA de outros genes que gcnitor para o descendente
regularn a rxprcssão genética É in1portante para ch::h!nninar a Hinliniz:ição Tecido caracterizado pela privação de elcinentos ce-
idi:ntidade eu disposição espacial de regiões do corpo. e o padrão lulares
e a posição de estruturas que se desenvolven1 no interior dos Hipohlasto Con1ponentc de un1 disco bilnininar que consiste cn1
arcos faringeos células escarnosas ou cubóidcs adjacentes ú cavidade do blas-
Genética Influência da herança ou incidt.:ncia fa1niliar associada a tocisto
G/o)JÚI iu 569
Hipoplasia Forrnaçfio parcial ou delCituosa do esn1a!te dentúrio, lncon1petência l:ihial Ausênciu de sclatnento dos Júbios superior e
co1nu1n nos dentes adjacentes ú de !issura in!Crior
Hipot:ilarno Glündula que supostan1ente controla o crescitnento e Índice de Classificação d:1 An:ílisc cio Scn1elh:1nte (CAS) fer·
111anté1n a criança en1 u1na curva de crescin1ento geneticantente rmnenta quantitativa usada para descrever e avaliar a severid;1de
detenni,wda . enviando 111ensagens para a ghindLila pituitúria atra- das n1ás oclusões e a qualidade do resultado do tratmnento
vés de un1 elaborado sistema de /i.:edhalk Inserção osseointegn1da Dispositivo inserido no osso e incorpo-
Histélria dcnt:iria Di!Crentes eventos conto trau111atis1no, restaura- rado en1 seu interior. sent causar mna reaçi."io de corpo estranho
ções e tratan1ento endodôntico sofridos pelo paciente lnstn1ções de escovação Re/Cre-se especilica1nente às instruções
Horneost:isia Tendência ú estabilidade do an1l1iente interno nonnal. de escovação para os pacientes con1 aparelhos ortodônticos
obtida por n1ecanis111os de controle ativados pe!o.feedhack nega- lnten1ç:1o dentista/paciente Fator de avaliaçfio que indica o nívcl
tivo esperado de cooperação do paciente con1 as instruções do dentista
Hortnfinio do creschnento Sornatotropina Urna proteína produ- Intervenção cntodftntica Técnica 1nccü11ica preventiva ou terapêu-
zida pelo lobo anterior da glándula pituitária . que 111antén1 a taxa tica para obter ou n1anter o alinha1ncnto apropriado dos dentes,
nonnal da sintese de protei11t1.. parece inibir a síntese de gordura e por n1otivos estêticos ou funcionais
a oxidação do carboidrato e é nccessúria para a proliferaçfio das Intrusão do incisivo Técnica para correçfio da sobre1nordida, usan-
células de cartilagein. tendo assin1 u1n grande el'cito no crcscirnen- do o arco de intrusfio e o de utilidade, indicado c111 pacientes com
to ósseo e. conseqliententcnle. no crescin1ento e111 altura exibição vertical excessiva do incisivo superior. en1 repouso ou
Idade dcnt:íl'ia Dctenninação da idade baseada t:111 dois n1étodos de durante o sorriso
av,liiaçfio dilCrentes: observaçfio da idade na irrupçfio dos dentes lntn1são TCcnica de nu1vin1entaçfio dos dentes en1 direçfio apical
dccíduos e pcnnanentes e a velocidade de dcscnvolvin1ento Invaginação Processo c1n que as células do epiblasto 1nigran1 para a
dentúrio desde a calcificaçfio da coroa até a conclusão da raiz . estria e o nó pri1nitivos. destaca1n~se do epiblasto e induze1n ao
usando-se radiografias dos dentes não-irro1npidos e en1 desen- desenvolvi1nen10 do epiblasto nas três ca1nadas genninativas
volvin1cnto ernbrionúrins
Idade esquelética Idade dcterrninada pela ;1valiaçfio do desenvolvi~ Irrigado,·· bucal O in1ple1nento de enxúg(ie bucal caseiro usado pe-
1nento dos ossos da n1ão e do punho los pacientes e1n 111anutençfio periodontaL que utiliza .ígua c1n
ld:ule cst:ulual Padrfio C(Hlllllll ou indicador da n1aturaçfio esquelética. pressão alta con1 uni.1 ponta convencional de irrigador
usada nos estudos de crescin1ento de Iowa lrTupção diferencial lntrusfio e e:,,:trusão de dentes durante o ni-
Idade n1orfoléigic:1 Idade baseada na altura. para a con1paração con1 veh1111e1Ho con1 arcos
indivíduos da 1nesnia filixa etária e de outras Irrupção do pd,neiro dente pennanente Evento que dest:ncadeia
Idade sexual Dcsenvolvin1ento das características sexuais secundá- o estúdio da dentição mista, quase seinprc o incisivo central infe-
rias: desenvolvin1cnto das 1nanrns e 111cnarca etn 1nulhercs e cres- rior
ci1nento do p~nis e testiculos nos ho1nens, e desenvo!vi1nento de Irrupção ectéipica do tnolar Dcsenvolvi1nento do dente alé1n da
pt:los axilares e pübicos en1 mnbos os sexos an1plitude do trajeto nonnal da extrusfio
ln111gen1 corporal Pcrcepçfio da própria apart:ncia flsica lrTupção l\tlovin1ento do dente na direçfio do plano oclusal
ltnagcrn da a1··ticulação ten11HJron1:111dibular Processo que nor- l(ingsley, Nonnan Dentista nortc-an1cricano qL1e. en1 1880, publi~
n1aln1ente envolve várias ,nodalidades de i1nage111 para avaliar a cou ll!lHI descriçfio das técnicas de tratarnento para protrusfio
articulaçi."io te1nporomandibular, quando o paciente apresenta l(lochn, Silas Ortodontista norte-a111ericm1l1 que introduziu a fi)rça
assi1netrias fi.1ciais e relações intennaxilan~s continuainente n1u- extrabucal na J'onna do AEB cervical para tratar ns relações
túveis, ou quando existe histórin de traun1atisn10, crepitação da esqueléticas de Classe li
articulação ou doença inllmnatória L:íbio infcdor Ponto n10dio na niarge1n in!Crior do vennelhão do
lnt:1gen1 (lOI" ressonância rnagnética Técnic,1 sofisticada de ilna- lúhio in!Crior
gent que usa o ca1npo tnagnético para absorver e liberar energia na L:íhio superior Ponto 1nédio na n1argent superior do verrne!hão do
!Onna de ondas de rádio, a li111 de localizar exatan1entc urna dis- lábio superior
crepüncia Leewl~J' .\pace deficiente Condição en1 que os tainanhos cotnhi-
ln1pl:1nte endússeo retroniolar rígido Âncora fixa usada para nados dos dentes pen11m1entes nfio-irro1npidos sfio tnaiores do
verticalizar o rnolar e fechar um local de exodontia, 111esializando que o espaço disponivel. rt:sultando freqüenternente no apinha·
os 1nolares ao longo do rebordo alveolar desdentado À 1nedida rnento do ,1rco dentário
que o irnp!antc cirurgicanientc inserido toma-se anqui!osado no Leell't~J' .v,ace Dil'crença de tan1anho !vi-D entre os dentes deciduos
osso. ele age conto ancoragent cstútica, contra a qual as !Orças e pennanentes, nos seg1nentos posteriores
pode1n ser aplicadas, a litn de tnesializar um 1nolar ou nto!ares Litni:u de sensibilidade Fator de cooperação do paciente. associa-
sen1 deslocar os outros dentes e a linha 1nédia dentária na direçfio do ú to!crüncia .i dor
do local da exodontia do n1olar Loc:1is de press:io Locais adjacentes ü interfi1cc óssea. alCtados pelo
llnpl:1ntc osscointegraclo Aparelho desenvolvido para ser usado tratainento ortodôntico e subseqüente1nente cm todo o ligan1ento
conto ancoragc1n. a 11111 de i111pedir forças ortodônticas reativas periodontaL mais vulneráveis ús n1udanças durmtte o n1ovin1ento
Incidência Nutnero de casos relatados para unia dada condição dentúrio
Incisivos decíduos. Priineiros incisivos da infância l\l:í nutrição DcfíciCncia en1 calorias e cotnponcntes alirncntares
Inclinação da coroa lnclinaçfio vestibulolingual das coroas dos den- neccssúrios
tes Usada con10 uina das chaves detenninantes da oclusfio nor- !Vhi oclusão de Classe I Categoria da classificaçfio de Ang!e na qual
1nal a relação sagital entre os arcos dentários é non11al, con1 os pri1nei-
Inclinação do plano oclusal. Alteração na linha de oclusão entre os ros 1nolares pen1i.u1entes geraln1ente en1 oclusão non11al E1nbora
dentes. antes e durante o tratan1en10. ús vezes, utilizada con10 unt ou 1nais dentes possa apresentar 1nau posicionmnento lingual
un1 refCrência-chave para detenninar o grau de ano1nalia ou vestibular. a 111ú oclusfio é con!inada principaln1ente aos den~
Inclinação Posicionmnento ou angu!açfio do dente para vestibular tcs unteriores
ou vestibu!olingual r\.·tá oclusão de Classe 11 Categoria da classilicaç:1o de Anglc na qual
570
a rdaçào sagital entre os arcos ckntúrios são anorn1ais, con, todos l\lesodenna Caniada do gcrn1c crnbrionúrio fonnada a partir do
os dentes in!Criorcs oduindo dista! ao nornial, produzindo un1a dcslocan1cnto das células do cpib!asto que invagina. cntrc o en-
dcsannonia acentuada na região do incisi\'o e no perfil focial dodenna e o epib!.1sto
i\:lii oclusão de Classe Ili Categoria da classiticação dt.! Anglc na i\létodos de previsão Sistemas para prever a largura 1nésio-dist,d
qual a ri.:laçfio s,1gital entre os arcos silo anonnais e todos os dos pré-n1olarcs c caninos permanentes nfio-irron1pidos na den-
tkntcs inkriorcs oduc111 1111.!sial ao norn1al. produzindo dcsarn10~ tadura n1ista
nia acentuada na n:giào do incisi\'o e no perfil focial l\·linen1lização F;ase do desenvolviincnto dcntúrio responsúvel pela
l\'l:'i oclusão Condição que reflete l1tna t!.\prcssão da variabilidadt: t:alcificação das caniadas dentárias. altan1cnte vulncrúvcl
biológica nonna!. na !ónna pela qual os dcntcs superiores e inlc- l\linipan1fuso Aparelho que está sendo desenvolvido con10 unt dos
riorcs se articulan1 (oclusão) Quanto 1naior o desvio do ideal vários dispositivos osscointegr,1dos tc1nporúrios e111pregados
aceito ou da oclusão nonnal. de acordo co1n a classilicaçUo de con10 ancoragc1n. con1 o objetivo de anular a reação das frirças
Anglc. 1nais grave a expressão da n1ú oclusão ortodônticas ou unir segmentos ósseos
l\·lagnitudc ela força ortodllnticn fator usado para 1novin1entar u111 l\'li6ton10 Origen1 dos 111useu!os esqueléticos do tronco e 111e1nbros .
dente Gera!n1ente . varia entre 15 e 400 g. dependendo do t;:una- rornrndo a partir de células profundas dos son1itos
nho do dcntc ou. nini::; especilica1ncntc. da úrca de superf1cie i\lobilidade Capacidade de 1novin1cnto. aplicada não apenas a par-
radicular. assin1 cotno do tipo de nt0Yi1ncnto dentúrio e do atrito tes do corpo cotno os dcntcs. nu1s tan1bé1n a bact0rias. vírus e
do apardho particulas carregadas
l\'l:ignitudc da força ()uantidade ou intensidade de unia força apli- l\lodelo Rcprcsentaçfio tridin1ensional da oclusão do paciente cn1
cada gesso. usado para diagnostico da 111ú oclusfio incluindo a classifi-
l\'lassa celul:u intern:1 Grupo de células localizado entre o trofrl· cação dc Ang!e dos 1nolares e caninos. os trcspasses horizontal c
blasto e o blastocisto. co111eçando no se:,;to dia após a fertilização vertical. a quantidade apro:,;in1nda de apinhmnento ou espaça-
e desenvolvendo-se no etnbrifio Ta1nbé1n deno1ninada e,11/n io- n1cnto nos arcos dentúrios e a presença de 1nordida cruzada ante·
hla\·to rior ou posterior
l\'laturação precoce Categoria de crianças tnais altas durante a in- i\lodificação no CJ'escin1ento Tratan1cnlo de problen1as esquch.:ticos
füncia. porque a1nadureceran1 ntais rúpido do que a n1édia e que de Classe li ou Ili. co1n a intcnção de alterar as relações es-
ent geral não sfio particulannente altos quando ;1dultos queléticas inaccitúveis através da 111odi!icação no crescin1en10
i\laturação Surgintento de caractcrísticas pessoais e fcnô1ncnos facial retnancst:cntc do paciente.conto objetivo de alterar favora-
coinportatncntais. atravt::s de processos de cn:scin1ento vcl1ncnte o tan1anho ou a posição dos 1naxilares
i\·laturidnde Periodo de cstabilidadc durante o qual o corpo obt0tn a l\·lola digital feita de utn lio de aço ino:,;idávcl inserida nun1 aparc-
função nuíxin1a c os prot:essos de cresci1nento são !intitados li lho rcn1oviYcl para aplicar a força neccssúria para 111over o dente
nrnnutençfio de urn cstado de equilíbrio cntre a perda e o ganho i\lola helicúide Alça usada para verticalizar e provocar a e:,;trusão
celulares de uin segundo n1olar inl'erior inclinado. tnas con1 pouco controle
í\ledi1nentos Agentes thrn1acolúgicos usados para t:urar ou irnpedir do 1novin1e1uo vestibulolingual do 1nolar venicalizado Construída
diferentes doenças con1 !iode aço inoxidável inserido ent u111 aparelho Edgewise para
i\'1etnbn11111 bucohníngca Tecido quc sep;JJ"a o tubo digestivo ante- a ativação
rior da t:avidadc bucal pritnítiva (estotnódco) i\:Iohucs decíduos Pri1neiros 1nol.1rcs da infüncia
l\·1c1nbr:1nas 1':níngeas Estrl!turas faringeas que rcprescntan1 o te~ i\lo1ncnto da força (l\lF) fendência rotacional resultante de tuna
cido interposto entre as bolsas e as lissuras e conectan1 arcos fruça que não passa pelo centro de resistência
adjacentes .Junto con1 o restante do aparelho foringco, elas origi- i\lo1nento do hin:írio (i\'18) Tendência rotacional do hinário
nnnt as estruturas cefúlit:as e t:ervicais do adulto i\·Io1nento Tendência a rotacionar E1n Ortodontia, n10111entos e lór-
i\'lento Ponto de referência radiográfico localizado na porção n111is ças são usados para atuar sobre os dentes
inferior do contorno do n1ento l\·1oniton1ção do csp:iço Obtenção e consen'açfto de espaço adequa·
l\·lesênt1uin1a Tecido t:onjuntivo 1.:111hrio11úrio quc J'onna o núdcu do do para o:,; dcnles pr~scn!Cs ou e111 lkse11volvi111ento. atra\'Cs da
arco füríngeo f;orn1ado a partir do 1nesodenna na terceira seni.111<1 intervenção ortodôntica
do dcsenvolvitncnto. so111ado ú n1igração das células neurais na l\lordid:1 aberta anterio1·· Ausl!ncia de contato vertical entre os
quarta scn1ana do desenvolvin1cnto incisivos superiores e inferiores
i\'lesialização Deslocan1e11to dos prin1eiros tnolares pcnnanentes. l\·Iordid:1 aberta ten1ponida Condição observada nos pritneiros
que ocorn.:rú se houver perda do contato pro:,;intal 111esial con1 os estúdios da dentição tnista, geralrnente resultante da irrupção
segundos 111o!ares deciduos por causa de ausência congênita. pareia! dos incisivos ou da inter!Crência ntecünica dc uni húbito
c:,;odontia. cúric ou anquilose de sucção digital persistente
í\lesodern1:1 extra-ernbrionúrio Cantada de tecido conjuntivo frou· l\lordida aberta Condição crn que as bordas incisivas dos incisivos
xo. localizada cntrc a superflcic e.,tcrna do saco vitelino prinliti- superiores e inferiores não estão sobrepostas
vo e a super!1cie interna do citotrolbb]asto i\Iordida construtiva ou 1nordida de trabalho Registro c111 cera
l\'lesoder,na intennedi:írio Estrutura en1brionúria quc se desen- necessário para a confecção de aparelhos funcionais, co,n o fim
volve nas unidades excretoras do siste1na urinúrio de pern1itir o avanço desejado da n1andíbula
l\'lesodcnna paraaxial Colunas de tecido longitudinais. fonnadns l\101 d ida cruzada ante!' ior rvtú oclusão na qual as superficics yes-
de segn1entos de so1nitos quando o 1nesodcrnta e1n an1bos os tibularcs dos incisivos superiores ocluent posterior ôs superHci·
lados do notocórdio en1brionário 0 espessado es linguais dos incisivos in!Criorcs: pode envolver dois ou todos
l\·Icsoder nta parietal (so1n:itico) Catnada parietal do n1esodenna os dentes antcriorcs
lateral. que contribui na l'onnação da parede do corpo latcral e l\'l<ll'ciida cruzada anterior Relação ern que os incisivos superíores
ventral. da parede do estõ1nago e a serosa são linguais aos incisivos inlcriores
l\'lesoder·n1a visceral (espl:incnico) Cantada esplüncnica do 1neso- l\1ordida cruzada posterior es<1uelética Discrcpüncia tr.1nsvcrsal
dcrnta lateral que se con1bina con1 a !Onnação das paredes lateral entre os arcos dentúrios superior e inkrior. resultado da discre-
e ventral do corpo, a parede do cstôn1ago e a serosa püncia entre as bases ósseas apicais
G/o_\HÍI io 571
i\'lorclida cruzacl:i JH1ste1· ior ivlú oclusão ern que u111 ou n1ais dentes Neurúpon1s postcri<nes A ultitna parte do tubo neural a se fechar
posteriores deciduos ou pcnnanentes são travados cn1 relação durante a fusão das dobras neurais, na irice posterior do tubo
anornrnl con1 os dentes do arco oposto neural
i\:lordida cruzada ,·estibul:n tvhi oclusão dos dentes posteriores, Neurúporos Ultin1as partes (extretnidades craniana e caudal) do
que ocorre quando os dentes superiores são posicionados total- tubo neural a se tllndiren1
rnente vestibular aos inferiores en1 oclusão cêntrica, 1nais fre- Neurulação Processo do desen\"olvin1e11to da placa neural, do
q(knte1nente na região pr!.!-111o[ar das n1ús odusões de Classe 11 neuroectodenna e dobran1ento para produzir o tubo neural du-
Divisão 1 (sindrrnne de Brodk) rante a terceira scn1ana do descnvolvimento
J\Jorfologia facial Fonna c cstrutura da facc. principaln1ente a Níquel-titflnio O no\'o 1naterial L1sado pan1 confeccionar as 1nolas
1norfologia esquc!t!tica espirais abertas e os arcos llc:d\'eis para 1novin1entar os dcntcs,
J\lúruln Aglon1erado de blastó111eros quc se aderc111 uns aos outros que libcran1 força leve. continua e reciproca
quando penctra111 no utcro, apro:,;i1nadan1cnte três dias apôs a N() prin1itiYO Arca elevada circunjacente ú depressão prin1itiva, na
fertiliz.ição extrcn1idade craniana de unia estria pritniti\'a
J\·loviinento de corpo Fornia dcscjada de distalização dos 1nolarcs Nonna bion1étric:1 Nornia objetiva e derivada da n1cdição dc un1a
na corrcção de unia má oclL1são de Classe!! . etn vez de inclinação Yariávcl biológica en1 uina arnostra aleatória dc pessoas conside-
i\'lovintento ele inclinaç:io Rotação que ocorre ao redor de uni eixo radas nonnais
fociolingual Norn1:1 cefalornétrica Variação csperada dc n1edidas de vários C(Hll-
1\l0Yi1nento clcntínio de prirnein1 tndent Processo etn que o 1110- ponentes no co1nplcxo craniofaciaL c111 tcn11os de 111udanças nas
vitncnto ocorri: en1 torno do eixo longo do dente Rotação di1ncnsües lineares e nas relaçües angu!.ires con1 o tcrnpo. con1
i\:ltn in1ento dent:írio de segunda orde111 i'vlovitncnto dos dentes ajustes de acordo con1 idade. grupo étnico e gêncro
ao longo de un1 eixo vestibulolingual Nor ni:1 cliagnústica Nonna que ajuda a deterniinar a e.,tensão cn1
i\'Joyifnento dcnhirio de terceira orde1n Rotação que ocorre ao que o paciente se desvia do nonnal
redor de uni eixo vestibulo1ingua1 Torque Nonn:1 objetiva. Norn1a baseada e111 uni.i técnica de 111ensuração
J\loviinento dent:irio. 1'vludanças dentúrias que oco1Tcn1 durante o con!iúvel. baseada en1 uni n1étodo cientifico t.: podc ser repetida
n1ovin1ento ortodôntico Norn1a subjetiva Nonna baseada son1ente no ju[gmnento e no prc~
i\lovintentos de ,,ai-e-ve1n Dentes movidos etn uni sentido e de- conceito pessoal
pois na direção oposta, por uni período curto Norrn:t terapêutica Objetivo dc tn.1tan1cnto para uni dctern1inado
J\ludança funcion:11 Tipo de crcscin1ento en1 que os tecidos e ór- paciente
gãos sfio sub111ctidos a 111udanças nas capacidades lüncionais. Norrnas ccíalornétric:.1s de lfn\'a Variação esperada nas 111edições
con1 uni ol~ctivo de funçfio tnadura cn1 cada uni deles de vúrios con1ponentes do co111plcxo craniofi1cial. baseada no
J\luclança rnaturacional Crescin1ento do corpo cotno rnn todo en1 estudo original da Universidade de Iowa sobre o cresci111cnto
direção ú obtenção de uni pcriodo dc cstabilidadc e 1naturidade fücial. iniciado en1 1946, indi\'idualizada para o gênero e aplicúvel
i\1uclança na co1nposição Crcsci1nento que envo[\·e tnudanças qui- dentro de LHna fi.Jixa ctúria. en1 vez de olCrecer un1 padrfio unico
111icas ou fisiológicas en1 partes do corpo usado para todas as idades t.: a111bos os sexos
i\.ludança no t:unanho Tipo de crcscin1ento tncdido ctn peso (111as-
Notocórdio Eixo pri111úrio da linha 1nédia do etnbrifio. en1 torno do
sa ); altura, co1nprin1ento c largura (espessura): circun !Crência;
qual se ronna o esqueleto a.,ial na terceira se111ana do desenvolvi-
ürea: e volun1c
n1cnto
J\ludança posicional Pcriodo cn1 que tecidos e órgfíos podcn1 1ni-
Oclusão norrnal Articulação desejúvcl entre os dentes superiores e
gnu· de unia úrca para a outra durante o crescitnento
infcriorcs
J\'ludança 1uoporcional Crescin1t.:nto cn1 que partes do corpo 111u-
da111 de relação u1na con1 a outra durante o dcscnvolvin1cnto Oclusão próxiina do ideal A ausência de 111á oclusão, tnais obscr~
J\·ludanç:1 ten1por:1I e seqüencial Crescin1ento contínuo desde a vada cn1 crianças do que t:111 adolescente ou adultos
conccpção até a n1orti:, independente111entc das difercnças na Oclus:io A Jónna pda qual os dentes superiores e in!Criorcs se
velocidade e na duração para as vúrias pa11es do corpo articulmn
l\'luclanças no crescinicnto l'vludanças desenvolvin1entais que ocor- Ornplante Aparelho quc estú sendo dcscn\"olvido con10 Lun dos vári-
re111 durante o periodo de crescin1ento os dispositivos osscointegrados tc111porúrios que pode ser provei-
N:ísio ivlarco anatôtnico radiogr{dieo localizado no ponto nu1is infi.:- toso co,no ancoragcn1 para irnpcdir as !Orçus ortodônticas reativas
rior e anterior do osso frontal. adjacente ú sutura frontonasa] Opacidade O esn1alte delCituoso que parece u1n ponto branco. co-
Necn1se do tecido Nlorte do tecido, evidente en1 todos os estágios n1u111 nos dentes ,1djaeentcs a uni local dc lissuru ou nos dentes
e ern variados graus de progressão durante o n1ovirncnto dentário que tê111 !luorose ou são hipoplásieos
ortodôntico Orbitiirio l'vlarco anatôn1ico radiogrúlico localizado no ponto mais
Neotênico Propriedade exibida pelos seres hunrnnos que aprcsen~ inferior do contorno d,1 órbita óssea
tan1 utn período de crcscin1ento prolongado Ortodontia A ciência da correçfio do posicionan1ento dos dentes
Neurocrânio curtilaginoso Condrocrúnio fr1rn1ado por várias car- Ossific:1ç:io endocondral r:onnação de osso a partir de unia carti-
tilagens que sc hmdctn e experi111entatn ossilicação endocondra! lage1n pri.:cursora, na qual o condroblasto lllrnia inicialn1cnte a
para originar a base do cn.inio cartilage1n . que. por sua vez. ê calcificada e invadida pelo tecido
Neurocrf1nio 1ncn1branoso Porção da base craniana !Ctal quc origi- osteogênico para fr1rnu1r o osso
na os ossos achawdos da calvúria. incluindo a porção superior Osso alveolar A parte do osso n1andibular ou 1naxilar ao redor dos
dos ossos frontal. parietal e occipital dentes, na qual as fibras do ligamento periodontal concctain as
Neurocrânio Crilvúria e base do cninio. derivados principa!Jncnte raízcs aos dentes
dos sotnitos e son1itôtncros occipitais Ostcotornia de i1np:1ct:1ção rn:n:ilar l.cFort I Uni tipo de cirurgia
Ncuroectodenna Cêlulas da placa neural cn1brionüria de in1pactação rnaxilar indicada para o tratan1cnto do excesso
Neuróporos antedorcs A ultin1a parte do tubo ncural que se ICclm tna.\ilar vertical
durante a fusfio das dobras neurais na parte anterior do tubo Osteotornia intcrclentrí.da Intervenção cin1rgica cujas incisõcs ocor-
ncural rem entre os dentes
572 GhHwí1 io
Ostcoton1ia intn1bucal do nuno Proci:ditnento cirurgico cn1 que o Arca localizada de cspcssa1ncnto cn1 un1 hipob!asto. que ocorre
ra1110 da nu1ndibula é scgn1entado para per111itir o 111oviincnto do na extre111idade craniana do disco bilaininar. perto do final da
corpo para trás ou para a frente segunda semana do desenvolvin1ento
Ostcoto111i11 intrahucal sagital do nuno 'Técnica preforida para o Placúides nasais Estruturas nasais IOnnadas qum1do hú un1 cspcs-
avanço cirllrgico da n1andíbula, que reduz 1norbidcz t! inst.ibi!i<ladc san1cnto do ectodcnna na proeminência frontonasal para lbrn1ur
Ostcoton1ia sagital Técnica de ostcotomia intrabucal do ran10 para ,is depressões nasais, que sfio as precursoras das 11;1rinas e das
o avanço cirürgico da 1na11dihula. que reduz n1orbidez e instabili~ eavidade nasais
d ade PI uno de prin1ein1 ordcrn. Plano con1un1cnte usado na ternlinologia
Ostcoton1ia ,·crtical do n1n10 Técnica que rcqwir un1i.1 nbordagen1 ortodôntica para representar a vista oc!usa!
cxtrabucal e que, coinbinada con1 a ostcoton1ia sagital, produz Plano de segunda orden1 Direção vcstibulolingual
unia ostcoto111ia vertical c1n .. L.. ou "'C" para o avanço cin1rgico Plano do ran10 Tangente ú superflcie posterior do ran10 que passa
da 111andíbula atn1vés do articular
Ostcotornia vertical crn "l" ou "C" A técnica preferida para o Plano facial Superficie !Onnada por tuna linha que passa através
avanço cirurgico da 111andíbula, quando avanços 111andibulares dos pontos násio e pogünio
extrcn1os n1aiorcs que 10 a 15 111111 são necessários Co1nbina a Plano horizontal de Frankfurt Plano pório/orbital da cabeça lan1-
osteoton1ia sagital con1 a ostcoton1ia vertical do ran10, que requer bén1 dcnonlinado p/(1110 olho/orelha
unia abordage111 extrabucal Plano n1andibular Superlicie entre o 111ento e un1 ponto tangente ú
Padriio de crescirnento funclan1ental Teoria de que existe unia porção posterior da borda inferior da n1andibula, no ponto en1
disposição genctica natural de crescin1ento esquelético, aplicada que da se vira para ci111a até a borda posterior do ra1110
particulannente ao cn:sci1nento fi.1cia\ con1 ri.::spostn ri longo pra~ PJ:1no oclusal O phino cn1 que os arcos dcntúrios superior e inferior
zo insignificante frente ao tratmnenlo ortopédico focial. já que. cntnun en1 contato Unia das chaves usadas para dctcnninar a
co1n a interrupçílo do tratmnento. a discrepüncia esquelética reci~ oclusrio nonnaL na qual o plano é horizontal ou ligeirainentc
diva curvo
Palato prini:írio Parte triangular do palato . .interior ao foran1c inci~ Plano sela-n:ísio Superlicie !Onnada por urna linha que passa pelo
sivo, proveniente da porção profunda do segn1ento intern1axilar centro do contorno cb !Ossa pituitúria e o ponto rnais in!crior e
da sexta ú nona seinanas do desenvolviincnto anterior do osso frontal. adjacente ü sutura !Tuntonasa!
Pal:1to secund:irio Precursor dos palatos duro e 1no!e posterior ao Planos tern1inais Relação entre ris supcrficies distais dos segundos
rora111e incisivo. originário dos processos palatinos n1axila 111olarcs dccíduos superiori.::s e in!Criores
Par alelisrno radicular Con<liçílo ideal na qual as raizes se dispõen1 Pogônio rnolc Ponto 111ais procn1inente do contorno do 1nento mole
no interior do alvéolo crn tuna distüncia consideravdn1ente cons- Pogônio Nlarco anatônlico radiogr{dico localizado no ponto mais
tante anterior da son1bra do n1cnto
P:trfln1etros dh1gnústicos tvlétodo padronizado que envolve pon- Ponto A tvlarco a11atôn1ico rudiográlico localizado na parte 1nais
to:; de análise corrdacionndos cotn os vúrios aspcctos d,1 ,iv,:ili.i- posterior Ua !;;lllllbr,1 anlt:riur da 111axila. gcralmcnte próxiino do
ção da docun11.!nlação. para orientar o dentista na avaliação e ápice da raiz do incisivo central
t.:arat;terização da con1pkxidadc de mna 111.i oclusão Ponto B Nlnrco anatôn1ico radiogr{dico localizado no ponto n1ais
Pedículo conector A estrutura que une o disco bilan1inar e111 un1 posterior da son1hra d,1 borda anterior da 1nandíbu[a. geralmente
trofoblasto e que 1nais tarde se translónnu no cordão u111bilical prôxi,no do úpicc da raiz do incisivo central
Penu111hra So1nbra secundária cn1itida por tuna estrutura radiada Ponto focal Área a partir da qual a radiação é ernitida duran\c a
cn1 urn !ihne radiogrúlico. que ri.::su!ta no e1nbaçmnento das bor- ton1ada radiogrúlica
das da irnage111 Pório Marco anatô1nico radiográfico localizado no ponto n1;1is su-
Perdn do osso cristal Deterioraçílo da parte gengival dos processos perior do n1eato auditivo externo
alveolares ao redor dos dentes Potencial de crescin1ento 111:indibular Desenvo!vi1nento natural e
Peida óssea Deterioração da super!ícic ou da substfincia óssea; na esperado do osso 1nandibu!ar Unia t:onsidi.::ração e1n 111uitos pro-
doença periodontal. essa condição é norn1ahnentc causada pelas cedi1ncntos ortodônticos
bw..:térias da placa subgengiv,11 Pré-adolescência. Estágio do dcscnvolvi1ncnto nos L!ltin1os anos da
Perfil. Propriedade do conto1110 cuj,:i avaliação pode ajudar na detecção infüncia (10 a 13 anos de idade)
da n1ú oclusão. cspecilican1entc. porque 111ede graus de forn1as Pressiio intra~utcrina Pressão durante a gravidez e o parto. que
convexas. côncavas ou retas pode ter c!Cilos observúvcis nos ossos do crfinio Ji.!ta!
Período en1hrion:lrio Período do desenvolvi,ncnto hu1nano pré- Prevalência Nün1cro de casos existentes de unu1 condição en1 urna
natal lnnnano. que se estende desde a fertilização até a oitava dada popu !ação
sc111ana do dcse11volvi1nento Previsão de cr·cscirncnto Expectativa de dcsenvolvin1cnto n1orfo-
Período fetal PerJodo de descnvolvin1cnto hu111ano pré-nat;1L que lógico usada para idcntilicar 11111 padrão 1norfr1lógico esquelético
se estende desde a nona semana do dcscnvolvin1ento até o nasci- especifico: no entJnto. tais previsões ne1n sen1prc são precisas
:: 1ncnto Principio da dohn1 en1 V Anúlise bidi1nensional dos sistenias de
Placa labioativa. Aparelho adaptado nos tubos dos rno!arcs inferio- fr1rça que presurne dois brackcts colineares distanciados cin tun
il res, para aun1entar a ancoragc111 intra-arco, estendendo-se do 1nolar segrnento do arco dcntúrio. no qual cada cxtrc1nidadc do arco de
inkrior até o vestibulo labial. e para ganhar espaço através da nivcla111ento é inserida e111 cada brackct É, criado um sistcn1a dt:
llii rernoção da pressão da 1nusculatura vestibular nos dentes. fovo-
reccndo. nssi1n. a expansão dentoalvco!ar lateral e anterior
dois brackcts con1 vúrias alternativas de posição da dobra crn V
para alterar os n10111entos experin1cntados nos dois brackets
Pl:1cn neunil A estrutura forn1ada dur.1ntc a terceira sc111ana do Problenu1 periodont:11 Alteração do tecido de suporte dos dentes.
!I desenvo!vin1ento. que torna o cctoder111a n1ais espesso e co1n~
preende o ncurocctodenna Suas bordas laterais forn1a111 as do-
gcrahncntc causada pela colonização de bactérias subgengivais
Processo do notocúrdio. Bastão celular !Onnado na terceira scn1ana
li bras neurais
Placa procordal Precursora c1nbrionúria da 111cn1brana bucofüríngca
do <lescnvolvi1nento cn1brionürio que percorre longitudinal111en-
te a linha n1édia
Glo._,.,, sário 573
Processo pah1tino later:11 Estrutura interna da maxila. con1posta Radiografia ccfalon1étric:1 Intera! Radiograna e1n nonna lateral
inicialrnente do tecido conjuntivo 1nesenquin1a! e orientadas en1 da c.:ibcça. que !Ornece grandezas lineares e anguhires pelo tra-
un1 plano sllpcro·inferior. corn a língua interposta. sofrendo fu- çado do fihne radiográfico. Ê usada para avaliar o cresci1nento e o
são futura na linha n1êdia para IOnnar o palato duro e o mole descnvolvin1ento craniofi1cial e1n base longitudinal e parJ analisar
Procn1inência frontonasal Estrutura etnbrionitria cujo cresci1nen- as posições ântero-posterior e vertical da n1axila e da 111andíbula
to c n1ovirnento são t11na fonte principal do desenvolvin1ento en1 relação à base craniana e entre si, e tan1bé1n a angulação dos
focial. junto con1 as quatro proetninências do arco faringeo I incisivos superiores e inlt!riores e o perfil do tecido 111ok
Proerninência lingual lateral Estrutura que se origina da pro!ife. Radiografia panorâ,nica ln1agen1 radiográfica que 111ostra o estudo
ração do n1csênqui1na do pri,nciro arco e alarga-se, ti.mde-se c, contiguo de estruturas dentárias e ósseas da 1naxila e da n1andibu-
junto con1 o tubérculo in1par, fonna o corpo da língua la, !Cito untes do tratan1ento ortodôntico para avaliar o cstúgio da
Proeminência n1andibular Estrutura do arco làríngeo I que cerca o irrupção. os dentes ausentes ou ilnpactados, a irrupção ectópica
estotnódeo e lünde·se con1 outras proe1ninências para ronnar e as condições patológicas
estruturas faciais criticas, incluindo a 1nandibula, o 1nento e o Rafe palatina n1ediana Rc.:n1iniscência clínica da fusão entre os
!úbio inlCrior processos palatinas
Procn1inênci:1 n1axilar Processo etnparelhado do arco fr1ríngeo I R:uno 1nandibular Processo quadrilútero que se projeta superior-
que cerca o eston1ódco e h1ndc-se eo111 outras proc,ninências 111ente desde a parte posterior de an1bos os lados da n1andíbula
para forn1ar estruturas h1ciais in1portantes, incluindo os duetos Razão 1non1cnto/força Objetivo da aplicação de un1a !Orça para
lacrin1ais nasais rotacionar a coroa e de un1 binário para rotacionar a raiz
Proerninêncins nasais laten1is Processo en1 forn1a de fCrradura Reabsorção radicuhu· apical. Prc.:sença de un1 encurtmnento real
que envolvcn1 a periferia dos p!acóides nasais e1nbrionitrios e paulatino da raiz. resultando do processo fisiológico nonnal na
funden1-se para IOrmar as principais estruturas nasais dentição decidua ou do tratmnento ortodôntico na dentição per-
Proen1inênci:1s nnsais rnediais Processos e1n fünna de fCrradura 111anente
que se IOrnu1111 ao longo da periferia dos placóides nasais cn1brio- Reabsorção n1dicuh11· Perda de cen1cnto e ou dentina da raiz de un1
nitrios e lünde1n-se para fonnar o segn1ento intennaxi!ar, que dente. de natureza idiopútica ou resultante de lraun1atisn10 oclu-
eventualn1ente origina o filtro (porçào n1t!dia) do lábio posterior. saL neoplasia ou dano iniciado por trata1ncnto ortodôntico
os quatro incisivos. o osso alveolar e gengiva circunjacentes e o Rebordo em lârnina de faca Colapso das paredes alveolares lingual
palato primário e vcstillliiar. após a exodontia
Projeção póstero-anterior Vista fronta! radiogrúnca padronizada Recessão gengival tvligração apical da gengiva e periodonto, con1 a
da cabeça, usadn para detectar as assi1netrias dento faciais exposição subseqüente das superficies radiculares
Pron:1sal Ponto ni.iis proe111lnente na ponta do nariz Recuperação do espaço Uso de tnn aparelho superior n:n1ovivcl ou
Propriedades el:í.sticas dos fios Propensão baseada en1 uni de dois de uni arco lingual fixo para a distalização dos dentes pennanen-
principios: curva de esforço/tensào ou curva de deflexão da carga tes que 1nigrarmn para 1nesial, recuperando assiin o co111pri1nento
Protrair Mover os dentes ou ossos no sentido 1nesial ou anterior adequado no arco para a irn1pçào dos dentes pennancntes
Protrusiio Ato de en1purrar para a frente.: ou dentes que estão vesti~ Relação :intcr·o-postcrior Descrição dos pri111eiros n1olares e cani-
bularizados nos superiores e infCriores, con1 os dentes c111 rclaçào cêntrica e
Protrusão da fnce n1édia Excesso n1axilar na din1ensão ântero-pos- obedecendo a classificação de Anglc
terior. caracterizado pela convexidade facial co111 uma posição Relação de plano tcrnlinal reto Relação etn que superficies distais
üntero-postcrior nonnal da n1andibula e protnisão de toda a fiice dos segundos inalares superiores e inforiores decíduos estào no
1nédia. incluindo o nariz, a úrca infra-orbitúria e o lúbio superior 111esn10 nivel, no plano àntero-posterior
Pseucloholsa Cavidade ou espaÇo causado quando o tecido se torna Rel:ição dent:íria angular Parân1etros incluidos nas norn1as cefi1-
proe1ninente ou posicionado n1ais alto na superficie da coroa do lon1étricas de lo\va, que !On1cce1n 29 grandezas angulares e line·
que a ponta do dente, levando a unu1 proftlndidade elevada da ares de várias estrulur.1s, e ta111bé111 proporções das alturas fociais
bolsa e pro1novendo oportunidade para que as bactérias sub- Relação dentária linear Parâ1netros incluídos nas nonnas cct'a-
gengivais colonizen1 e inicien1 a deterioração periodontal lon1étricas de Iowa, que fon1ecem 29 111cdições angulares e linea-
Psicologia educacional Área relativan1ente nova de aplicação da te- res de várias estruturas, e tan1bén1 proporções das alturas faciais
oria da aprendizagen1 experi111ental e do estilo de aprendizagen1 do Relação do tecido n1ole P.:1rfnnctros 111edidos pelas nonnas ce-
paciente, particularn1ente da Psicologia motivaciona! ortodôntica, folo1nétrica de Iowa, que fornece 29 grandezas angulares e linea-
a fi.111 de obter a cooperação do paciente, explorando o pape! do res e Hunbé111 proporções das alturas faciais
··profissional como uni professor" e não co1no "curandeiro" Relação esquelética flntcro-posterior Un1a das cinco áreas gerais
Psicologia n1otiv:1cional ortodôntica U111a das duas categorias avaliadas pelas nonnas cef'alo1111.!tricas de lo\Va, que fornece 29
a111plas de pesquisa con1portainental e as aplicações da Psicolo- grandezas angulares e lineares e tainbén1 proporções das alturas
gia à prútica clínica de Ortodontia, envolvendo a área da coopera- faciais
ção do paciente Relação esquelética vertic:il Pani1netro avaliado pelas norn1as
Psicologia social cn1 Or todontia Un1a das duas categorias an1plas cefalo1nêtricas de Iowa, que fornece 29 grandezas angulares e
de pesquisa co1nporlan1ental e as aplicações da psicologia à prá- lineares e ta111bé111 proporções das alturas fi:tciais
tica clinica en1 Ortodontia Envolve campos divergentes con10 os Relação n1axil:1r U1na das várias n1edições das n1udanças relativas
n1otivos pelos quais os pacientes buscan1 o tratan1ento orto- da 1naxi!a con1 o passar do ten1po, analisad,1 nos estudos de crcs-
dôntico. os resultados psicossociais do tratan1ento e o uso de cin1ento de Iowa
testes psicológicos padronizados para avalinr pacientes pros- Relação 1naxilo/mandibular Uina das várias 111edições das n1udan-
pectivos ças relativas entre os n1axi!ares con1 o passar do te111po. analisada
Queixa principal Motivo que levou o paciente a buscar o trata- nos estudos de crescitnento de Iowa
n1cnto ortodõntico Relação n1olnr de Classe I Relação nonnal cn1 que a cusplde
Questões de saúde pertinentes A história 1nédica do paciente. ,nesiovestibular do pritneiro n1o!ar superior pennanente oclui
que pode influenciar o plano de tratamento ortodôntico con1 o sulco vestibular do priineiro 1110\ar inferior
574 C,/os)ário
Relação 111olar de Classe li Relação anonnal e1n que a cuspidc Scdaçiio intra\'cnosa Tl:cnica de anestesia que envolve a injeção. o
n1t.:slovcstibular do pri1nciro n1olar supi.:rior pcrn1ancnti.: oclui controle e a 111onitoração de anestt:sico na corrcntt.! sangüínea
n1csial ao suko vestibular do priinciro 1nolar inlCrior Segrnento intcrrn:n:il:11 Precursor cinhrionário do filtro (porção
Relação rnolar de Classe Ili Rdaçào anonnal en1 que a cuspide 1111.:dia) do lúhio superior. dos quatro incisivos . do osso alveolar e
1ncsiovcstibular do pritnciro tnolar superior pt.!rnu1ncntc oc\ui gengiva cin;unjacentes t.! do palato prinuirio
dista! ao sulco \'l!stibular do priinciro nto!ar inferior Sela Re!Cn}ncia anatú111iea radiogrúlica localizada no centro do con-
Relação tnohn Rc!cr\!ncia~chavc usada para (ktcnninar a oclusão torno da fossa pituitúria ou sela tllrcica
norn1a!. cn1 que a cuspidc n1csiovcstibular do prin1ciro n1olar Separadores Espaçadori.:s introduzidos entre dois dentes pan1 per-
supl!rior odui con1 o sulco entre as cuspidcs 1ncsiovcstibu!ar e n1itir a adaptação das bandas
vestibular 1111.!dia do prin1t:iro 111olar inferior A cuspidc disto~ Septo nasal Parte divisória do nariz
\"CStibu!ar do prin1ciro tno!ar superior faz contato con1 a clispidc SctJiicl:1 Sérit.! de !.!ventos ou dcscnvolvi111cntos. freqüenten1cntc
1ncsiovi.:stihular do si.:gundo n1olar in!i:rior negati\'OS, que previsivt.!llltt.!IHt: seguen1 wna ocorrência ou condi-
Relato p6s-tratarnento Relato enviado ao paciente e ao dentista ção dt:sencadeador.1
após o tratan1t:nto ortodôntico. destacando responsabilidades Si111etria racial Grau de equilíbrio bilateral na correspondência di~
h1tun1s e o cun1pri1nento dos objetivos do tratan1ento reito-esqut.!rdo das características !hciais
Re1noção dos cientes Cirurgia buconiaxilofocial frt:qüentçn1ente rea- Sinciciotrofoblasto Ca111ada celular 1nultinudear externa que cerca
lizada para elin1inar o apinhaint:nto . con1 o !i,n de obter o alinha- uni tro!()blasto Invade o tecido conjuntivo do t.!ndontétrio e pro-
111ento adequado dos dentes voca a erosão dos capilares para pennitir que o !luxo sangüíneo
Rernodelação Aposição ósst:a seletiva por osteohlastos e a 1natcrno pcndri.: nas suas próprias cavidades. pro1novcndo as-
reabsorção por osteodastos. resultando en1 n1udanças di!Cren- si1n a circL1lação pri111itiva
ciais de alterações no tan1anbo t: tan1bJ111 na 111or!ólogia de Lllll SincondJ"osc dn base craniana Articulações cartilaginosas na base
dt:tern1inado osso do crúnio. ent qut.! a cartilagt:nt pro!i!Cra e ê subscqücntc1nente
Resin:1 con1posta l'vlatcria! restaurador w1nbl:n1 usado para fechar o convertida e1n osso
diasten1a do incisivo na dentição pennanente 1nediante recons- Sincondrosc esícnoocci11ital Articulação cartilaginosa que separa
trução os ossos eslCnóide t.! occipital. pt:rntancce patcntt.! e viúvd por
Respost:1 sinérgica Resultado da ação conjunta de dois ou n1ais toda a puberdade e exibe capacidade de orientação do crescin1ento
agentes quando st:u efeito co1nbinado t: n1aior do que a son1a de Sincondrose ArLiculação cartilaginosa ein que a cartilagein divide-
seus efeitos individunis sc e subseqüenten1ente J convertida en1 osso
Retalho apicahnente rcposicion:ido A cirurgia periodonta[ é usa- Sindron1e de Brodie l'vlordida cruzada posterior. na qual os dentes
da para expor os crminos ilnpactados, a Ji111 de fornecer ao dente in!Criores são posicionados totaln1cnte lingual aos superiores:
gengiva inserida durante sua irrupção ocorre en1 pacientes que têm l!lna n1andibu!a pequena e rt.!truida
Retração cios caninos Abordagcnl visando controle de ancoragein ou unia niaxila grande
durante o Ji:chan1ento do i.:spaço. n1antendo o n1úxi1no possível a Sistc1na de ht acket Sistenia onodôntico lixo con,·entional desen-
posição dos dentes posteriores e crimtdo espaço entre os caninos volvido por Edward Angle. cnt ! 928, e ainda considerado un1a
para o alinhainento dos incisivos. quando existe apinha111ento abordagt:nt padrão
grave Sisterna estornatogn:itico Co1nplexo da região bucofacia! cujos
Rctntir rvloviJnentar os dentes no sentido lingual ou distal con1ponentt.!S induein o siste1na neuron1uscular dinfünico (envol-
Retrusão l'vlll posição de un1 dente. posteriorn1entc na linha de \"endo todos os ntusculos contíguos), e certas estruturas e !i.m~
oclusão, ou o ato ou processo de 111over os dentes para trús Alén1 çõcs rt.!spiratórias, t.!Struturas ósseas e os dentt.!S propriainentc
disso, n1ovi1nento ou posição de retração da nu1ndíbu!a dito. todos capazes de in!lucnciar o padrão 1norfügenético. o
Risco Probabilidade ou po1enci,1l para desenvo!virnt.!nto ou aquisi- di.:senvolvin1ento focial e a posição dentúria
ção de u1na cktern1inada condição SohrecorTcção. Técnica in1plcn1entada quando se acredita que o
Ro1nbô1ncn1s Oito protuberúncias c1nbrionúrias que se desenvol~ padrão lü11da111i.:nta[ Je crcscintento irú se 1,;xprt.!ssar novantcntc,
ven1 no cérebro posterior na quarta st.!tnana do desenvolviincnto após a conclusão do tratainento ortodôntico Envolve a con1pen-
Rot:1ção n1csiolingual Posicionantento anonnal do dente en1 dire- sação excessiva planejada para a nova expressão e a continuação
ção lingual e 111edial. cointunente observada nos pri1neiros n1ola- de u1n certo grau de tratan1ento ortopédico. até que o crescirnento
res supt.!riort.!s. particulanncnte se a oclusão desses dentes cont esteja conduido
os prin1t!iros n1o]ares inlCriores türn1ar tuna rc\ação de Classe li Sobrc1nordidn profunda Anonta!ia na sobreposição entre os inci-
Rot:1ção no sentido honirio Rotação da n1andihula para baixo e Si\'os in!~riores e supi:riorcs
para trús. resultando na retrusão esquelética Sornitoccle Cavidade no centro de uin so111ito
Rotação l'vlovin1enlo de un1 dente ao redor de seu t.!ixo longo So1nitô1ncn1s Son1itos n1ais cranianos Estruturas apenas parcial-
Saco Yitclino definitivo Saco vitelino sccundúrio que se desenvol~ 1nente seg1ncntadas que !<.1rnecen1 as cdu]as que se di!Crçnciain
ve quando o priinitivo é co111prinlido pelo dt.!scnvolviinento do c111 células do 1nuscu!o esquelético. na rt.!gião ct.!li'ilica e cervical
hipob!asto. perto da segunda sentana do desenvolvintento c111brio~ So1nitos Blocos cntparclhados de tecido que con1precndc111 o 111esoff
nú rio di.:nna para a:dal. desenvolvendo-se cnt uni padrão rept.!titivo
S:ico vitelino printitivo Cavidade t.!Xocdô1nica que se desenvolve a regular que co1neça na região craniana durante a terceira scn1ana
partir da cavidade do blastocisto e é revestida por cpiblastos e do desenvolvin1ento e progride cn1 direção caudal até forn1ar cvt:11-
células epitt.!!iais esca1nosas tualn1enlt: os con1poncntes do osso. do 111usculo e da pele
Saco vitelino secundário. O saco vitelino definitivo que se desen- Sorriso gengi\'al Sorriso que exibe grande quantidade de gengi\'a
volve quando o priinitivo é con1prin1ido pelo desenvolvi,ncnto aci1nn dos incisivos superiores Sinal de lábio superior curto ou
do hipoblasto. perto da segunda sentana do desenvolvin1t:nto cresci1nento vertical ni.1.xilar excessivo
cn1brionúrio Splint acrilico oclusal Aparelho que in1pedc qLie os dentes oclumn
Sl·reen intensific:idor Dispositivo dentro de un1 cassete. que per- con1 objetivo de dett.!rnlinar a relaçiio cêntrica Tan1bé1n é usado
n1ite expor o fihne con1 1nenos radiação pani o tratan1ento da disn.1nção te111poron1andibular
Glo\\ÚI iv 575
Subdivisão da Classe Ili Subcategoria da classificação de Anglc To1nogn1fi11 con111utadol'izacla Tt:cnica sofisticada de iinagen1 que
para a da Classe III. que exibe desannonia en1 grau rnenor. con1 cri,i unia i1nagetn axial reconstruída por con1putador. usando u1n
oclusão nonnal e,n uni dos lados do arco e oclusão de Classe 1! ! tubo di: raios X e u1n detector que gira 360° ao redor do corpo ou
no lado oposto do n1en1bro envolvido
Subdh·isiio Subcategorias da Classe li Divisão l ou 2 de Edward ron1uc tvlovin1ento das raizcs dos incisivos Rotação que ocorre no
Angle. que exibe unia relação oclusal norn1al e,n uni lado <los redor de un1 eixo n1esiodistal
arcos e unu1 oclusão de Classe li no lado oposto freqüenten1ente. fr:1ção CCl'\'icnl Apoio ilo redor da nuca do paciente. que pron1ove
evidenciada por respin1ção bucal Ta1nbt.:1n se aplica ús n1ús ancorage1n para o aparelho extrabucal abaixo do plano oclusal.
oclusfies de Classe 111 din:cionando a força extrabucal para baixo e para trús
Sulco neur:11 Sulco co1npriniido entre as dobras neurais. rorniado rraçiio occipital tração e.,trabucal que f()rnece ancoragen1 a partir
durante ;1 neuru[ação na terceira se1nana do desenvolvin1ento do casquete ortopt:dico extrabucal e direciona a força extrabucal
Sulco tel' 1ninal Linha de dcinarcação entn: o corpo e a base <la língua para superior e posterior. pcnnitindo a criação de un1 \'etor de
Sulcos (i1ríngeos rendas do aparelho faringeo. que separn,n os !i:lrça que contribui não apenas con1 a correção do excesso tnaxihu
arcos Jhríngeos na superlicii: exten1a do e111brião Junto con1 o üntero-poster.ii~r: n1as tambl.!111 vertical O üngulo do vetor de
restante do aparelho foríngeo. os sulcos dão origen1 ús estruturas rorça criadâ'. quando obtuso, resulta en1 unu1 fórça dista! de
cc!iilicas e cervicais do adulto intrusão nos n1o!ares superiores
Superfície radicular 1nincr:11iz11cla exposta Situaçõ típica de reab- íraciona1nento e1n can1po fechado Cirurgia pcriodontal usada para
sorção radicular e na co1npressão localizada do ligainento pe- expor os caninos iinpactados. na qual a ,nucosa e retn1ida, um
riodontal durante a rcn1odelação <lo osso alveolar acessório t: colado no dente i1npactado e a rnucosa ereposicionada
Sutuni Sindestnose. ou articulação fibrosa. con1posta de lániinas de no dente
tecido conjuntivo denso que separan1 os ossos Nas catvúrias l'ranslaçiio 11ri1n:Íl'i:1 !'vlu<lança na posição de un1 osso no espaço
fetal e neonataL essas ariiculaçôes ajudain na 1noldage1n Jurante coino resultado da re1nodclação óssea e das nnidanças na sua
o nasci,nento !ónna e tamanho
Suturas craniofaciais Articulaçües !ibrosas de tecido conjuntivo Translação secundúria l\tludança na posição espacial de uni osso.
denso na fr1ce e na cabeça, que separa os ossos e representa con10 resultado cre::;citnento de un1 osso adjacente
irnportantes locais de crescünento. servindo para facilitar o cres- Tr ansl:1ção /'vlovin1ento que ocorre quando todos os pontos de uni
cin1ento da calvária e da face 1111.!<lia corpo se 1novetn pela n1esn1a distüncia e na 1nes1na direção. quan-
lendência secular l\tludançu in1portante no cresci111ento nacional do a força e direcionada atravt.:s <lo centro da massa
ou globaln1cnte fn1nsplante dent:írio Tra1an1ento alternativo de dentes ünpactados.
feória con1porta1nental Teorias que consideran1 a sucção não-nu- que envolve wna exposição mnpla e cuidadosa do dente in1pactado
triti\'a utn hábito aprendido e não nccessarian1ente u1n sinal de e seu posicionatnento subseqüente no arco dcntúrio e a estabili-
problen1a psicológico zação con1 un1 aparelho ortodônticn ::;egn1e11ta<lo
leoria da aprendizagen1 cxpel'"in1ental Aspecto da psicologia fr:1t:11nento cirúrgico auxiliar Procedi1nentos periodontais ou de
educacional que explora os estilos e abordagens de aprrn<lizage1n cirurgia bucal indicados durante ou depois do tratan1ento orto-
do paciente na relação pro!issional/paciente, a partir <la perspec- dôntico
tiva de uni.1 relação professor/aluno e não curandeiro/paciente r ratan1ento interccptivo l\tledida terapêutica direcionada ú clitni-
Enfr1tiza que o aluno aprende o n1aterial apresentado cn1 urn nação de búbitos ou à inserção de un1 n1a11tenedor de espaço após
estilo indi\'idualiza<lo e unico. e que depende <lo profissional o a perda pre1natura de dentes decíduos
ato de ensinar dentro desse estilo individualizado e único de Tratarnento nn1ltidiscipli11:1r Planeja1ne11to terapêutico sin1ultú-
aprendizagen1 neo e integrado entre unia equipe de prolissionais da s:illde que
Teoria psicanalítica Teoria que sugere que as crianças que conti- tr.Hain de un1 detennina<lo paciente. portador de condições e
nuarn a sucção não-nutritiva (polegar, dedo ou chupeta) alt.:111 dos den1andas 1nt:<licas e ortodônticas con1plexas. que freqüente1ncnte
.3 anos pode111 ter algun1 <lísturbio psicológico subjacente Essa é necessário entre pacientes de 111eia-idade e idosos. co111 n1ús
hipótese não é universal oclusões coinplexus e parciahnente desdentados
rcrceira idade O período durante o qual a atividade li.mcional decli- Tn1t:11nento ortodüntico coadjuv:1ntc Tratan1ento son1ado a utn
na e o processo de cresci1nento é desacelerado procedin1ento ortodôntico prin1úrio, essencial para obter unia
Teste ele br anquean1ento Técnica de exan1e usada pnra detcrn1inar restauração da função e <la estl!tica ideal
se o freio labial superior se estende lingualn1ente entre os incisi- l'ratantento 01.. todôntico e1u :.1dultos tratan1ento especializado
vos centrais na direção da papila incisiva \'Ohado para pacientes pós-.idolcsccntes
Teste de 1>erson:lliclade rerra1nen1a padronizada da ciência co1npor- írata1nento ortopédico dentofaci:11 Conduta terapêutica selecio-
tan1ental. ús vezes. usada para prever a cooperação do paciente nada quando são necessúrias 111udanças esquele1ofociais signili-
ortodôntico cativas
Tipos de n1ovin1ento dent:Íl'io l\tludanças na posição do dente rn1t:unento ortopédico f:icial Tratan1ento que pretende principal-
con10 resultado da aplicação de di!Crentes tipos de fOrças no 1nente influenciar os ossos n1axil.ires e tan1bt:n1 os dentes
dente f'ratarnento Intervenção terap\!utica
Tipos faciais Forn1a da face. dctennina<la pelas alturas anterior e T1. csp:1sse horizontal Característica us;1da por Edward Angle para
posterior Poden1 ser 1111.!dio . longo e curto identificar u1na nuí oclusão de Classe II Divisão I Relação hori-
fitiinio-1nolihdênio l\tlateríal usado para construir as 111ais novas zontal ou a distüncia entre o incisivo central superior n1ais
,no!as hclicóides Usado en1 cotnbinação con1 outros aparelhos protruido e o incisivo central inferior antngonista
para distalizar os n1olares superiores. gerando u1na força recipro- frespassc ver'tical Quantidade de sobreposição vertical entre os inci-
ca. continua de 100 a 300 g Essas rnolas tmnbt.:111 geran1 tuna sivos centrais superiores e inferiores Quando cn1 excesso. consti-
!Orça anterior recíproca. que tên1 potencial de protrair os dentes tui nui oclusão. no qual as coroas dos incisivos inferiores estão
anteriores aos prin1eiros 1nolares. 111ovi111entando-os na direção excessivan1ente sobrcpos1as vertical1nente pelos incisivos superio-
oposta ú retração planejada res, quando os dentes estão cn1 n1áxi1na intercuspidação habitual
576 Glossál'io
lriclosan Agente untigcngivite freqücntc1ncntc agregado no cren1e Verticalização cirúrgica Técniea util no trata1nento do segundo
dental, que tc1n controle do cálculo supragengival 1nolar inferior in1pactado, que envolve a re1noção do terceiro 1nolar
Trofoblasto Can1ada única de células que cobre a parte cxten1a de e a inclinação do segundo 1nolar para distal, ultrapassando a 1nai-
u1n blastocisto. surgindo no sexto dia após a fertilização Fonna or convexidade do pri,nciro 1110\ar
a parte e1nbrionária da placenta e outras estruturas pcri!Cricas Vetor Direção da força ortopédica extrJbucal escolhida para o e!i:ito
associadas ao c1nbrião esquelético n1áxi1no
Tubérculo ín1par Proenünência na linha n1édia do assoalho da füringt! Viscerocrânio cartilaginoso Porção do esqueleto fi1cial que inclui
pri111itiva, cranialn1cntc ao do for.une cego que, ao fundir-se con1 os ossiculos do ouvido n1édio, o processo estilóidc do osso te1n-
os dois processos linguais laterais, é o precursor do corpo da pora!, o osso hiôide e as cartilagens laríngeas
língua próxin10 do tina\ da quarta sen1ana do dcsenvolvi1ncnto Visccrocninio mc1nbranoso. Porção do esqueleto racial que inclui a
T'ubo neural Pritnórdio do sistc1na nervoso central, qut! se separa n1axila, os ossos zigon1áticos, os ossos tt.:1nporais escmnosos e a
do ectodcnna con1 o n1esoderrna ao centro Sua região anterior se 1nandibula
t!spessa para fonnar os cérebros anterior. 111édio e posterior. \'isccrocninio Esqueleto da foce e estruturas associadas. derivados
Unilateral Má oclusão cxprt!ssa c1n u111 !ado do arco. Mecflnica do ectoden11a da crista neural
usada i.:111 un1 lado Zigoto Fonna en1brion:iria inicial que resulta i1ncdiatan1cntc da ferti-
Valor ntéclio Média nu1nérica si111plcs derivada de 1ncdições quanti- lização de un1 óvulo por un1 espcnnatozóidc
tativas de luna variável biológica
,
ln dice
577
578 Í11dil e
'i
de expansão palatina çontrole de. 3·19
com banda mct..ilil:u, 389 efeitos de. 3-19"351
momento çnrrcto de 34(1-3-17
,}
unido por acrilic11 389, 390-39!
de fio reto. 186 11hjcti\·os de. 343-34-1
de Hawky tipos de 344-3-16
na corri:ção da lll(1rdida çruzada antcri(ir 295 trespasse horizontul e. 3-17-3--18
1H1 tratamento da mordid:1 cruzada posterior . 300, 301 Apinhami:nto
de 1-krbst. 346 assodad(1 ú discrcpúncia intcrmaxilar no tamanho dos dentes
estéticos 189-191 aprcscntaçfü1 de ,aso de 5 16-517
i
cxpansor rúpido maxilar modifiçadn para mordida cruzadu poste- gra\ e diagnó;;tico e traiamcnto tk 170-173
rior. 305-306 moderado diagnllstico e tratumcnt(1 de. 168-170
cxtrahucal. para controk da ancoragem 239 na dentadura tlcddua. 5--1. 255
foringeo dcscnvo!vimt:nln dt:, 12-17 na dentadura mls!il. cxtraçüo seriada crn. 173-17-1
li.xo -142 prc\'alênci,i de 88
t:nlado no trat:imento d:i mordida cnu.ada posterior, 300 302 stm\·e. diagnllstico e irntamcnto de 151 152-153 il
t:ondcnado. com ah11t111e11ts comprometidos. apresent.:1çfio de
Cl!SO de, 513~5!5
Apliçução de banda na prútiçu ortodônti,a modernu !9!-192. 193-
19-1 li
na t:orreçfio da mordida t:ruzada anterior .. 295-298
no trntament(1 da mordida t:ruzada posterior 300. 302 303-306
ApC1siçüo 28
Areo(s)
allrtico. l 3
1
j
para o J'cchamenlo do diastcma. 3!-1-316
para \Crticalizar os molares 308-310 da ( UT\'<l de Spcc l'l.'\'Cl'SOS 22-1
ri.:to, 186-187. l 88 na eorrcçfio do trespasse vertical 23N
força extrabuc:d, J36-J-13 de intrusão 224
tunçfio de 208-230 de nivelamento
lunt:ional.. 220, 222 t:urva reversa na çorrcçüo do trespas;;c \ ertical. 2.3N
Hawky na prútica (Jrt(1dôntica moderna. 20.3-20-1. 205
na çorreçfio da nH1rdida çruzuda antcri(lr 295 segmentado para mordida cruzada posterior 300. 302 J
no tratamento da mordidu çruzada p(1sterior. 300. 301
!·krbst 3-16
de utilidade. 224 . 225
hi11[1rio duplo, para mordida aberta, 225
il 11
indiçc de dcllcxão da t:arga de, fatores que inlluent:iam 218 na t:orrcçfio do trespasse verti,al. 237
metas e objetivos de 209 cm \V aparelho lixo de para mordida cruzada posterior 30-1-305
h
!
!
modiJicaçfio no crcst:iment(l da maxi!u 218-220. 22 ! hioidc 14
na eonscrvaçfio do comprimento e da largura do arço, 317-322 intrtt:>ào. na çorrcçfio do trespasse vertical 237 !
princípios de çnntcnçfin e. 3 l 8-J22 !ingunl inferior 317
no tratamento çom múscara focial de protruçfio 388-389
expansfio palatina t:om ut:riliço ço[ado . 389. 390-391
mandibular
alinhamenh1 de . t1(1 e(1ntro!c do diastcma. 313 1
l
expansfio palatina e(1m banda 389 dcscn\'olvimcnto facial e. !-1
odontossurorLudo. mudanças Jentúrias decorrente de. 343 <lif'crcnça:> no tamanho do demc cm. na dentiçfio mista. 6--1 . 65
para o fcchmncntll do diastcma 31-1-316 métodos de prc\'isão de
parn vcrticaliz,1r os molares, 307-312 1!ixon-Oldfathcr rc\'isado ! 37-139
e loc:11 de cxodontia J'cchado. 310-312 Iowa 139-1--10. 1--11
prê-ajustadn. 187. ! 88. 23-1 mudanças dimensionais cm. 61-(12
no trai.imenti) de disçrcpfü1das csquclêticas sua\'cs a modern- :,cqüênt:ia da extrusão dcntúriu cm 63
das. -124. -126 muxi lur
prc\'cnçfio do dano pcriodllnta! com -l-1-l-4-15 IO\\ a. rnCtodo de prc\'!sfi(1 139- 14
prindpios dC1 desenho de .. 291 mudanças dimcn:>ionais cm . (i 1 62
seleção e inserção de. 23-1 regi.lo anterior de. diferenças no tmnanho dn dente cm na
quadri-hêli,c. pan1 mordida cruzada posterior. 303-30-1 dcntiç:"io mista. ú3-6-I
fClll(H'i\'C] regrno posterior de dil'crcnça;; no tamanho do dente cm na
na çorrcçfü1 da !llllrdida t:ruzada anterior, 293-295 dcntiçfü) mista (13. 64-65
1
no tratamento da mordida cruzada posterior 300. 301 seqüência da extrusfiu dcnt;iria cm. 63
para contenção 243 palati1H1. 317-318
parn o Jí:çhumt'tllll do dias!cma. 314 segmentados para :1 mordida ,ruzada posterior. 300 302
para verticalizar os molures, 307, 308 transpalatino .. 317
princípios do desenho de. 290-291 na t:arnullagcm dcntúria çom cxodontia. 360
tc,ido periodontal e. -1-13 no rch1rço da ancoragem po:,tcrior superior, 356
vantagens/desvantagens de, 291 para a mordida çruzada lingual, 226. 217
Aparelho:, füncionais, 220 212 utilidudc. na correção do trespasse \'ertical 237
jndic.:e 579
)
tratamento de. 543-544 impactado. orientando a cxtrusiio de . 2::!8. 229
do tecido mole, 536. 538-539 permanente. não-irrompido. largura de, previsüo de 137-142
o tratamento de, 544 primeiro rclaçôcs ,1ntcro-posteriorcs de. 109
" esquelética. 536. 538 C apacctc. 218-220. 22 l
,• tratamento de. 543-544 arco facial. 337
• funciona!, 536. 539 biomecünica de . 219
o, tratamento di:. 543 cervical. 2!9-220
muscular. 536. 538~539 combinaçüo. 338
o tratamento ortodôntico cm adultos, 504. 508 conf'ccçiio e inserçiio de, 341
o
,
o
a
;
580 Índice
Radiogralias na a,ali:u;ão do dislúrbio craniomandíhular 480-481 entre as dentiç(les dt.!cidua e perman!.!ntc, 78-80
Raiz nu tkntiçi"io decídua. 55
dcscnn11\·ímt:rHo de. na dcnwdura dcciduu, 2--18 na dentição mista 56-58
dilac..:raçiln de. na anúlbe radiogrúficu. l 12 Relaç;io vertit:at esquelética 127-132 133
indsivo superior. torquc de corrcçilo da mordida t'ruzada anterior Relaçll!.!s esquelêticas üntcro-posteriorcs. 127-! 32 133
e 292 Relato pós-tratamento na prevenção do dano periodontal 4-1-1
posição de. correção de, no tratamento or1odô11tico. 2 ..t::! Remodelagem., 45
reabsorção de. --l6J---l 7'2 Renal de!iciência. 1ratament(1 onodllntico e. -199-500
,ivanç.ida 468 Resina compost,1. no i.:ontrol!.! do diustema, 312-313
Bio](1gia de. !lHl\'Ímcnto dcntúrio ortodôntico e 467-469 Respnstu sinêrgica -l43
cessação de 468 Resultad(1s psit:olúgicos do tratamento ortndllntico. 45(1
dirt:çõcs das pesquisas . luturas --l7!-...\72 Rdalho . apicalrnentc reposicionado no controle do dentt.! impactado
t.:ti\1logia de, -169-470 5-17
latores protetores para -J.71 Retentor de Ha\\ ley removivel 318-321
fatores que pn:dispõcm o paciente a, 470 apoio oclusal tk. 320, 32 !
inddênciu de. 463. -16-1-4651 arco labi.il de. 320. 321
iniciação de. --168 compon!.!ntes de 3 ! 8
medidas pn:vcntivas para, -170-471 corpo ai.:rilico de, 32 !
movimento dentúriu e. 259 grampos para. 31 K 320-321
na an,ílise radiogrúJica ! 12 tempo de desgast!.! tk. 318
prevalência de 463. 46--1-4651 tipos de 318. 319
rcparo de 468---169 \'antag!.!ns/dcsrantagcns de, 3 18
implicaçües dink:is de -l6tJ Rc!ração do canino. S!.!parada no controle da ancoragem posterior
risen de 466 241
alta. pacientes com, C(ltllro!c clinico dc . ..J.7! Retroi.:esso subapical maxilar anterior . 366-367
individual. carncterizaçilo de . ..J.70--l71 Retrusão dos dentes inferiores. 329
seqüelas de. -167 Risco de reabsorção radicular nos dikr!.!ntcs dentes ..J.66
tratamento d!.! . ..J.71 Ritmo circadiano crescimento e 41-42
tratamento onodlintico e, ..J.66-467 Romhúmcros 8. 1O
supt•rl1cie de Rotução
mineralizada exposta. durante (l movimento dentúrio -168 do plano odusa! com ns elústicos da Classe ll. 351-352
mudm111:as cm, durante o movimento dentúrio, 4(18 rnandibulur . dcsen\'(11\·irncnt(1 da dimensão \'!.!rtical e 417
Ramo mandibular na dt•fkiência mandibular 331 rn!.!siolinguul. (los primeiros molares superiores 329
Raz:1(1 mom!.!nto/t'orça. 209 sentido horúrio. no excesso maxilar. 331
m(1vimcnto dentúrio 216, 217
Re,1hs(1rç:1o apieal externa -l6J
Registro (H:lusal füncionamento/conkcçi"i(1 no trespasse IHirizontal
s
Sac(1 vitelino
347-348
Sanguin.iria aka!óidc para a gengi\·ite 4-18
Registros
Saüd!.! do esqueleto. ideal. cm adultos. -198
no díagnostko da mú (1dus:1o 146-1-18
Secção transversa. estudos do crescimento 32
(lrtodôntico 104 106- ! 09
S!.!cundúrio. -1. 5
Regulad(ir
S!.!daçüo intravenosa. para a remoção do dente, 545-546
de h·;mkel l!l para as m.is odus()cs d!.! Classe Ili 383-38-l. 385-386
Scgm!.!nto intermaxilar, 17. 18
t'unci(Hrnt. 3-1-1. 3-15 3-16
Seio
desenn1lvimcnto de. 343
cervical. l 7
Reicht·rt. cartilagem de, 1-1 15
!"aringco ! 7
Relação angular dentúria, 127-!32 133
Sclu, 1 !5. 116
Rclaçi"in cêntrica no des\ io ant!.!rior correção da mordida cruzada
Separadores na ap!icaçüo de bandas ! 91- l 92
anterior e. 292
Septo nasal, crescimento i.:rnniofoci:d !.! 50
Relução da projeção
Simetria
distal 55
deliniçfü1 de 532
desen\'lll\'i1m.:nto da rnú (1clusüo de Classe Ili e. 251 252
facial. 532
mcsi;d 55
Sincíciotrofoblasto 3, 4. 5
Relaçüo denlúria
Sincondrosc 46
iintcro-pnsterior 109 11 O
da base craniana -19
linear. 127-132 133
esfrnooccipital, -19
transversal. ! 09-1 ! ()
Sindcsmoses. 22
vertical 109
Síndrome de 13rodic ! 1 O 299
Relação do plano tcrminul relo. 79
Sistema de força de par único, equilíbrio e, :! 12-21 3
Relução do tamanh(1 do d!.!nte/comprirn!.!rllo do arco
Sistema estornatognútico . 259
anülise de estimativa de. fatores que influenciam l-13-1-!4 no distúrbio craniomandibu!ar 479-480
no exame dcntúrio, l 12
Sistema{s) de força
Relação do tecido t11(1le. 127-132. 133 aplicação clínica t!c. 218-230
Relação rnaxilur. mudanças em dos 5 aos 25 67. 68t aparelhos funcionais 220. 222
Relação molar
aparelhos para corrigir a variação ilntero-postcrior 222-223
Classe 1. 56-57
aparelhos para corrigir a \'Hriaçüo da dim!.!nsüo transversa. 225·
Classe li. 56-57 226. 227
Classe J][ 56, 57 aparelhos para corrigir a \'ariação intra-arco, 227-228. 228-
na dentiçi"io p!.!rmancnte, 79 230
mudanças e aparelhos par.1 corrigir a variação na dimensão \'ertical. 223-
causas de. 57-58 225
Lt! 'PlllhlZ!Júlj :isseús:u1 t'f( .:'lJ} SOJ!;"l.J;i
Ç(Ç ·:,p :,111:iJ.10:i:ip !'l!:itq ll!Jl:llUp:s1? 'elll!H?JJ, tÇ( ';ip ;JjOJJUOJ
rt;:: ·w:, e:i!111::i:im 1?p e!:iu;:inb:is UJOJ O)U;Jtll\;)l)J]
L9t'·99t ·;, J11{1l:l!J1llJ ou:'uosqe,u ;::ç( ·:ip sod!l
t(i.: 'i.:(Í.: ll:l!l€)]:ll1bS;'l()\l!;'lJ) l)lll;'l)l}OJd üp ;'l]OJJUO:l ú \?Jlld OJllllll\l,"lJd tf(·i.:Ç[ ;ip OS!l O l?Jtld Sll;"l!tl!J:l SO)U;"lHl!Jl;"l:lOJd
((;:: 'l)Jl?<l SO,\!Pfqú ·;,p O)ll;'lllll)f:iueid rçr~;::çi:: 1)J1:<l olJ:'l!1u;ip 1:p n1nd;,1d
CLt ·;,p1?pp;-,,\;,s ;-, ;;p1:p1 n snpn1:H\SS1) ·;;p s;,0:'ldo tÇ[·[f( ';ip OlJ:'\J;)SlJ!
8Zt·Lzt ·9;::r-ç;::r tÇ[·(Ç( ·:,p OJ.?:'l:l:i:JtH);"l !?!! t::iJOJ
tLt·tzr O)l!;'llll!:lS;'lJ;'l ;,p Jll!:llJ;'lJOd l\l();'l S;JJU;JJS;'lj0)11?·€)Jd l\J;'l tf[·[Çf '[J ;JSSl:J,) '()JJlJJ;'lJ!I! 01;:'l!lJJ.
ílLt-HLt' 8tt·Lt( ·pntrnZ!Jo11 ;1ssn<ls:011 ou 1nsn1;10 o.11srfi;1J ·oqp?qn11
'tLr lJlll!UJlU 1: 01nu OJU,"lUJ!:'lS;'lJ;'l ;,p [!?J:JU;J)Od UIO:l SOJ!npe Ul:l 6LZ·8LL o:'l1?ds;1 op ;iS!J\llll? 'JHJOJ
tLt OJU:llll!:lS:lJ:l :ip OUJ!UJH! P?!:'llJ;'lJOd llJO:'J S;'l\lJ;'l;'lS;'ljOpn U!:i [t;::·;::r;:: ·o:iptH)JlOJJO OJU;)llH:H?Jl ou t'[L ''J;J)j:l!Ul) np oqu:is;ip úU
9;::r ·r;::r Í.:ÔÍ.: ';1 ..IO!J
m:i opnp1i11m-€)Jd ;, ;,nb101-;ud :ip sp:,i:wJq :ip osn op SOJ!:l,J;'l -;111m 1:ptizn1J 1:p!p101u ep ou:'l;i110J •1op:idns o,\!S!;"lll! op s:izpu s1;p
ti.:t 'llJ;'l ]! ;JSSl?!) ;ip l?:l]Ul?;'l;JUJ llp Sll)!;'l,J;'l ;,nh.101
6i.:f··(Zt 'S11j1\?J;'lJ)úlll 1) S;'l,\!?nS Sl?:l!J€)1;"ll1bS:'I Sl?!:Hl!.)d;'lJ;"lS!() Sl?U (tÇ 'S!')f:ll)./0]\l;"lJ) Sl)!,IJ;"lUl!SSU seu
ççz-NtZ ·,mpi;'l;ip ou:'lpu;1p 1?u 181" 11qt1ll!Plll1tllo!ut?J:l O!lJJt,lJS!P op 01;:'ln!p!.\!? t?U
ftL·L(L 'lll;"l s1?d11p (.) L) llpllZ)JOPlll!ldlllO;") l?[.lllJfiOIUOj
(()Ç·j·(Jt 'S01[11pl? Ul:l RÇ[-LÇ( ·11
()()Ç ;") s;,p!\lJ:lJS:i·O\]lJ Sl)!J9Jl:ll!Cl/Ll!!lt!I? Sl)fiOJp :1SSI?!,) llp li(J\)lU:lJ) UJ;")füllJllllH?;J ;,p Sú!![;JJ\)dll SOU ll!ll~fllJ!IOU! O!lllJl!.1
L8t-Ç8t ';'l Jl!]tlLl!Pll!!lUO!llt?JJ 01q11.lJS!P 81:'.t' ';, OJ.?:'lt?J:idoo;1 ;;pnp!Jl?UOs1;,d ;,p
t(i.: 'L[L 'OIJ:'llbJJ;JJU! ;,p 9ç ;'ll[:lllll]8 ;ip
[ (t ·1op;i1sod 1?p1:zn.1:i l?P!PJOUI 1:p ;'lJS;'l .l.
trz-;::t;:: 'tlJ;") ;1nb101 ! ç;:: ·t,.\fl!JJnu-ouu ou:'l;1ns i:p 11:i!J!l1Hll)0;1!sd
tt;:: Tti.: 'lll;'l Otd1:zn1;uu 6Çt·8ft ]llHl;"lltl!J:idx:i upfi1;z1pu:i.1d11 np
ttL lll;'l (l)S!l[:lO ú]l!;'lU!l)ljp:1;ip epo;i 1
fEL·t'(Z 'UJ:'l 1e!:'l!ll! 01u;itu1Hlll!l1? j t 'OJU;JUl!;"lS;'lJJ OU S:iJU[!l;'l:>S Sl)!;"lll;;>pU;'l.1
t'tL '<it;::-9(;:: EtL·ttL 'lll;'l [l)J!l.1;1.\ p?snpo 011:'l;i.1.1t):i t'l [ 'n]J:1J1);")U!su;,1u! ;ip si:1:i1
(tL·LtZ 'UP ]l?pll) 011:'n:U[J:lU! t:p OU:'l:>JJO:l ZL! t?:lJJlf!UlOJl?.J;i:1 "1?tpufio1pe1 ;,p opn:'le.11 :ip H:l!U:l€).l
Zti.:·6(Z 'tu;, Jop:i1snll-oJ:'lJt1t: O]J:'l;iJJo;, ft' "t't·(t :ip ;1s;,u;:ifin!Jqm:i
(t;:: 'llJ;'l 011:'lLJ;"l]ll();") Z~·8t ';")]) l;!J\l!S!(I •;,p Sl?!JO;'lJ
;,p 0:l!lllJ;"l:lUH)!LJ :iiOJ]UOJ l9t ;ipep! Jod lt1:ifünu:i:i1o<l
! s:r-;::1·r ;,1m:.1np spnunpú!J,1d s:i0:'l1i1:ip!suo:i ;,p OJtl;Jlll!:lS;'lJJ
09Ç·çrç ·o:i1fi.1t_u!;1 S!f?!:1e.1oprnJ:1 so;111:>1:inbs;, sop1:1;11
O(f·t<it' 'S01j11J)l) m;1 J11qp.:tH: L 9t 'O]J\)JU:ip
0:llJ\1()]10)JO OJUJlll!:)l?Jj 01u:im!.\OLt1 o :i1u1:1np tu;, sp?1od111:i1 :i S!l?]:>eds;, sn:'ltwpntu
oot·6(1E '8út ·:ip s;,g:'ln;,!PU! ·01u:'luw11:.11 rrr-ztt ·:-i soxu stn11:011?de ·ou:'le1op;i1:ip
Ç(l[-f{1( '(6[-L<i( ·11 11;11un;1 1nsnds;1J rrt-;::rr soJ11u~1po110 s;i111;1!;1ed u1:i ·;ip ouep
L6( 'ú8( ·;ip sn:ip;;ipnhs;1 so1!;i.J;i 1n1tiopo!1;id ºP!:1:11.
Hl;'l .ltll!Xl?tu OlJ:'ll)J)OJd J,
JÇ(i(
llW!JU;'l!l[IU! :inh S;'lJOll).J UJO:l :'>)U;'lJ.J \? 1Lllld l)[!Xl)U! np OJl!;'llll!.HHLI (lt Sf11!:lll,IO!(ll?JJ
oor·;ip O];'lJJl);") OJU;JU!IHU ;::;:: 's1:Jn1ns
[(i(-(J8[ 'ttl;'l lU:ifü:JD:llW :,p l)l\!;JJS!S úp OIJ:'ltlJ)SUO:l ;'l 11,•(1.1,-<ip z
! '[l)ll!ll!J;'lj
!ú[-06[ '68( ·o:l!JJl:ll: Jú<l ep1un 1wpep?<l ousm?dx;1 6 •8 ·pllll:'lU
()8[ '11:JJl\)J;'IUI l?j1lllllj llH1;'l \)!l!ll'il?d ll]JSl!l?dX;i L ! ·:,p sop11.\p;,p
68(-88[ 'UI;") Stl![j;")Jl)llt? [1 ··o:ifiUJ.Hl.l
((J(-L8( '!li ;JSSl)!.) o:,1ns
l)J} S;'l\)Sllj:10 \?lll SI? \!,11?(] ll\]:il?JJ!lJd :ip p:!:l!?j !?Jl?:1Sj:IU llHl:J OlU:iUll?\l)JJ LI r·91 v :-i pl:l111;i,\ nusu;ilu!P 11p 01u;iuq.\ 1o.\u:is:ip
LI l :ip Ollll[d \L\!)!JJtlll-OJ.?U 'OIJ:'l:-ins
t'(( ·p:!:11q O:l!P?douo t8t·L8t
! çz lll!tJ\?tJ np 1e1nqn11rnttlll!tm.1;1 º!lJJl.llS!P op ;i1011un:i ou p:sn1:io 0;1!!JJ:,1; lU!idS
OOf 'JSOJodo;11so 1: 1:.1nd jl!UOLUJOlj OlJ:'l!Sod:iJ ;1p ! t( Jl?,\Jfiu;ifi osp1os
1oç ·:-i :iso1odn:i1so up p:;1nq ou:'lins:i:nmam ! !·Ol 'Slll!llHlS
()Of ';'lSOJodo:i1sn e \)Jl!d º!ll~fiOJJS;) :ip OlJ:'l!SOd:1J :ip () l 'l)lliOl:l;"l())!UIOS
'i:()~>J{)Ç ;J)!ll?Jll]) ;'lSOJOdo:i1so ;,p tl\ll,"llllt:]!?JJ '1:;'lSS~l 01J:'lep1dJLW\U ;1p Ot ·eu!do.11owtuos
ttz ;::r;:: '0J.1:'l1nd;,:11;,1u! ;1p () ! 'SOJ;"lllH)l!HUOS
L8t f8( ·:,p OJ.?:it:Jnp :i pl:ip! OJtJ;'ltlltHU {)Ç ;JJU;'lllllll!J:id 01J:'l!111:1p EU OlJ:'l!SOd:iJqo5
L8( ·ç8( ·m:i e:'lJOJ 1ip 01;:'l:iJ!Jl ;i ;,pnipifimu 88 [ L81 ·sns.1;1.\ op1nsn!'n-;ud o:1pu~)po110 oqp.1nde
L8[ UlO;) OJU;JUJ\ll\?JJ OJ) ;ip!?p!Jfljl?JS;'l 98 l 'Oltl\);") :ip (};")JI) :ip J;"l)j;'ll)Jlj ;ip Sl)ltl;'l]S!S
l8( 'Jl!i!lll![HWlUOJOd!ll;"lJ OlJ:'ll?[!l:l!JJI) l?U ":1!) SOl!:l.J;'l ç ! ;:~<,();:: ;,p sunmo:1 s;,pnp;ifJdo1d
f8[ ·;, JTl[]Xl?Ul OJU;'llll!;"lS;JJ:1 ç \ ;::-r ! ;:: ·m;i i\ lU;'l 1:.1qop ep O!dJ:>ll!Jd
f8(-t'8( ;") Jllplt)!\1iH:lU Ojll;'lllJ!:lS;'lJ:1 9 l L ;,p ;JJ[J;lJJ{);");)p º!Jlllll:ip OJU;JUJJ.\OUJ
l8["t'8( 1! ! ;'lSSl)I,) \)]) S;'l\)S1lj;"lll S\!lll se \)Jt)d lU!;'lllll)ll;JlU l[J{);") Í.: [ ('. 'U!;"I SOJll;'lUIOU!
Ojt/;'llln?l\?J J () ! L 'lU;'l OlJ:'ll?)OJ :lJ) OJJ\l;JJ
Lt'Ç 'O!J\?lU;Jp ;'lJll!?ldSllllJJ. 01 ;::-(i()i.: 'm;, l?!:lll01S!S;'lJ :ip OJltl;'l;'l
9t" 'fj· ·1;;1ss~1 ([Z·t1;:: ';") O!JlJ![!IÜJ;i '0:l!Ul) º!J\lH!{\
I IZ 'O!Z OJ.?:'ll?JSIWJJ t'IL-[!L ;i OJJll!!!llb:i ·01dnp O!J\ltlftj
Lff ;1p sodp z
I r ·o 1;:: ·;i so!Jlrn1q
tÇ(-ZÇ( ;1p osn o 11.11:d so;1!t1Jp sn111;-,m!p;;:10Jd ! ;:;:
ri;r-1s:r 11 ;,ss1i1.J 0;111?.1:i1u! ·nJ.1:'ln.1.1. o;::z-81L '1)J!XlHU 1lp 0)\l;'llll!;")S;")JJ o .11:;"l~J!POLU 1und soq1:i1nd1)
16S (}.J?J?!lf
592 i11dic e
i
Índice 593
Quarta capa:
'
' Cobertura total dos tópicos que definem a Ortodontia!
Este é um livro projetado para oferecer uma introdução direta e abrangente à Ortodontia
As seis principais seções representam os fundamentos da prática ortodôntica. Além disso,
exemplos de casos relatam conceitos básicos e teôricos das aplicações clínicas, tornando o
texto atraente, prático e útil
(
e Capítulos especiais que discutem tópicos mais avançados como distürbios tem-
poromandibulares, assimetria facial e Ortoclontia cirurgica
o Contribuições ele especialistas de renome internacional, que permitam que você aprenda
com algumas das principais autoridades atuais.
Mantenha o livro Ortodontia sempre à mão para acesso imediato a informações atua-
lizada e confiáveis sobre a prática ortodôntica moderna.