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Resumo
A “Engenharia de Formação” é tema ainda pouco abordado nas produções acadêmicas
brasileiras, tendo aparecido pontualmente no início dos anos 2000. No Brasil, são mais
correntes as pesquisas que tratam da "Engenharia Didática". Neste artigo abordam-se os usos
que se fazem desse termo nas produções científicas brasileiras. Trata-se de um estudo
essa prática de formação recebe nas produções científicas brasileiras, principalmente nas
Engenharia Didática no Brasil tem acontecido ainda apenas experimentalmente, não sendo
prevalece um certo consenso em torno dos usos, significados e referências, e que esta suposta
1
Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (Br). Professor do Núcleo de Educação Básica
da Universidade Federal do Pará (Br). Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Educação
(dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/9569775365951199). Pesquisador 1D do CNPq. Emeio: rlima@ufpa.br.
Currículo Vitae Lattes: http://lattes.cnpq.br/7901626430586502. Orcid: 0000-0002-5982-793X.
2
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Pará – UFPA (Br). Estudante de doutorado da Universidade
Federal de São Carlos – UFSCar (Br). Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
– Capes. E-mail: luciane.tsilva@hotmail.com. Currículo Vitae Lattes: http://lattes.cnpq.br/0495011691036166.
Orcid: 0000-0002-8967-6298.
2
concordância pode revelar uma apropriação acrítica de ideias importadas da didática francesa,
Key words:
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1. Introdução
A tarefa de escrever sobre a Engenharia de Formação responde a um convite feito
fim de compor um número temático da Revista Phrónesis, acerca do tema "A formação pelo
sobre o tema no Brasil, na tentativa de identificar a sua origem, a sua forma de entrada no
país, na área da educação, seus usos e as suas principais contribuições e influências teóricas.
Formação no Brasil.
grande área de Ciências Humanas, isso para assegurar uma visão da produção de autores
Sucupira, bem como por 11 artigos identificados na base de dados do Scielo, concluímos que
processos de ensino e de aprendizagem das escolas de educação básica; que está restrita,
uma perspectiva pragmática, com certa subordinação dos saberes científicos àquilo que se
mostra necessário ao desenvolvimento das etapas das sequências didáticas; e que prevalece
um certo consenso em torno dos usos, significados e referências da ED, além do que essa
suposta concordância pode revelar uma apropriação acrítica de ideias importadas da Didática
Francesa.
Para a produção deste artigo realizamos um estudo exploratório por meio de uma
A primeira etapa de nossa pesquisa foi o levantamento das produções existentes sobre
pesquisa
produção.
3
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da
Educação Brasileiro, tem a função de fomentar a pesquisa científica e a pós-graduação stricto sensu (mestrado e
doutorado) no Brasil. O Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES é “o sistema online oficial do governo
brasileiro para depósito de teses e dissertações brasileiras, reunindo registros desde 1987. No ano de 2021,
constavam nesse banco 1.259.865 resumos de teses e dissertações, desenvolvidos entre os anos de 1987 e 2021.
A partir do ano 2013 também passaram a ser disponibilizados os textos integrais das produções defendidas nos
programas de pós-graduação brasileiros (https://biblioteca.pucrs.br/acervos/colecoes-on-line/teses-e-
dissertacoes/catalogo-capes/).
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Biblioteca Eletrônica Científica Online é uma biblioteca digital de livre acesso e modelo cooperativo de
publicação digital de periódicos científicos brasileiros (https://www.scielo.br/?lng=pt).
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como palavras-chave das produções nessas bases de dados bibliográficos. De acordo com a
expressar uma ideia clara e específica do conteúdo do trabalho e do seu campo de pesquisa.
dos anos 2000, e retomado a partir dos anos 2020, concentrado na UNB, todos na área da
presentes no país.
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No Brasil, a modalidade “mestrado acadêmico visa, primordialmente, o preparo de profissionais para atuação
na docência superior e na pesquisa acadêmica. Por sua vez, o mestrado profissional é voltado para a capacitação
de profissionais, nas diversas áreas do conhecimento, mediante o estudo de técnicas, processos ou temáticas que
atendam a alguma demanda do mercado de trabalho” (https://www.gov.br/capes/pt-br).
7
Em busca da convicção de que não fugiríamos ao tema proposto, mas que apenas
Inicialmente nos apoiamos em Mayen, Olry e Pastré (apud Renier, 2021), para quem a
tipos de engenharias que mantêm relação entre si. Esse autor esclarece, ainda, a relação entre
as engenharias:
Nous suivrons ici l’approche de Philippe Carré sur les quatre types d’ingénierie, en les
précisant:
– L’ingénierie de formation, la plus globale, qui détermine la position de la formation
dans son contexte, conçoit ses objectifs généraux, maîtrise la logistique, l’évaluation
et l’amélioration globale du dispositif, sur les bases d’un contrat de formation (niveau
global);
– L’ingénierie pédagogique, qui affine la conception, la conduite, l’évaluation et
l’amélioration des processus pédagogiques, sur les bases d’un contrat pédagogique
(niveau des méthodes);
– L’ingénierie didactique, qui affine la conception, la conduite, l’évaluation et
l’amélioration des situations d’apprentissage, sur les bases d’un contrat didactique
(niveau des outils);
– L’ingénierie des technologies pédagogiques, qui affine la conception, la mise en
œuvre spécifique, l’optimisation, l’évaluation, l’amélioration des moyens
technologiques utilisés, au service des trois autres ingénieries, et de façon transverse.
(p. 07)
ano de defesa das pesquisas realizadas, atrai interesse crescente no Brasil, como revelam os
Tabela 1 – teses e dissertações sobre o tema Engenharia Didática no Brasil – 2014 a 2017.
O interesse pelo tema surge a partir de 2007, crescendo de forma mais intensa a partir
informadas pelos autores, com destaque para os estudos feitos nas áreas de Ensino de
Ciências e Matemática, com 215 produções, Ensino, com 170, Matemática, com 69, e
Educação, com 60 produções no período. As demais áreas não correspondem nem a 5% das
pouco mais de 10% do total, o que nos levou a considerar, também, os estudos das áreas de
produções brasileiras sobre o tema. Foram esses textos prioritariamente lidos na pesquisa,
Didática”.
estados de São Paulo, do Pará e do Rio Grande do Sul, que reúnem mais de 57% (296) dos
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estudos identificados, ficando os demais estudos distribuídos entre os outros 24 estados que
Maria (UFSM) – 24 textos. Juntas, essas instituições sediaram 43,5% das dissertações e teses
Educação (60). Mas, apesar de anunciar 60 textos, apenas 49 estavam realmente identificados
e, destes, apenas 18 estavam integralmente disponíveis para a leitura. Esses textos estão
ensino (02), mas não havia nenhum disponível para leitura na Plataforma Sucupira.
identificados nas fontes documentais. Essa foi a base inicial de leitura das teses e dissertações
das áreas de Educação (18) e Educação Ciências e Matemática (23) que institucionalmente
6
São as seguintes as instituições com textos selecionados e a respectiva quantidade de textos: da área de
Educação: Universidade de Uberaba (Uniube) – 1, Universidade do Estado do Pará (UEPA) – 11, Universidade
de São Francisco (USF) – 1, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) – 1, Universidade do Estado
10
Para execução das análises iniciamos com a leitura dos resumos, a partir do que
revelaram. Sobre isso, Ferreira (2002) elucida que, quando assumirmos os resumos das
reconhecemos que:
contornados, uma vez que se evidenciou que é possível ler, em cada resumo e no conjunto
deles, outros enunciados, outros resumos, outras vozes, e perceber a presença de certos
da Bahia (UNEB) – 3 e Universidade Federal do Ceará (UFC) – 1; da área de Educação, Ciências e Matemática:
Universidade Anhanguera – 2, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) – 10, Universidade
Estadual de Maringá (UEM) – 4, Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) – 1, Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE) – 1, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – 2 e Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) – 1. Esses números permitem registrar que os textos da área de Educação
concentram os estudos realizados em uma instituição do estado do Pará. Já o estado de São Paulo, por meio de
três instituições, concentra as produções na área de Educação, Ciências e Matemática.
11
base de dados com a análise dos artigos publicados em periódicos científicos brasileiros
constantes no portal de revistas brasileiras do Scielo. Assim, não apenas ampliamos a base de
experientes e não apenas estudantes de cursos pós-graduados. Tais artigos foram lidos na
resultados convergiram, não sendo encontrado nenhum estudo que tivesse usado as
base de dados do Scielo, sendo 11 na área das Ciências Humanas, 6 em Ciências Sociais
das áreas relacionadas ao ensino de ciências e matemática, bem como uma forte presença de
autores de língua espanhola. Todos esses artigos foram lidos e fichados, passando a constituir
a base de dados a partir da qual se buscou compreender a Engenharia Didática nas produções
científicas brasileiras. Essa base, portanto, está composta pelas 18 dissertações e 23 teses
dados do Scielo.
considerou os seguintes aspectos: título da obra, ano de publicação, tema da pesquisa, área de
como estado do conhecimento (ou estado da arte), assume a forma de “uma espécie de
sistematizadas e analisadas;
7. exposição dos dados e das análises descritivas por meio deste artigo.
7
Parte-se do pressuposto que a cisão e o antagonismo entre aspectos quantitativos e qualitativos constituem
falsos problemas, principalmente quando se considera a natureza das fontes e a finalidade do estudo. “Na
realidade, qualquer fato social e educativo possui aspectos que podemos descrever em termos quantitativos [...]
e em termos qualitativos [...]; de um lado, não se justifica a pretensão estritamente quantitativa da metodologia
positivista e, por outro lado, a metodologia de pesquisa científica não se limita ao qualitativo. Precisamos de
uma articulação entre os dois tipos de aspectos” (Thiolent, 1987, p. 46).
13
La ingeniería didáctica “se denomina con este término a una forma de trabajo
didáctico equiparable con el trabajo del ingeniero quien, para realizar um proyecto
determinado, se basa en los conocimientos científicos de su dominio y acepta
someterse a un control científico. Sin embargo, al mismo tiempo, se encuentra
obligado a trabajar con objetos mucho más complejos que los objetos depurados de la
ciencia y, por lo tanto, tiene que abordar prácticamente, con todos los medios
disponibles, problemas de los que la ciencia no quiere o no puede hacerse cargo”
(Artigue, p. 34). La ingeniería didáctica, desarrollada específicamente en el área de la
educación matemática, tiene una doble función. Ella llega a significar tanto unas
producciones para la enseñanza, basadas en resultados de investigaciones que han
utilizado metodologías externas a la clase, como una metodología de investigación
específica (p. viii).
Esse é o objeto deste artigo, considerando o seu uso e seus significados na produção
científica brasileira, organizada a partir dos estudos em três fontes diferentes: 1) teses de
Pará (UEPA), que concentrou onze das dezoito teses/dissertações defendidas 8. As outras sete
8
Das 11 dissertações defendidas na UEPA nove tiveram o mesmo orientador, o Professor Pedro Sá, o qual,
segundo dados da Plataforma Sucupira, da Capes, foi o orientador de pós-graduação que mais orientou estudos
sobre Engenharia Didática na área de Educação no Brasil.
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foi a Educação Matemática, concentrando cerca de 95% dos estudos desenvolvidos. Destes,
resoluções de problemas matemáticos, tais como o ensino de radicais (Lopes, 2015), das
quatro operações (B. Silva, 2015), da geometria analítica (Pires, 2017), de potenciação
(Santos, 2017), das funções exponenciais (Silva, 2013), das matrizes e ensino das funções
logarítmicas (K. Silva, 2016). Outras pesquisas focam em temas matemáticos, mas
de funções afim e quadrática (Nery, 2013), a aprendizagem significativa (M. Silva, 2017), o
e subtração) (Santos, 2015). Apenas dois estudos trataram claramente da dialética relação
entre ensino e aprendizagem (Manzan, 2014 e Gomes, 2013). Outros dois estudos que se
aprendizagem matemática tradicional, tal como define Santos (2015): “Na Matemática
Artigue (1996)9, citada em mais da metade das pesquisas. Também foi citada a Teoria das
educação básica. Nenhuma situação relatada revela, entretanto, o estudo de uma situação real,
em que o docente desenvolva suas ações didáticas cotidianamente, fazendo uso da sequência
didática, evidenciando o que dizem Souza e Garnica (2016), de que a ED no Brasil ainda está
restrita ao ambiente universitário, mesmo que focando e propondo a sua expansão para a
educação básica.
pesquisa. Todos que citaram essa utilização a identificaram a partir do uso dos quatro
momentos da pesquisa, indicados por Michèle Artigue, a saber: “a) análise prévia, b)
Para Santos (2015), por exemplo, “a Engenharia Didática (serve) como estratégia de
pesquisa que permite a intervenção didática”. O mesmo caracterizou a sua pesquisa como:
Engenharia Didática, devido ao seu caráter intervencionista, bastante alinhado com esta
pesquisa”.
9
Artigue, Michelle (1996). Engenharia Didáctica. In: Brun, Jean (Org.). Didáctica das Matemáticas. Tradução
de Maria José Figueiredo. Lisboa: Instituto Piaget, 1996. p. 193-217.
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Alguns autores informaram que utilizaram a ED associada a outros recursos, tal como
citado por K. Silva (2016), que utilizou “a Teoria das Situações Didáticas, da Modelagem
didáticas”.
esse uso favoreceu um desempenho satisfatório dos alunos na resolução de questões que
envolvem radicais, ou seja, que o alunos se tornaram mais ágeis e que o tempo de aplicação
alunos melhoraram a capacidade de escrita e elaboraram textos cada vez mais formais
(Lopes, 2015); que “os resultados da comparação apontaram aumento significativo nas notas
do pós-teste” (B. Silva, 2015); “que a sequência didática aplicada revelou significativas
1º ano do ensino médio” (Nery, 2013); “que a sequência didática teve validação positiva uma
vez que a maioria das atividades foram consideradas válidas e que houve um avanço de 47%
em relação aos testes realizados” (Pires, 2017); que “os resultados revelam que a sequência
matrizes” (H. Silva, 2016); que “a sequência didática utilizada (...) para o ensino de
resolução das questões trabalhadas na sala de aula” (Santos, 2017); “que a sequência didática
contribuiu para que habilidades úteis ao desenvolvimento dos alunos fossem despertadas e/ou
(Santos, 2015); e que “a sequência didática pode ser um plausível instrumento para o ensino
destacou que:
Registramos ainda, outro resultado apontado por várias pesquisas, ou seja, que o
desempenho e desenvolvimento dos alunos, a partir do uso da ED, sofre “pouca interferência
socioeconômicas não interferiram no desempenho dos alunos (Santos, 2017). Trata-se de uma
metodologia, talvez pelo uso comum e pacífico de uma única e principal referência ou em
função do pequeno grupo de pesquisadores que se fizeram portas de entrada das ideias da ED
no Brasil. Tal forma de ver essa engenharia contraria, inclusive, a principal referência citada
nesses estudos, uma vez que Artigue (1995) sugere prudência no seu uso. Para esta autora:
Es claro que no existe un camino de reyes que pueda hacer de esta introducción al
campo del cálculo, un camino regular, continuo y sin trampas. Como lo demostraron
con claridad los trabajos que se han desarrollado en didáctica del cálculo en el
transcurso de los últimos quince años, las dificultades y obstáculos son múltiples y
pretender evitarlos, los refuerza. Los conocimientos adquiridos de hecho nos ayudan
en primera instancia a comprender mejor el funcionamiento de nuestros estudiantes, a
anticipar sus dificultades, a buscar com paciencia medios de acción adaptados en vez
de oscilar entre la búsqueda del método milagroso y la resignación fatalista (p. 134).
10
O Neotecnicismo recupera o tecnicismo educacional que, no Brasil, ganhou força enquanto abordagem
pedagógica nos anos 1960-70, no contexto da ditadura militar. “No âmbito educacional (o tecnicismo) teve
como principal característica o controle rígido das atividades pedagógicas, dirigidas de forma mecânica,
automática, repetitiva e programada. Aliado a interesses políticos e econômicos, o tecnicismo centra os esforços
no planejamento e controle do método de produção” (Simão, 2013). Do ponto de vista pedagógico, se
comprometia a “planejar a educação de modo a dotá-la de uma organização racional capaz de minimizar as
interferências subjetivas que pudessem pôr em risco sua eficiência” (Saviani, 2003, p.12).
Afirma Saviani (2003, p.13) que “na pedagogia tecnicista, o elemento principal passa a ser a organização
racional dos meios, ocupando o professor e o aluno posição secundária, relegados que são à condição de
executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e controle ficam a cargo de especialistas
supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais”.
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crítica científica que está na base de todo o imenso desenvolvimento que se atingiu na ciência
acadêmicas brasileiras, por considerá-lo também como elemento revelador do conteúdo e dos
nos estudos que tomaram a ED como tema de pesquisa. As palavras-chave são entendidas
estudos desenvolvidos numa determinada área. Assim, nas teses e dissertações defendidas na
Matemática” (12), “Engenharia Didática” (11), “Educação” (10), “Teoria das Situações
Didáticas” (6), “Ensino de Matemática por Atividades” (5) e Ensino de Diferentes Objetos
Matemáticos (14).
Engenharia Didática
estudos. Desses, 78% estavam concentrados em três instituições: PUC-SP (10), UEM (4) e
Esses estudos foram desenvolvidos entre os anos de 2013 e 2019, sendo a absoluta
maioria (21) identificados como vinculados à área de Ensino de Ciências e Matemática, dois
aprendizagem das noções de valores máximos e mínimos locais de funções de duas variáveis
reais (Ingar, 2014), a aprendizagem matemática na sua relação com validações empíricas e
Há, também, estudos com foco no ensino e na ação docente, tais como o ensino das
(C. Silva, 2015) e a formação continuada de professores que ensinam matemática (Chaparin,
2019).
Os estudos que focam na relação entre ensino e aprendizagem tomam como objeto o
sinais (Frizzarini, 2014), no cálculo mental, de forma dialógica, em Libras, com alunos
surdos (Zanquetta, 2015), no ensino e na aprendizagem das curvas (Pasa, 2017), no ensino e
na aprendizagem das noções de área, de perímetro e suas relações (J. Silva, 2016) e no ensino
(Mateus, 2014), na simetria ortogonal (C. Silva, 2015), na base de conhecimentos para o
ensino de taxa de variação na Educação Básica (E. Silva, 2017), nos conteúdos
21
“elaborar uma Engenharia Didática para o ensino de equações diferenciais” (Oliveira, 2014).
Ferreira, 2016; Chaparin, 2019; Cargnin, 2013; Zanqueta, 2015; J. Silva, 2016; e Frizzarini,
2014; Trevisan, 2016; e Pereira, 2017, tal como explica Cargnin, 2013), o que define a sua
pesquisa como “qualitativa, de natureza exploratória, que tem a Engenharia Didática como
metodologia de pesquisa”, ou conforme J. Silva (2016), que informa que sua “metodologia da
pesquisa é do tipo qualitativa, (que) utiliza como técnicas a análise documental, o estudo de
apoiados em Bogdan e Biklen (1994) e Lüdke e André (1986), tal como indica M. Silva
2014), a pesquisa bibliográfica (E. Silva, 2017), a pesquisa documental (J. Silva, 2016) e a
Artigue, citada por seis pesquisadores, a Teoria das Situações Didáticas de Brousseau, citada
por três pesquisadores vinculados apenas à Universidade Anhanguera. Além destes, foram
citados Bryant e Nunes, por Carvalho (2017), e Machado, citada por H. Silva (2016). Estes
últimos foram os únicos autores nacionais citados como referência teórica para explicar a ED,
o que revela a dependência teórica das produções brasileiras ao referencial teórico francês.
Quanto ao uso da ED, a maioria indicou utilizá-la como ferramenta metodológica, seja
como metodologia de pesquisa (Cargnin, 2013; Ferreira, 2016; Oliveira, 2015; Trevisan,
2016; Frizzarini, 2014; Paranhos, 2015; e C. Silva, 2015), como procedimento metodológico
Instrução Matemática (Carvalho, 2017), com o estudo de múltiplos casos (J. Silva, 2016) e
em uma sequência didática, em acordo com elementos da Engenharia Didática (Pasa, 2017),
Considerando o que diz Artigue, de que a ED tem uma dupla função: “Ella llega a
investigaciones que han utilizado metodologías externas a la clase, como una metodología de
revelam que esta foi utilizada principalmente como metodologia de pesquisas experimentais,
23
talvez porque ainda seja muito mais uma proposição de inovação do que uma prática didática
positiva das experiências que fizeram uso experimental da ED enquanto estratégia de ensino
uma vez que a idoneidade didática geral foi considerada alta. Quanto a isso, percebe-se que
específico da probabilidade e sua didática” (Carvalho, 2017). Numa pesquisa que procurava
que a ED se constitui conhecimento que favorece o ensino de taxa de variação (E. Silva,
inovadoras dos docentes da educação básica (Chaparin, 2019); que com o uso da ED
professores puderam avaliar a sua prática, ponderando sobre os métodos de ensino adotados
por eles, no sentido de observar se tais métodos estão ou não surtindo efeito na aprendizagem
de seus alunos (C. Silva, 2015); que o trabalho com ED apresenta perspectivas favoráveis,
especialmente em dois aspectos: na profundidade que se pode dar aos objetos estudados,
introduzir novos conhecimentos” (J. Silva, 2016); indicaram, ainda, que o uso da ED
autoconfiança dos sujeitos surdos diagnosticados com TDAH” (Zanqueta, 2015); que, de
forma geral, com o uso da ED ocorreu aprendizagem significativa” (Pereira, 2017); que a
pelos estudantes dos conceitos de derivada de funções reais a valores reais e de integral de
Riemann” e que tal mediação favorece o dinamismo dos estudantes na sua relação pessoal
com o objeto da ação finalizada, “uma vez que individualiza a interação professor-estudante
uso da ED, tal como observaram Barros (2016) e Araujo (2013). Para o primeiro, “a
porque permitiu a compreensão dos impactos causados pelas práticas docentes desenvolvidas
Professores (5), Cálculo de Duas Variáveis (4), Registro de Representação Semiótica (4) e
dados do Scielo (Scientific Eletronic Library Online). Estes estavam distribuídos entre os
aprendizagem matemática, tais como os artigos de Fioreze, Barone, Basso e Isaia (2013)
26
sobre o aprendizado da geometria; de Silva, Barone e Basso (2018) sobre o processo de cons-
trução de conceitos matemáticos por estudantes que fizeram o uso das tecnologias digitais; de
Ingar, Ferreira e Silva (2019) sobre as apreensões no registro gráfico de uma função de duas
tratadas separadamente na maioria dos estudos, como apontamos acima. Apenas Mesquita,
recentemente, nos anos de 2020 e 2021, focaram no ensino de física (Lima e Ferreira, 2020 e
Mesquita, Brockington, Testoni e Studart (2021), o que pode revelar uma tendência de
orientadas “apenas pela experiência docente, indo além da naturalização daquilo ‘que
funciona ou não funciona’ em sala de aula” (Mesquita, Brockington, Testoni e Studart, 2021).
Block, 2014; Silva, Barone e Basso, 2018; Mesquita, Brockington, Testoni e Studart, 2021), o
que, portanto, nos permite afirmar que essa autora serve como referência, no Brasil, para o
desenvolveu em torno dos trabalhos de Vergnaud, na área da teoria dos campos conceituais,
bem como na Teoria das Situações Didáticas, de Brousseau (Anido, López e Scola, 2006;
identificado nos artigos de Fioreze, Barone, Basso e Isaia (2013), de Lima e Ferreira (2020) e
de Ingar e Silva (2019). A grande maioria dos autores define a ED como metodologia de
pesquisa (Palmas e Block, 2014; Alves e Marinho, 2017); Silva, Barone e Basso, 2018;
Anido, López e Scola, 2006; Ingar e Silva, 2019); Lima e Ferreira, 2020; Ferreira, Soares e
Lima, 2008; Santos Junior, Dias e Bosch, 2019; e Fioreze, Barone, Basso e Isaia, 2013). Estes
últimos defendem que “a sua adoção é a possibilidade de articular a pesquisa com a ação
pedagógica”.
Um pouco diferente dos demais, em um dos artigos os autores informam que eles
2021).
28
como Santos Júnior, Dias e Bosch (2019), e Ingar e Silva (2019). Outros defendem que “por
meio da Teoria das Situações Didáticas, se tem o controle, previsão, predição e replicação
aprendizagem por parte de seus alunos” e “a oportunidade de avaliar e refletir sobre a sua
própria atuação” (Silva, Barone e Basso, 2018). Para esses últimos autores
todas as etapas de sua implementação prática (Lima e Ferreira, 2020; Mesquita, Brockington,
Testoni e Studart, 2021), tendo em mente ambientes mais complexos e objetos de estudo
menos controlados que os objetos tratados pelas ciências exatas (Mesquita, Brockington,
Michèle Artigue, citada por Palmas e Block (2014), Anido, López e Scola (2006), Silva,
Barone e Basso (2018), Lima e Ferreira (2020), Ingar e Silva (2019), Mesquita, Brockington,
29
Testoni e Studart (2021), Alves e Marinho (2017) e por Escolá e Márquez (2021). Também
foram citados como referências Ramírez (Palmas e Block, 2014); Gérard Vergnaud (Lima e
Ferreira, 2020; e Anido, López e Scola, 2006); Pais (Fioreze, Barone, Basso e Isaia, 2013; e
Ferreira, Soares e Lima, 2008); e Boschet & Robert e Douady (Alves e Marinho, 2017).
Mas também são bastante citados como intelectuais que contribuíram com noções e
2021; Anido, López e Scola, 2006; Santos Junior, Dias e Bosch, 2019; Lima e Ferreira, 2020;
Alves e Marinho, 2017); e Yves Chevallard (Mesquita, Brockington, Testoni e Studart, 2021;
quase que somente por suas positividades, contribuindo para o enriquecimento do “arcabouço
acompanhando-o com uma análise didática das alternativas de ensino da numeração escrita e
planejar necessidades de retrabalho docente para superação dos obstáculos e perceber lacunas
integração dos conhecimentos matemáticos a outras disciplinas (Santos Junior, Dias e Bosch,
2019).
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Engenharia Didática (5), aprendizagem (2), ensino de física (2) e ensino de matemática (2).
deste artigo em mapear o uso do termo “Engenharia Didática” nas produções científicas
nas áreas de Educação (288) e de Ensino (230), conforme consta no site da CAPES (2021),
mas desenvolvidos, na sua grande maioria, a partir do ano de 2013. Seu uso se dá
mas quase nunca como estratégia de ensino incorporada nas práticas docentes. Essa assertiva
é coerente com os resultados de pesquisa realizada por Bianchini e Machado (2019) que, ao
considerar sete artigos publicados na Revista Educação Matemática Pesquisa 11, identificaram
11
Essa revista não consta na base de dados do Scielo, por isso seus artigos não foram considerados na base de
dados do presente estudo.
31
de educação básica, apesar de a ED ser indicada para uso nessa etapa de ensino, bem como na
formação de professores;
enquanto metodologia de pesquisa, seu uso pode ser articulado a outras estratégias, tais como
o estudo de caso (Mateus, 2014), a pesquisa bibliográfica (E. Silva, 2017), a pesquisa
estrangeiras. Michèle Artigue, citada pela maioria dos pesquisadores, e a Teoria das
Chevallard, estas duas últimas referências entendidas mais como fontes que permitiram o
surgimento da ED, posteriormente desenvolvida por Artigue. Esse dado é coerente com outra
pesquisa realizada no Brasil (Bianchini e Machado, 2019), que fazem uma revisão
bibliográfica em artigos que tratam do tema e que identificou, em sete artigos analisados, que
todos eles tomavam Michèle Artigue como referência teórica. Também nos estudos de Costa
junto com Zabala, são os autores mais citados como referência em estudos sobre “sequência
didática”. Também Souza e Garnica (2016) identificaram, em sua pesquisa, que “Gerard
Vergnaud, Guy Brousseau, Michèle Artigue, Régine Douady e Yves Chevallard, etc., podem
32
que têm esses pesquisadores em altíssima conta –“ mas que podem ‘contaminar’ a circulação,
viciando-a e impedindo a entrada de novos olhares, novos agregados teóricos, numa espécie
acerca da compreensão e/ou do uso da ED, talvez em função da tomada de uma única e
3. Considerações finais
mas não há condições temporais ou práticas aqui, para esse feito. Chamamos a atenção,
entretanto, para alguns aspectos que nos pareceram importantes e sobre eles serão feitas
Na maioria dos estudos considerados sobre a ED, prevaleceu o seu uso experimental
em aulas simuladas ou em situações controladas, mas nenhuma delas teve relato de ter sido
realizada em uma situação real de sala de aula. Nenhuma pesquisa revelou que a ED,
enquanto ferramenta didática, seja utilizada em salas de aulas de escolas da educação básica
brasileira, a partir do que se poderia tirar conclusões mais fidedignas sobre o seu uso.
Tal situação também revela que a ED ainda é tema e prática restrita ao ambiente
acadêmico. Um dos autores de artigos estudados já fazia essa observação, ou seja, de que o
manuseio da ED no Brasil se dá, na grande maioria das vezes, por professores universitários.
Segundo esse autor, isso se explica pelas condições gerais de trabalho dos docentes
brasileiros, onde a rotina laboral é constituída de uma alta carga didática, restando pouco
33
Também Souza e Garnica (2016) fazem afirmação nessa direção. Dizem eles:
de Educação Especial e Linguística também são bastante pontuais. Essa forte concentração
pode criar vieses importantes para o reconhecimento da ED, pois o uso de uma referência em
uma instituição com grande número de pesquisas em andamento pode dar a impressão de que
representa a pesquisa da área no país. Exemplo disso é a referência a Chevallard, citado por
todas as pesquisas de uma única instituição, mas não citada em outras, fazendo tal autor
de entrada das ideias da ED no Brasil, e isso tem grande relevância, pois “aquele que se
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compreender o que, como e porque se faz o que se faz” (Souza e Garnica, 2016, p. 416).
3.2. Sobre o suposto consenso acerca das referências, dos usos, da validade da ED e da
importação de modelos pedagógicos
Todos os estudos considerados parecem atestar a validade do uso da ED, seja como
fizesse uma abordagem crítica sobre a ED. Nenhum outro indicou possíveis problemas ou
controvérsias nas formulações ou nos seus usos, fazendo parecer não haver maiores
certo consenso em torno das definições conceituais, do uso e até dos autores tomados como
referências da ED.
engenharia em solo brasileiro – o que seria possível e até necessário, tanto em relação ao seu
uso como metodologia de pesquisa quanto como estratégia didática. Essa visão pouco crítica
parece ter mais relação com a apropriação que se faz, no Brasil, dessa teoria do que com a
teoria em si (que não foi estudada aqui), já que algumas de suas principais referências pedem
Diz Artigue (1995) sobre seus ensinamentos que “nuestra enseñanza no debe vivir
sobre la ficción de un desarrollo continuo y regular del conocimiento, sino sobre la imagen de
un desarrollo más caótico donde no se excluyen las regresiones vinculadas con los
Da mesma forma, Chevallard (2009) escreve um artigo a partir do qual defende uma
Les conditions qui sont l’objet d’étude de la didactique ne peuvent être énumérées a
priori: leur découverte progressive et la compréhension de leur rôle dans la diffusion
de telle ou telle entité praxéologique ℘ sont l’objectif permanent de la recherche en
didactique. (p. 12).
nacionais” brasileiras. Para eles não parece haver, no caso da circulação da Didática da
pesquisadores da Educação Matemática ouvidos. Dizem Souza e Garnica (2016, p. 430) que
termos/expressões e teorias) estão presentes nas falas de vários dos entrevistados, de modo
bastante sincronizado”.
Francesa apresenta-se, por vezes, na forma de um encantamento que releva e/ou justifica o
entusiasmo pelas investigações que desenvolvem nesta área. De acordo com Souza e Garnica
(2016).
36
Assim, neste caso específico dos depoimentos que coletamos, parece ocorrer, nesse
sentido, uma espécie de situação dual, de conflito entre posições, na qual o
pesquisador que atua no Brasil não somente valoriza, às vezes em demasiado, o
produto e as práticas dos franceses, ao mesmo tempo em que, de algum modo,
desvaloriza ou relativiza de maneira muito marcante o que é produzido/praticado no
Brasil (p. 430).
apropriação crítica de modelos teóricos importados, que considere a realidade onde aquelas
governamentais de fomento à pesquisa, como a Capes e o CNPq, por se entender que esse
Mas é necessário, para isso, que se considere o contexto de onde foram geradas as
ideias a serem introduzidas, bem como o contexto de onde são recebidas, para que não se
didáticos que, assim, teriam menores possibilidades de efetividade, mas grande chance de
autores das teorias francesas criaram meios, no Brasil, de fazer circular, em sua comunidade
de vínculo, o ideário do qual se apropriaram na fonte” (Souza e Garnica, 2016, p. 423). Para
esses autores, tal situação pode revelar uma “estratégia colonizadora” que, embora possibilite
seja reconhecida a importância do que foi feito além desse centro originário.
locais.
A apropriação acrítica resulta do pensamento de mesmo nome, do tipo que revela uma
uma comunidade, em todo o país, na área de ensino de ciências e matemática” (CARVALHO apud SOUZA e
GARNICA, 2016, p. 422).
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Já o bom senso, que tem como ponto de partida o próprio senso comum, renova este a
partir de dentro e, potencializado criticamente, “revela-se como fundado em uma certa dose
ativo uma consciência teórica clara da sua ação (Mari & Grade, 2012).
senso comum que gera acomodação. No caso aqui em específico, parece ser condição para o
Também foi possível identificar, em várias pesquisas, a percepção de que o uso das
pensamento positivista moderno. Tal ideia parece resultar da apropriação acrítica citada
Mesmo que alguns autores cheguem a destacar o fato de que seria importante
considerar o ambiente de aula como “um ambiente de ação e reflexão”, (C. Silva, 2015, p.),
Trata-se de uma perspectiva positivista e neotecnicista que se faz presente nas atuais
p. 11).
Trata-se de uma perspectiva pedagógica não-crítica, como define Saviani (2003), para
quem esse tipo de teoria entende a educação como instrumento de equalização social. Para
O problema decorrente do uso desse tipo de pedagogia, que tenta transpor para a
Algo que também ficou claro nesses estudos é uma certa supervalorização do saber
prático em detrimento dos saberes teóricos (ver Trevisan, 2016; Barros, 2016). Ao mesmo
intuição, ela se apresenta também como alternativa ao ensino meramente teórico, este
também pode ser revelador da prevalência de estudos preocupados com os processos práticos
segundo James (1974), propõe uma atitude de olhar para além das “categorias” e de procurar
verdadeiro, objetivo.
O caráter pragmático que tem marcado as pesquisas sobre ED foi identificado e pode
ser observado em vários dos textos estudados. Uma de suas consequências possíveis e
indesejadas é a promoção de processos de adaptação dos indivíduos àquilo que lhe foi
planejado.
Matemática, a Engenharia de Formação ainda é uma ideia a ser conhecida. Como uma última
concentram estudos sobre educação profissional, área de grande uso na França da Engenharia
de Formação, mas não encontramos nenhuma publicação sobre o tema: Boletim Técnico do
e Tecnológica (https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT).
constitui como um novo paradigma de formação no Brasil, concluímos que não. Nem mesmo
41
pode ser apontada como novo paradigma, pois a sua influência, apesar de crescente, é ainda
Ciências e Matemática, coloca-se como uma promissora proposta de integração entre saberes
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