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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

UECE
Assistente de Administração
EDITAL Nº01/2016-SEPLAG/SECITECE, DE 05 DE OUTUBRO DE 2016

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretação de Texto;.........................................................................................................................................................01
Ortografia;.............................................................................................................................................................................06
Acentuação Gráfica; Sílaba (Separação e Classificação); Encontros Vocálicos e Consonantais;..................................09
Classes Gramaticais (substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, crase, conjunção,
interjeição);...................................................................................................................................................................................14
Formação das Palavras.........................................................................................................................................................54
Sintaxe (frase, oração, tipos de sujeito, predicado, objeto direto e indireto);................................................................59
Concordância nominal e verbal;..........................................................................................................................................71
Regência nominal e verbal...................................................................................................................................................76

ATUALIDADES

Conhecimentos de assuntos nas áreas: política; economia; sociedade; geografia; educação; tecnologia; ciências;
energia; relações internacionais; desenvolvimento sustentável; segurança; artes e literatura; e suas vinculações históricas
destes tópicos em nível municipal, estadual, regional, nacional e internacional....................................................................01

INFORMÁTICA

Instalação; utilização e manutenção de hardwares e softwares; conhecimentos e domínio do uso de ferramentas de


softwares para microcomputadores; .........................................................................................................................................01
aplicativos para elaboração de textos,.................................................................................................................................22
planilhas eletrônicas e banco de dados;..............................................................................................................................49
conhecimentos de instalação e manutenção de redes de computadores; conhecimentos de proteção e segurança de
sistemas; sistemas operacionais e Internet e Intranet..............................................................................................................73

Didatismo e Conhecimento
Índice

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

Administração: Conceito, Objetivo, Princípios Básicos e Funções..................................................................................01


Tipos de organização.............................................................................................................................................................03
Teoria Geral dos Sistemas....................................................................................................................................................07
Gestão de Pessoas..................................................................................................................................................................09
Noções de Planejamento estratégico....................................................................................................................................17
Administração da Qualidade...............................................................................................................................................17
Noções de Arquivo.................................................................................................................................................................20
Ética e Responsabilidade Social...........................................................................................................................................37

NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO

Normas Constitucionais sobre Administração Pública e servidores públicos (Constituição Federal/88, com suas
alterações).....................................................................................................................................................................................01
Licitações e Contratos (Lei 8.666/93 e suas alterações).....................................................................................................05
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará (Lei Estadual Nº9.826/74 e suas alterações)..............30
Decreto Estadual nº31.198, de 30/04/2013 (Código de Ética e Conduta na Administração Pública Estadual do
Ceará)............................................................................................................................................................................................60

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios;..............................................................................................................................................................................01
Atos Administrativos;...........................................................................................................................................................05
Servidores públicos;..............................................................................................................................................................08
Administração Pública;........................................................................................................................................................ 11
Ética no serviço público........................................................................................................................................................13

Didatismo e Conhecimento
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Atenção
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Didatismo e Conhecimento
Artigo
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de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
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A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
Interpretar X compreender
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO;
Interpretar significa
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a - É possível deduzir que...
preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui al- - O autor permite concluir que...
guns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
questões relacionadas a textos.
Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas en- - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está es-
tre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação crito.
comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ). - o texto diz que...
- é sugerido pelo autor que...
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a an- - o narrador afirma...
terior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação
do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome Erros de interpretação
de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão
grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros
analisada separadamente, poderá ter um significado diferente da- de interpretação. Os mais frequentes são:
quele inicial. - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do contexto,
acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências di- prévio do tema quer pela imaginação.
retas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de
recurso denomina-se intertexto. - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas
a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias,
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpre- o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
tação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par- desenvolvido.
tir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as
argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às
questões apresentadas na prova. do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
quentemente, errando a questão.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso,
uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). mais.
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de
diferenças entre as situações do texto. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras pa-
realidade, opinando a respeito. lavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma
em um só parágrafo. relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia
Condições básicas para interpretar e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
Fazem-se necessários: antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros literá- relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de
rios, estrutura do texto), leitura e prática; adequação ao antecedente.
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação
semântico; de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sen-
Observação – na semântica (significado das palavras) incluem- do, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo
-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e adequado a cada circunstância, a saber:
antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. - que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas
- Capacidade de observação e de síntese e depende das condições da frase.
- Capacidade de raciocínio. - qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa)

Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto 2-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
possuído. NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o poe-
- como (modo) ma, é correto afirmar que
- onde (lugar) (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade é algo
quando (tempo) ruim.
quanto (montante) (B) amigo que não guarda segredos não merece respeito.
(C) o melhor amigo é aquele que não possui outros amigos.
Exemplo: (D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.
Falou tudo QUANTO queria (correto) (E) entre amigos, não devem existir segredos.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria apa-
recer o demonstrativo O ). 3-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE-
CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITEN-
CIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder à questão.
Dicas para melhorar a interpretação de textos
Casamento
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a lei- Há mulheres que dizem:
tura; Meu marido, se quiser pescar, pesque,
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo me- mas que limpe os peixes.
nos duas vezes; Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
- Inferir; ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; de vez em quando os cotovelos se esbarram,
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor com- ele fala coisas como “este foi difícil”
preensão; “prateou no ar dando rabanadas”
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; e faz o gesto com a mão.
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Fonte: Por fim, os peixes na travessa,
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/co- vamos dormir.
mo-interpretar-textos Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
QUESTÕES (Adélia Prado, Poesia Reunida)

1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) (A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não gostam
O contexto em que se encontra a passagem – Se deixou de bajular que os maridos frequentem pescarias, pois acham difícil limpar os
os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e ra- peixes.
inhas do 20 (2.º parágrafo) – leva a concluir, corretamente, que a (B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que
não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os esbarrões de
menção a
cotovelos na cozinha.
(A) príncipes e princesas constitui uma referência em sentido
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozinhas com
não literal.
seus maridos na cozinha, enquanto limpam os peixes.
(B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido não li-
(D) as mulheres que amam valorizam os momentos mais sim-
teral. ples do cotidiano vividos com a pessoa amada.
(C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência (E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para
em sentido não literal. limpar, abrir e salgar o peixe.
(D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência
em sentido literal. 4-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
(E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal. FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
Texto para a questão 2:
A marca da solidão
DA DISCRIÇÃO Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de pa-
Mário Quintana ralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa
Não te abras com teu amigo pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra
Que ele um outro amigo tem. na tarde quente.
E o amigo do teu amigo Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de
Possui amigos também... cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade) tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos

Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver a) vigilantes.
para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o b) carga.
mundo cabe numa fresta. c) viatura.
d) foi.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: e) desviada.
Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo reduzi- 8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
do no qual o menino detém sua atenção é Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
(A) fresta. — Carta para o 9.326!!!
(B) marca. Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em
(C) alma. branco, e um outro pergunta:
(D) solidão. — Quem te mandou essa carta?
(E) penumbra. — Minha irmã.
— Mas por que não está escrito nada?
5-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
PE/2012) Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adapta-
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a tota- ções).
lidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção de O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima
mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende decorre
a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, A) da identificação numérica atribuída ao louco.
o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus níveis, uma B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta no
espécie de segunda revelação do mundo. hospício.
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta.
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Re- D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
nascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec,
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
1987, p. 73 (com adaptações).
9-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual “O
Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica:
riso”.
— Por favor, quero falar com o dr. Pedro.
(...) CERTO ( ) ERRADO
— O senhor tem hora?
O sujeito olha para o relógio e diz:
6-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
— Sim. São duas e meia.
PE/2010)
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu — Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente.
pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge uma expli- — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me paga
cação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado de o aluguel do consultório...
energia no final de 2009. Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adapta-
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica ções).
(ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Fur-
nas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km que No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao ho-
separam Itaipu de São Paulo. mem para saber se ele
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de investi- A) verificou o horário de chegada e está sob os cuidados do
mentos e também erros operacionais conspiraram para produzir a dr. Pedro.
mais séria falha do sistema de geração e distribuição de energia B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o pagamento
do país desde o traumático racionamento de 2001. do aluguel.
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). C) tem relógio e sabe esperar.
D) marcou consulta e está calmo.
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cuidados do
acima apresentado, julgue os próximos itens. dr. Pedro.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 esta-
dos do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO
(...) CERTO ( ) ERRADO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Aten-
ção: As questões de números 10 a 13 referem-se ao texto abaixo.
7-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI- Liderança é uma palavra frequentemente associada a feitos
NISTRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura, e realizações de grandes personagens da história e da vida so-
com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de São cial ou, então, a uma dimensão mágica, em que algumas poucas
Paulo.” pessoas teriam habilidades inatas ou o dom de transformar-se em
Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que, em sua grandes líderes, capazes de influenciar outras e, assim, obter e
estrutura sintática, houve supressão da expressão manter o poder.

Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a maioria No contexto, inter-relação significa
das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos desenvolver con- (A) o respeito que os membros de uma equipe devem demons-
sideravelmente as suas capacidades de liderança. trar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por resultarem em
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns que benefício de todo o grupo.
aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjunto, formam (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um grupo
uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias algumas habili- devidamente orientado pelo líder e aqueles propostos pela organi-
dades, mas elas podem ser aprendidas tanto através das experiên- zação a que prestam serviço.
cias da vida, quanto da formação voltada para essa finalidade. (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em equipe,
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; envolve de modo que os mais capacitados colaborem com os de menor
duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para serem capacidade.
atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem a (D) a criação de interesses mútuos entre membros de uma
interação cooperativa dos membros envolvidos. Não pressupõe equipe e de respeito às metas que devem ser alcançadas por todos.
proximidade física ou temporal: pode-se ter a mente e/ou o com- 13-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
portamento influenciado por um escritor ou por um líder religioso NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe
que nunca se viu ou que viveu noutra época. [...] proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo)
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação do po- A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que
der de influência do líder, implica dizer que parte desse poder en- (A) a presença física de um líder natural é fundamental para
contra-se no próprio grupo. É nessa premissa que se fundamenta que seus ensinamentos possam ser divulgados e aceitos.
a maioria das teorias contemporâneas sobre liderança. (B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sempre se
Daí definirem liderança como a arte de usar o poder que exis- atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de autores diver-
te nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para fazerem o que sos.
se requer delas, da maneira mais efetiva e humana possível. [...] (C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se
(Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza Pinto. houver distância no tempo e no espaço entre aquele que influencia
Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na Administra- e aquele que é influenciado.
ção pública do Estado de São Paulo, org. Lais Macedo de Oliveira
(D) as influências recebidas devem ser bem analisadas e pos-
e Maria Cristina Pinto Galvão, Secretaria de Gestão pública, São
tas em prática em seu devido tempo e na ocasião mais propícia.
Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e 292, com adaptações)
14-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR –
10-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
FGV PROJETOS/2010)
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com o
texto, liderança
(A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não pode ser Painel do leitor (Carta do leitor)
desenvolvida por aqueles que somente executam tarefas em seu Resgate no Chile
ambiente de trabalho.
(B) é típica de épocas passadas, como qualidades de heróis da Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de sal-
história da humanidade, que realizaram grandes feitos e se torna- vamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo de uma
ram poderosos através deles. mina de cobre e ouro no Chile.
(C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até mesmo Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso,
adquirida, de conseguir resultados desejáveis daqueles que cons- mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus
tituem a equipe de trabalho. companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda técnica
(D) torna-se legítima se houver consenso em todos os grupos e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofereceram
quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá mobilizar esses à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário que só
grupos em torno de seus objetivos pessoais. enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois “socor-
ristas” que, demonstrando coragem e desprendimento, desceram
11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC- na mina para ajudar no salvamento.
NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa (Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – painel
claro que do leitor – 17/10/2010)
(A) a importância do líder baseia-se na valorização de todo o
grupo em torno da realização de um objetivo comum. Considerando o tipo textual apresentado, algumas expressões
(B) o líder é o elemento essencial dentro de uma organização, demonstram o posicionamento pessoal do leitor diante do fato por
pois sem ele não se poderá atingir qualquer meta ou objetivo. ele narrado. Tais marcas textuais podem ser encontradas nos tre-
(C) pode não haver condições de liderança em algumas equi- chos a seguir, EXCETO:
pes, caso não se estabeleçam atividades específicas para cada um A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...”
de seus membros. B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de
(D) a liderança é um dom que independe da participação dos cobre e ouro no Chile.”
componentes de uma equipe em um ambiente de trabalho. C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC- E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desceram na
NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da mina...”
liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo)

Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO 18-) (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL-
– VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão.
questões de números 15 a 17.
Férias na Ilha do Nanja
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as malas
nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo faz, pensan-
do nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras* – sem fa-
lar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pedras
soltas e as barreiras...
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de tanto
trabalho; de tanta luta com os motoristas da contramão; enfim,
cansados, cansados de serem obrigados a viver numa grande ci-
dade, isto que já está sendo a negação da própria vida.
E eu vou para a Ilha do Nanja.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as (Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1. Porto
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce Alegre: L&PM, 1976. p. 95.)
como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou vendo
os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça à janela a A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunista mi-
namorar um moço na outra janela de outra ilha. neiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar que o tema
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adaptado) apresentado é
(A) a oposição entre o modo de pensar e agir.
*fissuras: fendas, rachaduras (B) a rapidez da comunicação na Era da Informática.
(C) a comunicação e sua importância na vida das pessoas.
15-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA- (D) a massificação do pensamento na sociedade moderna.
LHO – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a
maneira como se preparam para suas férias, a autora mostra que Resolução
seus amigos estão
(A) serenos. 1-)
(B) descuidados. Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rainhas” do sécu-
(C) apreensivos. lo 20 são as personalidades da mídia, os “famosos” e “famosas”.
(D) indiferentes. Quanto a príncipes e princesas do século 19, esses eram da corte,
(E) relaxados. literalmente.

16-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA- RESPOSTA: “B”.


LHO – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
que, assim como seus amigos, a autora viaja para 2-)
(A) visitar um lugar totalmente desconhecido. Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informação con-
(B) escapar do lugar em que está. tida na alternativa: revelar segredos para o amigo pode ser arris-
(C) reencontrar familiares queridos. cado.
(D) praticar esportes radicais.
(E) dedicar-se ao trabalho. RESPOSTA: “D”.

17-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde, “à 3-)


beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como um bosque” Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a autora narra
(último parágrafo), a autora sugere que viajará para um lugar um momento simples, mas que é prazeroso ao casal.
(A) repulsivo e populoso.
(B) sombrio e desabitado. RESPOSTA: “D”.
(C) comercial e movimentado. 4-)
(D) bucólico e sossegado. Com palavras do próprio texto responderemos: o mundo cabe
(E) opressivo e agitado. numa fresta.

RESPOSTA: “A”.

5-)
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; ele
abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacionam-se. O
pronome “ele” retoma o sujeito “riso”.

RESPOSTA: “CERTO”.

Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) 13-)
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo menos Não pressupõe proximidade física ou temporal = o aprendi-
1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o qual”, portan- zado da liderança pode ser produtivo, mesmo se houver distância
to, trata-se de um pronome relativo (oração subordinada adjetiva). no tempo e no espaço entre aquele que influencia e aquele que é
Quando há presença de vírgula, temos uma adjetiva explicativa influenciado.
(generaliza a informação da oração principal. A construção seria:
“do apagão, que atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados RESPOSTA: “C”.
do país”); quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
delimita a informação – como no caso do exercício). 14-)
Em todas as alternativas há expressões que representam a opi-
RESPOSTA: “CERTO’. nião do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra / Não se pode
esquecer / gesto humanitário que só enobrece / demonstrando co-
7-) ragem e desprendimento.
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abando-
nada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se da figura RESPOSTA: “B”.
de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, que consis-
te na omissão de um termo já citado anteriormente (diferente da 15-)
elipse, que o termo não é citado, mas facilmente identificado). No “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras
enunciado temos a narração de que a carga foi desviada e de que a – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as
viatura foi abandonada. pedras soltas e as barreiras...” = pensar nessas coisas, certamente,
deixa-os apreensivos.
RESPOSTA: “D”.
8-) RESPOSTA: “C”.
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais aparece 16-)
no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, porque nós Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta da
brigamos e não estamos nos falando”. própria autora!

RESPOSTA: “D”. RESPOSTA: “B”.

9-) 17-)
“O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o se- Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
nhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele marcou horário
e se é paciente do Dr. Pedro. RESPOSTA: “D”.

RESPOSTA: “E”. 18-)


Questão que envolve interpretação “visual”! Fácil. Basta ob-
10-) servar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”.
Utilizando trechos do próprio texto, podemos chegar à con-
clusão: O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; en- RESPOSTA: “A”.
volve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para
serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem
a interação cooperativa dos membros envolvidos = equipe ORTOGRAFIA;
RESPOSTA: “C”.

11-) A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta


O texto deixa claro que a importância do líder baseia-se na das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua.
valorização de todo o grupo em torno da realização de um objetivo As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no
comum. que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados
diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do
RESPOSTA: “A”. grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal).
As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm
12-) a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular
Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresentadas, a que do verbo gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço,
está coerente com o sentido dado à palavra “inter-relação” é: “a palácio ou passo, movimento durante o andar).
criação de interesses mútuos entre membros de uma equipe e de Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se obser-
respeito às metas que devem ser alcançadas por todos”. var as seguintes regras:

RESPOSTA: “D”.

Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
O fonema s: O fonema j:

Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas Escreve-se com G e não com J:
derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso.
pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
/ inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas ex-
divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / ceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir
- sensível / consentir - consensual Observação: Exceção: pajem
*as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio,
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados dos relógio, refúgio.
verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
terminados por tir ou meter: agredir - agressivo / imprimir - im- *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir.
pressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso *depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com
/ percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / j: ágil, agente.
comprometer - compromisso / submeter - submissão Escreve-se com J e não com G:
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com a pala- *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
vra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, man-
surgir - ressurgir jerona.
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: fi- *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
casse, falasse
O fonema ch:
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de
origem árabe: cetim, açucena, açúcar Escreve-se com X e não com CH:
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juça- *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, mu-
ra, caçula, cachaça, cacique
xoxo, xucro.
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço:
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): xampu,
barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança,
lagartixa.
carapuça, dentuço
*depois de ditongo: frouxo, feixe.
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - de-
*depois de “en”: enxurrada, enxoval.
tenção / ater - atenção / reter - retenção
*após ditongos: foice, coice, traição
Observação: Exceção: quando a palavra de origem não derive
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): marte -
marciano / infrator - infração / absorto - absorção de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

O fonema z: Escreve-se com CH e não com X:


*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
Escreve-se com S e não com Z: mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo,
ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, freguesa, fregue- As letras e e i:
sia, poetisa, baronesa, princesa, etc. *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com “i”,
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose. só o ditongo interno cãibra.
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui- *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos
seste. com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com
*nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”: infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difun- - atenção para as palavras que mudam de sentido quando subs-
dir - difusão tituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (me-
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Luisi- lodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à
nho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé),
*após ditongos: coisa, pausa, pouso pião (brinquedo).
*em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”:
anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ortografia

Escreve-se com Z e não com S: Questões sobre Ortografia


*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo:
macio - maciez / rico - riqueza 01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre as
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem frases que seguem, a única correta é:
não termine com s): final - finalizar / concreto - concretizar a) Ele se esqueceu de que?
*como consoante de ligação se o radical não terminar com s: b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho entre os presentes.

Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas. (D) Mas elas crescem...
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos fun- (E) Mas elas crescerão...
cionários.
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração. 07. (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – VU-
NESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho
02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alternativa – O teste decisivo e derradeiro para ele, cidadão ansioso e sofre-
cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma- dor...– está escrito corretamente no plural.
-padrão. (A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadãos ansioso
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. e sofredores...
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. (B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadães ansio-
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. so e sofredores...
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. (C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos ansio-
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! sos e sofredores...
(D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadões ansioso
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). e sofredores...
Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os (E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadães ansio-
usuários sobre o festival Sounderground. sos e sofredores...
Prezado Usuário 08. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FUJB/2011)
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do me- Assinale a alternativa em que a frase NÃO contraria a norma culta:
trô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso
começa o Sounderground, festival internacional que prestigia os posso me queixar com razão.
músicos que tocam em estações do metrô. B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultrapas-
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e sarmos os infortúnios da vida.
divirta-se! C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que ver-
mos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida.
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher
D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento, principal-
as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões
mente daqueles que procuram viver com dignidade e simplicidade.
A) A fim ...a partir ... as B) A fim ...à partir ... às
E) As dificuldades por que passamos certamente nos fazem
C) A fim ...a partir ... às D) Afim ...a partir ... às
mais fortes e preparados para os infortúnios da vida.
E) Afim ...à partir ... as
09.Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta:
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
A) Porque essa cara? B) Não vou porque não quero.
FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte C) Mas por quê? D) Você saiu por quê?
frase:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO
ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aero- FORENSE - CESPE/2013 - adaptada) Uma variante igualmente
portos. correta do termo “autópsia” é autopsia.
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, ( ) Certo
mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês. ( ) Errado
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de des-
cançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio. GABARITO
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa pode 01.E 02. D 03. C 04. A 05. B
estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise. 06. E 07. C 08. E 09. A 10. C
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia,
mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios RESOLUÇÃO
ilegítimos.
1-)
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita? (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para distribui
B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança. -lo (distribuí-lo) entre os presentes.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos excessivos
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa. nas críticas.
(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindicações
06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – VU- dos funcionários.
NESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas ela (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o verbo no
tempo futuro. 2-)
(A) Mas elas cresceram... (A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
(B) Mas elas cresciam... (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. = ci-
(C) Mas elas cresçam... dadãos

Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. = 9-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome está
certidões longe do ponto de interrogação.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
10-) autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia
3-) Prezado Usuário (fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, a start.htm?sid=23)
partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o Sounder- RESPOSTA: “CERTO”.
ground, festival internacional que prestigia os músicos que tocam
em estações do metrô.
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão ACENTUAÇÃO GRÁFICA;
e divirta-se! SÍLABA (SEPARAÇÃO E
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes de CLASSIFICAÇÃO); ENCONTROS
horas: há crase VOCÁLICOS E CONSONANTAIS;
4-) Fiz a correção entre parênteses:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a
ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aero- Acentuação Gráfica
portos.
(B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua esponta- A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras esta-
neidade, mas nada que ponha em cheque (xeque) sua reputação de belecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de algumas
pessoa cortês. particularidades, às quais devemos estar atentos, procurando esta-
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de belecer uma relação de familiaridade e, consequentemente, colo-
descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza (frondosa) cando-as em prática na linguagem escrita.
árvore do pátio. À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de
(D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência dessa má- redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo
goa pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) na superação nos adequamos à forma padrão.
dessa sua crise.
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção dessa alta Regras básicas – Acentuação tônica
quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de conivente na concessão
de privilégios ilegítimos. A acentuação tônica implica na intensidade com que são pro-
nunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais
5-) acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. = pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas.
mendigo/caderneta/poupança
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. = De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
mendigo/caderneta/poupança como:
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
=mendigo/depositou/caderneta/poupança Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última
sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na pe-
crescerão... núltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível

7-) Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa cor- Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na
reta já indica onde estão as inadequações nos demais itens. antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médi-
co – ônibus
8-) Fiz as correções entre parênteses:
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infortúnios, Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de uma
por isso posso me queixar com razão. sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba so-
B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes para ul- mente: são os chamados monossílabos que, quando pronunciados,
trapassarmos os infortúnios da vida. apresentam certa diferenciação quanto à intensidade.
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que ver- Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em
mos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar
D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto sofrimen- no exemplo a seguir:
to, principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e
simplicidade. “Sei que não vai dar em nada,
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) passamos Seus segredos sei de cor”.
certamente nos fazem mais fortes e preparados para os infortúnios
da vida. Os monossílabos classificam-se como tônicos; os demais,
como átonos (que, em, de).

Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
Os acentos geléia geleia
jibóia jiboia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» e apóia (verbo apoiar) apoia
sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras representam as paranóico paranoico
vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos) ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país –
Luís
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o”
indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: tâmara – Atlân- Observação importante:
tico – pêssego – supôs Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos quando vierem depois de ditongo: Ex.:
e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles Antes Agora
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abo- bocaiúva bocaiuva
lido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras deri- feiúra feiura
vadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de Müller) Sauípe Sauipe

til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais na- O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
sais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã Ex.:
Antes Agora
Regras fundamentais: crêem creem
lêem leem
Palavras oxítonas: vôo voo
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, enjôo enjoo
“em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – ar-
mazém(s) - Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que,
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento como
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos antes: CRER, DAR, LER e VER.
ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas Repare:
de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo 1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você.
Paroxítonas: 2-) Elza lê bem!
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: Todas leem bem!
- i, is : táxi – lápis – júri 3-) Espero que ele dê o recado à sala.
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum Esperamos que os garotos deem o recado!
- l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps 4-) Rubens vê tudo!
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos Eles veem tudo!
-- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê?
Repare que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas * Cuidado! Há o verbo vir:
que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, Ele vem à tarde!
ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização! Eles vêm à tarde!

-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”: Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando segui-
água – pônei – mágoa – jóquei dos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-
te, sa-ir, ju-iz
Regras especiais:
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a
nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem prece-
didas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra
oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.: As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
herói, céu, dói, escarcéu. “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
serão mais acentuadas. Ex.:
Antes Agora
assembléia assembleia
idéia ideia

Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
Antes Depois ( ) CERTO ( ) ERRADO
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue 04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
argúi (arguir) argui GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a
afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural A) tevê – pôde – vê
de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir) B) únicas – histórias – saudáveis
C) indivíduo – séria – noticiários
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, D) diário – máximo – satélite
deter, abster.
ele contém – eles contêm 05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
ele obtém – eles obtêm PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acen-
ele retém – eles retêm to gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
ele convém – eles convêm (...) CERTO ( ) ERRADO

Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram 06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes (regra do PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” rece-
acento diferencial). Apenas em algumas exceções, como: bem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação grá-
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito fica.
perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para (...) CERTO ( ) ERRADO
diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
indicativo). Ex: 07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES-
Ela pode fazer isso agora. GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mesmas
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”, respecti-
vamente, são
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da prepo- a) trajetória, inútil, café e baú.
sição por. b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, c) necessário, túnel, infindáveis e só.
estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros d) médio, nível, raízes e você.
casos, “por” preposição. Ex: e) éter, hífen, propôs e saída.
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? 08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acentua-
dos graficamente de acordo com a mesma regra de acentuação grá-
Questões sobre Acentuação Gráfica fica os vocábulos
A) também e coincidência.
01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA B) quilômetros e tivéssemos.
– VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras são C) jogá-la e incrível.
acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que justificam, D) Escócia e nós.
respectivamente, as acentuações de: década, relógios, suíços. E) correspondência e três.
(A) flexíveis, cartório, tênis.
(B) inferência, provável, saída. 09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(C) óbvio, após, países. PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo
(D) islâmico, cenário, propôs. com a mesma regra de acentuação gráfica.
(E) república, empresária, graúda. (...) CERTO ( ) ERRADO

02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO GABARITO


PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
NESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras acentuadas 01. E 02. D 03. E 04. C 05. E
segundo as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio 06. C 07. D 08. B 09. E
e antropológico.
(A) Distúrbio e acórdão. RESOLUÇÃO
(B) Máquina e jiló.
(C) Alvará e Vândalo. 1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona terminada
(D) Consciência e características. em ditongo / suíços = regra do hiato
(E) Órgão e órfãs. (A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em ditongo /
tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida de “s”)
03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE – (B) inferência = paroxítona terminada em ditongo / provável =
TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa- paroxítona terminada em “l” / saída = regra do hiato
lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de acordo (C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após = oxítona
com a mesma regra de acentuação gráfica. terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato

Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona terminada a) trajetória, inútil, café e baú.
em ditongo / propôs = oxítona terminada em “o” + “s” Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil = paroxí-
(E) república = proparoxítona / empresária = paroxítona termi- tona terminada em “l’; café = oxítona terminada em “e”
nada em ditongo / graúda = regra do hiato b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaústre = re-
2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, primeiro te- gra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i + s”; sofá =
mos que classificar as palavras do enunciado quanto à posição de oxítona terminada em “a”.
sua sílaba tônica: c) necessário, túnel, infindáveis e só.
Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; Antropológi- Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel = paro-
co = proparoxítona (todas são acentuadas). Agora, vamos à análise xítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona terminada em “i
dos itens apresentados: + s”; só = monossílaba terminada em “o”.
(A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo; acórdão = d) médio, nível, raízes e você.
paroxítona terminada em “ão” Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível = paroxítona
(B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada em “o” terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será = oxítona terminada
(C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = proparo- em “a”.
xítona e) éter, hífen, propôs e saída.
(D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo; caracte- Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxítona ter-
rísticas = proparoxítona minada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o + s”; saída =
(E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em “ão” e regra do hiato.
“ã”, respectivamente.
8-)
3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato; calúnia A) também e coincidência.
= paroxítona terminada em ditongo; injúria = paroxítona termina- Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência = pa-
da em ditongo. roxítona terminada em ditongo
RESPOSTA: “ERRADO”. B) quilômetros e tivéssemos.
Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparoxítona
C) jogá-la e incrível.
4-)
Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona terminada em “l’
A) tevê – pôde – vê
D) Escócia e nós.
Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito perfeito do
Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós = monossíla-
Indicativo) = acento diferencial (que ainda prevalece após o Novo
ba terminada em “o + s”
Acordo Ortográfico) para diferenciar de “pode” – presente do In-
E) correspondência e três.
dicativo; vê = monossílaba terminada em “e” Correspondência = paroxítona terminada em ditongo; três =
B) únicas – histórias – saudáveis monossílaba terminada em “e + s”
Únicas = proparoxítona; história = paroxítona terminada em
ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em ditongo. 9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monossílaba termi-
C) indivíduo – séria – noticiários nada em “o”; céu = monossílaba terminada em ditongo aberto “éu”.
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria = paro- RESPOSTA: “ERRADO”.
xítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona terminada
em ditongo. Letra e Fonema
D) diário – máximo – satélite
Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo = proparo- Letra é o sinal gráfico da escrita. Exemplos: pipoca (tem 6
xítona; satélite = proparoxítona. letras); hoje (tem 4 letras).
5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona. Am-
bas são acentuadas pela mesma regra (antepenúltima sílaba é tôni- Fonema é o menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma
ca, “mais forte”). distinção de significado entre palavras. Veja, nos exemplos, os fo-
RESPOSTA: “ERRADO”. nemas que marcam a distinção entre os pares de palavras:

6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária = pa- bar – mar tela – vela sela – sala
roxítona terminada em ditongo; paciência = paroxítona terminada
em ditongo. Os três vocábulos são acentuados devido à mesma Não confunda os fonemas com as letras. Fonema é um ele-
regra. mento acústico e a letra é um sinal gráfico que representa o fone-
RESPOSTA: “CERTO”. ma. Nem sempre o número de fonemas de uma palavra correspon-
de ao número de letras que usamos para escrevê-la. Na palavra
7-) Vamos classificar as palavras do enunciado: chuva, por exemplo, temos quatro fonemas, isto é, quatro unidades
1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo sonoras [xuva] e cinco letras.
2-) razoável = paroxítona terminada em “l’ Certos fonemas podem ser representados por diferentes letras.
3-) países = regra do hiato É o caso do fonema /s/, que pode ser representado por: s (pensar) –
4-) será = oxítona terminada em “a” ss (passado) – x (trouxe) – ç (caçar) – sc (nascer) – xc (excelente)
– c (cinto) – sç (desço)

Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
Às vezes, a letra “x” pode representar mais de um fonema, Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos.
como na palavra táxi. Nesse caso, o “x” representa dois sons, pois
lemos “táksi”. Portanto, a palavra táxi tem quatro letras e cinco - Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç (desça), lh
fonemas. (filho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr (ferro), gu (guerra)
Em certas palavras, algumas letras não representam nenhum - Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, vento), im,
fonema, como a letra h, por exemplo, em palavras como hora, in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un (tumba, mundo)
hoje, etc., ou como as letras m e n quando são usadas apenas para
indicar a nasalização de uma vogal, como em canto, tinta, etc. Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um só fone-
ma; nos encontros consonantais, cada letra representa um fonema.
Classificação dos Fonemas
Observe de acordo com os exemplos que o número de letras e
Os fonemas classificam-se em vogais, semivogais e consoantes. fonemas não precisam ter a mesma quantidade.
- Chuva: tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um único
Vogais: são fonemas resultantes das vibrações das cordas vo- som.
cais e em cuja produção a corrente de ar passa livremente na cavi- - Hipopótamo: tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” não
dade bucal. As vogais podem ser orais e nasais. tem som.
Orais: quando a corrente de ar passa apenas pela cavidade bu- - Galinha: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem um
cal. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: já, pé, vê, ali, pó, dor, uva. único som.
Nasais: quando a corrente de ar passa pela cavidade bucal e - Pássaro: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem um
nasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras n único som.
e m. Exemplos: mãe, venda, lindo, pomba, nunca. - Nascimento: 10 letras e 8 fonemas, já que não se pronuncia
o “s” e o “en” tem um único som.
Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou átonas, de- - Exceção: 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o “x”.
pendendo da intensidade com que são pronunciadas. A vogal tôni- - Táxi: 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de “ks”.
ca é pronunciada com maior intensidade: café, bola, vidro. A vogal
- Guitarra: 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um único
átona é pronunciada com menor intensidade: café, bola, vidro.
som e o “rr” também tem um único som.
- Queijo: 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um único
Semivogais: são os fonemas /i/ e /u/ quando, juntos de uma
som.
vogal, formam com ela uma mesma sílaba. Observe, por exemplo,
a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na sílaba
Repare que através do exemplo a mudança de apenas uma le-
pai, o fonema vocálico /i/ não é tão forte quanto o fonema vocálico
tra ou fonema gera novas palavras: C a v a l o / C a v a d o / C a l a
/a/; nesse caso, o /i/ é semivogal.
d o / C o l a d o / S o l a d o.
Consoantes: são os fonemas em que a corrente de ar, emitida
para sua produção, teve de forçar passagem na boca, onde deter- Exercícios
minado movimento articulatório lhe criou embaraço. Exemplos:
gato, pena, lado. 01. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas são as le-
tras que a compõem é:
Encontro Vocálicos a) importância
b) milhares
- Ditongos: é o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou c) sequer
vice-versa) numa mesma sílaba. Exemplos: pai (vogal + semivo- d) técnica
gal = ditongo decrescente); ginásio (semivogal + vogal = ditongo e) adolescente
crescente).
- Tritongos: é o encontro de uma semivogal com uma vogal e 02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não um,
outra semivogal numa mesma sílaba. Exemplo: Paraguai. mas dois fonemas?
- Hiatos: é a sequência de duas vogais numa mesma palavra a) exemplo
mas que pertencem a sílabas diferentes, pois nunca há mais de uma b) complexo
vogal numa sílaba. Exemplos: saída (sa-í-da), juiz (ju-iz) c) próximos
d) executivo
Encontro Consonantais e) luxo

Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal inter- 03. Qual palavra possui dois dígrafos?
mediária. Exemplos: flor, grade, digno. a) fechar
b) sombra
Dígrafos c) ninharia
d) correndo
Grupo de duas letras que representa apenas um fonema. e) pêssego
Exemplos: passo (ss = fonema /s/), nascimento (sc = fonema /s/),
queijo (qu = fonema /k/)

Didatismo e Conhecimento 13
LÍNGUA PORTUGUESA
04. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos apre- 02-B (a palavra complexo, o x equivale ao fonema /ks/).
senta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hiato, ditongo. 03-D (Em d, há o dígrafo “rr” e o dígrafo nasal “en”).
a) jamais / Deus / luar / daí 04-B (Observe os encontros: oi, u - i, u - í e eu).
b) joias / fluir / jesuíta / fogaréu 05-D / 06-D / 07-C / 08-D / 09-D / 10-C
c) ódio / saguão / leal / poeira
d) quais / fugiu / caiu / história
05. Os vocabulários passarinho e querida possuem: CLASSES GRAMATICAIS
a) 6 e 8 fonemas respectivamente;
(SUBSTANTIVO, ADJETIVO, ARTIGO,
b)10 e 7 fonemas respectivamente; NUMERAL, PRONOME, VERBO,
c) 9 e 6 fonemas respectivamente; ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CRASE,
d) 8 e 6 fonemas respectivamente; CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO);
e) 7 e 6 fonemas respectivamente.

06. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípedo:


Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís-
a) 7 tica do ser e se relaciona com o substantivo.
b) 12 Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos
c) 11 que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao
d) 14 lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa
e) 15 bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade,
07. Os vocábulos pequenino e drama apresentam, respectiva- não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
mente: moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjeti-
vo, mas substantivo.
a) 4 e 2 fonemas
b) 9 e 5 fonemas Morfossintaxe do Adjetivo:
c) 8 e 5 fonemas
d) 7 e 7 fonemas O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de
e) 8 e 4 fonemas uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto ad-
nominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
08. O “I” não é semivogal em:
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
a) Papai
b) Azuis Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe
c) Médio alguns deles:
d) Rainha
e) Herói Estados e cidades brasileiros:
Alagoas alagoano
09. Assinale a alternativa que apresenta apenas hiatos: Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
a) muito, faísca, balaústre. Amazonas amazonense ou baré
b) guerreiro, gratuito, intuito. Belo Horizonte belo-horizontino
c) fluido, fortuito, Piauí. Brasília brasiliense
d) tua, lua, nua. Cabo Frio cabo-friense
e) n.d.a. Campinas campineiro ou campinense

10. Em qual dos itens abaixo todas as palavras apresentam Adjetivo Pátrio Composto
ditongo crescente:
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento
a) Lei, Foice, Roubo aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe al-
b) Muito, Alemão, Viu guns exemplos:
c) Linguiça, História, Área
d) Herói, Jeito, Quilo África afro- / Cultura afro-americana
e) Equestre, Tênue, Ribeirão Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Respostas: Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
01-D (Em d, a palavra possui 7 fonemas e 7 letras. Nas demais Espanha hispano- / Mercado hispano-português
alternativas, tem-se: a) 10 fonemas / 11 letras; b) 7 fonemas / 8 Europa euro- / Negociações euro-americanas
letras; c) 5 fonemas / 6 letras; e) 9 fonemas / 11 letras). França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas

Didatismo e Conhecimento 14
LÍNGUA PORTUGUESA
Grécia greco- / Filmes greco-romanos por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substanti-
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas vo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa exemplo:
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras Camisas rosa-claro.
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Flexão dos adjetivos Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer ad-
jetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
Gênero dos Adjetivos - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os
dois elementos flexionados.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, Grau do Adjetivo
classificam-se em:
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo
outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e o superlativo.
e judia.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino Comparativo
somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-america-
no, a moça norte-americana. Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao
mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz. Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no femi- No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação
nino. Por exemplo: conflito político-social e desavença político- é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.
social.
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superioridade
Número dos Adjetivos Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois subs-
Plural dos adjetivos simples tantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é ana-
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as re- lítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.
gras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples.
Por exemplo: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins boa e boas O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Superiori-
dade Sintético
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função
de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superiorida-
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela de, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom /melhor,
manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é origi- pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/maior, baixo/
nalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando um ele- inferior.
mento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: Observe que:
camisas cinza, ternos cinza. a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
Veja outros exemplos: pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
Motos vinho (mas: motos verdes) b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (me-
Paredes musgo (mas: paredes brancas). lhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas
analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por
Adjetivo Composto exemplo:
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos.
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qua-
esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento lidades de um mesmo elemento.
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na
forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Inferiori-
o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o ad- dade
jetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é Sou menos passivo (do) que tolerante.
originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um
elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra

Didatismo e Conhecimento 15
LÍNGUA PORTUGUESA
Superlativo O artista canta muito mal.
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos ve-
em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo rificar que se tratava de somente uma palavra funcionando como
e apresenta as seguintes modalidades: advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por mais de uma
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Te-
é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas mos aí o que chamamos de locução adverbial, representada por al-
formas: gumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente,
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que de modo algum, entre outras.
dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O secretário é Dependendo das circunstâncias expressas pelos advérbios, eles
muito inteligente. se classificam em distintas categorias, uma vez expressas por:
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de su- de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
fixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, des-
Observe alguns superlativos sintéticos: se jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
benéfico beneficentíssimo a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam em
bom boníssimo ou ótimo -”mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, paciente-
comum comuníssimo mente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosa-
cruel crudelíssimo mente, generosamente
difícil dificílimo de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em exces-
doce dulcíssimo so, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto,
fácil facílimo que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito,
fiel fidelíssimo por completo.

Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é in- de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, ama-
tensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser: nhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante,
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, breve,
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, pro-
visoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã,
Note bem: de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia
advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepos-
tos ao adjetivo. de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas for- além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
mas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhu-
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo res, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à dis-
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo: tancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é constituída lado, em volta
do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
agilíssimo. forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas serís- de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente,
simo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í. quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe

de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efetiva-


O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes na mente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmen-
Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, tal qual te (=sem dúvida).
o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade, conti-
guidade. Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias em simplesmente, só, unicamente
que esse processo se desenvolve.
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não é
modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também modifi- de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
ca o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você de designação: Eis
está até bem informado. de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quando?
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), para
alheio, representando uma qualidade, característica. quê? (finalidade)

Didatismo e Conhecimento 16
LÍNGUA PORTUGUESA
Locução adverbial - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do artigo,
outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
Exemplo: - Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corresponden- de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: O
tes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressada- Pedro é o xodó da família.
mente.
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no plu-
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são ral, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os Incas, Os
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única Astecas...
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é
a de grau: - Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe - longís- conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o pro-
simo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - inconstitucio- nome assume a noção de qualquer.
nalissimamente, etc.; Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - perti- Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
nho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho. (qualquer classe)
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. - Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
dos substantivos.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns vinte
Classificação dos Artigos
anos.
- O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de tudo isso.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo
vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal.
(e flexões).
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Combinação dos Artigos Este é o autor cuja obra conheço.
É muito presente a combinação dos artigos definidos e inde- - Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido
finidos com preposições. Veja a forma assumida por essas com- de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a menos que
binações: venham especificadas.
Preposições Artigos Eles estavam em casa.
o, os Eles estavam na casa dos amigos.
a ao, aos Os marinheiros permaneceram em terra.
de do, dos Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
em no, nos
por (per) pelo, pelos - Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
a, as um, uns uma, umas com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa excelência re-
à, às - - solverá os problemas de Sua Senhoria.
da, das dum, duns duma, dumas
na, nas num, nuns numa, numas - Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
pela, pelas - - de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de
S. Paulo.
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por Morfossintaxe
crase.
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se mani- com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa, o ar-
festam: tigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo a que se
refere. Tal função independe da função exercida pelo substantivo:
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral A existência é uma poesia.
“ambos”: Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas. Uma existência é a poesia.

Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois Conjunções subordinativas
termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amigui- - CAUSAIS
nhas. Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma
vez que, como (= porque).
Deste exemplo podem ser retiradas três informações: Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as ami-
guinhas - COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segu- mais...do que, menos...do que.
rou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: Ela fala mais que um papagaio.
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou
3ª oração: quando viu as amiguinhas. - CONCESSIVAS
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a ter- Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo
ceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As palavras que, apesar de, se bem que.
“e” e “quando” ligam, portanto, orações. Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
Observe: Gosto de natação e de futebol. Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou cansada)
termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está ligando Apesar de ter chovido fui ao cinema.
termos de uma mesma oração.
- CONFORMATIVAS
Morfossintaxe da Conjunção Principais conjunções conformativas: como, segundo, confor-
me, consoante
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem pro- Cada um colhe conforme semeia.
priamente uma função sintática: são conectivos. Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.
Classificação
- Conjunções Coordenativas - CONSECUTIVAS
- Conjunções Subordinativas Expressam uma ideia de consequência.
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”,
Conjunções coordenativas “tão”, “tamanho”).
Falou tanto que ficou rouco.
Dividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto de - FINAIS
cantar e de dançar. Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, Todos trabalham para que possam sobreviver.
não só...como também. Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque
(=para que),
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição,
de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada. - PROPORCIONAIS
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, to- Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
davia, no entanto, entretanto. mais, ao passo que, à proporção que.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. - TEMPORAIS
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
quer, já...já. Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Quando eu sair, vou passar na locadora.
Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois Diferença entre orações causais e explicativas
do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos com a
melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. dúvida de como distinguir uma oração causal de uma explicativa.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do Veja os exemplos:
verbo), porquanto. 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser atro-
pelado”:
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou
uma explicação do fato expresso na oração anterior.

Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes uma Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão na
da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que vêm mar- rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei,
cadas por vírgula. espere!”
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado. Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão em
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será expli- silêncio!”
cativa. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo) puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade puxa: interjeição; tom da fala: decepção
porque não havia cemitério no local.”
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada (parte As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
destacada) mostra a causa da ação expressa pelo verbo da oração 1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tris-
principal. Outra forma de reconhecê-la é colocá-la no início do teza, dor, etc.
período, introduzida pela conjunção como - o que não ocorre com Você faz o que no Brasil?
a CS Explicativa. Eu? Eu negocio com madeiras.
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os Ah, deve ser muito interessante.
mortos em outra cidade.
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente depen- 2) Sintetizar uma frase apelativa
dentes uma da outra. Cuidado! Saia da minha frente.

Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensa- As interjeições podem ser formadas por:
ções, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, - simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja - palavras: Oba!, Olá!, Claro!
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas.
bolas!
Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da en-
tonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra.
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma ló- Classificação das Interjeições
gica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro Comumente, as interjeições expressam sentido de:
lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma ideia - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Aten-
expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução ção!, Olha!, Alerta!
interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
Veja os exemplos: - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Bravo! Bis! - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi muito - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
bom! Repitam!” Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = sentença - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
(sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da - Desculpa: Perdão!
alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!
contexto específico. Exemplos: - Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Ca-
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição ramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
O significado das interjeições está vinculado à maneira como - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!,
elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o senti- Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!
do que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
Exemplos: - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!

Didatismo e Conhecimento 19
LÍNGUA PORTUGUESA
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos,
sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada
de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. sequência.
No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem varia- Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
ção em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação Eu quero café duplo, e você?
que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, ...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
até loguinho. A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
Locução Interjetiva “fila”]
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão
com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas! Quem me Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os nú-
dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim! meros indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem! é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais,
mas sim de algarismos.
Observações: Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por expressa pelos números, existem mais algumas palavras conside-
exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = Peço-lhe radas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordena-
que me desculpe. ção. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu tom Classificação dos Numerais
exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais po-
dem aparecer como interjeições. Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
Viva! Basta! (Verbos) um, dois, cem mil, etc.
Fora! Francamente! (Advérbios)
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
primeiro, segundo, centésimo, etc.
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase” por-
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
que sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Socorro!, Aju-
dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
dem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres,
indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, tri-
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, que
plo, quíntuplo, etc.
exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft!
Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua Leitura dos Numerais
homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, tam-
depois do “ó” vocativo. bém de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula;
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac) as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac) 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte
e seis.
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de pala- 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
vras de outras classes, podem aparecer flexionadas no diminutivo
ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! Obrigadinho! Flexão dos numerais

Interjeições, leitura e produção de textos Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
Usadas com muita frequência na língua falada informal, quan- diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Car-
do empregadas na língua escrita, as interjeições costumam con- dinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões,
ferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além disso, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante - como
a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou dócil, até Os numerais ordinais variam em gênero e número:
mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos - particular- primeiro segundo milésimo
mente nos diálogos - que comumente se faz uso das interjeições primeira segunda milésima
com o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à primeiros segundos milésimos
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e con- primeiras segundas milésimas
teúdo mais emocional do que racional fazem das interjeições pre-
sença constante nos textos publicitários. Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em
funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php o triplo de produção.

Didatismo e Conhecimento 20
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o que ocorre
em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego dos Numerais

*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir daí os
cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empre-
gados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades comunitárias
de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos

Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há uma subor-
dinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão
textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em,
entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante, exceto, fora, me-
diante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas: abaixo de,
acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com,
perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em gênero ou
em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:

1. Combinação: A preposição não sofre alteração.


preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.

Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)

Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)

Didatismo e Conhecimento 22
LÍNGUA PORTUGUESA
De + este(s) = deste(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esta(s) = desta(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + esse(s) = desse(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + essa(s) = dessa(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquele(s) = daquele(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + aquela(s) = daquela(s) Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isto = disto Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo Fonte:
De + aqui = daqui http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aí = daí
De + ali = dali Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele
De + outro = doutro(s) se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o de alguma
De + outra = doutra(s) forma.
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
Em + esse(s) = nesse(s) [substituição do nome]
Em + aquele(s) = naquele(s) A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
Em + aquela(s) = naquela(s) [referência ao nome]
Em + isto = nisto Essa moça morava nos meus sonhos!
Em + isso = nisso [qualificação do nome]
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s) Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos,
A + aquela(s) = àquela(s) isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um con-
A + aquilo = àquilo texto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que
Dicas sobre preposição está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunica-
ção. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas
oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja um artigo, do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no
virá precedendo um substantivo. Ele servirá para determiná-lo tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes
como um substantivo singular e feminino. apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.
A dona da casa não quis nos atender.
Como posso fazer a Joana concordar comigo? Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
e estabelece relação de subordinação entre eles. [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
um tratamento adequado.
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plu-
a função de um substantivo. ral). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja
Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como parte coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordân-
da família cia) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio enunciado.
que a conhecemos melhor que ninguém.
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das escola neste ano.
preposições: [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância ade-
Destino = Irei para casa. quada]
Modo = Chegou em casa aos gritos. [neste: pronome que determina “ano” = concordância adequada]
Lugar = Vou ficar em casa; [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência. inadequada]
Tempo = A prova vai começar em dois minutos. Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, de-
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral. monstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento = Escreveu a lápis.
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.

Didatismo e Conhecimento 23
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes Pessoais O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me
São aqueles que substituem os substantivos, indicando dire- - 2ª pessoa do singular (tu): te
tamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou - 1ª pessoa do plural (nós): nos
“vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou - 2ª pessoa do plural (vós): vos
“elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala. - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que
exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo. Observações:
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta
Pronome Reto na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome “o” ou
“a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar diretamente uma
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a função de objeto
a função de sujeito ou predicativo do sujeito. indireto na oração.
Nós lhe ofertamos flores. Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos
como objetos indiretos.
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (ape- Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos
nas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão, diretos.
uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
dos pronomes retos é assim configurado: com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los,
- 1ª pessoa do singular: eu no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas
- 2ª pessoa do singular: tu formas nos exemplos que seguem:
- 3ª pessoa do singular: ele, ela - Trouxeste o pacote?
- 1ª pessoa do plural: nós
- Sim, entreguei-to ainda há pouco.
- 2ª pessoa do plural: vós
- Não contaram a novidade a vocês?
- 3ª pessoa do plural: eles, elas
- Não, no-la contaram.
No português do Brasil, essas combinações não são usadas; até
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como
mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele na
rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”, co-
muns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais
escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em
oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na pra- -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
ça”, “Trouxeram-me até aqui”. tempo que a terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome reto fazeis + o = fazei-lo
em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas ver- dizer + a = dizê-la
bais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo in-
dicadas pelo pronome reto: Fizemos boa viagem. (Nós) Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as
formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
Pronome Oblíquo viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, retém + a: retém-na
exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto) tem + as = tem-nas
ou complemento nominal.
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto) Pronome Oblíquo Tônico

Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante do Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por pre-
pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diver- posições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse mo-
sa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito tivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da
da oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração. oração. Possuem acentuação tônica forte.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acen- O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
tuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos. - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
Pronome Oblíquo Átono - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são pre- - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
cedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca: Ele me - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
deu um presente.

Didatismo e Conhecimento 24
LÍNGUA PORTUGUESA
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem a forma
do pronome pessoal do caso reto.
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos contextos inter-
locutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.

Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo verbo
está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.

- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e convosco.
Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia.
Ele carregava o documento consigo.
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados por pa-
lavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três.

Pronome Reflexivo

São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração. Indicam que
o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.

- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.


Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.

- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.


Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.

- 1ª pessoa do plural (nós): nos.


Lavamo-nos no rio.

- 2ª pessoa do plural (vós): vos.


Vós vos beneficiastes com a esta conquista.

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.


Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.

A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a
segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser observados no quadro
seguinte:

Didatismo e Conhecimento 25
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Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) acerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no tratamento ceri-
monioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil; em algumas regiões,
a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação à pessoa com
quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.


Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um deputado
por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo
que ocupa.

- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os
verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do
tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O
uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

Pronomes Possessivos

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)

NÚMERO PESSOA PRONOME


singular primeira meu(s), minha(s)
singular segunda teu(s), tua(s)
singular terceira seu(s), sua(s)
plural primeira nosso(s), nossa(s)
plural segunda vosso(s), vossa(s)
plural terceira seu(s), sua(s)

Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto possuído:
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.

Didatismo e Conhecimento 26
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações: - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou inva-
riáveis, observe:
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da alte- Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
ração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, seu José. Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Também aparecem como pronomes demonstrativos:
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Po- - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
dem ter outros empregos, como: ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 anos. te indiquei.)

c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá seus - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que o
defeitos, mas eu gosto muito dela. procuraram ontem.

3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pro- - próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram o pro-
nome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência trouxe sua blema.
mensagem?
- semelhante(s): Não compre semelhante livro.
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo con-
corda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações. - tal, tais: Tal era a solução para o problema.

5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos Note que:


átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe os passos. (= - Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em constru-
Vou seguir seus passos.) ções redundantes, com finalidade expressiva, para salientar algum
termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa é que dera em cheio
Pronomes Demonstrativos casando com o José Afonso. Desfrutar das belezas brasileiras,
isso é que é sorte!
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. - O pronome demonstrativo neutro ou pode representar um ter-
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou dis- mo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que aparece, ge-
curso. ralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto: O casamento
No espaço: seria um desastre. Todos o pressentiam.
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro
está perto da pessoa que fala. - Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso, é
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro está comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, então,
perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala. verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de): Ninguém teve
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro coragem de falar antes que ela o fizesse.
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
- Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa mencio-
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por nada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro lugar: O
meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala), referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; aquele
são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro lo- casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
caliza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao
destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. - O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica: A
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar in- menina foi a tal que ameaçou o professor?
formações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade
destinatária). - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com pro-
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar nome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, no,
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que en- etc: Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
via a mensagem).
No tempo: Pronomes Indefinidos
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
ao ano presente. São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dan-
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a do-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade inde-
um passado próximo. terminada.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas.
referindo a um passado distante.

Didatismo e Conhecimento 27
LÍNGUA PORTUGUESA
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pes-
quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, soas quaisquer.
vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que segura-
mente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer Pronomes Relativos
revelar. Classificam-se em:
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser São aqueles que representam nomes já mencionados anterior-
ou da quantidade aproximada de seres na frase. São eles: algo, al- mente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subor-
guém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. dinadas adjetivas.
Algo o incomoda? O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um
Quem avisa amigo é. grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = ora-
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expres- ção subordinada adjetiva).
so na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada. São O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e in-
eles: cada, certo(s), certa(s). troduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” é
Cada povo tem seus costumes. antecedente do pronome relativo que.
Certas pessoas exercem várias profissões. O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome de-
monstrativo o, a, os, as.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro- Não sei o que você está querendo dizer.
nomes indefinidos adjetivos: Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), de- Quem casa, quer casa.
mais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhu-
ma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, Observe:
qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais,
toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
Menos palavras e mais ações.
Note que:
Alguns se contentam pouco.
- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e
por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o
invariáveis. Observe:
qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,
substantivo.
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, tanta,
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, todos, mui-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
tos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
cada. - O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente prono-
mes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar
São locuções pronominais indefinidas: se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias
classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de de-
quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual terminadas preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio
(= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste
Cada um escolheu o vinho desejado. caso, geraria ambiguidade.)
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvi-
Indefinidos Sistemáticos das? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)

Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebe- - O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
mos que existem alguns grupos que criam oposição de sentido. refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou de ser
É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e poeta, que era a sua vocação natural.
nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; todo/tudo, que
indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam - O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, mas
uma totalidade negativa; alguém/ninguém, que se referem à pes- com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, das
soa, e algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e quais.
qualquer, que generaliza. Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
Essas oposições de sentido são muito importantes na constru- (antecedente) (consequente)
ção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes dependem
a solidez e a consistência dos argumentos expostos. Observe nas - “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um
frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
imprimem às afirmações de que fazem parte: Emprestei tantos quantos foram necessários.
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prático. (antecedente)

Didatismo e Conhecimento 28
LÍNGUA PORTUGUESA
Ele fez tudo quanto havia falado. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pro-
(antecedente) nome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda
pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar....
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre prece- Ajudar quem? Você (lhe).
dido de preposição.
É um professor a quem muito devemos. Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do
(preposição) pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou en-
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente tre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) esteja
e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa onde morava no infinitivo ou gerúndio.
foi assaltada. Eu desejo lhe perguntar algo.
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que. Eu estou perguntando-lhe algo.
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no ex-
terior. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos:
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras: segundos que são sempre precedidos de preposição.
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como - Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava
você agiu semana passada. fazendo.
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando podíamos - Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que
jogar videogame. eu estava fazendo.

- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa A colocação pronominal é a posição que os pronomes pes-
só frase. soais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que
O futebol é um esporte. se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as,
O povo gosta muito deste esporte. lhe, lhes, nos e vos.
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração
em relação ao verbo:
- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a 1. próclise: pronome antes do verbo
elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente que conver- 2. ênclise: pronome depois do verbo
sava, (que) ria, (que) fumava. 3. mesóclise: pronome no meio do verbo

Pronomes Interrogativos Próclise

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- -se - Palavras com sentido negativo:
à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interro- Nada me faz querer sair dessa cama.
gativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações). Não se trata de nenhuma novidade.
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas pre- - Advérbios:
feres. Nesta casa se fala alemão.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos Naquele dia me falaram que a professora não veio.
passageiros desembarcaram.
- Pronomes relativos:
Sobre os pronomes: A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujei-
to na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desem- - Pronomes indefinidos:
penha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, Quem me disse isso?
como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Ob- Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
serve as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. - Pronomes demonstrativos:
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe Isso me deixa muito feliz!
ajudar. Aquilo me incentivou a mudar de atitude!

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem - Preposição seguida de gerúndio:
função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na se- Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
gunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de indicado à pesquisa escolar.
complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.

Didatismo e Conhecimento 29
LÍNGUA PORTUGUESA
- Conjunção subordinativa: 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- adap.).
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho grifado está correta-
mente substituído por um pronome em:
Ênclise A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-lhes de-
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não salentado
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de conhe-
vai acontecer quando: cê-lo?
- O verbo estiver no imperativo afirmativo: D) ...não parecia ser um importante industrial... − não parecia
Amem-se uns aos outros. ser-lhe
Sigam-me e não terão derrotas. E) incomodaram o general... − incomodaram-no

- O verbo iniciar a oração: 03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). A subs-


Diga-lhe que está tudo bem. tituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os
Chamaram-me para ser sócio. necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:
A) mostrando o rio= mostrando-o.
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição “a”: B) como escolher sítio= como escolhê-lo.
Naquele instante os dois passaram a odiar-se. C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes.
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada lhes
- O verbo estiver no gerúndio: acrescentariam.
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada. E) viu uma dessas marcas= viu uma delas.
Despediu-se, beijando-me a face. 04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a al-
ternativa em que o pronome destacado está posicionado de acordo
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: com a norma-padrão da língua.
Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no mesmo (A) Ela não lembrava-se do caminho de volta.
instante. (B) A menina tinha distanciado-se muito da família.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. (C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
Mesóclise (E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.

A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alternativa
do presente ou no futuro do pretérito: cujo emprego do pronome está em conformidade com a norma
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se padrão da língua.
realizará) (A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos.
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma proposta (B) Nos falaram que a diplomacia americana está abalada.
a você) (C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
(D) Conformado, se rendeu às punições.
Questões sobre Pronome (E) Todos querem que combata-se a corrupção.

01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012). 06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale a al-
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não está ternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a
claro até onde pode realmente chegar uma política baseada em norma-padrão da língua portuguesa.
melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a (A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que eles
água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que mes- sejam sempre trazidos junto ao corpo.
mo que a ameaça dos preços do carbono e da água faça em si (B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação de ter
diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, de re- de procurar a dona de uma bolsa perdida.
pente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer (C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos resti-
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda tuir um objeto à pessoa que o perdeu.
assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar (D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que abrisse
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das po- a bolsa que encontrara.
líticas de crescimento verde sempre será a segunda opção. (E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma tendência
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, referem-
-se, respectivamente, a 07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013).
(A) dúvidas e preços. Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
(B) dúvidas e insumos básicos. tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
(C) companhias e insumos básicos. prazo.
(D) companhias e preços do carbono e da água. Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta e res-
(E) políticas de crescimento e preços adequados. pectivamente, considerando a norma culta da língua.

Didatismo e Conhecimento 30
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A) a que … acaba … à B) com que … acabam … à C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de conhe-
C) de que … acabam … a D) em que … acaba … a cê-las ?
E) dos quais … acaba … à D) ...não parecia ser um importante industrial... − não parecia
sê-lo
08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013-
adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e respectiva- 3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las
mente, as lacunas do trecho.
______alguns anos, num programa de televisão, uma jovem 4-)
fazia referência______ violência______ o brasileiro estava sujei- (A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
to de forma cômica. (B) A menina tinha se distanciado muito da família.
A) Fazem... a ... de que B) Faz ...a ... que (C) A garota disse que se perdeu dos pais.
C) Fazem ...à ... com que D) Faz ...à ... que (E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
E) Faz ...à ... a que
5-)
09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014) (A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos.
As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes. (B) Falaram-nos que a diplomacia americana está abalada.
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça... (D) Conformado, rendeu-se às punições.
... e fez de tudo para convencer os tripulantes... (E) Todos querem que se combata a corrupção.
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados
acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem 6-)
dada, em: (B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação de ter
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes (C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos restituir
(C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los (D) O homem indignou-se quando lhe propuseram que abrisse
(E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los a bolsa que encontrara.
10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013- (E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma tendência
adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos esta- natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
belecimentos felizmente comprovam os acontecimentos, e teste- 7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produtos
munhas vão ajudar a polícia na investigação. – de acordo com de que não necessitam e acabam tendo de pagar tudo a
a norma-padrão, os pronomes que substituem, corretamente, os prazo.
termos em destaque são:
A) os comprovam … ajudá-la. 8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma jovem
B) os comprovam …ajudar-la. fazia referência à violência a que o brasileiro estava sujeito
C) os comprovam … ajudar-lhe. de forma cômica.
D) lhes comprovam … ajudar-lhe. Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular
E) lhes comprovam … ajudá-la.
9-)
GABARITO devoravam - verbo terminado em “m” = pronome oblíquo no/
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C na (fizeram-na, colocaram-no)
06. A 07. C 08. E 09. A 10. A impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto; “lhe” é
para objeto indireto
RESOLUÇÃO convencer - verbo transitivo direto = pede objeto direto; “lhe”
é para objeto indireto
1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada
em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, 10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos fe-
a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que lizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão ajudar
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água faça em si a polícia na investigação.
diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, de re- felizmente os comprovam ... ajudá-la
pente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer (advérbio)
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda
assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das po- é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam
líticas de crescimento verde sempre será a segunda opção. os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
2-)
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os desalen- -sentimentos: raiva, amor...
tado -estados: alegria, tristeza...

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-qualidades: honestidade, sinceridade... Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observa-
-ações: corrida, pescaria... da. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja
bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a
Morfossintaxe do substantivo palavra beleza é um substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como quais não podem existir: vida (estado), rapidez (qualidade), via-
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou in- gem (ação), saudade (sentimento).
direto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo
do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predica- 3 - Substantivos Coletivos
tivo do sujeito, do objeto ou como núcleo do vocativo. Também
encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abe-
de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas lha, mais outra abelha.
por grupos de palavras. Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Classificação dos Substantivos
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
1- Substantivos Comuns e Próprios repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com mui- No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
tas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
oposição aos bairros). (abelhas).

Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e edi- O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
fícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Isso
significa que a palavra cidade é um substantivo comum. Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo es-
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma tando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie.
mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem, mu-
lher, país, cachorro. Substantivo coletivo Conjunto de:
Estamos voando para Barcelona. assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie ci- acervo livros
dade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele antologia trechos literários selecionados
que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular: arquipélago ilhas
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
2 - Substantivos Concretos e Abstratos banca examinadores
batalhão soldados
LÂMPADA MALA cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existên- cacho frutas
cia própria, que são independentes de outros seres. São substan- cáfila camelos
tivos concretos. cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, chusma gente, pessoas
independentemente de outros seres. concílio bispos
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real congresso parlamentares, cientistas.
e do mundo imaginário. elenco atores de uma peça ou filme
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc. esquadra navios de guerra
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc. enxoval roupas
falange soldados, anjos
Observe agora: fauna animais de uma região
Beleza exposta feixe lenha, capim
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus
O substantivo beleza designa uma qualidade. girândola fogos de artifício
horda bandidos, invasores
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que depen- junta médicos, bois, credores, examinadores
dem de outros para se manifestar ou existir. júri jurados

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legião soldados, anjos, demônios Flexão de Gênero
leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo
manada búfalos, bois, elefantes, real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros:
matilha cães de raça masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os subs-
molho chaves, verduras tantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
multidão pessoas em geral estes títulos de filmes:
ninhada pintos O velho e o mar
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) Um Natal inesquecível
penca bananas, chaves Os reis da praia
pinacoteca pinturas, quadros
quadrilha ladrões, bandidos Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir
ramalhete flores precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
rebanho ovelhas A história sem fim
récua bestas de carga, cavalgadura Uma cidade sem passado
repertório peças teatrais, obras musicais As tartarugas ninjas
réstia alhos ou cebolas
romanceiro poesias narrativas Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
revoada pássaros
sínodo párocos Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de
talha lenha seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao
tropa muares, soldados sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino
turma estudantes, trabalhadores e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem – mulher,
vara porcos poeta – poetisa, prefeito - prefeita

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma úni-
ca forma, que serve tanto para o masculino quanto para o femini-
Substantivos Simples e Compostos no. Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a cobra ma-
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou ra- cho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
dical. É um substantivo simples. - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas: a
criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o
Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento. indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a doente, o artista
+ chuva). Esse substantivo é composto. e a artista.

Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais ele- Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em ema
mentos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sintoma,
o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados - Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam
Meu limão meu limoeiro, em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação
meu pé de jacarandá... emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade)

O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de ne- Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
nhum outro dentro de língua portuguesa.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma - Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculi-
outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro no: freguês - freguesa
é derivado, pois se originou a partir da palavra limão. - Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
formas:
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra. - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
Flexão dos substantivos -troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona

O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quan- Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana
do sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, pode
sofrer variações para indicar: - Substantivos terminados em -or:
Plural: meninos Feminino: menina - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz

Didatismo e Conhecimento 33
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- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul - con- b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: O
sulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque - duquesa / problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a per-
conde - condessa / profeta - profetisa sonagem.
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fotográ-
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por fico Ana Belmonte.
-a: elefante - elefanta Observe o gênero dos substantivos seguintes:

- Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó (pena), o
feminino: bode – cabra / boi - vaca sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o maracajá, o clã,
o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o proclama, o
- Substantivos que formam o feminino de maneira especial, pernoite, o púbis.
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar – czari-
na réu - ré Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a cata-
plasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, a cal, a
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. - São geralmente masculinos os substantivos de origem grega
terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o plasma, o
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o estratagema,
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o edema, o magma, o es-
masculino e o feminino. tigma, o axioma, o tracoma, o hematoma.
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para de-
signar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epice- Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
nos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de espe-
Gênero dos Nomes de Cidades:
cificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Sobrecomuns:
A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza.
A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
Uma Londres imensa e triste.
quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se
refere a palavra. Veja: Gênero e Significação:
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculino e ou-
tra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à frente da
Outros substantivos sobrecomuns: tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa cria- que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão),
tura. a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do corpo), o cisma
faleceu (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato de cismar, descon-
fiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza (resíduos de combustão),
Comuns de Dois Gêneros: o capital (dinheiro), a capital (cidade), o coma (perda dos senti-
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. dos), a coma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em
coro), a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sa-
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que cramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar),
a palavra motorista é um substantivo uniforme. o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vegeta-
A distinção de gênero pode ser feita através da análise do arti- ção), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento, pena
go ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: o colega - a grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), a grama
colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - uma jovem; artista (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor
famoso - artista famosa; repórter francês - repórter francesa de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de aumento),
o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes, ética), o
- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois gê- nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fu-
neros. maça (trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomotiva
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior do boné
pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os personagens ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação
dos contos de carochinha. emissora), o voga (remador), a voga (moda, popularidade).

Didatismo e Conhecimento 34
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Flexão de Número do Substantivo - Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que indica mais de adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o “s” final. numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

Plural dos Substantivos Simples - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n” fa- palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
zem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – ímãs; hífen -falantes
- hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - cânones. palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em “ns”: - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando forma-
homem - homens. dos de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colô-
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural pelo nia e águas-de-colônia
acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor
e cavalos-vapor
Atenção: O plural de caráter é caracteres. substantivo + substantivo que funciona como determinante do
primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior:
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bombas-re-
plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol – ca- lógio, notícia-bomba - notícias-bomba, homem-rã - homens-rã,
racóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e cônsules. peixe- -espada - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas - Permanecem invariáveis, quando formados de:
maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. - Casos Especiais
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras: o louva-a-deus e os louva-a-deus
répteis ou reptis (pouco usada). o bem-te-vi e os bem-te-vis
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas o bem-me-quer e os bem-me-queres
maneiras: o joão-ninguém e os joões-ninguém.
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
de “es”: ás – ases / retrós - retroses Plural das Palavras Substantivadas
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: o
lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três flexões próprias dos substantivos.
maneiras. Pese bem os prós e os contras.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações O aluno errou na prova dos noves.
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis e al-
- os látex. guns dez.

Plural dos Substantivos Compostos Plural dos Diminutivos

-A formação do plural dos substantivos compostos depende Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o acrescenta-se o sufixo diminutivo.
composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são pãe(s) + zinhos = pãezinhos
grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples: animai(s) + zinhos = animaizinhos
aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés, botõe(s) + zinhos = botõezinhos
malmequer/malmequeres. chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são li- farói(s) + zinhos = faroizinhos
gados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões. tren(s) + zinhos = trenzinhos
Algumas orientações são dadas a seguir: colhere(s) + zinhas = colherezinhas
flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas

Didatismo e Conhecimento 35
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papéi(s) + zinhos = papeizinhos - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom nome) e
funi(s) + zinhos = funizinhos honras (homenagem, títulos).
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com sen-
pai(s) + zinhos = paizinhos tido de plural:
pé(s) + zinhos = pezinhos Aqui morreu muito negro.
pé(s) + zitos = pezitos Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas im-
provisadas.
Plural dos Nomes Próprios Personativos
Flexão de Grau do Substantivo
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre que
a terminação preste-se à flexão. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as varia-
Os Napoleões também são derrotados. ções de tamanho dos seres. Classifica-se em:
As Raquéis e Esteres. - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado nor-
mal. Por exemplo: casa
Plural dos Substantivos Estrangeiros
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos Classifica-se em:
como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto quando ter- Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que
minam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com as aumento. Por exemplo: casarão.
regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os jipes, os esportes,
as toaletes, os bibelôs, os garçons, os réquiens. - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser.
Observe o exemplo: Pode ser:
Este jogador faz gols toda vez que joga. Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que in-
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. dica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Plural com Mudança de Timbre Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
diminuição. Por exemplo: casinha.
Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre
da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético chamado Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, núme-
metafonia (plural metafônico). ro, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação
(correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer);
Singular Plural desejo (querer).
corpo (ô) corpos (ó) O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus
esforço esforços possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva
fogo fogos e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos
forno fornos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilida-
fosso fossos des de flexão que esses verbos possuem.
imposto impostos
olho olhos Estrutura das Formas Verbais
osso (ô) ossos (ó) Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar
ovo ovos os seguintes elementos:
poço poços - Radical: é a parte invariável, que expressa o significado es-
porto portos sencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
posto postos - Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a con-
tijolo tijolos jugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), 2ª
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, es- - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - (partir).
posos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. - Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tem-
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de mo- po e o modo do verbo. Por exemplo:
lho (ó) = feixe (molho de lenha). falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
Particularidades sobre o Número dos Substantivos - Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pes-
soa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural):
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o norte, o falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
leste, o oeste, a fé, etc. falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, as
espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.

Didatismo e Conhecimento 36
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Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (com- Não deu para chegar mais cedo.
por, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma Dá para me arrumar uns trocados?
arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver desa-
parecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, * Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
pões, põem, etc. apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas As frutas amadureceram.
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos ver- Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
bos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facili- pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu bastante.
dade que nas formas rizotônicas o acento tônico cai no radical do
verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizo- Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
tônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, cacarejar:
verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo

Classificação dos Verbos Os principais verbos unipessoais são:


Classificam-se em: 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preci-
- Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais so, necessário, etc.):
de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bas-
canto cantei cantarei cantava cantasse. tante.)
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse. É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação com-
pleta. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais: 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmen- conjunção que.
te, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fu-
impessoais são: mar.)
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia.
fazer (em orações temporais). (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão) * Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos mor-
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) fológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do in-
** fazer, ser e estar (quando indicam tempo) dicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que prova-
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. velmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia. - verbo computar. Este verbo teria como formas do presente
do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade
** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões
impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escu- muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repu-
recer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-humora- diadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo
do”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da infor-
verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser im- mática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
pessoal para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu) - Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em
-ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irre-
** São impessoais, ainda: gular). Observe:
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo:
Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indi-
cando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está
muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito
expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o
sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
possível”. Por exemplo:

Didatismo e Conhecimento 37
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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

Anexar Anexado Anexo


Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

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Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais, ides, fui, foste,
pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanha-
do de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo


Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito
sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

Didatismo e Conhecimento 38
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SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo


Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo
Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do su-
jeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos
essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-
-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do
verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe
ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por pronome
oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou
transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo:
Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
Maria penteou-me.

Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações: - Particípio: quando não é empregado na formação dos tem-
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos pos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma
átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática. ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblí- exemplo:
quos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são os Terminados os exames, os candidatos saíram.
verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de
se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
sintáticas. Por exemplo: relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para re-
direto) - 1ª pessoa do singular presentar a escola.

Modos Verbais Tempos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo Tomando-se como referência o momento em que se fala, a
na expressão de um fato. Em Português, existem três modos: ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sempre es- 1. Tempos do Indicativo
tudo. - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num mo-
estude amanhã. mento anterior ao atual, mas que não foi completamente termina-
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora, me- do: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
nino. - Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momen-
to anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele estudou as
Formas Nominais lições ontem à noite.
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as lições
podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advér- quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as
bio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substanti- tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele estudará as
vo. Por exemplo: lições amanhã.
Viver é lutar. (= vida é luta) - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer pos-
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) teriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse dinheiro,
viajaria nas férias.
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: 2. Tempos do Subjuntivo
É preciso ler este livro. - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
Era preciso ter lido este livro. atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas pos-
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas terior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinên-
cias, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexio- Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
na-se da seguinte maneira: em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós) - Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles) momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à loja, leva-
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa co- rá as encomendas.
locação.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que in-
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ad- dicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
vérbio. Por exemplo: levará as encomendas.
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal (1ª/2ª e 3ª conj.) Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo


1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Didatismo e Conhecimento 42
LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela desi-
nência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim,
o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema
desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós)
eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo

Eu canto --- Que eu cante


Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:

- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só se
aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (Agente Polícia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir.


É comum que objetos ___________ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
_____________ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) sejam … mantesse (B) sejam … mantivessem (C) sejam … mantém (D) seja … mantivessem (E) seja … mantêm

02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de
2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa ação
(A) concluída. (B) atemporal. (C) contínua. (D) hipotética. (E) futura.

03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.

04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada exprime
possibilidade.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias...
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associação, e não mais por sequências fixas previamente estabelecidas.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito está ligado a uma nova concepção de textualidade...
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar toda a literatura do mundo...

Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO II. Existiam muitos ferimentos no boi.
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movi-
crescimento econômico, se associado à ampliação do emprego, mentada.
PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, se pas- Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este pelo
sarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito do indicativo, verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
teremos a forma: A) Existia – Haviam – Existiam
A) puder. B) Existiam – Havia – Existiam
B) poderia. C) Existiam – Haviam – Existiam
C) pôde. D) Existiam – Havia – Existia
D) poderá. E) Existia – Havia – Existia
E) pudesse.
GABARITO
06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa em 01. B 02. C 03. E 04. B 05. B
que todos os verbos estão empregados de acordo com a norma 06. A 07. C 08. B 09. C 10. D
-padrão.
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da impres- RESOLUÇÃO
são definitiva.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio. 1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú-
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar no blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
feriado. mantivessem a atenção voltada para seus pertences, conservando
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga... -os junto ao corpo.
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu
superior. 2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando que-
das sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque
07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale a expressa ação contínua (= não concluída)
alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido da
frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder, quem 3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de
encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma mensa- um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da
gem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet. pergunta “débito ou crédito?”.
(A) Caso a criança se havia perdido… Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de classificar
(B) Caso a criança perdeu… segundo ideias preconcebidas.
(C) Caso a criança se perca…
(D) Caso a criança estivera perdida… 4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação e
(E) Caso a criança se perda… arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
= verbo no futuro do pretérito
08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.).
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo 5-) Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
futuro. Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós poderíamos,
A) Os consumidores são assediados pelo marketing … vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é crescimento
B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar. econômico (singular), portanto, terceira pessoa do singular (ele)
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”… = poderia.
D) … de onde vem o produto…?
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… 6-)
09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a (B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em silên-
alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas cio.
se dá em conformidade com a norma-padrão da língua. (C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar
(A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos. no feriado.
(B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter aconte- (D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga...
cido com a criança. (E) Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a
(C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam seu superior.
preocupados.
(D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada. 7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve
(E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança uma grande perda salarial...)
se perdeu mesmo assim.
8-)
10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP – A) Os consumidores são assediados pelo marketing = presente
2013-adap.). Leia as frases a seguir. C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira = pretérito do Subjuntivo
no animal. D) … de onde vem o produto…? = presente

Didatismo e Conhecimento 45
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E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = preté- vós valestes
rito perfeito eles valeram

9-) Pretérito Imperfeito do Indicativo


(A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos. eu valia
(B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter aconteci- tu valias
do com a criança. ele valia
(D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada. nós valíamos
(E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a criança vós valíeis
se perdeu mesmo assim. eles valiam

10-) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma- Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
deira no animal. eu valera
II. Existiam muitos ferimentos no boi. tu valeras
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movi- ele valera
mentada. nós valêramos
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal; vós valêreis
existir = variável. Portanto, temos: eles valeram
I – Existiam onze pessoas...
II – Havia muitos ferimentos... Futuro do Presente do Indicativo
III – Existia muita gente... eu valerei
tu valerás
ele valerá
Verbos irregulares são verbos que sofrem alterações em seu nós valeremos
radical ou em suas desinências, afastando-se do modelo a que per- vós valereis
tencem. eles valerão
No português, para verificar se um verbo sofre alterações, bas-
ta conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo. Ex: Futuro do Pretérito do Indicativo
faço – fiz, trago – trouxe, posso - pude. eu valeria
Não é considerada irregularidade a alteração gráfica do radi- tu valerias
cal de certos verbos para conservação da regularidade fônica. Ex: ele valeria
embarcar – embarco, fingir – finjo. nós valeríamos
vós valeríeis
Exemplo de conjugação do verbo “dar” no presente do indi- eles valeriam
cativo:
Eu dou Mais-que-perfeito Composto do Indicativo
Tu dás eu tinha valido
Ele dá tu tinhas valido
Nós damos ele tinha valido
Vós dais nós tínhamos valido
Eles dão vós tínheis valido
eles tinham valido
Percebe-se que há alteração do radical, afastando-se do origi-
nal “dar” durante a conjugação, sendo considerado verbo irregular.
Exemplo: Conjugação do verbo valer:
Modo Indicativo Gerúndio do verbo valer = valendo
Presente
eu valho Modo Subjuntivo
tu vales Presente
ele vale que eu valha
nós valemos que tu valhas
vós valeis que ele valha
eles valem que nós valhamos
que vós valhais
Pretérito Perfeito do Indicativo que eles valham
eu vali
tu valeste Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
ele valeu se eu valesse
nós valemos se tu valesses

Didatismo e Conhecimento 46
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se ele valesse Pretérito perfeito do indicativo: Fiz, fizeste, fez, fizemos, fi-
se nós valêssemos zestes, fizeram.
se vós valêsseis
se eles valessem Futuro do presente do indicativo: Farei, farás, fará, fare-
mos, fareis, farão.
Futuro do Subjuntivo
quando eu valer Ir
quando tu valeres Presente do indicativo: Vou, vais, vai, vamos, ides, vão.
quando ele valer
quando nós valermos Pretérito perfeito do indicativo: Fui, foste, foi, fomos, fostes,
quando vós valerdes foram.
quando eles valerem
Futuro do presente do indicativo: Irei, irás, irá, iremos,
Imperativo ireis, irão.
Imperativo Afirmativo
-- Futuro do subjuntivo: For, fores, for, formos, fordes, forem.
vale tu
valha ele Querer
valhamos nós Presente do indicativo: Quero, queres, quer, queremos, que-
valei vós reis, querem.
valham eles
Pretérito perfeito do indicativo: Quis, quiseste, quis, quise-
Imperativo Negativo mos, quisestes, quiseram.
--
não valhas tu Presente do subjuntivo: Queira, queiras, queira, queiramos,
não valha ele queirais, queiram.
não valhamos nós
não valhais vós Ver
não valham eles Presente do indicativo: Vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem.

Infinitivo Pretérito perfeito do indicativo: Vi, viste, viu, vimos, vistes,


Infinitivo Pessoal viram.
por valer eu
por valeres tu Futuro do presente do indicativo:Verei, verás, verá, vere-
por valer ele mos, vereis, verão.
por valermos nós
por valerdes vós Futuro do subjuntivo: Vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.
por valerem eles
Vir
Infinitivo Impessoal = valer Presente do indicativo: Venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm.
Particípio = Valido
Pretérito perfeito do indicativo: Vim, vieste, veio, viemos,
Acompanhe abaixo uma lista com os principais verbos irre- viestes, vieram.
gulares:
Dizer Futuro do presente do indicativo: Virei, virás, virá, viremos,
Presente do indicativo: Digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, di- vireis, virão.
zem.
Futuro do subjuntivo: Vier, vieres, vier, viermos, vierdes,
Pretérito perfeito do indicativo: Disse, disseste, disse, disse- vierem.
mos, dissestes, disseram.
Vozes do Verbo
Futuro do presente do indicativo: Direi, dirás, dirá, dire-
mos, direis, dirão. Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar
se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as
Fazer vozes verbais:
Presente do indicativo: Faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fa- - Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expres-
zem. sa pelo verbo. Por exemplo:

Didatismo e Conhecimento 47
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Ele fez o trabalho. Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz latina de
sujeito agente ação objeto (paciente) paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacionam com o sig-
nificado sofrimento, padecimento. Daí vem o significado de voz
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação ex- passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito.
pressa pelo verbo. Por exemplo: Na voz passiva temos dois elementos que nem sempre aparecem:
O trabalho foi feito por ele. SUJEITO PACIENTE e AGENTE DA PASSIVA.
sujeito paciente ação agente da passiva
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e pa-
ciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancial-
O menino feriu-se. mente o sentido da frase.
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a no- Sujeito da Ativa objeto Direto
ção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)
Formação da Voz Passiva Sujeito da Passiva Agente da Passiva
A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito
e sintético. da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a
forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe mais exem-
1- Voz Passiva Analítica plos:
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
verbo principal. Por exemplo: Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mes-
A escola será pintada. tres.
O trabalho é feito por ele.
- Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado da pre-
posição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de.
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Prejudica-
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja ex-
ram-me. / Fui prejudicado.
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER),
pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases Saiba que:
seguintes: - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) são chamados neutros.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo) O vinho é bom.
Aqui chove muito.
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo) - Há formas passivas com sentido ativo:
É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mes- - Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:
mo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a trans- Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
formação da frase seguinte: Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido ci-
rúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica paciente.
com outros verbos que podem eventualmente funcionar como au- Chamo-me Luís.
xiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada pela doença. Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
2- Voz Passiva Sintética Vacinaram-se contra a gripe.
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo
na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Por exemplo: Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sin-
tética.

Didatismo e Conhecimento 48
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Questões sobre Vozes dos Verbos 07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indis-
01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI- tintamente as músicas produzidas no interior do país...
NISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal
ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é resultante será:
(A) adjunto adnominal. (A) vinham indicadas.
(B) sujeito paciente. (B) era indicado.
(C) objeto indireto. (C) eram indicadas.
(D) complemento nominal. (D) tinha indicado.
(E) agente da passiva. (E) foi indicada.

02. (FCC-COPERGÁS – Auxiliar Técnico Administrativo - 08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –
2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. Transpondo- PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 -
-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será: adaptada) Um exemplo de construção na voz passiva está em:
(A) era abatido. (B) fora abatido. (A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
(C) abatera-se. (D) foi abatido. (B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro”
(E) tinha abatido (C) “enviar o brinquedo por sedex”
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Defesa do
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) Consumidor”
... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade (E) “A empresa fez campanha para recolher”
como tais.
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo passará a 09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010)
ser, corretamente, Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde vim a
(A) perceba. entender a tradução completa, a forma verbal resultante será:
(B) foi percebido. (A) veio a ser entendida.
(C) tenham percebido. (B) teria entendido.
(D) devam perceber. (C) fora entendida.
(E) estava percebendo. (D) terá sido entendida.
(E) tê-la-ia entendido.
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas pela 10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
multidão... PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAP-
A forma verbal resultante da transposição da frase acima para TADA)
a voz ativa é: ... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série Mu-
(A) ocupava-se. lheres.
(B) ocupavam. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal
(C) ocupou. resultante será:
(D) ocupa. (A) foi empreendida.
(E) ocupava. (B) são empreendidos.
(C) foi empreendido.
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (D) é empreendida.
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva está em: (E) são empreendidas.
(A) Quando Rodolfo surgiu...
(B) ... adquiriu as impressoras... GABARITO
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
(D) ... acolheu-o como patrono. 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do Recife ...
RESOLUÇÃO
06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a consti- 1-) No enunciado temos uma oração com a voz passiva do ver-
tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said ... bo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto Sou da Paz
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” funciona como
resultante é: sujeito da oração, ou seja, na passiva sua função é a de agente da
a) se constituiu. passiva. O sujeito paciente é “os dados”.
b) chegou a ser constituído.
c) teria chegado a constituir. 2-) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele foi
d) chega a se constituir. abatido...
e) chegaria a ser constituído.

Didatismo e Conhecimento 49
LÍNGUA PORTUGUESA
3-) ... valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”,
como tais = dois verbos na voz passiva, então teremos um na ativa: exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo
que a sociedade perceba os valores e princípios... “a” que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando
ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas
4-) As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos na é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:
passiva, um verbo na ativa: Conheço a aluna.
A multidão ocupava as ruas. Refiro-me à aluna.

5-) No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer


B = as impressoras foram adquiridas... algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode
C = família numerosa é sustentada... ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-
D – foi acolhido como patrono... -se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a crase
E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada... é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o
6-) O engajamento moral e político não chegou a constituir um artigo feminino “a” ou um dos pronomes já especificados.
deslocamento da atenção intelectual de Said = dois verbos na voz Casos em que a crase NÃO ocorre:
ativa, mas com presença de preposição e, um deles, no infinitivo,
então o verbo auxiliar “ser” ficará no infinitivo (na voz passiva) e o - diante de substantivos masculinos:
verbo principal (constituir) ficará no particípio: Um deslocamento Andamos a cavalo.
da atenção intelectual de Said não chegou a ser constituído pelo Fomos a pé.
engajamento... Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
7-)’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas Compramos os móveis a prazo.
no interior do país.
As músicas produzidas no país eram indicadas pelo sertanejo, - diante de verbos no infinitivo:
A criança começou a falar.
indistintamente.
Ela não tem nada a dizer.
8-)
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exemplos
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz ativa
acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do dinheiro” =
voz ativa
- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tra-
(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa
tamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de Defesa do Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Consumidor” = voz passiva Entreguei a todos os documentos necessários.
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = voz ativa Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
9-)Mais tarde vim a entender a tradução completa...
A tradução completa veio a ser entendida por mim. Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes po-
dem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina por
10-) ele empreende, de maneira quase clandestina, a série Mu- uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocor-
lheres. rerá crase. Por exemplo:
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira quase Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
clandestina. Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao se-
nhor.)
CRASE Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio
Cláudio para sair mais cedo.)
A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”, “mistu-
ra”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à “junção” de duas - diante de numerais cardinais:
vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição Chegou a duzentos o número de feridos.
“a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos pronomes Daqui a uma semana começa o campeonato.
aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a qual (as
quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
crase. O uso apropriado do acento grave depende da compreensão
da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendi- - diante de palavras femininas:
mento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exi- Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
gem a preposição “a”. Aprender a usar a crase, portanto, consiste Sempre vamos à praia no verão.
em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
e um artigo ou pronome. Observe: Sou grata à população.
Vou a + a igreja. Fumar é prejudicial à saúde.
Vou à igreja. Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de” O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indire-
(mesmo que a expressão moda de fique subentendida): to referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portan-
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. to, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Usava sapatos à (moda de) Luís XV. Aluguei aquela casa.
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro. O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exi-
ge preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros
- na indicação de horas: exemplos:
Acordei às sete horas da manhã. Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Elas chegaram às dez horas. Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Foram dormir à meia-noite. Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que Não obedecerei àquele sujeito.
participam palavras femininas. Por exemplo: Assisti àquele filme três vezes.
à tarde às ocultas às pressas à medida Espero aquele rapaz.
que Fiz aquilo que você disse.
à noite às claras às escondidas à força Comprei aquela caneta.
à vontade à beça à larga à escuta
às avessas à revelia à exceção de à imitação de Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
à luz à sombra de à frente de à proporção que quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exi-
à semelhança de às ordens à beira de gir a preposição “a”, haverá crase. É possível detectar a ocorrência
da crase nesses casos utilizando a substituição do termo regido
Crase diante de Nomes de Lugar feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.


Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
“a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante de-
les haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do
Veja outros exemplos:
artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um ver-
São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
bo que peça a preposição “de” ou “em”. A ocorrência da contração
Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
“da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam respon-
isso, haverá crase. Por exemplo: der nenhuma das questões.
A sessão à qual assisti estava vazia.
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Crase com o Pronome Demonstrativo “a”
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.) A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a” tam-
bém pode ser detectada através da substituição do termo regente
*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou feminino por um termo regido masculino. Veja:
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Minha revolta é ligada à do meu país.
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. Meu luto é ligado ao do meu país.
Vou à praia. = Volto da praia. As orações são semelhantes às de antes.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, Suas perguntas são superiores às dele.
ocorrerá crase. Veja: Seus argumentos são superiores aos dele.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela Sua blusa é idêntica à de minha colega.
regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Irei à Salvador de Jorge Amado.
A Palavra Distância
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Aquela (s), Aquilo Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a cra-
se deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de 100km
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo re- daqui. (A palavra está determinada)
gente exigir a preposição “a”. Por exemplo: Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A pala-
vra está especificada.)
Refiro-me a + aquele atentado.
Preposição Pronome Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não
Refiro-me àquele atentado. pode ocorrer. Por exemplo:

Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
Os militares ficaram a distância. As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respec-
Gostava de fotografar a distância. tivamente, com:
Ensinou a distância. (A) aos … à … a … a (B) aos … a … à … a
Dizem que aquele médico cura a distância. (C) a … a … à … à (D) à … à … à … à
Reconheci o menino a distância. (E) a … a … a … a

Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia o
pode-se usar a crase. Veja: texto a seguir.
Gostava de fotografar à distância. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
Ensinou à distância. ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
Dizem que aquele médico cura à distância. procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu-
-lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA que fez.
- diante de nomes próprios femininos: (Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes pró- Janeiro: Globo, 1997, p. 6)
prios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. dada:
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. A) à – a – a B) a – a – à
C) à – a – à D) à – à – a
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo femini- E) a – à – à
no diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as
frases abaixo das seguintes formas: 03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU-
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto. NESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua portugue-
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto. sa, o acento indicativo de crase está corretamente empregado em:
(A) A população, de um modo geral, está à espera de que, com
- diante de pronome possessivo feminino: o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem
possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Ob- a sua postura.
serve: (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por muito mais severas.
você. (D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida dos
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando demais motoristas e de pedestres.
por você. (E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da nova
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes lei para que ela possa funcionar.
possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo
das seguintes formas: 04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não me
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente.
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô. O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o
segmento grifado for substituído por:
- depois da preposição até: A) leitura apressada e sem profundidade.
Fui até a praia. ou Fui até à praia. B) cada um de nós neste formigueiro.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta. C) exemplo de obras publicadas recentemente.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai D) uma comunicação festiva e virtual.
até às cinco horas da tarde. E) respeito de autores reconhecidos pelo público.

Questões sobre Crase 05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP


– 2013).
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as discussões O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) tam-
sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos jurídicos ou po- bém desenvolve atividades lúdicas de apoio______ ressociali-
liciais. É como se suas únicas consequências estivessem em lega- zação do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para o
lismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler ____res- retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade, ele
peito envolvendo questões de saúde pública como programas de estará capacitado______ ter uma profissão e uma vida digna.
esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes e de (Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/qual_e_a_
reintegração desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome de importancia_da_ressocializacao_de_presos. Acesso em:
um médico ou clínica ____quem tentar encaminhar um drogado 18.08.2012. Adaptado)
da nossa própria família?
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
17.09.2012. Adaptado) te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa.

Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
A) à … à … à B) a … a … à C) a … à … à 10. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
D) à … à ... a E) a … à … a SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das op-
ções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente indicado?
06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) B) Ninguém se referira à essa ideia antes.
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a seguir, C) Esta era à medida certa do quarto.
empregando o sinal indicativo de crase de acordo com a norma D) Ela fechou a porta e saiu às pressas.
-padrão. E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo.
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cederemos es-
paço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudicar nossas GABARITO
instituições. 01. B 02. A 03. A 04. A 05. D
(A) à … à … à 06.C 07. E 08. B 09.B 10. D
(B) a … à … à
(C) à … a … a RESOLUÇÃO
(D) à … à … a
(E) a … a … à 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina não
07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP há crase)
– 2013-adap) O acento indicativo de crase está corretamente em- de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a vida = à)
pregado em: o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar encaminhar
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as um drogado da nossa própria família? (antes de pronome indefini-
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. do/relativo)
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos me-
canismos biológicos de controle emocional.
2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la sobre a
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que _a__car-
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade ali-
tomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ confiança (objeto di-
mentam a violência crescente nas cidades.
reto), e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez.
E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade
3-)
atinge os mais vulneráveis.
(A) A população, de um modo geral, está à espera (dá para
08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). O substituir por “esperando”) de que
sinal indicativo de crase está correto em: (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de (antes de verbo)
biotecnologia. (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à edu- (generalizando, palavra no plural)
cação dos filhos. (D) À ninguém (pronome indefinido)
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as insta- (E) Cabe à todos (pronome indefinido)
lações do prédio. 4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressada e sem
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe profundidade.
que envolva a segurança das pessoas. a cada um de nós neste formigueiro. (antes de pronome inde-
E) É função da política é dedicar-se à todo problema que com- finido)
prometa o bem-estar do cidadão. a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra mascu-
lina)
09. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido)
O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é um homem de a respeito de autores reconhecidos pelo público. (palavra
face corada, muito afeito ...... frases inteligentes e citações dos masculina)
clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e sossegada, fica
sentada tricotando tranquilamente, impassível ...... propensão de 5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP)
seu marido ...... investigar assassinatos. também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__ ressocia-
(Adaptado de P.D.James, op.cit.) lização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade,
dada: ele estará capacitado__a___ ter uma profissão e uma vida digna.
(A) à - à - a - Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
(B) a - à - a - retorno a? regência nominal pede preposição;
(C) à - a - à - antes de verbo no infinitivo não há crase.
(D) a - à - à
(E) à - a – a 6-) Vamos por partes!
- Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, portanto:
pede preposição;

Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
- quem cede, cede algo A alguém, então teremos objeto direto
e indireto;
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS;
- quem se propõe, propõe-se A alguma coisa.
Vejamos:
Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos espaço
A nenhuma ação que se proponha A prejudicar nossas instituições. Estrutura e Formação de Palavras
* Sujeitar A + A corrupção;
* ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto indire- Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das
to. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhuma” é pronome palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada
indefinido); uma delas. As palavras podem ser divididas em unidades menores,
* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no caso, ora-
a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas.
ção subordinada com função de objeto indireto. Não há acento
Vamos analisar a palavra “cachorrinhas”. Nessa palavra ob-
indicativo de crase porque temos um verbo no infinitivo – “pre-
judicar”). servamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles:
cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele
7-) que contém o significado.
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as inh - indica que a palavra é um diminutivo
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. (antes a - indica que a palavra é feminina
de verbo no infinitivo não há crase) s - indica que a palavra se encontra no plural
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos me-
canismos biológicos de controle emocional. (se o “a” está no Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo. Exis-
singular e antecede palavra no plural, não há crase) tem palavras que não comportam divisão em unidades menores,
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. (arti- tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos mórficos:
go indefinido) - Raiz, Radical, Tema: elementos básicos e significativos
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade ali- - Afixos (Prefixos, Sufixos), Desinência, Vogal Temática:
mentam a violência crescente nas cidades. (palavra masculina) elementos modificadores da significação dos primeiros
E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade - Vogal de Ligação, Consoante de Ligação: elementos de li-
atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nominal: desfa- gação ou eufônicos.
vorável a?)
Raiz: É o elemento originário e irredutível em que se concen-
8-)
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de tra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico.
biotecnologia. (artigo indefinido) É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à educa- família etimológica. Exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudi-
ção dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a ) car] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem,
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as insta- pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, ino-
lações do prédio. (verbo no infinitivo) centar, inócuo, etc.
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe
que envolva a segurança das pessoas. (pronome indefinido) Uma raiz pode sofrer alterações: at-o; at-or; at-ivo; aç-ão; ac
E) É função da política é dedicar-se à todo problema que com- -ionar;
prometa o bem-estar do cidadão. (pronome indefinido)
Radical:
9-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no sin-
gular e “frases”, no plural) Observe o seguinte grupo de palavras: livr-o; livr-inho; livr
Impassível à propensão (regência nominal: pede preposição) -eiro; livr-eco. Você reparou que há um elemento comum nesse
A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acento in- grupo? Você reparou que o elemento livr serve de base para o sig-
dicativo de crase) nificado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema).
Sequência: a / à / a.
Elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o
aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos
10-)
A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e subs- elementos secundários (quando houver) da palavra. Exemplo: cer-
tantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do dia) t-o; cert-eza; in-cert-eza.
B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes de
pronome demonstrativo) Afixos: são elementos secundários (geralmente sem vida autô-
C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo e subs- noma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras
tantivo, no caso. Diferente da conjunção proporcional: À medida derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema “-mente”, por
que lia, mais aprendia) exemplo, cria uma nova palavra a partir de “certo”: certamente,
D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advérbio de advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos mor-
modo = apressadamente) femas “a-” e “-ar” à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe
E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. = palavra que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe
masculina gramatical na palavra a que são anexados.

Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando são colocados antes do radical, como acontece com - Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acréscimo de
“a-”, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como “-ar”, sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado
surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. ou mudança de classe gramatical: alfabetização. No exemplo, o
Exemplo: in-at-ivo; em-pobr-ecer; inter-nacion-al. sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este,
por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo
Desinências: são os elementos terminais indicativos das fle- do sufixo -izar.
xões das palavras. Existem dois tipos:
- Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (mas- A derivação sufixal pode ser:
culino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes. Nominal, formando substantivos e adjetivos: papel – papela-
Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s. Só podemos falar ria; riso – risonho.
em desinências nominais de gêneros e de números em palavras Verbal, formando verbos: atual - atualizar.
que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras Adverbial, formando advérbios de modo: feliz – felizmente.
como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência
nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinên- - Derivação Parassintética ou Parassíntese: Ocorre quando a
cia nominal de número. palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufi-
xo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes
- Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pes- (substantivos e adjetivos) e verbos. Considere o adjetivo “triste”.
soa e de modo e tempo dos verbos. A desinência “-o”, presente Do radical “trist-” formamos o verbo entristecer através da junção
em “am-o”, é uma desinência número pessoal, pois indica que o simultânea do prefixo “en-” e do sufixo “-ecer”. A presença de
verbo está na primeira pessoa do singular; “-va”, de “ama-va”, é apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova
desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pre- palavra, pois em nossa língua não existem as palavras “entriste”,
térito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação. nem “tristecer”. Exemplos:
emudecer
Vogal Temática: é a vogal que se junta ao radical, preparan-
mudo – palavra inicial
do-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três
e – prefixo
vogais temáticas:
mud – radical
- Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: buscar, buscavas, etc.
ecer – sufixo
- Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: romper, rompemos, etc.
- Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: proibir, proibirá, etc.
desalmado
alma – palavra inicial
Tema: é o grupo formado pelo radical mais vogal temática.
des – prefixo
Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi- alm – radical
ado – sufixo
Vogais e Consoantes de Ligação: As vogais e consoantes de
ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, Não devemos confundir derivação parassintética, em que o
para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determi- acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo,
nada palavra. Exemplos: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade.
vogal de ligação=i); gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l Nessas palavras, os afixos são acoplados em sequência: desvalo-
-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc. rização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por
sua vez provém de valor.
Formação das Palavras: existem dois processos básicos pe- É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por pa-
los quais se formam as palavras: a Derivação e a Composição. A rassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de “propriar”
diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo ou de “expróprio”, pois tais palavras não existem. Logo, expro-
de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no priar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante
processo de composição sempre haverá mais de um radical. de prefixo e sufixo.
- Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva quando
Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução: comprar
chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primiti- (verbo), compra (substantivo); beijar (verbo), beijo (substantivo).
va. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro, marujo); terra (enterrar,
terreiro, aterrar). Observamos que «mar» e «terra» não se formam Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou
de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a for- se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação:
mação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. - Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o ver-
Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. bo palavra primitiva.
- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o
Tipos de Derivação contrário.
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam
- Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acréscimo de ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém,
prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado: com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substanti-
crer- descrer; ler- reler; capaz- incapaz. vo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.

Didatismo e Conhecimento 55
LÍNGUA PORTUGUESA
Por derivação regressiva, formam-se basicamente substanti- - Hibridismo: ocorre hibridismo na palavra em cuja formação
vos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substanti- entram elementos de línguas diferentes: auto (grego) + móvel (latim).
vos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os
exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. o portu- - Onomatopeia: numerosas palavras devem sua origem a uma
ga (de português); o boteco (de botequim); o comuna (de comu- tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruí-
nista); agito (de agitar); amasso (de amassar); chego (de chegar) dos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem
aproximadamente os sons e as vozes dos seres: miau, zumzum,
O processo normal é criar um verbo a partir de um substanti- piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.
vo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso:
forma o substantivo a partir do verbo. Prefixos: os prefixos são morfemas que se colocam antes dos
radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; raramen-
- Derivação Imprópria: A derivação imprópria ocorre quando te esses morfemas produzem mudança de classe gramatical. Os
determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim
em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo: e do grego, línguas em que funcionavam como preposições ou ad-
Os adjetivos passam a substantivos: Os bons serão contem- vérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns prefixos foram
plados. pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tive-
Os particípios passam a substantivos ou adjetivos: Aquele ga- ram grande vitalidade na formação de novas palavras: a- , contra- ,
roto alcançou um feito passando no concurso. des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-.
Os infinitivos passam a substantivos: O andar de Roberta era
fascinante; O badalar dos sinos soou na cidadezinha. Prefixos de Origem Grega
Os substantivos passam a adjetivos: O funcionário fantasma
foi despedido; O menino prodígio resolveu o problema. a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência, carên-
Os adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que nin- cia: anônimo, amoral, ateu, afônico.
guém escutasse. ana-: inversão, mudança, repetição: analogia, análise, anagra-
Palavras invariáveis passam a substantivos: Não entendo o ma, anacrônico.
porquê disso tudo. anfi-: em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade:
Substantivos próprios tornam-se comuns: Aquele coordena- anfiteatro, anfíbio, anfibologia.
dor é um caxias! (chefe severo e exigente) anti-: oposição, ação contrária: antídoto, antipatia, antagonis-
ta, antítese.
Os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte apo-: afastamento, separação: apoteose, apóstolo, apocalipse,
da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras. apologia.
No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu sig- arqui-, arce-: superioridade hierárquica, primazia, excesso:
nificado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário.
essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada “impró- cata-: movimento de cima para baixo: cataplasma, catálogo,
pria”. catarata.
di-: duplicidade: dissílabo, ditongo, dilema.
Composição: é o processo que forma palavras compostas, a dia-: movimento através de, afastamento: diálogo, diagonal,
partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos: diafragma, diagrama.
dis-: dificuldade, privação: dispneia, disenteria, dispepsia,
- Composição por Justaposição: ao juntarmos duas ou mais disfasia.
palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética: passatempo, ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora: eclipse, êxodo, ec-
quinta-feira, girassol, couve-flor. Em «girassol» houve uma altera- toderma, exorcismo.
ção na grafia (acréscimo de um «s») justamente para manter inal- en-, em-, e-: posição interior, movimento para dentro: encé-
terada a sonoridade da palavra. falo, embrião, elipse, entusiasmo.
endo-: movimento para dentro: endovenoso, endocarpo, en-
- Composição por Aglutinação: ao unirmos dois ou mais dosmose.
vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus epi-: posição superior, movimento para: epiderme, epílogo,
elementos fonéticos: embora (em boa hora); fidalgo (filho de algo epidemia, epitáfio.
- referindo-se a família nobre); hidrelétrico (hidro + elétrico); pla- eu-: excelência, perfeição, bondade: eufemismo, euforia, eu-
nalto (plano alto). Ao aglutinarem-se, os componentes subordi- caristia, eufonia.
nam-se a um só acento tônico, o do último componente. hemi-: metade, meio: hemisfério, hemistíquio, hemiplégico.
hiper-: posição superior, excesso: hipertensão, hipérbole, hi-
- Redução: algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma pertrofia.
plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por automóvel; cine hipo-: posição inferior, escassez: hipocrisia, hipótese, hipo-
- por cinema; micro - por microcomputador; Zé - por José. Como dérmico.
exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas meta-: mudança, sucessão: metamorfose, metáfora, metacar-
também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. po.
para-: proximidade, semelhança, intensidade: paralelo, para-
sita, paradoxo, paradigma.

Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
peri-: movimento ou posição em torno de: periferia, peripé- re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater, reatar.
cia, período, periscópio. retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso, retroa-
pro-: posição em frente, anterioridade: prólogo, prognóstico, gir, retrógrado.
profeta, programa. so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima, inferiori-
pros-: adjunção, em adição a: prosélito, prosódia. dade: soterrar, sobpor, subestimar.
proto-: início, começo, anterioridade: proto-história, protóti- super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: supercílio,
po, protomártir. supérfluo.
poli-: multiplicidade: polissílabo, polissíndeto, politeísmo. soto-, sota-: posição inferior: soto-mestre, sota-voga, soto-pôr.
sin-, sim-: simultaneidade, companhia: síntese, sinfonia, sim- trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movimento
patia, sinopse. através: transatlântico, tresnoitar, tradição.
tele-: distância, afastamento: televisão, telepatia, telégrafo. ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ultrarro-
mantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta.
Prefixos de Origem Latina vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vice-almi-
rante.
a-, ab-, abs-: afastamento, separação: aversão, abuso, absti-
nência, abstração. Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos) que,
a-, ad-: aproximação, movimento para junto: adjunto,advoga- acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principal
do, advir, aposto. característica é a mudança de classe gramatical que geralmente
ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessala, an- opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo
teontem, antever. num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo.
ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguidade, am- Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorpora-
bivalente. das as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis.
ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: benefício, Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extre-
bendito. mamente importantes para o funcionamento da língua. São os que
bis-, bi-: repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bisavô, formam nomes de ação e os que formam nomes de agente.
biscoito.
circu(m)-: movimento em torno: circunferência, circunscrito, Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminhada;
circulação. -ança – mudança; -ância – abundância; -ção – emoção; -dão – so-
cis-: posição aquém: cisalpino, cisplatino, cisandino. lidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza; -ismo – civismo;
co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio, coope- -mento – casamento; -são – compreensão; -tude – amplitude; -ura
rativa, condutor. – formatura.
contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer.
de-: movimento de cima para baixo, separação, negação: de- Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – secretário;
capitar, decair, depor. -eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista; -or – lutador; -nte – feirante.
de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: desventura,
discórdia, discussão. Sufixos que formam nomes de lugar, depositório: -aria –
e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão, expor- churrascaria; -ário – herbanário; -eiro – açucareiro; -or – corre-
tação, expelir. dor; -tério – cemitério; -tório – dormitório.
en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para um es-
tado ou forma, revestimento: imergir, enterrar, embeber, injetar, Sufixos que formam nomes indicadores de abundância,
importar. aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -ada – papelada; -agem –
extra-: posição exterior, excesso: extradição, extraordinário, folhagem; -al – capinzal; -ame – gentame; -ario(a) - casario, in-
extraviar. fantaria; -edo – arvoredo; -eria – correria; -io – mulherio; -ume
i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal, im- – negrume.
possível, improdutivo.
inter-, entre-: posição intermediária: internacional, interpla- Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência:
netário. -ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fósseis).
intra-: posição interior: intramuscular, intravenoso, intraverbal. -oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores).
intro-: movimento para dentro: introduzir, introvertido, in- -ato, eto, Ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito (pedra).
trospectivo. -ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais).
justa-: posição ao lado: justapor, justalinear. -ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto).
ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar, ocupar, -ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciência lin-
obstáculo. guística).
per-: movimento através: percorrer, perplexo, perfurar, per- -io - sódio, potássio, selênio (corpos simples)
verter.
pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado. Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas,
pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, preliminar. sistemas políticos: - ismo: budismo, kantismo, comunismo.
pro-: movimento para frente: progresso, promover, prosse-
guir, projeção.

Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
Sufixos Formadores de Adjetivos 02. A palavra “aguardente” formou-se por:
a) hibridismo
- de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado; -áceo(a) b) aglutinação
- herbáceo, liláceas; -aico – prosaico; -al – anual; -ar – escolar; c) justaposição
-ário - diário, ordinário; -ático – problemático; -az – mordaz; d) parassíntese
-engo – mulherengo; -ento – cruento; -eo – róseo; -esco – pito- e) derivação regressiva
resco; -este – agreste; -estre – terrestre; -enho – ferrenho; -eno
– terreno; -ício – alimentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino 03. Que item contém somente palavras formadas por justa-
– cristalino; -ivo – lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso; posição?
-udo – barrigudo. a) desagradável – complemente
b) vaga-lume - pé-de-cabra
- de verbos: c) encruzilhada – estremeceu
-(a)(e)(i)nte: ação, qualidade, estado – semelhante, doente, d) supersticiosa – valiosas
seguinte. e) desatarraxou – estremeceu
-(á)(í)vel: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação – lou-
vável, perecível, punível. 04. “Sarampo” é:
-io, -(t)ivo: ação referência, modo de ser – tardio, afirmativo, a) forma primitiva
pensativo. b) formado por derivação parassintética
-(d)iço, -(t)ício: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, c) formado por derivação regressiva
referência – movediço, quebradiço, factício. d) formado por derivação imprópria
-(d)ouro,-(t)ório: ação, pertinência – casadouro, preparatório. e) formado por onomatopéia
Sufixos Adverbiais: Na Língua Portuguesa, existe apenas um 05. Numere as palavras da primeira coluna conforme os pro-
único sufixo adverbial: É o sufixo “-mente”, derivado do substan- cessos de formação numerados à direita. Em seguida, marque a
tivo feminino latino mens, mentis que pode significar “a mente,
alternativa que corresponde à sequência numérica encontrada:
o espírito, o intento”.Este sufixo juntou-se a adjetivos, na forma
( ) aguardente     1) justaposição
feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de modo.
( ) casamento     2) aglutinação
Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervo-
( ) portuário         3) parassíntese
sa-mente, fraca-mente, pia-mente. Já os advérbios que se derivam
( ) pontapé         4) derivação sufixal
de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-men-
( ) os contras     5) derivação imprópria
te, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora
uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês. ( ) submarino     6) derivação prefixal
( ) hipótese
Sufixos Verbais: Os sufixos verbais agregam-se, via de regra,
ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos. a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1
Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6
da terminação-ar. Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6
nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar. d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6
e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6
Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação.
-ar: cruzar, analisar, limpar 06. Indique a palavra que foge ao processo de formação de
-ear: guerrear, golear chapechape:
-entar: afugentar, amamentar a) zunzum
-ficar: dignificar, liquidificar b) reco-reco
-izar: finalizar, organizar c) toque-toque
d) tlim-tlim
Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida. e) vivido
Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou causar.
Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco in- 07. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de deriva-
tensa. ção imprópria?
a) Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a
Exercícios votação.
b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secre-
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo to... Bobagens, bobagens!
mesmo processo: c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continua-
a) ajoelhar / antebraço / assinatura riam sendo uma farsa!
b) atraso / embarque / pesca d) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam.
c) o jota / o sim / o tropeço e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva.
d) entrega / estupidez / sobreviver
e) antepor / exportação / sanguessuga

Didatismo e Conhecimento 58
LÍNGUA PORTUGUESA
08. Assinale a série de palavras em que todas são formadas número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o tema do
por parassíntese: que se vai comunicar”. O predicado é a parte da frase que contém
a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema, consti-
b) solução, passional, corrupção, visionário tuindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o pre-
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteróide dicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos um
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo predicado nominal:
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opi-
09. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são forma- nião.
das por: A existência é frágil.
a) derivação
b) onomatopeia A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples)
c) hibridismo quando encerra um pensamento completo e vem limitada por pon-
d) composição to-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e por reti-
e) prefixação cências.
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vasco.
10. Assinale a alternativa em que uma das palavras não é for-
mada por prefixação: Acima temos três orações correspondentes a três períodos sim-
a) readquirir, predestinado, propor ples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é frase: “convém
b) irregular, amoral, demover que te apresses” apresenta duas orações, mas uma só frase, pois so-
c) remeter, conter, antegozar mente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.
d) irrestrito, antípoda, prever Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que
e) dever, deter, antever se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sempre um ver-
bo (ou locução verbal), que implica na existência de um predicado,
Respostas: 1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A / 9-D ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.
/ 10-E / Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo.
Dessa forma:
Rua! = é uma frase, não é uma oração.
Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a
SINTAXE (FRASE, ORAÇÃO, noite do meu bem.” Temos uma frase e três orações: As duas últi-
TIPOS DE SUJEITO, PREDICADO, mas orações não são frases, pois em si mesmas não satisfazem um
OBJETO DIRETO E INDIRETO); propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.

Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por


uma ou mais orações, formando um todo, com sentido comple-
Frase, período e oração: to. O período pode ser simples ou composto.
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabele-
cer comunicação. Expressa juízo, indica ação, estado ou fenôme- Período simples é aquele constituído por apenas uma oração,
no, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções. que recebe o nome de oração absoluta.
Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito Chove.
e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois em Português há A existência é frágil.
orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo que não chove. Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opi-
nião.
Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoa-
ção, na língua escrita, a entoação é reduzida a sinais de pontuação. Período composto é aquele constituído por duas ou mais ora-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e ções:
nominais, feita a partir de seus elementos constituintes, elas podem “Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”
ser classificadas a partir de seu sentido global: Cantei, dancei e depois dormi.
- frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma
pergunta: Que queres fazer? Termos essenciais da oração:
- frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou
faz um pedido: Dê-me uma mãozinha! Faça-o sair! O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais
- frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo: da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indispensáveis
Que dia difícil! para a formação das orações. No entanto, existem orações forma-
- frases declarativas: o emissor constata um fato: Ele já chegou. das exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é
a presença do verbo.
Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem verbo (ora- O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo.
ção) são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito e pre- “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.”
dicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em “Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”.

Didatismo e Conhecimento 59
LÍNGUA PORTUGUESA
Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha e Precisa-se de mentes criativas;
primeira referem-se ao conceito básico expresso em lágrima. Lá- Vivia-se bem naqueles tempos;
grima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno- Trata-se de casos delicados;
minada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito relaciona-se com o Sempre se está sujeito a erros.
verbo, estabelecendo a concordância. O pronome se funciona como índice de indeterminação do su-
A função do sujeito é basicamente desempenhada por substan- jeito.
tivos, o que a torna uma função substantiva da oração. Pronomes,
substantivos, numerais e quaisquer outras palavras substantivadas As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, arti-
(derivação imprópria) também podem exercer a função de sujeito. culam-se a partir de um verbo impessoal. A mensagem está centrada
Ele já partiu; no processo verbal. Os principais casos de orações sem sujeito com:
Os dois sumiram; - os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Um sim é suave e sugestivo. Amanheceu repentinamente;
Está chuviscando.
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de
determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito. - os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos
Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral:
pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples Está tarde.
ou composto. Ainda é cedo.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível Já são três horas, preciso ir;
identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso Faz frio nesta época do ano;
ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente Há muitos anos aguardamos mudanças significativas;
o sujeito de uma oração. Faz anos que esperamos melhores condições de vida;
Estão gritando seu nome lá fora;
Trabalha-se demais neste lugar. O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada oração
contém a informação nova para o ouvinte. Nas orações sem sujei-
to, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:
O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único
Chove muito nesta época do ano;
núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou no plural; pode
Houve problemas na reunião.
também ser um pronome indefinido.
Nós nos respeitamos mutuamente;
Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se
A existência é frágil;
declara a respeito desse sujeito.
Ninguém se move;
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que
O amar faz bem. difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);
O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo pen-
de um núcleo. samento (predicado).
Alimentos e roupas andam caríssimos;
Ela e eu nos respeitamos mutuamente; Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo
O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda. está num nome ou num verbo. Deve-se considerar também se as
palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência também ao sujeito da oração.
ao sujeito oculto ( ou elíptico), isto é, ao núcleo do sujeito que Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres
está implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal de opinião.
ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós) O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere
ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou indireta-
O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se mente ao verbo.
pode identificar claramente a que o predicado da oração refere--se. A existência (sujeito) é frágil (predicado).
Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, tería-
mos uma oração sem sujeito. O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da
Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de duas oração. O verbo atua como elemento de ligação entre o sujeito e a
maneiras: palavra a ele relacionada.
- com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito
não tenha sido identificado anteriormente: O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significati-
Bateram à porta; vo um verbo:
Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro. Chove muito nesta época do ano;
Senti seu toque suave;
- com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do pro- O velho prédio foi demolido.
nome se. Esta é uma construção típica dos verbos que não apresen- Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas
tam complemento direto: para indicar o estado do sujeito, mas indicam processos.

Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo signifi- Não excluo a ninguém;
cativo um nome; esse nome atribui uma qualidade ou estado ao Não quero cansar a Vossa Senhoria.
sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito. O predica-
tivo é um nome que se liga a outro nome da oração por meio de - para evitar ambiguidade:
um verbo. Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é, outra)
não indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo, in-
dicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito: O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente
“Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.” ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar, Os homens pedem-lhes amor sincero;
andar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando como ele- Gosto de música popular brasileira.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas.
A função de predicativo é exercida normalmente por um adje- O termo que integra o sentido de um nome chama-se com-
tivo ou substantivo. plemento nominal. O complemento nominal liga-se ao nome que
completa por intermédio de preposição:
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos Desenvolvemos profundo respeito à arte;
significativos: um verbo e um nome. No predicado verbo-nominal, A arte é necessária à vida;
o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao complemento verbal. Tenho-lhe profundo respeito.
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo,
indicando processos. É também sempre por intermédio do verbo Termos acessórios da oração e vocativo:
que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere.
O dia amanheceu ensolarado; Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais,
As mulheres julgam os homens inconstantes explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o adjunto ad-
verbial, adjunto adnominal, o aposto e o vocativo.
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas fun-
ções: a de verbo significativo e a de verbo de ligação. Esse predi- O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma cir-
cado poderia ser desdobrado em dois, um verbal e outro nominal: cunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um ad-
O dia amanheceu; jetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao
O dia estava ensolarado. advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto
adverbial.
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o comple- Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
mento homens como o predicativo inconstantes.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adver-
Termos integrantes da oração: bial são:
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço.
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o comple- - afirmação: Sim, realmente irei partir.
mento nominal são chamados termos integrantes da oração. - assunto: Falavam sobre futebol.
Os complementos verbais integram o sentido dos verbos tran- - causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede…
sitivos, com eles formando unidades significativas. Esses verbos - companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas.
podem se relacionar com seus complementos diretamente, sem a - concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
presença de preposição ou indiretamente, por intermédio de pre- - conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
posição. - dúvida: Talvez nos deixem entrar.
O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao - fim: Estudou para o exame.
verbo. - frequência: Sempre aparecia por lá.
Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião; - instrumento: Fez o corte com a faca.
Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião; - intensidade: Corria bastante.
Dou-lhes três. - limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.
Houve muita confusão na partida final. - lugar: Vou à cidade.
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas.
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: - meio: Viajarei de trem.
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes - modo: Foram recrutados a dedo.
a pessoas: - negação: Não há ninguém que mereça.
Amar a Deus; - preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes.
Adorar a Xangô; - substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privi-
Estimar aos pais. légios econômicos.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
- com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de trata-
mento:

Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, es- - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Pe-
pecifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, pois ríodo Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor
adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos ad- solar. (Período Composto = três verbos, três orações).
nominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma oração. Isso
de infância. implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois tem
apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos compos-
O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a que tos, pois têm mais de uma oração.
se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do objeto Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as
liga-se ao objeto por meio de um verbo. orações de um período composto: uma relação de coordenação ou
O poeta português deixou uma obra originalíssima. uma relação de subordinação.
O poeta deixou-a. Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto ad- mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações,
nominal) marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas indivi-
O poeta português deixou uma obra inacabada. duais, como é o exemplo de:
O poeta deixou-a inacabada. Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Pe-
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto) ríodo Composto)
Podemos dizer:
Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substan- 1. Estou comprando um protetor solar.
tivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-se apenas 2. Irei à praia.
ao substantivo. Separando as duas, vemos que elas são independentes.
É esse tipo de período que veremos agora: o Período Composto
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, por Coordenação.
desenvolver ou resumir a ideia contida num termo que exerça Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois
qualquer função sintática. tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.

Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado. Coordenadas Assindéticas


São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo que
se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o Coordenadas Sindéticas
dia mal-humorado. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si,
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse
oração, em: caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As
a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, per- orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
mite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo. aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas:
amor, arte, ação. Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais
c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como,
isso forma o carnaval. assim... como.
d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se Não só cantei como também dancei.
por muito tempo na baía anoitecida. Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou in-
terpelar um ouvinte real ou hipotético. Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas princi-
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no
pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse entanto, ainda, assim, senão.
papel na linguagem. Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
João, venha comigo! Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
Traga-me doces, minha menina!
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas princi-
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO pais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras di-
oração em sua composição. Sendo assim: ferentes.
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração) Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.

Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas prin- Não sabemos por que a vizinha se mudou.
cipais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte, Oração Subordinada Substantiva
consequentemente, pois (posposto ao verbo)
Passei no concurso, portanto irei comemorar. Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada. De acordo com a função que exerce no período, a oração su-
A situação é delicada; devemos, pois, agir bordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas princi- É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do ver-
pais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois (an- bo da oração principal. Observe:
teposto ao verbo). É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo. Sujeito
Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo. É fundamental que você compareça à reunião.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subje-
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO tiva
Atenção:
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes: Observe que a oração subordinada substantiva pode ser subs-
“Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.” tituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso. ou Isso é fundamental.

Observe que na oração subordinada temos o verbo “existe”, Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a fun-
que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do ção de sujeito
indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração prin-
qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, sub- cipal:
juntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas ou
explícitas. - Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:
Podemos modificar o período acima. Veja: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro -
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. Está evidente - Está comprovado
Oração Principal Oração Subordinada É bom que você compareça à minha festa.
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se - Con-
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu sinto” é a ta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou
oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada “existir provado
em meu gesto o teu gesto”. Note que a oração subordinada apre- Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
senta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção “que”,
conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações su- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar
bordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo - ocorrer - acontecer
- flexionado ou não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações Convém que não se atrase na entrevista.
reduzidas ou implícitas.
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjun- verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular.
ções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introdu-
zidas por preposição. b) Objetiva Direta

1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce fun-
ção de objeto direto do verbo da oração principal.
A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e
vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se). Todos querem sua aprovação no concurso.
Suponho que você foi à biblioteca hoje. Objeto Direto
Oração Subordinada Substantiva
Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem
Você sabe se o presidente já chegou? isso)
Oração Subordinada Substantiva Oração Principal oração Subordinada Substantiva Objetiva
Direta
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introdu-
zem as orações subordinadas substantivas, bem como os advérbios As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desen-
interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os exemplos: volvidas são iniciadas por:
O garoto perguntou qual seu nome. - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A
Oração Subordinada Substantiva professora verificou se todos alunos estavam presentes.

Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes re- Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
gidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pessoal queria Aposto
saber quem era o dono do carro importado. (Fernanda tinha um grande sonho: isso.)

- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes re- Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
gidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não sei por Oração Subordinada Substantiva Apositiva
que ela fez isso. reduzida de infinitivo

c) Objetiva Indireta * Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )


A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como
objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
preposição.
Meu pai insiste em meu estudo. Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor
Objeto Indireto e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm
introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso) adnominal do antecedente. Observe o exemplo:
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na ora-
ção. Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção,
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
d) Completiva Nominal Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
A oração subordinada substantiva completiva nominal com-
pleta um nome que pertence à oração principal e também vem Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e
marcada por preposição. o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo prono-
Sentimos orgulho de seu comportamento. me relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações,
Complemento Nominal o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração
subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos antecede.
orgulho disso.) Obs.: para que dois períodos se unam num período composto,
Oração Subordinada Substantiva Completiva No- altera-se o modo verbal da segunda oração.
minal Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o
pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído por: o qual
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas objetivas - a qual - os quais - as quais
indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações Refiro-me ao aluno que é estudioso.
subordinadas substantivas completivas nominais integram o sen- Essa oração é equivalente a:
tido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar Refiro-me ao aluno o qual estuda.
em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre o
objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complemen- Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
ta um verbo, o segundo, um nome.
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresen-
e) Predicativa tam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordi-
A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de nadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem
predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introdu-
depois do verbo ser. zidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposi-
Nosso desejo era sua desistência. ção) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo,
Predicativo do Sujeito gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso) Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Oração Subordinada Substantiva Predicativa No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva de-
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de” para senvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e
realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem na pro- apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No
va. segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infiniti-
vo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.
f) Apositiva
A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de
aposto de algum termo da oração principal.

Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam,
as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto adver-
diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do bial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No segundo
termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não período, esse papel é exercido pela oração “Quando vi a estátua”,
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa
restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção su-
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficien- bordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo in-
temente definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas dicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
explicativas. reduzi-la, obtendo-se:
Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha
que passava naquele momento. vida.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das for-
Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e mas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é introduzida
particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se de um homem por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”,
específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não combinada com o artigo “o”).
se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é
naquele momento. feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais.
Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
Exemplo 2:
O homem, que se considera racional, muitas vezes age ani-
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Ad-
malescamente.
verbiais
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
a) Causa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo
um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração prin-
em relação à palavra “homem”; na verdade, essa oração apenas
cipal. “É aquilo ou aquele que determina um acontecimento”.
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
“homem”.
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introdu-
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é separa-
da da oração principal por uma pausa que, na escrita, é representa- zido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já
da pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada que, uma vez que, visto que.
como forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas; As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as res- Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alterna-
tritivas, não. tiva a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
b) Consequência
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem
função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na ora-
forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa, ção principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que,
condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...
por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das inte- que, tanto...que, tamanho...que.
grantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução con- Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedi-
juntiva que a introduz. do de tal, tanto, tão, tamanho)
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concreti-
Oração Subordinada Adverbial zando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de
Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância Infinitivo)
de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial
temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indi- c) Condição
cam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A clas- Condição é aquilo que se impõe como necessário para a reali-
sificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão da zação ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais con-
circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo: dicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal.
vida. Principal conjunção subordinativa condicional: SE

Didatismo e Conhecimento 65
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Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde g) Finalidade
que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção,
vez que (seguida de verbo no subjuntivo). a finalidade daquilo que se declara na oração principal.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certa- Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
mente o melhor time será campeão. Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o con- conjuntiva para que.
trato. Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
Caso você se case, convide-me para a festa. Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.

d) Concessão h) Proporção
As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam con- As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem
cessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está dire- oração principal.
tamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA PROPORÇÃO QUE
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto
Só irei se ele for. maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor),
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...
realizará caso essa condição seja satisfeita. (mais), quanto menos...(menos).
Compare agora com: À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.
Irei mesmo que ele não vá. Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração desta-
cada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. i) Tempo
Observe outros exemplos:
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma
Embora fizesse calor, levei agasalho.
ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo expri-
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da
mir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.
população continua à margem do mercado de consumo.
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não
Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e
estudasse). (reduzida de infinitivo)
locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, an-
tes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
e) Comparação
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem
uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração prin- Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
cipal. Mal você saiu, ela chegou.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a
Ele dorme como um urso. festa) (Oração Reduzida de Particípio)
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações subordi-
nadas adverbiais comparativas. Por exemplo: Questões sobre Orações Coordenadas
Agem como crianças. (agem)
Oração Subordinada Adverbial Comparativa 01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplantação
integral de gosto e de estilo” tem valor:
No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não A) conclusivo B) adversativo C) concessivo
ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do D) explicativo E) alternativo
verbo falar e do verbo fazer).
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A ora-
f) Conformidade ção em destaque é:
a) coordenada explicativa b) coordenada adversativa
As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam c) coordenada aditiva d) coordenada conclusiva
ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo e) coordenada assindética
adotado para a execução do que se declara na oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME 03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia o
Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo seguinte trecho:
(todas com o mesmo valor de conforme). Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a cul-
Fiz o bolo conforme ensina a receita. tura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a nor-
iguais. ma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em
destaque, o trecho estará corretamente reescrito em:

Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda a 09. Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” pode ser
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda substituída, sem alteração de sentido, por
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. A) entretanto. B) então. C) assim. D) pois. E) porém.
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. 10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, temos a
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a presença de uma oração coordenada que pode ser classificada em:
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. A) Coordenada assindética;
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a B) Coordenada assindética aditiva;
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. C) Coordenada sindética alternativa;
D) Coordenada sindética aditiva.
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.)
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel GABARITO
mas também da necessidade de maior número de viagens... –, os 01. B 02. E 03. D 04. E 05. D
termos em destaque estabelecem relação de 06. A 07. B 08. A 09. D 10. D
A) explicação. B) oposição. C) alternância.
D) conclusão. E) adição. RESOLUÇÃO
05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que estare- 1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de
mos a seu lado sempre. gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto: oração coor-
Marque a opção correta quanto à sua classificação: denada sindética adversativa
A) Coordenada sindética aditiva.
B) Coordenada sindética alternativa. 2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a oração
C) Coordenada sindética conclusiva. em destaque não é introduzida por conjunção, então: coordenada
D) Coordenada sindética explicativa.
assindética
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor adversa-
3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e
tivo é:
ideia) adversativa
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”.
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida práti-
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pe-
ca. = conclusiva
dir esmola”.
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase toda
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida práti-
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de ca. = conformativa
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
E à educação”. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
= conclusiva
07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjunção subli- E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a
nhada está corretamente indicado entre parênteses. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende tra- = explicativa
balhar como advogado. (explicação) Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu substituir
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição) por porque; como conclusiva: substituo por portanto.
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
(oposição) 4-) fruto não só do novo acesso da população ao automóvel
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. (al- mas também da necessidade de maior número de viagens... estabe-
ternância) lecem relação de adição de ideias, de fatos
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
chuva. (conclusão) 5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre.
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindética ex-
08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas no texto plicativa
“O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na casa, nem as-
sustou seus habitantes.” A seguir, classifique-as, respectivamente, 6-)
como coordenadas: A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não ajuda
A) adversativa e aditiva. B) explicativa e aditiva. (ideia contrária)
C) adversativa e alternativa. D) aditiva e alternativa. B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. =
adição
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pe-
dir esmola”. = adição

Didatismo e Conhecimento 67
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D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da mas também da necessidade de maior número de viagens em fun-
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. = adição ção da distância cada vez maior entre os destinos da população.
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de (Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde
E à educação”. = adição As expressões mais denso e menos trânsito, no título, estabele-
cem entre si uma relação de
7-) (A) comparação e adição. (B) causa e consequência.
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende tra- (C) conformidade e negação. (D) hipótese e concessão.
balhar como advogado. = adversativa (E) alternância e explicação
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe.
= conclusão 02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por eles se tor-
= explicativa narem uma referência positiva dentro da unidade, já que cumprem
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor nas suas
chuva. = alternativa ações, refletem antes de tomar uma atitude. – o termo em destaque
estabelece entre as orações uma relação de
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa A) condição. B) causa. C) comparação. D) tempo.
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva E) concessão.
9-) Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as 03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que apa-
pessoas que não sabem cozinhar. recem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto:
= conjunção explicativa: pois A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua
10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adição, vida.
soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva. C) Ignoras quanto custou meu relógio?
D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
Questões sobre Orações Subordinadas E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião

(Papiloscopista Policial – Vunesp/2013). 04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).


Mais denso, menos trânsito Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu Na-
morado Lute.
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em pro-
cesso de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da
última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura,
mas é importante também considerar o planejamento urbano.
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de descon-
centração, incentivando a criação de diversos centros urbanos, na
visão de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, di-
ficultando o investimento em transporte coletivo e aumentando a
necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a des-
concentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa
região rica como a Califórnia, com enorme investimento viário,
temos engarrafamentos gigantescos que viraram característica da
cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
adensamento e predominância do transporte coletivo, como mos-
tram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais bem
servida de transporte coletivo, com infraestrutura de telecomuni-
cação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes cidades, (Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
essa deveria ser a região mais adensada da metrópole. Mas não
é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com É correto afirmar que a expressão contanto que estabelece en-
deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade. tre as orações relação de
A visão de adensamento com uso abundante de transporte co- A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar de-
letivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter pois de casada.
esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte indivi- B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso como can-
dual, fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, tor romântico.

Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já pensam A) já que. B) todavia. C) ainda que.
em casamento. D) entretanto. E) talvez.
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão de mú-
sico provavelmente ganhará pouco. 10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alternativa
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido torne-se que substitui o trecho em destaque na frase – Assinarei o docu-
um artista famoso. mento, contanto que garantam sua autenticidade. – sem que haja
prejuízo de sentido.
05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – Ape- (A) desde que garantam sua autenticidade.
sar da desconcentração e do aumento da extensão urbana veri- (B) no entanto garantam sua autenticidade.
ficados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais (C) embora garantam sua autenticidade.
os diversos centros já existentes... –, sem que tenha seu sentido (D) portanto garantam sua autenticidade.
alterado, o trecho em destaque está corretamente reescrito em: (E) a menos que garantam sua autenticidade.
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Extensão
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar GABARITO
ainda mais os diversos centros já existentes... 01. B 02. B 03. C 04. D 05. A
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento 06. C 07. D 08. E 09. C 10. A
da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes... RESOLUÇÃO
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento
da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar 1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, consequente-
ainda mais os diversos centros já existentes... mente, menos trânsito, então: causa e consequência
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar 2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as
ainda mais os diversos centros já existentes... orações uma relação de causa com a consequência de “tem um
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da efeito positivo”.
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e
adensar ainda mais os diversos centros já existentes... 3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordinada
substantiva objetiva direta
06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É fun- A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja, não
damental que essa visão de adensamento com uso abundante de se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos “convir”,
transporte coletivo seja recuperada para que possamos reverter “parecer”, “importar”, “constar” etc., e também não inicia com as
esse processo de uso… –, a expressão em destaque estabelece en- conjunções integrantes “que” e “se”.
tre as orações relação de
A) consequência. B) condição. C) finalidade. 4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de con-
D) causa. E) concessão. dição (condicional)

07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.). Consi- 5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urba-
dere o trecho: “Como as músicas eram de protesto, naquele mes- na verificados no Brasil = conjunção concessiva
mo ano foi enquadrado na lei de segurança nacional pela ditadura B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da
militar e exilado.” O termo Como, em destaque na primeira parte extensão urbana no Brasil, = causal
do enunciado, expressa ideia de C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento
A) contraste e tem sentido equivalente a porém. da extensão urbana no Brasil = comparativa
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que. D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme. urbana verificados no Brasil = causal
D) causa e tem sentido equivalente a visto que. E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que. extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas

08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públi- 6-) para que possamos = conjunção final (finalidade)
cas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjuntor, toma-
da, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega a 7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa ideia de
contaminar-me. –, a construção tanto ... que estabelece entre as causa da consequência “foi enquadrado” = causa e tem sentido
construções [com tanto orgulho] e [que chega a contaminar-me] equivalente a visto que.
uma relação de
A) condição e finalidade. B) conformidade e proporção. 8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a constru-
C) finalidade e concessão. D) proporção e comparação. ção estabelece uma relação de causa e consequência. (a causa da
E) causa e consequência. “contaminação” – consequência)

09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem 9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alternativa que substitui de imigrantes que o Brasil em um ano.” = conjunção concessiva:
a expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é: ainda que

Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = conjunção A)simples, composto B)indeterminado, composto
condicional = desde que C)simples, simples D) oculto, indeterminado

Questões sobre Análise Sintática 07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”. Identi-
fique a alternativa que classifica corretamente a função sintática e
01. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os tra- a classe morfológica dos termos destacados:
balhadores passaram mais tempo na escola... A) objeto indireto – substantivo
O segmento grifado acima possui a mesma função sintática B) objeto direto - substantivo
que o destacado em: C) sujeito – adjetivo
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. D) objeto direto – adjetivo
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. E) sujeito - substantivo
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...
GABARITO
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio...
01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E
E) ...impulsionado pelo aumento do número de universida-
des...
RESOLUÇÃO
02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos de
uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...], sabiam 1-) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola
os paulistas como... = SUJEITO
O segmento em destaque na frase acima exerce a mesma fun- A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = objeto direto
ção sintática que o elemento grifado em: B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. = objeto
A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mostradores direto
para a volta. C) O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...
B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescentariam = sujeito paciente
aqueles de considerável... D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio... =
C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o sinal. objeto direto
D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer floresta, podia E) ...impulsionado pelo aumento do número de universida-
significar uma pista. des... = agente da passiva
E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-nos a
vila de São Paulo como centro... 2-) Donos de uma capacidade de orientação nas brenhas selva-
gens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO
03. Há complemento nominal em: A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL
A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada. B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= adjunto
B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de ganhar adverbial
a vida. C) seria perceptível o sinal. = predicativo
C)Ela estava na janela do edifício. D) Uma sequência de tais galhos = sujeito
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. E) apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto direto
E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho
de cinema. 3-)
A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal
B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = complemento nomi-
04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o termo
nal (possibilidade de quê?)
destacado é:
C)na janela do edifício. = adjunto adnominal
A) pronome possessivo B) complemento nominal
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto indireto
C) objeto indireto D) adjunto adnominal E) a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto indireto
E) objeto direto
4-) esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é bitransitivo,
05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito das se- ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa de dois com-
guintes orações em relação aos verbos destacados: plementos – dois objetos: direto e indireto.
- Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de vida. Deu o quê? = cem mil contos (direto)
- Neste ano, quero prestar serviço voluntário. Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto

A)Tu – vós B)Nós – eu C)Vós – nós D) Ele - tu 5-) - Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre qualidade de
vida.
06. Classifique o sujeito das orações destacadas no texto se- - Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário.
guinte e, a seguir, assinale a sequência correta.
É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatural. 6-) É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatural.
É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacionalismo com É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacionalismo com
o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses tomam partido e o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses tomam partido e
interferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os ou atrapalhan- interferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os ou atrapalhan-
do- -os. do-os.

Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
Ambos os termos apresentam sujeito simples Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na cam-
panha de doação de alimentos.
7-) Surgiram fotógrafos e repórteres. Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta (final de formatura.
da oração). Portanto: função sintática: sujeito (composto); classe
morfológica (classe de palavras): substantivos. 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”,
o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos que atua-
ram na Copa América.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL;
7) Em casos relativos à concordância com locuções pronomi-
nais, representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós,
alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos re- questões básicas:
ferindo à relação de dependência estabelecida entre um termo - No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o
e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar
principais desse processo são representados pelo sujeito, que no com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. / Alguns de
caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a nós o receberão.
função de subordinado. - Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum de
pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e nós o receberá.
pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
chegou atrasado. Temos que o verbo apresenta-se na terceira pes- 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome
soa do singular, pois faz referência a um sujeito, assim também “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou
expresso (ele). Como poderíamos também dizer: os alunos chega- poderá concordar com o antecedente desse pronome: Fomos nós
ram atrasados. quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos
toda a verdade para ela.
Casos referentes a sujeito simples
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra
“que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo
palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em
em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
casa sou eu que decido tudo.
2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo 10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões
coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do singular: A que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou
multidão, apavorada, saiu aos gritos. com o substantivo a que se refere essa porcentagem: 50% dos
Observação: funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do eleitora-
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal do apoiou a decisão.
no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o plural:
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. Observações:
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem,
esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram a decisão da
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, diretoria 50% dos funcionários.
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
uma porção de” entre outras, o verbo tanto pode concordar com o 1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.
núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a segue: - Em casos em que o numeral estiver acompanhado de deter-
A maioria dos alunos resolveu ficar. A maioria dos alunos resol- minantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os 50% dos
veram ficar. funcionários apoiaram a decisão da diretoria.

4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproxi- 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pro-
mativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo concorda nomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
com o substantivo determinado por elas: Cerca de mil candidatos pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das
se inscreveram no concurso. homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.

5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo pró-
“mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de um candi- prio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os
dato se inscreveu no concurso de piadas. determinam:
Observação: - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser,
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada este permanece no singular, contanto que o predicativo também
a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente, esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma cria-
deverá permanecer no plural: ção de Machado de Assis.

Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também per- - O homem e o menino estavam perdidos.
manece no plural: Os Estados Unidos são uma potência mundial. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
potência mundial. - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais pró-
ximo.
Casos referentes a sujeito composto Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramati-
cais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando relacionado - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda
a dois pressupostos básicos: com o mais próximo ou vai para o plural.
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais: Estavam feridos o pai e os filhos.
Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. Estava ferido o pai e os filhos.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou
na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos compa-
receram ao evento. - coloca o substantivo no plural.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no d) Pronomes de tratamento
plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos. Compa- - sempre concordam com a 3ª pessoa.
receu ao evento o pai e seus dois filhos. Vossa Santidade esteve no Brasil.

4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Meu esposo - Concordam com o substantivo a que se referem.
e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo. As cartas estão anexas.
A bebida está inclusa.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou Precisamos de nomes próprios.
ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer Obrigado, disse o rapaz.
no singular ou ir para o plural: Minha vitória, minha conquista, mi-
nha premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória, minha f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
conquista, minha premiação é fruto de meu esforço. - Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular
e o adjetivo no plural.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos demais ter- Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
mos da oração para que concordem em gênero e número com o
substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o g) É bom, é necessário, é proibido
numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se - Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido
flexionará à sua maneira. de artigo ou outro determinante.
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome con- Canja é bom. / A canja é boa.
cordam em gênero e número com o substantivo. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
- A pequena criança é uma gracinha. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. proibida.

Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra ge- h) Muito, pouco, caro
ral mostrada acima. - Como adjetivos: seguem a regra geral.
a) Um adjetivo após vários substantivos Comi muitas frutas durante a viagem.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou Pouco arroz é suficiente para mim.
concorda com o substantivo mais próximo. Os sapatos estavam caros.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. - Como advérbios: são invariáveis.
Comi muito durante a viagem.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculi- Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
no ou concorda com o substantivo mais próximo. Comprei caro os sapatos.
- Ela tem pai e mãe louros. i) Mesmo, bastante
- Ela tem pai e mãe loura. - Como advérbios: invariáveis
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente Preciso mesmo da sua ajuda.
para o plural. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.

Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
- Como pronomes: seguem a regra geral. 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de concordân-
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. cia verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura,
que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelec-
j) Menos, alerta tual, estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras,
- Em todas as ocasiões são invariáveis. sua matéria-prima.
Preciso de menos comida para perder peso. B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre de-
Estamos alerta para com suas chamadas. lineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor ao ultra-
passar os limites da época em que vivem seus autores, gênios no
k) Tal Qual domínio das palavras, sua matéria-prima.
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe per-
consequente. mitem criar todo um mundo de ficção, em que personagens se
As garotas são vaidosas tais qual a tia. transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa ver-
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. dadeira interação com a realidade.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor so-
l) Possível mente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias entre
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual
“pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. deste último e o prazer da leitura.
A mais possível das alternativas é a que você expôs. E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que constitui
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da ultrapassa os limites de tempo e de época.
cidade.
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para res-
m) Meio ponder à questão.
- Como advérbio: invariável.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
Estou meio (um pouco) insegura.
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada
em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbo-
- Como numeral: segue a regra geral.
no, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade
Comi meia (metade) laranja pela manhã.
que mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si
___________diferença, as companhias não podem suportar ter de
n) Só
pagar, de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono,
- apenas, somente (advérbio): invariável.
sem qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços-
Só consegui comprar uma passagem.
-sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira
- sozinho (adjetivo): variável. de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a
Estiveram sós durante horas. maioria das políticas de crescimento verde sempre ___________
a segunda opção.
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia- (Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
verbal.htm
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal cunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente,
com:
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con- (A) Restam… faça… será (B) Resta… faz… será
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase: (C) Restam… faz... serão (D) Restam… façam… serão
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores que (E) Resta… fazem… será
determinam as escolhas dos governantes, para conferir legitimida-
de a suas decisões. 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternativa
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem ser em que o trecho
embasados na percepção dos valores e princípios que regem a prá- – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de
tica política. quantificar adequadamente os insumos básicos.– está corretamen-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro regi- te reescrito, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
me democrático, em que se respeita tanto as liberdades individuais (A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até
quanto as coletivas. agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos.
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
não pode estar subordinado às ordens indiscriminadas de um único agora uma maneira adequada de os insumos básicos ser quantifi-
poder central. cados.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados para o (C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até
momento eleitoral, que expõem as diferentes opiniões existentes agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
na sociedade. quantificado.

Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos seja Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
quantificado. seu tempo, não estão apenas nos livros que escreveram.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos bá- judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
sicos. próximos de serem resolvidos ou pelo menos de terem alguma tré-
gua.
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATI- d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade,
VO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, costu-
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota negativa... mam encontrar muito mais detratores que admiradores.
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classifica- e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais e
ção do continente americano (2,0)... escritores como Edward Said, que não apenas era notícia pelos
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e II, a livros que publicavam como pelas posições que corajosamente as-
concordância segue as mesmas regras, na ordem dos exemplos, sumiam.
em:
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próximo 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
ano. Será que alguém tem opinião diferente da maioria? O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propostas para o
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. Vêm segmento grifado, deverá ser colocado no plural, está em:
pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase todos (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do planeta)
quiseram ficar até o nascer do sol na praia. (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O consumo
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas também mundial de barris de petróleo)
existem umas que não merecem nossa atenção. (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas)
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de pe-
regrinação.
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural caso
nale a alternativa em que a concordância das formas verbais desta-
o segmento grifado seja substituído por:
cadas está de acordo com a norma-padrão da língua.
(A) Há folheteiros que
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higienização
(B) A maior parte dos folheteiros
subterrânea.
(C) O folheteiro e sua família
(D) O grosso dos folheteiros (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os trabalha-
(E) Cada um dos folheteiros dores da área de limpeza.
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos de
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) se contrair alguma doença.
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas em: (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel sem pre- manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
conceitos, as pessoas não serão capazes de fruir dessas criações (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou
poéticas tão originais. a adotar medidas mais rigorosas para a proteção de seus funcio-
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído à nários.
arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores uni-
versidades do país. GABARITO
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a situa- 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
ção dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos requi- 06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
zessem o respeito que faziam por merecer.
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e a pouca RESOLUÇÃO
visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser resultado do
puro e simples desconhecimento. 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os problemas dos (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores que
cordelistas estavam diretamente ligados à falta de representatividade. determinam as escolhas dos governantes, para conferir legitimida-
de a suas decisões.
08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem (deve)
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de concordância ser embasados (embasada) na percepção dos valores e princípios
verbal e nominal em: que regem a prática política.
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um verdadeiro
mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais hu- regime democrático, em que se respeita (respeitam) tanto as liber-
mildes, são cada vez mais comuns nos dias de hoje. dades individuais quanto as coletivas.

Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas as for-
não pode (podem) estar subordinado (subordinadas) às ordens in- mas estão no plural)
discriminadas de um único poder central.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) voltados (vol- 6-)
tado) para o momento eleitoral, que expõem (expõe) as diferentes A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto “folhe-
opiniões existentes na sociedade. terios”)
2-) B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelec- D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
tual, estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras, E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
sua matéria-prima. = correta 7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sempre de- (A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a considerar o
lineiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o leitor ao cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
ultrapassarem os limites da época em que vivem seus autores, gê- dessas criações poéticas tão originais.
nios no domínio das palavras, sua matéria-prima. (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído à
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes per- arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores uni-
mite criar todo um mundo de ficção, em que personagens se trans- versidades do país.
formam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa verdadeira (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a situa-
interação com a realidade. ção dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos requi-
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor so- zessem (requeressem) o respeito que faziam por merecer.
mente se realizam plenamente caso haja afinidade de ideias entre (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desvaloriza-
ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual ção e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode (po-
deste último e o prazer da leitura. dem) ser resultado do puro e simples desconhecimento.
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que consti- (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que os
tuem leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo
problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
que ultrapassa os limites de tempo e de época.
representatividade.
3-) _Restam___dúvidas
8-) Fiz as correções entre parênteses:
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os
__faça __diferença
mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais hu-
a maioria das políticas de crescimento verde sempre ____
será_____ a segunda opção. mildes, são (é) cada vez mais comuns (comum) nos dias de hoje.
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto no b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
plural quanto no singular. Nas alternativas não há “restam/faça/ Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
serão”, portanto a A é que apresenta as opções adequadas. seu tempo, não estão (está) apenas nos livros que escreveram.
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
4-) judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até (esteja) próximos (próximo) de serem (ser) resolvidos (resolvido)
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos. ou pelo menos de terem (ter) alguma trégua.
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade,
agora uma maneira adequada de os insumos básicos serem quan- ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, costu-
tificados. mam encontrar muito mais detratores que admiradores.
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até e) No final do século XX já não se via (viam) muitos intelec-
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era (eram)
quantificados. notícia pelos livros que publicavam como pelas posições que co-
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até rajosamente assumiam.
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
quantificados. 9-)
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = “há”
agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos bá- permaneceria no singular
sicos. = correta (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do planeta) =
“sabe” permaneceria no singular
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos aos (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O consumo
itens: mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no singular
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém tem (sin- (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo
gular) da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete” passaria para
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) “refletem-se”
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram (plural) (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem umas mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) =
(plural) “pressiona” permaneceria no singular

Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
10-) Fiz as correções: Verbos Intransitivos
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem Os verbos intransitivos não possuem complemento. É impor-
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos tante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da adverbiais que costumam acompanhá-los.
manhã = eram - Chegar, Ir
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, começou Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de
= começaram lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino
ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocor-
re entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se - Comparecer
em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não am- O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
bíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
corretas e claras. jogo.

Regência Verbal Verbos Transitivos Diretos

Termo Regente: VERBO Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos
diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabele-
cimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, deve-
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os
mos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como
verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e obje-
objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los,
tos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na,
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capa-
nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquan-
cidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as
to lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
diversas significações que um verbo pode assumir com a simples
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, aben-
mudança ou retirada de uma preposição. Observe: çoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar,
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar,
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar, humilhar,
prazer”, satisfazer. namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, su-
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar portar, ver, visitar.
a alguém”. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
verbo amar:
Saiba que: Amo aquele rapaz. / Amo-o.
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos Amo aquela moça. / Amo-a.
aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também Amam aquele rapaz. / Amam-no.
nominal). As preposições são capazes de modificar completamente Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
Cheguei ao metrô. indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
Cheguei no metrô. Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se Verbos Transitivos Indiretos
vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, Os verbos transitivos indiretos são complementados por obje-
cotidiana de alguns verbos, e a regência culta. tos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposi-
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acor- ção para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes
do com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como
absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não
frases distintas. se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não represen-
tam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pes-
soa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.

Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os
- Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição “em”: seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos. Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposi-
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos in- ções “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto.
troduzidos pela preposição “a”: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Pedir
Eles desobedeceram às leis do trânsito. Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de
- Responder - Tem complemento introduzido pela preposição oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
“a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao Pedi-lhe favores.
que” se responde. Objeto Indireto Objeto Direto
Respondi ao meu patrão.
Respondemos às perguntas. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Respondeu-lhe à altura. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando
exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja: Saiba que:
O questionário foi respondido corretamente. - A construção “pedir para”, muito comum na linguagem co-
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. tidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No en-
tanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver su-
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos intro- bentendida.
duzidos pela preposição “com”. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Antipatizo com aquela apresentadora. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir
entregar-lhe os catálogos em casa).
para uma minoria privilegiada.
- A construção “dizer para”, também muito usada popularmen-
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
te, é igualmente considerada incorreta.
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de
Preferir
um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo:
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto in-
Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos que apresentam objeto
troduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Veja os exemplos: Prefiro trem a ônibus.
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Objeto Indireto Objeto Direto Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um mi-
Paguei o débito ao cobrador. lhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no
Objeto Direto Objeto Indireto próprio verbo (pre).
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com par- Mudança de Transitividade X Mudança de Significado
ticular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferen-
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. tes regências desses verbos é um recurso linguístico muito impor-
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. tante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens
Paguei minhas contas. / Paguei-as. escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escre-
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. ve. Dentre os principais, estão:

Informar AGRADAR
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, aca-
ao se referir a pessoas, ou vice-versa. riciar.
Informe os novos preços aos clientes. Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quan-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços) do o revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as não perde oportunidade de agradá-lo.
construções:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a,
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela
eles) preposição “a”.

Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
O cantor não agradou aos presentes. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
O cantor não lhes agradou. Indireto Reduzida de Infinitivo

ASPIRAR Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa.
inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Observe:
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como Custei para entender o problema.
ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspiráva- Forma correta: Custou-me entender o problema.
mos a elas) IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes impli-
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e cavam um firme propósito.
“lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exem- b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarre-
plo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) tar, provocar: Liberdade de escolha implica amadurecimento po-
lítico de um povo.
ASSISTIR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assis- - Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, en-
tência a, auxiliar. Por exemplo: volver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, es- trabalhasse arduamente.
tar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário. PROCEDER
Não assisti às últimas sessões. - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabi-
Essa lei assiste ao inquilino. mento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa se-
gunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran- de modo.
sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introdu- As afirmações da testemunha procediam, não havia como re-
zido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada cidade. futá-las.
Você procede muito mal.
CHAMAR
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição”
atenção ou a presença de. de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela prepo-
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. sição “a”) é transitivo indireto.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar O delegado procederá ao inquérito.
objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicio-
nado ou não. QUERER
A torcida chamou o jogador mercenário. - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade
A torcida chamou ao jogador mercenário. de, cobiçar.
A torcida chamou o jogador de mercenário. Querem melhor atendimento.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. Queremos um país melhor.

CUSTAR - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar,


- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou amar.
preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e verdu- Quero muito aos meus amigos.
ras não deveriam custar muito. Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitivo indireto. VISAR
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer
Muito custa viver tão longe da família. pontaria e de pôr visto, rubricar.
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva O homem visou o alvo.
Intransitivo Reduzida de Infinitivo O gerente não quis visar o cheque.

Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela ati- - No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo,
tude. é transitivo indireto e rege a preposição “a”.

Didatismo e Conhecimento 78
LÍNGUA PORTUGUESA
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É
uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses.
Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).

SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.

VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sem-
pre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o
mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure,
sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a;
relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos troncos mais robustos.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de Tunuí...
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mestre e colaborador...

04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.).


... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da frase acima se encontra em:

Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do verbo A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de dez
latino dirigere... mil tomadas.
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das socie- B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver um
dades... homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar logo-
justiça. tipos e negociar.
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da D) O taxista levou o autor a indagar no número de tomadas
justiça... do edifício.
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse a
de justiça. um prédio na marginal.

05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa


em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). Assinale
de 2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação. a alternativa que substitui a expressão destacada na frase, confor-
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu me as regras de regência da norma-padrão da língua e sem altera-
espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável ção de sentido.
em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros. Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de direitos
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente dos trabalhadores domésticos.
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais no- A) da B) na C) pela
tável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros. D) sob a E) sobre a
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente
seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais no- GABARITO
tável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em outros. 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamen- 06. A 07. C 08. A 09. C
te seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em RESOLUÇÃO
outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciên-
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável cias ...
em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros. Facilitar – verbo transitivo direto
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a al- B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de liga-
ternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. ção
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a responsa- C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transitivo
bilidade pelo problema. direto e indireto
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se per- E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = verbo
dido. transitivo indireto
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um
índio na porta do prédio. 2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido do sueco.
de sua família. Pedir = verbo transitivo direto e indireto
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à ga- A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = transitivo
rotinha. direto
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ligação
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a al- C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
ternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do =verbo intransitivo
texto, de acordo com as regras de regência. E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já assi- =transitivo direto
nalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e a
exposição a imagens idealizadas pela mídia. 3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em par-
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a mí- tes desiguais...
dia pode exercer sobre os jovens. Constar = verbo intransitivo
A) dos … na B) nos … entre a B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos
C) aos … para a D) sobre os … pela troncos mais robustos. =ligação
E) pelos … sob a C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam,
não raro, quem... =transitivo direto
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públi- D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra
cas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão da língua, de Tunuí... = transitivo direto
assinale a alternativa em que os trechos destacados estão corretos E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio,
quanto à regência, verbal ou nominal. mestre e colaborador...=transitivo direto

Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
Lidar = transitivo indireto
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das socie-
dades... =transitivo direto
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela
justiça. =ligação
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da
justiça... =transitivo direto e indireto
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento
de justiça. =transitivo direto
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pontuação
também. Assinalei apenas os desvios quanto à regência (pontua-
ção encontra-se em tópico específico)
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pontuação)
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto à
pontuação)
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente,
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais no-
tável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.

6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter se
perdido.
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de um índio
na porta do prédio.
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdido de
sua família.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura pela
garotinha.

7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou já


assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e
a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa que a
mídia pode exercer sobre os jovens.

8-)
B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de haver um
homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar lo-
gotipos e negociar.
D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de toma-
das do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse
em um prédio na marginal.

9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de direitos


dos trabalhadores domésticos.

Didatismo e Conhecimento 82
ATUALIDADES
ATUALIDADES
O maior índice de aprovação à administração de Temer é re-
CONHECIMENTOS DE ASSUNTOS gistrado em Manaus: 19% a classificam como ótima ou boa.
NAS ÁREAS: POLÍTICA; ECONOMIA; Já em Salvador e em Aracaju, 8% dos eleitores classificam sua
SOCIEDADE; GEOGRAFIA; EDUCAÇÃO; gestão como ótima ou boa – o menor índice entre todas as cidades.
TECNOLOGIA; CIÊNCIAS; ENERGIA; Salvador também é a capital com a maior reprovação à administra-
RELAÇÕES INTERNACIONAIS; ção de Temer: 53% dizem que seu governo é “ruim” ou “péssimo”.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL; Macapá é a capital com o maior percentual de avaliação “re-
gular”: 44%.
SEGURANÇA; ARTES E LITERATURA; As pesquisas eleitorais, cujas margens de erro variam, podem
E SUAS VINCULAÇÕES HISTÓRICAS ser acessadas na página especial. Todas têm nível de confiança de
DESTES TÓPICOS EM NÍVEL 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de
MUNICIPAL, ESTADUAL, REGIONAL, erro, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.
NACIONAL E INTERNACIONAL. Elas estão registradas nos TREs (tribunais regionais eleitorais) e
no TSE.
Fonte: G1 – (04/09/2016)

POLÍTICA Manifestantes fazem ato contra Temer em SP; na disper-


são, PM usa bombas
Em pronunciamento na TV, Temer defende reformas da Grupos contrários ao governo do presidente Michel Temer fi-
Previdência e Trabalhista zeram um protesto em São Paulo neste domingo (4). O ato correu
Em seu primeiro pronunciamento em cadeia nacional de rádio pacífico por cerca de quatro horas. Depois que os organizadores
e televisão, transmitido na noite desta quarta-feira (31), o presi-
declararam o protesto encerrado, a polícia dispersou os manifes-
dente Michel Temer defendeu a “necessidade” das reformas traba-
tantes com bombas de gás e jatos d´água. Houve correria. Uma
lhista e da Previdência. Em sua fala de cinco minutos, o presidente
disse que é hora de unir o país e “colocar os interesses nacionais agência bancária teve uma vidraça quebrada. Sacos de lixo foram
acima dos interesses de grupos”. Segundo ele, o impeachment de jogados no meio da via no Largo da Batata e pequenos grupos
Dilma Rousseff, que o levou ao cargo, veio “após decisão demo- colocaram fogo neles.
crática do Congresso Nacional”. Esta foi a sétima manifestação contra o presidente em uma
“Para garantir o pagamento das aposentadorias, teremos que semana. Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Tra-
reformar a previdência social. Sem reforma, em poucos anos o go- balhadores Sem Teto (MTST), disse que 100 mil pessoas participa-
verno não terá como pagar aos aposentados”, afirmou. Temer so- ram do ato. A Polícia Militar não divulgou estimativa. No auge, a
bre uma das propostas mais controversas de seu governo. “Temos manifestação ocupou três quarteirões da Avenida Paulista.
que modernizar a legislação trabalhista, para garantir os atuais e Em nota no Twitter, a PM disse: “Em manifestação inicial-
gerar novos empregos,” declarou sobre a questão trabalhista, que mente pacífica, vândalos atuam e obrigam PM a intervir com uso
é um outro tema que enfrenta resistências no Congresso Nacional. moderado da força / munição química”. Depois, a Secretaria da
Michel Temer disse que um dos alicerces de seu governo é Segurança Pública (SSP) informou que “após os organizadores
a ampliação de programas sociais -- apesar de afirmar, no mes- encerrarem a manifestação, houve um princípio de tumulto na Es-
mo discurso, que está diminuindo os gastos do governo. Os outros tação Faria Lima do Metrô, que se transformou em depredação”.
alicerces, segundo o presidente são eficiência administrativa, reto- “Vândalos quebraram catracas, colocando em risco funcionários.
mada do crescimento econômico, geração de emprego, segurança A Polícia Militar atuou para restabelecer a ordem pública, sendo
jurídica e “a pacificação do país”.
recebida a pedradas, intervindo com munição química e utilização
Duas horas após tomar posse de forma efetiva como presiden-
te da República, Michel Temer transmitiu interinamente o cargo de jato d’água”, afirmou o comunicado.
ao presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A PM também informou que nove pessoas foram detidas com
Temer viajou à China onde participará da reunião de cúpula do pedras, pedaços de ferro e máscaras e encaminhadas ao Departa-
G-20 e só deve retornar ao país no dia 6 de setembro. A cerimônia mento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O horário e a
aconteceu na Base Aérea de Brasília. maneira como foram feitas as prisões não tinham sido informados
Pouco antes de viajar, Temer se reuniu com integrantes de seu até a última atualização desta reportagem.
ministério no Palácio do Planalto. Em sua primeira fala após assu- Convocada pelas redes sociais, a manifestação foi organizada
mir em definitivo a presidência, Michel Temer afirmou que se deve pela Frente Brasil Popular – formada por movimentos como Cen-
rebater à acusação que seu governo é formado “por golpistas”. tral Única dos Trabalhadores (CUT) e Movimento dos Trabalhado-
Fonte: Uol Notícias – (31/08/2016) res Rurais Sem Terra (MST) – e pelo grupo Povo Sem Medo, que
reúne mais de 30 movimentos sociais, como o MTST.
Aprovação ao governo Temer varia de 8% a 19% nas ca- Além de querer a saída de Temer, os manifestantes levavam
pitais, aponta Ibope faixas pedindo a convocação de novas eleições presidenciais.
A avaliação do governo do presidente Michel Temer (PMDB) “Quem diria que, mais de 30 anos depois, os brasileiros e brasi-
como “ótimo” e “bom” varia de 8% a 19% nas capitais, segundo leiras precisassem ir às ruas para defender Diretas Já. A voltar a
pesquisas Ibope realizadas nesta semana e na semana passada. A defender o direito de eleger um presidente da República”, disse
maior parte dos levantamentos foi feita antes do impeachment de
Boulos.
Dilma Rousseff, quando Temer ainda ocupava o cargo interina-
mente.

Didatismo e Conhecimento 1
ATUALIDADES

Bombas na dispersão A declaração foi a mais contundente manifestação de apoio


Depois que o ato foi declarado encerrado às 20h30, manifes- ao impeachment e a Temer de um integrante do governo Barack
tantes começaram a deixar o Largo da Batata. Um vídeo envia- Obama desde o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, há uma
do ao G1 mostra o momento em que uma bomba explodiu. Os semana. Ironicamente, Biden era uma das pessoas mais próximas
manifestantes se assustaram e tentaram entrar na estação Faria da petista na gestão americana e representou seu país na posse da
Lima, que fica no local onde o protesto terminou. Manifestantes ex-presidente no ano passado.
xingavam policiais e gritavam pedindo a abertura da estação (veja Biden deu a declaração em discurso sobre as relações dos
abaixo). EUA com a região durante reunião anual do Banco de Desenvol-
Depois disso, começou um corre-corre por diversas ruas nas vimento da América Latina, em Washington. “Não sou ingênuo
imediações. Uma agência bancária na rua dos Pinheiros teve os em relação às complexidades dos desafios que vão permanecer.
vidros quebrados. Lixo foi jogado nas ruas. A polícia foi atrás dos No momento em que nos encontramos aqui hoje, estamos vendo
manifestantes, soltando bombas de gás e jatos d´água jogados por grandes mudanças políticas acontecendo na região”, afirmou.
um caminhão blindado. “No Brasil, o povo, seguindo sua Constituição para navegar
Mascarados jogaram pedras e coquetéis molotov em direção um momento econômico e político difícil, seguindo os procedi-
aos PMs, que revidaram. O artefato explodiu perto de um blindado mentos estabelecidos para tratar da transição de poder, fez exata-
e ninguém se feriu. Uma bomba de gás lacrimogêneo da PM estou- mente isso”, disse em seu discurso.
rou perto de um ônibus e uma passageira passou mal. Falando do hemisfério como um todo, Biden afirmou que a
corrupção é um “câncer que carcome a política e destroça a trama
Protesto foi pacífico de qualquer sociedade”. Segundo Biden, ela promove a desigual-
A manifestação reuniu pessoas de diversas idades, principal- dade, ao permitir o desvio de milhões de dólares que poderiam ser
mente jovens. Ainda na concentração, policiais do Choque pas- destinados à infraestrutura e à educação. “A corrupção piora os
saram no meio do ato e foram vaiados. Eles se posicionaram em direitos humanos, aumenta a delinquência e todos esses problemas
frente ao Fórum Ministro Pedro Lessa. Em seguida, um manifes- afetam a todos nós.”
tante atirou uma lata de cerveja em direção aos policiais, que le- Fonte: Época Negócios – (07/09/2016)
vantaram os escudos. Não houve revide.
Durante a caminhada, que durou cerca de quatro horas, não Senado aprova redução do número de ministérios para 26
houve registros de danos nem de brigas. Mascarados entraram no O Senado aprovou na quinta-feira (8) uma medida provisó-
ato, mas foram obrigados pelos outros participantes a mostrarem ria que reduz para 26 a quantidade de ministérios. A proposta foi
os rostos. enviada pelo presidente Michel Temer em maio, quando assumiu
Frases de protesto, como “Fora Temer”, eram projetadas em interinamente a Presidência da República.
prédios da Avenida Rebouças. O autor da intervenção é o douto- Com a aprovação, por 44 favoráveis, 6 contrários e 1 absten-
rando em poéticas visuais Cauê Maia, de 31 anos. Ele usava uma ção, a Esplanada dos Ministérios teve uma diminuição de oito pas-
lanterna potente com ajuste de foco, transparências impressas com tas – eram 32 quando Temer assumiu.
diferentes mensagens e uma lupa com distância ajustável, tudo im- O governo da ex-presidente Dilma Rousseff chegou a ter até
provisado em um pau de selfie. “A gente desenvolveu essa ferra- 39 pastas. Em 2015, contudo, o Congresso já havia aprovado uma
menta para fazer intervenções poéticas em espaços públicos. Não redução da máquina pública, passando para 31. Em seguida, os
só em manifestações”, afirmou. A mãe dele o acompanhava com parlamentares aceitaram manter Jaques Wagner, então chefe de
outro projetor similar. gabinete de Dilma Rousseff, com status de ministro, aumentando
A caminhada terminou no Largo da Batata. Lá, um caixão mais um ministério.
representando o governo Temer foi queimado. Quando todo os O texto acaba com alguns ministérios e funde outros. Em mais
manifestantes chegaram ao local, as lideranças discursaram contra de três horas de discussão, os senadores confirmaram a redução
o governo Temer, pediram novas eleições e ressaltaram que não proposta pelo MP. Considerando a AGU (Advocacia-Geral da
houve depredações nem violência. Às 20h30, Boulos declarou o União) e o Banco Central, haverá 26 pastas.
ato encerrado. Em acordo para conseguir votar a proposta, o senador Romero
Fonte: G1 – (04/09/2016) Jucá (PMDB-RR), relator da MP, aceitou uma emenda de redação
para incorporar “Controladoria-Geral da União” à nomenclatura
Biden declara apoio e diz que EUA vão trabalhar de perto do Ministério da Transparência. A pasta passa a chamar Ministério
com presidente Temer da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou nesta quarta- Como na Câmara, as principais discussões giraram em torno
feira (07/09) que a transição de poder no Brasil seguiu a Constitui- da extinção da Secretaria das Mulheres, da Igualdade Racial, da
ção e os procedimento legais estabelecidos e disse que seu governo Juventude e dos Direitos Humanos.
vai trabalhar de perto com a administração do presidente Michel O PT, sob argumento de redução de políticas públicas, tentou
Temer. “O Brasil é e continuará a ser um dos parceiros mais pró- adiar a votação por meio de apresentação de diversas emendas e
ximos dos Estados Unidos na região, porque, entre democracias, orientações de voto contrário.
as parcerias não são baseadas nas relações entre dois líderes, mas A sigla chegou, inclusive, a alegar que não foi cumprido um
são baseadas no duradouro relacionamento entre os dois povos”, acordo de cavalheiros que é seguido à risca no Senado em toda tra-
afirmou Biden. mitação de MP. A negociação prevê que medidas provisórias lidas
em plenário só serão analisadas duas sessões depois.

Didatismo e Conhecimento 2
ATUALIDADES
Sobre o pedido, o presidente do Senado, Renan Calheiros “Eu estou pagando o preço de ter meu mandato cassado por
(PMDB-AL), respondeu que, com as eleições municipais, há um ter dado continuidade ao processo de impeachment. É o preço que
trâmite especial na Casa e, por isso, as duas sessões não seriam estou pagando para Brasil ter ficado livre do PT”, afirmou o pee-
obedecidas. “Diante de um calendário excepcional que definimos, medebista. “O que quer o PT é um troféu para poder dizer que é
é necessária uma contagem de prazos excepcionais”. golpe”, disse Cunha. “Alguém tem dúvida que se não fosse minha
Líder do PT, o senador Humberto Costa (PT-PE) chamou a atuação, teria processo de impeachment?”, perguntou retoricamen-
decisão de Renan de dar prosseguimento à votação de “autorita- te o deputado.
rismo”. “Parece que estamos vivendo algo que extrapola o próprio Durante sua fala, deputados petistas gritavam “golpista”. Fai-
impeachment. Até mesmo aqui nesse Congresso estamos vivendo xas e cartazes com os dizeres “fora, Cunha” e um boneco que re-
o autoritarismo”. presentava Cunha com roupas de presidiário podiam ser vistos no
Os defensores do texto negaram extinção de qualquer bene- plenário. No ano passado, Cunha foi o responsável por aceitar o
fício social. “Erro que o governo anterior cometeu foi ter muito pedido de impeachment de Dilma, que acabou deixando a Presi-
cargo para ter muita política pública. É o contrário. Tem que ter dência em definitivo no último dia 31.
pouco cargo para ter dinheiro para fazer a política pública”, afir- Após o resultado, Cunha deu uma entrevista em que criticou o
mou o presidente do PMDB, Romero Jucá. governo Temer por ter apoiado a eleição de Maia à presidência da
Caso o texto não fosse analisado nesta quinta, perderia a va- Câmara. “O governo é culpado quando fez o patrocínio [da can-
lidade. Contando com essa possibilidade, o Planalto já trabalhava didatura de Rodrigo Maia], porque quem elegeu o presidente [da
em um plano B que visava enviar ao Congresso proposta seme- Câmara] foi o governo. Quem derrotou o candidato Rogério Rosso
lhante, fundida, contudo com outra MP, que cria o Programa de foi o governo”, declarou. Ele afirmou ainda que escreverá um livro
Parcerias de Investimentos para acelerar concessões públicas. contando os bastidores do impeachment.
Essa outra medida provisória também perde a validade até o O agora ex-deputado disse que, mesmo depois de cassado,
fim da semana e pode ser analisada ainda nesta quinta pelos sena- não irá aderir às delações premiadas da Operação Lava Jato. Ele
dores. é réu em dois processos que apuram sua participação no esquema
de cobrança de propina em obras de empresas estatais. “Só faz
Proposta delação quem é criminoso. Eu não sou criminoso, não tenho que
Sob argumento de que é necessário enxugar a máquina fede- fazer delação”, afirmou.
ral, a reforma administrativa estabelece, entre outras alterações,
Tentativa de suspensão
a fusão da pasta das Comunicações à de Ciência, Tecnologia e
A sessão desta segunda começou às 20h23, após ter sido sus-
Inovação. A previdência, antes parte do Ministério do Trabalho,
pensa pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que
passou para o guarda-chuva do ministro da Fazenda.
justificou que ainda não havia 400 deputados presentes.
Duas propostas contidas no texto já saíram dos planos do go-
Após os discursos na tribuna, aliados de Cunha ainda tentaram
verno, antes mesmo de a medida provisória ser aprovada. A MP
adiar novamente a votação. Maia rejeitou recurso de Carlos Marun
incorporava o Ministério da Cultura ao da Educação. Diante das
(PMDB-MS), um dos mais fiéis aliados do deputado afastado.
críticas públicas da classe artística, Temer voltou atrás e manteve Eduardo Cunha permaneceu boa parte da sessão de cassação
a pasta da Cultura. sozinho no plenário, checando mensagens no celular e sem con-
O projeto também prevê a junção do Desenvolvimento Agrá- versar com outros deputados. Marun e) foram alguns dos deputa-
rio com o Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A nova dos que o cumprimentaram.
pasta se chamará Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
Em audiência pública no Senado, no início de agosto, o ministro- Processo durou mais de 11 meses
chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, já anunciou, porém, que o O processo contra o deputado durou onze meses e é o caso
governo vai recriar a pasta do Desenvolvimento Agrário. mais demorado que já passou pelo Conselho de Ética. A represen-
Fonte: Folha.com – (08/09/2016) tação foi apresentada por PSOL e Rede em 13 de outubro.
Cunha já estava afastado do mandato desde maio, por decisão
Câmara dos Deputados cassa mandato de Eduardo Cunha do STF (Supremo Tribunal Federal) com base em pedido da PGR
A Câmara dos Deputados decidiu nesta segunda-feira (12) (Procuradoria Geral da República), que acusava o deputado de
cassar o mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acu- usar o cargo para interferir nas investigações contra ele.
sado de ter mentido ao afirmar que não possuía contas no exterior Em julho, o deputado renunciou à presidência da Câmara, fato
em depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da que precipitou a eleição de Rodrigo Maria (DEM-RJ) ao posto.
Petrobras no ano passado. Assim, Cunha perde o mandato e fica A perda do mandato retira de Cunha o direito ao foro privile-
inelegível por oito anos devido à Lei da Ficha Limpa. giado de ser julgado apenas pelo STF. O deputado é réu em duas
A cassação foi aprovada por 450 votos a favor, 10 contra e ações, alvo de uma terceira denúncia e investigado em outros seis
9 abstenções; 470 deputados participaram da sessão, incluindo o inquéritos que tiveram origem nas apurações da Operação Lava
presidente da Casa, que só votaria se houvesse empate. Ao deixar Jato.
o plenário após a votação, Cunha ouviu gritos de “adeus, Cunha” No entanto, a decisão de remeter os processos contra Cunha
e “fora”. ao juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na 13ª Vara Fede-
Em seu discurso no plenário antes da votação, Cunha negou ral de Curitiba, não é automática e cabe ao Supremo avaliar cada
ter mentido à CPI e relacionou sua cassação ao processo de impea- caso de forma individual. Há a tendência no tribunal de manter no
chment do ex-presidente Dilma Rousseff (PT). STF processos que estão perto de ir a julgamento.
Fonte: Uol Notícias – (12/09/2016)

Didatismo e Conhecimento 3
ATUALIDADES
O que acontece com Eduardo Cunha após cassação? “Já quem é julgado na primeira instância, pode recorrer ao
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve o mandato cassado pela Câ- TRF (Tribunal Regional Federal), ao STJ (Supremo Tribunal de
mara dos Deputados - com 450 votos a favor, dez contras e nove Justiça) e ao STF. As pessoas ficam apavoradas por serem julgadas
abstenções - na noite de segunda-feira (12). Ele era acusado de pelo Sérgio Moro, mas acho melhor ter todos os níveis de recurso.”
quebra de decoro parlamentar ao negar a existência de contas ban- Na perspectiva do réu, o ponto positivo do Supremo, diz Oli-
cárias na Suíça na CPI da Petrobras. veira, é a demora no andamento do processo.
Cunha já estava afastado da presidência da Casa desde maio, “É um tribunal específico. Modifica-se totalmente o andamen-
mas o que acontece agora que ele foi efetivamente cassado? to do Supremo, que julga recursos de outras instâncias, para rece-
Como deixa de ser parlamentar, Cunha perde o foro privile- ber um processo criminal. Ou eles concentram esforços ou leva
giado atrelado ao cargo. Assim, as duas ações penais a que respon- muito mais tempo.”
dia no Supremo Tribunal Federal devem ser encaminhadas para O peemedebista também é alvo de uma ação por improbidade
a primeira instância - primeiro “degrau” da Justiça. Segundo os administrativa na Justiça Federal do Paraná, que ordenou o blo-
entrevistados, é provável que pelo menos um dos processos seja queio de bens e a suspensão dos direitos políticos por dez anos.
enviado ao juiz federal Sérgio Moro, que concentra as ações relati- Ele recorreu.
vas à operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná.
Cunha também é alvo de seis inquéritos, um pedido de aber- Pena
tura de investigação, uma ação de improbidade e de uma ação cau- De acordo com os juristas, é improvável que Cunha aguarde
telar com pedido de prisão. Diferentes tribunais do país podem o julgamento preso. Isso porque o STF não se mostrou assertivo
receber os procedimentos contra o agora ex-deputado, se assim for sobre o pedido de prisão preventiva do ex-deputado feito pela Pro-
decidido pelo Supremo Tribunal Federal. curadoria Geral da República. O ministro Teori Zavascki, relator
As duas ações criminais contra Cunha estão ligadas ao esque- da Lava Jato, não havia respondido ao pedido. O STF disse que
ma de desvios na Petrobras. ouviria a defesa do ex-parlamentar.
Em uma delas, o peemedebista é acusado de receber ao menos Em maio, o jornal Folha de S. Paulo informou que os minis-
US$ 5 milhões em propina do contrato da petroleira com um esta- tros da Corte chegaram a discutir, nos bastidores, se seria possível
leiro. Nesse processo, ele responde pelos crimes de corrupção pas- determinar a prisão do deputado como alternativa ao afastamento
siva e lavagem de dinheiro. Como a prefeita de Rio Bonito (RJ), da presidência da Câmara. A proposta, no entanto, foi rejeitada por
Solange Almeida, também é ré no mesmo processo, a ação deve Zavascki.
seguir para o Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4). Quando for a julgamento, as perspectivas não são boas para
A Justiça Federal no Paraná pode receber a segunda ação pe- Cunha - se for condenado. Em duas ações penais, ele responde
nal em que Cunha é réu por ter contas não declaradas no exterior e, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de
provavelmente, a ação cautelar com o pedido de sua prisão. Nesse divisas e declaração falsa em documento eleitoral.
processo, em que é acusado de recebimento e movimentação de Dadas as penas altas para esses delitos e o histórico da Lava
propina em contas secretas na Suíça, o ex-deputado foi denunciado Jato, se for condenado, Cunha deve cumprir o início da pena em
por prática de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas regime fechado, diz o professor de Processo Penal da PUC-SP
e declaração falsa em documento eleitoral. Ele nega ter contas em Cláudio Pereira. Essa possibilidade se afirma quando alguém é
seu nome no exterior. condenado a mais de oito anos de prisão.
Além de poder ser julgado em Curitiba e no Rio de Janeiro, “A lei de lavagem prevê penas altas: reclusão de três a dez
Cunha poderá ter de responder em outros tribunais a eventuais de- anos. No tocante à corrupção, a pena mínima é de reclusão de dois
núncias que surgirem das seis investigações das quais é alvo. anos. Já podemos ver que, na Lava Jato, na primeira instância, a
Isso porque o destino desses seis inquéritos contra Cunha pena varia de 9 a 12 anos. Se ele for julgado num processo des-
pode ser variado. Dois deles podem ir para a Justiça Federal do sa natureza, vai começar em regime fechado, e a condenação não
Rio. Um apura se ele recebeu propina para liberar recursos do FI- deve ser substituída por penas alternativas.”
FGTS para o Porto Maravilha. O outro investiga a participação do O professor explica que o cálculo da pena pode ser feito de
ex-deputado em fraudes em Furnas. Outros três devem ficar com a duas maneiras: somando os anos de reclusão previstos em cada
Justiça Federal em Brasília. crime ou encarando todos os delitos como um só - como partes de
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao um mesmo ato. Nesse caso, é possível aumentar em até dois terços
STF a inclusão de Eduardo Cunha no principal inquérito da Lava a pena de um único crime.
Jato. Como outros parlamentares com foro privilegiado estão sen- Pereira diz que, quando as duas ações forem julgadas, e se
do investigados, esse inquérito deve permanecer na mais alta corte houver condenação, é natural que as penas de cada processo se
do país. somem.
Ações penais No entanto, pondera, tudo isso pode demorar. Cunha só será
preso após a defesa do ex-deputado esgotar os recursos em todas
No caso das ações penais, as eventuais mudanças de instância, as instâncias da Justiça.
no entanto, têm dois lados, analisa o professor de Processo Penal e
coordenador do IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Crimi- Delação premiada
nais) Paulo Sergio de Oliveira. Eduardo Cunha sempre rechaçou a possibilidade de assinar
Ele explica que quem é julgado pelo STF fica numa situação um acordo de delação premiada na tentativa de reduzir possíveis
complicada porque, quando a sentença é dada, não pode recorrer. penas aplicadas contra ele, caso seja condenado. Ele diz ser ino-
cente e nega todas as acusações que pesam contra ele.

Didatismo e Conhecimento 4
ATUALIDADES
“Eu não tenho o que delatar. Eu não tenho crime praticado e Minha responsabilidade é fazer acontecer as soluções. O Judi-
não tenho o que delatar”, afirmou o peemedebista em junho. ciário brasileiro reclama mudanças. Estamos fazendo mudanças e
Na segunda-feira, depois de ser cassado, ele voltou a negar é preciso que elas continuem e cada vez com mais pressa”
que pretende fazer uma delação. “Só faz delação quem é crimino- Em vários momentos do discurso, Cármen Lúcia chamou a
so, eu não sou criminoso”. Ele afirmou ainda que os delatores que atenção para a necessidade de se melhorar o atendimento no Ju-
o citaram não apresentaram provas contra ele. diciário.
Cunha negou a delação, mas prometeu um livro sobre os bas- “Não há prévia nem permanente definição para o justo, mas
tidores do impeachment. Diz que está à procura de uma boa edi- há o crédulo da justiça sem pré-definição, necessário apenas para
tora para publicar os diálogos que travou sobre o impeachment acreditarmos não ser possível viver sem justiça. É o juiz o depo-
de Dilma. “Esses serão tornados públicos na sua integralidade”, sitário dessa fé, garantidor da satisfação, desse sentimento”, enfa-
prometeu logo depois de ser cassado. tizou.
Fonte: BBC Brasil – (13/09/2016) Para a ministra, a obrigação dos magistrados é “entregar ao
cidadão brasileiro o seu direito”.
Cármen Lúcia assume presidência do Supremo para man- “O que no Judiciário não deu certo há de se mudar para se fa-
dato de dois anos zer na forma constitucionalmente prevista. Mas não vou continuar
Em uma cerimônia que reuniu as maiores autoridades do país, apontando problemas. Minha responsabilidade é fazer acontecer
a ministra Cármen Lúcia tomou posse na tarde desta segunda-feira as soluções. O Judiciário brasileiro reclama mudanças. Estamos
(12) no cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) no fazendo mudanças e é preciso que elas continuem e cada vez com
lugar do ministro Ricardo Lewandowski. Durante o mandato de 2 mais pressa”, discursou.
anos, a magistrada acumulará a chefia da mais alta Corte do país
com a presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão Discurso do decano
de controle do Judiciário. Magistrado mais antigo do STF, o ministro Celso de Mello,
Na mesma solenidade, o ministro Dias Toffoli foi empossado representando os demais colegas do tribunal, foi o primeiro a dis-
por Cármen Lúcia no posto de vice-presidente do Supremo (assista cursar na cerimônia. O decano da Suprema Corte destacou em sua
ao vídeo abaixo). Ele deverá suceder Cármen Lúcia no comando fala a importância para as instituições brasileiras da ascensão de
da Corte em 2018. Cármen Lúcia à presidência do Supremo.
Natural de Montes Claros (MG), Cármen Lúcia, 62 anos, é a “Se consolidou uma clara e irreversível transição para um
modelo social que repudia a discriminação de gênero, ao mesmo
segunda mulher a presidir o STF. Ela foi indicada para a Suprema
que confere primazia à prática republicana da igualdade, pela con-
Corte, em 2006, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À
sagração do talento, competência e conhecimento, atributo que
época, o tribunal era comandado pela ministra aposentada Ellen
qualificam de modo inquestionável vossa excelência. [...] Não
Gracie.
creio que palavras possam descrever o que esse momento histórico
Formada em direito, em 1977, pela Pontifícia Universidade
representa para a história do país e para a história das mulheres
Católica de Minas Gerais (PUCMG), a nova presidente do STF
brasileiras”, declarou o decano.
começou a carreira jurídica como advogada, mas, antes de chegar Após destacar a relevância da ascensão de Cármen Lúcia ao
ao Supremo, foi procuradora do estado de Minas. comando do Judiciário, Celso de Mello fez, sob os olhares de po-
A troca de comando na chefia do STF atraiu políticos, magis- líticos investigados pela Operação Lava Jato, um duro discurso
trados, ministros aposentados do Supremo, integrantes do Minis- contra a corrupção. Entre os convidados, Renan Calheiros, Lula e
tério Público e artistas. Ao todo, foram convidadas cerca de 2 mil o senador Edison Lobão (PMDB-MA).
pessoas para a cerimônia. “O direito ao governo honesto constitui uma insuprimível
Entre os convidados que compareceram à solenidade estão o prerrogativa da própria cidadania. E que, deste tribunal, senho-
presidente da República, Michel Temer, o presidente do Senado, ra ministra presidente, parta a advertência severa e impessoal de
Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM que aqueles que transgredirem tais mandamentos expor-se-ão sem
-RJ), além dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prejuízo de outros tipos de responsabilização, não importando a
José Sarney (PMDB). sua posição estamental, se patrícios ou se plebeus [...] devendo
O cantor e compositor Caetano Velloso cantou e tocou o Hino ser punidos exemplarmente na forma da lei esses infiéis da causa
Nacional no violão. Outras celebridades, como o ator e diretor pública, esses indignos do poder””, discursou Celso de Mello.
Miguel Falabella, também foram prestigiar a posse da magistrada O ministro citou ainda uma famosa declaração que o deputa-
mineira. do Ulysses Guimarães fez no encerramento dos trabalhos da As-
sembleia Constituinte. Na ocasião, o parlamentar repúdio qualquer
‘Cidadão brasileiro’ prática que comprometa a integridade ética feita por agentes pú-
Em seu primeiro discurso como presidente do STF, Cármen blicos ou políticos.
Lúcia afirmou, ao iniciar sua fala, que quebraria o protocolo e, em “A vida pública brasileira será também fiscalizada pelos ci-
vez de cumprimentar em primeiro lugar o presidente da República, dadãos. Do presidente da República ao prefeito, do senador ao
Michel Temer, cumprimentaria o cidadão, a quem chamou de “au- vereador. A moral é o cerne da Pátria. A corrupção é o cupim da
toridade suprema de todos nós servidores públicos”. República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos
“Não tenho notícia de um ser humano que não aspire à Justi- de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não rou-
ça”, destacou a magistrada. “Há de ser reconhecer que o cidadão bar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro
não há de estar satisfeito hoje com o Poder Judiciário”, completou. mandamento da moral pública”, disse Guimarães, conforme citou
Celso de Mello.

Didatismo e Conhecimento 5
ATUALIDADES
Janot Perfil
Ao discursar na cerimônia em nome do Ministério Público, o Nascida em 19 de abril de 1954, Cármen Lúcia Antunes Ro-
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criticou, sem citar cha viveu a infância em Espinosa, cidade de 32 mil habitantes lo-
nomes, o que ele chamou de tentativas de tentar manchar as inves- calizada no extremo norte de Minas, quase na divisa com Bahia.
tigações da Lava Jato. Segundo ele, há um “trabalho desonesto” Tem duas irmãs e três irmãos. Aos 10 anos, mudou-se para
contra investigadores e juízes. Belo Horizonte para estudar num internato de freiras. Professa a
O procurador-geral defendeu a atuação do Ministério Público religião católica e nunca se casou nem teve filhos.
nas investigações do esquema de corrupção que atuava na Petro- Cármen Lúcia é mestre em direito constitucional pela Univer-
bras e defendeu a aprovação no Congresso Nacional do pacote de sidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em direito
10 medidas que têm como objetivo aumentar o rigor no combate empresarial pela Fundação Dom Cabral. Ela é autora de sete livros
à corrupção. focados, sobretudo, em direito de Estado e administração pública.
“Tem-se observado diuturnamente um trabalho desonesto de Fonte: G1 – (12/09/2016)
desconstrução da imagem de investigadores e de juízes. Atos mi-
diáticos buscam ainda conspurcar o trabalho sério e isento desen- Lula é denunciado na Lava Jato por corrupção e lavagem
volvido nas investigações da Lava Jato”, disse Janot. de dinheiro
Janot também ressaltou que a Lava Jato deixou ao país a esco- A Operação Lava Jato denunciou formalmente nesta quarta-
lha entre duas opções: a primeira, seguida pela Itália, levou a “mais feira, 14, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira
corrupção, estabilidade política e crônica debilidade econômica”. dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Oka-
“A segunda, mais auspiciosa, revela-se em um movimento motto, o empresário Léo Pinheiro, da OAS, dois funcionários da
virtuoso de tomada de consciência da sociedade e de autodepu- empreiteira e outros dois investigados.
ração do próprio sistema político-jurídico, na busca verdadeira de A Procuradoria afirma que Lula se beneficiou de um conjunto
um novo arranjo democrático, que repila a corrupção e a impu- de ‘três focos’. O primeiro se refere a três contratos da emprei-
nidade na forma de fazer política”, observou o procurador-geral, teira OAS firmados com a Petrobrás. O segundo foco se refere à
defendendo a aprovação das medidas propostas pelo Ministério lavagem de ‘parte milionária’ de dinheiro por meio da reforma do
Público Federal para combater a corrupção. tríplex no Guarujá (SP). O terceiro foco, segundo a Procuradoria,
ficou caracterizado com o pagamento da armazenagem de bens
Discurso de Lamacchia pessoais de Lula mediante contrato falso.
Em seu discurso, o presidente nacional da Ordem dos Advo- Lula recebeu “benesses” da empreiteira OAS – uma das lí-
gados do Brasil (OAB), Claudio Lamacchia, também falou sobre deres do cartel que pagava propinas na Petrobrás – em obras de
o combate à corrupção. Ele disse que o “clamor das ruas não pode reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris. O prédio foi
ser ignorado”, mas, segundo ele, não pode “sobrepor-se” à lei. construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato
“Precisamos combater a impunidade e a corrupção, mas não dos bancários), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT
podemos, por exemplo, admitir a prática de um ilícito em nome João Vaccari Neto – preso desde abril de 2015. O imóvel foi adqui-
da correção de outro: não há solução fora da lei”, disse, sem citar rido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.
nomes. No último mês, a Polícia Federal indiciou Lula, a ex-primeira
“Não se combate o crime cometendo outro crime. Por isso, dama Marisa Letícia, o ex-presidente da OAS José Aldemário Pi-
rejeitamos liminarmente a ideia de admitir produção de provas por nheiro, o Léo Pinheiro, e um engenheiro da empreiteira que parti-
meio ilegal, em nome da boa-fé de quem a colhe. Como demons- cipou da reforma do imóvel. No indiciamento, o delegado Márcio
trar a boa-fé de um agente, se se trata de algo subjetivo. O Direito Adriano Anselmo, afirmou que “ (Lula) recebeu vantagem indevi-
resulta de uma ciência sofisticada, que a humanidade levou sécu- da por parte de José Aldemário Pinheiro e Paulo Gordilho, presi-
los para moldar. Transgredi-lo é impor um retrocesso civilizatório, dente e engenheiro da OAS, consistente na realização de reformas
que, aí sim, agride a voz das ruas, frequentemente vulnerável à no apartamento 174”. O imóvel recebeu obras avaliadas em R$
manipulação das facções”, concluiu o presidente da OAB. 777 mil, móveis no total de R$ 320 mil e eletrodomésticos no valor
de R$ 19 mil – totalizando R$ 1,1 milhão.
Atribuições
Como presidente do STF, caberá a Cármen Lúcia elaborar a VEJA A ÍNTEGRA DA MANIFESTAÇÃO DE LULA E
pauta semanal de julgamentos do plenário, formado pelos 11 mi- DONA MARISA
nistros da Corte. Com isso, ela deixa a Segunda Turma e dá lugar Lula e D. Marisa Letícia repudiam denúncia da Lava Jato
a Lewandowski. Denúncia do MPF é truque de ilusionismo; coletiva é um es-
O colegiado, formado por cinco ministros, analisa, entre ou- petáculo deplorável
tros casos, a maioria dos processos de políticos investigados na Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa Marisa Letícia Lula da
Operação Lava Jato. Silva repudiam pública e veementemente a denúncia ofertada na
No CNJ, Cármen Lúcia já anunciou que fará uma gestão vol- data de hoje (14/09/2016) pelo Ministério Público Federal (MPF),
tada para a situação de mulheres presas, como tentativa de me- baseada em peça jurídica de inconsistência cristalina.
lhorar a situação de vida delas. No STF, tende a priorizar ações A denúncia em si perdeu-se em meio ao deplorável espetáculo
de impacto social -- o sinal foi dado na pauta da primeira semana, de verborragia da manifestação da Força Tarefa da Lava Jato. O
voltada a ações trabalhistas e que envolvem direito à educação, MPF elegeu Lula como “maestro de uma organização criminosa”,
saúde e proteção à família. mas “esqueceu” do principal: a apresentação de provas dos cri-
mes imputados. “Quem tinha poder? ” Resposta: Lula. Logo, era

Didatismo e Conhecimento 6
ATUALIDADES
o “comandante máximo” da “propinocracia” brasileira. Um novo 2.2.3. Lula esteve uma única vez no imóvel acompanhado de D.
país nasceu hoje sob a batuta de Deltan Dallagnol e, neste país, ser Marisa — para conhecê-lo e verificarem se tinham interesse na com-
amigo e ter aliados políticos é crime. pra. O ex-Presidente e os seus familiares jamais usaram o imóvel e
A farsa logocêntrica criada ataca o Estado Democrático de Di- muito menos exerceram qualquer outro atributo da propriedade, tal
reito e a inteligência dos cidadãos brasileiros. Não foi apresentado como disposto no art. 1.228, do Código Civil (uso, gozo e disposição).
um único ato praticado por Lula, muito menos uma prova. Desde 2.2.4. D. Marisa adquiriu em 2005 uma cota-parte da Coope-
o início da Operação Lava Jato houve uma devassa na vida do ex rativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) que, se fosse quitada,
-Presidente. Nada encontraram. Foi necessário, então, apelar para daria direito a um imóvel no Edifício Mar Cantábrico (nome antigo
um discurso farsesco. Construíram uma tese baseada em respon- do hoje Edifício Solaris). Ela fez pagamentos até 2009, quando o em-
sabilidade objetiva, incompatível com o direito penal. O crime do preendimento foi transferido à OAS por uma decisão dos cooperados,
Lula para a Lava Jato é ter sido presidente da República. acompanhada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Diante
O grosso do discurso de Dallagnol não tratou do objeto da disso, D. Marisa passou a ter a opção de usar os valores investidos
real denúncia protocolada nesta data – focada fundamentalmente como parte do pagamento de uma unidade no Edifício Solaris – que
seria finalizado pela OAS — ou receber o valor do investimento de
da suposta propriedade do imóvel 164-A do edifício Solaris, no
volta, em condições pré-estabelecidas. Após visitar o Edifício Sola-
Guarujá (SP). Sua conduta política é incompatível com o cargo
ris e verificar que não tinha interesse na aquisição da unidade 164-A
de Procurador Geral da República e com a utilização de recursos que lhe foi ofertada, ela optou, em 26.11.2015, por pedir a restituição
públicos do Ministério Público Federal para divulgar suas teses. dos valores investidos. Atualmente, o valor está sendo cobrado por
Para sustentar o impossível – a propriedade do apto 164-A, D. Marisa da Bancoop e da OAS por meio de ação judicial (Autos nº
Edifício Solaris, no Guarujá – a Força Tarefa da Lava Jato valeu-se 1076258-69.2016.8.26.0100, em trâmite perante a 34ª. Vara Cível da
de truque de ilusionismo, promovendo um reprovável espetáculo Comarca de São Paulo), em fase de citação das rés.
judicial- midiático. O fato real inquestionável é que Lula e D. Ma- 2.2.5. Dessa forma, a primeira premissa do MPF para atribuir a
risa não são proprietários do referido imóvel, que pertence à OAS. Lula e sua esposa a prática do crime de corrupção passiva — a pro-
Se não são proprietários, Lula e sua esposa não são também priedade do apartamento 164-A — é inequivocamente falsa, pois tal
beneficiários de qualquer reforma ali feita. Não há artifício que imóvel não é e jamais foi de Lula ou de seus familiares.
possa mudar essa realidade. Na qualidade de seus advogados, afir- 2.2.6. O MPF não conseguiu apresentar qualquer conduta irre-
mamos que nossos clientes não cometeram, portanto, crimes de gular praticada por Lula em relação ao armazenamento do acervo
corrupção passiva (CP, art. 317, caput), falsidade ideológica (CP, presidencial. Lula foi denunciado por ser o proprietário do acervo. A
art. 299) ou lavagem de capitais (Lei nº 9.613/98, art. 1º). denúncia se baseia, portanto, em uma responsabilidade objetiva in-
A denúncia não se sustenta, diante do exposto abaixo: compatível com o direito penal
1- Violação às garantias da dignidade da pessoa humana, da 2.3 – Lavagem de Capitais
presunção da inocência e, ainda, das regras de Comunicação So- Lula foi denunciado pelo crime de lavagem de capitais (Lei nº
cial do CNMP. 9.613/98, art. 1º) sob o argumento de que teria dissimulado o recebi-
A coletiva de imprensa hoje realizada pelo MPF valeu-se de mento de “vantagens ilícitas” da OAS, que seria “beneficiária direita
recursos públicos para aluguel de espaço e equipamentos exclusi- de esquema de desvio de recursos no âmbito da PETROBRAS inves-
vamente para expor a imagem e a reputação de Lula e D. Marisa, tigado pela Operação Lava Jato”.
em situação incompatível com a dignidade da pessoa humana e 2.3.1 Para a configuração do crime previsto no art. 1º, da Lei nº
da presunção de inocência. O evento apresentou denúncia como 9.613/98, Lula e sua esposa teriam que ocultar ou dissimular bens,
uma condenação antecipada aos envolvidos, violando o art. 15, da direitos ou valores “sabendo serem oriundos, direta ou indiretamente,
Recomendação n. º 39, de agosto de 2016, do Conselho Nacional de crime”.
2.3.2 Além de o ex-Presidente não ser proprietário do imóvel no
do Ministério Público, que estabelece a Política de Comunicação
Guarujá (SP) onde teriam ocorrido as “melhorias” pagas pela OAS,
Social do Ministério Público.
não foi apresentado um único elemento concreto que possa indicar
2- Não há nada que possa justificar as acusações.
que os recursos utilizados pela empresa tivessem origem em desvios
2.1 – Corrupção passiva – da Petrobras e, muito menos, que Lula e sua esposa tivessem conheci-
O ex-Presidente Lula e sua esposa foram denunciados pelo mento dessa suposta origem ilícita.
crime de corrupção passiva (CP, art. 317, caput), no entanto: Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira
2.2.1 O imóvel que teria recebido as melhorias, no entanto, é
de propriedade da OAS como não deixa qualquer dúvida o registro A DEFESA DE PAULO OKAMOTTO:
no Cartório de Registro de Imóveis (Matricula 104801, do Cartó- “O Ministério Público criou uma corrupção em que não há van-
rio de Registro de Imóveis do Guarujá), que é um ato dotado de tagem ilícita. O valor é pago para a conservação de um acervo con-
fé pública. Diz a lei, nesse sentido: “Art. 1.245. Transfere-se entre siderado como ‘patrimônio cultural brasileiro de interesse público’
vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no pela Lei 8394/91. A nota fiscal foi emitida em nome da empresa que
Registro de Imóveis”. A denúncia não contém um único elemento contribuiu, a OAS, e não houve qualquer falsidade. O valor foi para a
que possa superar essa realidade jurídica, revelando-se, portanto, empresa, que mantinha o acervo em depósito. Não houve lavagem. A
peça de ficção. única lavagem que poderia existir é dos abusos cometidos, da condu-
2.2.2. Confirma ser a denúncia um truque de ilusionismo o ção coercitiva do Presidente Lula e do Presidente do Instituto, Paulo
fato de o documento partir da premissa de que houve a “entrega” Okamoto. Abusos que agora se tentam legitimar sem nada encon-
do imóvel a Lula sem nenhum elemento que possa justificar tal trar”, afirma o advogado Fernando Augusto Fernandes, responsá-
afirmação. vel pela defesa de Paulo Okamotto.
Fonte: Estadão.com – (14/09/2016)

Didatismo e Conhecimento 7
ATUALIDADES
Por que o MPF diz que Lula é ‘comandante máximo’ da O MPF pede a indenização de R$ 87,6 milhões, que deve ser
corrupção paga pela OAS e também por Lula, além de R$ 58,4 milhões, a
O Ministério Público Federal (MPF) do Paraná ofereceu de- serem pagos por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Agenor
núncia contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva na tarde Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivo da OAS.
desta quarta-feira, em Curitiba, e classificou o petista como “co-
mandante máximo”, “maestro”, “grande general” do megaesque- Tríplex
ma de corrupção que envolve a Petrobras e distribuição de cargos Os promotores do MPF disseram que o ex-presidente e sua
públicos, classificada pela promotoria com o neologismo “propi- mulher receberam vantagens indevidas da construtora OAS. Se-
nocracia” ou “um governo regido pela propina”. gundo os promotores, eles estão envolvidos em dois atos de la-
Além do petista, foram denunciados o empresário Léo Pinhei- vagem de dinheiro: um referente à aquisição e reforma de uma
ro, da construtora OAS, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o pre- cobertura tríplex no Guarujá, no litoral paulista, e outro relativo
sidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, além de Paulo Gordi- ao armazenamento de bens de Lula em depósitos da empresa em
lho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fábio Hori Yonamine São Paulo.
e Roberto Moreira Ferreira. Os promotores afirmaram que, apesar de o nome do ex-pre-
O procurador Deltan Dallagnol relacionou diretamente os sidente não constar no contrato do apartamento, haveria indícios
esquemas do Mensalão e do Petrolão e disse que o esquema de suficientes de que o tríplex, sua reforma e mobília, foram um be-
corrupção supostamente regido pelo PT iria além dos dois casos, nefício cedido pela construtora. Dentre as evidências citadas pelos
citando Eletrobrás, ministérios do Planejamento, da Saúde, Caixa procuradores está um canhoto da proposta de adesão do aparta-
Econômica Federal, “alcançando outros órgãos públicos”. mento 141 em 2005. Nesse papel, por trás do número 141, estaria
“O Petrolão era parte de um quadro muito maior”, afirmou, ci- rasurado o número 174, o da cobertura do edifício. De acordo com
tando entre os condenados no Mensalão pessoas próximas a Lula, os promotores, isso já indicaria um interesse de Lula e Marisa pelo
como José Dirceu, Delúbio Soares, Silvio Pereira, José Genoíno, tríplex.
Waldemar Costa, Roberto Jefferson, João Paulo Cunha e José Bor- Além disso, dizem os promotores, em tabelas apreendidas
ba. “Mensalão e Lava Jato são duas faces de uma mesma moeda”.
na sede da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de
Lula teria recebido, segundo a denúncia, R$ 3,7 milhões em
São Paulo), que era proprietária do prédio, a cobertura 174 apare-
propina da OAS. O suposto esquema de corrupção denunciado
ce como “reservada” em 2008. Segundo eles, a unidade não seria
nesta quarta-feira teria rendido desvios em torno de R$ 87,6 mi-
mostrada ao público porque estaria reservada ao ex-presidente e
lhões. “PT e, particularmente, Lula eram os maiores beneficiários
sua família.
dos esquemas criminosos de macrocorrupção no Brasil”, disse
Outro elemento seria que em 2009, quando o edifício foi
Dellagnol.
transferido para OAS Empreendimentos, Marisa e Lula pararam
O procurador afirmou que, para aumentar a base aliada e me-
lhorar a governabilidade, o governo negociava com partidos polí- de pagar as parcelas da unidade 141. Nesse momento, diz o MPF, a
ticos a indicação para cargos públicos. Uma vez nessas funções, os cobertura teria sido dada pela construtora ao casal como vantagem
indicados agiam junto a grandes empreiteiras para arrecadar propi- indevida. Abatido os R$ 340 mil pagos por Lula e Marisa no apar-
na e distribuí-la no Congresso. O dinheiro faria o governo ganhar tamento 141, o restante do valor do tríplex (R$ 1,5 milhão), teria
aliados na votação de projetos. sido bancado pela construtora.
“Esse esquema chamado de propinocracia tinha três fins que, Os promotores citaram também as visitas de Marisa ao tríplex
em tese, poderiam ser lícitos: governabilidade, perpetuação no po- acompanhada de executivos da OAS como Léo Pinheiro. Segun-
der e enriquecimento. O problema nesse caso foi o método para do o MPF, a partir de 2013, quando o edifício foi finalizado, a
alcançar esses fins: a corrupção”, disse. Para Dallagnol, todo o es- construtora fez modificações na cobertura a fim de personalizá-la
quema dependia do aval do ex-presidente Lula. para o casal. Eles mostraram recibos de lojas de móveis e citaram
o testemunho de funcionárias da empresa contratada para fazer a
Defesa reforma da unidade.
Os advogados de defesa do ex-presidente, que foi denuncia- A defesa de Lula questionou todos os pontos da acusação. “A
do por crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, real proprietária do apartamento 164-A (que posteriormente foi de-
refutaram as acusações em outra entrevista coletiva realizada na nominado 174), tríplex, é a OAS Empreendimentos S/A, conforme
tarde desta quarta-feira, em São Paulo. Nas palavras do advoga- consta na matrícula 104.801 do Cartório de Registro de Imóveis de
do Cristiano Zanini Martins, a apresentação do procurador Daltan Guarujá. O apartamento nunca pertenceu a Lula ou aos seus fami-
Dellagnol foi um “espetáculo de verborragia”, uma “farsa que ata- liares, que nunca o utilizaram para qualquer finalidade.”
ca o estado democrático de direito e a inteligência dos brasileiros”. Segundo os advogados, Marisa Letícia adquiriu uma cota-par-
Em entrevista coletiva simultânea à dos procuradores do MPF, te de um apartamento no Edifício Solaris (então Mar Cantábrico)
os advogados de Lula e Marisa Letícia afirmam repudiar “pública e que “o ex-presidente jamais ocultou referido patrimônio, confor-
e veementemente a denúncia apresentada”. me declaração de Imposto de Renda e ao TSE”.
Apresentando documentos do Ministério Público e da cons- Eles afirmam que a propriedade foi transferida para a cons-
trutora Bancoop, o advogado afirmou que “Lula e Marisa não são trutora OAS em 2009, “através de acordo judicial com o MP-SP e
proprietários do apartamento, que pertence à OAS. Se não são pro- homologado em juízo”.
prietários, também não são beneficiados”. Ainda segundo a procuradoria, a OAS pagou a armazenagem
“O MPF elegeu Lula como maestro de uma organização cri- de bens de Lula em um depósito da empresa Graneiro entre 2001
minosa, mas esqueceu do principal: a apresentação de provas”, e 2016, por valores que totalizam R$ 1,3 milhão - o valor indicaria
continuou o advogado. novamente pagamento de propina ao petista.

Didatismo e Conhecimento 8
ATUALIDADES
“O pagamento da armazenagem dos bens pessoais de Lula foi Em seu despacho, Moro diz descartar a hipótese de “conspira-
assumido por uma empresa que se beneficiou diretamente dos ilí- ção” sustentada pela defesa do ex-presidente ao negar a proprieda-
citos praticados em desfavor da Administração Pública Federal, de do tríplex em Guarujá e o sítio em Atibaia. “Tal afirmação não
notadamente da Petrobras, e tinha uma dívida de propinas com resulta, aparentemente, de conspiração de inimigos do ex-presi-
esquema de governo e partidário. Além disso, tal empreiteira era dente, [...] até mesmo José Carlos Costa Marques Bumlai, com o
controlada por Léo Pinheiro, pessoa muito próxima de Lula”. qual, em princípio, manteria boas relações, declarou [...] que o sí-
Em nota, os advogados de Lula questionaram a procurado- tio em Atibaia seria utilizado pelo ex-presidente e que ali realizou
ria. “O MPF não conseguiu apresentar qualquer conduta irregular reformas consideráveis a pedido de sua esposa e em decorrência
praticada por Lula em relação ao armazenamento do acervo pre- da amizade”, disse o juiz.
sidencial. Lula foi denunciado por ser o proprietário do acervo. A Moro diz que, apesar de acreditar que haja provas suficientes
denúncia se baseia, portanto, em uma responsabilidade objetiva para o recebimento da denúncia, todos os denunciados terão direi-
incompatível com o direito penal” to a se defender. “Tais fatos e provas são suficientes para admissi-
bilidade da denúncia e sem prejuízo do contraditório e ampla dis-
Denúncia cussão, durante o processo judicial, no qual os acusados, inclusive
O Ministério Público apresenta denúncia quando considera o ex-presidente, terão todas as oportunidades de defesa”, afirma.
que há provas contra um indiciado pela polícia. O juiz reconhece que o processo contra Lula pode causar “ce-
O denunciado, no entanto, só se torna réu se a Justiça aceitar leumas”. “Não olvida [esquece] o julgador que, entre os acusados,
a denúncia formal. Ainda não há previsão de quando o juiz Sérgio encontra-se ex-presidente da República, com o que a propositura
Moro analisará a denúncia contra Lula. da denúncia e o seu recebimento podem dar azo [motivo] a ce-
Se a denúncia for acatada por Moro, isso também não signi- leumas de toda a espécie”, afirmou o juiz. Moro disse ainda que
fica que Lula estaria com a “ficha suja” e, assim, impossibilitado o simples fato de aceitar a denúncia contra Lula não equivale a
de - eventualmente - concorrer às próximas eleições presidenciais. condená-lo. “Juízo de admissibilidade da denúncia não significa
Em processos criminais, a Lei da Ficha Limpa determina que juízo conclusivo quanto à presença da responsabilidade criminal
uma pessoa perde o direito de se candidatar quando foi condenada [...] o processo é uma oportunidade para ambas as partes”, finali-
sem possibilidade de recurso ou em segunda instância com “deci- zou Moro em referência tanto a MPF quanto a Lula.
são colegiada” (de um grupo de magistrados). A declaração de Moro ecoa à do presidente do TSE (Tribunal
Fonte: BBC Brasil – (14/09/2016) Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, que disse, logo após a apre-
sentação da denúncia contra Lula, que o processo contra o ex-pre-
Moro aceita denúncia e Lula vira réu em ação da Lava sidente lhe daria “segurança”. “O que é positivo e dá segurança
Jato ao presidente Lula e aos seus advogados é que agora tem uma de-
O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta terça-feira (20) a núncia. O mais é mimimi e trololó. Havendo denúncia, se defende
denúncia feita pelo MPF (Ministério Público Federal) contra o ex daquela denúncia que foi proferida”, disse o ministro do STF.
-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por corrupção passiva Na decisão de recebimento da denúncia, Moro também infor-
e lavagem de dinheiro. Com a decisão, Lula vira réu na Operação ma que não houve pedido de prisão preventiva contra Lula for-
Lava Jato. Ele já é réu em outra ação na Justiça do DF. mulado pelo MPF. O MP-SP (Ministério Público de São Paulo)
Também viraram réus a mulher de Lula, Marisa Letícia, o pre- chegou a pedir a prisão do ex-presidente ao apresentar denúncia
sidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, além do ex-presiden- contra ele em março, em investigação que envolvia o tríplex.
te da OAS Léo Pinheiro, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Posteriormente, a denúncia do MP foi encaminhada para aná-
Fábio Hori Yonamine, Paulo Roberto Valente Gordilho e Roberto lise de Moro, por causa das possíveis conexões do caso com as
Moreira Ferreira. investigações da Lava Jato.
Para Moro, há indícios de que Lula teria sido beneficiado pe- “Quanto ao pedido de prisão preventiva formulado pelo Mi-
las vantagens pagas pela empreiteira OAS e que sabia que a ori- nistério Público Estadual de São Paulo, não houve renovação do
gem do dinheiro era o esquema de corrupção que desviou recursos pedido perante este Juízo pelo Ministério Público Federal, motivo
da Petrobras. “Luiz Inácio Lula da Silva seria beneficiário direto pelo qual o tenho prejudicado, dispensando exame”, escreve Moro
das vantagens concedidas pelo Grupo OAS e, segundo a denúncia, na decisão.
teria conhecimento de sua origem no esquema criminoso que viti-
mou a Petrobras”, disse o juiz em seu despacho. O que disse a denúncia
Na última quarta-feira (14), o MPF denunciou Lula e mais Os procuradores, ao apresentar a denúncia, sustentaram que
outras sete pessoas por crimes investigados pela Lava Jato. Lula e Marisa receberam vantagens ilegais pagas pela empreiteira
Apesar de receber a denúncia contra Lula, Moro diz em seu OAS que, por sua vez, obteve recursos a partir de contratos obtidos
despacho que as provas apresentadas pelo MPF de que Lula tinha de forma irregular junto a empresas públicas como a Petrobras,
conhecimento e fazia parte do esquema “criminoso” que atingiu a sustentam os procuradores.
Petrobras são “questionáveis”. A força-tarefa da Lava Jato aponta ainda que Lula seria o “co-
O juiz se referia aos depoimentos do ex-deputado federal mandante máximo” do esquema de corrupção que atingiu a estatal.
Pedro Corrêa (PP-PE) e do ex-senador Delcídio do Amaral (sem “Chegamos ao topo da hierarquia dessa organização criminosa”,
partido-MS), que indicaram que foram utilizados pelo MPF como afirmou o procurador Deltan Dallaganol durante a apresentação
provas de que Lula sabia e fazia parte do esquema. da denúncia. Segundo os procuradores, o esquema tinha como ob-
jetivo conquistar a governabilidade ao PT, perpetuar o partido no
poder e enriquecer ilicitamente de alguns de seus participantes.

Didatismo e Conhecimento 9
ATUALIDADES
Apesar de ser apontado como o comandante do esquema, A prisão temporária tem prazo de cinco dias, podendo ser
Lula não foi denunciado por formação de quadrilha. A denúncia prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que
foi criticada por juristas que apontaram “fragilidades” nas provas é quando o investigado fica detido por tempo indeterminado.
levantadas pelo MPF. Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreen-
O MPF apontou que Lula foi um dos responsáveis diretos pelo são, oito de prisão temporária e oito de condução coercitiva, que é
desvio de pelo menos R$ R$ 87,6 milhões. Segundo o MPF, as quando a pessoa é levada para prestar depoimento. Os presos serão
vantagens indevidas pagas a Lula somariam R$ 3,8 milhões. Se- trazidos para a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.
gundo a Lava Jato, as vantagens indevidas atribuídas a Lula pelo A operação investiga fatos relacionados à contratação pela
MPF são as obras de reforma de um apartamento tríplex no Gua- Petrobras de empresas para a construção de duas plataformas (P-
rujá (SP) e um contrato para o armazenamento de bens pessoais do 67 e P70) para a exploração de petróleo na camada do Pré-sal, as
ex-presidente pagos pela OAS. chamadas Floating Storage Offloanding (FSPO´s).
Em São Paulo estão sendo cumpridos 2 de prisão e 7 de busca
O que disse a defesa e apreensão - desses, 6 na capital e um em Sorocaba.
Os advogados de defesa do ex-presidente Lula negaram as A PF foi até a casa de Mantega, mas o ex-ministro não estava.
acusações feitas pelo MPF e chamaram a denúncia apresentada Ele estava no hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de
pela Lava Jato de um “truque de ilusionismo”. “A força-tarefa da São Paulo, onde a mulher passa por uma cirurgia.
Lava Jato quer impor, a qualquer custo, uma condenação judicial Executivos das empresas Mendes Júnior e OSX Construção
do ex-presidente Lula e Dona Marisa. Esse sempre foi o objetivo Naval S.A, também são alvos da operação. Assim como represen-
dessa operação desde o seu início”, afirmou o advogado Cristiano tantes de empresas por elas utilizadas para o repasse de vantagens
Zanin, que integra a defesa de Lula. indevidas.
Lula também rechaçou as denúncias feitas pelo MPF em um Às 8h25, dois carros da PF e um da Receita Federal estavam
pronunciamento feito na semana passada. O ex-presidente disse na sede da OSX, no Rio.
que, se comprovarem que ele cometeu algum ato de corrupção, ele
irá “a pé” à prisão e que os procuradores da Lava Jato construíram Investigações
uma mentira contra ele “como se fosse um enredo de novela”. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o consórcio In-
“Eles construíram uma mentira, construíram uma inverdade, tegra Ofsshore, formado pela Mendes Júnior e OSX, firmou con-
como se fosse um enredo de uma novela e está chegando o fim do trato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a cons-
prazo. Afinal de contas, já cassaram o [ex-deputado federal Eduar-
trução das plataformas P-67 e P-70, que são unidades flutuantes de
do] Cunha, já elegeram o [Michel] Temer pela via indireta, com
produção, armazenamento e transferência de petróleo voltadas à
o golpe, já cassaram a [ex-presidente] Dilma [Rousseff]. Agora,
exploração dos campos de Pré-sal, em 2012.
precisa concluir a novela. Quem é o bandido e quem é o mocinho?
As consorciadas, ainda segundo o MPF, que não detinham
Vamos agora dar o fecho, acabar com a vida política do Lula”,
tradição no mercado específico de construção e integração de pla-
disse Lula.
taformas, viabilizaram a contratação pela Petrobras mediante o
Obstrução de justiça repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.
Essa é a segunda ação em que Lula se torna réu em assuntos As investigações apontam a transferência de cerca de R$ 7
relacionados à investigação da Lava Jato. Na ação em que Lula milhões, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior
é réu na Justiça Federal do DF, o petista é acusado de ter parti- para um operador financeiro ligado a um partido político e à dire-
cipação no esquema supostamente articulado pelo senador cassa- toria Internacional da Petrobras, já condenado no âmbito da Ope-
do Delcídio do Amaral para evitar que Nestor Cerveró fizesse um ração Lava Jato, segundo o MPF. Os repasses foram viabilizados
acordo de delação premiada com a Lava Jato. mediante a interposição de empresa de fachada, que não possuía
Conversas gravadas mostram Delcídio falando sobre formas uma estrutura minimamente compatível com tais recebimentos,
de ajudar Cerveró e até sobre um possível plano de fuga para ex- segundo os procuradores da Lava Jato.
diretor da Petrobras. Delcídio acabou preso no final de 2015 e, ao Ao longo das investigações também foi identificado o repasse
ser solto, fez acordo de delação premiada no qual disse que Lula de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com
o havia pedido para interceder em favor de Cerveró. A defesa de base em contrato falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux. O
Lula nega as acusações. valor, ainda segundo o MPF, teria sido transferido no interesse de
No entanto, esta é a primeira ação sob o juízo de Moro em José Dirceu, que está preso pela Lava Jato, e de pessoas a ele re-
que Lula é réu. lacionadas.
Fonte: UOL Notícias – (20/09/2016) Os procuradores declararam também que empresas do gru-
po Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial
Polícia Federal cumpre mandados da 34ª fase da Opera- Construtora, já utilizada por Dirceu para o recebimento de vanta-
ção Lava Jato gens indevidas.
Policiais federais estão nas ruas desde a madrugada desta O nome Arquivo X “é uma referência a um dos grupos empre-
quinta-feira (22) para cumprir mandados da 34ª fase da Operação sarias investigados e que tem como marca a colocação e repetição
Lava Jato. As ordens judiciais estão sendo cumpridas em São Pau- do “X” nos nomes das pessoas jurídicas integrantes do seu conglo-
lo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e no merado empresarial”, explica a PF.
Distrito Federal. A ação foi batizada de Operação Arquivo X. O
ex-ministro Guido Mantega, que atuou nos governos dos ex-pre-
sidentes Lula e Dilma, foi preso temporariamente, em São Paulo.

Didatismo e Conhecimento 10
ATUALIDADES
33ª fase Nome da operação
A penúltima fase da operação foi deflagrada no dia 2 de agosto Omertà é uma referência a origem italiana do codinome que
e foi batizada de Resta Um. O principal alvo foi a Queiroz Galvão, a construtora usava para fazer referência ao principal investigado
suspeita de fraudar licitações da Petrobras e de pagar propina para da fase (“italiano”), bem como ao voto de silêncio que impera-
evitar investigações de uma CPI no Senado. va no Grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do
O ex-presidente da construtora Ildefonso Colares Filho e o “setor de operações estruturadas” permitiu o aprofundamento das
ex-diretor Othon Zanoide de Moraes Filho foram presos preventi- investigações. Além disso, remete à postura atual do comando da
vamente. Já Marcos Pereira Reis, que é ligado ao consórcio Quip, empresa que se mostra relutante em assumir e descrever os crimes
foi solto no dia 9 de agosto. praticados.
Fonte: G1 – (22/09/2016)
Contraponto
Na 35ª fase da Lava-Jato, PF prende ex-ministro Antonio O criminalista José Roberto Batochio, defensor de Palocci,
Palocci disse que o ex-ministro nunca recebeu vantagens ilícitas. Batochio
A Polícia Federal (PF) está nas ruas, na manhã desta segunda- disse que ainda não tem detalhes sobre os motivos da prisão de
feira, para cumprir mandados da 35ª fase da Operação Lava-Jato, Palocci.
intitulada Omertà. O ex-ministro Antonio Palocci (governos Lula A defesa dos outros dois presos não foi contatada.
e Dilma) foi preso temporariamente. Fonte: Jornal Zero Hora – (26/09/2016)
As equipes policiais estão cumprindo 45 ordens judiciais, sen-
do 27 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária ECONOMIA
e 15 mandados de condução coercitiva (quando o alvo é levado
a depor). Os outros dois presos são o ex-secretário da Casa Civil Presidente chinês diz que G20 deve evitar protecionismo e
Juscelino Antônio Dourado e Branislav Kontic. Os presos serão estimular o comércio
levados à Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à dispo- A Cúpula do G20 – grupo das 20 maiores economias do plane-
sição das autoridades responsáveis pela investigação. ta –, cujo tema principal é a construção de uma economia mundial
Aproximadamente 180 policiais federais e auditores fiscais inovadora, interdependente e inclusiva, foi oficialmente inaugura-
cumprem as determinações judiciais nos Estados de São Paulo, da hoje (4) na cidade chinesa de Hangzhou. Na abertura da cúpula,
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso o presidente da China, Xi Jinping, disse que o G20 deve mudar
do Sul e Distrito Federal. para se transformar de um fórum de discussão para mecanismo
ativo.
Nesta fase da Lava-Jato, são investigados indícios de uma re-
“Temos de construir uma economia mundial aberta e conti-
lação criminosa entre Palocci com o comando da principal emprei-
nuar promovendo a simplificação e a liberalização do comércio
teira do país, a Odebrecht.
e do investimento. O G20 deve cumprir o seu compromisso de
“Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a
abandonar a introdução de novas medidas protecionistas e tomar
propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais
medidas eficazes para estimular o comércio”, afirmou o líder chi-
diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele
nês no discurso de boas-vindas.
próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vul- A China considera como as principais prioridades da sua pre-
tosos valores ilícitos”, informou a Polícia Federal. sidência no G20 a busca de novos caminhos para o desenvolvi-
Palocci ocupou o cargo de ministro da Fazenda no governo de mento econômico mundial, uma gestão econômica e financeira
Luiz Inácio Lula da Silva até março de 2006, quando foi substituí- mais eficiente, a promoção do comércio internacional e do inves-
do pelo então presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento timento, bem como o desenvolvimento inclusivo e interligado. O
Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega. De janeiro a junho país acredita que essas prioridades correspondem às necessidades
de 2011, ocupou o cargo de ministro-chefe da Casa Civil no go- da economia mundial.
verno de Dilma Rousseff. O petista pediu demissão após denúncias O Grupo dos 20 é um fórum destinado a discutir os proble-
de improbidade administrativa, tendo sido, mais tarde, condenado. mas da cooperação econômica e financeira global. O G20 reúne
Dentre as negociações feitas por Palocci identificadas pela La- as maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento, cujo
va-Jato estão as tratativas entre a Odebrecht e o ex-ministro para PIB (Produto Interno Bruto) conjunto equivale a 85% do PIB glo-
a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP bal.
460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), aumen- Fonte: Agência Brasil – (04/09/2016)
to da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a
qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no Governo quer formalizar jornada diária de até 12 horas
procedimento licitatório da Petrobras para aquisição de 21 navios de trabalho
sonda para exploração da camada Pré sal. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, afirmou ontem
Outro núcleo da investigação apura pagamentos efetuados que a reforma trabalhista formalizará acordos coletivos com jorna-
pelo chamado “setor de operações estruturadas” do Grupo Ode- das diárias de até 12 horas. Dessa forma, o governo pretende au-
brecht para diversos beneficiários que estão sendo alvo de medidas mentar a segurança jurídica de contratos que não seguem o padrão
de busca e condução coercitiva. firmado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e evitar que
São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, eles sejam anulados por juízes. Um exemplo são os profissionais
associação criminosa e lavagem de dinheiro. da saúde e vigilantes, que atuam por 12 horas seguidas para 36
horas de folga. Esses contratos são muitas vezes questionados pela
Justiça, que não reconhece jornada superior a oito horas diárias.

Didatismo e Conhecimento 11
ATUALIDADES
A ideia é manter na proposta que o governo quer enviar para o Governo Temer anuncia concessão ou venda de 25 projetos
Congresso a jornada semanal de 48 horas (44 horas com 4 extras) de infraestrutura
e permitir a cada categoria estabelecer, via convenção coletiva, a O governo Michel Temer anunciou nesta terça-feira (13) a con-
melhor forma de distribuir esse tempo. O teto para o trabalho diá- cessão ou venda de 25 projetos nas áreas de energia, aeroportos, ro-
rio, no entanto, será fixado em 12 horas diárias. dovias, portos, ferrovias e mineração. De acordo com o presidente,
— A jornada semanal é de 44 horas. Tem setores que preferem o pacote tem o objetivo de ampliar os investimentos para reaquecer
trabalhar cinco dias na semana e folgar no sábado. Se a convenção a economia, em recessão, e estimular a criação de empregos.
política estabelecer essa cláusula acordada, não poderá depois ser A previsão é que 21 desses projetos sejam leiloados em 2017 e,
tornada nula por uma decisão de um juiz. os outros quatro, no primeiro semestre de 2018. As maiores novida-
Ele explicou que, ao defender que o negociado se sobreponha des do programa, batizado de Crescer, estão na área de saneamento
ao legislado — o ponto chave da reforma —, o governo não pre- básico, com a concessão das companhias de água e esgoto em três
tende permitir aumentos ou diminuições da jornada semanal. Ele estados.
lembrou que qualquer adaptação na jornada não poderá ser tomada
Veja os projetos do pacote de concessões e privatizações do
individualmente por um funcionário em acordo com o patrão.
governo:
O ministro afirmou que o governo pretende incluir, no projeto
de reforma trabalhista, três tipos de contrato. Aalém do modelo Concessão de aeroportos:
com a tradicional jornada de 44 horas semanais, ele afirmou que – Porto Alegre
pretende incluir um contrato por horas trabalhadas, para permitir – Salvador
que empregadores possam contratar com jornada inferior à esti- – Florianópolis
pulada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pagar di- – Fortaleza
reitos proporcionais a esse valor. Além disso, um outro modelo
permitirá ao funcionário ganhar por produtividade, ou seja, por Concessão de terminais de carga:
produto entregue. – Porto de Santarém/PA (combustíveis)
— Precisamos oferecer às pessoas condições de serem forma- – Rio de Janeiro/RJ (trigo)
lizadas para exercer uma atividade que lhes dê garantia de ocupa-
ção com renda e que eles sejam felizes — disse. Concessão de rodovias:
Nogueira explicou os detalhes da reforma trabalhista à Execu- – TrechoBR-364/365, entre Goiás e Minas Gerais
tiva Nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) em um – Trecho BR-101/116/290/386, no Rio Grande do Sul
seminário em Brasília. Em relação ao contrato firmado por horas
trabalhadas, o ministro disse que ele vai permitir ao trabalhador ter Concessão de ferrovias:
vínculo com vários empregadores e receber FGTS, férias e 13º sa- – Norte-Sul
lário proporcionais. Ele ponderou, no entanto, que mesmo nesses – Ferrogrão
casos, o teto de 48 horas diárias (44 horas + 4 horas extras) não – Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste).
poderá ser desrespeitado, para que não haja “uma carga exaustiva
e para que o tomador de serviços não contrate o mesmo CPF na Concessão de hidrelétricas:
mesma planta”. – São Simão (na divisa entre Minas Gerais e Goiás)
Ele afirmou que o modelo de todos os contratos será fornecido – Miranda (Minas Gerais)
pelo Ministério do Trabalho, que terá um número de homologação, – Volta Grande (São Paulo)
sujeito à fiscalização.
Venda de distribuidoras antes administradas pela Eletro-
— Vamos tirar o intermediário da relação do contrato de tra-
bras em:
balho, vamos estabelecer o modelo de contrato de trabalho que
– Roraima
traga segurança jurídica para o tomador direto com o cidadão. Essa
– Acre
é a questão. – Amazonas
Além disso, Nogueira afirmou que o governo pretende anexar – Rondônia
à CLT todas as leis complementares, súmulas, normais e portarias. – Piauí
Segundo ele, são mais de 1.700 atualmente. O ministro lembrou – Alagoas
que o governo não pretende mexer em direitos já adquiridos:
— Não há nenhuma hipótese de mexer no FGTS, no 13º sa- Leilão de áreas para exploração de óleo e gás:
lário, de fatiar as férias. O que trata de jornada semanal, nós não – 4ª rodada de licitação de campos marginais de petróleo e gás:
vamos mexer nisso aí. Vamos consolidar direitos. edital no 2º semestre de 2016, leilão no 1º semestre de 2017
Ele explicou que um dos grandes motes da reforma trabalhis- – 14ª rodada de licitações de blocos de petróleo e gás sob o
ta é dar força aos sindicatos e à negociação feita pelas categorias regime de concessão: edital no 1º semestre de 2017, leilão no 2º
diretamente com os empregadores. Mesmo assim, a intenção do semestre de 2017
governo é deixar claro os pisos e tetos para as flexibilizações: – 2ª rodada de licitação do Pré-sal sob o regime de partilha:
— A convenção coletiva vai ter força de lei para tratar sobre edital no 1º semestre de 2017, leilão no 2º semestre de 2017
jornada, sobre o salário da categoria e sobre intervalo. Vamos ter Concessão das empresas de água e esgoto de:
flexibilização, uma janela flexível, com freio para o mínimo e para – Rondônia
o máximo. – Pará
Fonte: O Globo – (08/09/2016) – Rio de Janeiro

Didatismo e Conhecimento 12
ATUALIDADES
Concessão de áreas de mineração: Segundo o governo federal, além do BNDES e do fundo de
– Fosfato (entre PB e PE) investimentos do FGTS (FI-FGTS), o novo modelo financiamento
– Cobre, chumbo e zinco (TO) das concessões e privatizações contará com a participação de ban-
– Carvão de candiota (RS) cos privados e de outras fontes, o que exige projetos “bem qualifi-
– Cobre (GO) cados” que apresentem taxas de retorno “adequadas às condições
Boa parte das concessões já estava prevista na última fase de captação do mercado”. O documento divulgado à imprensa pelo
do Programa de Investimento em Logística (PIL), anunciada em Presidência, porém, não informa qual será a taxa de retorno aos
2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Entre eles, os investidores.
quatro aeroportos, os dois trechos de rodovias e os dois terminais
portuários. Os trechos de ferrovias já estavam entre as obras em Licença ambiental e segurança jurídica
andamento no governo anterior. O governo informou ainda que, para conferir “viabilidade
ambiental” aos projetos de concessões, será obrigatório o licen-
PPI ciamento ambiental prévio, ou com as diretrizes para sua obten-
O anúncio das concessões e privatizações ocorre durante a ção expedidas pelo órgão competente. “Neste segundo caso, as
primeira reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), diretrizes apontarão os ajustes necessários para que a licença seja
cuja criação foi uma das primeiras medidas adotadas por Temer expedida”, explicou.
após assumir a presidência, na época ainda de forma interina. Para aumentar a chamada “segurança jurídica”, o governo in-
Na abertura da reunião, o presidente disse que a ideia básica formou que as cláusulas de desempenho “protegerão o usuário”
do programa é gerar desenvolvimento e empregos no país. ao fixar a qualidade do serviço como meta central da concessão.
“[O programa] visa, em primeiro lugar, o crescimento econô- “Os investidores também saberão exatamente quais metas terão de
mico do país, mas também empregos. A ideia básica é exatamente atingir e como elas serão mensuradas”.
esta: com vistas para que haja muitos empregos no país”, afirmou Fonte: G1 – (13/09/2016)
Temer. Participam da reunião do PPI ainda ministros e represen-
tantes dos bancos controlados pelo governo federal (Caixa, BN- Contas do governo têm em agosto pior rombo da história
DES e Banco do Brasil), que vão participar do financiamento dos para o mês
projetos. As contas do governo federal fecharam o mês de agosto com
Temer disse ainda que, ao longo das últimas décadas, o Estado déficit de R$ 20,3 bilhões, pior resultado para o mês desde o iní-
cio da série história, em 1997. O valor representa um aumento de
brasileiro vem observando que é necessário descentralizar servi-
268,9% em relação ao resultado negativo do mesmo mês do ano
ços. Para ele, o poder público “não pode fazer tudo” sozinho.
passado, já descontada a inflação do período. Os dados foram di-
“Num dado momento, chegou-se à conclusão que deveríamos
vulgados nesta quinta-feira (29) pelo Tesouro Nacional.
transferir em definitivo, ou estatizando, ou fazendo que serviços
Os dados mostram ainda um déficit de R$ 71,4 bilhões no
públicos fossem concedidos ou autorizados. Não é sem razão que
acumulado do ano, ante R$ 13,9 bilhões nos oito primeiros meses
a Constituição abre espaço para as concessões. Vamos cada vez
do ano passado.
mais ressaltar que o poder público não pode fazer tudo. Tem que De acordo com o Tesouro, o crescimento do déficit da Previ-
ter a presença da iniciativa privada, sempre como agente indutor dência Social vem sendo o principal responsável pelo mau desem-
do desenvolvimento e produtor de empregos no pais”, disse o pre- penho das contas. No acumulado do ano, a previdência teve déficit
sidente. de R$ 89 bilhões —no mesmo período de 2015, o valor foi de R$
49,7 bilhões.
Financiamento Como tem ocorrido em todos os meses deste ano, os números
O governo federal informou que a tendência é que os financia- são os piores já registrados pelo Tesouro, cuja série histórica co-
mentos sejam contratados no início das obras, afastando a necessi- meça em 1997.
dade de empréstimos intermediários, conhecidos como “emprésti- O Congresso autorizou o governo a fazer um déficit de até R$
mos pontes” - que, na avaliação do Executivo, “aumentam o custo 170,5 bilhões em 2016. O déficit acumulado em 12 meses soma R$
e burocratizam as operações”. 172,1 bilhões até agosto.
Para isso, o governo informou que apostará na emissão de de-
bêntures como instrumento de captação de recursos, estimulando QUEDA NA ARRECADAÇÃO
também o mercado secundário desses papéis. A debênture é um Mais cedo, a Receita Federal informou que a crise econômica
título que representa uma dívida de uma empresa, e que assegura voltou a derrubar as receitas do governo federal, que somaram R$
aos compradores dos papéis o direito de crédito contra a compa- 91,8 bilhões e tiveram queda real (retirado o efeito da inflação) de
nhia emissora. As debêntures são uma forma de as empresas con- 10,12% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2015. Foi
seguirem recursos no mercado de capitais. Em posse desses valo- o pior agosto desde 2009, quando a arrecadação somou R$ 85,1
res, elas podem financiar seus projetos. bilhões.
Além disso, o governo acrescentou que, na fase de obras, o ris- A arrecadação específica de tributos da Receita Federal, que
co de crédito será assumido pelos bancos, inclusive pelo BNDES, somou R$ 90,1 bilhões em agosto, caiu 10,15% na comparação
pela Caixa e pelo Banco do Brasil. As garantias serão compartilha- com agosto de 2015. No acumulado do ano, os R$ 800 bilhões
das entre os credores e “debenturistas”, ou seja, os compradores. representaram um recuo de 6,91% em relação ao ano passado.
“Assim, minimizam-se os riscos dos financiadores de longo O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Re-
prazo e cria-se a oportunidade para que o setor financeiro, com sua ceita Federal, Claudemir Malaquias, admitiu que o mau momento
‘expertise’ em avaliar riscos, viabilize tais fontes de financiamen- da economia continua a derrubar a arrecadação. Afirmou, entre-
to”, acrescentou. tanto, que dois outros fatores contribuíram para o resultado fraco.

Didatismo e Conhecimento 13
ATUALIDADES
O primeiro desses fatores é a redução em 2016 dos parcela- “A União Europeia vai continuar trabalhando com o governo
mentos especiais, como o Refis, que foram fortes no ano passado e brasileiro para fortalecer ainda mais as relações entre Brasil e a
se concentraram principalmente no mês de agosto. UE, além da nossa parceria estratégica para progressos no acordo
Além disso, neste ano, houve uma forte alta de compensações com o Mercosul de forma a lidar com desafios regionais e glo-
(formas especiais de quitação de tributos federais, que podem ser bais”, indicou o bloco em um comunicado.
efetuadas com créditos que o contribuinte tem junto à Receita). No dia 11 de maio, uma troca de ofertas foi realizada entre os
O aumento das compensações nos últimos meses vem sendo dois blocos, a primeira desde 2004. “Esperamos que negociações
considerado atípico pela Receita, que vai anunciar na semana que intensivas comecem logo”, informou.
vem uma investigação para determinar as razões da alta. “O valor
global apurado para a arrecadação, descontados os efeitos dos par- EUA relembram vítimas do 11 de setembro; Hillary e
celamentos e das compensações, foi de R$ 96 bilhões, ainda uma Trump se ignoram em ato
queda de 4,6% em relação a agosto de 2015, mas uma redução Os Estados Unidos pararam às 8h46 (9h46, no horário de Bra-
muito menor do que os 10,1% de queda na arrecadação. O efeito sília) deste domingo (11) para homenagear as quase 3 mil vítimas
dos parcelamentos e das compensações foi importante”, disse. do maior ataque terrorista contra o país em toda a sua história. As
No acumulado do ano, quando a arrecadação totalizou R$
informações são da Agência Lusa.
816,4 bilhões, a queda é de 7,45% na comparação com o mesmo
Neste mesmo horário, há exatos 15 anos, um avião com desti-
período do ano passado —pior período entre janeiro e agosto des-
no a Los Angeles era jogado intencionalmente contra a Torre Nor-
de 2010.
Fonte: Folha.com – (29/09/2016) te do World Trade Center, deixando o mundo inteiro em estado
de choque. Menos de 20 minutos depois, outra aeronave atingiu
INTERNACIONAL a Torre Sul - ambos os edifícios desabariam menos de duas horas
mais tarde.
Deputados do partido espanhol ‘Podemos’ pedem que Às 09h37, um terceiro avião foi jogado pelos sequestradores
União Europeia suspenda relações com o Brasil contra o Pentágono, nos arredores de Washington. Uma quarta ae-
O partido político espanhol ‘Podemos’ elevou o tom de críti- ronave também foi raptada, mas acabou caindo em um campo na
cas contra o governo de Michel Temer na manhã desta quinta-fei- Pensilvânia devido à corajosa ação de passageiros.
ra, 1º, e pediu oficialmente que a União Europeia (UE) suspenda Às 8h46 deste domingo, os norte-americanos relembraram os
suas relações comerciais e políticas com o Brasil. O partido, que ataques de 11 de setembro com um minuto de silêncio no Ground
representou uma onda de protestos contra políticos tradicionais eu- Zero, o marco zero dos atentados, em Nova York.
ropeus, ganhou eleições importantes pela Espanha, mas continua
com uma representação ainda modesta no Parlamento Europeu. Candidatos se ignoram
Na quarta-feira, 31, o grupo já havia feito um pedido para que A cerimônia contou com os dois principais candidatos à Presi-
a UE continuasse a negociar com o Mercosul, mas sem a presença dência dos EUA, a democrata Hillary Clinton e o republicano Do-
do Brasil. Nesta quinta, os parlamentares do Podemos foram além nald Trump, que se ignoraram durante toda a celebração. Inicial-
e exigiram que a UE suspenda suas relações políticas e comerciais mente, não estava prevista a participação dos dois no evento pelos
com o País. 15 anos dos ataques, mas ambos acabaram mudando de ideia.
Para os deputados Xabier Benito e Miguel Urbán, a UE não Hillary deixou a cerimônia antes do fim. Segundo a emissora
pode reconhecer a “legitimidade do governo golpista até se resta- Fox, devido a um mal-estar, mas a informação não foi confirmada
beleça a vontade das urnas”. Em carta enviada à chefe da diploma- oficialmente. O momento de maior comoção foi durante a leitura
cia da UE, Federica Mogherini, o grupo político argumenta que o dos nomes das quase 3 mil pessoas que perderam a vida nos ata-
governo brasileiro “carece de legitimidade democrática”. ques, incluindo os bombeiros e policiais que faleceram nas opera-
Urbán, que é membro da Comissão de Assuntos Externos do ções de socorro.
Parlamento Europeu, e Benito, vice-presidente da Comissão de
Outros cinco minutos de silêncio ainda foram realizados para
Relações com o Mercosul, insistem que qualquer iniciativa comer-
relembrar os choques do segundo, do terceiro e do quarto avião e
cial ou política por parte de Bruxelas, sede da União Europeia,
legitimaria Temer. “Pedimos o fim imediato de qualquer relação a queda de cada uma das Torres Gêmeas. O mesmo aconteceu na
comercial ou política”, escreveram. Casa Branca e no Pentágono, onde o presidente Barack Obama fez
Na carta, o grupo político cita um informe do Senado brasilei- um breve discurso.
ro e os argumentos do advogado de Dilma Rousseff, José Eduardo No pronunciamento, ele disse que o “espírito do 11 de setem-
Cardozo. Os deputados ainda pediram que Mogherini convoque bro” insta a defender não apenas o país, mas também os “ideais”
o embaixador brasileiro em Bruxelas para consultas e que se faça dos Estados Unidos. “Os americanos não devem ceder ao medo.
uma avaliação da relação com Brasília. Sabemos que a nossa diversidade, a nossa herança variada, não é
“A UE precisa reagir”, disse Benito. Sua proposta é de que, uma fraqueza, mas nossa maior força”, declarou.
na negociação entre o bloco e o Mercosul “não se inclua governos Por sua vez, Donald Trump disse, por meio de um comunica-
que não contem com o respaldo dos cidadãos”. “Não se deve reco- do à imprensa, que o “dever solene” dos norte-americanos é tra-
nhecer a legitimidade do governo de Michel Temer ou de nenhum balhar para “tornar o país mais seguro contra um inimigo que não
outro que não seja eleito democraticamente nas urnas”, insistiu. busca outra coisa que não destruir o modo de viver” dos EUA.
A Comissão Europeia deixou claro que não existe espaço para Por conta das cerimônias pelos 15 anos dos ataques, tanto ele
questionamentos o processo conduzido no Brasil. “A UE acredita quanto Hillary suspenderam suas campanhas.
que as instituições democráticas do Brasil foram capazes de lidar Fonte: Último Segundo – IG – (11/09/2016)
com os desafios políticos da situação”, afirmou.

Didatismo e Conhecimento 14
ATUALIDADES
Hillary vence debate contra Trump para 62%, nos EUA, Em nota assinada pelo ministro de Relações Exteriores, José
segundo ‘CNN’ Serra, o Itamaraty acrescenta que a declaração foi adotada “em
A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hil- razão do descumprimento, pela Venezuela, dos compromissos as-
lary Clinton, venceu nesta segunda-feira (26) o primeiro debate sumidos no Protocolo de Adesão ao Mercosul, assinado em Cara-
contra seu rival, o republicano Donald Trump, segundo 62% dos cas em 2006, especificamente no que se refere à incorporação ao
consultados pela emissora “CNN”, que em sua maioria eram de- ordenamento jurídico venezuelano de normas e acordos” vigentes
mocratas. no bloco.
Apenas 27% dos 521 entrevistados, todos eles eleitores regis- O prazo para que a Venezuela cumprisse com essa obrigação
trados, responderam que foi Trump quem se saiu melhor no debate encerrou-se em 12 de agosto passado.
realizado na Universidade de Hofstra, em Nova York. Na prática, a Venezuela sequer finalizou sua adesão ao Merco-
Além disso, 41% dos indagados se identificaram como eleito- sul, iniciada em 2012. Para concluir o ingresso, o país deveria ter
res democratas, enquanto 26% como republicanos. Os demais não cumprido diversas exigências. Entre as normas e acordos que não
definiram sua filiação política. foram incorporados ao ordenamento jurídico da Venezuela, segun-
Trump e Hillary voltarão a debater nos próximos dias 9 e 19 do o Itamaraty, estão:
de outubro, em Saint Louis (Missouri) e Las Vegas (Nevada), res- – Acordo de Complementação Econômica nº 18 (1991), que
pectivamente. convenciona um programa de liberação comercial conjunto;
– Protocolo de Assunção sobre Compromisso com a Promo-
Primeiro debate ção e Proteção dos Direitos Humanos do Mercosul (2005), que
Em seu primeiro confronto direto, Hillary Clinton e Donald estabelece que nos países do bloco deve haver “a plena vigência
Trump discutiram temas como defesa, impostos e tensão racial. das instituições democráticas e o respeito dos direitos humanos e
O debate não trouxe maiores surpresas. Os rivais se apresentaram das liberdades fundamentais;
como se conhecia da campanha, reiterando posições e ideias que – Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes
já vinham defendendo. do Mercosul (2002), que estabelece que os habitantes de um país
Ao abordar o tema dos conflitos raciais, tendo como exemplo membro podem obter residência legal em outro país membro do
casos recentes de Tulsa e Charlotte, Hillary disse que são necessá- bloco.
rias ações para restabelecer a confiança entre a polícia e a comuni-
dade e para garantir que a polícia use a força só quando necessário. Coordenação
Ela também criou a “epidemia de armas” no país e disse que o A declaração estabelece que a presidência do Mercosul “na
sistema judiciário precisa de uma reforma. corrente semestre não passa à Venezuela, mas será exercida por
Trump reforçou seu discurso de “lei e ordem” e afirmou que meio da coordenação entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai,
há muita violência no país. Ele disse estar ao lado dos policiais que poderão definir cursos de ação e adotar as decisões necessárias
em matéria econômico-comercial e em outros temas essenciais”
e que os afro-americanos vivem em más condições. O candidato
para o funcionamento do bloco.
acrescentou que negros e hispânicos são os mais afetados pela vio-
Por ordem alfabética, a Venezuela deveria ter assumido a pre-
lência e voltou a defender a adoção de revistas pessoais, chegando
sidência rotativa do grupo em julho passado, sucedendo ao Uru-
a desmentir o moderador quando este disse que a prática é proibida
guai. Mas Brasil, Paraguai e Argentina se opuseram, devido à si-
em Nova York, porque foi constatado que justamente negros e his-
tuação política e econômica que o país enfrenta.
pânicos eram desproporcionalmente abordados.
Diante do impasse, a Venezuela se autoproclamou à frente do
Quando o assunto foi Estado Islâmico, Hillary citou os avan-
bloco após o Uruguai entregar a presidência.
ços no Iraque, onde há a previsão de que o grupo terrorista será ex- A crise ocorre em um momento delicado para o Mercosul, que
pulso até o ano que vem. Trump insinuou que o EI surgiu por culpa relançou as negociações de um tratado de livre comércio com a
de Hillary e Obama, e criticou a forma como as tropas americanas União Europeia (UE).
foram retiradas do Iraque. Ele disse ainda que, caso “tivéssemos Fonte: G1 – (14/09/2016)
tirado o petróleo” do país, ele não teria ido parar na mão dos terro-
ristas. Sua rival respondeu que o plano de retirada foi acordado por Rússia afirma que EUA estão pondo cessar-fogo em risco
George W. Bush, antes de Obama assumir a presidência. A Rússia afirmou neste domingo (18/09) que os ataques aé-
Fonte: G1 – (27/09/2016) reos da coalizão liderada pelos Estados Unidos, que neste sábado
atingiram uma posição do Exército sírio na cidade de Deir al-Zor,
Fundadores do Mercosul impedem que Venezuela assuma matando ao menos 62 soldados, colocaram em risco o cessar-fogo
o bloco na Síria.
Os quatro países fundadores do Mercosul – Brasil, Argenti- Horas depois, aeronaves não identificadas lançaram mísseis
na, Paraguai e Uruguai – chegaram a um acordo, nesta terça-feira sobre áreas controladas pelos rebeldes em Aleppo, afirmou o Ob-
(13), que impede a Venezuela de assumir a presidência do bloco. servatório Sírio para os Direitos Humanos.
O grupo decidiu que conduzirá de forma conjunta a liderança do Em comunicado, o Ministério do Exterior da Rússia apelou
organismo sul-americano. aos Estados Unidos para que façam um inquérito, “o mais comple-
Os países fundadores também ameaçam suspender a Repú- to possível”, e tomem medidas para evitar que incidentes como o
blica Bolivariana se, até 1º de dezembro, o país não se adeque às de sábado se repitam. “As ações dos pilotos da coalizão – se eles,
normas e acordos vigentes no Mercosul, anunciou o Itamaraty na como esperamos, não obedeciam às ordens de Washington – estão
noite desta terça. no limite entre a negligência criminal e a conivência com terroris-
tas do Estado Islâmico”, prossegue a nota.

Didatismo e Conhecimento 15
ATUALIDADES
“Exortamos fortemente Washington a exercer a pressão ne- O órgão é presidido pelo Ministério da Justiça. Segundo o mi-
cessária sobre os grupos armados ilegais sob seu patronato para nistro da pasta, Alexandre de Moraes, o presidente contabilizou
implementar incondicionalmente o plano de cessar-fogo. Do con- os 85 mil haitianos que chegaram ao Brasil devido a um desastre
trário, a implementação do pacote total do acordo entre os EUA e natural, o terremoto que atingiu o país em 2010, o que foge da
a Rússia, alcançado em Genebra em 9 de setembro, pode estar em definição de refugiado.
risco”, afirmou o ministério russo. Segundo a Acnur (agência da ONU para refugiados), encai-
A Rússia já pediu reiteradas vezes aos Estados Unidos para xam-se nessa categoria “as pessoas que se encontram fora do seu
que pressionem os rebeldes moderados a encerrar a colaboração país por causa de fundado temor de perseguição por motivos de
com grupos terroristas, em especial a antiga Frente al-Nusra, que raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em
rompeu oficialmente com a rede Al Qaeda e hoje se chama Frente grupos sociais, e que não possam (ou não queiram) voltar para
Fateh al-Sham (Frente para a Conquista do Levante). casa”.
Poucas horas depois, o Observatório Sírio para os Direitos É o que diz a Convenção de 1951 sobre o Estatuto dos Re-
Humanos afirmou que, pela primeira vez desde o início do ces- fugiados. “Posteriormente”, acrescenta a Acnur, “definições mais
sar-fogo, na segunda-feira, aeronaves lançaram mísseis em bairros amplas passaram a considerar como refugiados as pessoas obriga-
controlados pelos rebeldes em Aleppo, causando um número ainda das a deixar seu país devido a conflitos armados, violência genera-
incerto de feridos. O Observatório contabilizou quatro mísseis. lizada e violação massiva dos direitos humanos”.
Síria diz que EUA atacaram de propósito Nenhuma delas inclui acidentes naturais, caso da diáspora
Neste sábado, a Rússia e a Síria afirmaram que jatos da coali- haitiana.
zão liderada pelos Estados Unidos atacaram tropas do regime sírio Moraes disse, em coletiva de imprensa, que o Brasil está “na
em Deir al-Zor, matando ao menos 62 soldados e ferindo cerca vanguarda” por contemplar também aqueles atingidos por desas-
de cem. O ataque favoreceu combatentes do “Estado Islâmico”. tres da natureza –e também por incluir os recém-chegados em seus
Os Estados Unidos admitiram que os bombardeios ocorreram, mas sistemas de educação, saúde e trabalho, ao contrário de outros paí-
afirmaram que a intenção era atacar os jihadistas e não as tropas ses.
do governo. “Seria discriminatório”, segundo o ministro, “excluir os hai-
Em Nova York, durante uma reunião de emergência do Con- tianos da possibilidade de serem tratados como refugiados tão
selho de Segurança, os dois países voltaram a trocar acusações. O somente porque eles são da America Latina, e não são de outras
embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse que a Síria passa partes do mundo”.
por um “momento extremamente crucial” após o ataque aéreo de A questão da nacionalidade, contudo, nunca esteve em ques-
sábado dos Estados Unidos e estranhou que tenha se tratado de tão -vide a recepção brasileira a deslocados na Colômbia, pela
um erro. ação das Farc e de outros grupos, como paramilitares.
Já a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Po- Questionado se a “pedalada” de Temer não criaria confusão,
wer, disse que a reunião de urgência do Conselho de Segurança, Moraes respondeu: “Somente talvez para vocês [a imprensa]. Para
a pedido de Moscou e por causa do ataque, foi uma “artimanha quem entende do assunto, não”.
cínica e hipócrita” e que a Rússia deveria se concentrar na imple- Em resposta à reportagem, a Secretaria de Comunicação da
mentação do acordo. Presidência soltou uma nota reafirmando as explicações do minis-
Em declarações à agência de notícias AFP, uma assessora do tro da Justiça.
presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que o governo da Síria “Incluir os haitianos entre os refugiados mostra desconheci-
acredita que o ataque tenha sido intencional. “Nada indica que o mento e despreparo de nossas autoridades máximas com um as-
ocorrido tenha sido um engano ou coincidência. Tudo foi calcu- sunto tão importante”, diz à Folha Camila Asano, coordenadora de
lado, e o Daesh [‘Estado Islâmico’] estava informado”, declarou. política externa da ONG Conectas Direitos Humanos.
O governo da Rússia também deu declaração semelhante. “Os haitianos não receberam o status de refugiados, o que lhes
“Estamos chegando a uma conclusão realmente assustadora para dariam proteções contidas na convenção da ONU sobre o assun-
o mundo inteiro: de que a Casa Branca está defendendo o ‘Estado to. Se o discurso do presidente Temer indicar uma mudança nes-
Islâmico’. Não pode mais haver dúvidas sobre isso”, disse a porta- sa política para ampliar o status de refugiados aos haitianos e as
voz da diplomacia russa, Maria Zakharova. proteções que isso implica, será algo positivo, mas até agora o seu
Fonte: Deutsche Welle Brasil – (18/09/2016) governo não deu nenhuma indicação neste sentido.”
“Pessoas que cruzaram fronteiras internacionais para fugir de
Em painel da ONU, Temer infla dados sobre refugiados desastres naturais não são necessariamente refugiados”, diz o por-
recebidos pelo Brasil ta-voz do Acnur, Christopher Boian, à reportagem.
Em seu primeiro discurso na ONU (Organização das Nações “Elas podem receber ajuda, estão obviamente em situação de
Unidas) como presidente, Michel Temer inflou o número de refu- desespero, mas, segundo a Convenção de 1951, refugiados são
giados no Brasil. pessoas que cruzam fronteiras internacionais para fugir de guerras,
O mandatário destacou para os outros chefes de Estado na conflitos e perseguição. Isso é claramente definido pelo direito in-
sala, em painel nesta segunda-feira (19), que o país recebeu mais ternacional e o que lhes dá direito a proteção internacional.”
de 95 mil refugiados de 79 nacionalidades nos últimos anos.
O Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), no entan-
to, afirma que 8.800 refugiados vieram ao país, “sendo as cinco
maiores comunidades originárias, em ordem decrescente, de Síria,
Angola, Colômbia, República Democrática do Congo e Palestina”.

Didatismo e Conhecimento 16
ATUALIDADES
INCLUSÃO Além disso, a segurança foi intensificada depois da explosão
Em sua estreia na ONU, Temer disse que as nações devem ocorrida no sábado em Nova York, que as autoridades consideram
“facilitar a inclusão, e não criminalizar a migração”. parte de um complô terrorista.
Ele participou da sessão de abertura da Reunião de Alto Nível Na sede da Bloomberg, Temer também conversou por dez mi-
sobre Refugiados, a primeira cúpula sobre o tema com chefes de nutos com o dono da agência e ex-prefeito de Nova York, Michael
Estado. Não mencionou a crise política brasileira que resultou no Bloomberg.
impeachment de Dilma Rousseff, como antecipado pela Folha. Fonte: Folha.com – (19/09/2016)
O presidente brasileiro afirmou que “os fluxos de refugiados
são o resultado de guerras, de repressão, do extremismo violento, e Acordo de paz histórico entre governo colombiano e as Farc
não são a sua origem” e cobrou uma “solução negociada de crises é assinado
políticas”. Logo após uma tempestade que deixou algumas ruas do centro
O próprio Brasil, no entanto, ainda não chegou a um consenso histórico de Cartagena semi-alagadas, teve início às 17h (19h em Bra-
sobre quantos sírios receberá nos próximos meses. sília) a cerimônia de assinatura do tratado de paz entre o governo co-
Os EUA esperam que o governo se comprometa a receber lombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
mais 3.000 sírios -o presidente Barack Obama será anfitrião de O local escolhido foi o centro de convenções da cidade, mas do
uma reunião paralela sobre o tema nesta terça (19). lado de fora, aberto ao público. A praça diante do local estava tomada.
Isso significaria mais do que dobrar, em solo brasileiro, o atual No palco, alguns dos mandatários latino-americanos convidados,
contingente de refugiados da Síria, em guerra civil desde 2011, entre eles Michelle Bachelet (Chile) e Nicolás Maduro (Venezuela)
conflito que já gerou mais de 301 mil mortos. –ambos países observadores do processo–, Mauricio Macri (Argenti-
O chanceler José Serra disse no domingo (18), contudo, que na), Pedro Pablo Kuczynski (Peru), Rafael Correa (Equador), Enrique
o governo brasileiro ainda não chegou a uma decisão sobre o nú- Peña Nieto (México) e Horacio Cartes (Paraguai), além do mandatá-
mero. rio colombiano, Juan Manuel Santos, o secretário-geral da ONU, Ban
O ministro da Justiça afirmou que o Brasil pode receber até Ki-Moon, e o líder das Farc, Rodrigo “Timochenko” Londoño.
5.000 refugiados sírios até 2017, “número superior aos 3.000 soli- Todos, no palco e na audiência, vestiam branco, como pedido
citados” –depois esclareceu que o bloco, na verdade, já abrange os
pelo protocolo da cerimônia.
2.300 cidadãos daquela nação atualmente no país.
Depois de um minuto de silêncio dedicado às mais de 250 mil ví-
Temer ressaltou a nova Lei de Migração nacional, proposta
timas do conflito, iniciado há 52 anos, houve apresentação de cantores
em 2015 pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e “em estágio
populares e a execução do hino nacional colombiano.
avançado de tramitação” no Congresso.
Na sequência, “Timochenko” se aproximou da mesa onde estava
A proposta cria, por exemplo, novas categorias de visto tem-
o texto do acordo e o assinou primeiro. Na sequência, foi a vez do pre-
porário, como o destinado a pessoas que desejam vir ao Brasil para
sidente Juan Manuel Santos, levando a multidão presente aos aplau-
tratamento de saúde.
O visto poderá ser concedido ao imigrante e seu acompanhan- sos. Na audiência, algumas pessoas choravam, outras faziam acenos
te, desde que “comprove a capacidade para custear seu tratamento com lenços brancos.
e meios de subsistência suficientes”. O texto prevê ainda passes Após a assinatura, o líder guerrilheiro colocou em sua camisa
temporários para “acolhida humanitária”, o que não é contemplado um broche com uma pomba da paz na camisa, e os dois se cumpri-
na atual legislação. mentaram.
Temer começou sua fala pontuando cenas dramáticas, de “Timochenko” disse “que ninguém duvide que entraremos na
“imagens de infâncias abreviadas pelo conflito e pelo terror” e de política sem armas, para conquistar mentes e corações”. E encerrou
“vidas perdidas na busca da sobrevivência em outras terras”. sua fala pedindo uma “paz negociada para os conflitos em Israel, na
Ele também destacou a primeira delegação de refugiados na Síria e no mundo inteiro”.
história da Olimpíada, na edição carioca dos jogos, em agosto -o Ele levantou o público no momento em que disse, em tom mais
time é composto por dez esportistas de quatro nacionalidades (Su- alto: “Nós das Farc pedimos perdão pela dor que causamos”.
dão do Sul, Congo, Síria e Etiópia). Depois, Santos afirmou que o pacto era “mais do que um acordo
entre um governo e uma guerrilha, e sim uma demonstração de que os
CAMINHADA colombianos definitivamente não querem mais nenhum tipo de guer-
Depois do discurso na sede da ONU, Michel Temer dispensou ra, que foi um freio ao desenvolvimento da Colômbia”, ao que foi
o carro oficial e caminhou durante cerca de 15 minutos nas ruas acompanhado por um coro de “não mais guerra”.
de Nova York. O acordo foi assinado com um “balígrafo” (uma brincadeira com
Segundo assessores que o acompanhavam, Temer decidiu sair a palavra “caneta” em espanhol, que é “bolígrafo”), ou seja, uma ca-
do carro porque o trânsito estava parado e ele preferiu ir cami- neta fabricada com balas de fuzil, que virou uma espécie de símbolo
nhando até a agência Bloomberg, onde conversou com editores e das negociações entre as duas partes.
concedeu uma entrevista à TV. A assinatura do acordo, porém, não significa que ele será imedia-
Ninguém abordou ou falou nada ao presidente enquanto ele tamente implementado. Agora, terá de ser aprovado em um plebiscito
caminhava, mas vários transeuntes tiraram fotos de Temer, disse- no próximo domingo (2).
ram assessores. Mais cedo, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, havia
Com a cidade repleta de chefes de Estado para a sessão de dito que seu país “ainda não estava pronto” para retirar as Farc de
abertura da Assembleia Geral da ONU, nesta terça, várias ruas fo- sua lista de organizações terroristas, mas que o assunto seria ava-
ram fechadas ao redor da sede da organização, dando um nó no liado de acordo com a implementação do acordo.
trânsito. Fonte: Folha.com – (26/09/2016)

Didatismo e Conhecimento 17
ATUALIDADES
CULTURA E SOCIEDADE Depois, ela notou que havia muita correnteza e avisou Domin-
gos. Eles nadaram de volta para a pedra, Camila chegou primeiro
Madre Teresa de Calcutá é canonizada pelo papa Francis- e tentou duas vezes segurar na mão do ator. Mas a correnteza o
co em missa no Vaticano arrastou de volta para água.
Em missa de canonização celebrada hoje (4) na Praça São Pe- Helicópteros do Grupamento Tático Aéreo, Polícia Militar,
dro, no Vaticano, o papa Francisco declarou santa Madre Teresa de Corpo de Bombeiros e pescadores ajudaram nas buscas. Por volta
Calcutá. A cerimônia contou com a presença de cerca de 120 mil das 20h40, o corpo de Domingos estava dentro de um barco na
fiéis de diversas partes do mundo. margem do rio --uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) saiu
A missão de Madre Teresa, segundo Francisco, permanece de Aracaju rumo a Canindé de São Francisco.
nos dias de hoje como um testemunho eloquente da proximidade Nesta semana, a novela também teve cenas gravadas em Pi-
de Deus junto aos mais pobres. O papa também se referiu à reli- ranhas (AL).
giosa, de origem albanesa, como modelo de santidade para todos Segundo o delegado Antônio Francisco Filho, os atores que-
os agentes de misericórdia. riam mergulhar em um local com privacidade. “Eles acharam que
“Madre Teresa, ao longo de toda a sua existência, foi uma dis- era seguro, mas na verdade era um dos mais perigosos para o ba-
pensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível nho. Esta é uma parte do rio em Canindé que não é comum ser
a todos, por meio do acolhimento e da defesa da vida humana, dos utilizada pelos banhistas”, contou ele.
nascituros e daqueles abandonados e descartados.”
Referindo-se à nova santa, fundadora das Missionárias da Começo no teatro e no circo
Caridade, Francisco pediu que “esta incansável agente de miseri- O ator paulistano começou sua carreira artística trabalhando
córdia” ajude o mundo a entender que o único critério de ação é o no teatro e em circos. Ele atuou em treze programas de TV, entre
amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo e séries e novelas, além de nove filmes.
que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça Entre os papéis de destaque estão o Capitão Herculano Araújo
ou religião. de “Cordel Encatado” (2011) e o presidente Paulo Ventura de “O
“Levemos no coração o seu sorriso e o ofereçamos a quem brado retumbante” (2012), seu primeiro protagonista.
encontremos no nosso caminho, especialmente àqueles que so- Montagner conta, em seu site oficial, que iniciou sua carreira
frem. Assim, abriremos horizontes de alegria e de esperança numa no teatro, através do curso de interpretação de Myriam Muniz, e no
humanidade tão desesperançada e necessitada de compreensão e Circo Escola Picadeiro.
ternura”, concluiu o papa. Em 1997, formou o Grupo La Mínima, com Fernando Sam-
paio. A Noite dos Palhaços Mudos, de 2008, lhe rendeu o Prêmio
Milagre brasileiro e prêmio Nobel da Paz Shell de Melhor Ator. Em 2003, criou o Circo Zanni, do qual foi
O processo de canonização de madre Teresa teve início com diretor artístico.
um milagre envolvendo o brasileiro Marcílio Haddad Andrino, O primeiro papel na TV foi no seriado “Mothern” (2006), do
morador da cidade de Santos (SP). Ele foi diagnosticado com hi- GNT, canal da TV por assinatura. A estreia na Globo foi também
drocefalia e uma infecção rara no cérebro, mas foi curado após sua em seriados: “Força Tarefa”, “A Cura” e “Divã”. A primeira no-
esposa rezar pedindo a intercessão de Madre Teresa de Calcutá. vela, “Cordel Encantado”, foi em 2011. No ano seguinte, estreou
A religiosa, cujo nome verdadeiro é Agnes Gonxha Bojaxhiu, no cinema, com uma participação no longa “Gonzaga - de Pai Pra
nasceu em uma comunidade albanesa no sul da antiga Iugoslávia. Filho”, de Breno Silveira.
Ordenou-se freira na Índia, onde tomou o nome de Teresa. Em Em entrevista a Ana Maria Braga no “Mais Você”, exibida
1946, decidiu abandonar o convento e viver para os pobres. Sua pela TV Globo no último dia 7 de setembro, Domingos falou sobre
atuação como missionária lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz em as cenas gravadas no rio São Francisco. “Quando você chega no
1979. primeiro dia de gravação e dá um mergulho, está batizado para o
Madre Teresa de Calcutá morreu em setembro de 1997 – seis resto da vida. O sertão é um lugar incrível e precisa ser conheci-
anos antes de ser beatificada pelo papa João Paulo II. do”, disse Montagner.
Fonte: Agência Brasil – (04/09/2016) Fonte: G1 – (15/09/2016)

Domingos Montagner morre aos 54 anos Shimon Peres, ex-presidente de Israel e Nobel da Paz,
Domingos Montagner, o Santo de “Velho Chico”, da TV Glo- morre aos 93 anos
bo, morreu nesta quinta-feira (15). Equipes de busca localizaram o Morreu na noite desta terça-feira (27), aos 93 anos, o ex-pre-
corpo do ator de 54 anos, preso nas pedras, a 18 metros de profun- sidente e ex-primeiro-ministro israelense Shimon Peres. Ele havia
didade e a 320 metros da margem, perto da Usina de Xingó, na Re- sido internado no dia 13, após sofrer um AVC (acidente vascular
gião de Canindé de São Francisco, que fica na divisa entre Sergipe cerebral). Peres foi um dos ganhadores do Nobel de 1994 pelos
e Alagoas. Domingos deixa a mulher, Luciana Lima, e três filhos. chamados Acordos de Paz de Oslo, concluídos com Yitzhak Rabin
Ele gravou cenas da novela na parte da manhã. Após o térmi- e Yasser Arafat.
no da gravação, o ator almoçou e, em seguida, foi tomar um banho O líder israelense estava sedado e sob respiração assistida na
de rio. unidade de tratamento intensivo do hospital Tel-Hashomer de Ra-
Durante o mergulho, não voltou à superfície. Camila Pitanga, mat Gan, na região de Tel Aviv, onde morreu.
que estava no local, avisou à produção, que iniciou imediatamente Conhecido por defender um Oriente Médio no qual Israel pos-
a procura pelo ator. sa conviver em paz com os vizinhos árabes e palestinos, e firme
A atriz descreveu o acidente para a polícia. Segundo ela, os apoiador de uma cooperação econômica para chegar a tal fim, ocu-
dois foram até uma pedra e mergulharam no rio. pou as pastas ministeriais mais importantes do governo israelense.

Didatismo e Conhecimento 18
ATUALIDADES
Peres também é reconhecido por ter sido o principal defensor PARALIMPÍADAS
do programa nuclear israelense e de sua indústria aeronáutica, um
dos principais fatores para vencer os países árabes em pelo menos Temer é vaiado na abertura dos Jogos Paralímpicos
cinco guerras. O presidente Michel Temer foi vaiado durante a abertura dos
Jogos Paralímpicos no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro,
Chegada a Israel nesta quarta-feira (07/09).
Nascido em Vichnev, cidade que na época pertencia à Polônia A intensidade da vaia tornou quase impossível ouvir a voz do
e agora faz parte do território da Belarus, em 1923, Peres tinha 11 presidente no momento em que ele declarava o evento oficialmen-
anos quando se mudou para o que então era a Palestina sob Manda- te aberto, numa intervenção que durou cerca de 5 segundos.
to Britânico, onde se radicavam milhares de judeus com a intenção O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman,
de estabelecer um Estado. também foi vaiado ao agradecer o apoio dos governos federal, es-
Peres viveu alguns anos em um kibutz próximo ao lago Ti- tadual e municipal. Nuzman ficou alguns instantes em silêncio,
beríades, onde fez o bacharelado, antes de aderir às juventudes enquanto a arquibancada se manifestava.
operárias socialistas. Temer assumiu oficialmente a Presidência da República há
Na década de 1950 se tornou o “pupilo” do criador do Estado uma semana, depois do impeachment da ex-presidente Dilma
Judeu em 1948, Davi Ben Gurion, para se lançar na política ativa Rousseff. Ele já havia sido vaiado no dia 5 de agosto, durante a
em 1959, quando foi eleito pela primeira vez deputado no Parla- abertura dos Jogos Olímpicos.
mento, cargo renovado sucessivamente. As competições dos Jogos Paralímpicos prosseguem até 18 de
Aos 29 anos, quatro depois de seu encontro com David Ben setembro e são o segundo grande evento esportivo realizado este
Gurion, foi nomeado diretor-geral do ministério da Defesa, res- ano no Rio de Janeiro.
ponsável pelas poderosas fábricas de armas e indústrias aeronáu- Fonte: Deutsche Welle Brasil – (08/09/2016)
ticas israelenses.
No Partido Trabalhista, do qual foi dirigente histórico duran- Saiu a primeira medalha de ouro para o Brasil na Para-
te anos, conseguiu apenas alternar a liderança do governo após o limpíada Rio 2016.
pleito de 1984, quando ocorreu um virtual empate com o conserva- Nesta quinta (8), durante a final da modalidade salto em dis-
dor Likud, de Yitzhak Shamir. Peres assumiu o posto de primeiro- tância, o atleta Ricardo Costa de Oliveira conquistou o primeiro
ministro, no qual ficou até 1986. lugar do pódio na categoria T11 (para pessoas completamente ce-
Após ser ministro do exterior no governo do trabalhista Yit- gas).
zhak Rabin, assassinado em 1995, Peres exerceu novamente a fun- O salto campeão foi de 6,52 metros, oito centímetros a mais
que o americano Lex Gilette, que ficou em segundo lugar com
ção de primeiro-ministro de forma interina. Rabin e Peres foram
de 6,44 metros. Lex era um dos favoritos ao ouro, principalmente
os artífices da histórica declaração de princípios para negociar a
por ter conquistado o recorde mundial na modalidade, com 6,77
paz, assinada por Israel com os palestinos em 1993. Um ano mais
metros, em 2014.
tarde, os dois e o líder palestino Yasser Arafat receberam o Prêmio
No primeiro salto da competição, Ricardo Oliveira não pon-
Nobel da Paz.
tuou por ter queimado a tábua. Só conseguiu nota suficiente para
Apesar de, durante o processo de Oslo (1993-2000), Peres
ultrapassar o americano na quarta e última tentativa. Em um vídeo
ter sido visto como uma “pomba” da política israelense, após a publicado no Twitter do Comitê Paralímpico Brasileiro, Ricardo
explosão da última intifada ele se aliou com o carismático líder diz que a deficiência visual é o seu “melhor inimigo”, que vai
da direita Ariel Sharon - um “falcão”. Sua reputação internacional acompanhá-lo por toda a vida.
como pacifista, no entanto, foi pouco afetada. A medalha de bronze da modalidade ficou com o ucraniano
Entre 2007 e 2014 assumiu a presidência israelense, institui- Ruslan Katyshev em um salto de 6,20 metros.
ção representativa sem poder executivo, mas com responsabilida- A primeira medalha brasileira na Paralimpíada foi no atletis-
de para fazer articulações entre os três poderes do Estado e o povo. mo, quando Odair Santos obteve a prata nos 5 000 metros para de-
Peres soube usar seus sete anos de mandato para promover ficientes visuais. Neste momento, o Brasil está em primeiro lugar
uma mensagem a favor da paz, e em várias ocasiões rompeu sua no quadro de medalhas.
neutralidade institucional a ponto de ser visto como o único oposi- Fonte: Veja São Paulo – (08/09/2016)
tor do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Peres expressou a todo momento sua opinião em questões Brasil aumenta número de medalhas, mas fica em oitavo
sensíveis como o processo de paz com os palestinos, as relações lugar na Paralimpíada
estratégicas com seu aliado americano ou o programa nuclear ira- O Brasil terminou em 8º lugar no quadro geral de medalhas
niano. da Paralimpíada do Rio de Janeiro. Foram 72 medalhas no total,
No dia 13, quando se sentiu mal, Peres trabalhava como de sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze. Antes do início da
costume. Ele gravou um vídeo estimulando as pessoas a consumi- competição, a meta prevista pelo Comitê Paralímpico Brasileiro
rem produtos israelenses. A Rádio do Exército divulgou que ele era de que o Brasil ficasse entre os cinco melhores países na con-
chegou ao hospital consciente, mas reclamando de dor. Então se quista de medalhas.
decidiu sedá-lo para proteger seu cérebro. Apesar de ter conquistado mais medalhas que nos jogos de
Fonte: G1 – (27/09/2016) Londres, em 2012, a colocação do Brasil neste ano ficou pior,
porque há menos medalhas de ouro, que contam mais pontos na
classificação. Em Londres, o Brasil ficou em 7º lugar, com 43 me-
dalhas no total, sendo 21 de ouro, 14 de prata e oito de bronze.

Didatismo e Conhecimento 19
ATUALIDADES
A última medalha do Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio de Faltam políticas públicas
Janeiro foi conquistada por Edneusa Dorta. Ela ficou em terceiro De acordo com a presidenta executiva do movimento Todos
lugar na maratona feminina classe T12, para deficientes visuais. pela Educação, Priscila Cruz, os números mostram que não houve
A modalidade em que mais foram conquistadas medalhas pelo um amplo esforço para mudar as bases do ensino médio. “O ensino
Brasil foi o atletismo, com 33 medalhas no total. Na natação, os médio é uma etapa muito mal desenhada, é desenhada para não dar
atletas brasileiros ficaram com 19 medalhas. certo. Os alunos têm 13 disciplinas para serem trabalhadas em 4
Na Paralimpíada do Rio, a China ficou em primeiro lugar, horas de aula, que na realidade são 2 horas e meia. Há uma perda
com 239 medalhas: 107 de ouro, 81 de prata e 51 de bronze. Em de eficiência em relação a políticas e investimentos e o resultado
seguida, aparecem a Grã-Bretanha, com 147 medalhas no total, é esse”.
Ucrânia, com 117, Estados Unidos, com 115, e Austrália, com 81 A proficiência considerada adequada para o ensino médio é
medalhas. 300 em português e 350 em matemática, segundo critério consoli-
dado pelo Todos pela Educação, que leva em conta o desempenho
Ranking Paralímpico dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Se o oitavo lugar alcançado pelo Brasil no quadro geral de Econômico (OCDE) na avaliação internacional do Programa Inter-
medalhas dos Jogos Paralímpicos deste ano não satisfez a meta nacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
proposta pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, pelo menos fez com “No ensino médio, chegamos ao fundo do poço, principal-
que o país melhorasse de posição no quadro histórico de medalhas mente em matemática. Não dá mais para esperar um milagre.
nas Paralimpíadas. Precisamos urgentemente tomar uma decisão que passa por dois
As 14 medalhas de ouro conquistadas no Rio fizeram o Brasil aspectos, o currículo e a formação de professores. Precisamos dar
saltar do 26º para o 23º lugar. Ao todo, o Brasil soma 87 medalhas mais foco no interesse do jovem”, diz o diretor de articulação e
de ouro em toda a história das Paralimpíadas. A marca fez o país inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos.
ultrapassar Suíça, Bélgica e Finlândia.
A liderança geral continua com os Estados Unidos. Apesar de Ensino Fundamental
ter ficado em 4º lugar no Rio de Janeiro, os norte-americanos têm A maior evolução do desempenho dos estudantes foi nos anos
agora 771 medalhas de ouro. Em segundo lugar, está a Grã-Breta- iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano. Em língua por-
nha, com 664 medalhas de ouro. A China, que faturou 107 meda- tuguesa, o desempenho cresce desde 2001. Em 2015, atingiu a
lhas de ouro no Rio, deu um salto no ranking: pulou de 7º para 4º, proficiência média de 207,57. O número representa um salto de
com 443 medalhas de ouro. 11,66 pontos em relação aos 195,91 do último Saeb, em 2013. Em
Alemanha (3º), Canadá (5º), Austrália (6º), França (7º), Ho- matemática, a proficiência média também é crescente desde 2001,
landa (8º), Polônia (9º) e Suécia (10º) completam a lista dos 10 quando registrou 176,3, em 2013 foi 211,21 e, em 2015, chegou
primeiros. Na sequência, o país que mais saltou foi a Ucrânia. Com a 219,3.
as 41 medalhas de ouro, o país foi do 22º para o 13º lugar. Agora, Nessa etapa o Brasil está acima do nível adequado, de acordo
a Ucrânia tem 125 medalhas de ouro. Quarenta e uma delas con- com os critérios do Todos pela Educação em português, que é 200.
quistadas só no Rio de Janeiro. Já em matemática, apesar da evolução, continua abaixo dos 225.
Fonte: Agência Brasil – (18/09/2016) “Esse Saeb mostrou um avanço importante, uma evolução de 12
pontos em língua portuguesa, o que equivale a meio ano de estu-
EDUCAÇÃO dos”, avalia Priscila.
Os anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, tam-
Desempenho de estudantes do ensino médio é menor que bém apresentaram evolução, embora menor que os inciais. Em
o de 20 anos atrás matemática, a proficiência média foi 255,76, superior aos 251,54
O desempenho de estudantes no ensino médio em português e de 2013. Em português, passou da média de 247,81 em 2013 para
matemática em 2015 foi pior que há 20 anos, segundo dados divul- 251,53 em 2015. As proficiências adequadas para a etapa são 275
gados hoje (8) pelo Ministério da Educação (MEC). A etapa é tida em português e 300 em matemática.
como um dos principais gargalos do ensino básico, concentrando
os piores indicadores. Os números são do Sistema de Avaliação da Professores
Educação Básica (Saeb), calculados a cada dois anos. Para Priscila, além de uma reformulação, necessária ao ensino
Em 2015, a proficiência média em língua portuguesa na etapa médio, é necessário investimento na formação de professores. “O
de ensino foi 267,06. A média nacional melhorou em relação a principal é o professor. Precisamos de professores bem formados
2013, quando ficou em 264,06. No entanto, está abaixo dos 268,57 nas salas de aula. Tem que ter política de atratividade para a car-
obtidos em 2011 e dos 290, registrados pelos estudantes de 1995. A reira docente que faça com que os bons alunos do ensino médio si-
proficiência média em matemática apresenta redução desde 2011, gam a carreira. É necessário também formação continuada, depois
quando era 274,83. Em 2015, a média foi 267. Vinte anos antes, da inicial, e que as licenciaturas tenham mais prestígio dentro das
em 1995, a proficiência média era de 281,9. instituições de ensino”, diz.
As médias de 2015 colocam os estudantes do ensino médio De acordo com análise feita pelo movimento, os docentes re-
no nível 2 de 8, de acordo com escala do MEC, em português e cebem o equivalente a 54,5% do que ganham outros profissionais
no nível 2 de 10 em matemática. Isso significa que os alunos têm também com curso superior. “Se não tiver professor em quantida-
dificuldades em interpretações de texto e operações matemáticas de e qualidade, bem preparados, a gente perde quase tudo. Posso
minimamente complexas como soma, subtração, multiplicação e fazer um bom desenho de currículo, mas para que a expectativa
divisão. seja atendida é preciso um professor bem formado”, diz Ramos.

Didatismo e Conhecimento 20
ATUALIDADES
Segundo ele, a dificuldade do ensino básico começa nos anos fi- O projeto prevê turno integral e disciplinas focadas na área de
nais do ensino fundamental, quando os estudantes começam a ter interesse que o aluno pretende seguir no Ensino Superior. Se não
aulas com diversos professores e muitos deles não são formados houver aprovação do projeto no Congresso, Mendonça diz que irá
nas áreas que lecionam. Dados no Ministério da Educação mos- apelar ao presidente Michel Temer para a edição de uma Medida
tram que quase 40% dos professores não têm formação adequada. Provisória.
Fonte: Istoé – (08/09/2016)
Saeb
Os resultados do Saeb são referentes à Prova Brasil, aplicada REFORMA DO ENSINO MÉDIO
em novembro de 2015. Participaram da avaliação todas as escolas
públicas brasileiras com no mínimo 20 estudantes matriculados no Reforma de Temer do ensino médio deve ampliar escola
5º ou 9º anos do Ensino Fundamental, o que representa cerca de integral
4 milhões de estudantes. Além desse conjunto de escolas, foi con- O presidente Michel Temer (PMDB) anuncia na tarde desta
siderada uma amostra de instituições privadas com dez ou mais quinta (22) o projeto de reformulação do ensino médio. A expec-
estudantes matriculados no 5º ou 9º anos do ensino fundamental tativa é que o governo apresente ações de incentivo à ampliação
ou na 3ª série do ensino médio. do ensino em tempo integral para a etapa, considerada o maior
O Saeb também contém uma amostra de escolas públicas mu- gargalo da educação brasileira.
nicipais e estaduais com dez a 19 alunos matriculados no 5º e 9º O novo modelo vai prever flexibilização do percurso do estu-
anos do Ensino Fundamental e uma amostra de escolas públicas dante. Hoje, todos os alunos do médio devem cursar 13 disciplinas
estaduais e municipais com dez ou mais alunos matriculados na 3ª em três anos.
série do Ensino Médio. A estrutura é considerada engessada e distante do interesse
Fonte: Jornal do Brasil – (09/09/2016) dos jovens. O país registra 1,7 milhão de adolescentes entre 15 e
17 anos fora da escola –16% da população nessa faixa etária, que
Com Ideb estagnado há 4 anos, ministro diz que situação seria a ideal para o ensino médio.
é vergonhosa Com a mudança prevista, só parte da grade será comum a to-
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos dos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco
alunos brasileiros de Ensino Médio está estagnado há quatro anos, áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da na-
sem qualquer evolução e, desde 2013, abaixo da média estipulada tureza e ensino técnico.
pelo Ministério da Educação (MEC). Neste ano, apenas dois Esta- O aluno poderá escolher em qual linha quer se aprofundar. A
dos cumpriram a meta: Amazonas e Pernambuco. oferta dessas habilitações, porém, vai depender das redes e escolas.
O indicador está em 3,7 desde 2011. Em 2014, a meta era 3,9
e, no ano passado, 4,3. “São índices absolutamente vergonhosos ACELERADO
para o Brasil”, resumiu o ministro Mendonça Filho, durante apre- Para acelerar a tramitação do projeto no Congresso Nacional,
sentação dos dados na tarde desta quinta-feira. o governo deve editar uma MP (medida provisória). Um projeto de
Considerados apenas os alunos de Ensino Médio da rede es- lei sobre o assunto está em análise desde 2013 na Câmara federal.
tadual, outros dois estados cumpriram a meta: Goiás e Piauí. De A agenda legislativa apertada motivou a decisão.
acordo com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica Para Eduardo Deschamps, presidente do Consed (órgão que
(Saeb), braço do cálculo do Ideb, o desempenho em matemática é representa os secretários estaduais de Educação), não há mais tem-
o pior em uma década. po a perder.
Em relação ao Ensino Fundamental, o índice mais satisfató- “O tema foi discutido exaustivamente nos últimos anos”, diz.
rio foi nos anos iniciais. A meta de 5,2 foi superada – ficou em “Propomos um aumento gradativo da oferta em tempo integral,
5,5 -, mas segundo o MEC, as crianças seguem com deficiências nossa expectativa é que o governo apresente uma ação indutiva.”
em português e matemática. A maioria das unidades de federação Deschamps ressalta que o texto que será anunciado trará um
cumpriu a meta, com exceção de Amapá, Rio de Janeiro e Distrito novo arcabouço legal. “A partir disso vamos organizar seminários
Federal. nos Estados para ouvir estudantes e construir a implementação”,
Do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, o Ideb não atinge a diz.
meta desde 2013. “Um dado absolutamente negativo”, destaca o As redes estaduais concentram 84% das cerca de 8 milhões de
ministro. Em 2013, o objetivo era índice de 4,4 e resultou em 4,2. matrículas dessa fase da educação básica.
No ano passado, ficou em 4,5, quando o ideal seria 4,7. Ao con-
trário da faixa anterior, a maioria das unidades de federação ficou LIMITADO
abaixo do esperado: só se saíram bem os estados de Pernambuco, Há evidências de que a carga expandida de aulas, quando alia-
Amazonas, Mato Grosso, Ceará e Goiás. da a um bom projeto pedagógico, melhora os resultados educacio-
O Ideb é um indicador que relaciona o desempenho dos alunos nais. Mas oferecer a modalidade tem maiores custos.
e os dados de fluxo escolar. A cada dois anos, avalia alunos do Somente 6% das matrículas do ensino médio são em tempo
Ensino Fundamental da rede pública e do Ensino Médio de escolas integral no país. A meta do PNE (Plano Nacional de Educação) é
públicas e privadas. chegar a 25% dos alunos até 2024.
“Infelizmente, o Brasil está mal. Não é algo que a gente possa Pernambuco, por exemplo, tem metade da rede estadual em
celebrar. Estamos muito distantes da educação de qualidade”, ad- tempo integral e foi um dos dois Estados (ao lado do Amazonas)
mitiu Mendonça Filho, salientando que irá reforçar junto ao Con- a bater a meta do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação
gresso Nacional a aprovação de um projeto de lei que prevê uma Básica) de 2015. Na média do país, o índice está estagnado desde
reformulação do currículo do Ensino Médio. 2011.

Didatismo e Conhecimento 21
ATUALIDADES
O projeto de reforma ainda vai prever a certificação de conhe- “Está provado que não são mais horas que vão dar lugar a
cimentos. Alunos que sabem inglês, por exemplo, poderão elimi- melhor educação. É qualidade da educação que tem que ser outra”,
nar a disciplina. O texto deve flexibilizar a contratação de profes- disse José Pacheco, educador.
sores sem concurso para atender a ampliação do ensino técnico. No Rio, onde participou nesta sexta-feira (22) de um evento,
Fonte: Folha.com – (22/09/2016) a secretária executiva do MEC defendeu a medida provisória apre-
sentada pelo governo federal.
Proposta de reforma do Ensino Médio gera críticas de Ela ressaltou que, por enquanto, não há nenhuma mudança
educadores prática e que toda a grade curricular atual está mantida. “Nós te-
As mudanças no Ensino Médio, anunciadas na quinta-feira mos diretrizes curriculares do Ensino Médio que estão em vigor,
(22), provocaram a críticas de educadores. Um dos pontos mais essas diretrizes estabelecem os componentes curriculares obriga-
polêmicos é que educação física e artes, por exemplo, não apare- tórios entre eles, arte e educação física”, disse.
cem como disciplinas obrigatórias. As mudanças propostas ainda serão discutidas com secretários
As mudanças propostas pelo governo foram publicadas nesta estaduais de Educação e com professores.
sexta-feira (22) no Diário Oficial. Estão na medida provisória, e Estão previstos seminários em outubro e novembro. E depois
esse foi o primeiro problema apontando por educadores. as propostas terão que ser analisadas pelo Conselho Nacional de
“Nos preocupa porque consideramos fundamental que toda Educação.
medida, toda política educacional seja fruto de uma discussão que Maria Helena Guimarães de Castro disse que, apesar de a
envolva professores, gestores, família e alunos do Ensino Médio medida provisória estabelecer que as disciplinas de matemática,
que tanto tem a dizer”, disse Ana Helena Altenfelder, Centro Estu- português e inglês são obrigatórias, ainda não há definição sobre
dos e Pesquisa em Educação. as outras disciplinas que farão parte da base nacional curricular
A proposta de reforma do Ensino Médio virou tema de discus- comum.
sões no encontro sobre educação que reúne, no Rio, professores e “O que nós teremos é uma nova base nacional curricular co-
especialistas do Brasil e do mundo. mum que será discutida e depois encaminhada ao Conselho Nacio-
Um dos pontos mais criticados foi a redução do currículo. Ma- nal, que provavelmente será aprovada no ano que vem, no segundo
temática, português e inglês são obrigatórios, mas educação física semestre do ano que vem, e a próxima base nacional curricular co-
e artes, por exemplo, não aparecem como disciplinas obrigatórias. mum deverá também manter a educação física e a arte, o ensino de
Os especialistas defendem que a educação física seja obriga- artes como componente de ensino curricular obrigatório dentro das
tória porque é importante para a saúde do aluno. áreas de conhecimento que poderão ser flexibilizadas”, afirmou.
“Acabamos de ter dois megaeventos, que foram a Olímpiada e Ela afirma que o mais importante é a possibilidade de flexibi-
Paralimpíada, que incentivou toda a população e mostrou a impor- lização e escolha dos conteúdos pelo próprio aluno.
tância da atividade física e do esporte. As pesquisas mostram que “Ele pode compor o seu currículo, de acordo com seu proje-
o problema de obesidade infanto-juvenil está aí, batendo à porta to de vida, com suas aspirações. Ela abre a possibilidade de uma
de todo mundo. E aí querem retirar uma das poucas oportunidades formação mais eletiva de acordo com os interesses do aluno e,
de muitos que é fazer atividade física na escola”, afirma Wagner ao mesmo tempo, estabelece uma ampliação da carga horária de
Gomes, Conselho Fed. Educação Física. Ensino Médio, evoluindo para um ensino tempo integral gradati-
“Deve ter havido um apagão na escolha da retirada desse ma- vamente”, completou.
terial. Porque a educação física tem relação com todas as discipli- Fonte: G1 – (23/09/2016)
nas, vão da literatura até a questão da física, da história. Então é um
equívoco”, aponta Fernando Almeida, pedagogo e prof. PUC-RIO. Governo recua e mantém obrigatoriedade de artes e edu-
O novo currículo do Ensino Médio também vai ter disciplinas cação física
opcionais em cinco áreas de conhecimento: linguagens, matemá- O Governo federal publicou nesta sexta-feira (23) o texto da
tica, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e medida provisória (MP) sobre a reforma do ensino médio. Com o
profissional. novo texto, o Ministério da Educação (MEC) volta atrás e mantém
Os alunos vão poder escolher o que querem estudar, de acordo a obrigatoriedade de artes, educação física, filosofia e sociologia
com o que a escola oferecer. até que seja concluída outra etapa da reforma. Além disso, o texto
“As mudanças estão na direção correta porque enfrentam gar- manteve em aberto questões sobre como será a aplicação prática
galos do Ensino Médio, 13 disciplinas, com excesso de conteúdo, das medidas.
todas obrigatórias, para todos os estudantes, aqui, muito são pou- A MP ainda terá de ser aprovada em até 120 dias pela Câmara
co. A maioria dos estudantes não aprende nada. Ficam decorando e e pelo Senado, caso contrário, perderá o efeito. Segundo o Mi-
sem ver sentido naquilo que estão estudando”, disse Ricardo Hen- nistério da Educação (MEC), o texto da medida provisória havia
riques, supervisor do Instituto Unibanco. passado apenas por ajustes técnicos jurídicos, além de uma revisão
Pela medida provisória, a carga horária também vai ficar di- de português. A pasta negou mudanças no conteúdo da proposta.
ferente. Aumenta de 800 para 1,4 mil horas por ano. Mas o ensino Entretanto, o G1 verificou nesta tarde que o MEC incluiu um
integral será adotado aos poucos. ponto no texto que determina que o ensino de artes, educação fí-
“Importante a ampliação do tempo, mas é importante se pen- sica, filosofia e sociologia continuem em vigor até o segundo ano
sar o que será feito nesse tempo, e como as atividades propostas, os letivo posterior à aprovação da nova Base Nacional Comum Cur-
conhecimentos que são oferecidos aos alunos vão contribuir para ricular (BNCC).
esse desenvolvimento integral”, afirmou Anna Helena Altenfelder,
do Cenpec.

Didatismo e Conhecimento 22
ATUALIDADES
Apesar de ter deixado explícito que nada muda até a nova Estados terão que arcar com custo
base, o MEC manteve na medida provisória o trecho que retira da Não há estimativa de quanto os estados gastariam com a am-
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) a garantia explícita pliação dos turnos para integral. Para apoiar algumas escolas e
de que essas disciplinas (artes, educação física, filosofia e sociolo- atender 500 mil dos quase 8 milhões dos estudantes, a pasta prevê
gia) deveriam ser aplicadas no ensino médio. investir, até o fim do mandato, R$ 1,5 bilhão.
Na versão final do texto, assim como na prévia apresentada O MEC não apresentou estudos, por exemplo, sobre quanto as
na quinta, as disciplinas obrigatórias citadas explicitamente pelo redes estaduais vão precisar gastar na expansão da infraestrutura,
texto são somente português, matemática e inglês. como a construção de escolas, para que a carga horária mínima
O MEC considera que os demais conteúdos essenciais de to- anual do ensino médio possa ser “progressivamente ampliada”,
das as 13 disciplinas do ensino médio “antigo” estarão contem- considerando que o ensino integral impede que as escolas tenham
plados dentro do conteúdo obrigatório que deve ser definido pela dois turnos (matutino e vespertino).
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A BNCC deve ser
concluída em “meados de 2017”, segundo o ministério. MEC ou estados definirão os currículos?
Em nota, o MEC negou o corte sumário das disciplinas. “Não O MEC diz que a reforma foi pensada para dar autonomia aos
está decretado o fim de nenhum conteúdo, de nenhuma disciplina. estados. Além disso, já estava previsto que, após a definição da
Do que a Base Nacional definir, todas elas serão obrigatórias na BNCC, os estados construíssem seus novos currículos conforme
parte da Base Nacional Comum: artes, educação física, português, as diretrizes.
matemática, física, química. A Base Nacional Comum será obriga- Por isso, qualquer mudança nos currículos precisa ser aprova-
tória a todos. A diferença é que quando você faz as ênfases, você da pelas secretarias estaduais de educação, que só devem começar
pode colocar somente os alunos que tenham interesse em seguir a promover alterações com as novas diretrizes da BNCC em mãos.
naquela área. Vamos inclusive privilegiar professores e alunos E, por isso, caberá a cada estado definir como será oferecida
com a opção do aprofundamento”, afirmou o MEC em nota. a possibilidade de os alunos optarem por disciplinas e áreas de
concentração.
Críticas, trajetória e custos
A reforma foi criticada por especialistas e entidades de classe, O que será a chamada divisão em módulos?
enquanto é considerada necessária por alguns gestores de funda- A medida provisória determina que o ensino médio poderá ser
ções e institutos ligados à educação. organizado em módulos e adotar o sistema de créditos ou discipli-
Principal avalista do texto, o Conselho Nacional de Secretá- nas. Entretanto, essa possibilidade não foi detalhada no texto da
rios de Educação (Consed) diz que o MEC acatou sugestões feitas medida provisória.
ao longo de três anos de debates dentro do conselho.
Diretores de associações de escolas particulares apontam que, Como afeta vestibulares e Enem?
se colocada efetivamente na prática, levaria ao aumento do custo O MEC diz que o Enem não muda neste ano. Entretanto, a MP
nas mensalidades. prevê que os vestibulares deverão cobrar apenas o que for determi-
Quando entra em vigor? nado pela Base Nacional Comum Curricular. Apesar disso, o MEC
A medida provisória já tem efeito imediato, mas o governo não detalhou como as redes estaduais devem orientar processos
condicionou vários pontos da reforma à conclusão da Base Na- seletivos locais.
cional Comum Curricular (BNCC), que só deve ficar pronta em E na prática, vestibulandos têm dúvidas sobre como, por
“meados de 2017”. Por isso, a previsão do MEC é que somente exemplo, a Fuvest será impactada pela nova BNCC. Segundo
turmas iniciadas a partir de 2018 sejam as primeiras plenamente Maria Inês Fini, presidente do Institituto Nacional de Estudos e
afetadas pela reforma. Ainda não se sabe se a medida valerá so- Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo
mente para os alunos que vão ingressar no primeiro ano do ensino Enem, diz que as mudanças ocorrerão após a definição do novo
médio em 2018, ou se também será válida para os do segundo e currículo.
terceiro anos. Fonte: G1 – (23/09/2016)
A secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães, diz
que os estados com sistemas “mais avançados”, como Pernambuco Justiça de São Paulo anula julgamentos de PMs pelo mas-
e São Paulo, já podem promover outros tipos de mudança – incluir sacre do Carandiru
módulos de ensino profissional ou testar ênfases no contraturno, O massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos na Casa
por exemplo. Para tirar algum conteúdo que já está sendo ensina- de Detenção de São Paulo, ocorreu há 24 anos. Mas os desdo-
do, no entanto, é preciso aguardar a base curricular. bramentos do fatídico episódio que marcou a história do sistema
penal brasileiro parecem não ter fim. Nesta terça-feira, a 4ª Câ-
A carga horária aumenta para todo mundo? mara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) paulista decidiu anular
Esta é a meta do governo, mas não houve detalhamento de os julgamentos que culminaram na condenação dos 74 policiais
como isso ocorrerá. A medida provisória diz que ela deve ser am- militares acusados pelas mortes dos detentos, em 2 de outubro de
pliada progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atual- 1992. A anulação era um dos pedidos da defesa dos PMs, que havia
mente, o total é de 800, de acordo com o MEC. solicitado ainda a absolvição dos réus, condenados em cinco júris
Gestores serão punidos se o ensino médio não for integral? realizados entre 2013 e 2014, no que foi o maior julgamento da
Não há previsão de sanções ou mesmo metas dentro da medi- história do Brasil.
da provisória em relação ao aumento progressivo da carga horária.

Didatismo e Conhecimento 23
ATUALIDADES
O relator do processo, o desembargador Ivan Sartori, ex-pre- A partir daí tudo foi muito rápido: a ação da PM não durou
sidente do TJ-SP, votou pela anulação e absolvição dos réus, aca- mais de 20 minutos. Ao todo, 111 presos morreram, sendo 102 de-
tando a tese dos advogados dos policiais militares, que alegavam les a tiros e 9 com armas que não eram de fogo. Foram 15 mortos
que os réus haviam agido em “legítima defesa” —o que contraria no primeiro andar do pavilhão, 78 no segundo, 8 no terceiro e 10
o entendimento dos jurados dos cinco julgamentos feitos em pri- mortos no quarto andar —os julgamentos foram divididos de acor-
meira instância. O magistrado baseou a decisão no fato de que três do com os andares do pavilhão. Os policiais militares alegaram
PMs foram inocentados, seguindo orientação do próprio Ministé- ter reagido às agressões dos detentos, mas a Promotoria contesta
rio Público, responsável pela acusação. “O Judiciário não pode dar a alegação e apontou que a maioria dos homens foram fuzilados.
duas soluções para a mesma situação. Não há outra condição que Segundo o processo, 22 policiais ficaram feridos, nenhum deles
não estender a absolvição aos demais acusados”, concluiu Sartori. com gravidade (e nenhum deles com armas de fogo).
O desembargador alegou ainda que “alguns jurados não sabiam O Carandiru era o exato retrato da superlotação das cadeias
o que estavam fazendo, estavam confusos”. Ao todo, 35 jurados brasileiras (que, aliás, ainda persiste): tinha capacidade para 3.300
atuaram nos casos (foram convocados sete jurados para cada um pessoas, mas havia 7.257 presos no local naquele dia, sendo 2.070
dos cinco julgamentos). somente no pavilhão 9 —para onde eram levados os detentos re-
Já o revisor do processo, o desembargador Camilo Léllis, e o cém-chegados (em sua maioria, réus primários). Não à toa, a maio-
3º juiz do colegiado do TJ, o desembargador Edison Brandão, dis- ria das vítimas era jovem. Dos 111 mortos, 89 ainda aguardavam
cordaram de Ivan Sartori sobre a absolvição. Eles, porém, votaram julgamento pelos crimes dos quais eles eram acusados.
a favor da anulação dos júris. “Houve uma situação de confronto e O episódio marcou profundamente a história do Brasil, tendo
acredito que aconteceram excessos, mas é preciso verificar quem sido posteriormente transformado em livros, filmes, documentá-
se excedeu, quem atirou em quem. A perícia foi inconclusiva e rios e inúmeros de estudos. Muitos estudiosos apontam, inclusive,
duvidosa”, afirmou o revisor. que uma das maiores facções criminosas do Brasil nasceu a partir
Os magistrados também citaram como exemplo um dos réus do massacre: o Primeiro Comando da Capital (PCC). No estatuto
ter sido condenado por várias mortes. “Como magistrado não pos- do PCC, criado por um grupo de detentos na Casa de Custódia de
so aceitar uma condenação dessas”, questionou Brandão. Ele se Taubaté, a facção fala que os criminosos deveriam “permanecer
referia ao ex-PM Cirineu Carlos Letang Silva, da Rota, condenado unidos e organizados para evitarmos que ocorra novamente um
em 2014 por 52 mortes. O argumento da Promotoria, no entanto, massacre semelhante ou pior ao ocorrido na Casa de Detenção em
é que ele “participou das mortes”. “Esses crimes foram cometidos 02 de outubro de 1992”.
por um grupo de policiais e cada indivíduo contribuiu para o que Além dos 74 policiais militares julgados entre 2013 e 2014,
houve. Eles entraram e atiraram e isso resultou em 111 vítimas”, o comandante da operação à época, o coronel Ubiratan Guima-
explicou na ocasião do júri o promotor Daniel Tosta. O ex-PM rães, foi condenado em 2001 a 632 anos de prisão em primeira
da Rota já havia sido condenado anteriormente por outras mortes, instância, mas também foi absolvido posteriormente pelo Tribunal
tendo sido apontado como um serial killer de travestis. de Justiça. Ele foi assassinado em 2006, meses após ter sua sen-
Assim, com três dos quatro votos do colegiado a favor da anu- tença anulada. Outros 36 policiais militares também chegaram a
lação dos júris, os julgamentos serão refeitos pelo 2º Tribunal do ser denunciados por envolvimento no episódio (lesão corporal, em
Júri da Capital. Ou seja: o processo volta assim à estaca zero. relação aos feridos que não morreram), mas não foram julgados
Embora tenham sido condenados a penas que variavam de 48 porque o crime de lesão corporal prescreveu. O governador de São
a 624 anos de reclusão (totalizando mais de 21.000 anos de prisão), Paulo à época, Luiz Antônio Fleury Filho (então do PMDB), sem-
os policiais militares nunca foram presos e aguardavam a análise pre negou ter dado ordens à Polícia Militar para que invadisse o
do recurso da defesa em liberdade. Ainda não foi definido quando Carandiru. Ele nunca foi processado criminalmente.
serão realizados novos julgamentos, que devido ao grande núme- Fonte: El País Brasil – (27/09/2016)
ro de réus e à complexidade do caso, foram fatiados na primeira
instância e demoraram quase dois anos para serem concluídos. A CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Promotoria ainda pode recorrer da decisão.
Ciência e tecnologia podem ter nova redução no orçamen-
Matança no Pavilhão 9 e o maior julgamento da história to para 2017
O massacre do Carandiru ocorreu em 2 de outubro de 1992, Orçamentos cortados pela metade. Bolsas estagnadas. Editais
uma sexta-feira à tarde, após uma briga entre presos dar início a cancelados. Instituições de pesquisa sem dinheiro para pagar ser-
um tumulto no pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, o viços básicos de limpeza e segurança. Risco de desabastecimento
nome oficial do Carandiru. A briga começou por volta das 13h30, de rádio fármacos, essenciais para o diagnóstico do câncer. Um
do lado de fora do pavilhão, durante uma partida de futebol entre supercomputador novinho em folha, desligado para economizar na
detentos. Os carcereiros tentaram controlar a cena, mas a disputa conta de luz. Essa é a realidade da ciência brasileira, que vive a
entre os detentos deu início a uma confusão generalizada e os pre- maior crise financeira de sua história, e contempla o risco de um
sos acabaram tomando conta do prédio, então superlotado. Sem ano ainda pior em 2017.
conseguir controlar o local, os agentes penitenciários acionaram a O orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Polícia Militar, que invadiu o Carandiru cerca de duas horas após (MCTI) para este ano já é 50% menor do que em 2010, em valores
o início do tumulto —e após tentativas frustradas da direção do corrigidos pela inflação, e a proposta do governo é manter esse
presídio para pôr fim à situação. orçamento congelado para o ano que vem, apesar da fusão com o
Ministério das Comunicações.

Didatismo e Conhecimento 24
ATUALIDADES
— Se isso for aprovado, pode esquecer. Acabou ciência e tec- genciado. “É fundamental que o orçamento do FNDCT para 2017
nologia no Brasil — diz o presidente da Academia Brasileira de permita a utilização plena dos recursos que serão arrecadados, de
Ciências, Luiz Davidovich. modo a se reverter o grave quadro atual”, diz o documento.
O orçamento atual do MCTI é de R$ 4,6 bilhões, mas cerca de Fonte: Jornal Zero Hora – (28/08/2016)
R$ 500 milhões estão contingenciados. O que a pasta pode gastar,
portanto, são R$ 4,1 bilhões. Em valores corrigidos, esse limite Soro contraveneno de abelhas inédito no mundo é testado
é 27% menor do que em 2006 e 52% menor do que em 2010, Vítima de pelo menos 400 picadas de abelhas, uma mulher de
enquanto o número de pesquisadores no país dobrou nos últimos 33 anos foi a primeira paciente a receber o soro antiapílico (contra
dez anos. o veneno de abelhas) produzido pelo Instituto Vital Brazil, em par-
Em maio deste ano, o MCTI foi fundido com o Ministério das ceria com o Centro de Estudos e Venenos de Animais Peçonhentos
Comunicações (dando origem ao MCTIC), mas cada pasta mante- da Universidade Estadual Paulista de Botucatu (Cevap/Unesp). A
ve seu orçamento. A proposta agora, para 2017, é unificar as contas paciente foi atendida no Hospital da Faculdade de Medicina de
dos dois setores. Botucatu, em São Paulo, e recebeu seis ampolas do soro. Ela não
— Ano que vem é R$ 4,1 bilhões para todo mundo — disse o apresentou reações adversas e recebeu alta dias após a internação.
ministro Gilberto Kassab, no início do mês. Desde o início de agosto, o medicamento está em fase de tes-
— O que já era irrisório vai ficar ainda menor. É um absurdo, tes para a liberação para o consumo humano: além da unidade de
estamos andando para trás — diz a presidente da Sociedade Brasi- Botucatu, o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão
leira para o Progresso da Ciência, Helena Nader. (SC), também recebeu as ampolas e prestará atendimento a pacien-
Países mais desenvolvidos, segundo ela, estão fazendo exata- tes que tenham sido acometidos por múltiplas picadas.
mente o oposto: investindo mais em ciência e tecnologia para sair – Projetos como este mostram como a inovação científica
da crise. Kassab disse que a comunidade científica está “coberta deve servir à população. O pioneirismo deste trabalho reforça a
de razão”, e está empenhado em elevar a proposta orçamentária da intenção da nossa gestão de fazer do Instituto um laboratório sus-
pasta para 2017. tentável, que utilize o conhecimento e a ciência em prol da saúde,
— Esse discurso de que não tem dinheiro para ciência e tec- principalmente quando pensamos na produção de medicamentos
nologia é ridículo. O que falta é uma definição política clara no – destacou Luiz Antônio Teixeira Jr, secretário de Saúde.
sentido de priorizar setores — afirma Davidovich.
Nova etapa
Fundo Nacional para ciência pode ter nova redução Nesta fase, que é o chamado estudo clínico, o soro precisa
O orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cien- ser testado em pelo menos 20 pessoas antes de o medicamento
tífico e Tecnológico (FNDCT), que já foi reduzido em 50% para ser liberado para consumo. O tratamento com o soro consiste na
este ano, pode cair pela metade novamente em 2017, eliminando utilização de 2 a 10 ampolas, variando de acordo com o quadro
a capacidade da Finep — empresa pública que administra o fundo clínico dos pacientes. Para participar do teste, é preciso ter entre
— de fazer novos investimentos em pesquisa no país. 18 e 60 anos, não estar grávida e ter sofrido mais de cinco picadas
O limite de empenho previsto para o FNDCT no Projeto de de abelha.
Lei Orçamentária Anual 2017, segundo a Finep, é de R$ 982 mi- – A estimativa é de que, em aproximadamente dois anos, o
lhões, comparado a R$ 1,9 bilhão neste ano e R$ 4 bilhões, em soro antiapílico esteja liberado para produção em escala industrial
2015, em valores corrigidos. Isso, apesar de a arrecadação anual – explicou o infectologista e presidente do Instituto Vital Brazil,
do FNDCT permanecer constante, na casa dos R$ 3,7 bilhões, e Edimilson Migowski.
de a Finep ter restos a pagar da ordem de R$ 2 bilhões, referente a Quase 12 mil casos de envenenamento
editais já contratados nos últimos anos. Somente em 2015, o Brasil registrou quase 12 mil acidentes
O orçamento atual “não dá nem para cobrir os restos a pagar com envenenamento por abelhas, com 42 óbitos. O número é 14
dos anos anteriores”, disse o presidente da Finep, Wanderley de vezes maior do que o total de notificações no ano 2000, quando fo-
Souza, em palestra na reunião anual da SBPC, em julho, em Porto ram 1.440 acidentes, de acordo com os dados do Sistema de Infor-
Seguro. mação de Agravos de Notificação. A maior incidência de acidentes
— Permite continuar o que estamos fazendo, mas não lançar está concentrada na região sul do país.
coisas novas — completou. – Proporcionalmente, é muito parecido com os casos de óbitos
O FNDCT é abastecido anualmente com recursos oriundos com picadas de serpentes, que registram cerca de 120 mortes para
de vários setores da indústria — por exemplo, de impostos sobre aproximadamente 30 mil acidentes – comparou Rafael Cisne, di-
a exploração de recursos hídricos e minerais —, e seus recursos retor científico do Instituto.
deveriam, por lei, ser investidos integralmente em ciência e tecno- O Instituto Vital Brazil (www.vitalbrazil.rj.gov.br) é uma ins-
logia. Mas não é o que acontece. Nos últimos anos, os recursos do tituição de ciência e tecnologia do Governo do Estado do Rio de
FNDCT foram sistematicamente contingenciados para manuten- Janeiro ligado à Secretaria de Saúde. É um dos 21 laboratórios
ção do superávit primário. oficiais brasileiros, um dos quatro fornecedores de soros contra o
— Estão coletando impostos para uma finalidade e aplicando veneno de animais peçonhentos e produtor de medicamentos estra-
em outra — diz o presidente da Academia Brasileira de Ciências, tégicos para o Ministério da Saúde.
Luiz Davidovich. Fonte: Jornal do Brasil – (08/09/2016)
Várias entidades da comunidade científica acadêmica e em-
presarial enviaram uma carta conjunta ao Congresso Nacional na Fragmentos únicos de mamutes são descobertos na Rússia
semana passada, solicitando que o fundo não seja mais contin- Paleontólogos da Universidade Estatal de Tomsk encontraram

Didatismo e Conhecimento 25
ATUALIDADES
os fragmentos dos mais recentes mamutes que habitaram a Terra. Nesse sentido, o estudo mostra um grande desconhecimento
O achado foi realizado durante uma expedição à região de Novo- da sociedade sobre o que é e o que abrange as Ciências da Compu-
sibirsk, informa o site oficial da universidade. Segundo os dados, tação, o que é considerado uma das principais barreiras para enten-
os cientistas conseguiram achar mais de 600 fragmentos de gran- der a importância e o valor de aprender a disciplina ainda em idade
des mamíferos do final da época geológica Plistoceno do norte da precoce. Assim, na Espanha, 82% dos pais e 76% dos estudantes
Eurásia. com idades entre 12 e 16 anos não sabem o que é abordado ou
Os fragmentos são de 11 a 17 mil anos atrás. As escavações confundem o assunto com outros termos.
foram realizadas no maior ‘cemitério’ de fragmentos mortais de A presença ainda baixa da disciplina no currículo escolar é
mamutes na Eurásia. Em uma profundidade entre 1,7 e 2,1 me- uma das causas desse desconhecimento, tanto no ensino básico
tros, os paleontólogos extraíram do solo, fósseis de mamutes que quanto no secundário. Também é raro o uso de dispositivos digitais
tinham tamanho muito maior se comparado com mamutes mais e o reconhecimento de linguagens para programas.
antigos. Outro ponto destacado no relatório é o papel dos pais como
Os fragmentos descobertos estão em ótimo estado de con- potencializadores ou inibidores de vocações computacionais. Ape-
servação. Segundo informou o chefe do laboratório universitário sar de terem uma percepção positiva da formação em Ciências da
responsável por estudos de ecossistemas continentais dos períodos Computação, 73% dos pais acreditam que ela deve ser ensinada na
Mezozóico e Cenozóico, Sergei Leschinsky, esse grande ‘cemi- escola, como uma atividade extracurricular. Ainda há uma porcen-
tério’ foi um dos últimos locais onde viveram representantes da tagem significativa, de 32%, que não considera o ensino nesta área
fauna de mamutes, pois em outros locais eles já haviam morrido. uma prioridade, por se tratar de um estudo complexo, o que acaba
O cientista espera que seja possível encontrar fragmentos de se refletindo no interesse dos alunos.
mamíferos que morreram há 10 mil anos e até menos.Os paleontó- Portanto, o conhecimento e apoio dos pais se revela crucial
logos revelaram que muitos mamutes tinham traços de doença de para os estudantes se interessarem pelo estudo. Segundo o rela-
esqueleto, supostamente causada pela falta de minerais. É por essa tório, 87% dos estudantes, cujos pais têm uma boa compreensão
razão que mamutes vinham a esse local para suprir a falta de nu- da tecnologia, mostram-se mais interessados. Esse percentual cai
trientes e outras substancias necessárias. A exposição organizada para 58% quando os pais não têm o mesmo conhecimento. No caso
pela universidade, que contou com participação de estudantes da dos alunos do ensino secundário, 63% dos inscritos no estudo das
Rússia, França e Cazaquistão, teve por objetivo examinar a fauna Ciências da Computação foram motivados por seus pais.
de mamutes em novos locais da região de Novosibirsk. O relatório “Educação em Ciência da Computação na Espa-
Fonte: Jornal do Brasil – (23/09/2016) nha” mostra, ainda, o quanto a percepção da complexidade do en-
sino em tecnologias da informação e o interesse mudam com início
Falta de preparação pode levar à escassez de talentos di- da aprendizagem. Entre os estudantes de 12 a 16 anos, que estu-
gitais dam a disciplina, 77% querem continuar. Dessa forma, a barreira
Embora vivamos a chamada era digital, com mudanças radi- do ceticismo é superada por meio da promoção de iniciativas que
cais no cotidiano das pessoas, um estudo mostra grande desco- facilitam a introdução do conteúdo.
nhecimento sobre os conceitos relacionados às tecnologias de in- A diferença de gênero também foi levantada no relatório, que
formação e comunicação - TICs: pais não estimulam seus filhos apontou um menor interesse real pela educação em informática por
a estudarem o assunto, jovens não têm interesse em aprender e parte das meninas, motivado em parte pelas incertezas em relação
as escolas e professores não estão preparados para um processo ao estudo e à proximidade com outras questões tecnológicas, liga-
eficiente de ensino-aprendizagem. das a aspectos sociais.
O estudo foi desenvolvido em parceria pelo Google, Fun- A influência dos pais também é nítida quando se trata do ensi-
dação Espanhola para a Ciência e a Tecnologia (FECYT, a sigla no em Ciências da Computação de meninos e meninas. As meninas
em espanhol) e a everis, multinacional de consultoria que oferece que estudam a disciplina são estimuladas pelos pais, que por sua
soluções de estratégia e de negócios, do Grupo NTT DATA. In- vez dão mais apoio aos meninos. Além disso, as meninas perce-
titulado “Educação em Ciências da Computação na Espanha”, o bem que os pais pensam que elas são mais aptas a estudarem outras
trabalho envolveu mais de dois mil alunos, professores, diretores disciplinas como as ligadas ao estudo de línguas e ciências sociais.
de escolas e especialistas, com o objetivo de analisar a situação O relatório destaca que há um alto uso de dispositivos e acesso
atual da educação em Ciências da Computação na Espanha, en- à infraestrutura para atividades na Internet e para a execução de
tre estudantes de seis a 16 anos. Foram identificadas as principais tarefas relacionadas à aprendizagem em tecnologias da informa-
dificuldades no processo educacional e propostas recomendações ção e comunicação. No entanto, os jovens são meros usuários de
para a introdução, expansão e a melhoria do ensino da disciplina a tecnologia e deixam de adquirir conhecimentos e habilidades para
curto e a médio prazos. se aprofundarem na formação.
Embora tenha foco no mercado espanhol, o documento sina- O documento aponta a necessidade de se implantar um plano
liza alguns aspectos importantes que servem de parâmetro para de melhoria na formação dos professores para ensinarem Ciências
qualquer país, uma vez que o uso das tecnologias é global, assim da Computação, como pré-requisito para uma integração efetiva
como a necessidade de profissionais habilitados a desenvolvê-las. da disciplina no currículo educacional.
No Brasil, o mercado nacional de TI já emprega mais de 1,3 mi- Fonte: Jornal do Brasil – (01/09/2016)
lhão de pessoas e tem pelo menos 50 mil postos abertos para pro-
fissionais qualificados, mesmo com a crise econômica. Além dis-
so, as estimativas apontam que o número de vagas deverá chegar a
750 mil nos próximos quatro anos.

Didatismo e Conhecimento 26
ATUALIDADES
Ciência é essencial para acabar com pobreza extrema, diz Cientistas anunciam nascimento de bebê com “três pais”
secretário-geral da ONU Cientistas anunciaram hoje o nascimento de um bebê com três
Ao comemorar um ano da aprovação da Agenda 2030, o se- pais biológicos. A notícia foi publicada pelo site especializado em
cretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki- ciência New Scientist. A técnica de fertilização in vitro combinou
moon, afirmou que o fim da pobreza extrema no mundo depende o DNA de três pessoas—e não duas como era de se esperar.
da decisão dos governos de “dar maior espaço para a ciência” na O bebê, que já está com cinco meses de idade, combina DNA
tomada de decisões internacionais. Ele disse que a ciência também de duas mulheres e um homem. A técnica deverá ser usada para
é essencial para prevenir os malefícios de uma mudança climática permitir que pais com mutações genéticas tenham filhos saudáveis,
radical na terra. afirma a New Scientist.
O fim da pobreza extrema e a adoção de medidas para evitar Chamado Abrahim Hassan, o bebê é filho de pais da Jordânia.
os efeitos decorrentes de mudanças climáticas são duas das metas Eles foram tratados por médicos americanos e o nascimento do
estabelecidas pela Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentá- bebê foi no México, por questões legais. A mãe da criança tem
vel e pelo Acordo de Paris. A agenda é um plano de ação para as Síndrome de Leigh, uma enfermidade neurológica e hereditária.
pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Os 17 objetivos do Dois filhos anteriores da mulher haviam morrido por conta
desenvolvimento sustentável e as 169 metas foram aprovados em da doença. Após o nascimento, o bebê foi testado para saber se
declaração elaborada de 25 a 27 de setembro do ano passado pela carregava a doença. Menos de 1% de suas células apresentaram
ONU. traços da síndrome—a doença levanta preocupações caso 18% das
A Agenda 2030, que também busca fortalecer a paz univer- células apresentarem problemas.
sal com mais liberdade, destaca que a erradicação da pobreza em A técnica usada pelos cientistas combina o espermatozoide
todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é do pai, o óvulo da mãe e mitocôndrias de uma doadora. Por conta
o maior desafio global e um requisito indispensável para o desen- disso, o bebê é concebido com DNA de três pessoas. O recurso aju-
volvimento sustentável. dará cientistas a conceber crianças saudáveis de pais que tenham
Ban Ki-moon recebeu o relatório final do Conselho Consul- problemas genéticos que são carregados pela mitocôndria, como é
tivo Científico da ONU, que faz um balanço sobre o trabalho das o caso da Síndrome de Leigh.
Nações Unidas em relação ao fornecimento de conselhos sobre Pesquisadores ouvidos pela New Scientist e que não se envol-
ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento sustentá- veram no trabalho chamaram a descoberta de revolucionária.
vel. De acordo com o relatório, a ciência é um bem público e me- Fonte: Exame.com – (27/09/2016)
rece ser mais valorizada e utilizada eficazmente pelos governos e
autoridades em todos os níveis. MEIO AMBIENTE
Para especialistas do conselho consultivo, todas as nações
Terra bate recorde de calor pelo 11º mês em agosto
devem investir mais em ciência, tecnologia e em inovação, para
Parece notícia velha, mas aconteceu de novo. E vai continuar
tornar possível uma virada de jogo na maneira como os governos
acontecendo enquanto o mundo não conseguir conter suas emis-
e a sociedade lidam com todos os desafios globais mais urgentes.
sões de gases de efeito estufa. Pelo 11º mês consecutivo, a Terra
“Este é um momento crítico na história da humanidade. Enfren-
bateu recordes históricos de calor no mês de agosto, conforme di-
tamos desafios e oportunidades nunca antes encarados. Somos a
vulgou na quarta-feira (14), a agência espacial americana (Nasa).
primeira geração que pode acabar com a pobreza extrema, e a úl- É o agosto mais quente dos últimos 136 anos, seguindo uma
tima que pode evitar a ameaça da mudança climática”, afirmou o tendência que vem se repetindo mês a mês, ano a ano, como um
secretário-geral em discurso na ONU. sinal inequívoco do aquecimento global provocado por ações dos
Ban Ki-moon ressaltou que a ciência é fundamental para o seres humanos.
cumprimento das metas transformacionais da Agenda 2030 e do Em relação ao período de base (valor da temperatura média
Acordo de Paris, que, “juntos, fornecem um plano para a paz, para entre 1951 e 1980) para agosto, a temperatura média da Terra no
a dignidade, prosperidade e oportunidade para todos em um pla- mês passado foi 0,98°C mais quente. Foi ainda 0,16°C mais alta
neta saudável”. que o agosto mais quente registrado até então, o de 2014.
O secretário destacou ainda a importância do papel desempe- Desde outubro de 2015 que a temperatura vem quebrando re-
nhado pelo Conselho Consultivo Científico das Nações Unidas na cordes sucessivos no monitoramento que começou a ser feito em
modelagem da nova agenda global e em auxiliar a própria organi- 1880. Mantendo o ritmo pelos próximos meses, 2016 deverá ser
zação e os Estados-Membros a compreender melhor os desafios e o novo ano mais quente da história, superando 2015, que, por sua
as oportunidades da sustentabilidade. vez, bateu 2014.
O Conselho Consultivo Científico, presidido pela diretora-ge- “Ressaltamos que as tendências de longo prazo são as mais
ral da Unesco (agência da ONU para Educação, Ciência e Cultu- importantes para a compreensão das mudanças em curso que estão
ra), Irina Bokova, foi fundado pelo secretário-geral em 2014. O afetando nosso planeta”, afirmou Gavin Schmidt, diretor do Insti-
grupo reúne 25 eminentes cientistas de todas as regiões do mundo tuto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa.
e tem o objetivo de fornecer uma visão completa das necessidades
científicas para enfrentar os desafios globais, levando em conside- São Paulo
ração as ciências naturais e sociais e os sistemas de conhecimento E o calorão parece ter continuado pelo mês de setembro, ao
locais e indígenas. menos se forem tomadas como exemplo as temperaturas regis-
Fonte: Agência Brasil – (20/09/2016) tradas na capital paulista. Apesar de para esta quinta-feira (15),
a previsão ser de clima ameno, a cidade vem passando por dias
anormalmente quentes e secos.

Didatismo e Conhecimento 27
ATUALIDADES
A madrugada de quarta-feira (14), foi a mais quente em São Método diferenciado
Paulo desde 20 de abril, com temperatura mínima de 21,9°C. O Para a realização da pesquisa são consideradas informações
valor, apesar de não ser um recorde, supera em muito a média his- dos municípios referentes à preservação ambiental, a dados sobre a
tórica de temperaturas mínimas na madrugada para o mês, que é população, como saúde e condições socioeconômicas e a ocorrên-
de 14,8°C. A terça à tarde também já havia registrado as mais altas cia de fenômenos extremos, a exemplo de tempestades e doenças
temperaturas desde o dia 18 de abril, com 32,4°C. relacionadas ao clima, entre elas, malária e leishmaniose tegumen-
O calor vem acompanhado de secura. Na tarde de terça, a umi- tar. Por meio do cruzamento e análise desses dados, é possível cal-
dade relativa do ar foi muito baixa, em torno de 19% no começo cular o Índice Municipal de Vulnerabilidade (IMV).
da tarde. Valores nessa faixa vêm sendo registrados desde o fim O cálculo da vulnerabilidade dos municípios é associado a
de agosto. três elementos - exposição, sensibilidade e capacidade de adapta-
A relações-públicas Solange Branco, 47, que sofre com rinite, ção da população, considerando dois cenários de clima futuro: um
conjuntivite e outras alergias, até de pele, conta que vem sofrendo com redução nas emissões de gases do efeito estufa e menor aque-
muito nos últimos dias. Tanto que resolveu fugir para Rio na terça- cimento global, e outro que considera o aumento contínuo dessas
feira. “Minha vida vira o caos no inverno. Tenho umidificador em emissões com maior impacto no clima.
casa e costumo controlar as alergias com homeopatia. Mas nesses No Amazonas, as previsões indicaram que os municípios mais
dias secos, quando vem a crise, aí tenho de tomar anti-histamínico expostos à mudança do clima são Careio da Várzea e Parintins,
todos os dias.” além da região metropolitana de Manaus, em virtude de desmata-
De acordo com previsão do Instituto Nacional de Meteorolo- mentos, variações bruscas de temperatura e poluição. Em relação
gia (Inmet), nesta quinta-feira a temperatura cai (fica entre 14°C e à sensibilidade, que indica a intensidade com a qual os municípios
23°C) e a umidade sobe para até 95%. são suscetíveis aos impactos do clima, parte da região Centro-Sul
Fonte: Estadão.com – (15/09/2016) – com destaque para a cidade de Tapauá e o Vale do Javari, repre-
sentado por Atalaia do Norte – foi a mais vulnerável.
Mudanças climáticas à vista na Região Amazônica A pesquisa mostrou que municípios da região nordeste do
A região nordeste do Amazonas poderá apresentar um aumen- estado, como Manaus e Presidente Figueiredo, são os mais adap-
to de 5°C graus na temperatura e uma redução de até 25% no volu- tados para lidar com as mudanças clima, devido à existência de
me de chuvas nos próximos 25 anos. Estas informações integram infraestrutura de saúde, como leitos hospitalares, plano de con-
uma pesquisa inédita para a região Norte do país que identificou a tingência de desastres e presença da defesa civil. A região do Vale
vulnerabilidade à mudança do clima em 62 municípios na Região do Rio Negro, representada por Santa Isabel do Rio Negro, seria a
Amazônica. Coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cidade menos adaptada.
Possíveis impactos na região amazônica
em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o estudo é uma
As projeções feitas no estudo indicam consequências diretas
das atividades realizadas no âmbito do projeto Vulnerabilidade à
na Região Amazônica. Os impactos futuros do clima apontam uma
Mudança do Clima.
possível diminuição da biodiversidade, em virtude das alterações
Os resultados da pesquisa serão compartilhados hoje, 14/9, às
no ciclo reprodutivo de plantas e animais. Outro efeito importante
9h, no Hotel Quality, em Manaus, durante o Seminário Indicadores
seria o processo de savanização da floresta amazônica, devido ao
de Vulnerabilidade à Mudança do Clima. Para o coordenador do
aumento da temperatura.
projeto, o pesquisador da Fiocruz Ulisses Confalonieri, a iniciativa As mudanças do clima também podem provocar transforma-
permitirá à gestão estadual avaliar, por meio de mapas e gráficos, ções em fenômenos naturais recorrentes na floresta amazônica,
as áreas do território mais vulneráveis às alterações do clima e como o período das cheias dos rios. Por causa das alterações no
as mais aptas a se recuperarem de possíveis impactos climáticos. volume de chuvas e elevação da temperatura, podem ocorrer even-
“Além do Amazonas, mais cinco estados estão sendo avaliados: tos extremos, como secas e inundações. Estes fenômenos climáti-
Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná e Pernam- cos poderiam impactar a irrigação, a perda do potencial de pesca e
buco. Também foi desenvolvida uma ferramenta, um software, a redução da produção agrícola, afetando diretamente a segurança
para mensurar a vulnerabilidade humana às mudanças climáticas, alimentar das populações que vivem nessa região.
conforme cada município”, destaca o pesquisador. Fonte: Jornal do Brasil – (14/09/2016)
Dias mais secos e mais quentes Brasil ratifica Acordo de Paris
A pesquisa sobre os municípios amazonenses indica que a O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de
região nordeste do estado poderá ser a mais afetada em relação efeito estufa em 37% até 2025, podendo chegar a 43% até 2030,
ao número de dias secos consecutivos no ano, índice chamado de em comparação com níveis de 2005.
CDD. Na cidade de Nhamundá, por exemplo, o aumento no nú- O compromisso está previsto no Acordo de Paris, assinado
mero de dias seguidos sem chuva poderá chegar a 36%. O Vale do e transformado em lei nesta segunda-feira (12) pelo presidente
Javari e o sul do Amazonas, representados, respectivamente, por Michel Temer. De acordo com ele, a questão climática não é um
Atalaia do Norte e Boca do Acre, poderão apresentar uma elevação assunto de um governo ou outro, mas é uma medida de Estado.
acima dos 20% para os períodos de estiagem. Por isso, todos os governantes precisam se atentar para o assunto.
Em relação à temperatura máxima, Manaus e a região metro- O Acordo de Paris foi concluído em dezembro do ano passa-
politana poderão apresentar uma elevação acima dos 4°C para os do pelos 197 países que participam da Convenção-Quadro das Na-
próximos 25 anos. A previsão para o sul do estado é um aumento ções Unidas sobre Mudança do Clima. Agora, cada nação precisa
de 5°C, com destaque para os municípios de Lábrea e Boca do transformar o pacto em lei dentro dos próprios territórios, em um
Acre. processo chamado de ratificação.

Didatismo e Conhecimento 28
ATUALIDADES
No Brasil, o texto tramitou no Congresso Nacional e agora O ponto central do chamado Acordo de Paris, que valerá a
foi transformado em lei. Para começar a valer, o acordo precisa partir de 2020, é a obrigação de participação de todas as nações - e
ser assinado por, pelo menos, 55 países responsáveis por 55% das não apenas países ricos - no combate às mudanças climáticas. Ao
emissões globais de carbono. Até agora, 27 nações responsáveis todo, 195 países membros da Convenção do Clima da ONU e a
por quase 40% das emissões globais assinaram o pacto. O Brasil é União Europeia assinaram o documento.
causador de quase 2,5% dessas emissões. Mas ele só será aplicado legalmente depois de ser ratificado
Fonte: Agência Brasil – (12/09/2016) por pelo menos 55 países, que, juntos, produzam 55% das emis-
sões de carbono.
China aceita acordo de Paris para combater mudança cli- “Este é um passo importante para tornar o Acordo de Paris
mática uma realidade”, diz o analista de questões ambientais da BBC Ro-
O Parlamento da China, aceitou neste sábado (3) o acordo al- ger Harrabin.
cançado na cúpula do clima de Paris (COP21) do ano passado, em “Outras nações vão brigar para entregar suas ratificações, mas
um importante passo para o pacto entrar em vigor. isso vai colocar pressão nos países do G20 durante o fim de sema-
Os legisladores votaram em favor de adotar “a proposta de na, para que sejam mais rápidos na promessa de parar de subsidiar
revisão e ratificar o Acordo de Paris” no final da sessão bimestral a queima de combustíveis fósseis.”
da Assembleia Nacional Popular, informou a agência oficial “Xi-
nhua”. Metas diferentes
O Acordo de Paris é o primeiro pacto universal para combater Até agora, as 23 nações que haviam ratificado o acordo eram
a mudança climática e não entrará em vigor até que tenha sido responsáveis por somente 1% das emissões.
ratificado por pelo menos 55 países, totalizando 55% das emissões “Com a ratificação da China e dos EUA, só será preciso con-
de poluentes globais. seguir mais um par de grandes poluidores para que o total de 55%
ACORDO CLIMÁTICO PRECISA DE RECURSOS E VON- seja alcançado”, explica Harrabin.
TADE POLÍTICA Mas mesmo que isso ocorra em breve, ainda há muitos desa-
A ratificação do acordo por parte do parlamento chinês foi fios pela frente.
fundamental para conseguir esse objetivo, pois China e Estados A Grã-Bretanha, por exemplo, ainda não ratificou o tratado.
Unidos são os dois países mais poluentes do mundo, respondendo Um porta-voz da primeira-ministra Theresa May disse à BBC que
por cerca de 38% das emissões globais. isso seria feito assim que possível, mas não falou em datas.
Washington e Pequim destacaram a necessidade de imple- No Brasil, o tratado passou pela Câmara dos Deputados, mas
ainda precisa do aval do Senado.
mentar o mais rápido possível o pacto do clima de Paris e apontam
Em seu discurso em Hangzhou, Obama afirmou que o Acordo
que, durante a visita do presidente americano, Barack Obama, à
de Paris é “a melhor chance que temos de lidar com um problema
China - que começa hoje -, os dois países poderiam anunciar con-
que pode acabar transformando este planeta”.
juntamente a ratificação do acordo.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que Oba-
China e Estados Unidos realizaram importantes acordos nos
ma e o presidente chinês Xi Jinping foram “perspicazes, corajosos
últimos três anos para combater a mudança climática e fizeram
e ambiciosos”.
desta luta uma pedra fundamental de sua relação. No entanto, ambos os países estabeleceram metas muito di-
Destinado a substituir o Protocolo de Kioto em 2020, o Acor- ferentes, refletindo os diferentes estágios de seu desenvolvimento
do de Paris tem como objetivo manter o aumento da temperatura econômico.
média mundial abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. Os Estados Unidos dizem que, até 2025, tentarão reduzir suas
Fonte: Uol Notícias – (03/09/2016) emissões de carbono para 26 a 28% abaixo do que emitiam em
2005.
Por que anúncio de EUA e China sobre Acordo de Paris Já a China prometeu reduzir apenas o avanço de suas emissões
pode ser boa notícia para o meio ambiente até 2030.
Os Estados Unidos e a China - que, juntos, são responsáveis
por 40% das emissões de carbono do mundo - anunciaram neste ‘Fraco demais’
sábado que ratificarão, ou seja, adotarão oficialmente, o acordo Outro desafio, segundo Harrabin, é o fato de que mesmo que
global sobre o clima de Paris. os dois países cumpram suas promessas, os cortes ainda resulta-
Após chegar para a cúpula do G20 na cidade de Hangzhou, na riam em um aumento de 2,7ºC ou mais na temperatura do planeta
China, O presidente americano Barack Obama disse que “a histó- - muito acima do 1,5°C que a ONU tem como meta.
ria dirá que o esforço que fizemos hoje foi essencial”. Analistas alertam para o fato de que o objetivo de manter o
Mas a resolução dos dois países pode realmente ser uma boa aumento de temperatura abaixo dos 2°C já corre o risco de não ser
notícia para o meio ambiente? alcançado.
As emissões de gases do efeito estufa são a principal força por Durante 14 meses consecutivos, meteorologistas registraram
trás da mudança climática no planeta. o mês mais quente da história. E a média de temperatura global
Em dezembro de 2015, durante a COP-21 (conferência do cli- deve aumentar mais nos próximos anos, na medida em que o efeito
ma da ONU), países concordaram em reduzir suas emissões o su- das emissões de carbono atuais forem sentidos.
ficiente para manter o aumento médio da temperatura global “bem A organização ambiental Friends of the Earth comemorou a
abaixo de 2°C”. decisão da China e dos EUA, mas seu porta-voz, Asad Rehman,
disse que “o Acordo de Paris é um passo na direção certa, mas na
verdade é fraco demais e adia as ações até a próxima década”.

Didatismo e Conhecimento 29
ATUALIDADES
“O que precisamos é uma ação abrangente e urgente para cor- Há ainda 437 grupos de répteis, 588 variedades de anfíbios
tar as emissões e construir um futuro com menos carbono”, afir- (278 endêmicos) e 400 exemplares de borboletas.
mou. Na flora, existe uma lista de 21.954 espécies de plantas, entre
Fonte: BBC Brasil – (03/09/2016) elas quatro mil orquídeas.
Fonte: Uol Notícias – (22/09/2016)
Peru descobre 150 novas espécies de flora e fauna
O Peru confirmou sua condição de reserva inesgotável de bio- Governo segura desde junho estimativa maior de desma-
diversidade ao descobrir em seu território 150 novas espécies na- tamento da Amazônia
turais - aceitas em 2015 pela comunidade científica internacional. Uma revisão do desmatamento da Amazônia entre 2014 e
Entre as descobertas publicadas nas revistas científicas, estão 2015 mostrou que o corte raso nas florestas da região alcançou
71 plantas, 33 espécies de fauna terrestre, seis peixes de água doce, 6.207 km², ou seja, uma extensão 6,45% maior que os 5.831 km²
peixes de água salgada, insetos, entre outros, disse à AFP a che- divulgados no final do ano passado. Concluídos em maio pelo Inpe
fe da Direção de Gestão de Conhecimento do Serviço Nacional (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os dados estão retidos
Florestal e de Fauna Silvestre (Serfor), Jessica Amanzo Alcántara. desde junho no MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Ino-
“Podemos falar de umas 150 descritas e publicadas em 2015, vações e Comunicações), aguardando o ministro Gilberto Kassab
pelo que se pode assegurar o país como um local megadiverso e
(PSD) liberar a divulgação.
com uma grande contribuição ao mundo”, afirmou a especialista.
A nova avaliação para o desmatamento de 2014 a 2015 traz
O Peru é um dos 17 países chamados de megadiversos, que
uma segunda má notícia. Ela reajusta também de 16% para 24%
têm, juntos, a maior riqueza ecológica e abrigam, em seu conjunto,
mais de 70% da biodiversidade do planeta, segundo o Centro de o aumento da devastação na Amazônia em comparação com o pe-
Monitoramento da Conservação do Ambiente, organismo do Pro- ríodo anterior, de 2013 a 2014, que foi de 5.012 km². Além disso,
grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, na sigla o número reforça a dificuldade de manter resultados positivos já
em inglês). alcançados. Em 2012, o governo Dilma anunciou 4.571 km², a me-
nor taxa anual desde o início do monitoramento em 1988.
Os achados Embora a notícia seja desfavorável para o governo Dilma
Entre os novos achados, estão o macaco-tití marrom, que ha- Roussef (PT), uma das principais preocupações da gestão de Mi-
bita as florestas de Urubamba, região de Cusco; a rã andina doura- chel Temer (PMDB) com sua divulgação é o aumento da devas-
da da região Huancavelica; a rã da madressilva - que parece uma tação também de 2015 a 2016. O próximo período de monitora-
folha seca - também em Cusco; e a “rã demônio” de Huánuco, de mento, que deverá ser anunciado ainda neste ano, começou em
cor vermelha e aspecto diabólico, apesar de seu pequeno tamanho. agosto de 2015, ainda sob a gestão petista, mas incluirá também
Também estão listados o rato orelhudo ocidental, localizado maio, junho e julho de 2016, já sob o governo interino, e em plena
na região andina de Ancash; o lagarto “Enyalioides anisolepis”, estação seca, que agrava ainda mais a devastação.
da região de Cajamarca; a cobra-cega de García de Cajamarca; e
o peixe carachama nariz de goma de duas frentes, localizado em Risco de tendência crescente
Tumbes. O governo está preocupado também com o risco de uma ten-
“Nos últimos anos, nota-se um avanço importante na desco- dência crescente da devastação neste ano desde agosto, quando co-
berta de novos exemplares, não necessariamente porque estão apa- meçou o primeiro período anual de monitoramento dentro da atual
recendo, ou pelo desmatamento, mas sim porque agora existe uma gestão. A reportagem não conseguiu na noite desta sexta-feira (23)
preocupação das entidades privadas, universidades particulares e nenhum posicionamento do MCTIC, ao qual é subordinado o Inpe,
públicas em fazer trabalhos de campo a longo prazo”, precisou que realiza o monitoramento dos desmatamentos, nem do MMA
Amanzo. (Ministério do Meio Ambiente), que é responsável pelas ações de
A especialista detalhou que os recentes exemplares aceitos no prevenção e combate ao desmatamento.
ano passado “tiveram primeiro que passar por um estudo taxôno- Enquanto Kassab não liberava os dados da revisão, o MMA,
mo (a ciência que estuda a classificação das espécies) após fazer
cujo titular é o deputado licenciado Sarney Filho (PV-MA), agen-
comparações com outras parecidas, verificações e finalmente pu-
dou um seminário técnico-científico em Brasília nos dias 5 e 6 de
blicá-las em revistas científicas de alto nível”.
Aparecem ainda o condor de Cárdenas dos Andes; a lagarti- outubro para discutir a nova estimativa. No final das contas, o dado
xa andina, de Machu Picchu; o papagaio de cabeça turquesa do revisado e aumentado para 2014-2015 implicará um patamar de
Amazonas; além de uma espécie de árvore “Polylepis” (arbusto de devastação mais elevado e, portanto, mais confortável para uma
casca composto por múltiplas folhas que se desprendem); e de um comparação com o período 2015-2016.
tipo de orquídea, em Junín. Além do monitoramento anual oficial do corte raso da flores-
Amanzo esclareceu que se toma como a “data de nascimento” ta Amazônica pelo Inpe, em São José dos Campos (SP), também
da espécie o ano da publicação da investigação. são realizadas estimativas preliminares mensais pela ONG Imazon
Para proteger suas espécies, o Peru se comprometeu em 2009, (Instituto Homem e Meio Ambiente na Amazônia), sediada em Be-
diante de organismos internacionais, a conservar 54 milhões de lém (PA). Desde março deste ano essas avaliações paralelas têm
hectares de florestas até 2021 - de um total de 74,2 milhões de hec- indicado aumento em relação ao ano passado não só da supressão
tares - que permitem absorver o gás carbônico do meio ambiente, completa da vegetação, mas também da degradação por meio da
um dos causadores do aquecimento global. extração seletiva de madeiras e também por incêndios ocorridos
O Serfor registra 1.852 espécies de aves, das quais 105 são anteriormente.
consideradas endêmicas; e 508 classes de mamíferos, dos quais 65
são espécies endêmicas.

Didatismo e Conhecimento 30
ATUALIDADES
Devastação total acumulada 7). Em setembro, ocorreu a morte de um importante nome
Assinada pelo engenheiro e físico teórico Leonel Perondi, que para a História de Israel. Tal nome foi vencedor de um Prêmio
ocupou até quarta-feira (21) o cargo de diretor do Inpe, a nota téc- Nobel da Paz em 1994. Ele é:
nica informa que a diferença entre as duas estimativas para 2014- a) Shimon Peres
2015 se deve ao uso de uma nova metodologia, que na revisão b) Yasser Arafat
considerou 214 imagens do satélite Landsat 8, ao passo que ante- c) Yitzhak Rabin
riormente foram analisadas 96 imagens. Além do maior número d) Davi Ben Gurion
de imagens, outra novidade foi o uso do satélite sino-brasileiro e) Ariel Sharon
CBERS-4, mais moderno. As imagens detectam desmatamentos
de áreas com mais de 6,25 hectares. 8). Com a proposta inicial de reformulação do Ensino Mé-
Os estados “campeões” da derrubada da floresta de 2014 a dio proposta pelo Governo Federal, as disciplinas de Artes,
2015 são Pará (2.153 km²), Mato Grosso (1.601 km²) e Rondônia Educação Física e Língua Estrangeira deixariam de ser obri-
(1.030 km²).Com base nessa revisão da mais recente estimativa gatórias. A afirmação é:
anual, o desmatamento acumulado por corte raso, ou seja, a su- ( ) Verdadeira ( ) Falsa
pressão completa de floresta na Amazônia brasileira em agosto de
2015 alcançou 770.414 km², uma área pouco maior que a da Bahia
9). Com a ratificação do Acordo de Paris, o Brasil se com-
e equivalente a quase a metade da do estado do Amazonas.
prometeu a:
Fonte: Uol Notícias – (23/09/2016)
a) reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 40% até
Questões 2030.
b) reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 35% até
1). As FARC são um grupo guerrilheiro de inspiração co- 2020 e não utilizar mais as usinas termelétricas. Como fontes ge-
munista atuante: radoras de energia
a) Em Cuba c) reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 37% até
b) Na Colômbia 2025, podendo chegar a 43% até 2030, em relação aos níveis de
c) Na Nicarágua 2005.
d) Na Venezuela d) reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 40% até
e) Na Bolívia 2020, podendo chegar a 53% até 2030, em relação aos níveis de
2008.
2). Com a aprovação de uma medida provisória, o número e) reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 20% até
de ministérios foi reduzido para: 2018, podendo chegar a 35% até 2030, em relação aos níveis de
a) 36 2005.
b) 21
c) 19
d) 28 Gabarito: 1-B/2-E/3-Verdadeira/4-A/5-Falsa/6-C/7-A/8-
e) 26 Falsa/9-C

3) Eduardo Cunha teve seu mandato como deputado cas-


sado no mês de setembro por ter mentido em depoimento na
CPI da Petrobras ao dizer que não possuía nenhuma conta
bancária no exterior. A afirmação é:
( ) Verdadeira ( ) Falsa

4) A 35ª fase da operação Lava Jato teve como resultado a


prisão de um ex-ministro dos governos Lula e Dilma, qual seja:
a) Antonio Pallocci
b) José Dirceu
c) Eliseu Padilha
d) Guido Mantega
e) Alexandre Tombini

5) O G20 é o grupo que reúne as 20 economias mais desen-


volvidas tecnologicamente do planeta. Tal afirmação é:
( ) Verdadeira ( ) Falsa

6). Os quatro países fundadores do Mercosul são:


a) Brasil, Argentina, Venezuela e Paraguai
b) Brasil, Argentina, Uruguai e Bolívia
c) Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai
d) Paraguai, Chile, Bolívia e Uruguai
e) Venezuela, Paraguai e Chile

Didatismo e Conhecimento 31
INFORMÁTICA
INFORMÁTICA
Mainframes
INSTALAÇÃO; UTILIZAÇÃO E
MANUTENÇÃO DE HARDWARES E
SOFTWARES; CONHECIMENTOS
E DOMÍNIO DO USO DE
FERRAMENTAS DE SOFTWARES PARA
MICROCOMPUTADORES;

HISTÓRICO

Os primeiros computadores construídos pelo homem foram


idealizados como máquinas para processar números (o que conhe-
cemos hoje como calculadoras), porém, tudo era feito fisicamente.
Existia ainda um problema, porque as máquinas processavam
os números, faziam operações aritméticas, mas depois não sabiam
o que fazer com o resultado, ou seja, eram simplesmente máquinas
de calcular, não recebiam instruções diferentes e nem possuíam uma
memória. Até então, os computadores eram utilizados para pouquís- Os computadores podem ser classificados pelo porte. Basica-
simas funções, como calcular impostos e outras operações. Os com- mente, existem os de grande porte ― mainframes ― e os de pe-
putadores de uso mais abrangente apareceram logo depois da Se- queno porte ― microcomputadores ― sendo estes últimos dividi-
gunda Guerra Mundial. Os EUA desenvolveram ― secretamente, dos em duas categorias: desktops ou torres e portáteis (notebooks,
durante o período ― o primeiro grande computador que calculava laptops, handhelds e smartphones).
trajetórias balísticas. A partir daí, o computador começou a evoluir Conceitualmente, todos eles realizam funções internas idênti-
num ritmo cada vez mais acelerado, até chegar aos dias de hoje. cas, mas em escalas diferentes.
Os mainframes se destacam por ter alto poder de processamento,
Código Binário, Bit e Byte muita capacidade de memória e por controlar atividades com grande
volume de dados. Seu custo é bastante elevado. São encontrados, ge-
O sistema binário (ou código binário) é uma representação nu- ralmente, em bancos, grandes empresas e centros de pesquisa.
mérica na qual qualquer unidade pode ser demonstrada usando-se
apenas dois dígitos: 0 e 1. Esta é a única linguagem que os computa- CLASSIFICAÇÃO DOS COMPUTADORES
dores entendem. Cada um dos dígitos utilizados no sistema binário é
chamado de Binary Digit (Bit), em português, dígito binário e repre- A classificação de um computador pode ser feita de diversas
senta a menor unidade de informação do computador. maneiras. Podem ser avaliados:
Os computadores geralmente operam com grupos de bits. Um • Capacidade de processamento;
grupo de oito bits é denominado Byte. Este pode ser usado na repre- • Velocidade de processamento;
sentação de caracteres, como uma letra (A-Z), um número (0-9) ou • Capacidade de armazenamento das informações;
outro símbolo qualquer (#, %, *,?, @), entre outros. • Sofisticação do software disponível e compatibilidade;
Assim como podemos medir distâncias, quilos, tamanhos etc., • Tamanho da memória e tipo de CPU (Central Processing
também podemos medir o tamanho das informações e a velocidade Uni), Unidade Central de Processamento.
de processamento dos computadores. A medida padrão utilizada é
o byte e seus múltiplos, conforme demonstramos na tabela abaixo: TIPOS DE MICROCOMPUTADORES

Os microcomputadores atendem a uma infinidade de aplica-


ções. São divididos em duas plataformas: PC (computadores pes-
soais) e Macintosh (Apple).
Os dois padrões têm diversos modelos, configurações e opcio-
nais. Além disso, podemos dividir os microcomputadores em desk-
tops, que são os computadores de mesa, com uma torre, teclado, mou-
se e monitor e portáteis, que podem ser levados a qualquer lugar.

DESKTOPS

São os computadores mais comuns. Geralmente dispõem de


teclado, mouse, monitor e gabinete separados fisicamente e não
são movidos de lugar frequentemente, uma vez que têm todos os
componentes ligados por cabos.

Didatismo e Conhecimento 1
INFORMÁTICA

São compostos por: Para que um sistema de processamento de dados funcione ao


• Monitor (vídeo) contento, faz-se necessário que três elementos funcionem em per-
• Teclado feita harmonia, são eles:
• Mouse
• Gabinete: Placa-mãe, CPU (processador), memórias, dri- Hardware
ves, disco rígido (HD), modem, portas USB etc.
Hardware é toda a parte física que compõe o sistema de pro-
PORTÁTEIS cessamento de dados: equipamentos e suprimentos tais como:
CPU, disquetes, formulários, impressoras.
Os computadores portáteis possuem todas as partes integradas
num só conjunto. Mouse, teclado, monitor e gabinete em uma úni- Software
ca peça. Os computadores portáteis começaram a aparecer no iní-
cio dos anos 80, nos Estados Unidos e hoje podem ser encontrados É toda a parte lógica do sistema de processamento de dados.
nos mais diferentes formatos e tamanhos, destinados a diferentes Desde os dados que armazenamos no hardware, até os programas
tipos de operações. que os processam.
LAPTOPS
Peopleware
Também chamados de notebooks, são computadores portáteis,
leves e produzidos para serem transportados facilmente. Os lap- Esta é a parte humana do sistema: usuários (aqueles que usam
tops possuem tela, geralmente de Liquid Crystal Display (LCD), a informática como um meio para a sua atividade fim), progra-
teclado, mouse (touchpad), disco rígido, drive de CD/DVD e por- madores e analistas de sistemas (aqueles que usam a informática
tas de conexão. Seu nome vem da junção das palavras em inglês como uma atividade fim).
lap (colo) e top (em cima), significando “computador que cabe no Embora não pareça, a parte mais complexa de um sistema
colo de qualquer pessoa”. de processamento de dados é, sem dúvida o Peopleware, pois por
mais moderna que sejam os equipamentos, por mais fartos que se-
NETBOOKS jam os suprimentos, e por mais inteligente que se apresente o soft-
ware, de nada adiantará se as pessoas (peopleware) não estiverem
São computadores portáteis muito parecidos com o notebook, devidamente treinadas a fazer e usar a informática.
porém, em tamanho reduzido, mais leves, mais baratos e não pos- O alto e acelerado crescimento tecnológico vem aprimoran-
suem drives de CD/ DVD. do o hardware, seguido de perto pelo software. Equipamentos que
cabem na palma da mão, softwares que transformam fantasia em
PDA realidade virtual não são mais novidades. Entretanto ainda temos
em nossas empresas pessoas que sequer tocaram algum dia em um
É a abreviação do inglês Personal Digital Assistant e também teclado de computador.
são conhecidos como palmtops. São computadores pequenos e, Mesmo nas mais arrojadas organizações, o relacionamento
geralmente, não possuem teclado. Para a entrada de dados, sua tela entre as pessoas dificulta o trâmite e consequente processamento
é sensível ao toque. É um assistente pessoal com boa quantidade da informação, sucateando e subutilizando equipamentos e softwa-
de memória e diversos programas para uso específico. res. Isto pode ser vislumbrado, sobretudo nas instituições públicas.

SMARTPHONES POR DENTRO DO GABINETE

São telefones celulares de última geração. Possuem alta ca-


pacidade de processamento, grande potencial de armazenamento,
acesso à Internet, reproduzem músicas, vídeos e têm outras fun-
cionalidades.

Sistema de Processamento de Dados

Quando falamos em “Processamento de Dados” tratamos de


uma grande variedade de atividades que ocorre tanto nas organi-
zações industriais e comerciais, quanto na vida diária de cada um
de nós.
Para tentarmos definir o que seja processamento de dados te-
mos de ver o que existe em comum em todas estas atividades. Ao Identificaremos as partes internas do computador, localizadas
analisarmos, podemos perceber que em todas elas são dadas certas no gabinete ou torre:
informações iniciais, as quais chamamos de dados.
E que estes dados foram sujeitos a certas transformações, com • Motherboard (placa-mãe)
as quais foram obtidas as informações. • Processador
O processamento de dados sempre envolve três fases essen- • Memórias
ciais: Entrada de Dados, Processamento e Saída da Informação. • Fonte de Energia

Didatismo e Conhecimento 2
INFORMÁTICA
• Cabos
• Drivers
• Portas de Entrada/Saída

MOTHERBOARD (PLACA-MÃE)

O BIOS é gravado em um chip de memória do tipo EPROM


É uma das partes mais importantes do computador. A mo- (Erased Programmable Read Only Memory). É um tipo de memória
therboard é uma placa de circuitos integrados que serve de suporte “não volátil”, isto é, desligando o computador não há a perda das
para todas as partes do computador. informações (programas) nela contida. O BIOS é contem 2 progra-
Praticamente, tudo fica conectado à placa-mãe de alguma ma- mas: POST (Power On Self Test) e SETUP para teste do sistema
neira, seja por cabos ou por meio de barramentos. e configuração dos parâmetros de inicialização, respectivamente, e
A placa mãe é desenvolvida para atender às características de funções básicas para manipulação do hardware utilizadas pelo
especificas de famílias de processadores, incluindo até a possibi- Sistema Operacional.
lidade de uso de processadores ainda não lançados, mas que apre- Quando inicializamos o sistema, um programa chamado POST
sentem as mesmas características previstas na placa. conta a memória disponível, identifica dispositivos plug-and-play e
A placa mãe é determinante quanto aos componentes que po- realiza uma checagem geral dos componentes instalados, verifican-
dem ser utilizados no micro e sobre as possibilidades de upgrade, do se existe algo de errado com algum componente. Após o término
influenciando diretamente na performance do micro. desses testes, é emitido um relatório com várias informações sobre
o hardware instalado no micro. Este relatório é uma maneira fácil e
Diversos componentes integram a placa-mãe, como: rápida de verificar a configuração de um computador. Para paralisar
• Chipset a imagem tempo suficiente para conseguir ler as informações, basta
Denomina-se chipset os circuitos de apoio ao microcomputa- pressionar a tecla “pause/break” do teclado.
dor que gerenciam praticamente todo o funcionamento da placa- Caso seja constatado algum problema durante o POST, serão
mãe (controle de memória cache, DRAM, controle do buffer de emitidos sinais sonoros indicando o tipo de erro encontrado. Por isso,
dados, interface com a CPU, etc.). é fundamental a existência de um alto-falante conectado à placa mãe.
O chipset é composto internamente de vários outros pequenos Atualmente algumas motherboards já utilizam chips de memó-
chips, um para cada função que ele executa. Há um chip controlador ria com tecnologia flash. Memórias que podem ser atualizadas por
das interfaces IDE, outro controlador das memórias, etc. Existem software e também não perdem seus dados quando o computador é
diversos modelos de chipsets, cada um com recursos bem diferentes. desligado, sem necessidade de alimentação permanente.
Devido à complexidade das motherboards, da sofisticação dos As BIOS mais conhecidas são: AMI, Award e Phoenix. 50%
sistemas operacionais e do crescente aumento do clock, o chipset é dos micros utilizam BIOS AMI.
o conjunto de CIs (circuitos integrados) mais importante do micro-
computador. Fazendo uma analogia com uma orquestra, enquanto • Memória CMOS
o processador é o maestro, o chipset seria o resto!
CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor) é uma
• BIOS memória formada por circuitos integrados de baixíssimo consumo
de energia, onde ficam armazenadas as informações do sistema (se-
O BIOS (Basic Input Output System), ou sistema básico de tup), acessados no momento do BOOT. Estes dados são atribuídos
entrada e saída, é a primeira camada de software do micro, um pe- na montagem do microcomputador refletindo sua configuração (tipo
queno programa que tem a função de “iniciar” o microcomputador. de winchester, números e tipo de drives, data e hora, configurações
Durante o processo de inicialização, o BIOS é o responsável pelo gerais, velocidade de memória, etc.) permanecendo armazenados na
reconhecimento dos componentes de hardware instalados, dar o CMOS enquanto houver alimentação da bateria interna. Algumas
boot, e prover informações básicas para o funcionamento do sis- alterações no hardware (troca e/ou inclusão de novos componentes)
tema. podem implicar na alteração de alguns desses parâmetros.
O BIOS é a camada (vide diagrama 1.1) que viabiliza a uti- Muitos desses itens estão diretamente relacionados com o pro-
lização de Sistemas Operacionais diferentes (Linux, Unix, Hurd, cessador e seu chipset e portanto é recomendável usar os valores
BSD, Windows, etc.) no microcomputador. É no BIOS que estão default sugerido pelo fabricante da BIOS. Mudanças nesses parâ-
descritos os elementos necessários para operacionalizar o Hardwa- metros pode ocasionar o travamento da máquina, intermitência na
re, possibilitando aos diversos S.O. acesso aos recursos independe operação, mau funcionamento dos drives e até perda de dados do
de suas características específicas. HD.

Didatismo e Conhecimento 3
INFORMÁTICA
• Slots para módulos de memória Assim como a velocidade de clock, a arquitetura interna de
Na época dos micros XT e 286, os chips de memória eram en- um microprocessador tem influência na sua performance. Dessa
caixados (ou até soldados) diretamente na placa mãe, um a um. O forma, 2 CPUs com a mesma velocidade de clock não necessa-
agrupamento dos chips de memória em módulos (pentes), inicial- riamente trabalham igualmente. Enquanto um processador Intel
mente de 30 vias, e depois com 72 e 168 vias, permitiu maior ver- 80286 requer 20 ciclos para multiplicar 2 números, um Intel 80486
satilidade na composição dos bancos de memória de acordo com as (ou superior) pode fazer o mesmo cálculo em um simples ciclo.
necessidades das aplicações e dos recursos financeiros disponíveis. Por essa razão, estes novos processadores poderiam ser 20 vezes
Durante o período de transição para uma nova tecnologia é mais rápido que os antigos mesmo se a velocidade de clock fosse a
comum encontrar placas mãe com slots para mais de um modelo. mesma. Além disso, alguns microprocessadores são superescalar,
Atualmente as placas estão sendo produzidas apenas com módulos o que significa que eles podem executar mais de uma instrução
de 168 vias, mas algumas comportam memórias de mais de um por ciclo.
tipo (não simultaneamente): SDRAM, Rambus ou DDR-SDRAM. Como as CPUs, os barramentos de expansão também têm a
• Clock sua velocidade de clock. Seria ideal que as velocidades de clock da
Relógio interno baseado num cristal de Quartzo que gera um CPU e dos barramentos fossem a mesma para que um componente
pulso elétrico. A função do clock é sincronizar todos os circuitos não deixe o outro mais lento. Na prática, a velocidade de clock dos
da placa mãe e também os circuitos internos do processador para barramentos é mais lenta que a velocidade da CPU.
que o sistema trabalhe harmonicamente. • Overclock
Estes pulsos elétricos em intervalos regulares são medidos Overclock é o aumento da frequência do processador para que
pela sua frequência cuja unidade é dada em hertz (Hz). 1 MHz é ele trabalhe mais rapidamente.
igual a 1 milhão de ciclos por segundo. Normalmente os proces- A frequência de operação dos computadores domésticos é de-
sadores são referenciados pelo clock ou frequência de operação: terminada por dois fatores:
Pentium IV 2.8 MHz. • A velocidade de operação da placa-mãe, conhecida também
como velocidade de barramento, que nos computadores Pentium
PROCESSADOR pode ser de 50, 60 e 66 MHz.
• Um multiplicador de clock, criado a partir dos 486 que
permite ao processador trabalhar internamente a uma velocidade
maior que a da placa-mãe. Vale lembrar que os outros periféricos
do computador (memória RAM, cache L2, placa de vídeo, etc.)
continuam trabalhando na velocidade de barramento.
Como exemplo, um computador Pentium 166 trabalha com
velocidade de barramento de 66 MHz e multiplicador de 2,5x. Fa-
zendo o cálculo, 66 x 2,5 = 166, ou seja, o processador trabalha a
166 MHz, mas se comunica com os demais componentes do micro
a 66 MHz.
Tendo um processador Pentium 166 (como o do exemplo aci-
ma), pode-se fazê-lo trabalhar a 200 MHz, simplesmente aumen-
tando o multiplicador de clock de 2,5x para 3x. Caso a placa-mãe
permita, pode-se usar um barramento de 75 ou até mesmo 83 MHz
O microprocessador, também conhecido como processador, (algumas placas mais modernas suportam essa velocidade de bar-
consiste num circuito integrado construído para realizar cálculos ramento). Neste caso, mantendo o multiplicador de clock de 2,5x,
e operações. Ele é a parte principal do computador, mas está longe o Pentium 166 poderia trabalhar a 187 MHz (2,5 x 75) ou a 208
de ser uma máquina completa por si só: para interagir com o usuá- MHz (2,5 x 83). As frequências de barramento e do multiplicador
rio é necessário memória, dispositivos de entrada e saída, conver- podem ser alteradas simplesmente através de jumpers de configu-
sores de sinais, entre outros. ração da placa-mãe, o que torna indispensável o manual da mesma.
É o processador quem determina a velocidade de processa- O aumento da velocidade de barramento da placa-mãe pode criar
mento dos dados na máquina. Os primeiros modelos comerciais problemas caso algum periférico (como memória RAM, cache L2,
começaram a surgir no início dos anos 80. etc.) não suporte essa velocidade.
• Clock Speed ou Clock Rate Quando se faz um overclock, o processador passa a trabalhar
É a velocidade pela qual um microprocessador executa instru- a uma velocidade maior do que ele foi projetado, fazendo com que
ções. Quanto mais rápido o clock, mais instruções uma CPU pode haja um maior aquecimento do mesmo. Com isto, reduz-se a vida
executar por segundo. útil do processador de cerca de 20 para 10 anos (o que não chega
Usualmente, a taxa de clock é uma característica fixa do pro- a ser um problema já que os processadores rapidamente se tornam
cessador. Porém, alguns computadores têm uma “chave” que per- obsoletos). Esse aquecimento excessivo pode causar também fre-
mite 2 ou mais diferentes velocidades de clock. Isto é útil porque quentes “crashes” (travamento) do sistema operacional durante o
programas desenvolvidos para trabalhar em uma máquina com alta seu uso, obrigando o usuário a reiniciar a máquina.
velocidade de clock podem não trabalhar corretamente em uma Ao fazer o overclock, é indispensável a utilização de um coo-
máquina com velocidade de clock mais lenta, e vice versa. Além ler (ventilador que fica sobre o processador para reduzir seu aque-
disso, alguns componentes de expansão podem não ser capazes de cimento) de qualidade e, em alguns casos, uma pasta térmica espe-
trabalhar a alta velocidade de clock. cial que é passada diretamente sobre a superfície do processador.

Didatismo e Conhecimento 4
INFORMÁTICA
Atualmente fala-se muito em CORE, seja dual, duo ou quad, FONTE DE ENERGIA
essa denominação refere-se na verdade ao núcleo do processador,
onde fica a ULA (Unidade Aritmética e Lógica). Nos modelos
DUAL ou DUO, esse núcleo é duplicado, o que proporciona uma
execução de duas instruções efetivamente ao mesmo tempo, em-
bora isto não aconteça o tempo todo. Basta uma instrução precisar
de um dado gerado por sua “concorrente” que a execução paralela
torna-se inviável, tendo uma instrução que esperar pelo término
da outra. Os modelos QUAD CORE possuem o núcleo quadru-
plicado.
Esses são os processadores fabricados pela INTEL, empresa
que foi pioneira nesse tipo de produto. Temos também alguns con-
correntes famosos dessa marca, tais como NEC, Cyrix e AMD; É um aparelho que transforma a corrente de eletricidade alter-
sendo que atualmente apenas essa última marca mantém-se fazen- nada (que vem da rua), em corrente contínua, para ser usada nos
do frente aos lançamentos da INTEL no mercado. Por exemplo, computadores. Sua função é alimentar todas as partes do com-
um modelo muito popular de 386 foi o de 40 MHz, que nunca putador com energia elétrica apropriada para seu funcionamento.
foi feito pela INTEL, cujo 386 mais veloz era de 33 MHz, esse Fica ligada à placa-mãe e aos outros dispositivos por meio de
processador foi obra da AMD. Desde o lançamento da linha Pen- cabos coloridos com conectores nas pontas.
tium, a AMD foi obrigada a criar também novas denominações
para seus processadores, sendo lançados modelos como K5, K6-2, CABOS
K7, Duron (fazendo concorrência direta à ideia do Celeron) e os
mais atuais como: Athlon, Turion, Opteron e Phenom.

MEMÓRIAS

Podemos encontrar diferentes tipos de cabos dentro do gabi-


nete: podem ser de energia ou de dados e conectam dispositivos,
como discos rígidos, drives de CDs e DVDs, LEDs (luzes), botão
liga/desliga, entre outros, à placa-mãe.
Os tipos de cabos encontrados dentro do PC são: IDE, SATA,
SATA2, energia e som.

DRIVERS
Vamos chamar de memória o que muitos autores denominam
memória primária, que é a memória interna do computador, sem a
qual ele não funciona.
A memória é formada, geralmente, por chips e é utilizada para
guardar a informação para o processador num determinado mo-
mento, por exemplo, quando um programa está sendo executado.
As memórias ROM (Read Only Memory - Memória Somen-
te de Leitura) e RAM (Random Access Memory - Memória de
Acesso Randômico) ficam localizadas junto à placa-mãe. A ROM
são chips soldados à placa-mãe, enquanto a RAM são “pentes” de
memória.

São dispositivos de suporte para mídias - fixas ou removíveis


- de armazenamento de dados, nos quais a informação é gravada
por meio digital, ótico, magnético ou mecânico.
Hoje, os tipos mais comuns são o disco rígido ou HD, os
drives de CD/DVD e o pen drive. Os computadores mais antigos
ainda apresentam drives de disquetes, que são bem pouco usados
devido à baixa capacidade de armazenamento. Todos os drives
são ligados ao computador por meio de cabos.

Didatismo e Conhecimento 5
INFORMÁTICA
PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA É um tipo de PROM que pode ser apagada simplesmente com
uma carga elétrica, podendo ser, posteriormente, gravada com no-
vos dados. Depois da NVRAM é o tipo de memória ROM mais
utilizado atualmente.

• Non-Volatile Random Access Memory (Nvram)

Também conhecida como flash RAM ou memória flash, a


NVRAM é um tipo de memória RAM que não perde os dados
quando desligada. Este tipo de memória é o mais usado atualmen-
te para armazenar os dados da BIOS, não só da placa-mãe, mas
de vários outros dispositivos, como modems, gravadores de CD
-ROM etc.
É justamente o fato do BIOS da placa-mãe ser gravado em
São as portas do computador nas quais se conectam todos memória flash que permite realizarmos upgrades de BIOS. Na
os periféricos. São utilizadas para entrada e saída de dados. Os verdade essa não é exatamente uma memória ROM, já que pode
computadores de hoje apresentam normalmente as portas USB, ser reescrita, mas a substitui com vantagens.
VGA, FireWire, HDMI, Ethernet e Modem.
• Programmable Read-Only Memory (Prom)
Veja alguns exemplos de dispositivos ligados ao computador É um tipo de memória ROM, fabricada em branco, sendo pro-
por meio dessas Portas: modem, monitor, pen drive, HD externo, gramada posteriormente. Uma vez gravados os dados, eles não
scanner, impressora, microfone, Caixas de som, mouse, teclado podem ser alterados. Este tipo de memória é usado em vários dis-
etc. positivos, assim como em placas-mãe antigas.

Obs.: são dignas de citação portas ainda bastante usadas, Memoria RAM
como as portas paralelas (impressoras e scanners) e as portas
PS/2(mouses e teclados).

MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS
DE ARMAZENAMENTO

Memórias

Memória ROM

Random Access Memory (RAM) - Memória de acesso alea-


tório onde são armazenados dados em tempo de processamento,
isto é, enquanto o computador está ligado e, também, todas as in-
formações que estiverem sendo executadas, pois essa memória é
mantida por pulsos elétricos. Todo conteúdo dela é apagado ao
desligar-se a máquina, por isso é chamada também de volátil.
O módulo de memória é um componente adicionado à placa-
mãe. É composto de uma série de pequenos circuitos integrados,
No microcomputador também se encontram as memórias de- chamados chip de RAM. A memória pode ser aumentada, de acor-
finidas como dispositivos eletrônicos responsáveis pelo armaze- do com o tipo de equipamento ou das necessidades do usuário. O
namento de informações e instruções utilizadas pelo computador. local onde os chips de memória são instalados chama-se SLOT de
memória.
Read Only Memory (ROM) é um tipo de memória em que A memória ganhou melhor desempenho com versões mais po-
os dados não se perdem quando o computador é desligado. Este derosas, como DRAM (Dynamic RAM - RAM dinâmica), EDO
tipo de memória é ideal para guardar dados da BIOS (Basic Input/ (Extended Data Out - Saída Estendida Dados), entre outras, que
Output System - Sistema Básico de Entrada/Saída) da placa-mãe proporcionam um aumento no desempenho de 10% a 30% em
e outros dispositivos. comparação à RAM tradicional. Hoje, as memórias mais utilizadas
são do tipo DDR2 e DDR3.
Os tipos de ROM usados atualmente são:

• Electrically-Erasable Programmable Read-Only Me-


mory (Eeprom)

Didatismo e Conhecimento 6
INFORMÁTICA
Memória Cache HD Externo

A memória cache é um tipo de memória de acesso rápido uti- Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta capa-
lizada, exclusivamente, para armazenamento de dados que prova- cidade de armazenamento, chegando facilmente à casa dos Te-
velmente serão usados novamente. rabytes. Eles, normalmente, funcionam a partir de qualquer
Quando executamos algum programa, por exemplo, parte das entrada USB do computador.
instruções fica guardada nesta memória para que, caso posterior-
mente seja necessário abrir o programa novamente, sua execução As grandes vantagens destes dispositivos são:
seja mais rápida. • Alta capacidade de armazenamento;
Atualmente, a memória cache já é estendida a outros dispo- • Facilidade de instalação;
sitivos, a fim de acelerar o processo de acesso aos dados. Os pro- • Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qualquer lu-
cessadores e os HDs, por exemplo, já utilizam este tipo de arma- gar sem necessidade de abrir o computador.
zenamento.
CD, CD-R e CD-RW
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO
O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década de
Disco Rígido (HD) 80 e é hoje um dos meios mais populares de armazenar dados
digitalmente.
Sua composição é geralmente formada por quatro camadas:
• Uma camada de policarbonato (espécie de plástico),
onde ficam armazenados os dados
• Uma camada refletiva metálica, com a finalidade de
refletir o laser
• Uma camada de acrílico, para proteger os dados
• Uma camada superficial, onde são impressos os rótulos

Na camada de gravação existe uma grande espiral que tem


um relevo de partes planas e partes baixas que representam os
bits. Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a informação.
Temos hoje, no mercado, três tipos principais de CDs:

1. CD comercial
(que já vem gravado com música ou dados)

2. CD-R
(que vem vazio e pode ser gravado uma única vez)
O disco rígido é popularmente conhecido como HD (Hard
Disk Drive - HDD) e é comum ser chamado, também, de memó- 3. CD-RW
ria, mas ao contrário da memória RAM, quando o computador é (que pode ter seus dados apagados e regravados)
desligado, não perde as informações. Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca de
O disco rígido é, na verdade, o único dispositivo para armaze- 700 MB ou 80 minutos de música.
namento de informações indispensável ao funcionamento do com-
putador. É nele que ficam guardados todos os dados e arquivos,
incluindo o sistema operacional. Geralmente é ligado à placa-mãe
por meio de um cabo, que pode ser padrão IDE, SATA ou SATA2.

Didatismo e Conhecimento 7
INFORMÁTICA
DVD, DVD-R e DVD-RW Cartão de Memória

O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é


hoje o formato mais comum para armazenamento de vídeo di-
gital. Foi inventado no final dos anos 90, mas só se popularizou
depois do ano 2000. Assim como o CD, é composto por quatro
camadas, com a diferença de que o feixe de laser que lê e grava
as informações é menor, possibilitando uma espiral maior no
disco, o que proporciona maior capacidade de armazenamento.
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo R
de gravação única e RW que possibilita a regravação de dados.
A capacidade dos DVDs é de 120 minutos de vídeo ou 4,7 GB
de dados, existindo ainda um tipo de DVD chamado Dual La- Assim como o pen drive, o cartão de memória é um tipo de
yer, que contém duas camadas de gravação, cuja capacidade de dispositivo de armazenamento de dados com memória flash, muito
armazenamento chega a 8,5 GB. encontrado em máquinas fotográficas digitais e aparelhos celulares
Blu-Ray smartphones.
Nas máquinas digitais registra as imagens capturadas e nos
O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia en- telefones é utilizado para armazenar vídeos, fotos, ringtones, en-
tre 25 e 50 GB. O de maior capacidade contém duas camadas dereços, números de telefone etc.
de gravação. O cartão de memória funciona, basicamente, como o pen dri-
Seu processo de fabricação segue os padrões do CD e DVD ve, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparente no dispositivo
comuns, com a diferença de que o feixe de laser usado para leitu- e é bem mais compacto.
ra é ainda menor que o do DVD, o que possibilita armazenagem Os formatos mais conhecidos são:
maior de dados no disco. • Memory Stick Duo
O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do leitor ótico • SD (Secure Digital Card)
que, na verdade, para o olho humano, apresenta uma cor violeta • Mini SD
azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi retirado do nome por • Micro SD
fins jurídicos, já que muitos países não permitem que se registre
comercialmente uma palavra comum. O Blu-Ray foi introduzido OS PERIFÉRICOS
no mercado no ano de 2006.
Os periféricos são partes extremamente importantes dos com-
Pen Drive putadores. São eles que, muitas vezes, definem sua aplicação.

Entrada

São dispositivos que possuem a função de inserir dados ao


computador, por exemplo: teclado, scanner, caneta óptica, leitor
de código de barras, mesa digitalizadora, mouse, microfone, joys-
tick, CD-ROM, DVD-ROM, câmera fotográfica digital, câmera de
vídeo, webcam etc.

É um dispositivo de armazenamento de dados em memória Mouse


flash e conecta-se ao computador por uma porta USB. Ele com-
bina diversas tecnologias antigas com baixo custo, baixo consumo
de energia e tamanho reduzido, graças aos avanços nos micro-
processadores. Funciona, basicamente, como um HD externo e
quando conectado ao computador pode ser visualizado como um
drive. O pen drive também é conhecido como thumbdrive (por ter
o tamanho aproximado de um dedo polegar - thumb), flashdrive
(por usar uma memória flash) ou, ainda, disco removível.
Ele tem a mesma função dos antigos disquetes e dos CDs, ou É utilizado para selecionar operações dentro de uma tela apre-
seja, armazenar dados para serem transportados, porém, com uma sentada. Seu movimento controla a posição do cursor na tela e
capacidade maior, chegando a 256 GB. apenas clicando (pressionando) um dos botões sobre o que você
precisa, rapidamente a operação estará definida.
O mouse surgiu com o ambiente gráfico das famílias Macin-
tosh e Windows, tornando-se indispensável para a utilização do
microcomputador.

Didatismo e Conhecimento 8
INFORMÁTICA
Touchpad O formato de arquivo padrão para armazenar as fotos é o
JPEG (.jpg) e elas podem ser transferidas ao computador por meio
de um cabo ou, nos computadores mais modernos, colocando-se o
cartão de memória diretamente no leitor.

Câmeras de Vídeo

Existem alguns modelos diferentes de mouse para notebooks,


como o touchpad, que é um item de fábrica na maioria deles. As câmeras de vídeo, além de utilizadas no lazer, são também
É uma pequena superfície sensível ao toque e tem a mesma aplicadas no trabalho de multimídia. As câmeras de vídeo digitais
funcionalidade do mouse. Para movimentar o cursor na tela, pas- ligam-se ao microcomputador por meio de cabos de conexão e per-
sa-se o dedo levemente sobre a área do touchpad. mitem levar a ele as imagens em movimento e alterá-las utilizando
um programa de edição de imagens. Existe, ainda, a possibilidade
Teclado de transmitir as imagens por meio de placas de captura de vídeo,
que podem funcionar interna ou externamente no computador.

É o periférico mais conhecido e utilizado para entrada de da-


dos no computador.
Acompanha o PC desde suas primeiras versões e foi pouco
alterado. Possui teclas representando letras, números e símbolos,
bem como teclas com funções específicas (F1... F12, ESC etc.).

Câmera Digital

Scanner

Câmera fotográfica moderna que não usa mais filmes foto-


gráficos. As imagens são capturadas e gravadas numa memória
interna ou, ainda, mais comumente, em cartões de memória.

Didatismo e Conhecimento 9
INFORMÁTICA
É um dispositivo utilizado para interpretar e enviar à me- Monitor
mória do computador uma imagem desenhada, pintada ou foto-
grafada. Ele é formado por minúsculos sensores fotoelétricos, É um dispositivo físico (semelhante a uma televisão) que tem
geralmente distribuídos de forma linear. Cada linha da imagem a função de exibir a saída de dados.
é percorrida por um feixe de luz. Ao mesmo tempo, os sensores A qualidade do que é mostrado na tela depende da resolução
varrem (percorrem) esse espaço e armazenam a quantidade de do monitor, designada pelos pontos (pixels - Picture Elements),
luz refletida por cada um dos pontos da linha. que podem ser representados na sua superfície.
A princípio, essas informações são convertidas em cargas Todas as imagens que você vê na tela são compostas de cen-
elétricas que, depois, ainda no scanner, são transformadas em tenas (ou milhares) de pontos gráficos (ou pixels). Quanto mais
valores numéricos. O computador decodifica esses números, ar- pixels, maior a resolução e mais detalhada será a imagem na tela.
mazena-os e pode transformá-los novamente em imagem. Após Uma resolução de 640 x 480 significa 640 pixels por linha e 480
a imagem ser convertida para a tela, pode ser gravada e impressa linhas na tela, resultando em 307.200 pixels.
como qualquer outro arquivo. A placa gráfica permite que as informações saiam do compu-
Existem scanners que funcionam apenas em preto e branco tador e sejam apresentadas no monitor. A placa determina quantas
e outros, que reproduzem cores. No primeiro caso, os sensores cores você verá e qual a qualidade dos gráficos e imagens apre-
passam apenas uma vez por cada ponto da imagem. Os aparelhos sentadas.
de fax possuem um scanner desse tipo para captar o documento. Os primeiros monitores eram monocromáticos, ou seja, apre-
Para capturar as cores é preciso varrer a imagem três vezes: uma sentavam apenas uma cor e suas tonalidades, mostrando os textos
registra o verde, outra o vermelho e outra o azul. em branco ou verde sobre um fundo preto. Depois, surgiram os
Há aparelhos que produzem imagens com maior ou menor policromáticos, trabalhando com várias cores e suas tonalidades.
definição. Isso é determinado pelo número de pontos por polega- A tecnologia utilizada nos monitores também tem acompa-
da (ppp) que os sensores fotoelétricos podem ler. As capacidades nhado o mercado de informática. Procurou-se reduzir o consumo
variam de 300 a 4800 ppp. Alguns modelos contam, ainda, com de energia e a emissão de radiação eletromagnética. Outras ino-
softwares de reconhecimento de escrita, denominados OCR. vações, como controles digitais, tela plana e recursos multimídia
Hoje em dia, existem diversos tipos de utilização para os
contribuíram nas mudanças.
scanners, que podem ser encontrados até nos caixas de supermer-
Nos desktops mais antigos, utilizava-se a Catodic Rays Tube
cados, para ler os códigos de barras dos produtos vendidos.
(CRT), que usava o tubo de cinescópio (o mesmo princípio da TV),
em que um canhão dispara por trás o feixe de luz e a imagem é
Webcam
mostrada no vídeo. Uma grande evolução foi o surgimento de
uma tela especial, a Liquid Crystal Display (LCD) - Tela de Cristal
Líquido.
A tecnologia LCD troca o tubo de cinescópio por minúsculos
cristais líquidos na formação dos feixes de luz até a montagem dos
pixels. Com este recurso, pode-se aumentar a área útil da tela.
Os monitores LCD permitem qualidade na visibilidade da
imagem - dependendo do tipo de tela ― que pode ser:
• Matriz ativa: maior contraste, nitidez e amplo campo de
visão
• Matriz passiva: menor tempo de resposta nos movimen-
tos de vídeo
É uma câmera de vídeo que capta imagens e as transfere ins- Além do CRT e do LCD, uma nova tecnologia esta ganhando
tantaneamente para o computador. A maioria delas não tem alta força no mercado, o LED. A principal diferença entre LED x LCD
resolução, já que as imagens têm a finalidade de serem transmi- está diretamente ligado à tela. Em vez de células de cristal líquido,
tidas a outro computador via Internet, ou seja, não podem gerar os LED possuem diodos emissores de luz (Light Emitting Diode)
um arquivo muito grande, para que possam ser transmitidas mais que fornecem o conjunto de luzes básicas (verde, vermelho e azul).
rapidamente. Eles não aquecem para emitir luz e não precisam de uma luz bran-
Hoje, muitos sites e programas possuem chats (bate-papo) ca por trás, o que permite iluminar apenas os pontos necessários na
com suporte para webcam. Os participantes podem conversar e tela. Como resultado, ele consume até 40% menos energia.
visualizar a imagem um do outro enquanto conversam. Nos lap- A definição de cores também é superior, principalmente do
tops e notebooks mais modernos, a câmera já vem integrada ao preto, que possui fidelidade não encontrada em nenhuma das de-
computador. mais tecnologias disponíveis no mercado.
Sem todo o aparato que o LCD precisa por trás, o LED tam-
Saída bém pode ser mais fina, podendo chegar a apenas uma polegada de
espessura. Isso resultado num monitor de design mais agradável e
São dispositivos utilizados para saída de dados do computa- bem mais leve.
dor, por exemplo: monitor, impressora, projetor, caixa de som etc. Ainda é possível encontrar monitores CRT (que usavam o
tubo de cinescópio), mas os fabricantes, no entanto, não deram
continuidade à produção dos equipamentos com tubo de imagem.

Didatismo e Conhecimento 10
INFORMÁTICA
Os primeiros monitores tinham um tamanho de, geralmente, Plotters
13 ou 14 polegadas. Com profissionais trabalhando com imagens,
cores, movimentos e animações multimídia, sentiu-se a necessida-
de de produzir telas maiores.
Hoje, os monitores são vendidos nos mais diferentes formatos
e tamanhos. As televisões mais modernas apresentam uma entrada
VGA ou HDMI, para que computadores sejam conectados a elas.

Impressora Jato de Tinta

Outro dispositivo utilizado para impressão é a plotter, que


é uma impressora destinada a imprimir desenhos em grandes dimen-
sões, com elevada qualidade e rigor, como plantas arquitetônicas,
mapas cartográficos, projetos de engenharia e grafismo, ou seja, a im-
Atualmente, as impressoras a jato de tinta ou inkjet (como pressora plotter é destinada às artes gráficas, editoração eletrônica e
também são chamadas), são as mais populares do mercado. Si- áreas de CAD/CAM.
lenciosas, elas oferecem qualidade de impressão e eficiência. Vários modelos de impressora plotter têm resolução de 300 dpi,
A impressora jato de tinta forma imagens lançando a tinta direta- mas alguns podem chegar a 1.200 pontos por polegada, permitindo
mente sobre o papel, produzindo os caracteres como se fossem contí- imprimir, aproximadamente, 20 páginas por minuto (no padrão de pa-
pel utilizado em impressoras a laser).
nuos. Imprime sobre papéis especiais e transparências e são bastante
Existe a plotter que imprime materiais coloridos com largura de
versáteis. Possuem fontes (tipos de letras) internas e aceitam fontes
até três metros (são usadas em empresas que imprimem grandes volu-
via software. Também preparam documentos em preto e branco e pos-
mes e utilizam vários formatos de papel).
suem cartuchos de tinta independentes, um preto e outro colorido.
Projetor
Impressora Laser
É um equipamento muito utilizado em apresentações multimídia.
Antigamente, as informações de uma apresentação eram im-
pressas em transparências e ampliadas num retroprojetor, mas, com
o avanço tecnológico, os projetores têm auxiliado muito nesta área.
Quando conectados ao computador, esses equipamentos repro-
duzem o que está na tela do computador em dimensões ampliadas,
para que várias pessoas vejam ao mesmo tempo.

Entrada/Saída
São dispositivos que possuem tanto a função de inserir dados,
quanto servir de saída de dados. Exemplos: pen drive, modem, CD-RW,
DVD-RW, tela sensível ao toque, impressora multifuncional, etc.
As impressoras a laser apresentam elevada qualidade de im- IMPORTANTE: A impressora multifuncional pode ser classifi-
pressão, aliada a uma velocidade muito superior. Utilizam folhas cada como periférico de Entrada/Saída, pois sua principal característi-
avulsas e são bastante silenciosas. ca é a de realizar os papeis de impressora (Saída) e scanner (Entrada)
Possuem fontes internas e também aceitam fontes via soft- no mesmo dispositivo.
ware (dependendo da quantidade de memória). Algumas pos-
suem um recurso que ajusta automaticamente as configurações BARRAMENTOS – CONCEITOS GERAIS
de cor, eliminando a falta de precisão na impressão colorida, po-
dendo atingir uma resolução de 1.200 dpi (dots per inch - pontos Os barramentos, conhecidos como BUS em inglês, são conjun-
por polegada). tos de fios que normalmente estão presentes em todas as placas do
computador.
Impressora a Cera Na verdade existe barramento em todas as placas de produtos
eletrônicos, porém em outros aparelhos os técnicos referem-se aos
Categoria de impressora criada para ter cor no impresso com barramentos simplesmente como o “impresso da placa”.
qualidade de laser, porém o custo elevado de manutenção aliado Barramento é um conjunto de 50 a 100 fios que fazem a comu-
ao surgimento da laser colorida fizeram essa tecnologia ser es- nicação entre todos os dispositivos do computador: UCP, memória,
quecida. A ideia aqui é usar uma sublimação de cera (aquela do dispositivos de entrada e saída e outros. Os sinais típicos encontrados
lápis de cera) para fazer impressão. no barramento são: dados, clock, endereços e controle.

Didatismo e Conhecimento 11
INFORMÁTICA
Os dados trafegam por motivos claros de necessidade de serem ISA – Industry Standard Architeture
levados às mais diversas porções do computador.
Os endereços estão presentes para indicar a localização para onde
os dados vão ou vêm.
O clock trafega nos barramentos conhecidos como síncronos,
pois os dispositivos são obrigados a seguir uma sincronia de tempo
para se comunicarem.
O controle existe para informar aos dispositivos envolvidos na
transmissão do barramento se a operação em curso é de escrita, lei-
tura, reset ou outra qualquer. Alguns sinais de controle são bastante
comuns:
• Memory Write - Causa a escrita de dados do barramento de
dados no endereço especificado no barramento de endereços.
• Memory Read - Causa dados de um dado endereço especificado Foi lançado em 1984 pela IBM para suportar o novo PC-AT.
pelo barramento de endereço a ser posto no barramento de dados. Tornou-se, de imediato, o padrão de todos os PC-compatíveis. Era
• I/O Write - Causa dados no barramento de dados serem envia- um barramento único para todos os componentes do computador,
dos para uma porta de saída (dispositivo de I/O). operando com largura de 16 bits e com clock de 8 MHz.
• I/O Read - Causa a leitura de dados de um dispositivo de I/O, os
quais serão colocados no barramento de dados. PCI – Peripheral Components Interconnect
• Bus request - Indica que um módulo pede controle do barra-
mento do sistema.
• Reset - Inicializa todos os módulos

Todo barramento é implementado seguindo um conjunto de re-


gras de comunicação entre dispositivos conhecido como BUS STAN-
DARD, ou simplesmente PROTOCOLO DE BARRAMENTO, que
vem a ser um padrão que qualquer dispositivo que queira ser com-
patível com este barramento deva compreender e respeitar. Mas um
ponto sempre é certeza: todo dispositivo deve ser único no acesso ao
barramento, porque os dados trafegam por toda a extensão da placa-
mãe ou de qualquer outra placa e uma mistura de dados seria o caos
para o funcionamento do computador.

Os barramentos têm como principais vantagens o fato de ser o


mesmo conjunto de fios que é usado para todos os periféricos, o que
barateia o projeto do computador. Outro ponto positivo é a versatilida-
de, tendo em vista que toda placa sempre tem alguns slots livres para a PCI é um barramento síncrono de alta performance, indicado
conexão de novas placas que expandem as possibilidades do sistema. como mecanismo entre controladores altamente integrados, plug-in
A grande desvantagem dessa idéia é o surgimento de engarrafa- placas, sistemas de processadores/memória.
mentos pelo uso da mesma via por muitos periféricos, o que vem a Foi o primeiro barramento a incorporar o conceito plug-and
prejudicar a vazão de dados (troughput). -play.
Dispositivos conectados ao barramento Seu lançamento foi em 1993, em conjunto com o processador
PENTIUM da Intel. Assim o novo processador realmente foi revo-
• Ativos ou Mestres - dispositivos que comandam o acesso ao lucionário, pois chegou com uma série de inovações e um novo bar-
barramento para leitura ou escrita de dados ramento. O PCI foi definido com o objetivo primário de estabelecer
• Passivos ou Escravos - dispositivos que simplesmente obede- um padrão da indústria e uma arquitetura de barramento que ofereça
cem à requisição do mestre. baixo custo e permita diferenciações na implementação.
Exemplo:
- CPU ordena que o controlador de disco leia ou escreva um blo- Componente PCI ou PCI master
co de dados. Funciona como uma ponte entre processador e barramento PCI,
A CPU é o mestre e o controlador de disco é o escravo. no qual dispositivos add-in com interface PCI estão conectados.

Barramentos Comerciais - Add-in cards interface


Possuem dispositivos que usam o protocolo PCI. São gerencia-
Serão listados aqui alguns barramentos que foram e alguns que dos pelo PCI master e são totalmente programáveis.
ainda são bastante usados comercialmente.

Didatismo e Conhecimento 12
INFORMÁTICA
AGP – Advanced Graphics Port padrão que proporciona altas taxas de transferência de dados entre
o computador em si e um dispositivo, por exemplo, entre a placa-
mãe e uma placa de vídeo 3D.
A tecnologia PCI Express conta com um recurso que permite
o uso de uma ou mais conexões seriais, também chamados de la-
nes para transferência de dados. Se um determinado dispositivo
usa um caminho, então diz-se que esse utiliza o barramento PCI
Express 1X; se utiliza 4 lanes , sua denominação é PCI Express 4X
e assim por diante. Cada lane pode ser bidirecional, ou seja, recebe
e envia dados. Cada conexão usada no PCI Express trabalha com 8
bits por vez, sendo 4 em cada direção. A freqüência usada é de 2,5
GHz, mas esse valor pode variar. Assim sendo, o PCI Express 1X
consegue trabalhar com taxas de 250 MB por segundo, um valor
bem maior que os 132 MB do padrão PCI. Esse barramento traba-
lha com até 16X, o equivalente a 4000 MB por segundo. A tabela
abaixo mostra os valores das taxas do PCI Express comparadas às
taxas do padrão AGP:
Esse barramento permite que uma placa controladora gráfica AGP PCI Express
AGP substitua a placa gráfica no barramento PCI. O Chip con-
trolador AGP substitui o controlador de E/S do barramento PCI. AGP 1X: 266 MB por PCI Express 1X: 250 MB por
O novo conjunto AGP continua com funções herdadas do PCI. O segundo segundo
conjunto faz a transferência de dados entre memória, o processa- AGP 4X: 1064 MB por PCI Express 2X: 500 MB por
dor e o controlador ISA, tudo, simultaneamente. segundo segundo
Permite acesso direto mais rápido à memória. Pela porta grá- AGP 8X: 2128 MB por PCI Express 8X: 2000 MB por
fica aceleradora, a placa tem acesso direto à RAM, eliminando a segundo segundo
necessidade de uma VRAM (vídeo RAM) na própria placa para
armazenar grandes arquivos de bits como mapas e textura. PCI Express 16X: 4000 MB por
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-mãe que segundo
usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse chipset foi o primei-
ro a ter suporte ao AGP. A principal vantagem desse barramento é É importante frisar que o padrão 1X foi pouco utilizado e,
o uso de uma maior quantidade de memória para armazenamento devido a isso, há empresas que chamam o PC I Express 2X de PCI
de texturas para objetos tridimensionais, além da alta velocidade Express 1X.
no acesso a essas texturas para aplicação na tela. Assim sendo, o padrão PCI Express 1X pode representar tam-
O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que proporcio- bém taxas de transferência de dados de 500 MB por segundo.
na uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além disso, sua taxa A Intel é uma das grandes precursoras de inovações tecnoló-
de transferência chegava a 266 MB por segundo quando operando gicas.
no esquema de velocidade X1, e a 532 MB quando no esquema de No início de 2001, em um evento próprio, a empresa mostrou
velocidade 2X. Existem também as versões 4X, 8X e 16X. Geral- a necessidade de criação de uma tecnologia capaz de substituir o
mente, só se encontra um único slot nas placas-mãe, visto que o padrão PCI: tratava-se do 3GIO (Third Generation I/O – 3ª gera-
AGP só interessa às placas de vídeo. ção de Entrada e Saída). Em agosto desse mesmo ano, um grupo
de empresas chamado de
PCI Express PCI-SIG (composto por companhias como IBM, AMD e Mi-
crosoft) aprovou as primeiras especificações do 3GIO.
Entre os quesitos levantados nessas especificações, estão os
que se seguem: suporte ao barramento PCI, possibilidade de uso
de mais de uma lane, suporte a outros tipos de conexão de plata-
formas, melhor gerenciamento de energia, melhor proteção contra
erros, entre outros.

Esse barramento é fortemente voltado para uso em subsiste-


mas de vídeo.

Interfaces – Barramentos Externos

Os barramentos circulam dentro do computador, cobrem toda


a extensão da placa-mãe e servem para conectar as placas meno-
Na busca de uma solução para algumas limitações dos bar- res especializadas em determinadas tarefas do computador. Mas
ramentos AGP e PCI, a indústria de tecnologia trabalha no barra- os dispositivos periféricos precisam comunicarem-se com a UCP,
mento PCI Express, cujo nome inicial era 3GIO. Trata-se de um para isso, historicamente foram desenvolvidas algumas soluções

Didatismo e Conhecimento 13
INFORMÁTICA
de conexão tais como: serial, paralela, USB e Firewire. Passan- USB – Universal Serial Bus
do ainda por algumas soluções proprietárias, ou seja, que somente
funcionavam com determinado periférico e de determinado fabri- A tecnologia USB surgiu no ano de 1994 e, desde então, foi
cante. passando por várias revisões. As mais populares são as versões
1.1 e 2.0, sendo esta última ainda bastante utilizada. A primeira é
Interface Serial capaz de alcançar, no máximo, taxas de transmissão de 12 Mb/s
Conhecida por seu uso em mouse e modems, esta interface (megabits por segundo), enquanto que a segunda pode oferecer
no passado já conectou até impressoras. Sua característica fun- até 480 Mb/s.
damental é que os bits trafegam em fila, um por vez, isso torna Como se percebe, o USB 2.0 consegue ser bem rápido, afinal,
a comunicação mais lenta, porém o cabo do dispositivo pode ser 480 Mb/s correspondem a cerca de 60 megabytes por segundo. No
mais longo, alguns chegam até a 10 metros de comprimento. Isso entanto, acredite, a evolução da tecnologia acaba fazendo com que
é útil para usar uma barulhenta impressora matricial em uma sala velocidades muito maiores sejam necessárias.
separada daquela onde o trabalho acontece. Não é difícil entender o porquê: o número de conexões à in-
As velocidades de comunicação dessa interface variam de 25 ternet de alta velocidade cresce rapidamente, o que faz com que as
bps até 57.700 bps (modems mais recentes). Na parte externa do pessoas queiram consumir, por exemplo, vídeos, músicas, fotos e
gabinete, essas interfaces são representadas por conectores DB-9 jogos em alta definição. Some a isso ao fato de ser cada vez mais
ou DB-25 machos. comum o surgimento de dispositivos como smartphones e câmeras
digitais que atendem a essas necessidades. A consequência não po-
deria ser outra: grandes volumes de dados nas mãos de um número
cada vez maior de pessoas.
Com suas especificações finais anunciadas em novembro de
2008, o USB 3.0 surgiu para dar conta desta e da demanda que está
por vir. É isso ou é perder espaço para tecnologias como o FireWi-
re ou Thunderbolt, por exemplo. Para isso, o USB 3.0 tem como
principal característica a capacidade de oferecer taxas de transfe-
rência de dados de até 4,8 Gb/s (gigabits por segundo). Mas não
é só isso...

O que é USB 3.0?

Como você viu no tópico acima, o USB 3.0 surgiu porque o


Interface Paralela
padrão precisou evoluir para atender novas necessidades. Mas, no
Criada para ser uma opção ágil em relação à serial, essa inter- que consiste exatamente esta evolução? O que o USB 3.0 tem de
face transmite um byte de cada vez. Devido aos 8 bits em paralelo diferente do USB 2.0? A principal característica você já sabe: a
existe um RISCo de interferência na corrente elétrica dos conduto- velocidade de até 4,8 Gb/s (5 Gb/s, arredondando), que correspon-
res que formam o cabo. Por esse motivo os cabos de comunicação de a cerca de 600 megabytes por segundo, dez vezes mais que a
desta interface são mais curtos, normalmente funcionam muito velocidade do USB 2.0. Nada mal, não?
bem até a distância de 1,5 metro, embora exista no mercado cabos
paralelos de até 3 metros de comprimento. A velocidade de trans-
missão desta porta chega até a 1,2 MB por segundo.
Nos gabinetes dos computadores essa porta é encontrada na
forma de conectores DB-25 fêmeas. Nas impressoras, normalmen-
te, os conectores paralelos são conhecidos como interface centro-
nics.
Símbolo para dispositivos USB 3.0

Mas o USB 3.0 também se destaca pelo fator “alimentação


elétrica”: o USB 2.0 fornece até 500 miliampéres, enquanto que o
novo padrão pode suportar 900 miliampéres. Isso significa que as
portas USB 3.0 podem alimentar dispositivos que consomem mais
energia (como determinados HDs externos, por exemplo, cenário
quase impossível com o USB 2.0).
É claro que o USB 3.0 também possui as características que
fizeram as versões anteriores tão bem aceitas, como Plug and
Play (plugar e usar), possibilidade de conexão de mais de um dis-
positivo na mesma porta, hot-swappable (capacidade de conectar e
desconectar dispositivos sem a necessidade de desligá-los) e com-
patibilidade com dispositivos nos padrões anteriores.

Didatismo e Conhecimento 14
INFORMÁTICA
Conectores USB 3.0 Em relação ao tipo B do padrão USB 2.0, a porta USB 3.0
possui uma área de contatos adicional na parte superior. Isso sig-
Outro aspecto no qual o padrão USB 3.0 difere do 2.0 diz res- nifica que nela podem ser conectados tantos dispositivos USB 2.0
peito ao conector. Os conectores de ambos são bastante parecidos, (que aproveitam só a parte inferior) quanto USB 3.0. No entanto,
mas não são iguais. dispositivos 3.0 não poderão ser conectados em portas B 2.0:

Conector USB 3.0 A

Como você verá mais adiante, os cabos da tecnologia USB


3.0 são compostos por nove fios, enquanto que os cabos USB 2.0
utilizam apenas 4. Isso acontece para que o padrão novo possa
suportar maiores taxas de transmissão de dados. Assim, os conec-
tores do USB 3.0 possuem contatos para estes fios adicionais na
parte do fundo. Caso um dispositivo USB 2.0 seja utilizado, este
usará apenas os contatos da parte frontal do conector. As imagens
a seguir mostram um conector USB 3.0 do tipo A: Conector USB 3.0 B - imagem por USB.org

Micro-USB 3.0

O conector micro-USB, utilizado em smartphones, por exem-


plo, também sofreu modificações: no padrão USB 3.0 - com nome
de micro-USB B -, passou a contar com uma área de contatos adicio-
nal na lateral, o que de certa forma diminui a sua praticidade, mas foi
a solução encontrada para dar conta dos contatos adicionais:

Estrutura interna de um conector USB 3.0 A

Conector micro-USB 3.0 B - imagem por USB.org

Para facilitar a diferenciação, fabricantes estão adotando a cor


azul na parte interna dos conectores USB 3.0 e, algumas vezes,
nos cabos destes. Note, no entanto, que é essa não é uma regra
obrigatória, portanto, é sempre conveniente prestar atenção nas es-
pecificações do produto antes de adquiri-lo.
Conector USB 3.0 A
Sobre o funcionamento do USB 3.0
Você deve ter percebido que é possível conectar dispositivos
USB 2.0 ou 1.1 em portas USB 3.0. Este último é compatível com Como você já sabe, cabos USB 3.0 trabalham com 9 fios, en-
as versões anteriores. Fabricantes também podem fazer dispositi- quanto que o padrão anterior utiliza 4: VBus (VCC), D+, D- e
vos USB 3.0 compatíveis com o padrão 2.0, mas neste caso a ve- GND. O primeiro é o responsável pela alimentação elétrica, o se-
locidade será a deste último. E é claro: se você quer interconectar gundo e o terceiro são utilizados na transmissão de dados, enquan-
dois dispositivos por USB 3.0 e aproveitar a sua alta velocidade, o to que o quarto atua como “fio terra”.
cabo precisa ser deste padrão. No padrão USB 3.0, a necessidade de transmissão de dados em
alta velocidade fez com que, no início, fosse considerado o uso de
Conector USB 3.0 B fibra óptica para este fim, mas tal característica tornaria a tecnologia
cara e de fabricação mais complexa. A solução encontrada para dar
Tal como acontece na versão anterior, o USB 3.0 também con- viabilidade ao padrão foi a adoção de mais fios. Além daqueles uti-
ta com conectores diferenciados para se adequar a determinados lizados no USB 2.0, há também os seguintes: StdA_SSRX- e StdA_
dispositivos. Um deles é o conector do tipo B, utilizado em apare- SSRX+ para recebimento de dados, StdA_SSTX- e StdA_SSTX+
lhos de porte maior, como impressoras ou scanners, por exemplo. para envio, e GND_DRAIN como “fio terra” para o sinal.

Didatismo e Conhecimento 15
INFORMÁTICA
O conector USB 3.0 B pode contar ainda com uma variação Merece destaque ainda o aspecto da alimentação elétrica:
(USB 3.0 B Powered) que utiliza um contato a mais para alimen- o USB 3.1 poderá suportar até de 100 watts na transferência de
tação elétrica e outro associado a este que serve como “fio terra”, energia, indicando que dispositivos mais exigentes poderão ser ali-
permitindo o fornecimento de até 1000 miliampéres a um dispo- mentados por portas do tipo. Monitores de vídeo e HDs externos
sitivo. são exemplos: não seria ótimo ter um único cabo saindo destes
Quanto ao tamanho dos cabos, não há um limite definido, dispositivos?
no entanto, testes efetuados por algumas entidades especialistas A indústria trabalha com a possiblidade de os primeiros equi-
(como a empresa Cable Wholesale) recomendam, no máximo, até pamentos baseados em USB 3.1 começarem a chegar ao mercado
3 metros para total aproveitamento da tecnologia, mas esta medida no final de 2014. Até lá, mais detalhes serão revelados.
pode variar de acordo com as técnicas empregadas na fabricação. Novo conector “tipo C”: uso dos dois lados
No que se refere à transmissão de dados em si, o USB 3.0 faz Em dezembro de 2013, a USB.org anunciou outra novidade
esse trabalho de maneira bidirecional, ou seja, entre dispositivos para a versão 3.1 da tecnologia: um conector chamado (até agora,
conectados, é possível o envio e o recebimento simultâneo de da- pelos menos) de tipo C que permitirá que você conecte um cabo à
dos. No USB 2.0, é possível apenas um tipo de atividade por vez. entrada a partir de qualquer lado.
O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no controle Sabe aquelas situações onde você encaixa um cabo ou pen-
do consumo de energia. Para isso, o host, isto é, a máquina na qual drive de um jeito, nota que o dispositivo não funcionou e somente
os dispositivos são conectados, se comunica com os aparelhos de então percebe que o conectou incorretamente? Com o novo co-
maneira assíncrona, aguardando estes indicarem a necessidade de nector, este problema será coisa do passado: qualquer lado fará o
transmissão de dados. No USB 2.0, há uma espécie de “pesquisa dispositivo funcionar.
contínua”, onde o host necessita enviar sinais constantemente para Trata-se de um plugue reversível, portanto, semelhante aos
saber qual deles necessita trafegar informações. conectores Lightning existentes nos produtos da Apple. Tal como
Ainda no que se refere ao consumo de energia, tanto o host estes, o conector tipo C deverá ter também dimensões reduzidas,
quanto os dispositivos conectados podem entrar em um estado de o que facilitará a sua adoção em smartphones, tablets e outros dis-
economia em momentos de ociosidade. Além disso, no USB 2.0, positivos móveis.
os dados transmitidos acabam indo do host para todos os disposi- Tamanha evolução tem um preço: o conector tipo C não será
tivos conectados. No USB 3.0, essa comunicação ocorre somente compatível com as portas dos padrões anteriores, exceto pelo uso
com o dispositivo de destino. de adaptadores. É importante relembrar, no entanto, que será pos-
sível utilizar os conectores já existentes com o USB 3.1.
Como saber rapidamente se uma porta é USB 3.0 A USB.org promete liberar mais informações sobre esta novi-
dade em meados de 2014.
Em determinados equipamentos, especialmente laptops, é co-
mum encontrar, por exemplo, duas portas USB 2.0 e uma USB 3.0. Firewire
Quando não houver nenhuma descrição identificando-as, como sa-
ber qual é qual? Pela cor existente no conector. O barramento firewire, também conhecido como IEEE 1394
Pode haver exceções, é claro, mas pelo menos boa parte dos ou como i.Link, é um barramento de grande volume de transfe-
fabricantes segue a recomendação de identificar os conectores rência de dados entre computadores, periféricos e alguns produtos
USB 3.0 com a sua parte plástica em azul, tal como informado eletrônicos de consumo. Foi desenvolvido inicialmente pela Apple
anteriormente. Nas portas USB 2.0, por sua vez, os conectores são como um barramento serial de alta velocidade, mas eles estavam
pretos ou, menos frequentemente, brancos. muito à frente da realidade, ainda mais com, na época, a alternati-
va do barramento USB que já possuía boa velocidade, era barato
USB 3.1: até 10 Gb/s e rapidamente integrado no mercado. Com isso, a Apple, mesmo
incluindo esse tipo de conexão/portas no Mac por algum tempo,
Em agosto de 2013, a USB.org anunciou as especificações fi- a realidade “de fato”, era a não existência de utilidade para elas
nais do USB 3.1 (também chamado deSuperSpeed USB 10 Gbps), devido à falta de periféricos para seu uso. Porém o desenvolvi-
uma variação do USB 3.0 que se propõe a oferecer taxas de trans- mento continuou, sendo focado principalmente pela área de vídeo,
ferência de dados de até 10 Gb/s (ou seja, o dobro). que poderia tirar grandes proveitos da maior velocidade que ele
Na teoria, isso significa que conexões 3.1 podem alcançar oferecia.
taxas de até 1,2 gigabyte por segundo! E não é exagero, afinal,
há aplicações que podem usufruir desta velocidade. É o caso de Suas principais vantagens:
monitores de vídeo que são conectados ao computador via porta • São similares ao padrão USB;
USB, por exemplo. • Conexões sem necessidade de desligamento/boot do micro
Para conseguir taxas tão elevadas, o USB 3.1 não faz uso de (hot-plugable);
nenhum artefato físico mais elaborado. O “segredo”, essencial- • Capacidade de conectar muitos dispositivos (até 63 por por-
mente, está no uso de um método de codificação de dados mais ta);
eficiente e que, ao mesmo tempo, não torna a tecnologia signifi- • Permite até 1023 barramentos conectados entre si;
cantemente mais cara. • Transmite diferentes tipos de sinais digitais:
Vale ressaltar que o USB 3.1 é compatível com conectores e vídeo, áudio, MIDI, comandos de controle de dispositivo, etc;
cabos das especificações anteriores, assim como com dispositivos • Totalmente Digital (sem a necessidade de conversores analó-
baseados nestas versões. gico-digital, e portanto mais seguro e rápido);

Didatismo e Conhecimento 16
INFORMÁTICA
• Devido a ser digital, fisicamente é um cabo fino, flexível,
barato e simples;
• Como é um barramento serial, permite conexão bem facilita-
da, ligando um dispositivo ao outro, sem a necessidade de conexão
ao micro (somente uma ponta é conectada no micro).

A distância do cabo é limitada a 4.5 metros antes de haver


distorções no sinal, porém, restringindo a velocidade do barramen-
to podem-se alcançar maiores distâncias de cabo (até 14 metros).
Lembrando que esses valores são para distâncias “ENTRE PERI-
FÉRICOS”, e SEM A UTILIZAÇÃO DE TRANSCEIVERS (com
transceivers a previsão é chegar a até 70 metros usando fibra ótica).
O barramento firewire permite a utilização de dispositivos de
diferentes velocidades (100, 200, 400, 800, 1200 Mb/s) no mesmo Conector e placa de vídeo com conexão VGA
barramento.
O suporte a esse barramento está nativamente em Macs, e em Conector DVI (Digital Video Interface)
PCs através de placas de expansão específicas ou integradas com
placas de captura de vídeo ou de som. Os conectores DVI são bem mais recentes e proporcionam
Os principais usos que estão sendo direcionados a essa inter- qualidade de imagem superior, portanto, são considerados subs-
face, devido às características listadas, são na área de multimídia, titutos do padrão VGA. Isso ocorre porque, conforme indica seu
especialmente na conexão de dispositivos de vídeo (placas de cap- nome, as informações das imagens podem ser tratadas de maneira
tura, câmeras, TVs digitais, setup boxes, home theather, etc). totalmente digital, o que não ocorre com o padrão VGA.

INTERFACE DE VIDEO

Conector VGA (Video Graphics Array)

Os conectores VGA são bastante conhecidos, pois estão pre-


sentes na maioria absoluta dos “grandalhões” monitores CRT (Ca-
thode Ray Tube) e também em alguns modelos que usam a tec- Conector DVI-D
nologia LCD, além de não ser raro encontrá-los em placas de ví-
deos (como não poderia deixar de ser). O conector desse padrão, Quando, por exemplo, um monitor LCD trabalha com conec-
cujo nome é D-Sub, é composto por três “fileiras” de cinco pinos. tores VGA, precisa converter o sinal que recebe para digital. Esse
Esses pinos são conectados a um cabo cujos fios transmitem, de processo faz com que a qualidade da imagem diminua. Como o
maneira independente, informações sobre as cores vermelha (red), DVI trabalha diretamente com sinais digitais, não é necessário fa-
verde (green) e azul (blue) - isto é, o conhecido esquema RGB - e zer a conversão, portanto, a qualidade da imagem é mantida. Por
sobre as frequências verticais e horizontais. Em relação a estes úl- essa razão, a saída DVI é ótima para ser usada em monitores LCD,
timos aspectos: frequência horizontal consiste no número de linhas DVDs, TVs de plasma, entre outros.
da tela que o monitor consegue “preencher” por segundo. Assim, É necessário frisar que existe mais de um tipo de conector
se um monitor consegue varrer 60 mil linhas, dizemos que sua DVI:
frequência horizontal é de 60 KHz. Frequência vertical, por sua DVI-A: é um tipo que utiliza sinal analógico, porém oferece
vez, consiste no tempo em que o monitor leva para ir do canto qualidade de imagem superior ao padrão VGA;
superior esquerdo da tela para o canto inferior direito. Assim, se a DVI-D: é um tipo similar ao DVI-A, mas utiliza sinal digital.
frequência horizontal indica a quantidade de vezes que o canhão É também mais comum que seu similar, justamente por ser usado
consegue varrer linhas por segundo, a frequência vertical indica a em placas de vídeo;
quantidade de vezes que a tela toda é percorrida por segundo. Se DVI-I: esse padrão consegue trabalhar tanto com DVI-A
é percorrida, por exemplo, 56 vezes por segundo, dizemos que a como com DVI-D. É o tipo mais encontrado atualmente.
frequência vertical do monitor é de 56 Hz. Há ainda conectores DVI que trabalham com as especifica-
É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui pinos ções Single Link e Dual Link. O primeiro suporta resoluções de até
faltantes. Não se trata de um defeito: embora os conectores VGA 1920x1080 e, o segundo, resoluções de até 2048x1536, em ambos
utilizem um encaixe com 15 pinos, nem todos são usados. os casos usando uma frequência de 60 Hz.

Didatismo e Conhecimento 17
INFORMÁTICA
O cabo dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI é com-
posto, basicamente, por quatro pares de fios trançados, sendo um
par para cada cor primária (vermelho, verde e azul) e um para o
sincronismo. Os conectores, por sua vez, variam conforme o tipo
do DVI, mas são parecidos entre si, como mostra a imagem a se-
guir:

Placa de vídeo com conectores S-Video, DVI e VGA


Atualmente, praticamente todas as placas de vídeo e moni-
tores são compatíveis com DVI. A tendência é a de que o padrão Component Video (Vídeo Componente)
VGA caia, cada vez mais, em desuso. O padrão Component Video é, na maioria das vezes, usado em
computadores para trabalhos profissionais - por exemplo, para ativi-
Conector S-Video (Separated Video) dades de edição de vídeo. Seu uso mais comum é em aparelhos de
DVD e em televisores de alta definição (HDTV - High-Definition
Television), sendo um dos preferidos para sistemas de home theater.
Isso ocorre justamente pelo fato de o Vídeo Componente oferecer
excelente qualidade de imagem.

Component Video

Padrão S-Video A conexão do Component Video é feita através de um cabo com


três fios, sendo que, geralmente, um é indicado pela cor verde, outro
Para entender o S-Video, é melhor compreender, primeira- é indicado pela cor azul e o terceiro é indicado pela cor vermelha,
mente, outro padrão: o Compost Video, mais conhecido como Ví- em um esquema conhecido como Y-Pb-Pr (ou Y-Cb-Cr). O primeiro
deo Composto. Esse tipo utiliza conectores do tipo RCA e é comu- (de cor verde), é responsável pela transmissão do vídeo em preto e
mente encontrado em TVs, aparelhos de DVD, filmadoras, entre branco, isto é, pela “estrutura” da imagem. Os demais conectores
outros. trabalham com os dados das cores e com o sincronismo.
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fazem uso Como dito anteriormente, o padrão S-Video é cada vez mais
de três cabos, sendo dois para áudio (canal esquerdo e canal direi- comum em placas de vídeo. No entanto, alguns modelos são tam-
to) e o terceiro para o vídeo, sendo este o que realmente faz parte bém compatíveis com Vídeo Componente. Nestes casos, o encaixe
do padrão. Esse cabo é constituído de dois fios, um para a trans- que fica na placa pode ser do tipo que aceita sete pinos (pode ha-
missão da imagem e outro que atua como “terra”. ver mais). Mas, para ter certeza dessa compatibilidade, é necessário
O S-Video, por sua vez, tem seu cabo formado com três fios: consultar o manual do dispositivo.
um transmite imagem em preto e branco; outro transmite imagens Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador usando
em cores; o terceiro atua como terra. É essa distinção que faz com o Component Video, é necessário utilizar um cabo especial (geral-
que o S-Video receba essa denominação, assim como é essa uma mente disponível em lojas especializadas): uma de suas extremi-
das características que faz esse padrão ser melhor que o Vídeo dades contém os conectores Y-Pb-Pr, enquanto a outra possui um
Composto. encaixe único, que deve ser inserido na placa de vídeo.
O conector do padrão S-Video usado atualmente é conhecido
como Mini-Din de quatro pinos (é semelhante ao usado em mou- MONITOR DE VÍDEO
ses do tipo PS/2). Também é possível encontrar conexões S-Video O monitor é um dispositivo de saída do computador, cuja fun-
de sete pinos, o que indica que o dispositivo também pode contar ção é transmitir informação ao utilizador através da imagem.
com Vídeo Componente (visto adiante). Os monitores são classificados de acordo com a tecnolo-
Muitas placas de vídeo oferecem conexão VGA ou DVI com gia de amostragem de vídeo utilizada na formação da imagem.
S-Video. Dependendo do caso, é possível encontrar os três tipos Atualmente, essas tecnologias são três: CRT , LCD e plasma. À
na mesma placa. Assim, se você quiser assistir na TV um vídeo superfície do monitor sobre a qual se projecta a imagem chama-
armazenado em seu computador, basta usar a conexão S-Video, mos tela, ecrã ou écran.
desde que a televisão seja compatível com esse conector, é claro.

Didatismo e Conhecimento 18
INFORMÁTICA
Tecnologias LCD (Liquid Cristal Display, em inglês, sigla de tela de cristal
CRT líquido) é um tipo mais moderno de monitor. Nele, a tela é com-
posta por cristais que são polarizados para gerar as cores.

Tem como vantagens:


• O baixo consumo de energia;
• As dimensões e peso reduzidas;
• A não-emissão de radiações nocivas;
• A capacidade de formar uma imagem praticamente per-
feita, estável, sem cintilação, que cansa menos a visão - desde que
esteja operando na resolução nativa;
As maiores desvantagens são:
• o maior custo de fabricação (o que, porém, tenderá a im-
pactar cada vez menos no custo final do produto, à medida que o
Monitor CRT da marca LG. mesmo se for popularizando);
CRT (Cathodic Ray Tube), em inglês, sigla de (Tubo de raios • o fato de que, ao trabalhar em uma resolução diferente
catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela é repetidamente daquela para a qual foi projetado, o monitor LCD utiliza vários
atingida por um feixe de elétrons, que atuam no material fosfores- artifícios de composição de imagem que acabam degradando a
cente que a reveste, assim formando as imagens. qualidade final da mesma; e
• o “preto” que ele cria emite um pouco de luz, o que con-
Este tipo de monitor tem como principais vantagens: fere ao preto um aspecto acinzentado ou azulado, não apresentan-
• longa vida útil; do desta forma um preto real similar aos oferecidos nos monitores
• baixo custo de fabricação; CRTs;
• grande banda dinâmica de cores e contrastes; e • o contraste não é muito bom como nos monitores CRT
• grande versatilidade (uma vez que pode funcionar em ou de Plasma, assim a imagem fica com menos definição, este as-
diversas resoluções, sem que ocorram grandes distorções na ima- pecto vem sendo atenuado com os novos paineis com iluminação
gem). por leds e a fidelidade de cores nos monitores que usam paineis
do tipo TN (monitores comuns) são bem ruins, os monitores com
As maiores desvantagens deste tipo de monitor são: paineis IPS, mais raros e bem mais caros, tem melhor fidelidade de
• suas dimensões (um monitor CRT de 20 polegadas pode cores, chegando mais proximo da qualidade de imagem dos CRTs;
ter até 50 cm de profundidade e pesar mais de 20 kg); • um fato não-divulgado pelos fabricantes: se o cristal lí-
• o consumo elevado de energia; quido da tela do monitor for danificado e ficar exposto ao ar, pode
• seu efeito de cintilação (flicker); e emitir alguns compostos tóxicos, tais como o óxido de zinco e o
• a possibilidade de emitir radiação que está fora do espec- sulfeto de zinco; este será um problema quando alguns dos mo-
tro luminoso (raios x), danosa à saúde no caso de longos períodos nitores fabricados hoje em dia chegarem ao fim de sua vida útil
de exposição. Este último problema é mais frequentemente cons- (estimada em 20 anos).
tatado em monitores e televisores antigos e desregulados, já que • ângulo de visão inferiores: Um monitor LCD, diferente
atualmente a composição do vidro que reveste a tela dos monitores de um monitor CRT, apresenta limitação com relação ao ângulo
detém a emissão dessas radiações. em que a imagem pode ser vista sem distorção. Isto era mais sen-
• Distorção geométrica. sível tempos atrás quando os monitores LCDs eram de tecnologia
passiva, mas atualmente apresentam valores melhores em torno
LCD de 160º.
Apesar das desvantagens supra mencionadas, a venda de mo-
nitores e televisores LCD vem crescendo bastante.

Principais características técnicas


Para a especificação de um monitor de vídeo, as característi-
cas técnicas mais relevantes são:
• Luminância;
• Tamanho da tela;
• Tamanho do ponto;
• Temperatura da cor;
• Relação de contraste;
• Interface (DVI ou VGA, usualmente);
• Frequência de sincronismo horizontal;
• Frequência de sincronismo vertical;
• Tempo de resposta; e
Um monitor de cristal líquido. • Frequência de atualização da imagem

Didatismo e Conhecimento 19
INFORMÁTICA
LED
Painéis LCD com retro iluminação LED, ou LED TVs, o mes-
mo mecanismo básico de um LCD, mas com iluminação LED. Ao
invés de uma única luz branca que incide sobre toda a superfície
da tela, encontra-se um painel com milhares de pequenas luzes co-
loridas que acendem de forma independente. Em outras palavras,
aplica-se uma tecnologia similar ao plasma a uma tela de LCD.

KIT MULTIMÍDIA Porta PS/2


Multimídia nada mais é do que a combinação de textos, sons Surgiram com os IBM PS/2 e nos respectivos teclados. Tam-
e vídeos utilizados para apresentar informações de maneira que, bém são designadas por mini-DIM de 6 pinos. Os teclados e ratos
antes somente imaginávamos, praticamente dando vida às suas dos computadores actuais são, na maior parte dos casos, ligados
apresentação comerciais e pessoais. A multimídia mudou comple- através destes conectores. Nas motherboards actuais existem duas
tamente a maneira como as pessoas utilizam seus computadores. portas deste tipo.
Kit multimídia nada mais é do que o conjunto que compõem a Porta Série
parte física (hardwares) do computador relacionados a áudio e som A saída série de um computador geralmente está localizada
do sistema operacional. na placa MULTI-IDE e é utilizada para diversos fins como, por
Podemos citar como exemplo de Kit Multimídia, uma pla- exemplo, ligar um fax modem externo, ligar um rato série, uma
ca de som, um drive de CD-ROM, microfone e um par de caixas plotter, uma impressora e outros periféricos. As portas cujas fichas
acústicas. têm 9 ou 25 pinos são também designadas de COM1 e COM2. As
motherboards possuem uma ou duas portas deste tipo.

Porta Paralela
A porta paralela obedece à norma Centronics. Nas portas pa-
ralelas o sinal eléctrico é enviado em simultâneo e, como tal, tem
um desempenho superior em relação às portas série. No caso desta
norma, são enviados 8 bits de cada vez, o que faz com que a sua ca-
As portas são, por definição, locais onde se entra e sai. Em pacidade de transmisssão atinja os 100 Kbps. Esta porta é utilizada
termos de tecnologia informática não é excepção. As portas são para ligar impressoras e scanners e possui 25 pinos em duas filas.
tomadas existentes na face posterior da caixa do computador, às
quais se ligam dispositivos de entrada e de saída, e que são direc- Porta USB (Universal Serial Bus)
tamente ligados à motherboard . Desenvolvida por 7 empresas (Compaq, DEC, IBM, Intel,
Estas portas ou canais de comunicação podem ser: Microsoft, NEC e Northern Telecom), vai permitir conectar pe-
* Porta Dim riféricos por fora da caixa do computador, sem a necessidade de
* Porta PS/2 instalar placas e reconfigurar o sistema. Computadores equipados
* Porta série com USB vão permitir que os periféricos sejam automaticamente
* Porta Paralela configurados assim que estejam conectados fisicamente, sem a ne-
* Porta USB cessidade de reboot ou programas de setup. O número de acessó-
* Porta FireWire rios ligados à porta USB pode chegar a 127, usando para isso um
periférico de expansão.
Porta DIM A conexão é Plug & Play e pode ser feita com o computador
É uma porta em desuso, com 5 pinos, e a ela eram ligados os ligado. O barramento USB promete acabar com os problemas de
teclados dos computadores da geração da Intel 80486, por exem- IRQs e DMAs.
plo. Como se tratava apenas de ligação para teclados, existia só O padrão suportará acessórios como controles de monitor,
uma porta destas nas motherboards. Nos equipamentos mais re- acessórios de áudio, telefones, modems, teclados, mouses, drives
centes, os teclados são ligados às portas PS/2. de CD ROM, joysticks, drives de fitas e disquetes, acessórios de
imagem como scanners e impressoras. A taxa de dados de 12 me-

Didatismo e Conhecimento 20
INFORMÁTICA
gabits/s da USB vai acomodar uma série de periféricos avançados, executar várias tarefas ao mesmo tempo. Quando um computador
incluindo produtos baseados em Vídeo MPEG-2, digitalizadores e necessita permitir usuários simultâneos e trabalhos múltiplos, os
interfaces de baixo custo para ISDN (Integrated Services Digital profissionais da tecnologia de informação (TI) procuram utilizar
Network) e PBXs digital. computadores mais rápidos e que tenham sistemas operacionais
robustos, um pouco diferente daqueles que os usuários comuns
usam.

Os Arquivos

O gerenciador do sistema de arquivos é utilizado pelo sistema


operacional para organizar e controlar os arquivos. Um arquivo
é uma coleção de dados gravados com um nome lógico chamado
“nomedoarquivo” (filename). Toda informação que o computador
armazena está na forma de arquivos.
Porta FireWire Há muitos tipos de arquivos, incluindo arquivos de progra-
A porta FireWire assenta no barramento com o mesmo nome, mas, dados, texto, imagens e assim por diante. A maneira que
que representa um padrão de comunicações recente e que tem vá- um sistema operacional organiza as informações em arquivos é
rias características em comum como o USB, mas traz a vantagem chamada sistema de arquivos.
de ser muito mais rápido, permitindo transferências a 400 Mbps A maioria dos sistemas operacionais usa um sistema de arqui-
e, pela norma IEEE 1394b, irá permitir a transferência de dados a vo hierárquico em que os arquivos são organizados em diretórios
velocidades a partir de 800 Mbps. sob a estrutura de uma árvore. O início do sistema de diretório é
As ligações FireWire são utilizadas para ligar discos amoví- chamado diretório raiz.
veis, Flash drives (Pen-Disks), Câmaras digitais, televisões, im-
pressoras, scanners, dispositivos de som, etc. . Funções do Sistema Operacional
Assim como na ligação USB, os dispositivos FireWire podem
ser conectados e desconectados com o computador ligado. Não importa o tamanho ou a complexidade do computador:
todos os sistemas operacionais executam as mesmas funções bá-
FAX/MODEM sicas.
- Gerenciador de arquivos e diretórios (pastas): um sistema
operacional cria uma estrutura de arquivos no disco rígido (hard
disk), de forma que os dados dos usuários possam ser armazena-
dos e recuperados. Quando um arquivo é armazenado, o sistema
operacional o salva, atribuindo a ele um nome e local, para usá-lo
no futuro.
- Gerenciador de aplicações: quando um usuário requisita um
programa (aplicação), o sistema operacional localiza-o e o carrega
na memória RAM.
Placa utilizada para conecção internet pela linha discada Quando muitos programas são carregados, é trabalho do sis-
(DIAL UP) geralmente opera com 56 Kbps(velocidade de trans- tema operacional alocar recursos do computador e gerenciar a me-
missão dos dados 56.000 bits por segundo( 1 byte = 8 bits).Usa mória.
interface PCI.
Programas Utilitários do Sistema Operacional
O SISTEMA OPERACIONAL E OS OUTROS SOFT-
WARES Suporte para programas internos (vulto-in): os programas uti-
litários são os programas que o sistema operacional usa para se
Um sistema operacional (SO) é um programa (software) que manter e se reparar. Estes programas ajudam a identificar proble-
controla milhares de operações, faz a interface entre o usuário e o mas, encontram arquivos perdidos, reparam arquivos danificados
computador e executa aplicações. e criam cópias de segurança (backup).
Basicamente, o sistema operacional é executado quando liga- Controle do hardware: o sistema operacional está situado en-
mos o computador. Atualmente, os computadores já são vendidos tre os programas e o BIOS (Basic Input/Output System - Sistema
com o SO pré-instalado. Básico de Entrada/Saída).
Os computadores destinados aos usuários individuais, chama- O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os programas
dos de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema operacional que necessitam de recursos do hardware devem, primeiramente,
projetado para pequenos trabalhos. Um SO é projetado para con- passar pelo sistema operacional que, por sua vez, pode alcançar o
trolar as operações dos programas, como navegadores, processa- hardware por meio do BIOS ou dos drivers de dispositivos.
dores de texto e programas de e-mail. Todos os programas são escritos para um sistema operacional
Com o desenvolvimento dos processadores, os computado- específico, o que os torna únicos para cada um. Explicando: um
res tornaram-se capazes de executar mais e mais instruções por programa feito para funcionar no Windows não funcionará no Li-
segundo. Estes avanços possibilitaram aos sistemas operacionais nux e vice-versa.

Didatismo e Conhecimento 21
INFORMÁTICA
Termos Básicos

Para compreender do que um sistema operacional é capaz, é importante conhecer alguns termos básicos. Os termos abaixo são usados
frequentemente ao comparar ou descrever sistemas operacionais:
• Multiusuário: dois ou mais usuários executando programas e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositivos, como a impressora.
• Multitarefa: capacidade do sistema operacional em executar mais de um programa ao mesmo tempo.
• Multiprocessamento: permite que um computador tenha duas ou mais unidades centrais de processamento (CPU) que com-
partilhem programas.
• Multithreading: capacidade de um programa ser quebrado em pequenas partes podendo ser carregadas conforme necessi-
dade do sistema operacional. Multithreading permite que os programas individuais sejam multitarefa.

Tipos de Sistemas Operacionais

Atualmente, quase todos os sistemas operacionais são multiusuário, multitarefa e suportam multithreading. Os mais utilizados são
o Microsoft Windows, Mac OSX e o Linux.
O Windows é hoje o sistema operacional mais popular que existe e é projetado para funcionar em PCs e para ser usado em CPUs com-
patíveis com processadores Intel e AMD. Quase todos os sistemas operacionais voltados ao consumidor doméstico utilizam interfaces
gráficas para realizar a ponte máquina-homem.
As primeiras versões dos sistemas operacionais foram construídas para serem utilizadas por somente uma pessoa em um único
computador. Com o decorrer do tempo, os fabricantes atenderam às necessidades dos usuários e permitiram que seus softwares operassem
múltiplas funções com (e para) múltiplos usuários.

Sistemas Proprietários e Sistemas Livres

O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas operacionais proprietários. Isto significa que é necessário comprá-los ou
pagar uma taxa por seu uso às companhias que registraram o produto em seu nome e cobram pelo seu uso.
O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremente e tem grande aceitação por parte dos profissionais da área, uma vez que,
por possuir o código aberto, qualquer pessoa que entenda de programação pode contribuir com o processo de melhoria dele.
Sistemas operacionais estão em constante evolução e hoje não são mais restritos aos computadores. Eles são usados em PDAs,
celulares, laptops etc.

APLICATIVOS PARA
ELABORAÇÃO DE TEXTOS,

MS WORD

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que domina o
mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como Google Docs e Open Office.

Interface
No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento ,
que como é um novo documento apresenta como título “Documento1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido, que
permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa barra, clicando no menu de contexto
(flecha para baixo) à direita dela.
Mais a esquerda tem a ABA Arquivo.
Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar o documento
(permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.). Vamos utilizar alguns destes recursos no
andamento de nosso curso.

Didatismo e Conhecimento 22
INFORMÁTICA
ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os grupos de ferra-
mentas, por exemplo, na guia Inicio, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para os usuários os principais comandos,
para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos possuem pequenas marcações na sua direita inferior.

O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por exemplo, ao sele-
cionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemento selecionado.

Didatismo e Conhecimento 23
INFORMÁTICA
Trabalhando com documentos
Ao iniciarmos o Word temos um documento em branco que
é sua área de edição de texto. Vamos digitar um pequeno texto
conforme abaixo:

Observe na janela de salvar que o Word procura salvar seus


arquivos na pasta Documents do usuário, você pode mudar o local
do arquivo a ser salvo, pela parte esquerda da janela. No campo
nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do
documento, como o documento não possui um título, ele pega os
primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável co-
locar um nome menor e que se aproxime do conteúdo de seu texto.
“Em Tipo a maior mudança, até versão 2003, os documentos eram
salvos no formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos
são salvos na versão”. DOCX”, que não são compatíveis com as
versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter ele
compatível com versões anteriores do Word, clique na direita dessa
Salvando Arquivos opção e mude para Documento do Word 97-2003.
É importante ao terminar um documento, ou durante a digita-
ção do mesmo, quando o documento a ser criado é longo, salvar
seu trabalho. Salvar consiste em armazenar se documento em for-
ma de arquivo em seu computador, pendrive, ou outro dispositivo
de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão
salvar no topo da tela. Será aberta uma tela onde você poderá defi-
nir o nome, local e formato de seu arquivo.

Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra de


títulos.

Didatismo e Conhecimento 24
INFORMÁTICA
Abrindo um arquivo do Word

Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.

Na esquerda da janela, o botão abrir é o segundo abaixo de novo, observe também que ele mostra uma relação de documentos recentes,
nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao clicar em abrir, será necessário localizar o
arquivo no local onde o mesmo foi salvo.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique no botão Office e escolha Salvar Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·. Anterior a este
controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento, que podem também ser acessados pela Aba
Exibição.

Os cinco primeiros botões são os mesmos que temos em miniaturas no rodapé.


• Layout de Impressão: Formato atual de seu documento é o formato de como seu documento ficará na folha impressa.
• Leitura em Tela Inteira: Ele oculta as barras de seu documento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé do documento
à direita, ele possui uma flecha apontado para a próxima página. Para sair desse modo de visualização, clique no botão fechar no topo à
direita da tela.

Didatismo e Conhecimento 25
INFORMÁTICA
• Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visualização na Internet, esse formato existe, pois muitos usuários postam textos pro-
duzidos no Word em sites e blogs na Internet.
• Estrutura de Tópicos: Permite visualizar seu documento em tópicos, o formato terá melhor compreensão quando trabalharmos com
marcadores.
• Rascunho: É o formato bruto, permite aplicar diversos recursos de produção de texto, porém não visualiza como impressão nem
outro tipo de meio.
O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição permite trabalhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão Zoom o Word apresenta
a seguinte janela:

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido, ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visualizar o documento em
várias páginas. E finalizando essa aba temos as formas de exibir os documentos aberto em uma mesma seção do Word.

Configuração de Documentos

Um dos principais cuidados que se deve ter com seus documentos é em relação à configuração da página. A ABNT (Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas) possui um manual de regras para documentações, então é comum escutar “o documento tem que estar dentro
das normas”, não vou me atentar a nenhuma das normas especificas, porém vou ensinar como e onde estão as opções de configuração de
um documento.
No Word 2010 a ABA que permite configurar sua página é a ABA Layout da Página.

Didatismo e Conhecimento 26
INFORMÁTICA

A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primeira op-


ção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como será uma nova
O grupo “Configurar Página”, permite definir as margens de seção do documento, vamos aprender mais frente como trabalhar
seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-definidos, como com seções.
também personalizá-las. Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos utilizar
Ao personalizar as margens, é possível alterar as margens su- cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares e ímpares, e se
perior, esquerda, inferior e direita, definir a orientação da página, quero ocultar as informações de cabeçalho e rodapé da primeira
se retrato ou paisagem, configurar a fora de várias páginas, como página. Em Página, pode-se definir o alinhamento do conteúdo do
normal, livro, espelho. Ainda nessa mesma janela temos a guia texto na página. O padrão é o alinhamento superior, mesmo que
Papel. fique um bom espaço em branco abaixo do que está editado. Ao es-
colher a opção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical.
A opção números de linha permite adicionar numeração as linhas
do documento.

Colunas

Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de alimen-


tação do papel.

Didatismo e Conhecimento 27
INFORMÁTICA
Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as suas
colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-definidas, mas
você pode colocar em um número maior de colunas, adicionar li-
nha entre as colunas, definir a largura e o espaçamento entre as
colunas. Observe que se você pretende utilizar larguras de colunas
diferentes é preciso desmarcar a opção “Colunas de mesma largu-
ra”. Atente também que se preciso adicionar colunas a somente
uma parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto.

Números de Linha

É bastante comum em documentos acrescentar numeração nas


páginas dos documentos, o Word permite que você possa fazer fa-
cilmente, clicando no botão “Números de Linhas”.

O Word apresenta alguns modelos, mais abaixo temos o item


Personalizar Marca D’água. Clique nessa opção.

Ao clicar em “Opções de Numeração de Linhas...”, abre-se a


janela que vimos em Layout.

Plano de Fundo da Página

Nesta janela podemos definir uma imagem como marca d’água,


basta clicar em Selecionar Imagem, escolher a imagem e depois de-
Podemos adicionar as páginas do documento, marcas d’água, finir a dimensão e se a imagem ficará mais fraca (desbotar) e cli-
cores e bordas. O grupo Plano de Fundo da Página possui três bo- car em OK. Como também é possível definir um texto como marca
tões para modificar o documento. d’água. O segundo botão permite colocar uma cor de fundo em seu
Clique no botão Marca d’água. texto, um recurso interessante é que o Word verifica a cor aplicada e
automaticamente ele muda a cor do texto.

Didatismo e Conhecimento 28
INFORMÁTICA

O botão Bordas da Página, já estudamos seu funcionamento ao clicar nas opções de Margens.

Selecionando Textos

Embora seja um processo simples, a seleção de textos é indispensável para ganho de tempo na edição de seu texto. Através da seleção
de texto podemos mudar a cor, tamanho e tipo de fonte, etc.

Selecionando pelo Mouse

Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o cursor aponta para a direita.


• Ao dar um clique ele seleciona toda a linha
• Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo.
• Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
• Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
• Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
• Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
Podemos também clicar, manter o mouse pressionado e arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que se o mouse for solto
antes do desejado, é preciso reiniciar o processo, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar ao final da seleção desejada. Podemos
também clicar onde começa a seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde termina a seleção. É possível selecionar palavras alternadas.
Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá selecionando as partes do texto que deseja modificar.

Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho CTRL+C (copiar),
CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro grupo na ABA Inicio.

Este é um processo comum, porém um cuidado importante é quando se copia texto de outro tipo de meio como, por exemplo, da In-
ternet. Textos na Internet possuem formatações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao copiar um texto da Internet, se você precisa
adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar em colar, é necessário clicar na setinha apontando para baixo no botão Colar, escolher
Colar Especial.

Didatismo e Conhecimento 29
INFORMÁTICA
Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo, marque a opção
Texto não formatado e clique em OK.

Localizar e Substituir
Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção Substituir.

A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite substituir em seu
documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita uma a uma, clicando em substituir, ou pode ser todas de uma única vez
clicando-se no botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela mesma, porém com outra cor, ou então somente quando escrita em maiús-
cula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
• Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pesquisa;
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
• Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou *ão o
Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
• Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonoridade, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras em inglês.
• Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da palavra, não será permitida se as opções usar caractere coringa e seme-
lhantes estiverem marcadas.
• Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especificado como formatação.
• Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar. A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibilidade de se formatar o texto. No Office 2010 a ABA responsável pela for-
matação é a Inicio e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.

Formatação de Fonte
A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para formatar uma palavra,
basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser formatar somente uma letra também é necessário
selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra, tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir fonte, limpar formatação,
negrito, itálico, sublinhado, observe que ao lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo, ao clicar nessa seta, é possível escolher
tipo e cor de linha.

Didatismo e Conhecimento 30
INFORMÁTICA
Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que
coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e sobrescrito
e o botão Maiúsculas e Minúsculas.

Este botão permite alterar a colocação de letras maiúsculas e


minúsculas em seu texto. Após esse botão temos o de realce – que
permite colocar uma cor de fundo para realçar o texto e o botão de
cor do texto.

Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento entre os


caracteres que pode ser condensado ou comprimido, a posição é
referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo que se faça algo
como: .

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras, pois al-


gumas vezes acontece de as letras ficaram com espaçamento entre
elas de forma diferente. Uma ferramenta interessante do Word é a
ferramenta pincel, pois com ela você pode copiar toda a formata-
ção de um texto e aplicar em outro.

Formatação de parágrafos

A principal regra da formatação de parágrafos é que indepen-


Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte. dente de onde estiver o cursor a formatação será aplicada em todo
o parágrafo, tendo ele uma linha ou mais. Quando se trata de dois
ou mais parágrafos será necessárioselecionar os parágrafos a se-
rem formatados. A formatação de parágrafos pode ser localizada
na ABA Inicio, e os recuos também na ABA Layout da Página.

No grupo da Guia Inicio, temos as opções de marcadores (bul-


lets e numeração e listas de vários níveis), diminuir e aumentar
recuo, classificação e botão Mostrar Tudo, na segunda linha temos
os botões de alinhamentos: esquerda, centralizado, direita e justifi-
A janela fonte contém os principais comandos de formatação cado, espaçamento entre linhas, observe que o espaçamento entre
e permite que você possa observar as alterações antes de aplica. linhas possui uma seta para baixo, permitindo que se possa definir
Ainda nessa janela temos a opção Avançado. qual o espaçamento a ser utilizado.

Didatismo e Conhecimento 31
INFORMÁTICA

Cor do Preenchimento do Parágrafo.

Bordas no parágrafo.

As opções disponíveis são praticamente as mesmas disponí-


veis pelo grupo.

Podemos trabalhar os recuos de texto também pelas réguas


superiores.

Marcadores e Numeração

Os marcadores e numeração fazem parte do grupo parágrafos,


mas devido a sua importância, merecem um destaque. Existem
Na guia parágrafo da ABA Layout de Página temos apenas dois tipos de marcadores: Símbolos e Numeração.
os recuos e os espaçamentos entre parágrafos. Ao clicar na Faixa
do grupo Parágrafos, será aberta a janela de Formatação de Pará-
grafos.

Didatismo e Conhecimento 32
INFORMÁTICA

Onde você poderá escolher a Fonte (No caso aconselha-se a


utilizar fontes de símbolos como a Winddings, Webdings), e de-
A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto tenha pois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você poderá utilizar uma
níveis de marcação como, por exemplo, contratos e petições. Os imagem do Office, e ao clicar no botão importar, poderá utilizar
marcadores do tipo Símbolos como o nome já diz permite adicio- uma imagem externa.
nar símbolos a frente de seus parágrafos.
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar antes Bordas e Sombreamento
do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressionar a tecla TAB
no teclado. Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso texto.
Podem ser bordas simples aplicadas a textos e parágrafos. Bordas
na página como vimos quando estudamos a ABA Layout da Página
e sombreamentos. Selecione o texto ou o parágrafo a ser aplicado
à borda e ao clicar no botão de bordas do grupo Parágrafo, você
pode escolher uma borda pré-definida ou então clicar na última
opção Bordas e Sombreamento.

Você pode observar que o Word automaticamente adicionou


outros símbolos ao marcador, você pode alterar os símbolos dos
marcadores, clicando na seta ao lado do botão Marcadores e esco-
lhendo a opção Definir Novo Marcador.

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Didatismo e Conhecimento 33
INFORMÁTICA

Podemos começar escolhendo uma definição de borda (caixa,


sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada uma das bordas
na direita onde diz Visualização. Pode-se pelo meio da janela es-
pecificar cor e largura da linha da borda. A Guia Sombreamento
permite atribuir um preenchimento de fundo ao texto selecionado.
Você pode escolher uma cor base, e depois aplicar uma textura
junto dessa cor. Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções
de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar em Edi-
Cabeçalho e Rodapé tar Cabeçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior
O Word sempre reserva uma parte das margens para o cabeça- passa a ter comandos para alteração do cabeçalho.
lho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e rodapé, clique
na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o


restante do documento fica em segundo plano. Tudo o que for inse-
rido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção
se você definiu seções diferentes nas páginas.
Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e Número
de Página.

Para aplicar números de páginas automaticamente em seu ca-


beçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome o cui-
dado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele
aplicará o número da página no rodapé. Podemos também aplicar

Didatismo e Conhecimento 34
INFORMÁTICA
cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes do documento. O cuidado é ao
aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

Data e Hora

O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo Texto, temos o
botão Data e Hora.

Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque a opção Atualizar
automaticamente.

Inserindo Elementos Gráficos


O Word permite que se insira em seus documentos arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções de inserção estão
disponíveis na ABA Inserir.

Didatismo e Conhecimento 35
INFORMÁTICA
Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemento Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com o mesmo nome no grupo
Ilustrações na ABA Inserir. Na janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu computador.

A imagem será inserida no local onde estava seu cursor.


O que será ensinado agora é praticamente igual para todo os elementos gráficos, que é a manipulação dos elementos gráficos. Ao inserir
a imagem é possível observar que a mesma enquanto selecionada possui uma caixa pontilhadas em sua volta, para mover a imagem de local,
basta clicar sobre ela e arrastar para o local desejado, se precisar redimensionar a imagem, basta clicar em um dos pequenos quadrados em
suas extremidades, que são chamados por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção da imagem, basta apenas clicar em qualquer
outra parte do texto. Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as configurações de manipulação da imagem.

O primeiro grupo é o Ajustar, dentre as opções temos Brilho e Contraste, que permite clarear ou escurecer a imagem e adicionar ou
remover o contraste. Podemos recolorir a imagem.

Entre as opções de recolorir podemos colocar nossa imagem em tons de cinza, preto e branco, desbotar a imagem e remover uma cor da
imagem. Este recurso permite definir uma imagem com fundo transparente. A opção Compactar Imagens permite deixar sua imagem mais
adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta opção o Word mostra a seguinte janela:

Didatismo e Conhecimento 36
INFORMÁTICA

Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a jane-


la Layout Avançado que permite trabalhar a disposição da ima-
Pode-se aplicar a compactação a imagem selecionada, ou a gem em relação ao bloco de texto no qual ela esta inserida. Essas
todas as imagens do texto. Podemos alterar a resolução da ima- mesmas opções estão disponíveis na opção Quebra Automática
gem. A opção Redefinir Imagem retorna a imagem ao seu estado de Texto nesse mesmo grupo. Ao colocar a sua imagem em uma
inicial, abandonando todas as alterações feitas. O próximo grupo disposição com o texto, é habilitado alguns recursos da barra de
chama-se Sombra, como o próprio nome diz, permite adicionar imagens. Como bordas
uma sombra a imagem que foi inserida.

Através deste grupo é possível acrescentar bordas a sua ima-


No botão Efeitos de Sombra, você poderá escolher algumas gem E no grupo Organizar ele habilita as opções de Trazer para
posições de sombra (Projetada, Perspectiva) e cor da sombra. Ao Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no botão Trazer para
lado deste botão é possível definir a posição da sombra e no meio a Frente, ele abre três opções: Trazer para Frente e Avançar, são uti-
opção de ativar e desativar a sombra. No grupo Organizar é possí- lizadas quando houver duas ou mais imagens e você precisa mu-
vel definir a posição da imagem em relação ao texto. dar o empilhamento delas. A opção Trazer para Frente do Texto
faz com que a imagem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma
imagem e ao selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você
poderá alinhar as suas imagens.

O primeiro dos botões é a Posição, ela permite definir em qual


posição a imagem deverá ficar em relação ao texto.

Didatismo e Conhecimento 37
INFORMÁTICA

O último grupo é referente às dimensões da imagem.

Clip Art

Clip-Art são imagens, porém são imagens que fazem parte


Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redimensionar do pacote Office. Para inserir um clipart, basta pela ABA Inserir,
a imagem definindo Largura e Altura. clicar na opção Clip-Art. Na direita da tela abre-se a opção de con-
sulta aos clip-Art.
Os comandos vistos até o momento estavam disponíveis da
seguinte forma, pois nosso documento esta salvo em.DOC – ver-
são compatível com Office XP e 2003. Ao salvar o documento em
.DOCX compatível somente com a versão 2010, acontecem algu-
mas alterações na barra de imagens.

No grupo Ajustar já temos algumas alterações, ao clicar no


item Cor. Em estilos de imagem podemos definir bordas e som-
breamentos para a imagem.

Clique sobre a imagem a ser adicionada ao seu texto com o


botão direito e escolha Copiar (CTRL+C). Clique em seu texto
onde o Clip-Art deve ser adicionado e clique em Colar (CTRL+V)
As configurações de manipulação do clip-art são as mesmas das
Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem imagens.

Didatismo e Conhecimento 38
INFORMÁTICA
Formas

Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto

Ainda nesse grupo temos a opção de trabalharmos as cores,


contorno e alterar a forma.

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar


na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir as suas
dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as proprie-
dade para modificar a forma.

O primeiro grupo chama-se Inserir Forma, ele possui a fer-


ramenta de Inserir uma forma. Ao lado temos a ferramenta Editar
Forma essa ferramenta permite trabalhar os nós da forma – Algu-
mas formas bloqueiam a utilização dessa ferramenta. Abaixo dela
temos a ferramenta de caixa de texto, que permite adicionar uma
caixa de texto ao seu documento. Estando com uma forma fecha-
da, podemos transformar essa forma em uma caixa de texto. Ao
lado temos o Grupo Estilos de Forma.

Os primeiros botões permitem aplicar um estilo a sua forma.


A opção Imagem preenche sua forma com alguma imagem. A
opção Gradação permite aplicar tons de gradiente em sua forma.

Didatismo e Conhecimento 39
INFORMÁTICA
Na guia gradiente, temos as opções de Uma cor, Duas cores e
Pré-definidas.
Ao escolher uma cor você pode escolher a cor a ser aplicada,
se quer ela mais para o claro ou escuro, pode definir a transparên-
cia do gradiente e como será o sombreamento.

Ao clicar na opção Duas Cores, você pode definir a cor 1 e cor


2, o nível de transparência e o sombreamento.

Ao clicar em Mais Gradações, será possível personalizar a


forma como será o preenchimento do gradiente.

Ao clicar em Pré-definidas, o Office possui algumas cores de


preenchimento prontas.

Didatismo e Conhecimento 40
INFORMÁTICA
A Guia Textura permite aplicar imagens como texturas ao
preenchimento, a guia Padrão permite aplicar padrões de preenchi-
mento e imagem permite aplicar uma imagem Após o grupo Esti-
los de Forma temos o grupo sombra e após ele o grupo Efeitos 3D.

Em hierarquia, escolha o primeiro da segunda linha e clique


em OK.

Podemos aplicar efeitos tridimensionais em nossas formas.


Além de aplicar o efeitos podemos mudar a cor do 3D, alterar a
profundidade, a direção, luminosidade e superfície. As demais op-
ções da Forma são idênticas as das imagens.

SmartArt

O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu


documento. Se você estiver usando o Office 2003 ou seu docu-
mento estiver salvo em DOC, ao clicar nesse botão, ele habilita a
seguinte janela:

Altere os textos conforme a sua necessidade. Ao clicar no topo


em Ferramentas SmartArt, serão mostradas as opções de alteração
do objeto.

O primeiro botão é o de Adicionar uma forma. Basta clicar em


um botão do mesmo nível do que será criado e clicar neste botão.
Outra forma de se criar novas caixas dentro de um mesmo nível é
ao terminar de digitar o texto pressionar ENTER. Ainda no grupo
Criar Gráfico temos os botões de Elevar / Rebaixar que permite
mudar o nível hierárquico de nosso organograma.
Basta selecionar o tipo de organograma a ser trabalhado e cli-
que em OK. Porém se o formato de seu documento for DOCX, a No grupo Layout podemos mudar a disposição de nosso or-
janela a ser mostrada será: ganograma.

Didatismo e Conhecimento 41
INFORMÁTICA
O próximo grupo é o Estilos de SmartArt que permite mudar
as cores e o estilo do organograma.

O primeiro grupo é o Texto, nesse grupo podemos editar o


texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No grupo
Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois
temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar e Tamanho.

Tabelas
As tabelas são com certeza um dos elementos mais importan-
tes para colocar dados em seu documento.
Use tabelas para organizar informações e criar formas de pá-
ginas interessantes e disponibilizar seus dados.

Para inserir uma tabela, na ABA Inserir clique no botão Tabela.

WordArt

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo


os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele ainda
mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo
Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt Selecione um for-
mato de WordArt e clique sobre ele.

Ao clicar no botão de Tabela, você pode definir a quantidade


de linhas e colunas, pode clicar no item Inserir Tabela ou Desenhar
a Tabela, Inserir uma planilha do Excel ou usar uma Tabela Rápida
que nada mais são do que tabelas prontas onde será somente neces-
sário alterar o conteúdo.

Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu


texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Didatismo e Conhecimento 42
INFORMÁTICA

Você pode criar facilmente uma tabela mais complexa, por exemplo, que contenha células de diferentes alturas ou um número variável
de colunas por linha semelhante à maneira como você usa uma caneta para desenhar uma tabela.

Ao desenhar a caixa que fará parte da tabela, você pode utilizar o topo

Ferramentas de Tabela.

Através do grupo Opções de Estilo de Tabela é possível definir células de cabeçalho. O grupo Estilos de Tabela permite aplicar uma
formatação a sua tabela e o grupo Desenhar Bordas permite definir o estilo, espessura e cor da linha. O botão Desenhar Tabela transforma
seu cursor em um lápis para desenhar as células de sua tabela, e o botão Borracha apaga as linhas da tabela.

Você pode observar também que ao estar com alguma célula da tabela com o cursor o Word acrescenta mais uma ABA ao final, chamada
Layout, clique sobre essa ABA.

O primeiro grupo Tabela permite selecionar em sua tabela, apenas uma célula, uma linha, uma coluna ou toda a tabela.

Ao clicar na opção Propriedades será aberto uma janela com as propriedades da janela.

Didatismo e Conhecimento 43
INFORMÁTICA

Nesta janela existem quatro Guias.


A primeira é relativa à tabela, pode-se definir a largura da tabela, o alinhamento e a quebra do texto na tabela. Ao clicar no botão Bordas
e Sombreamento abre-se a janela de bordas e sombreamento estudada anteriormente. Ao clicar em Opções é possível definir as margens das
células e o espaçamento entre as células.

O segundo grupo é o Linhas e Colunas permite adicionar e remover linhas e colunas de sua tabela.

Ao clicar na Faixa deste grupo ele abre uma janela onde é possível deslocar células, inserir linhas e colunas. O terceiro grupo é referente
à divisão e mesclagem de células.

Didatismo e Conhecimento 44
INFORMÁTICA

A opção Mesclar Células, somente estará disponível se você selecionar duas ou mais células. Esse comando permite fazer com que as
células selecionadas tornem-se uma só.

A opção dividir células permite dividir uma célula. Ao clicar nessa opção será mostrada uma janela onde você deve definir em quantas
linhas e colunas a célula será dividida.

A opção dividir tabela insere um parágrafo acima da célula que o cursor está, dividindo a tabela. O grupo Tamanho da Célula permite
definir a largura e altura da célula. A opção AutoAjuste tem a função de ajustar sua célula de acordo com o conteúdo dentro dela.

O grupo Alinhamento permite definir o alinhamento do conteúdo da tabela. O botão Direção do Texto permite mudar a direção de seu
texto. A opção Margens da Célula, permite alterar as margens das células como vimos anteriormente.

O grupo Dados permite classificar, criar cálculos, etc., em sua tabela.

A opção classificar como o próprio nome diz permite classificar os dados de sua tabela.

Didatismo e Conhecimento 45
INFORMÁTICA

Ele abre a seguinte janela e coloca sua primeira linha como a linha de cabeçalho, você pode colocar até três colunas como critérios de
classificação.

O botão Converter em Texto permite transformar sua tabela em textos normal. A opção fórmula permite fazer cálculos na tabela.

ABA Revisão

A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.

O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.

O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu documento em busca de erros.

Os de ortografia ele marca em vermelho e os de gramática em verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para veri-
ficação na impressão sairá com as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:

• Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa parte do texto.


• Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela aparecer em qualquer parte do texto.
• Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao dicionário do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em outro texto ela não será
grafada como errada. Esta opção deve ser utilizada quando palavras que existam, mas que ainda não façam parte do Word.

Didatismo e Conhecimento 46
INFORMÁTICA
• Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por uma
palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou se você a
corrigiu no quadro superior.
• Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras que
estejam da mesma forma no texto.

Impressão

Para imprimir seu documento o processo é muito simples. Cli-


que no botão

Office e ao posicionar o mouse em Imprimir ele abre algumas


opções.

Podemos também se necessário criarmos nossos próprios esti-


los. Clique na Faixa do grupo Estilo.

Estilos

Os estilos podem ser considerados formatações prontas a se-


rem aplicadas em textos e parágrafos. O Word disponibiliza uma
grande quantidade de estilos através do grupo estilos.

Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você clicar em


seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um estilo existente, ele
aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém se algum texto estiver
selecionado o estilo será aplicado somente ao que foi selecionado.

Será mostrado todos os estilos presentes no documento em


uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem três bo-
tões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele.
Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Título2
em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado somente no
texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na linha de baixo o texto
foi selecionado, então a aplicação do estilo foi somente no que
estava selecionado. Ao clicar no botão Alterar Estilos é possível
acessar a diversas definições de estilos através da opção Conjunto
de Estilos.

Didatismo e Conhecimento 47
INFORMÁTICA

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo, defini que


ele será aplicado a parágrafos, que a base de criação dele foi o
estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar um novo parágrafo o
próximo será também corpo.
Abaixo definir a formatação a ser aplicada no mesmo. Na par-
te de baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que
o mesmo está disponível somente a este documento. Ao finalizar
clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:

Índices

Sumário Será mostrada uma janela de configuração de seu índice. Cli-


O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele normal- que no botão Opções.
mente aparece no inicio de documentos. A principal regra é que
todo parágrafo que faça parte de seu índice precisa estar atrelado a
um estilo. Clique no local onde você precisa que fique seu índice
e clique no botão Sumário. Serão mostrados alguns modelos de
sumário, clique em Inserir Sumário.

Didatismo e Conhecimento 48
INFORMÁTICA
Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos os estilos Interface
presentes no documento, então é nela que você define quais estilos A interface do Excel segue o padrão dos aplicativos Office,
farão parte de seu índice. com ABAS, Botão Office, controle de Zoom na direita. O que
muda são alguns grupos e botões exclusivos do Excel e as guias de
No exemplo apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título 1, o planilha no rodapé à esquerda:
nível 2 ao Título 2 e o nível 3 ao Título 3. Após definir quais serão
suas entradas de índice clique em OK.

Retorna-se a janela anterior, onde você pode definir qual será


o preenchimento entre as chamadas de índice e seu respectivo nú-
mero de página e na parte mais abaixo, você pode definir o Forma-
to de seu índice e quantos níveis farão parte do índice.

Ao clicar em Ok, seu índice será criado.

Guias de Planilha
Quando houver necessidade de atualizar o índice, basta clicar
com o botão direito do mouse em qualquer parte do índice e esco-
lher Atualizar Campo.

Um arquivo do Excel ao iniciar com três guias de planilha,


estas guias permite que se possa em um único arquivo armazenar
mais de uma planilha, inicialmente o Excel possui três planilhas,
e ao final da Plan3 temos o ícone de inserir planilha que cria uma
nova planilha. Você pode clicar com o botão direito do mouse em
uma planilha existente para manipular as planilhas.

Na janela que se abre escolha Atualizar o índice inteiro.

PLANILHAS ELETRÔNICAS E
BANCO DE DADOS;

MS EXCEL
O Excel é uma das melhores planilhas existentes no mercado.
As planilhas eletrônicas são programas que se assemelham a uma
folha de trabalho, na qual podemos colocar dados ou valores em Na janela que é mostrada é possível inserir uma nova planilha,
forma de tabela e aproveitar a grande capacidade de cálculo e excluir uma planilha existente, renomear uma planilha, mover ou
armazenamento do computador para conseguir efetuar trabalhos copiar essa planilha, etc...
que, normalmente, seriam resolvidos com uma calculadora, lápis
e papel. A tela do computador se transforma numa folha onde Movimentação na planilha
podemos observar uma série de linhas (números) e colunas Para selecionar uma célula ou torná-la ativa, basta movimen-
(letras). A cada encontro de uma linha com uma coluna temos uma tar o retângulo (cursor) de seleção para a posição desejada. A mo-
célula onde podemos armazenar um texto, um valor, funções ou vimentação poderá ser feita através do mouse ou teclado.
fórmula para os cálculos. O Excel oferece, inicialmente, em uma Com o mouse para selecionar uma célula basta dar um clique
única pasta de trabalho três planilhas, mas é claro que você poderá em cima dela e observe que a célula na qual você clicou é mostrada
inserir mais planilhas conforma sua necessidade. como referência na barra de fórmulas.

Didatismo e Conhecimento 49
INFORMÁTICA

Entrada de textos e números


Se você precisar selecionar mais de uma célula, basta manter
pressionado o mouse e arrastar selecionando as células em sequên- Na área de trabalho do Excel podem ser digitados caracteres,
cia. números e fórmulas. Ao finalizar a digitação de seus dados, você
pode pressionar a tecla ENTER, ou com as setas mudar de célula,
esse recurso somente não será válido quando estiver efetuando um
cálculo. Caso precise alterar o conteúdo de uma célula sem preci-
sar redigitar tudo novamente, clique sobre ela e pressione F2, faça
sua alteração e pressione ENTER em seu teclado.

Salvando e Abrindo Arquivos

Para salvar uma planilha o processo é igual ao feito no Word,


clique no botão Office e clique me Salvar.

Se precisar selecionar células alternadamente, clique sobre a


primeira célula a ser selecionada, pressione CTRL e vá clicando
nas que você quer selecionar.

Dê um nome ao seu arquivo, defina o local onde ele deverá ser


salvo e clique em Salvar, o formato padrão das planilhas do Excel
2010 é o xlsx, se precisar salvar em xls para manter compatibilida-
de com as versões anteriores é preciso em tipo definir como Pasta
de Trabalho do Excel 97 – 2003.
Para abrir um arquivo existente, clique no botão Office e de-
pois no botão Abrir, localize seu arquivo e clique sobre ele e depois
Podemos também nos movimentar com o teclado, neste caso em abrir.
usamos a combinação das setas do teclado com a tecla SHIFT.

Didatismo e Conhecimento 50
INFORMÁTICA

Observe que o conteúdo de algumas células é maior que a sua


Operadores e Funções largura, podemos acertar isso da seguinte forma.
Se precisar trabalhar a largura de uma coluna, posiciono o
A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápido mouse entre as colunas, o mouse fica com o formato de uma flecha
a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais complexos de duas pontas, posso arrastar para definir a nova largura, ou posso
e vários valores. dar um duplo clique que fará com que a largura da coluna acerte-
Existem funções para os cálculos matemáticos, financeiros e se com o conteúdo. Posso também clicar com o botão direito do
estatísticos. Por exemplo, na função: =SOMA (A1:A10) seria o mouse e escolher Largura da Coluna.
mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que
com a função o processo passa a ser mais fácil. Ainda conforme
o exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar um
cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos cálculos a referência de
células (A1) e não somente valores.

A quantidade de argumentos empregados em uma função de-


pende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos podem ser
números, textos, valores lógicos, referências, etc...

Operadores

Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer


cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:

O objetivo desta planilha é calcularmos o valor total de cada


Vamos montar uma planilha simples. produto (quantidade multiplicado por valor unitário) e depois o
total de todos os produtos.
Para o total de cada produto precisamos utilizar o operador de
multiplicação (*), no caso do Mouse temos que a quantidade está
na célula A4 e o valor unitário está na célula C4, o nosso caçulo
será feito na célula D4.

Didatismo e Conhecimento 51
INFORMÁTICA
Poderíamos fazer o seguinte cálculo =1*20 que me traria o re- No caso a função a ser utilizada é a função SOMA, a sua es-
sultado, porém bastaria alterar o valor da quantidade ou o V. unitá- trutura é =SOMA(CelIni:Celfim), ou seja, inicia-se com o sinal de
rio que eu precisaria fazer novamente o cálculo. O correto é então igual (=), escreve-se o nome da função, abrem-se parênteses, cli-
é fazer =A4*C4 com isso eu multiplico referenciando as células, ca-se na célula inicial da soma e arrasta-se até a última célula a
independente do conteúdo dela, ele fará a multiplicação, desde que ser somada, este intervalo é representado pelo sinal de dois pontos
ali se tenha um número. (:), e fecham-se os parênteses.

Embora você possa fazer manualmente na célula o Excel pos-


sui um assistente de função que facilita e muito a utilização das
mesmas em sua planilha. Na ABA Inicio do Excel dentro do grupo
Edição existe o botão de função.

Observe que ao fazer o cálculo é colocado também na barra


de fórmulas, e mesmo após pressionar ENTER, ao clicar sobre a
célula onde está o resultado, você poderá ver como se chegou ao
resultado pela barra de fórmulas. A primeira função é justamente Soma, então clique na célula e
clique no botão de função.

Observe conforme a imagem que o Excel acrescenta a soma


Para o cálculo do teclado é necessário então fazer o cálculo da e o intervalo de células pressione ENTER e você terá seu cálculo.
segunda linha A5*C5 e assim sucessivamente. Observamos então
que a coluna representada pela letra não muda, muda-se somente Formatação de células
o número que representa a linha, e se nossa planilha tivesse uma A formatação de células é muito semelhante a que vimos para
grande quantidade de produtos, repetir o cálculo seria cansativo e formatação de fonte no Word, basta apenas que a célula onde será
com certeza sujeita a erros. Quando temos uma sequência de cál- aplicada a formatação esteja selecionada, se precisar selecionar
culos como a nossa planilha o Excel permite que se faça um único mais de uma célula, basta selecioná-las.
cálculo e ao posicionar o cursor do mouse no canto inferior direito As opções de formatação de célula estão na ABA Inicio.
da célula o cursor se transforma em uma cruz (não confundir com
a seta branca que permite mover o conteúdo da célula e ao pres-
sionar o mouse e arrastar ele copia a fórmula poupando tempo).
Para calcular o total você poderia utilizar o seguinte cálculo
D4+D5+D6+D7+D8, porém isso não seria nada pratico em plani-
lhas maiores. Quando tenho sequências de cálculos o Excel per-
mite a utilização de funções.

Didatismo e Conhecimento 52
INFORMÁTICA

Temos o grupo Fonte que permite alterar a fonte a ser utilizada, o tamanho, aplicar negrito, itálico e sublinhado, linhas de grade, cor de
preenchimento e cor de fonte. Ao clicar na faixa do grupo será mostrada a janela de fonte.

A guia mostrada nesta janela é a Fonte nela temos o tipo da letra, estilo, tamanho, sublinhado e cor, observe que existem menos recursos
de formatação do que no Word.
A guia Número permite que se formatem os números de suas células. Ele dividido em categorias e dentro de cada categoria ele possui
exemplos de utilização e algumas personalizações como, por exemplo, na categoria Moeda em que é possível definir o símbolo a ser usado
e o número de casas decimais.

Didatismo e Conhecimento 53
INFORMÁTICA
A guia Preenchimento permite adicionar cores de preenchi-
mento às suas células.

Vamos então formatar nossa planilha, inicialmente selecione


A guia Alinhamento permite definir o alinhamento do conteú- todas as células de valores em moeda. Você pode utilizar a janela
do da célula na horizontal e vertical, além do controle do texto. de formatação como vimos antes, como pode também no grupo
Número clicar sobre o botão moeda.

A guia Bordas permite adicionar bordas a sua planilha, em- Vamos colocar também a linha onde estão Quant, Produto
bora a planilha já possua as linhas de grade que facilitam a identi- etc... em negrito e centralizado.
ficação de suas células, você pode adicionar bordas para dar mais
destaque.
O título Relação de Produtos ficará melhor visualmente se es-
tiver centralizado entra a largura da planilha, então selecione desde
a célula A1 até a célula D1 depois clique no botão Mesclar e Cen-
tralizar centralize e aumente um pouco o tamanho da fonte.

Para finalizar selecione toda a sua planilha e no botão de bor-


das, selecione uma borda externa.

Didatismo e Conhecimento 54
INFORMÁTICA

Ele acrescenta uma coluna superior com indicações de colu-


Estilos nas e abre uma nova ABA chamada Design
Esta opção é utilizada par aplicar, automaticamente um for-
mato pré-definido a uma planilha selecionada.

No grupo Opções de Estilo de Tabela desmarque a opção Li-


nhas de Cabeçalho.
Para poder manipular também os dados de sua planilha é ne-
cessário selecionar as células que pretende manipular como pla-
nilha e no grupo Ferramentas clique no botão Converter em In-
tervalo.

O botão estilo de Célula permite que se utilize um estilo de


cor para sua planilha.

Auto Preenchimento das Células


Vimos no exemplo anterior que é possível copiar uma fórmula
que o Excel entende que ali temos uma fórmula e faz a cópia. Po-
demos usar este recurso em outras situações, se eu tiver um texto
comum ou um número único, e aplicar este recurso, ele copia sem
alterar o que será copiado, mas posso utilizar este recurso para
ganhar tempo.
Se eu criar uma sequência numérica, por exemplo, na célula
A1 o número 1 e na célula A2 o número 2, ao selecionar ambos, o
A segunda opção Formatar como Tabela permite também apli- Excel entende que preciso copiar uma sequência.
car uma formatação a sua planilha, porém ele já começa a trabalhar Se eu colocar na célula A1 o número 1 e na célula A2 o núme-
com Dados. ro 3, ele entende que agora a sequência é de dois em dois.

Esta mesma sequência pode ser aplicada a dias da semana,


horas, etc...

Didatismo e Conhecimento 55
INFORMÁTICA
Inserção de linhas e colunas
Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é simples. Para adicionar, basta clicar com o botão direito do mouse em uma linha
e depois clicar em Inserir, a linha será adicionada acima da selecionada, no caso a coluna será adicionada à esquerda. Para excluir uma linha
ou uma coluna, basta clicar com o botão direito na linha ou coluna a ser excluída.

Este processo pode ser feito também pelo grupo Células que está na ABA inicio.

Através da opção Formatar podemos também definir a largura das linhas e colunas.

Congelar Painéis

Algumas planilhas quando muito longas necessitam que sejam mantidos seus cabeçalho e primeiras linhas, evitando-se assim a digita-
ção de valores em locais errados. Esse recurso chama-se congelar painéis e está disponível na ABA exibição.

No grupo Janela temos o botão Congelar Painéis, clique na opção congelar primeira linha e mesmo que você role a tela a primeira linha
ficará estática.

Didatismo e Conhecimento 56
INFORMÁTICA
Trabalhando com Referências
Percebemos que ao copiar uma fórmula, automaticamente são
alteradas as referências, isso ocorre, pois trabalhamos até o mo-
mento com valores relativos.
Porém, vamos adicionar em nossa planilha mais uma
coluna onde pretendo calcular qual a porcentagem cada produto
representa no valor total

Ainda dentro desta ABA podemos criar uma nova janela da


planilha Ativa clicando no botão Nova Janela, podemos organizar
as janelas abertas clicando no botão Organizar Tudo,
O cálculo ficaria para o primeiro produto =D4/D9 e depois
bastaria aplicar a formatação de porcentagem e acrescentar duas
casas decimais.

Pelo grupo Mostrar / Ocultar podemos retirar as linhas de gra-


de, as linhas de cabeçalho de coluna e linha e a barra de formulas.

Didatismo e Conhecimento 57
INFORMÁTICA
Porém se utilizarmos o conceito aprendido de copiar a célula No exemplo acima foi possível travar toda a células, existem
E4 para resolver os demais cálculos na célula E5 à fórmula fica- casos em que será necessário travar somente a linha e casos onde
rá =D5/D10, porém se observarmos o correto seria ficar =D5/D9, será necessário travar somente a coluna.
pois a célula D9 é a célula com o valor total, ou seja, esta é a célula As combinações então ficariam (tomando como base a célula D9)
comum a todos os cálculos a serem feitos, com isso não posso D9 - Relativa, não fixa linha nem coluna
copiar a fórmula, pelo menos não como está. $D9 - Mista, fixa apenas a coluna, permitindo a variação da
Uma solução seria fazer uma a uma, mas a ideia de uma pla- linha.
nilha é ganhar-se tempo. D$9 - Mista, fixa apenas a linha, permitindo a variação da
A célula D9 então é um valor absoluto, ele não muda é tam- coluna.
bém chamado de valor constante. $D$9 - Absoluta, fixa a linha e a coluna.
A solução é então travar a célula dentro da formula, para isso
usamos o símbolo do cifrão ($), na célula que fizemos o cálculo Algumas outras funções
E4 de clique sobre ela, depois clique na barra de fórmulas sobre a Vamos inicialmente montar a seguinte planilha
referência da célula D9.

Pressione em seu teclado a tecla F4. Será então adicionado Em nosso controle de atletas vamos através de algumas outras
o símbolo de cifrão antes da letra D e antes do número 9. $D$9. funções saber algumas outras informações de nossa planilha.
O Excel possui muitas funções, você pode conhecer mais so-
bre elas através do assistente de função.

Pressione ENTER e agora você poderá copiar a sua célula.

Didatismo e Conhecimento 58
INFORMÁTICA
Ao clicar na opção Mais Funções abre-se a tela de Inserir MIN
Função, você pode digitar uma descrição do que gostaria de saber Mostra o valor mínimo de uma seleção de células.
calcular, pode buscar por categoria, como Financeira,m Data Hora Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
etc..., ao escolher uma categoria, na caixa central serão mostradas valores mínimos nas características de nossos atletas.
todas as funções relativas a essa categoria. Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de ida-
Ao selecionar, por exemplo, a categoria Estatística e dentro de na linha de valores máximos E16 e monte a seguinte função
do conjunto de funções desta categoria a função Máximo abaixo é =MIN(E4:E13). Com essa função está buscando no intervalo das
apresentado uma breve explicação da utilização desta função. Se células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.
precisar de mais detalhes da utilização da função clique sobre o
link Ajuda sobre esta função.

Para calcular os valores mínimos para o peso e a altura o pro-


cesso é o mesmo.

Média

Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.


Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
Máximo valores médios nas características de nossos atletas.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade
Mostra o valor MAIOR de uma seleção de células. na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte função =ME-
Em nossa planilha vamos utilizar essa função para saber é a DIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo
maior idade, maior peso e a maior altura. das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade
na linha de valores máximos E15 e monte a seguinte função =MA-
XIMO(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo
das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Para o peso e a altura basta apenas repetir o processo


Vamos utilizar essa função em nossa planilha de controle de
atletas. Vamos utilizar a função nos valores médios da planilha,
deixaremos com duas casas decimais.

Vamos aproveitar também o exemplo para utilizarmos um re-


Vamos repetir o processo para os valores máximos do peso e curso muito interessante do Excel que é o aninhamento de funções,
da altura. ou seja, uma função fazendo parte de outra.

Didatismo e Conhecimento 59
INFORMÁTICA
A função para o cálculo da média da Idade é =MÉDIA(E4:E13) Vamos atribuir inicialmente que atletas com idade menor que
clique na célula onde está o cálculo e depois clique na barra de 18 anos serão da categoria Juvenil e acima disso categoria Profis-
fórmulas. sional. Então a lógica da função será que quando a Idade do atleta
Altere a função para =ARRED(MÉDIA(E4:E13);1) com isso for menor que 18 ele será Juvenil e quando ela for igual ou maior
fizemos com que caso exista números após a vírgula o mesmo que 18 ele será Profissional.
será arredonda a somente uma casa decimal. Caso você não queira Convertendo isso para a função e baseando-se que a idade do
casas decimais coloque após o ponto e vírgula o número zero. primeiro atleta está na célula E4 à função ficará:
=SE(E4<18;”Juvenil”;”Profissional”.)
Nesta situação deve-se ter uma atenção grande em relação aos
parênteses, observe que foi aberto uma após a função ARRED e
um a pós a função MÉDIA então se deve ter o cuidado de fechá-los
corretamente. O que auxilia no fechamento correto dos parênte-
ses é que o Excel vai colorindo os mesmos enquanto você faz o
cálculo.

Função SE Explicando a função.


Esta é com certeza uma das funções mais importantes do Ex- =SE(E4<18: inicio da função e teste lógico, aqui é verificado
cel e provavelmente uma das mais complexas para quem está ini- se o conteúdo da célula E4 é menor que 18.
ciando. “Juvenil”: Valor a ser apresentado como verdadeiro.
“Profissional”: Valor a ser apresentado como falso.
Esta função retorna um valor de teste_lógico que permite ava- )
liar uma célula ou um cálculo e retornar um valor verdadeiro ou Vamos incrementar um pouco mais nossa planilha, vamos
um valor falso. criar uma tabela em separado com a seguinte definição. Até 18
anos será juvenil, de 18 anos até 30 anos será considerado profis-
Sua sintaxe é =SE (TESTELÓGICO;VALOR sional e acima dos 30 anos será considerado Master.
VERDADEIRO;VALOR FALSO).
=SE - Atribuição de inicio da função; Nossa planilha ficará da seguinte forma.

TESTELÓGICO - Teste a ser feito par validar a célula;


VALOR VERDADEIRO - Valor a ser apresentado na célula
quando o teste lógico for verdadeiro, pode ser outra célula, um
caçulo, um número ou um texto, apenas lembrando que se for um
texto deverá estar entre aspas.
VALOR FALSO - Valor a ser apresentado na célula quando o
teste lógico for falso, pode ser outra célula, um caçulo, um número
ou um texto, apenas lembrando que se for um texto deverá estar
entre aspas.
Para exemplificar o funcionamento da função vamos acres-
centar em nossa planilha de controle de atletas uma coluna cha-
mada categoria. Temos então agora na coluna J a referência de idade, e na
coluna K a categoria.

Então agora preciso verificar a idade de acordo com o valor na


coluna J e retornar com valores verdadeiros e falsos o conteúdo da
coluna K. A função então ficará da seguinte forma:

=SE(E4<J4;K4;SE(E4<J5;K5;K6))
Temos então:

Didatismo e Conhecimento 60
INFORMÁTICA
=SE(E4<J4: Aqui temos nosso primeiro teste lógico, onde =HORA(AGORA()) Retorna à hora atual
verificamos se a idade que consta na célula E4 é menor que o =MINUTO(AGORA()) Retorna o minuto atual
valor que consta na célula J4. =SEGUNDO(AGORA()) Retorna o segundo atual
K4: Célula definida a ser retornada como verdadeiro deste tes- =AGORA( ) Retorna a data e à hora
te lógico, no caso o texto “Juvenil”. =DIA.DA.SEMANA(HOJE()) Retorna o dia da semana em
SE(E4<J5: segundo teste lógico, onde verificamos se valor número
da célula E4 é menor que 30, se for real retorna o segundo valor =DIAS360( ) Calcula o número de dias que há entre uma
verdadeiro, é importante ressaltar que este teste lógico somente data inicial e uma data final.
será utilizado se o primeiro teste der como falso. Para exemplificar monte a seguinte planilha.
K5: Segundo valor verdadeiro, será retornado se o segundo
teste lógico estiver correto.
K6: Valor falso, será retornado se todos os testes lógicos de-
rem como falso.
Permite contar em um intervalo de valores quantas vezes se
repete determinado item. Vamos aplicar a função em nossa plani-
lha de controle de atletas

Adicione as seguintes linhas abaixo de sua planilha

Em V.Diário, vamos calcular quantas horas foram trabalhadas


durante cada dia.
=B3-B2+B5-B4, pegamos a data de saída e subtraímos pela
data de entrada de manhã, com isso sabemos quantas horas foram
trabalhadas pela manhã na mesma função faço a subtração da saída
no período da tarde pela entrada do período da tarde e somo os dois
períodos.

Então vamos utilizar a função CONT.SE para buscar em nossa


planilha quantos atletas temos em cada categoria.

Repita o processo para todos os demais dias da semana, so-


mente no sábado é preciso apenas calcular a parte da manhã, ou
seja, não precisa ser feito o cálculo do período da tarde.

A função ficou da seguinte forma =CONT.SE(H4:H13;K4)


onde se faz a contagem em um intervalo de H3:H13 que é o
resultado calculado pela função
SE e retorna a célula K4 onde está a categoria juvenil de atle-
tas. Para as demais categorias basta repetir o cálculo mudando-se
somente a categoria que está sendo buscada.
Para calcular o V. da hora que o funcionário recebe coloque
Funções de Data e Hora um valor, no caso adicione 15 e coloquei no formato Moeda. Va-
Podemos trabalhar com diversas funções que se baseiam na mos agora então calcular quanto ele ganhou por dia, pois temos
data e hora de seu computador. As principais funções de data e quantas horas ele trabalhou durante o dia e sabemos o valor da
hora são: hora. Como temos dois formatos de números precisamos durante
=HOJE( ) Retorna a data atual. o cálculo fazer a conversão.
=MÊS(HOJE()) Retorna o mês atual Para a segunda-feira o cálculo fica da seguinte forma:
=ANO(HOJE()) Retorna o ano atual =HORA(B6)*B7+MINUTO(B6)*B7/60.

Didatismo e Conhecimento 61
INFORMÁTICA
Inicialmente utilizamos a função HORA e pegamos como re-
ferência de hora o valor da célula B6, multiplicamos pelo valor que
está em B7, essa parte calcula somente à hora cheia então precisa-
mos somar os minutos que pega a função MINUTO e multiplica a
quantidade de horas pelo valor da hora, como o valor é para a hora
o dividimos então por 60
Após isso coloque o valor em formato Moeda.

Planilhas 3D

O conceito de planilha 3D foi implantado no Excel na versão


5 do programa, ele é chamado dessa forma pois permite que se
façam referências de uma planilha em outra.

Para os demais cálculos o V.Hora será igual há todos os dias Posso por exemplo fazer uma soma de valores que estejam em
então ele precisa ser fixo para que o cálculo possa ser copiado, o outra planilha, ou seja quando na planilha matriz algum valor seja
número 60 por ser um número não é muda. alterado na planilha que possui referência com ela também muda.

=HORA(B6)*$B$7+MINUTO(B6)*$B$7/60 Vamos a um exemplo


Para sabermos quantas horas o funcionário trabalhou na sema-
na, faça a soma de todos os dias trabalhados.

Ao observar atentamente o valor calculado ele mostra 20:40, Faremos uma planilha para conversão de valores, então na
porém nessa semana o funcionário trabalhou mais de 40 horas, planilha 1 vamos ter um campo para que se coloque o valore em
isso ocorre pois o cálculo de horas zera ao chegar em 23:59:59, real e automaticamente ele fará a conversão para outras moedas,
então preciso fazer com que o Excel entenda que ele precisa con- monte a seguinte planilha.
tinuar a contagem. Clique na faixa do grupo número na ABA
Inicio, na janela que se abre clique na categoria Hora e escolha o Vamos renomear a planilha para resultado.
formato 37:30:55 esse formato faz com que a contagem continue.

Para isso dê um duplo clique no nome de sua planilha Plan1 e


digite o novo nome.

Salve seu arquivo e clique na guia Plan2 e digite a seguinte


planilha

Crie um novo campo abaixo da Tabela e coloque V. a receber


e faça a soma dos valores totais.

Didatismo e Conhecimento 62
INFORMÁTICA
O ideal nesta planilha é que a única célula onde o usuário pos-
sa manipular seja a célula onde será digitado valor em real para a
conversão, então vamos bloquear a planilha deixando essa célula
desprotegia.
Clique na célula onde será digitado o valor em real depois na
ABA Inicio no grupo Fonte clique na faixa e na janela que se abre
clique na guia Proteção.
Desmarque a opção Bloqueadas, isso é necessário, pois esta
célula é a única que poderá receber dados.

Renomeie essa planilha para valores

Retorne a planilha resultado e coloque um valor qualquer no


campo onde será digitado valor.

Clique agora na ABA Revisão e no grupo Alterações clique no


botão Proteger Planilha.

Clique agora no campo onde será colocado o valor de compra


do dólar na célula B4 e clique na célula onde está o valor que aca-
bou de digitar célula B2, adicione o sinal de divisão (/) e depois cli-
que na planilha valores ele vai colocar o nome da planilha seguido Será mostrada mais uma janela coloque uma senha (recomen-
de um ponto de exclamação (!) e clique onde está o valor de com- dável)
pra do dólar. A função ficará da seguinte forma =B2/valores!B2.

Com isso toda vez que eu alterar na planilha valores o valor do


dólar, ele atualiza na planilha resultado.
Faça o cálculo para o valor do dólar para venda, a função fica-
rá da seguinte forma: =B2/valores!C2.

Para poder copiar a fórmula para as demais células, bloqueie a


célula B2 que é referente ao valor em real.

Didatismo e Conhecimento 63
INFORMÁTICA

Ao tentar alterar uma célula protegida será mostrado o seguinte aviso

Se precisar alterar alguma célula protegida basta clicar no botão Desproteger Planilha no grupo Alterações.

Inserção de Objetos

A inserção de objetos no Excel é muito semelhante ao que aprendemos no Word, as opções de inserção de objetos estão na ABA Inserir.

Podemos inserir Imagens, clip-arts, formas, SmartArt, caixas de texto, WordArt, objetos, símbolos, etc.

Como a maioria dos elementos já sabemos como implementar vamos focar em Gráficos.

Gráficos

A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la com uma aparência melhor também facilita na hora de mostrar resultados.
As opções de gráficos, esta no grupo Gráficos na ABA Inserir do Excel

Didatismo e Conhecimento 64
INFORMÁTICA

Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão avaliados para o gráfico. Vamos utilizar a planilha Atletas para criarmos
nosso gráfico, vamos criar um gráfico que mostre os atletas x peso.

Selecione a coluna com o nome dos atletas, pressione CTRL e selecione os valores do peso.

Ao clicar em um dos modelos de gráfico no grupo Gráficos você poderá selecionar um tipo de gráfico disponível, no exemplo cliquei
no estilo de gráfico de colunas.

Didatismo e Conhecimento 65
INFORMÁTICA
Escolha no subgrupo coluna 2D a primeira opção e seu gráfico será criado.

Para mover o gráfico para qualquer parte de sua planilha basta clicar em uma área em branco de o gráfico manter o mouse pressionado
e arrastar para outra parte.
Na parte superior do Excel é mostrada a ABA Design (Acima dela Ferramentas de Gráfico).

Se você quiser mudar o estilo de seu gráfico, você pode clicar no botão Alterar Tipo de Gráfico.

Para alterar a exibição entre linhas e colunas, basta clicar no botão Alterar Linha/Coluna.

Didatismo e Conhecimento 66
INFORMÁTICA

Ainda em Layout do Gráfico podemos modificar a distribui-


ção dos elementos do Gráfico.
Podemos também deixar nosso gráfico isolado em uma nova
planilha, basta clicar no botão Mover Gráfico.

Podemos também modificar o estilo de nosso gráfico através


do grupo Estilos de Gráfico

Dados
O Excel possui uma ABA chamada Dados que permite impor-
tar dados de outras fontes, ou trabalhar os dados de uma planilha
do Excel

Classificação

Vamos agora trabalhar com o gerenciamento de dados criados


no Excel.
Vamos utilizar para isso a planilha de Atletas.
Classificar uma lista de dados é muito fácil, e este recurso
pode ser obtido pelo botão Classificar e Filtrar na ABA Inicio, ou
pelo grupo Classificar e Filtrar na ABA Dados.

Didatismo e Conhecimento 67
INFORMÁTICA

Vamos então selecionar os dados de nossa planilha que serão classificados.

Clique no botão Classificar.

Você precisa definir quais serão os critérios de sua classificação, onde diz
Classificar por clique e escolha nome, depois clique no botão Adicionar Nível e coloque Modalidade.

Antes de clicar em OK, verifique se está marcada a opção Meus dados contêm cabeçalhos, pois selecionamos a linha de títulos em nossa
planilha e clique em OK.

Didatismo e Conhecimento 68
INFORMÁTICA

Você pode mudar a ordem de classificação sempre que for necessário, basta clicar no botão de Classificar.

Auto Filtro
Este é um recurso que permite listar somente os dados que você precisa visualizar no momento em sua planilha. Com seus dados sele-
cionados clique no botão Filtro e observe que será adicionado junto a cada célula do cabeçalho da planilha uma seta.

Estas setas permite visualizar somente os dados que te interessam na planilha, por exemplo caso eu precise da relação de atletas do sexo
feminino, basta eu clicar na seta do cabeçalho sexo e marcar somente Feminino, que os demais dados da planilha ficarão ocultos.

Posso ainda refinar mais a minha filtragem, caso precise saber dentro do sexo feminino quantos atletas estão na categoria Profissional,
eu faço um novo filtro na coluna Categoria.

Didatismo e Conhecimento 69
INFORMÁTICA

Observe que as colunas que estão com filtro possuem um ícone em forma de funil no lugar da seta.

Para remover os filtros, basta clicar nos cabeçalhos com filtro e escolher a opção selecionar tudo.
Você também pode personalizar seus filtros através da opção Filtros de Texto e Filtro de número (quando conteúdo da célula for um
número).

Didatismo e Conhecimento 70
INFORMÁTICA

Observe na esquerda que são mostrados os níveis de visuali-


zação dos subtotais e que ele faz um total a cada sequência do sexo
dos atletas.
Para remover os subtotais, basta clicar no botão Subtotal e na
janela que aparece clique em Remover Todos.

Subtotais Impressão
Podemos agrupar nossos dados através de seus valores, vamos O processo de impressão no Excel é muito parecido com o que
inicialmente classificar nossa planilha pelo sexo dos atletas rela- fizemos no Word.
cionado com a idade. Clique no botão Office e depois em Imprimir e escolha Visua-
lizar Impressão.

Depois clique no botão Subtotal.


Em A cada alteração em: coloque sexo e em Adicionar subto-
tal a deixe marcado apenas Peso, depois clique em OK.

No caso escolhi a planilha atletas, podemos observar que a


mesma não cabe em uma única página. Clique no botão Configurar
Página.

Didatismo e Conhecimento 71
INFORMÁTICA
Para reexibir aquilo que você ocultou, selecione uma célula
da linha anterior e uma da próxima, depois utilize as teclas CTRL
+ SHIFT + (. Por exemplo: se você ocultou a linha 14 e precisa
reexibi-la, selecione uma célula da linha 13, uma da linha 15 e
pressione as teclas de atalho.

CTRL + ): esse atalho funciona exatamente como o anterior,


porém, ele não oculta linhas, mas sim COLUNAS. Para reexibir as
colunas que você ocultou, utilize as teclas CTRL + SHIFT + ). Por
exemplo: você ocultou a coluna C e quer reexibi-la. Selecione uma
célula da coluna B e uma da célula D, depois pressione as teclas
mencionadas.

CTRL + SHIFT + $: quando estiver trabalhando com valores


monetários, você pode aplicar o formato de moeda utilizando esse
atalho. Ele coloca o símbolo R$ no número e duas casas decimais.
Valores negativos são colocados entre parênteses.

CTRL + SHIFT + Asterisco (*): esse comando é extremamen-


Marque a opção Paisagem e clique em OK. te útil quando você precisa selecionar os dados que estão envolta
da célula atualmente ativa. Caso existam células vazias no meio
dos dados, elas também serão selecionadas. Veja na imagem abai-
xo um exemplo. A célula selecionada era a D6.
CTRL + Sinal de adição (+): quando você precisar inserir cé-
lulas, linhas ou colunas no meio dos dados, ao invés de clicar com
o mouse no número da linha ou na letra da coluna, basta pressionar
esse comando.
*Utilize o sinal de adição do teclado numérico ou a combina-
ção CTRL + SHIFT + Sinal de adição que fica à esquerda da tecla
backspace, pois ela tem o mesmo efeito.

CTRL + Sinal de subtração (-): para excluir células, linhas


ou colunas inteiras, pressione essas teclas. Esse comando funciona
tanto no teclado normal quanto no teclado numérico.
Teclas de atalho do Excel
CTRL + D: você pode precisar que todas as células de deter-
CTRL + !: quando se está trabalhando com planilhas grandes, minada coluna tenham o mesmo valor. Apertando CTRL + D, você
quando os dados precisam ser apresentados a um gerente, ou mes- fará com que a célula ativa seja preenchida com o mesmo valor da
mo só para facilitar sua vida, a melhor maneira de destacar certas célula que está acima dela. Por exemplo: você digitou o número
informações é formatar a célula, de modo que a fonte, a cor do tex- 5432 na célula A1 e quer que ele se repita até a linha 30. Selecione
to, as bordas e várias outras configurações de formatação. Mas ter da célula A1 até a A30 e pressione o comando. Veja que todas as
que usar o mouse para encontrar as opções de formatação faz você células serão preenchidas com o valor 5432.
perder muito tempo. Portanto, pressionando CTRL + !, você fará
com que a janela de opções de formatação da célula seja exibida. CTRL + R: funciona da mesma forma que o comando acima,
Lembre-se que você pode selecionar várias células para aplicar a mas para preenchimento de colunas. Exemplo: selecione da célula
formatação de uma só vez. A1 até a E1 e pressione CTRL + R. Todas as células selecionadas
terão o mesmo valor da A1.
CTRL + (: muitas vezes você precisa visualizar dados que não
estão próximos uns dos outros. Para isso o Excel fornece a opção CTRL + ALT + V: você já deve ter cometido o erro de copiar
de ocultar células e colunas. Pressionando CTRL + (, você fará uma célula e colar em outro local, acabando com a formatação que
com que as linhas correspondentes à seleção sejam ocultadas. Se tinha definido anteriormente, pois as células de origem eram azuis
houver somente uma célula ativa, só será ocultada a linha corres- e as de destino eram verdes. Ou seja, você agora tem células azuis
pondente. Por exemplo: se você selecionar células que estão nas onde tudo deveria ser verde. Para que isso não aconteça, você pode
linhas 1, 2, 3 e 4 e pressionar as teclas mencionadas, essas quatro utilizar o comando “colar valores”, que fará com que somente os
linhas serão ocultadas. valores das células copiadas apareçam, sem qualquer formatação.
Para não precisar usar o mouse, copie as células desejadas e na
hora de colar utilize as teclas CTRL + ALT + V.

Didatismo e Conhecimento 72
INFORMÁTICA
CTRL + PAGE DOWN: não há como ser rápido utilizando
o mouse para alternar entre as planilhas de um mesmo arquivo. CONHECIMENTOS DE INSTALAÇÃO
Utilize esse comando para mudar para a próxima planilha da sua E MANUTENÇÃO DE REDES DE
pasta de trabalho.
COMPUTADORES;
CTRL + PAGE UP: similar ao comando anterior. Porém, exe- CONHECIMENTOS DE PROTEÇÃO E
cutando-o você muda para a planilha anterior. SEGURANÇA DE SISTEMAS;
*É possível selecionar as planilhas que estão antes ou depois SISTEMAS OPERACIONAIS E
da atual, pressionando também o SHIFT nos dois comando acima. INTERNET E INTRANET.
Teclas de função
Poucas pessoas conhecem todo o potencial das teclas que fi-
cam na mesma linha do “Esc”. Assim como o CTRL, as teclas de
função podem ser utilizadas em combinação com outras, para pro- REDES DE COMPUTADORES
duzir comandos diferentes do padrão atribuído a elas. Veja alguns
deles abaixo. As redes de computadores são interconexões de sistemas
de comunicação de dados que podem compartilhar recursos de
F2: se você cometer algum erro enquanto está inserindo fór- hardware e de software, assim, rede é um mecanismo através
mulas em uma célula, pressione o F2 para poder mover o cursor do do qual computadores podem se comunicar e/ou compartilhar
teclado dentro da célula, usando as setas para a direita e esquerda. hardware e software;
Caso você pressione uma da setas sem usar o F2, o cursor será A tecnologia hoje disponível permite que usuários se liguem
movido para outra célula. a um computador central, a qualquer distância, através de sistemas
de comunicação de dados.
ALT + SHIFT + F1: inserir novas planilhas dentro de um ar- Um sistema de comunicação de dados consiste em estações,
quivo do Excel também exige vários cliques com o mouse, mas canais, equipamentos de comunicação e programas específicos
você pode usar o comando ALT + SHIFT + F1 para ganhar algum que unem os vários elementos do sistema, basicamente estações, a
tempo. As teclas SHIFT + F11 produzem o mesmo efeito. um computador central.
F8: use essa tecla para ligar ou desligar o modo de seleção Estação é qualquer tipo de dispositivo capaz de se comunicar
estendida. Esse pode ser usado da mesma forma que o SHIFT. Po- com outro, através de um meio de transmissão, incluindo
rém, ele só será desativado quando for pressionado novamente, computadores, terminais, dispositivos periféricos, telefones,
diferente do SHIFT, que precisa ser mantido pressionado para que transmissores e receptores de imagem, entre outros.
você possa selecionar várias células da planilha.
Os elementos básicos de uma rede são:
Veja abaixo outros comandos úteis: • Host: Equipamento conectado na rede;
• Nó ou Processamento: Ponto de conexão e comunicação de
CTRL + Setas de direção: move o cursor para a última célula hosts;
preenchida. Se houve alguma célula vazia no meio, o cursor será • Transporte ou Transmissão: Faz interligação dos nós através
movido para a última célula preenchida que estiver antes da vazia. da transmissão em longas distâncias;
END: pressione essa tecla uma vez para ativar ou desativar o • Acesso: Elemento que faz a interligação do usuário ao nó;
“Modo de Término”. Sua função é parecida com o comando ante-
rior. Pressiona uma vez para ativar e depois pressione uma tecla de Tipos de Rede
direção para mover o cursor para a última célula preenchida.
*Se a tecla Scroll Lock estiver ativada, pressionar END fará Quanto ao alcance:
com que o cursor seja movido para a célula que estiver visível no • Rede Local (LAN – Local Area Network);
canto inferior direito da janela. Rede de abrangência local e que geralmente não ultrapassa o
CTRL + BARRA DE ESPAÇO: utilize essa atalho se você prédio onde a mesma se encontra, ou seja, rede formada por um
quiser selecionar a coluna inteira onde está o cursor. grupo de computadores conectados entre si dentro de certa área;
SHIFT + BARRA DE ESPAÇOS: semelhante ao comando • Rede Metropolitana (MAN – Metropolitan Area Network);
acima, porém, seleciona a linha inteira onde está o cursor. Rede de abrangência maior e que geralmente não ultrapassa a
área de uma cidade;
• Rede de Longa Distância (WAN – Wide Area Network);

Rede de longa distância e que em sua maioria não ultrapassa


a área do país;
• Rede Global (GAN – Global Area Network) Denominadas
de redes globais pois abrangem máquinas em conexão em qualquer
área do globo.

Quanto à conexão:
• Internet: Rede internacional de computadores.

Didatismo e Conhecimento 73
INFORMÁTICA
• Intranet: Rede interna de uma empresa. • Switch
• Extranet: Conexão de redes, que utilizam como meio a
internet.

Topologia
• Estrela: Um computador central controla a rede;
• Anel: Computadores conectados em forma circular;
• Barramento: Conecta todos os nós em uma linha e pode
preservar a rede se um computador falhar.

As estruturas formadas pelos meios de conexão entregam ao Equipamento de rede que divide uma rede de computadores
usuário o serviço de comunicação que ele necessita. Esta estrutura de modo a não torná-la lenta;
pode ser formada por:
• Cabo Coaxial: Utiliza cabos rígidos de cobre e na atualidade • Bridge
é utilizada em parceria com a fibra óptica para distribuição de TV
a cabo;
• Onda de Rádio: Também conhecida por Wireless, substitui o
uso dos pares metálicos e das fibras, utilizando o ar como meio de
propagação dos dados;
• Fibra Óptica: Baseada na introdução do uso da fibra óptica,
substituindo o par metálico;
• Par Metálico: Constituída pela rede de telefonia, porém tra- Dispositivo de rede que liga uma ou mais redes que se encon-
fegando dados, voz e imagem; tram com certa distância;
• Satélite: O equipamento funciona como receptor, repetidor
e regenerador do sinal que se encontra no espaço, de modo que • Roteador
reenvia à terra um sinal enviado de um ponto a outro que faz uso
do satélite para conexão;
• Rede Elétrica: Faz uso dos cabos de cobre da rede de energia
para a transmissão de voz, dados e imagens.

Dispositivos

• Modem Equipamento que permite a comunicação entre computadores


e redes que se encontram distantes;

INTERNET
“Imagine que fosse descoberto um continente tão vasto
que suas dimensões não tivessem fim. Imagine um mundo
novo, com tantos recursos que a ganância do futuro não seria ca-
paz de esgotar; com tantas oportunidades que os empreendedores
seriam poucos para aproveitá-las; e com um tipo peculiar de
Converte um sinal analógico em digital e vice-versa; imóvel que se expandiria com o desenvolvimento.”
John P. Barlow
• Hub Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear ficas-
sem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentágono.
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da década de
60, ficou em poder exclusivo do governo conectando bases milita-
res, em quatro localidades.
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições norte
-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a tecnologia,
logo vinte e três computadores foram conectados, porém o padrão
de conversação entre as máquinas se tornou impróprio pela quan-
tidade de equipamentos.
Equipamento de rede indicado para conexão de poucos ter- Era necessário criar um modelo padrão e universal para
minais; que as máquinas continuassem trocando dados, surgiu então o
Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto que mais outras
máquinas fossem inseridas àquela rede.

Didatismo e Conhecimento 74
INFORMÁTICA
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrônico, o .mil = Instituição militar norte-americana
E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as máquinas que .net = Provedor de serviços em redes
compunham aquela rede de pesquisa, assim no ano seguinte a rede .org = Organização sem fins lucrativos
se torna internacional.
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do Brasil HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de Trasfe-
conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aquilo que co- rência em Hipertexto
nhecemos hoje como internet, auxiliando portanto o processo de É um protocolo ou língua específica da internet, responsável
pesquisa em tecnologia e outras áreas a nível mundial, além de pela comunicação entre computadores.
alimentar as forças armadas brasileiras de informação de todos os Um hipertexto é um texto em formato digital, e pode le-
tipos, até que em 1990 caísse no domínio público. var a outros, fazendo o uso de elementos especiais (palavras,
Com esta popularidade e o surgimento de softwares de nave- frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa Sensitivo o qual leva
gação de interface amigável, no fim da década de 90, pessoas que a outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos,
não tinham conhecimentos profundos de informática começaram a imagens ou sons.
utilizar a rede internacional. Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o mouse,
remete o usuário à outra parte do documento ou outro documento.
Acesso à Internet
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço de Home Page
Internet, oferece principalmente serviço de acesso à Internet, adi- Sendo assim, home page designa a página inicial, principal do
cionando serviços como e-mail, hospedagem de sites ou blogs, ou site ou web page.
seja, são instituições que se conectam à Internet com o ob- É muito comum os usuários confundirem um Blog ou Perfil
jetivo de fornecer serviços à ela relacionados, e em função do no Orkut com uma Home Page, porém são coisas distintas, aonde
serviço classificam-se em: um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um Profile, ou seja um
• Provedores de Backbone: São instituições que constroem e hipertexto que possui informações de um usuário dentro de uma
administram backbones de longo alcance, ou seja, estrutura física comunidade virtual.
de conexão, com o objetivo de fornecer acesso à Internet para re-
des locais; HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de Mar-
cação de Hipertexto
• Provedores de Acesso: São instituições que se conectam à
É a linguagem com a qual se cria as páginas para a web.
Internet via um ou mais acessos dedicados e disponibilizam acesso
Suas principais características são:
à terceiros a partir de suas instalações;
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML devem ter
• Provedores de Informação: São instituições que disponibili-
aparência semelhante nas diversas plataformas de trabalho);
zam informação através da Internet.
• Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “customi-
zar” diversos elementos do documento, como o tamanho padrão
Endereço Eletrônico ou URL da letra, as cores, etc);
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se conhe- • Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter um ta-
cer o seu endereço. manho reduzido, a fim de economizar tempo na transmissão
Este endereço, que é único, também é considerado sua URL através da Internet, evitando longos períodos de espera e
(Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recursos Univer- congestionamento na rede).
sal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim: www.xxxx.com.br
Onde: Browser ou Navegador
www = protocolo da World Wide Web É o programa específico para visualizar as páginas da web.
xxx = domínio O Browser lê e interpreta os documentos escritos em HTML,
com = comercial apresentando as páginas formatadas para os usuários.
br = brasil
ARQUITETURAS DE REDES
WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial As modernas redes de computadores são projetadas de forma
altamente estruturada. Nas seções seguintes examinaremos com
É um serviço disponível na Internet que possui um conjun- algum detalhe a técnica de estruturação.
to de documentos espalhados por toda rede e disponibilizados a
qualquer um. HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS
Estes documentos são escritos em hipertexto, que utiliza uma Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das redes é
linguagem especial, chamada HTML. organizada em camadas ou níveis, cada uma construída sobre sua
predecessora. O número de camadas, o nome, o conteúdo e a fun-
Domínio ção de cada camada diferem de uma rede para outra. No entanto,
Designa o dono do endereço eletrônico em questão, e em todas as redes, o propósito de cada camada é oferecer certos
onde os hipertextos deste empreendimento estão localizados. serviços às camadas superiores, protegendo essas camadas dos de-
Quanto ao tipo do domínio, existem: talhes de como os serviços oferecidos são de fato implementados.
.com = Instituição comercial ou provedor de serviço A camada n em uma máquina estabelece uma conversão com
.edu = Instituição acadêmica a camada n em outra máquina. As regras e convenções utilizadas
.gov = Instituição governamental nesta conversação são chamadas coletivamente de protocolo da

Didatismo e Conhecimento 75
INFORMÁTICA
camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo para uma rede um presente a alguém, você obtém o endereço da pessoa e contrata
com sete camadas. As entidades que compõem as camadas cor- os Correios ou uma transportadora para entregar. É graças ao ende-
respondentes em máquinas diferentes são chamadas de processos reço que é possível encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada.
parceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que se Também é graças ao seu endereço - único para cada residência ou
comunicam utilizando o protocolo. estabelecimento - que você recebe suas contas de água, aquele pro-
Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da cama- duto que você comprou em uma loja on-line, enfim.
da n em uma máquina para a camada n em outra máquina. Em vez Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu computa-
disso, cada camada passa dados e informações de controle para dor seja encontrado e possa fazer parte da rede mundial de com-
a camada imediatamente abaixo, até que o nível mais baixo seja putadores, necessita ter um endereço único. O mesmo vale para
alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico de comunicação, websites: este fica em um servidor, que por sua vez precisa ter um
através do qual a comunicação ocorre. Na Figura abaixo, a comu- endereço para ser localizado na internet. Isto é feito pelo endereço
nicação virtual é mostrada através de linhas pontilhadas e a comu- IP (IP Address), recurso que também é utilizado para redes locais,
nicação física através de linhas sólidas. como a existente na empresa que você trabalha, por exemplo.
O endereço IP é uma sequência de números composta de 32
bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro sequências de 8
bits. Cada uma destas é separada por um ponto e recebe o nome de
octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado por 8 bits.
O número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare que cada octeto é
formado por números que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso.

A divisão de um IP em quatro partes facilita a organização da


rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço em cidade,
Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A inter- bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das casas
face define quais operações primitivas e serviços a camada inferior da região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros octetos
oferece à camada superior. Quando os projetistas decidem quantas de um endereço IP podem ser utilizados para identificar a rede, por
camadas incluir em uma rede e o que cada camada deve fazer, uma exemplo. Em uma escola que tem, por exemplo, uma rede para
das considerações mais importantes é definir interfaces limpas entre alunos e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma
as camadas. Isso requer, por sua vez, que cada camada desempe- rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos octetos
nhe um conjunto específico de funções bem compreendidas. Além são usados na identificação de computadores.
de minimizar a quantidade de informações que deve ser passada de
camada em camada, interfaces bem definidas também tornam fácil Classes de endereços IP
a troca da implementação de uma camada por outra implementação Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem ser utili-
completamente diferente (por exemplo, trocar todas as linhas tele- zados tanto para identificar o seu computador dentro de uma rede,
fônicas por canais de satélite), pois tudo o que é exigido da nova quanto para identificá-lo na internet.
implementação é que ela ofereça à camada superior exatamente os Se na rede da empresa onde você trabalha o seu computador
mesmos serviços que a implementação antiga oferecia. tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina em outra rede
O conjunto de camadas e protocolos é chamado de arquitetura pode ter este mesmo número, afinal, ambas as redes são distintas
de rede. A especificação de arquitetura deve conter informações e não se comunicam, sequer sabem da existência da outra. Mas,
suficientes para que um implementador possa escrever o programa como a internet é uma rede global, cada dispositivo conectado nela
ou construir o hardware de cada camada de tal forma que obedeça precisa ter um endereço único. O mesmo vale para uma rede local:
corretamente ao protocolo apropriado. Nem os detalhes de imple- nesta, cada dispositivo conectado deve receber um endereço único.
mentação nem a especificação das interfaces são parte da arquite- Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se então um
tura, pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e não problema chamado “conflito de IP”, que dificulta a comunicação
são visíveis externamente. Não é nem mesmo necessário que as in- destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar toda a rede.
terfaces em todas as máquinas em uma rede sejam as mesmas, des- Para que seja possível termos tanto IPs para uso em redes
de que cada máquina possa usar corretamente todos os protocolos. locais quanto para utilização na internet, contamos com um es-
quema de distribuição estabelecido pelas entidades IANA (Inter-
O endereço IP net Assigned Numbers Authority) e ICANN (Internet Corporation
Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... Ok, você for Assigned Names and Numbers) que, basicamente, divide os
não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um recado no Face- endereços em três classes principais e mais duas complementares.
book. Vamos então melhorar este exemplo: quando você quer enviar São elas:

Didatismo e Conhecimento 76
INFORMÁTICA
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 redes, bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de
cada uma com até 16.777.214 dispositivos conectados; sub-rede, recurso onde parte dos números que um octeto destina-
Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até 16.384 do a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para
redes, cada uma com até 65.536 dispositivos; aumentar a capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até enxergar as classes A, B e C da seguinte forma:
2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos; - A: N.H.H.H;
Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast; - B: N.N.H.H;
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast reservado. - C: N.N.N.H.
As três primeiras classes são assim divididas para atender às N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de
seguintes necessidades: máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar”
em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede per-
mitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a
- Os endereços IP da classe A são usados em locais onde são identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os
necessárias poucas redes, mas uma grande quantidade de máqui- dispositivos.
nas nelas. Para isso, o primeiro byte é utilizado como identificador Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um
da rede e os demais servem como identificador dos dispositivos octeto é usado para identificação da rede, este receberá a máscara
conectados (PCs, impressoras, etc); de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos,
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos onde a seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A tabela a seguir
quantidade de redes é equivalente ou semelhante à quantidade de mostra um exemplo desta relação:
dispositivos. Para isso, usam-se os dois primeiros bytes do ende-
reço IP para identificar a rede e os restantes para identificar os
dispositivos; Identifica-
Identifica- Máscara de sub-
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que reque- Classe Endereço IP dor do com-
dor da rede -rede
rem grande quantidade de redes, mas com poucos dispositivos em putador
cada uma. Assim, os três primeiros bytes são usados para identifi- A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
car a rede e o último é utilizado para identificar as máquinas.
Quanto às classes D e E, elas existem por motivos especiais: B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
a primeira é usada para a propagação de pacotes especiais para a C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0
comunicação entre os computadores, enquanto que a segunda está
reservada para aplicações futuras ou experimentais. Você percebe então que podemos ter redes com máscara
Vale frisar que há vários blocos de endereços reservados para 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando uma
fins especiais. Por exemplo, quando o endereço começa com 127, classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde
geralmente indica uma rede “falsa”, isto é, inexistente, utilizada há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade tenha
para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este sempre se refere à que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso
própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta que o leva a possui 20 computadores. A solução seria então criar cinco redes
ser chamado de localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utili- classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda
zado para propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema é criar
maneira simultânea. uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as más-
caras novamente entram em ação.
Endereços IP privados Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na
Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são pri- verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em binário
vados. Isto significa que eles não podem ser utilizados na internet, é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a
sendo reservados para aplicações locais. São, essencialmente, estes: máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é:
-Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255; 11111111.11111111.11111111.00000000
-Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255; Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24
-Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255. bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as nossas
Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits,
cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas máquinas conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras palavras,
endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1.
elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto
IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um (sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em:
servidor ou equipamento de rede - como um roteador - que receba 11111111.11111111.11111111.11100000
a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “tro-
conectados a ele. Com isso, somente este equipamento precisará cados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso
de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores. caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até oito
sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host. Fa-
Máscara de sub-rede zemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em
As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereça- cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem considerar li-
mento, mas podem também representar desperdício. Uma solução mitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).

Didatismo e Conhecimento 77
INFORMÁTICA
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é
255.255.255.224.
Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empre-
gado também em endereços classes A e B, conforme a necessi-
dade. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou
255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente
a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto se tal ação
for executada manualmente. Como exemplo, há casos de assina-
turas de acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui um
IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um cliente se
conectar, usará o mesmo IP. O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no aumento da
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um quantidade de octetos. Um endereço do tipo pode ser, por exemplo:
computador quando este se conecta à rede, mas que muda toda FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você conectou seu
computador à internet hoje. Quando você conectá-lo amanhã, lhe Finalizando
será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte situa- Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a es-
ção: uma empresa tem 80 computadores ligados em rede. Usan- pecificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. Isso até
do IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante essa fase, que
tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador receberá, podemos considerar de transição, o que veremos é a “convivência”
quando se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sen- entre ambos os padrões. Não por menos, praticamente todos os
do utilizado. É mais ou menos assim que os provedores de internet sistemas operacionais atuais e a maioria dos dispositivos de rede
trabalham. estão aptos a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o
você é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes ou
protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol).
simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se aprofundar
nas duas especificações.
IP nos sites
A esta altura, você também deve estar querendo descobrir qual
Você já sabe que os sites na Web também necessitam de um IP.
o seu IP. Cada sistema operacional tem uma forma de mostrar isso.
Mas, se você digitar em seu navegador www.infowester.com, por
Se você é usuário de Windows, por exemplo, pode fazê-lo digi-
exemplo, como é que o seu computador sabe qual o IP deste site ao
tando cmd em um campo do Menu Iniciar e, na janela que surgir,
ponto de conseguir encontrá-lo?
informar ipconfig /all e apertar Enter. Em ambientes Linux, o co-
Quando você digitar um endereço qualquer de um site, um
servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. Ele é mando é ifconfig.
quem informa qual IP está associado a cada site. O sistema DNS
possui uma hierarquia interessante, semelhante a uma árvore (ter-
mo conhecido por programadores). Se, por exemplo, o site www.
infowester.com é requisitado, o sistema envia a solicitação a um
servidor responsável por terminações “.com”. Esse servidor loca-
lizará qual o IP do endereço e responderá à solicitação. Se o site
solicitado termina com “.br”, um servidor responsável por esta ter-
minação é consultado e assim por diante.

IPv6
O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um passado
não muito distante, você conectava apenas o PC da sua casa à in-
ternet, hoje o faz com o celular, com o seu notebook em um serviço
de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim por diante. Somando este Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a partir
aspecto ao fato de cada vez mais pessoas acessarem a internet no de uma rede local - tal como uma rede wireless - visualizará o IP
mundo inteiro, nos deparamos com um grande problema: o núme- que esta disponibiliza à sua conexão. Para saber o endereço IP do
ro de IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras) acesso à internet em uso pela rede, você pode visitar sites como
aplicações. whatsmyip.org.
A solução para este grande problema (grande mesmo, afinal,
a internet não pode parar de crescer!) atende pelo nome de IPv6, Provedor
uma nova especificação capaz de suportar até - respire fundo - 340. O provedor é uma empresa prestadora de serviços que oferece
282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 de endereços, acesso à Internet. Para acessar a Internet, é necessário conectar-se
um número absurdamente alto! com um computador que já esteja na Internet (no caso, o prove-
dor) e esse computador deve permitir que seus usuários também
tenham acesso a Internet.

Didatismo e Conhecimento 78
INFORMÁTICA
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada à Embra- .com -> tipo de organização
tel, que por sua vez, está conectada com outros computadores fora ......br -> identifica o país
do Brasil. Esta conexão chama-se link, que é a conexão física que
interliga o provedor de acesso com a Embratel. Neste caso, a Em- Tipos de Organizações:
bratel é conhecida como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” .edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu
da Internet no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse .com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas que .gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
estão interligadas nesta avenida. .mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de .net -> computadores com funções de administrar redes.
transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados. Exemplo: embratel.net
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Deve ser feito .org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org
um contrato com o provedor de acesso, que fornecerá um nome de
usuário, uma senha de acesso e um endereço eletrônico na Internet. Home Page
Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arqui-
URL - Uniform Resource Locator vo ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando
Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma identificação um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
de onde está localizado o computador e quais recursos este com- um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
putador oferece. Por exemplo, a URL: a busca de informações dentro das Home Pages.
http://www.novaconcursos.com.br O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
Será mais bem explicado adiante. http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
Como descobrir um endereço na Internet? http://www.pronag.com.br/index.html

Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar. PLUG-INS


Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas Os plug-ins são programas que expandem a capacidade do
pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações que Browser em recursos específicos - permitindo, por exemplo, que
preciso? você toque arquivos de som ou veja filmes em vídeo dentro de
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procura, uma Home Page. As empresas de software vêm desenvolvendo
que são sites que possuem um enorme banco de dados (que contém plug-ins a uma velocidade impressionante. Maiores informações e
o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem a procura endereços sobre plug-ins são encontradas na página:
por um determinado assunto. Caso a palavra ou o assunto que foi http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/
procurado exista em alguma dessas páginas, será listado toda esta Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
relação de páginas encontradas. Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo temos
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente ao uma relação de alguns deles:
assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre amor- - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.).
tecedores, caso não encontre nada como amortecedores, procure - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
como autopeças, e assim sucessivamente. - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, PCX,
etc.).
Barra de endereços - Negócios e Utilitários
- Apresentações

FTP - Transferência de Arquivos


A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em pá- Permite copiar arquivos de um computador da Internet para o
ginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página. seu computador.
Alguns sites interessantes: Os programas disponíveis na Internet podem ser:
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular) • Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e uti-
• www.ufpel.tche.br (Ufpel) lizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utilização, e
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) não é considerado “pirataria” a cópia deste programa.
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público) • Shareware: Programa demonstração que pode ser uti-
• www.siapenet.gog.br (contracheque) lizado por um determinado prazo ou que contém alguns limites,
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) para ser utilizado apenas como um teste do programa. Se o usuário
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação) gostar ele compra, caso contrário, não usa mais o programa. Na
maioria das vezes, esses programas exibem, de tempos em tem-
Identificação de endereços de um site pos, uma mensagem avisando que ele deve ser registrado. Outros
Exemplo: http://www.pelotas.com.br tipos de shareware têm tempo de uso limitado. Depois de expirado
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de comu- este tempo de teste, é necessário que seja feito a compra deste
nicação programa.
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site

Didatismo e Conhecimento 79
INFORMÁTICA
Navegar nas páginas
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um documento normal e de links das próprias páginas.

Como salvar documentos, arquivos e sites


Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.

Como copiar e colar para um editor de textos


Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão direito do mouse e escolha a opção Copiar.

Abra o editor de texto clique em colar

Navegadores
O navegador de WWW é a ferramenta mais importante para o usuário de Internet. É com ele que se podem visitar museus, ler revistas
eletrônicas, fazer compras e até participar de novelas interativas. As informações na Web são organizadas na forma de páginas de hipertexto,
cada um com seu endereço próprio, conhecido como URL. Para começar a navegar, é preciso digitar um desses endereços no campo cha-
mado Endereço no navegador. O software estabelece a conexão e traz, para a tela, a página correspondente.
O navegador não precisa de nenhuma configuração especial para exibir uma página da Web, mas é necessário ajustar alguns parâmetros
para que ele seja capaz de enviar e receber algumas mensagens de correio eletrônico e acessar grupos de discussão (news).
O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no Centro de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la Recherche Nucleaire),
Suíça. Originalmente, o WWW era um meio para físicos da CERN trocar experiências sobre suas pesquisas através da exibição de páginas
de texto. Ficou claro, desde o início, o imenso potencial que o WWW possuía para diversos tipos de aplicações, inclusive não científicas.
O WWW não dispunha de gráficos em seus primórdios, apenas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto WWW ganhou força extra
com a inserção de um visualizador (também conhecido como browser) de páginas capaz não apenas de formatar texto, mas também de exibir
gráficos, som e vídeo. Este browser chamava-se Mosaic e foi desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado por Mark Andreesen. O
sucesso do Mosaic foi espetacular.
Depois disto, várias outras companhias passaram a produzir browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic. Mark Andreesen
partiu para a criação da Netscape Communications, criadora do browser Netscape.
Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos outros browsers.

Busca e pesquisa na web


Os sites de busca servem para procurar por um determinado assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
• http://br.altavista.com
• http://cade.search.yahoo.com
• http://br.bing.com/
Como fazer a pesquisa
Digite na barra de endereço o endereço do site de pesquisa. Por exemplo:
www.google.com.br

Didatismo e Conhecimento 80
INFORMÁTICA

Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pesquisa.

Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem palavras com ou sem acento.

Opções de pesquisa

Web: pesquisa em todos os sites


Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. Exemplo do resultado se uma pesquisa.

Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet. Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 81
INFORMÁTICA

Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organizados por assunto em categorias. Exemplo:

Como escolher palavra-chave


• Busca com uma palavra: retorna páginas que incluam a palavra digitada.
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a sequência de termos
que foram digitadas.
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna páginas que incluam todas as palavras aleatoriamente na página.
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que ficam antes do sinal de menos são excluídas da pesquisa.
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um cálculo em um site de pesquisa.

Por exemplo: 3+4


Irá retornar:

O resultado da pesquisa
O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:

INTRANET
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma empresa. As intranets ou
Webs corporativas, são redes de comunicação internas baseadas na tecnologia usada na Internet. Como um jornal editado internamente, e
que pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.

Didatismo e Conhecimento 82
INFORMÁTICA
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e departa- • Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sistemas
mentos, mesclando (com segurança) as suas informações particu- de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais de quali-
lares dentro da estrutura de comunicações da empresa. dade;
O grande sucesso da Internet, é particularmente da World • Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas,
Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na evolução da políticas da companhia, organograma, oportunidades de trabalho,
informática nos últimos anos. programas de desenvolvimento pessoal, benefícios.
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos interliga- Para acessar as informações disponíveis na Web corporativa,
dos através de vínculos, ou links) e a enorme facilidade de se criar, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. Afinal, o es-
interligar e disponibilizar documentos multimídia (texto, gráficos, forço de operação desses programas se resume quase somente em
animações, etc.), democratizaram o acesso à informação através de clicar nos links que remetem às novas páginas. No entanto, a sim-
redes de computadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantes- plicidade de uma intranet termina aí. Projetar e implantar uma rede
ca base de usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos desse tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de profissio-
de informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgiram nais especializados. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da
muitas ferramentas de software de custo zero ou pequeno, que intranet, sua diversidade de funções e a quantidade de informações
permitem a qualquer organização ou empresa, sem muito esfor- nela armazenadas.
ço, “entrar na rede” e começar a acessar e colocar informação. O A intranet é baseada em quatro conceitos:
resultado inevitável foi a impressionante explosão na informação • Conectividade - A base de conexão dos computadores li-
disponível na Internet, que segundo consta, está dobrando de ta- gados através de uma rede, e que podem transferir qualquer tipo de
manho a cada mês. informação digital entre si;
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito, que • Heterogeneidade - Diferentes tipos de computadores e
tem interessado um número cada vez maior de empresas, hospitais, sistemas operacionais podem ser conectados de forma transparen-
faculdades e outras organizações interessadas em integrar infor- te;
mações e usuários: a intranet. Seu advento e disseminação prome- • Navegação - É possível passar de um documento a outro
te operar uma revolução tão profunda para a vida organizacional através de referências ou vínculos de hipertexto, que facilitam o
quanto o aparecimento das primeiras redes locais de computado- acesso não linear aos documentos;
res, no final da década de 80. • Execução Distribuída - Determinadas tarefas de acesso
ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à execução de
O que é Intranet? programas aplicativos, que podem estar no servidor, ou nos micro-
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de 1995 computadores que acessam a rede (também chamados de clientes,
por fornecedores de produtos de rede para se referirem ao uso den- daí surgiu à expressão que caracteriza a arquitetura da intranet:
tro das empresas privadas de tecnologias projetadas para a comu- cliente-servidor). A vantagem da intranet é que esses programas
nicação por computador entre empresas. Em outras palavras, uma são ativados através da WWW, permitindo grande flexibilidade.
intranet consiste em uma rede privativa de computadores que se Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande impor-
baseia nos padrões de comunicação de dados da Internet pública, tância no desenvolvimento de softwares aplicativos que obedeçam
baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, aos três conceitos anteriores.
FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre as
razões para este sucesso, estão o custo de implantação relativa- Como montar uma Intranet
mente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos programas de Basicamente a montagem de uma intranet consiste em usar as
navegação na Web, os browsers. estruturas de redes locais existentes na maioria das empresas, e em
instalar um servidor Web.
Objetivo de construir uma Intranet Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repositório das in-
Organizações constroem uma intranet porque ela é uma ferra- formações contidas na intranet. É lá que os clientes vão buscar as pá-
menta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente para economizar ginas HTML, mensagens de e-mail ou qualquer outro tipo de arquivo.
tempo, diminuir as desvantagens da distância e alavancar sobre o
seu maior patrimônio de capital-funcionários com conhecimentos Protocolos - São os diferentes idiomas de comunicação uti-
das operações e produtos da empresa. lizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos. O primeiro é
o HTTP, responsável pela comunicação do browser com o servi-
Aplicações da Intranet dor, em seguida vem o SMTP ligado ao envio de mensagens pelo
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comunicações e-mail, e o FTP usado na transferência de arquivos. Independen-
corporativas em uma intranet dá para simplificar o trabalho, pois temente das aplicações utilizadas na intranet, todas as máquinas
estamos virtualmente todos na mesma sala. De qualquer modo, é nela ligadas devem falar um idioma comum: o TCP/IP, protocolo
cedo para se afirmar onde a intranet vai ser mais efetiva para unir da Internet.
(no sentido operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: Identificação do Servidor e das Estações - Depois de definidos
• Marketing e Vendas - Informações sobre produtos, listas os protocolos, o sistema já sabe onde achar as informações e como
de preços, promoções, planejamento de eventos; requisitá-las. Falta apenas saber o nome de quem pede e de quem
• Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Tra- solicita. Para isso existem dois programas: o DNS que identifica
balho), planejamentos, listas de responsabilidades de membros das o servidor e o DHCP (Dinamic Host Configuration Protocol) que
equipes, situações de projetos; atribui nome às estações clientes.

Didatismo e Conhecimento 83
INFORMÁTICA
Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcionários aces- aplicativos separados, como e-mail e servidores Web, em vez de
sam as informações colocadas à sua disposição no servidor. Para usar um sistema unificado, como faria com um pacote de software
isso usam o Web browser, software que permite folhear os docu- para grupo de trabalho;
mentos. • Número Limitado de Ferramentas - Há um número limitado
de ferramentas para conectar um servidor Web a bancos de da-
Comparando Intranet com Internet dos ou outros aplicativos back-end. As intranets exigem uma rede
Na verdade as diferenças entre uma intranet e a Internet, é TCP/IP, ao contrário de outras soluções de software para grupo de
uma questão de semântica e de escala. Ambas utilizam as mesmas trabalho que funcionam com os protocolos de transmissão de redes
técnicas e ferramentas, os mesmos protocolos de rede e os mesmos local existentes;
produtos servidores. O conteúdo na Internet, por definição, fica • Ausência de Replicação Embutida – As intranets não apre-
disponível em escala mundial e inclui tudo, desde uma home-page sentam nenhuma replicação embutida para usuários remotos. A
de alguém com seis anos de idade até as previsões do tempo. A HMTL não é poderosa o suficiente para desenvolver aplicativos
maior parte dos dados de uma empresa não se destina ao consumo cliente/servidor.
externo, na verdade, alguns dados, tais como as cifras das ven- Como a Intranet é ligada à Internet
das, clientes e correspondências legais, devem ser protegidos com
cuidado. E, do ponto de vista da escala, a Internet é global, uma
intranet está contida dentro de um pequeno grupo, departamento
ou organização corporativa. No extremo, há uma intranet global,
mas ela ainda conserva a natureza privada de uma Internet menor.
A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão, por
serem uma mistura caótica de informações úteis e irrelevantes, o
meteórico aumento da popularidade de sites da Web dedicados a
índices e mecanismos de busca é uma medida da necessidade de
uma abordagem organizada. Uma intranet aproveita a utilidade da
Internet e da Web num ambiente controlado e seguro.

Vantagens e Desvantagens da Intranet


Alguns dos benefícios são:
• Redução de custos de impressão, papel, distribuição de soft-
ware, e-mail e processamento de pedidos;
• Redução de despesas com telefonemas e pessoal no suporte
telefônico;
Segurança da Intranet
• Maior facilidade e rapidez no acesso as informações técnicas Três tecnologias fornecem segurança ao armazenamento e à
e de marketing; troca de dados em uma rede: autenticação, controle de acesso e
• Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações remotas; criptografia.
• Incrementando o acesso a informações da concorrência; Autenticação - É o processo que consiste em verificar se um
• Uma base de pesquisa mais compreensiva; usuário é realmente quem alega ser. Os documentos e dados podem
• Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e parceiros ser protegidos através da solicitação de uma combinação de nome
(revendas); do usuário/senha, ou da verificação do endereço IP do solicitante,
• Aumento da precisão e redução de tempo no acesso à infor- ou de ambas. Os usuários autenticados têm o acesso autorizado ou
mação; negado a recursos específicos de uma intranet, com base em uma
• Uma única interface amigável e consistente para aprender ACL (Access Control List) mantida no servidor Web;
e usar;
• Informação e treinamento imediato (Just in Time); Criptografia - É a conversão dos dados para um formato que
• As informações disponíveis são visualizadas com clareza; pode ser lido por alguém que tenha uma chave secreta de descrip-
• Redução de tempo na pesquisa a informações; tografia. Um método de criptografia amplamente utilizado para a
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e informação; segurança de transações Web é a tecnologia de chave pública, que
• Redução no tempo de configuração e atualização dos sistemas; constitui a base do HTTPS - um protocolo Web seguro;
• Simplificação e/ou redução das licenças de software e outros;
• Redução de custos de documentação; Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação segura
• Redução de custos de suporte; entre uma intranet e a Internet através de servidores proxy, que são
• Redução de redundância na criação e manutenção de páginas; programas que residem no firewall e permitem (ou não) a trans-
• Redução de custos de arquivamento; missão de pacotes com base no serviço que está sendo solicitado.
• Compartilhamento de recursos e habilidade. Um proxy HTTP, por exemplo, pode permitir que navegadores
Alguns dos empecilhos são: Webs internos da empresa acessem servidores Web externos, mas
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de colaboração, não o contrário.
não são tão poderosos quanto os oferecidos pelos programas para
grupos de trabalho tradicionais. É necessário configurar e manter

Didatismo e Conhecimento 84
INFORMÁTICA
Dispositivos para realização de Cópias de Segurança e-mail foi criado por Tomlinson, tomlinson@bbn-tenexa. O sím-
Os dispositivos para a realização de cópias de segurança do(s) bolo @ (arroba) é lido no inglês com “at”, que significa em, algo
servidor(es) constituem uma das peças de especial importância. como: o endereço tomlinson está no computador bbn-tenexa.
Por exemplo, unidades de disco amovíveis com grande capacidade Durante um bom tempo, o e-mail foi usado, quase que exclu-
de armazenamento, tapes... sivamente, por pesquisadores da área de computação e militares.
Queremos ainda referir que para o funcionamento de uma Foi com o desenvolvimento e o aumento de usuários da Internet,
rede existem outros conceitos como topologias/configurações que o e-mail se popularizou e passou a ser a aplicação mais utiliza-
(rede linear, rede em estrela, rede em anel, rede em árvore, rede da na internet. Hoje, até mesmo pessoas que usam a Internet muito
em malha …), métodos de acesso, tipos de cabos, protocolos de pouco, tem um e-mail.
comunicação, velocidade de transmissão … O correio eletrônico se parece muito com o correio tradicio-
nal. Todo usuário tem um endereço próprio e uma caixa postal, o
EXTRANET carteiro é a Internet. Você escreve sua mensagem, diz pra quem
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de compu- que mandar e a Internet cuida do resto. Mas por que o e-mail se
tadores que faz uso da Internet para partilhar com segurança parte popularizou tão depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você não
do seu sistema de informação. paga nada por uma comunicação via e-mail, apenas os custos de
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de compu- conexão com a Internet. Outro fator é a rapidez, enquanto o correio
tadores que faz uso da Internet para partilhar com segurança parte tradicional levaria dias para entregar uma mensagem, o eletrônico
do seu sistema de informação. faz isso quase que instantaneamente e não utiliza papel. Por ulti-
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o conceito con- mo, a mensagem vai direto ao destinatário, não precisa passa de
funde-se com Intranet. Uma Extranet também pode ser vista como mão-em-mão (funcionário do correio, carteiro, etc.), fica na sua
uma parte da empresa que é estendida a usuários externos (“rede caixa postal onde somente o dono tem acesso e, apesar de cada
extra-empresa”), tais como representantes e clientes. Outro uso co- pessoa ter seu endereço próprio, você pode acessar seu e-mail de
mum do termo Extranet ocorre na designação da “parte privada” qualquer computador conectado à Internet.
de um site, onde somente “usuários registrados” podem navegar, Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do correio conven-
previamente autenticados por sua senha (login). cional com a velocidade do telefone, se tornando um dos melhores
e mais utilizado meio de comunicação.
Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um Portal (in- Estrutura e Funcionalidade do e-mail
ternet) estabelecido na web de forma que pessoas e funcionários Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos os en-
de uma empresa consigam ter acesso à intranet através de redes dereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão, nome do usuá-
externas ao ambiente da empresa. rio + @ + host, onde:
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via Web » Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuá-
por clientes ou outros usuários autorizados. Uma intranet é uma rio na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: sergiodecastro.
rede restrita à empresa que utiliza as mesmas tecnologias presentes » @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa o nome
na Internet, como e-mail, webpages, servidor FTP etc. do usuário do seu provedor.
A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação entre os » Host – é o nome do provedor onde foi criado o endereço
funcionários e parceiros além de acumular uma base de conhe- eletrônico. Exemplo: click21.com.br .
cimento que possa ajudar os funcionários a criar novas soluções. » Provedor – é o host, um computador dedicado ao serviço 24
Exemplificando uma rede de conexões privadas, baseada na horas por dia.
Internet, utilizada entre departamentos de uma empresa ou parcei- Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.com.br
ros externos, na cadeia de abastecimento, trocando informações
sobre compras, vendas, fabricação, distribuição, contabilidade en- A caixa postal é composta pelos seguintes itens:
tre outros. » Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas.
Correio Eletrônico » Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não envia-
Um Pouco de História das.
Foi em 1971 que tudo começou (na realidade começou antes, » E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-mails que
com pesquisas), com um engenheiro de computação da BBN (Bolt foram enviados.
Beranek e Newman), chamado Ray Tomlinson. Utilizando um » Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda não ter-
programa chamado SNDMSG, abreviação do inglês “Send Messa- minou de redigir.
ge”, e o ReadMail, Ray conseguiu enviar mensagem de um com- » Lixeira – Armazena as mensagens excluídas.
putador para outro. Depois de alguns testes mandando mensagens
para ele mesmo, Ray tinha criado o maior e mais utilizado meio de Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão presentes:
comunicação da Internet, o correio eletrônico do inglês “eletronic » Para – é o campo onde será inserido o endereço do destina-
mail” ou simplesmente como todos conhecem e-mail. tário.
O símbolo @ foi utilizado por Tomlinson para separar o nome » Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da mesma
do computador do nome do usuário, esta convenção é utilizada mensagem, ao usar este campo os endereços aparecerão para todos
até hoje. Como não poderia deixar de ser, o primeiro endereço de os destinatários.

Didatismo e Conhecimento 85
INFORMÁTICA
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, no en- mentou muito de tamanho, há pouco tempo a maioria dos prove-
tanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos. dores permitiam em torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria já
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem. oferecem em média 10 Mb. Porém tem alguns mais generosos que
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem (ima- chegam a oferecer mais que isso, é o caso do Click21 que oferece
gens, programas, música, arquivos de texto, etc.). 21 Mb, claro que essas limitações são preocupantes quando se tra-
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a mensagem. ta de e-mail grátis, pois a final de contas quando pagamos o bolso
Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor, porém é quem manda. Além de caixa postal os provedores costumam ofe-
representando as mesmas funções. Além dos destes campos tem recer serviços de agenda e contatos.
ainda os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e EXCLUIR as Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a critério de
mensagens, este botões bem como suas funcionalidades veremos cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, eu, por exemplo,
em detalhes, mais a frente. procuro aqueles que oferecem uma interface com o menor propa-
Para receber seus e-mails você não precisa está conectado à In- ganda possível.
ternet, pois o e-mail funciona com provedores. Mesmo você não
estado com seu computador ligado, seus e-mail são recebidos e ar- » Criando seu e-mail
mazenados na sua caixa postal, localizada no seu provedor. Quando Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente sim-
você acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-line (direta- ples, eu escolhi o iBestMail, pois a interface deste WebMail não
mente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos para seu com- tem propagandas e isso ajudar muito os entendimentos, no entanto
putador através de programas de correio eletrônico. Um programa você pode acessar qualquer dos endereços informados acima ou
muito conhecido é o Outlook Express, o qual detalhar mais a frente. ainda qualquer outro que você conheça. O processo de cadastro é
A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de e-mail muito simples, basta preencher um formulário e depois você terá
e qualquer pessoa que souber esse endereço, pode enviar mensa- sua conta de e-mail pronta para ser usada. Alguns provedores exi-
gens para você. Também é possível enviar mensagens para várias gem CPF para o cadastro, o iBest e o iG são exemplos, já outros
pessoas ao mesmo tempo, para isto basta usar os campos “Cc” e você informa apenas dados pessoais, o Yahoo e o Gmail são exem-
“Cco” descritos acima. plos, este último é preciso ter um convite.
Atualmente, devido a grande facilidade de uso, a maioria das
pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet através do nave- Vamos aos passos:
gador. Este tipo de correio é chamado de WebMail. O WebMail é 1. Acesse a pagina do provedor (www.ibestmail.com.br) ou
responsável pela grande popularização do e-mail, pois mesmo as
qualquer outro de sua preferência.
pessoas que não tem computador, podem acessar sua caixa postal
2. Clique no botão “CADASTRE-SE JÁ”, será aberto um for-
de qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.). Para ter um
mulário, preencha-o observando todos os campos. Os campos do
endereço eletrônico basta querer e acessar a Internet, é claro. Existe
formulário têm suas particularidades de provedor para provedor,
quase que uma guerra por usuários. Os provedores, também, dispu-
no entanto todos trazem a mesma ideia, colher informações do
tam quem oferece maior espaço em suas caixas postais. Há pouco
usuário. Este será a primeira parte do seu e-mail e é igual a este em
tempo encontrar um e-mail com mais de 10 Mb, grátis, não era fácil.
qualquer cadastro, no exemplo temos “@ibest.com.br”. A junção
Lembro que, quando a Embratel ofereceu o Click21 com 30 Mb,
achei que era muito espaço, mas logo o iBest ofereceu 120 Mb e do nome de usuário com o nome do provedor é que será seu en-
não parou por ai, a “guerra” continuo culminando com o anúncio de dereço eletrônico. No exemplo ficaria o seguinte: seunome@ibest.
que o Google iria oferecer 1 Gb (1024 Mb). A ultima campanha do com.br.
GMail, e-mail do Google, é de aumentar sua caixa postal constante- 3. Após preencher todo o formulário clique no botão “Aceito”,
mente, a ultima vez que acessei estava em 2663 Mb. pronto seu cadastro estará efetivado.
Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é comum que
WebMail muitos nomes já tenham sido cadastrados por outros usuários,
neste caso será exibida uma mensagem lhe informando do pro-
O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação acessada blema. Isso acontece porque dentro de um mesmo provedor não
diretamente na Internet, sem a necessidade de usar programa de pode ter dois nomes de usuários iguais. A solução é procurar outro
correio eletrônico. Praticamente todos os e-mails possuem aplica- nome que ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões
ções para acesso direto na Internet. É grande o número de prove- como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso com você (o
dores que oferecem correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo que é bem provável que acontecerá) escolha uma das sugestões ou
segue uma lista dos mais populares. informe outro nome (não desista, você vai conseguir), finalize seu
» Hotmail – http://www.hotmail.com cadastro que seu e-mail vai está pronto para ser usado.
» GMail – http://www.gmail.com
» iBest Mail – http://www.ibestmail.com.br » Entendendo a Interface do WebMail
» iG Mail – http://www.ig.com.br A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail que nos
» Yahoo – http://www.yahoo.com.br liga do mundo externo aos comandos do programa. Estes conheci-
» Click21 – http://www.click21.com.br mentos vão lhe servir para qualquer WebMail que você tiver e tam-
bém para o Outlook Express que é um programa de gerenciamento
Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e seguir de e-mails, vamos ver este programa mais adiante.
as instruções do site. Outro importante fator a ser observado é o 1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua caixa
tamanho máximo permitido por anexo, este foi outro fator que au- de entrar, verificando se há novas mensagens no servidor.

Didatismo e Conhecimento 86
INFORMÁTICA
2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de 14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adicio-
e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no qual você vai nar, renomear e apagar as suas pastas. As pastas são um modo de
redigir, responder e encaminhar mensagens. Semelhante à função organizar seu conteúdo, armazenando suas mensagens por temas.
novo e-mail do Outlook. Quando seu e-mail é criado não existem pastas nesta seção, isso
3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus endere- deve ser feito pelo usuário de acordo com suas necessidades.
ços de e-mail são previamente guardados para utilização futura, 15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá a seção
nesta seção também é possível criar grupos para facilitar o geren- onde pode ser feita uma configuração que permitirá você acessar
ciamento dos seus contatos. outras caixas postais diretamente da sua. O próximo link, como o
4. Configurações – Este botão abre (como o próprio nome já nome já diz, abre a janela de configuração dos e-mails bloqueados
diz) a janela de configurações. Nesta janela podem ser feitas di- e mais abaixo o link para baixar um plug-in que lhe permite fazer
versas configurações, tais como: mudar senha, definir número de uma configuração automática do Outlook Express. Estes dois pri-
e-mail por página, assinatura, resposta automática, etc. meiros links são os mesmos apresentados no item 10.
5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma seção
com vários tópicos de ajuda. Questões Comentadas
6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através dele que
você vai fechar sua caixa postal, muito recomendado quando o uso 1- Com relação ao sistema operacional Windows, assinale a
de seu e-mail ocorrer em computadores de terceiros. opção correta.
7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu ende- (A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve ser
reço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; parte utilizada feita a partir de opção equivalente do Painel de Controle, de modo
em porcentagem e um pequeno gráfico. a garantir a correta remoção dos arquivos relacionados ao aplicati-
8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você está, no vo, sem prejuízo ao sistema operacional.
exemplo a Caixa de Entrada. (B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e DE-
9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de mensagens LETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos diretó-
que estão na tela e também o total da seção selecionada. rios de programas instalados na máquina em uso.
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de um
10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão todos
computador, pois bastam o nome do usuário e a senha da máquina
os comandos relacionados com as mensagens exibidas. Para usar
para se ter acesso às contas dos demais usuários possivelmente
estes comandos, selecione uma ou mais mensagens o comando
cadastrados nessa máquina.
desejado e clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, bloqueia
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios disponí-
o endereço de e-mail da mensagem, útil para bloquear e-mails in-
veis por meio da instalação do pacote Office, entre eles, calculado-
desejados. Já o botão “Contas externas” abre uma seção para con-
ra, bloco de notas, WordPad e Paint.
figurar outras contas de e-mails que enviarão as mensagens a sua
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do botão Ini-
caixa postal. Para o correto funcionamento desta opção é preciso
ciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o Windows, dar
que a conta a ser acessada tenha serviço POP3 e SMTP. saída no usuário correntemente em uso na máquina e, em seguida,
11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lista de desligar o computador.
página, que aumenta conforme a quantidade de e-mails na seção. Comentários: Para desinstalar um programa de forma segura
Para acessar selecione a página desejada e clique no botão “OK”. deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou remover pro-
Veja que todos os comandos estão disponíveis também na parte gramas
inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal. Resposta – Letra A
12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um correio
eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; Rascunho e 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as informa-
Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do nome, quando está ções estão contidas em arquivos de vários formatos, que são arma-
normal significa que todas as mensagens foram abertas, porém zenados no disco fixo ou em outros tipos de mídias removíveis do
quando estão em negrito, acusam que há uma ou mais mensagens computador, organizados em:
que não foram lidas, o número entre parêntese indica a quantidade. (A) telas.
Este detalhe funciona para todas as pastas e mensagens do correio. (B) pastas.
13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir as (C) janelas.
mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exibido o (D) imagens.
conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe também as (E) programas.
mensagens das diversas pastas existentes na sua caixa postal. A
observação feita no item anterior, sobre negrito, também é válida Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma bem cla-
para esta seção. Observe as caixas de seleção localizadas do lado ra a organização por meio de PASTAS, que nada mais são do que
esquerdo de cada mensagem, é através delas que as mensagens são compartimentos que ajudam a organizar os arquivos em endereços
selecionadas. A seleção de todos os itens ao mesmo tempo, tam- específicos, como se fosse um sistema de armário e gavetas.
bém pode ser feito pela caixa de seleção do lado esquerdo do título Resposta: Letra B
da coluna “Remetente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
também serve para classificar as mensagens que por padrão estão 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser excluído
classificadas através da coluna “Data”, para usar outra coluna na permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pressionando-se si-
classificação basta clicar sobre nome dela. multaneamente as teclas

Didatismo e Conhecimento 87
INFORMÁTICA
(A) Ctrl + Delete. Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para somar
(B) Shift + End. todas as células de A3 até C3(dois pontos significam ‘até’), sendo
(C) Shift + Delete. assim teremos que somar A3, , B3, C3 obtendo-se o resultado 448.
(D) Ctrl + End. Resposta: C.
(E) Ctrl + X.
6- “O correio eletrônico é um método que permite compor,
Comentário: Quando desejamos excluir permanentemente um enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de co-
arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes para a lixeira, bas- municação”. São softwares gerenciadores de email, EXCETO:
ta pressionarmos a tecla Shift em conjunto com a tecla Delete. O A) Mozilla Thunderbird.
Windows exibirá uma mensagem do tipo “Você tem certeza que B) Yahoo Messenger.
deseja excluir permanentemente este arquivo?” ao invés de “Você C) Outlook Express.
tem certeza que deseja enviar este arquivo para a lixeira?”. D) IncrediMail.
Resposta: C E) Microsoft Office Outlook 2003.
4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de arquivos, Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de e-mail
sem que haja perda de informação? (eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos memorizar
(A) Compactação que os sistemas que trabalham o correio eletrônico podem fun-
(B) Deleção cionar por meio de um software instalado em nosso computador
(C) Criptografia local ou por meio de um programa que funciona dentro de um
(D) Minimização navegador, via acesso por Internet. Este programa da Internet, que
(E) Encolhimento adaptativo não precisa ser instalado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o
software local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.
Comentários: A compactação de arquivos é uma técnica am- Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:
plamente utilizada. Alguns arquivos compactados podem conter • Pode ler e escrever mensagens mesmo quando está des-
extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exemplos de programas conectado da Internet;
compactadores são o WinZip, WinRar, SolusZip, etc.
• Permite armazenar as mensagens localmente (no com-
Resposta: A
putador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo tempo;
5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
Maiores Desvantagens:
• Ocupam espaço em disco;
• Compatibilidade com os servidores de e-mail (nem sem-
pre são compatíveis).
A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negrito os
mais conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook
Microsoft Outlook Express;
Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado Mozilla Thunderbird;
(Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: IcrediMail
(A) 7 Eudora
(B) 56 Pegasus Mail
(C) 448 Apple Mail (Apple)
(D) 511 Kmail (Linux)
(E) uma mensagem de erro Comentários: temos que D1=SO- Windows Mail
MA(A1:C1). Quando copiamos uma célula que contém uma fór- A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL, ou
mula e colamos em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à seja, não é instalado no computador local. Logo, é o gabarito da
nova posição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser questão.
copiada de D1 para D3: Resposta: B.

7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e correio ele-


trônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos navega-
dores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Google Chrome) para
localizar recursos e páginas da Internet (Exemplo: http://www.
google.com.br).
II. Download significa descarregar ou baixar; é a transferência
de dados de um servidor ou computador remoto para um compu-
tador local.
III. Upload é a transferência de dados de um computador local
para um servidor ou computador remoto.

Didatismo e Conhecimento 88
INFORMÁTICA
IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail significa mo- Em relação às outras letras:
vê-lo definitivamente da máquina local, para envio a um destinatá- Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo Excel
rio, com endereço eletrônico. e não o Access
Estão corretas apenas as afirmativas: Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma cópia do
A) I, II, III, IV arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga.
B) I, II Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de exibi-
C) I, II, III ção do documento dentro do contexto de cada programa e não de
D) I, II, IV um programa para o outro como é o caso da afirmativa.
E) I, III, IV Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação de
slides e sim o Ms Power Point.
Comentários: O URL é o endereço (único) de um recurso na Resposta: B
Internet. A questão parece diferenciar um recurso de página, mas 9- Com relação a conceitos de Internet e intranet, assinale a
na verdade uma página é um recurso (o mais conhecido, creio) da opção correta.
Web. Item verdadeiro. (A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla a en-
É comum confundir os itens II e III, por isso memorize: down trada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre na Internet.
= baixar (B) A intranet só pode ser acessada por usuários da Internet
o = baixar para sua máquina, descarregar. II e III são verda- que possuam uma conexão http, ao digitarem na barra de endere-
deiros. ços do navegador: http://intranet.com.
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma rede
local, pois sua função é conectar um computador à rede de tele-
fonia fixa.
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina denomi-
nada cliente requisita serviços a outra, denominada servidor, ainda
é o atual paradigma de acesso à Internet.
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que armazena
os nomes dos usuários que possuem permissão de acesso a uma
quantidade restrita de páginas da Internet.
Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado em ter-
mos de internet pois não é tão robusto quanto redes P2P pois, en-
quanto no primeiro modelo uma queda do servidor central impede
No item IV encontramos o item falso da questão, o que nos
o acesso aos usuários clientes, no segundo mesmo que um servidor
leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em mensagem de
“caia” outros servidores ainda darão acesso ao mesmo conteúdo
e-mail significa copiar e não mover!
Resposta: C. permitindo que o download continue. Ex: programas torrent, Emu-
le, Limeware, etc.
8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do am- Em relação às outras letras:
biente MS Office, assinale a opção correta. letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve para loca-
(A) Ao se clicar no nome de um documento gravado com a lizar e identificar conjuntos de computadores na Internet e corres-
extensão .xls a partir do Meu Computador, o Windows ativa o MS ponde ao endereço que digitamos no navegador.
Access para a abertura do documento em tela. letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma forma
(B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas ao se que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede é restrito a
acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL + V,respecti- uma rede local e não a internet como um todo.
vamente, estão disponíveis no menu Editar de todos os aplicativos letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o computador
da suíte MS Office. a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma forma só que
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das aplicações de maneira local, o acesso via ADSL pode sim acessar redes locais.
do MS Office, permite que o usuário salve o documento corren- letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de computação
temente aberto com outro nome. Nesse caso, a versão antiga do que fornece serviços a uma rede de computadores. E não necessa-
documento é apagada e só a nova versão permanece armazenada riamente armazena nomes de usuários e/ou restringe acessos.
no computador. Resposta: D
(D) O menu Exibir permite a visualização do documento aber-
to correntemente, por exemplo, no formato do MS Word para ser 10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
aberto no MS PowerPoint. (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Internet,
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a elabora- pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde está localizada
ção de apresentações de slides que utilizem conteúdo e imagens de tal máquina.
maneira estruturada e organizada. (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários se co-
nectarem a uma mesma máquina simultaneamente, como no caso
Comentários: O menu editar geralmente contém os comandos de salas de bate-papo.
universais dos programas da Microsoft como é o caso dos atalhos (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebimento
CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do localizar. de arquivos na Internet.

Didatismo e Conhecimento 89
INFORMÁTICA
(D) Quando se digita o endereço de uma página web, o termo Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas na in-
http significa o protocolo de acesso a páginas em formato HTML, ternet visando o atendimento do nível de qualidade da informação
por exemplo. prestada à sociedade, pelo órgão.
(E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de correio O ambiente operacional de computação disponível para rea-
eletrônico envia uma mensagem com anexo para outro destinatário lizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do MS-Offi-
de correio eletrônico. ce, das ferramentas Internet Explorer e de correio eletrônico, em
Comentários: Os itens apresentados nessa questão estão rela- português e em suas versões padrões mais utilizadas atualmente.
cionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os protocolos mais Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes, CD’s
comuns: e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acoplada em por-
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de carrega- tas do tipo USB) e outras funcionalmente semelhantes.
mento de páginas de Hipertexto – HTML - IP (Internet Protocol)
– Identificação lógica de uma máquina na rede- POP (Post Office 12- As células que contêm cálculos feitos na planilha eletrô-
Protocol) – Protocolo de recebimento de emails direto no PC via nica,
gerenciador de emails - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) (A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão resul-
– Protocolo padrão de envio de emails - IMAP(Internet Message tados diferentes do original.
Access Protocol) – Semelhante ao POP, no entanto, possui mais re- (B) não podem ser “coladas” no editor de textos.
cursos e dá ao usuário a possibilidade de armazenamento e acesso (C) somente podem ser copiadas para o editor de textos dentro
a suas mensagens de email direto no servidor. - FTP(File Transfer de um limite máximo de dez linhas e cinco colunas.
Protocol) – Protocolo para transferência de arquivos (D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma a uma.
Resposta: D (E) quando integralmente selecionadas, copiadas e “coladas”
no editor de textos, serão exibidas na forma de tabela.
11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção correta.
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pastas e Comentários: Sempre que se copia células de uma planilha
arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o Painel de eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam como uma tabe-
Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão Iniciar do Win- la simples, onde as fórmulas são esquecidas e só os números são
dows. colados.
(B) Para se obter a listagem completa dos arquivos salvos em Resposta: E
um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de modificação, de-
ve-se selecionar Detalhes nas opções de Modos de Exibição. 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio do cor-
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede ofere- reio eletrônico, deve considerar as operações de
ce um histórico de páginas visitadas na Internet para acesso direto (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços eletrô-
a elas. nicos dos destinatários no campo “Cco”.
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e a opção (B) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços
Renomear for acionada no Windows Explorer com o botão direito eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
do mouse,será salva uma nova versão do arquivo e a anterior con- (C) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele-
tinuará aberta com o nome antigo. trônicos dos destinatários no campo “Cc”.
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutura de (D) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços
diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de busca Google, eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de máquinas ligadas (E) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele-
à Internet. trônicos dos destinatários no campo “Para”.

Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arquivos são Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo correio
mostrados de várias formas como Listas, Miniaturas e Detalhes. eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou seja, anexar o
Resposta: B arquivo à mensagem. Quando colocamos os endereços dos desti-
natários no campo Cco, ou seja, no campo “com cópia oculta”, um
Atenção: Para responder às questões de números 12 e 13, destinatário não ficará sabendo quem mais recebeu aquela mensa-
considere integralmente o texto abaixo: gem, o que atende a segurança solicitada no enunciado.
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão deverão Resposta: A
ser publicados em rede interna de uso exclusivo do órgão, com
tecnologia semelhante à usada na rede mundial de computadores. 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo -
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deverão ser CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio de arquivos em
verificados para que não contenham erros. Alguns artigos digita- lotes, também denominados scripts, o shell de comando é um
dos deverão conter a imagem dos resultados obtidos em planilhas programa que fornece comunicação entre o usuário e o sistema
eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, valores e totais. operacional de forma direta e independente. Nos sistemas ope-
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados devem racionais Windows XP, esse programa pode ser acessado por
ser tomados para a recuperação em caso de perda e também para meio de um comando da pasta Acessórios denominado
evitar o acesso por pessoas não autorizadas às informações guar- (A) Prompt de Comando
dadas. (B) Comandos de Sistema

Didatismo e Conhecimento 90
INFORMÁTICA
(C) Agendador de Tarefas d) Arquivo, Exibir e Formatar.
(D) Acesso Independente e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
(E) Acesso Direto Resposta: “B”
Comentário:
• Ação numerar - “INSERIR”
Resposta: “A” • Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
Comentários • Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR”
Prompt de Comando é um recurso do Windows que oferece
um ponto de entrada para a digitação de comandos do MSDOS 18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
(Microsoft Disk Operating System) e outros comandos do com-
putador. O mais importante é o fato de que, ao digitar comandos,
você pode executar tarefas no computador sem usar a interface
gráfica do Windows. O Prompt de Comando é normalmente usado
apenas por usuários avançados.

15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo


- CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir digitado no apli-
cativo Word. Aplicativos para edição de textos. Aplicando-se
a esse texto o efeito de fonte Tachado, o resultado obtido será

a) 3, 0 e 7.
Resposta: “C” b) 5, 0 e 7.
Comentários: c) 5, 1 e 2.
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d, e. En- d) 7, 5 e 2.
tretanto, temos que observar que na questão os itens d, e, além de e) 8, 3 e 4.
receberem taxado, também ficaram em caixa alta. O único que re-
cebe apenas o taxada, sem alterar outras formatações foi o item c. Resposta: “C”
Comentário:
16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo - Expressão =MÉDIA(A1:A3)
CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento de um arquivo São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é divi-
de textos ou de imagens na internet, entre um servidor e um dido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
cliente, constituem, em relação ao cliente, respectivamente, um Expressão =MENOR(B1:B3;2)
(A) download e um upload Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número, que
(B) downgrade e um upgrade seria o número 1. Para facilitar coloque esses números em ordem
(C) downfile e um upfile crescente.
(D) upgrade e um downgrade Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
(E) upload e um download Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número, que
Resposta: “E”. seria o número 2. Para facilitar coloque esses números em ordem
Comentários: decrescente.
Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar;
Upload – Carregar para cima (enviar).
Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”)

17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011) Assinale


a alternativa que contém os nomes dos menus do programa
Microsoft Word XP, em sua configuração padrão, que, respec-
tivamente, permitem aos usuários: (I) numerar as páginas do
documento, (II) contar as palavras de um parágrafo e (III) adi-
cionar um cabeçalho ao texto em edição.
a) Janela, Ferramentas e Inserir.
b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
c) Formatar, Editar e Janela.

Didatismo e Conhecimento 91
INFORMÁTICA
19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)

a) 1 20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No PowerPoint


b) 2 2007, a inserção de um novo comentário pode ser feita na guia
c) 3 a) Geral.
d) 4 b) Inserir.
e) 5 c) Animações.
d) Apresentação de slides.
Resposta: “D” e) Revisão.
Comentário: Resposta: “E”
Passo 1
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1 Comentário:

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbito


das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.zzz.br. O
domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em inglês) utilizado
para classificar o tipo de instituição, no exemplo dado acima,
éo
Passo 2 a) protocolo.
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 e A3 b) xxx.
c) zzz.
d) yyy.
e) br.
Resposta: “C”
Comentários:
a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio
d) yyy. subdomínios
e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio

Click na imagem para melhor visualizar


Passo 3
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a pro-
pagação, o resultado

Didatismo e Conhecimento 92
INFORMÁTICA
22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Analise a Resposta: E
régua horizontal do Microsoft Word, na sua configuração pa-
drão, exibida na figura. Comentário:

Assinale a alternativa que contém apenas os indicadores


de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) I, II e VI.

Resposta: D

Comentário:

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais no


lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do documento
não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir Régua no topo
da barra de rolagem vertical.
É possível definir tabulações rapidamente clicando no seletor
de tabulação na extremidade esquerda da régua até que ela exiba
o tipo de tabulação que você deseja. Em seguida, clique na régua
no local desejado.
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto à direi- Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrincha-
ta. Conforme você digita, o texto é movido para a esquerda. das no exemplo acima (arredondamento, mínimo e somatório) em
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de um pon- uma única questão. A função ARRED é para arredondamento e
to decimal. Independentemente do numero de dígitos, o ponto de- pertence a mesma família de INT(parte inteira) e TRUNCAR (par-
cimal ficará na mesma posição. te do valor sem arredondamento). A resposta está no item 2 que in-
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere uma dica a quantidade de casas decimais. Sendo duas casas decimais,
barra vertical na posição de tabulação. não poderia ser letra A, C ou D. A função SOMA efetua a soma
das três células (B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre
23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Uma o menor entre os dois valores informados (2,66666 - dízima pe-
planilha do Microsoft Excel, na sua configuração padrão, pos- riódica - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
sui os seguintes valores nas células: B1=4, B2=1 e B3=3. A fór- casas decimais.
mula =ARRED(MÍNIMO(SOMA (B1:B3)/3;2,7);2) inserida
na célula B5 apresentará o seguinte resultado:
(A) 2
(B) 1,66
(C) 2,667
(D) 2,7
(E) 2,67

Didatismo e Conhecimento 93
INFORMÁTICA
Considere a figura que mostra o Windows Explorer do Mi- Resposta: C
crosoft Windows XP, em sua configuração original, e responda
às questões de números 24 e 25.

Comentário:

24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O arqui-


vo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop. Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/ oculta o
(E) na raiz do disco rígido. painel PASTAS.
Resposta: E

Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas
em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em
cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e
mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O pai-
nel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desk-
top (também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe
o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de maneira
idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador,
como padrão ele traz a janela sem divisão, as é possível dividi-la
também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)

25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao se


clicar em , localizado abaixo do menu Favoritos, será fe-
chado
(A) o Meu computador.
(B) o Disco Local (C:).
(C) o painel Pastas.
(D) Meus documentos.
(E) o painel de arquivos.

Didatismo e Conhecimento 94
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Ao final desse período, o mundo já não era mais o mesmo. E
a moderna administração surgiu em resposta a duas consequências
ADMINISTRAÇÃO: CONCEITO,
provocadas pela Revolução Industrial, a saber:
OBJETIVO, PRINCÍPIOS BÁSICOS E • Crescimento acelerado e desorganizado das empresas
FUNÇÕES. que passaram a exigir uma administração científica capaz de subs-
tituir o empirismo e a improvização;
• Necessidade de maior eficiência e produtividade das
empresas, para fazer face à intensa concorrência e competição no
A história da Administração iniciou-se num tempo muito mercado.
remoto, mais precisamente no ano 5.000 a .C, na Suméria, quando Difícil é precisar até que ponto os homens da Antiguidade,
os antigos sumerianos procuravam melhorar a maneira de resolver da Idade Média e até mesmo do início da Idade Moderna tinham
seus problemas práticos, exercitando assim a arte de administrar. consciência de que estavam praticando a arte de administrar.
Depois no Egito, Ptolomeu dimensionou um sistema econô- Já no século XX, surge Frederick W. Taylor, engenheiro ame-
mico planejado que não poderia ter-se operacionalizado sem uma ricano, apresentando os princípios da Administração Cientifica e o
administração pública sistemática e organizada. estudo da Administração como Ciência.
Em seguida, na China de 500 a.C, a necessidade de adotar um Conhecido como o precursor da TEORIA DA ADMINIS-
sistema organizado de governo para o império, a Constituição de TRAÇÃO CIENTÍFICA, Taylor preconizava a prática da divisão
Chow, com seus oito regulamentos e as Regras de Administração do trabalho, enfatizando tempos e métodos a fim de assegurar
Pública de Confúcio exemplificam a tentativa chinesa de definir seus objetivos “de máxima produção a mínimo custo”, seguindo
regras e princípios de administração. os princípios da seleção científica do trabalhador, do tempo pa-
Apontam-se, ainda, outras raízes históricas. As instituições drão, do trabalho em conjunto, da supervisão e da ênfase na efi-
otomanas, pela forma como eram administrados seus grandes feu- ciência.
dos. Os prelados católicos, já na Idade Média, destacando-se como Nas considerações da Administração Científica de Taylor,
administradores natos. A Alemanha e a Áustria, de 1550 a 1700, a organização é comparada com uma máquina, que segue um pro-
através do aparecimento de um grupo de professores e administra- jeto pré-definido; o salário é importante, mas não é fundamental
dores públicos chamados os fiscalistas ou cameralistas. Os mer- para a satisfação dos funcionários; a organização é vista de forma
cantilistas ou fisiocratas franceses, que valorizavam a riqueza físi- fechada, desvinculada de seu mercado; a qualificação do funcio-
ca e o Estado, pois ao lado das reformas fiscais preconizavam uma nário passa a ser supérflua em consequência da divisão de tarefas
administração sistemática, especialmente no setor público. que são executadas de maneira repetitiva e monótona e finalmente,
Na evolução histórica da administração, duas instituições se a administração científica, faz uso da exploração dos funcionários
destacaram: a Igreja Católica Romana e as Organizações Mi-
em prol dos interesses particulares das empresas.
litares.
A Administração Científica
A Igreja Católica Romana pode ser considerada a organização
Em 1911, Taylor publicou o livro considerado como a “bíblia”
formal mais eficiente da civilização ocidental. Através dos séculos
dos organizadores do trabalho: Princípios da Administração
vem mostrando e provando a força de atração de seus objetivos, a
Científica, que tornou-se um best-seller no mundo inteiro.
eficácia de suas técnicas organizacionais e administrativas, espa-
Reconhece-se hoje que as propostas pioneiras de Taylor de-
lhando-se por todo mundo e exercendo influência, inclusive sobre
os comportamentos das pessoas, seus fiéis. flagaram uma “febre” de racionalização, que prepararam o terreno
As Organizações Militares evoluíram das displicentes ordens para o advento do TQC (Total Quality Control), ocorrido ao longo
dos cavaleiros medievais e dos exércitos mercenários dos séculos do pós-guerra.
XVII e XVIII até os tempos modernos com uma hierarquia de po- As propostas básicas de Taylor: planejamento, padroniza-
der rígida e adoção de princípios e práticas administrativas comuns ção, especialização, controle e remuneração trouxeram decorrên-
a todas empresas da atualidade. cias sociais e culturais da sua aplicação, pois representaram a total
A revolução industrial alienação das equipes de trabalho e da solidariedade grupal, fortes
O fenômeno que provocou o aparecimento da empresa e da e vivazes no tempo da produção artesanal. Apesar das decorrên-
moderna administração ocorreu no final do século XVIII e se es- cias negativas para a massa trabalhadora, que as propostas de Tay-
tendeu ao longo do século XIX, chegando ao limiar do século XX. lor acarretaram, não se pode deixar de admitir que elas represen-
Esse fenômeno, que trouxe rápidas e profundas mudanças econô- taram um enorme avanço para o processo de produção em massa.
micas, sociais e políticas, chamou-se Revolução Industrial. Paralelamente aos estudos de Taylor, Henri Fayol, que era
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, com a inven- francês, defendia princípios semelhantes na Europa, baseado em
ção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776. A aplicação da sua experiência na alta administração. Enquanto os métodos de
máquina a vapor no processo de produção provocou um enorme Taylor eram estudados por executivos europeus, os seguidores da
surto de industrialização, que se estendeu rapidamente a toda a Administração Científica só deixaram de ignorar a obra de Fa-
Europa e Estados Unidos. yol quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. O atraso
A Revolução Industrial desenvolveu-se em duas fases distin- na difusão generalizada das ideias de Fayol fez com que grandes
tas: a primeira fase de 1780 a 1860. É a revolução do carvão, como contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus
principal fonte de energia, e do ferro, como principal matéria-pri- princípios. Fayol relacionou 14 (quatorze) princípios básicos que
ma. A segunda fase de 1860 a 1914. É a revolução da eletricidade podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor.
e derivados do petróleo, como as novas fontes de energia, e do aço,
como a nova matéria-prima.

Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

As 05 (cinco) funções precípuas da gerência administrativa Em meados do mesmo ano o Departamento Administrativo do
como: planejar, comandar, organizar, controlar e coordenar, o já Serviço Público, até hoje conhecido pela sigla DASP, foi fundado
conhecido e exaustivamente estudado nas escolas de administra- pelo Dr. Luiz Simões Lopes. Por este órgão foi criada a Escola de
ção – PCOCC – são os fundamentos da Teoria Clássica defendida Serviço Público que enviava técnicos de administração aos Esta-
dos Unidos para a realização de cursos de aperfeiçoamento, com
por Fayol. Esta Teoria considera: a obsessão pelo comando, a em-
defesa de tese. Os conhecimentos e as ações desenvolvidas por
presa como sistema fechado e a manipulação dos trabalhadores,
estes especialistas, no seu retorno ao país, fez deles pioneiros da
que, semelhante à Administração Científica, desenvolvia princí-
Administração no Brasil, como profissão. Novamente sob orien-
pios que buscavam explorar os trabalhadores. tação do Dr. Luiz Simões Lopes, em 1944, foi criada a Fundação
Traçando-se um paralelo entre a Administração Científica e Getúlio Vargas, mantenedora da EASP – Escola de Administração
a Administração Clássica, conclui-se que enquanto Taylor estu- de Empresas de São Paulo.
dava a empresa privilegiando as tarefas de produção, Fayol a es- Junto com o DASP, foi criado um cargo exclusivo de Técnico
tudava privilegiando as tarefas da organização. A ênfase dada pelo em Administração (hoje Administrador).
primeiro era sobre a adoção de métodos racionais e padronizados Sentia-se então a necessidade de institucionalização urgente
e máxima divisão de tarefas, enquanto o segundo enfatizava a es- da profissão do Administrador, como forma de preservar o merca-
trutura formal de empresa e a adoção de princípios administrativos do de trabalho para os que já atuavam na Administração Pública e
pelos altos escalões. para os egressos daquelas escolas, bem como, defender a socieda-
Na história da evolução da Administração não se pode es- de de pessoas inabilitadas e na maioria despreparadas.
quecer a valiosa contribuição de Elton George Mayo, o criador No entanto, institucionalizar uma profissão não é tarefa fá-
da Teoria das Relações Humanas, desenvolvida a partir de 1940, cil e a estratégia adotada deveria consistir na fundação da ABTA
nos Estados Unidos e mais recentemente, com novas ideias, com o – Associação Brasileira de Técnicos de Administração, em 19 de
nome de Teoria do Comportamento Organizacional. Ela foi, ba- Novembro de 1960, que tinha como símbolo o hexágono.
sicamente, o movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica A entidade recém-criada começou a desenvolver esforços com
da Administração, com ênfase centrada nas pessoas. Teve como vistas a preparação de um projeto de lei que institucionalizasse
origem: a necessidade de humanizar e democratizar a administra- a administração. É de inteira justiça salientar aqui a inestimável
ção, o desenvolvimento das chamadas ciências humanas (psicolo- colaboração do Professor Alberto Guerreiro Ramos, Técnico de
gia e sociologia), as ideias da filosofia pragmática de John Dewey Administração do DASP, na época Deputado Federal, para a apro-
e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin e as conclusões do Ex- vação do projeto. Guerreiro Ramos foi decisivamente apoiado pela
perimento de Hawthorne, já bastante estudado e discutido nas ABTA na luta pela sanção presidencial, já que a reação de podero-
escolas de administração. Em 1932, quando a experiência foi sus- sas forças contrárias pugnava pelo veto.
pensa, estavam delineados os princípios básicos da Escola de Rela- Afinal, com o importante apoio do Diretor Geral do DASP, a
ções Humanas, tais como: o nível de produção como resultante da Lei nº 4769, foi sancionada em 09 de Setembro de 1965, pelo então
Presidente da República, Humberto de Alencar Castelo Branco.
integração social, o comportamento social do empregado, a forma-
Para implantação da citada Lei, o Ministério do Trabalho no-
ção de grupos informais, as relações interpessoais, a importância
meou uma Junta Federal presidida por Ibany da Cunha Ribeir, alia-
do conteúdo do cargo e a ênfase nos aspectos emocionais. da à ABTA, presidida por A. Nogueira de Faria, que forneceu sua
A partir de 1950 foi desenvolvida a Teoria Estruturalista, estrutura e seus recursos materiais e humanos, implantando assim
preocupada em integrar todas as teorias das diferentes escolas aci- os Conselhos Regionais de Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e
ma enumeradas, que teve início com a Teoria da Burocracia de Bahia.
Max Weber, que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação Entre os que exerceram o cargo de Técnico de Administração
dos meios aos objetivos (fins), para que se obtenha o máximo no DASP, além dos acima mencionados, podemos citar Celso Fur-
de eficiência. tado e Belmiro Siqueira. Este último ocupou vários cargos naquela
Convém citar ainda, a Teoria de Sistemas desenvolvida a repartição pública, dentre eles o de Diretor Geral, em 1967 e 1968.
partir de 1970, que passou a abordar a empresa como um sistema O Patrono dos Administradores
aberto em contínua interação com o meio ambiente que o envol- Belmiro Siqueira é o Patrono dos Administradores, título que
ve e a Teoria da Contingência, desenvolvida no final da década lhe foi outorgado “pos-mortem” e dá nome ao concurso nacional
de 1970. Para essa teoria a empresa e sua administração sã va- anualmente promovido pelo Sistema CFA/CRAs: prêmio “BEL-
riáveis dependentes do que ocorre no ambiente externo, isto é, a MIRO SIQUEIRA DE ADMINISTRAÇÃO”.
medida que o meio ambiente muda, também ocorrem mudanças na Administrador, professor, consultor, assessor governamental,
empresa e na sua administração como consequência. colunista de vários jornais, sempre escrevendo sobre assuntos li-
Assim sendo, os princípios fundamentais das Teorias de Tay- gados à sua área de atuação. Autor de vários trabalhos sobre Ad-
lor, Fayol, Mayo e Weber foram e serão sempre os pilares da evo- ministração, foi eleito Conselheiro Federal em 1977 e Vice-Pre-
lução e do desenvolvimento da ciência da Administração e que têm sidente do Conselho Federal de Administração – CFA, até 28 de
motivado e impulsionado os estudos, pesquisas, trabalhos e obras Novembro de 1987, data de seu falecimento. Na ocasião encon-
dos seus seguidores até os nossos dias. trava-se no exercício da Presidência do CFA. Era mineiro de Ubá,
É importante conhecer a história da Administração no Brasil e nascido a 22 de Outubro de 1921.
os precursores da luta de torná-la reconhecida. A história da Admi- Torna-se imperativo, nesta oportunidade, exaltar a valiosa,
nistração iniciou-se em 1931, com a fundação do Instituto da Or- decisiva e importante contribuição do Administrador Belmiro
ganização Racional do Trabalho – IDORT, que contava com o Pro- Siqueira. Cujo talento, profissionalismo e dedicação à nossa ca-
fessor Roberto Mange, suíço naturalizado, na sua direção técnica. tegoria ficarão para sempre registrados nos anais da história da
Administração, no Brasil.

Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Os profissionais de administração eram denominados, na épo- 3-Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da
ca, de Técnicos de Administração, o que transmitia uma conotação empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da
de formação escolar de nível médio. melhor forma segundo o planejamento estabelecido.
Mais de 02 anos após a publicação dessa Lei ela foi regula- 4-Controlar-Estabelecer padrões e medidas de desempenho
mentada através do Decreto 61.934, de 22 de setembro de 1967. que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais
Foi criado então, o órgão responsável pela disciplina e fisca- compatíveis com o que a empresa espera. O controle das ativida-
lização do exercício profissional: o CFTA – Conselho Federal de des desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo
Técnicos de Administração, com a missão de trabalhar pela afir- ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.
mação da existência e fixação da profissão de Administrador no 5-Coordenar - A implantação de qualquer planejamento seria
microssistema sócio-jurídico-econômico nacional. inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a em-
Começaram a ser criados outros Conselhos Regionais nas di- presa, almejando as metas traçadas.
versas capitais do país, que hoje compõem o Sistema CFA/CRA’s, Apesar das decorrências negativas para a classe trabalhadora,
com a finalidade de difundir e consolidar a missão do órgão maior que as propostas de TAYLOR acarretaram não se pode deixar de
(CFTA) da categoria, com abrangência e autonomia nas diversas admitir que, elas representaram um enorme avanço para o proces-
regiões da Unidade Federativa. so de produção em massa.
Coincidindo com o 20° aniversário da criação da profissão de Fonte: http://magisterandre.blogspot.com.br/2013/08/taylor
-e-5-funcoes-essenciais-da.html
Administrador, por força da Lei Federal n°735, de 13 de junho
de 1985, foi mudada a denominação de Técnico de Administração
para ADMINISTRADOR, após uma vibrante campanha em 1983,
coordenada pelo CRA-SP, que levou ao Ministério do Trabalho as TIPOS DE ORGANIZAÇÃO.
reivindicações de todas as instituições do País ligadas ao campo da
administração: universidades, faculdades, associações profissio-
nais, sindicatos, além de milhares de assinaturas de profissionais e
apoio de centena de Câmaras Municipais. ORGANIZAÇÃO
A administração na última década A palavra organização pode assumir vários significados:
Inicia-se, assim, um novo tempo de desenvolvimento e aper- a) Organização como uma entidade social: Uma organização
feiçoamento da Administração, como Ciência e como Profissão. social dirigida para objetivos específicos e deliberadamente estru-
A tecnologia moderna aliada aos cientistas, pesquisadores e pro- turada. A organização é uma entidade social porque é constituída
fessores, com seus mecanismos, estudos e trabalhos vêm provan- por pessoas. É dirigida para objetivos porque é desenhada para
do que Administrar é necessário, proveitoso e imprescindível em alcançar resultados, como gerar lucros, proporcionar satisfação
qualquer segmento, contexto ou situação na vida das pessoas, das social, etc. É deliberadamente estruturada pelo fato que o trabalho
empresas e das entidades. é dividido e seu desempenho é atribuído aos membros da orga-
Neste ano de 2005 a profissão de Administrador completa, ofi- nização. Nesse sentido, a palavra organização significa qualquer
cialmente, 40 anos de sua criação no Brasil e no decorrer dessas empreendimento humano moldado intencionalmente par atingir
quatro décadas é inegável o crescimento e o aperfeiçoamento das determinados objetivos. Essa definição é aplicável a todos os ti-
pessoas e instituições que estudam, ensinam, trabalham, dirigem pos de organizações, sejam elas lucrativas ou não, como empresas,
ou fiscalizam a profissão do Administrador, sejam eles pessoas fí- bancos, financeiras, hospitais, clubes, igrejas etc. Dentro desse
sicas ou jurídicas. ponto de vista, a organização pode ser visualizada sob dois aspec-
Atualmente existem mais de 1.700 instituições de ensino supe- tos distintos:
rior e de especialização na área de Administração, um contingente • Organização formal: É a organização baseada em uma divi-
de mais de 300.000 profissionais registrados em todo país, 600.000 são de trabalho racional que especializa órgãos e pessoas em de-
alunos cursando administração, além da demanda aos vestibulares terminadas atividades. É, portanto, a organização planejada ou a
da área, que só perdem para os dos cursos de medicina. organização que está definida no organograma, sacramentada pela
Fonte: http://www.sobreadministracao.com/historia-e-evolu- direção e comunicada a todos por meio dos manuais de organiza-
cao-da-administracao/ ção. É a organização formalizada oficialmente.
• Organização Informal: É a organização que emerge espon-
Para o escritor Henri Fayol, as funções essenciais de uma tânea e naturalmente entre as pessoas que ocupam posições na or-
empresa consistem nos conceitos abaixo descritos: ganização formal e a partir dos relacionamentos humanos como
ocupantes de cargos. Forma-se a partir das relações de amizade e
1-Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especifican- do surgimento de grupos informais que não aparecem no organo-
do a forma como estes vão ser alcançados. Parte de uma sondagem grama ou em qualquer outro documento formal.
do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas b) Organização como função administrativa e parte integrante
traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora do processo administrativo: Nesse sentido, organização significa
à operacionalização das outras funções. o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos
2-Comandar - Faz com que os subordinados executem o que incumbidos de sua administração e estabelecer as relações entre
deve ser feito. Pressupõe-se que as relações hierárquicas estejam eles e as atribuições de cada um. Trataremos da organização sob
claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores o segundo ponto de vista, ou seja, a organização como a segunda
e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau função administrativa e que depende do planejamento, da direção
de participação e colaboração de cada um para a realização dos e do controle para formar o processo administrativo. Organizar
objetivos definidos. consiste em:

Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
• Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance recimento exponencial de novas tecnologias, invenções, inovações
dos objetivos planejados (especialização). técnicas e sociais, e a tendência de concentração do capital, ocasio-
• Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamen- nou o surgimento de grandes fábricas responsáveis por empregar
talização). - em um só local – centenas e às vezes milhares de seres humanos
• Designar as atividades às específicas posições e pessoas que só tinham a força de trabalho a oferecer aos detentores dos
(cargos e tarefas). meios de produção.
A organização pode ser estruturada em três níveis diferentes: Dentro desse contexto de grandes mudanças econômicas, so-
a) Organização ao nível global: É a organização que abrange a ciais e demográficas, muitos estudiosos e profissionais começaram
empresa como uma totalidade. É o chamado desenho organizacio- a perceber o quão difícil se tornava a organização e o controle
nal, que pode assumir três tipos: Organização linear, organização dessas grandes empresas, as quais precisavam lidar com diversas
funcional e organização o tipo linha-staff. variáveis, ao mesmo tempo em que buscavam garantir o lucro ne-
cessário à manutenção do empreendimento e a remuneração do
DIREÇÃO capital investido. No início do século XX, grandes empresários,
Está relacionada com a maneira pela qual os objetivos devem como Ford, Rockefeller dentre outros, estavam com bastantes
problemas em seus conglomerados, principalmente no que tange
ser alcançados através da atividade das pessoas e da aplicação dos
à gestão dos empregados. Dessa forma, foram nas duas primeiras
recursos que compõem a organização.
décadas do século passado que apareceram os acadêmicos e “pe-
Direção é a atividade consistente em conduzir e coordenar
ritos da indústria”, os quais apresentaram-se oferecendo ajuda aos
o pessoal na execução de um plano previamente elaborado. As- empresários americanos e europeus.
sim, dirigir uma organização pública ou privada significa dominar Como havia a necessidade de produção em massa, devido à
a habilidade de conseguir que os seus subordinados executem as demanda sempre crescente e a exploração de novos mercados, a
tarefas para as quais foram designados por força do cargo (setor relação empregado x empregador parecia ser a mais complexa. Os
público) ou por força do contrato de trabalho (setor privado). principais problemas podem ser assim enumerados:
Os meios normalmente utilizados para o desempenho de uma 1) altíssimas taxas de rotatividade da mão-de-obra;
direção eficaz são: a) ordens e instruções, b) motivação, c) comu- 2) pressão por produtividade por meio de atitudes muitas ve-
nicação e d) liderança, sendo que um bom gestor sabe que os me- zes agressivas e injustas;
lhores resultados de gestão surgirão do uso combinado delas. 3) baixa qualificação dos empregados;
Ou seja, não basta dar ordens e instruções, é preciso saber 4) necessidade de adaptação às novas tecnologias, como a li-
motivar seus subordinados na execução das tarefas. E isso se faz, nha de montagem;
por exemplo, através de uma comunicação eficiente entre chefe e 5) modelos de remuneração capazes de gerar motivação e pro-
subordinado. É preciso dizer à equipe o motivo pelo qual aquele dutividade.
determinado trabalho é importante para a organização. Estes con- Surge, então, neste momento, no despontar do século XX,
ceitos, apesar de simples, são comumente esquecidos pelos diri- os primeiros trabalhos de cunho científico na administração. Os
gentes de organizações públicas e privadas, trazendo-lhes sérios expoentes dessa fase científica foram dois engenheiros: Frederick
prejuízos financeiros e operacionais a curto prazo sem falar na per- Winslow Taylor, responsável pelo desenvolvimento da Escola da
da da credibilidade do trabalho executado pelo gestor perante seus Administração Científica, e Henri Fayol, criador da Teoria Clássi-
subordinados, pares e superiores. ca. Dessa forma, a chamada Abordagem Clássica da Administra-
ção é formada pelas duas abordagens construídas por esses dois
CONTROLE engenheiros pesquisadores.
Controlar significa garantir que o planejamento seja bem exe- Os trabalhos de Taylor podem ser considerados como a pri-
cutado e que os objetivos estabelecidos sejam alcançados da me- meira tentativa de fundar uma “ciência da administração”. O pes-
lhor maneira possível. quisador era engenheiro, e teve a possibilidade de atuar em vários
cargos dentro uma fábrica, desde operário até engenheiro-chefe.
A função administrativa de controle está relacionada com a
Após alguns anos como empregado, Taylor passou a trabalhar
maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados através da
como consultor, aperfeiçoando suas pesquisas e ideias sobre ges-
atividade das pessoas que compõem a organização. O planejamen-
tão. O aspecto fundamental de sua teoria é a busca do aumento da
to serve para definir os objetivos, traçar as estratégias para alcan- eficiência da organização, por meio da racionalização do trabalho
çá-los e estabelecer os planos de ação. A organização serve para e da obtenção de métodos mais eficientes de controle dos traba-
estruturar as pessoas e recursos de maneira a trabalhar de forma lhadores.
organizada e racional. A direção mostra os rumos e dinamiza as Para solucionar a questão do relacionamento empregado x
pessoas para que utilizem os recursos da melhor maneira possível. empregador, Taylor propõe quatro “grandes princípios”:
Por fim, o controle serve para que todas as coisas funcionem da 1) O desenvolvimento de uma verdadeira ciência do trabalho,
maneira certa e no tempo certo. em que seria necessária uma investigação científica para se chegar
O controle verifica se a execução está de acordo com o que foi a uma jornada de trabalho justa. Neste caso, o empregador saberia
planejado: quanto mais completos, definidos e coordenados forem qual a quantidade de trabalho ideal a ser realizada pelo trabalha-
os planos, mais fácil será o controle. dor, e este receberia uma alta taxa de pagamento, já que este busca
a “maximização de seus ganhos”;
O aprofundamento da Revolução Industrial a partir da segun- 2) A seleção científica e o desenvolvimento progressivo do
da metade do século XIX gerou inúmeras consequências para a trabalhador. Aqui caberia à administração da organização desen-
sociedade, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento volver os trabalhadores, buscando garantir que estes se tornem al-
e aumento da complexidade das organizações empresariais. O apa- tamente produtivos, ou seja, de “primeira linha”;

Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
3) A conexão da ciência do trabalho e trabalhadores cientifica- ORGANIZAÇÃO FORMAL
mente selecionados e treinados; Hierarquia oficial como ela se apresenta no papel. Piramidal.
4) A constante e íntima cooperação de gestores e trabalhado- Status
res. Esta cooperação eliminaria os conflitos, já que os gestores e •Diferença entre operários e pessoal do escritório.
operários estariam cientes de suas responsabilidades e funções. •Status medido pela opulência do escritório. Cada um em sua
O trabalho de Taylor visou resolver a problemática da depen- posição.
dência do capital frente ao trabalho vivo. Para isso, a administra- •Pessoas do mesmo departamento, juntas.
ção deveria entender, sistematizar e normatizar a execução das ta- Autoridade e Poder:
refas dentro da organização, visando a máxima produtividade por • de cima para baixo
meio das ferramentas adequadas. Ordens para baixo e informações para cima.
O Taylorismo, esclarecendo que este se caracteriza como uma As informações sempre são relativas à produção e nunca em
forma de controle do capital sobre os processos de trabalho, atra- relação aos problemas humanos e ressentimentos.
vés do controle de todos os tempos e movimentos do trabalhador, Informações relativas a assuntos pessoais circulam em forma
ou seja, do trabalho vivo.
de cochichos. (não oficiais)
A Teoria Clássica da Administração de Henri Fayol surgia
Comitês – tratar assuntos emocionais, pessoais e técnicos. Li-
logo depois dos primeiros estudos e resultados de Taylor realiza-
mitam-se a tratar de assuntos e queixas triviais e formais.
dos nos Estados Unidos. Pode-se dizer que o ponto de partida foi
em 1916, com a primeira publicação do trabalho de Fayol, inti- Ressentimentos se manifestam: greves, sabotagens, absenteís-
tulado Administration Industrielle et Générale – Prévoyance, Or- mo, etc.
ganisation, Comandement, Coordination, Controle. Assim como a Firma do tipo autoritário leva o trabalhador a um estado de
Administração Científica, a Teoria Clássica se caracterizava tam- civilidade e disciplina superficial.
bém pela busca da eficiência organizacional, porém com um foco Trabalham na presença do “chefe”. Atmosfera de medo.
diferenciado: a estrutura da organização e as funções gerenciais. Promoção
Fayol estabeleceu a definição de gerência, como compreen- Gerentes promovem pessoas bem adaptadas ou que adotem
dendo cinco elementos: 1) Planejar, diz respeito ao “olhar para seu ponto de vista. “Escolhidas” do gerente.
o futuro”, preparando-se para ele. Sobre essa função, a gerência Características das organizações formais
deveria levar em conta os objetivos de cada unidade e alinha- 1. deliberadamente impessoal;
mento aos objetivos organizacionais; utilizar previsões de curto e 2. baseada em relações ideais;
longo prazo; ter flexibilidade para adaptações do plano; ser capaz 3. baseada na “hipótese da gentalha” sobre a natureza hu-
de prognosticar os cursos das ações. 2) Organizar, referindo-se a mana. (a competição leva a máxima eficiência, luta de cada um por
elaboração de uma estrutura material e humana onde as ativida- si leva a servir aos melhores interesses do grupo, homem unidade
des poderão ser desenvolvidas de forma otimizada. 3) Comando, isolada que podem ser deslocadas de um trabalho para o outro...)
que significa manter as pessoas em atividade, buscando, através iguala o bem da organização com o bem dos indivíduos que a com-
da liderança e relacionamento, o melhor desempenho dos cola- põem.
boradores. 4) Coordenação, em que o gestor busca harmonizar e Estrutura de trabalho
unificar todos os esforços e atividades, a fim de que os objetivos • Organização em linha.
das unidades estejam alinhados com os objetivos estratégicos da Divisão básica na estrutura de trabalho – baseada na autorida-
organização. 5) Controle, responsável pela verificação do desem- de – função definida (cada um tem um chefe e é responsável por
penho de todos os elementos anteriores. O controle deve se certifi- chefiar).
car que as atividades estão sendo realizadas de acordo com o plano Quanto maior o nível de estrutura maior a distância social.
estabelecido. • Organização funcional.
Fayol também desenvolveu alguns princípios gerais da admi-
Baseada no tipo de trabalho a ser feito. Na subdivisão do tra-
nistração, os quais são a base de sua teoria. São alguns deles: divi-
balho.
são do trabalho (a especialização torna o indivíduo mais produti-
Status de função. Fonte de conflito. (mesma linha hierárquica,
vo); unidade de comando, em que Fayol estabelece que o empre-
gado deve ter somente um chefe, para evitar conflitos de comando; importância do trabalho)
remuneração, como importante fator de motivação; cadeia escalar, • Organização do estado-maior.
em que se diz que a hierarquia é necessária, porém a comunicação Fundamentada na especialização.
lateral também é importante, desde que os superiores sejam infor- Posição de aconselhamento – não possuem autoridade na or-
mados a respeito daquilo que está sendo tratado; espírito de equi- ganização.
pe, equidade e justiça na condução da empresa; ordem material, Podem ser integradas na organização em linha.
social e estabilidade de pessoal, para minimização dos custos com
desenvolvimento da equipe. FRAQUEZAS NA TEORIA DA ORGANIZAÇÃO FOR-
Apesar das criticas à visão minimalista do ser humano (homo MAL
economicus) ou talvez a uma “falta de humanidade” dos princí- • Problemas de coordenação - deficiências na comunicação
pios tayloristas, que levariam o homem a comportar-se como uma devido ao fator tempo, espaço e as divisões naturais da estrutura .
máquina, as contribuições de Taylor e Fayol foram de essencial • Tempo - pouco contato entre turnos e pessoas, problemas são
importância para o desenvolvimento posterior da administração, deixados para o outro turno, vagas trocas de informações.
servindo de base para várias áreas, tais como a engenharia indus- • Espaço - unidades podem estar amplamente separadas, quan-
trial, gestão de processos, qualidade, modelos de gestão e aperfei- to maior a separação maior dificuldade de coordenação. Distância
çoamento das funções gerenciais. espacial tende a levar distância social.

Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
• Divisões da estrutura - funções diferentes, vários departa- • Mantém o poder e o prestígio das funções principais
mentos na mesma linha horizontal – difícil o membros de um nível • Cria eficiência através dos princípios da especialização.
apreciar o trabalho de outro nível. • Centraliza a perícia da organização.
A organização formal não pode ser eliminada; é inevitável e • Permite maior rigor no controle das funções pela alta admi-
essencial, pois nenhuma organização pode ser compreendida sem nistração.
o conhecimento da organização formal, é quase impossível tam- • Segurança na execução de tarefas e relacionamento de co-
bém compreendê-la apenas nessa base. legas.
Vantagem da grande empresa - resolver os problemas huma- • Aconselhada para empresas que tenham poucas linhas de
nos - solução de problemas, esquemas de participação, benéficos, produtos.
etc, dando segurança aos trabalhadores. Desvantagens: Existem também muitas desvantagens na abor-
Desvantagem – sua natureza impessoal, dificuldade de comu- dagem funcional.
nicação. • Entre elas podemos dizer:
A estrutura de uma firma e sua organização influenciam o • A responsabilidade pelo desempenho total está somente na
comportamento dos indivíduos e grupos. Assim como os atos in- cúpula.
dividuais só podem ser compreendidos em relação ao grupo e o • Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita.
comportamento de grupo só pode ser compreendido num contexto • O treinamento de gerentes para assumir a posição no topo é
de um grupo maior ao qual pertencem. limitado.
Para se estudar pequenos grupos faz-se necessário o conheci- • A coordenação entre as funções se torna complexa e mais
mento das estruturas maiores. O grupo sofre influências de fatores difícil quanto à organização em tamanho e amplitude.
vindos de fora do mesmo. • Muita especialização do trabalho.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE PRODUTO


É uma divisão do trabalho por especialização dentro da estru- É feito de acordo com as atividades inerentes a cada um dos
tura organizacional da empresa. produtos ou serviços da empresa.
Ou Departamentalização é o agrupamento, de acordo com um Exemplos de Departamentalização de produto:
critério específico de homogeneidade, das atividades e correspon- 1- Lojas de departamentos
dente recursos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) 2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford, Mer-
em unidades organizacionais. cury e Lincoln Continental.
Existem diversas maneiras básicas pelas quais as organiza- 3- Um hospital pode estar agrupado por serviços prestados,
ções decidem sobre a configuração organizacional que será usada como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana.
para agrupar as várias atividades. O processo organizacional de Vantagens: Algumas das vantagens da Departamentalização
determinar como as atividades devem ser agrupadas chama-se De- de produtos são:
partamentalização. • Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de produtos
Formas de Departamentalizar: ou serviços.
1- Função • A coordenação de funções ao nível da divisão de produto
2- Produto ou serviço torna-se melhor.
3- Território • Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quanto ao lucro.
4- Cliente • Facilita a coordenação de resultados.
5- Processo • Propicia a alocação de capital especializado para cada grupo
6- Projeto de produto.
7- Matricial • Propicia condições favoráveis para a inovação e criatividade.
8- Mista Desvantagens:
Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organizações • Exige mais pessoal e recursos de material, podendo daí re-
usam uma abordagem da contingência à Departamentalização: sultar duplicação desnecessária de recursos e equipamento.
isto é, a maioria usará mais de uma destas abordagens usadas em • Pode propiciar o aumento dos custos pelas duplicidades de
algumas das maiores organizações. A maioria usa a abordagem atividade nos vários grupos de produtos.
funcional na cúpula e outras nos níveis mais baixos. • Pode criar uma situação em que os gerentes de produtos se
tornam muito poderosos, o que pode desestabilizar a estrutura da
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FUNÇÕES empresa.
A Departamentalização funcional agrupa funções comuns ou
atividades semelhantes para formar uma unidade organizacional. DEPARTAMENTALIZAÇÃO TERRITORIAL
Assim todos os indivíduos que executam funções semelhantes fi- Algumas vezes mencionadas como regional, de área ou geo-
cam reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de contabi- gráfica. É o agrupamento de atividades de acordo com os lugares
lidade, todo o pessoal de secretaria, todas as enfermeiras, e assim onde estão localizadas as operações. Uma empresa de grande porte
por diante. pode agrupar suas atividades de vendas em áreas do Brasil como
A Departamentalização funcional pode ocorrer em qualquer a região Nordeste, região Sudeste, e região Sul. Muitas vezes as
nível e é normalmente encontrada muito próximo à cúpula. filiais de bancos são estabelecidas desta maneira.
Vantagens: As vantagens principais da abordagem funcional
são:

Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
As vantagens e desvantagens da Departamentalização terri- DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE MATRIZ
torial são semelhantes às dadas para a Departamentalização de A Departamentalização de matriz é semelhante à de projeto,
produto. Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as neces- com uma exceção principal. No caso da Departamentalização de
sidades singulares de sua área, mas exige coordenação e controle matriz, o administrador de projeto não tem autoridade de linha so-
da administração de cúpula em cada região. bre os membros da equipe. Em lugar disso, a organização do admi-
nistrador de projeto é sobreposta aos vários departamentos funcio-
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTE nais, dando a impressão de uma matriz.
A Departamentalização de cliente consiste em agrupar as A organização de matriz proporciona uma hierarquia que res-
atividades de tal modo que elas focalizem um determinado uso ponde rapidamente às mudanças em tecnologia. Por isso, é tipica-
do produto ou serviço. A Departamentalização de cliente é usada mente encontrada em organização de orientação técnica, como a
principalmente no grupamento de atividade de vendas ou serviços. Boeing, General Dynamics, NASA e GE onde os cientistas, enge-
As lojas de departamentos, por exemplo, podem ter uma seção nheiros, ou especialistas técnicos trabalham em projetos ou progra-
para o grupo dos catorze aos vinte anos, uma seção para gestan- mas sofisticados. Também é usada por empresas com projetos de
tes ou uma seção de roupas masculinas sociais, sem mencionar os construção complexos.
departamentos para bebês e crianças. Em cada caso, o esforço de Vantagens: Permitem comunicação aberta e coordenação de
vendas pode concentrar-se nos atributos e necessidades especificas atividades entre os especialistas funcionais relevantes. Capacita a
do cliente. organização a responder rapidamente à mudança. São abordagens
A principal vantagem da Departamentalização de cliente é a orientadas para a tecnologia.
adaptabilidade uma determinada clientela. Desvantagens: Pode haver choques resultantes das prioridades.
As desvantagens são:
• Dificuldade de coordenação. A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR
• Subutilização de recursos e concorrência entre os gerentes Para evitar problemas na hora de decidir como departamentali-
para concessões especiais em benefício de seus próprios clientes. zar, pode-se seguir certos princípios:
• Princípio do maior uso – o departamento que faz maior uso
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROCESSO OU EQUI- de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
PAMENTO • Principio do maior interesse – o departamento que tem maior
É o agrupamento de atividades que se centralizam nos pro- interesse pela atividade deve supervisioná-la.
cessos de produção ou equipamento. É encontrada com mais fre- • Principio da separação e do controle – As atividades do con-
quência em produção. As atividades de uma fábrica podem ser trole devem estar separadas das atividades controladas.
grupadas em perfuração, esmerilamento, soldagem, montagem e • Principio da supressão da concorrência – Eliminar a con-
acabamento, cada qual em seu departamento. corrência entre departamentos, agrupando atividades correlatas no
Você perceberá uma modificação deste agrupamento organi- mesmo departamento.
zacional quando comprar um hambúrguer em um restaurante de Outro critério básico para departamentalização está baseado na
serviço rápido. Note que algumas pessoas estão assando a carne, diferenciação e na integração, os princípios são:
outras estão fritando as batatas, e outras preparando a bebida. • Diferenciação, cujo princípio estabelece que as atividades di-
Usualmente há um anotador de pedidos que também recebe o pa- ferentes devem ficar em departamentos separados. A diferenciação
gamento e compõe o pedido. ocorre quando:
Vantagens: • O fator humano é diferente,
• Maior especialização de recursos alocados. • A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes,
• Possibilidade de comunicação mais rápida de informações • Os ambientes externos são diferentes,
técnicas. • Os objetivos e as estratégias são diferentes.
Desvantagens: A integração – Quanto mais atividades trabalham integradas,
• Possibilidade de perda da visão global do andamento do pro- maior razão para ficarem no mesmo departamento.
cesso. Fatores de integração são:
• Flexibilidade restrita para ajustes no processo. • Necessidade de coordenação.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETO DEPARTAMENTALIZAÇÃO MISTA


Aqui as pessoas recebem atribuições temporárias, uma vez É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve ter a estru-
que o projeto tem data de inicio e término. Terminado o projeto as tura que mais se adapte à sua realidade organizacional.
pessoas são deslocadas para outras atividades.
Por exemplo: uma firma contábil poderia designar um sócio
(como administrador de projeto), um contador sênior, e três con- TEORIA GERAL DOS SISTEMAS.
tadores juniores para uma auditoria que está sendo feita para um
cliente.
Uma empresa manufatureira, um especialista em produção,
um engenheiro mecânico e um químico poderiam ser indicados A Teoria geral de sistemas tem por objetivo uma análise da
para, sob a chefia de um administrador de projeto, completar o natureza dos sistemas e da interrelação entre eles em diferentes
projeto de controle de poluição. espaços, assim como a interrelação de suas partes. O sistema que
Em cada um destes casos, o administrador de projeto seria é visto como uma totalidade integrada, sendo impossível estudar
designado para chefiar a equipe, com plena autoridade sobre seus seus elementos isoladamente. Ela ainda analisa as leis fundamen-
membros para a atividade específica do projeto. tais dos sistemas.

Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
A Teoria Geral de Sistema surgiu com os trabalhos do cientista A teoria dos sistemas é baseada em uma abordagem cientifi-
(biólogo) alemão Ludwig von Bertalanffy no final dos anos 30, ca, voltada para os detalhes da organização, a teoria dos sistemas
para preencher uma lacuna na pesquisa e na teoria da Biologia. Os fornece um meio para interpretar as organizações, traz uma visão
seus primeiros enunciados são de 1925 e ela é amplamente reco- holística de todo o processo.
nhecida na administração da década de 60. Sua difusão se deu a A TS não busca solucionar problemas ou tentar soluções prá-
uma necessidade de síntese e integração das teorias precedentes. ticas, mas produzir teorias e formulações conceituais para aplica-
De forma concomitante, possibilitou a operacionalização e a apli- ções na realidade empírica.
cação de conceitos da Teoria dos Sistemas à administração. 4 Pressupostos e Premissas
Da definição de Bertalanffy, segundo a qual o sistema é um Os pressupostos básicos da TGS são:
conjunto de unidades reciprocamente relacionadas, decorrem dois a) Existe uma tendência para a integração das ciências natu-
conceitos: o de propósito (ou objeto) e o de globalismo (ou tota- rais e sociais.
lidade). Esses dois conceitos retratam duas características básicas b) Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos
em um sistema. sistemas
De todas as teorias administrativas a Teoria de sistemas acaba c) A teoria dos sistemas constitui o modo mais abrangente de
sendo a menos criticada, por um motivo muito simples: A perspec- estudar os campos não físicos do conhecimento cientifico, como
tiva sistêmica parece concordar com a preocupação estrutural-fun- as ciências sociais.
cionalista típica das ciências sociais dos países capitalistas. d) A teoria dos sistemas desenvolve princípios unificadores
A Teoria Geral de Sistema trouxe um novo modo de ver o que atravessam verticalmente os universos particulares das diver-
mundo e também revolucionou a Ciência Computacional. Essa sas ciências envolvidas, visando ao objetivo da unidade da ciência
Ciência foi obrigada a pensar não apenas em maquinas isoladas e) Isso conduz a uma integração na educação cientifica
realizando tarefas, mas sim em forma de “sistema’’, em totalidade. A TGS fundamenta-se em três premissas básicas:
a) Sistemas existem dentro de sistemas, ou seja, todo sistema
Palavras-chave: Teoria Geral dos Sistemas, Sistemas, Interdepen- faz parte de um supra- sistemas e é constituído de sistemas meno-
dência, Inter-relação, Totalidade Integrada, Bertalanffy, Adminis- res, os subsistemas.
tração. b) Os sistemas devem ser considerados abertos, pois vivem
1 Introdução dentro de um meio ambiente, que por sua vez é constituído por ou-
O Trabalho a seguir pretende situar o leitor no campo especifi- tros sistemas. Assim, sistemas abertos estão em constante intera-
camente da Teoria Geral do Sistemas(TGS) . Esse tema foi impul-
ção com os demais sistemas e com o meio em que estão incluídos.
sionado pelo biólogo Von Bertallanffy e vem sendo aplicado nos
c) Cada sistema possui uma estrutura singular, que o torna
mais variados campos das ciências. Com uma visão voltada para o
voltado para uma determinada finalidade.
campo da administração, a abordagem do assunto permite que se
tenha uma melhor aplicabilidade de acordo com o que a própria
De acordo com Chiavenato “a Teoria dos Sistemas afirma que
TGS lida. Para isso, há a necessidade de se conhecer o modelo de
se deve estudar os sistemas globalmente, envolvendo todas as in-
Bertallanffy e de outros autores. Assim como a teoria das relações
terdependências de suas partes.”
humanas, a teoria socioambiental, a teoria contingencial e o desen-
volvimento organizacional, a teoria geral dos sistemas tem forte O conceito de sistemas proporciona uma visão compreensiva,
influência para o bom comportamento de toda e qualquer organi- abrangente, holística, gestáltica (o todo é maior do que a soma
zação. Para os estudantes de administração é de suma importância das partes) de um conjunto de coisas complexas, dando-lhes uma
que se tenha a clareza que se faz necessária sobre o assunto. Que configuração e identidade total.
a forma como será apresentada possa facilitar o entendimento de 5 Características dos Sistemas
todos, mas sem deixar, literalmente, a complexidade do tema ser Há dois conceitos que retratam o sistema:
desprestigiada. Propósito ou objetivo: Todo sistema tem um ou alguns pro-
2 CONCEITO DE TGS (TEORIA GERAL DE SISTE- pósitos ou objetivos. As unidades ou elementos (ou objetos), bem
MAS) como os relacionamentos, definem um arranjo que visa sempre a
É um conjunto de partes interrelacionadas que trabalham na um objetivo ou finalidade a alcançar.
direção de um objetivo, podendo ser aplicada a qualquer tipo de Globalismo ou totalidade: Todo sistema tem uma natureza
sistema. orgânica, pela qual uma ação que produza mudança em uma das
3 ORIGENS DA TEORIA DE SISTEMAS unidades do sistema, deverá produzir mudanças em todas as outras
A Teoria dos Sistemas foi proposta por Bertalanffy, no final unidades. Em outros termos, qualquer estimulação em qualquer
da década de 1930, partindo da concepção de que a realidade é unidade do sistema afetará todas as unidades devido ao relacio-
feita de sistemas, de elementos interdependentes que precisam ser namento existente entre elas. O efeito total dessas mudanças ou
analisados nas suas inter-relações, com uma visão interdisciplinar alterações proporcionará um ajustamento de todo o sistema. O sis-
e holística (MAXIMIANO, 2000). Bertalanffy (1975) entende que tema sempre reagirá globalmente a qualquer estimulo produzido
o pensamento sistêmico exerce papel dominante em diversos cam- em qualquer parte ou unidade. Na medida em que o sistema sofre
pos. mudanças, o ajustamento sistemático é contínuo. Da mudança e
Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdepen- dos ajustamentos contínuos do sistema decorrem dois fenômenos:
dentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com deter- o da entropia e o da homeostasia.
minado objetivo (BERTALANFFY, 1975). Este autor baseou-se
na premissa de que se deve focalizar no todo, nas relações entre as
partes que se interconectam e interagem.

Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
6 Tipos de Sistemas O feedback pode ser negativo ou positivo.
Inicialmente, os sistemas podem ser classificados quanto ao Positivo é a ação estimuladora da saída que atua sobre a en-
gênero, podendo-se pressupor duas condições extremas, os siste- trada do sistema. O sinal de saída amplifica e reforça o sinal de
mas naturais (relativos à natureza) e os sistemas sintéticos (relati- entrada.
vos o homem). Negativo é a ação inibidora da saída que atua sobre a entrada
1 - Quanto a sua constituição podem ser: do sistema. O sinal da saída diminui e inibe o sinal de entrada.
Sistemas Físicos ou concretos: Quando composto de equipa- Ambiente: É o meio que envolve o sistema. O sistema aberto
mentos, maquinários, podendo ser descritos em termos quantitati- recebe entradas do ambiente, processa-as e efetua saídas ao am-
vos de desempenho. biente, de tal forma que existe entre ambos – sistema e ambiente
Sistemas Abstratos ou Conceituais: Quando compostos por – uma constante interação. A viabilidade ou sobrevivência de um
conceitos, planos, hipóteses, ideias, etc. sistema depende de sua capacidade de adaptar-se, mudar e respon-
2 - Quanto a sua natureza podem ser: der às exigências e demandas do ambiente externo. O ambiente
Sistemas fechados (estáveis ou mecânicos): São os sistemas serve como fonte de energia, materiais e informação ao sistema.
que não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os cir- Fonte: http://admuecediurno2011.blogspot.com.br/2011/07/
cunda. teoria-geral-dos-sistemas.html
Sistemas abertos (adaptativos ou orgânicos): O sistema
aberto mantém um intercâmbio de transações com o ambiente e
conserva-se constantemente n mesmo estado (autorregulação), GESTÃO DE PESSOAS.
apesar da matéria e energia que o integram se renovarem constan-
temente (equilíbrio dinâmico ou homeostase). O organismo huma-
no, por exemplo, não pode ser considerado uma mera aglomeração
de elementos separados, mas um sistema definido que possui inte- Em relação ao tipo de organização, há dois tipos divergentes:
gridade e organização. mecânico e orgânico. No primeiro, a estrutura hierarquizada da
7 PARÂMETROS OU ESTRUTURA DOS SISTEMAS empresa é muito valorizada, com atividades especializadas e deter-
Parâmetros são constantes arbitrárias que caracterizam, por minadas pela posição funcional do funcionário perante à empresa;
suas propriedades, o valor e a descrição dimensional de um siste- decisões são centralizadas; sistema rígidos de controle, entre ou-
ma ou componente do sistema. São eles:
tros.
Entradas: As entradas ou componentes (inputs) compreendem
Já no modelo orgânico ocorre descentralização da decisão,
os elementos ou recursos físicos e abstratos de que o sistema é
comunicação lateral mais frequente que a vertical, além de serem
feito, incluindo todas as influências e recursos recebidos do meio
organizações menos enrijecidas e mais mutáveis que as organiza-
ambiente. Podem ser:
ções mecânicas.
Dados: permitem planejar e programar o comportamento dos
É importante ressaltar que entre as estruturas mecânicas ou
sistemas;
Energias de entrada: permitem movimentar e dinamizar o sis- orgânicas, existem modelos intermediários ou mistos, os quais en-
tema; globam características de ambos os padrões. Dentre as quais pode-
Materiais: são os recursos a serem utilizados pelo sistema para mos citar as ferramentas do RH.
produzir a saída. No ambiente de trabalho quando cada administrador desem-
Processamento: Todo sistema é dinâmico e tem processos que penha as quatro funções administrativas (planejar, organizar, diri-
interligam os componentes e transformam os elementos de entra- gir e controlar). A ARH realiza a ligação de cooperação entre su-
da em resultados. Pode-se dividir em subsistemas, que são várias bordinados e seu superior através de políticas e práticas que podem
partes do sistema. ser resumidas em seis processos básicos, dinâmicos e interativos.
Saídas: Toda sistema produz uma ou várias saídas. As saídas A nova tendência nas organizações de administração de recur-
ou resultados (outputs) são os produtos do sistema. Para uma em- sos humanos ou gestão de pessoas é obter por meio de consultorias
presa, considerada como sistema, as saídas compreendem os pro- interna em conjunto e apoiando o gerente de linha à detenção de
dutos e serviços para os clientes ou usuários, os salários e impostos recursos humanos especializado, de alto nível e com conhecimento
que paga, o lucro de seus acionistas, o aumento das qualificações específicos do setor, assim como um domínio satisfatório do con-
de sua mão-de-obra e outros efeitos de sua ação, como a poluição texto da organização como um todo.
que provoca ou o nível de renda na cidade em que se localiza. O O sentido de linha e staff (assessoria), onde os órgãos de linha
sistema empresa é formado de inúmeros sistemas menores, como o atuam em atividades de execução e comando como responsáveis
sistema de produção e o sistema administrativo, cada um dos quais diretos pelas atividades- fins de negocio. Enquanto as assessorias
tem suas saídas específicas. Exemplos: Produtos, lucro, pessoas ou staffs influenciam e aconselham as unidades de linha, ou seja,
aposentadas, poluição. inferindo na atividade-meio da empresa.
Feedback (retroação): Feedback (palavra que significa retomo Os objetivos da gestão de pessoas ou ARH passaram a ser
da informação, efeito retroativo ou realimentação) é o que ocorre estratégicos e os seus processos são: agregar, aplicar, recompensar,
quando a energia, informação ou saída de um sistema a ele retoma. manter, desenvolver e monitorar pessoas. Contudo, a ARH é uma
O feedback reforça ou modifica o comportamento do sistema. A responsabilidade de linha e uma função de staff, o que requer com-
retroação serve para comparar a maneira como um sistema funcio- partilhamento entre os especialistas de RH e os gerentes de linha.
na em relação ao padrão estabelecido para ele funcionar. Quando Diante da necessidade de contabilizar, registrar e gerenciar
a entrada e a saída estão diferentes, o papel da retroação é o de as entradas e saídas de empregados na organização, assim como
regular ambos. quantificar sua produtividade, ausências, faltas e atrasos com des-

Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
contos nas folhas de pagamentos ou descontos. Surgindo a admi- tisfação dos funcionários, a melhoria dos processos e da estrutura
nistração de recursos humanos, que difere da área de recursos hu- hierárquica. O cliente exercia pouca influência na confecção dos
manos. Dentre as quais destacam se as cinco fases de evolução de produtos ofertados pelas empresas e, por conseguinte, no funcio-
perfil, como a fase contábil, a fase legal, a fase tecnicista, a fase namento da própria empresa. No modelo estratégico de gestão de
administrativa (ou sindicalista), a fase estratégica, e o surgimento pessoas, que surge na década de 90, os clientes passam a exercer
do cargo de gerente de recursos humanos, tentando assim humani- um papel mais ativo em relação às organizações.
zar o cargo. Assim, surgindo a todo o momento, novos paradigmas O cenário tem um desenho diferente: níveis mais altos de pro-
para os usos do conhecimento aplicados de forma rentável para os dutividade foram alcançados em função da elevada automação dos
negócios, uma vez que o mesmo se torna mutável. processos produtivos. Com o aumento da produtividade e do nú-
A gestão de recursos humanos passou a desempenhar um pa- mero de empresas, o mercado não é mais aquele em que as deman-
pel fundamental nas organizações, tornando se responsável pelas das por produtos eram maiores que a oferta. O cliente, que antes
políticas de RH, pela elaboração das estratégias correlacionadas aceitava o produto da forma que a empresa oferecia, se vê diante
com os objetivos organizacionais, assim como as demais áreas. de um cenário em que pode escolher entre opções diferentes. As
As organizações passaram a perceber a importância do trabalho empresas de maior sucesso são aquelas que compreendem melhor
integrado entre os recursos humanos e as demais áreas da empre- as necessidades dos clientes. O foco da organização se volta para
sa, e a necessidade de enriquecimento das atividades tradicionais, o mundo externo, as relações da empresa se ampliam, e o cliente
estabelecendo e desenvolvendo políticas de estratégias centradas se torna peça chave. Surgem os primeiros estudos sobre estratégia
na qualidade, como recrutamento e seleção, treinamento e desen- empresarial. As organizações passam a definir sua proposta de va-
volvimento, qualidade de vida, cargos e salários, avaliação de de- lor e segmento de mercado. Definições de missão, visão, negócio
sempenho e processo de comunicação. e estratégia para atingimento dos objetivos organizacionais vêm à
Portanto as mudanças que ocorreram nos últimos anos na ad- reboque desse movimento.
ministração de recursos humanos em diversas organizações são Nesse novo cenário as empresas não podem contar apenas
alterações de terminologia que refletem também no resultado posi- com pessoas que saibam executar bem suas tarefas, e que estejam
tivo na evolução do departamento de pessoal para a administração motivadas. Os funcionários passam a ser considerados colabora-
de pessoas, quanto à forma de gerir pessoas, verificando alterações dores, envolvidos e comprometidos com os objetivos estratégicos
profundas na administração de recursos humanos ou gestão de da empresa. Nos modelos citados anteriormente a relação gerente-
pessoas, podendo de ser incorporada na estratégia organizacional subordinado era quase paternal. O gestor tinha ascensão sobre o
através da implementação de políticas por subsetores dentro da funcionário, ora cobrando sua máxima produtividade, ora moti-
área recursos humanos a administrativa inferida no texto. vando-o para o trabalho. Além de motivar e cobrar resultados, os
novos gerentes passam a ter o desafio de comunicar a estratégia e
A EVOLUÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES E DE SEUS MO- de alinhar processos e pessoas a essas estratégias.
DELOS DE GESTÃO DE PESSOAS
A evolução dos modelos de gestão de pessoas está atrelada à Þ Modelo competitivo de gestão de pessoas
evolução das próprias organizações. Se gerenciar pessoas é geren- A partir de 2000 as organizações entraram na era da extre-
ciar a relação entre as pessoas e as organizações, unindo os anseios ma competição. As organizações modernas sofrem pressões ainda
daquelas aos objetivos organizacionais , pode-se afirmar que para maiores do ambiente externo: a globalização traz um novo patamar
cada modelo de organização haverá um modelo de gestão de pes- de concorrência no mercado. As organizações, que antes se preo-
soas correspondente. cupavam apenas com os concorrentes locais, agora se preocupam
Embora sejam diversas as classificações, as quatro grandes com empresas virtuais, que atingem seus mercados. Por outro lado,
marcos dos modelos de gestão de pessoas: modelo clássico, mode- os próprios clientes, diante de tantas ofertas e de tamanha con-
lo motivacional, modelo estratégico e modelo competitivo. corrência, tornam-se mais exigentes e percebem o poder que têm
Þ Modelo estratégico de gestão de pessoas de influenciar produtos e serviços. Nesse cenário de alta pressão
Até 1970 as organizações eram classificadas em escolas que externa, surge um novo modelo de gestão de pessoas, conhecido
enfocavam apenas um aspecto como fator de produtividade no tra- como modelo competitivo .Nesse modelo o foco da organização
balho. Foram citadas duas dessas escolas: uma com foco na me- é na sua capacidade de adaptação a esse ambiente de constantes
lhor tarefa, e outra com foco no funcionário mais satisfeito. Por mudanças e demandas dos clientes.
volta de 1970 um novo conceito surge: o de que as organizações se As pessoas geridas por um modelo competitivo de gestão de
comportam como sistemas. Esse conceito, importado da biologia pessoas são acima de tudo conscientes da responsabilidade pelo
e relatado por Ludwing von Bertalanffy, apresenta um modelo no seu desenvolvimento pessoal. Esse modelo de gestão afasta o viés
qual a organização é composta de diversos subsistemas que in- paternalista das escolas humanistas e amplia a responsabilidade
teragem entre si, se influenciam e se potencializam. Além disso, dos participantes das organizações para além do cumprimento das
essa organização interage com o ambiente externo, influenciando metas estabelecidas no planejamento estratégico. Os profissionais
e sofrendo sua influência. Esse novo conceito revolucionou os mo- nesse modelo são levados a pensar na melhoria contínua de seus
delos de organização, e todas as classificações a partir de então processos de trabalho, na importância da inovação, na geração de
passam a se basear nesse conceito. capital intelectual para a organização, nas parceiras estratégicas e
Em função das pressões externas e da interação com o am- na importância do processo de aprendizagem e conhecimento para
biente, desenvolve-se entre 1970 e 1990 a organização estratégica. o sucesso organizacional.
Nos modelos anteriores, o foco de gestão se voltava principalmen-
te para aspectos internos, como a preocupação com tarefas, a sa-

Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Os gerentes têm como foco os resultados do negócio, e atuam que tinha como objetivo comprovar a existência da relação entre
como orientadores do desenvolvimento das pessoas e das compe- as condições de trabalho e a incidência de fadiga ou monotonia
tências organizacionais. entre os empregados. Porém, foi possível identificar através do es-
A área de recursos humanos assume um papel totalmente di- tudo que a “atenção” dada ao trabalhador conseguia refletir na sua
ferente nesse novo contexto. Seu posicionamento e sua forma de produtividade. Assim, posteriormente a tais constatações deram se
atuação torna-se cada vez mais importante para conseguir direcio- inicio aos estudos sobre processo motivacional, em 1950.
nar a energia das pessoas para as necessidades organizacionais. O Muitas são as teorias inferidas as seguir, como a de Mas-
RH torna-se um parceiro estratégico: aquele que ajuda a comuni- low, McGregor, Herzberg, Skinner, Vromm e Rotter. Abraham H.
car e disseminar a estratégia organizacional para todas as pessoas. Maslow é o responsável pela teoria da hierarquização das neces-
Também exerce um papel importantíssimo como agente da mu- sidades humanas. McGregor complementa que tais necessidades
dança, num cenário em que a empresa sofre influências constantes encontram satisfação no próprio trabalho, assim como Herzberg
e precisa se adaptar rapidamente para sobreviver. que também apontava fatores motivacionais e higiênicos. Poste-
O modelo competitivo é assim denominado em função de dois riormente o cientista Skinner defendia o conceito de reforço no
fatores principais: o ambiente competitivo no qual atua e o foco no comportamento.
desenvolvimento de competências. B. F. Skinner apontava o trabalhador que obtinha sucesso ten-
Este relato sobre a evolução das organizações e dos modelos dia dentro do comportamento recompensador a repetir o mesmo
de gestão de pessoas mostra que para cada organização, inseri- comportamento em busca de um novo sucesso. Assim como repri-
da em seu respectivo contexto organizacional e social, existe um mir comportamentos inapropriados. Nessa ordem de pensamento
modelo de gestão de pessoas correspondente e coerente com as a última teoria é baseada pelos cientistas por modelos empíricos
necessidades e os fatores condicionantes da época. Não existem de expectativa e de teoria do aprendizado social, ou seja, a linha
modelos certos ou errados. Existem modelos adequados ou não central de trabalho de trabalho de Vromm e Rotter permeia a re-
adequados para uma organização que funciona em um contexto flexão de que o comportamento humano é sempre orientado para
ambiental com fatores condicionantes externos e internos. resultados: as pessoas fazem coisas esperando sempre outras em
troca. Segundo o modelo desses autores, há duas variáveis que de-
OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS terminam a ação (leia- se motivação das pessoas) das pessoas: o
As organizações encontram-se diante da necessidade de adap- valor da recompensa e o que se espera como recompensa. Assim,
tação de seus modelos de gestão organizacional e de gestão de para conhecer a importância do sentido de motivações baseadas
pessoas aos desafios da era moderna: globalização, necessidade de nas teorias motivacionais é necessário saber quais são as causas
aumentar a lucratividade por meio do crescimento, e clientes cada que o indivíduo é influenciado, quais as condições que determinam
vez mais conscientes e exigentes. Em comum, as organizações a motivação.
modernas são caracterizadas por serem sistemas abertos, que reali-
zam trocas com o ambiente externo em um grau muito mais eleva- Þ Resultados relativos à gestão de pessoas
do que o existente há poucas décadas atrás. O foco em estratégia e A operacionalização da lógica da racionalidade social ocorre
competências é essencial nos dias de hoje. Dessa forma, empresas através do exercício da responsabilidade social, podendo ser con-
modernas alternam seus modelos de gestão entre o estratégico e siderada dinâmica e de intensa observação.
o competitivo, ora focalizando mais a estratégia, ora focalizando Segundo o Instituto Ethos, a responsabilidade social corpo-
mais o desenvolvimento de competências. rativa é “forma de gestão que se define pela relação ética e trans-
Tanto o modelo estratégico de gestão de pessoas quanto o parente da empresa com todos os públicos com os quais ela se
modelo competitivo ocorrem em organizações que se compor- relaciona.”
tam como sistemas abertos. Conforme relatado, esses modelos Existem duas linhas quanto à mudança social: a externa, a
possuem características próprias que os distinguem, mas também qual requer novos comportamentos com público-alvo exterior e
possuem características comuns, que permitem que sejam qualifi- a interna, que se relaciona com o público interno da organização.
cados, para fins deste trabalho, como os “novos modelos de gestão Podemos classificar os argumentos a favor da responsabi-
de pessoas”. Essas características envolvem a atuação da área de lidade social corporativa em uma linha ética e instrumental. Os
recursos humanos em várias dimensões estratégicas de gestão e a argumentos éticos consideram dever das empresas praticar ações
execução de novos papéis no contexto organizacional. sócias, por considerar dever de a mesma possuir uma atitude mo-
Þ Dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas ralmente correta. Porém a linha instrumental defende a responsa-
As cinco dimensões estratégicas que definem os novos mode- bilidade social corporativa como vantagem competitiva às orga-
los de gestão de pessoas: gestão por competências, gestão estraté- nizações.
gica da mudança, gestão do clima organizacional, gestão da cul- O desenvolvimento de questões externas e internas da em-
tura organizacional e gestão do conhecimento e da aprendizagem. presa em conjunto faz parte do desenvolvimento gerencial e dos
Essas dimensões interagem como engrenagens de um modelo talentos da empresa.
integrado, no qual o investimento em uma das dimensões colabora Portanto os resultados inferem e correlacionam entre si, pois
para o crescimento das demais. diante da atual inovação contemporânea as exigências externas de
um padrão socialmente correto transformam se em fator decisivo
Teorias Motivacionais em Recursos Humanos no âmbito competitivo.
A partir do século XX, a motivação humana tornou se foco
de pesquisas e estudos científicos. Surgi o primeiro grande estudo
dos cientistas do comportamento, denominado Estudo Hawthorne,

Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Þ Cultura Organizacional cia como input do individuo, ou seja, características como habili-
dades, atitudes e conhecimentos; já a abordagem francesa, adota
A cultura organizacional compreende aos hábitos e crenças da competência como output que analisa a atitude individual e seu
empresa, os quais são determinados por normas, atitudes, valores e comportamento mediante uma determinada situação e resultado
expectativas divididos a todos os membros da organização. obtido.
A cultura organizacional atua em três níveis: no primeiro, são A abordagem brasileira procura unir as abordagens concluin-
os sintomas visíveis, ou seja, os comportamentos dos membros, as do que competências individuais são conhecimentos, habilidades e
vestimentas dos empregados, o layout do escritório, nos processos atitudes conferidos a organização e que agregam valor econômico
de trabalho, entre outros. para a empresa e valor social para a pessoa.
No segundo nível, há a presença dos valores conscientes como
lealdade, respeito à hierarquia e capacidade de inovação. Já no úl- Metodologias e práticas de avaliação de desempenho
timo nível, são os princípios ou paradigmas, os quais são incons- A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de
cientes como questões relacionadas à natureza humana, da ética, Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do
do lazer e relacionamento com o ambiente. desempenho do profissional em função das atividades que reali-
É importante ressaltar que a cultura organizacional de uma za, das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu
empresa inicia-se com seus fundadores, os quais tendem a contra- potencial de desenvolvimento. O objetivo final da Avaliação de
tar pessoas com a mesma linha de pensamento. Além dos fundado- Desempenho é contribuir para o desenvolvimento das pessoas na
res, os líderes também têm maior possibilidade de reforçar ou criar organização.
as principais características de uma cultura organizacional. A Avaliação do Desempenho é um procedimento que avalia
A gestão da cultura de uma empresa é feita pela área de re- e estimula o potencial dos funcionários na empresa. Seu caráter
cursos humanos, o qual a faz por ações como: a prática de recruta- é fundamentalmente orientativo, uma vez que redireciona os des-
mento é feita baseado nos valores organizacionais; os programas vios, aponta para as dificuldades e promove incentivos em relação
de treinamento promovem destaque para a história da empresa; aos pontos fortes.
sistemas de recompensa valorizam o comprometimento com os A avaliação deve ocorrer todos os dias e não apenas em mo-
valores da organização; mapeamento do sistema de comunicações mentos formais.
seja formal ou informal, entre outros. O esforço individual é direcionado pelas capacidades e ha-
Dessa forma, a cultura organizacional de uma empresa não é bilidades do indivíduo e pelas percepções que ele tem do papel a
estática e atemporal, entretanto, suas mudanças requerem tempo e desempenhar e função do valor de as recompensas dependerem
ações especificas a fim de alterar os valores e crenças da organi- do esforço. Na maior parte das vezes, a avaliação do desempenho
zação. é responsabilidade de linha e função de staff (consultoria) com a
assistência do órgão de ARH. Quem avalia é o superior imediato,
Þ Clima Organizacional que, melhor do que ninguém tem condições de acompanhar e ve-
O clima de uma empresa está relacionado com a identificação, rificar o desempenho de cada subordinado, diagnosticando com
motivação e lealdade dos seus trabalhadores com a organização. precisão os pontos fortes e fracos.
Além disso, está ligado com a cultura organizacional, uma vez que Os objetivos fundamentais da avaliação de desempenho:
o funcionário pode ou não estar em acordo com os valores, crenças - Permitir condições de medição do potencial humano no sen-
e hábitos da empresa. tido de determinar plena aplicação.
No caso do clima organizacional ser positivo e agradável, os - Permitir o tratamento dos Recursos Humanos como um re-
funcionários tendem a ter maior proatividade, confiança nos seus curso básico da organização e cuja produtividade pode ser desen-
superiores, compartilhar o conhecimento e inovar. Porém, se o am- volvida indefinidamente, dependendo, obviamente, da forma de
biente possuir um clima ruim, há a maior probabilidade de aumen- administração.
tar a rotatividade dos trabalhadores bem como a acomodação em - Fornecer oportunidades de crescimento e condições de efe-
fazer o mínimo para manter seu emprego. tiva participação a todos os membros da organização, tendo em
Um bom clima organizacional provê honestidade e integrida- vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os ob-
de por parte de todos da empresa; o funcionário possui voz ativa jetivos individuais.
nas discussões; a comunicação é aberta em todos os sentidos e há APLICAÇÃO: A Avaliação de Desempenho é uma sistemáti-
um real interesse em resolver os problemas da organização. ca apreciação do comportamento das pessoas nos cargos que ocu-
pam. Apesar de ser uma responsabilidade de linha é uma função de
Þ Competências Staff, em algumas empresas, a avaliação do desempenho pode ser
As competências organizacionais é um conjunto de ações, um encargo do supervisor direto do próprio empregado, ou ainda
processos organizacionais e habilidades que servem a fim de aten- de uma comissão de avaliação, dependendo dos objetivos da ava-
der as necessidades dos clientes, sendo características singulares liação. A avaliação com o empregado avaliado constitui o ponto
que geram valor e garantem vantagem competitiva sustentável. principal do sistema: a comunicação que serve de retroação e que
É importante ressaltar que a competência organizacional é reduz as distâncias entre o superior e o subordinado.
algo mais amplo que a somatória das competências individuais BENEFÍCIOS: Quando um programa de avaliação é bem pla-
dos colaboradores, uma vez que essas juntas promovem sinergia e nejado, coordenado e desenvolvido, traz benefícios a curto, médio
potencialização das habilidades e recursos. e longo prazo.
Existe diferenciação sobre competências individuais nos estu-
dos sobre o tema: a abordagem norte-americana adota competên-

Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
• MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DEDESEMPENHO • MÉTODO DA ESCOLHA FORÇADA
A avaliação de desempenho humano pode ser efetuada por Desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial para a es-
intermédio de técnicas que podem variar intensamente, não se de colha de oficiais a serem promovidos. Esse método, aplicado experi-
uma organização para outra, mas dentro da mesma organização mentalmente, possibilitou resultados amplamente satisfatórios, sen-
quer se trate de níveis diferentes de pessoal ou áreas de ativida- do posteriormente adaptado e implantado em várias empresas. Ele
des diversas. Geralmente a sistemática avaliação de desempenho consiste em avaliar o desempenho dos indivíduos por intermédio das
humano atende a determinados objetivos, traçados com base uma frases descritivas de determinadas alternativas de tipos de desempe-
política de RH. Assim, como as políticas de RH variam confor- nho individual. Em cada bloco, ou conjunto composto de duas, qua-
me a organização, não é de se estranhar que cada organização de- tro ou mais frases, o avaliador deve escolher obrigatoriamente apenas
senvolva a sua própria sistemática para medir a conduta de seus uma ou duas que mais se aplicam ao desempenho do avaliado.
empregados. Como, de maneira geral, a aplicação do pessoal é a) Dentro de cada bloco há duas frases de significado positivo e
definida conforme o nível e as posições dos cargos, geralmente duas de significado negativo. O avaliador escolhe a frase que mais se
as organizações utilizam mais de uma avaliação de desempenho. aplica e a que menos se aplica ao desempenho do avaliado.
E relativamente comum encontrar organizações que desenvolvem b) Em cada bloco há quatro frases de significado apenas positi-
vo. São escolhidas as frases que mais se aplicam ao desempenho do
sistemáticas específicas conforme o nível e as áreas de distribuição
avaliado. No formulário com blocos de significados positivo e nega-
de seu pessoal. Cada sistemática atende a determinados objetivos
tivo, o avaliador localiza as frases que possivelmente contam pontos,
específicos e a determinadas características das várias categorias
podendo assim, distorcer o resultado da avaliação. No entanto, no
de pessoal. A que diga que a avaliação de desempenho no fundo formulário com blocos de significado apenas positivo, a presença de
não passa de uma boa sistemática de comunicações, atuando no frases com um único sentido dificulta a avaliação dirigida, levando
sentido horizontal e vertical da organização. As avaliações de de- o avaliador a refletir e ponderar sobre cada bloco, escolhendo a frase
sempenho para serem eficazes devem basear-se inteiramente nos mais descritiva do desempenho do avaliado.
resultados das atividades do homem no trabalho e nunca apenas As frases são selecionadas por meio de um procedimento estatís-
em suas características de personalidade. tico que visa verificar a adequação do funcionário à empresa.

• MÉTODO DA ESCALA GRÁFICA. Vantagem do método da escolha forçada


Este método é incontestavelmente o método de avaliação mais 1. Propicia resultados mais confiáveis e isentos de influencias
utilizado e divulgado. Aparentemente, é o método mais simples, subjetivas e pessoais, pois elimina o efeito da estereotipação (hallo
mas sua aplicação requer uma multiplicidade de cuidados, a fim effect);
de neutralizar a subjetividade e o prejulgamento do avaliador que 2. Sua aplicação e simples e não exige preparo intenso ou sofis-
podem ter enorme interferência. Utiliza um formulário de dupla ticado dos avaliadores.
entrada, no qual as linhas representam os fatores de avaliação de
desempenho e as colunas representam os graus de avaliação dos Desvantagens do método de escolha forçada
fatores. Os fatores são selecionados para definir as qualidades a 1. Sua elaboração e montagem são complexas, exigindo um pla-
serem avaliadas. Cada fator é definido com uma descrição simples nejamento muito cuidadoso e demorado;
e objetiva para não haver distorções. 2. É um método fundamentalmente comparativo e discrimina-
tivo e apresenta resultados globais; Discrimina apenas empregados
Vantagens do método das escalas gráficas. bons, médios e fracos, sem informações maiores;
1. Permite aos avaliadores um instrumento de avaliação de 3. Quando utilizado para fins de desenvolvimento de RH ne-
fácil entendimento e avaliação simples. cessita de uma complementação de informações de necessidade de
2. Permite uma visão integrada e resumida dos fatores de ava- treinamento, potencial de desenvolvimento etc.
liação, ou seja, das características do desempenho mais realçadas 4. Deixa o avaliador sem noção alguma do resultado da avalia-
ção que faz a respeito de seus subordinados.
pela empresa e a situação de cada empregado diante delas; e
3. Proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro de ava-
• MÉTODO DE AUTO AVALIAÇÃO
liação.
É o método por meio do qual o próprio empregado é solicitado
a fazer uma sincera analise de suas próprias características de de-
Desvantagens do método das escalas gráficas. sempenho. Podem utilizar sistemáticas variadas, inclusive formulá-
1. Não permite muita flexibilidade ao avaliador que deve ajus- rios baseados nos esquemas apresentados nos diversos métodos de
tar-se ao instrumento e não as características do avaliado; avaliação de desempenho.
2. É sujeito a distorções e interferências pessoais dos avalia-
dores, que tendem a generalizar sua apreciação sob os subordi- • MÉTODO DA AVALIAÇÃO POR RESULTADOS
nados para todos os fatores de avaliação. Cada pessoa percebe e Muito ligado aos programas de administração por objetivos, este
interpreta as situações segundo seu “campo psicológico”. Esta in- método baseia-se numa comparação periódica entre os resultados fi-
terferência subjetiva e pessoal de ordem emocional e psicológica xados ou esperados para cada funcionário e os resultados efetiva-
releva alguns avaliados afetos da esterotipação; mente alcançados. As conclusões a respeito dos resultados permitem
3. Tende a rotinizar e bitolar os resultados das avaliações; Ne- a identificação dos pontos fortes e fracos dos funcionários bem como
cessita de procedimentos matemáticos e estatísticos para corrigir as providências necessárias para o próximo período. É sobre tudo
distorções e influencia pessoal dos avaliadores. um método prático, embora o seu funcionamento dependa sobre-
maneira das atitudes e dos pontos de vista do supervisor a respeito
da avaliação do desempenho.

Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
• MÉTODOS MISTOS Þ Gestão estratégica da mudança
As organizações recorrem a uma mistura de métodos na com- A cada dia que passa aumenta o nível de exigência dos clientes
posição do modelo de avaliação de desempenho por ter uma gran- por novos produtos e serviços. A cultura do consumismo descar-
de complexidade em seus cargos. Os métodos de avaliação são tável despertou nas organizações a necessidade de criação e pro-
extremamente variados, em todos os aspectos, pois cada organiza- dução de bens em larga escala e de modo tempestivo para atender
ção ajusta os métodos às suas peculiaridades e necessidades. Cada o mercado. Uma indústria de guardanapos no mercado americano
organização tem seus próprios sistemas de avaliação do desempe- precisa desenvolver, além do modelo básico em cores diversas,
nho adequado às circunstâncias, à sua história e a seus objetivos. modelos específicos para o natal, o dia das bruxas, dos namorados,
Þ Gestão do conhecimento e da aprendizagem de ação de graças e para a festa da independência. Os consumi-
Nos dias de hoje, as organizações têm sido pressionadas a dores querem produtos específicos, altamente descartáveis, e que
evoluir rapidamente a fim de se adaptar às constantes inovações só serão válidos se adquiridos e utilizados naquela exata época
requeridas. Surge uma nova forma de riqueza que consiste no do ano. Além disso, a cada ano o modelo deve ser diferente do
tratamento de informação para a geração de conhecimento como apresentado no ano anterior. Embora o exemplo utilizado seja es-
principal fator para agregar valor ao processo produtivo. É notável pecífico, a globalização de costumes e o aumento da capilaridade
a crescente substituição, em todos os níveis organizacionais da so- das indústrias no mundo têm contribuído para levar a outros países
ciedade, das atividades que requerem força física por aquelas que
e a outros produtos e serviços esse comportamento de consumo
utilizam intensivamente a capacidade cerebral.
rápido, fortemente contextualizado, descartável e mutável. As or-
Para as organizações modernas, as riquezas incluem os produ-
ganizações têm que captar a necessidade do mercado, produzir e
tos do conhecimento e não apenas os recursos naturais, materiais
e financeiros. O valor contábil de uma organização está em seus entregar em prazos exíguos os produtos exigidos pelos clientes. Na
ativos, que constituem toda a propriedade de uma empresa que era da extrema competição, o crescimento ou a sobrevivência da
pode ser expressa por um valor monetário. Os ativos se apresen- organização depende de seu poder de inovação para adaptar-se à
tam basicamente de duas formas: os tangíveis - palpáveis, preci- sociedade que está em rápida e constante evolução.
sos e mensuráveis, como, por exemplo, contas a receber, plantas Por outro lado, os esforços por aumento da lucratividade das
industriais, equipamentos, imóveis, investimentos, entre outros; e empresas por meio da redução de custos, quando bem sucedidos,
os chamados intangíveis: aqueles que não possuem existência fí- estão atingindo seus limites. Para reduzir custos, empresas insta-
sica, mas mesmo assim, representam valor para a empresa. Hoje o lam-se em regiões que tenham mão de obra mais barata e menor
conhecimento - ativo intangível - é mais valioso que o conjunto de carga tributária, estabelecem parcerias com fornecedores off-sho-
ativos tangíveis de uma organização. re para obtenção de insumos mais baratos, utilizam o just-in-time
As pessoas possuem ideias livres e abundantes. O grande e a automação extrema; mas uma vez implantados em seu nível
desafio gerencial está no desenvolvimento organizado de ideias ideal de maturidade, não há como avançar em termos de redução
construtivas. Para se adaptar às novas necessidades e exigências, de custos. Nesse caso, o aumento da lucratividade é perseguido
as empresas devem ser capazes de aprender e de gerir o conheci- pela expansão do mercado, seja em número de clientes, seja em
mento. diversidade de produtos e serviços ofertados.
A gestão do conhecimento passa pela definição de sua im- A necessidade de expansão do mercado pelo aumento da lu-
portância para a organização, pela sua adequada disseminação, e cratividade e a crescente diversidade das necessidades dos clientes
pela proteção do conhecimento organizacional que gera vantagem resultam em grande variedade de produtos e serviços, com ciclos
competitivo. O processo de gestão do conhecimento nas organi- de vida cada vez mais curtos. Esse cenário exige atuação mais rá-
zações em geral segue três passos: aquisição e desenvolvimento, pida da organização na idealização e adaptação de modelos que
disseminação, e construção do conhecimento organizacional. sirvam de base para a formulação da estratégia competitiva. Ino-
As ações relacionadas com a criação e a transferência de co- var, adaptar-se e mudar torna-se estratégico.
nhecimento devem estar comprometidas com o desenvolvimento Outro fator que contribui para a crescente preocupação com
das competências estratégicas definidas, e ocorre por meio de pro- a mudança nas organizações são os altos índices de falhas em ini-
cessos de aprendizagem.
ciativas estratégicas por processos de mudanças mal conduzidos.
Portanto, o desenvolvimento das capacidades das pessoas
O próprio processo de construção de uma estratégia pode ser
pode e deve ser realizado de forma alinhada à gestão por compe-
pensado como um componente cognitivo de um processo de mu-
tências, na qual as competências necessárias para a organização
são definidas, as competências das pessoas são mapeadas, e tri- dança. Ou seja, a própria estratégia organizacional surge a partir da
lhas de desenvolvimento são criadas. Ao desenvolver processos necessidade de mudar.
de aprendizagem com base nessas trilhas de desenvolvimento, a A gestão da mudança é tarefa difícil, mas importante nas or-
organização e o funcionário estarão investindo na capacitação ne- ganizações, especialmente quando estas são grandes e complexas.
cessária para a realização das entregas desejadas pela organização. Mudar envolve não apenas a alteração de políticas, processos,
Os recursos investidos - tempo, dinheiro, esforço - tanto da or- procedimentos e estruturas, mas também do comportamento de
ganização quanto do funcionário estarão alinhados aos objetivos pessoas e equipes, e de transformar, em maior ou menor escala, a
estratégicos da organização. cultura da organização.
Todo esse processo de aprendizagem individual e organiza- O gerenciamento da mudança é bem sucedido quando a orga-
cional ocorre por meio de ciclos contínuos e dinâmicos de aqui- nização consegue mover-se do estado em que se encontrava para o
sição de conhecimento, envolvido num processo de mudança per- estado pretendido, quando o funcionamento no estado futuro aten-
manente que garante a adaptabilidade da organização às necessida- de às expectativas, e quando a transição é realizada sem custos
des por novas competências em função da espiral de necessidades indevidos para a organização e para as pessoas.
crescentes dos clientes.

Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Þ Processos de RH 4. Comunicação da visão da mudança;
As políticas e processos de RH nos novos modelos de gestão 5. Capacitação de outras pessoas para atuar conforme a visão;
de pessoas devem estar alinhados com a estratégia da organização 6. Planejamento e promoção de vitórias a curto prazo;
e devem favorecer a disseminação do conhecimento e a aprendi- 7. Consolidação de ganhos e desenvolvimento de novas mu-
zagem. danças; e
Essa relação “dimensão - processos” facilita o alinhamen- 8. Estabelecimento de novos métodos na cultura.
to das ações de RH ao definir processos e políticas. Ao levar em Os passos propostos por Kotter envolvem aspectos de desen-
consideração essas relações, é viabilizado o alinhamento entre os volvimento estratégico, e principalmente aspectos de adaptação
diversos processos de RH, assim como destes com a estratégia or- humana. Senso de urgência, coalizão, comunicação, capacitação,
ganizacional. alinhamento de pessoas, cultura: temas a serem tratados pela ges-
Ulrich afirma que historicamente a área de recursos humanos tão de pessoas para obtenção de sucesso em processos de mudança.
tem se preocupado exclusivamente com os processos de RH. Essa Nesse contexto, a gestão de pessoas assume papel essencial
afirmação, que soa tão óbvia, é ponto de partida para a discussão na consecução dos passos necessários ao processo de gerencia-
sobre o novo papel do RH. E ilustra da seguinte forma a evolução mento das mudanças necessárias à adaptação das organizações a
dos processos de RH: um mundo globalizado, no qual a tônica do mercado é a crescente
a) década de 80: quatro grandes grupos de processos de RH diversidade de necessidades dos clientes, associada a uma grande
- recrutamento e seleção, desenvolvimento, avaliação e recompen- variedade de produtos e serviços.
sas;
b) década de 90: adicionados dois grupos - desenvolvimento Planejamento e estruturação de planos de treinamento e de-
organizacional e comunicação, somando 6 grandes grupos; senvolvimento.
c) estudos recentes: classificações de processos de RH que so- O ser humano vive em constante interação com seu meio am-
mam 19 diferentes grupos. biente, recebendo e exercendo influências em suas relações com
Embora o RH tenha evoluído ao passar dos anos, acompa- ele.
nhando a evolução das organizações, o foco continuou sendo nos Educação é toda influência que o ser humano recebe do am-
processos executados. biente social, para se adaptar às normas e valores sociais vigentes
Ter como foco central de RH a execução de processos era su- e aceitos, de acordo com suas inclinações e predisposições e en-
ficiente nas antigas organizações, uma vez que eram mais voltadas riquece ou modifica seu comportamento, dentro de seus próprios
para questões internas. Por mais que os processos de RH tenham padrões pessoais.
evoluído, sua simples execução não é papel suficiente para a nova Alguns autores consideram treinamento como um meio para
gestão de pessoas. As modernas organizações, que precisam adap- desenvolver a força de trabalho nas organizações, outros se refe-
tar-se rapidamente às mudanças ambientais e às novas requisições rem ao desenvolvimento como uma área que se divide em educa-
dos clientes, precisam implantar um modelo de gestão de pessoas ção e treinamento, sendo treinamento o preparo da pessoa para o
compatível com sua dinâmica organizacional, e que ofereça resul- cargo, enquanto a educação é preparar a pessoa para o ambiente
tados de valor para a organização. Não que RH não deva executar dentro ou fora do seu trabalho.
processos de RH, mas o novo cenário em que as organizações mo- Desenvolvimento profissional: aperfeiçoa a pessoa (em médio
dernas estão inseridas exigem um novo papel da gestão de pessoas. prazo) para uma carreira dentro de uma profissão. Visa ampliar,
Para o RH conseguir dar esse salto, ele precisa retirar o foco da desenvolver e aperfeiçoar a pessoa para seu crescimento profissio-
mera execução de processos e tarefas, e mudar seu foco para re- nal, preparando-o para assumir funções mais complexas (dentro
sultados. das organizações ou em empresas especializadas em desenvolvi-
mento de pessoal).
Þ Papel do novo RH Treinamento: adapta a pessoa (em curto prazo), preparando-o
A área de gestão de pessoas pode mudar seu foco e contri- adequadamente para um cargo ou função, dentro da própria empre-
buir efetivamente para os resultados institucionais ao exercer as sa ou em empresa especializada em treinamento. Pode ser aplicado
seguintes capacidades: a todos os níveis ou setores da empresa, obedece a um programa
a) clareza estratégica: ser parceiro estratégico, contribuindo preestabelecido e geralmente é delegado ao chefe imediato.
para a compreensão e disseminação da estratégia organizacional; Treinamento é o processo educacional de curto prazo, aplica-
b) agente da mudança: fazer com que as mudanças ocorram, do de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas
contribuindo efetivamente para o processo de mudança; aprendem conhecimentos, habilidades e atitudes em função de ob-
c) desenvolver capital intelectual: ser defensor dos emprega- jetivos definidos.
dos, colaborando para o aumento das suas competências e do seu Envolve a transmissão de conhecimentos específicos relativos
comprometimento; e ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e
d) exemplo de excelência operacional: ser consultor especia- do ambiente e também desenvolvimento de habilidades e compe-
lizado na sua área de competência, e atuar de forma coerente com tências.
os processos que implanta. Tem por finalidade ajudar a alcançar os objetivos da empresa,
Kotter apresenta 8 aspectos chave para o sucesso da transfor- proporcionando oportunidades aos empregados de todos os níveis
mação organizacional: de obter o conhecimento, a prática e a conduta requeridos pela
1. Estabelecimento de um senso de urgência; organização. O treinamento não é despesa, mas um investimento
2. Criação de uma coalizão administrativa; cujo retorno é altamente compensador para a organização.
3. Desenvolvimento de visão e estratégia;

Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
O Conteúdo do treinamento pode envolver quatro tipos de A falta de motivação enraizada na cultura organizacional pú-
mudanças, a saber: blica, causada, por exemplo, pela dificuldade em implantar políti-
- Transmissão de informações: genéricas sobre o trabalho, so- cas de recompensa a servidores exemplares, é conhecida de longa
bre a empresa, seus produtos e serviços, sua organização e políti- data, e constitui um dos entraves para levar a termo um complexo
cas, regras, regulamentos e mercado; processo de gestão de pessoas baseado nas suas competências. A
- Desenvolvimento de habilidades: destrezas e conhecimen- implementação desse modelo ainda é um grande desafio, uma vez
tos relacionados ao desempenho do cargo atual ou de possíveis que a cultura de gestão pública permanece, na maioria dos casos,
ocupações futuras. Orientado para as tarefas e operações a serem voltada para cargos, e não para entregas.
executadas (preenchimento de pedidos, cálculos de preços, etc.); As instituições públicas têm a captação de novos talentos li-
- Desenvolvimento ou modificação de atitudes: mudança de mitada legalmente por concurso público; a exceção são os cargos
atitudes negativas para atitudes mais favoráveis entre as pessoas, de confiança comissionados, em número bem menor que o dos ser-
aumento da motivação, desenvolvimento da sensibilidade do pes- vidores concursados. Enquanto as organizações privadas possuem
soal de gerência e supervisão quanto aos sentimentos e reações das inúmeros instrumentos para a melhor escolha, como entrevistas e
pessoas. Pode envolver aquisição de novos hábitos e atitudes em dinâmicas de grupo, as públicas ficam restritas a esse instrumento
relação a clientes, usuários ou técnicas de vendas. legal, sob pena de serem questionadas judicialmente. No entanto,
- Desenvolvimento de conceitos: elevar o nível de abstração e poderão valer-se de outros meios para melhor alocação do candi-
conceitualização de ideias e filosofias, seja para facilitar a aplica- dato aprovado.
ção de conceitos na prática administrativa, seja para elevar o nível Por exemplo, apesar de muitas mudanças dependerem de le-
de generalização, desenvolvendo gerentes que possam pensar em gislação própria, isso não constitui entrave para que se atue, no se-
termos globais e amplos (filosofia da empresa, ética profissional); tor público, por meio de outras fontes legais, como concursos com
áreas específicas de atuação, avaliação do perfil comportamental
• OBJETIVOS DO TREINAMENTO dos aprovados para sua melhor alocação, ou ainda, ações de de-
- Preparar as pessoas para execução imediata das tarefas do senvolvimento profissional, promovendo educação contínua e não
cargo; apenas treinamentos pontuais - a educação ampla das pessoas é
- Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimen- fundamental nesse contexto, englobando o desenvolvimento das
to pessoal, não apenas em seus cargos atuais, mas também para mesmas com foco em sua carreira profissional, e não apenas no
outras funções mais complexas e elevadas; treinamento para as funções do cargo atual.
- Mudar a atitude das pessoas seja para criar um clima mais sa- No que tange ao desligamento de colaboradores, restrições le-
tisfatório entre eles ou para aumentar-lhes a motivação e torná-las gais também devem ser obedecidas. Apesar de o ordenamento ju-
mais receptivas às novas técnicas de gestão. rídico prever que os servidores podem ser demitidos por avaliação
OS LIMITES DA GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚ- de desempenho insuficiente, essa ainda não é uma prática comum
BLICO no setor público. Sendo assim, o ideal é motivá-los, de tal forma
A atuação estratégica da gestão de pessoas está intimamente que se sintam parte importante no processo e desejem atingir um
conectada à gestão de competências. melhor desempenho no trabalho. Afinal de contas, prever prazos,
Essa moderna abordagem volta-se para o desenvolvimento e controles, orçamentos e indicar responsáveis para as atividades faz
manutenção das competências individuais dos colaboradores, vi- parte de um planejamento indispensável tanto na gestão privada
sando ao alcance dos objetivos estratégicos organizacionais. como na pública.
Do individual parte-se para o coletivo, sem deixar de lado, A fim de obter resultados positivos, a área de gestão de pes-
contudo, a essência e a cultura de cada organização. É como reger soas deve procurar manter um clima positivo e profissional na
uma orquestra, em que o talento e o trabalho individual de cada organização, através de práticas de planejamento, gerenciamento,
músico são incentivados e valorizados, mas cujo desempenho deve avaliação e recompensas, que conciliem os interesses individuais
se ater à proposta melódica a ser executada e à gestão do regente. com os objetivos estratégicos do negócio público. Deve-se bus-
Na regência da orquestra pública, o interesse público deve ser o car um direcionamento para resultados nos níveis individual e or-
resultado alcançado por qualquer estratégia organizacional. ganizacional, além de preservar a correta e eficaz gestão do bem
O modelo de gestão de competências, apesar de reunir muitas público.
qualidades, é de complexa implementação prática, em sua totali- No setor público, portanto, o papel da área de gestão de pes-
dade, no setor público. Diferentemente do setor privado, o gestor soas, no contexto da gestão de competências, deve ser o de facilitar
público se atém a um cabedal de limitações legais que devem ser o desenvolvimento das competências individuais e consequentes
respeitadas, como a exigência de concurso público para contrata- entregas, para a implementação da estratégia escolhida, sempre de
ção de novos talentos. acordo com o bem maior, que é o interesse público.
Dentre as dificuldades para a implantação de um modelo de *Texto adaptado de Marisa Rodrigues Alho e Paulo André
gestão de competências estão também limitações tecnológicas e Mattos de Carvalho./ Rebecca hoffmann
estruturais, bem como aspectos comportamentais dos servido-
res que, ao serem avaliados para seu ingresso em determinadas
funções, mostraram-se capacitados em termos de conteúdo para
exercê-las, mas não foram, por vezes, avaliados em suas idiossin-
crasias psicológicas.

Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

NOÇÕES DE PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO. ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE.

Planejamento Estratégico, Tático e Operacional QUALIDADE TOTAL


Desenvolver o planejamento em uma empresa envolve diver- Gestão da qualidade total (em língua inglesa “Total Quality
sas etapas. Apesar do planejamento estratégico ser o mais famoso Management” ou simplesmente “TQM”) consiste numa estratégia
na administração, os outros dois têm a mesma importância em um de administração orientada a criar consciência da qualidade em
planejamento integrado dentro da companhia. todos os processos organizacionais.
Planejamento Estratégico (longo alcance) É referida como “total”, uma vez que o seu objetivo é a impli-
O planejamento estratégico é aquele que define as estratégias cação não apenas de todos os escalões de uma organização, mas
de longo prazo da empresa. Este planejamento leva em conta to- também da organização estendida, ou seja, seus fornecedores, dis-
dos os fatores internos e externos a companhia – por exemplo, a tribuidores e demais parceiros de negócios.
situação econômica global é um fator a ser levado em conta no
Princípios de Deming
planejamento estratégico. Quando elaboramos este planejamento
O estatístico William Edward Deming a partir da década de
procuramos ter uma visão integrada dos processos e da compa-
50 popularizou por meio de seus ensinamentos no Japão o Ciclo
nhia, por que a empresa como um todo entra nesta etapa.
PDCA e estabeleceu seus 14 princípios visando auxiliar as pessoas
O planejamento estratégico é feito em geral entre 5 e 10 anos
a entenderem e implementarem seus conceitos. De acordo com ele
no futuro.
a adaptação e prática desses 14 princípios eram um sinal de que a
É essencial que o planejamento estratégico, apesar de ter um
gestão tinha intenção de permanecer nos negócios. 14 Princípios
alcance de até 10 anos, seja atualizado constantemente. Se isto não de Deming
ocorrer, o planejamento sofre um sério risco de ficar obsoleto e não Deming enfatizou a importância da mentalidade preventiva
ser utilizado dentro da empresa, como deve ser. em lugar da corretiva, bem como a necessidade do envolvimento
da alta administração no processo de produção.
Planejamento Tático (médio)
O planejamento tático é diferente para cada área da compa- Os 14 princípios de Deming são os seguintes:
nhia. A area financeira terá seu próprio planejamento tático finan- 1º princípio: Crie constância de propósito para melhorar pro-
ceiro, assim como a RH, marketing e assim por diante. Esta etapa é dutos e serviços, objetivando tornar-se competitivo e manter-se em
mais focada que o planejamento estratégico, que é desdobrado em atividade, bem como criar emprego;
diversos planos táticos. 2º princípio: Adote uma nova filosofia para a nova era eco-
O planejamento tático é feito de ano a ano e busca otimizar nômica, conscientizando-se de suas responsabilidades e tomando
uma determinada área da empresa na busca de um resultado. a liderança para mudanças. A administração ocidental deve des-
pertar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e
Planejamento Operacional (Curto alcance) assumir a liderança no processo de transformação;
O plano operacional coloca em prática cada um dos planos 3º princípio: Deixe de depender de inspeções para atingir a
táticos dentro da empresa. Ele é projetado no curto prazo e envolve qualidade. Elimine a necessidade de inspeção em massa, introdu-
cada uma das tarefas e metas da empresa. zindo a qualidade no produto desde seu primeiro estágio;
Um planejamento operacional deve planejar os prazos, metas
e recursos para a implantação de um projeto ou tarefa dentro da 4º princípio: Pare a prática de valorizar negócios com base no
empresa. Por ser a última etapa de planejamento, o operacional preço. Ao invés disso, minimize o custo total e estabeleça um úni-
deve ser um plano mais detalhado que os outros dois, tentando co fornecedor para cada item, num relacionamento de longo prazo
explicar cada tarefa isoladamente. fundamentado na lealdade e na confiança;
Desta maneira que os planejamentos Estratégico, Tático e 5º princípio: Melhore constantemente e sempre o sistema de
Operacional trabalham juntos. Cada um tem um escopo dentro da produção e de serviços para melhorar a qualidade e a produtivida-
empresa e seguem uma ordem: de e também reduzir custos;
6º princípio: Institua o treinamento no local de trabalho;
Estratégia >> Tática >> Operação 7º princípio: Institua liderança. A supervisão deve servir para
ajudar as pessoas, máquinas e dispositivos a executarem um traba-
Fonte: http://adm.esobre.com/planejamento-estratgico-ttico lho melhor. A supervisão de gestão e de trabalhadores de produção
-operacional deve passar por uma revisão;
8º princípio: Elimine o medo, de modo que todos trabalhem
efetivamente para a organização;
9º princípio: Elimine as barreiras entre departamentos. Fun-
cionários de pesquisa, produção (design) e vendas devem trabalhar
em conjunto para prever problemas de produção e de utilização do
produto ou serviço;

Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
10º princípio: Elimine slogans, exortações e metas numéricas Esse conceito é colocado em prática quando se considera que
para os trabalhadores, como “defeito zero” ou novos níveis de pro- as organizações são constituídas por uma complexa combinação de
dutividade. Tais exortações criam apenas inimizades, visto que a recursos humanos e organizacionais, cujo desempenho pode afe-
maioria das causas de qualidade e produtividade baixas pertencem tar, positiva ou negativamente, a organização em seu conjunto. As
ao sistema e estão fora do alcance do poder de atuação dos traba- organizações públicas são vistas como sistemas vivos, integrantes
lhadores; de ecossistemas complexos que devem interagir com o meio e se
11º princípio: Elimine cotas numéricas e padrões para a força adaptar. Assim, é importante que o seu sistema de gestão seja di-
de trabalho, assim como objetivos numéricos para o gerenciamen- nâmico e capaz de contemplar a organização como um todo para
to. Substitua as lideranças; rever e consolidar os seus objetivos e suas estratégias, observando
12º princípio: Remova as barreiras que privam as pessoas de o alinhamento e a interconexão dos seus componentes, ou seja, a
seu direito de orgulhar-se de seu trabalho realizado. Elimine ava- consistência entre os seus objetivos, planos, processos, ações e as
liações de desempenho anuais ou por mérito, bem como a gestão respectivas mensurações.
por objetivos. Como sistemas vivos, as organizações precisam aprender a
13º princípio: Institua um forte programa de educação e auto valorizar as redes formais com cidadãos-usuários, interessados e
aprimoramento.
parceiros, bem como as redes que emergem informalmente, entre
14º princípio: Coloque todos na organização para trabalhar
as pessoas que as integram, e destas com pessoas de outras organi-
visando alcançar a transformação.
zações e entidades. Dessa forma, o pensamento sistêmico pressu-
Modelo de Excelência da Gestão Pública põe que as pessoas da organização entendam o seu papel no todo
O Modelo de Excelência em Gestão Pública, de padrão in- (as inter relações entre os elementos que compõem a organização
ternacional, expressa o entendimento vigente sobre o “estado da – a dimensão interna e a dimensão externa).
arte” da gestão contemporânea, é a representação de um sistema
de gestão que visa aumentar a eficiência, a eficácia e a efetivida- 2) Aprendizado organizacional
de das ações executadas. É constituído por elementos integrados, Busca contínua e alcance de novos patamares de conhecimen-
que orientam a adoção de práticas de excelência em gestão com a to, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avalia-
finalidade de levar as organizações públicas brasileiras a padrões ção e compartilhamento de informações e experiências.
elevados de desempenho e de qualidade em gestão. Esse conceito é colocado em prática na medida em que a or-
Ele faz parte do Programa Nacional de Gestão Pública e Des- ganização busca de maneira estruturada, específica e proativa, o
burocratização – GesPública e representa a principal referência conhecimento compartilhado, incentiva a experimentação, utiliza
a ser seguida pelas instituições públicas que desejam aprimorar o erro como instrumento pedagógico, dissemina suas melhores
constantemente seus níveis de gestão. práticas, desenvolve soluções e implementa refinamentos e ino-
Esse Modelo de Excelência em Gestão Pública foi concebido vações de forma sustentável, coloca em prática o aprendizado or-
a partir da premissa segundo a qual é preciso ser excelente sem ganizacional. Preservar o conhecimento que a organização tem de
deixar de ser público. Esse Modelo, portanto, deve estar alicerçado si própria, de sua gestão e de seus processos é fator básico para a
em fundamentos próprios da gestão de excelência contemporânea sua evolução.
e condicionado aos princípios constitucionais próprios da natureza
pública das organizações. Esses fundamentos e princípios consti- 3) Cultura da inovação
tucionais, juntos, definem o que se entende hoje por excelência em Promoção de um ambiente favorável à criatividade, à experi-
gestão pública. mentação e à implementação de novas ideias que possam gerar um
O Modelo de Excelência em Gestão Pública tem como base os diferencial para a atuação da organização.
princípios constitucionais da administração pública e como pilares Esse conceito é colocado em prática ao buscar e desenvolver
os fundamentos da excelência gerencial. continuamente ideias originais e incorporá-las aos processos, pro-
dutos, serviços e relacionamentos, associado ao rompimento das
Fundamentos de Excelência Gerencial
barreiras do serviço público antiquado e burocrático de forma a
Os fundamentos da excelência são conceitos que definem o
entendimento contemporâneo de uma gestão de excelência na ad- otimizar o uso dos recursos públicos e produzir resultados eficien-
ministração pública e que, orientados pelos princípios constitucio- tes para a sociedade.
nais, compõem a estrutura de sustentação do Modelo de Excelên-
cia em Gestão Pública. 4) Liderança e constância de propósitos
De acordo com o Instrumento para Avaliação da Gestão Públi- A liderança é o elemento promotor da gestão, responsável pela
ca em seu Ciclo 2010 os 13 fundamentos de excelência gerencial orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melho-
são: Pensamento sistêmico; Aprendizado organizacional, Cultura ria dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta,
da inovação, Liderança e constância de propósitos; Orientação por democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando o de-
processos e informações; Visão de futuro; Geração de valor; Com- senvolvimento da cultura da excelência, a promoção de relações
prometimento com as pessoas; Foco no cidadão e na sociedade; de qualidade e a proteção do interesse público. É exercida pela
Desenvolvimento de parcerias; Responsabilidade social; Controle alta administração, entendida como o mais alto nível gerencial e
social; e Gestão participativa. assessoria da organização.
1) Pensamento sistêmico Esse conceito é colocado em prática por meio da participação
Entendimento das relações de interdependência entre os di- pessoal, ativa e continuada da alta administração que é fundamen-
versos componentes de uma organização, bem como entre a orga- tal para dar unidade de propósitos à organização. Seu papel inclui a
nização e o ambiente externo, com foco na sociedade. criação de um ambiente propício à inovação e ao aperfeiçoamento

Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
constantes, à gestão do conhecimento, ao aprendizado organiza- ambiente externo, as necessidades e expectativas das partes inte-
cional, ao desenvolvimento da capacidade da organização de se ressadas, os desenvolvimentos tecnológicos, os requisitos legais,
antecipar e se adaptar com agilidade às mudanças no seu ecossis- as mudanças estratégicas dos concorrentes e as necessidades da
tema e de estabelecer conexões estratégicas. A alta administração sociedade, no sentido de readequá-las e redirecioná-las, quando
deve atuar como mentora, precisa ter visão sistêmica e abrangente, for o caso. Assim uma organização com Visão de Futuro pensa,
ultrapassando as fronteiras da organização e as restrições de curto planeja e aprende estrategicamente, obtendo resultados de alto de-
prazo, mantendo comportamento ético e habilidade de negociação, sempenho e sustentáveis.
liderando pelo exemplo. A sua ação da liderança deve conduzir ao
cumprimento da missão e alcance da visão de futuro da organiza- 7) Geração de valor
ção. Alcance de resultados consistentes, assegurando o aumento
de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as
5) Orientação por processos e informações partes interessadas.
Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e Esse conceito é colocado em prática considerando que gerar
processos da organização que agreguem valor para as partes inte- valor para todas as partes interessadas visa aprimorar relações de
ressadas, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações qualidade e assegurar o desenvolvimento da organização. Ao agir
devem ter como base a medição e análise do desempenho, levan- desta forma a organização enfatiza o acompanhamento dos resul-
do-se em consideração as informações disponíveis. tados em relação às suas finalidades e às suas metas, a comparação
Esse conceito é colocado em prática por meio da compreensão destes com referenciais pertinentes e o monitoramento da satis-
do processo como um conjunto de atividades inter-relacionadas ou fação de todas as partes interessadas, obtendo sucesso de forma
interativas que transformam insumos (entradas) em produtos/ser- sustentada e adicionando valor para todas elas. A geração de valor
viços (saídas) com alto valor agregado. Os fatos e dados gerados depende cada vez mais dos ativos intangíveis, que atualmente re-
em cada um desses processos, bem como os obtidos externamente presentam a maior parte do valor das organizações públicas. Isto
à organização, se transformam em informações que subsidiam a implica visão estratégica das lideranças para possibilitar à socie-
tomada de decisão e alimentam a produção de conhecimentos. dade a percepção da utilidade e da credibilidade da própria orga-
Esses conhecimentos dão à organização pública alta capa- nização.
cidade para agir e poder para inovar. A tomada de decisões e a
execução de ações devem estar suportadas por medição e análise 8) Comprometimento com as pessoas
do desempenho, levando-se em consideração as informações dis- Estabelecimento de relações com as pessoas, criando condi-
poníveis, além de incluir os riscos identificados. As informações e ções de melhoria da qualidade nas relações de trabalho, para que
dados definem tendências, projeções e causas e efeitos e devem, elas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu
portanto, subsidiar o planejamento, a avaliação, a tomada de de- desempenho por meio do comprometimento, de oportunidade para
cisões e a implementação de melhorias. A excelência em gestão desenvolver competências e de empreender, com incentivo e reco-
pressupõe: obtenção e tratamento sistemáticos de dados e informa- nhecimento.
ções de qualidade, alinhados às suas necessidades; sistemas de in- A prática desse conceito pressupõe dar autonomia para atingir
formações estruturados e adequados; e obtenção e uso sistemáticos metas e alcançar resultados, assumir riscos, criar oportunidade de
de informações comparativas. A orientação por processos permite aprendizado e desenvolvimento de competência e reconhecendo
planejar e executar melhor as atividades pela definição adequada o bom desempenho, criando práticas flexíveis e produtivas para
de responsabilidades, uso dos recursos de modo mais eficiente, atrair e reter talentos, propiciando um clima organizacional par-
realização de prevenção e solução de problemas, eliminação de ticipativo e agradável. Criar um ambiente flexível e estimulante à
atividades redundantes, aumentando a produtividade. A orientação geração do conhecimento, disseminando os valores e as crenças da
por processos e informações implica postura pró ativa relacionada organização e assegurando um fluxo aberto e contínuo de informa-
à noção de antecipação e resposta rápida às mudanças do ambiente ções é fundamental para que as pessoas se motivem e atuem com
– percepção dos sinais do ambiente e antecipação – com vistas a autonomia.
evitar problemas e/ou aproveitar oportunidades. A resposta rápida
agrega valor à prestação dos serviços públicos e aos resultados do 9) Foco no cidadão e na sociedade cidadão
exercício do poder de Estado. Direcionamento das ações públicas para atender, regular e
continuamente, as necessidades dos cidadãos e da sociedade, na
6) Visão de futuro condição de sujeitos de direitos, beneficiários dos serviços públi-
Indica o rumo de uma organização e a constância de propósi- cos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido
tos que a mantém nesse rumo. Está diretamente relacionada à ca- pelas organizações públicas.
pacidade de estabelecer um estado futuro desejado que dê coerên- Esse conceito é colocado em prática considerando que os ci-
cia ao processo decisório e que permita à organização antecipar-se dadãos usuários, atuais e potenciais, e a sociedade são sujeitos de
às necessidades e expectativas dos cidadãos e da sociedade. Inclui, direitos e as organizações públicas têm obrigação de atender, com
também, a compreensão dos fatores externos que afetam a organi- qualidade e presteza, às suas necessidades e às suas demandas, de
zação com o objetivo de gerenciar seu impacto na sociedade. forma regular e contínua. Nesse sentido, a organização tem que
Por meio da formulação das estratégias a organização se pre- alinhar as suas ações e os seus resultados às necessidades e às ex-
para para colocar em prática sua Visão de Futuro. O alcance dessa pectativas dos cidadãos e da sociedade e antecipar suas necessi-
visão é o resultado da implementação dessas estratégias sistemati- dades futuras o que implica estabelecer um compromisso com a
camente monitoradas, levando em consideração as tendências do sociedade no sentido de fazer o melhor no cumprimento da sua

Didatismo e Conhecimento 19
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
missão institucional considerando o interesse público. A adminis- 12) Controle social
tração pública tem o dever de garantir o direito dos cidadãos de Atuação que se define pela participação das partes interessa-
acesso dos serviços públicos de maneira contínua (princípio da das no planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades
Continuidade do Serviço Público), com o objetivo de não preju- da Administração Pública e na execução das políticas e dos pro-
dicar o atendimento à população, particularmente no que se refere gramas públicos.
aos serviços essenciais. Para promover a prática desse conceito a alta administração
das organizações públicas tem que estimular a sociedade a exercer
10) Desenvolvimento de parcerias ativamente o seu papel de guardiã de seus direitos e de seus bens
Desenvolvimento de atividades conjuntamente com outras comuns. A transparência e a participação social são os requisitos
organizações com objetivos específicos comuns, buscando o ple- fundamentais para a efetivação do controle social. Assim, a gestão
no uso das suas competências complementares para desenvolver pública de excelência pressupõe viabilizar as condições necessá-
sinergias. rias para que o controle social possa ser exercido pela sociedade.
Na prática as organizações modernas reconhecem que no Nesse sentido, a administração pública deve garantir visibilidade
mundo de hoje - de mudanças constantes e aumento da demanda de seus atos e ações e implementar mecanismos de participação
- o sucesso pode depender das parcerias que elas desenvolvem. social.
Essas organizações procuram desenvolver maior interação, rela- Propiciar transparência significa democratizar o acesso às in-
cionamento e atividades compartilhadas com outras organizações, formações sobre o funcionamento da organização, o que implica:
de modo a permitir a entrega de valor agregado a suas partes inte- disponibilizar informações sobre as ações públicas em condições
ressadas por meio da otimização das suas competências essenciais. de serem entendidas, interpretadas e de possibilitarem efetivamen-
Essas parcerias podem ser com clientes, fornecedores, organiza- te o controle social (informações claras, detalhadas, completas e
ções de cunho social, ou mesmo com competidores e são baseadas com dados desagregados); tornar acessíveis aos cidadãos as in-
em benefícios mútuos claramente identificados. O trabalho con- formações sobre o funcionamento da administração pública. Par-
junto dos parceiros, apoiado nas competências, no conhecimento ticipação social é ação democrática dos cidadãos nas decisões e
e nos recursos comuns, assim como o relacionamento baseado em ações que definem os destinos da sociedade. Colocá-la em prática
confiança mútua, respeito e abertura facilitam o alcance dos obje- implica aprender a lidar e interagir com as mobilizações e movi-
tivos. As parcerias são usualmente estabelecidas para atingir um mentos sociais.
objetivo estratégico ou entrega de um produto ou serviço, sendo
formalizadas por um determinado período e envolvem a negocia-
13) Gestão participativa
ção e o claro entendimento das funções de cada parte, bem como
Estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta
dos benefícios decorrentes.
administração que busque o máximo de cooperação das pessoas,
reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um
11) Responsabilidade social
e harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de con-
Atuação voltada para assegurar às pessoas a condição de cida-
seguir a sinergia das equipes de trabalho.
dania com garantia de acesso aos bens e serviços essenciais, e ao
mesmo tempo tendo também como um dos princípios gerenciais Na prática uma gestão participativa é implementada dando-se
a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, po- às pessoas autonomia para o alcance de metas e cobrando a coo-
tencializando a capacidade das gerações futuras de atender suas peração, o compartilhamento de informações e a confiança para
próprias necessidades. delegar. Como resposta, as pessoas tomam posse dos desafios e
A prática pressupõe o reconhecimento da sociedade como par- dos processos de trabalho dos quais participam, tomam decisões,
te integrante do ecossistema da organização, com necessidades e criam, inovam e geram um clima organizacional saudável.
expectativas que precisam ser identificadas, compreendidas e aten-
didas. Trata-se do exercício constante da consciência moral e cí-
vica da organização, advinda da ampla compreensão de seu papel NOÇÕES DE ARQUIVO.
no desenvolvimento da sociedade. O respeito à individualidade,
ao sentimento coletivo e à liberdade de associação, assim como a
adoção de políticas não-discriminatórias e de proteção das mino-
rias são regras básicas nas relações da organização com as pessoas.
A organização deve buscar o desenvolvimento sustentável, A arquivística ou arquivologia é uma ciência que estuda as
identificar os impactos na sociedade que possam decorrer de suas funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem
instalações, processos, produtos e serviços e executar ações pre- observados durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos.
ventivas para eliminar ou minimizar esses impactos em todo o ci- É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as informa-
clo de vida das instalações, produtos e serviços. Adicionalmente, ções que possam ser registradas em documentos de arquivos. Para
deve preservar os ecossistemas naturais, conservar os recursos não tanto, utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos
-renováveis e racionalizar o uso dos recursos renováveis. Além do diversos, que são aplicados nos processos de composição, coleta,
atendimento e superação dos requisitos legais e regulamentares as- análise, identificação, organização, processamento, desenvolvi-
sociados aos seus bens, serviços, processos e instalações. O exer- mento, utilização, publicação, fornecimento, circulação, armaze-
cício da cidadania pressupõe o apoio a ações de interesse social e namento e recuperação de informações.
pode incluir: a educação e a assistência comunitária; a promoção O arquivista é um profissional de nível superior, com forma-
da cultura, do esporte e do lazer; e a participação no desenvolvi- ção em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele
mento nacional, regional ou setorial. pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de do-

Didatismo e Conhecimento 20
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
cumentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo
etc. É o responsável pelo gerenciamento da informação, gestão ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter úni-
documental, conservação, preservação e disseminação da infor- co, em função do contexto em que foram produzidos.
mação contida nos documentos. Também tem por função a preser-
vação do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de
instituição e, em última instância, da sociedade como um todo. arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, aliena-
Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação e da elaboração de ção, destruição não autorizada ou adição indevida.
instrumentos de pesquisa, observando as três idades dos arquivos:
corrente, intermediária e permanente. Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estudos e progressiva, natural e orgânica.
técnicas de organização sistemática e conservação de arquivos, na
elaboração de projetos e na implantação de instituições e sistemas Classificação
arquivísticos, no gerenciamento da informação e na programação e A escolha da forma de ordenação depende muito da natureza
organização de atividades culturais que envolvam informação do- dos documentos. Vejam os métodos básicos:
cumental produzida pelos arquivos públicos e privados. Uma gran- Ordenação Alfabética: disposição dos documentos ou pastas
de dificuldade é que muitas organizações não se preocupam com
de acordo com a sequência das letras do alfabeto. Pode ser classi-
seus arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho deste
ficada em enciclopédico e dicionário quando se trata de assuntos.
profissional, delegando a outros profissionais as atividades espe-
Ordenação Cronológica: disposição dos documentos ou pas-
cíficas do arquivista. Isto provoca problemas quanto à qualidade
do serviço e de tudo o que, direta ou indiretamente, depende dela. tas de acordo com a sucessão temporal.
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos Ordenação Geográfica: disposição de acordo com as unidades
por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordena- territoriais (países, estados, municípios, distritos, bairros e outras).
damente como fonte de informação para a execução de suas ati- Ordenação Temática: disposição de acordo com temas ou as-
vidades. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser de suntos.
vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de Ordenação Numérica: disposição de acordo com a sequência
arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Munici- numérica atribuída aos documentos. Depende de um índice auxi-
pal), institucionais, comerciais e pessoais. liar para busca de dados.
Um documento (do latim documentum, derivado de docere
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que Ex.: Na pasta MANUTENÇÃO PRÉDIO você poderá arqui-
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma var os documentos em ordem cronológica, assim sendo teríamos:
afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente primeiro o Memorando pedindo o conserto, depois a resposta do
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro- ESTEC solicitando a compra de torneira nova, em seguida a Infor-
batório. mação de que já foi adquirida a torneira, e por último a Informação
Documento arquivísticos: Informação registrada, independen- do ESTEC que o serviço foi concluído.
te da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da É importante no Arquivo que os documentos de uma mesma
atividade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, con- função sejam guardados juntos, para que se perceba como come-
texto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade. çou a ação e como terminou, formando assim os dossiês de fácil
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como disciplina, a compreensão para quem pesquisa.
partir da segunda metade do século XIX, talvez nada tenha sido tão Arquivamento: guarde os documentos dentro das pastas e das
revolucionário quanto o desenvolvimento da concepção teórica e caixas já contidas no setor ou monte-as de acordo com o plano de
dos desdobramentos práticos da gestão. classificação.
Nesse último caso faça as etiquetas indicando o código da ati-
PRINCÍPIOS: vidade correspondente. Não se esqueça de anotar no canto superior
Os princípios arquivísticos constituem o marco principal da
esquerdo da pasta os códigos da Unidade/Órgão/área respectivos.
diferença entre a arquivística e as outras “ciências” documentárias.
Empréstimo de Documentos: para se controlar melhor os do-
São eles:
cumentos que saem do arquivo e para garantir a integridade do
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do documento, mesmo, é interessante que se adote um sistema de controle de em-
relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos de- préstimo de documentos.
vem ser organizados em obediência à competência e às atividades Você pode criar um formulário de Requisição de Documentos
da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, com os seguintes dados:
acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de
uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva in- - a) Identificação do documento.
dividualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não - b) Classificação ou pasta a qual ele pertence.
devendo ser mesclados a outros de origem distinta. - c) O nome do requisitante e o setor.
- d) Assinatura e datas de empréstimo e devolução.
Princípio da Organicidade: As relações administrativas or- Lembre-se: “O arquivamento correto e a localização imediata
gânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade dos documentos, depende, em grande parte, da precisão e cuidado
é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, com que são executadas cada uma dessas operações.”.
funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas
relações internas e externas.

Didatismo e Conhecimento 21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Classificação Cronológica Para que o nosso trabalho fique completo deve-se submeter à
A classificação cronológica tem por base a possibilidade em listagem a uma cuidadosa avaliação pelos utentes do arquivo, de
agrupar determinado número de documentos de acordo com as di- forma a poder introduzir os melhoramentos necessário que permi-
visões naturais do tempo: anos, meses, semanas, dias e horas. Este tam a recuperação dos documentos arquivados Este instrumento
sistema, como se pode observar, é muito semelhante ao sistema deve ser periodicamente revisto e atualizado, e deve refletir a es-
numérico simples e utiliza-se, muitas das vezes, em combinação trutura interna do organismo.
com outros sistemas classificativos, sobretudo, o alfabético. As principais vantagens atribuídas a este sistema classificativo
A localização de um documento classificado cronologicamen- resultam do fato de se poder ter uma visão global dos assuntos
te requer um conhecimento perfeito da data exata (ano, mês ou que são abordados na documentação, permitir o agrupamento dos
dia) sem a qual não será possível localizá-lo. Este tipo de clas- documentos de acordo com o seu conteúdo, ser extensível até ao
sificação não oferece especiais dificuldades quando se procede a infinito e de ser altamente flexível.
incorporação de novos documentos. Quando se pretende localizar A técnica que se costuma aplicar na divisão dos assuntos é a
e recuperar os documentos é necessário elaborar fichas remissivas seguinte:
alfabéticas, por exemplo, de assuntos, que possibilitam a indicação Divisão do assunto em capítulos
da data do documento.
Divisão de cada capítulo em famílias
As conservatórias do Registro Civil, por exemplo, são ser-
Divisão de cada família em grupos, representando assuntos
viços onde a ordenação e pesquisa de documentos é elaborada
especializados
mediante recurso às datas de nascimento, casamento, morte e de
outros assuntos. Este tipo de classificação é aplicado em arquivos Divisão eventual de cada grupo em subgrupos, indicando uma
de documentos de origem contabilística: faturas, pagamentos de divisão particular
contribuições, ordenados e outros assuntos relacionados com esta
e em Arquivos Históricos e Etnográficos, uma vez que proporciona Classificação Decimal
a ligação do passado ao presente e nos mostrando-nos a evolução O sistema de classificação decimal pode ser considerado um
das instituições ao longo da história. critério classificativo resultante da combinação da classificação
numérica com a ideológica.
Classificação Geográfica Este método classificativo foi idealizado pelo bibliotecário
Este sistema utiliza um método idêntico ao cronológico com a norte-americano Mevil Dewey que a definia, na essência, como
diferença de que os documentos são classificados e agrupados com uma classificação de assuntos relacionados a um índice relativo.
base nas divisões geográficas/administrativas do globo: países, re- Não só foi criada para a arrumação dos livros nas prateleiras mas
giões, províncias, distritos, conselhos, cidades, vilas, aldeias, bair- também para indicações nos catálogos, recortes notas, manuscritos
ros, freguesias, ruas e outros critérios geográficos e de localização. e de um modo geral, todo material literário de qualquer espécie.
Este sistema é combinado com outros sistemas classificativos, Foi aplicado pela primeira vez a partir de 1851, na biblioteca de
como por exemplo; o alfabético, o numérico ou o decimal, com Amhrest College de Massachussets, nos Estado Unidos da Améri-
vista a um melhor acondicionamento e localização dos documen- ca e com bons resultados.
tos e a sua informação. A classificação decimal consiste, essencialmente, na divisão
O sistema de classificação geográfica resulta do fato de haver dos assuntos ou matérias em 10 grupos de primeira ordem ou ca-
necessidade de localizar fato ou pessoas num espaço geográfico tegoria (0 a 9) que por sua vez se podem subdividir em grupos
determinado, como por exemplo; as coleções ou séries filatélicas de segunda ordem e assim sucessivamente. Assim, por exemplo,
que normalmente são agrupadas por localidades, países, regiões ao grupo de primeira categoria ou principal é atribuída a seguinte
e outros critérios relacionados com estes. É muito utilizado em numeração:
museus etnográficos e de arte popular. 0123456789
Sendo as divisões de segunda categoria e derivadas do grupo
Classificação Ideológica
5 as seguintes:
A classificação ideológica, também designada como ideo-
50 51 52 53 54 55 56 57 58 59
gráfica, metódica ou analítica baseia-se, fundamentalmente, na
Ainda se pode subdividir o grupo de segunda categoria o nº
divisão de assuntos, ideias, conceitos e outras divisões, sendo os
documentos referentes a um mesmo assunto ou objeto de conheci- 55 noutro de terceira categoria:
mento, ordenados segundo um conceito chave ou ideia de agrupa- 550 551 552 553 554 555 556 557 558 559
mento, colocando-se a seguir, de forma alfabética. Com este sistema pretendia-se abranger a totalidade dos as-
Este sistema parte da análise de um assunto e divide-o em suntos ou matérias que iriam ser objeto de classificação, baseando-
grupos e subgrupos com características cada vez mais particulares se no principio de que a formação dos números decimais é ilimita-
e restritas exigindo um certo controlo e disciplina devido à grande da e entre dois números decimais, consecutivos da mesma ordem,
variedade de palavras com significados análogo. podem intercalar-se outros dez da ordem imediatamente inferior.
Para aplicar este sistema é necessário elaborar um instrumento Exemplo:
de trabalho que sirva de orientação para a classificação de assun- 51. Expediente e arquivo
tos nos arquivos e que se designa normalmente por classificador 510. Expediente e arquivo em geral
ou listagem por assuntos. O classificador deve ser elaborado res- 511. Arquivo
peitando um determinado número de regras, tais como, evitar as 512. Seleção documental
abstrações (por abrangerem matérias demasiado vastas) e afastar a 513. Reprografia
utilização de palavras com significados análogos, colocando-se na 514. Entrada e saída de correspondência
lista uma remissiva para a palavra-chave que está a ser utilizada. 5140. Entrada de correspondência

Didatismo e Conhecimento 22
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
5141. Saída de correspondência Cada classe principal subdivide-se decimalmente em subclas-
515. Serviços auxiliares ses que por sua vez também se subdividem em áreas cada vez mais
5150. Serviços auxiliares em geral especializadas.
5151. Transportes pelas cantinas As tabelas auxiliares, que representam não assuntos, mas for-
516. Telefone mas de os especificar (por lugar, tempo, forma, língua, etc.), flexi-
517. Viaturas bilizando muito mais a representação dos conceitos.
Apesar deste sistema de classificação ter imensos simpati- Um índice, lista alfabética de conceitos. A cada conceito cor-
zantes devido à sua aparente simplicidade acontece, porém, que responde uma notação que serve de guia na consulta da tabela
enferma de alguns inconvenientes, entre os quais, a rigidez que principal, para mais fácil e rapidamente se localizar a notação ade-
impõe na divisão dos vários ramos do conhecimento humano; é quada ao assunto que se pretende pesquisar.
um sistema relativamente moroso, quer na sua construção, quer na Uma das principais vantagens desta classificação reside na sua
sua aplicação à organização espacial do arquivo e posterior locali- dimensão universal e internacional, dada a sua independência face
zação, exigindo pessoal especializado. a todas as expressões idiomáticas, o que facilita enormemente a
pesquisa e a troca de informação ao nível internacional.
Classificação Decimal Universal (CDU) No seguimento do exemplo anterior, tal significa que a no-
A classificação Decimal Universal (CDU) é um esquema de tação 37 e o conceito que lhe está associado, é igual em todas as
classificação uniformizado e normalizado, amplamente usado na- bibliotecas do mundo que adotem este sistema de classificação.
cional e internacionalmente, que visa cobrir e organizar a totalida- O seu grande inconveniente resulta da sua aplicação que exige
de do conhecimento humano.
pessoal altamente especializado dado que é um grande risco classi-
Henri Lafontaine e Paul Otlet publicaram, em 1905, a primei-
ficar matérias diferentes com o mesmo número.
ra edição do que viria a ser a Classificação Decimal Universal.
Esta primeira edição do Manuel du Repertoire Bibliografique
Universal é um desenvolvimento do esquema base utilizado por Classificação Automática
Dewey que distribui a totalidade do conhecimento em dez grandes As operações de classificação podem ser objeto de uma auto-
classes, que por sua vez, são divididas em dez subclasses que se matização em moldes parciais, já que a inteligência humana con-
dividem em dez grupos. Cada conceito é traduzido por uma nota- tinua a ser indispensável para selecionar o assunto principal e de-
ção numérica ou alfanumérica por exemplo, ao conceito geral de terminar as informações secundárias. Atualmente a sua aplicação é
educação corresponde a notação numérica 37. feita a título experimental em algumas bibliotecas.
A CDU baseia-se em três princípios fundamentais os quais A classificação automática assenta no seguinte princípio geral:
são: ao caracterizar diversos objetos de uma coleção organizando-os
Classificação: por ser uma classificação no sentido restrito da por séries de atributos (data, forma, língua, domínio, e outros), é
palavra agrupa ideias nos seus aspectos concordantes. possível comparar, agrupando, de dois em dois e contar para cada
Universalidade: inclui cada um dos ramos do conhecimento par o número de atributos comuns. O resultado conduz à colocação
humano, encarando-os sob os vários aspectos. em conjunto dos objetos que possuem características frequentes,
Decimalidade: a totalidade do conhecimento humano é dividi- constituindo classes não à priori mas sim à posteriori.
da em dez classes, cada uma das quais, por sua vez, se subdivide de O interesse que desperta a classificação automática situa-se ao
novo decimalmente, pela adição de cifras decimais. nível da pesquisa documental. Ela permanece sem utilidade em or-
Este sistema é mais utilizado em bibliotecas e serviços de do- ganizações que já possuem a classificação física das obras, sendo
cumentação para a elaboração de ficheiros por assuntos ou maté- incapaz de recriar automaticamente um esquema classificatório. A
rias e posterior catalogação e arrumação do material bibliográfico. concepção e desenvolvimento de uma linguagem classificatória e
Em Portugal, o uso deste sistema de classificação é generalizado, a sua aplicação a um determinado fundo documental são de com-
tanto nas Bibliotecas Universitárias, como nas Bibliotecas Públi- petência exclusiva do domínio do homem.
cas e Escolares. A Associação Internacional para a Classificação situada na
A CDU tem vindo a ser continuamente ampliada e modificada Alemanha publica sob o patrocínio da FID (Federação Internacio-
para fazer face ao surgimento de novos conceitos e conhecimentos nal de Documentação, a revista International Classification onde
do saber humano, principalmente, na área da ciência e tecnologia. se apresentam estudos sobre a teoria dos conceitos, a terminologia
A CDU é composta por:
sistemática e a organização do saber. Estas organizações e outras
Uma tabela principal de matérias, que enumera hierarquica-
interessam-se pelos métodos matemáticos aplicáveis neste domí-
mente o conhecimento, nas referidas 10 classes. As divisões prin-
nio.
cipais são:

0 Generalidades Tabela de temporalidade de documentos de arquivo.


1 Filosofia. Psicologia A Tabela de Temporalidade de Documentos é o instrumento
2 Religião. Teologia resultante da avaliação documental, aprovado por autoridade com-
3 Ciências Sociais petente, que define prazos de guarda e a destinação de cada série
4 Classe atualmente não usada documental.
5 Ciências Exatas. Ciências naturais A efetiva implementação de tais instrumentos objetiva a sim-
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia plificação e racionalização dos procedimentos de gestão dos do-
7 Arte. Arquitetura. Recreação e Desporto cumentos e das informações, ou seja, permitirá uma considerável
8 Linguística. Língua. Literatura redução da massa documental acumulada, eliminando enormes
9 Geografia. Biografia. História volumes de documentos rotineiros e desprovidos de valor que jus-

Didatismo e Conhecimento 23
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
tifique a sua guarda, com consequente otimização do espaço físico PROTOCOLO:
e racionalização de custos, e sobretudo garantirá a preservação dos É conhecimento da grande maioria que os arquivos possuem
documentos de guarda permanente, de relevante valor informativo hoje uma notoriedade muito melhor do que já se viu há algum
e probatório. tempo. Contudo, esse reconhecimento ainda não é o desejado. Para
A Tabela de Temporalidade é o registro esquemático do ciclo que os arquivos alcancem um nível de importância ainda maior,
de vida dos documentos, determinando os prazos de guarda no ar- é necessário que sejam geridos da forma correta, a fim de evitar
quivo corrente ou setorial, sua transferência para o arquivo inter- o acúmulo de massas documentais desnecessárias, de agilizarem
mediário ou geral, a eliminação ou recolhimento para a Divisão de ações dentro de uma instituição, enfim, que cumpram a sua função,
Documentação Permanente do Arquivo Público do Estado. seja desde o valor probatório até o cultural.
A Tabela é um instrumento da gestão documental e passível de Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedi-
alterações na medida em que a produção de documentos se altera, mentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação,
devido a mudanças sociais, administrativas e jurídicas. No entanto, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, vi-
alterações de qualquer natureza devem partir do órgão regulador sando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.
da política de arquivos. Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores en-
carregados do recebimento, registro, distribuição e movimentação
ASSUNTO/TIPO DOCUMENTAL: Os assuntos/tipos do- dos documentos em curso; denominação atribuída ao próprio nú-
cumentais relacionados na Tabela correspondem aos documentos
mero de registro dado ao documento; Livro de registro de docu-
produzidos pelas atividades-meio dos órgãos. São tipos documen-
mentos recebidos e/ou expedidos.
tais já consagrados pelo uso e alguns identificados na legislação
É de conhecimento comum o grande avanço que a humanida-
que regula as atividades do setor.
de teve nos últimos anos. Dentre tais avanços, incluem-se as áreas
PRAZO DE ARQUIVAMENTO: O tempo de guarda dos que vão desde a política até a tecnológica. Tais avanços contribuí-
documentos está relacionado ao seu ciclo de vida. Aos arquivos ram para o aumento da produção de documentos. Cabe ressaltar
setoriais interessa ter acesso aos documentos que estão sujeitos a que tal aumento teve sua importância para a área da arquivística,
consulta diariamente. O prazo de arquivamento não deve exceder no sentido de ter despertado nas pessoas a importância dos arqui-
a cinco anos, incorrendo no risco de acumular documentos desne- vos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta de conheci-
cessários ao uso corrente e dificultar o acesso. mento, a acumulação de massas documentais desnecessárias foi
A documentação que cumpriu sua função imediata, mas con- um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabi-
tém informações de caráter probatório, deve ser transferida para o lizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para
arquivo intermediário do órgão. Documentos com longo período tentar sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de
de valor probatório poderão ser transferidos à Divisão de Docu- um sistema de protocolo.
mentação Intermediária do Arquivo Público do Estado. O terceiro É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos correntes
estágio prevê o recolhimento da documentação produzida pelos podem exercer funções de protocolo (recebimento, registro, dis-
órgãos públicos que tem informações sobre o desempenho de sua tribuição, movimentação e expedição de documentos), daí a de-
função junto à sociedade. Esta produção documental de valor per- nominação comum de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo.
manente receberá um tratamento arquivístico que contempla sua E é neste ponto que os problemas têm seu início. Geralmente, as
conservação, arranjo e descrição para estar disponível à pesquisa. pessoas que lidam com o recebimento de documentos não sabem,
ou mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o docu-
COMO UTILIZAR A TABELA DE TEMPORALIDADE mento cumpra a sua função na instituição. Para que este problema
A Tabela de Temporalidade de Documentos deve ser utilizada inicial seja resolvido, a implantação de um sistema de base de da-
no momento de classificação e avaliação da documentação. Proce- dos, de preferência simples e descentralizado, permitindo que, tão
der da seguinte forma: logo cheguem às instituições, os documentos fossem registrados,
ƒ verificar se os documentos estão classificados de acordo pelas devidas pessoas, no seu próprio setor de trabalho seria uma
com os assuntos do Código de Classificação de Documentos; ƒ ótima alternativa. Tal ação diminuiria o montante de documentos
documentos que se referem a dois ou mais assuntos, deverão ser
que chegam as instituições, cumprem suas funções, mas sequer
classificados e agrupados ao conjunto documental (dossiê, proces-
tiveram sua tramitação ou destinação registrada.
so ou pasta) que possui maior prazo de arquivamento ou que tenha
Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental,
sido destinado à guarda permanente; ƒ o prazo de arquivamento
deve se contar a partir do primeiro dia útil do exercício seguinte afim de que não se perca o controle, bem como surjam problemas
ao do arquivamento do documento, exceto aqueles que originam que facilmente poderiam ser evitados (como o preenchimento do
despesas, cujo prazo de arquivamento é contado a partir da apro- campo Assunto, de muita importância, mas que na maioria das ve-
vação das contas pelo Tribunal de Contas; ƒ eliminar as cópias e zes é feito de forma errônea). Dentre as recomendações de recebi-
vias, quando o documento original estiver no conjunto documental mento e registro, destaca-se:
(dossiê, processo ou pasta); ƒ proceder ao registro dos documen- Receber as correspondências, separando as de caráter oficial
tos a serem eliminados; ƒ elaborar listagem dos documentos des- da de caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus
tinados à transferência para o arquivo intermediário do órgão ou destinatários.
entidade, ou para a Divisão de Documentação Intermediária do Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso, a
Arquivo Público do Estado; fim de cumprirem suas funções. Para que isto ocorra, devem ser
distribuídos e classificados da forma correta, ou seja, chegar ao seu
OBS. Quando houver processo judicial os prazos de arquiva- destinatário Para isto, recomenda-se:
mento devem ser suspensos até a conclusão do mesmo.

Didatismo e Conhecimento 24
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Separar as correspondências de caráter ostensivo das de cará- Por outro lado, alguns concebem a gestão de documentos
ter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respecti- como a aplicação da administração científica com fins de eficiên-
vos destinatários; cia e economia, sendo os benefícios para os futuros pesquisadores
Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensi- considerados apenas meros subprodutos. Situando-se entre esses
vo por meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes, dois extremos, a legislação norte americana estabelece a seguinte
se existirem; definição:
Classificar o documento de acordo com o método da institui- O planejamento, o controle, a direção, a organização, a capa-
ção; carimbando-o em seguida; citação, a promoção e outras atividades gerenciais relacionadas
Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao proto- com a criação de documentos, sua manutenção, uso e eliminação,
colo. incluindo o manejo de correspondência, formulários, diretrizes,
Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a se- informes, documentos informáticos, microformas, recuperação de
gunda via da ficha ao documento; informação, fichários, correios, documentos vitais, equipamentos
Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os e materiais, máquinas reprográficas, técnicas de automação e ela-
dados das fichas de protocolo; boração de dados, preservação e centros de arquivamento inter-
mediários ou outras instalações para armazenagem.
Arquivar as fichas de protocolo. Sob tal perspectiva, a gestão cobre todo o ciclo de existência
A tramitação de um documento dentro de uma instituição dos documentos desde sua produção até serem eliminados ou reco-
depende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da for- lhidos para arquivamento permanente, ou seja, trata-se de todas as
ma correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, atividades inerentes às idades corrente e intermediária.
saber sua exata localização, seus dados principais, como data de De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística,
entrada, setores por que já passou, enfim, acompanhar o desenrolar do Conselho Internacional de Arquivos, a gestão de documentos
de suas funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro diz respeito a uma área da administração geral relacionada com
da instituição, acelerando assim, processos que anteriormente en- a busca de economia e eficácia na produção, manutenção, uso e
contravam dificuldades, como a não localização de documentos, destinação final dos mesmos.
não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por Por meio do Ramp/PGI, a Unesco procurou também abordar
exemplo. o tema conforme trabalho de James Rhoads. A função da gestão
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos de- de documentos e arquivos nos sistemas nacionais de informação,
vem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou reco- segundo o qual um programa geral de gestão de documentos, para
lhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se alcançar economia e eficácia, envolve as seguintes fases:
importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação Produção: concepção e gestão de formulários, preparação e
do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais con- gestão de correspondência, gestão de informes e diretrizes, fomen-
fiável, o destino do documento. Dentre as recomendações com to de sistemas de gestão da informação e aplicação de tecnologias
relação a expedição de documentos, destacam-se: modernas a esses processos;
Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e Utilização e conservação: criação e melhoramento dos sis-
completando dados; temas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de correio
Separar as cópias, expedindo o original; e telecomunicações, seleção e uso de equipamento reprográfico,
Encaminhar as cópias ao Arquivo. análise de sistemas, produção e manutenção de programas de do-
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem cumentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos;
como regras, visto que cada instituição possui suas tipologias do- Destinação: a identificação e descrição das séries documen-
cumentais, seus métodos de classificação, enfim, surgem situações tais, estabelecimento de programas de avaliação e destinação de
diversas. Servem apenas como exemplos para a elaboração de ro- documentos, arquivamento intermediário, eliminação e recolhi-
tinas em cada instituição. mento dos documentos de valor permanente às instituições arqui-
vísticas.
CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.
Desde o desenvolvimento da arquivologia como disciplina, a O código de classificação de documentos de arquivo é um ins-
partir da segunda metade do século XIX, talvez nada a tenha re- trumento de trabalho utilizado para classificar todo e qualquer do-
volucionado tanto quanto concepção teórica e os desdobramentos cumento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas
práticos da gestão ou a administração de documentos estabeleci- funções e atividades. A classificação por assuntos é utilizada com
dos após a Segunda Guerra Mundial. Para alguns, trata-se de um o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como
conceito emergente, alvo de controvérsias e ainda restrito, como forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas
experiência, a poucos países. relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência,
Segundo o historiador norte americano Lawrence Burnet, a recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho
gestão de documentos é uma operação arquivística “o processo arquivísticos é realizado com base no conteúdo do documento, o
de reduzir seletivamente a proporções manipuláveis a massa de qual reflete a atividade que o gerou e determina o uso da informa-
documentos, que é característica da civilização moderna, de forma ção nele contida. A classificação define, portanto, a organização
a conservar permanentemente os que têm um valor cultural futuro física dos documentos arquivados, constituindo-se em referencial
sem menosprezar a integridade substantiva da massa documental básico para sua recuperação.
para efeitos de pesquisa”.

Didatismo e Conhecimento 25
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
No código de classificação, as funções, atividades, espécies e cução das atividades nos órgãos públicos, que forneceram as in-
tipos documentais genericamente denominados assuntos, encon- formações relativas aos valores primário e secundário dos docu-
tram-se hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções e mentos, isto é, ao seu potencial de uso para fins administrativos e
atividades desempenhadas pelo órgão. Em outras palavras, os as- de pesquisa, respectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que
suntos recebem códigos numéricos, os quais refletem a hierarquia restrito à documentação já depositada no arquivo intermediário do
funcional do órgão, definida através de classes, subclasses, grupos Arquivo Nacional foi constituída, em 1993, uma Comissão Inter-
e subgrupos, partindo-se sempre do geral para o particular. na de Avaliação que referendou os prazos de guarda e destinação
A classificação deve ser realizada por servidores treinados, de propostos.
acordo com as seguintes operações. Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalidade para
a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a fim de documentos da então Secretaria de Planejamento, Orçamento e
verificar sob que assunto deverá ser classificado e quais as referên- Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993, um grupo de traba-
cias cruzadas que lhe corresponderão. A referência cruzada é um lho composto por técnicos do Arquivo Nacional e daquela secre-
mecanismo adotado quando o conteúdo do documento se refere a taria, cujos resultados, relativos as atividades-meio, serviriam de
dois ou mais assuntos. subsídio ao estabelecimento de prazos de guarda e destinação para
b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código corres- os documentos da administração pública federal. A tabela, elabora-
pondente ao assunto de que trata o documento. da com base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos,
foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo Nacional
ROTINAS CORRESPONDENTES ÀS OPERAÇÕES DE para aprovação.
CLASSIFICAÇÃO Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos (Co-
1. Receber o documento para classificação; narq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, a Câmara
2. Ler o documento, identificando o assunto principal e o(s) Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para dar suporte às
secundário(s) de. atividades do conselho. Sua primeira tarefa foi analisar e discutir a
Acordo com seu conteúdo; tabela de temporalidade elaborada pelo grupo de trabalho Arquivo
3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação de do- Nacional/SEPLAN, com o objetivo de torná-la aplicável também
cumentos de arquivo, utilizando o índice, quando necessário; aos documentos produzidos pelos órgãos públicos nas esferas es-
4. Anotar o código na primeira folha do documento; tadual e municipal, servindo como orientação a todos os órgãos
5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assuntos se- participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
cundários. O modelo ora apresentado constitui-se em instrumento básico
para elaboração de tabelas referentes as atividades-meio do ser-
A avaliação constitui-se em atividade essencial do ciclo de viço público, podendo ser adaptado de acordo com os conjuntos
vida documental arquivísticos, na medida em que define quais do- documentais produzidos e recebidos. Vale ressaltar que a aplicação
cumentos serão preservados para fins administrativos ou de pes- da tabela deverá estar condicionada à aprovação por instituição
quisa e em que momento poderão ser eliminados ou destinados arquivística pública na sua específica esfera de competência.
aos arquivos intermediário e permanente, segundo o valor e o po- A tabela de temporalidade deverá contemplar as atividades
tencial de uso que apresentam para a administração que os gerou meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta forma, caberá
e para a sociedade. aos mesmos definir a temporalidade e destinação dos documentos
Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a avaliação relativos às suas atividades específicas, complementando a tabela
de documentos no serviço público datam do final do século pas- básica. Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição
sado, em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. No arquivística pública para aprovação e divulgação, por meio de ato
Brasil, a preocupação com a avaliação de documentos públicos legal que lhe confira legitimidade.
não é recente, mas o primeiro passo para sua regulamentação ocor- A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico
reu efetivamente com a lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro de resultante de avaliação, que tem por objetivos definir prazos de
1991, que em seu artigo 9º dispõe que “a eliminação de documen- guarda e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso
tos produzidos por instituições públicas e de caráter público será à informação a quantos dela necessitem. Sua estrutura básica deve
realizada mediante autorização de instituição arquivística pública, necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos
na sua específica esfera de competência”. e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os
O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técnico sob o prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação
título Orientação para avaliação e arquivamento intermediário em final – eliminação ou guarda permanente –, além de um campo
arquivos públicos, do qual constam diretrizes gerais para a realiza- para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
ção da avaliação e para a elaboração de tabelas de temporalidade. Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do
Em 1986, iniciaram-se as primeiras atividades de avaliação dos instrumento:
acervos de caráter intermediário sob a guarda da então Divisão de 1. Assunto: Neste campo são apresentados os conjuntos do-
Pré Arquivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação cumentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos
de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação e, conse- de acordo com as funções e atividades desempenhadas pela ins-
quentemente, à redução do volume documental e racionalização tituição. Para possibilitar melhor identificação do conteúdo da in-
do espaço físico. formação, foram empregadas funções, atividades, espécies e tipos
A metodologia adotada à época envolveu pesquisas na legis- documentais, genericamente denominados assuntos, agrupados
lação que regula a prescrição de documentos administrativos, e segundo um código de classificação, cujos conjuntos constituem o
entrevistas com historiadores e servidores responsáveis pela exe- referencial para o arquivamento dos documentos.

Didatismo e Conhecimento 26
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que 3. Destinação final: Neste campo é registrada a destinação
contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para estabelecida que possa ser a eliminação, quando o documento
agilizar a sua localização na tabela. não apresenta valor secundário (probatório ou informativo) ou a
2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário para guarda permanente, quando as informações contidas no documen-
arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, to são consideradas importantes para fins de prova, informação e
visando atender exclusivamente às necessidades da administração pesquisa.
que os gerou, mencionado, preferencialmente, em anos. Excepcio- A guarda permanente será sempre nas instituições arquivísti-
nalmente, pode ser expresso a partir de uma ação concreta que cas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos estaduais, do
deverá necessariamente ocorrer em relação a um determinado con- Distrito Federal e municipais), responsáveis pela preservação dos
junto documental. Entretanto, deve ser objetivo e direto na defini- documentos e pelo acesso às informações neles contidas. Outras
ção da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologa- instituições poderão manter seus arquivos permanentes, seguindo
ção da aposentadoria; e até quitação da dívida. O prazo estabeleci- orientação técnica dos arquivos públicos, garantindo o intercâm-
do para a fase corrente relaciona-se ao período em que o documen- bio de informações sobre os respectivos acervos.
to é frequentemente consultado, exigindo sua permanência junto 4. Observações: Neste campo são registradas informações
às unidades organizacionais. A fase intermediária relaciona-se ao complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da
período em que o documento ainda é necessário à administração, tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do supor-
porém com menor frequência de uso, podendo ser transferido para te da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos
depósito em outro local, embora à disposição desta. documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais
A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas formas avaliados.
de concentração dos arquivos, seja ao nível da administração (fa- A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação
ses corrente e intermediária), seja no âmbito dos arquivos públicos da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia de se perpetuar,
(permanentes ou históricos). Assim, a distribuição dos prazos de teve sempre a preocupação de registrar suas observações, seu pen-
guarda nas fases corrente e intermediária foi definida a partir das samento, para legá-los às gerações futuras.
seguintes variáveis: Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada mais é do
I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com servi- que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sentido mais simples,
ços de arquivamento intermediário: guardar é arquivar.
Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se enqua- Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o ver-
dram nesta variável, há necessidade de redistribuição dos prazos, dadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indiscutivelmente,
considerando-se as características de cada fase, desde que o prazo por anos e anos, estas instituições tiveram mais ou menos o mesmo
objetivo. Eram elas depósitos de tudo o que se produzira a mente
total de guarda não seja alterado, de forma a contemplar os seguin-
humana, isto é, do resultado do trabalho intelectual e espiritual do
tes setores arquivísticos:
homem.
- arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao arquivo
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita
da unidade organizacional);
repetição desnecessárias de experiências, diminui a duplicidade de
- arquivo central (fase intermediária I, que corresponde ao se-
documentos, revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os
tor de arquivo geral/central da instituição);
resultados obtidos. Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos
- arquivo intermediário (fase intermediária II, que correspon- administrativos e auxilia o administrador a tomada de decisões.
de ao depósito de arquivamento intermediário, geralmente subor-
dinado à instituição arquivística pública nas esferas federal, esta- Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utilizados em
dual e municipal). arquivos são:
II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam com
serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos situados nes- Método alfabético: É o sistema mais simples, fácil, lógico e
ta variável, as unidades organizacionais são responsáveis pelo ar- prático, porque obedecendo à ordem alfabética pode-se logo ima-
quivamento corrente e o arquivo central funciona como arquivo ginar que não apresentará grandes dificuldades nem para a execu-
intermediário, obedecendo aos prazos previstos para esta fase e ção do trabalho de arquivamento, nem para a procura do documen-
efetuando o recolhimento ao arquivo permanente. to desejado, pois a consulta é direta.
III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam com
serviços de arquivamento intermediário: Nesta variável, as unida- Método numérico simples: Consiste em numerar as pastas em
des organizacionais também funcionam como arquivo corrente, ordem da entrada do correspondente ou assunto, sem nenhuma
transferindo os documentos – depois de cessado o prazo previsto consideração à ordem alfabética dos mesmos, dispensando assim
para esta fase – para o arquivo intermediário, que promoverá o qualquer planejamento anterior do arquivo. Para o bom êxito deste
recolhimento ao arquivo permanente. método, devemos organizar dois índices em fichas; numas fichas
IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem contam serão arquivadas alfabeticamente, para que se saiba que numero
com serviços de arquivamento intermediário: recebeu o correspondente ou assunto desejado, e no outro são ar-
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades orga- quivadas numericamente, de acordo com o numero que recebeu o
nizacionais são igualmente responsáveis pelo arquivamento cor- cliente ou o assunto, ao entrar para o arquivo. Este último índice
rente, ficando a guarda intermediária a cargo das mesmas ou do pode ser considerado tombo (registro) de pastas ocupadas e, gra-
arquivo público, o qual deverá assumir tais funções. ças a ele, sabemos qual é o ultimo numero preenchido e assim
destinaremos o numero seguinte a qualquer novo cliente que seja
registrado.

Didatismo e Conhecimento 27
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Método alfabético numérico: Como se pode deduzir pelo seu O estudo do contexto de produção das tipologias identificadas
nome, é um método que procurou reunir as vantagens dos métodos pressupõe o levantamento de elementos, que versem a sua criação,
alfabéticos simples e numérico simples, tendo alcançado seu ob- estrutura e desenvolvimento do órgão, sendo esta a primeira tarefa
jetivo, pois desta combinação resultou um método que apresenta da identificação. A segunda é a identificação do tipo documental, a
ao mesmo tempo a simplicidade de um e a exatidão e rapidez, no qual está baseada no método diplomático, que é utilizado para ex-
arquivamento, do outro. É conhecido também pelo nome de nume- trair e registrar os elementos constitutivos do documento, visando
ralfa e alfanumérico. entender e conhecer o seu processo de criação. O registro desses
elementos nessa fase é imprescindível para a análise realizada na
Método geográfico: Este método é muito aconselhável quando fase da avaliação, função arquivística, que tem por finalidade atri-
desejamos ordenar a documentação de acordo com a divisão geo- buir valores para os documentos, definindo prazos para sua guarda,
gráfica, isto é, de acordo com os países, estados, cidades, municí- objetivando e racionalização dos arquivos como meio de propor-
pios etc. Nos departamentos de vendas, por exemplo, é de especial cionar a eficiência administrativa.
utilidade para agrupar os correspondentes de acordo com as praças Neste sentido, a fase de identificação assume um papel rele-
onde operam ou residem. vante no processo de continuidade do fazer arquivísticos, forne-
cendo dados, que serão utilizados no processo da avaliação.
Método específico ou por assunto: Indiscutivelmente o méto- O histórico da identificação inicia-se nas primeiras Jornadas
do especifico, representado por palavras dispostas alfabeticamen- de Identificação e Avaliação de Fundos Documentais das Admi-
te, é um dos mais difíceis processos de arquivamento, pois, con- nistrações Públicas, realizadas em 1991, em Madrid na Espanha,
sistindo em agrupar as pastas por assunto, apresenta a dificuldade na qual a identificação foi reconhecida como uma fase da metodo-
de se escolher o melhor termo ou expressão que defina o assunto. logia arquivística.
Temos o vocabulário todo da língua à nossa disposição e justa- Este reconhecimento definiu qual é o momento arquivístico
mente o fato de ser tão amplo o campo da escolha nos dificulta a para o desenvolvimento desta fase e como aplicar esta metodolo-
seleção acertada, além do que entra muito o ponto de vista pessoal gia. A identificação passa a ser considerada como a primeira fase
do arquivista, nesta seleção. do trabalho arquivístico, e o seu corpo metodológico se divide em
Método decimal: Este método foi inspirado no Sistema De- três etapas: “identificação do órgão produtor, identificação do ele-
cimal de Melvil Dewey. Dewey organizou um sistema de classi- mento funcional e a identificação do tipo documental”.
ficação para bibliotecas, muito interessante, o qual conseguiu um No Brasil, o Arquivo Nacional a partir de 1981, implantou
grande sucesso; fora publicado em 1876. o Programa de Modernização Institucional-Administrativa, o qual
Dividiu ele os conhecimentos humanos em dez classes, as era constituído de vários projetos, sendo que um deles previa a
quais, por sua vez, se subdividiram em outras dez, e assim por identificação e controle dos conjuntos documentais recolhidos. A
diante, sendo infinita essa possibilidade de subdivisão, graças à atividade da identificação adquiriu uma importância maior e foi
sua base decimal. definida como uma das metas no tratamento dos conjuntos
Com o término desses trabalhos, foi publicado o manual de
Método simplificado: Este a rigor não deveria ser considerado procedimentos para a identificação de documentos em arquivos
propriamente um método, pois, na realidade, nada mais é do que a públicos e o manual de levantamento da produção documental em
utilização de vários métodos ao mesmo tempo, com a finalidade de 1985 e 1986, respectivamente.
reunir num só móvel as vantagens de todos eles. Naquele momento, a metodologia da identificação apresenta-
va um enfoque para o tratamento de massas documentais acumu-
Tipologia ladas nos arquivos, e a discussão proposta pelo Arquivo Nacional
Tipologia documental é a denominação que se dá quando reu- não chegou ao nível da identificação da tipologia documental, ou
nimos determinada espécie à função ou atividade que o documen- seja, passou longe da discussão sobre as características do docu-
to irá exercer. Ex.: Declaração de Imposto de Renda, Certidão de mento, focando apenas o nível do fundo.
nascimento. Atualmente, a metodologia de identificação tipológica é reali-
zada no tratamento documental, porém, é parcialmente reconheci-
Exemplo: Espécie e Tipologia documental da na área. Mesmo estando presente na literatura, há uma variação
na designação do termo, este é encontrado como: tarefa, levanta-
Espécie Tipologia mento de dados, diagnóstico de problemas documentais, análise de
produção, análise dos documentos, análise do fluxo documental;
Contrato Contrato de locação do órgão produtor ou da instituição produtora; estudo da estrutura
Alvará Alvará de funcionamento organizacional, entre outros.
Certidão Certidão de nascimento A “fase do tratamento arquivístico consiste na investigação e
sistematização das categorias administrativas em que se sustenta
A fase de identificação pressupõe o reconhecimento de ele- à estrutura de um fundo”. É considerada a primeira fase da me-
mentos que caracterizam os documentos, seja em fase de produção todologia arquivística, por apresentar um caráter intelectual e in-
ou de acumulação nos arquivos, em instrumentos de coleta de da- vestigativo, o qual visa o reconhecimento do órgão produtor e das
dos. É uma fase que busca o conhecimento dos procedimentos e tipologias documentais existentes, cujo objetivo final é a definição
rotinas de produção de documentos no órgão, cujo resultado final das séries que se configuram como conjuntos de tipos documentais
é a definição das séries documentais. que tem produção seriada. São nas séries que encontramos a iden-
tidade do órgão produtor, as funções, as competências e a definição
do tipo documental.

Didatismo e Conhecimento 28
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Diante da escassa literatura e da ausência de estudos sobre No repertório de organograma, o arquivista deverá partir dos
essa fase metodológica no campo da arquivística, os dicionários dados coletados, que propiciem análises, principalmente, das di-
publicados no país refletem tal problema. versas estruturas que o órgão apresenta. Já no índice legislativo
Vale ressaltar que o Dicionário de Terminologia Arquivísti- serão produzidas fichas, com informações sobre a legislação que
ca publicado pela Associação de Arquivistas Brasileiros em 1996, afeta o órgão, definindo sua data de aprovação e publicação resu-
não apresenta o termo. Entretanto, o Dicionário Brasileiro de mo da norma.
Terminologia Arquivística publicado pelo Arquivo Nacional, em Nota-se que os procedimentos adotados para esta identifica-
2005, faz referência e define a identificação como um “processo ção estarão baseados em coletas de dados. Subentende-se por co-
de reconhecimento, sistematização e registro de informações sobre leta de dados e informações “o registro sistemático do conjunto
arquivos, com vistas ao seu controle físico e/ou intelectual”. de elementos que se associa ao comportamento de um fenômeno,
Definição esta voltada para os arquivos enquanto fundos, mas de um sistema ou de um conjunto desses dois” e para diagnosticar
que pelo menos registra o conceito, sendo uma abertura para o co- tais conjuntos, existem três técnicas: a entrevista, o questionário e
nhecimento da identificação como parte da metodologia, primeira a observação pessoal ou direta, que se elaboradas e aplicadas de
referência à história do conceito da identificação no Brasil. forma imperfeita comprometerá o planejamento final.
A Tipologia também cuida da reunião de documentos de for-
Com base na proposta metodológica da fase de identificação
ma automatizada. Também cabe ao seu âmbito a preservação, con-
de Martín-Palomino Benito e Torre Merino, que contemplam a
servação e restauração de documentos.
identificação do órgão produtor, enquanto fundo e o tipo docu-
mental em seu menor nível, são definidos três momentos para a MICROFILMAGEM: é um processo realizado mediante cap-
realização deste procedimento metodológico: tação da imagem por meio fotográfico ou eletrônico, tendo como
1) Identificação do órgão produtor; objetivos principais reduzir o tamanho do acervo e preservar os
2) Identificação do elemento funcional e documentos originais (estima-se que um microfilme preservado
3) Identificação do tipo documental em condições ambientais adequadas tenha a durabilidade média
Para os autores a fase de identificação, deve se iniciar pela de 500 anos).
identificação do órgão produtor, sendo seguida pela identificação A partir da microfilmagem – salvo raras exceções – o docu-
do elemento funcional. Entretanto, serão associadas em uma mes- mento estará disponível para consulta apenas através do rolo de
ma etapa e/ou procedimento, pois são tarefas afins, as quais se microfilme, preservando-se, dessa forma, o original. Para que pos-
complementam em um mesmo estudo, e são realizadas a partir de sua valor legal, a microfilmagem só pode ser realizada por cartó-
entrevistas e/ou aplicação de questionário, pelo estudo da legisla- rios ou empresas devidamente registradas e autorizadas pelo Mi-
ção, com especial atenção aos itens que tratam das funções e com- nistério da Justiça.
petências, razão pela qual não há necessidade de separá-las neste Devido ao valor legal do microfilme, existe uma legislação es-
estudo. Nesta perspectiva, podemos afirmar que a fase da identi- pecífica que deve ser seguida pelas instituições envolvidas em sua
ficação se constitui de dois momentos, e não três: a identificação produção. Nesse sentido, a Lei nº 5.433/68, regulamentada pelo
do órgão produtor, considerando os elementos funcionais que o Decreto nº 1799/66, que disciplina toda produção de microfilme,
caracterizam internamente, e a identificação do tipo documental. estabelece que:
Na fase de identificação, a primeira etapa será o levantamen- § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as cer-
to do contexto de produção, que versa sobre o elemento orgânico tidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente
e o órgão produtor da documentação gerada como consequência dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos
do exercício de suas funções. Dessa forma, compreende-se como originais em juízo ou fora dele.
órgão produtor toda instituição, empresa e/ou organização de pe- É importante destacar que não são todos os documentos de um
queno, médio ou grande porte que exerce atividades e tem como arquivo que devem ser microfilmados.
reflexo dessas, a produção de documentos, com o fim de atingir
AUTOMAÇÃO (Digitalização): Quando falamos em auto-
seus objetivos sociais, comerciais e/ou governamentais. Portanto,
mação de documentos estamos basicamente fazendo referência
é quem cria o conjunto documental. Então, como fazer essa identi-
à transposição do suporte inicial do documento (papel, fita mag-
ficação e quais os procedimentos que devem ser realizados?
nética etc.) para um suporte digital (CD, DVD etc.) por meio de
Identificar o contexto de produção é conhecer toda vida do computadores. As duas formas mais comuns de automatizar (digi-
órgão, significa investigar a história administrativa, sua origem, talizar) um documento são:
seu funcionamento, a hierarquia de competências e funções de- 1. Através da transferência da informação para um CD ou
sempenhadas. Isso possibilita encontrar as falhas do órgão, que mesmo para o meio virtual (ex: disco virtual) realizado pelo pro-
serão analisadas para se chegar a possíveis soluções e para gerar cesso de “scanneamento” de um documento em papel;
eficiência no desenvolvimento das metodologias arquivísticas a 2. Gravando as informações de uma fita magnética, disco de
serem aplicadas. vinil etc. para um CD ou DVD, por exemplo.
Martín-Palomino Benito e Torre Merino demonstram um es- A digitalização de documentos é uma política de arquivo ba-
tudo sistematizado, que versa sobre: órgão produtor, organogra- seada em quatro fundamentos principais:
mas e legislação. Neste estudo os autores apresentam vários ele- 1. Diminuição do tamanho do acervo;
mentos, para a elaboração do índice do órgão produtor. Conforme 2. Preservação dos documentos;
os autores, se deve diagnosticar o nome, a origem, as datas e textos 3. Possibilidade de acesso ao mesmo documento por várias
normativos que indiquem mudanças na estrutura do órgão, as su- pessoas ao mesmo tempo;
bordinações a outros órgãos e os documentos mais produzidos. 4. Maior agilidade (ao menos em tese) na busca e recuperação
da informação.

Didatismo e Conhecimento 29
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Principais diferenças entre os documentos microfilmados e os Pode, sim, utilizar-se de métodos técnico-científicos, numa
digitalizados: perspectiva interdisciplinar, que reduzam o ritmo tanto quanto
1. O microfilme possui valor legal. O documento digital não possível deste processo.
possui valor legal. Assim, caso o documento tenha valor jurídico, Sobre todo legado histórico que se traduza como bem cultural,
ele poderá ser eliminado se houver sido microfilmado, mas o mes- na medida em que representa material de valor presente e futuro
mo não poderá ser feito caso ele tenha sido scanneado. para a humanidade, a inexorável possibilidade de degradação atin-
2. Alguns estudos demonstram que o tempo de vida útil (con- ge proporções de extrema responsabilidade.
sidera-se a integridade da informação) de um CD, em condições de É cientificamente provado que o papel degrada-se rapidamen-
armazenamento e ambiente adequados, gira em torno de 200 anos. te se fabricado e, ou acondicionado sob critérios indevidos. Por
O microfilme tem um prazo estipulado em 500 anos. mais de um século tem-se fabricado papel destinado à impressão
3. O CD pode ser guardado em condições ambientais “mais de livro com alto teor de acidez. Sabemos perfeitamente que a aci-
flexíveis”, enquanto que o microfilme, devido à composição quí- dez é uma das maiores causas da degradação dos papéis. Na mes-
mica da fotografia, precisa de cuidados muito mais especiais. ma medida, o acondicionamento de obras em ambientes quente e
úmido gera efeitos danosos, tais como: reações que se processam
O propósito do acondicionamento é o de guardar, proteger e a nível químico e que geralmente enfraquecem as cadeias molecu-
facilitar o manuseio do material que compõe um acervo ou uma lares de celulose, fragilizando o papel. Esse fato concorre para que
reserva técnica. Pelo fato de cada instituição possuir uma política todos os acervos bibliográficos estabeleçam controles ambientais
financeira, uma proposta de tratamento, além de objetos de mate- próprios dentro de parâmetros precisos.
riais, tamanhos e dimensões díspares que devem ser preservados, Há um consenso entre os conservadores, no sentido de que
não há uma receita pronta para o acondicionamento perfeito, cada tanto a permanência referente à estabilidade química, ao grau de
caso deve ser analisado isoladamente, para se alcançar o objetivo resistência de um material à deterioração todo o tempo, mesmo
de proteger o material. quando não está em uso quanto à durabilidade referente à resistên-
É necessário, então, conhecer profundamente o acervo: cia física, ou seja, à capacidade de resistir à ação mecânica sobre
• a localização do prédio; livros e documentos, estão diretamente relacionados com as condi-
• o espaço que abriga a reserva técnica; ções ambientais em que esses materiais são acondicionados. Esses
• o objeto a ser preservado. dois fatores estão de tal forma interligados que materiais de origem
A verificação antecipada de todos os pontos, acima relacio- orgânica quando se deterioram quimicamente perdem também sua
resistência física. Em outras palavras, há uma estreita relação entre
nados, é de suma importância para a escolha apropriada para a
a longevidade dos suportes da escrita, quer sejam em papel, perga-
resolução do trabalho a ser realizado, bem como avaliar cuidado-
minho ou outros materiais, e as condições climáticas do ambiente
samente cada objeto da reserva técnica ou do acervo é primordial
onde se encontram.
para a elaboração de uma embalagem, uma vez que cada um desses
O controle racional e sistemático de condições ambientais não
objetos possui um comportamento específico diante de mudanças
reduz apenas os problemas de degradação, mas também e princi-
de temperatura e de umidade, apresentando, portanto, um estado
palmente evita seu agravamento.
de conservação diferente. Dessa forma, pensar, antecipadamente, A política moderna de conservação a longo prazo orienta-se
em acondicionamento é ser um profissional precavido em relação pela luta contra as causas de deterioração, na busca do maior pro-
a possíveis fatores que possam acelerar o processo de degradação longamento possível da vida útil de livros e documentos. Dentro
dos documentos, objetos ou das obras que devem ser preservados. desta perspectiva, padrões de conduta devem ser adotados, tais
como:
CONSERVAÇÃO: É um conceito amplo e pode ser pensado • Formular um diagnóstico do estado geral de conservação da
como termo que abrange pelo menos três (3) ideias: preservação, obra e uma proposta quanto aos métodos e materiais que poderão
proteção e manutenção. ser utilizados durante o tratamento;
Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, • Documentar todos os registros históricos porventura encon-
etc.) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológi- trados, sem destruí-los, falsificá-los ou removê-los.
cos que os atacam. • Aplicar um tratamento de conservação dentro do limite do
O principal objetivo portanto da conservação é o de estender necessário e orientar-se pelo absoluto respeito à integridade estéti-
a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. ca, histórica e material de uma obra;
Para isso é necessário permanente fiscalização das condições am- • Adotar a princípio de reversibilidade, que é o leitmotiv atual
bientais, manuseio e armazenamento. do desenvolvimento e aplicação do método de conservação em li-
A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultu- vros e documentos, pois é importante ter sempre em mente que um
ral consistindo na conservação desses patrimônios em seus estados procedimento técnico, assim como determinados materiais, são
atuais. Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição sempre alvo de constantes pesquisas e que isto propicia um futuro
causadas pela umidade, por agentes químicos e por todos os tipos técnico-científico mais promissor à segurança de uma obra.
de pragas e de microrganismo. A manutenção, a limpeza periódica Fumigação é um tipo de controle de pragas através do tra-
é a base da prevenção. tamento químico realizado com compostos químicos ou formula-
Os acervos das bibliotecas são basicamente constituídos por ções pesticidas (os chamados fumigantes) voláteis (no estado de
materiais orgânicos e, como tal, estão sujeitos a um contínuo pro- vapor ou gás) em um sistema hermético, visando a desinfestação
cesso de deterioração. de materiais, objetos e instalações que não possam ser submetidas
A conservação, enquanto matéria interdisciplinar, não pode à outras formas de tratamento. Essa técnica causa dano ao docu-
simplesmente suspender um processo de degradação, já instalado. mento, não devendo ser utilizada.

Didatismo e Conhecimento 30
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
RESTAURAÇÃO: A restauração preventiva tem por objeti- 5. humanos: O Homem, ao lado dos insetos e microrganismos
vo revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do ob- é um outro inimigo dos livros e documentos, embora devêssemos
jeto. Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado, imaginar que ele seria ser o mais cuidadoso guardião dos mesmos.
é preciso levantar a história, revelar a tecnologia empregada na
fabricação ou a técnica de impressão utilizada e traçar um plano PRESERVAÇÃO: É uma política adotada nas empresas para
de acondicionamento do objeto restaurado de modo que não volte a conservação dos documentos. Essa técnica é proveniente das
a sofrer efeitos de deterioração do futuro. Podemos dizer que é áreas de Arquivologia, da biblioteconomia e museologia preocu-
melhor: Conservar e preservar para não restaurar. pado com a manutenção ou a restauração do acesso a artefatos, do-
Agentes exteriores que danificam os documentos: cumentos e registros através do estudo, diagnóstico, tratamento e
prevenção de danos e da deterioração. Deve ser distinguida da con-
1. físicos servação, que se refere ao tratamento e reparo de itens individuais
Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes no sob a ação de degradação lenta ou à restauração de sua usabilidade.
processo de degradação dos materiais bibliográficos.
Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo que
as condições de conservação sejam boas. O papel fica com sua cor FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE
original alterada e se torna frágil e isto se chama envelhecimento ARQUIVOS
natural. Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos
Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o papel acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão
que a deficiência de água. expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra-
çar políticas de conservação para minimizá-los.
2. químicos Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral constituídos
Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um índice de livros, mapas, fotografias, obras de arte, revistas, manuscritos
de acidez elevado (pH 5 em média) e portanto uma permanência etc., que utilizam, em grande parte, o papel como suporte da infor-
duvidosa. Somemos ao elevado índice de acidez, o efeito das altas mação, além de tintas das mais diversas composições.
temperaturas predominante nos países tropicais e subtropicais e O papel, por mais variada que possa ser sua com posição, é
uma variação da umidade relativa, teremos um quadro bastante
formado basicamente por fibras de celulose provenientes de dife-
desfavorável na conservação de documentos em papel. Dentre as
rentes origens.
causas de degradação do papel, podemos citar as de origem intrín-
Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam oferecer
seca e as de origem extrínsecas.
o melhor conforto e estabilidade ao suporte da maioria dos docu-
Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos ácidos,
mentos, que é o papel.
ainda que nas condições de conservação mais favoráveis. A po-
A degradação da celulose ocorre quando agentes nocivos ata-
luição atmosférica é uma das principais causas da degradação quí-
cam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fazendo com que se
mica.
Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na do- agreguem a elas novos componentes que, uma vez instalados na
cumentação. Foi e é usada para escrever em papéis, pergaminhos molécula, desencadeiam reações químicas que levam ao rompi-
e materiais similares, desde que o homem sentiu necessidade de mento das cadeias celulósicas.
registrar seu avanço técnico e cultural, e é ainda indispensável para A acidez e a oxidação são os maiores processos de deteriora-
a criação de registros e para atividades relacionadas aos interesses ção química da celulose. Também há os agentes físicos de deterio-
de vida diária. ração, responsáveis pelos danos mecânicos dos documentos. Os
mais frequentes são os insetos, os roedores e o próprio homem.
3. biológicos Por isso, considera-se agentes de deterioração dos acervos de
Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves danos a ar- bibliotecas e arquivos aqueles que levam os documentos a um es-
quivos e bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos. tado de instabilidade física ou química, com comprometimento de
Os principais insetos são: sua integridade e existência.
Anobiídeos (brocas ou carunchos) Embora, com muita frequência, não possamos eliminar total-
Thysanura (traça) mente as causas do processo de deterioração dos documentos, com
Blatta orientalis (barata) certeza podemos diminuir consideravelmente seu ritmo, através de
Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte deles cuidados com o ambiente, o manuseio, as intervenções e a higiene,
produzem pigmentos que mancham o papel. entre outros.
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção Antes de citar os principais fatores de degradação, torna-se
contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do indispensável dizer que existe estreita ligação entre eles, o que faz
total do documento. com que o processo de deterioração tome proporções devastado-
ras.
4. ambientais: Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos acervos
Ventilação - é um outro fator a considerar como elemento que podemos classificar os agentes de deterioração em Fatores Am-
favorece o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há bientais, Fatores Biológicos, Intervenções Impróprias, Agentes
pouca aeração. Biológicos, Furtos e Vandalismo.
Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvolvimen-
to dos agentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a presença
de pó.

Didatismo e Conhecimento 31
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
1. Fatores ambientais Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer-
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que existem no vos:
ambiente físico do acervo: Temperatura, Umidade Relativa do Ar, - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas
Radiação da Luz, Qualidade do Ar. que bloqueiem totalmente o sol; essa medida também ajuda no
Num levantamento cuidadoso das condições de conservação controle de temperatura, minimizando a geração de calor durante
dos documentos de um acervo, é possível identificar facilmente as o dia.
consequências desses fatores, quando não controlados dentro de - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle
uma margem de valores aceitável. da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas
Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto. fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida limitado).
Sem a pretensão de aprofundar as explicações científicas de - Cuidados especiais devem ser considerados em exposições
tais fatores, podemos resumir suas ações da seguinte forma: de curto, médio e longo tempo:
- não expor um objeto valioso por muito tempo;
1.1 Temperatura e umidade relativa: O calor e a umidade - manter o nível de luz o mais baixo possível;
contribuem significativamente para a destruição dos documentos, - não colocar lâmpadas dentro de vitrines;
principalmente quando em suporte papel. O desequilíbrio de um - proteger objetos com filtros especiais;
interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração. - certificar-se de que as vitrines sejam feitas de materiais que
A velocidade de muitas reações químicas, inclusive as de dete-
não danifiquem os documentos.
rioração, é dobrada a cada aumento de 10°C. A umidade relativa
alta proporciona as condições necessárias para desencadear inten-
1.3 Qualidades do ar
sas reações químicas nos materiais. Evidências de temperatura e
umidade relativa alta são detectadas com a presença de colônias O controle da qualidade do ar é essencial num programa de
de fungos nos documentos, sejam estes em papel, couro, tecido ou conservação de acervos. Os poluentes contribuem pesadamente
outros materiais. para a deterioração de materiais de bibliotecas e arquivos.
Umidade relativa do ar e temperatura muito baixa transparece Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas sólidas –
em documentos distorcidos e ressecados. que podem ter duas origens: os que vêm do ambiente externo e os
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar são gerados no próprio ambiente.
muito mais nocivas do que os índices superiores aos considerados Os poluentes externos são principalmente o dióxido de enxo-
ideais, desde que estáveis e constantes. Todos os materiais encon- fre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o Ozônio (O3). São
trados nos acervos são higroscópicos, isto é, absorvem e liberam gases que provocam reações químicas, com formação de ácidos
umidade muito facilmente e, portanto, se expandem e se contraem que causam danos sérios e irreversíveis aos materiais. O papel fica
com as variações de temperatura e umidade relativa do ar. quebradiço e descolorido; o couro perde a pele e deteriora.
Essas variações dimensionais aceleram o processo de deterio- As partículas sólidas, além de carregarem gases poluentes,
ração e provocam danos visíveis aos documentos, ocasionando o agem como abrasivos e desfiguram os documentos.
craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos materiais de Agentes poluentes podem ter origem no próprio ambiente do
revestimento de livros, danos nas emulsões de fotos etc.. acervo, como no caso de aplicação de vernizes, madeiras, adesi-
O mais recomendado é manter a temperatura o mais próximo vos, tintas etc., que podem liberar gases prejudiciais à conservação
possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a 50%, evitando-se de todos os materiais.
de todas as formas as oscilações de 3°C de temperatura e 10% de
umidade relativa. 2. Agentes biológicos
O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qualquer pro- Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre
jeto de mudança, é feito através do termo higrômetro (aparelho outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun-
medidor da umidade e temperatura simultaneamente). gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi-
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante im- ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os
portante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade rela- documentos.
tiva elevada.
Para que atuem sobre os documentos e proliferem, necessitam
de conforto ambiental e alimentação. O conforto ambiental para
1.2 Radiação da luz
praticamente todos os seres vivos está basicamente na tempera-
Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite radiação
nociva aos materiais de acervos, provocando consideráveis danos tura e umidade relativa elevadas, pouca circulação de ar, falta de
através da oxidação. higiene etc.
O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escurecido.
As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a legibilidade dos 2.1 Fungos
documentos textuais, dos iconográficos e das encadernações. Os fungos representam um grupo grande de organismos.
O componente da luz que mais merece atenção é a radiação São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em diferentes
ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo que por pou- ambientes, atacando diversos substratos. No caso dos acervos de
co tempo, é nociva e o dano é cumulativo e irreversível. A luz pode bibliotecas e arquivos, são mais comuns aqueles que vivem dos
ser de origem natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas nutrientes encontrados nos documentos.
incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio). Os fungos são organismos que se reproduzem através de es-
Deve-se evitar a luz natural e as lâmpadas fluorescentes, que são poros e de forma muito intensa e rápida dentro de determinadas
fontes geradoras de UV. A intensidade da luz é medida através de condições. Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento
um aparelho denominado luxímetro ou fotômetro. e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos

Didatismo e Conhecimento 32
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade 2.3 Ataques de insetos
é fator indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimen-
proliferação. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos tos. A variedade também é grande. O ataque tem características
materiais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umi- bem próprias, revelando-se principalmente por perdas de super-
dade e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento fície e manchas de excrementos. As baratas se reproduzem no
das colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta próprio local e se tornam infestação muito rapidamente, caso não
de higiene. sejam combatidas. São atraídas pelos mesmos fatores já menciona-
Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando o su- dos: temperatura e umidade elevadas, resíduos de alimentos, falta
porte, causam manchas de coloração diversas e intensas de difícil de higiene no ambiente e no acervo.
remoção. A proliferação se dá através dos esporos que, em cir- Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez insta-
cunstâncias propícias, se reproduzem de forma abundante e rápida. lada a infestação, devemos buscar a orientação de profissionais.
Se as condições, entretanto, forem adversas, esses esporos Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos
se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando as condições em acervos, principalmente em livros.
ambientais se tornam desfavoráveis, como, por exemplo, a umida- A sua presença se dá principalmente por falta de programa
de relativa do ar com índices baixos. de higienização das coleções e do ambiente e ocorre muitas vezes
Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, portanto, não por contato com material contaminado, cujo ingresso no acervo
se reproduzem nem atacam os documentos. Esse estado, porém, não foi objeto de controle. Exigem vigilância constante, devido ao
é reversível; se as condições forem ideais, os esporos revivem e tipo de ataque que exercem. Os sintomas desse ataque são claros e
voltam a crescer e agir, mesmo que tenham sido submetidos a con- inconfundíveis. Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua
gelamento ou secagem. natureza e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em
Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em todos os quatro fases: ovos – larva – pupa – adulta.
lugares, em todas as salas, em cada peça do acervo e em todas as A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se re-
pessoas, mas não é tão difícil controlá-los. produz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. Uma vez
As medidas a serem adotadas para manter os acervos sob con- instalado, ataca não só o papel e seus derivados, como também a
trole de infestação de fungos são: madeira do mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à base de
- estabelecer política de controle ambiental, principalmente celulose.
temperatura, umidade relativa e ar circulante, mantendo os índices O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais
o mais próximo possível do ideal e evitando oscilações acentuadas; para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os
- praticar a higienização tanto do local quanto dos documen- ovos eclodem e o ciclo se repete.
tos, com metodologia e técnicas adequadas; As brocas precisam encontrar condições especiais que, como
- instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio todos os outros agentes biológicos, são temperatura e umidade re-
dos documentos e regras de higiene do local; lativa elevadas, falta de ar circulante e falta de higienização perió-
- manter vigilância constante dos documentos contra aciden- dica no local e no acervo.
tes com água, secando-os imediatamente caso ocorram. A característica do ataque é o pó que se encontra na estante em
Observações importantes: contato com o documento.
- O uso de fungicidas não é recomendado; os danos causados Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos de cola,
superam em muito a eficiência dos produtos sobre os documentos. papel etc. Em geral as brocas vão em busca do adesivo de amido,
- Caso se detecte situação de infestação, chamar profissionais instalando-se nos papelões das capas, no miolo e no suporte do
especializados em conservação de acervos. miolo dos livros. As perdas são em forma de orifícios bem redon-
- Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar, eleva dinhos.
a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação de colônias A higienização metódica é a única forma de se fazer o controle
de fungos. das condições de conservação dos documentos e, assim, detectar a
- Na higienização do ambiente, é recomendado o uso de as- presença dos insetos. Uma medida que deve ser obedecida sempre
pirador. é a higienização e separação de todo exemplar que for incorporado
Alguns conselhos para limpeza de material com fungos: ao acervo, seja ele originário de doação, aquisição ou recolhimen-
- Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aventais, to.
toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilidade alérgica). Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso buscar a
- Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis. ajuda de um profissional especializado.
A providência a ser tomada é identificar o documento atacado
2.2 Roedores e, se possível, isolá-lo até tratamento. A higienização de infestados
A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos por brocas deve ser feita em lugar distante, devido ao risco de es-
ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as palhar ovos ou muitas larvas pelo ambiente.
possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por mais
iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas que se higienize o ambiente e se removam as larvas e resíduos,
por especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde corre-se o risco de não eliminar totalmente os ovos. Portanto, após
que não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia a higienização, os documentos devem ser revistos de tempos em
se nos faz mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade tempos.
relativa controladas, além de higiene periódica.

Didatismo e Conhecimento 33
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por profissio- 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
nais especializados, pois o uso de qualquer produto químico pode O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra-
acarretar danos intensos aos documentos. dação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento,
as coleções como para o prédio em si. sejam elas durante a higienização pelos funcionários da institui-
Vivem em sociedades muito bem organizadas, reproduzem-se ção, na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador,
em ninhos e a ação é devastadora onde quer que ataquem. Na gran- nas foto reproduções, na pesquisa pelo usuário etc. O suporte papel
de maioria das vezes, sua presença só é detectada depois de terem tem uma resistência determinada pelo seu estado de conservação.
causado grandes danos. Os critérios para higienização, por exemplo, devem ser formula-
Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubulações, dos mediante avaliação do estado de degradação do documento.
conduítes de instalações elétricas, rodapés, batentes de portas e Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por mais
janelas etc., muitas vezes fora do alcance dos nossos olhos. que necessitem de limpeza, não podem ser manipulados durante
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes um procedimento de higienização, porque o tratamento seria mui-
coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc. to mais nocivo à sua integridade, que é o item mais importante a
Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro dos preservar, do que a eliminação da sujidade.
edifícios das bibliotecas e arquivos.
Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na base de 4.1 Furto e vandalismo
árvores ou outros prédios. Um volume muito grande de documentos em nossos acervos
Com muita frequência, quando os cupins atacam o acervo, já é vítima de furtos e vandalismo.
estão instalados em todo o prédio. Da mesma forma que os outros A falta de segurança e nenhuma política de controle são a cau-
agentes citados anteriormente, os cupins se instalam em ambientes sa desse desastre.
com índices de temperatura e umidade relativa elevados, ausência Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A quantidade
de boa circulação de ar, falta de higienização e pouco manuseio de documentos mutilados aumenta dia a dia. Esse é o tipo de dano
dos documentos. que, muitas vezes, só se constata muito tempo depois. É necessário
No caso de ataque de cupim, não há como solucionar o pro- implantar uma política de proteção, mesmo que seja através de um
blema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um profissional es- sistema de segurança simples.
pecializado na área de conservação de acervos para cuidar dos Durante o período de fechamento das instituições, a melhor
documentos atacados e outro profissional capacitado para cuidar proteção é feita com alarmes e detectores internos. O problema é
do extermínio dos cupins que estão na parte física do prédio. O durante o horário de funcionamento, que é quando os fatos acon-
tratamento recomendado para o extermínio dos cupins ou para pre- tecem.
venção contra novos ataques é feito mediante barreiras químicas O recomendado é que se tenha uma só porta de entrada e saída
adequadamente projetadas. das instalações onde se encontra o acervo, para ser usada tanto
pelos consulentes/pesquisadores quanto pelos funcionários.
3. Intervenções inadequadas nos acervos As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas. Nas
Chamamos de intervenções inadequadas todos os procedi- áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa ter uma visão
mentos de conservação que realizamos em um conjunto de do- de todas as mesas, permanecendo no local durante todo o horário
cumentos com o objetivo de interromper ou melhorar seu estado de funcionamento. As chaves das salas de acervo e o acesso a elas
de degradação. Muitas vezes, com a boa intenção de protegê-los, devem estar disponíveis apenas a um número restrito de funcio-
fazemos intervenções que resultam em danos ainda maiores. nários.
Nos acervos formados por livros, fotografias, documentos im- Na devolução dos documentos, é preciso que o funcionário
pressos, documentos manuscritos, mapas, plantas de arquitetura, faça uma vistoria geral em cada um.
obras de arte etc., é preciso ver que, segundo sua natureza, cada
um apresenta suportes, tintas, pigmentos, estruturas etc. comple- 5. Fatores de deterioração
tamente diferentes. Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irre-
Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conheci- versíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma po-
mento das características individuais dos documentos e dos mate- lítica de conservação, existem medidas que podemos tomar sem
riais a serem empregados no processo de conservação. Todos os despender grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamente
profissionais de bibliotecas e arquivos devem ter noções básicas os efeitos desses agentes.
de conservação dos documentos com que lidam, seja para efeti- Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, a co-
vamente executá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fa- meçar por:
zê-lo, controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conservação • treinamento dos profissionais na área da conservação e pre-
ajudam a manter equipes de controle ambiental, controle de infes- servação;
tações, higienização do ambiente e dos documentos, melhorando • atualização desses profissionais (a conservação é uma ciên-
as condições do acervo. cia em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas,
Pequenos reparos e acondicionamentos simples podem ser materiais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a con-
realizados por aqueles que tenham sido treinados nas técnicas e servação dos documentos);
critérios básicos de intervenção. • monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa
em níveis aceitáveis;
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documentos;

Didatismo e Conhecimento 34
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
• adoção de política de higienização do ambiente e dos acer- 8. Higienização
vos; A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu-
• contato com profissionais experientes que possam assessorar mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições
em caso de necessidade. ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos os
Conservação: critérios de intervenção para a estabilização de suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve ser
documentos um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão
Os documentos que sofrem algum tipo de dano apresentam por que é considerada a conservação preventiva por excelência.
um processo de deterioração que progressivamente vai levá-los a Durante a higienização de documentos, procedemos também
um estado de perda total. Para evitar esse desfecho, interrompe-se de forma simultânea a um levantamento de dados sobre suas con-
o processo através de intervenções que levam à estabilização do dições de conservação, para efeitos de futuras intervenções. É hora
documento. Durante a higienização de documentos, procedemos também de for-
Estabilizar um documento é, portanto, interromper um proces- ma simultânea a um levantamento de dados sobre suas condições de
so que esteja deteriorando o suporte e/ou seus agregados, através conservação, para efeitos de futuras intervenções. É hora também
de procedimentos mínimos de intervenção. Por exemplo: estabili- de executar os primeiros socorros para que um processo de deterio-
zar por higienização significa que uma limpeza mecânica corrige o ração em andamento seja interrompido, mesmo que não possa ser
sanado no momento.
processo de deterioração. No capítulo anterior, vimos os fatores de
deterioração e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será
8.1 Processos de higienização
a intervenção nesse processo de deterioração, através de estabili-
8.1.1 Limpeza de superfície
zação dos documentos danificados. O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e arquivos
Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer a cri- se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é mecânica, feita a
térios de prioridade estabelecidos no tratamento dos acervos: de seco. A técnica é aplicada com o objetivo de reduzir poeira, partícu-
coleções gerais ou de obras raras, no caso de bibliotecas, de docu- las sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos ou ou-
mentos antigos ou mais recentes, no caso de arquivos. tros depósitos de superfície. Nesse processo, não se usam solventes.
Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é se nós A limpeza de superfície é uma etapa independente de qualquer tra-
somos capazes de executá-la. tamento mais intenso de conservação; é, porém, sempre a primeira
Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não. Esse é o etapa a ser realizada.
primeiro critério a seguir.
Caso não nos julguemos com conhecimentos necessários, a 8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acervo • A su-
solução é buscar algum especialista da área ou acondicionar o do- jidade escurece e desfigura o documento, prejudicando-o do ponto
cumento enquanto aguardamos o momento oportuno de intervir. de vista estético.
• As manchas ocorrem quando as partículas de poeira se ume-
6. Características gerais dos materiais empregados em decem, com a alta umidade relativa ou mesmo por ataque de água,
conservação e penetram rapidamente no papel. A sujeira e outras substâncias dis-
Nos projetos de conservação/preservação de acervos de bi- solvidas se depositam nas margens das áreas molhadas, provocando
bliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de ma- a formação de manchas. A remoção dessas manchas requer a inter-
teriais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres venção de um restaurador.
de quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, du- • Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, portanto,
ráveis. Suas características, em relação aos documentos onde são extremamente nocivos ao papel. São rapidamente absorvidos, alte-
aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibi- rando seriamente o pH do papel.
lidade e inércia. Os materiais não enquadrados nessa classificação
não podem ser usados, pois apresentam problemas de instabilida- 8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo
de, reagem com o tempo e decompõem-se em outras substâncias Cada objeto deve ser avaliado individualmente para determinar
se a higienização é necessária e se pode ser realizada com segurança.
que vão deteriorar os documentos com os quais estão em contato.
No caso de termos as condições abaixo, provavelmente o tratamento
Além disso, são de natureza irreversível, ou seja, uma vez aplica-
não será possível:
dos aos documentos não podem ser removidos. • Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas finas, per-
Dentro das especificações positivas, encontramos vários mate- das, rasgos intensos podem estar muito frágeis para limpeza. Áreas
riais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, os adesi- com manchas e áreas atacadas por fungos podem não resistir à lim-
vos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borrachas plásticas peza: o suporte torna-se escuro, quebradiço, manchado e, portanto,
etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os documentos muito facilmente danificado.
como para acondicionamento. Quando o papel se degrada, até mesmo um suave contato com o
pó de borracha pode provocar a fragmentação do documento.
7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para • Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar borracha
a conservação de acervos nesses materiais, pois a remoção das partículas residuais com pincel
Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter se torna difícil:
conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos - papel japonês;
acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos. - papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos (que degra-
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de dam a celulose, consumindo a encolagem);
grande importância para a estabilização dos documentos. - papel molhado (que perde a encolagem e, após a secagem,
torna-se frágil).

Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser utilizado pó
A remoção da sujidade superficial (que está solta sobre o do- de borracha ou diretamente a borracha, caso a integridade do papel
cumento) é feita através de pincéis, flanela macia, aspirador e inú- e das tintas não fique comprometida com essa ação.
meras outras ferramentas que se adaptam à técnica. E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), deve-se
Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigatória e usar apenas uma flanela seca e bem macia.
sempre se realiza como primeiro tratamento, quaisquer que sejam Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel macio,
as outras intervenções previstas. sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de agredir as tin-
• Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na limpeza tas, o resíduo de borracha é permanente e de difícil remoção. Os
mecânica, de diferentes formas, tamanhos, qualidade e tipos de resíduos agem como abrasivos e permanecerão em contato com o
cerdas (podem ser usados com carga estática atritando as cerdas suporte para sempre.
contra o nylon, material sintético ou lã);
• Flanela: serve para remover sujidade de encadernações, por 8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de higieni-
exemplo; zação
• Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e com potên- - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel
cia de sucção controlada; macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encaderna-
• Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça, espá- ção;
tula, agulha, cotonete; - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lom-
• Materiais de apoio necessários para limpeza mecânica: bada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os
- raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil; cortes, começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais
- fita-crepe; exposta à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e inten-
- lápis de borracha; sa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou
- luvas de látex ou algodão; ainda um pedaço de carpete sem uso;
- máscaras; - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa pri-
- papel mata-borrão; meira higienização;
- pesos; - Oxigenar as folhas várias vezes.
- poliéster (mylar); Num programa de manutenção, pode-se limpar a encaderna-
- folhas de papel siliconado; ção, cortes e aproximadamente as primeiras e últimas 15 folhas,
- microscópios; que são as mais sujeitas a receber sujidade, devido à estrutura das
Os livros, além do suporte papel, exigem também tratamen- encadernações. Nos livros mais frágeis, deve-se suportar o volume
to de revestimento. Assim, o couro (inclui-se aqui o pergaminho), em estruturas adequadas durante a operação para evitar danos na
tecidos e plastificados fazem parte dos materiais pertencentes aos manipulação e tratamento.
livros. Todo o documento que contiver gravuras ou outra técnica de
Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferentes ta- obra de arte no seu interior necessita um cuidado redobrado. Antes
manhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa potência de qualquer intervenção com pincéis, trinchas, flanelas, é necessá-
com proteção de boca, pinças, espátulas de metal, entre outros rio examinar bem o documento, pois, nesse caso, só será recomen-
materiais. dada a limpeza de superfície se não houver nenhum risco de dano.
Na limpeza do couro, é recomendável somente a utilização No caso dos documentos impressos como os livros, existe
de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro. Não se deve uma grande margem de segurança na resistência das tintas em
tratá-lo com óleos e solventes. relação ao pincel. Mesmo assim, devemos escolher o pincel de
A encadernação em pergaminho não necessita do mesmo tra- maciez adequada para cada situação. Em relação às obras de arte,
tamento do couro. Como é muito sensível à umidade, o tratamento as técnicas são tão variadas e as tintas de composições tão diversas
aquoso deve ser evitado. Para sua limpeza, apresenta bons resul- que, de modo algum, se deve confiar na sua estabilidade frente à
tados o uso de algodão embebido em solvente de 50% de água ação do pincel ou outro material.
e álcool. O algodão precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre
buscar trabalhar o suporte em pequenas áreas de cada vez. Nessa 8.3 Higienização de documentos de arquivo
limpeza, é importante ter muito cuidado com os pergaminhos mui- Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmente que-
to ressecados e distorcidos. A fragilidade é intensa e o documento bradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso se deve prin-
pode desintegrar-se. A estabilização de pergaminhos, nesse caso, cipalmente ao alto índice de acidez resultante do uso de papéis de
requer os serviços de especialistas. baixa qualidade. As más condições de armazenamento e o excesso
Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para a hi- de manuseio também contribuem para a degradação dos materiais.
dratação dos couros. Os componentes das diversas fórmulas do Tais documentos têm que ser higienizados com muito critério e
produto variam muito (óleos, graxas, gorduras) e, se mal aplica- cuidado.
dos, podem causar sérios problemas de conservação ao couro. A
fórmula do British Museum é a mais usada e recomendada. O uso 8.3.1 Documentos manuscritos
deve ser criterioso e não indiscriminado. Em casos específicos de Os mesmos cuidados para com os livros devem ser tomados
livros novos de coleções de bibliotecas, pode ser apropriado o seu em relação aos manuscritos. O exame dos documentos, testes de
uso como parte integrante de um programa de manutenção. estabilidade de seus componentes para o uso dos materiais de
No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de trincha limpeza mecânica e critérios de intervenção devem ser cuidado-
ou aspirador é recomendável, caso sua integridade o permita. samente realizados.

Didatismo e Conhecimento 36
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir um - placa de vidro;
documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuidado é pouco - peso de mármore;
para manusear esses documentos. As espessas tintas encontradas - espátula de metal;
em partituras de música, por exemplo, podem estar soltas ou em - espátula de osso;
estado de pó. - pincel chato;
Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “borrar”, ao - pincel fino;
mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado para isso é fino e - filme de poliéster.
quebradiço, tornando o manuseio muito arriscado e a limpeza de
superfície desaconselhável. As áreas ilustradas e decorativas dos
manuscritos iluminados são desenhadas com tintas à base de água ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL.
que podem estar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nes-
ses casos, deve ser evitada.

8.3.2 Documentos em grande formato “Ética empresarial compreende princípios e padrões que
Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no geral orientam o comportamento no mundo dos negócios”. (Ferrell,
em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, após Fraedrich e Ferrell, 2001, p. 07).
testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebido A responsabilidade social e a ética estão intrinsecamente li-
em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem ter dis- gadas. A ética é à base da responsabilidade social e se expressa
torções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil por meio dos princípios e valores adotados pela organização na
remoção. condução dos seus negócios.
Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito Vazquez define ética como “teoria ou ciência do comporta-
frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é mento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma
pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento. forma específica de comportamento humano”. (1993, p.12).
Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção es- Já Srour diz que a ética estuda as morais e as moralidades,
pecial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas condi- analisando as escolhas que os agentes fazem em situações con-
ções, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas. cretas e se as opções escolhidas estão dentro de padrões sociais.
Os grandes mapas impressos, muitas vezes, têm várias folhas de (1998, p.270-271). As definições citadas pelos dois autores atre-
papel coladas entre si nas margens, visando permitir uma impres- lam a ética à moral. De acordo com Vazquez, a moral seria cons-
são maior. Ao fazer a limpeza de um documento desses, o cuida- tituída dos atos humanos conscientes e voluntários dos indivíduos
do com as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmente, que afetam outros indivíduos, grupos sociais ou a sociedade como
ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de borracha da um todo (1993, p. 14).
limpeza, gerando degradação. Outros mapas são montados em li- Srour afirma que não devemos falar de uma “ética em geral”,
nho ou algodão com cola de amido. O verso desses documentos mas de morais claramente definidas.
retém muita sujidade. Recomenda-se remover o máximo com as- “As morais têm caráter exclusivamente social, não se aplicam
pirador de pó (munido das devidas proteções em seu bocal e no a atos pessoais que não afetem os outros ou que não produzam
documento). consequências sobre outrem. Expressam relações de força e for-
mam os núcleos de ideologias. Assim, para conhecer a moralidade
9. Pequenos reparos de uma organização é preciso antes de tudo saber como se imbri-
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que podemos cam suas ideologias política e econômica, porque toda ideologia
executar visando interromper um processo de deterioração em an- comporta uma moral particular”. (SROUR, 1998, p.270).
damento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a critérios As moralidades seriam as morais praticadas por organizações
rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o estado e públicos que se aplicam os problemas do cotidiano. Srour diz que
de conservação dos documentos. Caso esses critérios não sejam a ética não se confunde com a moral. Na verdade, ela rege a con-
obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e muitas duta de indivíduos e organizações dentro de padrões e princípios
vezes de caráter irreversível. moralmente aceitáveis.
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de- A responsabilidade social é o comportamento que as empre-
vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos sas têm perante a sociedade, a postura que adotam ao lidar com
permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma- as questões e demandas do cotidiano, obedecendo a critérios e
teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística pressupostos éticos. De acordo com Ferrell, Fraedrich e Ferrell,
e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve a “ética empresarial diz respeito a regras e princípios que pautam
obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa decisões de indivíduos e grupos de trabalho; a responsabilidade
que, caso seja necessário reverter o processo, não pode existir ne- social refere-se ao efeito das decisões de empresas sobre a socie-
nhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados. dade”. (2001, p. 08).
Os procedimentos e técnicas para a realização de reparos em Essa definição reforça a ideia de que a responsabilidade so-
documentos exigem os seguintes instrumentos: cial nas empresas só poderá ser incorporada ao processo diário de
- mesa de trabalho; tomada de decisão se as organizações incluírem em sua filosofia e
- pinça; sua estratégia de ação, preocupações de natureza ética.
- papel mata-borrão;
- entretela sem cola;

Didatismo e Conhecimento 37
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
A conduta ética nas organizações também é definida na trans- 08. Considere os nomes a seguir:
parência das empresas, nas relações com seus públicos e na preo-
cupação que possuem com o impacto das suas atividades na so- 1. Alberto Soares Júnior
ciedade. Essa relação de confiança contribui para o sucesso das 2. João Castelo Branco
empresas, sucesso que se reverte de forma financeira, graças à 3. Everaldo Santo Cristo
imagem que se tem das empresas e está relacionada à responsa- 4. Dr.Alexandre Silva
bilidade social. 5. Maria Cardoso Silva
Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/arti-
gos/32818/a-etica-nas-organizacoes-e-a-responsabilidade-social O nome arquivado corretamente, segundo o método alfabé-
tico, é:
QUESTÕES (A) Júnior, Alberto Soares
(B) Branco, João Castelo
01. No que se refere ao gerenciamento da informação e à ges- (C) Santo Cristo, Everaldo
tão de documentos, julgue os itens subsequentes. (D) Silva, Dr.Alexandre
(E) Cardoso Silva, Maria
Por atenderem a necessidades especiais, os documentos do
arquivo corrente podem permanecer distantes de seus usuários di- 09. O método de arquivamento alfanumérico, que consiste na
retos. combinação de letras e números, pertence ao sistema indireto.
( ) Certo ( ) Certo
( ) Errado ( ) Errado
02. O arquivo constituído por documentos que são de uso ex-
clusivo da unidade que os gerou ou recebeu, denomina-se GABARITO
(A) ostensivo. 01-Errado
(B) sigiloso. 02-E
(C) permanente. 03-Errado
(D) intermediário. 04-B
(E) corrente.
05-Certo
06-Certo
03. Com relação à gestão de documentos, julgue o item que
07-Certo
se segue.
08-C
Para facilitar o acesso rápido ao material, recomenda-se que
09-Errado
arquivos correntes sejam armazenados em caixas-arquivo.
( ) Certo
( ) Errado

04. Em relação ao arquivo corrente, NÃO se pode afirmar que:


(A) Tem valor primário.
(B) Abrange apenas documentos em tramitação.
(C) Abrange documentos em tramitação ou não.
(D) É objeto de consultas frequentes.

05. Os documentos correntes são de acesso restrito e devem


ficar próximos aos servidores que são seus usuários diretos.
( ) Certo
( ) Errado

06. Quando o documento de arquivo tem uma grande pos-


sibilidade de uso, ele deve ser considerado como documento do
arquivo corrente.
( ) Certo
( ) Errado

07. No que se refere ao gerenciamento da informação e à ges-


tão de documentos, julgue o item subsequente.
Após passarem pelos arquivos correntes, os documentos de
arquivo podem ser eliminados, ser encaminhados ao arquivo in-
termediário, ou, ainda, ser recolhidos aos arquivos permanentes.
( ) Certo
( ) Errado

Didatismo e Conhecimento 38
NOÇÕES BÁSICAS
DE LEGISLAÇÃO
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
XI a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO: fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
NORMAS CONSTITUCIONAIS Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
SOBRE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
E SERVIDORES PÚBLICOS pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88, COM mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
SUAS ALTERAÇÕES); dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicandose como
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
CAPÍTULO VII Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores
Seção I do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
DISPOSIÇÕES GERAIS centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
tros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Pro-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- curadores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, Constitucional nº 41, 19.12.2003)
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Re- XII os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Po-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) der Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
I os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos Executivo;
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, as- XIII é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
II a investidura em cargo ou emprego público depende de de 1998)
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e XIV os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou co não serão computados nem acumulados para fins de concessão
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone- nal nº 19, de 1998)
ração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XV o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
III o prazo de validade do concurso público será de até dois
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos in-
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
cisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
IV durante o prazo improrrogável previsto no edital de con-
153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
1998)
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos con-
XVI é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
cursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
V as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emen-
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições da Constitucional nº 19, de 1998)
e percentuais mínimos previstos em lei, destinamse apenas às atri- a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda
buições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Constitucional nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científi-
VI é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- co; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ciação sindical; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
VII o direito de greve será exercido nos termos e nos limites saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitu- da Constitucional nº 34, de 2001)
cional nº 19, de 1998) XVII a proibição de acumular estendese a empregos e funções
VIII a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
sua admissão; ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda
IX a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- Constitucional nº 19, de 1998)
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional XVIII a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
interesse público; rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
X a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela
1998) (Regulamento) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO

XX depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- I o prazo de duração do contrato;


ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, II os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
XXI ressalvados os casos especificados na legislação, as III a remuneração do pessoal.”
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante § 9º O disposto no inciso XI aplicase às empresas públicas e
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que recebe-
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga- rem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de quali- em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri- § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
mento das obrigações. (Regulamento) sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remu-
XXII as administrações tributárias da União, dos Estados, do neração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os car-
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- gos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remune-
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convê- ratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas
nio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e Constitucional nº 47, de 2005)
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in- § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste ar-
formativo ou de orientação social, dela não podendo constar no- tigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ-
autoridades ou servidores públicos.
nica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III impli-
respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos
termos da lei. cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Su-
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário premo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo
na administração pública direta e indireta, regulando especialmen- aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereado-
te: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) res. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
I as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autár-
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos quica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicamse as
serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda Constitucional
II o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- nº 19, de 1998)
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X I tratandose de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
III a disciplina da representação contra o exercício negligente II investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, em-
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração públi- prego ou função, sendolhe facultado optar pela sua remuneração;
ca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo- ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada- havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. IV em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem pre- os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
juízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. V para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamen-
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- to, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
Seção II
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos cípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser único e planos de carreira para os servidores da administração pú-
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra- blica direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas nº 2.1354)
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor so- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com-
bre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ponentes do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
I a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade I por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais
dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em ser-
Constitucional nº 19, de 1998) viço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurá-
II os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda vel, na forma da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 19, de 1998) 41, 19.12.2003)
III as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Cons- II compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
titucional nº 19, de 1998) de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
públicos, constituindose a participação nos cursos um dos requisi- III voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de
tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no
de convênios ou contratos entre os entes federados. (Redação dada cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as se-
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) guintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
§ 3º Aplicase aos servidores ocupantes de cargo público o 20, de 15/12/98)
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisi- homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição,
tos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exi- se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
gir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 15/12/98)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni- contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, de 15/12/98)
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (In- de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respecti-
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) vo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada
nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor re- pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por oca-
o disposto no art. 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº sião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utili-
19, de 1998) zadas como base para as contribuições do servidor aos regimes
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferencia-
de 1998) dos para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regi-
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- me de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em
nicípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários prove- leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela
nientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autar- Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
quia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitu-
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, cional nº 47, de 2005)
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço públi- II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda
co, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtivida- Constitucional nº 47, de 2005)
de. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emen- Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
da Constitucional nº 19, de 1998) § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, «a»,
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas exercício das funções de magistério na educação infantil e no en-
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de ca- sino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitu-
ráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo cional nº 20, de 15/12/98)
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua- acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção
rial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Consti- de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
tucional nº 41, 19.12.2003) previsto neste artigo.(Redação dada pela Emenda Constitucional
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de nº 20, de 15/12/98)
que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proven- § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por
tos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) nº 41, 19.12.2003)

Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
I ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até § 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver
de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de seten- ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
ta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado instituição do correspondente regime de previdência complemen-
à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, tar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
19.12.2003) § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
II ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualiza-
efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabe- dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
lecido para os benefícios do regime geral de previdência social de 19.12.2003)
que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela ex- § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta-
cedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com per-
varlhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios centual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
nº 41, 19.12.2003) § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III,
será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor- a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de
respondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária
Constitucional nº 20, de 15/12/98) até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Consti- § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio
tucional nº 20, de 15/12/98) de previdência social para os servidores titulares de cargos efeti-
§ 11 Aplicase o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos vos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em
cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluí-
proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu-
do pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape-
dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi-
que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os be-
dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons-
nefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for
exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitu-
portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Consti-
cional nº 20, de 15/12/98)
tucional nº 47, de 2005)
§ 12 Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os
que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de 15/12/98) nº 19, de 1998)
§ 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplicase o I em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (In-
regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Consti- cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
tucional nº 20, de 15/12/98) II mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, rada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
desde que instituam regime de previdência complementar para os de 1998)
seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fi- III mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
xar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defe-
pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido sa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
para os benefícios do regime geral de previdência social de que § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
15/12/98) tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Exe- muneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela
cutivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respecti- vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
vos participantes planos de benefícios somente na modalidade de cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
nº 41, 19.12.2003) 1998)

Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga- perativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer
para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
de 1998) objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste arti-
go e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação
dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
LICITAÇÕES E CONTRATOS II estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial,
legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empre-
(LEI 8.666/93 E SUAS ALTERAÇÕES); sas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda,
modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos fi-
nanciamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no
parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 de 1991.
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate,
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
institui normas para licitações e contratos da Administração Públi- I (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
ca e dá outras providências. II produzidos no País;
III produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- IV produzidos ou prestados por empresas que invistam em
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)
Capítulo I V produzidos ou prestados por empresas que comprovem
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
Seção I deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que aten-
Dos Princípios dam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo
de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Po- das propostas, até a respectiva abertura.
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Subordinamse ao regime desta Lei, além dos § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, gem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de eco- 2015) (Vigência)
nomia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamen- I produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
te pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. dam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº 13.146,
de 2015)
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, II bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
alienações, concessões, permissões e locações da Administração comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considerase contrato (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração § 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabele-
Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a cida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído
qual for a denominação utilizada. pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
(Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012)
Art. 3o A licitação destinase a garantir a observância do princí- (Vide Decreto nº 7.756, de 2012)
pio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vanta- I geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349,
josa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacio- de 2010)
nal sustentável e será processada e julgada em estrita conformida- II efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e muni-
de com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da cipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade adminis- III desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no
trativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº IV custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela
12.349, de 2010) (Regulamento) Lei nº 12.349, de 2010)
§ 1o É vedado aos agentes públicos: V em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (In-
I admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem § 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais re-
o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coo- sultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados

Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei
àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qual-
(Vide Decreto nº 7.546, de 2011) quer esfera da Administração Pública.
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de
produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licita-
definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ções terão como expressão monetária a moeda corrente nacional,
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unida-
preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluí- de da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao
do pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos,
se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, sal-
ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de vo quando presentes relevantes razões de interesse público e me-
2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) diante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente
I à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela publicada.
Lei nº 12.349, de 2010) § 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores
II ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes
desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) preservem o valor.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá § 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo paga-
ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários mento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas
dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul Mercosul. (Incluí- dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se refe-
do pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) rem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, ser- § 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorren-
viços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade tes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata
competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo
ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por
único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis,
ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de com-
contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648,
pensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições
de 1998)
vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma
estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº
Art. 5oA. As normas de licitações e contratos devem privi-
12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
legiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção
e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei
e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
Complementar nº 147, de 2014)
comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Execu-
tivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com
tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o Seção II
processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de Das Definições
janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide De-
creto nº 7.546, de 2011) Art. 6o Para os fins desta Lei, considerase:
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, I Obra toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou
a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos ampliação, realizada por execução direta ou indireta;
§§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de II Serviço toda atividade destinada a obter determinada uti-
recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, lidade de interesse para a Administração, tais como: demolição,
de 2010) conserto, instalação, montagem, operação, conservação, repara-
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais nor- ção, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publici-
mas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento dife- dade, seguro ou trabalhos técnicoprofissionais;
renciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno III Compra toda aquisição remunerada de bens para forneci-
porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, mento de uma só vez ou parceladamente;
de 2014) IV Alienação toda transferência de domínio de bens a tercei-
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre ros;
as demais preferências previstas na legislação quando estas forem V Obras, serviços e compras de grande vulto aquelas cujo va-
aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela lor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite esta-
Lei Complementar nº 147, de 2014) belecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
VI SeguroGarantia o seguro que garante o fiel cumprimento
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos;
órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público VII Execução direta a que é feita pelos órgãos e entidades da
subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabele- Administração, pelos próprios meios;
cido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desen- VIII Execução indireta a que o órgão ou entidade contrata
volvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impe- com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada
dir a realização dos trabalhos. pela Lei nº 8.883, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
a) empreitada por preço global quando se contrata a execução XIV Contratante é o órgão ou entidade signatária do instru-
da obra ou do serviço por preço certo e total; mento contratual;
b) empreitada por preço unitário quando se contrata a execução XV Contratado a pessoa física ou jurídica signatária de con-
da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; trato com a Administração Pública;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XVI Comissão comissão, permanente ou especial, criada pela
d) tarefa quando se ajusta mãodeobra para pequenos trabalhos Administração com a função de receber, examinar e julgar todos
por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadas-
e) empreitada integral quando se contrata um empreendimen- tramento de licitantes.
to em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, XVII produtos manufaturados nacionais produtos manufatu-
serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da rados, produzidos no território nacional de acordo com o processo
contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entra- produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo
da em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
utilização em condições de segurança estrutural e operacional e XVIII serviços nacionais serviços prestados no País, nas con-
com as características adequadas às finalidades para que foi con- dições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela
tratada; Lei nº 12.349, de 2010)
IX Projeto Básico conjunto de elementos necessários e sufi- XIX sistemas de tecnologia de informação e comunicação
cientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra estratégicos bens e serviços de tecnologia da informação e comu-
ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, nicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à admi-
elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimi- nistração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes
nares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamen- requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,
to do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de nº 12.349, de 2010)
execução, devendo conter os seguintes elementos: XX produtos para pesquisa e desenvolvimento bens, insumos,
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e
visão global da obra e identificar todos os seus elementos consti- tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnoló-
tutivos com clareza; gica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado pela institui-
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de- ção contratante. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou
de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e Seção III
de realização das obras e montagem; Das Obras e Serviços
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais
e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a presta-
que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, ção de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particu-
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; lar, à seguinte sequência:
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé- I projeto básico;
todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza- II projeto executivo;
cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua III execução das obras e serviços.
execução; § 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente prece-
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da dida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos
obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto exe-
as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; cutivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen- execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela
tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente Administração.
avaliados; § 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados
X Projeto Executivo o conjunto dos elementos necessários e quando:
suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas I houver projeto básico aprovado pela autoridade competente
pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT; e disponível para exame dos interessados em participar do proces-
XI Administração Pública a administração direta e indireta da so licitatório;
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abran- II existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a
gendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito composição de todos os seus custos unitários;
privado sob controle do poder público e das fundações por ele ins- III houver previsão de recursos orçamentários que assegurem
tituídas ou mantidas; o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a
XII Administração órgão, entidade ou unidade administrativa serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com
pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente; o respectivo cronograma;
XIII Imprensa Oficial veículo oficial de divulgação da Admi- IV o produto dela esperado estiver contemplado nas metas
nistração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Cons-
e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for tituição Federal, quando for o caso.
definido nas respectivas leis; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de § 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de
1994) recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua

Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e ex- § 3o Considerase participação indireta, para fins do disposto
plorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação es- neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica,
pecífica. comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de for- projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos
necimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou serviços, fornecimentos e obras, incluindose os fornecimentos de
cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto bens e serviços a estes necessários.
básico ou executivo. § 4o O disposto no parágrafo anterior aplicase aos membros da
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens comissão de licitação.
e serviços sem similaridade ou de marcas, características e espe-
cificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas se-
justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e guintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
serviços for feito sob o regime de administração contratada, pre- I execução direta;
visto e discriminado no ato convocatório. II execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade pela Lei nº 8.883, de 1994)
dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes a) empreitada por preço global;
tenha dado causa. b) empreitada por preço unitário;
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou servi- c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização d) tarefa;
monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada e) empreitada integral.
período de aferição até a do respectivo pagamento, que será cal- Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883,
culada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no de 1994)
ato convocatório.
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pú- Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins te-
blica os quantitativos das obras e preços unitários de determinada rão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto
obra executada.
quando o projetopadrão não atender às condições peculiares do
§ 9o O disposto neste artigo aplicase também, no que couber,
local ou às exigências específicas do empreendimento.
aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras
Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-
e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisi-
se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e
tos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
considerados os prazos de sua execução.
I segurança;
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da exe-
II funcionalidade e adequação ao interesse público;
cução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão
orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financei- III economia na execução, conservação e operação;
ra ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em des- IV possibilidade de emprego de mãodeobra, materiais, tecno-
pacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta logia e matériasprimas existentes no local para execução, conser-
Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) vação e operação;
V facilidade na execução, conservação e operação, sem pre-
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da lici- juízo da durabilidade da obra ou do serviço;
tação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens VI adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do
a eles necessários: trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou ju- VII impacto ambiental.
rídica;
II empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela Seção IV
elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados
projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de
5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, Art. 13. Para os fins desta Lei, consideramse serviços técnicos
responsável técnico ou subcontratado; profissionais especializados os trabalhos relativos a:
III servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou I estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe-
responsável pela licitação. cutivos;
§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da em- II pareceres, perícias e avaliações em geral;
presa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou III assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a IV fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
serviço da Administração interessada. viços;
§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contra- V patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
tação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto execu- VI treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
tivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado VII restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
pela Administração. VIII (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os II a definição das unidades e das quantidades a serem adqui-
contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais espe- ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimati-
cializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a va será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou re- quantitativas de estimação;
muneração. III as condições de guarda e armazenamento que não permi-
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplicase, no tam a deterioração do material.
que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. § 8o O recebimento de material de valor superior ao limite
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializa- estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite,
dos que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) mem-
procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dis- bros.
pensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que
os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de di-
objeto do contrato. vulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público,
Seção V à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou
Das Compras Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado,
seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte- valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as com-
rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para pras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação
seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
quem lhe tiver dado causa. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos ca-
sos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (In-
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regula- cluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
mento) (Vigência)
I atender ao princípio da padronização, que imponha compati- Seção VI
bilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, Das Alienações
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica
e garantia oferecidas; Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-
II ser processadas através de sistema de registro de preços; dinada à existência de interesse público devidamente justificado,
III submeterse às condições de aquisição e pagamento seme- será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
lhantes às do setor privado; I quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para
IV ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio-
para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economi- nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá
cidade; de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência,
V balizarse pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e dispensada esta nos seguintes casos:
entidades da Administração Pública. a) dação em pagamento;
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en-
mercado. tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei
para orientação da Administração, na imprensa oficial. nº 11.952, de 2009)
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos cons-
decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se- tantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
guintes condições: d) investidura;
I seleção feita mediante concorrência; e) venda a outro órgão ou entidade da administração públi-
II estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos ca, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de
preços registrados; 1994)
III validade do registro não superior a um ano. f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Adminis- direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficandolhe residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no
facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação re- âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária
lativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da ad-
preferência em igualdade de condições. ministração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de pre- g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art.
ços, quando possível, deverá ser informatizado. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa
§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja com-
constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse petência legal incluase tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196,
com o preço vigente no mercado. de 2005)
§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda: h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
I a especificação completa do bem a ser adquirido sem indi- direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
cação de marca; de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos

Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas IV previsão de rescisão automática da concessão, dispensada
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade
órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
nº 11.481, de 2007) § 2oB. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one- pela Lei nº 11.196, de 2005)
rosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde I só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a ve-
incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais dação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante
ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regulariza- atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
ção fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde
11.952, de 2009) que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de
II quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licita- licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela
ção, dispensada esta nos seguintes casos: Lei nº 11.763, de 2008)
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de inte- III pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente
resse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até
sócioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alie- o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº
nação; 11.196, de 2005)
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida- IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
des da Administração Pública; § 3o Entendese por investidura, para os fins desta lei: (Reda-
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob- ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
servada a legislação específica; I a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tor-
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos nar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da
ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas fina- avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por
lidades; cento) do valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por II a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta
quem deles dispõe. destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais cons-
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I truídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde
deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, re- que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unida-
verterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua des e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da con-
alienação pelo beneficiário. cessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 2o A Administração também poderá conceder título de pro- § 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento
priedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumpri-
quando o uso destinarse: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
2005) dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente
I a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qual- justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
quer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário ne-
de 2005) cessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula
II a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta 1994)
sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) mó- § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou glo-
dulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não balmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23,
exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela inciso II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o
Lei nº 11.952, de 2009) leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2ºA. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
autorização legislativa, porém submetemse aos seguintes condi-
cionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase
I aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por de habilitação limitarseá à comprovação do recolhimento de quan-
particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de tia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.
2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)
II submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime
legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aqui-
de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005) sição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pa-
III vedação de concessões para hipóteses de exploração não- gamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente,
contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públi- observadas as seguintes regras:
cas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecoló- I avaliação dos bens alienáveis;
gicoeconômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
III adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de § 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela
concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) mesma forma que se deu o texto original, reabrindose o prazo
inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
Capítulo II alteração não afetar a formulação das propostas.
Da Licitação
Seção I Art. 22. São modalidades de licitação:
Das Modalidades, Limites e Dispensa I concorrência;
II tomada de preços;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a III convite;
repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, de- IV concurso;
vidamente justificado. V leilão.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a ha- § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
bilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais. interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, com-
provem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das con- edital para execução de seu objeto.
corrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre in-
embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) à data do recebimento das propostas, observada a necessária qua-
I no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita lificação.
por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do
quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade adminis-
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) trativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspon-
II no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando
dente especialidade que manifestarem seu interesse com antece-
se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade
dência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das pro-
da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito
postas.
Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer in-
III em jornal diário de grande circulação no Estado e também,
teressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa ofi-
alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto cial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
da licitação, utilizarse de outros meios de divulgação para ampliar § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer inte-
a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ressados para a venda de bens móveis inservíveis para a adminis-
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os tração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou
interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem ofere-
informações sobre a licitação. cer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Reda-
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
realização do evento será: § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais
I quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado
de 1994) para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a,
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº
regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo «melhor 8.883, de 1994)
técnica» ou «técnica e preço»; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) § 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinte-
II trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) resse dos convidados, for impossível a obtenção do número míni-
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do mo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias
inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de re-
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo «melhor petição do convite.
técnica» ou «técnica e preço»; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) § 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou
III quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especi- a combinação das referidas neste artigo.
ficados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada § 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração
pela Lei nº 8.883, de 1994) somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos
IV cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível
8.883, de 1994) com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão con- nº 8.883, de 1994)
tados a partir da última publicação do edital resumido ou da expe-
dição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os in-
do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer cisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos
mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
I para obras e serviços de engenharia: Redação dada pela Lei § 8o No caso de consórcios públicos, aplicarseá o dobro dos
nº 9.648, de 1998) valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até
a) convite até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
b) tomada de preços até R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-
nhentos mil reais); ( Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei nº 12.188, de
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui- 2.010) Vigência
nhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) I para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez
II para compras e serviços não referidos no inciso anterior: por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra
a) convite até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
pela Lei nº 9.648, de 1998) mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
mente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
b) tomada de preços até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquen-
II para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
ta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo ante-
c) concorrência acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-
rior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
quenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administra- de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação
ção serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
técnica e economicamente viáveis, procedendose à licitação com III nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mer- IV nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
cado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasio-
escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) nar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, servi-
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, ços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente
parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjun- para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial
to de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam
distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do ob- ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias con-
jeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou
§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qual- calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
quer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de V quando não acudirem interessados à licitação anterior e
bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindose Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta-
neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de belecidas;
preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacio- VI quando a União tiver que intervir no domínio econômico
nal de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do para regular preços ou normalizar o abastecimento;
bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) VII quando as propostas apresentadas consignarem preços
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração pode- manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
rá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais compe-
§ 5o É vedada a utilização da modalidade «convite» ou «toma- tentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta
da de preços», conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos
bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
VIII para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
mente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso
interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou en-
de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos tidade que integre a Administração Pública e que tenha sido cria-
termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica do para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei,
que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especia- desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
lidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IX quando houver possibilidade de comprometimento da segu-
§ 6o As organizações industriais da Administração Federal direta, rança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da
em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em ge- X para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi-
ral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi-
na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, des-
pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) de que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cota- XI na contratação de remanescente de obra, serviço ou for-
ção de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a necimento, em consequência de rescisão contratual, desde que
ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas
mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive
9.648, de 1998) quanto ao preço, devidamente corrigido;

Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
XII nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros XXIII na contratação realizada por empresa pública ou socie-
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos dade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de servi-
preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
XIII na contratação de instituição brasileira incumbida regi- no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen- XXIV para a celebração de contratos de prestação de serviços
volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respecti-
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável vas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato
reputação éticoprofissional e não tenha fins lucrativos; (Redação de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XXV na contratação realizada por Instituição Científica e Tec-
XIV para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acor- nológica ICT ou por agência de fomento para a transferência de
do internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explo-
quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas ração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da
XV para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do
inerentes às finalidades do órgão ou entidade. autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
XVI para a impressão dos diários oficiais, de formulários pa- cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
dronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, XXVII na contratação da coleta, processamento e comerciali-
bem como para prestação de serviços de informática a pessoa ju- zação de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
rídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in- áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa-
tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores
XVII para a aquisição de componentes ou peças de origem na- de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis
cional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência)
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzi-
indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº dos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
8.883, de 1994) complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de
XVIII nas compras ou contratações de serviços para o abaste- comissão especialmente designada pela autoridade máxima do ór-
cimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus gão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
meios de deslocamento quando em estada eventual de curta dura- XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para
ção em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasilei-
por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, ras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente
quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a nor- justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou execu-
malidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não tante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº
exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta 11.783, de 2008).
Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) XXX na contratação de instituição ou organização, pública
XIX para as compras de material de uso pelas Forças Arma- ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de servi-
das, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, ços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa
quando houver necessidade de manter a padronização requerida Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura
pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terres- Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído
tres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluí- pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência
do pela Lei nº 8.883, de 1994) XXXI nas contratações visando ao cumprimento do disposto
XX na contratação de associação de portadores de deficiência nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
ou entidades da Administração Pública, para a prestação de servi- (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
ços ou fornecimento de mãodeobra, desde que o preço contratado XXXII na contratação em que houver transferência de tec-
seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº nologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde
8.883, de 1994) SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, con-
XXI para a aquisição ou contratação de produto para pesqui- forme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por
sa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção
engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
“b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, XXXIII na contratação de entidades privadas sem fins lucra-
de 2016) tivos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias
XXII na contratação de fornecimento ou suprimento de ener- sociais de acesso à água para consumo humano e produção de ali-
gia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou mentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas
autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873,
pela Lei nº 9.648, de 1998) de 2013)

Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
XXXIV para a aquisição por pessoa jurídica de direito público Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no
interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distri- inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade
buídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento
finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autar- previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser
quia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desen- comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
volvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à ino- ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco)
vação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela
execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferên- Lei nº 11.107, de 2005)
cia de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade
Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha
ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que
sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta
Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado couber, com os seguintes elementos:
no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) I caracterização da situação emergencial ou calamitosa que
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste justifique a dispensa, quando for o caso;
artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e servi- II razão da escolha do fornecedor ou executante;
ços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia III justificativa do preço.
mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, IV documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos
na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
12.715, de 2012)
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade Seção II
que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII Da Habilitação
do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que
produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos inte-
no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato ressados, exclusivamente, documentação relativa a:
da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) I habilitação jurídica;
§ 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, II qualificação técnica;
quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá proce- III qualificação econômico-financeira;
dimentos especiais instituídos em regulamentação específica. (In-
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei
cluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
nº 12.440, de 2011) (Vigência)
§ 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do
art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da
Lei nº 13.243, de 2016) Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, con-
de competição, em especial: forme o caso, consistirá em:
I para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que I cédula de identidade;
só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante II registro comercial, no caso de empresa individual;
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a III ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, de-
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado forne- vidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e,
cido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali- no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de
zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação eleição de seus administradores;
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; IV inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis,
II para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. acompanhada de prova de diretoria em exercício;
13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas V decreto de autorização, em se tratando de empresa ou socie-
de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços dade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou
de publicidade e divulgação; autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente,
III para contratação de profissional de qualquer setor artístico,
quando a atividade assim o exigir.
diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consa-
grado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§ 1o Considerase de notória especialização o profissional ou Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e traba-
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente lhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº
de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, orga- 12.440, de 2011) (Vigência)
nização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos re- I prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou
lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);
é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação II prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou
do objeto do contrato. municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante,
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dis- pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto
pensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidaria- contratual;
mente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o III prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Esta-
prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo dual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equi-
de outras sanções legais cabíveis. valente, na forma da lei;

Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
IV prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis,
situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a I (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, II (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
nos termos do Título VIIA da Consolidação das Leis do Trabalho, § 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto,
aprovada pelo DecretoLei no5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluí- de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos
do pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de
sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limi- efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
tarseá a: § 9o Entendese por licitação de alta complexidade técnica
I registro ou inscrição na entidade profissional competente; aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema re-
II comprovação de aptidão para desempenho de atividade per- levância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou
tinente e compatível em características, quantidades e prazos com o que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços
objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento públicos essenciais.
e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do § 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de
objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos mem- comprovação da capacitação técnicoprofissional de que trata o in-
bros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; ciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço
III comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que rece- objeto da licitação, admitindose a substituição por profissionais de
beu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimen- experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela ad-
to de todas as informações e das condições locais para o cumpri- ministração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
mento das obrigações objeto da licitação; § 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV prova de atendimento de requisitos previstos em lei espe- § 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
cial, quando for o caso.
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômicofi-
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do “caput”
nanceira limitarseá a:
deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços,
I balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito
exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que
público ou privado, devidamente registrados nas entidades profis-
comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua
sionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela
substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
Lei nº 8.883, de 1994)
atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3
I capacitação técnicoprofissional: comprovação do licitante de (três) meses da data de apresentação da proposta;
possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega II certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo
da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamen- distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimo-
te reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de nial, expedida no domicílio da pessoa física;
responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de carac- III garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no
terísticas semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, ve- valor estimado do objeto da contratação.
dadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; § 1o A exigência de índices limitarseá à demonstração da capa-
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) cidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá
II (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade
b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor signifi- § 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na
cativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no ins- execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento
trumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de pa-
§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através trimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do
de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de com- art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualifi-
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior. cação econômicofinanceira dos licitantes e para efeito de garantia
§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados forne- § 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se
cidos por pessoa jurídica de direito público ou privado. refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cen-
§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de to) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser
aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da
específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que ini- lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.
bam a participação na licitação. § 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos as-
§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de cantei- sumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade ope-
ros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, con- rativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em
siderados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.

Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa I comprovação do compromisso público ou particular de
será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices con- constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
tábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo II indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá
administrativo da licitação que tenha dado início ao certame lici- atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
tatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente III apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31
adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente desta Lei por parte de cada consorciado, admitindose, para efeito
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.(Redação de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada con-
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) sorciado, e, para efeito de qualificação econômicofinanceira, o so-
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) matório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua res-
pectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores
apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenti- exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para
cada por cartório competente ou por servidor da administração ou os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas
publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação dada pela Lei empresas assim definidas em lei;
nº 8.883, de 1994) IV impedimento de participação de empresa consorciada, na
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;
poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, V responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos prati-
concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. cados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execu-
§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1o do ção do contrato.
art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, § 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a li-
quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado derança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado
de consulta direta indicado no edital, obrigandose a parte a decla- o disposto no inciso II deste artigo.
rar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo § 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da
da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio,
nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substi-
tuída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública,
Seção III
desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obe-
Dos Registros Cadastrais
diência ao disposto nesta Lei.
§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País,
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Admi-
tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às
nistração Pública que realizem frequentemente licitações mante-
exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equi-
rão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regula-
valentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos mentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento)
por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Bra- § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e
sil com poderes expressos para receber citação e responder admi- deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-
nistrativa ou judicialmente. se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmen-
§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, te, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento
prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes público para a atualização dos registros existentes e para o ingres-
a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elemen- so de novos interessados.
tos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução § 2o É facultado às unidades administrativas utilizaremse de
gráfica da documentação fornecida. registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administra-
§ 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no ção Pública.
§ 2 do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aqui-
o

sição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o produto de Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização des-
financiamento concedido por organismo financeiro internacional de te, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos neces-
que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, sários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a com-
pra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-
para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo
Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos cons-
por unidades administrativas com sede no exterior. tantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.
§ 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este § 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre
artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo que atualizarem o registro.
ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desen- § 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações as-
volvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto sumidas será anotada no respectivo registro cadastral.
na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº
13.243, de 2016) Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou
cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exi-
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de em- gências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação
presas em consórcio, observarseão as seguintes normas: cadastral.

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NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Seção IV III sanções para o caso de inadimplemento;
Do Procedimento e Julgamento IV local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto bá-
sico;
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a aber- V se há projeto executivo disponível na data da publicação do
tura de processo administrativo, devidamente autuado, protoco- edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
lado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação VI condições para participação na licitação, em conformidade
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das pro-
serão juntados oportunamente: postas;
I edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; VII critério para julgamento, com disposições claras e parâ-
II comprovante das publicações do edital resumido, na forma metros objetivos;
do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite; VIII locais, horários e códigos de acesso dos meios de comu-
III ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro nicação à distância em que serão fornecidos elementos, informa-
administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; ções e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para
IV original das propostas e dos documentos que as instruírem; atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu
V atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; objeto;
VI pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, IX condições equivalentes de pagamento entre empresas bra-
dispensa ou inexigibilidade; sileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
VII atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homo- X o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global,
logação; conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e veda-
VIII recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e dos a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de
respectivas manifestações e decisões; variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto
IX despacho de anulação ou de revogação da licitação, quan- nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648,
do for o caso, fundamentado circunstanciadamente; de 1998)
X termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso; XI critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva
XI outros comprovantes de publicações; do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou
XII demais documentos relativos à licitação. setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimple-
as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previa- mento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
mente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Adminis- XII (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
tração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIII limites para pagamento de instalação e mobilização para
execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previs-
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou tos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;
para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for supe- XIV condições de pagamento, prevendo:
rior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a
desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com partir da data final do período de adimplemento de cada parce-
uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com la; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para b) cronograma de desembolso máximo por período, em con-
a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de formidade com a disponibilidade de recursos financeiros;
10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos,
para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até
as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados. a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideramse lici- 1994)
tações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais
prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações su- atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;
cessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital e) exigência de seguros, quando for o caso;
subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o XV instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
término do contrato resultante da licitação antecedente. (Redação XVI condições de recebimento do objeto da licitação;
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XVII outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecen-
em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a do no processo de licitação, e dele extraindose cópias integrais ou
modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.
de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento § 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos I o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes,
envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: desenhos, especificações e outros complementos;
I objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; II orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços
II prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execu- III a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e
ção do contrato e para entrega do objeto da licitação; o licitante vencedor;

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IV as especificações complementares e as normas de execu- financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas,
ção pertinentes à licitação. na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protoco-
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considerase como adim- los, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso
plemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a reali- Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades,
zação da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para
qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fato-
a emissão de documento de cobrança. res de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do finan-
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas ciamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio
aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão
apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediata-
Lei nº 8.883, de 1994) mente superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº § 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no
mesmo local de destino.
8.883, de 1994)
II a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do inciso
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância
XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as
dos seguintes procedimentos:
datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que I abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à
não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
II devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabi-
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e litados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. havido recurso ou após sua denegação;
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de III abertura dos envelopes contendo as propostas dos concor-
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto- rentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição
colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julga-
abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração mento dos recursos interpostos;
julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem IV verificação da conformidade de cada proposta com os re-
prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113. quisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com
licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão
segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habili- ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendose
tação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;
em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de lei- V julgamento e classificação das propostas de acordo com os
lão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese critérios de avaliação constantes do edital;
em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada VI deliberação da autoridade competente quanto à homologa-
pela Lei nº 8.883, de 1994) ção e adjudicação do objeto da licitação.
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não § 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para
o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público
julgado da decisão a ela pertinente. previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, as-
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direi- sinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
to de participar das fases subsequentes. § 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos
licitantes presentes e pela Comissão.
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qual-
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital
quer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a es-
deverá ajustarse às diretrizes da política monetária e do comércio
clarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a in-
exterior e atender às exigências dos órgãos competentes. clusão posterior de documento ou informação que deveria constar
§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em originariamente da proposta.
moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro. § 4o O disposto neste artigo aplicase à concorrência e, no que
§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convi-
contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior te. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia § 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (inci-
útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. (Redação sos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassifi-
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) cálos por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de
§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.
equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro. § 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de pro-
§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apre- posta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e
sentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames aceito pela Comissão.
consequentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os
licitantes brasileiros quanto à operação final de venda. Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em
§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisi- consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite,
ção de bens com recursos provenientes de financiamento ou doação os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos
oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo por esta Lei.

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NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e
fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de nature-
indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. za predominantemente intelectual, em especial na elaboração de
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não pre- projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
vista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração
ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos,
dos demais licitantes. ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. (Redação dada
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou pela Lei nº 8.883, de 1994)
unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis § 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o se-
com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos guinte procedimento claramente explicitado no instrumento con-
respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação vocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se
não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referi- propõe a pagar:
rem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, I serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas
para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remunera- exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita en-
ção. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) tão a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplicase também às critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com
propostas que incluam mãodeobra estrangeira ou importações de clareza e objetividade no instrumento convocatório e que consi-
qualquer natureza.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) derem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade
técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos,
Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizálo em e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente sua execução;
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores ex- II uma vez classificadas as propostas técnicas, procederseá à
clusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido
a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e
pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
à negociação das condições propostas, com a proponente melhor
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação,
classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e
exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883,
respectivos preços unitários e tendo como referência o limite re-
de 1994)
presentado pela proposta de menor preço entre os licitantes que
I a de menor preço quando o critério de seleção da proposta
obtiveram a valorização mínima;
mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor
III no caso de impasse na negociação anterior, procedimento
o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especifica-
idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponen-
ções do edital ou convite e ofertar o menor preço;
tes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para
II a de melhor técnica; a contratação;
III a de técnica e preço. IV as propostas de preços serão devolvidas intactas aos lici-
IV a de maior lance ou oferta nos casos de alienação de bens tantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obti-
ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, verem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.
de 1994) § 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adi-
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após cionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedi-
obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se mento claramente explicitado no instrumento convocatório:
fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos I será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços,
os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo. de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento
§ 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os lici- convocatório;
tantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem II a classificação dos proponentes farseá de acordo com a média
crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de
exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste
§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a ad- artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante
ministração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração
de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de
seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto
«técnica e preço», permitido o emprego de outro tipo de licita- majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofistica-
ção nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação da e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reco-
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) nhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir
§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não soluções alternativas e variações de execução, com repercussões
previstos neste artigo. significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e
§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser ado-
tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade tadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios
demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) objetivamente fixados no ato convocatório.

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NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com
preterição da ordem de classificação das propostas ou com tercei-
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, ros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por
preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
junto com o edital, todos os elementos e informações necessários cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão
para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de,
com total e completo conhecimento do objeto da licitação. no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles
servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos
Art. 48. Serão desclassificadas: órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
I as propostas que não atendam às exigências do ato convoca- § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcio-
tório da licitação; nalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exi-
II propostas com valor global superior ao limite estabelecido guidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor
ou com preços manifestamente inexequíveis, assim considerados formalmente designado pela autoridade competente.
aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em
de documentação que comprove que os custos dos insumos são registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada
coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtivi- por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços
dade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, con- ou aquisição de equipamentos.
dições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da § 3o Os membros das Comissões de licitação responderão so-
licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) lidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo con- posição individual divergente estiver devidamente fundamentada
sideramse manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada
menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas a decisão.
cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor § 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes
dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a seus membros para a mesma comissão no período subsequente.
50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela administração, § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma
ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores pú-
9.648, de 1998) blicos ou não.
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo ante-
rior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei
cento) do menor valor a que se referem as alíneas “a” e “b”, será deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos inte-
exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adi- ressados no local indicado no edital.
cional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a § 1o O regulamento deverá indicar:
diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor I a qualificação exigida dos participantes;
da correspondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) II as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as III as condições de realização do concurso e os prêmios a se-
propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos rem concedidos.
licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova § 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a
documentação ou de outras propostas escoimadas das causas re- Administração a executálo quando julgar conveniente.
feridas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste
prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a
servidor designado pela Administração, procedendose na forma da
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do proce- legislação pertinente.
dimento somente poderá revogar a licitação por razões de interes- § 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela
se público decorrente de fato superveniente devidamente compro- Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.
vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo § 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual
anulála por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediata-
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ile- mente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento
galidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena
parágrafo único do art. 59 desta Lei. de perder em favor da Administração o valor já recolhido.
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contra- § 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista
to, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica as- Lei nº 8.883, de 1994)
segurado o contraditório e a ampla defesa. § 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, princi-
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplicase aos palmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº
atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação. 8.883, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 20
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Capítulo III Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e
DOS CONTRATOS desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida
Seção I prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
Disposições Preliminares § 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes mo-
dalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei re- I caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo
gulamse pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em
aplicandose lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo
contratos e as disposições de direito privado. Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômi-
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão cos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que de- pela Lei nº 11.079, de 2004)
finam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em II segurogarantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se III fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)
vinculam. § 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excede-
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilida- rá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado
de de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágra-
e da respectiva proposta. fo 3o deste artigo.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que volvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros considerá-
estabeleçam: veis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
I o objeto e seus elementos característicos; autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo
II o regime de execução ou a forma de fornecimento; anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do con-
III o preço e as condições de pagamento, os critérios, database trato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atuali- § 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou res-
zação monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a tituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atuali-
do efetivo pagamento; zada monetariamente.
IV os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, § 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens
de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao
o caso; valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
V o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
classificação funcional programática e da categoria econômica; Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
VI as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
quando exigidas; quanto aos relativos:
VII os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida- I aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
des cabíveis e os valores das multas; estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorroga-
VIII os casos de rescisão; dos se houver interesse da Administração e desde que isso tenha
IX o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso sido previsto no ato convocatório;
de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; II à prestação de serviços a serem executados de forma contí-
X as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para nua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces-
conversão, quando for o caso; sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais
XI a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dis- vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda-
pensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
XII a legislação aplicável à execução do contrato e especial- III (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
mente aos casos omissos; IV ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas
XIII a obrigação do contratado de manter, durante toda a exe- de informática, podendo a duração estenderse pelo prazo de até
cução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigi- V às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI
das na licitação. do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela
§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública Lei nº 12.349, de 2010)
com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no § 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão
estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas
competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econô-
questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. micofinanceiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,
§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de conta- devidamente autuados em processo:
bilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e I alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as carac- II superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-
terísticas e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
no 4.320, de 17 de março de 1964. ções de execução do contrato;

Didatismo e Conhecimento 21
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
III interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit- relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por ins-
mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; trumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntandose cópia
IV aumento das quantidades inicialmente previstas no contra- no processo que lhe deu origem.
to, nos limites permitidos por esta Lei; Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato ver-
V impedimento de execução do contrato por fato ou ato de bal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
terceiro reconhecido pela Administração em documento contem- pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
porâneo à sua ocorrência; (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea
VI omissão ou atraso de providências a cargo da Administra- «a» desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
ção, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, di-
retamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e
sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por es- lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
crito e previamente autorizada pela autoridade competente para inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e
celebrar o contrato. às cláusulas contratuais.
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indetermi- Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de
nado. contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condi-
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e me- ção indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Admi-
diante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o nistração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura,
inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja
meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos ins-
tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
prerrogativa de: concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
I modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às fina- inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
lidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em
II rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no in- que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos
ciso I do art. 79 desta Lei; hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, au-
III fiscalizar lhes a execução; torização de compra ou ordem de execução de serviço.
IV aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial § 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou
do ajuste; ato convocatório da licitação.
V nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente § 2o Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “au-
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do torização de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi- instrumentos hábeis aplicase, no que couber, o disposto no art. 55
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó- desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
tese de rescisão do contrato administrativo. § 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos demais normas gerais, no que couber:
contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia I aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em
concordância do contratado. que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas eco- regido, predominantemente, por norma de direito privado;
nômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se II aos contratos em que a Administração for parte como usuá-
mantenha o equilíbrio contratual. ria de serviço público.
§ 4o É dispensável o «termo de contrato» e facultada a subs-
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo tituição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde-
opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordi- pendentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega
nariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos. imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até
a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos
comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendose termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qual-
a responsabilidade de quem lhe deu causa. quer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa-
gamento dos emolumentos devidos.
Seção II
Da Formalização dos Contratos Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessa-
do para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena
repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previs-
dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os tas no art. 81 desta Lei.

Didatismo e Conhecimento 22
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados pre-
igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso ços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados median-
e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração. te acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não § 1o deste artigo.
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o
equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os lici- contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos
tantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazêlo em trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos
igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro clas- de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corri-
sificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade gidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente
com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
da cominação prevista no art. 81 desta Lei. § 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das pro- ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais,
postas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes li- quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de com-
berados dos compromissos assumidos. provada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão
destes para mais ou para menos, conforme o caso.
Seção III § 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente
Da Alteração dos Contratos os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer,
por aditamento, o equilíbrio econômicofinanceiro inicial.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera- § 7o (VETADO)
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: § 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-
I unilateralmente pela Administração: te de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, com-
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido,
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por
nos limites permitidos por esta Lei; simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.
II por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; Seção IV
b) quando necessária a modificação do regime de execução Da Execução dos Contratos
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-
originários; tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei,
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução to-
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o va- tal ou parcial.
lor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente Art. 66A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2o e no
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão cumprir, durante todo
serviço; o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis- Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legisla-
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, ção. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
objetivando a manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro ini- Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumpri-
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou mento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambien-
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou tes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº fiscalizada por um representante da Administração especialmen-
8.883, de 1994) te designado, permitida a contratação de terceiros para assistilo e
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi- subsidiálo de informações pertinentes a essa atribuição.
ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas § 1o O representante da Administração anotará em registro
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do con-
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de refor- trato, determinando o que for necessário à regularização das faltas
ma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta ou defeitos observados.
por cento) para os seus acréscimos. § 2o As decisões e providências que ultrapassarem a compe-
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limi- tência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores
tes estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
Lei nº 9.648, de 1998)
I (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela
II as supressões resultantes de acordo celebrado entre os con- Administração, no local da obra ou serviço, para representálo na
tratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) execução do contrato.

Didatismo e Conhecimento 23
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o seguintes casos:
objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor- I gêneros perecíveis e alimentação preparada;
reções resultantes da execução ou de materiais empregados. II serviços profissionais;
III obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II,
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados direta- alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de aparelhos,
mente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamen-
na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabili- to e produtividade.
dade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado. Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será
feito mediante recibo.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis-
tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital,
do contrato. do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encar- exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do obje-
gos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração to do contrato correm por conta do contratado.
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar
o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra,
e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.
dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o Seção V
contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho
de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei
ou regulamento.
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí-
zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em
I o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações,
cada caso, pela Administração.
projetos ou prazos;
II o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especifi-
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
cações, projetos e prazos;
I em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento III a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a
e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas par- comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou
tes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado; do fornecimento, nos prazos estipulados;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela IV o atraso injustificado no início da obra, serviço ou forne-
autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado cimento;
pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria V a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem
que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, ob- justa causa e prévia comunicação à Administração;
servado o disposto no art. 69 desta Lei; VI a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa-
II em se tratando de compras ou de locação de equipamentos: ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas
conformidade do material com a especificação; no edital e no contrato;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quanti- VII o desatendimento das determinações regulares da autori-
dade do material e consequente aceitação. dade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim
§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, como as de seus superiores;
o recebimento farseá mediante termo circunstanciado e, nos de- VIII o cometimento reiterado de faltas na sua execução, ano-
mais, mediante recibo. tadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a res- IX a decretação de falência ou a instauração de insolvência
ponsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, civil;
nem éticoprofissional pela perfeita execução do contrato, dentro X a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato. XI a alteração social ou a modificação da finalidade ou da es-
§ 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo trutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;
não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excep- XII razões de interesse público, de alta relevância e amplo
cionais, devidamente justificados e previstos no edital. conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autorida-
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação de da esfera administrativa a que está subordinado o contratante
a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;
procedida dentro dos prazos fixados, reputarseão como realizados, XIII a supressão, por parte da Administração, de obras, servi-
desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias an- ços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do con-
teriores à exaustão dos mesmos. trato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;

Didatismo e Conhecimento 24
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
XIV a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Admi- II ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos,
nistração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em material e pessoal empregados na execução do contrato, necessá-
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou rios à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo III execução da garantia contratual, para ressarcimento da Ad-
prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indeniza- ministração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
ções pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobiliza- IV retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
ções e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, dos prejuízos causados à Administração.
nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento § 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuida-
XV o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos de- de à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
vidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne- § 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do
cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de de-
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna terminadas atividades de serviços essenciais.
ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspen- § 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser pre-
são do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada cedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente,
a situação; ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
XVI a não liberação, por parte da Administração, de área, § 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior per-
local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, mite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no
nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais inciso I deste artigo.
especificadas no projeto;
XVII a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regular- Capítulo IV
mente comprovada, impeditiva da execução do contrato. DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formal-
E DA TUTELA JUDICIAL
mente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditó-
Seção I
rio e a ampla defesa.
Disposições Gerais
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27,
sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o
9.854, de 1999)
contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do
prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumpri-
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I determinada por ato unilateral e escrito da Administração, mento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior; legalmente estabelecidas.
II amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos li-
processo da licitação, desde que haja conveniência para a Admi- citantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não
nistração; aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo pri-
III judicial, nos termos da legislação; meiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
IV (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser prece- Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em
dida de autorização escrita e fundamentada da autoridade compe- desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os ob-
tente. jetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e
XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será criminal que seu ato ensejar.
este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que hou-
ver sofrido, tendo ainda direito a: Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmen-
I devolução de garantia; te tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos,
II pagamentos devidos pela execução do contrato até a data além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou
da rescisão; mandato eletivo.
III pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei,
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remunera-
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do con- ção, cargo, função ou emprego público.
trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente § 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei,
por igual tempo. quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal,
assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e so-
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior ciedades de economia mista, as demais entidades sob controle, di-
acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções pre- reto ou indireto, do Poder Público.
vistas nesta Lei: § 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os
I assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; em comissão ou de função de confiança em órgão da Adminis-

Didatismo e Conhecimento 25
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
tração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia I tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por
mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
indiretamente pelo Poder Público. II tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos
da licitação;
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às III demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Administração em virtude de atos ilícitos praticados.
Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer Seção III
outras entidades sob seu controle direto ou indireto. Dos Crimes e das Penas

Seção II Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses pre-
Das Sanções Administrativas vistas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à
dispensa ou à inexigibilidade:
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeita- Pena detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
rá o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo
convocatório ou no contrato. comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Admi- beneficiouse da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar
nistração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras contrato com o Poder Público.
sanções previstas nesta Lei.
§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
será descontada da garantia do respectivo contratado. qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento
§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vanta-
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua gem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente Pena detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada
judicialmente. Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Admi- à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo
nistração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado Poder Judiciário:
as seguintes sanções: Pena detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
I advertência;
II multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modifi-
no contrato; cação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do
III suspensão temporária de participação em licitação e impe- adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o
dimento de contratar com a Administração, por prazo não superior Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da lici-
a 2 (dois) anos; tação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar
IV declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade,
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi- observado o disposto no art. 121 desta Lei:(Redação dada pela Lei
nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante nº 8.883, de 1994)
a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida Pena detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos pela Lei nº 8.883, de 1994)
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, ten-
no inciso anterior. do comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalida-
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia de, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua modificações ou prorrogações contratuais.
diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente de-
vidos pela Administração ou cobrada judicialmente. Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo ato de procedimento licitatório:
poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a Pena detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de
5 (cinco) dias úteis. Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedi-
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de com- mento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassálo:
petência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual Pena detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado
no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de vio-
vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de
sua aplicação. (Vide art 109 inciso III) qualquer tipo:
Pena detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo pena correspondente à violência.
anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profis- Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou
sionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei: desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.

Didatismo e Conhecimento 26
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo
instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da
contrato dela decorrente: data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as
I elevando arbitrariamente os preços; testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indi-
II vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsifi- car as demais provas que pretenda produzir.
cada ou deteriorada;
III entregando uma mercadoria por outra; Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e
IV alterando substância, qualidade ou quantidade da merca- praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo
doria fornecida; juiz, abrirseá, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada
V tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a parte para alegações finais.
proposta ou a execução do contrato:
Pena detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro
de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa a sentença.
ou profissional declarado inidôneo:
Pena detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado 5 (cinco) dias.
inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscri- definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que
ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover lhes digam respeito, aplicarseão, subsidiariamente, o Código de
indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro Processo Penal e a Lei de Execução Penal.
do inscrito:
Pena detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Capítulo V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei
consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação
em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vanta-
desta Lei cabem:
gem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
I recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intima-
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser
ção do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou
inexigibilidade de licitação. b) julgamento das propostas;
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o c) anulação ou revogação da licitação;
caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral,
sua alteração ou cancelamento;
Seção IV e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79
Do Processo e do Procedimento Judicial desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pú- ou de multa;
blica incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovêla. II representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação
da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos que não caiba recurso hierárquico;
desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendolhe, por III pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Es-
escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as cir- tado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na
cunstâncias em que se deu a ocorrência. hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará da intimação do ato.
a autoridade reduzila a termo, assinado pelo apresentante e por § 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”,
duas testemunhas. “b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos a advertência
e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhece- na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas “a”
rem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi
Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de contro- adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta
le interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos cri- aos interessados e lavrada em ata.
mes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias § 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste
e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente,
motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pú- recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
blica, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicandose, no que § 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitan-
couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal. tes, que poderão impugnálo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

Didatismo e Conhecimento 27
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermé- § 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema
dio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil ime-
decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, diatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de
fazêlo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a deci- edital de licitação já publicado, obrigandose os órgãos ou entida-
são ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado des da Administração interessada à adoção de medidas corretivas
do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade. pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.
§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo
estejam com vista franqueada ao interessado. Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a préqua-
§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de lificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre
“carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no pa- que o objeto da licitação recomende análise mais detida da qualifi-
rágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei cação técnica dos interessados.
nº 8.883, de 1994) § 1o A adoção do procedimento de préqualificação será feita
mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela ime-
Capítulo VI diatamente superior.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 2o Na préqualificação serão observadas as exigências desta
Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, procedimento e à analise da documentação.
excluirseá o dia do início e incluirseá o do vencimento, e consi-
derarseão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas
disposto em contrário. relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos execução das licitações, no âmbito de sua competência, observa-
neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade. das as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na
ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o imprensa oficial.
autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administra-
ção possa utilizálo de acordo com o previsto no regulamento de Art. 116. Aplicamse as disposições desta Lei, no que couber,
concurso ou no ajuste para sua elaboração. aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres
Parágrafo único. Quando o projeto referirse a obra imaterial celebrados por órgãos e entidades da Administração.
de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos di- § 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou
reitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação
elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, de competente plano de trabalho proposto pela organização interes-
desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza sada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
e aplicação da obra. I identificação do objeto a ser executado;
II metas a serem atingidas;
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de III etapas ou fases de execução;
uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a en- IV plano de aplicação dos recursos financeiros;
tidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização V cronograma de desembolso;
e pagamento. VI previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim
§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, da conclusão das etapas ou fases programadas;
nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebra- VII se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia,
dos por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorcia- comprovação de que os recursos próprios para complementar a
dos. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o
§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão
licitação e da execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, descentralizador.
de 2005) § 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará
ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Munici-
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e pal respectiva.
demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal § 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita con-
de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando formidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos
os órgãos interessados da Administração responsáveis pela de- a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das
monstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, impropriedades ocorrentes:
nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle I quando não tiver havido comprovação da boa e regular apli-
interno nela previsto. cação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local,
poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador
do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle in-
desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. terno da Administração Pública;

Didatismo e Conhecimento 28
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
II quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos re- art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem crono-
cursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fa- lógica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias con-
ses programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais tados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações re-
de Administração Pública nas contratações e demais atos pratica- lativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666,
dos na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
com relação a outras cláusulas conveniais básicas; Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimô-
III quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras nio da União continuam a regerse pelas disposições do Decretolei
apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por integran- no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os re-
tes do respectivo sistema de controle interno. lativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela
§ 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam
obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de institui- regidos pela legislação pertinente, aplicandose esta Lei, no que
ção financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior couber.
a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou
operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observarseá proce-
quando a utilização dos mesmos verificarse em prazos menores dimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasi-
que um mês. leiro de Aeronáutica.
§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo
anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas,
e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades
constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamenta-
contas do ajuste. ção específica.
§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do
convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, Art. 124. Aplicamse às licitações e aos contratos para per-
inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações finan- missão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta
ceiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o assun-
dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, to. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do
responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de
ou entidade titular dos recursos. serviços com execução prévia de obras em que não foram previs-
tos desembolso por parte da Administração Pública concedente.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de
Contas regemse pelas normas desta Lei, no que couber, nas três Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
esferas administrativas. ção. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883,
de 1994)
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as
entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas Art. 126. Revogamse as disposições em contrário, espe-
sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei. cialmente os Decretosleis nos 2.300, de 21 de novembro de
1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fun- 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei
dações públicas e demais entidades controladas direta ou indire- no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por força do
tamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e
sujeitas às disposições desta Lei. 105o da República.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no ITAMAR FRANCO
âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade
de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos,
sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.

Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anual-
mente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar
no Diário Oficial da União, observando como limite superior a va-
riação geral dos preços do mercado, no período. (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações ins-


tauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência,
ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art.
65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no «caput» do

Didatismo e Conhecimento 29
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
TÍTULO II
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS Do Provimento dos Cargos
PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DO CAPÍTULO I
CEARÁ (LEI ESTADUAL Nº9.826/74 Das Disposições Preliminares
E SUAS ALTERAÇÕES);
Art. 6º Os cargos públicos do Estado do Ceará são acessíveis
a todos brasileiros, observadas as condições prescritas em lei e re-
gulamento.
LEI Nº 9.826, de 14 de maio de 1974
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Art. 7º De acordo com a natureza dos cargos, o seu provimen-
Públicos Civis do Estado. to pode ser em caráter efetivo ou em comissão.
*
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço saber Art. 8º Os cargos em comissão serão providos, por livre no-
que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono e promulgo meação da autoridade competente, dentre pessoas que possuam
a seguinte Lei: aptidão profissional e reúnam as condições necessárias à sua in-
vestidura, conforme se dispuser em regulamento.
TÍTULO I *Ver Constituição Federal art. 37, inciso V, com a redação
Do Regime Jurídico do Funcionário dada pela Emenda Constitucional Federal nº 19, de 4.6.1998 – D.
O. U. de 5.6.1998; art. 26 da Lei nº 11.966 de 17.6.1992 – D. O.
CAPÍTULO ÚNlCO Dos Princípios Gerais 17.6.1992; art. 34 da Lei nº 12.075, de 15.2.1993– D. O.18.2.1993;
arts. 28 e 29 da Lei nº 12.262, de 2.2.1994 – D. O. 3.2.1994; art. 64
Art. 1º Regime Jurídico do Funcionário Civil é o conjunto de da Lei nº 12.482, de 31.7.1995 – D. O. 11.8.1995 e arts. 11 e 56 da Lei
normas e princípios, estabelecidos por este Estatuto e legislação nº 12.483, de 3.8.1995– D. O. 11.8.1995 – Apêndice.
complementar, reguladores das relações entre o Estado e o ocu- *§ 1º A escolha dos ocupantes de cargos em comissão poderá
pante de cargo público. recair, ou não, em funcionário do Estado, na forma do regulamento.
* *Ver Constituição Federal art. 37, inciso V com a redação
Art. 2º Aplicase o regime jurídico de que trata esta lei: dada pela Emenda Constitucional Federal nº 19, de 4.6.1998 –
*Ver Lei nº 11.712, de 24.7.1990 D. O. de 4.9.1990 Resolu- D. O. U. de 5.6.1998 e art. 26 da Lei nº 11.966 de 17.6.1992 D. O.
ção nº 252, de 30.4.1991 17.6.1992 – Apêndice.
D. O. 6.5.1991, Lei nº 12.062, de 12.1.1993 D. O. 13.1.1993 § 2º No caso de recair a escolha em servidor de entidade da
e Lei nº 12.482, de 31.7.1995 D. O. 11.8.1995 Apêndice. Administração Indireta, ou em funcionário não subordinado à au-
I aos funcionários do Poder Executivo; toridade competente para nomear, o ato de nomeação será precedi-
II aos funcionários autárquicos do Estado; do da necessária requisição.
III aos funcionários administrativos do Poder Legislativo; § 3º A posse em cargo em comissão determina o concomitante
*IV aos funcionários administrativos do Tribunal de Contas afastamento do funcionário do cargo efetivo de que for titular, res-
do Estado e do Conselho de Contas dos Municípios. salvados os casos de comprovada acumulação legal.
*Ver Emenda Constitucional nº 9, de 16.12.1992 D. O. de
22.12.1992. Art. 9º Os cargos públicos são providos por:
I nomeação;
Art. 3º Funcionário Público Civil é o ocupante de cargo públi- II promoção;
co, ou o que, extinto ou declarado desnecessário o cargo, é posto *III acesso;
em disponibilidade. *Ver Constituição Federal art. 37, inciso II e Constituição
Estadual art. 154, inciso II.
Art. 4º Cargo público é o lugar inserido no Sistema Admi- *IV transferência;
nistrativo Civil do Estado, caracterizandose, cada um, por deter- *Ver Constituição Federal art. 37, inciso II e Constituição
minado conjunto de atribuições e responsabilidades de natureza Estadual art. 154, inciso II.
permanente. V reintegração;
Parágrafo único Excluise da regra conceitual deste artigo o VI aproveitamento;
conjunto de empregos que, inserido no Sistema Administrativo Ci- VII reversão;
vil do Estado, se subordina à legislação trabalhista. VIII transposição;
IX transformação.
Art. 5º Para os efeitos deste Estatuto, considerase Sistema
Administrativo o complexo de órgãos dos Poderes Legislativo e Art. 10 O ato de provimento deverá indicar a existência de
Executivo e suas entidades autárquicas. vaga, com os elementos capazes de identificála.

Art. 11 O disciplinamento normativo das formas de provi-


mento dos cargos públicos referidos nos itens VIII e IX do art. 9º é
objeto de legislação específica.

Didatismo e Conhecimento 30
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO II a) de vinte e cinco (25) anos, quando se tratar de ingresso em
Do Concurso categoria funcional que importe em exigência de curso de nível
médio; e
*Art. 12 Compete a cada Poder e a cada Autarquia ou órgão b) de trinta e cinco (35) anos, quando se tratar de ingresso nas
auxiliar, autônomo, a iniciativa dos concursos para provimento dos demais categorias;
cargos vagos. c) independerá dos limites previstos nas alíneas anteriores a
*Ver Lei nº 11.449, de 2.6.1988 D. O. 10.6.1988; Lei n inscrição do candidato que já ocupe cargo integrante do Grupo Se-
º 11.462, de 8.6.1988 D. O. 10.6.1988; Lei de nº 11.551, de gurança Pública.
18.5.1989 D. O. 19.5.1989; Lei nº 11.925, de 13.3.1992 D. O. § 1º Das inscrições para o concurso constarão, obrigatoria-
13.3.1992; arts. 33, 34, 35, 36 da Lei de nº 11.714 de 25.7.1990 mente:
D. O. 4.9.1990 e arts. 15, 16, 17, 18 e 19 da Lei nº 12.386, de *I o limite de idade dos candidatos, que poderá variar de de-
9.12.1994 D. O. 9.12.1994 Apêndice. zoito (18) anos completos até cinquenta (50) anos incompletos, na
forma estabelecida no caput deste artigo;
Art. 13 A realização dos concursos para provimento dos car- *Ver Constituição Estadual, art. 155.
gos da Administração Direta do Poder Executivo competirá ao Ór- II o grau de instrução exigível, mediante apresentação do res-
gão Central do Sistema de Pessoal. pectivo certificado;
§ 1º A execução dos concursos para provimento dos cargos da III a quantidade de vagas a serem preenchidas, distribuídas
lotação do Tribunal de Contas do Estado, do Conselho de Contas por especialização da disciplina, quando referentes a cargo do Ma-
dos Municípios e das Autarquias receberá a orientação normativa e gistério e de atividades de nível superior ou outros de denomina-
supervisão técnica do órgão central referido neste artigo. ção genérica;
§ 2º O Órgão Central do Sistema de Pessoal poderá delegar a IV o prazo de validade do concurso, de dois (2) anos, prorro-
realização dos concursos aos órgãos setoriais e seccionais de pes- gável a juízo da autoridade que o abriu ou o iniciou;
soal das diversas repartições e entidades, desde que estes apresen- V descrição sintética do cargo, incluindo exemplificação de
tem condições técnicas para efetivação das atividades de recruta- tarefas típicas, horário, condições de trabalho e retribuição;
VI tipos e Programa das Provas;
mento e seleção, permanecendo, sempre, o órgão delegante, com
VII exigências outras, de acordo com as especificações do
a responsabilidade pela perfeita execução da atividade delegada.
cargo.
§ 2º Independerá de idade, a inscrição do candidato que seja
*Art. 14 É fixada em cinquenta (50) anos a idade máxima
servidor de Órgãos da Administração Estadual Direta ou Indireta.
para inscrição em concurso público destinado a ingresso nas ca-
§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, a habilitação no con-
tegorias funcionais instituídas de acordo com a Lei Estadual nº.
curso somente produzirá efeito se, no momento da posse ou exer-
9.634, de 30 de outubro de 1972, ressalvadas as exceções a seguir
cício no novo cargo ou emprego, o candidato ainda possuir a quali-
indicadas:
dade de servidor ativo, vedada a aposentadoria concomitante para
*Redação dada pela Lei nº 10.340, de 22.11.1979 D. O. elidir a acumulação do cargo.
3.12.1979 Apêndice.
*A Constituição Federal de 1988 não prevê idade máxima Art. 15 Encerradas as inscrições, legalmente processadas,
para inscrição em Concurso Público. para concurso destinado ao provimento de qualquer cargo, não se
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): abrirão novas inscrições antes da realização do concurso.
Art. 14 – Das instruções para o concurso constarão, obri-
gatoriamente: I – o limite de idade dos candidatos, que poderá Art. 16 Ressalvado o caso de expressa condição básica para
variar de 18 (dezoito) anos completos até 45 (quarenta e cinco) provimento de cargo prevista em regulamento, independerá de
anos incompletos, dependendo da natureza do cargo a ser provi- limite de idade a inscrição, em concurso, de ocupante em cargo
do, ficando a critério da Administração ampliar o limite máximo, público.
em cada caso; II – o grau de instrução exigível, mediante apre-
sentação do respectivo certificado; III – a quantidade de vagas a CAPÍTULO III
serem preenchidas, distribuídas por especialização da disciplina, Da Nomeação
quando referentes a cargos de magistério e de atividades de ní- *
vel superior ou outros de denominação genérica; IV – o prazo de Art. 17 A nomeação será feita:
validade do concurso, de dois anos, prorrogável a juízo da auto- *Ver Emenda Constitucional Federal nº 19, de 4.6.1998 –
ridade que o abriu ou o iniciou; V – descrição sintética do cargo, D. O. de 5.6.1998; Lei nº 11.462, de 8.6.1988 D. O. 10.6.1988 e
incluindo exemplificação de tarefas típicas, horário, condições de art. 36, §§ 1º e 2º da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 D. O. 4.9.1990
trabalho e retribuição; VI – tipos e programas das provas; VII – Apêndice.
exigências outras, de acordo com as especificações do cargo. I em caráter vitalício, nos casos expressamente previstos na
I para a inscrição em concurso para o Grupo de Tributação e Constituição;
Arrecadação a idade limite é de trinta e cinco (35) anos. II em caráter efetivo, quando se tratar de nomeação para cargo
*II e para inscrição em concurso destinado ao ingresso nas da classe inicial ou singular de determinada categoria funcional;
categorias funcionais do Grupo Segurança Pública, são fixados os *III em comissão, quando se tratar de cargo que assim deve
seguintes limites máximos de idade: ser provido.
*Ver Lei nº 12.124, de 6.7.1993 – D. O. 14.7.1993. *Ver Emenda Constitucional Federal nº 19, de 4.6.1998 –

Didatismo e Conhecimento 31
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
D. O. de 4.6.1998; Constituição Federal art. 37, inciso V; Cons- IV o Diretor Geral do órgão central do sistema de pessoal, aos
tituição Estadual art. 154, item V; art. 38 da Lei nº 11.714, de demais funcionários da Administração Direta;
25.7.1990 – D. O. 4.9.1990; e art. 26 da Lei nº 11.966 de 17.6.1992 V os dirigentes das Autarquias, aos funcionários dessas enti-
D. O. 17.6.1992 – Apêndice. dades.
Parágrafo único Em caso de impedimento temporário do ti- *
tular do cargo em comissão, a autoridade competente nomeará o Art. 22 No ato da posse será apresentada declaração, pelo
substituto, exonerandoo, findo o período da substituição. funcionário empossado, dos bens e valores que constituem o seu
patrimônio, nos termos da regulamentação própria.
Art. 18 Será tornada sem efeito a nomeação quando, por ato *Regulamentado pelo Decreto nº 11.471, de 29.9.1975 D. O.
ou omissão do nomeado, a posse não se verificar no prazo para 4.12.1975 Apêndice.
esse fim estabelecido.
Art. 23 Poderá haver posse por procuração, quando se tratar
CAPÍTULO IV de funcionário ausente do País ou do Estado, ou, ainda, em casos
Da Posse especiais, a juízo da autoridade competente.

Art. 19 Posse é o fato que completa a investidura em cargo Art. 24 A autoridade de que der posse verificará, sob pena de
público. responsabilidade:
Parágrafo único Não haverá posse nos casos de promoção, I se foram satisfeitas as condições legais para a posse;
acesso e reintegração. II se do ato de provimento consta a existência de vaga, com os
elementos capazes de identifica-la;
Art. 20 Só poderá ser empossado em cargo público quem sa- III em caso de acumulação, se pelo órgão competente foi de-
tisfizer os seguintes requisitos: clarada lícita.
I ser brasileiro;
*II ter completado 18 anos de idade; Art. 25 A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias da publi-
*Ver Constituição Estadual art. 155. cação do ato de provimento no órgão oficial.
III estar no gozo dos direitos políticos; Parágrafo único A requerimento do funcionário ou de seu
IV estar quite com as obrigações militares e eleitorais; representante legal, a autoridade competente para dar posse poderá
V ter boa conduta; prorrogar o prazo previsto neste artigo, até o máximo de 60 (ses-
VI gozar saúde, comprovada em inspeção médica, na forma senta) dias contados do seu término.
legal e regulamentar;
VII possuir aptidão para o cargo; CAPÍTULO V
VIII ter-se habilitado previamente em concurso, exceto nos Da Fiança
casos de nomeação para cargo em comissão ou outra forma de
provimento para a qual não se exija o concurso; Art. 26 O funcionário nomeado para cargo cujo provimento
IX ter atendido às condições especiais, prescritas em lei ou dependa de prestação de fiança não poderá entrar em exercício sem
regulamento para determinados cargos ou categorias funcionais. a prévia satisfação dessa exigência.
§ 1º A prova das condições a que se refere os itens I e II deste § 1º A fiança poderá ser prestada em:
artigo não será exigida nos casos de transferência, aproveitamento I dinheiro;
e reversão. II título da divida pública da União ou do Estado, ações de
§ 2º Ninguém poderá ser empossado em cargo efetivo sem sociedade de economia mista que o Estado participe como acio-
declarar, previamente, que não ocupa outro cargo ou exerce função nista, e
ou emprego público da União, dos Estados, dos Municípios, do III apólice de seguro fidelidade funcional, emitida por insti-
Distrito Federal, dos Territórios, de Autarquias, empresas públicas tuição oficial ou legalmente autorizada para esse fim.
e sociedades de economia mista, ou apresentar comprovante de § 2º O seguro poderá ser feito pela própria repartição em que
exoneração ou dispensa do outro cargo que ocupava, ou da fun- terá exercício o funcionário.
ção ou emprego que exerce, ou, ainda, nos casos de acumulação § 3º Não se admitirá o levantamento da fiança antes de tomada
legal, comprovante de ter sido a mesma julgada lícita pelo órgão de contas do funcionário.
competente. § 4º O responsável por alcance ou desvio de bens do Estado não
ficará isento da ação administrativa que couber, ainda que o valor da
Art. 21 São competentes para dar posse: fiança seja superior ao dano verificado ao patrimônio público.
I o Governador do Estado, às autoridades que lhe são direta-
mente subordinadas; CAPÍTULO VI
II os Secretários de Estado, aos dirigentes de repartições que Do Estágio Probatório
lhes são diretamente subordinadas; *
III os dirigentes das Secretarias Administrativas, ou unidades Art. 27 Estágio probatório é o triênio de efetivo exercício no
de administração geral equivalente, da Assembleia Legislativa, do cargo de provimento efetivo, contado do início do exercício fun-
Tribunal de Contas do Estado, e do Conselho de Contas dos Muni- cional, durante o qual é observado o atendimento dos requisitos
cípios, aos seus funcionários, se de outra maneira não estabelece- necessários à confirmação do servidor nomeado em virtude de
rem as respectivas leis orgânicas e regimentos internos; concurso público

Didatismo e Conhecimento 32
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. *§ 5º Durante o estágio probatório, os cursos de treinamento
8.1.2001 – Apêndice. para formação profissional ou aperfeiçoamento do servidor, pro-
*Ver arts. 37, II, 39, § 3º e 41 da Constituição Federal. movidos gratuitamente pela Administração, serão de participação
*Ver art. 28 da Emenda Constitucional Federal nº 19, obrigatória e o resultado obtido pelo servidor será considerado por
de 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998; art. 20 da Lei nº 12.386, de ocasião da avaliação especial de desempenho, tendo a reprovação
9.12.1994 D. O. 9.12.1994 Apêndice. caráter eliminatório.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826 de 14.5.1974): *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
Art. 27 Estágio probatório é o período nunca superior a dois 8.1.2001 – Apêndice.
anos, contado do início do exercício funcional durante o qual são *§ 6º Fica vedada qualquer espécie de afastamento dos ser-
apurados os requisitos necessários à confirmação do funcionário vidores em estágio probatório, ressalvados os casos previstos nos
no cargo de provimento efetivo para o qual foi nomeado. incisos I, II, III, IV, VI, X, XII, XIII, XV e XXI do art. 68 da Lei nº
*§ 1º Como condição para aquisição da estabilidade, é obriga- 9.826, de 14 de maio de 1974.
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
para essa finalidade. 8.1.2001 – Apêndice.
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. *§ 7º O servidor em estágio probatório não fará jus a ascensão
8.1.2001 – Apêndice. funcional.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 1º Os re- *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
quisitos de que trata este artigo são os seguintes: I adaptação do 8.1.2001 – Apêndice.
funcionário ao trabalho, verificada através de avaliação objetiva *§ 8º As faltas disciplinares cometidas pelo servidor após o
da capacidade de desempenho das atribuições do cargo, realizada decurso do estágio probatório e antes da conclusão da avaliação
em treinamento de iniciação ou das técnicas do cargo; II equilí- especial de desempenho serão apuradas por meio de processo
brio emocional e capacidade de integração grupal, bem como de administrativo disciplinar, precedido de sindicância, esta quando
desenvolver boas relações humanas no trabalho; III cumprimento necessária.
dos deveres gerais e especiais do funcionário. *Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
*§ 2º A avaliação especial de desempenho do servidor será 8.1.2001 – Apêndice.
*§ 9º São independentes as instâncias administrativas da
realizada:
avaliação especial de desempenho e do processo administrativo
a) extraordinariamente, ainda durante o estágio probatório,
disciplinar, na hipótese do parágrafo anterior, sendo que resultan-
diante da ocorrência de algum fato dela motivador, sem prejuízo
do exoneração ou demissão do servidor, em qualquer dos proce-
da avaliação ordinária;
dimentos, restará prejudicado o que estiver ainda em andamento.
b) ordinariamente, logo após o término do estágio probatório,
*Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O.
devendo a comissão ater-se exclusivamente ao desempenho do
8.1.2001 – Apêndice.
servidor durante o período do estágio.
*
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. Art. 28 O servidor que durante o estágio probatório não satis-
8.1.2001 – Apêndice. fizer qualquer dos requisitos previstos no § 3º do artigo anterior,
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 2º O está- será exonerado, nos casos dos itens I e II, e demitido na hipótese
gio probatório corresponderá a uma complementação do processo do item III.
seletivo, devendo ser obrigatoriamente supervisionado pela auto- *Parágrafo único O ato de exoneração ou de demissão do
ridade a que estiver sujeito hierarquicamente o funcionário, ou servidor em razão de reprovação na avaliação especial de desem-
nos termos do Regulamento. penho será expedido pela autoridade competente para nomear.
*§ 3º Além de outros específicos indicados em lei ou regula- *Alterado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. 8.1.2001
mento, os requisitos de que trata este artigo são os seguintes: – Apêndice.
I adaptação do servidor ao trabalho, verificada por meio de *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): O funcioná-
avaliação da capacidade e qualidade no desempenho das atribui- rio que, em estágio probatório, não satisfizer qualquer dos requi-
ções do cargo; sitos previstos no artigo anterior, será exonerado, nos casos dos
II equilíbrio emocional e capacidade de integração; itens I e II desse artigo, e demitido, na hipótese do item III do mes-
III cumprimento dos deveres e obrigações do servidor públi- mo artigo, cabendo a iniciativa do procedimento de sindicância ao
co, inclusive com observância da ética profissional. dirigente da repartição, sob pena de sua responsabilidade. Pará-
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. grafo único Na ausência da providência de que trata este artigo,
8.1.2001 – Apêndice. a iniciativa poderá ser de qualquer interessado, não excluindo a
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 3º No es- apuração da responsabilidade da autoridade omissa.
tágio probatório, os cursos de treinamento para formação profis-
sional ou aperfeiçoamento do funcionário são de caráter compe- Art. 29 – O ato administrativo declaratório da estabilidade
titivo e eliminatório. do servidor no cargo de provimento efetivo, após cumprimento do
*§ 4º O estágio probatório corresponderá a uma complemen- estágio probatório e aprovação na avaliação especial de desem-
tação do concurso público a que se submeteu o servidor, devendo penho, será expedido pela autoridade competente para nomear,
ser obrigatoriamente acompanhado e supervisionado pelo Chefe retroagindo seus efeitos à data do término do período do estágio
Imediato. probatório.
*Acrescentado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. *Alterado pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. 8.1.2001
8.1.2001 – Apêndice. – Apêndice.

Didatismo e Conhecimento 33
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 3º O funcionário afastado nos termos do parágrafo anterior
Art. 29 A qualquer tempo do período de estágio probató- terá direito à percepção do benefício do auxílio reclusão, nos ter-
rio, a critério do dirigente da repartição onde o estagiário estiver mos da legislação previdenciária específica.
em exercício, poderá ser declarado cumprido o estágio e
o funcionário confirmado no seu cargo, desde que satisfaça os Art. 35 Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por lotação
requisitos estabelecidos no art. 27 e seus parágrafos. § 1º De qual- a quantidade de cargos, por grupo, categoria funcional e classe,
quer modo, caso não tenham sido adotadas quaisquer providên- fixada em regulamento como necessária ao desenvolvimento das
cias para a supervisão objetiva do estágio probatório, este será atividades das unidades e entidades do Sistema Administrativo Ci-
encerrado após o decurso do prazo referido no art. 27 deste vil do Estado.
Estatuto, confirmando-se o funcionário no cargo. § 2º O ato de
confirmação do funcionário no cargo, cumprido o estágio proba- Art. 36 Para entrar em exercício, o funcionário é obrigado a
tório, será expedido pela autoridade competente para nomear. apresentar ao órgão de pessoal os elementos necessários à atuali-
zação de seu cadastro individual.
Art. 30 O funcionário estadual que, sendo estável, tomar pos-
se em outro cargo para cuja confirmação se exige estágio probató- CAPÍTULO VIII Da Remoção
rio, será afastado do exercício das atribuições do cargo que ocupa- *
va, com suspensão do vínculo funcional nos termos do artigo 66, Art. 37 Remoção é o deslocamento do funcionário de uma
item I, alíneas a, b e c desta lei. para outra unidade ou entidade do Sistema Administrativo, pro-
Parágrafo único Não se aplica o disposto neste artigo aos cessada de ofício ou a pedido do funcionário, atendidos o interesse
casos de acumulação lícita. público e a conveniência administrativa.
*O instituto da remoção foi regulamentado pela Lei nº
CAPÍTULO VII Do Exercício 10.276, de 3.7.1979 D. O.
3.7.1979 Apêndice.
*Art. 31 O início, a interrupção e o reinício do exercício das § 1º A remoção respeitará a lotação das unidades ou entidades
administrativas interessadas e será realizada, no âmbito de cada
atribuições do cargo serão registrados no cadastro individual do
uma, pelos respectivos dirigentes e chefes, conforme se dispuser
funcionário.
em regulamento.
*Ver art. 67 da Lei nº 12.386, de 9.12.1994 D. O. 9.12.1994
§ 2º O funcionário estadual cujo cônjuge, também servidor
– Apêndice.
público, for designado ex officio para ter exercício em outro ponto
do território estadual ou nacional ou for detentor de mandato ele-
Art. 32 Ao dirigente da repartição para onde for designado o
tivo, tem direito a ser removido ou posto à disposição da unidade
funcionário compete dar-lhe exercício.
de serviço estadual que houver no lugar de domicílio do cônjuge
ou em que funcionar o órgão sede do mandato eletivo, com todos
Art. 33 O exercício funcional terá início no prazo de trinta os direitos e vantagens do cargo.
dias, contados da data:
I da publicação oficial do ato, no caso de reintegração; Art. 38 A remoção por permuta será processada a pedido es-
II da posse, nos demais casos. crito de ambos os interessados e de acordo com as demais dispo-
sições deste Capítulo.
Art. 34 O funcionário terá exercício na repartição onde for CAPÍTULO IX
lotado o cargo por ele ocupado, não podendo dela se afastar, salvo Da Substituição
nos casos previstos em lei ou regulamento.
§ 1º O afastamento não se prolongará por mais de quatro anos Art. 39 Haverá substituição nos casos de impedimento legal
consecutivos, salvo: ou afastamento de titular de cargo em comissão.
I quando para exercer as atribuições de cargo ou função de
direção ou de Governo dos Estados, da União, Distrito Federal, Art. 40 A substituição será automática ou dependerá de no-
Territórios e Municípios e respectivas entidades da administração meação.
indireta; § 1º A substituição automática é estabelecida em lei, regula-
II quando à disposição da Presidência da República; mento, regimento ou manual de serviço, e proceder-se-á indepen-
III quando para exercer mandato eletivo, estadual, federal ou dentemente de lavratura de ato.
municipal, observado, quanto a este, o disposto na legislação es- *§ 2º Quando depender de ato da administração, o substituto
pecial pertinente; será nomeado pelo Governador, Presidente da Assembleia, Presi-
IV quando convocado para serviço militar obrigatório; dente do Tribunal de Contas, Presidente do Conselho de Contas
V quando se tratar de funcionário no gozo de licença para dos Municípios, ou dirigente autárquico, conforme o caso.
acompanhar o cônjuge. *Ver Emenda Constitucional nº 9, de 16.12.1992 – D. O.
§ 2º Preso preventivamente, pronunciado por crime comum 22.12.1992 – Apêndice.
ou denunciado por crime inafiançável, em processo do qual não *§ 3º A substituição, nos termos dos parágrafos anteriores,
haja pronúncia, o funcionário será afastado do exercício, até sen- será gratuita, salvo se exceder de 30 dias, quando então será remu-
tença passada em julgado. nerada por todo o período.

Didatismo e Conhecimento 34
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
* Regulamentado pelo Decreto nº 19.168, de 4.3.1988 D. O. aos casos de conversão das atuais gratificações adicionais por
7.3.1988 – Apêndice. tempo de serviço, em que se levará em conta todo o tempo de ser-
viço pelo qual o funcionário fez jus às referidas vantagens.
Art. 41 Em caso de vacância do cargo em comissão e até seu
provimento, poderá ser designado, pela autoridade imediatamente SEÇÃO II
superior, um funcionário para responder pelo expediente. Da Ascensão Funcional
Parágrafo único Ao responsável pelo expediente se aplicam
as disposições do art. 40, § 3º. *Art. 46 Ascensão funcional é a elevação do funcionário de
um cargo para outro de maiores responsabilidades e atribuições
Art. 42 Pelo tempo da substituição remunerada, o substituto mais complexas, ou que exijam maior tempo de preparação pro-
perceberá o vencimento e a gratificação de representação do cargo, fissional, de nível de vencimento mais elevado, ou de atribuições
ressalvado o caso de opção, vedada, porém, a percepção cumulati- mais compatíveis com as suas aptidões.
va de vencimento, gratificações e vantagens. *Ver arts. 21, 22, 23, 29 e Parágrafo único da Lei de nº
12.386, de 9.12.1994 D. O. 9.12.1994, e Decreto nº 22.793 de
CAPÍTULO X 1º.10.1993 D. O. 4.10.1993 – Apêndice.
Da Progressão e Ascensão Funcionais
*SEÇÃO I Art. 47 São formas de ascensão funcional:
Da Progressão Horizontal I a promoção;
*Revogada a SEÇÃO I, compreendendo os artigos 43 a 45, *II o acesso;
pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 – D. O. de 18.6.1999. *Ver Constituição Federal art. 37, inciso II Constituição Es-
tadual art. 154, inciso II.
Artigos Revogados: III a transferência.

*Art. 43 Progressão horizontal é o percentual calculado so- Art. 48 A promoção é a elevação do funcionário à classe ime-
bre o vencimento, a que fará jus o funcionário, por quinquênio de diatamente superior àquela em que se encontra dentro da mesma
efetivo exercício, caracterizando-se como recompensa da antigui- série de classes na categoria funcional a que pertencer.
dade funcional.
*Ver Lei nº 10.802, de 13.6.83 D. O. 14.6.83 Apêndice. Art. 49 Acesso é a ascensão do funcionário de classe final da
§ 1º A cada cinco anos de efetivo exercício corresponderá 5 % série de classes de uma categoria funcional para a classe inicial da
(cinco por cento) calculados sobre a retribuição correspondente série de classes ou de outra categoria profissional afim.
ao padrão, nível ou símbolo do cargo a que esteja vinculado o
funcionário. Art. 50 Transferência é a passagem do funcionário de uma
§ 2º A progressão horizontal é devida a partir do dia imediato para outra categoria funcional, dentro do mesmo quadro, ou não, e
àquele em que o funcionário completar cinco anos de efetivo exer- atenderá sempre aos aspectos da vocação profissional.
cício, quer ocupe cargo efetivo ou em comissão e será incluída
automaticamente em folha de pagamento, após a devida opção do Art. 51 As formas de ascensão funcional obedecerão sempre a
funcionário, independente de requerimento da parte interessada. critério seletivo, mediante provas que sejam capazes de verificar a
§ 3º A progressão horizontal é extensiva aos servidores, re- qualificação e aptidão necessárias ao desempenho das atribuições
manescentes das antigas Tabelas Numéricas de Mensalistas em do novo cargo, conforme se dispuser em regulamento.
extinção, e aos demais servidores estáveis do Sistema Administra-
tivo Estadual. CAPÍTULO XI
Do Reingresso no Sistema Administrativo Estadual
Art. 44 A promoção, o acesso, a transferência ou qualquer SEÇÃO I
outra forma de ascensão do funcionário não interromperá a pro- Da Reintegração
gressão horizontal, que passará a ser calculada pelo vencimento
básico do novo cargo. Art. 52 A reintegração, que decorrerá de decisão administrati-
va ou judicial, é o reingresso do funcionário no serviço administra-
*Art. 45 Será computado, para efeito de progressão horizon- tivo, com ressarcimento dos vencimentos relativos ao cargo.
tal, aposentadoria ou disponibilidade, o tempo de serviço prestado Parágrafo único A decisão administrativa que determinar a
em cargo, emprego ou função integrantes da Administração Dire- reintegração será proferida em recurso ou em virtude de reabili-
ta ou Indireta, Federal, Estadual ou Municipal e das Fundações tação funcional determinada em processo de revisão nos termos
instituídas ou encampadas pelo poder público, mesmo que subme- deste Estatuto.
tido ao regime da legislação trabalhista.
*Redação dada pela Lei nº 10.312, de 26.9.1979 D. O. Art. 53 A reintegração será feita no cargo anteriormente ocu-
27.9.1979 Apêndice. pado, o qual será restabelecido caso tenha sido extinto.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
Art. 45 – Somente será computado para efeito da progressão Art. 54 Reintegrado o funcionário, quem lhe houver ocupado
horizontal o tempo de efetivo exercício nas atribuições de cargo o lugar será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, sem di-
estadual. Parágrafo único – não se aplica o disposto neste artigo reito a qualquer indenização, ou ficará como excedente da lotação.

Didatismo e Conhecimento 35
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Art. 55 O funcionário reintegrado será submetido a inspeção Parágrafo único São condições essenciais para que a rever-
médica e aposentado, se julgado incapaz. são se efetive:
a) que o aposentado não haja completado 60 (sessenta) anos
SEÇÃO II de idade;
Do Aproveitamento b) que o inativo seja julgado apto em inspeção médica;
c) que a Administração considere de interesse do Sistema Ad-
Art. 56 Aproveitamento é o retorno ao exercício do cargo do ministrativo o reingresso do aposentado na atividade.
funcionário em disponibilidade. *d) que o início do processo de aposentadoria, nos termos do
* art. 153 desta Lei, tenha se dado em até 2 (dois) anos.
Art. 57 A juízo e no interesse do Sistema Administrativo, os *Acrescentado pela Lei Complementar nº 92, de 25/1/ 2011.
funcionários estáveis, ocupantes de cargos extintos ou declarados – D.O. 27.1.2011 Apêndice.
desnecessários, poderão ser compulsoriamente aproveitados em
outros cargos compatíveis com a sua aptidão funcional, mantido o TÍTULO III
vencimento do cargo, ou postos em disponibilidade nos termos do Da Extinção e da Suspensão do Vínculo Funcional
art. 109, parágrafo único da Constituição do Estado.
*Ver § 3º do art. 41 da Constituição Federal e § 3º do art. 172 CAPÍTULO I
da Constituição Estadual. Da Vacância dos Cargos
§ 1º O aproveitamento dependerá de provas de habilitação,
de sanidade e capacidade física mediante exames de suficiência e Art. 62 A vacância do cargo resultará de:
inspeção médica. I exoneração;
§ 2º Quando o aproveitamento ocorrer em cargo cujo ven- *II demissão;
cimento for inferior ao do anteriormente ocupado, o funcionário *Ver art. 37 da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 D. O. de 4.9.1990
perceberá a diferença a título de vantagem pessoal, incorporada – Apêndice.
ao vencimento para fins de progressão horizontal, disponibilidade III ascensão funcional;
e aposentadoria. IV aposentadoria;
§ 3º Não se abrirá concurso público, nem se preencherá vaga V falecimento.
no Sistema Administrativo Estadual sem que se verifique, previa-
mente, a inexistência de funcionário a aproveitar, possuidor da ne- Art. 63 Dar-se-á exoneração:
cessária habilitação. I a pedido do funcionário;
II de ofício, nos seguintes casos:
Art. 58 Na ocorrência de vagas nos quadros de pessoal do a) quando se tratar de cargo em comissão;
Estado o aproveitamento terá precedência sobre as demais formas b) quando se tratar de posse em outro cargo ou emprego da
de provimento, ressalvadas as destinadas à promoção e acesso. União, do Estado, do Município, do Distrito Federal, dos Territó-
Parágrafo único Havendo mais de um concorrente à mesma rios, de Autarquia, de Empresas Públicas ou de Sociedade de Eco-
vaga, preferência pela ordem: nomia Mista, ressalvados os casos de substituição, cargo de Go-
I o de melhor classificação em prova de habilitação; verno ou de direção, cargo em comissão e acumulação legal desde
II o de maior tempo de disponibilidade; que, no ato de provimento, seja mencionada esta circunstância;
III o de maior tempo de serviço público; c) na hipótese do não atendimento do prazo para início de
IV o de maior prole. exercício, de que trata o artigo 33;
d) na hipótese do não cumprimento dos requisitos do estágio,
Art. 59 Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a nos termos do art. 27.
disponibilidade do funcionário, se este, cientificado, expressamen-
te, do ato de aproveitamento, não tomar posse no prazo legal, salvo Art. 64 A vaga ocorrerá na data:
caso de doença comprovada em inspeção médica. I da vigência do ato administrativo que lhe der causa;
Parágrafo único Provada em inspeção médica a incapacida- II da morte do ocupante do cargo;
de definitiva, a disponibilidade será convertida em aposentadoria, III da vigência do ato que criar e conceder dotação para o seu
com a sua consequente decretação. provimento ou do que determinar esta última medida, se o cargo
já estiver criado;
SEÇÃO III IV da vigência do ato que extinguir cargo e autorizar que sua
Da Reversão dotação permita o preenchimento de cargo vago.
Parágrafo único Verificada a vaga serão consideradas aber-
Art. 60 Reversão é o reingresso no Sistema Administrativo tas, na mesma data, todas as que decorrerem de seu preenchimento.
do aposentado por invalidez, quando insubsistentes os motivos da
aposentadoria. CAPÍTULO II
Da Suspensão do Vínculo Funcional
Art. 61 A reversão far-se-á de ofício ou a pedido, de preferên-
cia no mesmo cargo ou naquele em que se tenha transformado, ou Art. 65 O regime jurídico estabelecido neste Estatuto não se
em cargo de vencimentos e atribuições equivalentes aos do cargo aplicará, temporariamente, ao funcionário estadual:
anteriormente ocupado, atendido o requisito da habilitação profis- I no caso de posse ou ingresso em outro cargo, função ou em-
sional. prego não acumuláveis com o cargo que vinha ocupando;

Didatismo e Conhecimento 36
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*II no caso de opção em caráter temporário, pelo regime a *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
que alude o art. 106 da Constituição Federal ou pelo regime da 25.1.2005 Apêndice.
legislação trabalhista; *§ 2° Os valores de contribuição, referidos no inciso IV deste
*Ver art. 37, inciso IX, da Constituição Federal. artigo, serão reajustados nas mesmas proporções da remuneração
III no caso de disponibilidade; do servidor no respectivo cargo.
IV no caso de autorização para o trato de interesses particu- *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
lares. 25.1.2005 Apêndice.

Art. 66 Os casos indicados no artigo anterior implicam em TÍTULO IV


suspensão do vínculo funcional, acarretando os seguintes efeitos: Dos Direitos, Vantagens e Autorizações
I em relação ao item I, do artigo anterior:
a) dar-se-á, automaticamente, a suspensão do vínculo funcio- CAPÍTULO I
nal até que seja providenciada a exoneração ou demissão; *Do Cômputo do Tempo de Serviço
*b) enquanto vigorar a suspensão do vínculo, o servidor não *Ver § 9º do art. 40 da Constituição Federal, com redação
fará jus aos vencimentos do cargo desvinculado, não computando, dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998 – D. O.
quanto a este, para nenhum efeito, tempo de contribuição; U. 16.12.1998 – Apêndice.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
25.1.2005 Apêndice. Art. 67 Tempo de serviço, para os efeitos deste Estatuto, com-
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): b) enquanto preende o período de efetivo exercício das atribuições de cargo ou
vigorar a suspensão do vínculo, o funcionário não fará jus aos emprego público.
vencimentos do cargo desvinculado, não computando, quanto a
este, para nenhum efeito, tempo de serviço; Art. 68 Será considerado de efetivo exercício o afastamento
c) o funcionário reingressará no exercício das atribuições do em virtude de:
cargo de que se desvinculou na hipótese de não lograr confirmação I férias;
no cargo para o qual se tenha submetido a estágio probatório. II casamento, até oito dias;
II na hipótese do item II do artigo anterior, o funcionário não III luto, até oito dias, por falecimento de cônjuge ou compa-
fará jus à percepção dos vencimentos, computando-se, entretanto, nheiro, parentes, consanguíneos ou afins, até o 2º grau, inclusive
o período de suspensão do vínculo para fins de disponibilidade e madrasta, padrasto e pais adotivos;
aposentadoria, obrigando o funcionário a continuar a pagar a sua IV luto, até dois dias, por falecimento de tio e cunhado;
contribuição de previdência com base nos vencimentos do cargo V exercício das atribuições de outro cargo estadual de provi-
de cujas atribuições se desvinculou; mento em comissão, inclusive da Administração Indireta do Estado;
*III no caso de disponibilidade, o servidor continuará sendo VI convocação para o Serviço Militar;
considerado como em atividade, computando-se o período de sus- VII júri e outros serviços obrigatórios;
pensão do vínculo para aposentadoria; VIII desempenho de função eletiva federal, estadual ou muni-
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. cipal, observada quanto a esta, a legislação pertinente;
25.1.2005 Apêndice. IX exercício das atribuições de cargo ou função de Governo
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): III no caso ou direção, por nomeação do Governador do Estado;
do item III do artigo anterior, o funcionário continuará sendo con- X licença por acidente no trabalho, agressão não provocada ou
siderado como em atividade, computando-se o período de suspen- doença profissional;
são do vínculo para aposentadoria, nova disponibilidade, se for o XI licença especial;
caso, e progressão horizontal; XII licença à funcionária gestante;
*IV na hipótese de autorização de afastamento para o trato XIII licença para tratamento de saúde;
de interesses particulares, o servidor não fará jus à percepção de XIV licença para tratamento de moléstias que impossibilitem
vencimentos, tendo porém que recolher mensalmente o percentual o funcionário definitivamente para o trabalho, nos termos em que
de 33 % (trinta e três por cento) incidente sobre o valor de sua últi- estabelecer Decreto do Chefe do Poder Executivo;
ma remuneração para fins de contribuição previdenciária, que será XV doença, devidamente comprovada, até 36 dias por ano e
destinada ao Sistema Único de Previdência Social e dos Membros não mais de 3 (três) dias por mês;
de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC. XVI missão ou estudo noutras partes do território nacional ou
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. no estrangeiro, quando o afastamento houver sido expressamente
25.1.2005 Apêndice. autorizado pelo Governador do Estado, ou pelos Chefes dos Pode-
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): IV na hipó- res Legislativo e Judiciário;
tese do item IV do artigo anterior, o funcionário não fará jus à per- XVII decorrente de período de trânsito, de viagem do funcio-
cepção de vencimentos nem ao cômputo do período de suspensão nário que mudar de sede, contado da data do desligamento e até o
do vínculo como tempo de serviço, para nenhum efeito. máximo de 15 dias;
*§ 1° A autorização de afastamento, de que trata o inciso IV XVIII prisão do funcionário, absolvido por sentença transita-
deste artigo, poderá ser concedida sem a obrigatoriedade do re- da em julgado;
colhimento mensal da alíquota de 33 % (trinta e três por cento), XIX prisão administrativa, suspensão preventiva, e o período
não sendo, porém, o referido tempo computado para obtenção de de suspensão, neste último caso, quando o funcionário for reabili-
qualquer benefício previdenciário, inclusive aposentadoria. tado em processo de revisão;

Didatismo e Conhecimento 37
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
XX disponibilidade; *c) o período de licença especial não usufruído pelo funcio-
*XXI nascimento de filho, até um dia, para fins de registro civil. nário.
*Ver Constituição Federal, art. 10, inciso II, § 1º dos ADCT. *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
§ 1º Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por acidente de e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
trabalho o evento que cause dano físico ou mental ao funcionário, III – o tempo de aposentadoria, desde que ocorra reversão;
por efeito ou ocasião do serviço, inclusive no deslocamento para o IV – a licença por motivo de doença em pessoa da família,
trabalho ou deste para o domicílio do funcionário. conforme previsto no art. 99 desta Lei, desde que haja contribui-
§ 2º Equipara-se a acidente no trabalho a agressão, quando não ção.
provocada, sofrida pelo funcionário no serviço ou em razão dele. *§ 1° No caso previsto no inciso IV, o afastamento superior a
§ 3º Por doença profissional, para os efeitos deste Estatuto, 6 (seis) meses obedecerá o previsto no inciso IV, do art. 66, desta
entende-se aquela peculiar ou inerente ao trabalho exercido, com- Lei.
provada, em qualquer hipótese, a relação de causa e efeito. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
§ 4º Nos casos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo, o laudo 25.1.2005 Apêndice.
resultante da inspeção médica deverá estabelecer, expressamente, *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 1º O tem-
a caracterização do acidente no trabalho da doença profissional. po de serviço a que aludem as alíneas “c”, “d” e “e” do inciso
* I deste artigo será computado à vista de certidões passadas com
Art. 69 – Será computado para efeito de disponibilidade e base em folha de pagamento.
aposentadoria: *§ 2° Na contagem do tempo, de que trata este artigo, deverá
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. ser observado o seguinte:
25.1.2005 Apêndice. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): 25.1.2005 Apêndice.
Art. 69 – Para efeito de disponibilidade e aposentadoria será *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 2º Somen-
computado: te será admitida a contagem de tempo de serviço apurado atra-
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003 vés de justificação judicial quando se verificar a inexistência, nos
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice. registros de pessoal, de elementos comprobatórios de frequência
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
*I o tempo de contribuição para o Regime Geral de Previ-
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
dência Social – RGPS, bem como para os Regimes Próprios de
I não será admitida a contagem em dobro ou em outras con-
Previdência Social – RPPS;
dições especiais;
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
II é vedada a contagem de tempo de contribuição, quando
25.1.2005 Apêndice.
concomitantes;
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): I SIMPLES-
III não será contado, por um sistema, o tempo de contribuição
MENTE:
utilizado para a concessão de algum benefício, por outro.
a) o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal; *§ 3° O tempo de contribuição, a que alude o inciso I deste
b) o período de serviço ativo das Forças Armadas prestado artigo, será computado à vista de certidões passadas com base em
durante a paz; folha de pagamento.
c) o tempo de serviço prestado, sob qualquer forma de admis- *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
são, desde que remunerado pelos cofres públicos; 25.1.2005 Apêndice.
d) o tempo de serviço prestado em Autarquia, Empresa Públi- *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 3º As fé-
ca e Sociedade de Economia Mista, nas órbitas federal, estadual rias e períodos de licença especial não gozados, referentes a tem-
e municipal; po de serviço anterior ao reingresso de funcionário no Sistema
*e) o período de trabalho prestado a instituição de caráter Administrativo Estadual, relativo a tempo de serviço estranho ao
privado que tiver sido transformada em estabelecimento de ser- Estado, não serão considerados para efeito do disposto nas alí-
viço público; neas “b” e “c” do inciso II deste artigo, salvo se, na origem, assim
*Redação dada pela Lei nº 9.911, de 16.6.1975 D. O. tenham sido computados aqueles períodos.
20.6.1975 Apêndice. *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
f) o tempo da aposentadoria, desde que ocorra reversão; e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
g) o tempo de licença especial e o período de férias, gozadas *
pelo funcionário; Art. 70 – A apuração do tempo de contribuição será feita em
h) o tempo de licença para tratamento de saúde; anos, meses e dias.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003 *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice. 25.1.2005 Apêndice.
*II o período de serviço ativo das Forças Armadas; *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. Art. 70 – A apuração do tempo de serviço será feita em dias:
25.1.2005 Apêndice. *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): II EM DO- e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
BRO: *§ 1° O ano corresponderá a 365 (trezentos e sessenta e cinco)
a) o tempo de serviço ativo prestado às Forças Armadas em dias e o mês aos 30 (trinta) dias.
período de operações de guerra; *Modificado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. 25.1.2005
*b) o período de férias não gozadas; Apêndice.

Didatismo e Conhecimento 38
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Parágrafo *§ 1° Não se considera fictício o tempo definido em Lei como
único O número de dias será convertido em anos, considerado o tempo de contribuição para fins de concessão de aposentadoria
ano de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, permitido o arre- quando tenha havido, por parte do servidor, a prestação de serviço
dondamento para um ano, após a conversão, o que exceder a 182 ou a correspondente contribuição.
dias, para fins de aposentadoria ou disponibilidade. *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003 25.1.2005 Apêndice.
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice. *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
*§ 2° Para o cálculo de qualquer benefício, depois de apura- e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
do o tempo de contribuição, este será convertido em dias, vedado *§ 2° A vedação prevista no inciso IV, não se aplica aos mem-
qualquer forma de arredondamento. bros de Poder e aos inativos, servidores e militares que, até 16
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. de dezembro de 1998, tenham ingressado novamente no serviço
25.1.2005 Apêndice. público por concurso público de provas ou de provas e títulos, e
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003 pelas demais formas previstas na Constituição Federal, sendo-lhes
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice. proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo Sistema
* Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Mi-
Art. 71 – É vedado: litares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. do Ceará – SUPSEC, exceto se decorrentes de cargos acumuláveis
25.1.2005 Apêndice. previstos na Constituição Federal.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974: *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
Art. 71 É vedado o cômputo de tempo de serviço prestado, 25.1.2005 Apêndice.
concorrente ou simultaneamente, em cargos ou empregos da *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
União, dos Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Au- e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
tarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, e *§ 3° O servidor inativo para ser investido em cargo público
instituições de caráter privado que hajam sido transformadas em
efetivo não acumulável com aquele que gerou a aposentadoria de-
unidades administrativas do Estado.
verá renunciar aos proventos desta.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
25.1.2005 Apêndice.
*I o cômputo de tempo fictício para o cálculo de benefício
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
previdenciário;
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
*§ 4° O aposentado pelo Sistema Único de Previdência Social
25.1.2005 Apêndice.
dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice. dos Membros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, que esti-
*II a concessão de aposentadoria especial, nos termos no art. ver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este
40, §4° da Constituição Federal, até que Lei Complementar Fede- regime é segurado obrigatório em relação a esta atividade, ficando
ral discipline a matéria; sujeito às contribuições, de que trata esta Lei, para fins de custeio
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. da Previdência Social, na qualidade de contribuinte solidário.
25.1.2005 Apêndice. *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003 25.1.2005 – Apêndice
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice. *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
*III a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Ci- *
vis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Art. 72 – Observadas as disposições do artigo anterior, o ser-
Estado do Ceará – SUPSEC, ressalvadas as decorrentes dos cargos vidor poderá desaverbar, em qualquer época, total ou parcialmen-
acumuláveis previstos na Constituição Federal; te, seu tempo de contribuição, desde que não tenha sido computa-
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. do este tempo para a concessão de qualquer benefício.
25.1.2005 Apêndice. *O artigo 72 teve sua redação original alterada pela Lei
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003 10.226, de 12.12.1978 D. O. 21.12.1978, e, posteriormente
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice. pela Lei 10.340, de 22.11.1979 D. O. 3.12.1979, Lei 10.589, de
*IV a percepção simultânea de proventos de aposentadoria 23.11.1981 – D. O. 24.11.1981 e Lei 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
decorrente de regime próprio de servidor titular de cargo efetivo, 25.1.2005 – Apêndice.
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressal- *Redação anterior: (Lei nº 10.589, de 23.11.1981):
vados os cargos acumuláveis previstos na Constituição Federal, Art. 72 – Observadas as disposições do artigo anterior, para
os eletivos e os cargos em comissão declarados em Lei de livre todos os efeitos, o funcionário em regime de acumulação de car-
nomeação e exoneração. gos poderá transferir, total ou parcialmente, tempo de serviço de
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O. um para outro cargo, desde que o período não seja simultâneo ou
25.1.2005 Apêndice. concomitante.
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003 *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice. e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.

Didatismo e Conhecimento 39
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO II *Redação dada pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 – D. O. de
Da Estabilidade e da Vitaliciedade 18.6.1999 – Apêndice.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 2º Para
Art. 73 Estabilidade é o direito que adquire o funcionário efeito de fixação dos vencimentos da disponibilidade será obede-
efetivo de não ser exonerado ou demitido, senão em virtude de cida a proporcionalidade, quanto ao tempo, prevista para a apo-
sentença judicial ou inquérito administrativo, em que se lhe tenha sentadoria compulsória.
sido assegurada ampla defesa. § 3º Aplicam-se aos vencimentos da disponibilidade os mes-
mos critérios de atualização, estabelecidos para os funcionários
Art. 74 A estabilidade assegura a permanência do funcionário ativos em geral.
no Sistema Administrativo.
* CAPÍTULO IV
Art. 75 O funcionário nomeado em virtude de concurso públi- Das Férias
co adquire estabilidade depois de decorridos dois anos de efetivo *
exercício. Art. 78 O funcionário gozará trinta dias consecutivos, ou não,
*Ver Constituição Federal, art. 41, com a redação dada pela de férias por ano, de acordo com a escala organizada pelo dirigente
Emenda Constitucional nº 19, de 4.6.1998 – D. O. U. de 5.6.1998 da Unidade Administrativa, na forma do regulamento.
– Apêndice. *Ver art. 7º, inciso XVII da Constituição Federal e art.
*Ver Lei nº 13.092, de 13.092, de 8.1.2001 – D. O. 8.1.2001 167, inciso VII da Constituição Estadual, bem como Decreto nº
– Apêndice. 20.769, de 11.6.1990 D. O. de 12.6.1990 Apêndice.
Parágrafo único A estabilidade funcional é incompatível § 1º Se a escala não tiver sido organizada, ou houver altera-
com o cargo em comissão. ção do exercício funcional, com a movimentação do funcionário,
a este caberá requerer, ao superior hierárquico, o gozo das férias,
Art. 76 O funcionário perderá o cargo vitalício somente em podendo a autoridade, apenas, fixar a oportunidade do deferimento
virtude de sentença judicial. do pedido, dentro do ano a que se vincular o direito do servidor.
§ 2º O funcionário não poderá gozar, por ano, mais de dois
períodos de férias.
CAPÍTULO III
§ 3º O funcionário terá direito a férias após cada ano de exer-
Da Disponibilidade
cício no Sistema Administrativo.
*
§ 4º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
Art. 77 Disponibilidade é o afastamento de exercício de fun-
*§ 5º REVOGADO.
cionário estável em virtude da extinção do cargo, ou da decretação
*Revogado o § 5º pelo art. 2º da Lei nº 12.913, de 17.6.1999
de sua desnecessidade. D. O. de 18.6.1999. – Apêndice.
*Ver § 3º do art. 41 da Constituição Federal com a redação *Parágrafo Revogado:
dada pela Emenda Constitucional Federal nº 19, de 4.6.1998 – *§ 5º Os períodos de férias não gozadas serão computados
D. O. U. 5.6.1998 – Apêndice. em dobro para fins de progressão horizontal, aposentadoria e dis-
*§ 1º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o ser- ponibilidade, incluindose, na norma ora estabelecida, períodos
vidor ficará em disponibilidade percebendo remuneração propor- referentes a anos anteriores, quer já estejam averbados ou não.
cional por cada ano de serviço, à razão de: *Redação dada pela Lei nº 10.312, de 26.9.1979 D. O. de
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de 27.9.1979 Apêndice.
25.1.2005. Apêndice.
*Redação anterior: (Lei nº 12.913, de 17.6.1999): § 1° Extin- Art. 79 A promoção, o acesso, a transferência e a remoção não
to o cargo ou declarado sua desnecessidade, o servidor ficará em interromperão as férias.
disponibilidade percebendo remuneração proporcional por cada
ano de serviço, a razão de: CAPÍTULO V
*I 1/12.775 (um doze mil, setecentos e setenta e cinco avos) *Das Licenças
da remuneração por cada dia trabalhado, se homem; e *Ver art. 10, inciso II, letra b, § 1º dos ADCT da Constitui-
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de ção Federal e Lei nº 10.738, de 26.10.1982 D. O. de 10.11.1982.
25.1.2005. Apêndice. SEÇÃO I
*Redação anterior: (Lei nº 12.913, de 17.6.1999): I 1/35 (um Das Disposições Preliminares
trinta e cinco avos) da remuneração, por cada ano, se homem; e,
*II 1/10.950 (hum dez mil, novecentos e cinquenta avos) da Art. 80 Será licenciado o funcionário:
remuneração por cada dia trabalhado, se mulher. I para tratamento de saúde;
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de *II por acidente no trabalho, agressão não provocada e doença
25.1.2005. Apêndice. profissional;
*Redação anterior: (Lei nº 12.913, de 17.6.1999): II 1/30 (um *Ver art.98, revogado pelo art. 16 da Lei nº 13578, de
trinta avos) da remuneração, por cada ano, se mulher. 21.1.2005 – D.O. 25.1.2005.
*§ 2º A apuração do tempo de serviço será feita em dias, sen- III por motivo de doença em pessoa da família;
do o número de dias convertido em anos, considerando-se o ano de IV quando gestante;
365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, permitido o arredondamen- V para serviço militar obrigatório;
to para um ano, na conclusão da conversão, o que exceder a 182 VI para acompanhar o cônjuge;
(cento e oitenta e dois) dias. VII em caráter especial.

Didatismo e Conhecimento 40
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Art. 81 A licença dependente de inspeção médica terá a dura- *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
ção que for indicada no respectivo laudo. Art. 89 O funcionário será compulsoriamente licenciado
§ 1º Findo esse prazo, o paciente será submetido a nova ins- quando sofrer de uma das seguintes moléstias: Tuberculose
peção, devendo o laudo concluir pela volta do funcionário ao exer- ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira ou redução
cício, pela prorrogação da licença ou, se for o caso, pela aposen- de vista que praticamente lhe seja equivalente, hanseníase,
tadoria. paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença
§ 2º Terminada a licença o funcionário reassumirá imediata- de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, epilepsia vera, ne-
mente o exercício. fropatia grave, estados avançados de Paget (osteite deformante)
e outras que forem determinadas em Regulamento, de acordo
Art. 82 A licença poderá ser determinada ou prorrogada, de com indicações da medicina especializada.
ofício ou a pedido. *Regulamentado pelo Decreto nº 14.058, de 30.9.1980 D. O.
Parágrafo único O pedido de prorrogação deverá ser apre- 10.10.1980 Apêndice.
sentado antes de finda a licença, e, se indeferido, contar-se-á como
licença o período compreendido entre a data do término e a do Art. 90 Verificada a cura clínica, o funcionário licenciado vol-
conhecimento oficial do despacho. tará ao exercício, ainda quando deva continuar o tratamento, desde
que comprovada por inspeção médica capacidade para a atividade
Art. 83 A licença gozada dentro de sessenta dias, contados funcional.
da determinação da anterior será considerada como prorrogação.
Art. 91 Expirado o prazo de licença previsto no laudo médico,
Art. 84 O funcionário não poderá permanecer em licença por o funcionário será submetido a nova inspeção, e aposentado, se for
prazo superior a vinte e quatro meses, salvo nos casos dos itens II, julgado inválido.
III, V e VI do art. 80, deste Estatuto. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
25.1.2005. Apêndice.
*Art. 85 – REVOGADO. *Parágrafo único – Na hipótese prevista neste artigo, o tem-
po necessário para a nova inspeção será considerado como de pror-
rogação da licença e, no caso de invalidez, a inspeção ocorrerá a
*Artigo revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
cada 2 (dois) anos.
25.1.2005. – Apêndice.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Parágrafo
*Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974):
único Na hipótese deste artigo, o tempo necessário para a nova
Art. 85 O ocupante de cargo em comissão, mesmo que não
inspeção será considerado como de prorrogação da licença.
titular de cargo efetivo, terá direito às licenças referidas nos itens
I a IV, do art. 80.
Art. 92 No processamento das licenças para tratamento de
saúde será observado sigilo no que diz respeito aos laudos médi-
Art. 86 São competentes para licenciar o funcionário os diri- cos.
gentes do Sistema Administrativo Estadual, admitida a delegação,
na forma do Regulamento. Art. 93 No curso da licença, o funcionário absterseá de qual-
quer atividade remunerada, sob pena de interrupção imediata da
Art. 87 VETADO. mesma licença, com perda total dos vencimentos, até que reassu-
§ 1º VETADO. ma o exercício.
§ 2º VETADO.
§ 3º VETADO. Art. 94 O funcionário não poderá recusar a inspeção médica
SEÇÃO II determinada pela autoridade competente, sob pena de suspensão
Da Licença para Tratamento de Saúde do pagamento dos vencimentos, até que seja realizado exame.
*
Art. 88 A licença para tratamento de saúde precederá a inspe- Art. 95 Considerado apto em inspeção médica, o funcionário
ção médica, nos termos do Regulamento. reassumirá o exercício imediatamente, sob pena de se apurarem
*Ver Lei nº 10.738, de 26.10.1982 – D. O. de 10.11.1982 como faltas os dias de ausência.
Apêndice.
*Art. 89 – O servidor será compulsoriamente licenciado quan- Art. 96 No curso da licença poderá o funcionário requerer
do sofrer uma dessas doenças graves, contagiosas ou incuráveis: inspeção médica, caso se julgue em condições de reassumir o exer-
tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, cício.
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkson, espondiloartrose anquilosante, epilepsia vera, Art. 97 Serão integrais os vencimentos do funcionário licen-
nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteite de- ciado para tratamento de saúde.
formante), síndrome da deficiencia imunológica adquirida – Aids,
contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina * Art. 98 – REVOGADO.
especializada, hepatopatia e outras que forem disciplinadas em Lei.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de * Art.go revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
25.1.2005. Apêndice. 25.1.2005. – Apêndice.

Didatismo e Conhecimento 41
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): Art. 100 A servidora gestante será licenciada por 120 (cento
Art. 98 À licença para tratamento de saúde causada por doen- e vinte) dias, com remuneração integral, exceto vantagens decor-
ça profissional, agressão não provocada e acidente no trabalho rentes de cargo comissionado.
aplica-se o disposto nesta Parágrafo único Salvo prescrição médica em contrário, a li-
Seção sem prejuízo das regras estabelecidas nos arts. 105, cença será deferida a partir do oitavo mês de gestação.
item IV e 151, 152 e 169 e parágrafos, deste Estatuto. §1° A prorrogação de que trata este artigo será assegurada à
*Ver Lei nº 12.913. de 17.6.1999 – D. O. 18.6.1999, que revo- servidora estadual mediante requerimento efetivado até o final do
ga o art. 105 – Apêndice. primeiro mês após o parto, e concedida imediatamente após a frui-
ção da licença maternidade de que trata o art. 7º, inciso XVIII, da
SEÇÃO III Constituição Federal.(NR)
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família §2° Durante o período de prorrogação da licença maternida-
de, a servidora estadual terá direito à sua remuneração integral,
*Art. 99 – O servidor poderá ser licenciado por motivo de nos mesmos moldes devido no período de percepção do salário
doença na pessoa dos pais, filhos, cônjuge do qual não esteja sepa- maternidade pago pelo Sistema Único de Previdência Social dos
rado e de companheiro(a), desde que prove ser indispensável a sua Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos
assistência pessoal e esta não possa ser prestada simultaneamente Membros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC.(NR)
com exercício funcional. §3° É vedado durante a prorrogação da licença maternidade
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de tratada neste artigo o exercício de qualquer atividade remunerada
25.1.2005. Apêndice. Pela servidora beneficiária, e a criança não poderá ser mantida em
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): creches ou organização similar, sob pena da perda do direito do be-
Art. 99 O funcionário poderá ser licenciado por motivo de nefício e consequente apuração da responsabilidade funcional.(NR)
doença na pessoa de ascendente, descendente colateral, consan-
guíneo ou afim, até o segundo grau, de cônjuge do qual não esteja SEÇÃO V
separado, de dependente que conste do seu assentamento indivi- Da Licença para Serviço Militar Obrigatório
dual e de companheiro ou companheira, desde que prove ser indis-
Art. 101 O funcionário que for convocado para o serviço mili-
pensável a sua assistência pessoal e esta não possa ser prestada
tar será licenciado com vencimentos integrais, ressalvado o direito
simultaneamente com exercício funcional.
de opção pela retribuição financeira do serviço militar.
*Ver Leis nº 10.738, de 26.10.1982 D. O. 10.11.1982 e nº
*§1° Ao servidor desincorporado conceder-se-á prazo não ex-
10.985, de 14.12.1984 D. O. 18.12.1984 Apêndice.
cedente a 30 (trinta) dias para que reassuma o exercício do cargo,
§ 1º Provar-se-á a doença mediante inspeção médica realizada
sem perda de vencimentos.
conforme as exigências contidas neste Estatuto quanto à licença
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
para tratamento de saúde.
25.1.2005. Apêndice.
§ 2º A necessidade de assistência ao doente, na forma deste ar- *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Parágra-
tigo, será comprovada mediante parecer do Serviço de Assistência fo único Ao funcionário desincorporado conceder-se-á prazo não
Social, nos termos do Regulamento. excedente de trinta dias para que reassuma o exercício, sem perda
*§ 3° O funcionário licenciado, nos termos desta seção, per- dos vencimentos.
ceberá vencimentos integrais até 6 (seis) meses. Após este prazo *§2° O servidor, de que trata o caput deste artigo, contribuirá
o servidor obedecerá o disposto no inciso IV, do art. 66 desta Lei, para o Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Pú-
até o limite de 4 (quatro) anos, devendo retornar a suas atividades blicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de
funcionais imediatamente ao fim do período. Poder do Estado do Ceará – SUPSEC, mesmo que faça opção pela
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de retribuição financeira do serviço militar.
25.1.2005. Apêndice. *Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 3º O fun- 25.1.2005. Apêndice.
cionário licenciado, nos termos desta
Seção, perceberá vencimentos integrais até dois anos. Depois Art. 102 O funcionário, Oficial da Reserva não remunerada
desse prazo, não lhe será pago vencimento. das Forças Armadas, será licenciado, com vencimentos integrais,
para cumprimento dos estágios previstos pela legislação militar,
SEÇÃO IV garantido o direito de opção.
Da Licença à Gestante
SEÇÃO VI
*Art. 100 – Fica garantida a possibilidade de prorrogação, por Da Licença do Funcionário para Acompanhar o Cônjuge
mais 60 (sessenta) dias, da licença maternidade, prevista nos art. *
7º, inciso XVIII, e 39, §3º, da Constituição Federal destinada às Art. 103 O funcionário terá direito a licença sem vencimento,
servidoras públicas estaduais. para acompanhar o cônjuge, também servidor público, quando, de
*Redação dada pela Lei nº 13.881, de 24.4.2007 – D. O. de ofício, for mandado servir em outro ponto do Estado, do Território
15.5.2007. Apêndice. Nacional, ou no Exterior.
*Ver Decreto nº 29.652, de 17.2.2009 – D.O. de 19.02.2009. *Ver Lei nº 10.738, de 26.10.1982 – D. O. 10.11.1982 Apên-
*Redação anterior: (Lei nº 13.578, de 21.1.2005): dice.

Didatismo e Conhecimento 42
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 1º A licença dependerá do requerimento devidamente ins- Art. 108 A licença especial poderá ser interrompida, de ofício,
truído, admitida a renovação, independentemente de reassunção quando o exigir interesse público superveniente, ou a pedido do
do exercício. funcionário, preservado, em qualquer caso, o direito do servidor
§ 2º Finda a causa da licença, o funcionário retornará ao exer- ao gozo do período restante da licença.
cício de suas funções, no prazo de trinta dias, após o qual sua au-
sência será considerada abandono de cargo. Art. 109 VETADO.
§ 3º Existindo no novo local de residência repartição estadual, Parágrafo único – VETADO.
o funcionário nela será lotado, enquanto durar a sua permanência
ali. CAPÍTULO VI
Das Autorizações
Art. 104 Nas mesmas condições estabelecidas no artigo ante- SEÇÃO I
rior o funcionário será licenciado quando o outro cônjuge esteja no Das Disposições Preliminares
exercício de mandato eletivo fora de sua sede funcional. *
Art. 110 Os dirigentes do Sistema Administrativo Estadual
*SEÇÃO VII autorizarão o funcionário a se afastar do exercício funcional de
Da Licença Especial acordo com o disposto em Regulamento:
*Regulamentado pelo Decreto nº 25.851 de 12.4.2000 – D.
*Revogado a Seção VII, compreendendo os artigos 105 a O. 12.4.2000 Apêndice.
108, pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 D. O. 18.6.1999 – Apêndice. I sem prejuízo dos vencimentos quando:
a) for estudante, para incentivo à sua formação profissional e
Artigos Revogados: dentro dos limites estabelecidos neste Estatuto;
Da Licença Especial *b) for estudar em outro ponto do território nacional ou no
* estrangeiro;
Art. 105 Ao funcionário público que contar 5 (cinco) anos *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
de serviço ininterruptos será concedida licença especial de 3 ( 25.1.2005. Apêndice.
três ) meses com vencimentos integrais, assistindo-he, no caso de *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): b for reali-
desistência, o direito de contar em dobro o tempo respectivo para zar missão ou estudo em outro ponto do território nacional ou no
os efeitos de aposentadoria, disponibilidade e progressão horizon- estrangeiro;
tal.” c) por motivo de casamento, até o máximo de 8 (oito) dias;
*O art. 105, teve sua redação dada pelo art. 12 da Lei de nº d) por motivo de luto até 8 (oito) dias, em decorrência de fa-
11.745, de 30.10.1990 D. O. 6.12.1990 Apêndice. lecimento de cônjuge ou companheiro, parentes consanguíneos ou
afins, até o 2º grau, inclusive madrasta, padrasto e pais adotivos;
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): e) por luto, até 2 (dois) dias, por falecimento de tio e cunhado;
*f) for realizar missão oficial em outro ponto do território na-
Art. 105 VETADO. cional ou no estrangeiro.
§ 1º VETADO. *acrescida pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D.O. de
§ 2º Considera-se serviço ininterrupto, para os efeitos deste 25.1.2005 Apêndice.
artigo, quando, prestado no período correspondente ao quinquê- II sem direito à percepção dos vencimentos, quando se tratar
nio, não tenha o funcionário: de afastamento para trato de interesses particulares;
I faltado ao serviço sem justificação; III com ou sem direito à percepção dos vencimentos, con-
II sofrido qualquer sanção, salvo a de repreensão; forme se dispuser em regulamento, quando para o exercício das
III gozado licença por motivo de doença em pessoas da famí- atribuições de cargo, função ou emprego em entidades e órgãos
lia, ou para acompanhar o cônjuge; estranhos ao Sistema Administrativo Estadual.
IV gozado licença para tratamento de saúde por prazo supe- *§1° Nos casos previstos nas alíneas a e b, o servidor só po-
rior a seis meses, salvo os casos de licença por motivo de agressão derá solicitar exoneração após o seu retorno, desde que trabalhe no
não provocada, acidente no trabalho e doença profissional; mínimo o dobro do tempo em que esteve afastado, ou reembolse
V tido o seu vínculo funcional suspenso. o montante corrigido monetariamente que o Estado desembolsou
§ 3º A licença especial poderá ser gozada, a pedido do funcio- durante seu afastamento.
nário, de uma só vez, ou parceladamente, atendidas as conveniên- *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
cias do requerente e do Sistema Administrativo. 25.1.2005. Apêndice.
§ 4º Convertido, no todo ou em parte, em tempo de serviço, é *Redação anterior: (Lei nº 10.815, de 19.7.1983): Parágrafo
irretratável a desistência da licença especial. único Os dirigentes do Sistema Administrativo Estadual poderão,
ainda, autorizar o funcionário, ocupante do cargo efetivo ou em
Art. 106 Caberá ao Chefe da repartição onde o funcionário comissão, a integrar ou assessorar comissões, grupos de trabalho
é lotado, tendo em vista conveniência do Sistema Administrativo, ou programas, com ou sem afastamento do exercício funcional e
determinar a data do início da licença especial. sem prejuízo dos vencimentos.
*Ver Decreto nº 18.055, de 29.7.1986 D. O. 13.8.1986 poste-
Art. 107 O direito de requerer licença especial não está sujei- riormente modificado pelo Decreto nº 18.096, de 22.8.1986 – D.
to a caducidade. O. 26.8.1986 Apêndice.

Didatismo e Conhecimento 43
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*§ 2° Os dirigentes do Sistema Administrativo Estadual pode- Parágrafo único O funcionário aguardará em exercício a au-
rão, ainda, autorizar o servidor, ocupante do cargo efetivo ou em torização do seu afastamento.
comissão, a integrar ou assessorar comissões, grupos de trabalho
ou programas, com ou sem afastamento do exercício funcional e Art. 116 Não será autorizado o afastamento do funcionário
sem prejuízo dos vencimentos. removido antes de ter assumido o exercício.
*Acrescentado pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
25.1.2005. Apêndice. Art. 117 O funcionário poderá, a qualquer tempo, desistir da
autorização concedida, reassumindo o exercício das atribuições do
SEÇÃO II seu cargo.
Das Autorizações para Incentivo à
Formação Profissional do Funcionário Art. 118 Quando o interesse do Sistema Administrativo o
exigir, a autorização poderá ser cassada, a juízo da autoridade
*Art. 111 Poderá ser autorizado o afastamento, até duas horas competente, devendo, neste caso, o funcionário ser expressamen-
diárias, ao funcionário que frequente curso regular de 1º e 2º graus te notificado para apresentar-se ao serviço no prazo de 30 (trinta)
ou de ensino superior. dias, prorrogável por igual período, findo o qual caracterizar-se-á
*Ver Lei nº 11.160, de 20.12.1985 D. O. 24.12.1985 – Apên- o abandono do cargo.
dice.
*Ver Lei nº 11.182, de 9.6.1986 D. O. 18.6.1986 Apêndice. Art. 119 A autorização para afastamento do exercício para o
Parágrafo único A autorização prevista neste artigo poderá trato de interesses particulares somente poderá ser prorrogada por
dispor que a redução do horário dar-se-á por prorrogação do início período necessário para complementar o prazo previsto no art. 115
ou antecipação do término do expediente, diário, conforme consi- deste Estatuto.
derar mais conveniente ao estudante e aos interesses da repartição.
Art. 120 O funcionário somente poderá receber nova autori-
Art. 112 Será autorizado o afastamento do exercício funcio- zação para o afastamento previsto nesta
nal nos dias em que o funcionário tiver que prestar exames para Seção após decorridos, pelo menos, dois anos de efetivo
ingresso em curso regular de ensino, ou que, estudante, se subme- exercício contado da data em que o reassumiu, em decorrência do
ter a provas. término do prazo autorizado ou por motivo de desistência ou de
cassação de autorização concedida.
Art. 113 O afastamento para missão ou estudo fora do Estado
em outro ponto do território nacional ou no estrangeiro será auto- CAPÍTULO VII
rizado nos mesmos atos que designarem o funcionário a realizar a Da Retribuição
missão ou estudo, quando do interesse do Sistema Administrativo SEÇÃO I
Estadual. Disposições Preliminares

Art. 114 As autorizações previstas nesta Art. 121 Todo funcionário, em razão do vínculo que mantém
Seção dependerão de comprovação, mediante documento ofi- com o Sistema Administrativo Estadual, tem direito a uma retri-
cial, das condições previstas para as mesmas, podendo a autorida- buição pecuniária, na forma deste Estatuto.
de competente exigi-la prévia ou posteriormente, conforme julgar
conveniente. Art. 122 As formas de retribuição são as seguintes:
Parágrafo único Concedida a autorização, na dependência da I vencimento;
comprovação posterior, sem que esta tenha sido efetuada no prazo II ajuda de custo;
estipulado, a autoridade anulará a autorização, sem prejuízo de ou- III diária;
tras providências que considerar cabíveis. *IV REVOGADO.
*IV Revogado pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 D. O.
SEÇÃO III 18.6.1999 – Apêndice.
Do Afastamento para o Trato de Interesses Particulares Inciso Revogado: IV-auxílio para diferença de caixa;
* V gratificações.
Art. 115 – Depois de três anos de efetivo exercício e após § 1º O conjunto das retribuições constitui os vencimentos fun-
declaração de aquisição de estabilidade no cargo de provimento cionais.
efetivo, o servidor poderá obter autorização de afastamento para § 2º A retribuição do funcionário disponível constitui venci-
tratar de interesses particulares, por um período não superior a mentos para todos os efeitos legais.
quatro anos e sem percepção de remuneração. § 3º A retribuição pecuniária atribuída ao funcionário não
*Redação dada pela Lei nº 13.092, de 8.1.2001 – D. O. sofrerá descontos além dos previstos expressamente em lei, nem
8.1.2001 – Apêndice. serão objetos de arresto, sequestro ou penhora, salvo quando se
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): tratar de:
Art. 115 Depois de dois anos de efetivo exercício, o funcioná- I prestação de alimentos determinada judicialmente;
rio poderá obter autorização de afastamento para tratar de inte- II reposição de indenização devida à Fazenda Estadual;
resses particulares, por um período não superior a quatro anos e *III – auxílios e benefícios instituídos pela Administração
sem percepção de vencimentos. Pública.

Didatismo e Conhecimento 44
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*III – Acrescentado pela Lei nº 13.369, de 22.9.2003 D. O. Parágrafo único A ajuda de custo destina-se à indenização
24.9.2003 – Apêndice. das despesas de viagem e de nova instalação do funcionário.
*§ 4º As reposições e indenizações devidas à Fazenda Pública
Estadual serão descontadas em parcelas mensais, não exceden- Art. 126 A ajuda de custo não excederá de três meses de ven-
tes da décima parte da remuneração do servidor, assim entendida cimentos, salvo nos casos de designação do funcionário para:
como o vencimentobase, acrescido das vantagens fixas e de caráter a) ter exercício fora do Estado;
pessoal. b) serviço fora do Estado.
*§4° Redação alterada pela Lei nº 13.369, de 22.9.2003 D. *Parágrafo único A ajuda de custo será arbitrada, dentro das
O. 24.9.2003 – Apêndice. respectivas áreas de competência, pelo Governador do Estado,
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §4° As re- Presidente da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça, do
posições e indenizações à Fazenda Pública serão descontadas em Tribunal de Contas, do Conselho de Contas dos Municípios e das
parcelas mensais não excedentes da 10ª parte do vencimento. Autarquias.
§ 5º Se o funcionário for exonerado ou demitido, a quantia por
*Ver Emenda Constitucional nº 9, de 16.12.1992 – D. O.
ele de vida será inscrita como dívida ativa para os efeitos legais.
22.12.1992 – Apêndice.
SEÇÃO II
Do Vencimento Art. 127 A ajuda de custo para serviço fora do Estado será
calculada na forma disposta em Regulamento.
*Art. 123 Considera-se vencimento a retribuição correspon-
dente ao padrão, nível ou símbolo do cargo a que esteja vinculado Art. 128 O funcionário restituirá a ajuda de custo:
o funcionário, em razão do efetivo exercício de função pública. I quando não se transportar para a nova sede no prazo deter-
*Ver art. 7º, inciso VIII, da Constituição Federal e art. 167, minado;
incisos I e XIV da Constituição Estadual, e arts. 42 e 43 da Lei nº II quando, antes de terminada a incumbência, regressar, pedir
12.386, de 9.12.94 D. O. 9.12.94 – Apêndice. exoneração ou abandonar o serviço.
§ 1º A restituição é de exclusiva responsabilidade pessoal e
*Art. 124 O funcionário perderá: poderá ser feita parceladamente.
*Ver Decreto nº 18.590, de 18.3.87 D. O. 19.3.1987 Apên- § 2º Não haverá obrigação de restituir, quando o regresso do
dice. funcionário for determinado de ofício ou por doença comprovada,
I o vencimento do cargo efetivo, quando nomeado para cargo ou quando o mesmo for exonerado a pedido, após 90 (noventa)
em comissão, salvo o direito de opção e de acumulação lícita; dias de exercício na nova sede.
II o vencimento do cargo efetivo, quando no exercício de
mandato eletivo, federal ou estadual; SEÇÃO IV
*III o vencimento do cargo efetivo, quando dele afastado para Das Diárias
exercer mandato eletivo municipal remunerado; *
*Ver art. 38, inciso III da Constituição Federal e art. 175, Art. 129 Ao funcionário que se deslocar da sua repartição em
inciso III da Constituição Estadual. objeto de serviço, conceder-se-á diária a título de indenização das
IV o vencimento do dia, se não comparecer ao serviço, salvo despesas de alimentação e hospedagem, na forma do Regulamen-
motivo legal ou doença comprovada, de acordo com o disposto to.
neste Estatuto; *Ver Decreto nº 23.651, de 28.3.1995 D. O. 31.3.1995 Apên-
V um terço do vencimento do dia, se comparecer ao servi- dice.
ço dentro da hora seguinte à fixação para o início do expediente,
quando se retirar antes de findo o período de trabalho;
Art. 130 O funcionário que receber diária indevida será obri-
VI um terço do vencimento, durante o afastamento por motivo
gado a restituíla de uma só vez, ficando, ainda, sujeito à punição
de prisão administrativa, prisão preventiva, pronúncia por crime
comum, denúncia por crime funcional ou condenação por crime disciplinar.
inafiançável em processo no qual não haja pronúncia, tendo direito
à diferença, se absolvido; *SEÇÃO V
VII dois terços do vencimento durante o período de afasta- Do Auxílio para Diferença de Caixa
mento em virtude de condenação por sentença passada em julgado *Revogada a SEÇÃO V, do Capítulo VII, do Título IV, com-
à pena de que não resulte em demissão. preendendo o art. 131 e seu parágrafo único, pela Lei nº 12.913
Parágrafo único O funcionário investido em mandato gratui- de 17.6.1999 D. O. 18.6.1999 – Apêndice.
to de vereador fará jus à percepção dos seus vencimentos nos dias
em que com parecer às sessões da Câmara. Art.go revogado: *
Art. 131 Ao funcionário que, no desempenho de suas atribui-
SEÇÃO III ções, pagar ou receber em moeda corrente, será concedido um
Da Ajuda de Custo auxílio para compensar diferença de caixa.
*Ver Lei nº 11.063, de 15.7.1985 D. O. 8.8.1985 Apêndice.
Art. 125 Será concedida ajuda de custo ao funcionário que Parágrafo único O auxílio referido neste artigo será fixado
for designado, de ofício, para ter exercício em nova sede, mesmo de acordo com o volume dos valores manipulados, não podendo
fora do Estado. exceder de 10% (dez por cento) do vencimento do cargo.

Didatismo e Conhecimento 45
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
SEÇÃO VI Art. 133 A gratificação por prestação de serviços extraordi-
Das Gratificações nários é a retribuição de serviços executados fora do expediente
normal a que estiver sujeito o funcionário e será atribuída: I por
Art. 132 Ao funcionário conceder-se-á gratificação em vir- hora de trabalho prorrogado ou antecipado; II por tarefa especial.
tude de: § 1º O valor hora de trabalho para efeito do item I será obtido
I prestação de serviços extraordinários; dividindo-se o vencimento mensal do funcionário por 140 (cento e
II representação de Gabinete; quarenta). § 2º A gratificação por hora de trabalho extraordinário
III exercício funcional em determinados locais; não poderá exceder de 1/3 do vencimento mensal do funcionário,
IV execução de trabalho relevante, técnico ou científico; salvo nas repartições de natureza industrial. § 3º Em se tratando
*V serviço ou estudo fora do Estado ou do País; de serviço extraordinário noturno, o valor da hora será acrescido
*Regulamentado pelo Decreto nº 12.765, de 19.5.1978 D. O. de 30% (trinta por cento). § 4º Na hipótese do item II, a grati-
26.5.1978 – Apêndice. Ver ficação será arbitrada previamente pelo chefe da repartição na
Art. 9º da Lei 13.578 de 21.1.2005 – D.O. 25.1.2005. forma de acréscimo proporcional ao valor do nível de vencimento
VI execução de trabalho em condições especiais, inclusive do cargo ou função, nos limites mínimos de 40% (quarenta por
com risco de vida ou saúde; cento) e máximo de 60% (sessenta por cento) e somente será con-
VII participação em órgão de deliberação coletiva; cedida por execução de trabalho de evidente destaque das tarefas
VIII participação em comissão examinadora de concurso; de rotina e de acordo com o previsto em Regulamento.
*IX exercício de magistério, em regime de tempo comple- *Art. 134 A gratificação pela representação de Gabinete po-
mentar; ou em cursos especiais, legalmente instituídos, inclusive derá ser concedida a funcionários e a pessoas estranhas ao Sistema
para treinamento de funcionários; Administrativo, sem qualquer vínculo, com exercício nos gabi-
*Ver Decreto nº 23.695, de 6.6.1995 D. O. 7.6.1995 Apêndice. netes e órgãos de assessoramento técnico do referido Sistema, na
X representação; forma do Regulamento.
XI regime de tempo integral; *Ver art. 21 da Lei nº 10.416, de 8.9.1980 D. O. 8.9.1980
XII de aumento de produtividade; Apêndice.
XIII exercício em órgãos fazendários. *Art. 135 A gratificação pela elaboração ou execução de tra-
balho relevante, técnico ou científico, será arbitrada e atribuída pe-
*Parágrafo único As gratificações não definidas nesta lei se-
los dirigentes do Sistema Administrativo Estadual.
rão objeto de regulamento.
*Ver arts. 10 e 11 da Lei nº 11.346, de 3.9.1987 D. O.
*Ver Decreto nº 12.765, de 19.5.1978 D. O. 26.5.1978 Apêndice.
4.9.1987; e art. 6º da Lei nº 11.428, de 22.3.1988 D. O. 23.3.1988;
*Art. 133 A gratificação pela prestação de serviço extraordi-
Art. 39 da Lei nº 11.714 de 25.7.1990 D. O. 4.9.1990;; Decre-
nário é a retribuição de serviço cuja execução exija dedicação além
to nº 22.121 de 2.9.1992 D. O. 3.9.1992 Apêndice.
do expediente normal a que estiver sujeito o servidor e será paga
*Art. 136 A gratificação pela execução de trabalho em con-
proporcionalmente:
dições especiais, inclusive com risco de vida ou de saúde, será
I por hora de trabalho adicional; ou, atribuída pelos dirigentes do Sistema Administrativo Estadual, ob-
II por tarefa especial, levando-se em conta estimativa do nú- servado o disposto em Regulamento.
mero de dias e de horas necessários para sua realização. *LEIS QUE DISPÕEM SOBRE A GRATIFICAÇÃO PELA
§ 1º O valor da hora de trabalho adicional será 50% (cinquenta EXECUÇÃO DE TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS
por cento) maior que o da hora normal de trabalho, apurado através COM RISCO DE VIDA OU SAÚDE:
da divisão do valor da remuneração mensal do servidor por 30 Lei nº 6.423, de 23.1.1963 D. O. 28.1.1963; Lei nº 6.775, de
(trinta) e este resultado pelo número de horas correspondentes à 20.11.1963 D. O. 3.12.1963; Lei nº 6.887, de 13.12.1963 D. O.
carga horária ou regime do servidor. 23.12.1963; Lei nº 7.013, de 26.12.1963 D. O. 13.2.1963; Lei nº
§ 2º No caso do inciso II, a gratificação será arbitrada previa- 8.484, de 13.6.1966 D. O. 22.6.1966; Lei nº 9.599, de 28.6.1972
mente pelo dirigente do órgão ou entidade da administração públi- D. O. 3.7.1972; Lei nº 9.608, de 4.7.1972 D. O. 10.7.1972; Lei nº
ca de qualquer dos Poderes, através de ato que demonstre a propor- 9.695, de 22.5.1973 D. O. 29.5.1973; Lei nº 11.142, de 13.12.1985
cionalidade do pagamento, com indicação da estimativa dos dias D. O. 16.12.1985; §§ 1º e 2º do
e dos horários que serão necessários à consecução dos serviços. Art. 12 da Lei nº 11.720, de 28.8.1990 D. O. 28.8.1990;
§ 3º A despesa total mensal com o pagamento da gratificação Art. 45 da Lei nº 12.075, de 15.2.1993 D. O. 18.2.1993;
de que trata este artigo em nenhuma hipótese poderá exceder a Art. 5º da Lei nº 12.122, de 29.6.1993 D. O. 30.6.1993;
1,5% (um e meio por cento) do valor total da despesa mensal com Art. 8º da Lei nº 12.207, de 11.11.1993 D. O. 16.11.1993;
pagamento de pessoal, do órgão ou entidade considerado. Art. 61 da Lei nº 12.386, de 9.12.1994 D. O. 9.12.1994;
§ 4º O descumprimento ao disposto neste artigo acarreta- Art. 4º da Lei nº 12.567, de 3.4.1996 D. O. 29.4.1996;
rá responsabilidade para o dirigente do órgão ou entidade e seus Art. 6º da Lei nº 12.581, de 30.4.1996 D. O. 30.4.1996.
subordinados envolvidos, que ficarão solidariamente obrigados a DECRETOS QUE REGULAMENTAM A GRATIFICA-
restituir ao tesouro estadual as quantias pagas a maior. ÇÃO POR EXECUÇÃO DE TRABALHO EM CONDIÇÕES
*Redação dada pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 D. O. ESPECIAIS, INCLUSIVE COM RISCO DE VIDA OU SAÚDE:
18.6.1999 – Apêndice. Decreto nº 10.794, de 14.5.1974 D. O. 16.5.1974; Decreto
*Ver art. 7º, XVI, da Constituição Federal e art. 167, VI, da nº 11.528, de 5.11.1975 D. O. 5.11.1975 Decreto nº 14.835, de
Constituição Estadual. 5.11.1981 D. O. 10.11.1981; Decreto nº 22.077/A, de 4.8.1992 D.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): O. 4.8.1992; Decreto nº 22.362, de 2.2.1993 D. O. 3.2.1993; De-

Didatismo e Conhecimento 46
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
creto nº 22.588, de 9.6.1993 D. O. 11.6.1993; Decreto nº 22.799, CAPÍTULO VIII
de 4.10.1993 D. O. 6.10.1993; Decreto nº 22.899, de 12.11.1993 Do Direito de Petição
D. O. 17.11.1993;
Art. 48 do Decreto nº 22.934, de 6.12.1993 D. O. 7.12.1993; Art. 141 É assegurado ao funcionário e ao aposentado o direi-
Decreto nº 22.961, de 22.12.1993 D. O. 22.12.1993; Decreto nº to de requerer, representar, pedir reconsideração e recorrer.
22.965, de 22.12.1993 D. O. de 23.12.1993; Decreto nº 24.118, de
19.6.1996 D. O. 21.6.1996Decreto nº 24.414, de 24.3.1997 – D. Art. 142 A petição será dirigida à autoridade competente para
O. 26.3.1997; Decreto nº 25.615, de 15.9.1999 – D. O. 17.9.1999. decidir do pedido e encaminhada por intermédio daquela a quem
estiver imediatamente subordinado o requerente se for o caso.
Art. 137 A gratificação de representação é uma indenização
atribuída aos ocupantes de cargos em comissão e outros que a lei Art. 143 O direito de pedir reconsideração, que será exercido
determinar, tendo em vista despesas de natureza social e profissio- perante a autoridade que houver expedido o ato, ou proferido a
nal determinadas pelo exercício funcional. primeira decisão, decairá após 60 (sessenta) dias da ciência do ato
pelo peticionante, ou de sua publicação quando esta for obrigató-
Art. 138 A gratificação por regime de tempo integral, que se ria.
destina ao incremento das atividades de investigação científica, ou § 1º O requerimento e o pedido de reconsideração de que tra-
tecnológica, e aumento da produtividade, no Sistema Administra- tam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5
tivo Estadual, será objeto de regulamentação específica. (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias improrrogáveis.
§ 1º No Regulamento de que trata este artigo serão obedecidas § 2º É vedado repetir pedido de reconsideração ou recurso
as seguintes diretrizes gerais; perante a mesma autoridade.
*I proporcionalidade que variará de 60 % (sessenta por cento)
a 100 % (cem por cento) do valor do nível de vencimento ou fun- Art. 144 Caberá recurso:
ção, observando-se os seguintes fatores de variação; I do indeferimento do pedido de reconsideração;
*O inciso I, do § 1º, do art. 138 foi regulamentado pela Lei nº II das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos,
9.901, de 26.5.1975 D. O. 3.6.1975 e posteriormente o art. 19 da nos termos do § 1º deste artigo.
Lei nº 10.416 de 8.9.1980 deu nova redação ao art. 138 – Apêndice. § 1º O recurso, interposto, perante a autoridade que tiver pra-
*Ver arts. 41 e 42 da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 D. O. ticado o ato ou proferido a decisão, será dirigido à autoridade ime-
4.9.1990 Apêndice. diatamente superior e, sucessivamente, em escala ascendente, às
a) complexidade da tarefa; demais autoridades.
b) deslocamentos exigidos para execução das tarefas; § 2º No encaminhamento do recurso observar-se-á o disposto
c) a situação no mercado de trabalho; na parte final do art. 142.
d) as condições de trabalho;
e) as prioridades dos programas, do cargo ou grupo de cargos; e Art. 145 O pedido de reconsideração e o recurso não têm efei-
f) a especialização exigida do funcionário. to suspensivo, salvo disposição em contrário, e o que for provido
II A atribuição da gratificação a ocupantes de cargos ou gru- retroagirá, nos efeitos, à data do ato impugnado.
pos de cargos será condicionada a procedimentos administrativos
que possibilitem a verificação das prioridades dos programas, para Art. 146 O direito de pleitear na esfera administrativa prescre-
aumento da produtividade ou incremento à investigação científica verá em 120 (cento e vinte) dias, salvo estipulação em contrário,
ou tecnológica, com as justificativas dos programas e subprogra- prevista expressamente em lei ou regulamento.
mas, a relação dos servidores indispensáveis à sua execução, o pra-
zo de duração do regime e a despesa dele decorrente. Art. 147 Os prazos estabelecidos neste Capítulo são fatais e
§ 2º Excepcionalmente e até a aplicação do Plano de Clas- improrrogáveis, e o pedido de reconsideração e o recurso, quando
sificação de Cargos de que trata a Lei nº 9.634, de 30 de outubro cabíveis, interrompem a prescrição.
de 1972, o regime de tempo integral poderá ser atribuído a servi-
dores mensalistas, remanescentes das extintas Tabelas Numéricas Art. 148 Ao funcionário ou ao seu representante legalmente
de Mensalistas, inclusive tendo como base de cálculo o nível de constituído é assegurado, para efeito de recurso ou pedido de re-
vencimentos do cargo correspondente à respectiva qualificação consideração, o direito de vista ao processo na repartição compe-
profissional. tente durante todo o expediente regulamentar, assegurado o livre
manuseio do processo em local conveniente. Se o representante
Art. 139 A gratificação de produtividade destina-se a incenti- do funcionário for advogado, aplica-se o disposto na Lei Federal
var o aumento de arrecadação dos tributos estaduais, devendo ser pertinente.
objeto de Regulamentação.
Art. 149 O disposto neste Capítulo se aplica, no que couber,
Art. 140 A gratificação de exercício, atribuída aos funcioná- aos procedimentos disciplinares.
rios fazendários, constantes da Lei nº 9.375, de 10.07.70, será ob-
jeto de regulamentação própria.

Didatismo e Conhecimento 47
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
TÍTULO V II – assistência hospitalar;
Da Previdência e da Assistência III – assistência odontológica;
IV – assistência social;
CAPÍTULO I V – auxílio funeral.
Das Disposições Preliminares *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
25.1.2005. Apêndice.
*Art. 150 – O Estado assegurará um sistema de previdência *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
público que será mantido com a contribuição de seus servidores, Art. 151 É assegurada pensão especial integral aos benefi-
ativos, inativos, pensionistas e do orçamento do Estado, o qual ciários de funcionário falecido em consequência de acidente no
compreenderá os seguintes benefícios: trabalho ou doença profissional, na forma em que se acham con-
I – quanto ao servidor: ceituados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do artigo 68, e corresponderá ao
a) aposentadoria; valor percebido pelo funcionário, a título de vencimentos, na data
b) salário família; do óbito, reajustável nos termos da legislação específica.
c) salário maternidade; § 1º A triagem dos casos apresentados para internamento hos-
d) auxílio doença. pitalar e consequente fiscalização e controle será realizado por um
II – quanto ao dependente: Grupo de Trabalho, cuja composição e atribuições será determina-
*a) pensão por morte; do pelo Governo do Estado através do Instituto de Previdência do
*Ver Emenda Constitucional nº 69, de 18.1.2011 – D. O. de Estado – IPEC, mediante ato próprio.
9.2.2011 Apêndice. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
b) auxílio reclusão. 25.1.2005. Apêndice.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 1° Da
25.1.2005. Apêndice mesma forma será prestada assistência médica gratuita ao fun-
*Ver Emenda Constitucional Federal nº 20, de 15.12.1998 – cionário acidentado em serviço, ou que tenha contraído doença
D. O. U. de 16.12.1998; Emenda Constitucional Estadual nº 39, profissional.
de 5.5.1999 – D. O. 10.5.1999; Emenda Constitucional Estadual § 2º É assegurado assistência médica gratuita ao servidor aci-
nº 69, de 18.1.2011 – D. O. 9.2.2011; Lei Complementar 38, de dentado em serviço ou que tenha contraído doença profissional,
31.12.2003 – D. O. 31.12.2003;. através do Estado.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): *Redação dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
Art. 150 O Estado assegurará a manutenção de um sistema 25.1.2005. Apêndice.
de previdência e assistência que, dentre outros, preste os seguintes *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): § 2° Até que
benefícios e serviços ao funcionário e à sua família: I aposentado- legislação específica estipule o contrário, a pensão e a assistência
ria; II pensão; III pecúlio; IV auxílio reclusão; V auxílio natalida- médica referidas neste artigo serão custeadas pelo Estado, inde-
de; VI auxílio doença; VII auxílio funeral; VIII salário família: IX pendentemente de contraprestação por contribuição de previdência.
assistência médica; X assistência hospitalar; XI assistência obs- § 3º VETADO.
tétrica (pré natal); XII assistência odontológica; XIII assistência
financeira; XIV assistência social; XV assistência jurídica. CAPÍTULO II
*§ 1º REVOGADO. Da Aposentadoria
*Revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
25.1.2005. – Apêndice. *Art. 152 – O servidor será aposentado, conforme as regras
*Redação anterior: (Lei n° 8.926, de 14.5.1974): § 1° A tria- estabelecidas no art. 40 da Constituição Federal.
gem dos casos apresentados para internamento hospitalar e con- *Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de 19.12.2003
sequente fiscalização e controle serão realizados por um Grupo de e Estadual n° 56, de 7.1.2004 Apêndice.
Trabalho, cuja composição e atribuições serão determinados pelo *Parágrafo único – A aposentadoria por invalidez será sem-
Governo do Estado através da Secretaria de Saúde ou Instituto de pre precedida de licença por período contínuo não inferior a 24
Previdência do Estado, mediante ato próprio. (vinte e quatro) meses, salvo quando a junta médica declarar a in-
*§ 2º REVOGADO. capacidade definitiva para o serviço, ou na hipótese prevista no art.
*Revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. 68, incisco X.
25.1.2005. – Apêndice. *Redação dada pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
*Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 2° En- 25.1.2005. – Apêndice.
quanto não for reformulado o Plano de Custeio da autarquia pre- *Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974):
videnciária do Estado, será admitido o sistema misto, competindo Art. 152 – O funcionário será aposentado:
ao Tesouro o ônus decorrente dos benefícios previstos nos incisos *I por invalidez;
I, VI, VII, VIII e X deste artigo, e, ao IPEC, os enunciados nos *II compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;
demais incisos, observadas as normas da legislação específica. *III voluntariamente, aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço
público.
*Art. 151 – O Estado assegurará a manutenção de um sistema *Ver art. 40, inciso III, alíneas “a”, “b”, “c” e “d” da Cons-
de assistência que, dentre outros, preste os seguintes benefícios e tituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional
serviços aos servidores e aos seus dependentes: nº 20, de 15.12.1998 – D. O. U. 16.12.1998 – Apêndice.
I – assistência médica; § 1º REVOGADO.

Didatismo e Conhecimento 48
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*Revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. *Redação Anterior: (Lei nº 13.578, de 21.1.2005): IV publi-
25.1.2005. – Apêndice. cado Ato ou Portaria de aposentadoria, afastar-se-á o servidor da
*Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 1° O tem- atividade e será o processo encaminhado ao Tribunal de Contas
po de serviço para a aposentadoria voluntária das mulheres é de do Estado, para fins de registro e controle de sua legalidade.
30 (trinta) anos. § 1º Caberá ao servidor interessado, prestar ao setor com-
§ 2º REVOGADO. petente de seu órgão de origem todo o auxílio para a correta e
*Revogado pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. diligente tramitação de seu processo de aposentadoria.
25.1.2005. – Apêndice. § 2º Nas hipóteses de aposentadoria compulsória ou por in-
*Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 2° A apo- validez, o servidor se afastará da atividade tão logo iniciado o
sentadoria por invalidez será sempre precedida de licença por processo, sem que o tempo de afastamento possa ser considerado
período contínuo não inferior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo para qualquer efeito.
quando a junta médica declarar a incapacidade definitiva para o § 3º Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, caso o pro-
serviço, ou na hipótese prevista no artigo 68, inciso X. cesso de aposentadoria não esteja concluído no prazo de 90 (no-
venta) dias, o servidor se afastará da atividade sem prejuízo de
*Art. 153 – O processo de aposentadoria se inicia: sua remuneração, sem direito a contar o tempo de afastamento
*Redação dada pela Lei Complementar n° 92, de 25.1.2011 para qualquer efeito.
– D. O. 27.1.2011. – Apêndice. § 4º Havendo parecer desfavorável da Procuradoria Geral
*Redação anterior: (Lei n° 13.578, de 21.1.2005): do Estado ou tendo o Tribunal de Contas julgado ilegal o Ato de
Art. 153 O processo de aposentadoria, iniciado com o reque- aposentadoria, deverá o servidor retornar à atividade, inclusive
rimento do interessado ou de ofício, nos casos de aposentadoria quando, no primeiro caso, se haja valido da prerrogativa do pa-
por invalidez, deverá ser devidamente informado pelo setor com- rágrafo anterior.
petente do órgão de origem do servidor, especialmente quanto à § 5º Aplica-se o disposto neste artigo aos servidores das au-
contagem do tempo de contribuição, às comprovações documen- tarquias e fundações públicas, dispensadas, quanto a estas, a ou-
tais necessárias, à indicação precisa dos respectivos proventos e a vida da Procuradoria Geral do Estado.
§6° No caso de aposentadoria compulsória, o processo inicia-
satisfação dos demais requisitos legais para a passagem à inativi-
se automaticamente aos 70 (setenta) anos de idade do servidor.
dade tendo, a partir daí, a seguinte tramitação:
*I – com o requerimento do interessado, no caso de inativi-
*Art. 154 O funcionário quando aposentado por invalidez
dade voluntária;
terá provento integral, correspondente aos vencimentos, incorpo-
*Redação dada pela Lei Complementar n° 92, de 25.1.2011
ráveis do cargo efetivo, se a causa for doença grave, incurável ou
– D. O. 27.1.2011. – Apêndice.
contagiosa, a que se refere o artigo 89, ou acidente no trabalho,
*Redação anterior: (Lei n° 13.578, de 21.1.2005): I o proces-
ou doença profissional, nos termos do inciso X do artigo 68; o
so, já contendo a minuta da portaria ou do ato de aposentadoria,
provento será proporcional ao tempo de serviço, nos demais casos.
será encaminhado, respectivamente, ao setor jurídico da Entidade *Ver inciso I do art. 40 da Constituição Federal, com a reda-
ou à Procuradoria Geral do Estado, para exame e parecer; ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998 – D.
*II – automaticamente, quando o servidor atinge a idade de O. U. 16.12.1998 – Apêndice.
70 (setenta) anos; § 1º Somente nos casos de invalidez decorrente de acidente
*Redação dada pela Lei Complementar n° 92, de 25.1.2011 no trabalho ou doença profissional, como configurados nos §§ 1º,
– D. O. 27.1.2011. – Apêndice. 2º, 3º e 4º do artigo 68, será aposentado o ocupante do cargo de
*Redação anterior: (Lei n° 13.578, de 21.1.2005): II – opi- provimento em comissão, hipótese em que o respectivo provento
nando o setor jurídico da Entidade ou a Procuradoria Geral do será integral.
Estado – PGE, após cumpridas as diligências acaso requisitadas, *§ 2º O funcionário aposentado em decorrência da invalidez
favoravelmente encaminhará o processo ao setor previdenciário por acidente em serviço, por moléstia profissional, ou por doença
da Secretaria da Administração; grave contagiosa ou incurável, especificada em Lei, é considerado
*III – automaticamente, quando o servidor for considerado como em efetivo exercício, assegurando-se-lhe todos os direitos e
inválido, na data fixada em laudo emitido pela Perícia Médica Ofi- vantagens atribuídas aos ocupantes de cargo de igual categoria em
cial do Estado ou na ocasião, em que verificada as demais hipóte- atividade, ainda que o mencionado cargo tenha ou venha a mudar
ses do art. 152, parágrafo único, desta Lei. (NR) a denominação de nível de classificação ou padrão de vencimento.
*Redação dada pela Lei Complementar n° 92, de 25.1.2011 *O § 2º do art. 154 foi acrescentado pela Lei nº 10.361, de
– D. O. 27.1.2011. – Apêndice. 6.12.1979 D. O. 13.12.1979, tendo sua redação atual pela Lei nº
*Redação anterior: (Lei n° 13.578, de 21.1.2005): III – o setor 10.932, de 3.10.1984 D. O. 15.10.1984 Apêndice.
previdenciário verificará se o processo é passívo de compensação *Redação anterior: (Lei nº 10.361, de 6.12.1979): § 2º O fun-
previdenciária e, caso afirmativo, retirará cópia dos documentos cionário aposentado em decorrência de invalidez por acidente em
necessários à compensação previdenciária e remeterá o processo serviço, por moléstia profissional, ou por doença grave contagiosa
à origem para assinatura do Ato ou Portaria de aposentadoria ou incurável, especificada em Lei, é considerado como em efetivo
pelo Titular do Órgão e publicação no Diário Oficial do Estado; exercício assegurado-se-lhe todos os direitos e vantagens atribuí-
*IV – REVOGADO dos ao ocupante de cargo de igual denominação, em atividade.
*Revogado pela Lei Complementar nº 92. De 25.1.2011 – D.
O. de 27.1.2011. – Apêndice *Art. 155 – REVOGADO.

Didatismo e Conhecimento 49
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*Revogado pelo art. 2º da Lei nº 12.913, de 17.6.1999 D. O. *§ 1º A proporcionalidade dos proventos, com base no tempo
18.6.1999 – Apêndice. de contribuição, é a fração, cujo numerador corresponde ao total
*Artigo revogado: de dias de contribuição e o denominador, o tempo de dias necessá-
rios à respectiva aposentadoria voluntária com proventos integrais.
Art. 155 O funcionário, quando aposentado por tempo de *Redação dada pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
serviço, terá provento integral, correspondente aos vencimentos e 25.1.2005. – Apêndice.
vantagens do cargo em que se aposentar. *Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 1° A pro-
§ 1º O funcionário que contar tempo de serviço igual ou su- porcionalidade dos proventos, com base no tempo de serviço, obe-
perior ao fixado para aposentadoria voluntária com proventos decerá, sempre, os seguintes percentuais sobre o vencimento do
integrais aposentar-se-á com as vantagens da comissão em cujo cargo:
exercício se encontrar, desde que haja ocupado, durante 5 (cinco) I até 10 anos de tempo de serviço 50% (cinquenta por cento);
anos ininterruptos, ou 10 (dez) intercalados, cargos de provimento II de 10 a 15 anos de tempo de serviço, 60% (sessenta por
em comissão ou de direção no Sistema Administrativo Civil do cento);
Estado, nas Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Eco- III de 15 a 20 anos de tempo de serviço, 70% (setenta por
nomia Mista, Fundações instituídas pelo Poder Público Estadual, cento);
bem como os relacionados nos artigos 85 e seu parágrafo único e IV de 20 a 25 anos de tempo de serviço, 80% (oitenta por
88, parágrafo 1º, da Constituição Estadual. cento);
§ 2º Atendidos os requisitos estabelecidos pelos §§ 1º e 4º V de mais de 25 anos de tempo de serviço, e menos de 30 ou
deste artigo, estender-se-ão as vantagens neles constantes aos be- 35 anos, conforme o caso, 90% (noventa por cento).
neficiários do art. 213 da CARTA MAGNA ESTADUAL, bem como *§ 2º A fração de que trata o parágrafo anterior será aplicada
ao funcionário atingido pela compulsória, aos 70 anos de idade, sobre o valor dos proventos calculados conforme a média aritméti-
ou que se invalidar por acidente em serviço, por moléstia profis- ca simples das maiores remunerações ou subsídios, observando-se,
sional ou doença grave, contagiosa ou incurável especificada no previamente, que o valor encontrado não poderá exceder à remune-
art. 89 desta Lei. ração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria.
§ 3º Somente para integralização do tempo exigido nos pará- *Redação pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. 25.1.2005.
grafos deste artigo e do art. 22 da Lei nº 10. 644, de 20 de abril – Apêndice.
de 1982, computar-se-á o período em que o funcionário haja exer- *Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): § 2° O pro-
cido cargo de Secretário de Estado, ou a nível deste, função de vento proporcional assim calculado será acrescido das vantagens
Assessoramento Técnico do Poder Executivo, ou de membro de que, por lei, lhe devam ser incorporadas.
órgão de deliberação coletiva, bem como o período em que tenha *
exercido cargo em comissão. Art. 157 – Os proventos de aposentadoria e as pensões serão
§ 4º O funcionário que contar tempo de serviço igual ou supe- reajustados na mesma data em que se der o reajuste dos benefícios
rior ao fixado para aposentadoria voluntária com proventos inte- do regime geral de previdência social, ressalvadas as aposentado-
grais ou 70 (setenta) anos de idade e/ou se invalidar por acidente rias concedidas conforme os arts. 6° e 7° da Emenda Constitucio-
de serviço, por moléstia profissional ou doença grave, contagiosa nal Estadual n° 56, de 7 de janeiro de 2004. (NR).
ou incurável, especificada no art. 89 desta Lei, ao se aposentar *Redação dada pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
terá incluído em seus proventos valor idêntico ao da gratificação 25.1.2005. – Apêndice.
pelo regime de tempo integral ou da gratificação por execução *Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974):
de trabalho relevante, técnico ou científico ou, ainda, ao da gra- Art. 157 O provento da inatividade será reajustado, automa-
tificação pela representação de gabinete que venha percebendo, ticamente, sempre que se modificar o vencimento dos funcionários
desde que tenha usufruído esse benefício durante 5 (cinco) anos em atividade, e, na mesma proporção, por motivo de alteração do
ininterruptos ou 10 (dez) anos intercalados. poder aquisitivo da moeda.
§ 5º Para efeito de aposentadoria serão computados os pe- § 1º O provento, salvo o caso do reajuste previsto neste artigo,
ríodos prestados aos órgãos da Administração Estadual e remu- não poderá ser superior aos vencimentos, nem será objeto de rea-
nerados por verba de Representação de Gabinete, desde que não juste quando o vencimento for alterado em virtude de decisão em
sejam cumulativos. processo de enquadramento ou de reclassificação.
* § 2º O provento decorrente de aposentadoria por implemen-
Art. 156 O servidor aposentado compulsoriamente por mo- tação de tempo de serviço não poderá ser inferior à remuneração
tivo de idade, ou nos termos do art. 154, terá os seus proventos auferida por servidor titular de cargo de igual categoria, ainda
proporcionais ao tempo de contribuição. que os mencionados cargos tenham ou venham a mudar de deno-
*Redação dada pela Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. minação, de nível de classificação ou de padrão de vencimento.
25.1.2005. – Apêndice.
*Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 14.5.1974): CAPÍTULO III
Art. 156 O funcionário aposentado compulsoriamente por Do Salário Família
motivo de idade, ou por invalidez decorrente de doença não pre- *
vista no artigo anterior, terá provento proporcional ao tempo de Art. 158 O salário família é o auxílio pecuniário especial
serviço. concedido pelo Estado ao funcionário ativo e ao aposentado como
*Ver Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998 – D. O. U. contribuição ao custeio das despesas de manutenção de seus de-
16.12.1998 – Apêndice. pendentes.

Didatismo e Conhecimento 50
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
*Ver Decreto nº 20.768, de 11.6.1990 D. O. 12.6.1990 Apên- Art. 165 Para se habilitar à concessão do salário família o
dice. funcionário, o disponível, ou o aposentado apresentarão uma de-
*Ver Art. 5ºda Lei Complementar nº38, de 31.12 2003 D. O. claração de dependentes, indicando o cargo que exercer, ou no
31.12.2003 Apêndice. qual estiver aposentado ou em disponibilidade, mencionando em
relação a cada dependente:
Art. 159 A cada dependente relacionado no artigo seguinte I nome completo, data e local de nascimento, comprovado por
corresponderá uma cota de salário família de acordo com o valor certidão do registro civil;
fixado em lei. II grau de parentesco ou dependência;
III no caso de se tratar de maior de 21 anos, se total e perma-
Art. 160 Conceder-se-á salário família: nentemente incapaz para o trabalho, hipótese em que informará a
I pela esposa que não exerça atividade remunerada; causa e a espécie de invalidez;
II por filho menor de 21 anos que não exerça atividade remu- IV se o dependente vive sob a guarda do declarante.
nerada;
III por filho inválido; Art. 166 A declaração do servidor será prestada a seu chefe
IV por filho estudante que frequente curso secundário ou su- imediato que a examinará e, após o seu visto, a encaminhará ao ór-
perior e que não exerça atividade lucrativa, até a idade de 24 (vinte gão competente para o processamento e atendimento da concessão.
e quatro) anos;
V pelo ascendente sem rendimento próprio que viva às expen- Art. 167 O salário família será concedido à vista das declara-
sas do funcionário; ções prestadas, mediante simples despacho que será comunicado
VI por enteados, netos, irmãos, sobrinhos menores ou inca- ao órgão incumbido da elaboração de folhas de pagamento.
pazes que vivam às expensas do funcionário, bem como pessoa §1º Será concedido ao declarante ativo ou inativo o prazo de
menor ou incapaz que, igualmente assim viva sob sua guarda atri- 120 (cento e vinte) dias para o esclarecimento de qualquer dúvida
buída judicialmente; na declaração, o que poderá ser feito por meio de quaisquer provas
VII pelo companheiro ou companheira, na forma e conceitua- admitidas em direito.
ção da legislação previdenciária. §2º Não sendo apresentado no prazo o esclarecimento de que
trata o § 1º, a autoridade concedente determinará a imediata sus-
§1º Quando pai e mãe forem ambos funcionários do Estado e
pensão do pagamento do salário família, até que seja satisfeita a
viverem em comum, o salário família será concedido ao pai; se não
exigência.
viverem em comum, o salário família será concedido ao que tiver
os dependentes sob sua guarda e, se ambos os tiverem, de acordo
Art. 168 Verificada, a qualquer tempo, a inexatidão das de-
com a distribuição dos dependentes.
clarações prestadas, será suspensa a concessão do salário família
§2º Equipara-se ao pai e a mãe, o padrasto, a madrasta e os
e determinada a reposição do indevidamente recebido, mediante o
representantes legais dos menores e dos incapazes.
desconto mensal de 10% (dez por cento) da remuneração líquida,
§3º A cota de salário família por filho inválido corresponderá em folha de pagamento.
ao duplo da cota dos demais. *Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22 .9.2003 – D. O.
24.9.2003 Apêndice.
Art. 161 O salário família será pago, ainda, nos casos em que *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
o funcionário deixar de perceber vencimento ou proventos, sem Art. 168 – Verificada, a qualquer tempo, a inexatidão das de-
perda do cargo. clarações prestadas, será suspensa a concessão do salário família
e determinada a reposição do indevidamente recebido, mediante o
Art. 162 Em caso de falecimento do funcionário, o salário desconto mensal de 10% do vencimento ou provento, independen-
família continuará a ser pago aos seus beneficiários. temente dos limites estabelecidos para as consignações em folha
Parágrafo único Se o funcionário falecido não se houver ha- de pagamento.
bilitado ao salário família, a administração ou interessados tomarão
as medidas necessárias para que seja pago aos seus beneficiários, Art. 169 O funcionário e o aposentado são obrigados a co-
desde que atendam aos requisitos necessários a partir da data em municar a autoridade concedente, dentro do prazo de quinze dias,
que fizerem jus ao benefício, observada, a prescrição quinquenal. qualquer alteração que se verifique na situação dos dependentes,
da qual decorra supressão ou redução do salário família.
Art. 163 O salário família não servirá de base para qualquer Parágrafo único A não observância desta disposição acarre-
contribuição, ainda que para fim de previdência social. tará as mesmas providências indicadas no artigo anterior.

Art. 164 Será suspenso o pagamento do salário família ao Art. 170 O salário família será devido em relação a cada de-
funcionário que comprovadamente descurar da subsistência e edu- pendente, a partir do mês em que tiver ocorrido o ato ou fato que
cação dos seus dependentes. lhe der origem, deixando de ser devido igualmente em relação a
§1º Mediante autorização judicial a pessoa que estiver man- cada dependente no mês seguinte ao ato ou fato que determinar a
tendo os dependentes do funcionário poderá receber o salário fa- sua supressão.
mília enquanto durar a situação prevista neste artigo.
§2º O pagamento voltará a ser feito ao funcionário tão logo Art. 171 O salário família será pago juntamente com os venci-
comprovado o desaparecimento dos motivos determinantes da sus- mentos ou proventos, pelos órgãos pagadores, independentemente
pensão. de publicação do ato de concessão.

Didatismo e Conhecimento 51
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO IV Art. 175 Considera-se ilícito administrativo a conduta co-
Do Auxílio doença missiva ou omissiva, do funcionário, que importe em violação de
dever geral ou especial, ou de proibição, fixado neste Estatuto e
Art. 172 – REVOGADO. em sua legislação complementar, ou que constitua comportamento
*Revogado pelo incompatível com o decoro funcional ou social.
Art. 16 da Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O. 25.1.2005. – Parágrafo único O ilícito administrativo é punível, indepen-
Apêndice. dentemente de acarretar resultado perturbador do serviço estadual.
*Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 9.826, de 14.5.1974):
Art. 172 O funcionário terá direito a um mês de vencimentos, Art. 176 A apuração da responsabilidade funcional será pro-
a título de auxílio doença, após cada período de 12 (doze) meses movida, de ofício, ou mediante representação, pela autoridade de
consecutivos de licença para tratamento de saúde. maior hierarquia no órgão ou na entidade administrativa em que
§ 1º O pagamento do auxílio doença será autorizado a partir tiver ocorrido a irregularidade. Se se tratar de ilícito administrativo
do dia imediato àquele em que o funcionário completar o período praticado fora do local de trabalho, a apuração da responsabilidade
a que se refere o caput deste artigo, independentemente de reque- será promovida pela autoridade de maior hierarquia no órgão ou na
rimento do interessado, em folha de pagamento que obedecerá às entidade a que pertencer o funcionário a quem se imputar a prática
mesmas normas das folhas de pagamento de vencimentos e pro- da irregularidade.
ventos. Se o funcionário ocupar mais de um cargo, o auxílio doen- Parágrafo único Se se imputar a prática do ilícito a vários
ça será pago apenas pelo de maior vencimento. funcionários lotados em órgãos diversos do Poder Executivo, a
§2º Quando ocorrer o falecimento do funcionário o auxílio competência para determinar a apuração da responsabilidade ca-
doença a que fez jus será pago de acordo com as normas que regu- berá ao Governador do Estado.
lam o pagamento de vencimento ou provento não recebidos.
Art. 177 A responsabilidade civil decorre de conduta funcio-
CAPÍTULO V nal, comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, que acarrete prejuí-
Do Auxílio funeral zo para o patrimônio do Estado, de suas entidades ou de terceiros.
§1º A indenização de prejuízo causado ao Estado ou às suas
*Art. 173 Será concedido auxílio funeral à família do funcio- entidades, no que exceder os limites da fiança, quando for o caso,
nário falecido, correspondente a 01 (um) mês de seus vencimentos será liquidada mediante prestações mensais descontadas em folha
ou proventos, limitado o pagamento à quantia de R$ 1.200,00 (um de pagamento, não excedentes da décima parte do vencimento, à
mil e duzentos reais). falta de outros bens que respondam pelo ressarcimento.
Parágrafo único Quando não houver pessoa da família do §2º Em caso de prejuízo a terceiro, o funcionário responderá
funcionário no local do falecimento, o auxílio funeral será pago a perante o Estado ou suas entidades, através de ação regressiva pro-
quem promover o enterro, mediante comprovação das despesas. posta depois de transitar em julgado a decisão judicial, que houver
*Redação dada pela Lei nº 12.913, de 17.6.1999 D. O. de condenado a Fazenda Pública a indenizar o terceiro prejudicado.
18.6.1999 – Apêndice.
*Regulamentado pelo Decreto nº 11.630, de 12.12.1975 Art. 178 A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-
D. O. 19.12.1975 e posteriormente pelo Decreto nº 20.768, de venções imputados, por lei, ao funcionário, nesta qualidade.
11.6.1990 D. O. 12.6.1990 Apêndice.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 179 São independentes as instâncias administrativas civil
Art. 173 Será concedido auxílio funeral correspondente a um e penal, e cumuláveis as respectivas cominações.
mês de vencimentos ou proventos à família do funcionário fale- §1º Sob pena de responsabilidade, o funcionário que exercer
cido, mesmo que aposentado. § 1º Os vencimentos ou proventos atribuições de chefia, tomando conhecimento de um fato que possa
serão aqueles que o funcionário fizer jus na data do óbito. § 2º Em vir a se configurar, ou se configure como ilícito administrativo, é
caso de acumulação legal o auxílio funeral será pago somente na obrigado a representar perante a autoridade competente, a fim de
razão do cargo de maior vencimento do servidor falecido. § 3º En- que esta promova a sua apuração.
quanto continuar como ônus do Tesouro Estadual a despesa cor- §2º A apuração da responsabilidade funcional será feita atra-
rerá pela dotação própria do cargo do funcionário falecido, não vés de sindicância ou de inquérito.
podendo, por conseguinte, ser provido o cargo antes de decorridos §3º Se o comportamento funcional irregular configurar, ao
30 dias de sua vacância. § 4º Quando não houver pessoa da famí- mesmo tempo, responsabilidade administrativa, civil e penal, a au-
lia do funcionário no local do falecimento, o auxílio funeral será toridade que determinou o procedimento disciplinar adotará pro-
pago a quem promover o enterro, mediante prova das despesas. vidências para a apuração do ilícito civil ou penal, quando for o
caso, durante ou depois de concluídos a sindicância ou o inquérito.
TÍTULO VI §4º Fixada a responsabilidade administrativa do funcionário,
Do Regime Disciplinar a autoridade competente aplicará a sanção que entender cabível,
ou a que for tipificada neste Estatuto para determinados ilícitos. Na
CAPÍTULO I aplicação da sanção, a autoridade levará em conta os antecedentes
Dos Princípios Fundamentais do funcionário, as circunstâncias em que o ilícito ocorreu, a gra-
vidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço
Art. 174 O funcionário público é administrativamente res- estatal de terceiros.
ponsável, perante seus superiores hierárquicos, pelos ilícitos que §5º A legítima defesa e o estado de necessidade excluem a
cometer. responsabilidade administrativa.

Didatismo e Conhecimento 52
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§6º A alienação mental, comprovada através de perícia mé- VI no direito de arguir prescrição;
dica oficial excluirá, também, a responsabilidade administrativa, VII no direito de levantar suspeições e arguir impedimentos.
comunicando o sindicante ou a Comissão Permanente de Inquérito
à autoridade competente o fato, a fim de que seja providenciada a Art. 185 A defesa do funcionário no procedimento discipli-
aposentadoria do funcionário. nar, que é de natureza contraditória, é privativa de advogado, que
§7º Considera-se legítima defesa o revide moderado e pro- a exercitará nos termos deste Estatuto e nos da legislação federal
porcional à agressão ou à iminência de agressão moral ou física, pertinente (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil).
que atinja ou vise a atingir o funcionário, ou seus superiores hie- § 1º A autoridade competente designará defensor para o fun-
rárquicos ou colegas, ou o patrimônio da instituição administrativa cionário que, pobre na forma da lei, ou revel, não indicar advoga-
a que servir. do, podendo a indicação recair em advogado do Instituto de Previ-
§8º Considera-se em estado de necessidade o funcionário que dência do Estado do Ceará (IPEC).
realiza atividade indispensável ao atendimento de uma urgência §2º O funcionário poderá defender-se, pessoalmente, se tiver
administrativa, inclusive para fins de preservação do patrimônio a qualidade de advogado.
público.
§9º O exercício da legítima defesa e de atividades em virtude Art. 186 O funcionário público fica sujeito ao poder discipli-
do estado de necessidade não serão excludentes de responsabilida- nar desde a posse ou, se esta não for exigida, desde o seu ingresso
de administrativa quando houver excesso, imoderação ou despro- no exercício funcional.
porcionalidade, culposos ou dolosos, na conduta do funcionário.
Art. 187 Se no transcurso do procedimento disciplinar outro
Art. 180 A apuração da responsabilidade do funcionário pro- funcionário for indiciado, o sindicante ou a Comissão Permanente
cessar-se-á mesmo nos casos de alteração funcional, inclusive a de Inquérito, conforme o caso, reabrirá os prazos de defesa para o
perda do cargo. novo indiciado.
Art. 181 Extingue-se a responsabilidade administrativa: Art. 188 A inobservância de qualquer dos preceitos deste
I com a morte do funcionário; Capítulo relativos à forma do procedimento, à competência e ao
II pela prescrição do direito de agir do Estado ou de suas enti-
direito de ampla defesa acarretará a nulidade do procedimento dis-
dades em matéria disciplinar.
ciplinar.
Art. 182 O direito ao exercício do poder disciplinar prescreve
Art. 189 Aplica-se o disposto neste Título ao procedimento
passados cinco anos da data em que o ilícito tiver ocorrido.
em que for indiciado aposentado ou funcionário em disponibili-
Parágrafo único São imprescritíveis o ilícito de abandono de
dade.
cargo e a respectiva sanção.

Art. 183 O inquérito administrativo para apuração da respon- CAPÍTULO II


sabilidade do funcionário produzirá, preliminarmente, os seguin- Dos Deveres
tes efeitos:
I afastamento do funcionário indiciado de seu cargo ou fun- Art. 190 Os deveres do funcionário são gerais, quando fixados
ção, nos casos de prisão preventiva ou prisão administrativa; neste Estatuto e legislação complementar, e especiais, quando fi-
II sobrestamento do processo de aposentadoria voluntária; xados tendo em vista as peculiaridades das atribuições funcionais.
III proibição do afastamento do exercício, salvo o caso do
item I deste artigo; Art. 191 São deveres gerais do funcionário:
IV proibição de concessão de licença, ou o seu sobrestamento, I lealdade e respeito às instituições constitucionais e adminis-
salvo a concedida por motivo de saúde; trativas a que servir;
V cessação da disposição, com retorno do funcionário ao seu II observância das normas constitucionais, legais e regula-
órgão de origem. mentares;
* III obediência às ordens de seus superiores hierárquicos;
Art. 184 Assegurar-se-á ao funcionário, no procedimento dis- IV continência de comportamento, tendo em vista o decoro
ciplinar, ampla defesa, consistente, sobretudo: funcional e social;
*Ver art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal. V levar, por escrito, ao conhecimento da autoridade superior
I no direito de prestar depoimento sobre a imputação que lhe irregularidades administrativas de que tiver ciência em razão do
é feita e sobre os fatos que a geraram; cargo que ocupa, ou da função que exerça;
II no direito de apresentar razões preliminares e finais, por VI assiduidade;
escrito, nos termos deste Estatuto; VII pontualidade;
III no direito de ser defendido por advogado, de sua indica- VIII urbanidade;
ção, ou por defensor público, também advogado, designado pela IX discrição;
autoridade competente; X guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natu-
IV no direito de arrolar e inquirir, reinquirir e contraditar tes- reza reservada de que tenha conhecimento em razão do cargo que
temunhas, e requerer acareações; ocupa, ou da função que exerça;
V no direito de requerer todas as provas em direito permitidas, XI zelar pela economia e conservação do material que lhe for
inclusive as de natureza pericial; confiado;

Didatismo e Conhecimento 53
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
XII atender às notificações para depor ou realizar perícias ou V promover manifestação de desapreço ou fazer circular ou
vistorias, tendo em vista procedimentos disciplinares; subscrever lista de donativos, no recinto do trabalho;
XIII atender, nos prazos de lei ou regulamentares, as requisi- VI coagir ou aliciar subordinados com objetivos político par-
ções para defesa da Fazenda Pública; tidários;
XIV atender, nos prazos que lhe forem assinados por lei ou VII participar de diretoria, gerência, administração, conselho
regulamento, os requerimentos de certidões para defesa de direitos técnico ou administrativo, de empresa ou sociedades mercantis;
e esclarecimentos de situações; VIII pleitear, como procurador ou intermediário, junto aos ór-
XV providenciar para que esteja sempre em ordem, no assen- gãos e entidades estaduais, salvo quando se tratar de percepção de
tamento individual, sua declaração de família; vencimentos, proventos ou vantagens de parente consanguíneo ou
XVI atender, prontamente, e na medida de sua competência, afim, até o segundo grau civil;
os pedidos de informação do Poder Legislativo e às requisições do IX praticar a usura;
Poder Judiciário; X receber propinas, vantagens ou comissões pela prática de
XVII cumprir, na medida de sua competência, as decisões ju- atos de oficio;
diciais ou facilitarlhes a execução. XI revelar fato de natureza sigilosa, de que tenha ciência em
razão do cargo ou função, salvo quando se tratar de depoimento
Art. 192 O funcionário deixará de cumprir ordem de autori- em processo judicial, policial ou administrativo;
dade superior quando: XII cometer a outrem, salvo os casos previstos em lei ou ato
I a autoridade de quem emanar a ordem for incompetente; administrativo, o desempenho de sua atividade funcional;
II não se contiver a ordem na área da competência do órgão a XIII entreter-se, nos locais e horas de trabalho, com ativida-
que servir o funcionário seu destinatário, ou não se referir a nenhu- des estranhas às relacionadas com as suas atribuições, causando
ma das atribuições do servidor; prejuízos a estas;
III for a ordem expedida sem a forma exigida por lei; XIV deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada;
IV não tiver sido a ordem publicada, quando tal formalidade XV ser comerciante;
for essencial à sua validade; XVI contratar com o Estado, ou suas entidades, salvo os casos
V não tiver a ordem como causa uma necessidade administra- de prestação de serviços técnicos ou científicos, inclusive os de
tiva ou pública, ou visar a fins não estipulados na regra de compe-
magistério em caráter eventual;
tência da autoridade da qual promanou ou do funcionário a quem
XVII empregar bens do Estado e de suas entidades em serviço
se dirige;
particular;
VI a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou de au-
XVIII atender pessoas estranhas ao serviço, no local de traba-
toridade.
lho, para o trato de assuntos particulares;
§ 1º Em qualquer dos casos referidos neste artigo, o funcioná-
XIX retirar bens de órgãos ou entidades estaduais, salvo quan-
rio representará contra a ordem, fundamentadamente, à autoridade
do autorizado pelo superior hierárquico e desde que para atender
imediatamente superior a que ordenou.
§ 2º Se se tratar de ordem emanada do Presidente da Assem- a interesse público.
bleia Legislativa, do Chefe do Poder Executivo, do Presidente do Parágrafo único Excluem se da proibição do item XVI os
Tribunal de Contas e do Presidente do Conselho de Contas dos contratos de cláusulas uniformes e os de emprego, em geral, quan-
Municípios, o funcionário justificará perante essas autoridades a do, no último caso, não configurarem acumulação ilícita.
escusa da obediência.
Art. 194 É ressalvado ao funcionário o direito de acumular
CAPÍTULO III cargo, funções e empregos remunerados, nos casos excepcionais
Das Proibições da Constituição Federal.
§1º Verificada, em inquérito administrativo, acumulação proi-
Art. 193 Ao funcionário é proibido: bida e provada a boa fé, o funcionário optará por um dos cargos,
*I salvo as exceções constitucionais pertinentes, acumular funções ou empregos, não ficando obrigado a restituir o que hou-
cargos, funções e empregos públicos remunerados, inclusive nas ver percebido durante o período da acumulação vedada.
entidades da Administração Indireta (autarquias, empresas públi- §2º Provada a má fé, o funcionário perderá os cargos, funções
cas e sociedades de economia mista); ou empregos acumulados ilicitamente devolvendo ao Estado o que
*Ver art. 37 inciso XVI e XVII da Constituição Federal, com houver percebido no período da acumulação.
a redação dada pela Emenda Constitucional Federal nº 19, de
4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998 – Apêndice. Art. 195 O aposentado compulsoriamente ou por invalidez
II referir-se de modo depreciativo às autoridades em qualquer não poderá acumular seus proventos com a ocupação de cargo ou
ato funcional que praticar, ressalvado o direito de crítica doutriná- o exercício de função ou emprego público.
ria aos atos e fatos administrativos, inclusive em trabalho público Parágrafo único Não se compreendem na proibição de acu-
e assinado; mular nem estão sujeitos a quaisquer limites:
III retirar, modificar ou substituir qualquer documento oficial, I a percepção conjunta de pensões civis e militares;
com o fim de constituir direito ou obrigação, ou de alterar a verda- II a percepção de pensões com vencimento ou salário;
de dos fatos, bem como apresentar documento falso com a mesma III a percepção de pensões com vencimentos de disponibili-
finalidade; dade e proventos de aposentadoria e reforma;
IV valer-se do exercício funcional para lograr proveito ilícito IV a percepção de proventos, quando resultantes de cargos
para si, ou para outrem; legalmente acumuláveis.

Didatismo e Conhecimento 54
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CAPÍTULO IV Art. 200 Tendo em vista a gravidade do ilícito, a demissão
Das Sanções Disciplinares e seus Efeitos poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”, a qual
constará sempre nos casos de demissão referidos nos itens I e VII
Art. 196 As sanções aplicáveis ao funcionário são as seguintes: do artigo 199.
I repreensão; Parágrafo único Salvo reabilitação obtida em processo dis-
II suspensão; ciplinar de revisão, o funcionário demitido com a nota a que se
III multa; refere este artigo não poderá reingressar nos quadros funcionais do
*IV demissão; Estado ou de suas entidades, a qualquer título.
*Ver art. 37 da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 – D. O. 4.9.1990 *Art. 201 Ao ato que cominar sanção, precederá sempre pro-
– Apêndice. cedimento disciplinar, assegurada ao funcionário indiciado ampla
V cassação de disponibilidade; defesa, nos termos deste Estatuto, pena de nulidade da cominação
VI cassação de aposentadoria. imposta.
*Ver art. 5º, inciso LV da Constituição Federal.
Art. 197 Aplicar-se-á a repreensão, sempre por escrito, ao Parágrafo único As sanções referidas nos itens II e VI do
funcionário que, em caráter primário, a juízo da autoridade com- artigo 196 serão cominadas por escrito e fundamentalmente, pena
petente, cometer falta leve, não cominável, por este Estatuto, com de nulidade.
outro tipo de sanção.
Art. 202 São competentes para aplicação das sanções disci-
Art. 198 Aplicar-se-á a suspensão, através de ato escrito, por plinares:
prazo não superior a 90 (noventa) dias, nos casos de reincidência I os Chefes dos Poderes Legislativo e Executivo, em qual-
de falta leve, e nos de ilícito grave, salvo a expressa cominação, quer caso, e privativamente, nos casos de demissão e cassação de
por lei, de outro tipo de sanção. aposentadoria ou disponibilidade, salvo se se tratar de punição de
Parágrafo único Por conveniência do serviço, a suspensão funcionário autárquico;
poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por
II os dirigentes superiores das autarquias, em qualquer caso,
cento) por dia de vencimento, obrigado, neste caso, o funcionário
e, privativamente, nos casos de demissão e cassação, da aposenta-
a permanecer em exercício.
doria ou disponibilidade;
*
III os Secretários de Estado e demais dirigentes de órgãos su-
Art. 199 A demissão será obrigatoriamente aplicada nos se-
bordinados ou auxiliares, em todos os casos, salvo os referidos nos
guintes casos:
itens I e II;
*Ver § 1º do art. 41 da Constituição Federal, com a redação
IV os chefes de unidades administrativas em geral, nos casos
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 4.6.1998 – D. O. U.
5.6.1998 – Apêndice. de repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias e multa correspondente.
I crime contra a administração pública;
II crime comum praticado em detrimento de dever inerente à Art. 203 Além da pena judicial que couber, serão considera-
função pública ou ao cargo público, quando de natureza grave, a dos como de suspensão os dias em que o funcionário, notificado
critério da autoridade competente; deixar de atender à convocação para prestação de serviços estatais
III abandono de cargo; compulsórios, salvo motivo justificado.
IV incontinência pública e escandalosa e prática de jogos
proibidos; Art. 204 Será cassada a aposentadoria ou disponibilidade se
V insubordinação grave em serviço; ficar provado, em inquérito administrativo, que o aposentado ou
VI ofensa física ou moral em serviço contra funcionário ou disponível:
terceiros; I praticou, quando no exercício funcional, ilícito punível com
VII aplicação irregular dos dinheiros públicos, que resultem demissão;
em lesão para o Erário Estadual ou dilapidação do seu patrimônio; II aceitou cargo ou função que, legalmente, não poderia ocu-
VIII quebra do dever de sigilo funcional; par, ou exercer, provada a má-fé;
IX corrupção passiva, nos termos da lei penal; III não assumiu o disponível, no prazo legal, o lugar funcional
X falta de atendimento ao requisito do estágio probatório esta- em que foi aproveitado, salvo motivo de força maior;
belecido no art. 27, § 1º, item III; IV perdeu a nacionalidade brasileira.
XI desídia funcional; Parágrafo único A cassação da aposentadoria ou disponibi-
XII descumprimento de dever especial inerente a cargo em lidade extingue o vínculo do aposentado ou do disponível com o
comissão. Estado ou suas entidades autárquicas.
§ 1° Considera-se abandono de cargo a deliberada ausência
ao serviço, sem justa causa, por trinta (30) dias consecutivos ou 60 Art. 205 A suspensão preventiva será ordenada pela autori-
(sessenta) dias, interpoladamente, durante 12 (doze) meses. dade que determinar a abertura do inquérito administrativo, se,
§ 2º Entende-rse-á por ausência ao serviço com justa causa no transcurso deste, a entender indispensável, nos termos do § 1º
não só a autorizada por lei, regulamento ou outro ato adminis- deste artigo.
trativo, como a que assim for considerada após comprovação em § 1º A suspensão preventiva não ultrapassará o prazo de 90
inquérito ou justificação administrativa, esta última requerida ao (noventa) dias e somente será determinada quando o afastamento
superior hierárquico pelo funcionário interessado, valendo a justi- do funcionário for necessário, para que, como indiciado, não ve-
ficação, nos termos deste parágrafo, apenas para fins disciplinares. nha a influir na apuração de sua responsabilidade.

Didatismo e Conhecimento 55
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
§ 2º Suspenso preventivamente, o funcionário terá, entretanto, § 4º A sindicância precede o inquérito administrativo, quando
direito: for o caso, sendo-lhe anexada como peça informativa e preliminar.
I a computar o tempo de serviço relativo ao período de sus- § 5º A sindicância será realizada no prazo máximo de 15
pensão para todos os efeitos legais; (quinze) dias, prorrogável por igual período, a pedido do sindican-
II a computar o tempo de serviço para todos os fins de lei, re- te, e a critério da autoridade que determinou a sua abertura.
lativo ao período que ultrapassar o prazo da suspensão preventiva; § 6º Havendo ostensividade ou indícios fortes de autoria do
III a perceber os vencimentos relativos ao período de suspen- ilícito administrativo, o sindicante indiciará o funcionário, abrin-
são, se reconhecida a sua inocência no inquérito administrativo; do-lhe o prazo de 3 (três) dias para defesa prévia. A seguir, com o
IV a perceber as gratificações por tempo de serviço já presta- seu relatório, encaminhará o processo de sindicância à autoridade
do e o salário família. que determinou a sua abertura.
§ 7º O sindicante poderá ser assessorado por técnicos, de pre-
Art. 206 Os Chefes dos Poderes Legislativo, Executivo e Ju- ferência pertencentes aos quadros funcionais, devendo todos os atos
diciário, os Presidentes do Tribunal de Contas e do Conselho de da sindicância serem reduzidos a termo por secretário designado
Contas dos Municípios, os Secretários de Estado e os dirigentes pelo sindicante, dentre os funcionários do órgão a que pertencer.
das Autarquias poderão ordenar a prisão administrativa do fun- § 8º Ultimada a sindicância, não apurada a responsabilidade
cionário responsável direto pelos dinheiros e valores públicos, ou administrativa, ou o descumprimento dos requisitos do estágio
pelos bens que se encontrarem sob a guarda do Estado ou de suas probatório, o processo será arquivado, fixada a responsabilidade
Autarquias, no caso de alcance ou omissão no recolhimento ou na funcional, a autoridade que determinou a sindicância encaminhará
entrega a quem de direito nos prazos e na forma da lei. os respectivos autos para a Comissão Permanente de Inquérito Ad-
§ 1º Recolhida aos cofres públicos a importância desviada, ministrativo, que funcionará:
a autoridade que ordenou a prisão revogará imediatamente o ato I no Poder Executivo, na Governadoria, nas Secretarias de Es-
gerador da custódia. tado, órgãos desconcentrados e nas autarquias;
§ 2º A autoridade que ordenar a prisão, que não poderá ul- II no Poder Legislativo, na Diretoria Geral;
trapassar a 90 (noventa) dias, comunicará imediatamente o fato à III no Tribunal de Contas e no Conselho de Contas dos Mu-
nicípios.
autoridade judiciária competente e providenciará a abertura e rea-
lização urgente do processo de tomada de contas.
CAPÍTULO VI
Do Inquérito Administrativo
Art. 207 A prisão, a que se refere o artigo anterior, será cum-
prida em local especial.
Art. 210 O inquérito administrativo é o procedimento através
do qual os órgãos e as autarquias do Estado apuram a responsabi-
Art. 208 Aplica-se à prisão administrativa o disposto no § 2º
lidade disciplinar do funcionário.
do art. 205 deste Estatuto. Parágrafo único São competentes para instaurar o inquérito:
I o Governador, em qualquer caso;
CAPÍTULO V II os Secretários de Estado, os dirigentes das Autarquias e os
Da Sindicância Presidentes da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas e
do Conselho de Contas dos Municípios, em suas áreas funcionais,
Art. 209 A sindicância é o procedimento sumário através do permitida a delegação de competência.
qual o Estado ou suas autarquias reúnem elementos informativos
para determinar a verdade em torno de possíveis irregularidades Art. 211 O inquérito administrativo será realizado por Co-
que possam configurar, ou não, ilícitos administrativos, aberta pela missões Permanentes, instituídas por atos do Governador, do Pre-
autoridade de maior hierarquia, no órgão em que ocorreu a irregu- sidente da Assembleia Legislativa, do Presidente do Tribunal de
laridade, ressalvadas em qualquer caso, permitida a delegação de Contas, do Presidente do Conselho de Contas dos Municípios, dos
competência: dirigentes das Autarquias e dos órgãos desconcentrados, permitida
I do Governador, em qualquer caso; a delegação de poder, no caso do Governador, ao Secretário de
II dos Secretários de Estado, dos dirigentes autárquicos e dos Administração.
Presidentes da Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas e do
Conselho de Contas dos Municípios, em suas respectivas áreas Art. 212 As Comissões Permanentes de Inquérito Adminis-
funcionais. trativo compor-se-ão de três membros, todos funcionários estáveis
§ 1º Abrir-se-á, também, sindicância para apuração das apti- do Estado ou de suas autarquias, presidida pelo servidor que for
dões do funcionário, no estágio probatório, para fins de demissão designado pela autoridade competente, que colocará à disposição
ou exoneração, quando for o caso, assegurada ao indiciado ampla das Comissões o pessoal necessário ao desenvolvimento de seus
defesa, nos termos dos artigos estatutários que disciplinam o in- trabalhos, inclusive os de secretário e assessoramento.
quérito administrativo, reduzidos os prazos neles estabelecidos, à
metade. Art. 213 Instaurado o inquérito administrativo, a autoridade
§ 2º Aberta a sindicância, suspende-se a fluência do período encaminhará seu ato para a Comissão de Inquérito que for compe-
do estágio probatório. tente, tendo em vista o local da ocorrência da irregularidade veri-
§ 3º A sindicância será realizada por funcionário estável, de- ficada, ou a vinculação funcional do servidor a quem se pretende
signado pela autoridade que determinar a sua abertura. imputar a responsabilidade administrativa.

Didatismo e Conhecimento 56
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Art. 214 Abertos os trabalhos do inquérito, o Presidente da Art. 225 Recebidos os autos do inquérito, a autoridade julga-
Comissão mandará citar o funcionário acusado, para que, como dora proferirá sua decisão no prazo improrrogável de 20 (vinte)
indiciado, acompanhe, na forma do estabelecido neste Estatuto, dias.
todo o procedimento, requerendo o que for do interesse da defesa.
Parágrafo único A citação será pessoal, mediante protocolo, Art. 226 Declarada a nulidade do inquérito, no todo ou em
devendo o servidor dele encarregado consignar, por escrito, a re- parte, por falta do cumprimento de formalidade essencial, inclu-
cusa do funcionário em recebe-la. Em caso de não ser encontrado sive o reconhecimento de direito de defesa, novo procedimento
o funcionário, estando ele em lugar incerto e não sabido, a citação será aberto.
far-se-á por edital, publicado no Diário Oficial do Estado, com pra-
zo de 15 (quinze) dias, depois do que, não comparecendo o citado, Art. 227 No caso do artigo anterior e no de esgotamento do
ser-lhe-á designado defensor, nos termos do art. 184, item III e § prazo para a conclusão do inquérito, o indiciado, se tiver sido afas-
1º do art. 185. tado de seu cargo, retornará ao seu exercício funcional.

Art. 215 Citado, o indiciado poderá requerer suas provas no CAPÍTULO VII
prazo de 5 (cinco) dias, podendo renovar o pedido, no curso do Da Revisão
inquérito, se necessário para demonstração de fatos novos.
Art. 228 A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão do
Art. 216 A falta de notificação do indiciado ou de seu defen- procedimento administrativo de que resultou sanção disciplinar,
sor, para todas as fases do inquérito, determinará a nulidade do quando se aduzam fatos ou circunstâncias que possam justificar
procedimento. a inocência do requerente, mencionados ou não no procedimento
original.
Art. 217 Encerrada a fase probatória, o indiciado será notifi- Parágrafo único Tratando-se de funcionário falecido ou de-
cado para apresentar, por seu defensor, no prazo de 10 (dez) dias, saparecido, a revisão poderá ser requerida pelo cônjuge, compa-
suas razões finais de defesa. nheiro, descendente, ascendente colateral consanguíneo até o 2º
grau civil.
Art. 218 Apresentadas as razões finais de defesa, a Comissão
encaminhará os autos do inquérito, com relatório circunstanciado e Art. 229 Processar-se-á a revisão em apenso ao processo ori-
conclusivo, à autoridade competente para o seu julgamento. ginal.
Parágrafo único Não constitui fundamento para a revisão a
Art. 219 Sob pena de nulidade, as reuniões e as diligências simples alegação de injustiça da sanção.
realizadas pela Comissão de Inquérito serão consignadas em atas.
Art. 230 O requerimento devidamente instruído será dirigido
Art. 220 Da decisão de autoridade julgadora cabe recurso no à autoridade que aplicou a sanção, ou àquela que a tiver confirma-
prazo de 10 (dez) dias, com efeito suspensivo, para a autoridade do, em grau de recurso.
hierárquica imediatamente superior, ou para a que for indicada em Parágrafo único Para processar a revisão, a autoridade que
regulamento ou regimento. receber o requerimento nomeará uma comissão composta de três
Parágrafo único Das decisões dos Secretários de Estado e do funcionários efetivos, de categoria igual ou superior à do reque-
Presidente do Conselho de Contas dos Municípios caberá recurso, rente.
com efeito suspensivo, no prazo deste artigo, para o Governador.
Das decisões do Presidente da Assembleia Legislativa e do Tribu- Art. 231 Na inicial, o requerente pedirá dia e hora para inqui-
nal de Contas caberá recurso, com os efeitos deste parágrafo, para rição das testemunhas que arrolar.
o Plenário da Assembleia e do Tribunal, respectivamente. Parágrafo único Será considerada informante a testemunha
que, residindo fora da sede onde funcionar a comissão, prestar de-
Art. 221 O inquérito administrativo será concluído no prazo poimento por escrito.
máximo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado por igual
período, a pedido da Comissão, ou a requerimento do indiciado, Art. 232 Concluído o encargo da comissão, no prazo de 60
dirigido à autoridade que determinou o procedimento. (sessenta) dias, prorrogável por trinta (30) dias, nos casos de força
maior, será o processo, com o respectivo relatório, encaminhado à
Art. 222 Em qualquer fase do inquérito será permitida a inter- autoridade competente para o julgamento.
venção do indiciado, por si, ou por seu defensor. Parágrafo único O prazo para julgamento será de 20 (vinte)
dias, prorrogável por igual período, no caso de serem determinadas
Art. 223 Havendo mais de um indiciado e diversidade de san- novas diligências.
ções caberá o julgamento à autoridade competente para imposição
da sanção mais grave. Neste caso, os prazos assinados aos indicia- Art. 233 Das decisões proferidas em procedimento de revisão
dos correrão em comum. cabe recurso, na forma do art. 220.

Art. 224 O funcionário só poderá ser exonerado, estando res-


pondendo a inquérito administrativo, depois de julgado este com a
declaração de sua inocência.

Didatismo e Conhecimento 57
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
TÍTULO VII Art. 241 São isentos de qualquer tributo ou emolumentos os
Das Disposições Finais requerimentos, certidões e outros papéis que interessem ao funcio-
nário público ou a aposentado, nessas qualidades.
CAPÍTULO ÚNICO
Das Disposições Gerais e Transitórias Art. 242 Nenhum tributo estadual incidirá sobre os vencimen-
tos, proventos ou qualquer vantagem do funcionário ou do aposen-
Art. 234 O órgão central do sistema de pessoal do Poder tado, nem sobre os atos ou títulos referentes à sua vida funcional.
Executivo e os assemelhados do Poder Legislativo e entidades
autárquicas fornecerão ao funcionário cartão de identidade, dele Art. 243 As normas do regime disciplinar previstas neste
devendo constar o retrato, a impressão digital, a filiação, a data de Estatuto, salvo as de natureza adjetiva, não se aplicam aos casos
nascimento e a qualificação funcional do identificado. pendentes.
Parágrafo único Será recolhido o cartão do funcionário que
for exonerado, demitido ou aposentado. Art. 244 O afastamento do funcionário ocupante de cargo de
chefia, direção, fiscalização ou arrecadação, para disputar mandato
Art. 235 Salvo disposição expressa em contrário, os prazos eletivo, dar-se-á nos termos da legislação eleitoral pertinente.
previstos neste Estatuto somente correrão nos dias úteis, excluin- Parágrafo único Durante o afastamento de que trata este ar-
do-se o dia inicial. tigo o funcionário não perceberá os vencimentos ou vantagens do
cargo que momentaneamente detinha ou de que for ocupante efeti-
Art. 236 Nos dias úteis, só por determinação dos Chefes dos vo, exceto o salário família, considerando-se o afastamento como
Poderes Executivo e Legislativo poderão deixar de funcionar os autorização para o trato de interesses particulares.
órgãos e entidades estaduais. *
Art. 245 Ao ex-combatente da Força do Exército, da Expe-
Art. 237 É assegurado aos funcionários o direito de se agru- dicionária Brasileira, da Força Aérea Brasileira, da Marinha de
parem em associação de classe, sem caráter sindical ou político Guerra e da Marinha Mercante do Brasil, que tenha participado
partidário. efetivamente de operações bélicas na segunda Guerra Mundial, e
Parágrafo único Essas Associações, que deverão ter persona- cuja situação se encontra definida na Lei Federal nº 5.315, de 12 de
lidade jurídica de direito privado, representarão os que integrarem setembro de 1967, são assegurados os seguintes direitos:
o seu quadro social perante as autoridades administrativas, em ma- *Ver art. 53 dos ADCT da Constituição Federal e art. 20 dos
téria de interesse da coletividade funcional. ADCT da Constituição Estadual.
* I estabilidade, se funcionário público;
Art. 238 O dia 28 de outubro será consagrado ao funcionário *II aproveitamento no serviço público, sem a exigência do
público estadual e comemorado, oficialmente, na forma do que for disposto no art. 106, § 1º da Constituição do Estado;
disposto em Regulamento. *Ver art. 53, inciso I, dos ADCT da Constituição Federal e
*Regulamentado pelo Decreto nº 11.472, de 29.9.1975 – D. art. 20, inciso I da Constituição Estadual.
O. 2.10.1975 – Apêndice. III aposentadoria com proventos integrais aos 25 (vinte e cin-
*Art. 239 Ressalvadas as exceções constantes de disposição co) anos de serviço efetivo, se funcionário público da Administra-
expressa em lei, bem como os casos de acumulação lícita, o fun- ção direta ou autárquica;
cionário não poderá receber, mensalmente, importância total supe- IV benefício do Instituto de Previdência;
rior a noventa por cento da percebida pelos Secretários de Estado. V promoção após interstício legal, e se houver vaga;
*O art. 239 teve sua redação alterada pelo art. 25 da Lei nº VI assistência médica, hospitalar e educacional, se carente de
10.416, de 8.9.1980 D. O. 8.9.1980 – Apêndice. recurso.
§ 1º Ficam excluídas do limite deste artigo:
I a gratificação representação; Art. 246 As atuais funções gratificadas passam à categoria de
II salário família; cargos em comissão, convertendo-se automaticamente os valores
III progressão horizontal; das gratificações em gratificações de representação, mantida a sim-
IV diárias e ajuda de custo; bologia vigente até definição regulamentar.
V gratificação pela participação em órgão de deliberação co-
letiva; Art. 247 Aplica-se o regime desta lei aos estabilizados nos
VI gratificação de exercício; termos do § 2º do
VII gratificação por prestação de serviço extraordinário. Art. 177 da Constituição Federal de 1967, com a redação dada
§ 2º O funcionário não perceberá, a qualquer título, importância pelo art. 194 da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de
mensal superior à recebida pelo Governador do Estado, não se com- 1969, desde que sujeitos ao regime do Estatuto anterior, quando da
putando, entretanto, no cálculo, diárias, ajudas de custo, gratificação aquisição da estabilidade.
por serviço ou estudo fora do Estado e a progressão horizontal. *Parágrafo único Com a estabilidade, as funções de caráter
eventual dos servidores em geral passam a ser de natureza per-
Art. 240 É vedado pôr o funcionário à disposição de entidade manente, caracterizando-se como cargo, devendo como tal, serem
de direito privado, estranha no Sistema Administrativo, salvo em consideradas, para todos os efeitos.
caso de convênio, ou para exercer função considerada pelo sistema *Ver Decreto nº 11.870, de 31.5.1976 D. O. 8.6.1976 e Decre-
de relevante interesse social. to nº 13.271. de 12.6.1979 – D. O. 15.6.1979 Apêndice.

Didatismo e Conhecimento 58
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Art. 248 O funcionário que esteja com o seu vínculo funcio- Art. 252 A partir de 1º. de janeiro de 1974, todas as gratifica-
nal suspenso, ou no gozo de licença, poderá ser, a qualquer tempo, ções adicionais por tempo de serviço percebidas pelos funcioná-
citado para se defender em procedimento disciplinar, ou notificado rios deverão ser convertidas na progressão horizontal prevista no
para nele prestar depoimento, ou realizar ou se submeter a provas Capítulo X, Seção I, do Titulo II, deste Estatuto.
de natureza pericial, salvo manifesta impossibilidade por motivo
de doença, justificada perante o sindicante ou Comissão Perma- Art. 253 O Estado, na forma que dispuser Decreto do Gover-
nente de Inquérito. nador do Estado, poderá assegurar bolsa de estudo ao funcionário,
como incentivo à sua profissionalização, em cursos não regulares
Art. 249 São considerados concursos públicos, gerando todos de formação, treinamento, aperfeiçoamento e de especialização
os efeitos que lhe são atinentes, os exames de provas de habilitação profissionais, mantidos por entidades oficiais ou particulares, de
ou seleção realizados para a admissão de candidatos a funções das reconhecida e notória idoneidade.
extintas TNM e que se revestiram das características essenciais Parágrafo único O Decreto a que se refere este artigo poderá
dos concursos públicos, consideradas, como tais, a acessibilidade dispor sobre a concessão de bolsas de estudo para funcionários em
a todos os brasileiros, o caráter competitivo e eliminatório e ampla cursos de extensão universitária e de pós-graduação.
divulgação. *Art. 254 – A carga horária de trabalho de trinta (30) horas
Parágrafo único A declaração de equivalência será feita pelo semanais, a que estão obrigados os servidores públicos do Sistema
órgão central do sistema de pessoal, mediante provocação do in- Administrativo Estadual, será prestada, em período e tempo corri-
teressado. do das segundas às sextas-feiras.
Parágrafo único – Os servidores que ocupam cargo de magis-
Art. 250 Reduzida a capacidade do funcionário para o exer- trado, procurador, assessor jurídico, professor, médico, engenhei-
cício das atribuições do cargo que ocupa, comprovada através de ro, agrônomo, servidores públicos estatutários e demais atividades
perícia médica oficial, será ele readaptado, mediante transferência, assemelhadas, bem como os que exercem cargo em comissão terão
em cargo de atribuições compatíveis com o seu novo estado psí- seus regimes de trabalho definidos em regulamento próprio.
quico ou somático. *O art. 254 teve sua redação alterada pela Lei nº 10.647, de
13.5.1982 –D. O. 19.5.1982 – Apêndice.
Parágrafo único A readaptação obedecerá ao disposto nos
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
arts. 50 e 51 deste Estatuto.
Art. 254 – A carga horária de trabalho do funcionário será de 30
*Art. 251 – É permitida a consignação facultativa em folha de
(trinta) horas semanais, no mínimo, cabendo a fixação do expediente
pagamento inerente à remuneração, subsídios, proventos.
diário aos dirigentes do Sistema Administrativo Estadual, permitida
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22 .9.2003 – D. O.
a delegação. Parágrafo único – O Regulamento definirá as exceções
24.9.2003 Apêndice.
a esta norma em face da natureza das atribuições e condições de tra-
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
balho de ocupantes de determinados cargos técnicos ou científicos.
Art. 251. É permitida a consignação em folha de vencimentos,
*Ver art. 7º, §§ 1º, 2º e 3º e 4º da Lei nº 12.386, de 9.12.1994
salários, proventos, subsídios, pensões e montepios. – D. O. 9.12.1994 – Apêndice.
*§ 1º A soma das consignações facultativas não excederá de
40% (quarenta por cento) da remuneração, subsídios e proventos, Art. 255 Continuam em vigor as Leis e Regulamentos que
deduzidas as consignações obrigatórias. disciplinam os institutos previstos neste Estatuto, desde que com
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22 .9.2003 – D. O. ele não colidam, até que novas normas sejam expedidas.
24.9.2003 Apêndice.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §1° A soma Art. 256 Os Poderes Legislativo e Executivo, no âmbito de
das consignações não excederá de 30% (trinta por cento) dos ven- suas respectivas competências, expedirão os atos necessários a
cimentos, salários, proventos, subsídios, pensões e montepios. complementação e explicitação deste Estatuto.
*§ 2º Serão computados, para efeito do cálculo previsto neste
artigo, o vencimento base, as vantagens fixas e as de caráter pessoal. Art. 257 Aplicam-se as disposições deste Estatuto subsidia-
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22 .9.2003 – D. O. riamente, no que couber, ao Magistério Estadual em todos os graus
24.9.2003 Apêndice. de ensino, ao pessoal da Policia Civil de carreira e aos funcionários
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §2° Esse administrativos do Poder Judiciário.
limite será elevado até 70% (setenta por cento) para prestação
alimentícia, educação, aluguel de casa ou aquisição de imóvel Art. 258 Esta lei entrará em vigor a 1º de janeiro 1974, ficando
destinado a moradia própria. revogadas todas as disposições legais ou regulamentares que, implíci-
*§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo aos ocupantes ex- ta ou explicitamente, colidam com este Estatuto, especialmente a Lei
clusivamente de cargo de provimento em comissão, bem como aos nº 4.196, de 5 de setembro de 1958; a Lei nº 4.658, de 19 de novembro
contratados por tempo determinado, de que trata o inciso XIV do de 1959; a Lei nº 7.999, de 11 de maio de 1965; a Lei nº 8.384, de 10
art. 154 da Constituição do Estado do Ceará. de janeiro de 1966; a Lei nº 9.226, de 27 de novembro de 1968; a Lei
*Redação dada pela Lei n° 13.369, de 22 .9.2003 – D. O. nº 9.260, de 12 de dezembro de 1968, no que diz respeito ao funcioná-
24.9.2003 Apêndice. rio autárquico; a Lei nº 9.381, de 27 de julho de 1970; a Lei nº 9.443,
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de 14.5.1974): §3° Serão de 9 de março de 1971 e a Lei nº 9.496, de 19 julho de 1971.
computados para efeito do cálculo previsto neste artigo as vanta- PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ,
gens pecuniárias acessórias de caráter permanente. em Fortaleza, 14 de maio de 1974.

Didatismo e Conhecimento 59
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
V – moralidade – evidenciar perante o público retidão e com-
DECRETO ESTADUAL Nº31.198, DE postura, em respeito aos costumes sociais;
VI – dignidade e decoro no exercício de suas funções – manifes-
30/04/2013 (CÓDIGO DE ÉTICA E
tar decência em suas ações, preservando a honra e o direito de todos;
CONDUTA NA ADMINISTRAÇÃO VII – lealdade às instituições – defender interesse da institui-
PÚBLICA ESTADUAL DO CEARÁ). ção a qual se vincula;
VIII – cortesia – manifestar bons tratos a outros;
IX – transparência – dar a conhecer a atuação de forma aces-
sível ao cidadão;
DECRETO Nº31.198, de 30 de abril de 2013. X – eficiência – exercer atividades da melhor maneira possí-
INSTITUI O CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA DA AD- vel, zelando pelo patrimônio público;
MINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL, E DÁ OUTRAS XI – presteza e tempestividade – realizar atividades com agi-
PROVIDÊNCIAS. lidade;
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso da XII – Compromisso – comprometer-se com a missão e com os
atribuição que lhe confere o art.88, inciso IV, da Consti- resultados organizacionais.
tuição Estadual, CONSIDERANDO o Decreto nº29.887, de 31
de agosto de 2009, que institui o Sistema de Ética e Transparência Art.3º É vedado às pessoas abrangidas por este Código auferir qual-
do Poder Executivo Estadual e dá outras providências, e CONSI- quer tipo de vantagem patrimonial ou financeira, salvo nesse último caso
DERANDO a necessidade de regulamentar as regras de conduta a contraprestação mensal, em razão do exercício de cargo, mandato, fun-
dos agentes públicos civis no âmbito da Administração Pública ção, emprego ou atividade nos Órgãos e Entidades do Poder Executivo
Estadual, DECRETA: Estadual, devendo eventuais ocorrências serem apuradas e
punidas nos termos da legislação disciplinar, se também confi-
TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO I gurar ilícito administrativo.
DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS DA
CONDUTA ÉTICA Art.4º Considera-se conduta ética a reflexão acerca da ação
humana e de seus valores universais, não se confundindo com as
normas disciplinares impostas pelo ordenamento jurídico.
Art.1º Fica instituído o Código de Ética e Conduta da
Administração Publica Estadual, na forma disposta neste Decreto,
TÍTULO II
cujas normas aplicam-se aos agentes públicos civis e às seguintes
DA CONDUTA ÉTICA DAS
autoridades da Administração Pública Estadual:
AUTORIDADES ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL
I - Secretários de Estado, Secretários Adjuntos, Secretários
CAPÍTULO I
Executivos e quaisquer ocupantes de cargos equiparados a esses,
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
segundo a legislação vigente;
II – Superintendente da Polícia Civil, Delegado Superinten- Art.5º As normas fundamentais de conduta ética das Autorida-
dente Adjunto da Polícia Civil, Perito Geral do Estado, Perito Ge- des da Administração Estadual visam, especialmente, às seguintes
ral Adjunto do Estado e quaisquer ocupantes de cargos equipara- finalidades: I – possibilitar à sociedade aferir a lisura do processo
dos a esses, segundo a legislação vigente; decisório governamental;
III - Dirigentes de Autarquias, inclusive as especiais, funda- II – contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da
ções mantidas pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades Administração Pública Estadual, a partir do exemplo dado pelas
de economia mista. autoridades de nível hierárquico superior;
III – preservar a imagem e a reputação do administrador pú-
Parágrafo Único. Está também sujeito ao Código de Ética e blico cuja conduta esteja de acordo com as normas éticas estabe-
Conduta da Administração Pública Estadual todo aquele que exer- lecidas neste Código;
ça atividade, ainda que transitoriamente e sem remuneração, por
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de IV – estabelecer regras básicas sobre conflitos de interesses
investidura ou vínculo em órgão ou entidade da Administração Pú- públicos e privados e limitações às atividades profissionais poste-
blica Direta e Indireta do Estado. riores ao exercício de cargo público;
V – reduzir a possibilidade de conflito entre o interesse priva-
do e o dever funcional das autoridades públicas da Administração
Art.2º A conduta ética dos agentes públicos submetidos a este Pública Estadual;
Decreto reger-se-á, especialmente, pelos seguintes princípios: VI – criar mecanismo de consulta destinado a possibilitar o
I – boa-fé - agir em conformidade com o direito, com lealda- prévio e pronto esclarecimento de dúvidas quanto à conduta ética
de, ciente de conduta correta; do administrador.
II – honestidade – agir com franqueza, realizando suas ativi-
dades sem uso de mentiras ou fraudes; Art.6º No exercício de suas funções, as pessoas abrangidas
III – fidelidade ao interesse público – realizar ações com o por este código deverão pautar-se pelos padrões da ética, sobre-
intuito de promover o bem público, em respeito ao cidadão; tudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de
IV – impessoalidade – atuar com senso de justiça, sem perse- posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança
guição ou proteção de pessoas, grupos ou setores; do público em geral.

Didatismo e Conhecimento 60
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. Os padrões éticos de que trata este artigo são Art.14. É vedado à autoridade pública, referida no
exigidos no exercício e na relação entre suas atividades públicas Art.1º, opinar publicamente a respeito:
e privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses. I - da honorabilidade e do desempenho funcional de outra au-
toridade pública; e
CAPÍTULO II II - do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão
DOS CONFLITOS DE INTERESSES individual ou em órgão e entidade colegiados, sem prejuízo do dis-
posto no Art.13.
Art.7º Configura conflito de interesse e conduta aética o in-
vestimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por
TÍTULO III
decisão ou política governamental a respeito da qual a autorida-
DA CONDUTA ÉTICA DOS
de pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou
função. AGENTES PÚBLICOS CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E GARANTIAS DO AGENTE PÚBLICO
Art.8º Configura conflito de interesse e conduta aética aceitar
custeio de despesas por particulares de forma a permitir configura-
ção de situação que venha influenciar nas decisões administrativas. Art.15. Como resultantes da conduta ética que deve imperar
no ambiente de trabalho e em suas relações interpessoais, são di-
Art.9º No relacionamento com outros Órgãos e Entidades da reitos do agente público:
Administração Pública, a autoridade pública deverá esclarecer a I - liberdade de manifestação, observado o respeito à imagem
existência de eventual conflito de interesses, bem como comunicar da instituição e dos demais agentes públicos;
qualquer circunstância ou fato impeditivo de sua participação em II - manifestação sobre fatos que possam prejudicar seu
decisão coletiva ou em órgão e entidade colegiados. desempenho ou sua reputação;
III - representação contra atos ilegais ou imorais;
Art.10. As propostas de trabalho ou de negócio futuro no setor IV - sigilo da informação de ordem não funcional;
privado, bem como qualquer negociação que envolva conflito de V - atuação em defesa de interesse ou direito legítimo;
interesses, deverão ser imediatamente informadas pela autoridade VI - ter ciência do teor da acusação e vista dos autos, quando
pública à Comissão de Ética Pública - CEP, independentemente da estiver sendo apurada eventual conduta aética.
sua aceitação ou rejeição.
Art.16. Ao autor de representação ou denúncia, que tenha se
Art.11. As autoridades regidas por este Código de Ética, ao
assumir cargo, emprego ou função pública, deverão firmar termo identificado quando do seu oferecimento, é assegurado o direito de
de compromisso de que, ao deixar o cargo, nos 6 meses seguintes, obter cópia da decisão da Comissão de Ética e, às suas expensas,
não poderão: cópia dos autos, resguardados os documentos sob sigilo legal, e
I - atuar em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, manter preservada em sigilo a sua identidade durante e após a tra-
inclusive sindicato ou associação de classe, em processo ou negó- mitação do processo.
cio do qual tenha participado, em razão do cargo, nos seis meses
anteriores ao término do exercício de função pública; CAPÍTULO II
II - prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, inclusive DOS DEVERES E DAS VEDAÇÕES
sindicato ou associação de classe, valendo-se de informações não AO AGENTE PÚBLICO
divulgadas publicamente a respeito de programas ou políticas do Seção I
Órgão ou da Entidade da Administração Pública Estadual a que Dos Deveres Éticos Fundamentais do Agente Público
esteve vinculado ou com que tenha tido relacionamento direto e
relevante. Art.17. São deveres éticos do agente público:
I – agir com lealdade e boa-fé;
Art.12. A autoridade pública, ou aquele que tenha sido, poderá II – ser justo e honesto no desempenho de suas funções e em
consultar previamente a CEP a respeito de ato específico ou situa- suas relações com demais agentes públicos, superiores hierárqui-
ção concreta, nos termos do
cos e com os usuários do serviço público;
Art.7º, Inciso I, do Decreto nº29.887, de 31 de agosto de 2009,
III – atender prontamente às questões que lhe forem
que instituiu o Sistema de Ética e Transparência do Poder Execu-
tivo Estadual. encaminhadas;
IV – aperfeiçoar o processo de comunicação e o contato com
CAPÍTULO III o público;
DO RELACIONAMENTO ENTRE V – praticar a cortesia e a urbanidade nas relações do serviço
AS AUTORIDADES PÚBLICAS público e respeitar a capacidade e as limitações individuais dos
usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito
ou distinção de raça, sexo, orientação sexual, nacionalidade, cor,
Art.13. Eventuais divergências, oriundas do exercício do idade, religião, preferência política, posição social e quaisquer ou-
cargo, entre as autoridades públicas referidas no tras formas de discriminação;
Art.1º, devem ser resolvidas na área administrativa, não lhes VI – respeitar a hierarquia administrativa;
cabendo manifestar-se publicamente sobre matéria que não seja VII – Não ceder às pressões que visem a obter quaisquer favo-
afeta a sua área de competência. res, benesses ou vantagens indevidas;

Didatismo e Conhecimento 61
NOÇÕES BÁSICAS DE LEGISLAÇÃO
VIII – comunicar imediatamente a seus superiores todo e Art.23. A Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público. deverá divulgar as normas contidas neste decreto, de modo a que
tenham amplo conhecimento no ambiente de trabalho de todos os
Seção II Órgãos e Entidades Estaduais.
Das Vedações ao Agente Público
Art.24. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art.18. É vedado ao Agente Público: Art.25. Revogam-se as disposições em contrário.
I – utilizar-se de cargo, emprego ou função, de facilidades, PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO
amizades, posição e influências, para obter qualquer favorecimen- DO CEARÁ, aos 30 dias do mês de abril de 2013.
to, para si ou para outrem em qualquer órgão público; Cid Ferreira Gomes GOVERNADOR DO ESTADO DO
II – imputar a outrem fato desabonador da moral e da ética que CEARÁ João Alves de Melo
sabe não ser verdade; CONTROLADOR E OUVIDOR GERAL DO ESTADO
III – ser conivente com erro ou infração a este Código de Ética
e Conduta da Administração Estadual; Questão
r de direito por qualquer pessoa;
V – permitir que interesses de ordem pessoal interfiram no 01. (SMA-RJ – CONTADOR – FJG-RIO/2013) Constitui
trato com o público ou com colegas; pessoa jurídica de Direito Público Interno:
VI – Faltar com a verdade com qualquer pessoa que necessite a) o Estado Federal
do atendimento em serviços públicos; b) a União
VII – dar o seu concurso a qualquer instituição que atente con- c) a Presidência da República
tra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; d) o Governo Federal
VIII – exercer atividade profissional antiética ou ligar o seu 9. Resposta: “B”. O art. 41 do Código Civil estabelece que:
nome a empreendimentos que atentem contra a moral pública. “São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II -
os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios;
TÍTULO IV
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
DAS SANÇÕES ÉTICAS
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei”.
Art.19. A violação das normas estipuladas neste Código
acarretará as seguintes sanções éticas, sem prejuízo das demais
sanções administrativas, civis e criminais aplicadas pelo poder
competente em procedimento próprio, observado o disposto no
Art.26 do Decreto Estadual nº29.887, de 31 de agosto de 2009:
I - advertência ética, aplicável às autoridades e agentes públi-
cos no exercício do cargo, que deverá ser considerada quando da
progressão ou promoção desses, caso o infrator ocupe cargo em
quadro de carreira no serviço público estadual;
II - censura ética, aplicável às autoridades e agentes públicos
que já tiverem deixado o cargo.
Parágrafo Único. As sanções éticas previstas neste artigo se-
rão aplicadas pela Comissão de Ética Pública - CEP e pelas Comis-
sões Setoriais de Ética Publica - CSEPs, que poderão formalizar
Termo de Ajustamento de Conduta, para os casos não previstos
no Estatuto dos servidores públicos civis, encaminhar sugestão de
exoneração do cargo em comissão à autoridade hierarquicamente
superior ou rescindir contrato, quando aplicável.

Art.20. Os preceitos relacionados neste Código não substi-


tuem os deveres, proibições e sanções constantes dos Estatutos dos
Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará.

Art.21. As infrações às normas deste Código, quando cometi-


das por terceirizados, poderão acarretar na substituição destes pela
empresa prestadora de serviços.

TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art.22. Os códigos de ética profissional existentes em Órgãos


e Entidades específicos mantêm a vigência no que não conflitem
com o presente Decreto.

Didatismo e Conhecimento 62
NOÇÕES DE
DIREITO ADMINISTRATIVO
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Por outras palavras, a norma de direito público sempre impõe
desvios ao direito comum, para permitir à Administração Pública,
PRINCÍPIOS; quando dele se utiliza, alcançar os fins que o ordenamento jurídico
lhe atribui e, ao mesmo tempo, preservar os direitos dos adminis-
trados, criando limitações à atuação do Poder Público.
A autora Di Pietro nos ensina que: a Administração Pública A expressão regime jurídico da Administração Pública é uti-
pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regi- lizada para designar, em sentido amplo, os regimes de direito pú-
me jurídico de direito público. A opção por um regime ou outro é blico e de direito privado a que pode submeter-se a Administração
feita, em regra, pela Constituição ou pela lei. Exemplificando: o Pública. Já a expressão regime jurídico administrativo é reservada
artigo 173, §1º, da Constituição, prevê lei que estabeleça o estatuto tão somente para abranger o conjunto de traços, de conotações,
jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administra-
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ção Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurí-
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo, dico-administrativa. Basicamente, pode-se dizer que o regime
entre outros aspectos, sobre “a sujeição ao regime jurídico próprio administrativo resume-se a duas palavras apenas: prerrogativas e
das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações sujeições.
civis, comerciais, trabalhistas e tributários”. Não deixou qualquer É o que decorre do ensinamento de Rivera (1973:35), quando
opção à Administração Pública e nem mesmo ao legislador; quan- afirma que as particularidades do Direito Administrativo parecem
do este instituir, por lei, urna entidade para desempenhar atividade decorrer de duas ideias opostas: «as normas do Direito Adminis-
econômica, terá que submetê-la ao direito privado. trativo caracterizam-se, em face das do direito privado, seja por-
Já o artigo 175 outorga ao Poder Público a incumbência de que conferem à Administração prerrogativas sem equivalente nas
prestar serviços públicos, podendo fazê-lo diretamente ou sob re- relações privadas, seja porque impõem à sua liberdade de ação
gime de concessão ou permissão; e o parágrafo único deixa à lei sujeições mais estritas do que aquelas a que estão submetidos os
ordinária a tarefa de fixar o regime das empresas concessionárias particulares”.
e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu O Direito Administrativo nasceu sob a égide do Estado liberal,
contrato, de sua prorrogação, bem corno as condições de execu- em cujo seio se desenvolveram os princípios do individualismo em
ção, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão. Vale dizer todos os aspectos, inclusive o jurídico; paradoxalmente, o regime
que a Constituição deixou à lei a opção de adotar um regime ou administrativo traz em si traços de autoridade, de supremacia so-
outro. bre o indivíduo, com vistas à consecução de fins de interesse geral.
Isto não quer dizer que a Administração Pública não participe Garrido Falla (1962:44-45) acentua esse aspecto. Em suas pa-
da decisão; ela o faz à medida que, detendo o Poder Executivo lavras, “é curioso observar que fosse o próprio fenômeno históri-
grande parcela das decisões políticas, dá início ao processo legis- co-político da Revolução Francesa o que tenha dado lugar simulta-
lativo que resultará na promulgação da lei contendo a decisão go- neamente a dois ordenamentos distintos entre si: a ordem jurídica
vernamental. Normalmente, é na esfera dos órgãos administrativos individualista e o regime administrativo. O regime individualista
que são feitos os estudos técnicos e financeiros que precedem o foi se alojando no campo do direito civil, enquanto o regime admi-
encaminhamento de projeto de lei e respectiva justificativa ao Po- nistrativo formou a base do direito público administrativo”.
der Legislativo. Assim, o Direito Administrativo nasceu e desenvolveu-se ba-
O que não pode é a Administração Pública, por ato próprio, seado em duas ideias opostas: de um lado, a proteção aos direitos
de natureza administrativa, optar por um regime jurídico não auto- individuais frente ao Estado, que serve de fundamento ao princí-
rizado em lei; isto em decorrência da sua vinculação ao princípio pio da legalidade, um dos esteios do Estado de Direito; de outro
da legalidade. lado, a de necessidade de satisfação dos interesses coletivos, que
Não há possibilidade de estabelecer-se, aprioristicamente, to- conduz à outorga de prerrogativas e privilégios para a Administra-
das as hipóteses em que a Administração pode atuar sob regime de ção Pública, quer para limitar o exercício dos direitos individuais
direito privado; em geral, a opção é feita pelo próprio legislador, em benefício do bem-estar coletivo (poder de polícia), quer para a
como ocorre com as pessoas jurídicas, contratos e bens de domí- prestação de serviços públicos.
nio privado do Estado. Como regra, aplica-se o direito privado, no Daí a bipolaridade do Direito Administrativo: liberdade do in-
silêncio da norma de direito público. divíduo e autoridade da Administração; restrições e prerrogativas.
O que é importante salientar é que, quando a Administração Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se a Administração Pública à
emprega modelos privatísticos, nunca é integral a sua submissão observância da lei e do direito (incluindo princípios e valores pre-
ao direito privado; às vezes, ela se nivela ao particular, no sen- vistos explícita ou implicitamente na Constituição); é a aplicação,
tido de que não exerce sobre ele qualquer prerrogativa de Poder ao direito público, do princípio da legalidade. Para assegurar-se a
Público; mas nunca se despe de determinados privilégios, como autoridade da Administração Pública, necessária à consecução de
o juízo privativo, a prescrição quinquenal, o processo especial de seus fins, são-lhe outorgados prerrogativas e privilégios que lhe
execução, a impenhorabilidade de seus bens; e sempre se submete permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o par-
a restrições concernentes à competência, finalidade, motivo, for- ticular.
ma, procedimento, publicidade. Outras vezes, mesmo utilizando o Isto significa que a Administração Pública possui prerrogati-
direito privado, a Administração conserva algumas de suas prerro- vas ou privilégios, desconhecidos na esfera do direito privado, tais
gativas, que derrogam parcialmente o direito comum, na medida como a autoexecutoriedade, a autotutela, o poder de expropriar, o
necessária para adequar o meio utilizado ao fim público a cuja con- de requisitar bens e serviços, o de ocupar temporariamente o imó-
secução se vincula por lei. vel alheio, o de instituir servidão, o de aplicar sanções adminis-

Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

trativas, o de alterar e rescindir unilateralmente os contratos, o de ções e que podem acarretar efeitos jurídicos, mas, devido a seu
impor medidas de polícia. Goza, ainda, de determinados privilé- caráter fluido, suas consequências, além de não poderem ser pre-
gios como a imunidade tributária, prazos dilatados em juízo, juízo viamente estabelecidas, dependem das características de cada caso
privativo, processo especial de execução, presunção de veracidade concreto e dos demais princípios que forem em tese aplicáveis.
de seus atos. É comum que mais de um princípio seja aplicável à mesma
Segundo Cretella Júnior (Revista de Informação Legislativa, situação. O intérprete, contudo, deverá adotar metodologia dife-
v. 97:13), as prerrogativas públicas são “as regalias usufruídas pela rente da que emprega diante de (meras) regras contraditórias entre
Administração, na relação jurídico-administrativa, derrogando o si, quando a aplicação de uma deve, necessariamente, implicar a
direito comum diante do administrador, ou, em outras palavras, exclusão da outra. Para a solução dos conflitos entre regras, há
são as faculdades especiais conferidas à Administração, quando se classicamente o emprego dos critérios da hierarquia (vale a regra
decide a agir contra o particular”. de maior hierarquia), da especialidade (a regra especial prevalece
Mas, ao lado das prerrogativas, existem determinadas restri- sobre a geral) e da cronologia (a regra posterior revoga a anterior),
ções a que está sujeita a Administração, sob pena de nulidade do via de regra nessa ordem. Em se tratando de conflitos entre prin-
ato administrativo e, em alguns casos, até mesmo de responsabili- cípios, devem eles ser ponderados, buscando-se, sempre que pos-
zação da autoridade que o editou. Dentre tais restrições, citem-se sível, alcançar solução que não exclua por completo nenhum de-
a observância da finalidade pública, bem como os princípios da les. “Assim, é possível que um princípio seja válido e pertinente a
moralidade administrativa e da legalidade, a obrigatoriedade de determinado caso concreto, mas que suas consequências jurídicas
dar publicidade aos atos administrativos e, como decorrência dos não sejam deflagradas naquele caso, ou não o sejam inteiramente,
mesmos, a sujeição à realização de concursos para seleção de pes- em razão da incidência de outros princípios também aplicáveis. Há
soal e de concorrência pública para a elaboração de acordos com uma ‘calibragem’ entre os princípios, e não a opção pela aplicação
particulares. de um deles”.
Ao mesmo tempo em que as prerrogativas colocam a Admi- A ponderação de princípios, portanto, é a técnica de solução
nistração em posição de supremacia perante o particular, sempre de conflitos nessa espécie normativa: o intérprete deve precisar
com o objetivo de atingir o benefício da coletividade, as restri- quais princípios estão em jogo naquela situação concreta e buscar
ções a que está sujeita limitam a sua atividade a determinados fins um ponto intermediário (que às vezes não será possível) em que
e princípios que, se não observados, implicam desvio de poder e se preserve a máxima incidência de todos os princípios em jogo.
consequente nulidade dos atos da Administração. Por exemplo, ao ponderar, de um lado, a liberdade de expressão e
O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a de reunião de manifestantes que desejam fazer uma passeata, e, de
Administração e que não se encontram nas relações entre particu- outro, a liberdade de ir e vir dos demais cidadãos e a ordem urbana,
lares constitui o regime jurídico administrativo. a Administração Pública não deve nem proibir de forma absoluta
Muitas dessas prerrogativas e restrições são expressas sob a a passeata, nem permiti-la de maneira indiscriminada, devendo, ao
forma de princípios que informam o direito público e, em especial, revés, por exemplo, admiti-la, mas apenas em metade das pistas da
o Direito Administrativo. avenida onde se deseja fazer a manifestação.
Já o professor Aragão nos ensina que: dentre as várias defini-
ções de princípio jurídico, podemos aludir à clássica formulação São cinco os princípios constitucionais básicos da Adminis-
de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELO, que o considera tração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
como “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce de e eficiência.
dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes nor-
mas compondo-lhe o espírito e servindo de critério para sua exata - Princípio da Legalidade: É o princípio basilar do Estado de
compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a Direito. É a atuação da Administração Pública (órgãos/agentes)
racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e dentro dos parâmetros definidos em lei, sendo vedada sua atuação
lhe dá sentido harmônico”. As regras jurídicas possuem hipóteses sem prévia e expressa permissão legislativa.
de incidência abstratas, que dizem respeito a situações hipotéti-
cas, que, concretizando-se na vida prática, acarretam determinadas - Princípio da Impessoalidade: O princípio da impessoalida-
consequências jurídicas. de é estudado sob três óticas diferentes: finalidade, imputação e
Trata-se do conhecido esquema “preceito – sanção”, pelo isonomia.
qual, ocorrendo o fato previsto na regra, a ele devem suceder os Sob a ótica da finalidade, é a atuação impessoal e genérica da
efeitos jurídicos nela também já preestabelecidos. Num exemplo Administração Pública, visando à satisfação do interesse coletivo,
de regra de Direito Administrativo, se o servidor público federal sem corresponder ao atendimento do interesse exclusivo do ad-
deixar injustificadamente de comparecer à repartição por mais de ministrado. Se aproveitar da publicidade governamental, custeado
trinta dias consecutivos – este é o preceito –, haverá cometido a in- pelo erário público, para fazer promoção pessoal é ato de improbi-
fração funcional grave conhecida como “abandono de cargo” (sub- dade administrativa, pois viola o princípio da impessoalidade (Lei
sunção), para a qual é cominada a penalidade (a consequência) da nº 8.429/92). Os símbolos que são utilizados durante o período de
demissão (cf. art. 132, II, c./c. art. 138, ambos da Lei n. 8.112/90). campanha eleitoral não podem ser empregados durante o gover-
O mecanismo de aplicação dos princípios é mais complexo do no, pois serve de promover a figura individualizada do gestor, e
que o esquema binário característico das regras (se o fato ocorreu, não a instituição pública. Sob a ótica da imputação, o ato pratica-
se aplica a regra; se não ocorreu, não se aplica). Os princípios não do é atribuído ao órgão (pessoa jurídica) e não ao agente público
preveem situações determinadas e, muito menos, efeitos jurídicos (pessoa física). Desta forma, a responsabilidade civil recairá sob a
específicos que delas decorreriam. É claro que normatizam situa- entidade no qual o agente público emprega sua força de trabalho.

Didatismo e Conhecimento 2
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Porém, o direito de regresso oferece a possibilidade de a pessoa vado. Sob a ótica do agente público, significa afirmar que deve buscar
jurídica agir contra o responsável pelo dano. Sob a ótica da isono- a consecução do melhor resultado possível. Sob a ótica da forma de
mia, é o tratamento igualitário dispensado a todos os administra- organização, significa afirmar que deve a Administração Pública aten-
dos, independentemente de qualquer interesse político. tar para os padrões modernos de gestão ou administração, vencendo o
peso burocrático, atualizando-se e modernizando-se.
- Princípio da Moralidade: É a atuação administrativa baseada
na boa fé, em conformidade com a moral, os princípios éticos e a Já em relação aos Princípios Constitucionais Explícitos, estes
lealdade, não podendo contrariar os bons costumes, a honestida- ao longo do texto constitucional também podem ser encontrados
de e os deveres de boa administração. O princípio da moralidade diversos princípios explícitos ligados a Administração Pública, au-
não se refere a moral comum, mas aquela moral tirada da conduta xiliando na boa condução da res coletiva.
interna da Administração Pública. A moralidade comum é o certo
e o errado, o correto e o incorreto, é o senso comum; já a morali- - Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF): O
dade administrativa é mais rigorosa, é a boa-fé da administração, devido processo legal é aquele estabelecido em lei, configurando
é a melhor escolha possível, é uma administração eficiente. Logo, uma verdadeira garantia para ambas as partes, onde visualizam um
a moral relacionada ao princípio não é a moral subjetiva, mas a processo administrativo tipificado e determinado, sem supressão
moral jurídica, ligada a outros princípios da própria Administração de atos essenciais.
como também aos princípios gerais do direito. Quando a doutrina
administrativista menciona a imoralidade administrativa na forma - Princípio do Contraditório: Contraditório é a ciência, é a
qualificada ela está se referindo ao ato imoral configurado como bilateralidade, é o conhecimento de todos os atos praticados no
ato de improbidade (art. 37, § 4°, CF; Lei n° 8.429/92). Todo ato processo administrativo. Deve ser dada a possibilidade das par-
imoral é também ato de improbidade, porém nem todo ato de im- tes influírem no convencimento do magistrado (binômio: ciência
probidade é um ato imoral (art. 11, Lei n° 8.429/92). e participação). Para toda alegação fática ou apresentação de pro-
O controle jurisdicional dos atos que violem a moralidade ad- va, feito no processo por uma das partes, gera para o adversário o
ministrativa também pode ocorrer via promoção da ação popular direito de se manifestar, ocasionando um equilíbrio entre a força
com a finalidade de invalidar o ato lesivo ou contrário à moralida- imperativa do Estado e a manutenção do estado de inocência.
de (art. 5°, LXXIII, CF; Lei n° 4.717/65).
- Princípio da Ampla Defesa: Ampla defesa é dar a chance, a
O princípio da impessoalidade está ligado ao princípio da iso-
oportunidade para a outra parte envolvida no litígio se defender
nomia, já o princípio da moralidade está ligado ao princípio da leal-
das alegações realizadas. Deve ser assegurada a ampla possibilida-
dade e da boa-fé. Por isso o princípio da moralidade rege o compor-
de de defesa, lançando-se mão dos meios e recursos disponíveis.
tamento não só dos agentes públicos, mas de todos aqueles que de
A doutrina mais abalizada costuma fazer uma divisão didática do
qualquer forma se relacionam com a Administração Pública. Desta
assunto: determina a ampla defesa como o gênero, e nomeia a de-
forma, os particulares também deverão agir com boa fé e honesti-
fesa técnica e autotutela como espécies.
dade, podendo também responder por ato que violem tal preceito.
- Princípio da Vedação da Prova Ilícita: Assim como na esfera
- Princípio da Publicidade: É a atuação transparente dos atos jurisdicional, a produção probatória na área administrativa tam-
da Administração Pública, facilitando seu controle. O princípio bém deve ser obtida de forma lícita, seguindo as normas previa-
constitucional oferece a oportunidade das pessoas de obterem in- mente estabelecidas.
formações, certidões e atestados da Administração Pública, além
de apresentarem petição sem o pagamento de taxas. Tais informa- - Princípio da Presunção de Inocência: Na esfera administrati-
ções deverão se prestadas dentro do prazo estipulado sob pena de va também somos todos presumivelmente inocentes até o trânsito
responsabilidade. em julgado da decisão final acusatória. Vale ressaltar que, mesmo
O princípio da publicidade também determina que todos os exaurido a via administrativa, após o trânsito em julgado da deci-
julgamentos realizados pelo Poder Judiciário sejam públicos. Mes- são, ainda é possível invocar a esfera jurisdicional, nos termos do
mo que a publicidade seja a regra, existem algumas informações princípio da inafastabilidade desta esfera. A presunção de inocên-
que, mesmo possuindo um caráter coletivo, não podem ser presta- cia não significa afirmar intangibilidade dos investigados e cer-
das à população em geral. Tais situações podem ser consideradas ceamento de medidas acautelatórias. Certos atos administrativos
como verdadeiras exceções ao princípio da publicidade, permitin- podem ser tomados a fim de melhor conduzir o processo investiga-
do a manutenção do sigilo. São alguns exemplos: em nome da se- tivo no intuito de alcançar um julgamento mais justo.
gurança da sociedade e do estado, poderá ser negada a publicidade - Princípio da Razoável Duração do Processo O princípio da
(art. 5º, XXXIII, CF); atos processuais correm em sigilo na forma razoável duração do processo, também denominado de princípio
da lei, logo, o processo administrativo também pode ser sigiloso da celeridade processual, foi introduzido pela EC 45/04. A agili-
(art. 5º, LX, CF). dade e a desburocratização do processo devem caminhar sempre
- Princípio da Eficiência: Mesmo o Princípio da Eficiência te- juntas com a manutenção das garantias fundamentais do cidadão.
nha sido oficialmente inserido no texto constitucional pela EC 19/98,
denominada de reforma administrativa, os gestores públicos já utili- - Princípio do Concurso Público: O princípio do concurso pú-
zavam sua premissa como vetor na condução do interesse público. blico tem por escopo preservar a moralidade pública, pois através
Vale ressaltar que o art. 2º da Lei nº 9.784/99, responsável pela regu- do sistema de mérito, com critérios objetivos e técnicos, seleciona
lamentação do processo administrativo na seara federal, também traz aqueles candidatos mais preparados para melhor desempenhar a
a previsão da eficiência como princípio a ser necessariamente obser- função administrativa.

Didatismo e Conhecimento 3
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- Princípio da Licitação: A licitação pública tem conteúdo princi- A doutrina mais abalizada e jurisprudência dos tribunais supe-
piológico na medida em que, através da escolha da proposta mais van- riores costuma fazer uma distinção entre interesse público primá-
tajosa para a administração, assegurando oportunidades iguais a todos rio e interesse público secundário. Enquanto o primeiro representa
os interessados, garante a observância da isonomia constitucional. o interesse da coletividade, o segundo reproduz o interesse da pes-
soa jurídica. O ideal é que os interesses primários e secundários
- Princípio da Participação Popular: O princípio da participa- coincidam, andem sempre juntos, fazendo com que as pretensões
ção popular é inerente ao próprio Estado Democrático de Direito, da população sejam de fato materializadas pelo gestor público.
pois através de inúmeras ferramentas colocadas à disposição da
sociedade, o administrado exerce um maior controle sobre a con- - Princípio da Hierarquia: Os órgãos da Administração Pública
dução do interesse público. Dentre eles estão o direito de denun- estão organizados com atribuições definidas em lei, gerando entre
ciar irregularidades às ouvidorias e corregedorias junto aos órgãos eles uma relação de coordenação e subordinação. Como consequên-
públicos, o acesso às informações sobre atos do governo, a repre- cia, surge a possibilidade de revisão dos atos subordinados, delega-
sentação contra atos irregulares doas agentes públicos. ção e avocação de atribuições, aplicação de penalidades administra-
tivas, dentre outros. Essa relação de hierarquia é encontrada apenas
- Princípio da Motivação das Decisões Administrativas: Os atos na seara administrativa, não havendo sua incidência nas esferas
administrativos devem ser motivados. Como as decisões exaradas legislativas e jurisdicionais quando exercidas suas funções típicas.
na seara administrativa nada mais são do que atos administrativos
dotados de caráter resolutivo, também necessitam ser motivados. - Princípio da Presunção de Legitimidade: Os atos adminis-
trativos gozam de uma presunção de legitimidade, ou seja, de que
Em relação aos Princípios Constitucionais Implícitos, estes foram praticados em conformidade com o ordenamento jurídico.
podem ser encontrados no decorrer do texto constitucional e con- A fundamentação reside no fato de que os atos da seara adminis-
forme o professor Marco Antonio Praxedes de Moraes Filho são: trativa existem para aplicar a lei, dar materialidade e concretude à
norma em abstrato. Desta forma, tendo em vista seu caráter exclu-
- Princípio da Isonomia: Este princípio está disciplinado no sivamente de execução, tais atos são dotados do benefício demo-
art. 5º, caput da Constituição Federal. Na esfera administrativa,
crático da legitimidade.
significa afirmar a existência de um dever geral de prestar trata-
mento uniforme para todos aqueles que se encontrem em uma
- Princípio da Especialidade: Com a evolução das sociedades
situação de igualdade e equivalência. Podemos encontrar a inci-
modernas e a complexidade das relações verticalizadas, o Estado
dência do princípio da isonomia servindo de fundamento valorati-
vem se desobrigando de uma série de obrigações, repassando tais
vo para diversos institutos administrativos, tais como o concurso
incumbências para órgãos públicos especializados ou para a ini-
público e a licitação pública.
ciativa privada. O princípio da especialidade pode ser facilmente
Todavia, seguindo as premissas aristotélicas, há inúmeras si-
detectado no art. 37, XIX da Constituição Federal de 1988 com a
tuações onde o princípio da isonomia recomenda um tratamento
diferenciado entre certos administrados, dependendo das condi- criação das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades
ções pessoais destes. Por exemplo, reserva de vagas para portado- de economia mista.
res de deficiência em concursos públicos, tempo de aposentadoria
diferenciado para mulheres, preferência no tratamento processual - Princípio da Autotutela: Também denominado de princípio da
para idosos, dentre outros. sindicabilidade, significa afirmar que a Administração Pública tem o
A verdadeira igualdade consiste em tratar-se igualmente os poder de regular e verificar seus próprios atos sem a necessidade da
iguais e desigualmente os desiguais na medida em que se desi- provocação jurisdicional. Esta possibilidade conferida ao Estado de
gualem.(Aristóteles). rever e corrigir seus próprios atos administrativos pode ocorrer me-
Igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigual- diante um controle de legalidade, ocasionando a anulação do ato,ou
mente os desiguais. (Rui Barbosa). um controle de mérito, ocasionando uma revogação do ato.
No que tange a temática dos concursos públicos existem di-
versos verbetes publicados onde são firmados os entendimentos já Porém, entende-se que não se trata de uma simples faculdade,
pacificados dos tribunais superiores trazendo como pano de fundo mas de uma obrigação, tendo em vista ao interesse público em
o princípio da isonomia. análise. Desta forma, o princípio da autotutela contém, na verdade,
um poder-dever de verificar e rever seus próprios atos.
- Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Assegura a possibili-
dade de revisão das decisões judiciais, através do sistema recursal, - Princípios Infraconstitucionais Explícitos: O ordenamento
onde as decisões do Juízo a quo podem ser reapreciadas pelo juízo jurídico administrativo revela inúmeros princípios explícitos, ser-
ad quem. É o direito que possui a parte de buscar o reexame da vindo para regulamentar aquela temática em especial, como tam-
causa por órgão jurisdicional de instância superior. bém funciona de vetor interpretativo para a Administração Pública.

- Princípio do Interesse Público: A principal finalidade da lei - Princípios Infraconstitucionais Implícitos: O ordenamento
é a satisfação do interesse público. Cada norma tem por escopo a jurídico administrativo também revela inúmeros princípios im-
satisfação de um determinado interesse público. Podemos concei- plícitos, servindo para regulamentar aquele assunto em especial,
tuar interesse público como sendo aquele resultante do conjunto como também funciona de vetor interpretativo para a Administra-
de interesses dos indivíduos que compõe determinada sociedade. ção Pública. Dentre eles podemos citar dois em especial, o prin-

Didatismo e Conhecimento 4
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
cípio da supremacia do interesse público e o princípio da indis- natureza, cujos efeitos se refletem na órbita administrativa. Assim,
ponibilidade do interesse público, pois mesmo sendo implícitos quando se fizer referência a fato administrativo, deverá estar pre-
funcionam de referência para todos os demais. sente unicamente a noção de que ocorreu um evento dinâmico da
Administração”1.
- Princípio da Supremacia do Interesse Público: O princípio Por seu turno, “a expressão atos da Administração traduz
da supremacia do interesse público retrata que os interesses da sentido amplo e indica todo e qualquer ato que se origine dos inú-
coletividade possuem uma carga de importância maior do que os meros órgãos que compõem o sistema administrativo em qualquer
interesses dos particulares. Esta superioridade do interesse estatal dos Poderes. [...] Na verdade, entre os atos da Administração se
em face dos interesses privados é plenamente justificável em de- enquadram atos que não se caracterizam propriamente como
corrência da função coletiva das ações dos agentes públicos. atos administrativos, como é o caso dos atos privados da Ad-
A fim de legitimar a desigualdade jurídica entre o exercício ministração. Exemplo: os contratos regidos pelo direito privado,
da função estatal e a esfera privada, o ordenamento jurídico prevê como a compra e venda, a locação etc. No mesmo plano estão os
uma série de prerrogativas inerentes ao Poder Público, tais como a atos materiais, que correspondem aos fatos administrativos, noção
presunção de legitimidade dos atos administrativos, a desapropria- vista acima: são eles atos da Administração, mas não configuram
ção, a requisição de bens, os prazos processuais diferenciados, as atos administrativos típicos. Alguns autores aludem também aos
cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, dentre outros. atos políticos ou de governo”2.
Há uma necessidade existencial da inafastabilidade desta su- Com efeito, a expressão atos da Administração é mais ampla.
premacia para a convivência harmônica em sociedade. Um dos Envolve, também, os atos privados da Administração, referentes
elementos que compõe a formação do Estado é o poder sobera- às ações da Administração no atendimento de seus interesses e ne-
no, ou seja, não basta o mero poder formal, ele precisa se alocar cessidades operacionais e instrumentais agindo no mesmo plano
em uma posição diferenciada para fazer valer sua vontade. Desta de direitos e obrigações que os particulares. O regime jurídico será
forma, a existência de uma força superior conduzindo a vontade o de direito privado. Ex.: contrato de aluguel de imóveis, compra
coletiva é inerente à própria estrutura originária do estado. de bens de consumo, contratação de água/luz/internet. Basicamen-
O exercício do poder de polícia é uma das mais claras mani- te, envolve os interesses particulares da Administração, que são
festações da supremacia da vontade do Estado e do interesse co- secundários, para que ela possa atender aos interesses primários –
letivo. no âmbito destes interesses primários (interesses públicos, difusos
e coletivos) é que surgem os atos administrativos, que são atos
- Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: O prin- públicos da Administração, sujeitos a regime jurídico de direito
cípio da indisponibilidade do interesse público retrata que o in- público.
teresse da coletividade não pode ser afastado em decorrência do
interesse dos gestores estatais. O interesse público é indisponível, Atos da Administração ≠ Atos administrativos.
é obrigado a ser seguido, não podendo ser dispensado em face do Atos privados da Administração = atos da Administração
proveito alheio. No exercício da função pública os agentes públi- → regime jurídico de direito privado.
cos agem não em nome próprio, mas em nome da coletividade, Atos públicos da Administração = atos administrativos →
fazendo valer o interesse coletivo. Por exemplo, não pode deixar regime jurídico de direito público.
de realizar concurso quando necessário, não pode deixar de licitar Os atos administrativos se situam num plano superior de di-
quando necessário, dentre outros. reitos e obrigações, eis que visam atender aos interesses públicos
primários, denominados difusos e coletivos. Logo, são atos de
regime público, sujeitos a pressupostos de existência e validade
diversos dos estabelecidos para os atos jurídicos no Código Civil,
ATOS ADMINISTRATIVOS; e sim previstos na Lei de Ação Popular e na Lei de Processo Ad-
ministrativo Federal. Ao invés de autonomia da vontade, haverá
a obrigatoriedade do cumprimento da lei e, portanto, a adminis-
Ato administrativo: conceito; requisitos; atributos; classifica- tração só poderá agir nestas hipóteses desde que esteja expressa e
ção; espécies; anulação; revogação; convalidação; discricionarie- previamente autorizada por lei3.
dade e vinculação
O ato administrativo é uma espécie de fato administrativo e é Atributos do ato administrativo
em torno dele que se estrutura a base teórica do direito adminis- 1) Imperatividade: em regra, a Administração decreta e exe-
trativo. cuta unilateralmente seus atos, não dependendo da participação e
Fato administrativo é a “atividade material no exercício da nem da concordância do particular. Do poder de império ou extro-
função administrativa, que visa a efeitos de ordem prática para a verso, que regula a forma unilateral e coercitiva de agir da Admi-
Administração. [...] Os fatos administrativos podem ser voluntá- nistração, se extrai a imperatividade dos atos administrativos.
rios e naturais. Os fatos administrativos voluntários se materia-
lizam de duas maneiras: 1ª) por atos administrativos, que for-
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito admi-
malizam a providência desejada pelo administrador através
nistrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.
da manifestação da vontade; 2ª) por condutas administrativas, 2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
que refletem os comportamentos e as ações administrativas, sejam trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.
ou não precedidas de ato administrativo formal. Já os fatos admi- 3 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São Paulo:
nistrativos naturais são aqueles que se originam de fenômenos da Prima Cursos Preparatórios, 2004.

Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
2) Auto executoriedade: em regra, a Administração pode Obs.: Quando se diz que a escolha do motivo e do objeto do
concretamente executar seus atos independente da manifestação ato é discricionária não significa que seja arbitrária, pois deve se
do Poder Judiciário, mesmo quando estes afetam diretamente a es- demonstrar a oportunidade e a conveniência.
fera jurídica de particulares.
3) Presunção de veracidade: todo ato editado ou publicado Mérito = oportunidade + conveniência
pela Administração é presumivelmente verdadeiro, seja na forma,
seja no conteúdo, o que se denomina “fé pública”. Evidente que tal Perfeição e validade
presunção é relativa (juris tantum), mas é muito difícil de ser ilidi- Destaca-se esquemática trazida por Baldacci4:
da. Só pode ser quebrada mediante ação declaratória de falsidade, - Quando todos os pressupostos especiais exigidos por lei es-
que irá argumentar que houve uma falsidade material (violação tiverem presentes, falamos que o ato é perfeito (P).
física do documento que traz o ato) ou uma falsidade ideológica - Quanto estes pressupostos preenchidos respeitarem o que a
(documento que expressa uma inverdade). lei exige, falamos que é válido (V).
4) Presunção de legitimidade: Sempre que a Administração - Quanto está apto a surtir seus efeitos próprios falamos que
agir se presume que o fez conforme a lei. Tal presunção é relativa é eficaz (E).
(juris tantum), podendo contudo ser ilidida por qualquer meio de 1) P + V = E. Os atos perfeitos e válidos são eficazes em regra.
prova. 2) P + V = ineficaz. Os atos perfeitos e válidos podem não ser
Obs.: Todo ato administrativo tem presunção de veracidade eficazes se estiver pendente o implemento de condição.
e de legitimidade, mas nem todo ato administrativo é imperativo 3) P + inválido = ineficaz. O ato perfeito e inválido é, em
(pode precisar da concordância do particular, a exemplo dos atos regra, ineficaz.
negociais). 4) P + inválido = eficaz. O ato perfeito e inválido pode ser
eficaz se já tiver gerado efeitos próprios e for relevante para a se-
Elementos gurança jurídica manter tais efeitos.
1) Competência: é o poder-dever atribuído a determinado 5) Imperfeito = inválido + ineficaz. O ato imperfeito não é
agente público para praticar certo ato administrativo. A pessoa ju- válido e nem eficaz.
rídica, o órgão e o agente público devem estar revestidos de com- 6) Imperfeito = inválido + eficaz. O ato imperfeito pode
petência. A competência é sempre fixada por lei. gerar efeitos impróprios, que não dependem da execução do ato,
2) Finalidade: é a razão jurídica pela qual um ato adminis- como o efeito impróprio reflexo (repercussão em outros atos ou
trativo foi abstratamente criado pela ordem jurídica. A lei estabe- situações jurídicas) e o efeito impróprio prodrômico (efeito de na-
lece que os atos administrativos devem ser praticados visando a tureza procedimental que implica numa providência ou etapa ne-
um fim, notadamente, a satisfação do interesse público. Contudo, cessária para aperfeiçoamento do ato, como a manifestação de um
embora os atos administrativos sempre tenham por objeto a satis- segundo agente ou órgão).
fação do interesse público, esse interesse é variável de acordo com 7) Imperfeito = válido + ineficaz. O ato imperfeito pode
a situação. Se a autoridade administrativa praticar um ato fora da preencher os requisitos de validade, mas se lhe faltar um pressu-
finalidade genérica ou fora da finalidade específica, estará prati- posto especial será imperfeito e, logo, ineficaz.
cando um ato viciado que é chamado “desvio de poder ou desvio
de finalidade”. Espécies5
3) Forma: é a maneira pela qual o ato se revela no mundo ju- a) Atos normativos: são atos gerais e abstratos visando a cor-
rídico. Usualmente, adota-se a forma escrita. Eventualmente, pode reta aplicação da lei. É o caso dos decretos, regulamentos, regi-
ser praticado por sinais ou gestos (ex: trânsito). A forma é sempre mentos, resoluções, deliberações.
fixada por lei. b) Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento da Ad-
4) Motivo (vontade): vontade é o querer do ato administra- ministração e a conduta de seus agentes. É o caso de instruções,
tivo e dela se extrai o motivo, que é o acontecimento real que au- circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos administrativos,
toriza/determina a prática do ato administrativo. É o ato baseado decisões administrativas.
em fatos e circunstâncias, que o administrador por escolher, mas c) Atos negociais: são aqueles estabelecidos entre Adminis-
deve respeitar os limites e intenções da lei. Nem sempre os atos tração e administrado em consenso. É o caso de licenças, auto-
administrativos possuem motivo legal. Nos casos em que o motivo rizações, permissões, aprovações, vistos, dispensa, homologação,
legal não está descrito na norma, a lei deu competência discricio- renúncia.
nária para que o sujeito escolha o motivo legal (o motivo deve d) Atos enunciativos: são aqueles em que a Administração
ser oportuno e conveniente). A teoria dos Motivos Determinantes certifica ou atesta um fato sem vincular ao seu conteúdo. É o caso
afirma que os motivos alegados para a prática de um ato adminis- de atestados, certidões, pareceres.
trativo ficam a ele vinculados de tal modo que a prática de um ato e) Atos punitivos: são aqueles que emanam punições aos par-
administrativo mediante a alegação de motivos falsos ou inexis- ticulares e servidores.
tentes determina a sua invalidade.
5) Objeto (conteúdo): é o que o ato afirma ou declara, mani-
festando a vontade do Estado. A lei não fixa qual deve ser o con-
teúdo ou objeto de um ato administrativo, restando ao administra-
4 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administrativo. São Paulo:
dor preencher o vazio nestas situações. O ato é branco/indefinido. Prima Cursos Preparatórios, 2004.
No entanto, deve se demonstrar que a prática do ato é oportuna e 5 BARBOSA, Carlos. Atos administrativos. Disponível em: <http://
conveniente. www.stf.jus.br/>. Acesso em: 06 mar. 2016.

Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Classificação6 trativo em decorrência de sua invalidade, reconhecida judicial ou
a) Quanto ao seu regramento: administrativamente, preservando-se os direitos dos terceiros de
1) Atos vinculados: são os que possuem todos os pressupos- boa-fé; por revogação, que é a retirada do ato administrativo em
tos e elementos necessários para sua prática e perfeição previa- decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos
mente estabelecidos em lei que autoriza a prática daquele ato. O interesses públicos, sendo o ato válido e praticado dentro da Lei,
administrador é um “mero cumpridor de leis”. Também se denomi- efetuando-se a revogação na via administrativa; cassação, que é a
na ato de exercício obrigatório. retirada do ato administrativo em decorrência do beneficiário ter
2) Atos discricionários: são os atos que possuem parte de descumprido condição tida como indispensável para a manuten-
seus pressupostos e elementos previamente fixados pela lei auto- ção do ato; contraposição ou derrubada, que é a retirada do ato
rizadora. No mínimo, a competência, a finalidade e a forma estão administrativo em decorrência de ser expedido outro ato fundado
previamente fixados na lei – são os pressupostos vinculados. Aqui- em competência diversa da do primeiro, mas que projeta efeitos
lo que está em branco ou indefinido na lei será preenchido pelo ad- antagônicos ao daquele, de modo a inibir a continuidade da sua
ministrador. Tal preenchimento deve ser feito motivadamente com eficácia; caducidade, que é a retirada do ato administrativo em
base em fatos e circunstâncias que somente o administrador pode decorrência de ter sobrevindo norma superior que torna incompatí-
escolher. Contudo, tal escolha não é livre, os fatos e circunstâncias vel a manutenção do ato com a nova realidade jurídica instaurada.
devem ser adequados (razoáveis e proporcionais) aos limites e in- 4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo eficaz em
tenções da lei. virtude de seu beneficiário não mais desejar a sua continuidade.
b) Quanto ao destinatário: A renúncia só tem cabimento em atos que concedem privilégios e
1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com fina- prerrogativas.
lidade normativa, atingindo uma gama de pessoas que estejam na 5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz em de-
mesma situação jurídica nele estabelecida. O particular não pode corrência do seu futuro beneficiário não manifestar concordância,
impugnar, pois os efeitos são para todos. tida como indispensável para que o ato pudesse projetar regular-
2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e determinada, mente seus efeitos. Se o futuro beneficiário recusa a possibilidade
criando situações jurídicas individuais. O particular atingido pode da eficácia do ato, esse será extinto.
impugnar.
c) Quanto ao seu alcance: Convalidação do Ato Administrativo
1) Atos internos: praticados no âmbito interno da Adminis- É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício
tração, incidindo sobre órgãos e agentes administrativos. de ato antecedente, de modo a torná-lo válido desde o seu nasci-
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da Adminis- mento, ou seja, é um ato posterior que sana um vício de um ato
tração, atingindo administrados e contratados. São obrigatórios a anterior, transformando-o em válido desde o momento em que foi
partir da publicação. praticado.
d) Quanto ao seu objeto: Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos,
1) Atos de império: praticados com supremacia em relação sustentando que os atos administrativos somente podem ser nulos.
ao particular e servidor, impondo o seu obrigatório cumprimento. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos
2) Atos de gestão: praticados em igualdade de condição com anuláveis.
o particular, ou seja, sem usar de suas prerrogativas sobre o des- Existem três formas de convalidação:
tinatário. - Ratificação: é a convalidação feita pela própria autoridade
3) Atos de expediente: praticados para dar andamento a pro- que praticou o ato;
cessos e papéis que tramitam internamente na administração públi- - Confirmação: é a convalidação feita por autoridade superior
ca. São atos de rotina administrativa. àquela que praticou o ato;
e) Quanto a formação (processo de elaboração): - Saneamento: é a convalidação feita por ato de terceiro, ou
1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de vontade de seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por autoridade
um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente da Administração. superior.
2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade de mais Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato
de um órgão ou agente administrativo. administrativo. Há um ato viciado e, para regularizar a situação,
3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade de um ele é transformado em outro, de diferente tipologia. O ato nulo,
órgão ou agente, mas depende de outra vontade que o ratifique embora não possa ser convalidado, poderá ser convertido, trans-
para produzir efeitos e tornar-se exequível. formando-se em ato válido.

Extinção
Pode se dar nas seguintes situações:
1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos os seus
efeitos, não terá mais razão de existir sob o ponto de vista jurídico.
2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do Ato: Se o
sujeito ou o objeto perecer, o ato será considerado extinto.
3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que elimina
o ato. Pode se dar por anulação, que é a retirada do ato adminis-
6 BARBOSA, Carlos. Atos administrativos. Disponível em: <http://
www.stf.jus.br/>. Acesso em: 06 mar. 2016.

Didatismo e Conhecimento 7
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n° 8.745/93
Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para aten-
SERVIDORES PÚBLICOS;
der a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, as-
sim como aos estrangeiros na forma da lei (art. 37, I, CF).
Para este tópico traremos os ensinamentos do professor Marco A investidura em cargos ou empregos públicos depende de
Antonio Praxedes de Moraes Filho, no qual conceitua agente pú- aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
blico como sendo: é uma terminologia genérica que representa a títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
existência de um vínculo jurídico-profissional entre qualquer pes- emprego. Excepcionalmente, as nomeações para cargo em comis-
soa física e o Poder Público. Desta forma, toda pessoa física que, são declarado em lei de livre nomeação e exoneração, não exige
a qualquer título, exerça funções públicas é considerada agente aprovação em concurso público (art. 37, II, CF, com redação dada
público. pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
CF/88
Agentes Políticos Art. 37.(...)
São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, II -a investidura em cargo ou emprego público depende de
investidos de cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomea-
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
ção, eleição, designação ou delegação para o exercício das atribui-
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
ções constitucionais.
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
São eles:
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
- Chefes do Executivo (Presidente da República, Governador
ração;
dos Estados e Distrito Federal e Prefeitos Municipais), seus auxi-
O prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
liares diretos (Ministros de Estado, Secretários de Estado e Secre-
prorrogáveis uma vez, por igual período (art. 37, III, CF). A pror-
tários Municipais);
- Membros do Poder Legislativo (Senadores da República, rogação da validade do concurso é um ato discricionário da Admi-
Deputados Federais, Deputados Estaduais, Deputados Distritais e nistração Pública.
Vereadores); As nomeações observarão a ordem de classificação (art. 37,
- Membros do Poder Judiciário (Magistrados); IV, CF). Regra geral, o aprovado em concurso público tem apenas
- Membros do Ministério Público (Procuradores da Repúbli- expectativa de direito quanto a investidura no cargo, ficando a cri-
ca, Procuradores de Justiça e Promotores de Justiça); tério da Administração Pública realizar as nomeações. Porém, há
- Membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); diversos julgamentos do STF relatando certas situações ocorridas
- Representantes Diplomáticos. no mundo dos fatos concedendo direito adquirido aos aprovados
em concurso público. Ex. aprovado dentro do número de vagas.
Servidores Públicos Civis A necessidade da realização de exame psicotécnico em con-
São aqueles incumbidos do exercício da função administrativa cursos públicos precisa estar previamente estabelecida e lei e de-
civil (não militar), regidos pelas normas do art. 39 da Constituição verá ser pautada e critérios objetivos.
Federal, sujeitos ao regime estatutário. Súmula 686, STF
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação
Servidores Públicos Militares de candidato a cargo público.
São aqueles que integram as carreiras militares dos Estados, A lei deverá reservar percentual dos cargos e empregos públi-
do Distrito Federal e Territórios e das Forças Armadas (art. 42, CF; cos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios
art. 142, § 3°, CF). de sua admissão (art. 37, VIII, CF). Ex. O art. 5° da Lei n° 8.112/90
Estados / DFT Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar reserva em até 20% das vagas para portadores de deficiência.
Forças Armadas Exército, Marinha e Aeronáutica
Acumulações
Empregados Públicos É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos (art.
São aqueles ocupantes de emprego público, remunerados por 37, XVI, CF).
salários e sujeitos às regras da Consolidação das Leis do Trabalho - REGRA
(CLT). Em regra, são os vinculados às Empresas Estatais (Empre- Acumulação Proibida
sas Públicas e Sociedade de Economia Mista). - EXCEÇÃO

Servidores Temporários Estabilidade


São aqueles contratados para atender a situações transitórias e Para os agentes públicos em geral, são estáveis após três anos
excepcionais (art. 37, IX, CF). de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
CF/88 mento efetivo em virtude de concurso público (art. 41, caput, CF).
Art. 37. (...) Todavia, para os Magistrados e Membros do Ministério Pú-
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- blico a estabilidade recebe o nome especial de vitaliciedade, sendo
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional adquirida após dois anos de exercício (art. 95, I, CF; art. 128, §
interesse público; 1°, I,CF).

Didatismo e Conhecimento 8
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Responsabilidade Por sua vez, Alexandre Mazza (2011, p.450) adverte que “em
A prática de ato ilícito pelo agente público no exercício de relação aos servidores que cumpriram todos os requisitos até a data
suas funções pode ensejar a responsabilidade civil, criminal e ad- de promulgação da Emenda nº 42/2003, a aposentadoria será cal-
ministrativa. culada, integral e proporcionalmente, de acordo com a legislação
A regra é a independência/autonomia entre as três esferas. To- vigente antes da emenda. Entretanto, quanto aos demais servidores
davia, se o agente público for absolvido criminalmente por duas si- públicos, não há mais possibilidade de aposentadoria com proven-
tuações especiais também deverá ser absolvido nas demais esferas. tos integrais, passando seu valor a sujeitar-se aos patamares do
Conforme artigo científico de Hálisson Rodrigo Lopes três regime geral de previdência”.
são as modalidades de aposentadoria, conforme disposto nos inci-
sos I a III, do art. 40 da Constituição Federal, abaixo explicitadas: Cargo, Emprego e Função Pública
Aposentadoria por invalidez permanente, sendo os proventos Doutrinadores conceituam quadro funcional como sendo o
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de conjunto de carreiras, cargos isolados e funções públicas de uma
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con- mesma pessoa jurídica. Desta forma podemos afirmar que Cargo
tagiosa ou incurável, na forma da lei. Tais condições decorrem de é uma pequena parte da organização funcional da Administração,
fato mórbido que impede o servidor de desempenhar as funções o menor centro de competência, ocupada por servidor público es-
previstas para o cargo provido. tatutário, ao qual é atribuído um conjunto de atribuições previstas
No caso das exceções acima, “os proventos serão integrais, em lei, que constituirá a sua competência (cf. definição, ligeira-
sendo absolutamente irrelevante a idade do servidor e o seu tempo mente diferente, da Lei n. 8.112/90, art. 2º).
de contribuição.” (GASPARINI, 2008, p. 206) O professor Aragão afirma que: um dos elementos mais im-
A Lei nº 8.112, de 11 de dezembro 1990, que dispõe sobre o re- portantes dos quadros funcionais são as carreiras: carreira é o con-
gime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias junto de classes funcionais, por sua vez composta de cargos, cujos
e das fundações públicas federais, informa no art. 186, § 1º, quais as ocupantes têm a possibilidade de ir galgando de uma classe para
doenças que justificam a invalidez permanente, visando à aposenta- a outra, o que constitui a progressão funcional (ex.: na carreira há
doria, senão vejamos: tuberculose ativa, alienação mental, esclerose três classes, cada uma delas com um número de cargos. A nomea-
múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no ser- ção do concursado se dá na 3ª classe e, atendendo a determinadas
viço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, condições, ele vai sendo promovido para os cargos de 2ª e de 1ª
paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, classes sucessivamente).
nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte defor- Para ele; os cargos que integram classes funcionais são chama-
mante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras dos sucessivamente cargos de carreira. Mas há também os chama-
que a lei indicar, com base na medicina especializada. dos cargos isolados que, apesar de integrarem o quadro funcional
Já no art. 212, da legislação supracitada, salienta que: con- geral do ente, não pertencem a qualquer carreira, não ensejando,
figura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo consequentemente, progressão funcional. São cargos de natureza
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atri- estanque (ex.: Ministro do TCU).
buições do cargo exercido, equiparando ao acidente em serviço o Desta forma todo cargo é composto de funções próprias, mas
dano decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor nem toda função pública pressupõe a existência de um cargo na
no exercício do cargo; sofrido no percurso da residência para o qual deva estar alocada. Nos ensina o auto que: há funções pú-
trabalho e vice-versa. blicas sem cargo: as funções gratificadas, pelas quais o servidor
Outra modalidade de aposentadoria é a compulsória, com pro- com vínculo permanente percebe remuneração pelo desempenho
ventos proporcionais ao tempo de serviço, quando o servidor com- da atividade (art. 37, V); e as funções temporárias (art. 37, IX). Os
pletar setenta anos de idade, “proventos estes que, não obstante, empregados públicos também exercem função pública sem ocu-
poderá atingir aritmeticamente a remuneração integral da ativa se par cargos, possuindo emprego público, que é a relação jurídica
já houver atingido o servidor o referido tempo máximo de contri- trabalhista estabelecida com o Estado, pela qual se incumbe e se
buição.” (ARAÚJO, 2010, p. 329) habilita ao exercício de determinadas funções, mas, como não têm
Alexandre de Moraes (2011, p.395) destaca que “o Supremo uma relação estatutária, não ocupam cargos.
Tribunal Federal alterou seu posicionamento anterior, pacificando a Utilizaremos a classificação do referido autor para a explica-
inaplicabilidade das regras da aposentadoria compulsória em virtude ção e diferenciação de cargo, emprego e função pública, conforme
de idade aos notários referidos no art. 236 da Constituição Federal.” segue:
Por fim, a aposentadoria voluntária, desde que cumprido tem-
po mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e Classificação dos cargos públicos
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, ob- Tendo em vista a situação dos cargos diante do quadro funcio-
servadas as seguintes condições: a) sessenta anos de idade e trinta nal, já vimos no tópico anterior que há os cargos de carreira e os
e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de cargos isolados.
idade e trinta de contribuição, se mulher. Os requisitos de idade e Sob o prisma das garantias de permanência nos cargos, eles
de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, para o podem agrupar-se em três categorias: 1) vitalícios; 2) efetivos; e
professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercí- 3) em comissão.
cio das funções de magistério na educação infantil e no ensino fun- 1) Cargos vitalícios
damental e médio; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e São os cargos que oferecem maior garantia de permanência
sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao aos seus ocupantes, já que, após adquirida a vitaliciedade, só po-
tempo de contribuição. dem perder o cargo mediante decisão judicial transitada em julga-

Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
do. Dirige-se a servidores públicos previstos constitucionalmente O servidor estável que perder o cargo por essa razão, de cunho
que exercem elevadas funções de controle, e que, por isso, devem financeiro-orçamentário, terá direito a indenização na forma do §
ter garantida de forma reforçada a sua independência. 5º do art. 169, CF (um mês de remuneração por ano de serviço). O
A vitaliciedade é de previsão constitucional expressa. Na vi- seu cargo é definitivamente extinto, e ele nem ficará em disponibi-
gente ordem constitucional, são vitalícios os cargos dos magistra- lidade (ver conceito adiante), desligando-se, outrossim, definitiva-
dos (art. 95, I), dos membros do Ministério Público (art. 128, § 5º, mente do serviço público (169, § 6º).
I, a) e dos Tribunais de Contas (art. 73, § 3º). Quanto à diferença entre a vitaliciedade e estabilidade, diz
Via de regra, a vitaliciedade é adquirida após dois anos de HELY LOPES MEIRELLES que a vitaliciedade é no cargo e a es-
exercício do cargo, mas, nos casos em que a nomeação não se dá tabilidade, no serviço público. CARMEN LÚCIA ANTUNES DA
por concurso, é adquirida desde o início do exercício (ex.: Minis- ROCHA entende que esta distinção, apesar de tradicionalmente
tros do STF e do TCU). repetida, não é procedente, já que não há vínculo genérico com o
2) Cargos efetivos serviço público, mas sim com determinado cargo. Neste sentido,
São os cargos que possuem caráter de permanência, mas um caracteriza a vitaliciedade simplesmente como uma “estabilidade
pouco menos forte que a existente nos cargos vitalícios. São a especial”, mais fácil (dois em vez de três anos) de ser adquirida e
grande maioria dos cargos dos quadros funcionais. revestida de maiores proteções (perda só com decisão transitada
Os ocupantes de tais cargos, após três anos de efetivo exer- em julgado).
cício, adquirem estabilidade, em razão da qual só poderão perder Como a Constituição Federal, ao tratar da estabilidade (art.
o cargo pelas causas taxativamente previstas na Constituição. A 41), refere-se apenas à nomeação (não a contratação) e a cargos
estabilidade é o direito de o servidor estatutário, investido em car- (não a empregos), não há de se falar da estabilidade para os servi-
go efetivo, permanecer no serviço público após três anos de efeti- dores trabalhistas, ressalvadas algumas restrições à sua dispensa,
vo exercício e desempenho avaliado positivamente por Comissão já que o fato de os empregados públicos não terem estabilidade
(art. 41), ou seja, não basta o decurso do tempo, devendo haver não quer dizer que a sua dispensa possa ser arbitrária, desmotiva-
também o juízo positivo expresso da comissão de avaliação do da ou desrespeitosa dos princípios da Administração Pública. Não
estágio probatório. que seja admissível apenas a sua dispensa com justa causa, mas
Mas, mesmo durante o estágio probatório, o servidor não pode devem ser adotados critérios motivados, razoáveis e igualitários
ser exonerado ou demitido sem inquérito ou sem as formalidades na definição de quais empregados serão dispensados e quais não o
legais de apuração de suas capacidades, inclusive com ampla defe- serão. O art. 3º da Lei n. 9.962/00 adotou esta doutrina.
sa (Súmula n. 21, STF, e art. 5º, IV, CF). 3) Cargos em comissão
Apesar de terem muitas conexões, o instituto da efetividade Os cargos em comissão, também chamados de cargos de con-
não se confunde com o da estabilidade. O empossado em cargo fiança, ao contrário dos anteriores, não possuem qualquer caráter
efetivo de pronto já tem efetividade, que é concernente à natureza de permanência, sendo de livre nomeação (independem de con-
do cargo que ocupa, mas só terá estabilidade após três anos. A efe- curso público) e exoneração (despida de qualquer formalidade ou
tividade do cargo é um dos principais requisitos para a obtenção condição) – art. 37, II, in fine.
da estabilidade. O art. 37, V, tratou de forma distinta as funções de confian-
Até a Reforma Administrativa, da EC n. 19/1998, o prazo para ça e os cargos de confiança: aquelas só podem ser exercidas por
a aquisição de estabilidade era o mesmo da vitaliciedade – dois ocupantes de cargo efetivo; e os cargos de confiança podem ser
anos. exercidos por pessoas “extraquadros”, respeitados apenas os per-
As causas taxativamente previstas na CF como ensejadoras da centuais mínimos previstos em lei destinados obrigatoriamente a
perda do cargo pelo servidor estável são as seguintes: servidores efetivos. Em outras palavras, “os cargos em comissão
(a) Decisão judicial transitada em julgado, prevista no art. 41, representam as mais elevadas responsabilidades a serem exercidas
§1º, I (única hipótese, como vimos acima, que também é de perda sob a fidúcia da autoridade nomeante e, em linha de princípio, po-
do cargo vitalício); dem recair sobre quaisquer destinatários, servidores ou não, desde
(b) Decisão em processo administrativo com ampla defesa e que preencham as condições legais ou regulamentares preestabe-
contraditório (art. 41, §1º, II); lecidas pelo Poder Público. Por outro lado, a legislação infracons-
(c) Avaliação periódica de desempenho, conforme previsto titucional deverá contemplar uma reserva de tais cargos para os
em lei complementar de cada ente e assegurado o contraditório. servidores organizados em carreira (CF/88, art. 37, V). As funções
O art. 41, §1º, III, que prevê essa hipótese de perda do cargo pelo de confiança, de outra banda, aparecem na estrutura administrativa
servidor estável, é, portanto, norma de eficácia limitada, ou seja, escalonadas imediatamente abaixo dos cargos em comissão e são
cuja eficácia está condicionada à edição da lei complementar nela exclusivas dos servidores ocupantes de cargos efetivos de qual-
referida. CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO sustenta quer esfera governamental”. Inerente às funções de confiança e aos
que esta hipótese deve ser entendida como apenas os casos em cargos em comissão está o grau de fidúcia esperado de ocupante
que a insuficiência já seria de tal monta que de qualquer forma já de ambos, sendo necessária uma relação de confiança qualificada,
ensejaria a demissão prevista no inciso II; superior àquela ordinariamente já exigida.
(d) Necessidade de redução de despesas para cumprimento Com efeito, há de existir na criação de cargos em comissão
do percentual de 60% da receita corrente líquida com despesas de uma fidúcia pessoal diferente daquela que é exigível de todo indi-
pessoal, na forma do art. 169 c/c o art. 247, CF, art. 33 da Emenda víduo que ocupe uma posição no organograma da Administração,
Constitucional n. 19/98, regulamentado pelos arts. 18 e 20 da Lei seja por determinação do regime estatutário que lhe seja aplicável,
de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101/00) e pela seja pelas normas da legislação trabalhista que determinam ao em-
Lei n. 9.801/99. pregado agir de forma leal com o empregador.

Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O art. 37, V, in fine, reafirmando posição doutrinária já exis- referindo às entidades de direito privado da Administração Indire-
tente, dispõe que não é qualquer cargo que a Lei pode considerar ta, os empregos nessas entidades podem ser criados sem lei, aten-
de confiança, mas apenas os de direção, chefia e assessoramento. didas as normas de supervisão ministerial e os seus orçamentos.
Para EDMIR NETTO DE ARAUJO, a elas deveriam ser acres- Assim, a ausência de menção às estatais no referido dispositi-
centadas as funções de “consultoria e assistência”, que não foram vo constitucional demonstra que o Constituinte, atento à natureza
contempladas, ou por uma omissão do Constituinte, ou ainda por empresarial dessas entidades, dispensou-as da necessidade de lei
poderem ser implicitamente retiradas da terminologia “assessora- para criação e extinção de empregos públicos.
mento”, o que, entretanto, não seria tecnicamente preciso. Para SÉRGIO DE ANDRÉA FERREIRA, “se, para a admi-
A exigência constitucional de que os cargos comissionados se- nistração pública direta e autárquica, há necessidade de lei, para a
jam reservados a situações de direção, chefia e assessoramento de- caracterização dos cargos em comissão ou empregos de confiança,
monstra que somente posições com uma carga de responsabilidade e o mesmo não ocorre com as entidades administrativas de direito
fidúcia reforçadas justificam a exceção ao dever de realizar concurso privado, nas quais isto se faz, ora por decreto, no caso de certas
público para o preenchimento de vagas na Administração Pública. fundações públicas; ou por atos internos dos próprios entes”.
Vale nesse sentido comentar uma importante decisão do STF O Tribunal de Contas da União firmou entendimento neste sen-
sobre a criação de cargos em comissão, matéria que, embora per- tido a partir da Decisão n.158/02, em caso referente ao Banco do
meadas por alto grau de discricionariedade legislativa, foi sindi- Brasil S/A: “Ora, a criação de empregos públicos em Sociedades
cada pelo Poder Judiciário: na ADI n. 3.233, o Pleno declarou a de Economia Mista que desenvolvem atividades econômicas não
inconstitucionalidade, por violação ao art. 37, II, da Constitui- necessita ser realizada por intermédio de lei. É indiscutível, tam-
ção Federal, do art. 1º, caput e incisos I e II, da Lei n.6.600/98; bém, que o regime jurídico das pessoas estatais que desenvolvem
do art. 5º da Lei Complementar n. 57/03 e das Leis n. 7.679/04 tais atividades é o privado – onde vigora a livre criação de empregos
e n. 7.696/04, todas do Estado da Paraíba, que criaram funções –, apenas derrogado excepcionalmente pela Carta Magna. Ante isto,
de confiança denominadas “agente judiciário de vigilância”, pos- seria um contrassenso imaginar que o Legislador decidiu que a cria-
teriormente denominadas “assessor de segurança”. Entendeu que ção de cargos em comissão em Sociedades de Economia Mista que
referidas funções não exigiam habilidade profissional específica, desempenham atividades econômicas só é cabível por meio de lei e,
também não sendo funções dotadas de poder de comando, e, por- ao mesmo tempo, nestas mesmas Sociedades, houve por bem não
submeter à lei a criação de empregos públicos (...).”
tanto, não poderiam ser consideradas, ainda que por Lei “funções
Fora do Poder Executivo, possuem iniciativa legislativa priva-
de confiança”, a serem preenchidas sob a forma de cargos em co-
tiva para criar posições funcionais no âmbito de suas respectivas
missão, e, por conseguinte, sem concurso público.
estruturas funcionais o Poder Judiciário (art. 96, II, b), os Tribunais
Apesar de a expressão “função de confiança” ser realmente
de Contas e o Ministério Público (art. 127, § 2º).
um conceito jurídico indeterminado, é possível a sua sindicabilida-
No que concerne ao próprio Poder Legislativo, a matéria não
de à luz das normas constitucionais, sobretudo em hipóteses como
é regulamentada por lei, o que exigiria a sanção presidencial, ate-
a acima aventada, que claramente não se enquadrava no referido nuando sua própria autonomia de maneira que os seus cargos po-
conceito – ou seja, encontrava-se na zona de certeza negativa do dem ser criados, transformados ou extintos por Resolução Legis-
conceito, que “destina-se apenas às atribuições de direção, chefia lativa (arts. 51, IV, e 52, XIII). Apenas a fixação da remuneração é
e assessoramento” (art. 37, V, CF). Não basta obviamente a lei que, após a Emenda Constitucional n. 19/98, ficou dependendo de
apenas dar o nome de “assessor”. lei, de iniciativa privativa da Câmara ou do Senado, dependendo
Por fim, dentro da espécie dos cargos de confiança, podería- do quadro funcional respectivo.
mos também incluir os cargos de provimento por prazo determina-
do, vedada a exoneração ad nutum (ex.: os dirigentes das agências
reguladoras, Chefes dos Ministérios Públicos e os reitores de uni-
versidades públicas). ODETE MEDAUAR os denomina de “cargos ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA;
ocupados por mandato”. Pelo entendimento do STF (ADI n. 1.949),
não há propriamente uma “estabilidade temporária”, mas sim uma
limitação legal do poder de exoneração às hipóteses de falta grave,
após prévio contraditório. Não se exige, naturalmente, fatos da mes- Administração Pública Direta
ma gravidade que os necessários para demitir servidores estáveis. O Administração Pública direta é aquela formada pelos entes
vínculo não é tão forte, e, por exemplo, a demonstração objetiva da integrantes da federação e seus respectivos órgãos. Os entes políti-
ineficiência do servidor ocupante de cargo em comissão por prazo cos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. À
determinado seria suficiente para levar à sua exoneração. exceção da União, que é dotada de soberania, todos os demais são
A criação é a formação de novos cargos, empregos ou funções dotados de autonomia.
públicas no quadro funcional. Na extinção, eles são suprimidos, A administração direta é formada por um conjunto de núcleos
não precisando ser feita diretamente pela lei, mas pelo Chefe do de competências administrativas, os quais já foram tidos como
Poder Executivo desde que o cargo esteja vago (art. 84, VI). representantes do poder central (teoria da representação) e como
Já pela transformação, dá-se a extinção e criação concomitan- mandatários do poder central (teoria do mandato). Hoje, adota-se
te de cargos, funções ou empregos públicos. Uma posição desapa- a teoria do órgão, de Otto Giërke, segundo a qual os órgãos são
rece para dar lugar a outra(s) posição(s) nova(s). apenas núcleos administrativos criados e extintos exclusivamente
Como o art. 61, § 1º, II, a, se refere à lei de iniciativa do Chefe por lei, mas que podem ser organizados por decretos autônomos do
do Poder Executivo apenas para a criação de cargos, funções e em- Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade
pregos públicos na Administração Direta e nas autarquias, não se jurídica própria.

Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Assim, os órgãos da Administração direta não possuem pa- Essas quatro pessoas integrantes da Administração indireta
trimônio próprio; e não assumem obrigações em nome próprio e serão criadas para a prestação de serviços públicos ou, ainda, para
nem direitos em nome próprio (não podem ser autor nem réu em a exploração de atividades econômicas, como no caso das empre-
ações judiciais, exceto para fins de mandado de segurança – tanto sas públicas e sociedades de economia mista, e atuam com o obje-
como impetrante como quanto impetrado). Já que não possuem tivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação
personalidade, atuam apenas no cumprimento da lei, não atuando do serviço público ou, quando exploradoras de atividades econô-
por vontade própria. Logo, órgãos e agentes públicos são impes- micas, visando atender a relevante interesse coletivo e imperativos
soais quando agem no estrito cumprimento de seus deveres, não da segurança nacional.
respondendo diretamente por seus atos e danos. Com efeito, de acordo com as regras constantes do artigo 173
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a responsa- da Constituição Federal, o Poder Público só poderá explorar ativi-
bilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que estejam exer- dade econômica a título de exceção, em duas situações, conforme
cendo atribuições da Administração direta é denominada teoria se colhe do caput do referido artigo, a seguir reproduzido:
da imputação objetiva, de Otto Giërke, que institui o princípio da Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constitui-
impessoalidade. ção, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só
Quanto se faz desconcentração da autoridade central – chefe será permitida quando necessária aos imperativos de segurança na-
do Executivo – para os seus órgãos, se depara com diversos níveis cional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
de órgãos, que podem ser classificados em simples ou complexos Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras constitucio-
(simples se possuem apenas uma estrutura administrativa, comple- nais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao Poder Público
xos se possuem uma rede de estruturas administrativas) e em uni- não cumpre produzir lucro, tarefa esta deferida ao setor privado.
tários ou colegiados (unitário se o poder de decisão se concentra Assim, apenas explora atividades econômicas nas situações indi-
em uma pessoa, colegiado se as decisões são tomadas em conjunto cadas no artigo 173 do Texto Constitucional. Quando atuar na eco-
e prevalece a vontade da maioria): nomia, concorre em grau de igualdade com os particulares, e sob
a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou estrutura do o regime do artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à livre
Estado, gozando de independência para agir e não se submetendo concorrência, submetendo-se ainda a todas as obrigações constan-
a outros órgãos. Cabe a eles definir as políticas que serão imple- tes do regime jurídico de direito privado, inclusive no tocante às
mentadas. É o caso da Presidência da República, órgão comple- obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias.
xo composto pelo gabinete, pela Advocacia-Geral da União, pelo
Conselho da República, pelo Conselho de Defesa, e unitário (pois Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
o Presidente da República é o único que toma as decisões). economia mista
b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do poder,
com autonomia funcional, porém subordinados politicamente aos Autarquias
independentes. É o caso de todos os ministérios de Estado. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, de natu-
c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia ou in- reza administrativa, criadas para a execução de serviços públicos,
dependência, sendo plenamente vinculados aos órgãos autônomos. antes prestados pelas entidades estatais que as criam. Contam com
Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vinculada ao Ministério do patrimônio próprio, constituído a partir de transferência pela enti-
Trabalho e Emprego; Departamento da Polícia Federal, vinculado dade estatal a que se vinculam, portanto, capital exclusivamente
ao Ministério da Justiça. público. Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo regime
d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima deles jurídico de direito público, podendo, tão-somente, ser prestadoras
com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos que executam de serviços públicos, contando com capital oriundo da Adminis-
trabalho de campo, policiais federais, fiscais do MTE. tração direta. A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias:
ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ins-
as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, sendo ór- tituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departamento Nacional
gãos independentes constitucionais. Em verdade, para Canotilho e de Estradas de Rodagem (DNER), Conselho Administrativo de
outros constitucionalistas, estes órgãos não pertencem nem mesmo Defesa Econômica (CADE), Departamento nacional de Registro
aos três poderes. do Comércio (DNRC), Instituto Nacional da Propriedade Indus-
trial (INPI), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Administração Pública Indireta Naturais Renováveis (Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen).
A Administração Pública indireta pode ser definida como um
grupo de pessoas jurídicas de direito público ou privado, criadas Fundações
ou instituídas a partir de lei específica, que atuam paralelamen- As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um patrimô-
te à Administração direta na prestação de serviços públicos ou na nio personalizado, destacado pelo seu instituidor para atingir uma
exploração de atividades econômicas. Em que pese haver enten- finalidade específica, denominadas, em latim, universitas bonorum.
dimento diverso registrado em nossa doutrina, integram a Admi- Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive para
nistração indireta do Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a aquelas que não integram a Administração indireta (não-governa-
saber: as Autarquias, as Fundações, as Sociedades de Economia mentais). No caso das fundações que integram a Administração
Mista e as Empresas Públicas. Ao lado destas, podemos encontrar indireta (governamentais), quando forem dotadas de personalidade
ainda entes que prestam serviços públicos por delegação, embora de direito público, serão regidas integralmente por regras de direi-
não integrem os quadros da Administração, quais sejam, os per- to público. Quando forem dotadas de personalidade de direito pri-
missionários, os concessionários e os autorizados. vado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.

Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Sociedades de economia mista raestatais seriam as autarquias. Alguns, a seu turno, só enquadram
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Di- nessa categoria as pessoas colaboradoras que não se preordena a
reito Privado criadas para a prestação de serviços públicos ou para fins lucrativos, estando excluídas, assim, as empresas públicas e
a exploração de atividade econômica, contando com capital misto as sociedades de economia mista. Para outros, ainda, paraestatais
e constituídas somente sob a forma empresarial de S/A. seriam as pessoas de direito privado integrantes da Administração
As sociedades de economia mista são: pessoas jurídicas de Indireta, excluindo-se, por conseguinte, as autarquias, as funda-
Direito Privado, exploradoras de atividade econômica ou presta- ções de direito público e os serviços sociais autônomos. Por fim,
doras de serviços públicos, empresas de capital misto, constituídas já se considerou que na categoria se incluem além dos serviços
sob forma empresarial de S/A. sociais autônomos até mesmo as escolas oficializadas, os partidos
Alguns exemplos de sociedade mista: políticos e os sindicatos, excluindo-se a administração indireta. Na
- Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil e prática, tem-se encontrado, com frequência, o emprego da expres-
Banespa. são empresas estatais, sendo nelas enquadradas as sociedades de
- Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô, economia mista e as empresas públicas. Há também autores que
CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) e adotam o referido sentido” . Para o autor que se toma como refe-
CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços, empresa respon- rencial teórico, “deveria abranger toda pessoa jurídica que tivesse
sável pelo gerenciamento da execução de contratos que envolvem vínculo institucional com a pessoa federativa, de forma a receber
obras e serviços públicos no Estado de São Paulo). desta os mecanismos estatais de controle. Estariam, pois, enqua-
dradas como entidades paraestatais as pessoas da administração
Empresas públicas indireta e os serviços sociais autônomos” .
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado,
criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração
de atividades econômicas, que contam com capital exclusivamente
público, e são constituídas por qualquer modalidade empresarial, ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO.
após autorização legislativa do ente federativo criador.
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços públicos,
estará submetida a regime jurídico público, ainda que constituída
segundo o modelo imposto pelo Direito Privado. Se a empresa pú- Quando se fala em ética na função pública, não se trata do
blica é exploradora de atividade econômica, estará submetida a re- simples respeito à moral social: a obrigação ética no setor público
gime jurídico denominado pela doutrina como semi público, ante vai além e encontra-se disciplinada em detalhes na legislação, tan-
a necessidade de observância, ao menos em suas relações com os to na esfera constitucional (notadamente no artigo 37) quanto na
administrados, das regras atinentes ao regime da Administração, ordinária (em que se destaca a Lei n° 8.429/92 - Lei de Improbida-
a exemplo dos princípios expressos no “caput” do artigo 37 da de Administrativa, a qual traz um amplo conceito de funcionário
Constituição Federal. público no qual podem ser incluídos os servidores do Banco do
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empresas públi- Brasil). Ocorre que o funcionário de uma instituição financeira da
cas, nas mais variadas esferas de governo, como o Banco Nacional qual o Estado participe de certo modo exterioriza os valores esta-
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); a Empresa tais, sendo que o Estado é o ente que possui a maior necessidade
Municipal de Urbanização de São Paulo (EMURB); a Empresa de respeito à ética. Por isso, o servidor além de poder incidir em
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); a Caixa Econômica Fe- ato de improbidade administrativa (cível), poderá praticar crime
deral (CEF). contra a Administração Pública (penal). Então, a ética profissio-
nal daquele que serve algum interesse estatal deve ser ainda mais
Agências reguladoras consolidada.
São figuras muito recentes em nosso ordenamento jurídico. Se a Ética, num sentido amplo, é composta por ao menos dois
Possuem natureza jurídica de autarquias de regime especial, são elementos - a Moral e o Direito (justo); no caso da disciplina da
pessoas jurídicas de Direito Público com capacidade administrati- Ética no Setor Público a expressão é adotada num sentido estrito -
va, aplicando-se a elas todas as regras das autarquias. ética corresponde ao valor do justo, previsto no Direito vigente, o
Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução de ser- qual é estabelecido com um olhar atento às prescrições da Moral
viços públicos. Elas não executam o serviço propriamente, elas o para a vida social. Em outras palavras, quando se fala em ética
fiscalizam. no âmbito dos interesses do Estado não se deve pensar apenas na
Moral, mas sim em efetivas normas jurídicas que a regulamentam,
Entidades Paraestatais o que permite a aplicação de sanções. Veja o organograma:
Entidades paraestatais “são aquelas pessoas jurídicas que
atuam ao lado e em colaboração com o Estado. [...] Há juristas
que entendem serem entidades paraestatais aquelas que, tendo
personalidade jurídica de direito privado (não incluídas, pois, as
autarquias), recebem amparo oficial do Poder Público, como as
empresas públicas, as sociedades de economia mista, as funda-
ções públicas e as entidades de cooperação governamental (ou
serviços sociais autônomos), como o SESI, SENAI, SESC, SE-
NAC etc. Outros pensam exatamente o contrário: entidades pa-

Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a exer-
cem, o qual geralmente se encontra consubstanciado em Códigos
de Ética diversos atribuídos a cada categoria profissional. No caso
das profissões na esfera pública, esta exigência se amplia.
Não se trata do simples respeito à moral social: a obrigação
ética no setor público vai além e encontra-se disciplinada em de-
talhes na legislação, tanto na esfera constitucional (notadamente
no artigo 37) quanto na ordinária (em que se destacam o Decreto
n° 1.171/94 - Código de Ética - a Lei n° 8.429/92 - Lei de Impro-
bidade Administrativa - e a Lei n° 8.112/90 - regime jurídico dos
servidores públicos civis na esfera federal).
Em verdade, “[...] a profissão, como exercício habitual de
uma tarefa, a serviço de outras pessoas, insere-se no complexo
da sociedade como uma atividade específica. Trazendo tal prática
As regras éticas do setor público são mais do que regulamen- benefícios recíprocos a quem a pratica e a quem recebe o fruto
tos morais, são normas jurídicas e, como tais, passíveis de coação. do trabalho, também exige, nessas relações, a preservação de uma
A desobediência ao princípio da moralidade caracteriza ato de im- conduta condizente com os princípios éticos específicos. O grupa-
probidade administrativa, sujeitando o servidor às penas previstas mento de profissionais que exercem o mesmo ofício termina por
em lei. Da mesma forma, o seu comportamento em relação ao Có- criar as distintas classes profissionais e também a conduta perti-
digo de Ética pode gerar benefícios, como promoções, e prejuízos, nente. Existem aspectos claros de observação do comportamento,
como censura e outras penas administrativas. A disciplina consti- nas diversas esferas em que ele se processa: perante o conhecimen-
tucional é expressa no sentido de prescrever a moralidade como to, perante o cliente, perante o colega, perante a classe, perante a
um dos princípios fundadores da atuação da administração pública sociedade, perante a pátria, perante a própria humanidade como
direta e indireta, bem como outros princípios correlatos. Logo, o conceito global”8. Todos estes aspectos serão considerados em ter-
Estado brasileiro deve se conduzir moralmente por vontade ex- mos de conduta ética esperada.
pressa do constituinte, sendo que à imoralidade administrativa Em geral, as diretivas a respeito do comportamento profissio-
aplicam-se sanções. nal ético podem ser bem resumidas em alguns princípios basilares.
Assim, tem-se que a obediência à ética não deve se dar somen- Segundo Nalini9, o princípio fundamental seria o de agir de
te no âmbito da vida particular, mas também na atuação profissio- acordo com a ciência, se mantendo sempre atualizado, e de acordo
nal, principalmente se tal atuação se der no âmbito estatal, caso em com a consciência, sabendo de seu dever ético; tomando-se como
que haverá coação. O Estado é a forma social mais abrangente, a princípios específicos:
sociedade de fins gerais que permite o desenvolvimento, em seu - Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível na
seio, das individualidades e das demais sociedades, chamadas de vida pública e na vida particular.
fins particulares. O Estado, como pessoa, é uma ficção, é um ar- - Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir da me-
ranjo formulado pelos homens para organizar a sociedade de disci- lhor maneira esperada em sua profissão e fora dela, com técnica,
plinar o poder visando que todos possam se realizar em plenitude, justiça e discrição.
atingindo suas finalidades particulares.7 - Princípio da incompatibilidade - não se deve acumular fun-
O Estado tem um valor ético, de modo que sua atuação deve ções incompatíveis.
se guiar pela moral idônea. Mas não é propriamente o Estado que - Princípio da correção profissional - atuação com transparên-
é aético, porque ele é composto por homens. Assim, falta ética ou cia e em prol da justiça.
não aos homens que o compõe. Ou seja, o bom comportamento - Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos os
profissional do funcionário público é uma questão ligada à ética no demais operadores do Direito querem a mesma coisa, realizar a
serviço público, pois se os homens que compõe a estrutura do Es- justiça.
tado tomam uma atitude correta perante os ditames éticos há uma - Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo em todas
ampliação e uma consolidação do valor ético do Estado. funções.
Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas den- - Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal para
tro da administração pública, passando a desempenhar um papel buscar o interesse da justiça.
de fundamental interesse para o Estado. Quando estiver nesta con- - Princípio da confiança - cada profissional de Direito é dota-
dição, mais ainda, será exigido o respeito à ética. Afinal, o Estado do de atributos personalíssimos e intransferíveis, sendo escolhido
é responsável pela manutenção da sociedade, que espera dele uma por causa deles, de forma que a relação estabelecida entre aquele
conduta ilibada e transparente. que busca o serviço e o profissional é de confiança.
Quando uma pessoa é nomeada como servidor público, passa - Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça, aos
a ser uma extensão daquilo que o Estado representa na sociedade, valores constitucionais, à verdade, à transparência.
devendo, por isso, respeitar ao máximo todos os consagrados pre-
ceitos éticos.
8 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
7 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São 9 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Paulo:
Paulo: Método, 2011. Revista dos Tribunais, 2011.

Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- Princípio da independência profissional - a maior autonomia QUARTO: “Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e,
no exercício da profissão do operador do Direito não deve impedir também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da
o caráter ético. missão institucional”.
- Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre as in- A missão institucional envolve a obtenção de lucros, em regra,
formações que acessa no exercício da profissão. mas sempre aliada à promoção da ética. Na missão institucional
- Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé e de serão estabelecidas determinadas metas para a empresa, que deve-
forma correta, com lealdade processual. rão ser buscadas pelos funcionários. Para tanto, cada um deve se
- Princípio da discricionariedade - geralmente, o profissional preocupar com o aperfeiçoamento de suas capacidades, tornando-
do Direito é liberal, exercendo com boa autonomia sua profissão. se paulatinamente um melhor funcionário, por exemplo, buscando
- Outros princípios éticos, como informação, solidariedade, cursos e estudando técnicas.
cidadania, residência, localização, continuidade da profissão, li-
berdade profissional, função social da profissão, severidade consi- QUINTO: “Acatar as ordens legais, não ser negligente e
go mesmo, defesa das prerrogativas, moderação e tolerância. trabalhar em harmonia com a estrutura do órgão, respeitando a
O rol acima é apenas um pequeno exemplo de atitudes que hierarquia, seus colegas e cada concidadão, colaborando e acei-
podem ser esperadas do profissional, mas assim como é difícil de- tando colaboração”.
limitar um conceito de ética, é complicado estabelecer exatamente Existe uma hierarquia para que as funções sejam desempenha-
quais as condutas esperadas de um servidor: melhor mesmo é ob- das da melhor maneira possível, pois a desordem não permite que
servar o caso concreto e ponderar com razoabilidade. as atividades se encadeiem e se enlacem, gerando perda de tempo
Em suma, respeitar a ética profissional é ter em mente os prin- e desperdício de recursos. Não significa que ordens contrárias à
cípios éticos consagrados em sociedade, fazendo com que cada ética devam ser obedecidas, caso em que a medida cabível é levar
atividade desempenhada no exercício da profissão exteriorize tais a questão para as autoridades responsáveis pelo controle da ética
postulados, inclusive direcionando os rumos da ética empresarial da instituição. Cada atividade deve ser desempenhada da melhor
na escolha de diretrizes e políticas institucionais. maneira possível, isto é, não se pode deixar de praticá-la correta-
O funcionário que busca efetuar uma gestão ética se guia por mente por ser mais trabalhoso (por negligência entende-se uma
determinados mandamentos de ação, os quais valem tanto para a
omissão perigosa). No tratamento dos demais colegas e do públi-
esfera pública quanto para a privada, embora a punição dos que
co, o funcionário deve ser cordial e ético, embora somente assim
violam ditames éticos no âmbito do interesse estatal seja mais ri-
estará contribuindo para a gestão ética da empresa.
gorosa.
Neste sentido, destacam-se os dez mandamentos da gestão éti-
SEXTO: “Agir, na vida pessoal e funcional, com dignidade,
ca nas empresas públicas:
decoro, zelo, eficácia e moralidade”.
O bom comportamento não deve se fazer presente somente no
PRIMEIRO: “Amar a verdade, a lealdade, a probidade e a
responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal”. exercício das funções. Cabe ao funcionário se portar bem quando
Significa desempenhar suas funções com transparência, de estiver em sua vida privada, na convivência com seus amigos e
forma honesta e responsável, sendo leal à instituição. O funcio- familiares, bem como nos momentos de lazer. Por melhor que seja
nário deve se portar de forma digna, exteriorizando virtudes em como funcionário, não será aceito aquele que, por exemplo, for
suas ações. visto frequentemente embriagado ou for sempre denunciado por
violência doméstica.
SEGUNDO: “Respeitar a dignidade da pessoa humana”. Dignidade é a característica que incorpora todas as demais,
A expressão “dignidade da pessoa humana” está estabelecida significando o bom comportamento enquanto pessoa humana, tra-
na Constituição Federal Brasileira, em seu art. 3º, III, como um tando os outros como gosta de ser tratado. Decoro significa discri-
dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Ao adotar um ção, aparecer o mínimo possível, não se vangloriar com base em
significado mínimo apreendido no discurso antropocentrista do feitos institucionais. Zelo quer dizer cuidado, cautela, para que as
humanismo, a expressão valoriza o ser humano, considerando este atividades sempre sejam desempenhadas do melhor modo. Eficá-
o centro da criação, o ser mais elevado que habita o planeta, o que cia remete ao dever de fazer com que suas atividades atinjam o
justifica a grande consideração pelo Estado e pelos outros seres hu- fim para o qual foram praticadas, isto é, que não sejam abandona-
manos na sua generalidade em relação a ele. Respeitar a dignidade das pela metade. Moralidade significa respeitar os ditames morais,
da pessoa humana significa tomar o homem como valor-fonte para mais que jurídicos, que exteriorizam os valores tradicionais conso-
todas as ações e escolhas, inclusive na atuação empresarial. lidados na sociedade através dos tempos.

TERCEIRO: “Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e SÉTIMO: “Jamais tratar mal ou deixar à espera de solução
na apreciação do mérito dos subordinados”. uma pessoa que busca perante a Administração Pública satisfazer
Retoma-se a questão dos planos de carreira, que exteriorizam um direito que acredita ser legítimo”.
a imparcialidade e a impessoalidade na escolha dos que deverão O bom atendimento do público é necessário para que uma ges-
ser promovidos, a qual se fará exclusivamente com base no mé- tão possa ser considerada ética. Aquele que tem um direito merece
rito. Não se pode tomar questões pessoais, como desavenças ou ser ouvido, não pode ser deixado de lado pelo funcionário, espe-
afinidades, quando o julgamento se faz sobre a ação de um funcio- rando por horas uma solução. Mesmo que a pessoa esteja errada,
nário - se agiu bem, merece ser recompensado; se agiu mal, deve isto deve ser esclarecido, de forma que a confiabilidade na institui-
ser punido. ção não fique abalada.

Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
OITAVO: “Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, ral e em legislações infraconstitucionais, a exemplo das que serão
as instruções e as ordens das autoridades a que estiver subordi- estudadas neste tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n°
nado”. 8.112/90 e Lei n° 8.429/92.
O Direito é uma das facetas mais relevantes da Ética porque Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no setor
exterioriza o valor do justo e o seu cumprimento é essencial para público partem da Constituição Federal, que estabelece alguns
que a gestão ética seja efetiva. princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras
palavras, é o texto constitucional do artigo 37, especialmente o
NONO: “Agir dentro da lei e da sua competência, atento à caput, que permite a compreensão de boa parte do conteúdo das
finalidade do serviço público”. leis específicas, porque possui um caráter amplo ao preconizar os
Não basta cumprir o Direito, é preciso respeitar a divisão de princípios fundamentais da administração pública. Estabelece a
funções feitas com o objetivo de otimizar as atividades desempe- Constituição Federal:
nhadas.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
DÉCIMO: “Buscar o bem-comum, extraído do equilíbrio entre dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
a legalidade e finalidade do ato administrativo a ser praticado”. nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
Bem comum é o bem de toda a coletividade e não de um só moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
indivíduo. Este conceito exterioriza a dimensão coletiva da ética. São princípios da administração pública, nesta ordem:
Maritain10 apontou as características essenciais do bem comum: Legalidade
redistribuição, pela qual o bem comum deve ser redistribuído às Impessoalidade
pessoas e colaborar para o desenvolvimento delas; respeito à auto- Moralidade
ridade na sociedade, pois a autoridade é necessária para conduzir a Publicidade
comunidade de pessoas humanas para o bem comum; moralidade, Eficiência
que constitui a retidão de vida, sendo a justiça e a retidão moral Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam o
elementos essenciais do bem comum. vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da Administra-
ção Pública. É de fundamental importância um olhar atento ao sig-
O paradigma da Ética Pública parte da noção de liberdade so- nificado de cada um destes princípios, posto que eles estruturam
cial, envolta nos valores da segurança, igualdade e solidariedade. todas as regras éticas prescritas no Código de Ética e na Lei de
Neste sentido, cada pessoa deve ter espaço para exercer indivi- Improbidade Administrativa, tomando como base os ensinamentos
dualmente sua liberdade moral, cabendo à ética pública garantir de Carvalho Filho12 e Spitzcovsky13:
que os indivíduos que vivem em sociedade realizem projetos mo- a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade sig-
rais individuais. nifica a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo,
A Ética Pública pode ser vista sob o aspecto da moralidade como a administração pública representa os interesses da coleti-
crítica e sob o aspecto da moralidade legalizada: quando estuda-se vidade, ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela qual só
a lei posta ou a ausência de lei e questiona-se a falta de justiça, poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na esfera
há uma moralidade crítica; quando a regra justa é incorporada ao estatal, é preciso lei anterior editando a matéria para que seja pre-
Direito, há moralidade legalizada ou positivada. servado o princípio da legalidade). A origem deste princípio está
Sobre a Ética Pública, explica Nalini11: “Ética é sempre ética, na criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio Esta-
poder-se-ia afirmar. Ser ético é obrigação de todos. Seja no exercí- do deve respeitar as leis que dita.
cio de alguma atividade estatal, seja no comportamento individual. b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interesses que
Mas pode-se falar em ética realçada quando se atua num universo representa, a administração pública está proibida de promover dis-
mais amplo, de interesse de todos. Existe, pois, uma Ética Pública, criminações gratuitas. Discriminar é tratar alguém de forma di-
e apura-se o seu sentido em contraposição com o de Ética Privada. ferente dos demais, privilegiando ou prejudicando. Segundo este
Um nome pelo qual a Ética Pública tem sido conhecida é o da princípio, a administração pública deve tratar igualmente todos
justiça”. aqueles que se encontrem na mesma situação jurídica (princípio
Assim, ética pública seria a moral incorporada ao Direito, da isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a im-
consolidando o valor do justo. Diante da relevância social de que pessoalidade no que tange à contratação de serviços. O princípio
a Ética se faça presente no exercício das atividades públicas, as da impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo
regras éticas para a vida pública são mais do que regras morais, qual o alvo a ser alcançado pela administração pública é somente
são regras jurídicas estabelecidas em diversos diplomas do orde- o interesse público. Com efeito, o interesse particular não pode in-
namento, possibilitando a coação em caso de infração por parte fluenciar no tratamento das pessoas, já que deve-se buscar somente
daqueles que desempenham a função pública. a preservação do interesse coletivo.
Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permitem que c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio no
ele consolide o bem comum e garanta a preservação dos interes- artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie de
ses da coletividade, se encontram exteriorizados em princípios e moralidade administrativa, intimamente relacionada ao poder pú-
regras. Estes, por sua vez, são estabelecidos na Constituição Fede- blico. A administração pública não atua como um particular, de
10 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed. 12 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
11 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Paulo: 13 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011. Método, 2011.

Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
modo que enquanto o descumprimento dos preceitos morais por Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
parte deste particular não é punido pelo Direito (a priori), o or- Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106°
denamento jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento da República.
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio da mo-
ralidade deve se fazer presente não só para com os administrados, ANEXO
mas também no âmbito interno. Está indissociavelmente ligado à Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
noção de bom administrador, que não somente deve ser conhece- Poder Executivo Federal
dor da lei, mas também dos princípios éticos regentes da função CAPÍTULO I
administrativa. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE Seção I
ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação Das Regras Deontológicas
com os dois princípios anteriores.
d) Princípio da publicidade: A administração pública é obri- I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
gada a manter transparência em relação a todos seus atos e a todas princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser-
informações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí a publi- vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já
cação em órgãos da imprensa e a afixação de portarias. Por exem- que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
plo, a própria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser-
ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do processo vação da honra e da tradição dos serviços públicos.
seletivo de servidores do Estado. Diante disso, como será visto, II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemen-
se negar indevidamente a fornecer informações ao administrado to ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre
caracteriza ato de improbidade administrativa. Somente pela pu- o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o incon-
blicidade os indivíduos controlarão a legalidade e a eficiência dos veniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o
atos administrativos. Os instrumentos para proteção são o direito honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
de petição e as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas caput, e § 4°, da Constituição Federal.
data e - residualmente - do mandado de segurança. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à
e) Princípio da eficiência: A administração pública deve distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de
manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade
gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o concurso e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá conso-
público seleciona os mais qualificados ao exercício do cargo), ao lidar a moralidade do ato administrativo.
manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exonerar um IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu-
servidor público por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e
o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis-
a procura por produtividade e economicidade. Alcança os serviços trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
públicos e os serviços administrativos internos, se referindo dire- aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em
tamente à conduta dos agentes. fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
Segue Decreto Nº 1.171/1994: comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissio-
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público nal e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor públi-
Civil do Poder Executivo Federal. co. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o na vida funcional.
disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações po-
da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 liciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública,
da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso,
DECRETA: nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servi- constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
dor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Fe- a negar.
deral direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as provi- VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode
dências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria
mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integra- pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
da por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito
emprego permanente. do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes-
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será co- mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
municada à Secretaria da Administração Federal da Presidência IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados
da República, com a indicação dos respectivos membros titulares ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar
e suplentes. mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente

Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa-
por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências es-
esperanças e seus esforços para construí-los. pecíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, per- ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
mitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de mente em todo o sistema;
atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude con- m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual-
tra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi-
moral aos usuários dos serviços públicos. dências cabíveis;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens le- n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se-
guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
gais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimen-
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem
to, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o
com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a
descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de
realização do bem comum;
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
função pública. exercício da função;
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
sempre conduz à desordem nas relações humanas. r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instru-
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura ções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, co- possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre
labora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade em boa ordem.
pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrande- s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem
cimento da Nação. de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
Seção II que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente
Dos Principais Deveres do Servidor Público aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos ju-
risdicionados administrativos;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo
emprego público de que seja titular; que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen- violação expressa à lei;
to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que cumprimento.
exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri- Seção III
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de Das Vedações ao Servidor Público
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
XV - E vedado ao servidor público;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es-
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo,
sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a
posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si
seu cargo; ou para outrem;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido-
do o processo de comunicação e contato com o público; res ou de cidadãos que deles dependam;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú- com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
blicos; de sua profissão;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res- d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuá- regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
rios do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou ou material;
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
dano moral; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re- paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas
em que se funda o Poder Estatal; hierarquicamente superiores ou inferiores;

Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer QUESTÕES
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou
vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pes- 1. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
soa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro FCC/2013) Na atuação da Administração Pública Federal, a segu-
servidor para o mesmo fim; rança jurídica é princípio que;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami- a) justifica a mantença de atos administrativos inválidos, des-
nhar para providências; de que ampliativos de direitos, independentemente da boa-fé dos
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten- beneficiários.
dimento em serviços públicos; b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos adminis-
j) desviar servidor público para atendimento a interesse par- trativos inválidos, visto que não há prazos prescricionais ou de-
ticular; cadenciais para o exercício de autotutela em caso de ilegalidade.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza- c) justifica o usucapião de imóveis públicos urbanos de até
do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio duzentos e cinquenta metros quadrados, em favor daquele que, não
público; sendo proprietário de outro imóvel urbano ou rural, exerça a posse
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito sobre tal imóvel por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de ami- utilizando-o para sua moradia ou de sua família.
gos ou de terceiros; d) impede que haja aplicação retroativa de nova interpretação
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitual- jurídica, em desfavor dos administrados.
mente; e) impede que a Administração anule ou revogue atos que ge-
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra raram situações favoráveis para o particular, pois tal desfazimento
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; afetaria direitos adquiridos.
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a 1. Resposta: “D”. Para Dirley da Cunha Júnior, “o valor se-
empreendimentos de cunho duvidoso. gurança jurídica é consagrado por vários outros princípios: direito
adquirido, ato jurídico perfeito, coisa julgada, irretroatividade da
CAPÍTULO II lei entre outros. Este princípio enaltece a ideia de proteger o passa-
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
do (relações jurídicas já consolidadas) e tornar o futuro previsível,
de modo a não infringir surpresas desagradáveis ao administrado.
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pú-
Visa à proteção da confiança e a garantia de certeza e estabilidade
blica Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qual-
das relações e situações jurídicas”.
quer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo po-
der público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada
2. (SMA-RJ – CONTADOR - FJG-RIO/2013) Segundo ex-
de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no
posição doutrinária, o princípio da impessoalidade não raramente
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competin-
é chamado de princípio da:
do-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento
susceptível de censura. a) igualdade legal
XVII -- (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) b) razoabilidade dos meios
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organis- c) finalidade administrativa
mos encarregados da execução do quadro de carreira dos servido- d) subjetividade coletiva
res, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir 2. Resposta: “C”. Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da
e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos impessoal idade “nada mais é do que o clássico princípio da
próprios da carreira do servidor público. finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) o ato para seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) objetivo do ato, de forma impessoal”.
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo 3. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do ADMINISTRATIVA - FCC/2013)
faltoso. Os princípios que regem a Administração pública podem ser
XXIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) expressos ou implícitos. A propósito deles é possível afirmar que:
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, en- a) moralidade, legalidade, publicidade e impessoalidade são
tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, princípios expressos, assim como a eficiência, hierarquicamente
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza superior aos demais.
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição b) supremacia do interesse público não consta como princípio
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór- expresso, mas informa a atuação da Administração pública assim
gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, como os demais princípios, tais como eficiência, legalidade e mo-
as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de ralidade.
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse c) os princípios da moralidade, legalidade, supremacia do in-
do Estado. teresse público e indisponibilidade do interesse público são ex-
XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) pressos e, como tal, hierarquicamente superiores aos implícitos.

Didatismo e Conhecimento 19
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
d) eficiência, moralidade, legalidade, impessoalidade e indis- d) Com fundamento no poder hierárquico, pode a adminis-
ponibilidade do interesse público são princípios expressos e, como tração pública direta anular ato ilegal praticado por entidade da
tal, hierarquicamente superiores aos implícitos. administração indireta.
e) impessoalidade, eficiência, indisponibilidade do interesse e) O princípio da moralidade administrativa não exige do
público e supremacia do interesse público são princípios implíci- agente público a obediência a padrões éticos específicos no exer-
tos, mas de igual hierarquia aos princípios expressos. cício de suas atribuições, basta que atenda à moral comum vigente
3. Resposta: “B”. Os princípios da Supremacia do Interes- na sociedade.
se Público e da Indisponibilidade do Interesse Público, apesar de 5. Resposta: “A”. Estágio probatório e principio da eficiência
implícitos no ordenamento jurídico, são tidos como pilares do re- estão diretamente ligados, uma vez que antigamente a administra-
gime jurídico-administrativo. Isto se deve ao fato de que todos os ção pública não tinha essa preocupação com o servidor público de
demais princípios da administração pública são desdobramentos certificar se seu serviço estava sendo executado de maneira corre-
desses dois princípios em questão, cuja relevância é tanta que são ta, o que prejudicava a eficiência da Administração.
conhecidos como supra-princípios da administração pública. Alternativa “B”: incorreta. O poder discricionário comporta
Letra “A”: incorreta. Não há hierarquia entre os princípios, apreciação pelo poder judiciário, que poderá anular o ato ilegali-
eles se resolvem por ponderação. dade.
Letra “C”: incorreta. O princípio da supremacia do interesse Alternativa “C”: incorreta. O poder de polícia pode ser fiscali-
público e indisponibilidade do interesse público não são expressos. zatório, repressivo ou preventivo.
Letra “D”: incorreta. O princípio da indisponibilidade do inte- Alternativa “D”: incorreta. Não há hierarquia entre as entida-
resse público não é um princípio expresso. Não há hierarquia entre des da Administração indireta e a entidade política criadora, há o
os princípios expressos em relação aos implícitos. controle finalístico.
Letra “E”: incorreta. Os princípios da impessoalidade e efi- Alternativa “E”: incorreta. Moralidade administrativa é a éti-
ciência são princípios expressos. ca específica funcional, em geral efetiva-se em normas previstas
OBS: Cuidado porque algumas bancas consideram princípios em estatutos internos das entidades.
expressos apenas o que estão previstos na Constituição Federal e
outras consideram que os princípios administrativos que estiverem
escritos em lei são explícitos. Proporcionalidade, razoabilidade,
finalidade, motivação, ampla defesa, contraditório, segurança ju-
rídica e interesse público constam expressamente no artigo 2º da
Lei nº 9784/99.

4. (SESACRE – FISIOTERAPEUTA - FUNCAB/2013) O


princípio administrativo que impõe o controle de resultados da Ad-
ministração Pública, a redução do desperdício e a execução do ser-
viço público com rendimento funcional é denominado princípio da:
a) legalidade.
b) impessoalidade.
c) eficiência.
d) publicidade.
e) moralidade.
4. Resposta: “C”. Segundo Alexandre Mazza: “Economici-
dade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade
e rendimento funcional são valores encarecidos pelo princípio da
eficiência”.

5. (TCE-ES - ANALISTA ADMINISTRATIVO – DIREI-


TO - CESPE/2013) No que se refere aos poderes e princípios da
administração pública, assinale a opção correta.
a) O estágio probatório configura exemplo de instituto rela-
cionado ao princípio da eficiência, norteador da atuação adminis-
trativa.
b) O poder discricionário confere ao administrador público a
faculdade de valer-se do juízo de conveniência e oportunidade para
praticar ato, o qual não comporta controle pelo Poder Judiciário.
c) A edição de ato normativo de conteúdo genérico e abstrato
tem relação direta com o exercício do poder regulamentar, e não
com o do poder de polícia, visto que esse último será cabível ex-
clusivamente mediante a prática de atos concretos, preordenados a
determinados indivíduos.

Didatismo e Conhecimento 20

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